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CONSUMIDOR

CARACTERÍSTICAS

Lei principiológica
Normas de ordem pública e interesse social
Microssistema multidisciplinar

Maximalista: protege o consumidor intermediário, que realiza a revenda para outro consumidor.
HIPOSSUFICIENCIA = PROCESSO

São instrumentos política nacional das relações de consumo:


- manutenção de assistência jurídica, integral e gratuita; instituição de promotorias
especializadas, criação de delegacias especializadas, criação de juizados especiais, estímulo à
criação de associações
INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA

Ope judicis: regra do art. 6º (quando verossímil a alegação OU quando o consumidor for
hipossuficiente.
Ope legis: art. 12, § 3º II; art. 14, §3º I (fornecedor só não será responsabilizado de provar que
defeito inexiste) e art. 38 (veracidade e correção da informação publicitária cabe a quem as
patrocina)

VICIO X DEFEITO
Vicio: relacionar a inadequação e redução do valor da coisa ou do serviço
Defeito: relacionar a falha na segurança, aumento dos riscos
Produto de periculosidade de exagerada: são produtos de periculosidade inerente, mas as
informações adequadas aos consumidores não produzem resultado na mitigação dos riscos.

SÚMULA 477-STJ: “A decadência do art. 26 do CDC NÃO É APLICÁVEL à prestação de


contas para obter esclarecimentos sobre cobrança de taxas, tarifas e encargos bancários”.

DIFERENÇA ENTRE DECADÊNCIA E PRESCRIÇÃO DO CDC


1) PRAZO DECADENCIAL DE 30/90 DIAS - pedir por exemplo a simples TROCA do produto
- VÍCIO DO PRODUTO do art. 18
2) PRAZO PRESCRICIONAL DE 5 ANOS - para pedir INDENIZAÇÃO que ultrapassa, por
exemplo, a simples troca do produto - ex. dano moral, lucros cessantes; etc. - FATO DO
PRODUTO do art. 12
Os profissionais liberais, respondem apenas subjetivamente (ou seja, quando têm culpa).

OBSTAM A DECADÊNCIA:
I - a reclamação comprovadamente formulada pelo consumidor perante o fornecedor
de produtos e serviços até a resposta negativa correspondente, que deve ser transmitida de
forma inequívoca (A reclamação pode ser feita de forma documental ou verbalmente – STJ,
Info 614);
II - a instauração de inquérito civil, até seu encerramento.

*As sociedades consorciadas são solidariamente responsáveis pelas obrigações


decorrentes deste código.
*As sociedades integrantes dos grupos societários e as sociedades controladas, são
subsidiariamente responsáveis pelas obrigações decorrentes deste código.
*As sociedades coligadas só responderão por culpa (participação com 10% ou mais do
capital, porém sem controle)

PUBLICIDADE ABUSIVA
O conceito é amplo, relacionado à agressão de valores sociais, à presença de uma conduta
socialmente reprovável de abuso. O par. 2º do art. 37 do CDC deixa claro que o rol de
hipóteses é meramente exemplificativo (“dentre outras”), fazendo expressa referência a:
Publicidade dirigida a crianças: aquela que se aproveita da deficiência de julgamento e
experiência da criança. Não se permitem anúncios que exortem diretamente as crianças ao
consumo, que induzam as crianças a persuadir seus pais ou qualquer outro adulto a adquirir
produtos ou serviços; que incite violência; explore medo ou superstição; desrespeita valores
ambientais; incite o consumidor a se comportar de forma prejudicial à saúde ou segurança.

PUBLICIDADE ENGANOSA
 É aquela que contém informação falsa, total ou parcialmente, por ação ou por omissão,
capaz de induzir o consumidor em erro.
 Nada obsta a que se tenha enganosidade e abusividade num mesmo anúncio publicitário.
O CDC não exclui a possibilidade. E, ademais, as consequências para ambas são as
mesmas, quais sejam, a possibilidade de imposição de contrapropaganda (sanção
administrativa) e de configuração de crime de consumo.
 Em ambas, não se exige a intenção de enganar por parte do anunciante. Este é
objetivamente responsável, sendo irrelevante averiguar sua conduta de boa-fé ou má fé.

PRAZOS CDC

DIAS
5 dias úteis: para o consumidor exigir correção de seus dados cadastrais, devendo o
arquivista, nesse prazo, comunicar a alteração aos eventuais destinatários das informações
incorretas;
7 dias: direito de arrependimento
10 dias: validade do orçamento
30 dias:
 Vício a ser sanado (pode ser convencionado entre 7 e 180 dias);
 Reclamar de vício aparente em produto não durável;
 Prazo para suspensão das ações individuais, a contar da ciência nos autos do
ajuizamento da ação coletiva.
90 dias: Reclamar de vício aparente em produto durável.

ANOS
1 ano: habilitação de interessados em número compatível nas ações coletivas.
5 anos: pretensão à reparação pelos danos causados por fato do produto ou do serviço;
cadastros de consumidores não podendo conter informações negativas por prazo superior a 5
anos.
JURISPRUDÊNCIAS
* cláusula de decaimento: perda total das prestações por resolução do contrato. É NULA de
pleno direito.
* Em contrato de promessa de compra e venda de imóvel na planta, no âmbito do Programa
Minha Casa, Minha Vida, para os beneficiários das faixas de renda 1, 2 e 3, na aquisição de
unidades autônomas em construção, o contrato deverá estabelecer, de forma clara, expressa e
inteligível, o prazo certo para a entrega do imóvel, o qual não poderá estar vinculado à
concessão do financiamento, ou a nenhum outro negócio jurídico, exceto o acréscimo do prazo
de tolerância. STJ. 2ª Seção. REsp 1.729.593-SP, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em
25/09/2019 (recurso repetitivo – Tema 996) (Info 657).
*Nos contratos de adesão admite-se cláusula resolutória, desde que a alternativa, cabendo a
escolha ao consumidor

INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS

Sanções:

I - multa;
II - apreensão do produto;
III - inutilização do produto;
IV - cassação do registro do produto junto ao órgão competente;
V - proibição de fabricação do produto;
VI - suspensão de fornecimento de produtos ou serviço;
VII - suspensão temporária de atividade;
VIII - revogação de concessão ou permissão de uso;
IX - cassação de licença do estabelecimento ou de atividade;
X - interdição, total ou parcial, de estabelecimento, de obra ou de atividade;
XI - intervenção administrativa;
XII - imposição de contrapropaganda.

- As sanções previstas neste artigo serão aplicadas pela autoridade administrativa, no


âmbito de sua atribuição, podendo ser aplicadas cumulativamente, inclusive por medida
cautelar, antecedente ou incidente de procedimento administrativo.
- Multa será graduada conforme gravidade da infração, vantagem auferida e condição
econômica do fornecedor
- apreensão, inutilização, proibição de fabricação, suspensão no fornecimento,
cassação do registro e revogação de concessão ou permissão: casos de vícios
- cassação de alvará de licença, interdição e de suspensão temporária da atividade e
intervenção administrativa: reiteração de infrações graves
- cassação de concessão: violação de obrigação contratual
- intervenção adm: sempre que as circunstâncias de fato desaconselharem a cassação
de licença, a interdição ou suspensão da atividade.
- contrapropaganda: caso de propaganda enganosa ou abusiva
- todas dependem de procedimento adm
- Pendendo ação judicial na qual se discuta a imposição de penalidade administrativa,
não haverá reincidência até o trânsito em julgado da sentença.

INFRAÇÕES PENAIS

- omitir dizeres ou sinais ostensivos sobre periculosidade (admite forma culposa)


- deixar de comunicar consumidores e autoridades no caso de descobrimento posterior
sobre periculosidade (incorre na mesma pena quem deixa de retirar imediatamente do
mercado)
- Executar serviço de alto grau de periculosidade, contrariando determinação de
autoridade (permitir o ingresso em estabelecimentos comerciais ou de serviços de um número
maior de consumidores que o fixado pela autoridade administrativa como máximo também
caracteriza esse crime)
- fazer afirmação falsa ou enganosa ou omitir sobre natureza, característica,
quantidade, durabilidade, etc (incorre na mesma pena quem patrocina a oferta) - (admite
forma culposa)
- Fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria saber (dolo eventual) ser
enganosa ou abusiva
- Fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria saber ser capaz de induzir o
consumidor a se comportar de forma prejudicial ou perigosa a sua saúde ou segurança (o que
na verdade já é propaganda abusiva, que se enquadra no inciso anterior)
- Deixar de organizar dados fáticos, técnicos e científicos que dão base à publicidade
- Empregar na reparação de produtos, peça ou componentes de reposição usados,
sem autorização do consumidor
- Utilizar, na cobrança de dívidas, de ameaça, coação, constrangimento físico ou moral,
afirmações falsas incorretas ou enganosas ou expondo o consumidor a ridículo
- Impedir ou dificultar o acesso do consumidor às informações que sobre ele constem
em cadastros, banco de dados, fichas e registros
- Deixar de corrigir imediatamente informação sobre consumidor constante de cadastro,
banco de dados, fichas ou registros que sabe ou deveria saber ser inexata
- Deixar de entregar ao consumidor o termo de garantia adequadamente preenchido e
com especificação clara de seu conteúdo

*Quem de qualquer forma concorrer, incide nas penas, na medida da culpabilidade.

- Agravantes

I - cometido em época de grave crise econômica ou por ocasião de calamidade;


II - ocasionar grave dano individual ou coletivo;
III - dissimular-se a natureza ilícita do procedimento;
IV - quando cometido:
a) por servidor público, ou por pessoa cuja condição econômico-social seja
manifestamente superior à da vítima;
b) em detrimento de operário ou rurícola; de menor de 18 ou maior de 60 anos
ou de pessoas portadoras de deficiência mental interditadas ou não;
V - praticado em operações que envolvam alimentos, medicamentos ou quaisquer
outros produtos ou serviços essenciais.

- Fiança

- Se assim recomendar a situação econômica do indiciado ou réu, a fiança poderá ser:


a) reduzida até a 1/2 do seu valor mínimo;
b) aumentada pelo juiz até 20 vezes

- Assistentes

- Poderão intervir como assistentes do MP no processo penal dos crimes do CDC,


facultado também a AÇÃO SUBSIDIÁRIA:

I - as entidades e órgãos da Administração Pública, direta ou indireta, ainda


que sem personalidade jurídica, especificamente destinados à defesa dos interesses e direitos
protegidos por este código (ex: PROCON)
II - as associações legalmente constituídas há pelo menos 1 ano e que incluam
entre seus fins institucionais a defesa dos interesses e direitos protegidos por este código,
dispensada a autorização assemblear

*ATENÇÃO! o CDC prevê a possibilidade de pessoa jurídica ser assistente do


MP, já o CPP não prevê tal possibilidade
*não inclui PJ, só PF
*atenção às dívidas excluídas do conceito!
DIREITO COLETIVO
- Legitimidade para as ações coletivas:

I - Ministério Público,
II - União, Estados, Municípios e Distrito Federal;
III - entidades e órgãos da Administração Pública, direta ou indireta, ainda que sem
personalidade jurídica, especificamente destinados à defesa dos interesses e direitos
protegidos por este código;
IV - associações legalmente constituídas há pelo menos 1 ano e que incluam entre
seus fins institucionais a defesa dos interesses e direitos protegidos por este código,
dispensada
a autorização assemblear.
- O requisito da pré-constituição pode ser dispensado pelo juiz, nas ações previstas nos
arts. 91 e seguintes, quando houver manifesto interesse social evidenciado pela dimensão ou
característica do dano, ou pela relevância do bem jurídico a ser protegido.

