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Técnico Bancário

Nível Médio 

PROGRAMA: 
 LÍNGUA PORTUGUESA
 MATEMÁTICA FINANCEIRA
 CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
 NOÇÕES DE PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
 CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
 ATENDIMENTO BANCÁRIO
LÍNGUA PORTUGUESA

ÍNDICE
GRAMÁTICA
PARTE I – FONÉTICA / FONOLOGIA
1. CONCEITO..................................................................................................................................................................................................3
2. FONEMA......................................................................................................................................................................................................3
3. FONEMAS VOCÁLICOS.............................................................................................................................................................................3
4. FONEMAS CONSONANTAIS.....................................................................................................................................................................3
5. DÍGRAFO.....................................................................................................................................................................................................3
6. DIVISÃO SILÁBICA.....................................................................................................................................................................................4
7. ORTOGRAFIA.............................................................................................................................................................................................4
8. EMPREGO DO HÍFEN.................................................................................................................................................................................5
9. ACENTUAÇÃO GRÁFICA..........................................................................................................................................................................5
10. NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO..............................................................................................................................................................6
11. APÊNDICE...................................................................................................................................................................................................8
12. EXERCÍCIOS...............................................................................................................................................................................................9
13. GABARITO .................................................................................................................................................................................................10

PARTE II – MORFOLOGIA
1. CONCEITO..................................................................................................................................................................................................11
2. ESTRUTURA E FORMAÇÃO DE PALAVRAS...........................................................................................................................................11
3. CLASSES DE PALAVRAS..........................................................................................................................................................................12
4. EXERCÍCIOS...............................................................................................................................................................................................23
5. GABARITOS................................................................................................................................................................................................28

PARTE III – SINTAXE


1. FRASE, ORAÇÃO E PERÍODO..................................................................................................................................................................29
2. SINTAXE DA ORAÇÃO...............................................................................................................................................................................29
3. COLOCAÇÃO PRONOMINAL....................................................................................................................................................................32
4. CONCORDÂNCIA VERBAL........................................................................................................................................................................34
5. ESTUDO DO PERÍODO COMPOSTO........................................................................................................................................................37
6. REGÊNCIA VERBAL / NOMINAL...............................................................................................................................................................39
7. CRASE.........................................................................................................................................................................................................41
8. PONTUAÇÃO..............................................................................................................................................................................................43
9. EXERCÍCIOS...............................................................................................................................................................................................46
10. GABARITOS................................................................................................................................................................................................52

INTERPRETAÇÃO DE TEXTO
1. COMUNICAÇÃO.........................................................................................................................................................................................53
2. DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO...................................................................................................................................................................53
3. NÍVEIS DE LINGUAGEM OU REGISTROS LINGUÍSTICOS.....................................................................................................................54
4. A NOÇÃO DE TEXTO.................................................................................................................................................................................54
5. LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS.............................................................................................................................................56
6. TEXTOS LITERÁRIOS E NÃO LITERÁRIOS.............................................................................................................................................57
7. NÍVEIS DE LINGUAGEM............................................................................................................................................................................57
8. GÊNERO TEXTUAL....................................................................................................................................................................................58
9. TIPOLOGIA TEXTUAL ...............................................................................................................................................................................58
10. FUNÇÕES DA LINGUAGEM.......................................................................................................................................................................59
11. VARIAÇÕES LINGUÍSTICAS......................................................................................................................................................................59
12. EXERCÍCIOS...............................................................................................................................................................................................60
13. GABARITO..................................................................................................................................................................................................69

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LÍNGUA PORTUGUESA

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LÍNGUA PORTUGUESA
GRAMÁTICA Tritongo: ocorre quando juntamos três sons vocálicos numa
única sílaba: iguais; quão.
PARTE I – FONÉTICA / FONOLOGIA O tritongo se classifica, quanto à pronúncia, como:
Oral: quando o som sai apenas pela boca: iguais.
1. CONCEITO Nasal: quando o som sai pela nariz: quão.
Fonologia é a parte da gramática que trata dos sons pro-
Hiato: ocorre quando colocamos, simultaneamente, em
duzidos pelo ser humano para a comunicação, em relação a
uma palavra duas vogais, que pertencem a sílabas diferentes:
determinada língua.
sa-í-da; co-o-pe-rar; ga-ú-cho.
2. FONEMA ENCONTROS CONSONANTAIS
O s fonemas são os elementos sonoros mais simples da É o encontro de sons consonantais simultâneos dentro da
língua, capazes de estabelecer distinção entre duas palavras. palavra. Podem ser classificados de acordo com o modo como
Como em: sua e tua. Note que a distinção entre uma e outra se apresentam.
palavra são os fonemas /se/ e /te/. Encontros consonantais perfeitos: sons consonantais
Não podemos confundir letras com fonemas, pois letra é a que pertencem à mesma sílaba: pro-ble-ma; psi-co-lo-gi-a;
representação gráfica de um som. pe-dra.
M - letra eme> som /me/. Encontros consonantais imperfeitos: sons consonantais
J - letra jota > som /je/. que pertencem a sílabas diferentes: dig-no; per-fei-to; ar-tis-ta.
H - letra agá > não existe som para essa letra.
Nem sempre ao número de letras corresponde o mesmo 5. DÍGRAFO
número de fonemas. Veja: Ocorre quando duas letras representam um único som:
TÁXI:
CH - chá AM - tampa
4 letras: t, a, x, i.
LH - telha EM - tempo
5 fonemas: /te/, /a/, /ke/, /se/, /i/.
NH - ninho IM - tímpano
Os fonemas se dividem em dois grupos:
GU - foguete OM - tombo
Fonemas vocálicos: representam as vogais.
QU - quilo UM - tumba
Fonemas consonantais: representam as consoantes
RR - carro AN - anta
3. FONEMAS VOCÁLICOS SS - assado EN - entortar
São eles: A, E, I, O, U. Dividem-se em dois grupos: SC - descer IN - interno
Vogais SÇ - desço ON - onda
São a base da sílaba em Língua Portuguesa. Há apenas XC - exceto UN - unta
uma vogal em cada sílaba: sa-pa-to; ca-fé; u-si-na. XS - exsudar
Semivogais
São fracas em relação à vogal. As letras I e U, quando Nota: Os grupos GU e QU, quando trazem o U pronunciado,
acompanham outra vogal numa mesma sílaba, são as semivo- não representam dígrafos, pois nesse caso G e Q têm um som
gais. As letras E e O também serão semivogais quando forem e U tem outro: aguentar; sagui; tranquilo; aquoso.
átonas, acompanhando outra vogal. Veja: SÍLABA
cá-rie: É a junção de fonemas numa única emissão de ar. Cada vez
/i/ é semivogal que se expele o ar do pulmão passando pelo aparelho fonador
/e/ é vogal (boca ou boca e nariz), temos uma sílaba.
tou-ro: De acordo com o número de sílabas, a palavra será clas-
/o/ é vogal sificada como:
/u/ é semivogal Monossílaba - uma única sílaba: chá, pé, me, lhe.
Dissílaba - duas sílabas: café, sofá, onça, digno.
4. FONEMAS CONSONANTAIS
Trissílaba - três sílabas: copinho, socorro, agora.
São: B, C, D, F, G, H , J, K, L, M, N, P, Q, R, S, T, V, W, X, Y, Z.
Polissílaba - quatro ou mais sílabas: limonada, chocolate-
ENCONTROS VOCÁLICOS
zinho, desenvolvimento.
São eles: o ditongo, o tritongo e o hiato.
Ditongo TONICIDADE
Ocorre quando juntamos dois sons vocálicos numa única As sílabas de uma palavra podem ser fortes ou fracas. As
sílaba: ca-iu; viu; tou-ro;den-tais. sílabas fortes são chamadas de TÔNICA, e as sílabas fracas
Os ditongos são classificados de acordo com a sua forma- são chamadas de ÁTONAS.
ção e a sua pronúncia. paralelepípedo: PI é a sílaba tônica, as outras são átonas.
De acordo com a formação, o ditongo pode ser: sapato: PA é a sílaba tônica, as outras são átonas.
Crescente: começa com semivogal e termina com vogal:
cárie, história, tênue. Nota: Em cada palavra, há apenas uma sílaba forte; todas
Decrescente: começa com vogal e termina com semivogal: as outras serão fracas.
touro, dentais, peixe. As palavras monossílabas, por possuírem apenas uma
sílaba, devem ser chamadas de tônicas ou átonas:
De acordo com a pronúncia, o ditongo pode ser: Monossílaba tônica- possui sentido próprio quando está
Oral: quando o som sai completamente pela boca: tênue, só: chá, pá, mês.
dentais. Monossílaba átona- não possui sentido próprio quando
Nasal: quando o som sai pelo nariz: pão, mãe, também, está só: com, em, lhe.
cantaram. Palavras com duas ou mais sílabas são classificadas de
acordo com a posição que a sílaba tônica ocupa dentro da
Nota: AM e EM, em final de palavras, representam ditongos
palavra:
decrescentes nasais. Perceba que os sons que ouvimos são: /
Oxítona- é a palavra cuja última sílaba é forte: café, ma-
tã-bei/ e /cã-ta-rau/.
racujá, ananás.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Paroxítona- é a palavra cuja penúltima sílaba é forte: sa- Nota: Esses sinais são também chamados de notações
pato, educado, revólver. léxicas.
Proparoxítona- é a palavra cuja antepenúltima sílaba é
forte: lâmpada, metafísica, pássaro. Dificuldades Ortográficas:
- Uso do “S”
FORMAS VARIANTES a) depois de ditongos: coisa, faisão, mausoléu, maisena,
Algumas palavras podem ter pronúncia variável. Veja: lousa.
acróbata ou acrobata b) em nomes próprios com som de /z/: Neusa, Brasil,
biópsia ou biopsia Sousa, Teresa.
biótipo ou biótipo c) no sufixo -oso (cheio de): cheiroso, manhoso, dengoso,
boêmia ou boemia gasosa.
necrópsia ou necropsia d) nos derivados do verbo querer: quis, quisesse.
xérox ou xerox e) nos derivados do verbo pôr: pus, pusesse.
Nota: Ortoépia é a parte da gramática que trata da correta f) no sufixo -ense, formador de adjetivo: canadense,
pronúncia das palavras. Quando cometemos um engano de paranaense, palmeirense.
pronúncia, surge a prosódia. g) no sufixo -isa, indicando profissão ou ocupação
rubrica- sílaba tônica = bri (o erro prosódico comum é feminina: papisa, profetisa, poetisa.
pronunciar a sílaba ru como forte). h) nos sufixos -ês/-esa, indicando origem, nacionalida-
ínterim- sílaba tônica = ín (o erro prosódico comum é pro- de ou posição social: calabrês, milanês, português, norueguês,
nunciar a sílaba rim como forte) japonês, marquês, camponês, calabresa, milanesa, portuguesa,
norueguesa, japonesa, marquesa, camponesa.
6. DIVISÃO SILÁBICA i) nas palavras derivadas de outras que possuam S
A divisão da palavra em sílabas é feita pela soletração. no radical: casa = casinha, casebre, casarão, casario; atrás =
Basta pronunciar com calma a palavra para sabermos quantas atrasado, atraso; paralisia = paralisante, paralisar, paralisação;
sílabas ela contém. Há algumas regras que facilitam a separa- análise = analisar, analisado.
ção de sílabas: j) nos derivados de verbos que tragam o encontro con-
Separam-se: sonantal -nd: pretende = pretensão; suspender = suspensão;
a) hiato: sa-í-da,ba-la-ús-tre; expandir = expansão.
b) encontro consonantal imperfeito: dig-no, ca-rac-te-
-rís-ti-ca; - Uso do “Z”
c) dígrafos RR, SS, SC, SÇ, XC, XS: car-ro, as-sa-do, a) nas palavras derivadas de primitiva com Z: cruz =
des-cer, des-ço, ex-ce-ção, ex-su-dar. cruzamento, juiz = ajuizar, deslize = deslizar.
Não se separam: b) nos sufixos -ez/-eza, formadores de substantivos
a) ditongo: cá-rie, á-gua; abstratos a partir de adjetivos: altivo = altivez; mesquinho =
b) tritongo: i-guais, quão; mesquinhez; macio = maciez; belo = beleza; magro = magreza.
c) encontro consonantal perfeito: pro-va, clas-se; c) no sufixo -izar, formador de verbos: hospital = hos-
d) dígrafos CH, LH, NH, GU, QU, AM, EM, IM, OM, UM, pitalizar; canal = canalizar; social = socializar; útil = utilizar;
AN, EN, IN, ON, UN: cha-lei-ra, te-lha, vi-nho, guer-ra, que-ro, catequese = catequizar.
âm-bar, Em-bu, im-pa-la, om-bro, um-bigo, can-to, ven-to, tin-ta, Quando usamos apenas -r ou -ar para formar um verbo,
ton-to, tun-dra. aproveitamos o que já existe na palavra primitiva: pesquisa =
Notas: pesquisar, análise = analisar, deslize = deslizar.
a) Qualquer consoante solta dentro da palavra, que não d) nos verbos terminados em -uzir e seus derivados:
forme sílaba com vogal posterior, pertencerá sempre à sílaba conduzir, conduziu, conduzo; deduzir, deduzo, deduzi; produzir,
anterior: tungs-tê-nio; e-clip-se; e-gíp-cio; feldspa-to.
produzo, produziste.
b) prefixo + vogal - formam sílaba normalmente: tran-sa-
e) no sufixo -zinho, formador de diminutivo: cãozinho,
-tlân-ti-co; su-ben-tender.
pezinho, paizinho, mãezinha, pobrezinha.
c) prefixo + consoante - isola-se o prefixo e depois separam-
-se as sílabas restantes: sub-li-nhar; ab-rup-to; trans-por-te. Nota: Se acrescentarmos apenas -inho, aproveitamos a
letra da palavra primitiva: casinha, vasinho, piresinho, lapisinho,
7. ORTOGRAFIA juizinho, raizinha.
Ortografia vem do grego “orthós” = direito + “gráphein” =
- Uso do “H”
escrever. Os sons da fala são representados por sinais gráficos,
chamados letras, e além delas usamos outros sinais, chamados a) o H inicial deve ser usado quando a etimologia o jus-
auxiliares. tifique: hábil, harpa, hiato, hóspede, húmus, herbívoro, hélice.
São eles: Obs.: Escreve-se com H o topônimo BAHIA, quando se
a) Hífen (-)- usado para ligar elementos de palavras com- aplica ao Estado.
postas, para ligar pronomes enclíticos aos verbos e para indicar b) o H deve ser eliminado do interior das palavras, se
a translineação textual (divisão silábica em final de linha): super- elas formarem um composto ou derivado sem hífen: desa-
-homem, ajudou-me, questiona-mento. bitado, desidratar, desonra, inábil, inumano, reaver.
b) Til (~)- usado para marcar a nasalização de um som
Obs.: Nos compostos ou derivados com hífen, o H perma-
vocálico: irmã.
c) Cedilha (ç)- coloca-se sob o c, antes das vogais a, o e nece: anti-higiênico, pré-histórico, super-homem.
u: açaí, castiço, açúcar. c) no final de interjeições: ah! oh! ih!
d) Apóstrofo (’)- marca a supressão de um som: copo - Uso do “X”
d’água, minh’alma. a) normalmente após ditongo: caixa, peixe, faixa, trouxa.
e) Acentos gráficos:
▪agudo (´)- representa um som aberto: sofá. Obs.: Caucho e seus derivados (recauchutar, recauchuta-
▪circunflexo (^)- representa um som fechado: você. gem) são escritos com CH.
▪grave (`) - representa a fusão de vogais idênticas (crase): b) normalmente após a sílaba inicial en-: enxaqueca,
àquele. enxada, enxoval, enxurrada.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Usaremos CH depois da sílaba inicial en- caso ela seja c) para separar as sílabas de uma palavra, inclusive na
derivada de uma com CH: de cheio = encher, enchimento, translineação (mudança de linha): a-ba-ca-xi, se-pa-ra-do.
enchente de charco = encharcado de chumaço = enchumaçado
de chiqueiro = enchiqueirar Hífen com prefixos e pseudoprefixos ante-, anti-, circum-,
c) depois da sílaba inicial me-: mexer, mexilhão, mexerica. co-, contra-, des-, entre-, extra-, hiper-, in-, infra-, inter-, intra-,
Obs.: Mecha e seus derivados são com CH. sobre-, sub-, super-, supra-, ultra-, aero-, agro-, arqui-, auto-, bio-,
eletro-, geo-, hidro-, inter-, macro-, maxi-, micro-, mini-, multi-,
- Uso do “SS”
neo-, pan-, pluri-, pre-, pro-, proto-, pseudo-, re-, retro-, semi-,
Emprega-se nas seguintes relações:
tele- etc. Emprega-se o hífen nos seguintes casos:
a) ced - cess: ceder - cessão, conceder - concessão -
a) Antes de h: anti-higiênico, circum-hospitalar, contra-
concessionário.
-harmônico, extra-humano, sub-hepático, super-homem, ultra-
b) gred - gress: agredir - agressão, regredir - regressão.
-hiperbólico; arqui-hipérbole, eletro-higrômetro, geo-história,
c) prim - press: imprimir - impressão, oprimir - opressão.
neo-helênico, pan-helenismo, semi-hospitalar.
d) tir - ssão: discutir - discussão, permitir - permissão.
Notas:
Uso do “Ç” 1: Não se usa, no entanto, o hífen em formações que
a) nas palavras de origem árabe, tupi ou africana: aça- contêm em geral os prefixos des- e in- e nas quais o segundo
frão, açúcar, muçulmano, araçá, Paiçandu, miçanga, caçula. elemento perdeu o h inicial: desumano, inábil, inumano.
b) após ditongo: louça, feição, traição. 2: Nas formações com os prefixos circum- e pan-, também
c) na relação ter - tenção: abster - abstenção, reter - re- se emprega o hífen quando o segundo elemento começa por
tenção. vogal, h, m, n: circum-escolar, circum-hospitalar, circum-murado,
- Uso do “G” circum-navegação; pan-africano, pan-harmônico, pan-mágico,
a) nas palavras terminadas em -ágio, -égio, -ígio, -ógio, pan-negritude.
-úgio: pedágio, colégio, litígio, relógio, refúgio. Atenção: Nos casos em que o prefixo “circum-” anteceder
b) nas palavras femininas terminadas em -gem: gara- uma sílaba que obriga ao uso do “n” (pois só se usa “m” antes
gem, viagem, escalagem, vagem. de “b” e “p”), deve-se modificar a grafia do prefixo: circunlunar.
Obs.: Pajem e lambujem são exceções à regra. b) Nas formações em que o prefixo/pseudoprefixo ter-
mina na mesma letra com que se inicia o segundo elemento:
- Uso do “J” anti-ibérico, contra-almirante, infra-axilar, supraauricular; arqui-
a) na terminação -aje: ultraje, traje, laje. -irmandade, auto-observação, eletro-ótica, micro-onda, semi-
b) nas formas verbais terminadas em -jar e seus deri-
-interno; ad-digital; hiper-requintado; sub-barrocal; sub-base;
vados: arranjar, arranjem; viajar, viajem; despejar, despejem.
c) em palavras de origem tupi: jiboia, pajé, jenipapo. Obs.: Nas formações com o prefixo co-, pre-, pro-, re-,
d) nas palavras derivadas de outras que se escrevem estes se aglutinam em geral com o segundo elemento mesmo
com J: ajeitar (de jeito), laranjeira (de laranja). quando iniciado por e ou o: coobrigação, coocupante, coorde-
nar, cooperação, cooperar, preeminente, preeleito, preenchido,
- Uso do “I” proativo, reedição, reeleição.
a) no prefixo anti-, que indica oposição: antibiótico, c) Nas formações com os prefixos além-, aquém-, bem-,
antiaéreo. ex-, pós-, pré-, pró-, recém-, sem-, sota-/soto-, vice-/vizo-:
b) nos verbos terminados em -air, -oer e -uir e seus além-Atlântico, aquém-Pirineus, bem-criado, bem-vindo, ex-al-
derivados: sair - sais, sai; cair - cais, cai; moer - móis, mói; roer mirante, ex-diretor, ex-hospedeira, ex-presidente, ex-primeiromi-
- róis, rói; possuir - possuis, possui; retribuir - retribuis, retribui. nistro, ex-rei, pós-graduação, pós-tônico, pré-escolar, pré-natal,
- Uso do “E” pró-africano, pró-europeu, recém-eleito, sem-cerimônia, sem-
a) nas formas verbais terminadas em -oare -uare seus -vergonha, sota-piloto, soto-mestre, vice-presidente, vice-reitor.
derivados: perdoar - perdoes, perdoe; coar - coes, coe; conti-
Obs.: Em muitos compostos, o advérbio bem- aparece
nuar - continues, continue; efetuar - efetues, efetue.
aglutinado ao segundo elemento: benfazejo, benfeito, benque-
b) no prefixo -ante, que expressa anterioridade: anteon-
rença, benfazer, benquerer.
tem, antepasto, antevéspera.
d) Nas formações com o prefixo mal-, emprega-se hífen
- Uso do “SC” quando o segundo elemento começa por vogal, h ou l: mal-
Não há regras para o uso de SC; sua presença é inteira- -afortunado, mal-entendido, mal-humorado, mal-informado,
mente etimológica. mal-limpo.
e) Nas formações com prefixos ab-, ob-, sob-, sub-, ad-,
8. EMPREGO DO HÍFEN
O uso do hífen é meramente convencional. Algumas regras cujo elemento seguinte se inicia por r: ab-rupto, ob-rogar, sob-
esclarecem poucos problemas, mas muitos serão resolvidos -roda, sub-reitor, ad-renal, ad-referendar.
apenas com a consulta ao dicionário. Ainda assim alguns gra- Hífen com sufixos
máticos divergem em determinados casos. Nas formações por sufixação, apenas se emprega o hífen
Observe o que diz o Formulário Ortográfico da Língua nos vocábulos terminados por sufixos de origem tupi-guarani
Portuguesa: “Só se ligam por hífen os elementos das palavras que representam formas adjetivas, como -açu, - guaçu e -mi-
compostas em que se mantém a noção de composição, isto rim, quando o primeiro elemento acaba em vogal acentuada
é, os elementos das palavras compostas que mantêm a sua graficamente ou quando a pronúncia exige a distinção gráfica
independência fonética, conservando cada um a sua própria dos dois elementos: amoré-guaçu, anajá-mirim, andá-açu,
acentuação, porém formando o conjunto perfeita unidade de capim-açu, Ceará-Mirim.
sentido”. Exemplos: couve-flor, grão-duque etc. Veja, em linhas
gerais, o uso desse sinal: 9. ACENTUAÇÃO GRÁFICA
a) para ligar as partes de adjetivo composto: verde-claro, Os acentos gráficos marcam a sílaba tônica:
azul-marinho, luso-brasileiro. a) grave ( ` ) - para indicar crase. Ex. Fomos à escola.
b) para ligar os pronomes mesoclíticos ou enclíticos: b) agudo - para som aberto: café, cipó.
amá-lo-ei, far-me-á, dê-me, compraram-na.

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LÍNGUA PORTUGUESA
c) circunflexo - para som fechado: você, complô. IV) Proparoxítonas
O sinal gráfico modifica o som de qualquer sílaba: Todas são acentuadas: lânguido, física, trópico, álibi,
d) til (~) - nasalizador de vogais: romã, maçã, ímã, órfão. hábitat, déficit, lápide.
Obs.: O til substitui o acento gráfico quando os dois recaem
sobre a mesma sílaba: irmã, romãs. V) Regras especiais:
a) Ditongos abertos: são acentuados os ditongos abertos
Regras gerais ÉI, ÉU, ÓI em palavras monossílabas e oxítonas: méis, coronéis,
I) Monossílabas tônicas
céu, chapéu, mói, herói, anéis, fiéis, corrói, dói;
Recebem acento as terminadas em
b) I e U tônicos:
-a(s): pá, já, má, lá, trás, más, chás;
I e U tônicos recebem acento se cumprirem as seguintes
-e(s): pé, fé, Sé, mês, três, rés
determinações:
-o(s): pó, só, dó, cós, sós, nós
II) Oxítonas ▪ devem ser precedidos de vogais que não sejam eles
Recebem acento as terminadas em próprios nem ditongos;
-a(s): sofá, maracujá, Paraná, ananás, marajás, atrás; ▪ devem estar sozinhos na sílaba (ou com o -s);
-e(s): Pelé, café, você, freguês, holandês, viés; ▪ não devem ser seguidos de -nh.
-o(s): complô, cipó, trenó, retrós, compôs, avós; Exemplos: saída, juízes, saúde, viúva, caíste, saístes,
-em: amém, também, armazém; balaústre, baús, faísca.
-ens: parabéns, reféns, armazéns;
VI) Acento diferencial nos verbos TER e VIR (e seus
III) Paroxítonas derivados) Recebe acento diferencial a 3ª pessoa do plural
Recebem acento as terminadas em:
do presente do indicativo: eles têm, eles vêm, eles retêm, eles
-l: fácil, difícil;
intervêm.
-i(s): táxi, júris;
-is: tênis, lápis; Obs.: A 3ª pessoa do singular desses verbos segue a regra
-r: mártir, dólar; geral de acentuação:
-x: tórax; Félix; a) ele tem, ele vem (monossílabas tônicas terminadas em
-ã(s): órfã, ímãs; “m” – não há regra para se acentuar);
-us: bônus, vírus; b) ele retém, ele intervém (oxítonas terminadas em “em”
-ão(s): órgão, bênçãos; recebem acento gráfico);
-um: álbum, fórum;
-uns: fóruns, pódiuns; Outros Acentos Diferenciais:
-ps: bíceps, fórceps; a) pôr (verbo) - para distinguir de por (preposição).
- ditongo crescente: mágoa, série:
b) pôde (verbo poder no passado) - para distinguir de pode
- ditongo decrescente ei(s): vôlei, jóqueis;
(verbo poder no presente).
-n: pólen, hífen;
-on(s): elétron, elétrons; próton, prótons; c) fôrma ou forma (utensílio) - acento facultativo.

10. NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO


Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa
Alfabeto
Nova Regra Regra Antiga Como Será
O alfabeto é agora formado por 26 letras O ‘k’, ‘w’ e ‘y’ não eram consideradas Essas letras serão usadas em siglas,
letras do nosso alfabeto. símbolos, nomes próprios, palavras
estrangeiras e seus derivados.
Exemplos: km, watt, Byron, byroniano
Trema
Nova Regra Regra Antiga Como Será
Não existe mais o trema em língua por- agüentar, conseqüência, cinqüenta, aguentar, consequência, cinquenta, quin-
tuguesa. Apenas em casos de nomes qüinqüênio, freqüência, freqüente, elo- quênio, frequência, frequente, eloquência,
próprios e seus derivados, por exemplo: qüência, eloqüente, argüição, delinqüir, eloquente, arguição, delinquir, pinguim,
Müller, mülleriano pingüim, tranqüilo, lingüiça tranquilo, linguiça.
Acentuação
Nova Regra Regra Antiga Como Será
Ditongos abertos (ei, oi, eu) não são mais assembléia, platéia, idéia, colméia, assembleia, plateia, ideia, colmeia,
acentuados em palavras paroxítonas boléia, panacéia, Coréia, hebréia, boleia, panaceia, Coreia, hebreia,
bóia, paranóia, jibóia, apóio, heróico, boia, paranoia, jiboia, apoio, heroico,
paranóico paranoico
Obs: nos ditongos abertos de palavras oxítonas e monossílabas, o acento continua: herói, constrói, dói, anéis, papéis,
véu, chapéu.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Nova Regra Regra Antiga Como Será
O hiato ‘oo’ não é mais acentuado enjôo, vôo, corôo, perdôo, côo, môo, enjoo, voo, coroo, perdoo, coo, moo,
abençôo, povôo abençoo, povoo
crêem, dêem, lêem, vêem, descrêem, creem, deem, leem, veem, descreem,
O hiato ‘ee’ não é mais acentuado relêem, revêem releem, reveem
Nova Regra Regra Antiga Como Será
Não existe mais o acento diferencial em pára (verbo), péla (substantivo e para (verbo), pela (substantivo e verbo),
palavras homógrafas verbo), pêlo (substantivo), pêra pelo (substantivo), pera (substantivo),
(substantivo), péra (substantivo), pólo pera (substantivo), polo (substantivo)
(substantivo)
Obs: o acento diferencial ainda permanece no verbo ‘poder’ (3ª pessoa do Pretérito Perfeito do Indicativo - ‘pôde’) e no
verbo ‘pôr’ para diferenciar da preposição ‘por’
Nova Regra Regra Antiga Como Será
Não se acentua mais a letra ‘u’ nas formas argúi, apazigúe, averigúe, enxagúe, argui, apazigue, averigue, enxague,
verbais rizotônicas, quando precedido de ‘g’ enxagúemos, obliqúe enxaguemos, oblique
ou ‘q’ e antes de ‘e’ ou ‘i’ (gue, que, gui, qui)
Não se acentua mais ‘i’ e ‘u’ tônicos em baiúca, boiúna, cheiínho, saiínha, feiúra, baiuca, boiuna, cheiinho, saiinha, feiura,
paroxítonas quando precedidos de ditongo feiúme feiume
Hífen
Nova Regra Regra Antiga Como Será
O hífen não é mais utilizado em palavras ante-sala, ante-sacristia, auto-retrato, antessala, antessacristia, autorretrato,
formadas de prefixos (ou falsos prefixos) anti-social, anti-rugas, arqui-romântico, antissocial, antirrugas, arquirromântico,
terminados em vogal + palavras iniciadas arqui-rivalidade, auto-regulamentação, arquirrivalidade, autorregulamentação,
por ‘r’ ou ‘s’, sendo que essas devem ser auto-sugestão, contra-senso, contra- contrassenha, extrarregimento, extras-
dobradas regra, contra-senha, extra-regimento, sístole, extrasseco, infrassom, inrarrenal,
extra-sístole, extra-seco, infra-som, ultra- ultrarromântico, ultrassonografia, suprar-
-sonografia, semi-real, semi-sintético, renal, suprassensível
supra-renal, supra-sensível
Obs: em prefixos terminados por ‘r’, permanece o hífen se a palavra seguinte for iniciada pela mesma letra: hiper-realista,
hiper-requintado, hiper-requisitado, inter-racial, inter-regional, inter-relação, super-racional, super-realista, super-resistente etc.
Nova Regra Regra Antiga Como Será
O hífen não é mais utilizado em palavras auto-afirmação, auto-ajuda, auto-apren- autoafirmação, autoajuda, autoaprendi-
formadas de prefixos (ou falsos prefixos) dizagem, auto-escola, auto-estrada, zabem, autoescola, autoestrada, autoins-
terminados em vogal + palavras iniciadas auto-instrução, contra-exemplo, contra- trução, contraexemplo, contraindicação,
por outra vogal -indicação, contra-ordem, extra-escolar, contraordem, extraescolar, extraoficial,
extra-oficial, infra-estrutura, intra-ocular, infraestrutura, intraocular, intrauterino,
intra-uterino, neo-expressionista, neo- neoexpressionista, neoimperialista, se-
-imperialista, semiaberto, semi-árido, miaberto, semiautomático, semiárido,
semi-automático, semi-embriagado, semiembriagado, semiobscuridade, su-
semi-obscuridade, supra-ocular, ultra- praocular, ultraelevado.
-elevado
Obs: esta nova regra vai uniformizar algumas exceções já existentes antes: antiaéreo, antiamericano, socioeconômico, etc.
Obs2: esta regra não se encaixa quando a palavra seguinte iniciar-se por ‘h’: anti-herói, anti-higiênico, extra-humano, semi-
-herbáceo, etc.
Nova Regra Regra Antiga Como Será
Agora, utiliza-se hífen quando a palavra é antiibérico, antiinflamatório, antiinflacio- anti-ibérico, anti-inflamatório, anti-infla-
formada por um prefixo (ou falso prefixo) nário, antiimperialista, arquiinimigo, ar- cionário, anti-imperialista, arqui-inimigo,
terminado em vogal + palavra iniciada pela quiirmandade, microondas, microônibus, arqui-irmandade, micro-ondas, micro-
mesma vogal. microorgânico -ônibus, micro-orgânico
obs: esta regra foi alterada por conta da regra anterior: prefixo termina com vogal + palavra inicia com vogal diferente =
não tem hífen; prefixo termina com vogal + palavra inicia com mesma vogal = com hífen
obs2: uma exceção é o prefixo ‘co’. Mesmo se a outra palavra iniciar-se com a vogal ‘o’, NÃO utliza-se hífen.

Nova Regra Regra Antiga Como Será


Não usamos mais hífen em compostos manda-chuva, pára-quedas, páraquedis- mandachuva, paraquedas, paraquedis-
que, pelo uso, perdeu-se a noção de ta, pára-lama, pára-brisa, pára-choque, ta, paralama, parabrisa, parachoque,
composição pára-vento paravento

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LÍNGUA PORTUGUESA
Obs: o uso do hífen permanece em palavras compostas que não contêm elemento de ligação e constiui unidade sintagmática
e semântica, mantendo o acento próprio, bem como naquelas que designam espécies botânicas e zoológicas: ano-luz, azul-
-escuro, médico-cirurgião, conta-gotas, guarda-chuva, segunda-feira, tenente-coronel, beija-flor, couve-flor, erva-doce, mal-me-
-quer, bem-te-vi, etc.

Observações Gerais
O uso do hífen permanece Exemplos
Em palavras formadas por prefixos ‘ex’, ex-marido, vice-presidente, soto-mestre
‘vice’, ‘soto’
Em palavras formadas por prefixos ‘circum’ pan-americano, circum-navegação
e ‘pan’ + palavras iniciadas em vogal, M
ou N
Em palavras formadas com prefixos ‘pré’, pré-natal, pró-desarmamento, pós-graduação
‘pró’ e ‘pós’ + palavras que têm significado
próprio
Em palavras formadas pelas palavras além-mar, além-fronteiras, aquém-oceano, recém-nascidos, recém-casados, sem-
‘além’, ‘aquém’, ‘recém’, ‘sem’ -número, sem-teto
Não existe mais hífen Exemplos Exceções
Em locuções de qualquer tipo (substan- cão de guarda, fim de semana, café com água-de-colônia, arco-da-velha, cor-de-
tivas, adjetivas, pronominais, verbais, leite, pão de mel, sala de jantar, cartão -rosa, mais-que-perfeito, pé-de-meia,
adverbiais, prepositivas ou conjuncionais) de visita, cor de vinho, à vontade, abaixo ao-deus-dará, à queima-roupa
de, acerca de etc.

11. APÊNDICE Angulares


Grau sexagesimal ...................... º
UNIDADES DE MEDIDAS Minuto sexagesimal .................. ’
Segundo sexagesimal ................ ”
De tempo
Dia .............................d De velocidade
Minuto........................ min Metro por segundo......................m/s
Hora............................ h Quilômetro por hora. .................km/h
Segundo.......................s Milha terrestre por hora .............mite/h
Milha náutica por hora (knot).....Kt ou nó
Lineares
Mach ..........................................M
Metro..........................................m
Milha náutica..............................MN Elétricas
Decímetro ..................................dm Ampere ......................................A
Milha terrestre ...........................mite Decibel .......................................dB
Centímetro .................................cm Jarda Ohm ...........................................Ω
(yard)..........................................jd Volt .............................................V
Milímetro....................................mm Pé
De frequência
(foot)...........................................ft ou pé
Hertz ..........................................Hz
Quilômetro .................................km
Quilohertz ..................................KHz
Polegada (inch)...........................in ou pol
Megahertz ..................................MHz
Milha ..........................................mi
Gigahertz ...................................GHz
De superfície
De Temperaturas
Metro quadrado .........................m²
Kelvin - Unidade de temperatura absoluta em graus centí-
Are .............................................a
grados.........................................k
Quilômetro quadrado .................km²
Hectare .......................................ha
Outras
De volume Graus Celsius .............................ºC
Metro cúbico ..............................m³ Graus Farenheint ....................... ºF
Galão .........................................gal Caloria ....................................... cal
Centímetro cúbico.......................cm³ Cavalo-vapor ............................. cv
Barril ..........................................brl Quilograma por segundo ...........kg/s
Litro ...........................................l ou L Metro cúbico por segundo .........m³/s
Newton ......................................N
De massa ou peso
Radiano ......................................rad
Grama ........................................g
Rotação por minuto ...................rpm
Tonelada .....................................t
Watt ............................................W
Quilograma ................................kg
Libra ..........................................lb

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LÍNGUA PORTUGUESA
12. EXERCÍCIOS 08) FGV - Assinale a melhor resposta. Em papagaio, temos:
a) um ditongo.
FONÉTICA /FONOLOGIA
b) um trissílabo.
01) UFRJ - Nesta relação, as sílabas tônicas estão destaca-
c) um proparoxítono.
das. Uma delas, porém, está destacada incorretamente.
d) um tritongo. d) um tritongo.
Assinale-a.
e) um dígrafo.
a) inteRIM.
b) puDIco.
09) UFPI - Têm a mesma classificação, quanto ao acento
c) ruBRIca. tônico, as palavras:
d) graTUIto. a) alivia, vizinho, insônia, chão.
e) inauDIto. b) risquei, fósforo, tijolo, porque.
c) zombaria, devagarinho, companhia.
02) FAU-Santos - Nas palavras enquanto, queimar, folhas, d) fôlego, estrela, tamborete.
hábil e grossa, constatamos qual sequência de letras e
fonemas? 10) UEPG - Assinale a sequência em que todas as palavras
a) 8-7, 7-6, 6-5, 5-4, 6-5. estão partidas corretamente.
b) 7-6, 6-6, 5-5, 5-5, 5-5. a) trans-a-tlân-ti-co, fi-el, sub-ro-gar.
c) 8-5, 7-5, 6-4, 5-4, 5-4. b) bis-a-vô, du-e-lo, fo-ga-réu.
d) 8-6, 7-6, 6-5, 5-4, 6-5. c) sub-lin-gual, bis-ne-to, d-ses-pe-rar.
e) 8-5, 7-6, 6-5, 5-5, 5-5. d) des-li-gar, sub-ju-gar, sub-es-cre-ver.
e) cis-an-di-no, es-pé-cie, a-teu.
03) Escola Naval - Nas palavras anjinho, carrocinhas, nossa
e recolhendo, podemos detectar oralmente a seguinte 11) FGV - Assinale a alternativa em que a sílaba tônica está
quantidade de fonemas, respectivamente: corretamente destacada.
a) três, quatro, dois, quatro. a) mis-TER, de-CA-no, a-VA-ro, cir-CUI-to.
b) cinco, nove, quatro, oito. b) RU-bri-ca, a-zi-A-go, I-be-ro, MIS-ter.
c) seis, dez, cinco, nove. c) NO-bel, LÁ-tex, I-be-ro, fi-lan-TRO-po.
d) três, seis, dois, cinco. d) ru-BRI-ca, lá-TEX, A-va-ro, DE-ca-no.
e) sete, onze, cinco, dez. e) DE-ca-no, Ê-xo-do,ru-BRI-ca, u-re-TER.

04) UFSC - Assinale a alternativa em que a palavra não tem 12) ITA - Dadas as palavras: 1) TUN-GSTÊ-NIO, 2) BIS-A-VÔ
suas sílabas corretamente separadas. e 3) DU-E-LO, constatamos que a separação de sílabas
a) in-te-lec-ção. está correta:
b) cons-ci-ên-cia. a) apenas na palavra 1.
c) oc-ci-pi-tal. b) apenas na palavra 2.
d) psi-co-lo-gia. c) apenas na palavra 3.
e) ca-a-tin-ga. d) em todas as palavras.
e) em nenhuma delas.
05) PUC - Assinale o vocábulo que contém cinco letras e
quatro fonemas. 13) 2012/Cesgranrio - Algumas palavras são acentuadas com
a) estou. o objetivo exclusivo de distingui-las de outras. Uma palavra
b) adeus. acentuada com esse objetivo é a seguinte:
c) livro. a) pôr.
d) volto. b) ilhéu.
e) daqui. c) sábio.
d) ‘também.
06) ITA - A sequência de palavras cujas sílabas estão sepa- e) lâmpada.
radas corretamente é:
a) a-dje-ti-va-ção, im-per-do-á-veis, bo-ia-dei-ro. 14) 2012/CEPERJ - A palavra do texto que teve sua grafia
b) in-ter-ve-io, tec-no-lo-gi-a, sub-li-nhar. alterada pelo mais recente acordo ortográfico é:
c) in-tu-i-to, co-ro-i-nha, pers-pec-ti-va. a) mídias.
d) co-ro-lá-rio, subs-tan-ti-vo, bis-a-vó. b) álcool.
e) flui-do, at-mos-fe-ra, in-ter-vei-o. c) trás.
d) estresse.
e) ideia.
07) UFRJ - As sílabas das palavras psicossocial e traído
estão corretamente separadas em:
15) 2012/IBFC - Assinale a alternativa em que a palavra deve
a) psi-cos-so-ci-al, tra-í-do.
ser obrigatoriamente acentuada.
b) psi-cos-so-cial, tra-í-do.
a) angustia.
c) psi-co-sso-ci-al, traí-do.
b) critica.
d) psi-co-sso-ci-al, tra-í-do.
c) analise.
e) psico-sso-ci-al, traí-do.
d) escritorio.

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LÍNGUA PORTUGUESA
16) 2016/Marinha - Em qual opção todas as palavras estão b) É difícil lidar com individuos sem carater, pois a gente
corretamente grafadas? nunca pode confiar no que dizem.
a) enxoval - enchente - enxergar. c) As pessoas não vêem os prejuízos que as despesas
b) sinusite - butequim - taboada. extraordinárias trazem aos cofres públicos.
c) extinção - abcesso - excassez. d) Ele não apóia a estratégia dos internautas porque de-
d) desavisado - extravasar - conceção. testa esses modismos politicamente corretos.
e) degladiar - prevenir - impecilho. e) Na saída da passeata, vimos que os manifestantes
ainda estavam fazendo protestos contra os juízes.
17) 2016/EEAR - Assinale a alternativa em que não há erro
de ortografia.
a) O Facebook é utilizado com o propósito de obter infor- 13. GABARITO
mação sobre uma classe social privilegiada.
01) A 02) D 03) B 04) D 05) E
b) O usuário que quizer poderá limitar a invasão de sua
privacidade. Basta apenas um delete. 06) E 07) A 08) C 09) C 10) C
c) Aquele que acredita ser vulnerável não tem conciência 11) A 12) C 13) A 14) E 15) D
dos grandes riscos que corre. 16) A 17) A 18) E 19) A 20) D
d) A falta de malícia de alguns usuários os induz a correr
21) E 22) E
risco desnescessário.

18) 2015/EsPCEx - Assinale a alternativa em que a grafia de Obs.: Algumas questões estão comentadas.
01) A.
todas as palavras está correta.
A sílaba tônica é ÍN-, ínterim.
a) Mulçumano é todo indivíduo que adere ao islamismo.
b) Gostaria de saber como se entitula esse poema em 2) D.
francês. Enquanto = 8 letras e 6 fonemas; queimar = 7 letras e 6
c) Esses irmãos vivem se degladiando, mas no fundo se fonemas; folhas = 6 letras e 5 fonemas; hábil = 5 letras e
amam. 4 fonemas; grossa = 6 letras e 5 fonemas.
d) Não entendi o porquê da inclusão desses asterísticos.
3) B.
e) Essa prova não será empecilho para mim.
Anjinho = 5 fonemas; carrocinhas = 9 fonemas; nossa = 4
fonemas; recolhendo = 8 fonemas.
19) 2014/PM - Assinale a alternativa que contém a palavra
acentuada corretamente, segundo o Novo Acordo Or- 4) D.
tográfico: A separação correta é psi-co-lo-gi-a.
a) Pôde. 05) E.
b) Veemencia. DAQUI = 4 fonemas; todas as outras têm cinco fonemas
c) Pêra. cada uma.
d) Agata.
06) E.
Corrigindo as erradas: a) ad-je-ti-va-ção, boi-a-dei-ro; b)
20) 2017/IF-PA - No trecho: “Os resultados comprovaram que
in-ter-vei-o, c) intui-to; d) bi-sa-vó.
as mulheres de meia-idade têm uma memória mais preci-
sa...”, o termo em destaque está acentuado pelo mesmo 07) A.
motivo do uso do acento na palavra destacada em: psi-cos-so-ci-al, tra-í-do.
a) As mulheres mantém mais tranquilidade.
08) A.
b) O cérebro contêm massa branca.
Pa-pa-gai-o apresenta um ditongo (gai).
c) Os homens detém o poder.
d) Os homens mantêm a concentração. 09) C.
e) Eles retém mais hormônio Veja a sílaba tônica de cada uma delas: zom-ba-RI-a,
de-va-ga-RI-nho, com-pa-NHI-a. São todas paroxítonas.
21) 2017/CRQ - A palavra “gás” aparece corretamente acen-
10) C.
tuada. Dentre as palavras abaixo, aquela cuja regra de Corrigindo as erradas: a) tran-sa-tlân-tico; b) bi-sa-vô; d)
acentuação mais se aproxima daquela que justifica o su-bes-cre-ver; e) ci-san-di-no.
acento em “gás” é:
a) ácido. 11) A.
b) âmbito. Mister é oxítona; decano, avaro e circuito são paroxítonas.
c) estágio. 12) C.
d) público. Apenas du-e-lo está com a separação correta. Corrigindo
e) crê. as outras: tungstê-nio; bi-sa-vô.

22) 2017/IF-PA -Assinale a única alternativa que mostra uma


frase escrita inteiramente de acordo com as regras de
acentuação gráfica vigentes.
a) Arrastava-me como um dromedário naquela tarde insi-
pida de verão escaldante.

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LÍNGUA PORTUGUESA
PARTE II – MORFOLOGIA 2) Sufixal (ou sufixação)
Pela colocação de sufixos: boiada, canalizar, felizmente,
1. CONCEITO artista.
A Morfologia (morfe= forma, logia= estudo) é o ramo da
linguística que estuda as formas das palavras em diferentes 3) Prefixal-sufixal (ou prefixação-sufixação)
usos e construções. Pela colocação de prefixo e sufixo numa só palavra: des-
Divide-se em: lealdade, infelizmente, desligado.
1) Estrutura e formação de palavras.
4) Parassintética (ou parassíntese)
2) Classes de Palavras.
Pela colocação simultânea de prefixo e sufixo numa mesma
2. ESTRUTURA E FORMAÇÃO DE PALAVRAS. palavra: entardecer, entristecer, desalmado, emudecer.
Os elementos que formam as palavras damos o nome de
5) Regressiva
morfemas ou elementos mórficos. São eles:
Pela redução de uma palavra primitiva: sarampo (de sa-
Tomemos como exemplo a palavra ALUNAS. Ela é constituí-
rampão), pesca (de pescar), barraco (de barracão), boteco (de
da de três morfemas: alun = morfema que é base do significado.
botequim).
a= morfema que indica o gênero feminino;
s = morfema que indica o número plural; Obs.: Quando a palavra original a ser reduzida é um verbo,
Assim, de acordo com a função na palavra, os morfemas recebe o nome de derivação regressiva deverbal: pesca (de
são classificados em: pescar).
I. Radical (ou morfema lexical)
É o elemento que contém a significação básica da palavra: 6) Imprópria
livro, livraria, livreira. Pela mudança de classe gramatical da palavra: o jantar
II. Desinência (ou morfema flexional) (substantivo formado pelo uso do verbo jantar), o belo (subs-
São elementos terminais do vocábulo. Servem para marcar: tantivo formado pelo uso do adjetivo belo).
a) gênero e número nos nomes (desinências nominais); Já na composição, o processo se dá por duas maneiras.
b) pessoa/número e tempo/modo nos verbos (desinências 1) justaposição, ocorre a junção de dois ou mais radicais,
verbais):
sem que haja alteração desses elementos formadores. Na
▪ meninas = menin (radical) + a (desinência nominal de
aglutinação, ocorre a fusão de dois ou mais radicais, havendo
gênero feminino) + s (desinência nominal de número plural);
alteração de um desses elementos formadores. Assim:
▪ amávamos = amá (radical) + va (desinência verbal modo-
-temporal) + mos (desinência verbal número-pessoal) Composição
Justaposição Aglutinação
III. Vogal temática
É o elemento que, nos verbos, serve para indicar a conju- amor-perfeito aguardente (água + ardente)
gação. São três: beija-flor planalto (plano + alto)
a - para verbos de 1ª conjugação: fal + A = r guarda-chuva vinagre (vinho + acre)
e - para verbos de 2ª conjugação: varr + E + r
malmequer fidalgo (filho + de + algo)
i - para verbos de 3ª conjugação: part + I + r
passatempo ¤
IV. Tema
pontapé ¤
É o radical acrescido da vogal temática.
▪ bebemos = beb (radical) + e (vogal temática) + mos (de- Hibridismo: forma palavras pela união de elementos de
sinência verbal número/pessoal) bebe = tema línguas diferentes:
V. Afixos ▪ automóvel (auto - grego + móvel - latim); abreugrafia
Elementos de significação secundária que aparecem agre- (abreu - português + grafia - grego); monocultura (mono - grego
gados ao radical. + cultura - latim), burocracia (bureau - francês + cracia - grego).
Podem ser:
Onomatopeia: forma palavras pela reprodução aproximada
▪ Prefixo - morfemas que se antepõem ao radical: reluz,
de sons ou ruídos e vozes de animais: tique-taque; pingue-
expor.
-pongue; miar; zunir; mugir;
▪ Sufixo - morfemas que se pospõem ao radical: moralista,
lealdade. Abreviação: forma palavras pela redução de um vocábulo
VI. Vogal e consoante de ligação até o limite que não cause dano à sua compreensão: moto (por
São elementos que, desprovidos de significação, são usa- motocicleta); pneu (por pneumático); foto (por fotografia), pornô
dos entre um morfema e outro para facilitar a pronúncia. (por pornografia), quilo (por quilograma).
▪ gasômetro = gás + metro - o é vogal de ligação;
Já a Sigla é a redução das locuções substantivas às letras
▪ chaleira = chá + eira - l é consoante de ligação;
ou sílabas iniciais:
Como são formadas as palavras? IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística;
Por dois processos: Derivação e composição. MASP - Museu de Arte de São Paulo;
A Derivação se dá por acréscimos de afixos: Sudene - Superintendência para o Desenvolvimento do
1) Prefixal (ou prefixação) Nordeste.
Pela colocação de prefixos: reler, infeliz, ultravioleta,
super-homem. Nota: lista de alguns radicais e prefixos gregos e latinos.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Radicais gregos: Exemplo: Todos os antigos empregados da empresa...
AEROS (ar): aeronáutica Repare que, no exemplo anterior, o substantivo “empre-
ACROS (alto): acrofobia gados” está no plural. Com ele estão concordando (mascu-
AGOGOS (conduzir): demagogo lino plural) as palavras: “todos”, “os” e “antigos”. Se o nome
ALGIA (dor): nevralgia “empregados” estivesse no singular, todos os outros termos
ANTROPOS (homem): antropologia teriam de ficar no singular. A esse fenômeno é que se nomeia
Radicais latinos: concordância nominal, pois todas as palavras acompanham
AGRI (campo): agrícola o nome (substantivo).
ARBORI (árvore): arborizar Em um grupo verbal, o núcleo é um verbo. As palavras
AVI (ave): avícola e expressões de natureza adverbial são modificadores dos
BIS (duas vezes): bisavô verbos.
CAPITI (cabeça): decapitar Não se pode afirmar que as palavras e expressões de
natureza adverbial são determinantes de verbos, uma vez que
Prefixos gregos: são invariáveis.
A/AN (negação): anônimo ... viajarão amanhã bem cedo.
ANA (inversão): anagrama
As palavras de natureza adverbial também são modi-
ANFI (duplo): anfíbio
ficadores de adjetivos e de orações e períodos, e as que
ANTI (contrário): antiaéreo
expressam intensidade também modificam outros advérbios.
DIS (dificuldade): disenteria
RELAÇÃO ENTRE AS CLASSES DE PALAVRAS
Prefixos latinos:
O substantivo e seus determinantes
ABS/AB (afastamento): abjurar
AD (aproximação): adjunto Determinado Determinantes
AMBI (duplicidade): ambidestro Substantivo (pronome Artigo
ANTE (anterior): antedatar substantivo / numeral Adjetivo
CIRCUM (movimento em torno): circunferência substantivo) ◄ Locução adjetiva
Pronome adjetivo
3. CLASSES DE PALAVRAS
Numeral adjetivo
As palavras da língua portuguesa distribuem-se em dez
classes gramaticais. O verbo e seus modificadores
Considerando, sobretudo, o critério sintático, podemos
fazer, a seguir, o estudo dessas classes gramaticais Determinado Determinantes
Verbo ◄ Advérbio
Substantivo
Locução adverbial
¤ Artigo
¤ Adjetivo O advérbio e seu modificador
¤
Variáveis Numeral Determinado Determinantes
¤ Pronome Advérbio (possui função de
¤ Verbo modificador do verbo, além Advérbio de
de modificar adjetivos e intensidade
Advérbio outros advérbios)
Invariáveis Preposição ◄
Classes relacionais
Conjunção
O advérbio e seu modificador
Interjeição Classe independente
Determinado Determinantes
DETERMINANTES E DETERMINADOS - GRUPOS NO- Adjetivo (possui função de
MINAL E VERBAL determinante do substanti-
O contexto em que a palavra é empregada é fundamental vo, mas pode vir modificado Advérbio de
para a identificação de sua classe gramatical. Desse modo, por um advérbio de intensi- intensidade
perceber a relação que as palavras mantêm entre si, dentro da dade) ◄
frase, é o caminho mais curto para a correta análise gramatical.
A frase se organiza em pequenos grupos.
Dependendo de qual termo uma palavra modifique, ela
Em cada grupo, existe sempre uma palavra mais importante,
que é o núcleo do grupo. O núcleo é o termo determinado, poderá assumir valores diferentes: substantivo, adjetivo ou
elemento modificado por outras palavras. As palavras que adverbial.
acompanham o núcleo são chamadas de determinantes e Valor Substantivo
modificam-no, acrescentando-lhe informações, especificando Possui valor substantivo qualquer termo que ocupe o lugar
seu sentido. do substantivo (nome) ou que venha determinado por um artigo
Em um grupo nominal, o núcleo é um termo de natureza (pronome ou numeral de valor adjetivo). Tal qual o substantivo,
substantiva (substantivos, pronomes substantivos, numerais a palavra que assume o seu valor varia livremente. Veja os
substantivos e termos substantivados). O núcleo exige a concor- exemplos seguintes:
dância de seus determinantes que, por sua vez, têm natureza Ela decidiu sair cedo.
adjetiva (artigo, adjetivo, locução adjetiva, pronome adjetivo, (pronome substantivo)
numeral adjetivo).

12
LÍNGUA PORTUGUESA
As cinco esperavam o resultado do exame. Plural dos substantivos compostos
(numeral substantivo)
Regra Geral
Seu olhar melhora o meu.
(substantivo) Variam Não variam
Substantivo Prefixo
Valor Adjetivo
Adjetivo Advérbio
Qualquer palavra que modifique (determine) um substantivo Numeral verbo
ou termo equivalente (de valor substantivo) terá valor adjetivo e
I. Flexionam-se os dois elementos quando o substantivo
concordará com o substantivo.
é formado por:
- Minha prima mora em Salvador.
• substantivo + substantivo:
(pronome adjetivo)
cirurgião-dentista → cirurgiões-dentistas
- As cinco ondas atingiram o litoral brasileiro.
• substantivo + adjetivo:
(numeral adjetivo)
amor-perfeito → amores-perfeitos
- Triste sina era a de Juvenal. • adjetivo + substantivo:
(adjetivo) livre-pensador → livres-pensadores
Cumpre observar que, quando o advérbio modificar o subs- • numeral + substantivo:
tantivo, ele se transformará num pronome indefinido e terá, por meio-termo → meios-termos
isso mesmo, valor adjetivo. • substantivo + pronome:
Muitas pessoas saíram cedo. padre-nosso → padres-nossos
(pronome indefinido: valor adjetivo) II. Flexiona-se apenas o segundo elemento quando o subs-
Todas as garotas ficaram com medo. tantivo é formado por:
(pronome indefinido: valor adjetivo) • verbo + substantivo:
Poucos alunos assistem ao último horário. o guarda-chuva → os guarda-chuvas
(pronome indefinido: valor adjetivo) • advérbio + adjetivo:
Nota: o alto-falante → os alto-falantes
Com exceção dos advérbios: menos, alerta, abaixo, • adjetivo + adjetivo:
pseudo, salvo e tirante. o latino-americano → os latino-americanos
• palavra invariável + substantivo:
Valor Adverbial o vice-presidente → os vice-presidentes
Já vimos que o advérbio é invariável e que modifica o
adjetivo, o próprio advérbio, o verbo e, em alguns casos, o III. Flexiona-se somente o primeiro elemento quando o
substantivo. Confira os exemplos: substantivo é formado por:
Joana ficou muito perturbada. • substantivo + de + substantivo:
(modifica um adjetivo: invariável) pé de moleque → pés de moleque
Maria estava todo triste. • substantivo + substantivo, e o segundo elemento
(modifica um adjetivo: invariável) determina o primeiro elemento:
Fernanda ficou meio cansada. caneta-tinteiro → canetas-tinteiro
(modifica um adjetivo: invariável) Quando o composto for uma onomatopeia, só varia o se-
Eles cantavam mal. gundo elemento: tico-ticos, pingue-pongues, reco-recos, au-aus.
(modifica um verbo: invariável) Quando o composto for formado por verbos repetidos,
Descansaram bastante. variam os dois elementos (piscas-piscas) ou apenas o segundo
(modifica um verbo: invariável) (pisca-piscas).
Elas gritavam muito.
(modifica um verbo: invariável) Compostos formados pela palavra “Guarda”
Eles cantavam muito mal. • Quando a palavra “guarda” for um substantivo, o composto
(modifica um advérbio: invariável) varia livremente: guardas-noturnos.
Descansaram bastante pouco. • Quando a palavra “guarda” for um verbo, ela não sofrerá
(modifica um advérbio: invariável) variação, como se pode ver em: guarda-comidas.
Elas gritavam muito alto. • A exceção é o vocábulo “guarda-marinha”, que admite dois
(modifica um advérbio: invariável) plurais: guardas-marinhas ou guardas-marinha.

CLASSES DO NOME ADJETIVO


SUBSTANTIVO Critério Definição Exemplos
Critério Definição Exemplos Indica característica Cavalos fogosos.
Semântico
Dá nome aos seres loja, amor, aflição, bruxa dos seres. Conforto espiritual.
Semântico
em geral. Lindo / linda
Varia em gênero, Menino / menina Varia em gênero, Lindos / lindas
Morfológico
Morfológico número e grau. Meninos / meninas número e grau. Lindíssimo
Menininho / menininha Bom / melhor
É o núcleo de um Preciso de sua ajuda. É uma palavra deter- Lindo dia.
Sintático grupo nominal Vamos tomar café Sintático minante do núcleo de Sua voz é linda.
quente. um grupo nominal.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Plural dos adjetivos compostos NUMERAL
Regra Geral. Critério Definição Exemplos
Varia o segundo elemento, concordando com o substantivo.
Indica: Dois alunos,
Exemplos:emissoras todo-poderosas, bolsas azul-escuras. o número; o dobro dos
I. Varia somente o segundo elemento nos adjetivos com- Semântico a ordem; alunos, segundo
postos, quando os dois são adjetivos. amultiplica-ção ou a divi- aluno, um terço
são dos seres vivos. da classe.
encontros latino-americanos
cortinas branco-acinzentadas Dois / duas
sapatos verde-escuros Morfológico Varia em gênero e número. Terceiro / tercei-
olhos azul-claros ros
torcidas rubro-negras Os numerais adjetivos são
determinantes do núcleo Dez alunos
II. Quando o nome de cor é originário de um substantivo, do grupo nominal. faltaram.
fica invariável, quer se trate de palavra simples ou composta. Sintático
Os numerais substantivos Os dez faltaram.
tons pastel são núcleos do grupo
vestidos vinho nominal.
sapatos areia
PRONOME
colchas rosa
blusas verde-musgo Critério Definição Exemplos
tintas vermelho-rubi Refere-se aos seres, Ele saiu ontem.
camisas amarelo-âmbar Semântico indicando-os como pes- Você saiu ontem?
olhos cor de mel soas do discurso. Eu saí ontem.
Ele / ela
Exceções: Pode variar em gênero,
Morfológico Você / vocês
São invariáveis: bege, azul-marinho, azul-celeste e furta-cor. número e pessoa.
Eu / tu
Variam os dois elementos do adjetivo: surdo-mudo.
Os pronomes adjetivos
Substantivos empregados com valor adjetivo são invariá- são palavras determi-
veis: homens monstro, gravatas cinza, blusas laranja. nantes do núcleo do
Este dia é especial.
Sintático grupo nominal.
ARTIGO Tudo foi especial.
Os pronomes substan-
Critério Definição Exemplos tivos são núcleos do
grupo nominal.
Determina ou indetermina O aluno saiu.
Semântico
os seres. Um aluno saiu. CLASSES DO VERBO
Morfológico Varia em gênero e número. o / a, os /as VERBO
É uma palavra determinan- Ele encontrou Critério Definição Exemplos
Sintático te do núcleo de um grupo as irmãs.
Ele saiu.
nominal.
Ela era inteligente.
Indica ação, processo,
Os artigos são palavras que se relacionam exclusivamente Choveu bastante
Semântico intenção, estado ou
com o substantivo, com a função de especificá-lo ou generalizá- ontem.
fenômeno da natureza.
-lo. Daí a existência de dois tipos de artigos: os definidos e os Queremos voltar
cedo.
indefinidos.
Observando-se o enunciado: “Os países descobrem na falo / fala
ajuda às vítimas do tsunami uma causa planetária comum”, Varia em pessoa, nú- falo / falamos
Morfológico
percebe-se o mesmo na relação entre “os” e “países”:a notícia mero, tempo e modo. falei / falo / falarei
falei / falasse
não tratará de países em sentido amplo e geral. Ao ler a repor-
tagem, o leitor será com certeza informado sobre que países É o núcleo dogrupo Ela voltou.
são esses a que a manchete se refere. Sintático verbal nospredicados Ela voltou cansada.
verbale verbo-nominal.
Algo diferente ocorre com a relação entre as palavras “uma”
e “causa”. O artigo “uma” é indefinido. Por trás dessa escolha,
existe uma intenção do locutor: ele pretende não particularizar ADVÉRBIO
a causa, mas generalizá-la, incluindo-a entre um conjunto de Critério Definição Exemplos
outras causas. Informa uma circunstân- Chegamos ontem.
A distinção entre o, a, os, as (definidos) e um e uma Semântico cia (tempo, modo, lugar, Chegamos aqui
(indefinidos) evidencia que, sob o ponto de vista da flexão, os causa, etc.)
artigos aceitam as variações de gênero e número. Quanto à Não varia.
aqui, lá, ali, cedo,
função, exercem sempre papel de adjunto adnominal, já que só Morfológico Obs.: Alguns variam
cedinho.
determinam, como vimos, os substantivos. Quando diante de um somente em grau.
substantivo comum de dois gêneros, é também do artigo a res- É uma palavra modifi- Dormia
ponsabilidade de indicar se a palavra é masculina ou feminina. Sintático
cadora do grupo verbal. tranquilamente
É o que ocorre, por exemplo, com “o estudante” e “a estudante”.

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LÍNGUA PORTUGUESA
CLASSES RELACIONAIS Locução prepositiva Locução adverbial
As palavras, dentro de um grupo nominal ou verbal, po-
Termina sempre por
dem se relacionar. Para estabelecer um relacionamento entre Não termina por preposição–
preposição, sendo de amais
palavras ou orações, há duas classes de palavras: preposição “De longe em longe,
comum.
e conjunção. sinto-me fatigado.”
– Não quero você perto de
– Às vezes, sinto-me
Critério Definição Exemplos nós.
cansada.
Não varia. aqui, lá, ali, cedo, – Agiu de acordo com seus
– Ele estava perto de nós.
Morfológico Obs.: Alguns variam cedinho. princípios.
somente em grau. Tipos de relação
É uma palavra modifi- Dormia A relação que as preposições estabelecem entre dois ter-
Sintático
cadora do grupo verbal. tranquilamente mos é chamada de regência.
A) Ausência, falta: Uma vida sem alegrias é mais difícil.
Preposição é a palavra invariável que relaciona dois termos; B) Assunto: Mostram-se indecisos acerca do propósito
nessa relação, um termo completa ou explica o sentido do outro. da reunião.
As preposições são uma espécie de conectivo. Sua função, C) Causa ou motivo: O velho morreu de fome.
portanto, é estabelecer a ligação entre palavras e termos (cada D) Companhia: Sempre estudava com eles.
qual com sua função sintática específica),relacionando-os sin- E) Concessão: Com apenas dois anos, já sabia ler.
tática e semanticamente. F) Conformidade: Era capaz de viver conforme seus
Consideremos os dois enunciados seguintes: objetivos.
A) A ajuda de um país é essencial para a nova geopolítica G) Direção: Dirigiu-se para o centro da cidade.
mundial. H) Especialidade: É perito em casos de homicídio.
I) Estado ou qualidade: Prédio em decadência.
B) A ajuda a um país é essencial para a nova geopolítica-
J) Finalidade: Parou para descansar.
mundial.
K) Instrumento: Prenderam-no com algemas.
Tanto em “A” quanto em “B”, a ligação do termo “ajuda”
L) Lugar: Passei a viver em Curitiba.
(núcleo do sujeito) ao termo “país” (núcleo do adjunto adnominal
M) Matéria: Bebi suco de laranja.
e do complemento nominal, respectivamente) faz estabelecer N) Meio: Assistiu ao comício pela televisão.
entre eles uma relação de dependência, primeiramente sintática. O) Oposição: Gostaria de levantar um protesto contra a
Afinal, o leitor é conhecedor intuitivo do idioma e saberá que poluição do ar.
“de um país” e “a um país”são estruturas que só podem estar P) Origem: O poder emana do povo.
relacionadas ao termo “ajuda”. Qualquer alteração nesse rela- Q) Posse: Os livros do professor estão sobre a mesa.
cionamento trará como consequência imediata a dissolução do R) Tempo: Nasci em 1960.
enunciado tal como o apresentamos e a criação de outro. Mas
a dependência é também semântica. Para provar isso, basta CONJUNÇÃO
que percebamos a diferença de sentido provocada pela troca Critério Definição Exemplos
efetuada entre “de” e “a”. Enquanto em “A”, o país é o agente e, mas, portanto,
da ação de ajudar, em “B” ele é alvo da ação feita por outrem. Morfológico Não varia. porque, quando,
O mesmo se pode dizer para o relacionamento entre “essencial” embora, se, que,etc.
e “nova geopolítica mundial”: só será possível alcançar o ob- Liga palavras ou ora-
jetivo de se construir uma nova ordem mundial caso os países Lúcia e Paulo
ções, coordenando ou
saíram.
se conscientizem de que é preciso concentrar esforços para a subordinando uma à
Sintático Eu disse que eles
adoção de políticas mais eficientes de ajuda humanitária. Pala- outra.
saíram.
vras como “a”, “de”, “para” são usadas nos atos comunicativos Não exerce função
para cumprir esse papel. São as preposições. sintática.

Preposições essenciais: a, ante, após, até, com, contra, de, O bom relacionamento entre as orações de um texto garante
desde, em, entre, para, perante, sem, sob, sobre, trás. Preposi- a perfeita estruturação de suas frases e parágrafos.
Interagindo com palavras de outras classes gramaticais
ções acidentais: são palavras que, embora pertençam a outras
essenciais ao inter-relacionamento das partes de frases e textos,
classes gramaticais, podem exercer o papel de preposição:
as conjunções fazem parte daquilo que se pode chamar “arqui-
como, conforme, consoante, durante, exceto, salvo, segundo. tetura textual”: um conjunto de relações que garantem a coesão
Quando as preposições se ligam a artigo, pronome ou advérbio, do enunciado. O sucesso desse conjunto de relações depende
sem perda de elementos fonéticos, temos o que se chama de muitas vezes do valor relacional das conjunções.
combinação. É o caso de a + o (ao), a + onde (aonde), de + Nos textos dissertativos, elas evidenciam, muitas vezes, a
esse (desse), etc. Se essa ligação produz perda fonética, temos linha expositiva ou argumentativa adotada - é o caso, por exem-
a contração. É o caso de em + o (no), de + aí (daí), por + as plo, das exposições e argumentações construídas por meio de
(pelas), em + aquelas (naquelas), a + as (às), etc. Se duas ou contrastes e oposições que conduzem ao uso de adversativas
mais palavras se unem com o valor de preposição, temos as e concessivas.
chamadas locuções prepositivas: abaixo de, a respeito de, em As conjunções são classificadas em coordenativas ou su-
bordinativas, de acordo com a relação que estabelecem entre
cima de, junto a, por cima de, acerca de, de acordo com, em
as frases que relacionam. Entretanto, não se deve memorizar tal
frente a, junto de, por trás de, acima de, dentro de, em redor de,
classificação, mas descobri-la a partir das relações semânticas
perto de, ao lado de, graças a, por causa de. de enunciados reais, ou seja, a partir do efetivo emprego dessas
palavras em frases da língua.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Nos textos narrativos, as conjunções estão muitas vezes Causa x explicação
ligadas à expressão de circunstâncias fundamentais à conclu-
Conjunções explicativas Conjunções causais
são da história, como noções de tempo, finalidade, causa e
consequência. Que, pois, porque que, pois, porque, uma vez
que, já que, com o (= já que),
Quadro de conjunções coordenativas
visto que
Tipo Ideia Exemplos
Aparecem após orações Aparecem em orações que
e, nem,(não só) mas como verbo no modo impe- indicam fato anterior a outro.
adição,acréscimo, também, como, como rativo.
Aditiva
sucessividade também, (tanto) como, – Os olhos da menina estão
quanto – Não grite, pois estou
vermelhos / porque ela cho-
escutando bem.
oposição, contraste, rou.
mas, porém, contudo, Aparecem em orações que
ressalva, indicam fato posterior a
Adversativa todavia, entretanto, no
adversidade, outro.
entanto, não obstante
advertência
– A menina chorou / porque
ou, ou... ou, ora... ora,
Exprime alternância, seus olhos estão verme-
já... já, umas vezes,
Alternativa ligando pensamentos lhos. ▼
outras vezes, talvez...
que se excluem ▼ fato anterior
talvez
fato posterior
logo, portanto, por
isso, então, assim, Nota: POIS: conclusivo.
Conclusiva conclusiva
por conseguinte, pois Deve ser colocado após o verbo da oração em que aparece.
(depois do verbo) Ganhou muito dinheiro; comprou, pois, a casa.
Explicativa Explicação Porque, pois, que CLASSE INDEPENDENTE

INTERJEIÇÃO
Quadro de conjunções coordenativas
Critério Definição Exemplos
Tipo Ideia Exemplos
Semântico Exprime emoções. Ai!. Oba!. Oh!
que (para afirmação certa)
Integrante integração Morfológico Não varia.
se (para afirmação incerta)
porque, que, porquanto, Sintático Não exerce função sintática. Oh! Ele chegou!
pois, visto que, já que, uma
Causal causa, motivo vez que, como (no início PALAVRAS E LOCUÇÕES DENOTATIVAS
da oração = já que), se (= De acordo com a Nomenclatura Gramatical Brasileira, se-
já que) rão classificadas à parte certas palavras e locuções – outrora
consideradas advérbios – que não se enquadram em nenhuma
que, do que, qual, como,
Comparativa comparação das dez classes conhecidas. Tais palavras elocuções, chamadas
quanto
“denotativas”, exprimem:
embora, ainda que, mesmo
que, se bem que, posto Palavras /
Concessiva concessão Ideia Exemplos
que, conquanto, apesar de locuções
que, por ... que • Felizmente não me
felizmente,
se, caso, contanto que, sal- machuquei.
Afetividade infelizmente,
condição, vo se, exceto se, desde que Ainda bem que o orador foi
Condicional ainda bem
hipótese com verbo no subjuntivo), a breve!
menos que, a não ser que Designação ou
eis Eis o anel que perdi. Ei-lo!
acordo, conforme, consoante, segun- indicação
Conformativa concordância, do, como (=conforme),que exclusive,
Voltaram todos, menos (ou
conformidade (conforme) menos,
exceto, salvo, fora) André.
que (após tal, tanto, tão, ta- exceto,
consequência, • Não me descontou sequer
Consecutiva manho), sem que, de modo fora,
efeito Exclusão um real.
que, de forma que salvo,
• Ninguém, senão Deus,
tirante,
quando, logo que, depois poderia salvá-lo.
senão,
que, antes que, sempre
Temporal tempo sequer
que, desde que, até que,
enquanto, mal, apenas inclusive,
também,
para que, a fim de que, que mesmo, Eu também vou.
Final finalidade (=para que), de modo que, ainda, • Levou-me para sua casa
de forma que Inclusão até, e ainda me deu roupa e
Proporcionali- à proporção que, à medida ademais, dinheiro.
Proporcional além disso,
dade que, • Aqui falta tudo, até água.
de mais a
mais

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LÍNGUA PORTUGUESA
apenas, Usos dos Pronomes Pessoais
Só Deus é perfeito. Eu, tu / Mim, ti
somente,
Limitação • Apenas um aluno teve Eu e tu exercem a função sintática de sujeito. Mim e ti
só,
nota boa. exercem a função sintática de complemento verbal ou nominal,
unicamente
Eu cá me arranjo. agente da passiva ou adjunto adverbial e sempre são precedidos
cá, lá, só, de preposição.
• Você é que não se mexe!
é que, Exemplos:
• É isso mesmo!
Realce sobretudo,
• Veja só! • Trouxeram aquela encomenda para mim.
mesmo,
• Vá embora!• Eu sei lá o • Era para eu conversar com o diretor, mas não houve
embora
que ele pretende? condições.
Venha ao meio-dia, ou Agora, observe a oração: Sei que não será fácil para mim
melhor, venha já. conseguir o empréstimo. O pronome mim NÃO é sujeito do
aliás, • Aquele casal era japo- verbo conseguir, como à primeira vista possa parecer. Analisan-
ou melhor, nês, aliás, descendente de do mais detalhadamente, teremos o seguinte:
Retificação
isto é, japoneses.
O sujeito do verbo ser é a oração conseguir o empréstimo,
ou antes • Finda a saudação cortês, o
pois que não será fácil? Resposta: conseguir o empréstimo,
cavalo calou-se, isto é, reco-
lheu o movimento do rabo. portanto há uma oração subordinada substantiva subjetiva re-
duzida de infinitivo, que é a oração que funciona como sujeito,
isto é, Os elementos do mundo
tendo o verbo no infinitivo.
Explanação a saber, físico são quatro, a saber:
O verbo ser é verbo de ligação, portanto fácil é predicativo
por exemplo terra, fogo,água e ar.
do sujeito.
Afinal, quem tem razão? O adjetivo fácil exige um complemento, pois conseguir o
• Posso mostrar-lhes o sítio;
afinal, empréstimo não será fácil para quem? Resposta: para mim,
agora, vender eu não vendo.
agora, que funciona como complemento nominal. Ademais a ordem
Situação • Então, que achou do
então, direta da oração é esta:
filme?
mas Conseguir o empréstimo não será fácil para mim. Se,
• Mas você fez isso, meu
filho? si, consigo.
Se, si, consigo são pronomes reflexivos ou recíprocos,
PRONOMES
portanto só poderão ser usados na voz reflexiva ou na voz
Pronome é a palavra variável em gênero, número e pessoa
reflexiva recíproca.
que substitui ou acompanha o nome, indicando-o como pessoa
Exemplos:
do discurso. Quando o pronome substituir um substantivo,
• Quem não se cuida, acaba ficando doente.
será denominado pronome substantivo; quando acompa-
• Quem só pensa em si, acaba ficando sozinho.
nhar um substantivo, será denominado pronome adjetivo. Por
• Gilberto trouxe consigo os três irmãos.
exemplo, na frase Aqueles garotos estudam bastante; eles
serão aprovados com louvor. Aqueles é um pronome adjetivo, Com nós, com vós / Conosco, convosco
pois acompanha o substantivo garotos e eles é um pronome Usa-se com nós ou com vós, quando, à frente, surgir qual-
substantivo, pois substitui o mesmo substantivo. quer palavra que indique quem “somos nós” ou quem “sois vós”.
Exemplos:
PRONOMES PESSOAIS
• Ele conversou com nós todos a respeito de seus problemas.
Os pronomes pessoais são aqueles que indicam uma das
• Ele disse que sairia com nós dois.
três pessoas do discurso: a que fala, a com quem se fala e a
de quem se fala. Dele, do + subst. / De ele, de o + subst.
Quando os pronomes pessoais ele(s), ela(s), ou qualquer
Pronomes pessoais do caso reto: Pronomes pessoais do
substantivo, funcionarem como sujeito, não devem ser agluti-
caso reto são os que desempenham a função sintática de sujeito
nados com a preposição de.
da oração. São os pronomes eu, tu, ele, ela, nós, vós eles, elas.
Exemplos:
Pronomes pessoais do caso oblíquo: São os que desem- • É chegada a hora de ele assumir a responsabilidade.
penham a função sintática de complemento verbal (objeto direto • No momento de o orador discursar, faltou-lhe a palavra.
ou indireto), complemento nominal, agente da passiva, adjunto
Pronomes Oblíquos Átonos
adverbial, adjunto adnominal ou sujeito acusativo (sujeito de
Os pronomes oblíquos átonos são me, te, se, o, a, lhe,
oração reduzida).
nos, vos, os as, lhes. Eles podem exercer diversas funções
Os pronomes pessoais do caso oblíquo se subdividem em
sintáticas nas orações. São elas:
dois tipos: os átonos, que não são antecedidos por preposição,
e os tônicos, precedidos por preposição. A) Objeto Direto
Os pronomes que funcionam como objeto direto são me,
Pronomes oblíquos átonos: Os pronomes oblíquos átonos
te, se, o, a, nos, vos, os, as.
são os seguintes: me, te, se, o, a, lhe, nos, vos, os, as, lhes.
Exemplos:
Pronomes oblíquos tônicos: Os pronomes oblíquos tô- • Quando encontrar seu material, traga-o até mim.
nicos são os seguintes: mim, comigo, ti, contigo, ele, ela, si, • Respeite-me, garoto.
consigo, nós, conosco, vós, convosco, eles, elas. • Levar-te-ei a São Paulo amanhã.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Se o verbo for terminado em M, ÃO ou ÕE, os pronomes Exemplos:
o, a, os, as se transformarão em no, na, nos, nas. • Deixei-a entrar atrasada.
• Mandaram-me conversar com o diretor.
Exemplos:
• Quando encontrarem o material, tragam-no até mim. Pronomes Possessivos
• Os sapatos, põe-nos fora, para aliviar a dor. São aqueles que indicam posse, em relação às três pessoas
do discurso. São eles: meu(s), minha(s), teu(s), tua(s), seu(s),
02) Se o verbo terminar em R, S ou Z, essas terminações
sua(s), nosso(s), nossa(s), vosso(s), vossa(s).
serão retiradas, e os pronomes o, a, os, as mudarão para lo,
la, los, las. Empregos dos pronomes possessivos
01) O emprego dos possessivos de terceira pessoa seu,
Exemplos:
sua, seus, suas pode dar duplo sentido à frase (ambiguidade).
• Quando encontrarem as apostilas, deverão trazê-las até
Para evitar isso, coloca-se à frente do substantivo dele, dela,
mim.
deles, delas, ou troca-se o possessivo por esses elementos.
• As apostilas, tu perde-las toda semana.
• As garotas ingênuas, o conquistador sedu-las com faci- Exemplos:
lidade. • Joaquim contou-me que Sandra desaparecera com seus
documentos.
03) Independentemente da predicação verbal, se o verbo De quem eram os documentos? Não há como saber. Então
terminar em mos, seguido de nos ou de vos, retira-se a ter- a frase está ambígua. Para tirar a ambiguidade, coloca-se, após
minação -S. o substantivo, o elemento referente ao dono dos documentos:
Exemplos: se for Joaquim: Joaquim contou-me que Sandra desaparecera
• Encontramo-nos ontem à noite. com seus documentos dele; se for Sandra: Joaquim contou-me
• Recolhemo-nos cedo todos os dias. que Sandra desaparecera com seus documentos dela. Pode-
04) Se o verbo for transitivo indireto terminado em S, se- -se, ainda, eliminar o pronome possessivo: Joaquim contou-me
guido de lhe, lhes, não se retira a terminação S. que Sandra desaparecera com os documentos dele (ou dela).

Exemplos: 02) É facultativo o uso de artigo diante dos possessivos.


• Obedecemos-lhe cegamente. Exemplos:
• Tu obedeces-lhe? • Trate bem seus amigos. ou Trate bem os seus amigos.

B) Objeto Indireto 03) Não se devem usar pronomes possessivos diante de


Os pronomes que funcionam como objeto indireto são me, partes do próprio corpo.
te, se, lhe, nos, vos, lhes. Exemplos:
• Amanhã, irei cortar os cabelos.
Exemplos: • Vou lavar as mãos.
• Traga-me as apostilas, quando as encontrar. • Menino! Cuidado para não machucar os pés!
• Obedecemos-lhe cegamente.
04) Não se devem usar pronomes possessivos diante da
C) Adjunto adnominal palavra casa, quando for a residência da pessoa que estiver
Os pronomes que funcionam como adjunto adnominal são falando.
me, te, lhe, nos, vos, lhes, quando indicarem posse (algo de
alguém). Exemplos:
• Acabei de chegar de casa.
Exemplos: • Estou em casa, tranquilo.
• Quando Clodoaldo morreu, Soraia recebeu-lhe a herança.
(a herança dele) PRONOMES DEMONSTRATIVOS
• Roubaram-me os documentos. (os documentos de al- Pronomes demonstrativos são aqueles que situam os seres
guém - meus) no tempo e no espaço, em relação às pessoas do discurso. São
os seguintes:
D) Complemento nominal
Os pronomes que funcionam como complemento nominal 01) Este, esta, isto:
são me, te, lhe, nos, vos, lhes, quando complementarem o São usados para o que está próximo da pessoa que fala e
sentido de adjetivos, advérbios ou substantivos abstratos. (algo para o tempo presente.
a alguém, não provindo a preposição a de um verbo). Exemplos:
• Este chapéu que estou usando é de couro.
Exemplos: • Este ano está sendo cheio de surpresas.
• Tenha-me respeito. (respeito a alguém)
• É-me difícil suportar tanta dor. (difícil a alguém) 02) Esse, essa, isso:
São usados para o que está próximo da pessoa com quem
E) Sujeito acusativo se fala, para o tempo passado recente e para o futuro.
Os pronomes que funcionam como sujeito acusativo são Exemplos:
me, te, se, o, a, nos, vos, os, as, quando estiverem em um • Esse chapéu que você está usando é de couro?
período composto formado pelos verbos fazer, mandar, ver, • 2003. Esse ano será envolto em mistérios.
deixar, sentir ou ouvir, e um verbo no infinitivo ou no gerúndio. • Em novembro de 2001, inauguramos a loja. Até esse mês,
nada sabíamos sobre comércio.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Outros usos dos demonstrativos: Exemplos:
01) Em uma citação oral ou escrita, usa-se este, esta, isto • Todos os colegas o desprezam.
para o que ainda vai ser dito ou escrito, e esse, essa, isso para • Todas as meninas foram à festa.
o que já foi dito ou escrito. • Todos vocês merecem respeito.
Exemplos:
• Algum
• Esta é a verdade: existe a violência, porque a sociedade
O pronome indefinido algum tem sentido afirmativo, quando
a permitiu.
usado antes do substantivo; passa a ter sentido negativo, quando
• Existe a violência, porque a sociedade a permitiu. A ver-
estiver depois do substantivo.
dade é essa.
Exemplos:
02) Usa-se este, esta, isto em referência a um termo ime-
• Amigo algum o ajudou. (Nenhum amigo)
diatamente anterior.
• Algum amigo o ajudará. (Alguém)
Exemplos:
• Certo
• O fumo é prejudicial à saúde, e esta deve ser preservada.
A palavra certo será pronome indefinido, quando ante-
• Quando interpelei Roberval, este assustou-se inexplica-
ceder substantivo e será adjetivo, quando estiver posposto a
velmente.
substantivo.
03) Para estabelecer-se a distinção entre dois elementos
Exemplos:
anteriormente citados, usa-se este, esta, isto em relação ao que
• Certas pessoas não se preocupam com os demais.
foi mencionado por último e aquele, aquela, aquilo, em relação
• As pessoas certas sempre nos ajudam.
ao que foi nomeado em primeiro lugar.
• Qualquer
Exemplos:
O pronome indefinido qualquer não deve ser usado em
• Sabemos que a relação entre o Brasil e os Estados Unidos
sentido negativo. Em seu lugar, deve-se usar algum, posterior-
é de domínio destes sobre aquele.
mente ao substantivo, ou nenhum.
• Os filmes brasileiros não são tão respeitados quanto as
Exemplos:
novelas, mas eu prefiro aqueles a estas.
• Ele entrou na festa sem qualquer problema.
04) O, a, os, as são pronomes demonstrativos, quando Essa frase está inadequada gramaticalmente. O adequado
equivalem a isto, isso, aquilo ou aquele(s), aquela(s). seria
• Ele entrou na festa sem problema algum.
Exemplos:
• Ele entrou na festa sem nenhum problema.
• Não concordo com o que ele falou. (aquilo que ele falou)
• Tudo o que aconteceu foi um equívoco. (aquilo que PRONOMES INTERROGATIVOS
aconteceu) São os pronomes que, quem, qual e quanto usados em
frases interrogativas diretas ou indiretas.
PRONOMES INDEFINIDOS
Os pronomes indefinidos referem-se à terceira pessoa do Exemplos:
discurso de uma maneira vaga, imprecisa, genérica. • Que farei agora? - Interrogativa direta.
São eles: alguém, ninguém, tudo, nada, algo, cada, • Quanto te devo, meu amigo? - Interrogativa direta.
outrem, mais, menos, demais, algum, alguns, alguma, • Qual é o seu nome? - Interrogativa direta.
algumas, nenhum, nenhuns, nenhuma, nenhumas, todo, • Não sei quanto devo cobrar por esse trabalho. - Interro-
todos, toda, todas, muito, muitos, muita, muitas, bastante, gativa indireta.
bastantes, pouco, poucos, pouca, poucas, certo, certos,
Notas
certa, certas, tanto, tantos, tanta, tantas, quanto, quantos,
01) Na expressão interrogativa Que é de? subentende-se
quanta, quantas, um, uns, uma, umas, qualquer, quaisquer
a palavra feito: Que é do sorriso? (= Que é feito do sorriso? ),
além das locuções pronominais indefinidas cada um, cada
Que é dele? (= Que é feito dele?). Nunca se deve usar quédê,
qual, quem quer que, todo aquele que, tudo o mais...
quedê ou cadê, pois essas palavras oficialmente não existem,
Usos de alguns pronomes indefinidos apesar de, no Brasil, o uso de cadê ser cada dia mais constante.
• Todo 02) Não se deve usar a forma o que como pronome inter-
O pronome indefinido todo deve ser usado com artigo, rogativo; usa-se apenas que, a não ser que o pronome seja
se significar inteiro e o substantivo à sua frente o exigir; caso colocado depois do verbo.
signifique cada ou todos não terá artigo, mesmo que o subs-
Exemplos:
tantivo exija.
• Que você fará hoje à noite? e não O que você fará hoje
Exemplos: à noite?
• Todo dia telefono a ela. (Todos os dias) • Que queres de mim? e não O que queres de mim?
• Fiquei todo o dia em casa. (O dia inteiro) • Você fará o quê?
• Todo ele ficou machucado. (Ele inteiro, mas a palavra ele
PRONOMES RELATIVOS
não admite artigo)
São pronomes relativos aqueles que substituem um termo
• Todos, todas da oração anterior e estabelecem relação entre duas orações.
Os pronomes indefinidos todos e todas devem ser usados • Eu admiro o aluno O QUAL supera todos os obstáculos.
com artigo, se o substantivo à sua frente o exigir. • Foi ele QUE me disse a verdade.

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LÍNGUA PORTUGUESA
• A garota a QUEM conheci ontem está em minha sala. Ex. Ontem caminhei no Zerão.
• Eu conheço a cidade ONDE sua sobrinha mora. Estudei no Maxi no ano passado.
• Simpatizei com o rapaz CUJA namorada você conhece. Confiei em pseudo-amigos.

REGÊNCIA COM OS PRONOMES RELATIVOS B) Pretérito Imperfeito:


• Esta é a menina QUEM sou apaixonado. Indica fato que ocorria com frequência no passado, ou fato
• Comprei o livro QUE gosto. que não havia chegado ao final no momento em que estava
• Indico a ele o filme QUE assistimos ontem. sendo observado.
• Ele contou a versão A QUAL duvidei. Naquela época, todos os dias, eu caminhava no Zerão.
• Voltei àquele lugar ONDE minha mãe me levava quando Eu estudava no Maxi, quando conheci Magali.
criança. Eu confiava naqueles amigos.
• Apresentaram provas CUJA veracidade eu creio. C) Pretérito Mais-que-perfeito:
• Este é o pintor CUJO quadro me refiro. Indica fato ocorrido antes de outro no Pretérito Perfeito do
Orações Subordinadas Adjetivas Indicativo.
- Exercem a função de ADJUNTO ADNOMINAL de um • Ontem, quando você foi ao Zerão, eu já caminhara 6 Km.
termo da oração principal. • Eu já estudara no Maxi, quando conheci Magali.
- Sempre introduzidas por PRONOMES RELATIVOS. • Eu confiara naquele amigo que mentiu a mim.
• Eu estou vendo um filme QUE é muito interessante. 03) Futuro
- São classificadas em: RESTRITIVAS OU EXPLICATIVAS. Indica fatos que ocorrem depois do momento da fala.
• Os homens QUE TÊM SEU PREÇO são fáceis de cor- A) Futuro do Presente:
romper. Indica fato que, com certeza, ocorrerá.
• Amanhã caminharei no Zerão pela manhã.
• Os homens, QUE TÊM SEU PREÇO, são fáceis de cor-
• Estudarei no Maxi, no ano que vem.
romper.
• Eu confiarei mais uma vez naquele amigo que mentiu a
• O homem, QUE É MORTAL, desconhece o mistério da vida.
mim.
VERBO
B) Futuro do Pretérito:
Verbo é a palavra que indica ação, praticada ou sofrida pelo
Indica fato futuro, dependente de outro anterior a ele.
sujeito, fato, de que o sujeito participa ativamente, estado ou
• Eu caminharia todos os dias, se não trabalhasse tanto.
qualidade do sujeito, ou fenômeno da natureza.
• Estudaria no Maxi, se morasse em Londrina.
Estrutura e Flexão • Eu confiaria mais uma vez naquele amigo, se ele me
Conjugação verbal: prometesse não mais me trair.
Há três conjugações para os verbos da língua portuguesa:
Os modos subjuntivo e imperativo
1ª conjugação: verbos terminados em -ar.
Tempos verbais do Subjuntivo
2ª conjugação: verbos terminados em -er. 01) Presente
3ª conjugação: verbos terminados em -ir. Indica desejo atual, dúvida que ocorre no momento da fala.
Obs.: O verbo pôr e seus derivados pertencem à 2ª conju- • Espero que eu caminhe bastante no ano que vem.
gação, por se originarem do antigo verbo poer. • O meu desejo é que eu estude no Maxi ainda.
Pessoas verbais: • Duvido de que eu confie nele novamente.
1ª pes. do sing.: eu 1ª pes. do pl.: nós 02) Pretérito Imperfeito
2ª pes. do sing.: tu 2ª pes. do pl.: vós Indica condição, hipótese; normalmente é usado com o
3ª pes. do sing.: ele 3ª pes. do pl.: eles Futuro do Pretérito do Indicativo.
Modos verbais: • Eu caminharia todos os dias, se não trabalhasse tanto.
São três os modos verbais na língua portuguesa: Indicativo, • Estudaria no Maxi, se morasse em Londrina.
que expressa atitudes de certeza. • Eu confiaria mais uma vez naquele amigo, se ele me
Subjuntivo, que expressa atitudes de dúvida, hipótese, prometesse não mais me trair.
desejo, e Imperativo, que expressa atitude de ordem, pedido, 03) Futuro
conselho. Indica hipótese futura.
Quando eu começar a caminhar todos os dias, sentir-me-
O modo indicativo
-ei melhor.
Tempos verbais do Indicativo
Quando eu estudar no Maxi, aprenderei mais coisas.
01) Presente
Quando ele me prometer que não me trairá mais, voltarei
Indica fato que ocorre no dia a dia, corriqueiramente.
a confiar nele.
Ex. Todos os dias, caminho no Zerão.
Estudo no Maxi. O modo Imperativo
Confio em meus amigos. O modo Imperativo expressa ordem, pedido ou conselho
• Caminhe todos os dias, para a saúde melhorar.
02) Pretérito
• Estude no Maxi! Confie em mim!
Indica fatos que já ocorreram.
As formas nominais
A) Pretérito Perfeito: São três as chamadas formas nominais do verbo:
Indica fato que ocorreu no passado em determinado mo- 01) Infinitivo
mento, observado depois de concluído. São as formas terminadas em ar, er ou ir.

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LÍNGUA PORTUGUESA
02) Gerúndio 06) Futuro do Pretérito Composto do Indicativo
São as formas terminadas em ndo. É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver
no Futuro do Pretérito simples do Indicativo e o principal
03) Particípio
no particípio, tendo o mesmo valor que o Futuro do Pretérito
São as formas terminadas em ado ou ido.
simples do Indicativo.
Tempos Compostos Exemplos:
Os tempos verbais compostos são formados por locuções • Eu teria caminhado todos os dias desse ano, se não es-
verbais que têm como auxiliares os verbos ter e haver e como tivesse trabalhando tanto.
principal, qualquer verbo no particípio. São eles: • Eu teria estudado no Maxi, se não me tivesse mudado
de cidade.
01) Pretérito Perfeito Composto do Indicativo: É a forma-
• Eu teria confiado mais uma vez naquele amigo, se ele me
ção de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Presente
tivesse prometido não mais me trair.
do Indicativo e o principal no particípio, indicando fato que tem
ocorrido com frequência ultimamente. 07) Futuro Composto do Subjuntivo
• Eu tenho estudado demais ultimamente. É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver
• Todos nós nos temos esforçado, para a empresa crescer. no Futuro do Subjuntivo simples e o principal no particípio,
• Será que tu tens tentado melhorar? tendo o mesmo valor que o Futuro do Subjuntivo simples.
Exemplos:
02) Pretérito Perfeito Composto do Subjuntivo
Quando você tiver terminado sua série de exercícios,
É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver
eu caminharei 6 Km.
no Presente do Subjuntivo e o principal no particípio, indicando
Observe algumas frases:
desejo de que algo já tenha ocorrido.
• Quando você chegar à minha casa, telefonarei a Raul.
• Espero que você tenha estudado o suficiente, para con-
• Quando você chegar à minha casa, já terei telefonado
seguir a aprovação.
a Raul.
• O meu desejo é que todos nós nos tenhamos esforçado,
para a empresa crescer. Perceba que o significado é totalmente diferente em ambas
• Duvido de que tu tenhas tentado melhorar. as frases apresentadas. No primeiro caso, esperarei “você”
praticar a sua ação para, depois, praticar a minha; no segundo,
03) Pretérito Mais-que-perfeito Composto do Indicativo
primeiro praticarei a minha. Por isso o uso do advérbio “já”.
É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver
Agora observe estas:
no Pretérito Imperfeito do Indicativo e o principal no particí-
• Quando você tiver terminado o trabalho, telefonarei a Raul.
pio, tendo o mesmo valor que o Pretérito Mais-que-perfeito do
• Quando você tiver terminado o trabalho, já terei telefonado
Indicativo simples.
a Raul.
• Ontem, quando você foi ao Zerão, eu já tinha caminhado
6 Km. Perceba que novamente o significado é totalmente dife-
• Eu já tinha estudado no Maxi, quando conheci Magali. rente em ambas as frases apresentadas. No primeiro caso,
• Eu tinha confiado naquele amigo que mentiu a mim. esperarei “você” praticar a sua ação para, depois, praticar a
minha; no segundo, primeiro praticarei a minha. Por isso o uso
04) Pretérito Mais-que-perfeito Composto do Subjuntivo
do advérbio “já”.
É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver
no Pretérito Imperfeito do Subjuntivo e o principal no particípio, 08) Infinitivo Pessoal Composto
tendo o mesmo valor que o Pretérito Imperfeito do Subjuntivo É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver
simples. no Infinitivo Pessoal simples e o principal no particípio, indi-
Exemplos: cando ação passada em relação ao momento da fala.
• Eu teria caminhado todos os dias desse ano, se não es- Exemplos:
tivesse trabalhando tanto. • Para você ter comprado esse carro, necessitou de muito
• Eu teria estudado no Maxi, se não me tivesse mudado dinheiro.
de cidade.
CLASSIFICAÇÃO DOS VERBOS
• Eu teria confiado mais uma vez naquele amigo, se ele me
Os verbos classificam-se em:
tivesse prometido não mais me trair.
01) Verbos Regulares
Obs.: Perceba que todas as frases remetem a ação obriga-
Verbos regulares são aqueles que não sofrem alterações
toriamente para o passado. A frase Se eu estudasse, apren-
no radical.
deria é completamente diferente de Se eu tivesse estudado,
Ex. cantar, vender, partir.
teria aprendido.
02) Verbos Irregulares
05) Futuro do Presente Composto do Indicativo
Verbos irregulares são aqueles que sofrem pequenas
É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver
alterações no radical.
no Futuro do Presente simples do Indicativo e o principal
Ex. fazer = faço, fazes; fiz, fizeste
no particípio, tendo o mesmo valor que o Futuro do Presente
simples do Indicativo. 03) Verbos Anômalos
Exemplos: Verbos anômalos são aqueles que sofrem grandes altera-
• Quando você chegar ao Zerão, eu já terei caminhado 6 Km. ções no radical.
• Amanhã, quando o dia amanhecer, eu já terei partido. Ex. ser = sou, é, fui, era, serei.

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LÍNGUA PORTUGUESA
04) Verbos Defectivos ser = Eu sou / seja, sejas, seja, sejamos, sejais, sejam.
Verbos defectivos são aqueles que não possuem conju- haver = Eu hei / haja, hajas, haja, hajamos, hajais, hajam.
gação completa.
02) Imperativo Afirmativo
Ex. falir, reaver, precaver = não possuem as 1ª, 2ª e 3ª
O Imperativo Afirmativo provém tanto do Presente do
pes. do presente do indicativo e o presente do subjuntivo inteiro). Indicativo, quando do Presente do Subjuntivo. Tu e vós provêm
05) Verbos Abundantes do Presente do Indicativo, sem a desinência -s; você, nós e
Verbos abundantes são aqueles que apresentam duas vocês provêm do Presente do Subjuntivo. Por exemplo, veja a
formas de mesmo valor. Geralmente ocorrem no particípio, que conjugação do verbo cantar. Presente do indicativo: Eu canto,
chamaremos de particípio regular, terminado em -ado, -ido, tu cantas, ele canta, nós cantamos, vós cantais, eles cantam.
usado na voz ativa, com o auxiliar ter ou haver, e particípio Presente do Subjuntivo: Que eu cante, tu cantes, ele cante,
irregular, com outra terminação diferente, usado na voz passiva, nós cantemos, vós canteis, eles cantem.
com o auxiliar ser ou estar. Imperativo Afirmativo: Canta tu, cante você, cantemos
Exemplos de verbos abundantes nós, cantai vós, cantem vocês.
Infinitivo Particípio regular Particípio Irregular Exceção: Ser = sê tu, seja você, sejamos nós, sede
aceitar aceitado aceito vós, sejam vocês.

acender acendido aceso 03) Imperativo Negativo


O Imperativo Negativo provém do Presente do Subjuntivo.
contundir contundido contuso
Por exemplo, veja a conjugação do verbo cantar:
eleger elegido eleito Não cantes tu, não cante você, não cantemos nós, não
entregar entregado entregue canteis vós, não cantem vocês.
enxugar enxugado enxuto
Tempos derivados do Pretérito Perfeito do Indicativo
expulsar expulsado expulso O Pretérito Perfeito do Indicativo forma o Pretérito Mais-
imprimir imprimido impresso -que-perfeito do Indicativo, o Futuro do Subjuntivo e o Pretérito
limpar limpado limpo Imperfeito do Subjuntivo.
murchar murchado murcho 01)Pretérito Mais-que-perfeito do Indicativo O Pretérito
suspender suspendido suspenso Mais-que-perfeito do Indicativo é obtido pela eliminação da
tingir tingido tinto desinência -m da terceira pessoa do plural do pretérito perfeito
do indicativo (eles), acrescentando-se as mesmas desinências
Obs.: Os verbos abrir, cobrir, dizer, escrever, fazer, pôr, número-pessoais para os verbos regulares ( - / s / - / mos / is / m).
ver e vir só possuem o particípio irregular aberto, coberto, dito,
Na segunda pessoa do plural (vós), troca-se o -a por -e. Por
escrito, feito, posto, visto e vindo. Os particípios regulares
exemplo, veja a conjugação dos verbos cantar, vender e sorrir.
gastado, ganhado e pagado estão caindo ao desuso, sendo
Eles cantaram - m = eu cantara, tu cantaras, ele cantara,
substituídos pelos irregulares gasto, ganho e pago.
nós cantáramos, vós cantareis, eles cantaram.
Formação dos tempos simples Eles venderam - m = eu vendera, tu venderas, ele ven-
Tempos derivados do Presente do Indicativo dera, nós vendêramos, vós vendêreis, eles venderam.
Eles sorriram - m = eu sorrira, tu sorriras, ele sorrira,
O Presente do Indicativo forma o Presente do Subjuntivo
nós sorríramos, vós sorríreis, eles sorriram.
e o modo Imperativo.
02) Futuro do Subjuntivo
01) Presente do Subjuntivo
O Futuro do Subjuntivo é obtido pela eliminação da
O Presente do Subjuntivo é obtido pela eliminação da
desinência -am da terceira pessoa do plural do pretérito
desinência -o da primeira pessoa do singular do presente
perfeito do indicativo (eles), acrescentando-se as mesmas
do indicativo (eu). Aos verbos de 1ª conjugação, acrescenta-
desinências número-pessoais para os verbos regulares ( - / es
-se -e; aos de 2ª e 3ª, -a, acrescentando-se, ainda, as mesmas
/ - / mos / des / em).
desinências do Presente do Subjuntivo para os verbos regulares
(/ s / - / mos / is / m). Por exemplo, veja a conjugação dos verbos O Futuro do Subjuntivo sempre é iniciado pelas conjunções
cantar, vender e sorrir. quando ou se. Por exemplo, veja a conjugação dos verbos
Eu canto (- o + e) = que eu cante, tu cantes, ele cante, nós cantar, vender e sorrir.
cantemos, vós canteis, eles cantem Eu vendo (- o + a) = que Eles cantaram - am= quando eu cantar, tu cantares, ele
eu venda, tu vendas, ele venda, nós vendamos, vós vendais, cantar, nós cantarmos, vós cantardes, eles cantarem.
eles vendam Eu sorrio (-o + a) = que eu sorria, tu sorrias, ele Eles venderam - am= quando eu vender, tu venderes,
sorria, nós sorriamos, vós sorriais, eles sorriam. ele vender, nós vendermos, vós venderdes, eles venderem.
Exceções: Eles sorriram - am= quando eu sorrir, tu sorrires, ele
querer = Eu quero / queira, queiras, queira, queiramos, sorrir, nós sorrirmos, vós sorrirdes, eles sorrirem.
queirais, queiram.
03) Pretérito Imperfeito do Subjuntivo
ir = Eu vou / vá, vás, vá, vamos, vades, vão.
O Pretérito Imperfeito do Subjuntivo é obtido pela eli-
saber = Eu sei / saiba, saibas, saiba, saibamos, saibais,
minação da desinência -ram da terceira pessoa do plural
saibam.
do pretérito perfeito do indicativo (eles), acrescentando-se

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LÍNGUA PORTUGUESA
a desinência do Pretérito Imperfeito do Subjuntivo -sse e as vender = era para eu vender, tu venderes, ele vender, nós
mesmas desinências número-pessoais para os verbos regulares vendermos, vós venderdes, eles venderem.
( - / s / - / mos / is / m). sorrir = eu sorrir, tu sorrires, ele sorrir, nós sorrirmos, vós
O Pretérito Imperfeito do Subjuntivo sempre é iniciado pelas sorrirdes, eles sorrirem.
conjunções caso ou se. Por exemplo, veja a conjugação dos 04) Pretérito Imperfeito do Indicativo
verbos cantar, vender e sorrir. O Pretérito Imperfeito do Indicativo é obtido pela elimi-
Eles cantaram - ram + sse= se eu cantasse, tu cantas- nação da terminação verbal -ar, -er, -ir do Infinito Impessoal,
ses, ele cantasse, nós cantássemos, vós cantásseis, eles acrescentando-se a desinência -ava- para os verbos terminados
cantassem. em -ar e a desinência -iapara os verbos terminados em -er e
Eles venderam - ram + sse= se eu vendesse, se tu -ir e, depois, as mesmas desinências número-pessoais para os
vendesses, se ele vendesse, se nós vendêssemos, se vós verbos regulares ( - / s / - / mos / is / m). Na segunda pessoa do
vendêsseis, se eles vendessem. plural (vós), troca-se o -a por -e.cantar - ar + ava = eu cantava,
Eles sorriram - ram + sse= se eu sorrisse, se tu sorris- tu cantavas, ele cantava, nós cantávamos, vós cantáveis, eles
ses, se ele sorrisse, se nós sorrissemos, se vós sorrisseis, cantavam.
se eles sorrissem. vender - er + ia = eu vendia, tu vendias, ele vendia, nós
vendíamos, vós vendíeis, eles vendiam.
Tempos derivados do Infinitivo Impessoal
sorrir - ir + ia = eu sorria, tu sorrias, ele sorria, nós sorríamos,
O Infinitivo Impessoal forma o Futuro do Presente do Indi-
vós sorríeis, eles sorriam.
cativo, o Futuro do Pretérito do Indicativo e o Pretérito Imperfeito Os verbos que não seguem as regras acima são ter, pôr,
do Indicativo. vir e ser.
01) Futuro do Presente do Indicativo Ter = tinha, tinhas, tinha, tínhamos, tínheis, tinham.
O Futuro do Presente do Indicativo é obtido pelo acréscimo Pôr = punha, punhas, punha, púnhamos, púnheis, punham.
ao infinitivo das desinências -ei / ás / á /emos / eis / ão. Vir = vinha, vinhas, vinha, vínhamos, vínheis, vinham.
Por exemplo, veja a conjugação dos verbos cantar, vender Ser = era, eras, era, éramos, éreis, eram.
e sorrir. 4. EXERCÍCIOS
cantar = eu cantarei, tu cantarás, ele cantará, nós cantare-
mos, vós cantareis, eles cantarão. MORFOLOGIA
vender = eu venderei, tu venderás, ele venderá, nós ven- ESTRUTURA E FORMAÇÃO DE PALAVRAS
deremos, vós vendereis, eles venderão. 01) UFU - A palavra ensolarada tem o mesmo processo de
sorrir = eu sorrirei, tu sorrirás, ele sorrirá, nós sorriremos, formação da palavra:
vós sorrireis, eles sorrirão. a) desalmada.
02) Futuro do Pretérito do Indicativo b) inspirada. d) sonhada.
c) esperada. e) amada.
O Futuro do Pretérito do Indicativo é obtido pelo acréscimo
ao infinitivo das desinências -ia / ias / ia / íamos / íeis / iam. 02) UM - Aponte a alternativa em que não ocorre corres-
Por exemplo, veja a conjugação dos verbos cantar, vender pondência entre o emprego do prefixo grego e o sentido
e sorrir. expresso entre parênteses.
cantar = eu cantaria, tu cantarias, ele cantaria, nós canta- a) anônimo (sem nome)
ríamos, vós cantaríeis, eles cantariam. b) sincrônico (ao mesmo tempo)
vender = eu venderia, tu venderias, ele venderia, nós ven- c) parágrafo (escrito ao lado)
deríamos, vós venderíeis, eles venderiam. d) anticristo (contrário a Cristo)
sorrir = eu sorriria, tu sorririas, ele sorriria, nós sorriríamos, e) apogeu (no alto da terra)
vós sorriríeis, eles sorriram. 03) E. S. Uberaba - Todos os verbos seguintes são formados
Exceções: Os verbos fazer, dizer e trazer são conjugados por parassíntese (derivação parassintética), exceto:
no Futuro do Presente e no Futuro do Pretérito, seguindo-se as a) endireitar
b) atormentar d) desvalorizar
mesmas regras acima, porém sem as letras ze, sendo estrutu-
c) enlouquecer e) soterrar
rados, então, assim: far, dir, trar.
fazer = eu farei, tu farás, ele fará, nós faremos, vós fareis, 04) Uece - Pertence à área semântica de chuva a palavra:
eles farão. a) pluvial.
dizer = eu diria, tu dirias, ele diria, nós diríamos, vós diríeis, b) fulvo. d) plúmbeo.
eles diriam. c) cúpido. e) fluvial.
trazer = eu trarei, tu trarás, ele trará, nós traremos, vós 05) Londrina - A palavra resgate é formada por derivação:
trareis, eles trarão. a) prefixal.
03) Infinitivo Pessoal b) sufixal. d) parassintética.
O Infinitivo Pessoal é obtido pelo acréscimo ao infinitivo das c) regressiva. e) imprópria.
desinências / - / es / - / mos / des / em. 06) Cesgranrio - O prefixo de irregular difere semanticamente
Por exemplo, veja a conjugação dos verbos cantar, vender do prefixo de:
a) desumano
e sorrir.
b) imigrante d) anormalidade
cantar = era para eu cantar, tu cantares, ele cantar, nós
c) ilimitado e) intolerância
cantarmos, vós cantardes, eles cantarem.

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LÍNGUA PORTUGUESA
07) Faap - “Vou-me embora pra Pasárgada.” Embora (em + 02) FSJT - São substantivos usados só no masculino:
boa + hora) – processo de formação de palavras a que a) champanha – guaraná – estigma – apêndice.
chamamos: b) capital – grama – omoplata – aluvião.
a) derivação prefixal. c) cal – radiovitrola – plasma – eclipse.
b) derivação sufixal. d) comichão – moral – cisma – personagem.
c) composição por justaposição. e) usucapião – lança-perfume – cal – intérprete.
d) composição por aglutinação.
e) derivação regressiva. 03) UM - Desejavam transformar os... em... do céu.
a) pagões – cidadões c) pagões – cidadãos
08) Faap - Infatigavelmente (in + fatigável + mente) – proces- b) pagãos – cidadões d) pagãos – cidadãos
so de formação de palavras a que chamamos:
a) derivação prefixal. 04) Fuvest - Assinale a alternativa em que está correta a
b) derivação sufixal. forma plural.
c) derivação prefixal e sufixal. a) júnior – júniors
d) composição por justaposição b) gavião – gaviães d) mal – maus
e) composição por aglutinação c) fuzil – fusíveis e) atlas –atlas

09) BB - A palavra “aguardente” formou-se por: 05) Cefet - Das opções a seguir, assinale a que apresenta um
a) hibridismo substantivo que só tem uma forma no plural.
b) aglutinação d) parassíntese a) guardião
c) justaposição e) derivação regressiva b) espião d) vulcão
c) peão e) cirurgião
10) CESGRANRIO - Indique a palavra que foge ao processo
de formação de chapechape: 06) UM - Assinale a alternativa correta quanto ao gênero das
a) zunzum palavras:
b) reco-reco d) tilim-tlim a) A lança-perfume foi proibida no carnaval.
c) toque-toque e) vivido b) Os observadores terrestres esperavam atentos a eclipse
11) FFCL - As palavras couve-flor, planalto e aguardente da Lua.
são formadas por: c) A gengibre é uma erva de grande utilidade medicinal.
a) derivação d) A dinamite é um explosivo à base de nitroglicerina.
b) onomatopeia d) composição
c) hibridismo e) prefixação 07) UEL - “Viam-se... junto aos ...do jardim”.
a) papelsinhos - meios-fio
12) “Seu sim, pode ter certeza, não me convenceu, Amaro!” b) papeizinhos - meios-fios d) papelsinhos - meios-fios
A palavra em destaque é formada por: c) papeizinhos - meio-fios e) papeizinhos - meio-fios
a) prefixal
b) sufixal d) parassintética 08) Uni-Rio - Nas palavras abaixo, há uma com erro de flexão.
c) regressiva e) imprópria Assinale-a.
a) irmãozinhos
13) CESGRANRIO - Assinale a opção em que nem todas as b) papelzinhhos d) heroizinhos
palavras são de um mesmo radical: c) exortaçõezinhas e) lençoizinhos
a) noite, anoitecer, noitada
b) luz, luzeiro, alumiar 09) FFALM - Identifique o substantivo que só se usa no plural.
c) incrível, crente, crer a) lápis
d) festa, festeiro, festejar b) pires d) ônibus
e) riqueza, ricaço, enriquecer c) tênis e) idos
14) 2016/IBFC - Assinale a alternativa correta. A palavra
10) F. Objetivo - Indique o substantivo que tem apenas um
insensatez é composta por: gênero.
a) Sufixo; c) Sufixo e prefixo; a) estudante
b) Prefixo; d) Afixo e infixo b) indígena d) jornalista
c) mártir e) testemunha
15) 2016/FUNRIO - Em pré-disposição, o prefixo pré tem o
seguinte significado:
11) Cefet - Das opções a seguir, assinale a que apresenta um
a) negação. substantivo que só tem uma forma no plural.
b) duplicação. d) anterioridade. a) guardião
c) proximidade. e) inferioridade. b) espião d) vulcão
c) peão e) cirurgião
CLASSE DE PALAVRAS
Adjetivo / Substantivo 12) UFJF -
“... eu não sou propriamente um autor defunto,
01) Cefet - Assinale a alternativa em que a palavra tem o
mas um defunto autor...” (Machado de Assis)
gênero indicado incorretamente. I. No primeiro caso, autor é substantivo; defunto é
a) a ênfase adjetivo.
b) a grama d) o crisma II. No segundo caso, defunto é substantivo; autor é
c) o alface e) o ágape adjetivo.

