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Construção Civil –

Aspetos contabilísticos
e fiscais
SEG 3518
(Novembro de 2018)
SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

• Domingos Ribeiro • Carlos Plácido


– Docente Universitário – Docente Universitário
– Pós Graduado em Fiscalidade – Pós Graduado em Fiscalidade
– Mestrando em Fiscalidade – Pós-Graduado em Gestão de
Bancos e Seguradoras
– Revisor Oficial de Contas
– Mestrando em Gestão
– Contabilista Certificado
– Contabilista Certificado
– Formador Caixa Seguros- Grupo
Caixa Geral Depósitos – Formador Caixa Seguros- Grupo
Caixa Geral Depósitos
– Consultor Eticadata Software
Contactos:
Contactos:
• cplacido@ipca.pt
• domingos@ddrconsultores.pt

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 2


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

• Domingos Ribeiro • Carlos Plácido


– Docente Universitário – Docente Universitário
– Pós Graduado em Fiscalidade – Pós Graduado em Fiscalidade
– Mestrando em Fiscalidade – Pós-Graduado em Gestão de Bancos e
Seguradoras
– Revisor Oficial de Contas
– Mestrando em Gestão
– Contabilista Certificado
– Contabilista Certificado
– Formador Caixa Seguros- Grupo Caixa Geral
Depósitos – Formador Caixa Seguros- Grupo Caixa Geral
Depósitos
– Consultor Eticadata Software
Contactos:
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• cplacido@ipca.pt
• domingos@ddrconsultores.pt

Apresentação disponível para download em:

http://domribeiro.webnode.com.pt

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SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro


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Carlos Plácido e Domingos Ribeiro


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SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

• Assim sendo, o artigo 1207.º do Código Civil, define empreitada,


que não é mais que um contrato de construção, como “o contrato
pelo qual uma das partes se obriga em relação à outra a
realizar uma obra, mediante um preço”.

• No contrato de empreitada ou de construção intervêm o empreiteiro,


o subempreiteiro (se necessário) e o dono da obra.

Um CONTRATO DE CONSTRUÇÃO é um contrato especificamente negociado


para a construção de um ativo ou de uma combinação de ativos que estejam
intimamente inter-relacionados ou interdependentes em termos da sua
conceção, tecnologia e função ou do seu próprio propósito ou uso final.
(§3 NCRF19 )

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Entidade A Contrato entre as partes Entidade B

Construção:
ativo ou combinação de ativos
Construtor Adquirente

NCRF 7 – Ativos Fixos Tangíveis


NCRF 19 – Contratos de Construção
NCRF 18 – Inventários

A NCRF 19 – Contratos de Construção só deve ser aplicada na contabilização


dos Contratos de Construção nas demonstrações financeiras das entidades
contratadas (empreiteiros ou subempreiteiros).

O dono da obra aplica a NCRF 7 - Ativos Fixos Tangíveis se classificar a construção como
um ativo fixo tangível e aplica a NCRF 18 – Inventários se classificar a construção como um
inventário e consequente a NCRF 20 – Rédito aquando da venda.

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Ao nível do SNC o tratamento contabilístico dos


contratos de Construção encontra-se consagrado na
NCRF 19 – Contratos de Construção.

Esta norma tem por referência a International


Accounting Standards 11 – Construction Contracts (IAS
11)

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Objetivo e Âmbito (§1 e 2)

• O objetivo desta Norma Contabilística e de


Relato Financeiro é o de prescrever o
tratamento contabilístico de réditos e custos
associados a contratos de construção.

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• Por força da natureza da atividade subjacente aos


contratos de construção, a data em que a atividade
do contrato é iniciada e a data em que a atividade é
concluída caem geralmente em períodos
contabilísticos diferentes.

• Por isso, o assunto primordial na contabilização dos


contratos de construção é a imputação do rédito do
contrato e dos custos do contrato aos períodos
contabilísticos em que o trabalho de construção
seja executado.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 10


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Os contratos de construção, regra geral acarretam um conjunto de atividades de


caráter plurianual.

Demonstrações financeiras preparadas de acordo com o Pressuposto do acréscimo.

PPERÍODO
ERÍODODE
DEACTIVIDADE
ATIVIDADE DO
DOCONTRATO
CONTRATO

Reditos Reditos
e e
Custos Custos
período n período n+1

Fim do período

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Definições (§3 a 6)

• Contrato de construção: é um contrato


especificamente negociado para a construção de um
ativo ou de uma combinação de ativos que estejam
intimamente inter-relacionados ou interdependentes
em termos da sua conceção, tecnologia e função ou
do seu propósito ou uso final.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 12


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Definições (§3 a 6)
Tipos de contratos de construção (§3 NCRF19 ):

Contrato Contrato
de de
Preço Fixado Cost Plus

Contrato
Misto

É um contrato de construção com um preço


máximo acordado

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SNC modelo geral: mensuração, reconhecimento e divulgação

É um contrato de construção em que a entidade


Contrato
contratada concorda com um preço fixado ou com uma
de
Preço Fixado taxa fixada por unidade de output que, nalguns casos,
está sujeito a cláusulas de custos escalonados.

É um contrato de construção em que a entidade


Contrato
contratada é reembolsada por custos permitidos ou de
de
Cost Plus outra forma definidos mais uma percentagem destes
custos ou uma remuneração fixa.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 14


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Exemplo:

A empresa Barcos, SA, dedica-se à construção de


navios para venda. No ano n iniciou a
construção de um navio, cuja data de conclusão
prevista é N+3.
Para tal contratou a empresa Elétrica, SA, para
executar a parte elétrica do navio. Tempo de
execução previsto 2 anos.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 15


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Face ao disposto anteriormente:

• A empresa Barcos, SA, deverá aplicar a norma dos inventários


(NCRF 18);

• A empresa Elétrica, SA, deverá aplicar a norma dos contratos


de construção (NCRF 19), uma vez que esta Norma apenas
deve ser aplicada na contabilização dos contratos de
construção, nas demonstrações financeiras das entidades
contratadas, ou seja, das empresas que estão a executar a
obra para terceiros.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 16


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• Um contrato de construção pode ser negociado para


a construção de um ativo único ou de uma série de
ativos que estejam intimamente inter-relacionados
ou interdependentes em termos da sua conceção,
tecnologia e função ou do seu propósito ou uso final.

• De acordo com o referido no § 4 da NCRF 19, são


exemplos de contratos de construção – a construção
de uma estrada, uma ponte, um edifício, uma
barragem, um oleoduto, um navio, um túnel ou
refinarias e de outras partes complexas de fábricas
ou de equipamentos.
Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 17
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COMBINAÇÕES
VÁRIOS UM ÚNICO
[AGREGAÇÃO DE CONTRATOS]: CONTRATOS ACTIVO

UM GRUPO DE CONTRATOS, QUER COM UM ÚNICO CLIENTE OU COM VÁRIOS


CLIENTES, DEVE SER TRATADO COMO UM CONTRATO DE CONSTRUÇÃO ÚNICO
QUANDO:

SUBSTÂNCIA
A) O GRUPO DE CONTRATOS SEJA NEGOCIADO COMO UM PACOTE ÚNICO;
SOBRE A FORMA

B) OS CONTRATOS ESTEJAM TÃO INTIMAMENTE INTER-RELACIONADOS QUE SEJAM, COM


EFEITO, PARTE DE UM PROJECTO ÚNICO COM UMA MARGEM DE LUCRO GLOBAL; E

C) OS CONTRATOS SEJAM EXECUTADOS SIMULTANEAMENTE OU NUMA SEQUÊNCIA


CONTÍNUA.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 18


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SEGMENTAÇÕES UM ÚNICO VÁRIOS


[DESAGREGAÇÃO DE CONTRATOS]: CONTRATO ACTIVOS

QUANDO UM CONTRATO COBRIR VÁRIOS ATIVOS, A CONSTRUÇÃO DE CADA ATIVO


DEVE SER TRATADA COMO UM CONTRATO DE CONSTRUÇÃO SEPARADO SE:

A) PROPOSTAS SEPARADAS TENHAM SIDO SUBMETIDAS PARA CADA ATIVO;

SUBSTÂNCIA
SOBRE A FORMA B) CADA ATIVO TENHA SIDO SUJEITO A NEGOCIAÇÃO SEPARADA E O CONTRATADOR E O
CLIENTE TENHAM ESTADO EM CONDIÇÕES DE ACEITAR OU REJEITAR A PARTE DO
CONTRATO RELACIONADA COM CADA ATIVO; E

C) OS CUSTOS E RÉDITOS DE CADA ATIVO POSSAM SER IDENTIFICADOS.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 19


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Exemplo:
A empresa X, Lda, apresentou orçamentos para a construção de
4 moradias individuais, para a empresa ZZ, Lda.
As propostas foram apresentadas e negociadas separadamente
(€ 140.000,00 para o imóvel 1; € 180.000,00 para o imóvel 2; €
145.000,00 para o imóvel 3 e € 250.000,00 para o imóvel 4).
Os gastos das obras são identificados por imóvel.
• Prazo de execução da construção de cada imóvel: 2 anos.
• Após análise das propostas a empresa ZZ, Lda, contratou a
empresa X, Lda, para a construção do imóvel 1, 2 e 4.

Resposta: Assim sendo, uma vez que as propostas apresentadas e as negociações são
feitas separadamente, e os gastos são claramente identificados por obra, cada contrato
deve ser tratado como um contrato de construção separado.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 20


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Um contrato pode proporcionar a construção de um ativo


adicional por opção do cliente ou pode ser alterado para incluir
a construção de um ativo adicional. A construção do ativo
adicional deve ser tratada como um contrato de construção
separado quando (NCRF 19, §. 10):

➢ o ativo difira significativamente na conceção, tecnologia ou


função do ativo ou ativos cobertos pelo contrato original; ou

➢ o preço do ativo seja negociado sem atenção ao preço original


do contrato.
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Contrato entre duas Entidades

Construção de um activo ou de uma combinação de ativos

Contrato Separados Contrato Unico

Combinação Substância sobre a Forma Segmentação

Contrato de Construção Contrato de Construção


Moradia 12 (doze) moradias

Contrato de Construção
Jardins Identificação
---------------------------
Contrato de Construção Gastos e Réditos
Muros e/ou vedações de cada moradia

Fonte: adaptado de Gomes e Pires (2010, p. 524)

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Exemplo:
• Contrato global negociado para a construção de 4
moradias em banda, tendo sido fixado um preço
único para o negócio de € 400.000,00.
• Prazos contratados:
• Construção da estrutura das 4 moradias (executadas
simultaneamente): 1/4/N a 30/6/n+1
• Acabamentos: 1/7/N+1 a 1/2/N+2.

Resposta: neste caso por ser impossível determinar os reditos de cada um dos ativos o
contrato tem de ser tratado como um só.

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Rédito 2.14.1.2 – Mensuração (§11)

Valor inicial Variações no trabalho, Reivindicações e/ou Reclamações


Do contrato Pagamento de incentivos

Até ao ponto que seja provável que Estejam em condições de serem


resultem em rédito fiavelmente mensurados
VARIAÇÃO (§13)
INSTRUÇÃO DADA PELO CLIENTE PARA UMA ALTERAÇÃO NO ÂMBITO DO TRABALHO A SER EXECUTADO
[INCLUIRÁ “TRABALHOS ADICIONAIS”].
RECLAMAÇÕES (§ 14)
UMA QUANTIA QUE O CONTRATADOR PROCURA COBRAR DO CLIENTE OU DE UMA OUTRA TERCEIRA PARTE
COMO REEMBOLSO DE CUSTOS NÃO INCLUÍDOS NO PREÇO DO CONTRATO. [INCLUIRÁ “REVISÃO DE PREÇOS”]
INCENTIVOS (§ 15)
QUANTIAS ADICIONAIS PAGAS AO CONTRATADOR SE OS NÍVEIS DE DESEMPENHO ESPECIFICADOS FOREM
ATINGIDOS OU EXCEDIDOS.

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• Segundo o disposto no §13, uma variação é uma


instrução dada pelo cliente para uma alteração no
âmbito do trabalho a ser executado segundo o
contrato. Uma variação pode conduzir a um aumento
ou a uma diminuição no rédito do contrato.

• Exemplos de variações são as alterações nas


especificações ou na conceção do ativo e alterações
na duração do contrato.

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• Segundo o disposto no §14, uma reivindicação é


uma quantia que a entidade contratada procura
cobrar do cliente ou de outra parte como reembolso
de custos não incluídos no preço do contrato.

• Uma reivindicação pode resultar, por exemplo, de


demoras causadas por clientes, de erros nas
especificações ou de alterações discutidas nos
trabalhos do contrato.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 26


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• Segundo o disposto no §15, os pagamentos


de incentivos são quantias adicionais pagas à
entidade contratada se os níveis de
desempenho especificados forem atingidos ou
excedidos.

• Por exemplo, um contrato pode permitir um


pagamento de incentivos à entidade
contratada pela conclusão do contrato mais
cedo.
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Ter em atenção, que o rédito de um contrato apenas


deve ser reconhecido:

- Se for provável o benefício económico associado ao


contrato,
e
- Este seja determinado com fiabilidade.

De acordo com o § 12 da NCRF 19, o rédito do contrato é


mensurado pelo justo valor da retribuição recebida ou a receber.

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• As estimativas do contrato necessitam por vezes de ser


revistas na medida em que os acontecimentos ocorram e as
incertezas se resolvam.

• Desta forma, a estimativa dos gastos totais da obra e do valor


do contrato podem ser alteradas durante o período da
execução da obra.

• De referir que de acordo com o disposto na NCRF 4, os efeitos


de alterações de estimativas têm aplicação prospetiva, ou
seja alterações apenas produzem efeitos no próprio período e
nos seguintes.

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Mensuração
Custos do Contrato (§19)

Atribuíveis à Outros
Directamente actividade em geral especificamente
relacionados e exista a debitáveis aos clientes
com o contrato possibilidade de nos termos do
imputação contrato

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Mensuração
Diretamente relacionados com um contrato especifico (§17 )

✓ Custos de mão-de-obra, incluindo supervisão;


✓ Custos de materiais usados na construção;
✓ Depreciação de ativos fixos tangíveis utilizados no contrato;
✓ Custos de movimentação dos A.F.T. e os materiais;
✓ Custos de aluguer de instalações e equipamentos;
✓ Custos de conceção e assistência técnica;
✓ Custos estimados de retificar e garantir os trabalhos (garantias); e
✓ Reivindicações de terceiras partes (indemnizações e penalidades).

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Mensuração
Atribuíveis à actividade em geral e exista a possibilidade de imputação (§18)
➢ seguros;
➢ os custos de conceção e assistência técnica que não estejam diretamente
relacionados com um contrato específico; e
➢ gastos gerais de construção.
➢ custos com o processamento de salários;
➢ custos de empréstimos obtidos nos termos previstos na NCRF 10, Custos de
Empréstimos Obtidos.
➢ Outros Custos debitáveis ao cliente nos termos do contrato
Estes custos são imputados usando métodos que sejam
sistemáticos e racionais e sejam aplicados consistentemente a
todos os custos que tenham características semelhantes. A
imputação é baseada no nível normal de atividade de construção.

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Mensuração
Custos a Excluir do contrato
✓ Custos administrativos gerais cujo reembolso não esteja especificado no contrato;
✓ Custos de vender;
✓ Custos de pesquisa e desenvolvimento não contemplados no contrato;
✓ Depreciação de instalações e equipamentos não usados no contrato.

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Reconhecimento

Os réditos e os gastos do contrato são reconhecidos quando o

desfecho de um contrato de construção puder ser fiavelmente

estimado, com referência à fase de acabamento da atividade do

contrato à data do balanço. Uma perda esperada no contrato de

construção deve ser reconhecida imediatamente como um gasto

(NCRF 19, §. 22).

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Reconhecimento

Reconhecimento: Rédito e Gasto

Desfecho de um contrato de
construção

Pode ser fiavelmente estimado Não pode ser fiavelmente estimado

Existem estimativas Não existem estimativas


fiáveis fiáveis

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Reconhecimento

Reconhecimento do rédito e gasto:


“Desfecho fiavelmente mensurado”
Quando se considera ?

- Depende da tipologia do contrato

Contrato de Preço Fixado

Contrato de Cost Plus

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SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

Reconhecimento
Contrato de Preço Fixado

✓ O rédito do contrato possa ser mensurado fiavelmente.


O que se considera que ocorre quando se estabeleça:
a) os direitos a cumprir por cada parte no que respeita ao ativo a ser construído,
b) a retribuição a ser trocada, e
c) a forma e o prazo de liquidação; e
✓ Seja provável que os benefícios económicos futuros associados ao
contrato fluirão para a empresa; e
✓ Os custos do contrato, para o acabar, e a fase do acabamento do
contrato, na data do balanço possam ser mensurados fiavelmente; e
✓ Os custos do contrato, a ele atribuíveis, possam ser claramente
identificados e fiavelmente mensurados, de forma a que os custos
reais do contrato incorridos possam ser comparados com
estimativas anteriores.

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Reconhecimento

Contrato de “Cost Plus”

✓ Seja provável que os benefícios económicos associados ao


contrato fluirão para a empresa;
e
✓ Os custos do contrato, a ele atribuíveis, sejam ou não
reembolsáveis, possam ser claramente identificados e
fiavelmente mensurados.

