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AO JUÍZO DE DIREITO DA 2ª VARA MISTA DA COMARCA DE CATOLÉ DO

ROCHA – PB

Proc. N°: 0804312-88.2022.8.15.0141

JAIR PEREIRA DE SOUSA, brasileiro, solteiro, Agricultor, portador do RG nº


41.430.823 SSP/SP e do CPF nº 334.076.518-99, residente e domiciliado á Rua
Francisco Vieira Canudo, S/N, Populares – Lagoa-PB, CEP: 58.835-000, por seu
procurador infra-assinado, mandato anexo, vem, respeitosamente, à presença de
Vossa Excelência apresentar:

IMPUGANAÇÃO A CONTESTAÇÃO

em face de ALINE MAGNA MUNIZ, CPF. Nº 090.656.534-06, residente na Rua


Erondina de Oliveira, s/n, Jericó/PB, CEP 58830-000, pelos motivos que passa a
expor:

I - RESUMO DAS ALEGAÇÕES

A REQUERIDA, em sede de Contestação argumentou que: a medida liminar


pleiteada pelo MINISTERIO PÚBLICO se baseou em argumentos infundados,
impugnou o relatório da Assistente Social do CRAS- Jericó-PB, além de alegar que a
genitora dava uma atenção toda especial ao filho, principalmente na alimentação e
saúde, onde destacou que o menor era acompanhado semanalmente pela equipe
multidisciplinar do Centro Especializado em Reabilitação (CER) de Catolé do Rocha-
PB.

Ocorre que a realidade é bem diferente da narrada na peça contestatória, e isso


será demostrado a seguir.

II – NO MÉRITO

1. DO RELATÓRIO DA ASSISTENTE SOCIAL DO CRAS – SITUAÇÃO DE


ABANDONO

A REQUERIDA fez, na sua contestação, afirmações inverídicas, descabidas e falsas.


Buscou de todas as formas desconstituir o laudo da assistente social, que atestou a
incapacidade da genitora do menor em manter a guarda do filho.
Acontece, que as alegações são meras falácias, buscando desqualificar o trabalho
de profissões competentes, que desempenham suas funções com zelo e proteção
aos mais vulneráveis, pois o relatório do CRAS- Jericó-PB (ID 64208039 – p.6) é
incontestável, já que foi bem fundamento, rico em elementos comprobatórios e que
não deixam margem de duvidas sobre a incapacidade da genitora em reaver a
guarda de uma criança especial.

A REQUERIDA desde a época em que passou a sofrer problemas de saúde que


praticamente abandonou seu filho Jefferson Pereira Muniz, deixando entregue a
avó materna, que já é uma pessoa idosa e de uma saúde bem debilitada.

Ademais, ainda pesa contra a genitora o fato da mesma ter outros 6 (seis) filhos, na
qual podemos citar o primeiro nome de alguns: Alionay, Ana Paula, Yasmin,
Thiago, entre outros que residem com os pais.

Para chegar ao respectivo relatório conclusivo a assistente social do CRAS- Jericó-


PB, efetuou diversas visitas domiciliares, constatou que o menor estava prestes a
perder sua vaga no CER II (Centro Especializado em Reabilitação) por falta de
frequência, além das inúmeras faltas escolares, conforme cartão de atendimento e
boletim escolar em anexo.

Portanto, se faz descabida a tentativa de querer macular o referido relatório, pois


foi elaborado minuciosamente com a precisão que casos dessa natureza requer.

2. DA ALEGADA ATENÇÃO ESPECIAL QUE A GENITORA DAVA AO FILHO

Em sua contestação, a REQUERIDA fez questão de mencionar a “atenção toda


especial que dava ao filho, principalmente na alimentação e saúde”. Ocorre que a
respectiva afirmativa gera duvidas quanto a sua veracidade, pois os relatórios dos
órgãos competentes divergem e levam a um entendimento diverso do exposto, já
que o ambiente familiar repleto de conflitos vivenciado pelo menor, associado a
negligencia constatada de sua genitora tornou o lar inapropriado para uma criança
especial.

