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AO JUÍZO DA VARA ÚNICA DA COMARCA DE CORRENTES-PE

HELLOHA ATANAZIO AMANCIO, brasileira, menor impúbere, nascida em


25 de setembro de 2019, inscrito no CPF sob o n°167.406.784-48, neste ato
representada por sua genitora, JOCELINA ATANAZIO DA SILVA, brasileira,
agricultora, solteira, inscrita no CPF sob o n° 716.305.964-77, e no RG sob o n°
10.713.621 SDS/PE, telefone para contato, n° (87) 9 8107-3675, residentes e
domiciliadas na Travessa Odilon Lucio, n° 30, nesta cidade de Correntes-PE – Centro,
CEP 55315-000, vem à presença de Vossa Excelência propor a seguinte:

AÇÃO DE ALIMENTOS C/C ALIMENTOS PROVISÓRIOS

Em face de FRANCISCO AMANCIO FILHO, brasileiro, agricultor, solteiro, telefone


para contato n° (87) 9 8167-3867, residente e domiciliado na Rua Professora Janoca,
N° 43, Centro, Correntes – PE, CEP 55315-000, pelos fatos e fundamentos a seguir
expostos.

I – DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA

Inicialmente, cumpre destacar que a representante legal da requerente não


possui condições de arcar com os custos do processo sem prejuízo do seu sustento
e de sua família, conforme declaração de hipossuficiência em anexo, razão pela qual
requer os benefícios da justiça gratuita, na forma do art. 98 e 99 do Código de
Processo Civil, e do inciso LXXIV do artigo 5º da Constituição Federal.
II – DOS FATOS

1. A menor é filha inconteste do Requerido, conforme se extrai da cópia da


certidão de nascimento em anexo.
2. O Requerido não vem contribuindo de forma regular para o sustento de sua
filha. Raras são as vezes que compra uma lata de leite ou contribui com uma
quantia em dinheiro, sendo a última o valor de R$ 70,00 (setenta reais), o que
não vem sendo suficiente para suprir as necessidades básicas da autora.
3. De certo, as despesas da menor envolvem gastos com moradia, alimentação,
vestuário, medicamentos, lazer e educação, e sua genitora não pode, sozinha,
arcar com tais gastos.
4. Diante dos fatos expostos, surgiu a necessidade de se ingressar com a
presente demanda para fixar um valor mensal suficiente para que a autora
possa usufruir de uma vida digna.

III – DO DIREITO

III.I – DOS ALIMENTOS

O dever de alimentar abrange tanto os alimentos naturais, bem como os civis.


Os alimentos naturais, também denominados de necessarium vitae, são aqueles
estritamente necessários para a mantença da vida de uma pessoa, tais como:
alimentação, remédios, vestuário e habitação.
Os alimentos civis, chamados de necessarium personae, se prestam a
atender às necessidades de caráter social e educativo. Fundamenta-se na legislação
vigente o pedido dos Requerentes: Art. 1.634. Compete aos pais, quanto à pessoa
dos filhos menores: I – dirigir-lhes a criação e educação; II – tê-los em sua companhia
e guarda (...).
O Art. 227 da Constituição Federal, ao tratar da criança e do adolescente,
assim dispõe, vejamos:

“É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao


adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à
alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à
dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária,
além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação,
exploração, violência, crueldade e opressão.”
Já no tocante ao dever de prestar pensão alimentícia, no art. 229 da CF/88,
temos: “Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, e os filhos
maiores têm o dever de ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou
enfermidade.”
Diante das próprias disposições constitucionais e legais, emerge o dever do
Requerido de contribuir para a criação e sustento de sua filha. Aliás, o
art. 1.696 do Código Civil, prescreve que: “O direito à prestação de alimentos é
recíproco entre pais e filhos, e extensivo a todos os ascendentes, recaindo a
obrigação nos mais próximos em grau, uns em falta de outros.”
Dessa forma, visando a manutenção da menor, pleiteia-se pela fixação, a título
de pensão alimentícia, do percentual de 25% (vinte e cinco por cento) do salário
mínimo vigente, que corresponde atualmente ao importe de R$ 330,00 (trezentos
e trinta reais) mensais, a serem depositados até o dia 10 de cada mês na conta de
titularidade da genitora da menor, a Sra. Jocelina Atanazio da Silva: Banco Caixa
Econômica Federal, Agência: 0052, Conta Poupança: 58049845-7, Operação: 0007,
CPF nº 716.305.964-77.

