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EXCELETÍSSIMOS SENHORES JUÍZES DAS TURMAS RECURSAIS

DOS JUIZADOS ESPECIAIS DO ESTADO DE GOIÁS

Autos n.: 5308123-09.2021.8.09.0051


Requerente: LARISSA NUNES MOTA e BRUNO FREITAS CUNHA
Requerido: GOL LINHAS AÉREAS INTELIGENTES S.A

LARISSA NUNES MOTA, brasileira, filha de LUIZ


DUARTE MOTA e RITA DE CASSIA OLIVEIRA NUNES MOTA, nascida em
31/03/1990, RG n. 5292346 SPTC-GO, CPF n. 029.171.341-80, e
BRUNO FREITAS CUNHA, brasileiro, filho de EUZILINE ÁLVARES DE
FREITAS CUNHA e ODLON DA CUNHA, nascido em 14/08/1992, RG n.
5297454 SPTC-GO, CPF n. 753.901.671-04, ambos residentes e
domiciliados na Avenida Contorno Sul., QD. 35, Lote 1/3, Compl.
Sobrado 06, Villaggio Giardino, Res. Bro Anhanguera., já qualificado
nos autos em epígrafe, via de sua advogada que esta subscreve, com
domicílio profissional na Avenida F., QD. J, Lote 01, Setor Água Branca,
Goiânia – GO, onde recebe as intimações de estilo, vem mui
respeitosamente a presença de V. Exa., com escopo no artigo 1015 e
1019 do Código de Processo Civil, interpor o presente

AGRAVO DE INSTRUMENTO
com pedido de efeito suspensivo (art. 1019, I,
CPC)

em face de tutela de urgência não concedida pelo MM.


Juiz de Direito, do 10º Juizado Especial Cível da Comarca de Goiânia –
GO, nos autos supramencionados, pelos motivos de fato e de direito a
seguir expostos.
Esclarece ainda que a parte Requerida (GOL LINHAS
AERÉAS) não constituiu advogado na demanda, tendo em vista não ter
sido ainda realizada citação.
A parte recorrente é representada pela advogada
NAYARA RODRIGUES DE AMORIM, OAB/GO 43.476, com
endereço eletrônico adv.nayara.amorim@gmail.com.

Rua 83, n. 847, Setor Sul, Goiânia – GO. Endereço eletrônico: adv.nayara.amorim@gmail.com
Requer que, admitida o presente recurso, seja cassada
a decisão que indeferiu a medida antecipatória, na forma dos artigos
1.019 e 995 do Código de Processo Civil, para o fim de atribuir EFEITO
SUSPENSIVO ao recurso de Agravo, SUSPENDENDO OS EFEITOS
DA DECISÃO AGRAVADA, por estarem presentes os requisitos da
lesão grave e de difícil reparação autorizadores, conforme será
demonstrado.

Requer também, seja o presente recurso conhecido e


processado na forma de instrumento, consoante os preceitos do novel
art. 1015, do CPC, ante a lesão grave e de difícil reparação em que
incorre as partes Agravantes. Ao final, requer o justo provimento
deste, para o fim de cassar a douta decisão, fazendo a verdadeira
Justiça.
De outra via, informamos que por serem os autos
eletrônicos, estão dispensadas as juntadas dos documentos
obrigatórios arrolados no art. 1.017, incisos I e II do CPC, conforme
dispõe o art. 1.017, § 5º do CPC.
Em face do exposto, requer seja o presente Agravo
admitido, por tempestivo e próprio, e processado, atribuindo-se, em
face da urgência reclamada, o pleiteado efeito suspensivo, ordenando-
se, na sequência, a intimação do Agravado para, caso queira,
contrarrazoar, no prazo legal (CPC, art. 1.019, inciso II), para ao final,
dar-lhe integral provimento.

Termos em que
Pede e aguarda deferimento.

