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NOÇÕES INICIAIS

Profa. Rochele Firmeza


• HISTÓRICO
•  
• - (1) Código de Hamurabi: vedava o lucro excessivo
• - (2) Império Romano – práticas de controle de abastecimento de produtos, principalmente
nas regiões conquistadas; multas para adulteração de produtos; responsabilidade por vício
• - (3) Revolução Industrial (séc. XVIII – Grã-Bretanha), ocorreram enormes mudanças nos
meios de produção – produção em massa, e distribuição também, e consequentemente na
vida da sociedade como um todo.
• Migração do campo para a cidade – a insuficiência de serviços públicos + surgimento de dois
grandes grupos: controladores dos meios de produção e os que se submetiam ao poder
econômico do primeiro grupo → sociedade de consumo em massa
• * substituição dos produtos artesanais por industriais; produção em larga escala;
desemprego; exclusão social; exploração da mão de obra (liberdade contratual); práticas
fraudulentas no escoamento de produtos; marketing; aumento da competitividade
(concorrência desleal)
• Neste cenário, o direito privado tradicional mostrou-se ineficaz para tutelar os agentes
econômicos vulneráveis: os consumidores.
• Estado Social (início do séc XX) – implicações:
• A) garantia de condições mínimas de trabalho e remuneração;
• B) garantia de qualidade de produtos e serviços ao consumidor ;
• C) preocupação com questões ambientais

• Passagem no tempo: Estado Absolutista; liberalismo desenfreado (Rev. Ind.); intervenção mínima
do Estado
• - (4) Resolução da ONU nº 39/248, de 16 de abril de 1985: “que os consumidores se deparam
com desequilíbrios em termos econômicos, níveis educacionais e poder aquisitivo”.
• * estabelecer padrões de consumo;
• * diminuição de práticas comerciais abusivas;
• * cooperação internacional na área de proteção ao consumidor;
• * Educação do consumidor;
• * Ressarcimento real.
• (5) Lei 7.347/85: LEI DE ação civil pública tutela jurisdicional.
• interesses difusos.
• - (6) CC/1916
• - (7) CF/88: Título II – Dos Direitos e Garantias Fundamentais – art. 5º,
XXXII; Título da Ordem Econômica e Financeira – art. 170, V (estabelece
como princípio básico, fundado na valorização do trabalho e da livre
iniciativa, a defesa do consumidor); art. 48, ADCT.
• - CDC – 11.09.1990 – regular e harmonizar as relações de consumo.
• TRATAMENTO CONSTITUCIONAL
• Eficácia horizontal dos direitos fundamentais – os direitos fundamentais penetram nas relações privadas. O STF
já adotou a teoria em julgado: “as violações a direitos fundamentais não ocorrem somente no âmbito das
relações entre o cidadão e o Estado, mas igualmente nas relações entre pessoas físicas e jurídicas de direito
privado” (RE 201819).
• Constitucionalização do direito privado ou publicização do direito privado
• a) art. 1º, III: princípio constitucional da dignidade da pessoa humana.
• Valor maior e fundamento da República Federativa do Brasil
• mandamento básico e estrutural do sistema jurídico brasileiro.
• gama de direitos, deveres e garantias fundamentais
•  
• b) Art. 5º, XXXII, CF: Direitos e Deveres Individuais e Coletivos
• Força normativa da Constituição (Konrad Hesse) : os direitos fundamentais não são meros discursos ou
programas, mas apresentam a força de norma, passível de ser executada e exigível.
• proteção jurídica ao consumidor – superioridade hierárquico-normativo
• cláusula pétrea
• direito básico fundamental individual e coletivo: “o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor.”
• Dimensões dos Direitos Fundamentais
• Teoria da Proibição do Retrocesso: qualquer norma que tente diminuir
ou suprimir direitos dos consumidores deve ser considerada
inconstitucional.

