Você está na página 1de 71

Atendimento:Legislação

Profª Tatiana Marcello


SUMÁRIO

Lei nº 8.078/1990 (Código de Defesa do Consumidor). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 09


Considerações sobre Direito do Consumidor CDC . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
Questões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
Resolução CMN/Bacen nº 3.694/2009 e alterações posteriores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59
Considerações sobre a Resolução CMN/Bacen nº 3.694/2009 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61
Questões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63
Código Civil (Pessoa física e pessoa jurídica: capacidade e incapacidade civil, representação e
domicílio) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67
Considerações sobre a matéria . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71
Questões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75

www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito do Consumidor

LEI Nº 8.078, DE 11 DE SETEMBRO DE 1990 – CÓDIGO DE DEFESA DO


CONSUMIDOR

Dispõe sobre a proteção do consumidor e dá distribuição ou comercialização de produtos ou


outras providências. prestação de serviços.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que § 1º Produto é qualquer bem, móvel ou
o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a imóvel, material ou imaterial.
seguinte lei:
§ 2º Serviço é qualquer atividade fornecida
no mercado de consumo, mediante
remuneração, inclusive as de natureza
TÍTULO I bancária, financeira, de crédito e securitária,
salvo as decorrentes das relações de caráter
Dos Direitos do Consumidor trabalhista.

CAPÍTULO I CAPÍTULO II
DISPOSIÇÕES GERAIS DA POLÍTICA NACIONAL DE
Art. 1º O presente código estabelece normas RELAÇÕES DE CONSUMO
de proteção e defesa do consumidor, de ordem Art. 4º A Política Nacional das Relações de
pública e interesse social, nos termos dos arts. Consumo tem por objetivo o atendimento das
5º, inciso XXXII, 170, inciso V, da Constituição necessidades dos consumidores, o respeito à
Federal e art. 48 de suas Disposições sua dignidade, saúde e segurança, a proteção de
Transitórias. seus interesses econômicos, a melhoria da sua
Art. 2º Consumidor é toda pessoa física ou qualidade de vida, bem como a transparência e
jurídica que adquire ou utiliza produto ou harmonia das relações de consumo, atendidos
serviço como destinatário final. os seguintes princípios:

Parágrafo único. Equipara-se a consumidor I −reconhecimento da vulnerabilidade do


a coletividade de pessoas, ainda que consumidor no mercado de consumo;
indetermináveis, que haja intervindo nas II − ação governamental no sentido de
relações de consumo. proteger efetivamente o consumidor:
Art. 3º Fornecedor é toda pessoa física a) por iniciativa direta;
ou jurídica, pública ou privada, nacional
ou estrangeira, bem como os entes b) por incentivos à criação e
despersonalizados, que desenvolvem atividade desenvolvimento de associações
de produção, montagem, criação, construção, representativas;
transformação, importação, exportação,
c) pela presença do Estado no mercado de
consumo;

www.acasadoconcurseiro.com.br 9
d) pela garantia dos produtos e serviços III − criação de delegacias de polícia
com padrões adequados de qualidade, especializadas no atendimento de
segurança, durabilidade e desempenho. consumidores vítimas de infrações penais
de consumo;
III − harmonização dos interesses dos
participantes das relações de consumo IV − criação de Juizados Especiais de
e compatibilização da proteção do Pequenas Causas e Varas Especializadas
consumidor com a necessidade de para a solução de litígios de consumo;
desenvolvimento econômico e tecnológico,
de modo a viabilizar os princípios nos quais V −concessão de estímulos à criação e
se funda a ordem econômica (art. 170 da desenvolvimento das Associações de Defesa
Constituição Federal), sempre com base do Consumidor.
na boa-fé e equilíbrio nas relações entre § 1º (Vetado).
consumidores e fornecedores;
§ 2º (Vetado).
IV −educação e informação de fornecedores
e consumidores, quanto aos seus direitos e
deveres, com vistas à melhoria do mercado
de consumo; CAPÍTULO III
V −incentivo à criação pelos fornecedores DOS DIREITOS BÁSICOS DO
de meios eficientes de controle de qualidade CONSUMIDOR
e segurança de produtos e serviços, assim
como de mecanismos alternativos de Art. 6º São direitos básicos do consumidor:
solução de conflitos de consumo; I −a proteção da vida, saúde e segurança
VI − coibição e repressão eficientes de contra os riscos provocados por práticas
todos os abusos praticados no mercado de no fornecimento de produtos e serviços
consumo, inclusive a concorrência desleal considerados perigosos ou nocivos;
e utilização indevida de inventos e criações II − a educação e divulgação sobre o
industriais das marcas e nomes comerciais consumo adequado dos produtos e serviços,
e signos distintivos, que possam causar asseguradas a liberdade de escolha e a
prejuízos aos consumidores; igualdade nas contratações;
VII −racionalização e melhoria dos serviços III −a informação adequada e clara sobre
públicos; os diferentes produtos e serviços, com
VIII −
estudo constante das modificações do especificação correta de quantidade,
mercado de consumo. características, composição, qualidade,
tributos incidentes e preço, bem como
Art. 5º Para a execução da Política Nacional das sobre os riscos que apresentem;
Relações de Consumo, contará o poder público
com os seguintes instrumentos, entre outros: IV − a proteção contra a publicidade
enganosa e abusiva, métodos comerciais
I − manutenção de assistência jurídica, coercitivos ou desleais, bem como contra
integral e gratuita para o consumidor práticas e cláusulas abusivas ou impostas no
carente; fornecimento de produtos e serviços;
I I− instituição de Promotorias de Justiça V − a modificação das cláusulas
de Defesa do Consumidor, no âmbito do contratuais que estabeleçam prestações
Ministério Público; desproporcionais ou sua revisão em razão

10 www.acasadoconcurseiro.com.br
CEF ‒ Atendimento: Legislação ‒ Profª Tatiana Marcello

de fatos supervenientes que as tornem CAPÍTULO IV


excessivamente onerosas; DA QUALIDADE DE PRODUTOS
VI −a efetiva prevenção e reparação de E SERVIÇOS, DA PREVENÇÃO E
danos patrimoniais e morais, individuais, AREPARAÇÃO DOS DANOS
coletivos e difusos;
Seção I
VII − o acesso aos órgãos judiciários e
administrativos com vistas à prevenção ou DA PROTEÇÃO À SAÚDE E
reparação de danos patrimoniais e morais, SEGURANÇA
individuais, coletivos ou difusos, assegurada
a proteção Jurídica, administrativa e técnica Art. 8º Os produtos e serviços colocados no
aos necessitados; mercado de consumo não acarretarão riscos
à saúde ou segurança dos consumidores,
VIII a−facilitação da defesa de seus direitos, exceto os considerados normais e previsíveis
inclusive com a inversão do ônus da prova, em decorrência de sua natureza e fruição,
a seu favor, no processo civil, quando, a obrigando-se os fornecedores, em qualquer
critério do juiz, for verossímil a alegação ou hipótese, a dar as informações necessárias e
quando for ele hipossuficiente, segundo as adequadas a seu respeito.
regras ordinárias de experiências;
Parágrafo único. Em se tratando de produto
IX −(Vetado); industrial, ao fabricante cabe prestar as
informações a que se refere este artigo,
X − a adequada e eficaz prestação dos
através de impressos apropriados que
serviços públicos em geral.
devam acompanhar o produto.
Art. 7º Os direitos previstos neste código não
Art. 9º O fornecedor de produtos e serviços
excluem outros decorrentes de tratados ou
potencialmente nocivos ou perigosos à saúde
convenções internacionais de que o Brasil seja
ou segurança deverá informar, de maneira
signatário, da legislação interna ordinária, de
ostensiva e adequada, a respeito da sua
regulamentos expedidos pelas autoridades
nocividade ou periculosidade, sem prejuízo da
administrativas competentes, bem como dos
adoção de outras medidas cabíveis em cada
que derivem dos princípios gerais do direito,
caso concreto.
analogia, costumes e equidade.
Art. 10. O fornecedor não poderá colocar no
Parágrafo único. Tendo mais de um autor a
mercado de consumo produto ou serviço que
ofensa, todos responderão solidariamente
sabe ou deveria saber apresentar alto grau
pela reparação dos danos previstos nas
de nocividade ou periculosidade à saúde ou
normas de consumo.
segurança.
§ 1º O fornecedor de produtos e serviços
que, posteriormente à sua introdução no
mercado de consumo, tiver conhecimento
da periculosidade que apresentem,
deverá comunicar o fato imediatamente
às autoridades competentes e aos
consumidores, mediante anúncios
publicitários.
§ 2º Os anúncios publicitários a que se
refere o parágrafo anterior serão veiculados

www.acasadoconcurseiro.com.br 11
na imprensa, rádio e televisão, às expensas III −a culpa exclusiva do consumidor ou de
do fornecedor do produto ou serviço. terceiro.
§ 3º Sempre que tiverem conhecimento Art. 13. O comerciante é igualmente
de periculosidade de produtos ou serviços responsável, nos termos do artigo anterior,
à saúde ou segurança dos consumidores, quando:
a União, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios deverão informá-los a respeito. I −o fabricante, o construtor, o produtor ou o
importador não puderem ser identificados;
Art. 11. (Vetado).
II −o produto for fornecido sem identificação
Seção II clara do seu fabricante, produtor, construtor
ou importador;
DA RESPONSABILIDADE PELO FATO
DO PRODUTO E DO SERVIÇO III − não conservar adequadamente os
produtos perecíveis.
Art. 12. O fabricante, o produtor, o construtor,
nacional ou estrangeiro, e o importador Parágrafo único. Aquele que efetivar o
respondem, independentemente da existência pagamento ao prejudicado poderá exercer
de culpa, pela reparação dos danos causados o direito de regresso contra os demais
aos consumidores por defeitos decorrentes de responsáveis, segundo sua participação na
projeto, fabricação, construção, montagem, causação do evento danoso.
fórmulas, manipulação, apresentação ou Art. 14. O fornecedor de serviços responde,
acondicionamento de seus produtos, bem como independentemente da existência de culpa,
por informações insuficientes ou inadequadas pela reparação dos danos causados aos
sobre sua utilização e riscos. consumidores por defeitos relativos à prestação
§ 1º O produto é defeituoso quando não dos serviços, bem como por informações
oferece a segurança que dele legitimamente insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição
se espera, levando-se em consideração as e riscos.
circunstâncias relevantes, entre as quais: § 1º O serviço é defeituoso quando não
I −sua apresentação; fornece a segurança que o consumidor dele
pode esperar, levando-se em consideração
II −o uso e os riscos que razoavelmente dele as circunstâncias relevantes, entre as quais:
se esperam;
I −o modo de seu fornecimento;
III − a época em que foi colocado em
circulação. II −o resultado e os riscos que razoavelmente
dele se esperam;
§ 2º O produto não é considerado
defeituoso pelo fato de outro de melhor III −a época em que foi fornecido.
qualidade ter sido colocado no mercado. § 2º O serviço não é considerado defeituoso
§ 3º O fabricante, o construtor, o produtor pela adoção de novas técnicas.
ou importador só não será responsabilizado § 3º O fornecedor de serviços só não será
quando provar: responsabilizado quando provar:
I −que não colocou o produto no mercado; I −que, tendo prestado o serviço, o defeito
II −que, embora haja colocado o produto inexiste;
no mercado, o defeito inexiste; II −a culpa exclusiva do consumidor ou de
terceiro.

12 www.acasadoconcurseiro.com.br
CEF ‒ Atendimento: Legislação ‒ Profª Tatiana Marcello

§ 4º A responsabilidade pessoal dos § 3º O consumidor poderá fazer uso


profissionais liberais será apurada mediante imediato das alternativas do § 1° deste
a verificação de culpa. artigo sempre que, em razão da extensão
do vício, a substituição das partes viciadas
Art. 15. (Vetado). puder comprometer a qualidade ou
Art. 16. (Vetado). características do produto, diminuir-lhe o
valor ou se tratar de produto essencial.
Art. 17. Para os efeitos desta Seção, equiparam-
se aos consumidores todas as vítimas do evento. § 4º Tendo o consumidor optado pela
alternativa do inciso I do § 1º deste artigo,
Seção III e não sendo possível a substituição do
DA RESPONSABILIDADE POR VÍCIO bem, poderá haver substituição por outro
de espécie, marca ou modelo diversos,
DO PRODUTO E DO SERVIÇO mediante complementação ou restituição
Art. 18. Os fornecedores de produtos de de eventual diferença de preço, sem
consumo duráveis ou não duráveis respondem prejuízo do disposto nos incisos II e III do §
solidariamente pelos vícios de qualidade ou 1º deste artigo.
quantidade que os tornem impróprios ou § 5º No caso de fornecimento de produtos
inadequados ao consumo a que se destinam ou in natura, será responsável perante o
lhes diminuam o valor, assim como por aqueles consumidor o fornecedor imediato, exceto
decorrentes da disparidade, com a indicações quando identificado claramente seu
constantes do recipiente, da embalagem, produtor.
rotulagem ou mensagem publicitária,
respeitadas as variações decorrentes de sua § 6º São impróprios ao uso e consumo:
natureza, podendo o consumidor exigir a
I −os produtos cujos prazos de validade estejam
substituição das partes viciadas.
vencidos;
§ 1º Não sendo o vício sanado no prazo
II − os produtos deteriorados, alterados,
máximo de trinta dias, pode o consumidor
adulterados, avariados, falsificados,
exigir, alternativamente e à sua escolha:
corrompidos, fraudados, nocivos à vida ou
I − a substituição do produto por outro da à saúde, perigosos ou, ainda, aqueles em
mesma espécie, em perfeitas condições de desacordo com as normas regulamentares de
uso; fabricação, distribuição ou apresentação;
II −a restituição imediata da quantia paga, III −os produtos que, por qualquer motivo, se
monetariamente atualizada, sem prejuízo revelem inadequados ao fim a que se destinam.
de eventuais perdas e danos;
Art. 19. Os fornecedores respondem
III −o abatimento proporcional do preço. solidariamente pelos vícios de quantidade do
produto sempre que, respeitadas as variações
§ 2º Poderão as partes convencionar a decorrentes de sua natureza, seu conteúdo
redução ou ampliação do prazo previsto líquido for inferior às indicações constantes do
no parágrafo anterior, não podendo ser recipiente, da embalagem, rotulagem ou de
inferior a sete nem superior a cento e mensagem publicitária, podendo o consumidor
oitenta dias. Nos contratos de adesão, a exigir, alternativamente e à sua escolha:
cláusula de prazo deverá ser convencionada
em separado, por meio de manifestação I −o abatimento proporcional do preço;
expressa do consumidor.
II −complementação do peso ou medida;

www.acasadoconcurseiro.com.br 13
III −a substituição do produto por outro da Art. 22. Os órgãos públicos, por si ou suas
mesma espécie, marca ou modelo, sem os empresas, concessionárias, permissionárias ou
aludidos vícios; sob qualquer outra forma de empreendimento,
são obrigados a fornecer serviços adequados,
IV −a restituição imediata da quantia paga, eficientes, seguros e, quanto aos essenciais,
monetariamente atualizada, sem prejuízo contínuos.
de eventuais perdas e danos.
Parágrafo único. Nos casos de
§ 1º Aplica-se a este artigo o disposto no § descumprimento, total ou parcial, das
4º do artigo anterior. obrigações referidas neste artigo, serão as
§ 2º O fornecedor imediato será responsável pessoas jurídicas compelidas a cumpri-las
quando fizer a pesagem ou a medição e o e a reparar os danos causados, na forma
instrumento utilizado não estiver aferido prevista neste código.
segundo os padrões oficiais. Art. 23. A ignorância do fornecedor sobre
Art. 20. O fornecedor de serviços responde os vícios de qualidade por inadequação
pelos vícios de qualidade que os tornem dos produtos e serviços não o exime de
impróprios ao consumo ou lhes diminuam o responsabilidade.
valor, assim como por aqueles decorrentes da Art. 24. A garantia legal de adequação do
disparidade com as indicações constantes da produto ou serviço independe de termo
oferta ou mensagem publicitária, podendo o expresso, vedada a exoneração contratual do
consumidor exigir, alternativamente e à sua fornecedor.
escolha:
Art. 25. É vedada a estipulação contratual de
I − a reexecução dos serviços, sem custo cláusula que impossibilite, exonere ou atenue
adicional e quando cabível; a obrigação de indenizar prevista nesta e nas
II −a restituição imediata da quantia paga, seções anteriores.
monetariamente atualizada, sem prejuízo § 1º Havendo mais de um responsável
de eventuais perdas e danos; pela causação do dano, todos responderão
III −o abatimento proporcional do preço. solidariamente pela reparação prevista
nesta e nas seções anteriores.
§ 1º A reexecução dos serviços poderá
ser confiada a terceiros devidamente § 2º Sendo o dano causado por componente
capacitados, por conta e risco do fornecedor. ou peça incorporada ao produto ou serviço,
são responsáveis solidários seu fabricante,
§ 2º São impróprios os serviços que se construtor ou importador e o que realizou a
mostrem inadequados para os fins que incorporação.
razoavelmente deles se esperam, bem
como aqueles que não atendam as normas Seção IV
regulamentares de prestabilidade. DA DECADÊNCIA E DA PRESCRIÇÃO
Art. 21. No fornecimento de serviços que Art. 26. O direito de reclamar pelos vícios
tenham por objetivo a reparação de qualquer aparentes ou de fácil constatação caduca em:
produto considerar-se-á implícita a obrigação
do fornecedor de empregar componentes de I −trinta dias, tratando-se de fornecimento
reposição originais adequados e novos, ou de serviço e de produtos não duráveis;
que mantenham as especificações técnicas
do fabricante, salvo, quanto a estes últimos, II − noventa dias, tratando-se de
autorização em contrário do consumidor. fornecimento de serviço e de produtos
duráveis.

14 www.acasadoconcurseiro.com.br
CEF ‒ Atendimento: Legislação ‒ Profª Tatiana Marcello

§ 1º Inicia-se a contagem do prazo § 3º As sociedades consorciadas são


decadencial a partir da entrega efetiva do solidariamente responsáveis pelas
produto ou do término da execução dos obrigações decorrentes deste código.
serviços.
§ 4º As sociedades coligadas só responderão
§ 2º Obstam a decadência: por culpa.
I − a reclamação comprovadamente § 5º Também poderá ser desconsiderada
formulada pelo consumidor perante o a pessoa jurídica sempre que sua
fornecedor de produtos e serviços até a personalidade for, de alguma forma,
resposta negativa correspondente, que obstáculo ao ressarcimento de prejuízos
deve ser transmitida de forma inequívoca; causados aos consumidores.
II −(Vetado).
III −a instauração de inquérito civil, até seu
encerramento. CAPÍTULO V
DAS PRÁTICAS COMERCIAIS
§ 3º Tratando-se de vício oculto, o prazo
decadencial inicia-se no momento em que Seção I
ficar evidenciado o defeito.
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 27. Prescreve em cinco anos a pretensão
à reparação pelos danos causados por fato do Art. 29. Para os fins deste Capítulo e do
produto ou do serviço prevista na Seção II deste seguinte, equiparam-se aos consumidores todas
Capítulo, iniciando-se a contagem do prazo as pessoas determináveis ou não, expostas às
a partir do conhecimento do dano e de sua práticas nele previstas.
autoria.
Seção II
Parágrafo único. (Vetado). DA OFERTA
Seção V Art. 30. Toda informação ou publicidade,
DA DESCONSIDERAÇÃO DA suficientemente precisa, veiculada por qualquer
PERSONALIDADE JURÍDICA forma ou meio de comunicação com relação a
produtos e serviços oferecidos ou apresentados,
Art. 28. O juiz poderá desconsiderar a obriga o fornecedor que a fizer veicular ou dela
personalidade jurídica da sociedade quando, se utilizar e integra o contrato que vier a ser
em detrimento do consumidor, houver abuso celebrado.
de direito, excesso de poder, infração da lei,
Art. 31. A oferta e apresentação de produtos
fato ou ato ilícito ou violação dos estatutos ou
ou serviços devem assegurar informações
contrato social. A desconsideração também
corretas, claras, precisas, ostensivas e em
será efetivada quando houver falência, estado
língua portuguesa sobre suas características,
de insolvência, encerramento ou inatividade
qualidades, quantidade, composição, preço,
da pessoa jurídica provocados por má
garantia, prazos de validade e origem, entre
administração.
outros dados, bem como sobre os riscos
§ 1º (Vetado). que apresentam à saúde e segurança dos
consumidores.
§ 2º As sociedades integrantes dos grupos
societários e as sociedades controladas, Parágrafo único. As informações de que
são subsidiariamente responsáveis pelas trata este artigo, nos produtos refrigerados
obrigações decorrentes deste código.

