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DIREITO DO CONSUMIDOR

➢ Lei nº8078 de 1990


➢ CDC
➢ Norma de proteção de vulneráveis
➢ Norma especial
➢ Norma principiológica
➢ Norma de ordem pública e interesse social
Vulnerabilidade - o consumidor é a parte mais fraca da relação (não confundir com
hipossuficiência)

PRINCÍPIOS

Princípio do Protecionismo do Consumidor

- Índole Constitucional

CDC Art. 1° O presente código estabelece normas de proteção e defesa do consumidor, de


ordem pública e interesse social, nos termos dos arts. 5°, inciso XXXII, 170, inciso V, da
Constituição Federal e art. 48 de suas Disposições Transitórias

CF/88 Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor;

CF/88 Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre
iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça
social, observados os seguintes princípios:
V - defesa do consumidor;

LEI Nº 12.291, DE 20 DE JULHO DE 2010


Torna obrigatória a manutenção de exemplar do Código de Defesa do Consumidor nos
estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços.

Art. 1º São os estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços obrigados a manter,


em local visível e de fácil acesso ao público, 1 (um) exemplar do Código de Defesa do
Consumidor.

Art. 2º O não cumprimento do disposto nesta Lei implicará as seguintes penalidades, a


serem aplicadas aos infratores pela autoridade administrativa no âmbito de sua atribuição:
I - multa no montante de até R$ 1.064,10 (mil e sessenta e quatro reais e dez centavos);

Consequências práticas:
➢ as regras não podem ser afastadas por convenção entre as partes, pois são matérias de
ordem pública, de interesse social.
➢ intervenção do Ministério Público
➢ reconhecimento pelo juiz de ofício e anular uma cláusula abusiva (art. 51 do CDC)

Princípio da Vulnerabilidade do Consumidor

CDC Art. 4º A Política Nacional das Relações de Consumo tem por objetivo o atendimento
das necessidades dos consumidores, o respeito à sua dignidade, saúde e segurança, a
proteção de seus interesses econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida, bem como a
transparência e harmonia das relações de consumo, atendidos os seguintes princípios:
I - reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor no mercado de consumo;

A presunção de vulnerabilidade é absoluta (art. 1º, III da CF/88) e não se confunde com
hipossuficiência.

CF/88 Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados
e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem
como fundamentos:
III - a dignidade da pessoa humana;

PRESUNÇÃO DE VULNERABILIDADE => PRESUNÇÃO ABSOLUTA

Princípio da Hipossuficiência

CDC Art. 6º São direitos básicos do consumidor:


VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a
seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando
for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências;

A hipossuficiência é FÁTICA e/ou TÉCNICA

-Fática: condição socioeconômica/financeira da pessoa


-Técnica: desconhecer as especificidades do produto da relação (não consigo nem produzir
prova, por isso ganho direito a inversão do ônus da prova).

TJ RJ 0005899-71.2023.8.19.0000 - AGRAVO DE INSTRUMENTO Des(a). MARIA LUIZA


DE FREITAS CARVALHO - Julgamento: 24/02/2023 - DÉCIMA PRIMEIRA CÂMARA DE
DIREITO PRIVADO. Agravo de instrumento. Consumidor. Ação proposta por beneficiário de
plano de saúde fundada em negativa de autorização de tratamento médico psiquiátrico.
Decisão que indeferiu a inversão do ônus da prova. Inversão probatória prevista no art. 6º,
VIII do CDC que se opera ope judicis, quando for verossímil a alegação do consumidor ou
quando for ele hipossuficiente. Na espécie, é inegável a hipossuficiência técnica do
agravante, sendo certo que os agravados possuem maiores condições de produzir
prova acerca da regularidade do serviço prestado. Ademais, a inversão não exonera o
agravante de produzir prova mínima do fato constitutivo do alegado direito. Súmula nº
330 desta Corte. Reforma da decisão. RECURSO PROVIDO.
Princípio da Boa-fé Objetiva

Art. 4º A Política Nacional das Relações de Consumo tem por objetivo o atendimento das
necessidades dos consumidores, o respeito à sua dignidade, saúde e segurança, a
proteção de seus interesses econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida, bem como a
transparência e harmonia das relações de consumo, atendidos os seguintes princípios:
III - harmonização dos interesses dos participantes das relações de consumo e
compatibilização da proteção do consumidor com a necessidade de desenvolvimento
econômico e tecnológico, de modo a viabilizar os princípios nos quais se funda a ordem
econômica (art. 170, da Constituição Federal), sempre com base na boa-fé e equilíbrio
nas relações entre consumidores e fornecedores;

O CDC trouxe os parâmetros da boa-fé antes do CC:


-Justo equilíbrio
-Harmonização dos interesses
-Conduta humana (boa-fé subjetiva e boa-fé objetiva)
-Deveres anexos (PICLES - Proteção, Informação, Cooperação, Lealdade e Solidariedade)

Quando há violação de algum dever anexo => violação positiva do contrato (traz
possibilidade de indenização)

Boa-fé:
Subjetiva:
• intenção do sujeito. Desconhecimento do vício (ignorância).

