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Direito do

consumidor
ramo do Direito

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O Direito do Consumidor é o ramo do direit o que lida com as relações jurídicas ent re
fornecedores de bens e serviços e seus consumidores.[1][2]

Direito do consumidor.
Ou seja, o direit o do consumidor é a soma de regras e princípios jurídicos que envolvem t odas
as relações de consumo, ist o é, as relações ent re o consumidor e o fornecedor de produt os
e/ou de serviços.[3]

Tem por objet ivo assegurar que os consumidores obt enham acesso a informações quant o a
origem e qualidade dos produt os e serviços; assegurar prot eção cont ra fraudes no mercado
de consumo; garant ir t ransparência a segurança para os usuários dos bens e serviços e
harmonizar as relações consumo por meio da int ervenção jurisdicional.[4][5][2]

O direit o do consumidor t ambém assegura que o consumidor possa recorrer ao judiciário para a
prevenção e reparação de danos pat rimoniais decorrent es na falha no forneciment o de bens e
prest ação de serviços para o consumidor final.[2][5]

História

Direit o do consumidor é um ramo relat ivament e novo do direit o, principalment e no direit o


brasileiro. Soment e a part ir dos anos 1950, após a Segunda Guerra Mundial, quando surge a
sociedade de massa com cont rat os e produt os padronizados, é que se iniciou uma
const rução mais sólida no sent ido de harmonizar as coisas que relações de consumo. Os
consumidores passaram a ganhar prot eção cont ra os abusos sofridos, t ornando-se uma
preocupação social, principalment e nos países da América e da Europa Ocident al que se
dest acaram por serem pioneiros na criação de Órgãos de defesa do consumidor.

Exist em, no ent ant o, evidências implícit as da exist ência de regras ent re consumidores e
fornecedores de serviços e produt os em diversos códigos, const it uições e t rat ados bem
ant es da criação do Direit o do consumidor. Já no ant igo código de Hamurabi havia cert as
regras que, ainda que indiret ament e, visavam prot eger o consumidor. Assim, por exemplo, a Lei
No 233 rezava que o arquit et o que viesse a const ruir uma casa cujas paredes se revelassem
deficient es t eria a obrigação de reconst ruí-las ou consolida-las as suas próprias expensas. As
consequências para desabament os com vit imas fat ais eram ainda mais severas; o empreit eiro
, além de ser obrigado a reparar t ot alment e os danos causados ao dono da moradia, poderia
ser condenado à mort e se o acident e vit imasse o chefe de família. No caso de faleciment o
do filho do empreendedor da obra, a pena de mort e se aplicaria a algum parent e do
responsável t écnico pela obra, e assim por diant e.

Na Índia, no século XIII a.C., o sagrado código de Manu previa mult a e punição, além de
ressarciment o dos danos àqueles que adult erassem gêneros (Lei No 702) ou ent regassem
coisa de espécie inferior àquela acert ada, ou vendessem bens de igual nat ureza por preços
diferent es (Lei No 703).

Não se falava em direit o do consumidor no período hist órico de Arist ót eles, pois apenas a
sat isfação das necessidades do homem que est avam relacionadas ao consumo. Apesar da
consumação t er feit o part e do processo biológico vit al do homem, os fornecedores de
produt os eram igualados a um Deus, um vez que seriam capazes de modificar o reino da
nat ureza e criar bens duráveis por meio da art e.[6] Cont emporaneament e exist e o Direit o do
Consumidor, cujo objet ivo é adapt ar e melhorar o direit o das obrigações ent re as pessoas, de
forma a buscar e rest abelecer o equilíbrio das part es abaladas pelo poder do mercado
fornecedor, muit as vezes frut o da const it uição de monopólios e oligopólios, ou at é mesmo
pela displicência no t rat ament o dado às pessoas, const it uindo um verdadeiro rolo compressor
sobre as queixas e os direit os dos consumidores.