www.acasadoconcurseiro.com.br 15
oferecidos ao consumidor, serão gravadas Parágrafo único. O fornecedor, na
de forma indelével. publicidade de seus produtos ou serviços,
manterá, em seu poder, para informação
Art. 32. Os fabricantes e importadores deverão dos legítimos interessados, os dados fáticos,
assegurar a oferta de componentes e peças de técnicos e científicos que dão sustentação à
reposição enquanto não cessar a fabricação ou mensagem.
importação do produto.
Art. 37. É proibida toda publicidade enganosa
Parágrafo único. Cessadas a produção ou ou abusiva.
importação, a oferta deverá ser mantida por
período razoável de tempo, na forma da lei. § 1º É enganosa qualquer modalidade de
informação ou comunicação de caráter
Art. 33. Em caso de oferta ou venda por publicitário, inteira ou parcialmente falsa,
telefone ou reembolso postal, deve constar o ou, por qualquer outro modo, mesmo
nome do fabricante e endereço na embalagem, por omissão, capaz de induzir em erro
publicidade e em todos os impressos utilizados o consumidor a respeito da natureza,
na transação comercial. características, qualidade, quantidade,
Parágrafo único. É proibida a publicidade propriedades, origem, preço e quaisquer
de bens e serviços por telefone, quando a outros dados sobre produtos e serviços.
chamada for onerosa ao consumidor que a § 2º É abusiva, dentre outras a publicidade
origina. discriminatória de qualquer natureza, a
Art. 34. O fornecedor do produto ou serviço é que incite à violência, explore o medo ou
solidariamente responsável pelos atos de seus a superstição, se aproveite da deficiência
prepostos ou representantes autônomos. de julgamento e experiência da criança,
desrespeita valores ambientais, ou que
Art. 35. Se o fornecedor de produtos ou serviços seja capaz de induzir o consumidor a se
recusar cumprimento à oferta, apresentação comportar de forma prejudicial ou perigosa
ou publicidade, o consumidor poderá, à sua saúde ou segurança.
alternativamente e à sua livre escolha:
§ 3º Para os efeitos deste código, a
I − exigir o cumprimento forçado publicidade é enganosa por omissão
da obrigação, nos termos da oferta, quando deixar de informar sobre dado
apresentação ou publicidade; essencial do produto ou serviço.
II −aceitar outro produto ou prestação de § 4º (Vetado).
serviço equivalente;
Art. 38. O ônus da prova da veracidade e
III −rescindir o contrato, com direito à correção da informação ou comunicação
restituição de quantia eventualmente publicitária cabe a quem as patrocina.
antecipada, monetariamente atualizada, e a
perdas e danos. Seção IV
DAS PRÁTICAS ABUSIVAS
Seção III
DA PUBLICIDADE Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou
serviços, dentre outras práticas abusivas:
Art. 36. A publicidade deve ser veiculada de tal
forma que o consumidor, fácil e imediatamente, I −condicionar o fornecimento de produto
a identifique como tal. ou de serviço ao fornecimento de outro
produto ou serviço, bem como, sem justa
causa, a limites quantitativos;

16 www.acasadoconcurseiro.com.br
CEF ‒ Atendimento: Legislação ‒ Profª Tatiana Marcello

II −recusar atendimento às demandas dos fixação de seu termo inicial a seu exclusivo
consumidores, na exata medida de suas critério.
disponibilidades de estoque, e, ainda, de
conformidade com os usos e costumes; XIII −aplicar fórmula ou índice de reajuste
diverso do legal ou contratualmente
III −enviar ou entregar ao consumidor, sem estabelecido.
solicitação prévia, qualquer produto, ou
fornecer qualquer serviço; Parágrafo único. Os serviços prestados
e os produtos remetidos ou entregues
IV −prevalecer-se da fraqueza ou ignorância ao consumidor, na hipótese prevista no
do consumidor, tendo em vista sua idade, inciso III, equiparam-se às amostras grátis,
saúde, conhecimento ou condição social, inexistindo obrigação de pagamento.
para impingir-lhe seus produtos ou serviços;
Art. 40. O fornecedor de serviço será obrigado
V − exigir do consumidor vantagem a entregar ao consumidor orçamento prévio
manifestamente excessiva; discriminando o valor da mão de- obra, dos
materiais e equipamentos a serem empregados,
VI − executar serviços sem a prévia as condições de pagamento, bem como as datas
elaboração de orçamento e autorização de início e término dos serviços.
expressa do consumidor, ressalvadas as
decorrentes de práticas anteriores entre as § 1º Salvo estipulação em contrário, o
partes; valor orçado terá validade pelo prazo de
dez dias, contado de seu recebimento pelo
VII − repassar informação depreciativa, consumidor.
referente a ato praticado pelo consumidor
no exercício de seus direitos; § 2º Uma vez aprovado pelo consumidor,
o orçamento obriga os contraentes e
VIII −colocar, no mercado de consumo, somente pode ser alterado mediante livre
qualquer produto ou serviço em desacordo negociação das partes.
com as normas expedidas pelos órgãos
oficiais competentes ou, se normas § 3º O consumidor não responde por
específicas não existirem, pela Associação quaisquer ônus ou acréscimos decorrentes
Brasileira de Normas Técnicas ou outra da contratação de serviços de terceiros não
entidade credenciada pelo Conselho previstos no orçamento prévio.
Nacional de Metrologia, Normalização e
Qualidade Industrial (Conmetro); Art. 41. No caso de fornecimento de produtos
ou de serviços sujeitos ao regime de controle
IX −recusar a venda de bens ou a prestação ou de tabelamento de preços, os fornecedores
de serviços, diretamente a quem se deverão respeitar os limites oficiais sob pena de
disponha a adquiri-los mediante pronto não o fazendo, responderem pela restituição da
pagamento, ressalvados os casos de quantia recebida em excesso, monetariamente
intermediação regulados em leis especiais; atualizada, podendo o consumidor exigir à
sua escolha, o desfazimento do negócio, sem
X − elevar sem justa causa o preço de prejuízo de outras sanções cabíveis.
produtos ou serviços.
XI −Dispositivo incluído pela MPV nº 1.890- Seção V
67, de 22.10.1999, DA COBRANÇA DE DÍVIDAS
XII − deixar de estipular prazo para o Art. 42. Na cobrança de débitos, o consumidor
cumprimento de sua obrigação ou deixar a inadimplente não será exposto a ridículo,

www.acasadoconcurseiro.com.br 17
nem será submetido a qualquer tipo de § 5º Consumada a prescrição relativa
constrangimento ou ameaça. à cobrança de débitos do consumidor,
não serão fornecidas, pelos respectivos
Parágrafo único. O consumidor cobrado em Sistemas de Proteção ao Crédito, quaisquer
quantia indevida tem direito à repetição do informações que possam impedir ou
indébito, por valor igual ao dobro do que dificultar novo acesso ao crédito junto aos
pagou em excesso, acrescido de correção fornecedores.
monetária e juros legais, salvo hipótese de
engano justificável. Art. 44. Os órgãos públicos de defesa do
consumidor manterão cadastros atualizados
Art. 42-A. Em todos os documentos de cobrança de reclamações fundamentadas contra
de débitos apresentados ao consumidor, fornecedores de produtos e serviços, devendo
deverão constar o nome, o endereço e o divulgá-lo pública e anualmente. A divulgação
número de inscrição no Cadastro de Pessoas indicará se a reclamação foi atendida ou não
Físicas – CPF ou no Cadastro Nacional de Pessoa pelo fornecedor.
Jurídica – CNPJ do fornecedor do produto ou
serviço correspondente. § 1º É facultado o acesso às informações lá
constantes para orientação e consulta por
Seção VI qualquer interessado.
DOS BANCOS DE DADOS E
§ 2° Aplicam-se a este artigo, no que couber,
CADASTROS DE CONSUMIDORES as mesmas regras enunciadas no artigo
anterior e as do parágrafo único do art. 22
Art. 43. O consumidor, sem prejuízo do disposto
deste código.
no art. 86, terá acesso às informações existentes
em cadastros, fichas, registros e dados pessoais Art. 45. (Vetado).
e de consumo arquivados sobre ele, bem como
sobre as suas respectivas fontes.
§ 1º Os cadastros e dados de consumidores CAPÍTULO VI
devem ser objetivos, claros, verdadeiros e
em linguagem de fácil compreensão, não DA PROTEÇÃO CONTRATUAL
podendo conter informações negativas
referentes a período superior a cinco anos. Seção I
DISPOSIÇÕES GERAIS
§ 2º A abertura de cadastro, ficha, registro
e dados pessoais e de consumo deverá ser Art. 46. Os contratos que regulam as relações
comunicada por escrito ao consumidor, de consumo não obrigarão os consumidores,
quando não solicitada por ele. se não lhes for dada a oportunidade de tomar
conhecimento prévio de seu conteúdo, ou se
§ 3º O consumidor, sempre que encontrar
os respectivos instrumentos forem redigidos de
inexatidão nos seus dados e cadastros,
modo a dificultar a compreensão de seu sentido
poderá exigir sua imediata correção,
e alcance.
devendo o arquivista, no prazo de cinco dias
úteis, comunicar a alteração aos eventuais Art. 47. As cláusulas contratuais serão
destinatários das informações incorretas. interpretadas de maneira mais favorável ao
consumidor.
§ 4º Os bancos de dados e cadastros
relativos a consumidores, os serviços de Art. 48. As declarações de vontade constantes
proteção ao crédito e congêneres são de escritos particulares, recibos e pré-contratos
considerados entidades de caráter público. relativos às relações de consumo vinculam

18 www.acasadoconcurseiro.com.br
CEF ‒ Atendimento: Legislação ‒ Profª Tatiana Marcello

o fornecedor, ensejando inclusive execução II −subtraiam ao consumidor a opção de


específica, nos termos do art. 84 e parágrafos. reembolso da quantia já paga, nos casos
previstos neste código;
Art. 49. O consumidor pode desistir do contrato,
no prazo de 7 dias a contar de sua assinatura ou III − transfiram responsabilidades a
do ato de recebimento do produto ou serviço, terceiros;
sempre que a contratação de fornecimento
de produtos e serviços ocorrer fora do I V− estabeleçam obrigações consideradas
estabelecimento comercial, especialmente por iníquas, abusivas, que coloquem o
telefone ou a domicílio. consumidor em desvantagem exagerada,
ou sejam incompatíveis com a boa-fé ou a
Parágrafo único. Se o consumidor exercitar equidade;
o direito de arrependimento previsto
neste artigo, os valores eventualmente V −
(Vetado);
pagos, a qualquer título, durante o prazo VI estabeleçam
− inversão do ônus da prova
de reflexão, serão devolvidos, de imediato, em prejuízo do consumidor;
monetariamente atualizados.
VII −determinem a utilização compulsória
Art. 50. A garantia contratual é complementar de arbitragem;
à legal e será conferida mediante termo escrito.
VIII − imponham representante para
Parágrafo único. O termo de garantia concluir ou realizar outro negócio jurídico
ou equivalente deve ser padronizado e pelo consumidor;
esclarecer, de maneira adequada em que
consiste a mesma garantia, bem como a IX − deixem ao fornecedor a opção de
forma, o prazo e o lugar em que pode ser concluir ou não o contrato, emboraobrigando
exercitada e os ônus a cargo do consumidor, o consumidor;
devendo ser-lhe entregue, devidamente
X − permitam ao fornecedor, direta ou
preenchido pelo fornecedor, no ato do
indiretamente, variação do preço de
fornecimento, acompanhado de manual de
maneira unilateral;
instrução, de instalação e uso do produto
em linguagem didática, com ilustrações. XI −autorizem o fornecedor a cancelar o
contrato unilateralmente, sem que igual
Seção II direito seja conferido ao consumidor;
DAS CLÁUSULAS ABUSIVAS
XII −obriguem o consumidor a ressarcir os
Art. 51. São nulas de pleno direito, entre custos de cobrança de sua obrigação, sem
outras, as cláusulas contratuais relativas ao que igual direito lhe seja conferido contra o
fornecimento de produtos e serviços que: fornecedor;

I − impossibilitem, exonerem ou atenuem XIII − autorizem o fornecedor a modificar


a responsabilidade do fornecedor por unilateralmente o conteúdo ou a qualidade
vícios de qualquer natureza dos produtos do contrato, após sua celebração;
e serviços ou impliquem renúncia ou XIV − infrinjam ou possibilitem a violação
disposição de direitos. Nas relações de de normas ambientais;
consumo entre o fornecedor e o consumidor
pessoa jurídica, a indenização poderá ser XV −estejam em desacordo com o sistema
limitada, em situações justificáveis; de proteção ao consumidor;
XVI −possibilitem a renúncia do direito de
indenização por benfeitorias necessárias.

www.acasadoconcurseiro.com.br 19
§ 1º Presume-se exagerada, entre outros § 1º As multas de mora decorrentes do
casos, a vantagem que: inadimplemento de obrigações no seu
termo não poderão ser superiores a dois
I −ofende os princípios fundamentais do por cento do valor da prestação.
sistema jurídico a que pertence;
§ 2º É assegurado ao consumidor a
II − restringe direitos ou obrigações liquidação antecipada do débito, total
fundamentais inerentes à natureza do ou parcialmente, mediante redução
contrato, de tal modo a ameaçar seu objeto proporcional dos juros e demais acréscimos.
ou equilíbrio contratual;
§ 3º (Vetado).
III −se mostra excessivamente onerosa para
o consumidor, considerando-se a natureza Art. 53. Nos contratos de compra e venda
e conteúdo do contrato, o interesse das de móveis ou imóveis mediante pagamento
partes e outras circunstâncias peculiares ao em prestações, bem como nas alienações
caso. fiduciárias em garantia, consideram-se nulas
de pleno direito as cláusulas que estabeleçam a
§ 2º A nulidade de uma cláusula contratual perda total das prestações pagas em benefício
abusiva não invalida o contrato, exceto do credor que, em razão do inadimplemento,
quando de sua ausência, apesar dos pleitear a resolução do contrato e a retomada
esforços de integração, decorrer ônus do produto alienado.
excessivo a qualquer das partes.
§ 1º (Vetado).
§ 3º (Vetado).
§ 2º Nos contratos do sistema de consórcio
§ 4º É facultado a qualquer consumidor de produtos duráveis, a compensação ou
ou entidade que o represente requerer ao a restituição das parcelas quitadas, na
Ministério Público que ajuíze a competente forma deste artigo, terá descontada, além
ação para ser declarada a nulidade de da vantagem econômica auferida com a
cláusula contratual que contrarie o disposto fruição, os prejuízos que o desistente ou
neste código ou de qualquer forma não inadimplente causar ao grupo.
assegure o justo equilíbrio entre direitos e
obrigações das partes. § 3º Os contratos de que trata o caput deste
artigo serão expressos em moeda corrente
Art. 52. No fornecimento de produtos ou nacional.
serviços que envolva outorga de crédito ou
concessão de financiamento ao consumidor, Seção III
o fornecedor deverá, entre outros requisitos,
DOS CONTRATOS DE ADESÃO
informá-lo prévia e adequadamente sobre:
I −preço do produto ou serviço em moeda Art. 54. Contrato de adesão é aquele cujas
corrente nacional; cláusulas tenham sido aprovadas pela
autoridade competente ou estabelecidas
II −montante dos juros de mora e da taxa unilateralmente pelo fornecedor de produtos ou
efetiva anual de juros; serviços, sem que o consumidor possa discutir
ou modificar substancialmente seu conteúdo.
III −acréscimos legalmente previstos;
§ 1º A inserção de cláusula no formulário
IV −número e periodicidade das prestações; não desfigura a natureza de adesão do
V − soma total a pagar, com e sem contrato.
financiamento. § 2º Nos contratos de adesão admite-
se cláusula resolutória, desde que

20 www.acasadoconcurseiro.com.br
CEF ‒ Atendimento: Legislação ‒ Profª Tatiana Marcello

a alternativa, cabendo a escolha ao sob pena de desobediência, prestem


consumidor, ressalvando-se o disposto no § informações sobre questões de interesse
2º do artigo anterior. do consumidor, resguardado o segredo
industrial.
§ 3º Os contratos de adesão escritos serão
redigidos em termos claros e com caracteres Art. 56. As infrações das normas de defesa do
ostensivos e legíveis, cujo tamanho da fonte consumidor ficam sujeitas, conforme o caso, às
não será inferior ao corpo doze, de modo a seguintes sanções administrativas, sem prejuízo
facilitar sua compreensão pelo consumidor. das de natureza civil, penal e das definidas em
normas específicas:
§ 4º As cláusulas que implicarem limitação
de direito do consumidor deverão ser I −multa;
redigidas com destaque, permitindo sua
imediata e fácil compreensão. II −apreensão do produto;

§ 5º (Vetado) III −inutilização do produto;


IV −cassação do registro do produto junto
ao órgão competente;
CAPÍTULO VII V −proibição de fabricação do produto;
DAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS VI − suspensão de fornecimento de
produtos ou serviço;
Art. 55. A União, os Estados e o Distrito Federal,
em caráter concorrente e nas suas respectivas VII −suspensão temporária de atividade;
áreas de atuação administrativa, baixarão
normas relativas à produção, industrialização, VIII −
revogação de concessão ou permissão
distribuição e consumo de produtos e serviços. de uso;

§ 1º A União, os Estados, o Distrito Federal IX −cassação de licença do estabelecimento


e os Municípios fiscalizarão e controlarão ou de atividade;
a produção, industrialização, distribuição, X − interdição, total ou parcial, de
a publicidade de produtos e serviços e estabelecimento, de obra ou de atividade;
o mercado de consumo, no interesse
da preservação da vida, da saúde, da XI −intervenção administrativa;
segurança, da informação e do bem-estar
do consumidor, baixando as normas que se XII −
imposição de contrapropaganda.
fizerem necessárias. Parágrafo único. As sanções previstas neste
§ 2º (Vetado). artigo serão aplicadas pela autoridade
administrativa, no âmbito de sua atribuição,
§ 3º Os órgãos federais, estaduais, podendo ser aplicadas cumulativamente,
do Distrito Federal e municipais com inclusive por medida cautelar, antecedente
atribuições para fiscalizar e controlar o ou incidente de procedimento
mercado de consumo manterão comissões administrativo.
permanentes para elaboração, revisão
e atualização das normas referidas no § Art. 57. A pena de multa, graduada de acordo
1º, sendo obrigatória a participação dos com a gravidade da infração, a vantagem
consumidores e fornecedores. auferida e a condição econômica do fornecedor,
será aplicada mediante procedimento
§ 4º Os órgãos oficiais poderão expedir administrativo, revertendo para o Fundo de
notificações aos fornecedores para que, que trata a Lei nº 7.347, de 24 de julho de

www.acasadoconcurseiro.com.br 21
1985, os valores cabíveis à União, ou para os termos do art. 36 e seus parágrafos, sempre às
Fundos estaduais ou municipais de proteção ao expensas do infrator.
consumidor nos demais casos.
§ 1º A contrapropaganda será divulgada
Parágrafo único. A multa será em montante pelo responsável da mesma forma,
não inferior a duzentas e não superior a três frequência e dimensão e, preferencialmente
milhões de vezes o valor da Unidade Fiscal no mesmo veículo, local, espaço e horário,
de Referência (Ufir), ou índice equivalente de forma capaz de desfazer o malefício da
que venha a substituí-lo. publicidade enganosa ou abusiva.
Art. 58. As penas de apreensão, de inutilização § 2º (Vetado)
de produtos, de proibição de fabricação de
produtos, de suspensão do fornecimento de § 3º (Vetado).
produto ou serviço, de cassação do registro do
produto e revogação da concessão ou permissão
de uso serão aplicadas pela administração, TÍTULO II
mediante procedimento administrativo,
assegurada ampla defesa, quando forem Das Infrações Penais
constatados vícios de quantidade ou de
qualidade por inadequação ou insegurança do Art. 61. Constituem crimes contra as relações de
produto ou serviço. consumo previstas neste código, sem prejuízo
do disposto no Código Penal e leis especiais, as
Art. 59. As penas de cassação de alvará condutas tipificadas nos artigos seguintes.
de licença, de interdição e de suspensão
temporária da atividade, bem como a de Art. 62. (Vetado).
intervenção administrativa, serão aplicadas Art. 63. Omitir dizeres ou sinais ostensivos sobre
mediante procedimento administrativo, a nocividade ou periculosidade de produtos,
assegurada ampla defesa, quando o fornecedor nas embalagens, nos invólucros, recipientes ou
reincidir na prática das infrações de maior publicidade:
gravidade previstas neste código e na legislação
de consumo. Pena Detenção
− de seis meses a dois anos
e multa.
§ 1º A pena de cassação da concessão
será aplicada à concessionária de serviço § 1º Incorrerá nas mesmas penas quem
público, quando violar obrigação legal ou deixar de alertar, mediante recomendações
contratual. escritas ostensivas, sobre a periculosidade
do serviço a ser prestado.
§ 2º A pena de intervenção administrativa
será aplicada sempre que as circunstâncias § 2º Se o crime é culposo:
de fato desaconselharem a cassação de
Pena Detenção
− de um a seis meses ou
licença, a interdição ou suspensão da
multa.
atividade.
Art. 64. Deixar de comunicar à autoridade
§ 3º Pendendo ação judicial na qual
competente e aos consumidores a nocividade ou
se discuta a imposição de penalidade
periculosidade de produtos cujo conhecimento
administrativa, não haverá reincidência até
seja posterior à sua colocação no mercado:
o trânsito em julgado da sentença.
Pena − Detenção de seis meses a dois anos
Art. 60. A imposição de contrapropaganda será
e multa.
cominada quando o fornecedor incorrer na
prática de publicidade enganosa ou abusiva, nos

22 www.acasadoconcurseiro.com.br
CEF ‒ Atendimento: Legislação ‒ Profª Tatiana Marcello

Parágrafo único. Incorrerá nas mesmas Pena −Detenção de um a seis meses ou


penas quem deixar de retirar do mercado, multa.
imediatamente quando determinado
pela autoridade competente, os produtos Art. 70. Empregar na reparação de produtos,
nocivos ou perigosos, na forma deste artigo. peça ou componentes de reposição usados,
sem autorização do consumidor:
Art. 65. Executar serviço de alto grau de
periculosidade, contrariando determinação de Pena − Detenção de três meses a um ano e
autoridade competente: multa.

