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Márcia Bernardino Anzolin Lichote 2

_________________________________ Advogada _____________________________


EXMO. SR. DR. JUIZ DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO - RJ.

Ref. Processo n. 0038798-23.2017.8.19.0004;

(Processo Eletrônico);

TJRJ 201900049408 01/02/2019 16:24:52 KQW\ Petição Inicial Eletrônica


JOSÉ DE RIBAMAR GOMES DE SOUSA,
brasileiro,portador da Carteira de Identidade n.º 1387914SSPMA, inscrito no CPF n.º
471.793.333-87 filho de _ANTÔNIA TEIXEIRA GOMES, com endereço eletrônico:
não possui , residente e domiciliada à Travessa Joselina de Andrade, n.º 186-Porto
Novo- São Gonçalo- RJ-CEP: 24.435-811, vem respeitosa e tempestivamente perante
Vossa Excelência, por sua advogada no fim assinada, em consonância com o disposto
nos Artigos 1015 e seguintes do Novo Código de Processo Civil de 2015 /NCPC
2015 ( Lei 13. 105/2015), interpor o presente

A G R A V O D E I N S T R U M E N T O

em face da veneranda decisão interlocutória de fls.168/169, proferida pelo M.M.


Juízo da 5ª VARA CÍVEL da Comarca de NITERÓI-RJ nos autos da Ação de
Cobrança de Seguro Obrigatório- DPVAT em desfavor da SEGURADORA
LÍDER DE CONSÓRCIOS DO SEGURO DPVAT S/A, pessoa jurídica de direito
privado, inscrita no CNPJ nº 09.248.608/0001-04, com endereço na Rua Senador
Dantas, nº 74, 5º andar, CEP 20031-205, Rio de Janeiro/RJ, consoante preceitua a
Súmula 361 do E. TJRJ, fixou os honorários periciais no patamar de R$ 3.279,50 (

três mil duzentos e setenta e nove reais e cinquenta centavos) os quais serão
rateados pelas partes na proporção de 50% para cada, na forma

determinada no art. 95 do CPC.


Justifica a interposição do presente recurso na
modalidade de Instrumento em virtude da verificação de dano de difícil e incerta 3
reparação.

Declara-se conforme art. 425, IV, do Novo CPC,


que as peças a seguir listadas são autênticas.

Com fulcro no Artigo 1.017 do NCPC/2015, vem


indicar que junta, as peças obrigatórias para instruir o presente recurso, quais sejam:
ÍNTEGRAS PROCESSUAIS, EM ESPECIAL:

a) CÓPIA DA PETIÇÃO INICIAL E SEUS ANEXOS;

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b) PROCURAÇÃO DO ADVOGADO DO AGRAVANTE;

c) RG, CPF E COMPRVANTE DE RESIDÊNCIA DO AGRAVANTE;

d) DECLARAÇAO DE HIPOSSUFICIÊNCIA DO AGRAVANTE;

e) CÓPIA DA PETIÇÃO QUE ENSEJOU A DECISÃO AGRAVADA, COM OS


COMPROVANTES DE ESTAR A AGRAVANTE DESEMPREGADO
( CTPS) E AS CONSULTAS E RESULTADOS DE RESTITUIÇÕES DE
IRPF DOS ANOS DE 2017 /2018 NÃO CONSTAREM NO BANCO DE
DADOS DA RECEITA FEDERAL NO CPF DA AGRAVANTE;

f) DESPACHO DEFERINDO A GRATUIDADE DE JUSTIÇA fls.,75;

g) CONTESTAÇÃO;

h) PROCURAÇÃO DO ADVOGADO DO AGRAVADO;

i) RÉPLICA DO AGRAVANTE;

j) CÓPIA DA DECISÃO AGRAVADA;

k) CERTIDÃO DA RESPECTIVA INTIMAÇÃO DA DECISÃO


AGRAVADA COMO PROVA DA TEMPESTIVIDADE DO PRESENTE
RECURSO;
l) PETIÇÃO DO AGRAVANTE COM PEDIDO DE RECONSIDERAÇÃO
4
DA DECISÃO AGRAVADA;

m) PETIÇÃO DO PERITO ACEITANDO O ENCARGO PERICIAL;

n) PETIÇÃO DA AGRAVADA COM PEDIDO DE RECONSIDERAÇÃO


DA DECISÃO AGRAVADA;

o) DENTRE OUTRAS PEÇAS QUE ENTENDEM NECESSÁRIAS;