Como direit o novo, o Direit o do Consumidor busca inspiração no Direit o Civil, Comercial, Penal,
Processual, Financeiro e Administ rat ivo, para de uma forma coerent e at ingir seus objet ivos
sem ofender os demais princípios e regras exist ent es. Dessa união de sist emas e legislações
surgiu em 1990 o Código de Defesa do Consumidor, Lei No 8078/90, que foi criado para
regulament ar as relações de consumo, ent endidas essas como sendo o vinculo est abelecido
ent re fornecedor e consumidor, ligados por um objet o que será necessariament e, um serviço
ou um produt o. Esses t rês requisit os devem vir obrigat oriament e, coexist irem, sob pena de
não se aplicar o Código de Defesa do Consumidor e, sim, o direit o comum. Em Port ugal, a
principal lei em defesa do consumidor é a Lei nº 24/96, de 31 de julho de 1996.[7] Na Argent ina,
a lei mais import ant e é a Lei 24.240, de 22 de set embro de 1990,[8] at ualizada pela Lei 26.361,
de 12 de março de 2008.

No Brasil

No Brasil, o Código de Defesa do Consumidor, est abelece normas de prot eção e defesa do
consumidor.

São direit os básicos do consumidor est abelecidos pelo art igo 6º da lei nº 8.078, de 11 de
set embro de 1990:[9]

1. a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos provocados por práticas no


fornecimento de produtos e serviços considerados perigosos ou nocivos;

2. a educação e divulgação sobre o consumo adequado dos produtos e serviços,


asseguradas a liberdade de escolha e a igualdade nas contratações;
3. a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com
especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade e preço, bem
como sobre os riscos que apresentem;

4. a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, métodos comerciais coercitivos ou


desleais, bem como contra práticas e cláusulas abusivas ou impostas no fornecimento de
produtos e serviços;

5. a modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam prestações desproporcionais


ou sua revisão em razão de fatos supervenientes que as tornem excessivamente
onerosas;

6. a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e


difusos;

7. o acesso aos órgãos judiciários e administrativos com vistas à prevenção ou reparação de


danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos ou difusos, assegurada a proteção
Jurídica, administrativa e técnica aos necessitados;

8. a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu
favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for
ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências;

9. (Vetado);

10. a adequada e eficaz prestação dos serviços públicos em geral.

Segundo o Art . 7° da mesma lei, os direit os previst os nest e código não excluem out ros
decorrent es de t rat ados ou convenções int ernacionais de que o Brasil seja signat ário, da
legislação int erna ordinária, de regulament os expedidos pelas aut oridades administ rat ivas
compet ent es, bem como dos que derivem dos princípios gerais do direit o, analogia, cost umes
e equidade. Est abelece ainda esse art igo que t endo mais de um aut or a ofensa, t odos
responderão solidariament e pela reparação dos danos previst os nas normas de consumo.

Garantia, Vícios e Fatos dos Produtos e Serviços

O consumidor é prot egido cont ra vícios e fat os de consumo (art s. 12, 14, 18 e 20), ou seja,
cont ra produt os e ou serviços que não funcionam como deveriam ou provocam dano ao
consumidor ou a out rem quando de sua ut ilização.

A reclamação do consumidor pode se basear na garant ia legal concedida explicit ament e pela
lei - novent a dias. Essa garant ia exist e independent e da garant ia dada pelo fabricant e. Assim,
se o fabricant e dá garant ia de nove meses, devemos acrescent ar mais novent a dias.
Para exercer o direit o de reclamar por vícios de produt os e serviços o consumidor deverá
fazê-lo:

1. Em at é t rint a dias para bens não duráveis;

2. Em at é novent a dias para bens duráveis;

O prazo de reclamação por vícios ocult os inicia quando o vício t orna-se visível.

Para exercer o direit o cont ra danos, ou seja, pelo fat o do produt o ou serviço, o consumidor
t em cinco anos de prazo

O Consumidor t ambém pode fazer reclamações com base na garant ia dada pelo fornecedor
do produt o ou serviço.

