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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA

______ VARA DE FAMÍLIA E SUCESSÕES DA COMARCA DE TERESINA/PI,

TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA – ALIMENTOS PROVISÓRIOS


PRIORIDADE DE TRAMITAÇÃO – Art. 1.048, II e §2º do CPC.

DAVI LUCAS DANTAS DE MOURA, portador do RG nº 8.486.4425


SSP/PI, inscrito no CPF sob o n° 089.884.293-03, MARCOS DANIEL LOPES DE
MOURA FILHO, portador do RG nº 4.262.116 SSP/PI, inscrito no CPF sob o n°
081.320.593-01, e MARIA VALENTINA DANTAS DE MOURA, portadora do RG
nº 4.864.418 SSP/PI, inscrita no CPF sob o n° 090.547.853-30, todos brasileiros,
menores, representadas neste ato por sua genitora, RENATA PEREIRA DANTAS,
brasileira, solteira, desempregada, portadora do RG nº 2.478.379 SSP/PI, inscrita no
CPF sob o nº 018.752.063-10, e-mail: renatadantas643@gmail.com, telefone: (86)
99939-9441, residente e domiciliada no Residencial Torquato Neto, Quadra P, Bloco
05, Apartamento 700, Bairro Esplanada, CEP: 64039-555, Teresina/PI, vem à presença
de Vossa Excelência, por intermédio da Defensoria Pública do Estado do Piauí, com
fulcro na Lei nº 5478/68, no Código Civil, e nos demais dispositivos aplicáveis, propor
a presente

AÇÃO DE ALIMENTOS

Em face de MARCOS DANIEL LOPES MOURA, brasileiro, telefone:


(86) 99952-3640, residente e domiciliado na Quadra 29, Casa 15, Próximo A Empório
Bebidas, Bairro Vamos Ver o Sol, CEP: 64033568, Teresina/PI, pelos fatos e
fundamentos abaixo expostos:

Rua Jaicós, nº 1435, Bairro Ilhotas, Teresina – PI | 64014-060


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I - PRELIMINARMENTE
I. 1 - DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA
Os requerentes são pessoas economicamente vulneráveis e hipossuficientes
na forma da lei, não podendo arcar com as custas judiciais e os honorários advocatícios
sem comprometerem a própria subsistência. Destarte, visto ser o acesso à justiça direito
fundamental de pleitear todos os outros direitos em condições de igualdade com a parte
contrária, os requerentes, na presente demanda, restam assistidos por esta Defensoria
Pública Estadual, conforme declaração anexa, com esteio na LC nº 80/1994 e na LC
estadual nº 03/1990.
Assim, pugnam-se, desde logo, a isenção de quaisquer custas e
emolumentos, assim como a obrigação de arcarem com honorários advocatícios ao
final, como benefícios da Justiça Gratuita, preconizados no inciso LXXIV, do art. 5º da
CF/88; da Lei nº. 1.060/50 e arts. 98 e 99 do CPC.

I. 2 - DA PRIORIDADE NA TRAMITAÇÃO DO FEITO


Faz-se mister ressaltar, inicialmente, a prioridade absoluta na tramitação dos
feitos em que seja parte criança e adolescente. Necessário observar o espírito
protecionista da Constituição Federal e do Estatuto da Criança e do Adolescente, que
aponta o dever do Poder Público, com prioridade absoluta, à efetivação dos direitos
referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência
familiar e comunitária, máxime em seu art. 4º, parágrafo único, b. Esse dispositivo
determina a precedência de atendimento nos serviços públicos ou de relevância pública,
devendo tal informação constar no rosto dos autos. Corroborando tais argumentos, o
Novo Código de Processo Civil dispõe no inciso II e no § 2º do artigo 1048 a respeito
da tramitação prioritária dos processos em que são partes crianças e/ou adolescentes.

I. 3 – DA AUSÊNCIA DE RESOLUÇÃO DE DEMANDAS REPETITIVAS


À luz do que dispõe o art. 976 do Código de Processo Civil, vale afirmar ao
Douto Julgador que o caso em tela não se trata de uma demanda repetitiva, nem
configura um risco de ofensa à isonomia e nem à segurança jurídica.

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I. 4 – DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO/MEDIAÇÃO
Os requerentes pleiteiam, com fulcro no art. 319, inciso VII, do Diploma
Adjetivo, que seja realizada audiência de autocomposição, comprometendo-se a parte
autora a comparecer na referida assentada.
Requerem, ainda, que as intimações para comparecimento à audiência sejam
feitas na pessoa da Parte, dadas as peculiaridades das atribuições defensoriais, com
fulcro no art. 186, §2º, do CPC.

I. 5 – DA IMPOSSIBILIDADE DE APRESENTAÇÃO DE ENDEREÇO


ELETRÔNICO DA PARTE DEMANDADA
A parte autora não possui acesso aos dados do demandado razão pela qual
não é possível informar os endereços eletrônicos. Releva-se que tal fato não impede a
citação/intimação das partes, sendo desnecessária a realização de diligência para
obtenção de tais informações, conforme art. 319, §§ 2º e 3º do CPC.

