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ATENÇÃO!

O Concursos GG adverte que reproduzir e compartilhar apostilas, imagens e


aulas é crime de violação de direito autoral, previsto na Lei 9.610 e no art.
184, §§ 1º e 2º, do Código Penal, podendo gerar punição, culminando em
uma pena de reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
É muito importante ressaltar que o direito brasileiro realiza uma ampla
proteção ao direito de imagem, prevendo o dever de indenizar em caso
de sua violação. A proteção é de tamanha importância, que possui previsão
constitucional, no art. 5º, inciso V, da Constituição Federal.
Além disso, o Código Civil, em seu artigo 20, também confere proteção ao
direito de imagem, proibindo a divulgação de escritos, a transmissão da
palavra ou a publicação, a exposição ou a utilização da imagem de uma
pessoa, sem prejuízo da indenização que couber, se lhe atingirem a honra, a
boa fama ou a respeitabilidade, ou se se destinarem a fins comerciais.
A Súmula nº 203 do Superior Tribunal de Justiça relata ainda que independe
de prova do prejuízo a indenização pela publicação não autorizada de
imagem de pessoa com fins econômicos ou comerciais.
Portanto, o aluno que compartilha materiais, aulas e outros, possui o dever
de reparar pelo uso indevido da imagem, mesmo que não haja prova do
prejuízo e/ou dolo na conduta do agente. Além disso, ainda pode vir a sofrer
as sanções penais supracitadas.
Desta forma, é terminantemente proibido o rateio de materiais do curso
através de grupos de Whatsapp, Facebook, E-mail ou qualquer outro meio
de compartilhamento. Inclusive alertamos que a matrícula do aluno pode vir
a ser cancelada caso seja constatada a prática de rateio, conforme previsão
contratual.
Conhecimentos
Bancários
Prof. Edgar Abreu

CARTA AOS FUTUROS TÉCNICOS BANCÁRIOS DA CEF

Futuro técnico bancário da CEF. Sou o professor Edgar Abreu, serei o responsável para fazer você
acertar TODAS as questões de conhecimentos bancários no dia 26 de maio de 2024.
Tenho bastante experiência em concursos, mais de 15 anos. A maioria dos funcionários aprovados
em concursos no Banrisul, CEF, BRB, BNB e também Banco do Brasil, foram meus alunos. Inclusive
no último concurso da CEF, 7 de cada 10 bancários aprovados e nomeados, foram meus alunos.
Dessa vez não vai ser diferente. Se você ler com calma, dedicar tempo e atenção, tenho certeza que
você será compensado.
Fui aprovado em um concurso de Banco em 2003 estudando apenas por apostila, comprada, já que
não tinhamos apostilas grátis na época (fui o pioneiro no Brasil a disponibilizar esse tipo de conteú-
do de forma gratuita).
Se eu fui aprovado estudando somente por uma apostila é porque você também consegue. Então
não tem desculpas, se você não tem condição de comprar curso, estude por apostila grátis.
Esse é o concurso dos SONHOS, já que 80% da nota será de responsabilidade da disciplina de Co-
nhecimentos Bancários, tudo com o PAI.
Caso você tenha condição de investir em um curso preparatório para acelerar os seus estudos, será
um prazer ser seu professor. Minhas aulas estão disponíveis com exclusividade no GG Concursos,
vou deixar o link com QR Code aqui pra você!

Espero que esse concurso possa mudar a sua vida também. Pode contar comigo e todos os meus
amigos professores, aqui na turma do GG.
Agora sim, desejo bons estudos para todos nós e espero que assim que sair o resultado você me
mande um e-mail ou poste uma foto no Instagram ou Facebook me marcando, deixo abaixo meus
contatos:
• Instagram: @prof.edgarabreu
• Facebook: @edgar.abreu
Foi lindo e vamos estudar!

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS | EDGAR ABREU

EDITAL CONHECIMENTOS BANCÁRIOS (VERTICALIZADO) –


PUBLICADO EM 22 DE FEVEREIRO 2024

TEMA ASSUNTO

ESTATUTO 1 – Estatuto Social da CAIXA (Disponível no sítio da Caixa Econômica Federal).

2 – Sistema Financeiro Nacional: Estrutura do Sistema Financeiro Nacional;


Órgãos normativos e instituições supervisoras, executoras e operadoras.
SFN
3 – Mercado financeiro e seus desdobramentos (mercado monetário, de
crédito, de capitais e cambial).

3 – Os bancos na Era Digital: Atualidade, tendências e desafios.

4 – Internet banking.

5 – Mobile banking.

6 – Novos modelos de negócios.

7 – Fintechs, startups e big techs.

ATUALIDADES SFN 8 – Sistema de bancos-sombra (Shadow banking).

9 – Moedas e ativos digitais: blockchain, bitcoin e demais criptomoedas.

10 – Correspondentes bancários.

11 – Sistema de pagamentos instantâneos (PIX, DREX).

12 – Open finance: Real digital.

13 – Transformação digital no Sistema Financeiro.

14 – Moeda e política monetária: Políticas monetárias convencionais e não-


convencionais (Quantitative Easing);
ECONOMIA E POLÍTICAS
15 – Taxa SELIC e operações compromissadas; O debate sobre os depósitos
MONETÁRIAS
remunerados dos bancos comerciais no Banco Central do Brasil.

16 – Orçamento público, títulos do Tesouro Nacional e dívida pública.


17 – Produtos Bancários: Programas sociais e Benefícios do trabalhador;
Noções de cartões de crédito e débito, crédito direto ao consumidor, crédito
PRODUTOS BANCÁRIOS
rural, poupança, capitalização, previdência, consórcio, investimentos e
seguros.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS | EDGAR ABREU

TEMA ASSUNTO
MERCADO CAPITAIS 18 – Noções de Mercado de capitais.
19 – Noções de Mercado de Câmbio: Instituições autorizadas a operar e
operações básicas.

20 – Regimes de taxas de câmbio fixas, flutuantes e regimes intermediários.

MERCADO CÂMBIO 21 – Taxas de câmbio nominais e reais;

22 – Impactos das taxas de câmbio sobre as exportações e importações.

23 – Diferencial de juros interno e externo, prêmios de risco, fluxo de capitais


e seus impactos sobre as taxas de câmbio.

24 – Dinâmica do Mercado: Operações no mercado interbancário.

25 – Mercado bancário: Operações de tesouraria, varejo bancário e


TESOURARIA recuperação de crédito.
26 – Taxas de juros de curto prazo e a curva de juros; taxas de juros nominais
e reais.
27 – Garantias do Sistema Financeiro Nacional: aval; fiança; penhor mercantil;
GARANTIAS
alienação fiduciária; hipoteca; fianças bancárias.

AUTORREGULAÇÃO 28 – Autorregulação bancária.

29 – Lei Complementar nº 7/1970 (PIS).

30 – Lei nº 8.036/1990 (FGTS): possibilidades e condições de utilização/


saque.

PROGRAMAS GOVERNO 31 – Certificado de Regularidade do FGTS. 32 – Guia de Recolhimento (GRF).

33 – Lei nº 10.836/2004 (Bolsa Família).

37 e 44 – Lei nº 7.998/1990 (Programa Desemprego e Abono Salarial –


beneficiários e critérios para saque)

34 – Produtos: Abertura e movimentação de contas: documentos básicos.


ATENDIMENTO
35 – Pessoa física e pessoa jurídica: capacidade e incapacidade civil,
representação e domicílio.

SPB 36 – Sistema de pagamentos brasileiro.

SAÚDE 38 – Saúde e bemestar, ergonomia.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS | EDGAR ABREU

TEMA ASSUNTO
39 – Negociação, escuta empática.
40 – Noções de estratégia empresarial: análise de mercado, forças
competitivas, imagem institucional, identidade e posicionamento.
VENDAS E NEGOCIAÇÕES 41 – Segmentação de mercado. CRM.
42 – Características dos serviços: intangibilidade, inseparabilidade,
variabilidade e perecibilidade.
43 – Gestão da qualidade em serviços.

Nessa apostila, assim como em minhas aulas, iremos aborar 90% dos temas cobrados, ficando ape-
nas alguns itens a serem complementados por outros professores, por serem conteúdos jurídicos e
não bancários.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS | EDGAR ABREU

SUMÁRIO

1. SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL – INTRODUÇÃO.............................................................. 11


2. SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL – NORMATIVOS E SUPERVISORES.................................... 15
2.1 Sistema Financeiro Nacional.............................................................................................. 15
2.2 Subsistema Normativo – Órgãos Normativos.................................................................... 16
2.2.1 Conselho Monetário Nacional – CMN...................................................................... 16
2.2.2 Conselho Nacional Seguros Privados – CNSP........................................................... 19
2.2.3 Conselho Nacional de Previdência Complementar – CNPC..................................... 20
2.3 Subsistema Normativo – Órgãos Supervisores.................................................................. 22
2.3.1 Banco Central Do Brasil – Bacen Ou BCB................................................................. 22
2.3.2 Comitê de Política Monetária – Copom................................................................... 27
2.3.3 Comissão de Valores Mobiliários – CVM.................................................................. 28
2.3.4 Superintendência de Seguros Privados – Susep....................................................... 31
2.3.5 Superintendência Nacional de Previdência Complementar – Previc....................... 33
3. SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL – INTERMEDIÁRIOS FINANCEIROS................................... 35
3.1 Agentes Especiais.............................................................................................................. 35
3.1.1 Banco Do Brasil – BB................................................................................................ 35
3.1.2 Caixa Econômica Federal.......................................................................................... 37
3.1.3 Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES......................... 38
3.2 Subsistema Operacional.................................................................................................... 39
3.2.1 Subsistema Operativo – Instituições Monetárias..................................................... 40
3.2.2 Subsistema Operativo – Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE)...... 47
3.2.3 Subsistema Operativo – Sistema de Distribuição de Títulos
e Valores Mobiliários (SDTVM)......................................................................................... 49
3.2.4 Subsistema Operativo – Demais Instituições Financeiras........................................ 55
4. PRODUTOS BANCÁRIOS...................................................................................................... 64
4.1 Depósito À Vista – Conta Corrente.................................................................................... 64
4.2 Depósito A Prazo – CDB E RDB........................................................................................... 65
4.2.1 Diferença Entre CDB X RDB...................................................................................... 66
4.3 Caderneta de Poupança.................................................................................................... 66
4.4 Título de Capitalização....................................................................................................... 67
4.4.1 Modalidades de Títulos............................................................................................ 68
4.4.2 Prazos....................................................................................................................... 69

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS | EDGAR ABREU

4.5 Previdência Privada........................................................................................................... 69


4.5.1 Taxas de Administração............................................................................................ 70
4.5.2 Taxas de Carregamento............................................................................................ 70
4.5.3 Portabilidade............................................................................................................ 70
4.5.4 Resgates................................................................................................................... 71
4.5.5 Fase de Benefícios.................................................................................................... 71
4.5.6 Plano Gerador de Benefícios Livres (PGBL).............................................................. 72
4.5.7 Vida Gerador de Benefícios Livres (VGBL)................................................................ 72
4.5.8 PGBL X VGBl............................................................................................................. 72
4.6 Seguros.............................................................................................................................. 73
4.6.1 Glossário.................................................................................................................. 73
4.6.2 Tipos de Seguros...................................................................................................... 73
4.6.3 Mercado de Seguros No Brasil................................................................................. 74
4.7 Consórcio........................................................................................................................... 75
4.8 Operações de Crédito Geral.............................................................................................. 76
4.8.1 Classificações Das Operações de Crédito................................................................. 76
4.8.2 Crédito Pessoal e Crédito Direto Ao Consumidor.................................................... 77
4.8.3 Crédito Direto Ao Consumidor (CDC)....................................................................... 78
4.8.4 Cartão de Crédito..................................................................................................... 78
4.8.5 Crédito Rural............................................................................................................ 80
5. SPB E AUTORREGULAÇÃO BANCÁRIA.................................................................................. 82
5.1 SPB – Sistema de Pagamentos Brasileiro........................................................................... 82
5.1.1 Arranjos de Pagamento............................................................................................ 82
5.1.2 Sistemas Operados Pelo Bacen................................................................................ 83
5.1.3 Sistemas Autorizados Pelo Bacen............................................................................ 85
5.1.4 Centralizadora Da Compensação de Cheques (Compe)........................................... 85
5.2 Autorregulação Bancária................................................................................................... 87
5.2.1 Autorregulação FEBRAPAN...................................................................................... 87
5.2.2 Principais Aspectos.................................................................................................. 87
5.2.3 Tabela Resumo: Autorregulação FEBRAPAN............................................................ 88
6. GARANTIAS BANCÁRIAS..................................................................................................... 89
6.1 Garantias Pessoais – Fidejussória...................................................................................... 90
6.1.1 Aval.......................................................................................................................... 90
6.1.2 Fiança....................................................................................................................... 91
6.1.3 Regime de Casamento X Aval e Fiança..................................................................... 92
6.1.4 Aval X Fiança............................................................................................................ 93

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS | EDGAR ABREU

6.1.5 Fiança Bancária........................................................................................................ 93


6.2 Garantias Reais.................................................................................................................. 95
6.2.1 Hipoteca................................................................................................................... 96
6.2.2 Alienação Fiduciária................................................................................................. 97
6.2.3 Alienação Fiduciária X Hipoteca – Execução............................................................ 98
6.2.4 Penhor Mercantil..................................................................................................... 99
6.2.5 Diferença Entre as Garantias Reais.......................................................................... 100
6.3 Fundo Garantidor de Crédito............................................................................................. 101
7. ATUALIDADES..................................................................................................................... 103
7.1 Internet Banking e Mobile Banking................................................................................... 103
7.1.1 Internet Banking...................................................................................................... 103
7.1.2 Mobile Banking........................................................................................................ 103
7.2 Startup, Fintechs e Big Techs............................................................................................. 105
7.2.1 Fintechs.................................................................................................................... 106
7.3 Shadow Banking................................................................................................................ 111
7.4 Moeda Real e Digital.......................................................................................................... 112
7.4.1 Blockchain: Tecnologia de Registro Distribuído....................................................... 114
7.4.2 Criptomoedas.......................................................................................................... 115
7.4.3 Drex.......................................................................................................................... 117
7.5 Pix...................................................................................................................................... 118
7.6 Open Finance.................................................................................................................... 122
7.7 Arranjo de Pagamento....................................................................................................... 124
7.8 Marketplace...................................................................................................................... 125
8 POLÍTICA MONETÁRIA......................................................................................................... 127
8.1 Copom – Comitê de Política Monetária............................................................................. 126
8.1.1 Histórico e Objetivos................................................................................................ 126
8.1.2 Operacionalização.................................................................................................... 128
8.1.3 Importância da Taxa Selic......................................................................................... 128
8.1.4 Comunicação e Transparência................................................................................. 128
8.1.5 Evolução e Contextualização.................................................................................... 128
8.1.6 Mecanismos de Decisão e Comunicação................................................................. 128
8.1.7 Desafios e Perspectivas............................................................................................ 129
8.1.8 Impacto Internacional.............................................................................................. 129
8.2 Inflação.............................................................................................................................. 129

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS | EDGAR ABREU

8.2.1 O Que é Inflação?..................................................................................................... 129


8.2.2 Por Que Controlar a Inflação?.................................................................................. 129
8.2.3 Por Que a Deflação é Também Indesejável?............................................................ 130
8.2.4 IPCA e Sua Composição............................................................................................ 130
8.2.5 Taxa de Juros Real X Nominal................................................................................... 130
8.2.6 Impacto da Inflação no Consumo e Investimentos.................................................. 130
8.2.7 Exemplo de Inflação de Consumo Para Uma Família............................................... 130
8.3 Política Monetária............................................................................................................. 131
8.4 Mecanismo de Transmissão de Política Monetária........................................................... 134
8.5 Instrumentos de Política Monetária.................................................................................. 136
8.5.1 Depósito Compulsório............................................................................................. 137
8.5.2 Redesconto de Liquidez........................................................................................... 138
8.5.3 Open Market (Mercado Aberto).............................................................................. 139
8.6 Política Monetária Não Convencional............................................................................... 140
8.6.1 Forward Guidance.................................................................................................... 141
9. DÍVIDA PÚBLICA, TÍTULOS PÚBLICOS FEDERAIS E RENDA FIXA............................................ 143
9.1 Dívida Pública e Títulos Públicos Federais......................................................................... 143
9.1.1 Dúvida Pública......................................................................................................... 143
9.1.2Tesouro Direto.......................................................................................................... 144
9.2 Renda Fixa: Definição........................................................................................................ 145
9.3 Títulos Públicos Federais................................................................................................... 148
10. CÂMBIO............................................................................................................................ 152
10.1 Taxa de Câmbio............................................................................................................... 152
10.2 Valorização e Desvalorização Cambial............................................................................. 153
10.3 Taxa de Câmbio Nominal x Taxa de Câmbio Real............................................................. 157
10.4 Mercado de Câmbio........................................................................................................ 160
10.5 Política Cambial............................................................................................................... 164
11. NOÇÕES DE MERCADO DE CAPITAIS.................................................................................. 169
11.1 Mercado de Capitais........................................................................................................ 169
11.2 Oferta Pública.................................................................................................................. 170
11.3 Ações............................................................................................................................... 173
11.4 Debêntures...................................................................................................................... 178

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS | EDGAR ABREU

AULA 01

1. SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL – INTRODUÇÃO

Então vamos começar vendo como o Sistema Financeiro Nacional e ver os Mercados que ele está
dividido e entender de forma resumida o que abrange cada um desses mercados.

MERCADO FINANCEIRO
Divisão Objetivos / Características

Garantir a liquidez da economia. O Banco Central é o principal executor des-


Mercado De Moeda
se mercado atuando através da Política Monetária para realizar o controle
(Monetário)
de oferta de moeda e das taxas de juros de empréstimos de curto prazo.

Onde ocorre a intermediação de recursos de médio e longo prazo entre os


Mercado de Crédito agentes superavitários (ofertantes de recursos) e os deficitários (tomadores
de recursos).

Troca de moeda estrangeira por moeda nacional (real) ou ao inverso. Todas


Mercado de Câmbio
as transações de comércio exterior do país passam por esse mercado.

Meio de captação de recursos para agentes deficitários através da oferta de


valores mobiliários (ações, debêntures, notas promissórias, entre outros).
Mercado de Capitais
É uma forma de o investidor acessar diretamente aos emissores desses va-
lores mobiliários.

MERCADO FINANCEIRO
Divisão Objetivos / Características
Transferência de risco de um agente (segurado) para uma instituição (se-
Mercado de
guradora) através de pagamento de prêmio (custo do seguro). Mercado es-
Seguros e Resseguro
sencial para o gerenciamento de riscos de indivíduos e empresas.
Acumulação de recursos para garantir uma aposentadoria complementar
Mercado de
ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Disponível para qualquer par-
Previdência Aberta
ticipante que possua interesse.
Garantir ao participante a oportunidade de acumular recursos e
Mercado de Capitalização
também concorrer a sorteios periódicos de valores em dinheiro.
Acumulação de recursos para garantir uma aposentadoria complementar
Mercado de Previdência
ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Porém, disponível apenas
Complementar Fechada
para um grupo restrito de participantes (funcionários de uma mesma em-
(Fundos de Pensão)
presa, por exemplo).

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS | EDGAR ABREU

Note que eu pintei de cores diferentes cada um dos mercados, agrupando alguns deles. Sabe por
quê? Cada cor dessas tem um chefão, ou como a prova vai chamar, uma Instituição Normativa.
Vou apresentar elas aqui para você:

Essas Intuições Normativas, são os caras que “ditam” as regras. No módulo 2, onde estudaremos
cada uma das Instituições, ficará mais claro a atividade e responsabilidade de cada um deles. Mas
para agora, para facilitar seu entendimento, são como instituição legislativa, quem dita as normas,
as leis, regulamenta o mercado!
Por falar em leis, você sabia que existem leis em vários estados e municípios que proíbem as pesso-
as de jogarem lixo ao ar livre, na rua, calçadas etc? Sim, existe, mas porque será que as pessoas não
cumprem essas leis? Porque de nada adianta uma lei se não tivermos quem fiscaliza!
Esses conselhos são muito importantes no Mercado Financeiro, mas cada um deles irá precisar de
uma autarquia que fiscaliza e faça cumprir a legislação editada. Esses fiscalizadores, damos o nome
de Instituições Supervisoras. Agora vou te apresentar quem é o supervisor de cada um dos merca-
dos que compõe o Sistema Financeiro Nacional!

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SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL – SFN


Seguro,
Mercados

Previdência Previdência
Moeda, Crédito
Capitais Aberta, Fechada – Fundo
e Câmbio
Capitalização e de Pensão
Resseguro
Conselho Conselho Nacional
Normativos

Conselho Conselho
Nacional de de Previdência
Monetário Monetário
Seguros Privados Complementar
Nacional – CMN Nacional – CMN
– CNSP – CNPC
Banco Central
Superintendência
Supervisores

do Brasil – BCB
Superintendência Nacional de
Banco Central e Comissão
de Seguros Previdência
do Brasil – BCB de Valores
Privados – Susep Complementar
Mobiliários
– Previc
– CVM

Note que o mercado de capitais possui dois supervisores (supervisão compartilhada), Banco Cen-
tral (BACEN) e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Bom, agora estamos com um sistema mais completo, não é? Temos quem cria as leis (órgãos nor-
mativos) e também que faz essas leis serem cumpridas (órgãos supervisores). Mas ainda falta uma
pequena peça nesse quebra-cabeça, não acha?
Eu gosto de fazer a analogia com o trânsito. Imagina que em uma determinada rua tem um limite
de velocidade de 60 km/h, quem determina isso? É o órgão legislativo, em nosso caso Normativo,
para fazer cumprir a legislação o agente de trânsito fiscaliza, com radares fixo, móveis etc. No nosso
caso esse fiscalizador são os órgãos Supervisores. Agora pensa quem em sua casa você recebeu
uma multa que não é devida? Placa clonada, ou algum erro da instituição. Como você luta pelos
seus direitos? Precisamos ter um sistema judiciário, não é mesmo? No Sistema Financeiro, esses
órgãos são chamados de Recursais.
Quando exercem suas funções de fiscalização os supervisores possuem autonomia para punir as
instituições que não agirem em conformidade com a lei. Como em qualquer julgamento, cabe a
instituição punida a faculdade de recorrer a penalidade aplicada, para isso se faz necessário a exis-
tência de um órgão recursal, que são eles:

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SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL – SFN


Seguro,
Mercados

Previdência Previdência
Moeda, Crédito
Capitais Aberta, Fechada – Fundo
e Câmbio
Capitalização e de Pensão
Resseguro
Conselho de
Câmara de
Recursos do
Recursos da
Recursal

Conselho de Recursos do Sistema Sistema Nacional


Previdência
Financeiro Nacional – CRSFN de Seguros
Complementar –
Privados –
CRPC
CRSNSP

Esses três órgãos recursais são responsáveis por julgar os recursos interpostos, oriundos de penali-
dades administrativas aplicadas pelos supervisores do Sistema Financeiro Nacional – SFN.
Bom, acho que dei um bom spoiler do que vem por aí... Sistema Financeiro Nacional! Vamos juntos?

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS | EDGAR ABREU

AULA 02

2. SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL – NORMATIVOS E SUPERVISORES

2.1 SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL


Em algum momento de sua vida você já solicitou dinheiro a um amigo ou parente ou pediu a ele
dinheiro emprestado? Caso tenha participado de uma operação financeira bilateral, espero que te-
nha tido sucesso quanto aos compromissos assumidos. Em geral, não é o que acontece.
Se operações financeiras com pessoas conhecidas já são complexas, imagine fazer um negócio fi-
nanceiro com quem você nunca viu. Quais são as garantias? Os riscos assumidos? Se os negócios no
mercado financeiro ocorressem de forma direta entre agentes superavitários e deficitários1, quan-
tos negócios teríamos? Como as pessoas e as empresas se capitalizariam? Certamente, a liquidez
seria mínima.

Por esse motivo, faz-se necessária a criação de um Sistema Financeiro, que se trata de um conjunto
de órgãos que regulamenta, fiscaliza e executa as operações indispensáveis à circulação da moeda
e do crédito na economia. O Sistema Financeiro tem o importante papel de fazer a intermediação
de recursos entre os agentes econômicos superavitários e os deficitários de recursos, tendo como
resultado um crescimento da atividade produtiva. Sua estabilidade é fundamental para a segurança
das relações entre os próprios agentes econômicos.
Segundo a Legislação, o sistema Financeiro Nacional, é constituído:

1 Superavitário: Quem possui dinheiro sobrando e está disposto a poupar. Deficitário: Quem tem déficit financeiro e busca
recursos junto ao mercado.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS | EDGAR ABREU

O Sistema Financeiro Nacional é dividido em dois subsistemas, uma maneira mais simples para a
gente entender. Basicamente é uma divisão de quem manda e quem obedece, como o diagrama a
seguir:

2.2 SUBSISTEMA NORMATIVO – ÓRGÃOS NORMATIVOS


São responsáveis por determinar regras e diretrizes gerais para o bom funcionamento do Sistema
Financeiro Nacional. Os três órgãos normativos que compões o Sistema Financeiro Nacional, são:

2.2.1 CONSELHO MONETÁRIO NACIONAL – CMN


Vamos começar falando dele o chefe supremo, quem manda em tudo, o grande CMN. Antes de co-
meçar a falar, já vou chamando a atenção aqui:

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS | EDGAR ABREU

#PaiEd | Atualiza
A legislação que regulamenta o CMN, 4.595 de 1964, sofreu alteração recente! (demorou).
São poucas mudanças, mas o suficiente para te derrubar na prova se estiver estudando com
material desatualizado, então CUIDADO! Se você está lendo isso, é porque está com #PaiEd
então está em boas mãos! Vamos juntos?

O Conselho Monetário Nacional (CMN) é o órgão superior do Sistema Financeiro Nacional (SFN) e
tem a responsabilidade de formular a política da moeda e do crédito. Seu objetivo é a estabilidade
da moeda e o desenvolvimento econômico e social do país.
Em sua primeira formação o CMN era composto pelo Ministro da Fazenda (presidente do Conse-
lho), pelo Presidente do Banco do Brasil, o Presidente do Banco Nacional do Desenvolvimento Eco-
nômico – BNDE2 e mais seis membros nomeados pelo Presidente da República. Desde sua criação
sofreu por algumas constantes mudanças em sua composição, ficando como a atual a ditada pela
lei 9.069/95 (Plano Real), que limita os membros em apenas 3, sendo eles o

Os seus membros reúnem-se uma vez por mês (ordinariamente) para deliberar sobre assuntos re-
lacionados com as competências do CMN. Em casos extraordinários pode acontecer mais de uma
reunião por mês.
Junto ao CMN também funciona a Comissão Técnica da Moeda e do Crédito (Comoc), que foi cria-
da pelo art. 9º da Lei nº 9.069, de 29 de junho de 1995 e tem como coordenador o Presidente do
Banco Central do Brasil. A Comoc funciona como órgão de assessoramento técnico para o CMN, na
formulação da política da moeda e do crédito do País. Apesar de prestar assessoria técnica a Comoc
não pode ser considerada uma comissão consultiva, já que suas competências são bem mais abran-
gentes, destacando-se pelo fato de ser o responsável em propor regulamentação e também mani-
festar-se previamente sobre as matérias tratadas de competência do Conselho Monetário Nacional.
A COMOC é composta:
I. Presidente e quatro Diretores do Banco Central do Brasil
II. Presidente da Comissão de Valores Mobiliários
III. Secretário-Executivo do Ministério da Economia
IV. Secretário de Política Econômica do Ministério da Economia
V. Secretário do Tesouro Nacional do Ministério da Economia

2 Na época (1945) o BNDE não tinha em seu nome e nem em suas atividades o cunho “social”, passando a se chamar
BNDES somente em 1982.

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#PaiEd | Atualiza
Cuidado, muitos materiais antigos (inclusive meu) e muitos professores atuais, que não se
atualizam, falam das comissões consultivas que funcionam junto ao CMN. Funcionavam...
desde a Lei Complementar 179 de fevereiro de 2021, que deu autonomia para o BACEN, aca-
bou tirando algumas coisas do CMN, entre elas, as comissões consultivas, que deixaram de
existir, ficando apenas a COMOC.

O CMN reúne-se ordinariamente uma vez por mês e extraordinariamente por convocação do seu
presidente. Participam das suas reuniões além dos conselheiros, membros da Comoc, os Diretores
de Administração e Fiscalização do Banco Central do Brasil, quando convocados pelo Presidente do
CMN (Ministro da Fazenda).
De todas as reuniões são lavradas atas, cujo extrato é publicado no Diário Oficial da União (DOU),
onde também devem ser publicadas as matérias aprovadas que são regulamentadas por meio de
Resoluções, normativos de caráter público, que também podem ser consultados através da página
de normativos do Banco Central do Brasil3.
Os objetivos do CMN estão definidos no artigo 3º da lei 4.595. São eles:

#PaiEd | Atualiza
Cuidado, muitos materiais antigos (inclusive meu) e muitos professores atuais, que não se
atualizam, utilizam os objetivos REVOGADOS do CMN. Isso mudou... desde a Lei Comple-
mentar 179 de fevereiro de 2021, que deu autonomia para o BACEN, acabou tirando algu-
mas coisas do CMN, mas vem comigo que vou te explicar da forma CORRETA!

“I. Adaptar o volume dos meios de pagamento ás reais necessidades da econo-


mia nacional e seu processo de desenvolvimento.” (Revogado pela LC 179/21)
“II – Regular o valor interno da moeda, para tanto prevenindo ou corrigindo os
surtos inflacionários ou deflacionários de origem interna ou externa, as depres-
sões econômicas e outros desequilíbrios oriundos de fenômenos conjunturais.”
(Revogado pela LC 179/21)
“III – Regular o valor externo da moeda e o equilíbrio no balanço de pagamento
do País, tendo em vista a melhor utilização dos recursos em moeda estrangeira”
(Revogado pela LC 179/21)
“IV – Orientar a aplicação dos recursos das instituições financeiras, quer públi-
cas, quer privadas; tendo em vista propiciar, nas diferentes regiões do País, con-
dições favoráveis ao desenvolvimento harmônico da economia nacional”

Como maior autoridade monetária do país, cabe ao CMN a responsabilidade de orientar as insti-
tuições financeiras quanto a suas aplicações de recursos. As Sociedades Seguradoras, por exem-
plo, que são regulamentadas e fiscalizadas pelo Conselho Nacional de Seguros Privados – CNSP e
pela Superintendência Nacional de Seguros Privados – SUSEP devem seguirem orientações do CMN
quanto a aplicação de recursos. Vale ressaltar que as Sociedades Seguradoras mesmo não sendo
Instituições Financeiras, são equiparadas como tal, de acordo com o artigo 1º da Lei Federal 7.492
de 1986.
3 Ver Link 1 na seção Link’s interessantes e QR codes.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS | EDGAR ABREU

“V – Propiciar o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos financei-


ros, com vistas à maior eficiência do sistema de pagamentos e de mobilização de
recursos.”

Um dos exemplos da atuação do CMN para atingimento desse objetivo foi a criação do DPGE (De-
pósito a Prazo com Garantia Especial), que foi criado em 2009 pela resolução 3.692 (revogado
posteriormente após a estabilidade da economia) foi uma alternativa de captação para bancos de
menor porte em meio à crise internacional de liquidez, que, no Brasil, castigou principalmente os
pequenos e médios e que conta com garantia do Fundo Garantidor de Crédito – FGC até o limite de
40 milhões.
“VI – Zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras.”

A liquidez e solvência das instituições financeiras está diretamente ligada com a liquidez da econo-
mia, porém a responsabilidade de zelar pela liquidez da economia é do Banco Central do Brasil e
não do CMN.
“VII – Coordenar as políticas monetária, creditícia, orçamentária, fiscal e da dívi-
da pública, interna e externa.”

O Conselho deve coordenar as políticas, sendo o Banco Central do Brasil o responsável pela execu-
ção delas.
Já as competências do CMN estão redigidas no artigo 4º da lei que o cria (4.595/64), também sofre-
ram algumas alterações, como são aproximadamente 30 incisos, vou destacar aqui os mais impor-
tantes:
1. Fixar as diretrizes e normas da política cambial;
2. Disciplinar o crédito em todas as suas modalidades e as operações creditícias em todas as suas
formas;
3. Regular a constituição, funcionamento e fiscalização das Instituições Financeiras;
4. Limitar, sempre que necessário, as taxas de juros, descontos comissões, inclusive os prestados
pelo Banco Central;
5. Determinar a percentagem máxima dos recursos que as instituições financeiras poderão em-
prestar a um mesmo cliente ou grupo de empresas;
6. Expedir normas gerais de contabilidade e estatística a serem observadas pelas instituições fi-
nanceiras.

2.2.2 CONSELHO NACIONAL SEGUROS PRIVADOS – CNSP


Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) é o órgão responsável por fixar as diretrizes e nor-
mas da política do mercado de seguros privados. É a autoridade nesse mercado, que se divide em:

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• Mercado de Seguros Privados: é o mercado que oferece serviços de proteção contra riscos;
• Mercado de Capitalização: são os acordos em que o contratante deposita valores podendo
recebê-los de volta com juros e concorrer a prêmios.
• Mercado de Previdência Complementar Aberta: é um tipo de plano para aposentadoria, pou-
pança ou pensão. Funciona à parte do regime geral de previdência e aceita a participação do
público em geral.
O CNSP é composto por representantes do(a):
I. Ministro da Fazenda (Presidente)
II. Ministro da Justiça e Segurança Pública
III. Ministro da Previdência
IV. Superintendência de Seguros Privados – SUSEP
V. Banco Central do Brasil – BACEN
VI. Comissão de Valores Mobiliários – CVM
Apesar de não ser subordinado hierarquicamente ao Conselho Monetário Nacional, suas políticas
devem estar de acordo com as políticas definidas pelo CMN. Suas principais competências são:
• Fixar as diretrizes e normas da política de seguros privados.
• Regular a constituição, organização, funcionamento e fiscalização dos que exercerem ativida-
des subordinadas ao mercado de seguros privados, bem como a aplicação das penalidades pre-
vistas.
• Fixar as características gerais dos contratos de seguros, previdência privada aberta, capitaliza-
ção e resseguro;
• Estabelecer as diretrizes gerais das operações de resseguro;
• Prescrever os critérios de constituição das Sociedades Seguradoras, de Capitalização, Entida-
des de Previdência Privada Aberta e Resseguradores, com fixação dos limites legais e técnicos
das respectivas operações;
• Disciplinar a corretagem do mercado e a profissão de corretor. As decisões do CNSP são toma-
das por meio de:

Quando a matéria for de interesse geral do Sistema Nacional de Seguros Privados,


1. Resoluções
Capitalização e entidades abertas de Previdência Complementar.
2. Atos do CNSP Quando for de interesse restrito.

OBS.: As decisões de caráter confidencial serão apenas mencionadas em Ata e constarão, se for o
caso, de comunicação específica ao interessado.

2.2.3 CONSELHO NACIONAL DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR – CNPC


O Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC) foi criado em 03 de março de 2010
pelo decreto federal 7.123, em substituição ao Conselho de Gestão da Previdência Complementar
– CGPC.

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Voltado para funcionários de empresas e organizações. O ramo dos fundos de pensão trata de pla-
nos de aposentadoria, poupança ou pensão para funcionários de empresas, servidores públicos e
integrantes de associações ou entidades de classe.
O CNPC é um órgão colegiado que integra a estrutura do Ministério da Fazenda com sede em Bra-
sília, Distrito Federal, e jurisdição em todo o território nacional. Sua principal função é a de regular
o regime de previdência complementar operado pelas entidades fechadas de previdência comple-
mentar (fundos de pensão).
O CNPC não substituiu o CGPC em todas as suas atividades, haja visto que o órgão normativo Con-
selho de Gestão da Previdência Complementar – CGPC, funcionava não somente como um órgão
normativo, mas também como um órgão recursal, cabendo a ele a responsabilidade de julgar os
recursos interpostos contra decisão da Diretoria Colegiada da Superintendência Nacional de Previ-
dência Complementar – Previc. Com objetivo de dar mais autonomia e isonomia ao órgão recursal,
o governo segregou as atividades de normatização com as recursais, dividindo assim o CGPC em
dois novos órgãos, o Conselho Nacional de Previdência Complementar – CNPC (normativo) e a Câ-
mara de Recursos da Previdência Complementar – CRPC (recursal), conforme ilustra abaixo:

O CNPC é integrado pelo Ministro da Fazenda, que o preside, representantes da Superintendência


Nacional de Previdência Complementar, Casa Civil, secretarias do Ministério da Fazenda e dos pa-
trocinadores e assistidos de fundos de pensão.
As assembleias ocorrem trimestralmente de forma ordinária, são deliberadas por maioria simples,
sendo obrigatório a presença de pelo menos cinco dos seus membros, a votação é realizada por
processo nominal e aberta, sendo suas deliberações consubstanciadas em resoluções ou em reco-
mendações.
Apesar do CNSP ser responsável por normatizar o mercado de previdência fechada, as diretrizes de
aplicação dos recursos garantidores dos planos administrados pelas entidades fechadas de previ-
dência complementar são ditadas pelo Conselho Monetário Nacional – CMN, conforme está defini-
do na Lei 4.595/64 em seu artigo 3º inciso quarto:
“A política do Conselho Monetário Nacional objetivará orientar a aplicação dos
recursos das instituições financeiras, quer públicas, quer privadas; tendo em vista
propiciar, nas diferentes regiões do País, condições favoráveis ao desenvolvimen-
to harmônico da economia nacional”

Atualmente essas estão definidas pela resolução CMN 4.661/2018.

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2.3 SUBSISTEMA NORMATIVO – ÓRGÃOS SUPERVISORES


As entidades supervisoras trabalham para que os cidadãos e os integrantes do sistema financeiro
sigam as regras definidas pelos órgãos normativos. Suas competências são as de regulamentar o
mercado de acordo com as diretrizes traçadas pelos respectivos órgãos normativos, supervisionar,
fiscalizar e punir os agentes que agirem as margens da legislação. Os quatro órgãos supervisores
que compões o Sistema Financeiro Nacional, são:
1. Banco Central do Brasil – BCB ou BACEN (Sim, ele tem dois apelidos)
2. Comissão de Valores Mobiliários – CVM
3. Superintendência de Seguros Privados – SUSEP
4. Superintendência Nacional de Previdência Complementar – PREVIC
Vamos estudar cada um deles cabeção?

2.3.1 BANCO CENTRAL DO BRASIL – BACEN OU BCB

#PaiEd | Atualiza
Muito cuidado agora. Todo material, vídeo, livros, PDF’s, questões, elaborados antes de Fe-
vereiro de 2021 que fala sobre o BACEN, está desatualizado. Cuidado com uns após essa
data que também não foram corrigidos, olha, tem curso grande que vende “PDF” cheio de
informações erradas!
A verdade é que a LC 179 alterou muitas coisas sobre o BACEN, desvinculando do ministério,
tirando o status de ministro do seu presidente, estipulando mandado para seus diretores,
enfim, muitas mudanças, mas fique tranquilo que o #PaiEd vai mastigar tudo para você!
Vem comigo futuro Tecnico Bancário da CEF?

Banco Central do Brasil é autarquia4 de natureza especial caracterizada pela AUSÊNCIA de vincu-
lação a Ministério (ai sôr, mas eu li que era vinculado ao ministério da Fazenda.. então.. era, não é
mais! #desapega), com sede e foro em Brasília-DF e atuação em todo o território nacional, embora
suas representações estejam restritas as capitais dos Estados do Rio Grande do Sul, Paraná, São
Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Ceará e Pará. Além de não ter vinculo a
ministério, o BACEN possui autonomia técnica, operacional, administrativa e financeira
O BCB é o principal executor das orientações do Conselho Monetário Nacional e após a nova legis-
lação, passou a ter como objetivos:

PRINCIPAL
• Assegurar a estabilidade de preços.

4 Autarquia: serviço autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e receita próprios, para executar
atividades típicas da Administração Pública, que requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão administrativa e
financeira descentralizada.

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SECUNDÁRIOS
• Zelar pela estabilidade e eficiência do Sistema Financeiro;
• Suavizar as flutuações do nível e atividade econômica;
• Fomentar o pleno emprego.

Políticas econômicas:
• Conselho Monetário Nacional – CMN: Responsável por coordenar.
• Banco Central do Brasil – BCB: Responsável por formular, executar, acompanhar e controlar.

O QUE É: POSSUI META


Sim.
Conjunto de medidas adotadas pelo Bacen visando adequar
os meios de pagamento disponíveis às necessidades da eco- A meta de inflação
Política é definida pelo CMN.
nomia do país, bem como, controlar da quantidade de di-
Monetária Atualmente é de 3%
nheiro em circulação no mercado e que permite definir as
taxas de juros. ao ano com 1,5% de
intervalo de tolerância.
Política Tem como objetivo ampliar a oferta e o acesso da população
Não
Creditícia ao crédito.
É o conjunto de ações governamentais diretamente relacio-
nadas ao comportamento do mercado de câmbio, inclusive
Política no que se refere à estabilidade relativa das taxas de câmbio
Não
Cambial e do equilíbrio no balanço de pagamentos. Tem como obje-
tivo o aperfeiçoamento permanente do regime de câmbio
flutuante.

Além de fiscalizar o SFN o BCB é responsável também por fiscalizar o mercado de capitais junto
com a Comissão de Valores Mobiliários – CVM. Mesmo com a instituição da CVM pela lei federal
6.385/76, parte do mercado de capitais, que envolve basicamente os títulos públicos federais, es-
taduais e municipais, continuam continuou sobe a supervisão do BCB, conforme já constava na lei
federal 4.728/65. (Lei 6.385, artigo 3º parágrafo 1º).
São atribuições do BACEN:

Manter a inflação sob controle, ao redor da meta, é objetivo funda-


mental do BC.
Manter a Inflação A estabilidade dos preços preserva o v​alor do dinheiro, mantendo o
poder de compra da moeda​. ​Para alcançar esse objetivo, o BC utiliza
baixa​e estável
a política monetária, política que se refere às ações do BC que visam
afetar o custo do dinheiro (taxas de juros) e a quantidade de dinheiro
(condições de liquidez) na economia.
Faz parte da missão do BC assegurar que o sistema financeiro seja só-
Manter o ​Sistema financeiro
lido (tenha capital suficiente para arcar com seus compromissos) e efi-
seguro e eficiente​ ciente.

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O BC detém as contas mais importantes do governo e é o depositório


Ser o Banco do governo
das reservas internacionais do país.
As instituições financeiras precisam manter contas no BC.​Essas contas
são monitoradas para que as transações financeiras aconteçam com
Ser o Banco dos Bancos
fluidez e para que as próprias contas não fechem o dia com saldo ne-
gativo.
O BC gerencia o meio circulante, que nada mais é do que garantir, para
Ser o Emissor do dinheiro​
a população, o fornecimento adequado de dinheiro em espécie.

Os seus objetivos são os de:


• manter as reservas internacionais em nível adequado;
• estimular a formação de poupança;
• zelar pela estabilidade e promover o permanente aperfeiçoamento do sistema financeiro.
• zelar pela adequada liquidez da economia;
OBS: cuidado para não confundir com o objetivo do Conselho Monetário Nacional que é de “zelar
pela liquidez e solvência das instituições financeiras”)
Para cumprir com as suas responsabilidades e atingir seus objetivos, o BCB conta com uma dire-
toria Colegiada5 que é composta por nove membros, um dos quais o Presidente (8+1), todos indi-
cados e nomeados pelo Presidente da República, entre brasileiros de ilibada reputação e notória
capacidade em assuntos econômico-financeiros. Após a nomeação, os nomes devem ser aprovados
também pelo Senado Federal.
Os mandados dos diretores serão de 4 anos, podendo ser reconduzido uma vez para o cargo e não
podendo coincidir com o mandado do presidente da república, respeitando a escala abaixo:
I. 2 (dois) Diretores terão mandatos com início no dia 1º de março do primeiro ano de mandato
do Presidente da República;
II. 2 (dois) Diretores terão mandatos com início no dia 1º de janeiro do segundo ano de mandato
do Presidente da República;
III. 2 (dois) Diretores terão mandatos com início no dia 1º de janeiro do terceiro ano de mandato
do Presidente da República; e
IV. 2 (dois) Diretores terão mandatos com início no dia 1º de janeiro do quarto ano de mandato do
Presidente da República.
Desde o final de 2004 o presidente do BACEN ganhou status de Ministro de Estado, dado pela lei
federal 11.036. Após a publicação da LC 179, o Presidente do BACEN perdeu o status de ministro, e
seu cargo foi transformado no cargo de Natureza Especial de Presidente do Banco Central do Bra-
sil.
As decisões da Diretoria Colegiada serão tomadas por maioria de votos, cabendo ao Presidente, ou
a seu substituto, o voto de qualidade. A diretoria reúne-se, ordinariamente, uma vez por semana.
Nesse encontro devem estar presentes, no mínimo, o Presidente, ou seu substituto, e metade do
número de Diretores.

5 Órgãos colegiados são aqueles em que há representações diversas e as decisões são tomadas em grupo, com o
aproveitamento de experiências diferenciadas.

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Além das reuniões periódicas, os diretores do BCB reúnem-se também para estabelecer as diretri-
zes da política monetária e para definir a taxa de juros, essas atividades são de responsabilidades
do Comitê de Política Monetária (Copom) que foi instituído em 20 de junho de 1996, e é formado
pelos diretores do Banco Central.
O BCB, na implementação das resoluções aprovadas pelo CMN, edita os seguintes documentos:

DOCUMENTO O QUE É
RESOLUÇÕES Ato normativo que tem por finalidade divulgar deliberação da Diretoria Colegiada do
BCN Banco Central.
INSTRUÇÕES Ato normativo que tem a finalidade de divulgar instrução, procedimento ou
NORMATIVAS esclarecimento a respeito de conteúdo de documento normativos.
Documento administrativo de âmbito externo, que tem por finalidade divulgar delibe-
COMUNICADO
ração ou informação relacionada à área de atuação do Banco Central do Brasil.

#PaiEd | Atualiza
Até 2020 o BACEN emitia Circular e Carta-Circular. Com objetivo de unificar, simplificar a co-
municação da legislação, esses documentos sofreram alterações em seus nomes, reinician-
do sua numeração sequencial à partir do número 1.

