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DISCIPLINA: Direito do Consumidor

PROFESSOR: Rafael Mendonça


MATÉRIA: Introdução ao Direito do Consumidor/Campo de Aplicação do CDC/Contrato nas
Relações de Consumo/Responsabilidade Civil no CDC

Indicações de bibliográficas:
• CDC e CF

Leis e artigos importantes:


• Art. 5°, XXII CF
• Art. 170, V CF
• Art. 48 ADCT
• Art. 1° CDC
• Art. 4° CDC
• Art. 113, 187 e 422 CC
• Art. 6° CDC
• Art. 6°, V
• Art. 2° CDC
• Art. 3° CDC
• Art. 26 CDC
• Art. 27 CDC

Palavras-chave:
• Introdução ao Direito do Consumidor/Campo de Aplicação do CDC/Contrato nas Relações
de Consumo/Responsabilidade Civil no CDC

TEMA: Introdução ao Direito do Consumidor/Campo de Aplicação do


CDC/Contrato nas Relações de Consumo/Responsabilidade Civil no CDC.

PROFESSOR: Rafael Mendonça

INTRODUÇÃO AO DIREITO DO CONSUMIDOR

- O CDC tem origem constitucional

- Art. 5°, XXII CF, é um direito fundamental

- Art. 170, V CF é um princípio da ordem econômica

- Art. 48 ADCT prazo para a promulgação do CDC


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1. O CDC é uma norma de ordem pública (art. 1° CDC, as partes não podem afastar sua
incidência); o juiz pode conhecer de oficio todos os institutos, exemplo, desconsideração da
personalidade jurídica.

2. O CDC é um microssistema.

3. O CDC é uma lei especial.

4. Princípios no CDC:

- Art. 4° CDC

1°. P. transparência

2°. P. credibilidade/confiança

3°. P. vulnerabilidade

4°. P. segurança

5°. P. da boa fé objetiva (art. 113, 187 e 422 CC).

5. Direitos básicos do consumidor

Art. 6° do CDC (leitura)

Art. 6º São direitos básicos do consumidor:

I - a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos provocados por práticas no


fornecimento de produtos e serviços considerados perigosos ou nocivos;

II - a educação e divulgação sobre o consumo adequado dos produtos e serviços,


asseguradas a liberdade de escolha e a igualdade nas contratações;

III - a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com


especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade e preço, bem como
sobre os riscos que apresentem;

III - a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com


especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade, tributos incidentes e
preço, bem como sobre os riscos que apresentem; (Redação dada pela Lei nº 12.741, de
2012) Vigência

IV - a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, métodos comerciais coercitivos ou


desleais, bem como contra práticas e cláusulas abusivas ou impostas no fornecimento de
produtos e serviços;

V - a modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam prestações desproporcionais


ou sua revisão em razão de fatos supervenientes que as tornem excessivamente onerosas;

VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e


difusos;

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VII - o acesso aos órgãos judiciários e administrativos com vistas à prevenção ou reparação
de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos ou difusos, assegurada a proteção Jurídica,
administrativa e técnica aos necessitados;

VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a
seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele
hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências;

IX - (Vetado);

X - a adequada e eficaz prestação dos serviços públicos em geral.

Parágrafo único. A informação de que trata o inciso III do caput deste artigo deve ser
acessível à pessoa com deficiência, observado o disposto em regulamento. (Incluído pela Lei nº
13.146, de 2015) (Vigência)

CAMPO DE APLICAÇÃO DO CDC

- O CDC é aplicável sempre em uma relação de consumo

- Numa relação de consumo é necessário estar presentes três elementos; consumidor, fornecedor
o produto e o serviço.

1. Consumidor

- Conceito: art. 2° CDC

1°. Teoria Maximilista/Teoria Objetiva: consumidor profissional

2°. Teoria Finalista/T. Subjetiva: art. 2° CDC – destinatário final

3°. Teoria Finalista ampliada/T. Maximilista mitigada – aqui o consumidor não é o destinatário
final, aqui o consumidor é a parte vulnerável em uma relação jurídica.