Objetiva:
• conduta das partes → deveres anexos
=> Processo de colaboração => Quebra dos deveres anexos → violação positiva do
contrato → responsabilização civil

Enunciado nº24 Em virtude do princípio da boa-fé, positivado no art. 422 do novo Código
Civil, a violação dos deveres anexos constitui espécie de inadimplemento,
independentemente de culpa.

Enunciado nº363 Os princípios da probidade e da confiança são de ordem pública, sendo


obrigação da parte lesada apenas demonstrar a existência da violação.

Quando sei que estou com dificuldade em cumprir meu dever -> dever de informar/negociar
e a outra parte -> dever de reciprocidade
DEVERES ANEXOS
DEVER DE RENEGOCIAR => DESEQUILÍBRIO => COMUNICAR A OUTRA PARTE

Funções da boa-fé
Criadora - trazer novos deveres anexos
Limitadora - limita o exercício abusivo de direitos
Interpretação - quando interpretar o contrato eu vou olhar a boa-fé
Art. 9° O fornecedor de produtos e serviços potencialmente nocivos ou perigosos à saúde
ou segurança deverá informar, de maneira ostensiva e adequada, a respeito da sua
nocividade ou periculosidade, sem prejuízo da adoção de outras medidas cabíveis em cada
caso concreto.

Art. 31. A oferta e apresentação de produtos ou serviços devem assegurar informações


corretas, claras, precisas, ostensivas e em língua portuguesa sobre suas características,
qualidades, quantidade, composição, preço, garantia, prazos de validade e origem, entre
outros dados, bem como sobre os riscos que apresentam à saúde e segurança dos
consumidores.

Art. 36. A publicidade deve ser veiculada de tal forma que o consumidor, fácil e
imediatamente, a identifique como tal...

Art. 37. É proibida toda publicidade enganosa ou abusiva.

Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas abusivas:

Art. 48. As declarações de vontade constantes de escritos particulares, recibos e


pré-contratos relativos às relações de consumo vinculam o fornecedor, ensejando
inclusive execução específica, nos termos do art. 84 e parágrafos.

Enunciado nº25 O art. 422 do Código Civil não inviabiliza a aplicação pelo julgador do
princípio da boa-fé nas fases pré-contratual e pós-contratual.

Enunciado nº170 A boa-fé objetiva deve ser observada pelas partes na fase de
negociações preliminares e após a execução do contrato, quando tal exigência decorrer
da natureza do contrato.

Princípio da Transparência ou da Confiança

➢ velocidade das informações


➢ volume das informações
➢ déficit de informações
➢ distribuição das informações entre as pessoas
➢ segurança para o consumidor

Tutela da informação
Déficit de informação
Dever de informar
Dever de ser informado
Informação adequada e clara - escolhas seguras

Art. 6º São direitos básicos do consumidor:


III - a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com
especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade, tributos
incidentes e preço, bem como sobre os riscos que apresentem;
Parágrafo único. A informação de que trata o inciso III do caput deste artigo deve ser
acessível à pessoa com deficiência, observado o disposto em regulamento

Também, Art. 4º, caput e Art. 6º, IV, do CDC - a proteção contra a publicidade enganosa e
abusiva, métodos comerciais coercitivos ou desleais, bem como contra práticas e cláusulas
abusivas ou impostas no fornecimento de produtos e serviços;

Ainda, ver os Informativos 466, 500 e 497 do STJ

Princípio da Função Social do Contrato

-Relativização do pacta sunt servanda


-Princípio contratual de ordem pública
-Eficácia interna (entre as partes contratantes) e externa (para além das partes
contratantes)

Eficácia interna:
Enunciado 360
O princípio da função social dos contratos também pode ter eficácia interna entre as partes
contratantes.

• Respeito à lealdade e boa-fé


• Proteção dos vulneráveis

CDC:
Art. 47. As cláusulas contratuais serão interpretadas de maneira mais favorável ao
consumidor.
Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas ao
fornecimento de produtos e serviços que: (...)

Código Civil:
Art. 421. A liberdade contratual será exercida nos limites da função social do contrato.
Parágrafo único. Nas relações contratuais privadas, prevalecerão o princípio da intervenção
mínima e a excepcionalidade da revisão contratual.

