Você está na página 1de 5

UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA

NÚCLEO DE PRÁTICA JURÍDICA - NPJ

AO JUÍZO DA ____ª VARA DE FAMÍLIA DA COMARCA DA CAPITAL

LUIZ TARCÍSIO, menor impúbere, representado por sua genitora SANDRA ROSA
MADALENA, brasileira, solteira, vendedora, portadora da carteira de identidade nº
XXXXXXXXX, expedida pelo DETRAN/RJ, inscrita no CPF sob o n° XXXXXXXXXX, residente na
Rua XXXXXXXXXXX, n° 462, Tijuca, Rio de Janeiro – RJ, CEP xxxxxx, vem, respeitosamente, à
presença de Vossa Excelência, por meio de seus advogados in fine assinados, todos
integrantes do Núcleo de Prática Jurídica da Universidade Veiga de Almeida – campus
Tijuca, que, para fins do art. 77, V, do CPC, indicam o endereço da Rua Senador Furtado,
nº 113, casa 01, CEP. 20.270-021, onde poderão receber todas e quaisquer intimações e,
em caso de divulgação através de Diário Oficial, sejam as publicações realizadas em nome
da (o) Dra. xxxxxxxxxxxx, inscrita (o) na OAB/RJ sob o nº xxxxxx, propor a presente:

AÇÃO DE ALIMENTOS

Pelo rito especial, nos termos da Lei nº 5.478/68, em face de SIDNEY MAGAL,
brasileiro, solteiro, despachante de táxi, residente na Rua XXXXXX, nº XX, Maracanã, Rio
de Janeiro – RJ, CEP. Xxxxx, pelos motivos que passa a expor:

I - DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA

Afirma a RL do Autor ser pessoa juridicamente necessitada, não tendo condições


de arcar com a taxa judiciária, as custas e despesas processuais, assim como os honorários
advocatícios, sem prejuízo do sustento próprio ou de sua família, conforme faz prova a
declaração de hipossuficiência, em anexo, razão pela qual faz jus a gratuidade de justiça
na forma do art. 98 e seguintes do Código de Processo Civil.

Rua Senador Furtado,113, casa 01, CEP 20270-021, Telefone: 2574-8800 Ramal: 262
UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA
NÚCLEO DE PRÁTICA JURÍDICA - NPJ

II - DO PRAZO EM DOBRO

O art. 186, § 3º do Código de Processo Civil estabelece que aos escritórios


de prática jurídica das faculdades de Direito reconhecidas na forma da lei gozam de
prazo em dobro para todas as suas manifestações processuais, o que se requer, desde já.

III – DA OPÇÃO PELA REALIZAÇÃO DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO/MEDIAÇÃO

Dispõe o art. 694 do CPC, que nas ações de família, todos os esforços
serão empreendidos para a solução consensual da controvérsia, devendo o juiz dispor do
auxílio de profissionais de outras áreas de conhecimento para a mediação e conciliação.
Já o § 3º do art. 165, prevê que a mediação é o meio adequado para os casos em que
houver vínculo familiar anteriormente existente entre as partes.

Assim, considerando os dispositivos mencionados, e visando a celeridade


processual para evitar desgaste emocional para os envolvidos, opta o Autor pela
realização da sessão de Mediação, a fim de ser tentada a solução consensual do conflito.

IV – DOS FATOS

A Representante Legal do Autor e o Réu mantiveram um relacionamento que


perdurou por cerca de 3 (três) anos, advindo da relação o nascimento do Autor, em 06 de
Agosto de 2018, conforme certidão de nascimento, em anexo.

Após cinco meses do nascimento do Autor, o casal resolveu por fim a relação.
Desde então o Réu passou a ajudar com o sustento do filho, contribuindo com o valor que
entendia devido, sendo este, em média, de R$ 200,00 (duzentos reais), por mês, mas que
não era suficiente para arcar com as despesas do menor.

Vale destacar, que além do Réu não contribuir com valor suficiente, também não
dava a quantia em uma data específica, obrigando a RL do Autor a todo mês, seja
pessoalmente, seja por telefone, exigir que ele contribuísse para o sustento do menor,
sendo nestas situações frequentemente hostilizada pelo Réu.

Ressalta-se, ainda, que os gastos básicos com o Autor atualmente giram em torno
de R$ 500,00 (quinhentos reais), por mês, conforme demonstrado abaixo:

Alimentação R$ 300,00
Saúde e Higiene R$ 50,00
Vestuário (Anual = R$ 700,00) R$ 60,00
Material escolar e uniforme (Anual = R$ R$ 40,00

Rua Senador Furtado,113, casa 01, CEP 20270-021, Telefone: 2574-8800 Ramal: 262
UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA
NÚCLEO DE PRÁTICA JURÍDICA - NPJ

400,00)
Condução R$ 50,00
TOTAL R$ 500,00

Logo, fácil concluir que a quantia de R$ 200,00 (duzentos reais), quando paga,
nunca foi suficiente, conforme demonstrado acima.

Saliente-se, que a RL, atualmente desempregada, está em busca de uma


sobrevivência digna para sua família, constituída, inclusive, de outro filho, cujo pai,
diferentemente do Réu, contribui de forma regular para o sustento do menor, mas vem
encontrando inúmeras dificuldades para arcar com as despesas do Autor e não tem com
quem contar para poder suprir tais necessidades fundamentais.

