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Avenida Doutor Luiz Magalhães, 1311, Centro, Itabaiana-SE

AO JUÍZO DE DIREITO DA __ VARA CÍVEL DA COMARCA DE


ITABAIANA/SE.

MARIA CLARA LIMA DOS SANTOS, menor, impúber,


neste ato representada por sua genitora a Sra. KARLA
PRISCILLA LIMA DOS SANTOS, brasileira, maior, capaz,
solteira, faxineira, portadora do RG nº. 2.288.445-9
SSP/SE e inscrita no CPF sob o nº. 119.031.605-61,
residente e domiciliada na Rua Iracema Andrade, n o 210,
Bairro Centro, em Itabaiana/SE, CEP: 49.500-000,
telefone: 79 99627-4855, e-mail; não possui, vem mui
respeitosamente, perante Vossa Excelência, por meio do
seu advogado que esta subscreve, com escritório
profissional na Avenida Doutor Luiz Magalhães, nº.
1311, Centro, na cidade de Itabaiana, Estado de
Sergipe, onde recebe intimações para o foro em geral,
com base na Lei 5.478/1968, no art. 693, parágrafo
único do Código de Processo Civil e demais
dispositivos aplicáveis à espécie, propor a presente:

AÇÃO DE FIXAÇÃO DE ALIMENTOS


Avenida Doutor Luiz Magalhães, 1311, Centro, Itabaiana-SE

Em face de JOSÉ GILTON DOS SANTOS, mais


conhecido pela alcunha de “Gilton Pintor”, brasileiro,
maior, capaz, solteiro, pintor, residente e domiciliado na
Rua Filomena Pereira de Andrade, no 409, Bairro Rotary
Club, Itabaiana/SE, CEP: 49500-000, pelas razões de fato e
direito, que a seguir passará a expor, para ao final,
requerer:

I – FATOS

A Sra. KARLA PRISCILLA LIMA DOS SANTOS, afirma


que teve um relacionamento duradouro com o Sr. JOSÉ GILTON
DOS SANTOS tendo como fruto desta relação amorosa, a menor
MARIA CLARA LIMA DOS SANTOS, conforme registro em anexo.

Há 10 meses a genitora da menor separou do réu


e que desde essa data mensalmente ele apenas contribui com
biscoitos e outras guloseimas em descompasso com as reais
necessidades da criança.

A criança está em idade escolar e a mãe é


autônoma exercendo a atividade de faxineira trabalhando
apenas 2 dias por semana e sem carteira assinada, desta
forma a criança conta apenas com o Bolsa Família.

O genitor é pintor conhecido na cidade,


trabalha todos os dias com a diária de aproximadamente R$
100,00 (cem reais), na equipe do construtor Lucas e aos
finais de semana e no período noturno ele trabalha por
conta própria para aumentar a sua renda.
Avenida Doutor Luiz Magalhães, 1311, Centro, Itabaiana-SE

Recentemente o réu adquiriu uma moto Honda CG


Titan 160, de aproximadamente R$ 15.000,00 (quinze mil
reais), e colocou no nome da sua atual companheira. Na
foto em anexo consta a moto.

Pelas contas da genitora da autora no período


em que conviveu com o réu ele recebia aproximadamente R$
4.000,00 (quatro mil reais) por mês.

Assim, não restou alternativa senão recorrer às


vias judiciais.

Desta forma, a genitora dos menores entende


que o valor justo para auxiliar no sustento dos filhos
seria de 30% do salário mínimo vigente, qual sendo R$
330,00 (trezentos e trinta) reais, além de 50% das
despesas escolares e médicas.

II – DO DIREITO

2.1 – Justiça Gratuita

Inicialmente, requerem a Vossa Excelência que


sejam deferidos os benefícios da Gratuidade de Justiça, com
fulcro na lei 1060/50, com as alterações introduzidas pela
Lei 7.510/86 e concomitantemente com o art. 98 e seguintes
previsto no Código de Processo Civil, por não terem
condições de arcar com as custas processuais e honorários
advocatícios sem prejuízo do próprio sustento e de suas
famílias, conforme declaração que instrui a exordial,
coadunando com o art. 1º § 2º da Lei nº. 5478/68.
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2.2 - Os Alimentos

 O dever alimentar dos pais está expressamente


previsto na Constituição Federal, em seu artigo 229:

“Art. 229. Os pais têm o dever de assistir,


criar e educar os filhos menores, e os
filhos maiores têm o dever de ajudar e
amparar os pais na velhice, carência ou
enfermidade.”