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LÍNGUA PORTUGUESA
III. Em ambos os casos, tem-se um substantivo com- c) Certeza e exatidão, estas qualidades não as tenho.
posto. d) Os problemas que o afligem não me deixam descuidado.
Marque: e) Muita é a procura; pouca, a oferta.
a) se I e II forem verdadeiras.
05) Esan - Assinale a alternativa correta.
b) se I e III forem verdadeiras.
a) Mostraram-me cinco livros. Comprei todos cinco.
c) se II e III forem verdadeiras.
d) se todas forem verdadeiras. b) Mostraram-me cinco livros. Comprei todos cinco livros.
e) se todas forem falsas. c) Mostraram-me cinco livros. Comprei todos os cinco.
d) Mostraram-me cinco livros. Comprei a todos cinco livros.
13) 2016/FGV - “O povo, ingênuo e sem fé das verdades, e) n.d.a.
quer ao menos crer na fábula, e pouco apreço dá às de-
monstrações científicas.” 06) 2016/IOBV - Quanto à classificação dos numerais, os que
(Machado de Assis) indicam o aumento proporcional de quantidade, podendo
No fragmento acima, os dois adjetivos sublinhados pos- ter valor de adjetivo ou substantivo são os numerais:
suem, respectivamente, os valores de a) Multiplicativos. c) Cardinais.
a) qualidade e estado. b) Ordinais. d) Fracionários.
b) estado e relação.
07) 2012/IESES - “Em maio, um abaixo-assinado, para que
c) relação e característica.
d) característica e qualidade. o parlamento extinga a lei ortográfica, tomou a 82ª Feira
e) qualidade e relação. do Livro de Lisboa.” O numeral ordinal destacado está
corretamente escrito na alternativa:
14) 2016/FGV - Os adjetivos mostram diferentes valores em a) Octagésima segunda.
nossa língua; o valor indicado inadequadamente é: b) Octogésima segunda.
a) rochas distantes/localização; c) Oitagésima segunda.
b) pés sobre-humanos/qualidade; d) Oitogésima segunda.
c) grandes naus/característica; 08) IBGE - Assinale a opção que apresenta o emprego correto
d) pés redondos/forma; do pronome, de acordo com a norma culta:
e) pés barrentos/matéria.
a) O diretor mandou eu entrar na sala.
b) Preciso falar consigo o mais rápido possível.
15) 2015/EXATUS - Assinale a alternativa em que o plural
c) Cumprimentei-lhe assim que cheguei.
está incorreto:
d) Ele só sabe elogiar a si mesmo.
a) velozeis. c) plantões.
e) Após a prova, os candidatos conversaram entre eles.
b) leões. d vapores.

Artigo / Numeral / Pronome 09) BB - Pronome empregado incorretamente:


a) Nada existe entre eu e você.
01) UFU - Em uma das frases, o artigo definido está empre- b) Deixaram-me fazer o serviço.
gado erradamente. Em qual? c) Fez tudo para eu viajar.
a) A velha Roma está sendo modernizada. d) Hoje, Maria irá sem mim.
b) A “Paraíba” é uma bela fragata. e) Meus conselhos fizeram-no refletir.
c) Não reconheço agora a Lisboa do meu tempo.
d) O gato escaldado tem medo de água fria. 10) UFMA - Identifique a oração em que a palavra certo é
e) O Havre é um porto de muito movimento. pronome indefinido:
a) Certo perdeste o juízo.
02) FMU - Procure e assinale a única alternativa em que há b) Certo rapaz te procurou.
erro no emprego do artigo. c) Escolheste o rapaz certo.
a) nem todas opiniões são valiosas. d) Marque o conceito certo.
b) Disse-me que conhece todo o Brasil. e) Não deixe o certo pelo errado.
c) Leu todos os dez romances do escritor.
11) Carlos Chagas - “Se é para _____ dizer o que penso,
d) Andou por todo Portugal.
creio que a escolha se dará entre _____.”
e) Todas cinco, menos uma, estão corretas.
a) mim, eu e tu
03) Fatec - Indique o erro quanto ao emprego do artigo. b) mim, mim e ti d) eu, mim e tu
a) Em certos momentos, as pessoas as mais corajosas c) eu, mim e ti e) eu, eu e ti
se acovardam. 12) PUC - Na frase: “Chegou Pedro, Maria e o seu filho dela”,
b) Em certos momentos, as pessoas mais corajosas se o pronome possessivo está reforçado para:
acovardam. a) ênfase c) figura de harmonia
c) Em certos momentos, pessoas as mais corajosas se b) elegância e estilo d) clareza
acovardam.
d) Em certos momentos, pessoas mais corajosas se aco- 13) FATEC - Indique em que alternativa os pronomes estão
vardam. bem empregados:
a) Deixou ele sair.
04) ITA - Determine o caso em que o artigo tem valor de b) Mandou-lhe ficar de guarda.
qualificativo. c) Permitiu-lhe, a ele, fazer a ronda.
a) Estes são os candidatos de que lhe falei. d) Procuram-o por toda parte.
b) Procure-o, ele é o médico! Ninguém o supera.

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LÍNGUA PORTUGUESA
14) Cesgranrio - Assinale a opção que completa as lacunas 03) 2014/FUNCAB - Assinale a opção que completa, correta
da seguinte frase: Ao comparar os diversos rios do mundo, e respectivamente, as lacunas da frase abaixo.
defendia com azedume e paixão a proeminência _____ Os animais ________que me refiro e _________ os
sobre cada um _____. quais trabalho trouxeram benefícios _________essa
a) desse, daquele comunidade.
b) daquele, destes d) deste, desse a) de - com - a
c) deste, daqueles e) deste, desses b) dos - a - para d) com - para - com
c) a - com - a e) em - para - por
15) UEPG - Assinale a alternativa em que a palavra onde
funciona como pronome relativo: 04) 2016/Instituto Excelência - Indique a alternativa em que
a) Não sei onde eles estão. aparece uma interjeição:
b) “Onde estás que não respondes?” a) Bravo! Vou indicar esse espetáculo aos meus amigos.
c) A instituição onde estudo é a UEPG. b) Ela chorou um rio de lágrimas.
d) Ele me deixou onde está a catedral. c) Corra, pois precisamos chegar o quanto antes.
e) Pergunto onde ele conheceu esta teoria. d) Nenhuma das alternativas.
16) Londrina - “Foram divididos _____ próprios os trabalhos
que _____ em equipe”. 05) 2015/Banestes
a) conosco – se devem realizar Claro, ué!
b) com nós – devem-se realizar A palavra sublinhada acima faz parte de uma classe de
c) conosco – devem realizar-se palavras que exprimem emoções, sensações e estados
d) com nós – se devem realizar de espírito, e que, muitas vezes, valem por uma estrutura
e) conosco – devem-se realizar linguística mais elaborada, pois, têm um sentido completo.
Qual classe é essa?
17) FCMSC - “Por favor, passe _____ caneta que está aí perto
a) Adjetivo.
de você; _____ aqui não serve para _____ desenhar.”
b) Pronome. d) Conjunção
a) aquela, esta, mim
c) Interjeição. e) Preposição
b) esta, esta, mim d) essa, essa, mim
c) essa, esta, eu e) aquela, essa, eu 06) PUC - Assinale a alternativa em que somente advérbios
foram acrescentados à frase: “O tempo passou.”
18) ETF - “Estamos certos de que V. Exa. _____ merecedor da
a) O sofrido tempo não passou muito rápido, infelizmente.
consideração que _____ dispensam _____ funcionários”.
b) O tempo passou bastante, majestoso.
a) é – lhe – vossos
c) Realmente, o tempo passou depressa demais.
b) é – lhe – seus d) sois – lhe – seus
d) Sim, o curto tempo já passou.
c) é – vos – vossos e) sois – vos – vossos
07) UFU - A opção em que há um advérbio exprimindo cir-
19) Carlos Chagas - “Acredito que todos _____ dizer que
cunstância de tempo é:
não _____.”
a) Possivelmente viajarei para São Paulo.
a) lhe irão – se precipite
b) Maria tinha aproximadamente 15 anos.
b) lhe irão – precipite-se d) irão lhe – precipite-se
c) As tarefas foram executadas concomitantemente.
c) irão-lhe – se precipite e) ir-lhe-ão – se precipite
d) Os resultados chegaram demasiadamente atrasados.
20) TRE - “O auxiliar judiciário discutiu _____ mesmos a
08) Famec - O adjetivo está empregado na função de advér-
respeito de possíveis desentendimentos entre _____ e
bio em:
_____.”
a) Acesa a luz, viu claro os gestos furtivos do animal.
a) conosco – eu – ti
b) A lamparina tornou claros os degraus da escada.
b) com nós – mim – tu d) conosco – eu – tu
c) Reservou par ao céu um azul bem claro.
c) com nós – mim – ti e) conosco – mim – ti
d) Subitamente, um claro ofuscou-lhe a vista.
2.3 - Preposição - Interjeição / Advérbio e) Não gostava das cores muito claras.

01) 2016/VUNESP - Nas passagens – Em um campo en- 09) UEPG - A frase em que o advérbio expressa simultanea-
lameado... – e – Em 1815... –, a preposição Em está mente ideias de tempo de negação é:
formando expressões que reportam, respectivamente, às a) Falei ontem com os embaixadores.
circunstâncias de b) Não me pergunte as razões da minha atitude.
a) modo e tempo. c) lugar e tempo. c) Eles sempre chegam atrasados.
b) lugar e meio. d) modo e lugar. d) Jamais acreditei que você viesse.
e) Agora seremos felizes.
02) 2015/EEAR - Assinale a alternativa que completa, correta
e respectivamente, as lacunas do texto abaixo. 10) UFV - Em todas as alternativas há dois advérbios, exceto
O candidato parece apto _____ o cargo. Tem capacidade em:
_____ exercer a função, e seu perfil profissional é coerente a) Ele permaneceu muito calado.
_____ a ideologia da instituição. Além disso, seu aparta- b) Amanhã, não iremos ao cinema.
mento fica próximo _____ nossa empresa. c) O menino, ontem, cantou desafinadamente.
a) para, com, com, de c) com, de, para, a d) Tranquilamente, realizou-se, hoje, o jogo.
b) com, para, com, a d) para, de, com, a e) Ela falou calma e sabiamente.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Verbo III. Não vá dizer que não foi orientado no tocante às
formas tributárias.
01) FUVEST - Assinale a alternativa em que uma forma verbal
foi empregada incorretamente: Os verbos destacados acima têm, no plural, as seguintes
a) O superior interveio na discussão, evitando a briga. formas:
b) Se a testemunha depor favoravelmente, o réu será a) vimos, vimos, ide
absolvido. b) viemos, vimos, vades d) vimos, vimos, vão
c) Quando eu reouver o dinheiro, pagarei a dívida. c) viemos, vimos, ides e) vimos, viemos, vão
d) Quando você vir Campinas, ficará extasiado.
e) Ele trará o filho, se vier a São Paulo. 10) BANESPA - Assinale a alternativa que preenche corre-
tamente as lacunas do período ao lado: “Se você os ____,
02) CARLOS CHAGAS - Não te ____ com essas mentiras não ____ no que lhe ____ “.
que ____ da ignorância. a) ver - creia - disser
a) aborreces, proveem b) ver - creias - dizerem d) vir - creia - disserem
b) aborreça, provém d) aborreça, proveem c) ver - crê - disserem e) vir - creias - disserem
c) aborreças, provêm e) aborreças, provém
11) CORREIOS - “Não sabemos qual será nossa reação
03) CESGRANRIO - A frase negativa que corresponde a “Põe quando ____ a chegada do adversário.”
nela todo o incêndio das auroras” é: a) vemos
a) Não põe nela todo o incêndio das auroras. b) vimos d) virmos
b) Não ponhas nela todo o incêndio das auroras. c) veremos e) vermos
c) Não põem nela todo o incêndio das auroras.
d) Não ponha nela todo o incêndio das auroras. 12) PUC - Trazendo-os é o gerúndio do verbo trazê-los. Nas
e) Não pondes nela todo o incêndio das auroras. formas abaixo, do imperativo, assinale a única incorreta:
a) traze-os tu
04) FCM - Mesmo que a direção o ____ para o lugar e ele ____ b) traga-os você d) trazei-los vós
nomeado, duvido que ____ a exercer o cargo. c) tragamo-los nós e) tragam-nos vocês
a) indicar, for, chega
b) indicaria, seja, chega d) indique, seja, chegue 13) PUC - Indique a frase onde houver uma forma verbal
c) indique, for, chega e) indicar, ser, chegue incorreta:
a) Os vegetais clorofilados sintetizam seu próprio alimento.
05) CESESP - Assinalar o único item em que o emprego do b) Se ela vir de carro, chame-me.
infinitivo está errado: c) Lembramos-lhes que o eucalipto é uma excelente planta
a) Deixei-os sair, mas procurei orientá-los bem. para o reflorestamento.
b) De hoje a três meses podes voltar aqui. d) Há rumores de que pode haver novo racionamento de
c) Disse ser falsas aquelas assinaturas. gasolina.
d) Depois de alguns instantes, eles parecia estarem mais
14) MACKENZIE - Assinale a alternativa em que não há erro
conformados.
na forma verbal:
e) Viam-se brilhar as primeiras estrelas.
a) Minha mãe hesitou; tu não hesitastes.
06) ETF - “Se ele ____ o requerimento, posso mostrar-lhe a b) Esta página vale por meses; quero que valha para
prova quando ____”. sempre.
c) Tu tiveste dezessete anos; vós tivesteis sempre a mes-
a) troxer - querer
ma idade.
b) trouxer - quiser d) trouxer - querer
d) A análise das minhas emoções é que entrava no meu
c) trazer - querer e) trazer - quiser
plano; vós não entravais.
e) Achavam-se lindo e diziam-no; achaveis-me lindo e
07) ETF - “Se vocês não ____ os mais exaltados, creio que
dizieis-mo.
eles se ____ seriamente”.
a) contessem - desaveriam 15) FUVEST - Assinale a alternativa gramaticalmente correta:
b) contessem - desaviriam a) Não chores, cala, suporta a tua dor.
c) contessem - desaviam b) Não chore, cala, suporta a tua dor.
d) contivessem - desaveriam c) Não chora, cale, suporte a sua dor.
e) contivessem - desaviriam d) Não chores, cales, suportes a sua dor.
e) Não chores, cale, suporte a tua dor.
08) BB - “Enquanto uns trabalhavam, outros ____ televisão”.
a) se entretiam na 16) TRE - “Tendo ____ na operação, os funcionários se ____
b) entretiam na d) entretinham com a a serviços essenciais e executaram as tarefas que lhes
c) entretinham na e) se entretinham com a ____”.
a) intervido - ativeram - caberam
09) TRT - Observe: b) intervido - ateram - couberam
I. Eu venho pensando em exercer atividades no campo c) intervindo - ateram - caberam
da fiscalização. d) intervindo - ativeram - couberam
II. Vi quando você apreendeu a mercadoria. e) intervido - ativeram - couberam

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LÍNGUA PORTUGUESA
17) TRE - Observe a frase: “Se tu ____ que os eleitores che- 04) ESPM - No trecho “...Apollinaire, que foi um bom poeta,
gam para votar, ____ a porta e ____ -os entrar”. revelara-se um mau profeta, já que os poetas continuaram
a) veres / abre / deixa a se valer do livro para difundir seus poemas...”, o conector
b) veres / abra / deixe em negrito só não possui o mesmo valor semântico de:
c) vires / abra / deixa a) porque.
d) vires / abre / deixa b) conquanto.
e) virdes / abri / deixai c) visto que.
d) uma vez que
18) CESGRANRIO - Assinale a frase em que há erro de e) como.
conjugação verbal:
a) Os esportes entretêm a quem os pratica. 05) 2016/COSEAC - “Portanto, ao apresentar-me aqui como
b) Ele antevira o desastre. brasileira, automaticamente sou romana, sou egípcia, sou
c) Só ficarei tranquilo, quando vir o resultado. hebraica.”
d) Eles se desavinham frequentemente. O período transcrito acima, em relação ao que lhe ante-
e) Ainda hoje requer o atestado de bons antecedentes. cede no texto, exprime o sentido de:
a) adição.
19) MACKENZIE - Que alternativa contém as palavras ade- b) conclusão
quadas para o preenchimento das lacunas? c) explicação.
“Ao lugar de onde eles ____, ____ diversas romarias.” d) concessão.
a) provém, afluem e) conformidade.
b) provém, aflue
c) provém, aflui 5. GABARITOS
d) proveem, afluem
e) provêm, afluem MORFOLOGIA

20) BB - “Se ____ que não sabes, ____ outra questão”. Estrutura e formação de palavras
a) vires, faz 01) A 02) E 03) D 04) A 05) C
b) veres, faças 06) B 07) D 08) C 09) B 10) E
c) ver, faça 11) D 12) E 13) B 14) C 15) D
d) vir, faz
e) vires, faze Classe de Palavras
Adjetivo / Substantivo
Conjunção
01) C 02) A 03) D 04) E 05) B
01) Indique qual das conjunções aditivas indica ideia de 06) D 07) B 08) B 09) E 10) E
oposição.
11) B 12) A 13) E 14) E 15) A
a) Meu irmão e eu fomos ao cinema do bairro.
b) Bruna não telefonou nem deu notícias.
Artigo / Numeral / Pronome
c) Leandro apareceu com o carro e disse que o comprara
há pouco. 01) D 02) A 03) A 04) B 05) C
d) Estou procurando Alice há mais de uma hora e ainda 06) A 07) B 08) D 09) A 10) B
não a encontrei. 11) C 12) D 13) C 14) C 15) C
e) Não só trouxemos as prendas mas também armamos 16) D 17) C 18) B 19) A 20) E
as barracas da quermesse.
Preposição/ Interjeição / Advérbio
02) CONSULPLAN - “Já a produção de petróleo não é sufi-
01) C 02) D 03) C 04) A 05) C
ciente para atender à demanda, embora a dependência
externa no setor tenha conhecido…” O termo “embora”, 06) C 07) C 08) A 09) D 10) A
nesse fragmento, estabelece relação lógico-semântica de:
a) Condição. Verbo
b) Adição. 01) B 02) C 03) B 04) D 05) C
c) Conformidade. 06) B 07) E 08) E 09) D 10) D
d) Concessão.
11) D 12) D 13) B 14) B 15) A
e) Tempo.
16) D 17) D 18) E 19) E 20) E
03) CONSULPLAN - “- Pois é, não jogo futebol, mas tenho
alma de artilheiro…” a palavra destacada exprime ideia de: Conjunção
a) Escolha.
01) D 02) D 03) B 04) B 05) B
b) Contraste, oposição.
c) Finalidade.
d) Explicação.
e) Soma, adição.

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LÍNGUA PORTUGUESA
PARTE III – SINTAXE 2) Sujeito simples - aquele que apresenta apenas um
núcleo:
1. FRASE, ORAÇÃO E PERÍODO • Muitos funcionários das repartições públicas de São Paulo
Frase: estão afastados.
É todo enunciado que tem sentido completo. A frase pode •As minhas duas belas primas do interior chegaram.
ou não ter verbo.
Quando o núcleo está expresso na frase, chamamo-lo de
Quando não tem, denomina-se FRASE NOMINAL.
sujeito simples claro.
• “Eta, vida besta, meu Deus.”
(Carlos Drummond de Andrade) Quando o núcleo não está expresso na frase, chamamo-lo
• Fogo! de sujeito simples oculto, ou desinencial, ou não expresso, ou
Embora as frases nominais não tenham verbo, conseguem implícito, ou elíptico.
comunicar ideias completas, pois pressupõem a presença de Obs.: A Nomenclatura Gramatical Brasileira não reconhe-
verbos ocultos subentendidos. Equivalem a: ce o sujeito oculto ou elíptico; para a NGB, será determinado
• Meu Deus, como essa vida é besta. apenas.
• Está pegando fogo! 3) Sujeito composto - aquele que apresenta dois ou
Oração: mais núcleos:
É todo enunciado que contenha verbo: Eu e ela chegamos a um acordo.
• Todos querem... O presidente e seus ministros participaram das comemo-
• “Marcela amou-me durante quinze meses e onze contos rações do Dia da Independência.
de réis.” 4) Sujeito indeterminado - Surge quando existe um ele-
(Machado de Assis)
Período: mento sobre o qual se declara algo, mas não se pode identificar
É todo enunciado que possui verbo (oração) e sentido com- tal elemento; é aquele que, embora existindo, não se quis ou
não se pôde representar na oração.
pleto (frase), ou seja, é uma frase com verbo, ou uma oração
• Chegaram bem tarde hoje. - não se sabe “quem chega-
com sentido completo.
ram”.
Pode ter uma ou mais orações. Deve terminar por ponto-
Há duas maneiras de tornar o sujeito indeterminado:
-final, ponto de interrogação, ponto de exclamação ou por
a) com verbos na 3ª pessoa do plural, sem sujeito expres-
reticências.
so (ou que não haja referência a nenhum ser anteriormente
Se tem uma só oração, é período simples; duas ou mais
expresso):
orações, período composto: • Roubaram meu anel.
a) Período simples: “O sertanejo é antes de tudo um forte.” • Destruíram dois orelhões em pleno centro da cidade.
(Euclides da Cunha)

b) Período composto: Chegou de mansinho, bateu, entrou Obs.: Quando o contexto permite definir o agente da ação,
e sentou-se calado. teremos um sujeito simples oculto:
• Umas pessoas malvadas estiveram aqui e roubaram o
2. SINTAXE DA ORAÇÃO meu anel.
Termos Essenciais da Oração • Aqueles vândalos presos ontem destruíram dois orelhões
Observe a oração abaixo: em pleno centro da cidade.
• Os acionistas pareciam bastante apreensivos. b) com verbos na 3ª pessoa do singular, seguido da partí-
Nela podemos identificar dois conjuntos: cula SE - índice de indeterminação do sujeito:
▪ o ser de quem se afirma algo, chamado de sujeito: os • Vive-se bem nesta cidade.
acionistas; • Trata-se de questões tributárias.
▪ aquilo que se diz do ser, que é o predicado: pareciam
5) Sujeito oracional - Surge quando o sujeito de uma
bastante apreensivos.
oração é toda uma outra oração.
O sujeito e o predicado são chamados de termos essenciais
• É bom que todos compareçam.
da oração.
1ª oração: É bom.
Obs.: Apesar de ser um “termo essencial”, há frases em
2ª oração (sujeito): que todos compareçam.
Língua Portuguesa em que não há sujeito.
O que é bom? sujeito = que todos compareçam.
SUJEITO
Obs.: Na análise sintática, esta oração que funciona como
Aquele, ou aquilo, a respeito do qual se transmite uma
sujeito é classificada como oração subordinada substantiva
informação.
subjetiva.
De acordo com o modo como aparece na frase, pode ser
classificado como determinado ou indeterminado. 6) Oração sem sujeito - Não há um elemento ao qual se
atribui o predicado. Ocorre nos seguintes casos:
1) Sujeito determinado - Ocorre quando se pode deter-
a) com os verbos que indicam fenômeno da natureza:
minar o elemento ao qual o predicado se refere: • Choveu muito pouco no verão passado.
• Os operários cruzaram os braços logo cedo. • Trovejou durante horas seguidas.
Os operários = sujeito determinado, pois podemos identificar b) com o verbo haver indicando “existência” ou “aconte-
o termo ao qual se atribui o ato de cruzar os braços. cimento”:
• Passamos férias maravilhosas. • Na festa havia muitas pessoas.
O sujeito (termo sobre o qual se projeta a ação de passar) • Há anos surgiu no teatro brasileiro uma nova estrela.
está implícito na desinência verbal “Passamos”. c) com os verbos ser e estar, indicando tempo:
Temos então sujeito determinado ou desinencial. • Amanhã será dia 15.

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LÍNGUA PORTUGUESA
• Hoje está frio. ▪Verbo transitivo indireto: exige um objeto indireto (com-
d) com o verbo fazer indicando tempo ou fenômeno da plemento com preposição):
natureza: • Todos nós precisamos de descanso.
• Faz duas horas que ele saiu. • Os alunos devem confiar em seus professores.
• Fará, no próximo domingo, vinte anos que a conheci. ▪ Verbo transitivo direto e indireto: exige dois objetos,
e) com os verbos bastar e chegar seguidos da preposição de: um direto e outro indireto:
• Chega de conversa mole. • Ontem emprestei meu carro ao vizinho.
• Basta de reclamações. • Confiei meu carro ao meu irmão.
Obs.: Obs.:
1) Em todos os casos acima, os verbos não têm sujeito; são 1) Ao classificarmos um verbo, temos de fazê-lo dentro do
chamados, então, de verbos impessoais. Devem ficar sempre texto. É o contexto que vai indicar a sua classificação.
na 3ª pessoa do singular. Ela já escreve bem. (verbo intransitivo)
Exceção é o verbo ser, que merecerá tratamento especial Ela escreveu dois poemas. (verbo transitivo direto)
na concordância verbal. • Ela me escreveu ontem. (verbo transitivo indireto)
2) Os verbos que indicam fenômeno da natureza, empre- • Ela ainda não me escreveu uma linha sequer. (verbo
gados metaforicamente, admitem sujeito: transitivo direto e indireto)
• Sua negativa anuviou minha alegria. • Ela permanecia calada. (verbo de ligação)
• Choveram bombas sobre a cidadezinha serrana. • Ela permanecia na sala. (verbo intransitivo)
2) Existem verbos intransitivos (não têm objeto) que apa-
► PREDICADO recem sempre com adjunto adverbial:
É a informação que se transmite a respeito de algo ou • Ninguém entrou no carro. (verbo intransitivo + adjunto
alguém. No processo da comunicação, as palavras que formam adverbial de lugar “no carro”)
uma frase estão agrupadas em dois eixos: o sujeito e o predica- • Cheguei tarde. (verbo intransitivo + adjunto adverbial de
do. Como vimos, pode haver frase sem sujeito. Nunca, porém, tempo “tarde”)
existirá uma frase sem predicado. • Irei ao cinema. (verbo intransitivo + adjunto adverbial de
Antes de classificarmos os predicados, vamos primeiro de- lugar “ao cinema”)
finir os verbos, como eles aparecem na formação do predicado, • Voltaram para as suas casas. (verbo intransitivo + adjunto
e também os predicativos (do sujeito e do objeto). adverbial de lugar “para as suas casas”)
Verbo de ligação - É aquele que liga o sujeito ao seu pre-
► PREDICATIVOS
dicativo (termo que expressa um estado ou qualidade). A função
São termos que expressam um estado ou qualidade.
do verbo de ligação é apenas “ligar” o predicativo ao sujeito.
I) Predicativo do sujeito - Indica uma qualidade ou estado
Pode ser eliminado sem causar prejuízo ao sentido da frase:
para o sujeito colocado dentro do predicado.
• Os alunos estavam alegres.
É obrigatório após um verbo de ligação e, eventualmente,
• Os alunos ficaram alegres.
pode aparecer após verbos intransitivos e transitivos:
Obs.: a) com verbos de ligação:
1) Normalmente são verbos de ligação: ser, estar, ficar, • Os alunos são estudiosos.
continuar, parecer, permanecer e tornar-se. • Os jogadores acabaram cansados.
2) Estes verbos são de ligação somente quando acom-
panhados de um predicativo do sujeito. Caso não haja um b) com verbos intransitivos:
predicativo para o sujeito, eles serão chamados de intransitivos. • O trem chegou atrasado.
• Os alunos estavam no pátio. • Os meninos chegaram famintos.
Note que agora não há mais predicativo do sujeito. Não
c) com verbos transitivos diretos:
há, então, verbo de ligação; estavam é verbo intransitivo, e no
• Meu primo foi nomeado diretor.
pátio é adjunto adverbial.
• O paciente recebeu tranquilo a notícia.
Vejamos outros exemplos:
• Flávia está aqui. d) com verbos transitivos indiretos:
• Pedro ficou em casa. • Os torcedores assistiram nervosos à decisão.
• Os delegados procederam cautelosos ao inquérito.
►TRANSITIVIDADE VERBAL
1) Verbo nocional - É aquele verbo que expressa ideia de II) Predicativo dos Objetos Direto ou Indireto - Termo que
ação. Nesse caso, o verbo não é apenas um elo, mas o termo expressa um estado ou uma qualidade do objeto atribuído
que encerra o sentido da frase. O verbo nocional subdivide-se em: a ele pelo sujeito:
1.1) Verbo intransitivo - É aquele que tem o sentido • Eles nomearam meu primo diretor.
completo, isto é, não precisa de complementos. • O povo elegeu-o senador.
• Todos chegaram. • Gosto de você cheirosa, Terezinha!
• O assaltante baleado morreu.
► CLASSIFICAÇÃO DO PREDICADO
1.2) Verbo transitivo - É aquele que tem sentido in- I) Predicado nominal - Aquele que apresenta como núcleo
completo, ou seja, o verbo precisa de complemento. O verbo o termo que indica o estado ou qualidade do sujeito (predi-
transitivo, por sua vez, subdivide-se em: cativo do sujeito). O verbo será sempre de ligação. Estrutura
▪ Verbo transitivo direto: exige um objeto direto (comple- do predicado nominal:
mento sem preposição): Sujeito + verbo de ligação + predicativo do sujeito:
• As chuvas transtornam as cidades grandes. • Estes operários são trabalhadores.
• Todos os alunos fizeram as redações solicitadas. • Seu avô está bastante velho.

30
LÍNGUA PORTUGUESA
II) Predicado verbal - Expressa a ideia de ação. Tem como Nos exemplos dados, as preposições podem ser eliminadas
núcleo um verbo nocional. Nesse caso, o verbo é importante; e os verbos continuam com os mesmos sentidos. Claro está
ele é que encerra o sentido da frase. Estrutura do predicado também que o objeto direto preposicionado serve para dar uma
verbal: variação ao entendimento total da frase:
a) Sujeito + verbo intransitivo: Beber algo é diferente de beber de algo, pois, na primeira,
• As aves voam no céu. temos a ideia do todo e, na segunda, a ideia da parte de um
• Chegamos cedo ao cinema. todo. Algumas vezes o emprego da preposição antes do objeto
direto é obrigatório. Veja quais são os casos:
b) Sujeito + verbo transitivo direto + objeto direto: a) antes dos pronomes oblíquos tônicos, ligados a verbos
• Alguns animais comem plantas. transitivos diretos:
• Todos os alunos fizeram a lição. • Viu a mim no mercado.
• O salva-vidas observou a nós na piscina.
c) Sujeito + verbo transitivo indireto + objeto indireto:
• As plantas precisam de sol. b) com o pronome relativo “quem”, funcionando como
• Os professores simpatizaram com o novo aluno. complemento na frase:
• Chegou o João, a quem não esperávamos.
d) Sujeito + verbo transitivo direto e indireto + objeto direto • Ela é a mulher a quem eu amo.
+ objeto indireto:
c) Para evitar dúvida no entendimento da frase:
• O rapaz informou a hora ao transeunte.
• Venceram aos japoneses os canadenses.
• Avisaram-me sobre o acidente.
• Enganou ao aluno o professor.
e) Oração sem sujeito com verbo intransitivo ou transitivo: III) Objeto direto pleonástico - É usado para enfatizar
• Choveu muito ontem. uma ideia contida no objeto direto com a repetição dele
• Nevou em várias cidades do sul. próprio. Para bem utilizá-lo, devemos colocá-lo no início da
III) Predicado verbo-nominal - É o predicado, composto frase, depois repeti-lo por meio de pronome oblíquo - ao qual
de um verbo nocional, mais um predicativo (do sujeito ou do daremos o nome de objeto direto pleonástico, pois pleonasmo
é aquilo que se repete.
objeto). Terá dois núcleos: um será o verbo nocional e o outro
• As rosas, dei-as para Maria.
será o predicativo.
• O bolo, nós não o comemos.
Estrutura do predicado verbo-nominal:
a) Sujeito + verbo intransitivo + predicativo do sujeito: IV) Objeto direto interno - Surge quando utilizamos um
• Os alunos chegaram atrasados. verbo intransitivo como transitivo direto, e seu complemen-
• Todos saíram apressados. to é da mesma família semântica do verbo:
• Viver uma vida fácil.
b) Sujeito + verbo transitivo direto + objeto direto + predi- • Sonhou um sonho alegre.
cativo do sujeito:
• As meninas comeram o bolo alegres. V) Objeto indireto - Completa o sentido do verbo transitivo
indireto, ou seja, vem indiretamente ligado ao verbo com o
• As mulheres deixaram o hospital felizes.
auxílio de preposições.
c) Sujeito + verbo transitivo indireto + objeto indireto + • Paguei ao médico.
predicativo do sujeito: • Deparamos com um estranho.
• As meninas se referiram ao pai felizes.
VI) Objeto indireto pleonástico - Da mesma forma já vista
• Os alunos obedeciam ao professor alegres. no objeto direto pleonástico, podemos repetir também o objeto
d) Sujeito + verbo transitivo direto + objeto direto + predi- indireto dentro da frase, para reforçar a ideia que se pretende
cativo do objeto: seja transmitida.
• O presente deixou as crianças felizes. • A mim, o que me deu foi pena.
• O professor tornou o exercício simples. • A ti, ó rosa perfumada, entrego-te o mundo.

► TERMOS INTEGRANTES DA ORAÇÃO VII Complemento nominal - É o termo que completa o


Chamamos termos integrantes os termos que completam sentido de um nome que por si só não dá a ideia que quere-
mos transmitir.
o sentido de um verbo ou de um nome. Eles são: objeto dire-
Por nome entendemos o substantivo, o adjetivo e o advér-
to, objeto indireto, complemento nominal e agente da passiva.
bio. O complemento nominal é sempre introduzido por uma
I) Objeto direto - Completa o sentido de um verbo transi- preposição.
tivo direto, ou seja, vem diretamente ligado ao verbo, sem o • O respeito às leis é obrigatório.
auxílio de preposição. • Temos fé em Deus.
• Marta comeu o bolo. • O sol é útil ao homem.
• Oferecemos um prêmio ao vencedor. • A testemunha falou favoravelmente ao réu.

II) Objeto direto preposicionado - É uma subclassificação VIII) Agente da passiva - É o complemento de um verbo
do objeto direto e surge quando o verbo é transitivo direto, mas na voz passiva analítica. É o agente que pratica uma ação
o complemento aparece antecedido de uma preposição indicada por um verbo na voz passiva. O agente da passiva
(que pode ser tirada sem prejuízo do sentido original do verbo), vem sempre introduzido por preposição, geralmente pela
pois a preposição aparece apenas para maior clareza, melhor preposição POR - e suas combinações: PELO, PELA, PELOS,
PELAS. Mas também podemos usar a preposição DE - e suas
harmonia ou para dar ênfase à expressão:
combinações - em algumas frases.
• Judas traiu a Cristo.
• A cidade foi cercada por soldados.
• As bruxas beberam de suas porções.
• O rei era aclamado pela multidão.

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LÍNGUA PORTUGUESA
► TERMOS ACESSÓRIOS DA ORAÇÃO • Todos os dias eu espero o jornal na porta.
Chamamos de termos acessórios aqueles que podem ser Período composto é o agrupamento de orações finalizadas
retirados da frase sem prejuízo para o sentido global. São por um único ponto:
eles: adjunto adnominal, adjunto adverbial e aposto. • Eu espero que você seja feliz.
• Todos vimos os homens que colhiam algodão no campo.
I) Adjunto adnominal - É o termo que determina ou ca-
racteriza um substantivo. Pode ser: O período composto se constitui de duas maneiras diferen-
a) um artigo: tes: por coordenação e por subordinação.
• O carro nos pertence. √ Período composto por coordenação: É o período que
b) um adjetivo: apresenta orações de sintaxe independente. Suas orações são
• O bom aluno estuda sempre. coordenadas, pois ligam-se pelo sentido ou através de uma
c) uma locução adjetiva: conjunção coordenativa.
• O amor da mãe é eterno.
d) um numeral: 3. COLOCAÇÃO PRONOMINAL
• Duas meninas saíram por aqui. Colocação pronominal é a posição do pronome pessoal
e) um pronome: oblíquo átono em relação ao verbo na frase. O pronome, em
• Um dia comprarei aquela casa. relação ao verbo, pode aparecer em três posições:
1. Próclise: antes do verbo:
II) Adjunto adverbial - É o termo que indica uma cir-
• Nada se perde.
cunstância (de tempo, causa, modo, lugar etc.) modificando
o sentido de um verbo, de um advérbio ou de um adjetivo. 2. Mesóclise: no meio do verbo:
Ele pode aparecer com ou sem preposição. • Dirigir-lhe-emos a palavra.
O adjunto adverbial não completa o sentido do termo a que se
liga, apenas modifica o seu sentido. 3. Ênclise: depois do verbo:
• Dormi em paz. - modifica o verbo. • Viram-me no shopping.
• Acordei bastante cedo. - modifica o advérbio. 1. PRÓCLISE
• Ela é muito bonita. - modifica o adjetivo. A próclise ocorre sempre que há palavras que atraiam o
O adjunto adverbial, quando modifica o adjetivo ou advér- pronome para antes do verbo, como:
bio, recebe o nome de adjunto adverbial de intensidade, por 1) os advérbios de maneira geral.
intensificar a ideia expressa por eles. • Não o vi na feira.
Ao modificar o verbo, o adjunto adverbial classifica-se de
• Talvez o veja ainda hoje.
acordo com a ideia expressa, porém essa classificação não é
• A noite ontem lhe fora alegre, não?
dada pela nomenclatura gramatical brasileira, e sim apenas
• Infelizmente me avisaram tarde.
sugerida pelos gramáticos.
Nota: se houver pausa, sinalizada pela vírgula, ocorrerá
Obs.: Veja a seguir algumas possibilidades:
ênclise e não próclise:
• Pedro foi, sim. - adj. adv. de afirmação
• Infelizmente, avisaram-me tarde.
• Ele falou do medo. - adj. adv. de assunto
• Maria fez tudo por amor. - adj. adv. de causa 2) os pronomes demonstrativo, indefinido, relativo, inter-
• Maria passeava com a mãe. - adj. adv. de companhia rogativo:
• Estudei muito apesar do calor. - adj. adv. de concessão • Isso me deixa transtornado.
• Farão com o meu auxílio. - adj. adv. de condição • Tudo me fez refletir muito.
III) Aposto - É o termo que explica, esclarece, discrimina ou • Este é um lugar onde me sinto bem.
identifica um outro termo da oração. Geralmente aparece entre • Alguém me ligou, Pedro?
vírgulas, mas pode também aparecer após dois-pontos, entre 3) as conjunções subordinativas:
travessões ou até sem essas pausas, porém sempre estará
• Comprarei isso, se me for útil. (conjunção adverbial
explicando um outro termo qualquer:
condicional)
• Pelé, rei do futebol, é meu amigo.
• É necessário que o leve ao médico. (conjunção integrante)
• Só quero uma coisa: sorvete.
• Quando me procurares, estarei bem longe daqui. (con-
• Após algum tempo - cinco ou seis minutos - ele voltou.
junção adverbial temporal)
VOCATIVO:
Nota: A elipse da conjunção não dispensa a próclise:
Usado como chamamento, é o termo que serve para atrair
• Peço a Vossa Excelência me dispense dessas formali-
a atenção do interlocutor para aquilo que se vai dizer. Pode
aparecer no começo, no meio ou no final da oração, mas não dades. (que me...)
faz parte nem do sujeito nem do predicado. É um termo isolado, • Quando passo e te vejo, exulto. (quando te...)
portanto não se classifica nem como termo integrante nem como Deve-se usar, ainda, a próclise:
termo acessório: 4) Se o gerúndio vier antecedido da preposição expletiva EM:
• Brasileiros e brasileiras, façamos tudo pela Pátria. • Em se pensando em verão, pensa-se em praia.
• Vocês por aqui, meninos?!
5) Em frases exclamativa, interrogativa, optativa:
► SINTAXE DO PERÍODO • Quanto me doeu essa distância!
Período simples é o agrupamento de palavras em torno de
• Quando me dirá a verdade, hein?
um verbo, com sentido completo:
• A vida lhe seja calma.
• Eu e meus irmãos compraremos roupas novas amanhã.

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LÍNGUA PORTUGUESA
6) Nas orações optativas cujo sujeito estiver anteposto ao (2) Vindo o infinitivo impessoal regido da preposição PARA,
verbo: quase sempre é indiferente a colocação do pronome oblíquo an-
• Deus o guarde! tes ou depois do verbo, mesmo com a presença do advérbio NÃO:
• Os céus te favoreçam! • Corri para defendê-lo.
• Corri para o defender.
7) Em frases em que a palavra SÓ, no sentido de APENAS,
• Calei-me para não contrariá-lo.
SOMENTE, e as conjunções coordenativas alternativas OU...
• Calei-me para não o contrariar.
OU, ORA... ORA, QUER... QUER.
• Só me ofereceram um copo d’água. (3) A posição normal do pronome é a ênclise. Para que ocor-
• Ou ele se corrige ou lhe voltarão as costas. ra a próclise ou a mesóclise, é necessário haver justificativas.
• O rio, ora-se estreita, ora-se alarga caprichosamente. Com os advérbios (palavras que funcionam como ímã), usa-
• Quer-nos atacasse, quer se escondesse, a onça era -se a próclise. Quando, porém, houver pausa após o advérbio,
sempre um perigo. usa-se a ênclise:
• Antigamente, preservava-se mais a saúde.
2. MESÓCLISE
A mesóclise ocorre somente com verbos no futuro do 4. CASOS FACULTATIVOS DE PRÓCLISE OU ÊNCLISE
presente ou no futuro do pretérito, desde que não se justifique 1) Com os pronomes pessoais do caso reto (eu, tu...), desde
a próclise. que não precedidos de palavra atrativa.
• Comemorar-se-á o dia dos pais sem gastos supérfluos. • Eu lhe obedeço. (próclise) ou
(futuro do presente) • Eu obedeço-lhe. (ênclise)
• Procurar-me-iam, caso precisassem de um fiador. (futuro Agora, em
do pretérito) • Eu não lhe obedeci. (obrigatório o uso da próclise, devido
à palavra atrativa “não”).
Nota: Havendo um dos casos que justifique a próclise,
desfaz-se a mesóclise: 2) Com infinitivo não flexionado precedido de preposição
• Tudo lhe contarei, pois não há segredos entre nós. (pro- ou palavra negativa.
nome indefinido) • Vim para te acalmar. (próclise) ou
• Jamais se publicará a notícia. (advérbio) • Vim para apoiar-te. (ênclise).

3. ÊNCLISE 5. COLOCAÇÃO DOS PRONOMES ÁTONOS NAS LO-


É a ocorrência do pronome posposto ao verbo. Dá-se: CUÇÕES VERBAIS
1) em frase iniciada por verbo, desde que não esteja no I. Com verbo auxiliar + infinitivo ou gerúndio
tempo futuro. Nas locuções verbais podem os pronomes átonos, conforme
• Ouvindo-o cantar, reconheci a música do sertão. as circunstâncias, estar em próclise ou ênclise ora ao verbo
• “Diga-me isto só, murmurou ele.” auxiliar, ora à forma nominal:
(Machado de Assis)
A) Verbo auxiliar + infinitivo:
2) nas orações reduzidas de infinitivo. • Devo calar-me.
• Convém / contar-lhe tudo. • Devo-me calar.
• Devo me calar.
3) nas orações reduzidas de gerúndio.
• Ele recuou, amedrontando-se com o barulho do telhado. B) Se houver fator que justifique a próclise, o pronome
• “O anão chegara-se a Inocência, tomando-lhe uma das poderá ser colocado:
mãos.” 1) Antes do verbo auxiliar:
(Visconde de Taunay) • Nada lhe devo contar.
4) nas frases imperativas afirmativas. 2) Depois do infinitivo ou gerúndio:
• Pai, ajude-me nesta nova tarefa! • Todos estavam esperando-nos.
• Por favor, diga-nos o que aconteceu. C) Verbo auxiliar + gerúndio:
5) junto ao infinitivo não-flexionado, precedido da prepo- • Vou-me arrastando.
sição “a”, em se tratando dos pronomes O, A, OS, AS: • Vou me arrastando.
• Todos corriam a ouvi-lo. • Vou arrastando-me.

6) Quando o sujeito (sem sentido negativo) vier, imediata- D) Verbo auxiliar + preposição + infinitivo:
mente, antes do verbo: • Há de acostumar-se, ou há de se acostumar.
• O advogado queixou-se do comportamento do seu cliente. Obs.: Com a preposição “a” e o pronome oblíquo “o” (e
Mas... variações), o pronome deverá ser colocado depois do infinitivo:
• O advogado não se queixou do comportamento. • Tornou a vê-los depois do casamento.
Ainda... havendo um sujeito com sentido negativo, ocorrerá II. Com verbo auxiliar + particípio
a atração do pronome junto do sujeito: Se não houver fator que justifique a próclise, o pronome
• Ninguém se queixou do comportamento do aluno ficará depois do verbo auxiliar:
• Haviam-me oferecido um bom emprego.
Notas: Se houver fator que justifique a próclise, o pronome ficará
(1) junto a infinitivo flexionado, regido de preposição, é antes do verbo auxiliar:
de rigor a próclise: • Não me haviam oferecido nada de bom.
• Repreendi-os por se queixarem sem razão.
• A situação levou-os a se posicionarem contra todos. Obs.: Jamais a posposição do pronome ao particípio!

33
LÍNGUA PORTUGUESA
4. CONCORDÂNCIA VERBAL → O verbo irá para o plural se a ideia por ele expressa se
CASO 1 referir ou puder se atribuída a todos os núcleos do sujeito:
→ Verbo depois do sujeito: • “Naquela crise, só DEUS ou NOSSA SENHORA podiam
• “AS SAÚVAS eram uma praga.” acudir-lhe.”
(PovinaCavalcânti) (Camilo C.Branco)
• “TU não és inimiga dele, não?”
(Camilo C.Branco)
NOTA: Há, no entanto, em bons autores, ocorrência de
[O sujeito sendo simples (com um núcleo), com ele concor- verbo no singular:
dará o verbo em número e pessoa.] • “UM PRÍNCIPE OU UMA PRINCESA não casa sem um
→ Verbo antes do sujeito: vultoso dote.”
(Viriato Correia)
• Não faltarão PESSOAS que nos queiram ajudar.
CASO 5
CASO 2 Núcleos do sujeito unidos pela preposição COM.
O sujeito é composto e da 3ª. pessoa. → Usa-se mais frequentemente o verbo no plural quando se
O sujeito, sendo composto e anteposto ao verbo, leva atribui a mesma importância, no processo verbal, aos elementos
geralmente este para o plural. do sujeito unidos pela preposição COM:
• “A ESPOSA E O AMIGO seguem sua marcha.” • “ELE COM MAIS DOIS acercaram-se da porta.”
(José de Alencar) (Camilo C.Branco)
→ É lícito (mas não obrigatório deixar o verbo no singular,
quando: → Pode-se usar o verbo no singular quando se deseja dar
a) Os núcleos do sujeito são sinônimos: relevância ao primeiro elemento do sujeito e também quando o
• “A CORAGEM E A FOITEZA com que lhe respondi, verbo vier antes deste.
perturbou-o...” • O BISPO, COM DOIS SACERDOTES, iniciou solene-
(Camilo C.Branco) mente a missa.
• “Já num sublime e público teatro se assenta O REI INGLÊS
b) Os núcleos do sujeito formam sequência gradativa: COM TODA A CORTE.”
• UMA ÂNSIA, UMA AFLIÇÃO, UMA ANGÚSTIA REPEN- (Luís de Camões)
TINA começou a me apertar a alma.
CASO 6
→ Sendo o sujeito composto e posposto ao verbo, este
Núcleos do sujeito unidos por NEM.
poderá concordar no plural ou com o substantivo mais próximo.
→ Quando o sujeito é formado por núcleo no singular unido
• “Não fossem O RÁDIO DE PILHA E AS REVISTAS, que
pela conjunção NEM, usa-se, comumente, o verbo no plural.
seria de Elisa?”
(Jorge Amado) • NEM A RIQUEZA NEM O PODER o livraram de seus
inimigos.
• “E de tudo, só restaria A ÁRVORE, A RELVA E O CES-
TINHO DE MORANGOS.” → É preferível a concordância no singular:
(Lígia Fagundes Teles) a) Quando o verbo precede o sujeito:
• Não o convidei EU NEM MINHA ESPOSA.
CASO 3
b) Quando há exclusão, isto é, quando o fato só pode ser
O sujeito é composto e de pessoas diferentes.
atribuído a um dos elementos do sujeito:
[Se o sujeito composto for de pessoas diversas, o verbo
• NEM PAULO NEM JOÃO será eleito governador do Acre.
se flexiona no plural e na pessoa que tiver prevalência. A 1ª.
pessoa prevalece sobre a 2ª. e a 3ª.; a 2ª. prevalece sobre a 3ª.] CASO 7
• “Foi o que fizemos CAPITU E EU.” Núcleos do sujeito correlacionados.
(Machado de Assis) O verbo vai para o plural quando os elementos do sujeito
• “TU E ELE partireis juntos.” composto estão ligados por uma das expressões correlativas
(Mário Barreto)
NÃO SÓ... MAS TAMBÉM, NÃO SÓ COMO TAMBÉM, TAN-
NOTA: Muitas vezes os escritores quebram a rigidez dessa TO... COMO, etc.
regra: • “NÃO SÓ A NAÇÃO MAS TAMBÉM O PRÍNCIPE esta-
a) Ora fazendo concordar o verbo com o sujeito mais pró- riam pobres.”
ximo, quando este se pospõe ao verbo: (Alexandre Herculano)

• “O que me resta da felicidade passada és TU E ELES.” • “TANTO LINCOLN QUANTO O ALEIJADINHO parecem
(Camilo C.Branco)
deter o segredo de tudo que lhes falta.”
b) Ora preferindo a 3ª. pessoa na concorrência tu + ele = (Viana Moog)

vocês em vez de tu + ele = vós. CASO 8


• “... DEUS E TU são testemunhas...” Sujeitos resumidos por TUDO, NADA, NINGUÉM.
(Almeida Garrett)
Quando o sujeito composto vem resumido por um dos
CASO 4 pronomes tudo, nada, ninguém, etc., o verbo concorda, no
Núcleos do sujeito unidos por OU. singular, com o pronome resumidor.
→ Há duas situações a considerar: • JOGADORES, ÁRBITRO, ASSISTENTES, NINGUÉM
Se a conjunção OU indicar exclusão ou retificação, o verbo saiu do campo.
concordará com o núcleo do sujeito mais próximo:
CASO 9
• PAULO OU ANTÔNIO será o presidente.
Núcleos do sujeito designando a mesma pessoa ou coisa.
• O LADRÃO OU OS LADRÕES não deixaram nenhum
• ADVOGADO E MEMBRO DA INSTITUIÇÃO afirma que
vestígio.
ela é corrupta.

34
LÍNGUA PORTUGUESA
CASO 10 NOTA: Essa é a concordância lógica, geralmente preferida
Núcleos do sujeito são verbos no infinitivo. pelos escritores modernos. Todavia, não é prática condenável
O verbo concordará no plural se os infinitivos forem determi- fugir ao rigor da lógica gramatical e usar o verbo da oração
nados pelo artigo ou exprimirem ideias opostas; caso contrário, adjetiva no singular (fazendo-o concorda com a palavra UM),
tanto é lícito usar o verbo no singular como no plural. quando se deseja destacar o indivíduo do grupo, dando-se a
• O COMER E O BEBER são necessários. (precedidos entender que ele sobressaiu ou sobressai aos demais:
de artigo) • ELE É UM DESSES PARASITAS QUE vive à custa dos
• RIR E CHORAR fazem parte da vida. (ideias opostas) outros.
• CANTAR, DANÇAR E REPRESENTAR faz [ou fazem]
CASO 17
a alegria do artista.
Sujeito: MAIS DE UM.
CASO 11 O verbo concorda, em regra, no singular. O plural será de
Sujeito oracional. Concorda no singular o verbo cujo sujeito rigor se o verbo exprimir reciprocidade, ou se o numeral for
é uma oração. superior a UM.
• QUE TODOS CHEGUEM JUNTOS é impossível. • MAIS DE UM EXCURSIONISTA já perdeu a vida nesta
• CANTAR faz bem para a alma. montanha.
• MAIS DE UM DOS CIRCUNSTANTES se entreolharam
CASO 12
com espanto.
Sujeito coletivo. O verbo concorda no singular com o sujeito
• MAIS DE TRÊS FERIDOS já tiveram alta.
coletivo no singular.
• A MULTIDÃO vociferava ameaças. CASO 18
• “UM GRUPO DE RAPAZES sentara-se ali ao lado.” Sujeito: QUAL DE NÓS, NENHUM DE NÓS, QUAIS DE
(Fernando Namora)
VÓS, ALGUNS DE NÓS.
CASO 13 Estando o pronome no singular, no singular (3ª. pessoa)
Sujeito: A MAIOR PARTE DE, GRANDE NÚMERO DE, etc. ficará o verbo.
Sendo o sujeito uma das expressões quantitativas a maior • QUAL DE VÓS testemunhou o fato?
parte de, parte de, a maioria de, grande número de, etc., se- • NENHUM DE VÓS falará primeiro?
guida de substantivo ou pronome no plural, o verbo, quando NOTA: Sendo o sujeito um dos pronomes interrogativos
posposto ao sujeito, pode ir para o singular ou para o plural, QUAIS? QUANTOS? Ou um dos indefinidos ALGUNS, MUITOS,
conforme se queira efetuar uma concordância estritamente gra- POUCOS, etc., seguidos dos pronomes NÓS ou VÓS, o verbo
matical (com o coletivo singular) ou uma concordância enfática, concordará, por atração, com estes últimos, ou, o que é mais
expressiva, com a ideia de pluralidade sugerida pelo sujeito. lógico, na 3ª. pessoa do plural.
• A MAIOR PARTE DOS CANDIDATOS estão bem pre- • QUANTOS DENTRE NÓS a conhecemos?”
parados. (Rogério C.Cerqueira)
• “A MAIORIA DAS PESSOAS são sinuosas, coleantes...”
(Ondina Ferreira) • ALGUNS DE NÓS vieram (ou viemos) de longe.

NOTA: Quando o verbo precede o sujeito, a concordância CASO 19


se efetua no singular: Sujeito QUEM, QUE.
• Nos quilombos refugiava-se PARTE DOS ESCRAVOS O verbo concordará, em regra, na 3ª. pessoa, com os pro-
FUGITIVOS. nomes QUEM e QUE, em frases como estas.
• Sou eu QUEM responde pelos meus atos.
CASO 14
• Eu sou o QUE presenciou o fato.
Sujeito: UM E OUTRO, NEM UM NEM OUTRO.
• “Éramos dois sócios QUE entravam no comércio da vida
O sujeito sendo uma dessas expressões, o verbo concorda,
com diferente capital.”
de preferência, no plural. (Machado de Assis)
• “UM E OUTRO descendiam de velhas famílias do Norte.”
(M.de Assis) NOTA (1): Todavia, a linguagem enfática justiça a concor-
dância com o sujeito anterior ao pronome QUEM.
• UMA E OUTRA FAMÍLIA tinham [ou tinha] parentes no
• “Sou EU QUEM prendo aos céus a terra.”
Rio. (Gonçalves Dias)
CASO 15 • “Somos NÓS QUEM a fazemos.”
(Ricardo Ramos)
Sujeito: UM OU OUTRO.
O verbo concorda no singular com o sujeito UM ou OUTRO. NOTA (2): A concordância do verbo precedido do pronome
• “Respondi-lhe que UM OU OUTRO colar lhe ficava bem.” relativo QUE far-se-á obrigatoriamente com o sujeito do verbo
(Machado de Assis)
(ser) da oração principal, em frases do tipo:
CASO 16 • Sou EU [que pago.]
Sujeito: UM DOS QUE, UMA DAS QUE. • Foram OS BOMBEIROS [que a salvaram.]
A) Quando, em orações adjetivas restritivas, o pronome
QUE vem antecedido de UM DOS ou expressão análoga, o CASO 20
verbo da oração adjetiva flexiona-se, em regra, no plural: Concordância com os pronomes de tratamento.
• “O PRÍNCIPE FOI UM DOS QUE despertaram mais Os pronomes de tratamento exigem o verbo na 3ª. pessoa,
cedo.” embora se refiram à 2ª. pessoa do discurso.
(Alexandre Herculano) • VOSSA EXCELÊNCIA agiu com moderação.

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LÍNGUA PORTUGUESA
CASO 21 • “Aquilo eram ASPEREZAS que o tempo acepilhava.”
Concordância com certos SUBSTANTIVOS PRÓPRIOS (Graciliano ramos)

NO PLURAL. NOTA (1): A concordância com o sujeito, embora menos


A) Certos substantivos próprios de forma plural, como comum, é também lícita:
ESTADOS UNIDOS, ANDES, CAMPINAS, LUSÍADAS, etc.,
• “TUDO é flores no presente.”
levam o verbo para o plural quando se usam com o artigo; caso (Gonçalves Dias)
contrário, o verbo concorda no singular.
B) Quando o sujeito é um nome de coisa, no singular, e o
• “OS ESTADOS UNIDOS são o país mais rico do mundo”.
(Eduardo Prado) predicativo um substantivo plural:
• “A cama são UMAS PALHAS.”
• “MONTES CLAROS era um feudo daquela família.” (Camilo C.Branco)
(Raquel Jardim)
NOTA (2): O sujeito sendo nome de pessoa, com ele con-
B) Tratando-se de títulos de obras, é comum deixar o verbo cordará o verbo SER:
no singular, sobretudo com o verbo SER seguido de predicativo • ABÍLIO era só problemas.
no singular.
• “OS SERTÕES é um ensaio sociológico e histórico...” C) Quando o sujeito é uma palavra ou expressão de sentido
(Celso Luft) coletivo ou partitivo, e o predicativo um substantivo no plural:
NOTA: Ressalte-se, porém, que é também correto usar o • “A MAIORIA eram rapazes.”
(Aníbal Machado)
verbo no plural.
• “AS VALKÍRIAS mostram claramente o homem...” • “A MAIOR PARTE DESSA MULTIDÃO são mendigos.”
(Eça de Queirós)
CASO 22
D) Quando o predicativo é um pronome pessoa ou um
Concordância do verbo passivo.
A) Quando apassivado pelo pronome apassivador SE, o substantivo, e o sujeito não é pronome pessoal reto:
verbo concordará normalmente com o sujeito: • “O Brasil, senhores, sois VÓS.”
Rui Barbosa)
• Vende-se A CASA.
• Quem deu o alarme fui EU.
• Compram-se DOIS APARTAMENTOS.
• Devem-se ler BONS LIVROS. (voz passiva sintética/ E) Quando o predicativo é o pronome demonstrativo O ou
pronominal) a palavra coisa:
[Mesmo na voz passiva analítica, a concordância se faz • Divertimentos é O que não lhe falta.
naturalmente com o sujeito passivo.]: • “Os responsórios e os sinos é COISA importuna em
• BONS LIVROS devem ser lidos. Tibães.”
(Camilo C.Branco)
CASO 23
Verbos impessoais. F) Nas locuções É MUITO, É POUCO, É SUFICIENTE, É
Os verbos HAVER, FAZER (na indicação do tempo) DEMAIS, É MAIS QUE (ou DO QUE), É MENOS QUE (ou DO
PASSAR DE (na indicação das horas), CHOVER e outros que QUE), etc., cujo sujeito exprime quantidade, preço, medida, etc.:
exprimem fenômenos meteorológicos, quando usados como • DOIS MIL DÓLARES é pouco.
impessoais, ficam na 3ª pessoa do singular. • SEIS QUILOS DE CARNE é mais do que precisamos.
• “Não havia ali vizinhos naquele deserto.”
(Monteiro Lobato) NOTA: na indicação das horas, datas e distâncias, o verbo
• “Chovera e nevara depois, durante muitos dias.” SER é impessoal (não tem sujeito) e concordará com a expres-
(Camilo C.Branco) são designativa de hora, data ou distância:
• “Aqui, faz verões terríveis.” • Era UMA HORA da tarde.
(Camilo C.Branco) • “Seriam SEIS E MEIA da tarde.”
(Raquel de Queirós)
NOTA (1): Também fica invariável na 3ª pessoa do singular
o verbo que forma locução com os verbos impessoais HAVER CASO 25
ou FAZER. Sujeito: locução de realce É QUE.
• Deverá haver cinco anos que ocorreu o incêndio. O verbo SER permanece invariável na expressão expletiva
• Vai fazer cem anos que nasceu o genial artista. ou de realce É QUE.
O verbo HAVER (no sentido de “existir”), independente do • Eu É QUE mantenho a ordem aqui. [Sou eu que mantenho
tempo verbal, fica invariavelmente na 3ª. pessoa do singular. a ordem aqui.]
Houvera, Havia, Houve, Há, Haverá... muitas crianças na festa. • Nós É QUE compramos a casa.
NOTA (2): O verbo CHOVER, no sentido figurado, deixa de CASO 26
ser impessoal e, portanto, concordará com o sujeito: A expressão A NÃO SER é geralmente considerada locução
• Choviam PÉTALAS DE FLORES. invariável, equivalente a EXCETO, SALVO, SENÃO.
CASO 24 • Nada restou do edifício, A NÃO SER escombros.
Concordância do verbo “SER”.
NOTA: Mas não constitui erro usar o verbo SER no plural,
O verbo de ligação SER concorda com o predicativo nos
fazendo-o concordar com o substantivo seguinte, convertido em
seguintes casos:
sujeito da oração infinitiva.
a) Quando o sujeito é um dos pronomes TUDO, O, ISTO,
• “A não serem OS CRÍTICOS E ERUDITOS, pouca gente
ISSO, ou AQUILO.
manuseia hoje... aquela obra.”
• “Tudo eram HIPÓTESES.” (Latino Coelho, Apud Bergo)
(Ledo Ivo)

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LÍNGUA PORTUGUESA
CASO 27 PERÍODO COMPOSTO POR SUBORDINAÇÃO - É o
A expressão HAJA VISTA. período em que as orações mantêm uma relação de depen-
A) A expressão correta é HAJA VISTA, e não HAJA VISTO. dência entre elas. Essa dependência é sintática e semântica.
Pode ser construída de três modos. Sintática porque uma desempenha uma função em relação à
I. HAJAM VISTA os livros desse autor. [= tenham vista, outra; semântica porque o sentido de uma se completa com o
vejam-se] sentido da outra:
II. HAJA VISTA os livros desse autor. [= por exemplo, veja] • As meninas queriam que o rapaz as levasse ao cinema.
III. HAJA vista aos livros desse autor. [= olhe-se para, atente- • O filme que elas queriam ver não agradava ao rapaz.
-se para os livros] Nos exemplos dados, em cada período, uma oração de-
5. ESTUDO DO PERÍODO COMPOSTO pende da outra para ter sentido ou para estar sintaticamente
completa.
ORAÇÕES COORDENADAS ASSINDÉTICAS: São aque-
las que se ligam a outras apenas pelo sentido, sem o auxílio de ORAÇÃO PRINCIPAL - É aquela que não exerce função
conjunções coordenativas: sintática no período e vem sempre acompanhada de outra
• Saia, deixe-me em paz! oração que lhe completa o sentido, ou que atribui uma carac-
• Seu pai esteve aqui, deixou um abraço para você. terística a um de seus substantivos, ou ainda indica-lhe uma
circunstância.
ORAÇÕES COORDENADAS SINDÉTICAS: São aquelas
A oração principal não apresenta conjunção ou pronome
que, além de se ligarem pelo sentido, ligam-se também com o relativo:
auxílio de conjunção coordenativa. É necessário que se case.
• Fale a verdade, ou não mais conversarei com você. O homem que fuma vive pouco.
• Não li o livro, mas farei a prova assim mesmo. Sopram os ventos, quando amanhece.
As orações coordenadas sindéticas, por terem conjunções,
são reclassificadas de acordo com o sentido expresso pela ORAÇÃO SUBORDINADA - É aquela que se liga à outra
conjunção. por meio de conjunção integrante, conjunção subordinativa ou
pronome relativo. A oração subordinada sempre dependerá da
A) Oração coordenada sindética aditiva: São as orações
principal para ser entendida. A oração subordinada:
que expressam ideias similares ou equivalentes, e por isso dão
a) completa o sentido da oração principal: Eu peço que
ideia de soma, adição.
desistas.
Principais conjunções aditivas: e, nem, não só... mas tam-
b) caracteriza o ser da oração principal: Deus, que é Pai,
bém, não apenas... mais ainda, senão ainda, como também etc.
ajuda-nos.
• Ana caiu e quebrou a perna. c) indica uma circunstância para a oração principal: Saímos,
• Ela não foi ao mercado nem foi à feira. quando escureceu.
B) Oração coordenada sindética adversativa: Expressa As orações subordinadas são classificadas de acordo com
um pensamento que se opõe ao anterior, dá ideia de contrarie- a função que desempenham em relação à oração principal:
dade e, por isso, adversidade. a) Quando exerce as funções próprias do substantivo,
Principais conjunções adversativas: mas, porém, todavia, recebe o nome de oração subordinada substantiva.
contudo, entretanto, senão, no entanto, ao passo que, não As funções do substantivo são: sujeito, objeto direto e
obstante etc.: indireto, complemento nominal, predicativo do sujeito e aposto.
Trata a todos com respeito, mas não com intimidade. b) Quando exerce a função própria do adjetivo, recebe o
• Irei com você, porém prefiro ficar em casa. nome de oração subordinada adjetiva.
A função do adjetivo é: adjunto adnominal.
C) Oração coordenada sindética alternativa: Expressa
c) Quando exerce a função própria do advérbio, recebe o
ideias que se excluem ou que se alternam, daí transmitir a noção
nome de oração subordinada adverbial.
de escolha, alternância.
Principais conjunções alternativas: ou, ou... ou, ora, quer... ORAÇÃO SUBORDINADA SUBSTANTIVA - A oração
quer, seja... seja, já... já etc.: subordinada recebe o nome de oração subordinada substantiva
• Vá para casa agora, ou tomará chuva. quando sua função é completar o sentido da oração principal.
• Ora chorava, ora sorria. Damos a ela o nome SUBSTANTIVA, porque pode ser substi-
tuída, trocada por um substantivo. É sempre iniciada por uma
D) Oração coordenada sindética conclusiva: Mostra a conjunção integrante.
dedução ou conclusão de um raciocínio. Principais conjunções As principais conjunções integrantes são QUE e SE:
conclusivas: assim, logo, portanto, por isso, por conseguinte, por • É necessário que se case.
consequência, pois (posposto ao verbo da oração) etc.: Nesse exemplo, a oração que se case está completando o
• Penso, logo existo. sentido da principal, e pode ser trocada pelo substantivo casa-
• Você não terminou a lição; não irá, pois, brincar. mento: É necessário seu casamento.

E) Oração coordenada sindética explicativa: Aquela que Veja outros exemplos:


se apresenta justificando a oração anterior, ou seja, reforça a • Eu quero que você saia. (Eu quero sua saída.)
ideia através de uma explicação. • Ninguém sabe se ela virá. (Ninguém sabe da sua vinda.)
Principais conjunções explicativas: que, porquanto, porque, Quando a oração subordinada completa o sentido da oração
pois (anteposto ao verbo da oração) etc.: principal, ela desempenha determinada função em relação a
• Choveu à noite, porque o chão está molhado. esta. Assim: É necessário que se case. = Seu casamento é
• A noite está quente, pois é verão. necessário.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Então: a oração subordinada funciona como sujeito da A) Oração subordinada adjetiva explicativa
oração principal. Eu quero que você saia. = Eu quero sua saída. Quando explica o sentido de um ser da oração principal.
Então: a oração subordinada funciona como objeto direto A oração subordinada adjetiva deve ser sempre isolada por
da oração principal. vírgulas, travessões ou parênteses.
Então: a oração subordinada funciona como aposto da • O homem, que é racional, às vezes age sem pensar.
oração principal. • Deus - que é nosso pai - nos salvará.
De acordo com a função que exerce em relação à principal,
B) Oração subordinada adjetiva restritiva
podemos classificar a oração subordinada substantiva. Para
Quando restringe, particulariza o sentido do ser da oração
isso, basta sabermos o que falta na oração principal. Veja:
principal:
Oração subordinada substantiva subjetiva • Vi homens que colhiam algodão.
É assim classificada quando exerce a função de sujeito em • Comi as frutas que estavam maduras.
relação à oração principal:
ORAÇÃO SUBORDINADA ADVERBIAL - A oração subor-
• Espera-se que as meninas tragam as tortas.
dinada adverbial é aquela que indica uma circunstância para a
• É necessário que ela estude matemática.
oração principal. Ela desempenha as funções próprias de um
Oração subordinada substantiva objetiva direta advérbio, ou seja, de um adjunto adverbial. Sempre iniciada
Recebe esse nome a oração que exerce a função de objeto por conjunção subordinativa adverbial, é essa conjunção que
direto em relação à oração principal: indicará a circunstância que a oração toda expressa; e, de
• Maria esperou que o marido voltasse. acordo com essa circunstância, reclassificaremos a oração
• Ignoramos se eles se salvaram. subordinada adverbial.
Oração subordinada substantiva objetiva indireta 1) Oração subordinada adverbial causal
Damos à oração essa denominação, pois exerce a função Expressa causa, motivo, razão. Principais conjunções cau-
de objeto indireto em relação à oração principal. Vem sempre sais: porque, visto que, já que, uma vez que, posto que, como,
introduzida por preposição, e essa preposição estará ligada ao na medida em que etc.:
verbo da oração principal: • Você veio porque quis.
• Nós necessitamos de que nos ajudem. • Como ele estava armado, ninguém ousou reagir.
• Gosto de que me beije.
2) Oração subordinada adverbial comparativa
Oração subordinada substantiva completiva nominal Expressa uma comparação. Principais conjunções compara-
Assim é chamada quando exerce a função de complemento tivas: (do) que, tal... qual, tão... como, tanto... quanto, como etc.:
nominal em relação à oração principal. Vem sempre introduzida • Voltou a casa como quem vai à prisão.
por preposição, e essa preposição estará ligada a um nome da • A luz é mais veloz do que o som.
oração principal:
Obs.: A oração subordinada adverbial comparativa pode
• Eu sou favorável a que o prendam.
ter um verbo subentendido. Isso acontece quando o verbo da
• Nós temos necessidade de que nos ajudem.
oração principal é o mesmo da oração subordinada:
Oração subordinada substantiva predicativa • A luz é mais veloz do que o som(é veloz).
Quando exerce a função de predicativo do sujeito em re-
3) Oração subordinada adverbial concessiva
lação à oração principal. Vem sempre ao lado de um verbo de
Expressa um fato que se admite em exceção à ideia ex-
ligação da oração principal:
pressa pela oração principal. Principais conjunções concessivas:
• Seu receio era que chovesse.
embora, ainda que, se bem que, apesar de etc.:
• O necessário agora é que você se cure.
• Nada seria resolvido, ainda que eu falasse.
Oração subordinada substantiva apositiva • Irei à festa, embora não esteja disposto.
Quando exerce a função de aposto em relação à oração
4) Oração subordinada adverbial condicional
principal. Geralmente aparece após dois-pontos:
Expressa uma hipótese, uma condição. Principais con-
• Só desejo uma coisa: que seja feliz.
junções condicionais: salvo se, caso, exceto se, sem que, a
• Confesso uma verdade: (que) eu sou puro.
menos que etc.:
ORAÇÃO SUBORDINADA ADJETIVA - A função da oração • Se chover, não sairei de casa.
subordinada adjetiva é caracterizar um ser da oração principal, • Não deixe de estudar, a menos que você já saiba tudo.
que já possui sentido completo. É a função própria do adjetivo,
5) Oração subordinada adverbial conformativa
ou seja, adjunto adnominal.
Expressa conformidade, acordo entre um fato e outro.
A oração subordinada adjetiva pode caracterizar o ser da
Principais conjunções conformativas: conforme, segundo, como,
oração principal de duas maneiras diferentes: explicando ou
consoante etc.:
restringindo o seu sentido.
• O homem age conforme pensa.
A oração subordinada adjetiva é iniciada por um pronome
• A história se repete,consoante opinam alguns.
relativo.
O homem que fuma vive pouco - nesse exemplo temos 6) Oração subordinada adverbial consecutiva
uma restrição, pois não é todo homem que vive pouco, apenas Expressa uma consequência, um resultado, um efeito.
aquele que fuma. Principais conjunções consecutivas: tanto que, tão que, que etc.:
O gelo, que é frio, conserva o alimento - nesse outro exem- • Gritou tanto, que acordou os vizinhos.
plo temos uma explicação, pois ser frio é característica própria do • Ó Deus, onde estás, que não respondes?
gelo. Assim podemos reclassificar a oração subordinada adjetiva:

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LÍNGUA PORTUGUESA
7) Oração subordinada adverbial final • Assistimos ao filme.
Expressa finalidade, objetivo. Principais conjunções finais: → o verbo assistimos não tem sentido completo, ele ne-
a fim de, para que, porque, que etc.: cessita de outro termo que lhe dê completude; o termo ao filme
• Saí, a fim de que evitássemos brigar. está completando o sentido do verbo assistir.
• Veio à escola para que estudasse. Os termos apto e assistimos são os regentes, pois exigem
complemento; já os termos para o trabalho e ao filme são os
8) Oração subordinada adverbial proporcional
regidos, pois funcionam como complemento.
Expressa proporcionalidade. Principais conjunções propor-
cionais: à medida que, na medida em que, à proporção que, à A regência divide-se em:
maneira que, ao passo que etc.: ► REGÊNCIA NOMINAL - quando o termo regente é um
• Aumentava a pressão ao passo que a esquadra se apro- nome (substantivo, adjetivo ou advérbio):
ximava. • O homem está apto para o trabalho.
• O dia clareia à medida que o sol surge.
É o fato de um nome não ter sentido completo e exigir outro
9) Oração subordinada adverbial temporal que lhe complete o sentido. Não há regras para o uso ou não
Expressa ideia de tempo. Principais conjunções temporais: de determinada preposição com o nome. Alguns deles admitem
quando, enquanto, apenas, mal, logo que, assim que, depois mais de uma regência. A escolha de uma ou outra preposição
que, agora que etc.: deve ser feita com base na clareza, na eufonia e também deve
• Mal chegamos, ela foi saindo. adequar-se às diferentes formas de pensamento.
• O que fará, agora que está em férias?
Obs.: Lista de alguns nomes e suas preposições mais
ORAÇÕES REDUZIDAS - São as orações subordinadas frequentes:
que se apresentam sem conjunção ou sem pronome relativo, e aberto a, para
com o verbo numa das formas nominais:
aborrecido a, com, de, por abrigado a
▪ infinitivo (pessoal ou impessoal) - AMAR.
abundante de, em
▪ gerúndio - AMANDO.
certeza de
▪ particípio -AMADO.
certo de
Quando a oração se apresenta da forma que estávamos
desgostoso com, de
vendo até agora, dizemos que ela é uma ORAÇÃO DESEN-
desprezo a, de, por
VOLVIDA. Se tirarmos a conjunção inicial e colocarmos o verbo
empenho de, em, por
em forma nominal, transformaremos a oração desenvolvida em
fácil a, de, para
ORAÇÃO REDUZIDA.
falho de, em
Oração reduzida de infinitivo: Oração reduzida de infini- hábil em
tivo surge quando tiramos a conjunção e colocamos o verbo no habituado a, com
infinitivo. Aqui podemos ter as orações subordinadas substan- impróprio para
tivas e as orações subordinadas adverbiais: imune a, de
• É necessário casar-se. junto a, com, de
• Todos temos necessidade de nos amarem. lento em
Oração reduzida de gerúndio: Oração reduzida de gerún- morador em
dio aparece quando tiramos a conjunção ou pronome relativo e ódio a, contra, de, para com, por
colocamos o verbo no gerúndio. peculiar a
precedido a, com, de
Oração reduzida de particípio: Oração reduzida de parti- simpatia a, para com, por
cípio aparece quando tiramos a conjunção ou pronome relativo último a, de, em
e colocamos o verbo no particípio. Aqui podemos ter as orações união a, com, entre
subordinadas adjetivas e as orações subordinadas adverbiais: útil a, para
• Há saudade nunca esquecida. vizinho a, com, de
• Partido o bolo, vários convidados se retiraram.
► REGÊNCIA VERBAL - Nesse tipo de regência, é o verbo
Obs.: As orações subordinadas substantivas só podem ser que pede um complemento que pode ou não ligar-se através
reduzidas de infinitivo. de preposição. A escolha da preposição adequada depende da
As orações subordinadas adjetivas podem ser reduzidas significação do verbo. Devemos observar as possibilidades de
de gerúndio e particípio. utilização de uma ou outra preposição.
As orações subordinadas adverbiais podem ser reduzidas a) Existem verbos que admitem mais de uma regência sem
de infinitivo, gerúndio e particípio. mudar seu significado:
Cumpriremos o nosso dever.
6. REGÊNCIA VERBAL / NOMINAL
Cumpriremos com o nosso dever.
A regência trata das relações de dependência que as pala-
vras mantêm entre si. É o modo pelo qual um termo rege outro José não tarda a chegar.
que lhe completa o sentido. Temos: José não tarda em chegar.
▪ Termo regente: aquele que pede um complemento. b) Existem verbos que mudam seu significado quando se
▪ Termo regido: aquele que completa o sentido de outro. altera a regência:
• O homem está apto para o trabalho Aspirei o aroma das flores.
→ o nome apto não possui sentido completo, precisa de um (aspirar = sorver, respirar)
complemento; o termo para o trabalho aparece completando o Aspirei a um bom cargo.
sentido do nome apto.

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LÍNGUA PORTUGUESA
(aspirar = desejar, almejar, objetivar) DESOBEDECER
Olhe para ele. ■ (desacatar) - VTI - preposição A:
(olhar = fixar o olhar) Os filhos desobedecem aos pais.
Olhe por ele. Sempre que desobedecem à lei, devem ser punidos.
(olhar = cuidar)
ESQUECER
Lista de alguns verbos e suas regências: ■ (sem pronome reflexivo) - VTD - sem preposição:
Veremos aqui alguns verbos e suas regências, cujas parti- Esqueci o caderno.
cularidades seguirão o seguinte esquema: Não esqueça os sapatos na sala.
VERBOS: ■ (com pronome reflexivo) - VTI - preposição DE:
■ (sentido na frase) - sua transitividade (VI, VTD, VTI, VTDI) Esqueci-me do caderno.
- preposição exigida exemplo Não se esqueça dos sapatos na sala.
Assim: Obs.:
Repare que o verbo esquecer pode ser usado com ou sem
CONFIAR
pronome reflexivo.
■ (acreditar) - VTI - preposição EM:
Se estiver com pronome reflexivo, ele estará também com
Confio em meus pais.
preposição DE. Se ele não estiver com pronome reflexivo, ele
■ (entregar) - VTDI - sem preposição + preposição A:
estará sem preposição.
Confio meu carro ao meu filho.
Tome cuidado, pois algumas vezes ele aparece com pro-
ASPIRAR nome, mas esse não é reflexivo. Observe o seguinte exemplo:
■ (sorver) - VTD - sem preposição: Esqueceram-me os fatos.
Aspiro o perfume das flores. Esta é uma construção comumente usada, na qual o sujeito
Todos aspiramos a fumaça tóxica das fábricas de nossa é determinado e o pronome me representa o objeto indireto,
cidade. logo os fatos é o sujeito.
■ (desejar) - VTI - preposição A: Esqueceu-me a data do seu aniversário.
Aspiro a uma boa posição.
Ele sempre aspirou à vaga de Auditor-Fiscal. IMPLICAR
■ (ser chato com) - VTI - preposição COM:
ABDICAR Ana sempre implica com todos.
■ (renunciar) - VI - sem complemento: Implicava comigo, sempre que eu chegava tarde.
Ela abdicou em 1990. ■ (envolver-se) - VTI - preposição EM:
■ (renunciar) - VTD - sem preposição: Ana implicou-se em casos de vandalismo.
Ele abdicou a coroa. ■ (acarretar) - VTD - sem preposição:
Ele abdicou o direito de votar. Sua atitude implica demissão.
■ (renunciar) - VTI - preposição DE: Desobedecer à lei implica receber punição.
Ele abdicou da coroa. ■ (acarretar) - VTI - preposição EM:
Ele abdicou do direito de votar. Sua atitude implica em demissão.
ASSISTIR Desobedecer à lei implica em receber punição.
■ (ver, presenciar) - VTI - preposição A: Obs.: Hodiernamente, o verbo implicar, no sentido de acar-
Ele assistiu ao espetáculo. retar, pode ser usado das duas maneiras mencionadas acima.
Sempre assisto às novelas.
NAMORAR
■ (ser de direito, caber, pertencer) - VTI - preposição A:
■ (“ficar”) - VTD - sem preposição:
Férias é um direito que assiste a todos.
Eu namoro o Pedro e João namora a Maria.
Tal direito assiste aos alunos.
Estou namorando aquela menina.
■ (morar) - VI - preposição EM (adjunto adverbial de lugar):
Obs.: Não se deve usar o verbo namorar com a preposição
Eles assistem em São Paulo.
com, como muito frequentemente se ouve.
Assistem todos em área de risco.
São erradas as construções:
■ (ajudar, auxiliar) - VTD - sem preposição:
Eu namorei com ele durante dois anos.
O médico assiste o paciente.
Quer namorar comigo?
O departamento jurídico assistiu a Comissão de Direitos
Humanos. Com qual menina você namora?
O correto é:
CHAMAR Eu namorei-o durante dois anos.
■ (convocar, denominar, cognominar) - VTD - sem prepo- Quer namorar-me?
sição: Qual menina você namora?
O gerente chamou os funcionários para a reunião.
Na hora de aflição, o filho chama a mãe. PISAR
Obs.: Apesar de a regência dada acima ser a mais frequen- ■ (pôr os pés em) - VTD - sem preposição:
te, o verbo chamar admite várias construções como corretas: O artista pisou o palco com vontade!
Chamei Pedro. Não pise a grama.
Chamei a Pedro. ■ (pôr os pés em) - VTI - preposição EM:
Chamei Pedro de herói. O artista pisou no palco com vontade!
Chamei a Pedro de herói. Não pise na grama.
Chamei por Pedro. Obs.: Antigamente, apenas a primeira construção era ad-
Na hora de aflição, o filho chama pela mãe. mitida como correta; hoje, ambas o são.

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LÍNGUA PORTUGUESA
7. CRASE CASO 2
1. CONCEITO: A crase resulta da contração da preposição Diante de substantivos femininos usados em sentido geral
“a” exigida por um termo subordinante com o artigo feminino e indeterminado:
“a” ou “as” (reclamado por um termo dependente). Seria assim: • Não vai a festas, nem a reuniões.
Verbo Trans. • A - artigo definido feminino • Dedicas o trabalho a homem ou a mulher?
Indireto • A - pronome demonstrativo • A FUNAI decidiu fechar o parque indígena a visitas.
• Aquela, aquele, aquilo - • Não dê atenção a pessoas suspeitas.
Verto Trans. pronomes demonstrativos
CASO 3
Direto e Indireto • a qual, as quais - pronome
Preposição relativo. Diante de nomes de parentesco, precedidos de pronome
possessivo:
A
• Recorri a minha mãe.
Nome: • Peça desculpas a sua irmã.
Advérbio, • “Arrependi-me de ter falado a minha prima.”
substantivo ou (Graciliano Ramos)
adjetivo • “Nunca saio satisfeito das visitas que faço a minha mãe.”
(Antônio Olavo Pereira)
Exemplos:
• Irei à cidade. CASO 4
[Irei a a cidade.] Diante de nomes próprios que não admitem o artigo:
• Apresentei-me à diretora. • Iremos a Curitiba e depois a Londrina.
[Apresentei-me a a diretora.] • O historiador referiu-se a Joana D’Arc.
• Dedico-me às artes. • Rezamos a Nossa Senhora todos os dias.
[Dedico-me a as artes.] • Chegamos a Paquetá ao meio-dia.
• Em relação à lei... Haverá crase quando o nome próprio admitir o artigo ou
[Relação a a lei...] vier acompanhado de adjetivo ou locução adjetiva:
• Era contrário à cota. • A jovem tinha devoção à Virgem Maria.
[Era contrário a a cota.] • Referiu-se à Roma dos Césares.
• Relativamente à ação... • Assim foi que cheguei à histórica Ouro Preto numa tarde
[Relativamente a a ação...] de maio.
• Aludi-se à Diamantina das serestas divinas.
Notas:
1) Se não houver a presença da preposição ou do artigo, CASO 5
não haverá crase e, consequentemente, não se acentuará o Diante da palavra “casa”, no sentido de “lar, domicílio”,
“a” ou “as”. quando não acompanhada de adjetivo ou locução adjetiva:
2) O acento indicador da crase chama-se GRAVE (`). • Voltamos a casa tristes.
O acento indicador de crase só tem cabimento diante de • “Chegou Basílio a casa e atirou-se a chorar sobre a cama.”
palavras femininas determinadas pelo artigo definido “a” ou “as” (Camilo C.Branco)
e subordinada a termos que exigem a preposição “a”. • “Chegavam a casa quase sempre à tardinha.”
• Avançamos rente à parede. (Herberto Sales)
• Exige-se a assistência às aulas. Se a palavra “casa” vier acompanhada de adjetivo ou locu-
• Procedeu-se à apuração dos votos. ção adjetiva, terá lugar o acento da crase:
• Devemos aliar a teoria à prática. • O filho pródigo voltou à casa paterna.
• O trem chegou à estação às 18 horas. • Fiz uma visita à velha casa de meus avós.
Os termos diante dos quais ocorre a crase exercem as A crase é de rigor com a dita palavra no sentido de esta-
funções sintáticas: objeto indireto, complemento nominal ou de belecimento comercial ou hospitalar, residência oficial de chefe
adjuntos adverbiais. de Estado, dinastia, enfim, quando “casa” não significa “lar,
2. NÃO HÁ CRASE: Não havendo o artigo “a(s)” antes do domicílio”:
termo dependente, é evidente que não pode ocorrer a crase. • Fui à Casa Medeiros comprar uma lembrancinha.
Por isso, não se acentua o “a” em: • Poucos têm acesso à Casa da Moeda.

CASO 1 CASO 6
Diante de palavras masculinas. Nas locuções adverbiais formadas com a repetição da
• Venho a mando de meu patrão. mesma palavra:
• Escreveu um bilhetinho a lápis. • Os rivais ficam frente a frente.
• Casarão do império cede lugar a edifício. • Entraram uma a uma.
• Fomos a São Lourenço, onde passeamos a pé, a cavalo, • “Gramados e pastos eram, de ponta a ponta, um só
de charrete. atoalhado branco.”
(Monteiro Lobato)
Obs.: Ocorrendo a elipse da palavra “moda ou maneira”, • Fomos de cidade a cidade.
das expressões “à moda de”, “à maneira de”, haverá crase diante
de nomes masculinos: CASO 7
• Calçados à Luís XV (à moda de Luís XV). Diante do substantivo “terra”, em oposição a bordo, a mar:
• Cabelos à Sansão. • Os marinheiros tinham descido a terra para visitar a cidade.
• Estilo à Machado de Assis. • Vendo o tubarão, o nadador voltou logo a terra.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Fora desse caso, escreve-se “à”: • Assisti às duas sessões de ontem.
• Aves voavam rente à terra. • Entregaram-se os prêmios às três alunas vencedoras.
• Os astronautas voltaram à Terra.
• Gulliver chegou, primeiramente, à terra dos liliputianos. CASO 11
Diante de verbos:
CASO 8 • Começou a chover repentinamente.
Diante de artigos indefinidos e de pronomes pessoais (in- • Puseram-se a discutir em voz alta.
clusive de tratamento, com exceção de “senhora” e “senhorita)
e interrogativos: 3. CASOS ESPECIAIS:
• Chegamos à cidade a uma hora morta.
CASO 1
• Recorreram a mim (a nós, a ela, a você, a dona Marta, etc.)
O uso do artigo antes dos pronomes possessivos, salvo
• Solicito a Vossa Senhoria o obséquio de anotar nosso
em alguns casos, fica ao arbítrio de quem escreve. Daí a pos-
endereço.
sibilidade de haver, ou não, a crase antes desses pronomes:
• Não me referi a Vossa Excelência.
• A quem falaste? • A minha viagem é certa. Ou
• Falaste a que pessoa? • Minha viagem é certa.
• Referiu-se à minha viagem. Ou
Escreve-se, porém, com o acento indicador de crase: • Referiu-se a minha viagem
• Peço à senhora que tenha paciência. Seguindo-se a atual tendência, é preferível usar o artigo, e,
• É um favor que peço à senhorita. portanto, a crase, diante dos possessivos que não se referem a
CASO 9 nomes de parentesco.
Antes de outros pronomes que rejeitam o artigo, o que Ocorrendo a elipse do substantivo, o “a” será acentuado:
ocorre com a maioria dos indefinidos e relativos e boa parte • Ele referia-se à desgraça do amigo e não à sua. [à sua
dos demonstrativos: desgraça]
• Escrevi a todas¹ as (ou a algumas, a várias, a muitas) • Eu fui à formatura dele, mas ele não compareceu à minha.
colegas.
• Não ligo a essas² (ou a tais) coisas). CASO 2
• Foi vício que o levou a tamanha¹ degradação. Opcional é também, na linguagem familiar, o uso do artigo
• O letreiro pode despencar a qualquer¹ hora. diante de nomes próprios personativos. A crase, portanto, de-
• Esta é a vida a que³ aspiramos. penderá da preferência do escritor.
• A tia gostava de Jacinta, a quem³sempre ajudava. • Mandamos um convite à (ou a) Cristina.
• Ali havia uma árvore, a cuja³sombra descansamos. • Escrevi à (a) Magnólia.
• Diariamente chegam turistas a esta² cidade. Na língua formal, sobretudo quando se faz referência mulhe-
• “A penedia, a essa² hora, faiscava.” res célebres, não se usa artigo e, portanto, não se acentua o “a”:
(José Geraldo Vieira)
• A polícia dará proteção a Maria de Lourdes, testemunha
• Estamos a pouca¹ (ou a certa) distância da fronteira. do crime.
¹ pronome indefinido • Por que os ingleses tinham ódio a Joana d’Arc?
² pronome demonstrativo Em um e outro caso, o acento indicativo de crase será de
³ pronome relativo rigor, se o nome vier acompanhado de um adjunto:
• Quem negará elogios à corajosa Maria Quitéria de Me-
Há, no entanto, pronomes que admitem o artigo, dando
deiros?
ensejo à crase:
• Refiro-me à Beatriz do Dr. Vieira.
• Não fale nada às outras¹ colegas.
• À querida Marta, (nas dedicatórias).
• Assistimos sempre às mesmas² cenas.
• O professor referiu-se à intrépida Joana d’Arc.
• Diga a tal² senhora que sua reclamação não procede.
• Não temo as acusações de Zito, às quais³ responderei CASO 3
oportunamente. Com relação à palavra “Distância de...”.
• Estavam atentas umas às outras¹. Coloca-se o acento grave sobre “a” da expressão “à distân-
cia de”, seja a distância determinada, precisa ou não:
¹ pronome indefinido
• Achava-me à distância de cem (ou de alguns) metros da
² pronome demonstrativo
fronteira.
³ pronome relativo
• Paramos à distância de alguns metros do riacho.
CASO 10 Se antes de “distância” ocorrer adjetivo ou palavra que não
Diante de numerais cardinais referentes a substantivos não admite o artigo definido, não se acentuará o “a”:
determinados pelo artigo, usados em sentido genérico: • O trem passava a pouca distância da casa.
• Assisti a duas sessões (ou a uma só sessão).
• “Só o João conservava-se a respeitável distância da água.”
• A fazenda ficava a três léguas da cidade.
(Coelho Neto)
• Daqui a quatro semanas muita coisa terá mudado.
• O número de candidatas aprovadas não chega a vinte. Quando se trata da locução adverbial “a distância”, é op-
• “Então aquilo tinha acontecido de meia-noite a três horas!” cional o uso do acento grave sobre o “a”. Renomados escritores
(Graciliano Ramos) modernos ora acentuam, ora não acentuam.
Usa-se, porém, a crase nas locuções adverbiais que expri- • “É necessário vê-los a distância.”
(Graciliano Ramos)
mem hora determinada e nos casos em que o numeral estiver
precedido de artigo: • “Pedras de gamão estavam à distância.”
• Chegamos às oito horas da noite. (Graciliano Ramos)

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LÍNGUA PORTUGUESA
• “Os merceeiros ignaros, os negociantes sovinas, eram, CASO 6
porém, mantidos a distância.” A crase pode também resultar da contração da preposição
(Ciro dos Anjos)
“a” com os pronomes demonstrativos “aquele, aquela, aqueles,
• “Seguiu-a a distância, discretamente.” aquelas, aquilo, a, as”:
(Fernando Namora)
• “Os canhões punham à distância os franceses cobiçosos.” • Não irás àquela festa. [a aquela]
(José Lins do Rego) • Vou àquele cinema. [a aquele]
CASO 4 • Não dei importância àquilo. [a aquilo]
Acentua-se o “a” ou “as” de locuções formadas de subs- • Não estou falando de todas as jovens; refiro-me à que
tantivos femininos como: você namora. [a a]
I. ADVERBIAIS • Àquela ordem estranha, o soldado estremeceu.
• Falarei às que quiserem me ouvir.
à direita à esquerda à força
• “... suas forças são inferiores às de Nassau.”
à noite à risca à vontade (Assis Brasil) (Fonte: Novíssima Gramática da Língua
à uma hora às sete horas à zero hora Portuguesa, CEGALLA, Domingos Paschoal.)

à toa às claras às pressas ou à pressa, etc. 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS:


1. Antes de “hora”
II. PREPOSITIVAS
a) hora do relógio - usa-se a crase:
à custa de à espera de à procura de • Ele chegou às duas e quinze.
à vista de etc • Ele chegou à uma.
• Ele virá às três.
III. CONJUNTIVAS
• “... às oito horas, o diretor aparecia a uma porta...”
à medida que à proporção que (Raul Pompeia)

O uso do acento grave é opcional nas locuções adverbiais b) tempo passado - usa-se o verbo “haver”:
que indicam meio ou instrumento: • Ele chegou há uma hora.
barco a (ou à) vela escrever a (ou à) máquina • Ele chegou há quinze minutos.

escrever a (ou à) mão fechar o cofre a (ou à) chave c) tempo futuro - usa-se a preposição “a”:
repelir o invasor a (ou à) bala etc. • Ele chegará daqui a dez minutos.

CASO 5 2. Não há crase antes de nomes de santos (não podem


Não se acentua locução constituída de “a + substantivo possuir artigos).
plural”: • Fui a Santa Maria.
• Pedi ajuda a Santa Edwiges.
a expensas de a duras penas
• Referi-me a Nossa Senhora.
a marteladas a duas mãos, etc.
3. Ocorrência de crase no pronome relativo “a qual ou as
É descabido e vetado o acento grave em locução formada quais”:
com substantivo masculino. Grafa-se, portanto: Para que haja crase antes desta palavra, é fundamental que
a cavalo a pé a gás a regência do verbo ou nome da oração adjetiva peça a prepo-
a nado a mando de a pedido de, etc. sição “a” e o termo antecedente seja um substantivo feminino.

É desnecessário o acento grave no “a” ou “as” depois de • Esta foi a notícia / à qual fiz referência.
“até”, a não ser que sua falta possa gerar ambiguidade (duplo [referência a... + a qual]
sentido): • É linda a cidade / à qual fui ontem.
• Chegou até a praia. [ir a... + a qual]
• Andei até a igreja.
4. Antes de pronome de tratamento, não há artigo, daí não
• Fomos até as dunas.
ocorrer a crase.
Mas em... • Peço ajuda a Vossa Excelência.
• Os garimpeiros danificaram todo o rio até à nascente.
[Sem o acento grave, poder-se-ia entender que os garim- 8. PONTUAÇÃO
peiros danificaram inclusive a nascente do rio.] 1. SINAIS DE PONTUAÇÃO
Há, portanto, casos em que o acento grave, nas locuções, Emprego dos sinais de pontuação
não assinala crase; emprega-se, simplesmente, para deixar 1.1 VÍRGULA
bem claro que se trata de um adjunto adverbial. Comparem-se,
Emprega-se a vírgula (uma breve pausa):
por exemplo, as expressões seguintes, em que a ausência do
1.1.1 para separar elementos de mesmo valor sintático ou
acento grave torna o sentido dúbio:
orações assindéticas:
• Ver a distância ver à distância • A nossa empresa está contratando engenheiros, econo-
• Matar a fome matar à fome mistas, analistas de sistemas e secretárias. (OD)
• Cheirar a gasolina cheirar à gasolina • A terra, o mar, o céu, tudo apregoa a glória de Deus.
(sujeito composto)
• Enfrentar-se a espada enfrentar-se à espada
• Os passantes chegam, olham, perguntam e prosseguem.
• Receber a bala receber à bala (orações coordenadas)

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LÍNGUA PORTUGUESA
1.1.2 para separar vocativo: • A História, diz Cícero, é a mestra da vida.
• Pedro, desligue essa televisão! • “O Jornal, como o entendem hoje em dia, é o mergulho
• Você viu,Tereza, a novela ontem? absoluto na intensidade da vida.”
(Félix Pacheco)
1.1.3 para separar apostos:
• Seu Joaquim, nosso vizinho, ganhou o prêmio. 1.1.11 para separar certas conjunções pospositivas, como
• Dona Sílvia, aquela mexeriqueira do quarto andar, ficou PORÉM, CONTUDO, POIS, ENTRETANTO, PORTANTO, etc.:
presa no elevador. • “Vens, pois, anunciar-me uma desventura.”
(Alexandre Herculano)
• Rafael, o gênio da pintura italiana, nasceu em Urbino.
• “As pessoas delicadas, contudo, haviam desde a véspera
1.1.4 para separar predicativos deslocados (ordem indireta):
abandonado a cidade.”
• Lentos e tristes, os retirantes iam passando. (ordem (João Ribeiro)
indireta)
1.1.12 para separar termos que desejamos realçar:
Na ordem direta, seria assim: • O dinheiro, Jaime o trazia escondido nas mangas do
• Os retirantes iam passando lentos e tristes. paletó.
Outros exemplos: • Aos filhos, dei-lhes amor, carinho e limites.
• Novo ainda, eu não entendia certas coisas.
• “Pássaro e lesma, o homem oscila entre o desejo de voar Nota: no caso, os objetos indiretos foram antepostos aos
e o desejo de arrastar.” verbos e virgulados para ganhar destaque, realce.
(Gustavo Coração)
1.1.13 para isolar elementos repetidos:
1.1.5 para separar certas expressões explicativas ou retifi- • O palácio, o palácio está destruído.
cativas, como ISTO É, A SABER, POR EXEMPLO, OU MELHOR, • Estão todos cansados, cansados de dar dó!
OU ANTES, etc.
1.1.14 para isolar as orações coordenadas, exceto as
• O amor, isto é, o mais forte e sublime dos sentimentos
introduzidas pela conjunção E:
humanos, tem seu princípio em Deus.
• Ele já enganou várias pessoas, logo não é digno de
• Eles viajaram para a América do Norte, aliás, para o
confiança. (or.coord. conclusiva)
Canadá.
• Você pode usar o meu carro, mas tome muito cuidado
• Viajo dia 20, ou melhor, dia 23.
ao dirigir. (or.coord. adversativa)
1.1.6 para isolar o adjunto adverbial antecipado: • Não compareci ao trabalho ontem, pois estava doente.
Lá no sertão, as noites são escuras e perigosas. (or.coord. explicativa)
• Ontem à noite, fomos todos jantar fora. • Trabalha durante todo o dia e estuda à noite. (or.coord.
• “Eis que, aos poucos, lá para as bandas do oriente, clareia aditiva: sem vírgula)
um cantinho do céu.”
Nota: Coloca-se vírgula antes da conjunção E nos seguin-
• “Com mais de setenta anos, andava a pé.”
(Graciliano Ramos) tes casos:
A conjunção E tiver sentido adversativo (mas):
Notas: A posição normal do adjunto adverbial é vir no • Acendeu o cigarro, e não fumou.
final da frase.
O adjunto adverbial, quando breve, pode dispensar a Iniciar a segunda oração em que o sujeito seja diferente do
vírgula: que estiver na primeira oração:
• “Dentro do navio homem e mulheres conversavam.” • As crianças chegaram do colégio, e mamãe foi trabalhar.
(Jorge Amado) 1ª oração (sujeito: as crianças);
2ª. oração (sujeito: mamãe).
1.1.7 para separar orações adjetivas explicativas:
• Pelas 11 horas do dia, que foi de sol ardente, alcançamos 1.1.15 para sinalizar o Polissindético: repetição intencional
a margem do rio Paraná. do conectivo coordenativo. É particularmente eficaz para sugerir
• “O coronel ia enchendo o tambor do revólver,do qual movimentos contínuos ou séries de ações que se sucedem
nunca se apartava.” rapidamente:
(Herberto Sales)
• “Trejeita, e canta, e ri nervosamente.”
• Vidas Secas, que é um romance contemporâneo, foi (Antônio Tomás)
escrito por Graciliano Ramos. • “Vão chegando as burguesinhas pobres,
e as criadas das burguesinhas ricas,
1.1.8 para isolar, nas datas, o nome do lugar:
e as mulheres do povo, e as lavadeiras da redondeza.”
• São Paulo, 22 de maio de 1995. (Manuel Bandeira)
• Belo horizonte, 13 de dezembro de 2000.
1.1.16 para separar elementos paralelos de um provérbio:
1.1.9 para indicar a elipse de um elemento da oração: • Mocidade ociosa, velhice vergonhosa.
• Foi um grande escândalo. Às vezes gritava; outras, es-
trebuchava como um animal. IMPORTANTE: a pontuação dos períodos em que há ora-
• Não se sabe ao certo. Paulo diz que ela se suicidou; a ções subordinadas adverbiais obedece aos mesmos princípios
irmã, que foi um acidente. observados em relação aos adjuntos adverbiais. Isso significa
• Eu gosto de chá; Tereza, de café com leite. que a oração subordinada adverbial sempre pode ser separada
por vírgulas da oração principal. Essa separação é optativa quan-
1.1.10 para isolar orações intercaladas ou de caráter ex- do a oração subordinada está posposta à principal e é obrigatória
plicativo: quando a oração subordinada está intercala da anteposta:
• O filme, disse ele, é fantástico.

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LÍNGUA PORTUGUESA
• Tudo continuará como está se você não intervier. (ad- 1.3.6 subordinadas equivalentes que dependem da mesma
verbial condicional posposta à principal) ou subordinante:
• Tudo continuará como está, se você não intervier. • É importante que trabalhemos; que estudemos; que
• Disse que, quando chegar, tomará todas as providências. aproveitemos a vida.
(oração intercalada: vírgulas obrigatórias)
1.4 DOIS PONTOS
• Quando chegar, tomará todas as providências. (oração
Os dois-pontos são empregados para:
anteposta à principal: vírgula obrigatória)
1.4.1 fazer uma enumeração:
1.2 PONTO FINAL • “Estirado no gabinete, evocou a cena: o menino, o car-
1.2.1 Emprega-se o ponto, basicamente, para indicar o ro, os cavalos, o grito, o salto que deu, levado de um ímpeto
término de uma frase declarativa de um período simples ou irresistível...”
(Machado de Assis)
composto.
• “Compramos: laranjas, peras, bananas, açaí, milho verde
• Desejo-lhe uma feliz viagem.
entre outras delícias da feira.”
• A casa, quase sempre fechada, parecia abandonada, no
entanto tudo no seu interior era conservado com primor. 1.4.2 Fazer uma citação:
• “Repetia as palavras do pai: o mundo, sem a selva, será
O ponto é também usado em quase todas as abreviaturas,
triste e mau.”
por exemplo: fev. = fevereiro, hab. = habitante, rod. = rodovia. (Adonias Filho)
O ponto que é empregado para encerrar um texto escrito • Bem diz o ditado: vento ou ventura, pouco dura.
recebe o nome de ponto final.
1.4.3 antes de certos apostos, principalmente nas
1.3 PONTO E VÍRGULA enumerações:
Utiliza-se o ponto e vírgula para assinalar uma pausa • Tudo ameaça as plantações: vento, enchentes, geadas,
maior do que a da vírgula, praticamente uma pausa intermediária insetos daninhos, bichos, etc.
entre o ponto e a vírgula. Geralmente, emprega-se o ponto e • “O Titanic nasceu de um sonho: o de que era possível
vírgula para: construir um navio à prova de naufrágio.”
1.3.1 separar orações coordenadas que tenham certo (Artur Dapieve)

sentido ou aquelas que já apresentam separação por vírgula: 1.4.4 antes de orações apositivas:
• Criança, foi uma garota sapeca; moça, era inteligente e • A verdadeira causa das guerras é esta: os homens se
alegre; agora, mulher madura, tornou-se uma doidivanas. esquecem do Decálogo.
• “Só ponho uma condição: vai almoçar comigo.”
1.3.2 separar vários itens de uma enumeração: (Carlos de Laet)
• Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes • Tenho uma ideia: que você cresça e apareça!
princípios: 1.4.5 para indicar um esclarecimento, um resultado ou
a) igualdade de condições para o acesso e permanência resumo do que se disse:
na escola; • “Resultado: no fim de algum tempo tinha o que se chama
b) liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o ‘dinheiro no Banco’.”
pensamento, a arte e o saber; (Carlos D.Andrade)
c) pluralismo de ideias e de concepções, e coexistência de • “Guardo o mundo na mãe: não sei se sou feliz.” (Cabral
instituições públicas e privadas de ensino; do Nascimento)
IV - gratuidade do ensino em estabelecimentos oficiais; • “Em resumo: saí com 1.029 cruzeiros no bolso, um tanto
........ confuso.”
(Carlos D.Andrade)
(Constituição da República Federativa do Brasil)
1.5 PONTO DE INTERROGAÇÃO ( ? )
1.3.3 para separar orações, quando se omite o verbo da
1.5.1 O ponto de interrogação é empregado para indicar
segunda:
uma pergunta direta, ainda que esta não exija resposta:
• Eles foram ao cinema; eu, ao teatro.
• O criado pediu licença para entrar:
(omitiu-se a forma verbal “fui”)
_ O senhor não precisa de mim?
1.3.4 para separar orações coordenadas adversativas e _ Não obrigado. A que horas janta-se?
conclusivas, desde que a conjunção esteja deslocada. _ Às cinco, se o senhor não der outra ordem.
• Era franzina; tinha, porém, a força de um touro. _ Bem.
• Dormiu pouco; acha, por isso, que o dia vai ser cansativo. _ O senhor sai a passeio depois do jantar? de carro ou
a cavalo?
Nota: caso se queira enfatizar a oposição ou a conclusão, _ Não. (José de Alencar)
pode-se usar ponto e vírgula antes das conjunções adversativas • “Caça é coisa para homem, não é, César?”
e das conclusivas, ainda que elas não estejam deslocadas. (Antônio Olinto)
• Era franzino; porém tinha a força de um touro. Ou
1.5.2 o ponto de interrogação aparece, às vezes, no fim de
• Era franzino, porém tinha a força de um touro.
uma pergunta intercalada, que pode, ao mesmo tempo, estar
• Dormiu pouco; por isso acha que o dia vai ser cansativo.
entre parênteses:
Ou
• “A imprensa (quem o contesta?) é o mais poderoso meio
• Dormiu pouco, por isso acha que o dia vai ser cansativo.
que se tem inventado para a divulgação do pensamento.”
(Carlos Laet)
1.3.5 para separar orações coordenadas assindéticas, que
tenham sujeito diferente: Nota: não se usa o ponto interrogativo nas perguntas
• Uns trabalham; outros aproveitam a vida; os primeiros indiretas:
cuidam do corpo; os segundos, do espírito. • Dize-me o que tens.

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LÍNGUA PORTUGUESA
1.6 PONTO DE EXCLAMAÇÃO ( ! ) c) aposto / adjetivo e substantivo
1.6.1 O ponto de exclamação é empregado para marcar d) complemento nominal / substantivos
o fim de qualquer enunciado com entonação exclamativa, que
normalmente exprime admiração, surpresa, assombro, indig- 06) “Case com ele! Já tá velho... se morrer, sobra-lhe uma boa
nação etc. pensão – pense nisso!” O termo destacado classifica-se
• - Viva o meu príncipe! Sim, senhor... Eis aqui um come-
como:
douro muito compreensível e muito repousante, Jacinto! - Então
a) objeto indireto c) adjunto adnominal
janta, homem!
(Eça de Queiroz) b) sujeito simples d) aposto
• “- Céus! Que injustiça!”
(Camilo C.Branco) 07) Foplac - Assinale a alternativa em que apareça predicado
• “Suspendam o interrogatório!” verbo-nominal:
(Érico Veríssimo)
a) A chuva permanecia calma;
Nota: o ponto de exclamação é também usado com inter-
b) A chuvarada assustou os habitantes da vila;
jeições e locuções interjetivas:
c) Toninho ficou satisfeito;
• Oh!
• Valha-me Deus! d) Os meninos saíram do cinema calados;
e) Os candidatos estavam preocupados.
1.6.2 substitui a vírgula depois de um vocativo enfático:
“Colombo! Fecha a porta dos teus mares!”
(Castro Alves) 08) TTN - Observe as duas orações abaixo:
I. Os fiscais ficaram preocupados com o alto índice de
1.7 RETICÊNCIAS (...)
sonegação fiscal.
As reticências (...) são empregadas, principalmente para:
II. Houve uma sensível queda na arrecadação do ICM
1.7.1 assinalar interrupção do pensamento ou suspensão,
ou ainda, corte da frase de um personagem pelo interlocutor, em alguns Estados.
nos diálogos: Quanto ao predicado, elas classificam-se, respectivamen-
• “- Bem; eu retiro-me, que sou prudente. Levo a consciência te, como:
de que fiz o meu dever. Mas o mundo saberá...” a) nominal e verbo-nominal
(Júlio Dinis)
• “- A instrução é indispensável, a instrução é uma chave, b) verbo-nominal e verbal d) verbal e verbo-nominal
a senhora não concorda, dona Madalena? c) nominal e verbal e) verbal e nominal

09) ESA - Assinale a opção que contenha verbo transitivo


9. EXERCÍCIOS indireto:
SINTAXE a) A festa acabou.
Termos: essenciais, integrantes e acessórios da oração b) Meus cabelos estão molhados.
c) A menina arrumou o quarto.
01) 2015/PM - Indique o período que apresenta, simultanea-
mente: objeto direto e objeto indireto. d) O vaso virou um monte de cacos.
a) Precisamos de informações confiáveis. e) Você precisa de ajuda?
b) Mandaram a documentação para a controladoria.
c) As crianças tinham receio de castigos severos. 10) TCE - Nas orações abaixo, os termos destacados são
d) Precisamos de muito treinamento! objeto indireto, exceto na opção:
a) Ele dedica a vida às crianças abandonadas.
02) 2015/PM - Há um termo sintático negritado, classifique-o b) Ela pediu-me dinheiro.
A minha vontade é forte, mas a minha
c) Os policiais resistiram aos assaltantes.
disposição de obedecer-lhe é fraca.
Carlos Drummond de Andrade d) Você não deu a informação pedida.
a) Predicativo do sujeito c) Complemento nominal e) Não gostei desse filme.
b) Objeto direto d) Agente da passiva
11) Acadepo - Identifique a alternativa em que o termo des-
03) Mack - “Não se fazem motocicletas como antigamente”.
tacado é objeto direto:
O termo destacado funciona como:
a) Confie em nós.
a) aposto c) predicativo do sujeito
b) A cidade resistiu ao ataque.
b) objeto direto d) sujeito simples
c) Ama-se a Deus.
04) MACK - Em: “– Perdi a mala! – um diz de cara acabrunha- d) Desconfie desse sujeito.
da”, um tem a função sintática de: e) Não gostei dessa menina.
a) objeto direto c) sujeito simples
b) adjunto adnominal d) aposto 12) FMU - Em: “Eu era enfim, senhores, uma graça de
alienado”, os termos em destaque são, respectivamente:
05) ESPM - “Surgiram fotógrafos e repórteres”. Identifique a a) vocativo, sujeito simples
alternativa que classifica corretamente a função sintática b) aposto, objeto direito
e a classe morfológica dos termos destacados: c) sujeito simples, aposto
a) sujeito / substantivos d) vocativo, predicativo do sujeito
b) objeto direto / substantivos

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LÍNGUA PORTUGUESA
13) UFPI - “Jatene está convicto de suas ideias”. Os setores • Na II, da farmácia é adjunto adverbial.
do governo discordam do modelo proposto”. • Ambas as frases têm exatamente o mesmo significado.
Os termos destacados, quanto à função sintática, são, • Tanto em I como em II, da farmácia tem a mesma função
respectivamente: sintática.
a) objeto indireto, aposto, complemento nominal Dessas quatro considerações:
b) compl. nominal, obj. indireto, obj. indireto a) apenas uma é verdadeira;
c) compl. nominal, adjunto adnominal, obj. indireto b) apenas duas são verdadeiras;
d) agente da passiva, obj. indireto, compl. nominal c) apenas três são verdadeiras;
d) as quatro são verdadeiras;
14) ESPM - Em “Aquela lhe deu cem mil contos, só por inte- e) nenhuma é verdadeira.
resse!”, o termo destacado é:
a) adjunto adnominal Vozes Verbais
b) objeto indireto 01) FCC - Transpondo-se para a voz passiva a construção
c) complemento nominal “Mais tarde vim a entender a tradução completa”, a
d) sujeito simples forma verbal resultante será:
a) veio a ser entendida.
15) FMU b) teria entendido.
I. “Tinha grande amor à humanidade”. c) fora entendida.
II. “As ruas foram lavadas pela chuva”. d) terá sido entendida.
As palavras em destaque são, respectivamente: e) tê-la-ia entendido.
a) objeto direto / objeto indireto
02) Na oração: “O alvo foi atingido por uma bomba formidável”,
b) adjunto adnominal / objeto indireto
c) agente da passiva / complemento nominal a locução por uma bomba formidável tem a função de:
d) complemento nominal / agente da passiva a) objeto indireto.
b) agente da passiva.
16) FCMSC - Na oração seguinte: c) adjunto adverbial.
“Você ficará tuberculoso, de tuberculose morrerá.” d) complemento nominal.
As palavras destacadas exercem, respectivamente, a e) adjunto adnominal.
função de: 03) Em qual alternativa há forma verbal na voz passiva sin-
a) objeto direto / aposto tética ou pronominal?
b) objeto indireto / adjunto adnominal a) Nas férias, vive-se feliz e despreocupado ao ar livre!
c) predicativo / adjunto adverbial b) O amor é semeado no vento, nas estrelas e no eclipse.
d) objeto direito / adjunto adverbial c) No desespero de um abraço mudo, encontraram a
felicidade.
17) PUC - Dê a função sintática do termo destacado em:
“Voltaremos pela Via Anhanguera”. d) Pela fria madrugada, ouvia-se ainda o estridente cantar
a) objeto indireto das aves noturnas
b) agente da passiva
04) Transportando para a voz ativa a oração “Os sócios
c) adjunto adverbial
foram convocados para uma reunião”. Obtém-se a
d) complemento nominal
forma verbal:
18) Espcex/Aman - A oração que apresenta complemento a) convocaram-se;
nominal é: b) convocaram;
a) O povo necessita de alimentos. c) convocar-se-ia;
b) Caminhar a pé lhe era saudável. d) haviam sido convocados;
c) O cigarro prejudica o organismo.
05) MED. - Todas as frases estão na voz passiva, exceto:
d) O castelo estava cercado de inimigos.
a) Fazia-se a relação dos livros novos.
e) As terras foram desapropriadas pelo governo.
b) Projetava-se um grande frigorífico.
19) CESCEA - Aponte a alternativa em que ocorre o adjunto c) Estuda-se novo processo de irrigação.
adverbial de causa: d) Arrisca-se a vida por tão pouca coisa.
a) Comprou livros com dinheiro. e) Trata-se sempre do mesmo problema.
b) O poço secou com o calor.
c) Estou sem amigos. Concordância Verbal / Nominal
d) Vou ao Rio. 01) IBGE - Assinale a frase em que há erro de concordância
e) Pedro é efetivamente bom. verbal:
a) Um ou outro escravo conseguiu a liberdade.
20) FCMSC - Observe as duas frases seguintes.
b) Não poderia haver dúvidas sobre a necessidade da
I. O proprietário da farmácia saiu.
imigração.
II. O proprietário saiu da farmácia.
c) Faz mais de cem anos que a Lei Áurea foi assinada.
Sobre elas são feitas as seguintes considerações: d) Deve existir problemas nos seus documentos.
• Na I, da farmácia é adjunto adnominal. e) Choveram papéis picados nos comícios.

