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2023
Inst it uto de Previdência dos Servidores do Município de Divinópolis
Sumário
1 Introdução .................................................................................................................................... 2
2 Definições ..................................................................................................................................... 3
3 Gestão Previdenciária (Pró Gestão).............................................................................................. 3
4 Comitê de Investimentos .............................................................................................................. 4
5 Consultoria de Investimentos ....................................................................................................... 5
6 Diretrizes Gerais............................................................................................................................ 6
7 Modelo de Gestão ........................................................................................................................ 7
8 Segregação de Massa ................................................................................................................... 7
9 Meta de Retorno Esperado........................................................................................................... 7
10 Aderência das Metas de Rentabilidade ................................................................................... 8
11 Carteira Atual ........................................................................................................................... 9
12 Alocação de recursos e os limites por segmento de aplicação ............................................... 9
13 Análise da conjuntura econômica, cenários e perspectivas do mercado financeiro ............ 10
14 Alocação Objetivo .................................................................................................................. 22
15 Apreçamento de ativos financeiros ....................................................................................... 24
16 Gestão de Risco ...................................................................................................................... 24
16.1 Risco de Mercado ................................................................................................................... 25
16.1.1 VaR ...................................................................................................................................... 25
16.2 Risco de Crédito ..................................................................................................................... 25
16.2.1 Abordagem Qualitativa ....................................................................................................... 25
16.3 Risco de Liquidez .................................................................................................................... 27
16.4 Risco Operacional................................................................................................................... 28
16.5 Risco de Terceirização ............................................................................................................ 29
16.6 Risco Legal .............................................................................................................................. 30
16.7 Risco Sistêmico ....................................................................................................................... 30
16.8 Risco de Desenquadramento Passivo – Contingenciamento ................................................ 30
17 Considerações Finais .............................................................................................................. 31
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1 Introdução
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c) Gestão de investimentos, considerando sua estrutura, propostas de aprimoramento, critérios
de credenciamento para escolha das instituições financeiras e dos produtos financeiros onde os
recursos do RPPS serão aplicados.
2 Definições
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Educação Previdenciária o que permitiu o Instituto receber no dia 12/02/2021 o Certificação Pró-
Gestão Nº 107-20, nível de aderência II com validade até 12/02/2024.
Assim, com as responsabilidades bem definidas, compete ao Comitê de Investimentos a
elaboração da Política de Investimento (P.I.), que deve submetê-la para aprovação ao Conselho
Administrativo.
Ainda de acordo com os normativos, esta P.I. estabelece os princípios e as diretrizes a serem
seguidas na gestão dos recursos correspondentes às reservas técnicas, fundos e provisões, sob a
administração do DIVIPREV, visando atingir e preservar o equilíbrio financeiro e atuarial e a
solvência do plano.
As diretrizes aqui estabelecidas são complementares, isto é, coexistem com aquelas
estabelecidas pela legislação aplicável, sendo os administradores e gestores incumbidos da
responsabilidade de observá-las concomitantemente, ainda que não estejam transcritas neste
documento.
4 Comitê de Investimentos
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podem ainda participar especialistas externos para auxiliar em decisões mais complexas ou de
volumes mais representativos.
O comitê de investimento é formado por 05 (cinco) membros. Todos os membros do comitê
são certificados conforme disposto a seguir:
5 Consultoria de Investimentos
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6 Diretrizes Gerais
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7 Modelo de Gestão
A gestão das aplicações dos recursos de acordo com o Artigo 95, da Portaria MTP 1.467/2022
será própria, ou seja, o DIVIPREV realizará diretamente a execução da P.I. de sua carteira, decidindo
sobre as alocações dos recursos e respeitados os parâmetros da legislação vigente, Resolução CMN
nº 4.963/2021.
8 Segregação de Massa
A Portaria MTP 1.467/2022, que estabelece as Normas Aplicáveis às Avaliações Atuariais dos
Regimes Próprio de Previdência Social, determina que a taxa atuarial de juros a ser utilizada nas
Avaliações Atuariais será equivalente à taxa de juros parâmetro cujo ponto da Estrutura a Termo de
Taxa de Juros Média - ETTJ seja o mais próximo à duração do passivo do Diviprev.