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RAZÕES DO AGRAVO DE INSTRUMENTO

Autos n.: 5308123-09.2021.8.09.0051


Agravante: LARISSA NUNES MOTA e BRUNO FREITAS CUNHA
Agravado: GOL LINHAS AÉREAS INTELIGENTES S.A

COLENDO TRIBUNAL,
ÍNCLITO RELATOR,

BREVE EXPOSIÇÃO FÁTICA

Trata-se de ação de Obrigação de Fazer c/c dano moral


e Pedido Liminar em face de GOL LINHAS AEREAS INTELIGENTES S.A,
em que os Agravantes relatam que são nubentes com casamento
marcado para menos de 60 (sessenta) dias, exatamente para o dia
15/08/2021.
Frisa-se que os Agravantes estão preparando o grande
dia para que seja perfeito, assim como a maioria sonha, desta feita,
pensando na Lua de Mel, ganharam de presente hospedagem no hotel
SUNSET ROYAL BEACH RESORT em CANCUN, com data de entrada em
16/08/2021 e saída 22/08/2021, portanto com a confirmação da
hospedagem e em comunhão de esforços conseguiram Êxito na compra
das passagens aéreas para o destino em que JÁ POSSUEM RESERVA
CONFIRMADA, com saída no dia 16/08/2021 APENAS 01 DIAS
APÓS O CASAMENTO, JÁ QUE O PLANEJADO É A LUA DE MEL.

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Contudo, há poucos dias do casamento e da TÃO
SONHADA LUA DE MEL, os Agravantes foram SUPREENDIDOS por um
e-mail de cancelamento do VOO, sem maiores explicações.

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Desta feita, entrando em contato com a empresa
Requerida, a mesma não demonstrou nenhum tipo de justificativa
plausível para o cancelamento, tampouco disponibilizou qualquer outra
opção para os Requerentes, destaca-se que tentaram solucionar e
ficaram mais de 02h30min aguardando atendimento na central de
atendimento ao cliente da empresa Requerida, porém sem sucesso.

É IMPORTANTE FRISAR QUE A HOSPEDAGEM DOS


REQUERENTES TEM INÍCIO EM 16/08/2021 (apenas 01 dia após o
casamento), não sendo possível remarcar a data junto ao hotel, uma
vez que a hospedagem não é reembolsável e nem pode ser alterada
sem acréscimo.
O sonho de uma LUA DE MEL, tão planejada pelos
Agravantes tem se tornado em um verdadeiro pesadelo com o passar
dos dias, sendo uma verdadeira via cruzes a resolução amigável entre
as partes.

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A cada dia que se passa a viagem de aproxima, o
casamento se aproxima e a viagem não está confirmada.
A tutela de urgência foi indeferida nos seguintes termos:

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É a síntese dos fatos.

DO CABIMENTO DO AGRAVO DE INSTRUMENTO E


DA TEMPESTIVIDADE.
O agravo ora interposto tem o objetivo de atacar a
decisão que NÃO concedeu a tutela de urgência, o que o faz pelos
fundamentos de fato e de direito a seguir invocados, no artigo 1.015,
inc. I e ss. do Código de Processo Civil.
“Art. 1.015 . Cabe agravo de instrumento contra as
decisões interlocutórias que versarem sobre: I – tutelas provisórias;
Art. 995. Os recursos não impedem a eficácia da decisão,
salvo disposição legal ou decisão judicial em sentido diverso.

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Parágrafo único. A eficácia da decisão recorrida poderá
ser suspensa por decisão do relator, se da imediata produção de seus
efeitos houver risco de dano grave, de difícil ou impossível reparação,
e ficar demonstrada a probabilidade de provimento do recurso.”
DA TEMPESTIVIDADE DE AGRAVO DE INSTRUMENTO
A citação efetivada para os Agravantes ocorreu no dia
22/06/2021, estando tempestivo o presente recurso.
TUTELA PROVISÓRIA. CERTEZA DA IRREVERSIBILIDADE DA
MEDIDA. IMPOSSIBILIDADE DE CONCESSÃO.
Em se tratando de tutela de urgência, necessário analisar
os requisitos dispostos no artigo 300 do CPC, quais sejam: a
probabilidade do direito invocado e o perigo de dano ou risco ao
resultado útil do processo.
No mais, insta informar que os Agravantes que tanto
planejaram seu casamento, estão sofrendo uma grave ameaça em ver
parte do sonho se desmoronar, qual seja, a VIAGEM DE LUA DE MEL,
apenas 01 dias após a realização da cerimônia de casamento, tendo
em vista JÁ TER CONFIRMAÇÃO DA HOSPEDAGEM NO HOTEL
SUPRACITADO sem possibilidade de remarcação com isenção de
aumento de taxas.
Insta informar que a verossimilhança do direito alegado,
é necessário estar arraigado em bases sólidas e de grande alcance
probatório, situação que somente deflui de motivos tão nítidos e
incontestáveis que suprem a cognição sumária, presentes no caso
alegado.
Com efeito, o instituto da antecipação de tutela visa
afastar os efeitos prejudiciais na demora da prestação jurisdicional.
No caso em testilha, não foi levado em consideração as
possíveis consequências da não concessão da liminar, tendo inclusive
sido agendada audiência par ao mês de NOVEMBRO (3 MESES APÓS O
CASAMENTO e A HOSPEDAGEM).
Nesse sentido, acompanha jurisprudência recente, in
verbis.
TRANSPORTE AÉREO INTERNACIONAL – Ação de
indenização por danos materiais e morais – Sentença de parcial