Dentre suas atribuições do BCB estão:


1. Emitir papel-moeda e moeda metálica;
2. Executar os serviços do meio circulante;
3. Realizar operações de redesconto e empréstimo às instituições financeiras;
4. Efetuar operações de compra e venda de títulos públicos federais;
5. Exercer o controle de crédito;
6. Estabelecer as condições para o exercício de quaisquer cargos de direção nas instituições finan-
ceiras;
7. Vigiar a interferência de outras empresas nos mercados financeiros e de capitais e controlar o
fluxo de capitais estrangeiros no país.

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8. Receber recolhimentos compulsórios e voluntários das instituições financeiras e bancárias.


Também compete ao BCB determinar o recolhimento de até cem por cento do total dos depó-
sitos à vista e de até sessenta por cento de outros títulos contábeis das instituições financeiras,
seja na forma de subscrição de Letras ou Obrigações do Tesouro Nacional ou compra de títulos
da Dívida Pública Federal, seja através de recolhimento em espécie, conforme Inciso III do arti-
go 10º da Lei 4.595/64.
9. Autorizar o funcionamento das instituições financeiras. Exceto quando essa for uma instituição
estrangeira, nesse caso a autorização é dada através de decreto do poder executivo, conforme
artigo 18 da Lei 4.595/64.
10. Exercer a fiscalização das instituições financeiras.

Agora vamos ver quem são as Instituições Fiscalizadas pelo BCB:

BASE LEGAL INSTITUIÇÕES FISCALIZÁVEIS


1. Bancos: Comerciais, de Investimento, de câmbio, Múltiplos e de Desenvolvi-
mento.
2. Caixa Econômica Federal
3. Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)
4. Sociedades: corretora de câmbio e de crédito, financiamento e investimento.
Lei Federal 4.595/64 5. Companhias hipotecárias.
6. Agências de turismo e meios de hospedagem autorizados pelo BCB a operar
no mercado de câmbio.
7. Empresas brasileiras que administram cartões de crédito de uso internacional
8. Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – ECT (nas transferências inter-
nacionais de recursos vinculadas a vales postais internacionais)
Lei nº 4.380/64 9. Sociedades de crédito imobiliário
Lei nº 4.728/65 10. Sociedades Corretoras e Distribuidoras de títulos e valores mobiliários6
Decreto-Lei nº 70/66 11. Associações de Poupança e Empréstimo
Lei nº 5.764/71
12. Cooperativas de crédito
e LC 130/09
Lei nº 6.099/74 13. Sociedades de Arrendamento Mercantil
Lei nº 11.795/08 14. Administradoras de Consórcios
15. Escritórios de representação de instituições financeiras sediadas no exterior
Lei nº 9.613/98
(acerca da prevenção e combate à lavagem de dinheiro)
Lei nº 10.194/01 16. Sociedades de crédito ao microempreendedor
Medida Provisória
17. Agências de fomento
nº 2.192-70
Lei nº 6.385/76 18. Empresas de auditoria contábil e auditores contábeis independentes
Lei 12.865/13 19. Instituições de pagamento e de arranjos de pagamentos

6 As SCTVM e as DTVM sobre supervisão compartilhada, haja visto que O BCB fiscaliza as operações com títulos de renda
fixa e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), as transações com títulos e valores mobiliários.

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As sociedades de fomento comercial (factoring) não são fiscalizadas pelo BCB, sendo suas ativida-
des meramente comercial.
Segundo a Constituição Federal, artigo 164º em seu parágrafo primeiro: “É vedado ao banco cen-
tral conceder, direta ou indiretamente, empréstimos ao Tesouro Nacional e a qualquer órgão ou
entidade que não seja instituição financeira”.
Desde a publicação da Lei Federal de Responsabilidade Fiscal (LC 101 de 04/05/2000), o BCB não
emite mais títulos da dívida pública (vedado pelo artigo 34), ficando o Tesouro Nacional o único
órgão autorizado a emitir títulos para atender a política fiscal.
O Banco Central utiliza os títulos do Tesouro Nacional para realizar política monetária, por meio de
operações de compra e venda no mercado secundário.
A atuação do BCB no mercado primário de títulos públicos dar-se somente quando a emissão dos
títulos tiver com objetivo o refinanciamento da dívida pública, nesse caso a compra de títulos se
caracteriza como um alongamento do prazo das dívidas e não um financiamento ao tesouro.
Importante ressaltar que no mercado primário é quando o valor de venda dos títulos públicos será
repassado para o cofre do governo, motivo pelo qual o BCB não pode atuar nesse segmento, exceto
no caso citado acima. Já no secundário, onde o BCB atua livremente, a negociação é de um título
já existente e anteriormente adquirido por um investidor, ou seja, o valor de venda irá para esse
investidor e não para o governo.

2.3.2 COMITÊ DE POLÍTICA MONETÁRIA – COPOM


O Comitê de Política Monetária (Copom) foi instituído em 20 de junho de 1996 com o objetivo de
estabelecer as diretrizes da política monetária e de definir a meta da taxa básica de juros, que no
Brasil é a Taxa Over-Selic, ou Taxa Selic.
Compete então ao COPOM:

O Copom é composto pelos membros da Diretoria Colegiada do BCB: o Presidente e os Diretores.


Após a publicação do Decreto Federal 3.088, em 21 de junho de 1999, o COPOM passou a ter a
sistemática de metas para a inflação como diretriz de política monetária. Desde então, as decisões
do Copom passaram a ter como objetivo cumprir as metas para a inflação definidas pelo Conselho
Monetário Nacional. (Mesmo com a autonomia do BACEN, essa continua sendo uma atribuição do
CMN).
Se, em determinado ano, a inflação (medida pelo Índice de Preço ao Consumidor Amplo – IPCA)
ultrapassar a meta estabelecida pelo CMN, o Presidente do BCB deve encaminhar carta aberta ao
Ministro da Fazenda explicando as razões do não cumprimento da meta, bem como as medidas
necessárias para trazer a inflação de volta à trajetória predefinida e o tempo esperado para que
essas medidas surtam efeito.

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Uma vez definida a taxa Selic, o Banco Central atua diariamente por meio de operações de mercado
aberto – comprando e vendendo títulos públicos federais – para manter a taxa de juros próxima ao
valor definido na reunião.
As reuniões ordinárias7 acontecem oito vezes ao ano, aproximadamente a cada seis semanas, e são
realizadas em dois dias.

REUNIÃO DIA OBJETIVO


1º Dia Terça-Feira Apresentações sobre a economia Brasileira e Mundial
Avaliação das perspectivas de inflação
2º Dia Quarta-Feira
Decisão e divulgação da taxa de juros SELIC-META

A decisão final – a meta para a Taxa Selic é imediatamente divulgada à imprensa ao mesmo tempo
em que é expedido Comunicado através do Sistema de Informações do Banco Central (Sisbacen). O
Presidente tem direito ao voto decisório em caso de empate na decisão da política monetária.
As atas em português das reuniões do Copom devem ser divulgadas no prazo de até quatro dias
úteis após a data de sua realização, o que normalmente acontece às 8h00 da terça-feira da semana
posterior a cada reunião..
Ao final de cada trimestre civil (março, junho, setembro e dezembro), o Copom publica o documen-
to “Relatório de Inflação”, que analisa detalhadamente a conjuntura econômica e financeira do
País, bem como apresenta suas projeções para a taxa de inflação.

2.3.3 COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS – CVM


A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) foi criada em 07 de dezembro de 1976 pela Lei nº 6.385
para fiscalizar e desenvolver o mercado de valores mobiliários8 no Brasil. Até o ano de 1976 o Con-
selho Monetário Nacional – CMN e o Banco Central do Brasil – BCB eram responsáveis por discipli-
nar e a fiscalizar, respectivamente, do mercado de capitais, como consta na lei federal 4.728 de 14
de Julho de 1965.
Atualmente o mercado de capitais (mercado que envolve a negociação de títulos e valores mobili-
ários), é fiscalizado pela CVM e pelo BCB (compartilhado), sendo que a grande maioria dos títulos
negociados nesse mercado são de responsabilidades da CVM, enquanto os títulos da dívida pública
federal, estadual ou municipal e os títulos cambiais de responsabilidade das instituições financei-
ras, exceto as debêntures, captações feitas por entes governamentais ou por instituições financei-
ras são de responsabilidades do BCB, conforme consta no parágrafo primeiro do inciso VI, artigo 3º
da lei federal 6.385.
São valores mobiliários de responsabilidades da CVM:

7 Desde sua criação, o COPOM reuniu-se apenas três vezes de forma extraordinária.
8 São valores mobiliários, quando ofertados publicamente, quaisquer títulos ou contratos de investimento coletivo
que gerem direito de participação, de parceria ou remuneração, inclusive resultante da prestação de serviços, cujos
rendimentos advém do esforço do empreendedor ou de terceiros.

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Principais títulos e valores mobiliários:

O QUE É?
Ação é a menor parcela do capital social das companhias ou sociedades anônimas.
É, portanto, um título patrimonial e, como tal, concede aos seus titulares, os acio-
Ação nistas, todos os direitos e deveres de um sócio, no limite das ações possuídas. O
acionista torna-se sócio da empresa e, portanto, não existe risco de crédito nesse
investimento, já que não se trata de um empréstimo.

Título de renda fixa de médio e longo prazo (a partir de 360 dias) emitidos por
Sociedades Anônimas. Representa um direito de crédito que o investidor possui
Debêntures
contra a empresa emissora. O investidor faz um empréstimo para a empresa. Cada
debênture é uma fração da dívida de quem a emitiu.

Título de renda fixa de curto prazo (até 360 dias) emitidos por Sociedades Anôni-
mas. A finalidade de emissão por parte da empresa é a de sanar necessidades de
Notas Promissórias
capital de giro ou fluxo de caixa. Trata-se de um empréstimo do investidor direta-
mente para a empresa.

É a fração do Patrimônio Líquido de um fundo de investimentos, que é um serviço


Cotas de Fundos de de gestão de recursos. Vários cotistas se reúnem e centralizam os seus recursos
Investimentos para ter vantagens no momento da aplicação e/ou para reduzir custos e riscos. A
cota representa a participação de cada um dos cotistas desse fundo.

É uma denominação genérica para operações que têm por referência um ativo
qualquer, chamado de “ativo base” ou “ativo subjacente” (que em geral é nego-
Derivativos
ciado no mercado à vista). Principais exemplos de derivativos: Opções, Mercado
Futuro, Mercado a Termo e Swap.

É um instrumento que dá ao seu titular (dono da opção), um direito futuro sobre


ações ou contratos futuros, mas não uma obrigação. Ao mesmo tempo que dá ao
Opções seu lançador (vendedor da opção), uma obrigação futura, caso o titular exerça o
seu direito. Existem opções de compra (direito de comprar determinado ativo) e
opções de venda (direito de vender determinado ativo).

É o compromisso de compra e venda de um determinado bem em uma data futura


Mercado a Termo por um preço fixado na data atual, que não irá variar até a data da efetiva entrega
desse bem.

Pode ser entendido como uma evolução do mercado a termo. Nesse mercado os
participantes se comprometem a comprar ou vender certa quantidade de um ativo
Mercado Futuro por um preço estipulado previamente para liquidação futura. Não necessariamente
irá ocorrer a liquidação física (entrega do bem em si). As características que o fazem
uma evolução do mercado a termo são: contratos padronizados e ajuste diário.

Contrato entre dois agentes onde se realiza a troca de fluxos de caixas futuros ou
troca de rentabilidade futura. Existe, portanto, duas pontas na operação (uma que
Swap
se passa a receber e outra que será cedida), que são vistas como ponta ativa e pas-
siva, respectivamente.

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O BCB conquistou sua autonomia em 2021, já a CVM sempre desfrutou desse beneficio, desde,
desde a publicação da Medida Provisória nº 8 (convertida na Lei nº 10.411 de 26.02.02) pela qual
a CVM passou a ser uma “entidade autárquica em regime especial, vinculada ao Ministério da
Fazenda, com personalidade jurídica e patrimônio próprios, dotada de autoridade administrativa
independente, ausência de subordinação hierárquica, mandato fixo e estabilidade de seus dirigen-
tes, e autonomia financeira e orçamentária”, como consta no artigo 5º da lei de sua criação.
Importante salientarmos que mesmo com uma ausência de subordinação hierárquica as decisões
tomadas pela CVM devem obedecer diretrizes traçadas pelo Conselho Monetário Nacional – CMN,
conforme consta no artigo 3º da lei 6.385.
Essa autonomia que a CVM possui, dá aos seus cinco diretores, um presidente mais 4 diretores
executivos todos eles são nomeados pelo Presidente da República e aprovados pelo Senado Fede-
ral, mais conforto na tomada de decisões, já que seus mandatos são fixados em cinco anos, sendo
vedada a recondução.
Apesar de contar com regionais nas cidades de São Paulo – SP e de Brasília – DF, é no Rio de Janeiro
– RJ onde encontra-se sua sede, local de onde são tomadas suas decisões (instruções CVM), fruto
das reuniões que acontecem semanalmente, de forma ordinárias, ou extraordinariamente, quan-
do convocada pelo ocupante do cargo de presidente, atualmente tendo o senhor Leonardo Pereira
como responsável pela função.
Os seus objetivos estão definidos no artigo terceiro da lei 6.385/64 e no seu regimento interno,
Resolução CVM 24/21 são eles:
I. estimular a formação de poupanças e a sua aplicação em valores mobiliários;

Comentário: não confunda formação de poupança com “caderneta de poupança”, o objetivo


da CVM é de canalizar investimento para o mercado de valores mobiliários, formar poupança
refere-se ao ato de poupar e não a modalidade de investimento denominada “caderneta de
poupanças”.

II. promover a expansão e o funcionamento eficiente e regular do mercado de ações, e estimular


as aplicações permanentes em ações do capital social de companhias abertas sob controle de
capitais privados nacionais;
III. assegurar o funcionamento eficiente e regular dos mercados da bolsa e de balcão; Comentá-
rio: Atualmente no Brasil temos apenas uma única bolsa de valores, a B3.
IV. proteger os titulares de valores mobiliários e os investidores do mercado contra:
a) emissões irregulares de valores mobiliários;
b) atos ilegais de administradores e acionistas controladores das companhias abertas, ou de admi-
nistradores de carteira de valores mobiliários.
c) o uso de informação relevante não divulgada no mercado de valores mobiliários.

Comentário: Para proteger os titulares a CVM fiscaliza todas emissões de valores mobiliários.
Conforme Instrução CVM 400/04 em seu artigo segundo temos:

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V. evitar ou coibir modalidades de fraude ou manipulação destinadas a criar condições artificiais


de demanda, oferta ou preço dos valores mobiliários negociados no mercado;

Comentário: Como o inciso deixa claro, o objetivo da CVM é o de evitar fraudes, sendo que a
mesma não tem competência para determinar o ressarcimento de eventuais prejuízos sofri-
dos pelos investidores em decorrência da ação ou omissão de agentes do mercado. Também
importante salientar que o mercado de capitais não conta com cobertura ou proteção do Fun-
do Garantidor de Crédito – FGC.

VI. assegurar o acesso do público a informações sobre os valores mobiliários negociados e as com-
panhias que os tenham emitido, a observância de práticas comerciais equitativas no mercado
de valores mobiliários e de condições de utilização de crédito fixadas pelo Conselho Monetário
Nacional – CMN.
Para conseguir atingir os seus objetivos, a CVM possui diversas competências, sendo as principais
atividades:
I. Disciplinar, fiscalizar e inspecionar as companhias abertas e os fundos de investimento.

Comentário: Os fundos de Investimento, que até o final de 2015 eram regulamentados pela
instrução CVM 409/04, tiveram sua legislação alterada e atualizada com a publicação da
instrução CVM 555/14.

II. Realizar atividades de credenciamento e fiscalização de auditores independentes, administra-


dores de carteiras de valores mobiliário, agentes autônomos, entre outros;
III. Fiscalizar e disciplinar as atividades dos auditores independentes; consultores e analistas de
valores mobiliários
IV. Apurar, mediante inquérito administrativo, atos legais e práticas não-equitativas de administra-
dores de companhias abertas e de quaisquer participantes do mercado de valores mobiliários,
aplicando as penalidades previstas em lei.

2.3.4 SUPERINTENDENCIA DE SEGUROS PRIVADOS – SUSEP


A Superintendência de Seguros Privados – SUSEP, é uma autarquia federal, vinculada ao Ministério
da Fazenda, criada pelo artigo 35º do decreto-lei 73 de 21 de novembro de 1966, junto com a cria-
ção do Sistema Nacional de Seguros Privados – SNSP, é o órgão responsável pelo controle e fiscali-
zação dos mercados de seguro, previdência privada aberta, capitalização e resseguro.
A inclusão do mercado de previdência privada complementar aberta nas responsabilidades da SU-
SEP, só aconteceu em 2001, com a publicação da lei complementar 109, em seu artigo 74.
Entenda melhor as entidades supervisionadas pela SUSEP:

INSTITUIÇÃO O QUE SÃO


Sociedades Companhia sediada no Brasil, constituído sob a forma de sociedade anônima e
Seguradoras supervisionado pela Superintendência de Seguros Privados.

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INSTITUIÇÃO O QUE SÃO


Ressegurador estrangeiro com mais de cinco anos de operação no mercado inter-
nacional. Precisa ser registrado na Susep, ter escritório de representação no Brasil
Ressegurador e manter conta em moeda estrangeira vinculada à Susep para garantia de suas
admitido operações no país. Deve atender a requisitos de capacidade econômica e financei-
ra mínima, de avaliação de solvência por agência classificadora de risco (rating de
crédito) e de garantias financeiras com aporte de recursos no país.
Resseguradores Sediado no Brasil, constituído sob a forma de sociedade anônima e supervisionado
Locais pela Superintendência de Seguros Privados.
Empresa resseguradora estrangeira sediada no exterior, sem escritório de repre-
sentação no País, que, atendendo às exigências previstas na Lei Complementar nº
Ressegurador
126/07 e nas normas aplicáveis à atividade de resseguro e retrocessão, tenha sido
Eventual
cadastrada como tal na SUSEP, para realizar operações de resseguro e retrocessão.
(Resolução CNSP 168/07).
Corretor de Seguro, Profissional habilitado e autorizado a angariar e promover contratos de seguros,
de capitalização e remunerado mediante comissões estabelecidas nas tarifas. É o representando do
de previdência segurado mediante a seguradora.
São entidades, constituídas sob a forma de sociedades anônimas, que negociam
contratos (títulos de capitalização) que têm por objeto o depósito periódico de
Sociedades de prestações pelo contratante, o qual terá, depois de cumprido o prazo contratado,
Capitalização o direito de resgatar parte dos valores depositados corrigidos por uma taxa de ju-
ros estabelecida contratualmente; conferindo, ainda, quando previsto, o direito de
concorrer a sorteios de prêmios em dinheiro.
Entidades Abertas São entidades constituídas sob a forma de sociedades anônimas e têm por objetivo
de Previdências instituir e operar planos de benefícios de caráter previdenciário concedidos em
Complementar forma de renda continuada ou pagamento único.

Apesar de ser uma entidade supervisora, a SUSEP também é responsável por regular os mercados
em que está inserida, sempre respeitando as diretrizes do órgão normativo, no caso o Conselho
Nacional de Seguros Privados – CNSP.
Compete também a SUSEP:
1. Fiscalizar a constituição, organização, funcionamento e operação das Sociedades Seguradoras,
de Capitalização, Entidades de Previdência Privada Aberta e Resseguradores, na qualidade de
executora da política traçada pelo CNSP;
2. Atuar no sentido de proteger a captação de poupança popular que se efetua através das opera-
ções de seguro, previdência privada aberta, de capitalização e resseguro;
3. Zelar pela defesa dos interesses dos consumidores dos mercados supervisionados;
4. Promover o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos operacionais a eles vincula-
dos, com vistas à maior eficiência do Sistema Nacional de Seguros Privados e do Sistema Nacio-
nal de Capitalização;
5. Promover a estabilidade dos mercados sob sua jurisdição, assegurando sua expansão e o fun-
cionamento das entidades que neles operem;

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6. Zelar pela liquidez e solvência das sociedades que integram o mercado;


7. Disciplinar e acompanhar os investimentos daquelas entidades, em especial os efetuados em
bens garantidores de provisões técnicas;
8. Cumprir e fazer cumprir as deliberações do CNSP e exercer as atividades que por este forem
delegadas;
9. Prover os serviços de Secretaria Executiva do CNSP.
A SUSEP possui sede e foro na cidade do Rio de Janeiro – RJ e jurisdição em todo o território na-
cional, conforme consta em seu regimento interno, que foi definido pela resolução CNSP 272/12,
o seu Conselho Diretor é constituído pelo Superintendente, que o preside, e por quatro Diretores,
indicados pelo Ministro de Estado da Fazenda, dentre pessoas de reconhecida competência e iliba-
da reputação, nomeados pelo Presidente da República ou a quem couber, por delegação.

2.3.5 SUPERINTENDÊNCIA NACIONAL DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR – PREVIC


A Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) é uma entidade governamen-
tal autônoma constituída sob a forma de autarquia especial vinculada ao Ministério da Fazenda,
instituída com a finalidade de fiscalizar e supervisionar as entidades fechadas de previdência com-
plementar e de executar políticas para o regime de previdência complementar.
O sistema de previdência no Brasil está dividido em:

Os fundos de pensão, conforme definido em lei, têm a finalidade precípua de administrar um ou


mais planos, predominantemente de caráter previdenciário, com vistas a pagar benefícios aos seus
participantes.

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As suas principais competências estão definidas Lei nº 12.154, de 2009, m seu artigo segundo, e
são:
I. proceder à fiscalização das atividades das entidades fechadas de previdência complementar e
suas operações;
II. apurar e julgar as infrações, aplicando as penalidades cabíveis;
III. expedir instruções e estabelecer procedimentos para a aplicação das normas relativas à sua
área de competência, de acordo com as diretrizes do Conselho Nacional de Previdência Com-
plementar – CNPC;
IV. autorizar: a constituição e o funcionamento das entidades fechadas de previdência comple-
mentar, bem como a aplicação dos respectivos estatutos e regulamentos de planos de benefí-
cios; as operações de fusão, de cisão, de incorporação ou de qualquer outra forma de reorga-
nização societária, relativas às entidades fechadas de previdência complementar; a celebração
de convênios e termos de adesão por patrocinadores e instituidores, bem como as retiradas de
patrocinadores e instituidores; e as transferências de patrocínio, grupos de participantes e as-
sistidos, planos de benefícios e reservas entre entidades fechadas de previdência complemen-
tar;
V. harmonizar as atividades das entidades fechadas de previdência complementar com as normas
e políticas estabelecidas para o segmento;
VI. decretar intervenção e liquidação extrajudicial das entidades fechadas de previdência comple-
mentar, bem como nomear interventor ou liquidante, nos termos da lei;
VII. nomear administrador especial de plano de benefícios específico, podendo atribuir-lhe pode-
res de intervenção e liquidação extrajudicial, na forma da lei;
VIII. promover a mediação e a conciliação entre entidades fechadas de previdência complementar
e entre estas e seus participantes, assistidos, patrocinadores ou instituidores, bem como diri-
mir os litígios que lhe forem submetidos na forma da Lei nº 9.307, de 23 de setembro de 1996.
IX. enviar relatório anual de suas atividades ao Ministério da economia e, por seu intermédio, ao
Presidente da República e ao Congresso Nacional; e adotar as providências necessárias ao cum-
primento de seus objetivos.
Na mesma lei que cria a PREVIC, 12.154/09, também prevê a cobrança da Taxa de Fiscalização e
Controle da Previdência Complementar (Tafic), principal receita da Superintendência Nacional de
Previdência Complementar (PREVIC), que é um tributo que tem como fato gerador o exercício do
poder de polícia atribuído à autarquia.
As entidades fechadas de previdência complementar (EFPC) são contribuintes da Tafic, que deverá
ser paga quadrimestralmente, até o dia dez dos meses de janeiro, maio e setembro.

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AULA 03

3. SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL – INTERMEDIÁRIOS FINANCEIROS

3.1 AGENTES ESPECIAIS


Recebem o nome de agentes especiais as instituições que mesmo fazendo parte do subsistema
operacional (intermediação) também cumprem funções normativas, normalmente essas ativida-
des são relacionadas a implementação das políticas econômicas do governo Federal.
O governo possui três grandes pilares (instituições financeiras), que auxiliam na execução das suas
principais políticas, são elas:

Existem outras instituições financeiras federais que também auxiliam governo na execução de po-
líticas públicas, como o Banco do Amazonas e o Banco do Nordeste, porém essas instituições têm
área de atuação restrita, não atuando em todo o território nacional, por esse motivo não vamos
equipara-las as instituições acima citadas.

3.1.1 BANCO DO BRASIL – BB


Criado pelo príncipe Dom João, em sua chegada ao Brasil a mais de 200 anos atrás, após o mesmo
ser obrigado a deixar repentinamente Portugal, invadido pelas tropas de Napoleão, o Banco do Bra-
sil é a Instituição Financeira mais antiga do país.
O Banco do Brasil tem presença marcante em todo o Brasil. Com presença em 94,8% dos municí-
pios brasileiros, com 49,2 mil pontos de atendimento.

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Seu controle é da União, sendo uma economia mista de capital aberto, com a posição acionária
conforme a imagem. O BB é responsável por administrar aproximadamente 20% dos ativos do mer-
cado financeiro, segundo o Banco Central do Brasil.
A exigência de domínio de Inglês em nosso concurso, mostra o quanto a instituição vem continua-
mente ampliando sua presença internacional, contando hoje com mais de 50 pontos de atendimen-
to no exterior, divididos em agências, subagências, unidades de negócios/escritórios e subsidiárias
em 23 países, estando presente nos principais centros financeiros das Américas, Europa e Ásia.
Agora que você já está apaixonado, vamos ao que é importante para prova!
O que faz do Banco do Brasil uma instituição financeira diferenciada das demais é o fato de ser o
responsável por executar algumas políticas do governo federal, conforme constam no artigo 19 da
Lei federal 4.595/64, sendo os principais:
I. Executar a política de preços mínimos dos produtos agropastoris.
II. Ser agente pagador e recebedor fora do País.
III. Executar os serviços de compensação de cheques e outros papéis (Circular BCB 3.532)
IV. Realizar, por conta própria, operações de compra e venda de moeda estrangeira e, por conta
do Banco Central da República do Brasil, nas condições estabelecidas pelo Conselho Monetário
Nacional.
Apesar do foco principal do Banco do Brasil ser o agronegócio, quando o assunto é políticas públi-
cos, ele também auxilia o governo no programa habitacional, “Minha Casa, Minha Vida”.

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3.1.2 CAIXA ECONÔMICA FEDERAL – CEF


É lá que você vai trabalhar, já te imaginou com o crachá
no peito? Vamos começar conhecendo um pouco mais
da história do nosso Banco.
No dia 12 de janeiro de 1861, Dom Pedro II assinou o
Decreto nº 2.723, que fundou a Caixa Econômica da
Corte.
Junto com a criação da Caixa também veio a modalida-
de de investimento mais conhecida e antiga do mercado financeiro, as cadernetas de poupança,
que foram instituídas pelo artigo primeiro do decreto assinado por Dom Pedro II, que dizia em sua
redação original:
A caderneta de poupança, nessa época, a finalidade dela e da Caixa Econômica era captar os recur-
sos e economias da população mais necessitada. Inclusive era permitido aos escravos que tinham
algum provento, que eram chamados na época de escravos de ganho, guardar as suas economias
na Caixa Econômica, na poupança, e essas economias, muitas vezes, serviam para comprar a pró-
pria carta de alforria.

Com esse propósito a Caixa foi crescendo e ganhando novas atividades, se tornando hoje uma das
maiores empresas do Governo Federal. Importante destacar que embora a Caixa exerças atividades
simulares as oferecidas pelos bancos, legalmente a mesma não pode ser enquadrada como tal, sen-
do ela uma empresa pública federal. A própria caixa se intitula ser mais do que um banco, haja visto
que a mesma exerce diversas funções de cunho social que são de interesse do governo federal.
O fato da Caixa ser responsável pela implementação das políticas sociais do governo federal, faz
dela um agente especial. Entre os programas sociais administrados pela Caixa, destacam-se:

PROGRAMA O QUE É?
É um programa de transferência direta de renda, direcionado às famílias em situação
de pobreza e de extrema pobreza em todo o País, que tem como objetivos: Combater
Bolsa Família a fome e promover a segurança alimentar e nutricional, combater a pobreza e outras
formas de privação das famílias, promover o acesso à rede de serviços públicos, em
especial, saúde, educação, segurança alimentar e assistência social.

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PROGRAMA O QUE É?
Minha Casa É uma iniciativa do Governo Federal que oferece condições atrativas para o financia-
Minha Vida mento de moradias para famílias de baixa renda.
É um dos mais importantes direitos dos trabalhadores brasileiros, é um benefício que
Seguro-
oferece auxílio em dinheiro por um período determinado. Ele é pago de três a cinco
desemprego
parcelas de forma contínua ou alternada.
O Fundo de Financiamento Estudantil (FIES) é um programa do Ministério da Educação
FIES (MEC) que financia a graduação, em instituições particulares, de estudantes que não
possuem condições de arcar com os custos.
É um programa que procura ampliar o acesso da população aos medicamentos con-
Farmácia siderados essenciais ao tratamento de doenças com maior ocorrência no Brasil, e é
Popular realizado por meio de transferência de recursos do Ministério da Saúde, aos estabele-
cimentos farmacêuticos credenciados
O programa do Governo Federal, em parceria com o Ministério dos Esportes, tem o
objetivo de formar uma geração de atletas com potencial de representar o Brasil. A
Bolsa Atleta
estratégia é simples: garantir a manutenção pessoal mínima dos atletas para que eles
tenham as condições necessárias para se dedicar ao esporte.
É um benefício financeiro destinado a trabalhadores(as) informais, Microempreende-
Auxílio dores Individuais (MEI), autônomos(as) e desempregados(as) e tem por objetivo for-
Emergencial necer proteção emergencial no período de enfrentamento à crise causada pela pan-
demia do Coronavírus.

A CEF foi também o agente utilizado pelo governo para maioria das políticas creditícias em combate
a pandemia do COVID-19, destacando o pagamento do “auxílio emergência”.

3.1.3 BANCO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL – BNDES


Criado em 20 de junho de 1952, pela Lei federal nº 1.628, o Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico – BNDES foi criado como uma autarquia federal que tinha como objetivo ser o órgão
formulador e executor da política nacional de desenvolvimento econômico.
Por ser uma empresa de controle do governo federal, o BNDES não pode ser considerado como
banco de desenvolvimento.
Sua estrutura está dividida em:

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Sendo:
• BNDES: O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social é uma empresa pública fe-
deral (100% das ações pertencem a união) dedicada ao financiamento com longo prazo de pa-
gamento. É o acionista único das demais empresas do Sistema BNDES.
• BNDESPAR: Subsidiária do BNDES, dedicada ao fomento por meio de investimentos em valores
mobiliários. O capital social subscrito da BNDESPAR está representado por uma única ação, no-
minativa, sem valor nominal, de propriedade do BNDES.
• FINAME: Subsidiária do BNDES, dedicada ao financiamento à produção e comercialização
de máquinas e equipamentos. O capital social subscrito da FINAME está representado por
589.580.236 ações ordinárias, nominativas, sem valor nominal, de propriedade integral do
BNDES.
Seu estatuto atual foi aprovado pelo decreto federal 4.418 de 11 de Outubro de 2002, no qual o
vincula junto ao Ministério da Fazenda.
Sua sede e foro fica em Brasília, Distrito Federal, e atuação em todo o território nacional, podendo
instalar e manter, no País e no exterior, escritórios, representações ou agências.
Por meio de sua subsidiária BNDESPAR, o BNDES pode captar através de emissões públicas de de-
bêntures e contribuir para o desenvolvimento do mercado local de capitais.
O BNDES emprestou mais de 187 bilhões de reais, somente em 2014. Esses recursos, quando são
reembolsáveis, são remunerados pela Taxa de Juros de Logo Prazo – TLP (antiga TJLP), que geral-
mente é bem mais baixa do que qualquer outra taxa oferecida pelas demais instituições financeiras.

3.2 SUBSISTEMA OPERACIONAL


Agora vamos falar de quem trabalha, quem coloca a mão na massa, os operacionais, que são as ins-
tituições que lidam diretamente com o público, no papel de intermediário financeiro.
A maioria dos autores dividem o Subsistema operacional em 3 classes de instituições financeiras

Essa divisão constava no site do Banco Central do Brasil (há mais de 10 anos) e em vários livros e
acabou virando uma doutrina. Não sei quem foi o primeiro a propor essa estrutura, eu suspeito,
mas não vou citar aqui porque não tenho provas (risos), a verdade é que esse profissional não en-
tende nada de lógica e nem filosofia.
Ora, eu não posso dividir nada no mundo em 3 conjuntos, onde um deles é a negação do outro, ou
seja, se criarmos um conjunto com os alunos aprovados na CEF e outro conjunto dos alunos NÃO
aprovados na CEF, logo todo universo está ai, não tem espaço para um terceiro conjunto.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS | EDGAR ABREU

O que eu quero dizer é que uma Instituição Financeira, ou ela é monetária, ou ela não é monetária,
assim, não existe explicação lógica para criação do terceiro conjunto de “Instituições Auxiliares”.
Todas essas Instituições do nosso terceiro conjunto pertence ao segundo, ou seja, não são monetá-
rias, logo o conjunto 3 é um subconjunto de 2 e não uma subdivisão do sistema financeiro nacional.
Confuso? Ainda bem que não cai lógica nesse edital, mas fique tranquilo, vou te ajudar agora a en-
tender cada uma das instituições que compões o subsistema operacional! Vamos lá?

3.2.1 SUBSISTEMA OPERATIVO – INSTITUIÇÕES MONETÁRIAS


As instituições que captam através de depósito à vista (conta corrente), são consideradas institui-
ções monetárias, pois possuem a capacidade de criar moedas escriturais por meio do efeito multi-
plicado de crédito ou devido ao fornecimento de talão de cheque a seus clientes.
A moeda bancária ou moeda escritural consiste nos depósitos à vista existentes nos bancos ou em
outras instituições creditícios, normalmente movimentados por intermédio de cheques, que repre-
sentam um instrumento de circulação da moeda bancária.
Entenda melhor como os bancos que captam depósito à vista possuem a capacidade de criar moeda:
1. Investidor procura um banco para depositar seu dinheiro. Nesse caso, vamos supor um valor
de $ 600,00 (seiscentas unidades monetárias), depositado na conta de depósito à vista (conta
corrente).

2. Neste momento, o investidor passa a ter um saldo em sua conta corrente de $ 600,00 e o ban-
co resolve conceder a esse cliente um talão de cheques.

3. Ele vai em uma loja e compra determinado produto no valor de $ 1.000,00 (um mil unidade
monetária), pagando com a utilização de uma folha de cheque.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS | EDGAR ABREU

4. Considerando que o seu saldo no banco é de apenas $ 600,00 e o cheque emitido foi de
$ 1.000,00, temos um consumo dividido em dois tipos de moedas diferentes:

As instituições financeiras que estão autorizadas a captar através de depósito à vista, portanto, têm
capacidade de criar moeda escritural. São elas:

Todas as demais instituições financeiras diferentes das listadas como monetárias, independente de
qual a sua área de atuação, devem ser classificadas como não monetárias, haja vista que não cap-
tam depósito à vista e, logo, não possuem a capacidade de criar moeda escritural.

3.2.1.1 Bancos Comerciais (BC)


Esta instituição financeira tem como objetivo fornecer crédito de curto e médio prazos para pes-
soas físicas, comércio, indústria e empresas prestadoras de serviços. Devem ser constituídas sob a
forma de sociedades anônimas e podem ser tanto públicas como privadas.
Em sua denominação deve constar a expressão “banco”, sendo vedada a utilização do termo “cen-
tral”, que é de exclusividade do Banco Central do Brasil (BCB). Suas principais operações passivas
são:

• Depósitos à vista: conta corrente


• Depósitos a prazo: Certificado de Depósito Bancário (CDB) e Recibo de
Depósito Bancário (RDC)
• Letra Financeira (LF)
• Letra de Crédito do Agronegócio (LCA)
• Letra Imobiliária Garantida (LIG)
• Recursos de Instituições financeiras oficiais
• Recursos externos

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS | EDGAR ABREU

Suas principais operações ativas são:

• Operações de crédito em geral, de curto e médio prazo


• Abertura de crédito simples em conta corrente: cheques especiais
• Operações de crédito rural

Os recursos captados em contato corrente (depósito à vista) possuem exigibilidade de que a insti-
tuição financeira mantenha aplicado, no mínimo, em operações de crédito rural.
Para cumprimento dessa exigência, devem ser consideradas as deduções previstas em leis, assim
como as isenções conforme consta no Manual de Crédito Rural (MCR), disponível no site do Banco
Central do Brasil (BCB).
Suas principais operações acessórias são:

• Operações de câmbio (compra e venda de moeda estrangeira)


• Cobrança bancária
• Cobrança de tarifas

SERVIÇOS

A maioria dos bancos em operação no país são comerciais, mas, como também possuem outras
carteiras, são classificados como bancos múltiplos, porém, existem alguns bancos operando no
país que são apenas bancos comerciais.

3.2.1.2 Bancos Múltiplos (BM)


Criados com o objetivo de racionalizar a administração, os bancos múltiplos funcionam como uma
espécie de holding1 de instituições financeiras, porém, não é qualquer tipo de instituição financeira
que pode fazer parte de um banco múltiplo. Segundo a resolução CMN nº 2.099, as carteiras que
podem compor essas instituições são as de:

1 Holding é um tipo de empresa que detém a posse majoritária de ações de outras empresas, geralmente denominadas
subsidiárias, centralizando o controle sobre elas. De modo geral, a holding não produz bens e serviços, destinando-se
apenas ao controle de suas subsidiárias.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS | EDGAR ABREU

As operações realizadas por banco múltiplo estão sujeitas às mesmas normas legais e regulamen-
tares aplicáveis às instituições singulares correspondentes às suas carteiras, logo, para entender
melhor o que cada carteira faz, basta consultar cada uma das instituições financeiras nos demais
capítulos da nossa super apostila. Sendo assim, as suas operações passivas, ativas e acessórias de-
pendem de quais são as carteiras que o constituem.
Para constituir um banco múltiplo será necessário ser composto por, no mínimo, duas das cartei-
ras listadas, sendo que uma delas, obrigatoriamente, deverá ser a carteira de banco comercial ou a
de banco de investimento.
Não é possível constituir um banco múltiplo com todas as carteiras listadas. O motivo deve-se ao
fato de algumas carteiras serem obrigatoriamente públicas, enquanto outras são obrigatoriamente
privadas, conforme tabela:

Assim, se uma instituição financeira possuir a carteira de banco de desenvolvimento, não poderá
oferecer a carteira de investimento e nem constituir uma financeira, e vice-versa. De maneira geral,
assim como os bancos comerciais, os bancos múltiplos são instituições financeiras que podem ser
privadas ou públicas, sendo organizados, obrigatoriamente, sob a forma de sociedade anônima
(SA).

ATENÇÃO: Nem todo o banco Múltiplo é considerado Instituição Monetária. Somente os ban-
cos que possuem carteira do banco comercial.

3.2.1.3 Cooperativas De Crédito (CC)


A cooperativa de crédito é uma instituição financeira formada por uma associação autônoma de
pessoas unidas voluntariamente, com forma e natureza jurídica próprias, de natureza civil, sem
fins lucrativos, constituída para prestar serviços a seus associados.
O objetivo da constituição de uma cooperativa de crédito é prestar serviços financeiros de modo
mais simples e vantajoso aos seus associados. Os cooperados são, ao mesmo tempo, donos e usu-
ários da cooperativa, participando de sua gestão e usufruindo de seus produtos e serviços.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS | EDGAR ABREU

Nas cooperativas de crédito, os associados encontram os principais serviços disponíveis nos ban-
cos, como conta corrente, aplicações financeiras, cartão de crédito, empréstimos e financiamentos.
Os associados têm poder igual de voto, independentemente da sua cota de participação no capital
social da cooperativa. O cooperativismo não visa lucros e os direitos e deveres de todos são iguais,
sendo a adesão livre e voluntária.
Entendendo melhor a diferença entre um banco comercial com capital aberto (ações em negocia-
ção na bolsa) e uma cooperativa de crédito de livre admissão do ponto de vista dos aplicadores
(operação passiva da instituição financeira):
É como se a cooperativa de crédito fizesse uma espécie de “venda casada” para o investidor, po-
rém, com uma cota a custo zero. Assim, é de se esperar que, um mesmo capital aplicado a uma
mesma taxa de juros e prazo em uma cooperativa de crédito e também em um banco, o investidor
tenha maior retorno na cooperativa, já que, além desses juros sobre o capital investido (que será
igual nas duas instituições), o investidor, aplicando na cooperativa de crédito, poderá receber, tam-
bém, parte do lucro distribuído (dividendos).
Já no ponto de vista do tomador de crédito, ou seja, das operações ativas das instituições financei-
ras, temos:

Note que a formação da taxa de juros dos bancos possui um


componente a mais do que no caso das cooperativas de crédi-
to, que é o “lucro”.
Como as cooperativas de crédito não têm fins lucrativos, e o
lucro aferido nas operações é distribuído entre os seus asso-
ciados – entre eles e o próprio tomador de crédito –, logo exis-
te uma tendência de que a taxa de juros dos empréstimos re-
alizados nas cooperativas sejam menores do que nos bancos.

É importante salientar que, assim como partilha das sobras, o cooperado está sujeito a participar
do rateio de eventuais perdas – em ambos os casos na proporção dos serviços usufruídos.
As sociedades cooperativas são classificadas em:

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS | EDGAR ABREU

Também são admitidos como associados das cooperativas de crédito, em caráter excepcional, pes-
soas jurídicas, desde que tenham por objeto as mesmas ou correlatas atividades econômicas das
pessoas físicas ou, ainda, aquelas sem fins lucrativos. Entretanto, conforme determina o artigo 4º,
parágrafo único, da lei complementar nº 130, de 2009, não são admitidos no quadro social da so-
ciedade cooperativa de crédito entes públicos, tais como: a União, os Estados, o Distrito Federal e
os Municípios, bem como suas respectivas autarquias, fundações e empresas estatais dependen-
tes.
Suas principais operações passivas são (exclusivamente dos seus associados):

• Depósitos à vista: conta corrente


• Depósitos a prazo: Recibo de Depósito Cooperativo (RDC).
• Cadernetas de Poupança (Novidade)
• As cooperativas podem captar através de depósito a prazo, porém, sem
emissão de certificado.
• Letra de Crédito do Agronegócio (LCA)
• Repasses de instituições financeiras nacionais ou estrangeiras, inclusive
por meio de depósitos interfinanceiros.
• Recursos oriundos de fundos oficiais.

Suas principais operações ativas são (exclusivamente dos seus associados):

• Operações de crédito em geral.


• Operações de crédito rural.

Suas principais operações acessórias são:

• Cobrança, custódia e serviços de recebimento e pagamento por conta de


terceiros a pessoas físicas e entidades de qualquer natureza, inclusive as
pertencentes aos poderes públicos das esferas federal, estadual e muni-
cipal e suas respectivas autarquias e empresas.
• Colocação de produtos e serviços oferecidos por bancos cooperativos,
inclusive os relativos a operações de câmbio, bem como por demais en-
tidades controladas por instituições integrantes do sistema cooperativo
a que pertença, em nome e por conta da entidade contratante, observa-
da a regulamentação específica.
SERVIÇOS
• Distribuição de cotas de fundos de investimento administrados por
instituições autorizadas, observada a regulamentação aplicável editada
pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

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3.2.1.4 Bancos Cooperativos (BCoop)


Um banco cooperativo é uma espécie de banco comercial, com diferença em sua constituição, que
tem como acionistas controladores as cooperativas centrais de crédito, as quais devem deter no
mínimo 51% das ações com direito a voto.
Caso esse banco agregue outras carteiras, tais como de investimento e crédito imobiliário, entre
outras, poderá se tornar um banco múltiplo com carteira comercial.
Em sua denominação, obrigatoriamente, deverá conter a expressão “banco cooperativo”.
O banco cooperativo oferece produtos e serviços financeiros às cooperativas, ampliando e criando
novas possibilidades de negócios e gestão centralizada dos recursos financeiros do sistema.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS | EDGAR ABREU

As operações passivas, ativas e acessórias dos bancos cooperativos dependem de quais são as car-
teiras que o compõe.

3.2.2 SUBSISTEMA OPERATIVO – SISTEMA BRASILEIRO DE POUPANÇA E EMPRÉSTIMO (SBPE)


Segundo a resolução CMN nº 1.980, de 30 de abril de 1.993, o Sistema Brasileiro de Poupança e
Empréstimo (SBPE) é integrado por:

As instituições financeiras que integram o SBPE possuem a capacidade de captar através de depósi-
tos de poupança. Estas instituições são obrigadas a destinar os recursos captados conforme descri-
to:
No mínimo 65% dos recursos captados
devem ser destinados a operações de fi-
nanciamento imobiliário, com risco de
multa para o descumprimento dessa exi-
gibilidade. Além disso, esse montante
deve ser dividido da seguinte forma:
1. 80% (oitenta por cento), no mínimo,
do percentual acima, em operações
de financiamento habitacional no
âmbito do Sistema Financeiro da Ha-
bitação (SFH).
2. 20% em operações de financiamen-
to imobiliário contratadas a taxas de
mercado.
As companhias hipotecárias, apesar de fazerem parte do Sistema Financeiro de Habitação (SFH),
não são integrantes do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), já que as mesmas não
possuem autorização para captarem através de cadernetas de poupança.
As instituições integrantes do SBPE podem captar depósitos de poupança rural, desde que possu-
am autorização do Banco Central do Brasil para operar em crédito rural e comuniquem ao Deban o
início da captação de depósitos de poupança rural.