Pena − Detenção de seis meses a dois anos Art. 71. Utilizar, na cobrança de dívidas, de
e multa. ameaça, coação, constrangimento físico
ou moral, afirmações falsas incorretas ou
Parágrafo único. As penas deste artigo são enganosas ou de qualquer outro procedimento
aplicáveis sem prejuízo das correspondentes que exponha o consumidor, injustificadamente,
à lesão corporal e à morte. a ridículo ou interfira com seu trabalho,
descanso ou lazer:
Art. 66. Fazer afirmação falsa ou enganosa,
ou omitir informação relevante sobre a Pena − Detenção de três meses a um ano e
natureza, característica, qualidade, quantidade, multa.
segurança, desempenho, durabilidade, preço
ou garantia de produtos ou serviços: Art. 72. Impedir ou dificultar o acesso do
consumidor às informações que sobre ele
Pena − Detenção de três meses a um ano e constem em cadastros, banco de dados, fichas
multa. e registros:
§ 1º Incorrerá nas mesmas penas quem Pena Detenção
− de seis meses a um ano ou
patrocinar a oferta. multa.
§ 2º Se o crime é culposo; Art. 73. Deixar de corrigir imediatamente
informação sobre consumidor constante de
Pena Detenção
− de um a seis meses ou cadastro, banco de dados, fichas ou registros
multa. que sabe ou deveria saber ser inexata:
Art. 67. Fazer ou promover publicidade que Pena Detenção
− de um a seis meses ou
sabe ou deveria saber ser enganosa ou abusiva: multa.
Pena − Detenção de três meses a um ano e Art. 74. Deixar de entregar ao consumidor o
multa. termo de garantia adequadamente preenchido
Parágrafo único. (Vetado). e com especificação clara de seu conteúdo;

Art. 68. Fazer ou promover publicidade que Pena Detenção


− de um a seis meses ou
sabe ou deveria saber ser capaz de induzir o multa.
consumidor a se comportar de forma prejudicial Art. 75. Quem, de qualquer forma, concorrer
ou perigosa a sua saúde ou segurança: para os crimes referidos neste código, incide
Pena − Detenção de seis meses a dois anos as penas a esses cominadas na medida de
e multa: sua culpabilidade, bem como o diretor,
administrador ou gerente da pessoa jurídica
Parágrafo único. (Vetado). que promover, permitir ou por qualquer modo
aprovar o fornecimento, oferta, exposição
Art. 69. Deixar de organizar dados fáticos,
à venda ou manutenção em depósito de
técnicos e científicos que dão base à publicidade:

www.acasadoconcurseiro.com.br 23
produtos ou a oferta e prestação de serviços nas autoridade que presidir o inquérito, entre cem e
condições por ele proibidas. duzentas mil vezes o valor do Bônus do Tesouro
Nacional (BTN), ou índice equivalente que
Art. 76. São circunstâncias agravantes dos venha a substituí-lo.
crimes tipificados neste código:
Parágrafo único. Se assim recomendar a
I −serem cometidos em época de grave crise situação econômica do indiciado ou réu, a
econômica ou por ocasião de calamidade; fiança poderá ser:
II −ocasionarem grave dano individual ou a) reduzida até a metade do seu valor
coletivo; mínimo;
III − dissimular-se a natureza ilícita do b) aumentada pelo juiz até vinte vezes.
procedimento;
Art. 80. No processo penal atinente aos crimes
I V− quando cometidos: previstos neste código, bem como a outros
a) por servidor público, ou por pessoa crimes e contravenções que envolvam relações
cuja condição econômico-social seja de consumo, poderão intervir, como assistentes
manifestamente superior à da vítima; do Ministério Público, os legitimados indicados
no art. 82, inciso III e IV, aos quais também é
b) em detrimento de operário ou rurícola; facultado propor ação penal subsidiária, se a
de menor de dezoito ou maior de sessenta denúncia não for oferecida no prazo legal.
anos ou de pessoas portadoras de
deficiência mental interditadas ou não;
V −serem praticados em operações que TÍTULO III
envolvam alimentos, medicamentos ou
quaisquer outros produtos ou serviços Da Defesa do Consumidor em Juízo
essenciais.
Art. 77. A pena pecuniária prevista nesta Seção
será fixada em dias-multa, correspondente ao CAPÍTULO I
mínimo e ao máximo de dias de duração da DISPOSIÇÕES GERAIS
pena privativa da liberdade cominada ao crime.
Na individualização desta multa, o juiz observará Art. 81. A defesa dos interesses e direitos dos
o disposto no art. 60, § 1º do Código Penal. consumidores e das vítimas poderá ser exercida
Art. 78. Além das penas privativas de liberdade em juízo individualmente, ou a título coletivo.
e de multa, podem ser impostas, cumulativa ou Parágrafo único. A defesa coletiva será
alternadamente, observado o disposto nos arts. exercida quando se tratar de:
44 a 47 do Código Penal:
I − interesses ou direitos difusos, assim
I −a interdição temporária de direitos; entendidos, para efeitos deste código, os
II −a publicação em órgãos de comunicação transindividuais, de natureza indivisível, de
de grande circulação ou audiência, às que sejam titulares pessoas indeterminadas
expensas do condenado, de notícia sobre os e ligadas por circunstâncias de fato;
fatos e a condenação; II −interesses ou direitos coletivos, assim
III −a prestação de serviços à comunidade. entendidos, para efeitos deste código, os
transindividuais, de natureza indivisível de
Art. 79. O valor da fiança, nas infrações de que que seja titular grupo, categoria ou classe
trata este código, será fixado pelo juiz, ou pela

24 www.acasadoconcurseiro.com.br
CEF ‒ Atendimento: Legislação ‒ Profª Tatiana Marcello

de pessoas ligadas entre si ou com a parte § 1º A conversão da obrigação em perdas


contrária por uma relação jurídica base; e danos somente será admissível se por
elas optar o autor ou se impossível a tutela
III − interesses ou direitos individuais específica ou a obtenção do resultado
homogêneos, assim entendidos os prático correspondente.
decorrentes de origem comum.
§ 2º A indenização por perdas e danos se
Art. 82. Para os fins do art. 81, parágrafo único, fará sem prejuízo da multa (art. 287, do
são legitimados concorrentemente: Código de Processo Civil).
I −o Ministério Público, § 3º Sendo relevante o fundamento da
II −a União, os Estados, os Municípios e o demanda e havendo justificado receio de
Distrito Federal; ineficácia do provimento final, é lícito ao
juiz conceder a tutela liminarmente ou após
III −as entidades e órgãos da Administração justificação prévia, citado o réu.
Pública, direta ou indireta, ainda que sem
personalidade jurídica, especificamente § 4º O juiz poderá, na hipótese do § 3º ou
destinados à defesa dos interesses e direitos na sentença, impor multa diária ao réu,
protegidos por este código; independentemente de pedido do autor,
se for suficiente ou compatível com a
IV −as associações legalmente constituídas obrigação, fixando prazo razoável para o
há pelo menos um ano e que incluam cumprimento do preceito.
entre seus fins institucionais a defesa
dos interesses e direitos protegidos por § 5º Para a tutela específica ou para a
este código, dispensada a autorização obtenção do resultado prático equivalente,
assemblear. poderá o juiz determinar as medidas
necessárias, tais como busca e apreensão,
§ 1º O requisito da pré-constituição pode remoção de coisas e pessoas, desfazimento
ser dispensado pelo juiz, nas ações previstas de obra, impedimento de atividade nociva,
nos arts. 91 e seguintes, quando haja além de requisição de força policial.
manifesto interesse social evidenciado pela
dimensão ou característica do dano, ou pela Art. 85. (Vetado).
relevância do bem jurídico a ser protegido. Art. 86. (Vetado).
§ 2º (Vetado). Art. 87. Nas ações coletivas de que trata
§ 3º (Vetado). este código não haverá adiantamento de
custas, emolumentos, honorários periciais e
Art. 83. Para a defesa dos direitos e interesses quaisquer outras despesas, nem condenação
protegidos por este código são admissíveis da associação autora, salvo comprovada má-fé,
todas as espécies de ações capazes de propiciar em honorários de advogados, custas e despesas
sua adequada e efetiva tutela. processuais.
Parágrafo único. (Vetado). Parágrafo único. Em caso de litigância de
má-fé, a associação autora e os diretores
Art. 84. Na ação que tenha por objeto o
responsáveis pela propositura da ação serão
cumprimento da obrigação de fazer ou não
solidariamente condenados em honorários
fazer, o juiz concederá a tutela específica da
advocatícios e ao décuplo das custas, sem
obrigação ou determinará providências que
prejuízo da responsabilidade por perdas e
assegurem o resultado prático equivalente ao
danos.
do adimplemento.

www.acasadoconcurseiro.com.br 25
Art. 88. Na hipótese do art. 13, parágrafo único de comunicação social por parte dos órgãos de
deste código, a ação de regresso poderá ser defesa do consumidor.
ajuizada em processo autônomo, facultada a
possibilidade de prosseguir-se nos mesmos Art. 95. Em caso de procedência do pedido,
autos, vedada a denunciação da lide. a condenação será genérica, fixando a
responsabilidade do réu pelos danos causados.
Art. 89. (Vetado)
Art. 96. (Vetado).
Art. 90. Aplicam-se às ações previstas neste
título as normas do Código de Processo Civil e Art. 97. A liquidação e a execução de sentença
da Lei nº 7.347, de 24 de julho de 1985, inclusive poderão ser promovidas pela vítima e seus
no que respeita ao inquérito civil, naquilo que sucessores, assim como pelos legitimados de
não contrariar suas disposições. que trata o art. 82.
Parágrafo único. (Vetado).
Art. 98. A execução poderá ser coletiva, sendo
CAPÍTULO II promovida pelos legitimados de que trata o art.
DAS AÇÕES COLETIVAS PARA A 82, abrangendo as vítimas cujas indenizações já
tiveram sido fixadas em sentença de liquidação,
DEFESA DE INTERESSES INDIVIDUAIS
sem prejuízo do ajuizamento de outras
HOMOGÊNEOS execuções.
Art. 91. Os legitimados de que trata o art. § 1º A execução coletiva far-se-á com base
82 poderão propor, em nome próprio e no em certidão das sentenças de liquidação, da
interesse das vítimas ou seus sucessores, ação qual deverá constar a ocorrência ou não do
civil coletiva de responsabilidade pelos danos trânsito em julgado.
individualmente sofridos, de acordo com o
disposto nos artigos seguintes. § 2º É competente para a execução o juízo:

Art. 92. O Ministério Público, se não ajuizar a I −da liquidação da sentença ou da ação
ação, atuará sempre como fiscal da lei. condenatória, no caso de execução
individual;
Parágrafo único. (Vetado).
I I− da ação condenatória, quando coletiva
Art. 93. Ressalvada a competência da Justiça a execução.
Federal, é competente para a causa a justiça
local: Art. 99. Em caso de concurso de créditos
decorrentes de condenação prevista na Lei nº
I − no foro do lugar onde ocorreu ou deva 7.347, de 24 de julho de 1985 e de indenizações
ocorrer o dano, quando de âmbito local; pelos prejuízos individuais resultantes do
mesmo evento danoso, estas terão preferência
II −no foro da Capital do Estado ou no do
no pagamento.
Distrito Federal, para os danos de âmbito
nacional ou regional, aplicando-se as regras Parágrafo único. Para efeito do disposto
do Código de Processo Civil aos casos de neste artigo, a destinação da importância
competência concorrente. recolhida ao fundo criado pela Lei nº 7.347
de 24 de julho de 1985, ficará sustada
Art. 94. Proposta a ação, será publicado edital
enquanto pendentes de decisão de
no órgão oficial, a fim de que os interessados
segundo grau as ações de indenização pelos
possam intervir no processo como litisconsortes,
danos individuais, salvo na hipótese de o
sem prejuízo de ampla divulgação pelos meios
patrimônio do devedor ser manifestamente

26 www.acasadoconcurseiro.com.br
CEF ‒ Atendimento: Legislação ‒ Profª Tatiana Marcello

suficiente para responder pela integralidade distribuição ou venda, ou a determinar a


das dívidas. alteração na composição, estrutura, fórmula
ou acondicionamento de produto, cujo uso ou
Art. 100. Decorrido o prazo de um ano sem consumo regular se revele nocivo ou perigoso à
habilitação de interessados em número saúde pública e à incolumidade pessoal.
compatível com a gravidade do dano, poderão
os legitimados do art. 82 promover a liquidação § 1º (Vetado).
e execução da indenização devida.
§ 2º (Vetado)
Parágrafo único. O produto da indenização
devida reverterá para o fundo criado pela
Lei nº 7.347, de 24 de julho de 1985.
CAPÍTULO IV
DA COISA JULGADA
CAPÍTULO III Art. 103. Nas ações coletivas de que trata este
DAS AÇÕES DE RESPONSABILIDADE código, a sentença fará coisa julgada:
DO FORNECEDOR DE PRODUTOS E I − erga omnes, exceto se o pedido for
SERVIÇOS julgado improcedente por insuficiência
de provas, hipótese em que qualquer
Art. 101. Na ação de responsabilidade civil do legitimado poderá intentar outra ação, com
fornecedor de produtos e serviços, sem prejuízo idêntico fundamento valendo-se de nova
do disposto nos Capítulos I e II deste título, prova, na hipótese do inciso I do parágrafo
serão observadas as seguintes normas: único do art. 81;
I −a ação pode ser proposta no domicílio do II − ultra partes, mas limitadamente
autor; ao grupo, categoria ou classe, salvo
improcedência por insuficiência de provas,
II −o réu que houver contratado seguro
nos termos do inciso anterior, quando se
de responsabilidade poderá chamar
tratar da hipótese prevista no inciso II do
ao processo o segurador, vedada a
parágrafo único do art. 81;
integração do contraditório pelo Instituto
de Resseguros do Brasil. Nesta hipótese, a III − erga omnes, apenas no caso de
sentença que julgar procedente o pedido procedência do pedido, para beneficiar
condenará o réu nos termos do art. 80 todas as vítimas e seus sucessores, na
do Código de Processo Civil. Se o réu hipótese do inciso III do parágrafo único do
houver sido declarado falido, o síndico art. 81.
será intimado a informar a existência de
seguro de responsabilidade, facultando- § 1º Os efeitos da coisa julgada previstos
se, em caso afirmativo, o ajuizamento de nos incisos I e II não prejudicarão interesses
ação de indenização diretamente contra e direitos individuais dos integrantes da
o segurador, vedada a denunciação da coletividade, do grupo, categoria ou classe.
lide ao Instituto de Resseguros do Brasil e § 2º Na hipótese prevista no inciso III,
dispensado o litisconsórcio obrigatório com em caso de improcedência do pedido, os
este. interessados que não tiverem intervindo
Art. 102. Os legitimados a agir na forma deste no processo como litisconsortes poderão
código poderão propor ação visando compelir propor ação de indenização a título
o Poder Público competente a proibir, em todo individual.
o território nacional, a produção, divulgação

www.acasadoconcurseiro.com.br 27
§ 3º Os efeitos da coisa julgada de que ou pessoas jurídicas de direito público ou
cuida o art. 16, combinado com o art. 13 privado;
da Lei n° 7.347, de 24 de julho de 1985, não
prejudicarão as ações de indenização por III − prestar aos consumidores orientação
danos pessoalmente sofridos, propostas permanente sobre seus direitos e garantias;
individualmente ou na forma prevista IV −informar, conscientizar e motivar o
neste código, mas, se procedente o pedido, consumidor através dos diferentes meios de
beneficiarão as vítimas e seus sucessores, comunicação;
que poderão proceder à liquidação e à
execução, nos termos dos arts. 96 a 99. V −solicitar à polícia judiciária a instauração
de inquérito policial para a apreciação de
§ 4º Aplica-se o disposto no parágrafo delito contra os consumidores, nos termos
anterior à sentença penal condenatória. da legislação vigente;
Art. 104. As ações coletivas, previstas nos incisos VI − representar ao Ministério Público
I e II e do parágrafo único do art. 81, não induzem competente para fins de adoção de medidas
litispendência para as ações individuais, mas os processuais no âmbito de suas atribuições;
efeitos da coisa julgada erga omnes ou ultra
partes a que aludem os incisos II e III do artigo VII −levar ao conhecimento dos órgãos
anterior não beneficiarão os autores das ações competentes as infrações de ordem
individuais, se não for requerida sua suspensão administrativa que violarem os interesses
no prazo de trinta dias, a contar da ciência nos difusos, coletivos, ou individuais dos
autos do ajuizamento da ação coletiva. consumidores;
V I I−I solicitar o concurso de órgãos e
entidades da União, Estados, do Distrito
TÍTULO IV Federal e Municípios, bem como auxiliar
a fiscalização de preços, abastecimento,
Do Sistema Nacional de Defesa do quantidade e segurança de bens e serviços;
Consumidor
IX − incentivar, inclusive com recursos
Art. 105. Integram o Sistema Nacional de Defesa financeiros e outros programas especiais,
do Consumidor (SNDC), os órgãos federais, a formação de entidades de defesa do
estaduais, do Distrito Federal e municipais e as consumidor pela população e pelos órgãos
entidades privadas de defesa do consumidor. públicos estaduais e municipais;

Art. 106. O Departamento Nacional de Defesa X −(Vetado).


do Consumidor, da Secretaria Nacional de XI −(Vetado).
Direito Econômico (MJ), ou órgão federal que
venha substituí-lo, é organismo de coordenação XII −
(Vetado)
da política do Sistema Nacional de Defesa do
Consumidor, cabendo-lhe: XIII − desenvolver outras atividades
compatíveis com suas finalidades.
I −planejar, elaborar, propor, coordenar e
executar a política nacional de proteção ao Parágrafo único. Para a consecução de seus
consumidor; objetivos, o Departamento Nacional de
Defesa do Consumidor poderá solicitar o
II −receber, analisar, avaliar e encaminhar concurso de órgãos e entidades de notória
consultas, denúncias ou sugestões especialização técnico-científica.
apresentadas por entidades representativas

28 www.acasadoconcurseiro.com.br
CEF ‒ Atendimento: Legislação ‒ Profª Tatiana Marcello

TÍTULO V Art. 112. O § 3º do art. 5º da Lei nº 7.347, de 24


de julho de 1985, passa a ter a seguinte redação:
Da Convenção Coleiva de Consumo
“§ 3º Em caso de desistência infundada
Art. 107. As entidades civis de consumidores e ou abandono da ação por associação
as associações de fornecedores ou sindicatos legitimada, o Ministério Público ou outro
de categoria econômica podem regular, por legitimado assumirá a titularidade ativa.”
convenção escrita, relações de consumo que Art. 113. Acrescente-se os seguintes §§ 4º, 5º e
tenham por objeto estabelecer condições 6º ao art. 5º da Lei nº 7.347, de 24 de julho de
relativas ao preço, à qualidade, à quantidade, 1985:
à garantia e características de produtos e
serviços, bem como à reclamação e composição “§ 4º O requisito da pré-constituição poderá
do conflito de consumo. ser dispensado pelo juiz, quando haja
manifesto interesse social evidenciado pela
§ 1º A convenção tornar-se-á obrigatória dimensão ou característica do dano, ou pela
a partir do registro do instrumento no relevância do bem jurídico a ser protegido.
cartório de títulos e documentos.
§ 5º Admitir-se-á o litisconsórcio facultativo
§ 2º A convenção somente obrigará os entre os Ministérios Públicos da União, do
filiados às entidades signatárias. Distrito Federal e dos Estados na defesa
§ 3º Não se exime de cumprir a convenção o dos interesses e direitos de que cuida esta
fornecedor que se desligar da entidade em lei. (Vide Mensagem de veto) (Vide REsp
data posterior ao registro do instrumento. 222582 /MG −STJ)

Art. 108. (Vetado). § 6º Os órgãos públicos legitimados poderão


tomar dos interessados compromisso de
ajustamento de sua conduta às exigências
legais, mediante combinações, que terá
TÍTULO VI eficácia de título executivo extrajudicial”.
(Vide Mensagem de veto) (Vide REsp
Disposições Finais 2 2 2 5/ 8M2G−STJ)
Art. 109. (Vetado). Art. 114. O art. 15 da Lei nº 7.347, de 24 de
Art. 110. Acrescente-se o seguinte inciso IV ao julho de 1985, passa a ter a seguinte redação:
art. 1º da Lei nº 7.347, de 24 de julho de 1985: “Art. 15. Decorridos sessenta dias do trânsito
“IV − a qualquer outro interesse difuso ou em julgado da sentença condenatória, sem que
coletivo”. a associação autora lhe promova a execução,
deverá fazê-lo o Ministério Público, facultada
Art. 111. O inciso II do art. 5° da Lei n° 7.347, igual iniciativa aos demais legitimados.”
de 24 de julho de 1985, passa a ter a seguinte
redação: Art. 115. Suprima-se o caput do art. 17 da Lei
nº 7.347, de 24 de julho de 1985, passando o
“II − inclua, entre suas finalidades parágrafo único a constituir o caput, com a
institucionais, a proteção ao meio ambiente, seguinte redação:
ao consumidor, ao patrimônio artístico,
estético, histórico, turístico e paisagístico, “Art. 17. Em caso de litigância de má-fé, a
ou a qualquer outro interesse difuso ou associação autora e os diretores responsáveis
coletivo.” pela propositura da ação serão solidariamente
condenados em honorários advocatícios

www.acasadoconcurseiro.com.br 29
e ao décuplo das custas, sem prejuízo da
responsabilidade por perdas e danos.”
Art. 116. Dê-se a seguinte redação ao art. 18 da
Lei nº 7.347, de 24 de julho de 1985:
“Art. 18. Nas ações de que trata esta lei, não
haverá adiantamento de custas, emolumentos,
honorários periciais e quaisquer outras
despesas, nem condenação da associação
autora, salvo comprovada má-fé, em honorários
de advogado, custas e despesas processuais.”
Art. 117. Acrescente-se à Lei nº 7.347, de
24 de julho de 1985, o seguinte dispositivo,
renumerando-se os seguintes:
“Art. 21. Aplicam-se à defesa dos direitos e
interesses difusos, coletivos e individuais,
no que for cabível, os dispositivos do Título
III da lei que instituiu o Código de Defesa do
Consumidor.”
Art. 118. Este código entrará em vigor dentro de
cento e oitenta dias a contar de sua publicação.
Art. 119. Revogam-se as disposições em
contrário.
Brasília, 11 de setembro de 1990; 169º da
Independência e 102º da República.
FERNANDO COLLOR
Bernardo Cabral
Zélia M. Cardoso de Mello
Ozires Silva

30 www.acasadoconcurseiro.com.br
CEF ‒ Atendimento: Legislação ‒ Profª Tatiana Marcello

CONSIDERAÇÕES SOBRE DIREITO DO CONSUMIDOR − CDC

1. CONCEITOS BÁSICOS

Constituição Federal, art. 5º, XXXII: O Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do
consumidorcláusula
− pétrea.
Código de Defesa do Consumidor, Lei nº 8.078/1990, cujas normas são de interesse
social e de ordem pública.
Vulnerabilidade (art. 4º, I, CDC): Todo consumidor é presumidamente vulnerável

1. Para iniciar o estudo sobre Direito do Consumidor, é importantíssimo fazer uma leitura
atenta do Código de Defesa do Consumidor (Lei nº 8.078/1990). Trata-se de uma lei
pequena, com menos de 120, redigidos de forma clara e linguagem simplificada, pois a
intenção é de que o próprio consumidor em geral consiga entendê-los.

