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AO EXMO. SR. DR. Desembargador presidente do E.

TRIBUNAL DE JUSTIÇA
DO DISTRITO FEDERAL E TERRITÓRIOS - DF.
Processo nº: 0737523-24.2023.8.07.0003

AGRAVANTE: MARIA REGINA AURELIO BEZERRA, brasileira, solteira,


gestora hospitalar, RG; 2583675 - SSP/DF, portadora do CPF nº 023.004.961-35,
residente e domiciliada na QNM 10, CONJ. A, LT. 41, CASA 01, CEILÂNDIA
NORTE, DISTRITO FEDERAL - DF, CEP: 722010101, TELEFONE 61 98131-5774.
PROCURADOR DA AGRAVANTE: ARMANDO HENRIQUE BAYMA GOMES,
devidamente inscrito na OAB/DF 46060.

AGRAVADA: 15ª DELEGACIA DE POLÍCIA DO DF.

PROCESSO DE ORIGEM: RESTITUIÇÃO DE COISAS APREENDIDAS,


proposta pela agravante, a qual tramita perante a 1ª VARA CRIMINAL DE
CEILÂNDIA - DF.

O agravante inconformado com a r. decisão interlocutória, proferida no


processo acima identificado, vem respeitosamente à presença de Vossas
Excelências, apresentar o presente

AGRAVO DE INSTRUMENTO

com base nos arts. 1015 e seguintes do NCPC, de acordo com a exposição
dos fatos, do direito e das razões anexas, visando o deferimento do pedido de
concessão de Tutela de Urgência, vem, tempestivamente (art. 1.003, § 5º do CPC),
interpor o presente recurso.

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Deixa de oferecer as cópias para a instrução do presente recurso (art. 1017
do CPC), por tratar-se de processo eletrônico, sendo dispensada a juntada das
peças referidas nos incisos I e II do caput, do mesmo dispositivo.

Deixa de apresentar o recolhimento de preparo, por se tratar de pessoa


(agravante) beneficiária da gratuidade da justiça.

ISTO POSTO, requer:

a) Seja o presente recurso distribuído e recebido em duplo efeito, para conceder a


Tutela de Urgência indeferida;

b) Trata-se de agravo de instrumento, pois a decisão agravada é suscetível de


causar ao agravante lesão grave e de difícil reparação, na medida em que o veículo
objeto da demanda está no pátio da delegacia a céu aberto deteriorando-se.

Nestes termos,pede deferimento.

Brasília - DF, 07 de março de 2024.

ARMANDO HENRIQUE BAYMA GOMES


OAB/DF 46060

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EGRÉGIO TRIBUNAL TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E
TERRITÓRIOS, EMINENTES JULGADORES:

AGRAVO DE INSTRUMENTO.

RAZÕES DO AGRAVANTE

MARIA REGINA AURELIO BEZERRA, qualificada na petição de


interposição do presente recurso, por seu advogado in fine assinado, apresenta a
seguir a exposição dos fatos, do direito e as razões do pedido de reforma da
decisão, nos termos que seguem:

DA DECISÃO AGRAVADA

A r. decisão sob o ID 185862227, que é objeto de ataque, data vênia, merece


ser reformada, com a CONCESSÃO DA TUTELA DE URGÊNCIA CONCEDIDA, eis
que a Agravante move em desfavor da 15ª DELEGACIA DE POLÍCIA DO DF,
pleiteando, em síntese, a concessão da medida liminar a fim de que a Agravante
possa usufruir do seu bem, tendo em vista que é legítima possuidora e de boa -fé
conforme documentos acostados no processo em comento.

Na decisão de apreciação do pedido de restituição de coisa apreendida


formulado na exordial, o juízo a quo indeferiu, sob o fundamento de que não se
verificou fundamento relevante que autoriza decisão em sentido contrário, haja vista
através dos documentos acostados pela Agravante não restou comprovado que ele
era proprietária do veículo.

No entanto, entende que houve uma confusão na decisão atacada, tendo em


vista que a Agravante não está discutindo a propriedade e sim a posse do
veículo conforme substabelecimento de procuração pública anexa.

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Entretanto, tal decisão não pode prevalecer, haja vista que foram juntados
aos autos documentos hábeis a consubstanciar a relevância dos fundamentos
prestados na exordial.

Dessa maneira, insurge-se a Agravante contra decisão proferida pelo juízo


singular, a qual indeferiu o pedido de restituição de coisa apreendida.

DA TEMPESTIVIDADE

A decisão agravada foi disponibilizada no dia 09/02/2024 e publicada no dia


15/03/2024, portanto, tempestiva.