I. 6 – DA QUALIFICAÇÃO DA PARTE CONTRÁRIA

Considerando que a parte autora não dispõe de todas as informações acerca


da parte adversa, requer, com fundamento no art. 319, §1º do CPC, que sejam oficiados
o INSS, o Cadastro Nacional de Informações Sociais, a Receita Federal, INFOSEG,
INFOJUD, SIEL, a fim de que seja possível obter os dados faltantes.

II - DOS FATOS
Os requerentes, DAVI LUCAS DANTAS DE MOURA, nascido em 07 de
janeiro de 2015, MARCOS DANIEL LOPES DE MOURA FILHO, nascida em 28
de setembro de 2011, MARIA VALENTINA DANTAS DE MOURA, nascida em 17
de junho de 2017, são filhos do requerido e da sua representante, conforme as certidões
de nascimento em anexo.
A genitora não exerce atividade laborativa, pois se dedica aos cuidados do
filho Davi Lucas que tem epilepsia e diagnostico de autismo (laudo médico e exames
médicos em anexo). Os alimentandos possuem despesas inerentes a suas respectivas
idades, quais sejam: alimentação, saúde, material escolar, vestuários, internet, lazer,
dentre outras.

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O requerido atualmente trabalha com perfurações de poços e sua renda é em
torno de R$ 3.000,00 (três mil reais). A genitora dos autores não possui conhecimento
do nome da empresa que o requerido trabalha.
Deve-se destacar que a criação dos requerentes não deve recair
exclusivamente sobre a genitora, já que diversas e indispensáveis são as obrigações
relacionadas à criança, não podendo o genitor se esquivar da sua responsabilidade de
contribuir de maneira adequada e proporcional para criação de seus filhos.
Desta forma, requer a parte autora que seja fixada pensão alimentícia em
favor dos menores no percentual de 45,46% (quarenta e cinco vírgula quarenta e
seis por cento) do salário mínimo vigente, que atualmente corresponde à quantia
de R$ 500,00 (quinhentos reais), ou caso comprovado vínculo empregatício, que tal
percentual recai sob os rendimentos do requerido, a ser depositado todo mês em
conta bancária de titularidade da genitora dos menores: Agência 1989, Operação
023, Conta 32319-5, Caixa Econômica Federal.

III. DO DIREITO
A Constituição Federal trata da família nos seus artigos 226, caput, 227,
caput e 229, dispondo que a família é a base da sociedade, tendo especial proteção do
Estado, cabendo aos pais o dever de assistir, criar e educar os filhos menores.
O Código Civil confere a quem necessita de alimentos o direito de pleiteá-
los de seus parentes, em especial entre pai e filho, nos termos dos arts. 1.694 e 1.696.
Além da relação de parentesco, é imperativo que haja necessidade do
alimentando, conforme preconiza o art. 1.695 do Código Civil.
No caso em comento, o parentesco resta verificado, pois o requerido e os
menores são pai e filhos, respectivamente (certidão de nascimento em anexo). A
necessidade, igualmente, está plenamente configurada, vez que os suplicantes são
menores de idade.
Dessa forma, o requerido não pode se recusar a contribuir com o sustento
dos filhos. O dever que a figura paterna carrega consigo é o de proporcionar uma
excelente formação e uma condição de vida digna a sua prole.

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Ademais, vale ressaltar que observando-se o binômio
necessidade/capacidade, facilmente se deduz que o requerido possui idade e estado de
saúde que lhe permitem desenvolver atividade laboral, como já o faz, e, assim, dividir
com a genitora os gastos com os infantes, tendo assim, obrigações alimentares a
cumprir.
É imperativo reconhecer que na ação de alimentos se invertem os ônus
probatórios. A parte Autora deve provar documentalmente a existência da obrigação, ou
seja, o vínculo de parentesco com o réu. Na ação que tem por causa de pedir obrigação
decorrente do vínculo de filiação, se o autor é menor, sequer precisa provar suas
necessidades, posto que são presumidas. Ao Réu que caiba a obrigação de provar que
não pode pagar os alimentos pedidos na presente ação.
Assim sendo, conclui-se que a quantia mais adequada para a fixação de
alimentos em favor dos suplicantes é no percentual de 45,46% (quarenta e cinco
vírgula quarenta e seis por cento) do salário mínimo vigente, ou caso comprovado
vínculo empregatício, que tal percentual recai sob os rendimentos do requerido.

