Defensoria Pública do Estado de Sergipe

JUÍZO DE DIREITO DA __ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE

ARACAJU/SERGIPE.

AYSLA GABRIELLE DOS SANTOS OLIVEIRA, nascida em

03/06/2015, brasileira, menor impúbere, representada por sua genitora ADRYENE
LORAYNE DOS SANTOS, brasileira, maior, capaz, desempregada, portadora do RG
n.º 3.229.236-6, 2ª via, e inscrita no CPF sob n.º 091.626.485-86, natural de Aracaju/SE,
residente e domiciliada à Rua F, n.º 114, Recanto da Jaqueira, Bairro Industrial,
Aracaju/SE, CEP 49070620, tel (79) 98817-8988, sem email para contato, neste ato
assistidos pela DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DE SERGIPE, por seu
Defensor Público que esta subscreve, vem perante Vossa Excelência, com fundamento
nos artigos 1.566, IV, 1.696, 1.703 e 1.706 do Código Civil e artigo 2º da Lei n.º
5.478/68, ajuizar

AÇÃO DE ALIMENTOS

Em face de GEAN OLIVEIRA SANTOS JUNIOR, solteiro, servente, com endereço

residencial na Rua A, n. 418, Loteamento Recanto da Jaqueira, Cidade Nova, CEP
4900000, Aracaju/SE, demais dados ignorados, pelos motivos fáticos, jurídicos e
probatórios avante especificados:

I – DA JUSTIÇA GRATUITA

No caso sub judice, a requerente não têm condições de arcar com as

custas e despesas processuais, bem como com os honorários advocatícios (declaração

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anexa), razão pela qual requer seja deferido o benefício da assistência judiciária gratuita,
nos termos do art. 98 e ss. do CPC.

II - DAS PRERROGATIVAS DA DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO

Para o eficiente desempenho do seu mister constitucional, necessário se

faz o reconhecimento das prerrogativas da Defensoria Pública do Estado de Sergipe,
especialmente as elencadas no art. 128, I, da Lei Complementar nº 80/94, quais sejam, a
intimação pessoal e a contagem dos prazos processuais em dobro.

III - DOS FATOS

A genitora da requerente conviveu com o requerido cerca de 4 anos,

advindo desta união uma filha conforme prova a documentação anexa.
Tiveram inicialmente a relação de namoro e após um ano a genitora
engravidou. No entanto, separaram-se 3 meses antes da criança completar 3 anos de
idade. Ficou acordado que o genitor contribuiria com o custeio das despensas da criança
com o valor de R$ 100,00. Segundo relato da genitora, o pai da criança cumpriu
efetivamente com o acordo, mas que parou de contribuir há 4 meses.
Relata ainda que o genitor atualmente está convivendo com outra pessoa
e que após a construção dessa relação o mesmo parou de cumprir com o acordo.
Segundo a genitora, o pai da criança trabalha como servente de pedreiro.
Bem como faz outros bicos, para complementação da renda.
A genitora possui diversas despesas com alimentação, vestimentas,
dentro outros fatores essenciais para manutenção de uma vida digna. Ressalte-se que a
mesma recebe auxílio do Bolsa família.
Mister se faz aludir que a genitora encontra-se desempregada e recebe
auxílio da mãe e do atual companheiro para se manter.

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Em razão do contexto fático acima exposto, e considerando as

necessidades das crianças e a possibilidade financeira paterna, a parte postula que os
alimentos sejam definidos em 30% do salário mínimo enquanto estiver desempregado,
requerendo o mesmo percentual a incidir sobre toda a sua remuneração, excetuados os
descontos obrigatórios, incidindo sobre férias e 13º salário em caso de vínculo
empregatício.

IV - DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS

O artigo 27, nº 4, da Convenção Sobre os Direitos da Criança -

convenção essa ratificada por mais de 190 partes -, determina que:

Os Estados Partes tomarão todas as medidas

adequadas para assegurar o pagamento da
pensão alimentícia por parte dos pais ou de
outras pessoas financeiramente responsáveis
pela criança, quer residam no Estado Parte
quer no exterior [...].

Válido mencionar que, para a Convenção, criança é toda pessoa com

idade inferior a 18 anos, conforme previsão literal do seu artigo 1º.

A Convenção Interamericana sobre Obrigação Alimentar, em seu artigo

10, reza que: “Os alimentos devem ser proporcionais tanto à necessidade do alimentário,
como à capacidade financeira do alimentante [...]”.
Em âmbito interno, a Constituição Federal reza, em seu artigo 227, que:

É dever da família, da sociedade e do Estado

assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem,
com absoluta prioridade, o direito à vida, à
saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao
respeito, à liberdade e à convivência familiar e

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comunitária, além de colocá-los a salvo de toda

forma de negligência, discriminação, exploração,
violência, crueldade e opressão.

Cabe, então, aos autores resguardar seu direito aos alimentos por meio da
presente ação.

V – DOS PEDIDOS

Em face do exposto, requer:

a) Os benefícios da justiça gratuita, nos termos do art. 98 do CPC;

A fixação de alimentos provisórios no percentual de 20% dos seus
rendimentos percebidos a qualquer título;
b) A notificação do Ministério Público e do Defensor Público para
acompanhar a presente ação;
c) a fixação de alimentos provisórios em favor dos requerentes no
importe de 30% do salário mínimo enquanto estiver desempregado, requerendo o
mesmo percentual a incidir sobre toda a sua remuneração, excetuados os descontos
obrigatórios, incidindo sobre férias e 13º salário em caso de vínculo empregatício,
devendo a parte ser intimada para fornecer os dados da conta para depósito;
d) A intimação e citação do requerido para comparecer à audiência
prévia de conciliação/mediação, conferindo-lhe o prazo de defesa, sob pena de se
sujeitar aos efeitos da revelia, em caso de insucesso na composição pacífica do litígio;
e) A procedência do pedido, condenando o requerido ao pagamento dos
alimentos definitivos no importe de 30% do salário mínimo enquanto estiver
desempregado, requerendo o mesmo percentual a incidir sobre toda a sua remuneração,
excetuados os descontos obrigatórios, incidindo sobre férias e 13º salário em caso de
vínculo empregatício;

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f) A condenação da parte ré em honorários advocatícios em favor da

Defensoria Pública do Estado de Sergipe em conta a ser oportunamente informada.
Protesta provar o alegado por todos os meios admitidos em direito,
mormente depoimento pessoal do requerido e das testemunhas a serem oportunamente
arroladas.
Dá a causa o valor de R$ 3.592,80.
Nestes termos, pede deferimento.
Aracaju/SE, 04 de junho de 2019.

Liza Monte Alegre Tavares Andrade

Defensora Pública

Estagiário:
Allan Victor de Araujo Carvalho
Glauber Vinicius Santos de Souza
Karine Silva da Silveira Sales

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