- Observações processuais:

- A conversão da obrigação em perdas e danos SOMENTE será admissível se por elas


optar o autor ou se impossível a tutela específica ou a obtenção do resultado prático
correspondente
- Nas ações coletivas de que trata este código não haverá adiantamento de custas,
emolumentos, honorários periciais e quaisquer outras despesas, nem condenação da
associação autora, salvo comprovada má-fé, em honorários de advogados, custas e despesas
processuais.
- Em caso de litigância de má-fé, a associação autora e os diretores responsáveis pela
propositura da ação serão solidariamente condenados em honorários advocatícios e ao
décuplo das custas, sem prejuízo da responsabilidade por perdas e danos.
- A isenção de custas e emolumentos judiciais prevista no art. 87 da Código de Defesa
do Consumidor visa a facilitar a defesa dos direitos dos consumidores, não sendo aplicável às
ações, ainda que coletivas, propostas por sindicato em defesa dos sindicalizados. STJ. Corte
Especial. AgInt nos EREsp 1623931/PE, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 27/08/2019.
- comerciante que arca com reparação de danos causados por fabricante pode mover
ação de regresso ou prosseguir nos próprios autos, vedada a denunciação.
- MP se não ajuizar a ação, atuará sempre como fiscal da lei

- Competência:

I - no foro do lugar onde ocorreu ou deva ocorrer o dano, quando de âmbito local;
II - no foro da Capital do Estado ou no do Distrito Federal, para os danos de âmbito
nacional ou regional, aplicando- se as regras do Código de Processo Civil aos casos de
competência concorrente.

- Procedimento:

- Proposta a ação, será publicado edital no órgão oficial, a fim de que os interessados
possam intervir no processo como litisconsortes.
- Em caso de procedência do pedido, a condenação será genérica, fixando a
responsabilidade do réu pelos danos causados.
- A liquidação e a execução de sentença poderão ser promovidas pela vítima e seus
sucessores ou pelos legitimados coletivos.
- a reparação dos danos individuais tem preferência sobre os coletivos. Cabe
suspensão da decisão coletiva e de recolhimento ao fundo enquanto não transitarem em
julgado as ações individuais, salvo se o patrimônio do devedor for suficiente.
- Decorrido o prazo de 1 ano sem habilitação de interessados em número compatível
com a gravidade do dano, poderão os legitimados coletivos promover a liquidação e execução
da indenização devida.
- Na ação de responsabilidade civil do fornecedor de produtos e serviços, a ação pode
ser proposta no domicílio do autor e o réu pode chamar ao processo (não é denunciação) o
segurador, vedada a integração do contraditório pelo instituto de resseguros do brasil.

COISA JULGADA NOS PROCESSOS COLETIVOS


 ATENÇÃO! Não se admite a coisa julgada secumdum eventum probationis nas ações
coletivas de direitos individuais homogêneos na hipótese de improcedência por falta de
provas.
*para individuais homogêneos, só se admite ação coletiva “uma vez”. Se não der certo, não
pode mais, não importa o motivo. A ação coletiva para esses direitos é um “chorinho”, uma
“colher de chá”, um “bônus”. Por isso, se não der certo na primeira vez, só se admitem depois
as ações individuais.

 A coisa julgada nos processos coletivos se dá secundum eventum litis, na medida


em que:
o se a sentença de procedência tutelar direitos difusos e individuais
homogêneos (art. 81, parágrafo único, I e III, do CDC): terá eficácia erga omnes,
atingindo todos os interessados (art. 103, I e III, do CDC);
o se tutelar direitos coletivos (art. 81, parágrafo único, II, do CDC): a eficácia se
dará ultra partes, mas limitadamente ao grupo ou categoria interessada (art. 103, II, do
CDC).
 A liquidação e execução individual de sentença deve ser ajuizada no foro do órgão
que a proferiu e em relação aos substituídos processuais que ali são
domiciliados? Não.
o "A liquidação e a execução individual de sentença genérica proferida em ação civil coletiva
pode ser ajuizada no foro do domicílio do beneficiário, porquanto os efeitos e a eficácia da
sentença não estão circunscritos a lindes geográficos, mas aos limites objetivos e subjetivos
do que foi decidido, levando-se em conta, para tanto, sempre a extensão do dano e a qualidade
dos interesses metaindividuais postos em juízo." [STJ. Corte Especial. REsp
1243887/PR, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, j. 19/10/11]
o "Não compete originariamente ao STF processar e julgar execução individual de sentenças
genéricas de perfil coletivo, inclusive aquelas proferidas em sede mandamental. Tal atribuição
cabe aos órgãos judiciários competentes de primeira instância. Para que o STF seja
competente para fazer a execução de seus acórdãos proferidos em julgamentos originários, é
indispensável que a “razão” que atraiu a competência para o STF continue existindo." [STF.
2ª Turma. PET 6076 QO /DF, rel. Min. Dias Toffoli, j. 25/4/17, Info 862]
Tese 07. A ilegitimidade ativa ou a irregularidade da representação processual não implica
a extinção do processo coletivo, competindo ao magistrado abrir oportunidade para o ingresso
de outro colegitimado no pólo ativo da demanda.