Também chamada de meta atuarial, é a taxa de desconto utilizada no cálculo atuarial para
trazer a valor presente, todos os compromissos do plano de benefícios para com seus beneficiários
na linha do tempo, determinando assim o quanto de patrimônio o Regime Próprio de Previdência
Social deverá possuir hoje para manter o equilíbrio atuarial.
Obviamente, esse equilíbrio somente será possível de se obter caso os investimentos sejam
remunerados, no mínimo, por essa mesma taxa. Do contrário, ou seja, se a taxa que remunera os
investimentos passe a ser inferior a taxa utilizada no cálculo atuarial, o plano de benefício se tornará
insolvente, comprometendo o pagamento das aposentadorias e pensões em algum momento no
futuro.
Considerando o parecer encaminhado no dia 24/11/2022 pelo atuário Thiago Fernandes
MIBA 100.002 da Brasilis Consultoria de acordo com o resultado da duração do passivo do
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Dado que houve aplicação financeira igual ou superior à meta atuarial estabelecida em 2 dos
últimos exercícios, a taxa de juros referencial deverá ser acrescida de 0,30 pontos percentuais de
acordo com o Anexo VII, Seção II, Art. 3º da Portaria MTP 1.467/2022.
Sendo assim para definição da taxa de juros real a ser utilizada para composição da meta
atuarial, deve-se observar o menor valor entre a taxa de 4,97% e o valor esperado da rentabilidade
futura dos investimentos dos ativos garantidores dos RPPS.
Fica assim definida como taxa de desconto ou simplesmente Meta Atuarial para o exercício
de 2023 a taxa de 4,97% (Quatro vírgula noventa e sete por cento), como forma de coerência para
evitar o descasamento entre o crescimento do passivo e ativo atuarial, somado a inflação de IPCA.
A escolha do IPCA justifica-se devido ao fato de ser o índice de medida da inflação oficial no
Brasil, que tem a melhor metodologia de cálculo, subsidiando a verificação do valor real do
patrimônio financeiro com a sua adição ao juro nominal. Consideramos também que há anos o
Tesouro Nacional vem agindo de forma a alongar sua dívida, buscando unificar sua base de correção
pelo IPCA. As outras esferas de poder acabaram por aderir ao referido índice, que hoje comporta a
correção dos ativos e passivos, de um modo geral. Por outro lado, O Tesouro Nacional tem
priorizado a emissão de títulos indexados ao IPCA (NTN-B), indicando que os títulos de interesse dos
RPPS seguirão este índice de correção da inflação.
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Verificamos ainda que a meta atuarial assumida pela DIVIPREV nos últimos quatros anos
atingiu os percentuais abaixo:
2018: 9,92% a.a.
2019: 10,59% a.a.
2020: 10,63% a.a.
2021: 15,99% a.a
Verificamos ainda que a rentabilidade da carteira nos últimos quatros anos está aderente à
meta de rentabilidade escolhida, conforme o histórico abaixo:
2018: 7,04% a.a.
2019: 14,97% a.a.
2020: 6,36% a.a.
2021: 5,32% a.a
11 Carteira Atual
A carteira atual, de acordo com a tabela abaixo, demonstra os percentuais de alocação assim
como os limites legais observados por segmento na data 30/10/2022.
LIMITE
SEGMENTO CARTEIRA
LEGAL
RENDA FIXA 100% 71,21 %
RENDA VARIÁVEL 30% 7,98 %
INVESTIMENTOS NO
10% 7,28 %
EXTERIOR
INVESTIMENTOS
15% 13,23 %
ESTRUTURADOS
FUNDOS IMOBILIÁRIOS 5% 0,30 %
EMPRÉSTIMOS CONSIGNADOS 5% 0,00 %
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MERCADOS INTERNACIONAIS
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para enfrentar o risco inflacionário.
