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­ Fanfic Efêmero ­ Spirit Fanfics

Efêmero
Autor(es): ~Veronicanoona

Sinopse
Efémero 
(grego ephêmeros, ­os, ­on, que dura um dia) 
adj. 
1. Que dura só um dia. 
2. [Figurado] De curta duração. = BREVE, PASSAGEIRO, TEMPORÁRIO, TRANSITÓRIO
≠ DURADOURO, PERMANENTE 
s. m. 

Foi com Zitao que Kris aprendeu o significado da palavra amor, mas foi ela que lhe ensinou a
efemeridade da vida. 

Aviso Legal
Os personagens encontrados nesta história são apenas alusões a pessoas reais e nenhuma das
situações e personalidades aqui encontradas refletem a realidade, tratando­se esta obra, de
uma ficção. Os eventuais personagens originais desta história são de minha propriedade
intelectual. História sem fins lucrativos, feita apenas de fã para fã sem o objetivo de denegrir
ou violar as imagens dos artistas.

Índice
1 ­ Prólogo
2 ­ Capítulo 1 ­ Recomeço
3 ­ Capítulo 2 ­ Adaptação
4 ­ Capítulo 3 ­ Deleite
5 ­ Capítulo 4 ­ Contradição
6 ­ Capítulo 5 ­ Revelações
7 ­ Capítulo 6 ­ Força
8 ­ Capítulo 7 ­ Presente
9 ­ Capítulo 8 ­ Efemeridade
10 ­ Epílogo

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1. Prólogo

Notas do Autor
Então pessoal essa é minha primeira fic, e me aventurei logo numa Taoris, porém, é um
couple que amo e com meus dois bias. 
Como é minha primeira vez tenham paciência com minha escrita e cuidem de mim com
carinho. 
Essa Taoris surgiu numa conversa no skype com a Shiro, meu amor, que é responsável pela
bela capa. 
A betagem foi feita pela minha dongs @/sehunu, então batam nela se algo estiver errado!!! 
Dedico essa fic a Fran, minha dragon favorita, fofa e linda, que amo muito!!! 
Ficarei atualizando sempre nas terças. Boa Leitura...

Ele não queria dormir, tinha medo dos sonhos, de um universo que não podia
controlar, de um lugar onde verdades seriam ditas na sua cara sem o menor cuidado e sem
preparo algum. Não podia dormir e ter que encarar aquele rosto todas as noites em seus
sonhos. Era demais para suportar aquele sofrimento, aquela dor, não gostaria de reviver tudo
novamente.   

Todas as noites que chegava do trabalho tinha medo de abrir a porta, de deitar na
cama e perceber um espaço vazio, um perfume que fazia falta. Amaldiçoava a todo instante
aquele apartamento e a si mesmo, pois não tinha coragem de se desfazer daqueles objetos,
daquele espaço no guarda­roupa que ainda possuía algumas peças que ali foram deixadas por
Tao. Lembrava­se perfeitamente do instante em que este abriu a mala e jogando as roupas de
qualquer jeito dentro dela e Kris só assistia estático a cena, não conseguindo mover um
músculo sequer para impedir o amado de ir embora. Dos seus olhos não escapava uma
lágrima enquanto via ZiTao fechar a mala com dificuldade, não porque ela estaria lotada de
roupas, mas porque suas mãos tremiam em desespero contido e gritos que deveriam ter saído,
porém, o orgulho de ambos foi forte demais para que estes esboçassem alguma reação.  

Os olhares não se cruzavam, as cabeças baixas mostravam a derrota de um casal que
viveu por oitos anos junto, enfrentando o inferno, mas que não puderam lidar com uma
simples decisão que Tao tinha tomado, e este não poderia viver incompleto. Amava o loiro
ardentemente. Chegava a doer, mas seu coração precisava de outro tipo de amor, esse o maior
não poderia dar e não compreendia as razões do moreno desejar em seu íntimo um amor como
aquele.  

O mais novo apertou a maçaneta da porta com força, dando uma última olhada para
trás, encontrando seu olhar com o do Kris e tentando em suas últimas forças encontrar dentro
daquele olhar uma razão, uma compreensão para ficar, apenas uma luz de que o loiro aceitaria
sua ideia e assim poderiam ser completos de uma só vez. Mas ao adentrar aquelas orbes
negras só conseguiu sentir o orgulho tomando conta de um coração que um dia tinha sido seu,
mas que agora era egoísta demais para dividir algo. Kris não queria dividir Tao e esse foi seu
maior arrependimento.

Dois anos se passaram desde o momento em que seu amor passara por aquela porta e
o deixara abandonado em sua casa, tendo como companhia o silêncio que se tornava cada dia
mais barulhento e mais angustiante. Tantos dias já tinham se passado, mas a dor ali
permanecia como um bichinho de estimação que Kris alimentava diariamente, quase como
uma doença que não queria curar e com apenas um diagnostico que simplesmente ignorava.
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Trabalhava como se fosse à única coisa no mundo que dava prazer, matinha sua
cabeça o mais ocupada possível. Não queria parar e refletir, não queria sentir se a dor
machucava mais do que aguentava, se a carência o invadia de modo incontrolável quase o
enlouquecendo nas noites que necessitava das mãos de Tao no seu corpo. Pegava o celular e
ligava para um garoto de programa chamado Lay e era com ele que sanava um pouco do seu
lado sexual muitas vez abandonado e esquecido, mas que quando despertava parecia queimar
de dentro para fora.   

O loiro ainda matinha hábitos que lembravam o mais novo, ainda dormia do lado
esquerdo da cama, usava o mesmo perfume que ambos dividiam, pois diziam que mesmo
afastados ainda poderiam sentir o cheiro do outro em si, a aliança de casamento ainda
repousava em seu dedo, ele nunca iria tirá­la. Mesmo que Tao não fosse mais voltar, agarrava­
se a ideia que mesmo longe ainda podia sentir um pouco de dele em si. 

Numa fatídica segunda, caminhando para seu escritório, que chovia mais do que o
costume, Kris se sentia irritado mais que o normal. O final de semana com sua família não o
deixara mais feliz ou menos estressado. Tinha que responder inúmeras perguntas
inconvenientes, como: por que ainda continuava solteiro? Por que não arruma uma mulher e
casa logo? Tantos porquês que ao chegar domingo à noite em seu apartamento se sentia mais
exausto do que quando saiu do trabalho na sexta. Apenas uma voz ecoava no seu interior,
aquela voz tão doce que embalava seus sonhos quando era menino, aquele colo macio em que
repousava a cabeça e sentia seguro. A voz da sua avó era um bálsamo para sua alma ferida e
um alento para seu coração cheio de mágoa; Ao ver o neto naquele estado ainda perdido,
ainda magoado, o puxou pela mão o levando até a varanda e olhando em seus olhos com
aquela sabedoria que apenas os anos estampados em seu rosto lhe permitiam ter, disse: Meu
querido porque essas nuvens em seu olhar? Por que essa tonalidade de tristeza expressada em
seus olhos? A dor ainda permanece em sua alma como uma ferida aberta e você não tem
coragem de cicatrizar, por quê? Dois anos se passaram e você ainda permanece como no dia
que o ZiTao saiu de casa, me entristece o coração ao vê­lo passar por isso como se tivesse
ocorrido ontem – lágrimas rolavam pelo rosto do Kris, e para aquela mulher a sua frente, ele
não tinha vergonha de escondê­las – meu neto querido, do qual tenho amor profundo, esqueça
esse orgulho que só te afundou cada dia mais no desespero e na tristeza, não permita que isso
crie raízes no seu coração. Não imagino como será seu futuro, largue a dor que te prende no
passado e se permita ser feliz.

Os pensamentos em conflitos não ajudavam muito o raciocínio que estava lento
naquela segunda, o dia passou vagaroso, se arrastando. Os minutos parecendo horas, o
telefone não parava de tocar e o irritadiço Kris já não suportava aquele barulho insistente, o
seu celular tocava freneticamente estampando um número que não conhecia. Sentiu vontade
de jogar o celular na parede, sua dor de cabeça o castigava a cada som que chegasse aos seus
ouvidos, mas decidiu atender. Ao pronunciar “alô” de uma maneira meio brusca, sentiu suas
forças se esvaindo ao ouvir aquela voz que perturbava seus sonhos e transformava sua vida
em pesadelo aos abrir os olhos, aquela voz ao qual seu coração obedecia e seu corpo tremia.
Não conseguia pronunciar mais nenhuma palavra apenas ouvia o convite vindo daquele que
tanto amava, conseguiu sussurrar um “sim” e com isso encerrou a chamada. Era um convite
para tomarem um café numa livraria perto do seu escritório. 

O loiro ainda meio atônito não sabia que tipo de sentimentos estava jorrando de seu
interior, não tinha percebido que apenas ouvindo sua voz tinha aberto o seu coração
novamente para uma esperança que timidamente crescia no seu coração. Mas o medo se
mostrava presente também, pois não sabia o motivo daquele encontro. Quanto mais pensava
mais dúvidas apareciam, não conseguia se concentrar mais, nenhuma conta mais fazia sentido,
não conseguiu permanecer mais tempo no escritório. Pegou seu casaco e foi para o parque em
frente à livraria. A chuva já havia cessado e ali, no finalzinho da tarde, permaneciam apenas

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as crianças brincando e alguns casais de namorados sentados apreciando o pôr do sol.  

Um casal em particular lhe chamando atenção, dois garotos na faixa dos seus vintes
anos sentados em banco de frente a uma fonte de água, ambos sorriam e dividiam uma torta
de limão, quem passava rapidamente não percebia o clima de cumplicidade e amor que
exalava deles dois, o rapaz mais alto moreno de cabelos castanhos pegava um pedaço de torta
do garfo e levava em direção à boca do menor que possuía uma pele alva que ficou ruborizada
e grandes olhos que se fechavam quando abocanhava o que o outro lhe dava, tendo o moreno
lhe roubado um beijo se aproveitando da situação e levando um tapa no ombro dado pelo
menor. O clima entre eles fez com que Kris ficasse nostálgico, lembrando­se das vezes que ele
e Tao tinham aquele carinho e aquele cuidado um com o outro.  

Levantou­se do banco e seguiu em direção ao café, sentando num canto mais
escondido e observando o movimento, aguardando ansiosamente que o menor chegasse logo e
ao mesmo tempo tinha medo do que ZiTao queria falar com ele. Seu coração doía com a
possibilidade de perdê­lo novamente, não queria que o moreno fosse embora outra vez e faria
e aceitaria qualquer coisa para tê­lo em seus braços como outrora tivera. Mas quando olhou
para a porta, o seu sorriso, que antes contemplava seu rosto, esmoreceu completamente ao ver
ZiTao entrar na cafeteria acompanhado do motivo da sua separação. Seu coração sangrou e
por um momento parou de respirar achando que realmente não tinha sido feito para ser feliz.

Notas finais
Comentários, xingamentos, perguntas ou qualquer coisa que queiram falar fiquem a vontade
e podem me perturbar no meu twitter: @noonadokris

2. Capítulo 1 ­ Recomeço

Notas do Autor
Boa Noite pessoal!!! 

Desde já agradeço aos comentários carinhosos e favoritos, eles me incentivaram a escrever
mais e com isso decide postar nos dias de terça e quinta, já que tenho alguns capítulos
adiantados. 
Algumas pessoas acertaram quem entrou com o Tao na cafeteria!!! 
Sem mais delongas, ai esta o capítulo!!!! 
Boa Leitura, até as notas finais!!! 
Capa e betagem foi a @/sehunu

Kris baixou os olhos em direção àquela pequena figura agarrada as pernas de ZiTao,
com olhos negros curiosos a lhe espreitar, como se tentasse adivinhar seus pensamentos. Já
conhecia aquela pequenina e a observando melhor viu o quanto crescera nesses dois anos.
Seus lindos cabelos negros que tocavam seus ombros, sua pele levemente bronzeada e seus
pequeninos olhos que o encaravam. Estava usando um vestido azul marinho e seus graciosos
sapatinhos mostravam o gosto refinado do seu pai. O moreno sempre tivera um bom gosto
com moda e sem sombra de dúvidas isso refletiria na sua filha. 
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Não fez questão de esbanjar simpatia quando tinha ali na frente à pessoa que tanto
amava e outra que tanto que lhe causava raiva. Ela era o motivo de tantas brigas e gritos que
ecoavam naquele apartamento. Não queria uma criança, não queria uma família, queria Tao
apenas para si e dividir ele com algo tão carente, tão dependente e que necessitasse de tantos
cuidados não era justo. Tao percebendo o clima meio frio que emanava do maior resolveu
chamar o garçom e fazer os pedidos, pois, ainda estavam gravados em sua memória os gostos
e peculiaridades do seu marido, do tipo de café que gostava e da torta que mais lhe deliciava.

Ao chegar os pedidos, Kris pôde notar que o sabor escolhido por ZiTao de torta para
ele, era o mesmo que escolherá para a pequenina que agora esboçava um sorriso ao ver aquela
enorme fatia da torta de morango a sua frente, esperando apenas que o seu pai lhe entregasse o
garfo para que a festa começasse. Enquanto a menina devorava aquele pedaço carregado de
chantilly e morangos, os adultos da mesa se encaravam, trocavam olhares que pareciam mais
pedidos de socorro, misturados a desculpas tardias e juras de amor silenciosas que apenas
ecoavam entre aqueles dois amantes que mesmo estando com os corpos separados mantinham
seus corações ligados.

O moreno deu inicio a conversa da maneira mais comum possível, reapresentando a
pequenina Sakura que agora possuía quatro anos de idade e que no momento se encontrava
com a boca toda lambuzada chantilly, mas que esboçou um belo sorriso ao ouvir seu nome ser
pronunciado de uma maneira tão carinhosa pelo seu pai. Kris não evitou que memórias o
invadissem e o remetessem há dois anos no dia em que ZiTao lhe apresentou pela primeira
vez a história daquela pequenina. 

Flashback

“Kris tinha acabado de chegar do trabalho, exausto. Seu dia não tinha sido dos
melhores, e a onda de demissão o tinha deixado preocupado e aflito. O seu semblante era
notório, algo que Tao percebeu logo ao ver seu Gege entrar em casa. Ponderou se deveria
iniciar aquela conversa naquele dia, mas não poderia mais retardar o assunto, Sakura não
poderia mais esperar um lar e vê­la apenas algumas horas do dia não estava ajudando seu
coração a descansar durante a noite. Recebeu o loiro o levando diretamente a um banho
relaxante, onde ambos conversavam sobre as notícias do dia, em meio a beijos e abraços
apertados de saudade. Aquele banho demorou mais do que o normal, porém, foi
extremamente satisfatório para os dois que relaxaram juntos.

O jantar fora servido por Tao, que prontamente e, assim por dizer, cautelosamente
começou a contar a história de uma pequenina menina japonesa que tinha sido deixada para
adoção por seus pais, pois esses não tiveram condições de criar mais a menina, já que
contava na família com cinco irmãos, se tornando um fardo para aqueles pobres pais. O
moreno enalteceu a pequenina com todas as qualidades que ela possuía. Uma beleza única, a
fofura que tanto o conquistava, uma menina preciosa que havia invadido seu coração em
todos os sentidos. Os olhos de Zitao brilhavam ao falar de Sakura e Kris apenas observava
aquela cena com um ar impassível, sem expressar reação nenhuma. Não acreditava que o
moreno fosse se deixar envolver por uma criança. Este tinha conhecimento que ao
começarem o relacionamento não planejavam ter filhos e isso sempre deixou bem claro ao
menor, não queria magoá­lo, nem deixar a tristeza invadir seu relacionamento, mas não
poderia concordar com aquilo. Não toleraria uma criança em sua casa, muito menos em sua
vida. 

Tao ocultou alguns fatos relacionados à Sakura que deixariam as possibilidades de
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aceitação do Kris mais difíceis. Tinha conhecimento que o seu marido não era muito adepto a
crianças. Pôde perceber um pouco disso quando conheceu seus sogros numa viagem que eles
fizeram de férias, mas mesmo percebendo o clima não entendera porque tanta hostilidade por
parte do maior. Sempre fora difícil adivinhar o que o loiro pensava, mas agora que observava
melhor percebia que na realidade aqueles oitos anos ao seu lado não tinha revelado sua real
história, a de como tinha sido sua infância com seus pais. Havia algo obscuro naquele
passado que a família do loiro guardava a sete chaves. Dos membros da família de Kris, Tao
tinha um carinho enorme pela avó Dele. Era uma senhora maravilhosa e em seus olhos podia
ver um amor e uma compaixão que possuía em seu coração e que sentia todas as vezes que a
encontrava. Tao não teve uma família, também tinha vagado por lares adotivos até completar
os dezoito anos e sabia o quanto sentia falta de ter um lar, não queria que Sakura passasse o
mesmo que ele. Queria lhe dar uma nova oportunidade de viver isso, nem que fossem apenas
eles dois.   

Ao terminar sua explicação possuía em seus olhos um pouco de esperança que seu
gege aceitasse sua proposta. Pensou que ao longo dos anos o maior já tivesse com o coração
mais amolecido para a ideia e aceitasse a pequenina com mais flexibilidade, mas o que Tao
ouviu foi apenas um não, seguido de nenhuma explicação. Não podia acreditar que o homem
que amava fosse agir de maneira tão fria e desinteressada com a história, tratando seus
sentimentos como se fosse algo descartável, não lhe dando a devida importância que merecia.
Como se Tao não fosse uma parte importante da relação. O desgosto foi crescendo dentro do
seu coração, olhava para aquele homem sentando a sua frente lendo o jornal calmamente
como se a noticia que o menor lhe tivesse dado fosse algo sem importância. Sua opinião não
fora ouvida e essa não era a primeira vez, mas Tao decidiu que seria a última.”

Naqueles dois anos em que estiveram separados, o moreno não se relacionou com
ninguém. Dedicou­se inteiramente a sua filha, em tempo integral cuidava dela devido a sua
saúde frágil. Olhava para aquela pequena sentada em seu colo que tomava tranquilamente seu
chocolate quente e lembrando­se de todas as dificuldades que passara no hospital ao seu lado.
Olhava para o seu amor à frente pensando que tudo poderia ter sido menos dolorido para si, se
ele estivesse ao seu lado.  Resolveu abrir o jogo e explicar de uma vez por todas o motivo de
ter marcado aquele encontro. Queria tê­lo de volta em sua vida, queria sentir seus braços o
enlaçando forte e mostrando que não precisaria lutar todas as batalhas sozinho, que tinha
alguém ali ao lado para lhe segurar num momento de queda, mas queria que essa proteção
dada pelo Kris também se estendesse a sua filha. Tinha uma esperança em seu coração que
seu gege amasse e cuidasse de Sakura com a mesma intensidade e dedicação que possuía com
a pequena.

Kris ainda estava sem reação ao ver o seu amado em frente a si, com olhos suplicantes
e com o coração aberto pedindo para voltar ao seu lar e poderem se amar novamente. Aquilo
parecia um sonho que se tornava realidade, mas quando baixava a vista e encontrava seu olhar
com o da menina, sentia seu coração endurecer. Não sabia o que fazer diante da situação que,
para alguns poderia ser mais ser fácil, mas para si era como se estivesse atravessando um
oceano em plena escuridão sem ter nada para lhe guiar apenas o instinto de sobrevivência.  

Em determinado momento lembrou­se da conversa que tivera com sua avó e do
quanto estava infeliz longe de quem amava intensamente, não queria passar mais por aqueles
anos de escuridão. A luz que se chamava ZiTao, que o guiava, tinha se apagado. Não queria
viver como um cego novamente, não deixaria que o seu amor fosse embora, nem que para isso
tivesse que aturar aquela menina. Pensou que não deveria ser difícil conviver com uma
criança de apenas quatro anos de idade. Enquanto ela se mantivesse no canto dela, calada e
quietinha a convivência entre os dois seria pacífica. O que o loiro não contava era com a
próxima notícia que o moreno estava a lhe dizer. As palavras dele caíram como raios que
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cruzam o céu, rasgando e fulminando tudo pela frente e nessa hora foi o orgulho dele que foi
reduzido a pó após escutar aquela noticia sobre Sakura. 

Um dos motivos que ZiTao se apegou tanto a sua filha foi à história contada pelo seu
amigo LuHan, que trabalhava na creche ao lado da loja em que Zitao prestava serviço. Sakura,
uma menina linda de aparência saudável por fora, mas que carregava um fardo que lhe
acompanhava desde o nascimento e que só fora descoberto alguns meses depois que havia
sido entregue a adoção. Tantos casais se interessavam pela pequenina, entretanto quando
tomavam conhecimento do seu estado de saúde descartavam a hipótese de adoção na hora.
Antes do moreno adotá­la, já fazia dois anos que Sakura vivia naquele lugar aos cuidados dos
enfermeiros e funcionários que ali trabalhavam. Era considerada uma pequena boneca de
porcelana que a qualquer momento poderia se quebrar de tão frágil que chegou naquele lugar.
 Não quiseram dar nome a ela, pois sabiam que sua sobrevida seria curta e se apegar seria
pior. Chamavam­na de bonequinha, por suas feições tão delicadas e seus olhinhos e boquinha
tão bem desenhados que aparentavam ser obra de um grande escultor.  

LuHan lhe explicou que aquela bonequinha sofria de uma doença no coração chamada
“Miocardiopatia restritiva” pertencendo a um grupo de doenças cardíacas raras, nas quais as
paredes do coração tornam­se endurecidas dificultando a expansão do órgão, ou seja, o sangue
não é bombeado de forma correta para o resto do corpo, sendo sua causa ainda   desconhecida
e tendo como um dos sintomas a dificuldade respiratória. Esclareceu para o moreno que cerca
de até 50% dos pacientes podem morrer nos primeiros cinco anos que sucedem ao início dos
sintomas e que a pequena tinha desenvolvido os sintomas seis meses após seu nascimento. Os
remédios utilizados no tratamento serviam apenas para diminuir a carga de trabalho no
coração. Porém, apenas são paliativos, pois os efeitos causados são uma redução excessiva da
pressão arterial. O ruivo encerrou a explicação relatando que a cirurgia poderia melhorar os
sintomas, mas não prolongavam a vida do paciente. 