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Reconhecimento

Reconhecimento de réditos e gastos do contrato:

Reconhecimento de rédito e de
Método da percentagem
gastos com referência à fase de
de acabamento
acabamento

Reconhecimento do rédito somente


até ao ponto em que seja provável
que os custos do contrato incorrido Lucro nulo
serão recuperáveis.

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Método da percentagem de acabamento


Como determinar a Fase de Acabamento ?

Vários métodos: Usar aquele que mensure com fiabilidade o trabalho executado.
Dependendo da natureza do contrato, os métodos [critérios] podem incluir:
a) A proporção em que os custos do contrato incorridos no trabalho
executado até à data estejam para os custos estimados totais do contrato,
sendo apenas incluídos os custos do contrato que reflictam o trabalho
executado até à data, pelo que são excluídos:
i - Custos do contrato que se relacionem com a actividade futura do contrato (materiais entregues num local
para uso, mas ainda não instalados, usados ou aplicados durante a execução do contrato, a não ser que tenham sido produzidos
especificamente para o contrato), e
ii - Pagamentos efectuados, a entidades subcontratadas, adiantadamente a trabalho executado
segundo o subcontrato;

b) Levantamento do trabalho executado;


c) Conclusão de uma proporção física do trabalho contratado.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 40


NCRF 19 – modelo geral
Método da percentagem de acabamento
SEG0817 – Encerramento de Contas de 2016

Como determinar a Percentagem de Acabamento ?


✓ A percentagem de acabamento no final de cada período de tributação
corresponde à proporção entre os gastos incorridos até essa data e a soma
desses gastos com os gastos estimados para a conclusão do contrato.
✓ Pode então obter-se, a percentagem de acabamento, a partir da expressão:

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SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais
NCRF 19 – modelo geral
Método da percentagem de acabamento
Imputação anual do valor do contrato e Rédito
A imputação anual do valor do contrato depende, não só da percentagem de
acabamento no final de cada período de tributação, como também do valor
estimado do total desse mesmo contrato.
Desta forma, o valor correspondente à imputação pode obter-se, pela
expressão:

Pelo que, o valor do rédito, corresponderá à importância obtida pela


diferença:

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SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

Caso Prático (sem alteração dos gastos estimados):


• A empresa X, SA, celebrou com o Ministério da Justiça, um
contrato para construção de um tribunal no valor de €500.000,
com um prazo de execução previsto de 2 anos.
• A estimativa inicial dos gastos totais do contrato foi de
€420.000.

Ano n:
• Custos incorridos no valor de € 294.000 e a estimativa dos
gastos a incorrer para a execução da obra é de € 126.000.
• Faturação emitida no ano n – € 380.000,00

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 43


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

Ano n+1
• Custos incorridos no valor de €126.000.
• Faturação emitida no ano n – € 120.000,00

A empresa X, SA, determina a fase de acabamento por


referência à proporção dos custos incorridos sobre os
custos totais estimados.
• Qual o rédito e os gastos imputáveis aos anos n e
n+1?

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SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

Resolução:
Ano n
• % de acabamento = € 294.000/(€ 294.000+€ 126.000) = 70%
• Rédito a reconhecer no ano N = € 500.000,00 * 70% = €
350.000,00
Registo dos Gastos
Conta Debito Credito
6…. Gastos por natureza 294.000,00 €
22/12/11 294.000,00 €

Pela faturação
Conta Debito Credito
21XXX 380.000€
72XXX 380.000,00 €

Pela correção do redito a reconhecer (deferimento redito)


Conta Debito Credito
282 – Rendimentos a reconhecer 30.000€
72XXX 30,000€

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SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

Resolução:
Ano n+1
• % de acabamento = € 420.000/€ 420.000 = 100%
• Rédito a reconhecer no ano N+1 = € 500.000,00 * 100% - €
350.000,00 = € 150.000,00
Registo dos Gastos
Conta Debito Credito
6…. Gastos por natureza 126.000 €
22/12/11 126.000€

Pela faturação
Conta Debito Credito
21XXX 120.000€
72XXX 120.000 €

Pela correção do redito a reconhecer (imputação do redito diferido de n)


Conta Debito Credito
282 – Rendimentos a reconhecer 30.000€
72XXX 30.000€

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 46


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

Apuramento da Margem Bruta:

N N+1 Total
Prestação de serviços 350.000,00 € 150.000,00 € 500.000,00 €
Gastos 294.000,00 € 126.000,00 € 420.000,00 €
Margem Bruta 56.000,00 € 24.000,00 € 80.000,00 €

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 47


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

Caso Prático (com alteração dos gastos estimados):


• A empresa X, SA, celebrou com uma Universidade, um
contrato para construção de uma Escola no valor de
2.400.000€, com um prazo de execução previsto de 3 anos.
• A estimativa inicial dos custos totais do contrato foi de
€2.000.000,00.

Ano N Ano N+1 Ano N+2


Custos incorridos 800.000,00 € 700.000,00 € 560.000,00 €
Custos totais incorridos 800.000,00 € 1.500.000,00 € 2.060.000,00 €
Custos estimados para conclusão da obra 1.200.000,00 € 550.000,00 € 0,00 €

• Qual o rédito imputável aos anos n, n+1 e n+2?

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 48


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

Ano N Ano N+1 Ano N+2


Custos totais incorridos 800.000,00 € 1.500.000,00 € 2.060.000,00 €
Custos estimados para conclusão da obra 1.200.000,00 € 550.000,00 € 0,00 €
% de acabamento 40,00% 73,17% 100,00%
Valor do contrato 2.400.000,00 € 2.400.000,00 € 2.400.000,00 €
Rédito acumulado 960.000,00 € 1.756.097,56 € 2.400.000,00 €
Rédito do período 960.000,00 € 796.097,56 € 643.902,44 €

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 49


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

Apuramento da Margem Bruta:

N N+1 N+2 Total


Prestação de serviços 960.000,00 € 796.097,56 € 643.902,44 € 2.400.000,00 €
Gastos 800.000,00 € 700.000,00 € 560.000,00 € 2.060.000,00 €
Margem Bruta 160.000,00 € 96.097,56 € 83.902,44 € 340.000,00 €

Margem bruta prevista para o contrato - € 400.000,00


Margem Bruta definitiva do contrato - € 340.00,00
Desvio: € 60.000,00

• Tal com já foi referido anteriormente, a alteração das


estimativas só tem efeitos prospetivos
Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 50
SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais
NCRF 19 – modelo geral
Método do lucro nulo

Quando o desfecho de um contrato de construção não possa ser


estimado fiavelmente :
✓ O rédito somente deve ser reconhecido até ao ponto em que seja
provável que os custos do contrato incorridos serão recuperáveis;
e

✓ Os custos do contrato devem ser reconhecidos como um gasto no


período em que sejam incorridos.
Por o desfecho do contrato não poder ser fiavelmente estimado,
nenhum lucro é reconhecido.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 51


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais
NCRF 19 – modelo geral
Método do lucro nulo

O método do LUCRO NULO utiliza-se quando não se consegue estimar, de


modo fiável, o desfecho do contrato, no entanto, é provável que a entidade
recupere os custos até à data.

Impossibilidade de NENHUM
estimar fiavelmente o LUCRO
desfecho do contrato RECONHECIDO

É um MÉTODO DE EXCEPÇÃO:
O Rédito do contrato é reconhecido na Demonstração de Resultados por uma
quantia que iguala os custos do contrato.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 52


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

RECONHECIMENTO DE PERDAS ESPERADAS (§ 36 E 37)

✓ QUANDO FOR PROVÁVEL QUE OS CUSTOS TOTAIS DO


CONTRATO EXCEDAM O RÉDITO TOTAL DO CONTRATO, A
PERDA ESPERADA DEVE SER RECONHECIDA IMEDIATAMENTE
COMO UM GASTO.

✓ A PERDA É RECONHECIDA COM BASE NO CONCEITO DE


PROVISÃO. (NCRF21)

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 53


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

Caso Prático:
• A empresa ABC, celebrou um contrato com a empresa XZZ, para a
construção de um edifício administrativo, no prazo de 3 anos, pelo valor
de 500.000€.
• No ano N incorreu em gastos no valor de 200.000€, mas a empresa ABC
não consegui determinar os custos estimados do contrato para terminar a
obra.
• No ano N+1 incorreu em gastos no valor de 150.000€, tendo estimado
incorrer em mais € 100.000,00 para concluir a obra.
• No ano N+2 a empresa incorreu em 100.000€ de gastos, tendo concluído a
obra.

• Qual o rédito imputável aos anos n, n+1 e


n+2?

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 54


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

Como no ano N a empresa não conseguiu determinar com fiabilidade os custos estimados
para terminar a obra, é aplicado nesse ano o critério do lucro nulo, ou seja, é
considerado um rédito igual ao valor dos gastos incorridos nesse mesmo ano (200.000€).

No ano N+1 é aplicado o critério da percentagem de acabamento, uma vez que a


empresa consegue determinar com fiabilidade os custos estimados para terminar a
obra.
• Cálculo da % de acabamento em N+1 = € 350.000/( € 350.000+ € 100.000)= 0,777778

Ano N Ano N+1 Ano N+2


Custos totais incorridos 200.000,00 € 350.000,00 € 450.000,00 €
Custos estimados para conclusão da obra N.D. 100.000,00 € 0,00 €
% de acabamento N.D. 77,78% 100,00%
Valor do contrato 500.000,00 € 500.000,00 € 500.000,00 €
Rédito acumulado 200.000,00 € 388.888,89 € 500.000,00 €
Rédito do período 200.000,00 € 188.888,89 € 111.111,11 €

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 55


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

• O desfecho de um contrato de construção só pode ser


estimado fiavelmente quando for provável que os benefícios
económicos associados ao contrato fluirão para a entidade.

• Quando surja uma incerteza acerca da cobrabilidade e o


montante do rédito ainda não estiver totalmente
reconhecido em períodos anteriores, a quantia não cobrável
ou a quantia a respeito da qual a recuperação tenha cessado
de ser provável é tida em consideração como um
ajustamento no reconhecimento do rédito do contrato do
período corrente e seguintes.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 56


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

• Quando surja uma incerteza acerca da


cobrabilidade de uma quantia já incluída no
rédito do contrato, e já reconhecida na
demonstração dos resultados, a quantia não
cobrável ou a quantia a respeito da qual a
recuperação tenha cessado de ser provável é
reconhecida como um gasto (a título de perda
por imparidade ou crédito incobrável) e não
como um ajustamento da quantia do rédito do
contrato.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 57


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

Exemplo:
• A empresa X, SA executou uma obra para a
empresa A, Lda.
• Execução da obra: 1/6/N a 31/11/N+1.
• Imputação do rédito efetuado pela empresa X
no ano N e N+1.
• Valor do rédito: € 500.000.
• No final do ano N+2 a empresa prevê não vir a
receber o valor em dívida no valor de €
30.000,00.
Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 58
SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

Resolução:

• Uma vez que a incerteza acerca da cobrabilidade


respeita a uma quantia já incluída no rédito do
contrato, e já reconhecida nas demonstração dos
resultados dos anos N e N+1, a quantia não cobrável
ou a quantia a respeito da qual a recuperação tenha
cessado de ser provável é reconhecida como um
gasto, a título de perda por imparidade ou crédito
incobrável e não como um ajustamento da quantia
do rédito do contrato.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 59


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

Quando for provável que os custos totais do contrato excedam


o rédito total do contrato, a perda esperada deve ser
reconhecida imediatamente como um gasto, através da
constituição de uma provisão.

• A quantia de tal perda é determinada independentemente:


a) De ter ou não começado o trabalho do contrato;
b) Da fase de acabamento da atividade do contrato; ou
c) Da quantia de lucros que se espere que surjam noutros contratos
que não sejam tratados como um contrato de construção único.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 60


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

Exemplo ilustrativo (retirado do IASC Foundation: Training Material for the IFRS® for SMEs
(version 2010-2):

1-
Um empreiteiro assinou um contrato de preço fixo de 100.000€ para construir um
edifício.

A estimativa inicial do empreiteiro dos custos totais do contrato foi de 60.000€.

No final do primeiro ano do projecto (20X1) o contratante tinha incorrido em 90.000€


de custos do contrato e espera a incorrer em mais 30.000€ para concluir o projecto.

O contratante determina a fase de acabamento por referência à proporção dos custos


incorridos sobre os custos totais estimados.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 61


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

Exemplo ilustrativo (retirado do IASC Foundation: Training Material for the IFRS® for SMEs (version
2010-2):

No final de 20X1 o contrato encontra-se completo em 75% — cálculo: 90.000€ custos incorridos ÷
120.000€ custos totais estimados do contrato.

Nesse sentido, em 20X1, o contratante tem de reconhecer o rédito de 75.000€ (ou seja 75% de
100.000€).

Além disso, o contratante deve reconhecer os custos do contrato de 90.000€ e uma provisão
adicional para a perda esperada relativa ao desfecho do contrato de 5.000€ (ou seja o montante
pelo qual os custos estimados para completar o contrato (30.000€) excede os futuros réditos do
contrato a reconhecer (25.000€)).

Por outras palavras, a perda esperada total (20.000€) do contrato oneroso deve ser contabilizada
nas demonstrações financeiras de 20X1 (quando o contrato se tornar oneroso).

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 62


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

Caso Prático:
A empresa X, SA (subcontratado) celebrou com a empresa Y, SA,
um contrato para a construção de uma escola no valor de €
500.000, com um prazo de execução previsto de 2 anos.
A estimativa inicial dos custos totais do contrato foi de €420.000.

No final do primeiro ano (ano n) a empresa X, SA, tinha incorrido


em custos no valor de € 330.000 e a estimativa dos gastos a
incorrer para a execução da obra ascende a €220.000. A
entidade contratada determina a fase de acabamento por
referência à proporção dos custos incorridos sobre os custos
totais estimados.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 63


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

Resolução:
Ano n:
• % de acabamento = €330.000,00/(€ 330.000,00+€ 220.000,00) = 60%

Desta forma a empresa X deverá reconhecer no ano n:

• Rédito de €300.000,00 (60% X €500.000)


• Gastos de €330.000 (custos incorridos no ano n)

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 64


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

Uma vez que os gastos totais previstos no final do ano n (€


330.000 + € 220.000 = € 550.000) são superiores ao valor do
contrato (€ 500.000,00), a empresa X, SA, deverá reconhecer a
perda esperada, por estarmos perante um contrato oneroso:

Perda esperada do contrato – €50.000 (€550.000 - €500.000)


• €30.000 já reconhecida no período por via da diferença entre
o rédito e os gastos imputados no ano n;
• 20.000 a reconhecer por via da constituição de provisão.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 65


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

Tendo em consideração os dados no quadro abaixo, relativos a um qualquer


contrato de construção:
Descrição Ano N Ano N+1 Total
Faturação emitida 120 € 120 € 240 €
Custos incorridos 50 € 150 € 200 €
Custos Acumulados 50 € 200 €
Custos Estimados a incorrer 150 € 0€

% Acabamento
Rédito acumulado
Prestação Serviços: Acrescer / Diferir

Pretende-se:
• Registos contabilísticos e análise dos períodos de N e N+1.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 66


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

Resolução:

Determinação da percentagem de acabamento do contrato de


construção no ano N:

Custos incorridos 50 €
% Acabamento = = = 25%
Custo Incorridos + Custos a incorrer 50 € + 150 €

Valor do Contrato = % Acabamento x Valor Estimado do Contrato =


= 25 % x 240 € = 60 €

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 67


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

Registos Contabilísticos:

Não é registado qualquer valor nos inventários relativos à “Obra em


Curso”;

Os custos são considerados em gastos e mantêm-se inalterados (não


sofrem qualquer alteração).

Pela Faturação emitida


21 Clientes
a 72 Prestação de Serviços 120 €

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 68


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

Como o valor da (% acabamento x Réditos estimados) é inferior à faturação


emitida, temos de diferir os rendimentos a reconhecer. Se pelo contrário, o valor
da (% acabamento x Réditos estimados) fosse superior à faturação, nesse caso
haveria que registar o valor nos Devedores por acréscimos.