Por outro lado, as bolsas dos EUA e Europa começaram a se beneficiar de balanços
bastante positivos dos bancos, que vêm gerando lucros acima das expectativas em função do
nível mais alto dos juros. Outro ponto relevante para o cenário global foi a queda da primeira
ministra britânica, que havia patrocinado um programa irreal de cortes de impostos e jogado a
libra esterlina em queda livre.
Olhando para o mercado acionário americano, os principais índices apresentaram retornos
positivos. Assim, no mês de outubro de 2022, o MSCI ACWI e o S&P 500, respectivamente, subiram
+5,96% e +7,99%, todos em “moeda original”, ou seja, considerando apenas a performance dos
índices estrangeiros, sem considerar a variação cambial. Observando no acumulado do ano, esses
índices apresentam queda de -22,32% e -18,76%, respectivamente. Considerando esses mesmos
índices, mas, agora sem proteção cambial, o MSCI ACWI e o S&P 500, respectivamente, caíram
+3,03% e +5,00%, devido à desvalorização do Dólar frente ao Real. Acumulando retornos negativos
de -26,82% e -23,47% no ano.
BRASIL
Houve consistente melhora nas leituras de inflação, ainda que a taxa acumulada do IPCA
siga elevada, enquanto o Banco Central encerrou o ciclo de alta da taxa de juros básica, que no
atual patamar deve gerar desaceleração suficiente na economia para garantir a convergência do
IPCApara a meta de inflação.
Ainda que parte importante da melhora recente nos resultados do IPCA seja por conta
do alívio tributário e da queda do preço do petróleo, as medidas do núcleo de inflação também
desaceleraram. Para os próximos trimestres, a esperada desaceleração da economia e a postura
conservadora do Copom deverão manter o IPCA em consistente desaceleração.
Em relação às eleições, o candidato Lula foi eleito presidente do Brasil. A definição dos
membros da equipe de transição deverá ocorrer nas próximas semanas, com destaque para a
coordenaçãoda equipe e para os membros da equipe econômica. A partir deste momento, será
importante mapear a adequação do orçamento do próximo ano às promessas de campanha e,
eventualmente, sinais sobre a proposta de novo arcabouço fiscal.
Os próximos movimentos dos juros dependerão das negociações em torno de uma
potencial “licença” para o descumprimento do teto de gastos com o objetivo de pagar o Auxílio
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Brasil em 2023 e outras promessas de campanha do presidente eleito. A depender de como isso
se concretize, será uma informação relevante para entender a dinâmica da política monetária
no ano que vem.
Aqui, somente a título de exemplo da “Estrutura a Termo das Taxas de Juros - ETTJ” para
o IPCA,estimada e divulgada pela ANBIMA para o fechamento de 08.11.2022, e apresentada
abaixo como “Taxa de Juros Real”, a taxa de juros real com vencimento para 10 anos
apresentava taxa de retorno estimada em 5,84% a.a., continuando assim acima da taxa de
desconto de 5,04% limitada pela SPREV para o ano de 2022.
CURVA DE JUROS E INFLAÇÃO
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• A inflação (IPCA) esperada para o final de 2022 vem sendo revisada para cima,
estando em 5,63%. Para o final de 2023 se espera uma inflação em torno de 4,94%.
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expectativas se mantiveram em R$5,20.
No momento em que começamos a nos preparar para desembarcar de 2022, olhamos para
2023 em busca de sinais que orientem as nossas escolhas de investimentos para o ano que vem.
Além disso, no caso dos RPPS, a virada do ano geralmente marca mudanças em suas Políticas de
Investimento, o que torna obrigatória alguma avaliação sobre o ano que se inicia.