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LÍNGUA PORTUGUESA
02) MACK - Indique a alternativa em que há erro: d) Era muito árdua a tarefa que os mantinham juntos.
a) Os fatos falam por si sós. e) Quais de vós ainda tendes paciência?
b) A casa estava meio desleixada.
c) Os livros estão custando cada vez mais caro. 09) PUC - É provável que ....... vagas na academia, mas não
d) Seus apartes eram sempre o mais pertinentes possíveis. ....... pessoas interessadas: são muitas as formalidades a
e) Era a mim mesma que ele se referia, disse a moça. ....... cumpridas.
a) hajam - existem - ser
03) UF - Enumere a segunda coluna pela primeira (adjetivo b) hajam - existe - ser
posposto): c) haja - existem - serem
(1) velhos d) haja - existe - ser
(2) velhas e) hajam - existem - serem
( ) camisa e calça ............
10) FCC - “............ de exigências! Ou será que não ............
( ) chapéu e calça ............
os sacrifícios que ............ por sua causa?
( ) calça e chapéu ............
a) Chega - bastam - foram feitos
( ) chapéu e paletó ...........
b) Chega - bastam - foi feito
( ) chapéu e camisa ..........
c) Chegam - basta - foi feito
a) 1 - 2 - 1 - 1 - 2 d) Chegam - basta - foram feitos
b) 2 - 2 - 1 - 1 - 2 e) Chegam - bastam - foi feito
c) 2 - 1 - 1 - 1 - 1
d) 1 - 2 - 2 - 2 - 2 11) UF - “Soube que mais de dez alunos se ............. a participar
e) 2 - 1 - 1 - 1 - 2 dos jogos que tu e ele ............”
a) negou - organizou
04) UF- Assinale a frase que encerra um erro de concordância b) negou - organizasteis
nominal: c) negaram - organizaste
a) Estavam abandonadas a casa, o templo e a vila. d) negou - organizaram
b) Ela chegou com o rosto e as mãos feridas. e) negaram - organizastes
c) Decorrido um ano e alguns meses, lá voltamos.
d) Decorridos um ano e alguns meses, lá voltamos. 12) EPCAR - Não está correta a frase:
e) Ela comprou dois vestidos cinza. a) Vai fazer cinco anos que ele se diplomou.
b) Rogo a Vossa Excelência vos digneis aceitar o meu
05) BB - Verbo deve ir para o plural: convite.
a) Organizou-se em grupos de quatro. c) Há muitos anos deveriam existir ali várias árvores.
b) Atendeu-se a todos os clientes.
d) Na mocidade tudo são flores.
c) Faltava um banco e uma cadeira.
e) Deve haver muitos jovens nesta casa.
d) Pintou-se as paredes de verde.
e) Já faz mais de dez anos que o vi.
13) FTM - A frase em que a concordância nominal contraria
06) TTN - Assinale a alternativa correta quanto à concordân- a norma culta é:
cia verbal: a) Há gritos e vozes trancados dentro do peito.
b) Estão trancados dentro do peito vozes e gritos.
a) Soava seis horas no relógio da matriz quando eles
c) Mantêm-se trancadas dentro do peito vozes e gritos.
chegaram.
d) Trancada dentro do peito permanece uma voz e um grito.
b) Apesar da greve, diretores, professores, funcionários,
e) Conservam-se trancadas dentro do peito uma voz e
ninguém foram demitidos.
um grito.
c) José chegou ileso a seu destino, embora houvessem
muitas ciladas em seu caminho. 14) SANTA CASA - “Suponho que ........... meios para que se
d) Fomos nós quem resolvemos aquela questão. .......... os cálculos de modo mais simples.”
e) O impetrante referiu-se aos artigos 37 e 38 que ampara a) devem haver - realize
sua petição. b) devem haver - realizem
c) deve haverem - realize
07) FFCL - A concordância verbal está correta na alternativa:
d) deve haver - realizem
a) Ela o esperava já faziam duas semanas.
e) deve haver - realize
b) Na sua bolsa haviam muitas moedas de ouro.
c) Eles parece estarem doentes. 15) FUVEST - Aponte a alternativa correta:
d) Devem haver aqui pessoas cultas. a) Considerou perigosos o argumento e a decisão.
e) Todos parecem terem ficado tristes. b) É um relógio que torna inesquecível todas as horas.
c) Já faziam meses que ela não a via.
08) MACK - Assinale a incorreta:
d) Os atentados que houveram deixaram perplexa a
a) Dois cruzeiros é pouco para esse fim.
população.
b) Nem tudo são sempre tristezas. e) A quem pertence essas canetas?
c) Quem fez isso foram vocês.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Colocação Pronominal b) contudo.
c) desde que.
01) EPCAR - Imagine o pronome entre parênteses no lugar
d) uma vez que.
devido e aponte onde não deve haver próclise: e) por conseguinte.
a) Não entristeças. (te)
b) Deus favoreça. (o) 04) FCE - “Os homens sempre se esquecem de que somos
c) Espero que faça justiça. (se) todos mortais.” A oração destacada é substantiva:
d) Meus amigos, apresentem em posição de sentido. (se) a) completiva nominal
e) Ninguém faça de rogado. (se) b) objetiva indireta
c) predicativa
02) BB - A colocação pronominal está incorreta: d) objetiva direta
a) Preciso que venhas ver-me. e) subjetiva
b) Procure não desapontá-lo.
c) O certo é fazê-los sair. 05) UFMG - Na frase “Maria do Carmo tinha a certeza de que
d) Sempre negaram-me tudo. estava para ser mãe.”, a oração em destaque é:
e) As espécies se atraem. a) subordinada substantiva objetiva indireta
b) subordinada substantiva completiva nominal
03) FFCL - Assinale a alternativa correta quanto à colocação c) subordinada substantiva predicativa
pronominal:
d) coordenada sindética conclusiva
a) A solução agradou-lhe.
e) coordenada sindética explicativa
b) Eles diriam-se injuriados.
c) Ninguém conhece-me bem.
06) UFPA - Qual o período em que há oração subordinada
d) Darei-te o que quiseres.
substantiva predicativa?
e) Quem contou-te isso?
a) Meu desejo é que você passe nos exames vestibulares.
b) Sou favorável a que o aprovem.
04) MACK - A colocação do pronome está incorreta em:
c) Desejo-te isto: que sejas feliz.
a) Para não aborrecê-lo, tive de sair.
b) Quando sentiu-se em dificuldade, pediu ajuda. d) O aluno que estuda consegue superar as dificuldades
c) Não me submeterei aos seus caprichos. do vestibular.
d) Ele me olhou algum tempo comovido. e) Lembre-se de que tudo passa neste mundo.
e) Não a vi quando entrou. 07) UEPG - Em “É possível que comunicassem sobre políti-
cos”, a segunda oração é:
05) PM/MG - Assinale a alternativa em que ocorre o emprego
a) subordinada substantiva subjetiva
correto da próclise:
b) subordinada adverbial predicativa
a) Me entregue o seu currículo.
c) subordinada substantiva predicativa
b) Devolva-me o que já paguei.
d) principal
c) Que me incomodará agora?
e) subordinada substantiva objetiva direta
d) Disse-lhe muitas vezes.
08) 2015/CFO/PM - Marque a alternativa cujo sinal indicativo
Período Composto de crase seja OBRIGATÓRIO, preenchendo corretamente
a lacuna:
01) PUC - A conjunção “e” tem valor adversativo na frase: a) A coordenação do parque decidiu fechá-lo ___ visitas.
a) Cheguei, vi e venci. b) Tomou a medicação gota ___ gota.
b) Arrumou as malas e despediu-se.
c) Não me referi ___ Vossa Eminência.
c) Deitei-me exausto, e não consegui dormir.
d) Não estou falando de todas as mulheres; refiro-me ___
d) Siga o meu conselho e não se arrependerá.
que você ama.
e) Analise os dados restantes e envie-os ao diretor.
09) CESGRANRIO - Considere a sentença abaixo.
02) F. TIBIRIÇA - No período “Penso, logo existo.”, oração “Mariza saiu de casa atrasada e perdeu o ônibus.” As duas
em destaque é: orações do período estão unidas pela palavra “e”, que,
a) coordenada sindética conclusiva além de indicar adição, introduz a ideia de
b) coordenada sindética aditiva a) oposição
c) coordenada sindética alternativa b) condição
d) coordenada sindética adversativa c) consequência
d) comparação
03) PUC - Observe as frases: e) união
I. “Eu não me preparei bem para o vestibular. Tenho
muita esperança de ser aprovado.” 10) CONSULPLAN - “Já a produção de petróleo não é sufi-
II. “Eu não me preparei bem para o vestibular, ______ ciente para atender à demanda, embora a dependência
tenho muita esperança de ser aprovado.” externa no setor tenha conhecido…” O termo “embora”,
nesse fragmento, estabelece relação lógico-semântica de:
As duas frases de I ficam coerentemente unidas, formando
a) condição.
um único período em II, se o espaço for preenchido por:
b) adição.
a) pois.

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LÍNGUA PORTUGUESA
c) conformidade. d) Respondeu à carta no mesmo dia.
d) concessão. e) Avisamos-lhe de que o cheque foi pago.
e) tempo.
04) UNIFIC - A alternativa que preenche a frase corretamente é:
11) FUVEST - No período: “Era tal a serenidade da tarde, que “Os encargos _________ nos obrigaram são aqueles
se percebia o sino de uma freguesia distante, dobrando a _________ o diretor se referia.”
finados.”, a segunda oração é: a) de que – que
a) subordinada adverbial causal b) a cujos – cujos
b) subordinada adverbial consecutiva c) por que – que
c) subordinada adverbial concessiva d) cujos – cujo
d) subordinada adverbial comparativa e) a que - a que
e) subordinada adverbial subjetiva
05) FTM - “As mulheres da noite _________ o poeta faz alu-
são ajudam a colorir Aracaju, _________ coração bate de
12) UF - Leia, com atenção, os períodos abaixo:
noite, no silêncio.”
I. Caso haja justiça social, haverá paz.
A alternativa que completa corretamente as lacunas da
II. Embora a televisão ofereça imagens concretas, ela
frase acima é:
não fornece uma reprodução fiel da realidade.
a) as quais / de cujo
III. Como todas aquelas pessoas estavam concentradas,
b) a que / no qual
não se escutou um único ruído. c) de que / o qual
Assinale a alternativa que apresenta, respectivamente, d) às quais / cujo
e) que / em cujo
as circunstâncias indicadas pelas orações sublinhadas:
a) tempo, concessão, comparação 06) SANTA CASA - “É tal a simplicidade _________ se reveste
b) tempo, causa, concessão a redação desse documento, que ele não comporta as
c) condição, consequência, comparação formalidades _________ demais.”
d) condição, concessão, causa A alternativa que preenche a frase corretamente é:
e) concessão, causa, conformidade a) que – os
b) de que – aos
13) 2009/VUNESP - No comentário de Cayatte – “Se o réu é c) com que - para os
culpado, a pena foi pouca. Se o réu é inocente, a pena d) em que – nos
foi muita.” – as orações iniciadas pela conjunção Se ex- e) a que – dos
pressam sentido de
a) conclusão. 07) PUC - A alternativa que preenche as frases corretamente
b) consequência. é
c) conformidade. I. “Diferentes são os tratamentos _________ se pode
d) condição. submeter o texto literário.”
e) concessão. II. “Sempre se deve aspirar, no entanto, _________ ob-
jetividade científica, fugindo _________ subjetivismo.
Regência Verbal / Nominal a) à que, a, do
b) que, a, ao
01) IBGE - Assinale a opção que apresenta a regência verbal c) à que, à, ao
incorreta, de acordo com a norma culta da língua: d) a que, a, do
a) Os sertanejos aspiram a uma vida mais confortável. e) a que, à, ao
b) Obedeceu rigorosamente ao horário de trabalho do
corte de cana. 08) BB - Emprego indevido do pronome pessoal oblíquo
c) O rapaz presenciou o trabalho dos canavieiros. átono “o”:
d) O fazendeiro agrediu-lhe sem necessidade. a) O irmão o abraçou.
e) Ao assinar o contrato, o usineiro visou, apenas, ao lucro b) O irmão o encontrou.
pretendido. c) O irmão o atendeu.
d) O irmão o obedeceu.
02) UF - Assinale a frase em que está usado indevidamente e) O irmão o ouviu.
um dos pronomes seguintes: o, lhe.
a) Não lhe agrada semelhante providência? 09) UF - Assinale a alternativa que substitui corretamente as
b) A resposta do professor não o satisfez. palavras sublinhadas:
c) Ajudá-lo-ei a preparar as aulas. 1. Assistimos à inauguração da piscina.
d) O poeta assistiu-a nas horas amargas, com extrema 2. O governo assiste os flagelados.
dedicação. 3. Ele aspirava a uma posição de maior destaque.
e) Vou visitar-lhe na próxima semana. 4. Ele aspirava o aroma das flores.
5. O aluno obedece aos mestres.
03) BB - Regência imprópria:
a) Não o via desde o ano passado. a) lhe, os, a ela, a ele, lhes
b) Fomos à cidade pela manhã. b) a ela, os, a ela, o, lhes
c) Informou ao cliente que o aviso chegara. c) a ela, os, a, a ele, os

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LÍNGUA PORTUGUESA
d) a ela, a eles, lhe, lhe, lhes c) o sujeito e o adjunto adnominal
e) lhe, a eles, a ela, o, lhes d) o predicado verbal e o objeto direto
e) predicado nominal e o sujeito
10) FUVEST - Assinale a alternativa gramaticalmente correta:
a) Não tenham dúvidas que ele vencerá. 02) PUC - Observe as frases:
b) O escravo ama e obedece o seu senhor. I. Ele foi, logo eu não fui;
c) Prefiro estudar do que trabalhar. II. O menino, disse ele, não vai;
d) O livro que te referes é célebre. III. Deus, que é Pai, não nos abandona;
e) Se lhe disserem que não o respeito, enganam-no. IV. Saindo ele e os demais, os meninos ficarão sós.
Crase
Assinale a afirmativa correta:
01) BB - Há crase: a) Em I há erro de pontuação
a) Responda a todas as perguntas. b) Em II e III as vírgulas podem ser retiradas sem que
b) Avise a moça que chegou a encomenda. haja erro.
c) Volte sempre a esta casa. c) Na I, se se mudar a vírgula de posição, muda-se o
d) Dirija-se a qualquer caixa. sentido da frase
e) Entregue o pedido a alguém na portaria. d) Na II, faltam dois pontos depois de disse

02) FCC - A alternativa que preenche corretamente o período 03) FCC - Assinale a letra que corresponde ao período de
é: pontuação correta:
“A casa fica ..... direita de quem sobe a rua, ..... duas a) Cada qual, busca a salvar-se , a si próprio.
quadras da avenida do Cortorno.” b) Cada qual busca, a salvar-se a si próprio.
a) à - há c) Cada qual, busca a salvar-se a si, próprio.
b) a - à d) Cada qual busca, a salvar-se, a si próprio.
c) a - há e) Cada qual busca a salvar-se a si próprio.
d) à - a
e) à - à 04) UF - Na oração “Pássaro e lesma, o homem oscila entre
o desejo de voar e o desejo de arrastar.”, Gustavo Corção
03) FMU - Assinale a alternativa em que não deve haver o empregou a vírgula:
sinal da crase: a) por tratar-se de antíteses
a) O sonho de todo astronauta é voltar a Terra. b) para indicar a elipse de um termo
b) As vezes, as verdades são duras de se ouvir. c) para separar vocativo
c) Enriqueço, a medida que trabalho. d) para separar predicativo do sujeito, quando deslocado
d) Filiei-me a entidade, sem querer.
e) O sonho de todo marinheiro é voltar a terra. 05) FGV - “Considerando as razões apresentadas, penso, que
a solicitação será deferida.” Nesse texto, uma das vírgulas
04) FUVEST - Assinale a frase gramaticalmente correta: separa erradamente:
a) O papa caminhava à passo firme. a) A oração principal e a oração subordinada objetiva direta
b) Dirigiu-se ao tribunal disposto à falar ao juiz. b) O sujeito e o objeto indireto
c) Chegou à noite, precisamente as 10 horas. c) O predicativo e a oração subordinada objetiva indireta
d) Esta é a casa à qual me referi ontem às pressas. d) O predicativo do sujeito e o gerúndio
e) Ora aspirava a isto, ora aquilo, ora a nada. e) A oração subordinada adverbial causal e a oração
principal
05) FCMSC - Assinale a sentença onde a crase foi empregada
corretamente:
06) EPCAR - “Bem-aventurado, pensei eu comigo, aquele
a) Não se esqueça de chegar à casa cedo.
em que os afagos de uma tarde serena de primavera no
b) Prefira isto aquilo, já que ao se fazer o bem não se
silêncio da solidão produzem o torpor dos membros.”
olha à quem.
No período em apreço, usaram-se vírgulas para separar:
c) Já que pagaste àquelas dívidas, à que situação aspiras?
a) uma oração pleonástica
d) Chegaram até a região marcada e daí avançaram até
b) elementos paralelos
à praia.
c) uma oração coordenada assindética
e) Suas previsões não deixaram de ter razão, pois à uma
d) uma oração intercalada
hora da madrugada é um perigo andar à pé, sozinho.
e) um adjunto deslocado

Pontuação
07) BB - “Os textos são bons e entre outras coisas demonstram
que há criatividade”. Cabe(m) no máximo:
01) FGV - Leia atentamente: “É oportuno, um conselho.” Na
a) 3 vírgulas
oração, há um erro de pontuação, pois a vírgula está
b) 4 vírgulas
separando:
c) 2 vírgulas
a) o adjunto adnominal e o objeto direto
d) 1 vírgula
b) o predicativo do sujeito e o adjunto adverbial de modo
e) 5 vírgulas

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LÍNGUA PORTUGUESA
08) SANTA CASA - Os períodos abaixo apresentam diferenças 13) 2017/COMPERVE - Considere o texto a seguir.
de pontuação. Assinale a letra que corresponde ao período
Se, por um lado, essa medida estimularia o transporte co-
de pontuação correta:
letivo ao invés do individual; por outro, as críticas colocam
a) José dos Santos paulista, 23 anos vive no Rio.
que apenas a população de menor renda média é que
b) José dos Santos paulista 23 anos, vive no Rio.
seria direcionada para esse sentido, o que representaria,
c) José dos Santos, paulista 23 anos, vive no Rio.
em tese, uma exclusão desse grupo ao espaço da cidade.
d) José dos Santos, paulista 23 anos vive, no Rio.
e) José dos Santos, paulista, 23 anos, vive no Rio. O uso do ponto e vírgula serve para separar
a) períodos de mesma natureza no interior do parágrafo.
09) TTN - Das redações abaixo, assinale a que não está b) orações coordenadas que se opõem quanto ao sentido.
pontuada corretamente: c) itens de um enunciado enumerativo.
a) Os candidatos, em fila, aguardavam ansiosos o resul- d) orações de valor conclusivo.
tado do concurso.
b) Em fila, os candidatos, aguardavam, ansiosos, o resul-
tado do concurso. 10. GABARITOS
c) Ansiosos, os candidatos aguardavam, em fila, o resul-
tado do concurso. SINTAXE
d) Os candidatos ansiosos aguardavam o resultado do
concurso, em fila. Termos: Essenciais, integrantes e acessórios da
e) Os candidatos, aguardavam ansiosos, em fila, o resul- oração
tado do concurso.
01) B 02) A 03) D 04) C 05) A
10) ITA - Dadas as sentenças: 06) B 07) D 08) C 09) E 10) D
I. Quase todos os habitantes daquela região pantanosa 11) C 12) D 13) C 14) B 15) D
e longe da civilização, morrem de malária.
16) C 17) C 18) B 19) B 20) B
II. Pedra que rola não cria limo.
III. Muitas pessoas observavam com interesse, o eclipse
solar. Vozes Verbais

Deduzimos que: 01) A 02) B 03) D 04) B 05) E


a) Apenas a sentença I está correta.
b) Apenas a sentença II está correta. Concordância Verbal / Nominal
c) Apenas a sentença III está correta.
01) D 02) D 03) C 04) A 05) D
d) Todas estão corretas.
06) D 07) C 08) C 09) C 10) A
11) 2017/MS CONCURSOS - “Por isso penso: o debate sobre 11) E 12) B 13) E 14) D 15) A
a legalização das drogas está completamente ultrapassa-
do.” (11º§) O uso de dois-pontos ( : ) no trecho em destaque
foram utilizados para anunciar: Colocação Pronominal
a) Uma causa. 01) D 02) D 03) A 04) A 05) C
b) Uma explicação enumerativa.
c) Uma síntese sobre o que foi exposto anteriormente.
d) Uma informação ligada ao que foi anunciado anterior- Período Composto
mente.
01) C 02) A 03) B 04) B 05) B

12) 2017/MS CONCURSOS - Veja os itens sobre pontuação 06) A 07) A 08) C 09) D 10) B
e assinale a alternativa correta: 11) D 12) D
I. Usamos o ponto e vírgula para separar orações de
um período longo em que já existem vírgulas.
II. Usamos dois-pontos em enumerações, nas exemplifi- Regência Verbal / Nominal
cações, antes de citação da fala ou de declaração de 01) D 02) E 03) E 04) E 05) D
outra pessoa, antes das orações apositivas.
06) B 07) E 08) D 09) B 10) E
III. Usamos a vírgula para separar adjuntos adverbiais
no início ou meio da frase.
IV. Usamos parênteses para intercalar palavras e ex- Crase
pressões de explicação ou comentário. 01) B 02) D 03) E 04) D 05) D
V. V - Usamos as aspas para separar expressões ex-
plicativas.
Pontuação
a) Apenas I, II, III e V estão corretos.
01) E 02) C 03) E 04) D 05) A
b) Apenas I, II, III e IV estão corretos
c) Apenas II, III e V estão corretos. 06) D 07) C 08) E 09) E 10) B
d) Apenas III, IV e V estão corretos. 11) D 12) B 13) B

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LÍNGUA PORTUGUESA
INTERPRETAÇÃO DE TEXTO Língua é a linguagem verbal utilizada por um grupo de
indivíduos.
1. COMUNICAÇÃO Fala ou discurso é a utilização individual da língua.
Conceito de comunicação. Cultura é a soma de todas as realizações do homem.
O que é comunicação? Quais os elementos envolvidos num É todo fazer humano que pode ser transmitido de geração a
ato de comunicação? geração. A linguagem é elemento cultural e é fator essencial
Comunicação é o processo pelo qual os seres humanos para que haja cultura.
trocam entre si informações. Signo Linguístico
A comunicação faz parte de nossa vida. A todo momento Signo linguístico é a sequência de sons ou de letras que
estamos nos comunicando, seja através da fala, da escrita, de nos remete a um significado. Um signo linguístico é constituído
gestos, de um sorriso ou através da leitura de documentos, de duas partes:
jornais e revistas. Significante: é o material sonoro (fala) e/ou visual (escrita)
Ao realizar qualquer ato comunicativo, temos presentes os – fogo; casa.
seguintes elementos: Significado: o conceito, a ideia que se associa ao signi-
• emissor ou remetente: é aquele que envia a mensagem ficante.
(uma pessoa, uma empresa, uma emissora de televisão etc.);
2. DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO
• destinatário: é aquele a quem a mensagem é endereçada
Leia atentamente os textos a seguir:
(um indivíduo ou um grupo);
• mensagem: é o conteúdo das informações transmitidas; Texto 1:
• canal de comunicação: é o meio pelo qual a mensagem A rosa de Hiroshima
será transmitida (carta, palestra, jornal televisivo, etc.); Vinícius de Moraes
• código: é o conjunto de signos e de regras de combinação
Pensem nas crianças
desses signos utilizados para elaborar a mensagem: o emissor
Mudas telepáticas
codifica aquilo que o receptor irá decodificar;
Pensem nas meninas
• contexto: é o objeto ou a situação a que a mensagem
Cegas inexatas
se refere.
Material modificado a partir de: http://www.brasilescola.com/redacao/ Pensem nas mulheres
elementos-presentes-no-atocomunicacao.htm Rotas alteradas
Pensem nas feridas
A linguagem como sistema de signos: signo linguístico
Como rosas cálidas
e outros signos.
Mas oh não se esqueçam
O homem usa a linguagem para se comunicar. Linguagem
Da rosa da rosa
é todo sistema organizado de sinais que serve de meio de co-
Da rosa de Hiroshima
municação entre os indivíduos. Temos dois tipos de linguagem:
A rosa hereditária
• Linguagem não-verbal - sinais, sons, gravuras, símbolos,
A rosa radioativa
convenções, música, mímica, gestos, expressões fisionômicas, Estúpida e inválida
ou seja, qualquer código que não utiliza palavras. A rosa com cirrose
A anti-rosa atômica
Sem cor sem perfume
Sem rosa sem nada

Texto 2:
Bomba atômica é uma arma explosiva cuja energia deriva
• Linguagem verbal - código que utiliza a palavra falada de uma reação nuclear e tem um poder destrutivo imenso - uma
ou escrita. Exemplo: única bomba é capaz de destruir uma cidade grande inteira.
Bombas atômicas só foram usadas duas vezes em guerra,
O que é Democracia:
ambas pelos Estados Unidos contra o Japão, nas cidades de
Democracia é a forma de governo em que a soberania
Hiroshima e Nagasaki, durante a Segunda Guerra Mundial
é exercida pelo povo.
(consistindo em um dos maiores ataques a uma população ci-
A palavra democracia tem origem no grego demokratía vil, quase 200 mil mortos, já ocorridos na história). No entanto,
que é composta por demos (que significa povo) e krat os (que elas já foram usadas centenas de vezes em testes nucleares
significa poder). Neste sistema político, o poder é exercido pelo por vários países.
povo através do sufrágio universal. Fonte: (HTTP://pt.wikipedia.org – Acesso em 2/12/2008)
É um regime de governo em que todas as importantes
decisões políticas estão com o povo, que elegem seus repre- As palavras do texto de Vinícius de Moraes assumiram uma
significação diferente do habitual, mais ricas e figurativas do que
sentantes por meio do voto. É um regime de governo que pode
as palavras do verbete bomba atômica.
existir no sistema presidencialista, em que o presidente é o maior
representante do povo, ou no sistema parlamentarista, em que Atente-se aos conceitos:
existe o presidente eleito pelo povo e o primeiro ministro que De acordo com seu nível de significação, as palavras
toma as principais decisões políticas. podem ser denotativas ou conotativas. Chama-se Denotação
ao nível de significação restrito e comum da palavra, isto é,
• Linguagem mista = é a soma seu uso habitual, o sentido do dicionário, como ocorre no texto
da verbal com a não-verbal. 2. Chama-se Conotação ao nível de significação figurado e
incomum que a palavra assume em certos contextos, como nos
exemplifica o texto 1.

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LÍNGUA PORTUGUESA
3. NÍVEIS DE LINGUAGEM OU REGISTROS LINGUÍSTICOS Gíria ou calão:
Níveis de Linguagem ou Registros Linguísticos são os “Sabe qualé o dos cara mermão? Eles qué que tu dá uma
diferentes modos de falar, de acordo com a situação em que o passada nuns troços pra sacá o que o tô falando!”
Fonte: (http://www.geocities.com/Area51/Quadrant/6996/
falante se encontra. Em consequência, teremos:
dicionariodegirias.htm - Acesso feito em 01/12/2008)
a) Língua Culta ou Formal – aquela que se prende aos
modelos da Gramática Normativa, tradicional, e é empregada e) Língua Literária – elaboração artística do código lin-
pelas elites sociais escolarizadas. É a modalidade linguística guístico, visando provocar o prazer estético.
tomada como padrão de ensino e nela se redigem os textos e A Ilha do Dia Anterior
documentos oficiais do país. Exemplo: Era a alvorada, o sol ainda não atingia os vidros: foi até a
“A questão da segurança pública deve ser vista de forma galeria, sentiu o cheiro do mar, afastou um pouco o batente da
interdisciplinar. É preciso planejar e executar políticas de se- janela, e, com os olhos entreabertos, tentou fixar a praia.
gurança que vislumbrem a prevenção, inclusive envolvendo No Amarillii, onde o dia não saía do convés, Roberto ouvira
comunidades; que sejam eficazes na apuração dos crimes, nos os passageiros falarem a respeito de auroras avermelhadas,
processos judiciais e na condenação dos culpados; que garan- como se o sol estivesse impaciente em dardejar o mundo,
tam a punição. É preciso planejar com inteligência e estratégia enquanto agora via, sem lacrimejar, cores pastel: um céu espu-
e não apenas ostensivamente em ações isoladas e periféricas mante de nuvens escuras levemente franjadas de perolado, en-
relacionadas somente à ponta da linha, ou seja, aos sintomas quanto uma nuance, um leve matiz de rosa, estava subindo atrás
da violência. da Ilha, que parecia colorida de turquesa num papel grosseiro.
Fonte: (Dr. Antonio A. Genelhu Junior, presidente da Ordem os Advogados Fonte:(Umberto Eco. A Ilha do Dia Anterior. Rio de Janeiro: Record. 1995)
do Brasil, seção Espírito Santo, A GAZETA, 26/10/2008: Ações isoladas
–artigo de opinião; página 6, 1º caderno)
4. A NOÇÃO DE TEXTO
b) Língua Coloquial ou Informal – aquela usada diaria- Texto e Textualidade
mente pelas pessoas, sem preocupação em atender às regras Observe os itens a seguir, procurando responder à questão:
da Gramática Normativa. É a linguagem descontraída, porém O que é um texto?
que não foge muito dos padrões estabelecidos. Exemplo: Item 1:
“Me faz um favor? Fecha essa porta pra mim, tá?”

c) Linguagem Popular ou Linguajar – aquela usada pelas


pessoas não escolarizadas, desprovida de qualquer preocupa-
ção com a correção gramatical.
Miriam Lemle, pesquisadora, surpreende em seminá-
-rio.“Reforma ortográfica é uma proposta ingênua ou pilantra?”
Possuída pelo espírito de Edmilson, um carregador de feira,
baiano de 17 anos, improvisa bem humorada um discurso, falan-
do de sua dificuldade para aprender a ler e escrever Português.
Entre “cês, cumê, docês, preguiçoso e mixuruca”, o Edmil-
Imagem 03 - Andando na Chuva. Equipe de Produção
son “desletrado” dá uma decisão. “ – Cês qué sabe o que eu CEAD/Ifes © - 2009.
acho? Cês tinha que dixá em paz a fala da gente e a escrita do Item 2:
cês. Cês exprica pras fessora que é prá não vim fazê poco caso Cai chuva do céu cinzento
da manera que a gente tem de falá não, que pra nóis tá certo Que não tem razão de ser.
assim mesmo. Si nóis si intendi cum ela, pru que qui tá errado?” Até o meu pensamento
Fonte:(A Gazeta, Caderno Dois, O Dilema do Português, Vitória, 23/04/95) Tem chuva nele a escorrer.
d) Línguas Especiais – são aquelas usadas por grupos Tenho uma grande tristeza
que compartilham um mesmo conhecimento técnico ou interes- Acrescentada à que sinto.
ses comuns; no primeiro caso, temos as línguas técnicas e no Quero dizer-ma mas pesa
segundo, as gírias ou calões. O quanto comigo minto.
Porque verdadeiramente
Exemplo de línguas técnicas: Não sei se estou triste ou não.
A internet é representada por alguns técnicos como uma E a chuva cai levemente
nuvem. A comparação é resultado de sua estrutura maleável, com (Porque Verlaine consente)
um centro indefinido e contornos em constante mutação. Por isso, Dentro do meu coração.
o uso da web como um computador foi batizado de cloudcompu- Fernando Pessoa, 15-11-1930. (<http://www.insite.com.br/art/
pessoa/coligidas/695.html Acesso em 07/12/2008>)
ting (computação na nuvem). Na prática, o modelo é conhecido.
Ele move as engrenagens do Google. A cada busca, o site faz Item 3:
uma varredura em mais de 40 bilhões de páginas da internet. Chuva é um fenômeno meteorológico que consiste na pre-
Selecionadas, as informações são devolvidas à tela do cipitação de água no estado líquido sobre a superfície da Terra.
Fonte: (<http://pt.wikipedia.org/wiki/Chuva Acesso em 07/12/2008>)
computador do usuário sob a forma de uma lista com milhares
de links. O computador pessoal (PC) faz muito pouco nesse Quais dos itens acima podem ser considerados textos?
processo. Ele é apenas a porta de acesso à nuvem. A mesma ló- Vamos à teoria:
gica operacional aplica-se a endereços virtuais como o Yahoo!,o Chamamos de texto uma produção cultural com a qual um
eBay, a loja on-line Amazon, o Orkut e o YouTube. interlocutor pretende interagir, numa determinada situação. Essa
Fonte: (Um lugar nas nuvens. Veja nº 2078 Ano 41 Especial Tecnologia. produção cultural pode ser verbal (por intermédio de palavras,
Editora Abril. Setembro de 2008, p. 24) expressas de forma oral ou escrita), ou não-verbal (gestos,
imagens, sons...).

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LÍNGUA PORTUGUESA
Uma produção cultural, para ser considerada um texto, novo, terá uma qualidade de vida muito melhor.”
precisa fazer sentido. Em textos verbais, por exemplo, o autor Fonte: (Resposta dada pela bióloga MayanaZatz em entrevista à Revista
Veja edição 2050 – ano 41-nº 9 Editora Abril – 5 de março de 2008 - http://
fala ou escreve a partir do seu conhecimento prévio, tentando veja.abril.com.br/050308/entrevista.shtml)
propor significados ao ouvinte ou leitor. Observe que a pesquisadora faz uma afirmação:
O ouvinte/leitor tenta construir sentidos usando também o A terapia com células-tronco pode ser considerada como o
seu conhecimento prévio. É nessa relação que se estabelecem futuro da medicina regenerativa.
possíveis sentidos.
Fonte: EVANGELISTA, Aracy Alves Martins. Literatura Infantil e Relaciona fatos e argumentos para justificar sua afir-
Textualidade. In: Literatura Infantil na Escola: Leitores e Textos em
Construção. Cadernos CEALE volume II, ano I, maio/96. p.10-1.
mação, para dar consistência a ela:
Entre as áreas mais promissoras, está o tratamento para dia-
Importante: betes, doenças neuromusculares, como as distrofias musculares
Não se pode construir o sentido de qualquer produção cul- progressivas e a doença de Parkinson. Com as células-tronco,
tural unilateralmente. Produtor e receptor fazem o seu trabalho, também se poderá promover a regeneração de tecidos lesiona-
para o qual concorre o conhecimento prévio de cada um deles. dos por causas não hereditárias, como acidentes, ou pelo câncer.
O conhecimento prévio abrange: o conhecimento de mundo, o O tratamento do diabetes é muito promissor porque depende da
conhecimento textual (formas de organização de textos), o co- regeneração específica de células que produzem insulina, o que
nhecimento linguístico. Na construção da leitura, o leitor procura é mais fácil do que regenerar por completo um órgão complexo.
atribuir sentidos a pistas que encontra no texto, produzidas pelo E conclui sua ideia, produzindo uma relação de sentido
autor no trabalho de construção da escrita. clara e consistente e ainda reforçando sua tese, ou seja, a
Coerência e Coesão Textuais afirmação com que inicia sua resposta:

Mecanismos de coesão: As células-tronco vão permitir que as pessoas vivam muito


É importante observar que alguns fatores, como COERÊN- mais e de forma saudável. Uma pessoa que precise de um trans-
CIA e COESÃO, concorrem para a textualidade de um discurso plante de coração ou de fígado, se tiver a possibilidade de fazer
qualquer. uma terapia com células-tronco em vez de esperar anos numa
“COERÊNCIA é a unidade do texto. Um texto coerente é um fila por um órgão novo, terá uma qualidade de vida muito melhor.
conjunto harmônico, em que todas as partes se encaixam de ma- A COESÃO representa a capacidade de empregar adequa-
neira complementar, de modo que não haja nada destoante, nada damente os recursos vocabulares, sintáticos e semânticos da
ilógico, nada contraditório, nada desconexo. No texto coerente, língua na construção de um texto. Fazer uso, por exemplo, do
não há nenhuma parte que não se solidarize com as demais.” vocabulário adequado, dos pronomes corretos, dos conectivos
Fonte: (PLATÃO & FIORIN. Para entender o texto. Leitura e e de outros elementos gramaticais é imprescindível para manter
Redação. 5 ed. São Paulo: Ática, 1997)
a coesão textual.
“A COESÃO é explicitamente revelada através de marcas
Exemplo:
linguísticas, índices formais na estrutura da sequência linguística
A revista VEJA listou 50 perguntas e respostas sobre a
e superficial do texto, sendo, portanto, de caráter linear, já que se
questão ambiental contemporânea. Observe uma dessas per-
manifesta na organização sequencial do texto. É nitidamente sin- guntas e a resposta a ela dada:
tática e gramatical, mas é também semântica, pois, como afirma As estimativas de que a temperatura média do planeta
Halliday e Hasan (1976), a coesão é a relação semântica entre subirá até 4 graus até 2100 são confiáveis?
um elemento do texto e outro elemento que é crucial para sua Esse é o cenário mais pessimista projetado pelos cientistas
interpretação. A coesão é, então, a ligação entre os elementos do Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática (IPCC),
superficiais do texto, o modo como eles se relacionam, o modo que reúne as maiores autoridades do mundo nesse ramo da
como frases ou parte delas se combinam para assegurar um pesquisa. É um cenário catastrófico, mas ele só ocorrerá, na
desenvolvimento proposicional.” avaliação dos cientistas, se nada for feito. A projeção mais oti-
Fonte: (Kock&Travaglia, 1999) www.faetec.br
mista dá conta de que o aumento projetado seria de 1,8 grau.
A coerência diz respeito, então, à capacidade de relacionar Isso exigiria um corte de até 70% nas emissões de gases até
fatos e argumentos e de organizá-los de forma a extrair deles o ano 2050.
conclusões apropriadas, produzindo uma relação de sentido Fonte: (O planeta tem pressa - http://veja.abril.com.br/070508/p_094.
shtml - VEJA Edição 2059 - 7 de maio de 2008)
clara e consistente entre as ideias.
Exemplo: Elementos de Coesão em Negrito no Texto:
“A terapia com células-tronco pode ser considerada como o
Esse cenário – expressão com pronome demonstrativo
futuro da medicina regenerativa. Entre as áreas mais promisso-
que substitui algo já dito: a temperatura média do planeta subirá
ras, está o tratamento para diabetes, doenças neuromusculares, até 4 graus até 2100.
como as distrofias musculares progressivas e a doença de Par- que – pronome que se relaciona ao antecedente Painel
kinson. Com as células-tronco, também se poderá promover a Intergovernamental sobre Mudança Climática (IPCC), subs-
regeneração de tecidos lesionados por causas não hereditárias, tituindo esse antecedente na oração que reúne as maiores
como acidentes, ou pelo câncer. O tratamento do diabetes é autoridades do mundo nesse ramo da pesquisa.
muito promissor porque depende da regeneração específica nesse ramo da pesquisa – expressão que substitui em
de células que produzem insulina, o que é mais fácil do que Mudança Climática. O pronome nesse foi empregado porque
regenerar por completo um órgão complexo. As células-tronco a expressão que ele substitui já havia sido citada.
vão permitir que as pessoas vivam muito mais e de forma sau- ele – pronome que substitui o antecedente um cenário
dável. Uma pessoa que precise de um transplante de coração catastrófico.
ou de fígado, se tiver a possibilidade de fazer uma terapia com isso – o aumento de 1,8 grau, que representa a projeção
células-tronco em vez de esperar anos numa fila por um órgão mais otimista.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Tipos de Coerência Textual Percebe-se a caracterização de um ambiente sofisticado,
Coerência narrativa de riqueza, com a utilização de elementos que compõem um
campo semântico de sofisticação.
Uma personagem só pode fazer aquilo que puder ou souber
fazer. Constitui incoerência relatar uma ação realizada por uma Coerência argumentativa
personagem que não tinha competência para realizá-la. Num texto argumentativo, utilizam-se dados e pressupostos
Exemplo de coerência narrativa: dos quais se fazem inferências ou chegam-se a conclusões.
Essas inferências e conclusões devem estar verdadeiramente
Vamos acabar com esta folga
(Stanislaw Ponte Preta) relacionadas com os elementos lançados como base do raciocí-
nio, da argumentação que se quer apresentar. A essa harmonia
O negócio aconteceu num café. Tinha uma porção de dá-se o nome de coerência argumentativa.
sujeitos, sentados nesse café, tomando umas e outras. Havia
brasileiros, portugueses, franceses, argelinos, alemães, o dia- Exemplo:
bo. De repente, um alemão forte pra cachorro levantou e gritou Estima-se que existam no Brasil cerca de 30 sites de
que não via homem pra ele ali dentro. Houve a surpresa inicial, relacionamento com aproximadamente cinco milhões de inter-
motivada pela provocação e logo um turco, tão forte como o nautas navegando neles. É muita gente e por isso é preciso
alemão, levantou-se de lá e perguntou: tomar cuidado. Uma precaução básica, por exemplo, é não
Isso é comigo? se sentir nas nuvens com “massagens no ego” que venham
Pode ser com você também – respondeu o alemão. pela rede porque isso pode cegar a razão. “Eu não enxergava
Aí então o turco avançou para o alemão e levou uma trau- nada da realidade”, diz a gaúcha Isabel Stasiak, que procurou
litada tão segura que caiu no chão. Vai daí o alemão repetiu a sua cara-metade num site. Achou que levara sorte porque ele
que não havia homem ali dentro pra ele. Queimou-se então apareceu em uma semana e, a partir daí, a paquera levou seis
um português que era maior ainda do que o turco. Queimou-se meses. Ela: ex-modelo, 50 anos, e, conforme admite, “tímida
e não conversou. Partiu pra cima do alemão e não teve outra e carente”. Ele: carioca, engenheiro de uma estatal, 44 anos.
sorte. Levou um murro debaixo dos queixos e caiu sem sentidos Isabel foi teclando mil detalhes de sua vida, o moço manteve-se
O alemão limpou as mãos, deu mais um gole no chope e fez reservado. Hora de se conhecer pessoalmente: “Éramos prati-
ver aos presentes que o que dizia era certo. Não havia homem camente vizinhos, mas não sabíamos, e fiquei feliz porque ele
para ele ali naquele café. Levantou-se então um inglês troncudo é bonito, alto e moreno”, diz ela. Apareceu, porém, um detalhe
pra cachorro e também entrou bem. E depois do inglês foi a não tão detalhe que fez o príncipe virar sapo: o moço era casado.
vez de um francês, depois um norueguês, etc., etc.. Até que lá Rolou o barraco: apaixonada,Isabel foi atrás da mulher dele e
do canto do café levantou-se um brasileiro magrinho, cheio de contou tudo. Rolou então a violência: o bonitão, altão e morenão,
picardia para perguntar, como os outros: que se dizia amoroso na internet, quebrou-lhe os dentes e o
Isso é comigo? romance acabou num boletim de ocorrência. Não são todos os
O alemão voltou a dizer que podia ser. Então o brasileiro trapaceados, no entanto, que vão à delegacia. Tímida demais,
deu um sorriso cheio de bossa e veio vindo, gingando assim a professora baiana Antonia Dias sentiu-se envergonhada para
pro lado do alemão. Parou perto, balançou o corpo e... pimba!
contar o golpe no qual caíra até mesmo para um delegado. Ela
O alemão deu-lhe uma porrada na cabeça com tanta força que
conheceu em uma sala de bate-papo um homem que se mostrou
quase desmonta o brasileiro.
educado, romântico e gentil. Conheceram-se pessoalmente e
Seria incoerência se o brasileiro magrinho derrubasse o
num piscar de olhos estavam no cartório diante de um juiz de paz.
alemão.
Casamento e lua-de-mel consumados, imediatamente o marido
Coerência figurativa apaixonado revelou-se um golpista obstinado. Antonia foi forçada
É a articulação harmônica das figuras do texto, com base a quitar-lhe dívidas e teve o seu cartão de crédito detonado. Do
nas relações de significado que mantêm entre si. As várias dia para a noite o homem se deletou de sua vida. “Deve estar
figuras que ocorrem num texto devem articular-se de maneira por aí frequentando os sites de relacionamento”, diz ela.
Fonte: (Trecho da reportagem - Por dentro da rede. Revista ISTOÉ.
coerente para constituir um único bloco temático, pertencer ao 14/03/2007)
mesmo universo de significado.
Fonte: (PLATÃO & FIORIN. Para entender o texto. Leitura e
Observe que o parágrafo inicia-se com dados sobre os sites
Redação. 5 ed. São Paulo: Ática, 1997) de relacionamento e a advertência sobre riscos:
“Estima-se que existam no Brasil cerca de 30 sites de relacio-
Exemplo:
namento com aproximadamente cinco milhões de internautas na-
Eu havia acabado de me vestir e não devia mais mexer vegando neles. É muita gente e por isso é preciso tomar cuidado”.
nos quadros e nas estátuas, mas um dos cavalos chineses de A partir daí, o jornalista reforça a tese apresentada e a
porcelana ficaria melhor na mesinha baixa de mogno. Coloquei fundamenta com sugestões de atitudes e exemplos de pessoas
o pôster com Lord Jim na parede oposta ao grande espelho, o que tiveram problemas na rede. Seu parágrafo é coerente com
cavalo de bronze embaixo e o de madeira ao lado. Eram treze a tese apresentada na introdução.
estatuetas – três de porcelana, quatro de bronze, duas de aço, O parágrafo seria incoerente se, após advertir para ter
três de cerâmica e uma de madeira – e dez posters, cinco em cuidado, o autor do texto passasse a dar exemplos de pessoas
preto e branco e cinco coloridos, todos cavalos. Não gostei do que tiveram relacionamentos felizes na rede.
número treze para as estatuetas e retirei uma delas, de bronze,
pesadona, e levei-a para a sala íntima onde estava o piano. 5. LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
A arrumação ficou boa, mas eu continuei sentindo o mesmo Ler significa compreender, interpretar textos, dados e fatos
sobressalto no coração. Olhei-me no espelho demoradamente, e, ainda, estabelecer relações entre os textos e os contextos
quando a campainha tocou. a que se referem. A memorização e repetição acrítica de um
Fonte: (FONSECA, Rubem. 74 degraus. In: Feliz Ano Novo. 2 ed. São determinado conjunto de informações não é a verdadeira leitura.
Paulo: Companhia das letras, 1989)

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LÍNGUA PORTUGUESA
Ler é ter capacidade de análise, de reconhecer e explicitar O Texto Literário distingue-se, nomeadamente, pelo fato
o papel desempenhado por diferentes recursos linguísticos na de transformar a realidade, servindo-se dela como modelo para
organização de textos de diferentes níveis de linguagem. arquitetar mundos “fantásticos”, que só existem textualmente
e que se estabelecem através da metáfora, da caricatura, da
Algumas sugestões para uma boa leitura:
alegoria e pela verossimelhança. Residindo aqui a ficcionalidade
1. Compreender os propósitos implícitos e explícitos da
patente no Texto Literário. Este é o elemento que mais o dife-
leitura; rença do Texto Não Literário, que tem por finalidade transmitir
2. Ativar e aportar à leitura os conhecimentos prévios rele- uma informação objetiva e autêntica da realidade. Para isso, o
vantes para o conteúdo em questão; Texto Não Literário vai combinar as palavras, numa sucessão
3. Dirigir a atenção ao fundamental, em detrimento do que coerente, sem que estas sejam independentes, mas apenas
pode parecer mais trivial; sejam úteis na comunicação.
4. Avaliar a consistência interna do conteúdo expressado O texto Literário tem uma função artística ao passo que
pelo texto e sua compatibilidade com o conhecimento prévio e o não literário, científica.
com o ‘sentido comum’;
5. Comprovar continuamente se a compreensão ocorre Exemplo de texto literário:
mediante a revisão e a recapitulação periódica e a auto inter- Retrato
rogação; Cecília Meireles
6. Elaborar e provar inferências de diversos tipos, como Eu não tinha este rosto de hoje,
interpretações, hipóteses, previsões e conclusões”. assim calmo, assim triste, assim magro
Fonte: (SOLÉ, 1998, 73 apud Dalla Vecchia, Adriana; Gavron Thaís Fer-
nanda in Projeto da Oficina de leitura: uma experiência em sala de aula) nem estes olhos tão vazios,
nem o lábio amargo.
A intenção de um texto
Eu não tinha estas mãos sem força,
Na leitura de um texto, é importante dar conta da intenção
tão paradas e frias e mortas;
do autor impressa. Toda vez que alguém escreve ou desenha
eu não tinha este coração
algo, deseja comunicar alguma coisa a outrem, não é verdade? que nem se mostra.
Quando você escreve uma carta, ou envia um e-mail para
um amigo, você tem a INTENÇÃO de cumprimentá-lo; tem a Eu não dei por esta mudança,
INTENÇÃO de informar-lhe algo; ou você tem a INTENÇÃO de tão simples, tão certa, tão fácil:
perguntar-lhe... - em que espelho ficou perdida
A verdade é que ninguém gasta tempo, horas a fio à frente a minha face?
de um computador sem uma INTENÇÃO qualquer. Exemplo de texto não-literário:
Podemos pensar assim: quando alguém propõe a escrever
“Apesar de recente, a lei que estabelece multas, prisão
um poema, um conto, um romance, uma charge, um cartum,
e pagamento de fiança para motoristas com qualquer teor de
uma reportagem, um artigo de opinião, um editorial, uma fofoca,
álcool no sangue vem sendo defendida por autoridades públicas
uma novela, uma crônica, uma propaganda, uma resenha, uma
ligadas diretamente ao problema. Para justificar a aplicação das
tirinha, tem sempre a INTENÇÃO de dizer algo ao seu leitor.
punições estabelecidas pela nova legislação fazem uso das es-
A esta INTENÇÃO, tão repetitiva aqui, chama-se MENSA- tatísticas. ‘Os acidentes nas rodovias estaduais diminuíram’, diz
GEM, TEMA, CONTEÚDO. o Batalhão de Polícia de Trânsito Rodoviário e Urbano (BPRv).
Então, é possível lermos um texto que tenha como INTEN- O número de embriagados flagrados durante as blitze e o de
ÇÃO revelar: internações por acidentes de trânsito também. (...)”
Fonte: (Lei Seca: Governo atribui redução de acidentes a novas regras
• AFETO pela criança abandonada ou pela criatura hu- 14/07/2008 - 22h04 - Daniella Zanotti - Redação Gazeta Rádios e Internet)
mana;
• ALEGRIA ante o sucesso do amigo ou ante a morte do 7. NÍVEIS DE LINGUAGEM
desafeto; A linguagem é qualquer conjunto de sinais que nos permite
• AMOR à pátria, à criança humana ou à primeira noite realizar atos de comunicação. Dependendo dos sinais esco-
de namoro; lhidos, teremos uma comunicação verbal visual, auditiva, etc.
• CRÍTICA ao governo atual; A linguagem que mais utilizamos para praticar atos de co-
• DESABAFO ante um crime; municação é a língua, que é um conjunto de palavras e regras
• MÁGOA do adolescente; para a combinação dessas palavras, utilizado pelos membros
• MEDO da própria reação; de uma comunidade.
• LEMBRANÇA daquele mico no primeiro encontro; Dá-se o nome de fala à utilização que cada membro da
• SONHO de ser estrela! comunidade faz da língua, tanto na forma oral quanto na escrita.
A forma oral se caracteriza por maior espontaneidade do que a
É BOM SABER... forma escrita. Dessa forma, em decorrência do caráter individual
[Em situação de prova de concurso, é exatamente essa IN- da fala, pode-se observar que ela possui vários níveis, segue
TENÇÃO apresentada no texto que é perguntada ao candidato. abaixo os mais utilizados:
Se, de fato, ele a percebeu.]
Formal (culto): é o nível de fala utilizado pelas pessoas
6. TEXTOS LITERÁRIOS E NÃO LITERÁRIOS cultas, em situações formais. Caracteriza-se por um cuidado
Que é um texto Literário?.Que é um texto não literário? maior com o vocabulário e pela obediência às regras estabele-
É exatamente essa diferença que vamos ver agora. cidas. Observe o exemplo abaixo:

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LÍNGUA PORTUGUESA
“Depois da campanha mais disputada e volátil dos últimos O que é DESCRIÇÃO?
tempos, os resultados parciais de apuração e as projeções dão Descrever é “fotografar” um objeto, uma pessoa, um lugar
a vitória ao democrata Bill Clinton nas eleições à presidência com palavras. Requer observação cuidadosa, para tornar o
dos Estados Unidos, realizadas ontem.” que vai ser descrito em um modelo inconfundível, porém, não
se trata de enumerar uma série de elementos, mas transmitir
Informal (coloquial/popular): é a fala que a maioria das sensações, sentimentos. É criar o que não se vê, mas se percebe
pessoas utiliza no seu dia-dia, sobretudo nas situações mais ou imagina; é não copiar friamente uma imagem, mas deixá-la
formais. Caracteriza-se pela espontaneidade, pois não existe rica, pois o ser e o ambiente são aspectos importantíssimos na
uma preocupação com as normas estabelecidas pela comuni- descrição. Existem duas possibilidades de descrição:
dade linguística. Observe o exemplo abaixo: a) Descrição objetiva: quando o objeto, o ser, a cena, são
“Sei lá! Acho que tudo vai ficar legal. Pra que então ficar apresentadas no seu sentido real. Exemplo:
“Sua altura é 1,85m. Seu peso, 70Kg. Aparência atlética,
esquentando tanto? Me parece que as coisas no fim sempre
ombros largos, pele bronzeada. Moreno, olhos negros, cabelos
dão certo.”
negros e lisos”.
Técnico (profissional): é a fala que alguns profissionais b) Descrição subjetiva: quando há maior participação da
(advogados, economistas, etc.) utilizam no exercício de suas emoção, ou seja, quando o objeto, o ser, a cena, a paisagem
são apresentados em sentido figurado. Exemplo:
atividades profissionais. Observe o exemplo abaixo:
“Vamos direto ao assunto: interface gráfica ou não, muitas “Nas ocasiões de aparato é que se podia tomar pulso ao
vezes, é preciso trabalhar com o prompt do DOS, sendo abor- homem. Não só as condecorações gritavam-lhe no peito como
recedor esforçar-se na redigitação de subdiretórios longos ou uma couraça de grilos. Ateneu! Ateneu! Aristarco todo era um
comandos mal digitados.” anúncio; os gestos, calmos, soberanos, calmos, eram de um rei...”
Revista PC World, ago/1992.p. 98. “O Ateneu”, Raul Pompeia

O que é NARRAÇÃO?
Literário (artístico): é a utilização da língua como finalidade A narração tem por objetivo contar uma história real, fictícia
expressiva, como a que é feita pelos artistas da palavra poetas ou mesclando dados reais e imaginários. Baseia-se numa evo-
e romancista. Observe o exemplo abaixo: lução de acontecimentos, mesmo que não mantenham relação
“O céu jogava tinas de água sobre o noturno que me de linearidade com o tempo real. Sendo assim, está pautada
devolvia a São Paulo. O comboio brecou, lento, para as ruas em verbos de ação e conectores temporais.
molhadas, furou a gare suntuosa e me jogou nos óculos meni- A narrativa pode estar em 1ª ou 3ª pessoa, dependendo
neiros de um grupo negro. do papel que o narrador assuma em relação à história. Numa
“Sentaram-me num automóvel de pêsames.” narrativa em 1ª pessoa, o narrador participa ativamente dos fatos
narrados, mesmo que não seja a personagem principal (narrador
8. GÊNERO TEXTUAL = personagem). Já a narrativa em 3ª pessoa traz o narrador
É um nome que se dá às diferentes formas de linguagem como um observador dos fatos que pode até mesmo apresentar
que circulam socialmente, sejam mais informais ou mais formais. pensamentos de personagens do texto (narrador = observador).
O bom autor toma partido das duas opções de posicio-
Eles são a forma como a língua se organiza nas inúmeras si-
namento para o narrador, a fim de criar uma história mais ou
tuações de comunicação que vivemos no dia-a-dia. Gêneros
menor parcial, comprometida. Por exemplo, Machado de Assis,
textuais são língua em uso social, seja quando usamos a língua
ao escrever Dom Casmurro, optou pela narrativa em 1ª pessoa
na escola, seja quando usamos a língua fora dela para nossa
justamente para apresentar-nos os fatos segundo um ponto de
comunicação, seja quando usamos gêneros escritos, seja quan- vista interno, portanto mais parcial e subjetivo.
do usamos gêneros orais. Os gêneros são língua em uso, são
língua viva, são instrumentos de comunicação. Narração objetiva x Narração subjetiva
Como eles são instrumentos de comunicação indispensável,
todas as pessoas usam gêneros para se comunicar. O fato de • objetiva - apenas informa os fatos, sem se deixar en-
todas as pessoas dominarem pelo menos alguns gêneros dá volver emocionalmente com o que está noticiado. É de cunho
uma base para que elas possam aprender outros e mais outros, impessoal e direto.
de forma infinita. • subjetiva - leva-se em conta as emoções, os sentimentos
envolvidos na história. São ressaltados os efeitos psicológicos
Importante: que os acontecimentos desencadeiam nos personagens.
É muito comum, em prova, perguntarem o gênero tex-
tual em análise. Elementos básicos da narrativa:
Os mais cobiçados em situação de prova são Edito- Fato - o que se vai narrar (O quê?)
rial, Artigo de Opinião, Crônica, Charge, Cartuns, tirinhas, Tempo - quando o fato ocorreu (Quando?)
reportagens. Lugar - onde o fato se deu (Onde?)
Personagens - quem participou ou observou o ocorrido
9. TIPOLOGIA TEXTUAL (Com quem?)
São as características que um texto apresenta, a saber, Causa - motivo que determinou a ocorrência (Por quê?)
tais como Descrição, Narração, Dissertação, Injunção. Um Modo - como se deu o fato (Como?)
texto pode ter uma característica predominante ou mesmo Consequências (Geralmente provoca determinado des-
mesclar duas características, como é comum nos romances fecho).
em que concorrem narração e descrição. Tais características Exemplo:
são muito cobradas em prova de concurso público. Atente-se Naquela noite, todos estavam na sala conversando anima-
às suas marcas. Vamos começar com a Descrição. O que é um damente. De repente, veio uma voz lá de fora. Chamou por meu
texto descritivo? pai. A princípio, não reconheci quem era. Houve um silêncio geral.

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LÍNGUA PORTUGUESA
_ Seu Odorico... – chamou novamente! 3. Conativa (ou apelativa)
Minha mãe disse que era Francisquinho, guardador da Ocorre quando o receptor é posto em destaque e é estimula-
igreja. Ele veio trazer um aviso. do pela mensagem. Há um autor querendo influenciar o receptor.
Nunca me esqueci daquela noite. Eu ainda era muito me- É comum nesse tipo de texto o emprego do modo imperativo dos
nina. Foi a noite do suicídio de Padre Bento. verbos e de vocativos.
O que é um Texto Dissertativo? 4. Metalinguística
A tipologia textual da Dissertação é uma das mais cobi- Tem como função realçar o código, quando este é utilizado
çadas/presentes em provas de concurso público!!! como assunto ou explica a si mesmo. Por exemplo, quando
Dissertação é um texto que se caracteriza pela exposição, um poema reflete sobre a criação poética, um filme tematiza o
defesa de uma ideia que será analisada e discutida a partir de próprio cinema ou um programa de televisão que debate o papel
um ponto de vista. Para tal defesa, o autor do texto dissertativo social da televisão.
trabalha com argumentos, com fatos, com dados, os quais utiliza
para reforçar ou justificar o desenvolvimento de suas ideias. 5. Fática
Organiza-se, geralmente, em três partes: Ocorre quando o canal é posto em destaque. A função é
testar o canal de comunicação. Acontece nos cumprimentos
• Introdução - onde você explicita o assunto a ser discutido,
diários, nas primeiras palavras de uma aula etc.
com a apresentação de uma ideia ou de um ponto de vista que
6. Poética
pretende defender. A introdução deve ser apresentada de manei-
Podemos encontrá-la nos casos em que o emissor enfatiza
ra clara o assunto que será tratado, podendo formular uma tese.
• Desenvolvimento - em que irá desenvolver seu ponto a construção, a elaboração da mensagem por meio por meio
de vista. Para isso, deve argumentar, fornecer dados, trabalhar da escolha de palavras que realcem a sonoridade, pelo uso de
exemplos, se necessário. É a parte do texto em que as ideias, expressões imprecisas. O texto não é objetivo, traz uma fala
conceitos, informações serão desenvolvidas. cheia de rodeios, transmite pouca informação. A função poética
• Conclusão - em que dará um fecho coerente com o de- ocorre tanto em prosa como em verso
senvolvimento e com os argumentos apresentados. Em geral, a Importante: é possível encontrar em um texto mais de uma
conclusão é uma retomada da ideia apresentada na introdução, função da linguagem. Portanto, cabe ao leitor identificar aquela
agora com mais ênfase, de forma mais conclusiva, onde não
que predomina e, por conseguinte, a intenção de seu autor.
deve aparecer nenhuma ideia nova, uma vez que você está
fechando o texto. 11. VARIAÇÕES LINGUÍSTICAS
Fonte(s): http://www.mundovestibular.com.br
A língua portuguesa encontra-se em constante alteração,
Modelo de um parágrafo dissertativo: evolução e atualização, não sendo um sistema estático e fechado.
“É um grave erro a liberação da maconha. Provocará de O uso faz a regra e os falantes usam a língua de modo a suprir
imediato violenta elevação do consumo. O Estado perderá o suas necessidades comunicativas, adaptando-a conforme suas
precário controle que ainda existe sobre as drogas psicotrópicas intenções e necessidades.
e as instituições brasileiras de recuperação de viciados não terão Sendo uma sociedade complexa, formada por diferentes
estruturas suficientes para atender à demanda”. grupos sociais, com diferentes hábitos linguísticos e diferentes
(Alberto Corazza, IstoÉ, 20.12.95) graus de escolarização, ocorrem variações na língua, principal-
mente de caráter local, temporal e social.
10. FUNÇÕES DA LINGUAGEM
Nem todas as variações linguísticas usufruem do mesmo
O modo como a linguagem se organiza está diretamente
prestígio, sendo algumas consideradas menos cultas. Contudo,
ligada à função que se deseja dar a ela, isto é, à intenção do
todas as variações devem ser encaradas como fator de enriqueci-
autor. Para os seis componentes da comunicação, seis são as
mento e cultura e não como erros ou desvios. Tipos de variação:
suas funções:
As variações linguísticas ocorrem principalmente nos âm-
Emissor – aquele que transmite a mensagem.
bitos geográficos, temporais e sociais.
Receptor – aquele com quem o emissor se comunica.
Mensagem – é aquilo que se transmite ao receptor.
I. Variações regionais (diatópicas ou geográficas)
Referente (ou contexto) – é o assunto da mensagem.
São variações que ocorrem de acordo com o local onde
Código – é a convenção social que permite ao receptor
vivem os falantes, sofrendo sua influência. Este tipo de variação
compreender a mensagem.
ocorre porque diferentes regiões têm diferentes culturas, com
Canal – é o meio físico que conduz a mensagem ao receptor.
diferentes hábitos, modos e tradições, estabelecendo assim
1. Referencial (ou informativa)
diferentes estruturas linguísticas.
Ocorre quando o referente é posto em destaque e a intenção
Exemplos de variações regionais:
principal do emissor é informar. Os textos cuja função é referencial
Diferentes palavras para os mesmos conceitos;
possuem linguagem clara, direta e precisa, procurando traduzir a
Diferentes sotaques, dialetos e falares;
realidade de forma objetiva. Alguns textos jornalísticos, os textos
científicos e os didáticos são o melhor exemplo disso. Reduções de palavras ou perdas de fonemas.

2. Emotiva (ou expressiva) II. Variações históricas (diacrônicas)


Está centrada na expressão dos sentimentos, emoções e São variações que ocorrem de acordo com as diferentes
opiniões do emissor. Reforça o aspecto subjetivo, pessoal da épocas vividas pelos falantes, sendo possível distinguir o portu-
mensagem. É comum nesse tipo de função a presença de inter- guês arcaico do português moderno, bem como diversas palavras
jeições, reticências, pontos de exclamação e, ainda, dos verbos que ficam em desuso.
na 1ª pessoa. O narrador apresenta opiniões com as quais outras Exemplos de variações históricas:
pessoas podem ou não concordar. Textos líricos, que expressam Expressões que caíram em desuso;
o estado de alma do emissor, são exemplos dessa função. Grafemas que caíram em desuso;
Vocabulário típico de uma determinada faixa etária.

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LÍNGUA PORTUGUESA
III. Variações sociais (diastráticas) começo, na recuperação, na melhoria, no crescimento. Nosso
São variações que ocorrem de acordo com os hábitos e país está como está porque fizeram com ele o que fizeram. Mas
cultura de diferentes grupos sociais. Este tipo de variação ocorre ele será o que será porque faremos o que faremos. E, neste
porque diferentes grupos sociais possuem diferentes conheci- caso, como diz o ditado, “não tem ‘mas’ nem meio ‘mas’”. Só
mentos, modos de atuação e sistemas de comunicação. depende de nós.
(Eugênio Mussak. Entre o otimismo e o pessimismo. Disponível em: http://
Exemplos de variações sociais: vidasimples.uol.com.br/noticias/pensar/entre-o-otimismo-e-opessimismo.phtml#.
Gírias próprias de um grupo com interesse comum, como Vp_EK5orKig, 16.11.2015. Adaptado)

os skatistas. 01) VUNESP - Conforme o que afirma o autor do texto, o


Jargões próprios de um grupo profissional, como os policiais. otimismo
Variações situacionais (diafásicas) a) elimina as dificuldades da vida.
São variações que ocorrem de acordo com o contexto ou b) possibilita encontrar meios para superar os problemas.
situação em que decorre o processo comunicativo. Há momentos c) focaliza sempre o pretérito.
em que é utilizado um registro formal e outros em que é utilizado d) é uma demonstração de falta de consciência.
um registro informal. e) é responsável pelos problemas que vivenciamos

Exemplos de variações situacionais:


02) VUNESP - Nesse texto, o autor afirma que
Linguagem formal, considerada mais prestigiada e culta,
a) é o tempo verbal que determina se a pessoa deve
usada quando não há familiaridade entre os interlocutores da co-
enxergar uma situação com otimismo ou pessimismo.
municação ou em situações que requerem uma maior seriedade.
b) as conjunções são recursos amplamente usados pelos
Linguagem informal, considerada menos prestigiada e
pessimistas para refletir sobre o futuro.
culta, usada quando há familiaridade entre os interlocutores da
c) há uma classificação dos recursos linguísticos; alguns
comunicação ou em situações descontraídas.
servem apenas para os discursos otimistas e outros
12. EXERCÍCIOS apenas para os pessimistas.
d) o “mas” é muito usado para construir discursos de
Texto 1 esperança, por isso é marca característica do discurso
Eugênio Mussak
otimista.
Em tempos difíceis como o que estamos vivendo, uma boa e) os discursos dos otimistas e dos pessimistas podem
dose de otimismo pode nos ajudar a enfrentar as dificuldades ter os mesmos elementos, o que muda é a ordem de
do dia a dia. Os otimistas costumam ser mais positivos mesmo colocação dos termos e o foco.
diante das adersidades, e, com isso, têm mais chance não só 03) VUNESP - Com relação à situação atual do Brasil, o autor
de encontrar meios para sobreviver à crise como de criar alter- se mostra
nativas para sair dela. a) otimista e propõe que se acredite racionalmente na
Reconhecemos os otimistas de algumas maneiras. Uma recuperação do país.
delas é pelo tempo verbal de seu discurso. Enquanto os pessi- b) pessimista e justifica essa posição afirmando que a
mistas falam no pretérito, os otimistas preferem falar no futuro. saída da crise depende de muita gente.
Os pessimistas insistem em ponderar sobre como deveria ter c) pessimista, pois ele tem consciência de que a situa- ção
sido. Os otimistas ocupam-se em discorrer sobre como poderá atual não é nada boa.
vir a ser. d) otimista e acredita que pensamento positivo apresentará
Outra maneira de diferenciar um pessimista de um otimista é a solução para os problemas.
e) pessimista e culpa toda nação, inclusive a si mesmo,
pelo uso do “mas”, palavrinha de três letras muito usada quando
pela situação em que o país se encontra.
dois pensamentos se complementam e parecem ser opostos.
Cada vez que você diz “agora faz sol, mas mais tarde vai cho- Texto 2
ver”, ou “minha cabeça dói, mas já vai passar”, está usando
uma conjunção, que tem a finalidade de estabelecer ligações. SEGURANÇA PÚBLICA COMEÇA EM CASA
Voltando ao tema do otimismo e do pessimismo, sabemos A segurança pública começa na família, quando pequenos
que esses dois estados, que demonstram a visão que as pessoas gestos e ações dos pais vão determinar o comportamento dos
têm da situação em que se encontram, bem como das perspec- filhos na coletividade. Não nos preocupamos em observar o
tivas futuras, se refletem no uso dos recursos linguísticos. Ou que fazemos na frente de nossos filhos, achamos engraçado
melhor, na ordem em que se colocam os termos da oração em quando pronunciam um palavrão e mostramos como se fosse
torno deles. Explico. Uma coisa é dizer: “Eu sei que está ruim, um prêmio a falta de educação, a nossa e a deles.
mas vai melhorar”. Outra é afirmar: “Eu sei que vai melhorar, Esquecemos que somos modelos para as nossas crianças,
mas que está ruim, está”. As duas frases envolvem exatamente ao deixar de usar o cinto de segurança, desrespeitar um sinal fe-
os mesmos elementos em sua construção, a diferença entre chado, fumar onde não devemos e atirar lixo pela janela do carro.
elas está no foco. Aceitamos quando eles não arrumam o quarto e não querem
Há “mas” para todos os gostos. Depende de nós usá-lo para levantar para auxiliar na limpeza da casa, dizemos tudo bem,
criar um bom ambiente ou para jogar um balde de água fria no eles são crianças.
ânimo de qualquer um. Quando algo não está bem, como o atual Somos pais que não se preocupam em pedir licença, dizer
momento econômico, surgem dois pensamentos: o de que tudo obrigado e solicitar por favor quando conversamos com nos-
vai piorar e o de que, daqui pra frente, só é possível melhorar. sos familiares, numa onda de desrespeito que se reflete num
E, já que é assim, proponho o otimismo consciente. Aquele comportamento equivocado de nossas crianças na idade tenra,
que não nega a realidade, mas que acredita na solução, no re- quando desrespeitam os pais e avós dentro de casa.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Também, erroneamente, procuramos dar a eles tudo que Existe uma lenda urbana em nosso país que define como
pedem, sem impor limites, deixamos que façam o que querem criminoso apenas quem lucra com a pirataria digital. Em outras
dentro de casa, rolem no chão quando pedem um brinquedo no palavras, a crença que circula de boca em boca é que somente
supermercado e rimos da situação, quando na verdade faltou- vendedores ambulantes, falsificadores e sites que hospedam
-nos autoridade, mas não nos preocupamos. Afinal, a escola e esse tipo de conteúdo são passíveis de punição jurídica. Entre-
os professores vão dar um jeito nisso. tanto, não é bem assim que funciona.
Chegando à escola, uma nova realidade, uma turma de O STJ já reforçou mais de uma vez que o download de
novos colegas, uma professora impondo regras, horários, obras que possuem direitos autorais configura crime. Mas por
responsabilidade, quanta coisa para nossos pobres filhos. Não
que ninguém é preso ou recebe multas? Simples: a aceitação
acompanhamos os cadernos, não auxiliamos na realização dos
cultural é tão grande que não existe quase nenhum tipo de
trabalhos, nem criamos horários para que estudem.
fiscalização ou punição para a reprodução e distribuição deste
Afinal, são crianças e devem brincar. Passado o tempo,
tipo de conteúdo.
vamos lá, nas avaliações, reclamar das notas baixas de nossos (Vinicius Munhoz, Como a pirataria é castigada em outros países do mundo?
filhos. Afinal, a culpa é da escola, dos professores e da direção, Disponível em: www.tecmundo.com.br. 14.07.2015.)
que não souberam ensinar as nossas crianças. 07) VUNESP - A partir da leitura do texto, conclui-se correta-
Adiante, os nossos filhos passam a andar com amigos
mente que o autor
estranhos, que não gostam de ir para a escola, mas isto não é
a) parte do pressuposto de que o leitor reproduz filmes
problema nosso, nossos filhos apenas andam com esses ami-
piratas porque isso ainda não é crime no brasil.
gos. Chega um dia que nos pedem um tênis importado, estra-
b) dialoga com o leitor como se este considerasse comum
nhamos. Afinal, não temos dinheiro para comprar e dizemos não.
assistir a filmes adquiridos por meio da pirataria.
Então, no dia seguinte, aparecem com o que queriam. Per-
c) considera aceitável comercializar filmes piratas, contan-
guntamos como conseguiram, dizem que ganharam de presente
de algum amigo. Que maravilha um amigo que gosta de nossos to que o lucro da venda seja usado para pagar direitos
filhos, que cuida deles enquanto trabalhamos. autorais.
Um dia, um telefonema. Nosso filho foi preso roubando d) defende que quem praticar a reprodução ilegal de filmes
outro tênis importado. deve ser preso, como qualquer outro tipo de criminoso.
Segurança pública começa em casa (FRANQUILIN, Paulo. e) julga adequada a maneira como o stj tem punido exem-
plarmente aqueles que insistem em assistir a filmes
04) FUNCAB - A frase “Segurança pública começa em casa”,
piratas.
do ponto de vista de quem escreveu, pode ser entendida
como: 08) VUNESP O trecho do segundo parágrafo – Entretanto, não
a) Os professores sabem educar. é bem assim que funciona. –, no contexto em que está
b) Uma ironia na exposição da ideia. inserido, apresenta uma afirmação
c) Uma dúvida sobre como educar.
a) condizente com a crença da maioria dos brasileiros.
d) Intensificação poética da ideia de educar.
b) contrária ao que já foi exposto pelo STJ.
e) Os pais são os responsáveis por educar.
c) a favor do comportamento de quem compra DVD pirata.
05) FUNCAB - Embora “Segurança” represente um drama d) divergente do que afirma o senso comum.
particular, é possível entrever nele um debate de natureza: e) desfavorável ao discurso que condena a pirataria.
a) social.
b) econômica. d) linguística. Texto 4
c) regional. e) hierárquica. O mal-estar provocado por gripes e resfriados é o principal
motivo que os brasileiros alegam para se ausentar do trabalho,
06) FUNCAB - Os fragmentos abaixo estão corretamente
apontou a PNS (Pesquisa Nacional de Saúde), divulgada pelo
associados a atitudes da família em relação aos filhos,
IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
exceto:
a) “Esquecemos que somos modelos para as nossas O levantamento mostrou que 17,8% dos brasileiros que
crianças, ao deixar de usar o cinto de segurança, des- faltaram ao trabalho pelo menos um dia alegaram ter tido gripe
respeitar um sinal fechado [...]” (transgressão) ou resfriado. A pesquisa foi feita em 2013, em 62,9 mil domicílios
b) “[...] procuramos dar a eles tudo que pedem, sem impor em todos os Estados da federação. O estudo é inédito e não
limites [...]” (permissividade) tem, portanto, base de comparação.
c) “Não acompanhamos os cadernos, não auxiliamos na Ainda que virais, a gripe e o resfriado têm diferenças. Se-
realização dos trabalhos [...]” (negligência) gundo o médico Drauzio Varela, o resfriado é menos intenso e
d) “Afinal, a culpa é da escola, dos professores e da di- caracteriza-se por coriza, cabeça pesada e irritação na garganta.
reção, que não souberam ensinar as nossas crianças” Mais brando, pode provocar febres isoladas, que não ultrapas-
(comprometimento) sam 38,5 graus. A gripe pode derrubar a pessoa por alguns dias,
e) “Afinal, não temos dinheiro para comprar e dizemos requer repouso, boa hidratação e, com a orientação profissional,
não.” (autoridade) uso de analgésicos e antitérmicos.
(Lucas Vettorazzo. “Resfriado é principal motivo para falta no trabalho ou
Texto 3 estudos, aponta IBGE”. www.folha.uol.com.br, 02.06.2015. Adaptado)

A pirataria para o brasileiro é algo tão comum que mal pen- 09) VUNESP - De acordo com o texto, a Pesquisa Nacional de
samos que este ato, na verdade, é ilegal. Nada como comprar Saúde, divulgada pelo IBGE, foi realizada a partir
aquele DVD pirata no camelô ou baixar um filminho no Pirate a) do exame de um banco de dados que empregadores
Bay para assistir com a namorada no final de semana, não é guardam de seus funcionários.
verdade? Entretanto, você já se indagou alguma vez se poderia b) da análise de documentos médicos que comprovam o
ser punido por isso? afastamento de trabalhadores doentes.

61
LÍNGUA PORTUGUESA
c) da contagem do número de trabalhadores brasileiros DICAS:
que permaneceram hospitalizados.
• Estabelecer relações entre partes de um texto, identificando
d) do registro da declaração de cidadãos brasileiros con-
repetições ou substituições que contribuem para a continui-
sultados no contexto domiciliar.
e) da entrevista de trabalhadores enquanto estes estavam dade de um texto.
afastados do serviço por doença. • Identificar a tese de um texto.
• Estabelecer relação entre a tese e os argumentos oferecidos
10) VUNESP - Conforme o texto, é correto afirmar: para sustentá-la.
a) os casos de gripe foram mais frequentes do que os de
• Diferenciar as partes principais das secundárias em um texto.
resfriados entre os trabalhadores que faltaram ao trabalho.
• Identificar o conflito gerador do enredo e os elementos que
b) por serem menos intensos, os casos de resfriados
constroem a narrativa.
não constituem justificativa válida para se ausentar do
trabalho. • Estabelecer relação causa/consequência entre partes e
c) ao longo dos anos, os brasileiros têm faltado cada vez elementos do texto.
mais ao trabalho devido a resfriados que se tornaram • Estabelecer relações lógico-discursivas presentes no texto,
tão intensos quanto a gripe. marcadas por conjunções, advérbios, etc.
d) o estudo do IBGE não permite estabelecer uma compa-
Texto 7
ração entre os estados da federação quanto às causas
de falta ao trabalho. POR QUE A IDA É SEMPRE MAIS
e) a gripe e o resfriado têm em comum o fato de serem DEMORADA QUE A VOLTA?
transmitidos por vírus, apesar de a gripe ser mais de-
Essa sensação acontece com todo mundo que viaja – desde
bilitante.
que tenham sido feitos trajetos idênticos, na mesma velocidade,
11) (VUNESP/PM/SP/2015) A forma verbal requer, destacada em sentidos opostos. Isso porque o nosso cronômetro interno
no terceiro parágrafo, está corretamente substituída, sem não funciona com perfeita regularidade e muitas vezes engana
alteração da mensagem, por: a noção de tempo. As estruturas neurais que controlam a per-
a) delata. cepção temporal estão localizadas na mesma área do cérebro
b) restitui. d) previne. que comanda a nossa concentração.
c) exige. e) prescinde. Isso significa que, se a maior parte dessa área estiver vol-
Texto 6 tada a prestar atenção no caminho, nas placas e na paisagem,
não conseguimos nos concentrar no controle de tempo. E aí
não saberemos quanto tempo, de fato, a viagem levou. Na ida,
a descoberta de novos lugares influi na percepção de distância,
e achamos que estamos demorando mais. Nossa preocupação
é: “Quando vamos chegar?” Na volta, com o caminho já conhe-
cido, a concentração se dispersa e a percepção de tempo é
alterada para menos, dando a impressão que o trajeto passou
mais depressa.
Fonte: Revista Superinteressante - Rafael Tonon -
Edição 241 - Julho de 2007, pág. 50.

13) O texto acima permite concluir que a sensação de que a


ida é sempre mais demorada que a volta se deve:
a) À distância existente entre o ponto de saída e o ponto
de chegada.
b) Ao tempo gasto no trajeto.
c) À concentração que não se situa na mesma área cere-
bral da percepção de tempo.
d) Ao funcionamento irregular do “cronômetro interno” dos
seres humanos.

Texto 8
CINZAS NA AMAZÔNIA
Agosto marca o início tradicional das queimadas na Amazô-
nia Legal. Mas os primeiros dias deste mês foram preocupantes.
12) (IBFC/ANALISTA/PM/2014) Os dois textos (5 e 6) abor- O número de focos de fogo na região é 40% maior que em 2006.
dam o mesmo tema, contudo, ao confrontá-los, percebe- “Acendemos o sinal amarelo”, diz o pesquisador Alberto Setzer,
mos que: do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). É cedo para
a) o segundo texto apresenta um traço seletivo da memória soar o alarme, mas o temor é que, se a estiagem que atinge a
associado às preferências. região continuar, os próximos meses sejam enfumaçados. Há
b) apenas, no primeiro texto, apontam-se falhas da memória. outros dois motivos de inquietação. Os focos atuais se concen-
c) o segundo texto é mais claro em função da presença tram no norte de Mato Grosso, sul do Pará e leste do Tocantins,
de elementos não-verbais. todos com forte atividade agrícola. E todas as reservas florestais
d) o conteúdo do primeiro texto nega completamente a
nacionais registraram casos de incêndio.
situação descrita no segundo. Fonte: Revista Superinteressante. nº 482, 13 de agosto de 2007.

62
LÍNGUA PORTUGUESA
14) De acordo com o texto, pode-se inferir que: É isso a alegria: algo de dentro que nos leva ao mundo e nos
a) As queimadas na Amazônia Legal ocorrem com maior permite o gozo e a reconhecimento de nós mesmos, no rosto
frequência antes do mês de agosto. do outro. Empatia e simpatia. Amor.
b) Se a frase na linha 2 “acendemos o sinal amarelo” for Se a alegria vem de dentro ou de fora? De dentro, claro.
alterada para “ o sinal amarelo será acendido”, não Mas seu sintoma mais bonito é nos jogar para fora, de encontro
haverá mudança no sentido do texto. à música e à dança do mundo, ao encontro de nós mesmos.
Adaptado de http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/ivan-martins/noti-
c) O clima seco auxilia na propagação dos focos de in- cia/2015/02/dentro-de-nos-balegriab.html
cêndio.
d) Os focos de incêndio podem apresentar riscos às flo- 15) AOCP - Em “Meu coração sorri em resposta a essa festa
ou acha nela apenas um eco do seu próprio e inesperado
restas brasileiras.
contentamento?”, é correto inferir que
a) a dúvida do autor é em relação a não saber se ele está
Texto 9
realmente alegre com o fato de estar participando de
[...] a alegria uma festa de carnaval.
Seu sintoma mais bonito é nos jogar para fora, de b) a dúvida do autor, expressa pela sua pergunta, reto-
encontro ao mundo e a nós mesmos ma seu questionamento inicial referente à origem da
IVAN MARTINS alegria.
c) o questionamento do autor demonstra uma certeza a
A alegria vem de dentro ou de fora de nós?
respeito da fonte de sua alegria ser externa, sendo ex-
A pergunta me ocorre no meio de um bloco de carnaval, pressa pelo sorriso de seu coração em resposta à festa.
enquanto berro os versos imortais de Roberto Carlos, cantados d) o questionamento do autor é uma demonstração de sua
em ritmo de samba: “Eu quero que você me aqueça neste in- tristeza interna que se disfarça de alegria em determi-
verno, e que tudo mais vá pro inferno”. nados momentos festivos.
Estou contente, claro. Ao meu redor há um grupo de ami- e) o questionamento do autor demonstra a certeza de que
gos e uma multidão ruidosa e colorida. Ainda assim, a resposta sua alegria é apenas uma demonstração do contenta-
sobre a alegria me ilude. Meu coração sorri em resposta a essa mento que ele vive internamente.
festa ou acha nela apenas um eco do seu próprio e inesperado 16) AOCP - Todos os termos e expressões destacados a seguir
contentamento? retomam “alegria”, exceto
Embora simples, a pergunta não é trivial. Se sou capaz de a) “Se ela precisa ser buscada fora, permanentemente,
achar em mim a alegria, a vida será uma. Se ela precisa ser será outra, provavelmente pior.
buscada fora, permanentemente, será outra, provavelmente pior. b) “... ela nos põe de pé quando nem sairíamos da cama.”
Penso no amor, fonte permanente de júbilo e apreensão. c) “Ela vem de fora, nos é imposta pelas circunstâncias,
Quando ele nos é subtraído, instala-se em nós uma tristeza mas torna-se parte de nós.”
sem tamanho e sem fim, que tem o rosto de quem nos deixou. Ela d) “Ela se expõe como esperança: acreditamos que o
vem de fora, nos é imposta pelas circunstâncias, mas torna-se mundo nos trará algo melhor esta manhã;”.
e) “Por mínima que seja, essa fonte de luz e energia é
parte de nós. Um luto encarnado. Um milhão de carnavais seriam
suficiente para dar a largada e começar do zero.”
incapaz de iluminar a escuridão dessa noite se não houvesse,
dentro de nós, alguma fonte própria de alegria. Nem estaríamos 17) AOCP - Em relação ao texto, é correto afirmar que
na rua, se não fosse por ela. Nem nos animaríamos a ver de a) somente por meio de inferência é possível concluir que
perto a multidão. Ficaríamos em casa, esmagados por nossa o questionamento inicial do texto é respondido.
tristeza, remoendo os detalhes do que não mais existe. Ao longe, b) não há elementos linguísticos no texto que comprovem
ouviríamos a batucada, e ela nos pareceria remota e alheia. a resposta ao questionamento inicial que o autor faz.
Nossa alegria existe, entretanto. Por isso somos capazes c) o questionamento inicial não é respondido no decorrer
de cantar e dançar quando o destino nos atinge. do texto, propositalmente, ficando como uma reflexão
Nossa alegria se manifesta como força e teimosia: ela nos para o leitor.
põe de pé quando nem sairíamos da cama. Ela se expõe como d) no texto o autor responde explicitamente seu questio-
namento inicial.
esperança: acreditamos que o mundo nos trará algo melhor esta
e) não é possível, durante a leitura, definir se o questio-
manhã; quem sabe esta noite; domingo, talvez. Ela nos torna
namento inicial do texto é respondido.
sensível à beleza da mulher estranha, ao sorriso feliz do amigo,
à conversa simpática de um vizinho, aos problemas do colega 18) AOCP - Descontextualizada, a expressão “multidão ruido-
de trabalho. Nossa alegria cria interesse pelo mundo e nos faz sa” tem o mesmo significado que “multidão
perceber que ele também se interessa por nós. a) tranquila”.
Por mínima que seja, essa fonte de luz e energia é suficiente b) barulhenta”. d) alucinada”.
para dar a largada e começar do zero. Um dia depois do outro. c) apressada”. e) festiva”.
Todos os dias em que seja necessário. Texto 10
Quando se está por baixo, muito caído, não é fácil achar
o interruptor da nossa alegria. A gente tem a sensação de que A mulher que está esperando o homem está sujeita a muitos
alegria se extinguiu e com ela o nosso desejo de transar e de perigos entre o ódio e o tédio, o medo, o carinho e a vontade
viver, que costumam ser a mesma coisa. Mas a alegria está lá de vingança.
- feita de boas memórias, do amor que nos deram, do carinho Se um aparelho registrasse tudo o que ela sente e pensa
que a gente deu aos outros. Existe como presença abstrata, mas durante a noite insone, e se o homem, no dia seguinte, pudesse
calorosa, que nos dirige aos outros, que nos faz olhar para fora. tomar conhecimento de tudo, como quem ouve uma gravação
numa fita, é possível que ele ficasse pálido, muito pálido.

63
LÍNGUA PORTUGUESA
Porque a mulher que está esperando o homem recebe sem- um remédio simples que inibe a produção de ácido gástrico.
pre a visita do Diabo e conversa com ele. Pode não concordar Úlceras que, antes duravam décadas, hoje são resolvidas com
com o que ele diz, mas conversa com ele. omeprazol, em poucos dias – a um custo de poucos reais.
(Rubem Braga – Ai de ti, Copacabana) (Lendro Narloch. Fique tranquilo e aproveite. Veja.com. Adaptado)

19) VUNESP - Dizer que a mulher recebe a visita do Diabo 22) VUNESP - Segundo o autor,
equivale a dizer que ela a) a crise econômica dos anos 80 incrementou a natali-
a) prefere ficar longe de parentes próximos. dade, pois o importante, nessa ocasião, era a sobrevi-
b) tem maus pensamentos a respeito do homem. vência.
c) é pessoa de pouca religiosidade. b) no período Pleistoceno, o homem vivia como caçador
d) em sua angústia, não abre mão da proteção divina. e coletor, visando à sua evolução.
e) se conforma, naquelas horas, em ser traída. c) o omeprazol, criado há dez anos, constitui um bálsamo
capaz de eliminar o ácido gástrico.
20) VUNESP - No trecho – Pode não concordar com o que ele
d) é nas madrugadas que as gastrites atacam com maior
diz, mas conversa com ele. –, a ideia é a de que a mulher
força, apesar do uso do omeprazol.
a) pode pensar em algo negativo, mas não aderir a esse
e) o aumento da prole, no Pleistoceno, assegurando a
pensamento.
continuação da vida, foi fruto do temor.
b) fica completamente à mercê de pensamentos mórbidos.
c) tem fraco poder de argumentação.
23) VUNESP - Assinale a alternativa em que se observa o
d) chega a duvidar de sua própria espiritualidade.
emprego da linguagem figurada.
e) é uma pessoa educada em seus relacionamentos.
a) ... o homem tem uma tendência a se concentrar no que
pode dar errado.
Texto 11
b) É perfeitamente racional ser otimista em momentos
MODELOS ruins.
c) O escritor Nelson Rodrigues acordava todas as madru-
Não existe gente que tem medo de palhaço? Pois eu tenho
gadas para amestrar a úlcera com mingau.
medo de modelos. Sou provavelmente o único homem no mundo
d) Nas cavernas do Pleistoceno, gerava mais descen-
que, se um dia ficasse frente a frente com a Gisele Bündchen, dentes quem tinha medo de ataques e antecipava
sairia correndo. Não sei qual é a origem desta fobia. Não me problemas.
lembro de ter sido assustado por uma modelo, quando criança. e) Úlceras que, antes duravam décadas, hoje são resol-
Nenhuma modelo me fez mal, ainda. Mas elas simplesmente vidas com omeprazol, em poucos dias.
me apavoram. É aquele ar que elas têm.
Pouca gente sabe que, antes de entrar na passarela, as Texto 13
modelos chupam um limão para desfilar com a correta expressão
A JUSTIÇA COMO É FEITA
de desprezo, beirando o nojo pelos seus inferiores, começando Carlos Heitor Cony
por mim. Nunca sorriem. Alimentam-se de pequenos passari-
nhos, pois não têm um sistema gastrointestinal como o nosso. RIO DE JANEIRO – Um filme de André Cayatte (“Justice
Só mudam de dieta na lua cheia, quando comem um homem est faite”) conta a história de um réu acusado de um crime.
inteiro. Aquela maneira de caminhar cruzando as pernas que só Ele alega inocência, o juiz fica em dúvida e, na dúvida, não
modelos têm é uma amostra do que são capazes. o condena à morte, mas à prisão por oito anos. Cayatte, que
(Luis Fernando Verissimo, O Estado de S. Paulo. Adaptado) além de cineasta era advogado militante, termina entrando na
história com o seguinte comentário: “Se o réu é culpado, a pena
21) VUNESP - Os termos em destaque em – Mas elas sim-
foi pouca. Se o réu é inocente, a pena foi muita. De qualquer
plesmente me apavoram. É aquele ar que elas têm. –
forma, a justiça dos homens foi feita”.
apresentam, no contexto, respectivamente, o antônimo (Folha de S.Paulo, 05.03.2009)
e o sinônimo em:
a) estimulam / gás 24) VUNESP - Ao se deparar com a dúvida, o juiz
b) acalmam / aragem d) ameaçam / respiração a) omite-se de suas obrigações.
c) constrangem / hálito e) tranquilizam / aparência b) prescreve uma pena mais severa.
c) deixa de fazer a justiça dos homens.
Texto 12 d) não deixa que ela o perturbe.
e) opta por uma sentença mais branda.
Por herança da evolução, o homem tem uma tendência
a se concentrar no que pode dar errado. Nas cavernas do 25) VUNESP - O comentário de Cayatte deixa evidente que
Pleistoceno, gerava mais descendentes quem tinha medo de a) o juiz não se influenciou pela alegação de inocência do
ataques e antecipava problemas. A ansiedade garantiu nossa réu, o que lhe permitiu ser justo, independentemente
sobrevivência, mas nos faz enxergar a realidade de um jeito da justiça dos homens.
enviesado. Nos aterrorizamos com ameaças mesmo quando b) a decisão do juiz se baseia na justiça dos homens, que
há motivos para ficarmos tranquilos. nem sempre pode refletir a verdade de uma situação.
É perfeitamente racional ser otimista em momentos ruins. c) a ponderação do juiz poderia ser de forma menos emoti-
Tome como exemplo os anos 80, quando o Brasil teve sua pior va, caso ele conhecesse, de fato, a justiça dos homens.
crise econômica. A economia decepcionava, mas vivíamos uma d) a pena que o juiz aplicou ao réu revela sua fraqueza na
pequena revolução da medicina. Até aquela década, era preciso hora de decidir, já que abriu mão da justiça dos homens.
lidar com gastrites e úlceras a vida inteira. O escritor Nelson e) o juiz prescreveu uma pena muito maior do que o réu
Rodrigues acordava todas as madrugadas para amestrar a merecia, pelo fato de não se ater à justiça dos homens.
úlcera com mingau. Então um laboratório farmacêutico criou

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LÍNGUA PORTUGUESA
Para responder às questões de números 26 e 27, considere a Texto 15
frase – Cayatte, que além de cineasta era advogado militante... – Imagine uma discussão, após um jogo de futebol, sobre um
26) VUNESP - Com a frase, entende-se que Cayatte pênalti. “Ele obviamente foi empurrado”, diz o torcedor de um
a) um dia foi advogado. time. “Que nada, se jogou”, diz o outro.
b) tinha vontade de ser cineasta. O mais interessante: ambos acreditam no que dizem. Ou
c) era cineasta e advogado. seja, não se trata de uma distorção deliberada da realidade,
d) deixou de ser advogado. uma “malandragem”, mas de um viés involuntariamente criado
e) era mais do que cineasta e advogado. pelo cérebro.
Apostando que isso não se aplica só ao futebol, mas também
27) VUNESP - O termo militante significa se aplica a várias outras áreas (como a política), um físico e pro-
a) atuante. fessor da USP tem se dedicado a mapear todos os mecanismos
b) revolucionário. d) militar.
mentais que nos tornam seres tendenciosos – ele já publicou artigos
c) omisso. e) poderoso.
sobre o tema em revistas científicas e prepara um livro. Para André
Martins, isso é um problema inclusive para o método científico.
Texto 14
Além do viés de confirmação – primeiro escolhemos um
lado, depois selecionamos os fatos que sejam adequados –,
existem muitos outros mecanismos de parcialidade no nosso
cérebro. Um dos mais famosos é o pensamento de grupo.
Estudos mostram que, se um voluntário desavisado é colo-
cado em uma sala cheia de atores, ele vai concordar com eles
em várias questões, mesmo que estejam obviamente errados.
A maior parte dos voluntários chega a dizer que duas retas
evidentemente diferentes têm o mesmo tamanho, só porque os
outros concluíram isso antes deles.
“Um exemplo disso é uma assembleia estudantil”, diz
Martins. “Não existe muita permissão para ideias próprias, só
alguns pensamentos são permitidos. Dissidentes são de alguma
forma humilhados”.
Uma historieta norte-americana sintetiza o assunto: em uma
28) VUNESP - O personagem que vive no mundo do crime
sala de reuniões, o chefão dá o diagnóstico: “Nosso problema
a) tem medo das pessoas que se arriscam na criminali-
é que precisamos de mais opiniões divergentes”, ao que os su-
dade.
bordinados reagem, dizendo “com certeza, chefe”, “exatamente
b) considera muito perigosa a vida na criminalidade.
o que eu penso”.
c) acredita que, em breve, deixará a criminalidade.
Estudos mais recentes, em que os cérebros dos voluntários
d) revela intenção de manter-se na criminalidade.
são mapeados, mostram que estar isolado, discordando da
e) afirma, na verdade, ter abandonado a criminalidade.
maioria, ativa regiões ligadas à dor, ou seja, a rejeição de ser
diferente machuca.
29) VUNESP - Quando diz – ... juro que nunca mais eu assalto! (Ricardo Mioto, Como estragar um raciocínio. Folha de S.Paulo,
– o personagem está se expressando com 28.11.2015. Adaptado)
a) ódio. 32) VUNESP - Segundo o texto, o fato de as pessoas susten-
b) vergonha. d) obstinação. tarem pontos de vista diferentes sobre um mesmo dado
c) carinho. e) ironia. de realidade
a) decorre de um mecanismo espontâneo, desencadeado
30) VUNESP - A segunda fala da mulher revela que ela pelo cérebro, que as faz convictas do que afirmam.
a) discorda do tipo de vida do rapaz. b) explica a natural tendência humana a ser “do contra”,
b) se sente ameaçada pelo rapaz. independentemente da verdade do que se defende.
c) tem orgulho do tipo de vida do rapaz. c) justifica o desejo humano de vencer pelo convencimento
d) vive com satisfação ao lado do rapaz. do outro, mesmo quando não há exatidão no argumento.
e) intimida o rapaz para que mude de vida. d) implica uma nova perspectiva de abordagem do real, a
qual se sobrepõe a polarizações de ideias e fatos.
31) Na primeira frase do primeiro quadrinho, a expressão des- e) procede das convicções adquiridas ao longo da vida,
sa vida está empregada em sentido__________, sugerindo tornando o cérebro dependente da vivência de realida-
um modo de vida__________. des particulares.
Os espaços da frase devem ser preenchidos, correta e 33) VUNESP - A historieta norte-americana relatada no pe-
respectivamente, com núltimo parágrafo
a) figurado ... em desarmonia com os padrões sociais. a) comprova, com dados do real, a tese de que subordina-
b) próprio ... desejável para a sociedade moderna. dos devem obediência às opiniões de chefes, seguindo
c) figurado ... condizente com a lei e a ordem social. a linha de raciocínio destes.
d) próprio ... ilegal e pouco desejável socialmente. b) exemplifica, com base em dados da ficção, o princípio
e) figurado ... honesto e amparado pela lei. segundo o qual, nas assembleias estudantis, não se
tolera cerceamento de ideias divergentes.

65
LÍNGUA PORTUGUESA
c) ilustra, com humor, a tese de que o cérebro, muitas imaginar que no fundo é em nós que pensamos, considerando
vezes, reage de forma tendenciosa, independentemente a decisão que tomamos em todos os casos em que podemos
de convicções racionais. evitar o espetáculo daqueles que sofrem, gemem e estão na
d) consagra, com elementos abstratos, a ideia de que a miséria: decidimos não deixar de evitar, sempre que podemos vir
concordância com a maioria é sinal de esperteza, para a desempenhar o papel de homens fortes e salvadores, certos
escamotear pontos de vista insustentáveis. da aprovação, sempre que queremos experimentar o inverso
e) demonstra, com base em comportamentos, o princípio de nossa felicidade ou mesmo quando esperamos nos divertir
segundo o qual ideias diferentes nem sempre levam com nosso aborrecimento. Fazemos confusão ao chamar com-
aos melhores resultados. paixão ao sofrimento que nos causa um tal espetáculo e que
pode ser de natureza muito variada, pois em todos os casos é
34) VUNESP - A relação de sentido que existe entre as pala- um sofrimento de que está isento aquele que sofre diante de
vras desavisado e prevenido existe também entre nós: diz-nos respeito a nós tal como o dele diz respeito a ele.
a) dissidentes e concordes. Ora, só nos libertamos desse sofrimento pessoal quando nos
b) tendenciosos e simpatizantes. entregamos a atos de compaixão. [...]
NIETZSCHE, Friedrich. Aurora . Trad. Antonio Carlos Braga.
c) parcialidade e parcimônia.
São Paulo: Escala, 2007. p. 104-105.
d) distorção e contorção.
e) confirmação e sanção. 36) FUNCAB - Sobre o texto analise as afirmativas a seguir.
A tragédia alheia pode tocar as pessoas de muitos modos,
35) VUNESP - Assinale a alternativa em que as passagens e confirma-se a motivação pessoal da compaixão.
destacadas no trecho a seguir estão reescritas com cor- Há uma reformulação do pensamento, oposta à ideia de
reção e fidelidade ao sentido original. que a compaixão é um ato altruísta de esquecimento de
Estudos mostram que, se um voluntário desavisado é si mesmo.
As motivações pessoais da compaixão impossibilitam a
colocado em uma sala cheia de atores, ele vai concordar
crítica social.
com eles em várias questões, mesmo que estejam ob-
viamente errados. Está(ão) correta(s) a(s) afirmativa(s):
a) ... desde que um voluntário desavisado é colocado ... a) I, somente.
assim como estão... b) II, somente. d) I e II, somente.
b) ... se caso um voluntário desavisado seja colocado ... c) III, somente. e) I, II e III.
apesar de que estão...
c) ... contanto que um voluntário desavisado é colocado 37) FUNCAB - O texto de Friedrich Nietzsche faz uma crítica à:
... à medida que estejam... a) ideia de compaixão aceita pelo senso comum.
d) ... caso um voluntário desavisado seja colocado... ape- b) impotência e covardia dos que sofrem.
sar de estarem... c) verdade de que somente o consciente pensa em si
e) ... conforme um voluntário desavisado seja colocado mesmo.
...embora estejam... d) confusão gerada pelos sentimentos de covardia, honra
Texto 16 e percepção do perigo.
133. “Não pensar mais em si” e) diminuição do bom senso nas atitudes altruístas.

Seria necessário refletir sobre isso seriamente: por que 38) FUNCAB - Analise as afirmativas a seguir sobre o frag-
saltamos à água para socorrer alguém que está se afogando, mento: “O acidente do outro nos toca e faria sentir nossa
embora não tenhamos por ele qualquer simpatia particular? Por impotência...”
compaixão: só pensamos no próximo - responde o irrefletido. Por NOS e NOSSA são pronomes adjetivos.
que sentimos a dor e o mal-estar daquele que cospe sangue, Os verbos tocar e fazer estão flexionados no presente do
embora na realidade não lhe queiramos bem? Por compaixão: indicativo e no futuro do pretérito, respectivamente.
nesse momento não pensamos mais em nós - responde o A palavra OUTRO, no contexto, é um substantivo.
mesmo irrefletido. A verdade é que na compaixão - quero dizer,
no que costumamos chamar erradamente compaixão - não Está(ão) correta(s) somente a(s) afirmativa(s):
pensamos certamente em nós de modo consciente, mas incons- a) I.
b) II. d) I e III.
cientemente pensamos e pensamos muito, da mesma maneira
c) III. e) II e III.
que, quando escorregamos, executamos inconscientemente os
movimentos contrários que restabelecem o equilíbrio, pondo
39) Cesgranrio - Assinale a opção em que a inversão da
nisso todo o nosso bom senso. O acidente do outro nos toca e
ordem dos termos altera o sentido fundamental do enun-
faria sentir nossa impotência, talvez nossa covardia, se não o
ciado:
socorrêssemos. Ou então traz consigo mesmo uma diminuição
a) Era uma poesia simples/ Era uma simples poesia.
de nossa honra perante os outros ou diante de nós mesmos.
b) Possuía um sentimento vago/ Possuía um vago senti-
Ou ainda vemos nos acidentes e no sofrimento dos outros um
mento.
aviso do perigo que também nos espia; mesmo que fosse como
c) Olhava uma parasita mimosa/Olhava uma mimosa
simples indício da incerteza e da fragilidade humanas que pode
parasita.
produzir em nós um efeito penoso. Rechaçamos esse tipo de mi-
séria e de ofensa e respondemos com um ato de compaixão que d) Havia um contraste eterno/Havia um eterno contraste.
pode encerrar uma sutil defesa ou até uma vingança. Podemos e) Vivia um drama terrível/Vivia um terrível drama.

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LÍNGUA PORTUGUESA
40) IBFC - Assinale a alternativa que indica corretamente Texto 17
a função de linguagem predominante no texto abaixo: A Mulher Assassinada
estação Júlio Prestes, marco histórico e turístico de São
Policiais que faziam a ronda no centro da cidade encon-
Paulo, completou 70 anos nesta semana. Atualmente, o
traram, na madrugada de ontem, perto da Praça da Sé, o
local abriga a Sala São Paulo, sede da Orquestra Sinfônica
corpo de uma mulher aparentando 30 anos de idade. Segundo
do Estado, além de ser o ponto de partida da atual Linha
depoimento de pessoas que trabalham em bares próximos,
8 (Júlio Prestes-Itapevi) da CPTM [Companhia Paulista
trata-se de uma prostituta conhecida como Poe Nenê. Ela foi
de Trens Metropolitanos].
assassinada a golpes de faca. A polícia descarta a hipótese de
a) emotiva c) referencial
assalto, pois sua bolsa, com a carteira de dinheiro, foi encontrada
b) apelativa d) fática
junto ao corpo. O caso está sendo investigado pelo delegado
41) FCC - Para transmitir mensagens, é fundamental que haja do 2º distrito policial.
uma fonte e um destino, distintos no tempo e no espaço. A Jornal da Cidade, 10 set. 2004
fonte é a geradora da mensagem e o destino é o fim para o Texto 18
qual a mensagem se encaminha. Nesse caminho de pas- Pequena Crônica Policial
sagem, o que possibilita à mensagem caminhar é o canal.
Na verdade, o que transita pelo canal são sinais físicos, Jazia no chão, sem vida,
concretos, codificados. (Samira Chalhub) No texto acima, E estava toda pintada!
a) resumem-se os papéis desempenhados pelos principais Nem a morte lhe emprestava
componentes de um sistema de comunicação. A sua grave beleza...
b) demonstra-se como se estabelecem as diferentes fun- Com fria curiosidade,
ções da linguagem num discurso em prosa. Vinha gente a espiar-lhe a cara,
c) afirma-se que a verdadeira comunicação ocorre quando As fundas marcas da idade,
o falante tem plena consciência dos procedimentos da Das canseiras, da bebida...
fala. [...]
d) fica claro que o elemento essencial para qualquer ato de Sem nada saber da vida,
comunicação está no pleno domínio das formas cultas. De vícios ou de perigos,
e) argumenta-se que a efetividade da comunicação está Sem nada saber de nada...
condicionada pelo tipo de canal em que se decodificará Com sua trança comprida,
a mensagem.
Os seus sonhos de menina,
42) COPEVE - No texto: “Com formato de guarda-chuva Os seus sapatos antigos!
aberto, a Chrysaora hypocella pertence à classe dos Mário Quintana – Prosa & Verso

cifozoários, animais celentrados, da classe Scyphozoa, 44) Os textos 17 e 18 trazem certa semelhança entre si. O
aeróspedos, caracterizados por terem medusas grandes, que há de semelhante nos textos acima?
em forma de campânula, marginadas por tentáculos.”, a a) A temática.
função de linguagem predominante é b) A organização da linguagem.
a) metalinguística. c) A forma de abordagem ao tema.
b) fática. d) expressiva. d) A intenção discursiva.
c) apelativa. e) referencial.
e) O posicionamento do narrador diante a matéria narrada.

43) ENEM
45) Que aspectos distinguem os textos 17 e 18, a partir da
Desabafo
análise dos mesmos, considerando sua linguagem?
Desculpem-me, mas não dá pra fazer uma cronicazinha di- a) denotação – função referencial (texto 18).
vertida hoje. Simplesmente não dá. Não tem como disfarçar: esta b) função poética – ênfase no assunto (texto 18).
é uma típica manhã de segunda-feira. A começar pela luz acesa c) criatividade linguística – função poética (texto 18).
da sala que esqueci ontem à noite. Seis recados para serem d) ênfase na mensagem – função referencial (texto 17).
respondidos na secretária eletrônica. Recados chatos. Contas e) texto jornalístico – Ênfase no leitor (texto 17).
para pagar que venceram ontem. Estou nervoso. Estou zangado.
CARNEIRO, J. E. Veja, 11 set. 2002 (fragmento). 46) Leia o texto e assinale a alternativa correta:
Nos textos em geral, é comum a manifestação simultânea Texto 19
de várias funções da linguagem, com o predomínio, entre- A um passarinho
tanto, de uma sobre as outras. No fragmento da crônica
Desabafo, a função da linguagem predominante é a Para que vieste
emotiva ou expressiva, pois Na minha janela
a) o discurso do enunciador tem como foco o próprio Meter o nariz?
código. Se foi por um verso
b) a atitude do enunciador se sobrepõe àquilo que está Não sou mais poeta
sendo dito. Ando tão feliz!
c) o interlocutor é o foco do enunciador na construção da Se é para uma prosa
mensagem. Não sou Anchieta
d) o referente é o elemento que se sobressai em detrimen- Nem venho de Assis
to dos demais. Deixe-te de histórias
e) o enunciador tem como objetivo principal a manutenção
Some-te daqui.
da comunicação. Vinícius de Morais

67
LÍNGUA PORTUGUESA
Quanto à análise do texto acima, pode-se afirmar que: casco, soca soca, fasta vento, rola e trota, cabisbaixos, mexe
a) A facilidade com que se pode reconstruir o fato narrado lama, pela estrada, chifres no ar...
e as informações precisas veiculadas pelo texto provam A boiada vai, como um navio (...)”.
a não existência de elementos ficcionais; a função de
linguagem predominante é a referencial. Sobre o conto, estão corretas:
b) No quinto verso, o próprio autor esclarece que seu texto I. A função de linguagem predominante é a função
não tem caráter poético, o que lhe confere a função emotiva, pois a mensagem está centrada no próprio
metalinguística da linguagem. remetente. A afirmação pode ser comprovada com o
c) Apesar de escrito em versos, o texto acima não é seguinte trecho: “Pouco a pouco; porém, os rostos se
literário, porque, nos dois últimos versos, o autor diz desempanam e os homens tomam gesto de repouso
claramente não querer contar histórias, neles, ocorre nas selas, satisfeitos”.
a função apelativa ou conativa, própria da linguagem II. A função poética não está presente no conto de Gui-
de propaganda. marães Rosa porque ela somente é encontrada no
d) Embora haja referência a dados concretos da realidade gênero poema. Como se trata de um conto, a função
circundante, o texto é literário, uma vez que, a par de predominante é a metalinguística.
exemplos de função emotiva e conativa, a criatividade III. A função metalinguística, cuja mensagem está cen-
linguística dá o tom do texto e confere a função poética trada no próprio código, é predominante no conto de
como predominante. Guimarães Rosa. Tal informação pode ser comprova-
e) No sétimo verso, o próprio autor esclarece que seu da com o seguinte trecho: “As ancas balançam, e as
texto não está escrito em prosa; é, portanto, um texto vagas de dorsos, das vacas e touros, batendo com
não literário. as caudas, mugindo no meio, na massa embolada,
com atritos de couros”.
47) Marque a opção que encerra uma frase cujos principais IV. A função poética é predominante, pois ela não é ex-
focos da argumentação sejam, a um só tempo, o emissor clusiva da poesia, podendo ser encontrada em textos
e a mensagem: escritos em prosa, como no conto de Guimarães Rosa.
a) “Volta, vem viver outra vez ao meu lado” a) Apenas I está correta.
(Lupiscínio Rodrigues) b) Todas estão corretas. d) I e IV estão corretas.
b) “Da primeira vez que me assassinaram, c) II e III estão corretas. e) Apenas IV está correta.
Perdi um jeito de sorrir que eu tinha”
(Mário Quintana) 49)
c) “Um trem-de-ferro é uma coisa mecânica, Tecendo a manhã
Mas atravessa a noite, a madrugada, o dia
Atravessou minha vida, Um galo sozinho não tece uma manhã:
Virou só sentimento” ele precisará sempre de outros galos.
(Manuel Bandeira) De um que apanhe esse grito que ele
d) “Vaias e aplausos marcaram a passagem do presidente e o lance a outro; de um outro galo
Lula pelo Fórum Social Mundial, evento no qual cos- que apanhe o grito que um galo antes
tumava ser ovacionado” (O Globo - 28 de janeiro de e o lance a outro; e de outros galos
2005). que com muitos outros galos se cruzem
e) “Lembrando B. Russel: para todo problema complicado os fios de sol de seus gritos de galo,
há uma solução simples, rápida, de baixo custo e... para que a manhã, desde uma tela tênue,
errada” (Gilberto C. Leifert). se vá tecendo, entre todos os galos.
João Cabral de Melo Neto
48) Leia o fragmento do conto O burrinho pedrês, de Guima-
rães Rosa, para responder à questão: Qual é a função de linguagem predominante no poema
“(...) As ancas balançam, e as vagas de dorsos, das vacas de João Cabral de Melo Neto? Identifique um verso que
e touros, batendo com as caudas, mugindo no meio, na massa comprove isso.
embolada, com atritos de couros, estralos de guampas, estron- a) função metalinguística/os fios de sol de seus gritos de
dos e baques, e o berro queixoso do gado junqueira, de chifres galo.
imensos, com muita tristeza, saudade dos campos, querência b) função poética/ um galo sozinho não tece uma manhã.
dos pastos de lá do sertão... c) função emotiva/ os fios de sol de seus gritos de galo.
Boi bem bravo, bate baixo, bota baba, boi berrando... Dança d) função poética/ que com muitos outros galos se cruzem.
doido, dá de duro, dá de dentro, dá direito... Vai, vem, volta, vem e) função emotiva/ e o lance a outro; e de outros galos.
na vara, vai não volta, vai varando...
Pouco a pouco; porém, os rostos se desempanam e os 50) UEG - O termo oikonomía, ou economia, surgiu na Grécia
homens tomam gesto de repouso nas selas, satisfeitos. Que Antiga para designar a arte de administrar o lar. E, durante
de trinta, trezentos ou três mil, só está quase pronta a boiada séculos, o estado dos fenômenos relativos à produção,
quando as alimárias se aglutinam em bicho inteiro - centopeia distribuição, acumulação e ao consumo de bens materiais
-, mesmo prestes assim para surpresas más. simplesmente não existiu ou permaneceu limitado à esfera
- Tchou!... Tchou!... Eh, booôi!... individual e familiar.
E, agora, pronta de todo está ela ficando, cá que cada va- [...] Com a abertura dos caminhos das Índias e das Amé-
queiro pega o balanço de busto, sem-querer e imitativo, e que ricas, diferentes civilizações, até então isoladas, se inte-
os cavalos gingam bovinamente. Devagar, mal percebido, vão graram à economia europeia. Iniciava-se aí a expansão
sugados todos pelo rebanho trovejante - pata a pata, casco a do mercado em escala mundial. Diante de tal expansão,

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LÍNGUA PORTUGUESA
intelectuais de várias nações europeias desenvolveram Na minha conta são 29 horas por dia. A única solução que
reflexões no intuito de transformar o comércio numa fonte me ocorre é fazer várias dessas coisas ao mesmo tempo!
ainda maior de riqueza. Surgiram então diferentes políticas Por exemplo, tomar banho frio com a boca aberta, assim
econômicas, destinadas a orientar os governos quanto às você toma água e escova os dentes.
intervenções que eventualmente deveriam efetuar, a fim Chame os amigos junto com os seus pais.
de aumentar a prosperidade nacional. Beba o vinho, coma a maçã e a banana junto com a sua
No período “O termo oikonomía, ou economia, surgiu na mulher… na sua cama.
Grécia Antiga para designar a arte de administrar o lar”, Ainda bem que somos crescidinhos, senão ainda teria um
predomina a seguinte função da linguagem: Danoninho e se sobrarem 5 minutos, uma colherada de leite
a) fática. c) emotiva. de magnésio.
b) poética. d) metalinguística. [...].
Adaptado de: <http://www.refletirpararefletir.com.br/4-cronicas-de-luisfer-
Texto 20 nando-verissimo>.Acesso em: 17 out. 2016.