OBS: Vulnerabilidade (técnica, econômica e jurídica)

OBS: Hoje é adotado a T. Finalista ou a Finalista ampliada

OBS: O CDC adotou o consumidor por equiparação (art. 2° parágrafo único CDC e art. 17 e 29
CDC).

2. Fornecedor

- Conceito: art. 3° CDC

- Requisitos p/ realizar a atividade fornecedor são: profissionalismo, habitualidade e mediante


remuneração; essa remuneração pode ser direta e indireta.

3. Produto e serviço

- Produto: art. 3° § 1° CDC

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- Serviço: art. 3° § 2° CDC

CONTRATOS NAS RELAÇÕES DE CONSUMO

Fases de uma relação contratual de consumo:

1°. Tratativas: são as negociações preliminares que antecedem a finalização de uma proposta ou
oferta.

2°. Proposta/oferta:

- Proposta: é individualizada, tem um destinatário certo.

- Oferta: é pública, difusa, os destinatários são incertos.

a) Oferta enganosa: art. 37, § 1° CDC

b) Oferta abusiva: art. 37, § 2° CDC

3°. Formação do contrato

- Paritária: ambas as partes elaboram as cláusulas contratuais.

- Adesão: uma das partes (fornecedor) elabora as cláusulas contratuais (art. 54 CDC).

- Formas de proteção do aderente: artigos 46, 47 e 49 CDC (leitura).

4°. Cumprimento do contrato

- Cláusulas abusivas: é qualquer cláusula manifestamente desfavorável para o consumo (art. 51


CDC), estão presentes em um contrato já formado.

- Prática abusiva: são contratos na fase pré- contratual

5°. Pós- contratual

- É admitida a responsabilidade civil

- Art. 10, § 1° CDC (recoll)

Art. 10. O fornecedor não poderá colocar no mercado de consumo produto ou serviço que sabe
ou deveria saber apresentar alto grau de nocividade ou periculosidade à saúde ou segurança.

§ 1° O fornecedor de produtos e serviços que, posteriormente à sua introdução no mercado


de consumo, tiver conhecimento da periculosidade que apresentem, deverá comunicar o fato
imediatamente às autoridades competentes e aos consumidores, mediante anúncios publicitários

- Art. 32 CDC

Art. 32. Os fabricantes e importadores deverão assegurar a oferta de componentes e peças de


reposição enquanto não cessar a fabricação ou importação do produto.

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- Art. 42, § único CDC

Art. 42. Na cobrança de débitos, o consumidor inadimplente não será exposto a ridículo, nem
será submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaça.

Parágrafo único. O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito à repetição do


indébito, por valor igual ao dobro do que pagou em excesso, acrescido de correção monetária e
juros legais, salvo hipótese de engano justificável.

RESPONSABILIDAE CIVIL NO CDC

- Responsabilidade civil por vicio do produto

Leitura do art. 18 CDC

Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou não duráveis respondem solidariamente


pelos vícios de qualidade ou quantidade que os tornem impróprios ou inadequados ao consumo a
que se destinam ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade,
com a indicações constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou mensagem publicitária,
respeitadas as variações decorrentes de sua natureza, podendo o consumidor exigir a
substituição das partes viciadas.

§ 1° Não sendo o vício sanado no prazo máximo de trinta dias, pode o consumidor exigir,
alternativamente e à sua escolha:

I - a substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas condições de uso;

II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de


eventuais perdas e danos;

III - o abatimento proporcional do preço.

§ 2° Poderão as partes convencionar a redução ou ampliação do prazo previsto no parágrafo


anterior, não podendo ser inferior a sete nem superior a cento e oitenta dias. Nos contratos de
adesão, a cláusula de prazo deverá ser convencionada em separado, por meio de manifestação
expressa do consumidor.

§ 3° O consumidor poderá fazer uso imediato das alternativas do § 1° deste artigo sempre
que, em razão da extensão do vício, a substituição das partes viciadas puder comprometer a
qualidade ou características do produto, diminuir-lhe o valor ou se tratar de produto essencial.

§ 4° Tendo o consumidor optado pela alternativa do inciso I do § 1° deste artigo, e não sendo
possível a substituição do bem, poderá haver substituição por outro de espécie, marca ou modelo
diversos, mediante complementação ou restituição de eventual diferença de preço, sem prejuízo
do disposto nos incisos II e III do § 1° deste artigo.