Para tanto, vamos estabelecer, em primeiro lugar, os fatores que julgamos terão influência
sobre os mercados em 2023. São eles:
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Cenário Global
• A política monetária nos EUA e na Europa
• A Guerra da Ucrânia
• A política anti-Covid, o mercado imobiliário e a orientação econômica do presidente
da China
• O crescimento econômico global e, principalmente, na China e EUA
Cenário Doméstico
• A política monetária local
• O novo governo e a política fiscal
• O novo governo e as reformas macroeconômicas
• O novo governo e as reformas microeconômicas
Cenário Global
Se a questão dominante no cenário global este ano foi a inflação, avaliamos que, em 2023,
a grande questão para o cenário global será o crescimento econômico. Não que a inflação nas
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economias desenvolvidas, em especial nos EUA, deixe de afetar os mercados. Pelo contrário, o
crescimento econômico global ainda dependerá principalmente da direção da política monetária do
Fed, a qual, por sua vez, dependerá do comportamento da inflação. Uma inflação que caia
rapidamente permitirá que o Fed interrompa o aperto monetário antes do que está precificado na
curva de juros, melhorando a perspectiva para a atividade econômica. Por outro lado, uma inflação
mais renitente pode forçar o Fed a ir além do que já está precificado na curva de juros, podendo
provocar um quadro recessivo.
Segundo o consenso Bloomberg no final de outubro, a previsão de crescimento dos três
grandes blocos econômicos para 2022 e 2023 era conforme a tabela abaixo.
Projeção de crescimento dos principais blocos econômicos:
Temos, portanto, um cenário de forte desaceleração dos dois grandes blocos ocidentais,
parcialmente compensada pela aceleração da atividade econômica chinesa. Este é o atual quadro
para o crescimento econômico global, que tem influência sobre o comportamento dos ativos de
risco locais. O que pode mudar, para melhor ou para pior, este quadro? O esquema a seguir resume
os fatores de influência para o crescimento dos principais blocos econômicos.
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Estados Unidos
Há um ano, os diretores do Fed pensavam que seria suficiente elevar a taxa básica de juros
para apenas 0,25% em 2022 e 1,00% em 2023. Essa expectativa veio subindo de maneira relevante
ao longo do tempo, até chegarmos, na reunião do Comitê de Política Monetária de setembro, a
4,25% para 2022 e pouco acima de 4,50% para 2023. Isso demonstra a preocupação do Fed com
relação à ancoragem das expectativas de inflação, diante de uma inflação corrente que não vem
mostrando progressos na direção correta. A curva de juros de curto prazo implicava, no final de
outubro, em uma taxa de término de ciclo de 5,15% em maio e 4,90% no final do ano que vem. Ou
seja, acima das previsões dos diretores do Fed em setembro.
Se o mercado está mais pessimista que o Fed com relação aos juros de curto prazo, na parte
mais longa de juros o pessimismo é ainda maior. Enquanto os diretores do Fed veem uma taxa de
juros estrutural em 2,50%, os títulos com vencimento em 20 e 30 anos estavam pagando, no final
de outubro, 4,40% e 4,15% respectivamente. Portanto, temos hoje uma precificação da curva de
juros bem acima do que os diretores do Fed veem como razoável no longo prazo.
Europa
Os países da Europa atravessam uma tempestade perfeita: ao mesmo tempo que se veem
às voltas com o fantasma de um racionamento de energia no inverno, enfrentam um processo
inflacionário que teve sua origem, como em todo o hemisfério ocidental, nos desarranjos e
incentivos fiscais derivados da pandemia. Ou seja, a Guerra na Ucrânia veio juntar o insulto à injúria,
tornando muito mais complexa a tarefa do Banco Central Europeu (BCE), do Banco da Inglaterra e
dos outros bancos centrais da região.
No caso específico do BCE, tendo já elevado a taxa básica de juros em 2,00% em três
reuniões, para 1,50%, a curva de juros precificava, no final de outubro, uma taxa básica terminal de
3,00% no 3º trimestre do ano que vem, mas com a inflação voltando para a meta de 2% ao ano
somente em 2024. Portanto, o mercado, hoje, entende, e aparentemente aceita, que a
convergência da inflação para a meta se dará de maneira muito gradual, não vendo o BCE elevando
a taxa de juros real ex-ante muito acima de zero, provavelmente porque a Guerra da Ucrânia e um
potencial boicote russo de fornecimento de gás aumentam significativamente o risco de recessão
no continente.