PRINCIPAL CAPTAÇÃO
INSTITUIÇÃO CONSTITUIÇÃO OBESERVAÇÃO
(PASSIVA)
Associação de Poupadores são associados e,
Sociedade Civil
Poupança e Poupança e LCI assim, recebem dividendos. Faz
sem fins lucrativos
Empréstimo (APE) parte do SBPE.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS | EDGAR ABREU

PRINCIPAL CAPTAÇÃO
INSTITUIÇÃO CONSTITUIÇÃO OBESERVAÇÃO
(PASSIVA)
Poupança, LCI, FGTS e É considerado um agente
Caixa Econômica Empresa pública
repasses do governo especial do governo federal. Faz
Federal (CEF) federal
federal parte do SBPE.
Sociedade de É uma das carteiras que pode
Sociedade
Crédito Imobiliário Poupança e LCI compor um banco múltiplo. Faz
Anônima
(SCI) parte do SBPE.
Não podem captar através de
Companhias Sociedade
LCI e debêntures poupança. Não fazem parte do
Hipotecárias Anônima
SBPE.
Apenas as cooperativas de
Cooperativas Associação civil crédito que forem autorizadas
Poupança
de Crédito sem fins lucrativo pelo BACEN podem captar
poupança e fazer parte do SBPE
Quadro-resumo com as principais diferenças entre as instituições que compõem o SFH

SOPA DE LETRINHAS – AS SIGLAS DO MERCADO IMOBILIÁRIO

SISTEMA O QUE É QUEM PARTICIPA


• Bancos múltiplos com
2º O Sistema Brasileiro de Poupança e Em- carteira de crédito imobiliário
préstimo (SBPE) tem por finalidade promo- • Caixas econômicas
SBPE ver o financiamento imobiliário em geral,
• Sociedades de crédito imobiliário
por meio da captação e do direcionamento
dos recursos de depósitos de poupança • Associações de poupança e empréstimo
• Cooperativas de crédito autorizadas
Todos que integram o SBPE mais:
O Sistema Financeiro da Habitação (SFH), • Companhias Hipotecárias
destina-se a facilitar e a promover a constru- • Entidade de previdência complementar
SFH ção e a aquisição da casa própria ou mora- (aberta)
dia, especialmente pelas classes de menor
• Companhias securitizadora
renda da população.
• Demais instituições que o CMN
determinar
• Caixas econômicas
• Bancos comerciais
O Sistema de Financiamento Imobiliário • Bancos de investimento
(SFI), de que trata a Lei nº 9.514, de 20 de
• Bancos múltiplos com
novembro de 1997, tem por finalidade pro-
SFI carteira de crédito imobiliário,
mover o financiamento imobiliário em geral,
segundo condições compatíveis com os fun- • Sociedades de crédito imobiliário
dos respectivos. • Associações de poupança e empréstimo
• Companhias hipotecárias e, a critério
do Conselho Monetário Nacional – CMN

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IMPORTANTE: As operações no âmbito do SFH devem observar as seguintes condições


específicas no limite máximo do valor de avaliação do imóvel financiado de R$1.500.000,00
(um milhão e quinhentos mil reais)

3.2.3 SUBSISTEMA OPERATIVO – SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO


DE TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS (SDTVM)

3.2.3.1 Corretoras de Títulos e Valores Mobiliários (CTVM)


e Distribuidoras De Títulos e Valores Mobiliários (DTVM)
As corretoras e distribuidoras tinham funções distintas até 2009, pois somente as corretoras po-
diam operar em bolsas de valores. As distribuidoras precisavam de uma corretora para operar nas
bolsas, tendo, portanto, uma área mais restrita de operação.
Com a decisão conjunta CVM e Bacen nº 17/2009, que autorizou as distribuidoras a operar direta-
mente nos ambientes e sistemas de negociação dos mercados organizados de bolsas de valores,
eliminou-se a principal diferença entre as duas instituições financeiras.
Abaixo, a íntegra da decisão conjunta:
DECISÃO-CONJUNTA Nº 17

BANCO CENTRAL DO BRASIL COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS

Autoriza as sociedades distribuidoras de títulos e


valores mobiliários a operar diretamente nos
ambientes e sistemas de negociação dos
mercados organizados de bolsa de valores.

A Diretoria Colegiada do Banco Central do Brasil e o Colegiado da Comissão de Valores Mobiliários, com base no art.
2º, inciso XV, do Regulamento anexo à Resolução nº 1.120, de 4 de abril de 1986, com a redação dada pela Resolução
nº 1.653, de 26 de outubro de 1989,

D E C I D I R A M:

Art. 1º As sociedades distribuidoras de títulos e valores mobiliários ficam autorizadas a operar diretamente nos am-
bientes e sistemas de negociação dos mercados organizados de bolsa de valores.

Art. 2º Esta decisão-conjunta entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 2 de Março de 2009.

Alexandre Antonio Tombini Maria Helena dos Santos Fernandes de Santana


Presidente, substituto do Banco Central do Brasil Presidente da Comissão de Valores Mobiliários

A principal atividade dessas instituições é a de execução de ordens de compra e venda de ativos


para seus clientes. Um investidor não opera diretamente na bolsa de valores, mas sim através de
um intermediário (corretora/distribuidora), que cobra taxa por essa prestação de serviço.
Além da execução da ordem (operacional), as corretoras e distribuidoras normalmente contam com
equipes de analistas para auxiliar os investidores na escolha do melhor produto de investimento de
acordo com o perfil, prazo e necessidade do cliente/investidor.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS | EDGAR ABREU

Outras atividades das distribuidoras e corretoras:


1) Comprar e vender títulos e valores mobiliários por contra própria e de terceiros;
2) Operar em bolsas de mercadorias e de futuros por contra própria e de terceiros;
3) Intermediar a oferta pública e distribuir títulos e valores mobiliários no mercado;
4) Operar em bolsas de valores;
5) Administrar carteiras e custodiar títulos e valores mobiliários;
6) Subscrever emissões de títulos e valores mobiliários no mercado;
7) Exercer funções de agente fiduciário;
8) Instituir, organizar e administrar fundos e clubes de investimento;
9) Intermediar operações de compra e venda de moeda estrangeira, além de outras operações no
mercado de câmbio;
10) Praticar operações de compra e venda de metais preciosos no mercado físico, por conta própria
e de terceiros;
11) Realizar operações de compromissadas;
12) Praticar operações de conta margem;
13) Prestar serviços de intermediação e de assessoria ou assistência técnica em operações e ativi-
dades nos mercados financeiro e de capitais.

#PaiEd | Atualiza
Até o dia 13/05/2020 o limite para corretoras e distribuidoras operarem com liquidação
pronta era de U$ 100 mil. Após a publicação da circular BCB 4.019, esse limite foi elevado
para U$ 300 mil dólares.

Nas operações de câmbio, as corretoras e distribuidoras têm limites diferenciados para operação,
conforme circular do Bacen nº 3.691, de 16 de dezembro de 2013, com trecho reproduzido abaixo:
“Art. 34. Os agentes do mercado de câmbio podem realizar as seguintes opera-
ções:
III – sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários, sociedades distribui-
doras de títulos e valores mobiliários e sociedades corretoras de câmbio:
a) operações de câmbio com clientes para liquidação pronta2 de até US$
300.000,00 (trezentos mil dólares dos Estados Unidos) ou o seu equivalente em
outras moedas; e
b) operações para liquidação pronta no mercado interbancário, arbitragens no
País e, por meio de banco autorizado a operar no mercado de câmbio, arbitragem
com o exterior;”

Devem ser constituídas sob a forma de sociedade anônima ou por quotas de responsabilidade
limitada.
Sofrem supervisão compartilhada do Bacen e CVM.
2 Liquidação Pronta é o tipo de operação de câmbio que deve ser liquidada em até dois dias úteis

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS | EDGAR ABREU

3.2.3.2 Bolsas de Valores e Mercado de Balcão Organizados


Uma Bolsa de Valores é peça fundamental para o bom funcionamento do Mercado de Capitais, que
é o mercado em que as empresas acessam diretamente os investidores para captar recursos. As
companhias precisam de recursos para investir em seus projetos e, por outro lado, os investidores
necessitam de remuneração para valores financeiros que estão disponíveis.
A bolsa de valores é, portanto, o local adequado para que os investidores transacionem recursos
para a compra de títulos (valores mobiliários). Trata-se de uma instituição que faz parte do Siste-
ma de Distribuição de Títulos e Valores Mobiliários, no qual as Sociedades Corretoras têm acesso
para repassar as ordens de seus clientes.
São associações privadas civis que têm o objetivo de efetuar o registro, a compensação, a liquida-
ção física e financeira das operações realizadas em pregão ou sistema eletrônico. Entretanto, des-
de 28 de janeiro de 2000, com a resolução nº 2690 do Bacen, as bolsas de valores puderam passar a
visar lucro e a ser constituídas sob a forma de sociedades anônimas (S.A).
Sofrem fiscalização da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), porém, possuem status de autor-
reguladoras, já que são responsáveis por estabelecer diversas regras relativas ao funcionamento
dos mercados que administra e à atuação dos intermediários que a acessam.
Ainda segundo a resolução nº 2690/2000, são objetivos das bolsas de valores:
I – Manter local ou sistema adequado à realização de operações de compra e venda de títulos
e/ou valores mobiliários, em mercado livre e aberto, especialmente organizado e fiscalizado pela
própria bolsa, sociedades membros e pelas autoridades competentes;
II – Dotar, permanentemente, o referido local ou sistema de todos os meios necessários à pronta e
eficiente realização e visibilidade das operações;
III – Estabelecer sistemas de negociação que propiciem continuidade de preços e liquidez ao merca-
do de títulos e/ou valores mobiliários;
IV – Criar mecanismos regulamentares e operacionais que possibilitem o atendimento, pelas socie-
dades membros, de quaisquer ordens de compra e venda dos investidores, sem prejuízo de igual
competência da Comissão de Valores Mobiliários, que poderá, inclusive, estabelecer limites míni-
mos considerados razoáveis em relação ao valor monetário das referidas ordens;
V – Efetuar registro das operações;
VI – Preservar elevados padrões éticos de negociação, estabelecendo, para esse fim, normas de
comportamento para as sociedades membros e para as companhias abertas e demais emissores de
títulos e/ou valores mobiliários, fiscalizando sua observância e aplicando penalidades, no limite de
sua competência, aos infratores;
VII – Divulgar as operações realizadas, com rapidez, amplitude e detalhes;
VIII – Conceder, à sociedade membro, crédito para assistência de liquidez, com vistas a resolver
situação transitória, até o limite do valor de seus títulos patrimoniais ou de outros ativos especifi-
cados no estatuto social mediante apresentação de garantias subsidiárias adequadas, observado o
que a respeito dispuser a legislação aplicável; e
IX – Exercer outras atividades expressamente autorizadas pela Comissão de Valores Mobiliários.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS | EDGAR ABREU

Importante ressaltar que o investidor não opera diretamente na bolsa de valores, pois precisa de
uma corretora de valores para acessar à bolsa, conforme figura abaixo:

Já o mercado de balcão organizado é um mercado de títulos (valores mobiliários) no qual não há


um local físico definido para a realização das transações. É chamado de mercado organizado quan-
do conta com um sistema eletrônico de negociação de títulos e valores mobiliários (sistema interli-
gado de terminais entre instituições, por exemplo). Nesse tipo de mercado, as ordens de compra e
venda são fechadas de forma eletrônica.
Trata-se de um ambiente administrado por instituições autorreguladoras, que são autorizadas a
funcionar pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e sofrem fiscalização por parte dessa autar-
quia.
O mercado de balcão organizado é considerado uma “porta de entrada” para empresas que possu-
am um porte médio, já que, normalmente, na bolsa de valores estão as companhias maiores.
Uma diferença importante entre mercado de balcão e bolsa de valores é que no mercado de balcão
não existe o fundo de garantia para ressarcir o investidor em caso de prejuízos decorrentes de erros
de ordens por parte dos operadores, entrega de valores mobiliários erroneamente, liquidação ex-
trajudicial da corretora, entre outros. Esse fundo de garantia é administrado pela própria bolsa de
valores.

3.2.3.3 B3 – Bolsa, Balcão, Brasil


A B3 surgiu sob o formato atual após a fusão da Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São
Paulo (BM&FBOVESPA) com a Central de Custódia e de Liquidação Financeira de Títulos (CETIP),
aprovada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e pelo Conselho Administrativo de Defesa
Econômica (CADE) em 22 de março de 2017.
Uma Bolsa de Valores é peça fundamental para o bom funcionamento do Mercado de Capitais, que
é o mercado em que as empresas acessam diretamente os investidores para captar recursos. As
companhias precisam de recursos para investir em seus projetos e, por outro lado, os investidores
necessitam de remuneração para valores financeiros que estão disponíveis.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS | EDGAR ABREU

A bolsa de valores é, portanto, o local adequado para que os investidores transacionem recursos
para a compra de títulos (valores mobiliários). Trata-se de uma instituição que faz parte do Siste-
ma de Distribuição de Títulos e Valores Mobiliários, no qual as Sociedades Corretoras têm acesso
para repassar as ordens de seus clientes.
São associações privadas civis que têm o objetivo de efetuar o registro, a compensação, a liquida-
ção física e financeira das operações realizadas em pregão ou sistema eletrônico. Entretanto, des-
de 28 de janeiro de 2000, com a resolução nº 2690 do Bacen, as bolsas de valores puderam passar a
visar lucro e a ser constituídas sob a forma de sociedades anônimas (S.A).
Sofrem fiscalização da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), porém, possuem status de autor-
reguladoras, já que são responsáveis por estabelecer diversas regras relativas ao funcionamento
dos mercados que administra e à atuação dos intermediários que a acessam.
Ainda segundo a resolução nº 2690/2000, são objetivos das bolsas de valores:
I – Manter local ou sistema adequado à realização de operações de compra e venda de títulos e/
ou valores mobiliários, em mercado livre e aberto, especialmente organizado e fiscalizado pela pró-
pria bolsa, sociedades membros e pelas autoridades competentes;
II – Dotar, permanentemente, o referido local ou sistema de todos os meios necessários à pronta e
eficiente realização e visibilidade das operações;
III – Estabelecer sistemas de negociação que propiciem continuidade de preços e liquidez ao mer-
cado de títulos e/ou valores mobiliários;
IV – Criar mecanismos regulamentares e operacionais que possibilitem o atendimento, pelas socie-
dades membros, de quaisquer ordens de compra e venda dos investidores, sem prejuízo de igual
competência da Comissão de Valores Mobiliários, que poderá, inclusive, estabelecer limites míni-
mos considerados razoáveis em relação ao valor monetário das referidas ordens;
V – Efetuar registro das operações;
VI – Preservar elevados padrões éticos de negociação, estabelecendo, para esse fim, normas de
comportamento para as sociedades membros e para as companhias abertas e demais emissores de
títulos e/ou valores mobiliários, fiscalizando sua observância e aplicando penalidades, no limite de
sua competência, aos infratores;
VII – Divulgar as operações realizadas, com rapidez, amplitude e detalhes;
VIII – Conceder, à sociedade membro, crédito para assistência de liquidez, com vistas a resolver
situação transitória, até o limite do valor de seus títulos patrimoniais ou de outros ativos especifi-
cados no estatuto social mediante apresentação de garantias subsidiárias adequadas, observado o
que a respeito dispuser a legislação aplicável; e
IX – Exercer outras atividades expressamente autorizadas pela Comissão de Valores Mobiliários.

IMPORTANTE:

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3.2.3.4 Bancos De Investimento (BI)


Os bancos de investimento são instituições financeiras de natureza privada, especializadas em
operações de participação societária de caráter temporário, bem como no financiamento da ativi-
dade produtiva para suprimento de capital fixo ou de giro, mediante a administração de recursos de
terceiros.
Seu surgimento se deu com a promulgação de uma lei nos Estados Unidos depois da crise de 1929,
que impôs uma distinção entre os bancos de investimentos e os comerciais ou varejistas para pro-
teger os depósitos dos correntistas. (conceito de chineses wall)
Essas instituições devem ser constituídas sob a forma de sociedade anônima, devendo conter em
sua denominação a expressão “banco de investimento”.
Como o banco de investimento é uma instituição financeira e atua no mercado de valores mobiliá-
rios, logo sua supervisão é exercida de forma compartilhada pelo Banco Central do Brasil (BCB) e
pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), conforme exemplo ilustrado na figura a seguir:

Os bancos de investimento podem manter contas, sem juros e não movimentáveis por cheque, re-
lativas a recursos de terceiros (como as contas não são movimentadas por cheques, logo não se cria
moeda escritural). Essas contas, que não são contas correntes, têm como objetivo o recebimento
de recursos destinados à aplicação em títulos e valores mobiliários, assim como em outros ativos
financeiros e/ou modalidades operacionais disponíveis nos mercados financeiro e de capitais. Tais
recursos também poderão ser vinculados à execução de suas operações ativas ou relacionadas com
a prestação de serviços.
Suas principais operações passivas são:

• Depósitos a prazo (com ou sem a emissão de certificados): Certificado de


Depósito Bancário (CDB) e Recibo de Depósito Bancário (RDC)
• Recursos oriundos do exterior, inclusive por meio de repasses interbancá-
rios
• Repasse de recursos oficiais
• Depósitos interfinanceiros
• Outras formas de captação autorizadas pelo Banco Central do Brasil

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS | EDGAR ABREU

Suas principais operações ativas são:

• Financiamento de capital fixo e de giro

As operações acessórias são as principais atividades dos bancos de investimentos, uma vez que
eles são os principais prestadores de serviços no mercado de valores mobiliários.
Entre as atividades prestadas, destacam-se:

• Operações de câmbio (compra e venda de moeda estrangeira)


• Operar em bolsas de mercadorias e de futuros, bem como em merca-
dos de balcão organizados, por conta própria e de terceiros
• Administrar fundos e clubes de investimento
• Praticar operações de compra e venda – por conta própria ou de tercei-
ros – de metais preciosos no mercado físico, e de quaisquer títulos e
valores mobiliários nos mercados financeiros e de capitais.
• Coordenar processos de reorganização e reestruturação de sociedades
SERVIÇOS
e conglomerados, financeiros ou não, mediante prestação de serviços
de consultoria, participação societária e/ou concessão de financiamen-
tos ou empréstimos.

Conforme a Circular BCB 2.998, é também facultada aos bancos de investimento a prestação de
serviços relacionados à administração de empresa cujo objeto social esteja diretamente vinculado
a operações praticadas no âmbito do mercado financeiro, abrangendo o exercício de atividades
necessárias ao seu funcionamento, inclusive escrituração, administração de ativos e passivos e cus-
tódia. Na hipótese de a referida prestação de serviços envolver a gestão de recursos da empresa ou
de seus investidores, deve ser observada a regulamentação relativa à administração de recursos de
terceiros.

3.2.4 SUBSISTEMA OPERATIVO – DEMAIS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS

3.2.4.1 Bancos De Desenvolvimento (BD)


Os bancos de desenvolvimento são instituições públicas que surgiram na década de 1940, no es-
forço de reconstrução pós-guerras mundiais. Desde então, essas instituições vêm cumprindo papel
relevante para o desenvolvimento socioeconômico dos países e regiões onde atuam, conforme os
diferentes estágios em que se encontram, em cenários tanto de estabilidade quanto de crise.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS | EDGAR ABREU

Segundo a resolução CMN nº 394, de 1976, em seu artigo 1º, os bancos de desenvolvimento, ape-
sar de serem obrigatoriamente públicos, não podem pertencer ao governo federal. Por esse moti-
vo, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) é caracterizado como uma
agência de fomento e não banco de desenvolvimento.
Seu objetivo é o de proporcionar o suprimento oportuno e adequado dos recursos necessários ao
financiamento, a médio e longo prazos, de programas e projetos que visem promover o desenvol-
vimento econômico e social dos respectivos Estados da Federação onde tenham sede, cabendo-
-lhes apoiar, prioritariamente, o setor privado.
Desde 2008, os bancos de desenvolvimento podem prestar assistência a programas e projetos de-
senvolvidos em estado limítrofe à sua área de atuação, desde que seja em caráter excepcional e
que o empreendimento vise benefícios de interesse comum.
Todas as instituições devem ser constituídas sob a forma de uma sociedade anônima, devendo
adotar em sua denominação, de forma obrigatória e privativa, a expressão “banco de desenvolvi-
mento”, seguida do nome do Estado em que tenham sede.
Para atender a seu objetivo, os Bancos de Desenvolvimento podem apoiar iniciativas que visem:
• Ampliar e icentivar a capacidade produtiva da economia;
• Assegurar melhor ordenação de setores da economia regional e o saneamento de empresas
por meio de incorporação, fusão, associação e assunção de controle acionário de acervo, liqui-
dação ou consolidação de passivo ou ativo onerosos;
• Incrementar a produção rural por meio de projetos integrados de investimentos destinados à
formação de capital fixo ou semifixo;
• Promover a incorporação e o desenvolvimento de tecnologia de produção, o aperfeiçoamento
gerencial, a formação e o aprimoramento de pessoal técnico.
Suas principais operações passivas são:

• Depósitos a prazo: Certificado de Depósito Bancário (CDB) e Recibo de De-


pósito Bancário (RDC)
• Letra Financeira (LF)
• Operações de crédito, assim entendidas as provenientes de empréstimos
e financiamentos obtidos no país ou no exterior, na forma da legislação e
regulamentação vigentes
• Operações de crédito ou contribuições do setor público federal, estadual
ou municipal
• Emissão ou endosso de cédulas hipotecárias, bem como endosso de títu-
los hipotecários previstos em lei para o crédito rural
• Outras modalidades de captação, desde que autorizadas pelo Banco Cen-
tral do Brasil

Devido ao fato de os bancos de desenvolvimento terem como principal meio de captação os recur-
sos públicos, é proibido a eles a realização de operações de redesconto – empréstimos junto ao
Banco Central do Brasil (BCB) –, conforme determina o artigo 15 da resolução CMN nº 394.

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Suas operações ativas são:

• Empréstimos e financiamentos
• Investimentos
• Arrendamento mercantil
• Outras modalidades mediante prévia autorização do Banco Central

As operações de arrendamento mercantil devem ser contratadas com o próprio vendedor dos bens
ou com pessoas jurídicas a ele vinculadas e realizadas com recursos provenientes de instituições
públicas federais de desenvolvimento.
Podem se beneficiar de créditos concedidos pelo banco de desenvolvimento:
• Pessoas físicas residentes e domiciliadas no país, desde que os recursos concedidos sejam vin-
culados à execução de projeto aprovado pelo banco e/ou à realização de capital social, ou à
aquisição do controle acionário de empresas cujas atividades tenham importância para a eco-
nomia estadual ou regional;
• Pessoas jurídicas de direito privado sediadas no país;
• Pessoas jurídicas de direito público ou entidade direta ou indiretamente por elas controladas.
Suas principais operações acessórias são:

Os bancos de desenvolvimento podem operar no mercado de câmbio (compra e


venda de moeda estrangeira) de forma restrita, realizado somente as operações
autorizadas pelo Banco Central do Brasil (BCB)

Outros Serviços

3.2.4.2 Bancos de Câmbio (BC)


São instituições financeiras autorizadas a realizar operações de câmbio, bem como operações de
crédito vinculadas a essas operações, sem nenhuma restrição.
Podem receber recursos através de depósito em conta, porém, não podem ser remuneradas nem
movimentáveis por cheque ou por meio eletrônico. Os recursos devem ser destinados exclusiva-
mente para realizar as operações fins do banco.
Segundo a resolução nº 3.426/2006, do CMN, são operações que podem ser realizadas por um ban-
co de câmbio:
I – Compra e Venda de Moeda Estrangeira;
II – Transferências de Recursos do e Para o Exterior;
III – Financiamento de Importação e Exportação;
IV – Adiantamento Sobre Contrato de Câmbio;

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IV – Outras Operações, Inclusive de Prestação de Serviços, Previstas na Legislação de Câmbio;


V – Atuar, por conta própria, em bolsas de mercadorias e futuros e em mercado de balcão, em ope-
rações vinculadas a moedas estrangeiras ou vinculadas a operações de câmbio.
Além de recursos próprios, os BC podem captar recursos através de:

• Repasses de outros bancos


• Depósitos interbancários
• Recursos do exterior

Principais operações ativas:

• Financiamento para Importação e Exportação


• Adiantamento sobre Contrato de Câmbio

A principal atividade de um Banco de Câmbio é a prestação de serviço, mais detalhada no quadro


abaixo:

• Operações de câmbio (compra e venda de moeda estrangeira)


• Transferências de recursos do e para o exterior

SERVIÇOS

3.2.4.3 Sociedade de Crédito Financiamento e Investimento (SCFI) – Financeiras


As sociedades de crédito, financiamento e investimento (SCFI), conhecidas como “financeiras”, são
instituições privadas que fornecem empréstimo e financiamento para aquisição de bens, serviços e
capital de giro.
Suas principais operações ativas são:

• Empréstimos e financiamento de bens e serviços a pessoas físicas ou


jurídicas
• Financiamento de capital de giro a pessoas jurídicas
• Empréstimos consignados

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#PaiEd | Atualiza
Até Abril de 2020 as Financeiras não podiam captar através de CDB (Cerrtificado de Depósito
Bancário) o que passou a ser permitido após a publicação da Resolução CMN 4.812.

Já suas operações passivas são:

• Letras de Câmbio (LC)


• Depósito a prazo sem emissão de certificado, ou seja, somente com Reci-
bo de Depósito Bancário (RDC)
• Letra Financeira (LF)
• Recursos de instituições financeiras oficiais
• Depósito a Prazo com Garantia Especial – DPGE
• LIG – Letra Imobiliária Garantida
• CDB (NOVIDADE)

SAIBA A DIFERENÇA ENTRE EMPRÉSTIMO E FINANCIAMENTO


EMPRÉSTIMO FINANCIAMENTO
Assim como o empréstimo bancário, o financia-
mento também é um contrato entre o cliente e
É um contrato entre o cliente e a instituição financei-
a instituição financeira, mas com destinação es-
ra, pelo qual o primeiro recebe uma quantia que de-
pecífica dos recursos tomados, como, por exem-
verá ser devolvida ao banco em prazo determinado,
plo, a aquisição de veículo ou de bem imóvel. Ge-
acrescida dos juros acertados. Os recursos obtidos no
ralmente o financiamento possui algum tipo de
empréstimo não têm destinação específica.
garantia, como, por exemplo, alienação fiduciária
ou hipoteca.
O dinheiro recebido está vinculado à aquisição de
O dinheiro recebido não tem destinação obrigatória. determinado bem ou serviço como, por exemplo,
a aquisição de um veículo ou equipamento.

#PaiEd | Atualiza
Até Abril de 2020 as Financeiras não podiam captar através de CDB (Cerrtificado de Depósito
Bancário) o que passou a ser permitido após a publicação da Resolução CMN 4.812.

3.2.4.4 Sociedade de Arrendamento Mercantil (SAM)


Suas operações se assemelham a uma locação de um bem – operação essa que chamamos de “ar-
rendamento mercantil” ou “leasing”.
Devem ser constituídas sob a forma de sociedade anônima, cuja denominação deve conter a ex-
pressão “arrendamento mercantil”. Embora sejam fiscalizadas pelo Banco Central do Brasil e rea-
lizem operações com características de um financiamento, as sociedades de arrecadamento mer-
cantil não são consideradas instituições financeiras, mas sim entidades equiparadas a instituições
financeiras, conforme artigo 1º da lei federal nº 7.492 de 1986.

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Como funciona uma operação de leasing:

O QUE PODE SER ARRENDADO?


Tipos de leasing Financeiro e Operacional
Arrendador Sociedade de Arrendamento Mercantil
Arrendatário
Pessoa Física ou Jurídica
(quem contrata)
Pessoa jurídica: móveis ou imóveis
Tipo de Bens
Pessoa Física: apenas bens imóveis
Origem dos bens Nacional ou importados
Ao final do contrato, o arrendatário tem as opções de efetivar a aquisição do bem arrendado ou
devolvê-lo.

Para conseguir realizar a operação de leasing, a Sociedade de Arrendamento Mercantil necessita


comprar o bem, o que deve ser feito através de recursos próprios ou por meio do seu instrumento
de captação, carazterizando-se como uma operação passiva:

• Colocação de debêntures3 de emissão pública ou particular e de notas


promissórias destinadas à oferta pública
• Empréstimos contraídos no exterior
• Empréstimos e financiamentos de instituições financeiras nacionais, inclu-
sive de repasses de recursos externos

3.2.4.5 Administradoras de Consórcio


O consórcio é um modelo em que se forma um grupo para aquisição de bens móveis ou imóveis e
serviços na forma de autofinanciamento. Na prática, os consorciados (participantes desse grupo)
depositam em uma espécie de “fundo” gerido pela Administradora de Consórcio.

3 Debêntures é um valor mobiliário emitido por sociedades por ações, representativo de dívida, que assegura a seus
detentores o direito de crédito contra a companhia emissora.

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A Administradora de Consórcio é uma pessoa jurídica que presta serviço e tem como seu objeto
social principal a administração de grupo de consórcio, e pode ser constituída sob a forma de so-
ciedade limitada ou sociedade anônima.
As administradoras de consórcio estão sob normatização, autorização e supervisão do Banco Cen-
tral do Brasil, para o qual devem enviar, periodicamente, informações contábeis e não contábeis
sobre as operações realizadas. Além disso, as questões relativas a consórcio estão sujeitas ao Có-
digo de Defesa do Consumidor (CDC), cabendo aos órgãos pertencentes ao Sistema Nacional de
Defesa do Consumidor (Procon, por exemplo) fazer a mediação de questões entre clientes e admi-
nistradoras de consórcio.
A remuneração da administradora se dá através da taxa de administração, que é um percentual do
bem ou serviço que serve de referência para o consórcio. A adesão do consorciado ao plano se dá
através da assinatura do contrato de participação.
Existem duas formas possíveis de o consorciado ser contemplado para adquirir o seu bem ou servi-
ço: sorteio ou lance.
Os bens e direitos adquiridos pela administradora em nome do grupo de consórcio, inclusive os
decorrentes de garantia, bem como seus rendimentos, não se comunicam com o seu patrimônio,
considerando que:
I – não integram o ativo da administradora;
II – não respondem direta ou indiretamente por qualquer obrigação da administradora;
III – não compõem o elenco de bens e direitos da administradora, para efeito de liquidação judicial
ou extrajudicial;
IV – não podem ser dados em garantia de débito da administradora.

As Administradoras de Consórcio não realizam intermediação financeira. Apenas rea-


lizam gestão de recursos de terceiros e o seu ganho está na taxa de administração que
os consorciados pagam.

3.2.4.6 Administradoras de Cartão de Crédito e Instituições de Pagamento


As administradoras de cartão de crédito são as instituições que emitem o cartão de crédito. Impor-
tante ressaltar que não se pode confundir a administradora do cartão (emissora) com a bandeira
do cartão de crédito. A bandeira (Visa, Mastercard, American Express, Diners, Elo, entre outros) é
a responsável pela comunicação da transação para a administradora. Já as administradoras são as
responsáveis pela oferta do cartão de crédito junto ao cliente. As maiores administradoras no nosso
país são os grandes bancos.
Quando a administradora do cartão de crédito for uma instituição financeira, ela sofrerá fiscaliza-
ção do Bacen. Quando a emissora não for uma instituição financeira, essa operação não terá fisca-
lização da autarquia.
Existem duas categorias de cartão de crédito: básico e diferenciado.

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No básico, pode-se apenas realizar pagamentos de bens e serviços nos estabelecimentos creden-
ciados. Já o cartão diferenciado, pode, além de pagamentos, estar associado a programas de bene-
fícios, como, por exemplo, pontos por utilização, milhas aéreas, seguros e atendimento diferencia-
do no exterior.
A remuneração das administradoras se dá a partir de um percentual do valor das compras realiza-
das no cartão de crédito, que deve ser pago pelo estabelecimento comercial onde ocorreu a com-
pra e também com as taxas abaixo, que podem ser cobradas do usuário:
1. Anuidade
2. Emissão de segunda via de cartão
3. Saque em espécie no cartão de crédito
4. Pagamento de contas através do cartão de crédito
5. Pedido de avaliação emergencial de crédito
Ainda pode ser citada a receita financeira, que ocorre quando o usuário decide parcelar ou pagar
um valor inferior ao total da fatura do cartão de crédito. Quando isso ocorre, as taxas cobradas do
usuário são muito altas e essa receita fica com a administradora do cartão. Em janeiro de 2016, a
taxa ao ano para esse tipo de operação chegou a incríveis 431%.
Já as instituições de pagamento, segundo definição do Banco Central, são: “Pessoas Jurídicas não
financeiras que executam os serviços de pagamento no âmbito do arranjo de pagamentos e que
são responsáveis pelo relacionamento com os usuários finais do serviço de pagamento”.
Para um melhor entendimento, a definição de Arranjo de Pagamentos, também segundo o Banco
Central, diz que:
“Um arranjo de pagamento é o conjunto de regras e procedimentos que disci-
plina a prestação de determinado serviço de pagamento ao público. Já o serviço
de pagamento disciplinado no âmbito do arranjo é o conjunto de atividades que
pode envolver aporte e saque de recursos, emissão de instrumento de pagamen-
to, gestão de uma conta que sirva para realizar pagamento, credenciamento para
aceitação de um instrumento de pagamento, remessa de fundos, dentre outras
listadas no inciso III do art. 6º da Lei 12.865, de 9 de outubro de 2013.
São exemplos de arranjos de pagamento os procedimentos utilizados para reali-
zar compras com cartões de crédito, débito e pré-pago, seja em moeda nacional
ou em moeda estrangeira. Os serviços de transferência e remessas de recursos
também são arranjos de pagamentos.”

A lei nº 12.865, de 2013, sobre os arranjos de pagamentos e instituições de pagamento, fez-se


necessária por conta do advento da tecnologia, que mudou e vem mudando a forma de se realizar
pagamentos e transferências de recursos. Não se tinha, até 2013, uma legislação clara sobre o
assunto, e muitas empresas começaram a explorar o mercado de pagamentos, aproveitando o
crescimento das compras on-line, principalmente.
Para entender melhor a operação de uma instituição de pagamento, imagine que exista uma mi-
croempresa que venda produtos pela internet. Certamente seria um custo alto desenvolver uma
plataforma de pagamento da própria empresa. Por esse motivo é que se contrata uma “instituição
de pagamento”, para, dentro do site dessa microempresa, realizar a solução de pagamento pela
internet. O fluxo de compra e repasse se dá dessa forma:

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A lei nº 12.865, em seu artigo 12, fala claramente sobre o espaço de tempo em que os recursos fi-
cam na instituição de pagamento:
Art. 12. Os recursos mantidos em contas de pagamento:
I – constituem patrimônio separado, que não se confunde com o da instituição de pagamento;
II – não respondem direta ou indiretamente por nenhuma obrigação da instituição de paga-
mento nem podem ser objeto de arresto, sequestro, busca e apreensão ou qualquer outro ato
de constrição judicial em função de débitos de responsabilidade da instituição de pagamento;
III – não compõem o ativo da instituição de pagamento, para efeito de falência ou liquidação
judicial ou extrajudicial; e
IV – não podem ser dados em garantia de débitos assumidos pela instituição de pagamento.

As administradoras de Cartão de Crédito e também as Instituições de Pagamentos não


realizam operações ativas de captação. A receita advém das taxas cobradas e também
das operações financeiras, quando realizadas.

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AULA 04

4. PRODUTOS BANCÁRIOS

Nesse capítulo vamos estudar os principais temas que irão fazer parte do seu dia a dia no trabalho
na CEF. Serviços bancários e as operações de crédito são os temas mais importantes para o seu
trabalho e eu acredito que a banca organizadora, CESGRANRIO vai ser coerente na escolha dos de
suas questões, por isso, vamos focar e detonar tudo que o PAI vai escrever aqui para você!

4.1 DEPÓSITO À VISTA – CONTA CORRENTE


Olá, sou o Pai Ed, e hoje vamos falar sobre um tema muito importante no mundo bancário: a Aber-
tura, Manutenção e Encerramento de Contas de Depósitos. Este é um processo essencial no setor
financeiro e é regulamentado pela Resolução nº 4.753, de 26 de Setembro de 2019 do Banco Cen-
tral do Brasil. Vamos destrinchar essa resolução para entender melhor cada etapa

Abertura de Contas
1. Verificação de Identidade e Qualificação: As instituições financeiras devem adotar procedi-
mentos para verificar e validar a identidade dos titulares da conta e, quando necessário, de
seus representantes. Isso inclui autenticar as informações fornecidas e compará-las com ban-
cos de dados públicos ou privados.
2. Simplificação em Casos Específicos: Em certas situações, é permitido um processo de qualifica-
ção simplificado, mas é preciso estabelecer limites de saldo e movimentação.
3. Contas de Menores de Idade: No caso de contas de titulares menores de idade ou incapazes,
também é necessário identificar e qualificar o responsável legal.
4. Atualização de Informações: As instituições devem manter atualizadas as informações de iden-
tificação e qualificação dos titulares e seus representantes.
5. Prevenção a Lavagem de Dinheiro: Todos esses procedimentos devem estar em conformidade
com as leis de prevenção à lavagem de dinheiro e financiamento do terrorismo.

Informações essenciais Abertura de contas


I. Procedimentos para identificação e qualificação do(s) titular(es) da conta;
II. Procedimentos para cobrança de tarifas e aos prazos para fornecimento de comprovantes e de
outros documentos;
III. Medidas de segurança para fins de movimentação da conta;
IV. Eventuais limites de saldo mantido em conta e de aportes de recursos;
V. Procedimentos para atualização das informações do(s) titular(es);
VI. Previsão de inclusão do nome do depositante no Cadastro de Emitentes de Cheque sem Fundos
(CCF); e
VII. Hipóteses, condições e procedimentos para o encerramento da conta.

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Manutenção de Contas
1. Contrato de Serviços: O contrato deve abordar, entre outros pontos, os procedimentos para
identificação e qualificação dos titulares, características da conta, medidas de segurança, direi-
tos e deveres dos titulares, e procedimentos para atualização de informações.
2. Fornecimento do Contrato: As instituições devem fornecer uma cópia do contrato de presta-
ção de serviços por qualquer canal disponível, inclusive eletrônico.
3. Informações Essenciais: Antes da contratação, é obrigatório fornecer um prospecto com infor-
mações essenciais sobre a conta.

Encerramento de Contas
1. Comunicação e Providências: Para encerrar uma conta, é preciso uma comunicação formal en-
tre as partes, indicando os motivos da rescisão e as providências a serem tomadas.
2. Destinação do Saldo: O cliente deve informar o que será feito com o saldo restante na conta,
seja transferência para outra conta ou retirada em espécie.
3. Devolução de Cheques: É necessário devolver ou cancelar folhas de cheque não utilizadas.
4. Informações Finais: A instituição deve informar o titular sobre o prazo para encerramento e os
procedimentos para quitação de compromissos.
5. Possibilidade de Encerramento com Cheques Sustados: Mesmo na presença de cheques sus-
tados, revogados ou cancelados, a conta pode ser encerrada.

4.2 DEPÓSITO A PRAZO – CDB E RDB


O CDB e RDB são exemplos de título privado de renda fixa para a captação de recursos de investi-
dores pessoas físicas ou jurídicas por parte dos bancos. Ambos podem serem emitido por bancos
comerciais, bancos de investimento e bancos múltiplos, com pelo menos uma dessas carteiras des-
critas, e Sociedades de Crédito, Financiamento e Investimento – Financeiras.

Rentabilidade

TIPO O QUE É EXEMPLO


1% ao mês
Prefixada Investidor sabe o quanto vai ganhar no momento da aplicação
12% ao ano
Investidor sabe a taxa que remunera, mas não consegue calcular no 93% do
Pos Fixada
momento do investimento os juros, pois depende de algum indexador CDI Selic
Alguns autores utilizam termologia para definir quando a rentabilidade
tem uma parte pré e outra pós, embora eu não concorde, pois entendo 5% aa + IPCA
Híbrida
que hibrido é apenas uma subdivisão dos pós fixado, já que também 0,5% am + TR
não é permitido o calculo da rentabilidade

Quando essa rentabilidade pos fixada é possível de ser calculada diariamente, ou seja, oscila diaria-
mente, como taxas de CDI e Selic, podemos chama-la de Flutuante.

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Liquidez: o CDB pode ser negociado no mercado secundário. O CDB também pode ser resgatado
antes do prazo final caso o banco emissor concorde em resgatá-lo. No caso de resgate anterior ao
prazo final, devem ser respeitados os prazos mínimos. Os CDBs não podem ser indexados à va-
riação cambial. Quando o investidor deseja obter um rendimento atrelado à variação cambial, é
necessário fazer um contrato de swap paralelo ao CDB, conhecido também como “CDB swapado”.

4.2.1 DIFERENÇA ENTRE CDB X RDB

CDB (Certificado de Depósito Bancário) RDB (Recibo de Depósito Bancário)


Geralmente não possui liquidez diária, sen-
Pode oferecer liquidez diária ou no venci- do resgatado apenas no vencimento. Quan-
Liquidez
mento, dependendo do contrato. do tem liquidez diária é com perda de ren-
tabilidade
Coberto pelo FGC (Fundo Garantidor de Também garantido pelo FGC até o limite es-
Garantia
Créditos) até um limite estabelecido. tabelecido.
Pode ser negociado antes do vencimento, Não é negociável, deve ser mantido até o
Negociação
dependendo do acordo. vencimento.
Endossado Permite a transferência via endosso Não pode ser endossado, é intrasferível.

IMPORTANTE!
Possuem cobertura do FGC até o limite vigente, atualmente de R$ 250.000,00.

4.3 CADERNETA DE POUPANÇA


Possui total liquidez, porém com perda de rentabilidade. Remunera sobre o menor saldo do período.
Rentabilidade: Em maio de 2012 a caderneta de poupança teve uma alteração na rentabilidade
paga aos investidores. Com objetivo de evitar a migração de recursos investidos em títulos públicos
para poupança (efeito observado com queda da taxa de juros) o governo limitou o ganho das cader-
netas de poupança a 70% da taxa de juros, ficando assim:

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Periodicidade de pagamento dos juros:


• Pessoa Física e PJ Imunes: Mensal (0,5% ao mês)
• Pessoa Jurídica: Trimestral (1,5% ao trimestre)
Dadas de depósito: Aplicações realizadas nos dias 29, 30 e 31 de cada mês, terão como data de
aniversário o dia 01 do mês subsequente.
Podem captar através de poupança somente as Instituições Financeiras que fazem parte do Siste-
ma Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE)
1. Caixa Econômica Federal – CEF
2. Sociedade de Crédito Imobiliário – SCI
3. Associações de Poupança e Empréstimos – APE
4. Bancos Múltiplos com carteira de SCI.
5. Cooperativas de Crédito – CC
OBS: As Companhias Hipotecárias não podem captar através de Poupança.
Garantias: Aplicações em cadernetas de poupança estão cobertas pelo Fundo Garantidor de Cré-
dito – FGC até o limite vigente que atualmente é de R$ 250.000,00. Poupanças da CEF são 100%
cobertas pelo governo federal.
De maneira geral as cadernetas de poupança não permitem a cobrança de tarifas, porém algumas
operações realizadas em uma conta poupança PODEM gerar cobrança de tarifa, tais como: Mais de
2 saques mensais, fornecimento de cartão magnético adicional, entre outras. A manutenção da
conta é SEMPRE ISENTA.

4.4 TÍTULO DE CAPITALIZAÇÃO


O título de capitalização é um meio de guardar dinheiro, de forma programada, para realizar um
plano: fazer uma viagem, uma reforma, uma festa, programar seus estudos ou ainda ajudar a me-
lhorar a sua empresa. E, ao mesmo tempo em que você junta dinheiro, concorre a diversos prêmios.
Os valores pagos pelo subscritor “Prêmio” são dividido em três cotas:

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Os títulos são estruturados, quanto a sua forma de pagamento, em PM, PP e PU.

4.4.1 MODALIDADES DE TÍTULOS


Modalidade I: Compra-Programada – O titular pode optar por bem ou serviço, descrito na ficha de
cadastro, subsidiado por acordos comerciais com indústrias ou empresas comerciais. Praticamente
não está mais sendo comercializada.
Modalidade II: Filantropia Premiável – destinada ao consumidor interessado em participar de sor-
teios, lhe sendo facultada a opção de contribuir com entidades beneficentes de assistência sociais,
por meio da cessão a essas entidades do direito de resgate do saldo capitalizado.
Modalidade III: Incentivo – o título de capitalização está vinculado a promoções comerciais institu-
ídas por empresas promotoras (subscritoras do título), sendo que o consumidor tem direito apenas
a participar dos sorteios, sem acesso ao resgate do saldo capitalizado, que pertence ao subscritor
do título.
Modalidade IV: Instrumento de Garantia – o titular pode utilizar o saldo de capitalização do título
para assegurar o cumprimento de obrigação assumida em contrato principal pelo titular perante
terceiro. O saldo capitalizado não pode ser utilizado para aquisição de bem ou serviço.
Modalidade V: Popular – esta modalidade tem por objetivo a participação do titular em sorteios,
propiciando, ao final da vigência, devolução de valor inferior ao total pago. Nesta modalidade, as
Condições Gerias deverão conter, em destaque, a seguinte mensagem: “Este título restituirá ao
final de sua vigência valor inferior ao total dos pagamentos efetuados. A contratação deste título é
apropriada principalmente na hipótese de o consumidor estar interessado em capitalizar parte da
contribuição e participar dos sorteios. Consulte a tabela para observar a evolução do percentual de
resgate, de acordo com os meses de vigência do título.”
Modalidade IV: Tradicional – trata de modalidade que objetiva restituir ao titular, ao final do prazo
de vigência, no mínimo, o valor total dos pagamentos efetuados pelo subscritor, pessoa que adqui-
riu o título, desde que todos os pagamentos previstos tenham sido realizados nas datas programa-
das.

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4.4.2 PRAZOS

Resumo (Fonte, site da Susep)

4.5 PREVIDÊNCIA PRIVADA


Previdência Social é aquela referente ao benefício pago pelo INSS aos trabalhadores. Ela funciona
como um seguro controlado pelo governo, garantindo que o trabalhador continue a receber uma
renda quando se aposentar, mas que também não fique desamparado em caso de gravidez, aci-
dente ou doença.
Previdência Privada, como o próprio nome sugere, é uma opção do indivíduo. Também chamada
de Previdência Complementar, ela estabelece a formação de uma reserva a ser usada tanto para
complementar a renda recebida pelo INSS, quanto para realizar um projeto de vida, como o paga-
mento da faculdade dos filhos ou investir em um negócio próprio.

