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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA DA FAMÍLIA E

SUCESSÕES DA COMARCA DE GENTIO DE OURO/BA

PROCESSO Nº
Jessica de Jesus Nascimento da Silva, brasileira, solteira, do lar, portador do RG nº
50.608.613-6 SSP/SP e inscrito no CPF sob o n º, 401580898/39 endereço Rua Cervere
de Gipona nº 70 Comp. C/1 – Jd. Moraes Prado – São Paulo - SP e domiciliado em Rua
Antonio Mariano,23 – Centro - Gentio do Ouro – BA, vem, respeitosamente, por seu
advogado Dr. Felipe Neto à presença de Vossa Excelência, para propor a presente,
AÇÃO DE GUARDA COM TUTELA DE URGÊNCIA.
Em face de Ronaldo Paiva de Souza, endereço residencial Rua Antonio mariano, 23 -
Gentio do Ouro, demais dados qualificativos ignorados, com fulcro no art. 1.583 do
Código Civil e demais dispositivos legais aplicáveis à espécie, pelos argumentos de fato
e de direito a seguir expostos:

I - DOS FATOS
O requerente teve um relacionamento com o réu por alguns anos, sendo que fruto
deste relacionamento adveio o nascimento dos filhos Esmeralda Vitória Paiva de
Souza da Silva, nascida em 30 de Outubro de 2021 e Enzo Gabriel Paiva de Souza da
Silva, nascido em 27 de outubro 2020, conforme Certidão de Nascimento que segue
em anexo.
Durante o relacionamento amoroso das partes, o casal morava junto na residência Rua
Cervere de Gipona 70 C/01 – Jd. Moraes Prado – São Paulo e se separaram cerca de 1
ano quando o Ronaldo Paiva ficou desempregado decidiu voltar para a casa dos pais
na cidade Gentio do Ouro – BA, deixando o filho Enzo Gabriel Paiva com apenas 5 dias
de vida, e deixando a Jessica com a responsabilidade de cuidar sozinha da criança.
Após 5 meses o pai da criança entrou em contato com a genitora pedindo que fosse
até a cidade de Gentio do Ouro – BA, para que o mesmo pudesse conhecer o filho e
apresentar aos avós paterno.
A Autora viajou a Cidade de Gentio do Ouro acompanhada do seu Filho Enzo Gabriel e
do seu irmão Jefferson de Jesus Silva, 25 anos, deficiente com grau grave de autista e
retardado mental.
Quando Jessica chegou à cidade logo pensou em voltar, mas descobriu a sua segunda
gravidez da filha Esmeralda Vitoria, o réu não estava trabalhando, a dificuldade
financeira se agravando pois a mesma não conseguia emprego e a saúde é precária,
porém o genitor não permitiu a mesma retornar a São Paulo e começou a ameaçar e
agredir-la e deixando-a com medo e sem coragem de tomar uma attitude. E mesmo
morando na mesma casa permaneceram separados ate a data presente.
Enquanto residia com Jessica, o ré não assumia as obrigações da casa, sempre era a
genitora que fazia essa obrigação efetuando vendas de produtos de beleza virtual.
Como se não bastasse Excelência, o réu é agressivo, já chegando inclusive a agredir
varias vezes a genitora de forma verbal e física.
Importante aqui frisar que, desde o nascimento dos menores, a autora sempre foi
uma mãe bastante atuante e participativa nos cuidados com os filhos, prestando-lhe
todo tipo de assistência e procurando lhe proporcionar tudo o que estivesse ao seu
alcance.
Dessa forma, Jessica é uma mãe exemplar, sendo que as crianças possuem grande
afetividade por esta, razão pela qual a autora almeja a concessão da guarda unilateral
dos filhos.
Além disso Ronaldo não tem condições pois não trabalha e nem tem com quem deixar
os menores, quer viver uma vida dependendo do Bolsa Familia que inclusive usa o
dinheiro para beber.
Nesta esteira Excelência, é inconteste que o melhor caminho para boa formação e
bom desenvolvimento psicológico dos menores, é poder continuar vivendo ao lado de
sua mãe.
Assim, requer a concessão da guarda unilateral dos menores em favor da autora,
tendo em vista os argumentos expostos que o réu já havia abandonado o primogenito
quando tinha apenas 5 dias de nascido com a genitora na cidade de São Paulo.

DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA

A Autora não possui condições de pagar as custas e as despesas processuais, sem juízo
do próprio sustento ou de sua família, conforme demonstrado pelas declarações de
imposto de renda anexo, sendo assim em condições de hipossuficiência desta forma
nos termos do Art. 5º LXXXIV da Constituição Federal a autora faz jus a concessão
da Gratuidade da Justiça.
Diante disto requer que seja deferido os beneficios da justiça gratuita (AGJ) por
ser a autora pobre no sentido legal, nos ternos do Art. 5º LXXIV da Constituição
Federal e Art. 98 fo Código de Processo Cívil.

