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AO JUÍZO DO ___ º VARA DE FAMÍLIA DE SÃO GONÇALO DO ESTADO DO RIO DE

JANEIRO

Processo Nº: XXXXX

FULANO DE TAL, brasileiro, solteiro, desempregado, inscrito no CPF nº xxxxxxx, residente


e domiciliado à (endereço), com endereço eletrô nico xxxxxx@gmail.com, nos autos da Açã o
que lhe movem (FILHO DE FULANO DE TAL), cujo representante leal (MÃE DO AUTOR),
vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, no art. 335 e seguintes, do Có digo
de Processo Civil, tempestivamente e na melhor forma de direito, apresentar:
CONTESTAÇÃO

pelas razõ es de fato e de direito a seguir aduzidas:


1- DAS PUBLICAÇÕES:
Inicialmente, requer que todas as publicaçõ es e/ou intimaçõ es referentes ao presente feito
sejam efetuadas exclusivamente em nome do patrono GUILHERME VALENTE ALMEIDA
CARDOSO GUIMARÃES, OAB-RJ 197.115, com escritó rio na Rua da Conceiçã o, nº 141, sala
1106, Centro, Niteró i, RJ, requerendo, para tanto, a anotaçã o de seu nome na contracapa
destes autos.
2- TEMPESTIVIDADE:
Conforme art. 335, I, do CPC, começa-se a contar o prazo para contestaçã o em 15 dias ú teis
a partir da audiência de conciliaçã o, sendo que a audiência de conciliaçã o ocorreu em 21 de
agosto de 2019, seu primeiro dia deu-se em 22/08/2019.
Desta forma, a presente contestaçã o é tempestiva.
3- DO PEDIDO DE GRATUIDADE DE JUSTIÇA DO RÉU:
Requer preliminarmente o réu, com fulcro no artigo 5º, incisos XXXV e LXXIV, da CF,
combinados com os artigos 1º e seguintes da lei 1.060/50, que seja apreciado e acolhido o
presente pedido do direito constitucional à Justiça Gratuita, isentando a parte ré do
pagamento e/ou adiantamento de custas processuais e dos honorá rios advocatícios e/ou
periciais caso existam, tendo em vista os seus baixos rendimentos e o fato de que
ATUALMENTE PASSA POR MUITAS DIFICULDADES FINANCEIRAS POIS ESTÁ
DESEMPREGADO E POSSUI MAIS DOIS FILHOS PARA SUSTENTAR, SENDO QUE O
PAGAMENTO DE DESPESAS PROCESSUAIS PREJUDICARÁ O SEU SUSTENTO E O DE SUA
FAMÍLIA.
Diante também do Novo Có digo de Processo Civil, o inteligente artigo 99 assim deixou a sua
previsã o:
Art. 99. O pedido de gratuidade da justiça pode ser formulado na petição inicial, na contestação, na petição para
ingresso de terceiro no pro recurso.
§ 3o Presume-se verdadeira a alegação de insuficiência deduzida exclusivamente por pessoa natural.
§ 4o A assistência do requerente por advogado particular não impede a concessão de gratuidade da justiça.

Desta forma, fica evidente que se trata de uma pessoa com poucos recursos financeiros e
que vem sendo coagida com cobranças abusivas relativas à presente lide.

4- SÍNTESE DA INICIAL:
O autor, através de seu representante legal, propô s açã o de alimentos, buscando o
pensionamento de seu genitor.
É sabido que o mesmo vinha ajudando a criança e, inclusive, pegava o mesmo para passar
finais de semana, tendo uma convivência “pacífica”. Além disso, o réu encontra-se
DESEMPREGADO, conforme documento anexo de baixa do Exército, especificamente à pag.
Nº 3137 do documento.
Em decisã o à fl.18/19 ficou determinado que o réu deve pagar, a títulos de alimentos
provisó rios, o valor de “20% de seus ganhos líquidos, deduzidos apenas os descontos
obrigató rios, incidindo o percentual, inclusive, sobre 13º salá rio, férias, horas extras,
eventuais verbas resilitó rias, se houver, mediante desconto em folha de pagamento” e em
caso de “trabalhar” “SEM vínculo empregatício, o pensionamento será de 50% do salá rio
mínimo nacional, valor este a ser depositado, até o dia 10 (dez) de cada mês, em conta a ser
aberta conforme determinaçã o abaixo”.
Mesmo apó s a distribuiçã o, o demandado, sem saber, continuou tendo acesso a criança,
porém, quando o genitor passou a cobrar recibos pelos valores que dava a representante
legal, a mesma fez alienaçã o parental com o menor que hoje sequer pode olhar no rosto do
pai sem chorar.
Inclusive, cabe destacar, a parte requerida informa que no dia da audiência, a mã e o proibiu
de falar com o menor, demonstrando, assim, a alienaçã o parental e o comportamento da
genitora, ou seja, intolerante e absolutamente agressiva.

