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SOROCABA/SP.
Alega que os reflexos trabalhistas sobre seu salário de R$ 1.300,00 (um mil e
trezentos reais), totalizam aqui o valor de R$ 27.172,10 (vinte e sete mil, cento e setenta e
dois reais e dez centavos), mais honorários advocatícios de R$ 4.075,81 (quatro mil, setenta
e cinco reais e oitenta e um centavos), atribuindo à causa o valor de R$ 31.247,91 (trinta e
um mil, duzentos e quarenta e sete reais e noventa e um centavos).
A reclamante alega que foi contratada por ROGÉRIO BASSO, como empregada
doméstica e para prestar serviço como cuidadora da idosa Leonor, alegando que a idosa
tinha problemas neurológicos e de memórias, além da articulação.
Alega, ainda, ter adquirido covid-19 da idosa Leonor, de 99 anos, aduzindo na peça
vestibular que a idosa “...tinha muitos parentes e amigas para visitar a senhora Leonor, esta
acabou contraindo o vírus da Covid-19 e transmitindo para a Reclamante, sendo este o
motivo do falecimento da idosa”. Esta alegação será importante para demonstrarmos que
age com má fé a reclamante.
A reclamante alega que ela era insubstituível, indispensável e que “...o trabalho da
Reclamante era cuidar da idosa como dar banho, arrumar a rupa, vesti-la e outros cuidados
estéticos, como cabelo, unha etc.”, alegando prestava serviço com habitualidade e
pontualidade, sujeitando-se a comandos da idosa e com todos os riscos dessa atividade
(Quais? Se houve riscos, deixou de apontá-los).
II – PRELIMINARMENTE
DA ILEGITIMIDADE PASSIVA
O contestante Rogério não mora no mesmo bairro em que residia sua tia e a
reclamante, de modo que o contestante apenas conheceu Dorotéia por conta das visitas
esporádicas que fazia à sua tia idosa Leonor, que contava, em 2019, com 98 anos de idade.
Restará comprovado durante a instrução que o contestante NUNCA ENTROU EM
CONTATO COM A RECLAMANTE SOLITANDO SERVIÇOS PARA ELE OU OUTRAS PESSOAS.
Isso, porque quem indicou Dorotéia para fazer companhia à idosa Leonor, foi
Alessandra, que é vizinha de apartamento da idosa e que conhecia a reclamante “de vista”,
por residirem muito próximas.
A idosa Leonor teve contato com a Reclamante através da sua vizinha Alessandra,
que a indicou como companheira, mas jamais como empregada doméstica ou cuidadora de
idosos.
III – DO MÉRITO
Embora isso não faça o menor sentido, foi exatamente esse o pensamento da
reclamante, tanto, que juntou o comprovante de entrega das chaves pela reclamante ao
contestante. Embora esse documento não comprove a relação de emprego, comprova a má-
fé da reclamante.
Ressaltamos que a reclamante começou a fazer companhia para a idosa por conta
da pandemia em meados de dezembro de 2019, não havendo precisão da data devido a
informalidade da relação e ausência de subordinação, pessoalidade e habitualidade que
sempre marcaram a forma como a reclamante se comportou. Apenas alguém que já estava
premeditado com essa intenção de obter vantagem indevida poderia ser capaz de tal
memória eidética.
Não procede a alegação da reclamante de que foi despedida sem justa causa em
15.10.2020 porque a idosa Leonor foi internada com covid no Hospital em 05.10.2020, ou
seja, 10 dias antes do que a reclamante alega ter sido despedida. A reclamante falta com a
verdade, portanto, novamente!
A idosa Leonor, embora contasse com 99 anos quando faleceu, era extremamente
lúcida e consciente de todos seus atos, tanto que nunca foi interditada. É totalmente
inverídico que a idosa tinha problemas neurológicos ou de memória, o que pode ser
comprovado pelo fato de que a idosa fazia caça-palavras e palavras cruzadas diariamente,
revistas que eram compradas e levadas a ela pelo contestante e pela vizinha Alessandra.
Tanto a Alessandra quanto o contestante levavam para a idosa, de uma só vez, mais
de 10 revistas de palavras cruzadas e caça-palavras, o que pode ser confirmado pela própria
autora, já que há informação de que ela também gostava dessas revistas, constantemente
fazendo uso delas, embora fossem da idosa.
Tal alegação é um absurdo que beira o indescritível, pois todos que tiveram
conhecimento desses fatos, acham que foi justamente a AUTORA QUEM PASSOU COVID
PARA A IDOSA e para as vizinhas Alessandra e Sandra - e não o contrário!
Contudo, como não havia como provar a transmissão do vírus, ninguém cometeu a
irresponsabilidade (que pode levar a consequências criminais, inclusive!) de acusar a autora,
(embora a autora fosse diariamente vista circulando sem máscara em plena pandemia, entre
2019 e 2020) como ela está – questionavelmente – fazendo ao acusar a idosa que sequer
pode se defender devido ao falecimento ocasionado pela covid.
A reclamante nunca cumpriu horário, chegava todos os dias depós das 09hs e ia
embora sempre entre 13h. e 14hs., após ter almoçado e ter separado comida para levar
embora para a sua casa. Inclusive a autora chegou até a levar a sua filha para almoçar na casa
da idosa.
Relatos dão conta de que a autora pegava restos de frutas na feira (chepa) e levava
para a idosa. Diariamente eram encontradas frutas e alimentos podres na geladeira da idosa.
Isso demonstra o cuidado que a reclamante NUNCA TEVE. A reclamante nunca ajudou a idosa
em cuidados com estética, como unhas ou cabelo, se tratando de mais um verdadeiro
absurdo.
Desta forma, vemos que não há habitualidade, pois a autora, quando ia, chegava
após as 9hs e ia embora antes das 14hs., e toda semana deixava de ir à casa da idosa por
algum motivo que alegava aleatoriamente, como, p. ex., dores na costa ou de cabeça etc.
Toda vez que a autora deixava de ir à casa da idosa, as vizinhas Alessandra e Sandra
faziam companhia à idosa, de modo que a reclamante nunca foi insubstituível, pelo contrário,
era substituída constantemente.
Jamais houve subordinação, pois como dito, era uma relação tida como amistosa,
assim como a relação que a idosa tinha com as vizinhas Alessandra e Sandra, que também a
ajudavam de forma altruísta, pois estamos falando de uma senhora de 99 anos. Somente
alguém com muita má fé poderia usar tal situação para tentar lucrar indevidamente e sem
qualquer incômodo moral.
DA MÁ FÉ DA RECLAMANTE
Art. 79. Responde por perdas e danos aquele que litigar de má-fé como
autor, réu ou interveniente.
Dessa forma, requer seja a autora condenada em litigância de má-fé, nos termos
do art. 80, inc II e III do CPC.
DO PEDIDO
Termos em que,
Pede deferimento.