2. O Direito do Consumidor está regulado, basicamente, pelo Código de Defesa do


Consumidor, Lei nº 8.078/1990, cujas normas são de interesse social e de ordem pública,
criado em conformidade com as disposições Constitucionais do art. 5º, inciso XXXII, cláusula
pétrea (o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor), art. 170, V e art. 48
da ADCT.

3. Como se tratam de normas de ordem pública, têm aplicação obrigatória, não podendo ser
derrogadas pelas partes. É uma legislação especial, cujo regime jurídico é aplicável sempre
que se tratar de relação de consumo.

4. Para que haja uma relação de consumo, é necessário que de um lado esteja alguém que se
enquadre no conceito de consumidor e, de outro, alguém que se enquadre no conceito de
fornecedor.

5. Ao estudar o Direito do Consumidor, deve-se ter como premissa que todo consumidor é
presumidamente vulnerável na relação de consumo. A intenção do legislador foi de criar
uma situação jurídica mais favorável à parte mais fraca na relação (consumidor), a fim de
equilibrar as desigualdades.

www.acasadoconcurseiro.com.br 31
CONCEITO DE CONSUMIDOR
GERAL (art. 2º)
• Pessoa física ou jurídica;
• Destinatário final.
POR EQUIPARAÇÃO
• Coletividade (art. 2º, parágrafo único);
• Vítimas de acidente de consumo (art. 17);
• Pessoas expostas a práticas comerciais (art. 29).

1. Segundo o conceito padrão, trazido pelo CDC, consumidor é toda pessoa física ou jurídica
que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatária final.

2. No entanto, o CDC prevê categorias que, mesmo não se enquadrando nesse conceito
padrão, também receberão a proteção como se consumidores fossem. São os chamados
consumidores por equiparação:
I − a coletividade de pessoas que haja intervindo nas relações de consumo;
II − todas as vítimas de acidente de consumo;
III − todas as pessoas expostas às práticas comerciais e contratuais.

CONCEITO DE FORNECEDOR
Art. 3º Fornecedor é toda pessoa: física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou
estrangeira, incluindo entes despersonalizados (exemplo: massa falida, sociedade
de fato), que desenvolvam atividade de: produção, montagem, criação, construção,
transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos
ou prestação de serviços.
CONCEITO DE PRODUTO
Art. 3º, § 1º: Produto é qualquer bem móvel, imóvel, material ou imaterial. O legislador
deixou o conceito bem amplo, a fim de abranger todo e qualquer bem oferecido no
mercado de consumo.
CONCEITO DE SERVIÇO
Art. 3º, § 2º: Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado, mediante
remuneração, salvo as decorrentes de relação de trabalho.

32 www.acasadoconcurseiro.com.br
CEF ‒ Atendimento: Legislação ‒ Profª Tatiana Marcello

1. De forma exemplificativa, o CDC enfatiza que estão incluídas no conceito de serviço as


atividades de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária.

2. Em relação aos serviços, além daqueles expressamente citados pelo CDC, importante
conhecer o teor das seguintes Súmulas do STJ:
• Súmula nº 297: O Código de Defesa do Consumidor é aplicável às instituições financeiras.
• Súmula nº 321: O Código de Defesa do Consumidor é aplicável à relação jurídica entre a
entidade de previdência privada e seus participantes.
• Súmula nº 469: Aplica-se o Código de Defesa do Consumidor aos contratos de plano de
saúde.
3. Quanto à remuneração do serviço, deve-se compreender não apenas a direta como
também a indireta (serviço aparentemente gratuito), ou seja, quando o custo do serviço
vem embutido na própria atividade do fornecedor (exemplo: estacionamentos gratuitos
de supermercado, ou frete gratuito na compra de determinado produto, cujos custos estão
diluídos nos produtos vendidos).

4. Quanto à aplicação do CDC aos serviços públicos (prestado pela administração direita ou
indireta), é necessário fazer a distinção entre serviços públicos uti singuli e uti universi.
Aos primeiros, cuja remuneração é mensurada e feita individualmente pelo consumidor,
aplica-se o CDC (exemplo: serviço de energia elétrica, telefonia, transporte público, etc.),
enquanto os segundos, custeados por impostos, não são considerados relação de consumo,
não se aplicando, portanto, o CDC (exemplo: atendimento em postos de saúde, ensino da
rede pública, etc.).

www.acasadoconcurseiro.com.br 33
2. DIREITOS BÁSICOS DO CONSUMIDOR
ESQUEMA:

DIREITOS BÁSICOS DO CONSUMIDOR (Art. 6º):


“I − a proteção da vida, saúde econtra segurança
os riscos provocados por práticas
no fornecimento de produtos e serviços considerados perigosos ou nocivos;
II −a educação e divulgação sobre o consumo adequado dos produtos e serviços,
asseguradas a liberdade de escolha e a igualdade nas contratações;
III −a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com
especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade e
preço, tributos incidentes e preço, bem como sobre os riscos que apresentem;
IV −a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, métodos comerciais
coercitivos ou desleais, bem como contra práticas e cláusulas abusivas ou impostas
no fornecimento de produtos e serviços;
V − a modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam prestações
desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos supervenientes que as tornem
excessivamente onerosas;
VI −a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais,
coletivos e difusos;
VII −o acesso aos órgãos judiciários e administrativos com vistas à prevenção
ou reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos ou difusos,
assegurada a proteção Jurídica, administrativa e técnica aos necessitados;
VIII −a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus
da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil
a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de
experiências;
IX – vetado;
X −a adequada e eficaz prestação dos serviços públicos em geral.”

1. Um dos direitos básicos arrolados que merece atenção especial é a inversão do ônus da
prova: para sua concessão, que pode ser de ofício e somente em favor do consumidor,
é necessário que o juiz verifique a presença de verossimilhança ou hipossuficiência (não
necessariamente ambos).

2. É comum, em provas, questionarem se a inversão do ônus da prova se dá de forma


automática e se é regra no direito do consumidor. A resposta é não. A inversão do ônus da
prova somente poderá ser deferida, a critério do juiz, mediante a presença dos requisitos
verossimilhança ou hipossuficiência.

34 www.acasadoconcurseiro.com.br
CEF ‒ Atendimento: Legislação ‒ Profª Tatiana Marcello

3. Diferenciar: Vulnerabilidade (que pode ser técnica, jurídica, fática ou informacional) é uma
presunção legal conferida a todo o consumidor. Já a hipossuficiência é um dos requisitos
para a inversão do ônus da prova e sua existência deve ser analisada no caso concreto.
Assim, todo o consumidor é vulnerável, mas nem todo é hipossuficiente.

RESPONSABILIDADE DO FORNECEDOR

RESPONSABILIDADE – PRODUTO OU SERVIÇO – OBJETIVA

FATO/Acidente de Consumo (art. 12) VÍCIO (art. 18)


Inadequação: quanidade/qualidade
Dano causado por um defeito. − 30 dias ---------- não duráveis
Exclui a responsabilidade quando: − 90 dias ---------- duráveis
I − não colocou o produto no mercado;Aparente/fácil constatação: Entrega do
II − inexiste o defeito; prodo uu ti ome x e c userviço.
ção
III − culpa exclusiva do consumidor ouOculto:
de 3º.Quando icar evidente.
Proissional liberal
: Subjeiva. Fornecedor: 30 dias para sanar.
Prazo 5 anos PRESCRICIONAL a contar do Se não sanar no prazo:
conhecimento do dano e autoria. − Subsituição;
Quem responde? Fabricante, produtor, − Resituição;
construtor, nacional ou estrangeiro e − Abaimento;
importador. − Complementação (se quanidade).
E o comerciante? SUBSIDIÁRIO quando Opções de imediato (qualidade):
I − não achar os outros; a) comprometera caracterísica ou
II − não iver ideniicação dos outros; qualidade,
b) diminuir-lhe o valor;
III − não armazenou bem produtos perecíveis.
c) produto essencial.
Quem responde? SOLIDARIEDADE.

1. Geralmente, as questões de provas trazem hipóteses de responsabilidade pelo fato ou pelo


vício do produto ou serviço, exigindo que o candidato saiba diferenciar esses dois institutos
que, apesar de parecidos, têm consequências diversas que não podem ser confundidas.

2. Como a responsabilidade do fornecedor está fundada na teoria do risco da atividade,


o sistema adotou a regra da responsabilidade objetiva, ou seja, responderá
independentemente da existência de culpa. Ex.: se ocorre um assalto no interior de uma
agência e isso cause danos a algum cliente ou usuário, mesmo que o banco não tenha
efetivamente uma culpa (o banco é até uma vítima disso), acaba respondendo pelos danos,
já que deve assumir os riscos que sua atividade traz.

3. Entretanto, o próprio CDC traz uma exceção a essa regra da responsabilidade objetiva,
ao dispor que o profissional liberal responderá mediante a verificação de culpa, ou seja,
responderá de forma subjetiva.

www.acasadoconcurseiro.com.br 35
4. Vício: afeta a qualidade/quantidade/disparidade dos produtos ou serviços, os quais se
tornarão impróprios ou inadequados para o fim que se destinavam ou lhe diminuirão o
valor (exemplo: liquidificador que, ao ser utilizado normalmente, em razão um vício de
qualidade, para de funcionar).

5. O consumidor terá os seguintes prazos decadenciais para reclamar junto ao fornecedor:


• 30 dias para produtos e serviços não duráveis (exemplo: alimento);
• 90 dias para produtos e serviços duráveis (exemplo: eletrodoméstico).
Se for vício aparente ou de fácil constatação, o prazo começa a contar da entrega efetiva do
produto ou do final da execução do serviço.
Se for vício oculto, o prazo começa a contar do momento em que ficar evidenciado o vício.

6. Em se tratando de vício de qualidade de produto, o fornecedor terá o prazo de 30 dias


para saná-lo (efetuar a substituição das partes viciadas). Esse prazo pode ser reduzido ou
ampliado por convenção das partes, desde que não fique inferior a 7 nem superior a 180
dias.

7. Não sendo resolvido o problema no prazo acima, caberá ao consumidor escolher umas
dessas opções:
• Substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas condições de uso;
• Restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de
eventuais perdas e danos;
• Abatimento proporcional do preço.
8. O consumidor poderá fazer uso imediato das opções acima (ou seja, sem precisar aguardar
o prazo dos 30 dias para o fornecedor sanar o vício) sempre que em razão da extensão do
vício, a substituição das partes viciadas puder comprometer a qualidade ou características
do produto, diminuir-lhe o valor ou se tratar de produto essencial.

9. Em se tratando de vício de quantidade de produto, não há que se falar em prazo para


o fornecedor sanar o vício, podendo o consumidor exigir, imediatamente, à sua escolha,
dentre as opções abaixo:
• Substituição do produto por outro da mesma espécie, marca ou modelo, sem os aludidos
vícios;
• Restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de
eventuais perdas e danos;
• Abatimento proporcional do preço;
• Complementação do peso ou medida.
10. Quando se trata de vício do serviço, também não há prazo para o fornecedor saná-lo,
podendo o consumidor exigir, imediatamente, à sua escolha, dentre as opções abaixo:
• Reexecução dos serviços, sem custo adicional e quando cabível (que poderá ser realizada
por terceiros, mas por conta e risco do fornecedor);
• Restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de
eventuais perdas e danos;

36 www.acasadoconcurseiro.com.br
CEF ‒ Atendimento: Legislação ‒ Profª Tatiana Marcello

• Abatimento proporcional do preço.


11. Como a responsabilidade do fornecedor é objetiva, sua ignorância sobre os vícios dos
produtos ou serviços não o exime da responsabilidade.

12. Quem responde pelo vício? A regra é a da solidariedade, ou seja, o consumidor poderá
se dirigir a qualquer um dos fornecedores. Todos (qualquer um deles) têm o dever de
solucionar o problema perante o consumidor, e depois, entre eles, que apurem e façam
os ressarcimentos conforme acordarem. Exemplo: é comum o consumidor se dirigir ao
comerciante para reclamar um vício do produto e esse fornecedor alegar que o problema
deve ser reclamado diretamente com o fabricante; na verdade, independentemente de
ser “problema de fábrica” ou qualquer outro tipo de vício, por disposição legal, todos são
solidariamente responsáveis perante do consumidor.

13. Fato (também chamado de acidente de consumo): Caracteriza-se por um dano decorrente
de defeito do produto ou serviço. Exemplo: liquidificador que, ao ser utilizado normalmente,
em razão de defeito técnico, explode, causando lesões físicas ou psíquicas ao consumidor
ou estragando outros objetos que estejam próximos.

14. O produto ou serviço defeituoso é aquele que não apresenta a segurança que dele se espera,
levando-se em consideração, obviamente, o modo de fornecimento ou sua apresentação, o
resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam e a época em que foi fornecido ou
colocado no mercado. Entretanto, o produto não será considerado defeituoso em razão de
outro de melhor qualidade ter sido colocado no mercado, da mesma forma que o serviço
não será considerado defeituoso pela adoção de novas técnicas.

15. Não apenas o defeito no produto ou serviço em si como também as informações


insuficientes ou inadequadas sobre a utilização, fruição ou riscos dos produtos ou serviços
podem gerar danos ao consumidor, caracterizando o fato.

16. Como o fato gera um dano (que vai além do prejuízo do produto ou serviço em si), a
responsabilidade do fornecedor será de indenizar, o que, em regra, será buscado através
de uma ação judicial.

17. O prazo para a propositura da ação será prescricional de 5 anos, a contar do conhecimento
do dano e sua autoria. Observe-se que, em se tratando de relação de consumo, o prazo
para o consumidor é mais favorável do que a regra geral do Código Civil, que prevê o prazo
prescricional de 3 anos para pretensão de reparação civil.

18. Exclui a responsabilidade pelo fato a prova de que:


• O fornecedor não colocou o produto no mercado;
• Embora tenha colocado o produto no mercado ou prestado o serviço, o defeito inexiste;
• A culpa foi exclusiva do consumidor ou de terceiro.

www.acasadoconcurseiro.com.br 37
19. Quem responde pelo fato? O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou estrangeiro
e o importador. Entretanto, o comerciante somente responderá em 3 hipóteses:
• Quando o fabricante, o construtor, o produtor ou o importador não puderem ser
identificados;
• Quando o produto for fornecido sem identificação clara do seu fabricante, produtor,
construtor ou importador;
• Quando não conservar adequadamente os produtos perecíveis.
Isso significa dizer que, o comerciante responde de forma subsidiária, pois somente será
responsável nas 3 hipóteses acima.

20. Quando tratamos da relação de consumo, nos conceitos iniciais, foi mencionada a figura
do consumidor por equiparação quando vítima de acidente de consumo (fato). Agora
fica mais fácil entender esse conceito, pois se trata de terceiro que, mesmo não tendo
adquirido o produto ou serviço como destinatário final, acabou sendo atingido pelo
acidente de consumo. Exemplo: um veículo que, por um defeito no sistema de freios,
não consegue frear, se chocando com outro e causando danos a ambos os condutores. O
primeiro condutor, por ter adquirido o produto como destinatários final, já é considerado
consumidor e o segundo, que simplesmente sofreu danos oriundos do fato também
será considerado consumidor (por equiparação), utilizando-se das mesmas regras que o
primeiro ao buscar a reparação dos danos.

Para ixar

Responsabilidade pelo fato Responsabilidade pelo vício


Surge o dever de indenizar danos. Surge o dever de sanar o vício.
Será exercido, em regra, através de uma ação
Será exercido perante o próprio fornecedor.
judicial.
Prazo prescricional para a propositura da Prazo decadencial para reclamar é de 30 dias
ação é de 5 anos. (não duráveis) e 90 dias (duráveis).

Exemplos para diferenciar:

Fato Vício
O liquidiicador explode e causa danos ao
O liquidiicador para de funcionar.
consumidor ou a terceiro.
O salto do sapato descola, causando uma
O salto do sapato descola.
lesão no tornozelo de quem está calçando-o.
Esse alimento vencido é ingerido e causa O alimento é vendido com o prazo de validade
algum dano ao consumidor ou a terceiro. vencido.

38 www.acasadoconcurseiro.com.br
CEF ‒ Atendimento: Legislação ‒ Profª Tatiana Marcello

3. PRÁTICAS COMERCIAIS
OFERTA,( PUBLICIDADE E PRÁTICAS ABUSIVAS)

OFERTA (art. 30)


A oferta vincula o contrato e obriga o fornecedor.
Recusa:
I − cumprimento;
II − outro produto;
III − rescisão do contrato com perdas e danos.
• Oferta ou publicidade por telefone (art. 33, parágrafo único);
PUBLICIDADE (art. 36 e 37)
Tem que ser explicito que é publicidade:
• ENGANOSA: Falsa, induz em erro.
• ABUSIVA: Ofende valores (discriminatória de qualquer natureza, a que incite
à violência, explore o medo ou a superstição, se aproveite da deficiência de
julgamento e experiência da criança, desrespeita valores ambientais, ou que
seja capaz de induzir o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou
perigosa à sua saúde ou segurança).
• Ônus da prova é de quem patrocina (art. 38).
PRÁTICAS ABUSIVAS (ART. 39).
Conjunto de práticas que são vedadas.
Ex.: Envio de produtos ou fornecimento de serviços sem autorização – amostra
grátis.
ORÇAMENTO (art. 40)
Validade de 10 dias do seu recebimento, salvo estipulação em contrário.
Após aprovado, obriga os contraentes e somente poderá sermodiicado mediante
livre negociação.

1. Oferta: Toda informação, suficientemente precisa, veiculada por qualquer forma ou meio
de comunicação, obriga o fornecedor e integra o contrato que eventualmente vier a ser
celebrado.

2. A oferta e apresentação de produtos ou serviços deve trazer de forma correta, clara,


precisa, ostensiva e em língua portuguesa, todas as informações ao consumidor.

3. Se o fornecedor recusar-se a cumprir a oferta, o consumidor poderá, alternativamente e à


sua livre escolha:

www.acasadoconcurseiro.com.br 39
• Exigir o cumprimento forçado da obrigação, nos termos da oferta, apresentação ou
publicidade;
• Aceitar outro produto ou prestação de serviço equivalente;
• Rescindir o contrato, com direito à restituição de quantia eventualmente antecipada,
monetariamente atualizada, e a perdas e danos.
4. É proibida a publicidade de bens e serviços por telefone, quando a chamada for onerosa ao
consumidor que a origina.

5. Publicidade: Deve ser veiculada de forma que o consumidor fácil e imediatamente a


identifique como tal, a fim de que o destinatário tenha consciência de que está sendo
estimulado a adquirir ou utilizar determinado produto ou serviço, evitando-se a chamada
publicidade subliminar.

6. O ônus da prova da veracidade e correção da informação ou comunicação publicitária cabe


a quem as patrocina (fornecedor) e não ao meio de comunicação que a veicula.

7. É proibida qualquer publicidade:

ENGANOSA ABUSIVA
Falsa, que induz em erro.
Pode ser enganosa por omissão: quando Desrespeita valores
deixa de informar sobre algo essencial
Informação ou comunicação de caráter Discriminatória de qualquer natureza, a
publicitário, inteira ou parcialmente falsa, que incite à violência, explore o medo ou
ou, por qualquer outro modo, mesmo a supersição,se aproveiteda deiciência
por omissão, capaz de induzir em erro de julgamento e experiência da criança,
o consumidor a respeito da natureza, desrespeita valores ambientais, ou que seja
c a r a c t e r í sqi uc aa lsi ,d a q
due a, n i d acapaz
d e ,de induzir o consumidor a se comportar
propriedades, origem, preço e quaisquer de forma prejudicial ou perigosa à sua saúde
outros dados sobre produtos e serviços. ou segurança.

8. As práticas abusivas, cujo rol exemplificativo segue abaixo, são vedadas (art. 39, CDC).
“I − condicionar o fornecimento de produto ou de serviço ao fornecimento de outro p
serviço (venda casada), bem como, sem justa causa, a limites quantitativos;
II − recusaratendimento às demandasdos consumidores, na exatamedidade suas
disponibilidades de estoque, e, ainda, de conformidade com os usos e costumes;
III −enviar ou entregar ao consumidor, sem solicitação prévia, qualquer produto, ou fornecer
qualquer serviço (caso ocorra essa prática, os produtos ou serviços remetidos ao consumidor
equiparam-se a amostras grátis, inexistindo obrigação de pagamento);
IV −prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do consumidor, tendo em vista sua idade, saúde,
conhecimento ou condição social, para impingir-lhe seus produtos ou serviços;
vantagem manifestamente excessiva;
V − exigir do consumidor

40 www.acasadoconcurseiro.com.br
CEF ‒ Atendimento: Legislação ‒ Profª Tatiana Marcello

VI − executar serviços sem a prévia elaboração orçamento de e autorização expressa do


consumidor, ressalvadas as decorrentes de práticas anteriores entre as partes;
VII −repassar informação depreciativa, referente a ato praticado pelo consumidor no exercício
de seus direitos;
VIII − colocar, no mercado de consumo, qualquer produto ou serviço em desacordo com
normas expedidas pelos órgãos oficiais competentes ou, se normas específicas não existirem,
pela ABNT ou outra entidade credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia, Normalização
e Qualidade Industrial (Conmetro);
IX −recusar a venda de bens ou a prestação de serviços, diretamente a quem se disponha a
adquiri-los mediante pronto pagamento, ressalvados os casos de intermediação regulados em
leis especiais;
preço o
X − elevar sem justa causa de produtos ou serviços;
XII − deixar de estipularprazo para o cumprimento de sua obrigação ou deixar a fixação de seu
termo inicial a seu exclusivo critério;
fórmula ou índice de reajuste diverso do legal ou contratualmente estabelecido.”
XII − aplicar

9. Orçamento: O fornecedor de serviço deve entregar previamente orçamento, discriminando


valor da mão-de-obra, dos materiais e equipamentos, as condições de pagamento, bem
como datas de início e término do serviço. Aprovado pelo consumidor, o orçamento obriga
as partes e somente poderá ser modificado mediante livre negociação. Salvo estipulação em
contrário, o orçamento tem validade de 10 dias, a contar do recebimento pelo consumidor.