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4.5.1 TAXAS DE ADMINISTRAÇÃO


Refere-se às despesas com a gestão financeira do fundo, contratada a uma empresa especializada.
A cobrança ocorre durante toda a fase de contribuição e incide sobre o capital total, incluindo o
rendimento. Esse custo é regulamentado pelo Banco Central e pela Comissão de Valores Mobiliá-
rios (quando o fundo tiver aplicações em renda variável).
O percentual da taxa tem que ser aprovado pela Susep e constar do contrato. Nos planos VGBL e
PGBL, o custo varia de 0,5% a 4% ao ano, em geral sendo cobrada diariamente.
É cobrada pela tarefa de administrar o dinheiro do fundo de investimento exclusivo, criado para o
seu plano, e pode variar de acordo com as condições comerciais do plano contratado. Os que têm
fundos com investimentos em ações, por serem mais complexos, normalmente têm taxas um pou-
co maiores do que aqueles que investem apenas em renda fixa.

4.5.2 TAXAS DE CARREGAMENTO


Corresponde às despesas administrativas das instituições financeiras com pessoal, emissão de do-
cumentos e lucro. É cobrada logo na entrada do plano e a cada depósito ou contribuição que você
faz. Isso quer dizer que, se esse custo for de 5%, a cada R$ 100,00 investidos só R$ 95,00 vão ser
creditados efetivamente no seu plano. Em outras palavras, quanto maior o percentual, menor a fa-
tia da contribuição ou depósito feita por você que vai “engordar” o seu capital.
As instituições financeiras têm liberdade de cobrar taxas de até 10% nos planos VGBL e PGBL, com
aprovação da Susep, mas a concorrência forte impede a imposição desse limite.
Ela serve para cobrir despesas de corretagem e administração. Na maioria dos casos, a cobrança
dessa taxa não ultrapassa 5% sobre o valor de cada contribuição que você fizer. No mercado há três
formas de taxa de carregamento, dependendo do plano contratado. São elas:
1. Antecipada: incide no momento do aporte. Esta taxa é decrescente em função do valor do
aporte e do montante acumulado. Ou seja, quanto maior o valor do aporte ou quanto maior o
montante acumulado, menor será a taxa de carregamento antecipada.
2. Postecipada: incide somente em caso de portabilidade ou resgates. É decrescente em função
do tempo de permanência no plano, podendo chegar a zero. Ou seja, quanto maior o tempo de
permanência, menor será a taxa.
3. Híbrida: a cobrança ocorre tanto na entrada (no ingresso de aportes ao plano), quanto na saída
(na ocorrência de resgates ou portabilidades). Como você pode ver, existem produtos que ex-
tinguem a cobrança dessa taxa após certo tempo de aplicação. Outros atrelam esse percentual
ao saldo investido: quanto maior o volume aplicado, menor a taxa. Nos dois casos, não deixe de
pesquisar antes de escolher seu plano de previdência.

4.5.3 PORTABILIDADE
É a transferência, parcial ou total, do saldo acumulado entre fundos do plano contrato, ou para ou-
tros planos, outra seguradora ou Entidade Aberta de Previdência Complementar – EAPC, durante
o período de acumulação, por vontade do titular.

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Transferências Entre Planos


Não é permitido mudar de modalidade, ou seja, de um VGBL para um PGBL e vice-versa. Se quiser
fazê-lo, o investidor deverá resgatar seus recursos e aplicar tudo de novo no outro plano, o que im-
plicará cobrança de IR sobre o dinheiro retirado, conforme regime tributário escolhido e vigente à
época do resgate.

4.5.4 RESGATES
Uma das formas de sair do plano, ou seja, de utilizar a reserva acumulada, pode ser o resgate total,
caso o cliente não queira passar a receber uma renda mensal. Para essa opção, há duas formas dis-
poníveis de resgate:
• Resgate programado: são definidas datas certas para a retirada do dinheiro. Os recursos que
continuarem no plano permanecerão rendendo.
• Resgate total: é a alternativa mais barata para o usuário, mas não é indicada para quem não
tem experiência em gerir seu patrimônio. Afinal, se o dinheiro ficar parado, deixará de render.

IMPORTANTE: No caso de resgate total ou de parte dos recursos antes da data de saída estipu-
lada, é preciso ficar atento às regras de carência para resgate.

4.5.5 FASE DE BENEFÍCIOS

Renda Vitalícia Pagamento de uma renda mensal por toda a vida ao participante.
Pagamento de uma renda mensal por toda a vida ao participante. Caso
Renda Vitalícia com
ocorra o seu falecimento, a renda é revertida ao beneficiário indicado até
Prazo Mínimo Garantido o cumprimento do prazo garantido.
Pagamento de uma renda mensal por toda a vida ao participante. Após o
Renda Vitalícia
seu falecimento, um percentual da renda, será revertida ao beneficiário
Reversível ao Beneficiário indicado.
Pagamento de uma renda mensal ao participante, durante o prazo
Renda Temporária
definido.

Proteção Adicional

Pensão Prazo Certo Pagamento mensal ao beneficiário indicado durante o prazo definido.
Pagamento de uma renda mensal por toda a vida, ao beneficiário indicado
Pensão ao Cônjuge
pelo participante, caso ocorra o seu falecimento.
Pagamento de uma renda mensal ao beneficiário menor indicado ( até
Pensão aos Menores
que complete 21 anos), caso ocorra o falecimento do participante.
Pagamento de uma renda mensal por toda a vida ao participante, no caso
Renda por Invalidez com
de invalidez total e permanente. Caso ocorra o seu falecimento, a renda é
Prazo Mínimo Garantido revertida ao beneficiário indicado até o cumprimento do prazo garantido.

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Pagamento único ao beneficiário indicado, em decorrência da morte do


Pecúlio por Morte
segurado.

4.5.6 PLANO GERADOR DE BENEFÍCIOS LIVRES (PGBL)


O PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre) é mais vantajoso para aqueles que fazem a declaração
do imposto de rend’a pelo formulário completo. É uma aplicação em que incide risco, já que não
há garantia de rentabilidade, que inclusive pode ser negativa. Ainda assim, em caso de ganho, ele é
repassado integralmente ao participante.
O resgate pode ser feito no prazo de 60 dias de duas formas: de uma única vez, ou transformado
em parcelas mensais. Também pode ser abatido até 12% da renda bruta anual do Imposto de
Renda e tem taxa de carregamento. É comercializado por seguradoras. Com o PGBL, o dinheiro é
colocado em um fundo de investimento exclusivo, administrado por uma empresa especializada na
gestão de recursos de terceiros e é fiscalizado pelo Banco Central.

4.5.7 VIDA GERADOR DE BENEFÍCIOS LIVRES (VGBL)


O VGBL, ou Vida Gerador de Benefício Livre, é aconselhável para aqueles que não têm renda tribu-
tável, já que não é dedutível do Imposto de Renda, ainda que seja necessário o pagamento de IR
sobre o ganho de capital.
Nesse tipo de produto, também não existe uma garantia de rentabilidade mínima, ainda que todo o
rendimento seja repassado ao integrante. O primeiro resgate pode ser feito em prazo que varia de
dois meses a dois anos. A partir do segundo ano, também pode ser feita a cada dois meses. Possui
taxa de carregamento.

4.6.8 PGBL X VGBL

PGBL VGBL
Permite abater da base de cálculo do IR os
Dedução aportes realizados anualmente ao plano Não permite abater do IR
de IR até um limite máximo de 12% (*) da renda os aportes ao plano.
bruta tributável do investidor.
Essa dedução não significa que os aportes
feitos na Previdência são isentos de IR.
Incidência O IR incidirá apenas sobre os rendimentos
Haverá incidência do IR sobre o valor total
de IR do plano e não sobre o total acumulado.
do resgate ou da renda recebida quando
eles ocorrerem.
Indicado para quem usa a declaração
simplificada ou é isento ou para quem já
Perfil Indicado para as pessoas que optam pela
investe em um PGBL, mas quer investir
Investidor declaração completa do Imposto de Renda.
mais de 12% de sua renda bruta em
previdência privada.

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4.6 SEGUROS
Seguro é um instrumento de proteção contra risco de perda financeira. É uma forma de gerencia-
mento de risco contra acidentes e perdas incertas.
O Seguro é um contrato envolvendo duas ou mais partes em que uma age como segurador, com o
dever de indenizar a outra, o segurado, em caso de ocorrência de um evento determinado sinistro.

4.6.1 GLOSSÁRIO
Apólice: documento emitido pela sociedade seguradora formalizando a aceitação da cobertura so-
licitada pelo proponente, nos planos individuais, ou pelo estipulante, nos planos coletivos.
Beneficiário: pessoa física ou jurídica designada para receber os valores dos capitais segurados, na
hipótese de ocorrência do sinistro.
No seguro prestamista, o primeiro beneficiário é o credor, a quem deverá ser paga a indenização,
no valor a que tem direito em decorrência da obrigação a que o seguro está atrelado, limitado ao
capital segurado contratado.
Carregamento: importância destinada a atender às despesas administrativas e de comercialização
do plano.
Período de diferimento: período compreendido entre a data de início de vigência da cobertura por
sobrevivência e a data contratualmente prevista para início do pagamento do capital segurado.
Prêmio: valor correspondente a cada um dos pagamentos destinados ao custeio do seguro.
Proponente: o interessado em contratar a cobertura (ou coberturas), ou aderir ao contrato, no caso
de contratação coletiva.
Riscos excluídos: são aqueles riscos, previstos nas condições gerais e/ou especiais, que não serão
cobertos pelo plano.
Sinistro: a ocorrência do risco coberto, durante o período de vigência do plano de seguro.
Fiz esse quadro resumo com os principais tipos de seguros:

4.6.2 TIPOS DE SEGUROS

TIPOS DE SEGUROS O QUE É


Estes seguros têm por objetivo garantir o pagamento de uma indenização ao
segurado ou aos seus beneficiários, observadas as condições contratuais e as
garantias contratadas. Como exemplos de seguros de pessoas, temos: seguro de
Seguro de Pessoas vida, seguro funeral, seguro de acidentes pessoais, seguro educacional, seguro
viagem, seguro prestamista, seguro de diária por internação hospitalar, seguro
desemprego (perda de renda), seguro de diária de incapacidade temporária e
seguro de perda de certificado de habilitação de voo.

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TIPOS DE SEGUROS O QUE É


Embora seja um tipo de seguro de pessoas, achei importante destacar esse
tipo de seguro, pois é muito utilizado em bancos, já que o Seguro Prestamista
Seguro Prestamista objetiva o pagamento de prestações ou a quitação do saldo devedor de bens ou
planos de financiamento adquiridos pelo segurado, em caso de morte, invalidez
permanente, invalidez temporária.
O Seguro Rural é um dos mais importantes instrumentos de política agrícola, por
permitir ao produtor proteger-se contra perdas decorrentes principalmente de
fenômenos climáticos adversos. Contudo, é mais abrangente, cobrindo não só a
Seguro Rural
atividade agrícola, mas também a atividade pecuária, o patrimônio do produtor
rural, seus produtos, o crédito para comercialização desses produtos, além do
seguro de vida dos produtores.
Há duas modalidades no Seguro de Automóveis: Valor Determinado e Valor
de Mercado Referenciado. As Seguradoras podem oferecer a contratação
apenas na modalidade Valor Determinado, apenas na modalidade Valor de
Seguro de automóveis
Mercado Referenciado, ou em ambas. O segurado deverá contratar o seguro na
modalidade que mais lhe convier, dentre as oferecidas pela Seguradora de sua
escolha
É o Seguro Obrigatório de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores
de Vias Terrestres, ou por sua Carga, a Pessoas Transportadas ou Não (Seguro
DPVAT DPVAT), criado com a finalidade de amparar as vítimas de acidentes de trânsito
em todo o território nacional, não importando de quem seja a culpa dos
acidentes.
O seguro de Garantia Estendida tem como objetivo fornecer ao segurado,
Seguro Garantia facultativamente e mediante o pagamento de prêmio, a extensão temporal
Estendida da garantia do fornecedor de um bem adquirido e, quando prevista, sua
complementação.

4.6.3 MERCADO DE SEGUROS NO BRASIL

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4.7 CONSÓRCIO

O Que é Consórcio
Consórcio é definido como a união de pessoas físicas e jurídicas em um grupo com o objetivo de,
por meio de autofinanciamento, possibilitar aos seus membros a aquisição de bens ou serviços.
Bens e Serviços Acessíveis via Consórcio
• Veículos e Equipamentos: Inclui veículos automotores, aeronaves, embarcações, máquinas e
equipamentos.
• Bens Móveis: Qualquer bem móvel novo, exceto os mencionados anteriormente.
• Imóveis: Abrange imóveis construídos ou na planta, terrenos, além de opções para construção
ou reforma.
• Valor do Crédito: Montante nominal para aquisição, corrigido com base em índices ou indica-
dores contratuais.
• Serviços: Qualquer serviço previsto no contrato de consórcio.

Mecanismo de Contemplação
A contemplação é o processo pelo qual o crédito é liberado ao consorciado para a aquisição do bem
ou serviço. Ela pode ocorrer por meio de sorteio ou lance durante as assembleias gerais de con-
templação e depende da disponibilidade de recursos no grupo.

Importante: O pagamento antecipado das parcelas não garante a contemplação.

Após ser contemplado, o consorciado pode usar o crédito para quitar financiamentos de bens e ser-
viços de mesma categoria do consórcio em bancos ou outras instituições financeiras.

Administradora de Consórcios
A administradora de consórcios é uma pessoa jurídica responsável pela organização e gestão dos
grupos de consórcio. Ela pode ser constituída como sociedade limitada ou anônima. A adesão ao
consórcio se dá por meio de um contrato de participação, que define os direitos e deveres das
partes, incluindo o bem referenciado e seu preço, que serve como base para o cálculo do valor do
crédito e das parcelas.

Regulação e Fiscalização
O Banco Central do Brasil (BC) é o órgão responsável pela normatização, autorização, supervisão e
controle das atividades dos sistemas de consórcio, visando a eficiência e solidez das administrado-
ras. As relações de consumo são reguladas pelo Código de Defesa do Consumidor, com a mediação
feita pelos órgãos do Sistema Nacional de Defesa do Consumidor (SNDC).

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Tabela Resumo: Consórcio

CATEGORIA DESCRIÇÃO
Veículos e Equipamentos Veículos automotores, aeronaves, embarcações, etc.
Bens Móveis Qualquer bem móvel novo, exceto os mencionados acima.
Imóveis Inclui imóveis construídos ou na planta, terrenos, etc.
Valor do Crédito Montante nominal, ajustado por índice ou indicador.
Serviços Qualquer serviço acordado no contrato.

Processo de Contemplação
• Sorteio: Método aleatório para definir a contemplação.
• Lance: Oferta de pagamento adicional para antecipar a contemplação.

Administradoras de Consórcio
• Função: Organizar e gerenciar grupos de consórcio.
• Contrato de Participação: Documento que estabelece os termos da adesão ao consórcio.

Regulação
• Órgão Regulador: Banco Central do Brasil.
• Legislação Aplicável: Código de Defesa do Consumidor e normas do BC.

4.8 OPERAÇÕES DE CRÉDITO GERAL.


As operações de crédito são essenciais no mundo financeiro, atendendo a uma variedade de neces-
sidades tanto de pessoas físicas quanto jurídicas. Elas podem ser classificadas de acordo com a apli-
cação dos recursos, a modalidade da operação e a atividade predominante do tomador do crédito.
Vamos explorar os principais tipos de operações de crédito e como eles são classificados.

4.8.1 CLASSIFICAÇÃO DAS OPERAÇÕES DE CRÉDITO


A classificação contábil das operações de crédito leva em consideração:
• Aplicação dos Recursos: Define o propósito do crédito, seja para capital de giro, compra de
equipamentos ou consumo pessoal.
• Atividade do Tomador: A natureza do negócio ou atividade econômica do tomador do crédito.
Funcionário Público, Empresário, agricultor, autônomo, etc.

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Modalidades Principais
• Empréstimos: Caracterizam-se pela flexibilidade no uso dos recursos, sem necessidade de des-
tinação específica ou comprovação da aplicação dos recursos. Exemplos incluem empréstimos
pessoais, adiantamentos a depositantes e empréstimos para capital de giro.
• Títulos Descontados: Incluem operações onde títulos, como duplicatas ou notas promissórias,
são adiantados com desconto pelo banco. Essencial para empresas que necessitam de liquidez
imediata.
• Financiamentos: Diferenciam-se pela destinação específica dos recursos, com necessidade de
comprovação da aplicação. Exemplos são financiamentos imobiliários, de veículos, máquinas e
equipamentos.

Tabela Resumo: Tipos de Operações de Crédito

MODALIDADE DESTINAÇÃO DOS RECURSOS EXEMPLOS


Empréstimos Flexível Capital de giro, empréstimos pessoais
Títulos Descontados Liquidez imediata dos títulos Desconto de duplicatas
Financiamentos Específica, com aplicação definida Financiamento de imóveis, veículos

4.8.2 CRÉDITO PESSOAL E CRÉDITO DIRETO AO CONSUMIDOR


O mundo dos empréstimos é vasto e diversificado, oferecendo várias opções para atender às dife-
rentes necessidades financeiras dos consumidores. Entre as opções mais populares estão o crédito
pessoal, os empréstimos consignados e o Crédito Direto ao Consumidor (CDC). Cada um desses
produtos financeiros tem características próprias, vantagens e precauções que devem ser conside-
radas.

Crédito Pessoal
É a forma mais flexível de empréstimo, permitindo ao tomador usar os recursos para diversas fina-
lidades, sem a necessidade de especificar a aplicação. É importante estar atento às taxas de juros,
que podem ser mais elevadas, e às possíveis tentativas de fraude. A contratação desse tipo de em-
préstimo exige cuidado e a escolha de instituições confiáveis.

Empréstimo Pessoal com Garantia


Nesta modalidade, o empréstimo é garantido por um bem, como um veículo ou imóvel, o que ge-
ralmente resulta em taxas de juros mais baixas devido ao menor risco para a instituição financeira.
A análise de crédito pode ser mais rigorosa, e o bem fica alienado à instituição até a quitação do
empréstimo.

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Empréstimo Consignado
Caracteriza-se pelo desconto direto da parcela no salário, aposentadoria ou pensão do tomador.
É uma opção com taxas de juros geralmente menores, devido ao menor risco de inadimplência. O
limite de comprometimento da renda é regulado por lei, máximo de 40%, sendo 35% para emprés-
timos e 5% para despesas com cartão de crédito consignado.

4.8.3 CRÉDITO DIRETO AO CONSUMIDOR (CDC)


O CDC é frequentemente utilizado para a compra de bens e serviços, tendo a compra financiada di-
retamente pelo vendedor ou por uma instituição financeira parceira. Este tipo de crédito é comum
na aquisição de veículos, eletrodomésticos e eletrônicos.

Tabela Comparativa

TIPO DE FORMA DE
TAXA DE JUROS FORMA DE CONTRATAR
EMPRÉSTIMO PAGAMENTO
Presencial, online, via telefone
Crédito Pessoal Débito em conta Geralmente mais alta
(necessita de documentos)
Empréstimo Desconto em Menor (devido ao Exige convênio entre empresa/
Consignado folha menor risco) órgão público e banco
Em geral é contratado diretamente
Crédito Direto ao Débito em conta Varia conforme o
no ponto de venda ou através de
Consumidor (CDC) ou boleto produto e o vendedor
financiadoras

Dicas de crédito do PAI!


• Taxas de Juros: Compare o CET (Custo Efetivo Total) entre diferentes ofertas para entender o
custo real do empréstimo.
• Capacidade de Pagamento: Avalie seu orçamento para garantir que a parcela do empréstimo
não comprometa sua saúde financeira.
• Consultas: Utilize o Registrato no site do BACEN, para monitorar suas dívidas e relações finan-
ceiras ativas, assegurando maior controle sobre sua vida financeira.
A escolha entre esses tipos de empréstimo deve levar em conta a finalidade do crédito, as taxas de
juros, a facilidade de contratação e, principalmente, a capacidade de pagamento do tomador.

4.8.4 CARTÃO DE CRÉDITO


O cartão de crédito é um cartão de plástico, que permite ao cliente pagar compras ou serviços até o
limite de crédito previamente definido no contrato do uso do cartão. Ele é de uso pessoal e indivi-
dual, não deve ser emprestado a ninguém, nem ter sua senha revelada, por medida de segurança.
Ao fazer uma compra e pagar com o cartão de crédito, o indivíduo assume a responsabilidade de
pagar o valor daquela despesa na data do vencimento da fatura, juntamente com os outros gastos
pagos com o cartão de crédito.

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Regulamentação
Os serviços de pagamentos vinculados a cartões de crédito emitidos por instituições financeiras
ou instituições de pagamento estão sujeitos à regulamentação baixada pelo Conselho Monetário
Nacional e pelo Banco Central do Brasil.
Também são regulados os cartões emitidos por lojas, conhecidos como “private label” no que se re-
fere ao eventual financiamento concedido por uma instituição financeira ao cliente para pagamento
da fatura. (compra parcelada na loja) Demais cartões não são fiscalizados pelo Banco Central.

Tipos de Cartões

Toda instituição emissora de cartão de crédito é obrigada a ofertar cartão de crédito básico. O valor
da anuidade do cartão básico deve ser menor do que o valor da anuidade do cartão diferenciado.

Tarifas
As instituições podem cobrar de pessoas naturais basicamente cinco tarifas referentes à prestação
de serviços de cartão de crédito, a título de serviços prioritários:

Após decorrido o vencimento da fatura, o saldo remanescente do crédito rotativo pode ser finan-
ciado mediante linha de crédito para pagamento parcelado, desde que em condições mais vanta-
josas para o cliente em relação àquelas praticadas na modalidade de crédito rotativo, inclusive no
que diz respeito à cobrança de encargos financeiros.

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#PaiEd | Atualiza
Atenção, antes existia a exigência de valor mínimo para cobrança de tarifa nos cartões
de crédito de 20% e depois 15%. Porém essa exigência foi revogada em 2018 pela Circular
BACEN nº 3.892.

4.8.5 CRÉDITO RURAL


O crédito rural é o financiamento destinado ao segmento rural. Os produtores rurais utilizam os
recursos concedidos pelas instituições financeiras nessa linha de crédito de diversas maneiras na
sua propriedade. Por exemplo, podem investir em novos equipamentos e animais ou custear ma-
téria prima para o cultivo. Podem ainda utilizar esses recursos para comercializar e industrializar a
produção. São as chamadas finalidades do crédito rural.

Finalidades do crédito rural

Origem dos recursos

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Os recursos controlados geralmente financiam operações de crédito rural com as condições previa-
mente definidas, como taxas de juros, limites e prazo.
No caso de créditos provenientes de recursos não controlados (recursos próprios), os financiamen-
tos possuem condições livremente pactuadas entre as instituições financeiras e os produtores ru-
rais.

Beneficiários
I. Produtor rural (pessoa física ou jurídica);
II. Cooperativa de produtores rurais;
III. Pessoa física ou jurídica que, mesmo não sendo produtor rural, se dedique a uma das seguin-
tes atividades:
a) Pesquisa ou produção de mudas ou sementes fiscalizadas/certificadas;
b) Pesquisa ou produção de sêmen para inseminação artificial e embriões;
c) Prestação de serviços mecanizados de natureza agropecuária, em imóveis rurais, inclusive
para proteção do solo;
d) Prestação de serviços de inseminação artificial, em imóveis rurais;
e) Atividades florestais.
Para concessão do crédito, o beneficiário deverá apresentar o orçamento, plano ou projeto, salvo
em operações de desconto.

Proagro – Seguro do Agronegócio


Proagro é o Programa de Garantia da Atividade Agropecuária. É um programa do governo federal
que garante o pagamento de financiamentos rurais quando a lavoura sofrer danos provocados por
eventos climáticos adversos ou causados por doenças e pragas sem controle.
O Proagro é administrado pelo Banco Central e regulamentado pelo CMN. As instituições financei-
ras (bancos e cooperativas de crédito) são os agentes do programa.

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AULA 05

5. SPB E AUTORREGULAÇÃO BANCÁRIA

Fala Cabeção! Agora vamos falar sobre o SPB e também sobre autorregulação bancária! Autorre-
gulação, se cair, será apenas uma questão. Já SPB, se o economista que faz a prova entrar em uma
agência bancária e ver que tem mais coisas além de câmbio, certamente deve cair uma questãozi-
nha na sua prova! Bora lá?

5.1 SPB – SISTEMA DE PAGAMENTOS BRASILEIRO


O Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) é um tema complexo, mas vou tentar simplificar para
você. Pense no SPB como um grande e complexo mecanismo que garante que o dinheiro circule de
forma segura, rápida e eficiente em todo o país. Ele é dividido em duas grandes partes: Infraestru-
turas do Mercado Financeiro (IMF) e Arranjos de Pagamento.

Infraestruturas do Mercado Financeiro (IMF)


Este segmento é formado pelas Instituições Operadoras de Sistemas do Mercado Financeiro (IOS-
MF) e pelos Sistemas do Mercado Financeiro (SMF). Basicamente, os SMF são um conjunto de re-
gras, procedimentos e estruturas operacionais que permitem realizar atividades muito importantes
para o funcionamento do sistema financeiro, como:
• Liquidação de pagamentos: Quando o dinheiro é transferido de uma conta para outra para
concluir uma transação.
• Depósito centralizado: Quando ativos ou dinheiro são guardados em uma instituição central
para segurança e eficiência.
• Registro de Ativos Financeiros (AF): O ato de documentar a posse e as transações de ativos
como ações e títulos.
Essas atividades são cruciais para a economia, pois garantem que os mercados financeiros operem
de maneira eficiente e segura. O Banco Central do Brasil (BC) tem um papel vital aqui, pois trabalha
para assegurar que essas infraestruturas sejam sólidas e estejam sempre melhorando, garantindo a
estabilidade financeira do país.

5.1.1 ARRANJOS DE PAGAMENTO


Este segmento inclui todos os sistemas e regras que organizam como os serviços de pagamento são
oferecidos ao público. Isso abrange coisas com as quais você provavelmente já está familiarizado,
como o Pix e os cartões de crédito. Além disso, engloba tanto as empresas que criam esses siste-
mas (os instituidores dos arranjos) quanto as que participam deles, sejam elas bancos ou institui-
ções de pagamento.

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O interessante dos arranjos de pagamento é que eles tornam possível realizar pagamentos e trans-
ferências de forma rápida e segura, facilitando o dia a dia de todos nós, seja pagando uma conta de
luz via Pix ou comprando algo com o cartão de crédito.
Em resumo, o SPB é como o sistema circulatório da economia do Brasil, com o Banco Central agin-
do como o coração, garantindo que tudo funcione como deve. Espero que essa explicação tenha
ajudado a esclarecer um pouco sobre o que é o SPB e como ele funciona!

Fonte: BACEN

5.1.2 SISTEMAS OPERADOS PELO BACEN


O BC é o responsável pela gestão e operação dos seguintes Sistemas do Mercado Financeiro (SMF):
• Sistema de Transferência de Reservas (STR)
• Sistema de Pagamentos Instantâneos (SPI)
• Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic)

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O STR e o SPI são sistemas de pagamento (transferências de fundos). O Selic é um sistema de li-
quidação e de depósito centralizado dos títulos da dívida pública mobiliária interna emitidos pelo
Tesouro Nacional (ativos financeiros), além de ser o responsável pelo eventual registro de ônus e
gravames sobre tais títulos. Todos os SMFs operados pelo BC utilizam o modelo de liquidação bruta
em tempo real.

Sistema de Transferência de Reservas (STR)


O Sistema de Transferência de Reservas (STR) é o coração do Sistema de Pagamentos Brasileiro
(SPB), onde ocorre a liquidação final de todas as obrigações financeiras no Brasil.
A transferência de fundos no STR é irrevogável, isto é, só é possível “desfazer” uma transação por
meio de outra transação no sentido contrário. Além disso, para garantir a solidez do sistema, no STR
não há possibilidade de lançamentos a descoberto (não se admite saldo negativo).
O STR, é um sistema que faz liquidação bruta em tempo real (LBTR), ou seja, que processa e liquida
transação por transação.

Sistema de Pagamentos Instantâneos (SPI)


O Sistema de Pagamentos Instantâneos (SPI) é a infraestrutura centralizada e única para liquida-
ção de pagamentos instantâneos entre instituições distintas no Brasil.
A operação do SPI, gerida pelo BCB, teve início em Novembro de 2020.
O SPI é um sistema que faz liquidação bruta em tempo real (LBTR), ou seja, que processa e liquida
transação por transação. Uma vez liquidadas, as transações são irrevogáveis.
Os pagamentos instantâneos são liquidados com lançamentos nas contas de propósito específico
que as instituições participantes diretos do sistema mantêm no BCB, denominadas Contas Paga-
mento Instantâneo (Contas PI). Para garantir a solidez do sistema, não há possibilidade de lança-
mentos a descoberto, isso é, não se admite saldo negativo nas Contas PI.

Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic)


O Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic) é o sistema em que se efetua a custódia e se
registram as transações com a maioria dos títulos emitidos pelo Tesouro Nacional.
O Selic, gerido pelo Banco Central (BC), é uma infraestrutura do mercado financeiro (IMF). Como
infraestrutura, o Selic faz parte do Sistema de Pagamentos Brasileiros (SPB).
As infraestruturas do mercado financeiro como um todo desempenham um papel fund​amental no
âmbito do Sistema Financeiro Nacional (SFN). Seu funcionamento adequado é essencial para a es-
tabilidade financeira e condição necessária para salvaguardar os canais de transmissão da política
monetária.
O sistema Selic é fundamental em possíveis casos de falência ou insolvência de instituições finan-
ceiras. A liquidação em tempo real e o registro das transações com títulos públicos federais em seu
banco de dados pode coibir fraudes e prevenir o contágio em outras instituições.

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5.1.3 SISTEMAS AUTORIZADOS PELO BACEN


À exceção dos sistemas operados pelo Banco Central do Brasil (BC), compete ao BC e/ou à Co-
missão de Valores Mobiliários (CVM) – conforme área de atuação de cada Autarquia – autorizar o
funcionamento de Sistemas do Mercado Financeiro (SMF) no âmbito do Sistema de Pagamentos
Brasileiro (SPB).
Nesse contexto, as principais instituições autorizadas pelo BC:
I. Centralizadora da Compensação de Cheques (COMPE)
II. Sistema de Transferência de Fundos (SITRAF)
III. Sistema de Liquidação Diferida das Transferências Interbancárias de Ordens de Crédito (SILOC)
IV. C3 Registradora
V. Câmara B3

5.1.4 CENTRALIZADORA DA COMPENSAÇÃO DE CHEQUES (COMPE)


A Compensação de cheques é um serviço regulamentado pelo Banco Central do Brasil – BCB – e
operacionalizado pelo Banco do Brasil (Executante), por meio da Centralizadora da Compensação
de Cheques – Compe.
A Compe é o sistema responsável pelo processamento da compensação interbancária dos cheques,
que é realizada por acerto de contas entre as Instituições Financeiras (IF Sacada e IF Acolhedora) dos
cheques acolhidos. O processamento se dá por meio da troca de arquivos contendo os dados e ima-
gens digitalizadas, capturados eletronicamente pela IF Acolhedora e remetidos à Compe.

Motivos de Devolução

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Fique tranquilo cabeção, não precisa DECORAR todos os motivos, mas eu recomendo conhecer
aqueles que são responsáveis pela inclusão do cliente no Cadastro de Emitentes de Cheques Sem
Fundos – CCF

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5.2 AUTORREGULAÇÃO BANCÁRIA

5.2.1 AUTORREGULAÇÃO FEBRABAN


A Autorregulação FEBRABAN marca a implementação de um projeto essencial e antigo, iniciado há
cerca de 10 anos com a formação de um Grupo de Trabalho por iniciativa de 7 dos maiores ban-
cos do país, profissionais da FEBRABAN, e com apoio de uma consultoria. Focando inicialmente
no relacionamento entre os bancos e seus consumidores, a autorregulação expandiu seu alcance
incluindo temas como prevenção à lavagem de dinheiro e financiamento ao terrorismo, além da
responsabilidade socioambiental.

5.2.2 PRINCIPAIS ASPECTOS


1. Definição e Objetivos
• Sistema criado por instituições financeiras para estabelecer compromissos de conduta,
promovendo um mercado financeiro eficaz, transparente, e beneficente para consumido-
res e sociedade.
2. Participantes
• Todas as instituições financeiras associadas à FEBRABAN, denominadas Signatárias "nível
I". Instituições podem aderir voluntariamente a eixos normativos específicos, classificando-
-se em nível II (um eixo) ou III (todos os eixos).
3. Eixos Normativos Voluntários
• Relacionamento com o consumidor, prevenção a ilícitos, e responsabilidade socioambiental.
4. Normas Regentes
• Regidas pelo Código de Conduta Ética de Autorregulação Bancária e pelos normativos cor-
respondentes.
5. Benefícios ao Relacionamento Banco-Consumidor
• Visa a melhoria contínua da qualidade desse relacionamento, beneficiando consumidores
e sociedade.
6. Monitoramento e Fiscalização
• Realizado pela Diretoria de Autorregulação da FEBRABAN, através de avaliações e audito-
rias de canais de atendimento.
7. Consequências do Descumprimento
• Incluem advertências, multas ou desligamento compulsório da instituição da Autorregula-
ção.
8. Benefícios para Clientes de Bancos Participantes
• Demonstração de compromisso das instituições com padrões elevados de conduta e quali-
dade no atendimento ao consumidor.

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5.2.3 TABELA RESUMO: AUTORREGULAÇÃO FEBRABAN

ASPECTO DESCRIÇÃO
Estabelecer padrões de conduta para instituições financeiras, visando transpa-
Objetivo
rência e eficácia no mercado.
Instituições financeiras associadas à FEBRABAN, com possibilidade de adesão a
Participantes
eixos normativos específicos.
Relacionamento com o consumidor<br> – Prevenção a ilícitos<br> – Responsabi-
Eixos Normativos
lidade socioambiental
Código de Conduta Ética de Autorregulação Bancária e normativos da Autorre-
Normas Regentes
gulação.
Diretoria de Autorregulação avalia e assegura a adequação às normas através de
Monitoramento
auditorias.
Consequências do
Advertências, multas ou desligamento da Autorregulação.
Descumprimento
Benefícios para Compromisso das instituições com elevados padrões de conduta e qualidade no
Clientes atendimento.

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AULA 06

6. GARANTIAS BANCÁRIAS

Sabe aquela hora que você vai atrás de um empréstimo e o banco cobra uma taxa de juros elevada?
Então, provavelmente é porque o risco da operação é muito elevado. Para facilitar para os dois la-
dos, o banco ter mais chance de receber e você ter menor taxa de juros, a garantia da operação se
faz necessário! É sobre isso a nossa aula 6.
Garantias nas operações de crédito representam uma segurança adicional para o credor, assegu-
rando que, em caso de inadimplência do devedor, haverá formas de recuperar o valor emprestado.
Elas são essenciais no mundo financeiro por mitigar o risco de crédito, facilitando a concessão de
empréstimos e financiamentos. As garantias dividem-se em duas categorias principais: pessoais (ou
fidejussórias) e reais.

Garantias Pessoais ou Fidejussórias


Neste tipo de garantia, a promessa de pagamento não está vinculada a um bem específico, mas sim
ao compromisso de uma terceira pessoa, que se responsabiliza pelo cumprimento da obrigação na
eventualidade de inadimplência do devedor principal. Isso introduz um elemento de confiança pes-
soal nas transações financeiras, onde o credor depende da solvabilidade e da palavra do garantidor.
As principais formas incluem:
• Aval: Uma declaração formal de um avalista que se compromete a honrar a dívida do devedor,
caso este não o faça.
• Fiança: Semelhante ao aval, mas utilizada em um contexto mais amplo de contratos, onde o
fiador assume a obrigação de pagamento se o devedor principal falhar.
• Fiança Bancária: Uma modalidade em que um banco garante o cumprimento de uma obriga-
ção do devedor perante um terceiro, oferecendo maior segurança ao credor devido à solidez
financeira da instituição bancária.

Garantias Reais
Diferentemente das garantias pessoais, as garantias reais envolvem a vinculação de bens específi-
cos (móveis ou imóveis) à obrigação. Se o devedor não cumprir com o pagamento, o credor pode
recorrer ao bem garantido para satisfazer a dívida. Isso oferece ao credor uma segurança patrimo-
nial concreta, reduzindo o risco do empréstimo. Entre as garantias reais mais comuns, destacam-se:
• Hipoteca: Direito de garantia que recai sobre imóveis (que permanecem em posse do devedor),
permitindo ao credor, em caso de inadimplência, promover a venda do bem para o pagamento
da dívida.
• Penhor: Garantia que incide sobre bens móveis, como veículos ou joias, que são entregues ao
credor ou permanecem em posse do devedor sob promessa de penhor.
• Alienação Fiduciária: Envolve a transferência da propriedade fiduciária do bem ao credor até
que a dívida seja integralmente paga. É amplamente utilizada em financiamentos de bens mó-
veis (como veículos) e imóveis.

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Importância das Garantias


As garantias são fundamentais para o sistema de crédito, pois:
• Reduzem o Risco de Crédito: Ao oferecer uma forma de recuperação em caso de inadimplên-
cia, incentivam a concessão de empréstimos.
• Facilitam Condições de Crédito: Podem possibilitar taxas de juros menores e prazos de paga-
mento mais longos, devido à redução do risco.
• Promovem a Confiança no Mercado Financeiro: A existência de garantias sólidas aumenta a
confiança geral no sistema financeiro, estimulando a atividade econômica.
A escolha entre garantias pessoais e reais geralmente depende da natureza da operação de crédito,
do perfil do devedor, do valor envolvido e das preferências do credor. Em muitos casos, a combina-
ção de diferentes tipos de garantias pode ser utilizada para adequar-se às necessidades específicas
de cada operação de crédito.

6.1 GARANTIAS PESSOAIS – FIDEJUSSÓRIA


As garantias pessoais, também conhecidas como fidejussórias, desempenham um papel crucial nas
operações de crédito, oferecendo uma segurança adicional ao credor, além da confiança na capaci-
dade de pagamento do devedor principal. Este tipo de garantia é baseado no compromisso de uma
terceira pessoa, que se responsabiliza pelo cumprimento da obrigação financeira caso o devedor
principal falhe em sua responsabilidade. As garantias pessoais mais comuns incluem o aval e a fian-
ça, cada uma com características e requisitos específicos

6.1.1 AVAL
O aval é uma garantia muito utilizada no universo do crédito, especialmente em títulos de crédito,
como cheques, duplicatas, letras de câmbio e notas promissórias. Ele se caracteriza pela promessa
feita por um terceiro (o avalista) de honrar a obrigação financeira caso o devedor principal (avali-
zado) não o faça. Esta forma de garantia é especialmente relevante no contexto de negócios e em-
préstimos, por proporcionar uma segurança adicional ao credor.

Características Principais do Aval


• Autonomia: O aval é autônomo em relação à obrigação principal. Isso significa que a responsa-
bilidade do avalista é mantida mesmo que haja problemas legais com a obrigação do avalizado,
como falência, incapacidade ou outros vícios de consentimento.
• Solidariedade: No aval, o avalista assume uma responsabilidade solidária com o avalizado. Isso
quer dizer que o credor pode exigir o pagamento integral do título tanto do devedor principal
quanto do avalista, sem necessidade de seguir uma ordem específica para a cobrança.
• Irrevogabilidade: Uma vez concedido, o aval não pode ser retirado unilateralmente pelo avalis-
ta. Ele permanece válido até a liquidação do título ou o cumprimento da obrigação.
• Necessidade de Outorga Conjugal: Em muitos sistemas jurídicos, o aval pode exigir a autoriza-
ção do cônjuge do avalista, dependendo do regime de bens do casamento e do valor envolvido
na transação.

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TIPOS DE AVAL
• Aval em Branco e Aval em Preto: O aval pode ser classificado conforme a especificação do ava-
lizado. No aval em branco, não se especifica a quem beneficia, sendo presumido em favor do
emitente do título. No aval em preto, o avalizado é expressamente indicado.
• Aval Parcial ou Limitado: Embora tradicionalmente o aval deva garantir o valor total do título,
algumas legislações permitem o aval parcial, que cobre apenas uma parte do valor do título.
Esta é uma exceção importante e se aplica a determinados tipos de títulos de crédito.

Importância do Aval
O aval é uma ferramenta crucial no comércio e no financiamento, pois oferece uma camada adicio-
nal de segurança para o credor. Ele facilita a circulação de títulos de crédito e aumenta a confiança
nas transações comerciais, alavancando as operações de crédito e negócios em geral.

Exemplo Prático de Aval


Imagine uma empresa que emite uma duplicata no valor de R$50.000,00 para financiar a compra
de matéria-prima. Um dos sócios da empresa, como avalista, dá o aval para essa duplicata. Se a
empresa não conseguir pagar a dívida na data de vencimento, o credor pode exigir o pagamento
integral tanto da empresa quanto do sócio avalista, sem precisar acionar primeiro a empresa.
O aval, portanto, é uma garantia de pagamento essencial no mundo dos negócios, oferecendo se-
gurança e flexibilidade nas operações de crédito.

6.1.2 FIANÇA
A fiança é uma forma de garantia pessoal (ou fidejussória) utilizada nas operações de crédito, na
qual uma terceira pessoa, denominada fiador, compromete-se a cumprir a obrigação do devedor
principal, caso este último não o faça. É uma garantia de natureza acessória, dependendo da exis-
tência de uma obrigação principal, e tem grande relevância no direito civil e comercial, especial-
mente em contratos de locação e operações de crédito.

Características da Fiança:
• Natureza Acessória: A fiança é acessória à dívida principal; sua existência depende da obriga-
ção que se pretende garantir.
• Subsidiariedade: O fiador só será acionado após a tentativa de cobrança do devedor principal,
a menos que se renuncie expressamente a esse benefício.
• Unilateralidade: Geralmente, somente o fiador tem obrigações no contrato de fiança.
• Solidariedade (opcional): Pode ser estabelecida solidariedade entre o fiador e o devedor prin-
cipal, fazendo com que o fiador possa ser cobrado diretamente sem necessidade de acionar
primeiro o devedor.
• Limitada ou Ilimitada: A fiança pode ser limitada a um valor específico ou cobrir a totalidade da
dívida, incluindo juros, multas e custas judiciais.

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Aspectos Importantes da Fiança:


• Benefício de Ordem: O fiador tem o direito de exigir que os bens do devedor principal sejam
executados antes dos seus, a menos que tenha renunciado a esse direito.
• Necessidade de Outorga Conjugal: Dependendo do regime de bens do casamento, a fiança
prestada por um dos cônjuges pode necessitar da outorga do outro cônjuge.
• Exoneração da Fiança: O fiador pode exonerar-se da fiança, principalmente se ela foi concedida
sem prazo determinado, mediante notificação ao credor, permanecendo responsável por todas
as obrigações assumidas até 60 dias após a notificação.

Exemplos Práticos:
1. Locação de Imóvel: Um dos usos mais comuns da fiança é no contrato de aluguel, onde o fiador
garante ao locador o pagamento do aluguel e demais encargos caso o inquilino não o faça.
2. Operações de Crédito: Em empréstimos e financiamentos, a fiança serve para assegurar ao cre-
dor o pagamento da dívida, caso o devedor principal falhe.

Tipos de Fiança:
• Fiança Simples: A garantia cobre a dívida principal até um limite estabelecido no contrato de
fiança.
• Fiança Solidária: O fiador renuncia ao benefício de ordem e se compromete como se fosse o
próprio devedor principal.
• Fiança Bancária: Modalidade de fiança em que um banco garante o cumprimento da obrigação
do afiançado perante um terceiro. É amplamente utilizada em garantias de execução contratu-
al, licitações e contratos de grande vulto.

6.1.3 REGIME DE CASAMENTO X AVAL E FIANÇA

REGIME DE CASAMENTO AVAL FIANÇA


Comunhão Universal de Bens Necessita outorga Necessita outorga
Comunhão Parcial de Bens Necessita outorga Necessita outorga
Separação Total de Bens Não necessita outorga Não necessita outorga
Participação Final nos Aquestos Necessita outorga Necessita outorga

Observações:
• Aval: A outorga conjugal é necessária, exceto no regime de separação total de bens, porque a
responsabilidade do avalista pode afetar o patrimônio do casal.
• Fiança: Similarmente ao aval, a fiança geralmente requer a outorga do cônjuge, exceto sob o re-
gime de separação total de bens, devido ao risco de comprometimento do patrimônio comum
ou particular do casal

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Exceções: Em alguns casos, mesmo no regime de separação total de bens, poderá ser considerada
a necessidade de outorga conjugal para atos que possam representar risco financeiro significativo
para o patrimônio familiar, a critério da instituição financeira ou conforme legislação específica

6.1.4 AVAL X FIANÇA

CARACTERÍSTICA AVAL FIANÇA


Garantia cambial, usada Garantia contratual,
Natureza Jurídica
em títulos de crédito. aplicável a diversas obrigações.
Solidária e direta com o devedor. Subsidiária e acessória à obrigação
Tipo de Obrigação O avalista assume a mesma principal. O fiador só responde após a
responsabilidade do avalizado. execução do devedor principal.
O avalista pode ser acionado Em regra, exige-se a prévia execução do
Forma de diretamente pelo credor, sem devedor principal (benefício de ordem),
Execução necessidade de acionar o devedor a menos que haja renúncia a esse
principal primeiro. direito.
Geralmente necessária, dependendo
Necessidade de Geralmente necessária,
do regime de bens e do tipo de dívida
Outorga Conjugal dependendo do regime de bens.
garantida.
Pode ser manifestado Requer contrato de fiança ou cláusula
Instrumento
diretamente no título de crédito. específica em contrato mais amplo.
Não admite aval parcial, exceto em leis Pode ser limitado ao valor especificado
Limitação do Valor
especiais para alguns títulos. no contrato de fiança.
O avalista não pode se exonerar da O fiador pode pedir exoneração da
Exoneração obrigação enquanto o título estiver em fiança, respeitando as condições
circulação. contratuais e legais.
Aplicável, permitindo ao fiador exigir
Benefício
Não se aplica. que primeiro sejam executados os bens
de Ordem
do devedor.

6.1.5 FIANÇA BANCÁRIA


A fiança bancária é uma garantia oferecida por instituições financeiras para assegurar o cumpri-
mento de uma obrigação contratual por parte de um devedor. Trata-se de um mecanismo pelo qual
o banco, como fiador, compromete-se perante um terceiro (o beneficiário da fiança) a cumprir a
obrigação financeira do seu cliente (o afiançado), caso este não o faça.