• EFEITOS DO STATUS DE DIREITO FUNDAMENTAL


• a) Proteção como parte do núcleo imodificável da (art. 60, §4º);
• b) Eficácia horizontal do direito fundamental – o Estado deverá garantir
que os fornecedores respeitem o direito do consumidor: direta ou
indireta.
• c) força normativa da Constituição: que nenhuma lei poderá
desrespeitar a normatividade do CDC.
• c) Art. 24, V e VIII, CF: 
• Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar
concorrentemente sobre:
• V - produção e consumo;
• VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a
bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e
paisagístico;
• d) art. 150, § 5º, CF: limites do poder de tributar. “A lei determinará
medidas para que os consumidores sejam esclarecidos acerca dos
impostos que incidam sobre mercadorias e serviços.”
• e) art. 170, V, CF: princípios gerais da atividade econômica
• limites à exploração do mercado
• TÍTULO VII
Da Ordem Econômica e Financeira
CAPÍTULO I
DOS PRINCÍPIOS GERAIS DA ATIVIDADE ECONÔMICA
• Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a
todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios:
• I - soberania nacional;
• II - propriedade privada;
• III - função social da propriedade;
• IV - livre concorrência;
• V - defesa do consumidor;
• VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e
serviços e de seus processos de elaboração e prestação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
• VII - redução das desigualdades regionais e sociais;
• VIII - busca do pleno emprego;
• IX - tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e
administração no País. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 6, de 1995)
• Parágrafo único. É assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade econômica, independentemente de
autorização de órgãos públicos, salvo nos casos previstos em lei.
• O legislador deixou claro que nenhuma exploração poderá atingir os
consumidores nos direitos a eles outorgados, tanto pela própria
Constituição como pela legislação infraconstitucional.
• 
• f) Art. 48, ADCT: “O Congresso Nacional, dentro de cento e vinte dias da
promulgação da Constituição, elaborará Código de Defesa do
Consumidor.”
• CONSUMIDOR: “reconhecidamente vulnerável como receptor dos
modelos de produção unilateralmente definidos e impostos pelo
fornecedor.”
• princípio da vulnerabilidade do consumidor expresso no artigo 4º,
inciso I, CDC
• FINALIDADE DO DIREITO DO CONSUMIDOR
• - massificação da produção, da contratação e do consumo
• - não contato com o fabricante – contratos de adesão
preestabelecidos pelos fornecedores
• - alto poderio econômico dos fornecedores – abusos econômicos
• - desnível econômico e educacional dos consumidor
• – consumidor em desvantagem (vulnerável)
• 
• Finalidade do direito do consumidor: eliminar essa injusta
desigualdade através de mecanismos legais
• - o direito do consumidor se funda na vulnerabilidade
• MICROSSISTEMA JURÍDICO
• NORMA PRINCIPIOLÓGICA: veicula valores, estabelece fins a serem
alcançados. Base sólida de princípios e valores
• NORMA DE ORDEM PÚBLICA E INTERESSE SOCIAL
•         Art. 1° O presente código estabelece normas de proteção e
defesa do consumidor, de ordem pública e interesse social, nos
termos dos arts. 5°, inciso XXXII, 170, inciso V, da Constituição Federal
e art. 48 de suas Disposições Transitórias.

• Súmula 381, STJ: Nos contratos bancários, é vedado ao julgador


conhecer, de ofício, da abusividade das cláusulas.
• Art. 7° Os direitos previstos neste código não excluem outros decorrentes de
tratados ou convenções internacionais de que o Brasil seja signatário, da legislação
interna ordinária, de regulamentos expedidos pelas autoridades administrativas
competentes, bem como dos que derivem dos princípios gerais do direito,
analogia, costumes e eqüidade.
•         Parágrafo único. Tendo mais de um autor a ofensa, todos responderão
solidariamente pela reparação dos danos previstos nas normas de consumo.

• Questões:
• 1. DPH e defesa consumidor

• 2. Por que a necessidade de uma lei protetiva ao consumidor? Quais os fatores


que geram a necessidade de proteger o consumidor? Qual a relevância da
vulnerabilidade enquanto princípio?

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