Ante o exposto, REQUER que Vossa Excelência,

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em recebendo as razões do presente recurso, bem como os documentos que o
acompanham, conceder EFEITO SUSPENSIVO à decisão agravada, forte nos
Artigos 1.019, inciso I, do NCPC de 2015, encaminhando à posterior apreciação
desse Egrégio Tribunal de Justiça através de uma de suas Câmaras, a qual, por
certo, fará a costumeira Justiça, dando provimento ao presente, reformando a
respeitável decisão interlocutória proferida pelo Juízo “a quo”.

Ante o exposto, REQUER que Vossa Excelência,


em recebendo as razões do presente recurso, bem como os documentos que o
acompanham, conceder EFEITO SUSPENSIVO à decisão agravada, forte nos
Artigos 1.019, inciso I, do NCPC de 2015, encaminhando à posterior apreciação
desse Egrégio Tribunal de Justiça através de uma de suas Câmaras, a qual, por
certo, fará a costumeira Justiça, dando provimento ao presente, reformando a
respeitável decisão interlocutória proferida pelo Juízo “a quo”.

Termos em que,

Pede Deferimento.

Rio de Janeiro, 24 de Janeiro de 2019.

Márcia Bernardino Anzolin Lichote


OAB/RJ: 139.114
D A S R A Z Õ E S R E C U R S A I S 5

Ref. Processo n. 0038798-23.2017.8.19.0004;

(Processo Eletrônico)

AGRAVANTE: JOSÉ DE RIBAMAR GOMES DE SOUSA

AGRAVADOS: SEGURADORA LÍDER DE CONSÓRCIOS DO SEGURO


DPVAT S/A.

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ADVOGADA- AGRAVANTE: Dra. Márcia Bernardino Anzolin Lichote-
OAB/RJ: 139.114

VARA DE ORIGEM: 7ª VARA CÍVEL DO FORO CENTRAL DA COMARCA


DE SÃO GONÇALO / RJ.

EGRÉGIO TRIBUNAL
COLENDA CÂMARA
NOBRES JULGADORES

Em que pese a respeitável decisão do juízo a quo, a


mesma não pode prosperar pelo fato de ser flagrantemente injusta e injustificável,
pelos motivos a seguir expostos:

Trata-se de recurso de Agravo de Instrumento


interposto contra r. decisão, exarada nos Autos da Ação de Cobrança de Seguro
Obrigatório- DPVAT, que determinou que as partes arquem com os honorários
periciais na proporção de 50% para cada litigante.A venerada decisão agravada
encontra-se grafada nas fls. 168/169 dos autos, nos seguintes termos:

Decisão

JOSÉ DE RIBAMAR GOMES DE SOUSA vem a juízo em face da SEGURADORA LÍDER DOS
CONSÓRCIOS DO SEGURO DPVAT pugnar por indenização securitária em razão de acidente sofrido.
Salienta que sofreu diversas lesões e que, apesar de ter dado entrada pela via administrativa, seu
processo caiu em exigência várias vezes e, apesar de cumprir tais exigências, a seguradora devolveu
toda a documentação sem qualquer posição a respeito do pagamento, não lhe restando outra alternativa
a não ser a propositura da presente demanda. Contestação a fls. 83/101. O réu reconhece que a parte
6
autora requereu administrativamente o seguro DPVAT e que o sinistro encontra-se em finalização
regulatória, alegando que não foi juntada toda a documentação exigida para a regulação do sinistro.
Refuta o boletim de ocorrência juntado aos autos, alegando que não permite que seja comprovada a
efetiva ocorrência do acidente de trânsito, uma vez que é documento unilateral e não produzido pela
autoridade policial competente, portanto, não pode ser considerado como prova cabal porque foi
elaborado um ano e oito meses após o sinistro, impedindo a averiguação dos fatos e se as lesões
alegadas são decorrentes do acidente em tela. Afirma que a parte autora não apresentou qualquer
documento conclusivo no que tange ao direito de receber a íntegra do teto indenizatório no que se refere
à invalidez de caráter permanente, vez que não trouxe aos autos laudo médico do IML e que tal
documento é imprescindível para apuração da lesão e sua falta enseja a inexistência de nexo causal e
ainda a extensão de eventuais danos suportados. Postas sucintamente as teses, partes legítimas e bem
representadas, sem mais preliminares, presentes as condições de desenvolvimento da ação, DECLARO
SANEADO O FEITO. Fixo como ponto controvertido a dinâmica do evento e o nexo causal. Defiro a
prova pericial médica requerida pelas partes. Em 05 dias, faculto-lhes a indicação de assistentes

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técnicos e ao autor formulação de quesitos; os da ré se encontram a fls. 100 . Consoante
preceitua a súmula 361 do E. TJRJ, fixo os honorários em
R$ 3.279,50, os quais serão rateados pelas partes na proporção
de 50% para cada, na forma determinada no art. 95 do CPC,
devendo a ré antecipar sua cota no prazo de 15 dias, sob pena de perda da prova e acolhimento da tese
do autor. A cota que cabe à parte autora será paga ao final pelo vencido, na forma do art. 92, §3º, II do
CPC, disciplinado pela Resolução 232, art. 2º, §3º do CNJ. Nomeio perito do Juízo o Dr. Alfredo Fontes,
de contato conhecido do cartório, o qual deverá ser intimado para dizer se aceita o encargo.
Comprovado o depósito e aceito o múnus, intime-se o expert para iniciar os 110 TATIANAMARIA Estado
do Rio de Janeiro Poder Judiciário Tribunal de Justiça Comarca de São Gonçalo Cartório da 7ª Vara
Cível Dr. Getúlio Vargas, 2512 4º andarCEP: 24416-000 - Santa Catarina - São Gonçalo - RJ e-mail:
sgo07vciv@tjrj.jus.br trabalhos, dispondo do prazo de 30 dias para entrega do laudo. Com a vinda,
digam as partes em 15 dias. Havendo impugnação, dê-se vista ao expert por cinco dias. Prestados os
esclarecimentos, digam as partes no mesmo prazo. Defiro ao autor a produção de prova testemunhal,
cujo rol deverá vir aos autos no prazo de dez dias, sob pena de perda da prova. A audiência de instrução
e julgamento será oportunamente designada. Defiro a produção de prova documental suplementar para
as partes que poderá vir aos autos até o fim da instrução. Com a juntada de novos documentos, dê-se
vista à parte contrária por cinco dias. Intimem-se as partes, dando-lhes ciência de que dispõem do prazo
de 05 dias para se manifestar. Após, nada sendo requerido, esta decisão se tornará estável, de acordo
com o §1º do art. 357 do CPC. São Gonçalo, 03/01/2019. Alexandre Oliveira Camacho de Franca - Juiz
Titular ___________________________________________________________ Autos recebidos do
MM. Dr. Juiz Alexandre Oliveira Camacho de Franca Em ____/____/_____