O Réu, por sua vez, não vem prestando qualquer auxílio ao Autor, expondo-o a
uma série de privações, desatendendo, assim, as normas jurídicas reguladoras da matéria,
tanto na esfera cível, quanto penal.

Frise-se, que tem conhecimento a RL do Autor de que o Réu trabalhava como


despachante de táxi no Aeroporto Santos Dumont, recebendo, por mês, em torno de R$
2.000,00 (dois mil reais).

Desta forma, o Autor exige seu direito no sentido de que o Réu exerça sua
obrigação de prestar alimentos, pois a mãe é pessoa pobre, conforme faz prova a
declaração de hipossuficiência, em anexo, e dispõe de baixa renda, insuficiente para
manter sua família.

V - DOS FUNDAMENTOS

De acordo com o art. 229 da Constituição da República, os pais têm o dever de


assistir, criar e educar os filhos menores.

Ainda, o Código Civil em seu art. 1.694 prevê que podem os parentes, cônjuges ou
companheiros pedir uns aos outros os alimentos de que necessitem para viver de modo
compatível com a sua condição social, inclusive para atender às necessidades de sua
educação, e o parágrafo 1º do referido artigo, dispõe que os alimentos devem ser fixados
na proporção das necessidades do menor e dos recursos do pai.

Além disso, o art. 22 do Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8.069/90) prevê


que aos pais incumbe o dever de sustento, guarda e educação dos filhos menores,

Rua Senador Furtado,113, casa 01, CEP 20270-021, Telefone: 2574-8800 Ramal: 262
UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA
NÚCLEO DE PRÁTICA JURÍDICA - NPJ

cabendo-lhes ainda, no interesse destes, a obrigação de cumprir e fazer cumprir as


determinações judiciais.

Como fora verificado, compete também ao Réu, promover a subsistência do


menor, algo que não vem ocorrendo de forma efetiva, antes posto que apenas a RL do
Autor é quem vem mantendo quase que na integralidade o sustento do filho, mesmo se
encontrando atualmente desempregada.

Vale destacar, que a obrigação de sustento não se altera diante da precariedade da


condição econômica do genitor, caso venha a ser alegada. Certo é, que a impossibilidade
material não pode constituir motivo de isenção do dever do pai de contribuir para a
manutenção do filho.

O Réu, ainda que alegue desemprego, tem a obrigação de colaborar com o


sustento do filho, em algo tão essencial que é a alimentação.

Assim resta mais que provado, que o pai tem o dever de prestar alimentos não
podendo se escusar sobre tal dever em nenhuma hipótese.

Diante do que aqui ficou exposto, não resta outro meio ao Autor a não ser buscar
através da ação de alimentos a prestação jurisdicional, a fim de proteger seus direitos.

VI – DOS PEDIDOS

Ante o exposto, requer a V.Exa.:

a) O deferimento da concessão da GRATUIDADE DE JUSTIÇA requerida no


preambulo da presente inicial;

b) A concessão do prazo em dobro, nos termos do art. 186, § 3º do CPC;

c) A fixação dos alimentos provisórios, da seguinte forma:

Na hipótese de não possuir vínculo empregatício e/ou benefícios previdenciários, com a


quantia equivalente a 42% do salário-mínimo, quantia esta a ser depositada na conta
poupança da Representante Legal da Autora de nº xxx – op. 013 – Ag. xxx da Caixa
Econômica Federal;

Na hipótese de possuir vínculo empregatício e/ou benefícios previdenciários, com a


quantia equivalente a 25% de todos os seus rendimentos, inclusive 13o salário, férias,
FGTS, PIS/PASEP, verbas rescisórias, mais salário família, se fizer jus, abatidos apenas os

Rua Senador Furtado,113, casa 01, CEP 20270-021, Telefone: 2574-8800 Ramal: 262
UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA
NÚCLEO DE PRÁTICA JURÍDICA - NPJ

descontos obrigatórios, a ser descontada de sua folha de pagamento e depositada na


conta poupança da Representante Legal da Autora de nº xxx – op. 013 – Ag. xxx da Caixa
Econômica Federal;

d) A citação/intimação do Réu para que compareça a audiência de mediação, nos


termos do art. 695 do Código de Processo Civil e, em não havendo acordo,
apresentar resposta, nos termos do art. 335 do Código de Processo Civil;

e) A intimação do I. representante do Ministério Público, na forma do art. 698 do


CPC;

f) A procedência do pedido, transformando os alimentos provisórios em alimentos


definitivos, na forma acima requerida (item c), conforme dispõe a Lei nº
5.478/68, a ser depositado em conta poupança da Representante Legal da
Autora de nº xxx – op. 013 – Ag. xxx da Caixa Econômica Federal;

g) A condenação do Réu ao pagamento dos ônus sucumbenciais e honorários


advocatícios em 20% sobre o valor da causa.

VI – DAS PROVAS

Requer a produção de todos os meios de provas admitidos em direito, na amplitude


do artigo 369 do CPC, especialmente, depoimento pessoal do Réu, documental
superveniente e suplementar e testemunhal.

VII – DO VALOR DA CAUSA

Dá à causa o valor de R$ 6.108,48.

Rio de Janeiro, 29 de Agosto de 2022.

Rua Senador Furtado,113, casa 01, CEP 20270-021, Telefone: 2574-8800 Ramal: 262

Você também pode gostar