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LEI MUNICIPAL
Vander Lúcio Gomes Penha
“Não se pode só contar com a sorte ou com o acaso para que a lei
alcance seu objetivo e qualifique o ambiente que ela quer intervir.
É preciso planejamento, conhecimento do problema que se quer
resolver, a fim de possibilitar clareza ao texto que gera a respectiva
solução, determinação dos objetivos a serem alcançados, com a
dimensão mais precisa possível da realidade que se quer
transformar, levando em conta, inclusive, a disponibilidade de
instrumentos físicos, operacionais, tecnológicos e humanos, além
das variáveis culturais.” André Barbi.
Essa importância social inserida na prática de elaboração de leis é que deve ser vista e
entendida pelos Legisladores e pela população.
A função de legislar do Poder Legislativo não se restringe apenas em apresentar
projetos, se refere a todo processo de criação legislativa, ainda que, em decorrência da
natureza da matéria a iniciativa seja do Prefeito Municipal. Quando o Vereador recebe o
projeto para estudá-lo, está legislando, quando emite parecer nas comissões, está da
mesma forma legislando, quando discute projeto do Executivo em Plenário está
exercendo seu Poder de Legislar, quando vota o Vereador está legislando, cumprindo
sua missão constitucional.
É por isso que o Vereador deve sempre emitir sua posição com relação ao projeto que
esteja em votação por meio do voto, abstenção é inconstitucional, a previsão de
abstenção nos Regimentos Internos das Casas Legislativas é contra a Constituição
Federal. É como se o parlamentar naquele momento de omissão se recusasse a exercer a
função que lhe foi confiada por meio do mandato.
Dentro dos novos parâmetros estabelecidos pela legística, esse procedimento metódico
de elaboração de leis, a Lei tem que melhorar os indicadores da qualidade de vida da
população - essa é a lei boa.
Na Câmara Municipal o Vereador que quiser se firmar como um verdadeiro legislador,
ao pensar em legislar, ao pretender apresentar uma lei, ele deve primeiramente
identificar duas realidades – a realidade vivida e a realidade desejada. Avaliando se o
texto legal apresentado tem condições de efetivar essa mudança.
A lei deve sempre visar a solução de um problema: (problema – realidade vivida e
solução – realidade desejada), mas isso raramente é analisado, portanto, já se começa a
fragilizar a elaboração da lei no seu nascedouro.
Portanto,cabe a Câmara Municipal avaliar sempre se a lei interessa à sociedade e não se
a lei interessa apenas ao Prefeito, ao Governo. Quem deve analisar isso é o Vereador.