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Aspetos contabilísticos
e fiscais
SEG 3518
(Novembro de 2018)
SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais
http://domribeiro.webnode.com.pt
Construção:
ativo ou combinação de ativos
Construtor Adquirente
O dono da obra aplica a NCRF 7 - Ativos Fixos Tangíveis se classificar a construção como
um ativo fixo tangível e aplica a NCRF 18 – Inventários se classificar a construção como um
inventário e consequente a NCRF 20 – Rédito aquando da venda.
PPERÍODO
ERÍODODE
DEACTIVIDADE
ATIVIDADE DO
DOCONTRATO
CONTRATO
Reditos Reditos
e e
Custos Custos
período n período n+1
Fim do período
Definições (§3 a 6)
Definições (§3 a 6)
Tipos de contratos de construção (§3 NCRF19 ):
Contrato Contrato
de de
Preço Fixado Cost Plus
Contrato
Misto
Exemplo:
COMBINAÇÕES
VÁRIOS UM ÚNICO
[AGREGAÇÃO DE CONTRATOS]: CONTRATOS ACTIVO
SUBSTÂNCIA
A) O GRUPO DE CONTRATOS SEJA NEGOCIADO COMO UM PACOTE ÚNICO;
SOBRE A FORMA
SUBSTÂNCIA
SOBRE A FORMA B) CADA ATIVO TENHA SIDO SUJEITO A NEGOCIAÇÃO SEPARADA E O CONTRATADOR E O
CLIENTE TENHAM ESTADO EM CONDIÇÕES DE ACEITAR OU REJEITAR A PARTE DO
CONTRATO RELACIONADA COM CADA ATIVO; E
Exemplo:
A empresa X, Lda, apresentou orçamentos para a construção de
4 moradias individuais, para a empresa ZZ, Lda.
As propostas foram apresentadas e negociadas separadamente
(€ 140.000,00 para o imóvel 1; € 180.000,00 para o imóvel 2; €
145.000,00 para o imóvel 3 e € 250.000,00 para o imóvel 4).
Os gastos das obras são identificados por imóvel.
• Prazo de execução da construção de cada imóvel: 2 anos.
• Após análise das propostas a empresa ZZ, Lda, contratou a
empresa X, Lda, para a construção do imóvel 1, 2 e 4.
Resposta: Assim sendo, uma vez que as propostas apresentadas e as negociações são
feitas separadamente, e os gastos são claramente identificados por obra, cada contrato
deve ser tratado como um contrato de construção separado.
Contrato de Construção
Jardins Identificação
---------------------------
Contrato de Construção Gastos e Réditos
Muros e/ou vedações de cada moradia
Exemplo:
• Contrato global negociado para a construção de 4
moradias em banda, tendo sido fixado um preço
único para o negócio de € 400.000,00.
• Prazos contratados:
• Construção da estrutura das 4 moradias (executadas
simultaneamente): 1/4/N a 30/6/n+1
• Acabamentos: 1/7/N+1 a 1/2/N+2.
Resposta: neste caso por ser impossível determinar os reditos de cada um dos ativos o
contrato tem de ser tratado como um só.
Mensuração
Custos do Contrato (§19)
Atribuíveis à Outros
Directamente actividade em geral especificamente
relacionados e exista a debitáveis aos clientes
com o contrato possibilidade de nos termos do
imputação contrato
Mensuração
Diretamente relacionados com um contrato especifico (§17 )
Mensuração
Atribuíveis à actividade em geral e exista a possibilidade de imputação (§18)
➢ seguros;
➢ os custos de conceção e assistência técnica que não estejam diretamente
relacionados com um contrato específico; e
➢ gastos gerais de construção.
➢ custos com o processamento de salários;
➢ custos de empréstimos obtidos nos termos previstos na NCRF 10, Custos de
Empréstimos Obtidos.
➢ Outros Custos debitáveis ao cliente nos termos do contrato
Estes custos são imputados usando métodos que sejam
sistemáticos e racionais e sejam aplicados consistentemente a
todos os custos que tenham características semelhantes. A
imputação é baseada no nível normal de atividade de construção.