4. PRÁTICAS COMERCIAIS ( de Consumidores e Cobrança de


Cadastros
Dívidas)

Cadastro negativo – art. 43, CDC


• Órgão de caráter público;
• Comunicação por escrito;
• 5 dias para o arquivista encaminhar as informações aos destinatários.
• 5 anos máximo para ficar negativado ou se prescrever.
Cobrança de dívidas – art. 42, CDC
• O consumidor não poderá ser exposto a ridículo, constrangimento ou ameaça.
• Quantia indevida = à repetição do indébito em dobro + correção monetária e
juros legais, salvo hipótese de engano justificável.
• Documentos de cobrança: Nome, o endereço e o número de CPF ou CNPJ.

www.acasadoconcurseiro.com.br 41
1. Bancos de dados e cadastros de consumidores: (Como SPC, SERASA, etc.) São considerados
entidades de caráter público e devem permitir ao consumidor o acesso às informações
existentes. As informações negativas sobre o consumidor não podem permanecer
registradas por período superior a 5 anos. Da mesma forma, não poderão ser fornecidas
por esses órgãos informações sobre débitos cuja cobrança já esteja prescrita. O consumidor
tem direito ao acesso às informações sobre si, e, sempre que encontrar inexatidão nos seus
dados e cadastros, poderá exigir sua imediata correção, devendo o arquivista, no prazo de
5 dias úteis, comunicar a alteração aos eventuais destinatários das informações incorretas.

Sobre o assunto, observar as seguintes Súmulas do STJ:


• Súmula nº 323: A inscrição do nome do devedor pode ser mantida nos serviços de
proteção ao crédito até o prazo máximo de cinco anos, independentemente da prescrição
da execução.
• Súmula nº 385: Da anotação irregular em cadastro de proteção ao crédito, não cabe
indenização por dano moral, quando preexistente legítima inscrição, ressalvado o direito
ao cancelamento.
• Súmula nº 404: É dispensável o aviso de recebimento (AR) na carta de comunicação ao
consumidor sobre a negativação de seu nome em bancos de dados e cadastros.
• Súmula nº 359: Cabe ao órgão mantenedor do cadastro de proteção ao crédito a notificação
do devedor antes de proceder à inscrição.
2. Cobrança de dívidas: O consumidor inadimplente não poderá ser exposto a ridículo
ou submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaça. Caso seja cobrado
indevidamente, terá direito à repetição em dobro, acrescido de juros e correção monetária,
salvo engano justificável (nessa hipótese, a repetição será simples). Os documentos
cobrando as dívidas deverão trazer o nome, endereço, CPF ou CNPJ do fornecedor do
produto ou serviço correspondente.

5. PROTEÇÃO CONTRATUAL
DIREITO(DE ARREPENDIMENTO E
GARANTIAS)

Direito de arrependimento ou prazo de reflexão (art. 49)


7 dias, contados da assinatura ou do recebimento;
Fora do estabelecimento.
Garantias (art. 50 + 26)
Art. 26 – legal −
imposta por lei.
Art. 50 – contratual −
faculdade do fornecedor.
Contratual complementa a legal.

42 www.acasadoconcurseiro.com.br
CEF ‒ Atendimento: Legislação ‒ Profª Tatiana Marcello

1. Prazo de arrependimento é aquele conferido ao consumidor para desistir do negócio


sempre que a contratação de fornecimento de produtos ou serviços ocorrer fora do
estabelecimento comercial.
7 dias a contar da assinatura do contrato ou do recebimento do produto ou serviço.
Exercido esse direito de arrependimento (que não precisa ser motivado), todos os valores pagos
serão imediatamente devolvidos e monetariamente atualizados. O CDC traz exemplos, como
vendas por telefone ou a domicílio, mas o exemplo mais comum atualmente são as compras ou
contratações de serviços pela internet.

2. Atenção para que a prática cotidiana não confunda: somente há direito de arrependimento
(desistência do negócio) quando a contratação foi fora do estabelecimento comercial e
somente há direito à troca nos casos já vistos em que o produto ou serviço apresentam
vícios. Exemplo: é comum, após as datas festivas (Natal, Dia das Mães, etc.), os
consumidores se dirigirem às lojas por não terem gostado da cor ou modelo do produto, ou
por terem ganhado de presente e não ter servido o tamanho, e os comerciantes efetuarem
as trocas; no entanto, isso é uma faculdade do fornecedor, que pretende conquistar o
cliente, mas não há qualquer obrigação legal em efetuar tal troca (exceto quando o próprio
fornecedor se obrigou, no momento da oferta ou contratação, hipótese em que deverá
cumprir o ofertado ou pactuado).

3. Garantia: Trata-se de um prazo para reclamar por vícios dos produtos ou serviços. Portanto,
a garantia legal é reclamada nos prazos decadenciais do art. 26 do CDC (30 ou 90 dias).

4. A garantia legal é obrigatória, imposta por lei, não precisando de termo escrito, sendo
vedada e exoneração do fornecedor. (Exemplo: é comum que um fornecedor venda
determinado produto e “avise” que não há garantia alguma; entretanto, essa informação
deve ser desconsiderada, já que a garantia legal não é dada pelo fornecedor e sim imposta
pela lei, sendo obrigatória em qualquer produto ou serviço fornecidos no mercado de
consumo).

5. Há também a chamada garantia contratual, a qual é concedida por faculdade do fornecedor


(mas quando oferecida deve ser obrigatoriamente cumprida), a fim de conquistar o cliente.
Essa garantia, que pode ser total ou parcial, deve obrigatoriamente constar em termo
escrito (o chamado termo de garantia) com todas as informações ao consumidor. É comum
no mercado a chamada garantia estendida, espécie de garantia contratual, pela qual o
consumidor paga um valor extra para ter uma cobertura por mais tempo; essa prática é
aceita, desde que não seja imposta ao consumidor (deve ser opcional) e este esteja ciente
de que lhe será cobrado um valor extra (para evitar que seja embutida no preço do produto
ou serviço no momento da contratação).

6. O CDC menciona que a garantia contratual é complementar à legal. A respeito do tema,


a jurisprudência do STJ já firmou posicionamento de que, em havendo, além da garantia
legal, também a contratual, estas devem ser contadas na seguinte ordem: contratual +
legal. Exemplo: se uma televisão tem 1 ano de garantia (contratual), após transcorrido esse

www.acasadoconcurseiro.com.br 43
prazo, o consumidor terá mais 90 dias (bem durável) de garantia (legal) para reclamar por
eventuais vícios.

6. PROTEÇÃO CONTRATUAL (CLÁUSULAS ABUSIVAS E CONTRATO DE


ADESÃO)

• CLÁUSULAS ABUSIVAS (ART. 51)


São nulas de pleno direito.
A nulidade de uma não invalida o contrato, salvo se o comprometer.
• CONTRATO DE ADESÃO (ART. 54)
• Cláusulas aprovadas pela autoridade competente ou estabelecidas
unilateralmente pelo fornecedor, sem que o consumidor possa discutir ou
modificar substancialmente seu conteúdo.
• A inserção de cláusulas não desfigura a natureza de adesão;
• Redigidos em termos claros, caracteres ostensivos, fonte 12;
• Cláusulas com limitação de direitos deverão ser redigidas com destaque.

1. As cláusulas contratuais serão interpretadas de maneira mais favorável ao consumidor,


sendo que os contratos não obrigarão o consumidor quando não lhe for dada a
oportunidade de tomar conhecimento prévio do seu conteúdo ou quando forem redigidos
de modo a dificultar a sua compreensão.

2. São abusivas, nulas de pleno direito, as cláusulas que:


I − impossibilitem, exonerem ou atenuem responsabilidade
a do fornecedor por vícios de
qualquer natureza dos produtos e serviços ou impliquem renúncia ou disposição de direitos
(nas relações de consumo entre o fornecedor e o consumidor pessoa jurídica, a indenização
poderá ser limitada, em situações justificáveis);
reembolso
II − subtraiam ao consumidor a opção de da quantia já paga, nos casos previstos no
CDC;
III −transfiram responsabilidades a terceiros;
IV − estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que coloquem o consu
desvantagem exagerada, ou sejam incompatíveis com a boa-fé ou a equidade;
V – vetado;
inversão do ônus da prova em prejuízo do consumidor;
VI − estabeleçam
arbitragem;
VII − determinem a utilização compulsória de
representante para concluir ou realizar outro negócio jurídico pelo consumidor;
VIII − imponham

44 www.acasadoconcurseiro.com.br
CEF ‒ Atendimento: Legislação ‒ Profª Tatiana Marcello

concluirdeou não o contrato, embora obrigando o


IX − deixem ao fornecedor a opção
consumidor;
X −permitam
aofornecedor, variação do preço de maneira unilateral;
diretaouindiretamente,
cancelar
XI − autorizem o fornecedor a o contrato unilateralmente, sem que igual direito seja
conferido ao consumidor;
XII − obriguem o consumidor ressarcir
a os custos de cobrança de sua obrigação, sem que igual
direito lhe seja conferido contra o fornecedor;
XIII − autorizem o fornecedor modificar
a unilateralmente o conteúdo ou a qualidade do
contrato, após sua celebração;
normasde
XIV − infrinjam ou possibilitem a violação ambientais;
XV − estejam desacordo
em com o sistema de proteção ao consumidor;
benfeitorias
XVI − possibilitem a renúncia do direito de indenização pornecessárias.

3. Cláusulas abusivas são nulas de pleno direito. Entretanto, pelo Princípio da Conservação
dos Contratos, a nulidade de uma das cláusulas não invalida o contrato, salvo se apesar
dos esforços de integração, ocorrer ônus excessivo a uma das partes.

4. Atenção: Entendimentos do STJ sobre abusividade:


• Muito embora a doutrina entenda que a abusividade das cláusulas pode ser declarada
de ofício pelo juiz (por iniciativa do juiz), o STJ tem o seguinte entendimento: Súmula
381 - Nos contratos bancários, é vedado ao julgador conhecer, de ofício, da abusividade
das cláusulas.
• A cobrança de juros remuneratórios superiores a 12% ao ano não é considerada
abusiva: Súmula 382 - A estipulação de juros remuneratórios superiores a 12% ao ano,
por si só, não indica abusividade.
5. No fornecimento de produtos ou serviços que envolva outorga de crédito ou concessão
de financiamento ao consumidor, o fornecedor deverá, entre outros requisitos, informá-lo
prévia e adequadamente sobre:
I − preço do produto ou serviço em moeda corrente nacional;
II − montante dos juros de mora e da taxa efetiva anual de juros;
III − acréscimos legalmente previstos;
IV − número e periodicidade das prestações;
V − soma total a pagar, com e sem financiamento.”

6. As multas de mora decorrentes de inadimplemento de obrigações não poderão


ser superiores a 2% do valor da prestação. Caso o consumidor opte por liquidar
antecipadamente seu débito, total ou parcial, deverão ser reduzidos proporcionalmente os
juros e demais acréscimos.
• Súmula nº 285, STJ: Nos contratos bancários posteriores ao Código de Defesa do
Consumidor incide a multa moratória nele prevista.

www.acasadoconcurseiro.com.br 45
7. Nos contratos de compra e venda de móveis ou imóveis mediante pagamento em
prestações, bem como nas alienações fiduciárias em garantia (contratos que deverão
ser expressos em moeda corrente nacional), consideram-se nulas de pleno direito as
cláusulas que estabeleçam a perda total das prestações pagas em benefício do credor que,
em razão do inadimplemento, pleitear a resolução do contrato e a retomada do produto
alienado. Nos contratos do sistema de consórcio de produtos duráveis, a compensação ou
a restituição das parcelas quitadas terá descontada, além da vantagem econômica auferida
com a fruição, os prejuízos que o desistente ou inadimplente causar ao grupo.

8. Contratos de adesão: Trazem cláusulas rígidas, uniformes e preestabelecidas


unilateralmente pelo fornecedor; pode até haver inserção de cláusulas, o que não retirará a
natureza de adesão do contrato. Por esses motivos, esse tipo de contrato deve ser redigido
em termos claros, com caracteres ostensivos e legíveis, cuja fonte não pode ser inferior a
12. Ademais, as cláusulas que impliquem limitação de direito do consumidor deverão ser
redigidas em destaque.

7. Defesa do Consumidor em Juízo

1. A defesa em juízo dos consumidores e das vítimas poderá ser exercida individual ou
coletivamente. Será coletiva quando se tratar de:
• Interesses ou direitos difusos (transindividuais, de natureza indivisível, de que sejam
titulares pessoas indeterminadas e ligadas por circunstâncias de fato);
• Interesses ou direitos coletivos (transindividuais, de natureza indivisível de que seja titular
grupo, categoria ou classe de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por uma
relação jurídica base);
• Interesses ou direitos individuais homogêneos (de natureza divisível, decorrentes de
origem comum).
2. A seguir, um quadro explicativo dos interesses/direitos (são tratados como sinônimos)
coletivos:

Coleivosstrictu
( Individuais
DIREITOS Difusos
sensu) homogêneos
TITULARES Indetermináveis Determináveis Determináveis
ORIGEM Relação de fato Relação jurídica Origem comum
OBJETO Indivisível Indivisível Divisível
Mensalidade
Propaganda
Exemplos escolar abusiva Acidente aéreo
abusiva

3 3. Legitimados concorrentemente para a defesa coletiva dos consumidores (art. 82, CDC):
• Ministério Público;
• União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal;

46 www.acasadoconcurseiro.com.br
CEF ‒ Atendimento: Legislação ‒ Profª Tatiana Marcello

• Entidades e órgãos da Administração Pública, direta ou indireta, ainda que sem


personalidade jurídica, especificamente destinados à defesa dos interesses e direitos
protegidos pelo CDC;
• Associações legalmente constituídas há pelo menos um ano e que incluam entre seus
fins institucionais a defesa dos interesses e direitos protegidos pelo CDC, dispensada a
autorização assemblear.
Observação: O MP, quando não ajuizar a ação, atuará sempre como fiscal da lei.

4. Atenção: A Defensoria Pública é legítima para propor Ação Civil Pública em defesa coletiva
dos consumidores. Porém, não consta no rol dos legitimados do CDC e sim no art. 5º, II da
Lei nº 7.347/1985 (Lei da ACP, cujo artigo foi alterado pela Lei nº 11.448/2007).

5. Para a defesa dos direitos e interesses protegidos pelo CDC, são admitidas todas as espécies
de ações capazes de propiciar a adequada e efetiva tutela dos consumidores.

6. Nas ações que tenham por objeto o cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer,
o juiz concederá a tutela específica (para que o fornecedor a cumpra exatamente a sua
obrigação), ou determinará outras medidas que assegurem o resultado prático equivalente.
A obrigação poderá ser convertida em perdas e danos (sem prejuízo de multa), se for
opção do autor ou se impossível a tutela específica ou o resultado equivalente. Ainda, em
sendo relevante o fundamento da demanda e havendo justificado receio de ineficácia do
provimento final, o juiz poderá conceder a antecipação de tutela liminarmente ou após
justificação prévia (com citação do réu), com a imposição de multa diária (de ofício) e
fixação de prazo para o cumprimento.

7. Foro competente: Nas ações de responsabilidade civil do fornecedor de produtos ou


serviços, o consumidor poderá optar pelo ajuizamento no foro do seu domicílio, a fim
de facilitar sua defesa e acesso ao Judiciário. Em contrato de adesão, caso haja cláusula
de eleição de foro, impedindo o consumidor de ajuizar ação no seu domicílio, esta será
considerada nula de pleno direito.

8. Princípios do Direito do Consumidor

1. Princípio da Vulnerabilidade: Ao estudar o Direito do Consumidor, deve-se ter como


premissa que todo consumidor é presumidamente vulnerável na relação de consumo. A
intenção do legislador foi de criar uma situação jurídica mais favorável à parte mais fraca na
relação (consumidor), a fim de equilibrar as desigualdades.

2. Princípio do Dever Governamental: É visto sob dois aspectos, o primeiro diz respeito ao
dever do Estado em promover mecanismos suficientes à efetiva proteção do consumidor
e o segundo diz respeito ao dever do Estado em promover a racionalização e melhoria do
serviço público enquanto Estado-fornecedor.

www.acasadoconcurseiro.com.br 47
3. Princípio da Harmonização das Relações: A Política Nacional das Relações de Consumo deve
propiciar a harmonia entre a necessidade de desenvolvimento econômico e tecnológico do
mercado de consumo e a proteção do consumidor, evitando-se que um desses interesses
prejudique ou inviabilize o outro.

4. Princípio da Garantia de Adequação: Emana da necessidade de garantir ao consumidor


produtos e serviços adequados, atendendo-se sempre ao binômio qualidade/segurança.

5. Princípio da Boa-fé Objetiva: Norma de conduta norteadora das relações de consumo,


consubstanciada no dever de honestidade, lealdade e confiança entre fornecedor e
consumidor.

6. Princípio da Transparência e Informação: Quanto mais bem informado estiver o


consumidor sobre os produtos e serviços, mais conscientes serão suas escolhas. Para tanto,
é preciso que haja a educação para o consumo, ao mesmo tempo que os produtos e serviços
ofertados devem trazer de forma correta e clara todas as informações ao consumidor.

7. Princípio do Acesso à Justiça: De natureza constitucional, esse princípio é direcionado ao


legislador, para que forneça mecanismos de acesso à justiça ao consumidor, como, por
exemplo, a justiça gratuita para necessitados.

48 www.acasadoconcurseiro.com.br
Questões

1. (19236) CÓDIGO DE DEFESA DO atividade comercial, o camelô é considerado


CONSUMIDOR | CESPE | MPE - SE | fornecedor na relação de consumo.
2010 ASSUNTOS: DIREITOS BÁSICOS DO ( ) Certo ( ) Errado
CONSUMIDOR | PROTEÇÃO CONTRATUAL
DO CONSUMIDOR
4. (19230) CÓDIGO DE DEFESA DO
Considerando que um indivíduo tenha CONSUMIDOR | CESPE | DPU | 2010
contratado, por telefone, determinado ASSUNTOS: RESPONSABILIDADE PELO FATO
serviço, assinale a opção que apresenta E VÍCIO DE PRODUTOS E SERVIÇOS
direito previsto para esse indivíduo no CDC.
Ricardo adquiriu um carro há cerca de um
a) devolução parcial dos valores pagos por mês e, nesse período, por três vezes, não
arrependimento conseguiu trancar a porta do veículo.
b) desistência da assinatura em até sete
dias Com relação a essa situação hipotética,
c) indenização, caso não goste do produto julgue os itens subsequentes.
d) ação para ressarcimento dos danos, O fato de o carro ter sido vendido com
se o produto for perigoso, desde que defeito assegura a Ricardo direito à
ostensivamente alertado sobre o risco indenização por perdas e danos.
de danos
e) redução do preço, caso entenda que o ( ) Certo ( ) Errado
produto não vale o preço cobrado
5. (19229) CÓDIGO DE DEFESA DO
2. (11180) CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR | CESPE | DPU | 2010
CONSUMIDOR | CESPE | ADAGRI - CE | 2009 ASSUNTOS: RESPONSABILIDADE PELO FATO
ASSUNTOS: CONCEITOS BÁSICOS Julgue os E VÍCIO DE PRODUTOS E SERVIÇOS
itens abaixo acerca do Código de Defesa do
Consumidor (CDC). Ricardo adquiriu um carro há cerca de um
mês e, nesse período, por três vezes, não
Considere que dois amigos tenham juntado conseguiu trancar a porta do veículo.
suas economias e comprado produtos
Com relação a essa situação hipotética,
eletrônicos para venderem em um ponto de
julgue os itens subsequentes.
ônibus no centro da cidade. Nesse caso, eles
não são considerados fornecedores à luz do O fabricante e o comerciante responderão
CDC, uma vez que a sociedade constituída solidariamente pelo defeito do veículo.
por ambos não tem personalidade jurídica. ( ) Certo ( ) Errado
( ) Certo ( ) Errado
6. (11184) CÓDIGO DE DEFESA DO
3. (11173) CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR | CESPE | INSS | 2008
CONSUMIDOR | CESPE | TRE - BA | 2010 ASSUNTOS: PRÁTICAS COMERCIAIS
ASSUNTOS: CONCEITOS BÁSICOS
Acerca dos direitos dos usuários de serviços
A respeito dos direitos do consumidor, públicos, julgue os itens subsequentes.
julgue os itens seguintes. No exercício da

www.acasadoconcurseiro.com.br 49
Considere-se que uma empresa de águas d) Salvo estipulação em contrário, o valor
e esgotos, em procedimento de cobrança orçado tem validade pelo prazo de dez
de dívida, depois de fazer ameaças a um dias, contado de seu recebimento pelo
consumidor, decida deixar de recolher parte consumidor.
dos esgotos produzidos na moradia desse e) Toda informação ou publicidade
cidadão. Nessa situação, o consumidor suficientemente precisa com relação
pode, com base no Código de Defesa do a produtos e serviços oferecidos ou
Consumidor, alegar que foi exposto a apresentados veiculada por qualquer
constrangimento. forma ou meio de comunicação obriga
( ) Certo ( ) Errado o fornecedor que a fizer veicular ou
dela se utilizar, apesar de não integrar o
contrato que vier a ser celebrado.
7. (19019) CÓDIGO DE DEFESA DO
CONSUMIDOR | CESPE | ADAGRI - CE | 9. (11174) CÓDIGO DE DEFESA DO
2009 ASSUNTOS: PRÁTICAS COMERCIAIS CONSUMIDOR | CESPE | TRE - BA | 2010
Nacional das Relações de Consumo; ASSUNTOS: PROTEÇÃO CONTRATUAL
Disposições do CDC; A respeito dos direitos do consumidor,
Julgue os itens abaixo acerca do Código de julgue os itens seguintes.
Defesa do Consumidor (CDC). Se um consumidor contratar, por telefone, o
Os importadores de produtos eletrônicos fornecimento de produto, ele terá sete dias,
devem garantir aos consumidores a oferta a contar do ato do recebimento do produto,
de peças de reposição por período razoável para desistir do contrato.
de tempo, mesmo quando cessadas a ( ) Certo ( )Errado
produção ou a importação desses produtos.
( ) Certo ( ) Errado 10. (19198) CÓDIGO DE DEFESA DO
CONSUMIDOR | CESPE | IFB | 2011
8. (11202) CÓDIGO DE DEFESA DO ASSUNTOS: CONCEITOS BÁSICOS
CONSUMIDOR | CESPE | DPE - RR | Acerca dos princípios e direitos do
2013 ASSUNTOS: PRÁTICAS COMERCIAIS consumidor, julgue os itens seguintes.
Considerando o que dispõe a Lei n.º Doravante, considere que a sigla CDC,
8.078/1990 a respeito das práticas sempre que utilizada, refere-se ao Código
comerciais, assinale a opção correta. de Defesa do Consumidor.
a) Os fabricantes e importadores deverão Para o CDC, consumidor é a coletividade de
assegurar a oferta de componentes e pessoas, desde que essas pessoas sejam
peças de reposição pelo prazo mínimo determináveis, que tenha participado nas
de cinco anos. relações de consumo.
b) O fornecedor do produto ou serviço
é solidariamente responsável pelos ( ) Certo ( ) Errado
atos de seus prepostos, excetuados os
representantes autônomos. 11. (19252) CÓDIGO DE DEFESA DO
c) É vedado ao fornecedor de produtos CONSUMIDOR | CESPE | EMBASA | 2010
ou serviços enviar ou entregar ao ASSUNTOS: PROTEÇÃO CONTRATUAL DO
consumidor, sem solicitação prévia, CONSUMIDOR
qualquer produto ou fornecer qualquer
serviço, ressalvados os gratuitos. Em se tratando de tutela do consumidor,
julgue os itens a seguir.