Pela Periodização dos Rendimentos


72 Prestação de Serviços
a 28 Diferimentos
282 Rendimentos a Reconhecer 60€

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 69


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

Analisando os dados do exemplo em termos de resultados obtidos, teríamos:


Ano N Ano N+1 Total
Resultados sem periodização
Réditos 120 € 120 € 240 €
Gastos -50 € -150 € -200 €
Resultado 70 € -30 € 40 €
Resultados com periodização
Réditos 60 € 180 € 240 €
Gastos -50 € -150 € -200 €
Resultados 10 € 30 € 40 €

O valor dos resultados sem periodização está incorreto e o valor


do resultado com periodização, em cada período, equivale à
percentagem do rédito.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 70


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

Analisando agora os dados do exemplo em termos de autonomia


financeira:

Ano N Ano N+1


Balanço sem periodização
Ativo (saldo de Clientes) 120 € 240 €
Passivo (saldo de Fornecedores) 50 € 200 €
Capital (Resultado) 70 € 40 €
Autonomia Financeira (CP / Ativo) 58% 17%
Balanço com periodização
Ativo (saldo de Clientes) 120 € 240 €
Passivo (saldo de Fornecedores) 100 € 200 €
Capital (Resultado) 10 € 40 €
Autonomia Financeira (CP / Ativo) 8% 17%

Mais uma vez verifica-se que os dados obtidos sem a


periodização estão incorretos.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 71


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

Tabela 1 – Contratos cujo desfecho possa ser estimado com fiabilidade

Desfecho do contrato Contas a Debitar Contas a Creditar


determinado com fiabilidade
Percentagem de acabamento 21 Clientes 72 Prestação de serviços
superior à percentagem de 2721 Devedores por acréscimos
faturação de rendimentos

Percentagem de acabamento 21 Clientes 72 Prestação de serviços


inferior à percentagem de 282 Rendimentos a reconhecer
faturação
Percentagem de acabamento 21 Clientes 72 Prestação de serviços
igual à percentagem de
faturação
Perdas esperadas no contrato 676 Provisões para contratos 296 Contratos onerosos
(gastos totais > rédito total) onerosos

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 72


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

Tabela 2 – Contratos cujo desfecho não possa ser estimado com fiabilidade

Desfecho do contrato não Contas a Debitar Contas a Creditar


determinado com fiabilidade

Gastos incorridos superiores 21 Clientes 72 Prestação de serviços


à faturação 2721 Devedores por
acréscimos de rendimentos

Gastos incorridos inferiores à 21 Clientes 72 Prestação de serviços


faturação 282 Rendimentos a reconhecer

Gastos incorridos iguais à 21 Clientes 72 Prestação de serviços


faturação

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 73


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

ENQUADRAMENTO
CONTABILÍSTICO DOS CONTRATOS
DE CONSTRUÇÃO AO ABRIGO DA
NCRF – PE E ME

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 74


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

Até ao ano de 2015, as Pequenas Entidades, aplicavam


supletivamente a NCRF 19 de acordo com o ponto 6.3 do anexo
ao DL n.º 158/2009, de 13/7, no reconhecimento, mensuração,
apresentação e divulgação dos seus Contratos de Construção,
pelo facto de a legislação específica ser omissa, sendo este o
procedimento recomendado pela Estrutura Conceptual.

• Com as alterações introduzidas pelo Decreto-Lei n.º 98/2015,


de 2 de junho, no SNC, o tratamento contabilístico dos
contratos de construção foi introduzido na NCRF-PE, no seu
capítulo 21.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 75


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

Relativamente às micro entidades, a norma NC-ME prevê apenas o tratamento do


rédito, não contemplando um ponto específico para os contratos de construção.

• Contudo, o ponto 12.5 da norma, respeita ao tratamento contabilístico da


prestação de serviços e aponta para o reconhecimento do rédito em função
da fase de acabamento.

• Por outro lado, o ponto 6.2. da NC-ME estipula que na ausência de uma
disposição desta Norma que se aplique especificamente a uma transação,
outro acontecimento ou condição, o órgão de gestão fará juízos de valor no
desenvolvimento e aplicação de uma política contabilística, permitindo a
aplicação do método da percentagem de acabamento.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 76


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

CONSTRUÇÃO DE
EDIFÍCIOS PARA VENDA

Inclui breve abordagem NCRF10

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 77


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

• A norma dos contratos de construção, apenas


deve ser aplicada na contabilização dos
contratos de construção nas demonstrações
financeiras das entidades contratadas, ou seja,
das empresas que estão a executar a obra
para terceiros.

• Assim sendo, na contabilização da construção


de edifícios para venda, aplica-se a norma
dos inventários (NCRF 18).
Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 78
SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

Exemplo:
• A empresa ABC, Lda, vai proceder à construção de um bloco de
apartamentos para venda. Para a construção do edifício contratou
a empresa XPTO, Lda. Prevê-se que a empresa XPTO, Lda, execute
a obra no prazo de 2 anos.
• Qual o tratamento contabilístico a dar na esfera das 2 empresas?

Resolução:
• Uma vez que a empresa ABC, Lda, procede à construção de um edifício para
venda aplica a NCRF 18 – Inventários.

• No que diz respeito à empresa XPTO, Lda, uma vez que a mesma foi contratada
para a execução da obra, e a mesma demora mais de um período a ser
executada, deverá aplicar a NCRF 19 – Contratos de construção.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 79


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

Inventários (§ 6 NCRF 18)


• O QUE SÃO INVENTÁRIOS (EXISTÊNCIAS)?

Detidos com o intuito de vender, direta ou indiretamente

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 80


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

Mensuração
No caso do custo de compra → pelo preço de compra
custo dos inventários
Mensuração inicial

onde se incluem os direitos de importação e outros


deve incluir todos os impostos, custos de transporte, manuseamento e
custos de compra, outros atribuíveis a aquisição e deduzem-se os
custos de conversão descontos comerciais, abatimentos;
(produção) e outros
custos suportados para No caso dos custos de conversão, pelos custos
colocar os inventários directamente relacionados com a produção, tais como
no seu local. a mão-de-obra directa, gastos gerais de produção
fixos e variáveis (custeio racional).
subsequente
Mensuração

A definição de valor realizável liquido encontra-se


custo ou pelo valor expressa nos § 6 e 7 e refere que e o preço de venda
realizável líquido, dos estimado no decurso normal da actividade empresarial
dois o mais baixo menos os custos estimados de acabamento e os
custos estimados necessários para efectuar a venda.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 81


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

CUSTO

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro


82
SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

Exemplo:
• A empresa Contratatudo, Lda, dedica-se à atividade de
construção de Edifícios para venda.
• A empresa procedeu à construção de um pavilhão para venda.
• Início da construção: 2016
• Fim da construção: 2017
• Ano da venda: 2018

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 83


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

No ano de 2016, a empresa adquiriu o terreno onde foi edificado o pavilhão no valor de €
100.000,00, e efetuou compras de matérias primas no valor de € 75.000,00 (totalmente
incorporadas na construção do armazém) e suportou outros gastos de produção
(62/63/64/..) imputáveis à construção do pavilhão no valor de € 50.000,00.
PELAS COMPRAS

Conta Debito Credito


31 - Compras de matérias primas 100.000,00 €
22 - Fornecedores 100.000,00 €

31 - Compras de matérias primas 75.000,00€


22 - Fornecedores 75.000,00€

PELO Apuramento do CMV


Conta Debito Credito
31- COMPRAS 175.000,00 €
61- CMVMC 175.000,00 €

Pelos Custos
Conta Debito Credito
62/63/64... 50.000,00 €
22/12/11/ .. 50.000,00€
Pelas Variação da Produção
Conta Debito Credito
36 - PRODUTOS E TRABALHOS EM CURSO 225.000,00€
73 - VARIAÇÃO NOS INVENTÁRIOS DA PRODUÇÃO 225.000,00€

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 84


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

No ano de 2017, efetuou compras de matérias primas no valor de € 450.000,00


(totalmente incorporadas na construção do armazém) e suportou outros gastos de
produção (62/63/64/..) imputáveis à construção no valor de € 60.000,00.
Pelas Compras
Conta Debito Credito
31 - Compras de matérias primas 450.000,00€
22 - Fornecedores 450.000,00€

PELO APURAMENTO DO CMVMC


Conta Debito Credito
31 - Compras de matérias primas 450.000,00€
61 - CMVMC 450.000,00€

Pelos Gastos
Conta Debito Credito
62/63/64 60.000,00€
22/12/2011 60.000,00€

Pela Variação da Produção


Conta Debito Credito
36 - PRODUTOS E TRABALHOS EM CURSO 510.000,00€
73 - VARIAÇÃO NOS INVENTÁRIOS DA PRODUÇÃO 510.000,00€

Pela Transferencia de Prod em Curso Para PA


Conta Debito Credito
34 - Produtos Acabados 735.000,00€
36 - Produtos e Trabalhos em Curso 735.000,00€

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 85


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

No ano de 2018 vendeu o pavilhão pelo valor de €


925.000,00.
Pela Venda
Conta Debito Credito
21 - Clientes 925.000,00€
71 - Vendas 925.000,00€

Pela Variação da Produção


Conta Debito Credito
34 - Produtos Acabados 735.000,00€
73 - VARIAÇÃO NOS INVENTÁRIOS DA PRODUÇÃO 735.000,00€

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 86


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

• Os encargos suportados com a construção do imóvel devem


estar documentados pelas respetivas faturas de aquisição
e/ou folhas de obra onde se efetue a imputação à obra de
encargos com mão-de-obra, outros gastos de construção e
materiais pertencentes à empresa.

• As aquisições de bens e serviços cujos valores sejam


capitalizáveis de acordo com a NCRF 18, são consideradas
como aumentos no inventário.

• Estes aumentos de inventário por contrapartida da variação


de produção, tem por objetivo balancear os gastos incorridos
(descritos no § 19 da NCRF 18).

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 87


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

NCRF10 – Custos
dos empréstimos

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 88


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

Custo de Empréstimos Obtidos

Financiamentos
específicos

Aspetos Contabilísticos e Fiscais do Encerramento de contas de 2016

Financiamentos
Globais

Financiamentos
não elegíveis

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 89


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

FINANCIAMENTOS ESPECÍFICOS ATRIBUÍVEIS A ACTIVOS


CUSTOS REAIS DOS EMPRÉSTIMOSFINANCIAMENTOS
OBTIDOS
ESPECÍFICOS
ATRIBUÍVEIS A
INCORRIDOS NESSE EMPRÉSTIMO DURANTE
ACTIVOS O
PERÍODO

QUALQUER RENDIMENTO DE INVESTIMENTO


SOBRE O INVESTIMENTO TEMPORÁRIO DESSES
EMPRÉSTIMOS

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 90


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

FINANCIAMENTOS GLOBAIS PARA A EMPRESA MAS


ATRIBUÍVEIS A ACTIVOS FINANCIAMENTOS
ESPECÍFICOS
ATRIBUÍVEIS A
Na medida em que os fundos sejam pedidos de ACTIVOS

uma forma geral e usados com o fim de obter um


ativo elegível, a quantia de custos de
empréstimos obtidos elegíveis para capitalização
deve ser determinada pela aplicação de uma taxa
de capitalização aos dispêndios respeitantes a
esse ativo.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 91


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

COMO CALCULAR A TAXA DE CAPITALIZAÇÃO?


FINANCIAMENTOS
Exemplo ESPECÍFICOS
ATRIBUÍVEIS A
Empréstimos Taxa Montantes
ACTIVOS

Geral 3% 100.000,00
Geral 5% 50.000,00
Geral 6% 25.000,00
Automóvel 5% 20.000,00

1 0 0 .0 0 0  3 % + 5 0 .0 0 0  5 % + 2 5 .0 0 0  6 %
Τ αx α = = 4%
1 0 0 .0 0 0 + 5 0 .0 0 0 + 2 5 .0 0 0

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 92


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

Custo de Empréstimos Obtidos


INICIO DA CAPITALIZAÇÃO P.18 NCRF 10

Dispêndios com o ativo:

• Pagamentos de caixa, transferência de outros ativos ou a


Aspetos Contabilísticos e Fiscais do Encerramento de contas de 2016
assunção de passivos que incorram em juros.;
• A quantia escriturada média do ativo durante um período,
incluindo os custos de empréstimos obtidos previamente
capitalizados é normalmente uma aproximação razoável
dos dispêndios aos quais a taxa de capitalização é aplicada
nesse período.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 93


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

Custo de Empréstimos Obtidos


P.20 NCRF 10
SUSPENSÃO DA CAPITALIZAÇÃO
• Durante os períodos extensos em que o desenvolvimento do
ativo seja interrompido.

Aspetos Contabilísticos e Fiscais do Encerramento de contas de 2016

P.21 NCRF 10
EXCEPÇÕES À SUSPENSÃO
• Demora temporária que seja parte necessária do processo de
tornar um ativo pronto.

Ex.: Período alargado durante o qual os níveis altos das águas atrasam a
construção de uma ponte, se tais níveis de água altos são usuais durante
o período da construção na região geográfica envolvida.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 94


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

Custo de Empréstimos Obtidos


CESSAÇÃO DA CAPITALIZAÇÃO P.24 NCRF 10

• Quando as atividades necessárias para preparar o ativo para o


seu uso ou venda estejam concluídas.
Aspetos Contabilísticos e Fiscais do Encerramento de contas de 2016
• Um ativo está pronto quando a construção física estiver
concluída.

Ex.: Se modificações menores, tais como a decoração de uma


propriedade conforme as especificações do comprador ou do utente,
sejam tudo o que está por completar, isto indica que todas as
atividades estão substancialmente concluídas.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 95


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

Custo de Empréstimos Obtidos


CESSAÇÃO DA CAPITALIZAÇÃO P.24 NCRF 10

Conclusão em partes:

• Quando a construção for concluída por partes a capitalização


Aspetos Contabilísticos e Fiscais do Encerramento de contas de 2016

deve cessar quando todas as atividades necessárias para


preparar essa parte estejam concluídas.

Ex.: Um parque empresarial compreendendo vários edifícios em que


cada um deles pode ser usado individualmente embora a construção
continue noutras partes.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 96


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

Custo de Empréstimos Obtidos


Nota:
Os custos de empréstimos obtidos tem o mesmo tratamento de
referência aquando da utilização da NCRF-PE, ou seja, uma
entidadeAspetos
queContabilísticos
adote eesta norma
Fiscais do deve
Encerramento capitalizar
de contas de 2016 os custos dos
empréstimos obtidos que sejam diretamente atribuíveis à
aquisição, construção ou produção de um ativo que se qualifica.

As microentidades devem reconhecer os custos de empréstimos obtidos


como um gasto no período em que sejam incorridos.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 97


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

Custo de Empréstimos Obtidos

Exemplo
Uma empresa contraiu em 15 de Janeiro de 2018 um empréstimo bancário no
valor de 50.000 euros, que vence juros à taxa anual de 6% a pagar no mês de
Fevereiro, para financiar a construção de um ativo fixo tangível. O empréstimo
foi aplicado da seguinte forma:
Aspetos Contabilísticos e Fiscais do Encerramento de contas de 2016
1. Despesas suportadas com a construção (15.01.16): 30.000 euros
2. Despesas suportadas com a construção (15.10.16): 20.000 euros
3. Depósito a prazo (15.01.16 – 15.10.16), juro a 3%: 20.000 euros

O Ativo ficou concluído a 15 de Dezembro de 2018.


Determinar a quantia de custos do empréstimo elegíveis para capitalização no
ativo.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 98


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

Custo de Empréstimos Obtidos


Resolução:

Custos do empréstimo obtido elegíveis para


capitalização: 2.300

Em que 2.300 =(gasto)[50.000 x (0,06/12) x 11] -


(rendimento)- [20.000 x (0,03/12) x 9]

= [2.750 – 450]

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 99


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

A empresa Braga, Lda encontra-se a construir


um empreendimento, com o qual despendeu em
2018, o montante global de 850.000€, simultaneamente da sua
contabilidade podem ser retirado os seguintes dados:
Conta Valor Capital médio Taxa media
em divida
69111 – juros específicos do projeto 22.500€ 450.000€ 5%
69112 – juros pedidos de forma geral 45.000€ 900.000€ 5%
6918 – juros de leasing- viaturas
3.000€ 100.000€ 3%
passageiros

Sabendo que a empresa capitaliza os custos dos empréstimos


obtidos, proceda aos movimentos que considere pertinentes.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 100


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

A empresa Braga, Lda encontra-se a construir um


empreendimento, com o qual despendeu em 2018, o montante
global de 850.000€, simultaneamente da sua contabilidade podem ser
retirado os seguintes dados (… ) Sabendo que a empresa opta por capitalizar os custos dos
empréstimos obtidos, proceda aos movimentos que considere pertinentes.

Em relação aos juros pedidos de forma geral

Debito Crédito Valor Descrição


36 – Produtos e 733 – Variação de
22.500€ Capitalização juros específicos
trabalhos em curso produção

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 101


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

A empresa Bragaconta, Lda encontra-se a construir um


empreendimento, com o qual despendeu em 2018, o montante
global de 850.000€, simultaneamente da sua contabilidade podem ser
retirado os seguintes dados (… ) Sabendo que a empresa opta por capitalizar os custos dos
empréstimos obtidos, proceda aos movimentos que considere pertinentes.

Em relação aos juros pedidos de forma geral os mesmos são capitalizados em


função da taxa de capitalização
Taxa media - 5%
Dispêndios do projeto = 850.000€ – 450.000€ + 22.500€ = 422.500€
juros a capitalizar = 422.500€ * 5% = 21.125€
Debito Crédito Valor Descrição
36 – Produtos e 733 – Variação de Capitalização juros pedidos de
21,125€
trabalhos em curso produção forma geral

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 102


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

A empresa Braga, Lda encontra-se a construir um


empreendimento, com o qual despendeu em 2018, o montante
global de 850.000€, simultaneamente da sua contabilidade podem ser
retirado os seguintes dados (… ) Sabendo que a empresa opta por capitalizar os custos dos
empréstimos obtidos, proceda aos movimentos que considere pertinentes.

