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1 Gabriel Reis, 7ºSSB

CONCEITO DE CONSUMIDOR:
I – Toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produtos ou
serviços e o faz como destinatário final. Tal conceito aborda a teoria
finalista, a qual afirma que se a pessoa não é o destinatário final, não é
consumidora. Ex.: quem compra um celular para revender não é
consumidor.

CONCEITO DE FORNECEDOR:
I – Art. 3º, CDC: toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada,
nacional ou estrangeira, incluindo alguns entes despersonalizados, e
que desenvolvem as seguintes atividades: fabricação, construção,
criação, montagem, distribuição, importação, exportação e
comercialização de produtos ou serviços com habitualidade e lucrativa.
II – Entes despersonalizados: espólio, massa falida, condomínio,
herança jacente...
III – Produto: é todo bem móvel ou imóvel, material ou imaterial.
IV – Serviço: qualquer atividade fornecida no mercado de consumo,
mediante remuneração, inclusive a de natureza bancaria financeira, de
credito ou securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter
trabalhista. STJ – FIES não existe relação de consumo, não estando
protegido pelo CDC.

PRINCÍPIOS BÁSICOS DA RELAÇÃO DE CONSUMO (QUE CAIRÃO


NA PROVA)
I – Princípio da transparência da relação de consumo: tudo que for
acordado entre as partes deve ser mantido “as claras”, ou seja, sem
enganação.
II – Princípio da informação: o consumidor tem o direito de receber do
fornecedor todas as informações acerca do produto ou serviço.
III – Princípio da segurança: o fornecedor só poderá inserir no
mercado produtos ou serviços que sejam seguros ao consumidor, além

“É pela fiel execução da lei e discreto aproveitamento das riquezas do


País que, mediante proteção divina, o Brasil há de prosperar.”
- DOM PEDRO II
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de avisá-lo sobre prováveis perigos. Os perigos inerentes ao produto


não precisam ser alertados (ex.: aviso de que faca corta).
IV – Princípio da reparação integral do dano: se houver dano
decorrente da relação de consumo, o fornecedor deverá ser
responsabilizado integralmente pelos danos sofridos. Ex.: podem ser
inclusos danos morais na indenização.
V – Princípio do equilíbrio nas prestações: deve haver equilíbrio nas
prestações de modo que não é lícita a majoração arbitrária ou abusiva
de seus valores.

3º: Direitos Básicos do Consumidor:

PROTEÇÃO DA VIDA – ART. 6º, INC I, CDC:


I – A proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos
provocados por práticas no fornecimento de produtos e serviços
considerados perigosos ou nocivos;
II – Ou seja, o fornecedor não pode colocar no mercado qualquer
produto ou serviço perigoso.
III – A periculosidade pode ser inerente, adquirida ou exagerada:
 Inerente: aquela previsível e esperada; não gera
responsabilidade.

 Adquirida: aquela imprevisível, surgindo no produto ou serviço


devido a um problema; aquela que adquire-se no produto. Tem
responsabilidade. Ex.: recall.

 Exagerada: é esperada e previsível, mas o nível de


periculosidade é tal alto que é vedada sua colocação no
mercado de consumo (Ex.: determinados venenos e
agrotóxico). Tem responsabilidade civil e penal.

“É pela fiel execução da lei e discreto aproveitamento das riquezas do


País que, mediante proteção divina, o Brasil há de prosperar.”
- DOM PEDRO II
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PROTEÇÃO DA EDUCAÇÃO E DIVULGAÇÃO (ART. 6º, INC II, CDC):


I – A educação e divulgação sobre o consumo adequado dos
produtos e serviços, assegurados a liberdade de escolha e a igualdade
nas contratações.
II – Obs.: venda casada trata-se de uma prática abusiva em que
ocorre o condicionamento do consumidor a uma única escolha, não
conferindo- o direito de usufruir de outro produto ou serviço se não
aquele alienado pelo fornecedor.

PROTEÇÕES DAS INFORMAÇÕES E PUBLICIDADES (ART. 6º, INC III


E IV, CDC)
I – A informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e
serviços, com especificação correta de quantidade, características,
composição, qualidade, tributos incidentes e preço, bem como sobre os
riscos que apresentem.
II – A proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, métodos
comerciais coercitivos ou desleais, bem como contra práticas e
cláusulas abusivas ou impostas no fornecimento de produtos e serviços.
O rol descrito é exemplificativo, podendo haver outras práticas
enganosas fora do texto da lei.
 Publicidade enganosa: é aquela suscetível de induzir o
consumidor a erro, em relação à composição, qualidade,
quantidade ou propriedades do produto;

 Publicidade abusiva: é aquela discriminatória de qualquer


natureza, que incite a violência, explore o medo ou superstição,
se aproveite de criança, desrespeite valores ambientais ou que
induza o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou
perigosa à as saúde ou segurança.