Tao foi cada vez mais tocado pela história narrada por LuHan e, num ímpeto de
solidariedade, foi visitar a menina e foi como se tivesse sido arrebatado de um sono profundo.
Viu seu coração bater rápido ao ter seus olhos tomados por aquele olhar tão cativante, um
sorriso tão ingênuo e os bracinhos balançando em sua direção como se já conhecesse aquele
abraço de outros tempos. O moreno não resistiu e a tirou do berço, sentindo seu cheirinho de
criança e ficando inebriado, seus bracinhos a apertar seu pescoço de maneira tão carinhosa,
sentindo seus cabelos negros roçarem levemente em sua bochecha e sentiu, naquele imediato
instante, no seu coração um amor que outrora nunca havia sentido. Seu instinto paternal fora
despertado naquele momento e não tinha mais volta. Aquela pequena bonequinha seria sua
para sempre, mesmo que o sempre dela fosse apenas alguns anos, dias ou algumas horas ao
seu lado. Tao prometera a si mesmo que nunca mais na vida daquela pequenina seria inverno.
Agora seria uma eterna primavera que apenas faltava o loiro a sua frente para completar sua
estação.  

Quando Tao terminou a de narrar a história para Kris, deu um longo suspiro e
acariciando os cabelos da pequenina, direcionou seu olhar ao loiro esperando alguma reação,
na expectativa de sua resposta.

Kris olhava para Sakura a sua frente e não conseguia raciocinar nada, sua mente
estava em branco. Um misto de sentimentos tomava conta do seu ser, queria levantar dali e
correr até que seus pulmões falhassem, até que não pudesse respirar mais. A realidade era pior
do que pensava, a situação ali à frente estava mais complicada e nenhuma solução coerente se
adequava àquilo. Se voltasse com o Tao, teria que ver aquela criança todos os dias,
definhando diariamente. Teria de ver seu amado sofrendo, chorando por alguém que não era
ele. Não conseguia ter qualquer sentimento pela menina, nem pena por sua situação. Se sentiu
o homem mais cruel e desprezível do mundo ao ter esse pensamento; Caso não aceitasse
reatar o relacionamento sofreria sozinho naquele apartamento novamente, sem o seu amor ao
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lado.  

Decisões precisam ser tomadas diariamente, o loiro só não esperava que apenas uma
deliberação teria a força de mudar toda a sua vida e ali sentados a sua frente estava seu
marido, acompanhado de uma pequena menina japonesa, de nome tão significativo e de
personalidade tão forte, apenas aguardando por uma palavra sua. Ele notou a expectativa nos
olhos do moreno e o carinho com que a menina o olhava. Lembrou novamente das palavras
acalentadoras de sua avó e da sabedoria que cada uma emanava enquanto as ouvia e decidiu
escolher. Ele apenas não sabia que seu destino seria mudado drasticamente e que a história
com aquela pequena iria cicatrizar as feridas do seu passado.

Notas finais
Parabéns quem acertou!!!!! 
Espero que não fiquem com raiva do Kris e amem Sakura tanto quanto estou apaixonada por
ela. O Tao todo cuidadoso e carinhoso,ainnnnnn!!!! 
Até quinta!!! 
Reclamações, sugestões, xingamentos, aqui ou no @noonadokris

3. Capítulo 2 ­ Adaptação

Notas do Autor
Oi Povo!!! 

Capítulo novo hoje e confesso que não fiquei lá muito satisfeita com ele, posso dizer que é
uma fase de literalmente adaptação e tal, com foco mais em Sakura. 
Agradeço aqui o carinho pelos favoritos e comentários aqui e no twitter, vocês me
incentivam muito a escrever!!! 
Capa e betagem pela linda @/sehunu 
Boa Leitura. 
Leiam as notas finais!!! 

O sorriso aberto do moreno. Tinha seu olhar brilhando em direção ao loiro a sua
frente. Esperou tanto tempo por aquela resposta e agora via seu sonho estar completo, as
pessoas que mais amava na terra estavam ali na sua frente. Sakura observava a cena que se
desenrolava com um olhar que misturava felicidade e curiosidade. Estava acostumada apenas
em estar com seu pai, mas agora teria uma pessoa nova dentro de casa e era aquele homem
que não desgrudava os olhos do moreno, e o olhava com tanto amor que a menina não podia 
evitar de sorrir também.

A pequena tinha se habituado a seu pai e seus tios, Luhan e Xiumin, tendo eles como
sua família que cuidara dela desde bebê. Via Kris como uma nova adição, mas não sabia se
ele gostava de si. Desde que chegara a confeitaria e durante toda a conversa, o loiro lançava
poucos olhares para ela, que normalmente vinham com uma mistura de sentimentos que a
pequena não conseguia identificar.

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A idade de Sakura não fazia jus a sua inteligência, pois já era bastante esperta.
Observava desde o começo toda a história contada ali na mesa, e sabia que era dela que os
adultos estavam falando. Às vezes, quando olhava para seu pai, via algumas lágrimas
brotarem em seus olhos e, num ímpeto de proteção, sua pequena mãozinha as enxugava
quando estas caíam. Mas não via tristeza em seu olhar, via uma expectativa que era toda
direcionada ao loiro sentando a sua frente com os braços sobre a mesa, saboreando um café e
retribuindo o olhar como se quisesse confortar seu pai.

Notou quando o loiro delicadamente apertou a mão do seu pai em cima da mesa,
levando­a a sua boca e depositando suavemente um beijo ali. Reparou que o olhar do seu pai
brilhava numa intensidade que a contagiava, deitou a cabeça no peito dele e sentiu as batidas
apressadas do coração, sabia que seu pai estava radiante e que aquele moço bonito o estava
fazendo verdadeiramente feliz.  

Tao se levantou, colocando Sakura no chão com a roupinha meio amassada e foi em
direção a Kris, o envolvendo num abraço caloroso. Há quanto tempo não sentia o corpo do
maior, o seu cheiro, o perfume que não mudou em dois anos. Era tão reconfortante sentir seus
braços mais uma vez enlaçando sua cintura e lhe dando uma proteção que há muito tempo não
sentia. Kris percebeu algo agarrando a sua perna, olhando para baixo junto com um ZiTao
curioso e percebeu que Sakura tinha abraçado os dois e se encaixado entre eles, ela queria
fazer parte do abraço e seu sorriso denunciava a felicidade de ter ganhado mais um membro
para sua família.   

Sentiu sua mãozinha sendo puxada por seu pai para fora da cafeteria junto com o loiro
e ambos indo em direção oposta a sua casa. Franziu a sobrancelha e puxou com força a mão
de ZiTao, perguntando:

­ Pai para onde estamos indo? Nossa casa não é para lá? – Apontando para o lado
oposto.

­ Meu amor, nós vamos agora para nossa nova casa, a que vamos morar em breve,
você quer conhecer? Ver seu novo quarto? – Disse um ZiTao paciente, com olhar atencioso. 

A menina apenas deu um aceno positivo com a cabeça e seguiu caminhando ao seu
lado. Tao e Kris conversavam animados, trocando sorrisos e uma vez ou outra tocavam as
mãos e entrelaçavam os dedos. Um gesto que não era feito há tanto tempo, mas que para
ambos era cheio de carinho.  

Passeando pela rua, observando como a paisagem ia mudando ao seu redor, percebeu
a mudança do bairro em que morava e onde estava se dirigindo. Este era mais elegante, com
pessoas mais bem vestidas e apressadas que passavam na rua, diferente da sua, onde as
pessoas se cumprimentavam e acenavam. Percebeu que as casas eram raras, dando lugar a
edifícios grandes e iluminados. Quando notou, seu pai a pegou no braço e entraram em um
daqueles prédios. O porteiro desejou uma boa noite, mas nem sequer dirigiu o olhar para a
pequena, cumprimentando apenas os adultos. 

Entrando no elevador, agarrou com os bracinhos o pescoço de Tao com um pouco de
medo, os elevadores lhe lembravam das vezes que tinha ido ao hospital nas suas crises e o
medo invadia sua mente. O moreno percebendo um pouco de aflição na menorzinha, disse:

­ Não tenha medo meu amor, aqui é a nossa nova casa, onde vamos morar, fique
calminha e respire com tranquilidade, devagar.

Assim a menina o fez, sabia que não podia ter muito medo, que as tonturas tomavam
conta do seu ser e as crises começavam. Começou a se acalmar e a respirar profundamente, o
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moreno lançou um olhar preocupado para Kris, que posou sua mão sobre o ombro do menor,
dizendo:

­ Não tenha medo, aqui perto temos um hospital e, qualquer emergência, podemos
leva­la para lá. Fique calmo também e entendo que seja uma grande mudança para ela, será
necessário tempo para sua adaptação.

Chegaram ao oitavo andar e foram em seguida para o apartamento. Ao abrir a porta as
memórias acertaram em cheio o coração de ZiTao que se viu meio tonto com tantas
lembranças o arrebatando ao mesmo tempo. Colocou Sakura no chão e se escorou na soleira
da porta. Sempre tinha imaginado e sonhado em voltar para seu lar, mas não pensou que o
impacto seria tão forte. Tudo estava no seu devido lugar, exatamente como deixou há dois
anos. O sofá em que fizeram amor pela primeira vez após o jantar num restaurante, a mesa de
jantar com umas das pernas remendadas porque o loiro inventou de inovar quando sentou nela
com Tao em seu colo e a mesa não aguentou o peso dos dois, rachando. Ao lembrar conteve o
riso porque aquela noite tinha sido memorável.

Sakura encontrava­se na porta ao lado do seu pai a observar sua nova casa e com ares
de curiosidade, perguntou:

­ Onde será meu quarto, papai?

Tao acordou do transe e olhando nos olhos de Kris, questionou:

­ O quartinho dela vai ser no antigo escritório?

­ O quarto está vazio e nós podemos reformar do jeitinho que ela quiser – Olhou para
a pequena com um sorriso tímido quando percebeu seus olhinhos brilharem.  

­ Posso desenhar unicórnios na parede? E princesas? Quero um arco­íris no teto e
estrelas e a lua também! – Sakura falou toda empolgada, quase não se contendo.

­ Podemos desenhar tudo o que você quiser, meu amor. – Disse ZiTao, com sorriso no
rosto que se dividia entre a pequena e o loiro.  

ZiTao foi sendo puxado pela menina que estava saltitante e no corredor olhava para
todas as portas abertas, ansiosa para achar seu quarto, quando viu um aporta fechada,
direcionou seu olhar para o loiro e este já sabendo qual era sua pergunta respondeu:

­ Pode abrir Sakura, esse será seu quarto e aquela porta ali ao lado é onde o seu pai e
eu vamos dormir.  

­ Mas o papai sempre dorme comigo – Disse a bonequinha com um bico nos lábios.

Os adultos se entreolharam e antes que Kris pudesse responder ZiTao, se abaixou e
olhando nos olhos dela, disse:

­ Meu amor, você já esta se tornando uma mocinha e você lembra que quando você ia
dormir na casa do tio Luhan, você dormia sozinha? 

A menina assentiu com a cabeça e o moreno continuou.

­ Então minha linda, aqui vai ser melhor porque você vai ter seu cantinho. Na nossa
antiga casa não tínhamos espaço, mas agora temos, e seu quarto vai ser todo colorido.

A menina lembrando­se dos desenhos abriu a porta do quarto e vendo que era
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espaçoso, observando cada cantinho e apontando onde seria pintado cada um deles. Enquanto
a menina imaginava como seria seu espaço, delicadamente o loiro tomou a mão de Tao e o
puxou para o quarto deles, abrindo a porta. O moreno ao olhar aquela cama de casal se
lembrou dos momentos de prazer ali sentidos. De como havia se entregado tantas vezes
quanto fossem necessárias ao maior, sem arrependimento nenhum.

Olhou na lateral da cama sentindo falta de uma certa cesta com alguns apetrechos que
o loiro sempre mantinha ao alcance de suas mãos, o maior soltou um riso e comentou
baixinho:

­ Quando você foi embora, eu joguei tudo no lixo, mas se você quiser posso fazer
umas comprinhas, mas acredito que uma caixa com chave seria melhor, temos uma criança
agora em casa.

ZiTao ficou surpreso não pelo fato do Kris querer refazer a cesta dos seus
brinquedinhos pessoais, mas pelo fato de ter se referido à Sakura de um modo cuidadoso,
carinhoso até, com preocupação para que a menina se sentisse segura em casa, que não
encontrasse objetos indesejados em seu quarto, porque caso isso acontecesse quem iria
explicar ou gaguejar para falar seria o Kris, com certeza.

Depois de terem apresentado o apartamento à Sakura, esta já dava sinais de sono,
quando ao sentar nos sofá escorou sua cabecinha nos braços de Tao e adormeceu um sono
tranquilo. O moreno percebeu que já estava na hora de voltar para casa porque teria muito
trabalho antes da mudança que o loiro já havia deixado claro que fosse o mais rápido possível,
qualquer segundo desperdiçado longe do seu marido era torturante demais. Tao tomou Sakura
em seus braços e foi com o maior até o estacionamento, onde este pegou o carro para levar os
dois para casa, raramente Kris usava o carro, pois, seu escritório era perto de onde morava e
preferia ir andando até lá, apreciando a vista e se perdendo em pensamentos.

A menina foi dormindo um sono despreocupado no banco traseiro, enquanto o loiro
dirigia e o moreno repousava sua mão uma hora na sua coxa e outras na nuca do loiro fazendo
leves carinhos e dando pequenos, mas firmes apertos. Parando no sinal o maior já se sentia
incomodado e roubou um selo do moreno, que ficou com um ar surpreso e apontou para trás,
lembrando­se de Sakura.

­ Mas ela está dormindo não vai ver nada – disse o loiro com um olhar brincalhão.

­ Mesmo assim temos que ir com calma na frente dela, é tudo muito novo e tenho
receio de como ela vai aceitar tantas mudanças. – Falou ZiTao com um tom preocupado.

Kris revirou os olhos e voltando seu olhar para frente vendo o sinal abrir, acelerou o
carro suavemente com um tom meio áspero na voz disse:

­ As mudanças não são apenas para ela, você deveria enxergar um pouco o quanto eu
estou me esforçando para que tudo dê certo novamente.

ZiTao estava com a resposta pronta para dar, mas resolveu se calar. Seria mais sábio
para si e suas palavras naquele momento não ajudariam em nada a diminuir esse lado ainda
egoísta do seu marido. Em parte ele tinha razão. O loiro estava fazendo um esforço tremendo
para se ajustar às novas condições. Olhou de relance para o maior que não retirava os olhos da
estrada e repousou sua mão novamente em sua coxa, se aproximando do seu ouvido,
sussurrou:

­ Eu te amo demais e nunca mais te deixarei sozinho novamente.

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Reparou que a tensão em seus ombros diminuiu, ficando mais relaxados. Os anos
separados lhe deram amadurecimento e sabedoria, com uma pequena vida dependendo de si.
Deram­lhe uma responsabilidade com as palavras e com as pessoas que amava.  Sabia que o
loiro o amava, mesmo quem nem sempre essas palavras fossem proferidas pelo maior, seus
gestos refletiam esse amor e agora, mais do que nunca, gritavam a falta que tinha sentido de
si.

Chegando a sua casa, retirou a pequenina sonolenta do banco traseiro e com elas nos
seus braços se despediu do seu amor, com um selar rápido nos lábios e com a promessa de
começar a reforma do quarto da pequenina para o outro dia à tarde, onde ambos tirariam uma
folga do trabalho e pintariam o quarto da bonequinha, enquanto ela estivesse no colégio. 
Assim que Kris ia entrando no carro, ouviu a voz manhosa de Sakura o chamando, com olhos
de curiosidade saiu do carro e viu a pequenina dizer:

­ Boa Noite, Kris.

O loiro lançou um ar questionador para ZiTao que sorriu em seguida e falou baixinho
para não despertar novamente a menina:

­ Quem sabe um dia ela o chame de papai.

E sorrindo de maneira tímida, Kris foi embora para sua casa, com vários
questionamentos o perturbando a mente. Tinha medo da sua nova rotina, de como seria com
ela em casa, tinha medo das crises que ela poderia ter, não tinha tato com crianças e estava se
esforçando para tratá­la bem, mas quando a olhava no rosto e lembrava que se houvesse tido
um pai tão carinhoso quanto o que ela tem, tinha certeza que seria um adulto melhor, uma
pessoa sem tantas cicatrizes abertas que ainda sangravam lentamente em seu peito.

                                           *********************************

O outro dia chegou e junto com ele os dois amantes estavam sentados em volta a
várias latas de tinta de todas as cores possíveis e com uma interrogação na cabeça, como
pintar os desenhos que Sakura pediu. Ela estava no colégio naquele momento e como ambos
queriam fazer uma surpresa, tinham que agir rápido. Kris olhava para aquela parede cinzenta e
decidiu pintar todas elas incluindo o teto de azul claro, quando ambos terminaram de unificar,
e perceberam que a cor deixava o quarto mais iluminado. Tao olhou e ficou feliz com o
resultado, mas sabia que aquilo era só o começo. Pegou os pincéis e subindo na escada, foi
pintar as nuvens e os arco­íris no teto. Pensou no sorriso da sua pequenina quando visse como
estava ficando lindo o seu cantinho. Kris que ajudava o menor, segurando e passando as latas
de tintas ficou pensativo ao imaginar como desenharia os unicórnios e as princesas, mas foi
tirado do seu devaneio pela voz do moreno:

­ No que esta pensando Gege? Esta preocupado com algo?

­ Como irei usar meus dotes artísticos para desenhar os cavalinhos e a princesa.

Tao deu uma alta gargalhada que ecoou no quarto vazio, teve que se segurar para não
despencar da escada quando ouviu o que o maior tinha dito.

­ Dotes artísticos? Meu amor não se ofenda, mas você mal sabe desenhar uma linha
reta, quanto mais uns unicórnios e uma princesa. – Falou Tao ainda rindo e olhando para o
teto terminando de pintar algumas estrelas.

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O maior sentiu seu orgulho de artista ser ferido e com uma voz num tom ofendido
respondeu:

­ Eu desenho bem sim, você é que não tem capacidade para entender a complexidade
dos meus desenhos. 

­ Esta certo amor, faça como quiser, pode começar a desenhar que as horas estão
passando rápido e daqui a pouco temos que buscar Sakura no colégio. – Disse o moreno com
um sorriso nos lábios e voltando sua atenção para terminar a Lua.

Kris pegou os pincéis e começou a rabiscar os desenhos na parede, estava tão
concentrado e determinado a fazer bonito que não percebeu quando o menor desceu da escada
e pegou o celular para tirar fotos dele pintando a parede. Ambos estavam todos melados de
tintas de todas as cores, o rosto do loiro com manchas de rosa e verde e sua roupa toda
salpicada de azul. O menor estava igual ao arco íris que tinha pintado no teto, todo colorido,
mas nem se preocupava com aquilo. A felicidade em seu coração era tamanha, só de ver seu
marido tão empenhado naquele quarto e se mostrando tão cuidadoso com Sakura que resolveu
aproveitar que estava a sós e calmamente o abraçou por trás depositando alguns selares em
volta do pescoço e mordendo delicadamente a sua nuca. O maior percebendo as intenções do
outro, se virou ficando de frente e tomou seus lábios num beijo nada casto. As bocas se
reconheciam imediatamente, o gosto tão saboroso dos lábios do menor lhe embriagavam a
mente e faziam seus sentidos ficarem nublados, mas antes que se entregasse completamente
ali em meio a tintas e unicórnios, descolou suavemente a boca do menor e ainda sentindo a
respiração dele resvalar em sua face, sussurrou:

­ Já esta na hora de você buscar Sakura no colégio, se continuarmos assim, ela vai
acabar dormindo lá. 

Como poderia reclamar com o loiro que estava a sua frente quando este se mostrava
cada vez empenhado com a pequenina em agradá­la. Nem quis trocar de roupa, pegou a chave
do carro e quando já ia se dirigindo para a porta a abrindo, teve seu corpo prensado contra ela.
Virou­se e teve sua boca tomada mais uma vez, suas mãos passeavam pelo abdômen  do
maior, o arranhando levemente, tendo os suspiros abafados pelas bocas que não se
desgrudavam. O moreno desceu a mão até o membro do loiro o apertando e sentindo que já
estava começando a despertar, tirando um gemido baixo e rouco do maior, desgrudou um
pouco os corpos e foi o empurrando sem desgrudar a mão, lançando olhares furtivos para ele,
quando avistou o sofá atrás do maior o derrubou. Sendo tomado de surpresa ao perceber que
ZiTao estava saindo,  gritou:

­ Hey,você vai para onde? Vou ficar desse jeito? – Apontando para a ereção que se
encontrava saliente sobre a calça de flanela que usava.

­ Lembre­se que tenho que buscar minha filha e acredito que você poda dar conta
sozinho. 

ZiTao saiu de casa com um sorriso no rosto, deixando em casa um Kris excitado,
amava aqueles joguinhos com o loiro e sentiu saudades de o ficar provocando.  

