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Avenida Doutor Luiz Magalhães, 1311, Centro, Itabaiana-SE

AO JUÍZO DE DIREITO DA __ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE


ITABAIANA/SE.

PAULO SÉRGIO SANTANA LOURENÇO, brasileiro,


maior, capaz, solteiro, servente de pedreiro, portador
do RG nº. 2.278.211-7 SSP/SE e inscrita no CPF sob o
nº. 043.594.715-05, residente e domiciliado na
Travessa Paulino Trindade, nº61, Bairro Maringá, em
Itabaiana/SE, CEP: 49.500-000, Telefone: 99951-9924,
com endereço eletrônico desconhecido, vem mui
respeitosamente perante este Juízo, por meio do seu
advogado adiante assinado (procuração anexa), com
escritório profissional na Avenida Doutor Luiz
Magalhães, nº. 1311, Centro, na cidade de Itabaiana,
Estado de Sergipe, onde recebe intimações para o foro
em geral, pelas razões de fato e direito a seguir
aduzidas, propor:

AÇÃO DE GUARDA C/C PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA

Em favor do menor JOÃO MIGUEL DE JESUS


SANTOS, menor impúbere, e em face da genitora do menor a
Sra. TAYNARA DE JESUS OLIVEIRA, brasileira, maior, capaz,
solteira, residente e domiciliada no Povoado Rio das
Pedras, S/N, Complemento: Próximo a casa de Genilson da
Avenida Doutor Luiz Magalhães, 1311, Centro, Itabaiana-SE

Cerâmica, Bairro: Área Rural, em Itabaiana/SE, CEP:


49.500-000, com que a seguir passará a expor:

I - DOS FATOS

O autor sempre teve contato com o filho. As


visitas eram realizadas a cada 15 dias e quem trazia a
criança para sua casa era a genitora.
A criança e a sua mãe a senhora Taynara residem
no povoado rio das pedras localizado em Itabaiana, mas, a
família materna possuía desavenças com o autor impedindo
que ele visitasse o filho na casa da bisavó.
No dia 29 de setembro de 2020 o autor resolveu
romper a barreira criada pela parte materna da família do
seu filho, e juntamente com a avó paterna a senhora Maria
dos Prazeres Santana Lourenço, foram ao aniversário da
criança, levando roupas para esta.
Após esse fato a família materna proibiu a
senhora Taynara de levar a criança para a residência do
pai, assim o genitor foi impedido de ver o seu filho,
contudo a senhora Taynara continuou mantendo contato com o
autor enviando fotos da criança até que a situação se
acalmasse.
No mês de agosto 2021 a senhora Taynara
desenvolveu problemas psicológicos que retiraram dela a
capacidade de discernimento, tendo tal fato sido noticiado
em diversos meios de imprensa. O ultimo surto da genitora
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ocorreu no início de outubro tendo sido hospitalizada no


hospital regional de Itabaiana.
O autor desconhecia a gravidade da situação
mental da mãe de seu filho até o momento de ter sido
surpreendido com as notícias jornalísticas sobre o fato.
Diante da gravidade dos fatos procurou a
delegacia e prestou ocorrência principalmente por ter
perdido totalmente o contato com seu filho.
O autor sempre cumpriu com suas obrigações de
sustento com R$200,00 (duzentos) reais mensais a título de
pensão alimentícia. Além de contribuir com as necessidades
de vestuário e remédios. Os valores eram depositados em
conta bancaria e as roupas e medicamentos enviados por
taxi, considerando a proibição de visita imposta pela
família materna.
O autor teme que seu filho esteja em perigo,
considerando que a mãe perdeu a sanidade mental e ele não
sabe ao certo quem está tomando conta da criança, assim
suspeita que seja a bisavó materna, uma senhora de
aproximadamente 65 anos que mora em uma casa pequena de
construção precária, com aproximadamente 6 pessoas.
Há notícias que a família está passando
necessidades pois a única pessoa que trabalhava era a
bisavó que agora dedica-se a cuidar de Taynara, mãe de João
Miguel.
Está angustia de não ter acesso ao filho além
das notícias trágicas que recebe por terceiros motiva o
autor a pleitear a guarda unilateral como o melhor
interesse para o seu filho.
Avenida Doutor Luiz Magalhães, 1311, Centro, Itabaiana-SE

O autor é pedreiro e possui condições


financeiras de cuidar de seu filho. Não possui outros
filhos além de João Miguel. Reside sozinho com sua mãe e
seu padrasto pois não constituiu outra família.

II – FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA DO PEDIDO

2.1 – Justiça Gratuita

Inicialmente, requer a Vossa Excelência que


sejam deferidos os benefícios da Gratuidade de Justiça, com
fulcro na lei 1060/50, com as alterações introduzidas pela
Lei 7.510/86, por não terem condições de arcar com as
custas processuais e honorários advocatícios sem prejuízo
do próprio sustento e de sua família, conforme declaração
que instrui a exordial.

2.2 – Do Melhor Interesse do menor

O novo Código Civil (instituído pela Lei n.