Mensuração
Custos a Excluir do contrato
✓ Custos administrativos gerais cujo reembolso não esteja especificado no contrato;
✓ Custos de vender;
✓ Custos de pesquisa e desenvolvimento não contemplados no contrato;
✓ Depreciação de instalações e equipamentos não usados no contrato.
Reconhecimento
Reconhecimento
Desfecho de um contrato de
construção
Reconhecimento
Reconhecimento
Contrato de Preço Fixado
Reconhecimento
Reconhecimento
Reconhecimento de rédito e de
Método da percentagem
gastos com referência à fase de
de acabamento
acabamento
Vários métodos: Usar aquele que mensure com fiabilidade o trabalho executado.
Dependendo da natureza do contrato, os métodos [critérios] podem incluir:
a) A proporção em que os custos do contrato incorridos no trabalho
executado até à data estejam para os custos estimados totais do contrato,
sendo apenas incluídos os custos do contrato que reflictam o trabalho
executado até à data, pelo que são excluídos:
i - Custos do contrato que se relacionem com a actividade futura do contrato (materiais entregues num local
para uso, mas ainda não instalados, usados ou aplicados durante a execução do contrato, a não ser que tenham sido produzidos
especificamente para o contrato), e
ii - Pagamentos efectuados, a entidades subcontratadas, adiantadamente a trabalho executado
segundo o subcontrato;
Ano n:
• Custos incorridos no valor de € 294.000 e a estimativa dos
gastos a incorrer para a execução da obra é de € 126.000.
• Faturação emitida no ano n – € 380.000,00
Ano n+1
• Custos incorridos no valor de €126.000.
• Faturação emitida no ano n – € 120.000,00
Resolução:
Ano n
• % de acabamento = € 294.000/(€ 294.000+€ 126.000) = 70%
• Rédito a reconhecer no ano N = € 500.000,00 * 70% = €
350.000,00
Registo dos Gastos
Conta Debito Credito
6…. Gastos por natureza 294.000,00 €
22/12/11 294.000,00 €
Pela faturação
Conta Debito Credito
21XXX 380.000€
72XXX 380.000,00 €
Resolução:
Ano n+1
• % de acabamento = € 420.000/€ 420.000 = 100%
• Rédito a reconhecer no ano N+1 = € 500.000,00 * 100% - €
350.000,00 = € 150.000,00
Registo dos Gastos
Conta Debito Credito
6…. Gastos por natureza 126.000 €
22/12/11 126.000€
Pela faturação
Conta Debito Credito
21XXX 120.000€
72XXX 120.000 €
N N+1 Total
Prestação de serviços 350.000,00 € 150.000,00 € 500.000,00 €
Gastos 294.000,00 € 126.000,00 € 420.000,00 €
Margem Bruta 56.000,00 € 24.000,00 € 80.000,00 €
Impossibilidade de NENHUM
estimar fiavelmente o LUCRO
desfecho do contrato RECONHECIDO
É um MÉTODO DE EXCEPÇÃO:
O Rédito do contrato é reconhecido na Demonstração de Resultados por uma
quantia que iguala os custos do contrato.
Caso Prático:
• A empresa ABC, celebrou um contrato com a empresa XZZ, para a
construção de um edifício administrativo, no prazo de 3 anos, pelo valor
de 500.000€.
• No ano N incorreu em gastos no valor de 200.000€, mas a empresa ABC
não consegui determinar os custos estimados do contrato para terminar a
obra.
• No ano N+1 incorreu em gastos no valor de 150.000€, tendo estimado
incorrer em mais € 100.000,00 para concluir a obra.
• No ano N+2 a empresa incorreu em 100.000€ de gastos, tendo concluído a
obra.
Como no ano N a empresa não conseguiu determinar com fiabilidade os custos estimados
para terminar a obra, é aplicado nesse ano o critério do lucro nulo, ou seja, é
considerado um rédito igual ao valor dos gastos incorridos nesse mesmo ano (200.000€).
Exemplo:
• A empresa X, SA executou uma obra para a
empresa A, Lda.
• Execução da obra: 1/6/N a 31/11/N+1.
• Imputação do rédito efetuado pela empresa X
no ano N e N+1.
• Valor do rédito: € 500.000.
• No final do ano N+2 a empresa prevê não vir a
receber o valor em dívida no valor de €
30.000,00.
Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 58
SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais
Resolução:
Exemplo ilustrativo (retirado do IASC Foundation: Training Material for the IFRS® for SMEs
(version 2010-2):
1-
Um empreiteiro assinou um contrato de preço fixo de 100.000€ para construir um
edifício.
Exemplo ilustrativo (retirado do IASC Foundation: Training Material for the IFRS® for SMEs (version
2010-2):
No final de 20X1 o contrato encontra-se completo em 75% — cálculo: 90.000€ custos incorridos ÷
120.000€ custos totais estimados do contrato.
Nesse sentido, em 20X1, o contratante tem de reconhecer o rédito de 75.000€ (ou seja 75% de
100.000€).
Além disso, o contratante deve reconhecer os custos do contrato de 90.000€ e uma provisão
adicional para a perda esperada relativa ao desfecho do contrato de 5.000€ (ou seja o montante
pelo qual os custos estimados para completar o contrato (30.000€) excede os futuros réditos do
contrato a reconhecer (25.000€)).
Por outras palavras, a perda esperada total (20.000€) do contrato oneroso deve ser contabilizada
nas demonstrações financeiras de 20X1 (quando o contrato se tornar oneroso).
Caso Prático:
A empresa X, SA (subcontratado) celebrou com a empresa Y, SA,
um contrato para a construção de uma escola no valor de €
500.000, com um prazo de execução previsto de 2 anos.
A estimativa inicial dos custos totais do contrato foi de €420.000.
Resolução:
Ano n:
• % de acabamento = €330.000,00/(€ 330.000,00+€ 220.000,00) = 60%
% Acabamento
Rédito acumulado
Prestação Serviços: Acrescer / Diferir
Pretende-se:
• Registos contabilísticos e análise dos períodos de N e N+1.
Resolução:
Custos incorridos 50 €
% Acabamento = = = 25%
Custo Incorridos + Custos a incorrer 50 € + 150 €
Registos Contabilísticos:
Tabela 2 – Contratos cujo desfecho não possa ser estimado com fiabilidade
ENQUADRAMENTO
CONTABILÍSTICO DOS CONTRATOS
DE CONSTRUÇÃO AO ABRIGO DA
NCRF – PE E ME
• Por outro lado, o ponto 6.2. da NC-ME estipula que na ausência de uma
disposição desta Norma que se aplique especificamente a uma transação,
outro acontecimento ou condição, o órgão de gestão fará juízos de valor no
desenvolvimento e aplicação de uma política contabilística, permitindo a
aplicação do método da percentagem de acabamento.
CONSTRUÇÃO DE
EDIFÍCIOS PARA VENDA
Exemplo:
• A empresa ABC, Lda, vai proceder à construção de um bloco de
apartamentos para venda. Para a construção do edifício contratou
a empresa XPTO, Lda. Prevê-se que a empresa XPTO, Lda, execute
a obra no prazo de 2 anos.
• Qual o tratamento contabilístico a dar na esfera das 2 empresas?
Resolução:
• Uma vez que a empresa ABC, Lda, procede à construção de um edifício para
venda aplica a NCRF 18 – Inventários.
• No que diz respeito à empresa XPTO, Lda, uma vez que a mesma foi contratada
para a execução da obra, e a mesma demora mais de um período a ser
executada, deverá aplicar a NCRF 19 – Contratos de construção.
Mensuração
No caso do custo de compra → pelo preço de compra
custo dos inventários
Mensuração inicial
CUSTO
Exemplo:
• A empresa Contratatudo, Lda, dedica-se à atividade de
construção de Edifícios para venda.
• A empresa procedeu à construção de um pavilhão para venda.
• Início da construção: 2016
• Fim da construção: 2017
• Ano da venda: 2018
No ano de 2016, a empresa adquiriu o terreno onde foi edificado o pavilhão no valor de €
100.000,00, e efetuou compras de matérias primas no valor de € 75.000,00 (totalmente
incorporadas na construção do armazém) e suportou outros gastos de produção
(62/63/64/..) imputáveis à construção do pavilhão no valor de € 50.000,00.