SISTEMA NACIONAL DE DEFESA DO CONSUMIDOR

- Integram o Sistema Nacional de Defesa do Consumidor (SNDC), os órgãos federais,


estaduais, do Distrito Federal e municipais e as ENTIDADES PRIVADAS de defesa do
consumidor.

CONVENÇÃO COLETIVA DE CONSUMO

As ENTIDADES CIVIS DE CONSUMIDORES e as ASSOCIAÇÕES DE


FORNECEDORES ou SINDICATOS DE CATEGORIA ECONÔMICA podem regular, por
convenção escrita, relações de consumo que tenham por objeto estabelecer condições
relativas ao preço, à qualidade, à quantidade, à garantia e características de produtos e
serviços, bem como à reclamação e composição do conflito de consumo.
- A convenção se torna obrigatória a partir do REGISTRO do instrumento no cartório de
títulos e documentos.
- Somente obrigará os filiados às entidades signatárias.
- Não se exime de cumprir a convenção o fornecedor que se desligar da entidade em
data posterior ao registro do instrumento.

SÚMULAS

- Súmula 359-STJ: Cabe ao órgão mantenedor do cadastro de proteção ao crédito a


notificação do devedor antes de proceder à inscrição.
- Súmula 404-STJ: É DISPENSÁVEL o aviso de recebimento (AR) na carta de
comunicação ao consumidor sobre a negativação de seu nome em bancos de dados e
cadastros
- Súmula 532-STJ: Constitui prática comercial abusiva o envio de cartão de crédito sem
prévia e expressa solicitação do consumidor, configurando-se ato ilícito indenizável e sujeito à
aplicação de multa administrativa.
- Súmula 543 -STJ: Na hipótese de resolução de contrato de promessa de compra e
venda de imóvel submetido ao Código de Defesa do Consumidor, deve ocorrer a imediata
restituição das parcelas pagas pelo promitente comprador - integralmente, em caso de culpa
exclusiva do promitente vendedor/construtor, ou parcialmente, caso tenha sido o comprador
quem deu causa ao desfazimento.

ATENÇÃO!! A Lei nº 13.786/2018 tem previsão diferente e é posterior à súmula:

• Quando a incorporação estiver submetida ao regime do patrimônio de afetação:


o incorporador restituirá os valores pagos pelo adquirente no prazo máximo de 30 dias
após o habite-se ou documento equivalente expedido pelo órgão público municipal
competente. Intuito: não causar “prejuízo” ao patrimônio de afetação, que tem o
objetivo de proteger os demais adquirentes. Quando o habite-se sair, a obra já estará
concluída e não haverá mais prejuízo. Prazo menor porque até sair o habite-se, pode
ser que o consumidor já tenha esperado muito tempo, a depender de quando ocorreu a
rescisão (começo da obra, por exemplo).
• Caso a incorporação não esteja submetida ao regime do patrimônio de
afetação: o pagamento será realizado em parcela única, após o prazo de 180 dias,
contado da data do desfazimento do contrato. Prazo maior porque, apesar de não
existir o patrimônio de afetação, busca-se não prejudicar a obra e os demais
consumidores com o ressarcimento pela vendedora.

- Súmula 548-STJ: Incumbe ao credor a exclusão do registro da dívida em nome do


devedor no cadastro de inadimplentes no prazo de 5 dias úteis, a partir do integral e efetivo
pagamento do débito.
- Súmula 550-STJ: A utilização de escore de crédito, método estatístico de avaliação
de risco que não constitui banco de dados, dispensa o consentimento do consumidor, que terá
o direito de solicitar esclarecimentos sobre as informações pessoais valoradas e as fontes dos
dados considerados no respectivo cálculo.
- Súmula 597-STJ: A cláusula contratual de plano de saúde que prevê carência para
utilização dos serviços de assistência médica nas situações de emergência ou de urgência é
considerada abusiva se ultrapassado o prazo máximo de 24 horas contado da data da
contratação.
- Súmula 601-STJ: O Ministério Público tem legitimidade ativa para atuar na defesa de
direitos difusos, coletivos e individuais homogêneos dos consumidores, ainda que decorrentes
da prestação de serviço público.
- Súmula 602-STJ: O Código de Defesa do Consumidor é aplicável aos
empreendimentos habitacionais promovidos pelas sociedades cooperativas.

JURISPRUDÊNCIA

- A restituição em dobro do indébito (parágrafo único do artigo 42 do CDC) independe