50 www.acasadoconcurseiro.com.br
CEF ‒ Atendimento: Legislação ‒ Profª Tatiana Marcello

A invalidade de uma cláusula abusiva, em e) serão devolvidos, sem atualização


princípio, não invalida todo o contrato. monetária, em até 15 dias.
( ) Certo ( ) Errado
14. (19128) CÓDIGO DE DEFESA DO
CONSUMIDOR | FCC | DPE - SP | 2012
12. (11176) CÓDIGO DE DEFESA DO ASSUNTOS: RESPONSABILIDADE PELO FATO
CONSUMIDOR | CESPE | ADAGRI - CE | E VÍCIO DE PRODUTOS E SERVIÇOS
2009 ASSUNTOS: DIREITOS BÁSICOS DO
CONSUMIDOR | RESPONSABILIDADE PELO Em se tratando de responsabilidade
FATO E VÍCIO DE PRODUTOS E SERVIÇOS do fornecedor pelo fato do produto
e do serviço, a pretensão à reparação
Lúcia foi contaminada por alimento do consumidor pelos danos causados
derivado de leite adquirido em um prescreve em:
supermercado e, em razão dessa
contaminação, experimentou danos a) 30 dias.
materiais em decorrência das vultosas b) 90 dias.
despesas médicas que contraiu, além de c) 180 dias.
ter sofrido grave abalo moral que a levou a d) 3 anos.
um estado clínico depressivo. A partir dessa e) 5 anos.
situação hipotética e das disposições do
CDC acerca do assunto em tela, julgue os 15. (19196) CÓDIGO DE DEFESA DO
itens seguintes. CONSUMIDOR | CESPE | IFB | 2011
ASSUNTOS: DIREITOS BÁSICOS DO
Ao mover ação de reparação de danos CONSUMIDOR
contra o fornecedor, Lúcia somente pode
requerer a reparação dos danos materiais, Acerca dos princípios e direitos do
posto que o CDC não garante expressamente consumidor, julgue os itens seguintes.
a reparação de danos morais. Doravante, considere que a sigla CDC,
sempre que utilizada, refere-se ao Código
( ) Certo ( ) Errado de Defesa do Consumidor.
Com vistas à proteção integral ao
13. (19146) CÓDIGO DE DEFESA DO consumidor, no curso de uma ação judicial,
CONSUMIDOR | FCC | METRÔ - SP | a inversão do ônus da prova em favor deste
2010 ASSUNTOS: DIREITOS BÁSICOS DO deve ser automática.
CONSUMIDOR
( )Certo ( )Errado
O consumidor pode desistir do contrato,
no prazo de 7 dias a contar do ato do
recebimento do produto cujo fornecimento 16. (19058) CÓDIGO DE DEFESA DO
foi contratado por telefone. Nesse caso, os CONSUMIDOR | CESPE | TJ - AC | 2012
valores pagos durante o prazo de reflexão: ASSUNTOS: PRÁTICAS COMERCIAIS

a) serão devolvidos pela metade, para Assinale a opção correspondente à situação


compor as perdas e danos. hipotética que retrata prática comercial
b) não serão devolvidos, a título de aceitável, de acordo com as disposições do
prefixação das perdas e danos. CDC.
c) serão devolvidos monetariamente a) Em contrato de serviços de uma
atualizados no prazo de até trinta dias. empresa de engenharia para a
d) serão devolvidos, de imediato, construção de imóvel residencial,
monetariamente atualizados. embora o consumidor tivesse prazo

www.acasadoconcurseiro.com.br 51
certo para cumprir a sua prestação Ricardo, ainda que deseje a substituição
de pagar, a construtora fixou apenas imediata do produto comprado, deverá,
o prazo total de seis meses para a antes disso, conceder prazo para o
conclusão da obra, contados a partir do fornecedor sanar o defeito.
término da fundação do imóvel, sem ( ) Certo ( ) Errado
estabelecer expressamente prazo para
o início ou término da execução dos
serviços de fundação da referida obra. 18. (11200) CÓDIGO DE DEFESA DO
b) Em uma cidade acometida por uma CONSUMIDOR | CESPE | TJ - DF | 2013
grave enchente, o dono de um mercado ASSUNTOS: PRÁTICAS COMERCIAIS
local impôs, para a comercialização
Acerca de direitos do consumidor, julgue os
de água mineral, o limite quantitativo
itens subsequentes.
máximo de dois garrafões por
consumidor, em razão da limitação de O fornecedor que ofertar, no mercado,
seu estoque e a fim de garantir que produtos importados de natureza composta
o maior número de consumidores (componentes e peças) não se obriga
pudesse ter acesso ao produto. a fornecer componentes nem peças de
c) Determinada instituição bancária reposição dos produtos por ele importados,
enviou, sem prévia solicitação ou obrigação aplicada aos fabricantes
anuência dos clientes, cartão de crédito nacionais enquanto não cessar a fabricação
para a residência de determinados dos produtos compostos.
correntistas, escolhidos em razão de ( ) Certo ( ) Errado
seu alto poder aquisitivo.
d) O dono de uma loja de sapatos avisou 19. (19097) CÓDIGO DE DEFESA DO
aos outros comerciantes de sapatos do CONSUMIDOR | FCC | AL - PB | 2013
bairro que determinada consumidora, ASSUNTOS: PROTEÇÃO CONTRATUAL
além de habitualmente reclamar da
Sobre as relações de consumo, considere as
qualidade de produtos e serviços, já
seguintes afirmações:
propôs várias ações em face de outros
fornecedores. I. É considerado contrato de adesão aquele
e) Uma instituição particular de educação cujas cláusulas tenham sido aprovadas
infantil reajustou a mensalidade para pela autoridade competente ou que
além dos índices de inflação e deixou de sejam estabelecidas unilateralmente pelo
apresentar, para os responsáveis legais fornecedor, sem que o consumidor possa
das crianças matriculadas, a justa causa discutir ou modificar substancialmente seu
do referido aumento. conteúdo.
II Não pode haver garantia contratual
17. (19231) CÓDIGO DE DEFESA DO complementar, quando houver garantia
CONSUMIDOR | CESPE | DPU | 2010 legal.
ASSUNTOS: RESPONSABILIDADE PELO FATO
E VÍCIO DE PRODUTOS E SERVIÇOS III. As cláusulas contratuais abusivas
são anuláveis quando transferirem
Ricardo adquiriu um carro há cerca de um responsabilidades a terceiros.
mês e, nesse período, por três vezes, não
IV. É válida a cláusula que determina a
conseguiu trancar a porta do veículo. Com
utilização compulsória de arbitragem,
relação a essa situação hipotética, julgue os
exceto nos contratos que envolvam
itens subsequentes.
alienação fiduciária em garantia de bem
imóvel.

52 www.acasadoconcurseiro.com.br
CEF ‒ Atendimento: Legislação ‒ Profª Tatiana Marcello

V. Nos contratos de fornecimento de A partir do conhecimento do dano e de sua


produtos ou serviços, que envolvem a autoria, Lúcia tem o prazo de cinco anos
concessão de crédito ou financiamento, o para mover eventual ação de reparação
fornecedor deverá informar ao consumidor de danos contra o fornecedor do produto
o montante dos juros de mora e da taxa contaminado.
efetiva anual de juros. ( ) Certo ( ) Errado
Está correto o que se afirma APENAS em:
a) III e V. 22. (27694) CÓDIGO DE DEFESA DO
b) II e IV. CONSUMIDOR | CESPE | TJDFT | 2011
c) I e V. ASSUNTOS: PRÁTICAS COMERCIAIS
d) I e II.
e) II e V. Tício, consumidor, percebendo inexatidão
nos seus dados em Banco de Dados de
20. (19208) CÓDIGO DE DEFESA DO Proteção ao Crédito, exige sua imediata
CONSUMIDOR | CESPE | DPE - BA | correção. Apurado pela entidade de
2010 ASSUNTOS: DIREITOS BÁSICOS DO proteção ao crédito que Tício tem razão e
CONSUMIDOR procedida a correção dos dados, o prazo que
o arquivista tem para comunicar a alteração
Acerca dos princípios básicos que regem aos terceiros que tenham recebido as
o direito do consumidor, da teoria da informações incorretas é de:
imprevisão e da responsabilidade de fato a) 3 (três) dias úteis;
sobre o produto e o serviço, julgue o item b) 5 (cinco) dias úteis;
a seguir. c) 10 (dez) dias;
A inversão do ônus da prova, direito básico, d) 30 (trinta) dias.
mas não absoluto, do consumidor, só será
a este concedido quando o juiz verificar, de 23. (11185) CÓDIGO DE DEFESA DO
forma cumulativa, a sua hipossuficiência e a CONSUMIDOR | CESPE | INSS | 2008
verossimilhança de suas alegações. ASSUNTOS: PRÁTICAS COMERCIAIS
( ) Certo ( ) Errado Acerca dos direitos dos usuários de serviços
públicos, julgue os itens subsequentes.
21. (11175) CÓDIGO DE DEFESA DO Considere a seguinte situação hipotética.
CONSUMIDOR | CESPE | ADAGRI - CE | 2009
ASSUNTOS: DECADÊNCIA E PRESCRIÇÃO | João, por ter constatado erros em sua ficha
RESPONSABILIDADE PELO FATO E VÍCIO DE hospitalar, dirigiu-se ao setor de registros
PRODUTOS E SERVIÇOS do hospital e solicitou ao atendente que lhe
mostrasse a ficha. Inicialmente, o atendente
Lúcia foi contaminada por alimento dificultou-lhe o acesso aos dados e, somente
derivado de leite adquirido em um depois de muita insistência, João conseguiu
supermercado e, em razão dessa convencê-lo da necessidade de alterar
contaminação, experimentou danos alguns dados no referido documento.
materiais em decorrência das vultosas Entretanto, passada uma semana, João
despesas médicas que contraiu, além de ter constatou que as alterações solicitadas não
sofrido grave abalo moral que a levou a um haviam sido efetuadas. Nessa situação,
estado clínico depressivo. do ponto de vista do Código de Defesa do
A partir dessa situação hipotética e das Consumidor, João nada poderá fazer, pois o
disposições do CDC acerca do assunto em código é omisso com relação a esse tipo de
tela, julgue os itens seguintes. problema.

www.acasadoconcurseiro.com.br 53
( ) Certo ( ) Errado 27. (19244) CÓDIGO DE DEFESA DO
CONSUMIDOR | CESPE | EMBASA |
24. (11201) CÓDIGO DE DEFESA DO 2010 ASSUNTOS: DIREITOS BÁSICOS DO
CONSUMIDOR | CESPE | TJ - DF | 2013 CONSUMIDOR
ASSUNTOS: PROTEÇÃO CONTRATUAL Julgue os seguintes itens acerca do direito
Acerca de direitos do consumidor, julgue os do consumidor.
itens subsequentes. Não se insere entre os direitos do
O consumidor que adquire um produto consumidor a indenização pelos danos
pela Internet poderá exercer o direito de morais sofridos, mas, somente, pelos danos
arrependimento no prazo máximo de sete materiais comprovados.
dias, contado do recebimento do produto, ( ) Certo ( ) Errado
tendo, nesse caso, direito de ser ressarcido
dos valores eventualmente pagos. 28. (11188) CÓDIGO DE DEFESA DO
( ) Certo ( ) Errado CONSUMIDOR | CESPE | CEF | 2006
ASSUNTOS: CONCEITOS BÁSICOS
25. (19212) CÓDIGO DE DEFESA DO
CONSUMIDOR | CESPE | DPE - BA | 2010 O Código Brasileiro de Defesa do
ASSUNTOS: CONCEITOS BÁSICOS Consumidor (CDC) é considerado, por
muitos estudiosos, o mais completo
A respeito do direito do consumidor, julgue instrumento de defesa do consumidor do
o item abaixo. mundo. Vários observadores internacionais
Entende-se por serviço qualquer atividade já o estudaram, como fonte de referência,
fornecida no mercado de consumo, desde para a confecção de códigos em seus
que disponibilizada mediante remuneração países. Com base no CDC, julgue os itens
direta, incluindo-se as de natureza bancária, subsequentes.
financeira, de crédito e securitária, com O objetivo do CDC é a defesa dos menos
exceção das decorrentes das relações de favorecidos, tanto que, nesse Código, a
caráter trabalhista. definição de consumidor é a pessoa física
( ) Certo ( ) Errado que adquire ou utiliza produto ou serviço
como destinatário final.
( ) Certo ( ) Errado
26. (19199) CÓDIGO DE DEFESA DO
CONSUMIDOR | CESPE | IFB | 2011
ASSUNTOS: CONCEITOS BÁSICOS 29. (11179) CÓDIGO DE DEFESA DO
CONSUMIDOR | CESPE | ADAGRI - CE |
Acerca dos princípios e direitos do 2009 ASSUNTOS: RESPONSABILIDADE PELO
consumidor, julgue os itens seguintes. FATO E VÍCIO DE PRODUTOS E SERVIÇOS
Doravante, considere que a sigla CDC,
sempre que utilizada, refere-se ao Código Julgue os itens abaixo acerca do Código de
de Defesa do Consumidor. Defesa do Consumidor (CDC).
Os entes sem personalidade jurídica não Considere que um fabricante tenha
podem ser considerados fornecedores de inserido no mercado de consumo um
bens e serviços de consumo, conforme processador de alimentos mais moderno
previsão legal. e de melhor qualidade que o modelo
( ) Certo ( ) Errado anterior, substituindo-o. Nesse caso, para

54 www.acasadoconcurseiro.com.br
CEF ‒ Atendimento: Legislação ‒ Profª Tatiana Marcello

os fins do CDC, o produto substituído não é 32. (19214) CÓDIGO DE DEFESA DO


considerado defeituoso. CONSUMIDOR | CESPE | DPE - BA
( ) Certo ( ) Errado | 2010ASSUNTOS: DECADÊNCIA E
PRESCRIÇÃO

30. (11189) CÓDIGO DE DEFESA DO Com referência ao CDC, julgue o item


CONSUMIDOR | CESPE | CEF | 2006 subsequente.
ASSUNTOS: CONCEITOS BÁSICOS A legislação consumerista, ao tratar da
O Código Brasileiro de Defesa do responsabilidade pelo vício do produto ou
Consumidor (CDC) é considerado, por serviço e da responsabilidade decorrente
muitos estudiosos, o mais completo do fato do produto ou serviço, optou por
instrumento de defesa do consumidor do atribuir à primeira prazos decadenciais
mundo. Vários observadores internacionais referentes ao tempo máximo para a
já o estudaram, como fonte de referência, reclamação dos vícios ocultos e aparentes,
para a confecção de códigos em seus e prazo prescricional quando se tratar de
países. Com base no CDC, julgue os itens acidente de consumo.
subsequentes. ( ) Certo ( ) Errado
Uma coletividade de pessoas equipara-
se a consumidor, desde que os membros
dessa coletividade sejam devidamente 33. (19247) CÓDIGO DE DEFESA DO
determinados e identificados e que tenham CONSUMIDOR | CESPE | EMBASA |
participado nas relações de consumo. 2010 ASSUNTOS: DIREITOS BÁSICOS DO
CONSUMIDOR
( ) Certo ( ) Errado
Julgue os seguintes itens acerca do direito
do consumidor.
31. (19021) CÓDIGO DE DEFESA DO
CONSUMIDOR | CESPE | CEF | 2006 Considere a seguinte situação hipotética.
ASSUNTOS: CONCEITOS BÁSICOS Caio foi ao mercado com seu amigo apenas
para acompanhá-lo, uma vez que não iria
O Código Brasileiro de Defesa do comprar nada. Enquanto andava pelo
Consumidor (CDC) é considerado, por estabelecimento comercial, uma garrafa
muitos estudiosos, o mais completo de refrigerante explodiu e acabou por
instrumento de defesa do consumidor do cortar seu rosto. Nesse caso, como não era
mundo. Vários observadores internacionais consumidor do mercado, nem do produto
já o estudaram, como fonte de referência, que explodiu, Caio não deve pleitear
para a confecção de códigos em seus indenização contra o fornecedor nem
países. Com base no CDC, julgue os itens contra o fabricante.
subsequentes.
( ) Certo ( ) Errado
Serviço é qualquer atividade fornecida
no mercado de consumo, remunerada ou
não, inclusive as de natureza bancária,
financeira, de crédito e securitária, e
aquelas decorrentes das relações de caráter
trabalhista.
( ) Certo ( ) Errado

www.acasadoconcurseiro.com.br 55
34. (11183) CÓDIGO DE DEFESA DO 36. (19193) CÓDIGO DE DEFESA DO
CONSUMIDOR | CESPE | CEF | 2010 CONSUMIDOR | CESPE | IFB | 2011
ASSUNTOS: PRÁTICAS COMERCIAIS | ASSUNTOS: RESPONSABILIDADE PELO FATO
PROTEÇÃO CONTRATUAL E VÍCIO DE PRODUTOS E SERVIÇOS
Com relação ao Código de Defesa do Julgue os itens a seguir, a respeito da
Consumidor (CDC) - Lei n.º 8.078/1990 -, prevenção e da reparação dos danos
assinale a opção correta. causados aos consumidores.
a) Em contratos de empréstimo bancário, Caso um profissional liberal da área médica
tem amparo no referido código o uso de cause danos a paciente consumidor, no
cláusula que estabeleça a arbitragem exercício da prestação de serviços, a
como forma compulsória de resolução responsabilidade pessoal desse profissional
de problemas entre as partes. liberal será apurada mediante a verificação
b) Em contratos de empréstimo bancário, de sua culpa.
cláusula que permita a rescisão ( ) Certo ( ) Errado
unilateral pelo banco não é vedado pelo
CDC, desde que desobrigue o cliente do
pagamento dos juros devidos. 37. (19025) CÓDIGO DE DEFESA DO
c) O cliente de instituição bancária que CONSUMIDOR | CESPE | TRF - 5ª REGIÃO |
possuir título de capitalização poderá, 2013 ASSUNTOS: PROTEÇÃO CONTRATUAL
com amparo no CDC, ter seu nome
O CDC, embora não trate objetivamente do
inserido em cadastro de beneficiários
comércio realizado por meio da Internet,
e receber produtos ou serviços sem
contém dispositivos que se aplicam aos
solicitação expressa do cliente.
negócios feitos por meio da Internet, como
d) A disponibilização do nome do cliente
o direito de arrependimento. O prazo para
inadimplente em relação afixada em
contagem desse direito pode começar a
área comum de uma agência bancária,
partir:
como forma de cobrança, tem amparo
no CDC. a) da chegada do aviso de expedição do
e) É vedado o condicionamento da produto e será de trinta dias.
celebração de um contrato de b) da chegada do aviso de expedição do
empréstimo bancário à aquisição de produto e será de quinze dias.
outro produto ou serviço, tal como c) da assinatura do contrato e será de
título de capitalização. trinta dias.
d) da assinatura do contrato e será de sete
35. (19202) CÓDIGO DE DEFESA DO dias.
CONSUMIDOR | CESPE | IFB | 2011 e) do ato de recebimento do produto e
ASSUNTOS: DECADÊNCIA E PRESCRIÇÃO será de trinta dias.