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procedência – Incidência da Convenção de Montreal e do CDC –
Cancelamento de voo de retorno de Cancun sob alegação de eclosão
da pandemia Covid19 – Chegada a São Paulo 5 dias depois em voo
adquirido junto a outra companhia – Fortuito externo ou força maior
que resultaria na exclusão da responsabilidade civil da companhia
aérea (artigos 393 e 734 do Código Civil)– Companhia aérea que não
comprovou que a autoridade aeroportuária lhe impôs remanejamento
da grade ou que houve fechamento de fronteiras – Ausência de
assistência material – Descumprimento do regramento previsto na
Resolução ANAC 400/2016, artigos 21, 26 e 27 – Inaplicabilidade da
Resolução ANAC 556/2020 – Prestação de serviço defeituoso
caracterizado, sem excludentes – Obrigação de indenizar (CDC, art.
14)– Inclusão de 5 dias no exterior, necessidade de adquirir passagens
aéreas de outra companhia e de realizar dispêndios além dos
programados, e ausência de assistência material constituem elementos
objetivos de evento que extrapola a seara do mero dissabor – Dano
moral caracterizado – Indenização devida – Quantum arbitrado em
valor condizente a não comportar redução – Sentença mantida –
Recurso desprovido, e majorados os honorários advocatícios (NCPC,
art. 85, § 11).
(TJ-SP - AC: 10107487320208260196 SP 1010748-
73.2020.8.26.0196, Relator: José Wagner de Oliveira Melatto Peixoto,
Data de Julgamento: 02/03/2021, 37ª Câmara de Direito Privado, Data
de Publicação: 02/03/2021)
Tribunal de Justiça do Estado da Bahia PODER
JUDICIÁRIO QUARTA TURMA RECURSAL - PROJUDI PADRE CASIMIRO
QUIROGA, LT. RIO DAS PEDRAS, QD 01, SALVADOR - BA ssa-
turmasrecursais@tjba.jus.br - Tel.: 71 3372-7460 Ação: Procedimento
do Juizado Especial Cível Recurso nº 0199067-64.2019.8.05.0001
Processo nº 0199067-64.2019.8.05.0001 Recorrente (s): TAM LINHAS
AEREAS SA LATAM AIRLINES BRASIL Recorrido (s): LUCAS LIMA
REZENDE EMENTA RECURSO INOMINADO. ALEGAÇÃO DE PREPARO
INCOMPLETO POR AUSÊNCIA DE RECOLHIMENTO DE DAJE DE
DIGITALIZAÇÃO DE DOCUMENTOS. O DOCUMENTO APONTADO É UMA
CERTIDÃO EMITIDA PELA SECRETARIA ACERCA DA REALIZAÇÃO DE
AUDIÊNCIA, SENDO INCLUSIVE DOCUMENTO DIGITAL E NÃO
DIGITALIZADO. INEXISTÊNCIA DE DOCUMENTOS DIGITALIZADOS
NOS AUTOS. PREPARO COMPLETO. CONDIÇÕES DE ADMISSIBILIDADE
PREENCHIDAS. TRANSPORTE AÉREO. PREVALÊNCIA DAS REGRAS