III.II - DOS ALIMENTOS PROVISÓRIOS

Os alimentos provisórios pleiteados na presente ação têm como objetivo


promover o sustento da menor na pendência da lide. Tal pedido encontra-se previsto
no art. 4º da Lei n.º 5.478/68, que dispõe sobre a ação de alimentos, senão vejamos:
“Art. 4º. Ao despachar o pedido, o juiz fixará desde logo alimentos provisórios a serem
pagos pelo devedor, salvo se o credor expressamente declarar que deles não
necessita.”
No caso sub examine, resta translúcida a necessidade de fixação de tal
provisão legal, face à dificuldade financeira enfrentada pela genitora da menor face as
despesas que decorrem da criação desta.
Registre-se a precisa lição da atual doutrina de Maria Berenice Dias, que,
citando Silvio Rodrigues e Carlos Alberto Bittar, assim preconiza:

“Talvez se possa dizer que o primeiro direito fundamental do ser humano é o


de sobreviver. E este, com certeza, é o maior compromisso do Estado:
garantir a vida dos cidadãos. Assim, é o Estado o primeiro a ter obrigação de
prestar alimentos aos seus cidadãos e aos entes da família, na pessoa de
cada um que integra. (…) Mas infelizmente o Estado não tem condições de
socorrer a todos, por isso transforma a solidariedade familiar em dever
alimentar. Este é um dos efeitos que decorrem da relação de parentesco.”

Isto posto, com o objetivo de propiciar à menor Requerente proteção


jurisdicional aos meios à sua mantença digna durante o curso do processo, solicita-se
alimentos provisórios, nos termos da pensão alimentícia requerida alhures.

IV – DOS PEDIDOS

Em face do exposto, requer a Vossa Excelência o recebimento da presente


exordial para determinar:

a) O benefício da Assistência Judiciária, por serem hipossuficientes, nos moldes


da CF/88, art.5°, inciso LIV e arts.98 e 99 do CPC/15;
b) A intimação do ilustre representante do Ministério Público com atribuições
perante este Juízo para intervir no feito;
c) A citação do Requerido para, querendo, contestar a presente demanda no
prazo legal, sob pena de revelia quanto a matéria de fato;
d) Sejam fixados alimentos provisórios no percentual de 25% (vinte e cinco por
cento) do salário mínimo vigente, que corresponde ao importe de R$ 330,00
(trezentos e trinta reais) mensais, e que ao final se convertam em definitivos:
▪ Que sejam depositados os devidos valores até o dia 10 de cada mês em
conta de titularidade da genitora da menor, a Sra. Jocelina Atanazio da
Silva: Banco Caixa Econômica Federal, Agência: 0052, Conta Poupança:
58049845-7, Operação: 0007, CPF nº 716.305.964-77
e) A parte Autora não se opõe à designação de audiência prévia de conciliação,
nos termos do art. 319, VII, do CPC/2015.

Protesta por todos os meios de direito admitidos para comprovar os fatos


alegados.
Dá-se à causa o valor de R$ 3.960,00 (três mil novecentos e sessenta reais).

Termos em que,
Pede deferimento.
Correntes-PE, 18 de outubro de 2023.
Amanda de Azevedo Mélo
OAB/PE 50.881

Kássia Dayanne Vasconcelos Siqueira


OAB/PE 32.567

Geovana Silva Camelo Brito


Estagiária

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