Julgue os itens a seguir, a respeito da 38. (19020) CÓDIGO DE DEFESA DO


prevenção e da reparação dos danos CONSUMIDOR | CESPE | CEF | 2005
causados aos consumidores. ASSUNTOS: CONCEITOS BÁSICOS
Uma dona de casa consumidora, que tenha
O Código Brasileiro de Defesa do
adquirido em um supermercado 5 kg de
Consumidor (CDC) é considerado, por
carne bovina imprópria para consumo,
muitos estudiosos, o mais completo
deverá reclamar o defeito do produto no
instrumento de defesa do consumidor do
prazo máximo decadencial de 45 dias.
mundo. Vários observadores internacionais
( ) Certo ( ) Errado já o estudaram, como fonte de referência,

56 www.acasadoconcurseiro.com.br
CEF ‒ Atendimento: Legislação ‒ Profª Tatiana Marcello

para a confecção de códigos em seus 41. (19081) CÓDIGO DE DEFESA DO


países. Com base no CDC, julgue os itens CONSUMIDOR | CESPE | BANCO
subsequentes. DA AMAZÔNIA | 2012 ASSUNTOS:
Produto, para efeito de consumo, é RESPONSABILIDADE PELO FATO E VÍCIO DE
qualquer bem, móvel ou imóvel, material PRODUTOS E SERVIÇOS
ou imaterial. Se um consumidor, devido ao
( ) Certo ( ) Errado uso inadequado de um aparelho
eletrodoméstico no preparo de alimentos,
sofrer danos físicos de pequena gravidade,
39. (11190) CÓDIGO DE DEFESA DO o fabricante do produto responderá por tais
CONSUMIDOR | CESPE | CEF | 2006 danos, mesmo que seja provada a culpa
ASSUNTOS: CONCEITOS BÁSICOS exclusiva do consumidor na ocorrência do
acidente.
O Código Brasileiro de Defesa do
Consumidor (CDC) é considerado, por ( ) Certo ( ) Errado
muitos estudiosos, o mais completo
instrumento de defesa do consumidor do 42. (19140) CÓDIGO DE DEFESA DO
mundo. Vários observadores internacionais CONSUMIDOR | FCC | TJ - PE | 2011
já o estudaram, como fonte de referência, ASSUNTOS: RESPONSABILIDADE PELO FATO
para a confecção de códigos em seus E VÍCIO DE PRODUTOS E SERVIÇOS
países. Com base no CDC, julgue os itens
subsequentes. Na hipótese de dano causado ao
Fornecedor é a pessoa jurídica, pública consumidor por defeito de fabricação de
ou privada, nacional ou estrangeira, veículo importado, a responsabilidade pela
que desenvolve atividade de produção, sua reparação:
montagem, criação, construção, a) depende da existência de culpa.
transformação, importação, exportação, b) é do comerciante, em primeira
distribuição ou comercialização de produtos intenção.
ou prestação de serviços. c) é exclusiva do importador do veículo.
( ) Certo ( ) Errado d) é do fabricante estrangeiro e do
importador nacional em caráter
solidário.
40. (19216) CÓDIGO DE DEFESA DO e) é exclusiva do fabricante estrangeiro.
CONSUMIDOR | CESPE | DPE - BA | 2010
ASSUNTOS: PROTEÇÃO CONTRATUAL 43. (11177) CÓDIGO DE DEFESA DO
Com referência ao CDC, julgue o item CONSUMIDOR | CESPE | ADAGRI - CE |
subsequente. 2009 ASSUNTOS: PRÁTICAS COMERCIAIS

A nulidade de uma cláusula contratual Julgue os itens abaixo acerca do Código de


abusiva não invalida o contrato como um Defesa do Consumidor (CDC).
todo, exceto quando de sua ausência, Caso um cliente solicite a uma oficina
apesar dos esforços de integração, decorrer mecânica um orçamento para consertar seu
ônus excessivo a qualquer das partes. veículo, o valor orçado terá validade pelo
( ) Certo ( ) Errado prazo de dez dias, contados da data em que
o cliente o recebeu, salvo estipulação em
contrário.
( ) Certo ( ) Errado

www.acasadoconcurseiro.com.br 57
Para ver a explicação do professor sobre as questões, acesse o link a seguir ou baixe
um leitor QR Code em seu celular e fotografe o código.

http://acasadasquestoes.com.br/prova-imprimir.php?prova=154577

Gabarito: 1. (19236) B2. (11180) Errado 3. (11173) Certo 4. (19230) Errado 5. (19229) Certo 6. (11184) Certo 7.
(19019) Certo8. (11202) D9. (11174) Certo 10. (19198) Errado 11. (19252) Certo 12. (11176) Errado 13. (19146)
D 14. (19128) E15. (19196) Errado 16. (19058) B17. (19231) Certo 18. (11200) Errado19. (19097) C20. (19208)
Errado 21. (11175) Certo 22. (27694) B23. (11185) Errado 24. (11201)Certo 25. (19212) Errado 26. (19199)
Errado 27. (19244) Errado 28. (11188) Errado 29. (11179) Certo 30. (11189) Errado31. (19021) Errado 32. (19214)
Certo 33. (19247) Errado 34. (11183) E35. (19202) Errado 36. (19193) Certo37. (19025) D38. (19020) Certo 39.
(11190) Errado 40. (19216) Certo41. (19081) Errado 42. (19140) D43 (11177) Certo

58 www.acasadoconcurseiro.com.br
Resolução CMN/Bacen Nº 3694/2009
e Alterações Posteriores

Dispõe sobre a prevenção de riscos na IV – o fornecimento tempestivo ao cliente


contratação de operações e na prestação de ou usuário de contratos, recibos, extratos,
serviços por parte de instituições financeiras comprovantes e outros documentos
e demais instituições autorizadas a relativos a operações e a serviços;
funcionar pelo Banco Central do Brasil. (Redação dada pela Resolução nº 4.283, de
4/11/2013.)
O Banco Central do Brasil, na forma do
art. 9º da Lei nº 4.595, de 31 de dezembro V – a utilização de redação clara, objetiva
de 1964, torna público que o Conselho e adequada à natureza e à complexidade
Monetário Nacional, em sessão realizada da operação ou do serviço, em contratos,
em 26 de março de 2009, com base no art. recibos, extratos, comprovantes e
4º, inciso VIII, da referida lei, documentos destinados ao público, de
forma a permitir o entendimento do
RESOLVEU: conteúdo e a identificação de prazos,
Art. 1º As instituições financeiras e demais valores, encargos, multas, datas, locais
instituições autorizadas a funcionar pelo Banco e demais condições; (Redação dada pela
Central do Brasil, na contratação de operações Resolução nº 4.283, de 4/11/2013.)
e na prestação de serviços, devem assegurar: VI – a possibilidade de tempestivo
(Redação dada pela Resolução nº 4.283, de cancelamento de contratos; (Redação dada
4/11/2013.) pela Resolução nº 4.283, de 4/11/2013.)
I – a adequação dos produtos e VII – a formalização de título adequado
serviços ofertados ou recomendados às estipulando direitos e obrigações para
necessidades, interesses e objetivos dos abertura, utilização e manutenção de conta
clientes e usuários; (Redação dada pela de pagamento pós-paga; (Incluído pela
Resolução nº 4.283, de 4/11/2013.) Resolução nº 4.283, de 4/11/2013.)
II – a integridade, a confiabilidade, a VIII – o encaminhamento de instrumento
segurança e o sigilo das transações de pagamento ao domicílio do cliente ou
realizadas, bem como a legitimidade das usuário ou a sua habilitação somente em
operações contratadas e dos serviços decorrência de sua expressa solicitação ou
prestados; (Redação dada pela Resolução autorização; e (Incluído pela Resolução nº
nº 4.283, de 4/11/2013.) 4.283, de 4/11/2013.)
III – a prestação das informações IX – a identificação dos usuários
necessárias à livre escolha e à tomada de finais beneficiários de pagamento ou
decisões por parte de clientes e usuários, transferência em demonstrativos e faturas
explicitando, inclusive, direitos e deveres, do pagador, inclusive nas situações em
responsabilidades, custos ou ônus, que o serviço de pagamento envolver
penalidades e eventuais riscos existentes na instituições participantes de diferentes
execução de operações e na prestação de arranjos de pagamento. (Incluído pela
serviços; (Redação dada pela Resolução nº Resolução nº 4.283, de 4/11/2013.)
4.283, de 4/11/2013.)

www.acasadoconcurseiro.com.br 59
Art. 2º As instituições referidas no art. 1º § 2º A opção pela prestação de serviços
devem divulgar, em suas dependências e nas por meios alternativos aos convencionais é
dependências dos estabelecimentos onde admitida desde que adotadas as medidas
seus produtos são ofertados, em local visível necessárias para preservar a integridade,
e em formato legível, informações relativas a a confiabilidade, a segurança e o sigilo
situações que impliquem recusa à realização de das transações realizadas, assim como a
pagamentos ou à recepção de cheques, fichas legitimidade dos serviços prestados, em
de compensação, documentos, inclusive de face dos direitos dos clientes e dos usuários,
cobrança, contas e outros. devendo as instituições informá-los dos
riscos existentes.
Art. 3º É vedado às instituições referidas no art.
1º recusar ou dificultar, aos clientes e usuários Art. 4º Esta resolução entra em vigor na data de
de seus produtos e serviços, o acesso aos sua publicação.
canais de atendimento convencionais, inclusive
guichês de caixa, mesmo na hipótese de Art. 5º Ficam revogadas as Resoluções nºs
oferecer atendimento alternativo ou eletrônico. 2.878, de 26 de julho de 2001, e 2.892, de 27 de
setembro de 2001.
§ 1º O disposto no caput não se aplica às
dependências exclusivamente eletrônicas Brasília, 26 de março de 2009.
nem à prestação de serviços de cobrança e
de recebimento decorrentes de contratos Henrique de Campos Meirelles
ou convênios que prevejam canais de Presidente
atendimento específicos.

60 www.acasadoconcurseiro.com.br
CEF ‒ Atendimento: Legislação ‒ Profª Tatiana Marcello

CONSIDERAÇÕES SOBRE A RESOLUÇÃO CMN/BACEN Nº 3.694/2009

1. A Resolução nº 3.694/2009 é popularmente chamada de “Código de Defesa do Consumidor


Bancário”, trazendo disposições específicas à relação entre instituições financeiras e
clientes/usuários.

2. CUIDADO: A Resolução nº 3.694 teve sua vigência a partir de 2009, com alterações feitas
em novembro de 2013. Como o Edital prevê “Resolução CMN/Bacen nº 3.694/2009 e
alterações posteriores”; essas alterações de novembro de 2013 devem ser consideradas
para a realização da prova, até mesmo porque foram publicadas antes da publicação do
Edital. Assim, deve-se tomar muito cuidado com material desatualizado ou com questões
cujas respostas estejam fundamentadas em previsões anteriores às ultimas modificações.

3. As instituições financeiras devem adotar, na contratação de operação e prestação de


serviços, procedimentos que assegurem:

I – serviços e produtos adequados aos interesses dos clientes e usuários;


II − a integridade, confiabilidade, segurança e sigilo das transações, bem como a
legitimidade das operações contratadas e dos serviços prestados;
III – a prestação de informações, necessárias à livre escolha e tomada de decisões
dos clientes e usuários, inclusive sobre direitos e deveres, responsabilidade, custos
ou ônus, penalidade e riscos nas contratações;
IV – o fornecimento tempestivo de contratos, recibos, extratos, comprovantes e
outros documentos relativos a operações e a serviços;
V – a utilização de redação clara, objetiva e adequada, a permitir o entendimento
do consumidor sobre as informações;
VI – possibilidade de tempestivo cancelamento dos contratos;
VII − a formalização de título adequado estipulando direitos e obrigações par
abertura, utilização e manutenção de conta de pagamento pós-paga (cartão de
crédito);
VIII − o encaminhamento de instrumento de pagamento (exemplo: cartãode
crédito) ao domicílio do cliente ou usuário ou a sua habilitação (desbloqueio)
somente em decorrência de sua expressa solicitação ou autorização;
IX − a identificação dos usuários finais beneficiários de pagamento ou transferência
em demonstrativos e faturas do pagador, inclusive nas situações em que o serviço
de pagamento envolver instituições participantes de diferentes arranjos de
pagamento.

4. As instituições devem divulgar em suas dependências, em local visível e em formato legível


informações sobre recusas de serviços.

5. IMPORTANTE: É proibido às instituições recusar ou dificultar aos clientes e usuários o


acesso aos meios convencionais de atendimento (guichês de caixa), mesmo havendo
atendimento alternativo ou eletrônico. Entretanto, essa proibição não se aplica quando
se tratar de dependências exclusivamente eletrônicas nem quando se tratar de operação

www.acasadoconcurseiro.com.br 61
em que haja previsão no contrato ou convênio para utilização de canais de atendimento
específicos.

6. A opção pela prestação de serviços por meios alternativos é admitida, desde que adotadas
as medidas necessárias de segurança aos usuários e clientes, devendo as instituições
informá-los dos riscos existentes.

62 www.acasadoconcurseiro.com.br
Questões

Observação: Como a Resolução nº 3.694/2009 2. (19953) DIREITO DO CONSUMIDOR | FCC


é relaivamente nova e ainda sofreu alterações | BANCO DO BRASIL | 2010 ASSUNTOS:
em novembro de 2013, não há questões do RESOLUÇÃO CMN N°. 3.694/2009.
CESPE a respeito desse assunto. Entretanto,
A Resolução CMN nº 3.694 assegura
seguem abaixo algumas questões aplicadas por
aos clientes e usuários de instituições
outras bancas a ítulo de exercícios.
financeiras e demais instituições autorizadas
a funcionar pelo Banco Central do Brasil
1. (19950) DIREITO DO CONSUMIDOR | FCC
| BANCO DO BRASIL | 2011 ASSUNTOS: I − o recebimento de cópias simplificadas
RESOLUÇÃO CMN N°. 3.694/2009. de contratos, exceto de recibos, extratos,
comprovantes e documentos relativos a
A Resolução nº 3.694/2009 dispõe que operações e a serviços prestados.
as instituições financeiras e demais
instituições autorizadas a funcionar pelo II − a redação de contratos e documentos
Banco Central do Brasil devem divulgar, em clara, objetiva e adequada à natureza
suas dependências e nas dependências dos e à complexidade da operação ou do
estabelecimentos onde seus produtos são serviço prestado de forma a permitir o
ofertados, em local visível e em formato entendimento do conteúdo e demais
visível, informações relativas: condições.

a) a situações que impliquem recusas à I I−I o d i r eai itnof o r m a


p ço põr ae rsdt e s t a s
realização de pagamentos ou à recepção instituições financeiras, relativas a situações
de cheques, fichas de compensação, que impliquem recusa à realização de
documentos, inclusive de cobrança, pagamentos ou à recepção de cheques,
contas e outros. fichas de compensação, documentos,
b) ao quadro de funcionários operacionais inclusive de cobrança, contas e outros.
alocados no estabelecimento, com IV − a facilidade de acesso aos canais de
a indicação da qualificação dos atendimento convencionais, inclusive
responsáveis pela gestão. guichês de caixa, mesmo na hipótese
c) ao volume de contratos de de oferecer atendimento alternativo ou
financiamentos e empréstimos eletrônico.
consignados, e respectivas taxas de
V −a o p ç ã po e lpar e s t a
d çesãeor v ipçoors
juros, realizados pelo estabelecimento.
meio alternativos aos convencionais, não
d) a situações que impliquem apenas a
sendo obrigatório as instituições informá-
realização de pagamentos por meio de
los acerca dos riscos existentes e sigilo das
ficha de compensação.
transações realizadas.
e) a recebimentos de pró-labore e
empréstimos consignados pelo Está correto o que se afirma APENAS em:
estabelecimento.
a) I e II.
b) I, III e IV.
c) II, III e IV
d) II, IV e V.
e) III e V.

www.acasadoconcurseiro.com.br 63
3. (19948) DIREITO DO CONSUMIDOR | e) atendimento realizado por bancários,
CESGRANRIO | BANCO DO BRASIL | durante o horário de expediente ao
2012 ASSUNTOS: RESOLUÇÃO CMN N°. público, é obrigatório em todas as
3.694/2009. agências ou dependências com serviços
eletrônicos.
O município W possui uma única agência
do banco Y. Gilberto, que trabalha e reside 4. (19952) DIREITO DO CONSUMIDOR | FCC
nesse município, é correntista do banco. | BANCO DO BRASIL | 2011 ASSUNTOS:
Um dia, ao dirigir-se à agência, ele é RESOLUÇÃO CMN N°. 3.694/2009.
surpreendido pela ausência completa de
bancários, estando o atendimento limitado Conforme a Resolução nº 3.694/2009, é
aos terminais eletrônicos. Utilizando vedado às instituições financeiras:
um telefone disponibilizado na agência, a) explicitar as cláusulas contratuais das
Gilberto recebe a informação de que, por operações contratadas ou práticas que
motivo de corte de custos, a agência com impliquem deveres e obrigações dos
atendimento físico mais próximo está, clientes ou usuários.
agora, a sessenta quilômetros dali, mas que, b) fornecer cópia de contratos, recibos,
para evitar prejuízos aos correntistas, um extratos, comprovantes e outros
bancário, com múltiplas funções, passará a documentos relativos a operações e a
ir à sua agência, de quinze em quinze dias. serviços prestados.
Em relação ao atendimento bancário, as c) recusar ou dificultar, aos clientes e
normas da Resolução CMN nº 3.694/2009 usuários de seus produtos e serviços,
estabelecem que a(o): o acesso aos canais de atendimento
a) adoção de tecnologia de atendimento convencionais, inclusive guichês de
bancário, nas agências das instituições caixa, mesmo na hipótese de oferecer
financeiras, é vedada. atendimento alternativo eletrônico.
b) prestação de atendimento físico no d) assegurar aos clientes e usuários
local não é obrigatória quando as procedimentos de controles internos
dependências da instituição financeira que demonstrem a clareza e a segurança
são exclusivamente eletrônicas. das operações e serviços prestados.
c) transformação de agências físicas em e) divulgar informações relativas a
eletrônicas caracteriza um obstáculo situações que impliquem recusa à
indevido ao consumidor. realização de pagamentos ou à recepção
d) transformação de agências físicas em de cheques, fichas de compensação,
eletrônicas depende da concordância documentos, inclusive de cobrança,
dos correntistas. contas e outros.

64 www.acasadoconcurseiro.com.br
CEF ‒ Atendimento: Legislação ‒ Profª Tatiana Marcello

Para ver a explicação do professor sobre as questões, acesse o link a seguir ou baixe
um leitor QR Code em seu celular e fotografe o código.
http://acasadasquestoes.com.br/prova-imprimir.php?prova=155093

Gabarito: 1. (19950) A2.(19953) C3. (19948) B4.(19952) C

www.acasadoconcurseiro.com.br 65
Código Civil

o
LEI N 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002.

(Observação: Artigos relativos aos assuntos Parágrafo único. Cessará, para os menores,
“Pessoa física e pessoa jurídica: capacidade a incapacidade:
e incapacidade civil, representação e
domicílio”.) I − pela concessão dos pais, ou de
um deles na falta do outro, mediante
Art. 1º Toda pessoa é capaz de direitos e deveres instrumento público, independentemente
na ordem civil. de homologação judicial, ou por sentença
do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver
Art. 2º A personalidade civil da pessoa começa dezesseis anos completos;
do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo,
desde a concepção, os direitos do nascituro. II −pelo casamento;
Art. 3º São absolutamente incapazes de exercer III − pelo exercício de emprego público
pessoalmente os atos da vida civil: efetivo;
I −os menores de dezesseis anos; I V− pela colação de grau em curso de
ensino superior;
II −os que, por enfermidade ou deficiência
mental, não tiverem o necessário V −pelo estabelecimento civil ou comercial,
discernimento para a prática desses atos; ou pela existência de relação de emprego,
desde que, em função deles, o menor com
III −os que, mesmo por causa transitória, dezesseis anos completos tenha economia
não puderem exprimir sua vontade. própria.
Art. 4º São incapazes, relativamente a certos Art. 6º A existência da pessoa natural termina
atos, ou à maneira de os exercer: com a morte; presume-se esta, quanto aos
I −os maiores de dezesseis e menores de ausentes, nos casos em que a lei autoriza a
dezoito anos; abertura de sucessão definitiva.

II −os ébrios habituais, os viciados em [...]


tóxicos, e os que, por deficiência mental, Art. 40. As pessoas jurídicas são de direito
tenham o discernimento reduzido; público, interno ou externo, e de direito privado.
III −os excepcionais, sem desenvolvimento Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público
mental completo; interno:
IV −os pródigos. I −a União;
Parágrafo único. A capacidade dos índios II − os Estados, o Distrito Federal e os
será regulada por legislação especial. Territórios;
Art. 5º A menoridade cessa aos dezoito anos I I−Ios Municípios;
completos, quando a pessoa fica habilitada à
prática de todos os atos da vida civil. IV −as autarquias;

www.acasadoconcurseiro.com.br 67
IV − as autarquias, inclusive as associações § 3º Os partidos políticos serão organizados
públicas; e funcionarão conforme o disposto em lei
específica.
V −as demais entidades de caráter público
criadas por lei. Art. 45. Começa a existência legal das pessoas
jurídicas de direito privado com a inscrição
Parágrafo único. Salvo disposição em do ato constitutivo no respectivo registro,
contrário, as pessoas jurídicas de direito precedida, quando necessário, de autorização
público, a que se tenha dado estrutura de ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se
direito privado, regem-se, no que couber, no registro todas as alterações por que passar o
quanto ao seu funcionamento, pelas ato constitutivo.
normas deste Código.
Parágrafo único. Decai em três anos o
Art. 42. São pessoas jurídicas de direito público direito de anular a constituição das pessoas
externo os Estados estrangeiros e todas jurídicas de direito privado, por defeito
as pessoas que forem regidas pelo direito do ato respectivo, contado o prazo da
internacional público. publicação de sua inscrição no registro.
Art. 43. As pessoas jurídicas de direito público [...]
interno são civilmente responsáveis por atos
dos seus agentes que nessa qualidade causem Art. 47. Obrigam a pessoa jurídica os atos dos
danos a terceiros, ressalvado direito regressivo administradores, exercidos nos limites de seus
contra os causadores do dano, se houver, por poderes definidos no ato constitutivo.
parte destes, culpa ou dolo.
Art. 48. Se a pessoa jurídica tiver administração
Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado: coletiva, as decisões se tomarão pela maioria de
votos dos presentes, salvo se o ato constitutivo
I −as associações; dispuser de modo diverso.
II −as sociedades; Parágrafo único. Decai em três anos o
III −as fundações. direito de anular as decisões a que se
refere este artigo, quando violarem a lei ou
IV −as organizações religiosas; estatuto, ou forem eivadas de erro, dolo,
simulação ou fraude.
V −os partidos políticos.
Art. 49. Se a administração da pessoa jurídica
VI − as empresas individuais de
vier a faltar, o juiz, a requerimento de qualquer
responsabilidade limitada.
interessado, nomear-lhe-á administrador
§ 1º São livres a criação, a organização, a provisório.
estruturação interna e o funcionamento das
[...]
organizações religiosas, sendo vedado ao
poder público negar-lhes reconhecimento Art. 51. Nos casos de dissolução da pessoa
ou registro dos atos constitutivos e jurídica ou cassada a autorização para seu
necessários ao seu funcionamento. funcionamento, ela subsistirá para os fins de
liquidação, até que esta se conclua.
§ 2º As disposições concernentes às
associações aplicam-se subsidiariamente § 1º Far-se-á, no registro onde a pessoa
às sociedades que são objeto do Livro II da jurídica estiver inscrita, a averbação de sua
Parte Especial deste Código. dissolução.