Art. 2.035. A validade dos negócios e demais atos jurídicos, constituídos antes da entrada
em vigor deste Código, obedece ao disposto nas leis anteriores, referidas no art. 2.045, mas
os seus efeitos, produzidos após a vigência deste Código, aos preceitos dele se
subordinam, salvo se houver sido prevista pelas partes determinada forma de execução.
Parágrafo único. Nenhuma convenção prevalecerá se contrariar preceitos de ordem pública,
tais como os estabelecidos por este Código para assegurar a função social da propriedade
e dos contratos.

• Manutenção do equilíbrio
• Revisão dos contratos
• Conservação do negócio jurídico
Enunciado nº22 A função social do contrato, prevista no art. 421 do novo Código Civil,
constitui cláusula geral que reforça o princípio de conservação do contrato, assegurando
trocas úteis e justas.

• Teoria do adimplemento substancial - teoria estrangeira importada para nossa realidade


Enunciado nº361 O adimplemento substancial decorre dos princípios gerais contratuais, de
modo a fazer preponderar a função social do contrato e o princípio da boa-fé objetiva,
balizando a aplicação do art. 475.

Enunciado nº586 Para a caracterização do adimplemento substancial (tal qual reconhecido


pelo Enunciado 361 da IV Jornada de Direito Civil - CJF), levam-se em conta tanto aspectos
quantitativos quanto qualitativos.
(Requisito objetivo e subjetivo)

Eficácia externa:
• Impacto na coletividade.
Deveres jurídicos de cunho patrimonial e deveres anexos.
Limite à liberdade de contratar.
Princípio jurídico de conteúdo indeterminado.

Princípio da Equivalência Negocial

➢ IGUALDADE DE CONDIÇÕES
Art. 6º São direitos básicos do consumidor:
II - a educação e divulgação sobre o consumo adequado dos produtos e serviços,
asseguradas a liberdade de escolha e a igualdade nas contratações;
➢ VALORIZAÇÃO DO SINALAGMA
➢ ACEITAÇÃO DE PRIVILÉGIOS (PROTEÇÃO ESPECIAL)
➢ LEALDADE
➢ DEVER GERAL DE VIGILÂNCIA E INFORMAÇÃO

Princípio da Reparação Integral dos Danos

➢ ART.6º, VI, CDC


Art. 6º São direitos básicos do consumidor: ...
VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos
e difusos;
➢ REGRA: REPARAÇÃO INTEGRAL DOS DANOS
➢ DANOS MATERIAIS E DANOS MORAIS
➢ DANOS INDIVIDUAIS
➢ DANOS COLETIVOS E DIFUSOS

Obs: Perda de uma chance e Dano temporal (teoria do desvio produtivo)


Princípio da Preservação do Mínimo Existencial ou Patrimônio Mínimo

➢ ART.6º, XI E XII, CDC Art. 6º São direitos básicos do consumidor:


XI - a garantia de práticas de crédito responsável, de educação financeira e de prevenção e
tratamento de situações de superendividamento, preservado o mínimo existencial, nos
termos da regulamentação, por meio da revisão e da repactuação da dívida, entre outras
medidas;
XII - a preservação do mínimo existencial, nos termos da regulamentação, na
repactuação de dívidas e na concessão de crédito;

CDC Art. 54-A. Este Capítulo dispõe sobre a prevenção do superendividamento da pessoa
natural, sobre o crédito responsável e sobre a educação financeira do consumidor.
§ 1º Entende-se por superendividamento a impossibilidade manifesta de o consumidor
pessoa natural, de boa-fé, pagar a totalidade de suas dívidas de consumo, exigíveis e
vincendas, sem comprometer seu mínimo existencial, nos termos da regulamentação.
§ 2º As dívidas referidas no § 1º deste artigo englobam quaisquer compromissos financeiros
assumidos decorrentes de relação de consumo, inclusive operações de crédito, compras a
prazo e serviços de prestação continuada.
§ 3º O disposto neste Capítulo não se aplica ao consumidor cujas dívidas tenham sido
contraídas mediante fraude ou má-fé, sejam oriundas de contratos celebrados dolosamente
com o propósito de não realizar o pagamento ou decorram da aquisição ou contratação de
produtos e serviços de luxo de alto valor

Princípio do Crédito Responsável

CDC Art. 4º A Política Nacional das Relações de Consumo tem por objetivo o atendimento
das necessidades dos consumidores, o respeito à sua dignidade, saúde e segurança, a
proteção de seus interesses econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida, bem como a
transparência e harmonia das relações de consumo, atendidos os seguintes princípios:

IX - fomento de ações direcionadas à educação financeira e ambiental dos consumidores;
X - prevenção e tratamento do superendividamento como forma de evitar a exclusão social
do consumidor.

