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CARACTERÍSTICAS
Lei principiológica
Normas de ordem pública e interesse social
Microssistema multidisciplinar
Maximalista: protege o consumidor intermediário, que realiza a revenda para outro consumidor.
HIPOSSUFICIENCIA = PROCESSO
Ope judicis: regra do art. 6º (quando verossímil a alegação OU quando o consumidor for
hipossuficiente.
Ope legis: art. 12, § 3º II; art. 14, §3º I (fornecedor só não será responsabilizado de provar que
defeito inexiste) e art. 38 (veracidade e correção da informação publicitária cabe a quem as
patrocina)
VICIO X DEFEITO
Vicio: relacionar a inadequação e redução do valor da coisa ou do serviço
Defeito: relacionar a falha na segurança, aumento dos riscos
Produto de periculosidade de exagerada: são produtos de periculosidade inerente, mas as
informações adequadas aos consumidores não produzem resultado na mitigação dos riscos.
OBSTAM A DECADÊNCIA:
I - a reclamação comprovadamente formulada pelo consumidor perante o fornecedor
de produtos e serviços até a resposta negativa correspondente, que deve ser transmitida de
forma inequívoca (A reclamação pode ser feita de forma documental ou verbalmente – STJ,
Info 614);
II - a instauração de inquérito civil, até seu encerramento.
PUBLICIDADE ABUSIVA
O conceito é amplo, relacionado à agressão de valores sociais, à presença de uma conduta
socialmente reprovável de abuso. O par. 2º do art. 37 do CDC deixa claro que o rol de
hipóteses é meramente exemplificativo (“dentre outras”), fazendo expressa referência a:
Publicidade dirigida a crianças: aquela que se aproveita da deficiência de julgamento e
experiência da criança. Não se permitem anúncios que exortem diretamente as crianças ao
consumo, que induzam as crianças a persuadir seus pais ou qualquer outro adulto a adquirir
produtos ou serviços; que incite violência; explore medo ou superstição; desrespeita valores
ambientais; incite o consumidor a se comportar de forma prejudicial à saúde ou segurança.
PUBLICIDADE ENGANOSA
É aquela que contém informação falsa, total ou parcialmente, por ação ou por omissão,
capaz de induzir o consumidor em erro.
Nada obsta a que se tenha enganosidade e abusividade num mesmo anúncio publicitário.
O CDC não exclui a possibilidade. E, ademais, as consequências para ambas são as
mesmas, quais sejam, a possibilidade de imposição de contrapropaganda (sanção
administrativa) e de configuração de crime de consumo.
Em ambas, não se exige a intenção de enganar por parte do anunciante. Este é
objetivamente responsável, sendo irrelevante averiguar sua conduta de boa-fé ou má fé.
PRAZOS CDC
DIAS
5 dias úteis: para o consumidor exigir correção de seus dados cadastrais, devendo o
arquivista, nesse prazo, comunicar a alteração aos eventuais destinatários das informações
incorretas;
7 dias: direito de arrependimento
10 dias: validade do orçamento
30 dias:
Vício a ser sanado (pode ser convencionado entre 7 e 180 dias);
Reclamar de vício aparente em produto não durável;
Prazo para suspensão das ações individuais, a contar da ciência nos autos do
ajuizamento da ação coletiva.
90 dias: Reclamar de vício aparente em produto durável.
ANOS
1 ano: habilitação de interessados em número compatível nas ações coletivas.
5 anos: pretensão à reparação pelos danos causados por fato do produto ou do serviço;
cadastros de consumidores não podendo conter informações negativas por prazo superior a 5
anos.
JURISPRUDÊNCIAS
* cláusula de decaimento: perda total das prestações por resolução do contrato. É NULA de
pleno direito.
* Em contrato de promessa de compra e venda de imóvel na planta, no âmbito do Programa
Minha Casa, Minha Vida, para os beneficiários das faixas de renda 1, 2 e 3, na aquisição de
unidades autônomas em construção, o contrato deverá estabelecer, de forma clara, expressa e
inteligível, o prazo certo para a entrega do imóvel, o qual não poderá estar vinculado à
concessão do financiamento, ou a nenhum outro negócio jurídico, exceto o acréscimo do prazo
de tolerância. STJ. 2ª Seção. REsp 1.729.593-SP, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em
25/09/2019 (recurso repetitivo – Tema 996) (Info 657).