§ 5° No caso de fornecimento de produtos in natura, será responsável perante o consumidor


o fornecedor imediato, exceto quando identificado claramente seu produtor.

§ 6° São impróprios ao uso e consumo:

I - os produtos cujos prazos de validade estejam vencidos;

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II - os produtos deteriorados, alterados, adulterados, avariados, falsificados, corrompidos,
fraudados, nocivos à vida ou à saúde, perigosos ou, ainda, aqueles em desacordo com as normas
regulamentares de fabricação, distribuição ou apresentação;

III - os produtos que, por qualquer motivo, se revelem inadequados ao fim a que se destinam.

- Responsabilidade por vicio do serviço

Art. 20. O fornecedor de serviços responde pelos vícios de qualidade que os tornem impróprios
ao consumo ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade com
as indicações constantes da oferta ou mensagem publicitária, podendo o consumidor exigir,
alternativamente e à sua escolha:

I - a reexecução dos serviços, sem custo adicional e quando cabível;

II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de


eventuais perdas e danos;

III - o abatimento proporcional do preço.

§ 1° A reexecução dos serviços poderá ser confiada a terceiros devidamente capacitados,


por conta e risco do fornecedor.

§ 2° São impróprios os serviços que se mostrem inadequados para os fins que


razoavelmente deles se esperam, bem como aqueles que não atendam as normas
regulamentares de prestabilidade.

OBS: A responsabilidade civil por vicio do produto é objetiva e solidaria

OBS: Não se fala de substituição de parte viciada, mais se fala da não necessidade de esperar
pelo prazo de 30 dia para reparar o serviço.

- Responsabilidade pelo fato do produto

- Fato do produto é aquele produto que causa violação a integridade psicofísica do consumidor.

- Art. 12/17 CDC (leitura)

- Responsabilidade civil objetiva (art. 12 CDC)

OBS: No artigo 13 CDC ele menciona a responsabilidade solidaria (só os da cadeia produtiva vão
responder solidariamente) pelo fato do produto, já o comerciante responderá de forma subsidiária
(acontece quando o consumidor não tem como identificar o fabricante), dando a esse comerciante
o direito de regresso exercido por esse comerciante por ação autônoma.

- Art. 12, § 3° CDC estabelece uma inversão ope legis (por força de lei) do ônus da prova (são
hipóteses excludentes de responsabilidade civil)

- Responsabilidade civil pelo fato do serviço

- Art. 14/17 CDC (leitura)

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- Responsabilidade objetiva e solidária

- Exceção a aplicação a teoria do risco: art. 14, § 4° CDC a responsabilidade não é objetiva para o
profissional liberal que o qual independe da comprovação de culpa será nesse caso especifico,
subjetiva.

- Art. 14, § 3° CDC, vai permitir a inversão do ônus da prova ope legis (são hipóteses excludentes
de responsabilidade civil).

OBS: O rol de excludentes de responsabilidade civil nos artigos 12, § 3° e 14, § 3° CDC é
exemplificativo, pois falta a força maior e o caso fortuito. Dentro do caso fortuito, temos o fortuito
interno e externo, para o rompimento do nexo causal excluindo assim a responsabilidade civil,
apenas o fortuito externo romperá esse nexo causal excluindo assim a responsabilidade.

- Responsabilidade civil por vicio prazos: são prazos de decadência, pois decorre de um exercício
potestativo (art. 26 CDC).

- Produtos não duráveis: 30 dias

- produtos duráveis: 90 dias

- Inicio da contagem desses prazos: para os vícios aparentes ou de fácil contestação, os prazos
são contatos nos termos do art. 26, § 1° CDC. Para os vícios ocultos os prazos são computados
nos termos do art. 26, § 3° CDC.

OBS: Impede a contagem do prazo decadencial nos termos do art. 26, §2° CDC

- Responsabilidade civil pelo fato do produto prazos: a partir do momento que o direito subjetivo
do consumidor é violado surge para ele uma pretensão em fase do fornecedor, surgem para ele
prazos de prescrição (art. 27 CDC).

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