Buscou a pequenina no colégio que veio correndo em sua direção com os bracinhos
abertos e o enchendo perguntas. O questionava sobre o quarto, quando iam se mudar, onde
estava o Kris, era tantas perguntavas que ZiTao não sabia por onde começava a responder,
apenas abraçava a menina indo em direção ao carro para lhe mostrar a surpresa.  
Estacionando o carro no prédio, e descendo foi tira­la do banco de trás, mas esta saiu com um
pulo o puxando pela mão em direção ao elevador não se contendo de ansiedade. Contou os
números no painel e quando o elevador chegou ao oitavo andar saiu correndo para a porta que
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se encontrava entreaberta. ZiTao mal conseguia acompanhar a pequena que naquele dia
parecia esta mais agitada que o normal. Viu a menininha parar em frente à porta do seu
quarto, colocando a mão na maçaneta, mas antes de vira­la para abrir perguntou a seu pai
onde estava Kris, pois queria ele lá também. Curioso ele realmente se questionou onde estava
o maior, quando percebeu uma mão encostando­se à base de sua coluna, olhando para trás
notou a presença do loiro que acenou para Sakura abrir a porta.

A pequenina abriu devagar, empurrando a porta bem tranquilamente e quando a
escancarou completamente, seu olhinhos brilharam e revelou um sorriso que o Tao nunca
tinha visto antes. A menina entrou com passinhos tímidos e observando cada detalhe
estampando naquelas paredes, observou as estrelas, o arco­íris brilhante que cruzava o teto, a
lua surgindo branquinha em umas das paredes, mas quando chegou a frente aos unicórnios
desenhados na parede pendeu a cabeça para o lado em tom de interrogação. Seus olhinhos
foram percorrendo aqueles vários cavalinhos desenhados até que chegou numa princesa com
vestido cor de rosa, cabelos negros e uma coroa na cabeça, virou para os adultos ali e
exclamou:

­ Sou eu pai? Sou eu né, Kris?

­ É sim minha pequena, essa princesinha linda é você. Gostou do seu quartinho? –
Disse um ZiTao em tom carinhoso.

­ É lindo! Mas o que mais gostei foi dos unicórnios e da princesa, quem desenhou,
papai?

­ Foi o Kris que desenhou para você. 

A menina caminhou em direção ao loiro e com os olhinhos iluminados o abraçou nas
pernas dizendo:

­ Obrigado Kris, esta lindo demais!

O loiro ficou sem reação ao ver aquela pequenina agarrada em sua perna. Lançou um
olhar para ZiTao como se perguntasse o que deveria fazer e esse apenas estava sentando no
chão esboçando um sorriso em sua direção, não acreditando na cena que estava presenciando.
Kris meio sem jeito, um pouco estranho, passou a mão na cabeça de Sakura em forma de
carinho sentindo seus cabelos macios e gostando da sensação e do calor que lhe invadia o
coração.

ZiTao ficou sem palavras para descrever aquela situação, tomou o celular e registrou o
momento, não queria esquecer cada passo que o loiro dava em direção àquela pequenina, cada
investida de Sakura de aproximação, era tudo tão natural e sincero que era notório que o loiro
ia se deixando conquistar pelos encantos da bonequinha.  Deixou que a menina ainda
admirasse mais um pouco seu quarto, enquanto arrumava suas coisas para ir embora, ainda
tinham muitas coisas para empacotar.   

Passado dois dias, o pequeno caminhão de mudança já se encontrava em frente à
antiga casa de ZiTao, sendo enchido pelos poucos pertences que ele possuía, Sakura nos
braços do seu tio Luhan, enquanto ele e Xiumin colocavam as coisas dentro do caminhão,
Kris ainda não tinha chegado de uma reunião do trabalho mas pediu que o menor o esperasse
chegar para então juntos se dirigirem para o novo lar. Luhan enchia Sakura de beijos e abraços
apertados, dizendo que ia sentir saudades da pequena, e essa o abraçava carinhosamente,
enlaçando seus bracinhos pelo pescoço e lhe dando beijinhos na bochecha, o carinho entre os
dois era admirável, já que este a conhecia desde bebe.

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Quando o caminhão já estava carregado com os objetos, foi a vez de Xiumin mimar
Sakura, lhe dando um abraço apertado e lhe presentando com um grande ursinho de pelúcia
sendo este quase do tamanho dela.  ZiTao olhava aquele bairro em que tinha morado por dois
anos e um pouco de saudade se abateu em seu coração, fora ali que tinha vivido todos os
momentos de felicidade com a sua filha e alguns momentos de saudade quando chorava em
sua cama pela falta do seu marido, mas agora tudo tinha mudado e poderia se sentir completo
novamente com sua família que tanto sonhara para si. 

Kris chegou a seu carro, descendo rapidamente e cumprimentando a todos que ali se
encontravam, olhando para o moreno a sua frente com uma expressão de alegria e dizendo
para irem rápido que ainda tinham muito que arrumar no novo apartamento. Despediram­se de
todos e foram em direção ao novo lar.

O final de semana foi agitado, a casa ia recebendo os dois novos moradores e foi
ganhando uma cara diferente, mais colorida, o quarto de Sakura foi arrumado e a pequena
cheia de disposição foi o organizando do seu jeitinho, ela não quis ajuda, foi desempacotando
e guardando suas coisinhas no guarda roupa, arrumando seus bichinhos de pelúcia na estante,
mas o ursinho que seu tio Xiumin tinha dado foi deixado em cima da cama. Tao começava a
reorganizar todo o apartamento. Não queria que ele continuasse como era antes por isso tratou
de dar um toque mais refinado, mais família a aquela casa.

Kris observava aquela movimentação calado. Sentia algo mudando dentro de si e não
sabia o que era. Uma enxurrada de sentimentos o inundava ao mesmo tempo em que se sentia
feliz com tudo que estava ocorrendo. Uma parte da sua memória insistia em lhe lembrar de
que a palavra “família” para si possuía outro significado e o flash da sua infância invadia sem
piedade. Fechou os olhos com força tentando afastar aqueles pensamentos que de vez em
quando lhe atormentavam.  Sentiu a mão de ZiTao o puxando para o quarto, dizendo que
Sakura já havia adormecido e que eles precisavam descansar porque amanhã era segunda e a
nova rotina iria começar.  

Notas finais
Teve alguns momentos mais quentes Taoris, mas prometo que o próximo vai vim pegando
fogo (olha o spoiler). 
Reclamações, xingamentos e quem sabe elogios aqui ou no twitter : @noonadokris 

4. Capítulo 3 ­ Deleite

Notas do Autor
Boa Noite pessoal!!! 
Estou postando mais um capítulo e acho que uma boa parte sabe do que trata!!! 
Quero pedir muito carinho mesmo, pois, é meu primeiro limão e ainda tenho muito que
aprender. 
Sem mais delongas... 
Boa Leitura e leiam as notas finais!!! 
É importante!!!! 
Capa: @/ssshiro_ 
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Betagem: @/sehunu

A semana passou ligeira aos olhos do loiro. A rotina chegando, os horários se
encaixando. Estava acostumado a viver sozinho, porém, com a volta do Tao e a chegada de
Sakura, as coisas tinham saído de um completo silêncio. Transformando­se em gargalhadas
vindo da cozinha na hora do jantar, horários dos médicos da pequenina colados na geladeira e
até alguns desenhos que ela fazia com o lápis de cera espalhados pela sala. Antigamente o
loiro poderia até reclamar da bagunça, mas apenas recolhia os papéis com um semblante de
satisfeito.   

A semana se passou sem que o maior conseguisse tocar em Tao, o período de ajustes
de horários os impediu de passarem muito tempo sozinhos. Quando deitavam a noite, o
cansaço era tanto que ambos se entreolhavam, trocavam selares e dormiam abraçados. Kris
não reclamava, estava passando por um momento radiante de sua vida e não queria estragar
isso, mas o seu corpo já começava a reclamar, queria tocar o moreno, senti­lo próximo a si,
beijá­lo com mais intensidade, experimentar daquele da volúpia que era seu amante, contudo
 temia que se assim o fizesse a menina iria escutar no quarto ao lado. Tinha saudades da
privacidade, de quando era apenas os dois e mais ninguém para incomodar. Antes de
adormecer naquela quinta­feira, teve uma ideia. A noite é sábia conselheira para os amantes
necessitados. 

  Ao amanhecer Kris foi ao quarto de Sakura e esta se encontrava organizando seu
material para ir ao colégio, conversando com a pequena, convenceu­a de passar o final de
semana na casa de seus tios Xiumin e Luhan para matar a saudade deles e brincar com os
amiguinhos do seu antigo bairro. Feliz com ideia, Sakura aceitou de imediato, dando pulinhos
de felicidade, mas o loiro a advertiu que seria um segredo entre eles e não poderia contar nada
a seu pai, pois este estava a lhe preparar uma surpresa.  Disse ao moreno naquela mesma
manhã que buscaria Sakura no colégio, pois estaria passando perto de lá.  

Deixando a menina no colégio, ligou para Luhan, avisando que deixaria a pequenina
na sua casa para planejar um final de semana especial para o seu marido. O ruivo concordou
com a ideia, dizendo que poderia ficar tranquilo, que eles tomariam conta dela.  

******************************

  

ZiTao ao chegar no apartamento percebeu algo estranho, tudo se encontrava quieto
demais, a televisão desligada, aparentemente nenhuma movimentação nos quartos. Um
silêncio que não era típico daquele lugar. Fechou a porta atrás de si e foi caminhando em
direção a cozinha, nada viu. Começou a pegar o celular com a intenção de ligar para o Kris e
perguntar o que estava acontecendo, quando se deparou com um papelzinho vermelho em
cima da mesa, tendo algo escrito e que pela caligrafia, reconheceu ser do seu marido, com os
dizeres:

“Ai meu amor, ai meu amado,
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Em mim todo esse fogo se repete, 

Em mim nada se apaga nem se esquece,

O meu amor alimenta­se do teu amor,

E enquanto viveres estará nos teus braços

Sem sair dos meus.” 

Lembra­te deste texto?  Porque jamais irei esquecer...

ZiTao tentava conter algumas tímidas lágrimas que ameaçavam molhar seu rosto,
aquele poema, claro que se lembrava dele, como poderia esquecer? Recitado no dia que o
loiro tinha colocado uma aliança em seu dedo anelar e jurado amor eterno perante tantas
pessoas.

Encaminhando­se ao seu quarto, a imagem que viu o deixou com certa nostalgia no
coração. Tudo ali remetia as lembranças e aquele poema fez com que seus olhos brilhassem
cada vez mais fazendo seu coração palpitar. A cama devidamente arrumada com lençóis de
seda azul, alguns objetos dentro de certa caixa com o tampo aberto ao lado da cama e
conseguiu identificar com clareza do que se tratava, o sorriso foi aumentando gradativamente
ao perceber quanto empenho o loiro colocou para aquele momento.

  Sentiu duas mãos percorrendo as laterais do seu corpo, arrepiou­se ao sentir o hálito
quente tocando sua nuca, pendeu a cabeça para frente ao sentir uma mordida bem naquele
local, gemeu levemente pela excitação e pela dor, gostava daquela dor e sentia falta dela.  

Quis virar para abraça­lo, mas fora impedido pelo maior, que o apertou contra seu
peito, o abraçando possessivamente.

O moreno sentiu sua coluna arrepiar.  Deixou­se guiar pelo mais velho até a cama,
sentando e percebeu que ele apenas trajava uma boxer negra que contrastava com a sua pele.
O corpo esguio e bem definido lhe saltava o olhar e o instigava a querer marcar cada cantinho.
 

O sorriso estampado no rosto de ZiTao se transformou em um ar de pura malícia. Ao
tentar acariciar o maior, teve sua mão capturada por ele e devolvida gentilmente ao lado do
seu corpo. Lançou um olhar de dúvida, não tinha entendido o porquê da recusa, mas logo essa
dúvida foi sanada, quando o maior levou sua mão até a nuca alheia o envolvendo num beijo
cálido e com a outra mão desabotoando a blusa do moreno.

O loiro foi despindo lentamente o menor à frente, admirando a sua beleza, cada parte
do seu corpo. Suas coxas grossas e delineadas, passando a unhas lentamente nelas e sentindo o
outro tremer a seu toque, o deitando na cama, notou que este usava uma boxer branca que
ressaltava sua pele morena. Passou a língua sobre aquele abdômen definido, depositando
pequenas mordidas, saboreando aquele gosto do qual sentia falta. O tocava com
possessividade. Chegando aos mamilos, o torturou com mordidas e chupões, rodeava com a
língua numa calma que beirava a loucura, ia quebrando a sanidade do menor abaixo de si.  

               Não pôde deixar de esboçar um sorriso ao perceber o pomo de adão do
menor subindo e descendo rapidamente, foi sendo enfeitiçado por aquele pescoço tão
convidativo e não se conteve, o beijando. A maciez daquela pele misturada ao cheiro cítrico
do perfume de ZiTao o seduziam, e o levava a outro nível de devoção que beirava a loucura.
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Tinha ficado muito tempo sem seu amor e agora só queria levá­lo a outra dimensão. A noite
seria dele, para ele. 

Passou lentamente a mão na nuca do menor, agarrando com vigor os seus cabelos e
capturando novamente aqueles lábios que já se encontravam tão vermelhos e saborosos.
Aprofundou o beijo, provando mais ainda do seu gosto. Uniu ainda mais os corpos, sentindo
as intimidades roçarem por cima das boxers, aquele incômodo gostoso que ele queria que
acabasse. Entretanto, ainda sentia necessidade de torturar o mais novo. Sem desconectar o
beijo, dirigiu sua mão até o membro do menor, o pressionando levemente, fazendo
movimentos de vai e vem por cima do tecido. ZiTao gemia, se contorcia, queria que aquela
tortura parasse e ao mesmo tempo amava se perder naquela provocação do loiro.  

Seus pensamentos começavam a se perder, seu raciocínio estava enfraquecendo, o
beijo  se tornando perigoso, com mordidas mais intensas, sua boca não era deixada um minuto
em paz, seu membro sendo castigado. Estava perto do ápice, que poderia se desmanchar ali
mesmo. 

O maior desconectou os lábios, descendo a língua pelo seu corpo com uma calma que
lhe era tão peculiar. Ia fazendo uma trilha úmida, descendo pelo seu peitoral, abdômen, e
passando­a calmamente pelo elástico da cueca do menor, arrancando dele suspiros arrastados.
 Os olhos negros de ZiTao o observava com um desejo profundo. Despiu a última peça que
faltava no menor, revelando ali uma excitação que merecia sua atenção.

Sua boca passeava lentamente e torturante pelo membro do menor, sua saliva se
misturava ao pré­gozo, formando um sabor tão característico e marcante que degustava sem
pressa. Sentia o moreno tremer e choramingar cada vez que o engolia inteiro, mantendo seus
olhos semicerrados observando cada movimento.

 Seus gemidos aumentavam um tom cada vez que sua língua passeava sobre a glande,
fazendo com que o moreno jogasse a cabeça para trás, liberando sussurros roucos e arrastados.
O som era música para os ouvidos do Kris e naquela noite sinfonias seriam feitas em seu
quarto.

Tao se deliciava com a boca do maior sobre si, quente e úmida, segurava­se nas
laterais da cama bagunçando os lençóis, aquela sensação era demais para si. A língua
passeava despudorada, os movimentos se tornavam intensos e rápidos, seu corpo tremia,
suava, mal conseguia controlar os espasmos.

 Num breve momento de sanidade puxou, sem delicadeza alguma, os cabelos do loiro,
o trazendo para um beijo feroz, mordendo sua boca, sentindo o sabor ferroso do mesmo
misturado com o seu.

Tao não tinha a mesma paciência do Kris, principalmente depois daquela sessão
torturante de carinhos que o maior tinha feito. Montando em cima do quadril dele, começou a
rebolar, fazendo com que suas intimidades se esfregassem, aquela peça incomodava e
atrapalhava a visão do menor, que queria ver completamente o seu parque de diversão.  Sem
muita delicadeza, rasgou a boxer do maior, liberando seu membro ereto. Sem desviar o olhar
do loiro, começou a massagear simultaneamente as ereções, fazendo movimentos lentos e
ritmados, tornando sua respiração mais pesada. O autocontrole ia se esvaindo aos poucos, o
membro latejava em suas mãos, o pré­gozo ia fluindo da glande dos dois, lubrificando os
movimentos. 

O maior observando aquela cena sentia­se inebriado com o ar carregado de malícia e o
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desejo que emanava do menor. Aqueles olhos escurecidos de perversidade, se deliciando ao
notar o quanto ele se perdia dentro da própria mente, entregando­se totalmente à travessura
que poderiam fazer naquela cama.  Sentou­se trazendo o moreno para mais perto de si, o
posicionando em seu colo. As bocas se procuraram num beijo cheio de volúpia, as peles
suadas se tocando, o cheiro de sexo invadia aquele lugar, tornando­se mais intenso.  

Enquanto as bocas se exploravam, Kris sorrateiramente estendeu sua mão até a caixa
ao lado e pegando um tubo de lubrificante, o abriu, lambuzando seus dedos e  introduzindo
 um dedo na entrada do moreno, que gemeu baixinho e manhoso com a intromissão sem
aviso,  repousou sua cabeça no ombro alheio e sussurrou:

­ Devagar, vá com calma gege...

Kris sorriu lascivamente, sabia o quanto o moreno não era muito adepto de
delicadezas, porém resolveu aliviar naquela noite. Com o segundo dedo lambuzado de
lubrificante o introduziu, percebendo o menor dar uma leve rebolada para se acostumar rápido
com a invasão. Começou a fazer movimentos de vai e vem. Notou certo relaxamento por parte
do moreno e posicionou seu membro em sua entrada, devagar, encaixando a glande
primeiramente, para então penetrá­lo de uma vez.  ZiTao jogou a cabeça para trás  e pequenas
lágrimas escorreram de seus olhos, todavia em seu semblante era um sorriso que habitava. Ele
gostava da dor, de sentir­se invadido sem piedade alguma.

Enlaçou os braços no pescoço do loiro e começou a se movimentar no membro
alheio.  Os movimentos sinuosos empregados pelo seu quadril eram ritmados e precisos, como
se seguisse a batida de uma música que apenas os dois sabiam. Os beijos eram estalados e
molhados, tornando­se lúbricos. O loiro arranhava as costas do moreno formando pequenos
vergões vermelhos que começavam a marcar sua pele.  Os gemidos se tornando altos e
sôfregos, as costas de ZiTao arqueavam, procurando uma penetração mais profunda e quando
a encontrava, seu ponto sensível era atingido. Kris massageava o membro de Tao na mesma
velocidade que o menor subia e descia em seu colo.

Os movimentos foram se tornando mais intensos, a velocidade fora aumentada, o
cheiro de sexo invadia o quarto e embriagava os amantes, os corpos escorregavam com mais
facilidade.  Tao já sentia seu ápice chegando perto. Kris já acertava o seu ponto sensível
diversas vezes e sua mente já estava totalmente nublada.  De repente sentiu os movimentos
parar por parte do maior, que lhe fitava com ares de malícia, tentando juntar seus pensamentos
dispersos, indagou o porquê dele ter parado. Foi pego de surpresa sendo abraçado e retirado
delicadamente do seu colo.

Tao ficou um pouco surpreso com a troca, o loiro sempre era tão dominador na cama,
e vê­lo tão entregue, tão passivo diante de si, lhe deixava ainda muito mais excitado do que já
estava. Deitou em cima do maior, grudando seus corpos e o beijando delicadamente, fazendo
com que as línguas se tocassem e se provassem. Sem perder tempo, lambuzou seus dois dedos
de lubrificante e foi introduzindo gentilmente na entrada do maior, vendo esse se revirar
incomodado na cama, enquanto isso distribuía beijos e mordidas nos seus lábios para distraí­
lo da dor, já que este não estava acostumado com  ela.  Fez diversos movimentos com os
dedos para tentar lhe relaxar, mas sabia que não ia adiantar muito, posicionou as pernas do
maior na sua cintura, tomou seu membro em suas mãos o molhando também e o introduziu.
Sentiu as paredes internas lhe apertando, protestando com a invasão e cada vez que entrava
mais fundo, mais apertava e o maior abaixo de si gemia em reprovação. 

Os pensamentos do moreno foram a nocaute, aquela entrada tão quente, apertada,
esmagando seu membro sem nem mesmo ter começado a se movimentar, tendo medo de se
desfazer ali mesmo. Deitou­se em cima do loiro o beijando e deixando que este se
acostumasse com a invasão. Aos poucos seus movimentos iam se tornando mais cadenciados,
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sentiu o loiro gemer baixo cada vez que estocava com maior intensidade, o volume dos corpos
se chocando era alto, a dor das unhas do loiro rasgando a sua pele na lateral do corpo,
entretanto a dor que sentia não era nada comparada ao prazer que estava estampada no rosto
de seu marido.

Erguendo seu tronco deu início a estocadas rápidas e precisas na próstata do maior. O
olhar dele pedia misericórdia, seus gemidos eram sufocados pelas vezes que ficava mordendo
os  seus lábios, deixando esses tão vermelhos e saborosos de se apreciar. Sua mão serpenteou
pelo abdômen do loiro, deixando ali um rastro de vermelhidão, apertando seus mamilos com
força, arrancando mais gemidos melodiosos. Repouso suavemente sua mão no pescoço de
Kris e sentiu sua pele formigar em antecipação.

Sem desgrudar os olhos das feições de prazer que o loiro emanava, foi gentilmente
com a mão em seu pescoço o apertando, posicionando sua mão de tal maneira que abraçava
toda parte frontal incluindo o pomo de adão, o tocando e sentindo os seus movimentos.  A
cada estocada dada por ZiTao, era um aperto que desprendia de suas mãos, aumentando
gradativamente de acordo com que o prazer do maior sobre si ia aumentando.  

Kris ofegava, respirando com dificuldade, mas não queria parar. A intensidade do
prazer que lhe era conferido ia crescendo deixando seu corpo dormente, pairando entre o
relaxamento e tensão provocada pelo moreno. Tinha plena confiança em ZiTao, depositando
em si todo o seu corpo, lhe sendo entregue em completude. A sua rendição não abria espaço
para dúvidas, confiando cegamente nas habilidades que o menor possuía. Enxergava nos olhos
do moreno o prazer que aquele ato conferia para si, e simplesmente se deixou navegar por
águas mais profundas tendo Tao como seu guia.