EXIGÊNCIAS DA VIDA MODERNA 51) 2016/AOCP - Em relação ao texto, assinale a alternativa


correta.
Dizem que todos os dias você deve comer uma maçã por
a) O texto permite ao leitor refletir sobre a forma como as
causa do ferro. E uma banana pelo potássio. E também uma
pessoas se comportam diante dos afazeres do dia a
laranja pela vitamina C.
dia e o que elas priorizam. Assim, o objetivo do autor é
Uma xícara de chá verde sem açúcar para prevenir a
diabetes. transmitir ensinamentos para que possamos selecionar
Todos os dias, deve-se tomar ao menos dois litros de água. táticas e cronometrar o tempo, a fim de cumprir todas
E uriná-los, o que consome o dobro do tempo. as nossas atividades.
Todos os dias, deve-se tomar um Yakult pelos lactobacilos b) Na construção do texto, o autor não dialoga com o
(que ninguém sabe bem o que é, mas que aos bilhões, ajudam interlocutor. Desse modo, esse autor expõe suas expe-
a digestão). riências diárias como se elas fossem comuns a todas
Cada dia uma Aspirina, previne infarto. as pessoas.
Uma taça de vinho tinto também. Uma de vinho c) O texto expressa uma crítica velada à mídia, a qual nos
branco estabiliza o sistema nervoso. impõe necessidades como se elas fossem imprescin-
Um copo de cerveja, para… não lembro bem para o que, díveis para o desenvolvimento da nossa rotina. Nesse
mas faz bem. sentido, o autor expõe que devemos seguir a nossa
O benefício adicional é que se você tomar tudo isso ao rotina sem nos preocupar com as atividades diárias
mesmo tempo e tiver um derrame, nem vai perceber. que nos são impostas.
Todos os dias, deve-se comer fibra. Muita, muitíssima fibra. d) O autor, de forma irônica, evidencia a intensa rotina
Fibra suficiente para fazer um pulôver. de atividades com as quais as pessoas têm que lidar
Você deve fazer entre quatro e seis refeições leves dia- diariamente. Isso se denota, por exemplo, nas seguintes
riamente. recomendações: comer determinadas frutas todos os
E nunca se esqueça de mastigar pelo menos cem vezes dias; ingerir uma xícara de chá verde sem açúcar; beber
cada garfada. Só para comer, serão cerca de cinco horas do ao menos dois litros de água, etc.
dia… E não se esqueça de escovar os dentes depois de comer. e) O principal objetivo do texto é mostrar como, na
Ou seja, você tem que escovar os dentes depois da maçã, vida moderna, as pessoas estão criando atividades
da banana, da laranja, das seis refeições e enquanto tiver den- para completar o tempo livre. Assim, os indivíduos
preocupam-se mais com a alimentação, por exemplo,
tes, passar fio dental, massagear a gengiva, escovar a língua
organizando uma rotina diária, a fim de praticar todas
e bochechar com Plax.
as atividades necessárias a uma vida saudável.
Melhor, inclusive, ampliar o banheiro e aproveitar para
colocar um equipamento de som, porque entre a água, a fibra
13. GABARITO
e os dentes, você vai passar ali várias horas por dia.
Há que se dormir oito horas por noite e trabalhar outras oito 01) B 02) B 03) A 04) E 05) A
por dia, mais as cinco comendo são vinte e uma. Sobram três,
06) D 07) B 08) A 09) D 10) E
desde que você não pegue trânsito.
As estatísticas comprovam que assistimos três horas de TV 11) C 12) B 13) C 14) D 15) B
por dia. Menos você, porque todos os dias você vai caminhar ao 16) C 17) D 18) B 19) B 20) A
menos meia hora (por experiência própria, após quinze minutos 21) E 22) E 23) C 24) E 25) B
dê meia volta e comece a voltar, ou a meia hora vira uma).
26) C 27) A 28) D 29) E 30) A
E você deve cuidar das amizades, porque são como uma
planta: devem ser regadas diariamente, o que me faz pensar 31) A 32) A 33) C 34) A 35) D
em quem vai cuidar delas quando eu estiver viajando. 36) D 37) A 38) E 39) A 40) C
Deve-se estar bem informado também, lendo dois ou três 41) A 42) A 43) B 44) A 45) C
jornais por dia para comparar as informações.
[...]
46) D 47) B 48) E 49) B 50) D
Também precisa sobrar tempo para varrer, passar, lavar 51) D
roupa, pratos e espero que você não tenha um bichinho de
estimação.

69
ÍNDICE
Matemática Financeira

1. Conceitos Gerais - O Conceito Do Valor Do Dinheiro No Tempo; Fluxos De Caixa E Diagramas De Fluxo De Caixa; Equivalência Finan-
ceira. Juros Simples – Cálculo Do Montante, Dos Juros, Da Taxa De Juros, Do Principal E Do Prazo Da Operação Financeira. Juros Com-
postos -Cálculo Do Montante, Dos Juros, Da Taxa De Juros, Do Principal E Do Prazo Da Operação Financeira. Descontos – Cálculo Do
Valor Atual, Do Valor Nominal E Da Taxa De Desconto. Sistemas De Amortização - Sistema Price (Método Das Prestações Constantes);
Sistema Sac (Método Das Amortizações Constantes) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
2. Sequências – Lei De Formação De Sequências E Determinação De Seus Elementos; Progressões Aritméticas E Progressões Geométri-
cas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
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Juros Simples
CONCEITOS GERAIS - O CONCEITO DO VALOR DO DI- Chama-se juros simples a compensação em dinheiro pelo
NHEIRO NO TEMPO; FLUXOS DE CAIXA E DIAGRAMAS empréstimo de um capital financeiro, a uma taxa combinada,
DE FLUXO DE CAIXA; EQUIVALÊNCIA FINANCEIRA. por um prazo determinado, produzida exclusivamente pelo ca-
JUROS SIMPLES – CÁLCULO DO MONTANTE, DOS JU- pital inicial.
ROS, DA TAXA DE JUROS, DO PRINCIPAL E DO PRAZO Em Juros Simples a remuneração pelo capital inicial aplicado
DA OPERAÇÃO FINANCEIRA. JUROS COMPOSTOS -
é diretamente proporcional ao seu valor e ao tempo de aplica-
CÁLCULO DO MONTANTE, DOS JUROS, DA TAXA DE
ção.
JUROS, DO PRINCIPAL E DO PRAZO DA OPERAÇÃO
A expressão matemática utilizada para o cálculo das situa-
FINANCEIRA. DESCONTOS – CÁLCULO DO VALOR ATU-
AL, DO VALOR NOMINAL E DA TAXA DE DESCONTO. ções envolvendo juros simples é a seguinte:
SISTEMAS DE AMORTIZAÇÃO - SISTEMA PRICE (MÉ- J = C i n, onde:
TODO DAS PRESTAÇÕES CONSTANTES); SISTEMA SAC J = juros
(MÉTODO DAS AMORTIZAÇÕES CONSTANTES) C = capital inicial
i = taxa de juros
n = tempo de aplicação (mês, bimestre, trimestre, semestre,
Matemática Financeira ano...)
A Matemática Financeira possui diversas aplicações no atu-
al sistema econômico. Algumas situações estão presentes no Observação importante: a taxa de juros e o tempo de apli-
cotidiano das pessoas, como financiamentos de casa e carros, cação devem ser referentes a um mesmo período. Ou seja, os
realizações de empréstimos, compras a crediário ou com cartão dois devem estar em meses, bimestres, trimestres, semestres,
de crédito, aplicações financeiras, investimentos em bolsas de anos... O que não pode ocorrer é um estar em meses e outro em
valores, entre outras situações. Todas as movimentações finan- anos, ou qualquer outra combinação de períodos.
ceiras são baseadas na estipulação prévia de taxas de juros. Ao Dica: Essa fórmula J = C i n, lembra as letras das palavras
realizarmos um empréstimo a forma de pagamento é feita atra- “JUROS SIMPLES” e facilita a sua memorização.
vés de prestações mensais acrescidas de juros, isto é, o valor de Outro ponto importante é saber que essa fórmula pode ser
quitação do empréstimo é superior ao valor inicial do emprésti- trabalhada de várias maneiras para se obter cada um de seus
mo. A essa diferença damos o nome de juros. valores, ou seja, se você souber três valores, poderá conseguir
o quarto, ou seja, como exemplo se você souber o Juros (J), o
Capital Capital Inicial (C) e a Taxa (i), poderá obter o Tempo de aplicação
O Capital é o valor aplicado através de alguma operação fi- (n). E isso vale para qualquer combinação.
nanceira. Também conhecido como: Principal, Valor Atual, Valor
Presente ou Valor Aplicado. Em inglês usa-se Present Value (in- Exemplo
dicado pela tecla PV nas calculadoras financeiras). Maria quer comprar uma bolsa que custa R$ 85,00 à vista.
Como não tinha essa quantia no momento e não queria perder a
Taxa de juros e Tempo oportunidade, aceitou a oferta da loja de pagar duas prestações
A taxa de juros indica qual remuneração será paga ao di- de R$ 45,00, uma no ato da compra e outra um mês depois. A
nheiro emprestado, para um determinado período. Ela vem nor- taxa de juros mensal que a loja estava cobrando nessa operação
malmente expressa da forma percentual, em seguida da especi- era de:
ficação do período de tempo a que se refere: (A) 5,0%
8 % a.a. - (a.a. significa ao ano). (B) 5,9%
10 % a.t. - (a.t. significa ao trimestre). (C) 7,5%
(D) 10,0%
Outra forma de apresentação da taxa de juros é a unitária, (E) 12,5%
que é igual a taxa percentual dividida por 100, sem o símbolo %: Resposta Letra “e”.
0,15 a.m. - (a.m. significa ao mês).
0,10 a.q. - (a.q. significa ao quadrimestre) O juros incidiu somente sobre a segunda parcela, pois a pri-
meira foi à vista. Sendo assim, o valor devido seria R$40 (85-45)
Montante e a parcela a ser paga de R$45.
Também conhecido como valor acumulado é a soma do Ca- Aplicando a fórmula M = C + J:
pital Inicial com o juro produzido em determinado tempo. 45 = 40 + J
Essa fórmula também será amplamente utilizada para resol- J=5
ver questões. Aplicando a outra fórmula J = C i n:
M=C+J 5 = 40 X i X 1
M = montante i = 0,125 = 12,5%
C = capital inicial
J = juros Juros Compostos
M=C+C.i.n o juro de cada intervalo de tempo é calculado a partir do
M=C(1+i.n) saldo no início de correspondente intervalo. Ou seja: o juro de
cada intervalo de tempo é incorporado ao capital inicial e passa
a render juros também.

1
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Quando usamos juros simples e juros compostos?
A maioria das operações envolvendo dinheiro utilizajuros compostos. Estão incluídas: compras a médio e longo prazo, compras
com cartão de crédito, empréstimos bancários, as aplicações financeiras usuais como Caderneta de Poupança e aplicações em fun-
dos de renda fixa, etc. Raramente encontramos uso para o regime de juros simples: é o caso das operações de curtíssimo prazo, e
do processo de desconto simples de duplicatas.

O cálculo do montante é dado por:

M = C (1 + i)t

Exemplo
Calcule o juro composto que será obtido na aplicação de R$25000,00 a 25% ao ano, durante 72 meses
C = 25000
i = 25%aa = 0,25
i = 72 meses = 6 anos

M = C (1 + i)t
M = 25000 (1 + 0,25)6
M = 25000 (1,25)6
M = 95367,50

M=C+J
J = 95367,50 - 25000 = 70367,50

Taxas de juros
Índices fundamentais no estudo da matemática financeira, sendo incorporadas sempre ao capital. São elas:

Taxa efetiva: são aquelas onde a taxa da unidade de tempo coincide com a unidade de tempo do período de capitalização(va-
lorização). Exemplo: Uma taxa de 13% ao trimestre com capitalização trimestral.

ATENÇÃO: Quando no enunciado não estiver citando o período de capitalização, a mesma vai coincidir com unidade da taxa.
Em outras palavras iremos trabalhar com taxa efetiva!!!

Taxa nominal: são aquelas cujas unidade de tempo NÂO coincide com as unidades de tempo do período de capitalização.

Exemplo:
(TJ/PE- ANALISTA JUDICIÁRIO-CONTADOR-FCC) Uma taxa de juros nominal de 21% ao trimestre, com juros capitalizados men-
salmente, apresenta uma taxa de juros efetiva, trimestral de, aproximadamente,
(A) 21,7%.
(B) 22,5%.
(C) 24,8%.
(D) 32,4%.
(E) 33,7%.

Resolução:
21% a. t capitalizados mensalmente (taxa nominai), como um trimestre tem 3 meses, 21/3 = 7% a.m(taxa efetiva).
im = taxa ao mês
it= taxa ao trimestre.
(1+im)3 = (1+it)  (1+0,07)3 = 1+it  (1,07)3 = 1+it  1,225043 = 1+it  it= 1,225043-1  it = 0,225043 x 100  it= 22,5043%
Resposta: B

ATENÇÃO: Para resolução de questões com taxas nominais devemos primeiramente descobri a taxa efetiva (multiplicando ou
dividindo a taxa)

Toda taxa nominal traz implícita uma taxa efetiva que deve ser calculada proporcionalmente.

Taxas proporcionais (regime de juros simples): são taxas em unidade de tempo diferente que aplicadas sobre o mesmo capi-
tal ao mesmo período de tempo irão gerar o mesmo montante.

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Exemplo:
(PREF. FLORIANÓPOLIS/SC – AUDITOR FISCAL – FEPESE) A taxa de juros simples mensais de 4,25% equivalente à taxa de:
(A) 12,5% trimestral.
(B) 16% quadrimestral.
(C) 25,5% semestral.
(D) 36,0% anual.
(E) 52% anual.

Resolução:
Sabemos que taxas a juros simples são ditas taxas proporcionais ou lineares. Para resolução das questões vamos avaliar item a
item para sabermos se está certo ou errado:
4,25% a.m
Trimestral = 4,25 .3 = 12,75 (errada)
Quadrimestral = 4,25 . 4 = 17% (errada)
Semestral= 4,25 . 6 = 25,5 % (correta)
Anual = 4,25.12 = 51% (errada)
Resposta: C

Taxas equivalentes (regime de juros compostos): as taxas de juros se expressam também em função do tempo da operação,
porém não de forma proporcional, mas de forma exponencial, ou seja, as taxas são ditas equivalentes.

Exemplo:

Taxa Real, Aparente e Inflação


– Taxa real (ir) = taxa que considera os efeitos da inflação e seus ganhos.
– Taxa aparente (ia) = taxa que não considera os efeitos da inflação (são as taxas efetivas/nominais).
– Taxa de inflação (ii) = a inflação representa a perda do poder de compra.

Escrevendo todas as taxas em função uma das outras, temos:

(1+ia) = (1+ir).(1+ii)

Onde: , independe da quantidade de períodos e do regime de juros.

Descontos
É a diferença entre o valor título (valor nominal) e o valor recebido (valor atual).

D=N–A

Onde:
D = desconto
N = valor nominal
A = valor atual

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ATENÇÃO: Comparando com o regime de juros, observamos que:
– o Valor Atual, ou valor futuro (valor do resgate) nos dá ideia de Montante;
– o Valor Nominal, nome do título (valor que resgatei) nos dá ideia de Capital;
– e o Desconto nos dá ideia de Juros.

Os descontos podem ser:

Desconto racional simples (por dentro): nos passa a ideia de “honesto”, pois todas a taxas são cobradas em cima do valor atual
(A) do título. Associando com os juros simples teremos:

Também podemos escrever a seguinte fórmula:

Exemplo:
(ASSAF NETO) Seja um título de valor nominal de R$ 4.000,00 vencível em um ano, que está sendo liquidado 3 meses antes
de seu vencimento. Sendo de 42% a.a. a taxa nominal de juros corrente, pede-se calcular o desconto e o valor descontado desta
operação.
N = 4 000
t = 3 meses
i = 42% a.a = 42 / 12 = 3,5% a.m = 0,035
D=?
Vd = ?

Vd = 4 000 – 380,10 = 3 619,90

Desconto comercial simples ou bancário (por fora): nos passa a ideia de que alguém está “levando” um por fora, pois, todas
as taxas são cobradas em cima do valor nominal (N) do título. O valor nominal é sempre maior e é justamente onde eles querem
ganhar.

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• Desconto comercial (bancário) acrescido de uma taxa pré-fixada: quando se utiliza taxas pré-fixadas aos títulos, que são as taxas de
despesas bancárias/administrativas (comissões, taxas de serviços, ...) cobradas sobre o valor nominal (N). Fazemos uso da seguinte formula:

Dc = N. (i.t + h)

Onde:
Dc = desconto comercial ou bancário
N = valor nominal
i = taxa de juros cobrada
t = tempo ou período
h = taxa de despesas administrativas ou bancárias.

Exemplo:
Um banco ao descontar notas promissórias, utiliza o desconto comercial a uma taxa de juros simples de 12% a.m.. O banco
cobra, simultaneamente uma comissão de 4% sobre o valor nominal da promissória. Um cliente do banco recebe R$ 300.000,00
líquidos, ao descontar uma promissória vencível em três meses. O valor da comissão é de:

Resolução:
h = 0,04
t=3
iB = 0,12 . 3
AB = N . [1 - (iB + h)]
300 000 = N . [1 - (0,12.3 + 0,04)]
300 000 = N . [1 – 0,4]
N = 500 000
Vc = 0,04 . N
Vc = 0,04 . 500 000
Vc = 20 000

Resposta: 200 000

– Relação entre Desconto Comercial (Dc) e Desconto Racional (Dr): para sabermos o valor do desconto caso fosse utilizado o
desconto comercial e precisássemos saber o desconto racional e vice-versa, utilizamos a seguinte relação: Dc = Dr . (1 + i.t)

Desconto Racional Composto (por dentro): as fórmulas estão associando com os juros compostos, assim teremos:

Desconto Comercial Composto (por fora): como a taxa incide sobre o Valor Nominal (maior valor), trocamos na fórmula o N
pelo A e vice-versa, mudando o sinal da taxa (de positivo para negativo).

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Exemplo: 4. leve todos os valores para a data escolhida para a ne-
(PREFEITURA DE SÃO PAULO/SP - AUDITOR FISCAL MUNI- gociação (data focal), lembrando sempre que capitais exigíveis
CIPAL – CETRO) Com adiantamento de dois meses do vencimen- antes da data focal deverão ser capitalizados através da fórmula
to, um título de valor nominal de R$30.000,00 é descontado a do montante M = C (1 + in), dependendo da modalidade de des-
uma taxa composta de 10% a.m.. A diferença entre o desconto conto utilizada;
racional composto e o desconto comercial composto será de: 5. tendo transportado todos os capitais para a data focal e
(A) R$246,59. com base no diagrama de fluxo de caixa que você esquematizou,
(B) R$366,89. monte a EQUAÇÃO DE VALOR, impondo que a soma dos valores
(C) R$493,39. dos títulos (transportados para a data focal) da parte de cima
(D) R$576,29. do diagrama de fluxo de caixa seja igual à soma dos valores dos
(E) R$606,49. títulos (transportados para a data focal) da parte de baixo do
diagrama de fluxo de caixa;
Resolução: 6. resolva a equação de valor;
N = 30000 7. releia a PERGUNTA do problema e verifique se o valor que
t = 2 meses você encontrou corresponde ao que o problema está pedindo
i = 10% am = 0,10 (às vezes, devido à pressa, o candidato se perde nos cálculos,
Vamos utilizar a formula do Drc: encontra um resultado intermediário e assinala a alternativa
N = A(1 + i)t  30.000= A (1+ 0,1)2  30000 = A (1,1)2  que o contém, colocada ali para induzi-lo em erro, quando se-
30000 = A.1,21 ria necessário ainda uma passo a mais para chegar ao resultado
A = 30000 / 1,21 = 24793,39 final correto).
Como D = N – A
D = 30000 – 24793,39 Exemplo:
Drc = 30.000 - 24.793,39 = 5206,61 A aplicação de R$ 2.000,00 foi feita pelo prazo de 9 meses,
Para o desconto comercial composto (lembre-se que a taxa contratando-se a taxa de juros de 28% a.a. Além dessa aplica-
recaí sobre o nominal, então trocamos na formula o A pelo N e ção, existe outra de valor nominal R$ 7.000,00 com vencimento
vice e versa e mudamos o sinal), temos: a 18 meses. Considerando-se a taxa de juros de 18% a.a., o cri-
A = N.(1 - i)t tério de desconto racional e a data focal 12 meses, a soma das
A = 30000 . (1 - 0,1)2 aplicações é, em R$:
A = 30000 . 0,81
A = 24300 Resolução:
Como D = N – A Inicialmente, precisamos calcular o valor nominal da primei-
D = 30000 – 24300 = 5700, que é o desconto comercial com- ra aplicação. Considerando n = 9 meses = 0,75 anos, temos que:
posto N = C (1 + in)
A diferença será dada pelo módulo, uma vez que sabemos N = 2.000 (1 + 0,28 . 0,75) = 2.000 (1,21) = 2.420
que o Desconto Comercial é maior que o racional: |Drc - Dcc| Observando o diagrama de fluxo de caixa, vemos que, para
|5.206,61 - 5.700 | = 493,39 serem transportados à data doze, o título de 2.420 terá que
ser capitalizado de três meses, ao passo que o título de 7.000
Resposta: C terá que ser descapitalizado de 6 meses. Além disso, a taxa de
18% a.a., considerando-se capitalização simples, é equivalente
Equivalência de capitais a 1,5% a.m. = 0,015 a.m. Desta forma, podemos escrever que:
Dois ou mais capitais que se encontram em datas diferentes, 2.420 (1 + 0,015 . 3) + 7.000/1 + 0,015 . 6 = x
são chamados de equivalentes quando, levados para uma mes- 2.420 (1,045) + 7.000/1,09 = x
ma data, nas mesmas condições, apresentam o mesmo VALOR 2.528,9 + 6.422,02 = x
nessa data. x = 8.950,92

• Equação de Valor Anuidades


Va1 + Va2 + Va3 + … = Vaa + Vab + Vac + … Séries Financeiras também conhecidas como Rendas Certas
ou Anuidades. São séries de depósitos ou prestações periódi-
• Resolução de Problemas de Equivalência cas ou não periódicas, em datas de previamente estabelecidas,
1. leia o problema todo; por um determinado período de tempo. Os depósitos ou presta-
2. construa, a partir do enunciado do problema, um diagrama ções podem ser uniformes quando todos são iguais ou variáveis
de fluxo de caixa esquemático, colocando na parte de cima o plano quando os valores são diferentes.
original de pagamento e na parte de baixo o plano alternativo pro- Quando as séries financeiras que tem como objetivo de acu-
posto, indicando todos os valores envolvidos, as datas respectivas mular capital ou produzir certo montante temos uma Capitaliza-
e as incógnitas a serem descobertas – esse diagrama é importante ção e quando as séries financeiras têm como objetivo pagar ou
porque permite visualizar os grupos de capitais equivalentes e esta- amortizar uma dívida temos uma Amortização.
belecer facilmente a equação de valor para resolução do problema;
3. observe se os prazos de vencimento dos títulos e compro- Elementos das séries financeiras
missos estão na mesma unidade de medida de tempo periodici- – Valor presente (VP) = Numa série de pagamentos, defini-
dade da taxa; se não estiverem, faça as transformações neces- mos VALOR ATUAL como sendo a parcela única que equivale (ou
sárias (ou você expressa a taxa na unidade de tempo do prazo que substitui) a todos os termos (devidamente descapitalizados)
ou expressa o prazo na unidade de tempo da taxa – escolha a até o início do fluxo. É a soma dos valores atuais de todos os
transformação que torne os cálculos mais simples); termos que compõe a série.

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– Valor futuro (VF) = Numa série de pagamentos, definimos MONTANTE como sendo a parcela única, que equivale (ou substitui)
a todos os termos (devidamente capitalizados) até o final do fluxo. É a soma dos montantes de todos os termos que compõe a série.

– Prestações (P) = Numa série de pagamentos, definimos Prestações como sendo o valor que é pago (ou recebido) a cada perí-
odo de capitalização de uma Série Pagamentos.

– Número de prestações (n) = número de Parcelas, Depósitos ou Pagamentos.


– Taxa efetiva de juro (i)= com capitalização na periodicidade das Prestações.

Séries financeiras postecipadas


São aquelas em que as prestações, pagamentos ou depósitos são efetuados no final de cada período.

Valor Futuro Postecipado (VFp)


O Valor Futuro (VF) produzido por uma série de n prestações P postecipadas, iguais e periódicas, aplicadas a uma taxa de juros
i, na forma unitária, no mesmo período das prestações, será igual à soma de todos esses depósitos capitalizados para uma mesma
data focal, coincidindo com o último depósito.

Fazemos uso da seguinte fórmula:

O valor capitalizado de cada um dos termos da Série de Pagamentos forma uma Progressão Geométrica (PG) cuja soma resulta
na seguinte expressão:

Fator de Capitalização Postecipado

Valor Presente postecipado (VPp)


O Valor Presente (VP) produzido por uma série de n prestações P, iguais e periódicas, aplicadas a uma taxa de juros i, na forma
unitária, no mesmo período das prestações, será igual à soma de todos esses depósitos descapitalizados para uma mesma data
focal 0.

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MATEMÁTICA FINANCEIRA

O valor descapitalizado de cada um dos termos de uma Série de Financeira postecipada forma uma Progressão Geométrica (PG)
cuja soma resulta na seguinte expressão:

Fator de Descapitalização Postecipado

Séries financeiras antecipadas


São aquelas em que o depósito ou pagamento é efetuado no início de cada período e o valor futuro é obtido em um período de
tempo após o último depósito ou pagamento da última prestação.

Valor Futuro antecipado (VFa)

O Valor Futuro de uma série financeira é obtido fazendo-se a capitalização da entrada e de cada um dos pagamentos, realizan-
do-se a soma destes valores no final, conforme a seguir:

O valor capitalizado de cada uma das prestações de uma Série de Pagamentos forma uma Progressão Geométrica (PG) cuja
soma resulta na seguinte expressão:

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Fator de Capitalização Antecipado

O valor da prestação é obtido isolando-se a P na equação anterior.

Valor Presente antecipado (VPa)

O Valor Presente de uma série financeira antecipada é obtido fazendo-se a descapitalização de cada uma das prestações, so-
mando-se no final a entrada e cada um destes valores, conforme a seguir:

O valor descapitalizado de cada um dos termos de uma Série de Financeira forma uma Progressão Geométrica cuja soma resulta
na seguinte expressão:

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O Fator de Descapitalização Antecipado

Séries financeiras diferidas ou com carência


Uma série de pagamentos possui DIFERIMENTO INICIAL quando ANTES do início do primeiro pagamento, é dado um prazo de
dois ou mais períodos, nos quais não ocorrem pagamentos pertencentes à série.
Uma série de pagamentos possui DIFERIMENTO FINAL quando APÓS o último pagamento, é dado um prazo de dois ou mais
períodos, nos quais não ocorrem pagamentos pertencentes à série.

Valor Presente com diferimento inicial


Podemos calcular o Valor Presente de duas maneiras: postecipado ou antecipado.

Cálculo do Valor Presente postecipado com diferimento inicial (VPpdi)


Numa série de pagamentos com diferimento inicial, vamos primeiro calcular o valor presente da série financeira postecipada,
em seguida, vamos efetuar a descapitalização deste valor a juros compostos até o início do prazo da contratação (data focal 0).

CÁLCULO DO VP DA SÉRIE CÁLCULO DA DESCAPITALIZAÇÃO CÁLCULO DIRETO DO VPA COM


ANTECIPADA: DO PERÍODO DE DIFERIMENTO: D DIFERIMENTO INICIAL:

Valor futuro com diferimento final


Podemos calcular o Valor Futuro de duas maneiras: postecipado ou antecipado.

Cálculo do Valor Futuro postecipado com diferimento final (VFpdf)


Numa série de pagamento com diferimento final, vamos primeiro calcular o valor futuro da série financeira postecipada, onde
esse valor futuro é obtido logo após o último pagamento.
Já o cálculo com o diferimento final, temos que efetuar a capitalização desse valor, a juros compostos, até o prazo final do pe-
ríodo de carência. Pode ocorrer que no período de carência a taxa de juros não seja a mesma da série financeira.

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O VALOR FUTURO DA SÉRIE DE CAPITALIZAÇÃO DO PERÍODO DE CÁLCULO DIRETO DO VFP COM


PAGAMENTOS POSTECIPADA CARÊNCIA DIFERIMENTO FINAL

Cálculo do Valor Futuro antecipado com diferimento final (VFadf)


Numa série de pagamento com diferimento final, vamos primeiro calcular o valor futuro da série financeira antecipada, onde
esse valor futuro é obtido um período após o último pagamento.
Já o cálculo com o diferimento final, temos que efetuar a capitalização desse valor, a juros compostos, até o prazo final do pe-
ríodo de carência. Pode ocorrer que no período de carência a taxa de juros não seja a mesma da série financeira.

O VALOR FUTURO DA SÉRIE DE CAPITALIZAÇÃO DO PERÍODO DE CÁLCULO DIRETO DO VFA COM


PAGAMENTOS ANTECIPADA CARÊNCIA DIFERIMENTO FINAL

Exemplo:
Uma máquina é vendida a prazo através de oito prestações mensais de $4.000,00 sendo que o primeiro pagamento só irá ocor-
rer após três meses da compra. Determine o preço à vista, dada uma taxa de 5% ao mês.

Resolução:
R = $4.000,00
i = 5% a.m.
n = 8 meses
m = 2 meses

Pd = $23.449,30

Sistema de amortização
Visam liquidar uma dívida mediante de pagamentos periódicos e sucessivos.

Principais conceitos
Sempre que efetuamos um pagamento estamos pagando parte do valor relativo aos juros, que são calculados sobre o saldo
devedor e outra parte chamada de amortização, que faz com que o saldo devedor diminua.

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– Saldo devedor: é o valor nominal do empréstimo ou financiamento ou simplesmente o Valor Presente (VP) na data focal 0,
que é diminuído da parcela de amortização a cada período.
– Amortização: é a parcela que é deduzida do saldo devedor a cada pagamento.
– Juros: é o valor calculado a partir do saldo devedor e posteriormente somado à parcela de amortização.
– Prestação: é o pagamento efetuado a cada período, composto pela parcela de juros mais a amortização: PRESTAÇÃO = JUROS
+ AMORTIZAÇÃO

Existem diversos sistemas de amortização de financiamentos e empréstimos, dos quais os mais usados são:
– Sistema de Amortização Francês (Tabela Price):
– Sistema de Amortização Constante (SAC):
– Sistema de Amortização Crescente (SACRE) ou Sistema de Amortização Misto (SAM).

Sistema de Amortização Francês (SAF)


Este sistema utiliza a chamada TABELA PRICE que consiste no cálculo do fator de descapitalização postecipado representado
por fdp(i%,n) e é normalmente usada para financiamento em geral de bens de consumo, tipo: carros, eletrodomésticos, emprés-
timos bancários de curto prazo, etc.
O SAF caracteriza-se por PRESTAÇÕES CONSTANTES E IGUAIS, normalmente mensais e decrescentes, com isso, as parcelas de
amortizações são crescentes. Isto é, o valor amortizado é crescente ao longo do tempo, ao contrário dos juros, que decrescem
proporcionalmente ao saldo devedor.
Logo, as principais características do SAF são:
a) A prestação é constante durante todo o período de financiamento;
b) A parcela de amortização aumenta a cada período;
c) Os juros diminuem a cada período;
d) O percentual de prestações pagas não é igual ao percentual de quitação da dívida, pois no início das prestações os juros são
maiores que as amortizações, sendo que do meio para o final das prestações esta situação é invertida.
e) Nos juros, temos uma PG (Progressão geométrica) de razão descrente.

Utilizamos as seguintes fórmulas:

Com isso podemos reescrever da seguinte forma, sabendo que :

Sistema de Amortização Constante (SAC)


O SAC foi bastante usado pelo Sistema Financeiro de Habitação no início dos anos 70 e, atualmente, é amplamente utilizado
para financiamentos bancários de longo prazo de imóveis.
O tomador do empréstimo pagará uma prestação decrescente em cada período, a qual é composta por duas parcelas: a amor-
tização e os juros.
As principais características do SAC são:
a) A parcela de amortização é constante em todo período de financiamento;
b) A prestação é decrescente durante todo o período;
c) Os juros diminuem uniformemente a cada período;
d) O percentual de prestações pagas é igual ao percentual de quitação da dívida.
e) Nos Juros e nas Prestações observa-se de uma PA (Progressão Aritmética) de razão decrescente.

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Fórmulas do Cálculo da Prestação (Séries Postecipadas)

UTILIZANDO O CAPITAL UTILIZANDO O MONTANTE

CASO O EXPOENTE SEJA NEGATIVO, UTILIZA-SE:

Para séries antecipadas (com entrada), basta multiplicar o valor da prestação por .

Sistema de Amortização Crescente (SACRE) ou Sistema de Amortização Misto (SAM)


No Sistema de Amortização Crescente ou Sistema de Amortização Misto, cada prestação é a média aritmética das prestações
nos sistemas Francês (Tabela Price) e Sistema de Amortização Constante (SAC), quando a proporção for de 50% para o Sistema de
Amortização Frances (SAF) e 50% para o Sistema de Amortização Constante (SAC), com isto as primeiras prestações são maiores
que no SAF e menores que no SAC, sendo que a partir da metade do período do financiamento a situação é invertida. As parcelas
de juros, das amortizações e dos saldos devedores de cada período também são obtidas pela média aritmética dos dois sistemas.

Exemplos:
(UFGD – ANALISTA ADMINISTRATIVO – ECONOMIA – AOCP) O sistema que consiste no plano de amortização de uma dívida em
prestações periódicas, sucessivas e decrescentes, em progressão aritmética, denomina-se:
(A) Sistema de Amortização Misto.
(B) Sistema Price.
(C) Sistema de Amortização Constante.
(D) Sistema Americano com fundo de amortização.
(E) Sistema Alemão.

Resolução:
Como vimos no estudo dos tipos de Amortização, a única que apresenta esta característica é o Sistema de Amortização Cons-
tante (SAC).
Resposta: C

(PREF. FLORIANÓPOLIS/SC – AUDITOR FISCAL DE TRIBUTOS MUNICIPAIS – FEPESE) Uma pessoa financiou 100% de um imóvel
no valor de R$ 216.000,00 em 9 anos. O pagamento será em prestações mensais e o sistema de amortização é o sistema de amor-
tização constante (SAC).
Sabendo que o valor da terceira prestação é de R$2.848,00, a taxa de juros mensal cobrada é de:
(A) 0,2%.
(B) 0,4%.
(C) 0,5%.
(D) 0,6%.
(E) 0,8%.

Resolução:
Sabemos que no SAC Amortizações são constantes:
Sabemos que E = 216.000
n = 9 anos x 12(mensal) = 108 parcelas
A=?

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Com a cota de amortização, podemos calcular o Saldo Devedor para todos os períodos:

PERÍODO SALDO DEVEDOR AMORTIZAÇÃO JUROS PRESTAÇÃO


0 216.000 - - -
1 216.000 – 2.000 = 214.000 2.000
2 214.000 – 2.000 = 212.000 2.000
3 212.000 – 2.000 = 210.000 2.000
...

Sabemos a prestação do período 3 que é R$ 2.848,00. Lembrando que P = A + J, temos que para o período 3:
P = A + J  2 848 = 2 000 + J  J = 2 848 – 2 000 = 848. Os juros incidem sobre o capital do período anterior que neste caso é
o 2.O tempo é 1
J = C.i.t  848 = 212 000.i.1  i = 848 / 212 000  i = 0,004 x 100%  i = 0,4%
Resposta: B

SEQUÊNCIAS – LEI DE FORMAÇÃO DE SEQUÊNCIAS E DETERMINAÇÃO DE SEUS ELEMENTOS; PROGRESSÕES ARITMÉ-


TICAS E PROGRESSÕES GEOMÉTRICAS

Sequências
Sempre que estabelecemos uma ordem para os elementos de um conjunto, de tal forma que cada elemento seja associado a
uma posição, temos uma sequência.
O primeiro termo da sequência é indicado por a1,o segundo por a2, e o n-ésimo por an.

Termo Geral de uma Sequência


Algumas sequências podem ser expressas mediante uma lei de formação. Isso significa que podemos obter um termo qualquer
da sequência a partir de uma expressão, que relaciona o valor do termo com sua posição.
Para a posição n(n ϵ N*), podemos escrever an=f(n)

Progressão Aritmética
Denomina-se progressão aritmética(PA) a sequência em que cada termo, a partir do segundo, é obtido adicionando-se uma
constante r ao termo anterior. Essa constante r chama-se razão da PA.
an = an-1 + r(n ≥ 2)

Exemplo
A sequência (2,7,12) é uma PA finita de razão 5:
a1 = 2
a2 = 2 + 5 = 7
a3 = 7 + 5 = 12

Classificação
As progressões aritméticas podem ser classificadas de acordo com o valor da razão r.
r < 0, PA decrescente
r > 0, PA crescente
r = 0, PA constante

Propriedades das Progressões Aritméticas


-Qualquer termo de uma PA, a partir do segundo, é a média aritmética entre o anterior e o posterior.

-A soma de dois termos equidistantes dos extremos é igual à soma dos extremos.
a1 + an = a2 + an-1 = a3 + an-2

Termo Geral da PA
Podemos escrever os elementos da PA(a1, a2, a3, ..., an,...) da seguinte forma:
a2 = a1 + r
a3 = a2 + r = a1 + 2r
a4 = a3 + r = a1 + 3r

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Observe que cada termo é obtido adicionando-se ao primeiro
número de razões r igual à posição do termo menos uma unidade. Progressão Geométrica
an = a1 + (n - 1)r Denomina-se progressão geométrica(PG) a sequência em
que se obtém cada termo, a partir do segundo, multiplicando o
Soma dos Termos de uma Progressão Aritmética anterior por uma constante q, chamada razão da PG.
Considerando a PA finita (6,10, 14, 18, 22, 26, 30, 34).
6 e 34 são extremos, cuja soma é 40 Exemplo
Dada a sequência: (4, 8, 16)
a1 = 4
a2 = 4 . 2 = 8
a3 = 8 . 2 = 16
Numa PA finita, a soma de dois termos equidistantes dos
extremos é igual à soma dos extremos. Classificação
As classificações geométricas são classificadas assim:
Soma dos Termos - Crescente: Quando cada termo é maior que o anterior. Isto
Usando essa propriedade, obtemos a fórmula que permite ocorre quando a1 > 0 e q > 1 ou quando a1 < 0 e 0 < q < 1.
calcular a soma dos n primeiros termos de uma progressão arit- - Decrescente: Quando cada termo é menor que o anterior.
mética. Isto ocorre quando a1 > 0 e 0 < q < 1 ou quando a1 < 0 e q > 1.
- Alternante: Quando cada termo apresenta sinal contrário
ao do anterior. Isto ocorre quando q < 0.
- Constante: Quando todos os termos são iguais. Isto ocorre
quando q = 1. Uma PG constante é também uma PA de razão r =
0. A PG constante é também chamada de PG estacionaria.
Sn - Soma dos primeiros termos - Singular: Quando zero é um dos seus termos. Isto ocorre
a1 - primeiro termo quando a1 = 0 ou q = 0.
an - enésimo termo
n - número de termos Termo Geral da PG
Pelo exemplo anterior, podemos perceber que cada termo é
Exemplo obtido multiplicando-se o primeiro por uma potência cuja base
Uma progressão aritmética finita possui 39 termos. O último é a razão. Note que o expoente da razão é igual à posição do
é igual a 176 e o central e igual a 81. Qual é o primeiro termo? termo menos uma unidade.

Solução a2 = a1 . q2-1
Como esta sucessão possui 39 termos, sabemos que o termo a3 = a1 . q3-1
central é o a20, que possui 19 termos à sua esquerda e mais 19 à sua
direita. Então temos os seguintes dados para solucionar a questão: Portanto, o termo geral é:
an = a1 . qn-1

Soma dos Termos de uma Progressão Geométrica Finita


Seja a PG finita (a1, a1q, a1q2, ...)de razão q e de soma dos
termos Sn:

Sabemos também que a soma de dois termos equidistantes 1º Caso: q=1


dos extremos de uma P.A. finita é igual à soma dos seus extre-
mos. Como esta P.A. tem um número ímpar de termos, então o Sn = n . a1
termo central tem exatamente o valor de metade da soma dos
extremos. 2º Caso: q≠1
Em notação matemática temos:

Exemplo
Dada a progressão geométrica (1, 3, 9, 27,..) calcular:
a) A soma dos 6 primeiros termos
b) O valor de n para que a soma dos n primeiros termos seja
29524

Assim sendo:
O primeiro termo desta sucessão é igual a -14.

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Solução: 2. (FUNAPEP - ANALISTA EM GESTÃO PREVIDENCIÁRIA-
a1 = 1; q = 3; n = 6 -FCC/2017) João emprestou a quantia de R$ 23.500,00 a seu
filho Roberto. Trataram que Roberto pagaria juros simples de
4% ao ano. Roberto pagou esse empréstimo para seu pai após 3
anos. O valor total dos juros pagos por Roberto foi
(A) 3.410,00.
(B) R$ 2.820,00.
(C) R$ 2.640,00.
(D) R$ 3.120,00.
(E) R$ 1.880,00.

3. (IFBAIANO – TÉCNICO EM CONTABILIDADE –


FCM/2017) O montante acumulado ao final de 6 meses e os ju-
ros recebidos a partir de um capital de 10 mil reais, com uma
taxa de juros de 1% ao mês, pelo regime de capitalização sim-
ples, é de
(A) R$ 9.400,00 e R$ 600,00.
(B) R$ 9.420,00 e R$ 615,20.
(C) R$ 10.000,00 e R$ 600,00.
(D) R$ 10.600,00 e R$ 600,00.
(E) R$ 10.615,20 e R$ 615,20.

Soma dos Termos de uma Progressão Geométrica Infinita 4. (CEGAS – ASSISTENTE TÉCNICO – IESES/2017)O valor
dos juros simples em uma aplicação financeira de $ 3.000,00 fei-
ta por dois trimestres a taxa de 2% ao mês é igual a:
1º Caso:-1 < q < 1
(A) $ 360,00
(B) $ 240,00
(C)$ 120,00
(D) $ 480,00

5. (IPRESB/SP - ANALISTA DE PROCESSOS PREVIDENCI-


Quando a PG infinita possui soma finita, dizemos que a série
ÁRIOS- VUNESP/2017) Um capital foi aplicado a juros simples,
é convergente.
com taxa de 9% ao ano, durante 4 meses. Após esse período, o
montante (capital + juros) resgatado foi de R$ 2.018,80. O capi-
2º Caso: |q| > 1 tal aplicado era de
A PG infinita não possui soma finita, dizemos que a série é (A) R$ 2.010,20.
divergente (B) R$ 2.000,00.
(C) R$ 1.980,00.
3º Caso: |q| = 1 (D) R$ 1.970,40.
Também não possui soma finita, portanto divergente (E) R$ 1.960,00.

Produto dos termos de uma PG finita 6. (MPE/GO – OFICIAL DE PROMOTORIA – MPEGO/2017)


Em um investimento no qual foi aplicado o valor de R$ 5.000,00,
em um ano foi resgatado o valor total de R$ 9.200,00. Conside-
rando estes apontamentos e que o rendimento se deu a juros
simples, é verdadeiro afirmar que a taxa mensal foi de:
(A) 1,5%
(B) 2 %
EXERCÍCIOS (C) 5,5%
(D) 6%
(E) 7%
1. (TRE/PR – ANALISTA JUDICIÁRIO – FCC/2017) Uma ge-
ladeira está sendo vendida nas seguintes condições: 7. (UFES – ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO –
− Preço à vista = R$ 1.900,00; UFES/2017) No regime de juros simples, os juros em cada perí-
− Condições a prazo = entrada de R$ 500,00 e pagamento odo de tempo são calculados sobre o capital inicial. Um capital
de uma parcela de R$ 1.484,00 após 60 dias da data da compra. inicial C0 foi aplicado a juros simples de 3% ao mês. Se Cn é
o montante quando decorridos n meses, o menor valor inteiro
A taxa de juros simples mensal cobrada na venda a prazo é de para n, tal que Cn seja maior que o dobro de C0, é
(A) 1,06% a.m. (A) 30
(B) 2,96% a.m. (B) 32
(C) 0,53% a.m. (C) 34
(D) 3,00% a.m. (D) 36
(E) 6,00% a.m. (E) 38

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8. (PREF. DE NITERÓI/RJ – AGENTE FAZENDÁRIO – (A) R$ 26.000,00.
FGV/2016) Para pagamento de boleto com atraso em período (B) R$ 28.645,00.
inferior a um mês, certa instituição financeira cobra, sobre o va- (C) R$ 29.282,00.
lor do boleto, multa de 2% mais 0,4% de juros de mora por dia (D) R$ 30.168,00.
de atraso no regime de juros simples. Um boleto com valor de R$ (E) R$ 28.086,00.
500,00 foi pago com 18 dias de atraso.
O valor total do pagamento foi: 14. (IFBAIANO - TÉCNICO EM CONTABILIDADE-
(A) R$ 542,00; FCM/2017) A empresa Good Finance aplicou em uma renda fixa
(B) R$ 546,00; um capital de 100 mil reais, com taxa de juros compostos de
(C) R$ 548,00; 1,5% ao mês, para resgate em 12 meses. O valor recebido de
(D) R$ 552,00; juros ao final do período foi de
(E) R$ 554,00. (A) R$ 10.016,00.
(B) R$ 15.254,24.
9. (CASAN – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO – INSTITUTO (C) R$ 16.361,26.
AOCP/2016) Para pagamento um mês após a data da compra, (D) R$ 18.000,00.
certa loja cobrava juros de 25%. Se certa mercadoria tem preço (E) R$ 19.561,82.
a prazo igual a R$ 1500,00, o preço à vista era igual a
(A) R$ 1200,00. 15. (POLICIA CIENTIFICA – PERITO CRIMINAL –
(B) R$ 1750,00. IBFC/2017) Assinale a alternativa correta. Uma empresa rece-
(C) R$ 1000,00. beu um empréstimo bancário de R$ 120.000,00 por 1 ano, pa-
(D) R$ 1600,00. gando o montante de R$ 180.000,00. A taxa anual de juros desse
(E) R$ 1250,00. empréstimo foi de:
(A) 0,5% ao ano
10. (CASAN – TÉCNICO DE LABORATÓRIO – INSTITUTO (B) 5 % ao ano
AOCP/2016) A fatura de um certo cartão de crédito cobra ju- (C) 5,55 % ao ano
ros de 12% ao mês por atraso no pagamento. Se uma fatura de (D) 150% ao ano
R$750,00 foi paga com um mês de atraso, o valor pago foi de (E) 50% ao ano
(A) R$ 970,00.
(B) R$ 777,00. 16. (PETROBRAS - TÉCNICO DE ENFERMAGEM DO TRA-
(C) R$ 762,00. BALHO JÚNIOR -CESGRANRIO/2017) A soma dos n primeiros
(D) R$ 800,00. termos de uma progressão geométrica é dada por
(E) R$ 840,00.

11. (DPE/PR – CONTADOR – INAZ DO PARÁ/2017) Em 15


de junho de 20xx, Severino restituiu R$ 2.500,00 do seu impos-
to de renda. Como estava tranquilo financeiramente, resolveu
realizar uma aplicação financeira para retirada em 15/12/20xx, Quanto vale o quarto termo dessa progressão geométrica?
período que vai realizar as compras de natal. A uma taxa de ju- (A) 1
ros de 3% a.m., qual é o montante do capital, sabendo-se que a (B) 3
capitalização é mensal: (C) 27
(A) R$ 2.985,13 (D) 39
(B) R$ 2.898,19 (E) 40
(C) R$ 3.074,68
(D) R$ 2.537,36 17. (TJ/RS - TÉCNICO JUDICIÁRIO – FAURGS/2017)Para
(E) R$ 2.575,00 que a sequência (4x-1 , x² -1, x - 4) forme uma progressão aritmé-
tica, x pode assumir, dentre as possibilidades abaixo, o valor de
12. (TRE/PR – ANALISTA JUDICIÁRIO- FCC/2017) A Cia. (A) -0,5.
Escocesa, não tendo recursos para pagar um empréstimo de R$ (B)1,5.
150.000,00 na data do vencimento, fez um acordo com a insti- (C) 2.
tuição financeira credora para pagá-la 90 dias após a data do (D)4.
vencimento. Sabendo que a taxa de juros compostos cobrada (E) 6.
pela instituição financeira foi 3% ao mês, o valor pago pela em-
presa, desprezando-se os centavos, foi, em reais, 18. (IBGE – AGENTE CENSITÁRIO MUNICIPAL E SUPERVI-
(A) 163.909,00. SOR – FGV/2017) O valor da expressão
(B) 163.500,00.
(C) 154.500,00. 2(1 - 2 + 3 - 4 + 5 - 6 + 7- ... + 2015 - 2016 + 2017) é:
(D) 159.135,00.
(A)2014;
13. (FUNAPE – ANALISTA EM GESTÃO PREVIDENCIÁRIA (B) 2016;
– FCC/2017) O montante de um empréstimo de 4 anos da quan- (C) 2018;
tia de R$ 20.000,00, do qual se cobram juros compostos de 10% (D) 2020;
ao ano, será igual a (E) 2022.

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19. (FCEP – TÉCNICO ARTÍSTICO – AMAUC/2017) Consi- 25. (PREF. DE CHOPINZINHO – PROCURADOR MUNICI-
dere a equação do 1º grau: 2(x - 2) = 3(x/3 + 4) . A raiz da equa- PAL – FAU/2016) Com base na sequência numérica a seguir de-
ção é o segundo termo de uma Progressão Aritmética (P.A.). O termine o sexto termo da sequência:
primeiro termo da P.A. corresponde aos 3/4 da raiz da equação.
O valor do décimo termo da P.A. é: 196 ;169 ;144 ;121 ; ...
(A) 48
(B)36 (A) 115.
(C) 32 (B) 100.
(D) 28 (C) 81.
(E) 24 (D) 69.
(E) 49.
20. (ARTESP – AGENTE DE FISCALIZAÇÃO À REGULAÇÃO
DE TRANSPORTE – FCC/2017) Em um experimento, uma planta GABARITO
recebe a cada dia 5 gotas a mais de água do que havia recebido
no dia anterior. Se no 65° dia ela recebeu 374 gotas de água, no
1° dia do experimento ela recebeu 1. Resposta: D
(A) 64 gotas. J=500+1484-1900=84
(B) 49 gotas. C=1900-500=1400
(C) 59 gotas. J=Cin
(D) 44 gotas. 84=1400.i.2
(E) 54 gotas. I=0,03=3%

21. (ARTESP – AGENTE DE FISCALIZAÇÃO À REGULAÇÃO 2. Resposta: B


DE TRANSPORTE – FCC/2017) Mantido o mesmo padrão na se- J=Cin
quência infinita 5, 6, 7, 8, 9, 7, 8, 9, 10, 11, 9, 10, 11, 12, 13, 11, J=23500.0,04.3
12, 13, 14, 15, . . . , a soma do 19° e do 31° termos é igual a : J= 2820
(A) 42.
(B) 31. 3. Resposta: D
(C) 33. J=Cin
(D) 39. J=10000.0,01.6=600
(E) 36. M=C+J
M=10000+600=10600
22. (POLICIA CIENTIFICA/PR – AUXILIAR DE NECROPSIA
– IBFC/2017) Considere a seguinte progressão aritmética: (23, 4. Resposta: A
29, 35, 41, 47, 53, ...) 2 trimestres=6meses
J=Cin
Desse modo, o 83.º termo dessa sequência é: J=3000.0,02.6
(A) 137 J=360
(B) 455
(C) 500 5. Resposta: E
(D) 515 4meses=1/3ano
(E) 680 M=C(1+in)
2018,80=C(1+0,09.1/3)
23. (CEGAS – ASSISTENTE TÉCNICO – IES/2017) Determi- 2018,80=C+0,03C
ne o valor do nono termo da seguinte progressão geométrica (1, 1,03C=2018,80
2, 4, 8, ...): C=1960
(A) 438
(B) 512 6. Resposta: E
(C) 256 M=C(1+in)
(D) 128 9200=5000(1+12i)
9200=5000+60000i
24. (CRF/MT – AGENTE ADMINISTRATIVO – QUA- 4200=60000i
DRIX/2017) Maria criou uma conta no Instagram. No mesmo dia, I=0,07=7%
quatro pessoas começaram a segui-la. Após 1 dia, ela já tinha 21
seguidores e após 2 dias, já eram 38 seguidores. Maria percebeu 7. Resposta: C
que, a cada dia, ela ganhava 17 seguidores. Mantendo-se essa M=C(1+in)
tendência, ela ultrapassará a barreira de 1.000 seguidores após: Cn=Co(1+0,03n)
(A) 57 dias. 2Co=Co(1+0,03n)
(B) 58 dias. 2=1+0,03n
(C) 59 dias. 1=0,03n
(D) 60 dias. N=33,33
(E) 61 dias. Ou seja, maior que 34

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MATEMÁTICA FINANCEIRA
8. Resposta: C 16.Resposta: A
M=C(1+in)
C=500+500x0,02=500+10=510
M=510(1+0,004x18)
M=510(1+0,072)=546,72

9. Resposta: A
M=C(1+in)
1500=C(1+0,25x1)
1500=C(1,25)
C=1500/1,25 Como S3 é a soma dos 3 primeiros e S4 é a soma dos 4 pri-
C=1200 meiros termos, se subtrairmos um do outro, obteremos o 4º
termo.
10. Resposta: E
M=C(1+in) 17. Resposta: B
M=750(1+0,12) Para ser uma PA:
M=750x1,12=840 X²-1-(4x-1)=x-4-(x²-1)
X²-1-4x+1=x-4-x²+1
11. Resposta: A X²+x²-4x-x-3=0
D junho a dezembro: 6 meses 2x²-5x-3=0
M=C(1+i)t ∆=25-24=1
M=2500(1+0,03)6
M=2500.1,194=2985

12. Resposta: A
90 dias=3 meses
M=C(1+i)t
M=150000(1+0,03)3
M=150000.1,092727=163909,05
Desprezando os centavos: 163909 18. Resposta: C
Os termos ímpares formam uma PA de razão 2 e são os nú-
13. Resposta: C meros ímpares.
M=C(1+i)t Os termos pares formam uma PA de razão -2
M=20000(1+0,1)4 Vamos descobrir quantos termos há:
M=20000.1,4641=29282
2017=1+(n-1).2
14. Resposta: E 2017=1+2n-2
J=Cin 2017=-1+2n
J=10000.0,015.12=18000 2n=2018
n=1009
Não, ninguém viu errado.
Como ficaria muito difícil de fazer sem calculadora, a tática
é fazer o juro simples, e como sabemos que o composto vai dar
maior que esse valor, só nos resta a alternativa E. Você pode se
perguntar, e se houver duas alternativas com números maiores?
Olha pessoal, não creio que a banca fará isso, e sim que eles
fizeram mais para usar isso mesmo.
Para a sequência par:
15. Resposta: E -2016=-2+(n-1).(-2)
M=C(1+i)t -2016=-2-2n+2
180000=120000(1+i) 2n=2016
180000=120000+120000i N=1008
60000=120000i
i=0,5=50%

1018081-1017072=1009
2.1009=2018

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MATEMÁTICA FINANCEIRA
19. Resposta: A
Raiz da equação:
2x-4=x+12
X=16 é 0 segundo termo da PA

Primeiro termo:

PA
(12,16,...)
R=16-12=4

a10 = a1 + 9r
a10 = 12 + 36 = 48

20. Resposta: E
a65 = a1 + 64r
374 = a1 + 64 . 5

A1 = 374-320
A1 = 54

21. Resposta: B
Observe os números em negrito:
9, 11, 13, 15,...

São os números ímpares, a partir do 9 e a cada 5 números.


Ou seja, o 9 está na posição 5
O 11 está na posição 10 e assim por diante.
O 19º termo, já temos na sequência que é o 14

Seguindo os termos:
25º termo é o 17
30º termo é 19

Como o número seguinte a esses, abaixa duas unidades


O 31º termo é o 17.
14+17=31

22. Resposta: D
Observe a razão: 29-23=6
A83=a1+82r
A83=23+82.6
A83=23+492
A83=515

23. Resposta: C
Q=2
a9 = a1 + qn-1
a9 = 1 . 28 = 256

24. Resposta: C
1000=21+17(n-1)
1000=21+17n-17
1004=17n
N=59

25. Resposta: C
A sequência tem como base os quadrados perfeitos
14, 13, 12, 11, 10, 9
Portanto o 6º termo é o 9²=81

20
ÍNDICE
Conhecimentos Bancários
1. Sistema Financeiro Nacional: Estrutura Do Sistema Financeiro Nacional; Órgãos Normativos E Instituições Supervisoras, Executoras E
Operadoras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
2. Mercado Financeiro E Seus Desdobramentos (Mercados Monetário, De Crédito, De Capitais E Cambial) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 05
3. Os Bancos Na Era Digital: Atualidade, Tendências E Desafios. Internet Banking. Mobile Banking. Open Banking. Novos Modelos De
Negócios. Fintechs, Startups E Big Techs. Sistema De Bancos-Sombra (Shadow Banking). O Dinheiro Na Era Digital: Blockchain, Bitcoin
E Demais Criptomoedas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 05
4. Sistema De Pagamentos Instantâneos (Pix) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
5. Transformação Digital No Sistema Financeiro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
6. Moeda E Política Monetária: Políticas Monetárias Convencionais E Não-Convencionais (Quantitative Easing); Taxa Selic E Operações
Compromissadas; O Debate Sobre Os Depósitos Remunerados Dos Bancos Comerciais No Banco Central Do Brasil . . . . . . . . . . . . 11
7. Orçamento Público, Títulos Do Tesouro Nacional E Dívida Pública . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
8. Produtos Bancários: Programas Sociais E Benefícios Do Trabalhador; Noções De Cartões De Crédito E Débito, Crédito Direto Ao Con-
sumidor, Crédito Rural, Poupança, Capitalização, Previdência, Consórcio, Investimentos E Seguros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
9. Noções De Mercado De Capitais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
10. Noções De Mercado De Câmbio: Instituições Autorizadas A Operar E Operações Básicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
11. Regimes De Taxas De Câmbio Fixas, Flutuantes E Regimes Intermediários . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
12. Taxas De Câmbio Nominais E Reais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
13. Impactos Das Taxas De Câmbio Sobre As Exportações E Importações. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
14. Diferencial De Juros Interno E Externo, Prêmios De Risco, Fluxo De Capitais E Seus Impactos Sobre As Taxas De Câmbio . . . . . . . . 21
15. Dinâmica Do Mercado: Operações No Mercado Interbancário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
16. Mercado Bancário: Operações De Tesouraria, Varejo Bancário E Recuperação De Crédito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
17. Taxas De Juros De Curto Prazo E A Curva De Juros; Taxas De Juros Nominais E Reais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
18. Garantias Do Sistema Financeiro Nacional: Aval; Fiança; Penhor Mercantil; Alienação Fiduciária; Hipoteca; Fianças Bancárias. . . . 23
19. Crime De Lavagem De Dinheiro: Conceito E Etapas; Prevenção E Combate Ao Crime De Lavagem De Dinheiro: Lei Nº 9.613/98 E Suas
Alterações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
20. Circular Nº 3.978, De 23 De Janeiro De 2020 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
21. Carta Circular Nº 4.001, De 29 De Janeiro De 2020 E Suas Alterações. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
22. Autorregulação Bancária . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
23. Sigilo Bancário: Lei Complementar Nº 105/2001 E Suas Alterações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
24. Lei Geral De Proteção De Dados (Lgpd): Lei Nº 13.709, De 14 De Agosto De 2018 E Suas Alterações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
25. Legislação Anticorrupção: Lei Nº 12.846/2013 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
26. Decreto Nº 8.420/2015 E Suas Alterações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61
27. Ética Aplicada: Ética, Moral, Valores E Virtudes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67
28. Noções De Ética Empresarial E Profissional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69
29. A Gestão Da Ética Nas Empresas Públicas E Privadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70
30. Código De Ética Da Caixa Econômica Federal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71
31. Código De Conduta Da Caixa Econômica Federal. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72
32. Política De Responsabilidade Socioambiental Da Caixa Econômica Federal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 82
33. Lei Nº 7.998/1990 (Programa Desemprego E Abono Salarial - Beneficiários E Critérios Para Saque) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 84
34. Artigo 37 Da Constituição Federal (Princípios Constitucionais Da Administração Pública: Princípios Da Legalidade, Impessoalidade,
Moralidade, Publicidade E Eficiência) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 89
35. Lei Complementar Nº 7/1970 (Pis) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 92
36. Lei Nº 8.036/1990 (Fgts): Possibilidades E Condições De Utilização/Saque; Certificado De Regularidade Do Fgts; Guia De Recolhimento
(Grf) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 93
37. Produtos: Abertura E Movimentação De Contas: Documentos Básicos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 104
38. Pessoa Física E Pessoa Jurídica: Capacidade E Incapacidade Civil, Representação E Domicílio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 106
39. Sistema De Pagamentos Brasileiro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 109
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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL: ESTRUTURA DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL; ÓRGÃOS NORMATIVOS E INS-
TITUIÇÕES SUPERVISORAS, EXECUTORAS E OPERADORAS

Sistema Financeiro Nacional (SFN)


De acordo com o BACEN:
“O Sistema Financeiro Nacional (SFN) é formado por um conjunto de entidades e instituições que promovem a intermediação
financeira, isto é, o encontro entre credores e tomadores de recursos. É por meio do sistema financeiro que as pessoas, as empresas
e o governo circulam a maior parte dos seus ativos, pagam suas dívidas e realizam seus investimentos.
O SFN é organizado por agentes normativos, supervisores e operadores. Os órgãos normativos determinam regras gerais para o
bom funcionamento do sistema. As entidades supervisoras trabalham para que os integrantes do sistema financeiro sigam as regras
definidas pelos órgãos normativos. Os operadores são as instituições que ofertam serviços financeiros, no papel de intermediários”.

* Dependendo de suas atividades corretoras e distribuidoras também são fiscalizadas pela CVM.
** As Instituições de Pagamento não compõem o SFN, mas são reguladas e fiscalizadas pelo BCB, conforme diretrizes estabe-
lecidas pelo CMN.

Conselho monetário nacional (CMN)


É a autoridade máxima do Sistema Financeiro Nacional. Sendo órgão normativo, apenas define normas e diretrizes para execu-
ção do BACEM e da CVM.
Conforme definição do Banco Central do Brasil:
“O Conselho Monetário Nacional (CMN) é o órgão superior do Sistema Financeiro Nacional (SFN) e tem a responsabilidade de
formular a política da moeda e do crédito. Seu objetivo é a estabilidade da moeda e o desenvolvimento econômico e social do país.
1 Fonte: https://www.bcb.gov.br/estabilidadefinanceira/sfn

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Como funciona o CMN Banco dos bancos
Os membros do CMN reúnem-se uma vez por mês para de- As instituições financeiras precisam manter contas no BC.
liberar sobre assuntos como adaptar o volume dos meios de Essas contas são monitoradas para que as transações financei-
pagamento às reais necessidades da economia; regular o valor ras aconteçam com fluidez e para que as próprias contas não
interno e externo da moeda e o equilíbrio do balanço de pa- fechem o dia com saldo negativo.
gamentos; orientar a aplicação dos recursos das instituições
financeiras; propiciar o aperfeiçoamento das instituições e dos Emissor do dinheiro​
instrumentos financeiros; zelar pela liquidez e solvência das ins- O BC gerencia o meio circulante, que nada mais é do que ga-
tituições financeiras; e coordenar as políticas monetária, credití- rantir, para a população, o fornecimento adequado de dinheiro
cia, orçamentária e da dívida pública interna e externa. em espécie”.
Em casos extraordinários, pode acontecer mais de uma reu-
nião por mês. As matérias aprovadas são regulamentadas por Comissão de valores mobiliários (CVM)
meio de Resoluções CMN divulgadas no Diário Oficial da União Autarquia federal, vinculada ao Ministério da Economia.
(DOU) e no Busca de normas do Conselho e do Banco Central Possui autoridade executora e reguladora, ou seja, cria normas
(BC). e regras através da Instrução Normativa CVM. Todas as informa-
ções relacionadas ao mercado de capitais estão reguladas nesse
Composição do CMN conjunto de instruções.
— Ministro da Economia (presidente do Conselho) Conforme o Ministério da Economia:
— Presidente do Banco Central “A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) foi criada em
— Secretário Especial de Fazenda do Ministério da Econo- 07/12/1976 pela Lei 6.385/76, com o objetivo de fiscalizar, nor-
mia matizar, disciplinar e desenvolver o mercado de valores mobili-
O CMN foi criado junto com o Banco Central, pela Lei nº ários no Brasil.
4.595, de 31 de dezembro de 1964. O Conselho deu início às A CVM é uma entidade autárquica em regime especial, vin-
suas atividades 90 dias depois, em 31 de março de 1965”. culada ao Ministério da Economia, com personalidade jurídica
e patrimônio próprios, dotada de autoridade administrativa in-
Banco Central do Brasil (BACEN) dependente, ausência de subordinação hierárquica, mandato
Conhecido como BACEN, Banco Central do Brasil ou mesmo, fixo e estabilidade de seus dirigentes, e autonomia financeira e
Banco Central, é uma autarquia federal, vinculada ao Ministério orçamentária.
da Economia, com sua sede em Brasília.
Possui autonomia para executar medidas que favoreçam a Desenvolvimento do mercado
economia do país. Estimular a formação de poupança e a sua aplicação em va-
Conforme definição própria: lores mobiliários; promover a expansão e o funcionamento efi-
“O Banco Central (BC) é o guardião dos valores do Brasil. O ciente e regular do mercado de ações; e estimular as aplicações
BC é uma autarquia federal, vinculada - mas não subordinada - permanentes em ações do capital social de companhias abertas
ao Ministério da Economia, e foi criado pela Lei nº 4.595/1964. sob controle de capitais privados nacionais (Lei 6.385/76, art.
Sua missão é assegurar à sociedade a estabilidade do poder 4º, incisos I e II).
de compra da moeda e um sistema financeiro sólido, eficiente
e competitivo. Eficiência e funcionamento do mercado
Assegurar o funcionamento eficiente e regular dos merca-
Múltiplas atividades dos da bolsa e de balcão; assegurar a observância de práticas co-
As tarefas a cargo do Banco Central são bastante diversas. merciais equitativas no mercado de valores mobiliários; e asse-
Entenda no detalhe: gurar a observância, no mercado, das condições de utilização de
Inflação baixa​e estável crédito fixadas pelo Conselho Monetário Nacional (Lei 6.385/76,
Manter a inflação sob controle, ao redor da meta, é objetivo art. 4º, incisos III, VII e VIII).
fundamental do BC.
A estabilidade dos preços preserva o v​alor do dinheiro, man- Proteção dos investidores
tendo o poder de compra da moeda​. ​Para alcançar esse objetivo, Proteger os titulares de valores mobiliários e os investidores
o BC utiliza a política monetária, política que se refere às ações do mercado contra emissões irregulares de valores mobiliários;
do BC que visam afetar o custo do dinheiro (taxas de juros) e atos ilegais de administradores e acionistas controladores das
a quantidade de dinheiro (condições de liquidez) na economia. companhias abertas, ou de administradores de carteira de valo-
res mobiliários; e o uso de informação relevante não divulgada
Sistema financeiro seguro e eficiente no mercado de valores mobiliários. Evitar ou coibir modalidades
Faz parte da missão do BC assegurar que o sistema finan- de fraude ou manipulação destinadas a criar condições artificiais
ceiro seja sólido (tenha capital suficiente para arcar com seus de demanda, oferta ou preço dos valores mobiliários negociados
compromissos) e eficiente. no mercado (Lei 6.385/76, art. 4º, incisos IV e V).

Banco do governo Acesso à informação adequada


O BC detém as contas mais importantes do governo e é o Assegurar o acesso do público a informações sobre os va-
depositório das reservas internacionais do país lores mobiliários negociados e as companhias que os tenham
emitido, regulamentando a Lei e administrando o sistema de re-
gistro de emissores, de distribuição e de agentes regulados (Lei
6.385/76, art. 4º, inciso VI, e art. 8º, incisos I e II).

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Fiscalização e punição Bancos de investimento
Fiscalizar permanentemente as atividades e os serviços do São instituições financeiras privadas que captam e adminis-
mercado de valores mobiliários, bem como a veiculação de in- tram recursos na forma de fundos de investimento, emprestan-
formações relativas ao mercado, às pessoas que dele participam do no mercado a médios e longos prazos. Executam alguns ser-
e aos valores nele negociados, e impor penalidades aos infrato- viços dos bancos comerciais, mas não abrem contas correntes.
res das Leis 6.404/76 e 6.385/76, das normas da própria CVM Sua forma de constituição é a Sociedade Anônima.
ou de leis especiais cujo cumprimento lhe incumba fiscalizar (Lei
6.385/76, art. 8º, incisos III e V, e art. 11)”. Bancos de desenvolvimento
São bancos públicos que oferecem crédito para projetos
Conselho de recursos do sistema financeiro nacional (CR- que desenvolvimento econômico e social do país. No Brasil, o
SFN) principal é o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e
Tem como função principal, revisar as decisões administrati- Social (BNDES).
vas e de primeira instância do Sistema Financeiro Nacional, prin-
cipalmente do BACEN, da CVM e do COAF (Conselho de controle Sociedades de crédito, financiamento e investimento
de Atividades Financeiras). São instituições financeiras privadas, mais conhecidas como
A Secretaria Especial da Fazenda define: financeiras; que fornecem empréstimos e financiamentos para
“O Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional aquisição de bens, serviços, capitas de giro, etc.
(CRSFN) é um órgão colegiado, de segundo grau, integrante da São constituídas como Sociedades Anônimas e devem man-
estrutura do Ministério da Economia e tem por finalidade jul- ter em sua denominação social a expressão “crédito, financia-
gar, em última instância administrativa, os recursos contra as mento e investimento”.
sanções aplicadas pelo BCB e CVM e, nos processos de lavagem Podem ser independentes, sem vínculos com outras institui-
de dinheiro, as sanções aplicadas pelo COAF, SUSEP e demais ções ou ligadas a ligados a diversos tipos de conglomerado, tais
autoridades competentes”. como, financeiros, estabelecimentos comerciais, grupos indús-
trias (montadoras).
Bancos comerciais Sua captação de recurso ocorre principalmente por Letras
É o banco mais popular entre as instituições financeiras. Foi de câmbio e RDB.
o primeiro banco comercial a oferecer a tão conhecida conta
corrente (conta de depósito à vista), além de outros serviços Sociedades de arrendamento mercantil
bancárias como; recebimento e pagamento de títulos, opera-
São empresas que operam as carteiras de leasing, não são
ções de crédito, conta poupança, vendas de seguros, etc.
consideradas como instituições financeiras.
É a principal instituição financeira intermediária, tendo o
Oferecem serviços de arrendamento de bens móveis e imó-
poder da geração de moeda na economia brasileira. Atende pes-
veis próprios, segundo as especificações do arrendatário (clien-
soas físicas e jurídicas.
te).
São fiscalizadas pelo Banco Central do Brasil e realizam ope-
Caixas econômicas
rações com idênticas a financiamentos.
É uma instituição financeira que oferece todos os serviços
de um banco comercial, porém, apenas a caixa tem desempe-
Sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários
nha o papel de banco social, participando diretamente dos pro-
gramas do governo. Inclusive os cidadãos que não são clientes, São instituições que atuam na intermediação de títulos e va-
podem usufruir desses serviços. lores mobiliários (recursos captados pelas empresas para suprir
as necessidades de caixa) nos mercados financeiro e de capitais.
Cooperativas de crédito Possuem autorização de funcionamento pelo Banco Central
Representa um grupo de pessoas com a mesma intenção, do Brasil e compõem o Sistema Financeiro Nacional.
prestar serviços financeiros, como; abertura de contas, aplica-
ções financeiras, emissão de cartão de crédito, etc. O diferencial Sociedades distribuidoras de títulos e valores mobiliários e
é que na cooperativa, o cliente como associados, é também um sociedades de crédito imobiliário
dos donos. São as principais instituições que operam na Bolsa de Valo-
Essas instituições estão localizadas também longe dos gran- res, também atuando no mercado de câmbio. Constituídas sob
des centros, como em pequenos bairros ou comunidades. a forma de Sociedades Anônimas ou sociedades por quotas de
Contam com a proteção do Fundo Garantidor do Cooperati- responsabilidade limitada. São fiscalizadas pelo Banco Central
vismo de Crédito, para casos em que o dinheiro deva ser devol- do Brasil e pela Comissão de Valores Mobiliários.
vido aos clientes. Sua administração é realizada por pessoas naturais, residen-
tes no Brasil, que cumprem exigências pelo Banco Central do
Bancos comerciais cooperativos Brasil, com relação a sua formação e conhecimento. Cumprem
São bancos instituídos como cooperativas, porém, tiveram funções auxiliares no Sistema Financeiro Nacional.
que se modificar com o passar do tempo devido seu crescimen-
to. Juntam-se três centrais cooperativas e constituem uma So- São capacitadas para:
ciedade Anônima de capital fechado, em que 51% de seu capital Encarregar-se da administração de carteira de custódia de
deve permanecer em poder das controladoras. títulos e valores mobiliários.
Os bancos comerciais cooperativos devem ter uma carteira — Exercer funções de agente fiduciário.
comercial e funcionar como um banco comercial. Suas ativida- — Instituir, organizar e administrar fundos de investimentos
des ficam restritas apenas no estado em que estejam seus con- e clubes de investimento.
troladores.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
— Constituir sociedades de investimentos de capital estran- Sistema especial de liquidação e custódia (SELIC)
geiro e administrar a respectiva carteira de títulos e valores mo- Conhecida como a Taxa Básica de Juros, é um indicador que
biliários. serve de referência para diversas outras taxas.
A SELIC é de responsabilidade do Comitê de Política Mone-
Bolsas de valores tária (COPOM), que organiza reuniões a cada 45 dias para definir
A Bolsa de Valores é o ponto de encontro entre vendedores qual será a meta para a taxa. Após cada reunião, o COPOM dis-
e compradores de produtos financeiros e foi constituída para ponibiliza uma ata com seu parecer e o resultado da taxa SELIC
organizar essas negociações que ocorrem em grande número e que pode ser de aumento, redução ou mesmo manutenção da
acontecem em questão de segundos devido a tecnologia da pla- taxa (quando permanece inalterada).
taforma da Bolsa. A SELIC pode ser considerada também, um mecanismo de
A Bolsa estabelece regras de negociações com o objetivo de controle da inflação. Quando está a inflação está alta, o COPOM
tornar o ambiente transparente e seguro para todas as partes tende a escolher aumentar a taxa de juros e conter esse pro-
envolvidas. cesso. Com o aumento, fica mais difícil a obtenção de crédito,
O produto mais popular negociado na Bolsa é a ação, que reduzindo o consumo, a elevação dos preços; o resultado é a
representa uma pequena parte de uma empresa, então, ao ad- queda da inflação. Se a inflação estiver controlada, a tendência é
quirir uma ação o comprador se torna um acionista (pequeno que o COPOM promova a redução na SELIC, como consequência,
sócio) do negócio. temos um aumento na liberação de crédito e maior investimen-
A popularidade da Bolsa se deve a compra e venda de ações, to nas empresas.
porém, há outros seguimentos na estrutura da bolsa:
• Mercados à vista. CETIP S.A.
• Derivativos listados. Central de Liquidação e Custódia de Operações Financeiras
• Derivativos de balcão. foi uma empresa privada do mercado financeiro.
• Ativos de renda fixa. Iniciou suas atividades em 1986, atuando com serviços de
• Crédito imobiliário registro, central de depositária, negociação e liquidação de ati-
• Financiamento de veículos. vos e títulos. Em 2017 houve a fusão com a BM&F BOVESPA,
formando a atual Bolsa de Valores no país, a [B]3 Brasil, Bolsa e
Todos esses empréstimos devem ter sua garantia registrada Balcão.
em um sistema de liquidação financeira.
As Bolsas de Valores estão presentes em todo o mundo. En- Associações de poupança e empréstimo (APE)
tre as maiores do mundo estão a de New York, a Nasdaq, a de Instituições não consideradas financeiras, mas sim socieda-
Tóquio, a de Londres, etc. des civis. Tem como finalidade captação de poupança e financia-
Aqui no Brasil, temos a Bolsa que se chama [B]3. Até 2008, mento da casa própria.
eram duas Bolsas, a BM&F e Bovespa, no entanto, neste mesmo São regulamentadas pela Lei nº 6.855/80, pertencem ao Sis-
ano, houve a unificação e se tornou a BM&F Bovespa. Em 2017, tema Financeiro Nacional, devendo seguir as regras do BACEN e
se juntou a esta a CETIP (Central de Custódia e Liquidação Finan- do COPOM. Pertencem também ao Sistema Financeiro da Habi-
ceira de Títulos), formando a [B]3 (Brasil, Bolsa e Balcão). tação (SFH).
O IBOVESPA é o principal índice da Bolsa, sendo composto A Poupex é a única APE em atividade no Brasil nos dias de
pelas ações mais negociadas e por isso tem maior representati- hoje, atuando para captar recursos da poupança e financiamen-
vidade no mercado brasileiro de ações. É revisado a cada quatro to de habitação para seus associados.
meses, assim, são alteradas suas ações e também seus percen- Os associados são aqueles que depositam para formar pou-
tuais. panças e também os que adquirem financiamento imobiliário.
Mas existem outros índices, conhecidos como setoriais, por Suas operações quanto a aplicação de dinheiro consistem
exemplo: índice de energia, índice de mercado imobiliário, etc. em direcionar os recursos para o mercado imobiliário, incluindo
A praticidade é um dos atrativos de investir na Bolsa, já que o SFH.
são investimentos são realizados totalmente de forma on-line. As operações para captar recursos, além dos depósitos de
Também a rentabilidade chama a atenção, especialmente no poupança, são constituídas por: Letras hipotecárias, repasses e
cenário de juros baixos do Brasil. Há ainda, os proventos que refinanciamentos contraídos no país, empréstimos e financia-
fazem parte dos lucros das companhias, repassado aos acionis- mentos contraídos no exterior, letras de crédito imobiliário, le-
tas. É possível investir na Bolsa com poucos recursos. Porém, tra financeira e depósitos interfinanceiros.
o investimento só ocorre através de uma corretora de valores.

Bolsas de mercadorias e de futuros


Bolsa em que eram negociados contratos futuros de com-
modities; como soja, milho, água, energia, ouro, gás natural.
Em 2008, a BM&F e a BOVESPA se unificaram, dando início
a BM&F BOVESPA. Em 2017, ocorreu outra fusão, dessa vez com
a CETIP, dando origem a [B]3 Brasil, Bolsa e Balcão; que é agora a
única Bolsa de Valores do Brasil.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
É o local em que ocorrem as transações envolvendo moedas de
MERCADO FINANCEIRO E SEUS DESDOBRAMENTOS diversos países (divisas internacionais). Essas operações consistem
(MERCADOS MONETÁRIO, DE CRÉDITO, DE CAPITAIS E na troca de uma moeda base por outra moeda cotada, como paga-
CAMBIAL) mentos, recebimentos, transferências, investimentos, etc.
Por ser globalizado, este mercado, tem seu funcionamento du-
Mercado Monetário rante 24 horas em cinco dias da semana; tendo ainda a facilidade
O mercado monetário é um dos mercados que faz parte de ser descentralizado e eletrônico. É dividido em duas partes, sen-
do mercado financeiro e do Sistema Financeiro Nacional (SFN). do o mercado primário aquele que realiza transações por turistas,
Logo, é regulamentado e supervisionado pelo CMN e Banco Cen- importadores e exportadores, e o secundário, em que ocorrem as
tral do Brasil. transações autorizadas pelo Banco Central. Ou seja, mercado cam-
O mercado monetário é caracterizado pelas negociações de bial, é onde as moedas dos países são negociadas, possibilitando o
títulos públicos do Tesouro Nacional (LTN LFN) e privados (CDB), comércio, turismo e investimentos internacionais.
de curto e curtíssimo prazo, e tem desempenho fundamental
com a liquidez monetária, que por sua vez influencia toda eco-
nomia, através da inflação e a taxa de juros. É por meio dos tí- OS BANCOS NA ERA DIGITAL: ATUALIDADE, TEN-
tulos públicos que o Banco Central atua neste mercado visando DÊNCIAS E DESAFIOS. INTERNET BANKING. MOBILE
atingir os objetivos do governo quanto à inflação e a taxa de BANKING. OPEN BANKING. NOVOS MODELOS DE NE-
juros, visto que ao comprar títulos públicos, ele aumenta a ofer- GÓCIOS. FINTECHS, STARTUPS E BIG TECHS. SISTEMA
ta de moeda no sistema, gerando uma baixa na taxa de juros e
DE BANCOS-SOMBRA (SHADOW BANKING). O DINHEI-
RO NA ERA DIGITAL: BLOCKCHAIN, BITCOIN E DEMAIS
uma alta na inflação e, ao vender títulos públicos, ele diminui a
CRIPTOMOEDAS
oferta de moeda no sistema, gerando uma alta na taxa de juros
e uma baixa na inflação.
Presente, tendências e desafios
Mercado de Crédito Os bancos “tradicionais” já utilizam a tecnologia para ofe-
O mercado de crédito é aquele onde se encontram os agen- recer serviços e facilidades aos seus clientes. Seja através de
tes econômicos tomadores e tomadores de recursos. Os agentes internet banking ou móbile banking. No entanto, esses bancos
econômicos são as pessoas físicas e jurídicas e as instituições precisam inovar tecnologicamente o mais rápido possível, caso
financeiras, que buscam e oferecem recursos e financiamentos. contrário, serão substituídos pelos bancos digitais.
As principais operações são: O maior desafio de um banco digital no Brasil é transformar
• Pessoa física - crédito ao consumidor, crédito consigna- uma cultura de muitos anos de contatos diretos com atenden-
do, cheque especial, cartão de crédito, leasing, etc. tes, gerentes e pagamentos via operadores de caixa em agências
• Pessoa jurídica - empréstimo para capital de giro, fi- físicas para o atendimento virtual. Pois ainda existe a descon-
nanciamento de máquinas e equipamentos, financiamento de fiança de muitos clientes, principalmente aqueles com idades
projetos, etc. mais elevadas; inclusive a dificuldade e insegurança para o aces-
so.
Essas relações tem algumas características que precisam ser Para conquistarem mais clientes, os bancos digitais inovam
definidas em contrato, que se fundamentam em normas e fisca- cada vez mais em tecnologia e resolução de problemas de forma
lizações do mercado financeiro para que possam ser realizadas, mais simples e rápido, trazendo um conceito de valor e utilidade
como os períodos que podem ser de curto, médio ou longo pra- para seus usuários.
zo; valor, forma de liquidação, taxa de juros, riscos, garantias e
destinação dos recursos. Internet banking, banco virtual e “dinheiro de plástico”
Internet Banking
Mercado de Capitais É a plataforma bancária que utiliza a tecnologia como sua
É o ambiente composto por empresas e investidores. Muitas aliada. É o ambiente que fica na internet em que os clientes rea-
vezes as empresas necessitam de recursos para projetos diver- lizam operações bancárias, em ambiente fora da agência.
sos e buscam os investidores, que são as pessoas com recursos No site do banco, os clientes podem realizar operações de
e interesse disponíveis. extratos, saldos, pagamentos, empréstimos, etc.; permitindo
Sua principal função é possibilitar aos investidores boas que as movimentações sejam realizadas com mais conforto e
oportunidades de investimento através de empresas que estão comodidade, pois não há necessidade de se deslocar até uma
dispostas a aceitar novos sócios. agência.
No mercado de capitais a empresa assume o compromis-
so de retorno com o investidor, através da emissão de títulos e Banco virtual
ações, disponibilizadas no mercado. Dessa forma o mercado de São plataformas tecnológicas, também conhecidas como
capitais surgiu para aproximar aqueles investidores que gosta- fintechs (empresas que inovaram no modelo de negócios e ope-
riam de investir em empresas e de empresas que precisam de ração) do Sistema Financeiro Nacional.
recursos para projetos de investimento. Foram criados para com a intenção de permitir o acesso ao
sistema bancário aos brasileiros que não tem acesso aos bancos
Mercado Cambial comuns.
É um dos principais mercados existentes dentro mercado fi- Toda sua operação é realizada de modo virtual, sem agên-
nanceiro, fazendo parte do Sistema Financeiro Nacional, sendo cias físicas abertas. Desde a abertura de contas até as movimen-
normatizado e supervisionado pelo CMN e pelo Banco Central. tações de pagamentos, consultas diversas, transferências são
realizadas por meio de sites ou aplicativos.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
“Dinheiro de plástico” Os bancos digitais preencheram grande parte dessas neces-
É o meio físico de pagamento, mais conhecido como “car- sidades, através da redução de burocracia, fim das filas e idas
tão”, utilizado para pagamentos, saques e diversas movimenta- em agências físicas dos bancos tradicionais. Com essas institui-
ções em caixas eletrônicos. ções já é possível abrir contas, realizar aplicações, obter finan-
Facilitam na rapidez e no sentido de evitar idas nas agên- ciamentos por aplicativos de forma rápida e segura.
cias, apenas para tais serviços. Promove também o conforto e a Desde a entrada dos bancos virtuais, os clientes mudaram o
segurança do cliente que não necessita da utilização de dinheiro relacionamento e o comportamento com os bancos, deixando a
em espécie para suas operações financeiras. Reduz custos para dependência física das agências, passando a se comunicar pelo
as instituições financeiras e promove a garantia do recebimento internet banking e móbile banking na utilização dos serviços fi-
para os comerciantes. nanceiros.
Os cartões mais utilizados são:
• Cartões de débito – Débito automático na conta do cliente A experiência do usuário
do valor referente a compra. Segurança também para o estabe- A experiência do usuário (user experience – UX) é o termo
lecimento, pois tem a certeza que o pagamento já saiu da conta utilizado para mencionar a relação de uma pessoa com um pro-
do cliente. duto, serviço, objeto, etc. Essa relação de utilidade vai definir se
• Cartão de crédito – Incentiva o consumo, pois o pagamen- a experiência foi boa ou ruim.
to de suas compras ocorrerá apenas no vencimento da fatura, Os bancos digitais tem concentrado todos os esforços para
inclusive em parcelas. que a experiências de seus clientes seja a melhor possível. Para
• Cartões múltiplos – Que exercem duas funções simultâne- isso, desenvolvem a todo momento, produtos e serviços que
as (débito e crédito). atendam às necessidades dos usuários, tanto na forma de redu-
ção de burocracia de atendimento, facilidade e rapidez na solu-
Mobile banking ção de problemas, realização de tarefas de maneira mais ágil.
É a tecnologia do banco voltada para a tela do celular ou São produtos e serviços cada vez mais inovadores e tecno-
outros dispositivos móveis, 365 dias por ano, permitindo a rea- lógicos, que proporcionam aos clientes e as empresas geração
lização de diversas transações financeiras através de aplicativos de valor.
que são baixados em smartphones, relógios inteligentes, etc.
Possibilita aos clientes rapidez e comodidade, devido acesso Segmentação e interações digitais
em qualquer localidade e sem a necessidade de idas as agências Devido a facilidade de interação com a tecnologia, os usuá-
físicas; o que também reduz custos das instituições financeiras. rios que mais crescem entre os clientes dos bancos digitais, são
os jovens. Público que antigamente não se importava por assun-
Open banking e o modelo de bank as a service tos de dinheiro, tem se mostrado cada vez mais interessados
Open Banking nos produtos e serviços dos bancos digitais, que prezam pela
É um conjunto de práticas que torna o cliente detentor de resolução de problemas.
seus dados financeiros, como por exemplo, datas e valores de Diferente dos bancos tradicionais, os virtuais trazem rapi-
transferências, pagamentos, ou produtos que selecionou para dez, inovação e inclusive linguagens mais fáceis de entendimen-
investimentos. O que proporciona inovação e concorrência en- to.
tre os serviços financeiros. Com o objetivo de ampliar o acesso de muitas pessoas a ser-
Em abril de 2019, o Banco Central do Brasil, iniciou a imple- viços financeiros, essas instituições identificaram espaços para
mentação do Open Banking no Brasil. inclusão de produtos e serviços, inclusive para quem não tem
Essas novas ações possibilitam que o consumidor tenha o vínculo com os bancos. Por exemplo, cartão de crédito pré-pago.
poder de escolha de transferir seus dados do banco A para o Ou seja, o segmento de seus clientes é muito variado, em-
banco B; pois acredita, por exemplo, que no segundo banco terá bora os mais jovens sejam “mais simpáticos” e confiantes com
melhor condições de taxas de juros, tarifas ou até mesmo, me- serviços prestados de forma virtual.
lhor atendimento. Além da qualidade dos serviços oferecidos, os bancos digi-
Assim, o usuário tem a propriedade de seus dados e escolhe tais atraem seus clientes pelas tarifas bem mais baixas que os
com quem compartilhá-los. demais bancos e a simplicidade e comodidade de ter um banco
acessível a qualquer momento e lugar.
Modelo de bank as a service
Também conhecido por “banco como serviço”, é uma solu- Inteligência artificial cognitiva
ção que tem o potencial de ampliar a competitividade e a cola- É a utilização da inteligência de computadores (robôs) que
boração na prestação de serviços financeiros. adquirem conhecimento com o passar do tempo. Ao utilizar
Com o bank as a service, empresas de qualquer segmento essa tecnologia em seus serviços, as instituições financeiras tem
de mercado, passam a ter condições de oferecer serviços bancá- como objetivo principal, a eficácia, rapidez no atendimento. E
rios de uma forma simples e rápida. personalização dos serviços oferecidos.
Os grandes benefícios para o consumidor é a variedade de A cada acesso, o computador é abastecido com as informa-
empresas oferecendo serviços bancários, as filas em bancos fi- ções do cliente, percebendo suas necessidades e preferências,
cam apenas na lembrança, pois tudo é realizado por meio digital. por isso que o sistema fica cada vez mais inteligente; por exem-
plo, ao acessar o internet banking. É a tecnologia em constante
O comportamento do consumidor na relação com o banco desenvolvimento.
Cada vez mais ligados as tecnologias, consumidores tem Essa tecnologia é utilizada principalmente no atendimento
buscado facilidade, comodidade e rapidez nos serviços em geral. telefônico das instituições, nos caixas eletrônicos através da lei-
Em relação aos serviços bancários não seria diferente. tura biométrica e também na internet e móbile banking.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Banco digitalizado versus banco digital O dinheiro na era digital: blockchain, bitcoin e demais crip-
Banco digitalizado é a modalidade já conhecida de bancos tomoedas
“tradicionais” (Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, etc.) Blockchain
que utilizaram a tecnologia para modernizar o atendimento e É a tecnologia que permite o registro de informações de
inovar o modo como seus clientes realizam as transações. Atra- forma segura. Através dela, ocorre a transferência de valores
vés da digitalização, conseguiram mudar o foco das agências digitalmente mesmo sem a intermediação de instituições finan-
para internet banking e móbile banking. ceiras. Devido seu nível de segurança, não há necessidade da
Porém, mesmo passando por essa inovação, não são total- confiança entre terceiros para as transações.
mente digitais e ainda possuem agências físicas para apoio pre- Essa tecnologia pode ter outras funções, como a utilização
sencial com operadores de caixa, atendentes e gerentes. na indústria, para que a cadeia produtiva seja mais passível de
Os bancos digitais são aqueles totalmente virtuais, não pos- rastreamento e suas informações fiquem registradas de forma
suem atendimento em agências físicas, por exemplo, Nubank e imutável e, ainda, para que seus dados seu se percam.
Neon. Tudo pode ser registrado na blockchain, pois sua compo-
Já foram criados nesse novo conceito e seus clientes utili- sição se assemelha a uma grande biblioteca e a chave pública
zam 100% de internet banking e móbile banking para realizar pode ser comparada a pastas de arquivos.
operações como pagamentos, transferências, consultas, etc.; o Para utilizar seus recursos, os usuários devem possuir um
saque ocorre em caixas eletrônicos espalhados por estabeleci- endereço na própria blockchain.
mentos diversos.
Para abrir uma conta nos bancos digitais, todo o processo é Bitcoin
via ambiente virtual. O interessado se cadastra, faz a solicitação Bitcoin é uma moeda em forma de código, que não existe
e após aprovação; envia os documentos e assinatura digitaliza- fisicamente e não tem um banco central que organize sua orga-
dos. nização. Ou seja, só existe no mundo virtual.
Ela surgiu em 2008, tendo sua criação associada a um grupo
Fintechs, Startups e Big Techs de a um grupo de programadores, usando um pseudônimo de
As fintechs (finanças + tecnologia) são startups que traba- Satoshi Nakamoto. Para isso, seus criadores utilizaram a soma
lham para otimizar o processo tradicional dos serviços financei- do processamento de seus computadores para acelerar tal ação;
ros e também resolver através da tecnologia, problemas especí- pois um computador apenas levaria aproximadamente um ano
ficos de pessoas físicas ou jurídicas. para a realização de uma fração de bitcoin.
Para ser dono de bitcoins é necessário possuir uma carteira vir-
Em geral, trazem produtos altamente inovadores, simples
tual, representada por um aplicativo em que fica armazenado uma
e muito eficientes. Muitas vezes, analisando e preenchendo es-
sequência de letras, que representa o dinheiro do comprador. Caso
paços que deveriam ser dos bancos tradicionais, atendendo um
esse código seja perdido, o resultado será a perda do investimento.
público que em muitos casos, não tem acesso as instituições fi-
Atualmente existem diversas corretoras que trabalham com
nanceiras comuns.
a venda de bitcoins.
Big Techs são grandes empresas de tecnologia que dominam
o mercado, moldam como as pessoas compra, vendem, conso-
Demais criptomoedas
mem e trabalham. Tem como motor a inovação, sempre defi-
As principais criptomoedas negociadas são:
nindo novas tecnologias e serviços. Entre as principais estão a
• XRP Ripple – Criptomoeda centralizada, projetada para
Apple, Amazon e Microsoft. auxiliar instituições financeirasa movimentar dinheiro de forma
mais rápida, global e também com redução de custos.
Soluções mobile e service design • Litecan – Criptomoeda criada para transações mais rápi-
Soluções Mobile das e com menos custos que a bitcoin, para ser utilizada em pa-
Utilização de aplicativos na tecnologia da resolução das ne- gamentos do dia a dia.
cessidades dos clientes. Para que esse processo ocorra de ma- • Bitcoin Cash – Projetada para transações mais rápidas e
neira mais eficaz, é necessário identificar quais serviços e produ- rotineiras, com taxas mais baixas.
tos os usuários mais precisam. • Ethereum – Blockchain que permite o armazenamento de
No sistema bancário, são os aplicativos que permitem aber- contratos inteligentes e aplicativos em sua rede. Utiliza como
tura de conta e a realização de todas as transações bancárias e criptomoeda a Ether, lançada em 2017.
atendimento ao cliente no local em que estiver, através de um
smartphone. Sistema de bancos-sombra (shadow banking)
É um conjunto de operações não-regulamentadas de inter-
Service Design mediários financeiros, que fornecem crédito no sistema finan-
Serviço capaz de oferecer aos clientes utilidade, eficiência, ceiro global de forma “informal”. Ou seja, de forma indireta, sem
eficácia, ou seja, o serviço que é reconhecido pelos clientes a passar por supervisão ou regulamentação bancária, algumas
ponto de gerar valor para ambas as partes. instituições conseguem realizar financiamentos e empréstimos
No setor financeiro, os bancos digitais procuram oferecer com suas atividades paralelas ao sistema bancário tradicional.
serviços de qualidade, otimizando tempo e custos de clientes e Operações desse tipo oferecem maiores riscos de mercado,
trazendo soluções simples e rápidas para problemas financeiros. visto que, na maior parte das vezes, não possuem uma garantia
de capital reserva, o que não impediu seu crescimento à nível
global, de modo que se estima que há que quase 100 trilhões
de dólares circulam em ativos financeiros desse tipo, tornando-
-o importante e relevante na estrutura financeira global, como
fornecedor de capital e crédito para investidores e corporações.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Contudo, observa-se um papel crítico atender esse tipo de Nesse contexto, a disputa ente as Fintechs e os grandes
demanda, de modo que muitos argumentam que esses merca- bancos no Brasil são acirradas, já que aquelas são estruturas
dos paralelos colaboraram para grandes crises financeiras, como enxutas e altamente dinâmicas no quesito digital, o que lhes
a de 2008 nos Estados Unidos, por isso tenta-se desde então garantem maior flexibilidade e possibilidade de desenvoltura, já
aprovar uma série de medidas para regular ou limitar esse tipo os bancos tradicionais precisam se reinventar a cada dia, para
de operação, visto que seus números alavancados e sem garan- fazer frente à manutenção de seus clientes e usuários, de forma
tia seguem expondo os sistemas financeiros do mundo todo em a garantir que no futuro tenham espaço no mercado.
risco.
O desenvolvimento tecnológico aplicado ao segmento
Segmentação e interações digitais bancário
A era dos avanços tecnológicos traz em seu bojo inúmeras A evolução digital vem revolucionando a forma de como
transformações, em especial na forma de como os negócios se realiza negócios em todos os segmentos do mercado. Em
tradicionais no mercado se realizam. Quanto a transformação especial, o setor bancário tradicional é altamente afetado pelos
digital do setor bancário, por muitos anos, esse era um setor reflexos das variações tecnológicas, e por conta disso, busca a
cheio de formalidades, com muitas agências físicas, grandes cada dia se adequar às inovações, para garantir sua permanência
filas e alguns procedimentos exigiam retorno duas ou mais em um mercado altamente competitivo.
vezes às agências, ou seja, era sinônimo de preocupação ao Em uma análise de contexto específico sobre essas mudanças
usuário. O cenário era de concentração de mercado, pautada que a era digital vem ocasionando no mercado financeiro, área
no domínio centrado em poucas instituições contribuindo para onde circulam grande volume de negócios, pode-se perceber a
desbancarização de muitas pessoas2. ocorrência de uma constante ruptura do formalismo bancário
Diante da mudança de cenário, onde o modelo digital de tradicional, exigido pela legislação que afeta ao segmento, para
negócios cresce a cada dia surgem as Startups voltadas ao meio muitas flexibilizações e facilidades na forma de disponibilizar
financeiro denominadas de Fintechs, que são empresas de seus produtos e serviços a seus consumidores de forma eficiente
tecnologia financeira com o objetivo de cobrir os gargalos do e com rapidez.
sistema financeiro tradicional, com o lema “inovação”. A ideia Essas mudanças de paradigmas demonstradas com o
vem apresentando forte crescimento e se demonstrando como avanço da tecnologia impulsionaram os bancos tradicionais
a se adaptarem às mesmas, por conta do desenvolvimento
tendência mundial. O sucesso das Fintechs se deve ao fato das
tecnológico responsável por despontar no mercado, em
facilidades e efetividade do suprimento das necessidades dos
especial o financeiro, novos prestadores de produtos e serviços
clientes e usuários.
carregados de novidades e transformações aos usuários, como
O material genético de uma Startup é a palavra “inovação”,
as Startups e Fintechs, disputando o competitivo e pouco aberto
e o objetivo principal é a transformação com vistas a um
mercado financeiro.
“melhor servir”. Por serem segmentos novos no mercado, o
Neste cenário, pode-se perceber que a expansão das
futuro é incerto, mas altamente promissor, tanto que a cada ano
Fintechs no Brasil é recente, por volta de 2010, a mudança
o crescimento é exponencial.
ainda era silenciosa, mas hoje essas empresas comandam uma
Ainda que diante de toda incerteza verifica-se que as
grande transformação nesse mercado. Com o surgimento das
Startups estão presentes em todos os segmentos da sociedade, primeiras Fintechs, observa-se no mercado um vertiginoso
como exemplo: saúde, lazer, agronegócios, alimentação, crescimento destas, impulsionando e influenciando mudanças
vestuário, financeiros, bancário, entre outros. aos participantes do mercado financeiro, em especial os bancos
Dando ênfase ao segmento bancário tem-se que as Startups tradicionais.
atuantes neste contexto são denominadas de Fintechs, as É importante salientar que no desenvolvimento tecnológico
quais são empresas que inovam quanto à forma de dispor os no segmento bancário despontam as Fintechs, empresas 100%
serviços financeiros e bancários, trazendo facilidades atribuídas (cem por cento) digitais, que se dedicam a área financeira,
pelo rompimento da burocracia dos métodos tradicionais de facilitando a concessão de produtos e serviços, como por exemplo:
fornecimento de bens e serviços.
Das definições apresentadas entende-se que, as Fintechs → a disponibilização de crédito rápido, menos burocrático e
são Startups especializadas no setor financeiro/bancário tendo com reduzidas taxas de juros;
como propósito a desburocratização e capilarização dos serviços → abertura de conta corrente sem custos;
e produtos financeiros. O objetivo maior é o fornecimento de → concessão de cartões de créditos com limites que
soluções ágeis e eficazes para cada usuário, melhorando assim, agradam os usuários e sem anuidades;
a experiência no consumo de bens e produtos do segmento. → serviços bancários como: transferências, pagamentos,
Atualmente, atribui-se às Startups e Fintechs, a fonte seguros e investimentos;
impulsionadora dos grandes movimentos tecnológicos, já que → atendimento remoto e muito ágil, facilitando a rotina dos
figuram como agentes de transformação. A demanda pelo usuários, já que não é necessário atendimento presencial, ou
universo digital vem crescendo a passos largos, devido as seja, agradável ao público a que se destina.
facilidades oferecidas e a boa aceitação dos usuários.
As Startups e Fintechs vieram para revolucionar a forma de Diante dessas facilidades, verifica-se o crescimento das
como se executa algo, seu objetivo principal é facilitar a vida Startups e Fintechs por atuarem e buscarem parcela de clientes
de seus usuários em busca da satisfação, ingrediente primordial não bancarizados, ou descontentes com a forma de prestação
para o sucesso de qualquer organização no mercado. de serviço bancário tradicional. Parcela de clientes que na
maioria das vezes possui ampla voz ativa no mercado, aliados
2 https://www.famaqui.edu.br/app/webroot/ojs/index.php/sa- com contribuição que o marketing digital disponibiliza para a
beres/article/download/26/25/. expansão crescente deste modelo de negócio.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Verifica-se que as Startups e Fintechs possuem hoje Consta-se que muitas das Fintechs ainda não contabilizam
presença mínima no mercado financeiro, porém suficiente para lucros, por dependerem de aportes pecuniários externos, fator
impulsionar as mudanças no segmento, já que disponibiliza determinante para sua sobrevivência. Os bancos tradicionais
facilidades nunca antes vistas na forma de ofertar produtos conhecedores dessa realidade frequentemente firmam
e serviços financeiros aos diversos clientes, que precisam de parcerias em forma de capital x tecnologia, onde injetam
novidades como medida de atração e segurança, e uma forma recursos financeiros em troca de toda tecnologia desenvolvida
de fidelização em negócios de alta competitividade. para aplicarem em seus negócios. Os resultados geralmente são
Neste cenário, as instituições bancárias tradicionais cientes de altas performances financeiras.
das evoluções tecnológicas buscam moldar-se às tendências Sobre a relação de parceria entre as Fintechs e bancos,
de mercado, para assegurar sua permanência no competitivo a mesma se restringe a preocupação de Fintechs com uma
mercado financeiro. chamada deexperiência do cliente, algo que os bancos também
estão buscando alcançar um novo desenvolvimento de serviços.
Transformação digital no Sistema Financeiro Observa-se que por meio das parcerias se obtêm grande
compartilhamento de informações, e essas permitem o
Disruptura do método tradicional de atendimento bancário crescimento e fortalecimento das organizações. Importante
Sobre a conceituação do termo disruptura, que significa destacar, que as parcerias entre as Fintechs e grandes bancos,
ruptura ou quebra da continuidade, diante do poder de ocorrem em formatos variados das mais rápidas e pontuais:
influência das Startups e Fintechs, os bancos a cada dia criam como maratonas de programação, conhecidas por hackathons;
formas de se ajustar a oferta de produtos e serviços seguindo as até níveis mais profundos de relacionamento e investimento,
tendências de mercado, que em termos de avanços tecnológicos exemplo: a constituição de fundos para aporte em startups.
muitas mudanças deverão ocorrer para melhorias continuas dos Os grandes bancos e correlatas do segmento que
processos. Para tanto, a prática mais adotada pelas instituições patrocinam as hackathons (maratonas de programação) buscam
financeiras é a implementação dos canais digitais. Hoje os encontrar soluções inovadoras para seus produtos e serviços.
principais players do mercado financeiro estão altamente Complementando tem-se os aportes financeiros vultosos de
digitalizados3. grandes bancos e suas subsidiárias nos chamados laboratórios
Nesse sentido, as principais ferramentas implementadas de inovação, responsáveis pela experimentação de novas
foram: acesso ao mobile banking; internet banking;
tecnologias a serem aplicadas através de testes.
correspondentes bancários e terminais de autoatendimento.
Hoje existe uma única certeza no mercado financeiro: que
Destes canais, o que mais cresceu foi o mobile banking devido
todo grande banco precisa pensar como Fintech se não quiser
aos smartphones ganharem significativo espaço no quotidiano
ser incomodado por elas. Diante dessa constatação as grandes
das pessoas.
instituições bancárias no Brasil, já sinalizaram que entenderam
Os negócios bancários digitais, ou seja, aqui entendidos
o recado do mercado, e por conta disso, percebe-se a evolução
como os produtos e serviços bancários transacionados por
digital nos negócios bancários.
meios digitais, se solidificam a cada dia, devido à percepção ao
Pode-se afirmar que nesse regime de parceria, os bancos
usuário externo da segurança e agilidade que possuem. Neste
detêm uma vantagem em relação às Fintechs, que é o requisito
sentido, os bancos, se consubstanciam como o setor de mercado
que mais investe em segurança no meio digital. confiança. Por representarem solidez no mercado vislumbra-se
O cenário de atuação bancária é de risco, e, portanto, são que ao adequarem a tecnologia ao meio digital, podem atingir
extremamente necessários os investimentos de tecnologia resultados sustentáveis e crescentes. Os grandes conglomerados
aliados com a segurança, com vistas a garantir que seus usuários bancários despontam na vanguarda da tecnologia digital,
e clientes tenham a proteção necessária, o que culminará com o modernizando sua estrutura de atendimento de forma a
sucesso da instituição no mercado. proporcionar a melhor experiência a seus usuários.
A iminente concorrência de mercado ocasionada pelos Percebe-se que todo grande banco precisará pensar e
players digitais, como as Fintechs, bem como o acelerado mundo agir como uma Fintech, caso deseje perpetuar no mercado
dos negócios traz o despertar e a necessidade de incorporar a competitivo e altamente digital. Trata-se de um novo processo
tecnologia aos processos bancários. Junto a esta necessidade, de gestão bancária, onde a implementação das tecnologias tem
os bancos investem maciçamente em segurança, pois de nada a finalidade de melhorias nos processos, bem como a fidelização
adiantaria tecnologia que colocasse em risco os usuários e clientes. com o cliente de forma a dispor ao público produtos e serviços
com segurança e rapidez.
As parcerias digitais como forma de cooperação
É notória a presença crescente das Startups e Fintechs em
parcela significativa do mercado financeiro, e a principal causa
CORRESPONDENTES BANCÁRIOS
desse crescimento, é sem dúvida, a facilitação na contratação de
serviços ou na aquisição de produtos do segmento.
Nesse cenário de crescimento digital no ramo dos negócios, Correspondentes bancários
os bancos no movimento de observar os players do mercado São empresas contratadas por instituições financeiras auto-
tecnológico (aqui definidos como grupos com muita expertise rizadas pelo Banco Central para prestar serviços para seus clien-
no ramo, investidores em mercados não tão promissores, mas tes. São como agentes intermediários entre as instituições ban-
com grande perspectiva de desenvolvimento), adotam a posição cárias e clientes que buscam crédito. Entre as mais conhecidas
para mitigação de riscos inerentes à atividade, cuja forma mais estão lotéricas, fintechs, lojas de crédito e empréstimo pessoal,
comum se dá por meio das parcerias. ou seja, não são bancos, mas prestadores de serviços financeiros
3 https://www.famaqui.edu.br/app/webroot/ojs/index.php/sa- diversos e regulamentados para simplificar processos tradicio-
beres/article/download/26/25/. nais.