PELAS COMPRAS
Pelos Custos
Conta Debito Credito
62/63/64... 50.000,00 €
22/12/11/ .. 50.000,00€
Pelas Variação da Produção
Conta Debito Credito
36 - PRODUTOS E TRABALHOS EM CURSO 225.000,00€
73 - VARIAÇÃO NOS INVENTÁRIOS DA PRODUÇÃO 225.000,00€
Pelos Gastos
Conta Debito Credito
62/63/64 60.000,00€
22/12/2011 60.000,00€
NCRF10 – Custos
dos empréstimos
Financiamentos
específicos
Financiamentos
Globais
Financiamentos
não elegíveis
Geral 3% 100.000,00
Geral 5% 50.000,00
Geral 6% 25.000,00
Automóvel 5% 20.000,00
1 0 0 .0 0 0 3 % + 5 0 .0 0 0 5 % + 2 5 .0 0 0 6 %
Τ αx α = = 4%
1 0 0 .0 0 0 + 5 0 .0 0 0 + 2 5 .0 0 0
P.21 NCRF 10
EXCEPÇÕES À SUSPENSÃO
• Demora temporária que seja parte necessária do processo de
tornar um ativo pronto.
Ex.: Período alargado durante o qual os níveis altos das águas atrasam a
construção de uma ponte, se tais níveis de água altos são usuais durante
o período da construção na região geográfica envolvida.
Conclusão em partes:
Exemplo
Uma empresa contraiu em 15 de Janeiro de 2018 um empréstimo bancário no
valor de 50.000 euros, que vence juros à taxa anual de 6% a pagar no mês de
Fevereiro, para financiar a construção de um ativo fixo tangível. O empréstimo
foi aplicado da seguinte forma:
Aspetos Contabilísticos e Fiscais do Encerramento de contas de 2016
1. Despesas suportadas com a construção (15.01.16): 30.000 euros
2. Despesas suportadas com a construção (15.10.16): 20.000 euros
3. Depósito a prazo (15.01.16 – 15.10.16), juro a 3%: 20.000 euros
= [2.750 – 450]
Em relação aos juros dos leasings os mesmos não podem ser capitalizados ao
projeto
PRESTAÇÕES DE SERVIÇOS
CUJA OBRA INICIA E
TERMINA NO MESMO ANO
ENQUADRAMENTO EM SEDE
DE IRC DOS CONTRATOS DE
CONSTRUÇÃO
Artigo 19.º
Contratos de construção
Resolução – Ano N
Ano N+1
Dezembro N+1:
Dezembro N+1:
Nestes casos, a NCRF 19 (§. 36) refere que, quando for
provável que os custos totais do contrato excedam o rédito
total do contrato, a perda esperada deve ser reconhecida
imediatamente como um gasto. E, acrescenta, que a quantia
de tal perda é determinada independentemente:
✓ De ter ou não começado o trabalho do contrato;
✓ Da quantia de lucros que se espere surjam noutros contratos que não sejam tratados
como um contrato de construção único.
Lançamentos:
CONSTRUÇÃO DE
EDIFÍCIOS PARA VENDA
CORREÇÕES AO VALOR DE
TRANSMISSÃO DE DIREITOS
REAIS SOBRE BENS IMÓVEIS
Caso prático:
A empresa A,SA, alienou 2 imóveis que faziam parte dos seus inventários:
• Imóvel 1 – Valor de aquisição - €120.000,00; Ano de aquisição – 2007, VPT
na data de aquisição - € 132.000,00. Valor de realização - € 185.000,00 e
VPT na data da realização - € 182.000,00.
• Imóvel 2 – Valor de aquisição - €200.000,00; Ano de aquisição – 2010, VPT
na data de aquisição - € 195.000,00. Valor de realização - € 300.000,00 e
VPT na data da realização - € 330.000,00.
• Na aquisição e alienação dos imóveis foi seguida a regra geral do IMT
(incidiu sobre o maior dos 2 valores).
PROVISÃO PARA
GARANTIAS A
CLIENTES
Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 136
SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais
EXEMPLO:
• Em 2017 uma sociedade vendeu mobiliário de escritório (2
anos de garantia) que produz no montante de 900.000€,
tendo constituído uma provisão para garantias a clientes no
montante de 60.000€.
• Sabe-se que nos anos de 2015 e 2016 as vendas ascenderam
a € 480.000,00 e € 420.000,00, e que os custos suportados
com garantias foram de € 30.000, € 33.000 e 45.000,00, nos
anos de 2015, 2016 e 2017 respetivamente.
