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Direito do Consumidor

O Direito do Consumidor é um ramo do direito que busca


proteger os consumidores nas relações de consumo. Ele é
fundamentado no reconhecimento da vulnerabilidade do
consumidor e tem como objetivo equilibrar o poder nas relações
entre consumidores e fornecedores de produtos e serviços.
O conceito do Direito do Consumidor envolve a garantia dos
direitos básicos dos consumidores, como o direito à informação
adequada e clara sobre os produtos e serviços, o direito à
segurança e à proteção da saúde, o direito à escolha, o direito à
reparação de danos causados por produtos defeituosos, entre
outros.
As características do Direito do Consumidor incluem sua
aplicação em todas as fases da relação de consumo, desde a pré-
contratação até a pós-venda. Ele abrange tanto as relações
individuais de consumo como as coletivas, visando a proteção
não apenas do consumidor individual, mas também de grupos de
consumidores afetados por práticas abusivas.
Os princípios que regem o Direito do Consumidor são: a
vulnerabilidade do consumidor, que reconhece a desigualdade de
poder entre consumidores e fornecedores; a boa-fé nas relações
de consumo, que estabelece a obrigação das partes agirem com
honestidade e lealdade; a transparência e informação adequada,
que garantem ao consumidor o acesso a informações claras
sobre os produtos e serviços; a igualdade nas relações de
consumo, que busca equilibrar o poder entre as partes; a
proteção contra práticas abusivas e enganosas; e a efetividade na
defesa dos direitos do consumidor, garantindo o acesso à justiça
e a reparação de danos.
Além disso, o Direito do Consumidor também prevê
mecanismos de proteção, como o direito de arrependimento,
que permite ao consumidor desistir de uma compra realizada
fora do estabelecimento comercial em um prazo determinado, e
o direito à substituição ou reparo de produtos com defeitos.

Conceitos mais importantes do CDC


O Código de Defesa do Consumidor (CDC) é uma legislação
brasileira que estabelece os direitos e deveres dos consumidores
e fornecedores. Alguns dos conceitos mais importantes
presentes no CDC são:
1. Consumidor: É toda pessoa física ou jurídica que adquire ou
utiliza produtos ou serviços como destinatário final. O
consumidor pode ser tanto o comprador quanto o usuário do
produto ou serviço.
2. Fornecedor: É toda pessoa física ou jurídica que desenvolve
atividade de produção, montagem, criação, construção,
importação, distribuição ou comercialização de produtos ou
prestação de serviços.
3. Relação de consumo: É a relação estabelecida entre
consumidor e fornecedor no momento em que ocorre a
aquisição de um produto ou serviço. O CDC se aplica a todas as
relações de consumo, sejam elas comerciais, contratuais, civis ou
administrativas.
4. Práticas abusivas: São condutas adotadas pelos fornecedores
que colocam o consumidor em desvantagem exagerada, ferindo
seus direitos e interesses econômicos. Exemplos de práticas
abusivas são o fornecimento de produtos ou serviços em
condições inadequadas, a recusa injustificada de atendimento ao
consumidor e a publicidade enganosa.
5. Direito à informação: O consumidor tem o direito de receber
informações claras, precisas e adequadas sobre os produtos e
serviços antes de efetuar sua compra. Isso inclui informações
sobre características, qualidade, preço, riscos e formas de
utilização dos produtos ou serviços.
6. Vício do produto ou serviço: É qualquer imperfeição que
torne o produto ou serviço impróprio ou inadequado ao
consumo a que se destina, diminuindo sua utilidade ou valor. O
consumidor tem direito à reparação, seja pela substituição do
produto, seu conserto ou a devolução do valor pago.
7. Responsabilidade do fornecedor: O fornecedor é responsável
pela qualidade e segurança dos produtos e serviços que oferece.
Em caso de danos causados ao consumidor por defeitos no
produto ou serviço, o fornecedor pode ser responsabilizado e
obrigado a reparar os danos causados.