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A Guerra da Ucrânia completa 8 meses sem resolução à vista. Para avaliar os cenários
possíveis para a guerra no ano que vem, vamos lançar mão da análise da Eurásia, respeitada
consultoria de riscos geopolíticos. Segundo a Eurásia, são três os cenários possíveis para o
desenrolar da guerra e suas consequências econômicas para a Europa (do mais pessimista ao mais
otimista):
1) Rússia arrasa-quarteirão: a Ucrânia consegue grandes ganhos territoriais; a Rússia
intensifica os ataques na Ucrânia e conduz severas retaliações assimétricas contra estados da União
Europeia/OTAN; o risco do uso de armas de destruição em massa aumenta; novas e significativas
sanções são aplicadas pelo Ocidente.
2) Rússia mantém a linha: a Ucrânia tem ganhos modestos na linha de frente; ações
assimétricas da Rússia contra a Ucrânia e a OTAN; EUA e União Europeia adicionam sanções leves a
moderadas.
3) Pausa: pausa nas ações ofensivas; não há avanços diplomáticos relevantes; novas
sanções se limitam à aplicação mais rigorosa das sanções já existentes.
No cenário mais pessimista, a Eurásia prevê o corte do suprimento de gás para a Europa via
Ucrânia, mas a manutenção parcial do fornecimento via o TurkStream para o sul da Europa. De
qualquer forma, a consultoria vê como pouco provável um racionamento severo de gás no próximo
inverno europeu.
É difícil avaliar quanto desses cenários estão precificados nos ativos, mas é mais provável
que os mercados estejam pendendo hoje para o lado mais pessimista, dado que é difícil vislumbrar
uma saída negociada para a guerra a esta altura.
China
A política de Covid Zero e a natureza virulenta da variante ômicron têm sido fatores
importantes para a desaceleração do crescimento chinês em 2022. A política monetária permanece
expansionista, visando mitigar os efeitos da política Covid Zero sobre o crescimento e o risco de
aumento do desemprego; no entanto, as incertezas sobre os próximos surtos diminuem a eficácia
dos estímulos monetários. O consumo continua sob pressão das restrições aos movimentos e da
confiança do consumidor mais fraca, embora a produção tenha conseguido se recuperar mais
rapidamente. Enquanto isso, as exportações, um importante suporte para o crescimento durante a
pandemia, estão mostrando sinais de desaceleração. A incerteza persiste, e mesmo surtos de
pequena escala em nível regional diminuem a confiança do consumidor e dos empresários. Os
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estímulos monetários e fiscais aumentaram significativamente desde o segundo trimestre. Em maio,
o Conselho de Estado detalhou um extenso pacote de estímulo que vai desde benefícios fiscais,
reduções de taxas de juros e adiamento do pagamento de dívidas para aliviar os encargos
financeiros e expandir os gastos com infraestrutura para sustentar investimentos e empregos.
Podemos esperar que o governo chinês continue com os estímulos para compensar a política Covid
Zero, ainda que seus efeitos sejam limitados. A grande questão é se a política Covid Zero continuará
a ser implementada da mesma forma em 2023. Atingir Covid Zero, dado o nível de virulência da
variante Ômicron, é uma tarefa bem complicada. Portanto, a decisão de descontinuar essa política
dificilmente ocorrerá em função de um eventual fim da pandemia na China. Trata-se de uma decisão
política, que testará a força do presidente Xi Jinping, recém conduzido a um inédito 3º mandato.
Somente com um enfraquecimento da política Covid Zero podemos vislumbrar uma retomada mais
consistente do crescimento chinês. Aqui é difícil avaliar qual o cenário base com que o mercado está
trabalhando, mas a impressão é de que há alguma esperança de que a política Covid Zero, se não
for abandonada completamente, pelo menos seja mitigada em algum momento, com o governo
chinês elevando os parâmetros para se declarar o fechamento de bairros ou cidades.