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CONSUMERISTAS SOBRE O CÓDIGO BRASILEIRO DE AERONÁUTICA E
A CONVENÇÃO DE VARSÓVIA. CANCELAMENTO DE VOO. AS
EMPRESAS AÉREAS NÃO SE EXIMEM DE RESPONSABILIDADE TÃO
SOMENTE TRANSFERINDO A CULPA PELAS ALTERAÇÕES, ATRASOS E
CANCELAMENTOS PARA FATORES EXTERNOS. INCONTESTÁVEL O
DEFEITO NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO, SENDO LEGÍTIMO O PLEITO
DE REPARAÇÃO CIVIL. DEVER DE REPARAR. TRANSTORNOS E
CONSTRANGIMENTOS QUE ULTRAPASSARAM OS MEROS DISSABORES
COTIDIANOS. QUANTUM INDENIZATÓRIO EXCESSIVAMENTE
ARBITRADO EM R$20.000,00 (VINTE MIL REAIS), DEVER DE REDUÇÃO
PARA O VALOR DE R$12.000,00 (DOZE MIL REAIS), ATENDENDO AOS
CRITÉRIOS DE RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE. RECURSO
CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO. SENTENÇA PARCIALMENTE
REFORMADA. RELATÓRIO O Autor ajuizou a presente ação em face da
Ré alegando que sofreu constrangimentos, uma vez que adquiriu
passagem aérea junto à acionada, no entanto houve atraso e
modificação no itinerário. Aduz que estava prevista a saída dia
14/12/2018 de Salvador à São Paulo (3h10min - 06h-50min) - São
Paulo à Lima-Peru (08h40min - 10h45min) - Lima-Peru à Cancun-
México (13h05min - 18h40min). O novo itinerário oferecido pela
acionada teve saída dia 14/12/2018 de Salvador à São Paulo
(10h15min) - São Paulo à Santiago-Chile (19h20min) Santiago-Chile à
Cancun-México (09h35min). Requer a condenação da empresa
Acionada ao pagamento de indenização por dano moral. A sentença
decidiu nos seguintes termos: Ante todo o exposto, JULGO
PROCEDENTE para CONDENAR a acionada a pagar a autora o importe
de R$ 20.000,00 (vinte mil reais), a título de danos morais, valor esse
que deverá ser corrigido monetariamente pelo INPC, a partir da
sentença, consoante enunciado 362 do STJ, e juros legais a contar da
citação. VOTO Inicialmente, as contrarrazões alegam que não houve
preparo integral do recurso inominado, pois não foi recolhido DAJE
referente à digitalização de documentos. Compulsando os autos,
observo que o documento apontado como documento digitalizado pela
guia Atos Tributáveis é uma certidão emitida pela Secretaria acerca da
realização de audiência. Trata-se de um documento digital de emissão
do próprio Tribunal constando o link da audiência, não sendo
documento digitalizado. Salienta-se que a guia Atos Tributáveis é
apenas um instrumento auxiliar, constando nela a seguinte
informação: `Portanto, é importante frisar que a
identificação/confirmação de alguns atos passa pela necessária análise

