Você está na página 1de 5

fls.

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA 7ª VARA CÍVEL DA


COMARCA DE SOROCABA/SP.

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1025602-81.2021.8.26.0602 e código 8EBDD4A.
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por CLEDIR MENON JUNIOR, protocolado em 28/07/2021 às 18:12 , sob o número 10256028120218260602.
Distribuição por dependência ao processo n. 0015128-05.2020.8.26.0602

HENRIQUE RODRIGUES CANDIDO DA SILVA, brasileiro, convivente, autônomo,


portador do RG 44.286.889-3 e do CPF 312.793.378-84, residente e domiciliado na Rua João de
Deus Domingues, n. 166, Jd. Residencial Villa Amato, CEP 18087-661, Sorocaba/SP, devidamente
representado por seu advogado, vem, à presença de Vossa Excelência, opor

EMBARGOS DE TERCEIRO ERCEIRO

em face de KELVIN MUNIZ MOREIRA, portador do RG 42.752.040-X e do CPF 369.781.878-36,


citado por edital às fls. 09 dos autos; e de ACRTS – ASSOCIAÇÃO CULTURAL DE RENOVAÇÃO
TECNOLÓGICA SOROCABANA, pessoa jurídica inscrita no CNPJ 45.718.988/0001-67, Rodovia
Senador José Ermírio de Moraes, km 1,5 , CEP 18087-125, Sorocaba/SP, com fundamento no art.
674 e ss. do CPC/2015, pelas razões a seguir expostas:

I – DOS FATOS

O autor adquiriu do embargado KELVIN o automóvel FORD/KA GL, placa CYA6766,


na data de 17.03.2020, conforme documento em anexo (doc. 02).

Ocorre que está se processando, neste colendo juízo, cumprimento de sentença


proposta por ACRTS – Associação Cultural de Renovação Tecnológica Sorocabana (autos nº
1002441-18.2016.8.26.0602), tendo sido deferida a penhora sobre o referido automóvel na data
de 14.05.2021, conforme decisão de fls. 47, a qual não se aperfeiçoou porque o veículo não foi
localizado – já havia sido vendido ao ora embargante.
fls. 2

Embora não tenha se aperfeiçoada a constrição judicial, o veículo está bloqueado


pelo Renajud (restrição de transferência), conforme fls. 37 dos autos, decisão exarada em
25.02.2021.

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1025602-81.2021.8.26.0602 e código 8EBDD4A.
Por essa razão, ingressa o embargante nestes autos, demonstrando a sua boa-fé e
esclarecendo que o veículo em questão foi comprado por ele, em 17.03.2020, conforme

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por CLEDIR MENON JUNIOR, protocolado em 28/07/2021 às 18:12 , sob o número 10256028120218260602.
documento 02, em anexo, devidamente preenchido e reconhecido firma da assinatura, muito
antes do deferimento da restrição de transferência em 25.02.2021, e do deferimento da
penhora em 14.05.2021.

Desta forma, e considerando que a restrição de veículo pelo Renajud se assemelha


a ato de apreensão judicial, na medida em que impede o proprietário de exercer todas as
faculdades inerentes ao seu domínio: usar, gozar e dispor, demonstra-se ser totalmente
admissível os embargos de terceiro ora opostos, ainda que não tenha se aperfeiçoada a
penhora, para que seja levantada a restrição de transferência que recai sobre o bem.

II – DO DIREITO

Apesar da transferência junto ao DETRAN não ter sido operada, o veículo – não
temos dúvida - é de propriedade do embargante, conforme faz prova o doc. Nº 02.

Neste sentido é a jurisprudência do Supremo Tribunal de Justiça e dos Tribunais de Justiça


pátrios, vejamos abaixo:

EMBARGOS DE TERCEIRO. TRANSFERÊNCIA DE VEÍCULO. PENHORA NÃO


AVERBADA. É cabível a oposição de embargos de terceiro fundado em
alegação de posse com base em contrato de compra e venda de
veículo, ainda que não registrado no DETRAN. Comprovada a
tradição em data anterior à constituição da penhora sobre o bem
móvel, não há falar em fraude à execução, devendo ser
desconstituída a constrição a fim de preservar-se não só a posse justa
e de boa-fé do terceiro adquirente, mas também a propriedade. (Apelação Cível
nº 2008.72.00.003135-0/SC, 1ª Turma do TRF da 4ª Região, Rel. Vilson Darós. J.
11.02.2009, unânime, DE 03.03.2009).

EMBARGOS DE TERCEIRO – ALIENAÇÃO DE BEM MÓVEL – VEÍCULO – CONSTRIÇÃO.


