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Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

PJe - Processo Judicial Eletrônico

09/04/2019

Número: 0707500-71.2018.8.07.0003
Classe: PROCEDIMENTO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL
Órgão julgador: 1º Juizado Especial Cível de Ceilândia
Última distribuição : 17/05/2018
Valor da causa: R$ 2.000,00
Assuntos: Inadimplemento, Compra e Venda, Compromisso
Segredo de justiça? NÃO
Justiça gratuita? SIM
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? NÃO
Partes Advogados
JOSE MUCINHA ALVES FORTALEZA (AUTOR)
CARLOS PRATES MARTINS (ADVOGADO)
HELIO DE SOUSA (RÉU)
JARBAS FABIANO RODRIGUES COELHO (ADVOGADO)

Documentos
Id. Data da Documento Tipo
Assinatura
25331183 14/11/2018 Recurso inominado Hélio de Sousa Recurso Inominado
18:30
Advocacia coelho
EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ
(A) DE DIREITO DO 1º JUÍZADO ESPECIAL CÍVEL DE
CEILÂNDIA - DF.

Processo nº 0707500-71.2018.8.07.0003

HÉLIO DE SOUSA, já qualificado nos autos do


processo em epígrafe, vem respeitosamente à presença de Vossa
Excelência, através de seu procurador, inconformado com a
sentença de id.24186495 a qual julgou extinto o processo por
inadmissibilidade do procedimento sumaríssimo, interpor,
tempestivamente, RECURSO INOMINADO, com fulcro no art.
41, § 1º da Lei 9.099/95, de acordo com os fundamentos anexos.

Requer, na forma, da lei, que seja o presente recurso


inominado recebido, regularmente processado e encaminhado à
Turma Recursal dos Juizados Especiais Cíveis, requerendo a
reforma da r. decisão. Pleiteia ainda o deferimento, da gratuidade
da justiça nos termos da lei 1060/50 e Art. 98 e seguintes do
NCPC. Esclarece o recorrente ainda, que não dispõe de recursos
suficientes, conforme declaração de hipossuficiência anexa.

Sendo assim, afirmando a veracidade do alegado, sob


as penas da lei, pede que lhe seja concedido o benefício de
assistência judiciária.

Nesses termos, pede e espera deferimento.


Brasília-DF 14 de novembro de 2018.

END: CNM 02, BL.A, LOTE 05, SALA 02, CEILÂNDIA CENTRO/DF

Número do documento: 18111418302237100000024303964


https://pje.tjdft.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18111418302237100000024303964
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Advocacia coelho
Jarbas Fabiano Rodrigues Coelho
OAB/DF 19.649

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Advocacia coelho
EGRÉGIA TURMA RECURSAL DOS JUIZADOS
ESPECIAIS CÍVEIS DE BRASÍLIA/DF.

RECORRENTE: HÉLIO DE SOUSA


RECORRIDO: JOSE MUCINHA ALVES FORTALEZA
PROCESSO Nº: 0707500-71.2018.8.07.0003

COLENDA TURMA, ILUSTRES JULGADORES,

1. DA SÍNTESE DO PROCESSO

O Recorrido propôs demanda em desfavor do


Recorrente, a fim de ver a condenação da parte Recorrente na
obrigação de transferir o veículo GM/CHEVETTE, placa
JEC3139/DF, pagando todas as despesas para este fim e à
transferência da pontuação referente às infrações de trânsito, bem
como dos débitos lançados no prontuário do automóvel..

Sobre os fatos, a parte autora afirma que, no dia


14/02/1996, vendeu o veículo supracitado à parte ré. Contudo,
argumenta que a propriedade do automóvel não foi transferida
junto ao órgão de trânsito competente, o que está lhe causando
prejuízos. Entretanto, há de se observar que se tratava de uma
obrigação transitória, que merecia um tratamento e imposições de
ambas as partes, pois, a transferência de veículo para proprietário
adquirente não se deve transpor ao prazo de 30(trinta) dias,
entretanto, tal situação não foi sequer observada nem para o
comprador nem tão para o vendedor, que sequer comunicou ao
Órgão de trânsito competente para eximir das consequências
advindas para aquela negociação, não se pode esperar ad eternum
para exigir o seu cumprimento por meio do Estado, que por seu
lado não socorre aos que dormem.

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Advocacia coelho
Embora a MM. Juíza competentemente tenha acertado
a improcedência quanto à obrigação do Recorrente em transferir o
veículo para o Recorrido, sob o fundamento de não se ter mais
ciência de onde possa localizar o veículo, por outro lado não
acertou, data máxima vênia, quanto a obrigação com transferência
de pontos em relação a eventuais multas existentes desde o ano de
1996, pois, o negócio aconteceu há mais de 22(vinte e dois) anos e
vem agora o Recorrido a cobrar débitos de um veículo que
certamente não se sabe com quem estar e que sequer comunicou a
venda ao Detran, suficiente a evitar prejuízos com multas ocorridas
a posteriore.
Ademais, não é razoável a obrigação imposta na
sentença, de um contrato que não poderia subsistir, pois, 30(trinta)
dias é o prazo máximo concedido pelo órgão de trânsito para evitar
tais situações, esperando a parte Autora o lapso de tempo de mais
de 22(vinte e dois) anos, o que afronta a lei e se torna contrário ao
que o direito se busca ao julgar fatos e situações contemporâneas,
não se protege aquele, especialmente, que também aproveita da sua
própria torpeza, pois obrigações também lhe são impostas e
certamente não foram cumpridas.
Requer que seja reformada a sentença, pois, o
Requerente não pode ser condenado em adimplir dívidas oriundas
por terceiro causador, especialmente, porque a torpeza do Recorrido
em esperar 22(vinte e dois) anos para reclamar um direito que a lei
impõe 30 dias para transferir o veículo, sendo inadmissível esperar
tanto tempo para vindicar desse seu direito, senão vejamos abaixo:
“Art. 134 do CTB. No caso de transferência de
propriedade, o proprietário antigo deverá encaminhar ao órgão
executivo de trânsito do Estado dentro de um prazo de trinta dias,
cópia autenticada do comprovante de transferência de propriedade,
devidamente assinado e datado, sob pena de ter que se
responsabilizar solidariamente pelas penalidades impostas e suas
reincidências até a data da comunicação.”
Nesse contexto, diferentemente do decisum, a parte
autora, ora Recorrida, ao vender o bem e não comunicar a transação
ao órgão de trânsito responsável pelo registro do veículo, viola o