O Código Civil, por sua vez, confere a quem


necessita de alimentos, o direito de pleiteá-los de seus
parentes, em especial entre pais e filhos, nos termos do
art. 1.696:

“Art. 1.696. O direito à prestação de


alimentos é recíproco entre pais e filhos,
e extensivo a todos os ascendentes,
recaindo a obrigação nos mais próximos em
grau, uns em falta de outros.”

Além da relação de parentesco, é imperativo que


haja necessidade do alimentando, conforme preconiza o art.
1.695 do Código Civil, in verbis:

“Art. 1.695. São devidos os alimentos


quando quem os pretende não tem bens
suficientes, nem pode prover, pelo seu
trabalho, à própria mantença, e aquele, de
quem se reclamam, pode fornecê-los, sem
desfalque do necessário ao seu sustento.”
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Este dever de sustento, criação e educação


também é previsto no art. 22 do Estatuto da Criança e do
Adolescente (Lei 8.069/90).

Ademais, a genitora possui uma renda


insuficiente para promover a manutenção da menor,
necessitando de alimentação, vestuário e medicamentos.

Assim sendo, proporcional é o petitório para


arbitramento de pensão alimentícia no valor de 30% do
salário mínimo vigente, qual sendo R$ 330,00 (trezentos e
trinta) reais, além de 50% das despesas escolares e
médicas.

2.3 – Da Fixação dos alimentos provisórios (Tutela


provisória de urgência).

Conforme reza o art.4˚ da lei 8.069/90,


Estatuto da Criança e do Adolescente, é de responsabilidade
da família proporcionar à criança o direito à vida, saúde,
educação, alimentação, lazer, cultura, respeito, dignidade.

A Lei 5.478/68, em seu artigo 4º aduz que:

“Art. 4º As despachar o pedido, o juiz


fixará desde logo alimentos provisórios a
serem pagos pelo devedor, salvo se o credor
expressamente declarar que deles não
necessita.”
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No caso em apreço, a menor MARIA CLARA LIMA DOS


SANTOS necessita dos alimentos, tendo em vista que a
genitora desta não possui rendimentos suficientes para
atender a todos os reclamos oriundos da sua manutenção e
sustento, sendo indispensável à colaboração paterna.

III – PEDIDOS E REQUERIMENTOS

Em face do exposto, pede e requer a Vossa


Excelência:

a) Os benefícios da assistência judiciária, com base na


Lei n.º 1.060/50 e coadunado com o artigo 98 e seguintes do
Código de Processo Civil, uma vez que a representante da
requerente é juridicamente pobre, nos termos dos documentos
anexos;

b) A fixação dos alimentos provisórios, nos termos do art.


4˚ da Lei 5.478/68, proporcionalmente ao valor percebido
pelo requerido;

c) A intimação do ilustre representante do Ministério


Público para acompanhar o presente feito até final
sentença;

d) A citação do réu para comparecer à audiência de mediação


e conciliação, observado o disposto no art. 694 e não
realizado o acordo que passe a incidir o procedimento comum
observando o artigo 335 do Código de Processo Civil;
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e) Ao final, a condenação do réu ao pagamento referente à


pensão alimentícia no importe de 30% do salário mínimo
vigente, qual sendo R$ 330,00 (trezentos e trinta) reais,
além de 50% das despesas escolares e médicas.

f) A condenação do réu no pagamento das custas judiciais e


honorários advocatícios, com base nos arts. 85 e seguintes
do Código de Processo Civil;

g) A contagem do prazo em dobro para todas as manifestações


processuais, nos termos do art. 186, § 3º do Código de
Processo Civil.

IV – DAS PROVAS

Requer a produção de todas as provas em direito


admitidos, especialmente documental e testemunhal.

Dá-se a presente causa o valor de R$ 3.960,00 (três mil


novecentos e sessenta reais) para os efeitos fiscais.

Termos em que pede e


espera deferimento.

Itabaiana/SE
30 de novembro de 2021

ALEXANDRO NASCIMENTO ARGOLO


Avenida Doutor Luiz Magalhães, 1311, Centro, Itabaiana-SE

OAB/SE 4104

ALESSANDRA OLIVEIRA SILVA

ACADÊMICA DE DIREITO

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