Sem embargos ao elevado conhecimento do


Julgador primevo, contudo ao proferir o venerando despacho, laborou em equívoco,
contrariando disposição legal, logo carece ser reformada a veneranda decisão
monocrática.
DO EFEITO SUSPENSIVO – NECESSIDADE:
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Diante dos fatos que ora se apresenta, torna-se


hialina a necessidade de atribuição de efeito suspensivo ao presente recurso, uma vez

que, encontrando-se a parte agravante sob o pálio da Justiça Gratuita, não deve ser
frustrada a produção de prova pericial, em decorrência da ausência de

recursos para solver os honorários periciais, cabendo ao magistrado, com arrimo nos
art. 3º , inc. V , e 14 , da Lei 1.060 /50 c/c Artigo 98 ao 102 do Novo Código de
Processo Civil- NCPC (Lei n.º 13.105/2015 de 16 de Março de 2015), buscar
alternativas ao atendimento.

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O pedido de atribuição de efeito suspensivo ao
presente agravo tem por finalidade impedir que o Agravante seja compelido a arcar com
o pagamento do ônus pericial de forma divergente à determinação legal aplicável à
espécie, apresentando uma afronta a todo ordenamento jurídico.

DOS FATOS:

Cinge-se, o presente caso, em Ação de Cobrança


de Seguro Obrigatório- DPVAT em desfavor da Ré objetivando receber o valor
integral da indenização pertinente ao seguro DPVAT, decorrente ao acidente de
trânsito , o autor condutor da motocicleta HONDA CG 125, COR PRETA
PLACA LSJ1962, quando trafegava na Avenida do Contorno, com sua esposa no
carona MARIA DE ASSUNÇÃO PASSOS DA SILVA , foi bruscamente atingido por
um veículo GM AGILE DE COR VERDE, PLACA KQF 4520, dirigido por LUIZ
CARLOS BARBOSA, portador do RG n.º 246866867.

O referido acidente é datado de 04 de Agosto de


2014 sendo que desse sinistro, restaram lesões preocupantes no Agravante, tais como:
TRAUMATISMO MÚLTIPLOS- TRAUMA, ARRANCOU O COURO DA
PERNA LEVANDO INÚMEROS PONTOS, FICANDO COM O OSSO DA
PERNA E NERVOS EXPOSTOS, sendo submetido a PROCEDIMENTO
CIRÚRGICO, conforme a vasta documentação acostada aos autos (BO, BAM ,
FICHA DE INTERNAÇÃO, FOTOS DENTRE OUTROS), permanecendo com
sequelas até a presente data.
Sucede, todavia, que o agravante nada recebeu da 8
Seguradora Líder com relação ao SEGURO DPVAT, apesar de ter dado entrada pela
via administrativa há tempos, sob o SINISTRO N.º 3150643044, seu processo caiu
em exigência várias vezes, apesar de cumprir tais exigências, a seguradora ora
agravada devolveu toda a documentação sem qualquer posição a respeito do
pagamento, não restando outra alternativa ao autor a não ser a propositura da presente
demanda.

Foi deferido ao Agravante o benefício da assistência


judiciária gratuita fls., 75.Após a agravada foi citada e contestou à presente demanda.

Vieram os autos para Réplica e posteriormente o M.M. Juízo declarou o feito


saneado através da decisão ora agravada de fls., 168/169.

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DAS RAZÕES DE DIREITO:

DO INCONFORMISMO DO AGRAVANTE COM O RATEIO DOS


HONORARIOS PERICIAIS, ANTE A GRATUIADE DE
DJUSTIÇA DEFERIDA AS FLS., 75 DOS AUTOS:

Não obstante o respeito ao trabalho do ilustre


expert, os honorários periciais no patamar de R$ 3.279,50 ( três mil duzentos e setenta
e nove reais e cinquenta centavos) encontra-se elevado.

É certo que, o interesse na demanda é de ambas as


partes a fim de desvendar o objeto da lide, (Artigo 373, I, e II do NCPC/2015) sendo
agravante o hipossuficiente na relação de consumo.