Política Nacional de Relações de Consumo


A Política Nacional de Relações de Consumo é um conjunto de
normas e princípios que orientam a proteção e a defesa do
consumidor no Brasil. Ela tem como objetivo atender as
necessidades dos consumidores, respeitar a sua dignidade, saúde
e segurança, proteger os seus interesses econômicos, melhorar a
sua qualidade de vida, bem como garantir a transparência e a
harmonia das relações de consumo.
A Política Nacional de Relações de Consumo está prevista no
artigo 4º do Código de Defesa do Consumidor (CDC), que foi
editado em 1990 pela Lei 8.078/902. O CDC é uma lei que regula
as relações de consumo entre os fornecedores (de produtos ou
serviços) e os consumidores, estabelecendo direitos e deveres
para ambas as partes, bem como mecanismos para prevenir e
reparar os danos causados aos consumidores.
Alguns dos princípios que regem a Política Nacional de Relações
de Consumo são:
Princípio da vulnerabilidade do consumidor: reconhece que o
consumidor é a parte mais fraca e desvantajosa na relação de
consumo, por isso precisa de uma proteção especial.
Princípio da boa-fé objetiva: exige que as partes se comportem
com lealdade, cooperação e respeito mútuo na relação de
consumo, evitando abusos, enganos e vantagens excessivas.
Princípio da transparência: impõe que o fornecedor informe e
esclareça o consumidor sobre as características, os riscos, os
preços e as condições dos produtos e serviços oferecidos.
Princípio da harmonização dos interesses: busca equilibrar os
interesses dos consumidores e dos fornecedores, promovendo a
justiça social e o desenvolvimento econômico.
Princípio da efetiva prevenção e reparação dos danos: garante
ao consumidor o direito de ser indenizado pelos prejuízos
materiais ou morais sofridos em decorrência da relação de
consumo3.
Alguns dos instrumentos que garantem a efetivação da Política
Nacional de Relações de Consumo são:
Garantia de assistência jurídica integral e gratuita aos
consumidores que precisarem, prestada pelas Defensorias
Públicas.
Previsão das Promotorias de Justiça de Defesa do Consumidor,
que atuam na defesa dos interesses difusos, coletivos ou
individuais homogêneos dos consumidores.
Previsão de Delegacias especializadas para receber queixa de
irregularidades envolvendo relações de consumo.
Juizados Especiais e varas especializadas em demandas de
consumo.
Estímulo à criação e ao desenvolvimento de associações civis
criadas com finalidade de defender os interesses dos
consumidores.
Um exemplo detalhado dessa política é o direito à informação.
De acordo com o Código de Defesa do Consumidor, os
fornecedores têm a obrigação de fornecer informações claras e
precisas sobre os produtos e serviços oferecidos. Por exemplo, ao
comprar um produto eletrônico, o consumidor tem o direito de
saber todas as especificações técnicas, o prazo de garantia, as
instruções de uso, entre outras informações relevantes.
Outro exemplo é o direito à segurança. Os fornecedores são
responsáveis por oferecer produtos e serviços que não
apresentem riscos à saúde e segurança dos consumidores. Por
exemplo, se um consumidor adquire um medicamento que causa
reações adversas graves, ele pode acionar os órgãos de defesa do
consumidor e exigir reparação pelos danos causados.
Além disso, a Política Nacional de Relações de Consumo
também estabelece o direito à proteção contra práticas abusivas.
Isso significa que os fornecedores não podem utilizar estratégias
enganosas, como publicidade falsa ou cobranças indevidas. Por
exemplo, se um consumidor recebe uma cobrança por um
serviço que não contratou, ele pode contestar essa cobrança e
exigir a correção do erro.
Na situação mencionada, alguns dos artigos do Código de
Defesa do Consumidor (CDC) que se encaixam são:
Artigo 6º: Estabelece os direitos básicos do consumidor, como
o direito à informação, à proteção contra práticas abusivas, à
reparação de danos e à educação para o consumo.
- Inciso I: Direito à proteção da vida, saúde e segurança contra os
riscos provocados por práticas no fornecimento de produtos e
serviços considerados perigosos ou nocivos.
- Inciso II: Direito à educação e divulgação sobre o consumo
adequado dos produtos e serviços, com informações corretas e
claras.
- Inciso III: Direito à informação adequada e clara sobre os
diferentes produtos e serviços, com especificações corretas sobre
quantidade, características, composição, preço, garantia, entre
outros dados relevantes.
- Inciso IV: Direito à proteção contra publicidade enganosa ou
abusiva, métodos comerciais coercitivos ou desleais.
- Inciso V: Direito à modificação das cláusulas contratuais que
estabelecem prestações desproporcionais ou sua revisão em caso
de eventos imprevisíveis que as tornem excessivamente
onerosas.
- Inciso VI: Direito à efetiva prevenção e reparação de danos
patrimoniais e morais decorrentes de práticas abusivas no
mercado de consumo.
Artigo 8º: Determina que os produtos e serviços colocados no
mercado devem ser seguros, não apresentando riscos à saúde e
segurança dos consumidores. Inciso I: Estabelece a
responsabilidade dos fornecedores pela segurança dos produtos
e serviços colocados no mercado.
- Inciso II: Determina que os produtos e serviços devem
apresentar informações claras sobre os riscos que possam
apresentar à saúde e segurança dos consumidores.
Artigo 31: Estabelece que a oferta e a apresentação de produtos
ou serviços devem ser feitas de forma clara e precisa, contendo
informações corretas sobre suas características, qualidade,
quantidade, garantia, entre outros aspectos relevantes.
- Inciso I: Garante ao consumidor o direito de conhecer todas as
características essenciais do produto ou serviço antes de adquiri-
lo.
- Inciso II: Determina que as informações sobre o preço do
produto ou serviço devem ser claras e precisas.
- Inciso III: Estabelece a obrigatoriedade de informar sobre
eventuais restrições à utilização do produto ou serviço.
Artigo 39: Proíbe práticas abusivas por parte dos fornecedores,
como publicidade enganosa, cobranças indevidas e alteração
unilateral de contratos.
- Inciso I: Proíbe a prática de elevar sem justa causa o preço de
produtos ou serviços.
- Inciso II: Proíbe a recusa injustificada de venda de produtos ou
prestação de serviços.
- Inciso III: Proíbe a realização de publicidade enganosa ou
abusiva.
- Inciso IV: Proíbe a cobrança de quantia indevida ou a inclusão
de serviços não solicitados por parte do fornecedor.
Artigo 49: Garante o direito de arrependimento ao consumidor
em compras realizadas fora do estabelecimento comercial (por
telefone, internet, etc.), permitindo o cancelamento da compra
em até 7 dias após o recebimento do produto ou assinatura do
contrato.
Segundo o Código de Defesa do Consumidor, você tem direito
de exigir a troca, o conserto ou a devolução do dinheiro de um
produto que apresente defeito ou vício de qualidade. Para isso,
você deve seguir alguns passos:

 Verifique se o produto tem garantia. Se sim, leia as


condições de cobertura e os prazos para acioná-la. Se não,
você pode reclamar com base no Código de Defesa do
Consumidor.
 Faça uma reclamação junto ao fornecedor do produto. Você
pode fazer isso por telefone, e-mail, carta ou pessoalmente.
Guarde o comprovante da reclamação, como o número de
protocolo, o nome do atendente ou a cópia da carta.
 O fornecedor tem até 30 dias para resolver o problema. Se
ele não resolver, você pode escolher entre: a troca por um
produto igual ou equivalente; a restituição imediata do valor
pago; ou o abatimento proporcional do preço.
 Se o fornecedor não atender sua reclamação ou se recusar a
cumprir sua escolha, você pode procurar os órgãos de defesa
do consumidor, como o Procon, ou a Justiça. Você pode
pedir a reparação dos danos causados pelo produto
defeituoso, como os gastos com transporte, conserto ou
substituição.

O código de defesa do consumidor que trata do direito de pedir


o dinheiro de volta é o artigo 18 da Lei nº 8.078, de 11 de
setembro de 19901. Esse artigo diz que os fornecedores de
produtos de consumo duráveis ou não duráveis respondem
solidariamente pelos vícios de qualidade ou quantidade que os
tornem impróprios ou inadequados ao consumo a que se
destinam ou lhes diminuam o valor1. O consumidor pode exigir a
substituição das partes viciadas do produto ou, se isso não for
possível, pode escolher entre as seguintes alternativas1:

a substituição do produto por outro da mesma espécie, em


perfeitas condições de uso;
a restituição imediata da quantia paga, monetariamente
atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos;
o abatimento proporcional do preço.
O fornecedor tem até 30 dias para resolver o problema. Se ele
não resolver, o consumidor pode fazer uso imediato das
alternativas acima mencionadas1. O consumidor também pode
procurar os órgãos de defesa do consumidor, como o Procon, ou
a Justiça, para pedir a reparação dos danos causados pelo
produto defeituoso

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