Recomenda-se que t oda insat isfação na relação de consumo seja resolvida diret ament e
ent re as part es (no caso, fornecedor e consumidor); caso não seja possível se chegar a um
acordo, exist em órgãos administ rat ivos (PROCON's est aduais e federais, associações de
defesa) para o regist ro da reclamação.

Defesa do Consumidor

A defesa do consumidor é a at ividade de prot eção do consumidor at ravés da divulgação de


informação sobre a qualidade dos bens e serviços e at ravés do exercício de pressão sobre as
ent idades públicas com o objet ivo de defender os direit os dos consumidores.

Em 2021, objet ivando fort alecer ainda mais a defesa dos consumidores, o minist ro do STJ
Humbert o Mart ins, reconheceu a imprescindível at uação dos advogados que at uam na defesa
dos direit os dos consumidores e reforçou que o acesso à Just iça deve ser pleno para
t odos.[10]

A defesa do consumidor não se baseia apenas na punição dos que prat icam ilícit os e violam
os direit os do consumidor, como t ambém na conscient ização dos consumidores de seus
direit os e deveres e conscient izar os fabricant es, fornecedores e prest adores de serviços
sobre suas obrigações demonst rando que agindo corret ament e eles respeit am o consumidor
e ampliam seu mercado de consumo cont ribuindo para o desenvolviment o do país.

Os princípios que regem a defesa do consumidor nort eiam-se pela boa-fé do adquirent e e do
comerciant e, uma vez que a publicidade pode est abelecer os liames de seu exercício. Caso a
publicidade seja enganosa o consumidor t em direit o à just a reparação, da mesma forma que
t erá direit o à venda conforme o anunciado. A respeit o do t ema publicidade enganosa, est a se
t rat a de assunt o de int eresse público, pert encendo ao ramo dos direit os difusos de carát er
met a-individual.

Cuidados mínimos ao apresentar uma reclamação

Ao adquirirmos um produt o ou serviço est abelecemos uma relação com o fornecedor do


mesmo, seja ele uma ent idade privada ou pública. Est a relação implica o cumpriment o de
det erminados direit os e deveres por ambas as part es.

Nas sit uações em que o fornecedor não cumpre suas obrigações t emos o direit o de reclamar
e solicit ar a resolução do problema at ravés de um advogado de consumidor.

Uma reclamação deve ser apresent ada formalment e, por escrit o e com recibo de prot ocolo
com a dat a, assinat ura e Carimbo da empresa com CNPJ. Dest a forma exist e um document o
suport e da queixa que obriga legalment e a empresa ou ent idade a quem se dirige, a dar
seguiment o e respost a à reclamação.

Em Port ugal, a apresent ação de reclamações pode ser efect uada at ravés do Livro de
reclamações (a efect uar no local da ocorrência), at ravés dos meios online disponibilizados
(formulários online) pelas empresas ou at ravés de uma cart a formal de reclamação.

Caso a sua reclamação não mereça a at enção do fornecedor e a sua queixa persist a, pode
recorrer a várias ent idades públicas ou privadas para dar seguiment o à mesma e defender os
seus direit os enquant o consumidor. Est as ent idades t ent arão resolver o problema
primeirament e de forma amigável, t ent ando chegar a um acordo. Em últ ima inst ância haverá a
necessidade de mover uma ação judicial junt o aos t ribunais, por int ermédio de uma pet ição
para uma resolução final do conflit o.

Ver também

Ant iconsumismo

Consumismo

Consumismo conspícuo

Consumo sust ent ável

Lei da usura

Relações de Consumo

Referências
1. Bolzan, Fabrício (2014). «1.1 Evolução Histórica do Direito do Consumidor». Direito do
Consumidor Esquematizado. São Paulo: Saraiva. pp. 1 página. ISBN 9788502217690

2. PORTUGAL, Lei de Defesa do Consumidor. Lei 29 de 31 de julho de 1996

3. Lehmann, Renata (19 de março de 2017). «Direito do Consumidor» (https://lehmann.adv.b


r/advogados/direito-do-consumidor/) . "Lehmann Advogados". Consultado em 29 de
abril de 2021