OUTROS DIREITOS BÁSICOS DO CONSUMIDOR:

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I – Modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam


prestações desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos
superveniente que as torne excessivamente onerosas (o STJ entende
que o fato não precisa ser imprevisível basta a demonstração objetiva
da excessiva onerosidade). Art. 6º, V, CDC.
II – A efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais,
individuais, coletivos e difusos; art. 6º, VI, CDC.
III – O acesso aos órgãos judiciários e administrativos com vistas à
prevenção ou reparação de danos patrimoniais e morais, individuais,
coletivos ou difusos, assegurada a proteção jurídica, administrativa e
técnica aos necessitados. Art. 6º, VII, CDC.
IV – Facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão
do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do
juiz, for verossímil a legação ou quando for ele hipossuficiente, segundo
as regras ordinárias de experienciais. Art. 6º, VIII, CDC.
V – A adequada e eficaz prestação dos serviços públicos em geral.
Art. 6º, X, CDC.

VÍCIOS E DEFEITOS, INTRODUÇÃO:


I – Existe um gênero denominado problema, tendo como espécies o
vício e o defeito.
II – As repercussões de vício e defeito são essenciais ao direito
consumerista, pois possuem significado e consequências distintas dos
demais ramos, a exemplo da responsabilidade, das formas de solução
dos conflitos, bem como dos prazos prescricionais e decadenciais.

VÍCIOS:
I – É um problema de menor impacto no produto ou serviço e que
nele se mantém, não atingindo o consumidor (lê-se não atingindo a
integridade física ou o patrimônio do consumidor).

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DEFEITOS:
I – É um problema de maior impacto e que ultrapassa o produto ou o
serviço atingindo diretamente o consumidor (na sua integridade física ou
no seu patrimônio). Todo defeito já foi, em algum momento, um vício
(evoluiu e tornou-se um defeito).
II – O vício tem, por vezes, possibilidade de se tornar um defeito.

RESPONSABILIDADE PELO DEFEITO DO PRODUTO E OU


SERVIÇO:
I – Serão responsabilizados pelos defeitos o fabricante, o construtor,
o produtor e o importador (art. 12 e seguintes do CDC), seja nacional ou
estrangeiro. Respondem de forma objetiva, ou seja, independentemente
de culpa.
II – Respondem pelo defeito na fabricação, na montagem do projeto,
por fórmulas, pelas informações do produto... etc.
III – Produto defeituoso: aquele que não oferece segurança que dele
legitimamente se espera

RESPONSABILIDADE PELO VÍCIO:


I – O CDC dispõe que o fornecedor de produtos duráveis ou não
duráveis respondem pelo vício de qualidade ou de quantidade que os
tornem inadequados ou impróprios para o consumo.
II – Terá o fornecedor o prazo de 30 dias, após ciência do vício, para
solucionar o problema.
III – Não sanado o problema em 30 dias: o consumidor poderá à sua
escolha: 1º abatimento proporcional do preço; 2º substituição do produto
por outro idêntico; 3º devolução integral do valor (com correção
monetária).

EXCLUDENTE DE RESPONSABILIDADE:

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I – Quando o fornecedor comprovar que não colocou o produto no


mercado (produto falso);
II – Quando o fornecedor provar que não existe defeito ou vício;
III – Culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.
IV – Caso fortuito ou força maior (excludente doutrinário).

COMERCIANTE PODERÁ SER RESPONSABILIZADO


EXCEPECIONALMENTE:
I – Quando o fabricante, o construtor, o produtor ou o importador não
poderem ser identificado;
II – Quando o produto for fornecido sem a identificação clara do seu
fabricante, produtor, construtor ou importador;
III – Quando o comerciante não conservar adequadamente os
produtos perecíveis.

GARANTIA LEGAL:
I – É aquela prevista em lei;
II – Para produtos ou serviços duráveis: 90 dias;
III – Não duráveis: 30 dias;
IV – Produtos duráveis: aqueles produzidos que podem ser utilizados
reiterada vezes (mas não infinitamente);
V – Produtos não duráveis: consumidos imediatamente e se
consumo o produto se esvai (cerveja; chocolate, shampoo...)

GARANTIA CONTRATUAL:
I – Deve ser escrita e não verbal;
II – Soma com a legal (Ex.: loja te dá 1 ano de garantia contratual;
logo você terá 1 ano + 90 dias);

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III – É garantia facultativa;


IV – Pode colocar condicionantes (total, parcial... de alguns produtos
apenas...).
V – Terminando a garantia legal, inicia-se a garantia contratual.
VI – OBS.: Aplica-se o CC no caso de garantia da marca.

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