É importante lembrar, que no brilhante


Despacho de fls.,75 o BENEFÍCIO DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA foi deferida

ao agravante, razão pela qual faz jus a ISENÇÃO DE CUSTAS, ficando a cargo
do agravado ou do Estado o PAGAMENTO DOS
HONORÁRIOS PERICIAIS relativa a sua cota parte, haja
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vista que houve o rateio dos honorários periciais entre as partes na
proporção de 50% para cada.

Tal assertiva tem seu amparo na regra contida no art.


5º, LXXIV, da CF/88, onde o Estado prestará assistência jurídica integral
e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recurso, já que os honorários
periciais estão elencados no rol das isenções compreendidas pela assistência judiciária,
conforme disposto no Artigo 98 ao 102 do Novo Código de Processo Civil- NCPC
(Lei n.º 13.105/2015 de 16 de Março de 2015).

Encontrando-se o agravante sob o pálio da Justiça

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Gratuita, não deve ser frustrado seu requerimento para produção de prova pericial, em
decorrência da ausência de recursos para solver os honorários periciais, cabendo ao
magistrado, com arrimo nos art. 3º , inc. V , e 14 , da Lei 1.060 /50 c/c Artigo 98 ao
102 do Novo Código de Processo Civil- NCPC (Lei n.º 13.105/2015 de 16 de Março
de 2015), buscar alternativas ao atendimento.

Diante disso, sendo o agravante


(parte autora) BENEFICIÁRIO DA JUSTIÇA GRATUITA, o ESTADO é quem
deverá suportar tal despesa RELATIVA A SUA COTA PARTE.

Nesse sentido, trazemos a baila os seguintes


julgados:

Processo
AG 990093624583 SP
Orgão Julgador
19ª Câmara de Direito Privado
Publicação
26/03/2010
Julgamento
2 de Março de 2010
Relator
Sebastião Junqueira
• Ementa

PROCESSO
- Prova pericial contábil - Recolhimento dos honorários periciais pelo autor, 10

beneficiário da Justiça Gratuita - Isenção de custas - Nomeação de perito que aceite


receber a verba honorária ao final da demanda - Dever do Estado de arcar com as
despesas - Recurso provido.

e mais:

TJ-PE - Agravo de Instrumento AI 2926016 PE (TJ-PE)

Data de publicação: 25/03/2013


Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO SUMÁRIA DE COBRANÇA DE

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SEGURO OBRIGATÓRIO - DPVAT. PERÍCIA REQUERIDA POR AUTOR
BENEFICIÁRIO DA JUSTIÇA GRATUITA. DETERMINAÇÃO
DE RECOLHIMENTOHONORÁRIOS PERICIAIS AO DEMANDADO.
RESPONSABILIDADE DO ESTADO DE ARCAR. AGRAVO DE INSTRUMENTO
PROVIDO. O pagamento dos honorários periciais deverá ser efetuado pela parte que
requereu a perícia, na hipótese dos autos, o autor agravado. No caso em apreço,
o autor é beneficiário da justiça gratuita, portanto, o Estado é quem deverá suportar
esta despesa, pois, segundo a regra contida no art. 5º, LXXIV, da CF/88, este prestará
assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recurso, já
que os honorários periciais estão elencados no rol das isenções compreendidas pela
assistência judiciária, conforme disposto no art. 3º, V, da Lei 1060/50.

Nada mais certo, senão declarar que o RÉU/


agravado seja o responsável na íntegra pelo pagamento dos honorários ( Artigo 373,
II do NCPC/2015) ou o ESTADO responsável pelo pagamento da cota parte devida
pelo autor ora agravante ante ao rateio entre as partes na proporção de 50% para
cada, em razão do BENEFÍCIO DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA deferida ao
agravante as fls.,75 dos autos, estando os honorários periciais no rol das custas, as quais
os BENEFICIÁRIOS DA JUSTIÇA GRATUITA encontram-se ISENTOS.
RAZÕES DO PEDIDO DE REFORMA DA DECISÃO:
11

A decisão merece ser reformada, haja vista que


por ser o agravante o BENEFICIÁRIO da JUSTIÇA GRATUITA, POR ÓBVIO
QUE, A SUA COTA PARTE DO RATEIO DEVERÁ SER REQUISITADA
ATRAVÉS DO CONVÊNIO COM O ESTADO.