Outro ponto de atenção na economia chinesa é o estado do mercado imobiliário. No final
de 2021, o default da Evergrande, uma das maiores construtoras do país, em alguns de seus bonds,
chamou a atenção para uma possível fragilidade do setor. Mas, na época, a opinião de muitos
especialistas de mecado era de que este caso, que chegou a ser comparado com a quebra da
Lehmann Brothers nos EUA em 2008, não chegaria a significar uma ruptura para a economia
chinesa. A opinião estava baseada na alta fragmentação do mercado imobiliário chinês (as 10
maiores companhias têm apenas 25% do market share), na baixa alavancagem do comprador chinês
de imóveis, e na baixa exposição bancária ao setor. De fato, de um ano para cá, a Evergrande mal
conseguiu se recuperar, mas não houve uma ruptura. Por outro lado, o mercado imobiliário vem se
desacelerando, e o último grande evento negativo foi a febre de pedidos de cancelamento de
hipotecas, em julho, devido a atrasos na entrega de imóveis. Portanto, no mínimo, o mercado
imobiliário, que foi um dos motores do crescimento chinês, mostra cansaço. De qualquer modo,
para 2023, apesar dessa tendência de enfraquecimento mais estrutural, os mercados não estão
precificando uma desaceleração mais aguda do setor imobiliário chinês.
Por fim, mas não menos importante, temos a orientação da política econômica chinesa por
parte do seu presidente, Xi Jinping, agora com força renovada depois de ser conduzido pela terceira
vez ao posto máximo do Partido Comunista Chinês. As sinalizações têm sido na direção de uma
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maior centralização das decisões e fatores ideológicos ganhando terreno em relação ao
pragmatismo que vinha pautando a política econômica chinesa desde Deng Xiaoping, no final da
década de 70. Xi Jinping parece ter concluído que as forças de mercado podem ser uma ameaça à
hegemonia do Partido Comunista, o que demandaria ainda maior controle sobre a atividade
econômica. Claro que uma reorientação desse tipo pode ser deletéria para as perspectivas de
crescimento econômico do gigante asiático e, não por outro motivo, qualquer movimento nessa
direção tem sido recebido com desvalorização dos preços dos ativos.
Cenário Doméstico
Como vimos acima, os ativos brasileiros têm reagido e, provavelmente, continuarão a reagir
ao longo de 2023, aos seguintes fatores domésticos:
• A política monetária local
• O novo governo e a política fiscal
• O novo governo e as reformas macroeconômicas
• O novo governo e as políticas microeconômicas
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gastos não obrigatórios no ano que vem, o que é claramente insuficiente, dados os gastos já
contratados e o cumprimento de promessas de campanha, como a manutenção do valor do Auxílio
Brasil em R$ 600 e a atualização da tabela do IR da pessoa física, entre outros.
Assim, temos duas variáveis a serem monitoradas:
1) O tamanho do “waiver” (adiamento de uma dívida feito por países) que o novo
governo vai pedir ao Congresso para gastar no ano que vem. Difícil estimar qual seria o valor
aceitável pelo mercado, ou aquilo com o qual o mercado já trabalha, mas talvez possamos estimar
como algo entre R$ 100 e R$ 150 bilhões.
2) A proposta do governo para o novo arcabouço fiscal de longo prazo, uma vez que
Lula foi bastante vocal, durante a campanha, no sentido de eliminar o teto de gastos. Neste ponto,
temos poucos parâmetros para entender o que o mercado espera do novo governo, a não ser que
mantenha, de alguma maneira, a disciplina fiscal. Por exemplo, o consenso Focus indica uma
expectativa de recuperação consistente dos superávits primários a partir de 2026, atingindo 1% do
PIB em 2028.
Podemos observar que o Brasil lidera com folga o pelotão da frente de países cuja rolagem
da dívida é cara. Cabe observar que estamos tratando de taxas de juros nominais. As taxas de juros
reais, que são as que de verdade importam para a trajetória da dívida, devem descontar a inflação.