68 www.acasadoconcurseiro.com.br
CEF ‒ Atendimento: Legislação ‒ Profª Tatiana Marcello

§ 2º As disposições para a liquidação das II −dos Estados e Territórios, as respectivas


sociedades aplicam-se, no que couber, às capitais;
demais pessoas jurídicas de direito privado.
III −
do Município, o lugar onde funcione a
§ 3º Encerrada a liquidação, promover-se-á administração municipal;
o cancelamento da inscrição da pessoa
jurídica. IV −das demais pessoas jurídicas, o lugar
onde funcionarem as respectivas diretorias
Art. 52. Aplica-se às pessoas jurídicas, no e administrações, ou onde elegerem
que couber, a proteção dos direitos da domicílio especial no seu estatuto ou atos
personalidade. constitutivos.
[...] § 1º Tendo a pessoa jurídica diversos
estabelecimentos em lugares diferentes,
Art. 70. O domicílio da pessoa natural é o lugar cada um deles será considerado domicílio
onde ela estabelece a sua residência com ânimo para os atos nele praticados.
definitivo.
§ 2º Se a administração, ou diretoria, tiver
Art. 71. Se, porém, a pessoa natural tiver a sede no estrangeiro, haver-se-á por
diversas residências, onde, alternadamente, domicílio da pessoa jurídica, no tocante às
viva, considerar-se-á domicílio seu qualquer obrigações contraídas por cada uma das
delas. suas agências, o lugar do estabelecimento,
Art. 72. É também domicílio da pessoa natural, sito no Brasil, a que ela corresponder.
quanto às relações concernentes à profissão, o Art. 76. Têm domicílio necessário o incapaz, o
lugar onde esta é exercida. servidor público, o militar, o marítimo e o preso.
Parágrafo único. Se a pessoa exercitar Parágrafo único. O domicílio do incapaz é
profissão em lugares diversos, cada um o do seu representante ou assistente; o do
deles constituirá domicílio para as relações servidor público, o lugar em que exercer
que lhe corresponderem. permanentemente suas funções; o do
Art. 73. Ter-se-á por domicílio da pessoa natural, militar, onde servir, e, sendo da Marinha ou
que não tenha residência habitual, o lugar onde da Aeronáutica, a sede do comando a que
for encontrada. se encontrar imediatamente subordinado;
o do marítimo, onde o navio estiver
Art. 74. Muda-se o domicílio, transferindo matriculado; e o do preso, o lugar em que
a residência, com a intenção manifesta de o cumprir a sentença.
mudar.
[...]
Parágrafo único. A prova da intenção
resultará do que declarar a pessoa às Art. 115. Os poderes de representação
municipalidades dos lugares, que deixa, conferem-se por lei ou pelo interessado.
e para onde vai, ou, se tais declarações Art. 116. A manifestação de vontade pelo
não fizer, da própria mudança, com as representante, nos limites de seus poderes,
circunstâncias que a acompanharem. produz efeitos em relação ao representado.
Art. 75. Quanto às pessoas jurídicas, o domicílio Art. 117. Salvo se o permitir a lei ou o
é: representado, é anulável o negócio jurídico que
I −da União, o Distrito Federal; o representante, no seu interesse ou por conta
de outrem, celebrar consigo mesmo.

www.acasadoconcurseiro.com.br 69
Parágrafo único. Para esse efeito, tem-
se como celebrado pelo representante o
negócio realizado por aquele em quem os
poderes houverem sido subestabelecidos.
Art. 118. O representante é obrigado a provar
às pessoas, com quem tratar em nome do
representado, a sua qualidade e a extensão
de seus poderes, sob pena de, não o fazendo,
responder pelos atos que a estes excederem.
Art. 119. É anulável o negócio concluído pelo
representante em conflito de interesses com
o representado, se tal fato era ou devia ser do
conhecimento de quem com aquele tratou.
Parágrafo único. É de cento e oitenta
dias, a contar da conclusão do negócio ou
da cessação da incapacidade, o prazo de
decadência para pleitear-se a anulação
prevista neste artigo.
Art. 120. Os requisitos e os efeitos da
representação legal são os estabelecidos nas
normas respectivas; os da representação
voluntária são os da Parte Especial deste Código.

70 www.acasadoconcurseiro.com.br
CEF ‒ Atendimento: Legislação ‒ Profª Tatiana Marcello

CONSIDERAÇÕES SOBRE A MATÉRIA


(Pessoa física e pessoa jurídica: capacidade e incapacidade civil, representação e domicílio)

1. Das Pessoas Físicas e Pessoas Jurídicas


As “pessoas” podem ser de duas espécies:
• Pessoas Naturais (também chamadas de Pessoas Físicas): São todos os seres humanos;
• Pessoas Jurídicas: Entes formados por uma coletividade de pessoas ou de bens, que, por
força de lei, adquirem personalidade jurídica.
O art. 1º do CC dispõe que toda pessoa (física ou jurídica) é capaz de direitos e deveres na
ordem civil.

1.1. Das Pessoas Naturais (Pessoas Físicas)


Personalidade Civil: O art. 2º do CC prevê que “A personalidade civil da pessoa começa do
nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro”.
Portanto, mesmo que o nascituro (feto) tenha direitos assegurados desde a sua concepção
(início da gravidez), a personalidade civil somente começa ao nascimento com vida.
Capacidade: Há dois tipos que não podem ser confundidos:
• Capacidade de Direito = de Gozo = Jurídica: Própria do ser humano e começa do nascimento
com vida e só termina com a morte (art. 2º, CC);
• Capacidade de Fato = de Exercício = de Ação: É a capacidade de exercer pessoalmente os
atos da vida civil, que em regra, é adquirida com a maioridade (18 anos).
Assim, é possível afirmar que todas as pessoas possuem capacidade de direito, mas nem todas
possuem capacidade de fato.
Incapacidade: Como toda pessoa física possui capacidade de direito, quando se fala em
incapacidade, refere-se à incapacidade de fato, ou seja, a incapacidade de exercer pessoalmente
os atos da vida civil. O instituto da incapacidade existe para proteger pessoas que não possuem
o completo discernimento. No CC, a incapacidade é separada por graus:

Art. 3º São absolutamente incapazes de Art. 4º São relativamente incapazes a


exercer pessoalmente os atos da vida civil certos atos, ou à maneira de os exercer:
I − os maiores de 16 e menores de 18
anos;
I − os menores de 16 anos;
II − os ébrioshabituais,os viciados
II − os que, por enfermidade ou deficiência
em tóxicos, e os que, por deficiência
mental, não tiverem o necessário mental, tenham o discernimento
discernimento para a prática desses atos; reduzido;
III − os que, mesmo por causa transitória,
III − os excepcion seam
is,
não puderem exprimir sua vontade. desenvolvimento mental completo;
IV − os pródigos.

www.acasadoconcurseiro.com.br 71
Os absolutamente incapazes devem ser representados (pelos pais, tutores ou curadores)
para que o negócio jurídico seja considerado válido, já que a validade do negócio jurídico
requer “agente capaz” (art. 104, CC), sendo nulo o negócio quando celebrado por pessoa
absolutamente incapaz (art. 166, I, CC).
Os relativamente incapazes devem ser assistidos (pelos pais, tutores ou curadores), já que é
anulável o negócio jurídico por incapacidade relativa do agente (art. 171, I, CC).

Absolutamente incapaz Relaivamente incapaz


Deve ser representado; Deve ser assisido;
Se não for representado, o negócio é nulo. anulável.
Se não for assisido, o negócio é

Cessação da Incapacidade: Geralmente, a incapacidade cessa pela extinção da sua causa:


atingir a maioridade (18 anos); a cura de uma doença mental; a reabilitação do dependente de
álcool ou drogas; ou pela emancipação.
Prevê o art. 5º do CC que “a menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa
fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil”.
Emancipação: Entretanto, através da emancipação é possível antecipar a capacidade de um
menor de idade praticar todos os atos da vida civil (capacidade de fato). A emancipação se
dará:
concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público,
I − pela
independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o
menor tiver dezesseis anos completos;
casamento;
II − pelo
emprego
III − pelo exercício de público efetivo;
IV − pela colação de grau em curso de ensino superior;
V − peloestabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde
que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria.
Extinção da Pessoa Natural: A morte é o que determina o fim da pessoa natural. A morte pode
ser real (quando o corpo é examinado e a morte confirmada por atestado de óbito) ou pode
ser presumida (quando a pessoa está ausente, desaparecida, mas o corpo não é encontrado,
presumindo-se, então, que está morta).

1.2. Das Pessoa Jurídicas


As pessoas jurídicas são de direito público, interno ou externo, e de direito privado.

Pessoas Jurídicas de Direito Público


Pessoas Jurídicas de Direito Privado
(Interno)

72 www.acasadoconcurseiro.com.br
CEF ‒ Atendimento: Legislação ‒ Profª Tatiana Marcello

União, Estados, Distrito Federal, Territórios e


Associações;
Municípios;
Autarquias, inclusive as associações
Sociedades;
públicas;
Demais enidades de caráter público criadas
Fundações.
por lei.
Pessoas Jurídicas de Direito Público
Organizações religiosas;
(Externo)
Estados estrangeiros; Paridos políicos;
Todas as pessoas que forem regidas pelo
Empresas individuais de responsabilidade
direito internacional público (Organizações
limitada.
Intergovernamentais).

As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente responsáveis por atos dos seus
agentes que nessa qualidade causem danos a terceiros, porém, têm direito de regresso contra
os causadores do dano, se houver, por parte destes, culpa ou dolo.
Representação da Pessoa Jurídica: Em regra, a Pessoa Jurídica é representada pelos seus
administradores nomeados, nos limites dos poderes definidos no ato constitutivo (art. 47, CC).
Já se a Pessoa Jurídica tiver administração coletiva, as decisões serão tomadas por maioria
de votos dos presentes, salvo se houver disposição diversa no ato constitutivo. Essas decisões
tomadas pela maioria dos votos presentes podem ser anuladas no prazo decadencial de 3 anos
em caso de violação do estatuto ou lei, erro, dolo, simulação ou fraude.
Personalidade da Pessoa Jurídica: Assim como ocorre com as pessoas físicas, as pessoas
jurídicas também são dotadas de personalidade jurídica, sendo sujeitos de direitos e deveres.
Início da Personalidade: “Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito
privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando
necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas
as alterações por que passar o ato constitutivo. Parágrafo único. Decai em três anos o direito
de anular a constituição das pessoas jurídicas de direito privado, por defeito do ato respectivo,
contado o prazo da publicação de sua inscrição no registro”.
Fim da Personalidade (Extinção da Pessoa Jurídica): “Art. 51. Nos casos de dissolução da
pessoa jurídica ou cassada a autorização para seu funcionamento, ela subsistirá para os fins de
liquidação, até que esta se conclua”.

2. Do Domicílio
Domicílio é o lugar em que as pessoas podem ser encontradas para os efeitos jurídicos. O CC
trata do domicílio das pessoas físicas e jurídicas do art. 70 ao art. 78.
Domicílio da Pessoa Natural: Segundo o art. 70 do CC “O domicílio da pessoa natural é o lugar
onde ela estabelece a sua residência com ânimo definitivo. Entretanto, se ela tiver diversas
residências, onde, alternadamente, viva, considerar-se-á domicílio seu qualquer delas”.

www.acasadoconcurseiro.com.br 73
A pessoa natural pode ainda ter como domicilio o lugar onde exerça sua função profissional,
quanto às relações que dizem respeito à sua profissão. Se exercer sua função em lugares
diversos, cada um deles será considerado domicílio para fins profissionais.
A pessoa que não tem residência habitual (exemplo: ciganos, circenses, mendigos), terá como
domicílio o lugar onde for encontrada.
Domicílio Necessário: Algumas pessoas, em razão da situação ou condição que se encontram,
têm seu domicílio definidos pela lei:

Pessoa Domicílio
O incapaz → o do seu representante ou assistente.
o lugar em que exercer permanentemente
O servidor público →
suas funções.
onde servir e, sendo da Marinha ou da
O militar → Aeronáuica, a sede do comando a que se
encontrar imediatamente subordinado.
O maríimo → onde o navio esiver matriculado.
O preso → o lugar em que cumprir a sentença.

Domicílio da Pessoa Jurídica: Quanto às pessoas jurídicas, o domicílio será:

Pessoa Jurídica Domicílio


União → O Distrito Federal.
Estados e Territórios → As respecivas capitais.
O lugar onde funcione a administração
Município →
municipal.
O lugar onde funcionarem as respecivas
diretorias e administrações, ou onde
Demais pessoas jurídicas →
elegerem domicílio especial no seu estatuto
ou atos consituivos.

Tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos em lugares diferentes (exemplo: filiais),


cada um deles será considerado domicílio para os atos nele praticados.
Se a administração, ou diretoria, tiver a sede no estrangeiro, haver-se-á por domicílio da
pessoa jurídica, no tocante às obrigações contraídas por cada uma das suas agências, o lugar do
estabelecimento, situado no Brasil, a que ela corresponder.
Por fim, nos contratos escritos, poderão os contratantes especificar domicílio onde se
exercitem e cumpram os direitos e obrigações deles resultantes. É o chamado domicílio de
eleição, decorrente do exercício da autonomia da vontade das partes.

74 www.acasadoconcurseiro.com.br
Questões

1. (7844) DIREITO CIVIL | CESPE | TJ - AC | Caso o menor tenha dezesseis anos de idade
2012 ASSUNTOS: DAS PESSOAS - DOMICÍLIO completos, a cessação de sua incapacidade
| DAS PESSOAS - PESSOA JURÍDICA pode dar-se por sentença de juiz, ouvido o
tutor do menor.
Com relação às pessoas jurídicas, julgue os
itens subsequentes. ( ) Certo ( ) Errado
Os estados e os territórios têm por domicílio
as suas respectivas capitais. 5. (13652) DIREITO CIVIL | FCC | TRE - RN |
2011 ASSUNTOS: DAS PESSOAS - PESSOA
( ) Certo ( ) Errado NATURAL

2. (13578) DIREITO CIVIL | CESPE | TRE - BA | João, casado com Dora, possui quatro filhos:
2010 ASSUNTOS: DAS PESSOAS - DOMICÍLIO Ana, Fábio, Douglas e Mônica. Ana possui
dezesseis anos e cinco meses; Fábio possui
Acerca da capacidade, do domicílio, da Lei dezenove anos, mas é pródigo; Douglas
de Introdução ao Código Civil, dos direitos possui vinte anos, mas é excepcional,
da personalidade e dos bens, julgue os itens sem desenvolvimento mental completo
que se seguem. e Mônica possui vinte e cinco anos, mas,
O servidor público tem domicílio necessário em razão de causa transitória, não pode
no lugar em que exercer permanentemente exprimir a sua vontade. Nesta família, são
as suas funções. incapazes, relativamente a certos atos, ou à
maneira de os exercer:
( ) Certo ( ) Errado
a) Ana, Fábio e Douglas.
b) Ana e Douglas.
3. (13577) DIREITO CIVIL | CESPE | TRE - BA | c) Ana, Fábio e Mônica.
2010 ASSUNTOS: DAS PESSOAS d) Fábio, Douglas e Mônica.
e) Ana, apenas.
Acerca da capacidade, do domicílio, da Lei
de Introdução ao Código Civil, dos direitos
6. (13618) DIREITO CIVIL | CESPE | TJ - RR |
da personalidade e dos bens, julgue os itens
2012 ASSUNTOS: DAS PESSOAS - PESSOA
que se seguem.
NATURAL
Ainda que menor de dezoito anos, uma
pessoa estará habilitada à prática de todos A respeito da pessoa natural, julgue os itens
os atos da vida civil pela colação de grau em a seguir.
curso de ensino superior. Nos atos da vida civil, as pessoas
( )Certo ( ) Errado absolutamente incapazes serão
representadas.
4. (13596) DIREITO CIVIL | CESPE | ANAC | ( ) Certo ( ) Errado
2012 ASSUNTOS: CAPACIDADE CIVIL
De acordo com o Código Civil, julgue os
próximos itens, relativos à personalidade e
à capacidade jurídica.

www.acasadoconcurseiro.com.br 75
7. (13628) DIREITO CIVIL | CESPE | TJ - RR | IV os que, mesmo por causa transitória, não
2012 ASSUNTOS: DAS PESSOAS - DOMICÍLIO puderem exprimir sua vontade.
Acerca de domicílio, julgue os itens a seguir. V os pródigos.
O domicílio da pessoa natural é o local Estão certos apenas os itens:
onde ela se estabelece com ânimo de a) I, II, III e IV.
permanência. b) I, II, III e V.
( )Certo ( ) Errado c) I, II, IV e V.
d) I, III, IV e V.
e) II, III, IV e V.
8. (13595) DIREITO CIVIL | CESPE | ANAC |
2012 ASSUNTOS: CAPACIDADE CIVIL 11. (13629) DIREITO CIVIL | CESPE | TJ - RR |
De acordo com o Código Civil, julgue os 2012 ASSUNTOS: DAS PESSOAS - DOMICÍLIO
próximos itens, relativos à personalidade e Acerca de domicílio, julgue os itens a seguir.
à capacidade jurídica.
O domicílio do incapaz deve ser o mesmo
Os ébrios habituais, os viciados em tóxicos do seu representante ou assistente.
e os que têm discernimento reduzido,
em decorrência de deficiência mental, ( ) Certo ( ) Errado
são absolutamente incapazes de exercer
pessoalmente os atos da vida civil. 12. (7842) DIREITO CIVIL | CESPE | TJ - AC |
( ) Certo ( ) Errado 2012 ASSUNTOS: DAS PESSOAS - DOMICÍLIO
| DAS PESSOAS - PESSOA NATURAL
9. (13627) DIREITO CIVIL | CESPE | TJ - RR | No que diz respeito ao direito das pessoas
2012 ASSUNTOS: DAS PESSOAS - DOMICÍLIO naturais, conforme sua existência,
personalidade, capacidade, nome, estado,
Acerca de domicílio, julgue os itens a seguir. domicílio e direitos da personalidade, julgue
O domicílio da União é o Distrito Federal. os itens que se seguem.
( ) Certo ( ) Errado A pessoa natural poderá ter várias
residências, mas apenas um único domicílio.
10. (13687) DIREITO CIVIL | CESPE | CEF | ( ) Certo ( ) Errado
2010 ASSUNTOS: DAS PESSOAS - PESSOA
NATURAL 13. (7845) DIREITO CIVIL | CESPE | TJ - AC |
A Lei n.º 10.406/2002, que instituiu o Código 2012 ASSUNTOS: DAS PESSOAS - PESSOA
Civil, trata da capacidade civil das pessoas JURÍDICA
naturais. De acordo com esse código, são Com relação às pessoas jurídicas, julgue os
incapazes, relativamente a certos atos, ou à itens subsequentes.
maneira de os exercer,
A existência legal das pessoas jurídicas de
I os maiores de dezesseis e menores de direito privado se inicia com o exercício da
dezoito anos de idade. atividade.
II os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, ( ) Certo ( ) Errado
e os que, por deficiência mental, tenham o
discernimento reduzido.
III os excepcionais, sem desenvolvimento
mental completo.

76 www.acasadoconcurseiro.com.br
CEF ‒ Atendimento: Legislação ‒ Profª Tatiana Marcello

14. (13750) DIREITO CIVIL | FUNRIO | PRF | A legislação brasileira não admite que
2009 ASSUNTOS: DAS PESSOAS empresa com diversos escritórios de
administração em unidades diferentes da
Quanto à incapacidade, dispõe a Lei civil Federação tenha mais de um domicílio,
vigente que estão impossibilitados, por devendo ser eleito como domicílio o local
completo, de exercer pessoalmente os atos onde esteja instalado o escritório-sede da
da vida civil: empresa.
a) os que, mesmo por causa transitória, ( ) Certo ( ) Errado
não puderem exprimir sua vontade.
b) os excepcionais, sem desenvolvimento
mental completo. 16. (13566) DIREITO CIVIL | CESPE | TJ - DF |
c) os maiores de 18 anos. 2013 ASSUNTOS: DAS PESSOAS - PESSOA
d) os pródigos. NATURAL
e) os maiores de 16 anos e os menores de Em relação a pessoas jurídicas, pessoas
18 anos. naturais e bens, julgue os itens a seguir.
15. (13612) DIREITO CIVIL | CESPE | TJ - RR | Os direitos da personalidade não se aplicam
2012 ASSUNTOS: DAS PESSOAS - DOMICÍLIO à pessoa jurídica.
| DAS PESSOAS - PESSOA JURÍDICA ( ) Certo ( ) Errado
Com relação às pessoas jurídicas, julgue os
próximos itens.

Para ver a explicação do professor sobre as questões, acesse o link a seguir ou baixe
um leitor QR Code em seu celular e fotografe o código.
http://acasadasquestoes.com.br/prova-imprimir.php?prova=155236

Gabarito: 1. (7844) Certo2.(13578) Certo3. (13577) Certo 4. (13596) Certo


5. (13652) A6. (13618) Certo 7.
(13628) Certo8.(13595) Errado 9.(13627) Certo10. (13687) B11. (13629) Certo 12. (7842) Errado
13. (7845)
Errado 14. (13750) A15. (13612) Errado16. (13566) Errado

www.acasadoconcurseiro.com.br 77

Você também pode gostar