• Qual o montante da correção fiscal a operar no quadro 07 da
modelo 22?
Resolução:
ENQUADRAMENTO EM
SEDE DE IRS DA
CONSTRUÇÃO CIVIL
Exemplo 1
• O Sr. A., que exerce a atividade de Pintor de construção civil, no âmbito da
categoria B, auferiu no ano de 2018 rendimentos derivados desta atividade no
valor de 20.000€.
• O Sr. A não efetuou qualquer imputação à atividade empresarial de despesas no
portal das finanças, ou não possui despesas.
Exemplo 2
• O Sr. A., que exerce a atividade de Pintor de construção civil,
no âmbito da categoria B, auferiu no ano de 2018
rendimentos derivados desta atividade no valor de 60.000€.
• O Sr. A não efetuou qualquer imputação à atividade
empresarial de despesas no portal das finanças, ou não possui
despesas.
• Exemplo 3
Esta redução não é aplicável nos casos em que tenha ocorrido cessação de
atividade há menos de cinco anos.
Exemplo:
• Maria iniciou a atividade de eletricista de construção
civil em 1/1/2017, tendo ficado enquadrada no regime
simplificado.
• No ano de 2017 prestou serviços de eletricista de construção civil
no valor de € 20.000,00, não tendo auferido outros rendimentos.
Exemplo:
• Marco, pintor de construção civil, enquadrado
na categoria B, obteve no ano de 2017, €
40.000,00 a título de prestação de serviços.
Suportou € 4.050,00 de contribuições
obrigatórias para regimes de proteção social.
Exemplo:
• Filipe, enquadrado no regime da contabilidade organizada, apurou em 2017
um resultado líquido de € 20.000,00.
• No apuramento do mesmo foram considerados entre outros os seguintes
gastos:
• - € 15.000,00 – Remunerações e ajudas de custo de Filipe;
• - € 10.000,00 - Encargos suportados com a habitação onde desenvolve a
atividade.
Exemplo:
• José, empresário em nome individual, com a atividade de compra, venda e
construção de imóveis, afetou em 2014 à atividade empresarial um terreno que
havia herdado em 2005, com o intuito de efetuar uma operação de loteamento e
vender os lotes resultantes da mesma.
• Os lotes foram alienados em 2017 pelo valor de € 190.000,00.
• Outros dados:
• Valor de aquisição do terreno considerado para efeitos de imposto de selo: €
5.000,00
• Valor de mercado à data da afetação: € 42.000,00;
• Gastos com o loteamento e outros gastos: € 90.000,00
CONSTRUÇÃO CIVIL –
ENQUADRAMENTO EM SEDE DE IVA
• As importações de bens;
Nos termos do n.º 29 do art.º 9.º do CIVA, é isenta de IVA a locação de bens
imóveis. Esta isenção não abrange:
Exemplo:
• A empresa Alugatudo, SA, dedica-se exclusivamente
ao aluguer de gruas. Faturou à empresa AA, Lda,
enquadrada no regime normal do IVA, serviços de
aluguer de grua no valor de 22.000€.
13. Por último, deve referir-se que incumbe às autarquias, nos termos do mesmo Ofício- Circulado,
informar o respectivo prestador de quais os serviços que estão, ou não, abrangidos por esta regra
de inversão.
• Abertura de valas;
• Abertura e tapamento de roços;
• Afagamentos;
• Cedência de pessoal sob a orientação do cedente;
• Colocação de caixas de ligação;
• Construção de jardins, parques e outros trabalhos de integração paisagística;
• Construção de parques de estacionamento e respetivas reparações e
manutenções se implicarem serviços de construção civil;
• Construção de redes de rega;
• Construção e reparação de linhas férreas;
• Construção, montagem e reparações de linhas elétricas;
• Construção, reparação e pinturas de estradas e de caminhos;
• Demolições, escavações, abertura de alicerces, movimentações de terra e
trabalhos de limpeza visando preparar o terreno para construção;
• Drenagens e impermeabilizações;
E também:
• 5 - Na transmissão ou locação do imóvel subsequente a uma
operação efetuada com renúncia à isenção, quando esteja a
decorrer o prazo de regularização previsto no n.º 2 do artigo
24.º do Código do IVA (20 anos) relativamente ao imposto
suportado nas despesas de construção ou aquisição do
imóvel.