10.406, de 10 de janeiro de 2002) positivou uma tendência
jurisprudencial que há muito tempo vinha se consolidando
nos tribunais: o princípio do melhor interesse da criança.
Este princípio está expresso nos arts. 1.612, caput, do
Código Civil, que dizem:

“Art. 1.612: O filho reconhecido,


enquanto menor, ficará sob a guarda do
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genitor que o reconheceu, e, se ambos


o reconheceram e não houver acordo,
sob a de quem melhor atender aos
interesses do menor.”

Segundo o princípio em comento, a criança deve


permanecer com o responsável que melhor possa atender aos
seus interesses, tanto psicológicos, como materiais,
higiênicos e educacionais, podendo ser o pai, a mãe ou um
terceiro, levando-se em conta o grau de afinidade e
afetividade, no caso em tela os seus avós.
A lei n° 8.069, de 13 de julho de 1990 –
Estatuto da Criança e do Adolescente, sobre a questão da
guarda dispõe:
“Art. 33°: A guarda obriga à prestação
de assistência material, moral e
educacional à criança ou adolescente,
conferindo a seu detentor o direito de
opor-se a terceiros, inclusive aos
pais.
§1° A guarda destina-se a regularizar
a posse de fato, podendo ser deferida,
liminar ou incidentalmente, nos
procedimentos de tutela e adoção,
exceto no de adoção por estrangeiros.
§2° Excepcionalmente, deferir-se-á a
guarda, fora dos casos de tutela e
adoção, para atender a situações
peculiares ou suprir a falta eventual
dos pais ou responsável, podendo ser
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deferido o direito de representação


para a prática de atos determinados.
§3° A guarda confere à criança ou
adolescente a condição de dependente,
para todos os fins e efeitos de
direito, inclusive previdenciário.”

Estando, portanto, preservados os interesses do


menor e estando o requerente com a guarda do mesmo, assim
impõem-se a concessão do presente pedido.

2.3 – Da Tutela Provisória de Urgência

É salutar para toda criança conviver em


ambiente familiar, devendo ser protegida de qualquer situação
que a exponha a qualquer tipo de risco e exploração, sendo
mandamento constitucional a seguridade, pela família, pelo
Estado e pela sociedade, da dignidade, do respeito, além da
proteção a qualquer forma de negligência, discriminação,
exploração, violência, crueldade e opressão.
Sendo assim, estatui o artigo 227
da Constituição Federal, que dispõe acerca dos direitos da
criança e adolescente que devem ser observados:

“Art. 227. É dever da família, da


sociedade e do Estado assegurar à
criança e ao adolescente, com absoluta
prioridade, o direito à vida, à saúde,
à alimentação, à educação, ao lazer, à
profissionalização, à cultura, à
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dignidade, ao respeito, à liberdade e


à convivência familiar e comunitária,
além de colocá-los a salvo de toda
forma de negligência, discriminação,
exploração, violência, crueldade e
opressão.”.

Ainda, o Estatuto da Criança e do Adolescente,


em seu artigo 33, prevê que a guarda implica obrigações,
conferindo a seu detentor o direito de opor-se a terceiros,
inclusive aos pais. Veja-se:

“Art. 33. A guarda obriga à prestação


de assistência material, moral e
educacional à criança ou adolescente,
conferindo a seu detentor o direito de
opor-se a terceiros, inclusive aos
pais. § 1º A guarda destina-se a
regularizar a posse de fato, podendo
ser deferida, liminar ou
incidentalmente, nos procedimentos de
tutela e adoção, exceto no de adoção
por estrangeiros[...].”.

O critério norteador na atribuição da guarda é


a vontade dos genitores, tendo sempre em vista os interesses
do menor, visando atender suas necessidades.
Na ausência de consenso entre os genitores, já
decidiu o Superior Tribunal de Justiça, que é aconselhável a
guarda unilateral, a fim de preservar o menor do conflito
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entre os pais, representando o melhor interesse da criança,


com vista na sua proteção.

III – PEDIDOS COM AS SUAS ESPECIFICAÇÕES

Diante de tudo o que foi exposto, requer:

a) Os benefícios da Gratuidade da Justiça por ser pobre no


sentido legal da palavra e não poder arcar com as custas
processuais e honorários advocatícios sem prejuízo ao
sustento próprio e de sua família;
b) Que seja concedido em caráter de urgência, a
unilateralidade da guarda do menor ao Requerente, pai da
criança, que se compromete a garantir os direitos
necessários para a manutenção da saúde, educação,
alimentação, lazer, e proteção do menor;
c) Seja citada a Requerida para contestar a presente, no
prazo legal, se assim o quiser;
d) A intimação do Ministério Público para que se manifeste no
presente feito em razão do interesse do menor nos termos
do artigo 698 do CPC;
e) A concessão da guarda provisória e responsabilidade do
menor ao autor e que ao final seja prolatada sentença
definindo a guarda definitiva;
f) O gozo do prazo em dobro disposto no §3º do art. 186, CPC;
g) Pugna pela produção de todas as provas admitidas em
Direito, especialmente a testemunhal;
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Atribui à causa o valor de R$ 1100,00 (um mil e cem) reais,


para efeitos meramente fiscais.

Termos em que pede e


espera deferimento.

Itabaiana/SE
26 de outubro de 2021

ALEXANDRO NASCIMENTO ARGOLO


OAB/SE 4104

ALESSANDRA OLIVEIRA SILVA


ACADÊMICA DE DIREITO

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