PEDIDO DE LIMINAR

A Autora Jessica de Jesus quer a autorização judicial para embarcar em viagem de


retorno a sua cidade São Paulo acompanhada dos filhos Esmeralda Vitoria (1 ano) e
Enzo Gabriel (2 anos). Tendo em vista no que foi citado anteriormente a mesma tem
um irmão deficiente de nascência, que vive aos cuidados da requerente desde quando
sua mãe faleceu. Além de depender da irmã o Jefferson de Jesus Silva também
necessita de cuidados especifico na Capital de São Paulo onde já faz acompanhamento
médico, porque desde a sua ida à cidade Gentio de Ouro o mesmo não teve
acompanhamento adequado.
Lembrando também que o local onde o casal mora não tem água potável, a água que
sai da torneira é salgada, tem que esperar chover para conseguir beber água, o lugar é
bem precário de difícil acesso, dificultando a mesma levar os filhos ao médico, a casa
onde eles moram não tem banheiro e fazem suas necessidades fisiologicas no meio do
mato, independente de ser dia, noite, sol ou chuva sempre vão fora da casa para fazer
as necessidades.
Tudo isso devido atitude inresponsável do Ronaldo Paiva ex companheiro da Jessica,
que gastou mais de 2.000 que ela havia conseguido juntar para mandar contruir um
banheiro descente dentro do seu lar.
Os filhos vivem doentes com viroses devido a água não ser tratada adequedamente e
quando precisa ir ao hospital o réu sempre esta ausente de casa, bebendo e farrando
deixando a genitora sozinha com os filhos vomitando, com febre e quando o genitor
chega em casa sempre vem agressivo agredindo a ex companheira e o filho Enzo de
apenas 2 anos.
Todavia, São Paulo é o melhor lugar para a genitora cuidar dos filhos, do irmão e terem
todos uma vida digna e feliz.
Com base no Art. 273 do CPC. O Juíz poderá, a requerimento da parte antecipar, total
ou parcialmente, os efeitos da tutela pretendida no pedido inicial, desde que, existindo
prova inequivoca, se convença da verossimilhança da alegação e haja fundado receio
de dano irreparável ou de difícil reparação.
DO ¨PERICULUM IN MORA” Há que citar ainda o periculum in mora, que se evidência
com o periododa demora. No caso, é certo que uma demanda como está, trata-se de
ação que possui procedimento minucioso, com elaboração de laudos confeccionaodos
por assistente social e psicólogo, acarretando em certa demoraprocessual para solução
da lide.
Não é aconselhável que a requerente e os menores esperem por todos os trâmites
processuais para que somente após o trâmsito em julgado de decisão judicial, a Autora
passe a exercer seu direito de ter a companhia dos filhos menores em um ambiente
acolhedor com todo o apmparo necessário para o menor.
Até que se tenha uma decisão judicial estáveç transitada em julgado,certamente o
menos estará mais desenvolvidos, em um ambiente saudável com pessoas que lhes
darão o amparo necessário.
Por derradeiro, para se evitar danos, demonstra-se o requisite em sua plenitude.

PEDIDO DE GUARDA
A Requerente mãe dos menores Enzo Gabriel Paiva de Souza da Silva e da Esmeralda
Vitória Paiva de Souza da Silva, pretendem ficar com os menores sobre sua
responsabilidade, vez que o pai Ronaldo Paiva não possui condições alguma de cuidar
e educar seus filhos. E que certamente, se assim for, enfrentarão sérias dificuldades e
graves prejuízos em seus desenvolvimentos.