Os sujeitos passivos que pretendam renunciar à isenção devem solicitar, por via
eletrónica, no Portal das Finanças, a emissão de um certificado para efeitos de renúncia,
do qual conste os seguintes elementos:
• O nome ou designação social do sujeito passivo transmitente ou locador e do sujeito
passivo adquirente ou locatário do imóvel, bem como os respetivos números de
identificação fiscal;
• A identificação do imóvel;
• Se se trata de uma operação de transmissão do direito de propriedade do imóvel ou de
uma operação de locação do mesmo;
• A atividade a exercer no imóvel;
• O valor da venda do imóvel ou o valor mensal da renda;
• A declaração de que se encontram reunidas todas as condições para a renúncia à
isenção, previstas no Código do IVA e no presente regime.
EXERCÍCIO DO DIREITO À
DEDUÇÃO nos casos de
renuncia à isenção
Exemplo:
• Uma empresa com sede em Braga, efetuou serviços de
pichelaria num imóvel sito em Espanha, a uma empresa
sedeada nesse País.
Enquadramento da operação:
• Ao abrigo do disposto na al. a) do n.º 7 do art.º 6.º do CIVA, a
prestação de serviços considera-se localizada em Espanha,
uma vez que se refere a serviços realizados num imóvel lá
localizado, pelo que o IVA é devido em Espanha. Assim sendo,
a fatura é emitida sem IVA.
Exemplo:
• Uma empresa de arquitetura com sede no Porto, efetuou no
seu escritório localizado no Porto, um projeto de arquitetura
para a renovação de um hotel sito em França.
Enquadramento da operação:
• Ao abrigo do disposto na al. a) do n.º 7 do art.º 6.º do CIVA, a
prestação de serviços considera-se localizada em França, uma
vez que se refere a serviços relacionados com um imóvel lá
localizado, apesar do projeto ter sido realizado em Portugal,
pelo que o IVA é devido em França.
Exemplo:
• Uma empresa com sede em Paris, efetuou serviços de pintura num imóvel sito em
Braga, a uma empresa Portuguesa.
Enquadramento da operação:
• Ao abrigo do disposto na al. a) do n.º 8 do art.º 6.º do CIVA, a prestação de
serviços considera-se localizada em Portugal, uma vez que se refere a serviços
realizados num imóvel cá localizado, pelo que o IVA é devido em Portugal.
• Caso a empresa prestadora do serviço não nomeie representante em Portugal,
cabe à empresa Portuguesa na qualidade de adquirente do serviço a
liquidação do IVA, de acordo com o disposto na al. g) do n.º 1 do art.º 2.º do
CIVA.
• O direito à dedução deste IVA liquidado dependerá do enquadramento em
termos de IVA do adquirente.
Uma empresa com sede em Paris, efetuou serviços de pintura de um imóvel sito em
Braga, a um particular.
Enquadramento da operação:
• Ao abrigo do disposto na al. a) do n.º 8 do art.º 6.º do CIVA, a prestação de
serviços considera-se localizada em Portugal, uma vez que se refere a serviços
realizados num imóvel cá localizado, pelo que o IVA é devido em Portugal.
SUJEITOS PASSIVOS
MISTOS NA
CONSTRUÇÃO CIVIL
Exemplo:
MÉTODOS DE DETERMINAÇÃO DA
DEDUÇÃO DO IVA RELATIVAMENTE
A BENS OU SERVIÇOS DE
UTILIZAÇÃO MISTA
• N.º de trabalhadores,
• Massa salarial;
• Horas homem;
• Horas máquina;
• Área ocupada.
Exemplo:
• A empresa Constroitudo, Lda, realiza simultaneamente a atividade de
serviços de construção civil (reparações, pinturas, etc) e a de construção
de edifícios para venda, adquiriu uma fotocopiadora pelo valor de €
10.000,00 acrescido de IVA no valor de € 2.300,00, que é utilizada nas
duas atividades.
• Com base num critério objetivo, a utilização efetiva da fotocopiadora foi
de 60% para as operações que não conferem direito à dedução, e
consequentemente 40% para as operações que conferem direito à
dedução.