É por isso que países como o Brasil são considerados de alto risco: fica claro, que não há como pagar
o serviço da dívida a não ser com inflação, para transformar esta alta taxa de juros nominal em uma
taxa de juros real mais baixa. Uma outra forma seria compensar com mais crescimento econômico,
mas isto depende de reformas que aumentem a produtividade do país. Infelizmente, estamos
distantes deste objetivo.
É neste ponto que a questão fiscal se encontra com a inflação. As altas taxas de juros em
prazos mais longos, na verdade, estão embutindo uma expectativa de inflação maior ao longo do
tempo. Além disso, expansão fiscal infla a demanda, o que também pressiona a inflação no curto
prazo.
O novo governo e as reformas macroeconômicas
Lula nunca foi um grande entusiasta de reformas macroeconômicas. Em seus 8 anos de
mandato, aprovou apenas uma, a reforma da previdência do funcionalismo público, logo em seu
primeiro ano de mandato. E, mesmo assim, a regulamentação da previdência complementar dos
funcionários públicos, o complemento natural da reforma, só ocorreu 10 anos depois, durante o
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mandato de sua sucessora. Assim, não há grandes expectativas com relação às duas grandes
reformas pendentes, a tributária e a administrativa. A baixa expectativa pode ser um ponto positivo,
pois qualquer movimento na direção correta pode animar os mercados. Claro, sempre sujeito aos
detalhes dos projetos eventualmente aprovados.
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15 Apreçamento de ativos financeiros
Os títulos e valores mobiliários integrantes das carteiras e fundos de investimentos nos quais
o DIVIPREV aplica seus recursos devem estar de acordo com os critérios recomentados pela CVM,
pela Anbima e definidos na Resolução CVM 4.963/2021 e Portaria MTP nº1.467/2022.
O método e as fontes de referência adotados para apreçamento dos ativos pelo DIVIPREV
são os mesmos estabelecidos por seus custodiantes e estão disponíveis no Manual de apreçamento
do custodiante.
É recomendado que todas as negociações sejam realizadas através de plataformas
eletrônicas e em bolsas de valores e mercadorias e futuros, visando maior transparência e maior
proximidade do valor real de mercado.
No caso da aquisição direta de títulos públicos federais é de fundamental importância que
no ato da compra sejam observadas as taxas indicativas e respectivos Preços Unitários (PUs)
divulgados diariamente pela ANBIMA. Ainda, além de efetuar a compra em plataformas eletrônicas
e, consequentemente, custodiar os mesmos através do CNPJ do DIVIPREV no SELIC (Sistema Especial
de Liquidação e Custódia), não esquecer de fazer, no dia da compra, a escolha do critério contábil
que o título será registrado até o seu vencimento: ou será marcado a mercado, ou será marcado na
curva, pela sua taxa de aquisição.
Da mesma maneira, os ativos financeiros emitidos com obrigação ou coobrigação de
instituições financeiras permitidas deverão possuir seu registro junto ao CETIP e também o critério
contábil que este título será registrado.
Como o DIVIPREV efetuou o Estudo de ALM, é imprescindível que esses títulos sejam
marcados na curva.
16 Gestão de Risco
Em linha com o que estabelece a Resolução CMN nº 4963/2021 e Portaria 1.467/2022, este
tópico estabelece quais serão os critérios, parâmetros e limites de gestão de risco dos
investimentos. O objetivo deste tópico é demonstrar a análise dos principais riscos destacando a
importância de estabelecer regras que permitam identificar, avaliar, mensurar, controlar e
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monitorar os riscos aos quais os recursos do plano estão expostos, entre eles os riscos de mercado,
de crédito, de liquidez, operacional, legal, terceirização e sistêmico.
O acompanhamento do risco de mercado será feito através do cálculo do VaR (Value a Risk)
por cota, que estima, com base nos dados históricos de volatilidade dos ativos presentes na carteira
analisada, a perda máxima esperada.
16.1.1 VaR
Para o consolidado dos segmentos, o controle de risco de mercado será feito por meio do
cálculo do VaR por cota, com o objetivo do DIVIPREV controlar a volatilidade da cota do plano de
benefícios.