Sendo assim, o presente inconformismo merece


parcial provimento. Isto porque, salvo exceção concernente à justiça gratuita, incumbe
às partes antecipar o pagamento dos atos que requererem no processo (art. 82, do CPC
2015), sendo que a remuneração do perito judicial deverá ser adiantada pela parte que
houver requerido a perícia ou rateada quando esta for determinada de ofício ou
requerida por ambas as partes (art. 95, do CPC 2015) (g.n.) in verbis:

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Art. 82 “Salvo as disposições concernentes à gratuidade da justiça, incumbe às partes
prover as despesas dos atos que realizarem ou requererem no processo, antecipando-
lhes o pagamento, desde o início até a sentença final ou, na execução, até a plena
satisfação do direito reconhecido no título”.

Art. 95 “Cada parte adiantará a remuneração do assistente técnico que houver


indicado, sendo a do perito adiantada pela parte que houver requerido a perícia ou
rateada quando a perícia for determinada de ofício ou requerida por ambas as
partes”.

Na hipótese sub judice, a prova pericial foi requerida


por ambas as partes de modo que o adiantamento da remuneração do expert deve ser
rateado entre elas em proporções iguais, ou seja 50% para cada uma.

Não se pode ignorar que o autor é


beneficiário da assistência judiciária gratuita, como se infere
da própria decisão recorrida (fls. 22) e, portanto, incapaz de
custear as despesas processuais sem prejuízo de seu próprio
sustento e o de sua família, não pode ser responsabilizado pelo
12
pagamento dos honorários periciais. Nessas circunstâncias,
consoante disposto do artigo 95, §3º, II, do CPC 2015, a
parcela da remuneração pericial de responsabilidade do
beneficiário da justiça gratuita deverá ser custeada com
recursos alocados no orçamento do Estado.

Com efeito, no Estado do Rio de Janeiro, o


pagamento dos honorários periciais, em processo de natureza cível de competência da
Justiça Estadual, quando o ônus da prova tenha sido atribuído à parte beneficiária da
assistência judiciária gratuita, será feito com recursos do Fundo de Assistência

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Judiciária.
Deste modo, as despesas em questão devem ser
rateada entre o Estado de do Rio de janeiro, através do Fundo de Assistência Judiciária,
respeitando a proporcionalidade da tabela vigente, tendo em vista a gratuidade judiciária
deferida ás fls., 75 ao agravante. Nesse sentido, os recentes julgados abaixo citados:

e mais:

“AGRAVO DE INSTRUMENTO SEGURO OBRIGATÓRIO


(DPVAT) - PROVA PERICIAL MÉDICA - INVERSÃO DO
ÔNUS DA PROVA - INADMISSIBILDADE - Ausente relação
de consumo entre as partes, a qual decorre de previsão legal e
não contratual - Aplicação do artigo 95 do Novo Código de
Processo Civil - Autor beneficiário da Justiça Gratuita, cabendo
ao Estado suprir o custo da prova pericial por intermédio dos
mecanismos oficiais apropriados - Decisão reformada - Agravo
provido” (AI nº 2075650-63.2016.8.26.0000, 34ª Câmara de
Direito Privado, Des. Antonio Tadeu Ottoni, julg. 01/06/2016).
e ainda: 13