*Nos contratos de adesão admite-se cláusula resolutória, desde que a alternativa, cabendo a
escolha ao consumidor
INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS
Sanções:
I - multa;
II - apreensão do produto;
III - inutilização do produto;
IV - cassação do registro do produto junto ao órgão competente;
V - proibição de fabricação do produto;
VI - suspensão de fornecimento de produtos ou serviço;
VII - suspensão temporária de atividade;
VIII - revogação de concessão ou permissão de uso;
IX - cassação de licença do estabelecimento ou de atividade;
X - interdição, total ou parcial, de estabelecimento, de obra ou de atividade;
XI - intervenção administrativa;
XII - imposição de contrapropaganda.
INFRAÇÕES PENAIS
- Agravantes
- Fiança
- Assistentes
I - Ministério Público,
II - União, Estados, Municípios e Distrito Federal;
III - entidades e órgãos da Administração Pública, direta ou indireta, ainda que sem
personalidade jurídica, especificamente destinados à defesa dos interesses e direitos
protegidos por este código;
IV - associações legalmente constituídas há pelo menos 1 ano e que incluam entre
seus fins institucionais a defesa dos interesses e direitos protegidos por este código,
dispensada
a autorização assemblear.
- O requisito da pré-constituição pode ser dispensado pelo juiz, nas ações previstas nos
arts. 91 e seguintes, quando houver manifesto interesse social evidenciado pela dimensão ou
característica do dano, ou pela relevância do bem jurídico a ser protegido.
- Observações processuais:
- Competência:
I - no foro do lugar onde ocorreu ou deva ocorrer o dano, quando de âmbito local;
II - no foro da Capital do Estado ou no do Distrito Federal, para os danos de âmbito
nacional ou regional, aplicando- se as regras do Código de Processo Civil aos casos de
competência concorrente.
- Procedimento:
- Proposta a ação, será publicado edital no órgão oficial, a fim de que os interessados
possam intervir no processo como litisconsortes.
- Em caso de procedência do pedido, a condenação será genérica, fixando a
responsabilidade do réu pelos danos causados.
- A liquidação e a execução de sentença poderão ser promovidas pela vítima e seus
sucessores ou pelos legitimados coletivos.
- a reparação dos danos individuais tem preferência sobre os coletivos. Cabe
suspensão da decisão coletiva e de recolhimento ao fundo enquanto não transitarem em
julgado as ações individuais, salvo se o patrimônio do devedor for suficiente.
- Decorrido o prazo de 1 ano sem habilitação de interessados em número compatível
com a gravidade do dano, poderão os legitimados coletivos promover a liquidação e execução
da indenização devida.
- Na ação de responsabilidade civil do fornecedor de produtos e serviços, a ação pode
ser proposta no domicílio do autor e o réu pode chamar ao processo (não é denunciação) o
segurador, vedada a integração do contraditório pelo instituto de resseguros do brasil.
SÚMULAS
JURISPRUDÊNCIA
1) art. 2º do CDC não restringiu seu conceito à pessoa jurídica de direito privado;
2) as normas de direito privado podem ser aplicadas, supletivamente, aos contratos
administrativos, conforme prevê o art. 54 da Lei nº 8.666/93. Ademais, mesmo em relações
contratuais regidas por normas de direito público preponderantemente, é possível que haja
vulnerabilidade da Administração.
3) apesar de a Administração Pública poder definir o objeto da licitação (bens, serviços
e obras), o fato é que serão contratados os disponíveis no mercado, segundo as regras nele
praticadas, de modo que o Estado não necessariamente estará em posição privilegiada ou
diferente dos demais consumidores, podendo, eventualmente, existir vulnerabilidade técnica,
científica ou econômica, por exemplo.
4) a existência das cláusulas exorbitantes que permitem a modificação das cláusulas
contratuais e a revisão diante de fatos supervenientes, além das prerrogativas decorrentes do
regime jurídico de direito público – como a possibilidade de aplicar sanções, fiscalizar e
rescindir unilateralmente o contrato e recusar o bem ou serviço executado em desacordo com a
avença ou fora das especificações técnicas –, conferem condição especial à Administração,
dispensando-se o uso do CDC, na maior parte dos casos.
5) a legislação especial relativa à contratação de bens, obras e serviços públicos não
confere proteção direta à Administração Pública na posição de consumidora final ou usuária de
serviços, sendo que a própria Lei de Licitações e Contratos prevê a aplicação supletiva das
normas de direito privado.
6) a Administração Pública celebra contratos regulados predominantemente por regras
de direito privado, nos termos do art. 62, § 3º, da Lei 8.666/93, como os de locação, seguro e
mesmo os bancários.
Caso concreto: ação de cobrança ajuizada pelo Distrito Federal contra o Banco devido
a transferência bancária feita pela instituição financeira em favor de pessoa diversa da que
deveria ser beneficiada. STJ. 2ª Turma. REsp 1772730/DF, Rel. Min. Herman Benjamin,
julgado em 26/05/2020.