CDC Art. 6º São direitos básicos do consumidor:


XI - a garantia de práticas de crédito responsável, de educação financeira e de prevenção e
tratamento de situações de superendividamento, preservado o mínimo existencial, nos
termos da regulamentação, por meio da revisão e da repactuação da dívida, entre outras
medidas;
XII - a preservação do mínimo existencial, nos termos da regulamentação, na repactuação
de dívidas e na concessão de crédito;
XIII - a informação acerca dos preços dos produtos por unidade de medida, tal como por
quilo, por litro, por metro ou por outra unidade, conforme o caso.

Elementos da Relação Jurídica de Consumo


-Estrutura da relação jurídica de consumo
-Relação entre sujeitos
-Relações de consumo: Consumidor e Fornecedor

Elementos subjetivos:
Consumidor e Fornecedor

Elementos objetivos:
Produto ou serviço

Fornecedor ou prestador

CDC Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou
estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de
produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação,
distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços.

-Atividade com habitualidade e lucro

-Atividade tipicamente profissional => lucro direto / vantagens indiretas

FORNECEDOR EQUIPARADO =>


-INTERMEDIÁRIO
-TEORIA DA APARÊNCIA
-FORNECEDOR APARENTE

Consumidor

Art. 2° Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou
serviço como destinatário final.
Parágrafo único. Equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas, ainda que
indetermináveis, que haja intervindo nas relações de consumo.
DESTINATÁRIO FINAL

CONSUMIDOR
DESTINATÁRIO FINAL
Art.2º CDC
Teoria Finalista
Destinação final fática e econômica
Retira o bem da cadeia de produção
Uso próprio e de sua família

I Jornada de Direito Comercial


Enunciado nº20. Não se aplica o Código de Defesa do Consumidor aos contratos
celebrados entre empresários em que um dos contratantes tenha por objetivo suprir-se de
insumos para sua atividade de produção, comércio ou prestação de serviços.
Teoria Finalista Mitigada (ex: professora e caneta)

Informativo 441, STJ CDC. CONSUMIDOR. PROFISSIONAL. A jurisprudência do STJ


adota o conceito subjetivo ou finalista de consumidor, restrito à pessoa física ou
jurídica que adquire o produto no mercado a fim de consumi-lo. Contudo, a teoria
finalista pode ser abrandada a ponto de autorizar a aplicação das regras do CDC para
resguardar, como consumidores (art. 2º daquele código), determinados profissionais
(microempresas e empresários individuais) que adquirem o bem para usá-lo no exercício
de sua profissão. Para tanto, há que demonstrar sua vulnerabilidade técnica, jurídica ou
econômica (hipossuficiência). No caso, cuida-se do contrato para a aquisição de uma
máquina de bordar entabulado entre a empresa fabricante e a pessoa física que utiliza o
bem para sua sobrevivência e de sua família, o que demonstra sua vulnerabilidade
econômica. Dessarte, correta a aplicação das regras de proteção do consumidor, a impor a
nulidade da cláusula de eleição de foro que dificulta o livre acesso do hipossuficiente ao
Judiciário. Precedentes citados: REsp 541.867-BA, DJ 16/5/2005; REsp 1.080.719-MG, DJe
17/8/2009; REsp 660.026-RJ, DJ 27/6/2005; REsp 684.613-SP, DJ 1º/7/2005; REsp
669.990-CE, DJ 11/9/2006, e CC 48.647-RS, DJ 5/12/2005. REsp 1.010.834-GO, Rel. Min.
Nancy Andrighi, julgado em 3/8/2010.

Produto e Serviço:
CDC Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou
estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de
produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação,
distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços.

§ 1° Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial.

§ 2° Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante


remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo
as decorrentes das relações de caráter trabalhista.
REMUNERAÇÃO e VANTAGENS INDIRETAS
STJ SÚMULA N. 130 A empresa responde, perante o cliente, pela reparação de dano ou
furto de veículo ocorridos em seu estacionamento.

TJRJ 0006777-29.2020.8.19.0023 - APELAÇÃO Des(a). CESAR FELIPE CURY -


Julgamento: 25/08/2022 - DÉCIMA PRIMEIRA CÂMARA CÍVEL
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE REPARAÇÃO DE DANOS. FURTO DE VEÍCULO
OCORRIDO NAS DEPENDÊNCIAS DO ESTACIONAMENTO UTILIZADO PELOS
CLIENTES DO SUPERMERCADO. SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA. INSURGÊNCIA DO
RÉU. ENTENDIMENTO PACIFICADO NA JURISPRUDÊNCIA QUANTO À
RESPONSABILIDADE DOS ESTABELECIMENTOS COMERCIAIS POR FURTO EM
ESTACIONAMENTO UTILIZADO POR CLIENTES, AINDA QUE GRATUITO, MESMO QUE
NÃO SEJA INERENTE À NATUREZA DO SERVIÇO PRESTADO, EIS QUE GERA
LEGÍTIMA EXPECTATIVA DE SEGURANÇA AO CLIENTE EM TROCA DE BENEFÍCIOS
FINANCEIROS INDIRETOS DECORRENTES DESSE ACRÉSCIMO DE CONFORTO AOS
CONSUMIDORES. INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA DEVIDAMENTE APLICADO.
DESPROVIMENTO DO RECURSO DO RÉU.