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EDITORA DIDATICON CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
• Limite de valor nas transações
SISTEMA DE PAGAMENTOS INSTANTÂNEOS (PIX) Não há limite mínimo para pagamentos ou transferências
via Pix. Isso quer dizer que você pode fazer transações a partir
Sistema de pagamentos e transferências desenvolvido pelo de R$0,01. Em geral, também não há limite máximo de valores.
Banco Central do Brasil. As transações realizadas através dele Entretanto, as instituições que ofertam o Pix poderão estabele-
são instantâneas, acontecendo no máximo em 10 segundos. cer limites máximos de valor baseados em critérios de mitigação
Funciona 24 por dia, todos os dias do ano, inclusive finais de de riscos de fraude e de critérios de prevenção à lavagem de
semana e feriados. dinheiro e ao financiamento do terrorismo.”
As transações podem ocorrer entre pessoas físicas, pessoas
físicas e jurídicas, pessoas jurídicas e entre órgãos públicos para
pagamentos de impostos e taxas. TRANSFORMAÇÃO DIGITAL NO SISTEMA FINANCEIRO
A intenção é integrar o sistema bancário, assim as transfe-
rências poderão ocorrer entre diferentes instituições. Transformação digital no Sistema Financeiro
Para fazer um PIX é necessário ter uma conta aberta em
banco, numa fintech ou em uma instituição de pagamento. Será Disruptura do método tradicional de atendimento bancário
criada uma chave com alguns dados, utilizados dentro da pró- Sobre a conceituação do termo disruptura, que significa
pria conta bancária. ruptura ou quebra da continuidade, diante do poder de
influência das Startups e Fintechs, os bancos a cada dia criam
• Diferença entre Pix e outros meios de transferência e de formas de se ajustar a oferta de produtos e serviços seguindo as
pagamento tendências de mercado, que em termos de avanços tecnológicos
O Pix foi criado para ser um meio de pagamento bastante muitas mudanças deverão ocorrer para melhorias continuas dos
amplo. Qualquer pagamento ou transferência que hoje é feito processos. Para tanto, a prática mais adotada pelas instituições
usando diferentes meios (TED, cartão, boleto etc.), poderá ser financeiras é a implementação dos canais digitais. Hoje os
feito com o Pix, simplesmente com o uso do aparelho celular. principais players do mercado financeiro estão altamente
As transferências tradicionais no Brasil são entre contas digitalizados4.
da mesma instituição (transferência simples) ou entre contas Nesse sentido, as principais ferramentas implementadas
de instituições diferentes (TED e DOC). O Pix é mais uma opção foram: acesso ao mobile banking; internet banking;
disponível à população que convive com os tipos tradicionais. correspondentes bancários e terminais de autoatendimento.
A diferença é que, com o Pix, não é necessário saber onde a Destes canais, o que mais cresceu foi o mobile banking devido
outra pessoa tem conta. Você realiza a transferência a partir, aos smartphones ganharem significativo espaço no quotidiano
por exemplo, de um telefone na sua lista de contatos, usando a das pessoas.
Chave Pix. Outra diferença é que o Pix não tem limite de horá- Os negócios bancários digitais, ou seja, aqui entendidos
rio, nem de dia da semana e os recursos são disponibilizados ao como os produtos e serviços bancários transacionados por
recebedor em poucos segundos. O Pix funciona 24 horas, 7 dias meios digitais, se solidificam a cada dia, devido à percepção ao
por semana, entre quaisquer bancos, de banco para fintech, de usuário externo da segurança e agilidade que possuem. Neste
fintech para instituição de pagamento, entre outros. sentido, os bancos, se consubstanciam como o setor de mercado
que mais investe em segurança no meio digital.
As transações de pagamento por meio de boleto exigem a
O cenário de atuação bancária é de risco, e, portanto, são
leitura de código de barras, enquanto o Pix pode fazer a leitura
extremamente necessários os investimentos de tecnologia
de um QR Code. A diferença é que, no Pix a liquidação é em
aliados com a segurança, com vistas a garantir que seus usuários
tempo real, o pagador e o recebedor são notificados a respei-
e clientes tenham a proteção necessária, o que culminará com o
to da conclusão da transação e o pagamento pode ser feito em
sucesso da instituição no mercado.
qualquer dia e horário.
A iminente concorrência de mercado ocasionada pelos
As transações de pagamento utilizando cartão de débito
players digitais, como as Fintechs, bem como o acelerado mundo
exigem uso de maquininhas ou instrumento similar. Com Pix,
dos negócios traz o despertar e a necessidade de incorporar a
as transações podem ser iniciadas por meio do telefone celular,
tecnologia aos processos bancários. Junto a esta necessidade,
sem a necessidade de qualquer outro instrumento. os bancos investem maciçamente em segurança, pois de nada
O Pix tende a ter um custo de aceitação menor por sua es- adiantaria tecnologia que colocasse em risco os usuários e clientes.
trutura ter menos intermediários.
Mais detalhes sobre a diferenciação entre o Pix e os demais As parcerias digitais como forma de cooperação
meios de transferência e de pagamento podem ser visualizadas É notória a presença crescente das Startups e Fintechs em
na FAQ do Pix. parcela significativa do mercado financeiro, e a principal causa
desse crescimento, é sem dúvida, a facilitação na contratação de
• Com quem é possível fazer um Pix serviços ou na aquisição de produtos do segmento.
O Pix pode ser utilizado para transferências e pagamentos: Nesse cenário de crescimento digital no ramo dos negócios,
— entre pessoas (transações P2P, person to person); os bancos no movimento de observar os players do mercado
— entre pessoas e estabelecimentos comerciais, incluindo tecnológico (aqui definidos como grupos com muita expertise
comércio eletrônico (transações P2B, person to business); no ramo, investidores em mercados não tão promissores, mas
— entre estabelecimentos, como pagamentos de fornece- com grande perspectiva de desenvolvimento), adotam a posição
dores, por exemplo (transações B2B, business to business); para mitigação de riscos inerentes à atividade, cuja forma mais
— para transferências envolvendo entes governamentais, comum se dá por meio das parcerias.
como pagamentos de taxas e impostos (transações P2G e B2G, 4 https://www.famaqui.edu.br/app/webroot/ojs/index.php/sa-
person to government e business to government). beres/article/download/26/25/.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Consta-se que muitas das Fintechs ainda não contabilizam
lucros, por dependerem de aportes pecuniários externos, fator MOEDA E POLÍTICA MONETÁRIA: POLÍTICAS MONE-
determinante para sua sobrevivência. Os bancos tradicionais TÁRIAS CONVENCIONAIS E NÃO-CONVENCIONAIS
conhecedores dessa realidade frequentemente firmam (QUANTITATIVE EASING); TAXA SELIC E OPERAÇÕES
parcerias em forma de capital x tecnologia, onde injetam COMPROMISSADAS; O DEBATE SOBRE OS DEPÓSITOS
recursos financeiros em troca de toda tecnologia desenvolvida
REMUNERADOS DOS BANCOS COMERCIAIS NO BAN-
CO CENTRAL DO BRASIL
para aplicarem em seus negócios. Os resultados geralmente são
de altas performances financeiras.
Sobre a relação de parceria entre as Fintechs e bancos, Políticas monetárias convencionais
a mesma se restringe a preocupação de Fintechs com uma Política monetária convencional é um dos instrumentos
chamada deexperiência do cliente, algo que os bancos também para manter a economia em plena estabilidade. Esse tipo de
estão buscando alcançar um novo desenvolvimento de serviços. política monetária é utilizado quando apenas os instrumentos
Observa-se que por meio das parcerias se obtêm grande básicos são capazes de equilibrar o mercado.
compartilhamento de informações, e essas permitem o Sendo assim, é por meio dela que se dá o controle da oferta
crescimento e fortalecimento das organizações. Importante de dinheiro no país. Suas diretrizes são determinadas pelo Con-
destacar, que as parcerias entre as Fintechs e grandes bancos, selho monetário Nacional (CMN).
ocorrem em formatos variados das mais rápidas e pontuais: Para controlar a oferta de dinheiro no país, a política mone-
como maratonas de programação, conhecidas por hackathons; tária atua utilizando as seguintes ferramentas:
até níveis mais profundos de relacionamento e investimento, • Depósito Compulsório – É o valor mínimo que cada
exemplo: a constituição de fundos para aporte em startups. banco deve ter guardado em seus cofres ao final do dia, mesmo
Os grandes bancos e correlatas do segmento que com grande movimento de saque por parte dos clientes, este
patrocinam as hackathons (maratonas de programação) buscam valor é uma espécie de reserva dos bancos. Existe um percentual
encontrar soluções inovadoras para seus produtos e serviços. de depósito compulsório, porém, não é fixo. Quando o governo
Complementando tem-se os aportes financeiros vultosos de quer que os bancos emprestem mais recursos, esse valor é redu-
grandes bancos e suas subsidiárias nos chamados laboratórios zido; para o caso de menos dinheiro circulando, há um aumento
de inovação, responsáveis pela experimentação de novas desse percentual.
tecnologias a serem aplicadas através de testes. • Compra e venda de títulos públicos – Quando o gover-
Hoje existe uma única certeza no mercado financeiro: que no tem a necessidade de tirar dinheiro da economia, vende títu-
todo grande banco precisa pensar como Fintech se não quiser los públicos ao mercado com uma taxa atrativa, mantendo o va-
ser incomodado por elas. Diante dessa constatação as grandes lor arrecadado em caixa. No caso contrário, o governo recompra
instituições bancárias no Brasil, já sinalizaram que entenderam esses títulos públicos e permite uma oferta maior de crédito. É
o recado do mercado, e por conta disso, percebe-se a evolução uma operação realizada pelo Banco Central, mantendo o equilí-
digital nos negócios bancários. brio de moeda na economia.
Pode-se afirmar que nesse regime de parceria, os bancos • Redesconto bancário – É a taxa cobrada pelo emprésti-
detêm uma vantagem em relação às Fintechs, que é o requisito mo de dinheiro aos bancos que não conseguiram manter ao final
confiança. Por representarem solidez no mercado vislumbra-se do dia, o valor do depósito compulsório determinado pelo Banco
que ao adequarem a tecnologia ao meio digital, podem atingir Central. Essa taxa é que vai determinar se ao longo do expedien-
resultados sustentáveis e crescentes. Os grandes conglomerados te os bancos emprestaram mais ou menos recursos; pois quando
bancários despontam na vanguarda da tecnologia digital, está baixa é mais favorável pegar dinheiro com o Banco Central
modernizando sua estrutura de atendimento de forma a para suprir o depósito compulsório.
proporcionar a melhor experiência a seus usuários. O governo pode também, através da política monetária,
Percebe-se que todo grande banco precisará pensar e atuar de forma expansionista, deixando mais dinheiro na econo-
agir como uma Fintech, caso deseje perpetuar no mercado mia. Para isso, basta diminuir o depósito compulsório, comprar
competitivo e altamente digital. Trata-se de um novo processo títulos públicos e diminuir a taxa de redesconto.
de gestão bancária, onde a implementação das tecnologias tem Já, para reduzir a quantidade de recursos na economia e
a finalidade de melhorias nos processos, bem como a fidelização atuar de forma contracionista, faz o processo inverso, aumen-
com o cliente de forma a dispor ao público produtos e serviços tando o valor do depósito compulsório, vendendo títulos e ele-
com segurança e rapidez. vando a taxa de redesconto.

Políticas monetárias não convencionais (Quantitative Easing)


Quantative Easing (QE) são formas de políticas monetárias
não convencionais. Apesar de não muito usuais, tem função de
estimular a economia. Utilizados quando a economia está em
crise, com inflação muito baixa, taxas de juros também muito
baixas; em que o Banco Central já praticamente esgotou todas
as formas convencionais da política monetária.
Sãos medida em que o Banco Central compra títulos do go-
verno ou demais títulos do mercado para reduzir as taxas de
juros e aumentar a oferta de dinheiro na economia. Alguns es-
pecialistas consideram essas ações como políticas artificias de
criação de moeda, pois o dinheiro é circulado apenas de forma
eletrônica.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Num cenário de possível recessão, apesar da demanda por Podem adquirir títulos nessas condições qualquer pessoa fí-
crédito, as instituições financeiras irão se resguardar e manter sica ou jurídica, no entanto, só poderá vender instituições auto-
dinheiro em seus caixas. Assim, é necessário que o Banco Cen- rizadas para este tipo de serviço e que sigam as normas previstas
tral estimule a economia utilizando opções não convencionais. na Resolução 3.339/20076, emitida pelo Conselho Monetário
Esse aumento de liquidez impacta a economia, por exemplo, Nacional.
estimulando o consumo, investimentos e financiamentos; a mo-
eda perde o valor, aumentando a inflação até a sua meta; queda O debate sobre os depósitos remunerados dos bancos co-
da taxa de juros mais longas, proporcionando maior oferta de merciais do Banco Central do Brasil
crédito. Foi aprovado em 22/06/2021, o Projeto de Lei nº 3.877/2020,
autorizando o Banco Central a receber das instituições financei-
Taxa SELIC ras depósitos voluntários, mediante remuneração. Segue agora
A SELIC é a taxa básica de juros da economia e o principal para sanção do Presidente.
instrumento de política monetária aplicado pelo Banco Central O objetivo é que o Banco Central disponha de mais um ins-
do Brasil. Ela é utilizada pelos bancos e outras instituições fi- trumento para controlar a quantidade de moeda que circula na
nanceiras. Quando um banco está precisando de dinheiro para economia e também a inflação, sem aumentar a dívida pública.
fechar a conta do dia, ele pode pegar um empréstimo com outro Atualmente o Banco Central utiliza como principal ferra-
banco, dando como garantia títulos emitidos pelo Governo. A menta de controle de liquidez as operações compromissadas,
taxa Selic é a referência para as demais taxas de juros da econo- porém esta faz a dívida pública aumentar, pois é incluída direta-
mia, ou seja, é a base para definir o custo do crédito no Brasil. mente em seu total.
Quando um banco pega dinheiro emprestado pagando a SE-
LIC de juros para sustentar seu negócio, ele vai emprestar esse
dinheiro para seus clientes cobrando no mínimo, a SELIC mais ORÇAMENTO PÚBLICO, TÍTULOS DO TESOURO NACIO-
seus custos. Por isso que as taxas de juros cobradas nos emprés- NAL E DÍVIDA PÚBLICA
timos, financiamentos, cheque especial, ou no cartão de crédito
são maiores que a SELIC; pois as instituições incluem no valor Orçamento Público
principal custos operacionais; o risco de inadimplência, a taxa de Orçamento público é o planejamento público financeiro que
impostos e o seu lucro. detalha o quanto haverá de entradas e saídas de dinheiro do
Quando a SELIC sobe, todas as outras taxas de juros aumen- governo para manter os serviços públicos funcionando em equi-
tam. Com juros mais altos as pessoas pegam menos emprésti- líbrio com as contas públicas.
mos e financiamentos. Esse movimento desestimula o consumo Existem três instrumentos importantes que devem ser con-
e favorece a queda da inflação. Quando a SELIC é reduzida, as siderados no momento da definição desse orçamento nas esfe-
outras taxas de juros tendem a cair também, estimulando o con- ras municipal, estadual e federal:
sumo. Quem decide a Taxa Selic é o COPOM (Comitê de Política • Plano Plurianual (PPA) – Documento que prevê metas e
Monetária). O COPOM é formado pelo Presidente e pelos dire- objetivos de médio prazo para o governo. Considerado um pla-
tores do Banco Central. Eles se reúnem oito vezes ao ano, a cada nejamento estratégico de grandes investimentos. Contém a rea-
45 dias, na sede do Banco Central em Brasília. Nessa reunião lização de obras grandiosas, como a manutenção ou construção
é definido se a Taxa SELIC aumenta, diminui ou se mantém. A de rodovias, hidrelétricas, aeroportos etc. Além disso, o PPA é
taxa SELIC é uma meta definida pelo COPOM, portanto ela não é elaborado e discutido a cada quatro anos.
cumprida por força de norma, e sim da compra e venda de títu- • Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) – É elabora e
los públicos do Governo Federal, uma operação que busca apro- discutida anualmente para definir as prioridades de curto prazo
ximar a taxa real da meta definida pelo COPOM. E esses títulos do governo, além de orientar a maneira que serão executadas
são negociados em um sistema administrado pelo próprio Banco no ano seguinte, como reajuste do salário-mínimo, tributos, o
Central, chamado Sistema Especial de Liquidação e Custódia, por quanto o governo deve poupar para pagar a própria dívida, in-
isso, o nome da Taxa Selic. vestimentos em agências de fomento etc. O Presidente da Re-
pública tem até a data de 15 de abril para enviar esse documen-
Operações Compromissadas to para a Comissão Mista de Orçamento, que é formada com o
Trata-se de uma operação de compra e venda através de intuito de analisar essa proposta, seguindo para a votação no
banco ou outra instituição financeira, que é feita com o com- Congresso. Essa votação deve ocorrer até a data de 07 de julho;
promisso de ser refeita, porém, ao contrário, envolvendo ativos prazos definidos pela Constituição.
financeiros, como títulos públicos, por exemplo. • Lei Orçamentária Anual (LOA) – Plano de ação apresen-
Assim, o vendedor assume o compromisso de recompra do tado e discutido sempre no final do ano, com base nos objetivos
título, enquanto o comprador compromete-se a vender esse tí- do PPA e nas prioridades da LDO. Nela estão descritas receitas
tulo com a mesma instituição da primeira operação, em data e despesas. O Presidente da República tem até o dia 3 de agos-
mencionadas pelas partes em contrato. to para encaminhar esse documento à Comissão Mista de Or-
As negociações ocorrem em duas etapas, a primeira chama- çamento, seguindo depois para o plenário do Congresso, onde
da “ida”, pois é quando a instituição vende o título; a segunda será votado até o dia 22 de dezembro.
chamada “volta”, quando há a recompra do mesmo título. No Segundo a Constituição, esse é o caminho que o orçamento
momento da negociação, deverão constar em contrato, algumas público deve percorrer, passando pelas etapas do PPA, LDO e
informações, como a data da recompra e o valor, que geralmen- LOA, de forma organizada e planejada.
te é o mesmo.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Títulos do Tesouro Nacional
O Tesouro Direto é o Programa do Tesouro Nacional, em PRODUTOS BANCÁRIOS: PROGRAMAS SOCIAIS E BE-
parceria com a B3. Ao investir nesses títulos, os recursos serão NEFÍCIOS DO TRABALHADOR; NOÇÕES DE CARTÕES
emprestados para o governo federal aumentar investimentos DE CRÉDITO E DÉBITO, CRÉDITO DIRETO AO CONSU-
em saúde, educação, segurança etc. Em troca, o investidor rece- MIDOR, CRÉDITO RURAL, POUPANÇA, CAPITALIZA-
be será remunerado, através do principal mais juros. ÇÃO, PREVIDÊNCIA, CONSÓRCIO, INVESTIMENTOS E
São investimentos considerados com o menor risco do mer- SEGUROS
cado, pois estão 100% garantidos pelo Tesouro Nacional. A ren-
tabilidade varia conforme o título escolhido e se a remuneração Cartões de crédito e débito
é pré ou pós-fixada; e se será recebido em parcelas semestrais Cartões de crédito
ou acumulados no vencimento. Para a utilização de cartões de crédito não é necessário ter
Existem títulos de curto, médio e longo prazos, e todos pos- dinheiro em conta, pois as compras vêm para pagamento atra-
suem liquidez diária; assim, o resgate antecipado pode ocorrer vés de uma fatura com prazo de vencimento de até 40 dias após
conforme a necessidade do investidor, pois a recompra dos títu- o consumo, ou em várias parcelas.
los é garantida pelo governo. O Tesouro Nacional pagará o valor É uma espécie de empréstimo, com a administradora ou
pelo qual o título está sendo negociado na data; valor este que instituição financeira, pois os comerciantes recebem em poucos
não é fixo. dias após a compra, mas o pagamento ocorre em um período
Como os demais investimentos, existem as taxas de admi- posterior.
nistração da instituição financeira e a taxa de custódia da B3, Caso a fatura não seja paga na data, ocorrerão acréscimos
além de IR e IOF. Antes de investir é importante observar qual de multas e juros. Se for paga na data do vencimento, com valor
o título que possui as melhores condições conforme o objetivo menor que o total, o cliente utilizará o crédito rotativo.
do investidor.
Os títulos do Tesouro Nacional são: Cartões de débito
• Tesouro prefixado - Esse título vence em 01/07/2024. Ao realizar pagamentos utilizando os cartões de débito, o
Título prefixado, ou seja, no momento da compra, você já sabe desconto será automático do saldo de conta corrente (saldo po-
exatamente quanto irá receber no futuro (sempre R$ 1.000 por sitivo ou cheque especial). É considerado sempre como paga-
unidade de título). Atualmente sua rentabilidade anual é de mento à vista, pois utiliza o dinheiro que já disponível.
8,14%, com investimento mínimo de R$ 31,63.
• Tesouro IPCA+ - Esse título vence em 15/08/2026. Títu- Rede de aceitação (adquirências)
lo pós-fixado, uma vez que parte do seu rendimento acompanha As adquirentes são as redes de aceitação de cartões, como
a variação da taxa de inflação (IPCA). Sua rentabilidade atual é a Cielo, Rede, GetNet, etc. São responsáveis por fazer a comuni-
de 3,74% e seu investimento mínimo é de R$ 59,02. cação da bandeira do cartão.
• Tesouro SELIC - Esse título vence em 01/09/2024. Título Elas irão processar os dados e após alguns dias farão o repas-
com rentabilidade diária vinculada à taxa de juros da economia se do valor das compras aos lojistas, mediante taxa de transação.
(taxa Selic). Isso significa que se a taxa Selic aumentar a sua ren- As adquirentes vão garantir algumas vantagens como, faci-
tabilidade aumenta e se a taxa Selic diminuir, sua rentabilidade lidade na cobrança e menor taxa na transação. Porém, também
diminui. Rentabilidade atual de 0,2323%, com investimento mí- podem trazer alguns problemas, como falta de comunicação por
nimo de R$ 108,12. alguns instantes; nesse caso o lojista fica impossibilitado de re-
ceber suas vendas. Além do fato de, no caso algum serviço com-
Dívida Pública plementar ser necessário, deverá em muitos casos, optar pela
É o conjunto de títulos emitidos pelo governo para obter contratação a parte, o que aumenta a burocracia para lojistas
dinheiro de seus cidadãos, de outros países ou do mercado fi- de pequeno porte.
nanceiro e custear suas despesas. Na venda desses títulos, o Com o tempo, foram criadas as subadquirentes, que são in-
governo se compromete em receber o título e devolver o valor termediárias de pagamentos, fazendo a mediação entre lojistas
pago, acrescido de juros, na data de seu vencimento. e adquirentes. Capazes também de aprovar transações, além de
O governo recorre a venda de títulos e se endivida, pois mui- ter serviços antifraudes.
tas vezes, o valor da arrecadação de impostos não é suficiente Existem também as empresas conhecidas como gateways,
para cobrir todas as despesas e custos com serviços oferecidos que atuam apenas no mundo virtual, da mesma maneira que as
a população, compra de bens e serviços e com o pagamento de “maquininhas” de recebimento, porém, apenas nas empresas de
seus servidores. e-commerce.

Bandeiras de cartão
Empresas como Visa, Mastercard, Elo, etc. representam as
bandeiras dos cartões. Elas trabalham para definir onde os car-
tões serão aceitos, pois também indicam as máquinas dos esta-
belecimentos.
Visa e Mastercard são as bandeiras mais aceitas no mundo;
a Elo é uma bandeira nacional, ainda aceita apenas no Brasil.
Além da aceitação, a bandeira é responsável pela comuni-
cação entre ela, a empresa da máquina e o emissor do cartão
no momento em que ocorre a compra para a conclusão da tran-
sação.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
A bandeira pode oferecer também promoções, descontos, res recebidos sejam por lá, depositados. Seu pagamento pode
seguros e vantagens exclusivas para seus clientes. Quanto me- ocorrer em estabelecimentos variados, como supermercados,
lhor a modalidade do cartão, melhores serão os benefícios ofe- lotéricas, etc. O valor estará disponível em conta, um dia após a
recidos. sua liquidação. Tem a facilidade de ser pago em supermercados,
lotéricas, etc.
Depósitos à vista, depósitos a prazo (CDB e RDB) e letras Para a realização deste serviço, os bancos estão autoriza-
de câmbio dos a cobrar tarifas conforme o contrato da conta corrente do
cliente.
Depósitos à vista
Conhecidos como depósitos em conta corrente, represen- Carnê
tam a entrega de valores as instituições financeiras, para que Também um título de cobrança, representa a união de vá-
sejam guardados ou aplicados, com resgate total ou parcial no rios boletos. São emitidos para compras parceladas, formalizan-
momento em que o cliente necessitar. do uma relação de crédito concedido entre vendedor e consu-
Também é uma forma de captação de recursos pelos bancos, midor. Antes de sua emissão, é necessário análise dos dados do
porém, sem remuneração, já que possuem liquidez imediata. cliente, com a finalidade de determinar se este tem condições
de pagar pelo objeto de compra.
Depósitos a prazo
Investimentos em que o cliente deve aguardar o prazo de Transferência automática de fundos
vencimento para resgatá-lo, conforme contrato. Prestação de serviços em que a instituição financeira mo-
Certificado de Depósito bancário (CDB) e Recibo de Depósi- vimenta recursos de uma ou mais contas correntes para um ou
to Bancário (RDB) são os principais instrumentos de depósitos a mais fundos. Para isso, o cliente antecipadamente autoriza o
prazo. Considerados investimentos, pois são aplicados em troca banco o movimentar suas contas.
de remuneração de juros. É um serviço sem cobrança adicional para o cliente, além de
CDB – Possui liquidez diária e pode ser regatado a qualquer ser considerada uma maneira de gerenciar recursos do cliente,
momento (sob aviso prévio). Tem emissão digital e física. Sus- pois dada a autorização, o banco pode também fazer o resga-
cetíveis a incidência de IR e IOF, possuem garantia pelo Fundo te de valores (resgate automático), transferindo-os da conta de
Garantidor de Crédito em até R$ 250.000,00 por título, (limitado aplicação para a conta corrente quando houver necessidade da
a quatro por CPF ou CNPJ). cobertura de possíveis valores que não estejam disponíveis.
RDB – Título de renda fixa emitido pelas instituições finan-
ceiras. Nesse investimento o cliente empresta dinheiro para Commercial papers
uma instituição financeira e no vencimento tem o retorno do São títulos de crédito emitidos por empresas não financei-
capital investido mais o rendimento. Sofre incidência de IR e ras da modalidade Sociedades Anônimas (S.A’s), com necessi-
de IOF apenas quando resgatado num prazo menor que 30 dias dade de captar recursos no mercado interno para financiar suas
após a aplicação. Tem a segurança do Fundo Garantidor de Cré- necessidades de fluxo de caixa.
dito nas mesmas condições do CDB. Tem um prazo de mínimo de 30 dias e máximo de 180 ou
360. Para S.A’s de capital fechado é de até 180 e com capital
Letras de câmbio LC’s) aberto de até 360.
São títulos de renda fixa que permitem que o dinheiro seja É uma operação considerada alternativa para empréstimos
emprestado a uma financeira. Podem ser pré e pós fixadas ou bancários convencionais, possibilitando redução nas taxas de juros
híbridas. devida eliminação da intermediação financeira e também mais ra-
Pré fixada: Indicam a rentabilidade final no momento da pidez e simplicidade na negociação entre tomadores e investidores.
aplicação inicial.
Pós fixada: A rentabilidade total será apresentada apenas Arrecadação de tributos e tarifas públicas
no vencimento do título. Toda a arrecadação de tributos e tarifas públicas, obrigato-
Híbrida: Parte do valor está na modalidade pré e a outra riamente transita pelas instituições financeiras para seu paga-
metade na pós fixada. mento. São serviços prestados através de convênios específicos
São asseguradas pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC), de arrecadação e repasse.
no valor de até R$ 250.000,00, com um limite total de R$ Geralmente, o poder público mantém um banco preferen-
1.000.000,00. cial conveniado para centralizar suas arrecadações e identificar
Sofrem incidência de IOF e também de IR. pagamento dos contribuintes.
Tributo: Cobrança coercitiva, realizada pelo agente público
Cobrança e pagamento de títulos e carnês (união, estados e municípios) em relação à pessoa física e jurídi-
A movimentação de títulos e carnês tem objetivo de pro- ca (impostos, taxas e contribuições).
cessar e controlar as operações realizadas com títulos e carnês Tarifas Públicas: Pagamento de serviços realizados por con-
enviados as instituições financeiras por empresas ou pessoas cessionárias (água, luz, telefone e gás).
físicas.
Home/office banking e remote banking
Boleto Home/Office Banking: Tecnologia desenvolvida para que os
Título de cobrança regulamentado pelo BACEN. É muito po- clientes realizem operações bancárias fora das agências, através
pular, podendo ser emitido por pessoas físicas e jurídicas, inclu- dos recursos da internet, permitindo economia de tempo. Esse
sive para pessoas que não possuem vínculo com algum banco, sistema favorece também a redução de custos e expansão de
porém, seu emissor dever ter conta corrente para que os valo- serviços para as instituições financeiras.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Remote Banking: Serviços disponíveis para que o cliente te- Descontos de títulos
nha acesso a todo tipo de acesso fora de uma agência. Objetiva Modalidade de crédito, conhecida como a antecipação de
reduzir custos de operação e geração de eficiência na relação recebíveis que o cliente tem e já apresentou a instituição finan-
entre banco e cliente. Ex. Banco 24 horas, atendimento telefô- ceira como forma de garantia (nota promissória, cheques, etc.).
nico, aplicativos para celular e computadores diversos, atendi- Por essa antecipação, o banco cobra uma taxa, chamada de
mento via chat e WhatsApp. taxa de redesconto, definida a partir de um percentual sobre o
valor nominal ou futuro do título. Nessa antecipação de recurso
Corporate finance incide o IOF; e outros encargos bancários contratuais.
É a prestação de serviços de instituições financeiras de in- É geralmente utilizado por pessoas jurídicas, mas pessoas
vestimento, para grandes empresas em negociações de aquisi- físicas também tem acesso.
ções, cisões, fusões, incorporações, etc.
Os bancos, através de seus profissionais especialistas, au- Financiamento de capital de giro
xiliam na análise de cálculo do valor das empresas envolvidas O financiamento do capital de giro pode ocorrer de duas
(valuation), pesquisas de mercado para assegurar a justificativa formas:
da operação. a) Quando o capital de giro não está vinculado a algum gasto
Além desse serviço, o banco concede, em muitos casos, em- exclusivo.
préstimos ou apoio na captação de recursos internos ou externos b) Quando está vinculado a compra de insumos ou material
para a realização da operação. É cobrada uma comissão sobre a de estoque.
operação, geralmente uma taxa fixa, acordada em contrato.
A movimentação dos recursos ocorre através de transferên-
Fundos mútuos de investimento cia para a conta do tomador.
São fundos de investimentos gerenciados por profissionais O limite de financiamento é determinado pela análise de
especialistas no mercado financeiro. Os fundos gerenciam recur- crédito do cliente e sua capacidade de pagamento. Os pagamen-
sos de um grupo de investidores, em carteiras diversificadas de tos podem variar conforme a necessidade da empresa.
títulos e valores mobiliários, com divisão de recursos (cotas de Os bancos comerciais costumam ter muitas opções para fi-
participação) em partes iguais para todos. nanciamento de capital de giro quanto a prazos, taxas, garan-
Os fundos são individuais, cada um com seu grau de risco e tias. Porém, ocorre dessa modalidade de financiamento ter ta-
custo de serviços definidos desde o início. Os recursos arreca- xas de juros mais baixas. Os recursos liberados podem ocorrer
dados com as vendas das cotas são investidos em títulos, que de forma isolada ou associada a investimentos fixos e possuem
resultarão na rentabilidade dos fundos incidência de IOF.
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) é o órgão responsá- As garantias para essa linha de crédito incluem alienação
vel por normas, registros, autorizações, e supervisão dos fundos. fiduciária, penhora de recebíveis, hipoteca, etc.

Hotmoney Vendor Finance e Compror Finance


São empréstimos de curtíssimo prazo (de 1 a 29 dias), desti- Vendor finance: É a operação de financiamento em que a
nados as pessoas jurídicas para financiar o capital de giro. Nesse instituição financeira intercede por meio de convênio à negocia-
sistema, os recursos são transferidos entre mercados, com rapi- ção de compra de venda entre duas empresas.
dez e eficiência referente aos ganhos. No entanto, suas taxas de A negociação é formalizada em contrato com a empresa
juros são altas e seus prazos de pagamento, muito pequenos. vendedora, mencionando que o banco financiará recursos para
As empresas optantes pelo hotmoney contratam o serviço a compradora, realizando o pagamento da compra à vista, me-
através de instituição financeira e celebração de contrato. diante desconto.
Neste caso, apenas a empresa vendedora é cliente do ban-
Contas garantidas co, por isso, celebra o contrato, a empresa compradora, que re-
É uma linha de crédito disponível na conta corrente para cebe o crédito não precisa ser correntista.
utilização no curtíssimo prazo. Está vinculada a uma garantia, Compror finance: É a operação de financiamento em que a
como algum recebível ou garantia real (hipoteca, penhor, anti- instituição financeira intermedia através de convênio uma nego-
crese). Após a realização do contrato entre cliente e instituição ciação de compra e venda entre duas empresas. Nesta situação,
financeira, o limite estabelecido é disponibilizado. a empresa compradora, cliente do banco firma contrato para
Costumam ter taxas de juros mais baixas e limite de crédito aquisição de mercadorias a vista, sendo financiada pela institui-
mais elevado devido as garantias. ção financeira.
Não há necessidade do envolvimento da vendedora. O paga-
Crédito rotativo mento acontecerá em data futura, acordado em contrato.
Modalidade de crédito muito utilizada para pagamento de
cartões de créditos, porém, também para cheque especial, cau- Leasing (tipos, funcionamento, bens)
ção de duplicatas. Pessoas físicas e jurídica podem contar com Leasing é um arrendamento mercantil. Neste processo, exis-
este recurso. tem duas partes envolvidas, que podem ser tanto pessoas físicas
O limite de crédito é utilizado em um período curto, me- como jurídicas.
diante o pagamento com juros. O arrendatário é que tem o direito da posse de uso tempo-
Ex. Fatura do cartão de crédito no valor de R$ 5.000,00; com rário de um bem, em troca do pagamento de parcelas mensais
pagamento mínimo obrigatório de R$ 1.000,00; pagamento re- a empresa que fez o arrendamento. É uma forma de desfrutar
alizado de R$ 800,00. O saldo restante a pagar de R$ 4.200,00 é do bem, sem necessidade de comprá-lo. Para que essa relação
o crédito rotativo. aconteça, é preciso do arrendador (empresa).

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Existem três tipos de leasing: Crédito direto ao consumidor
a) Leasing financeiro: de longo prazo, em que o cliente ma- Linha de crédito, também conhecida como empréstimo
nifesta o interesse na aquisição do bem. Ao finalizar o contrato, pessoal; destinada geralmente a pessoas físicas. Realizado por
o bem já terá sido pago. Caso não haja interesse em permanecer instituição bancária ou instituição particular (como lojas de de-
com o bem, este será vendido e se o recebido for menor que partamento). Os juros são considerados altos, devido a poucas
o valor de aquisição, o arrendatário pagará por essa diferença; garantias, pois o valor é descontado diretamente da conta cor-
sendo este valor maior, receberá o valor correspondente; cha- rente.
mado de Valor Residual Garantido (VRG). Para os bens com vida
útil de até cinco anos, o prazo do contrato será de dois anos. Já Crédito rural
os bens com vida útil superior a cinco anos, o contrato deverá Crédito destinado aos produtores rurais, cooperativas de
ser de no mínimo, três anos. produtores rurais, associação de produtores rurais, etc. Os re-
b) Leasing operacional: de curto prazo, em que o arrendatá- cursos são disponibilizados por instituições financeiras, consi-
rio manifesta logo de início sua opção por não obrigatoriedade derados especiais por terem taxas de juros abaixo do mercado.
em adquirir o bem. São três opções ao final desse contrato: ad- Seu objetivo é estimular o crescimento da área rural, incen-
quirir o bem, renovar o bem, ou não renovar. Nessa modalidade, tivando e fortalecendo pequenos produtores, desenvolvendo
não existe o VRG. Prazo mínimo de contrato, por 90 dias, não as atividades florestais e pecuárias, aumentando a produção
podendo ultrapassar 75% da vida útil do bem. através de métodos eficazes; estimulando a geração de renda
c) Sale and leaseback: modalidade em que o arrendatário e a mão de obra para agricultura familiar e aquisição de equi-
vende o bem a um terceiro, no entanto, continua fazendo uso pamentos.
deste por meio de aluguel, formalizado em contrato. Financia as atividades de custeio, investimento e benefi-
ciamento ou industrialização. Serve também para o custeio de
Todos os contratos de leasing podem ter bens móveis e imó- despesas de produção, investimento na produção e custeio das
veis. despesas pós produção.
Por ser um programa do governo tem algumas, devem ser
Financiamento de capital fixo obedecidas algumas exigências:
As instituições financeiras não tem muita opção para crédi- • Idoneidade
to quando se trata de capital fixo. Esse capital geralmente ne- • Orçamento do Projeto e viabilidade econômica
cessita de valores muito altos, o que gera muita insegurança nos • Acompanhamento do cronograma indicado no projeto
bancos, quanto ao cumprimento dessa obrigação, pelo volume • Fiscalização do financiador
de recursos e pelo período de amortização muito longo. • Cumprimento das regras de zoneamento.
Os recursos são liberados para financiar itens que contri-
buam para o crescimento e desenvolvimento e funcionamento Pode ser concedido para pessoas físicas ou jurídicas, inclusi-
das empresas, como máquinas e equipamentos, instalações, etc. ve para quem não é produtor rural; desde que esteja vinculado
Assim, as instituições governamentais se dispõem com a atividades pertinentes a agricultura, pecuária, pesquisa, etc.
maior facilidade a financiar em longo prazo, o capital fixo; como São necessárias garantias como penhor, aval, fiança, hipo-
o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BN- teca, etc.
DES). A lei que define o crédito rural é a Lei nº 4.829, de
As modalidades de crédito são: 05/12/1965.
Crédito Direto ao Consumidor (CDC): Concedidos por ban- O pagamento será realizado conforme seu valor original e
cos e financeiras, as pessoas físicas e jurídicas, na aquisição poderá ser desde uma única parcela, ou amortizações conforme
de bens e serviços. Com pagamentos geralmente realizado em contrato.
prestações mensais. Com incidência de juros, IOF e taxas de
abertura de crédito. Cadernetas de poupança
CDC com Interveniência (CDCI): Liberados apenas para em- A aplicação mais popular, devido sua segurança e facilidade
presas exclusivos intermediários de seus clientes, garantindo o e liquidez imediata.
pagamento. Tem os mesmos prazos e taxas do CDC, porém, me- Pode ter resgate em qualquer momento, porém a remu-
nores; pois não há risco por parte do cliente, mas sim, do seu neração só ocorrer para valores que ficam parados a partir de
interveniente. 30 dias. Para cálculos de juros, será observado o índice de 0,5%
Crédito Direto (CD): Semelhante ao CDCI, em que a insti- a.m., sempre que a taxa SELIC for maior que 8,5% a.a.; se a meta
tuição se apropria da carteira dos lojistas e assume os riscos do for inferior ou igual a 8,5% a.a., o índice corresponderá a 70% do
crédito. valor da meta.
Crédito Automático por Cheque: Concedido aos clientes es- A poupança foi criada para estimular o sistema habitacional
peciais, como um cheque especial. Com pagamento parcelado, do país.
com taxas de juros pré fixadas ou flutuantes, aceitas pelos clien- Não há limite de aplicação ou de resgate. Está isenta da tri-
tes e acordadas em contratos. butação do IR e IOF. Os bancos não cobram pela manutenção
das cadernetas de poupança.
As garantias para essa linha de crédito incluem alienação
fiduciária, penhora de recebíveis, hipoteca, etc.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Financiamento à importação e à exportação: repasses de Exportação
recursos do BNDES O BNDES financia as exportações, atuando no pré embar-
Importação que, com apoio a produção e no pós embarque, quando a pro-
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social dução já está sendo comercializada. Esse crédito permite a com-
(BNDES) é uma empresa pública e um dos maiores bancos de petitividade das empresas em âmbito internacional, trazendo
desenvolvimento do mundo. retornos positivos na economia interna.
Por se tratar de um banco público e instrumento principal De acordo com o BNDES:
da União para financiamento e investimento de longo prazo; an-
tes de conceder crédito, avalia o impacto que esse recurso cau- “Pré-embarque – financiamento à produção para exporta-
sará nos setores socioambiental e econômico do Brasil. ção
Assim, antes de conceder financiamentos para a importação O produto BNDES Exim Pós-embarque compreende as se-
fará uma análise minuciosa para identificar se o bem a ser adqui- guintes linhas de financiamento: BNDES Exim Pós-embarque
rido não possui semelhança ou equivalência a outro produzido Bens, BNDES Exim Pós-embarque Serviços, BNDES Exim Pós-em-
internamente. Pois, a importação desse item permitiria concor- barque Aeronaves e BNDES Exim Automático.
rência para a produção daquele já existente, causando prejuízos No produto pós-embarque, o objeto do financiamento é a
e danos econômicos a economia e ao desenvolvimento susten- comercialização de bens e serviços brasileiros. Nesse caso, o
tável da nação. BNDES antecipa à empresa brasileira exportadora o valor dos
Conforme o BNDES: bens ou serviços devidos pelo importador estrangeiro. Esse de-
“O apoio à importação de bens ficará condicionado à com- sembolso de recursos se dá em reais no Brasil, e o importador
provação de inexistência de similar nacional, utilizando-se, para estrangeiro passa a dever ao BNDES. Portanto, não há remessa
essa comprovação, um dos seguintes documentos: de divisas ao exterior. O pagamento do financiamento pelo im-
a) Resolução da Câmara de Comércio Exterior (CAMEX) com portador estrangeiro é realizado por intermédio de banco man-
a lista de bens contemplados pelo regime de Ex-tarifário, cons- datário, que entre outras atribuições, fecha o câmbio e repassa
tando o bem a ser financiado. A Resolução deverá estar em vigor o valor em reais ao BNDES.
na data da aprovação e da contratação da operação; O financiamento à comercialização pode ser realizado por
b) Anotação realizada pelo Departamento de Comércio Ex- meio de duas modalidades operacionais: supplier credit ou
terior (DECEX) na própria licença de importação do bem finan- buyer credit, além da linha BNDES Exim Automático.
ciado, atestando a inexistência de similar nacional;
Supplier credit
c) Atestado de entidade representativa ou de classe, de âm-
Refinanciamento ao exportador por meio do desconto de
bito nacional e que já prestem serviço semelhante para a Secre-
títulos. Veja como funciona:
taria de Comércio Exterior, de inexistência
• O exportador concede ao importador financiamento por
de produção ou similar nacional.
meio de carta de crédito, letras de câmbio ou notas promissó-
Em caso de oposição das partes interessadas (Postulante,
rias. Esses títulos deverão ser cedidos ou endossados pelo ex-
Intervenientes, dentre outros) em relação ao referido atestado,
portador ao BNDES.
será solicitado ainda laudo técnico emitido por entidade tecno-
• O BNDES realiza o refinanciamento mediante o desconto
lógica de reconhecida idoneidade e competência técnica, pre-
dos instrumentos de pagamento, e desembolsa os recursos ao
ferencialmente contendo os seguintes fatores: produtividade, exportador, à vista, em reais, no Brasil.
qualidade, prazo de entrega usual para o equipamento, forneci- • O importador pagará ao BNDES no prazo definido.
mentos anteriores, consumo de energia e de matérias-primas e • O banco mandatário realiza as transferências de recursos
outros fatores de desempenho específicos do caso; e documentos relativos à operação.
d) Comprovação de credenciamento do Beneficiário peran-
te o CNPq, mediante publicação do respectivo certificado no Fluxo Operacional – BNDES Exim Pós-embarque Supplier
D.O.U., e (ii) da apresentação da licença de importação dos bens Credit
deferida pelo CNPq, extraída do Sistema Integrado de Comércio 1. Após aprovada pelo BNDES a operação na modalidade Su-
Exterior – SISCOMEX, nos casos de dispensa de exame de simila- pplier Credit, o Exportador pode embarcar os produtos/executar
ridade previstos na Lei 8.010, de 1990. os serviços para o Importador.
2. O Importador apresenta títulos ou cartas de crédito emi-
Observações tidos em favor do Exportador.
Os critérios mencionados serão observados, no que couber, 3. O Exportador realiza o endosso dos títulos ou a cessão das
para o financiamento de serviços importados. cartas de crédito em favor do BNDES.
No que se refere ao item “c” anterior, o BNDES: 4. O Banco Mandatário envia ao BNDES a documentação
I. terá a faculdade de acolher ou não a indicação, feita pe- comprobatória da exportação e o pedido de liberação de recur-
las partes interessadas, de entidade representativa ou entidade sos.
tecnológica como responsáveis pela comprovação da inexistên- 5. O BNDES analisa a documentação e, caso esteja em boa
cia de produção ou similar nacional; ordem, realiza o desembolso de recursos ao Banco Mandatário.
II. não ficará vinculado ao entendimento constante dos do- 6. Em seguida, o Banco Mandatário repassa os recursos ao
cumentos apresentados pelas referidas entidades sobre a ine- Exportador.
xistência de similar nacional; 7. Após o término da carência de principal do financiamen-
O BNDES poderá, caso entenda necessário e em caráter to, o Importador inicia a amortização das prestações, via Banco
complementar, consultar os fabricantes nacionais sobre a exis- Mandatário, até a total liquidação financeira do contrato.
tência de produção ou similar nacional”. 8. Em seguida, o Banco Mandatário repassa os pagamentos
ao BNDES, até a total liquidação do financiamento.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Buyer credit 4. O Exportador embarca os bens ao Importador envia do-
Financiamento à exportação mediante celebração de con- cumentos comprobatórios da exportação para o Banco Manda-
trato com o importador, com interveniência do exportador. tário, que envia ao BNDES a documentação e o pedido de libe-
Operações mais complexas e que envolvem diretamente o im- ração de recursos.
portador estrangeiro são em geral realizadas por meio desta 5. O BNDES analisa a documentação e, caso esteja em boa
modalidade. Veja como funciona: ordem, realiza o desembolso de recursos ao Banco Mandatário.
• O BNDES concede ao importador financiamento median- 6. Em seguida, o Banco Mandatário libera os recursos ao
te a celebração de contrato de financiamento, firmado entre o Exportador.
BNDES e o importador, ou entre o BNDES e o devedor, com a 7. Após o término da carência de principal do financiamen-
interveniência do exportador. to, o Banco no exterior inicia a amortização das prestações, até
• O BNDES desembolsa os recursos ao exportador, em reais, a total liquidação do financiamento”.
no Brasil.
• O importador ou o devedor pagará ao BNDES no prazo Cartões de crédito
definido. Modalidade de crédito que beneficia o consumidor no mo-
• O banco mandatário realiza as transferências de recursos mento da compra de um produto ou serviço, já que o vencimen-
e documentos relativos à operação. to da fatura (documento que detalhas as despesas) ocorrerá em
data posterior, inclusive com situações de parcelamento. Por
Fluxo Operacional – BNDES Exim Pós-embarque Buyer Cre- isso, não é necessário dispor de dinheiro no momento da aqui-
dit sição.
1. O Exportador firma um contrato comercial com o Impor- No entanto, o vendedor/prestador receber em poucos dias
tador, para entrega futura de bens/serviços. através da instituição financeira ou da administradora de car-
2. O Exportador encaminha ao BNDES a consulta prévia, com tões.
informações sobre a operação de exportação. O BNDES avalia, Caso o valor não seja pago com atrasos ou em data dife-
de acordo com parâmetros previamente estabelecidos, e apro- rente do vencimento, há incidência de juros conforme contrato.
va a operação, que é formalizada por meio de um contrato de
financiamento com o Importador/devedor, com interveniência Títulos de capitalização
do Exportador. Título de crédito, regulamentado pela Superintendência de
3. O Exportador embarca os produtos/executa os serviços Seguros Privados (SUSEP) com prazo e regras estabelecidos em
ao Importador. contrato. É conhecido popularmente como uma forma segura de
4. O Exportador envia documentos comprobatórios da ex- guardar dinheiro e concorrer sorteio de prêmios.
portação e quaisquer outros relacionados no contrato de finan- O capital é separado em três partes:
ciamento para o Banco Mandatário. 1ª. É acumulada com juros corrigidos ao longo do tempo.
5. O Banco Mandatário envia ao BNDES a documentação e o 2ª. Destinada para custear os sorteios.
pedido de liberação de recursos. 3ª. Reservada para custear as despesas administrativas.
6. O BNDES analisa a documentação e, caso esteja em boa Além de ser vendido em agências bancárias, pode ser en-
ordem, realiza o desembolso de recursos ao Banco Mandatário. contrado em lotéricas, correios, etc. Suas principais caracterís-
7. Em seguida, o Banco Mandatário repassa os recursos ao ticas são:
Exportador. • Prazo de vigência – mínimo de 12 meses, organizadas
8. Após o término da carência de principal do financiamen- em séries visíveis no próprio título, com emissão de ao menos,
to, o Importador inicia a amortização das prestações, até a total 10.000 unidades.
liquidação financeira do contrato. • Forma de pagamento – mensal, periódico ou único.

BNDES Exim Automático Muitas vezes, o título de capitalização pode ser confundido
Apoio à comercialização no exterior de bens de fabricação com uma espécie de poupança com premiação através de sor-
nacional mediante a abertura de linha de crédito a instituições teios, porém, no final do contrato, o valor resgatado é menor
financeiras no exterior. O importador terá acesso ao financia- que o valor inicial investido. Sua rentabilidade mínima oferecida
mento do BNDES para adquirir bens brasileiros, por meio de deve ser a partir do valor da Taxa Referencial (TR), somada a
bancos no seu próprio país. O desembolso de recursos pelo 20% da taxa de juros mensal aplicada a caderneta de poupança.
BNDES ao exportador, por intermédio do banco mandatário, é Não possui liquidez imediata e de acordo com o contrato,
realizado em reais, no Brasil. Por sua vez, o banco no exterior, poderá ou não ser resgatada antes do vencimento. Sendo possí-
responsável pelo risco da operação, efetua os pagamentos via vel, o valor será menor do que o valor total pago até o momento.
banco mandatário ao BNDES.
Planos de aposentadoria e pensão privados.
Fluxo Operacional – BNDES Exim Automático Plano de previdência privada é um tipo de produto financei-
1. O Exportador realiza uma negociação comercial com o Im- ro, uma forma de seguro em que o investidor acumula capital,
portador, para entrega futura de bens. remunerado conforme as aplicações escolhidas pelo administra-
2. O Banco no exterior aprova o crédito do Importador. dor do plano. O fundo de previdência é o canal de investimento
3. O Exportador encaminha ao BNDES o pedido de finan- dos planos.
ciamento, com informações sobre a operação de exportação. O A Previdência privada foi criada com o objetivo de comple-
BNDES avalia, de acordo com parâmetros previamente estabele- mentar a previdência social, porém, também, como um seguro
cidos, e homologa a operação. para os trabalhadores que não contribuem para o INSS.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Os principais planos são PGBL e VGBL, que se diferenciam
pela tributação. No VGBL, a incidência do IR ocorre apenas sobre NOÇÕES DE MERCADO DE CAPITAIS
os rendimentos; no PGBL o IR incide sobre o valor resgatado ou
no recebimento da renda. É o ambiente onde são negociados os títulos que represen-
Conforme a SUSEP: tam o capital das empresas (ações) ou títulos de dívidas (de-
“VGBL (Vida Gerador de Benefícios Livres) e PGBL (Plano bêntures). Neste local se encontram empresas e investidores
Gerador de Benefícios Livres) são planos por sobrevivência (de (pessoas físicas e jurídicas). As empresas estão em busca de ala-
seguro de pessoas e de previdência complementar aberta, res- vancar seu capital de giro ou fixo através da emissão de títulos.
pectivamente) que, após um período de acumulação de recursos São operações geralmente de longo prazo, sem a intermediação
(período de diferimento), proporcionam aos investidores (segu- de instituições financeiras, porém, as instituições responsáveis
rados e participantes) uma renda mensal - que poderá ser vita- pela negociação entre empresas e investidores devem estar au-
lícia ou por período determinado - ou um pagamento único. O torizadas a operar no Sistema Financeiro Nacional.
primeiro (VGBL) é classificado como seguro de pessoa, enquanto As ações são os títulos mais negociados no mercado de capi-
o segundo (PGBL) é um plano de previdência complementar. tais. Podem ser ordinárias (com direito a votos) ou preferenciais
No caso do PGBL, os participantes que utilizam o modelo (preferência na distribuição de resultados).
completo de declaração de ajuste anual do I.R.P.F podem de- O mercado de capitais é constituído por:
duzir as contribuições do respectivo exercício, no limite máxi- • Bolsa de Valores – Local onde as companhias são lista-
mo de 12% de sua renda bruta anual. Os prêmios/contribuições das.
pagos a planos VGBL não podem ser deduzidos na declaração • Corretoras – Responsáveis pelo intermédio entre Bol-
de ajuste anual do I.R.P.F e, portanto, este tipo de plano seria sas e investidores.
mais adequado aos consumidores que utilizam o modelo sim- • Bancos – Responsáveis pelos estudos de viabilidade das
plificado de declaração de ajuste anual do I.R.P.F ou aos que já empresas.
ultrapassaram o limite de 12% da renda bruta anual para efeito • CVM – Comissão de Valores Mobiliários, órgão regula-
de dedução dos prêmios e ainda desejam contratar um plano de dor desse mercado.
acumulação para complementação de renda”. O mercado de capitais está dividido em outros dois merca-
dos:
Planos de seguros  Mercado primário –Quando uma empresa lança pela
Seguro é todo contrato pelo qual uma das partes, segura- primeira vez um título.
dor, se obriga a indenizar a outra, segurado, em caso da ocor-  Mercado secundário – Quando um título já está em po-
rência de determinado sinistro, em troca do recebimento de um der de um investidor, porém, este o oferece no mercado, devido
prêmio de seguro. Os seguros são acionados por diversas ocasi- a necessidade de liquidez.
ões, por isso existem os planos de seguro.
Os planos de seguros fazem parte do Sistema Nacional de
Seguros Privados; instituído pelo Decreto Lei nº 73/1.966. Cons- NOÇÕES DE MERCADO DE CÂMBIO: INSTITUIÇÕES
tituído pelo Conselho Nacional de Seguros Privados – CNSP; pela AUTORIZADAS A OPERAR E OPERAÇÕES BÁSICAS
Superintendência de Seguros Privados – SUSEP; pelos ressegu-
radores; por sociedades autorizadas a operar em seguros priva- Instituições Autorizadas a operar
dos; e por corretores habilitados. As instituições que operam neste mercado são os bancos
Um plano de seguro é um serviço oferecido por empresas múltiplos, bancos comerciais, caixas econômicas, bancos de in-
privadas que disponibilizam atendimentos para situações de si- vestimento, bancos de câmbio (realizam todas as operações pre-
nistro. Os planos são individualizados para atender cada cliente vistas para o mercado de câmbio).
conforme suas necessidades. Para isso, é necessário formalizar Os bancos de desenvolvimento, agências de fomento e as
o plano através de um contrato chamado apólice. sociedades de crédito, financiamento e investimento; podem
A apólice é o contrato da cobertura com direitos e obriga- executar apenas algumas operações autorizadas pelo BACEN.
ções para as partes envolvidas. Nela devem constar todas as in- As sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários,
formações sobre o objeto do seguro, como dados do segurado sociedades distribuidoras de títulos e valores mobiliários e so-
e do bem a ser coberto, período de contratação, localização do ciedades de câmbio; realizam operações de câmbio com clientes
bem, riscos envolvidos, prêmio, tipos de sinistros, valor e con- para liquidação de até US$ 100 mil ou em moedas de outras na-
dições gerais da indenização, franquia. Os planos de seguro são cionalidades e operações no mercado interbancário, arbitragens
contratados como forma de prevenção, no entanto podem não no país e através de banco autorizado a operar no mercado de
se concretizar, caso não haja sinistros. câmbio e arbitragem com o exterior.

Operações Básicas
Qualquer modalidade de pagamentos ou recebimentos em
moeda estrangeira, inclusive, aplicações no mercado financeiro
externo, transferências.
Todas as operações de câmbio são formalizadas e registra-
das no sistema de câmbio – Sistema Integrado de Registro de
Operações de Câmbio.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Características de Contratos de Câmbio Além disso, uma taxa de envio deve ser paga a instituição
Operações que envolvem a movimentação de valores que viabiliza a transação; o valor muda de instituição para ins-
para o exterior. Implica uma negociação de troca de moedas, tituição.
regulamentado pelo BACEN, através da circular nº 3591, de
16/12/2013. Nesse contrato, devem constar as partes interessa- SISCOMEX
das, ou seja, a instituição que está autorizada a operar o câmbio, Programa integrado de comércio exterior que possibilita as
a parte que está no Brasil e a parte que se encontra no exterior. operações de compra e venda no mercado internacional.
É necessário, discriminar no documento; o custo da opera- Foi criado em 1992, iniciando suas operações na exporta-
ção, a taxa de câmbio, o prazo para liquidação da operação, o ção no ano seguinte; e em 1997 foi implantado seu módulo de
intermediário (casa de câmbio) e a taxa da comissão de corre- importação.
tagem. Integra todo o país na área de comércio exterior, sendo ope-
racionalizado pela rede SERPRO. Para sua utilização, é necessá-
Taxas de Câmbio rio o cadastro da empresa na Receita Federal, para os processa-
Processo da relação de troca entre moedas. É possível quan- mentos de registros na importação e exportação.
tificar como o montante de Real necessário para trocar por dó- Seu objetivo é simplificar e padronizar as operações de co-
lar, euro, etc. mércio exterior, agilizando as operações de embarque de mer-
A relação entre a taxa de Câmbio surge entre a demanda e a cadoria, diminuindo o período de liberação dos importados,
oferta pelas demais moedas em relação ao Real. dispondo de controle automático, gerando dados confiáveis, ini-
Exemplo: Os exportadores compram produtos no Brasil e bindo possíveis fraudes, ampliando atendimentos, motivando a
vendem para o resto do mundo, logo, recebem dos compradores entrada de novas empresas do comércio exterior.
em dólar que entram na economia brasileira. Enquanto isso, no
Brasil, os fornecedores precisam receber em Real. Já, os impor-
tadores compram mercadorias no exterior e trazem para o país, REGIMES DE TAXAS DE CÂMBIO FIXAS, FLUTUANTES E
vendem e recebem em Real; porém, os fornecedores estrangei- REGIMES INTERMEDIÁRIOS
ros querem levar dólares para o exterior. Temos assim, a rela-
ção de oferta e demanda, com exportadores ofertando dólares e Regimes de taxas de câmbio fixas
precisando de reais e importadores oferecendo reais e precisan- Quando o governo do país estabelece uma paridade fixa en-
do de dólares. Assim demanda e oferta se igualam, criando um tre sua moeda e a moeda estrangeira.
equilíbrio, a chamada taxa de câmbio.
Regime de câmbio flutuante
Taxa de câmbio alta desestimula importações, pois produ- Quando o preço da moeda é estabelecido pela competição
tos e insumos importados ficam mais caros e com isso, uma pos- ente a oferta e a demanda da mesma no mercado doméstico.
sível redução da oferta de produtos no mercado interno. A infla-
ção tende a se elevar e as demandas internacionais por bens e Regimes intermediários
serviços aumentam. Também chamada de flutuante suja, pois o Banco Central
Quando a taxa de câmbio está baixa, há um estímulo as tem interferência frequente nesta cotação, ou seja, se entrou
importações de produtos e insumos importados mais baratos. muito dólar no país e a taxa de câmbio tende a cair muito, o
Ocorre aumento da competitividade entre produtos nacionais Banco Central faz a compra dessa moeda, para assim, tirá-la da
e estrangeiros. A tendência da inflação é diminuir demandas in- economia, mantendo seu preço. A situação contrária também
ternacionais por bens e serviços. ocorre, quando saem muitos dólares da economia, fazendo com
que o preço fique muito elevado, o Banco Central normalmente
Remessas vende a quantidade dessa moeda que tem em caixa, para segu-
Representam uma forma segura do envio de dinheiro para rar seu preço.
fora do país, sendo muito semelhante a uma transferência entre Banda cambiais, nesse caso a taxa de câmbio pode variar
contas. Por ocorrer entre países diferentes, possuem regras es- dentro de um limite pré-estabelecido pelo Banco Central. Foi
pecíficas, por exemplo, na compra é necessário a comprovação adotado durante um período no Plano Real.
de uma fatura pró forma, documento que registra e formaliza a
intenção da compra e venda; com o objetivo de rastrear a ori-
gem das transações, evitando fraudes e evasão de divisas de um
país para outro. TAXAS DE CÂMBIO NOMINAIS E REAIS
Dados pessoais e bancários são necessários para ajudar os
governos dos países envolvidos na transação e identificar ori- Taxas de câmbio nominais
gem da saída e destino desse envio. Conceito mais frequente e utilizado entre as taxas de câm-
É preciso contar com uma instituição financeira para inter- bio. É o valor da moeda em referência a outra.
mediar esse processo.
O motivo do envio também deve ser explicado, para que se Taxas de câmbio reais
adeque ao enquadramento de câmbio do BACEN do Brasil. É a taxa de câmbio nominal corrigida pela diferença de infla-
A remessa internacional é uma operação sujeita ao IOF e ção entre os dois países. Quando referência ao dólar, será uma
também outros impostos sobre o valor, dependendo do enqua- correção de inflação entre Brasil e Estados Unidos, por exemplo.
dramento do BACEN. Os enquadramentos mais comuns são:
pagamento de cursos, manutenção de residências e compra de
imóveis no exterior.

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Essa volatilidade dos fluxos de capital representa instabili-
IMPACTOS DAS TAXAS DE CÂMBIO SOBRE AS EXPOR- dade e afeta diretamente a taxa de câmbio que permanece ele-
TAÇÕES E IMPORTAÇÕES vada, colaborando para a desvalorização do real.

Quando a taxa de câmbio está alta e o real desvalorizado,


são necessários muitos reais para comprar um dólar. DINÂMICA DO MERCADO: OPERAÇÕES NO MERCADO
Por exemplo, no caso de um produtor de soja que exportará INTERBANCÁRIO
sua mercadoria que é cotada em dólar, por se tratar de uma com-
moditie; haverá necessidade de multiplicar o preço em dólar por Operações no mercado interbancário
muitos reais. Assim, será uma ótima oportunidade para essa ex- As operações no mercado interbancário ou mercado secun-
portação. As exportações então, estarão estimuladas, com isso o dário, fazem parte da estrutura do mercado cambial. As negocia-
produtor brasileiro ganhará dinheiro. No entanto, as importações ções são realizadas entre bancos e demais agentes autorizados
serão desestimuladas, pois será necessário comprar em dólares, pelo Banco Central.
nessa conversão, multiplicar o valor em dólar por uma taxa de câm- Não há necessidade do registro de entrada e saída de mo-
bio muito alta, pagando muito caro pela mercadoria importada. eda estrangeira, já que esse fluxo ocorre entre instituições fi-
O contrário ocorrerá quando o real estiver valorizado. As ex- nanceiras apenas; excluindo assim, turismo e importações por
portações serão desestimuladas e as importações estimuladas. exemplo.
Conforme o Regulamento do Mercado de câmbio e Capitais
Internacionais do Banco Central do Brasil:
DIFERENCIAL DE JUROS INTERNO E EXTERNO, PRÊ-
− As operações no mercado interbancário podem ser ce-
MIOS DE RISCO, FLUXO DE CAPITAIS E SEUS IMPACTOS
lebradas para liquidação pronta, futura ou a termo, vedados o
SOBRE AS TAXAS DE CÂMBIO
cancelamento, a baixa, a prorrogação ou a liquidação antecipa-
da delas.
Diferencial de juros internos e externos − As operações de câmbio interbancárias a termo têm
Houve um certo momento no Brasil, que o regime de câmbio as seguintes características: a) a taxa de câmbio é livremente
foi praticamente fixo. Isso aconteceu na década de 90, quando pactuada entre as partes e deve espelhar o preço negociado da
a diferença de juros interno e externo era uma variável funda- moeda estrangeira para a data da liquidação da operação de
mental para a política monetária interna. Os juros altos atraíam câmbio; b) possuem código de natureza de operação específico;
capitais estrangeiros e mantinham o câmbio fixo, suportando c) são celebradas para liquidação em data futura, com en-
também a inflação. trega efetiva e simultânea das moedas, nacional e estrangeira,
Ao ser adotado regime de metas de inflação, em 1999, os na data da liquidação das operações de câmbio;
juros internos passaram ser fixos apenas com o objetivo contro- d) não são admitidos adiantamentos das moedas.
lar a inflação. − As operações no mercado interbancário são realizadas
Atualmente a diferença entre os juros internos e exter-
com ou sem intermediação de câmara ou prestador de serviços
nos ainda é importante para o equilíbrio da economia e para o
de compensação e de liquidação cujo sistema tenha sido autori-
câmbio, pois quando os juros internos estão baixos, os capitais
zado pelo Banco Central do Brasil para liquidação de operações
buscam investimentos fora do país, e quando os juros internos
de câmbio.
estão altos, capitais nacionais permanecem e entram recursos
estrangeiros buscando rendimentos.
MERCADO BANCÁRIO: OPERAÇÕES DE TESOURARIA,
Prêmio de risco VAREJO BANCÁRIO E RECUPERAÇÃO DE CRÉDITO
É a relação entre o risco e o rendimento que se espera de
um investimento. Pode ser considerado como a diferença entre
o retorno de um investimento com risco comparado a um inves- Operações de tesouraria
timento sem risco. A equipe de tesouraria das instituições financeiras auxilia os
Por exemplo, ao comparar duas aplicações financeiras, a clientes na redução de riscos financeiros resultantes de suas ati-
primeira tem o rendimento de 10% a.a. garantido e a segunda, vidades. Após uma análise detalhada, são oferecidos produtos
pode dar 15%a.a., porém, sem garantias. Nesse caso, o prêmio que controlam e reduzem riscos para os clientes, focando prin-
de risco é representado através dos 5% de expectativa de re- cipalmente a exposição de moeda, taxa de juros etc.; sempre
torno, em função do risco que se corre, por não haver garantias protegendo as finanças. Os produtos utilizados para maior pro-
desse recebimento. teção são swaps, hedge, termo de moedas, opções, combinação
de derivativos etc.
Fluxo de capitais e seus impactos sobre as taxas de câmbio
As taxas de câmbio sofrem influências de diversas variáveis, Varejo bancário
mas o fluxo de capitais é o principal deles. Quanto mais inves- Caracteriza-se pelo atendimento de muitos clientes, ou seja,
timentos, mais recursos de diversas transações circularão na o público em geral, composto por pessoas físicas e jurídicas, com
economia. Esse aumento de dinheiro, incluindo moedas estran- situações financeiras diversificadas. Oferece produtos, indepen-
geiras permite que o câmbio diminua e o real seja valorizado. dente da necessidade do cliente, visando o lucro.
No entanto, essa economia deve estar fortalecida e ter atra- Não há seletividade entre os clientes, o atendimento é ge-
tivos para atrair e manter internamente capital externo. Juros ral, sem gerente específico para as contas; os clientes podem ser
altos são atrativos, mas também impedimento ao desenvolvi- atendidos por quem estiver disponível.
mento produtivo interno, e muitas vezes trazem apenas capitais Os serviços oferecidos são diversos, incluindo abertura de
especulativos. contas, pagamento de contas e títulos, transferências etc.

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Recuperação de crédito
É um processo realizado por empresas especializadas no recebimento de dívidas, que são contratadas por instituições finan-
ceiras. Em muitos casos, as empresas recuperadoras de crédito compram as dívidas das instituições, ficando responsáveis pela
cobrança e recebimento das contas atrasadas.
Quando a dívida passa para a empresa recuperadora, o valor não muda; porém, as formas de negociação podem ser alteradas,
através de desconto ou parcelamento. Para a recuperação de crédito, a empresa responsável contata o cliente para negociar so-
mente dívidas negativadas, incluindo um valor que fique confortável ao cliente quitar. Pois além de receber, a empresa quer que o
cliente tenha o nome “limpo” com crédito recuperado.

TAXAS DE JUROS DE CURTO PRAZO E A CURVA DE JUROS; TAXAS DE JUROS NOMINAIS E REAIS

TAXAS DE JUROS DE CURTO PRAZO E A CURVA DE JUROS; TAXAS DE JUROS NOMINAIS E REAIS

Taxa de juros de curto prazo


Apesar da grandeza tempo ser a grande diferença entre uma taxa de juros de curto e longo prazo, para as instituições financei-
ras, quanto menor o prazo, menores serão os juros; principalmente pelo seu fator risco.
Ao projetar cenários futuros, fica mais viável prever juros que serão menos afetados por decisões diversas, no caso, os de curto
prazo; pois a economia é influenciada no curto prazo de maneiras distintas do que no longo prazo.
Políticas monetárias utilizam os juros de curto prazo para gerar resultados rápidos (quase que imediatos) na economia.
As partes interessadas, tomadoras e credoras, tem consciência de quanto menor tempo o valor ficar emprestado, menor será
o custo desse dinheiro.

Curva de juros
A curva de juros representa os diversos tipos de taxas de juros para os diversos vencimentos. É a expectativa da taxa SELIC para
os próximos anos.
Supondo que a expectativa da SELIC para o final de 2022 seja de 6,5%; para final de 2023 seja 7%. Caso esses valores sejam
colocados num gráfico, será formada uma curva. Isto significa que se um empréstimo for solicitado para 2022.
Como a curva é apenas uma expectativa par aos próximos anos, então não é fixa, podendo ser alterada de acordo com questões
que podem ser de eventos econômicos e até de cenários políticos.
As ações de abertura e fechamento da curva se devem exatamente a mudanças de expectativas. Abertura é para situações de
aumento e fechamento para casos de redução da taxa de juros.

Taxa de juros nominais e reais


Para conceituar as taxas nominais e reais, é necessário antes conhecer as duas situações, de devedor e de credor.

Taxa de juros nominal Taxa de juros real


Devedor Devedor
É a taxa que as instituições financeiras divulgam. É a taxa que considera o custo efetivo total (CET), incluindo im-
A taxa que considera apenas o custo básico do dinheiro. postos, taxas, etc.
A taxa de juros real é > que a taxa de juros nominal.
Credor Credor
É a taxa que se recebe ao aplicar o dinheiro em É a taxa de retorno real do dinheiro, já que a taxa de juros menos
determinado investimento. A taxa que considera os custos administrativos, inflação, impostos, etc.
apenas o retorno do dinheiro investido. Taxa de juros nominal > que a Taxa de juros real.

Segue exemplo:

Taxa de juros nominal Taxa de juros real


Devedor Devedor
Empréstimo: 4,5% a.m. Empréstimo: 4,5% a.m. + IOF + Tx. Adm. = 5 % a.m.
Taxa de juros nominal > que a Taxa de juros real
Credor Credor
Fundo de R.F.: 1,7% a.m. Fundo de R.F.: 1,7% - IR – IP – Tx. Adm. = 1,1% a.m.
Taxa de juros nominal > que a Taxa de juros real

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GARANTIAS DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL: AVAL; FIANÇA; PENHOR MERCANTIL; ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA;
HIPOTECA; FIANÇAS BANCÁRIAS

São obrigações assumidas por meio do oferecimento do patrimônio para garantir uma dívida.
Aval: Declaração unilateral através da qual o avalista assume as obrigações previstas no título.
Fiança: O fiador garante satisfazer o credor através da quitação da dívida, caso o devedor não o faça.
Penhor mercantil: Válido para as negociações comerciais. Garantia real sobre bens móveis. Estabelecido em favor do credor
para que haja mais certeza que o seu direito será realizado. O devedor transfere para o credor a posse de um bem (estoque, veícu-
los, joias) móvel até que sua dívida seja quitada, desta forma o se devolve a posse do bem para seu dono.
Alienação fiduciária: Transferência da posse de um bem à instituição financeira. É realizado principalmente, nos contratos de
financiamento de veículos e imóveis. A informação de que o comparador tem direito de usufruir do bem, mas juridicamente perten-
ce a instituição que concedeu o crédito até seu pagamento total.
Hipoteca: Na contratação de um crédito se oferece um bem imóvel de sua propriedade que ficará e caso não ocorra o pagamen-
to, o bem poderá ser tomado pelo credor.
Fiança bancária: Garantia concedida pela instituição financeira quando o cliente não possui outro tipo de fiador.
Fundo Garantidor de Crédito (FGC): Instituição sem fins lucrativos, criada em 1995, com a finalidade de proteger o investi-
dor em eventuais riscos nas empresas administradores desses recursos. Alguns produtos são cobertos pelas garantias de até R$
250.000,00, como depósitos a vista, depósitos de poupança, Letras de Câmbio, Letras hipotecárias, depósitos a prazo, com ou sem
emissão de CDB e RDB, etc.

Segundo o FGC, quanto ao limite da garantia de até R$ 1 milhão:


“O Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou, em 21 de dezembro de 2017, a alteração promovida no Regulamento do
Fundo Garantidor de Créditos (FGC), que estabelece teto de R$ 1 milhão, a cada período de 4 anos, para garantias pagas para cada
CPF ou CNPJ.
Teto para investidor vale para cada período de 4 anos, por CPF ou CNPJ. Após 4 anos, o teto é restabelecido.
A contagem do período de 4 anos se inicia na data da liquidação ou intervenção em instituição financeira onde o investidor
detenha valor garantido pelo FGC.
Permanece inalterado o limite de ​R$ 250 mil por CPF ou CNPJ e conglomerado financeiro.
Aos investimentos contratados ou repactuados até 21 de dezembro de 2017 não se aplica o teto de R$ 1 milhão a cada período
de 4 anos”.

COMO ERA COMO FICOU


Garantia de até R$ 250 mil por CPF/CNPJ e conglomerado financeiro, em de-
pósitos cobertos pelo Fundo Garantidor de Créditos e emitidos por institui- Limite permanece inalterado.
ções associadas à entidade.
Não havia teto para garantia paga pelo FGC por CPF ou CNPJ em qualquer Teto de R$ 1 milhão por CPF ou CNPJ, a cada pe-
período. ríodo de 4 anos, para a garantia paga pelo FGC.
Investidores não-residentes passam a contar com
Investidores não-residentes não contavam com a garantia do FGC.
a garantia, para investimentos elegíveis.

Fonte: https://www.fgc.org.br/garantia-fgc/fgc-nova-garantia

CRIME DE LAVAGEM DE DINHEIRO: CONCEITO E ETAPAS; PREVENÇÃO E COMBATE AO CRIME DE LAVAGEM DE DI-
NHEIRO: LEI Nº 9.613/98 E SUAS ALTERAÇÕES

LEI Nº 9.613, DE 3 DE MARÇO DE 1998.

Dispõe sobre os crimes de “lavagem” ou ocultação de bens, direitos e valores; a prevenção da utilização do sistema finan-
ceiro para os ilícitos previstos nesta Lei; cria o Conselho de Controle de Atividades Financeiras - COAF, e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO I
DOS CRIMES DE “LAVAGEM” OU OCULTAÇÃO DE BENS, DIREITOS E VALORES

Art. 1oOcultar ou dissimular a natureza, origem, localização, disposição, movimentação ou propriedade de bens, direitos ou
valores provenientes, direta ou indiretamente, de infração penal. (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)

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I - (revogado);(Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) b) quando a infração penal antecedente for de competência
II - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) da Justiça Federal. (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
III - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) § 1oA denúncia será instruída com indícios suficientes da
IV - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) existência da infração penal antecedente, sendo puníveis os
V - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) fatos previstos nesta Lei, ainda que desconhecido ou isento de
VI - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) pena o autor, ou extinta a punibilidade da infração penal antece-
VII - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) dente. (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
VIII - (revogado). (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) § 2oNo processo por crime previsto nesta Lei, não se aplica
Pena: reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e multa.(Redação o disposto no art. 366 do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro
dada pela Lei nº 12.683, de 2012) de 1941 (Código de Processo Penal), devendo o acusado que não
§ 1oIncorre na mesma pena quem, para ocultar ou dissimu- comparecer nem constituir advogado ser citado por edital, pros-
lar a utilização de bens, direitos ou valores provenientes de in- seguindo o feito até o julgamento, com a nomeação de defensor
fração penal: (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) dativo.(Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
I - os converte em ativos lícitos; Art. 3º(Revogado pela Lei nº 12.683, de 2012)
II - os adquire, recebe, troca, negocia, dá ou recebe em ga- Art. 4oO juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Públi-
rantia, guarda, tem em depósito, movimenta ou transfere; co ou mediante representação do delegado de polícia, ouvido o
III - importa ou exporta bens com valores não correspon- Ministério Público em 24 (vinte e quatro) horas, havendo indí-
dentes aos verdadeiros. cios suficientes de infração penal, poderá decretar medidas as-
§ 2oIncorre, ainda, na mesma pena quem:(Redação dada securatórias de bens, direitos ou valores do investigado ou acu-
pela Lei nº 12.683, de 2012) sado, ou existentes em nome de interpostas pessoas, que sejam
I - utiliza, na atividade econômica ou financeira, bens, di- instrumento, produto ou proveito dos crimes previstos nesta Lei
reitos ou valores provenientes de infração penal;(Redação dada ou das infrações penais antecedentes. (Redação dada pela Lei nº
pela Lei nº 12.683, de 2012) 12.683, de 2012)
II - participa de grupo, associação ou escritório tendo conhe- § 1oProceder-se-á à alienação antecipada para preservação
cimento de que sua atividade principal ou secundária é dirigida à do valor dos bens sempre que estiverem sujeitos a qualquer
prática de crimes previstos nesta Lei. grau de deterioração ou depreciação, ou quando houver dificul-
§ 3º A tentativa é punida nos termos do parágrafo único do dade para sua manutenção. (Redação dada pela Lei nº 12.683,
de 2012)
art. 14 do Código Penal.
§ 2oO juiz determinará a liberação total ou parcial dos bens,
§ 4oA pena será aumentada de um a dois terços, se os cri-
direitos e valores quando comprovada a licitude de sua origem,
mes definidos nesta Lei forem cometidos de forma reiterada ou
mantendo-se a constrição dos bens, direitos e valores neces-
por intermédio de organização criminosa. (Redação dada pela
sários e suficientes à reparação dos danos e ao pagamento de
Lei nº 12.683, de 2012)
prestações pecuniárias, multas e custas decorrentes da infração
§ 5oA pena poderá ser reduzida de um a dois terços e ser
penal. (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
cumprida em regime aberto ou semiaberto, facultando-se ao
§ 3oNenhum pedido de liberação será conhecido sem o
juiz deixar de aplicá-la ou substituí-la, a qualquer tempo, por
comparecimento pessoal do acusado ou de interposta pessoa a
pena restritiva de direitos, se o autor, coautor ou partícipe cola- que se refere o caput deste artigo, podendo o juiz determinar a
borar espontaneamente com as autoridades, prestando esclare- prática de atos necessários à conservação de bens, direitos ou
cimentos que conduzam à apuração das infrações penais, à iden- valores, sem prejuízo do disposto no § 1o. (Redação dada pela
tificação dos autores, coautores e partícipes, ou à localização Lei nº 12.683, de 2012)
dos bens, direitos ou valores objeto do crime. (Redação dada § 4oPoderão ser decretadas medidas assecuratórias sobre
pela Lei nº 12.683, de 2012) bens, direitos ou valores para reparação do dano decorrente
§ 6º Para a apuração do crime de que trata este artigo, ad- da infração penal antecedente ou da prevista nesta Lei ou para
mite-se a utilização da ação controlada e da infiltração de agen- pagamento de prestação pecuniária, multa e custas. (Redação
tes.(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
Art. 4o-A.A alienação antecipada para preservação de va-
CAPÍTULO II lor de bens sob constrição será decretada pelo juiz, de ofício, a
DISPOSIÇÕES PROCESSUAIS ESPECIAIS requerimento do Ministério Público ou por solicitação da parte
interessada, mediante petição autônoma, que será autuada em
Art. 2º O processo e julgamento dos crimes previstos nesta apartado e cujos autos terão tramitação em separado em rela-
Lei: ção ao processo principal.(Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
I – obedecem às disposições relativas ao procedimento co- § 1oO requerimento de alienação deverá conter a relação
mum dos crimes punidos com reclusão, da competência do juiz de todos os demais bens, com a descrição e a especificação de
singular; cada um deles, e informações sobre quem os detém e local onde
II - independem do processo e julgamento das infrações pe- se encontram. (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
nais antecedentes, ainda que praticados em outro país, cabendo § 2oO juiz determinará a avaliação dos bens, nos autos
ao juiz competente para os crimes previstos nesta Lei a decisão apartados, e intimará o Ministério Público.(Incluído pela Lei nº
sobre a unidade de processo e julgamento;(Redação dada pela 12.683, de 2012)
Lei nº 12.683, de 2012) § 3oFeita a avaliação e dirimidas eventuais divergências so-
III - são da competência da Justiça Federal: bre o respectivo laudo, o juiz, por sentença, homologará o valor
a) quando praticados contra o sistema financeiro e a ordem atribuído aos bens e determinará sejam alienados em leilão ou
econômico-financeira, ou em detrimento de bens, serviços ou pregão, preferencialmente eletrônico, por valor não inferior a
interesses da União, ou de suas entidades autárquicas ou em- 75% (setenta e cinco por cento) da avaliação. (Incluído pela Lei
presas públicas; nº 12.683, de 2012)

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§ 4oRealizado o leilão, a quantia apurada será depositada III - a perda dos bens não reclamados no prazo de 90 (noven-
em conta judicial remunerada, adotando-se a seguinte discipli- ta) dias após o trânsito em julgado da sentença condenatória,
na:(Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012) ressalvado o direito de lesado ou terceiro de boa-fé.(Incluído
I - nos processos de competência da Justiça Federal e da pela Lei nº 12.683, de 2012)
Justiça do Distrito Federal: (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012) § 11.Os bens a que se referem os incisos II e III do § 10 deste
a) os depósitos serão efetuados na Caixa Econômica Fede- artigo serão adjudicados ou levados a leilão, depositando-se o
ral ou em instituição financeira pública, mediante documento saldo na conta única do respectivo ente. (Incluído pela Lei nº
adequado para essa finalidade; (Incluída pela Lei nº 12.683, de 12.683, de 2012)
2012) § 12.O juiz determinará ao registro público competente que
b) os depósitos serão repassados pela Caixa Econômica Fe- emita documento de habilitação à circulação e utilização dos
deral ou por outra instituição financeira pública para a Conta bens colocados sob o uso e custódia das entidades a que se re-
Única do Tesouro Nacional, independentemente de qualquer fere o caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
formalidade, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas; e(Incluída § 13.Os recursos decorrentes da alienação antecipada de
pela Lei nº 12.683, de 2012) bens, direitos e valores oriundos do crime de tráfico ilícito de
c) os valores devolvidos pela Caixa Econômica Federal ou drogas e que tenham sido objeto de dissimulação e ocultação
por instituição financeira pública serão debitados à Conta Única nos termos desta Lei permanecem submetidos à disciplina de-
do Tesouro Nacional, em subconta de restituição; (Incluída pela finida em lei específica. (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
Lei nº 12.683, de 2012) Art. 4o-B.A ordem de prisão de pessoas ou as medidas as-
II - nos processos de competência da Justiça dos Estados: securatórias de bens, direitos ou valores poderão ser suspensas
(Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012) pelo juiz, ouvido o Ministério Público, quando a sua execução
a) os depósitos serão efetuados em instituição financeira imediata puder comprometer as investigações.(Incluído pela Lei
designada em lei, preferencialmente pública, de cada Estado ou, nº 12.683, de 2012)
na sua ausência, em instituição financeira pública da União;(In- Art. 5oQuando as circunstâncias o aconselharem, o juiz,
cluída pela Lei nº 12.683, de 2012) ouvido o Ministério Público, nomeará pessoa física ou jurídica
b) os depósitos serão repassados para a conta única de cada qualificada para a administração dos bens, direitos ou valores
Estado, na forma da respectiva legislação. (Incluída pela Lei nº sujeitos a medidas assecuratórias, mediante termo de compro-
12.683, de 2012) misso.(Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
§ 5oMediante ordem da autoridade judicial, o valor do de- Art. 6oA pessoa responsável pela administração dos
pósito, após o trânsito em julgado da sentença proferida na ação bens:(Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
penal, será: (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012) I - fará jus a uma remuneração, fixada pelo juiz, que será
I - em caso de sentença condenatória, nos processos de satisfeita com o produto dos bens objeto da administração;
competência da Justiça Federal e da Justiça do Distrito Federal, II - prestará, por determinação judicial, informações peri-
incorporado definitivamente ao patrimônio da União, e, nos ódicas da situação dos bens sob sua administração, bem como
processos de competência da Justiça Estadual, incorporado ao explicações e detalhamentos sobre investimentos e reinvesti-
patrimônio do Estado respectivo; (Incluído pela Lei nº 12.683, mentos realizados.
de 2012) Parágrafo único.Os atos relativos à administração dos bens
II - em caso de sentença absolutória extintiva de punibili- sujeitos a medidas assecuratórias serão levados ao conhecimen-
dade, colocado à disposição do réu pela instituição financeira, to do Ministério Público, que requererá o que entender cabível.
acrescido da remuneração da conta judicial. (Incluído pela Lei nº (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
12.683, de 2012)
§ 6oA instituição financeira depositária manterá contro- CAPÍTULO III
le dos valores depositados ou devolvidos. (Incluído pela Lei nº DOS EFEITOS DA CONDENAÇÃO
12.683, de 2012)
§ 7oSerão deduzidos da quantia apurada no leilão todos os Art. 7º São efeitos da condenação, além dos previstos no
tributos e multas incidentes sobre o bem alienado, sem prejuízo Código Penal:
de iniciativas que, no âmbito da competência de cada ente da I - a perda, em favor da União - e dos Estados, nos casos de
Federação, venham a desonerar bens sob constrição judicial da- competência da Justiça Estadual -, de todos os bens, direitos e
queles ônus. (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012) valores relacionados, direta ou indiretamente, à prática dos cri-
§ 8oFeito o depósito a que se refere o § 4o deste artigo, os mes previstos nesta Lei, inclusive aqueles utilizados para prestar
autos da alienação serão apensados aos do processo principal. a fiança, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-
(Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012) -fé;(Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
§ 9oTerão apenas efeito devolutivo os recursos interpostos II - a interdição do exercício de cargo ou função pública de
contra as decisões proferidas no curso do procedimento previs- qualquer natureza e de diretor, de membro de conselho de ad-
to neste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012) ministração ou de gerência das pessoas jurídicas referidas no
§ 10.Sobrevindo o trânsito em julgado de sentença penal art. 9º, pelo dobro do tempo da pena privativa de liberdade apli-
condenatória, o juiz decretará, em favor, conforme o caso, da cada.
União ou do Estado: (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012) § 1oA União e os Estados, no âmbito de suas competências,
I - a perda dos valores depositados na conta remunerada e regulamentarão a forma de destinação dos bens, direitos e va-
da fiança; (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012) lores cuja perda houver sido declarada, assegurada, quanto aos
II - a perda dos bens não alienados antecipadamente e da- processos de competência da Justiça Federal, a sua utilização
queles aos quais não foi dada destinação prévia; e(Incluído pela pelos órgãos federais encarregados da prevenção, do combate,
Lei nº 12.683, de 2012) da ação penal e do julgamento dos crimes previstos nesta Lei,

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
e, quanto aos processos de competência da Justiça Estadual, a VI - as sociedades que, mediante sorteio, método asseme-
preferência dos órgãos locais com idêntica função. (Incluído pela lhado, exploração de loterias, inclusive de apostas de quota fixa,
Lei nº 12.683, de 2012) ou outras sistemáticas de captação de apostas com pagamento
§ 2oOs instrumentos do crime sem valor econômico cuja de prêmios, realizem distribuição de dinheiro, de bens móveis,
perda em favor da União ou do Estado for decretada serão inu- de bens imóveis e de outras mercadorias ou serviços, bem como
tilizados ou doados a museu criminal ou a entidade pública, concedam descontos na sua aquisição ou contratação; (Redação
se houver interesse na sua conservação. (Incluído pela Lei nº dada pela Lei nº 14.183, de 2021)
12.683, de 2012) VII - as filiais ou representações de entes estrangeiros que
exerçam no Brasil qualquer das atividades listadas neste artigo,
CAPÍTULO IV ainda que de forma eventual;
DOS BENS, DIREITOS OU VALORES ORIUNDOS DE CRIMES VIII - as demais entidades cujo funcionamento dependa de
PRATICADOS NO ESTRANGEIRO autorização de órgão regulador dos mercados financeiro, de
câmbio, de capitais e de seguros;
Art. 8oO juiz determinará, na hipótese de existência de tra- IX - as pessoas físicas ou jurídicas, nacionais ou estrangeiras,
tado ou convenção internacional e por solicitação de autoridade que operem no Brasil como agentes, dirigentes, procuradoras,
estrangeira competente, medidas assecuratórias sobre bens, di- comissionárias ou por qualquer forma representem interesses
reitos ou valores oriundos de crimes descritos no art. 1o pratica- de ente estrangeiro que exerça qualquer das atividades referi-
dos no estrangeiro.(Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) das neste artigo;
§ 1º Aplica-se o disposto neste artigo, independentemente X - as pessoas físicas ou jurídicas que exerçam atividades de
de tratado ou convenção internacional, quando o governo do promoção imobiliária ou compra e venda de imóveis; (Redação
país da autoridade solicitante prometer reciprocidade ao Brasil. dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
§ 2oNa falta de tratado ou convenção, os bens, direitos XI - as pessoas físicas ou jurídicas que comercializem jóias,
ou valores privados sujeitos a medidas assecuratórias por soli- pedras e metais preciosos, objetos de arte e antigüidades.
citação de autoridade estrangeira competente ou os recursos XII - as pessoas físicas ou jurídicas que comercializem bens
provenientes da sua alienação serão repartidos entre o Estado de luxo ou de alto valor, intermedeiem a sua comercialização ou
requerente e o Brasil, na proporção de metade, ressalvado o di- exerçam atividades que envolvam grande volume de recursos
reito do lesado ou de terceiro de boa-fé. (Redação dada pela Lei em espécie; (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
nº 12.683, de 2012) XIII - as juntas comerciais e os registros públicos;(Incluído
pela Lei nº 12.683, de 2012)
CAPÍTULO V XIV - as pessoas físicas ou jurídicas que prestem, mesmo que
(REDAÇÃO DADA PELA LEI Nº 12.683, DE 2012) eventualmente, serviços de assessoria, consultoria, contadoria,
DAS PESSOAS SUJEITAS AO MECANISMO DE CONTROLE auditoria, aconselhamento ou assistência, de qualquer nature-
(REDAÇÃO DADA PELA LEI Nº 12.683, DE 2012) za, em operações: (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
a) de compra e venda de imóveis, estabelecimentos comer-
Art. 9oSujeitam-se às obrigações referidas nos arts. 10 e 11 ciais ou industriais ou participações societárias de qualquer na-
as pessoas físicas e jurídicas que tenham, em caráter permanen- tureza; (Incluída pela Lei nº 12.683, de 2012)
te ou eventual, como atividade principal ou acessória, cumula- b) de gestão de fundos, valores mobiliários ou outros ativos;
tivamente ou não: (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) (Incluída pela Lei nº 12.683, de 2012)
I - a captação, intermediação e aplicação de recursos finan- c) de abertura ou gestão de contas bancárias, de poupan-
ceiros de terceiros, em moeda nacional ou estrangeira; ça, investimento ou de valores mobiliários; (Incluída pela Lei nº
II – a compra e venda de moeda estrangeira ou ouro como 12.683, de 2012)
ativo financeiro ou instrumento cambial; d) de criação, exploração ou gestão de sociedades de qual-
III - a custódia, emissão, distribuição, liqüidação, negocia- quer natureza, fundações, fundos fiduciários ou estruturas aná-
ção, intermediação ou administração de títulos ou valores mo- logas; (Incluída pela Lei nº 12.683, de 2012)
biliários. e) financeiras, societárias ou imobiliárias; e (Incluída pela
Parágrafo único. Sujeitam-se às mesmas obrigações: Lei nº 12.683, de 2012)
I – as bolsas de valores, as bolsas de mercadorias ou futuros f) de alienação ou aquisição de direitos sobre contratos re-
e os sistemas de negociação do mercado de balcão organizado; lacionados a atividades desportivas ou artísticas profissionais;
(Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) (Incluída pela Lei nº 12.683, de 2012)
II - as seguradoras, as corretoras de seguros e as entidades XV - pessoas físicas ou jurídicas que atuem na promoção,
de previdência complementar ou de capitalização; intermediação, comercialização, agenciamento ou negociação
III - as administradoras de cartões de credenciamento ou de direitos de transferência de atletas, artistas ou feiras, exposi-
cartões de crédito, bem como as administradoras de consórcios ções ou eventos similares; (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
para aquisição de bens ou serviços; XVI - as empresas de transporte e guarda de valores; (Inclu-
IV - as administradoras ou empresas que se utilizem de car- ído pela Lei nº 12.683, de 2012)
tão ou qualquer outro meio eletrônico, magnético ou equivalen- XVII - as pessoas físicas ou jurídicas que comercializem bens
te, que permita a transferência de fundos; de alto valor de origem rural ou animal ou intermedeiem a sua
V - as empresas de arrendamento mercantil (leasing), as em- comercialização; e (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
presas de fomento comercial (factoring) e as Empresas Simples XVIII - as dependências no exterior das entidades menciona-
de Crédito (ESC); (Redação dada pela Lei Complementar nº 167, das neste artigo, por meio de sua matriz no Brasil, relativamente
de 2019) a residentes no País. (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
CAPÍTULO VI b) das operações referidas no inciso I;(Redação dada pela
DA IDENTIFICAÇÃO DOS CLIENTES Lei nº 12.683, de 2012)
E MANUTENÇÃO DE REGISTROS III - deverão comunicar ao órgão regulador ou fiscalizador
da sua atividade ou, na sua falta, ao Coaf, na periodicidade, for-
Art. 10. As pessoas referidas no art. 9º: ma e condições por eles estabelecidas, a não ocorrência de pro-
I - identificarão seus clientes e manterão cadastro atualiza- postas, transações ou operações passíveis de serem comunica-
do, nos termos de instruções emanadas das autoridades com- das nos termos do inciso II.(Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
petentes; § 1º As autoridades competentes, nas instruções referidas
II - manterão registro de toda transação em moeda nacional no inciso I deste artigo, elaborarão relação de operações que,
ou estrangeira, títulos e valores mobiliários, títulos de crédito, por suas características, no que se refere às partes envolvidas,
metais, ou qualquer ativo passível de ser convertido em dinhei- valores, forma de realização, instrumentos utilizados, ou pela
ro, que ultrapassar limite fixado pela autoridade competente e falta de fundamento econômico ou legal, possam configurar a
nos termos de instruções por esta expedidas; hipótese nele prevista.
III - deverão adotar políticas, procedimentos e controles in- § 2º As comunicações de boa-fé, feitas na forma prevista
ternos, compatíveis com seu porte e volume de operações, que neste artigo, não acarretarão responsabilidade civil ou adminis-
lhes permitam atender ao disposto neste artigo e no art. 11, na trativa.
forma disciplinada pelos órgãos competentes;(Redação dada § 3oO Coaf disponibilizará as comunicações recebidas com
pela Lei nº 12.683, de 2012) base no inciso II do caput aos respectivos órgãos responsáveis
IV - deverão cadastrar-se e manter seu cadastro atualizado pela regulação ou fiscalização das pessoas a que se refere o art.
no órgão regulador ou fiscalizador e, na falta deste, no Conselho 9o. (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), na forma e con- Art. 11-A.As transferências internacionais e os saques em
dições por eles estabelecidas; (Incluído pela Lei nº 12.683, de espécie deverão ser previamente comunicados à instituição fi-
2012) nanceira, nos termos, limites, prazos e condições fixados pelo
V - deverão atender às requisições formuladas pelo Coaf Banco Central do Brasil. (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
na periodicidade, forma e condições por ele estabelecidas, ca-
bendo-lhe preservar, nos termos da lei, o sigilo das informações CAPÍTULO VIII
prestadas. (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012) DA RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA
§ 1º Na hipótese de o cliente constituir-se em pessoa jurídi-
ca, a identificação referida no inciso I deste artigo deverá abran- Art. 12. Às pessoas referidas no art. 9º, bem como aos ad-
ger as pessoas físicas autorizadas a representá-la, bem como ministradores das pessoas jurídicas, que deixem de cumprir as
seus proprietários. obrigações previstas nos arts. 10 e 11 serão aplicadas, cumula-
§ 2º Os cadastros e registros referidos nos incisos I e II deste tivamente ou não, pelas autoridades competentes, as seguintes
artigo deverão ser conservados durante o período mínimo de sanções:
cinco anos a partir do encerramento da conta ou da conclusão I - advertência;
da transação, prazo este que poderá ser ampliado pela autori- II - multa pecuniária variável não superior: (Redação dada
dade competente. pela Lei nº 12.683, de 2012)
§ 3º O registro referido no inciso II deste artigo será efe- a) ao dobro do valor da operação; (Incluída pela Lei nº
tuado também quando a pessoa física ou jurídica, seus entes 12.683, de 2012)
ligados, houver realizado, em um mesmo mês-calendário, ope- b) ao dobro do lucro real obtido ou que presumivelmente
rações com uma mesma pessoa, conglomerado ou grupo que, seria obtido pela realização da operação; ou(Incluída pela Lei nº
em seu conjunto, ultrapassem o limite fixado pela autoridade 12.683, de 2012)
competente. c) ao valor de R$ 20.000.000,00 (vinte milhões de reais); (In-
Art. 10A. O Banco Central manterá registro centralizado for- cluída pela Lei nº 12.683, de 2012)
mando o cadastro geral de correntistas e clientes de instituições III - inabilitação temporária, pelo prazo de até dez anos,
financeiras, bem como de seus procuradores. (Incluído pela Lei para o exercício do cargo de administrador das pessoas jurídicas
nº 10.701, de 2003) referidas no art. 9º;
IV - cassação ou suspensão da autorização para o exercício
CAPÍTULO VII de atividade, operação ou funcionamento.(Redação dada pela
DA COMUNICAÇÃO DE OPERAÇÕES FINANCEIRAS Lei nº 12.683, de 2012)
§ 1º A pena de advertência será aplicada por irregularidade
Art. 11. As pessoas referidas no art. 9º: no cumprimento das instruções referidas nos incisos I e II do
I - dispensarão especial atenção às operações que, nos ter- art. 10.
mos de instruções emanadas das autoridades competentes, pos- § 2oA multa será aplicada sempre que as pessoas referidas
sam constituir-se em sérios indícios dos crimes previstos nesta no art. 9o, por culpa ou dolo:(Redação dada pela Lei nº 12.683,
Lei, ou com eles relacionar-se; de 2012)
II - deverão comunicar ao Coaf, abstendo-se de dar ciência I – deixarem de sanar as irregularidades objeto de advertên-
de tal ato a qualquer pessoa, inclusive àquela à qual se refira a cia, no prazo assinalado pela autoridade competente;
informação, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, a proposta ou II - não cumprirem o disposto nos incisos I a IV do art. 10;(Re-
realização: (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) dação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
a) de todas as transações referidas no inciso II do art. 10, III - deixarem de atender, no prazo estabelecido, a requisi-
acompanhadas da identificação de que trata o inciso I do men- ção formulada nos termos do inciso V do art. 10;(Redação dada
cionado artigo; e(Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) pela Lei nº 12.683, de 2012)

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IV - descumprirem a vedação ou deixarem de fazer a comu- em meio informático, e apresentados em arquivos que possibi-
nicação a que se refere o art. 11. litem a migração de informações para os autos do processo sem
§ 3º A inabilitação temporária será aplicada quando forem redigitação. (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
verificadas infrações graves quanto ao cumprimento das obri- Art. 17-D.Em caso de indiciamento de servidor público, este
gações constantes desta Lei ou quando ocorrer reincidência es- será afastado, sem prejuízo de remuneração e demais direitos
pecífica, devidamente caracterizada em transgressões anterior- previstos em lei, até que o juiz competente autorize, em decisão
mente punidas com multa. fundamentada, o seu retorno. (Incluído pela Lei nº 12.683, de
§ 4º A cassação da autorização será aplicada nos casos de 2012)
reincidência específica de infrações anteriormente punidas com Art. 17-E.A Secretaria da Receita Federal do Brasil conser-
a pena prevista no inciso III do caput deste artigo. vará os dados fiscais dos contribuintes pelo prazo mínimo de 5
Art. 13. (Revogado pela Lei nº 13.974, de 2020) (cinco) anos, contado a partir do início do exercício seguinte ao
da declaração de renda respectiva ou ao do pagamento do tribu-
CAPÍTULO IX to. (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
DO CONSELHO DE CONTROLE Art. 18. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
DE ATIVIDADES FINANCEIRAS

Art. 14.Fica criado, no âmbito do Ministério da Economia,


o Conselho de Controle de Atividades Financeiras - Coaf, com a CIRCULAR Nº 3.978, DE 23 DE JANEIRO DE 2020
finalidade de disciplinar, aplicar penas administrativas, receber,
examinar e identificar as ocorrências suspeitas de atividades ilí- CIRCULAR Nº 3.978, DE 23 DE JANEIRO DE 2020
citas previstas nesta Lei, sem prejuízo das competências de ou-
tros órgãos e entidades. (Redação dada pela Medida Provisória Dispõe sobre a política, os procedimentos e os controles
nº 886, de 2019) internos a serem adotados pelas instituições autorizadas a
§ 1º As instruções referidas no art. 10 destinadas às pessoas funcionar pelo Banco Central do Brasil visando à prevenção da
mencionadas no art. 9º, para as quais não exista órgão próprio utilização do sistema financeiro para a prática dos crimes de
fiscalizador ou regulador, serão expedidas pelo COAF, competin- “lavagem” ou ocultação de bens, direitos e valores, de que tra-
do-lhe, para esses casos, a definição das pessoas abrangidas e a ta a Lei nº 9.613, de 3 de março de 1998, e de financiamento do
aplicação das sanções enumeradas no art. 12. terrorismo, previsto na Lei nº 13.260, de 16 de março de 2016.
§ 2º O COAF deverá, ainda, coordenar e propor mecanismos
de cooperação e de troca de informações que viabilizem ações A Diretoria Colegiada do Banco Central do Brasil, em sessão
rápidas e eficientes no combate à ocultação ou dissimulação de realizada em 22 de janeiro de 2020, com base nos arts. 9º da Lei
bens, direitos e valores. nº 4.595, de 31 de dezembro de 1964, 10, 11 e 11-A da Lei nº
§ 3o O COAF poderá requerer aos órgãos da Administração 9.613, de 3 de março de 1998, 6º e 7º, inciso III, da Lei nº 11.795,
Pública as informações cadastrais bancárias e financeiras de de 8 de outubro de 2008, e 15 da Lei nº 12.865, de 9 de outubro
pessoas envolvidas em atividades suspeitas. (Incluído pela Lei de 2013, e tendo em vista o disposto na Lei nº 13.260, de 16 de
nº 10.701, de 2003) março de 2016, na Convenção contra o Tráfico Ilícito de Entor-
Art. 15. O COAF comunicará às autoridades competentes pecentes e Substâncias Psicotrópicas, promulgada pelo Decreto
para a instauração dos procedimentos cabíveis, quando concluir nº 154, de 26 de junho de 1991, na Convenção das Nações Uni-
pela existência de crimes previstos nesta Lei, de fundados indí- das contra o Crime Organizado Transnacional, promulgada pelo
cios de sua prática, ou de qualquer outro ilícito. Decreto nº 5.015, de 12 de março de 2004, na Convenção Inte-
Art. 16. (Revogado pela Lei nº 13.974, de 2020) ramericana contra o Terrorismo, promulgada pelo Decreto nº
Art. 17. (Revogado pela Lei nº 13.974, de 2020) 5.639, de 26 de dezembro de 2005, na Convenção Internacional
para Supressão do Financiamento do Terrorismo, promulgada
CAPÍTULO X pelo Decreto nº 5.640, de 26 de dezembro de 2005, e na Con-
(INCLUÍDO PELA LEI Nº 12.683, DE 2012) venção das Nações Unidas contra a Corrupção, promulgada pelo
DISPOSIÇÕES GERAIS Decreto nº 5.687, de 31 de janeiro de 2006, resolve:
(INCLUÍDO PELA LEI Nº 12.683, DE 2012)
CAPÍTULO I
Art. 17-A.Aplicam-se, subsidiariamente, as disposições do DO OBJETO E DO ÂMBITO DE APLICAÇÃO
Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Pro-
cesso Penal), no que não forem incompatíveis com esta Lei. (In- Art. 1º Esta Circular dispõe sobre a política, os procedimen-
cluído pela Lei nº 12.683, de 2012) tos e os controles internos a serem adotados pelas instituições
Art. 17-B.A autoridade policial e o Ministério Público terão autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil visando à
acesso, exclusivamente, aos dados cadastrais do investigado que prevenção da utilização do sistema financeiro para a prática dos
informam qualificação pessoal, filiação e endereço, independen- crimes de “lavagem” ou ocultação de bens, direitos e valores, de
temente de autorização judicial, mantidos pela Justiça Eleitoral, que trata a Lei nº 9.613, de 3 de março de 1998, e de financia-
pelas empresas telefônicas, pelas instituições financeiras, pelos mento do terrorismo, previsto na Lei nº 13.260, de 16 de março
provedores de internet e pelas administradoras de cartão de de 2016.
crédito. (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012) Parágrafo único. Para os fins desta Circular, os crimes refe-
Art. 17-C.Os encaminhamentos das instituições financei- ridos no caput serão denominados genericamente “lavagem de
ras e tributárias em resposta às ordens judiciais de quebra ou dinheiro” e “financiamento do terrorismo”.
transferência de sigilo deverão ser, sempre que determinado,

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
CAPÍTULO II Art. 5º As instituições mencionadas no art. 1º devem asse-
DA POLÍTICA DE PREVENÇÃO À LAVAGEM DE DINHEIRO E gurar a aplicação da política referida no art. 2º em suas unidades
AO FINANCIAMENTO DO TERRORISMO situadas no exterior.
Parágrafo único. Na hipótese de impedimento ou limitação
Art. 2º As instituições mencionadas no art. 1º devem imple- legal à aplicação da política referida no caput à unidade da insti-
mentar e manter política formulada com base em princípios e tuição situada no exterior, deverá ser elaborado relatório justifi-
diretrizes que busquem prevenir a sua utilização para as práticas cando o impedimento ou a limitação.
de lavagem de dinheiro e de financiamento do terrorismo. Art. 6º A política referida no art. 2º deve ser divulgada aos
Parágrafo único. A política de que trata o caput deve ser funcionários da instituição, parceiros e prestadores de serviços
compatível com os perfis de risco: terceirizados, mediante linguagem clara e acessível, em nível
I - dos clientes; de detalhamento compatível com as funções desempenhadas e
II - da instituição; com a sensibilidade das informações.
III - das operações, transações, produtos e serviços; e Art. 7º A política referida no art. 2º deve ser:
IV - dos funcionários, parceiros e prestadores de serviços I - documentada;
terceirizados. II - aprovada pelo conselho de administração ou, se inexis-
Art. 3º A política referida no art. 2º deve contemplar, no tente, pela diretoria da instituição; e
mínimo: III - mantida atualizada.
I - as diretrizes para:
a) a definição de papéis e responsabilidades para o cumpri- CAPÍTULO III
mento das obrigações de que trata esta Circular; DA GOVERNANÇA DA POLÍTICA DE PREVENÇÃO À LAVAGEM
b) a definição de procedimentos voltados à avaliação e à DE DINHEIRO E AO FINANCIAMENTO DO TERRORISMO
análise prévia de novos produtos e serviços, bem como da utili-
zação de novas tecnologias, tendo em vista o risco de lavagem Art. 8º As instituições mencionadas no art. 1º devem dispor
de dinheiro e de financiamento do terrorismo; de estrutura de governança visando a assegurar o cumprimento
c) a avaliação interna de risco e a avaliação de efetividade da política referida no art. 2º e dos procedimentos e controles
de que tratam os arts. 10 e 62; internos de prevenção à lavagem de dinheiro e ao financiamen-
d) a verificação do cumprimento da política, dos procedi- to do terrorismo previstos nesta Circular.
mentos e dos controles internos de que trata esta Circular, bem Art. 9º As instituições referidas no art. 1º devem indicar for-
como a identificação e a correção das deficiências verificadas; malmente ao Banco Central do Brasil diretor responsável pelo
e) a promoção de cultura organizacional de prevenção à la- cumprimento das obrigações previstas nesta Circular.
vagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo, contem- § 1º O diretor mencionado no caput pode desempenhar
plando, inclusive, os funcionários, os parceiros e os prestadores outras funções na instituição, desde que não haja conflito de
de serviços terceirizados; interesses.
f) a seleção e a contratação de funcionários e de prestado- § 2º A responsabilidade mencionada no caput deve ser ob-
res de serviços terceirizados, tendo em vista o risco de lavagem servada em cada instituição, mesmo no caso de opção pela fa-
de dinheiro e de financiamento do terrorismo; e culdade estabelecida nos arts. 4º, 11, 42, 46 e 52.
g) a capacitação dos funcionários sobre o tema da preven-
ção à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo, CAPÍTULO IV
incluindo os funcionários dos correspondentes no País que pres- DA AVALIAÇÃO INTERNA DE RISCO
tem atendimento em nome das instituições mencionadas no art.
1º; Art. 10. As instituições referidas no art. 1º devem realizar
II - as diretrizes para implementação de procedimentos: avaliação interna com o objetivo de identificar e mensurar o ris-
a) de coleta, verificação, validação e atualização de informa- co de utilização de seus produtos e serviços na prática da lava-
ções cadastrais, visando a conhecer os clientes, os funcionários, gem de dinheiro e do financiamento do terrorismo.
os parceiros e os prestadores de serviços terceirizados; § 1º Para identificação do risco de que trata o caput, a ava-
b) de registro de operações e de serviços financeiros; liação interna deve considerar, no mínimo, os perfis de risco:
c) de monitoramento, seleção e análise de operações e situ- I - dos clientes;
ações suspeitas; e II - da instituição, incluindo o modelo de negócio e a área
d) de comunicação de operações ao Conselho de Controle geográfica de atuação;
de Atividades Financeiras (Coaf); e III - das operações, transações, produtos e serviços, abran-
III - o comprometimento da alta administração com a efeti- gendo todos os canais de distribuição e a utilização de novas
vidade e a melhoria contínua da política, dos procedimentos e tecnologias; e
dos controles internos relacionados com a prevenção à lavagem IV - das atividades exercidas pelos funcionários, parceiros e
de dinheiro e ao financiamento do terrorismo. prestadores de serviços terceirizados.
Art. 4º Admite-se a adoção de política de prevenção à la- § 2º O risco identificado deve ser avaliado quanto à sua pro-
vagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo única por babilidade de ocorrência e à magnitude dos impactos financeiro,
conglomerado prudencial e por sistema cooperativo de crédito. jurídico, reputacional e socioambiental para a instituição.
Parágrafo único. As instituições que não constituírem polí- § 3º Devem ser definidas categorias de risco que possibi-
tica própria, em decorrência do disposto no caput, devem for- litem a adoção de controles de gerenciamento e de mitigação
malizar a opção por essa faculdade em reunião do conselho de reforçados para as situações de maior risco e a adoção de con-
administração ou, se inexistente, da diretoria da instituição. troles simplificados nas situações de menor risco.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
§ 4º Devem ser utilizadas como subsídio à avaliação interna § 2º No processo de identificação do cliente devem ser co-
de risco, quando disponíveis, avaliações realizadas por entida- letados, no mínimo:
des públicas do País relativas ao risco de lavagem de dinheiro e I - o nome completo, o endereço residencial e o número de
de financiamento do terrorismo. registro no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF), no caso de pessoa
Art. 11. A avaliação interna de risco pode ser realizada de natural; e
forma centralizada em instituição do conglomerado prudencial II - a firma ou denominação social, o endereço da sede e
e do sistema cooperativo de crédito. o número de registro no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica
Parágrafo único. As instituições que optarem por realizar a (CNPJ), no caso de pessoa jurídica.
avaliação interna de risco na forma do caput devem formalizar § 3º No caso de cliente pessoa natural residente no exterior
essa opção em reunião do conselho de administração ou, se ine- desobrigada de inscrição no CPF, na forma definida pela Secre-
xistente, da diretoria da instituição. taria da Receita Federal do Brasil, admite-se a utilização de do-
Art. 12. A avaliação interna de risco deve ser: cumento de viagem na forma da Lei, devendo ser coletados, no
I - documentada e aprovada pelo diretor referido no art. 9º; mínimo, o país emissor, o número e o tipo do documento.
II - encaminhada para ciência: § 4º No caso de cliente pessoa jurídica com domicílio ou
a) ao comitê de risco, quando houver; sede no exterior desobrigada de inscrição no CNPJ, na forma de-
b) ao comitê de auditoria, quando houver; e finida pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, as instituições
c) ao conselho de administração ou, se inexistente, à direto- devem coletar, no mínimo, o nome da empresa, o endereço da
ria da instituição; e sede e o número de identificação ou de registro da empresa no
III - revisada a cada dois anos, bem como quando ocorrerem respectivo país de origem.
alterações significativas nos perfis de risco mencionados no art. Art. 17. As informações referidas no art. 16 devem ser man-
10, § 1º. tidas atualizadas.
CAPÍTULO V SEÇÃO III
DOS PROCEDIMENTOS DESTINADOS DA QUALIFICAÇÃO DOS CLIENTES
A CONHECER OS CLIENTES
SEÇÃO I
Art. 18. As instituições mencionadas no art. 1º devem adotar
DOS PROCEDIMENTOS
procedimentos que permitam qualificar seus clientes por meio
da coleta, verificação e validação de informações, compatíveis
Art. 13. As instituições mencionadas no art. 1º devem im-
com o perfil de risco do cliente e com a natureza da relação de
plementar procedimentos destinados a conhecer seus clientes,
negócio.
incluindo procedimentos que assegurem a devida diligência na
§ 1º Os procedimentos de qualificação referidos no caput
sua identificação, qualificação e classificação.
devem incluir a coleta de informações que permitam avaliar a
§ 1º Os procedimentos referidos no caput devem ser com-
capacidade financeira do cliente, incluindo a renda, no caso de
patíveis com:
I - o perfil de risco do cliente, contemplando medidas refor- pessoa natural, ou o faturamento, no caso de pessoa jurídica.
çadas para clientes classificados em categorias de maior risco, § 2º A necessidade de verificação e de validação das infor-
de acordo com a avaliação interna de risco referida no art. 10; mações referidas no § 1º deve ser avaliada pelas instituições de
II - a política de prevenção à lavagem de dinheiro e ao finan- acordo com o perfil de risco do cliente e com a natureza da re-
ciamento do terrorismo de que trata o art. 2º; e lação de negócio.
III - a avaliação interna de risco de que trata o art. 10. § 3º Nos procedimentos de que trata o caput, devem ser
§ 2º Os procedimentos mencionados no caput devem ser coletadas informações adicionais do cliente compatíveis com o
formalizados em manual específico. risco de utilização de produtos e serviços na prática da lavagem
§ 3º O manual referido no § 2º deve ser aprovado pela dire- de dinheiro e do financiamento do terrorismo.
toria da instituição e mantido atualizado. § 4º A qualificação do cliente deve ser reavaliada de forma
Art. 14. As informações obtidas e utilizadas nos procedi- permanente, de acordo com a evolução da relação de negócio e
mentos referidos no art. 13 devem ser armazenadas em siste- do perfil de risco.
mas informatizados e utilizadas nos procedimentos de que trata § 5º As informações coletadas na qualificação do cliente de-
o Capítulo VII. vem ser mantidas atualizadas.
Art. 15. Os procedimentos previstos neste Capítulo devem § 6º O Banco Central do Brasil poderá divulgar rol de infor-
ser observados sem prejuízo do disposto na regulamentação mações a serem coletadas, verificadas e validadas em procedi-
que disciplina produtos e serviços específicos. mentos específicos de qualificação de clientes.
Art. 19. Os procedimentos de qualificação referidos no art.
SEÇÃO II 18 devem incluir a verificação da condição do cliente como pes-
DA IDENTIFICAÇÃO DOS CLIENTES soa exposta politicamente, nos termos do art. 27, bem como a
verificação da condição de representante, familiar ou estreito
Art. 16. As instituições referidas no art. 1º devem adotar colaborador dessas pessoas.
procedimentos de identificação que permitam verificar e validar § 1º Para os fins desta Circular, considera-se:
a identidade do cliente. I - familiar, os parentes, na linha reta ou colateral, até o se-
§ 1º Os procedimentos referidos no caput devem incluir a gundo grau, o cônjuge, o companheiro, a companheira, o ente-
obtenção, a verificação e a validação da autenticidade de infor- ado e a enteada; e
mações de identificação do cliente, inclusive, se necessário, me- II - estreito colaborador:
diante confrontação dessas informações com as disponíveis em a) pessoa natural conhecida por ter qualquer tipo de estrei-
bancos de dados de caráter público e privado. ta relação com pessoa exposta politicamente, inclusive por:

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
1. ter participação conjunta em pessoa jurídica de direito SEÇÃO VI
privado; DA IDENTIFICAÇÃO E DA QUALIFICAÇÃO
2. figurar como mandatária, ainda que por instrumento par- DO BENEFICIÁRIO FINAL
ticular da pessoa mencionada no item 1; ou
3. ter participação conjunta em arranjos sem personalidade Art. 24. Os procedimentos de qualificação do cliente pessoa
jurídica; e jurídica devem incluir a análise da cadeia de participação socie-
b) pessoa natural que tem o controle de pessoas jurídicas ou tária até a identificação da pessoa natural caracterizada como
de arranjos sem personalidade jurídica, conhecidos por terem seu beneficiário final, observado o disposto no art. 25.
sido criados para o benefício de pessoa exposta politicamente. § 1º Devem ser aplicados à pessoa natural referida no caput,
§ 2º Para os clientes qualificados como pessoa exposta po- no mínimo, os procedimentos de qualificação definidos para a
liticamente ou como representante, familiar ou estreito cola- categoria de risco do cliente pessoa jurídica na qual o beneficiá-
borador dessas pessoas, as instituições mencionadas no art. 1º rio final detenha participação societária.
devem: § 2º É também considerado beneficiário final o representan-
I - adotar procedimentos e controles internos compatíveis te, inclusive o procurador e o preposto, que exerça o comando
com essa qualificação; de fato sobre as atividades da pessoa jurídica.
II - considerar essa qualificação na classificação do cliente § 3º Excetuam-se do disposto no caput as pessoas jurídicas
nas categorias de risco referidas no art. 20; e constituídas sob a forma de companhia aberta ou entidade sem
III - avaliar o interesse no início ou na manutenção do rela- fins lucrativos e as cooperativas, para as quais as informações
cionamento com o cliente. coletadas devem abranger as informações das pessoas naturais
§ 3º A avaliação mencionada no § 2º, inciso III, deve ser autorizadas a representá-las, bem como seus controladores, ad-
realizada por detentor de cargo ou função de nível hierárquico ministradores e diretores, se houver.
superior ao do responsável pela autorização do relacionamento Art. 25. As instituições mencionadas no art. 1º devem es-
com o cliente. tabelecer valor mínimo de referência de participação societária
para a identificação de beneficiário final.
SEÇÃO IV § 1º O valor mínimo de referência de participação societária
DA CLASSIFICAÇÃO DOS CLIENTES de que trata o caput deve ser estabelecido com base no risco e
não pode ser superior a 25% (vinte e cinco por cento), conside-
Art. 20. As instituições mencionadas no art. 1º devem classi- rada, em qualquer caso, a participação direta e a indireta.
ficar seus clientes nas categorias de risco definidas na avaliação § 2º O valor de referência de que trata o caput deve ser jus-
interna de risco mencionada no art. 10, com base nas informa- tificado e documentado no manual de procedimentos referido
ções obtidas nos procedimentos de qualificação do cliente refe- no art. 13, § 2º.
ridos no art. 18. Art. 26. No caso de relação de negócio com cliente residente
Parágrafo único. A classificação mencionada no caput deve no exterior, que também seja cliente de instituição do mesmo
ser: grupo no exterior, fiscalizada por autoridade supervisora com a
I - realizada com base no perfil de risco do cliente e na natu- qual o Banco Central do Brasil mantenha convênio para a troca
reza da relação de negócio; e de informações, admite-se que as informações relativas ao be-
II - revista sempre que houver alterações no perfil de risco neficiário final sejam obtidas da instituição no exterior, desde
do cliente e na natureza da relação de negócio. que assegurado ao Banco Central do Brasil o acesso às informa-
ções e aos procedimentos adotados.
SEÇÃO V
DISPOSIÇÕES COMUNS À IDENTIFICAÇÃO, À QUALIFICA- SEÇÃO VII
ÇÃO E À CLASSIFICAÇÃO DOS CLIENTES DA QUALIFICAÇÃO COMO PESSOA
EXPOSTA POLITICAMENTE
Art. 21. As instituições referidas no art. 1º devem adotar os
procedimentos de identificação, de qualificação e de classifica- Art. 27. As instituições mencionadas no art. 1º devem im-
ção previstos neste Capítulo para os administradores de clientes plementar procedimentos que permitam qualificar seus clientes
pessoas jurídicas e para os representantes de clientes. como pessoa exposta politicamente.
Parágrafo único. Os procedimentos referidos no caput de- § 1º Consideram-se pessoas expostas politicamente:
vem ser compatíveis com a função exercida pelo administrador I - os detentores de mandatos eletivos dos Poderes Executi-
e com a abrangência da representação. vo e Legislativo da União;
Art. 22. Os critérios utilizados para a definição das informa- II - os ocupantes de cargo, no Poder Executivo da União, de:
ções necessárias e dos procedimentos de verificação, validação a) Ministro de Estado ou equiparado;
e atualização das informações para cada categoria de risco de- b) Natureza Especial ou equivalente;
vem ser previstos no manual de que trata o art. 13, § 2º. c) presidente, vice-presidente e diretor, ou equivalentes, de
Art. 23. É vedado às instituições referidas no art. 1º iniciar entidades da administração pública indireta; e
relação de negócios sem que os procedimentos de identificação d) Grupo Direção e Assessoramento Superiores (DAS), nível
e de qualificação do cliente estejam concluídos. 6, ou equivalente;
Parágrafo único. Admite-se, por um período máximo de trin- III - os membros do Conselho Nacional de Justiça, do Su-
ta dias, o início da relação de negócios em caso de insuficiência premo Tribunal Federal, dos Tribunais Superiores, dos Tribunais
de informações relativas à qualificação do cliente, desde que Regionais Federais, dos Tribunais Regionais do Trabalho, dos Tri-
não haja prejuízo aos procedimentos de monitoramento e sele- bunais Regionais Eleitorais, do Conselho Superior da Justiça do
ção de que trata o art. 39. Trabalho e do Conselho da Justiça Federal;

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
IV - os membros do Conselho Nacional do Ministério Públi- CAPÍTULO VI
co, o Procurador-Geral da República, o Vice-Procurador-Geral da DO REGISTRO DE OPERAÇÕES
República, o Procurador-Geral do Trabalho, o Procurador-Geral SEÇÃO I
da Justiça Militar, os Subprocuradores-Gerais da República e os DISPOSIÇÕES GERAIS
Procuradores-Gerais de Justiça dos Estados e do Distrito Fede-
ral; Art. 28. As instituições referidas no art. 1º devem manter
V - os membros do Tribunal de Contas da União, o Procu- registros de todas as operações realizadas, produtos e serviços
rador-Geral e os Subprocuradores-Gerais do Ministério Público contratados, inclusive saques, depósitos, aportes, pagamentos,
junto ao Tribunal de Contas da União; recebimentos e transferências de recursos.
VI - os presidentes e os tesoureiros nacionais, ou equivalen- § 1º Os registros referidos no caput devem conter, no míni-
tes, de partidos políticos; mo, as seguintes informações sobre cada operação:
VII - os Governadores e os Secretários de Estado e do Distri- I - tipo;
to Federal, os Deputados Estaduais e Distritais, os presidentes, II - valor, quando aplicável;
ou equivalentes, de entidades da administração pública indireta III - data de realização;
estadual e distrital e os presidentes de Tribunais de Justiça, Tri- IV - nome e número de inscrição no CPF ou no CNPJ do titu-
bunais Militares, Tribunais de Contas ou equivalentes dos Esta- lar e do beneficiário da operação, no caso de pessoa residente
dos e do Distrito Federal; e ou sediada no País; e
VIII - os Prefeitos, os Vereadores, os Secretários Municipais, V - canal utilizado.
os presidentes, ou equivalentes, de entidades da administração § 2º No caso de operações envolvendo pessoa natural resi-
pública indireta municipal e os Presidentes de Tribunais de Con- dente no exterior desobrigada de inscrição no CPF, na forma de-
tas ou equivalentes dos Municípios. finida pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, as instituições
§ 2º São também consideradas expostas politicamente as devem incluir no registro as seguintes informações:
pessoas que, no exterior, sejam: I - nome;
I - chefes de estado ou de governo; II - tipo e número do documento de viagem e respectivo país
II - políticos de escalões superiores; emissor; e
III - ocupantes de cargos governamentais de escalões supe- III - organismo internacional de que seja representante para
riores; o exercício de funções específicas no País, quando for o caso.
IV - oficiais-generais e membros de escalões superiores do § 3º No caso de operações envolvendo pessoa jurídica com
Poder Judiciário; domicílio ou sede no exterior desobrigada de inscrição no CNPJ,
V - executivos de escalões superiores de empresas públicas; na forma definida pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, as
ou instituições devem incluir no registro as seguintes informações:
VI - dirigentes de partidos políticos. I - nome da empresa; e
§ 3º São também consideradas pessoas expostas politica- II - número de identificação ou de registro da empresa no
mente os dirigentes de escalões superiores de entidades de di- respectivo país de origem.
reito internacional público ou privado. Art. 29. Os registros de que trata este Capítulo devem ser
§ 4º No caso de clientes residentes no exterior, para fins do realizados inclusive nas situações em que a operação ocorrer no
disposto no caput, as instituições mencionadas no art. 1º devem âmbito da mesma instituição.
adotar pelo menos duas das seguintes providências:
I - solicitar declaração expressa do cliente a respeito da sua SEÇÃO II
qualificação; DO REGISTRO DE OPERAÇÕES DE PAGAMENTO, DE RECEBI-
II - recorrer a informações públicas disponíveis; e MENTO E DE TRANSFERÊNCIA DE RECURSOS
III - consultar bases de dados públicas ou privadas sobre
pessoas expostas politicamente. Art. 30. No caso de operações relativas a pagamentos, re-
§ 5º A condição de pessoa exposta politicamente deve ser cebimentos e transferências de recursos, por meio de qualquer
aplicada pelos cinco anos seguintes à data em que a pessoa dei- instrumento, as instituições referidas no art. 1º devem incluir
xou de se enquadrar nas categorias previstas nos §§ 1º, 2º, e 3º. nos registros mencionados no art. 28 as informações necessárias
§ 6º No caso de relação de negócio com cliente residente à identificação da origem e do destino dos recursos.
no exterior que também seja cliente de instituição do mesmo § 1º A origem mencionada no caput refere-se à instituição
grupo no exterior, fiscalizada por autoridade supervisora com pagadora, sacada ou remetente e à pessoa sacada ou remetente
a qual o Banco Central do Brasil mantenha convênio para troca dos recursos, bem como ao instrumento de transferência ou de
de informações, admite-se que as informações de qualificação pagamento utilizado na transação.
de pessoa exposta politicamente sejam obtidas da instituição § 2º O destino mencionado no caput refere-se à instituição
no exterior, desde que assegurado ao Banco Central do Brasil o recebedora ou destinatária e à pessoa recebedora ou destinatá-
acesso aos respectivos dados e procedimentos adotados. ria dos recursos, bem como ao instrumento de transferência ou
de pagamento utilizado na transação.
§ 3º Para fins do cumprimento do disposto no caput, devem
ser incluídas no registro das operações, no mínimo, as seguintes
informações, quando couber:
I - nome e número de inscrição no CPF ou no CNPJ do reme-
tente ou sacado;
II - nome e número de inscrição no CPF ou no CNPJ do rece-
bedor ou beneficiário;

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
III - códigos de identificação, no sistema de liquidação de IV - o número do protocolo referido no art. 36, § 2º, inciso II.
pagamentos ou de transferência de fundos, das instituições en- Parágrafo único. Na hipótese de recusa do cliente ou do por-
volvidas na operação; e tador dos recursos em prestar a informação referida no inciso III
IV - números das dependências e das contas envolvidas na do caput, a instituição deve registrar o fato e utilizar essa infor-
operação. mação nos procedimentos de monitoramento, seleção e análise
§ 4º No caso de transferência de recursos por meio de che- de que tratam os art. 38 a 47.
que, as instituições mencionadas no art. 1º devem incluir no re- Art. 36. As instituições mencionadas no art. 1º devem re-
gistro da operação, além das informações referidas no § 3º, o querer dos sacadores clientes e não clientes solicitação de pro-
número do cheque. visionamento com, no mínimo, três dias úteis de antecedência,
Art. 31. Caso as instituições referidas no art. 1º estabeleçam das operações de saque, inclusive as realizadas por meio de
relação de negócio com terceiros não sujeitos a autorização para cheque ou ordem de pagamento, de valor igual ou superior a
funcionar do Banco Central do Brasil, participantes de arranjo R$50.000,00 (cinquenta mil reais).
de pagamento do qual a instituição também participe, deve ser § 1º As operações de saque de que trata o caput devem ser
estipulado em contrato o acesso da instituição à identificação consideradas individualmente, para efeitos de observação do li-
dos destinatários finais dos recursos, para fins de prevenção à mite previsto no caput.
lavagem de dinheiro e do financiamento do terrorismo. § 2º As instituições referidas no caput devem:
Parágrafo único. O disposto no caput se aplica inclusive no I - possibilitar a solicitação de provisionamento por meio do
caso de relação de negócio que envolva a interoperabilidade sítio eletrônico da instituição na internet e das agências ou Pos-
com arranjo de pagamento não sujeito a autorização pelo Banco tos de Atendimento;
Central do Brasil, do qual as instituições referidas no art. 1º não II - emitir protocolo de atendimento ao cliente ou ao saca-
participem. dor não cliente, no qual devem ser informados o valor da opera-
Art. 32. No caso de transferência de recursos por meio da ção, a dependência na qual deverá ser efetuado o saque e a data
compensação interbancária de cheque, a instituição sacada programada para o saque; e
deve informar à instituição depositária, e a instituição depositá- III - registrar, no ato da solicitação de provisionamento, as
ria deve informar à instituição sacada, os números de inscrição informações indicadas no art. 35, conforme o caso.
no CPF ou no CNPJ dos titulares da conta sacada e da conta de- § 3º No caso de saque em espécie a ser realizado por meio
positária, respectivamente. de cheque por sacador não cliente, a solicitação de provisiona-
mento de que trata o caput deve ser realizada exclusivamente
SEÇÃO III em agências ou em Postos de Atendimento.
DO REGISTRO DAS OPERAÇÕES EM ESPÉCIE § 4º O disposto neste artigo deve ser observado sem preju-
ízo do art. 2º da Resolução nº 3.695, de 26 de março de 2009.
Art. 33. No caso de operações com utilização de recursos em Art. 37. As instituições referidas no art. 1º devem manter
espécie de valor individual superior a R$2.000,00 (dois mil re- registro específico de recebimentos de boleto de pagamento pa-
ais), as instituições referidas no art. 1º devem incluir no registro, gos com recursos em espécie.
além das informações previstas nos arts. 28 e 30, o nome e o res- Parágrafo único. A instituição que receber boleto de paga-
pectivo número de inscrição no CPF do portador dos recursos. mento que não seja de sua emissão deve remeter à instituição
Art. 34. No caso de operações de depósito ou aporte em emissora a informação de que o boleto foi pago em espécie.
espécie de valor individual igual ou superior a R$50.000,00 (cin-
quenta mil reais), as instituições referidas no art. 1º devem in- CAPÍTULO VII
cluir no registro, além das informações previstas nos arts. 28 e DO MONITORAMENTO, DA SELEÇÃO E DA ANÁLISE DE OPE-
30: RAÇÕES E SITUAÇÕES SUSPEITAS
I - o nome e o respectivo número de inscrição no CPF ou no SEÇÃO I
CNPJ, conforme o caso, do proprietário dos recursos; DOS PROCEDIMENTOS DE MONITORAMENTO, SELEÇÃO E
II - o nome e o respectivo número de inscrição no CPF do ANÁLISE DE OPERAÇÕES E SITUAÇÕES SUSPEITAS
portador dos recursos; e
III - a origem dos recursos depositados ou aportados. Art. 38. As instituições referidas no art. 1º devem imple-
Parágrafo único. Na hipótese de recusa do cliente ou do por- mentar procedimentos de monitoramento, seleção e análise de
tador dos recursos em prestar a informação referida no inciso III operações e situações com o objetivo de identificar e dispensar
do caput, a instituição deve registrar o fato e utilizar essa infor- especial atenção às suspeitas de lavagem de dinheiro e de finan-
mação nos procedimentos de monitoramento, seleção e análise ciamento do terrorismo.
de que tratam os art. 38 a 47. § 1º Para os fins desta Circular, operações e situações sus-
Art. 35. No caso de operações de saque, inclusive as realiza- peitas referem-se a qualquer operação ou situação que apresen-
das por meio de cheque ou ordem de pagamento, de valor indi- te indícios de utilização da instituição para a prática dos crimes
vidual igual ou superior a R$50.000,00 (cinquenta mil reais), as de lavagem de dinheiro e de financiamento do terrorismo.
instituições referidas no art. 1º devem incluir no registro, além § 2º Os procedimentos de que trata o caput devem ser apli-
das informações previstas nos arts. 28 e 30: cados, inclusive, às propostas de operações.
I - o nome e o respectivo número de inscrição no CPF ou no § 3º Os procedimentos mencionados no caput devem:
CNPJ, conforme o caso, do destinatário dos recursos; I - ser compatíveis com a política de prevenção à lavagem de
II - o nome e o respectivo número de inscrição no CPF do dinheiro e ao financiamento do terrorismo de que trata o art. 2º;
portador dos recursos; II - ser definidos com base na avaliação interna de risco de
III - a finalidade do saque; e que trata o art. 10;

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
III - considerar a condição de pessoa exposta politicamente, § 1º As instituições devem manter documentação detalhada
nos termos do art. 27, bem como a condição de representante, dos parâmetros, variáveis, regras e cenários utilizados no moni-
familiar ou estreito colaborador da pessoa exposta politicamen- toramento e seleção de operações e situações que possam in-
te, nos termos do art. 19; e dicar suspeitas de lavagem de dinheiro e de financiamento do
IV - estar descritos em manual específico, aprovado pela di- terrorismo.
retoria da instituição. § 2º Os sistemas e os procedimentos utilizados no monito-
ramento e na seleção de operações e situações suspeitas devem
SEÇÃO II ser passíveis de verificação quanto à sua adequação e efetivi-
DO MONITORAMENTO E DA SELEÇÃO DE OPERAÇÕES E dade.
SITUAÇÕES SUSPEITAS Art. 41. Devem ser incluídos no manual referido no art. 38,
§ 3º, inciso IV:
Art. 39. As instituições referidas no art. 1º devem implemen- I - os critérios de definição da periodicidade de execução
tar procedimentos de monitoramento e seleção que permitam dos procedimentos de monitoramento e seleção para os dife-
identificar operações e situações que possam indicar suspeitas rentes tipos de operações e situações monitoradas; e
de lavagem de dinheiro e de financiamento do terrorismo, es- II - os parâmetros, as variáveis, as regras e os cenários uti-
pecialmente: lizados no monitoramento e seleção para os diferentes tipos de
I - as operações realizadas e os produtos e serviços contra- operações e situações.
tados que, considerando as partes envolvidas, os valores, as Art. 42. Os procedimentos de monitoramento e seleção re-
formas de realização, os instrumentos utilizados ou a falta de feridos no art. 39 podem ser realizados de forma centralizada
fundamento econômico ou legal, possam configurar a existência em instituição do conglomerado prudencial e do sistema coope-
de indícios de lavagem de dinheiro ou de financiamento do ter- rativo de crédito.
rorismo, inclusive: Parágrafo único. As instituições que optarem por realizar os
a) as operações realizadas ou os serviços prestados que, procedimentos de monitoramento e seleção na forma do caput
por sua habitualidade, valor ou forma, configurem artifício que devem formalizar essa opção em reunião do conselho de admi-
objetive burlar os procedimentos de identificação, qualificação, nistração ou, se inexistente, da diretoria da instituição.
registro, monitoramento e seleção previstos nesta Circular;
b) as operações de depósito ou aporte em espécie, saque SEÇÃO III
em espécie, ou pedido de provisionamento para saque que DOS PROCEDIMENTOS DE ANÁLISE DE OPERAÇÕES E SITU-
apresentem indícios de ocultação ou dissimulação da natureza, AÇÕES SUSPEITAS
da origem, da localização, da disposição, da movimentação ou
da propriedade de bens, direitos e valores; Art. 43. As instituições referidas no art. 1º devem imple-
c) as operações realizadas e os produtos e serviços con- mentar procedimentos de análise das operações e situações
tratados que, considerando as partes e os valores envolvidos, selecionadas por meio dos procedimentos de monitoramento e
apresentem incompatibilidade com a capacidade financeira do seleção de que trata o art. 39, com o objetivo de caracterizá-las
cliente, incluindo a renda, no caso de pessoa natural, ou o fatu- ou não como suspeitas de lavagem de dinheiro e de financia-
ramento, no caso de pessoa jurídica, e o patrimônio; mento do terrorismo.
d) as operações com pessoas expostas politicamente de na- § 1º O período para a execução dos procedimentos de aná-
cionalidade brasileira e com representantes, familiares ou es- lise das operações e situações selecionadas não pode exceder
treitos colaboradores de pessoas expostas politicamente; o prazo de quarenta e cinco dias, contados a partir da data da
e) as operações com pessoas expostas politicamente estran- seleção da operação ou situação.
geiras; § 2º A análise mencionada no caput deve ser formalizada
f) os clientes e as operações em relação aos quais não seja em dossiê, independentemente da comunicação ao Coaf refe-
possível identificar o beneficiário final; rida no art. 48.
g) as operações oriundas ou destinadas a países ou territó- Art. 44. É vedada:
rios com deficiências estratégicas na implementação das reco- I - a contratação de terceiros para a realização da análise
mendações do Grupo de Ação Financeira (Gafi); e referida no art. 43; e
h) as situações em que não seja possível manter atualizadas II - a realização da análise referida no art. 43 no exterior.
as informações cadastrais de seus clientes; e Parágrafo único. A vedação mencionada no caput não inclui
II - as operações e situações que possam indicar suspeitas a contratação de terceiros para a prestação de serviços auxilia-
de financiamento do terrorismo. res à análise referida no art. 43.
Parágrafo único. O período para a execução dos procedi- Art. 45. As instituições referidas no art. 1º devem dispor, no
mentos de monitoramento e de seleção das operações e situ- País, de recursos e competências necessários à análise de ope-
ações suspeitas não pode exceder o prazo de quarenta e cinco rações e situações suspeitas referida no art. 43.
dias, contados a partir da data de ocorrência da operação ou da Art. 46. Os procedimentos de análise referidos no art. 43
situação. podem ser realizados de forma centralizada em instituição do
Art. 40. As instituições referidas no art. 1º devem assegurar conglomerado prudencial e do sistema cooperativo de crédito.
que os sistemas utilizados no monitoramento e na seleção de Parágrafo único. As instituições que optarem por realizar os
operações e situações suspeitas contenham informações deta- procedimentos de análise na forma do caput devem formalizar
lhadas das operações realizadas e das situações ocorridas, in- a opção em reunião do conselho de administração ou, se inexis-
clusive informações sobre a identificação e a qualificação dos tente, da diretoria da instituição.
envolvidos.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
SEÇÃO IV SEÇÃO III
DISPOSIÇÕES GERAIS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 47. No caso de contratação de serviços de processa- Art. 50. As instituições referidas no art. 1º devem realizar
mento e armazenamento de dados e de computação em nuvem as comunicações mencionadas nos arts. 48 e 49 sem dar ciência
utilizados para monitoramento e seleção de operações e situa- aos envolvidos ou a terceiros.
ções suspeitas, bem como de serviços auxiliares à análise dessas Art. 51. As comunicações alteradas ou canceladas após o
operações e situações, as instituições referidas no art. 1º devem quinto dia útil seguinte ao da sua realização devem ser acompa-
observar: nhadas de justificativa da ocorrência.
I - o disposto no Capítulo III da Circular nº 3.909, de 16 de Art. 52. As comunicações podem ser realizadas de forma
agosto de 2018, e, no que couber, nos Capítulos IV e V da referi- centralizada por meio de instituição do conglomerado pruden-
da Circular, no caso de instituições de pagamento; e cial e de sistema cooperativo de crédito, em nome da instituição
II - o disposto no Capítulo III da Resolução nº 4.658, de 26 de na qual ocorreu a operação ou a situação.
abril de 2018, e, no que couber, nos Capítulos IV e V da referida Parágrafo único. As instituições que optarem por realizar as
Resolução, no caso de instituições financeiras e demais institui- comunicações de forma centralizada, nos termos do caput, de-
ções autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil. vem formalizar a opção em reunião do conselho de administra-
ção ou, se inexistente, da diretoria da instituição.
CAPÍTULO VIII Art. 53. As comunicações referidas nos arts. 48 e 49 devem
DOS PROCEDIMENTOS DE COMUNICAÇÃO AO COAF especificar, quando for o caso, se a pessoa objeto da comunica-
SEÇÃO I ção:
DA COMUNICAÇÃO DE OPERAÇÕES E SITUAÇÕES SUSPEI- I - é pessoa exposta politicamente ou representante, fami-
TAS liar ou estreito colaborador dessa pessoa;
II - é pessoa que, reconhecidamente, praticou ou tenha in-
Art. 48. As instituições referidas no art. 1º devem comunicar tentado praticar atos terroristas ou deles participado ou facilita-
ao Coaf as operações ou situações suspeitas de lavagem de di- do o seu cometimento; e
nheiro e de financiamento do terrorismo. III - é pessoa que possui ou controla, direta ou indiretamen-
§ 1º A decisão de comunicação da operação ou situação ao te, recursos na instituição, no caso do inciso II.
Coaf deve: Art. 54. As instituições de que trata o art. 1º que não tive-
I - ser fundamentada com base nas informações contidas no rem efetuado comunicações ao Coaf em cada ano civil deverão
dossiê mencionado no art. 43, § 2º; prestar declaração, até dez dias úteis após o encerramento do
II - ser registrada de forma detalhada no dossiê mencionado referido ano, atestando a não ocorrência de operações ou situa-
no art. 43, § 2º; e ções passíveis de comunicação.
III - ocorrer até o final do prazo de análise referido no art. Art. 55. As instituições referidas no art. 1º devem se habi-
43, § 1º. litar para realizar as comunicações no Sistema de Controle de
§ 2º A comunicação da operação ou situação suspeita ao Atividades Financeiras (Siscoaf), do Coaf.
Coaf deve ser realizada até o dia útil seguinte ao da decisão de
comunicação. CAPÍTULO IX
DOS PROCEDIMENTOS DESTINADOS A CONHECER FUNCIO-
SEÇÃO II NÁRIOS, PARCEIROS E PRESTADORES DE SERVIÇOS TERCEI-
DA COMUNICAÇÃO DE OPERAÇÕES EM ESPÉCIE RIZADOS

Art. 49. As instituições mencionadas no art. 1º devem co- Art. 56. As instituições mencionadas no art. 1º devem im-
municar ao Coaf: plementar procedimentos destinados a conhecer seus funcioná-
I - as operações de depósito ou aporte em espécie ou saque rios, parceiros e prestadores de serviços terceirizados, incluindo
em espécie de valor igual ou superior a R$50.000,00 (cinquenta procedimentos de identificação e qualificação.
mil reais); Parágrafo único. Os procedimentos referidos no caput de-
II - as operações relativas a pagamentos, recebimentos e vem ser compatíveis com a política de prevenção à lavagem de
transferências de recursos, por meio de qualquer instrumen- dinheiro e ao financiamento do terrorismo de que trata o art. 2º
to, contra pagamento em espécie, de valor igual ou superior a e com a avaliação interna de risco de que trata o art. 10.
R$50.000,00 (cinquenta mil reais); e Art. 57. Os procedimentos referidos no art. 56 devem ser
III - a solicitação de provisionamento de saques em espécie formalizados em documento específico aprovado pela diretoria
de valor igual ou superior a R$50.000,00 (cinquenta mil reais) de da instituição.
que trata o art. 36. Parágrafo único. O documento mencionado no caput deve
Parágrafo único. A comunicação mencionada no caput deve ser mantido atualizado.
ser realizada até o dia útil seguinte ao da ocorrência da opera- Art. 58. As instituições referidas no art. 1º devem classificar
ção ou do provisionamento. as atividades exercidas por seus funcionários, parceiros e pres-
tadores de serviços terceirizados nas categorias de risco defini-
das na avaliação interna de risco, nos termos do art. 10.
§ 1º A classificação em categorias de risco mencionada no
caput deve ser mantida atualizada.

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§ 2º Os critérios para a classificação em categorias de risco CAPÍTULO XI
referida no caput devem estar previstos no documento mencio- DA AVALIAÇÃO DE EFETIVIDADE
nado no art. 57.
§ 3º As informações relativas aos funcionários, parceiros e Art. 62. As instituições referidas no art. 1º devem avaliar a
prestadores de serviços terceirizados devem ser mantidas atua- efetividade da política, dos procedimentos e dos controles inter-
lizadas, considerando inclusive eventuais alterações que impli- nos de que trata esta Circular.
quem mudança de classificação nas categorias de risco. § 1º A avaliação referida no caput deve ser documentada
Art. 59. As instituições referidas no art. 1º, na celebração em relatório específico.
de contratos com instituições financeiras sediadas no exterior, § 2º O relatório de que trata o § 1º deve ser:
devem: I - elaborado anualmente, com data-base de 31 de dezem-
I - obter informações sobre o contratado que permitam bro; e
compreender a natureza de sua atividade e a sua reputação; II - encaminhado, para ciência, até 31 de março do ano se-
II - verificar se o contratado foi objeto de investigação ou guinte ao da data-base:
de ação de autoridade supervisora relacionada com lavagem de a) ao comitê de auditoria, quando houver; e
dinheiro ou com financiamento do terrorismo; b) ao conselho de administração ou, se inexistente, à dire-
III - certificar que o contratado tem presença física no país toria da instituição.
onde está constituído ou licenciado; Art. 63. O relatório referido no art. 62, § 1º, deve:
IV - conhecer os controles adotados pelo contratado relati- I - conter informações que descrevam:
vos à prevenção à lavagem de dinheiro e ao financiamento do a) a metodologia adotada na avaliação de efetividade;
terrorismo; b) os testes aplicados;
V - obter a aprovação do detentor de cargo ou função de c) a qualificação dos avaliadores; e
nível hierárquico superior ao do responsável pela contratação; e d) as deficiências identificadas; e
VI - dar ciência do contrato de parceria ao diretor mencio- II - conter, no mínimo, a avaliação:
nado no art. 9º. a) dos procedimentos destinados a conhecer clientes, in-
Parágrafo único. O disposto no caput aplica-se inclusive às cluindo a verificação e a validação das informações dos clientes
relações de parceria estabelecidas com bancos correspondentes e a adequação dos dados cadastrais;
no exterior. b) dos procedimentos de monitoramento, seleção, análise e
Art. 60. As instituições referidas no art. 1º, na celebração comunicação ao Coaf, incluindo a avaliação de efetividade dos
de contratos com terceiros não sujeitos a autorização para fun- parâmetros de seleção de operações e de situações suspeitas;
cionar do Banco Central do Brasil, participantes de arranjo de c) da governança da política de prevenção à lavagem de di-
pagamento do qual a instituição também participe, devem: nheiro e ao financiamento do terrorismo;
I - obter informações sobre o terceiro que permitam com- d) das medidas de desenvolvimento da cultura organizacio-
preender a natureza de sua atividade e a sua reputação; nal voltadas à prevenção da lavagem de dinheiro e ao financia-
II - verificar se o terceiro foi objeto de investigação ou de mento do terrorismo;
ação de autoridade supervisora relacionada com lavagem de di- e) dos programas de capacitação periódica de pessoal;
nheiro ou com financiamento do terrorismo; f) dos procedimentos destinados a conhecer os funcioná-
III - certificar que o terceiro tem licença do instituidor do rios, parceiros e prestadores de serviços terceirizados; e
arranjo para operar, quando for o caso; g) das ações de regularização dos apontamentos oriundos
IV - conhecer os controles adotados pelo terceiro relativos da auditoria interna e da supervisão do Banco Central do Brasil.
à prevenção à lavagem de dinheiro e ao financiamento do ter- Art. 64. Admite-se a elaboração de um único relatório de
rorismo; e avaliação de efetividade nos termos do art. 62, § 1º, relativo às
V - dar ciência do contrato ao diretor mencionado no art. 9º. instituições do conglomerado prudencial e do sistema coopera-
tivo de crédito.
CAPÍTULO X Parágrafo único. As instituições que optarem por realizar o
DOS MECANISMOS DE ACOMPANHAMENTO E DE CONTRO- relatório de avaliação de efetividade na forma do caput devem
LE formalizar a opção em reunião do conselho de administração ou,
se inexistente, da diretoria da instituição.
Art. 61. As instituições mencionadas no art. 1º devem insti- Art. 65. As instituições referidas no art. 1º devem elaborar
tuir mecanismos de acompanhamento e de controle de modo a plano de ação destinado a solucionar as deficiências identifica-
assegurar a implementação e a adequação da política, dos pro- das por meio da avaliação de efetividade de que trata o art. 62.
cedimentos e dos controles internos de que trata esta Circular, § 1º O acompanhamento da implementação do plano de
incluindo: ação referido no caput deve ser documentado por meio de rela-
I - a definição de processos, testes e trilhas de auditoria; tório de acompanhamento.
II - a definição de métricas e indicadores adequados; e § 2º O plano de ação e o respectivo relatório de acompanha-
III - a identificação e a correção de eventuais deficiências. mento devem ser encaminhados para ciência e avaliação, até 30
Parágrafo único. Os mecanismos de que trata o caput de- de junho do ano seguinte ao da data-base do relatório de que
vem ser submetidos a testes periódicos pela auditoria interna, trata o art. 62, § 1º:
quando aplicáveis, compatíveis com os controles internos da I - do comitê de auditoria, quando houver;
instituição. II - da diretoria da instituição; e
III - do conselho de administração, quando existente.

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CAPÍTULO XII Art. 68. A Circular nº 3.691, de 16 de dezembro de 2013,
DISPOSIÇÕES FINAIS passa a vigorar com as seguintes alterações:
“Art. 18. Os agentes autorizados a operar no mercado de
Art. 66. Devem permanecer à disposição do Banco Central câmbio devem verificar a legalidade das operações, as respon-
do Brasil: sabilidades das partes envolvidas, bem como identificar seus
I - o documento de que trata o art. 7º, inciso I, relativo à clientes previamente à realização das operações no mercado de
política de prevenção à lavagem de dinheiro e ao financiamento câmbio na forma prevista pela regulamentação sobre a política,
do terrorismo de que trata o art. 2º; os procedimentos e os controles internos na prevenção à prá-
II - a ata de reunião do conselho de administração ou, na sua tica dos crimes de ‘lavagem’ ou ocultação de bens, direitos e
inexistência, da diretoria da instituição, no caso de ser formali- valores, previstos na Lei nº 9.613, de 3 de março de 1998, e de
zada a opção de que trata o caput do art. 4º; financiamento do terrorismo, de que trata a Lei nº 13.260, de 16
III - o relatório de que trata o art. 5º, parágrafo único, se de março de 2016.” (NR)
existente; “Art. 135. As instituições autorizadas a operar no mercado
IV - o documento relativo à avaliação interna de risco de de câmbio devem desenvolver mecanismos que permitam evitar
que trata o art. 12, inciso I, juntamente com a documentação de a prática de operações que visem a burlar os limites e outros
suporte à sua elaboração; requerimentos estabelecidos nesta Circular.” (NR)
V - o contrato referido no art. 31; “Art. 139. As instituições autorizadas a operar no mercado
VI - a ata de reunião do conselho de administração ou, na de câmbio devem certificar-se da qualificação de seus clientes,
sua inexistência, da diretoria da instituição, no caso de serem mediante documentação em meio físico ou eletrônico e me-
formalizadas as opções mencionadas nos arts. 11, 42, 46, 52 e diante a realização, entre outras providências pertinentes, de
64; avaliação de desempenho, de procedimentos comerciais e de
VII - o relatório de avaliação de efetividade de que trata o capacidade financeira.” (NR)
art. 62, § 1º; Art. 69. Ficam revogados:
VIII - as versões anteriores da avaliação interna de risco de I - a Circular nº 3.461, de 24 de julho de 2009;
que trata o art. 10; II - a Circular nº 3.517, de 7 de dezembro de 2010;
IX - o manual relativo aos procedimentos destinados a co- III - a Circular nº 3.583, de 12 de março de 2012;
nhecer os clientes referido no art. 13, § 2º; IV - a Circular nº 3.654, de 27 de março de 2013;
X - o manual relativo aos procedimentos de monitoramento, V - a Circular nº 3.839, de 28 de junho de 2017;
seleção e análise de operações e situações suspeitas menciona- VI - a Circular nº 3.889, de 28 de março de 2018;
do no art. 38, § 3º, inciso IV; VII - os arts. 6º, 6º-A e 6º-B da Circular nº 3.680, de 4 de
XI - o documento relativo aos procedimentos destinados a novembro de 2013;
conhecer os funcionários, parceiros e prestadores de serviços VIII - o § 2º do art. 11 da Circular nº 3.691, de 2013;
terceirizados mencionado no art. 57; IX - o parágrafo único do art. 19 da Circular nº 3.691, de
XII - as versões anteriores do relatório de avaliação de efeti- 2013;
vidade de que trata o art. 62, § 1º; X - o art. 32 da Circular nº 3.691, de 2013;
XIII - os dados, os registros e as informações relativas aos XI - o inciso IV do art. 32-A da Circular nº 3.691, de 2013;
mecanismos de acompanhamento e de controle de que trata o XII - os incisos I e II do art. 139 da Circular nº 3.691, de 2013;
art. 61; e XIII - o art. 166 da Circular nº 3.691, de 2013;
XIV - os documentos relativos ao plano de ação e ao respec- XIV - o art. 170 da Circular nº 3.691, de 2013;
tivo relatório de acompanhamento mencionados no art. 65. XV - o art. 213 da Circular nº 3.691, de 2013;
§ 1º O contrato referido no inciso V do caput deve perma- XVI - o art. 2º da Circular nº 3.727, de 6 de novembro de
necer à disposição do Banco Central do Brasil pelo prazo mínimo 2014;
de cinco anos após o encerramento da relação contratual. XVII - o art. 3º da Circular nº 3.780, de 21 de janeiro de 2016;
§ 2º Os documentos e informações referidos nos incisos VIII e
a XIV do caput devem permanecer à disposição do Banco Central XVIII - o art. 18 da Circular nº 3.858, de 14 de novembro de
do Brasil pelo prazo mínimo de cinco anos. 2017.
Art. 67. As instituições referidas no art. 1º devem manter à Art. 70. Esta Circular entra em vigor em 1º de julho de 2020.
disposição do Banco Central do Brasil e conservar pelo período
mínimo de dez anos:
I - as informações coletadas nos procedimentos destinados CARTA CIRCULAR Nº 4.001, DE 29 DE JANEIRO DE 2020
a conhecer os clientes de que tratam os arts. 13, 16 e 18, con- E SUAS ALTERAÇÕES
tado o prazo referido no caput a partir do primeiro dia do ano
seguinte ao término do relacionamento com o cliente; CARTA CIRCULAR Nº 4.001, DE 29 DE JANEIRO DE 2020
II - as informações coletadas nos procedimentos destinados
a conhecer os funcionários, parceiros e prestadores de serviços Divulga relação de operações e situações que podem con-
terceirizados de que trata o art. 56, contado o prazo referido no figurar indícios de ocorrência dos crimes de “lavagem” ou ocul-
caput a partir da data de encerramento da relação contratual; tação de bens, direitos e valores, de que trata a Lei nº 9.613,
III - as informações e registros de que tratam os arts. 28 a de 3 de março de 1998, e de financiamento ao terrorismo, pre-
37, contado o prazo referido no caput a partir do primeiro dia do vistos na Lei nº 13.260, de 16 de março de 2016, passíveis de
ano seguinte ao da realização da operação; e comunicação ao Conselho de Controle de Atividades Financei-
IV - o dossiê referido no art. 43, § 2º. ras (Coaf).

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A Chefe do Departamento de Supervisão de Conduta (De- n) depósitos em espécie relevantes em contas de servidores
con), no uso da atribuição que lhe confere o art. 23, inciso I, alí- públicos e de qualquer tipo de Pessoas Expostas Politicamente
nea “a”, do Regimento Interno do Banco Central do Brasil, anexo (PEP), conforme elencados no art. 27 da Circular nº 3.978, de
à Portaria nº 105.173, de 24 de outubro de 2019, resolve: 2020, bem como seu representante, familiar ou estreito cola-
borador.
Art. 1º As operações ou as situações descritas a seguir II - Situações relacionadas com operações em espécie e car-
exemplificam a ocorrência de indícios de suspeita para fins dos tões pré-pagos em moeda estrangeira e cheques de viagem:
procedimentos de monitoramento e seleção previstos na Circu- a) movimentações de moeda estrangeira em espécie ou de
lar nº 3.978, de 23 de janeiro de 2020: cheques de viagem denominados em moeda estrangeira, que
I - Situações relacionadas com operações em espécie em apresentem atipicidade em relação à atividade econômica do
moeda nacional com a utilização de contas de depósitos ou de cliente ou incompatibilidade com a sua capacidade financeira;
contas de pagamento: b) negociações de moeda estrangeira em espécie ou de che-
a) depósitos, aportes, saques, pedidos de provisionamento ques de viagem denominados em moeda estrangeira, que não
para saque ou qualquer outro instrumento de transferência de apresentem compatibilidade com a natureza declarada da ope-
recursos em espécie, que apresentem atipicidade em relação à ração;
atividade econômica do cliente ou incompatibilidade com a sua c) negociações de moeda estrangeira em espécie ou de che-
capacidade financeira; ques de viagem denominados em moeda estrangeira, realizadas
b) movimentações em espécie realizadas por clientes cujas por diferentes pessoas naturais, não relacionadas entre si, que
atividades possuam como característica a utilização de outros informem o mesmo endereço residencial, telefone de contato
instrumentos de transferência de recursos, tais como cheques, ou possuam o mesmo representante legal;
cartões de débito ou crédito; d) negociações envolvendo taxas de câmbio com variação
c) aumentos substanciais no volume de depósitos ou apor- significativa em relação às praticadas pelo mercado;
tes em espécie de qualquer pessoa natural ou jurídica, sem cau- e) negociações de moeda estrangeira em espécie envolven-
sa aparente, nos casos em que tais depósitos ou aportes forem do cédulas úmidas, malcheirosas, mofadas, ou com aspecto de
posteriormente transferidos, dentro de curto período de tempo, terem sido armazenadas em local impróprio, ou ainda que apre-
a destino não relacionado com o cliente; sentem marcas, símbolos ou selos desconhecidos, empacotadas
d) fragmentação de depósitos ou outro instrumento de em maços desorganizados e não uniformes;
transferência de recurso em espécie, inclusive boleto de paga- f) negociações de moeda estrangeira em espécie ou troca
mento, de forma a dissimular o valor total da movimentação; de grandes quantidades de cédulas de pequeno valor, realizadas
e) fragmentação de saques em espécie, a fim de burlar limi- por pessoa natural ou jurídica, cuja atividade ou negócio não
tes regulatórios de reportes; tenha como característica o recebimento desse tipo de recurso;
f) depósitos ou aportes de grandes valores em espécie, de g) utilização, carga ou recarga de cartão pré-pago em valor
forma parcelada, principalmente nos mesmos caixas ou termi- não compatível com a capacidade financeira, atividade ou perfil
nais de autoatendimento próximos, destinados a uma única con- do cliente;
ta ou a várias contas em municípios ou agências distintas; h) utilização de diversas fontes de recursos para carga e re-
g) depósitos ou aportes em espécie em contas de clientes carga de cartões pré-pagos;
que exerçam atividade comercial relacionada com negociação i) carga e recarga de cartões pré-pagos seguidas imediata-
de bens de luxo ou de alto valor, tais como obras de arte, imó- mente por saques em caixas eletrônicos.
veis, barcos, joias, automóveis ou aeronaves; III - Situações relacionadas com a identificação e qualifica-
h) saques em espécie de conta que receba diversos depósi- ção de clientes:
tos por transferência eletrônica de várias origens em curto pe- a) resistência ao fornecimento de informações necessárias
ríodo de tempo; para o início de relacionamento ou para a atualização cadastral;
i) depósitos ou aportes em espécie com cédulas úmidas, b) oferecimento de informação falsa;
malcheirosas, mofadas, ou com aspecto de que foram arma- c) prestação de informação de difícil ou onerosa verificação;
zenadas em local impróprio ou ainda que apresentem marcas, d) abertura, movimentação de contas ou realização de ope-
símbolos ou selos desconhecidos, empacotadas em maços de- rações por detentor de procuração ou de qualquer outro tipo de
sorganizados e não uniformes; mandato;
j) depósitos, aportes ou troca de grandes quantidades de e) ocorrência de irregularidades relacionadas aos procedi-
cédulas de pequeno valor, por pessoa natural ou jurídica, cuja mentos de identificação e registro das operações exigidos pela
atividade ou negócio não tenha como característica recebimen- regulamentação vigente;
tos de grandes quantias de recursos em espécie; f) cadastramento de várias contas em uma mesma data, ou
k) saques no período de cinco dias úteis em valores inferio- em curto período, com depósitos de valores idênticos ou aproxi-
res aos limites estabelecidos, de forma a dissimular o valor total mados, ou com outros elementos em comum, tais como origem
da operação e evitar comunicações de operações em espécie; dos recursos, titulares, procuradores, sócios, endereço, número
l) dois ou mais saques em espécie no caixa no mesmo dia, de telefone, etc;
com indícios de tentativa de burla para evitar a identificação do g) operações em que não seja possível identificar o benefi-
sacador; ciário final, observados os procedimentos definidos na regula-
m) dois ou mais depósitos em terminais de autoatendimen- mentação vigente;
to em espécie, no período de cinco dias úteis, com indícios de h) representação de diferentes pessoas jurídicas ou orga-
tentativa de burla para evitar a identificação do depositante; nizações pelos mesmos procuradores ou representantes legais,
sem justificativa razoável para tal ocorrência;

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i) informação de mesmo endereço residencial ou comercial o) pagamentos habituais a fornecedores ou beneficiários
por pessoas naturais, sem demonstração da existência de rela- que não apresentem ligação com a atividade ou ramo de negó-
ção familiar ou comercial; cio da pessoa jurídica;
j) incompatibilidade da atividade econômica ou faturamen- p) pagamentos ou transferências por pessoa jurídica para
to informados com o padrão apresentado por clientes com o fornecedor distante de seu local de atuação, sem fundamenta-
mesmo perfil; ção econômico-financeira;
k) registro de mesmo endereço de e-mail ou de Internet q) depósitos de cheques endossados totalizando valores sig-
Protocol (IP) por diferentes pessoas jurídicas ou organizações, nificativos;
sem justificativa razoável para tal ocorrência; r) existência de conta de depósitos à vista ou de conta de
l) registro de mesmo endereço de e-mail ou Internet Proto- pagamento de organizações sem fins lucrativos cujos saldos ou
col (IP) por pessoas naturais, sem justificativa razoável para tal movimentações financeiras não apresentem fundamentação
ocorrência; econômica ou legal ou nas quais pareça não haver vinculação
m) informações e documentos apresentados pelo cliente entre a atividade declarada da organização e as outras partes
conflitantes com as informações públicas disponíveis; envolvidas nas transações;
n) sócios de empresas sem aparente capacidade financeira s) movimentação habitual de recursos financeiros de ou
para o porte da atividade empresarial declarada. para qualquer tipo de PEP, conforme elencados no art. 27 da
IV - Situações relacionadas com a movimentação de contas Circular nº 3.978, de 2020, bem como seu representante, fami-
de depósito e de contas de pagamento em moeda nacional, que liar ou estreito colaborador, não justificada por eventos econô-
digam respeito a: micos;
a) movimentação de recursos incompatível com o patrimô- t) existência de contas em nome de menores ou incapazes,
nio, a atividade econômica ou a ocupação profissional e a capa- cujos representantes realizem grande número de operações e/
cidade financeira do cliente; ou operações de valores relevantes;
b) transferências de valores arredondados na unidade de u) transações significativas e incomuns por meio de contas
milhar ou que estejam um pouco abaixo do limite para notifica- de depósitos ou de contas de pagamento de investidores não
ção de operações; residentes constituídos sob a forma de trust;
c) movimentação de recursos de alto valor, de forma contu- v) recebimentos de valores relevantes no mesmo terminal
maz, em benefício de terceiros; de pagamento (Point of Sale - POS), que apresentem indícios de
d) manutenção de numerosas contas destinadas ao acolhi- atipicidade ou de incompatibilidade com a capacidade financei-
mento de depósitos em nome de um mesmo cliente, cujos valo- ra do estabelecimento comercial credenciado;
res, somados, resultem em quantia significativa; w) recebimentos de valores relevantes no mesmo terminal
e) movimentação de quantia significativa por meio de conta de pagamento (Point of sale - POS), que apresentem indícios de
até então pouco movimentada ou de conta que acolha depósito atipicidade ou de incompatibilidade com o perfil do estabeleci-
inusitado; mento comercial credenciado;
f) ausência repentina de movimentação financeira em conta x) desvios frequentes em padrões adotados por cada admi-
que anteriormente apresentava grande movimentação; nistradora de cartões de credenciamento ou de cartões de crédi-
g) utilização de cofres de aluguel de forma atípica em rela- to, verificados no monitoramento das compras de seus titulares;
ção ao perfil do cliente; y) transações em horário considerado incompatível com a
h) dispensa da faculdade de utilização de prerrogativas atividade do estabelecimento comercial credenciado;
como recebimento de crédito, de juros remuneratórios para z) transações em terminal (Point of sale - POS) realizadas em
grandes saldos ou, ainda, de outros serviços bancários especiais localização geográfica distante do local de atuação do estabele-
que, em circunstâncias normais, sejam valiosas para qualquer cimento comercial credenciado;
cliente; aa) operações atípicas em contas de clientes que exerçam
i) mudança repentina e injustificada na forma de movimen- atividade comercial relacionada com negociação de bens de luxo
tação de recursos ou nos tipos de transação utilizados; ou de alto valor, tais como obras de arte, imóveis, barcos, joias,
j) solicitação de não observância ou atuação no sentido de automóveis ou aeronaves;
induzir funcionários da instituição a não seguirem os procedi- ab) utilização de instrumento financeiro de forma a ocultar
mentos regulamentares ou formais para a realização de uma patrimônio e/ou evitar a realização de bloqueios judiciais, inclu-
operação; sive cheque administrativo;
k) recebimento de recursos com imediata compra de instru- ac) movimentação de valores incompatíveis com o fatura-
mentos para a realização de pagamentos ou de transferências a mento mensal das pessoas jurídicas;
terceiros, sem justificativa; ad) recebimento de créditos com o imediato débito dos va-
l) operações que, por sua habitualidade, valor e forma, con- lores;
figurem artifício para burla da identificação da origem, do desti- ae) movimentações de valores com empresas sem atividade
no, dos responsáveis ou dos destinatários finais; regulamentada pelos órgãos competentes.
m) existência de contas que apresentem créditos e débitos V - Situações relacionadas com operações de investimento
com a utilização de instrumentos de transferência de recursos no País:
não característicos para a ocupação ou o ramo de atividade de- a) operações ou conjunto de operações de compra ou de
senvolvida pelo cliente; venda de ativos financeiros a preços incompatíveis com os pra-
n) recebimento de depósitos provenientes de diversas ori- ticados no mercado ou quando realizadas por pessoa natural ou
gens, sem fundamentação econômico-financeira, especialmente jurídica cuja atividade declarada e perfil não se coadunem ao
provenientes de regiões distantes do local de atuação da pessoa tipo de negociação realizada;
jurídica ou distantes do domicílio da pessoa natural;

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
b) operações atípicas que resultem em elevados ganhos i) informe de conta de depósito à vista ou de poupança para
para os agentes intermediários, em desproporção com a nature- pagamento de crédito em espécie, em agência/localidade dife-
za dos serviços efetivamente prestados; rente da inicialmente fornecida ou remessa de eventual Ordem
c) investimentos significativos em produtos de baixa renta- de Pagamento (OP) para conta de depósito à vista ou de pou-
bilidade e liquidez; pança divergente da inicialmente fornecida.
d) investimentos significativos não proporcionais à capaci- IX - Situações relacionadas a pessoas ou entidades suspeitas
dade financeira do cliente, ou cuja origem não seja claramente de envolvimento com financiamento ao terrorismo e a prolifera-
conhecida; ção de armas de destruição em massa:
e) resgates de investimentos no curtíssimo prazo, indepen- a) movimentações financeiras envolvendo pessoas ou enti-
dentemente do resultado auferido. dades relacionadas a atividades terroristas listadas pelo Conse-
VI - Situações relacionadas com operações de crédito no lho de Segurança das Nações Unidas (CSNU);
País: b) operações ou prestação de serviços, de qualquer valor, a
a) operações de crédito no País liquidadas com recursos apa- pessoas ou entidades que reconhecidamente tenham cometido
rentemente incompatíveis com a situação financeira do cliente; ou intentado cometer atos terroristas, ou deles participado ou
b) solicitação de concessão de crédito no País incompatível facilitado o seu cometimento;
com a atividade econômica ou com a capacidade financeira do c) existência de recursos pertencentes ou controlados, dire-
cliente; ta ou indiretamente, por pessoas ou entidades que reconhecida-
c) operação de crédito no País seguida de remessa de re- mente tenham cometido ou intentado cometer atos terroristas,
cursos ao exterior, sem fundamento econômico ou legal, e sem ou deles participado ou facilitado o seu cometimento;
relacionamento com a operação de crédito; d) movimentações com indícios de financiamento ao terro-
d) operações de crédito no País, simultâneas ou consecuti- rismo;
vas, liquidadas antecipadamente ou em prazo muito curto; e) movimentações financeiras envolvendo pessoas ou enti-
e) liquidação de operações de crédito ou assunção de dívida dades relacionadas à proliferação de armas de destruição em
no País por terceiros, sem justificativa aparente; massa listadas pelo CSNU;
f) concessão de garantias de operações de crédito no País f) operações ou prestação de serviços, de qualquer valor,
por terceiros não relacionados ao tomador; a pessoas ou entidades que reconhecidamente tenham come-
g) operação de crédito no País com oferecimento de garan- tido ou intentado cometer crimes de proliferação de armas de
tia no exterior por cliente sem tradição de realização de opera- destruição em massa, ou deles participado ou facilitado o seu
ções no exterior; cometimento;
h) aquisição de bens ou serviços incompatíveis com o objeto g) existência de recursos pertencentes ou controlados, dire-
da pessoa jurídica, especialmente quando os recursos forem ori- ta ou indiretamente, por pessoas ou entidades que reconhecida-
ginados de crédito no País. mente tenham cometido ou intentado cometer crimes de proli-
VII - Situações relacionadas com a movimentação de recur- feração de armas de destruição em massa, ou deles participado
sos oriundos de contratos com o setor público: ou facilitado o seu cometimento;
a) movimentações atípicas de recursos por agentes públi- h) movimentações com indícios de financiamento da proli-
cos, conforme definidos no art. 2º da Lei nº 8.429, de 2 de junho feração de armas de destruição em massa.
de 1992; X - Situações relacionadas com atividades internacionais:
b) movimentações atípicas de recursos por pessoa natural a) operação com pessoas naturais ou jurídicas, inclusive so-
ou jurídica relacionadas a patrocínio, propaganda, marketing, ciedades e instituições financeiras, situadas em países que não
consultorias, assessorias e capacitação; apliquem ou apliquem insuficientemente as recomendações do
c) movimentações atípicas de recursos por organizações Grupo de Ação contra a Lavagem de Dinheiro e o Financiamento
sem fins lucrativos; do Terrorismo (Gafi), ou que tenham sede em países ou depen-
d) movimentações atípicas de recursos por pessoa natural dências com tributação favorecida ou regimes fiscais privilegia-
ou jurídica relacionadas a licitações. dos, ou em locais onde seja observada a prática contumaz dos
VIII - Situações relacionadas a consórcios: crimes previstos na Lei nº 9.613, de 3 de março de 1998, não
a) existência de consorciados detentores de elevado núme- claramente caracterizadas em sua legalidade e fundamentação
ro de cotas, incompatível com sua capacidade financeira ou com econômica;
o objeto da pessoa jurídica; b) operações complexas e com custos mais elevados que vi-
b) aumento expressivo do número de cotas pertencentes a sem a dificultar o rastreamento dos recursos ou a identificação
um mesmo consorciado; da natureza da operação;
c) oferecimento de lances incompatíveis com a capacidade c) pagamentos de importação e recebimentos de expor-
financeira do consorciado; tação, antecipados ou não, por empresa sem tradição ou cuja
d) oferecimento de lances muito próximos ao valor do bem; capacidade financeira seja incompatível com o montante nego-
e) pagamento antecipado de quantidade expressiva de pres- ciado;
tações vincendas, não condizente com a capacidade financeira d) pagamentos a terceiros não relacionados a operações de
do consorciado; importação ou de exportação;
f) aquisição de cotas previamente contempladas, seguida de e) transferências unilaterais que, pela habitualidade, valor
quitação das prestações vincendas; ou forma, não se justifiquem ou apresentem atipicidade;
g) utilização de documentos falsificados na adesão ou tenta- f) transferências internacionais, inclusive a título de dispo-
tiva de adesão a grupo de consórcio; nibilidade no exterior, nas quais não se justifique a origem dos
h) pagamentos realizados em localidades diferentes ao do fundos envolvidos ou que se mostrem incompatíveis com a ca-
endereço do cadastro; pacidade financeira ou com o perfil do cliente;

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
g) exportações ou importações aparentemente fictícias ou b) recebimento de investimento externo direto, com reali-
com indícios de superfaturamento ou subfaturamento, ou ainda zação quase imediata de remessas de recursos para o exterior a
em situações que não seja possível obter informações sobre o título de lucros e dividendos;
desembaraço aduaneiro das mercadorias; c) remessas de lucros e dividendos ao exterior em valores
h) existência de informações na carta de crédito com discre- incompatíveis com o valor investido;
pâncias em relação a outros documentos da operação de comér- d) remessas ao exterior a título de investimento em mon-
cio internacional; tantes incompatíveis com a capacidade financeira do cliente;
i) pagamentos ao exterior após créditos em reais efetuados e) remessas de recursos de um mesmo investidor situado no
nas contas de depósitos dos titulares das operações de câmbio exterior para várias empresas no País;
por pessoas naturais ou jurídicas que não demonstrem a exis- f) remessas de recursos de vários investidores situados no
tência de vínculo comercial ou econômico; exterior para uma mesma empresa no País;
j) movimentações decorrentes de programa de repatria- g) recebimento de aporte de capital desproporcional ao por-
ção de recursos que apresentem inconsistências relacionadas à te ou à natureza empresarial do cliente, ou em valores incompa-
identificação do titular ou do beneficiário final, bem como au- tíveis com a capacidade financeira dos sócios;
sência de informações confiáveis sobre a origem e a fundamen- h) retorno de investimento feito no exterior sem comprova-
tação econômica ou legal; ção da remessa que lhe tenha dado origem.
k) pagamentos de frete ou de outros serviços que apresen- XIII - Situações relacionadas com funcionários, parceiros e
tem indícios de atipicidade ou de incompatibilidade com a ativi- prestadores de serviços terceirizados:
dade ou capacidade econômico-financeira do cliente; a) alteração inusitada nos padrões de vida e de comporta-
l) transferências internacionais por uma ou mais pessoas na- mento do empregado, do parceiro ou de prestador de serviços
turais ou jurídicas com indícios de fragmentação, como forma de terceirizados, sem causa aparente;
ocultar a real origem ou destino dos recursos; b) modificação inusitada do resultado operacional da pes-
m) transações em uma mesma data, ou em curto período, soa jurídica do parceiro, incluído correspondente no País, sem
de valores idênticos ou aproximados, ou com outros elementos causa aparente;
em comum, tais como origem ou destino dos recursos, titulares, c) qualquer negócio realizado de modo diverso ao procedi-
procuradores, endereço, número de telefone, que configurem mento formal da instituição por funcionário, parceiro, incluído
artificio de burla do limite máximo de operação; correspondente no País, ou prestador de serviços terceirizados;
n) transferência via facilitadora de pagamentos ou com a d) fornecimento de auxílio ou informações, remunerados ou
utilização do cartão de crédito de uso internacional, que, pela
não, a cliente em prejuízo do programa de prevenção à lavagem
habitualidade, valor ou forma, não se justifiquem ou apresen-
de dinheiro e ao financiamento do terrorismo da instituição, ou
tem atipicidade;
de auxílio para estruturar ou fracionar operações, burlar limites
o) transferências relacionadas a investimentos não conven-
regulamentares ou operacionais.
cionais que, pela habitualidade, valor ou forma, não se justifi-
XIV - Situações relacionadas a campanhas eleitorais:
quem ou apresentem atipicidade;
a) recebimento de doações, em contas (eleitorais ou não)
p) pagamento de frete internacional sem amparo em docu-
de candidatos, contas de estreito colaborador dessas pessoas
mentação que evidencie vínculo com operação comercial.
ou em contas de partidos políticos, de valores que desrespeitem
XI - Situações relacionadas com operações de crédito con-
as vedações ou extrapolem os limites definidos na legislação em
tratadas no exterior:
a) contratação de operações de crédito no exterior com vigor;
cláusulas que estabeleçam condições incompatíveis com as pra- b) uso incompatível com as exigências regulatórias do fundo
ticadas no mercado, como juros destoantes da prática ou prazo de caixa do partido eleitoral;
muito longo; c) recebimento de doações, em contas de candidatos, de
b) contratação, no exterior, de várias operações de crédito valores que desrespeitem as vedações ou extrapolem os limites
consecutivas, sem que a instituição tome conhecimento da qui- definidos na legislação em vigor, inclusive mediante uso de ter-
tação das anteriores; ceiros e/ou de contas de terceiros;
c) contratação, no exterior, de operações de crédito que d) transferências, a partir das contas de candidatos, para
não sejam quitadas por intermédio de operações na mesma ins- pessoas naturais ou jurídicas cuja atividade não guarde aparente
tituição; relação com contas de campanha.
d) contratação, no exterior, de operações de crédito, quita- XV - Situações relacionadas a BNDU e outros ativos não fi-
das sem explicação aparente para a origem dos recursos; nanceiros:
e) contratação de empréstimos ou financiamentos no exte- a) negociação de BNDU ou outro ativo não financeiro para
rior, oferecendo garantias em valores ou formas incompatíveis pessoas naturais ou jurídicas sem capacidade financeira;
com a atividade ou capacidade financeira do cliente ou em valo- b) negociação de BNDU ou outro ativo não financeiro me-
res muito superiores ao valor das operações contratadas ou cuja diante pagamento em espécie;
origem não seja claramente conhecida; c) negociação de BNDU ou outro ativo não financeiro por
f) contratação de operações de crédito no exterior, cujo preço significativamente superior ao de avaliação;
credor seja de difícil identificação e sem que exista relação ou d) negociação de outro ativo não financeiro em benefício
fundamentação para a operação entre as partes. de terceiros.
XII - Situações relacionadas com operações de investimento XVI - Situações relacionadas com a movimentação de contas
externo: correntes em moeda estrangeira (CCME):
a) recebimento de investimento externo direto, cujos re- a) movimentação de recursos incompatível com a atividade
cursos retornem imediatamente a título de disponibilidade no econômica e a capacidade financeira do cliente;
exterior;

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
b) recebimentos ou pagamentos de/para terceiros cujas Referências
movimentações financeiras não apresentem fundamentação
econômica ou legal ou nas quais pareça não haver vinculação Disponível em: https://www.bcb.gov.br/controleinflacao/
entre a atividade declarada do titular da CCME e as outras partes taxaselic, acesso em 25-06-2021.
envolvidas nas transações; Disponível em: https://www.bcb.gov.br/detalhenoti-
c) movimentação de recursos, em especial nas contas titu- cia/186/noticia, acesso em 25-06-2021.
ladas por agentes autorizados a operar no mercado de câmbio, Disponível em: https://www.bcb.gov.br/content/estabili-
que denotem inobservância a limites por operação cambial ou dadefinanceira/cambiocapitais/normas_cambio/rmcci/RMC-
qualquer outra situação em que não se justifiquem ou apresen- CI-1-04.pdf, acesso em 25-06-2021.
tem atipicidade, pela habitualidade, valor, forma ou ausência de Disponível em: https://www.autorregulacaobancaria.com.
aderência às normas cambiais; br/pagina/43/23/pt-br/consignado-apresentacao, acesso em
d) transações atípicas em CCME de movimentação restrita. 26-06-2021.
Exemplos: contas de agências de turismo e contas de adminis- Disponível em: https://www.autorregulacaobancaria.com.
tradoras de cartão de crédito. br/pagina/52/34/pt-br/apresentacao-portabilidade-credito,
XVII - Situações relacionadas com operações realizadas em acesso em 26-06-2021.
municípios localizados em regiões de risco: Disponível em: https://www.autorregulacaobancaria.com.
a) operação atípica em municípios localizados em regiões br/paginas/16/pt-br/normativos#, acesso em 26-06-2021.
de fronteira; Disponível em: https://www.camara.leg.br/noticias/
b) operação atípica em municípios localizados em regiões de 706698-camara-vai-analisar-permissao-para-banco-central-re-
extração mineral; ceber-por-depositos-voluntarios, acesso em 25-06-2021.
c) operação atípica em municípios localizados em outras re- Disponível em: https://www.investidor.gov.br/menu/
giões de risco. Menu_Investidor/Old/Valores_Mobiliarios/Titulos_publicos.
§ 1º As operações ou as situações referidas no caput devem html, acesso em 27-06-2021.
ser comunicadas, nos termos da referida Circular, somente nos Disponível em: https://www.tesourodireto.com.br/titulos/
casos em que os indícios forem confirmados ao término da exe- tipos-de-tesouro.htm, acesso em 27-06-2021.
cução dos procedimentos de análise de operações e situações
suspeitas.
§ 2º. Os procedimentos referidos no § 1º devem considerar
todas as informações disponíveis, inclusive aquelas obtidas por SIGILO BANCÁRIO: LEI COMPLEMENTAR Nº 105/2001 E
meio dos procedimentos destinados a conhecer clientes, funcio- SUAS ALTERAÇÕES
nários, parceiros e prestadores de serviços terceirizados.
Art. 2º Esta Carta-Circular entra em vigor em 1º de julho de LEI COMPLEMENTAR Nº 105, DE 10 DE JANEIRO DE 2001.
2020, quando fica revogada a Carta-Circular nº 3.542, de 12 de
março de 2012. Dispõe sobre o sigilo das operações de instituições finan-
ceiras e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso


AUTORREGULAÇÃO BANCÁRIA Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei Complementar:

A Autorregulação bancária é um conjunto de normas criado Art. 1o As instituições financeiras conservarão sigilo em
em 2007 pela FEBRABAN, com aprovação e publicação em 2008, suas operações ativas e passivas e serviços prestados.
para que o setor tenha serviços prestados com mais qualidade e § 1o São consideradas instituições financeiras, para os efei-
satisfação para os clientes e também a redução de reclamações tos desta Lei Complementar:
nos órgãos de proteção ao consumidor, incluindo ações judiciais. I – os bancos de qualquer espécie;
Desde sua aprovação, a Autorregulação incluiu em seu sis- II – distribuidoras de valores mobiliários;
tema de atuação, temas como Prevenção e Combate à Lavagem III – corretoras de câmbio e de valores mobiliários;
de Dinheiro e ao Financiamento do Terrorismo e a Responsabili- IV – sociedades de crédito, financiamento e investimentos;
dade Socioambiental. V – sociedades de crédito imobiliário;
A última alteração na Autorregulação bancária, ocorreu a VI – administradoras de cartões de crédito;
partir de 23/03/2021, em que todos os contratos novos e re- VII – sociedades de arrendamento mercantil;
financiamentos com agregação de margem, serão consultados VIII – administradoras de mercado de balcão organizado;
no sistema do SRCC (Serviço de Registro de Crédito Consignado) IX – cooperativas de crédito;
após a averbação do contrato. Realizada a consulta, o sistema X – associações de poupança e empréstimo;
retorna ao banco com a informação se a comissão sobre a ope- XI – bolsas de valores e de mercadorias e futuros;
ração pode ou não ser paga. XII – entidades de liquidação e compensação;
A finalidade principal da Autorregulação é promover a pa- XIII – outras sociedades que, em razão da natureza de suas
dronização nas ações de todas as instituições financeiras parti- operações, assim venham a ser consideradas pelo Conselho Mo-
cipantes. netário Nacional.
§ 2o As empresas de fomento comercial ou factoring, para
os efeitos desta Lei Complementar, obedecerão às normas apli-
cáveis às instituições financeiras previstas no § 1o.
§ 3o Não constitui violação do dever de sigilo:

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
I – a troca de informações entre instituições financeiras, § 3o O disposto neste artigo aplica-se à Comissão de Valores
para fins cadastrais, inclusive por intermédio de centrais de ris- Mobiliários, quando se tratar de fiscalização de operações e ser-
co, observadas as normas baixadas pelo Conselho Monetário viços no mercado de valores mobiliários, inclusive nas instituições
Nacional e pelo Banco Central do Brasil; financeiras que sejam companhias abertas.
II - o fornecimento de informações constantes de cadastro § 4o O Banco Central do Brasil e a Comissão de Valores Mobi-
de emitentes de cheques sem provisão de fundos e de devedo- liários, em suas áreas de competência, poderão firmar convênios:
res inadimplentes, a entidades de proteção ao crédito, obser- I - com outros órgãos públicos fiscalizadores de instituições
vadas as normas baixadas pelo Conselho Monetário Nacional e financeiras, objetivando a realização de fiscalizações conjuntas,
pelo Banco Central do Brasil; observadas as respectivas competências;
III – o fornecimento das informações de que trata o § 2o do II - com bancos centrais ou entidades fiscalizadoras de ou-
art. 11 da Lei no 9.311, de 24 de outubro de 1996; tros países, objetivando:
IV – a comunicação, às autoridades competentes, da prática a) a fiscalização de filiais e subsidiárias de instituições fi-
de ilícitos penais ou administrativos, abrangendo o fornecimen- nanceiras estrangeiras, em funcionamento no Brasil e de filiais e
to de informações sobre operações que envolvam recursos pro- subsidiárias, no exterior, de instituições financeiras brasileiras;
venientes de qualquer prática criminosa; b) a cooperação mútua e o intercâmbio de informações para
V – a revelação de informações sigilosas com o consenti- a investigação de atividades ou operações que impliquem apli-
mento expresso dos interessados; cação, negociação, ocultação ou transferência de ativos finan-
VI – a prestação de informações nos termos e condições ceiros e de valores mobiliários relacionados com a prática de
estabelecidos nos artigos 2o, 3o, 4o, 5o, 6o, 7o e 9 desta Lei condutas ilícitas.
Complementar. § 5o O dever de sigilo de que trata esta Lei Complementar
VII - o fornecimento de dados financeiros e de pagamen- estende-se aos órgãos fiscalizadores mencionados no § 4o e a
tos, relativos a operações de crédito e obrigações de pagamento seus agentes.
adimplidas ou em andamento de pessoas naturais ou jurídicas, § 6o O Banco Central do Brasil, a Comissão de Valores Mo-
a gestores de bancos de dados, para formação de histórico de biliários e os demais órgãos de fiscalização, nas áreas de suas
crédito, nos termos de lei específica. (Incluído pela Lei Comple- atribuições, fornecerão ao Conselho de Controle de Atividades
mentar nº 166, de 2019) (Vigência) Financeiras – COAF, de que trata o art. 14 da Lei no 9.613, de 3
§ 4o A quebra de sigilo poderá ser decretada, quando neces- de março de 1998, as informações cadastrais e de movimento
sária para apuração de ocorrência de qualquer ilícito, em qual- de valores relativos às operações previstas no inciso I do art. 11
quer fase do inquérito ou do processo judicial, e especialmente da referida Lei.
nos seguintes crimes: Art. 3o Serão prestadas pelo Banco Central do Brasil, pela
I – de terrorismo; Comissão de Valores Mobiliários e pelas instituições financeiras
II – de tráfico ilícito de substâncias entorpecentes ou drogas as informações ordenadas pelo Poder Judiciário, preservado o
afins; seu caráter sigiloso mediante acesso restrito às partes, que de-
III – de contrabando ou tráfico de armas, munições ou mate- las não poderão servir-se para fins estranhos à lide.
rial destinado a sua produção; § 1o Dependem de prévia autorização do Poder Judiciário a
IV – de extorsão mediante seqüestro; prestação de informações e o fornecimento de documentos sigi-
V – contra o sistema financeiro nacional; losos solicitados por comissão de inquérito administrativo desti-
VI – contra a Administração Pública; nada a apurar responsabilidade de servidor público por infração
VII – contra a ordem tributária e a previdência social; praticada no exercício de suas atribuições, ou que tenha relação
VIII – lavagem de dinheiro ou ocultação de bens, direitos e com as atribuições do cargo em que se encontre investido.
valores; § 2o Nas hipóteses do § 1o, o requerimento de quebra de
IX – praticado por organização criminosa. sigilo independe da existência de processo judicial em curso.
Art. 2o O dever de sigilo é extensivo ao Banco Central do § 3o Além dos casos previstos neste artigo o Banco Central
Brasil, em relação às operações que realizar e às informações do Brasil e a Comissão de Valores Mobiliários fornecerão à Ad-
que obtiver no exercício de suas atribuições. vocacia-Geral da União as informações e os documentos neces-
§ 1o O sigilo, inclusive quanto a contas de depósitos, aplica- sários à defesa da União nas ações em que seja parte.
ções e investimentos mantidos em instituições financeiras, não Art. 4o O Banco Central do Brasil e a Comissão de Valores
pode ser oposto ao Banco Central do Brasil: Mobiliários, nas áreas de suas atribuições, e as instituições fi-
I – no desempenho de suas funções de fiscalização, com- nanceiras fornecerão ao Poder Legislativo Federal as informa-
preendendo a apuração, a qualquer tempo, de ilícitos pratica- ções e os documentos sigilosos que, fundamentadamente, se
dos por controladores, administradores, membros de conselhos fizerem necessários ao exercício de suas respectivas competên-
estatutários, gerentes, mandatários e prepostos de instituições cias constitucionais e legais.
financeiras; § 1o As comissões parlamentares de inquérito, no exercí-
II – ao proceder a inquérito em instituição financeira subme- cio de sua competência constitucional e legal de ampla investi-
tida a regime especial. gação, obterão as informações e documentos sigilosos de que
§ 2o As comissões encarregadas dos inquéritos a que se necessitarem, diretamente das instituições financeiras, ou por
refere o inciso II do § 1o poderão examinar quaisquer docu- intermédio do Banco Central do Brasil ou da Comissão de Valo-
mentos relativos a bens, direitos e obrigações das instituições res Mobiliários.
financeiras, de seus controladores, administradores, membros § 2o As solicitações de que trata este artigo deverão ser pre-
de conselhos estatutários, gerentes, mandatários e prepostos, viamente aprovadas pelo Plenário da Câmara dos Deputados, do
inclusive contas correntes e operações com outras instituições Senado Federal, ou do plenário de suas respectivas comissões
financeiras. parlamentares de inquérito.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Art. 5o O Poder Executivo disciplinará, inclusive quanto à pe- mento do sigilo junto às instituições financeiras de informações
riodicidade e aos limites de valor, os critérios segundo os quais e documentos relativos a bens, direitos e obrigações de pessoa
as instituições financeiras informarão à administração tributária física ou jurídica submetida ao seu poder disciplinar.
da União, as operações financeiras efetuadas pelos usuários de Parágrafo único. O Banco Central do Brasil e a Comissão de
seus serviços. (Regulamento) Valores Mobiliários, manterão permanente intercâmbio de in-
§ 1o Consideram-se operações financeiras, para os efeitos formações acerca dos resultados das inspeções que realizarem,
deste artigo: dos inquéritos que instaurarem e das penalidades que aplica-
I – depósitos à vista e a prazo, inclusive em conta de pou- rem, sempre que as informações forem necessárias ao desem-
pança; penho de suas atividades.
II – pagamentos efetuados em moeda corrente ou em che- Art. 8o O cumprimento das exigências e formalidades pre-
ques; vistas nos artigos 4o, 6o e 7o, será expressamente declarado pe-
III – emissão de ordens de crédito ou documentos asseme- las autoridades competentes nas solicitações dirigidas ao Banco
lhados; Central do Brasil, à Comissão de Valores Mobiliários ou às insti-
IV – resgates em contas de depósitos à vista ou a prazo, in- tuições financeiras.
clusive de poupança; Art. 9o Quando, no exercício de suas atribuições, o Banco
V – contratos de mútuo; Central do Brasil e a Comissão de Valores Mobiliários verifica-
VI – descontos de duplicatas, notas promissórias e outros rem a ocorrência de crime definido em lei como de ação pública,
títulos de crédito; ou indícios da prática de tais crimes, informarão ao Ministério
VII – aquisições e vendas de títulos de renda fixa ou variável; Público, juntando à comunicação os documentos necessários à
VIII – aplicações em fundos de investimentos; apuração ou comprovação dos fatos.
IX – aquisições de moeda estrangeira; § 1o A comunicação de que trata este artigo será efetua-
X – conversões de moeda estrangeira em moeda nacional; da pelos Presidentes do Banco Central do Brasil e da Comissão
XI – transferências de moeda e outros valores para o exte- de Valores Mobiliários, admitida delegação de competência, no
rior; prazo máximo de quinze dias, a contar do recebimento do pro-
XII – operações com ouro, ativo financeiro; cesso, com manifestação dos respectivos serviços jurídicos.
XIII - operações com cartão de crédito; § 2o Independentemente do disposto no caput deste artigo,
XIV - operações de arrendamento mercantil; e o Banco Central do Brasil e a Comissão de Valores Mobiliários
XV – quaisquer outras operações de natureza semelhante comunicarão aos órgãos públicos competentes as irregularida-
que venham a ser autorizadas pelo Banco Central do Brasil, Co- des e os ilícitos administrativos de que tenham conhecimento,
missão de Valores Mobiliários ou outro órgão competente. ou indícios de sua prática, anexando os documentos pertinen-
§ 2o As informações transferidas na forma do caput deste tes.
artigo restringir-se-ão a informes relacionados com a identifica- Art. 10. A quebra de sigilo, fora das hipóteses autorizadas
ção dos titulares das operações e os montantes globais mensal- nesta Lei Complementar, constitui crime e sujeita os responsá-
mente movimentados, vedada a inserção de qualquer elemento veis à pena de reclusão, de um a quatro anos, e multa, aplican-
que permita identificar a sua origem ou a natureza dos gastos a do-se, no que couber, o Código Penal, sem prejuízo de outras
partir deles efetuados. sanções cabíveis.
§ 3o Não se incluem entre as informações de que trata este Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem omitir, re-
artigo as operações financeiras efetuadas pelas administrações tardar injustificadamente ou prestar falsamente as informações
direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos requeridas nos termos desta Lei Complementar.
Municípios. Art. 11. O servidor público que utilizar ou viabilizar a utili-
§ 4o Recebidas as informações de que trata este artigo, se zação de qualquer informação obtida em decorrência da quebra
detectados indícios de falhas, incorreções ou omissões, ou de de sigilo de que trata esta Lei Complementar responde pessoal e
cometimento de ilícito fiscal, a autoridade interessada poderá diretamente pelos danos decorrentes, sem prejuízo da respon-
requisitar as informações e os documentos de que necessitar, sabilidade objetiva da entidade pública, quando comprovado
bem como realizar fiscalização ou auditoria para a adequada que o servidor agiu de acordo com orientação oficial.
apuração dos fatos. Art. 12. Esta Lei Complementar entra em vigor na data de
§ 5o As informações a que refere este artigo serão conserva- sua publicação.
das sob sigilo fiscal, na forma da legislação em vigor. Art. 13. Revoga-se o art. 38 da Lei no 4.595, de 31 de dezem-
Art. 6o As autoridades e os agentes fiscais tributários da bro de 1964.
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios somen-
te poderão examinar documentos, livros e registros de institui-
ções financeiras, inclusive os referentes a contas de depósitos e LEI GERAL DE PROTEÇÃO DE DADOS (LGPD): LEI Nº
aplicações financeiras, quando houver processo administrativo 13.709, DE 14 DE AGOSTO DE 2018 E SUAS ALTERAÇÕES
instaurado ou procedimento fiscal em curso e tais exames se-
jam considerados indispensáveis pela autoridade administrativa LEI Nº 13.709, DE 14 DE AGOSTO DE 2018.
competente. (Regulamento)
Parágrafo único. O resultado dos exames, as informações e Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD). (Redação
os documentos a que se refere este artigo serão conservados em dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
sigilo, observada a legislação tributária.
Art. 7o Sem prejuízo do disposto no § 3o do art. 2o, a Comis- O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso
são de Valores Mobiliários, instaurado inquérito administrativo, Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
poderá solicitar à autoridade judiciária competente o levanta-

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
CAPÍTULO I § 1º O tratamento de dados pessoais previsto no inciso III
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES será regido por legislação específica, que deverá prever medi-
das proporcionais e estritamente necessárias ao atendimento
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre o tratamento de dados pes- do interesse público, observados o devido processo legal, os
soais, inclusive nos meios digitais, por pessoa natural ou por princípios gerais de proteção e os direitos do titular previstos
pessoa jurídica de direito público ou privado, com o objetivo de nesta Lei.
proteger os direitos fundamentais de liberdade e de privacidade § 2º É vedado o tratamento dos dados a que se refere o
e o livre desenvolvimento da personalidade da pessoa natural. inciso III do caput deste artigo por pessoa de direito privado,
Parágrafo único. As normas gerais contidas nesta Lei são de exceto em procedimentos sob tutela de pessoa jurídica de direi-
interesse nacional e devem ser observadas pela União, Estados, to público, que serão objeto de informe específico à autoridade
Distrito Federal e Municípios. (Incluído pela Lei nº 13.853, de nacional e que deverão observar a limitação imposta no § 4º
2019) Vigência deste artigo.
Art. 2º A disciplina da proteção de dados pessoais tem como § 3º A autoridade nacional emitirá opiniões técnicas ou re-
fundamentos: comendações referentes às exceções previstas no inciso III do
I - o respeito à privacidade; caput deste artigo e deverá solicitar aos responsáveis relatórios
II - a autodeterminação informativa; de impacto à proteção de dados pessoais.
III - a liberdade de expressão, de informação, de comunica- § 4º Em nenhum caso a totalidade dos dados pessoais de
ção e de opinião; banco de dados de que trata o inciso III do caput deste artigo po-
IV - a inviolabilidade da intimidade, da honra e da imagem; derá ser tratada por pessoa de direito privado, salvo por aquela
V - o desenvolvimento econômico e tecnológico e a inova- que possua capital integralmente constituído pelo poder públi-
ção; co. (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
VI - a livre iniciativa, a livre concorrência e a defesa do con- Art. 5º Para os fins desta Lei, considera-se:
sumidor; e I - dado pessoal: informação relacionada a pessoa natural
VII - os direitos humanos, o livre desenvolvimento da per- identificada ou identificável;
sonalidade, a dignidade e o exercício da cidadania pelas pessoas
II - dado pessoal sensível: dado pessoal sobre origem racial
naturais.
ou étnica, convicção religiosa, opinião política, filiação a sindi-
Art. 3º Esta Lei aplica-se a qualquer operação de tratamento
cato ou a organização de caráter religioso, filosófico ou político,
realizada por pessoa natural ou por pessoa jurídica de direito
dado referente à saúde ou à vida sexual, dado genético ou bio-
público ou privado, independentemente do meio, do país de sua
métrico, quando vinculado a uma pessoa natural;
sede ou do país onde estejam localizados os dados, desde que:
III - dado anonimizado: dado relativo a titular que não possa
I - a operação de tratamento seja realizada no território na-
ser identificado, considerando a utilização de meios técnicos ra-
cional;
zoáveis e disponíveis na ocasião de seu tratamento;
II - a atividade de tratamento tenha por objetivo a oferta
IV - banco de dados: conjunto estruturado de dados pesso-
ou o fornecimento de bens ou serviços ou o tratamento de da-
dos de indivíduos localizados no território nacional; ou (Redação ais, estabelecido em um ou em vários locais, em suporte eletrô-
dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência nico ou físico;
III - os dados pessoais objeto do tratamento tenham sido V - titular: pessoa natural a quem se referem os dados pes-
coletados no território nacional. soais que são objeto de tratamento;
§ 1º Consideram-se coletados no território nacional os da- VI - controlador: pessoa natural ou jurídica, de direito pú-
dos pessoais cujo titular nele se encontre no momento da coleta. blico ou privado, a quem competem as decisões referentes ao
§ 2º Excetua-se do disposto no inciso I deste artigo o trata- tratamento de dados pessoais;
mento de dados previsto no inciso IV do caput do art. 4º desta VII - operador: pessoa natural ou jurídica, de direito públi-
Lei. co ou privado, que realiza o tratamento de dados pessoais em
Art. 4º Esta Lei não se aplica ao tratamento de dados pes- nome do controlador;
soais: VIII - encarregado: pessoa indicada pelo controlador e ope-
I - realizado por pessoa natural para fins exclusivamente rador para atuar como canal de comunicação entre o controla-
particulares e não econômicos; dor, os titulares dos dados e a Autoridade Nacional de Proteção
II - realizado para fins exclusivamente: de Dados (ANPD); (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019)
a) jornalístico e artísticos; ou Vigência
b) acadêmicos, aplicando-se a esta hipótese os arts. 7º e 11 IX - agentes de tratamento: o controlador e o operador;
desta Lei; X - tratamento: toda operação realizada com dados pes-
III - realizado para fins exclusivos de: soais, como as que se referem a coleta, produção, recepção,
a) segurança pública; classificação, utilização, acesso, reprodução, transmissão, distri-
b) defesa nacional; buição, processamento, arquivamento, armazenamento, elimi-
c) segurança do Estado; ou nação, avaliação ou controle da informação, modificação, comu-
d) atividades de investigação e repressão de infrações pe- nicação, transferência, difusão ou extração;
nais; ou XI - anonimização: utilização de meios técnicos razoáveis e
IV - provenientes de fora do território nacional e que não disponíveis no momento do tratamento, por meio dos quais um
sejam objeto de comunicação, uso compartilhado de dados com dado perde a possibilidade de associação, direta ou indireta, a
agentes de tratamento brasileiros ou objeto de transferência in- um indivíduo;
ternacional de dados com outro país que não o de proveniência, XII - consentimento: manifestação livre, informada e ine-
desde que o país de proveniência proporcione grau de proteção quívoca pela qual o titular concorda com o tratamento de seus
de dados pessoais adequado ao previsto nesta Lei. dados pessoais para uma finalidade determinada;

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XIII - bloqueio: suspensão temporária de qualquer operação VIII - prevenção: adoção de medidas para prevenir a ocor-
de tratamento, mediante guarda do dado pessoal ou do banco rência de danos em virtude do tratamento de dados pessoais;
de dados; IX - não discriminação: impossibilidade de realização do tra-
XIV - eliminação: exclusão de dado ou de conjunto de dados tamento para fins discriminatórios ilícitos ou abusivos;
armazenados em banco de dados, independentemente do pro- X - responsabilização e prestação de contas: demonstração,
cedimento empregado; pelo agente, da adoção de medidas eficazes e capazes de com-
XV - transferência internacional de dados: transferência de provar a observância e o cumprimento das normas de proteção
dados pessoais para país estrangeiro ou organismo internacio- de dados pessoais e, inclusive, da eficácia dessas medidas.
nal do qual o país seja membro;
XVI - uso compartilhado de dados: comunicação, difusão, CAPÍTULO II
transferência internacional, interconexão de dados pessoais DO TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS
ou tratamento compartilhado de bancos de dados pessoais por SEÇÃO I
órgãos e entidades públicos no cumprimento de suas compe- DOS REQUISITOS PARA O TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS
tências legais, ou entre esses e entes privados, reciprocamente,
com autorização específica, para uma ou mais modalidades de Art. 7º O tratamento de dados pessoais somente poderá ser
tratamento permitidas por esses entes públicos, ou entre entes realizado nas seguintes hipóteses:
privados; I - mediante o fornecimento de consentimento pelo titular;
XVII - relatório de impacto à proteção de dados pessoais: II - para o cumprimento de obrigação legal ou regulatória
documentação do controlador que contém a descrição dos pro- pelo controlador;
cessos de tratamento de dados pessoais que podem gerar riscos III - pela administração pública, para o tratamento e uso
às liberdades civis e aos direitos fundamentais, bem como medi- compartilhado de dados necessários à execução de políticas
das, salvaguardas e mecanismos de mitigação de risco; públicas previstas em leis e regulamentos ou respaldadas em
XVIII - órgão de pesquisa: órgão ou entidade da adminis- contratos, convênios ou instrumentos congêneres, observadas
tração pública direta ou indireta ou pessoa jurídica de direito as disposições do Capítulo IV desta Lei;
privado sem fins lucrativos legalmente constituída sob as leis IV - para a realização de estudos por órgão de pesquisa, ga-
brasileiras, com sede e foro no País, que inclua em sua missão rantida, sempre que possível, a anonimização dos dados pesso-
institucional ou em seu objetivo social ou estatutário a pesquisa ais;
básica ou aplicada de caráter histórico, científico, tecnológico V - quando necessário para a execução de contrato ou de
ou estatístico; e (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vi- procedimentos preliminares relacionados a contrato do qual
gência seja parte o titular, a pedido do titular dos dados;
XIX - autoridade nacional: órgão da administração pública VI - para o exercício regular de direitos em processo judi-
responsável por zelar, implementar e fiscalizar o cumprimento cial, administrativo ou arbitral, esse último nos termos da Lei nº
desta Lei em todo o território nacional. (Redação dada pela Lei 9.307, de 23 de setembro de 1996 (Lei de Arbitragem) ;
nº 13.853, de 2019) Vigência VII - para a proteção da vida ou da incolumidade física do
Art. 6º As atividades de tratamento de dados pessoais deve- titular ou de terceiro;
rão observar a boa-fé e os seguintes princípios: VIII - para a tutela da saúde, exclusivamente, em procedi-
I - finalidade: realização do tratamento para propósitos le- mento realizado por profissionais de saúde, serviços de saúde
gítimos, específicos, explícitos e informados ao titular, sem pos- ou autoridade sanitária; (Redação dada pela Lei nº 13.853, de
sibilidade de tratamento posterior de forma incompatível com 2019) Vigência
essas finalidades; IX - quando necessário para atender aos interesses legítimos
II - adequação: compatibilidade do tratamento com as fi- do controlador ou de terceiro, exceto no caso de prevalecerem
nalidades informadas ao titular, de acordo com o contexto do direitos e liberdades fundamentais do titular que exijam a pro-
tratamento; teção dos dados pessoais; ou
III - necessidade: limitação do tratamento ao mínimo neces- X - para a proteção do crédito, inclusive quanto ao disposto
sário para a realização de suas finalidades, com abrangência dos na legislação pertinente.
dados pertinentes, proporcionais e não excessivos em relação às § 1º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019)
finalidades do tratamento de dados; Vigência
IV - livre acesso: garantia, aos titulares, de consulta facili- § 2º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019)
tada e gratuita sobre a forma e a duração do tratamento, bem Vigência
como sobre a integralidade de seus dados pessoais; § 3º O tratamento de dados pessoais cujo acesso é público
V - qualidade dos dados: garantia, aos titulares, de exati- deve considerar a finalidade, a boa-fé e o interesse público que
dão, clareza, relevância e atualização dos dados, de acordo com justificaram sua disponibilização.
a necessidade e para o cumprimento da finalidade de seu trata- § 4º É dispensada a exigência do consentimento previsto no
mento; caput deste artigo para os dados tornados manifestamente pú-
VI - transparência: garantia, aos titulares, de informações blicos pelo titular, resguardados os direitos do titular e os prin-
claras, precisas e facilmente acessíveis sobre a realização do tra- cípios previstos nesta Lei.
tamento e os respectivos agentes de tratamento, observados os § 5º O controlador que obteve o consentimento referido no
segredos comercial e industrial; inciso I do caput deste artigo que necessitar comunicar ou com-
VII - segurança: utilização de medidas técnicas e administra- partilhar dados pessoais com outros controladores deverá obter
tivas aptas a proteger os dados pessoais de acessos não autori- consentimento específico do titular para esse fim, ressalvadas
zados e de situações acidentais ou ilícitas de destruição, perda, as hipóteses de dispensa do consentimento previstas nesta Lei.
alteração, comunicação ou difusão;

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§ 6º A eventual dispensa da exigência do consentimento § 3º Quando o tratamento de dados pessoais for condição
não desobriga os agentes de tratamento das demais obrigações para o fornecimento de produto ou de serviço ou para o exercí-
previstas nesta Lei, especialmente da observância dos princípios cio de direito, o titular será informado com destaque sobre esse
gerais e da garantia dos direitos do titular. fato e sobre os meios pelos quais poderá exercer os direitos do
§ 7º O tratamento posterior dos dados pessoais a que se titular elencados no art. 18 desta Lei.
referem os §§ 3º e 4º deste artigo poderá ser realizado para no- Art. 10. O legítimo interesse do controlador somente pode-
vas finalidades, desde que observados os propósitos legítimos e rá fundamentar tratamento de dados pessoais para finalidades
específicos para o novo tratamento e a preservação dos direitos legítimas, consideradas a partir de situações concretas, que in-
do titular, assim como os fundamentos e os princípios previstos cluem, mas não se limitam a:
nesta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência I - apoio e promoção de atividades do controlador; e
Art. 8º O consentimento previsto no inciso I do art. 7º desta II - proteção, em relação ao titular, do exercício regular de
Lei deverá ser fornecido por escrito ou por outro meio que de- seus direitos ou prestação de serviços que o beneficiem, respei-
monstre a manifestação de vontade do titular. tadas as legítimas expectativas dele e os direitos e liberdades
§ 1º Caso o consentimento seja fornecido por escrito, esse fundamentais, nos termos desta Lei.
deverá constar de cláusula destacada das demais cláusulas con- § 1º Quando o tratamento for baseado no legítimo interesse
tratuais. do controlador, somente os dados pessoais estritamente neces-
§ 2º Cabe ao controlador o ônus da prova de que o consen- sários para a finalidade pretendida poderão ser tratados.
timento foi obtido em conformidade com o disposto nesta Lei. § 2º O controlador deverá adotar medidas para garantir a
§ 3º É vedado o tratamento de dados pessoais mediante ví- transparência do tratamento de dados baseado em seu legítimo
cio de consentimento. interesse.
§ 4º O consentimento deverá referir-se a finalidades deter- § 3º A autoridade nacional poderá solicitar ao controlador
minadas, e as autorizações genéricas para o tratamento de da- relatório de impacto à proteção de dados pessoais, quando o
dos pessoais serão nulas. tratamento tiver como fundamento seu interesse legítimo, ob-
§ 5º O consentimento pode ser revogado a qualquer mo- servados os segredos comercial e industrial.
mento mediante manifestação expressa do titular, por procedi-
mento gratuito e facilitado, ratificados os tratamentos realiza- SEÇÃO II
dos sob amparo do consentimento anteriormente manifestado DO TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS SENSÍVEIS
enquanto não houver requerimento de eliminação, nos termos
do inciso VI do caput do art. 18 desta Lei. Art. 11. O tratamento de dados pessoais sensíveis somente
§ 6º Em caso de alteração de informação referida nos incisos poderá ocorrer nas seguintes hipóteses:
I, II, III ou V do art. 9º desta Lei, o controlador deverá informar I - quando o titular ou seu responsável legal consentir, de
ao titular, com destaque de forma específica do teor das altera- forma específica e destacada, para finalidades específicas;
ções, podendo o titular, nos casos em que o seu consentimento II - sem fornecimento de consentimento do titular, nas hipó-
é exigido, revogá-lo caso discorde da alteração. teses em que for indispensável para:
Art. 9º O titular tem direito ao acesso facilitado às informa- a) cumprimento de obrigação legal ou regulatória pelo con-
ções sobre o tratamento de seus dados, que deverão ser dis- trolador;
ponibilizadas de forma clara, adequada e ostensiva acerca de, b) tratamento compartilhado de dados necessários à execu-
entre outras características previstas em regulamentação para o ção, pela administração pública, de políticas públicas previstas
atendimento do princípio do livre acesso: em leis ou regulamentos;
I - finalidade específica do tratamento; c) realização de estudos por órgão de pesquisa, garantida,
II - forma e duração do tratamento, observados os segredos sempre que possível, a anonimização dos dados pessoais sen-
comercial e industrial; síveis;
III - identificação do controlador; d) exercício regular de direitos, inclusive em contrato e em
IV - informações de contato do controlador; processo judicial, administrativo e arbitral, este último nos ter-
V - informações acerca do uso compartilhado de dados pelo mos da Lei nº 9.307, de 23 de setembro de 1996 (Lei de Arbitra-
controlador e a finalidade; gem) ;
VI - responsabilidades dos agentes que realizarão o trata- e) proteção da vida ou da incolumidade física do titular ou
mento; e de terceiro;
VII - direitos do titular, com menção explícita aos direitos f) tutela da saúde, exclusivamente, em procedimento rea-
contidos no art. 18 desta Lei. lizado por profissionais de saúde, serviços de saúde ou autori-
§ 1º Na hipótese em que o consentimento é requerido, esse dade sanitária; ou (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019)
será considerado nulo caso as informações fornecidas ao titu- Vigência
lar tenham conteúdo enganoso ou abusivo ou não tenham sido g) garantia da prevenção à fraude e à segurança do titular,
apresentadas previamente com transparência, de forma clara e nos processos de identificação e autenticação de cadastro em
inequívoca. sistemas eletrônicos, resguardados os direitos mencionados no
§ 2º Na hipótese em que o consentimento é requerido, se art. 9º desta Lei e exceto no caso de prevalecerem direitos e
houver mudanças da finalidade para o tratamento de dados pes- liberdades fundamentais do titular que exijam a proteção dos
soais não compatíveis com o consentimento original, o contro- dados pessoais.
lador deverá informar previamente o titular sobre as mudanças § 1º Aplica-se o disposto neste artigo a qualquer tratamen-
de finalidade, podendo o titular revogar o consentimento, caso to de dados pessoais que revele dados pessoais sensíveis e que
discorde das alterações. possa causar dano ao titular, ressalvado o disposto em legisla-
ção específica.

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§ 2º Nos casos de aplicação do disposto nas alíneas “a” e “b” § 3º O acesso aos dados de que trata este artigo será obje-
do inciso II do caput deste artigo pelos órgãos e pelas entidades to de regulamentação por parte da autoridade nacional e das
públicas, será dada publicidade à referida dispensa de consenti- autoridades da área de saúde e sanitárias, no âmbito de suas
mento, nos termos do inciso I do caput do art. 23 desta Lei. competências.
§ 3º A comunicação ou o uso compartilhado de dados pes- § 4º Para os efeitos deste artigo, a pseudonimização é o tra-
soais sensíveis entre controladores com objetivo de obter van- tamento por meio do qual um dado perde a possibilidade de
tagem econômica poderá ser objeto de vedação ou de regula- associação, direta ou indireta, a um indivíduo, senão pelo uso de
mentação por parte da autoridade nacional, ouvidos os órgãos informação adicional mantida separadamente pelo controlador
setoriais do Poder Público, no âmbito de suas competências. em ambiente controlado e seguro.
§ 4º É vedada a comunicação ou o uso compartilhado entre
controladores de dados pessoais sensíveis referentes à saúde SEÇÃO III
com objetivo de obter vantagem econômica, exceto nas hipó- DO TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS DE CRIANÇAS E DE
teses relativas a prestação de serviços de saúde, de assistência ADOLESCENTES
farmacêutica e de assistência à saúde, desde que observado o §
5º deste artigo, incluídos os serviços auxiliares de diagnose e te- Art. 14. O tratamento de dados pessoais de crianças e de
rapia, em benefício dos interesses dos titulares de dados, e para adolescentes deverá ser realizado em seu melhor interesse, nos
permitir: (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência termos deste artigo e da legislação pertinente.
I - a portabilidade de dados quando solicitada pelo titular; § 1º O tratamento de dados pessoais de crianças deverá ser
ou (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência realizado com o consentimento específico e em destaque dado
II - as transações financeiras e administrativas resultantes por pelo menos um dos pais ou pelo responsável legal.
do uso e da prestação dos serviços de que trata este parágrafo. § 2º No tratamento de dados de que trata o § 1º deste arti-
(Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência go, os controladores deverão manter pública a informação sobre
§ 5º É vedado às operadoras de planos privados de assistên- os tipos de dados coletados, a forma de sua utilização e os pro-
cia à saúde o tratamento de dados de saúde para a prática de cedimentos para o exercício dos direitos a que se refere o art.
seleção de riscos na contratação de qualquer modalidade, assim 18 desta Lei.
como na contratação e exclusão de beneficiários. (Incluído pela § 3º Poderão ser coletados dados pessoais de crianças sem
Lei nº 13.853, de 2019) Vigência o consentimento a que se refere o § 1º deste artigo quando a
Art. 12. Os dados anonimizados não serão considerados coleta for necessária para contatar os pais ou o responsável le-
dados pessoais para os fins desta Lei, salvo quando o processo gal, utilizados uma única vez e sem armazenamento, ou para sua
de anonimização ao qual foram submetidos for revertido, utili- proteção, e em nenhum caso poderão ser repassados a terceiro
zando exclusivamente meios próprios, ou quando, com esforços sem o consentimento de que trata o § 1º deste artigo.
razoáveis, puder ser revertido. § 4º Os controladores não deverão condicionar a partici-
§ 1º A determinação do que seja razoável deve levar em pação dos titulares de que trata o § 1º deste artigo em jogos,
consideração fatores objetivos, tais como custo e tempo neces- aplicações de internet ou outras atividades ao fornecimento de
sários para reverter o processo de anonimização, de acordo com informações pessoais além das estritamente necessárias à ati-
as tecnologias disponíveis, e a utilização exclusiva de meios pró- vidade.
prios. § 5º O controlador deve realizar todos os esforços razoáveis
§ 2º Poderão ser igualmente considerados como dados pes- para verificar que o consentimento a que se refere o § 1º deste
soais, para os fins desta Lei, aqueles utilizados para formação artigo foi dado pelo responsável pela criança, consideradas as
do perfil comportamental de determinada pessoa natural, se tecnologias disponíveis.
identificada. § 6º As informações sobre o tratamento de dados referidas
§ 3º A autoridade nacional poderá dispor sobre padrões e neste artigo deverão ser fornecidas de maneira simples, clara
técnicas utilizados em processos de anonimização e realizar ve- e acessível, consideradas as características físico-motoras, per-
rificações acerca de sua segurança, ouvido o Conselho Nacional ceptivas, sensoriais, intelectuais e mentais do usuário, com uso
de Proteção de Dados Pessoais. de recursos audiovisuais quando adequado, de forma a propor-
Art. 13. Na realização de estudos em saúde pública, os ór- cionar a informação necessária aos pais ou ao responsável legal
gãos de pesquisa poderão ter acesso a bases de dados pessoais, e adequada ao entendimento da criança.
que serão tratados exclusivamente dentro do órgão e estrita-
mente para a finalidade de realização de estudos e pesquisas e SEÇÃO IV
mantidos em ambiente controlado e seguro, conforme práticas DO TÉRMINO DO TRATAMENTO DE DADOS
de segurança previstas em regulamento específico e que inclu-
am, sempre que possível, a anonimização ou pseudonimização Art. 15. O término do tratamento de dados pessoais ocorre-
dos dados, bem como considerem os devidos padrões éticos re- rá nas seguintes hipóteses:
lacionados a estudos e pesquisas. I - verificação de que a finalidade foi alcançada ou de que os
§ 1º A divulgação dos resultados ou de qualquer excerto do dados deixaram de ser necessários ou pertinentes ao alcance da
estudo ou da pesquisa de que trata o caput deste artigo em ne- finalidade específica almejada;
nhuma hipótese poderá revelar dados pessoais. II - fim do período de tratamento;
§ 2º O órgão de pesquisa será o responsável pela segurança III - comunicação do titular, inclusive no exercício de seu di-
da informação prevista no caput deste artigo, não permitida, em reito de revogação do consentimento conforme disposto no § 5º
circunstância alguma, a transferência dos dados a terceiro. do art. 8º desta Lei, resguardado o interesse público; ou
IV - determinação da autoridade nacional, quando houver
violação ao disposto nesta Lei.

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Art. 16. Os dados pessoais serão eliminados após o término § 6º O responsável deverá informar, de maneira imediata,
de seu tratamento, no âmbito e nos limites técnicos das ativi- aos agentes de tratamento com os quais tenha realizado uso
dades, autorizada a conservação para as seguintes finalidades: compartilhado de dados a correção, a eliminação, a anonimiza-
I - cumprimento de obrigação legal ou regulatória pelo con- ção ou o bloqueio dos dados, para que repitam idêntico proce-
trolador; dimento, exceto nos casos em que esta comunicação seja com-
II - estudo por órgão de pesquisa, garantida, sempre que provadamente impossível ou implique esforço desproporcional.
possível, a anonimização dos dados pessoais; (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
III - transferência a terceiro, desde que respeitados os requi- § 7º A portabilidade dos dados pessoais a que se refere o
sitos de tratamento de dados dispostos nesta Lei; ou inciso V do caput deste artigo não inclui dados que já tenham
IV - uso exclusivo do controlador, vedado seu acesso por sido anonimizados pelo controlador.
terceiro, e desde que anonimizados os dados. § 8º O direito a que se refere o § 1º deste artigo também
poderá ser exercido perante os organismos de defesa do con-
CAPÍTULO III sumidor.
DOS DIREITOS DO TITULAR Art. 19. A confirmação de existência ou o acesso a dados
pessoais serão providenciados, mediante requisição do titular:
Art. 17. Toda pessoa natural tem assegurada a titularidade I - em formato simplificado, imediatamente; ou
de seus dados pessoais e garantidos os direitos fundamentais de II - por meio de declaração clara e completa, que indique a
liberdade, de intimidade e de privacidade, nos termos desta Lei. origem dos dados, a inexistência de registro, os critérios utiliza-
Art. 18. O titular dos dados pessoais tem direito a obter do dos e a finalidade do tratamento, observados os segredos co-
controlador, em relação aos dados do titular por ele tratados, a mercial e industrial, fornecida no prazo de até 15 (quinze) dias,
qualquer momento e mediante requisição: contado da data do requerimento do titular.
I - confirmação da existência de tratamento; § 1º Os dados pessoais serão armazenados em formato que
II - acesso aos dados; favoreça o exercício do direito de acesso.
III - correção de dados incompletos, inexatos ou desatuali- § 2º As informações e os dados poderão ser fornecidos, a
zados; critério do titular:
IV - anonimização, bloqueio ou eliminação de dados desne- I - por meio eletrônico, seguro e idôneo para esse fim; ou
cessários, excessivos ou tratados em desconformidade com o II - sob forma impressa.
disposto nesta Lei; § 3º Quando o tratamento tiver origem no consentimento
V - portabilidade dos dados a outro fornecedor de serviço do titular ou em contrato, o titular poderá solicitar cópia ele-
ou produto, mediante requisição expressa, de acordo com a trônica integral de seus dados pessoais, observados os segredos
regulamentação da autoridade nacional, observados os segre- comercial e industrial, nos termos de regulamentação da auto-
dos comercial e industrial; (Redação dada pela Lei nº 13.853, de ridade nacional, em formato que permita a sua utilização subse-
2019) Vigência quente, inclusive em outras operações de tratamento.
VI - eliminação dos dados pessoais tratados com o consenti- § 4º A autoridade nacional poderá dispor de forma diferen-
mento do titular, exceto nas hipóteses previstas no art. 16 desta ciada acerca dos prazos previstos nos incisos I e II do caput deste
Lei; artigo para os setores específicos.
VII - informação das entidades públicas e privadas com as Art. 20. O titular dos dados tem direito a solicitar a revi-
quais o controlador realizou uso compartilhado de dados; são de decisões tomadas unicamente com base em tratamento
VIII - informação sobre a possibilidade de não fornecer con- automatizado de dados pessoais que afetem seus interesses,
sentimento e sobre as consequências da negativa; incluídas as decisões destinadas a definir o seu perfil pessoal,
IX - revogação do consentimento, nos termos do § 5º do art. profissional, de consumo e de crédito ou os aspectos de sua per-
8º desta Lei. sonalidade. (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
§ 1º O titular dos dados pessoais tem o direito de peticionar § 1º O controlador deverá fornecer, sempre que solicitadas,
em relação aos seus dados contra o controlador perante a auto- informações claras e adequadas a respeito dos critérios e dos
ridade nacional. procedimentos utilizados para a decisão automatizada, observa-
§ 2º O titular pode opor-se a tratamento realizado com fun- dos os segredos comercial e industrial.
damento em uma das hipóteses de dispensa de consentimento, § 2º Em caso de não oferecimento de informações de que
em caso de descumprimento ao disposto nesta Lei. trata o § 1º deste artigo baseado na observância de segredo co-
§ 3º Os direitos previstos neste artigo serão exercidos me- mercial e industrial, a autoridade nacional poderá realizar au-
diante requerimento expresso do titular ou de representante ditoria para verificação de aspectos discriminatórios em trata-
legalmente constituído, a agente de tratamento. mento automatizado de dados pessoais.
§ 4º Em caso de impossibilidade de adoção imediata da pro- § 3º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Vi-
vidência de que trata o § 3º deste artigo, o controlador enviará gência
ao titular resposta em que poderá: Art. 21. Os dados pessoais referentes ao exercício regular de
I - comunicar que não é agente de tratamento dos dados e direitos pelo titular não podem ser utilizados em seu prejuízo.
indicar, sempre que possível, o agente; ou Art. 22. A defesa dos interesses e dos direitos dos titulares
II - indicar as razões de fato ou de direito que impedem a de dados poderá ser exercida em juízo, individual ou coletiva-
adoção imediata da providência. mente, na forma do disposto na legislação pertinente, acerca
§ 5º O requerimento referido no § 3º deste artigo será aten- dos instrumentos de tutela individual e coletiva.
dido sem custos para o titular, nos prazos e nos termos previstos
em regulamento.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
CAPÍTULO IV Art. 26. O uso compartilhado de dados pessoais pelo Poder
DO TRATAMENTO DE DADOS Público deve atender a finalidades específicas de execução de
PESSOAIS PELO PODER PÚBLICO políticas públicas e atribuição legal pelos órgãos e pelas enti-
SEÇÃO I dades públicas, respeitados os princípios de proteção de dados
DAS REGRAS pessoais elencados no art. 6º desta Lei.
§ 1º É vedado ao Poder Público transferir a entidades priva-
Art. 23. O tratamento de dados pessoais pelas pessoas jurí- das dados pessoais constantes de bases de dados a que tenha
dicas de direito público referidas no parágrafo único do art. 1º acesso, exceto:
da Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011 (Lei de Acesso à I - em casos de execução descentralizada de atividade públi-
Informação) , deverá ser realizado para o atendimento de sua ca que exija a transferência, exclusivamente para esse fim espe-
finalidade pública, na persecução do interesse público, com o cífico e determinado, observado o disposto na Lei nº 12.527, de
objetivo de executar as competências legais ou cumprir as atri- 18 de novembro de 2011 (Lei de Acesso à Informação) ;
buições legais do serviço público, desde que: II - (VETADO);
I - sejam informadas as hipóteses em que, no exercício de III - nos casos em que os dados forem acessíveis publica-
suas competências, realizam o tratamento de dados pessoais, mente, observadas as disposições desta Lei.
fornecendo informações claras e atualizadas sobre a previsão IV - quando houver previsão legal ou a transferência for res-
legal, a finalidade, os procedimentos e as práticas utilizadas para paldada em contratos, convênios ou instrumentos congêneres;
a execução dessas atividades, em veículos de fácil acesso, prefe- ou (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
rencialmente em seus sítios eletrônicos; V - na hipótese de a transferência dos dados objetivar ex-
II - (VETADO); e clusivamente a prevenção de fraudes e irregularidades, ou pro-
III - seja indicado um encarregado quando realizarem ope- teger e resguardar a segurança e a integridade do titular dos
rações de tratamento de dados pessoais, nos termos do art. 39 dados, desde que vedado o tratamento para outras finalidades.
desta Lei; e (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
IV - (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigên- § 2º Os contratos e convênios de que trata o § 1º deste arti-
cia go deverão ser comunicados à autoridade nacional.
§ 1º A autoridade nacional poderá dispor sobre as formas de Art. 27. A comunicação ou o uso compartilhado de dados
publicidade das operações de tratamento. pessoais de pessoa jurídica de direito público a pessoa de direito
§ 2º O disposto nesta Lei não dispensa as pessoas jurídicas privado será informado à autoridade nacional e dependerá de
mencionadas no caput deste artigo de instituir as autoridades consentimento do titular, exceto:
de que trata a Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011 (Lei de I - nas hipóteses de dispensa de consentimento previstas
Acesso à Informação) . nesta Lei;
§ 3º Os prazos e procedimentos para exercício dos direitos II - nos casos de uso compartilhado de dados, em que será
do titular perante o Poder Público observarão o disposto em le- dada publicidade nos termos do inciso I do caput do art. 23 desta
gislação específica, em especial as disposições constantes da Lei Lei; ou
nº 9.507, de 12 de novembro de 1997 (Lei do Habeas Data) , da III - nas exceções constantes do § 1º do art. 26 desta Lei.
Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999 (Lei Geral do Processo Parágrafo único. A informação à autoridade nacional de que
Administrativo) , e da Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011 trata o caput deste artigo será objeto de regulamentação. (Inclu-
(Lei de Acesso à Informação) . ído pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
§ 4º Os serviços notariais e de registro exercidos em caráter Art. 28. (VETADO).
privado, por delegação do Poder Público, terão o mesmo trata- Art. 29. A autoridade nacional poderá solicitar, a qualquer
mento dispensado às pessoas jurídicas referidas no caput deste momento, aos órgãos e às entidades do poder público a reali-
artigo, nos termos desta Lei. zação de operações de tratamento de dados pessoais, informa-
§ 5º Os órgãos notariais e de registro devem fornecer aces- ções específicas sobre o âmbito e a natureza dos dados e ou-
so aos dados por meio eletrônico para a administração pública, tros detalhes do tratamento realizado e poderá emitir parecer
tendo em vista as finalidades de que trata o caput deste artigo. técnico complementar para garantir o cumprimento desta Lei.
Art. 24. As empresas públicas e as sociedades de econo- (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
mia mista que atuam em regime de concorrência, sujeitas ao Art. 30. A autoridade nacional poderá estabelecer normas
disposto no art. 173 da Constituição Federal , terão o mesmo complementares para as atividades de comunicação e de uso
tratamento dispensado às pessoas jurídicas de direito privado compartilhado de dados pessoais.
particulares, nos termos desta Lei.
Parágrafo único. As empresas públicas e as sociedades de SEÇÃO II
economia mista, quando estiverem operacionalizando políticas DA RESPONSABILIDADE
públicas e no âmbito da execução delas, terão o mesmo trata-
mento dispensado aos órgãos e às entidades do Poder Público, Art. 31. Quando houver infração a esta Lei em decorrência
nos termos deste Capítulo. do tratamento de dados pessoais por órgãos públicos, a autori-
Art. 25. Os dados deverão ser mantidos em formato intero- dade nacional poderá enviar informe com medidas cabíveis para
perável e estruturado para o uso compartilhado, com vistas à fazer cessar a violação.
execução de políticas públicas, à prestação de serviços públicos, Art. 32. A autoridade nacional poderá solicitar a agentes do
à descentralização da atividade pública e à disseminação e ao Poder Público a publicação de relatórios de impacto à proteção
acesso das informações pelo público em geral. de dados pessoais e sugerir a adoção de padrões e de boas prá-
ticas para os tratamentos de dados pessoais pelo Poder Público.