Os movimentos dos quadris se chocando foram aumentando, o aperto praticamente já
cortava qualquer tipo de respiração que o Kris pudesse ter.  A mão livre de Tao molestava o
membro do loiro com rapidez e sem cuidado algum, o estimulava cada vez mais, sentindo os
tremores em seu corpo aumentarem vertiginosamente. Estava quase na hora e aquela situação
diante do moreno o excitava, o fazendo perder a sanidade e sendo movido apenas pela
luxúria.  O olhar que o loiro direcionou a si foi uma mistura de súplica e prazer, se deliciava
com toda aquela situação e não poderia esperar mais.  

O último aperto foi dado cortando a respiração do maior. Tao acertava repetidamente
o ponto sensível do loiro que em seguida, não suportando, se derramou nas mãos do menor.
Sua mente tornou­se nublada, já não sentia seu corpo mais, o prazer que lhe fora acometido. A
dormência tomou conta de seus músculos, os olhos estavam pesados demais e a sensação
gostosa de prazer lhe possuía num ritmo intenso. Tudo era profundo com ZiTao e aquela
 noite havia sido memorável.

O moreno ao ver seu marido perde­se no prazer o estocando com força, teve seu
membro esmagado e torturado na entrada alheia, tendo seu prazer se derramado dentro do
maior poucos segundos depois, jogando seu corpo exausto sobre o de Kris, que respirava com
dificuldade em cima da cama.  Tudo que se relacionava ao casal era intenso, mas aquela noite
a barreira da sanidade tinha sido ultrapassada. Ambos estavam deitados, suados, ofegantes,
não tendo nenhuma condição de pensar, apenas sentiam. 

 
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“Amo­te sem saber como, nem quando, nem onde,

amo­te directamente sem problemas nem orgulho:

amo­te assim porque não sei amar de outra maneira,

a não ser deste modo em que nem eu sou nem tu és,

tão perto que a tua mão no meu peito é minha,

tão perto que os teus olhos se fecham com meu sono. “

Pablo Neruda, in "Cem Sonetos de Amor"

Notas finais
O poema do bilhete é de Pablo Neruda também e se chama "Se me esqueceres". 
Pessoal a minha carga de estudos aumentou e anteriormente tinha prometido postar nas
quintas também, mas não vai dar, então ficarei sempre atualizando nas terças. 
Espero que tenham gostado do Kris passivo e tal... 
Beijos e até a próxima terça. 
Xingamentos, reclamações e quem sabe um elogio aqui ou no twitter: @noonadokris

5. Capítulo 4 ­ Contradição

Notas do Autor
Boa Noite Pessoal!!! 
Chegamos agora no meio da história, agora as coisas começam a se revelar. 
Obrigado pelos favoritos e comentários!!!! 
Sem mais delongas, boa leitura!! 

Betagem: @/sehunu 
Capa: @/ssshiro_

O sábado amanheceu preguiçoso, as gotas de chuvas batiam contra a janela do quarto
produzindo um som agradável para os dois amantes que ali se encontravam, ambos deitados,
enroscados e se aquecendo apenas com o calor de seus corpos. A temperatura fria daquela
manhã não os incomodava, e cada vez que se mexiam aninhavam mais seus corpos, como se
não quisessem se separar.

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Kris despertou primeiro, olhando ao redor e notando uma cabeleira negra sobre os seu
ombro num encaixe perfeito, a respiração tranquila. Esboçava um leve sorriso no rosto, logo
pensou que o menor a sua frente estava tendo bons sonhos.  Acariciou seus cabelos negros,
seus longos dedos deslizavam com facilidade, como tinha sentido falta daquele toque, desse
momento de contemplação onde apenas ficar observando o outro adormecido já lhe bastava
para se sentir completo. 

Retirando o fino lençol que os cobria, tentou deslizar da cama suavemente e percebeu,
em algumas partes do corpo do menor, que existiam algumas marcas feitas por si, sorrindo
com as lembranças da noite passada. Encaminhou­se à ducha e ficou embaixo dela, apenas
sentindo a água larvar seu corpo, não parava de sorrir um minuto, tudo aquilo era extasiante
demais. Alguns músculos do seu corpo doíam, mas pouco se importava, seu coração estava
saltitante. Há quanto tempo não se sentia naquele estado? Algo entre o fascinante e o sublime.
Descrever seria praticamente impossível. Não queria pôr em palavras o que sentia naquele
momento por Tao, pois não faria jus à intensidade dos sentimentos.       

Os olhos fechados, água escorrendo por seu corpo e uma mente que divagava alto sem
medo de cair, o loiro estava realmente feliz.  Sentiu duas mãos espalmarem sobre suas costas
e desceram carinhosamente até seu glúteo o apertando de leve, sorriu e quis virar, mas este o
abraçou e colou os corpos.  Beijos e carícias eram distribuídos, não de maneira lasciva, mas de
um jeitinho tão único e afetuoso. 

­ Por que me deixou sozinho na cama? Senti sua falta gege... – Falou o moreno com
uma voz manhosa.

­ Você estava tão tranquilo dormindo que achei um pecado desperta­lo. – Virando,
beijou­o delicadamente nos lábios.

O loiro olhava com atenção aquele a sua frente que possuía uma expressão manhosa e
tão adorável, quase como um panda de tão preguiçoso quando acordava, ah como amava
aquele homem e agradecia aos céus por há dez anos tê­lo colocado em sua vida. 

Os beijos se tornaram mais urgentes e água já não era tão quente quanto aqueles
corpos que se encontravam molhados e sedentos, se procurando novamente, se tateando,
necessitando sentir daqueles toques e sensações. Os amantes se amavam com a mesma
intensidade do primeiro dia que se encontraram, daquele dia em que aquela mesma chuva
tinha agraciado e abençoado aquele encontro.      

Flashback

A chuva molhava a cidade depois de um verão árido, para uns servia de alívio para
outros aquilo era castigo divino. Tao corria entra as pessoas, atrasado para sua entrevista de
emprego, tinha acabado de se formar no colégio e como não possuía muito dinheiro não
tivera o privilegio, nem chance de entrar em alguma universidade, se viu obrigado a
trabalhar, não reclamava a não ser naquele fatídico dia em que parecia tudo conspirar
contra ele. 

Chegou à frente da loja, conferindo o endereço num papel praticamente molhado em
sua mão, notou que este correspondia e na frente da vitrine, conferiu seu estado, se

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encontrava um pouco desarrumado, suado, tentou arrumar­se e parecer menos deplorável e
com cara de desesperado.   

A entrevista se deu com o filho do dono da loja chamado Xiumin, este fora simpático
e até compreendeu o estado de Zitao no momento que o explicou a situação em que se
encontrava. O cargo era para vendedor, o salário era bom, mas com a comissão ficaria
maior e assim as necessidades diárias do moreno poderiam ser supridas sem muito aperto.   

Estava satisfeito com o desfecho da entrevista, encontrava­se confiante e esperaria
ansioso pelo telefonema da contratação. A chuva ainda descia pesada sobre o asfalto daquela
avenida e sem seu guarda­chuva, Tao teria duas opções: ou iria andando até em casa, onde
chegaria ensopado, ou esperaria a chuva amenizar e assim não se molharia tanto. Resolveu
esperar, observava todos que ali passavam, os tipos de cliente que entravam naquela loja,
alguns bem apresentáveis, outros nem tanto, mas um em particular lhe chamou a atenção.
Era alto, loiro, com uma expressão séria no rosto que lhe agregava alguns anos que não
possuía, sentiu seu olhar se enfeitiçar por aquele homem, não tirou os olhos de sua silhueta. 

Teve seu olhar flagrado, baixando sua cabeça para evitar que suas bochechas
levemente carmim fossem descobertas, mas já era tarde demais. Aquele belo estranho já
caminhava em sua direção. Olhou para o lado na tentativa de despistar, porém sentiu uma
mão tocar seu ombro e um sorriso o aguardava naquele rosto tão perfeito.   

Kris não sabia o que lhe prendia naquele moreno parado em frente à loja, passou sem
a mínima intenção de entrar, mas aquela figura o capturou o olhar de uma maneira quase
irresistível, seus traços definidos, seus cabelos negros balançando displicentemente sobre o
vento e aquele olhar tão escurecido que tinha plena certeza que se mergulhasse jamais
submergiria novamente.  

Tocou seu ombro chamando a sua atenção e recebeu um olhar tímido em troca, tão
delicado, sentindo vontade de cuidar e guardar apenas para si. O coração acelerou, as mãos
começaram a suar e as palavras engasgavam em sua garganta sem ordem certa para sair.
Aquele pequeno o deixava nervoso demais, o perguntou se aceitaria tomar um café, proposta
ousada que poderia ser recusada, mas para sua surpresa foi aceita, não conteve sua alegria e
esbouçou um sorriso.

Aquele o sorriso o enfeitiçou, sabia que não tinha mais volta. O café foi servido, a
conversa entre os dois fluía naturalmente, como se fossem velhos conhecidos, os toques
inocentes em cima da mesa, acompanhados de olhares furtivos e sorrisos maliciosos.
Histórias foram sendo contadas e ambos se conhecendo e se encaixando sem ao menos
notarem, a química da pele gritava por mais toques, ali não existia medo do desconhecido,
apenas excitação para o que poderia acontecer ao saírem dali. 

A pressa das bocas, acompanhava a urgência das mãos, o elevador parecia demorar
séculos para chegar ao andar. Os olhares tão desejosos não se continham apenas com o
óbvio, procuravam por mais, vasculhavam dentro daquelas roupas ensopadas  da chuva que
passavam a estar molhados de suor, tamanho o calor que emanava de ambos.  A chave entrou
com facilidade no trinco, roupas deixadas no caminho, o sofá parecia tão atraente para os
aqueles dois corpos ávidos de se conhecer. 

Tao e Kris nasceram de um romance intenso, súbito, que para muitos poderiam
considerar apressado, mas que para eles, era como se o tempo tivesse sido injusto por
passarem tanto tempo distante um do outro.   

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O sábado foi agraciado com beijos no banheiro, abraços apertados na cozinha
enquanto o almoço era feito e jantar regado a muitas risadas, recordações e vinho.  O tempo
passava devagar para aqueles dois, que aproveitavam cada minuto de intimidade e de
reconhecimento.  A ponte que unia os dois foi refeita, sendo esta decorada com amor.      

***********************************

A campainha tocou cedo naquele domingo. Tao foi correndo atender, pois já sabia de
quem se tratava. Ao abrir a porta se deparou com aquela pequenina saltitante e sorridente o
olhando com os bracinhos estendidos para um abraço. Tomou Sakura nos braços e a apertou,
nunca pensou que poderia sentir tanta falta daquela bonequinha. 

Acenou para que Xiumin e Luhan entrassem e seguissem para a cozinha onde o café
estava sendo servido. Kris se encontrava arrumando a mesa e ao avistar Sakura, lhe lançou um
sorriso, que a pequena o devolveu dizendo:

­ Também estava com saudades, Kris.

O loiro bagunçou seus cabelos escuros em brincadeira e a menina rindo e com um
bico nos lábios deu pequenos tapinhas em suas mãos para que não assanhasse mais. Kris ficou
rindo com a reação e convidou o casal a sentar­se à mesa. Tao colocou a menina no chão que
o puxou pela mão ao seu quarto para que lhe mostrasse os presentes que tinha ganhado e os
novos desenhos feitos por ela e relatar como tinha sido o final de semana. 

Os adultos iniciaram a conversa de modo descontraído. Kris perguntando como tinha
sido o final de semana deles e como a menina tinha se comportado. Luhan relatou os fatos
engraçados e de como Sakura possuía uma alegria que contagiava qualquer pessoa a sua volta,
mas o ruivo a sua frente não se conteve e lançou uma pergunta que lhe aguçava a curiosidade
há algum tempo.  

­ Kris, me responda uma coisa, por que Sakura não lhe chama de papai, já que vocês
estão convivendo juntos?

O maior foi pego de surpresa, não esperava aquela pergunta vindo do ruivo e muito
menos tinha parado para pensar nisso. Não que isso fosse dispensável, mas não incomodava,
não até aquele momento. Percebeu Xiumin lançar um olhar de reprovação para o outro.
Tomando um gole logo do seu café, respondeu com serenidade e em um tom despreocupado.

­ Acredito que por fazer pouco tempo da minha convivência, ela não se sinta à
vontade para me chamar de pai. 

Não contente com a resposta, Luhan soltou um comentário antes de dar uma mordida
na fatia do bolo. 

­ O motivo na realidade não é o tempo de convivência, é outra razão que você não
percebeu.

O ruivo recebeu um cutucão do moreno ao seu lado, como se dissesse para calar a
boca que aquele assunto não lhe dizia respeito. Kris levantou uma sobrancelha, passando a ter
um semblante que misturava curiosidade e preocupação, lançando um olhar inquisidor ao
ruivo o impelindo a continuar a sua fala.  

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­ Ela não confia em você, Kris. Esse é o real motivo. Desde o café em que ela te
conheceu, não se sentiu segura no que você sentia em relação a ela. Sakura ficou confusa, não
sabia o que esperar. As crianças são sensíveis em relação a sentimentos e sabem muito bem
quando alguém gosta delas ou não, e até agora para ela, você não demonstrou carinho
suficiente para que possa ser chamado de papai.  – Respondeu Tao, escorado na soleira da
porta de braços cruzados sobre o peito e um semblante mais sério.

O loiro tornou­se reflexivo, a verdade nunca caíra de modo tão indigesto como foi
naquela manhã. Tinha ciência que não possuía jeito com crianças, aliás, nunca fora tratado
como uma e isso refletia diretamente como tratava os pequenos ao redor, mas jamais
imaginaria que Sakura tivesse medo de si, a palavra exata era “medo”. Não que fosse
maltratá­la ou algo parecido, apenas não conseguia se doar tão carinhosamente como aqueles
três homens a sua frente faziam. 

­ Eu não sei como posso mudar esse pensamento dela.  A trato bem, cuido do meu
jeito, tento dar carinho a ela, mas ainda assim desperto medo. Não sei o que fazer. – O loiro
respondeu com um olhar perdido e um medo nascendo.

­ A questão não é apenas tratar bem, porque isso é o mínimo que se faz com qualquer
pessoa.  – Respondeu Luhan de maneira um pouco ríspida, que foi logo percebida pelo
moreno ao seu lado.   

­ Você passa a ela algum sentimento que está represado dentro de si. Sakura é muito
sensível a pessoas devido a sua história de vida e mesmo que não saiba explicar como, ela
sente algo preso dentro de você. – Completou Zitao com uma voz séria.

Xiumin sentindo que o clima poderia ficar mais pesado caso o ruivo permanecesse,
resolveu se despedir de todos ali e ir embora, pois em casa teria uma conversa séria com
Luhan e seu modo inconveniente de se comportar. 

Tao não se moveu do lugar em que estava, analisava o loiro a sua frente. Percebia
como este mudava o olhar de preocupação para medo, aquela conversa tinha despertado algo
profundo nele e a curiosidade do moreno tornou­se maior a ponto de uma pergunta lhe
escorregar dos lábios.    

­ Gege, que medo é esse estampado em seu olhar? Há algo que queira me falar?

O loiro levantou a cabeça, encontrando o olhar de curiosidade do seu marido. Não se
sentia a vontade para falar do seu passado com ele e não seria ali que começaria a contar sua
história. Levantou­se e foi em direção à porta da cozinha, mas foi impedido pelo menor que se
colocou no meio.

­ Responda Kris, não fuja do assunto agora. Existem partes na sua vida que são
completamente desconhecidas para mim.  Abra seu coração comigo, sou seu marido, confie
em mim. – Exclamou Tao, com um olhar de compaixão.

Kris baixou o olhar, não teve coragem de encarar o menor. Sentiu seu passado lhe
invadir as memórias, sabia o quanto lembrar lhe fazia mal e o magoava cada vez mais.
Empurrou o corpo de Zitao contra a soleira da porta e segurando em seus ombros, falou de
modo ríspido:

­ Não tenho nada para falar Zitao. Pare de insistir.

Não satisfeito com a resposta e aproveitando aquele momento em que o maior se
encontrava mais aberto, manteve seu olhar fixo nos dele e perguntou:

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­ Wu Yifan, você não confia em mim? Eu sou seu marido. Não sou digno de sua
confiança? Oito anos de casamento e existe um muro que nos separa e você ainda vai deixar
isso nos distanciar?

A espinha do loiro gelou quando ouviu seu nome de nascença, sabia que as únicas
pessoas que o chamavam pelo seu nome era sua avó e seu marido quando este estava com
raiva. E pelo olhar deste, a raiva e mágoa estavam de volta ao seu relacionamento, apenas
tinha presenciado esse olhar  há dois anos  quando brigaram por causa da adoção de Sakura.

Soltou os braços do mais novo, passando a mão pelos cabelos, nervoso. Não sabia
como responder. Seu coração gritava para falar, se abrir e sua mente dizia que o silêncio era o
melhor conselheiro. 

­ Você conhece minha vida inteira, nunca te escondi nada, todas as minhas
dificuldades, minhas aflições. E você me nega o direito de saber uma parte da sua vida que
escondes desde o momento que te conheci.  – Zitao elevou a voz mais do que gostaria.

Kris se sentiu acuado com aquele bombardeio de perguntas, se sentiu como se o
tempo voltasse e seu pai estivesse gritando com ele, xingando­o e batendo sem motivo algum.
Lembrou­se da sua mãe o defendendo com os olhos cheios de lágrimas, jogando o seu corpo
em cima de si e o protegendo das tapas deferidas por seu pai.  Saiu andando até a sala, com os
olhos lacrimejando, agoniado, querendo fugir daquela situação, era muita pressão sobre si. 

Zitao tomado pelo calor do momento segurou o rosto do maior entre suas mãos,
tentando captar seu olhar e ao conseguir, sentiu um desespero transpassar sua alma.  Por um
momento percebeu que a ferida que havia tocado era maior do que imaginava. 

Kris chegou a um desespero que não lhe afligia há muito tempo, tomou as mãos do
Tao e as jogou longe. Dando um passo para trás, falou em um tom agressivo:

­ Saia de perto de mim agora! Você não respeitou meus limites, despertando em mim
lembranças que eu lutei para esquecer. Sempre te respeitei e agora pela sua curiosidade
egoísta, você quer revirar histórias que já são esquecidas.

O loiro tomou a chave do carro, e partiu em direção a porta, mas foi impedido. Zitao o
puxou pelo braço com força quase o fazendo desequilibrar e cair no chão.

­ Essas histórias te impedem de viver um presente pleno e um sono tranquilo, ou você
não acha que te escuto choramingar à noite, balbuciar palavras que não consigo entender em
meio a pesadelos que habitam teu sono. Você não as esqueceu, apenas ignora seu passado por
ser conveniente.

­ Zitao me solte agora, não sou obrigado a ouvir seus devaneios e idiotices. Solte­me.
– Exclamou um Kris irritado demais, cansado demais.  

­ Não soltarei, enquanto não ouvir o que quero. – O moreno afirmou decidido.

Vendo que o menor não o soltaria e a pressão que envolvia seu coração e todas as
lembranças vindo como avalanche em sua memória o fizera tomar uma postura que rezava
todas as noites para que não se tornasse como seu pai. Empurrou Zitao com força contra a
parede, se livrando do aperto do moreno. Ouviu o baque surdo e ao visualizar os olhos do
menor, este demonstrava incredulidade diante da sua reação. Sua cabeça latejou com força,
era sua mãe que estava ali naquela parede novamente, após ter sido jogada contra ela em umas
das várias brigas que presenciou em casa. 

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­ Kris... – O moreno falou baixo, ainda não crendo no que tinha acontecido e não sabia
mais quem estava a sua frente. Aquele homem que por segundo se tornara violento, não era o
homem que conhecia e com quem se casou um dia. 

 ­ Papai, você está bem?

Sakura tinha acabado de presenciar aquela cena, os dois adultos se entreolharam
surpresos, ao ver a pequena com os olhos medrosos e lacrimejantes. Zitao num ímpeto
abraçou a bonequinha e tomando­a em seus braços, repousando sua cabeça em seu ombro,
começou a ninar e a confortá­la.

­ Papai está bem querida, não aconteceu nada. Kris estava apenas brincando comigo.
Você esta com fome? Quer algo para comer?

O moreno lhe lançou um olhar ameaçador, com um recado implícito dizendo que a
conversa não tinha terminado ali. O loiro sacudiu a cabeça, incrédulo e soltou:

­ Era só o que me faltava, vou embora daqui antes que a “brincadeira” fique mais
pesada. Não me espere para jantar, ou melhor, não me espere por hoje...  

A porta do apartamento foi batida com violência, o moreno sentiu a menina se
encolher em seus braços com o barulho. Não pôde deixar de sentir raiva do maior por aquela
atitude tão infantil. Sua cabeça fervilhava com aquelas últimas cenas que passavam em eterna
repetição por sua mente, não se arrependeu em momento algum pelo que tinha dito. 

Sacou o celular do bolso e ligou para a única pessoa que poderia sanar todas as suas
dúvidas. Não queria se intrometer na vida do loiro, mas agora a questão tinha tomado
proporções um pouco maiores e estava disposto a quebrar mais esse muro que os separavam.
Marcou o encontro para a segunda­feira, jamais pensou que depois do final de semana
maravilhoso que tiveram, iriam terminar assim, brigados e Tao sem saber o paradeiro do
outro.

Notas finais
O capítulo terminou com uma briga de leve Taoris, mas que foi necessária. Não me batam
por favor... 
Obrigado por lerem e na próxima terça nos vemos novamente. 
P.S. To sem criatividade hoje para as notas, me desculpem. 
Xingamentos, reclamações e com muita sorte um elogio, aqui ou no twitter: @noonadokris

6. Capítulo 5 ­ Revelações

Notas do Autor
Boa Noite povo!!! 