STJ SÚMULA n. 608 Aplica-se o Código de Defesa do Consumidor aos contratos de plano
de saúde, salvo os administrados por entidades de autogestão.

Serviços oferecidos pela internet: Decreto nº7962 de março de 2013 – comércio eletrônico.
Art. 1º Este Decreto regulamenta a Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990, para dispor
sobre a contratação no comércio eletrônico, abrangendo os seguintes aspectos:
I - informações claras a respeito do produto, serviço e do fornecedor;
II - atendimento facilitado ao consumidor; e
III - respeito ao direito de arrependimento

CONTRATO DE TRANSPORTE:
Art.730 do Código Civil - Pelo contrato de transporte alguém se obriga, mediante retribuição,
a transportar, de um lugar para outro, pessoas ou coisas.
Transporte de pessoas e coisas
Enunciado nº369 Diante do preceito constante no art. 732 do Código Civil, teleologicamente
e em uma visão constitucional de unidade do sistema, quando o contrato de transporte
constituir uma relação de consumo, aplicam-se as normas do Código de Defesa do
Consumidor que forem mais benéficas a este.

STJ INFORMATIVO 442 RELAÇÃO. CONSUMO. REVENDEDORA. TRANSPORTADORA.


A Turma negou provimento ao recurso especial, mantendo a decisão do tribunal a quo, que
entendeu inexistir, na espécie, relação de consumo entre, de um lado, revendedora de
máquinas e equipamentos e, do outro, transportadora. Cuidou-se, na origem, de ação
indenizatória ajuizada pela ora recorrente sob a alegação de que um gerador de energia,
objeto do contrato de transporte firmado com a empresa recorrida, teria sofrido avarias
durante o trajeto. O STJ aplica ao caso a teoria finalista, segundo a qual se considera
consumidor aquele que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final. Na
espécie, ressaltou-se que o produto não seria destinado à recorrida, mas a cliente da
revendedora, motivo pelo qual foi afastada a regra especial de competência do art. 101, I,
do CDC para fazer incidir a do art. 100, IV, a, do CPC. REsp 836.823-PR, Rel. Min. Sidnei
Beneti, julgado em 12/8/2010.

CONDOMÍNIO EDILÍCIO
Arts.1331 a 1358 do Código Civil
Relação dominial
CONDOMÍNIO X CONDÔMINO
CONDÔMINO X CONTADOR
CONDOMÍNIO X CONTADOR - CDC

LOCAÇÃO URBANA (Lei nº8245/91)


0140941-07.2014.8.19.0001 - APELAÇÃO
Des(a). WAGNER CINELLI DE PAULA FREITAS - Julgamento: 25/10/2022 - DÉCIMA
SÉTIMA CÂMARA CÍVEL Apelação cível. Contrato de locação sem prazo determinado.
Legislação própria que afasta a aplicação do CDC. Contrato de locação que pode ser
firmado por aquele que tem a posse do bem, independentemente de ser o proprietário.
Imóvel que saiu da posse do locador por força de decisão judicial proferida em ação penal.
Inexistência de desapropriação na hipótese. Expropriação forçada. Locatário que continuou
pagando aluguel ao antigo locador, mesmo após ciência de que o imóvel tinha entrado no
patrimônio do Estado. Inexistência de direito à repetição do que foi pago. Garantia da
locação que deve ser devolvida ao locatário, que não deu causa ao encerramento da
locação. Permanência no imóvel que gera débito com o Estado e não com o antigo locador.
Inexistência de comprovação de que o locador tinha ciência da ação penal em curso. Dano
moral indevido. Sentença reformada. Recurso conhecido e parcialmente provido.