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CAPÍTULO V § 1º Para a verificação do disposto no caput deste artigo,
DA TRANSFERÊNCIA INTERNACIONAL DE DADOS deverão ser considerados os requisitos, as condições e as garan-
tias mínimas para a transferência que observem os direitos, as
Art. 33. A transferência internacional de dados pessoais so- garantias e os princípios desta Lei.
mente é permitida nos seguintes casos: § 2º Na análise de cláusulas contratuais, de documentos
I - para países ou organismos internacionais que proporcio- ou de normas corporativas globais submetidas à aprovação da
nem grau de proteção de dados pessoais adequado ao previsto autoridade nacional, poderão ser requeridas informações su-
nesta Lei; plementares ou realizadas diligências de verificação quanto às
II - quando o controlador oferecer e comprovar garantias de operações de tratamento, quando necessário.
cumprimento dos princípios, dos direitos do titular e do regime § 3º A autoridade nacional poderá designar organismos de
de proteção de dados previstos nesta Lei, na forma de: certificação para a realização do previsto no caput deste artigo,
a) cláusulas contratuais específicas para determinada trans- que permanecerão sob sua fiscalização nos termos definidos em
ferência; regulamento.
b) cláusulas-padrão contratuais; § 4º Os atos realizados por organismo de certificação pode-
c) normas corporativas globais; rão ser revistos pela autoridade nacional e, caso em desconfor-
d) selos, certificados e códigos de conduta regularmente midade com esta Lei, submetidos a revisão ou anulados.
emitidos; § 5º As garantias suficientes de observância dos princípios
III - quando a transferência for necessária para a cooperação gerais de proteção e dos direitos do titular referidas no caput
jurídica internacional entre órgãos públicos de inteligência, de deste artigo serão também analisadas de acordo com as medi-
investigação e de persecução, de acordo com os instrumentos das técnicas e organizacionais adotadas pelo operador, de acor-
de direito internacional; do com o previsto nos §§ 1º e 2º do art. 46 desta Lei.
IV - quando a transferência for necessária para a proteção Art. 36. As alterações nas garantias apresentadas como su-
da vida ou da incolumidade física do titular ou de terceiro; ficientes de observância dos princípios gerais de proteção e dos
V - quando a autoridade nacional autorizar a transferência; direitos do titular referidas no inciso II do art. 33 desta Lei deve-
VI - quando a transferência resultar em compromisso assu- rão ser comunicadas à autoridade nacional.
mido em acordo de cooperação internacional;
VII - quando a transferência for necessária para a execução CAPÍTULO VI
de política pública ou atribuição legal do serviço público, sendo DOS AGENTES DE TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS
dada publicidade nos termos do inciso I do caput do art. 23 desta SEÇÃO I
Lei; DO CONTROLADOR E DO OPERADOR
VIII - quando o titular tiver fornecido o seu consentimento
específico e em destaque para a transferência, com informação Art. 37. O controlador e o operador devem manter registro
prévia sobre o caráter internacional da operação, distinguindo das operações de tratamento de dados pessoais que realizarem,
claramente esta de outras finalidades; ou especialmente quando baseado no legítimo interesse.
IX - quando necessário para atender as hipóteses previstas Art. 38. A autoridade nacional poderá determinar ao contro-
nos incisos II, V e VI do art. 7º desta Lei. lador que elabore relatório de impacto à proteção de dados pes-
Parágrafo único. Para os fins do inciso I deste artigo, as pes- soais, inclusive de dados sensíveis, referente a suas operações
soas jurídicas de direito público referidas no parágrafo único do de tratamento de dados, nos termos de regulamento, observa-
art. 1º da Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011 (Lei de dos os segredos comercial e industrial.
Acesso à Informação) , no âmbito de suas competências legais, Parágrafo único. Observado o disposto no caput deste arti-
e responsáveis, no âmbito de suas atividades, poderão requerer go, o relatório deverá conter, no mínimo, a descrição dos tipos
à autoridade nacional a avaliação do nível de proteção a dados de dados coletados, a metodologia utilizada para a coleta e para
pessoais conferido por país ou organismo internacional. a garantia da segurança das informações e a análise do controla-
Art. 34. O nível de proteção de dados do país estrangeiro dor com relação a medidas, salvaguardas e mecanismos de miti-
ou do organismo internacional mencionado no inciso I do caput gação de risco adotados.
do art. 33 desta Lei será avaliado pela autoridade nacional, que Art. 39. O operador deverá realizar o tratamento segundo
levará em consideração: as instruções fornecidas pelo controlador, que verificará a ob-
I - as normas gerais e setoriais da legislação em vigor no país servância das próprias instruções e das normas sobre a matéria.
de destino ou no organismo internacional; Art. 40. A autoridade nacional poderá dispor sobre padrões
II - a natureza dos dados; de interoperabilidade para fins de portabilidade, livre acesso
III - a observância dos princípios gerais de proteção de da- aos dados e segurança, assim como sobre o tempo de guarda
dos pessoais e direitos dos titulares previstos nesta Lei; dos registros, tendo em vista especialmente a necessidade e a
IV - a adoção de medidas de segurança previstas em regu- transparência.
lamento;
V - a existência de garantias judiciais e institucionais para o SEÇÃO II
respeito aos direitos de proteção de dados pessoais; e DO ENCARREGADO PELO TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS
VI - outras circunstâncias específicas relativas à transferência.
Art. 35. A definição do conteúdo de cláusulas-padrão con- Art. 41. O controlador deverá indicar encarregado pelo tra-
tratuais, bem como a verificação de cláusulas contratuais espe- tamento de dados pessoais.
cíficas para uma determinada transferência, normas corporati- § 1º A identidade e as informações de contato do encar-
vas globais ou selos, certificados e códigos de conduta, a que se regado deverão ser divulgadas publicamente, de forma clara e
refere o inciso II do caput do art. 33 desta Lei, será realizada pela objetiva, preferencialmente no sítio eletrônico do controlador.
autoridade nacional. § 2º As atividades do encarregado consistem em:

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I - aceitar reclamações e comunicações dos titulares, prestar I - o modo pelo qual é realizado;
esclarecimentos e adotar providências; II - o resultado e os riscos que razoavelmente dele se espe-
II - receber comunicações da autoridade nacional e adotar ram;
providências; III - as técnicas de tratamento de dados pessoais disponíveis
III - orientar os funcionários e os contratados da entidade a à época em que foi realizado.
respeito das práticas a serem tomadas em relação à proteção de Parágrafo único. Responde pelos danos decorrentes da vio-
dados pessoais; e lação da segurança dos dados o controlador ou o operador que,
IV - executar as demais atribuições determinadas pelo con- ao deixar de adotar as medidas de segurança previstas no art. 46
trolador ou estabelecidas em normas complementares. desta Lei, der causa ao dano.
§ 3º A autoridade nacional poderá estabelecer normas com- Art. 45. As hipóteses de violação do direito do titular no âm-
plementares sobre a definição e as atribuições do encarregado, bito das relações de consumo permanecem sujeitas às regras de
inclusive hipóteses de dispensa da necessidade de sua indica- responsabilidade previstas na legislação pertinente.
ção, conforme a natureza e o porte da entidade ou o volume de
operações de tratamento de dados. CAPÍTULO VII
§ 4º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Vi- DA SEGURANÇA E DAS BOAS PRÁTICAS
gência SEÇÃO I
DA SEGURANÇA E DO SIGILO DE DADOS
SEÇÃO III
DA RESPONSABILIDADE E DO RESSARCIMENTO DE DANOS Art. 46. Os agentes de tratamento devem adotar medidas de
segurança, técnicas e administrativas aptas a proteger os dados
Art. 42. O controlador ou o operador que, em razão do exer- pessoais de acessos não autorizados e de situações acidentais
cício de atividade de tratamento de dados pessoais, causar a ou ilícitas de destruição, perda, alteração, comunicação ou qual-
outrem dano patrimonial, moral, individual ou coletivo, em vio- quer forma de tratamento inadequado ou ilícito.
lação à legislação de proteção de dados pessoais, é obrigado a § 1º A autoridade nacional poderá dispor sobre padrões téc-
nicos mínimos para tornar aplicável o disposto no caput deste
repará-lo.
artigo, considerados a natureza das informações tratadas, as
§ 1º A fim de assegurar a efetiva indenização ao titular dos
características específicas do tratamento e o estado atual da
dados:
tecnologia, especialmente no caso de dados pessoais sensíveis,
I - o operador responde solidariamente pelos danos causa-
assim como os princípios previstos no caput do art. 6º desta Lei.
dos pelo tratamento quando descumprir as obrigações da le-
§ 2º As medidas de que trata o caput deste artigo deverão
gislação de proteção de dados ou quando não tiver seguido as
ser observadas desde a fase de concepção do produto ou do ser-
instruções lícitas do controlador, hipótese em que o operador
viço até a sua execução.
equipara-se ao controlador, salvo nos casos de exclusão previs-
Art. 47. Os agentes de tratamento ou qualquer outra pessoa
tos no art. 43 desta Lei;
que intervenha em uma das fases do tratamento obriga-se a ga-
II - os controladores que estiverem diretamente envolvidos rantir a segurança da informação prevista nesta Lei em relação
no tratamento do qual decorreram danos ao titular dos dados aos dados pessoais, mesmo após o seu término.
respondem solidariamente, salvo nos casos de exclusão previs- Art. 48. O controlador deverá comunicar à autoridade nacio-
tos no art. 43 desta Lei. nal e ao titular a ocorrência de incidente de segurança que possa
§ 2º O juiz, no processo civil, poderá inverter o ônus da pro- acarretar risco ou dano relevante aos titulares.
va a favor do titular dos dados quando, a seu juízo, for verossí- § 1º A comunicação será feita em prazo razoável, conforme
mil a alegação, houver hipossuficiência para fins de produção de definido pela autoridade nacional, e deverá mencionar, no mí-
prova ou quando a produção de prova pelo titular resultar-lhe nimo:
excessivamente onerosa. I - a descrição da natureza dos dados pessoais afetados;
§ 3º As ações de reparação por danos coletivos que tenham II - as informações sobre os titulares envolvidos;
por objeto a responsabilização nos termos do caput deste artigo III - a indicação das medidas técnicas e de segurança utiliza-
podem ser exercidas coletivamente em juízo, observado o dis- das para a proteção dos dados, observados os segredos comer-
posto na legislação pertinente. cial e industrial;
§ 4º Aquele que reparar o dano ao titular tem direito de IV - os riscos relacionados ao incidente;
regresso contra os demais responsáveis, na medida de sua parti- V - os motivos da demora, no caso de a comunicação não ter
cipação no evento danoso. sido imediata; e
Art. 43. Os agentes de tratamento só não serão responsabi- VI - as medidas que foram ou que serão adotadas para re-
lizados quando provarem: verter ou mitigar os efeitos do prejuízo.
I - que não realizaram o tratamento de dados pessoais que § 2º A autoridade nacional verificará a gravidade do inciden-
lhes é atribuído; te e poderá, caso necessário para a salvaguarda dos direitos dos
II - que, embora tenham realizado o tratamento de dados titulares, determinar ao controlador a adoção de providências,
pessoais que lhes é atribuído, não houve violação à legislação de tais como:
proteção de dados; ou I - ampla divulgação do fato em meios de comunicação; e
III - que o dano é decorrente de culpa exclusiva do titular II - medidas para reverter ou mitigar os efeitos do incidente.
dos dados ou de terceiro. § 3º No juízo de gravidade do incidente, será avaliada even-
Art. 44. O tratamento de dados pessoais será irregular quan- tual comprovação de que foram adotadas medidas técnicas ade-
do deixar de observar a legislação ou quando não fornecer a quadas que tornem os dados pessoais afetados ininteligíveis, no
segurança que o titular dele pode esperar, consideradas as cir- âmbito e nos limites técnicos de seus serviços, para terceiros
cunstâncias relevantes, entre as quais: não autorizados a acessá-los.

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Art. 49. Os sistemas utilizados para o tratamento de dados Art. 51. A autoridade nacional estimulará a adoção de pa-
pessoais devem ser estruturados de forma a atender aos requisi- drões técnicos que facilitem o controle pelos titulares dos seus
tos de segurança, aos padrões de boas práticas e de governança dados pessoais.
e aos princípios gerais previstos nesta Lei e às demais normas
regulamentares. CAPÍTULO VIII
DA FISCALIZAÇÃO
SEÇÃO II SEÇÃO I
DAS BOAS PRÁTICAS E DA GOVERNANÇA DAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS

Art. 50. Os controladores e operadores, no âmbito de suas Art. 52. Os agentes de tratamento de dados, em razão das
competências, pelo tratamento de dados pessoais, individual- infrações cometidas às normas previstas nesta Lei, ficam sujei-
mente ou por meio de associações, poderão formular regras de tos às seguintes sanções administrativas aplicáveis pela autori-
boas práticas e de governança que estabeleçam as condições dade nacional: (Vigência)
de organização, o regime de funcionamento, os procedimen- I - advertência, com indicação de prazo para adoção de me-
tos, incluindo reclamações e petições de titulares, as normas de didas corretivas;
segurança, os padrões técnicos, as obrigações específicas para II - multa simples, de até 2% (dois por cento) do faturamen-
os diversos envolvidos no tratamento, as ações educativas, os to da pessoa jurídica de direito privado, grupo ou conglomerado
mecanismos internos de supervisão e de mitigação de riscos e no Brasil no seu último exercício, excluídos os tributos, limitada,
outros aspectos relacionados ao tratamento de dados pessoais. no total, a R$ 50.000.000,00 (cinquenta milhões de reais) por
§ 1º Ao estabelecer regras de boas práticas, o controlador e infração;
o operador levarão em consideração, em relação ao tratamento III - multa diária, observado o limite total a que se refere o
e aos dados, a natureza, o escopo, a finalidade e a probabilidade inciso II;
e a gravidade dos riscos e dos benefícios decorrentes de trata- IV - publicização da infração após devidamente apurada e
mento de dados do titular. confirmada a sua ocorrência;
§ 2º Na aplicação dos princípios indicados nos incisos VII e V - bloqueio dos dados pessoais a que se refere a infração
VIII do caput do art. 6º desta Lei, o controlador, observados a até a sua regularização;
estrutura, a escala e o volume de suas operações, bem como a VI - eliminação dos dados pessoais a que se refere a infra-
sensibilidade dos dados tratados e a probabilidade e a gravidade ção;
dos danos para os titulares dos dados, poderá: VII - (VETADO);
I - implementar programa de governança em privacidade VIII - (VETADO);
que, no mínimo: IX - (VETADO).
a) demonstre o comprometimento do controlador em ado- X - suspensão parcial do funcionamento do banco de dados
tar processos e políticas internas que assegurem o cumprimen- a que se refere a infração pelo período máximo de 6 (seis) me-
to, de forma abrangente, de normas e boas práticas relativas à ses, prorrogável por igual período, até a regularização da ati-
proteção de dados pessoais; vidade de tratamento pelo controlador; (Incluído pela Lei nº
b) seja aplicável a todo o conjunto de dados pessoais que 13.853, de 2019)
estejam sob seu controle, independentemente do modo como XI - suspensão do exercício da atividade de tratamento dos
se realizou sua coleta; dados pessoais a que se refere a infração pelo período máximo
c) seja adaptado à estrutura, à escala e ao volume de suas de 6 (seis) meses, prorrogável por igual período; (Incluído pela
operações, bem como à sensibilidade dos dados tratados; Lei nº 13.853, de 2019)
d) estabeleça políticas e salvaguardas adequadas com base XII - proibição parcial ou total do exercício de atividades re-
em processo de avaliação sistemática de impactos e riscos à pri- lacionadas a tratamento de dados. (Incluído pela Lei nº 13.853,
vacidade; de 2019)
e) tenha o objetivo de estabelecer relação de confiança com § 1º As sanções serão aplicadas após procedimento admi-
o titular, por meio de atuação transparente e que assegure me- nistrativo que possibilite a oportunidade da ampla defesa, de
canismos de participação do titular; forma gradativa, isolada ou cumulativa, de acordo com as pe-
f) esteja integrado a sua estrutura geral de governança e culiaridades do caso concreto e considerados os seguintes parâ-
estabeleça e aplique mecanismos de supervisão internos e exter- metros e critérios:
nos; I - a gravidade e a natureza das infrações e dos direitos pes-
g) conte com planos de resposta a incidentes e remediação; e soais afetados;
h) seja atualizado constantemente com base em informa- II - a boa-fé do infrator;
ções obtidas a partir de monitoramento contínuo e avaliações III - a vantagem auferida ou pretendida pelo infrator;
periódicas; IV - a condição econômica do infrator;
II - demonstrar a efetividade de seu programa de governan- V - a reincidência;
ça em privacidade quando apropriado e, em especial, a pedido VI - o grau do dano;
da autoridade nacional ou de outra entidade responsável por VII - a cooperação do infrator;
promover o cumprimento de boas práticas ou códigos de condu- VIII - a adoção reiterada e demonstrada de mecanismos e
ta, os quais, de forma independente, promovam o cumprimento procedimentos internos capazes de minimizar o dano, voltados
desta Lei. ao tratamento seguro e adequado de dados, em consonância
§ 3º As regras de boas práticas e de governança deverão ser com o disposto no inciso II do § 2º do art. 48 desta Lei;
publicadas e atualizadas periodicamente e poderão ser reconhe- IX - a adoção de política de boas práticas e governança;
cidas e divulgadas pela autoridade nacional. X - a pronta adoção de medidas corretivas; e

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
XI - a proporcionalidade entre a gravidade da falta e a inten- CAPÍTULO IX
sidade da sanção. DA AUTORIDADE NACIONAL DE PROTEÇÃO DE DADOS
§ 2º O disposto neste artigo não substitui a aplicação de san- (ANPD) E DO CONSELHO NACIONAL DE PROTEÇÃO DE DA-
ções administrativas, civis ou penais definidas na Lei nº 8.078, DOS PESSOAIS E DA PRIVACIDADE
de 11 de setembro de 1990, e em legislação específica. (Redação SEÇÃO I
dada pela Lei nº 13.853, de 2019) DA AUTORIDADE NACIONAL DE PROTEÇÃO DE DADOS
§ 3º O disposto nos incisos I, IV, V, VI, X, XI e XII do caput des- (ANPD)
te artigo poderá ser aplicado às entidades e aos órgãos públicos,
sem prejuízo do disposto na Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de Art. 55. (VETADO).
1990, na Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992, e na Lei nº 12.527, Art. 55-A. Fica criada, sem aumento de despesa, a Autori-
de 18 de novembro de 2011. (Promulgação partes vetadas) dade Nacional de Proteção de Dados (ANPD), órgão da adminis-
§ 4º No cálculo do valor da multa de que trata o inciso II do tração pública federal, integrante da Presidência da República.
caput deste artigo, a autoridade nacional poderá considerar o (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
faturamento total da empresa ou grupo de empresas, quando § 1º A natureza jurídica da ANPD é transitória e poderá ser
não dispuser do valor do faturamento no ramo de atividade em- transformada pelo Poder Executivo em entidade da administra-
presarial em que ocorreu a infração, definido pela autoridade ção pública federal indireta, submetida a regime autárquico es-
nacional, ou quando o valor for apresentado de forma incomple- pecial e vinculada à Presidência da República. (Incluído pela Lei
ta ou não for demonstrado de forma inequívoca e idônea. nº 13.853, de 2019)
§ 5º O produto da arrecadação das multas aplicadas pela § 2º A avaliação quanto à transformação de que dispõe o
ANPD, inscritas ou não em dívida ativa, será destinado ao Fundo § 1º deste artigo deverá ocorrer em até 2 (dois) anos da data
de Defesa de Direitos Difusos de que tratam o art. 13 da Lei nº da entrada em vigor da estrutura regimental da ANPD. (Incluído
7.347, de 24 de julho de 1985, e a Lei nº 9.008, de 21 de março pela Lei nº 13.853, de 2019)
de 1995. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) § 3º O provimento dos cargos e das funções necessários à
§ 6º As sanções previstas nos incisos X, XI e XII do caput des- criação e à atuação da ANPD está condicionado à expressa au-
te artigo serão aplicadas: (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) torização física e financeira na lei orçamentária anual e à per-
I - somente após já ter sido imposta ao menos 1 (uma) das missão na lei de diretrizes orçamentárias. (Incluído pela Lei nº
sanções de que tratam os incisos II, III, IV, V e VI do caput des- 13.853, de 2019)
te artigo para o mesmo caso concreto; e (Incluído pela Lei nº Art. 55-B. É assegurada autonomia técnica e decisória à
13.853, de 2019) ANPD. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
II - em caso de controladores submetidos a outros órgãos e Art. 55-C. A ANPD é composta de: (Incluído pela Lei nº
entidades com competências sancionatórias, ouvidos esses ór- 13.853, de 2019)
gãos. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) I - Conselho Diretor, órgão máximo de direção; (Incluído
§ 7º Os vazamentos individuais ou os acessos não autoriza- pela Lei nº 13.853, de 2019)
dos de que trata o caput do art. 46 desta Lei poderão ser objeto II - Conselho Nacional de Proteção de Dados Pessoais e da
de conciliação direta entre controlador e titular e, caso não haja Privacidade; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
acordo, o controlador estará sujeito à aplicação das penalidades III - Corregedoria; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
de que trata este artigo. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) IV - Ouvidoria; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
Art. 53. A autoridade nacional definirá, por meio de regula- V - órgão de assessoramento jurídico próprio; e (Incluído
mento próprio sobre sanções administrativas a infrações a esta pela Lei nº 13.853, de 2019)
Lei, que deverá ser objeto de consulta pública, as metodologias VI - unidades administrativas e unidades especializadas ne-
que orientarão o cálculo do valor-base das sanções de multa. cessárias à aplicação do disposto nesta Lei. (Incluído pela Lei nº
(Vigência) 13.853, de 2019)
§ 1º As metodologias a que se refere o caput deste artigo Art. 55-D. O Conselho Diretor da ANPD será composto de
devem ser previamente publicadas, para ciência dos agentes 5 (cinco) diretores, incluído o Diretor-Presidente. (Incluído pela
de tratamento, e devem apresentar objetivamente as formas e Lei nº 13.853, de 2019)
dosimetrias para o cálculo do valor-base das sanções de multa, § 1º Os membros do Conselho Diretor da ANPD serão esco-
que deverão conter fundamentação detalhada de todos os seus lhidos pelo Presidente da República e por ele nomeados, após
elementos, demonstrando a observância dos critérios previstos aprovação pelo Senado Federal, nos termos da alínea ‘f’ do in-
nesta Lei. ciso III do art. 52 da Constituição Federal, e ocuparão cargo em
§ 2º O regulamento de sanções e metodologias correspon- comissão do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores - DAS,
dentes deve estabelecer as circunstâncias e as condições para a no mínimo, de nível 5. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
adoção de multa simples ou diária. § 2º Os membros do Conselho Diretor serão escolhidos
Art. 54. O valor da sanção de multa diária aplicável às infra- dentre brasileiros que tenham reputação ilibada, nível supe-
ções a esta Lei deve observar a gravidade da falta e a extensão rior de educação e elevado conceito no campo de especialidade
do dano ou prejuízo causado e ser fundamentado pela autorida- dos cargos para os quais serão nomeados. (Incluído pela Lei nº
de nacional. (Vigência) 13.853, de 2019)
Parágrafo único. A intimação da sanção de multa diária de- § 3º O mandato dos membros do Conselho Diretor será de 4
verá conter, no mínimo, a descrição da obrigação imposta, o pra- (quatro) anos. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
zo razoável e estipulado pelo órgão para o seu cumprimento e § 4º Os mandatos dos primeiros membros do Conselho Di-
o valor da multa diária a ser aplicada pelo seu descumprimento. retor nomeados serão de 2 (dois), de 3 (três), de 4 (quatro), de
5 (cinco) e de 6 (seis) anos, conforme estabelecido no ato de
nomeação. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)

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§ 5º Na hipótese de vacância do cargo no curso do manda- VII - promover e elaborar estudos sobre as práticas nacio-
to de membro do Conselho Diretor, o prazo remanescente será nais e internacionais de proteção de dados pessoais e privacida-
completado pelo sucessor. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) de; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
Art. 55-E. Os membros do Conselho Diretor somente per- VIII - estimular a adoção de padrões para serviços e produ-
derão seus cargos em virtude de renúncia, condenação judicial tos que facilitem o exercício de controle dos titulares sobre seus
transitada em julgado ou pena de demissão decorrente de pro- dados pessoais, os quais deverão levar em consideração as espe-
cesso administrativo disciplinar. (Incluído pela Lei nº 13.853, de cificidades das atividades e o porte dos responsáveis; (Incluído
2019) pela Lei nº 13.853, de 2019)
§ 1º Nos termos do caput deste artigo, cabe ao Ministro de IX - promover ações de cooperação com autoridades de pro-
Estado Chefe da Casa Civil da Presidência da República instaurar teção de dados pessoais de outros países, de natureza interna-
o processo administrativo disciplinar, que será conduzido por cional ou transnacional; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
comissão especial constituída por servidores públicos federais X - dispor sobre as formas de publicidade das operações de
estáveis. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) tratamento de dados pessoais, respeitados os segredos comer-
§ 2º Compete ao Presidente da República determinar o afas- cial e industrial; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
tamento preventivo, somente quando assim recomendado pela XI - solicitar, a qualquer momento, às entidades do poder
comissão especial de que trata o § 1º deste artigo, e proferir o público que realizem operações de tratamento de dados pesso-
julgamento. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) ais informe específico sobre o âmbito, a natureza dos dados e os
Art. 55-F. Aplica-se aos membros do Conselho Diretor, após demais detalhes do tratamento realizado, com a possibilidade
o exercício do cargo, o disposto no art. 6º da Lei nº 12.813, de 16 de emitir parecer técnico complementar para garantir o cumpri-
de maio de 2013. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) mento desta Lei; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
Parágrafo único. A infração ao disposto no caput deste arti- XII - elaborar relatórios de gestão anuais acerca de suas ati-
go caracteriza ato de improbidade administrativa. (Incluído pela vidades; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
Lei nº 13.853, de 2019) XIII - editar regulamentos e procedimentos sobre proteção
Art. 55-G. Ato do Presidente da República disporá sobre a de dados pessoais e privacidade, bem como sobre relatórios de
estrutura regimental da ANPD. (Incluído pela Lei nº 13.853, de impacto à proteção de dados pessoais para os casos em que o
2019) tratamento representar alto risco à garantia dos princípios ge-
§ 1º Até a data de entrada em vigor de sua estrutura regi- rais de proteção de dados pessoais previstos nesta Lei; (Incluído
mental, a ANPD receberá o apoio técnico e administrativo da pela Lei nº 13.853, de 2019)
Casa Civil da Presidência da República para o exercício de suas XIV - ouvir os agentes de tratamento e a sociedade em ma-
térias de interesse relevante e prestar contas sobre suas ativida-
atividades. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
des e planejamento; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
§ 2º O Conselho Diretor disporá sobre o regimento interno
XV - arrecadar e aplicar suas receitas e publicar, no relatório
da ANPD. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
de gestão a que se refere o inciso XII do caput deste artigo, o
Art. 55-H. Os cargos em comissão e as funções de confiança
detalhamento de suas receitas e despesas; (Incluído pela Lei nº
da ANPD serão remanejados de outros órgãos e entidades do
13.853, de 2019)
Poder Executivo federal. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
XVI - realizar auditorias, ou determinar sua realização, no
Art. 55-I. Os ocupantes dos cargos em comissão e das fun-
âmbito da atividade de fiscalização de que trata o inciso IV e
ções de confiança da ANPD serão indicados pelo Conselho Dire-
com a devida observância do disposto no inciso II do caput des-
tor e nomeados ou designados pelo Diretor-Presidente. (Incluí-
te artigo, sobre o tratamento de dados pessoais efetuado pelos
do pela Lei nº 13.853, de 2019) agentes de tratamento, incluído o poder público; (Incluído pela
Art. 55-J. Compete à ANPD: (Incluído pela Lei nº 13.853, de Lei nº 13.853, de 2019)
2019) XVII - celebrar, a qualquer momento, compromisso com
I - zelar pela proteção dos dados pessoais, nos termos da agentes de tratamento para eliminar irregularidade, incerteza
legislação; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) jurídica ou situação contenciosa no âmbito de processos admi-
II - zelar pela observância dos segredos comercial e indus- nistrativos, de acordo com o previsto no Decreto-Lei nº 4.657,
trial, observada a proteção de dados pessoais e do sigilo das de 4 de setembro de 1942; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
informações quando protegido por lei ou quando a quebra do XVIII - editar normas, orientações e procedimentos simpli-
sigilo violar os fundamentos do art. 2º desta Lei; (Incluído pela ficados e diferenciados, inclusive quanto aos prazos, para que
Lei nº 13.853, de 2019) microempresas e empresas de pequeno porte, bem como inicia-
III - elaborar diretrizes para a Política Nacional de Proteção tivas empresariais de caráter incremental ou disruptivo que se
de Dados Pessoais e da Privacidade; (Incluído pela Lei nº 13.853, autodeclarem startups ou empresas de inovação, possam ade-
de 2019) quar-se a esta Lei; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
IV - fiscalizar e aplicar sanções em caso de tratamento de XIX - garantir que o tratamento de dados de idosos seja efe-
dados realizado em descumprimento à legislação, mediante pro- tuado de maneira simples, clara, acessível e adequada ao seu
cesso administrativo que assegure o contraditório, a ampla de- entendimento, nos termos desta Lei e da Lei nº 10.741, de 1º
fesa e o direito de recurso; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) de outubro de 2003 (Estatuto do Idoso); (Incluído pela Lei nº
V - apreciar petições de titular contra controlador após com- 13.853, de 2019)
provada pelo titular a apresentação de reclamação ao controla- XX - deliberar, na esfera administrativa, em caráter termina-
dor não solucionada no prazo estabelecido em regulamentação; tivo, sobre a interpretação desta Lei, as suas competências e os
(Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) casos omissos; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
VI - promover na população o conhecimento das normas e XXI - comunicar às autoridades competentes as infrações pe-
das políticas públicas sobre proteção de dados pessoais e das nais das quais tiver conhecimento; (Incluído pela Lei nº 13.853,
medidas de segurança; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) de 2019)

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XXII - comunicar aos órgãos de controle interno o descum- II - as doações, os legados, as subvenções e outros recursos
primento do disposto nesta Lei por órgãos e entidades da admi- que lhe forem destinados; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
nistração pública federal; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) III - os valores apurados na venda ou aluguel de bens móveis
XXIII - articular-se com as autoridades reguladoras públicas e imóveis de sua propriedade; (Incluído pela Lei nº 13.853, de
para exercer suas competências em setores específicos de ati- 2019)
vidades econômicas e governamentais sujeitas à regulação; e IV - os valores apurados em aplicações no mercado finan-
(Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) ceiro das receitas previstas neste artigo; (Incluído pela Lei nº
XXIV - implementar mecanismos simplificados, inclusive por 13.853, de 2019)
meio eletrônico, para o registro de reclamações sobre o trata- V - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
mento de dados pessoais em desconformidade com esta Lei. (In- VI - os recursos provenientes de acordos, convênios ou con-
cluído pela Lei nº 13.853, de 2019) tratos celebrados com entidades, organismos ou empresas, pú-
§ 1º Ao impor condicionantes administrativas ao tratamen- blicos ou privados, nacionais ou internacionais; (Incluído pela Lei
to de dados pessoais por agente de tratamento privado, sejam nº 13.853, de 2019)
eles limites, encargos ou sujeições, a ANPD deve observar a exi- VII - o produto da venda de publicações, material técnico,
gência de mínima intervenção, assegurados os fundamentos, dados e informações, inclusive para fins de licitação pública. (In-
os princípios e os direitos dos titulares previstos no art. 170 da cluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
Constituição Federal e nesta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.853, de Art. 56. (VETADO).
2019) Art. 57. (VETADO).
§ 2º Os regulamentos e as normas editados pela ANPD de-
vem ser precedidos de consulta e audiência públicas, bem como SEÇÃO II
de análises de impacto regulatório. (Incluído pela Lei nº 13.853, DO CONSELHO NACIONAL DE PROTEÇÃO DE DADOS PESSO-
de 2019) AIS E DA PRIVACIDADE
§ 3º A ANPD e os órgãos e entidades públicos responsáveis
pela regulação de setores específicos da atividade econômica e Art. 58. (VETADO).
governamental devem coordenar suas atividades, nas corres- Art. 58-A. O Conselho Nacional de Proteção de Dados Pes-
pondentes esferas de atuação, com vistas a assegurar o cumpri- soais e da Privacidade será composto de 23 (vinte e três) repre-
sentantes, titulares e suplentes, dos seguintes órgãos: (Incluído
mento de suas atribuições com a maior eficiência e promover o
pela Lei nº 13.853, de 2019)
adequado funcionamento dos setores regulados, conforme le-
I - 5 (cinco) do Poder Executivo federal; (Incluído pela Lei nº
gislação específica, e o tratamento de dados pessoais, na forma
13.853, de 2019)
desta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
II - 1 (um) do Senado Federal; (Incluído pela Lei nº 13.853,
§ 4º A ANPD manterá fórum permanente de comunicação,
de 2019)
inclusive por meio de cooperação técnica, com órgãos e entida-
III - 1 (um) da Câmara dos Deputados; (Incluído pela Lei nº
des da administração pública responsáveis pela regulação de se-
13.853, de 2019)
tores específicos da atividade econômica e governamental, a fim
IV - 1 (um) do Conselho Nacional de Justiça; (Incluído pela
de facilitar as competências regulatória, fiscalizatória e punitiva
Lei nº 13.853, de 2019)
da ANPD. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) V - 1 (um) do Conselho Nacional do Ministério Público; (In-
§ 5º No exercício das competências de que trata o caput cluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
deste artigo, a autoridade competente deverá zelar pela preser- VI - 1 (um) do Comitê Gestor da Internet no Brasil; (Incluído
vação do segredo empresarial e do sigilo das informações, nos pela Lei nº 13.853, de 2019)
termos da lei. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) VII - 3 (três) de entidades da sociedade civil com atuação
§ 6º As reclamações colhidas conforme o disposto no inciso relacionada a proteção de dados pessoais; (Incluído pela Lei nº
V do caput deste artigo poderão ser analisadas de forma agre- 13.853, de 2019)
gada, e as eventuais providências delas decorrentes poderão ser VIII - 3 (três) de instituições científicas, tecnológicas e de
adotadas de forma padronizada. (Incluído pela Lei nº 13.853, de inovação; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
2019) IX - 3 (três) de confederações sindicais representativas das
Art. 55-K. A aplicação das sanções previstas nesta Lei com- categorias econômicas do setor produtivo; (Incluído pela Lei nº
pete exclusivamente à ANPD, e suas competências prevalece- 13.853, de 2019)
rão, no que se refere à proteção de dados pessoais, sobre as X - 2 (dois) de entidades representativas do setor empresa-
competências correlatas de outras entidades ou órgãos da admi- rial relacionado à área de tratamento de dados pessoais; e (In-
nistração pública. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) cluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
Parágrafo único. A ANPD articulará sua atuação com outros XI - 2 (dois) de entidades representativas do setor laboral.
órgãos e entidades com competências sancionatórias e normati- (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
vas afetas ao tema de proteção de dados pessoais e será o órgão § 1º Os representantes serão designados por ato do Presi-
central de interpretação desta Lei e do estabelecimento de nor- dente da República, permitida a delegação. (Incluído pela Lei nº
mas e diretrizes para a sua implementação. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
13.853, de 2019) § 2º Os representantes de que tratam os incisos I, II, III, IV, V
Art. 55-L. Constituem receitas da ANPD: (Incluído pela Lei nº e VI do caput deste artigo e seus suplentes serão indicados pelos
13.853, de 2019) titulares dos respectivos órgãos e entidades da administração
I - as dotações, consignadas no orçamento geral da União, pública. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
os créditos especiais, os créditos adicionais, as transferências § 3º Os representantes de que tratam os incisos VII, VIII, IX,
e os repasses que lhe forem conferidos; (Incluído pela Lei nº X e XI do caput deste artigo e seus suplentes: (Incluído pela Lei
13.853, de 2019) nº 13.853, de 2019)

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I - serão indicados na forma de regulamento; (Incluído pela Art. 63. A autoridade nacional estabelecerá normas sobre
Lei nº 13.853, de 2019) a adequação progressiva de bancos de dados constituídos até a
II - não poderão ser membros do Comitê Gestor da Internet data de entrada em vigor desta Lei, consideradas a complexida-
no Brasil; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) de das operações de tratamento e a natureza dos dados.
III - terão mandato de 2 (dois) anos, permitida 1 (uma) re- Art. 64. Os direitos e princípios expressos nesta Lei não ex-
condução. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) cluem outros previstos no ordenamento jurídico pátrio relacio-
§ 4º A participação no Conselho Nacional de Proteção de nados à matéria ou nos tratados internacionais em que a Repú-
Dados Pessoais e da Privacidade será considerada prestação de blica Federativa do Brasil seja parte.
serviço público relevante, não remunerada. (Incluído pela Lei nº Art. 65. Esta Lei entra em vigor: (Redação dada pela Lei nº
13.853, de 2019) 13.853, de 2019)
Art. 58-B. Compete ao Conselho Nacional de Proteção de I - dia 28 de dezembro de 2018, quanto aos arts. 55-A, 55-B,
Dados Pessoais e da Privacidade: (Incluído pela Lei nº 13.853, 55-C, 55-D, 55-E, 55-F, 55-G, 55-H, 55-I, 55-J, 55-K, 55-L, 58-A e
de 2019) 58-B; e (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
I - propor diretrizes estratégicas e fornecer subsídios para a I-A – dia 1º de agosto de 2021, quanto aos arts. 52, 53 e 54;
elaboração da Política Nacional de Proteção de Dados Pessoais (Incluído pela Lei nº 14.010, de 2020)
e da Privacidade e para a atuação da ANPD; (Incluído pela Lei nº II - 24 (vinte e quatro) meses após a data de sua publicação,
13.853, de 2019) quanto aos demais artigos. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
II - elaborar relatórios anuais de avaliação da execução das
ações da Política Nacional de Proteção de Dados Pessoais e da
Privacidade; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) LEGISLAÇÃO ANTICORRUPÇÃO: LEI Nº 12.846/2013
III - sugerir ações a serem realizadas pela ANPD; (Incluído
pela Lei nº 13.853, de 2019) LEI Nº 12.846, DE 1º DE AGOSTO DE 2013.
IV - elaborar estudos e realizar debates e audiências públi-
cas sobre a proteção de dados pessoais e da privacidade; e (In- Dispõe sobre a responsabilização administrativa e civil de
cluído pela Lei nº 13.853, de 2019) pessoas jurídicas pela prática de atos contra a administração
V - disseminar o conhecimento sobre a proteção de dados pública, nacional ou estrangeira, e dá outras providências.
pessoais e da privacidade à população. (Incluído pela Lei nº
13.853, de 2019)
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso
Art. 59. (VETADO).
Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
CAPÍTULO X
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 60. A Lei nº 12.965, de 23 de abril de 2014 (Marco Civil
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a responsabilização objetiva
da Internet) , passa a vigorar com as seguintes alterações:
administrativa e civil de pessoas jurídicas pela prática de atos
“Art. 7º ..................................................................
contra a administração pública, nacional ou estrangeira.
.......................................................................................
X - exclusão definitiva dos dados pessoais que tiver forne- Parágrafo único. Aplica-se o disposto nesta Lei às socieda-
cido a determinada aplicação de internet, a seu requerimento, des empresárias e às sociedades simples, personificadas ou não,
ao término da relação entre as partes, ressalvadas as hipóteses independentemente da forma de organização ou modelo socie-
de guarda obrigatória de registros previstas nesta Lei e na que tário adotado, bem como a quaisquer fundações, associações de
dispõe sobre a proteção de dados pessoais; entidades ou pessoas, ou sociedades estrangeiras, que tenham
..............................................................................” (NR) sede, filial ou representação no território brasileiro, constituídas
“Art. 16. ................................................................. de fato ou de direito, ainda que temporariamente.
....................................................................................... Art. 2º As pessoas jurídicas serão responsabilizadas objeti-
II - de dados pessoais que sejam excessivos em relação à vamente, nos âmbitos administrativo e civil, pelos atos lesivos
finalidade para a qual foi dado consentimento pelo seu titular, previstos nesta Lei praticados em seu interesse ou benefício,
exceto nas hipóteses previstas na Lei que dispõe sobre a prote- exclusivo ou não.
ção de dados pessoais.” (NR) Art. 3º A responsabilização da pessoa jurídica não exclui a
Art. 61. A empresa estrangeira será notificada e intimada responsabilidade individual de seus dirigentes ou administrado-
de todos os atos processuais previstos nesta Lei, independente- res ou de qualquer pessoa natural, autora, coautora ou partícipe
mente de procuração ou de disposição contratual ou estatutária, do ato ilícito.
na pessoa do agente ou representante ou pessoa responsável § 1º A pessoa jurídica será responsabilizada independente-
por sua filial, agência, sucursal, estabelecimento ou escritório mente da responsabilização individual das pessoas naturais re-
instalado no Brasil. feridas no caput .
Art. 62. A autoridade nacional e o Instituto Nacional de Es- § 2º Os dirigentes ou administradores somente serão res-
tudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), no âmbito ponsabilizados por atos ilícitos na medida da sua culpabilidade.
de suas competências, editarão regulamentos específicos para Art. 4º Subsiste a responsabilidade da pessoa jurídica na
o acesso a dados tratados pela União para o cumprimento do hipótese de alteração contratual, transformação, incorporação,
disposto no § 2º do art. 9º da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de fusão ou cisão societária.
1996 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional) , e aos re- § 1º Nas hipóteses de fusão e incorporação, a responsa-
ferentes ao Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior bilidade da sucessora será restrita à obrigação de pagamento
(Sinaes), de que trata a Lei nº 10.861, de 14 de abril de 2004 . de multa e reparação integral do dano causado, até o limite do

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patrimônio transferido, não lhe sendo aplicáveis as demais san- § 3º Considera-se agente público estrangeiro, para os fins
ções previstas nesta Lei decorrentes de atos e fatos ocorridos desta Lei, quem, ainda que transitoriamente ou sem remune-
antes da data da fusão ou incorporação, exceto no caso de simu- ração, exerça cargo, emprego ou função pública em órgãos, en-
lação ou evidente intuito de fraude, devidamente comprovados. tidades estatais ou em representações diplomáticas de país es-
§ 2º As sociedades controladoras, controladas, coligadas ou, trangeiro, assim como em pessoas jurídicas controladas, direta
no âmbito do respectivo contrato, as consorciadas serão solida- ou indiretamente, pelo poder público de país estrangeiro ou em
riamente responsáveis pela prática dos atos previstos nesta Lei, organizações públicas internacionais.
restringindo-se tal responsabilidade à obrigação de pagamento
de multa e reparação integral do dano causado. CAPÍTULO III
DA RESPONSABILIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
CAPÍTULO II
DOS ATOS LESIVOS À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA NACIO- Art. 6º Na esfera administrativa, serão aplicadas às pessoas
NAL OU ESTRANGEIRA jurídicas consideradas responsáveis pelos atos lesivos previstos
nesta Lei as seguintes sanções:
Art. 5º Constituem atos lesivos à administração pública, na- I - multa, no valor de 0,1% (um décimo por cento) a 20%
cional ou estrangeira, para os fins desta Lei, todos aqueles pra- (vinte por cento) do faturamento bruto do último exercício ante-
ticados pelas pessoas jurídicas mencionadas no parágrafo único rior ao da instauração do processo administrativo, excluídos os
do art. 1º , que atentem contra o patrimônio público nacional ou tributos, a qual nunca será inferior à vantagem auferida, quando
estrangeiro, contra princípios da administração pública ou con- for possível sua estimação; e
tra os compromissos internacionais assumidos pelo Brasil, assim II - publicação extraordinária da decisão condenatória.
definidos: § 1º As sanções serão aplicadas fundamentadamente, iso-
I - prometer, oferecer ou dar, direta ou indiretamente, van- lada ou cumulativamente, de acordo com as peculiaridades do
tagem indevida a agente público, ou a terceira pessoa a ele re- caso concreto e com a gravidade e natureza das infrações.
lacionada; § 2º A aplicação das sanções previstas neste artigo será pre-
II - comprovadamente, financiar, custear, patrocinar ou de cedida da manifestação jurídica elaborada pela Advocacia Pú-
qualquer modo subvencionar a prática dos atos ilícitos previstos blica ou pelo órgão de assistência jurídica, ou equivalente, do
nesta Lei; ente público.
III - comprovadamente, utilizar-se de interposta pessoa físi- § 3º A aplicação das sanções previstas neste artigo não ex-
ca ou jurídica para ocultar ou dissimular seus reais interesses ou clui, em qualquer hipótese, a obrigação da reparação integral do
a identidade dos beneficiários dos atos praticados; dano causado.
IV - no tocante a licitações e contratos: § 4º Na hipótese do inciso I do caput , caso não seja pos-
a) frustrar ou fraudar, mediante ajuste, combinação ou sível utilizar o critério do valor do faturamento bruto da pes-
qualquer outro expediente, o caráter competitivo de procedi- soa jurídica, a multa será de R$ 6.000,00 (seis mil reais) a R$
mento licitatório público; 60.000.000,00 (sessenta milhões de reais).
b) impedir, perturbar ou fraudar a realização de qualquer § 5º A publicação extraordinária da decisão condenatória
ato de procedimento licitatório público; ocorrerá na forma de extrato de sentença, a expensas da pessoa
c) afastar ou procurar afastar licitante, por meio de fraude jurídica, em meios de comunicação de grande circulação na área
ou oferecimento de vantagem de qualquer tipo; da prática da infração e de atuação da pessoa jurídica ou, na sua
d) fraudar licitação pública ou contrato dela decorrente; falta, em publicação de circulação nacional, bem como por meio
e) criar, de modo fraudulento ou irregular, pessoa jurídica de afixação de edital, pelo prazo mínimo de 30 (trinta) dias, no
para participar de licitação pública ou celebrar contrato admi- próprio estabelecimento ou no local de exercício da atividade,
nistrativo; de modo visível ao público, e no sítio eletrônico na rede mundial
f) obter vantagem ou benefício indevido, de modo fraudu- de computadores.
lento, de modificações ou prorrogações de contratos celebrados § 6º (VETADO).
com a administração pública, sem autorização em lei, no ato Art. 7º Serão levados em consideração na aplicação das san-
convocatório da licitação pública ou nos respectivos instrumen- ções:
tos contratuais; ou I - a gravidade da infração;
g) manipular ou fraudar o equilíbrio econômico-financeiro II - a vantagem auferida ou pretendida pelo infrator;
dos contratos celebrados com a administração pública; III - a consumação ou não da infração;
V - dificultar atividade de investigação ou fiscalização de ór- IV - o grau de lesão ou perigo de lesão;
gãos, entidades ou agentes públicos, ou intervir em sua atuação, V - o efeito negativo produzido pela infração;
inclusive no âmbito das agências reguladoras e dos órgãos de VI - a situação econômica do infrator;
fiscalização do sistema financeiro nacional. VII - a cooperação da pessoa jurídica para a apuração das
§ 1º Considera-se administração pública estrangeira os ór- infrações;
gãos e entidades estatais ou representações diplomáticas de VIII - a existência de mecanismos e procedimentos internos
país estrangeiro, de qualquer nível ou esfera de governo, bem de integridade, auditoria e incentivo à denúncia de irregulari-
como as pessoas jurídicas controladas, direta ou indiretamente, dades e a aplicação efetiva de códigos de ética e de conduta no
pelo poder público de país estrangeiro. âmbito da pessoa jurídica;
§ 2º Para os efeitos desta Lei, equiparam-se à administração IX - o valor dos contratos mantidos pela pessoa jurídica com
pública estrangeira as organizações públicas internacionais. o órgão ou entidade pública lesados; e
X - (VETADO).

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Parágrafo único. Os parâmetros de avaliação de mecanis- Art. 14. A personalidade jurídica poderá ser desconsiderada
mos e procedimentos previstos no inciso VIII do caput serão es- sempre que utilizada com abuso do direito para facilitar, enco-
tabelecidos em regulamento do Poder Executivo federal. brir ou dissimular a prática dos atos ilícitos previstos nesta Lei
ou para provocar confusão patrimonial, sendo estendidos todos
CAPÍTULO IV os efeitos das sanções aplicadas à pessoa jurídica aos seus admi-
DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DE RESPONSABILIZAÇÃO nistradores e sócios com poderes de administração, observados
o contraditório e a ampla defesa.
Art. 8º A instauração e o julgamento de processo adminis- Art. 15. A comissão designada para apuração da responsa-
trativo para apuração da responsabilidade de pessoa jurídica bilidade de pessoa jurídica, após a conclusão do procedimento
cabem à autoridade máxima de cada órgão ou entidade dos administrativo, dará conhecimento ao Ministério Público de sua
Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, que agirá de ofício existência, para apuração de eventuais delitos.
ou mediante provocação, observados o contraditório e a ampla
defesa. CAPÍTULO V
§ 1º A competência para a instauração e o julgamento do DO ACORDO DE LENIÊNCIA
processo administrativo de apuração de responsabilidade da
pessoa jurídica poderá ser delegada, vedada a subdelegação. Art. 16. A autoridade máxima de cada órgão ou entidade
§ 2º No âmbito do Poder Executivo federal, a Controlado- pública poderá celebrar acordo de leniência com as pessoas jurí-
ria-Geral da União - CGU terá competência concorrente para dicas responsáveis pela prática dos atos previstos nesta Lei que
instaurar processos administrativos de responsabilização de colaborem efetivamente com as investigações e o processo ad-
pessoas jurídicas ou para avocar os processos instaurados com ministrativo, sendo que dessa colaboração resulte:
fundamento nesta Lei, para exame de sua regularidade ou para I - a identificação dos demais envolvidos na infração, quan-
corrigir-lhes o andamento. do couber; e
Art. 9º Competem à Controladoria-Geral da União - CGU a II - a obtenção célere de informações e documentos que
apuração, o processo e o julgamento dos atos ilícitos previstos comprovem o ilícito sob apuração.
nesta Lei, praticados contra a administração pública estrangeira, § 1º O acordo de que trata o caput somente poderá ser ce-
observado o disposto no Artigo 4 da Convenção sobre o Comba- lebrado se preenchidos, cumulativamente, os seguintes requi-
te da Corrupção de Funcionários Públicos Estrangeiros em Tran- sitos:
sações Comerciais Internacionais, promulgada pelo Decreto nº I - a pessoa jurídica seja a primeira a se manifestar sobre seu
3.678, de 30 de novembro de 2000. interesse em cooperar para a apuração do ato ilícito;
Art. 10. O processo administrativo para apuração da res- II - a pessoa jurídica cesse completamente seu envolvimento
ponsabilidade de pessoa jurídica será conduzido por comissão na infração investigada a partir da data de propositura do acor-
designada pela autoridade instauradora e composta por 2 (dois) do;
ou mais servidores estáveis. III - a pessoa jurídica admita sua participação no ilícito e
§ 1º O ente público, por meio do seu órgão de representa- coopere plena e permanentemente com as investigações e o
ção judicial, ou equivalente, a pedido da comissão a que se re- processo administrativo, comparecendo, sob suas expensas,
fere o caput , poderá requerer as medidas judiciais necessárias sempre que solicitada, a todos os atos processuais, até seu en-
para a investigação e o processamento das infrações, inclusive cerramento.
de busca e apreensão. 2º A celebração do acordo de leniência isentará a pessoa
§ 2º A comissão poderá, cautelarmente, propor à autorida- jurídica das sanções previstas no inciso II do art. 6º e no inciso
de instauradora que suspenda os efeitos do ato ou processo ob- IV do art. 19 e reduzirá em até 2/3 (dois terços) o valor da multa
jeto da investigação. aplicável.
§ 3º A comissão deverá concluir o processo no prazo de 180 § 3º O acordo de leniência não exime a pessoa jurídica da
(cento e oitenta) dias contados da data da publicação do ato que obrigação de reparar integralmente o dano causado.
a instituir e, ao final, apresentar relatórios sobre os fatos apu- § 4º O acordo de leniência estipulará as condições necessá-
rados e eventual responsabilidade da pessoa jurídica, sugerindo rias para assegurar a efetividade da colaboração e o resultado
de forma motivada as sanções a serem aplicadas. útil do processo.
§ 4º O prazo previsto no § 3º poderá ser prorrogado, me- § 5º Os efeitos do acordo de leniência serão estendidos às
diante ato fundamentado da autoridade instauradora. pessoas jurídicas que integram o mesmo grupo econômico, de
Art. 11. No processo administrativo para apuração de res- fato e de direito, desde que firmem o acordo em conjunto, res-
ponsabilidade, será concedido à pessoa jurídica prazo de 30 peitadas as condições nele estabelecidas.
(trinta) dias para defesa, contados a partir da intimação. § 6º A proposta de acordo de leniência somente se tornará
Art. 12. O processo administrativo, com o relatório da co- pública após a efetivação do respectivo acordo, salvo no interes-
missão, será remetido à autoridade instauradora, na forma do se das investigações e do processo administrativo.
art. 10, para julgamento. § 7º Não importará em reconhecimento da prática do ato
Art. 13. A instauração de processo administrativo específico ilícito investigado a proposta de acordo de leniência rejeitada.
de reparação integral do dano não prejudica a aplicação imedia- § 8º Em caso de descumprimento do acordo de leniência,
ta das sanções estabelecidas nesta Lei. a pessoa jurídica ficará impedida de celebrar novo acordo pelo
Parágrafo único. Concluído o processo e não havendo paga- prazo de 3 (três) anos contados do conhecimento pela adminis-
mento, o crédito apurado será inscrito em dívida ativa da fazen- tração pública do referido descumprimento.
da pública. § 9º A celebração do acordo de leniência interrompe o prazo
prescricional dos atos ilícitos previstos nesta Lei.

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§ 10. A Controladoria-Geral da União - CGU é o órgão com- CAPÍTULO VII
petente para celebrar os acordos de leniência no âmbito do Po- DISPOSIÇÕES FINAIS
der Executivo federal, bem como no caso de atos lesivos pratica-
dos contra a administração pública estrangeira. Art. 22. Fica criado no âmbito do Poder Executivo federal o
Art. 17. A administração pública poderá também celebrar Cadastro Nacional de Empresas Punidas - CNEP, que reunirá e
acordo de leniência com a pessoa jurídica responsável pela prá- dará publicidade às sanções aplicadas pelos órgãos ou entidades
tica de ilícitos previstos na Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário de todas as esfe-
com vistas à isenção ou atenuação das sanções administrativas ras de governo com base nesta Lei.
estabelecidas em seus arts. 86 a 88. § 1º Os órgãos e entidades referidos no caput deverão in-
formar e manter atualizados, no Cnep, os dados relativos às san-
CAPÍTULO VI ções por eles aplicadas.
DA RESPONSABILIZAÇÃO JUDICIAL § 2º O Cnep conterá, entre outras, as seguintes informações
acerca das sanções aplicadas:
Art. 18. Na esfera administrativa, a responsabilidade da pes- I - razão social e número de inscrição da pessoa jurídica ou
soa jurídica não afasta a possibilidade de sua responsabilização entidade no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica - CNPJ;
na esfera judicial. II - tipo de sanção; e
Art. 19. Em razão da prática de atos previstos no art. 5º des- III - data de aplicação e data final da vigência do efeito limi-
ta Lei, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, tador ou impeditivo da sanção, quando for o caso.
por meio das respectivas Advocacias Públicas ou órgãos de re- § 3º As autoridades competentes, para celebrarem acordos
presentação judicial, ou equivalentes, e o Ministério Público, po- de leniência previstos nesta Lei, também deverão prestar e man-
derão ajuizar ação com vistas à aplicação das seguintes sanções ter atualizadas no Cnep, após a efetivação do respectivo acordo,
às pessoas jurídicas infratoras: as informações acerca do acordo de leniência celebrado, salvo
I - perdimento dos bens, direitos ou valores que represen- se esse procedimento vier a causar prejuízo às investigações e
tem vantagem ou proveito direta ou indiretamente obtidos da ao processo administrativo.
infração, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé; § 4º Caso a pessoa jurídica não cumpra os termos do acordo
II - suspensão ou interdição parcial de suas atividades; de leniência, além das informações previstas no § 3º , deverá
III - dissolução compulsória da pessoa jurídica; ser incluída no Cnep referência ao respectivo descumprimento.
IV - proibição de receber incentivos, subsídios, subvenções, § 5º Os registros das sanções e acordos de leniência serão
doações ou empréstimos de órgãos ou entidades públicas e de excluídos depois de decorrido o prazo previamente estabelecido
instituições financeiras públicas ou controladas pelo poder pú- no ato sancionador ou do cumprimento integral do acordo de
blico, pelo prazo mínimo de 1 (um) e máximo de 5 (cinco) anos. leniência e da reparação do eventual dano causado, mediante
§ 1º A dissolução compulsória da pessoa jurídica será deter- solicitação do órgão ou entidade sancionadora.
minada quando comprovado: Art. 23. Os órgãos ou entidades dos Poderes Executivo, Le-
I - ter sido a personalidade jurídica utilizada de forma habi- gislativo e Judiciário de todas as esferas de governo deverão
tual para facilitar ou promover a prática de atos ilícitos; ou informar e manter atualizados, para fins de publicidade, no Ca-
II - ter sido constituída para ocultar ou dissimular interesses dastro Nacional de Empresas Inidôneas e Suspensas - CEIS, de
ilícitos ou a identidade dos beneficiários dos atos praticados. caráter público, instituído no âmbito do Poder Executivo federal,
§ 2º (VETADO). os dados relativos às sanções por eles aplicadas, nos termos do
§ 3º As sanções poderão ser aplicadas de forma isolada ou disposto nos arts. 87 e 88 da Lei no 8.666, de 21 de junho de
cumulativa. 1993.
§ 4º O Ministério Público ou a Advocacia Pública ou órgão Art. 24. A multa e o perdimento de bens, direitos ou valores
de representação judicial, ou equivalente, do ente público po- aplicados com fundamento nesta Lei serão destinados preferen-
derá requerer a indisponibilidade de bens, direitos ou valores cialmente aos órgãos ou entidades públicas lesadas.
necessários à garantia do pagamento da multa ou da reparação Art. 25. Prescrevem em 5 (cinco) anos as infrações previstas
integral do dano causado, conforme previsto no art. 7º , ressal- nesta Lei, contados da data da ciência da infração ou, no caso
vado o direito do terceiro de boa-fé. de infração permanente ou continuada, do dia em que tiver ces-
Art. 20. Nas ações ajuizadas pelo Ministério Público, pode- sado.
rão ser aplicadas as sanções previstas no art. 6º , sem prejuízo Parágrafo único. Na esfera administrativa ou judicial, a pres-
daquelas previstas neste Capítulo, desde que constatada a omis- crição será interrompida com a instauração de processo que te-
são das autoridades competentes para promover a responsabi- nha por objeto a apuração da infração.
lização administrativa. Art. 26. A pessoa jurídica será representada no processo ad-
Art. 21. Nas ações de responsabilização judicial, será adota- ministrativo na forma do seu estatuto ou contrato social.
do o rito previsto na Lei nº 7.347, de 24 de julho de 1985. § 1º As sociedades sem personalidade jurídica serão repre-
Parágrafo único. A condenação torna certa a obrigação de sentadas pela pessoa a quem couber a administração de seus
reparar, integralmente, o dano causado pelo ilícito, cujo valor bens.
será apurado em posterior liquidação, se não constar expressa- § 2º A pessoa jurídica estrangeira será representada pelo
mente da sentença. gerente, representante ou administrador de sua filial, agência
ou sucursal aberta ou instalada no Brasil.
Art. 27. A autoridade competente que, tendo conhecimento
das infrações previstas nesta Lei, não adotar providências para a
apuração dos fatos será responsabilizada penal, civil e adminis-
trativamente nos termos da legislação específica aplicável.

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Art. 28. Esta Lei aplica-se aos atos lesivos praticados por § 1º A investigação de que trata o inciso I do caput terá ca-
pessoa jurídica brasileira contra a administração pública estran- ráter sigiloso e não punitivo e será destinada à apuração de in-
geira, ainda que cometidos no exterior. dícios de autoria e materialidade de atos lesivos à administração
Art. 29. O disposto nesta Lei não exclui as competências do pública federal.
Conselho Administrativo de Defesa Econômica, do Ministério da § 2º A investigação preliminar será conduzida por comissão
Justiça e do Ministério da Fazenda para processar e julgar fato composta por dois ou mais servidores efetivos.
que constitua infração à ordem econômica. § 3º Em entidades da administração pública federal cujos
Art. 30. A aplicação das sanções previstas nesta Lei não afe- quadros funcionais não sejam formados por servidores estatu-
ta os processos de responsabilização e aplicação de penalidades tários, a comissão a que se refere o § 2º será composta por dois
decorrentes de: ou mais empregados públicos.
I - ato de improbidade administrativa nos termos da Lei nº § 4º O prazo para conclusão da investigação preliminar não
8.429, de 2 de junho de 1992 ; e excederá sessenta dias e poderá ser prorrogado por igual perío-
II - atos ilícitos alcançados pela Lei nº 8.666, de 21 de junho do, mediante solicitação justificada do presidente da comissão à
de 1993, ou outras normas de licitações e contratos da adminis- autoridade instauradora.
tração pública, inclusive no tocante ao Regime Diferenciado de § 5º Ao final da investigação preliminar, serão enviadas à
Contratações Públicas - RDC instituído pela Lei nº 12.462, de 4 autoridade competente as peças de informação obtidas, acom-
de agosto de 2011. panhadas de relatório conclusivo acerca da existência de indí-
Art. 31. Esta Lei entra em vigor 180 (cento e oitenta) dias cios de autoria e materialidade de atos lesivos à administração
após a data de sua publicação. pública federal, para decisão sobre a instauração do PAR.
Art. 5º No ato de instauração do PAR, a autoridade designa-
rá comissão, composta por dois ou mais servidores estáveis, que
DECRETO Nº 8.420/2015 E SUAS ALTERAÇÕES avaliará fatos e circunstâncias conhecidos e intimará a pessoa
jurídica para, no prazo de trinta dias, apresentar defesa escrita e
DECRETO Nº 8.420, DE 18 DE MARÇO DE 2015 especificar eventuais provas que pretende produzir.
§ 1º Em entidades da administração pública federal cujos
Regulamenta a Lei nº 12.846, de 1º de agosto de 2013, que quadros funcionais não sejam formados por servidores estatu-
dispõe sobre a responsabilização administrativa de pessoas tários, a comissão a que se refere o caput será composta por
jurídicas pela prática de atos contra a administração pública, dois ou mais empregados públicos, preferencialmente com no
nacional ou estrangeira e dá outras providências. mínimo três anos de tempo de serviço na entidade.
§ 2º Na hipótese de deferimento de pedido de produção de
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA , no uso da atribuição que lhe novas provas ou de juntada de provas julgadas indispensáveis
confere o art. 84, caput , inciso IV, da Constituição, e tendo em pela comissão, a pessoa jurídica poderá apresentar alegações
vista o disposto na Lei nº 12.846, de 1º de agosto de 2013, finais no prazo de dez dias, contado da data do deferimento ou
DECRETA: da intimação de juntada das provas pela comissão.
§ 3º Serão recusadas, mediante decisão fundamentada, pro-
Art. 1º Este Decreto regulamenta a responsabilização ob- vas propostas pela pessoa jurídica que sejam ilícitas, imperti-
jetiva administrativa de pessoas jurídicas pela prática de atos nentes, desnecessárias, protelatórias ou intempestivas.
contra a administração pública, nacional ou estrangeira, de que § 4º Caso a pessoa jurídica apresente em sua defesa infor-
trata a Lei nº 12.846, de 1º de agosto de 2013 . mações e documentos referentes à existência e ao funciona-
mento de programa de integridade, a comissão processante de-
CAPÍTULO I verá examiná-lo segundo os parâmetros indicados no Capítulo
DA RESPONSABILIZAÇÃO ADMINISTRATIVA IV, para a dosimetria das sanções a serem aplicadas.
Art. 6º A comissão a que se refere o art. 5º exercerá suas
Art. 2º A apuração da responsabilidade administrativa de atividades com independência e imparcialidade, assegurado o
pessoa jurídica que possa resultar na aplicação das sanções pre- sigilo, sempre que necessário à elucidação do fato e à preserva-
vistas no art. 6º da Lei nº 12.846, de 2013 , será efetuada por ção da imagem dos envolvidos, ou quando exigido pelo interesse
meio de Processo Administrativo de Responsabilização - PAR. da administração pública, garantido o direito à ampla defesa e
Art. 3º A competência para a instauração e para o julgamen- ao contraditório.
to do PAR é da autoridade máxima da entidade em face da qual Art. 7º As intimações serão feitas por meio eletrônico, via
foi praticado o ato lesivo, ou, em caso de órgão da administra- postal ou por qualquer outro meio que assegure a certeza de ci-
ção direta, do seu Ministro de Estado. ência da pessoa jurídica acusada, cujo prazo para apresentação
Parágrafo único. A competência de que trata o caput será de defesa será contado a partir da data da cientificação oficial,
exercida de ofício ou mediante provocação e poderá ser delega- observado o disposto no Capítulo XVI da Lei nº 9.784, de 29 de
da, sendo vedada a subdelegação. janeiro de 1999 .
Art. 4º A autoridade competente para instauração do PAR, § 1º Caso não tenha êxito a intimação de que trata o caput
ao tomar ciência da possível ocorrência de ato lesivo à adminis- , será feita nova intimação por meio de edital publicado na im-
tração pública federal, em sede de juízo de admissibilidade e prensa oficial, em jornal de grande circulação no Estado da fede-
mediante despacho fundamentado, decidirá: ração em que a pessoa jurídica tenha sede, e no sítio eletrônico
I - pela abertura de investigação preliminar; do órgão ou entidade pública responsável pela apuração do PAR,
II - pela instauração de PAR; ou contando-se o prazo para apresentação da defesa a partir da
III - pelo arquivamento da matéria. última data de publicação do edital.

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§ 2º Em se tratando de pessoa jurídica que não possua sede, § 1º A pessoa jurídica contra a qual foram impostas sanções
filial ou representação no País e sendo desconhecida sua repre- no PAR e que não apresentar pedido de reconsideração deverá
sentação no exterior, frustrada a intimação nos termos do caput cumpri-las no prazo de trinta dias, contado do fim do prazo para
, será feita nova intimação por meio de edital publicado na im- interposição do pedido de reconsideração.
prensa oficial e no sítio eletrônico do órgão ou entidade público § 2º A autoridade julgadora terá o prazo de trinta dias para
responsável pela apuração do PAR, contando-se o prazo para decidir sobre a matéria alegada no pedido de reconsideração e
apresentação da defesa a partir da última data de publicação publicar nova decisão.
do edital. § 3º Mantida a decisão administrativa sancionadora, será
Art. 8º A pessoa jurídica poderá acompanhar o PAR por concedido à pessoa jurídica novo prazo de trinta dias para cum-
meio de seus representantes legais ou procuradores, sendo-lhes primento das sanções que lhe foram impostas, contado da data
assegurado amplo acesso aos autos. de publicação da nova decisão.
Parágrafo único. É vedada a retirada dos autos da reparti- Art. 12. Os atos previstos como infrações administrativas
ção pública, sendo autorizada a obtenção de cópias mediante à Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993 , ou a outras normas
requerimento. de licitações e contratos da administração pública que também
Art. 9º O prazo para a conclusão do PAR não excederá cento sejam tipificados como atos lesivos na Lei nº 12.846, de 2013 ,
e oitenta dias, admitida prorrogação por meio de solicitação do serão apurados e julgados conjuntamente, nos mesmos autos,
presidente da comissão à autoridade instauradora, que decidirá aplicando-se o rito procedimental previsto neste Capítulo.
de forma fundamentada. § 1º Concluída a apuração de que trata o caput e havendo
§ 1º O prazo previsto no caput será contado da data de pu- autoridades distintas competentes para julgamento, o processo
blicação do ato de instauração do PAR. será encaminhado primeiramente àquela de nível mais elevado,
§ 2º A comissão, para o devido e regular exercício de suas para que julgue no âmbito de sua competência, tendo precedên-
funções, poderá: cia o julgamento pelo Ministro de Estado competente.
I - propor à autoridade instauradora a suspensão cautelar § 2º Para fins do disposto no caput , o chefe da unidade
dos efeitos do ato ou do processo objeto da investigação; responsável no órgão ou entidade pela gestão de licitações e
II - solicitar a atuação de especialistas com notório conhe- contratos deve comunicar à autoridade prevista no art. 3º sobre
cimento, de órgãos e entidades públicos ou de outras organiza- eventuais fatos que configurem atos lesivos previstos no art. 5º
ções, para auxiliar na análise da matéria sob exame; e da Lei nº 12.846, de 2013.
III - solicitar ao órgão de representação judicial ou equiva- Art. 13. A Controladoria-Geral da União possui, no âmbito
lente dos órgãos ou entidades lesados que requeira as medidas do Poder Executivo federal, competência:
necessárias para a investigação e o processamento das infra- I - concorrente para instaurar e julgar PAR; e
ções, inclusive de busca e apreensão, no País ou no exterior. II - exclusiva para avocar os processos instaurados para
§ 3º Concluídos os trabalhos de apuração e análise, a co- exame de sua regularidade ou para corrigir-lhes o andamento,
missão elaborará relatório a respeito dos fatos apurados e da inclusive promovendo a aplicação da penalidade administrativa
eventual responsabilidade administrativa da pessoa jurídica, no cabível.
qual sugerirá, de forma motivada, as sanções a serem aplicadas, § 1º A Controladoria-Geral da União poderá exercer, a qual-
a dosimetria da multa ou o arquivamento do processo. quer tempo, a competência prevista no caput , se presentes
§ 4º O relatório final do PAR será encaminhado à autoridade quaisquer das seguintes circunstâncias:
competente para julgamento, o qual será precedido de mani- I - caracterização de omissão da autoridade originariamente
festação jurídica, elaborada pelo órgão de assistência jurídica competente;
competente. II - inexistência de condições objetivas para sua realização
§ 5º Caso seja verificada a ocorrência de eventuais ilícitos a no órgão ou entidade de origem;
serem apurados em outras instâncias, o relatório da comissão III - complexidade, repercussão e relevância da matéria;
será encaminhado, pela autoridade julgadora: IV - valor dos contratos mantidos pela pessoa jurídica com o
I - ao Ministério Público; órgão ou entidade atingida; ou
II - à Advocacia-Geral da União e seus órgãos vinculados, V - apuração que envolva atos e fatos relacionados a mais de
no caso de órgãos da administração pública direta, autarquias e um órgão ou entidade da administração pública federal.
fundações públicas federais; ou §2º Ficam os órgãos e entidades da administração pública
III - ao órgão de representação judicial ou equivalente no obrigados a encaminhar à Controladoria-Geral da União todos
caso de órgãos ou entidades da administração pública não os documentos e informações que lhes forem solicitados, incluí-
abrangidos pelo inciso II. dos os autos originais dos processos que eventualmente estejam
§ 6º Na hipótese de decisão contrária ao relatório da comis- em curso.
são, esta deverá ser fundamentada com base nas provas produ- Art. 14. Compete à Controladoria-Geral da União instaurar,
zidas no PAR. apurar e julgar PAR pela prática de atos lesivos à administração
Art. 10. A decisão administrativa proferida pela autorida- pública estrangeira, o qual seguirá, no que couber, o rito proce-
de julgadora ao final do PAR será publicada no Diário Oficial da dimental previsto neste Capítulo.
União e no sítio eletrônico do órgão ou entidade público respon-
sável pela instauração do PAR.
Art. 11. Da decisão administrativa sancionadora cabe pedi-
do de reconsideração com efeito suspensivo, no prazo de dez
dias, contado da data de publicação da decisão.

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CAPÍTULO II I - um por cento no caso de não consumação da infração;
DAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS E DOS ENCAMINHAMEN- II - um e meio por cento no caso de comprovação de ressar-
TOS JUDICIAIS cimento pela pessoa jurídica dos danos a que tenha dado causa;
SEÇÃO I III - um por cento a um e meio por cento para o grau de cola-
DISPOSIÇÕES GERAIS boração da pessoa jurídica com a investigação ou a apuração do
ato lesivo, independentemente do acordo de leniência;
Art. 15. As pessoas jurídicas estão sujeitas às seguintes san- IV - dois por cento no caso de comunicação espontânea pela
ções administrativas, nos termos do art. 6º da Lei nº 12.846, de pessoa jurídica antes da instauração do PAR acerca da ocorrên-
2013 : cia do ato lesivo; e
I - multa; e V - um por cento a quatro por cento para comprovação de
II - publicação extraordinária da decisão administrativa san- a pessoa jurídica possuir e aplicar um programa de integridade,
cionadora. conforme os parâmetros estabelecidos no Capítulo IV.
Art. 16. Caso os atos lesivos apurados envolvam infrações Art. 19. Na ausência de todos os fatores previstos nos art.
administrativas à Lei nº 8.666, de 1993 , ou a outras normas de 17 e art. 18 ou de resultado das operações de soma e subtração
licitações e contratos da administração pública e tenha ocorrido ser igual ou menor a zero, o valor da multa corresponderá, con-
a apuração conjunta prevista no art. 12, a pessoa jurídica tam- forme o caso, a:
bém estará sujeita a sanções administrativas que tenham como I - um décimo por cento do faturamento bruto do último
efeito restrição ao direito de participar em licitações ou de cele- exercício anterior ao da instauração do PAR, excluídos os tribu-
brar contratos com a administração pública, a serem aplicadas tos; ou
no PAR. II - R$ 6.000,00 (seis mil reais), na hipótese do art. 22.
Art. 20. A existência e quantificação dos fatores previstos
SEÇÃO II nos art. 17 e art. 18, deverá ser apurada no PAR e evidenciada
DA MULTA no relatório final da comissão, o qual também conterá a estima-
tiva, sempre que possível, dos valores da vantagem auferida e
Art. 17. O cálculo da multa se inicia com a soma dos valores da pretendida.
correspondentes aos seguintes percentuais do faturamento bru- § 1º Em qualquer hipótese, o valor final da multa terá como
to da pessoa jurídica do último exercício anterior ao da instaura- limite:
ção do PAR, excluídos os tributos: I - mínimo, o maior valor entre o da vantagem auferida e o
I - um por cento a dois e meio por cento havendo continui- previsto no art. 19; e
dade dos atos lesivos no tempo; II - máximo, o menor valor entre:
II - um por cento a dois e meio por cento para tolerância a) vinte por cento do faturamento bruto do último exercício
ou ciência de pessoas do corpo diretivo ou gerencial da pessoa anterior ao da instauração do PAR, excluídos os tributos; ou
jurídica; b) três vezes o valor da vantagem pretendida ou auferida.
III - um por cento a quatro por cento no caso de interrup- § 2º O valor da vantagem auferida ou pretendida equivale
ção no fornecimento de serviço público ou na execução de obra aos ganhos obtidos ou pretendidos pela pessoa jurídica que não
contratada; ocorreriam sem a prática do ato lesivo, somado, quando for o
IV - um por cento para a situação econômica do infrator com caso, ao valor correspondente a qualquer vantagem indevida
base na apresentação de índice de Solvência Geral - SG e de Li- prometida ou dada a agente público ou a terceiros a ele rela-
quidez Geral - LG superiores a um e de lucro líquido no último cionados.
exercício anterior ao da ocorrência do ato lesivo; § 3º Para fins do cálculo do valor de que trata o § 2º, serão
V - cinco por cento no caso de reincidência, assim definida deduzidos custos e despesas legítimos comprovadamente exe-
a ocorrência de nova infração, idêntica ou não à anterior, tipifi- cutados ou que seriam devidos ou despendidos caso o ato lesivo
cada como ato lesivo pelo art. 5º da Lei nº 12.846, de 2013 , em não tivesse ocorrido.
menos de cinco anos, contados da publicação do julgamento da Art. 21. Ato do Ministro de Estado Chefe da Controladoria-
infração anterior; e -Geral da União fixará metodologia para a apuração do fatura-
VI - no caso de os contratos mantidos ou pretendidos com o mento bruto e dos tributos a serem excluídos para fins de cálcu-
órgão ou entidade lesado, serão considerados, na data da práti- lo da multa a que se refere o art. 6º da Lei nº 12.846, de 2013.
ca do ato lesivo, os seguintes percentuais: Parágrafo único. Os valores de que trata o caput poderão
a) um por cento em contratos acima de R$ 1.500.000,00 (um ser apurados, entre outras formas, por meio de:
milhão e quinhentos mil reais); I - compartilhamento de informações tributárias, na forma
b) dois por cento em contratos acima de R$ 10.000.000,00 do inciso II do § 1º do art. 198 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro
(dez milhões de reais); de 1966 ; e
c) três por cento em contratos acima de R$ 50.000.000,00 II - registros contábeis produzidos ou publicados pela pes-
(cinquenta milhões de reais); soa jurídica acusada, no país ou no estrangeiro.
d) quatro por cento em contratos acima de R$ 250.000.000,00 Art. 22. Caso não seja possível utilizar o critério do valor do
(duzentos e cinquenta milhões de reais); e faturamento bruto da pessoa jurídica no ano anterior ao da ins-
e) cinco por cento em contratos acima de R$ 1.000.000.000,00 tauração ao PAR, os percentuais dos fatores indicados nos art.
(um bilhão de reais). 17 e art. 18 incidirão:
Art. 18. Do resultado da soma dos fatores do art. 17 serão I - sobre o valor do faturamento bruto da pessoa jurídica, ex-
subtraídos os valores correspondentes aos seguintes percentu- cluídos os tributos, no ano em que ocorreu o ato lesivo, no caso
ais do faturamento bruto da pessoa jurídica do último exercício de a pessoa jurídica não ter tido faturamento no ano anterior ao
anterior ao da instauração do PAR, excluídos os tributos: da instauração ao PAR;

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II - sobre o montante total de recursos recebidos pela pes- SEÇÃO V
soa jurídica sem fins lucrativos no ano em que ocorreu o ato DOS ENCAMINHAMENTOS JUDICIAIS
lesivo; ou
III - nas demais hipóteses, sobre o faturamento anual esti- Art. 26. As medidas judiciais, no País ou no exterior, como a
mável da pessoa jurídica, levando em consideração quaisquer cobrança da multa administrativa aplicada no PAR, a promoção
informações sobre a sua situação econômica ou o estado de da publicação extraordinária, a persecução das sanções referi-
seus negócios, tais como patrimônio, capital social, número de das nos incisos I a IV do caput do art. 19 da Lei nº 12.846, de
empregados, contratos, dentre outras. 2013 , a reparação integral dos danos e prejuízos, além de even-
Parágrafo único. Nas hipóteses previstas no caput , o valor tual atuação judicial para a finalidade de instrução ou garantia
da multa será limitado entre R$ 6.000,00 (seis mil reais) e R$ do processo judicial ou preservação do acordo de leniência, se-
60.000.000,00 (sessenta milhões de reais). rão solicitadas ao órgão de representação judicial ou equivalen-
Art. 23. Com a assinatura do acordo de leniência, a multa te dos órgãos ou entidades lesados.
aplicável será reduzida conforme a fração nele pactuada, obser- Art. 27. No âmbito da administração pública federal dire-
vado o limite previsto no § 2º do art. 16 da Lei nº 12.846, de ta, a atuação judicial será exercida pela Procuradoria-Geral da
2013 . União, com exceção da cobrança da multa administrativa apli-
§ 1º O valor da multa previsto no caput poderá ser inferior cada no PAR, que será promovida pela Procuradoria-Geral da
ao limite mínimo previsto no art. 6º da Lei nº 12.846, de 2013 . Fazenda Nacional.
§ 2º No caso de a autoridade signatária declarar o descum- Parágrafo único. No âmbito das autarquias e fundações pú-
primento do acordo de leniência por falta imputável à pessoa blicas federais, a atuação judicial será exercida pela Procurado-
jurídica colaboradora, o valor integral encontrado antes da re- ria-Geral Federal, inclusive no que se refere à cobrança da multa
dução de que trata o caput será cobrado na forma da Seção IV, administrativa aplicada no PAR, respeitadas as competências
descontando-se as frações da multa eventualmente já pagas. específicas da Procuradoria-Geral do Banco Central.

SEÇÃO III CAPÍTULO III


DA PUBLICAÇÃO EXTRAORDINÁRIA DA DECISÃO ADMINIS- DO ACORDO DE LENIÊNCIA
TRATIVA SANCIONADORA
Art. 28. O acordo de leniência será celebrado com as pesso-
Art. 24. A pessoa jurídica sancionada administrativamente as jurídicas responsáveis pela prática dos atos lesivos previstos
pela prática de atos lesivos contra a administração pública, nos na Lei nº 12.846, de 2013 , e dos ilícitos administrativos previs-
termos da Lei nº 12.846, de 2013 , publicará a decisão adminis- tos na Lei nº 8.666, de 1993 , e em outras normas de licitações e
trativa sancionadora na forma de extrato de sentença, cumula- contratos, com vistas à isenção ou à atenuação das respectivas
tivamente: sanções, desde que colaborem efetivamente com as investiga-
I - em meio de comunicação de grande circulação na área ções e o processo administrativo, devendo resultar dessa cola-
da prática da infração e de atuação da pessoa jurídica ou, na sua boração:
falta, em publicação de circulação nacional; I - a identificação dos demais envolvidos na infração admi-
II - em edital afixado no próprio estabelecimento ou no local nistrativa, quando couber; e
de exercício da atividade, em localidade que permita a visibilida- II - a obtenção célere de informações e documentos que
de pelo público, pelo prazo mínimo de trinta dias; e comprovem a infração sob apuração.
III - em seu sítio eletrônico, pelo prazo de trinta dias e em Art. 29. Compete à Controladoria-Geral da União celebrar
destaque na página principal do referido sítio. acordos de leniência no âmbito do Poder Executivo federal e nos
Parágrafo único. A publicação a que se refere o caput será casos de atos lesivos contra a administração pública estrangeira.
feita a expensas da pessoa jurídica sancionada. Art. 30. A pessoa jurídica que pretenda celebrar acordo de
leniência deverá:
SEÇÃO IV I - ser a primeira a manifestar interesse em cooperar para a
DA COBRANÇA DA MULTA APLICADA apuração de ato lesivo específico, quando tal circunstância for
relevante;
Art. 25. A multa aplicada ao final do PAR será integralmen- II - ter cessado completamente seu envolvimento no ato le-
te recolhida pela pessoa jurídica sancionada no prazo de trinta sivo a partir da data da propositura do acordo;
dias, observado o disposto nos §§ 1º e 3º do art. 11. III - admitir sua participação na infração administrativa
§ 1º Feito o recolhimento, a pessoa jurídica sancionada apre- IV - cooperar plena e permanentemente com as investiga-
sentará ao órgão ou entidade que aplicou a sanção documento ções e o processo administrativo e comparecer, sob suas ex-
que ateste o pagamento integral do valor da multa imposta. pensas e sempre que solicitada, aos atos processuais, até o seu
§ 2º Decorrido o prazo previsto no caput sem que a multa encerramento; e
tenha sido recolhida ou não tendo ocorrido a comprovação de V - fornecer informações, documentos e elementos que
seu pagamento integral, o órgão ou entidade que a aplicou en- comprovem a infração administrativa.
caminhará o débito para inscrição em Dívida Ativa da União ou § 1º O acordo de leniência de que trata o caput será propos-
das autarquias e fundações públicas federais. to pela pessoa jurídica, por seus representantes, na forma de
§ 3º Caso a entidade que aplicou a multa não possua Dívida seu estatuto ou contrato social, ou por meio de procurador com
Ativa, o valor será cobrado independentemente de prévia ins- poderes específicos para tal ato, observado o disposto no art. 26
crição. da Lei nº 12.846, de 2013 .
§ 2º A proposta do acordo de leniência poderá ser feita até
a conclusão do relatório a ser elaborado no PAR.

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Art. 31. A proposta de celebração de acordo de leniência Art. 39. Até a celebração do acordo de leniência pelo Minis-
poderá ser feita de forma oral ou escrita, oportunidade em que tro de Estado Chefe da Controladoria-Geral da União, a identida-
a pessoa jurídica proponente declarará expressamente que foi de da pessoa jurídica signatária do acordo não será divulgada ao
orientada a respeito de seus direitos, garantias e deveres legais público, ressalvado o disposto no § 1º do art. 31.
e de que o não atendimento às determinações e solicitações da Parágrafo único. A Controladoria-Geral da União manterá
Controladoria-Geral da União durante a etapa de negociação im- restrito o acesso aos documentos e informações comercialmen-
portará a desistência da proposta. te sensíveis da pessoa jurídica signatária do acordo de leniência.
§ 1º A proposta apresentada receberá tratamento sigiloso Art. 40. Uma vez cumprido o acordo de leniência pela pes-
e o acesso ao seu conteúdo será restrito aos servidores espe- soa jurídica colaboradora, serão declarados em favor da pessoa
cificamente designados pela Controladoria-Geral da União para jurídica signatária, nos termos previamente firmados no acordo,
participar da negociação do acordo de leniência, ressalvada a um ou mais dos seguintes efeitos:
possibilidade de a proponente autorizar a divulgação ou com- I - isenção da publicação extraordinária da decisão adminis-
partilhamento da existência da proposta ou de seu conteúdo, trativa sancionadora;
desde que haja anuência da Controladoria-Geral da União. II - isenção da proibição de receber incentivos, subsídios,
§ 2º Poderá ser firmado memorando de entendimentos subvenções, doações ou empréstimos de órgãos ou entidades
entre a pessoa jurídica proponente e a Controladoria-Geral da públicos e de instituições financeiras públicas ou controladas
União para formalizar a proposta e definir os parâmetros do pelo Poder Público;
acordo de leniência. III - redução do valor final da multa aplicável, observado o
§ 3º Uma vez proposto o acordo de leniência, a Controla- disposto no art. 23; ou
doria-Geral da União poderá requisitar os autos de processos IV - isenção ou atenuação das sanções administrativas pre-
administrativos em curso em outros órgãos ou entidades da vistas nos art. 86 a art. 88 da Lei nº 8.666, de 1993 , ou de outras
administração pública federal relacionados aos fatos objeto do normas de licitações e contratos.
acordo. Parágrafo único. Os efeitos do acordo de leniência serão es-
Art. 32. A negociação a respeito da proposta do acordo de tendidos às pessoas jurídicas que integrarem o mesmo grupo
leniência deverá ser concluída no prazo de cento e oitenta dias, econômico, de fato e de direito, desde que tenham firmado o
contado da data de apresentação da proposta. acordo em conjunto, respeitadas as condições nele estabeleci-
Parágrafo único. A critério da Controladoria-Geral da União, das.
poderá ser prorrogado o prazo estabelecido no caput , caso pre-
sentes circunstâncias que o exijam.
CAPITULO IV
Art. 33. Não importará em reconhecimento da prática do
DO PROGRAMA DE INTEGRIDADE
ato lesivo investigado a proposta de acordo de leniência rejeita-
da, da qual não se fará qualquer divulgação, ressalvado o disposto
Art. 41. Para fins do disposto neste Decreto, programa de
no § 1º do art. 31.
integridade consiste, no âmbito de uma pessoa jurídica, no con-
Art. 34. A pessoa jurídica proponente poderá desistir da pro-
junto de mecanismos e procedimentos internos de integridade,
posta de acordo de leniência a qualquer momento que anteceda
auditoria e incentivo à denúncia de irregularidades e na aplica-
a assinatura do referido acordo.
ção efetiva de códigos de ética e de conduta, políticas e diretri-
Art. 35. Caso o acordo não venha a ser celebrado, os docu-
mentos apresentados durante a negociação serão devolvidos, zes com objetivo de detectar e sanar desvios, fraudes, irregula-
sem retenção de cópias, à pessoa jurídica proponente e será ridades e atos ilícitos praticados contra a administração pública,
vedado seu uso para fins de responsabilização, exceto quando a nacional ou estrangeira.
administração pública federal tiver conhecimento deles indepen- Parágrafo Único. O programa de integridade deve ser estru-
dentemente da apresentação da proposta do acordo de leniência. turado, aplicado e atualizado de acordo com as características e
Art. 36. O acordo de leniência estipulará as condições para riscos atuais das atividades de cada pessoa jurídica, a qual por
assegurar a efetividade da colaboração e o resultado útil do pro- sua vez deve garantir o constante aprimoramento e adaptação
cesso, do qual constarão cláusulas e obrigações que, diante das do referido programa, visando garantir sua efetividade.
circunstâncias do caso concreto, reputem-se necessárias. Art. 42. Para fins do disposto no § 4º do art. 5º, o programa
Art. 37. O acordo de leniência conterá, entre outras disposi- de integridade será avaliado, quanto a sua existência e aplica-
ções, cláusulas que versem sobre: ção, de acordo com os seguintes parâmetros:
I - o compromisso de cumprimento dos requisitos previstos I - comprometimento da alta direção da pessoa jurídica, in-
nos incisos II a V do caput do art. 30; cluídos os conselhos, evidenciado pelo apoio visível e inequívo-
II - a perda dos benefícios pactuados, em caso de descum- co ao programa;
primento do acordo; II - padrões de conduta, código de ética, políticas e proce-
III - a natureza de título executivo extrajudicial do instru- dimentos de integridade, aplicáveis a todos os empregados e
mento do acordo, nos termos do inciso II do caput do art. 585 da administradores, independentemente de cargo ou função exer-
Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 ; e cidos;
IV - a adoção, aplicação ou aperfeiçoamento de programa III - padrões de conduta, código de ética e políticas de inte-
de integridade, conforme os parâmetros estabelecidos no Ca- gridade estendidas, quando necessário, a terceiros, tais como,
pítulo IV. fornecedores, prestadores de serviço, agentes intermediários e
Art. 38. A Controladoria-Geral da União poderá conduzir e associados;
julgar os processos administrativos que apurem infrações admi- IV - treinamentos periódicos sobre o programa de integri-
nistrativas previstas na Lei nº 12.846, de 2013 , na Lei nº 8.666, dade;
de 1993 , e em outras normas de licitações e contratos, cujos V - análise periódica de riscos para realizar adaptações ne-
fatos tenham sido noticiados por meio do acordo de leniência. cessárias ao programa de integridade;

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VI - registros contábeis que reflitam de forma completa e § 4º Caberá ao Ministro de Estado Chefe da Controladoria-
precisa as transações da pessoa jurídica; -Geral da União expedir orientações, normas e procedimentos
VII - controles internos que assegurem a pronta elaboração complementares referentes à avaliação do programa de integri-
e confiabilidade de relatórios e demonstrações financeiros da dade de que trata este Capítulo.
pessoa jurídica; § 5º A redução dos parâmetros de avaliação para as micro-
VIII - procedimentos específicos para prevenir fraudes e ilí- empresas e empresas de pequeno porte de que trata o § 3º po-
citos no âmbito de processos licitatórios, na execução de contra- derá ser objeto de regulamentação por ato conjunto do Ministro
tos administrativos ou em qualquer interação com o setor públi- de Estado Chefe da Secretaria da Micro e Pequena Empresa e do
co, ainda que intermediada por terceiros, tal como pagamento Ministro de Estado Chefe da Controladoria-Geral da União.
de tributos, sujeição a fiscalizações, ou obtenção de autoriza-
ções, licenças, permissões e certidões; CAPÍTULO V
IX - independência, estrutura e autoridade da instância in- DO CADASTRO NACIONAL DE EMPRESAS INIDÔNEAS E
terna responsável pela aplicação do programa de integridade e SUSPENSAS E DO CADASTRO NACIONAL DE EMPRESAS PU-
fiscalização de seu cumprimento; NIDAS
X - canais de denúncia de irregularidades, abertos e ampla-
mente divulgados a funcionários e terceiros, e de mecanismos Art. 43. O Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e Sus-
destinados à proteção de denunciantes de boa-fé; pensas - CEIS conterá informações referentes às sanções admi-
XI - medidas disciplinares em caso de violação do programa nistrativas impostas a pessoas físicas ou jurídicas que impliquem
de integridade; restrição ao direito de participar de licitações ou de celebrar
XII - procedimentos que assegurem a pronta interrupção de contratos com a administração pública de qualquer esfera fede-
irregularidades ou infrações detectadas e a tempestiva remedia- rativa, entre as quais:
ção dos danos gerados; I - suspensão temporária de participação em licitação e im-
XIII - diligências apropriadas para contratação e, conforme o pedimento de contratar com a administração pública, conforme
caso, supervisão, de terceiros, tais como, fornecedores, presta- disposto no inciso III do caput do art. 87 da Lei nº 8.666, de 1993
dores de serviço, agentes intermediários e associados; ;
XIV - verificação, durante os processos de fusões, aquisições II - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar
e reestruturações societárias, do cometimento de irregularida- com a administração pública, conforme disposto no inciso IV do
des ou ilícitos ou da existência de vulnerabilidades nas pessoas caput do art. 87 da Lei nº 8.666, de 1993 ;
III - impedimento de licitar e contratar com União, Estados,
jurídicas envolvidas;
Distrito Federal ou Municípios, conforme disposto no art. 7º da
XV - monitoramento contínuo do programa de integridade
Lei nº 10.520, de 17 de julho de 2002 ;
visando seu aperfeiçoamento na prevenção, detecção e comba-
IV - impedimento de licitar e contratar com a União, Esta-
te à ocorrência dos atos lesivos previstos no art. 5º da Lei nº
dos, Distrito Federal ou Municípios, conforme disposto no art.
12.846, de 2013 ; e
47 da Lei nº 12.462, de 4 de agosto de 2011 ;
XVI - transparência da pessoa jurídica quanto a doações
V - suspensão temporária de participação em licitação e im-
para candidatos e partidos políticos.
pedimento de contratar com a administração pública, conforme
§ 1º Na avaliação dos parâmetros de que trata este artigo,
disposto no inciso IV do caput do art. 33 da Lei nº 12.527, de 18
serão considerados o porte e especificidades da pessoa jurídica,
de novembro de 2011 ; e
tais como: VI - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar
I - a quantidade de funcionários, empregados e colabora- com a administração pública, conforme disposto no inciso V do
dores; caput do art. 33 da Lei nº 12.527, de 2011.
II - a complexidade da hierarquia interna e a quantidade de Art. 44. Poderão ser registradas no CEIS outras sanções que
departamentos, diretorias ou setores; impliquem restrição ao direito de participar em licitações ou de
III - a utilização de agentes intermediários como consultores celebrar contratos com a administração pública, ainda que não
ou representantes comerciais; sejam de natureza administrativa.
IV - o setor do mercado em que atua; Art. 45. O Cadastro Nacional de Empresas Punidas - CNEP
V - os países em que atua, direta ou indiretamente; conterá informações referentes:
VI - o grau de interação com o setor público e a importância I - às sanções impostas com fundamento na Lei nº 12.846,
de autorizações, licenças e permissões governamentais em suas de 2013 ; e
operações; II - ao descumprimento de acordo de leniência celebrado
VII - a quantidade e a localização das pessoas jurídicas que com fundamento na Lei nº 12.846, de 2013 .
integram o grupo econômico; e Parágrafo único. As informações sobre os acordos de leniên-
VIII - o fato de ser qualificada como microempresa ou em- cia celebrados com fundamento na Lei nº 12.846, de 2013 , se-
presa de pequeno porte. rão registradas no CNEP após a celebração do acordo, exceto se
§ 2º A efetividade do programa de integridade em relação causar prejuízo às investigações ou ao processo administrativo.
ao ato lesivo objeto de apuração será considerada para fins da Art. 46. Constarão do CEIS e do CNEP, sem prejuízo de ou-
avaliação de que trata o caput . tros a serem estabelecidos pela Controladoria-Geral da União,
§ 3º Na avaliação de microempresas e empresas de peque- dados e informações referentes a:
no porte, serão reduzidas as formalidades dos parâmetros pre- I - nome ou razão social da pessoa física ou jurídica sancio-
vistos neste artigo, não se exigindo, especificamente, os incisos nada;
III, V, IX, X, XIII, XIV e XV do caput . II - número de inscrição da pessoa jurídica no Cadastro Na-
cional da Pessoa Jurídica - CNPJ ou da pessoa física no Cadastro
de Pessoas Físicas - CPF;

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III - tipo de sanção; No entanto, em suas abordagens originais presentes na fi-
IV - fundamentação legal da sanção; losofia clássica, o estudo da ética não se resumia apenas à ideia
V - número do processo no qual foi fundamentada a sanção; de analisar os hábitos do ser humano segundo as “regras” da
VI - data de início de vigência do efeito limitador ou impedi- sociedade em que está inserido.
tivo da sanção ou data de aplicação da sanção; A fundamentação teórica, essencialmente, tinha o objetivo
VII - data final do efeito limitador ou impeditivo da sanção, de identificar os melhores caminhos para uma vida harmoniosa
quando couber; e satisfatória em um contexto social – tanto na esfera particular,
VIII - nome do órgão ou entidade sancionador; e quanto na esfera pública.
IX - valor da multa, quando couber. Naturalmente, porém, o conceito de ética não pode ser re-
Art. 47. A exclusão dos dados e informações constantes do sumido de forma tão simplória.
CEIS ou do CNEP se dará: Conforme a definição do dicionário online Michaelis, o ter-
I - com fim do prazo do efeito limitador ou impeditivo da mo diz respeito à reflexão sobre toda a essência que permeia
sanção; ou os princípios e valores que compõem a moral, área que busca
II -mediante requerimento da pessoa jurídica interessada, compreender o sentido por trás da vida humana e as “raízes” do
após cumpridos os seguintes requisitos, quando aplicáveis: bem e do mal.
a) publicação da decisão de reabilitação da pessoa jurídica Nesse sentido, o estudo da ética busca nortear os principais
sancionada, nas hipóteses dos incisos II e VI do caput do art. 43; deveres do ser humano, considerando as bases que moldam o
b) cumprimento integral do acordo de leniência; contexto social no qual ele está inserido.
c) reparação do dano causado; ou A partir das noções que envolvem o conceito da palavra éti-
d) quitação da multa aplicada. ca, é possível partir para a próxima pergunta fundamental: o que
Art. 48. O fornecimento dos dados e informações de que você entende por ética?
tratam os art. 43 a art. 46, pelos órgãos e entidades dos Poderes Talvez o fator que torna essa área da filosofia tão abran-
Executivo, Legislativo e Judiciário de cada uma das esferas de gente é justamente a compreensão de que, embora exista um
governo, será disciplinado pela Controladoria-Geral da União. conjunto de normas de boa convivência que regem a vida em
sociedade, na prática há muitas sutilezas e interpretações acer-
CAPÍTULO VI ca do que é ou não é ético.
Por exemplo: você pode julgar que uma atitude é completa-
DISPOSIÇÕES FINAIS
mente antiética, enquanto a pessoa que a pratica compreende
que não fez nada de errado, pois não compartilha dos mesmos
Art. 49. As informações referentes ao PAR instaurado no
princípios éticos que você.
âmbito dos órgãos e entidades do Poder Executivo federal serão
registradas no sistema de gerenciamento eletrônico de proces-
Origem do conceito de ética
sos administrativos sancionadores mantido pela Controladoria-
A origem do conceito de ética remete aos primeiros grandes
-Geral da União, conforme ato do Ministro de Estado Chefe da
pensadores da humanidade: os filósofos gregos.
Controladoria-Geral da União.
A criação do termo e tudo o que ele engloba surgiu em mea-
Art. 50. Os órgãos e as entidades da administração pública,
dos do século 4 a.C, quando teve início a ascensão das Cidades-
no exercício de suas competências regulatórias, disporão sobre -Estado gregas.
os efeitos da Lei nº 12.846, de 2013, no âmbito das atividades Do surgimento das civilizações emergiu a necessidade de se
reguladas, inclusive no caso de proposta e celebração de acordo pensar sobre os valores que moldam a vida em sociedade, tais
de leniência. como honestidade e fidelidade.
Art. 51. O processamento do PAR não interfere no segui- Você percebe como há uma correlação intrínseca entre a
mento regular dos processos administrativos específicos para necessidade de se definirem modelos éticos para a organização
apuração da ocorrência de danos e prejuízos à administração da vida em comunidade?
pública federal resultantes de ato lesivo cometido por pessoa Diante de tal constatação, quem cunhou o termo “ética” e
jurídica, com ou sem a participação de agente público. expandiu esse campo de estudo foram filósofos dos quais você
Art. 52. Caberá ao Ministro de Estado Chefe da Controlado- provavelmente já deve ter ouvido falar: Sócrates, Platão e Aris-
ria-Geral da União expedir orientações e procedimentos com- tóteles.
plementares para a execução deste Decreto.
Art. 53. Este Decreto entra em vigor na data de sua publi- Importância da ética em nossa sociedade
cação. A ética desempenha um papel fundamental na vida em so-
ciedade.
Na verdade, o contexto social, em si, é o que permite e de-
manda a existência do conceito de ética e o estudo de suas apli-
ÉTICA APLICADA: ÉTICA, MORAL, VALORES E VIRTUDES
cações.
Para compreender um pouco melhor a necessidade de prin-
O que você entende por ética? O que é ética? cípios éticos que conduzam a vida em sociedade, experimente
Ética é uma palavra com origem grega, relacionada ao ter- fazer o exercício de imaginar um cenário no qual não exista ne-
mo ethos. nhuma noção de certo ou errado, moral ou imoral.
Ele é direcionado à ideia de caráter, designando os costu- Você consegue fechar os olhos e contemplar uma realidade
mes e o modo de ser de uma pessoa, ou de um grupo de pessoas. na qual ninguém precisaria seguir uma fila para pagar uma con-
A ética também é uma área da filosofia que estuda a con- ta, ninguém precisaria respeitar regras de trânsito e todos po-
duta humana. deriam falar no tom de voz que quisessem, independentemente
do local?

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Seria a receita perfeita para o caos, você concorda? Há também códigos éticos que envolvem pautas políticas e
É justamente por isso que a noção de ética é fundamental. sociais em diferentes países e mercados.
Ela norteia os princípios e valores de uma sociedade, para No caso da indústria farmacêutica, por exemplo, em deter-
que ela possa prosperar com justiça, harmonia, integridade e minados locais do mundo sacrificar animais em testes de labora-
cooperação. tórios para pesquisas não é considerado antiético.
Geralmente, a discussão sobre ética vem à tona diante de Em outros, a prática é proibida.
grandes escândalos, quando há muito dinheiro envolvido em um De forma resumida, o código de ética tem por objetivo
roubo ou diante de um caso de má conduta impressionante. orientar a ação de determinados grupos de pessoas em contex-
Contudo a ética nunca está ausente da vida em sociedade. tos específicos, unificando a noção ética em torno de suas prá-
Ser ético ou não é uma decisão que você toma diariamente, ticas.
nas pequenas ações do dia a dia. Em artigo publicado seu blog pessoal, o economista Ricardo
Amorim sugere, inclusive, o uso do código de ética como um
Diferença entre ética e moral mecanismo de combate à corrupção.
A complexidade na interpretação do que corresponde ou A ideia seria envergonhar publicamente políticos corruptos,
não a uma atitude ética muito tem a ver com a correlação entre submetendo-os a recitarem o código ético de seus respectivos
dois conceitos geralmente confundidos: ética e moral. cargos de senadores e deputados pelo menos uma vez por mês,
A filosofia compreende ambas as definições de forma dis- em rede nacional.
tinta. “E se todos os políticos em cargos públicos tivessem de re-
Em entrevista à TV Bahia, o filósofo, escritor e professor de citar publicamente tal código de honra uma vez por mês, expon-
filosofia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Mario do–os publicamente e os sujeitando a punições severas em caso
Sergio Cortella, esclarece que há uma diferença essencial entre de não cumprimento?”, sugere.
ambos os conceitos.
Ele pontua que a ética diz respeito ao conjunto de valores e O que é uma pessoa antiética
princípios a partir dos quais um determinado indivíduo determi- Uma pessoa antiética é aquela que age de maneira contrária
na sua conduta social. aos princípios éticos da sociedade – ou do meio – na qual está
Por exemplo: se os princípios éticos para a vida em socie- inserida.
dade estipulam que roubar é errado, uma pessoa que os segue, De mesmo modo, sua atitude que vai na direção contrária
naturalmente, não deve roubar nada. do código ético em questão também é considerada antiética.
Não importa se o objeto for uma simples caneta ou uma No campo da medicina, por exemplo, um médico que se
quantia de R$ 1 mil. recuse a prestar atendimento a uma pessoa que necessite de
No entanto, isso é apenas a teoria. auxílio está violando seu código de conduta e praticando uma
Em contraste, está a prática da conduta ética. atitude considerada antiética.
Conforme salienta Cortella, é aí que entra a moral. Mas não é preciso ir tão longe para esmiuçar o que significa
O conceito de moral diz respeito à capacidade de exercer ser antiético.
sua ética na prática, na vida cotidiana. Em artigo publicado no LinkedIn, Fernando Alcântara de Oli-
Afinal, você já deve ter percebido que uma pessoa pode di- veira, sócio da SYARD (consultoria de compliance), exemplifica
zer que roubar é errado e que não faria isso em hipótese algu- algumas atitudes antiéticas:
ma, mas ainda assim praticar essa atitude.
No caso exemplificado, quando a oportunidade surge, a éti- Furar uma fila no banco, no restaurante ou no trânsito
ca é colocada de lado e uma conduta moral diferente entra em Comprar produtos roubados ou “piratas”
ação. Não devolver um objetivo que lhe foi emprestado
Uma expressão que ilustra isso é a do “jeitinho brasileiro”, Jogar lixo em local inapropriado
que ocorre quando a pessoa defende que possui princípios éti- Estacionar em local proibido
cos sólidos, porém, se houver oportunidade de tirar vantagem Utilizar trabalho infantil ou escravo.
de uma determinada situação, ela não hesita em fazê-lo. Impossível contemplar tais exemplos e não traçar uma cor-
relação entre a política brasileira e a atitude de seus cidadãos.
O que são códigos de ética? Um levantamento feito pela Comissão de Ética da Presidên-
Você já deve ter reparado que outra aplicabilidade comum cia da República ao Centro de Estudos Avançados Multidiscipli-
dos preceitos éticos ocorre a partir da elaboração dos chamados nares (CEAM), da Universidade de Brasília, estimou que 50% dos
códigos de ética, que são o conjunto de normas que regem a brasileiros já furaram – ou ainda furam – filas.
conduta de determinados grupos dentro de uma sociedade. Ser antiético não muda conforme a magnitude do ato, em si.
Afinal, seria muito difícil estipular um único código de ética Em maior ou menor escala, uma ação antiética sempre será
universal para todas as áreas da vida, certo? uma ação antiética.
Então, para embasar direcionamentos de conduta em dife- Se você desviou R$ 500 ou R$ 1 milhão, a única diferença é
rentes campos, são criados códigos de éticas distintos. a quantia.
A compreensão é mais fácil por meio de exemplos. A essência do desvio de conduta é a mesma.
Na área profissional, há um código de ética que rege cada
profissão: médicos, jornalistas, políticos, advogados devem Princípios, Valores e Virtudes
exercer suas respectivas funções conforme um juramento ético
– geralmente proferido no momento em que recebem o diplo- Princípios são preceitos, leis ou pressupostos considerados
ma. universais que definem as regras pela qual uma sociedade civi-
lizada deve se orientar.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Em qualquer lugar do mundo, princípios são incontestáveis, Valores e virtudes baseados em princípios universais são in-
pois, quando adotados não oferecem resistência alguma. En- egociáveis e, assim como a ética e a lealdade, ou você tem, ou
tende-se que a adoção desses princípios está em consonância não tem. Entretanto, conceitos como liberdade, felicidade ou ri-
com o pensamento da sociedade e vale tanto para a elaboração queza não podem ser definidos com exatidão. Cada pessoa tem
da constituição de um país quanto para acordos políticos entre recordações, experiências, imagens internas e sentimentos que
as nações ou estatutos de condomínio. dão um sentido especial e particular a esses conceitos.
O princípios se aplicam em todas as esferas, pessoa, profis- O importante é que você não perca de vista esses conceitos
sional e social, eis alguns exemplos: amor, felicidade, liberdade, e tenha em mente que a sua contribuição, no universo pessoal
paz e plenitude são exemplos de princípios considerados uni- e profissional, depende da aplicação mais próxima possível do
versais. senso de justiça. E a justiça é uma virtude tão difícil, e tão neg-
Como cidadãos – pessoas e profissionais -, esses princípios ligenciada, que a própria justiça sente dificuldades em aplicá-
fazem parte da nossa existência e durante uma vida estaremos la, portanto, lute pelos princípios que os valores e as virtudes
lutando para torná-los inabaláveis. Temos direito a todos eles, fluirão naturalmente.
contudo, por razões diversas, eles não surgem de graça. A base
dos nossos princípios é construída no seio da família e, em mui-
tos casos, eles se perdem no meio do caminho. NOÇÕES DE ÉTICA EMPRESARIAL E PROFISSIONAL
De maneira geral, os princípios regem a nossa existência e
são comuns a todos os povos, culturas, eras e religiões, quei- CONCEITO DE ÉTICA EMPRESARIAL
ramos ou não. Quem age diferente ou em desacordo com os A ética empresarial envolve os valores de uma empresa
princípios universais acaba sendo punido pela sociedade e sofre e seus princípios morais dentro da sociedade. Esse conceito é
todas as consequências. fundamental para uma organização que pretende construir uma
Valores são normas ou padrões sociais geralmente aceitos boa imagem perante seus clientes internos e externos, parceiros
ou mantidos por determinado indivíduo, classe ou sociedade, e concorrentes. Nesse sentido, uma empresa ética é aquela que
portanto, em geral, dependem basicamente da cultura relacio- pratica os preceitos coletivos e se preocupa com as demandas
nada com o ambiente onde estamos inseridos. É comum existir da população, tendo sua conduta orientada pela responsabilida-
certa confusão entre valores e princípios, todavia, os conceitos de social e ambiental.
e as aplicações são diferentes.
Diferente dos princípios, os valores são pessoais, subjetivos
Prezar pela ética empresarial é importante para qualquer
e, acima de tudo, contestáveis. O que vale para você não vale
empresa, independentemente do seu porte, se é do setor públi-
necessariamente para os demais colegas de trabalho. Sua apli-
co ou privado. Ao demonstrar que é uma organização transpa-
cação pode ou não ser ética e depende muito do caráter ou da
rente, a organização será reconhecida por todos pela sua credi-
personalidade da pessoa que os adota.
bilidade e responsabilidade. Essa postura ajudará a companhia
Na prática, é muito mais simples ater-se aos valores do que
a ser apontada como referência no mercado, atraindo clientes,
aos princípios, pois este último exige muito de nós. Os valores
investidores e bons profissionais.
completamente equivocados da nossa sociedade – dinheiro,
sucesso, luxo e riqueza – estão na ordem do dia, infelizmente.
A ética empresarial deve estar presente nas atividades in-
Todos os dias somos convidados a negligenciar os princípios e
adotar os valores ditados pela sociedade. ternas e externas de uma organização. As empresas devem pre-
Virtudes, segundo o Aurélio, são disposições constantes do zar pela boa conduta de todos os seus funcionários. Quando o
espírito, as quais, por um esforço da vontade, inclinam à prática relacionamento interpessoal é baseado em atitudes e valores
do bem. Aristóteles afirmava que há duas espécies de virtudes: positivos, há a construção de um ambiente de trabalho agra-
a intelectual e a moral. A primeira deve, em grande parte, sua dável para todos. Os funcionários passam a respeitar as regras
geração e crescimento ao ensino, e por isso requer experiência e e normas da organização e ficam mais abertos a cooperar uns
tempo; ao passo que a virtude moral é adquirida com o resulta- com os outros. Todos esses fatores influenciam no aumento da
do do hábito. produtividade.
Segundo Aristóteles, nenhuma das virtudes morais surge
em nós por natureza, visto que nada que existe por natureza Mas, em nenhum outro campo a ética empresarial está tão
pode ser alterado pela força do hábito, portanto, virtudes nada envolvida quanto na obtenção do lucro. Ter uma boa rentabili-
mais são do que hábitos profundamente arraigados que se orig- dade é objetivo de praticamente todas as organizações, mas os
inam do meio onde somos criados e condicionados através de ganhos devem ser baseados em um trabalho honesto e que sa-
exemplos e comportamentos semelhantes. tisfaça as necessidades dos clientes, sem prejudicar as pessoas
Uma pessoa pode ter valores e não ter princípios. Hitler, por ou o meio ambiente.
exemplo, conhecia os princípios, mas preferiu ignorá-los e ado-
tar valores como a supremacia da raça ariana, a aniquilação da Além das atitudes morais que devem nortear todas as suas
oposição e a dominação pela força. atividades, a empresa pode demonstrar que é ética à sociedade
No mundo corporativo não é diferente. Embora a convivên- por meio de ações que promovam o bem-estar da comunidade
cia seja, por vezes, insuportável, deparamo-nos com profission- em que está inserida ou que ajudem a preservar o meio ambien-
ais que atropelam os princípios, como se isso fosse algo natural, te. Esse senso de responsabilidade social e ambiental revela que
um meio de sobrevivência, e adotam valores que nada tem a a companhia não está alienada aos problemas que a rodeiam e
ver com duas grandes necessidades corporativas: a convivência se interessam em contribuir para combatê-los. Programas que
pacífica e o espírito de equipe. Nesse caso, virtude é uma pala- beneficiam a população em geral e de sustentabilidade são al-
vra que não faz parte do seu vocabulário e, apesar da falta de guns exemplos disso.
escrúpulo, leva tempo para destituí-los do poder.