Reconhecido que a caracterização da fraude à execução depende do registro da
penhora do bem alienado ou da prova de má-fé do terceiro adquirente – Súmula
fls. 3

375 do STJ – Hipótese em que, quando efetivada a venda do veículo,


não havia bloqueio junto ao DETRAN, pois sequer havia sido ajuizada a
execução – Embargante que adquiriu o veículo em estabelecimento comercial
destinado a compra e venda de veículos – Presunção de licitude do negócio – Boa-
fé do terceiro adquirente presumida – Embargos de terceiro procedentes – Apelo

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1025602-81.2021.8.26.0602 e código 8EBDD4A.
provido.” (Apelação nº 9132662-28.2007.8.26.0000, 24ª Câmara de Direito Privado

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por CLEDIR MENON JUNIOR, protocolado em 28/07/2021 às 18:12 , sob o número 10256028120218260602.
do TJSP, Rel. Salles Vieira. J. 01.09.2011, Dje 05.10.2011).

APELAÇÃO CÍVEL. EMBARGOS DE TERCEIRO. PENHORA DE VEÍCULOS. CONSTRIÇÃO


DE VEÍCULO. AUSÊNCIA DE REGISTRO DA PENHORA. PRESUNÇÃO DE BOA-FÉ. Os
embargos de terceiro têm a finalidade de livrar o bem da constrição
judicial injustamente imposta em processo do qual não faz parte.
Sabido que a presunção de boa-fé do adquirente somente cede
diante de fatos que evidenciem conhecimento da restrição, seja pelo
registro de penhora ou outra forma que demonstre conhecimento da
execução. Entendimento sufragado na Súmula 375, do STJ. No caso,
o veículo foi adquirido (pela tradição) em data anterior à anotação
da penhora em seu registro, não havendo, nos autos, qualquer prova
que demonstre a ciência do embargante acerca da execução
proposta. Presunção de boa-fé que não foi elidida com as provas colacionadas ao
caderno processual. Sentença de procedência mantida. Apelo desprovido.
(Apelação Cível nº 70034791236, 16ª Câmara Cível do TJRS, Rel. Marco Aurélio dos
Santos Caminha. J. 29.09.2011, DJ 03.10.2011).

Nos sábios ensinamentos de Pontes de Miranda, está embasada a procedência


desta ação:

“Os embargos de terceiro são a ação de terceiro que pretende ter


direito ao domínio ou outro direito, inclusive a posse, sobre os bens
penhorados ou por outro modo constritos”.

Assim é a determinação do Código de Processo Civil de 2015, em seu art. 674,


in verbis:

Art. 674. Quem, não sendo parte no processo, sofrer constrição ou ameaça
de constrição sobre bens que possua ou sobre os quais tenha direito
incompatível com o ato constritivo, poderá requerer seu desfazimento ou sua
inibição por meio de embargos de terceiro.

Desta forma, resta plenamente demonstrada a boa-fé do embargante,

através da comprovação de que o veículo foi por ele adquirido em 17.03.2020 (doc.
fls. 4

02), enquanto o deferimento da restrição de transferência se deu em


25.02.2021, e a decisão que deferiu a penhora foi exarada em 14.05.2021, ou
seja, ambas datas posteriores à aquisição do veículo pelo embargante, motivo

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1025602-81.2021.8.26.0602 e código 8EBDD4A.
pelo qual requer o levantamento da restrição de transferência que recai sob o

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por CLEDIR MENON JUNIOR, protocolado em 28/07/2021 às 18:12 , sob o número 10256028120218260602.
veículo, a fim de que possa exercer de forma plena o direito de propriedade que
lhe cabe.

III – DO PEDIDO

Diante do exposto, requer de Vossa Excelência:

a) a citação dos Embargados para, no prazo de 15 dias (cf. Art. 679 do CPC/2015), contestar os
embargos, que espera sejam recebidos e a final julgados procedentes, para fim de ser levantada
a restrição de transferência que recai sobre o bem;

b) provados satisfatoriamente a qualidade de terceiro, a posse e o ato de apreensão judicial,


requer que Vossa Excelência, deferindo liminarmente estes embargos, ordene o levantamento
da restrição de transferência que recai sobre o bem;

c) seja admitida a produção das provas que se mostrarem necessárias à instrução do feito;

d) contestando a ação, seja o réu condenado aos ônus sucumbenciais.

Dá-se à causa o valor de R$ 6.000,00 (seis mil reais).

Termos em que,

pede deferimento.

Sorocaba 28 de julho de 2021.

Cledir Menon Jr.

OAB/SP 241.671
fls. 5

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por CLEDIR MENON JUNIOR, protocolado em 28/07/2021 às 18:12 , sob o número 10256028120218260602.
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1025602-81.2021.8.26.0602 e código 8EBDD4A.

Você também pode gostar