da natureza do elemento volitivo do fornecedor que cobrou valor indevido, revelando-se
cabível quando a cobrança indevida consubstanciar conduta contrária à boa-fé objetiva. STJ.
Corte Especial. EAREsp 676608/RS, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 21/10/2020.
- As bandeiras ou marcas de cartão de crédito respondem SOLIDARIAMENTE com os
bancos e as administradoras de cartão de crédito pelos danos decorrentes da má prestação de
serviços.
- O início da contagem do prazo de decadência para a reclamação de vícios do produto
(art. 26 do CDC) se dá APÓS O ENCERRAMENTO DA GARANTIA CONTRATUAL.
- O roubo no interior de estacionamento de veículos, pelo qual seja direta ou
indiretamente responsável a instituição financeira, não caracteriza caso fortuito ou motivo de
força maior capaz de desonerá-la da responsabilidade pelos danos suportados por seu cliente
vitimado, existindo solidariedade se o estacionamento for explorado por terceiro
- A ação de indenização por danos morais decorrente da inscrição indevida em
cadastro de inadimplentes não se sujeita ao prazo quinquenal do art. 27 do CDC, mas ao prazo
de 3 anos, conforme previsto no art. 206, § 3º, V, do CC/2002.
- A diferenciação de preços para o pagamento em dinheiro, cheque ou cartão de
crédito caracteriza prática abusiva no mercado de consumo – ATENÇÃO! A Lei nº 13.455/17
passou a admitir a diferenciação: Art. 1o Fica autorizada a diferenciação de preços de bens e
serviços oferecidos ao público em função do prazo ou do instrumento de pagamento utilizado.
Parágrafo único. É nula a cláusula contratual, estabelecida no âmbito de arranjos de
pagamento ou de outros acordos para prestação de serviço de pagamento, que proíba ou
restrinja a diferenciação de preços facultada no caput deste artigo.
- Na ação consumerista, o Ministério Público faz jus à inversão do ônus da prova,
independentemente daqueles que figurem como autores ou réus da demanda.
- A pretensão indenizatória do consumidor de receber ressarcimento por prejuízos
decorrentes de vício no imóvel se submente ao prazo prescricional previsto no art. 205 do
Código Civil (10 anos).
- a contratação de exames médicos se submete ao CDC
- A operadora do plano de saúde, na condição de fornecedora de serviço, responde
solidariamente perante o consumidor pelos defeitos em sua prestação, seja quando os fornece
por meio de hospital próprio e médicos contratados ou por meio de médicos e hospitais
credenciados

- O STJ admite excepcionalmente, que a Administração Pública possa ser


considerada consumidor de serviços. Argumentos:

1) art. 2º do CDC não restringiu seu conceito à pessoa jurídica de direito privado;
2) as normas de direito privado podem ser aplicadas, supletivamente, aos contratos
administrativos, conforme prevê o art. 54 da Lei nº 8.666/93. Ademais, mesmo em relações
contratuais regidas por normas de direito público preponderantemente, é possível que haja
vulnerabilidade da Administração.
3) apesar de a Administração Pública poder definir o objeto da licitação (bens, serviços
e obras), o fato é que serão contratados os disponíveis no mercado, segundo as regras nele
praticadas, de modo que o Estado não necessariamente estará em posição privilegiada ou
diferente dos demais consumidores, podendo, eventualmente, existir vulnerabilidade técnica,
científica ou econômica, por exemplo.
4) a existência das cláusulas exorbitantes que permitem a modificação das cláusulas
contratuais e a revisão diante de fatos supervenientes, além das prerrogativas decorrentes do
regime jurídico de direito público – como a possibilidade de aplicar sanções, fiscalizar e
rescindir unilateralmente o contrato e recusar o bem ou serviço executado em desacordo com a
avença ou fora das especificações técnicas –, conferem condição especial à Administração,
dispensando-se o uso do CDC, na maior parte dos casos.
5) a legislação especial relativa à contratação de bens, obras e serviços públicos não
confere proteção direta à Administração Pública na posição de consumidora final ou usuária de
serviços, sendo que a própria Lei de Licitações e Contratos prevê a aplicação supletiva das
normas de direito privado.
6) a Administração Pública celebra contratos regulados predominantemente por regras
de direito privado, nos termos do art. 62, § 3º, da Lei 8.666/93, como os de locação, seguro e
mesmo os bancários.
Caso concreto: ação de cobrança ajuizada pelo Distrito Federal contra o Banco devido
a transferência bancária feita pela instituição financeira em favor de pessoa diversa da que
deveria ser beneficiada. STJ. 2ª Turma. REsp 1772730/DF, Rel. Min. Herman Benjamin,
julgado em 26/05/2020.

- O Código de Defesa do Consumidor é inaplicável a contrato acessório de contrato


administrativo, pois não se origina de uma relação de consumo.
- As regras do CDC não se aplicam aos contratos firmados no âmbito do Programa de
Financiamento Estudantil - FIES, pois não se trata de serviço bancário, mas de programa
governamental custeado pela União
- As entidades bancárias são responsáveis pelos prejuízos resultantes de
investimentos malsucedidos quando houver defeito na prestação do serviço de
informação/conscientização dos riscos envolvidos na operação.
- A desconsideração da personalidade jurídica de sociedade cooperativa, com
fundamento no art. 28, § 5º, do CDC (teoria menor), não pode atingir o patrimônio pessoal de
membros do Conselho Fiscal sem que haja a mínima presença de indícios de que estes
contribuíram, ao menos culposamente, e com desvio de função, para a prática de atos de
administração.
- A legislação consumerista impede a adoção prévia e compulsória da arbitragem no
momento da celebração do contrato, mas não proíbe que, posteriormente, em face de eventual
litígio, havendo consenso entre as partes, seja instaurado o procedimento arbitral.
- não se aplica o CDC na relação entre posto de combustível e distribuidor
- É abusiva a negativa de cobertura para tratamento de emergência ou urgência do
segurado mesmo sob o argumento de necessidade de cumprimento do período de carência,
sendo devida a reparação por danos morais.
- fertilização in vitro não é de cobertura obrigatória
- Agência de turismo vendeu o pacote de viagens: possui responsabilidade solidária
- Agência de turismo foi mera intermediária da compra de passagem aérea: não possui
responsabilidade solidária
- Configura defeito do serviço, a ausência de informação adequada e clara pelas
empresas aéreas e agências de viagem aos consumidores, quanto à necessidade de obtenção
de visto (consular ou trânsito) ou de compra de passagem aérea de retorno ao país de origem
para a utilização do serviço contratado
- O atraso ou cancelamento de voo pela companhia aérea NÃO CONFIGURA DANO
MORAL PRESUMIDO (IN RE IPSA), sendo necessária a demonstração, por parte do
passageiro, da ocorrência de lesão extrapatrimonial.