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do processo de forma integral.` Assim, compartilho o entendimento da
Magistrada a quo de que não consta documento digitalizado nos autos
e o preparo ocorreu de forma completa. Nota-se que o negócio jurídico
travado entre os litigantes, constitui-se em uma típica relação de
consumo, através da qual a Recorrente obriga-se a prestar serviços de
transporte ao Recorrido, devendo responder pelos transtornos
resultantes da má prestação serviço, independentemente de culpa, nos
termos do art. 14 do CDC. É inconteste que a viagem foi desastrosa,
tendo em vista os enormes transtornos, minuciosamente descritos na
inicial, consistente em cancelamento de voo. Além do atraso de dois
dias, as malas do autor foram despachadas ao destino final (CANCUN,
MEXICO), privando o autor do acesso às roupas e demais itens pessoais
durante o trajeto, que foi prolongado excessivamente em razão da má
prestação de serviço da acionada. Acrescenta-se que fora encaminhado
para conexão em local completamente diverso do previsto, onde o
autor ficou durante a noite, sem possuir recursos para se alimentar,
visto que não possuía dólar ou a moeda local. No que se refere ao
quantum indenizatório, deve obedecer a critérios de razoabilidade e
proporcionalidade bem como, ser apto a coibir repetições de tal
conduta. Em razão disso, entendo que a redução dos danos morais se
impõe, visto que o valor arbitrado foi excessivo. Ante o quanto exposto,
voto no sentido de CONHECER E DAR PROVIMENTO PARCIAL AO
RECURSO, reformando a sentença recorrida, apenas para reduzir o
valor arbitrado em danos morais para o montante de R$12.000,00
(doze mil reais), mantendo a sentença de origem quanto aos demais
termos. Sem custas e honorários pela recorrente. É como voto.
ACÓRDÃO Realizado Julgamento dos Recursos do processo acima
epigrafado. A QUARTA TURMA decidiu, à unanimidade de votos,
CONHECER E DAR PROVIMENTO PARCIAL AO RECURSO, reformando a
sentença recorrida, apenas para reduzir o valor arbitrado em danos
morais para o montante de R$12.000,00 (doze mil reais), mantendo a
sentença de origem quanto aos demais termos. Sem custas e
honorários pela recorrente. Salvador, Sala das Sessões, em 16 de
janeiro de 2021. MARY ANGÉLICA SANTOS COELHO Juíza
Presidente/Juíza Relatora
(TJ-BA - RI: 01990676420198050001, Relator: MARY
ANGELICA SANTOS COELHO, QUARTA TURMA RECURSAL, Data de
Publicação: 04/03/2021)

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Desta forma, assentadas na robusta
fundamentação acima, cuja relevância salta aos olhos, A
REVOGAÇÃO DA NÃO CONCESSÃO DA TUTELA PROVISÓRIA É
PROVIDÊNCIA QUE SE IMPÕE, o que desde o início se requer.
DAS RAZÕES DO PEDIDO DE REFORMA DA
DECISÃO.

A dignidade da pessoa humana é um dos corolários mais


importantes a ser resguardado.
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela
união indissolúel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal,
constituise em Estado Democrático de Direito e tem como
fundamentos:
III – a dignidade da pessoa humana;
Ocorre que a Empresa Requerida NEGLIGENCIOU O
DIREITO DOS REQUERENTES EM VIABILIZAR DA MELHOR MANEIRA
POSSÍVEL, a concretização da tão sonhada viagem.
O Código de Defesa do Consumidor no seu artigo 14
disciplinou a responsabilidade por danos causados aos consumidores
em razão da prestação de serviços defeituosos, em exata
correspondência com o artigo 12. O caput do dispositivo prevê a
responsabilidade do fornecedor de serviços, independentemente da
extensão da culpa, acolhendo, também, nesta sede, os postulados da
responsabilidade objetiva.
O fornecedor de serviço só não será responsabilizado
quando provar que, tendo prestado o serviço, o defeito inexistiu ou a
culpa exclusiva do consumidor ou de terceiros.
Consoante Ada Pellegrini Grinover e Antônio Herman de
Basconcellos e Benjamim Daniel Roberto Fink, na obra CÓDIGO
BRASILEIRO DE DEFESA DO CONSUMIDOR, Forense Universitária, 7ª
Edição – 2001, página 06:
“A proteção do consumidor é um deságio da nossa era e
presenta em todo o mundo, um dos temas mais atuais do Direito. Não
é difícil explicar tão grande dimensão para um fenômeno jurídico
totalmente desconhecido no século passado e em boa parte deste. O