Cheguei para esclarecer algumas dúvidas sobre o passado do Kris e onde ele se meteu depois
da briga. 
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O capítulo considerei curto, por motivos de... Vocês vão saber quando chegarem ao final. 
Para compensar estarei postando na quinta o Capítulo 6. 
A história começa a ficar mais agitada. 
Sem mais delongas, boa leitura!!! 
Capa e betagem pela minha dongs: @/sehunu

O vento batia forte contra seu rosto, o cheiro de maresia lhe invadia tornando tudo
mais calmo e quieto. Há quanto tempo não pisava na beira mar e sentia a areia fazer cócegas
contra seus pés? Sakura ao seu lado esboçava um sorriso de curiosidade, pegando todas as
conchinhas que lhe cruzavam o caminho e as colocando em seu pequeno balde cor de rosa. Os
cabelos balançando ao sabor do vento, seu rostinho se tornando rubro pelo sol tímido que
nascia aquela manhã.

 Deveria ter trazido a pequena antes para ver o mar e não naquela situação tão
delicada. Ao seu lado caminhava uma senhora distinta, seus cabelos grisalhos e curtos que
emolduravam graciosamente o seu rosto marcado pelo tempo, porém ainda possuía belos
traços e exalava uma paz e tranquilidade, que só pelo fato de estar ali, já sentia seu coração
aquecido e pulsando calmamente.

Sentaram­se em um banco em frente ao mar. Sakura saiu caçando suas conchas e de
vez em quando molhava os pezinhos na água, fazendo uma carinha de reclamação por estar
tão gelada. A menina se deliciava com o momento e os adultos ainda em silêncio observavam
a pequena, direcionando olhares carinhosos e atentos.

­ Você demorou a me procurar. Desde que Wu Yifan me ligou dizendo que tinham
reatado e que agora estava convivendo com a bonequinha, fiquei no aguardo do seu
telefonema. Surpreendi­me ao vê­lo chegar ontem à noite naquele estado. Não esperei que
você permitisse chegar ao extremo para entrar em contato comigo.

­ Não pensei que as cicatrizes do passado ainda estivessem tão vivas. Ele sempre me
pareceu tão seguro e o modo como reagiu ontem à noite, me surpreendeu. Meu coração doeu
por não saber como agir. No caminho vindo para cá, refleti e acho que fui um pouco longe
demais.

A aquela senhora fitou­lhe o rosto e segurando sua mão firmemente a trouxe para seu
colo, e ficou acariciando na tentativa de acalmar aquele coração que lhe parecia tão aflito por
respostas.

­ Não aflija seu coração com problemas que a solução não dependa de você. Zitao, por
anos você o ajudou, o guiou e mesmo que não tenha consciência disso, curastes muitas
feridas, mas essa em especial não caberia a você cicatrizar. Está vendo aquela pequenina ali,
brincando graciosamente como se no mundo não houvesse maldade? Acredito que o destino é
que vai usá­la para cicatrizar essa última mágoa. 

O moreno observou Sakura ao longe, sentada, brincando com a areia, fazendo
pequenos motinhos e os decorando com as conchinhas que havia coletado anteriormente.  Tão
delicada, tão frágil e ao mesmo tempo dona de uma fortaleza. 

­ Como ela poderá fazer isso, avó? Se pouco sabemos sobre o Wu Yifan. Seu passado,
sua infância parecem guardadas em uma caixa com vários cadeados. Ontem falei coisas que
despertaram nele uma personalidade que jamais presenciei.    

Ao cruzar seu olhar com o do moreno, percebeu quanto amor ali existia e quanto
cuidado ele tinha com seu neto. Amor assim só tinha presenciado uma vez, que foi com seu
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marido já falecido. O amor que é mais do que físico, chegava a tocar na alma de tão puro e tão
cheio de compaixão. 

­ Meu neto, deixe eu te contar uma história: Era uma vez uma família, com três
pessoas, que viviam felizes em sua casa. O casamento aparentemente ia bem, o filho tendo um
bom crescimento e sempre tirando boas notas. Para estranhos que apenas observavam de fora,
ali era um lar feliz. Mas se prestasse mais atenção, havia rachaduras profundas demais para
serem fechadas. Traições por parte do marido toleradas pela esposa – minha filha– que
fechava os olhos na esperança do seu amor ser suficiente para os dois, o problema é que não
se pode amar por ambos. Corações foram quebrados em brigas na cozinha, os gritos ecoaram
na sala, até que certo menino por volta dos seus dez anos, presenciou uma das cenas de
violência e na intenção de proteger a mãe contra seu pai, jogou o corpo na frente a
protegendo, mas o pai o segurou pelo pescoço e o jogou violentamente contra a parede, o
deixando desacordado por alguns minutos. Essa foi a primeira vez que Wu Yifan se
machucou, e dentre tantas cenas a última foi a pior. As malas já estavam arrumadas e ambos
já se encontravam prontos para ir embora, quando o marido enfurecido e embriagado entrou
em casa não contente com a situação. Tomou um dos jarros de cristal na intenção de ferir
minha filha, porém, num instinto de proteção meu neto abraçou sua mãe, escutando o vaso se
espatifar em suas costas, o ferindo gravemente.  O desespero e o choque de realidade foi tão
devastadora para aquele homem, que com medo de ser preso, se encontra desaparecido até
hoje.    

Cada palavra proferida pela avó do Kris entrou como agulhas em seu coração. Mesmo
nunca tendo uma família fixa durante sua infância, jamais sofreu com qualquer tipo de
violência ou abuso. Considerava­se sortudo se comparado ao que o maior tinha sofrido.  Zitao
enxugou do seu rosto algumas lágrimas que teimavam em escorrer e num susto sentiu a mão
daquela senhora envolver sua face e o fitando com aqueles olhos negros que lembravam tanto
seu marido.

­ Wu Yifan chegou ontem à noite, bêbado, meio transtornado e reclamando bastante.
Agora ele esta dormindo em seu antigo quarto, porque você não vai lá levar uma xicara de
café e uns bolinhos da lua que eu fiz hoje pela manhã? Pode deixar que eu cuido da pequena. 

Sakura veio correndo e praticamente pulou no colo da sua avó. 

­ Avó vem ver o castelo de areia que fiz, enfeitei com varias conchas que colhi! –
Disse animada.

­ Claro minha neta, vamos ver sua obra de arte. Você e o Kris são muito parecidos, ele
também gostava de fazer castelos de areia. 

­ Verdade vó? Cadê ele? Ontem despois que ele brincou com o papai, foi embora e
não voltou mais. – O sorriso tinha diminuído e um traço de tristeza passou pelo seu olhar.

­ Ele veio me visitar amor, não fique assim, daqui a pouco vamos vê­lo. – Disse a avó
acariciando os cabelos da pequenina.

­ Você vem papai?

­ Papai vai falar com o Kris minha boneca. Cadê seu castelo? – Perguntou a avó.

­ Esta ali! – Sakura falou saltitando e puxando aquela senhora pela mão que com um
sorriso e uma piscadela direcionada a Zitao, o fazendo entender que era a melhor hora para

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acordar seu neto.

Caminhou lentamente até a casa à beira­mar, seus pensamentos estavam tão agitados
quanto aquele oceano à sua frente e organizá­los estava se tornando difícil. Não poderia brigar
com o loiro quando se encontrava ciente do quanto havia sido tumultuada sua infância e
adolescência. Teria que escolher bem as palavras, mas teria que deixar claro ao maior que já
conhecia seu passado e o compreendia.    

A casa era toda azul com janelas brancas, um jardim tão bem cuidado que rodeava
toda a sua lateral, um ambiente tão acolhedor quanto a sua dona, e entendeu porque ali se
tornava o refúgio do loiro.  A atmosfera extremamente agradável também se encontrava em
seu interior, os móveis simples, porém aconchegantes, a sala muito bem organizada, a cozinha
com uma bela mesa de madeira. Tudo ali remetia a família e cada vez mais conseguia se sentir
em casa. Subiu ao primeiro andar e notou uma porta entreaberta, a curiosidade sempre lhe foi
amiga, ao abrir se deparou com uma figura enorme jogada em uma cama minúscula se
comparada ao seu tamanho. O sono pesado e alguns roncos denotavam que o maior estava
praticamente desmaiado do tanto que havia bebido. A vontade do menor era o acordar aos
tapas, o mandando ser mais responsável e não dirigir naquele estado. 

Deixou o loiro ali e se voltou à cozinha. Preparou um café amargo e colocou num
pires alguns bolinhos da lua, que por sinal estavam deliciosos, pois não resistiu e comeu
alguns. Subiu novamente meditando no que iria dizer ao maior que com certeza já acordaria
assustado com sua presença.

Depositou em cima da escrivaninha, a xícara com o café fumegante e os bolinhos.
Lentamente se aproximou do loiro se ajoelhando ao seu lado. Avaliou seu semblante, se
encontrando em uma mistura de cansado com estressado. Passou os dedos pelos seus cabelos
loiros, tirando alguns fios da sua testa, que se encontravam meio colados devido ao suor,
fazendo carinho e o observando.  

Apertou de leve seu braço e nada do maior acordar, apertou mais forte e nada. Decidiu
ser um pouco mais energético, lhe deu uma tapa forte no seu traseiro, provocando no maior
um gemido de reprovação e um grunhido que não conseguiu decifrar. Tao controlava o riso
com uma mão na boca, não queria que o loiro descobrisse que era ele o autor do tapa.

Wu Yifan aos poucos abriu os olhos, se incomodando com a luminosidade que entrava
pela janela, sentiu uma mão alisando seu traseiro e sabia que não era sua avó a autora daquele
tapa  e depois do carinho. Virou lentamente e se assustou ao se deparar com um Zitao risonho.
 Já iria questionar o porquê do moreno se encontrar ali, mas o cheiro do café e dos bolinhos
estava fazendo seu estômago reclamar mais. Levantou­se com dificuldade, sentindo dores por
todo o corpo, mas era sua cabeça que doía com mais intensidade, o mundo girava rapidamente
quando se pôs sentado em sua cama. Abrindo mais os olhos, visualizou o moreno segurando a
xícara e os bolinhos em sua direção. Aceitando de bom grado, começou a comer. Os bolinhos
tão doces contrastavam com o amargo do café criando uma combinação perfeita ao seu
paladar.  

Ambos se olhavam, mas o medo de dar as primeiras palavras tornava o ambiente um
pouco pesado.  Os motivos que o deixavam calados era o mesmo, mas com óticas diferentes.
Zitao estava escolhendo as palavras que iria começar a conversa, não queria deixar o loiro na
defensiva novamente como havia feito antes. Kris tinha medo, sabia que teria que falar do seu
passado para o menor, mas não queria que este sentisse pena de si, não queria seu olhar de
piedade como se ele fosse um coitado.   

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Wu Yifan fora o primeiro a balbuciar um pedido de perdão quase inaudível para o
moreno, este se esforçando para ouvir. Sua cabeça baixa não permitia que o menor o olhasse
diretamente e isso o afligia um pouco. Decifrar aquele olhar era o que mais ansiava. Durante
anos queria ter seu gege completo ao seu lado e ali demonstrava uma oportunidade perfeita
para isso. Ajoelhou­se em frente ao moreno e com sua mão levantou seu queixo até os olhares
se encontrarem. Todo o amor sendo trocado e sentido no silêncio de suas falas e no palpitar de
seus corações.  

­ Não deveria ter feito aquilo ontem. Não deveria ter machucado você. Sinto­me um
covarde, um lixo por ter dito aquelas coisas. Perdoe­me. – o tom de voz arrependido
acompanhava cada palavra do loiro.

O homem a sua frente em nada se parecia com aquele de ontem.  Os olhos
arrependidos, o semblante triste e principalmente o coração quebrantando se entregando para
ser consertado. Quantos anos foram necessários para que o maior se revelasse dessa maneira?
Quantas lágrimas foram derramadas em busca de uma simples verdade que mudaria a vida
deles?   

­ Eu te agredi fisicamente e psicologicamente e isso não poderia ter acontecido.
Sakura tendo presenciado tudo isso... Ela tão pequena e já não confia em mim e, depois do
que viu, duvido muito que vá confiar algum dia.

O tom de pesar na voz do mais alto quebrou o coração de Tao, tinha conhecimento de
quantas marcas ali existiam e deixar mais uma não era seu objetivo.

­ No momento em que você bateu a porta ontem, eu te perdoei. Eu também devo
perdão por ter te pressionado sem ao certo saber qual o tipo de lembrança eu estava
despertando. Ontem pude notar que não te quero transtornado daquele jeito, mas também não
quero nenhuma névoa entre nos dois. 

Sua mente mais clara e desperta pelo café o fez perceber o motivo de Zitao estar ali na
casa da sua avó. Dentre todos os parentes, ela era a única com que possuía mais intimidade e
consequentemente poderia falar sobre o que tinha acontecido ontem e o motivo. Seus
pensamentos giraram o deixando tonto, todas as lembranças surgiam como se ainda pudesse
escutar os gritos, as brigas, o barulho das coisas quebrando, tudo tão vívido, que suas mãos
suavam e o nervosismo começou a tomar conta de si.

­ Zitao, eu tenho algo para te contar e... – a voz nervosa do Kris foi cortada pelas
palavras do moreno e um abraço repentino o pegando de surpresa. 

­ Não precisa fala nada, sua avó me disse tudo. Agora me faça apenas um favor,
esqueça tudo o que passou e deixe Sakura entrar na sua vida assim como ela adentrou a
minha. Você é um homem diferente do seu pai, jamais iria me trair e me agredir.

Os olhos do loiro já não suportavam as lágrimas que ali jaziam e estas caíram em
fartura molhando o ombro do moreno que o abraçava cada vez mais forte. Parou de lutar
contra tudo o que lhe afligia e apenas se deixou entregar ao momento. Não iria mais carregar
mágoas da negligência e abandono do seu pai ou culpar sua mãe pela fraqueza e falta de
coragem de sair antes que o pior tivesse acontecido.  Ali derramaria tudo que estivesse fluindo
do seu coração.  Quebraria todas as correntes que o prendiam.

Enquanto ambos encontravam­se abraçados, chorando e se confortando, duas
pequenas figuras visualizavam aquela cena, observando pela fresta da porta. Sakura esboçava
um sorriso e dos olhos da avó de Kris lágrimas tímidas rolavam em sua face, ao ver o quanto
o seu neto estava amadurecendo e que o processo de cura já estava se desenvolvendo em seu
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coração.

­ Vó, nós vamos entrar? – sussurrou Sakura com medo que ambos escutassem.

­ Não, minha neta. Eles têm muito que conversar ainda. – Respondeu, enxugando seu
rosto.

­ Mas o Kris está chorando, eu quero abraçar ele também.

­ E você vai, meu amor, mas que tal descermos e tomarmos um chocolate quente com
alguns bolinhos?

A menina assentiu com a cabeça e ambas foram caminhando sorrateiramente até a
cozinha onde celebraram, de certa forma, a família que ali definitivamente estava surgindo.
Não apenas uma família porque os três moravam no mesmo lugar, mas porque corações
estavam sendo conectados e pulsados na mesma frequência.  

O dia foi passando com tranquilidade e animação, os três sentados na varanda
observando o mar e o quanto a bonequinha corria de um lado para outro na praia catando
conchinhas e tentando, em vão, capturar alguns caranguejos que passavam correndo quando
viam a menina atrás de si com um balde e uma pá na mão. 

Ao entardecer, se despediram com a promessa de passar um final de semana completo
da próxima vez. A menina entusiasmada com ideia se pendurava na blusa do pai o fazendo
prometer que voltariam para tomar banho de mar. Zitao não conseguia resistir aos encantos e
prometeu que voltariam quando o clima estivesse mais quente. Tao notou a bochechas mais
pálidas da menina, mas ao colocar a mão em seu corpo não notou qualquer indicio de febre,
ela já havia tomado seu remédio em casa por isso ficou despreocupado, e pensou que talvez
fosse o clima da região.

A viagem de volta foi tranquila, a menina veio adormecida no banco traseiro e os dois
adultos conversavam baixinho e com sorrisos no rosto. Parecia que Kris tinha tirado uma
tonelada de seus ombros, se sentindo mais leve e quando olhava para o moreno ao seu lado
tinha plena certeza que ele tinha sido feito sob medida para si.

Kris com a pequenina nos braços, a deitou na cama, onde essa continuou dormindo.
Estranhou o fato dela não ter despertado nenhuma vez no caminho, nem mesmo quando a
tirou do carro. Sentiu seu corpinho um pouco mais frio e a respirando com um pouco de
dificuldade. Sua intuição lhe alertou de algo e este foi caminhando rapidamente até o banheiro
onde o Tao se encontrava tomando no banho. Comentou o que sentia. Zitao saiu correndo
apenas de toalha em direção ao quarto da pequena para verificar sua temperatura. Ao constatar
que esta encontrava abaixo do normal, imediatamente trocou de roupa.

­ Sakura não está bem Kris, vamos ao hospital agora. – Exclamou Tao, retirando a
menina da cama e a colocando em seus braços, ainda adormecida.

Notas finais
Foi se refugiar na casa da avó!! 
Confesso que amo escrever sobre a avó porque me recordo muito da minha!! 
Eles se resolveram, Graças a Deus!!! 

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E o que será que aconteceu com Sakura??? 
Quinta saberemos ou não?? 
Xingamentos, pedradas e quem sabe um carinho, aqui ou no twitter: @noonadokris 

7. Capítulo 6 ­ Força

Notas do Autor
Boa Noite Pessoal... 

Quero pedir desculpas pelo atraso, normalmente posto às 20:00, mas imprevistos acontecem
e não estou imune deles. 
Queria agradecer a todos que favoritaram, porque Efêmero chegou hoje aos 50 favoritos e to
muito feliz por isso!!!! 
Vamos saber se Sakura morreu ou não. 
Sem mais delongas, boa leitura e até as notas finais. 
Betagem: @/sehunu 

Os bipes dos aparelhos, as enfermeiras, os médicos, tudo lhe causava uma agonia
imensa e a espera por notícias de Sakura estava cada vez mais lhe angustiando. Odiava
hospitais e a única razão de estar ali na sala de espera era a pequenina, que se encontrava
internada depois de uma crise. 

Após sair de casa dirigindo apressado, os três se encaminharam ao hospital em que a
pequena se tratava desde sua chegada ao orfanato. Os médicos já a conheciam e a tomavam
sua vida como um pequeno milagre, dado a gravidade da sua doença. Até ali o tempo tinha lhe
sido amigo fiel, mas não sabiam por quanto tempo a amizade continuaria. 

Zitao não parava quieto um segundo, seu coração estava apertado e cada vez mais
sufocado. As crises normalmente eram relacionadas a dores no peito, mas dessa vez fora
diferente, sua pressão tinha caído até praticamente ela desmaiar dormindo. Sua preocupação
aumentou consideravelmente porque agora teria que vigiar até o sono da pequena. Ansiava
por noticias, mas ninguém vinha lhe trazer o conforto que necessitava. O loiro se matinha
sentado, o observando e vez ou outra o pedindo para sentar. Como poderia sentar se, talvez,
aquela fosse à última vez que veria a sua filha?

Enxugava seus olhos que insistiam em embaçar sua visão com lágrimas. Num ímpeto
abriu a porta da sala de espera e foi em direção ao balcão de atendimento, porém escutou a
mesma resposta da atendente de todas as vezes que se encaminhava para lá: “Senhor se
acalme. Os médicos estão fazendo o possível, quando tivermos informações o chamaremos.”
Antes que Tao quebrasse aquele balcão de vidro com o nervosismo, Kris lhe puxou pelo braço
o tirando dali, escutando alguns xingamentos do moreno.

­ Zitao se acalme. Você ficar nesse estado não vai adiantar nada. Meu amor, por favor,
respire e sente aqui comigo. – A voz do loiro era doce, mas demostrava um pouco de aflição.
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­ Como vou me acalmar, Wu Yifan? Explique­me como posso manter meus
pensamentos em ordem se a minha filha esta lá dentro e nada sei o que esta sendo feito com
ela. – Os soluços ocasionados pelo choro invadiam a sala de espera, criando ecos que soavam
desesperados. 

De todas as brigas que ambos tiveram, o estado do moreno era algo completamente
novo para o loiro. Desde que começaram a morar juntos jamais tivera presenciado uma crise
da bonequinha e agora se deparava com um Zitao praticamente fora de si e com um desespero
que ele não sabia o que falar para tentar, ao menos, acalmar o seu marido. 

­ Meu amor, por favor, eu estou implorando. Pare de andar de um lado para outro, isso
não vai resolver nada. Sente aqui do meu lado, tome um café e se acalme. – Súplica definia o
tom da sua voz naquele momento.

­ Não peça isso! Não vou sentar enquanto não tiver notícia da minha filha.  Você não
sabe o que é isso Wu Yifan.

­ Sua filha, Zitao? Apenas sua? Você acha que apenas pelo fato de não estar andando
ou gritando com as pessoas, eu não esteja angustiado por dentro? Só porque ela não me chama
de pai, não quer dizer que eu não sinta que ela seja minha filha. – A voz de Kris saiu
carregada de tristeza.

O moreno parou. Simplesmente parou no tempo. Olhou o loiro nos olhos e viu o
quanto tinha o magoado com suas palavras. Prometeu que faria o maior saber o que era ser pai
e agora o excluía, como se fosse apenas mais um tio, como se o esforço que tivera feito
durante todo aquele tempo tivesse sido em vão.  O desespero ainda continuava em seu peito,
mas agora tinha alguém para dividir a dor e por alguns momentos tinha se esquecido disso.

­ Me perdoe. Eu não quis me expressar mal. Você é sim pai de Sakura, tanto quanto
eu. Ela te ama Kris, eu tenho certeza.  – A voz saiu embargada pelo choro. 