Conceito e Funcionamento
A fiança bancária é, portanto, uma garantia fidejussória, onde a responsabilidade pelo cumprimen-
to da obrigação é transferida do devedor principal para o banco fiador. Este instrumento é ampla-
mente utilizado em contratos comerciais, licitações, contratos de construção, importações, entre
outros, funcionando como uma forma de assegurar ao beneficiário o cumprimento financeiro das
obrigações assumidas pelo afiançado.

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Vantagens da Fiança Bancária


• Segurança para o credor: oferece uma garantia sólida de que a obrigação será cumprida, já que
o banco tem capacidade financeira para honrar o compromisso, caso necessário.
• Flexibilidade para o devedor: permite ao devedor negociar melhores condições em contratos,
tendo em vista a solidez da garantia apresentada.
• Preservação de capital: o devedor não precisa imobilizar grandes quantias de dinheiro como
garantia, podendo utilizar esses recursos em outras áreas da sua atividade.
• Agilidade nas transações: a aceitação da fiança bancária é geralmente rápida por parte dos
credores, o que pode acelerar a conclusão de negócios.

Modalidades
A fiança bancária pode assumir diversas formas, dependendo do tipo de obrigação que está garan-
tindo. Algumas das modalidades mais comuns incluem:
• Bid Bond: garantia de proposta, utilizada em processos de licitação para assegurar que a em-
presa vencedora assinará o contrato.
• Performance Bond: garantia de performance, assegura a execução do contrato conforme os
termos acordados.
• Advance Payment Bond: garantia de pagamento antecipado, utilizada quando há pagamentos
antecipados ao fornecedor, assegurando a devolução desses valores caso os termos do contra-
to não sejam cumpridos.
• Warranty Bond: garantia de manutenção ou garantia, assegura contra defeitos ou falhas no
produto ou serviço fornecido.
• Refundment Bond: é utilizado para garantir a devolução de um adiantamento recebido por um
fornecedor ou contratado, caso este não cumpra com suas obrigações contratuais. É particular-
mente relevante em contratos internacionais ou em grandes projetos de construção e forneci-
mento, onde grandes somas de dinheiro são pagas antecipadamente para iniciar o trabalho ou
a produção e entrega de bens

Requisitos e Processo
Para obter uma fiança bancária, o afiançado deve apresentar ao banco uma série de documentos
que comprovem sua capacidade financeira e a seriedade da transação. O banco avaliará o risco
envolvido e, se aprovado, emitirá a carta de fiança em favor do beneficiário. O custo dessa garantia
varia conforme o risco, o valor envolvido e o prazo de vigência da fiança.

Exemplo Prático
Imagine uma empresa que vence uma licitação para construir uma obra pública. Para garantir que
cumprirá seu compromisso, a empresa solicita ao seu banco uma fiança bancária de performance.
O banco, após avaliar a saúde financeira da empresa e o contrato de construção, emite a fiança
para o órgão público que conduziu a licitação. Se a empresa não cumprir com suas obrigações, o
órgão público poderá acionar a fiança junto ao banco para receber uma compensação financeira.

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A fiança bancária é, portanto, uma ferramenta financeira poderosa tanto para quem precisa garan-
tir o cumprimento de uma obrigação quanto para quem busca segurança ao assumir compromissos
financeiros.

6.2 GARANTIAS REAIS


As garantias reais constituem um mecanismo de segurança jurídica em operações de crédito, onde
um bem, seja móvel ou imóvel, é utilizado para assegurar o cumprimento de uma obrigação. Ao
contrário das garantias pessoais, que dependem da confiança na capacidade de pagamento de uma
pessoa ou de terceiros, as garantias reais conferem ao credor o direito de se satisfazer prioritaria-
mente com o valor obtido pela execução do bem dado em garantia, em caso de inadimplência do
devedor.

Objetivos
• Proteção ao credor: Assegurar ao credor uma forma efetiva de recuperação do crédito em caso
de não pagamento da dívida pelo devedor.
• Facilitação de crédito: Proporcionar maior confiança às instituições financeiras e outros credo-
res para liberar empréstimos e financiamentos, reduzindo o risco de inadimplência.
• Redução das taxas de juros: Diminuir o custo do crédito para o devedor, visto que a existência
de uma garantia real diminui o risco assumido pelo credor.

Características
• Especificidade: Refere-se a um bem específico, que pode ser identificado e avaliado.
• Publicidade: Para que produza efeitos em relação a terceiros, a garantia real geralmente preci-
sa ser registrada em órgão competente, como o Registro de Imóveis para hipotecas ou o Regis-
tro de Títulos e Documentos para penhores, por exemplo.
• Preferência e sequencialidade: Em caso de execução do bem, o credor com garantia real tem
preferência no recebimento do valor em relação a credores com garantias pessoais ou sem ga-
rantias.
• Indivisibilidade: Mesmo que a dívida garantida pela hipoteca seja parcialmente paga, a garan-
tia permanece sobre o todo do bem até a liquidação total do débito.
• Execução: Em caso de inadimplência, o credor pode promover a execução do bem garantido
para satisfazer o crédito, independentemente de autorização judicial, dependendo do tipo de
garantia e do procedimento legal aplicável.

Tipos de Garantias Reais


• Hipoteca: Direito real sobre imóveis que não despoja o devedor da posse direta do bem, permi-
tindo sua utilização e fruição.
• Penhor: Garantia que recai sobre bens móveis ou direitos, exigindo a transferência da posse do
bem ao credor ou a um terceiro designado.
• Alienação Fiduciária: Transfere a propriedade fiduciária do bem ao credor até que a dívida seja
integralmente quitada.

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6.2.1 HIPOTECA
A hipoteca é uma forma de garantia real muito utilizada no sistema financeiro para garantir ope-
rações de crédito, especialmente aquelas de longo prazo ou de maior volume, devido à segurança
que proporciona ao credor. Ela incide sobre bens imóveis, como terrenos, casas, apartamentos, e
em alguns casos específicos, pode incidir sobre bens móveis registráveis, como navios e aeronaves,
devido à sua elevada valorização e importância econômica.

Conceito e Características
• Natureza: Garantia real que incide sobre imóveis ou bens assimilados por lei (navios, aerona-
ves, etc.), sem transferência de posse ao credor.
• Objeto: Principalmente imóveis, mas também navios, aeronaves, estradas de ferro, entre ou-
tros bens de elevado valor.
• Publicidade e Efetividade: Para que a hipoteca tenha eficácia contra terceiros, é indispensável
o registro no Cartório de Registro de Imóveis competente. A prioridade da hipoteca é determi-
nada pela ordem de registro, e um mesmo imóvel pode ser objeto de múltiplas hipotecas.

Exceções Notáveis
• Possibilidade de Alienação: Apesar da hipoteca, o proprietário mantém o direito de alienar o
imóvel, sendo a cláusula que proíbe tal ato considerada nula.
• Registro Especial: A localização do registro varia conforme o objeto da hipoteca, como nos ca-
sos de estradas de ferro, que são registradas no município da estação inicial, enquanto navios e
aeronaves seguem legislação especial.

Extinção da Hipoteca
A hipoteca pode se extinguir por diversos motivos, como o adimplemento da obrigação principal, o
perecimento do bem, a renúncia do credor, entre outros. Importante ressaltar que o cancelamento
do registro da hipoteca deve ser averbado no Registro de Imóveis, conforme as formalidades legais.

Bens Sujeitos a Hipoteca


De acordo com o Código Civil Brasileiro, especificamente nos artigos 1.473 a 1.505, os bens que po-
dem ser objeto de hipoteca incluem:
1. Imóveis e seus acessórios: Quando hipotecados, os imóveis e seus acessórios (que são bens
que, não constituindo partes integrantes, são destinados, de modo duradouro, ao uso, ao servi-
ço ou ao aformoseamento do imóvel) são considerados conjuntamente.
2. Domínio direto: Refere-se à propriedade plena de um bem, podendo ser hipotecada.
3. Domínio útil: Associado aos direitos de usufruto ou concessão de uso sobre um bem, pode ser
hipotecado separadamente do domínio pleno.
4. Estradas de ferro: A infraestrutura física das ferrovias pode ser hipotecada, incluindo os trilhos,
máquinas e equipamentos associados.

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5. Recursos naturais: Inclui jazidas, minas, recursos minerais e potenciais de energia hidráulica
que, mesmo separados do solo, podem ser hipotecados.
6. Navios e aeronaves: Esses veículos, devido ao seu alto valor e especificidade, podem ser objeto
de hipoteca, regidos por legislação especial.
7. Direito de uso especial para fins de moradia: Direitos concedidos para a utilização de um espa-
ço para moradia podem ser hipotecados.
8. Direito real de uso: Direitos que conferem a alguém o uso de propriedade alheia, com determi-
nadas condições, podem ser hipotecados.
9. Propriedade superficiária: Refere-se ao direito de construir ou plantar em terreno de outrem,
podendo este direito ser objeto de hipoteca.

Exemplo Prático
Um exemplo clássico de hipoteca é o financiamento imobiliário para aquisição de uma casa. O com-
prador obtém o financiamento junto a uma instituição financeira, que exige como garantia a hipo-
teca do imóvel adquirido. O registro da hipoteca é feito no Cartório de Registro de Imóveis, garan-
tindo ao banco o direito de, em caso de inadimplência, executar a garantia para saldar a dívida.

Importância
A hipoteca é fundamental tanto para operações individuais, como a compra de um imóvel residen-
cial, quanto para grandes operações comerciais ou industriais, fornecendo segurança jurídica para o
credor e permitindo ao devedor acessar créditos de maior volume ou com prazos mais estendidos.

6.2.2 ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA


A alienação fiduciária, regulamentada principalmente pelo Decreto-Lei nº 911/69 para bens móveis
e pela Lei nº 9.514/97 para bens imóveis, é uma garantia que tem crescido em popularidade, espe-
cialmente em financiamentos de bens de alto valor, como veículos e imóveis. Esta modalidade de
garantia cria um vínculo direto entre o bem financiado e a dívida contraída, oferecendo segurança
jurídica tanto para o credor quanto para o devedor.

Conceito
A alienação fiduciária em garantia ocorre quando um bem, móvel ou imóvel, é transferido pelo de-
vedor (fiduciante) ao credor (fiduciário) como garantia de uma dívida. Diferentemente do penhor
ou da hipoteca, nesta modalidade, o devedor mantém a posse direta do bem, podendo utilizá-lo,
mas não possui sua plena propriedade até a quitação da dívida.

Características
• Registro: Para que a alienação fiduciária tenha eficácia e oponibilidade frente a terceiros, é
essencial que seja registrada. No caso de bens móveis, como veículos, o registro ocorre no Car-
tório de Títulos e Documentos. Para bens imóveis, o registro é feito no Cartório de Registro de
Imóveis.
• Direito de Propriedade: Enquanto houver saldo devedor, a propriedade do bem pertence ao
credor, embora a posse direta e o uso sejam do devedor.

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• Execução da Garantia: Em caso de inadimplência, o credor pode retomar o bem de forma mais
ágil do que nas hipotecas ou penhores, principalmente por meio da ação de busca e apreensão
para bens móveis ou consolidação da propriedade em nome do credor, no caso de imóveis.

FAQ sobre Alienação Fiduciária


1. Execução por Inadimplência: Se o devedor não cumprir com as obrigações assumidas, o credor
pode acionar a justiça para a retomada do bem, seja por meio de busca e apreensão (bens mó-
veis) ou pela consolidação da propriedade e subsequente leilão (bens imóveis).
2. Quitação e Transferência de Propriedade: Após a quitação total da dívida, o credor é obrigado
a promover a transferência da propriedade plena ao devedor, livrando o bem de quaisquer res-
trições.
3. Venda do Bem Alienado: O bem alienado pode ser vendido antes da quitação total da dívida,
desde que haja concordância do credor e a dívida seja quitada com o produto da venda.
4. Implicações de Multas e Acidentes: As responsabilidades decorrentes do uso do bem, como
multas de trânsito e danos por acidentes, recaem sobre o devedor, mesmo que a propriedade
esteja com o credor.
5. Defesa em Ação de Busca e Apreensão: O devedor pode defender-se em uma ação de busca e
apreensão, podendo, inclusive, questionar cláusulas contratuais e buscar a revisão dos termos
do financiamento.
6. Penhorabilidade de Bens Alienados: Embora raro, bens alienados podem ser penhorados para
satisfação de outras dívidas do devedor, sendo o credor original preferencial no recebimento
do valor proveniente da venda do bem.

Importância da Alienação Fiduciária


A alienação fiduciária é uma garantia que beneficia ambas as partes de uma transação de crédito.
Para o credor, oferece uma segurança robusta e meios ágeis de recuperação do crédito em caso de
inadimplência. Para o devedor, possibilita o acesso a financiamentos para aquisição de bens de alto
valor, com a vantagem de poder utilizar o bem durante o período de pagamento da dívida.
Além disso, sua regulamentação clara e a possibilidade de execução eficiente da garantia contri-
buem para a redução dos juros aplicados ao financiamento, tornando esta uma opção atrativa no
mercado de crédito.

6.2.3 ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA X HIPOTECA – EXECUÇÃO


Vamos considerar um exemplo prático envolvendo um financiamento habitacional em que o clien-
te não conseguiu manter o pagamento das parcelas, ilustrando como seria o processo de cobrança
e execução tanto sob a garantia de hipoteca quanto sob alienação fiduciária. O objetivo é destacar
as diferenças entre esses dois mecanismos de garantia no contexto do inadimplemento.

Financiamento Habitacional com Hipoteca


1. ETAPA 1 – Inadimplência: O cliente deixa de pagar as parcelas do financiamento.
2. ETAPA 2 – Notificação: O credor notifica o cliente sobre a inadimplência, geralmente conceden-
do um prazo para regularização da dívida.

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3. ETAPA 3 – Ação Judicial: Caso a dívida não seja regularizada, o credor pode ingressar com uma
ação de execução da hipoteca. Este processo envolve o Judiciário e pode ser longo, dependen-
do do caso e da jurisdição, podendo levar de 1 a 3 anos.
4. ETAPA 4 – Arrematação do Imóvel: Uma vez que a ação é julgada procedente, o imóvel é leva-
do a leilão. O valor arrecadado é utilizado para quitar a dívida com o banco, e qualquer saldo
remanescente é devolvido ao devedor.

Financiamento Habitacional com Alienação Fiduciária


1. ETAPA 1 – Inadimplência: Semelhante ao caso da hipoteca, o cliente deixa de pagar as parcelas.
2. ETAPA 2 – Notificação: O credor notifica o devedor sobre a inadimplência, exigindo a regulari-
zação da dívida em um prazo determinado (geralmente 15 dias).
3. ETAPA 3 – Consolidação da Propriedade: Caso o devedor não regularize a dívida, o credor soli-
cita ao Cartório de Registro de Imóveis a consolidação da propriedade em seu nome, processo
que é mais rápido e menos burocrático do que a execução da hipoteca, podendo levar no máxi-
mo alguns meses.
4. Venda do Imóvel: Com a propriedade consolidada, o credor pode vender o imóvel diretamente
no mercado para recuperar o valor da dívida. Caso o valor de venda seja superior ao da dívida,
o saldo remanescente é devolvido ao devedor.

Comparação e Tempo Estimado


• Processo Judicial: A hipoteca exige um processo judicial para a execução da garantia, o que
pode ser demorado e incerto. Já a alienação fiduciária permite uma recuperação do crédito
mais rápida, através de procedimentos administrativos.
• Tempo Estimado: Enquanto a execução da hipoteca pode levar anos, a alienação fiduciária pode
ser resolvida em alguns meses, desde a notificação de inadimplência até a venda do imóvel.
• Caminho Jurídico/Administrativo: A hipoteca segue predominantemente um caminho jurídico,
enquanto a alienação fiduciária tem um componente administrativo forte, especialmente na
fase de consolidação da propriedade e venda do imóvel.

Conclusão
A escolha entre hipoteca e alienação fiduciária como forma de garantia em um financiamento habi-
tacional pode ter implicações significativas no caso de inadimplência. Enquanto a hipoteca oferece
um processo mais tradicional e judicial, a alienação fiduciária proporciona ao credor um meio mais
ágil e menos custoso de recuperação do crédito, refletindo uma tendência moderna em operações
de crédito imobiliário.

6.2.4 PENHOR MERCANTIL


O Penhor Mercantil é um tipo de garantia real que permite ao credor a posse de bens móveis ou
semoventes (como animais) ou títulos representativos de mercadorias, como forma de segurança
para o cumprimento de uma obrigação. No contexto industrial e mercantil, o penhor pode abranger
uma variedade de bens utilizados nas atividades de produção ou comercialização, incluindo máqui-
nas, instrumentos, matérias-primas e produtos industrializados, entre outros.

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Características Principais do Penhor Mercantil:


1. Objetos do Penhor: Além dos itens mencionados, o penhor mercantil pode também englobar
produtos agrícolas ainda não colhidos, estoques de mercadorias, e até mesmo direitos sobre
patentes ou marcas registradas, desde que possam ser avaliados monetariamente e possam
ser entregues ao credor em garantia.
2. Registro do Penhor: Para que o penhor tenha eficácia perante terceiros, é necessário que seja
registrado. O local de registro pode variar de acordo com o tipo de bem objeto do penhor: en-
quanto o penhor de bens móveis em geral é registrado no Cartório de Títulos e Documentos, o
penhor de máquinas e equipamentos instalados em imóveis (considerados bens móveis por an-
tecipação) deve ser registrado no Cartório de Registro de Imóveis onde o imóvel está situado.
3. Possibilidade de Posse pelo Credor: Diferentemente da hipoteca, no penhor, o credor pode,
em determinadas situações, tomar posse dos bens dados em garantia, especialmente em casos
onde exista risco de deterioração ou desvalorização do bem penhorado.
4. Execução do Penhor: Em caso de inadimplemento da obrigação garantida pelo penhor, o cre-
dor tem o direito de se apropriar ou vender os bens penhorados para satisfazer a dívida, obser-
vadas as disposições legais e contratuais pertinentes. Importante ressaltar que, para a venda
de bens penhorados, em geral, é necessária a intervenção judicial, a menos que haja previsão
contratual expressa permitindo a venda extrajudicial.

Exemplos Práticos:
• Penhor Industrial: Uma fábrica pode oferecer como garantia de um empréstimo suas máquinas
e equipamentos. O registro do penhor garantirá ao credor o direito de preferência sobre esses
bens em caso de inadimplência.
• Penhor de Estoque: Uma loja pode penhorar seu estoque de mercadorias para obter capital de
giro. O estoque permanece na posse do devedor para venda, mas em caso de não pagamento,
o credor pode apreender os bens penhorados para satisfazer a dívida.

Considerações Importantes:
• A cláusula que proíbe a alienação de bens penhorados é nula, visto que o bem já serve como
garantia da dívida e sua venda não desobriga o devedor da obrigação, podendo o valor ser utili-
zado para quitação da dívida garantida pelo penhor.
• O penhor de máquinas e equipamentos industriais requer atenção especial quanto ao registro,
para garantir a eficácia da garantia.
• O Penhor Mercantil é uma ferramenta valiosa de garantia para operações de crédito, especial-
mente para empresas que necessitam de financiamento mas desejam manter a posse e o uso
de seus bens produtivos.

6.2.5 DIFERENÇA ENTRE AS GARANTIAS REAIS


Para facilitar o entendimento das principais características e diferenças entre Penhor, Hipoteca e
Alienação Fiduciária, segue uma tabela comparativa abordando aspectos cruciais de cada uma des-
sas garantias reais:

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ASPECTO PENHOR HIPOTECA ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA


Bens imóveis e
Natureza Bens móveis, excepcionalmente bens Bens móveis
do Bem semoventes ou títulos. móveis como navios e (ex: veículos) ou imóveis.
aeronaves.
Devedor mantém a posse,
Posse do Credor pode tomar a posse Devedor mantém a
mas o bem fica alienado
Bem dos bens penhorados. posse do bem imóvel.
fiduciariamente.
Registro no Cartório de
Registro no Cartório de
Títulos e Documentos para Registro obrigatório no
Títulos e Documentos
Registro móveis ou Registro de Cartório de Registro de
(móveis) ou Registro de
Imóveis para imóveis em Imóveis do local do bem.
Imóveis (imóveis).
certos casos.
Possibilidade de venda Possibilidade de retomada
Venda do bem hipotecado
Execução dos bens penhorados e venda do bem pelo
exige intervenção judicial,
da pelo credor em caso de credor com procedimentos
salvo disposição contratual
Garantia inadimplência, com ou sem simplificados, especialmente
para venda direta.
intervenção judicial. para imóveis.
Código Civil (Art. 1.473
Lei 9.514/97 para imóveis e
Legislação Código Civil e seguintes) e legislação
Dec. Lei 911/69 para veículos,
Aplicável (Art. 1.431 e seguintes). específica para casos
entre outros bens móveis.
excepcionais.
Nem sempre exigida, Exigida para bens comuns Exigida conforme o regime
Outorga
dependendo do regime de do casal, exceto em regime de bens do casamento e a
Conjugal
bens do casamento. de separação absoluta. natureza do bem alienado.

6.3 FUNDO GARANTIDOR DE CRÉDITO


O FGC é uma entidade privada, sem fins lucrativos, que administra o mecanismo de proteção aos
depositantes e investidores no âmbito do Sistema Financeiro Nacional, até os limites estabelecidos
pela regulamentação, contra instituições financeiras a ele associadas, em caso de intervenção e li-
quidação extrajudicial e reconhecimento, pelo Banco Central do Brasil, do estado de insolvência de
instituição associada. O FGC não exerce qualquer função pública, inclusive por delegação.

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Associados ao FGC

As cooperativas de crédito possuem um FGC próprio, o FGCoop. Simlar ao FGC, mudando apenas os
associados.
Para garantir uma cobertura em caso de liquidação, o FGC exige de seus associados uma contribui-
ção mensal ordinária que, atualmente, é de 0,0125% (cento e vinte e cinco décimos de milésimos
por cento) do montante dos saldos das contas referentes aos instrumentos cobertos pelo fundo.
São objeto da garantia ordinária proporcionada pelo FGC os créditos representados pelos seguin-
tes instrumentos financeiros:

Garantia Especial: Depósito a Prazo com Garantia Especial – DPGE.


Limite de cobertura:

É importante salientar que não estão cobertos pelo FGC as aplicações realizadas em Letras Finan-
ceiras, Fundos de Investimentos, Depósitos Judiciais, entre outros.

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AULA 07

7. ATUALIDADES

Agora chegou a hora de falarmos de atualidades. Antes de entrarmos no conteúdo que irá cair na
sua prova, é super importante te atualizar que em concurso público todo e qualquer conteúdo co-
brado será de legislação com validade até a data da publicação do edital, ou seja, até o dia 22 de
Fevereiro de 2024.
Então pode parar de ler jornal, que as noticias pós-edital não podem cair em sua prova.
Esse também é um motivo que o PAI constrói sua apostila após a publicação do edital, ela fica 100%
de acordo com o que pode ser cobrado. Ah, você estava estudando por outro material? E o material
já estava “pronto” antes mesmo que o edital fosse publicado? Então... o que eu posso te aconselhar
é assistir a umas aulas de raciocínio logico e descartar essa porcaria, foca aqui comigo que vamos
dominar o Brasil e o mundo, juntos!

7.1 INTERNET BANKING E MOBILE BANKING

7.1.1 INTERNET BANKING


O Internet Banking refere-se ao sistema que permite aos clientes de um banco ou de outra insti-
tuição financeira realizar transações financeiras por meio do site da instituição na internet. Este
sistema oferece uma ampla gama de serviços, incluindo transferências bancárias, pagamentos de
contas, consultas de saldo e extratos, investimentos, entre outros.
Uma das principais vantagens do Internet Banking é a conveniência que oferece, eliminando a ne-
cessidade de visitas físicas à agência bancária para a realização de muitas operações financeiras.
Além disso, muitos bancos oferecem funcionalidades online exclusivas, como a aplicação em pro-
dutos de investimento, personalização de serviços e suporte ao cliente por chat ou e-mail.

7.1.2 MOBILE BANKING


O Mobile Banking, por outro lado, refere-se ao uso de aplicativos móveis fornecidos por instituições
financeiras para permitir que seus clientes realizem transações financeiras e acessem serviços ban-
cários através de dispositivos móveis, como smartphones e tablets. Este serviço inclui as mesmas
funcionalidades do Internet Banking, mas com a vantagem adicional da portabilidade, permitindo
que os usuários acessem seus dados bancários e realizem transações em qualquer lugar.
A ascensão do Mobile Banking é uma resposta direta ao aumento do uso de smartphones e à
demanda por acesso instantâneo e conveniente a serviços financeiros. Os aplicativos de Mobile
Banking são projetados com foco na experiência do usuário, oferecendo interfaces intuitivas e re-
cursos como biometria para login, notificações em tempo real e a possibilidade de bloquear cartões
de crédito ou débito instantaneamente.

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BANCO MÓVEL INTERNET BANKING


O mobile banking se refere a uma instala-
Internet banking implica um serviço que
ção baseada na Internet fornecida por ban-
permite aos clientes realizar as transações
Significado cos que permite que os clientes executem
financeiras eletronicamente, com o uso da
transações bancárias, através de dispositi-
internet.
vos celulares.
Dispositivo Celulares ou tablets Computadores ou Laptops
Serviço de mensagens curtas, aplicativo
Usos Site do banco
móvel ou site
Funções Limitado Comparativamente mais
Fonte (adaptado): https://pt.gadget-info.com/difference-between-mobile-banking

As transações bancárias fornecem perspectivas sobre a movimentação financeira do País, além de


informações valiosas quanto ao comportamento do consumidor. A seguir apresento um gráfico,
também apresentado pela FEBRABAN sobre comportamento do cliente bancário (ultima pesquisa
divulgada em 2023

Note que o mobilie banking, representa 65% das transações (107,1 de 163 bilhões). Além de ter
crescido 54% em relação ao ano anterior, enquanto as operações no geral cresceram apenas 30%.
Se olharmos as transações que acontecem nas agências, pontos físicos como caixa eletrônico, 24hs,
etc, chegamos a conclusão de que Praticamente 8 em cada 10 transações bancárias são digitais
Comparando internet banking x mobile banking, perceba que as transações mobile crescem signifi-
cativamente, enquanto internet permanecem estáveis.

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7.2 STARTUP, FINTECHS E BIG TECHS


As transformações digitais no setor financeiro trouxeram à tona novos termos e conceitos que es-
tão remodelando o mercado global. Entre esses termos, Startups, Fintechs e Bigtechs se destacam,
cada um representando uma faceta distinta da inovação e da tecnologia aplicada ao mundo dos
negócios e finanças.

Startups
Conceito: Startups são empresas emergentes que buscam explorar atividades inovadoras no merca-
do, frequentemente ligadas à tecnologia. Caracterizam-se por seu potencial de crescimento rápido e
modelos de negócios escaláveis. Embora não se limitem ao setor financeiro, muitas startups focam
em soluções tecnológicas para problemas tradicionais de diversos setores, incluindo finanças.
Exemplos: Airbnb (hospedagem), Uber (transporte), Spotify (streaming de música), 4U Ed Tech
(StartUP que o curso GG pertence).

Fintechs
Conceito: Fintechs são um subconjunto de startups focadas especificamente em inovações tec-
nológicas no setor financeiro. Elas buscam oferecer serviços financeiros mais eficientes, baratos e
acessíveis, desafiando as instituições financeiras tradicionais. Fintechs cobrem uma ampla gama de
serviços, incluindo pagamentos, empréstimos, investimentos, seguros e gestão financeira.
Exemplos: Nubank (serviços bancários digitais), Square (pagamentos móveis), Robinhood (investi-
mentos sem taxa).

Bigtechs
Conceito: são gigantes do setor tecnológico conhecidos por seu vasto alcance global, inovações
disruptivas, e domínio em suas áreas de atuação. Eles desempenham papéis centrais em múltiplos
segmentos da tecnologia, incluindo redes sociais, comércio eletrônico, tecnologias de pagamento,
entre outros. As Bigtechs se caracterizam por seus avançados recursos de coleta e análise de dados,
amplas bases de usuários e ecossistemas digitais integrados.
Exemplos: Apple, Amazon, Google etc

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Quadro Comparativo

ASPECTO STARTUPS FINTECHS BIGTECHS


Soluções inovadoras em Inovações tecnológicas no Grandes empresas
Foco
diversos setores. setor financeiro. de tecnologia.

Pagamentos, empréstimos, Suporte, dados, ferramentas,


Variados,
Serviços investimentos, seguros, infraestrutura, softwares, IA
dependendo do setor.
gestão financeira. etc.

Nubank, Square,
Exemplos Airbnb, Uber, Spotify. Apple, Amazon, Google.
Robinhood.

Utilizam sua vasta base de


Desafiam modelos de Desafiam instituições
clientes e avanços tecnológicos
negócios tradicionais financeiras tradicionais com
Impacto para oferecer suporte para
em seus respectivos serviços mais eficientes e
todas empresa que necessitam
setores. acessíveis.
de tecnologia.

7.2.1 FINTECHS
As fintechs no Brasil têm revolucionado o mercado financeiro com a introdução de inovações tec-
nológicas, criando novos modelos de negócios e democratizando o acesso a serviços financeiros.
Estas empresas operam predominantemente online, oferecendo uma ampla gama de serviços digi-
tais, desde plataformas de pagamento até soluções de gestão financeira, empréstimos, investimen-
tos e seguros. A sua atuação tem contribuído significativamente para o aumento da eficiência, da
concorrência no setor financeiro e para a redução de custos para os consumidores.

Categorias de Fintechs no Brasil


As fintechs brasileiras estão segmentadas em várias categorias, incluindo:
• Crédito: Oferecem empréstimos e financiamentos com processos mais ágeis e menos burocrá-
ticos.
• Pagamento: Facilitam transações financeiras, como transferências e pagamentos de contas.
• Gestão Financeira: Provedoras de ferramentas para melhor gestão de finanças pessoais ou em-
presariais.
• Empréstimo: Plataformas de peer-to-peer lending, conectando diretamente credores e deve-
dores.
• Investimento: Tecnologias para facilitar o acesso a investimentos, com opções diversificadas e
acessíveis.
• Financiamento Coletivo: Plataformas de crowdfunding para projetos criativos ou de empreen-
dedorismo.
• Seguros: Inovação no setor de seguros, com propostas personalizadas e processos simplifica-
dos.
• Negociação de Dívidas: Soluções para negociação e quitação de dívidas de forma facilitada.

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• Câmbio: Facilitação de operações de câmbio com taxas competitivas e processos ágeis.


• Multisserviços: Fintechs que oferecem uma gama diversificada de serviços financeiros.

Modelos Permitidos pelo BACEN


O Banco Central do Brasil permite que fintechs de crédito operem sob dois modelos principais:

Benefícios das Fintechs


• Aumento da eficiência e concorrência no mercado de crédito
• Rapidez e celeridade nas transações
• Diminuição da burocracia no acesso ao crédito
• Criação de condições para redução do custo do crédito
• Inovação

Podem ser autorizadas a funcionar no país dois tipos de fintechs de crédito – para intermediação
entre credores e devedores por meio de negociações realizadas em meio eletrônico: a Sociedade
de Crédito Direto (SCD) e a Sociedade de Empréstimo entre Pessoas (SEP), cujas operações cons-
tarão do Sistema de Informações de Créditos (SCR) e estão regulamentadas desde abril de 2018
pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) – Resoluções 4.656 e 4.657.
Para entrar em operação, as fintechs que quiserem operar como SCD ou SEP devem solicitar auto-
rização ao Banco Central.

Sociedade de Crédito Direto (SCD):


• As SCDs devem ser constituídas como sociedades anônimas.
• Exigência de capital social mínimo de R$1.000.000,00.
• Objeto restrito a operações de crédito, financiamento e aquisição de direitos creditórios com
recursos próprios, exclusivamente via plataforma eletrônica.
• Vedações incluem a captação de recursos do público e a participação no capital de outras insti-
tuições financeiras.

Sociedade de Empréstimo entre Pessoas (SEP):


• As SEPs também devem ser constituídas como sociedades anônimas, com denominação espe-
cífica.
• Capital social mínimo e autorização do Banco Central do Brasil são requisitos similares aos das
SCDs.
• Foco na intermediação de operações de crédito e financiamento entre pessoas.
• Permissão para oferecer serviços adicionais, como análise de crédito e emissão de moeda ele-
trônica, sempre respeitando as regulamentações vigentes.
• Limitação: A exposição de um credor, por SEP, deve ser de no máximo R$ 15 mil.

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Operações de Empréstimo e Financiamento entre Pessoas:


• Estruturação detalhada dos procedimentos para realização das operações, incluindo a emissão
de instrumentos representativos do crédito e a transferência de recursos.
• Definição de prazos para a transferência de recursos entre credores e devedores.
• Exigência de segregação dos recursos dos clientes dos recursos próprios da instituição.

Vedações e Limites:
• Restrições específicas para SCDs e SEPs, incluindo proibições sobre captação de recursos do pú-
blico (para SCDs) e sobre realização de operações com recursos próprios (para SEPs).
• Limites para as operações de empréstimo e financiamento, visando mitigar riscos associados a
essas atividades.

Prestação de Informações e Transparência:


• Obrigação das SEPs de informar aos clientes sobre a natureza e os riscos das operações, promo-
vendo a transparência e permitindo decisões informadas.
• Divulgação mensal da inadimplência média e realização de análise de perfil dos potenciais cre-
dores, garantindo a adequação dos produtos oferecidos aos clientes.

Importância para o Sistema Financeiro Nacional

Fonte: BACEN

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Mudança Legislação
Atenção, desde o dia 01 de Janeiro de 2023, entrou em vigor a resolução CMN 5.050, que pratica-
mente revoga a legislação anterior, Resoluções CMN 4.656 e 4.657. Então se estiver estudando com
outro material, desatualizado, muito cuidado.
O pai trouxe aqui para você as principais mudanças para SDC e SEP:
1. Poderão emitir moedas eletrônicas;
2. Poderão realizar análise de crédito e cobrança para terceiros;
3. Poderão iniciar transações de pagamento (ITPs);
4. Deverão ser constituídas na forma de sociedade anônima, com integralização de capital social e
manutenção do seu patrimônio líquido no valor de R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais);
5. Poderão atuar como representantes de seguros na sua distribuição para as operações contrata-
das (por meio da plataforma digital), nos termos da regulamentação do Conselho Nacional de
Seguros Privados;
6. As sociedades de crédito direto não poderão captar recursos do público (exceto mediante emis-
são de ações), e não poderão participar do capital social de instituições financeiras;
“A Iniciação de Transação de Pagamentos promove a inovação do sistema financeiro e melhora o
ambiente competitivo”, ressalta João André Pereira, chefe do Departamento de Regulação do Siste-
ma Financeiro (Denor) do BC. A inclusão da funcionalidade na rotina das fintechs poderá tornar as
transações ainda mais simples e as jornadas de pagamento mais eficientes.

Como funciona?
Com a iniciadora de transação de pagamento, o usuário não precisará acionar sua conta no banco
para fazer o Pix, pois a instituição financeira faz isso para ele, mediante autorização. Assim, o consu-
midor poderá, por exemplo, ordenar à instituição na qual possui conta que transfira para o lojista o
valor da compra realizada, com apenas alguns cliques.
O recurso está em vigor desde a fase 3 do Open Finance, em 2022. A primeira instituição a atuar
como iniciadora de pagamentos no Brasil foi o Mercado Pago. Atualmente, o Mercado Pago permi-
te que o usuário carregue o cash-in de suas contas pré-pagas via Pix, movimentando suas contas,
sem a necessidade de sair do aplicativo.
Outros bancos oferecem a opção de iniciação de pagamentos com o objetivo de ganhar interface
com o cliente. Por exemplo, o cidadão já pode fazer um pagamento de Pix diretamente do aplica-
tivo do Banco do Brasil usando qualquer outra conta em que tenha saldo. Ou mesmo combinar
saldos para uma transação de Pix.
"Esse aprimoramento, de caráter complementar às atividades das fintechs de crédito, tem poten-
cial para promover inovações no Sistema Financeiro Nacional (SFN) e para aumentar a concorrência
entre os agentes autorizados à prestação desse serviço, além de possuir forte sinergia com o Pix",
explica Nagel Paulino, chefe de subunidade no Departamento de Regulação do Sistema Financeiro
(Denor).

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Diferença entre SEP e SCD


Atualizado conforme a Resolução CMN Nº 5.050, de 25 de novembro de 2022:

SOCIEDADE DE SOCIEDADE DE EMPRÉSTIMO


CARACTERÍSTICA
CRÉDITO DIRETO (SCD) ENTRE PESSOAS (SEP)
Instituições financeiras que realizam
Instituições financeiras que interme-
operações de empréstimo, financiamen-
diam operações de empréstimo e finan-
Definição to e aquisição de direitos creditórios
ciamento entre pessoas, exclusivamente
com recursos próprios, exclusivamente
por meio de plataforma eletrônica.
via plataforma eletrônica.

Capital Social
R$ 1.000.000,00 R$ 1.000.000,00
Mínimo

Podem captar recursos do público exclu-


Captação de Não podem captar recursos do público,
sivamente vinculados às operações de
Recursos exceto por meio de emissão de ações.
empréstimo e financiamento realizadas.

Operações realizadas com recursos pró- Operações financiadas por recursos co-
Fonte dos prios ou obtidos via repasses ou em- letados dos credores, direcionados aos
Recursos préstimos do BNDES, conforme seu ob- devedores após negociação em platafor-
jeto social. ma eletrônica.

Realização de operações de crédito e fi- Realização de operações de empréstimo


nanciamento com utilização de recursos e financiamento entre pessoas, exclusi-
Objeto
próprios, exclusivamente por meio de vamente por meio de plataforma eletrô-
plataforma eletrônica. nica.

• Análise de crédito para clientes e


terceiros
• Análise de crédito para terceiros • Cobrança de crédito para clientes e
• Cobrança de crédito para terceiros terceiros
Serviços Adicionais
• Emissão de moeda eletrônica • Emissão de moeda eletrônica
Permitidos
• Atuação como iniciadora de transa- • Atuação como iniciadora de transa-
ção de pagamento. ção de pagamento
• Distribuição de seguros relaciona-
dos com as operações concedidas.
• Não podem realizar operações de
crédito com recursos próprios
• Não podem captar recursos do pú-
blico • Não podem coobrigar-se ou prestar
Restrições qualquer tipo de garantia nas ope-
• Não podem participar do capital de rações
outras instituições financeiras
• Não podem participar do capital de
outras instituições financeiras

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SOCIEDADE DE SOCIEDADE DE EMPRÉSTIMO


CARACTERÍSTICA
CRÉDITO DIRETO (SCD) ENTRE PESSOAS (SEP)
Limitação do valor que um credor pode
Limites de emprestar a um mesmo devedor a
Não aplicável
Operação R$ 15.000,00, exceto para investidores
qualificados.

7.3 SHADOW BANKING


O conceito de “Shadow Banking”, ou Sistema Bancário Paralelo, refere-se à intermediação de cré-
dito e outras atividades financeiras realizadas por entidades que operam fora do sistema bancário
tradicional regulamentado. Este sistema inclui uma gama de operações financeiras e entidades,
como fundos de mercado monetário, veículos de investimento estruturado, fundos de hedge, entre
outros, que fornecem crédito e outros serviços financeiros sem estar sujeitos à mesma regulamen-
tação e supervisão que os bancos e instituições financeiras tradicionais.

Características e Participantes
Shadow Banking é caracterizado pela realização de atividades financeiras paralelas ao sistema ban-
cário regulamentado, oferecendo alternativas de financiamento e investimento através de canais
menos regulados. Esses intermediários não-regulamentados podem incluir entidades como secu-
ritizadoras de recebíveis, fundos de investimento em direitos creditórios (FIDCs), e plataformas de
empréstimo peer-to-peer (p2p), que realizam financiamentos de forma indireta, sem passar por
supervisão ou regulação direta.

Riscos e Regulação
A principal preocupação com o shadow banking é a sua menor ou nenhuma regulação, o que pode
representar riscos significativos para o sistema financeiro global, como evidenciado pela crise do
subprime em 2008. A falta de fiscalização implica em maiores riscos tanto para os investidores
quanto para o sistema financeiro como um todo, dada a possibilidade de contágio em momentos
de estresse financeiro.
No Brasil, o ambiente regulatório é robusto e muitas das entidades que poderiam ser classificadas
como parte do shadow banking estão sob a supervisão de autoridades nacionais, como a Comissão
de Valores Mobiliários (CVM). O Banco Central do Brasil, através da Agenda BC#, tem atuado na
identificação e regulação dessas entidades, visando a inclusão financeira e a estabilidade do siste-
ma financeiro. A regulamentação das fintechs de crédito em 2018, incluindo as Sociedades de Cré-
dito Direto (SCD) e Sociedades de Empréstimo entre Pessoas (SEP), é um exemplo de como o país
está avançando na supervisão de novos participantes do mercado financeiro.

Impacto no Sistema Financeiro


Apesar dos riscos, o shadow banking também oferece benefícios, como o aumento da eficiência do
sistema financeiro, ao prover alternativas de financiamento e investimento, e a potencial redução
dos custos de crédito para os consumidores finais. Contudo, é fundamental que exista um equilíbrio
entre a inovação financeira e a mitigação de riscos, garantindo a estabilidade financeira e protegen-
do os consumidores.

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Dentre os intermediários não-regulamentados que podem fazer parte do shadow banking estão os:

A inclusão da indústria de fundos de investimento no conceito de “Shadow Banking” pode, à pri-


meira vista, parecer contraditória, dada a regulação e fiscalização estritas a que estão sujeitos por
órgãos como a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) no Brasil. A confusão surge principalmente
do entendimento amplo e variado do que constitui o sistema de shadow banking e das diferenças
na abordagem regulatória entre países e regiões.
Por que Alguns Consideram os Fundos de Investimento como Shadow Banking?
1. Atividades Semelhantes a Bancárias: Alguns fundos de investimento realizam atividades que
são semelhantes às praticadas por bancos, como a alavancagem financeira e a transformação
de maturidade, onde os ativos de longo prazo são financiados por passivos de curto prazo. Es-
sas atividades podem aumentar os riscos sistêmicos de forma similar ao observado no shadow
banking tradicional.
2. Intermediação de Crédito: Certos tipos de fundos, como os fundos de mercado monetário e
fundos que investem em dívidas corporativas, participam da intermediação de crédito de ma-
neira indireta, fornecendo financiamento para empresas. Eles podem, assim, complementar ou
competir com o sistema bancário tradicional no fornecimento de crédito.
3. Riscos de Liquidez e Alavancagem: Alguns fundos de investimento utilizam alavancagem ou
possuem perfis de liquidez que podem gerar riscos sistêmicos em situações de estresse de mer-
cado, semelhantes aos enfrentados por entidades do shadow banking.
A inclusão da indústria de fundos de investimento no conceito de shadow banking é mais uma re-
flexão sobre as funções que esses fundos desempenham no sistema financeiro, especialmente em
termos de intermediação de crédito e gestão de risco, do que sobre a falta de regulação ou super-
visão. No contexto brasileiro, a regulação robusta pela CVM assegura que, mesmo desempenhando
funções similares às do shadow banking, os fundos de investimento operam dentro de um marco
regulatório claro, visando a estabilidade do mercado e a proteção dos investidores.

7.4 MOEDA REAL E DIGITAL


A moeda é um elemento fundamental da economia moderna, desempenhando várias funções es-
senciais para facilitar as transações comerciais e financeiras. As principais funções da moeda são:

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1. Meio de Troca
• Conceito: A moeda serve como intermediário nas trocas de bens e serviços, eliminando a ne-
cessidade de coincidência de desejos presente no escambo (troca direta de mercadorias por
mercadorias).
• Exemplo: Quando você vai a um supermercado e compra alimentos usando dinheiro, está uti-
lizando a moeda como meio de troca. O dinheiro facilita a transação, permitindo que você ad-
quira os alimentos sem precisar oferecer algo específico em troca, como seria no sistema de
escambo

2. Unidade de Conta
• Conceito: A moeda proporciona uma unidade comum de medida que permite estabelecer o va-
lor ou preço dos bens e serviços. Facilita a comparação entre os valores de diferentes produtos
e serviços.
• Exemplo: Os preços dos produtos em um catálogo estão todos denominados na mesma unida-
de monetária (por exemplo, reais no Brasil). Isso permite que os consumidores comparem fa-
cilmente os preços dos diversos produtos e tomem decisões informadas sobre o que comprar.

3. Reserva de Valor
• Conceito: A moeda permite que as pessoas guardem poder de compra para usar no futuro.
Idealmente, a moeda deve manter seu valor ao longo do tempo, permitindo que as pessoas
poupem.
• Exemplo: Se você recebe seu salário em dinheiro e decide guardar parte dele para uma viagem
futura, está usando a moeda como reserva de valor. Contudo, a eficácia da moeda como reser-
va de valor pode ser afetada pela inflação, que diminui o poder de compra do dinheiro ao longo
do tempo.

Funções Secundárias:
Além dessas três funções principais, a moeda também pode desempenhar funções secundárias,
como:
• Padrão de Pagamento Diferido: A moeda é um meio aceitável para liquidar dívidas que vencem
no futuro.
• Exemplo: Empréstimos e hipotecas são frequentemente expressos em termos monetários
e pagos em moeda ao longo do tempo.
• Transferência de Riqueza: Facilita a transferência de poder de compra de uma pessoa para ou-
tra ou de uma parte da economia para outra.
• Exemplo: Transferências de dinheiro entre contas bancárias, seja para pagamento de servi-
ços, seja como presente, utilizam a moeda como meio de transferir riqueza.
Cada uma dessas funções é crucial para o funcionamento eficiente da economia, permitindo tran-
sações mais fluidas, planejamento econômico e a acumulação de riqueza. A moeda, em suas diver-
sas formas (física como cédulas e moedas, ou digital como depósitos bancários e moedas virtuais),
continua sendo um pilar central das atividades econômicas em todo o mundo.