RELAÇÕES ENTRE ADVOGADOS E CLIENTES: Lei nº8906/94 (Estatuto da Advocacia)

0174406-31.2019.8.19.0001 - APELAÇÃO
Des(a). ALEXANDRE EDUARDO SCISINIO - Julgamento: 15/02/2023 - VIGÉSIMA
CÂMARA CÍVEL
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO INDENIZATÓRIA. SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA.
IRRESIGNAÇÃO DO AUTOR. A RESPONSABILIDADE CIVIL DO ADVOGADO É
SUBJETIVA (ESTATUTO DA ADVOCACIA, NOS ARTS. 17 E 3 E ARTS. 186 E 667, DO
CC). NÃO APLICAÇÃO DO CDC. AO ADVOGADO IMPÕE-SE UMA OBRIGAÇÃO DE
MEIO (E NÃO DE RESULTADO), SEM COMPROMETIMENTO COM O SUCESSO DA
LIDE. CABERIA AO AUTOR A PROVA DE QUE O ADVOGADO NÃO AGIU DE FORMA
DILIGENTE. AS PARTES CELEBRARAM CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS
ADVOCATÍCIOS EM 22/09/2017, ATUANDO O RÉU NA DEFESA DOS INTERESSES,
APÓS A CONCESSÃO DE MEDIDA PROTETIVA DE AFASTAMENTO DESTE DO LAR
CONJUGAL. O ORA APELANTE FUNDAMENTA SUA PRETENSÃO RECURSAL
SERVIÇO NÃO PRESTADO A CONTENTO E TRATAMENTO INADEQUADO
DISPENSADO AO CLIENTE, ALÉM DE RENÚNCIA NA AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE
POSSE SEM APRESENTAÇÃO DA RÉPLICA. A PROVA DOCUMENTAL ATESTA A
PRESTAÇÃO DO SERVIÇO CONTRATADO. NÃO HOUVE COMPROVAÇÃO DE DESÍDIA,
E NO QUE CONCERNE A AUSÊNCIA DE MANIFESTAÇÃO EM RÉPLICA, NOS AUTOS
DA AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE QUE TRAMITOU NA 3ª VARA CÍVEL DA
COMARCA DA CAPITAL, NÃO HOUVE INÉRCIA POIS JÁ HAVIA RENUNCIADO AO
MANDATO E NOTIFICADO EM 06/09/2018, CUMPRINDO O DISPOSTO NO ART. 45, DO
CPC, (FLS. 33/34, 53 E 68), SENDO CERTO QUE ESTE CONSTITUIU NOVOS
ADVOGADOS EM 17/12/2018, DO QUE SE CONCLUI QUE TEVE CIÊNCIA DA
RENÚNCIA. OS CONTRATOS DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS ADVOCATÍCIOS SE
FUNDAM NA RELAÇÃO DE CONFIANÇA, SÃO INTUITO PERSONAE E QUALQUER DAS
PARTES, ADVOGADO OU CLIENTE, PODE TER A INICIATIVA DE RESCISÃO DO
CONTRATO, NOS TERMOS DOS ARTS. 111 E 112, DO CPC, E ARTS. 682, INCISO I, DO
CC, ALÉM DO ART. 5º, § 3º, DA LEI Nº 8.906/94 - ESTATUTO DA OAB. A ALEGAÇÃO DE
QUE RECEBIA TRATAMENTO NÃO RESTOU COMPROVADA, SENDO CLARO QUE A
PROVA TESTEMUNHAL ATESTA QUE ESTE É QUE DISPENSAVA AOS ADVOGADOS
TRATAMENTO DESELEGANTE. INEXISTINDO CONDUTA ILÍCITA DO RÉU, A
SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA DEVE SER MANTIDA. RECURSO DESPROVIDO.

Proteção Contratual pelo CDC

➢Transformação do contrato
➢Relações contratuais complexas

FORÇA OBRIGATÓRIA DOS CONTRATOS X FUNÇÃO SOCIAL

➢Contratos em destaque:

CONEXÃO OU COLIGAÇÃO CONTRATUAL


▪ Complexidade das operações econômicas
▪ Contrato plural – relação entre contratos
▪ Pluralidade de negócios => mesma operação econômica
▪ Conexão negocial
▪ Pluralidade de contratos => efeito unitário
▪ Princípio da boa-fé e da função social
Enunciado nº 621 Os contratos coligados devem ser interpretados a partir do exame do
conjunto das cláusulas contratuais, de forma a privilegiar a finalidade negocial que lhes é
comum.

▪ Negócios interligados – ponto ou nexo de convergência


▪ Contratos principais e acessórios
STJ, Jurisprudência em Teses, Edição nº42 As “bandeiras” ou marcas de cartão de
crédito respondem solidariamente com os bancos e as administradoras de cartão de
crédito pelos danos decorrentes da má prestação de serviços.