O loiro se levantou e abraçou Zitao de uma maneira tão acolhedora e protetiva, que foi
inevitável não chorar mais com aquele gesto. Ambos se aninhavam, a dor estava sendo
compartilhada, dois corações choravam e se consolavam. Cientes que não estavam mais
sozinhos. 

A porta se abriu e dois médicos apareceram e por um momento pararam apreciando
aquele momento. Chegando a conclusão de que a dor consegue unir mais as pessoas do que o
amor. 

O casal se separou e um olhar de questionamento foi lançado para cima daqueles dois.
O pediatra de Sakura chamado Do Kyungsoo e o cardiologista pediátrico Kim Jongin,
acompanhavam­na desde a sua primeira internação no hospital, conheciam o caso dela em
detalhes e alegavam que ali residia um anjo, para aguentar por tanto tempo aquela doença.

­ Zitao, essa crise que Sakura sofreu foi muito estranha, não é algo comum, chegando
a ser mais raro que a própria doença que ela possui. – Do Kyungsoo foi o primeiro a falar. 

­ O coração dela simplesmente esta se tornando preguiçoso. A pressão arterial baixou
consideravelmente e a temperatura corporal fez com que o coração, que já demonstrava
dificuldade em se expandir, permanecesse batendo apenas o necessário para que mantivesse
sua respiração. – Completou o cardiologista.

­ Como ela esta agora? Continua dormindo? Fale­me doutor. – Implorou Zitao.

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­ Quanto tempo ela tem, Doutor? – Kris foi direto e o moreno lhe lançou um olhar de
medo misturado com raiva pela pergunta feita.

Os médicos se entreolharam com certa dúvida do modo como deveria ser dada aquela
notícia. Quem se pronunciou primeiro foi o pediatra.

­ Desde a primeira internação de Sakura e do seu diagnóstico, sabíamos que ela
poderia nos deixar a qualquer momento. Nunca iludimos você Tao. E agora a sua saúde está
mais frágil do que poderíamos prever. Posso dizer que ela é uma menina muito forte por ter
aguentado muito tempo.

­ Kris, vou ser honesto e como cardiologista dela, posso dizer que não lhe resta muito
tempo. O coração está fraco demais e batendo apenas com o que lhe resta de força. Sakura é
um pequeno milagre, mas não sei por quanto tempo.

Os joelhos de Zitao encontraram o chão nesse exato momento, sua vista escureceu e
por um momento pensou que poderia desmaiar. Sempre soube do estado de Sakura, mas seu
coração não estaria preparado em momento algum para perder sua amada filha. Queria gritar,
mas não saía nenhuma voz, queria se levantar, porém suas forças haviam se esvaído
completamente.

Kris não conteve as lágrimas e se ajoelhou ao lado do seu marido o abraçando forte,
tentando o consolar, mas procurando consolo. Seu coração foi quebrado em tantos pedaços
que jamais poderia colar os cacos novamente. Sua filha estava morrendo e tinha passado tão
pouco tempo com ela. Amaldiçoou­se por não ter convivido mais tempo com a bonequinha. O
orgulho e o egoísmo o cegaram e ali naquele hospital a dor que sentia não se comparava a
nada sentido antes. 

O maior levantou o moreno e o sentou na cadeira. Percebeu que em seus olhos aquele
brilho havia se findado completamente. As únicas palavras que saíram da garganta do moreno
foram:

­ Doutor Kyungsoo, podemos vê­la? 

­ Podem sim, ela já se encontra acordada. Mas tenho que falar algo antes. Os remédios
que aplicamos a fizeram acordar. Não sabemos quando ela poderá ter outra crise desse tipo e
se vai resistir a outra dose de medicamentos que poderá ser aplicada.   

­ O coração frágil não iria aguentar mais uma dose. Poderíamos deixá­la internada
aqui, mas preferimos que ela vá para casa, e fique com vocês dois, o tempo que lhe resta. –
Completou o Doutor Kim Jongin. 

­ Obrigado Doutores, mas agora vamos lavar nossos rostos no banheiro e ir encontrar
nossa princesinha. – Falou Kris, que com a mão na cintura do moreno o levantou e foi
caminhando até o banheiro. 

Zitao olhava sua imagem refletida no espelho e não conseguia melhorar sua expressão
cansada e abatida. O dia foi longo e aquele turbilhão de notícias tinham balançado suas
estruturas e não sabia como iria ver Sakura sem começar a chorar. Ao seu lado, viu Kris de
cabeça baixa, respirando forte e num ímpeto o abraçou. Aquele homem estava ali, seu marido,
sentindo a mesma dor que a sua e amando Sakura na mesma intensidade. 

Orou silenciosamente aos céus para que lhe fosse dado um pouco mais de tempo, mais
alguns dias para ficar com sua menina. Sua família agora estava completa de todos os modos e
perdas não seriam bem vindas naquele momento, não naquele momento em que tudo se

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encaixava perfeitamente.  

Entreolharam­se em frente à porta do quarto da pequena, a mão na maçaneta vacilava
e as lágrimas eram engolidas. Sorrisos foram ensaiados do lado de fora, mas ao abrir o quarto
e ver a pequena com um sorriso tão lindo que iluminava todos a sua volta, foi impossível não
sorrir de volta.

­ Papais vocês chegaram! – Exclamou a menina entusiasmada.

Ela estava sentada naquela cama tão grande para aquele corpinho, vestido uma
camisola rosa cheia de bichinhos. Os aparelhos piscando ao redor, marcando seus batimentos
e a agulha do soro em sua delicada veia.  Kris sentiu seu corpo vacilar, odiava hospitais e ver
sua filha naquele estado o deixava tonto. Sentiu uma mão lhe segurar e amparar para que não
caísse no chão. Olhou e viu que Tao matinha uma mão em sua cintura o mantendo em pé e
com um tímido sorriso, sussurrou: “Fique firme por ela”.  

Aproximaram­se da cama e a pequena ainda um pouco fraca por causa da medicação
abraçou Tao. O moreno deixou escapar algumas lágrimas, mas as enxugou rapidamente.
Sakura se desvencilhando do abraço, olhou para o outro lado da cama e ajoelhando abraçou
Kris com mais força, escorando seu rostinho em seu peito e falou:

­ Eu queria abraçar tanto você! Hoje na casa da vovó não deu, mas agora posso te
apertar muito! Papai...

Kris olhou para Zitao que tinha sua face inundada em lágrimas, não conseguia dizer
nada, não pensava, apenas sentia aquele coração fraco batendo contra o seu e naquele
momento desejou estar no lugar dela, com a doença dela, sofrendo por ela. Não se conteve e
chorando falou:

­ Você pode me abraçar o quanto você quiser, minha filha...

Colocou a menina deitada na cama novamente e pediu licença para sair, ao fechar a
porta escorregou o corpo chorando pela parede e sem vergonha nenhuma chorou alto, como
nunca havia chorado antes. Aquela dor era grande demais para suportar. Sentiu uma mão em
seu joelho e se deparou com Luhan e Xiumin que vieram correndo depois da ligação dos
médicos. O casal já havia visitado aquele hospital várias vezes por causa das crises de Sakura
e vendo Kris daquele jeito, sabiam que as notícias não deveria ser das melhores.

­ Kris tome uma água e entre, cada segundo é precioso para vocês dois. – Disse
Luhan.

­ Eu te acompanho, vamos tomar um copo de água e entramos em seguida. – Afirmou
Xiumin.

Luhan entrou no quarto e foi brincar com Sakura e distraí­la um pouco daquele
ambiente. Tao perguntou por Kris e o ruivo disse que ele havia ido tomar uma água com
Xiumin e daqui a pouco voltariam.

Quando estavam todos os quatro no quarto, os médicos entraram comunicando que
dariam alta no dia seguinte e que esta passaria a noite sob medicamentos e observação. Tao se
pronunciou dizendo que passaria a noite ali. Kris disse que ficaria também, o que animou
Sakura sabendo que teria os dois do seu lado. O loiro apenas iria para casa, tomaria um banho
e pegaria algumas roupas de Sakura e de Tao. Despediu­ se de todos e deixando um beijo na
testa da princesinha, partiu para casa.

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Entrou rapidamente no apartamento, passando diretamente para o chuveiro, se
banhando. Pegou uma pequena mala em cima do guarda roupa a enchendo com algumas
roupas e um nécessaire com algumas coisas de uso pessoal. Encaminhou­se para o quarto da
pequena, acendendo a luz e por um momento parou na porta apreciando o pequeno mundinho
dela, tão cheio de cores e felicidade, tão inocente, tantas lembranças felizes tinham nascido
ali. Abriu seu armário e escolheu aquele vestido azul marinho que a tinha visto usar na
cafeteria e pegou algumas coisinhas que ela precisaria.  

Chegou ao hospital o mais depressa que conseguiu e encontrou a pequena dormindo
calmamente e Tao com as mãos na lateral da cabeça, massageando suas têmporas e chorando
silenciosamente. Sentou ao seu lado e o abraçou, entrelaçando seus dedos entre a cabeleira
negra e depositando um beijo ali.

Tao tomou um pequeno susto, limpando rapidamente as lágrimas do rosto e relaxando
ao ver quem estava ali. Encostou sua cabeça no ombro do maior e suspirou:

­ Como você esta? Hoje foi um dia bastante intenso. 

­ Verdade. O dia foi cansativo. Não gosto de ver a pequena assim e não penso na
hipótese de perdê­la agora tão cedo. – Respondeu baixinho.

­ Meu coração nunca vai estar preparado para isso. Essa sensação de que a qualquer
momento ela pode ir embora de nossas vidas me mata aos poucos. Não sei se suporto essa
angústia. ­ Falou Zitao com uma voz cansada. 

­ Vamos tentar descansar um pouco aqui nesse sofá e amanhã conversaremos com os
médicos mais uma vez.

Zitao assentiu com a cabeça e naquele pequeno e duro sofá ambos adormeceram
cansados, exaustos com aquele dia. Ambos pedindo aos céus apenas mais alguns dias com a
princesinha. 

O dia amanheceu e com ele as enfermeiras que entravam e saíam do local com certa
frequência, pois a menina não havia reagido bem aos medicamentos. Foram aplicadas outras
drogas mais fortes para que seu coração mantivesse batendo com mais intensidade, porém as
drogas deixavam a menina com um ar cansado e mais debilitado.  Zitao e Kris já não sabiam o
que fazer. Ficavam permanentemente ao lado dela, que abria os olhinhos tão tristes num
pedido silencioso, suplicando para lhe tirar dali. 

No final do dia uma boa notícia tinha chegado aos ouvidos dos dois. Eles poderiam
levar a bonequinha para casa, sob alguns cuidados básicos devido a seu estado. Os médicos
deixaram claro que outras crises poderiam vir, mas que não deixaria ela internada num
hospital para que morresse entre aquelas paredes brancas e gélidas, queriam que ela
aproveitasse o pouco tempo que lhe restava. Os pais ao mesmo tempo em que suspiravam
aliviados, tinha em seus corações um aperto que não saía.

Tao decidiu pedir um tempo a Xiumin do emprego, que lhe foi concedido de bom
grado pelo moreno. E o casal concordou que apenas Kris trabalharia meio período e o resto do
dia ficaria trabalhando em casa, aproveitando a pequena. Já fazia uma semana que Sakura
tinha ganhado mais vigor e estava mais sorridente, mesmo os medicamentos sendo mais
fortes, ela não tirava o sorriso do rosto e a felicidade de ter sua família ao seu lado lhe
incentivava a ser mais forte.    

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 A casa amanheceu em festa naquele sábado. A pequena acordou cedo já ficando
arrumada e com a pequena mala pronta ao seu lado. Fazia 15 dias que não tinha crise, a
família cada vez mais unida contribuía com que a saúde da pequena tivesse algum progresso.
Tinham se programado para visitar a avó e passar um final de semana em sua casa. No carro,
todos estavam com sorrisos no rosto. O cheiro do mar fazia bem a pequena que de tão
animada não parava de falar o que iria fazer quando chegasse à casa.

Zitao preocupado com a empolgação pediu para a menina se acalmar um pouco.
Ainda estava receoso com a última crise e não queria levá­la tão cedo ao hospital. Kris
segurou sua mão e disse que deixasse a menina se divertir, felicidade não faz mal a ninguém. 

Chegaram à casa e foram recebidos pela avó do Kris que não se continha em
felicidade ao ver sua netinha ali, sorridente lhe dando um abraço.

­ Vó, vou dormir com a senhora, né? – Indagou a pequena.

­ Vai sim meu anjo, quero você do meu ladinho para lhe contar várias histórias. –
Respondeu.

O loiro abraçou apertado sua avó a quem tinha tanto amor.  Esta viu o quanto o
semblante do seu neto tinha se modificado com o tempo. Estava mais amoroso, mais calmo e
mais paternal. Percebeu que agora sim ele tinha assumido seu papel naquela família.  Zitao a
abraçou também e com agradecimento nos olhos por tudo que ela tinha feito por ele. 

Todos entraram em casa e foram aproveitar o almoço delicioso que estava sendo
servido. Conversas animadas foram tidas naquela mesa. Sakura sendo elogiada pelo jeito com
que se portava a mesa e um Zitao todo orgulhoso do seu prodígio. O momento era de
completo relaxamento para todos ali. 

Após o almoço a pequena dormiu na rede sendo balançada calmamente por um Kris
que não cansava de observá­la. Gravava em sua memória todos os traços do seu delicado
rosto, e cada momento que passavam juntos eram devidamente registrados por uma câmera
fotográfica ou pelo celular do moreno. A brisa batia em seu rosto e aproveitou para fechar os e
desfrutar daquele ventinho acariciando sua pele. Uma mão apertou delicadamente o seu
ombro e ao virar percebeu sua avó sentando na cadeira ao lado.  

­ Meu amor, você não sabe o quanto me faz feliz. Observar vocês três juntos, enche
meu coração de amor. Sei do estado delicado da pequena bonequinha, mas o fato de você ter
amadurecido tanto em tão pouco tempo me deixa tão orgulhosa de ti. 

Acariciou o rosto daquela senhora tão especial para si. Considerava­a com uma mãe,
que sempre cuidou dele com um carinho imenso. 

­ Obrigado, vó. Esses últimos dias foram difíceis e perceber que eu precisava trocar a
dor pelo amor foi mais complicado do que eu imaginava. O amor que sinto por Sakura é algo
forte demais, não sei explicar.

­ Só sente quando se é pai de verdade e você se tornou pai dela. Os olhinhos da
pequena brilham quando fala de você. Criança é sincera quanto aos sentimentos e
verdadeiramente ela te ama como pai. 

­ Disso eu não tenho dúvidas, vó. – Exclamou Zitao escorado na soleira da porta com
um sorriso no rosto.

­ Por que vocês dois não vão passear um pouco na beira­mar?  Afinal de contas vocês

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precisam de um pouco de momentos românticos na vida, não é verdade? – Perguntou a avó
com um sorrisinho maroto.  

Kris ficou vermelho e Zitao procurou um buraco para enfiar a cabeça de tanta
vergonha que sentiu naquele momento. Não sabiam o que dizer, nem o que responder.

­ Não se preocupem, eu cuido dela. Qualquer coisa, eu ligo para o celular de algum de
vocês dois. Agora saiam da minha frente, não sei por que essa vergonha toda. – Falou aos
risos. 

O loiro se levantou e puxou a mão do menor o levando para a praia. A vergonha era
tanta que nem olharam para trás, apenas agradeceram silenciosamente e foram caminhar a
beira­mar.

­ Nunca pensei que a vó fosse desse jeito. – exclamou o moreno. 

­ Ela me pegou de surpresa dessa vez, ou melhor, sempre me pega desprevenido.
Nunca sei o que dizer diante de algumas situações em que ela me coloca.  Mas vamos
aproveitar esse momento, né verdade? – Perguntou o maior.

Ambos sentaram na areia e ficaram namorando a tarde toda, como se fossem dois
adolescentes em início de romance. Ter aquele momento para conversar mais intimamente, rir
sem pudor algum e de se curtirem como algum tempo não faziam. Assistiram o pôr do sol
entre beijos, abraços e carinhos. 

Notas finais
Acho que alguns corações desaceleraram um pouco. Sakura esta viva e feliz!!! 
Foi um capítulo bem doce e tal... 
Até terça e estamos chegando perto do fim,aguardem emoções mais fortes.... 

Xingamentos, tapas e um carinho na orelha, aqui ou lá no @noonadokris

8. Capítulo 7 ­ Presente

Notas do Autor
Oi Povo!! 

Antes de começar, to aqui pedindo perdão pelo atraso da atualização. Fiquei meio block e
demorei a escrever, acho que porque hoje é o penúltimo capítulo e to chorosa pelo fim da fic.
Quero agradecer a todos os comentários, favoritos e amor no twitter e wpp que to recebendo,
acredite que vocês me incentivam e me ajudam bastante!!!!! 
Sem mais enrolação, vamos ao capítulo!! Tem surpresa, esperem que gostem!! 

Betagem e capa: @/sehunu

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“Devagar Kris, tenha cuidado.”

“To tentando amor, mas você sabe, é impossível não fazer barulho.”

“Abra devagar a porta. Está tudo tão silencioso. Será que aconteceu alguma coisa?”

“Se tivesse acontecido, a vó teria ligado.”

“Olha um bilhete aqui em cima.”

“Meus netos,

Eu e Sakura fomos dormir, pois, não queríamos esperar vocês para jantar e ela já se
encontrava com fome e cansadinha de tanto brincar, por isso preferi deitar mais cedo. O
quarto de hóspedes já está arrumado. 

P.S: Kris tem uma surpresa em cima da sua cama, espero que goste.”  

O casal se entreolhou curioso e se dirigiram rapidamente para o quarto que ficava na
parte do térreo da casa. Ao abrir a porta, que rangeu mais que o necessário, visualizaram uma
bola de basquete velha em cima da cama. O olhar de Kris ganhou vida e seu sorriso se alargou
como uma criança que acabara de ganhar um presente de natal, pegou­a e quando foi quicar
no quarto, o moreno segurou sua mão, dando um sinal negativo e o explicando que faria
barulho se fosse jogar dentro de casa.

­ Vamos para a quadra? Não fica longe daqui e faz tanto tempo que não jogo, estou
com saudades. – Perguntou o loiro com um bico fofo demais nos lábios.

­ Está tarde amor, na praia hoje perdemos a noção do tempo. Vamos deixar para
amanhã?

­ Você está falando isso porque sempre perdeu para mim quando íamos para a quadra
jogar. Esta com medo Zitao? – Kris lançou um olhar desafiador e um sorriso malicioso nos
lábios para o menor.

Tao já sabia onde o maior queria chegar. Todas as vezes que eles iam jogar na quadra,
o loiro sempre o desafiava a ganhar, mas ele apenas perdia por opção, para deixar o loiro feliz
ou porque realmente não tinha nascido com o dom do basquete tão forte que o maior, que
jogava desde a adolescência.  Não queria jogar, estava com fome, meio cansado, mas o olhar
de cachorro abandonado falou mais alto.

­ Está certo amor, vamos jogar, mas por pouco tempo. Eu estou com fome e o cheiro
do jantar está tão bom que... 

Antes de terminar a frase, o maior já o estava puxando para fora de casa e andando
pela rua, até chegarem numa praça perto dali. A quadra estava do mesmo jeito que o loiro
lembrava. Suas férias na adolescência foram naquele lugar e depois de casado com Tao, ainda
trazia o moreno para bater uma bola por lá. O basquete relaxava sua mente, não pensava e
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apenas sentia com seus músculos o que deveria fazer para conseguir acertar a cesta. Jogar com
seu amor era sua atividade favorita, porque eles sempre faziam apostas e o coitado do Zitao
saía perdendo em quase todas, porém percebeu que ele parecia gostar de perder. 

Kris quicando a bola de um lado para outro, lançou um olhar para Zitao e perguntou
em um tom de falsa inocência:

­ Pelos velhos tempos, vamos apostar o que hoje?

Tao riu, colocando as mãos na cintura e falou:

­ O que vamos apostar hoje? Você sabe que irá perder, não sabe? Afinal sou mais
novo e estou mais em forma que você. 

­ Está me chamando de velho e gordo? Acho melhor você usar óculos, amor.  Estou
em plena forma. Pelo menos na cama você não tem do que reclamar...

Tao revirou os olhos e não acreditou no que estava ouvindo. Seu marido era orgulhoso
demais, mas o menor amava isso nele. Essa qualidade já tinha rendido boas risadas entre eles.

­ Se você perder, o que irá realmente acontecer, vai ficar responsável pela casa durante
duas semanas. Vai lavar, passar e cozinhar. Não irei fazer absolutamente nada. – Falou Tao,
olhando para Kris nos olhos e vendo que o maior abriu um grande sorriso.

 ­ Eu perder, vai ser difícil amor. Quando eu ganhar, você irá pintar o cabelo de loiro.
Sempre tive curiosidade de te ver com os cabelos claros, acho que vai combinar muito bem
com você.

O queixo do moreno foi no chão. Não acreditava que o maior tinha proposto isso.
Poderia fazer tudo, menos mexer na sua aparência que sempre cuidou com tanto carinho.
Ficou em silêncio, escolhendo as palavras para desfazer aquela ideia absurda do loiro, quando
foi surpreendido pela bola jogada contra seu peito o fazendo soltar uma reclamação pela dor
do impacto.

­ Vai correr ou aceitar a aposta? Nunca pensei que você fosse covarde e outra, é
apenas um cabelo amor, que se não ficar bom, você pinta novamente. – Falou o loiro rindo ao
ver a reação do menor.

Tao não era covarde e muito menos iria correr da aposta. Pegou a bola que estava no
chão e começou a quicar e se dirigir a cesta, dizendo:

­ A aposta começou agora, prepare­se. No meu cabelo você não toca. 