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7.4.1 BLOCKCHAIN: TECNOLOGIA DE REGISTRO DISTRIBUÍDO

Origem e Objetivos:
A tecnologia blockchain surgiu em 2008 como a arquitetura subjacente ao Bitcoin, a primeira crip-
tomoeda descentralizada, apresentada por uma pessoa (ou grupo) sob o pseudônimo de Satoshi
Nakamoto. O objetivo principal do blockchain é permitir a transferência digital de valor (como o
Bitcoin) de uma forma completamente segura, sem a necessidade de uma autoridade central ou
intermediário, como um banco. Além disso, visa garantir a integridade e a transparência das transa-
ções, criando um registro imutável e permanente.

Funcionamento:
O blockchain é uma cadeia de blocos que contém informações, vinculadas e seguras por meio de
princípios criptográficos. Cada bloco na cadeia contém um número de transações; cada transação
é verificada pela rede através de algoritmos de consenso e, uma vez verificada, é adicionada a um
bloco. Esse bloco é então ligado ao anterior na cadeia, formando um encadeamento de blocos, ou
"blockchain".

Etapas da Construção do Blockchain:

Exemplo Ilustrativo:
Imagine uma biblioteca digital colaborativa. Sempre que um novo livro digital é adicionado, essa
"transação" é verificada por várias bibliotecas participantes (nós/mineradores) para assegurar a
originalidade e os direitos autorais. Uma vez verificado, o registro desse novo livro é adicionado
a um "bloco" junto com outros registros recentes. Esse bloco é então selado com um código crip-
tográfico único e ligado ao bloco anterior da "cadeia de livros", criando um registro permanente e
inalterável de todas as adições à biblioteca.

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Aplicações e Importância:
• Finanças: Criptomoedas como Bitcoin e platafor-
mas de pagamento digital.
• Contratos Inteligentes: Contratos autoexecutáveis
que operam na blockchain, como na plataforma
Ethereum.
• Cadeia de Suprimentos: Rastreamento seguro e
transparente de produtos desde a produção até a
entrega.
• Identidade Digital: Criação de identidades digitais
seguras e imutáveis.
• Saúde: Registro seguro de prontuários médicos,
acessíveis apenas por entidades autorizadas.

Mineradores:
Os mineradores desempenham um papel crucial no
blockchain, validando e verificando transações para
adicioná-las a blocos. Eles usam poder computacional
para resolver quebra-cabeças criptográficos comple-
xos, um processo conhecido como "prova de traba-
lho". O primeiro a resolver o quebra-cabeça e validar o bloco é recompensado com a criptomoeda
do blockchain (por exemplo, bitcoins no caso do Bitcoin). Esta atividade não só garante a segurança
e a integridade do blockchain mas também cria novas moedas, incentivando a participação na rede.

Conclusão
O blockchain é uma tecnologia revolucionária com o potencial de transformar não apenas o setor
financeiro mas muitos outros setores da economia e da sociedade, oferecendo transparência, se-
gurança e eficiência sem precedentes. As possibilidades de aplicação são vastas, e à medida que a
tecnologia evolui, novos usos continuarão a surgir, expandindo ainda mais seu impacto global.

7.4.2 CRIPTOMOEDAS
Criptomoedas representam uma revolução no mundo financeiro, com o Bitcoin (BTC) liderando
essa mudança desde seu surgimento em 2009. Concebidas como uma alternativa descentralizada
às moedas tradicionais, as criptomoedas operam em uma rede distribuída usando a tecnologia blo-
ckchain. Este mecanismo assegura transações transparentes, seguras, e rastreáveis, sem a necessi-
dade de intermediários, como bancos.

Origem e Desenvolvimento
• Bitcoin: A primeira e mais conhecida criptomoeda, criada por uma pessoa ou grupo sob o pseu-
dônimo Satoshi Nakamoto. Surgiu com o objetivo de permitir transações online diretamente
entre as partes, de forma segura, sem a necessidade de uma instituição financeira como inter-
mediário.

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Como Funcionam
• Descentralização e Rastreamento: Cada transação de criptomoeda é registrada em um bloco
e adicionada a uma cadeia de blocos, ou blockchain, que é pública e imutável. Isso garante que
todas as transações possam ser verificadas e rastreadas por qualquer pessoa, mas sem revelar
identidades reais, garantindo privacidade e segurança.

Exemplos de Criptomoedas Conhecidas


• Além do Bitcoin, existem várias outras criptomoedas importantes, como Ethereum (ETH), Rip-
ple (XRP), Litecoin (LTC), Cardano (ADA) e Polkadot (DOT), cada uma com suas próprias caracte-
rísticas e casos de uso.

Aplicações
• As criptomoedas são utilizadas para uma variedade de propósitos, incluindo transferências de
dinheiro, pagamentos, investimentos, e até como parte de sistemas de contratos inteligentes
(smart contracts), especialmente no caso do Ethereum.

Mineradores
• Os mineradores desempenham um papel crucial no ecossistema das criptomoedas, validando
novas transações e adicionando-as ao blockchain, em troca de uma recompensa na criptomo-
eda em questão. Esse processo, conhecido como mineração, requer um grande poder compu-
tacional.

Regulação no Brasil
• A regulação das criptomoedas no Brasil tem evoluído. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM),
por meio da Resolução 175, esclareceu a posição dos fundos de investimento em relação aos
ativos digitais, permitindo a compra direta desses ativos pelas gestoras. Essa decisão marca um
passo significativo para a integração das criptomoedas no sistema financeiro tradicional e abre
novas possibilidades para investidores.
Quadro Comparativo: Bitcoin vs. Moeda Tradicional

ASPECTO BITCOIN MOEDA TRADICIONAL (FIAT)


Emissão Limitada a 21 milhões de unidades Ilimitada, controlada por governos
Descentralizado, pela
Controle Centralizado, por bancos centrais
comunidade de usuários
Transações Registradas em blockchain Processadas por instituições financeiras
Dependente de medidas
Segurança Criptografia avançada
de segurança física e digital
Acesso Global, sem necessidade de conta bancária Requer acesso a serviços financeiros
Potencial de
Alto, devido à oferta limitada Sujeito à inflação
valorização

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As criptomoedas representam não apenas uma inovação tecnológica, mas também uma proposta
de mudança na forma como entendemos e utilizamos o dinheiro. Com a evolução contínua da tec-
nologia e o aumento da aceitação mundial, as criptomoedas têm potencial para se tornarem uma
parte integral do sistema financeiro global.

7.4.3 DREX

Introdução ao Drex: Democratizando o Acesso aos Serviços Financeiros Inteligentes


O Drex, uma iniciativa do Banco Central do Brasil, visa revolucionar o cenário financeiro ao introdu-
zir uma moeda digital de banco central (CBDC) e uma plataforma de transações financeiras inteli-
gentes. Utilizando a tecnologia de registro distribuído (DLT), também conhecida como Distributed
Ledger Technology, o Drex permitirá a realização de transações seguras com ativos digitais e contra-
tos inteligentes.

Funcionamento do Drex: Uma Nova Era nas Transações Financeiras


A Plataforma Drex do Banco Central será o ambiente onde as transações financeiras ocorrerão. Para
ter acesso a essa plataforma, os usuários precisarão de um intermediário financeiro autorizado,
como um banco. Esse intermediário será responsável por transferir os fundos dos usuários de suas
contas tradicionais para suas carteiras digitais do Drex, possibilitando assim a realização de transa-
ções seguras com ativos digitais.

Contratos Inteligentes: Adaptabilidade e Segurança


Um dos principais atrativos do Drex são os contratos inteligentes, que serão utilizados para efetuar
transações financeiras na Plataforma Drex. Esses contratos podem ser adaptados de acordo com as
necessidades dos clientes, garantindo que as transações sejam concluídas somente quando todas
as condições forem atendidas. Isso proporciona segurança e confiança para todas as partes envol-
vidas.

Benefícios do Drex: Mais Eficiência e Segurança nas Transações Financeiras


O Drex tem como objetivo democratizar o acesso aos benefícios da economia digital, oferecendo
mais eficiência e segurança para as transações financeiras. Ao garantir que as transações só se-
jam concluídas quando todas as condições forem cumpridas, o Drex elimina preocupações comuns,
como o risco de uma das partes não cumprir sua parte no acordo.

Impacto do Drex: Modernização Financeira e Facilidade de Acesso


Com o lançamento do Drex, espera-se uma modernização significativa no setor financeiro, tornan-
do mais fácil e seguro para as pessoas realizarem uma variedade de transações financeiras, desde
investimentos e financiamentos tradicionais até a compra e venda de produtos e serviços por meio
de contratos inteligentes.

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Conclusão: Preparando-se para o Futuro Financeiro com o Drex


O Drex representa um passo importante na evolução do sistema financeiro brasileiro, oferecendo
aos cidadãos acesso a uma ampla gama de serviços financeiros inteligentes. À medida que o pro-
jeto avança, espera-se que mais pessoas possam se beneficiar dos recursos oferecidos pelo Drex,
tornando as transações financeiras mais eficientes, seguras e acessíveis a todos.

7.5 PIX
O Pix é a solução de pagamento instantâneo, criada e gerida pelo Banco Central do Brasil (BC), que
proporciona a realização de transferências e de pagamentos. O Pix é concluído em poucos segun-
dos, inclusive em relação à disponibilização dos recursos para o recebedor.
O Pix é um meio de pagamento assim como boleto, TED, DOC, transferências entre contas de uma
mesma instituição e cartões de pagamento (débito, crédito e pré-pago).
A diferença é que o Pix permite que qualquer tipo de transferência e de pagamento seja realizada
em qualquer dia, incluindo fins de semana e feriados, e em qualquer hora.
O Pix usa estrutura tecnológica centralizada, não utiliza blockchain, na qual a comunicação entre os
diversos participantes e o BC é realizada por meio de mensageria.
A segurança faz parte do desenho do Pix desde seu princípio, e é priorizada em todos os aspectos
do ecossistema, inclusive em relação às transações, às informações pessoais e ao combate à fraude
e lavagem de dinheiro. Os requisitos de disponibilidade, confidencialidade, integridade e autenti-
cidade das informações foram cuidadosamente estudados e diversos controles foram implantados
para garantir alto nível de segurança.

Chaves PIX
A chave é um ‘apelido’ utilizado para identificar sua conta. Ela representa o endereço da sua conta
no Pix. Os quatro tipos de chaves Pix que você pode utilizar são:
1. CPF/CNPJ;
2. E-mail;
3. Número de telefone celular; ou
4. Chave aleatória.
A chave vincula uma dessas informações básicas às informações completas que identificam a conta
transacional do cliente (identificação da instituição financeira ou de pagamento, número da agên-
cia, número da conta e tipo de conta).
Cada conta de pessoa física pode ter até 5 chaves vinculadas à ela, independentemente da quanti-
dade de titulares. Ou seja, se a conta for individual ou conjunta, ela poderá ter, no máximo, 5 cha-
ves Pix. Já no caso de pessoa jurídica, o máximo é de 20 chaves por conta
Você pode usar chaves distintas para vincular as diferentes contas transacionais. Por exemplo, usar
o número de telefone celular vinculado à conta corrente da instituição X, usar o CPF vinculado à
conta poupança da instituição Y, usar o e-mail vinculado à conta de pagamento da instituição Z, etc.
Contudo, não é possível vincular uma mesma chave a mais de uma conta.

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Tarifas PIX

Limite de transações:
Não há limite mínimo para pagamentos ou transferências via Pix. Isso quer dizer que você pode fa-
zer transações a partir de R$0,01. Em geral, também não há limite máximo de valores. Entretanto,
as instituições que ofertam o Pix poderão estabelecer limites máximos de valor baseados em crité-
rios de mitigação de riscos de fraude e de critérios de prevenção à lavagem de dinheiro e ao finan-
ciamento do terrorismo. Os usuários podem solicitar ajustes nos limites estabelecidos, devendo a
instituição acatar imediatamente a solicitação caso o pedido seja para redução de valor.

Novidades PIX
1. Inclusão da conta salário na lista de contas movimentáveis por Pix;
2. Possibilidade de devolução ágil de recursos pela instituição recebedora, em casos de fundada
suspeita de fraude ou falha operacional nos sistemas das instituições participantes;
3. Pix Saque, para dar ao consumidor mais uma opção de obtenção de dinheiro em espécie e para
facilitar a gestão de caixa do lojista;
4. Pix por aproximação, para dar mais facilidade e conveniência na iniciação de um Pix e para
atender casos de uso específicos;

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5. Iniciador de pagamentos no Pix, com desenvolvimentos que seguirão o cronograma estabeleci-


do no Open Banking, para permitir que os iniciadores possam ser participantes do Pix agregan-
do ainda mais competição ao arranjo;
6. QR Code pagador, que viabilizará a realização de Pix mesmo quando o pagador estiver off-line,
ampliando o acesso da sociedade ao Pix;
7. Pix Cobrança para pagamentos com vencimentos em data futura, podendo incluir juros, mul-
tas, acréscimos, descontos e outros abatimentos e, ainda, a integração via padronização de
arquivo de remessa e retorno para viabilizar gestão de cobranças em lote. Ainda no âmbito do
Pix Cobrança, o início do desenvolvimento da duplicata no Pix que permitirá a antecipação de
cobranças do Pix.

PIX Automático
O Banco Central do Brasil está definindo as regras para a implementação do Pix Automático, previs-
to para ser lançado em 28 de outubro de 2024. Essa nova modalidade de pagamento instantâneo
facilitará as cobranças recorrentes, ampliando o leque de possibilidades para empresas de diversos
tamanhos e setores, incluindo concessionárias de serviços públicos, instituições educacionais, aca-
demias, condomínios, entre outros. Para os usuários, o Pix Automático promete trazer mais como-
didade, permitindo o débito automático de pagamentos periódicos diretamente de suas contas,
mediante prévia autorização. Isso não só proporcionará uma forma de pagamento mais eficiente e
sem fricções, mas também poderá contribuir para a redução de custos operacionais e de inadim-
plência para os recebedores. Este avanço representa mais um passo na modernização do sistema
de pagamentos brasileiro, integrando ainda mais a economia digital à vida cotidiana dos cidadãos e
das empresas​​.

Limite para PIX


No início de 2023, o Banco Central do Brasil implementou uma mudança significativa nas regras
de transações via Pix, eliminando a obrigatoriedade de limites de valor por operação e mantendo
apenas restrições baseadas no período de tempo. Esta alteração, que entrou em vigor no dia 2
de janeiro, permite aos usuários realizar transações mais substanciais em um único movimento,
alinhando as operações de Pix com as conveniências já existentes em saques tradicionais de cai-
xas eletrônicos. Para as empresas, os limites de transações via Pix serão definidos pelas próprias
instituições financeiras. A medida também aumentou significativamente os limites para retiradas
de dinheiro utilizando as modalidades Pix Saque e Pix Troco, facilitando ainda mais o acesso e a
flexibilidade para os usuários. Além disso, o Banco Central ajustou regulamentações para permitir o
pagamento de salários e benefícios previdenciários pelo Governo Federal através do Pix, ampliando
a utilidade e a abrangência deste sistema de pagamento instantâneo que se tornou o meio mais
utilizado pelos brasileiros desde seu lançamento em novembro de 2020​​.

O fim do DOC
Após quatro décadas de existência, o serviço de transferência por Documento de Ordem de Crédito
(DOC) chegou ao fim em 15 de janeiro de 2024, às 22h. Nesse horário, os bancos encerraram a ofer-
ta do serviço de emissão e agendamento de transferências entre instituições financeiras distintas,
tanto para pessoas físicas quanto jurídicas. A data máxima para agendamento do DOC foi até 29 de
fevereiro de 2024, quando os bancos concluíram o processamento dos pagamentos, encerrando
definitivamente o sistema.

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Além do DOC, também deixou de ser oferecida a Transferência Especial de Crédito (TEC), modalida-
de em desuso, às 22h do mesmo dia. Nos últimos anos, o DOC e a TEC perderam espaço para o Pix,
sistema de transferência instantânea do Banco Central sem custo para pessoas físicas. Em contras-
te, o Pix permite transferências disponíveis 24 horas por dia, todos os dias da semana, representan-
do a escolha preferida dos brasileiros​​​

Evolução das transações PIX

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7.6 OPEN FINANCE

Introdução
O Open Finance, ou Sistema Financeiro Aberto, é uma inovação promovida pelo Banco Central do
Brasil, destinada a revolucionar o setor financeiro ao promover a concorrência e aprimorar a oferta
de produtos e serviços financeiros aos consumidores. Esta iniciativa garante que você, seja pessoa
física ou jurídica, tenha o poder de decidir quando e com quem compartilhar seus dados financei-
ros, promovendo uma padronização segura e conveniente de compartilhamento de dados e servi-
ços.

O que é Open Finance?


O Open Finance representa a possibili-
dade de compartilhar informações finan-
ceiras entre diferentes instituições auto-
rizadas pelo Banco Central, permitindo
a movimentação de contas bancárias
através de diversas plataformas, não limi-
tando o usuário apenas ao aplicativo ou
site do banco. Esse sistema aberto facilita
operações financeiras de forma segura,
ágil e conveniente, colocando o controle
nas mãos dos consumidores.

Diferenças entre Open Banking e Open Finance


O Open Finance é uma expansão do Open Banking. Enquanto o Open Banking se concentrava em
dados de serviços financeiros tradicionais, o Open Finance abrange um espectro mais amplo, in-
cluindo informações sobre investimentos, câmbio, credenciamento, seguros e previdência. Isso sig-
nifica que em breve será possível, por exemplo, utilizar dados financeiros de um banco para obter
condições mais vantajosas em seguros ou planos de previdência em outras instituições.

Benefícios do Open Finance

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Pilares do Open Finance

Instituições Participantes
A participação no Open Finance é restrita a instituições financeiras e outras entidades autorizadas
pelo Banco Central, com a divisão entre participantes obrigatórios e voluntários baseada no porte
da instituição e no tipo de dado ou serviço compartilhado.

Processo de Compartilhamento de Dados


O compartilhamento de dados no Open Finance ocorre apenas com o consentimento do cliente,
que pode ser concedido e revogado a qualquer momento. Este consentimento é uma manifestação
livre e informada, realizada por meio eletrônico, que permite o compartilhamento de dados para
finalidades específicas.

Requisitos para o Consentimento


O consentimento para o compartilhamento de dados deve
ser específico para finalidades determinadas, incluir a iden-
tificação do cliente, e ser solicitado de forma clara e obje-
tiva. Além disso, deve discriminar quais dados ou serviços
serão compartilhados e qual instituição receberá esses da-
dos.

Conclusão
O Open Finance é uma iniciativa promissora que visa de-
mocratizar o acesso a serviços financeiros, aumentando a
competitividade entre as instituições e oferecendo ao con-
sumidor maior controle sobre seus dados financeiros. Com
isso, espera-se uma maior personalização e eficiência na
oferta de produtos e serviços financeiros, beneficiando to-
dos os envolvidos no sistema financeiro brasileiro.

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7.7 ARRANJO DE PAGAMENTO

Introdução
Arranjos de pagamento são fundamentais para o funcionamento eficiente do sistema financeiro,
permitindo uma ampla gama de transações, desde pagamentos de compras até transferências de
recursos. Este conceito abrange um conjunto de regras e procedimentos estabelecidos para facilitar
esses serviços ao público, sob a supervisão do Banco Central do Brasil (BC).

O que é um Arranjo de Pagamento?


Um arranjo de pagamento define o conjunto de regras e procedimentos utilizados para processar
transações financeiras. Isso inclui a emissão de instrumentos de pagamento, gestão de contas, cre-
denciamento para aceitação de pagamentos, remessas de fundos, e mais, conforme delineado na
Lei 12.865, de 2013.

Instituidor de Arranjo de Pagamento


O instituidor de um arranjo de pagamento é a entidade jurídica responsável pela criação e manu-
tenção do sistema. Isso envolve a definição de regras, monitoramento da aderência dos participan-
tes a essas regras e garantia de conformidade com a regulamentação do BC. Exemplos incluem as
bandeiras de cartões de crédito e o próprio Banco Central, instituidor de arranjos como TED, DOC,
boleto e Pix.

Exceções na Supervisão do BC
Certos arranjos de pagamento não estão sujeitos à regulação e supervisão do BC, incluindo aque-
les com baixa volumetria de transações, arranjos exclusivos de grandes comerciantes, serviços de
pagamento de utilidades públicas, arranjos baseados em moedas virtuais para programas de fideli-
dade, entre outros.

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Exemplos de Arranjos de Pagamento


Arranjos de pagamento são variados e incluem sistemas para:

Função dos Arranjos de Pagamento


Os arranjos de pagamento facilitam transações financeiras entre usuários – incluindo indivíduos,
empresas e governos – que de outra forma não seriam possíveis ou seriam realizadas apenas com
troca física de dinheiro. Eles conectam as partes por meio de uma rede que aceita um instrumento
de pagamento comum.

Autorização e Supervisão pelo BC


Nem todos os arranjos de pagamento necessitam de autorização do BC para operar, mas todos são
sujeitos à supervisão, garantindo segurança e conformidade. Exceções incluem arranjos instituídos
por entidades governamentais e arranjos fechados instituídos por bancos ou instituições de paga-
mento autorizadas pelo BC, onde as transações são liquidadas internamente.

Supervisão dos Arranjos Não Autorizados


Mesmo os arranjos dispensados de autorização pelo BC são supervisionados, assegurando a inova-
ção e eficiência do mercado financeiro. O BC foca na supervisão de arranjos com potencial baixo de
risco ao sistema de pagamentos de varejo, promovendo um ambiente seguro e propício ao desen-
volvimento de novas soluções de pagamento.

Conclusão
Os arranjos de pagamento representam uma parte vital do ecossistema financeiro, proporcionando
a infraestrutura necessária para uma ampla gama de transações financeiras. Através da regulação
e supervisão pelo Banco Central, o sistema assegura a segurança, eficiência e inovação no mercado
de pagamentos, beneficiando todos os participantes do sistema financeiro.

7.8 MARKETPLACE

Conceito e Evolução
O marketplace representa uma evolução significativa no comércio eletrônico, permitindo que di-
versas lojas vendam seus produtos em uma única plataforma. Este modelo facilita a comparação e
escolha de produtos pelos consumidores, potencializando a praticidade e variedade de escolhas.
No Brasil, a adesão a este modelo começou em 2012, com grandes empresas do setor digital, como
B2W, Livraria Saraiva e Walmart, integrando este sistema.

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Marketplace Banking
Especificamente, o Marketplace Banking surge como um ecossistema criado por bancos que in-
tegram serviços de fornecedores terceirizados. Neste modelo, o cliente tem acesso a um pacote
fechado de produtos de terceiros, cuidadosamente selecionados pelo banco. Esta abordagem é
particularmente vantajosa para novos bancos, permitindo-lhes oferecer uma gama completa de
serviços bancários através de parcerias, reduzindo o tempo e capital necessários para estabelecer
sua presença no mercado.

7.8.1 CORRESPONDENTES BANCÁRIOS: EXTENSÃO DOS SERVIÇOS FINANCEIROS

Definição e Papel
Os correspondentes bancários são empresas contratadas por instituições financeiras e autorizadas
pelo Banco Central para oferecer serviços de atendimento aos clientes. Estes serviços incluem des-
de a abertura de contas e realização de pagamentos até operações de câmbio e crédito. Lotéricas
e o banco postal exemplificam bem os correspondentes bancários, que atuam como uma extensão
das instituições financeiras, ampliando o acesso aos serviços bancários.

Serviços Permitidos
A gama de serviços que os correspondentes podem oferecer é ampla, incluindo:
• Abertura de contas de depósito;
• Realização de pagamentos, transferências e recebimentos;
• Encaminhamento de propostas de crédito;
• Operações de câmbio limitadas a valores específicos;
• Entre outros serviços previstos pela regulamentação.

Regulação e Responsabilidades
Os correspondentes são obrigados a informar ao público sua vinculação com a instituição finan-
ceira contratante, bem como os serviços que oferecem. A contratação e a responsabilidade pelos
serviços prestados recaem sobre a instituição financeira, que deve comunicar ao Banco Central a
contratação de correspondentes. Importante destacar que os correspondentes não podem realizar
cobranças adicionais pelos serviços prestados, seguindo as tarifas estabelecidas pela instituição fi-
nanceira.

Conclusão
Tanto o modelo de marketplace quanto o sistema de correspondentes bancários refletem a evolu-
ção contínua do setor financeiro e do comércio eletrônico, buscando oferecer maior comodidade,
eficiência e acessibilidade aos consumidores e clientes de serviços financeiros. Enquanto o market-
place amplia as opções e facilita a escolha do consumidor, os correspondentes bancários estendem
o alcance dos serviços bancários, promovendo a inclusão financeira. Ambos os modelos demons-
tram a importância da inovação e adaptação em um mundo cada vez mais digitalizado.

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AULA 08

8. POLÍTICA MONETÁRIA

8.1 COPOM – COMITÊ DE POLÍTICA MONETÁRIA

8.1.1 HISTÓRICO E OBJETIVOS


• Instituição: Criado em 20 de junho de 1996, o COPOM tem como principal objetivo estabelecer
as diretrizes da política monetária e definir a meta da taxa Selic, visando controlar a inflação e
garantir a estabilidade econômica.
• Composição: Formado pelos membros da Diretoria Colegiada do Banco Central do Brasil (BCB),
incluindo o Presidente e os Diretores.
• Metas de Inflação: Após o Decreto Federal 3.088, em 21 de junho de 1999, adotou-se a siste-
mática de metas para a inflação como sua principal diretriz.
• Responsabilidade: Em caso de desvio da inflação (IPCA) da meta definida pelo Conselho Mone-
tário Nacional (CMN), o Presidente do BCB deve encaminhar uma carta aberta ao Ministro da
Fazenda, explicando as razões do desvio e as medidas para realinhar a inflação à meta.

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8.1.2 OPERACIONALIZAÇÃO
• Reuniões Ordinárias: Realizadas oito vezes ao ano, em dois dias consecutivos, geralmente a
cada seis semanas.
• Primeiro Dia (Terça-Feira): Apresentações sobre a conjuntura econômica brasileira e mun-
dial.
• Segundo Dia (Quarta-Feira): Avaliação das perspectivas de inflação e decisão sobre a taxa
Selic Meta, seguida de divulgação imediata por comunicado.
• Atuação Diária: O BCB realiza operações de mercado aberto, comprando e vendendo títulos
públicos federais, para manter a taxa de juros próxima ao valor definido na reunião do COPOM.
• Divulgação de Informações: As atas das reuniões são publicadas em até quatro dias úteis após
sua realização. Além disso, ao final de cada trimestre, é publicado o "Relatório de Inflação", de-
talhando a conjuntura econômica e as projeções para a inflação.

8.1.3 IMPORTÂNCIA DA TAXA SELIC


• Referência: A taxa Selic é a taxa básica de juros da economia, servindo de referência para os
demais juros do país.
• Política Monetária: Instrumento crucial para o controle da inflação, influenciando a atividade
econômica, a demanda por crédito e as expectativas de mercado.

8.1.4 COMUNICAÇÃO E TRANSPARÊNCIA


• Viés de Política Monetária: Anteriormente, era utilizado para indicar a possibilidade de mu-
dança na taxa Selic antes da próxima reunião, mas sua última aplicação ocorreu em 2003.

8.1.5 EVOLUÇÃO E CONTEXTUALIZAÇÃO


• Adaptação às Mudanças Econômicas: Desde sua criação, o COPOM adaptou-se a diversas mu-
danças no cenário econômico brasileiro e global, ajustando suas estratégias para enfrentar de-
safios como crises financeiras, pressões inflacionárias internas e externas, e mudanças na dinâ-
mica do mercado.
• Autonomia do Banco Central: A autonomia do BACEN, reforçada por legislação recente, subli-
nha a importância de uma política monetária baseada em critérios técnicos e independentes,
ainda que as metas de inflação continuem a ser definidas pelo CMN. Essa autonomia visa ga-
rantir que decisões de política monetária sejam tomadas com foco na estabilidade de preços,
contribuindo para a previsibilidade econômica e a confiança dos agentes econômicos.

8.1.6 MECANISMOS DE DECISÃO E COMUNICAÇÃO


• Processo Decisório Transparente: A divulgação de comunicados, atas e relatórios de inflação
pelo COPOM não apenas cumpre um papel informativo, mas também reforça o compromisso
do Banco Central com a transparência e a previsibilidade de suas ações, elementos fundamen-
tais para a eficácia da política monetária.

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• Relacionamento com o Mercado: A interação entre o COPOM e os agentes econômicos, in-


cluindo investidores, analistas e o público em geral, é essencial para a formação de expectativas
quanto à trajetória futura da taxa Selic e da inflação, impactando decisões de investimento,
consumo e poupança.

8.1.7 DESAFIOS E PERSPECTIVAS


• Equilíbrio entre Inflação e Crescimento: Um dos principais desafios enfrentados pelo COPOM
é o de calibrar a taxa Selic de modo a controlar a inflação sem prejudicar o crescimento econô-
mico. Esse equilíbrio é crucial, especialmente em momentos de recuperação econômica ou de
choques negativos.
• Inovações e Ferramentas Políticas: A evolução das ferramentas de política monetária e a intro-
dução de novas práticas, como intervenções no mercado de câmbio e operações compromissa-
das de longo prazo, refletem a busca contínua por eficácia na condução da política monetária
em um ambiente econômico complexo e em rápida transformação.

8.1.8 IMPACTO INTERNACIONAL


• Reputação e Credibilidade: As decisões do COPOM não afetam apenas a economia brasileira,
mas também a percepção internacional sobre a estabilidade econômica do país. Uma políti-
ca monetária bem conduzida pode atrair investimentos estrangeiros, melhorando o crédito do
Brasil nos mercados globais.

8.2 INFLAÇÃO

8.2.1 O QUE É INFLAÇÃO?


Inflação representa o aumento generalizado dos preços de bens e serviços em uma economia, le-
vando à diminuição do poder de compra da moeda. Esse fenômeno é medido por índices de pre-
ços, sendo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) o principal indicador utilizado
no Brasil para monitorar a meta de inflação estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

8.2.2 POR QUE CONTROLAR A INFLAÇÃO?


O controle da inflação é fundamental para preservar o valor do dinheiro e manter o poder de com-
pra da população. Inflações altas, instáveis ou imprevisíveis prejudicam o crescimento econômico,
distorcem os preços relativos, gerando ineficiências, e afetam negativamente a capacidade de pla-
nejamento de empresas e famílias. Ademais, a inflação elevada impacta de forma desproporcional
as famílias de baixa renda, que têm menor capacidade de se proteger contra a perda do valor real
da moeda.

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8.2.3 POR QUE A DEFLAÇÃO É TAMBÉM INDESEJÁVEL?


Deflação, ou seja, a queda generalizada dos preços, pode ser prejudicial ao bom funcionamento da
economia. Isso pode levar a um ciclo negativo de adiamento de consumo e investimentos pela ex-
pectativa de preços ainda mais baixos no futuro, desestimulando a atividade econômica e podendo
resultar em recessão.

8.2.4 IPCA E SUA COMPOSIÇÃO


O IPCA é composto por uma cesta de produtos e serviços consumidos pelas famílias, abrangen-
do despesas com alimentação, habitação, vestuário, saúde, transporte, educação, entre outros. A
composição do índice reflete o padrão de consumo da população urbana, servindo como referência
para a política monetária no controle da inflação.

8.2.5 TAXA DE JUROS REAL X NOMINAL


• Taxa de Juros Nominal: É a taxa anunciada pelas instituições financeiras, sem considerar o efei-
to da inflação.
• Taxa de Juros Real: É a taxa de juros nominal descontada a inflação do período, refletindo o
ganho de poder de compra do dinheiro investido.
A distinção entre essas taxas é crucial para entender o verdadeiro retorno dos investimentos e o
custo real do crédito, impactando decisões de poupança e investimento.

8.2.6 IMPACTO DA INFLAÇÃO NO CONSUMO E INVESTIMENTOS


A inflação afeta decisões de consumo e investimento ao influenciar o poder de compra e a renta-
bilidade. Inflação alta e volátil aumenta a incerteza, desencorajando o investimento produtivo e
o consumo de longo prazo. Por outro lado, um ambiente de baixa inflação e previsível favorece o
planejamento e a confiança dos agentes econômicos, contribuindo para o crescimento sustentável
da economia.

8.2.7 EXEMPLO DE INFLAÇÃO DE CONSUMO PARA UMA FAMÍLIA


Imagine uma família que tem um orçamento mensal de R$ 4.000,00 para cobrir todas as suas des-
pesas, incluindo alimentação, moradia, transporte, saúde, e educação. Suponha que a inflação anu-
al seja de 5%. Isso significa que, em média, os preços dos bens e serviços que essa família consome
aumentarão 5% ao longo de um ano.
Situação no Início do Ano:
• Orçamento Mensal: R$ 4.000,00
• Despesa com Alimentação: R$ 1.200,00
• Aluguel: R$ 1.000,00
• Transporte: R$ 600,00
• Despesas Diversas (Saúde, Educação, Lazer): R$ 1.200,00

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Situação ao Final do Ano com Inflação de 5%:


• Alimentação: Aumenta para R$ 1.260,00 (+R$ 60,00)
• Aluguel: Aumenta para R$ 1.050,00 (+R$ 50,00)
• Transporte: Aumenta para R$ 630,00 (+R$ 30,00)
• Despesas Diversas: Aumentam para R$ 1.260,00 (+R$ 60,00)
Impacto:
• Aumento Total nas Despesas: R$ 200,00
• Novo Orçamento Necessário para Manter o Mesmo Padrão de Vida: R$ 4.200,00
Com um orçamento fixo de R$ 4.000,00, a família terá que ajustar seus gastos, talvez cortando des-
pesas não essenciais, para acomodar o aumento dos custos de vida devido à inflação. Isso ilustra
como a inflação, mesmo em um nível relativamente baixo, pode reduzir o poder de compra e afetar
o bem-estar das famílias, forçando-as a fazer escolhas difíceis sobre como alocar seus recursos limi-
tados.
Além disso, se a renda da família não aumentar na mesma proporção da inflação, haverá uma per-
da real de poder aquisitivo, o que pode reduzir sua qualidade de vida e limitar sua capacidade de
poupança para o futuro.

8.3 POLÍTICA MONETÁRIA

O que é Política Monetária


Política monetária refere-se às ações e decisões tomadas pelo Banco Central de um país para con-
trolar a quantidade de dinheiro em circulação e as taxas de juros. Seu principal objetivo é garantir a
estabilidade de preços e contribuir para o crescimento econômico sustentável.
Objetivos
Os principais objetivos da política monetária são:
• Controlar a Inflação: Manter a inflação em níveis baixos e estáveis.
• Estabilizar a Moeda: Preservar o poder de compra da moeda nacional.
• Promover o Crescimento Econômico: Incentivar o investimento e o consumo, contribuindo
para o aumento do PIB.
• Manter o Pleno Emprego: Buscar a utilização plena dos recursos produtivos da economia.
• Estabilizar os Mercados Financeiros: Evitar a volatilidade excessiva nos mercados financeiros.

Quem Executa e Por Que


A política monetária é executada pelo Banco Central do país, uma instituição que possui a autorida-
de e os instrumentos necessários para influenciar a oferta monetária e as condições de crédito. O
Banco Central executa a política monetária para:

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• Alcançar a estabilidade de preços, criando um ambiente propício ao planejamento econômico


de longo prazo por parte de consumidores e empresas.
• Influenciar o nível de atividade econômica, controlando as condições de crédito e liquidez no
mercado.

Liquidez no Mercado
• Política Expansionista: Quando o Banco Central injeta mais liquidez no mercado, geralmente
reduzindo as taxas de juros e/ou comprando títulos públicos, é uma política expansionista. Isso
facilita o crédito, estimula o consumo e o investimento, e pode ajudar a combater a recessão ou
a baixa inflação.
• Política Contracionista: Ao retirar liquidez do mercado, aumentando as taxas de juros e/ou
vendendo títulos públicos, o Banco Central está adotando uma política contracionista. Essa
abordagem visa desacelerar o crescimento econômico para controlar a inflação.

Consequências da Execução dessas Políticas


• Sobre a Inflação: A política expansionista pode aumentar o risco de inflação, pois mais dinheiro
em circulação tende a aumentar a demanda por bens e serviços, o que pode levar a um aumen-
to de preços. Por outro lado, a política contracionista visa reduzir a inflação, limitando a quanti-
dade de dinheiro disponível para gastos e investimentos.
• Sobre o Crescimento da Economia (PIB): Políticas expansionistas tendem a estimular o cres-
cimento econômico ao facilitar o acesso ao crédito e incentivar o consumo e o investimento.
Contudo, se utilizadas de maneira excessiva, podem superaquecer a economia e causar infla-
ção. Políticas contracionistas, enquanto ajudam a controlar a inflação, podem desacelerar o
crescimento econômico ao tornar o crédito mais caro e reduzir os gastos e investimentos.
A implementação eficaz da política monetária requer um equilíbrio cuidadoso. O Banco Central
precisa considerar o estado atual da economia, as expectativas de inflação e a dinâmica global para
determinar a abordagem mais apropriada, buscando simultaneamente estabilidade de preços e um
crescimento econômico saudável.
A tabela a seguir resume as consequências das políticas monetárias expansionista e contracionista
em diferentes aspectos econômicos:

ASPECTO POLÍTICA MONETÁRIA POLÍTICA MONETÁRIA


ECONÔMICO EXPANSIONISTA CONTRACIONISTA
Tende a diminuir, já que há menos dinhei-
Pode aumentar devido ao maior consumo
Inflação ro circulando e, consequentemente, me-
e demanda por bens e serviços.
nor pressão sobre os preços.
Aumenta, pois há mais dinheiro disponível Diminui, já que o Banco Central retira di-
Liquidez no sistema financeiro para empréstimos e nheiro do sistema, tornando o crédito
investimentos. mais escasso e caro.

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ASPECTO POLÍTICA MONETÁRIA POLÍTICA MONETÁRIA


ECONÔMICO EXPANSIONISTA CONTRACIONISTA
PIB Estimula o crescimento econômico ao fa- Pode desacelerar o crescimento econômi-
(Crescimento cilitar o acesso ao crédito e incentivar o co devido à restrição no acesso ao crédito
Econômico) consumo e o investimento. e à redução dos gastos.
Tendem a diminuir, tornando o crédito Tendem a aumentar, desencorajando em-
Taxas de Juros mais acessível e incentivando emprésti- préstimos e investimentos devido ao cus-
mos e investimentos. to mais alto do crédito.
Pode piorar no curto prazo, já que a desa-
Pode melhorar, pois o estímulo ao cresci-
celeração econômica pode levar a cortes
Emprego mento econômico pode levar à criação de
de empregos ou redução na criação de
empregos.
novas vagas.

Esta tabela destaca o impacto direto e indireto das políticas monetárias sobre a economia, demons-
trando como medidas expansionistas e contracionistas podem afetar variáveis-chave como infla-
ção, liquidez, crescimento do PIB, taxas de juros e emprego. O Banco Central precisa ponderar esses
efeitos ao decidir sobre a direção da política monetária, buscando equilibrar o crescimento econô-
mico com a estabilidade de preços.
Construí também alguns gráficos para vc entender de vez, é o legítimo “Entendeu, ou quer que Pai
desenhe”.

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8.4 MECANISMO DE TRANSMISSÃO DE POLÍTICA MONETÁRIA

Os mecanismos de transmissão da política monetária descrevem como as decisões do Banco Cen-


tral (BC), particularmente as alterações na taxa Selic, impactam a economia em geral. Estes meca-
nismos são fundamentais para entender como a política monetária pode influenciar variáveis eco-
nômicas como inflação, crescimento econômico, taxas de câmbio e preços dos ativos. Aqui está um
resumo detalhado dos principais canais de transmissão da política monetária:
1. Decisões de Consumo e Investimento: Alterações na taxa Selic afetam a decisão das famílias e
empresas entre poupar e consumir ou investir. Um aumento na Selic torna o empréstimo mais
caro e o investimento mais atraente, reduzindo o consumo e o investimento das empresas, o
que por sua vez pode diminuir a pressão sobre os preços e controlar a inflação.

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2. Taxa de Câmbio: Aumentos na taxa Selic podem atrair capital estrangeiro em busca de maio-
res retornos, valorizando a moeda nacional. Uma moeda mais forte torna as importações mais
baratas e pode reduzir a inflação, mas também pode desestimular as exportações, afetando o
balanço comercial.
3. Preços dos Ativos: A política monetária influencia o valor dos ativos financeiros. Por exemplo,
o aumento das taxas de juros pode reduzir o preço das ações, pois os custos de financiamento
para as empresas aumentam e as alternativas de investimento em renda fixa se tornam mais
atraentes.
4. Canal do Crédito: Mudanças na Selic afetam as condições de crédito no mercado. Um aumento
na taxa de juros pode tornar o crédito mais caro e escasso, limitando a capacidade de consumo
e investimento das famílias e empresas.
5. Expectativas: A política monetária pode moldar as expectativas de inflação e crescimento eco-
nômico. Ao aumentar a Selic para combater a inflação, o BC sinaliza seu compromisso em man-
ter a estabilidade de preços, o que pode influenciar as expectativas e comportamentos futuros
dos agentes econômicos.
Além desses canais, a educação financeira desempenha um papel importante, pois indivíduos bem
informados sobre gestão financeira contribuem para uma demanda por crédito mais saudável e
sustentável, podendo influenciar positivamente a taxa de juros estrutural da economia.
Cada um desses mecanismos interage de maneira complexa com os outros e com a economia glo-
bal, tornando a política monetária uma ferramenta poderosa, mas que requer uso cuidadoso e
atento às condições econômicas vigentes.
Para ilustrar as consequências de uma política monetária expansionista (redução da taxa Selic) nos
diferentes canais de transmissão, podemos organizar a informação em uma tabela simplificada.
Essa abordagem permite visualizar de forma clara como uma diminuição na taxa de juros básica
afeta várias dimensões da economia:

CANAL DE
EFEITO DA POLÍTICA MONETÁRIA EXPANSIONISTA (REDUÇÃO DA SELIC)
TRANSMISSÃO
Canal de Aumenta o Consumo e Investimento: Taxas de juros mais baixas tornam o crédito
Investimento e mais acessível, incentivando as famílias a consumirem mais e as empresas a investi-
Consumo rem em projetos de expansão.
Expansão do Crédito: O custo mais baixo do crédito estimula a oferta e demanda
Canal de Crédito por empréstimos, facilitando financiamentos para consumo e investimentos, contri-
buindo para a expansão econômica.
Potencial Desvalorização da Moeda: Juros mais baixos podem reduzir o influxo de
Canal de Câmbio investimentos estrangeiros, podendo levar a uma desvalorização da moeda nacio-
nal, o que torna as exportações mais competitivas.
Melhora das Expectativas Econômicas: A redução da Selic pode ser interpretada
Canal das
como uma tentativa de estimular a economia, melhorando as expectativas de con-
Expectativas
sumidores e investidores quanto ao crescimento econômico futuro.
Aumento no Preço dos Ativos: Juros mais baixos podem elevar os preços de ativos,
Canal da Riqueza como ações e imóveis, aumentando a riqueza de seus proprietários e potencialmen-
te estimulando o consumo através do efeito riqueza.

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Esta tabela resume os efeitos diretos de uma política monetária expansionista sobre a economia
através de diversos canais de transmissão. É importante notar que, embora o objetivo seja estimu-
lar a atividade econômica, os efeitos podem variar de acordo com as condições econômicas especí-
ficas e a percepção dos agentes econômicos.
Para política monetária contracionista, elevação de taxa de juros, o efeito é contrário ao ilustrado
na tabela.

8.5 INSTRUMENTOS DE POLÍTICA MONETÁRIA


Os instrumentos de política monetária são as ferramentas utilizadas pelo Banco Central (BC) para
influenciar as condições econômicas, especialmente para controlar a inflação, regular a liquidez no
mercado e alcançar o crescimento econômico sustentável. Vamos explorar os principais instrumen-
tos:
1. Taxa de Juros (Taxa Selic): É o principal instrumento de política monetária do BC. A taxa Selic é
a taxa básica de juros da economia e influencia todas as outras taxas de juros no país, incluindo
empréstimos, financiamentos e rendimentos de investimentos. Ajustes na Selic visam controlar
a inflação e influenciar o nível de atividade econômica.
2. Operações de Mercado Aberto (Open Market): São operações de compra e venda de títulos
públicos federais realizadas pelo BC. Essas operações afetam diretamente a liquidez do sistema
bancário e, consequentemente, a oferta de crédito e as taxas de juros. Compras de títulos pelo
BC injetam liquidez no mercado (política expansionista), enquanto vendas retiram liquidez (po-
lítica contracionista).
3. Depósito Compulsório: É um percentual dos depósitos à vista, a prazo e de poupança que os
bancos devem manter como reserva no BC, não podendo ser utilizado nas suas operações de
crédito. A alteração das alíquotas do compulsório serve para controlar a quantidade de dinhei-
ro disponível para empréstimos, influenciando a oferta de moeda e a inflação.
4. Redesconto Bancário: O BC oferece empréstimos de curto prazo às instituições financeiras para
ajudar a gerenciar a liquidez do sistema financeiro. Esse mecanismo é utilizado em situações
em que há falta de liquidez no mercado, garantindo a estabilidade financeira.
5. Política Cambial: Embora a política cambial seja mais associada ao controle da taxa de câmbio,
ela interage com a política monetária, especialmente em economias abertas. Através da com-
pra e venda de moeda estrangeira, o BC pode influenciar a taxa de câmbio, afetando a inflação
e as exportações e importações. Vamos falar mais sobre o tema no capítulo sobre câmbio.
6. Instrumentos de Comunicação: A comunicação das metas de inflação, das expectativas para a
economia e das decisões de política monetária também é considerada um instrumento impor-
tante. Por meio da comunicação, o BC pode influenciar as expectativas dos agentes econômicos
e guiar comportamentos no mercado.
Cada um desses instrumentos pode ser utilizado de maneira isolada ou combinada, dependendo
do objetivo específico da política monetária e das condições econômicas vigentes. A escolha e o
ajuste desses instrumentos são fundamentais para o controle da inflação, o estímulo ao crescimen-
to econômico e a manutenção da estabilidade financeira.

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8.5.1 DEPÓSITO COMPULSÓRIO


O depósito compulsório é um instrumento de política monetária utilizado pelo Banco Central (BC)
para regular a quantidade de dinheiro em circulação na economia. Este mecanismo envolve a obri-
gação das instituições financeiras de manterem uma parcela dos depósitos captados junto ao públi-
co em uma conta no BC, sem remuneração. Vejamos os detalhes:

Sobre que tipo de depósitos incide


O depósito compulsório pode incidir sobre diversos tipos de depósitos, incluindo:
• Depósitos à vista, como contas correntes;
• Depósitos a prazo, como Certificados de Depósito Bancário (CDB) e Recibos de Depósito Bancá-
rio (RDC);
• Depósitos de poupança;
• Outros passivos que o Banco Central possa determinar.