“AGRAVO DE INSTRUMENTO - SEGURO OBRIGATÓRIO


(DPVAT) - AÇÃO DE COBRANÇA -PERÍCIA REQUERIDA
POR AMBAS AS PARTES - DESPESAS PERICIAIS QUE
DEVEM SER RATEADAS - INTELIGÊNCIA DO ART. 95 DO
NOVO CPC - ÔNUS DO ESTADO, TODAVIA, QUANTO À
PARTE DO AUTOR SE ESTE FOR BENEFICIÁRIO DA
JUSTIÇA GRATUITA - RECONHECIMENTO RECURSO
PARCIALMETNE PROVIDO. Por força do que dispõe o art. 95

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do novo CPC, devem as despesas periciais ser rateadas pelas
partes, eis que a realização de prova pericial para o deslinde da
causa foi requerida por ambas. De outro lado, sendo o autor
beneficiário da justiça gratuita, competirá ao Estado adiantar o
pagamento dos honorários periciais referente à parte do autor,
nos termos do art. 5º, LXXIV, da Constituição Federal e do art.
98, § 1º, do novo CPC, remanescendo da ré, ora agravante, a
parte restante. Recurso parcialmente provido para tal fim” (AI
nº 2066465-98.2016.8.26.0000, 31ª Câmara de Direito Privado,
Des. Paulo Ayrosa, jul. 07/06/2016).

e mais ainda:

“AGRAVO DE INSTRUMENTO ADICIONAL DE INSALUBRIDADE E OUTRAS


VERBAS PROVA PERICIAL CUSTEIO Decisão do Juízo “a quo” que imputou ao
Município requerido o ônus de arcar com os honorários do perito O adiantamento
dos honorários de perícia requerida por ambas as partes deve ser rateado
proporcionalmente entre elas, em conformidade com o disposto no art. 95, do CPC
2015 Considerando que ao agravado foi concedido o benefício da gratuidade
processual, o adiantamento de sua parcela deve ser custeado pela Defensoria Pública,
entidade responsável por administrar o Fundo de Assistência Judiciária, criado pela
Lei Estadual nº 4.476/84 e regulamentado pelo Decreto Estadual 23.703/85 14
Existência de Deliberação nº 92/2008 do Conselho Superior da Defensoria Pública
que dispôs sobre o pagamento, pelo FAJ, de peritos que atuem nos feitos de natureza
cível em que partes são beneficiárias da gratuidade judicial Inteligência do art. 95,
§3º, II, do CPC 2015 - Decisão reformada - Recurso provido” ( AI nº 2068102-
84.2016.8.26.0000, 4ª Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça de São
Paulo, Des. Paulo Barcellos Gatti, jul. 06/06/2016).

Pelo vinco do encimado, faz jus o agravante ao


provimento do agravo, para que a perícia seja realizada pelo perito nomeado, que será
remunerado POR RATEIO entre o agravado e entre o Fundo de Assistência
Judiciária (FAJ) ESTADO, tendo em vista o BENEFÍCIO DA GRATUIDADE DE

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JUSTIÇA, CONFERIDA AO AGRAVANTE ÁS FLS.,75 DOS AUTOS.

DO PEDIDO:

Por todo o exposto, diante da injusta decisão do


juízo a quo, REQUER aos Nobres Desembargadores:

a) Que o presente Agravo de Instrumento seja recebido COM EFEITO

S U S P E N S I V O, conhecido e provido;

b) Que seja reformada a decisão do julgador a quo para que a o ilustre expert nomeado
seja remunerado POR RATEIO entre o agravado e entre o Fundo de Assistência
Judiciária (FAJ) ESTADO, tendo em vista o BENEFÍCIO DA GRATUIDADE DE
JUSTIÇA, CONFERIDA AO AGRAVANTE ÁS FLS.,75 DOS AUTOS.

c) Intime-se o agravado para, querendo, responder ao recurso no prazo de dez (15) dias.

Termos em que,

Pede Deferimento.

Rio de Janeiro, 24 de Janeiro de 2019.

Márcia Bernardino Anzolin Lichote


OAB/RJ: 139.114

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