Esquematizando temos:
Exemplo:
• A empresa Constroitudo, Lda, realiza simultaneamente a
atividade de serviços de construção civil (reparações,
pinturas, etc) e a de construção de edifícios para venda.
Em janeiro adquiriu:
• 10 latas de tinta para a atividade de prestação de serviços de
construção civil (IVA suportado € 230,00);
• 90 sacos de cimento utilizados na construção de
apartamentos que se destinam a ser vendidos (IVA suportado
€ 160,00).
Resposta:
• Estamos perante um sujeito passivo misto uma vez que pratica
simultaneamente uma atividade sujeita que confere direito à dedução
(atividade de serviços de construção civil) e uma atividade isenta sem
direito a dedução (construção de edifícios para venda).
• Relativamente ao IVA suportado na aquisição das latas de tinta (€ 230,00),
o IVA é dedutível na totalidade, uma vez que a tinta vai ser utilizada
exclusivamente na atividade que confere direito à dedução.
• Já no que diz respeito ao IVA suportado na aquisição dos sacos de cimento
(€ 160,00), o IVA não é dedutível, uma vez que o cimento vai ser utilizado
exclusivamente na atividade que não confere direito à dedução.
Exemplo:
• A empresa Constroinada, Lda, dedica-se à atividade de prestação de serviços
de construção civil. Recebeu no decurso do ano lucros da empresa X, SA,
tendo pago uma comissão bancária por tal situação no valo de € 12,30 (IVA
incluído à taxa de 23%).
O IVA é dedutível?
Resposta:
• Uma vez o recebimento de lucros provenientes de participações sociais
constitui uma operação excluída do conceito de atividade económica, o IVA
suportado na comissão associada à perceção deste rendimento não confere
direito a dedução.
Aplicação Pratica
• Ao longo do ano o IVA vai sendo deduzido em função da pro-
rata provisoria (calculada com base nos dados do ano anterior).
Inicialmente
Dedução com base pro-rata provisório de 2017 (o definitivo de 2016)
Deduziu 18.400 * 65% = 11.960€
Regularização
• Nos 5 anos (ou 20 se forem imoveis) caso entre a pro-
rata de cada um desses anos difira em mais de 5% para
a pro-rata utilizada no ano de aquisição
Exceções
• Bens de investimentos de valor inferior a 2.500€.
• Bens com vidas uteis inferiores a 5 anos.
Na alienação
Nos casos de transmissões de bens de investimento durante o período de regularização (5 ou 20 anos), a
regularização é efetuada de uma só vez, pelo período ainda não decorrido, considerando-se que tais
bens estão afetos a uma atividade totalmente tributada no ano em que se verifica a transmissão e
nos restantes até ao esgotamento do prazo de regularização. Se, porém, a transmissão for isenta de
imposto, nos termos dos n.ºs 29) ou 30) do artigo 9.º, considera-se que os bens estão afetos a uma
atividade não tributada, devendo no primeiro caso efetuar-se a regularização respetiva.
Alterações de atividade do SP
Sempre que por motivo de alteração de atividade o SP passe a exercer atividades isentas (deverá
regularizar o IVA eventualmente deduzido em excesso.
Caso Pratico 1
A empresa XXZ, Lda, que se dedica à compra, venda e
construção de imóveis, adquiriu em 1 de julho de 2017,
à D. Carla, um terreno para construção com o objetivo
de construir uma moradia para posterior venda, tendo
registado o mesmo nos inventários da empresa
Comunicados os factos descritos ao serviço de finanças
da área de localização do imóvel em 20/7/2017.
A partir de que ano será devido IMI pela empresa XXZ,
Lda?
Resposta: 1/1/2021
Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 271
SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais
Caso Pratico 2
• A empresa XXZ, Lda, que se dedica à compra e venda de
imóveis, adquiriu em 1 de julho de 2017, à D. Carla, um
armazém com o objetivo de posterior venda, tendo registado
o mesmo nos inventários da empresa
Comunicados os factos descritos ao serviço de finanças da área
de localização do imóvel em 20/12/2017, a partir de que ano
será devido IMI pela empresa XXZ, Lda?
domingos@ddrconsultores.pt
carlosplacido@sapo.pt
Apresentação disponível
http://domribeiro.webnode.com.pt