II - DO DIREITO À GUARDA DA MENOR


O instituto da guarda de menor encontra amparo legal no art. 384, II do Código Civil e
21 e 22 e art. 33, § 1º do Estatuto da Criança e do Adolescente.
Segundo a definição do doutrinador, a guarda trata-se de um "direito consistente na
posse de menor oponível a terceiros e que acarreta deveres de vigilância em relação a
este ."
Para a AUTORA a guarda é definida como "um direito-dever natural e originário dos
pais, que consiste na convivência com seus filhos, previsto no art. 384, II, do CC e é o
pressuposto que possibilita o exercício de todas as funções paternas."
Dito isto, antes de se decidir quem exercerá a guarda dos menores, o magistrado
deverá observar a conduta dos pais, sendo levado em consideração tanto as condições
morais, como, idoneidade, ambiente familiar, social, como as condições materiais; ou
seja; a sua profissão, renda, habitação, etc. e, sobretudo, a principal regra, e a que se
sobrepõe sobre qualquer outra no deferimento da guarda, o interesse dos menores ,
regra essa que vem transcrita no art. 13 da Lei 6.515/78.
É ponto incontroverso perante o entendimento doutrinário e dos tribunais superiores
que em ações judiciais visando à disputa de guarda de menores, o que deve prevalecer
é o bem-estar do infante, em detrimento de qualquer interesse pessoal dos litigantes,
desta feita, o deferimento da guarda dos menores a autora propiciará ao mesmo uma
vida mais tranquila, estável e segura a estas crianças.
E o entendimento jurisprudencial também não é outro, senão vejamos:
DIREITO CIVIL. FAMÍLIA. AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DECLARATÓRIA
INCIDENTAL DE DESTITUIÇÃO DE GUARDA, CUMULADA COM ALIENAÇÃO PARENTAL E
PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA. DEFERIMENTO DA LIMINAR REQUERIDA EM FAVOR
DO PAI DO MENOR. INCONFORMISMO. POSSIBILIDADE. É POSSÍVEL MANTER A
GUARDA DE MENOR COM O GENITOR, QUE DETÉM MELHOR SUPORTE, ALÉM DE
PROPICIAR OS CUIDADOS NECESSÁRIOS À SUBSISTÊNCIA DA CRIANÇA. DECISUM
MANTIDO. RECURSO IMPROVIDO. No caso dos autos, o pai do menor, por ora, detém
melhores condições de assumir sua guarda. Considerando que a genitora permitiu que
o menor faltasse às aulas de recuperação, e, sendo o interesse da criança - princípio
basilar constitucional, presente não somente nos arts. 3º e 4º do ECA , mas também na
nossa Carta Magna , no art. 227 , caput, deve-se manter a situação fática presente.
(Classe: Agravo de Instrumento,Número do Processo: 0021548-81.2014.8.05.0000 ,
Relator (a): Cynthia Maria Pina Resende, Quarta Câmara Cível, Publicado em:
17/06/2015 )

III - DA CONCESSÃO DA TUTELA DE URGÊNCIA


Trata-se o presente pleito de um direito líquido e certo da requerente de ter a guarda
dos menores Enzo Paiva e Esmeralda Vitória, eis que possui melhores condições para
assumir este múnus e que já vem o fazendo, conforme demonstrado acima.
Para tanto e visando evitar novos transtornos na vida dos litigantes, faz-se mister a
intervenção deste E. Juízo, em caráter provisório e em sede de liminar, para concessão
da guarda provisória dos menores em favor da autora , antes da análise do mérito
desta causa, tendo em vista que a autora já vem exercendo o seu papel de mãe , além
disso, estão presentes os requisitos do " Fumus Boni Iuris ", consubstanciado na
segurança dos menores sendo zelados pela autora e do " Periculum in mora",
configurado na negligência paterna, que não tem os devidos cuidados com os
menores, inclusive agride o filho Enzo apenas por nao querem comer.
Avocando o diploma processual civil vigente, O artigo 300 do codex instrumental civil,
estabelecem os pressupostos para a concessão da tutela de urgência, quais sejam:
Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que
evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil
do processo.
§ 2 o A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após justificação
prévia.
O Ilustre professor Humberto Thedoro Junior em sua obra Curso de Direito Processual
Civil - Volume I - Editora Revista Forense - 27a Edição assim leciona acerca do tema:
"Para não transformar a liminar satisfativa em regra geral, o que afetaria de alguma
forma a garantia do devido processo legal e seus consectuários do direito ao
contraditório e ampla defesa antes de ser o litigante privado de qualquer bem jurídico
( CF, art. 5º, incisos LIV e LV) a tutela antecipatória submete a parte interessada as
exigências da prova inequívoca do alegado na inicial.
Além disto, o juiz para deferi-la deverá restar convencido de que, o quadro
demonstrado pelo autor, caracteriza, por parte do réu, abuso de direito de defesa ou
manifesto propósito protelatório, ou, independentemente da postura do réu, haja
risco iminente para o autor, de dano irreparável ou de difícil reparação, antes do
julgamento de mérito da causa ." (pgs 370 e 371 - grifo nosso)

IV - DOS PEDIDOS
Ante o exposto, e ouvido o Ministério Público requer-se:
a) A concessão do benefício da Gratuidade de Justiça , com fulcro na Lei nº 1.060/50,
por não ter condições de arcar com as custas e honorários advocatícios sem prejuízo
de seu próprio sustento, conforme declaração de pobreza em anexo;
c) A CONCESSÃO DA TUTELA DE URGÊNCIA para concessão da guarda provisória dos
menores em favor da autora; tendo em vista que a genitora já vem exercendo muito
bem seu papel, bem como que presentes o "fumus boni iuris e o periculum in mora" e,
ao final que a ação seja julgada PROCEDENTE em todos os seus termos para o fim de
concessão da guarda unilateral de Enzo Paiva e Esmeralda Paiva a genitora Jessica
Paiva;
d) A dispensa da realização de audiência de conciliação , conforme faculta o artigo 319
VII do Código de Processo Civil, visto que a Autora não tem interesse.
e) A condenação da requerida ao pagamento de honorários advocatícios no importe
de 20% do valor da causa, além dos demais consectários legais.

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