III. 1 - DOS ALIMENTOS PROVISÓRIOS


Importa salientar a importância da fixação de alimentos com maior
brevidade, ou seja, de maneira provisória no despacho da inicial, objetivando sanar
imediatamente a necessidade e prejuízo que a falta da prestação de alimentos vem
acarretando aos requerentes, que dela precisam. A importância do arbitramento
provisório é de tal forma que o legislador a determinou expressamente no art. 4º da Lei
nº 5.478/68.
Diante da necessidade premente dos alimentandos, requerem a Vossa
Excelência, com fulcro nos arts. 1.694, 1.695 e 1.696 do Código Civil e no art. 4º da Lei
5.478/68 cumulado com o artigo 693 do Código de Processo Civil, sejam arbitrados os
alimentos provisórios no percentual de 45,46% (quarenta e cinco vírgula quarenta e
seis por cento) do salário mínimo vigente, que atualmente corresponde à quantia
de R$ 500,00 (quinhentos reais), ou caso comprovado vínculo empregatício, que tal
percentual recai sob os rendimentos do requerido, a ser depositado todo mês em

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conta bancária de titularidade da genitora dos menores: Agência 1989, Operação
023, Conta 32319-5, Caixa Econômica Federal.

IV - DOS PEDIDOS
Diante do exposto, REQUEREM a Vossa Excelência:
a) A concessão dos benefícios da gratuidade da Justiça em sua
integralidade, nos termos da Declaração de Hipossuficiência Econômica anexa
consoante preconizam os artigos 98 e 99 do Código de Processo Civil;
b) Seja concedida a prioridade de tramitação do feito, recebendo os
autos identificação própria, na forma do art. 1048, II e § 2º do Codex, c/c art. 4º,
parágrafo único, alínea “b”, da Lei 8069/90 (Estatuto da Criança e do Adolescente);
c) A dispensa da apresentação do endereço eletrônico da parte
demandada, com base no art. 319, §§ 2º e 3º, do Código de Processo Civil;
d) A fixação de ALIMENTOS PROVISÓRIOS em favor dos menores no
percentual de 45,46% (quarenta e cinco vírgula quarenta e seis por cento) do
salário mínimo vigente, que atualmente corresponde à quantia de R$ 500,00
(quinhentos reais), ou caso comprovado vínculo empregatício, que tal percentual
recai sob os rendimentos do requerido, a ser depositado todo mês em conta
bancária de titularidade da genitora dos menores: Agência 1989, Operação 023,
Conta 32319-5, Caixa Econômica Federal;
e) A oficialização do INSS para informar o Cadastro Nacional de
Informações Sociais, Receita Federal, INFOSEG, INFOJUD, SIEL, para que
disponibilizem as informações acerca da parte adversa, com fundamento no art. 319, §1º
do Código de Processo Civil;
f) A CITAÇÃO DO REQUERIDO, no endereço já mencionado, para que,
querendo, apresente resposta no prazo legal, sob pena de sujeitar-se aos efeitos da
revelia, nos moldes do artigo 344 do Código de Processo Civil;
d) A intimação pessoal do Representante da Defensoria Pública de todos
os atos do processo, contando-se-lhe em dobro todos os prazos, nos termos do art. 128,
I, da Lei Complementar nº 80/1994;

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e) A intimação pessoal da parte patrocinada quando o ato processual
depender de providencia ou informação que somente por ela possa ser realizada ou
prestada, nos moldes do art. 186,§2º, do Código de Processo Civil;
f) A intimação das partes para audiência de Conciliação ou Mediação,
com fulcro nos arts. 334 693 e 694 do Código de Processo Civil;
g) Determinar a intimação do Ministério Público para que acompanhe o
feito ad finem, conforme art. 698 do Código de Processo Civil;
h) Ao final, seja a presente AÇÃO JULGADA PROCEDENTE, com a
consequente, fixação de ALIMENTOS pleiteados, em definitivo, em favor dos filhos
menores, nos valores supramencionados e na forma da lei;
i) A submissão do suplicado ao princípio da sucumbência, devendo os
honorários serem revertidos em favor da Defensoria Pública do Estado do Piauí, com
fundamento no art. 4°, inciso XXI, da Lei Complementar Federal 80/94, modificado
pela Lei Complementar nº 132 de 2009 e Art. 98, inciso VI, da Lei Complementar
Estadual nº 059/05. Tais quantias devem ser depositadas em conta bancária do Fundo
de Modernização e Aparelhamento da Defensoria Pública, CNPJ 24.226.295/0001-87,
do Banco do Brasil, Agência nº 3791-5, Conta Corrente nº 9873-6.
Protestam provar o alegado por todos os meios de prova em direito
admitidos, em especial os documentos comprobatórios anexos, depoimento pessoal das
partes, juntada ulterior de documentos e testemunhas, a serem oportunamente arroladas.
Dá-se à causa o valor de R$ 6.000,00 (seis mil reais).
Nestes termos, pedem e esperam deferimento.
Teresina, 22 de novembro de 2021.

REGINALDO CORREIA MOREIRA


Defensor Público em substituição na 5ª Defensoria Pública de Família

MICHAEL JOHN DE ASSIS ARAUJO


Estagiário

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ROL DE DOCUMENTOS:

1. Declaração de Hipossuficiência Econômica;


2. Documentação pessoal dos menores requerentes: RG;
3. Documentação pessoal da representante da menor: RG, cartão BPC,
Comprovante de Residência;
4. Receituário e laudo médico;
5. Notificação equatorial;
6. Despesas de internet e alimentação;

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