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homem do século XX vive em função deum modelo novo de
associativismo: a sociedade de consumo(mas consumption society ou
Konsumgeselleschaft),caracterizada por número crescente de produtos
e serviços, pelo domínio do crédito e do marketing, assim como pelas
dificuldadesde acesso a justiça. São esses aspectos que marcaram o
nascimento e desenvolvimento do Direito do Consumidor como
disciplina jurídica autônoma”.
O Código de Defesa do Consumidor em seu artigo 20,
protege a integridade dos consumidores.
Art. 20 – o fornecedor de serviços responde pelos vícios
de qualidade que os tornem impróprios ao consumo ou lhes diminuam
o valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade com as
indicações constantes da oferta ou mensagem publicitária, podendo o
consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha: §2º são
impróprios os serviços que se mostrem inadequados para os fins que
razoavelmente deles se esperam, bem como aqueles que não atendam
as normas regulamentares da prestabilidade.
Neste sentido, estabelece o art. 14 do Código de Defesa
do Consumidor, bem como, a Constituição Federal no seu artigo 37, §
6º na qual trata da responsabilidade civil objetiva:
Art. 14. O fornecedor de serviços responde,
independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos
causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos
serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas
sobre sua fruição e riscos.
§6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito
privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que
seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o
direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
Ademais, ao contratar um serviço de transporte
aéreo, espera-se o embarque no voo e no horário previamente
avençado, conforme oferta que lhe foi apresentada, fato que
não ocorreu no caso em questão.
Não se trata de mero desconforto o fato de não
conseguir a viagem de LUA DE MEL PROGRAMADA PARA
16/08/2021 ao qual vinham se programando HÁ MUITO

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TEMPO, pela imprudência da parte AGRAVADA, que cancelou o
voo dos AGRAVANTES.
Exa., vale ressaltar que a alegação da companhia aérea
que o voo pode ter sido cancelado devido a pandemia não deve ser
levada em consideração, já que VENDERAM O PRODUTO, e O DESTINO
procurado pelos AGRAVANTES é um local dito como REFÚGIO, senão,
veja-se todas as reportagens noticiadas na WEB.

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Ainda assim, vale ressaltar que a taxa de casos no País tem declinado,
conforme demonstra as estatísticas.

Os fatos dos autos ultrapassam mero dissabor, sendo suficientes para


caracterizar ofensa ao íntimo da pessoa.
A JURISPRUDÊNCIA É PACÍFICA, NO ENTENDIMENTO DE CASOS
ANALOGOS.

RECURSO INOMINADO. CONSUMIDOR. OBRIGACIONAL.


RESPONSABILIDADE CIVIL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS
MATERIAIS E MORAIS. PACOTE TURÍSTICO. CANCELAMENTO COM
MENOS DE DOZE HORAS DO EMBARQUE. VIAGEM DE FÉRIAS
ORGANIZADA COM MUITA ANTECEDÊNCIA. AQUISIÇÃO DE NOVO
PACOTE POR MEIO DE OUTRA EMPRESA. LEGITIMIDADE PASSIVA DA

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AGÊNCIA DE TURISMO. DANOS MATERIAIS DEVIDOS. DANOS MORAIS
CONFIRGURADOS. QUANTUM INDENIZATÓRIO MANTIDO. SENTENÇA
MANTIDA POR SEUS PRÓPRIOS FUNDAMENTOS. 1. Narra a parte
autora que adquiriu pacote de viagens para sua família viajar para
Cancún ? México, saindo de Porto Alegre ? RS, no dia 01/02/2020, e
retornando 08/02/2020, pelo valor total de R$12.672,00. Relata que
que faltando menos de 12h para a viagem, entrou em contato com a
requerida e foi informado de que a viagem havia sido cancelada. Aduz
que a viagem havia sido planejada há muito tempo, e para não frustrar
as férias de sua família, adquiriu novo pacote de viagem, pelo
montante de R$22.364,85. Pugna pela condenação da parte ré ao
pagamento de R$9.692,85 (diferença com o pacote originariamente
contratado), bem como ao pagamento de indenização por danos
morais. 2. Sobreveio sentença de parcial procedência da ação, a fim
de condenar a ré ao pagamento de R$9.692,85 a título de indenização
por danos materiais, bem como ao pagamento de R$4.000,00, a cada
um dos autores, a título de danos morais. 3. Afastada a preliminar de
ilegitimidade passiva aventada pela recorrente, pois comprovada a sua
parceria com a empresa Personale, sendo que a demandada era a
responsável pela contratação, bem como era quem recebia os
pagamentos. Logo, patente sua legitimidade ante a solidariedade
prevista no art. 25 § 1º, do CDC. 4. No mérito, com efeito, apura-se
dos documentos colacionados aos autos que a parte autora comprovou
os fatos constitutivos de seu direito, uma vez que apresentou todos os
comprovantes de que realizaria a viagem, bem como a notícia de que
este não foi um comportamento isolado da parte demandada, a qual,
inclusive, está sendo investigada por fraude aos consumidores,
desincumbindo-se, assim, do ônus que lhe cabia, na forma do artigo
373, I, do Código de Processo Civil. 5. A parte ré, por sua vez, não se
desincumbiu de apresentar fato impeditivo, modificativo ou extintivo
do direito da parte demandante, considerando que somente
argumentou que o voo de retorno da parte autora não foi cancelado,
deixando de apresentar provas sobre a disponibilidade de assentos. 6.
Dessa forma, comprovada a falha na prestação de serviços, cabe a
responsabilização da ré pelos danos causados, de acordo com os
artigos 389 e 734 do Código Civil, e 14 do Código de Defesa do
Consumidor. 7. Precedentes desta Turma: Recurso Cível, Nº
71009751694, Terceira Turma Recursal Cível, Turmas Recursais,
Relator: Giuliano Viero Giuliato, Julgado em: 26-11-2020; Recurso
Cível, Nº 71009307661, Terceira Turma Recursal Cível, Turmas