5- DOS ALIMENTOS PROVISÓRIOS


Inicialmente faz-se necessá rio e urgente o pedido de reduçã o dos alimentos provisó rios
arbitrados, conforme fls.18/19:
“Inicialmente, deve ser salientado que a obrigação alimentar deve atender às necessidades próprias do
alimentando, havendo presunção nesse sentido, e levando-se em conta a capacidade contributiva do alimentante,
sem prejuízo do seu sustento.
No caso em tela, comprovado o dever alimentar do réu e considerando o relatado quanto aos seus rendimentos,
após análise dos documentos que instruem a inicial, FIXO os alimentos provisórios em 20% de seus ganhos
líquidos, deduzidos apenas os descontos obrigatórios, incidindo o percentual, inclusive, sobre 13º salário, férias,
horas extras, eventuais verbas resilitórias, se houver, mediante desconto em folha de pagamento.
Caso o alimentante passe a trabalhar SEM vínculo empregatício, o pensionamento será de 50% do salário mínimo
nacional, valor este a ser depositado, até o dia 10 (dez) de cada mês, em conta a ser aberta conforme
determinação abaixo.
(...)”

No nobre julgador estipulou os valores conforme exposto acima baseando-se ú nica e


exclusivamente na palavra da representante legal do menor, porém a cautela neste caso se
torna essencial.
Atualmente o demandado encontra-se DESEMPREGADO, conforme carta de boletim
interno anexado a peça de defesa, especificamente à pag. Nº 3137 do documento,
afastando qualquer alegaçã o de que o demandante serve as forças armadas, além de
prejudicar outros dois filhos (certidõ es de nascimento anexas), uma vez que se nã o possui
recurso suficientes para seus filhos que moram com o réu, dificilmente terá a quantia de
50% de um salá rio mínimo para dar como alimentos para seu filho, requerente desta
demanda e nã o menos importante que os outros.
É certo afirmar que o requerido tem o dever de alimentar, nã o é esse o foco da presente
narrativa, mas sim o valor arbitrado, fugindo totalmente da realidade em que vivem
pessoas desempregadas.
Ainda, cabe observar que, caso o réu consiga um emprego recebendo um salá rio mínimo,
ele iria pagar 20% descontado em folha, ou seja, menos de R$ 200,00, ao passo que, caso
esteja DESEMPREGADO, deverá adimplir o valor de 50% de um salá rio mínimo, ou seja, R$
500,00. A douta decisã o possuem equívocos que devem ser corrigidas imediatamente, pois
nã o é razoá vel.
Neste sentido, Conforme dispõ e o artigo 1.695 do Có digo Civil, os alimentos devem ser
prestados "quando quem os pretende nã o tem bens suficientes, nem pode prover, pelo seu
trabalho, à pró pria mantença, e aquele, de quem se reclamam, pode fornecê-los, sem
desfalque do necessá rio ao seu sustento".
E assim já compreende o r. Tribunal de Justiça do Distrito Federal por exemplo:
TJ-DF - AGRAVO DE INSTRUMENTO AGI XXXXX DF XXXXX-67.2013.8.07.0000 (TJ-DF) data de publicação:
25/04/2014. 2. Na hipótese vertente, considerando as possibilidades financeiras do alimentante/agravante,
demonstradas neste juízo de cognição sumária, afigura-se razoável reduzir o valor dos alimentos provisórios, ao
menos até o julgamento da ação originária, oportunidade em que será apreciada de forma mais detalhada as reais
possibilidades do alimentante.

O sustento dos filhos é responsabilidade de ambos os genitores, de modo a nã o deixar de


prestar auxílio a qualquer de seus descendentes ou priorizar um em detrimento dos
demais, além de os alimentos provisó rios terem o dever de ser fixados em quantidade que
o pai suporte.
Desta forma, sugere o réu que seja estipulado, em caso de nã o vínculo empregatício, um
valor acessível de 20% sobre um salá rio mínimo em caso nã o vínculo empregatício,
mantendo as disposiçõ es em caso de vínculo empregatícios, para que o mesmo efetue o
pagamento, nã o prejudicando seu sustento e piorando o sustento de sua família.
6- DO MÉRITO

a) DA NECESSIDADE DO MENOR E FALTA DE PLANILHA DE GASTOS


É certo afirmar que quando se busca na justiça pensionamento de alimentos, se faz
necessá rio a juntada de planilha de gastos do menor, conforme o presente caso, o que nã o
foi feito, conforme professor Gediel Claudino de Araú jo Jú nior, em sua obra “Prá tica no
processo Civil” – fl.32/33, vejamos:
O interessado deve ser orientada a fornecer ao advogado cópia dos seguintes documentos, entre outros que o
caso em particular estiver a exigir: (...) comprovantes de despesas gerais do alimentado (por exemplo: água, luz,
internet, telefone, televisão a cabo, alimentos, aluguel, mensalidade escolar, medicamentos, vestuário, lazer etc.);