CONTRATOS ELETRÔNICOS
▪ Sociedade tecnológica
▪ Consumidor-leigo X liberdade da ordem econômica
▪ Contratação à distância
▪ Contratos eletrônicos e contratos informáticos
▪ Contratação eletrônica ou automatizada
=>utilização de meios eletrônicos

Despersonalização do contrato
▪ Fornecedor
▪ Consumidor
▪ Caráter automático da execução

Desmaterialização do contrato
▪ Bens imateriais, intangíveis
▪ Concluído sem forma física
▪ Linguagem diferenciada

Desterritorialização do contrato
▪ Espaço cibernético
▪ Anonimato
▪ Globalização

Desconfiança do consumidor
▪ Desconfiança
▪ Oferta
▪ Distância física
▪ Vulnerabilidade digital

-Lei nº12965/14 - Marco Civil da Internet

Contratos eletrônicos ≠ contratos informáticos


Informáticos: o objeto da contrato é um bem informático
Contratos eletrônicos: meio, compra pela internet
- Despersonalização do contrato: não se tem mais o "olho no olho", o contato humano é
inexistente, é a desumanização do contrato.
CONTRATOS CATIVOS DE LONGA DURAÇÃO
▪ Forma continuada no tempo
▪ Confiança
▪ Contratos múltiplos, serviços contínuos, relações contratuais triangulares ou serviços de
longa duração
▪ Catividade
▪ Tempo
▪ Objeto contratual: serviços

Informativo 467, STJ


CONTRATO. SEGURO. VIDA. INTERRUPÇÃO. RENOVAÇÃO. Trata-se, na origem, de
ação para cumprimento de obrigação de fazer proposta contra empresa de seguro na qual o
recorrente alega que, há mais de 30 anos, vem contratando, continuamente, seguro de vida
individual oferecido pela recorrida, mediante renovação automática de apólice de seguro.
Em 1999, continuou a manter vínculo com a seguradora; porém, dessa vez, aderindo a uma
apólice coletiva vigente a partir do ano 2000, que vinha sendo renovada ano a ano até que,
em 2006, a recorrida enviou-lhe uma correspondência informando que não mais teria
intenção de renovar o seguro nos termos em que fora contratado. Ofereceu-lhe, em
substituição, três alternativas, que o recorrente reputou excessivamente desvantajosas, daí
a propositura da ação. A Min. Relatora entendeu que a pretensão da seguradora de
modificar abruptamente as condições do seguro, não renovando o ajuste anterior, ofende os
princípios da boa-fé objetiva, da cooperação, da confiança e da lealdade que devem
orientar a interpretação dos contratos que regulam relações de consumo. Verificado prejuízo
da seguradora e identificada a necessidade de correção da carteira de seguro em razão de
novo cálculo atuarial, cabe a ela ver o consumidor como um colaborador, um parceiro que a
tem acompanhado por anos a fio. Logo, os aumentos necessários para o reequilíbrio da
carteira devem ser estabelecidos de maneira suave e gradual, por meio de um cronograma
extenso, do qual o segurado tem de ser comunicado previamente. Agindo assim, a
seguradora permite que o segurado se prepare para novos custos que onerarão, a longo
prazo, o seguro de vida e colabore com a seguradora, aumentando sua participação e
mitigando os prejuízos. A intenção de modificar abruptamente a relação jurídica continuada
com a simples notificação entregue com alguns meses de antecedência ofende o sistema
de proteção ao consumidor e não pode prevalecer. Daí a Seção, ao prosseguir o
julgamento, por maioria, conheceu do recurso e a ele deu provimento. REsp 1.073.595-MG,
Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 23/3/2011.

Enunciado 542 A recusa de renovação das apólices de seguro de vida pelas seguradoras
em razão da idade do segurado é discriminatória e atenta contra a função social do
contrato.

Enunciado 543 Constitui abuso do direito a modificação acentuada das condições do seguro
de vida e de saúde pela seguradora quando da renovação do contrato.

REVISÃO CONTRATUAL POR FATO SUPERVENIENTE


▪ Ponto de equilíbrio
▪ Equivalência material
▪ Onerosidade excessiva - Teoria da base objetiva
▪ CDC
Art. 6º São direitos básicos do consumidor: V - a modificação das cláusulas contratuais que
estabeleçam prestações desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos supervenientes
que as tornem excessivamente onerosas;
▪ Revisão CDC – art.6º, V – desequilíbrio, onerosidade excessiva e fato superveniente
– Teoria da Base Objetiva

▪ Revisão no Código Civil – arts.317 e 478 – Teoria da Imprevisão


Art. 317. Quando, por motivos imprevisíveis, sobrevier desproporção manifesta entre o valor
da prestação devida e o do momento de sua execução, poderá o juiz corrigi-lo, a pedido da
parte, de modo que assegure, quanto possível, o valor real da prestação.

Art. 478. Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a prestação de uma das
partes se tornar excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a outra, em virtude
de acontecimentos extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução do
contrato. Os efeitos da sentença que a decretar retroagirão à data da citação.

Enunciado nº176 Em atenção ao princípio da conservação dos negócios jurídicos, o art. 478
do Código Civil de 2002 deverá conduzir, sempre que possível, à revisão judicial dos
contratos e não à resolução contratual.