Em relação aos juros dos leasings os mesmos não podem ser capitalizados ao
projeto

Assim em resumo, no caso concreto deve ser efectuado este


movimento
Debito Crédito Valor Descrição
36 – Produtos e 733 – Variação de
893.625€ Variação da produção
trabalhos em curso produção

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 103


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

PRESTAÇÕES DE SERVIÇOS
CUJA OBRA INICIA E
TERMINA NO MESMO ANO

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 104


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

As prestações de serviços efetuadas pela


empresa relacionadas com a execução de obras,
cuja data de início e fim da execução das
mesmas ocorra no mesmo período são
consideradas como rendimento no período em
que são executadas, independentemente do
respetivo recebimento.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 105


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

ENQUADRAMENTO EM SEDE DE IRC DA


CONSTRUÇÃO CIVIL

• Enquadramento fiscal dos Contratos de


Construção
• Construção de Edifícios para Venda

• Correções por vendas por valor inferior ao VPT


• Provisões para garantias a Clientes

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 106


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

ENQUADRAMENTO EM SEDE
DE IRC DOS CONTRATOS DE
CONSTRUÇÃO

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 107


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

• Com a Reforma do IRC ocorrida em 2014, no


que respeita ao tratamento fiscal da temática
dos Contratos de Construção, verifica-se que o
legislador reduziu as divergências entre a
contabilidade e a fiscalidade.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 108


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

Artigo 19.º
Contratos de construção

1 - A determinação dos resultados de contratos de construção é efetuada segundo o


critério da percentagem de acabamento. [Redação dada pela Lei n.º 2/2014, de 16 de janeiro]

2 - Para efeitos do disposto no número anterior, a percentagem de acabamento no final de


cada período de tributação corresponde à proporção entre os gastos suportados até essa
data e a soma desses gastos com os estimados para a conclusão do contrato.

3 - Quando, de acordo com a normalização contabilística, o desfecho de um contrato de


construção não possa ser estimado de forma fiável, considera-se que o rédito do contrato
corresponde aos gastos totais do contrato. [Redação dada pela Lei n.º 2/2014, de 16 de janeiro]

4 - Não são dedutíveis as perdas esperadas relativas a contratos de construção


correspondentes a gastos ainda não suportados. [Anterior n.º 3; Passou a n.º 4 pela Lei n.º 2/2014, de 16 de
janeiro].

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 109


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

• De acordo com o disposto no art.º 19.º do CIRC, a


determinação dos resultados de contratos de
construção é efetuada segundo o critério da
percentagem de acabamento.

• A percentagem de acabamento no final de cada


período de tributação corresponde à proporção
entre os gastos suportados até essa data e a soma
desses gastos com os estimados para a conclusão do
contrato.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 110


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

• Quando, de acordo com a normalização contabilística,


o desfecho de um contrato de construção não possa
ser estimado de forma fiável, considera-se que o
rédito do contrato corresponde aos gastos totais do
contrato, ou seja utiliza-se o critério do lucro nulo.
• Assim sendo, fiscalmente a determinação dos
resultados de contratos de construção é efetuada
segundo o critério da percentagem de acabamento,
contudo também é aceite o critério do lucro nulo
preconizado na NCRF 19, quando o desfecho de um
contrato de construção não possa ser estimado de
forma fiável
Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 111
SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

• No entanto, não são dedutíveis as


perdas esperadas relativas a contratos
de construção correspondentes a gastos
ainda não suportados. Estes gastos só
serão aceites quando forem
efetivamente suportados.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 112


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

Caso Prático (Ver enunciado)


• Perda esperada do contrato – €50.000 (€550.000 - €500.000)
• €30.000 já reconhecida no período por via da diferença entre
o rédito e os gastos imputados no ano n (aceite fiscalmente);
• €20.000 a reconhecer por via da constituição de provisão.

• Nos termos do n.º 4 do art.º 19.º do CIRC, não são dedutíveis


as perdas esperadas relativas a contratos de construção
correspondentes a gastos ainda não suportados, pelo que a
empresa deverá efetuar uma correção fiscal positiva no valor
de €20.000, a colocar no campo 721 do quadro 07 da modelo
22.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 113


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

• A empresa Grandobra obteve um contrato para a


construção de um troço de uma auto-estrada com uma
remuneração e 950.000 €. O custo total estimado é de
850.000 €. No ano N os custos incorridos ascenderam a
425.000 €. No ano N+1 os custos incorridos ascenderam a
375.000 € e o custo a incorrer foi estimado no final do ano
em 250.000 €.

Pedido: Efetue os lançamentos contabilísticos aplicáveis.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 114


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

Resolução – Ano N

Custos incorridos 425.000€


% Acabamento = = = 50%
Custo Incorridos + Custos a incorrer 850.000 €

Rédito a reconhecer: grau de acabamento x remuneração total – rédito reconhecido em


anos anteriores = (50% x 950.000 €) – 0 = 475.000 €

Pelo rédito a reconhecer


2721 Devedores por acréscimos de rendimentos
a 72 Prestação de Serviços 475.000 €

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 115


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

Ano N+1

Custos incorridos 800.000€


% Acabamento = = = 76,19%
Custo Incorridos + Custos a incorrer 1,050.000 €

Rédito a reconhecer: grau de acabamento x remuneração total – rédito


reconhecido em anos anteriores = (76,19% x 950.000 €) – 475.000 € = 248.805€

Pelo rédito a reconhecer


2721 Devedores por acréscimos de rendimentos
a 72 Prestação de Serviços 248.805€

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 116


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

Dezembro N+1:

Quando a % de acabamento é ainda 76,19%, verifica-se que os

custos totais estimados da construção do troço de

autoestrada já ultrapassaram o valor fixado no contrato, não

sendo esse valor suscetível de revisão.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 117


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

Dezembro N+1:
Nestes casos, a NCRF 19 (§. 36) refere que, quando for
provável que os custos totais do contrato excedam o rédito
total do contrato, a perda esperada deve ser reconhecida
imediatamente como um gasto. E, acrescenta, que a quantia
de tal perda é determinada independentemente:
✓ De ter ou não começado o trabalho do contrato;

✓ Da fase de acabamento da atividade do contrato; ou

✓ Da quantia de lucros que se espere surjam noutros contratos que não sejam tratados
como um contrato de construção único.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 118


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

Excesso esperado (perda) : Custos totais do contrato - Réditos do contrato =


= 950.000 € – 1.050.000 € = –100.000 €

Como estamos perante uma perda esperada, podemos constituir uma


provisão.

Ano Lucro reconhecido Rédito – Custos incorridos

N 50.000 € 475.000 € - 425.000 €

N+1 -126.195 € 248.805 € - 375.000 €

Total -76.195 € 723.805 € - 800.000 €

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 119


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

Lançamentos:

A diferença entre a perda total estimada e a perda já reconhecida tem de ser


reconhecida através de uma provisão para contratos onerosos:
Pelo rédito a reconhecer
67 Provisões do Exercício
676 Contratos Onerosos
a 29 Provisões
296 Contratos Onerosos 23.805*
(*) 100.000 – 76.195 = 23.805

Acrescer Provisões não dedutíveis ou para além dos


721 23.805
limites legais (art.º s 19.º, n.º 3 e 39.º)

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 120


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

A provisão não é aceite fiscalmente mas será aceite quando a


perda se materializar – Ativo por impostos diferidos:

Pelo rédito a reconhecer


27 Outras Contas a Receber e a Pagar
274 Impostos Diferidos
2741 Ativos por Impostos Diferidos
a 81 Resultado Líquido do Período
812 Imposto Sobre o Rendimento do Período
8122 Imposto Diferido 5.951*

(*)23.805 X 25% = 5.951

Deduzir Impostos diferidos [art.º 45.o, n.o 1, al. a)] 5.951€

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 121


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

CONSTRUÇÃO DE
EDIFÍCIOS PARA VENDA

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 122


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

O tratamento fiscal nesta temática segue o tratamento


contabilístico.
• Sobre esta temática torna-se importante a análise da
informação vinculativa - “Assunto: Obras efectuadas por conta
própria e vendidas fraccionadamente - Processo: Informação
n.º 217/10, com Despacho da Subdirectora-Geral de 2010-03-
09”
• Da leitura da presente informação vinculativa podemos retirar
as seguintes ilações:
• A determinação dos resultados nas obras efetuadas por conta
própria vendidas fracionadamente é efetuada à medida que
as frações forem sendo concluídas e entregues aos
adquirentes, ainda que não sejam conhecidos exatamente os
gastos totais das mesmas.
Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 123
SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

Da leitura da presente informação vinculativa podemos retirar as


seguintes ilações (continuação):
• O rédito das vendas das frações autónomas considera-se
realizado:
1. Na data da entrega das frações, ou
2. Na data em que se opera a transferência da propriedade (através do
contrato de compra e venda ou documento equivalente), se anterior.

• A quantia (fiavelmente) estimada correspondente aos gastos


ainda não incorridos mas que sejam imputáveis à fração
vendida (p. ex. uma quota-parte dos gastos ainda não
incorridos com jardins, piscina, etc.) deve ser considerada na
determinação do respetivo resultado tributável.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 124


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

CORREÇÕES AO VALOR DE
TRANSMISSÃO DE DIREITOS
REAIS SOBRE BENS IMÓVEIS

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 125


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

• Os alienantes e adquirentes de direitos reais sobre bens


imóveis devem adotar, para efeitos da determinação do lucro
tributável nos termos do CIRC, valores normais de mercado
que não podem ser inferiores aos VPT definitivos que
serviram de base à liquidação IMT ou que serviriam no caso
de não haver lugar à liquidação deste imposto.

• Sempre que o valor constante do contrato seja inferior ao


valor patrimonial tributário definitivo do imóvel, é este o valor
a considerar pelo alienante e adquirente, para determinação
do lucro tributável.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 126


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

• O sujeito passivo alienante deve efetuar uma


correção, na declaração de rendimentos do
período de tributação a que é imputável o
rendimento obtido com a operação de
transmissão, correspondente à diferença
positiva entre o valor patrimonial tributário
definitivo do imóvel e o valor constante do
contrato.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 127


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

• O sujeito passivo adquirente adota o valor


patrimonial tributário definitivo para a determinação
de qualquer resultado tributável em IRC
relativamente ao imóvel. No caso de existir uma
diferença positiva entre o valor patrimonial tributário
definitivo e o custo de aquisição ou de construção, o
sujeito passivo deve comprovar no processo de
documentação fiscal previsto no artigo 130.º, para
efeitos do disposto na alínea b) do n.º 3, o
tratamento contabilístico e fiscal dado ao imóvel.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 128


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

• Nas situações em que o valor patrimonial tributário


definitivo do imóvel não estiver determinado até ao
final do prazo estabelecido para a entrega da
declaração do período de tributação a que respeita a
transmissão, os sujeitos passivos devem entregar a
declaração de substituição durante o mês de
Janeiro do ano seguinte àquele em que os valores
patrimoniais tributários se tornaram definitivos.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 129


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

Caso prático:
A empresa A,SA, alienou 2 imóveis que faziam parte dos seus inventários:
• Imóvel 1 – Valor de aquisição - €120.000,00; Ano de aquisição – 2007, VPT
na data de aquisição - € 132.000,00. Valor de realização - € 185.000,00 e
VPT na data da realização - € 182.000,00.
• Imóvel 2 – Valor de aquisição - €200.000,00; Ano de aquisição – 2010, VPT
na data de aquisição - € 195.000,00. Valor de realização - € 300.000,00 e
VPT na data da realização - € 330.000,00.
• Na aquisição e alienação dos imóveis foi seguida a regra geral do IMT
(incidiu sobre o maior dos 2 valores).

• Quais implicações em sede de IRC?

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 130


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

Imóvel 1 – Valor de aquisição - €120.000,00; Ano de aquisição – 2007, VPT na


data de aquisição - € 132.000,00. Valor de realização - € 185.000,00 e VPT na
data da realização - € 182.000,00.
• Como o valor de aquisição é inferior ao valor que serviu de base
à liquidação do IMT (VPT), o valor de aquisição a considerar
para efeitos fiscais é o VPT - € 132.000€, pelo que deverá
efetuar deduzir ao lucro tributável - 12.000€.

Correção Fiscal negativa no valor de 12.000€


Uma vez que o valor da venda é superior ao VPT não deverá neste
âmbito efetuar qualquer correção fiscal.
Deduzir Correção pelo adquirente do imóvel quando adota o valor
patrimonial tributário definitivo para a determinação do resultado 772 12.000€
tributável na respetiva transmissão [art.º 64.º, n.º 3, al. b)]

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 131


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

Imóvel 2 – Valor de aquisição - €200.000,00; Ano de aquisição – 2010, VPT na


data de aquisição - € 195.000,00. Valor de realização - € 300.000,00 e VPT na
data da realização - € 330.000,00.
• Uma vez que o valor de aquisição é superior ao VPT não deverá
neste âmbito efetuar qualquer correção fiscal.
• Como o valor de venda é inferior ao valor que serviu de base à
liquidação do IMT (VPT) o valor de realização a considerar para
efeitos fiscais é o VPT - 330.000€ pelo que deverá efetuar
acrescer ao lucro tributável de € 30.000€.
Correção Fiscal positiva no valor de 30.000€

Acrescer Diferença positiva entre o valor patrimonial tributário defi


nitivo do imóvel e o valor constante do contrato [art.º 64.º, 745 30.000€
n.º 3 al. a)]

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 132


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

• Sempre que o valor constante do contrato seja


inferior ao VPT definitivo do imóvel, é este o valor a
considerar pelo alienante e adquirente, para
determinação do lucro tributável.

• Esta regra não é aplicável se o sujeito passivo fizer


prova de que o preço efetivamente praticado nas
transmissões de direitos reais sobre bens imóveis foi
inferior ao VPT que serviu de base à liquidação do
IMT, de acordo com o disposto no n.º 1 do art.º 139.º
do CIRC.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 133


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

• O sujeito passivo pode, designadamente,


demonstrar que os custos de construção
foram inferiores aos fixados na Portaria a que
se refere o n.º 3 do artigo 62.º do Código do
Imposto Municipal sobre Imóveis, caso em
que ao montante dos custos de construção
deverão acrescer os demais indicadores
objetivos previstos no referido Código para
determinação do valor patrimonial tributário.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 134


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

• A prova deve ser efetuada em procedimento


instaurado mediante requerimento dirigido ao
diretor de finanças competente e apresentado
em janeiro do ano seguinte àquele em que
ocorreram as transmissões, caso o valor
patrimonial tributário já se encontre
definitivamente fixado, ou nos 30 dias
posteriores à data em que a avaliação se
tornou definitiva, nos restantes casos.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 135


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

PROVISÃO PARA
GARANTIAS A
CLIENTES
Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 136
SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

• Nos termos do art.º 39.º n.º 1 al. b) do CIRC,


são aceites como gasto as provisões que se
destinem a fazer face a encargos com
garantias a clientes previstas em contratos de
venda e de prestação de serviços.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 137


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

• O montante anual da provisão para garantias a


clientes é determinado pela aplicação às vendas e
prestações de serviços sujeitas a garantia efetuadas
no período de tributação de uma percentagem que
não pode ser superior à que resulta da proporção
entre a soma dos encargos derivados de garantias a
clientes efetivamente suportados nos últimos três
períodos de tributação e a soma das vendas e
prestações de serviços sujeitas a garantia efetuadas
nos mesmos períodos.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 138


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

EXEMPLO:
• Em 2017 uma sociedade vendeu mobiliário de escritório (2
anos de garantia) que produz no montante de 900.000€,
tendo constituído uma provisão para garantias a clientes no
montante de 60.000€.
• Sabe-se que nos anos de 2015 e 2016 as vendas ascenderam
a € 480.000,00 e € 420.000,00, e que os custos suportados
com garantias foram de € 30.000, € 33.000 e 45.000,00, nos
anos de 2015, 2016 e 2017 respetivamente.
• Qual o montante da correção fiscal a operar no quadro 07 da
modelo 22?

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 139


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

Resolução:

Cálculo da % provisão fiscalmente aceite:


• (€30.000 + €33.000 + €45.000,00)/( €480.000,00 + €
420.000,00 + €900.000,00) = € 90.000,00/€ 1.800.000,00 =
0,06 = 6%

Provisão fiscalmente aceite = € 900.000 * 6% = € 54.000,00

Valor a acrescer = € 60.000,00 - € 54.000,00 = € 6.000,00

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 140


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

ENQUADRAMENTO EM
SEDE DE IRS DA
CONSTRUÇÃO CIVIL

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 141


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

• Em sede de IRS, serão analisados os aspetos considerados


mais relevantes na área da construção civil.