- As indenizações por DANOS MORAIS envolvendo transporte aéreo internacional de


passageiros não estão submetidas à tarifação prevista nas normas e nos tratados
internacionais, devendo-se observar, nesses casos, a efetiva reparação do consumidor
preceituada pelo Código de Defesa do Consumidor – CDC.
- A indenização decorrente de extravio de bagagem e de atraso de voo internacional
está submetida à tarifação prevista na Convenção de Montreal?
• Em caso de danos MATERIAIS: SIM.
• Em caso de danos MORAIS: NÃO
- As normas e os tratados internacionais limitadores da responsabilidade das
transportadoras aéreas de passageiros prevalecem sobre o Código de Defesa do Consumidor
nas hipóteses de INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS (apenas!)

- É válida a intermediação, pela internet, da venda de ingressos para eventos culturais


e de entretenimento mediante cobrança de "taxa de conveniência", desde que o consumidor
seja previamente informado do preço total da aquisição do ingresso, com o destaque do valor
da referida taxa.
- É abusiva a publicidade de alimentos direcionada, de forma explícita ou implícita, ao
público infantil.
- Constitui prática comercial abusiva e propaganda enganosa o lançamento de dois
modelos diferentes para o mesmo automóvel, no mesmo ano, ambos anunciados como novo
modelo para o próximo ano.
- A inserção de cartões informativos, inserts ou onserts, no interior das embalagens de
cigarros não constitui prática de publicidade abusiva apta a caracterizar dano moral coletivo,
por não transmitir nenhum elemento de persuasão ao consumidor
- Configura dano moral coletivo in re ipsa a exploração de jogos de azar, por
constituir atividade ilegal da qual resultam relações de consumo que transcendem os
interesses individuais dos frequentadores das casas de jogo
- Nos contratos de telecomunicação com previsão de permanência mínima, é abusiva a
cobrança integral da multa rescisória de fidelização, que deve ser calculada de forma
proporcional ao período de carência remanescente.
- Somente após a concessão da recuperação judicial, com a homologação do plano e a
novação dos créditos, é possível promover a retirada do nome da recuperanda dos cadastros
de inadimplentes.
- A inscrição do nome do devedor nos cadastros de inadimplência é ilícita quando
descaracterizada a mora em razão de abusividades na cobrança dos encargos contratuais no
período de normalidade

- Se o consumidor, após ser regularmente comunicado sobre a futura inscrição


no cadastro, ajuíza uma ação para impedir ou retirar seu nome do cadastro negativo
alegando que o débito não existe, o juiz poderá conceder tutela antecipada ou
cautelar deferindo esse pedido? Segundo o STJ, a abstenção da inscrição/manutenção
em cadastro de inadimplentes, requerida em antecipação de tutela e/ou medida cautelar,
somente será deferida se, cumulativamente: a) a ação for fundada em questionamento integral
ou parcial do débito; b) houver demonstração de que a cobrança indevida se funda na
aparência do bom direito e em jurisprudência consolidada do STF ou STJ; c) houver
depósito da parcela incontroversa ou for prestada a caução fixada conforme o prudente
arbítrio do juiz. A simples discussão judicial da dívida não é suficiente para obstar a
negativação do nome do devedor nos cadastros de inadimplente.
- Qual é o prazo que tem o credor para retirar (dar baixa) do nome do
devedor no cadastro negativo? O STJ sempre afirmou que o credor deveria fazer
isso “imediatamente” ou “em breve espaço de tempo”. No entanto, o STJ avançou e
estipulou um prazo certo para que o credor tome essa providência. Desse modo, o STJ
afirmou que, paga a dívida, o credor tem o prazo de 5 dias úteis para a retirada do
nome do consumidor dos cadastros de proteção ao crédito. (Terceira Turma. REsp
1.149.998-RS, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 7/8/2012 O STJ encontrou esse prazo
por meio de aplicação analógica do art. 43, § 3º, do CDC: Art. 43 (...) § 3º - O
consumidor, sempre que encontrar inexatidão nos seus dados e cadastros, poderá exigir
sua imediata correção, devendo o arquivista, no prazo de cinco dias úteis, comunicar a
alteração aos eventuais destinatários das informações incorretas