Lei nº 14010/2020
Art. 7º Não se consideram fatos imprevisíveis, para os fins exclusivos dos arts. 317, 478,
479 e 480 do Código Civil, o aumento da inflação, a variação cambial, a desvalorização ou a
substituição do padrão monetário.
§ 1º As regras sobre revisão contratual previstas na Lei nº 8.078, de 11 de setembro de
1990 (Código de Defesa do Consumidor), e na Lei nº 8.245, de 18 de outubro de 1991 , não
se sujeitam ao disposto no caput deste artigo.
§ 2º Para os fins desta Lei, as normas de proteção ao consumidor não se aplicam às
relações contratuais subordinadas ao Código Civil, incluindo aquelas estabelecidas
exclusivamente entre empresas ou empresários

FUNÇÃO SOCIAL DO CONTRATO E OS ARTS.46 E 47 DO CDC


▪ Interpretação do contrato de acordo com o meio
Art. 46. Os contratos que regulam as relações de consumo não obrigarão os consumidores,
se não lhes for dada a oportunidade de tomar conhecimento prévio de seu conteúdo, ou se
os respectivos instrumentos forem redigidos de modo a dificultar a compreensão de seu
sentido e alcance.

▪ Cláusulas consideradas não escritas ou inexistentes

▪ Nulidade – arts.47 e 51, XV do CDC


Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas ao
fornecimento de produtos e serviços que:
XV - estejam em desacordo com o sistema de proteção ao consumidor;
Art. 47. As cláusulas contratuais serão interpretadas de maneira mais favorável ao
consumidor
▪ In dubio pro consumidor

▪ Art.423 do Código Civil:


Art. 423. Quando houver no contrato de adesão cláusulas ambíguas ou contraditórias,
dever-se-á adotar a interpretação mais favorável ao aderente.

▪ Lei de Liberdade Econômica (Lei nº13874/2019)


Art. 113 (...) § 1º A interpretação do negócio jurídico deve lhe atribuir o sentido que:
I - for confirmado pelo comportamento das partes posterior à celebração do negócio;
II - corresponder aos usos, costumes e práticas do mercado relativas ao tipo de negócio;
III - corresponder à boa-fé;
IV - for mais benéfico à parte que não redigiu o dispositivo, se identificável; e
V - corresponder a qual seria a razoável negociação das partes sobre a questão discutida,
inferida das demais disposições do negócio e da racionalidade econômica das partes,
consideradas as informações disponíveis no momento de sua celebração.

TJ RJ Súmula nº 112
SEGURO SAÚDE MARCAPASSO RECUSA DE COBERTURA CLÁUSULA ABUSIVA
"É nula, por abusiva, a cláusula que exclui de cobertura a órtese que integre,
necessariamente, cirurgia ou procedimento coberto por plano ou seguro de saúde, tais
como "stent" e marcapasso.“

TJ RJ Súmula nº340
PLANO DE SAÚDE PREVISÃO DE COBERTURA DE DOENÇA EXCLUSÃO DE MEIOS E
MATERIAIS AO TRATAMENTO CLÁUSULA ABUSIVA
"Ainda que admitida a possibilidade de o contrato de plano de saúde conter cláusulas
limitativas dos direitos do consumidor, revela-se abusiva a que exclui o custeio dos meios e
materiais necessários ao melhor desempenho do tratamento da doença coberta pelo plano."

▪ Fertilização in vitro
▪ Tratamentos experimentais x cobertura
▪ Medicamentos importados sem registro
▪ Tratamento domiciliar

Aula 11/04

DEFESAS DO FORNECEDOR

-Suppressio e surrectio
Perda e Ampliação tácita de um direito

-Perda de um direito devido a uma não aquisição

-Tu quoque
Abuso ilegal de um direito
-Exceptio doli
"Vc não cumpriu sua parte, não vou cumprir a minha" - art. 476, CC
Impede que se exija o cumprimento da obrigação contratual, por não ter outro contratante
cumprido aquilo que lhe competia.

-Venire contra factum proprium


Teoria Venire entro factum proprium decorre de uma frase latina venire contra factum
proprium non potesti => ir contra fato próprio você não pode
É vedado comportamento contraditório em relação àquele que se celebrou. Trata-se da
adoção de comportamento incompatível com o anterior pelo mesmo agente (art. 113, § 1, I
do CC)

-Duty to mitigate the loss


Dever de mitigar o próprio prejuízo. Os contratantes devem tomar as medidas necessárias e
possíveis para que o dano não seja agravado. A parte a que a perda aproveita não pode
permanecer deliberadamente inerte diante do dano.

Teoria da base objetiva ≠ fato imprevisível

CC: fato superveniente, onerosidade excessiva, fato imprevisível (este último não abrange
no CDC)

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