• Consideram-se entre outros rendimentos empresariais e


profissionais:

• Os decorrentes do exercício de qualquer atividade


comercial, industrial, agrícola, silvícola ou pecuária;

• Os auferidos no exercício, por conta própria, de


qualquer atividade de prestação de serviços.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 142


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

• Consideram-se atividades comerciais e industriais


(art.º 4.º), designadamente:

• Compra e venda, fabricação, pesca, explorações


mineiras e outras indústrias extrativas;

• Construção civil, quando o empresário se encontre


habilitado com o respetivo certificado válido para o
exercício da atividade de “Empreiteiro de Obras
Públicas” ou “Industrial de Construção Civil”;

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 143


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

Consideram-se atividades comerciais e industriais (art.º 4.º),


designadamente:

• Urbanísticas e exploração de loteamentos - os


rendimentos gerados pela exploração de loteamentos
são sempre considerados rendimentos da categoria B, ou
seja, se uma pessoa adquiriu um terreno com o objetivo
de o lotear e vender os lotes resultantes dessa operação,
tem que iniciar a atividade no âmbito da categoria B. Os
rendimentos gerados com a sua venda são enquadráveis
na categoria B. Muitas vezes, estes rendimentos são
declarados erradamente como rendimentos da categoria
G;

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 144


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

Consideram-se atividades comerciais e industriais (art.º


4.º), designadamente:

• Arrendamento, quando haja opção pela tributação


no âmbito da categoria B. Assim sendo, desde 2015,
existe opção pela tributação como rendimentos da
categoria B dos rendimentos enquadráveis na
categoria F (rendimentos prediais). A opção deve ser
exercida na declaração de início de atividade ou na
declaração de alterações.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 145


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

• A determinação dos rendimentos empresariais e


profissionais, salvo no caso da imputação prevista no
artigo 20.º (transparência fiscal), faz-se:

• Com base na aplicação das regras decorrentes do


regime simplificado;

• Com base na contabilidade.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 146


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

• Ficam abrangidos pelo regime


simplificado os sujeitos passivos que, no
exercício da sua atividade, não tenham
ultrapassado no período de tributação
imediatamente anterior um montante
anual ilíquido de rendimentos desta
categoria de 200.000€.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 147


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

Os sujeitos passivos abrangidos pelo regime simplificado podem


optar pela determinação dos rendimentos com base na
contabilidade.
• Esta opção pelo regime da contabilidade organizada deve ser
formulada pelos sujeitos passivos:
• Na declaração de início de atividade;
• Até ao fim do mês de março do ano em que pretendem alterar a forma de
determinação do rendimento, mediante a apresentação de declaração de
alterações.
• A opção mantém-se válida até que o sujeito passivo proceda à
entrega de declaração de alterações, a qual produz efeitos a
partir do próprio ano em que é entregue, desde que seja
efetuada até ao final do mês de março.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 148


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

• No exercício de início de atividade, o


enquadramento no regime simplificado faz-se,
verificados os demais pressupostos, em
conformidade com o valor anual de
rendimentos estimado, constante da
declaração de início de atividade, caso não
seja exercida a opção pelo regime da
contabilidade organizada.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 149


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

A aplicação do regime simplificado cessa apenas quando:


• O montante de 200.000€ seja ultrapassado em dois
períodos de tributação consecutivos
ou,
• Quando seja ultrapassado num único exercício, em
montante superior a 25 %, ou seja quando num só
exercício o sujeito passivo ultrapasse o valor de €
250.000,00, caso em que a tributação pelo regime de
contabilidade organizada se faz a partir do período de
tributação seguinte ao da verificação de qualquer
desses factos.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 150


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

José iniciou a atividade em 1/1/2015, tendo ficado enquadrado no


regime simplificado.
• Volumes de negócios: 2015 - € 100.000,00
• Volumes de negócios: 2016 - € 210.000,00
• Volumes de negócios: 2017 - € 207.000,00
• Em que regime ficará enquadrado José no ano de 2018?

No regime da contabilidade organizada, uma vez que ultrapassou


durante 2 anos consecutivos o limite de € 200.000,00.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 151


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

José iniciou a atividade em 1/1/2015, tendo ficado enquadrado no


regime simplificado.
• Volumes de negócios: 2015 - € 100.000,00
• Volumes de negócios: 2016 - € 107.000,00
• Volumes de negócios: 2017 - € 300.000,00
• Em que regime ficará enquadrado José no ano de 2018?

No regime da contabilidade organizada, uma vez que apesar de não ter


ultrapassado durante 2 anos consecutivos o limite de € 200.000,00,
ultrapassou o mesmo no ano de 2017 em mais de 25%.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 152


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

• 0,15 - às vendas de mercadorias e produtos –


aplicável por exemplo na venda de edifícios
construídos ou adquiridos para venda, na
venda de lotes de terreno;

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 153


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

• 0,75 - rendimentos das atividades profissionais


especificamente previstas na tabela a que se refere o artigo
151.º. Assim sendo, se a atividade estiver especificamente
prevista na lista das atividades anexa ao código de IRS, mesmo
que seja exercida com código de CAE, o coeficiente será de 75%
(exemplo: a atividade de arquiteto está prevista na lista das
atividades do CIRS, pelo que mesmo que utilize um código de
CAE o coeficiente a aplicar será de 75%).

• Se a atividade não estiver especificamente prevista na lista, o


coeficiente a aplicar será de 35% (exemplo: cabeleireira);

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 154


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

• 0,35 - rendimentos de prestações de serviços não previstos


nas alíneas anteriores, incluindo aos rendimentos que se
obtenham no âmbito da atividade de exploração de
estabelecimentos de alojamento local na modalidade de
moradia ou apartamento (coeficiente a aplicar aos rendimentos
gerados por um hotel - 15%; coeficiente a aplicar aos
rendimentos gerados pela exploração de estabelecimentos de
alojamento local na modalidade de moradia ou apartamento -
35%);

Exemplos: Rendimentos auferidos pelo exercício da atividade de


eletricista, mecânico, picheleiro e pintor de construção civil, etc

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 155


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

Ao rendimento tributável apurado com base na aplicação dos coeficientes no


âmbito do regime simplificado deve acrescer a diferença positiva entre 15 % dos
rendimentos brutos das prestações de serviços e o somatório das seguintes
importâncias:

a) O montante de € 4.104 (valor da dedução específica dos rendimentos do


trabalho dependente) ou, quando superior, os montantes comprovadamente
suportados com contribuições obrigatórias para regimes de proteção social,
que não sejam já dedutíveis no âmbito deste regime;

b) Despesas com pessoal e encargos a título de remunerações, ordenados ou


salários, comunicados pelo sujeito passivo à AT;

(continua acetato seguinte)

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 156


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

Ao rendimento tributável apurado com base na aplicação dos coeficientes no âmbito do


regime simplificado deve acrescer a diferença positiva entre 15 % dos rendimentos
brutos das prestações de serviços e o somatório das seguintes importâncias: (continuação)

c) Rendas de imóveis afetas à atividade empresarial ou profissional que constem


de faturas e outros documentos, comunicados à AT;
d) 1,5% do valor patrimonial tributário dos imóveis afetos à atividade empresarial
ou profissional ou, quanto aos imóveis afetos a atividades hoteleiras ou de
alojamento local, 4% do respetivo valor patrimonial tributário, de que o sujeito
passivo seja o proprietário, usufrutuário ou superficiário;
e) Outras despesas com a aquisição de bens e prestações de serviços relacionadas
com a atividade, que constem de faturas comunicadas à AT ou emitidas no
Portal das Finanças;
f) Importações ou aquisições intracomunitárias de bens e serviços relacionados
com a atividade.

As despesas e encargos previstos nas alíneas c), d) e e) do quando apenas parcialmente


afetos à atividade empresarial e profissional são considerados em apenas 25 %.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 157


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

Para efeitos da afetação à atividade empresarial ou profissional


das despesas e encargos o sujeito passivo deve identificar:
a) As faturas e outros documentos que titulam despesas e
encargos relacionados exclusiva ou parcialmente com a sua
atividade empresarial ou profissional, através do Portal das
Finanças;
b) Os imóveis afetos exclusiva ou parcialmente à sua atividade
empresarial ou profissional e, de entre estas, a afetação a
atividades hoteleiras ou de alojamento local, através do Portal
das Finanças;
c) As importações e aquisições intracomunitárias de bens
efetuadas, específica e exclusivamente, no âmbito da sua
atividade empresarial ou profissional são indicadas na
declaração de rendimentos.
Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 158
SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro


159
SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

Exemplo 1
• O Sr. A., que exerce a atividade de Pintor de construção civil, no âmbito da
categoria B, auferiu no ano de 2018 rendimentos derivados desta atividade no
valor de 20.000€.
• O Sr. A não efetuou qualquer imputação à atividade empresarial de despesas no
portal das finanças, ou não possui despesas.

Cálculo do Rendimento líquido:


• 20.000€ *35% = 7.000€

• 20.000€ *15% - 4.104€ = (€ 1.104,00) – como a diferença é negativa não releva


para o cálculo do rendimento tributável, pelo que o Rendimento tributável será de
€ 7.000,00.- sem alteração comparativamente como que seria calculado em 2017.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 160


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

Exemplo 2
• O Sr. A., que exerce a atividade de Pintor de construção civil,
no âmbito da categoria B, auferiu no ano de 2018
rendimentos derivados desta atividade no valor de 60.000€.
• O Sr. A não efetuou qualquer imputação à atividade
empresarial de despesas no portal das finanças, ou não possui
despesas.

Cálculo do Rendimento líquido:


• 60.000€*35% = 22.750€
• 60.000€*15% - 4.104€ = 4.846€ – diferença positiva a acrescer
aos 22.750€, pelo que o Rendimento tributável será de
27.596€.
Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 161
SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

• Exemplo 3

O Sr. A., que exerce a atividade de Pintor de construção civil, no


âmbito da categoria B, auferiu no ano de 2018 rendimentos
derivados desta atividade no valor de 60.000€.
• O Sr. A efetuou imputação à atividade empresarial de
despesas no portal das finanças no valor de 1.100€.

Cálculo do Rendimento líquido:


• 60.000€*35% = 22.750€
• 60.000,00€ * 15% - 4.104€ - 1.100€ = 3.796€ – diferença
positiva a acrescer aos 22.750€, pelo que o Rendimento
tributável será de 26.546€.
Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 162
SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

Nos termos do n.º 10 do art.º 31.º os coeficientes de:

• 0,75 aplicável aos rendimentos das atividades profissionais especificamente previstas


na tabela a que se refere o artigo 151.º;
• 0,35 aplicável aos rendimentos de prestações de serviços não sujeitos ao coeficiente
de 0,75;
• 0,10 aplicável aos subsídios destinados à exploração e restantes rendimentos da
categoria B não previstos nas alíneas anteriores.

• São reduzidos em 50 % e 25 % no período de tributação do início da


atividade e no período de tributação seguinte, respetivamente, desde que,
nesses períodos, o sujeito passivo não aufira rendimentos das categorias A
ou H.

Esta redução não é aplicável nos casos em que tenha ocorrido cessação de
atividade há menos de cinco anos.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 163


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

Exemplo:
• Maria iniciou a atividade de eletricista de construção
civil em 1/1/2017, tendo ficado enquadrada no regime
simplificado.
• No ano de 2017 prestou serviços de eletricista de construção civil
no valor de € 20.000,00, não tendo auferido outros rendimentos.

Qual o valor de rendimento líquido?

• Rendimento líquido: € 20.000,00 * (0,35*50%) = € 3.500,00

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 164


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

• Os sujeitos passivos que obtenham os rendimentos previstos


nas alíneas b) e c) do n.º 1 do art.º 31.º (rendimentos das
atividades profissionais especificamente previstas na tabela a
que se refere o artigo 151.º e rendimentos de prestações de
serviços não previstos na alínea a) do n.º 1 do art.º 31.º), após
aplicação dos coeficientes aí previstos, podem deduzir, até à
concorrência do rendimento líquido assim obtido, os montantes
comprovadamente suportados com contribuições obrigatórias
para regimes de proteção social, conexas com as atividades em
causa, na parte em que excedam 10 % dos rendimentos
brutos, quando não tenham sido deduzidas a outro título.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 165


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

Exemplo:
• Marco, pintor de construção civil, enquadrado
na categoria B, obteve no ano de 2017, €
40.000,00 a título de prestação de serviços.
Suportou € 4.050,00 de contribuições
obrigatórias para regimes de proteção social.

• Valor da Segurança Social a deduzir: €


4.050,00 – 10%*€ 40.000,00 = € 50,00

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 166


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

• Em caso de transmissão onerosa de direitos reais sobre bens


imóveis, sempre que o valor constante do contrato seja inferior
ao valor definitivo que servir de base à liquidação do IMT, ou
que serviria no caso de não haver lugar a essa liquidação, é este
o valor a considerar para efeitos da determinação do
rendimento tributável.

• Esta disposição não é aplicável se for feita prova de que o valor


de realização foi inferior ao ali previsto, devendo a prova ser
efetuada de acordo com o procedimento previsto no artigo
139.º do Código do IRC, com as necessárias adaptações.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 167


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

• Ficam abrangidos pelo regime da contabilidade


organizada os sujeitos passivos que, no exercício da
sua atividade, tenham ultrapassado no período de
tributação imediatamente anterior, um montante
anual ilíquido de rendimentos desta categoria de €
200.000,00.
• Os sujeitos passivos abrangidos pelo regime
simplificado podem optar pela determinação dos
rendimentos com base na contabilidade.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 168


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

• Na determinação do rendimento só são


considerados proveitos e custos os relativos a
bens ou valores que façam parte do ativo da
empresa individual do sujeito passivo ou que
estejam afetos às atividades empresariais e
profissionais por ele desenvolvidas.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 169


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

• Tendo em conta o disposto no art.º 32.º, na


determinação dos rendimentos empresariais e
profissionais não abrangidos pelo regime
simplificado, aplicam-se as regras estabelecidas no
Código do IRC, com exceção do previsto nos artigos
51.º, 51.º-A, 51.º-B, 51.º-C e 54.º-A, com as
adaptações resultantes do presente Código.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 170


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

Para além das limitações previstas no Código do IRC, não são


dedutíveis os seguintes encargos:
• As remunerações dos titulares de rendimentos da categoria
B, assim como outras prestações a título de ajudas de custo,
utilização de viatura própria ao serviço da atividade,
subsídios de refeição e outras prestações de natureza
remuneratória;

• Quando o sujeito passivo afete à sua atividade empresarial e


profissional parte do imóvel destinado à sua habitação, os
encargos dedutíveis com ela conexos referentes a
amortizações ou rendas, energia, água e telefone fixo não
podem ultrapassar 25 % das respetivas despesas
devidamente comprovadas;
Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 171
SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

Se o sujeito passivo exercer a sua atividade em


conjunto com outros profissionais, os encargos
dedutíveis são rateados em função da respetiva
utilização ou, na falta de elementos que
permitam o rateio, proporcionalmente aos
rendimentos brutos auferidos.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 172


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

• As importâncias pagas ou devidas, a qualquer título, a pessoas


singulares ou coletivas residentes fora do território português, e
aí submetidas a um regime fiscal a que se referem o n.º 1 ou 5
do artigo 63.º-D da Lei Geral Tributária, ou cujo pagamento seja
efetuado em contas abertas em instituições financeiras aí
residentes ou domiciliadas, não são dedutíveis para efeitos de
determinação do rendimento da categoria, salvo se o sujeito
passivo provar que tais encargos correspondem a operações
efetivamente realizadas e não têm um caráter anormal ou um
montante exagerado.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 173


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

Exemplo:
• Filipe, enquadrado no regime da contabilidade organizada, apurou em 2017
um resultado líquido de € 20.000,00.
• No apuramento do mesmo foram considerados entre outros os seguintes
gastos:
• - € 15.000,00 – Remunerações e ajudas de custo de Filipe;
• - € 10.000,00 - Encargos suportados com a habitação onde desenvolve a
atividade.

Cálculo do rendimento tributável = € 20.000,00 + € 15.000,00 (não aceites) + €


7.500,00 (só são aceites 25% dos encargos suportados com a habitação onde
desenvolve a atividade) = € 42.500,00

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 174


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

• De acordo com o artigo 10.º, n.º 1, al. a), constituem


mais-valias tributáveis as decorrentes da afetação de
quaisquer bens (móveis e imóveis) do património
particular a atividade geradora de rendimentos
empresariais e profissionais exercida em nome
individual pelo seu proprietário.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 175


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

• Nos casos de afetação de bens do património particular a


atividade geradora de rendimentos empresariais e profissionais
exercida pelo seu proprietário, o ganho só se considera obtido
no momento de ulterior alienação onerosa de bens em causa
ou da ocorrência de outro facto que determine o apuramento
de resultados em condições análogas (ex: reafetação de
prédios ao património individual), exceto, no caso de
restituição ao património particular de imóvel habitacional
que seja afeto à obtenção de rendimentos da categoria F,
mantendo-se o diferimento da tributação do ganho enquanto
o imóvel mantiver aquela afetação.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 176


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

• A transferência do imóvel do património


empresarial ao património particular,
teremos uma mais-valia sujeita a IRS no
âmbito da categoria B, nos termos do
artigo 3.º, n.º 2, al. c).

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 177


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

• No caso de afetação de quaisquer bens do património


particular do sujeito passivo à sua atividade empresarial e
profissional, o valor de aquisição pelo qual esses bens são
considerados corresponde ao valor de mercado à data da
afetação.

• No caso de transferência para o património particular do sujeito


passivo de bens afetos à sua atividade empresarial e
profissional, o valor dos bens corresponde ao valor de mercado
dos mesmos à data da transferência.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 178


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

Exemplo:
• José, empresário em nome individual, com a atividade de compra, venda e
construção de imóveis, afetou em 2014 à atividade empresarial um terreno que
havia herdado em 2005, com o intuito de efetuar uma operação de loteamento e
vender os lotes resultantes da mesma.
• Os lotes foram alienados em 2017 pelo valor de € 190.000,00.
• Outros dados:
• Valor de aquisição do terreno considerado para efeitos de imposto de selo: €
5.000,00
• Valor de mercado à data da afetação: € 42.000,00;
• Gastos com o loteamento e outros gastos: € 90.000,00

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 179


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

Hip. 1: José está enquadrado no regime simplificado

• Pela afetação do lote – Categoria G – rendimento = (€ 42.000,00 - €


5.000,00*coef. Correção monetária) * 50%

• Pela venda dos lotes – categoria B - € 190.000,00 * 15% = € 28.500,00

• Os rendimentos da categoria G e B são declarados na modelo 3 de IRS do


ano de 2017.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 180


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

Hip. 2: José está enquadrado no regime da contabilidade organizada

• Pela afetação do lote – Categoria G – rendimento = (€ 42.000,00 - €


5.000,00*coef. Correção monetária) * 50%

• Pela venda dos lotes – categoria B - € 190.000,00 - € 42.000,00 - €


90.000,00 = € 58.000,00

• Os rendimentos da categoria G e B são declarados na modelo 3 de IRS


do ano de 2017.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 181


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

• Relativamente a cada titular de rendimentos, o resultado líquido


negativo apurado categoria B só pode ser reportado, de
harmonia com a parte aplicável do artigo 52.º do Código do IRC
(aplica-se a limitação dos 70% da matéria coletável), aos 12 anos
seguintes àquele a que respeita.