- A vítima poderá propor a ação indenizatória diretamente contra a seguradora


em caso de falência do fornecedor (art. 101, II, CDC). No entanto, o CDC não prevê
expressamente se a vítima poderia propor a ação indenizatória diretamente contra a
seguradora, mesmo que o fornecedor não esteja falido. O STJ tende a admitir tal
possibilidade desde que o fornecedor integre o polo passivo também, ou seja, o
fornecedor e a seguradora são legitimados passivos para responderem à ação de
responsabilidade, desde que conjuntamente (REsp. 256.424/SE, 2006)
- Quando o contrato de plano de saúde incluir atendimento obstétrico, a
operadora tem o dever de prestar assistência ao recém-nascido durante os primeiros 30
dias após o parto (art. 12, III, "a", da Lei nº 9.656/98), independentemente de a
operadora ter autorizado a efetivação da cobertura, ter ou não custeado o parto,
tampouco de inscrição do neonato como dependente nos trinta dias seguintes ao
nascimento. STJ. 4ª Turma. REsp 1.269.757-MG, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em
3/5/2016 (Info 584)
- Cancelamento de voos sem razões técnicas ou de segurança é prática abusiva O
transporte aéreo é serviço essencial e pressupõe continuidade. Também é prática abusiva o
descumprimento do dever de informar o consumidor, por escrito e justificadamente,
quando tais cancelamentos vierem a ocorrer. Nas ações coletivas ou individuais, a agência
reguladora não integra o feito em litisconsórcio passivo quando se discute a relação de
consumo entre concessionária e consumidores, e não há regulamentação emanada do
ente regulador. STJ. 2ª Turma. REsp 1.469.087-AC, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em
18/8/2016 (Info 593).
- A inscrição do nome do devedor pode ser mantida nos serviços de proteção ao
crédito até o prazo máximo de 5 anos. O termo inicial deste prazo inicia-se no dia
subsequente ao vencimento da obrigação não paga, independentemente da data da
inscrição no cadastro. Assim, vencida e não paga a obrigação, inicia-se no dia seguinte
a contagem do prazo de 5 anos, não importando a data em que o nome do consumidor foi
negativado. STJ. 3ª Turma. REsp 1.316.117-SC, Rel. Min. João Otávio de Noronha, Rel.
para acórdão Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 26/4/2016 (Info 588)
- Compete à Justiça Estadual (e não à Justiça do Trabalho) autorizar trabalho artístico
de crianças e Adolescentes. Trata-se de pedido de conteúdo nitidamente civil. STF. Plenário.
ADI 5326/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 27/9/2018 (Info 917).
- O art. 13, parágrafo único, II, da Lei nº 9.656/98, que veda a resilição unilateral dos
contratos de plano de saúde, não se aplica às modalidades coletivas, tendo incidência apenas
nas espécies individuais ou familiares. No entanto, no caso de planos coletivos empresariais
com menos de trinta usuários, em vista da vulnerabilidade da empresa estipulante, dotada de
escasso poder de barganha, não se admite a simples rescisão unilateral pela operadora de
plano de saúde, havendo necessidade de motivação idônea. STJ. 4ª Turma. REsp 1.776.047-
SP, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, julgado em 23/04/2019 (Info 646).
- Plano de saúde não pode negar tratamento prescrito por médico sob o fundamento de
que sua utilização está fora das indicações descritas na bula (uso off-label). A operadora de
plano de saúde não pode negar o fornecimento de tratamento prescrito pelo médico sob o
pretexto de que a sua utilização em favor do paciente está fora das indicações descritas na
bula/manual registrado na ANVISA (uso off-label). STJ. 3ª Turma. REsp 1.721.705-SP, Rel.
Min. Nancy Andrighi, julgado em 28/08/2018 (Info 632).
- Em regra, o plano de saúde não é obrigado a fornecer medicamentos de uso
domiciliar. EXCEÇÕES: Os planos de saúde são obrigados a fornecer: a) os antineoplásicos
orais (e correlacionados); b) a medicação assistida (home care); e c) outros fármacos incluídos
pela ANS no rol de fornecimento obrigatório. STJ. 3ª Turma. REsp 1.692.938/SP, Rel. Min.
Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 27/04/2021 (Info 694).
- Não é abusiva a cláusula de coparticipação para internação superior a 30 dias
decorrentes de transtornos psiquiátricos. STJ. 2ª Seção. REsp 1.809.486-SP, Rel. Min. Marco
Buzzi, julgado em 09/12/2020 (Recurso Repetitivo – Tema 1032) (Info 684). No mesmo sentido:
STJ. 2ª Seção. EAREsp 793.323-RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 10/10/2018 (Info
635).
- É válida a recusa das instituições financeiras de concederem empréstimo consignado
nos casos em que a soma da idade do cliente com o prazo de duração do contrato seja
superior a 80 anos. A adoção de critério etário para distinguir o tratamento da população em
geral é válida quando adequadamente justificada e fundamentada no ordenamento jurídico,
sempre atentando-se para a sua razoabilidade diante dos princípios da igualdade e da
dignidade da pessoa humana. Esse critério de vedação ao crédito consignado para tais
hipóteses não representa discriminação negativa que coloque em desvantagem exagerada a
população idosa, considerando que esta poderá se valer de outras modalidades de crédito
bancário. STJ. 3ª Turma. REsp 1.783.731-PR, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em
23/04/2019 (Info 647).
- Franqueadora pode ser solidariamente responsabilizada pelos danos causados pela
franqueada aos consumidores. STJ. 3ª Turma. REsp 1.426.578-SP, Rel. Min. Marco Aurélio
Bellizze, em 23/6/2015 (Info 569).
- A operadora do plano de saúde tem o dever de custear as despesas de
acompanhante do paciente idoso no caso de internação hospitalar. Fundamento: art. 16 do
Estatuto do Idoso (Lei nº 10.741/2003) e art. 22 da Resolução Normativa nº 428/2017, da ANS.
STJ. 3ª Turma. REsp 1.793.840-RJ, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em
05/11/2019 (Info 660).
- O SPC/SERASA, quando forem inserir títulos que estão protestados, deverão incluir a
data de vencimento e controlar os prazos máximos que poderão ficar nos bancos de dados. As
entidades mantenedoras de cadastros de proteção ao crédito não devem incluir em sua base
de dados informações coletadas dos cartórios de protestos sem a informação do prazo de