O maior saiu querendo bloquear o menor, mas esse foi mais ágil e fez a primeira cesta.
Abrindo os braços e rindo, insinuando que iria dominar o jogo. 

­ Vamos ver Zitao quem vai perder aqui. Não cante vitória antes do tempo. 

O jogo estava programado para durar 15 minutos, mas a gana dos dois em não perder
a aposta fez com que esse durasse uma hora. Ambos se provocavam, se empurrando e fazendo
cestas. Tinhas horas que o moreno se encontrava na frente e logo após isso, o loiro empatava e
passava. O jogo estava esquentando até que no último momento Tao ganhava do Kris por uma
diferença de dois pontos. O maior vendo que faltava apenas um minuto para terminar o jogo e
se encontrava longe demais da cesta, decidiu tentar uma cesta de três pontos. 

Lançou a bola e rezou para que essa entrasse na cesta. O tempo ficou em slow motion.
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Tao olhava a bola se dirigir ao aro e torcia para que essa caísse fora, não queria pintar seu
lindo cabelinho. Fechou os olhos em nervosismo e só abriu quando escutou o grito do loiro de
felicidade. Jogou seu corpo cansado no chão com cara derrotado e abriu os braços. Sentiu o
peso de um corpo quente e suado se jogar em cima do seu, o fazendo arrepiar ao ouvir aquele
hálito quente acariciar seu ouvido com palavras que queria e não queria escutar:

­ Vamos para casa colorir esses fios negros e depois tomar um banho juntos, que tal?

Tao respirou fundo e permaneceu com os olhos fechados. A ideia do banho era
perfeita, amava ser mimado pelo loiro e ter suas mãos habilidosas massageando suas costas
tensas, mas a parte de pintar o cabelo não estava sendo sua preferida. Abraçou o maior acima
de si e respondeu:

­ Vamos voltar que já esta de madrugada. Vamos pintar o cabelo amanhã à noite
quando voltarmos para nossa casa.

­ Negativo, vamos pintar agora que eu trouxe tinta. – Respondeu Kris saindo de cima
do maior e lhe estendendo a mão para se levantar.

­ Você trouxe? Isso quer dizer foi tudo planejado? Seu safado, perturbado. Não
acredito que cai nessa armação. A vó também sabia disso? – Perguntou um Zitao nervoso com
as mãos na cintura e batendo o pé no chão.

­ A vó sabia que eu iria gostar de jogar, mas ela não sabia da aposta e nem da tinta. Eu
iria dar um jeito de pintar seu cabelo de loiro, mas o basquete facilitou minha vida. –
Respondeu um risonho Kris com uma bola na mão e a outra envolvendo o ombro do menor o
puxando para caminharem até em casa.  

 Sentado em frente ao espelho, o moreno via o sorriso do seu gege, ao aplicar a tinta
em seus cabelos, o massageando e lhe dando certa sonolência com aquele carinho, os dedos
deslizando pelas mechas, espalhando a água oxigenada. Seus olhos foram fechando
automaticamente e seu corpo se escorando suavemente no corpo do maior atrás de si.    

Kris percebeu o cansaço do moreno, ou melhor, ex­moreno, pois a tinta já estava
fazendo efeito e pequenas mechas loiras estavam surgindo. O pegou pelos braços e sentando
na cama o colocou em seu colo, escorando sua cabeça em seu ombro, o ninando enquanto
esperava o tempo da tinta.  

Passada meia hora, o acordou levemente com um beijo na bochecha e percebendo que
este despertava aos poucos, o levou nos braços até debaixo do chuveiro, deixando que a água
quente o despertasse e revelasse a nova cabeleira loira. 

Tao tomou um leve susto por se encontrar embaixo do chuveiro apenas trajando sua
boxer branca e olhando para o loiro a sua frente que se encontrava esfregando seus cabelos
para tirar a tinta mais rápido. Resolveu continuar de olhos fechados e deixar que o maior
fizesse o trabalho, não queria ver o resultado e enquanto pudesse ignorar o fato de que agora
estava loiro seria melhor. 

Ao tirar toda a tinta, o maior pode contemplar o quanto mais bonito ficou o seu
marido. As mechas loiras caindo sobre sua testa, tinha deixado seu rosto mais luminoso e mais
leve. Estava orgulhoso, tinha acertado em fazer aquela aposta e mais ainda em insistir para
que o menor o deixasse pintar o cabelo.  

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Aquela cena de Zitao com os olhos fechados, o corpo todo molhado e loiro lhe
aguçaram os sentidos e de surpresa capturou os lábios alheios, num beijo terno, delicado,
provando daquela boca tão macia, foi logo correspondido pelo menor que lhe deu passagem,
as línguas se tocando numa valsa lenta e cadenciada.

As mãos deslizavam suavemente e sem pressa por cada lugar daqueles corpos que
pareciam se conhecer de outras vidas. A mão na nuca e a força empregada em puxar seus fios
foram sentidas como um arrepio que cruzou a coluna do maior vindo terminar em seu baixo
frente, atingindo em seu membro que pulsava de desejo dentro da boxer negra.  

Tao teve seu gemido abafado pela boca do maior, quando este envolveu seu membro
com a mão e o libertando da peça íntima, começou a acaricia­lo com movimentos rápidos e
vigorosos. Seu corpo estremecia com aquele contato, o vapor da água quente crescia,
embaçando o boxe do banheiro e deixando o ambiente mais quente e sensual.

O pescoço de Kris foi sendo atacado pelos lábios do menor, que saboreava cada
pedacinho daquela pele, deixando marcas e demarcando aquele corpo que era totalmente seu.
Desceu sua boca pelo abdômen e fazendo um caminho tão sinuoso e perigoso, que era
liberado dos lábios do loiro, gemidos baixos e doces para seus ouvidos. 

O maior escorou na parede com medo que suas pernas falhassem, estava sendo
tomado por tantas sensações e ver aquele loiro ajoelhado a sua frente o torturando com lábios
tão habilidosos e molhados, se perguntava como conseguiria se conter por tanto tempo. A
boca de Zitao era mais do podia suportar, aquele homem o tirava do sério.   

O ex­moreno se levantou e o beijou ferozmente, misturando os gostos, depositando
em seus lábios pequenas mordidas, fazendo com que estes ficassem vermelhos e tentadores.
Não queria esperar mais para ser tomado por aquele que era dono dos seus desejos mais
profundos. Amava Kris mais do que seu coração conseguiria suportar e seu corpo padecia se
tornando febril ao menor do seu toque.  

Debaixo daquela água quente que serpenteava em meio a dois corpos carentes de
toques e que se fundiam em um só, experimentando daquele prazer que apenas os dois que se
amavam, além do óbvio, podiam sentir. 

Seus corpos exaustos, suas respirações ofegantes, os beijos mais cálidos e suaves.
Ambos jogados na cama apenas cobertos por um fino lençol de seda azul e mais nada era
necessário para lhes esquentar quando o amor que emanava em seu olhar enchia aquele quarto
com seu calor e seu contentamento. 

­ Você está lindo loiro. – Afirmou Kris passando a mão pelo cabelo ainda úmido do
outro.

­ E você me deu um motivo para eu nunca mais esquecer esse banho. Acho que vou
pintar meu cabelo mais vezes. – Respondeu Zitao aninhando­se no corpo alheio e escondendo
seu rosto na curva do pescoço, meio sonolento.

Foi com um sorriso no rosto que ambos adormeceram naquela madrugada, onde os
raios de sol invadiam aquele quarto pelas brechas da janela, iluminando timidamente aqueles
dois corpos que se encaixavam perfeitamente. 

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Sakura desceu as escadas indo à procura de seus pais e abrindo a porta do quarto bem
devagar, pôde ver os dois dormindo tranquilamente, riu baixinho quando visualizou que Tao
estava de cabelos loiros, logo atrás apareceu sua avó que ao constatar o mesmo fato, sorriu e
fechou a porta, dizendo para a bonequinha.

­ Vamos os deixar dormirem mais um pouco, acho que eles chegaram tarde ontem. E
o Tao com cabelos loiros ficou mais bonito, você não acha?

Sakura fez uma carinha pensativa, mas logo abriu um sorriso e respondeu:

­ Ele ficou lindo, vovó. Meus pais são lindos de qualquer jeito. 

­ Você é uma menina de sorte Sakura. Possui pais maravilhosos, que te amam muito. –
Falou acariciando os cabelos negros da menina e a ajudando a sentar na cadeira para tomar
café.

­ Eu sei vovó, por isso sou feliz. Minha vida está completa e sei que somos uma
família feliz. Só queria saber até quando vou viver, essa doença, ela... – Respondeu Sakura
encarando um copo de chocolate quente e um pão fresquinho e um lampejo de tristeza invadiu
seu olhar.

 ­ Minha neta, minha bonequinha, não tenha medo, não fique triste. O momento não é
esse, aproveite a companhia das pessoas que te amam e só. Deixe que a vida siga seu curso e
apenas viva. Não tenha esse tipo de preocupações minha princesa... – Disse a avó acariciando
o rosto da pequenina, que abriu um tímido sorriso e assentiu com a cabeça.  

O dia correu tranquilo para todos que animados faziam planos para o próximo sábado,
já que seria aniversário de cinco anos de Sakura. O tema já havia sido definido e a semana
seria corrida para Tao e Kris que teriam que comprar as decorações, encomendar as comidas,
lembrancinhas. A menina se encontrava empolgadíssima com os preparativos e contava tudo à
avó sem tirar o sorriso do rosto.

­ Você vai vovó? Diga sim, por favor!

­ Vou sim minha netinha, como perderia um evento desses?

­ Vó quer que eu venha lhe buscar na sexta à noite, assim você poderia passar a noite
lá em casa. – Perguntou Kris.

A vó pensou e aceitou o convite. Queria ajudar na festa e sabia que apenas aqueles
dois não dariam conta do recado.  Despediu­se do casal e da pequenina que pegaram a estrada
de volta ao entardecer.  Enquanto se despediu, sentiu algo no coração, um aperto, e não sabia
identificar o porquê. Uma lágrima desceu timidamente por seu rosto.  Afastou os pensamentos
e entrou em casa, se direcionando à varanda e sentando em sua cadeira de balanço, ficando a
comtemplar as ondas do mar e de como Sakura foi um presente dos céus na vida daqueles
dois.

Notas finais
Um limão mais romântico como presente e bastante interação Taoris!!! 
Sakura nos surpreendendo com alguns comentários, essa menina é esperta demais!! 

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Até o próximo capítulo!!!! 

Amor, carinho, xingamentos e pedradas, aqui nos comentários ou no twitter: @noonadokris 

9. Capítulo 8 ­ Efemeridade

Notas do Autor
Boa Noite Pessoal!!! 

Chegamos no último capítulo de Efêmero!!! 
Me perdoem pelo atraso, eu acho que fiquei meio block porque não queria me despedir dela. 
Sem mais delongas, boa leitura. 
Notas finais importantes!!!!! 
FELIZ ANIVERSÁRIO WU YIFAN!!!!! TE AMO MEU DRAGÃO!!!!! 

Capa: @/ssshiro_ 
Betagem:@/sehunu

O apartamento nunca tinha ficado tão colorido, e com rosa predominando por todos os
cantos, bolas espalhadas pelo teto com fitinhas penduradas e o ambiente tão alegre e, quem
sabe dizer, até mágico. Sakura se sentia uma princesinha em meio ao seu próprio conto de
fadas, passava pela sala e ficava abismada como ela estava do jeitinho que tinha imaginado,
olhava para seus pais e seu coração acelerava com amor que sentia por eles. Antes de dormir
agradecia a Papai do céu por ter lhe dado uma família tão linda e por ter sido agraciada com
uma avó de brinde. Amava dormir com ela, pois as noites eram regadas a histórias sobre
princesas e seus cavaleiros andantes, e muitos desses contos ela era a protagonista.  

Sábado de manhã o casal fora acordado por uma Sakura saltitante. Que pulando em
cima da cama sacudindo seus pais para que acordassem logo e começassem a arrumação da
sua festinha.  

­ Acordem, logo! Temos muitas coisas para arrumar e a vó já acordou e está fazendo o
café. – Falou a bonequinha ajoelhada no meio do casal, com um bico fofo nos lábios e seu
pijama rosa de princesa.

Tao se levantou e foi logo depositando vários beijos e abraçando aquela pequena, bem
apertado, a trazendo para seu colo. Gravando os sorrisos que essa esboçava e os olhinhos mais
brilhantes que já tinha visto. Sakura percebendo que o loiro nem tinha se mexido, sentou em
suas costas e começou a lhe dar pequenas tapinhas, porém suas tentativas foram frustradas e
bufando, saiu de cima e sentou na cama com um bico nos lábios.

Kris que escondia seu o rosto no travesseiro para não rir das tentativas da pequena de
acordá­lo, de surpresa, virou seu corpo e agarrando a menina a deitou na cama e começou a
fazer cosquinhas em sua barriguinha.  A pequena se retorcia de tanto rir, tentando impedir a
brincadeira, mas não adiantou. Kris a enchia de beijos no rosto e palavras de feliz aniversário.
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Tao observava a cena e discretamente pegou o celular e tirou algumas fotos. Amava
tirar fotos como aquelas, tão espontâneas que com certeza iria imprimir e fazer um mural com
elas no futuro. As pessoas mais importantes da sua vida estavam ali na frente sorrindo,
brincando, em uma harmonia que até pouco tempo atrás só acontecia em sua imaginação ou
em seus sonhos quando dormia. A mudança de Kris era tão notável que o menor se
surpreendia e o amava mais ainda, por ver que o esforço do loiro combinado com a
receptividade de Sakura formava um encaixe perfeito para que aquela cena acontecesse.   

O menor se levantou e foi ao banheiro, deixando aqueles dois bagunçarem a cama e o
quarto com uma guerra de travesseiros, afinal de contas o dia era da sua filha e ela poderia
fazer o que quisesse. Ao voltar do banheiro depois da sua higiene matinal, foi à cozinha onde
já se encontrava Sakura e Kris se deliciando com os quitutes que a avó já tinha feito.  

Os três combinaram o que fariam naquele dia. Enquanto Tao e a avó cuidavam da
decoração, o Kris iria buscar o bolo e as comidas. Sakura ficaria em casa esperando seu tio
Luhan para levá­la ao salão de beleza onde passaria a manhã sendo mimada e cuidada. 

A festa estava planejada para começar às duas da tarde e assim os convidados foram
chegando. Alguns amigos de Sakura da escolinha que ela frequentou, do seu bairro onde
viveu com Tao, antes de se mudar para a casa de Kris.  Quando o relógio bateu quatro horas
da tarde, o apartamento do casal estava repleto de crianças correndo por todos os lados,
brincando, comendo os salgadinhos e docinhos que a avó distribuía. Enquanto os adultos
estavam sentados na varanda compartilhando sorrisos e algumas histórias, deixando o clima
nostálgico. 

­ Me recordo claramente do dia em que Sakura chegou ao orfanato. Tão linda e
delicada. Confesso que dava uma atenção especial a ela. – Comentou Luhan com um sorriso
saudoso no rosto.

­ Lembro que você chegava em casa, todo empolgado comentando dela. Da
bonequinha que tinha chegado e quão graciosa ela já era. – Falou Xiumin direcionando seu
olhar ao seu marido.

­ Verdade. Ela é uma preciosidade e fiquei meio histérico quando o Tao resolveu
adotá­la. Não podia imaginar outra pessoa para cuidar dela. 

­ Adotar Sakura foi uma das melhores decisões da minha vida. Não imagino minha
vida sem essa pequenina ao meu lado. E agora posso dizer que minha família esta completa. ­ 
Comentou Tao, escorando sua cabeça no ombro do loiro ao seu lado.

­ Verdade Tao. Sua família está completa e ver a mudança que a pequena trouxe para
sua vida e para o Kris me deixa animado para querer ter um filho também. – Comentou
Luhan, lançando um olhar carinhoso para Xiumin.

­ Você quer mesmo adotar uma criança? – Indagou Xiumin, com um ar de surpresa e
com uma felicidade crescente no olhar.

­ Xiumin, acredite. Sakura entrou na minha vida e a colocou de ponta cabeça, mas em
momento algum me arrependo de ter deixado a pequena entrar no meu coração. – Falou Kris,
como um sorriso nos lábios que demonstravam todo o seu amor pela pequena.

A conversa dos adultos correu animada na varanda e Luhan já tecia planos de como
ficaria o quarto dos seus futuros filhos, porque na sua mente ele queria adotar um casal e uma
das crianças que ele queria já estava correndo em meio a outras da festa, brincando e se
divertindo. O nome do menino era Oh Sehun, possuía cinco aninhos e tinha chegado fazia um
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mês no orfanato, era um menino de cabelos castanhos com uma pele bem pálida e com um
semblante sério demais para sua idade. Quando chegou ao orfanato, não conversava com
ninguém, despertando a curiosidade em Luhan, que se aproximou do pequenino e com o
pouco tempo de convivência ganhou sua confiança, e já tirava daquela tímida criança, largos
sorrisos.  

Sakura vestida com um vestidinho rosa, combinando com seu sapatinho com
pequenos saltos também rosa, seus cabelos negros cheios de cachinhos que desciam pelos
seus ombros, a deixando com um ar angelical. A bonequinha se divertia e brincava com todos
ali, mas um menino em especial lhe chamou a atenção, pois nunca o havia visto antes.  Oh
Sehun lhe fitava com ares de curiosidade e isso não passou despercebido para aquela menina
que prestava atenção em todos a sua volta. Aproximou­se dele, pegando em sua mão como se
já fosse íntima e falou:

­ Vamos brincar? 

Sehun observou Sakura e saiu lhe puxando para perto de Luhan que se encontrava na
varanda com os outros adultos e indagou:

­ Luhan, quero dar agora o presente que compramos para Sakura. 

­ Agora, Sehun? Mais tarde ela abre com os outros presentes.

­ Não Luhan, eu quero mostrar agora. – Sehun colocou um bico nos lábios que aos
olhos dos adultos era fofo demais para ser ignorado.

­ Tá certo, vou pegar o presente dela.

Enquanto Luhan se levantava para buscar o presente, Sehun não largava da mão de
Sakura, que ficava curiosa com a aproximação daquele menino, mas algo dentro de si a
deixava confortável ao lado dele, como se fosse seu amigo próximo ou até irmão. 

Tao observava aquela cena a sua frente e achava engraçado como Sehun era
possessivo com sua filha, não largando a sua mão e esperando ansioso que Luhan trouxesse o
presente que ele tanto insistia em mostrar.  Luhan chegou e entregou o pacote ao pequeno que
soltando a mão da bonequinha para pegar o presente e com as duas mãozinhas o deu para ela.

­ Feliz aniversário, Sakura. 

A menina abriu um sorriso tão grande que todos que se encontravam presente não se
contiveram e sorriram também. Com suas mãos delicadas foi desembrulhando aquele pequeno
pacote envolto em um papel lilás bem suave, adornado com uma fita rosa claro. Sakura já
estava feliz por ter um embrulho tão bonito e seu sorriso aumentou gradativamente quando ao
desembrulhar olhou para um pequeno e frágil vidro, com um liquido rosa claro dentro.
Apertou o borrifador e o perfume invadiu aquele ambiente. Não era doce ao ponto de ser
enjoado, mas aquela fragrância a agradou imensamente. 

Os adultos ao sentir o aroma, fecharam os olhos como se uma paz inundasse seus
corações e uma felicidade tomasse conta de suas almas. A pequena borrifou em seu vestido e
também um pouco na camisa que Sehun usava.

­ Amei o presente Sehun. Muito Obrigado. – Abraçou o pequeno que sentiu seu rosto
ficar rubro, pela timidez e pela surpresa do gesto.  

­ Nossa Luhan, onde você encontrou esse perfume? – Questionou Tao.

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­ Eu estava passeando com o Sehun, e nada do que vimos no shopping o agradou, até
que passamos por uma lojinha e institivamente ele me puxou pela mão e saiu me arrastando
até lá. Entramos e a senhora que atendia conversou com Sehun e lhe deu esse perfume.
Perguntei se ela tinha outro frasco, porém disse­me que só possuía aquele e que com certeza
Sakura ia gostar. 

­ Realmente, essa fragrância não me é estranha, mas não me recordo de onde a senti. –
Comentou um pensativo Kris.  

­ Vamos cantar os parabéns que já são seis horas e todos estão ansiosos para comer o
bolo, até eu estou querendo comer. – Riu Tao se levantando e puxando a bonequinha pela mão
até a mesa. 

Todos estavam ao redor da mesa, onde ao centro Sakura se encontrava no meio de
Kris e ZiTao.  Os parabéns foram ouvidos e todos cantavam alegremente, batendo palmas e
fazendo com que os olhinhos da pequena brilhassem em antecipação para fazer o pedido e
depois apagar as velinhas. Ao terminar a canção, Sakura fitou bem aquelas velinhas e fechou
os olhinhos bem firmes para dizer o seu desejo em sua mente, e em seguida soprando bem
forte.

­ Qual foi o pedido meu amor? – Falou um Tao curioso.

­ Ela não pode falar, ZiTao, deixa de ser curioso. – Disse a vovó sorrindo.

­ Mas eu posso falar vovó, eu pedi para que o Sehun tenha uma família tão linda como
a minha.

Sehun que se encontrava agarrado às pernas de Luhan, olhou para Sakura e esboçou
um sorriso que o ruivo que o observava jamais tinha visto e nesse momento teve certeza que
Sehun deveria ser seu filho. Acariciou aqueles fios castanhos e percebeu o quanto aquele
pequeno apreciava aquele carinho, mais tarde em casa teria uma conversa com Xiumin, pois
já tinha se decidido em começar uma família.  