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artigo 134 do CTB e contrai obrigações assumir tal violação de seu
risco de responder solidariamente pelos débitos a ele adquiridos,
POIS, pois, por outro lado, a simples já lhe beneficiaria pela
disposição legal, ad eternum, esperando 22(vinte e dois) anos
depois, para tal providência, para tão somente agora arguir tais
situações, que evitaria se tivesse observado o cumprimento das suas
obrigações ao negociar seu veículo.
Assim, ao Recorrente não se pode imputar a
responsabilidade, pois, o documento de procuração não é suficiente
para promover a transferência, eis que depende da vontade do
proprietário que lhe sucede na cadeia de propriedade do veículo,
para ultimar a obrigação, além do mais há outras imposições do
Detran, senão vejamos .

“Art. 123. Será obrigatória a expedição de novo Certificado


de Registro de Veículo quando:
I – for transferida a propriedade;
II – o proprietário mudar o Município de domicílio ou residência;
III – for alterada qualquer característica do veículo;
IV – houver mudança de categoria.”

Assim, portanto, não é crível obrigar ao Recorrente


transferência a transferência do veículo, como de fato foi
reconhecido na r. sentença, porém, sem observação das demais
imposições que sucedem e que acompanha a principal, pois, a
Procuração entabulada certamente acompanhada do prazo de
vencimento de transferência do CRV – Certificado de Registro de
Veículo, junto a obrigação estatuída no artigo 134 do CTB, eis que
não se foi ultimado a transferência do negócio dentro de 30(trinta)
dias é como se a procuração perdesse o seu valor, haja vista que o
Recorrido não tomou as providências legais, deixando superar todas
as oportunidades para promover as medidas necessárias, inclusive,
poderia até mesmo promover o bloqueio, impedindo até mesmo se

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chegar ao lapso de 22(vinte e dois) anos para ajuizar a presente
demanda.
Desta forma, o Recorrido se aproveita da torpeza que
poderia ser solucionado com a simples comunicação de venda, eis
que se assim não agiu não se pode pretender eximir desta sua falha
que é condição e obrigação sua, de dever fazer, negligenciando,
esperando acontecer 22 (vinte e dois) anos para obrigar o Recorrente
a assumir as obrigações que já saiu da esfera de possibilidade em
poder realizar.
A obrigação ao Recorrente para quitar as obrigações
decorrentes do uso do veículo já não mais lhe possíveis. A MM.
Juíza já reconheceu a impossibilidade de se pretender, pois, o
veículo já não está em sua posse há mais de 22 anos, de modo que
também as obrigações decorrentes da propriedade já não mais lhe
dizem respeito, em face do transcurso do tempo. Ademais, a única
coisa restante é o documento juntado aos autos, razão do tempo e de
circunstâncias envolvendo o negócio não sabe como efetivamente
sucedeu, pois, depois de mais de 20 anos, vem reclamar da
obrigação entabulada, sem solução diante de eventual compromisso,
de modo que em razão do longo período dos fatos, já não pode
mais ser condenado a transferir a multa de um bem que não lhe
pertence mais, embora caso existisse obrigação assumida, o certo é
que não ocorreu por culpa exclusiva sua, pois, o Recorrido poderia
com uma SIMPLES NOTIFICAÇÃO AO DETRAN ter comunicado
sobre a referida venda, O QUE LHE ESCUSARIA DA OBRIGAÇÃO
COM O PAGAMENTO DE EVENTUAIS MULTAS, que ora se
reclama.

Diante dos argumentos acima expostos, requer que


seja conhecido o presente recurso inominado reformando-se a
sentença do Juízo “a quo”, nos seguintes termos abaixo, para,
reformando “in totum”, excluir a obrigação do Recorrente das
multas de seu pagamento e cadastro em seu nome junto ao
Detran, isentando de todas as responsabilidade, haja vista que o
Autor não observou o prazo de 30(trinta) dias, quanto às
obrigações previstas no artigo 134 do CTB, que certamente

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jamais lhe isenta das multas contraídas por eventuais adquirentes
do veículo.

Que seja concedida a justiça gratuita ao Recorrente nos termos da


lei 1060/50 e Art. 97 e seguintes do NCPC; e a condenação do
recorrido ao pagamento de honorários no percentual de 20% sobre
o valor da condenação.

Nestes termos, pede deferimento.


Brasília, 14 de novembro de 2018.

Jarbas Fabiano Rodrigues Coelho


OAB/DF nº 19.649

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https://pje.tjdft.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18111418302237100000024303964
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