Importância do mesmo para evitar a criação de moeda escritural


O depósito compulsório também desempenha um papel crucial em limitar a capacidade das ins-
tituições financeiras de criar moeda escritural. Moeda escritural é o dinheiro criado pelos bancos
no momento em que concedem créditos, o que aumenta os depósitos à vista sem necessidade de
aumentar as reservas físicas de dinheiro. Ao exigir que uma parte desses depósitos seja mantida no
BC, o depósito compulsório limita o montante que os bancos podem emprestar, controlando assim
a expansão excessiva da oferta de moeda e contribuindo para a estabilidade monetária.

Como é utilizado para tirar e colocar liquidez no mercado


• Para retirar liquidez do mercado (política contracionista): O BC pode aumentar as alíquotas do
depósito compulsório, obrigando os bancos a reterem uma parte maior dos depósitos, o que
reduz a quantidade de dinheiro disponível para empréstimos e, consequentemente, a oferta de
moeda na economia.
• Para injetar liquidez no mercado (política expansionista): O BC pode diminuir as alíquotas do
depósito compulsório, permitindo que os bancos mantenham uma parcela menor dos depósi-
tos junto ao BC e disponibilizem mais recursos para empréstimos, aumentando assim a oferta
de moeda.

Consequências da execução dessas políticas


O ajuste nas alíquotas do depósito compulsório tem diversas consequências, como:
• Influenciar a taxa de juros: Ao alterar a liquidez do sistema financeiro, o depósito compulsório
pode afetar as taxas de juros cobradas pelos bancos em operações de crédito.
• Controlar a inflação: Ao limitar a quantidade de dinheiro disponível para empréstimos, o BC
pode controlar a expansão do crédito e, consequentemente, a pressão inflacionária.

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• Impactar o crescimento econômico: Aumentar a liquidez pode estimular o consumo e o inves-


timento, fomentando o crescimento econômico; por outro lado, a restrição de liquidez pode
ter o efeito oposto.
Essas são as principais características e impactos do depósito compulsório como instrumento de
política monetária, essencial para o controle da oferta de moeda e a estabilidade econômica.

8.5.2 REDESCONTO DE LIQUIDEZ


O redesconto bancário é uma operação financeira pela qual o Banco Central (BC) fornece liquidez
às instituições financeiras, emprestando recursos de curto prazo. Este mecanismo é crucial para a
manutenção da estabilidade do sistema financeiro, especialmente em momentos de aperto de li-
quidez. Aqui estão os detalhes sobre como o redesconto funciona e sua importância:

Sobre o Funcionamento do Redesconto


• Aplicabilidade: O redesconto incide sobre as necessidades de liquidez de curto prazo das insti-
tuições financeiras.
• Finalidade: Serve como uma "linha de crédito" para bancos que necessitam de recursos adicio-
nais temporariamente, seja para atender a retiradas significativas de depósitos ou para outras
necessidades de liquidez.

Importância do Redesconto
• Monitoramento da Liquidez: O BC utiliza o redesconto para monitorar a liquidez no mercado
financeiro. Ao oferecer ou restringir o acesso a esses recursos, o BC pode avaliar se há escassez
ou excesso de liquidez no sistema.
• Sinalizador de Bancos com Dificuldades Financeiras: A solicitação de recursos via redesconto
pode indicar que uma instituição financeira está enfrentando dificuldades. Isso permite ao BC
atuar preventivamente para evitar problemas maiores que possam afetar a estabilidade do sis-
tema financeiro.

Como é Utilizado para Tirar e Colocar Liquidez no Mercado


• Para Tirar Liquidez (Política Contracionista): O BC pode restringir o acesso ao redesconto ou
aumentar a taxa de juros cobrada nas operações de redesconto, tornando o empréstimo mais
caro e, assim, desencorajando as instituições financeiras a recorrerem a esse mecanismo, o que
reduz a liquidez no mercado.
• Para Injetar Liquidez (Política Expansionista): Ao facilitar o acesso ao redesconto ou reduzir a
taxa de juros cobrada, o BC incentiva as instituições financeiras a tomarem empréstimos para
atender às suas necessidades de liquidez, aumentando a oferta de dinheiro no mercado.

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Conclusão
O instrumento de redesconto é essencial para a gestão da política monetária, agindo como um re-
gulador da liquidez no sistema financeiro. Ao mesmo tempo, fornece um mecanismo de segurança
para instituições financeiras em momentos de necessidade e atua como um importante indicador
para o Banco Central sobre a saúde financeira das instituições e do mercado como um todo.

8.5.3 OPEN MARKET (MERCADO ABERTO)


As operações de mercado aberto, conhecidas como "open market", são um instrumento de política
monetária utilizado pelo Banco Central (BC) para controlar a oferta de moeda e as taxas de juros
na economia. Essas operações envolvem a compra e venda de títulos públicos federais pelo BC no
mercado aberto.

O que é Operação Compromissada


Uma operação compromissada é um acordo de recompra de títulos previamente vendidos em uma
data futura especificada e por um preço já acordado. Funciona como uma forma de empréstimo
garantido por títulos. Por exemplo, se o Banco Central (BC) realiza uma operação compromissada
com a Caixa Econômica Federal (CEF, um dos dealers), o BC vende títulos para a CEF com o compro-
misso de recomprá-los em uma data futura a um preço estabelecido. Isso injeta liquidez no sistema
financeiro no curto prazo, com a CEF temporariamente detentora dos títulos e o BC retomando sua
posse no vencimento do acordo.

Agilidade das Operações de Mercado Aberto


As operações de mercado aberto são consideradas as mais ágeis instrumentos de política monetá-
ria devido à capacidade do BC de realizá-las diariamente. Essa agilidade permite ao BC responder
rapidamente a mudanças nas condições econômicas, ajustando a oferta de moeda e as taxas de
juros para manter a inflação sob controle e promover a estabilidade econômica. Os leilões diários
de títulos permitem ajustes finos na liquidez do sistema financeiro.

Importância para Conversão da Taxa Selic-over na Selic-Meta


As operações de mercado aberto são fundamentais para assegurar que a taxa de juros efetiva de
um dia para o outro (Selic-over) esteja alinhada com a taxa Selic-meta estabelecida pelo Comitê
de Política Monetária (COPOM). Ao comprar ou vender títulos públicos no mercado aberto, o BC
influencia as taxas de juros de curto prazo, ajudando a convergir a Selic-over para a meta estabele-
cida, o que é crucial para a condução da política monetária e o alcance dos objetivos de inflação e
crescimento econômico.
Para ilustrar como as políticas monetárias expansionista e contracionista são executadas através
dos diferentes instrumentos de política monetária, vamos construir uma tabela que detalha as
ações específicas para cada instrumento sob ambas as políticas:

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8.5.4 TABELA REUMO

Operações
Política / Taxa de Juros Depósito Política
de Mercado Redesconto
Instrumento (Selic) Compulsório Cambial
Aberto
Venda de moeda
Redução da Facilitação
Compra de Redução das estrangeira
taxa Selic para do acesso ao
títulos públicos alíquotas para aumentar
estimular a redesconto e/
federais para do depósito a oferta de
economia, ou redução
injetar liquidez compulsório moeda nacional,
tornando o das taxas,
Expansionista no sistema para liberar podendo
crédito mais proporcionando
financeiro, mais recursos influenciar a
barato e liquidez
aumentando para o crédito taxa de câmbio
incentivando adicional às
a oferta de no sistema e estimular
investimentos e instituições
moeda. bancário. a atividade
consumo. financeiras.
econômica.
Compra
Aumento
Aumento da Venda de Restrição do de moeda
das alíquotas
taxa Selic para títulos públicos acesso ao estrangeira
do depósito
desestimular federais para redesconto e/ para reduzir
compulsório
o crédito, retirar liquidez ou aumento das a oferta de
para reter mais
Contracionista tornando-o do sistema taxas, reduzindo moeda nacional,
recursos no
mais caro, com financeiro, a liquidez influenciando a
BC, limitando
o objetivo de diminuindo disponível para taxa de câmbio
a capacidade
controlar a a oferta de as instituições e ajudando no
dos bancos de
inflação. moeda. financeiras. controle da
oferecer crédito.
inflação.

8.6 POLÍTICA MONETÁRIA NÃO CONVENCIONAL (Quantitative Easing)


A política monetária não convencional, como o Quantitative Easing (QE) e a comunicação futura
(forward guidance), representa estratégias adotadas pelos bancos centrais para influenciar a eco-
nomia quando os métodos tradicionais, como ajustes na taxa de juros de curto prazo, tornam-se
menos eficazes ou esgotam seu potencial. Vamos revisar esses conceitos, incorporando o exemplo
solicitado sobre a atuação do Banco Central via COPOM:

Política Monetária Não Convencional


O que é: Refere-se a um conjunto de ferramentas e estratégias utilizadas pelos bancos centrais para
estimular a economia quando as taxas de juros estão próximas de zero, tornando as políticas mone-
tárias convencionais insuficientes ou ineficazes.

Diferença dos Instrumentos Tradicionais


Os instrumentos tradicionais focam primariamente na manipulação da taxa de juros de curto prazo
e no controle da oferta monetária. Em contraste, as políticas não convencionais podem incluir a
compra de uma ampla gama de ativos financeiros e o uso de comunicação para moldar as expecta-
tivas do mercado sobre o futuro da política monetária.

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Quando é Indicado Utilizar


As políticas não convencionais são geralmente empregadas em situações de armadilha de liquidez,
onde reduzir ainda mais a taxa de juros se torna inviável, ou quando o mercado precisa de orienta-
ção clara sobre as ações futuras do banco central para combater incertezas econômicas.

Armadilha de Liquidez
Um cenário onde as taxas de juros estão próximas ou a zero, e a política monetária convencional
perde sua capacidade de estimular a economia adicionalmente. Nesse contexto, mesmo com juros
baixos, a demanda por crédito e investimentos pode permanecer deprimida.

Exemplo de Utilização e Comunicação Futura


Um exemplo relevante de política monetária não convencional é a comunicação futura (forward
guidance) empregada pelo Banco Central, através do COPOM. Ao oferecer garantias ou orientações
sobre a manutenção das taxas de juros por um período estendido, que pode ultrapassar várias
reuniões, e registrando essa orientação na ata do COPOM, o Banco Central consegue influenciar as
expectativas do mercado quanto ao curso futuro da política monetária. Essa estratégia foi utilizada
em diversos contextos:
• Durante a crise financeira global de 2008, vários bancos centrais, incluindo o Federal Reserve
(Fed) nos Estados Unidos, utilizaram a comunicação futura para assegurar aos mercados que
as taxas de juros permaneceriam baixas por um período prolongado, visando estimular investi-
mentos e consumo.
• No contexto da pandemia de COVID-19, bancos centrais recorreram novamente a políticas não
convencionais, incluindo a comunicação futura, para apoiar a economia.
Essas estratégias não convencionais, incluindo a promessa de manter as taxas de juros baixas por
períodos prolongados, ajudam a reduzir a incerteza econômica, estimular o crédito, o consumo e os
investimentos, contribuindo para a recuperação econômica.

8.6.1 FORWARD GUIDANCE


Forward guidance é uma ferramenta de política monetária utilizada pelos bancos centrais para co-
municar ao público suas intenções futuras em relação às taxas de juros e à política monetária. Por
meio de declarações explícitas sobre os planos futuros para a política monetária, o banco central
procura influenciar as expectativas dos agentes econômicos quanto à trajetória futura das taxas de
juros, inflação e crescimento econômico. Esse instrumento é particularmente valioso em contextos
de incerteza, ajudando a guiar as decisões de investimento, poupança e consumo das empresas e
famílias.

Características do Forward Guidance


• Comunicação Explícita: O banco central oferece orientações claras e específicas sobre o que
espera fazer com a política monetária no futuro, incluindo condições ou critérios que orienta-
rão suas decisões.

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• Influência nas Expectativas: Ao moldar as expectativas sobre o futuro da política monetária, o


forward guidance pode afetar as decisões econômicas atuais de consumidores e investidores,
mesmo antes de quaisquer mudanças na política monetária serem implementadas.
• Flexibilidade: Embora forneça um roteiro para ações futuras, o forward guidance muitas vezes
inclui condicionalidades baseadas em metas econômicas, como inflação e desemprego, permi-
tindo ao banco central ajustar sua abordagem conforme necessário.

Importância do Forward Guidance


• Redução da Incerteza: Em períodos de incerteza econômica, o forward guidance pode oferecer
previsibilidade e estabilidade, reduzindo a incerteza e permitindo que os agentes econômicos
façam planos de longo prazo com maior confiança.
• Complemento a Outras Políticas: Quando as taxas de juros estão próximas de zero e há pouco
espaço para cortes adicionais (armadilha de liquidez), o forward guidance serve como um com-
plemento eficaz a outras políticas monetárias não convencionais, como o quantitative easing.
• Estímulo Econômico: Ao sinalizar que as taxas de juros permanecerão baixas por um período
prolongado, o forward guidance pode encorajar o consumo e o investimento, estimulando a
atividade econômica.

Exemplos de Aplicação
• Crises Econômicas: Durante a crise financeira global de 2008 e a crise da COVID-19, vários
bancos centrais, incluindo o Federal Reserve dos EUA e o Banco Central Europeu, utilizaram o
forward guidance para comunicar suas políticas de manutenção de taxas de juros baixas por
períodos estendidos.
• Transição de Políticas: O forward guidance também é utilizado durante períodos de transição
de políticas monetárias, ajudando os mercados a se ajustarem gradualmente às novas diretri-
zes sem causar volatilidade excessiva.
O forward guidance é, portanto, uma ferramenta poderosa para os bancos centrais, permitindo-
-lhes orientar as expectativas do mercado e gerenciar a percepção pública sobre a trajetória futura
da política monetária, com o objetivo final de alcançar seus mandatos de estabilidade de preços e
crescimento econômico sustentável.

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AULA 09­

9. DÍVIDA PÚBLICA, TÍTULOS PÚBLICOS FEDERAIS E RENDA FIXA

9.1 DÍVIDA PÚBLICA E TÍTULOS PÚBLICOS FEDERAIS

9.1.1 DÍVIDA PÚBLICA

Dívida Pública
A dívida pública é o total de empréstimos contraídos pelo governo, em nível federal, estadual ou
municipal, para financiar despesas que não são cobertas pelas receitas. A dívida pode ser classifi-
cada em interna (quando o governo deve a credores dentro do país) e externa (quando deve a cre-
dores estrangeiros). A gestão da dívida pública é crucial para a sustentabilidade fiscal, pois impacta
diretamente a capacidade do governo de investir em áreas como saúde, educação e infraestrutura.

Despesas Correntes e Investimentos


• Despesas Correntes: São gastos realizados pelo governo que não resultam em aumento do pa-
trimônio público. Incluem salários de servidores, benefícios previdenciários, custeio da máqui-
na pública e juros da dívida. Essas despesas são necessárias para a manutenção dos serviços
públicos.
• Investimentos: Refere-se aos gastos do governo que resultam em aumento do patrimônio pú-
blico ou que geram benefícios a longo prazo. Incluem a construção de escolas, hospitais, rodo-
vias e outras infraestruturas. Os investimentos são essenciais para o desenvolvimento econô-
mico e social.

Regra de Ouro
A regra de ouro é um princípio constitucional que proíbe o governo de realizar operações de cré-
dito (endividamento) que excedam as despesas de capital (investimentos e inversões financeiras).
Em outras palavras, o governo só pode se endividar para financiar despesas que contribuam para
o crescimento ou melhoria do patrimônio público, e não para cobrir despesas correntes. Essa regra
visa assegurar a responsabilidade fiscal e a sustentabilidade da dívida pública, protegendo as gera-
ções futuras.

Gestão do Orçamento Público


A gestão do orçamento público envolve o planejamento, execução e controle das receitas e despe-
sas do governo. O orçamento deve ser elaborado considerando as prioridades de gastos e as esti-
mativas de receitas, respeitando limites como a regra de ouro e buscando o equilíbrio fiscal. Uma
gestão orçamentária eficiente é fundamental para garantir a alocação adequada dos recursos públi-
cos, financiar os serviços essenciais para a população e promover o desenvolvimento econômico.

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A regra de ouro, ao limitar o endividamento do governo às despesas de capital, desempenha um


papel crucial na gestão fiscal responsável, assegurando que os empréstimos sejam destinados a
investimentos produtivos que beneficiarão a sociedade no longo prazo. O desafio na gestão do or-
çamento público reside em equilibrar as necessidades imediatas de financiamento dos serviços pú-
blicos com a sustentabilidade fiscal a longo prazo.

9.1.2 TESOURO DIRETO


O Tesouro Direto é um programa do Tesouro Nacional, desenvolvido em parceria com a B3 (antiga
BM&F Bovespa), que permite a venda de títulos públicos federais para pessoas físicas por meio de
uma plataforma online. Este programa tem o objetivo de democratizar o acesso aos investimentos
em títulos públicos, tornando-os acessíveis a qualquer investidor, independentemente do montan-
te disponível para investimento.

Função e Funcionamento
Acessível: Com investimentos a partir de R$ 30,00, o Tesouro Direto é uma das formas mais acessí-
veis para o cidadão investir, sem a necessidade de grandes quantias de dinheiro ou conhecimento
aprofundado sobre o mercado financeiro.
Seguro: Considerados os investimentos mais seguros do país, os títulos do Tesouro Direto são 100%
garantidos pelo Tesouro Nacional. Isso significa que o risco de crédito, ou seja, o risco de não rece-
bimento do valor investido mais os juros, é extremamente baixo.
Flexível: O programa oferece diferentes tipos de títulos, com variadas formas de rentabilidade (pre-
fixada, atrelada à inflação ou à taxa Selic), prazos de vencimento e fluxos de remuneração, permi-
tindo que o investidor escolha o título mais adequado aos seus objetivos financeiros. Além disso, é
possível resgatar o investimento a qualquer momento, a preços de mercado.

Como Funciona
Para investir no Tesouro Direto, o interessado deve seguir alguns passos simples:
1. Ter CPF e conta corrente em uma instituição financeira.
2. Escolher um agente de custódia (banco ou corretora) para intermediar as operações.
3. Realizar o cadastro na instituição escolhida, fornecendo as informações e documentos neces-
sários.
4. Após o cadastro, acessar a área restrita do site do Tesouro Direto com uma senha provisória
recebida por e-mail e, em seguida, trocá-la por uma definitiva.
5. Selecionar e comprar o título mais adequado aos seus objetivos financeiros. Para auxiliar na
escolha, o programa oferece o “Orientador Financeiro” no site do Tesouro Direto.

Exemplos de Utilização
O Tesouro Direto ganhou popularidade especialmente em momentos de crise ou incerteza econô-
mica, como durante a crise financeira subprime e a pandemia de COVID-19, quando investidores
buscaram opções mais seguras para proteger e rentabilizar seus capitais. Além de ser uma opção de
investimento de baixo risco, os títulos públicos oferecidos pelo programa também servem como fer-
ramenta de diversificação de carteira, atendendo tanto a objetivos de curto quanto de longo prazo.

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Em resumo, o Tesouro Direto se estabeleceu como uma peça chave na democratização do acesso
aos investimentos seguros no Brasil, promovendo a educação financeira e oferecendo uma alterna-
tiva de baixo risco e boa rentabilidade para os investidores individuais.

9.2 RENDA FIXA: DEFINIÇÃO


Renda fixa é uma obrigação cujo rendimento (taxa de juros) é determinado no momento da compra
do título. Esse rendimento pode ter sua remuneração prefixada ou pós-fixada.

Formas de Remuneração
Os investimentos em renda fixa podem ter rentabilidades pagas de duas maneiras:
• Prefixada: um título é prefixado quando o valor dos rendimentos é conhecido no início da ope-
ração.
• Pós-fixada: um título é pós-fixado quando o valor dos juros somente é conhecido no momento
do resgate.
Os investimentos que possuem remuneração pós-fixada podem ter sua rentabilidade atrelada a
diversas taxas de juros, índices de preço ou correções monetárias. As principais são CDI, Selic, TR,
TBF, IPCA e IGP-M.

Amortização e Pagamento De Juros


Os juros de um título podem ser amortizados com pagamento periódico de juros (COM CUPOM)
ou sem pagamento periódico de juros (ZERO CUPOM).
• Exemplo de título COM cupom: investir 1.000 por cinco anos e receber, durante esse período,
cupons de juros anuais de 10%. Dessa maneira, o investidor irá receber, após cada ano, 100,00
(10% sobre o principal) e, no vencimento do título, 1.100,00 (1.000 de principal e 100 referente
aos juros do último período), totalizando 1.500,00.

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• Exemplo de título ZERO cupom: investir 1.000 e, após 5 anos, resgatar o título, recebendo de
volta o principal + juros de 10% ao ano acumulado (do período). Nesse caso, o valor total de
resgate será de 1.610,51 (1.000 de principal + 610,51 de juros).

Preço Unitário
PU: preço unitário do título, ou seja, o preço de negociação calculado em uma determinada data.
I. O cálculo do PU é o valor presente dos fluxos futuros de pagamento do título.
II. O valor do PU de um título prefixado é INVERSAMENTE proporcional a taxa de juros, ou seja,
quanto maior a taxa de juros, menor será o PU do título.
III. Quanto maior o PU de um título, menor será a sua rentabilidade (seu retorno).

Título Negociado com Ágio ou Deságio


Não precisa ser um expert em investimento para saber que o conceito de ágio está relacionado
com ganho e o de deságio com perda.
É fácil de compreender ágio e desvio quando investimos em ativos como imóvel, ações...
Exemplos:
a) Comprar um imóvel por 350 mil reais e revender depois por 400 mil reais, gerou um ágio de R$
50 mil
b) Comprar uma ação por 40,00 cada e vender depois por 38,00 cada, gerou um deságio de 2,00
por ação.
Quando se fala em investimento com títulos, esse conceito nem sempre é de fácil entendimento.
Veja o exemplo abaixo:
1. Imagine que você invista nesse título do Tesouro Direto.

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Como vimos anteriormente, trata-se de uma LTN que o PU é de 739,47.

Essa LTN foi emitida com base na taxa Selic do mercado, nesse caso, próxima a 12,64% ao ano.
2. Vamos supor que um dia depois, em uma reunião extraordinária, o Copom resolva elevar a
taxa Selic, drasticamente, dobrando, com objetivo de controlar inflação (claro que é um exem-
plo meramente didático). Essa elevação irá causar uma alteração nas novas LTN’s emitidas pelo
tesouro, com a taxa de juros próxima do dobro da emitida no dia anterior.

Note que com a redução da taxa de juros para algo em torno de 24% ao ano, os novos títulos emi-
tidos ficam mais baratos, gerando um PU, nesse exemplo, de 639,47 o que representa R$ 100,00
mais barato do que o PU do título anterior.

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3. Diante desse cenário, você como investidor, decida vender seu título, deverá vender pelo preço
de mercado, ou seja, nesse caso por 639,47.
Analisando o cenário:

#MITO: Investir em títulos públicos prefixados o investidor não irá perder dinheiro.
#VERDADE: Investir em títulos públicos prefixados e não resgatar antes do vencimento, o investidor
não irá perder dinheiro, exceto em casos de default (calote) do governo.
Resumo:

9.3 TÍTULOS PÚBLICOS FEDERAIS


A dívida pública federal interna e externa é composta, em sua maior parte, por títulos mobiliários
que diferem entre si conforme o contexto e a finalidade da emissão. Os TPF são títulos de renda
fixa, uma obrigação cujo rendimento (taxa de juros) é determinado no momento da compra do títu-
lo. Esse rendimento pode ter sua remuneração prefixada ou pós-fixada. Para os títulos pós-fixados,
por exemplo, há diferentes indexadores, que variam conforme o tipo. Existem também aqueles que
não possuem indexadores, os chamados títulos prefixados.
A Secretaria do Tesouro Nacional (STN) aperfeiçoou o Programa Tesouro Direto para deixá-lo mais
atraente, simples e acessível aos investidores. Dentre as mudanças, estão a recompra diária. Com
a recompra diária, os investidores poderão vender seus títulos ao Tesouro Nacional todos os dias,
ampliando a liquidez e a flexibilidade da aplicação. Anteriormente, a recompra só ocorria às quar-
tas-feiras.

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Uma das mudanças está na nomenclatura dos títulos públicos, que antes eram definidos por suas
siglas, mas passaram a ser mais simples. Confira a tabela abaixo.

TÍTULOS PÚBLICOS FEDERAIS


Nome Anterior Nome Atual Rentabilidade
Títulos sem Deságio sobre o valor
LTN Tesouro Prefixado
CUPOM, ou seja, nominal (prefixado)
com pagamento
LFT Tesouro Selic SELIC (pós-fixado)
de juros somente
no vencimento NTN – B (Principal) Tesouro IPCA Juros + IPCA
Tesouro IPCA
NTN-B Juros + IPCA
Títulos com com juros semestrais
CUPOM Tesouro Prefixado Deságio sobre o valor
NTN-F
com juros semestrais nominal (prefixado)

ATENÇÃO!
Apesar de as nomenclaturas no programa Tesouro Direto terem sofrido alterações, para a
prova, a Anbima continua cobrando as siglas antigas (LTN, LFT, NTN).

TÍTULO RENDA+ – NTN-B1

Características Principais:
• Tipo de Título: Pós-fixado com rentabilidade composta por uma taxa anual fixada na compra e
a variação do IPCA.l
• Pagamento do Principal: Diferente de outros títulos, o principal é pago em 240 parcelas men-
sais iniciando na "data de conversão" até o vencimento.
• Correção Monetária: Corrigido pela inflação (IPCA) e pela taxa de juros pactuada na compra.

Funcionamento:
• Escrituração: Título escritural, nominativo e negociável.
• Valor Nominal Integral (VNI): Valor base de R$ 1.000,00 (em 15/07/2000), atualizado pelo
IPCA.
• Rendimento Adicional à Inflação: O preço de compra pode ser inferior ao VNI, proporcionando
um rendimento além da inflação.

Planejamento de Aposentadoria:
• O Tesouro RendA+ é ideal para planejar a aposentadoria, oferecendo renda extra mensal por
20 anos após a aposentadoria.

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• Investimento: Possível iniciar com valores aproximadamente R$ 30 por mês.


• Simulador: Disponível no site do Tesouro Direto para identificar o título mais apropriado e cal-
cular aportes mensais necessários.

Investimento e Retorno:
• Aportes Mensais: Não obrigatórios, mas recomendados para melhor planejamento.
• Renda Futura: O valor do aporte mensal varia com as flutuações das taxas de juros do mercado.
• Aporte Inicial e Extraordinário: Possibilidade de aportes iniciais maiores ou extraordinários
para reduzir o valor das prestações mensais futuras.

Exemplos Práticos:
1. Tesouro RendA+ 2045: Investimento de R$ 200,00 mensais por 22 anos para garantir uma ren-
da de R$ 1.000,00 mensais por 20 anos.
2. Tesouro RendA+ 2060: Investimento de R$ 55,00 mensais para garantir uma renda equivalente
a R$ 1.000,00 de hoje, por 20 anos.

Garantia de Rentabilidade Real:


• Proteção contra Inflação: O valor do investimento é constantemente atualizado pela inflação e
pela taxa real contratada.
• Composição dos Pagamentos: Inclui o principal investido, os juros reais e a atualização mone-
tária pela inflação.

TESOURO EDUCA+: PLANEJAMENTO FINANCEIRO PARA EDUCAÇÃO


• Objetivo: Facilitar o planejamento da educação, especialmente universitária, dos filhos.
• Funcionamento: Investimento que gera renda mensal por 5 anos, ideal para cobrir custos edu-
cacionais.

Características do Investimento:
• Investimento Inicial: A partir de R$ 30 por mês.
• Simulação de Investimento: Disponível no site do Tesouro Direto.
• Periodicidade dos Aportes: Flexível, sem obrigação de aportes mensais.
• Títulos Disponíveis: 16 opções, variando na data de início dos pagamentos.

Como Funciona o Tesouro Educa+:


1. Período de Acumulação: Investimentos ao longo de um período, sem pagamentos de parcelas.
2. Início dos Pagamentos: Após um período pré-definido, inicia-se a distribuição de renda mensal
por 5 anos.

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3. Fluxo de Renda: Diferente do Tesouro IPCA+, que paga em parcela única, o Educa+ garante ren-
da mensal.

Vantagens do Tesouro Educa+:


• Planejamento de Longo Prazo: Permite iniciar investimentos desde o nascimento do filho.
• Renda Mensal para Educação: Proporciona segurança financeira durante os anos universitá-
rios.
• Flexibilidade de Investimento: Opções para aportes iniciais maiores e aportes adicionais.

Exemplos Práticos:
• Tesouro Educa+ 2041 para Criança de 6 meses: Investimento mensal de R$ 81 para garantir R$
500 mensais por 5 anos, começando em 2041.
• Tesouro Educa+ 2034 para Criança de 7 anos: Investimento mensal de R$ 164 para obter a
mesma renda mensal.

Benefícios Fiscais e Regras:


• Isenção da Taxa de Custódia: Para investidores que mantêm os títulos até o vencimento.
• Período de Carência: 60 dias para resgates após cada compra.
• Imposto de Renda: Alíquota regressiva sobre a parcela de rendimento.

Investindo no Tesouro Educa+:


• Cadastro Simplificado: Início rápido de investimento através do Tesouro Direto.
• Investimento via PIX: Facilidade e rapidez no processo de investimento.

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AULA 10

10. CÂMBIO

Esse é o módulo que eu mais caprichei. Quem tem realizado as últimas provas da CESGRANRIO para
banco, certamente é um economista que tem atuação ou publicações no mercado de câmbio, eu
batizei ele carinhosamente de “Tarado do Câmbio”.
Já teve prova em que mais de 60% das questões de conhecimentos bancários eram sobre um único
tema, o danado do câmbio. O que é mais triste é:
1. Com muita vontade, talvez 1% da sua atividade está relacioanda a câmbio
2. As demais atividades que você precisaria saber para exercer sua função, conhecer produtos
como seguros, previdência, capitalização, CDC etc, em geral não tem sido cobrado nessas pro-
vas, o nosso taradinho prefere encher de perguntas de câmbio.
3. O nível de dificuldade de algumas questões, como conceitos de paridades de taxa de câmbio,
fisher open, são tão aprofundado, que às vezes nem um colega seu que trabalha na área de
câmbio vai saber responder.
Mas fique tranquilo, que o papai preparou o módulo mais power da vida, detalhando tudo que
pode ser cobrado, ensinando aquele jeitinho que só o pai sabe fazer, desenhando pra você cabe-
ção! Vem comigo!

10.1 TAXA DE CÂMBIO


Vamos detalhar cada um dos aspectos relacionados à taxa de câmbio, um elemento crucial na eco-
nomia global que afeta desde o comércio internacional até investimentos e turismo.

O que é Taxa de Câmbio e Como é Calculada


A taxa de câmbio representa o preço de uma moeda em relação a outra, determinando quantas
unidades de uma moeda podem ser trocadas por uma unidade de outra moeda. Por exemplo, se a
taxa de câmbio entre o real brasileiro (BRL) e o dólar americano (USD) é de 5:1, significa que 1 dólar
equivale a 5 reais. As taxas de câmbio são calculadas com base na oferta e demanda por moedas no
mercado financeiro, sendo influenciadas por fatores econômicos, políticos e de mercado.

Taxa de Compra e Taxa de Venda


• Taxa de Compra: É o preço que o banco ou a casa de câmbio está disposto a pagar pela moeda
estrangeira. Ou seja, quanto eles pagam em moeda local para adquirir uma unidade de moeda
estrangeira.
• Taxa de Venda: Refere-se ao preço pelo qual o banco ou a casa de câmbio vende a moeda es-
trangeira. Ou seja, quanto de moeda local é necessário para comprar uma unidade de moeda
estrangeira.

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A diferença entre essas taxas representa o lucro da instituição financeira na operação de câmbio.

Câmbio Spot x Câmbio Forward


• Câmbio Spot: Refere-se à taxa de câmbio utilizada em transações que são realizadas imediata-
mente, ou seja, "no spot". Neste tipo de câmbio, a entrega da moeda ocorre tipicamente em
até dois dias úteis após a transação.
• Câmbio Forward: Diferentemente do câmbio spot, o câmbio forward (ou câmbio futuro) envol-
ve a compra e venda de moeda estrangeira com entrega e pagamento previstos para uma data
futura específica, a uma taxa de câmbio acordada previamente. Este tipo de operação é usado
para proteção contra flutuações cambiais.

Dólar Comercial, Dólar Turismo e Dólar Paralelo


Existe um único mercado de câmbio previsto pela legislação e as terminologias "câmbio comercial"
ou "dólar comercial", e "câmbio turismo" ou "dólar turismo" são comumente utilizadas para indicar
as diferentes taxas praticadas de acordo com a finalidade da operação.
As expressões "câmbio turismo" ou "dólar turismo" são usadas para identificar as operações relati-
vas a compra e venda de moeda para viagens internacionais, geralmente em espécie.
As expressões "câmbio comercial" ou "dólar comercial" são usadas para as demais operações reali-
zadas no mercado de câmbio, tais como: exportação, importação, transferências financeiras.
Fatores que Influenciam a Taxa de Câmbio
• Aumento do Preço do Câmbio (Desvalorização da Moeda Local): Pode ser causado por infla-
ção alta, instabilidade política, aumento da dívida pública, ou redução nas taxas de juros.
• Queda do Preço do Câmbio (Valorização da Moeda Local): Pode ocorrer devido a uma econo-
mia forte, aumento das taxas de juros (atrai investimentos estrangeiros), superávits comerciais
ou estabilidade política.
A taxa de câmbio é um indicador econômico vital que reflete a saúde econômica de um país e in-
fluencia diretamente o poder de compra, o investimento e o equilíbrio comercial.

10.2 VALORIZAÇÃO E DESVALORIZAÇÃO CAMBIAL

Valorização e Desvalorização Cambial (Apreciação e Depreciação)


Valorização cambial, também conhecida como apreciação, ocorre quando o valor de uma moeda
nacional aumenta em relação a outras moedas no mercado de câmbio. Isso significa que a moeda
nacional passa a comprar mais moeda estrangeira do que antes, refletindo uma maior força eco-
nômica ou confiança dos investidores na economia do país. Sinônimos para valorização incluem
fortalecimento ou apreciação da moeda.

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Por outro lado, desvalorização cambial, ou depreciação, acontece quando o valor da moeda na-
cional diminui em relação às moedas estrangeiras. Nesse cenário, é necessário mais da moeda
nacional para comprar a mesma quantidade de moeda estrangeira, indicando uma percepção de
enfraquecimento econômico ou menor confiança dos investidores. Sinônimos para desvalorização
incluem enfraquecimento ou depreciação da moeda.

Valorização Cambial:
Também pode ser chamado de “Apreciação Cambial”. Se antes 1 dólar era equivalente a 3 reais e,
após a valorização, 1 dólar passa a ser equivalente a 2,8 reais, isso indica que o real valorizou em
relação ao dólar. Ou seja, agora é necessário menos reais para comprar a mesma quantidade de
dólares.

Operações que contribuem para valorização:


1. Aumento das exportações: Gera uma maior demanda pela moeda nacional por compradores
estrangeiros.
2. Redução de brasileiros investindo no exterior: Diminui a oferta de moeda nacional no mercado
de câmbio, pois há menos pessoas vendendo reais para comprar moedas estrangeiras.
3. Aumento de empresas estrangeiras investindo no Brasil: Eleva a demanda pela moeda nacio-
nal, uma vez que essas empresas precisam converter suas moedas para reais.
4. Redução da importação: Diminui a necessidade de converter reais em moedas estrangeiras,
reduzindo a oferta de moeda nacional no mercado de câmbio.

Desvalorização Cambial:
Também pode ser chamado de “Depreciação Cambial”. Se 1 euro valia 4 reais e, depois da desva-
lorização, 1 euro passa a valer 4,5 reais, isso mostra que o real se desvalorizou em relação ao euro.
Agora, é preciso mais reais para comprar a mesma quantidade de euros.

Operações que contribuem para desvalorização:


1. Aumento das importações: Exige mais conversão de reais em moedas estrangeiras, aumentan-
do a oferta de moeda nacional no mercado de câmbio.

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2. Diminuição das exportações: Reduz a demanda por moeda nacional, pois há menos compra-
dores estrangeiros interessados.
3. Aumento de investimentos de brasileiros no exterior: Eleva a oferta de reais no mercado de
câmbio, pois mais pessoas estão vendendo reais para adquirir moedas estrangeiras.
4. Redução do investimento estrangeiro no Brasil: Diminui a demanda pela moeda nacional, uma
vez que há menos empresas estrangeiras convertendo suas moedas para reais.

10.2.1 EFEITOS DA VALORIZAÇÃO E DESVALORIZAÇÃO CAMBIAL


Aqui está uma tabela resumindo os efeitos da valorização e desvalorização cambial em diferentes
aspectos econômicos:

ASPECTO VALORIZAÇÃO CAMBIAL DESVALORIZAÇÃO CAMBIAL


ECONÔMICO (APRECIAÇÃO) (DEPRECIAÇÃO)
Fluxo de Moeda
Entrada de moeda estrangeira Saída de moeda estrangeira
Estrangeira
Alteração na
Aumento (entrada) Redução (saída)
quantidade
Exemplo de
R$ 5 = 1 USD → R$ 4 = 1 USD R$ 5 = 1 USD → R$ 6 = 1 USD
Alteração no preço
Impacto Comércio
Importador Favorecido Exportador Favorecido
Exterior
Impacto Conta Brasileiro que viaja Gringo que vem
Turismo para o exterior favorecido para o Brasil favorecido
Impacto na Dívida Redução da Dívida Elevação da Dívida
Pública Externa (em termos da moeda local) (em termos da moeda local)
Potencial redução da inflação Potencial aumento da inflação
Impacto na Inflação (produtos importados ficam (produtos importados ficam
mais baratos) mais caros)
Investimento Pode diminuir devido ao menor Pode aumentar devido ao maior
Estrangeiro Direto retorno em moeda estrangeira retorno em moeda estrangeira

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Outros fatores importantes:


• Política Monetária: A valorização cambial pode dar ao Banco Central mais espaço para reduzir
as taxas de juros sem pressionar a inflação, enquanto a desvalorização pode limitar essa capa-
cidade, uma vez que a inflação pode ser pressionada pelo aumento dos preços dos importados.
• Competitividade Internacional: Uma moeda desvalorizada pode melhorar a competitividade
internacional dos produtos do país, tornando-os mais baratos e atraentes no mercado global.
Por outro lado, a valorização pode tornar os produtos nacionais mais caros externamente, afe-
tando negativamente a balança comercial.
Esta tabela fornece uma visão geral de como a valorização e desvalorização cambial podem afetar
diversos aspectos da economia, desde o fluxo de moeda estrangeira até os impactos sobre o co-
mércio exterior, turismo, dívida pública e outros fatores econômicos relevantes.
A relação entre a política monetária, por meio da manipulação da taxa de juros, e a taxa de câmbio
é fundamental para entender como um país pode se tornar mais ou menos atrativo para o capital
estrangeiro. Vamos explorar os efeitos da redução e elevação da taxa de juros sobre a taxa de câm-
bio e, consequentemente, sobre a atratividade do país para investimentos estrangeiros.

Elevação da Taxa de Juros


Efeitos:
• Atratividade para Capital Exterior: Aumentar a taxa de juros torna o país mais atrativo para
investidores estrangeiros, pois eles podem obter um retorno maior sobre investimentos em
títulos de dívida, depósitos e outros instrumentos financeiros. Isso leva a um fluxo de entrada
de capital estrangeiro.
• Valorização Cambial: A entrada de capital estrangeiro aumenta a demanda pela moeda local,
valorizando-a em relação a outras moedas. Uma moeda mais forte pode reduzir o custo das
importações e impactar a balança comercial.
Exemplo: Se o Banco Central do Brasil aumenta a Selic, investidores estrangeiros buscando maiores
rendimentos podem aumentar seus investimentos em títulos brasileiros, levando a uma entrada de
dólares no país. Isso aumenta a demanda pelo real, valorizando a moeda brasileira em relação ao
dólar.

Redução da Taxa de Juros


Efeitos:
• Diminuição da Atratividade para Capital Exterior: Reduzir a taxa de juros torna o país menos
atrativo para o capital estrangeiro, pois os retornos sobre os investimentos diminuem. Isso
pode levar a um fluxo de saída de capital estrangeiro.
• Desvalorização Cambial: A saída de capital estrangeiro diminui a demanda pela moeda local,
desvalorizando-a em relação a outras moedas. Uma moeda mais fraca pode aumentar o custo
das importações e influenciar negativamente a inflação.

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Exemplo: Caso o Federal Reserve (Fed) dos Estados Unidos reduza as taxas de juros, investidores
americanos podem buscar investimentos com maiores rendimentos em outros países, reduzindo os
investimentos em ativos americanos. Isso pode levar a uma saída de capital dos EUA, desvalorizan-
do o dólar em relação a outras moedas.

Raciocínio Geral:
• País Mais Atrativo com Taxas de Juros Altas: Quando um país eleva suas taxas de juros, torna-
-se mais atrativo para o capital estrangeiro, resultando em valorização da moeda local. Isso
pode beneficiar a importação, mas também tornar as exportações menos competitivas.
• País Menos Atrativo com Taxas de Juros Baixas: Ao contrário, a redução das taxas de juros
pode tornar o país menos atrativo para investidores estrangeiros, potencialmente levando à
desvalorização da moeda local. Isso pode beneficiar as exportações, tornando os produtos do
país mais baratos no exterior, mas também aumenta o custo das importações, podendo pres-
sionar a inflação interna.
A política monetária, por meio da gestão das taxas de juros, é uma ferramenta poderosa que os
países utilizam não apenas para controlar a inflação e estimular o crescimento econômico, mas
também para influenciar a taxa de câmbio e o fluxo de capital estrangeiro, equilibrando os objetivos
internos com as dinâmicas do mercado global.

10.3 TAXA DE CÂMBIO NOMINAL X TAXA DE CÂMBIO REAL

Taxa de Câmbio Nominal


A taxa de câmbio nominal refere-se ao valor pelo qual uma moeda pode ser trocada por outra. Por
exemplo, se a taxa de câmbio nominal entre o dólar americano (USD) e o real brasileiro (BRL) é de 5,
isso significa que 1 USD pode ser trocado por 5 BRL. É o valor "de face" da moeda estrangeira e não
leva em conta as diferenças nos níveis de preços entre os dois países.

Taxa de Câmbio Real


A taxa de câmbio real, por outro lado, ajusta a taxa de câmbio nominal pelas diferenças nos níveis
de preços entre dois países, oferecendo uma medida mais precisa do poder de compra entre as
duas moedas. É calculada como:

Onde:
• Taxa de Câmbio Nominal é o número de unidades de moeda doméstica que podem ser troca-
das por uma unidade de moeda estrangeira.
• Preço no Exterior é o nível de preços de um cesto de bens e serviços no país estrangeiro.
• Preço Doméstico é o nível de preços de um cesto similar de bens e serviços no país doméstico.

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Exemplo
Se 1 USD é igual a 5 BRL (taxa de câmbio nominal), e o custo de um cesto de bens nos EUA (preço
no exterior) é de 100 USD, enquanto o mesmo cesto de bens no Brasil (preço doméstico) custa 450
BRL, a taxa de câmbio real seria:
Taxa de Câmbio Real = (5 × 100)/450 = 1,11
Isso significa que, após ajustar pelas diferenças de preços entre os dois países, 1 USD tem o mesmo
poder de compra que 1,11 BRL, ao invés dos 5 BRL indicados pela taxa de câmbio nominal.

Conclusão
A taxa de câmbio real oferece uma visão mais precisa do valor relativo das moedas, ajustando pe-
las diferenças de preços entre países, enquanto a taxa de câmbio nominal oferece uma visão dire-
ta, sem ajustes, de quanto de uma moeda pode ser trocado por outra.

10.3.1 PARIDADE DE TAXA DE CÂMBIO


A "Paridade Relativa de Taxa de Câmbio" é um conceito econômico que se refere à ideia de que as
taxas de câmbio entre duas moedas devem ajustar-se de modo a refletir as mudanças nos níveis de
preços dos dois países, mantendo assim o poder de compra relativo entre as moedas. Essa noção
está relacionada à teoria da Paridade do Poder de Compra (PPC), que postula que as unidades mo-
netárias de diferentes países deveriam ter o mesmo poder de compra quando convertidas.

Como Calcular a Paridade Relativa de Taxa de Câmbio:


Para manter a paridade relativa do poder de compra entre duas moedas, a taxa de câmbio ajustada
pela inflação pode ser calculada pela seguinte fórmula:

Exemplo Prático:
Vamos resolver a questão proposta usando os dados fornecidos:
• Taxa de câmbio inicial (dezembro de 2019): R$3,70/US$
• Inflação acumulada no Brasil (2020-2021): 15,90%
• Inflação acumulada nos EUA (2020-2021): 5,66%
Para encontrar a taxa de câmbio de equilíbrio em dezembro de 2021, que mantém a paridade rela-
tiva do poder de compra, aplicamos os valores na fórmula:
Taxa de Câmbio Ajustada = 3,70 × (1 + 0,1590)(1 + 0,0566) ​
Agora, vamos calcular isso:

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Portanto, para manter a paridade relativa real do poder de compra, a taxa de câmbio de equilíbrio
em dezembro de 2021 deveria ter sido, em média, aproximadamente R$4,06/US$. A opção mais
próxima fornecida é:
Este cálculo mostra como a paridade relativa de taxa de câmbio ajusta-se para refletir as diferenças
de inflação entre dois países, mantendo o poder de compra relativo entre as moedas.

10.3.2 EFEITO FISHER INTERNACIONAL (FISHER OPEN)


O Efeito Fisher Internacional é uma teoria que descreve a relação entre as diferenças nas taxas de
juros de dois países e as taxas de câmbio esperadas entre esses países. Segundo essa teoria, a taxa
de câmbio esperada entre as moedas de dois países deve ajustar-se em proporção igual, mas na di-
reção oposta, ao diferencial de taxa de juros entre eles. Isso significa que, se um país tem uma taxa
de juros mais alta em comparação com outro, espera-se que sua moeda se desvalorize em relação à
moeda do outro país no futuro, compensando assim o diferencial de juros.