• Ao rendimento tributável, determinado no âmbito do regime


simplificado, podem ser deduzidos os prejuízos fiscais apurados
em períodos anteriores àquele em que se iniciar a aplicação do
regime.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 182


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

CONSTRUÇÃO CIVIL –
ENQUADRAMENTO EM SEDE DE IVA

• Renuncia à Isenção de IVA

• Inversão IVA – Serviços de


Construção
• Sujeitos Passivos Mistos
Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 183
SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

• O Decreto-lei 21/2007, de 29 de janeiro, procedeu à


introdução na legislação do IVA de um conjunto de
medidas destinado a combater algumas situações de
fraude, evasão e abuso que se verificavam na
realização das operações imobiliárias sujeitas a
tributação.

• As medidas consistiram em alterações às regras da


renúncia à isenção e na introdução da figura da
inversão do sujeito passivo.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 184


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

Nos termos do art.º 1.º do CIVA, estão sujeitas a imposto sobre o


valor acrescentado:

• As transmissões de bens e as prestações de serviços efetuadas


no território nacional, a título oneroso, por um sujeito passivo
agindo como tal;

• As importações de bens;

• As operações intracomunitárias efetuadas no território


nacional, tal como são definidas e reguladas no Regime do IVA
nas Transações Intracomunitárias.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 185


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

• Nos termos do art.º 1.º do CIVA, estão sujeitas a


imposto sobre o valor acrescentado as transmissões
de bens e as prestações de serviços efetuadas no
território nacional, a título oneroso, por um sujeito
passivo agindo como tal.

• No entanto, apesar da locação de bens imóveis e as


operações sujeitas a IMT estarem sujeitas a IVA,
beneficiam da isenção de IVA prevista nos n.ºs 29 e
30 do art.º 9.º do CIVA.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 186


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

Nos termos do n.º 29 do art.º 9.º do CIVA, é isenta de IVA a locação de bens
imóveis. Esta isenção não abrange:

a) As prestações de serviços de alojamento, efetuadas no âmbito da


atividade hoteleira ou de outras com funções análogas, incluindo
parques de campismo;
b) A locação de áreas para recolha ou estacionamento coletivo de veículos;
c) A locação de máquinas e outros equipamentos de instalação fixa, bem
como qualquer outra locação de bens imóveis de que resulte a
transferência onerosa da exploração de estabelecimento comercial ou
industrial;
d) A locação de cofres-fortes;
e) A locação de espaços para exposições ou publicidade.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 187


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

• Nos termos do n.º 30 do art.º 9.º do


CIVA, são isentas de IVA as operações
sujeitas a imposto municipal sobre as
transmissões onerosas de imóveis (IMT).

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 188


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

INVERSÃO DO SUJEITO PASSIVO


NA CONSTRUÇÃO CIVIL

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 189


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

Nos termos do art.º 2.º n.º 1 al. j) do CIVA, são sujeitos


passivos do imposto as pessoas singulares ou coletivas
referidas na alínea a) deste artigo que disponham de
sede, estabelecimento estável ou domicílio em
território nacional e que pratiquem operações que
confiram o direito à dedução total ou parcial do
imposto, quando sejam adquirentes de serviços de
construção civil, incluindo a remodelação, reparação,
manutenção, conservação e demolição de bens
imóveis, em regime de empreitada ou subempreitada.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 190


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

• Nestes casos ocorre a inversão do Sujeito passivo,


cabendo ao adquirente dos serviços a liquidação e
entrega do imposto que se mostre devido, sem
prejuízo do direito à dedução, nos termos gerais do
CIVA, designadamente do previsto nos seus artigos
19º a 25º.

• Por este facto, as faturas emitidas pelos prestadores


dos referidos serviços deverão conter, nos termos do
nº 13 do artigo 36º do CIVA, a expressão “IVA
autoliquidação”.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 191


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

• O IVA devido pelo adquirente dos serviços deve ser


liquidado na própria fatura recebida do prestador ou
em documento interno que, para o efeito, deverá
fazer menção à fatura original.

• Nos casos em que o adquirente não receba a fatura,


subsiste a obrigação de autoliquidação devendo a
mesma fazer-se em documento interno e mantendo-
se o direito à dedução nos termos gerais do CIVA.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 192


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

Para que haja inversão do sujeito passivo, é


necessário que, cumulativamente:

a)Se esteja perante a aquisição de serviços de


construção civil;

b) O adquirente seja sujeito passivo do IVA em


Portugal e aqui pratique operações que
confiram, total ou parcialmente, o direito à
dedução do IVA.
Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 193
SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

Segundo o citado ofício-circulado n.º 30101 :


• Consideram-se serviços de construção civil todos os
que tenham por objeto a realização de uma obra,
englobando todo o conjunto de atos que sejam
necessários à sua concretização;

• Deve entender-se por obra todo o trabalho de


construção, reconstrução, ampliação, alteração,
reparação, conservação, reabilitação, limpeza,
restauro e demolição de bens imóveis, bem como
qualquer outro trabalho que envolva processo
construtivo, seja de natureza pública ou privada.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 194


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

• A inversão do sujeito passivo prevista na


alínea j) do nº 1 do artigo 2º do Código do IVA,
é aplicável independentemente de ser
necessário possuir alvará ou título de registo,
ou sendo obrigatório o prestador não o
possua.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 195


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

Sempre que, no âmbito de uma obra, o prestador fatura:


• Serviços de construção propriamente dita;
• Quaisquer outros serviços com ela relacionados e necessários
à sua realização, (por ex.: aluguer ou colocação de andaimes,
aluguer de gruas e de outros bens, serviços de limpeza,
sinalização, fiscalização, remoção de entulhos, serviços de
projetistas ou de arquitetura, etc);
• Materiais ou outros bens,

Entende-se que o valor global de fatura, independentemente


de haver ou não discriminação dos vários itens e da faturação
ser conjunta ou separada, é abrangido pela regra de inversão
de sujeito passivo.
Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 196
SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

A empresa X, SA, prestou serviços de construção civil à empresa A, Lda,


enquadrada no regime normal do IVA. Os serviços prestados no total de €
141.000,00, encontram-se discriminados da seguinte forma:

• Serviços de reparação de edifício - € 100.000,00


• Material aplicado (cimento, areia, tinta, etc) - € 30.000,00
• Aluguer de andaimes - € 8.000,00
• Remoção de entulho - € 3.000,00.

Apesar do prestador, faturar para além dos serviços de construção civil


propriamente ditos, material e outros serviços com ela relacionados e
necessários à sua realização, a totalidade da fatura está abrangida pela regra
da inversão do SP em IVA.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 197


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

• A faturação de serviços, ao prestador dos serviços de


construção, tais como os indicados e que
isoladamente não relevam do conceito de serviços
de construção (por ex.: aluguer ou colocação de
andaimes, aluguer de gruas e de outros bens,
serviços de limpeza, sinalização, fiscalização,
remoção de entulhos, serviços de projetistas ou de
arquitetura, etc) ou de meros fornecimento de
materiais ou de outros bens, não é abrangida pelas
normas de inversão, cabendo ao prestador dos
referidos serviços ou ao transmitente dos bens a
normal liquidação do IVA que se mostre devido.
Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 198
SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

Exemplo:
• A empresa Alugatudo, SA, dedica-se exclusivamente
ao aluguer de gruas. Faturou à empresa AA, Lda,
enquadrada no regime normal do IVA, serviços de
aluguer de grua no valor de 22.000€.

• Uma vez que a prestação de serviços de aluguer de


gruas, não está associada a qualquer serviço de
construção civil, não se enquadra no conceito de
serviços de construção civil, pelo que o prestador
deverá liquidar IVA, não aplicando neste caso a regra
da inversão do SP.
Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 199
SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

A mera transmissão de bens (sem instalação ou montagem por


parte ou por conta de quem os forneceu) não releva para efeitos
da regra de inversão, no entanto a entrega de bens, com
montagem ou instalação na obra, considera-se abrangida pela
regra de inversão, desde que se trate de entregas no âmbito de
trabalhos referidos anteriormente.
• Ver inf. Vinculativas - ponto 3.2.3.1 do manual.

• Excluem-se da regra de inversão os bens que,


inequivocamente, tenham a qualidade de bens móveis, isto é,
bens que não estejam ligados materialmente ao bem imóvel
com carácter de permanência.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 200


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

Só há lugar à regra de inversão quando o


adquirente:

• É um sujeito passivo sediado em Portugal, ou


que aqui tenha estabelecimento estável ou
domicílio;

• Pratique operações que conferem total ou


parcialmente o direito à dedução.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 201


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

Não há lugar à inversão, cabendo ao prestador de serviços


liquidar o IVA que se mostre devido, quando o adquirente é:
a) Não sujeito passivo. No caso de serviços de construção
prestados a um particular que seja, simultaneamente, sujeito
passivo de IVA, só há lugar à inversão quando o adquirente
declarar que os referidos serviços são afetos a atividades
sujeitas a imposto;
b) Sujeito passivo que pratica exclusivamente operações
isentas que não conferem direito à dedução (sujeitos
passivos abrangidos pelo artigo 9º ou pelo artigo 53º do
CIVA) considerando-se, como tais, os que constem, nessa
situação, no registo informático da AT;

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 202


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

Não há lugar à inversão, cabendo ao prestador


de serviços liquidar o IVA que se mostre devido,
quando o adquirente é:
• c) Sujeito passivo que apenas o é porque efetua aquisições
intracomunitárias, nos termos da alínea c) do nº 1 do artigo 2º do
Regime do IVA nas Transações Intracomunitárias - RITI (Estado e
demais pessoas coletivas de direito público abrangidas pelo disposto
no nº 2 do artigo 2º do CIVA e qualquer outra pessoa coletiva não
sujeito passivo nos termos do CIVA). Tais sujeitos passivos são
indicados, em termos de enquadramento do IVA, como “AQUIS.
INTRACOM.” ou “AQUIS.INTRACOM. POR OPÇÃO”.

• Ver inf. Vinculativa – manual ponto 3.2.4

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 203


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

No caso de adquirentes sujeitos passivos


mistos, isto é, os que pratiquem operações que
conferem o direito à dedução e operações que
não conferem esse direito e,
independentemente do método utilizado para o
exercício do direito à dedução (afetação real ou
pro rata), há lugar à inversão do sujeito passivo.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 204


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

No caso do Estado, de Autarquias, Regiões Autónomas ou de outras pessoas


coletivas de direito público:
• Não há lugar à inversão – se a aquisição de serviços estiver relacionada
com a atividade não sujeita prevista no art.º 2.º n.º 2 e 3 do CIVA.
• Há lugar à inversão - quando se trate de aquisição de serviços
diretamente relacionados com a atividade sujeita, devendo, para o efeito,
tais entidades informar o respetivo prestador.
- Há lugar à inversão - no caso de se tratar de aquisições de serviços de
construção que concorrem, simultaneamente, para atividades sujeitas a
imposto e que conferem o direito à dedução e atividades não sujeitas a
imposto.

Ver inf. Vinculativa – manual ponto 3.2.4

13. Por último, deve referir-se que incumbe às autarquias, nos termos do mesmo Ofício- Circulado,
informar o respectivo prestador de quais os serviços que estão, ou não, abrangidos por esta regra
de inversão.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 205


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

No caso de sujeitos passivos, normalmente isentos ao abrigo do nº 29 do


artigo 9.º do CIVA (locações de bens imóveis), mas que renunciaram à
isenção, só há lugar à inversão quando se trate de aquisição de serviços
diretamente relacionados com o imóvel ou fração autónoma em que houve,
relativamente à locação, renúncia à isenção, devendo, para o efeito, tais
entidades informar o respetivo prestador.

No caso de se tratar de aquisições de serviços de construção que concorrem,


simultaneamente, para situações em que houve renúncia à isenção e
situações em que não houve renúncia há lugar à inversão do sujeito passivo.

• Ver inf. Vinculativa – manual ponto 3.2.4


…devendo, para o efeito, a requerente informar o prestador de serviços da
observância das referidas condições.”

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 206


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

O adquirente de serviços de construção civil deve:

• No caso de adiantamentos, proceder, desde logo, à


autoliquidação do IVA devido pelo montante pago;

• Nos restantes casos, proceder à liquidação do IVA com


referência ao período em que o mesmo se mostre exigível.

• Ainda que, por causa imputável ao prestador, se verifique


atraso na autoliquidação por parte do adquirente, a
responsabilidade contraordenacional ou pelo pagamento de
juros daí decorrente cabe sempre ao adquirente.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 207


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

• Para efeitos de verificação do enquadramento


em IVA do adquirente, devem os interessados
consultar o sistema de declarações
eletrónicas, através da opção

CONTRIBUINTES\ CONSULTA\ IDENTIFICAÇÃO


CLIENTES/FORNECEDORES

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 208


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

• Abertura de valas;
• Abertura e tapamento de roços;
• Afagamentos;
• Cedência de pessoal sob a orientação do cedente;
• Colocação de caixas de ligação;
• Construção de jardins, parques e outros trabalhos de integração paisagística;
• Construção de parques de estacionamento e respetivas reparações e
manutenções se implicarem serviços de construção civil;
• Construção de redes de rega;
• Construção e reparação de linhas férreas;
• Construção, montagem e reparações de linhas elétricas;
• Construção, reparação e pinturas de estradas e de caminhos;
• Demolições, escavações, abertura de alicerces, movimentações de terra e
trabalhos de limpeza visando preparar o terreno para construção;
• Drenagens e impermeabilizações;

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 209


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

• Execução de betonilha e betonagem;


• Execução de rebocos, alvenarias, cofragens, armações de ferro e montagem de
vigas;
• Execução de tetos e pavimentos falsos e divisórias;
• Instalações elétricas;
• Instalação de pavimentos, portas, janelas, roupeiros, ladrilhos;
• Pinturas, estuques e outros revestimentos;
• Prestação de serviços de mergulhadores, no âmbito de realização de obras
portuárias, de construção ou reparação de pontes e de outros trabalhos do mesmo
tipo;
• Serviços de canalização e pichelaria;
• Sistemas de ar condicionado, de refrigeração, de aquecimento e de comunicações,
que sejam partes integrantes do imóvel;
• Terraplanagens, aberturas e preparação de poços, drenagens e
impermeabilizações;
Outros serviços previstos na Portaria nº 19/2004, de 10 de Janeiro e não
expressamente mencionados no Anexo II.
Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 210
SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

• Aluguer de contentores, designadamente para escritórios, alojamento e sanitários;


• Assistência técnica, manutenção e reparação dos equipamentos que fazem parte do imóvel
(v.g. elevadores, sistemas de ar condicionado, de refrigeração, de aquecimento, de
eletricidade comunicações, piscinas), desde que não impliquem serviços de construção;
• Cedência de pessoal sob a orientação do cessionário; -Ensaios laboratoriais de segurança;
• Limpeza de imóveis que não impliquem serviços de pintura, rebocos ou outros trabalhos de
construção, designadamente o respetivo restauro.
• Manutenção, conservação e renovação de espaços verdes desde que não impliquem serviços
de construção;
• Mero aluguer ou colocação de equipamentos (andaimes, gruas, betoneiras, retroescavadoras
e outras máquinas);
• Remoção de entulhos e serviços de limpeza da obra;
• Serviços de engenharia, de arquitetura, de topógrafos e de projetistas;
• Serviços de inspeção de equipamentos e de instalações;
• Serviços de segurança, fiscalização, sinalização, medição e de gestão da obra;
• Serviços de transportes;
• Não se consideram neste contexto o aluguer de máquinas e equipamentos que incluam o
trabalho do respetivo operador

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 211


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

DEDUÇÃO DO IMPOSTO SUPORTADO


• Nos casos em que haja inversão, o fornecedor pode exercer o direito à
dedução do IVA suportado para a realização de tais operações nos termos
das regras gerais do CIVA.
• Também o adquirente pode deduzir o IVA autoliquidado nos termos gerais
do CIVA
Declaração do IVA
• Prestador: CAMPO 8 da DP (Valor dos Serviços prestados)
• Adquirente:
– CAMPO 3 da DP (Valor dos Serviços) + CAMPO 102 (QUADRO 6-A)
– CAMPO 4 da DP (Valor do IVA)
– CAMPO 20 a 24 da DP (Valor do IVA) – se for dedutivel

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 212


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

REGIME DA RENÚNCIA À ISENÇÃO


DO IVA NAS OPERAÇÕES
RELATIVAS A BENS IMÓVEIS

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 213


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

De acordo com o disposto no art.º 12.º do CIVA, podem


renunciar à isenção, optando pela aplicação do imposto às suas
operações:
• Os sujeitos passivos que procedam à locação de prédios
urbanos ou frações autónomas destes a outros sujeitos
passivos, que os utilizem, total ou predominantemente, em
atividades que conferem direito à dedução, podem renunciar
à isenção prevista no n.º 29 do artigo 9.º
• Os sujeitos passivos que efetuem a transmissão do direito de
propriedade de prédios urbanos, frações autónomas destes
ou terrenos para construção a favor de outros sujeitos
passivos, que os utilizem, total ou predominantemente, em
atividades que conferem direito à dedução, podem renunciar
à isenção prevista no n.º 30 do artigo 9.º.
Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 214
SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

• De acordo com o disposto no n.º 6 do art.º 12.º, os


termos e as condições para a renúncia à isenção nas
operações de transmissão e locação de bens imóveis são
estabelecidos em legislação especial, pelo que neste
sentido foi publicado o DL 21/2007, de 29 de janeiro.