Este tipo de documento busca mostrar ao juízo a boa-fé por parte do requerido, bem como
ajudar o nobre julgador na prolaçã o da decisã o de alimentos provisó rios, o que nã o foi feito
e, por este motivo, fica impossível para a parte ré adimplir com um valor de 50% de um
salá rio mínimo, tendo em vista que encontra-se desempregado.
A r. decisã o à fl.17, impõ e ao réu uma obrigaçã o demasiadamente excessiva, tendo em vista
que caso tenha vínculo, ganhando um salá rio mínimo, deveria pagar com 20%.
b) DO DIREITO DO REQUERIDO
Com fulcro no art. 1.695, do Có digo Civil Brasileiro, os alimentos quando fixados deverã o
sempre obedecer ao binô mio necessidade – possibilidade, nã o devendo desfalcar o
necessá rio ao sustento do Devedor, devendo ser, como amplo entendimento
jurisprudencial e doutriná rio, fixados de acordo com percentual dos rendimentos do
Requerido, neste sentido:
TJ-RS - Agravo de Instrumento AI XXXXX RS (TJ-RS) Data de publicação: 27/04/2015 Ementa: AGRAVO DE
INSTRUMENTO. ALIMENTOS. FIXAÇÃO EM PERCENTUALDO SALÁRIO MÍNIMO. Os alimentos devem ser fixados de
acordo com opercentual dos rendimentos do agravante porque, assim, melhor atendem ao binômio necessidade-
possibilidade. DERAM PARCIAL PROVIMENTO AO AGRAVO DE INSTRUMENTO. (Agravo de Instrumento Nº
70062800537, Oitava Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Alzir Felippe Schmitz, Julgado em
23/04/2015).
TJ-RS - Apelação Cível AC XXXXX RS (TJ-RS) Data de publicação: 01/12/2015 Ementa: APELAÇÃO. REVISIONAL DE
ALIMENTOS. PERCENTUAL SOBRE RENDIMENTOS EM CASO DE ALIMENTANTE COM EMPREGO FIXO.PERCENTUAL
SOBRE SALÁRIO-MÍNIMO EM CASO DE DESEMPREGO. A fixação em 30% sobre os rendimentos do pai/alimentante,
para o caso dele ter emprego fixo e formal, considerando que são alimentos destinados para 02 filhas menores,
está em consonância com o que este colegiado tem fixado em casos análogos. Precedentes. A fixação para o caso
do alimentante não ter emprego fixou ou estar desempregado deve se dar em 30% do salário-mínimo, pois esse foi
o valor pedido pelas alimentadas; e esse foi o valor ofertado pelo próprio alimentante em audiência, com
concordância expressa das alimentadas. DERAM PARCIAL PROVIMENTO. (Apelação Cível Nº 70067045476, Oitava
Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: José Pedro de Oliveira Eckert, Julgado em 26/11/2015).
Sendo assim, levando em consideraçã o que a douta decisã o à s fls.18/19, buscou determinar
o valor de, aproximadamente, R$ 500,00 (quinhentos reais) em dias atuais, ignorou o fato
de a representante legal do requerente usar de artifícios sem provas para convencer o
douto Juízo.
Conforme amplamente demonstrado, o réu encontra-se desempregado e o que
impossibilita de efetuar a quantia determinada pelo nobre julgador.
7- CONCLUSÃO
Ante o exposto, ora se requer a total improcedência da presente demanda, já que:
1. Seja acolhido o pedido de Justiça Gratuita concedendo-se ao Requerente os benefícios do
art. 98 e ss. Do Có digo de Processo Civil;
2. Acolha-se primariamente o pedido de revisã o e arbitre-se a reduçã o dos alimentos
provisó rios;
3. Seja declarada parcialmente a improcedência dos pedidos deduzidos pela Requerente e
ao final condenado o Requerido ao pagamento de pensã o alimentícia no valor de 20% em
caso de nã o vínculo empregatício, tendo em vista que o mesmo possui mais dois filhos e
encontra-se desempregado, diferentemente das alegaçõ es autorais, conforme fatos e
fundamentos expostos,, nos termos do Art. 13, § 1º da Lei 5.478/68.
4. Subsidiariamente, em caso de procedência do pedido principal, o que se admite apenas
em atençã o ao princípio da eventualidade, seja diminuído o valor da pensã o requerida; e
5. Que seja proferida a sentença para que o requerido tenha a obrigaçã o de adimplir com a
pensã o de alimentos referente a 20% de seus rendimentos líquidos, em caso de vínculo
empregatício e 20% de um salá rio mínimo em caso de nã o vínculo empregatício.
Requer provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidas, sem exceçã o,
requerendo, desde logo, a oitiva de testemunhas, cujo rol será apresentado no momento
oportuno, e a juntada de novos documentos, sem prejuízo da produçã o de outras provas
que se mostrem necessá rias durante a instruçã o processual.
Nestes Termos,
Pede juntada e Deferimento.
Rio de Janeiro, 28 de agosto de 2019.
_________________________________
GUILHERME VALENTE ALMEIDA CARDOSO GUIMARÃES
OAB-RJ 197.115

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