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Trata-se de ação de indenização por danos morais, em que alega a parte autora ter adquirido
passagens aéreas da reclamada para o trecho Cascavel/PR – Montes Claros/MG, com data de saída em 16
/07/2021 e retorno em 19/07/2021. Que próximo do dia do embarque, foi comunicado sobre o
cancelamento do voo de retorno, o que inviabilizaria a viagem. Que não recebeu qualquer opção para
remarcar a passagem, sendo informado que teria disponibilidade apenas para o mês de agosto/2021. Que
via telefone conseguiu alterar a data de retorno para 20/07/2021, obrigando-o a permanecer um dia a
mais em Montes Claros, arcando com gastos inesperados.
É breve o relatório.
Passo ao voto.
No mérito, sustenta a reclamante que teve seu voo de retorno, agendado para 19/07/2021,
unilateralmente cancelado pela reclamada, o que obrigou a consumidora a buscar alternativas para
remarcação e, assim, poder realizar a viagem, que tinha como objetivo prestigiar o casamento de seu
familiar. Aduz que houve prática de overbooking.
Em detida análise do feito, verifico que não houve ato ilícito praticado pela reclamada, capaz de
ensejar a reparação pretendida.
Inclusive, há opção de escolha de outros voos, conforme parte final do e-mail enviado:
Importante observar que ainda que o e-mail tenha sido direcionado à pessoa de Sidney Bertucci,
responsável pela compra dos bilhetes, o localizador das passagens é o mesmo da autora (SILJWY),
conforme se vê do bilhete juntado ao mov. 1.6.
Assim, tenho que a reclamada comunicou os passageiros com a antecedência necessária, não
havendo prova de que tenha falhado no dever de informação, nem tampouco negado reacomodação no
voo desejado pelos consumidores.
Ademais, verifiquei que a autora regressou no dia seguinte ao originariamente agendado, não
havendo prova de que tal fato tenha lhe causado prejuízos para além do mero aborrecimento, até porque,
inexiste nos autos pedido de indenização material, buscando a reclamante apenas indenização por danos
morais, o que, in casu, não restou demonstrado, pois não se trata de dano in re ipsa.
Por fim, quanto a alegação de overbooking, deve-se lembrar que no período em que ocorreu o
voo, ainda incidiam regras sanitárias para evitar a propagação do vírus COVID-19, não podendo se
afastar a hipótese de redução da quantidade de passageiros por aeronave.
Ante o exposto, portanto, voto pelo provimento do recurso interposto pela reclamada, a fim de
reformar a sentença e julgar IMPROCEDENTE o pedido inicial.
Ante o exposto, esta 5ª Turma Recursal dos Juizados Especiais resolve, por unanimidade dos votos, em relação
ao recurso de GOL LINHAS AÉREAS S.A., julgar pelo(a) Com Resolução do Mérito - Provimento nos exatos
termos do voto.
O julgamento foi presidido pelo (a) Juiz(a) Maria Roseli Guiessmann, sem voto, e dele participaram os Juízes
Fernanda De Quadros Jorgensen Geronasso (relator), Manuela Tallão Benke e Camila Henning Salmoria.
Juíza Relatora