Formulação Básica
Se representarmos por idom​ a taxa de juros no país doméstico e por ifor​a taxa de juros no país es-
trangeiro, o Efeito Fisher Internacional sugere que a taxa de câmbio esperada ajusta-se para manter
a paridade do poder de compra. Isso é expresso pela seguinte relação:

Onde:

Conceito Importante
A Cesgranrio já cobrou uma questão que perguntava sobre a relação entre a mudança percentual
na taxa de câmbio à vista e o diferencial entre taxas de juros comparáveis em diferentes mercados
de capitais nacionais.

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Segundo o Efeito Fisher Internacional, as taxas de câmbio à vista devem mudar em uma quantidade
igual, mas na direção oposta à diferença nas taxas de juros entre dois países. Portanto, a resposta
correta é:
Exemplo Prático
Se o Brasil tem uma taxa de juros de 10% e os Estados Unidos têm uma taxa de juros de 5%, o Efeito
Fisher Internacional sugere que o real brasileiro deverá se desvalorizar em relação ao dólar ame-
ricano. Isso compensa os investidores pelo diferencial de taxa de juros, mantendo a paridade do
poder de compra entre os dois países.
O Efeito Fisher Internacional é um conceito crucial na análise financeira internacional, ajudando
investidores e analistas a entender como as taxas de juros e as expectativas de taxas de câmbio
interagem no mercado global.

10.4 MERCADO DE CÂMBIO


1. Definição: O mercado de câmbio é onde ocorrem as operações de troca de moedas estrangei-
ras. Ele é fundamental para a realização de comércio internacional, investimentos estrangeiros,
viagens ao exterior, entre outras atividades que exigem a conversão de moedas. As operações
podem incluir compra e venda de moedas estrangeiras, transferências internacionais, contas
em reais de não residentes, contas em moeda estrangeira no Brasil e operações com ouro-
-instrumento cambial.
2. Papel do Banco Central: O Banco Central (BC) é o órgão regulador e fiscalizador do mercado de
câmbio no Brasil. Ele autoriza e supervisiona as instituições que operam no mercado, além de
executar a política cambial. O BC pode intervir no mercado de câmbio comprando e vendendo
moeda estrangeira para conter movimentos desordenados da taxa de câmbio.
3. Operações Realizadas: As operações de câmbio incluem:
• Compras e vendas de moeda estrangeira.
• Pagamentos e transferências internacionais.
• Contas em reais de titularidade de não residentes.
• Contas em moeda estrangeira mantidas no Brasil.
• Operações com ouro-instrumento cambial.

10.4.1 INSTITUIÇÕES AUTORIZADAS


1. Bancos e a Caixa Econômica Federal:
• Podem realizar todas as operações de mercado de câmbio, sem restrições específicas. Isso
inclui a compra e venda de moedas estrangeiras, realização de transferências internacio-
nais, manutenção de contas em moeda estrangeira no Brasil, entre outras atividades.
2. Sociedades Corretoras e Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários, Sociedades Correto-
ras de Câmbio, Sociedades de Crédito, Financiamento e Investimento, e Agências de Fomen-
to:

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• Estão autorizadas a realizar operações de câmbio com clientes para liquidação pronta de
até US$ 300.000,00 (trezentos mil dólares dos Estados Unidos) ou o equivalente em outras
moedas. Essas operações não podem envolver transferências referentes à negociação de
instrumentos financeiros derivativos no exterior.
• Podem realizar operações para liquidação pronta no mercado interbancário, arbitragens no
país e arbitragens com o exterior.
3. Instituições de Pagamento Autorizadas a Funcionar pelo Banco Central do Brasil:
• Que prestem serviço como emissor de moeda eletrônica, emissor de instrumento de pa-
gamento pós-pago ou credenciador, estão autorizadas a realizar operações de câmbio com
clientes para liquidação pronta de até US$ 100.000,00 (cem mil dólares dos Estados Uni-
dos) ou o equivalente em outras moedas, com as mesmas restrições aplicadas a sociedades
corretoras e distribuidoras.
• Também podem conduzir operações para liquidação pronta no mercado interbancário e
realizar arbitragens.
4. Agências dos Correios
• Os prestadores de serviços postais podem realizar recebimentos e pagamentos para fins de
prestação do serviço de vale postal internacional, referentes a negócios não sujeitos à pres-
tação de informações ao Banco Central relativa a capitais estrangeiros, desde que o valor
por operação seja equivalente ou inferior a US$50.000,00 (cinquenta mil dólares), ou seu
equivalente em outras moedas.

Exceções e Restrições
• As operações de câmbio realizadas por essas instituições não podem envolver transferências
referentes à negociação de instrumentos financeiros derivativos no exterior.
• As instituições autorizadas a operar em câmbio devem indicar um diretor responsável pelas
operações cambiais.
• Instituições de pagamento autorizadas não podem conduzir operações de câmbio envolven-
do moedas em espécie, nacional ou estrangeira, nem operar com correspondentes para essas
transações.

10.4.2 EFX
O serviço de pagamento ou transferência internacional (eFX) representa um mecanismo através
do qual indivíduos e empresas podem realizar operações de câmbio ou movimentações em contas
para a aquisição de bens e serviços, tanto no Brasil quanto no exterior, além de permitir transferên-
cias internacionais e saques, facilitados por soluções de pagamento digital.

Quem Pode Prestar Serviços de eFX?


A prestação do serviço eFX é aberta a uma ampla gama de instituições financeiras e de pagamento,
conforme regulamentado pelo Banco Central do Brasil. Essas entidades estão autorizadas a ofere-
cer serviços que facilitam transações internacionais para seus clientes, sujeitas a certos limites e
condições. Aqui está um resumo de quem pode ofertar esses serviços e em que condições:

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Os serviços eFX podem ser praticados pelas seguintes entidades na forma a seguir:
a) Entidades autorizadas a funcionar pelo BC:
1. aquisição de bens e serviços, no País ou no exterior;
2. transferência de recursos para terceiros sem contrapartida, limitada a US$10.000,00 ou o
seu equivalente em outras moedas, por transação com cliente;
3. transferência de recursos entre conta no País e conta no exterior de mesma titularidade,
limitada a US$10.000,00 ou o seu equivalente em outras moedas, por transação com clien-
te, com as seguintes características:
4. conta de depósito ou conta de pagamento pré-paga mantida no Brasil em instituições fi-
nanceiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo BC ou em instituições de paga-
mento que integrem o SPB exclusivamente em virtude de sua adesão ao Pix; e
5. conta de depósito ou conta de pagamento mantida em instituição no exterior sujeita a efe-
tiva supervisão prudencial e de conduta ou integrante de grupo financeiro sujeito a efetiva
supervisão consolidada; e
6. saque no Brasil ou no exterior.
b) Instituições de pagamento não autorizadas a funcionar pelo BC, mas que atuem na qualidade
de emissor de moeda eletrônica, de emissor de instrumento de pagamento pós-pago ou de
credenciador no âmbito de arranjo de pagamento autorizado pelo BC:
1. aquisição de bens e serviços, no País ou no exterior; e
2. saque no País ou no exterior.
c) Demais pessoas jurídicas e as instituições previstas no item ‘b’: aquisição de bens e servi-
ços, no País ou no exterior, que ocorra apenas mediante solução de pagamento digital ofe-
recida pelo prestador de eFX e integrada a plataforma de comércio eletrônico, limitada a
US$10.000,00 ou o seu equivalente em outras moedas, por transação com cliente.

Porte de Valor em Espécie e Declaração


Não há um limite fixado para a quantidade de dinheiro em espécie que um viajante pode levar ao
entrar ou sair do Brasil. No entanto, qualquer quantia superior ao equivalente a US$10.000 deve
ser declarada à alfândega brasileira por meio da Declaração Eletrônica de Bens de Viajantes (e-
-DBV). Isso visa garantir transparência e cumprimento das regulamentações fiscais e cambiais.

Operações Ilegítimas ou Não Autorizadas


Operações de câmbio realizadas fora do sistema financeiro autorizado, ou seja, que não passam pe-
las instituições financeiras autorizadas pelo Banco Central, são consideradas ilegítimas ou não au-
torizadas, exceto em casos de transações de até US$500 entre pessoas físicas, que sejam eventuais
e não profissionais. Essas atividades ilegítimas constituem tanto ilícito administrativo quanto crime,
sujeitas a sanções e penalidades.

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Valor Efetivo Total (VET)


O VET é uma medida que indica o custo total de uma operação de câmbio em reais por unidade de
moeda estrangeira, incluindo taxa de câmbio, tarifas e tributos. Ele é crucial para que os clientes
possam compreender o custo real da operação de câmbio e comparar as ofertas disponíveis no
mercado.

Mercado Primário e Secundário


O mercado de câmbio não é formalmente dividido, mas utiliza-se a terminologia de mercado pri-
mário e secundário para diferenciar os tipos de operações. No mercado primário, ocorrem opera-
ções que envolvem o fluxo real de moeda estrangeira para dentro ou fora do país, como transações
com exportadores, importadores e viajantes. No mercado secundário, ou interbancário, as opera-
ções são realizadas entre instituições autorizadas, sem que haja um fluxo real de moeda estrangeira
entrando ou saindo do Brasil.

Operação para Liquidação Futura


Operações de câmbio para liquidação futura referem-se a compras ou vendas de moeda estrangei-
ra que serão concretizadas em um prazo superior a dois dias úteis. Esse tipo de operação permite
aos participantes do mercado negociar taxas de câmbio hoje para transações que serão efetivadas
no futuro, oferecendo proteção contra flutuações cambiais.

Exemplo Prático
Suponha que uma empresa brasileira precise importar equipamentos dos EUA e deseje travar a
taxa de câmbio atual para uma operação que só será liquidada daqui a um mês. Ela pode realizar
uma operação de câmbio para liquidação futura, garantindo a taxa de câmbio acordada hoje e evi-
tando o risco de uma possível desvalorização do real frente ao dólar até a data da liquidação.
Esses pontos abrangem aspectos essenciais do mercado de câmbio, destacando as regras, opera-
ções permitidas, e as diferenças entre os mercados primário e secundário, além de explicar o con-
ceito de VET e as implicações de se realizar operações ilegítimas ou não autorizadas.

10.4.3 ACC X ACE


As informações disponíveis não abordam diretamente as operações de Adiantamento sobre Con-
trato de Câmbio (ACC) e Adiantamento sobre Cambiais Entregues (ACE). Essas operações são me-
canismos de financiamento ao comércio exterior brasileiro, destinadas a exportadores. Não encon-
trando o detalhamento específico dessas operações nos documentos fornecidos, baseio-me em
conhecimento geral para explicar:

Adiantamento sobre Contrato de Câmbio (ACC):


• Definição: O ACC é um financiamento concedido ao exportador antes da embarcação da mer-
cadoria para o exterior.

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• Objetivo: Prover o exportador de recursos financeiros para a produção, embalagem, e trans-


porte dos bens a serem exportados.
• Funcionamento: O exportador negocia um contrato de câmbio com a instituição financeira, ga-
rantindo a venda futura de divisas provenientes de suas exportações. Com base neste contrato,
o banco antecipa recursos ao exportador, que serão liquidados com os recursos da exportação.

Adiantamento sobre Cambiais Entregues (ACE):


• Definição: O ACE é um financiamento concedido ao exportador após a embarcação da merca-
doria, mas antes do recebimento dos pagamentos da exportação.
• Objetivo: Fornecer capital de giro para que o exportador possa continuar suas operações en-
quanto aguarda o pagamento de suas exportações.
• Funcionamento: Após o embarque dos bens, o exportador entrega os documentos de embar-
que ao banco e recebe o adiantamento dos recursos. O pagamento ao banco é realizado quan-
do o exportador recebe os pagamentos de seus clientes internacionais.
Ambas as operações são cruciais para garantir a liquidez dos exportadores, permitindo que con-
tinuem suas operações sem interrupções devido a atrasos nos pagamentos das exportações. Elas
também ajudam a mitigar o risco de câmbio para os exportadores, pois os contratos de câmbio são
usualmente firmados com base nas taxas de câmbio atuais, protegendo-os contra flutuações desfa-
voráveis nas taxas de câmbio.

10.5 POLÍTICA CAMBIAL


A política cambial engloba as medidas e diretrizes adotadas por um país para gerenciar sua moe-
da em relação às moedas estrangeiras, além de regular as operações de câmbio e administrar as
reservas internacionais. No Brasil, o regime de câmbio adotado é o flutuante, o que significa que a
taxa de câmbio é determinada pelo mercado, sem uma paridade fixa estabelecida pelo governo. No
entanto, o Banco Central (BC) pode intervir no mercado de câmbio para assegurar o bom funciona-
mento do mercado e evitar oscilações abruptas na taxa de câmbio.

TIPO DE INTERVENÇÃO EXEMPLO


DESCRIÇÃO
POLÍTICA CAMBIAL GOVERNAMENTAL DE PAÍS
A taxa de câmbio é fixada pelo
Alta: O banco central compra
governo em relação a outra China (até
Câmbio Fixo e vende moeda estrangeira
moeda ou a um cesto de certo ponto)
para manter a taxa fixa.
moedas.
A taxa de câmbio é
Baixa: O mercado determina Estados
determinada livremente pelo
Câmbio Flutuante a taxa de câmbio sem Unidos, Brasil
mercado, sem intervenção
intervenções regulares. (atual regime)
direta do governo.

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TIPO DE INTERVENÇÃO EXEMPLO


DESCRIÇÃO
POLÍTICA CAMBIAL GOVERNAMENTAL DE PAÍS
Embora a taxa de câmbio seja
Moderada: O banco central
Câmbio principalmente determinada Brasil (em
realiza intervenções pontuais
Administrado ou pelo mercado, o banco central momentos de
para estabilizar a taxa de
Flutuação Suja intervém ocasionalmente para volatilidade)
câmbio.
evitar flutuações excessivas.
A taxa de câmbio pode Moderada a Alta: O banco Países com
flutuar dentro de uma banda central permite alguma regimes de
Banda Cambial predefinida. Se ultrapassar flutuação, mas intervém transição ou
os limites, o banco central para manter a taxa dentro da em ajuste
intervém. banda. econômico

Descrição e Diferenciação
• Câmbio Fixo: Este regime oferece estabilidade cambial e previsibilidade para o comércio in-
ternacional, mas requer grandes reservas internacionais para defender a taxa de câmbio fixa e
pode limitar a autonomia da política monetária.
• Câmbio Flutuante: Promove flexibilidade e permite que a economia se ajuste naturalmente a
choques externos. No entanto, pode levar a maior volatilidade cambial, o que afeta o comércio
e os investimentos internacionais.
• Câmbio Administrado ou Flutuação Suja: Busca combinar os benefícios de estabilidade do
câmbio fixo com a flexibilidade do câmbio flutuante, mas requer discernimento para saber
quando intervir, evitando distorções no mercado.
• Banda Cambial: Oferece uma margem de flutuação que pode ajudar a controlar a volatilidade
sem fixar uma taxa específica, mas a eficácia depende da credibilidade do banco central e da
escolha apropriada da banda.
Cada regime cambial tem suas vantagens e desvantagens, e a escolha entre eles depende de vários
fatores, incluindo a estrutura econômica do país, seus objetivos de política econômica, e a capaci-
dade de manter a política cambial escolhida.

Como Funciona a Política Cambial com Intervenção do BC


Exemplo de Intervenção do BC no Mercado de Câmbio:
Suponha que o real esteja se depreciando rapidamente em relação ao dólar devido a uma fuga de
capitais estrangeiros, motivada por incertezas políticas ou econômicas no país. Para evitar uma des-
valorização excessiva, que poderia aumentar significativamente a inflação ao encarecer as importa-
ções, o Banco Central pode decidir intervir no mercado de câmbio.
Uma forma comum de intervenção é a venda de dólares das reservas internacionais no mercado.
Ao aumentar a oferta de dólares, o BC pode estabilizar ou até valorizar o real frente ao dólar, evi-
tando uma depreciação excessiva. Essa operação é realizada no mercado à vista de câmbio.

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Impacto da Política na Taxa de Câmbio:


A intervenção do BC no mercado de câmbio pode afetar a taxa de câmbio de diversas maneiras.
No exemplo acima, a venda de dólares pelo BC visa aumentar a oferta da moeda americana no
mercado, o que pode levar a uma valorização do real ou pelo menos frear sua desvalorização. Isso
demonstra como a política cambial, através das ações do BC, pode influenciar diretamente as taxas
de câmbio.
Impacto nas Reservas Internacionais:
As reservas internacionais são ativos em moeda estrangeira mantidos pelo Banco Central e repre-
sentam uma espécie de "seguro" contra crises cambiais. A venda de dólares das reservas interna-
cionais para intervir na taxa de câmbio reduz essas reservas. Embora seja uma ferramenta útil para
estabilizar a moeda, o uso frequente dessa estratégia pode diminuir significativamente as reservas
internacionais do país, o que pode afetar a percepção de risco e a confiança dos investidores inter-
nacionais no país

No Brasil, o regime de câmbio adotado é conhecido como "flutuação suja" ou câmbio administrado.
Isso significa que, embora a taxa de câmbio seja primariamente determinada pelas forças de mer-
cado (oferta e demanda de moeda estrangeira), o Banco Central (BC) pode intervir ocasionalmente
para evitar oscilações excessivas na taxa de câmbio. Uma das principais ferramentas utilizadas pelo
BC para essa intervenção é o contrato de swap cambial.

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O que é Swap Cambial?


Swap cambial é um instrumento financeiro derivativo que promove a troca de fluxos financeiros
entre o Banco Central e outros agentes econômicos. Esse instrumento é utilizado para oferecer pro-
teção (hedge) contra variações indesejadas na taxa de câmbio e para prover liquidez ao mercado de
câmbio.

Como Funciona?
No contrato de swap cambial, o Banco Central e a contraparte acordam em trocar a variação de
duas variáveis financeiras: a variação da taxa de câmbio e a variação de uma taxa de juros domés-
tica (geralmente a taxa Selic). O BC se compromete a pagar a variação do dólar, acrescida de um
cupom cambial (que pode ser visto como uma taxa de juros sobre a variação do dólar), e a receber
do agente econômico a variação da taxa Selic acumulada no período do contrato.
Se o dólar se valoriza em relação ao real, o BC paga essa diferença ao detentor do contrato, ofere-
cendo assim proteção contra a alta da moeda americana. Em troca, o detentor do contrato paga
ao BC a variação da taxa Selic, permitindo que o BC injete dólares no mercado futuro, sem afetar
diretamente a política monetária.

Exemplo de Utilização
Imagine uma empresa brasileira que tenha recebíveis em dólares previstos para daqui a seis meses.
Preocupada com a possibilidade de uma desvalorização do real que aumentaria seus ganhos em
reais, mas também exporia a empresa a riscos cambiais, ela pode entrar em um contrato de swap
cambial com o Banco Central. Nesse contrato, a empresa se protege contra a desvalorização do real
(recebendo a variação positiva do dólar) e, em troca, paga ao BC a variação da Selic no período.

Impacto e Flexibilidade
• Hedge Cambial: O swap cambial oferece às empresas e investidores uma ferramenta para se
protegerem contra a volatilidade cambial.
• Flexibilidade: O Banco Central pode ajustar o volume de swaps cambiais no mercado para cima
ou para baixo, conforme as condições de mercado e os objetivos da política cambial.
• Independência da Política Monetária: A atuação do BC no mercado de swaps cambiais é reali-
zada de forma a não interferir diretamente em sua política monetária.
O swap cambial é, portanto, uma ferramenta versátil no arsenal do Banco Central para administrar
a taxa de câmbio e as condições de liquidez no mercado cambial, sem comprometer os objetivos da
política monetária.

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10.5.1 SWAP X COMPRA E VENDA

INTERVENÇÃO
CRITÉRIO UTILIZAÇÃO DE SWAPS CAMBIAIS
DIRETA COM RESERVAS
Oferecer hedge cambial e liquidez ao
Estabilizar a taxa de câmbio
Objetivo mercado, controlando indiretamente a
e controlar a volatilidade.
volatilidade.
Troca de fluxos financeiros relacionados
Compra e venda direta de moedas
Mecanismo à variação da taxa de câmbio e taxa de
estrangeiras no mercado.
juros.
Impacto nas Utiliza diretamente as reservas Não utiliza diretamente as reservas
Reservas internacionais, podendo diminuí-las. internacionais.
Influência Pode ter impacto direto, especialmente
Separado da política monetária,
na Política se a venda de moeda estrangeira for
permitindo independência de ações.
Monetária significativa.
Risco de Limitado pelo contrato de swap, com o
Exposição direta às flutuações cambiais.
Mercado risco sendo gerenciado pela taxa de juros.
Maior, pode ajustar o volume de swaps
Flexibilidade Menor, depende das reservas disponíveis.
conforme necessário.
Relativamente transparente, mas pode
Alta, com operações claras
Transparência causar preocupações sobre o nível das
e reguladas no mercado.
reservas.
Pode ser alto, especialmente se as Custos associados às
Custo
reservas forem usadas frequentemente. taxas de juros do swap.
Efeito sobre a Aumento da oferta de moeda pode ter
Menor impacto direto sobre a inflação.
Inflação efeitos inflacionários.
Resposta rápida a movimentos Proteção contra a volatilidade cambial
Vantagens
desordenados do câmbio. sem afetar as reservas.
Complexidade e necessidade de
Diminuição das reservas e possível
Desvantagens compreensão dos instrumentos
impacto na confiança dos investidores.
financeiros derivativos.

Conclusão
A escolha entre intervenção direta no mercado de câmbio utilizando reservas internacionais e a
utilização de swaps cambiais depende de vários fatores, incluindo os objetivos da política cambial,
as condições de mercado, e a estrutura econômica do país. Enquanto a intervenção direta oferece
uma ferramenta poderosa para estabilizar rapidamente a taxa de câmbio, ela carrega o risco de es-
gotar as reservas internacionais e impactar a política monetária. Por outro lado, os swaps cambiais
fornecem uma maneira flexível e eficaz de gerenciar a volatilidade cambial, protegendo as reservas
internacionais e mantendo a independência da política monetária.

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AULA 11

11. NOÇÕES DE MERCADO DE CAPITAIS

Esse módulo é complicado de estudarmos pois a prova pede “Noções de Mercado de Capitais”
sem detalhar o que quer dele, que pode ser apenas um conceito, como pode cobrar temas como
Mercado de Ações, Derivativos, Debêntures, Fundos de Investimento, Secruritização, precificação
de ativos, enfim, poderia escrever 200 páginas só desse tema. Quando o edital não detalha a noção
que deseja, quem escreveu é um sem noção! (rir, para não chorar).

11.1 MERCADO DE CAPITAIS


O mercado de capitais é um segmento do sistema financeiro que proporciona um mecanismo para
que entidades necessitadas de recursos financeiros possam encontrar investidores dispostos a
fornecê-los em troca de uma expectativa de retorno futuro. Este mercado é essencial para o de-
senvolvimento econômico, pois permite a canalização de poupança para investimento, financiando
empresas, governos e outras entidades para realizar projetos de longo prazo ou para gerenciar suas
necessidades de capital de giro.

Quem Regula e Fiscaliza


O mercado de capitais no Brasil é regulado e fiscalizado por dois órgãos principais:
1. Comissão de Valores Mobiliários (CVM): É a entidade responsável pela regulação e fiscalização
direta do mercado de capitais. Suas atribuições incluem a supervisão das bolsas de valores, cor-
retoras, distribuidoras de títulos e valores mobiliários, gestores de fundos de investimento, e a
oferta pública de ações, debêntures e outros títulos.
2. Banco Central do Brasil (Bacen): Embora a CVM seja o órgão primário na fiscalização do mer-
cado de capitais, o Bacen também desempenha um papel importante na fiscalização das ins-
tituições financeiras que atuam nesse mercado. Existe uma fiscalização compartilhada entre o
Bacen e a CVM, especialmente em áreas onde as responsabilidades se sobrepõem, como no
caso das operações de bancos com títulos e valores mobiliários.

Títulos que Abrange


O mercado de capitais abrange uma variedade de títulos financeiros, incluindo:
• Ações: Títulos que representam uma fração do capital social de uma empresa, concedendo a
seus detentores uma parcela dos lucros e direitos sobre o patrimônio em caso de liquidação da
empresa.
• Debêntures: São títulos de dívida emitidos por empresas que desejam captar recursos direta-
mente do mercado, prometendo pagar ao investidor um juro sobre o valor emprestado.
• Notas Promissórias: Títulos de dívida de curto prazo emitidos por empresas.

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• Fundos de Investimento: Veículos de investimento que reúnem recursos de diversos investido-


res para serem aplicados conjuntamente em uma carteira diversificada de ativos.
• Derivativos: Instrumentos financeiros cujo valor deriva de outro ativo, como opções e futuros,
usados para hedging (proteção) ou especulação.

Papel da CVM
A CVM tem o papel de assegurar o funcionamento eficiente e justo do mercado de capitais, pro-
tegendo os investidores contra atos ilegais de administradores e acionistas de companhias ou de
prestadores de serviços financeiros. Ela também promove a expansão e o bom funcionamento do
mercado de ações e estimula a formação de poupança e sua aplicação em valores mobiliários.
Informações Relevantes
• Educação Financeira: A CVM também se dedica a promover a educação financeira entre os in-
vestidores, fornecendo informações e alertas sobre o mercado de capitais.
• Transparência: Regulação rigorosa visa garantir transparência nas operações, obrigando as em-
presas listadas em bolsa a divulgar informações financeiras detalhadas regularmente.
• Inovação: O mercado de capitais está em constante evolução, com o surgimento de novos pro-
dutos financeiros e plataformas de negociação eletrônicas, aumentando a acessibilidade e a
liquidez para os investidores.
O mercado de capitais desempenha um papel crucial na alocação de recursos na economia, facili-
tando o financiamento de longo prazo para empresas e governos, ao mesmo tempo em que ofere-
ce oportunidades de investimento para os poupadores.

11.2 OFERTA PÚBLICA

Principais Instituições: Funções e Principais Características


Banco Coordenador
É a instituição financeira contratada pelas empresas para fazer a intermediação nas ofertas públicas
de ações, debêntures, notas promissórias comerciais e demais valores mobiliários.
Podem ser: corretoras ou distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários e Banco de Investimento.
Nota: pode haver mais de um banco coordenador, porém um deles será denominado coordenador
líder.
Banco Mandatário
Tem a função de processar as liquidações físicas e financeiras entre sua tesouraria e a instituição
custodiante. Além disso, o banco mandatário verifica a existência, autenticidade, validade e regula-
ridade da emissão de valores imobiliários, a quantidade emitida e a série e emissão deles.

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TIPOS DE COLOCAÇÃO
Underwriting Garantia Firme (Straight)
Subscrição em que a instituição financeira subscreve integralmente a emissão para revendê-la pos-
teriormente ao público. Selecionando essa opção, a empresa assegura a entrada de recursos.
O risco de mercado é do intermediário financeiro.
Underwriting De Melhores Esforços (Best Efforts)
Subscrição em que a instituição financeira se compromete a realizar os melhores esforços para a
colocação, junto ao mercado, das sobras do lançamento. Não há comprometimento por parte do
intermediário para a colocação efetiva de todas as ações. A empresa assume os riscos da aceitação
ou não das ações lançadas por parte do mercado.

Distribuição de Lote Suplementar


O ofertante poderá outorgar à instituição intermediária opção de distribuição de lote suplementar,
que preveja a possibilidade de, caso a procura dos valores mobiliários objeto de oferta pública de
distribuição assim justifique, ser aumentada a quantidade de valores a distribuir junto ao público,
nas mesmas condições e preço dos valores mobiliários inicialmente ofertados, até um montante
predeterminado que constará obrigatoriamente da Lâmina de Informações Complementares e
que não poderá ultrapassar a 15% da quantidade inicialmente ofertada.

Preço Fixo
Preço definido em AGE (Assembleia Geral Extraordinária) ou RCA (Reunião do Conselho de Admi-
nistração) da empresa emissora.

Bookbuilding
Mecanismo de consulta prévia para definição de remuneração de debênture ou de eventuais va-
riações (ágio ou deságio) no preço de subscrição. Baseia-se na quantidade que investidores têm
disposição para adquirir, em diferentes faixas de remuneração. Processo de formação de preços,
normalmente por meio de um leilão de oferta, que auxilia na definição da remuneração e outras
características de títulos e valores mobiliários, de forma a refletir as condições de mercado por oca-
sião de sua efetiva colocação à venda.

OFERTA PRIMÁRIA E SECUNDÁRIA


Agentes underwriters: bancos de investimento, bancos múltiplos com carteira de investimento, So-
ciedade Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários (SDTVM) e Sociedade Corretora de Títulos e
Valores Mobiliários.
Mercado primário: colocação de títulos resultantes de novas emissões. Empresas utilizam o mer-
cado primário para captar os recursos necessários ao financiamento de suas atividades.

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Mercado secundário: negociação de ativos, títulos e valores mobiliários em mercados organizados,


nos quais investidores compram e vendem em busca de lucratividade e liquidez, transferindo, en-
tre si, os títulos anteriormente adquiridos no mercado primário.

NEGOCIAÇÃO DE AÇÕES (MERCADO SECUNDÁRIO)

#DICA DO ED
A liquidação na compra e venda de ações acontecem em D+2, e não mais em D+3, como era an-
teriormente.

S.A. ABERTA VERSUS S.A. FECHADA

Abertas
• Negociação em bolsas de valores ou mercado de balcão;
• Divisão do capital entre muitos sócios (pulverização);
• Cumprimento de várias normas exigidas pelo agente regulador (Bolsas de Valores e CVM).

Fechadas
• Negociação no balcão das empresas, sem garantia;
• Concentração do capital na mão de poucos acionistas.

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Comentário: uma empresa, quando abre o capital, está também abrindo a sua contabilidade para o
mercado, devendo, assim, possuir uma gestão transparente, publicando balanços periódicos, entre
outras exigências feitas pela CVM.

11.3 AÇÕES

DEFINIÇÃO
São classificados como instrumentos de renda variável aqueles produtos cujos rendimentos não
são conhecidos ou não podem ser previamente determinados, pois dependem de eventos futuros,
tais como os fatores conjunturais. Possibilitam maiores ganhos, porém o risco de eventuais perdas
é bem maior. O exemplo mais comum são as ações.

AÇÕES
Ação representa a menor “fração” do capital social de uma empresa, ou seja, a unidade do capital
nas sociedades anônimas. Quem adquire essas “frações” é chamado de acionista, que vai ter uma
certa participação na empresa, correspondente a quantas destas “frações” ele detiver.

TIPO DE AÇÕES
• Ordinárias (ON): garante o direito a voto nas assembleias dos acionistas.
• Preferenciais (PN):
• Tem preferência no recebimento de dividendos em relação às ordinárias;
• Não tem direito a voto;
• Recebem 10% a mais de dividendos em relação às ordinárias;
• Caso a companhia fique 3 anos sem distribuir dividendos, o acionista passa a ter direito
a voto.
Obs.: empresas que abrem seu capital deverão ter no mínimo 50% de suas ações sendo do tipo
ordinária (½ e ½).

PRINCIPAIS ÍNDICES DE MERCADO

IBOVESPA
Mais utilizado e mais importante índice brasileiro, é composto pelas ações de maior liquidez da bol-
sa de valores dos últimos 12 meses. A carteira é revista ao final de cada quadrimestre (jan – abril;
maio – ago; set – dez). As ações, para participarem do Ibovespa, devem obrigatoriamente:
• Apresentar, em termos de volume, participação superior a 0,1% do total;
• Ter sido negociadas em mais de 95% do total de pregões do período.

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IBrX
Assim como o Ibovespa, é composto pelas 100 empresas com o maior número de operações e volu-
me negociado na Bovespa nos últimos 12 meses. O que o diferencia do Ibovespa é o fato de o IBrX
considerar apenas as ações disponíveis no mercado, desconsiderando, assim, as ações em posse
dos controladores.
IBrX – 50
Adota os mesmo critérios do Índice IBrX, mas é composto apenas pelas 50 ações de maior liquidez

BÔNUS DE SUBSCRIÇÃO
Bônus de subscrição são títulos negociáveis emitidos por sociedades por ações, que conferem aos
seus titulares, nas condições constantes do certificado, o direito de subscrever ações do capital so-
cial da companhia, dentro do limite de capital autorizado no estatuto. Os bônus de subscrição po-
dem ser atribuídos, como vantagem adicional, aos subscritores de emissões de ações e debêntures.
No entanto, a emissão pode também ser alienada, na qual o investidor terá que pagar um preço por
esse direito, para que, em futuras emissões, possa ter a preferência na subscrição.

DEPOSITARY RECEIPTS (DRs)


São títulos negociados em um país que têm como lastro ações de uma empresa que está instalada
fora deste país. Do ponto de vista do Brasil, DRs são recibos de depósitos lançados por empre-
sas brasileiras que desejam (e podem) colocar ações no mercado internacional. Esses recibos têm
como lastro as ações dessas mesmas empresas.

GLOBAL DEPOSITORY RECEIPT – GDR


Os GDRs funcionam de forma idêntica aos famosos American Depositary Receipt (ADR). O que dife-
re os dois títulos é apenas a área de atuação de cada um.

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Um ADR é um título negociado exclusivamente no mercado americano, representando empresas


que não são dos Estados Unidos. Enquanto isso, os GDRs são negociados em todo restante do mun-
do, permitindo que os mercados de cada país consigam investir em empresas estrangeiras.
Ou seja, no final das contas, um ADR, ou qualquer outra variação desse tipo de título, são apenas
modalidades diferentes de um GDR. Como visto, a diferença será somente o mercado onde cada
título é negociado.

UNITS
Units são ativos compostos por mais de uma classe de valores mobiliários, como uma ação ordiná-
ria e um bônus de subscrição, por exemplo, negociados em conjunto. As units são compradas e/ou
vendidas no mercado como uma unidade.
Exemplo de Units disponíveis na B3:

DIREITOS DOS ACIONISTAS


Dividendos: distribuição de parte do lucro aos seus acionistas. Por lei, as empresas devem dividir
no mínimo 25% do seu lucro líquido.

#FICADICA:
O valor distribuído em forma de dividendos é descontado do preço da ação.

Juros sobre o capital próprio: são proventos pagos em dinheiro como os dividendos, sendo, porém,
dedutíveis do lucro tributável da empresa.

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Bonificações: correspondem à distribuição de novas ações para os atuais acionistas, em função do


aumento do capital. Excepcionalmente, pode ocorrer a distribuição de bonificação em dinheiro.
Direito de subscrição: direito aos acionistas de aquisição de ações por aumento de capital, com
preço e prazos determinados. Garante a possibilidade de o acionista manter a mesma participação
no capital total.
Obs.: o direito de subscrição assemelha-se ao direito de um titular de uma opção de compra (call),
ou seja, ambos possuem o direito de comprar uma determinada quantidade de ações com prazos
e condições preestabelecidos.

ACIONISTA CONTROLADOR
Pessoa natural ou jurídica, ou grupo de pessoas vinculadas por acordo de acionistas, que possui a
maioria dos votos (Ações Ordinárias) nas deliberações da assembleia geral e o poder de eleger a
maioria dos administradores da companhia. Além disso, usa efetivamente seu poder para dirigir as
atividades sociais e orientar o funcionamento da companhia.

“TAG ALONG”
Quando há mudança de controle de companhia aberta, os demais acionistas detentores de ações
com direito a voto devem receber uma oferta pública de compra de suas ações pelo mesmo valor
pago pelas ações do controlador. Os acionistas preferenciais, quando for o caso, deverão receber
uma oferta de, no mínimo, 80% do valor pago por ação com direito a voto, integrante do bloco de
controle.

COMPRA E VENDA DE AÇÕES


As compras e vendas de ações são intermediadas por uma CTVM ou DTVM. Quando essa negocia-
ção é realizada pela internet, utiliza-se o home broker. O principal objetivo do mercado secundário
é fornecer liquidez para os ativos. Em geral, as ações são negociadas em lote-padrão.
• Home broker: é um moderno canal de relacionamento entre os investidores e as sociedades
corretoras, que torna ainda mais ágil e simples as negociações no mercado acionário, permi-
tindo o envio de ordens de compra e venda de ações pela Internet e possibilitando o acesso às
cotações, o acompanhamento de carteiras de ações, entre vários outros recursos.
• Liquidez: maior ou menor facilidade de se negociar um título, convertendo-o em dinheiro.
• Lote-padrão: lote de títulos de características idênticas e em quantidade prefixada pelas bolsas
de valores.

CUSTO DA OPERAÇÃO
• Corretagem: custo pago para corretoras pelas operações executadas.

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FINANCEIRO NO DIA VALOR FIXO % VOLUME


De R$ 0,01 a R$ 135,07 R$ 2,70 0,00 %
De R$ 135,08 a R$ 498,62 R$ 0,00 2,00 %
De R$ 498,63 a R$ 1.514,69 R$ 2,49 1,50 %
De R$ 1.514,70 a R$ 3.029,38 R$ 10,06 1,00 %
A partir de R$ 3.029,39 R$ 25,21 0,50 %

Essa é uma informação adicional, na prova não são cobrados esses valores.
• Emolumentos: os emolumentos são cobrados pelas bolsas por pregão em que tenham ocorri-
do negócios por ordem do investidor. A taxa cobrada pela bolsa é de 0,035% do valor financeiro
da operação.
• Custódia: uma espécie de tarifa de manutenção de conta cobrada por algumas corretoras.

IMPACTOS SOBRE OS PREÇOS E QUANTIDADES DAS AÇÕES DO INVESTIDOR

GRUPAMENTO (INPLIT)
Reduzir a quantidade de ações aumentando o valor de cada ação. Objetivo: menor risco.

DESDOBRAMENTO (SPLIT)
Aumentar a quantidade de ações reduzindo o valor da ação. Objetivo: maior liquidez.

IMPORTANTE!
Tanto no processo de split como no de inplit, o capital social do investidor, assim como o
seu montante investido, não se altera. Já quando uma companhia distribui dividendos ou
pagamentos de juros sobre o capital próprio, o valor distribuído é descontado do preço da
ação.

GOVERNANÇA CORPORATIVA
Governança corporativa é o conjunto de práticas que têm por finalidade alinhar os objetivos da ad-
ministração da companhia aos interesses dos acionistas. Para tanto, estabelece-se um sistema pelo
qual as sociedades são dirigidas e monitoradas, envolvendo os relacionamentos entre investido-
res (acionistas/cotistas), Conselho de Administração, Diretoria, Auditoria Independente e Conselho
Fiscal. A análise das práticas de governança corporativa aplicada ao mercado de capitais envolve,
principalmente, transparência, equidade de tratamento dos acionistas, prestação de contas e res-
ponsabilidade corporativa. Boas práticas de governança corporativa logram aumentar o valor de
uma companhia, facilitar seu acesso ao capital e contribuir para sua perenidade.

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Governança corporativa é o conjunto de mecanismos de incentivo e controle que visam assegurar


que as decisões sejam tomadas em linha com os objetivos de longo prazo das organizações. Entre
os mecanismos de governança, destacam-se a existência de:
I. Um conselho de administração ativo e que atue com independência;
II. Maioria obrigatória de conselheiros independentes, todos com excelente reputação no mer-
cado, experiência e firme compromisso de dedicação ao Conselho;
III. Comitê de auditoria composto exclusivamente por membros independentes.

SEGMENTOS DE GOVERNANÇA CORPORATIVA


RESUMO DOS NÍVEIS DE GOVERNANÇA

NOVO
TRADICIONAL NÍVEL 1 NÍVEL 2
MERCADO
Percentual mínimo
de ações em 20% 20% 20%
Não há
circulação como regra geral como regra geral como regra geral
(free float)

Ordinárias (ON) e Ordinárias (ON) e Ordinárias (ON) e SOMENTE


Tipo de ações
Preferenciais (PN) Preferenciais (PN) Preferenciais (PN) ORDINÁRIAS (ON)
Mínimo de 5 Mínimo de 5
membros, em que membros, em que
Conselho de Mínimo de 3 Mínimo de 3
pelo menos pelo menos
Administração membros membros
20% são membros 20% são membros
independentes independentes
Padrão de
Demonstrações Facultativo Facultativo US GAAP ou IFRS US GAAP ou IFRS
Financeiras
80% para
Tag Along Facultativo 100% para ON e PN 100%
ações ON
Adoção de Câmara
Facultativo Facultativo Obrigatório Obrigatório
de Arbitragem

11.4 DEBÊNTURES
O objetivo da emissão de uma debênture é a captação de recursos de médio e longo prazo para
sociedades anônimas (S.A.) não financeiras de capital aberto. As sociedades de arrendamento
mercantil e as companhias hipotecárias estão também autorizadas a emitir debêntures.

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Classe das debêntures:

As debêntures podem:

Como regra geral, o valor total das emissões de debêntures de uma empresa não poderá ultrapas-
sar o seu capital social.
Resgate antecipado: as debêntures podem ter, na escritura de emissão, cláusula de resgate anteci-
pado, que dá ao emissor (a empresa que está captando recursos) o direito de resgatar antecipada-
mente, parcial ou totalmente, as debêntures em circulação.

AGENTE FIDUCIÁRIO
A função do agente fiduciário é proteger o interesse dos debenturistas, exercendo uma fiscaliza-
ção permanente e atenta e verificando se as condições estabelecidas na escritura da debênture es-
tão sendo cumpridas. Entende-se por relação fiduciária a confiança e lealdade estabelecida entre
a instituição participante (administradora, gestora, custodiante etc.) e os cotistas.
A emissão pública de debêntures exige a nomeação de um agente fiduciário. Esse agente deve ser
ou uma pessoa natural capacitada, ou uma instituição financeira autorizada pelo Banco Central
para o exercício dessa função e que tenha como objeto social a administração ou a custódia de bens
de terceiros (ex.: corretora de valores). O agente fiduciário não tem a função de avalista ou garanti-
dor da emissão.

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O agente fiduciário poderá usar de qualquer ação para proteger direitos ou defender interesses
dos debenturistas, sendo-lhe especialmente facultado, no caso de inadimplemento da emitente:
• Executar garantias reais, receber o produto da cobrança e aplicá-lo no pagamento, integral ou
proporcional dos debenturistas;
• Requerer falência da emitente, se não existirem garantias reais;
• Representar os debenturistas em processos de falência, concordata, intervenção ou liqui-
dação extrajudicial da emitente, salvo deliberação em contrário da assembleia dos deben-
turistas;
• Tomar qualquer providência necessária para que os debenturistas realizem os seus crédi-
tos.

GARANTIA DAS DEBÊNTURES


A debênture poderá, conforme dispuser a escritura de emissão, ter garantia real, garantia flutuan-
te, garantia sem preferência (quirografária) ou ter garantia subordinada aos demais credores da
empresa. A ordem hierárquica das garantias segue abaixo.
1. GARANTIA REAL: fornecida pela emissora, pressupõe a obrigação de não alienar ou onerar o
bem registrado em garantia. Tem preferência sobre outros credores, desde que averbada no
registro. É uma garantia forte.
2. GARANTIA FLUTUANTE: assegura à debênture privilégio geral sobre o ativo da companhia,
mas não impede a negociação dos bens que compõem esse ativo. Ela marca lugar na fila dos
credores e está na preferência, após as garantias reais, dos encargos trabalhistas e dos impos-
tos. É uma garantia fraca e sua execução privilegiada é de difícil realização, pois, caso a emisso-
ra esteja em situação financeira delicada, dificilmente haverá um ativo não comprometido pela
companhia.
3. GARANTIA QUIROGRAFÁRIA: também chamada de “sem preferência”, não oferece privilégio
algum sobre o ativo da emissora, concorrendo em igualdade de condições com os demais cre-
dores quirografários (sem preferência) em caso de falência da companhia.
4. GARANTIA SUBORDINADA: na hipótese de liquidação da companhia, oferece preferência de
pagamento tão somente sobre o crédito de seus acionistas.

#DICA DO ED
Para decorar a ordem de prioridade das debêntures, memorize REFLUQUISU (sim, eu sei que está
escrito errado, mas funciona para a prova! :D). Veja só:
1. R Ea l
2. F LUt u ante
3. Q U Iro grafár ia
4. S Ub o rdin a d a

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CROSS DEFAULT
O termo inglês cross default expressa que, se uma dívida do emissor vencer e ele ficar inadimplen-
te, as debêntures também estarão vencidas automaticamente. O contrário também é verdadeiro,
ou seja, se ele não pagar a debênture ou os juros, as outras dívidas podem ser declaradas vencidas
automaticamente. É como se fosse um “bloco único” de obrigações inter-relacionadas.

ESCRITURA
É o documento legal que declara as condições sob as quais a debênture foi emitida. Especifica
direitos dos possuidores, deveres dos emitentes, todas as condições da emissão, os pagamentos
dos juros, prêmio e principal, além de conter várias cláusulas padronizadas restritivas referentes às
garantias (se a debênture for garantida).

DEBÊNTURES INCENTIVADAS
A emissão do título destina-se ao financiamento de projetos voltados para a implantação, amplia-
ção, manutenção, recuperação ou modernização, entre outros, do setor de logística e transporte, o
qual está inserido o segmento portuário.
As principais diferenças de uma debênture incentivada para uma debênture comum são:
1. Prazo médio ponderado mínimo de 4 anos;
2. Isenção de imposto de renda para pessoa física;
3. Menor alíquota de imposto de renda para investidor pessoa jurídica (15%).

#DICA DO ED
Veja, na figura a seguir, por que as empresas optam em emitir debêntures como alternativa a em-
préstimos bancários.

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CADERNO DE QUESTÕES

Então cabeção, o edital saiu no dia 22 de janeiro e eu fiz essa apostila no mesmo dia, sem parar de
trabalhar, focado, logo, não deu para entregar questões nessa versão.
Mas, vem a notícia boa. Vou preparar um caderno de questões inéditas e vou te dar de graça. Claro,
resolvidas e comentadas, coisa que só o pai faz para você. Devo concluir ainda em fevereiro, se você
quer garantir o acesso a esse caderno grátis, entre no grupo do whats abaixo que é lá que eu vou
disponibilizar.

Link: https://sendflow.pro/i/POEhDOZbz95nKmVuaDqL

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