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RATING RATING
ATIVO
EMISSOR EMISSÃO
Títulos emitidos por instituição não financeira X X
FIDC X
Títulos emitidos por instituição financeira X
Os títulos emitidos por instituições não financeiras podem ser analisados pelo rating de
emissão ou do emissor. No caso de apresentarem notas distintas entre estas duas classificações,
será considerado, para fins de enquadramento, o pior rating.
Posteriormente, é preciso verificar se o papel possui rating por uma das agências elegíveis e
se a nota é, de acordo com a escala da agência, igual ou superior à classificação mínima apresentada
na tabela a seguir.
INSTITUIÇÃO NÃO
AGÊNCIA FIDC INSTITUIÇÃO FINANCEIRA
FINANCEIRA
PRAZO - Longo prazo Longo prazo
Standard &
brA- brA- brA-
Poors
Moody’s A3.br A3.br A3.br
Fitch Ratings A-(bra) A-(bra) A-(bra)
SR Ratings brA brA brA
Austin Rating brAA brAA brAA
Os investimentos que possuírem rating igual ou superior às notas indicadas na tabela serão
enquadrados na categoria grau de investimento e considerados como baixo risco de crédito,
conforme definido na Resolução CMN nº 4963/2021, desde que observadas as seguintes condições:
Os títulos que não possuem rating pelas agências elegíveis (ou que tenham classificação
inferior às que constam na tabela) devem ser enquadrados na categoria grau especulativo e
não poderão ser objeto de investimento;
Caso duas agências elegíveis classifiquem o mesmo papel, será considerado, para fins de
enquadramento, o pior rating;
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No caso de ativos de crédito que possuam garantia do Fundo Garantidor de Crédito – FGC,
será considerada como classificação de risco de crédito a classificação dos ativos semelhantes
emitidos pelo Tesouro Nacional, desde que respeitados os devidos limites legais;
O enquadramento dos títulos será feito com base no rating vigente na data da verificação da
aderência das aplicações à política de investimento.
No ato do Credenciamento de cada um dos gestores dos fundos de investimentos, também
será verificado o rating de Gestão de cada um deles.
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O controle do risco de liquidez de demanda de mercado será feito por meio dos limites da
tabela abaixo, onde será analisado o curto (de 0 a 30 dias), médio (de 30 dias a 365 dias) e longo
prazo (acima de 365 dias).
PERCENTUAL MÍNIMO DA
HORIZONTE
CARTEIRA
De 0 a 30 dias 68,48%
De 30 dias a 365 dias 7,89%
Acima de 365 dias 23,62%
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para realização da reunião do comitê de investimentos e para aprovação da política de
investimentos encontram-se mapeados e manualizados.
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O risco legal está relacionado a não conformidade com normativos internos e externos,
podendo gerar perdas financeiras procedentes de autuações, processos judiciais ou eventuais
questionamentos.
O controle dos riscos dessa natureza, que incidem sobre atividades e investimentos, será
feito por meio:
Mesmo com todos os esforços para que não haja nenhum tipo de desenquadramento, esse
tipo de situação não pode ser totalmente descartado. Em caso de ocorrência de desenquadramento,
o Comitê de Investimentos do DIVIPREV se reunirá para analisar, caso a caso, com intuito de
encontrar a melhor solução e o respectivo plano de ação, formalizando em ata as medidas que serão
adotadas, sempre pensando na preservação do Patrimônio do Instituto.
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17 Considerações Finais
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De acordo com o parágrafo 4º, do Art. 1º, da Portaria nº 519/11 e suas alterações, este
documento deverá conter as assinaturas dos responsáveis legais pelo ente federativo e pela unidade
gestora do RPPS e dos responsáveis pela elaboração, aprovação e execução da política anual de
investimentos do RPPS. (Incluído pela Portaria MPS nº 440, de 09/10/2013).
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Responsáveis pela aprovação: Conselho Administrativo - COADI
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