• Desta forma o DL 21/2007, de 29 de janeiro, estabelece


os termos e condições em que pode ser exercida a
renúncia à isenção do IVA nas transmissões de bens e
prestações de serviços abrangidas pelos n.ºs 29 e 30 do
artigo 9.º do CIVA, prevista nos n.ºs 4 a 6 do artigo 12.º
do mesmo Código.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 215


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

Em consonância com o disposto no n.º 1 do art.º 2.º do DL


21/2007, a renúncia à isenção é admitida nas operações relativas
a bens imóveis que consistam em:

a) Locação de um prédio urbano ou de uma fração


autónoma deste;

b) Transmissão de um prédio urbano ou de uma fração


autónoma deste;

c) - Transmissão de um terreno para construção.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 216


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

Para que a renuncia seja possível é necessário que se


mostrem satisfeitas as seguintes condições:

1 - O imóvel esteja inscrito na matriz em nome do seu


proprietário, ou tenha sido pedida a respetiva inscrição,
e não se destine a habitação. No caso de contratos
realizados em simultâneo, em que haja lugar à renúncia
à isenção, a inscrição na matriz deve verificar-se em
relação ao sujeito passivo que realiza a transmissão do
imóvel no primeiro dos contratos.

• Ver inf. Vinculativa – manual ponto 3.3.2


Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 217
SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

Para que a renuncia seja possível é necessário que se


mostrem satisfeitas as seguintes condições: (continuação)

• 2 - O contrato tenha por objeto a transmissão do


direito de propriedade do imóvel ou a sua locação e
diga respeito à totalidade do bem imóvel;
• 3 - O imóvel seja afeto a atividades que confiram
direito à dedução do IVA suportado nas aquisições;
• 4 - No caso de locação, o valor da renda anual seja
igual ou superior a quinze avos do valor de
aquisição ou construção do imóvel.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 218


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

Para além disso, caso se trate da primeira transmissão ou


locação ocorrida:

• Após a construção, quando tenha sido deduzido ou ainda seja


possível deduzir, no todo ou em parte, o IVA nela suportado;

• Após ter sido objeto de grandes obras de transformação ou


renovação, de que tenha resultado uma alteração superior a
30 % do valor patrimonial tributável para efeito do imposto
municipal sobre imóveis, quando ainda seja possível proceder
à dedução, no todo ou em parte, do IVA suportado nessas
obras;

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 219


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

E também:
• 5 - Na transmissão ou locação do imóvel subsequente a uma
operação efetuada com renúncia à isenção, quando esteja a
decorrer o prazo de regularização previsto no n.º 2 do artigo
24.º do Código do IVA (20 anos) relativamente ao imposto
suportado nas despesas de construção ou aquisição do
imóvel.

• De referir que de acordo com o disposto no n.º 4 do art.º 2 do


DL 21/2007, não é permitida renunciar à isenção na
sublocação de bens imóveis, exceto quando estes se destinem
a fins industriais.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 220


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

• É admitida a renúncia à isenção quando o


transmitente e o adquirente do bem imóvel ou, no
caso de locação, quando o locador e o locatário
sejam sujeitos passivos referidos na alínea a) do n.º
1 do artigo 2.º do CIVA, que cumpram as seguintes
condições:

• Pratiquem operações que confiram direito à dedução


ou, no caso de sujeitos passivos “mistos”, quando o
conjunto das operações que conferem direito à
dedução seja superior a 80% do total do volume de
negócios;
Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 221
SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

É admitida a renúncia à isenção quando o transmitente e o


adquirente do bem imóvel ou, no caso de locação, quando o
locador e o locatário sejam SP referidos na alínea a) do n.º 1 do
artigo 2.º do CIVA, que cumpram as seguintes condições:
• Apresentem uma percentagem de dedução inferior a 80%,
mas apenas no caso de sujeitos passivos cuja atividade tenha
por objeto, com carácter de habitualidade, a construção,
reconstrução ou aquisição de imóveis para venda ou para
locação.
• Não estejam abrangidos pelo regime especial dos pequenos
retalhistas constante dos artigos 60.º e seguintes do CIVA;
- Disponham de contabilidade organizada nos termos dos
Códigos do IRS ou do IRC.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 222


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

• No caso de operações relativas a imóveis


detidos ou a deter em regime de
compropriedade, a renúncia à isenção só é
admitida quando as condições exigidas para a
renúncia se verifiquem relativamente a todos
os comproprietários e o direito de renúncia à
isenção seja exercido por todos eles.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 223


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

Os sujeitos passivos que pretendam renunciar à isenção devem solicitar, por via
eletrónica, no Portal das Finanças, a emissão de um certificado para efeitos de renúncia,
do qual conste os seguintes elementos:
• O nome ou designação social do sujeito passivo transmitente ou locador e do sujeito
passivo adquirente ou locatário do imóvel, bem como os respetivos números de
identificação fiscal;
• A identificação do imóvel;
• Se se trata de uma operação de transmissão do direito de propriedade do imóvel ou de
uma operação de locação do mesmo;
• A atividade a exercer no imóvel;
• O valor da venda do imóvel ou o valor mensal da renda;
• A declaração de que se encontram reunidas todas as condições para a renúncia à
isenção, previstas no Código do IVA e no presente regime.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 224


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

• O certificado de renúncia é válido por seis


meses e tem exclusivamente por efeito titular
que os sujeitos passivos intervenientes na
operação manifestaram à Autoridade
Tributária a intenção de renunciar à isenção
do IVA nessa operação e que declararam estar
reunidas as condições legalmente previstas
para que a renúncia se efetivasse.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 225


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

• Deixando de se verificar as condições de


renúncia à isenção antes da celebração do
contrato, ou tendo decorrido o prazo de
validade do certificado de renúncia sem que
tal contrato haja sido celebrado, deve o
sujeito passivo que solicitou a emissão do
mesmo comunicar, por via eletrónica, esse
facto ao chefe do serviço de finanças da área
da sede, estabelecimento estável ou, na sua
falta, do domicílio.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 226


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

• A renúncia à isenção só opera no momento


em que for celebrado o contrato de compra e
venda ou de locação do imóvel, ou, no caso de
contrato de locação financeira relativo a
imóvel a construir, no momento em que o
locador tome posse do imóvel, desde que o
sujeito passivo esteja na posse de um
certificado de renúncia válido e se continuem
a verificar nesse momento as condições para a
renúncia à isenção estabelecidas no DL
21/2007.
Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 227
SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

• Os sujeitos passivos que renunciem às isenções previstas nos


n.ºs 29 e 30 do artigo 9.º do CIVA, ficam sujeitos ao
cumprimento das obrigações previstas no CIVA:

• No caso concreto da transmissão de imóveis, e não obstante


o disposto no 1.º parágrafo da alínea a) do n.º 1 do artigo 2.º
do CIVA, são sujeitos passivos do imposto os adquirentes de
bens imóveis em relação aos quais tenha havido renúncia à
isenção na respetiva transmissão.
• Assim sendo, verifica-se neste caso a inversão do sujeito
passivo, cabendo ao adquirente proceder à liquidação do
imposto devido por essa operação.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 228


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

• Os sujeitos passivos que renunciem às


isenções previstas nos n.ºs 29 e 30 do artigo
9.º do CIVA, ficam sujeitos ao cumprimento
das obrigações previstas no CIVA:

• Na locação de bens imóveis o IVA é liquidado


pelo locador, ou seja pelo prestador de
serviços.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 229


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

• Na transmissão ou locação de bens imóveis


efetuadas com renúncia à isenção do IVA o valor
tributável é apurado de acordo com as regras gerais,
previstas no n.º 1 do art.º 16.º do CIVA.

• Não obstante o disposto no n.º 1 do artigo 16.º do


CIVA, na transmissão ou locação de bens imóveis
efetuadas com renúncia à isenção do IVA por sujeitos
passivos que tenham entre si relações especiais, de
acordo como disposto no n.º 4 do artigo 63.º do
CIRC, o valor tributável é o valor normal determinado
nos termos do n.º 4 do artigo 16.º do CIVA, quando:
Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 230
SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

• A contraprestação seja inferior ao valor normal e o


destinatário da operação não tenha direito a deduzir
integralmente o imposto;
• Ou,

• A contraprestação seja superior ao valor normal e o


transmitente ou o locador do bem imóvel não tenha direito a
deduzir totalmente o IVA.
• Para este efeito, considera-se que o valor normal da
transmissão do imóvel não pode ser inferior ao valor
patrimonial tributário definitivo que serviu de base à
liquidação do IMT ou que serviria no caso de não haver lugar
à liquidação deste imposto.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 231


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

EXERCÍCIO DO DIREITO À
DEDUÇÃO nos casos de
renuncia à isenção

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 232


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

• Os sujeitos passivos que renunciam à isenção do IVA nos


termos do DL 21/2007, têm direito à dedução do imposto
suportado para a realização das operações relativas a cada
bem imóvel, segundo as regras definidas no CIVA, sendo
obrigatório que a dedução de imposto relativa a cada
imóvel, ou fração, seja efetuada pelo método da afetação
real.

• Quando a Autoridade Tributária considere inadequados os


critérios de imputação utilizados na afetação real, pode fixar
critérios diferentes, disso notificando o sujeito passivo, com
indicação das razões que fundamentaram a decisão.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 233


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

• Os sujeitos passivos que renunciaram à isenção, depois de


celebrarem o contrato de locação ou de venda, utilizando o
certificado, poderão deduzir o IVA suportado nos últimos 4
anos com a aquisição ou construção do imóvel ou da fração
em relação aos quais exerceram a renúncia.

• Contudo, o prazo para efeitos da dedução do imposto


suportado na construção de bens imóveis por sujeitos
passivos cuja atividade tenha por objeto, com caráter de
habitualidade, a construção de imóveis para venda ou para
locação, quando essa construção, comprovadamente, tenha
excedido o prazo dos 4 anos, é elevado para 8 anos.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 234


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

As faturas emitidas pelos transmitentes de imóveis e pelos locadores


devem conter todos os elementos exigidos pelo art.º 36.º do CIVA.

As faturas ou documentos equivalentes emitidos por sujeitos passivos


transmitentes de bens imóveis, quando ocorra a renúncia à isenção,
devem conter a expressão “IVA – Autoliquidação”.

Contudo se a transmissão do imóvel for feita por escritura e esta


contiver as indicações referidas no artigo 36.º do CIVA, à exceção da
numeração e a menção “IVA – Autoliquidação”, a escritura substitui a
fatura exigida para efeitos deste imposto.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 235


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

LOCALIZAÇÃO DAS OPERAÇÕES


RELACIONADAS COM IMÓVEIS

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 236


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

Não se consideram localizadas em território nacional as


prestações de serviços relacionadas com um imóvel sito fora do
território nacional, incluindo:
• Os serviços prestados por arquitetos, por empresas de
fiscalização de obras, por peritos e agentes imobiliários, e os
que tenham por objeto preparar ou coordenar a execução
de trabalhos imobiliários,
• A concessão de direitos de utilização de bens imóveis;
• A prestação de serviços de alojamento efetuadas no âmbito
da atividade hoteleira ou de outras com funções análogas,
tais como parques de campismo.
De referir, que estas prestações de serviços não são indicadas na
declaração recapitulativa do IVA.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 237


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

Exemplo:
• Uma empresa com sede em Braga, efetuou serviços de
pichelaria num imóvel sito em Espanha, a uma empresa
sedeada nesse País.

Enquadramento da operação:
• Ao abrigo do disposto na al. a) do n.º 7 do art.º 6.º do CIVA, a
prestação de serviços considera-se localizada em Espanha,
uma vez que se refere a serviços realizados num imóvel lá
localizado, pelo que o IVA é devido em Espanha. Assim sendo,
a fatura é emitida sem IVA.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 238


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

Exemplo:
• Uma empresa de arquitetura com sede no Porto, efetuou no
seu escritório localizado no Porto, um projeto de arquitetura
para a renovação de um hotel sito em França.

Enquadramento da operação:
• Ao abrigo do disposto na al. a) do n.º 7 do art.º 6.º do CIVA, a
prestação de serviços considera-se localizada em França, uma
vez que se refere a serviços relacionados com um imóvel lá
localizado, apesar do projeto ter sido realizado em Portugal,
pelo que o IVA é devido em França.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 239


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

Consideram-se localizadas em território nacional as prestações de serviços


relacionadas com um imóvel sito no território nacional, incluindo:

• Os serviços prestados por arquitetos, por empresas de fiscalização de obras,


por peritos e agentes imobiliários, e os que tenham por objeto preparar ou
coordenar a execução de trabalhos imobiliários;
• A concessão de direitos de utilização de bens imóveis;
• A prestação de serviços de alojamento efetuadas no âmbito da atividade
hoteleira ou de outras com funções análogas, tais como parques de
campismo.

Assim sendo, as prestações de serviços acima elencadas são tributáveis no lugar


onde se situa o imóvel, independentemente da qualidade do adquirente.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 240


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

Exemplo:
• Uma empresa com sede em Paris, efetuou serviços de pintura num imóvel sito em
Braga, a uma empresa Portuguesa.

Enquadramento da operação:
• Ao abrigo do disposto na al. a) do n.º 8 do art.º 6.º do CIVA, a prestação de
serviços considera-se localizada em Portugal, uma vez que se refere a serviços
realizados num imóvel cá localizado, pelo que o IVA é devido em Portugal.
• Caso a empresa prestadora do serviço não nomeie representante em Portugal,
cabe à empresa Portuguesa na qualidade de adquirente do serviço a
liquidação do IVA, de acordo com o disposto na al. g) do n.º 1 do art.º 2.º do
CIVA.
• O direito à dedução deste IVA liquidado dependerá do enquadramento em
termos de IVA do adquirente.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 241


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

Uma empresa com sede em Paris, efetuou serviços de pintura de um imóvel sito em
Braga, a um particular.

Enquadramento da operação:
• Ao abrigo do disposto na al. a) do n.º 8 do art.º 6.º do CIVA, a prestação de
serviços considera-se localizada em Portugal, uma vez que se refere a serviços
realizados num imóvel cá localizado, pelo que o IVA é devido em Portugal.

• Uma vez que o adquirente é um particular, a empresa prestadora do serviço com


sede em Paris, está obrigada a nomear representante em Portugal, nos termos do
art.º 30.º do CIVA. O representante deve cumprir todas as obrigações decorrentes
da aplicação do CIVA, incluindo a de registo, e é devedor do imposto que se mostre
devido pelas operações realizadas pelo representado, ou seja é devedor do IVA
devido em Portugal por esta prestação de serviços.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 242


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

SUJEITOS PASSIVOS
MISTOS NA
CONSTRUÇÃO CIVIL

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 243


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

No que diz respeito ao direito à dedução podemos


estar perante sujeitos passivos:

• Com direito à dedução;


• Sem direito à dedução (isenções simples ou
incompletas – por exemplo as previstas no art.º 9.º e
no regime de isenção consagrado no art.º 53.º)

Os sujeitos passivos que no exercício da sua atividade


efetuem simultaneamente operações tributáveis que
conferem direito à dedução e operações isentas que
não conferem esse direito denominam-se “sujeitos
passivos mistos”.
Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 244
SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

Exemplo:

• Empresas de construção civil que


simultaneamente prestam serviços de
construção civil a terceiros (operação sujeita e
não isenta) e construção de edifícios para
venda e/ou transmissão de imóveis (operação
isenta nos termos art.º 9.º que não confere
direito à dedução).

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 245


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

Os sujeitos passivos mistos, apenas podem exercer o


direito à dedução do imposto suportado nas
aquisições que se destinem às operações que
conferem direito à dedução. Assim sendo, torna-se
necessário nestas situações determinar o montante do
imposto que é dedutível e o que não é dedutível.

Para apuramento destes montantes o CIVA prevê dois


métodos:

• O método da percentagem de dedução (pro rata)


• O método da afetação real
Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 246
SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

O método da afetação real é de aplicação obrigatória no caso da construção civil:


• No caso das empresas de construção civil que simultaneamente
desenvolvam a atividade de prestação de serviços de construção
civil, sujeita a IVA, e a de construção de edifícios para venda,
isenta de IVA, foi imposta a partir de 1/1/1990 situações a
utilização do método da afetação real, uma vez que a atividade de
construção de edifícios para venda, carateriza-se por ter um caráter
irregular suscetível de gerar oscilações muito acentuadas na
percentagem de dedução;

• Sujeitos passivos que exerçam simultaneamente atividades de


locação e/ou venda de imóveis ou partes autónomas destes e
tenham optado pela renúncia às isenções previstas nos n.ºs 29.º e
30.º do art.º 9.º do CIVA, de acordo com o estipulado no DL
21/2007 de 29/1.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 247


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

MÉTODOS DE DETERMINAÇÃO DA
DEDUÇÃO DO IVA RELATIVAMENTE
A BENS OU SERVIÇOS DE
UTILIZAÇÃO MISTA

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 248


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

• No caso de utilização do método da afetação real,


obrigatório ou facultativo, pode o sujeito passivo
efetuar a dedução segundo a afetação real de todos
ou parte dos bens e serviços utilizados, com base em
critérios objetivos que permitam determinar o grau
de utilização desses bens e serviços em operações
que conferem direito a dedução e em operações que
não conferem esse direito, sem prejuízo de a AT lhe
vir a impor condições especiais ou a fazer cessar esse
procedimento no caso de se verificar que provocam
ou que podem provocar distorções significativas na
tributação.
Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 249
SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

Exemplos de critérios objetivos (ter em atenção que os


critérios devem ser adaptados à situação concreta da
empresa):

• N.º de trabalhadores,
• Massa salarial;
• Horas homem;
• Horas máquina;
• Área ocupada.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 250


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

Exemplo:
• A empresa Constroitudo, Lda, realiza simultaneamente a atividade de
serviços de construção civil (reparações, pinturas, etc) e a de construção
de edifícios para venda, adquiriu uma fotocopiadora pelo valor de €
10.000,00 acrescido de IVA no valor de € 2.300,00, que é utilizada nas
duas atividades.
• Com base num critério objetivo, a utilização efetiva da fotocopiadora foi
de 60% para as operações que não conferem direito à dedução, e
consequentemente 40% para as operações que conferem direito à
dedução.