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Recursais, Relator: Luís Francisco Franco, Julgado em: 25-06-2020.8.
Sentença mantida por seus próprios fundamentos, a teor do art. 46,
da Lei 9.099/95.RECURSO IMPROVIDO.
(TJ-RS - Recurso Cível: 71009950189 RS, Relator: Fabio Vieira Heerdt,
Data de Julgamento: 14/05/2021, Terceira Turma Recursal Cível, Data
de Publicação: 24/05/2021)
NECESSIDADE DE ATRIBUIÇÃO DE EFEITO SUSPENSIVO.
EVIDÊNCIA DO DIREITO. CERTEZA DE DANO

A decisão recorrida não concedeu aos Agravantes o direito de


permanecerem no voo agendado para o dia 16/08/2021, programado
para 01 dias após a cerimônia de casamento, para comemorarem a lua
de mel.
No presente caso, não existe perigo de irreversibilidade para a parte
Agravada, já que as passagens foram adquiridas e pagas pelo valor
divulgado no próprio site da companhia aérea, não sendo prejudicada
em nada.
Contudo, caso a decisão que não deferiu o pedido liminar seja mantida,
EXISTE UM PERIGO IRREVERSIVEL para os AGRAVANTES, que irão
perder ALÉM DAS PASSAGENS AEREAS, A RESERVA NO HOTEL e A
TÃO SONHADA LUA DE MEL, que de sonho está prestes a VIRAR UM
PESADELO.
Desta forma, antevista a certeza do resultado lesivo e grave que a
decisão infligirá e a nítida impossibilidade de qualquer reparação
posterior, assentadas na robusta fundamentação acima, que evidencia
a certeza do direito que ampara os Agravantes, A SUSPENSÃO DA
DECISÃO ORA AGRAVADA E IMEDIATA CONCESSÃO para que a
AGRAVADA FORNEÇA IMEDIATAMENTE UM NOVO VOUCHER E
CONFIRME AS PASSAGENS PARA A DATA DE 16/08/2021 A
22/08/2021 É PROVIDÊNCIA QUE SE IMPÕE, o que desde o início se
requer.

DOS PEDIDOS

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Destarte, após a análise de todos os argumentos expendidos neste
recurso de agravo, requer o CONHECIMENTO E PROVIMENTO, ao final,
do presente Recurso de Agravo de Instrumento, bem como seja
conferido efeito suspensivo ativo ao mesmo, na forma dos artigos
1.019, I e 995, parágrafo único do CPC, para CONCEDER a liminar ora
REQUERIDA já que evidenciado o preenchimento dos requisitos legais,
como a probabilidade do direito e o perigo de dano.
Requer também, a intimação da Agravada, para, querendo, responder
aos termos do presente agravo, no prazo legal.

Termos em que pede e espera deferimento

Goiânia, 23 de junho de 2021

NAYARA AMORIM
OAB/GO 43476
(assinado digitalmente)

Rua 83, n. 847, Setor Sul, Goiânia – GO. Endereço eletrônico: adv.nayara.amorim@gmail.com

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