Nesse interim, é possível suscitar que esse interesse da genitora em reaver a


guarda do filho Jefferson Pereira Muniz, supostamente se baseia em fins
financeiros, pois é do conhecimento geral que o menor dispõe de um benefício
previdenciário (BPC) NB: 703.202.169-8, ao qual recebia mensalmente a
importância de R$ 1.212,00 (Um mil, duzentos e doze reais), que corresponde a um
salario mínimo, além de R$ 150,00 (cento e cinquenta reais) que recebia do genitor
da criança a titulo de alimentos.

Não há como supor outra justificativa, tendo em vista que a promovida já habitou-
se a ceder a guarda de outros filhos para os pais, e a suposição fica mais evidente,
quando constata-se que recentemente, já com a guarda do menor destituída, esta
celebra um Contrato de Empréstimo Consignado (sob nº 0055021982) no
Benefício do seu filho deficiente, no valor de R$ 12.967,04 (doze mil,
novecentos e sessenta e sete reais e quatro centavos), em 84 parcelas de R$
424,10(quatrocentos e vinte e quatro reais e dez centavos)

A atitude da Requerida é extremamente grave e merece a intervenção de todos os


órgãos competentes para coibir atos absurdos como este que foi praticado, pois
deixar uma criança deficiente, com parte de seu beneficio comprometido, e sem
nenhuma justificativa, é simplesmente desumano.

3. DAS ATUAIS CONDIÇÕES EM QUE VIVE A CRIANÇA NA CASA DO GENITOR

A afirmação da REQUERIDA, de que o pai da criança pagava apenas R$ 120,00


(cento e vinte reais) de pensão alimentícia e de forma irregular, é absolutamente
falsa. Pois o mesmo sempre pagou os alimentos do filho, conforme comprovantes
que segue em anexo.

Ademais, é importante salientar que o genitor sempre contribuiu para o sustento


material de seu filho, além de buscar contribuir incansavelmente para o bem está
psicossocial do menor, pois o mesmo sabe das reais necessidades que o seu amado
filho necessita, para o desenvolvimento educacional e saudável, diante das
limitações impostas pela sua deficiência.

Tal fato se confirma, quando constata-se que a situação atual do menor é bem
diferente da vivenciada até bem pouco tempo, pois hoje na casa do pai, Jefferson
dispõe de vestimenta adequada e decente, com uma alimentação regular e
abundante. Além das melhores condições de asseio e higiene, saudável e bem
cuidado.

Além de tudo isto, o menor, desde que está na companhia do pai, frequenta
regularmente a Escola Municipal Margarida Cardoso na cidade de Lagoa-PB e o
CER II (Centro Especializado em Reabilitação), em Catolé do Rocha-PB, obtendo
bom desempenho, haja vista o fato de ser estimulado a estudar na casa do pai. Isto
é um fato relevante, pois é sabido que dificilmente uma criança tem bom
desempenho escolar quando está sob a guarda de um adulto negligente.

Não se pode jamais admitir que uma mãe queira retirar do pai a guarda de um
filho, para deixar este filho em um lar totalmente improprio e hostil, como já ficou
demonstrado. Tal situação revela que a mãe não deseja a guarda do filho. O que ela
pretende com isso, o GENITOR não tem como saber, mas pode imaginar. O que se
pode afirmar apenas é que o melhor lugar para o menor nesse momento é ao lado
do seu pai, pois tem todas as condições necessárias de propiciar uma vida melhor
para o filho.
III – CONCLUSÃO

Constata-se, diante de tudo o que foi exposto, que a ora REQUERIDA não tem
nenhuma aptidão moral para exercer a guarda de seu filho menor. Uma mãe que
abandona seu próprio filho deficiente, que se preocupa somente com o lado
financeiro, revela ser uma pessoa que dificilmente proporcionará o bem estar e a
qualidade de vida necessários para o bom desenvolvimento físico, emocional e
intelectual de um filho especial.

O GENITOR, ao contrário, sempre demonstrou aptidão para manter o filho em sua


companhia. Em sua casa, o menor, junto ao pai, e avós, sempre tiveram boa
alimentação, educação e segurança, bem-estar e um ambiente familiar tranquilo,
características de um verdadeiro lar.

Pelo exposto, REQUER:

A procedência do pedido, determinando-se, ao final desta ação, que a guarda de


Jefferson Pereira Muniz seja exercida pelo GENITOR.

Nestes Termos,
Pede Deferimento.

Lagoa-PB, em 07 de dezembro de 2022.

Jarbas José dos Santos


Advogado OAB/PB nº 27.173

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