Qual o valor do IVA dedutível:


• IVA dedutível = € 2.300,00 * 40% = € 920,00.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 251


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

Caso os sujeitos passivos utilizem este método, o imposto


suportado nas aquisições é dedutível apenas na percentagem
correspondente ao montante anual de operações que dão lugar
a dedução.

• Tal com já foi referido anteriormente, para que haja lugar à


aplicação do “pro rata” é necessário que os bens ou serviços
relativamente aos quais se determine o montante de imposto
dedutível sejam igualmente de utilização quer em operações
que permitem o direito à dedução do imposto suportado,
quer em operações que não confiram direito à dedução.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 252


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

A percentagem de dedução resulta de uma fração que


comporta, no numerador, o montante anual, imposto
excluído, das operações que dão lugar a dedução nos
termos do n.º 1 do artigo 20.º e, no denominador, o
montante anual, imposto excluído, de todas as
operações efetuadas pelo sujeito passivo decorrentes
do exercício de uma atividade económica prevista na
alínea a) do n.º 1 do artigo 2.º, bem como as
subvenções não tributadas que não sejam subsídios ao
equipamento.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 253


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

• Neste cálculo não são, no entanto, incluídas


as transmissões de bens do ativo imobilizado
(bens de investimento) que tenham sido
utilizadas na atividade da empresa, nem as
operações imobiliárias ou financeiras que
tenham um carácter acessório em relação à
atividade exercida pelo sujeito passivo.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 254


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

Esquematizando temos:

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro


255
SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

Exemplo:
• A empresa Constroitudo, Lda, realiza simultaneamente a
atividade de serviços de construção civil (reparações,
pinturas, etc) e a de construção de edifícios para venda.

Em janeiro adquiriu:
• 10 latas de tinta para a atividade de prestação de serviços de
construção civil (IVA suportado € 230,00);
• 90 sacos de cimento utilizados na construção de
apartamentos que se destinam a ser vendidos (IVA suportado
€ 160,00).

Qual o valor do IVA dedutível:


Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 256
SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

Resposta:
• Estamos perante um sujeito passivo misto uma vez que pratica
simultaneamente uma atividade sujeita que confere direito à dedução
(atividade de serviços de construção civil) e uma atividade isenta sem
direito a dedução (construção de edifícios para venda).
• Relativamente ao IVA suportado na aquisição das latas de tinta (€ 230,00),
o IVA é dedutível na totalidade, uma vez que a tinta vai ser utilizada
exclusivamente na atividade que confere direito à dedução.
• Já no que diz respeito ao IVA suportado na aquisição dos sacos de cimento
(€ 160,00), o IVA não é dedutível, uma vez que o cimento vai ser utilizado
exclusivamente na atividade que não confere direito à dedução.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 257


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

Exemplo:
• A empresa Constroinada, Lda, dedica-se à atividade de prestação de serviços
de construção civil. Recebeu no decurso do ano lucros da empresa X, SA,
tendo pago uma comissão bancária por tal situação no valo de € 12,30 (IVA
incluído à taxa de 23%).

O IVA é dedutível?

Resposta:
• Uma vez o recebimento de lucros provenientes de participações sociais
constitui uma operação excluída do conceito de atividade económica, o IVA
suportado na comissão associada à perceção deste rendimento não confere
direito a dedução.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 258


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

Aplicação Pratica
• Ao longo do ano o IVA vai sendo deduzido em função da pro-
rata provisoria (calculada com base nos dados do ano anterior).

• Na ultima declaração do período tem de corrigir os valores


deduzidos anteriormente com base na pro-rata definitiva do
ano em causa.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 259


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

Exemplo: (pagina 105 do manual)


A empresa Construbem,SA, enquadrada no regime normal mensal, realiza simultaneamente a
atividade de serviços de construção civil (reparações, pinturas, etc) e a de construção de edifícios
para venda, apresentava na sua contabilidade com referência a 31/12/2017, os seguintes valores
(pro rata definitivo de 2016: 65%):

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 260


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

Exemplo: (pagina 105 do manual)

• De acordo com o disposto no art.º 23.º do CIVA e oficio


circulado 79713 de 18/07/89, a empresa deduziu ao longo de
2017 a totalidade do IVA suportado na aquisição de bens e
serviços específicos para a realização das operações que
conferem direito à dedução, no valor de € 73.600,00, e não
lhe foi possível deduzir a totalidade do IVA suportado na
aquisição de bens e serviços específicos para a realização das
operações que não conferem direito à dedução, no valor de €
27.600,00.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 261


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

Exemplo: (pagina 105 do manual)


Bens de utilização mista

Inicialmente
Dedução com base pro-rata provisório de 2017 (o definitivo de 2016)
Deduziu 18.400 * 65% = 11.960€

No final do ano regulariza com base na pro-rata definitiva


Pro-rata (2017) = (€ 100.000 + € 300.000 + € 250.000)/ (€ 100.000 + € 300.000 + €250.000+€ 700.000) = 48,15% arredondado para 49%

IVA regularizar favor do estado = 18.400 * (65% - 49%) = 2.944€

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 262


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

REGULARIZAÇÕES RELACIONADAS COM BENS DE INVESTIMENTO


No ano de aquisição
• Dedução do IVA com base no pro-rata desse ano

Regularização
• Nos 5 anos (ou 20 se forem imoveis) caso entre a pro-
rata de cada um desses anos difira em mais de 5% para
a pro-rata utilizada no ano de aquisição

Exceções
• Bens de investimentos de valor inferior a 2.500€.
• Bens com vidas uteis inferiores a 5 anos.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 263


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

REGULARIZAÇÕES RELACIONADAS COM BENS DE INVESTIMENTO


Exemplo (pag 109)
… Em janeiro de 2013, adquiriu uma grua, pelo valor de 100.000€ acrescido de IVA no valor de € 23.000,00, que vai ser
utilizada em ambas as atividades. Para efeitos de dedução do IVA suportado e dada a impossibilidade do uso da afetação
real, a empresa usou o pro rata provisório de 40% (definitivo do ano anterior). O pro rata definitivo de 2013 foi de 42%. -
deduziu portanto 9.660€ (9.200€ + 460€ de regularização)

2014 – Pro-rata de 45%


• Como diferença é menor que 5% não se regulariza nada
2015 – Pro-rata de 49%
• Diferença = 42% - 49% = -7%
• Regularização = [23.000€ * (49% - 42%)] : 5 = 322€ (Favor Empresa)
2016 – Pro-rata de 60%
• Diferença = 42% - 60% = -18%
• Regularização = [23.000€ * (60% - 42%)] : 5 = 828€ (Favor Empresa)
2017 – Pro-rata de 31%
• Diferença = 42% - 31% = 11%
• Regularização = [23.000€ * (31% - 42%)] : 5 = 506€ (Favor Estado)

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 264


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

REGULARIZAÇÕES RELACIONADAS COM BENS DE INVESTIMENTO

Na alienação
Nos casos de transmissões de bens de investimento durante o período de regularização (5 ou 20 anos), a
regularização é efetuada de uma só vez, pelo período ainda não decorrido, considerando-se que tais
bens estão afetos a uma atividade totalmente tributada no ano em que se verifica a transmissão e
nos restantes até ao esgotamento do prazo de regularização. Se, porém, a transmissão for isenta de
imposto, nos termos dos n.ºs 29) ou 30) do artigo 9.º, considera-se que os bens estão afetos a uma
atividade não tributada, devendo no primeiro caso efetuar-se a regularização respetiva.

Alterações de atividade do SP
Sempre que por motivo de alteração de atividade o SP passe a exercer atividades isentas (deverá
regularizar o IVA eventualmente deduzido em excesso.

Não utilização dos bens de investimento


Sempre que os bens de investimento para os quais o IVA foi parcialmente deduzido não forem utilizados
durante um ano deve ser regularizado no final do mesmo o IVA correspondente a esse ano.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 265


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

CONSTRUÇÃO CIVIL – BREVE


ENQUADRAMENTO EM SEDE DE
IMI

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 266


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

• O imposto municipal sobre imóveis (IMI)


incide sobre o valor patrimonial tributário
dos prédios rústicos e urbanos situados no
território português, constituindo receita dos
municípios onde os mesmos se localizam.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 267


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

• Nos termos da al. d) do n. º 1 do art.º 9.º do CIMI o IMI é


devido a partir do 4.º ano seguinte, inclusive, àquele em que
um terreno para construção tenha passado a figurar no
inventário de uma empresa que tenha por objeto a
construção de edifícios para venda.

• Nos termos da al. e) do n.º 1 do art.º 9.º do CIMI o IMI é


devido a partir do 3.º ano seguinte, inclusive, àquele em que
um prédio tenha passado a figurar no inventário de uma
empresa que tenha por objeto a sua venda. Contudo nesta
situação, o imposto é devido a partir do ano, inclusive, em
que a venda do prédio tenha sido retardada por facto
imputável ao respetivo sujeito passivo.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 268


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

• Os sujeitos passivos comunicar ao serviço de


finanças da área da situação dos prédios, no prazo
de 60 dias contados da verificação do facto
determinante da sua aplicação, a afetação dos
prédios àqueles fins.

• Se a comunicação for apresentada para além do


prazo referido, o imposto é devido por todo o tempo
já decorrido, iniciando-se a suspensão da tributação
apenas a partir do ano da comunicação, cessando,
todavia, no ano em que findaria caso tivesse sido
apresentada em tempo.
Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 269
SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

• Não gozam do regime previsto nas alíneas d) e e) do n.º 1 os


sujeitos passivos que tenham adquirido o prédio a entidade
que dele já tenha beneficiado.

• O disposto nas alíneas d) e e) do n.º 1 não é


aplicável aos sujeitos passivos que tenham
domicílio fiscal em país, território ou região
sujeitos a um regime fiscal claramente mais
favorável constante de lista aprovada por
portaria do Ministro das Finanças.

• Exemplos: ver manual


Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 270
SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

Caso Pratico 1
A empresa XXZ, Lda, que se dedica à compra, venda e
construção de imóveis, adquiriu em 1 de julho de 2017,
à D. Carla, um terreno para construção com o objetivo
de construir uma moradia para posterior venda, tendo
registado o mesmo nos inventários da empresa
Comunicados os factos descritos ao serviço de finanças
da área de localização do imóvel em 20/7/2017.
A partir de que ano será devido IMI pela empresa XXZ,
Lda?

Resposta: 1/1/2021
Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 271
SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

Caso Pratico 2
• A empresa XXZ, Lda, que se dedica à compra e venda de
imóveis, adquiriu em 1 de julho de 2017, à D. Carla, um
armazém com o objetivo de posterior venda, tendo registado
o mesmo nos inventários da empresa
Comunicados os factos descritos ao serviço de finanças da área
de localização do imóvel em 20/12/2017, a partir de que ano
será devido IMI pela empresa XXZ, Lda?

Resposta: apesar de comunicado fora do prazo como a


tributação em IMI reporta sempre à data de 31/12 o IMI apenas
será cobrado após 1/1/2000.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 272


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

CONSTRUÇÃO CIVIL – BREVE


ENQUADRAMENTO EM SEDE DE
IMT

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 273


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

O imposto municipal sobre as transmissões onerosas


de imóveis (IMT) incide sobre as transmissões previstas
no CIMT, qualquer que seja o título por que se operem.

Para efeitos do IMT, o conceito de prédio é o definido


no CIMI.

O IMT incide sobre as transmissões, a título oneroso,


do direito de propriedade ou de figuras parcelares
desse direito, sobre bens imóveis situados no território
nacional.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 274


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

Encontram-se também sujeitas a IMT:


- As promessas de aquisição e de alienação, logo que verificada
a tradição para o promitente adquirente, ou quando este
esteja usufruindo os bens, exceto se se tratar de aquisição de
habitação para residência própria e permanente do adquirente
ou do seu agregado familiar e não ocorra qualquer das
situações previstas no n.º 3;

• O arrendamento com a cláusula de que os bens arrendados se


tornam propriedade do arrendatário depois de satisfeitas
todas as rendas acordadas;

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 275


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

Encontram-se também sujeitas a IMT:


• Os arrendamentos ou subarrendamentos a longo prazo,
considerando-se como tais os que devam durar mais de 30
anos, quer a duração seja estabelecida no início do contrato,
quer resulte de prorrogação, durante a sua vigência, por acordo
expresso dos interessados, e ainda que seja diferente o
senhorio, a renda ou outras cláusulas contratuais;
• A aquisição de partes sociais ou de quotas nas sociedades em
nome coletivo, em comandita simples ou por quotas, quando
tais sociedades possuam bens imóveis, e quando por aquela
aquisição, por amortização ou quaisquer outros factos, algum
dos sócios fique a dispor de, pelo menos, 75 % do capital
social, ou o número de sócios se reduza a dois casados ou
unidos de facto.
Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 276
SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

Encontram-se também sujeitas a IMT:


• A aquisição de unidades de participação em fundos de
investimento imobiliário fechados de subscrição particular,
independentemente da localização da sociedade gestora, bem
como operações de resgate, aumento ou redução do capital ou
outras, das quais resulte que um dos titulares ou dois titulares
casados ou unidos de facto fiquem a dispor de, pelo menos, 75
% das unidades de participação representativas do património
do fundo.
• Celebração de contrato-promessa de aquisição e alienação de
bens imóveis em que seja clausulado no contrato ou
posteriormente que o promitente adquirente pode ceder a sua
posição contratual a terceiro;

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 277


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

Encontram-se também sujeitas a IMT:


• Cessão da posição contratual no exercício do direito
conferido por contrato-promessa referido no ponto
anterior;

• Outorga de procuração que confira poderes de


alienação de bem imóvel ou de partes sociais ou
unidades de participação a que se referem as alíneas
d) e e) do n.º 2 do art.º 2.º do IMT em que, por
renúncia ao direito de revogação ou cláusula de
natureza semelhante, o representado deixe de poder
revogar a procuração;
Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 278
SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

Encontram-se também sujeitas a IMT:


• Outorga de instrumento com
substabelecimento de procuração com os
poderes e efeitos previstos no ponto anterior;
• Cedência de posição contratual ou ajuste de
revenda, por parte do promitente adquirente
num contrato-promessa de aquisição e
alienação, vindo o contrato definitivo a ser
celebrado entre o primitivo promitente
alienante e o terceiro.
Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 279
SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

São isentas do IMT as aquisições de prédios para


revenda, desde que: (1/2)

• Se verifique ter sido apresentada antes da aquisição


a declaração prevista no artigo 112.º do Código do
Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares
(IRS) ou na alínea a) do n.º 1 do artigo 109.º do
Código do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas
Coletivas (IRC), consoante o caso, relativa ao
exercício da atividade de comprador de prédios
para revenda;

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 280


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

São isentas do IMT as aquisições de prédios para revenda,


desde que: (2/2)

• Se reconhecer que o adquirente exerce normal e


habitualmente a atividade de comprador de prédios para
revenda.
• Considera-se que o sujeito passivo exerce normal e
habitualmente a atividade quando comprove o seu exercício
no ano anterior, através da demonstração efetuada no serviço
de finanças que no ano anterior, foi adquirido para revenda
ou revendido algum prédio antes adquirido para esse fim.
Feita esta prova, o serviço de finanças coloca o NIPC do SP na
base de dados dos benefícios fiscais.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 281


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

• A isenção referida não prejudica a liquidação e pagamento


do imposto, nos termos gerais, se o adquirente não
demonstrar que exerce normal e habitualmente a atividade
de comprador de prédios para revenda, ou seja, se não
demonstrar que no ano anterior, foi adquirido para revenda
ou revendido algum prédio antes adquirido para esse fim.

• Quando o prédio tenha sido revendido sem ser novamente


para revenda, no prazo de três anos, e haja sido pago
imposto, este será anulado pelo chefe de finanças, a
requerimento do interessado, acompanhado de documento
comprovativo da transação.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 282


SEG 3518 – Construção Civil – Aspetos Contabilísticos e Fiscais

A aquisição de prédios para revenda deixará de


beneficiar de isenção logo que se verifique que:

• Aos prédios adquiridos para revenda foi dado destino


diferente; ou

• Que os mesmos não foram revendidos dentro do


prazo de três anos; ou

• O foram novamente para revenda.

Carlos Plácido e Domingos Ribeiro 283


Muito obrigado pela
atenção
dispensada!!!

domingos@ddrconsultores.pt
carlosplacido@sapo.pt

Apresentação disponível

http://domribeiro.webnode.com.pt

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