vencimento da dívida, sendo responsáveis pelo controle de ambos os limites temporais
estabelecidos no art. 43 da Lei nº 8.078/90. STJ. 3ª Turma. REsp 1.630.889-DF, Rel. Min.
Nancy Andrighi, julgado em 11/09/2018 (Info 633).
- Estado-membro possui competência para editar lei obrigando empresas de
internet a apresentar na fatura da conta a velocidade efetivamente oferecida no mês: É
CONSTITUCIONAL lei estadual que obriga as prestadoras do serviço de Internet móvel e de
banda larga a apresentar, na fatura mensal, gráficos informando a velocidade diária média de
envio e de recebimento de dados entregues no mês. STF declarou constitucional a Lei
Estadual 18.752/2016, do Paraná, que obriga as empresas de internet do Estado a demonstrar
para o consumidor a velocidade de internet, por meio de gráficos. Essa não trata sobre a
matéria específica de contratos de telecomunicações, tendo em vista que tal serviço não se
enquadra em nenhuma atividade de telecomunicações definida pelas Leis 4.117/1962 e
9.472/1997. Trata-se, portanto, de norma sobre direito do consumidor que admite
regulamentação concorrente pelos Estados-Membros, nos termos do art. 24, V, da Constituição
Federal. STF. Plenário. ADI 5572, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 23/08/2019.
- Estados e DF podem legislar sobre postagem de boletos de empresas públicas
e privadas: Os Estados-membros e o Distrito Federal têm competência legislativa para
estabelecer regras de postagem de boletos referentes a pagamento de serviços prestados por
empresas públicas e privadas. STF. Plenário. ARE 649379/RJ, Rel. Min. Gilmar Mendes, red.
p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 13/11/2020(Repercussão Geral – Tema 491)
(Info 999).
- É constitucional lei estadual que proíba a prática de fidelização nos contratos
de consumo: É constitucional lei estadual que proíba, no âmbito estadual, a inserção de
cláusulas que exijam a fidelização nos contratos prestação de serviços. A fidelização contratual
consiste em contrapartida exigida do consumidor, em razão de benefícios oferecidos pela
prestadora na formação do contrato de prestação de serviços, todavia, não se confunde com
esse. A cláusula de fidelidade contratual é autônoma e agregativa ao contrato de prestação de
serviço, inserindo-se no espaço comercial das prestadoras, e não no campo regulatório das
atividades de caráter público. O objeto da norma estadual impugnada em nada interfere no
regime de exploração ou na estrutura remuneratória da prestação do serviço. Essa lei busca
apenas a proteção do consumidor, ainda que realizada paralelamente a contrato de prestação
de serviço. STF. Plenário. ADI 5963, Rel. Rosa Weber, julgado em 29/06/2020 (Info 992 –
clipping).
- É constitucional lei estadual que dispensa multa por quebra da fidelidade nos
contratos com as empresas de telefonia em caso de desemprego superveniente do
cliente STF. Plenário. ADI 4908/RJ, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 11/4/2019 (Info 937).
- Lei estadual não pode proibir que as concessionárias de energia elétrica cobrem um
valor do consumidor para a religação do serviço que havia sido suspenso por inadimplemento:
É inconstitucional lei estadual que proíbe que as empresas concessionárias cobrem
“taxa” de religação no caso de corte de fornecimento de energia por atraso no
pagamento. Essa lei estadual invadiu a competência privativa da União para dispor sobre
energia, violando, assim, o art. 22, IV, da CF/88. Além disso, também interferiu na prestação de
um serviço público federal, considerando que o serviço de energia elétrica é de competência da
União, nos termos do art. 21, XII, “b”, da CF/88. STF. Plenário. ADI 5610/BA, Rel. Min. Luiz
Fux, julgado em 8/8/2019 (Info 946).
- Lei estadual pode proibir publicidade dirigida às crianças nos estabelecimentos de
educação básica: É constitucional legislação estadual que proíbe toda e qualquer
atividade de comunicação comercial dirigida às crianças nos estabelecimentos de
educação básica. STF. Plenário. ADI 5631/BA, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 25/3/2021
(Info 1011).
- A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça é no sentido de que, em se tratando
de pretensão de repetição de indébito decorrente de descontos indevidos, por falta de
contratação de empréstimo com a instituição financeira, ou seja, em decorrência de defeito do
serviço bancário, aplica-se o prazo prescricional do art. 27 do CDC. 2. O termo inicial do prazo
prescricional da pretensão de repetição do indébito relativo a desconto de benefício
previdenciário é a data do último desconto indevido. Precedentes. 3. O entendimento adotado
pelo acórdão recorrido coincide com a jurisprudência assente desta Corte Superior,
circunstância que atrai a incidência da Súmula 83/STJ. 4. Agravo interno a que se nega
provimento. (AgInt no AREsp 1720909/MS, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, QUARTA TURMA,
julgado em 26/10/2020, DJe 24/11/2020)
- não é abusiva a cláusula de contrato de cartão de crédito que autoriza a
operadora/financeira, em caso de inadimplemento, debitar na conta corrente do titular o
pagamento do valor mínimo da fatura, ainda que contestadas as despesas lançadas.
- A aquisição de produto de gênero alimentício contendo em seu interior corpo
estranho expõe o consumidor a risco concreto de lesão à sua saúde e segurança, ainda
que não ocorra a ingestão de seu conteúdo. Logo, isso enseja o direito de o consumidor ser
indenizado por danos morais, considerando que há ofensa ao direito fundamental à
alimentação adequada, corolário do princípio da dignidade da pessoa humana. A simples
comercialização de produto contendo corpo estranho possui as mesmas consequências
negativas à saúde a à integridade física do consumidor que sai ingestão propriamente dita.
Existe, no caso, dano moral in re ipsa, porque a presença de corpo estranho em alimento
industrializado excede aos riscos comumente esperados pelo consumidor em relação a esse
tipo de produto, caracterizando-se a situação como um defeito do produto, a permitir a
responsabilização do fornecedor. (STJ – 2ª seção – Resp 1.899.304/SP – Rel. Min. Nancy
Andrighi – J. 25/08/2021).

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