Após os parabéns todos se deliciaram com o bolo encomendado por Kris.  Com o
passar das horas, os pequeninos iam se despedindo e caminhando para suas casas, sendo o
casal Luhan e Xiumin, acompanhados por Sehun, a serem os últimos a saírem. Os adultos se
despediram e Sehun e Sakura ficaram se encarando, olhando um ao outro sem nada falar, mas
foi o pequenino que se despediu pegando na mão da menina e dizendo:

­ Feliz Aniversário novamente e tenha bons sonhos. – Abraçou a bonequinha e dessa
vez foi ela que ficou com o rostinho vermelhinho de vergonha.

­ Obrigado por vim Sehun e você tenha bons sonhos também – Falou meio tímida
enquanto ainda o abraçava.

Kris fechou a porta com uma sobrancelha erguida e uma dúvida lhe rodeando a
cabeça. Recolhia os pratos e ajudava Tao com a bagunça que tinha ficado o apartamento, mas
seu pensamento de pai o deixava meio inquieto.

­ Amor, esse menino Sehun simpatizou bastante com Sakura, não foi?

­ Foi sim, pareciam que eles se conheciam de muito tempo. Fico feliz que nossa filha
seja uma menina tão comunicativa e já abale os corações desde pequena. – Falou Zitao
sorrindo e enchendo o saco com os copos espalhados pela sala.

­ Que história é essa? Ela é muito novinha e só vai poder namorar quando tiver seus
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21 anos e o cara tem que passar por minha aprovação. – Indagou um Kris, meio contrariado
pela ideia de imaginar sua princesinha namorando.

­ Vamos ver se Sakura vai fazer isso mesmo, acho difícil, ela tem minha personalidade
sabe?! E obedecer a você não é algo que eu faça. – Sorriu o menor recolhendo o restante dos
doces espalhados pela mesa.

Antes que o Kris pudesse retrucar o argumento, a avó apareceu com Sakura já tomada
banho e com seu pijama rosinha com o semblante cansado na sala, dizendo;

­ O dia foi cansativo meus netos, que tal irmos dormir e amanhã arrumamos a
bagunça, eu vou colocar essa bonequinha para dormir e aproveitarei para descansar também.
Tenham uma boa noite.

­ Está certo, vó. Deixe que vamos arrumar tudo por aqui. Boa noite e obrigado por
tudo. – Respondeu Kris depositando um beijo na testa de sua avó querida. – Boa Noite meu
amor, tenha bons sonhos, te amo. – Abraçou Sakura e a beijou ternamente na face.

­ Boa Noite vó e descanse bem, não sei o que seria de mim sem a senhora. Eu te amo.
– Tao abraçou fortemente a avó, lhe dando um beijo estalado na bochecha. – Boa Noite minha
princesinha, descanse bastante. Eu te amo. – Falou Zitao abraçando a menina e depositando
um beijo em meio ao seu cabelo.

­ Boa noite, papais, amo muito vocês e obrigado por me amarem. – A pequenina
abraçou os dois pelas pernas, fazendo com que Tao sorrisse da menina. Kris alisou seus
cabelos e disse:

­ Vá dormir que já passou da hora e você precisa descansar.

A pequena saiu em direção ao quarto sem esperar a avó, que olhou para seus netos
com carinho e sentindo aquele aperto estranho no coração disse:

­ Vocês dois me orgulham, por terem se transformado em homens melhores. Ver o
amadurecimento de cada um e ambos se tornarem pais amorosos, para mim foi o melhor
presente que uma avó pode ter. Amo vocês profundamente e tenho certeza que Sakura
também, boa noite meus netos.

Os dois loiros se emocionaram com as palavras da vó e se entreolharam com certa
curiosidade em saber por que ela tinha dito aquelas palavras. Continuaram conversando sobre
a festinha enquanto arrumavam a casa, sabiam que a noite ia ser longa e cansativa com toda a
bagunça que existia ali.

A cama já estava pronta, e Sakura tinha se aninhado devidamente ao colchão ao lado
da sua cama, onde sua avó iria dormir. Ela esperava ansiosa, pois sempre que dormia com ela,
ouvia histórias tão belas que seus sonhos ficavam mais coloridos. Ao perceber que ela entrara
no quarto se cobriu com o cobertor e ficou no aguardo para que esta se sentasse começasse a
falar. 

­ Vejo que esses olhinhos estão ansiosos pelas minhas histórias, não é, meu amor?

­ Sim vovó, conta logo!

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­ Calma minha boneca, hoje vou contar a história de uma princesa. Agora se deite e
deixe a imaginação lhe levar.

“Era uma vez uma pequenina princesa que morava nos céus. Era tão linda, mas meio
solitária, pois vivia lá em cima e apenas observava as pessoas sem poder interagir com elas.
Desejava ter uma família. Um dia com o céu claro, pôde observar com mais clareza um
menino de cabelos castanhos e aparentemente mais velho que si, passeando em um jardim
que parecia ser do rei daquele lugar. Possuía uma pele alva, tinha traços belos, vestindo uma
roupa que ela reconheceu ser dos servos do rei. Os olhos daquela delicada princesa
brilharam intensamente e seu coração bateu apressado, descompassado, sua cabeça meio
confusa, pois não sabia identificar que tipo de sentimento era aquele. Continuou seguindo de
longe aquele belo menino que caminhava calmamente entre as árvores daquele jardim.
Tentou ao máximo chegar perto, mas algo a impedia, a trazia de volta ao lugar que morava.
Então a princesa passou, todos os dias, a observar aquele menino que algum tempo depois
descobriu se chamar Sehun.   

A admiração crescia cada dia mais ao perceber o quão bondoso Sehun era. Perdia­se
nas horas a observá­lo sendo generoso para com os pobres daquela vila, sendo leal ao rei
que o admirava pela força e inteligência. O queria perto de si, mas sua condição a impedia
de descer até a terra. Ela não sabia o que poderia acontecer caso saísse de sua casa e fosse
ao encontro dele.    

Os olhinhos de Sakura pesados pelo cansaço teimavam em querer se fechar, mas a voz
da sua vó ecoando pelo quarto a deixavam curiosa para ouvir o final da história. Em meio ao
sono e as palavras, à bonequinha se entregou e sua imaginação viajou de encontro aos seus
sonhos. 

Sakura acordou naquele jardim, imaginado por si e descrito por sua avó. Ficou meio
desnorteada, não sabia como tinha ido parar lá, e pensou ser todo aquele ambiente apenas
um sonho misturado com as histórias que sua avó contava. Levantou­se do banco em que
estava deitada e observou o quanto aquele local era belo, caminhava no jardim real
admirando toda a majestade daquela noite. As árvores eram mais verdes e frondosas, as
flores exalavam perfumes suaves, o barulho das pequenas fontes de água deixava o ambiente
mágico e aconchegante. Seus pezinhos exploravam aquele local e seus olhinhos curiosos não
deixavam escapar nenhum detalhe, ouviu os sons que ecoavam dos pássaros que
cantarolavam melodias afinadas.   

Institivamente foi seguindo aqueles sons que ficavam mais fortes se caminhasse em
uma determinada direção. Cada curva feita naquele jardim tão bem iluminado fazia com que
o som se tornasse mais perceptível, até se deparar com uma arvore em destaque, que
estrategicamente ficava no meio do jardim. Era alta, com um caule forte e flores que
possuíam a tonalidade rosa claro bem suave, mas o que deixou Sakura em crise foi o aroma
que exalava. Era igual ao perfume que seu amiguinho Sehun tinha lhe dado de aniversário,
tão único que era impossível ser esquecido.  

Olhou aquela arvore majestosa e tocou seu caule com delicadeza, apreciando o
aroma que emanava e a beleza que esta possuía. Ficou encantada com tudo que acontecia a
sua volta e deixou­se escorregar e sentar embaixo daqueles galhos floridos que pareciam lhe
ninar com um vento suave que passava. Os olhos foram ficando pesados e o sono lhe abateu
levemente.  

­ Sakura, acorde...

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Ouviu uma voz ao longe lhe chamar, mas o sono estava tão bom que resolveu ignorar.

­ Sakura, acorde, deixe de ser preguiçosa...

Alguém sacudiu seu ombro e a menina lutou para não abrir os olhos.

­ Sakura. Eu estou mandando. Acorde!

Agora a menina estava brava, nem descansar mais depois do seu aniversário ela
podia. Ao abrir os olhos calmamente percebeu que não se encontrava em seu quarto, como
teria imaginado, ainda estava no jardim, com o qual pensou que tinha sonhado e a figura a
sua frente lhe assustou um pouco.

­ Sehun, o que você esta fazendo no meu sonho? – Indagou a pequena com o
semblante franzido.

­ Já está na hora Sakura, vamos? – Sehun estendeu sua mão para a pequena pegar e
se levantar.

Sakura olhou para baixo e sentiu seu coração apertar. Sabia que sua hora tinha
chegado. Sentiu em sua alma que o sonho, não era mais um sonho. Olhou para Sehun e leu
em seu olhar que não tinha mais como voltar. Entrelaçou sua mão na dele e o seguiu...

Ao terminar a história, a avó percebeu que a bonequinha já estava adormecida, cobriu­
a delicadamente com o edredom e acariciando seus cabelos disse:

­ Minha bonequinha, vou sentir tanto sua falta. Mas tenho que entender o quão
efêmero é a vida. 

“Percebendo a beleza da efemeridade da vida, onde um segundo pode ser igual a
uma hora, cabendo apenas a pessoa dar a esse tempo o devido valor.”

Notas finais
Quero agradecer a TODOS que comentaram, favoritaram e leram a minha fica até aqui!!! 
O carinho foi lindo que recebi e tenho algumas pessoas lindas para agradecer: Fran por ser
essa dragon linda, Len por ser uma beta paciente e totalmente fofa, Shiro pelas capas
maravilhosas, Irina pelos surtos no wpp, a Merola e a Vee essas duas lindas e tantas outras
pessoas que me ajudaram e me incentivaram durante todo o percurso até aqui. 
Acreditem que escrever esse final foi dolorido demais, mas Sakura teve um papel vital para
todo o amadurecimento de Kris e Tao. 
A fic vai ter um epílogo, que postarei em breve, como um fechamento da história. 
Obrigado mesmoooooo!!!!!!!!! 
Qualquer dúvida, reclamação pedrada e um pouquinho de amor, aqui nos comentários ou
twitter: @noonadokris 

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10. Epílogo

Notas do Autor
Boa Noite pessoal!!! 

Aqui esta o Epílogo de Efêmero, espero que gostem. 
Estou agradecendo aos comentários lindos deixados no último capítulo, e a todo o carinho
que as pessoas demonstraram por essa Taoris, que é a minha primeira fic e que foi tão bem
cuidada por você. 
Agradeço aqui novamente a minha beta e autora dessa capa fofa de morrer a @/sehunu, que
sempre esteve ao meu lado, me ajudando e me incentivando, te amo dongs!!! 

Surpresas nas notas finais!! 
Até lá e abraços!!!!

­ Kris você tem certeza que deveríamos ter vindo aqui?

­ Tenho sim, algo me meu coração desejava viajar e encontrar esse lugar. Desde que
nossa filha partiu, ando inquieto, como se faltasse algo para completar o ciclo.

Andaram por alguns metros, adentrando ao parque que naquela época do ano, estava
coberto de neve e umas poucas árvores permaneciam ainda com seus galhos, exibindo
algumas folhas verdes. O frio fazia com que Zitao se encolhesse mais dentro do seu casaco
grosso e suas mãos só não congelavam por causa do calor que emanava das mãos de Kris que
curioso seguia aquela trilha que os levavam ao meio daquele parque.

O maior fechou os olhos e inspirou o ar, sentindo suas fragrâncias, a procura de um
aroma que havia sentido antes. Deixou seu instinto o guiar, e sentiu seu coração pulsar mais
forte em certa direção. Caminhou abraçado com Zitao que reclamava do frio, e o abraçou mais
forte, sentindo que esse se aninhava mais em seu abraço.

Ao chegar ao meio do parque, Kris abriu um enorme sorriso e Zitao observava atônito
àquela cena. Seus olhos provavelmente os estariam enganando, não era possível que aquilo
estaria se tornando tão real. 

A majestosa arvore de nome Sakura, estava tão florida como se fosse primavera. Suas
flores balançavam suavemente ao sabor do vento gelado mais aquilo não importava, era como
se não existisse aquela temperatura no ambiente, de todas as árvores aquela exalava um
perfume que se encontrava gravado na memória do Kris tão forte e tão nítido que se deixou
tocar em seu tronco e o sabor de suas lágrimas o tocaram a face rubra o fazendo lembrar­se de
memórias tão profundas que apenas Sakura fora capaz de lhe reviver essas lembranças.   

Flashback

Na primavera Japonesa, onde os parques ganham uma beleza quase que mágica

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devido à época de florada das cerejeiras, ou melhor, conhecidas como Sakuras. Kris viajou
ao Japão a negócios e numa tarde refrescante, resolveu cortar caminho por dentro daquele
parque e apreciar a beleza e o espetáculo que a natureza lhe presenteava.

O corredor cheio de Sakuras, suas copas se tocando acima de sua cabeça, fazendo um
túnel tão romântico, mas que para um coração quebrado, o fazia doer mais e se lembrar da
besteira que havia feito. A respiração era pesada, assim como a culpa de ter magoado Zitao e
o fato de não ter aceitado começar uma família faziam com que sua consciência sempre
apontasse para o erro. 

Caminhou a esmo, até chegar ao centro daquele parque, se encontrando com a
Sakura mais alta dali, e sua boca veio ao chão ao se deparar com tamanha beleza. Sentiu que
ela era diferente, a coloração das suas flores, o perfume, a força que demonstrava em seu
caule acompanhada da delicadeza de suas pétalas, era um contraste interessante de se ver e
belo de se apreciar. Sentou em um banco embaixo daquela árvore e recostou sua cabeça
naquele tronco se permitindo relaxar e aproveitar a brisa.

O perfume lhe invadiu o ser como se uma onda de calma lhe tomasse, uma paz lhe
invadindo cada célula do seu corpo. Sabia que algo estranho estava lhe acontecendo, mas
permitiu se entorpecido por aquele aroma.  

Seus pensamentos foram de encontro ao moreno, os momentos que passaram juntos,
os risos trocados, as dificuldades que enfrentaram e tantas outras experiências que tinha
certeza que se fosse escrever, viraria um livro. Já fazia dois anos que se encontrava vivendo
miseravelmente, com os dias passando em preto e branco para si. Queria Zitao de volta, mas
aquela pequena frustrava seus planos e o fazia retesar qualquer proposta de reencontro por
parte de si. 

Seu coração endureceu ao pensar naquela menina, a culpava por tudo mesmo
sabendo que ela não tinha culpa de nada. Uma rajada de vento o assustou fazendo com
abrisse seus olhos e contemplasse as arvores daquele local sacudirem e deixassem suas flores
caírem, mas a árvore em que se escorou não mexeu. Kris levantou o olhar e a observou,
parecia que suas flores estavam mais escuras, um tom de rosa mais vermelho, estranhou
aquele fato.  Quase pode sentir tristeza emanando dela. 

Baixou a cabeça e se deixou levar pelos pensamentos mais uma vez. Amava Zitao e
naquele momento o moreno podia estar sentindo falta de si tanto quanto sentia a falta dele.
Suspirou alto e suas mãos bagunçavam seus cabelos, tentando encontrar uma solução.  Sentiu
uma mãozinha tocar em sua coxa timidamente, ao levantar a cabeça, se deparou com uma
menininha de cabelos negros lhe entregando uma flor de Sakura. Ao entregar a flor, a menina
se afastou e saiu correndo em meio à multidão.

O loiro estranhou tudo o que estava acontecendo ao seu redor, e ficou apreciando
aquela flor em sua mão e o coração aquecer.  Sentiu o celular vibrar em seu bolso e abrindo
um sorriso ao ver que era sua avó, atendeu animado, ela o chamava para passar o final de
semana em sua casa o que prontamente foi confirmado pelo loiro.

Levantou­se para ir embora, mas antes olhou para aquela Sakura que agora portava
as flores de um tom rosa claro, que se pudesse descrever em uma palavra, chamaria de
“calmante”. Pensou que tudo naquela tarde estava misterioso demais, a única certeza que
tinha, era que quando chegasse em casa, se encontraria com sua avó e pensaria em procurar
Zitao. Não queria saber no que daria, mas tentaria trazer o moreno para si.”

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Entendeu de imediato o porquê de tudo aquilo, o perfume que Sakura ganhou de
Sehun vinha daquela arvore e não acreditou que esta estivesse florida em pleno inverno. Zitao
não esperou que aquela Sakura fosse tão forte e estivesse vencendo aquela estação do ano que
não a pertencia. O menor não entendeu o porquê das lágrimas do loiro a sua frente e o olhar
de nostalgia que o invadia, preferiu ficar em silencio e o observar.

Sentou no banco embaixo da Sakura, sentindo o corpo do seu amor se aproximar e
escorar a cabeça em seu ombro.

­ Você acredita em destino amor?

­ Acredito sim, nós dois somos o exemplo disso, não é verdade?

O maior afastou a franja de Zitao dos olhos deste e desceu sua mão acariciando suas
bochechas vermelhas pelo frio.

­ Verdade, eu, você e Sakura somos a prova disso.

­ Minha pequena... – Zitao deixou que lágrimas escorressem pelos olhos ao lembrar
que naquele dia fazia um mês que ela tinha partido.  

­ Sinto sua falta todos os dias... – Disse o maior fechando os olhos e deixando que
lembranças da bonequinha o invadissem. 

Kris sentiu algo pesado sentar em seu colo e ao abrir os olhos se deparou com aquele
menino que agora se fazia presente em sua vida.

­ Sehun, cadê seus pais?

­ Tio Kris, eles estão vindo, mas vim correndo e cheguei mais rápido. – Disse Sehun
com um sorriso no rosto.

­ Você poderia ter se perdido Sehun. – Indagou Zitao.

­ Acho difícil, Tio, eu conheço esse caminho.

­ Como você conhece esse caminho se você nunca veio aqui, Sehun? – Questionou
Kris.

­ Simplesmente sei, tio... Eu conheço esse parque...

Antes que Tao abrisse a boca para fazer mais perguntas, se deparou com Xiumin e
Luhan com os rostos vermelhos e com ar de cansados, olhando Sehun com cara de raiva.

­ Por que você correu, hein? Poderia ter se perdido ou acontecido coisa pior. –
Repreendeu Xiumin sem tirar os olhos de Sehun. 

­ Me desculpe, Pai, foi sem querer, eu queria encontrar Sakura logo. – Respondeu
Sehun com um bico nos lábios, escorregando do colo do Kris e abraçando as pernas do Luhan.

Kris estranhou o jeito que ele falou. Se referindo a Sakura como se ela estivesse viva.

­ Não briga com ele amor. É apenas uma criança. – Acariciou os cabelos castanhos de
Sehun que o olhou de maneira carinhosa. – Respondeu Luhan direcionando ao pequeno um
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olhar carinhoso.

­ Você mima muito o Sehun, Luhan. Desse jeito o menino vai ficar desobediente. –
Indagou Xiumin.

­ Ele não vai, Xiumin, não se preocupe. Sehun é um menino de bom coração. –
Respondeu Luhan olhando para Sehun.

Kris e Tao observavam aquela cena com os corações tristes por não terem sua pequena
ao seu lado. Sehun percebeu o olhar abatido dos seus tios e imediatamente pulou em seus
colos e o abraçou apertado. O casal foi pego de surpresa com aquele gesto tão carinhoso do
pequeno, que retribuíram o abraçando de volta.

Xiumin puxou Luhan para perto de si e segredou em seu ouvido:

 ­ Nós temos o melhor filho do mundo.

 – Eu sei amor. – Respondeu Luhan com um sorriso nos lábios

­ Não se preocupem que Sakura está bem. Está feliz e querendo que vocês sejam
felizes também. – Falou Sehun enquanto abraçava seus tios.

Lagrimas molharam o rosto do casal. A saudade doía demais, mas o amor que tímido
brotava naquele lugar curava aquela dor. Kris e Tao não sabiam o que estava acontecendo em
seus interiores, não era algo que se pudesse explicar com palavras, mas seus corações foram
sendo curados da dor da perda de sua filha, por um amor que só poderia emanar dela.  

Sehun desconectou o abraço e pegando nas mãos de seus pais, o puxou para
caminharem e deixarem o casal a sós. Tao enxugou as lágrimas que caíam do rosto do maior e
ao fitar seu olhar viu ali tanto amor e compaixão que agradeceu aos céus por ter encontrado
sua alma gêmea. O gesto do menor era tão cheio de gratidão e sinceridade, que quando seu
olhar se encontrou com o dele, sua alma sabia exatamente onde pertencia.  

Os olhares trocados agora possuíam novos significados. Os abraços trocados
emanavam um calor diferente e quando as bocas se encontraram em um selar inocente e
delicado, ambos sabiam que o sabor tinha mudado.   

Um pequeno floco de neve tocou o rosto de Zitao o fazendo levantar e estender a mão
para o Kris para ambos irem embora. Os dois de mãos dadas foram caminhando, se afastando
daquela árvore, que agora podia finalmente descansar. A primeira flor de Sakura foi ao chão e
assim ela poderia seguir em paz com a estação.  

A eternidade só é longa para quem conta seus minutos, mas para quem vive e
desfruta da vida como um bom cálice de vinho, a eternidade é apenas um segundo.  

Notas finais
Gente!!!!!!! 
Sehun aparecendo e derretendo os corações de todos, esse menino é fofo demais!!! 
A surpresa é que irei escrever uma sidestory de Efêmero com o Sehun. Antes que vocês
pensem que vou ressuscitar Sakura ou algo do gênero, isso não vai acontecer. Sehun vai ter
outro couple, mas enfim, sem mais spoiler!!! 
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Obrigado por lerem e por favoritarem!!! 
Reclamações, pedradas e um pouco de amor: @noonadokris

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responsabilizamos pelo material postado.
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efemero­1111923

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