4. «Entenda a Importância do Código de Defesa do Consumidor» (http://www.brasil.gov.br/e


conomia-e-emprego/2016/09/entenda-a-importancia-do-codigo-de-defesa-do-consumid
or) . BRASIL. 2016. Consultado em 14 de junho de 2017

5. «Dispõe sobre a proteção do consumidor e dá outras providências.» (http://www.planalto.


gov.br/ccivil_03/leis/L8078.htm) . BRASIL. 11 de setembro de 1990. Consultado em 14
de junho de 2017

6. Considerações sobre a evolução histórica dos direitos do consumidor (http://conteudojuri


dico.com.br/artigo,consideracoes-sobre-a-evolucao-historica-dos-direitos-do-consumidor,
29444.html)

7. Diário da República — I Série-A (http://dre.pt/pdf1sdip/1996/07/176A00/21842189.pdf)

8. Defensa del Consumidor Ley 24.240 (http://www.portaldeabogados.com.ar/portal/index.p


hp/leyes/54-leyesnacion/201-24240-defensa-consumidor.html)

9. Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos (http://www.planal


to.gov.br/ccivil_03/leis/l8078.htm)

10. Lehmann, Laura (1 de junho de 2021). «Ministro do STJ reconhece atuação de advogados
que defendem os direitos do consumidor» (https://lehmann.adv.br/ministro-do-stj-reconh
ece-atuacao-de-advogados-que-defendem-os-direitos-do-consumidor/) . Lehmann
Advogados. Consultado em 17 de junho de 2021

Bibliografia

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At las, 2007.

MARINELA, Fernanda, BOLZAN, Fabrício (ORGS.). Leit uras Complement ares de Direit o
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2010, p. 238.

MARQUES, Cláudia Lima. Cont rat os no Código de Defesa do Consumidor, 3ª edição, revist a,
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MEDEIROS, Fábio Mauro de. As relações do Poder Público com o Código de Defesa do
Consumidor. In: SPARAPANI, Priscilia; ADRI, Renat a Port o (coord.). Int ervenção do Est ado
no Domínio Econômico e no Domínio Social: em Homenagem a Celso Ant ônio Bandeira de
Mello. Belo Horizont e: Ed. Fórum, 2010, pp. 73–88.

MORATO, Ant onio Carlos. Pessoa Jurídica Consumidora, São Paulo: Revist a dos Tribunais,
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NUNES, Luis Ant ônio Rizzat t o. Curso de Direit o do Consumidor, 2ª edição, revist a,
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Nery Junior, Nelson. Os Princípios Gerais do Código Brasileiro de Defesa do Consumidor.


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Nery Jr., Nelson; Denari, Zelmo e. Código Brasileiro de Defesa do Consumidor: Coment ado
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Flávio Tart uce, Daniel Amorim Assumpção Neves, Manual de Direito do Consumidor: Direito
Material e Processual [Vol. Único, 5ª ed.], Mét odo, 2016.

Ligações externas

«ASSDEC - Associação de Defesa dos Consumidores» (ht t p://www.assdec.com.br)

«IBRADEC - Inst it ut o Brasileiro de Defesa do Consumidor» (ht t p://www.ibradec.org)

«IDEC - Inst it ut o Brasileiro de Defesa do Consumidor» (ht t p://www.idec.org.br)

«PRO TESTE - Associação Brasileira de Defesa do Consumidor» (ht t p://www.prot est e.or
g.br)

«Código de Defesa do Consumidor (Brasil)» (ht t p://www.planalt o.gov.br/ccivil_ 03/Leis/L80


78.ht m)

«DECO PROTESTE Port ugal» (ht t p://www.deco.prot est e.pt )

«Port al do consumidor» (ht t p://www.consumidor.pt /)


«Act ivist Cash» (ht t p://act ivist cash.com/)

«Consumer Freedom» (ht t p://www.consumerfreedom.com/)

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