DOS FATOS

A Requerente é a legítima possuidora do veículo, AUTOMÓVEL,


RENAULT/KWID, 1.0 INTENSE, PLACA: GJH0458/SP, ANO/MODELO:
2019/2020, CHASSI: 93YRBB004LJ225887, CATEGORIA: PARTICULAR, COR:
BRANCA, vejamos:

Conforme comprovado através de Certificado de Registro e Licenciamento de


Veículo, o automóvel está em nome do RAFAEL ALVES MARTINS;

Que através da Procuração Pública dá poderes ilimitados para o SR.


RAFAEL DUARTE GUIRRA;

Que por sua vez o seu procurador legítimo o SR. RAFAEL DUARTE
GUIRRA, fez um Substabelecimento de Procuração Pública para a SRA. MARIA
REGINA AURELIO BEZERRA, ora Agravante, conforme provas em anexo na
Exordial.

Consta na Ocorrência Policial em anexo, que uma pessoa de nome


“EVERTON LUIZ DOS SANTOS”, noticiou à policial civil que é representante legal
de uma pessoa chamada DENNIS MOBILE COSTA, que por sua vez tem uma
empresa de locação de veículos no Estado de São Paulo.

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Entretanto, “EVERTON LUIZ DOS SANTOS” não apresenta documentos
comprobatórios, apenas uma procuração particular, onde consta como outorgante
RAFAEL ALVES MARTINS e outorgando a pessoa de DENNIS MOBILE COSTA.

Por outro lado, como o referido veículo está em posse da Agravante e é


utilizado para ela ir trabalhar e levar sua filha pequena para a escola, não subsiste
nenhuma razão para o veículo não ser restituído a sua legítima possuidora.

A Agravante está privada do seu automóvel e vem tendo prejuízos de ordem


moral e material à medida que seu bem vem sofrendo de constante deterioração
no pátio da Delegacia.

Tendo em vista que a Agravante é possuidora de boa fé, tem emprego fixo,
residência fixa e sem antecedentes criminais, nada mais que justo fazer a
restituição do seu veículo.

A polícia alega que vai fazer perícia para verificar a numeração do motor do
carro, por isso não liberou o veículo, mas por outro lado, quando o Sr. RAFAEL
DUARTE GUIRRA estava com a posse do veículo ele mandou realizar um laudo
pericial particular que atestou a procedência do veículo como um todo, conforme
documento em anexo na Exordial.

Importante frisar que a agravante não vai criar barreiras para fazer a perícia
pela polícia quando for solicitada, ela só quer continuar usando o veículo
enquanto as investigações policiais continuam.

Outro ponto que deve ser esclarecido é que a Agravante tem a plena
intenção de quitar o veículo em momento oportuno. Mas essa questão deve
ser resolvida com instrumentos legais próprios, seja judicial ou extrajudicial.

Ante o exposto, não resta alternativa a Agravante senão pugnar pela imediata
intervenção deste Tribunal de Justiça.

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DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS

DO EFEITO SUSPENSIVO

O artigo 1.019, inciso I, do CPC, autoriza o Relator a conceder efeito


suspensivo ou a tutela antecipada recursal no Agravo de Instrumento. A relevância
dos fundamentos se afigura límpida e iniludível, na medida em que restou
demonstrada nos autos o preenchimento dos requisitos fixados pela norma de
regência, mormente a incapacidade da Agravante em usar o seu bem sendo a
legítima possuidora de boa - fe.

Assim, resta claro e cristalino o periculum in mora, o qual justifica o


presente pleito de concessão de antecipação de tutela.

Ademais, torna-se importante elucidar que o simples fato da matéria tratada


neste recurso ser a discussão acerca do indeferimento de uma decisão
interlocutória, já demonstra a imperativa necessidade de que o Tribunal examine a
questão imediatamente.

Infere-se, portanto, presentes os requisitos que autorizam a concessão da


tutela antecipada no recurso de Agravo de Instrumento.

REQUERIMENTOS

Diante do exposto, REQUER-SE:

(1) seja deferida, EM SEDE DE TUTELA ANTECIPADA, a suspensão da decisão


que indeferiu o pedido de RESTITUIÇÃO DE COISA APREENDIDA;

(2) seja oficiado o Agravado da presente decisão e a restituição imediata para a sua
legítima possuidora, posse direta;

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(3) ao final, uma vez apreciado por este Egrégio Tribunal, seja provido o Agravo de
Instrumento, reformando-se a r. decisão hostilizada, afastando-se o indeferimento
para DETERMINAR a devolução do veículo: AUTOMÓVEL, RENAULT/KWID, 1.0
INTENSE, PLACA: GJH0458/SP, ANO/MODELO: 2019/2020, CHASSI:
93YRBB004LJ225887, CATEGORIA: PARTICULAR, COR: BRANCA, que
encontra-se no pátio da 15ª DELEGACIA DE POLÍCIA DO DF.

Nestes Termos, PEDE PROVIMENTO.

Brasília - DF, 07 de março de 2024.

ARMANDO HENRIQUE BAYMA GOMES


OAB/DF 46060

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