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DEFINIÇÃO DE ÉTICA PROFISSIONAL favoráveis, inclusive incentivando ações que promovam as prá-
A definição de ética profissional, por sua vez, está associada ticas éticas e, principalmente, envolver o máximo de pessoas no
a um conjunto de preceitos éticos e morais que guiam as atitu- programa de ética.
des e ações de colaboradores e determinam os princípios em
que devem pautar sua conduta durante o exercício da profissão. Este, inclusive, é um dos principais motivos para a cobrança
do conhecimento em relação a este tema em concursos, pois
Ter uma postura ética como profissional é cumprir as suas conhecendo a ética da empresa, você já entra preparado para
obrigações de acordo com os princípios determinados pelo seu seguir o que dita o código de ética da mesma.
grupo de trabalho. Cada categoria profissional tem seu próprio
Código de Ética, um conjunto de normas elaboradas pelos Con- Para você compreender ainda melhor o assunto, gostaria de
selhos que representam e fiscalizam cada área de atuação. Para citar a seguir alguns dos principais alicerces da ética:
obter o diploma, o recém-formado precisa fazer um juramento – Credibilidade;
de que seguirá todas essas normas durante a sua carreira. – Humildade;
– Transparência e coragem;
Apesar disso, muitos elementos se repetem em Códigos de – O exemplo sempre deve vir de cima;
Ética de variadas profissões. Em sua maioria, são princípios uni- – O seu direito acaba quando começa o do outro;
versais, que buscam valorizar as pessoas com as quais o profis- – Nada de jeitinho brasileiro;
sional se relacionará ao desempenhar suas atividades. Entre eles – Trate ao próximo assim como você gostaria de ser tratado
estão: honestidade, responsabilidade, competência, respeito,
entre outros. Gestão ética nas empresas públicas
Quando falamos em empresas públicas, estamos falando de
Em tempos em que os valores humanos estão cada vez mais empresas que utilizam nosso dinheiro de alguma forma em suas
sendo colocados de lado em nome de maiores lucros, a ética atividades. Tudo que vale para as empresas privadas, também
no ambiente corporativo tem se tornado, infelizmente, um di- vale para as públicas, porém nestas, pelo motivo já citado, a
ferencial. As empresas referências de boa conduta no mercado gestão ética é incrementada por alguns princípios que procuram
conseguem agregar valor à sua marca e imagem e usufruem de evitar o uso indevido dos valores.
maior credibilidade. Já os profissionais que têm uma conduta
ética destacam-se por ajudarem a construir bom relacionamen- Políticos eleitos são funcionários do povo ( regra da demo-
to interpessoal em seu ambiente de trabalho. Eles sabem assu- cracia ) em nosso País para defender nossos interesses, dirigen-
mir seus erros e têm uma postura flexível, tolerante e humilde tes indicados para as estatais são funcionários do povo, eles de-
com seus colegas, por isso, são muito procurados no mercado e vem sim em suas ações preocuparem-se em oferecer o melhor
fazem um bom networking. que podem para atender as necessidades da população.
Antes de tudo, é sempre bom compreender a ética empre- Ética pública significa responsabilidade em dobro aos res-
sarial e profissional como formas de manter a consciência limpa ponsáveis pela condução da mesma, inclusive existem várias leis
ao exercer suas atividades sem prejudicar os outros. Esse fator que regulamenta as ações éticas do servidor público ( lembram
é indispensável para o nosso desenvolvimento como pessoas. da história da gestão pública só poder agir se existir uma lei para
tal finalidade? eis um bom exemplo ). Aqui temos duas leis para
você ter uma ideia:
A GESTÃO DA ÉTICA NAS EMPRESAS
PÚBLICAS E PRIVADAS Lei nº 8.027/1990 que dispõe sobre normas de conduta dos
servidores públicos civis da União, das Autarquias e das Funda-
A gestão pública só toma ações se estiver previsto em lei e a ções Públicas.
gestão privada pode tomar todas as ações que achar necessárias Decreto nº 1.171/1994 que aprova o Código de Ética Profis-
para a empresa. As empresas que querem ter um programa de sional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal.
ética tem que ter comprometimento, clareza e transparência e Diante disto, gostaria de transcrever a seguir os principais
todos devem participar, principalmente a alta direção para que princípios do serviço público e que norteiam a gestão de ética
seja um sucesso. pública de uma forma geral:
• Os servidores públicos devem ser leais as suas Constitui-
Mas porque as empresas criam um programa de ética: ções, leis e princípios éticos acima dos interesses privados;
– Sobrevivência; • Os servidores não poderão ter interesses financeiros que
– Aumentar os lucros; causem conflitos ao desempenho de sua atividade;
– Credibilidade; • Os servidores deverão usar de sigilo, não utilizando infor-
– Manutenção ( ou melhoria ) de uma boa imagem; mações governamentais para seu próprio interesse. Além disso,
– Competitividade; não poderão fazer promessas não autorizadas que comprome-
– Melhoria do ambiente de trabalho; tam o governo;
– Aumento da produtividade; • Os servidores deverão ser honestos no cumprimento de
– Concorrência suas funções;
– Consumidores; etc •Os servidores não poderão aceitar presente ou item de va-
lor de qualquer pessoa ou instituição em busca de benefícios,
A gestão deve ser baseada em recompensas e punições, nem fazer negócios ou atividades reguladas pelo órgão do servi-
evitando moralismo, sendo coerente, confiando e apoiando as dor exceto se permitido pelo responsável do órgão;
pessoas, orientando em casos de dúvidas, permitindo condições

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• Os servidores não poderão usar seu cargo para ganhos Preservamos a dignidade de dirigentes, empregados e par-
privados; ceiros, em qualquer circunstância, com a determinação de elimi-
• Os servidores devem agir com imparcialidade e não devem nar situações de provocação e constrangimento no ambiente de
dar tratamento diferenciado a nenhuma organização individual trabalho que diminuam o seu amor próprio e a sua integridade
ou privada; moral.
• Os servidores deverão proteger e conservar o patrimônio Os nossos patrocínios atentam para o respeito aos costu-
do Estado, não os utilizando para fins não autorizados; mes, tradições e valores da sociedade, bem como a preservação
• Os servidores deverão confessar fraudes, corrupção, des- do meio ambiente.
perdícios e abusos as autoridades responsáveis.
• Os servidores deverão de boa fé satisfazer suas obrigações HONESTIDADE
de cidadãos, incluindo obrigações financeiras; No exercício profissional, os interesses da CAIXA estão em
• Os servidores deverão apoiar todos os regulamentos e leis 1º lugar nas mentes dos nossos empregados e dirigentes, em
que asseguram oportunidades iguais para todos; detrimento de interesses pessoais, de grupos ou de terceiros, de
• Os servidores deverão evitar toda a ação que crie a apa- forma a resguardar a lisura dos seus processos e de sua imagem.
rência de que estão violando as leis ou normas éticas. Gerimos com honestidade nossos negócios, os recursos da
• O Código de Ética dos Servidores Públicos Civil do Poder sociedade e dos fundos e programas que administramos, ofere-
Executivo Federal foi aprovado pelo decreto n° 1.171 de 22 de cendo oportunidades iguais nas transações e relações de em-
junho de 1994 destinado aos servidores públicos federais. prego.
Não admitimos qualquer relacionamento ou prática desleal
Fonte: http://centraldefavoritos.com.br/2016/11/30/a-gestao- de comportamento que resulte em conflito de interesses e que
-da-etica-nas-empresas-publicas-e-privadas-parte-2/ estejam em desacordo com o mais alto padrão ético.
Não admitimos práticas que fragilizem a imagem da CAIXA e
comprometam o seu corpo funcional.
Condenamos atitudes que privilegiem fornecedores e pres-
CÓDIGO DE ÉTICA DA CAIXA ECONÔMICA FEDERAL tadores de serviços, sob qualquer pretexto.
Condenamos a solicitação de doações, contribuições de
CAIXA CÓDIGO DE ÉTICA bens materiais ou valores a parceiros comerciais ou institucio-
MISSÃO E VALORES nais em nome da CAIXA, sob qualquer pretexto.
MISSÃO
Promover o desenvolvimento sustentável do Brasil, gerando COMPROMISSO
valor aos clientes e sociedade como instituição financeira públi- Os dirigentes, empregados e parceiros da CAIXA estão com-
ca e agente de políticas de Estado prometidos com a uniformidade de procedimentos e com o mais
elevado padrão ético no exercício de suas atribuições profissio-
VALORES nais.
Trabalhamos pela satisfação dos nossos clientes. Temos compromisso permanente com o cumprimento das
Trabalhamos para elevar a riqueza e o bem-estar da socie- leis, das normas e dos regulamentos internos e externos que re-
dade brasileira. gem a nossa Instituição.
Sentimos orgulho e paixão pelo nosso trabalho. Pautamos nosso relacionamento com clientes, fornecedo-
Agimos sempre pautados pela ética. res, correspondentes, coligadas, controladas, patrocinadas,
Acreditamos que a liderança se faz pelo exemplo. associações e entidades de classe dentro dos princípios deste
Somos inovadores no que fazemos. Código de Ética.
Respeitamos todas as ideias, opções e diferenças. Temos o compromisso de oferecer produtos e serviços de
Somos responsáveis pelo desempenho eficiente e sustentá- qualidade que atendam ou superem as expectativas dos nossos
vel. clientes.
Promovemos a meritocracia e o desenvolvimento profissio- Prestamos orientações e informações corretas aos nossos
nal. clientes para que tomem decisões conscientes em seus negó-
Juntos podemos mais. cios.
Preservamos o sigilo e a segurança das informações.
VALORES DO CÓDIGO DE ÉTICA DA CAIXA Buscamos a melhoria das condições de segurança e saúde
RESPEITO do ambiente de trabalho, preservando a qualidade de vida dos
As pessoas na CAIXA são tratadas com ética, justiça, respei- que nele convivem.
to, cortesia, igualdade e dignidade. Incentivamos a participação voluntária em atividades so-
Exigimos de dirigentes, empregados e parceiros da CAIXA ciais destinadas a resgatar a cidadania do povo brasileiro.
absoluto respeito pelo ser humano, pelo bem público, pela so-
ciedade e pelo meio ambiente. TRANSPARÊNCIA
Repudiamos todas as atitudes de preconceitos relacionadas As relações da CAIXA com os segmentos da sociedade são
à origem, raça, gênero, cor, idade, religião, credo, classe social, pautadas no princípio da transparência e na adoção de critérios
incapacidade física e quaisquer outras formas de discriminação. técnicos.
Respeitamos e valorizamos nossos clientes e seus direitos de Como empresa pública, estamos comprometidos com a
consumidores, com a prestação de informações corretas, cum- prestação de contas de nossas atividades, dos recursos por nós
primento dos prazos acordados e oferecimento de alternativa geridos e com a integridade dos nossos controles.
para satisfação de suas necessidades de negócios com a CAIXA.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Aos nossos clientes, parceiros comerciais, fornecedores e Os agentes públicos, inclusive do conglomerado e da FUN-
à mídia dispensamos tratamento equânime na disponibilidade CEF devem obedecer às normas legais ou regulamentares e os
de informações claras e tempestivas, por meio de fontes autori- manuais normativos que regem suas atividades.
zadas e no estrito cumprimento dos normativos a que estamos
subordinados. PADRÃO GERAL DE CONDUTA
Oferecemos aos nossos empregados oportunidades de as- CONFLITO DE INTERESSES
censão profissional, com critérios claros e do conhecimento de Conflito de interesses é a situação gerada pelo confronto en-
todos. tre interesses da CAIXA, inclusive quando atuando por mandato
Valorizamos o processo de comunicação interna, dissemi- de terceiros, diverso do mandato de fundos de investimento/
nando informações relevantes relacionadas aos negócios e às carteiras administradas, e interesse pessoal, que possa compro-
decisões corporativas. meter o interesse coletivo ou influenciar de maneira imprópria
o desempenho da função pública.
RESPONSABILIDADE Ocorre sempre que interesses pessoais influenciam ou pos-
Devemos pautar nossas ações nos preceitos e valores éticos sam influenciar, direta ou indiretamente, nas análises e decisões
deste tomadas quando do exercício das atividades na CAIXA ou na sua
Código, de forma a resguardar a CAIXA de ações e atitudes representação.
inadequadas à sua missão e imagem e a não prejudicar ou com- O interesse pessoal é caracterizado pela vontade do agente
prometer dirigentes e empregados, direta ou indiretamente. público em obter qualquer vantagem, imediata ou não, mate-
Zelamos pela proteção do patrimônio público, com a ade- rial ou não, em favor próprio ou de parentes, amigos, ou outras
quada utilização das informações, dos bens, equipamentos e de- pessoas com as quais tenham ou tiveram relações pessoais, co-
mais recursos colocados à nossa disposição para a gestão eficaz merciais ou políticas em detrimento da CAIXA ou de terceiros
dos nossos negócios. quando a CAIXA atue por mandato.
Buscamos a preservação ambiental nos projetos dos quais A ocorrência de conflito de interesses independe da existên-
participamos, por entendermos que a vida depende diretamen- cia de lesão ao patrimônio público, bem como do alcance efeti-
te da qualidade do meio ambiente. vo do benefício, econômico ou não, pelo agente público ou por
Garantimos proteção contra qualquer forma de represália terceiro.
ou discriminação profissional a quem denunciar as violações a A consulta sobre existência de conflito de interesses e o pe-
este Código, como forma de preservar os valores da CAIXA. dido de autorização para o exercício de atividade privada estão
descritos em normativo próprio.
Configura conflito de interesses na relação de trabalho com
CÓDIGO DE CONDUTA DA CAIXA ECONÔMICA FEDERAL a CAIXA:
▪ divulgar ou fazer uso de informação privilegiada, em pro-
CÓDIGO DE CONDUTA DA CAIXA veito próprio ou de terceiros, obtida em razão das atividades
NORMAS exercidas;
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES ▪ exercer atividade que implique a prestação de serviços ou
Este código de conduta aplica-se a todos os agentes públi- a manutenção de relação de negócio com pessoa físic a ou jurídi-
cos, inclusive em atuação no conglomerado e na FUNCEF, fundos ca, nessa incluindo o correspondente bancário e o permissioná-
por ela administrados, fora da gestão da VIART, ou outras indica- rio lotérico, que te nha interesse em decisão do agente público
ções que venha a fazer, seja em órgãos estatutários, conselhos, ou de colegiado do qual este participe;
comitês ou outros cargos em empresas ou outras entidades. ▪ exercer, direta ou indiretamente, atividade que, em razão
Devem ser observadas as disposições contidas neste norma- da sua natureza, seja incompatível com as atribuições do cargo
tivo, sem prejuízo da aplicação do disposto no Código de Ética ou emprego, considerando-se como tal, inclusive, a atividade
Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal desenvolvida em áreas ou matérias correlatas;
e, quando for o caso, o Código de Conduta da Alta Administração ▪ atuar, ainda que informalmente, como procurador, con-
Federal, que se encontram apensados a este normativo e podem sultor, assessor ou intermediário de interesses privados nos ór-
ser consultados por meio da aba “Anexos” ou por meio do ícone gãos ou entidades da administração pública direta ou indireta de
“clipe”, localizados na barra lateral esquerda, dependendo da qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal
versão do aplicativo. e dos Municípios;
No exercício das atribuições profissionais, a conduta deve ▪ praticar ato em benefício de interesse de pessoa jurídica
ser pautada por elevados padrões de ética, baseados no respei- de que participe o agente público, seu cônjuge, companheiro ou
to, honestidade, compromisso, transparência e responsabilida- parentes, consanguíneos ou afins, em linha reta ou colateral, até
de. o terceiro grau, e que possa ser por ele beneficiada ou influir em
A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a consciência dos seus atos de gestão;
princípios morais devem nortear toda e qualquer conduta, seja ▪ receber presente de quem tenha interesse em decisão do
no exercício das atribuições profissionais ou fora dele. agente público ou de colegiado do qual este participe fora dos
As condutas devem levar em consideração não somente o limites e condições estabelecidos em regulamento;
legal e o ilegal, o justo e o injusto, o conveniente e o inconve- ▪ prestar serviços, ainda que eventuais, a empresa cuja ativi-
niente, o oportuno e o inoportuno, mas principalmente o hones- dade seja controlada, fiscal izada ou regulada pelo ente ao qual
to e o desonesto, tendo como fim o bem comum. o agente público está vinculado.
O exercício profissional na CAIXA é equiparado à função pú- Para prevenir ou impedir conflito de interesses na relação
blica. de trabalho na CAIXA ou fora dela, o agente públi co obriga-se
a adotar, considerando-se a situação concreta, uma ou mais das

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seguintes providências em até 6 meses a partir da data da pu- É dever do agente público:
blicação deste Código: abrir mão da atividade particular, ou so- ▪ guardar sigilo sobre dados, informações e operações da
licitar a destituição da função, ou retorno ao órgão de origem, CAIXA, de seus clientes, de empresas coligadas ou subsidiárias,
ou destituição da função de representante ou ainda solicitar al- de prestadores de serviços e de fornecedores, ou de empresa/
teração de lotação; alienar bens e direitos que integram o seu entidade que participe enquanto representante da CAIXA em
patrimônio que possam dar causa ao conflito; fundos, em órgãos estatutários, conselhos ou comitês, que ain-
Na hipótese de conflito de interesses, inclusive em caráter da não sejam públicas e das quais tenha conhecimento em razão
específico e transitório, o agente público deve formalizar sua de sua atuação profissional;
ocorrência ao superior hierárquico e aos demais membros de ▪ fornecer informações, nos casos legais e de determinação
órgão colegiado do qual faça parte, em se tratando de decisão judicial, antecedido de orientação da área jurídi ca da CAIXA;
coletiva, abstendo-se de votar ou participar da discussão do as- ▪ obter prévia e expressa autorização da área gestora do
sunto. produto ou serviço para publicação de estudos, pareceres, pes-
No caso de adoção das providências referidas, o empregado quisas e demais trabalhos de caráter particular, que envolvam
deve informar a situação e a providência adotada, de maneira assuntos e/ou informações restritos ou sigilosos;
detalhada, à Comissão de Conflito de Interesses por meio da cai- ▪ comunicar qualquer informação privilegiada que possa vir
xa postal CORED02. a se tornar ato ou fato relevante ao Vice-Presidente de Finanças,
No caso de adoção das providências referidas, o dirigente e observando o mandato da Vice-Presidência de Finanças e Con-
o membro estatutário devem informar a situação e a providên- troladoria e a eventual segregação de atividades;
cia adotada, de maneira detalhada, à Comissão de Ética Pública ▪ não fazer uso de informações privilegiadas obtidas no
que opinará sobre a suficiência da medida adotada. âmbito interno de seu serviço ou enquanto representante em
Havendo dúvida sobre como prevenir ou impedir uma si- fundos, órgãos estatutários, conselhos e comitês, em benefício
tuação potencialmente causadora de conflito de interesses, o próprio, de parentes, de amigos ou de terceiros,
empregado deve efetuar consulta sobre caso concreto, por meio ▪ não veicular junto à imprensa ou disponibilização à tercei-
do SeCI, disponibilizado pela CGU no endereço https://seci.cgu. ros de informação sigilosa, privilegiada, de ato ou fato relevante
gov.br. concernente à CAIXA, que ainda não tenha sido divulgado de
Caso o dirigente e o membro estatutário tenham dúvida maneira oficial pelos canais da Instituição caracterizando o va-
sobre como prevenir ou impedir uma situação potencialmente zamento da informação;
causadora de conflito de interesses, deverão parágrafo acima. ▪ não disseminar informações difamatórias;
Caso o dirigente e o membro estatutário tenham dúvida so- ▪ não permitir o acesso de terceiros a sistemas de informa-
bre possível conflito de interesses no exercício de uma ativida- ções, operações e bancos de dados de responsabilidade e/ou
de profissional paralela que pretendam exercer, devem efetuar propriedade da CAIXA, salvo se expressamente autorizado pelo
consulta sobre caso concreto diretamente à Comissão de Ética gestor competente.
Pública. ▪ não utilizar informações privilegiadas a que tenha aces-
Caso o empregado pretenda exercer alguma atividade pro- so para obter vantagens para si ou para terceiros, em especial
fissional paralela deve formalizar a consulta ao seu gestor ime- nas negociações dos títulos de valores mobiliários emitidos pela
diato. CAIXA, sendo responsável por evitar, no âmbito da sua atuação,
Em caso de dúvida ou quando orientado pelo gestor ime- que os investidores sejam prejudicados pela prática de insider
diato, o empregado deve efetuar pedido de autorização para o trading.
exercício da atividade profissional paralela, por meio do SeCI,
disponibilizado pela CGU no endereço http://seci.cgu.gov.br. ATIVIDADE PROFISSIONAL PARALELA
No caso do dirigente e do membro estatutário que preten- Qualquer atividade profissional paralela deve ser formaliza-
dam exercer atividade profissional paralela, devem efetuar pe- da à chefia imediata.
dido de autorização diretamente à Comissão de Ética Pública. É vedado ao agente público:
No trabalho voluntário em organizações do terceiro setor, ▪ prestar assessoria/consultoria ou outro tipo de serviços à
sem finalidade de lucro, ta mbém deve ser observada possível pessoa jurídica ou física, que possa se beneficiar dos conheci-
existência de conflito de interesses. mentos internos e específicos, adquiridos em qualquer área da
Agente público que ocupe cargo ou função em outra insti- CAIXA, exceto nos casos autorizados pela CAIXA;
tuição não pode praticar ato em benefício de interesse da CAIXA ▪ estabelecer relações comerciais ou profissionais, direta-
em prejuízo do órgão cessionário, devendo se ater às premissas mente ou por terceiros, com cliente da CAIXA, seus controlado-
das normas internas. res e empresas do mesmo grupo econômico, quando o agente
público tenha poder de decisão sobre os interesses do cliente no
USO, DIVULGAÇÃO E SIGILO DE INFORMAÇÕES relacionamento com a CAIXA;
São de uso exclusivo e de propriedade da CAIXA as informa- ▪ exercer atividade que viole o princípio da integral dedica-
ções, programas, modelos, documentos e metodologias, desen- ção pelo ocupante do cargo de dirigente, presidente de comitê
volvidos ou em uso pela instituição, mesmo que o agente públi- de auditoria, auditor chefe, ouvidor e corregedor, que exige a
co tenha participado de seu desenvolvimento. precedência das atribuições do cargo ou função gratificada so-
No uso, divulgação e sigilo das informações devem ser ob- bre quaisquer outras atividades;
servadas, ainda, as diretrizes estabelecidas nas normas internas ▪ transmitir à opinião pública dúvida a respeito da integri-
específicas, sem prejuízo das demais normas internas. dade, moralidade, clareza de posições e decoro do empregado
Os assuntos referentes à CAIXA são tratados com a impren- e dirigente;
sa, exclusivamente, pelos dirigentes ou empregado por esses
delegados.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
A acumulação de cargo ou emprego público na CAIXA pode- É incompatível com a atividade na CAIXA, por parte do em-
rá ocorrer nos casos do cargo de professor; ou cargo ou emprego pregado e do membro estatutário do conglomerado e da FUN-
privativo de profissional da saúde com profissões regulamenta- CEF, o exercício de advocacia:
das; ou outros casos previstos pelo ordenamento constitucional ▪ contra a CAIXA e seu conglomerado, contra a FUNCEF ou
ou legal. contra a União;
Atividade de magistério dispensa a consulta acerca da exis- ▪ em ações envolvendo a CAIXA quando não decorrer de sua
tência de conflito de interesses e o pedido de autorização para o atribuição na condição de advogado CAIXA;
exercício de atividade paralela. ▪ em sociedade de escritório que possua ações envolvendo
O exercício de atividades de magistério para público espe- a CAIXA.
cífico que possa ter interesse em decisão do agente público, da É proibido ao agente público manter relação de emprego ou
instituição ou do colegiado do qual participe deve ser precedido prestação de serviço de advocacia em organização bancária ou
de consulta acerca da existência de conflito de interesses con- em empresa concorrente da CAIXA.
forme norma interna.
É permitido o exercício de engenharia e arquitetura ao
Entende-se por atividade de magistério, ainda que exercidas
agente público, ressalvadas as restrições legais e normativas.
de forma esporádica ou não remunerada:
É proibido ao agente público manter relação de emprego ou
▪ docência em instituições de ensino, de pesquisa ou de ci-
prestação de serviço de engenharia/arquitetura em organização
ência e tecnologia, públicas ou privadas;
▪ capacitação ou treinamento, mediante cursos, palestras bancária ou em empresa concorrente da CAIXA.
ou conferências; Estando o agente público nas situações vedadas acima, o
▪ outras correlatas tais como funções de coordenador, mo- prazo para se desincompatibilizar é de 6 meses a partir da publi-
nitor, preceptor, avaliador, integrante de banca examinadora de cação deste Código, sob informe à Comissão de Conflito de Inte-
discente, presidente de mesa, moderador e debatedor. resses para o empregado e Comissão de Ética Pública para o di-
É também vedado ao agente público o exercício de ativida- rigente e o membro estatutário do conglomerado e da FUNCEF.
de paralela como:
▪ consultor financeiro, independentemente da função ou PARTICIPAÇÃO EM EVENTOS E ATIVIDADES CUSTEADAS
unidade de lotação, incluindo-se nesse conceito agente de in- POR TERCEIROS E PELA CAIXA
vestimentos, corretor de bolsa de valores, analista de mercado, A participação de agente público em atividades externas,
coach financeiro e demais profissionais de orientação a investi- tais como seminários, congressos, palestras, visitas, reuniões
mentos financeiros; técnicas e eventos semelhantes, no Brasil ou no exterior, pode
▪ corretor de seguros, independentemente da função ou ser de interesse insti tucional ou pessoal.
unidade de lotação; No caso de interesse institucional, o convite para a parti-
▪ corretor de imóveis, independentemente da função ou cipação em eventos custeados por instituição privada deve ser
unidade de lotação; encaminhado à Presidência da CAIXA ou a outra instância ou au-
▪ sócio, empregado, consultor ou administrador de constru- toridade por ela designada, que indica, em caso de aceitação, o
tora/incorporadora, independentemente do cargo, carreira pro- representante adequado, tendo em vista a natureza e os assun-
fissional, função ou unidade de lotação; tos a serem tratados no evento.
As vedações dispostas no parágrafo acima não se aplicam As despesas relacionadas à participação de agente público
aos dirigentes e demais membros estatutários do Conglomera- tais como transporte, estada, alimentação e taxa de inscrição
do CAIXA quando o ramo do exercício da atividade paralela não em eventos que guardem relação com as atribuições de seu car-
guardar relação direta com os processos e negócios da unidade go, emprego ou função, promovidos por instituição privada de-
ou empresa do Conglomerado em que atua, ou ainda com sua vem ser custeadas pela CAIXA.
competência decisória.
No interesse institucional, as despesas de transporte, esta-
É vedado negociar por conta própria ou alheia, produtos ou
da e alimentação, bem como as taxas de inscrição, podem ser
serviços que constituam ato de concorrência com a CAIXA ou
custeadas no todo ou em parte pelo patrocinador do evento,
com o Conglomerado.
vedado o recebimento de remuneração, se este for:
A advocacia é incompatível com a atividade de ocupantes de
cargo de direção e gerência na CAIXA. ▪ organismo internacional do qual o Brasil faça parte;
Os ocupantes de cargos de direção e de gerência corres- ▪ governo estrangeiro e suas instituições;
pondentes à chefia das Unidades Jurídicas da CAIXA são exclusi- ▪ instituição acadêmica, científica e cultural;
vamente legitimados para o exercício da advocacia vinculada à ▪ empresa, entidade ou associação de classe que não mante-
função que exerçam na CAIXA, durante o período da investidura; nha ou pretenda manter relação de negócio e que não possa ser
em causa própria ou em favor de parentes até 3º grau, em linha beneficiária de decisão da qual participe o agente público, seja
reta ou c olateral, por consanguinidade ou afinidade, desde que individualmente, seja em caráter coletivo;
a atuação não represente atividade profissional regular. ▪ por pessoa física ou jurídica com a qual a CAIXA mantenha
É permitido o exercício de advocacia aos empregados e aos relação de negócio, desde que decorra da natureza de obrigação
membros estatutários do conglomerado e da FUNCEF ressalva- contratual previamente assumida perante a CAIXA.
das as restrições legais e normativas. Quando o assunto a ser tratado estiver relacionado com
O escritório/banca de advocacia do qual o empregado e o suas funções institucionais, o empregado chefe de unidade, o
membro estatutário do conglomerado e da FUNCEF sejam só- dirigente e o membro estatutário não podem aceitar convites
cios, consultores, administradores ou mesmo empregados, não para jantares, almoços, cafés da manhã e atividades de natureza
poderá prestar serviços para a CAIXA, nem patrocinar ações con- similar custeados por terceiros.
tra a CAIXA e nem possuir relacionamento bancário com esta O agente público deve sempre informar ao seu superior hie-
Instituição Financeira, incluindose, nesta proibição, a manuten- rárquico sobre a participação nas atividades acima menciona-
ção de conta corrente e/ou poupança e linhas de crédito. das.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Quando se tratar de evento de interesse pessoal, a partici- REDES SOCIAIS
pação do agente público em cursos, seminários, congressos ou É vedado ao agente público:
eventos semelhantes, deve ser custeada pelo próprio interessa- ▪ publicar nas redes sociais qualquer assunto ofensivo à ima-
do, desde que a atividade não conflite com o exercício do cargo gem da CAIXA e à imagem/reputação de seus agentes públicos;
ou função de confiança, nem se valha de informações privilegia- ▪ utilizar nas redes sociais as logomarcas da CAIXA;
das, sendo, nestes casos, necessária a comunicação ao gestor, ▪ comentar/compartilhar nas redes sociais quaisquer assun-
na forma de norma interna, quando do recebimento do convite tos de caráter restrito ou sigiloso relat ivo à CAIXA;
pelo empregado e à Comissão de Ética Pública pelo dirigente e ▪ publicar/compartilhar nas redes sociais rotinas de trabalho
pelo membro estatutário. na CAIXA e do funcionamento das unidades da CAIXA;
Excepcionalmente, as despesas de remuneração, transporte ▪ publicar nas redes sociais fotos e imagens do interior das
e estada poderão ser custeadas pelo patrocinador, desde que: unidades da CAIXA que fragilizem a segurança e exponham in-
▪ o empregado comunique à Comissão de Conflito de Inte- formações;
resses, na forma da norma interna, e o dirigente e o membro ▪ manifestar-se em nome da CAIXA nas redes sociais, salvo
estatutário comuniquem à Comissão de Ética Pública, antes do nas condições previstas em norma.
evento, as condições aplicáveis à sua participação, inclusive o
valor da remuneração, se for o caso; BRINDES E PRESENTES
▪ o promotor do evento não tenha interesse em decisão que É vedado ao agente público, em razão de suas atribuições,
possa ser tomada pelo agente público, seja individualmente, aceitar favores, comissões, gratificações, vantagens financeiras
seja de caráter coletivo; ou materiais, doações, brindes ou presentes de qualquer natu-
▪ não haja conflito de interesses com o exercício do cargo reza, para si ou para outras pessoas, oferecidos de forma direta
ou da função; ou indireta, resultantes ou não de relacionamentos com a CAIXA
▪ não se trate de instituição que mantenha relacionamento e que influenciam em decisões, facilitação de negócios, benefi-
ou interesse comercial com a CAIXA; ciamento de terceiros, ou causar prejuízo de imagem à Empresa.
▪ o agente público não se valha de informações privilegiadas. Incluem-se como itens vedados: convites de caráter pessoal
É vedado aceitar convites ou ingressos para atividades de en- para viagens, hospedagens e outras atrações.
tretenimento como shows, apresenta ções e atividades esporti- As vedações previstas nos itens acima se aplicam igualmen-
vas. te ao cônjuge, companheiro ou parente por consanguinidade ou
afinidade, em linha reta ou colateral até terceiro grau.
Excluem-se dessa vedação:
A vedação de que trata o Código de Conduta se refere ao
▪ os casos em que o agente público se encontre no exercí-
recebimento de presente de qualquer valor, em razão do cargo
cio de representação institucional, hipótese em que fica vedada
ou função que ocupa o agente público, quando o ofertante for
a transferência dos convites ou ingressos a terceiros alheios à
pessoa, empresa ou entidade que:
instituição;
▪ tenha interesse pessoal, profissional ou empresarial em
▪ os convites ou ingressos originários de promoções ou sor-
decisão que possa ser tomada pelo agente público, individual-
teios de acesso público, ou de relação consumerista privada,
mente ou de caráter coletivo, em razão do cargo;
sem vinculação, em qualquer caso, com a condição de agente
▪ que seja ofertado de pessoa física ou jurídica que tenha
público;
▪ os convites ou ingressos distribuídos por órgão ou entida- relacionamento com a CAIXA e que possa representar relacio-
de pública de qualquer esfera de poder, desde que observado namento impróprio ou prejuízo financeiro ou de reputação para
limite de valor fixado pela Comissão de Ética Pública. a CAIXA;
▪ os convites ou ingressos para atividades de entretenimen- ▪ mantenha relação comercial com a CAIXA e suas subsidi-
to, como shows, apresentações, festas, desfiles carnavalescos árias;
e atividades esportivas promovidos pela CAIXA ou decorrente ▪ represente interesse de terceiros, como procurador ou
de contrapartida de patrocínio pela CAIXA, desde que a unidade preposto de pessoas, empresas ou entidades compreendidas
promotora do evento defina os critérios de distribuição dos con- nos itens anteriores.
vites e ingressos entre os agentes públicos. Não se considera presente, para os fins deste Código de
As atividades externas de interesse pessoal não podem ser Conduta, aquilo que:
exercidas em prejuízo das atividades na CAIXA, exceto quando ▪ represente prêmio em dinheiro ou bens concedidos por
expressamente autorizadas pelo gestor. entidade acadêmica, científica ou cultural, em reconhecimento
A publicidade da remuneração e das despesas de transpor- por sua contribuição de caráter intelectual;
te, alimentação e estada será assegurada mediante registro do ▪ represente prêmio concedido em razão de concurso de
compromisso na respectiva agenda de trabalho do dirigente acesso público a trabalho de natureza acadêmica, científica, tec-
com explicitação das condições de sua participação. nológica ou cultural;
Os dados sobre despesas com “Diárias, Hotel e Passagens” ▪ seja bolsa de estudo vinculada ao aperfeiçoamento profis-
de eventos externos e internos, realizados no Brasil e no exterior sional ou técnico, desde que o patrocinador não tenha interesse
e custeados pela CAIXA, são publicados no Portal da Transparên- em decisão que possa ser tomada pelo agente público, em razão
cia do Poder Executivo Federal. do cargo que ocupa.
Nas participações em eventos de interesse pessoal o agente ▪ seja prêmio recebido da CAIXA ou de suas empresas coli-
público deve abster-se de comentar fatos ou emitir opiniões de gadas, subsidiárias e parceiras como reconhecimento ao desem-
assuntos relacionados à CAIXA. penho para obtenção de resultados empresariais, desde que
Quando em representação externa, o agente público deve previamente estabelecido em campanha de incentivo e que seja
pautar a realização das atividades do cargo pelo atendimento da aprovada nas instâncias decisórias da CAIXA.
missão e dos interesses institucionais.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
É permitida a aceitação de brindes, como tal entendidos As aplicações em produtos bancários ou financeiros com
aqueles que: padrões e normas pré-estabelecidas e ofertadas ao público em
▪ não tenham valor comercial; geral podem ser mantidas pelo agente público.
▪ sejam distribuídos por entidades de qualquer natureza a
título de cortesia, propaganda, divulgação habitual ou por oca- RELACIONAMENTO COM CLIENTES, FORNECEDORES, PAR-
sião de eventos especiais ou datas comemorativas de caráter CEIROS, UNIDADES DO CONGLOMERADO CAIXA, AGENTES PÚ-
histórico ou cultural, e que não ultrapassem o valor definido em BLICOS DE ÓRGÃOS/ENTIDADES E DEMAIS INSTITUIÇÕES
Resolução da CEP ou outra autoridade; O relacionamento com clientes, fornecedores, parceiros,
▪ cuja periodicidade de distribuição não seja inferior a 12 unidades do conglomerado CAIXA, agentes públicos de órgãos/
meses; entidades e demais instituições deve ser pautado pelos valores
▪ que sejam de caráter geral e, portanto, não se destinem a éticos e socialmente responsáveis, estabelecidos pela CAIXA,
agraciar exclusivamente determinado agente público. evitando-se situações que possam caracterizar conflito de inte-
É permitida a aceitação de presentes que sejam recebidos resses.
em situação protocolar, quando o agente público estiver repre- Nos contatos profissionais com representantes de fornece-
sentando a CAIXA e quando houver reciprocidade. dores, prestadores de serviço, inclusive empresas de marketing,
Havendo dúvida se o brinde tem valor comercial de até R$ entidades e empresas patrocinadas ou clientes, o empregado
100,00, o agente público pode realizar sua avaliação junto ao deve estar obrigatoriamente acompanhado por um segundo
comércio, podendo ainda, se julgar conveniente, dar-lhe desde empregado, indicado pela chefia imediata e, quando dirigente
logo o tratamento de presente. e membro estatutário , devem estar obrigatoriamente acompa-
Para o presente que, por qualquer razão, não possa ser re- nhados por outro dirigente, membro estatutário ou empregado.
cusado ou devolvido sem ônus para o agente público, devem ser Em reuniões com clientes que envolvam áreas da matriz
adotadas uma das seguintes providências, em razão da natureza e filiais deverá ser obrigatória a presença de representante da
do bem: VIRED – Vice-Presidência Rede de Varejo, quando se tratar de
▪ tratando-se de bem de valor histórico, cultural ou artístico, cliente de Varejo, da VIHAB – Vice Presidência da Habitação,
incorporar ao acervo cultural da CAIXA; quando se tratar de Médio ou Grande Cliente da Construção Ci-
▪ encaminhar ao acervo do Instituto do Patrimônio Histórico vil, da VIGOV – Vice-Presidência de Governo, quando se tratar de
e Artístico Nacional – IPHAN para que este lhe dê o destino legal clientes PJ Pública, empresas estatais, judiciário, bem como em-
adequado; presas de saneamento, infraestrutura, telecomunicações, óleo
▪ nos demais casos, promover a sua doação a entidade de e gás e indústria naval e da VICAT – Vice-Presidência Atacado,
caráter assistencial ou filantrópico, reconhecida como de utili- quando se tratar dos demais clientes Média e Grande Empresas.
dade pública, desde que, tratando-se de bem não perecível, esta Nos contatos profissionais com representantes citados aci-
se comprometa a aplicar o bem ou o produto da sua alienação ma e com os clientes na situação supra descrita deverá ser ado-
em suas atividades fim; tado o registro de ata conforme disposto acima.
▪ no caso de bem perecível, esse também deve ser doado É vedado ao agente público reunir-se sozinho com agentes
à entidade de caráter assistencial ou filantrópico, reconhecida públicos de órgãos e entidades ou pessoas expostas politica-
como de utilidade pública, para consumo por aquela; mente.
▪ a incorporação de presente ao patrimônio histórico cultu- Nas reuniões em que o anfitrião agente público de órgão e
ral e artístico, assim como a sua doação a entidade de caráter entidade ou pessoa exposta politicamente não permita a pre-
assistencial ou filantrópico, reconhecida como de utilidade pú- sença de todos os representantes da CAIXA, esta situação deve-
blica, deve constar na página de Acesso à Informação, para fins rá ser consignada na ata do referido encontro, participando da
de eventual controle. reunião o representante institucional autorizado pelo anfitrião.
É dever do agente público, no que couber:
USO DE BENS E PATRIMÔNIO DA CAIXA ▪ observar as Diretrizes de Responsabilidade Socioambien-
Todo agente público, deve zelar pela proteção do patrimô- tal e a Política de Compras Sustentáveis e Relacionamento com
nio público, com a adequada utilização das informações, dos Fornecedores nas suas ações de negociação com fornecedores;
bens, equipamentos e demais recursos colocados à disposição ▪ atuar com isenção e profissionalismo, rejeitando qualquer
para a gestão eficaz dos negócio s realizados em nome da CAIXA. tentativa ou mesmo aparência de favorecimento no trato com
Os recursos materiais e meios de comunicação e instalações fornecedores;
colocados à disposição não devem ser utilizados para fins estra- ▪ comunicar-se com fornecedores nas dependências da CAI-
nhos às suas atividades profissionais. XA, de forma clara e objetiva ou utilizando o telefone ou e-mail
É vedado ao agente público usar tecnologias, metodologias, comercial;
modelos, know-how e outras informações de propriedade da ▪ observar a Política de Relacionamento com Clientes –
CAIXA ou por ela desenvolvidas ou obtidas, para fins particula- PO055 nas ações de negociação com clientes e usuários de pro-
res ou repassar a terceiros, mesmo que o agente público tenha dutos e de serviços;
participado de seu desenvolvimento. ▪ manter relacionamento cooperativo e equilibrado com
clientes e usuários;
INVESTIMENTOS PESSOAIS ▪ oferecer tratamento justo e equitativo a clientes e usuá-
É vedado ao agente público realizar investimentos pessoais rios;
cuja remuneração, ou cotação, possa ser afetada por decisão ou ▪ assegurar a conformidade e a legitimidade de produtos e
fato em que tenha tido participação, ou conhecimento, ou ainda de serviços;
que tenha obtido informação privilegiada, no exercício de suas ▪ prestar informações a clientes e usuários de forma clara e
atribuições na CAIXA, no conglomerado e na FUNCEF. precisa, a respeito de produtos e serviços;

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
▪ atender demandas de clientes e usuários de forma tem- CRÍTICAS À REPUTAÇÃO DE EMPREGADO E À IMAGEM DA
pestiva; e CAIXA, ATENDIMENTO DE INTERESSE PARTICULAR, DÚVIDA
▪ primar pela inexistência de barreiras, critérios ou proce- QUANTO À INTEGRIDADE
dimentos desarrazoados para a extinção da relação contratual É dever do agente público:
relativa a produtos e serviços, bem como para a transferência ▪ não apresentar comportamento que prejudique o ambien-
de relacionamento para outra insti tuição, a pedido do cliente. te de trabalho e a formulação de críticas à reputação de colegas,
▪observar a Política de Prevenção ao Conflito de Interesses superiores e à CAIXA;
no relacionamento com/entre as empre sas em que a CAIXA par- ▪ utilizar os canais corporativos adequados para suas even-
ticipe e nos processos de aquisição; as áreas de risco e de ne- tuais manifestações, de maneira cordial e fundamentada.
gócios; na gestão de recursos próprios e na gestão de recursos É vedado ao agente público:
de terceiros; empresas contratadas, profissionais contratados e ▪ desviar colega, prestador de serviço, estagiário ou jovem
empregados/servidores cedidos para/pela CAIXA. aprendiz para atendimento a interesse particular;
▪ exercer atividade paralela que provoque dúvida a respeito
NEPOTISMO da integridade, moralidade, clareza de posições e decoro do em-
É vedado nomear para o exercício de Função Gratificada, pregado ou dirigente;
empregado familiar da autoridade competente pela designação ▪ dar causa à instauração de Análise Preliminar, Processo
ou ter empregado familiar com ou sem função gratificada sob Disciplinar e Civil ou Processo de Apuração Ética contra alguém
sua subordinação direta inclusive na eventualidade. de fato irregular de que o sabe inocente ou inexistente;
É considerado familiar o cônjuge, o companheiro ou o pa- ▪ adotar conduta discriminatória relacionada à origem, raça,
rente em linha reta ou colateral, por consanguinidade ou afini- gênero, cor, idade, religião, credo, classe social, incapacidade
dade, até o terceiro grau: física;
▪ filho, enteado, neto, bisneto, pais, avôs e bisavôs; ▪ participar de licitações e de ser contratada pela CAIXA, a
▪ irmão, tio e sobrinho; empresa, cujo administrador ou sócio seja, agente público.
▪ irmão do cônjuge ou do companheiro;
▪ sogros, genro e nora; ENRIQUECIMENTO ILÍCITO
▪ cônjuge de: irmão, tio, sobrinho, neto e bisneto. Constitui em enriquecimento ilícito e, portanto, é vedado ao
É vedada, ainda, a nomeação de familiar para o exercício de agente público, no que couber:
função gratificada, mediante o ajuste de designações recíprocas, ▪ receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou
inclusive nas empresas subsidiárias.
imóvel, ou qualquer outra vantagem econômica, direta ou in-
direta, a título de comissão, percentagem, gratificação ou pre-
CORRUPÇÃO, SUBORNO, ASSÉDIO
sente de quem tenha interesse, direto ou indireto, que possa
É dever do agente público, no que couber:
ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das
▪ pautar o relacionamento com órgãos, entidades e empre-
atribuições do agente público;
sas na observação dos princípios da legalidad e, impessoalidade,
▪ perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para:
moralidade, publicidade e eficiência, assegurando ampla trans-
a) facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem móvel
parência de informação à sociedade;
ou imóvel, ou a contratação de serviços pelas empresas do con-
▪ jamais atrair clientes, ou manter os atuais, mediante o
glomerado CAIXA;
oferecimento de benefícios não permitidos pelos normativos
vigentes; b) facilitar a alienação, permuta ou locação de bem público
▪ denunciar, por meio dos canais disponibilizados pela CAI- ou o fornecimento de serviço por ente estatal;
XA, quaisquer atos contrários ao interesse público, a esse Códi- c) intermediar a liberação ou aplicação de verba pública de
go e ao Código de Ética da CAIXA, comportamentos que reve- qualquer natureza;
lem indícios de corrupção e situações irregulares que favoreçam ▪ utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas,
conflito de interesses, praticados por superiores hierárquicos, equipamentos ou material de qualquer natureza, de proprieda-
colegas, contratados ou prestadores de serviços. de ou à disposição de qualquer das empresas do conglomerado
No caso de denúncia, serão garantidos o sigilo e a confiden- CAIXA, bem como o trabalho de servidores públicos, emprega-
cialidade das informações prestadas. dos ou terceiros contratados por essas empresas;
É vedado ao agente público: ▪ receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta
▪ adotar práticas de corrupção e a lavagem de dinheiro; ou indireta, para:
▪ oferecer ou receber suborno, inclusive em relacionamen- a) tolerar a exploração ou a prática de jogos de azar, de leno-
tos internacionais, mesmo que a prática não seja vedada no país cínio, de narcotráfico, de contrabando, de usura ou de qualquer
onde se desenvolve o relacionamento comercial; outra atividade ilícita, ou aceitar promessa de tal vantagem;
▪ praticar qualquer tipo de assédio, mediante conduta ver- b) fazer declaração falsa sobre medição ou avaliação em
bal ou física de humilhação, coação ou ameaça; obras públicas ou qualquer outro serviço, ou sobre quantida-
▪ pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber qualquer de, peso, medida, qualidade ou característica de mercadorias
tipo de ajuda financeira, gratificação, prêmi o, comissão, doação ou bens fornecidos a qualquer das empresas do conglomerado
ou vantagem de qualquer espécie, para si, familiares ou qual- CAIXA;
quer pessoa, para o cumprimento da sua missão ou para influen- c) omitir ato de ofício, providência ou declaração a que es-
ciar outro empregador para o mesmo fim. teja obrigado;
▪ receber transporte, hospedagem, refeições ou quaisquer ▪ adquirir, para si ou para outrem, no exercício de mandato,
favores de particulares, inclusive de clientes, fornecedores ou cargo, emprego ou função pública, bens de qualquer natureza
prestadores de serviços, de forma a permitir situação que possa cujo valor seja desproporcional à evolução do patrimônio ou à
gerar dúvid a sobre a sua probidade ou honorabilidade; renda do agente público;

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
▪ incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio, bens, ▪ permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enri-
rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das queça ilicitamente;
empresas do conglomerado CAIXA; ▪ permitir que se utilize, em obra ou serviço particular, veí-
▪ usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou valores culos, máquinas, equipamentos ou material de qualquer nature-
integrantes do acervo patrimonial das empresas do conglome- za, de propriedade ou à disposição de qualquer das empresas do
rado CAIXA. conglomerado CAIXA, bem como o trabalho de servidor público,
empregados ou terceiros contratados por essas entidades;
PREJUÍZO AO ERÁRIO ▪ celebrar:
Constitui em prejuízo ao erário e, portanto, é vedado ao a) contrato ou outro instrumento que tenha por objeto a
agente público, no que couber: prestação de serviços públicos por meio da gestão associada
▪ facilitar ou concorrer por qualquer forma e fora das hipó- sem observar as formalidades previstas na lei;
teses legais para: b) contrato de rateio de consórcio público sem suficiente e
a) a incorporação ao patrimônio particular, de pessoa física prévia dotação orçamentária, ou sem observar as formalidades
ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores integrantes do previstas na lei;
acervo patrimonial das empresas do conglomerado CAIXA; c) parcerias da administração pública com entidades priva-
b) a incorporação, ao patrimônio particular de pessoa física das sem a observância das formalidades legais ou regulamenta-
ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores públicos transfe- res aplicáveis à espécie.
ridos pela administração pública a entidades privadas mediante
celebração de parcerias, sem a observância das formalidades le- ATOS CONTRA OS PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLI-
gais ou regulamentares aplicáveis à espécie; CA
▪ permitir ou concorrer para: É proibido ao agente público, no que couber:
a) que pessoa física ou jurídica privada utilize bens, rendas, ▪ praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou
verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das empre- diverso daquele previsto na regra de comp etência;
sas do conglomerado CAIXA, sem a observância das formalida- ▪ retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofí-
des legais ou regulamentares aplicáveis à espécie; cio;
b) que pessoa física ou jurídica privada utilize bens, rendas, ▪ revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão
verbas ou valores públicos transferidos pela administração pú- das atribuições e que deva permanecer em segredo;
blica a entidade privada mediante celebração de parcerias, sem ▪ negar publicidade aos atos oficiais;
a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicá- ▪ frustrar a licitude de concurso público;
veis à espécie; ▪ deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo.
▪ doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente desper-
sonalizado, ainda que de fins educativos ou assistenciais, bens, RESPONSABILIDADE SÓCIO EMPRESARIAL
rendas, verbas ou valores do patrimônio de qualquer das empre- É vedado ao agente público:
sas do conglomerado CAIXA, sem observância das formalidades ▪ contratar fornecedores e/ou estabelecer parcerias que
legais e regulamentares aplicáveis à espécie; pratiquem trabalho infantil, escravo ou análogo, que adotem
▪ permitir ou facilitar fora das hipóteses legais: práticas contrárias à Carta Internacional dos Direitos Humanos,
a) a alienação, permuta ou locação de bem integrante do assim como aos Estatutos do Idoso e da Criança e do Adoles-
patrimônio de qualquer das empresas do conglomerado CAIXA, cente.
ou ainda a prestação de serviço por parte delas, por preço infe-
rior ao de mercado; ATOS LESIVOS À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA NACIONAL OU
b) a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço por ESTRANGEIRA
preço superior ao de mercado; Constituem atos lesivos à administração pública, nacional
▪ realizar operação financeira sem observância das normas ou estrangeira, que atentem contra o patrimônio público nacio-
legais e regulamentares ou aceitar garantia insuficiente ou ini- nal ou estrangeiro, contra princípios da administração pública
dônea; ou contra os compromissos internacionais assumidos pelo Brasil
▪ conceder benefício administrativo ou fiscal sem a obser- e, portanto, vedados ao agente público:
vância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à ▪ prometer, oferecer ou dar, direta ou indiretamente, van-
espécie; tagem indevida a agente público, ou a terceira pessoa a ele re-
▪ frustrar a licitude de processo licitatório ou de processo lacionada;
seletivo para celebração de parcerias com entidades sem fins ▪ comprovadamente, financiar, custear, patrocinar ou de
lucrativos, ou dispensá-los indevidamente; qualquer modo subvencionar a prática dos atos ilícitos previstos
▪ ordenar ou permitir a realização de despesas não autoriza- nesta Lei;
das em lei ou regulamento; ▪ comprovadamente, utilizar-se de interposta pessoa física
▪ agir negligentemente na: ou jurídica para ocultar ou dissimular seus reais interesses ou a
a) arrecadação de tributo ou renda, bem como no que diz identidade dos beneficiários dos atos praticados;
respeito à conservação do patrimônio público; ▪ dificultar atividade de investigação ou fiscalização de ór-
b) celebração, fiscalização e análise das prestações de con- gãos, entidades ou agentes públicos, ou intervir em sua atuação,
tas de parcerias firmadas pela administração pública com enti- inclusive no âmbito das agências reguladoras e dos órgãos de
dades privadas; fiscalização do sistema financeiro nacional.
▪ liberar verba pública sem a estrita observância das normas
pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua aplicação No tocante a licitações e contratos é vedado ao agente pú-
irregular; blico:

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
▪ frustrar ou fraudar, mediante ajuste, combinação ou qual- É expressamente vedado:
quer outro expediente, o caráter competi tivo de procedimento ▪ o investimento em bens cujo valor ou cotação possa ser
licitatório público; afetado por decisão ou política governamental ou relaciona-
▪ impedir, perturbar ou fraudar a realização de qualquer ato mentos comerciais mantidos pela CAIXA a respeito do qual te-
de procedimento licitatório público; nha informações privilegiadas, em razão da ocupação do cargo
▪ afastar ou procurar afastar licitante, por meio de fraude ou de dirigente e de membro estatutário;
oferecimento de vantagem de qualquer tipo; ▪ utilizar informações privilegiadas para qualquer fim, ou se
▪ fraudar licitação pública ou contrato dela decorrente; valer do cargo de dirigente e de membro estat utário em benefí-
▪ criar, de modo fraudulento ou irregular, pessoa jurídica cio próprio ou de terceiros;
para participar de licitação pública ou celebrar contrato admi- ▪ comentar com terceiros assuntos internos que envolvam
nistrativo; informações confidenciais ou que possam vir a ante cipar algum
▪ obter vantagem ou benefício indevido, de modo fraudu- comportamento do mercado;
lento, de modificações ou prorrogações de contratos celebra- ▪ usar ou divulgar, a qualquer tempo, em proveito próprio
dos com a administração pública, sem autorização em lei, no ato ou de terceiros, informação privilegiada obtida em razão das ati-
convocatório da licitação pública ou nos respectivos instrumen- vidades exercidas, ainda que após seu desligamento das ativida-
tos contratuais; ou des de dirigente e de membro estatut ário;
▪ manipular ou fraudar o equilíbrio econômico-financeiro ▪ receber transporte, hospedagem ou quaisquer favores de
dos contratos celebrados com a administração pública. particulares de forma a permitir situação que possa gerar dúvida
sobre a sua probidade ou honorabilidade;
PADRÕES ESPECÍFICOS DE CONDUTA ▪ utilizar-se de membro de sua equipe para tratar de assun-
O agente público, para o exercício de suas atividades na ad- tos particulares.
ministração e gestão de ativos de terceiros, no risco, nas ope- Em relação aos investimentos pessoais, o dirigente e o
rações de tesouraria, nas típicas de banco de investimento, nas membro estatutário devem, ainda, observar a Instrução Norma-
ofertas públicas pela emissora ou ofertante, sem prejuízo da tiva CVM nº 358, de 03/01/2002, e outras que vierem substituir
aplicação do disposto no Padrão Geral de Conduta previsto nes- e/ou complementar, no que se refere à divulgação e uso de in-
te código, devem observar as normas reguladoras, autorregula- formações sobre ato ou fato relevante, divulgação de informa-
doras e internas que lhes sejam aplicáveis. ções na negociação de valores mobiliários, vedação à negocia-
ção, política de negociação e plano de investimento, bem como
DIRIGENTES E MEMBROS ESTATUTÁRIOS DO CONGLOMERADO
as diretrizes contidas na Política de Divulgação de Atos ou Fatos
Cientes de todos os termos e consequências do presente
Relevantes e Negociação de Valores Mobiliários.
Código, os dirigentes e membros estatutários devem pautar
Além das medidas descritas acima, o dirigente e o membro
suas ações como exemplo de conduta proba, honesta, eficiente,
estatutário poderão prevenir a ocorrência de conflito de interes-
ética e moral para todos os empregados, clientes e cidadãos.
ses, adotando a seguinte providência em até 6 meses a partir da
Por ocasião de eventual procedimento administrativo com
publicação deste Código:
intuito de apurar situações de possível conflito de interesses ou
▪ transferir a administração dos bens e direitos que possam
descumprimento de normas ou leis, os dirigentes e os membros
suscitar conflito de interesses para instituição financeira ou
estatutários autorizam acesso aos seus dados fiscais, bancários,
administradora de carteira de valores mobiliários autorizada a
telefônicos e de dados, pertinentes ao objeto da apuração, sem-
pre que a autoridade responsável pela instauração do procedi- funcionar pelo BACEN ou pela CVM, conforme o caso, mediante
mento administrativo assim determinar, nos estritos limites do instrumento contratual que contenha cláusula que vede a inter-
necessário para os esclarecimentos dos fatos. ferência do dirigente e do membro estatutário em qualquer de-
As informações obtidas restarão protegidas por sigilo e não cisão de investimento, assim como o seu prévio conhecimento
serão reveladas sem o consentimento dos interessados, salvo os de decisões tomadas pela instituição administradora a respeito
casos legalmente previstos. da gestão dos bens e direitos.
O dirigente e o membro estatutário que mantiverem partici- O dirigente e o membro estatutário devem guardar sigilo
pação superior a cinco por cento do capital de qualquer socieda- das informações privilegiadas e ato ou fato relevante aos quais
de devem informar tal fato à Comissão de Ética Pública. tenham acesso em razão do cargo ou posição que ocupam, até
O dirigente e o membro estatutário que receberem salário sua efetiva divulgação ao mercado.
ou qualquer outra remuneração de fonte privada deve informar O dirigente e o membro estatutário devem divulgar e man-
tal fato à Comissão de Ética Pública, exceto remuneração pro- ter arquivadas nas respectivas Consultorias as agendas de reuni-
veniente de participação em conselhos de empresas em que a ões e encontros com pessoas físicas e jurídicas que tenham qual-
CAIXA detenha participação societária ou direito de indicar re- quer tipo de interesse junto à CAIXA, mantendo registro sumário
presentantes; e prêmio recebido da CAIXA ou de suas empresas das matérias tratadas, bem como informando necessariamente
coligadas, subsidiárias e parceiras conforme descrito acima. o nome do acompanhante e relação das pessoas presentes, que
O dirigente deve abster-se de exercer trabalho ou prestar ficarão disponíveis aos interessados.
serviços de consultoria, de assessoria, de assistência técnica e No relacionamento com outros órgãos públicos e privados,
de treinamento, exceto nas atividades de magistério e nas si- empresas e outras entidades, o dirigente e o membro estatutá-
tuações analisadas e aprovadas pela Comissão de Ética Pública. rio devem esclarecer a existência de eventual conflito de inte-
O membro estatutário deve abster-se de exercer trabalho resses, bem como comunicar ao colegiado qualquer circunstân-
ou prestar serviços de consultoria, de assessoria, de assistência cia ou fato impeditivo de sua participação em decisão coletiva
técnica e de treinamento, exceto nas atividades de magistério ou em órgão colegiado.
e nas situações analisadas e aprovadas pela Comissão de Ética
Pública, considerando ainda o disposto neste Código.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
As eventuais divergências entre os dirigentes e os membros Os Vice-Presidentes e Diretores da CAIXA podem atuar em,
estatutários serão resolvidas internamente, mediante coordena- no máximo, 03 Conselhos/Comitês de empresas participadas,
ção administrativa, não lhes cabendo manifestar-se publicamen- coligadas, investidas e/ou FUNCEF, sendo, no máximo, 02 remu-
te sobre matéria que não seja afeta a sua área de competência. nerados.
É vedado ao dirigente e ao membro estatutário opinarem
publicamente a respeito: VIART
▪ da honorabilidade e do desempenho funcional de outros Os empregados e dirigentes lotados na Vice-Presidência e
membros ou das autoridades públicas federais e; nas unidades subordinadas à Vice-Presidência de Fundos de In-
▪ do mérito de questão que lhe será submetida para decisão vestimento, observam, além das normas expressas neste Códi-
individual ou em órgão colegiado. go, ao disposto no Código de Conduta da Vice-Presidência de
É também vedado aos dirigentes e aos demais membros es- Fundos de Investimento.
tatutários divulgar, sem autoriz ação do órgão competente da
CAIXA, informação que possa causar impacto na cotação dos tí- VICOR
tulos da empresa e em suas relações com o mercado ou com Os empregados envolvidos nos processos de análise de ris-
consumidores e fornecedores, à qual caberá: co de crédito e renegociação não devem se manifestar previa-
▪ resguardar o sigilo das informações relativas a ato ou fato mente sobre matéria sujeita a sua decisão ou de cujo processo
relevante às quais tenha acesso privilegiado em razão do cargo, decisório venha a participar, a não ser com as pessoas que par-
função ou emprego público que ocupe até a divulgação ao mer- ticipam ou participarão conjuntamente da análise da matéria.
cado; e As atividades da Vice-Presidência de Riscos (VICOR) não de-
▪ comunicar qualquer ato ou fato relevante de que tenha vem ser desempenhadas por empregado que atue em atividades
conhecimento ao Diretor de Relações com Investidores da CAI- negociais, de modo a resguardar a isenção de opinião e a integri-
XA, que promoverá sua divulgação, ou na hipótese de omissão dade do empregado e da CAIXA.
deste, à Comissão de Valores Mobiliários – CVM. Apenas os Agentes de Compliance podem ter lotação física
As propostas de trabalho ou de negócio futuro no setor pri- em unidades não vinculadas à VICOR.
vado destinadas aos dirigentes e membros estatutários, bem Eventual lotação física temporária de empregado da VICOR
como qualquer negociação que envolva conflito de interesses, para participar de projetos estratégicos, grupos de trabalho e/
devem ser imediatamente informadas a Comissão de Ética Públi- ou outras atividades corporativas, poderá ser autorizada excep-
ca, independentemente da sua aceitação ou rejeição. cionalmente em decisão conjunta do Superintendente Nacional
Após deixar o cargo de dirigente e de membro estatutário, de vinculação do empregado, Diretor Executivo e Vice-Presiden-
no período de seis meses, não poderá desenvolver nenhum tipo te da VICOR.
de atividade profissional que eventualmente possa ensejar con- Os empregados da VICOR lotados na matriz, incluindo Vi-
flito de interesses com as atividades da CAIXA. ce-Presidente e Diretor Executivo, são impedidos de realizar
No período de seis meses, contado da data da dispensa, atendimento a clientes da CAIXA e PEP para tratar de assuntos
exoneração, destituição, demissão ou aposentadoria de cargo relacionados a operações de crédito e renegociações.
de dirigente e de membro estatutário, configura conflito de in- O atendimento pessoal a clientes da CAIXA, seja visitando-
teresses, salvo quando expressamente autorizado pela Comis- -os ou sendo visitado por eles, quando necessário, será feito
são de Ética Pública: exclusivamente por empregados da CERIS ou CEPRA, sendo no
▪ prestar, direta ou indiretamente, qualquer tipo de serviço mínimo dois e um deles com função gerencial, obrigatoriamente
a pessoa física ou jurídica com quem tenha estabelecido relacio- acompanhados de representante da área negocial.
namento relevante em razão do exercício do cargo de dirigente Eventual atendimento, conforme definido acima, realizado
e de membro estatutário na CAIXA; por representantes da CERIS ou CEPRA, deverá ser registrado
▪ aceitar cargo de administrador ou conselheiro ou estabele- em sistema de ata eletrônico, com numeração sequencial em
cer vínculo profissional com pessoa física ou jurídica que desem- âmbito nacional.
penhe atividade relacionada à área de competência do cargo de O empregado da área de avaliação de riscos que participa
dirigente anteriormente ocupado; das decisões para atribuição de rating e limites para empresas e
▪ celebrar com as empresas do conglomerado CAIXA con- operações de crédito não deve participar de negociações e es-
tratos de serviço, consultoria, assessoramento ou atividades si- truturação de operações com clientes.
milares; Todas as reuniões entre empregados da VICOR e emprega-
▪ intervir, direta ou indiretamente, em favor de interesse dos de outras unidades do conglomerado CAIXA deverão ser re-
privado perante a CAIXA ou órgão com o qual tenha estabele- gistradas em sistema de ata eletrônico, com numeração sequen-
cido relacionamento relevante em razão do exercício do cargo cial em âmbito nacional, e deverá ter mais de um representante
de dirigente. da VICOR.
Todo ato de posse ou investidura em função de dirigente e A ata deverá conter no mínimo: data, local, participantes e
de membro estatutário deve ser acompanhado da assinatura do resumo dos assuntos tratados.
termo de ciência e concordância com as normas estabelecidas
pelo Código de Conduta da Alta Administração Federal (arquivo Em relação ao processo de Prevenção à Lavagem de Dinhei-
apensado à norma), pelo Código de Ética da CAIXA e por este ro (PLD):
Código. a) As informações obtidas no processo de Prevenção à Lava-
Em caso de dúvida, o dirigente e o membro estatutário de- gem de Dinheiro (PLD) não devem ser utilizadas/compartilhadas
vem solicitar informações adicionais e esclarecimentos à Comis- externa ou internamente;
são de Ética Pública. b) O empregado que atua na PLD deve preservar o sigilo das
comunicações efetuadas às autoridades responsáveis, sem reve-

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
lar ou dar ciência da ocorrência aos clientes ou envolvidos; m) realizar análises de títulos e valores mobiliários sem a
c) O empregado que atua na PLD deve preservar o sigilo das devida certificação profissional requerida.
partes envolvidas em denúncias.
As solicitações de informações e esclarecimentos acerca de Não se aplicam restrições à:
avaliações de risco de crédito deverão ser solicitadas via sistema a) aplicação em Fundos de Investimento abertos, constitu-
interno. ídos com base na Instrução CVM 409, Títulos de renda fixa, tais
como Títulos de Emissão do Tesouro Nacional por meio da ferra-
SUOPE menta Tesouro Direto, LCI, CDB, RDB, CRI e Debêntures;
Os padrões de conduta a seguir definidos se destinam aos b) realização de operações com instrumentos derivativos e
empregados lotados na SUOPE e nas áreas subordinadas (Gerên- ações de qualquer espécie e cotas de fundos fechados para inte-
cias Nacionais), no desempenho das atividades administrativas e resse próprio, com prazo mínimo de retenção do instrumento su
de negócios realizados em nome da CAIXA, em suas dependên- perior a 90 dias corridos;
cias ou fora dela, no intuito de preservar a excelência da quali-
dade, a ética e o profissionalismo na gestão e administração dos Cabe aos empregados citados:
recursos de tesouraria, câmbio e mercado de capitais. a) atender às ligações telefônicas com cortesia;
As condutas relacionadas abaixo ferem a preservação dos b) evitar a utilização de procedimentos que possam vir a
padrões éticos, profissionais e das boas práticas de mercado e configurar a criação de condições artificiais de mercado, mani-
governança corporativa, sendo caracterizados, ainda, como im- pulação de preços, realização de operações fraudulentas e uso
pedimentos: de práticas não equitativas em operações de mercado financei-
a) realizar diretamente ou por meio de terceiros, operações ro;
com instrumentos financeiros derivativos ou derivativos embu- c) identificar com precisão os objetivos e intenções dos
tidos, ações de qualquer espécie e cotas de fundos cotados em clientes, a fim de auxiliar adequadamente às SR e Agências/PA
bolsa para interesse próprio com prazo mínimo de retenção do a recomendarem os produtos e serviços mais adequados aos
instrumento inferior a 90 dias corridos; clientes;
b) alienar ou resgatar títulos privados, adquiridos por meio d) manter em perfeita ordem o registro das operações reali-
de Oferta Pública, antes do prazo mínimo de 90 dias corridos de zadas, a fim de possibilitar consulta posterior ao mesmo;
retenção dos títulos, a fim de evitar possíveis questionamentos e) manter em sigilo informações referentes aos clientes e
relacionados à manipulação do mercado de valores mobiliários à CAIXA, exceto no caso de requisição formal de órgão exter-
e ao uso indevido de informações privilegiadas; no após devidamente autorizado pela CAIXA, tais como BACEN,
c) realizar diretamente ou por meio de terceiros, operações CMN, CVM, TCU, CGU, ANBIMA, den tre outros, ou ante cumpri-
de day trade de qualquer espécie para interesse próprio; mento de ordem judicial;
d) realizar operações com corretoras cadastradas a operar f) obedecer às normas legais ou regulamentares que regem
com a SUOPE para interesse próprio, exceto no caso de aquisi- suas atividades, bem como os manuais normativos;
ção de ações e cotas de fundos fechados com distribuição em g) obter prévia e expressa autorização da Superintendência
oferta pública, desde que as ações sejam mantidas pelo prazo Nacional de Operações de Tesouraria para publicação de estu-
mínimo de 90 dias corridos; dos, pareceres, pesquisas e demais trabalhos, de sua autoria ou
e) participar de almoços, jantares, reuniões, solenidades, não, que envolvam assuntos relacionados às atividades da área;
seminários ou encontros patrocinados por clientes, instituições h) cumprir estritamente todas as normas legais e regula-
concorrentes ou quaisquer pessoas que tenham interesse junto mentares emanadas de entidades governamentais, tais como,
à CAIXA, sem a devida observância ao disposto no Código; CMN, BACEN, CVM, Tesouro Nacional, e das não governamen-
f) comentar com pessoas não relacionadas sobre os assun- tais, tais como, ANBIMA, B3SA, e demais entidades que regulem
tos da Superintendência, sobre as operações proprietárias ou de suas atividades profissionais.
clientes, assim como as estratégias de atuação da SUOPE; i) notificar seu Gerente Nacional ou seu Superintendente
g) divulgar ou repassar qualquer informação sigilosa de Nacional (no caso de empregados com função gratificada de Ge-
clientes ou operações do mercado financeiro e de capitais reali- rente Nacional ou lotados na SUOPE), sobre situações ou com-
zadas no âmbito desta Superintendência Nacional; portamentos que possam, de alguma forma, configurar conflitos
h) divulgar informações sobre as operações em estrutura- ou potenciais conflitos de interesse ou inobservância ao presen-
ção durante o período de silêncio até que a oferta pública seja te Código.
divulgada ao mercado;
i) concretizar ou negociar operações da CAIXA, por mensa- Cabe aos Gerentes Nacionais e/ou seus substitutos eventu-
gens de texto, celular, tablet ou similares; ais:
j) utilizar-se de informações ou bens sob administração da a) realizar reunião anual com os empregados lotados na res-
Superintendência em proveito próprio ou de terceiros, mesmo pectiva Gerência Nacional para reforço das orientações contidas
após desligar-se da área; neste Código;
k) ter participação societária em empresas que tenham b) realizar reunião periódica com os empregados lotados na
como objetivo serviços ou produtos ligados ao mercado finan- respectiva Gerência Nacional sempre que houver atualizações
ceiro ou de capitais, ou em atividades correlatas ao mercado relevantes deste capítulo;
financeiro ou de capitais, que gerem conflitos ou potenciais con- c) registrar em Ata as reuniões citadas nos itens anteriores e
flitos de interesses, em relação às atividades exercidas na CAIXA; incluí-las no Sistema de Gestão da Ética – SIETI;
l) transitar informações por fora das Caixas Postais das Uni- d) disponibilizar exemplar deste normativo a todos os em-
dades, de natureza corporativa ou inerente às atividades, sem pregados sob sua gestão, orientando a assinatura do Termo de
observância do contido nos normativos internos; Ciência do Código de Conduta da CAIXA;

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
e) dar ciência imediata deste normativo aos novos emprega- As violações a este Código de Conduta cometidas por Presi-
dos sob sua gestão, orientando a assinatura do Termo de Ciência dente, Vice-Presidentes e Diretores serão submetidas à aprecia-
do Código de Conduta da CAIXA; ção do Comitê de Correição.
f) proceder conforme disposto neste Código no caso de re- As violações a este Código de Conduta cometidas por mem-
cusa por parte de qualquer empregado em assinar Termo de Ci- bro estatutário serão submetidas à apreciação do Conselho de
ência do Código de Conduta da CAIXA; Administração.
g) levar ao conhecimento do Superintendente Nacional as A responsabilização do agente público em situação de con-
notificações recebidas de seus empregados, mencionadas no flito de interesses é considerada improbidade administrativa e a
parágrafo acima, alínea “i”, e, em conjunto, decidir qual proce- penalização é a de rescisão do contrato de trabalho conforme os
dimento deve ser adotado, tomando por base o disposto neste termos da Lei 12.813/13.
normativo e todos os outros relacionados; Cabe aos gestores manterem os empregados devidamente
h) dar conhecimento ao empregado que efetuou a notifica- informados e esclarecidos sobre o conteúdo do presente Código
ção sobre o acatamento ou não das razões da notificação; de Conduta, orientando-os sobre a necessidade de leitura e re-
i) Em sendo procedente a notificação recebida, apurar os flexão constantes sobre as prescrições nele estabelecidas.
fatos, tomando por base normativo interno, conforme o caso, e Este Código de Conduta deve constar como anexo nos con-
garantindo, sob qualquer hipótese, o sigilo quanto a identifica- tratos de prestação de serviços da CAIXA, de forma a também
ção do denunciante; orientar a conduta dos prestadores de serviço.
j) Efetuar correções tempestivas dos desvios de condutas O Conselho de Administração é competente para discutir,
identificados no desempenho das atividades dos empregados aprovar e monitorar dec isões relativas ao Código de Conduta
sob sua gestão. da CAIXA.
Cabe ao Superintendente Nacional da SUOPE:
a) mediar e conciliar situações que envolvam questões para POLÍTICA DE RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL
as quais este Código seja omis so; DA CAIXA ECONÔMICA FEDERAL
b) realizar reunião anual ou sempre que houver novas atua-
lizações deste Código, com os Gerentes Nacionais da GESUP, GE-
POLÍTICA DE RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL (PRSA)
TES, GEFAQ e com os empregados lotados na SUOPE, repassan-
1. Objetivos
do e reforçando todas as orientações contidas neste normativo;
Assegurar a atuação sustentável da CAIXA e de suas subsidi-
c) registrar em Ata as reuniões citadas acima e incluí-las no
árias, considerando o impacto e a complexidade de suas ativida-
Sistema de Gestão da Ética – SIETI;
des, incorporando a responsabilidade socioambiental na tomada
d) disponibilizar exemplar deste normativo para todos os
de decisão, na estratégia, na gestão, nos negócios, nos produtos
empregados sob sua gestão, orientando sobre a assinatura do
e serviços, nos processos, nas operações, nas atividades e no
Anexo II.
relacionamento com as partes interessadas, no intuito de pro-
e) dar ciência imediata deste normativo aos novos emprega-
dos sob sua gestão, orientando a assinatura do Termo de Ciência mover a sustentabilidade e o desenvolvimento sustentável.
do Código de Conduta da CAIXA; Além das orientações desta Política, a atuação da CAIXA e de
f) proceder conforme disposto neste código no caso de re- suas subsidiárias devem respeitar as legislações relacionadas ao
cusa por parte de qualquer empregado em assinar Termo de Ci- tema, com destaque para os dispositivos explicitados na SARB
ência do Código de Conduta; Nº 014/2014, no que diz respeito a elaboração e celebração de
g) decidir sobre as situações descritas no parágrafo acima, contratos identificados pela CAIXA com significativa exposição a
alíneas “g” e “i” respectivamente e, sendo procedentes, solici- risco socioambiental.
tar ou apurar os fatos, tomando por base normativo interno,
conforme o caso, e garantindo, sob qualquer hipótese, o sigilo 2. Motivação
quanto a identificação do denunciante; Atendimento à Resolução CMN nº 4.327 de 25 de abril de
h) efetuar correções tempestivas dos desvios de condutas 2014, no que se refere ao estabelecimento e implementação da
identificados no desempenho das atividades dos empregados Política de Responsabilidade Socioambiental.
sob sua gestão. Aderência aos objetivos estratégicos da CAIXA de “garantir a
A recusa em assinar o Termo de Ciência citado no acima não integridade da gestão e a efetividade da governança”, “assegu-
exime o empregado da observância do contido neste normativo, rar resultados sustentáveis para o Conglomerado” e “aprimorar
podendo o ateste ocorrer por aposição de assinatura do gestor a gestão do Conglomerado para garantir a complementaridade
da Gerência Nacional ou Superintendência Nacional de lotação dos negócios e a sustentabilidade da CAIXA”.
do empregado na presença de 2 testemunhas.
Após a assinatura do Termo de Ciência, o empregado terá 3. Vigência
o prazo de 60 dias corridos para o enquadramento de suas ati- A vigência desta política é de cinco anos, a partir de novem-
vidades em cumprimento de todas as exigências contidas neste bro de 2020, ou até quando a CAIXA identificar a necessidade de
Código. aprimoramento, considerando o ambiente regulatório, contexto
macroeconômico e necessidade estratégica; ou quando iden-
DISPOSIÇÕES FINAIS tificada necessidade de adequação a novos quesitos legais ou
As violações a este Código de Conduta cometidas por em- estratégicos, além de eventual determinação advinda de órgãos
pregado serão submetidas à avaliação do g estor que deliberará reguladores e de fiscalização, ou por solicitações do colegiado
sobre o encaminhamento da ocorrência para abertura de proce- que aprovou a matéria.
dimento de apuração de responsabilidade disciplinar e civil e de
processo de apuração ética, conforme normas internas.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
4. Diretrizes ▪ Promove o acesso da população de baixa renda à banca-
A CAIXA mantém, aprimora e implementa políticas e proces- rização e ao crédito responsáveis, estimulando a inclusão finan-
sos de forma a garantir que: ceira e socioeconômica;
• Os negócios, processos e relacionamentos incorporem a ▪ Por meio de recursos próprios, prioriza o investimento so-
responsabilidade socioambiental, de modo a assegurar a atua- cioambiental no apoio a projetos que beneficiem indivíduos e/
ção sustentável e a contribuição para o desenvolvimento econô- ou grupos em situação de vulnerabilidade;
mico, social e ambiental do País. ▪ Incentiva o trabalho voluntário como meio de geração de
• As estratégias adotadas sejam direcionadas para estimular valor para a comunidade local e seus colaboradores;
a adesão das partes interessadas a boas práticas socioambien- ▪ Adota indicadores de eficiência corporativa que conside-
tais, além da legislação inerente ao tema. rem o uso de recursos naturais e materiais (águas, energia, resí-
• A atuação seja pautada de forma a promover a redução duos) em sua mensuração.
das desigualdades sociais e a erradicação da pobreza, com foco Como garantias imobiliárias oferecidas, não são aceitos
em disponibilizar acesso a oportunidades de desenvolvimento imóveis com indícios de contaminação do solo ou em águas sub-
socioeconômico para grupos e/ou indivíduos em situação de vul- terrâneas , conforme SARB14/FEBRABAN.
nerabilidade.
• A promoção da cidadania e do acesso a serviços financei- 6. Atuação preventiva e gerenciamento de riscos relaciona-
ros impulsionem a inclusão socioeconômica e financeira da po- dos à Responsabilidade Socioambiental
pulação por meio do fomento à bancarização, da oferta de pro- A CAIXA avalia os riscos socioambientais em seus relacio-
dutos adequados às suas necessidades e do estímulo à educação namentos e define sobre o não fornecimento de crédito, finan-
financeira para o consumo responsável e consciente. ciamento ou relacionamento com empresas, pessoas e fornece-
• As ações sociais voluntárias promovidas por empregados dores quando houver a identificação das seguintes ocorrências:
CAIXA sejam incentivadas como meio de gerar valor para a so- ▪ Violação de Políticas, normativos e códigos de conduta da
ciedade. CAIXA e suas subsidiárias;
• Toda e qualquer violação de direitos humanos e práticas ▪ Descumprimento de obrigações da legislação e regulamen-
de atos discriminatórios seja repelida. tação trabalhista relativa à saúde e segurança ocupacional apli-
• Os negócios, processos e relacionamentos prezem pelo cável;
respeito ao meio ambiente, pela proteção e conservação dos ▪ Não adoção de medidas e ações para evitar, corrigir, com-
ecossistemas, dos recursos hídricos e da biodiversidade. pensar ou mitigar danos e/ou impactos que possam ser causa-
• Seja reprovada toda e qualquer prática que descumpra a dos ao meio ambiente, saúde e segurança dos trabalhadores e/
legislação ambiental ou ameace a integridade e o equilíbrio dos ou terceiros, em decorrência das atividades da empresa;
ecossistemas naturais. ▪ Utilização de mão-de-obra infantil ou trabalho análogo ao
• A avaliação e o gerenciamento do risco socioambiental es- escravo, conforme previsão em legislação;
tejam alinhados à legislação vigente, à estratégia corporativa, e ▪ Existência de atividades criminosas ou que estejam em
às boas práticas de mercado, não sendo permitido o relaciona- conflito com os princípios de integridade CAIXA;
mento com partes interessadas para as quais sejam evidencia- ▪ Ausência de licenças, autorizações e documentos compro-
das práticas que não estejam aderentes às exigências de caráter batórios aplicáveis às atividades-fim do cliente relacionados à
socioambiental. Responsabilidade Socioambiental.
• O envolvimento com entidades e órgãos governamentais
e com reguladores seja realizado de modo transparente e cola- Em relação a seus fornecedores, a CAIXA:
borativo, assegurando a atuação da CAIXA como um dos princi- ▪ Preza pela conduta ética no relacionamento, especialmen-
pais agentes financiadores e promotores de políticas públicas te em relação ao combate à corrupção;
em prol do desenvolvimento sustentável do País, observando, ▪ Adota mecanismos que mitiguem o não atendimento às
para tanto, os instrumentos e formalidades legais pertinentes. normas e requisitos de segurança no trabalho e/ou ao descum-
primento de obrigações trabalhistas;
5. Atuação ativa na disseminação de boas práticas e Res- ▪ Não contrata ou realiza parcerias com empresas que utili-
ponsabilidade Socioambiental zem mão-de-obra infantil em quaisquer de suas atividades, que
Como principal parceiro do governo em seus desafios e ne- mantenham relação de emprego/trabalho, de forma direta ou
gócios, a CAIXA trabalha de forma a garantir os resultados sus- indireta, com menor de 18 anos de idade em trabalho notur-
tentáveis para o Conglomerado e promover a transformação no, perigoso e insalubre, nem menor de 16 anos de idade em
social por meio do desenvolvimento sustentável, incentivando a qualquer trabalho, salvo na condição de aprendiz, a partir de
adoção de boas práticas de sustentabilidade exemplificadas na 14 anos;
relação a seguir: ▪ Exige que as condições do item anterior sejam adotadas
▪ Atua para orientar o tomador de crédito e/ou de financia- nos ajustes firmados com os fornecedores de seus insumos e/ou
mento, de forma a induzir a adoção de práticas de produção e prestadores de serviços;
consumos sustentáveis; ▪ Não contrata ou realiza parcerias com empresas que uti-
▪ Por meio dos objetivos empresariais de inovação e experi- lizem, em quaisquer de suas atividades, mão-de-obra em con-
mentação, promove melhorias em processos para redução e mi- dição de trabalho degradante ou análoga à escravidão, práticas
tigação dos impactos econômicos, sociais e ambientais diretos e discriminatórias em razão de crença religiosa, deficiência, raça,
indiretos em suas atividades; cor, sexo, orientação sexual, partido político, classe social ou na-
▪ Garante a avaliação prévia de novas modalidades de pro- cionalidade;
dutos e serviços, estabelecida através da avaliação de riscos e ▪ Exige, de todos os fornecedores e empresas participadas, a
oportunidades no lançamento e reposicionamento dos produtos assinatura do termo de recebimento, ciência e adesão ao Código
e serviços; de Conduta do Fornecedor CAIXA.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Não são admitidas exceções às ocorrências impeditivas no 8. Acessibilidade
item anterior, sendo requisito para a retomada do relaciona- Na condição de “Banco de Todos os Brasileiros”, a CAIXA
mento integral com a CAIXA o tratamento e resolução do fator trabalha para que suas dependências, informações, comunica-
impeditivo. ções, sistemas, tecnologias, produtos e serviços sejam acessíveis
O modelo adotado para avaliação e gerenciamento de risco a toda sociedade em igualdade de oportunidades, prezando pela
socioambiental prevê: segurança e autonomia.
▪ Identificação, classificação, avaliação, monitoramento, Sempre que possível, o banco adota ações inclusivas volta-
mitigação e controle do risco socioambiental nas atividades e das para indivíduos e/ou grupos em situação de vulnerabilidade.
operações da CAIXA e suas subsidiárias;
▪ Aplicação das diretrizes específicas para setores e segmen- 9. Transparência
tos sensíveis que representem maior potencial de impacto so- Assegura a transparência no cumprimento de sua Política
cioambiental negativo; de Responsabilidade Socioambiental, por meio da divulgação
eficaz, oportuna, clara, verdadeira, precisa e tempestiva de in-
▪ Aplicação das diretrizes estabelecidas pelos Princípios do
formações que proporcionem às partes interessadas o acompa-
Equador e demais protocolos, pactos e convenções nacionais e
nhamento e o entendimento da atuação e do desempenho da
internacionais, quando aplicáveis, na gestão de ativos (próprios
empresa nos aspectos econômicofinanceiro e socioambiental.
e de terceiros), nas operações corporativas e nas análises de ris-
Colabora com os poderes públicos, inclusive com o Ministé-
cos de clientes e projetos; rio Público, o Judiciário e os órgãos ambientais federais, estadu-
▪ Manutenção de registro de dados relativos às perdas efe- ais e municipais, em apurações de caráter socioambiental que
tivas em função de danos socioambientais. decorram de suas atividades e operações.
▪ Avaliação às mudanças legais, regulamentares e de mer- A CAIXA se dispõe a fornecer informações pertinentes, desde
cado. que estas não firam a legislação aplicável e eventuais obrigações
Para fins de concessão do crédito a CAIXA considera o risco contratuais, principalmente no que se refere aos deveres de sigilo.
socioambiental como um componente das diversas modalidades
de risco a que está exposta. 10. Responsabilidades
Os novos investimentos a serem realizados pela CAIXA em É responsabilidade de todas as unidades da CAIXA e do Con-
companhias nas quais detenha direitos de sócio, que assegurem glomerado, quando couber, aplicar as diretrizes desta política
a instituição preponderância nas deliberações sociais, poder de em seus processos e normas para a efetiva gestão das atividades
eleger ou destituir a maioria dos administradores, controle ope- do Conglomerado CAIXA.
racional efetivo ou controle societário, devem ser precedidos de É de reponsabilidade dos dirigentes, conselheiros e empre-
avaliação, para verificar o grau de aderência a esta Política e às gados CAIXA observar as diretrizes desta Política.
normas internas da instituição. É de reponsabilidade dos dirigentes, conselheiros e empre-
gados do Conglomerado CAIXA observar as diretrizes desta Polí-
7. Engajamento com as partes interessadas tica, no que couber.
Ações adotadas pela CAIXA no relacionamento com as par- É de responsabilidade dos parceiros e terceirizados obser-
tes interessadas: var as diretrizes desta Política, no que couber.
▪ Desenvolver estratégias para estimular a adesão das par-
tes interessadas à práticas socioambientais;
LEI Nº 7.998/1990 (PROGRAMA DESEMPREGO E ABO-
▪ Manter o diálogo com os públicos interno e externo por
NO SALARIAL - BENEFICIÁRIOS E CRITÉRIOS PARA
meio de canais e instrumentos adequados e de fácil acesso; SAQUE)
▪ Promover o desenvolvimento de competências e habilida-
des necessárias a seus empregados para a implementação das
diretrizes desta Política e em normas internas institucionais, LEI Nº 7.998, DE 11 DE JANEIRO DE 1990.
com foco na equidade no ambiente de trabalho e na melhoria
do clima organizacional; Regula o Programa do Seguro-Desemprego, o Abono Sa-
▪ Ter fatores relacionados à responsabilidade socioambien- larial, institui o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), e dá
outras providências.
tal como premissas no estabelecimento de metas e incentivos,
bem como nos processos de promoção, avaliação e remunera-
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso
ção;
Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
▪ Manter envolvimento transparente, ético e colaborativo
com entidades e órgãos governamentais e reguladores, assegu- Art. 1º Esta Lei regula o Programa do Seguro-Desemprego e
rando sua atuação como um dos principais agentes financiadores o abono de que tratam o inciso II do art. 7º, o inciso IV do art.
e promotores de políticas públicas em prol do desenvolvimento 201 e o art. 239, da Constituição Federal, bem como institui o
econômico e socioambiental do País, valendo-se e observando, Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT)
para tanto, dos instrumentos e formalidades legais pertinentes;
▪ Formular estratégias para o engajamento de seus forne- DO PROGRAMA DE SEGURO-DESEMPREGO
cedores induzindo a adoção de práticas que visem à mitigação Art. 2º O programa do seguro-desemprego tem por finalida-
das mudanças climáticas e à segurança hídrica, como a análise de: (Redação dada pela Lei nº 8.900, de 30.06.94)
dos riscos e oportunidades e a ampliação de conhecimentos e I - prover assistência financeira temporária ao trabalhador
experiências; desempregado em virtude de dispensa sem justa causa, inclusi-
▪ Incentivar a participação no processo de elaboração e re- ve a indireta, e ao trabalhador comprovadamente resgatado de
visão desta Política. regime de trabalho forçado ou da condição análoga à de escra-
vo; (Redação dada pela Lei nº 10.608, de 20.12.2002)

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
II - auxiliar os trabalhadores na busca ou preservação do nos termos do art. 18 da Lei no 12.513, de 26 de outubro de
emprego, promovendo, para tanto, ações integradas de orienta- 2011, ofertado por meio da Bolsa-Formação Trabalhador conce-
ção, recolocação e qualificação profissional. (Redação dada pela dida no âmbito do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Téc-
Medida Provisória nº 2.164-41, de 2001) nico e Emprego (Pronatec), instituído pela Lei no 12.513, de 26
Art. 2o-A. Para efeito do disposto no inciso II do art. 2o, fica de outubro de 2011, ou de vagas gratuitas na rede de educação
instituída a bolsa de qualificação profissional, a ser custeada profissional e tecnológica. (Incluído pela Lei nº 13.134, de 2015)
pelo Fundo de Amparo ao Trabalhador - FAT, à qual fará jus o § 1o A União poderá condicionar o recebimento da assistên-
trabalhador que estiver com o contrato de trabalho suspenso cia financeira do Programa de Seguro-Desemprego à comprova-
em virtude de participação em curso ou programa de qualifi- ção da matrícula e da frequência do trabalhador segurado em
cação profissional oferecido pelo empregador, em conformida- curso de formação inicial e continuada ou qualificação profissio-
de com o disposto em convenção ou acordo coletivo celebrado nal, com carga horária mínima de 160 (cento e sessenta) horas.
para este fim. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.164-41, de (Incluído pela Lei nº 12.513, de 2011)
2001) § 2o O Poder Executivo regulamentará os critérios e requi-
Art. 2o-B. (Revogado pela Lei nº 13.134, de 2015) sitos para a concessão da assistência financeira do Programa de
Art. 2o-C O trabalhador que vier a ser identificado como Seguro-Desemprego nos casos previstos no § 1o, considerando
submetido a regime de trabalho forçado ou reduzido a condição a disponibilidade de bolsas-formação no âmbito do Pronatec ou
análoga à de escravo, em decorrência de ação de fiscalização do de vagas gratuitas na rede de educação profissional e tecnoló-
Ministério do Trabalho e Emprego, será dessa situação resgata- gica para o cumprimento da condicionalidade pelos respectivos
do e terá direito à percepção de três parcelas de seguro-desem- beneficiários. (Incluído pela Lei nº 12.513, de 2011)
prego no valor de um salário mínimo cada, conforme o disposto § 3o A oferta de bolsa para formação dos trabalhadores de
no § 2o deste artigo. (Incluído pela Lei nº 10.608, de 20.12.2002) que trata este artigo considerará, entre outros critérios, a capa-
§ 1o O trabalhador resgatado nos termos do caput deste cidade de oferta, a reincidência no recebimento do benefício, o
artigo será encaminhado, pelo Ministério do Trabalho e Empre- nível de escolaridade e a faixa etária do trabalhador. (Incluído
go, para qualificação profissional e recolocação no mercado de pela Lei nº 12.513, de 2011)
trabalho, por meio do Sistema Nacional de Emprego - SINE, na § 4o O registro como Microempreendedor Individual - MEI,
forma estabelecida pelo Conselho Deliberativo do Fundo de Am- de que trata o art. 18-A da Lei Complementar no 123, de 14 de
paro ao Trabalhador - CODEFAT. (Incluído pela Lei nº 10.608, de dezembro de 2006, não comprovará renda própria suficiente à
20.12.2002) manutenção da família, exceto se demonstrado na declaração
§ 2o Caberá ao CODEFAT, por proposta do Ministro de Es- anual simplificada da microempresa individual. (Incluído pela Lei
tado do Trabalho e Emprego, estabelecer os procedimentos ne- Complementar nº 155, de 2016) Produção de efeito
cessários ao recebimento do benefício previsto no caput deste Art. 3o-A. A periodicidade, os valores, o cálculo do número
artigo, observados os respectivos limites de comprometimento de parcelas e os demais procedimentos operacionais de paga-
dos recursos do FAT, ficando vedado ao mesmo trabalhador o mento da bolsa de qualificação profissional, nos termos do art.
recebimento do benefício, em circunstâncias similares, nos doze 2o-A desta Lei, bem como os pré-requisitos para habilitação se-
meses seguintes à percepção da última parcela. (Incluído pela rão os mesmos adotados em relação ao benefício do Seguro-De-
Lei nº 10.608, de 20.12.2002) semprego, exceto quanto à dispensa sem justa causa. (Incluído
Art. 3º Terá direito à percepção do seguro-desemprego o pela Medida Provisória nº 2.164-41, de 2001)
trabalhador dispensado sem justa causa que comprove: Art. 4o O benefício do seguro-desemprego será concedido
I - ter recebido salários de pessoa jurídica ou de pessoa ao trabalhador desempregado, por período máximo variável de
física a ela equiparada, relativos a: (Redação dada pela Lei nº 3 (três) a 5 (cinco) meses, de forma contínua ou alternada, a
13.134, de 2015) cada período aquisitivo, contados da data de dispensa que deu
a) pelo menos 12 (doze) meses nos últimos 18 (dezoito) me- origem à última habilitação, cuja duração será definida pelo
ses imediatamente anteriores à data de dispensa, quando da Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Co-
primeira solicitação; (Incluído pela Lei nº 13.134, de 2015) defat). (Redação dada pela Lei nº 13.134, de 2015)
b) pelo menos 9 (nove) meses nos últimos 12 (doze) meses § 1o O benefício do seguro-desemprego poderá ser retoma-
imediatamente anteriores à data de dispensa, quando da segun- do a cada novo período aquisitivo, satisfeitas as condições arro-
da solicitação; e (Incluído pela Lei nº 13.134, de 2015) ladas nos incisos I, III, IV e V do caput do art. 3o. (Incluído pela
c) cada um dos 6 (seis) meses imediatamente anteriores à Lei nº 13.134, de 2015)
data de dispensa, quando das demais solicitações; (Incluído pela § 2o A determinação do período máximo mencionado no
Lei nº 13.134, de 2015) caput observará a seguinte relação entre o número de parcelas
II - (Revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.134, de 2015) mensais do benefício do seguro-desemprego e o tempo de servi-
III - não estar em gozo de qualquer benefício previdenciário ço do trabalhador nos 36 (trinta e seis) meses que antecederem
de prestação continuada, previsto no Regulamento dos Benefí- a data de dispensa que originou o requerimento do seguro-de-
cios da Previdência Social, excetuado o auxílio-acidente e o au- semprego, vedado o cômputo de vínculos empregatícios utili-
xílio suplementar previstos na Lei nº 6.367, de 19 de outubro de zados em períodos aquisitivos anteriores: (Incluído pela Lei nº
1976, bem como o abono de permanência em serviço previsto 13.134, de 2015)
na Lei nº 5.890, de 8 de junho de 1973; I - para a primeira solicitação: (Incluído pela Lei nº 13.134,
IV - não estar em gozo do auxílio-desemprego; e de 2015)
V - não possuir renda própria de qualquer natureza suficien- a) 4 (quatro) parcelas, se o trabalhador comprovar vínculo
te à sua manutenção e de sua família. empregatício com pessoa jurídica ou pessoa física a ela equipa-
VI - matrícula e frequência, quando aplicável, nos termos do rada de, no mínimo, 12 (doze) meses e, no máximo, 23 (vinte e
regulamento, em curso de formação inicial e continuada ou de três) meses, no período de referência; ou (Incluído pela Lei nº
qualificação profissional habilitado pelo Ministério da Educação, 13.134, de 2015)

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
b) 5 (cinco) parcelas, se o trabalhador comprovar vínculo Art. 4o-A. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.134, de 2015)
empregatício com pessoa jurídica ou pessoa física a ela equipa- Art. 5º O valor do benefício será fixado em Bônus do Tesou-
rada de, no mínimo, 24 (vinte e quatro) meses, no período de ro Nacional (BTN), devendo ser calculado segundo 3 (três) faixas
referência; (Incluído pela Lei nº 13.134, de 2015) salariais, observados os seguintes critérios:
II - para a segunda solicitação: (Incluído pela Lei nº 13.134, I - até 300 (trezentos) BTN, multiplicar-se-á o salário médio
de 2015) dos últimos 3 (três) meses pelo fator 0,8 (oito décimos);
a) 3 (três) parcelas, se o trabalhador comprovar vínculo em- II - de 300 (trezentos) a 500 (quinhentos) BTN aplicar-se-á,
pregatício com pessoa jurídica ou pessoa física a ela equiparada até o limite do inciso anterior, a regra nele contida e, no que
de, no mínimo, 9 (nove) meses e, no máximo, 11 (onze) meses, exceder, o fator 0,5 (cinco décimos);
no período de referência; (Incluído pela Lei nº 13.134, de 2015) III - acima de 500 (quinhentos) BTN, o valor do benefício
b) 4 (quatro) parcelas, se o trabalhador comprovar vínculo será igual a 340 (trezentos e quarenta) BTN.
empregatício com pessoa jurídica ou pessoa física a ela equipa- § 1º Para fins de apuração do benefício, será considerada a
rada de, no mínimo, 12 (doze) meses e, no máximo, 23 (vinte e média dos salários dos últimos 3 (três) meses anteriores à dis-
três) meses, no período de referência; ou (Incluído pela Lei nº pensa, devidamente convertidos em BTN pelo valor vigente nos
13.134, de 2015) respectivos meses trabalhados.
c) 5 (cinco) parcelas, se o trabalhador comprovar vínculo § 2º O valor do benefício não poderá ser inferior ao valor do
empregatício com pessoa jurídica ou pessoa física a ela equipa- salário mínimo.
rada de, no mínimo, 24 (vinte e quatro) meses, no período de § 3º No pagamento dos benefícios, considerar-se-á:
referência; (Incluído pela Lei nº 13.134, de 2015) I - o valor do BTN ou do salário mínimo do mês imediata-
III - a partir da terceira solicitação: (Incluído pela Lei nº mente anterior, para benefícios colocados à disposição do bene-
13.134, de 2015) ficiário até o dia 10 (dez) do mês;
a) 3 (três) parcelas, se o trabalhador comprovar vínculo em- II - o valor do BTN ou do salário mínimo do próprio mês, para
pregatício com pessoa jurídica ou pessoa física a ela equiparada benefícios colocados à disposição do beneficiário após o dia 10
de, no mínimo, 6 (seis) meses e, no máximo, 11 (onze) meses, (dez) do mês.
no período de referência; (Incluído pela Lei nº 13.134, de 2015) Art. 6º O seguro-desemprego é direito pessoal e intransferí-
b) 4 (quatro) parcelas, se o trabalhador comprovar vínculo vel do trabalhador, podendo ser requerido a partir do sétimo dia
empregatício com pessoa jurídica ou pessoa física a ela equipa- subseqüente à rescisão do contrato de trabalho.
rada de, no mínimo, 12 (doze) meses e, no máximo, 23 (vinte e Art. 7º O pagamento do benefício do seguro-desemprego
três) meses, no período de referência; ou (Incluído pela Lei nº será suspenso nas seguintes situações:
13.134, de 2015) I - admissão do trabalhador em novo emprego;
c) 5 (cinco) parcelas, se o trabalhador comprovar vínculo II - início de percepção de benefício de prestação continu-
empregatício com pessoa jurídica ou pessoa física a ela equipa- ada da Previdência Social, exceto o auxílio-acidente, o auxílio
rada de, no mínimo, 24 (vinte e quatro) meses, no período de suplementar e o abono de permanência em serviço;
referência. (Incluído pela Lei nº 13.134, de 2015) III - início de percepção de auxílio-desemprego.
§ 3o A fração igual ou superior a 15 (quinze) dias de trabalho IV - recusa injustificada por parte do trabalhador desempre-
será havida como mês integral para os efeitos do § 2o. (Incluído gado em participar de ações de recolocação de emprego, con-
pela Lei nº 13.134, de 2015) forme regulamentação do Codefat. (Incluído pela Lei nº 13.134,
§ 4o Nos casos em que o cálculo da parcela do seguro-de- de 2015)
semprego resultar em valores decimais, o valor a ser pago deve- Art. 7o-A. O pagamento da bolsa de qualificação profissional
rá ser arredondado para a unidade inteira imediatamente supe- será suspenso se ocorrer a rescisão do contrato de trabalho. (In-
rior. (Incluído pela Lei nº 13.134, de 2015) cluído pela Medida Provisória nº 2.164-41, de 2001)
§ 5o O período máximo de que trata o caput poderá ser ex- Art. 8o O benefício do seguro-desemprego será cancelado:
cepcionalmente prolongado por até 2 (dois) meses, para gru- (Redação dada pela Lei nº 12.513, de 2011)
pos específicos de segurados, a critério do Codefat, desde que I - pela recusa por parte do trabalhador desempregado de
o gasto adicional representado por esse prolongamento não ul- outro emprego condizente com sua qualificação registrada ou
trapasse, em cada semestre, 10% (dez por cento) do montante declarada e com sua remuneração anterior; (Redação dada pela
da reserva mínima de liquidez de que trata o § 2o do art. 9o da Lei nº 12.513, de 2011)
Lei no 8.019, de 11 de abril de 1990. (Incluído pela Lei nº 13.134, II - por comprovação de falsidade na prestação das infor-
de 2015) mações necessárias à habilitação; (Redação dada pela Lei nº
§ 6o Na hipótese de prolongamento do período máximo de 12.513, de 2011)
percepção do benefício do seguro-desemprego, o Codefat ob- III - por comprovação de fraude visando à percepção indevi-
servará, entre outras variáveis, a evolução geográfica e setorial da do benefício do seguro-desemprego; ou (Redação dada pela
das taxas de desemprego no País e o tempo médio de desem- Lei nº 12.513, de 2011)
prego de grupos específicos de trabalhadores. (Incluído pela Lei IV - por morte do segurado. (Redação dada pela Lei nº
nº 13.134, de 2015) 12.513, de 2011)
§ 7o O Codefat observará as estatísticas do mercado de tra- § 1o Nos casos previstos nos incisos I a III deste artigo, será
balho, inclusive o tempo médio de permanência no emprego, suspenso por um período de 2 (dois) anos, ressalvado o prazo
por setor, e recomendará ao Ministro de Estado do Trabalho e de carência, o direito do trabalhador à percepção do seguro-de-
Emprego a adoção de políticas públicas que julgar adequadas à semprego, dobrando-se este período em caso de reincidência.
mitigação da alta rotatividade no emprego. (Incluído pela Lei nº (Incluído pela Lei nº 12.513, de 2011)
13.134, de 2015)

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§ 2o O benefício poderá ser cancelado na hipótese de o be- Art. 9o-A. O abono será pago pelo Banco do Brasil S.A. e pela
neficiário deixar de cumprir a condicionalidade de que trata o § Caixa Econômica Federal mediante: (Incluído pela Lei nº 13.134,
1o do art. 3o desta Lei, na forma do regulamento. (Incluído pela de 2015)
Lei nº 12.513, de 2011) I - depósito em nome do trabalhador; (Incluído pela Lei nº
Art. 8o-A. O benefício da bolsa de qualificação profissional 13.134, de 2015)
será cancelado nas seguintes situações: (Incluído pela Medida II - saque em espécie; ou (Incluído pela Lei nº 13.134, de
Provisória nº 2.164-41, de 2001) 2015)
I - fim da suspensão contratual e retorno ao trabalho; (Inclu- III - folha de salários. (Incluído pela Lei nº 13.134, de 2015)
ído pela Medida Provisória nº 2.164-41, de 2001) § 1o Ao Banco do Brasil S.A. caberá o pagamento aos ser-
II - por comprovação de falsidade na prestação das informa- vidores e empregados dos contribuintes mencionados no art.
ções necessárias à habilitação; (Incluído pela Medida Provisória 14 do Decreto-Lei no 2.052, de 3 de agosto de 1983, e à Caixa
nº 2.164-41, de 2001) Econômica Federal, aos empregados dos contribuintes a que se
III - por comprovação de fraude visando à percepção inde- refere o art. 15 desse Decreto-Lei. (Incluído pela Lei nº 13.134,
vida da bolsa de qualificação profissional; (Incluído pela Medida de 2015)
Provisória nº 2.164-41, de 2001) § 2o As instituições financeiras pagadoras manterão em seu
IV - por morte do beneficiário. (Incluído pela Medida Provi- poder, à disposição das autoridades fazendárias, por processo
sória nº 2.164-41, de 2001) que possibilite sua imediata recuperação, os comprovantes de
Art. 8o-B. Na hipótese prevista no § 5o do art. 476-A da pagamentos efetuados. (Incluído pela Lei nº 13.134, de 2015)
Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, as parcelas da bolsa de
qualificação profissional que o empregado tiver recebido serão DO FUNDO DE AMPARO AO TRABALHADOR
descontadas das parcelas do benefício do Seguro-Desemprego Art. 10. É instituído o Fundo de Amparo ao Trabalhador
a que fizer jus, sendo-lhe garantido, no mínimo, o recebimento (FAT), vinculado ao Ministério do Trabalho e Emprego, desti-
de uma parcela do Seguro-Desemprego. (Incluído pela Medida nado ao custeio do Programa de Seguro-Desemprego, ao paga-
Provisória nº 2.164-41, de 2001) mento do abono salarial e ao financiamento de programas de
Art. 8o-C. Para efeito de habilitação ao Seguro-Desemprego, educação profissional e tecnológica e de desenvolvimento eco-
desconsiderar-se-á o período de suspensão contratual de que nômico. (Redação dada pela Lei nº 12.513, de 2011)
trata o art. 476-A da CLT, para o cálculo dos períodos de que Parágrafo único. O FAT é um fundo contábil, de natureza fi-
tratam os incisos I e II do art. 3o desta Lei. (Incluído pela Medida
nanceira, subordinando-se, no que couber, à legislação vigente.
Provisória nº 2.164-41, de 2001)
Art. 11. Constituem recursos do FAT:
I - o produto da arrecadação das contribuições devidas ao
DO ABONO SALARIAL
PIS e ao Pasep;
Art. 9o É assegurado o recebimento de abono salarial anu-
II - o produto dos encargos devidos pelos contribuintes, em
al, no valor máximo de 1 (um) salário-mínimo vigente na data
decorrência da inobservância de suas obrigações;
do respectivo pagamento, aos empregados que: (Redação dada
III - a correção monetária e os juros devidos pelo agente
pela Lei nº 13.134, de 2015) (Produção de efeitos)
aplicador dos recursos do fundo, bem como pelos agentes paga-
I - tenham percebido, de empregadores que contribuem
dores, incidentes sobre o saldo dos repasses recebidos;
para o Programa de Integração Social (PIS) ou para o Programa
de Formação do Patrimônio do Servidor Público (Pasep), até 2 IV - o produto da arrecadação da contribuição adicional pelo
(dois) salários mínimos médios de remuneração mensal no pe- índice de rotatividade, de que trata o § 4º do art. 239 da Cons-
ríodo trabalhado e que tenham exercido atividade remunerada tituição Federal.
pelo menos durante 30 (trinta) dias no ano-base; V - outros recursos que lhe sejam destinados.
II - estejam cadastrados há pelo menos 5 (cinco) anos no Art. 12. (Vetado).
Fundo de Participação PIS-Pasep ou no Cadastro Nacional do Art. 13. (Vetado).
Trabalhador. Art. 14. (Vetado).
Parágrafo único. (Revogado pela Medida Provisória nº 665, Art. 15. Compete aos Bancos Oficiais Federais o pagamento
de 2014) das despesas relativas ao Programa do Seguro-Desemprego e ao
§ 1o No caso de beneficiários integrantes do Fundo de Parti- abono salarial conforme normas a serem definidas pelos gesto-
cipação PIS-Pasep, serão computados no valor do abono salarial res do FAT. (Vide lei nº 8.019, de 12.5.1990)
os rendimentos proporcionados pelas respectivas contas indivi- Parágrafo único. Sobre o saldo de recursos não desembolsa-
duais. (Incluído pela Medida Provisória nº 665, de 2014) dos, os agentes pagadores remunerarão o FAT, no mínimo com
§ 2o O valor do abono salarial anual de que trata o caput correção monetária.
será calculado na proporção de 1/12 (um doze avos) do valor Art. 16. (Revogado pela Lei nº 8.019, de 11/04/90)
do salário-mínimo vigente na data do respectivo pagamento, Art. 17. (Revogado pela Lei nº 8.019, de 11/04/90)
multiplicado pelo número de meses trabalhados no ano corres-
pondente. (Incluído pela Lei nº 13.134, de 2015) (Produção de GESTÃO
efeitos) Art. 18. É instituído o Conselho Deliberativo do Fundo de
§ 3o A fração igual ou superior a 15 (quinze) dias de trabalho Amparo ao Trabalhador - CODEFAT, composto por representa-
será contada como mês integral para os efeitos do § 2o deste ar- ção de trabalhadores, empregadores e órgãos e entidades go-
tigo. (Incluído pela Lei nº 13.134, de 2015) (Produção de efeitos) vernamentais, na forma estabelecida pelo Poder Executivo. (Re-
§ 4o O valor do abono salarial será emitido em unidades dação dada pela Medida Provisória nº 2.216-37, de 200’)
inteiras de moeda corrente, com a suplementação das partes § 1º (Revogado pela Medida Provisória nº 2.216-37, de
decimais até a unidade inteira imediatamente superior. (Incluí- 2001)
do pela Lei nº 13.134, de 2015) (Produção de efeitos)

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§ 2º (Revogado pela Medida Provisória nº 2.216-37, de Art. 21. As despesas com a implantação, administração e
2001) operação do Programa do Seguro-Desemprego e do abono sala-
§ 3º Os representantes dos trabalhadores serão indicados rial, exceto as de pessoal, correrão por conta do FAT.
pelas centrais sindicais e confederações de trabalhadores; e os Art. 22. Os recursos do FAT integrarão o orçamento da segu-
representantes dos empregadores, pelas respectivas confedera- ridade social na forma da legislação pertinente.
ções.
§ 4º Compete ao Ministro do Trabalho a nomeação dos DA FISCALIZAÇÃO E PENALIDADES
membros do Codefat. Art. 23. Compete ao Ministério do Trabalho a fiscalização do
§ 5º (Revogado pela Medida Provisória nº 2.216-37, de cumprimento do Programa de Seguro-Desemprego e do abono
2001) salarial.
§ 6º Pela atividade exercida no Codefat seus membros não Art. 24. Os trabalhadores e empregadores prestarão as in-
serão remunerados. formações necessárias, bem como atenderão às exigências para
Art. 19. Compete ao Codefat gerir o FAT e deliberar sobre as a concessão do seguro-desemprego e o pagamento do abono sa-
seguintes matérias: larial, nos termos e prazos fixados pelo Ministério do Trabalho.
I - (Vetado). Art. 25. O empregador que infringir os dispositivos desta
II - aprovar e acompanhar a execução do Plano de Trabalho Lei estará sujeito a multas de 400 (quatrocentos) a 40.000 (qua-
Anual do Programa do Seguro-Desemprego e do abono salarial e renta mil) BTN, segundo a natureza da infração, sua extensão e
os respectivos orçamentos; intenção do infrator, a serem aplicadas em dobro, no caso de
III - deliberar sobre a prestação de conta e os relatórios de reincidência, oposição à fiscalização ou desacato à autoridade.
execução orçamentária e financeira do FAT; § 1º Serão competentes para impor as penalidades as Dele-
IV - elaborar a proposta orçamentária do FAT, bem como gacias Regionais do Trabalho, nos termos do Título VII da Conso-
suas alterações; lidação das Leis do Trabalho (CLT).
V - propor o aperfeiçoamento da legislação relativa ao segu- § 2º Além das penalidades administrativas já referidas, os
ro-desemprego e ao abono salarial e regulamentar os dispositi- responsáveis por meios fraudulentos na habilitação ou na per-
vos desta Lei no âmbito de sua competência;
cepção do seguro-desemprego serão punidos civil e criminal-
VI - decidir sobre sua própria organização, elaborando seu
mente, nos termos desta Lei.
regimento interno;
Art. 25-A. O trabalhador que infringir o disposto nesta Lei
VII - analisar relatórios do agente aplicador quanto à forma,
e houver percebido indevidamente parcela de seguro-desem-
prazo e natureza dos investimentos realizados;
prego sujeitar-se-á à compensação automática do débito com o
VIII - fiscalizar a administração do fundo, podendo solicitar
novo benefício, na forma e no percentual definidos por resolu-
informações sobre contratos celebrados ou em vias de celebra-
ção do Codefat. (Incluído pela Lei nº 13.134, de 2015)
ção e quaisquer outros atos;
§ 1o O ato administrativo de compensação automática po-
IX - definir indexadores sucedâneos no caso de extinção ou
derá ser objeto de impugnação, no prazo de 10 (dez) dias, pelo
alteração daqueles referidos nesta Lei;
X - baixar instruções necessárias à devolução de parcelas do trabalhador, por meio de requerimento de revisão simples, o
benefício do seguro-desemprego, indevidamente recebidas; qual seguirá o rito prescrito pela Lei no 9.784, de 29 de janeiro
XI - propor alteração das alíquotas referentes às contribui- de 1999. (Incluído pela Lei nº 13.134, de 2015)
ções a que alude o art. 239 da Constituição Federal, com vistas a § 2o A restituição de valor devido pelo trabalhador de que
assegurar a viabilidade econômico-financeira do FAT; trata o caput deste artigo será realizada mediante compensação
XII - (Vetado); do saldo de valores nas datas de liberação de cada parcela ou
XIII - (Vetado); pagamento com Guia de Recolhimento da União (GRU), confor-
XIV - fixar prazos para processamento e envio ao trabalha- me regulamentação do Codefat. (Incluído pela Lei nº 13.134, de
dor da requisição do benefício do seguro-desemprego, em fun- 2015)
ção das possibilidades técnicas existentes, estabelecendo-se
como objetivo o prazo de 30 (trinta) dias; DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
XV - (Vetado); Art. 26. (Vetado).
XIV - (Vetado); Art. 27. A primeira investidura do Codefat dar-se-á no prazo
XVII - deliberar sobre outros assuntos de interesses do FAT. de 30 (trinta) dias da publicação desta Lei.
Art. 19-A. O Codefat poderá priorizar projetos das entidades Art. 28. No prazo de trinta dias as contribuições ao PIS e
integrantes do Sistema Nacional de Atendimento Socioeduca- ao Pasep, arrecadadas a partir de 5 de outubro de 1988 e não
tivo (Sinase) desde que: (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) utilizadas nas finalidades previstas no art. 239 da Constituição
(Vide) Federal, serão recolhidas como receita do FAT. (Redação dada
I - o ente federado de vinculação da entidade que solicita o pela Lei nº 8.019, de 11/04/90)
recurso possua o respectivo Plano de Atendimento Socioeduca- Parágrafo único. (Vetado).
tivo aprovado; (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) Art. 29. (Revogado pela Lei nº 8.019, de 11/04/90)
II - as entidades governamentais e não governamentais inte- Art. 30. O Poder Executivo regulamentará esta Lei no prazo
grantes do Sinase que solicitem recursos tenham se submetido de 90 (noventa) dias e apresentará projeto lei regulamentando
à avaliação nacional do atendimento socioeducativo. (Incluído a contribuição adicional pelo índice de rotatividade, de que tra-
pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) ta o § 4º do art. 239 da Constituição Federal, no prazo de 180
Art. 20. A Secretaria-Executiva do Conselho Deliberativo (cento e oitenta) dias.
será exercida pelo Ministério do Trabalho, e a ela caberão as Art. 31. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
tarefas técnico-administrativas relativas ao seguro-desemprego Art. 32. Revogam-se as disposições em contrário.
e abono salarial.

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ARTIGO 37 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL (PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: PRINCÍPIOS


DA LEGALIDADE, IMPESSOALIDADE, MORALIDADE, PUBLICIDADE E EFICIÊNCIA)

Disposições gerais e servidores públicos


A expressão Administração Pública em sentido objetivo traduz a ideia de atividade, tarefa, ação ou função de atendimento ao
interesse coletivo. Já em sentido subjetivo, indica o universo dos órgãos e pessoas que desempenham função pública.
Conjugando os dois sentidos, pode-se conceituar a Administração Pública como sendo o conjunto de pessoas e órgãos que de-
sempenham uma função de atendimento ao interesse público, ou seja, que estão a serviço da coletividade.

Princípios da Administração Pública


Nos termos do caput do Artigo 37 da CF, a administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e
eficiência.
As provas de Direito Constitucional exigem com frequência a memorização de tais princípios. Assim, para facilitar essa memo-
rização, já é de praxe valer-se da clássica expressão mnemônica “LIMPE”. Observe o quadro abaixo:

PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


L Legalidade
I Impessoalidade
M Moralidade
P Publicidade
E Eficiência
LIMPE

Passemos ao conceito de cada um deles:

Princípio da Legalidade
De acordo com este princípio, o administrador não pode agir ou deixar de agir, senão de acordo com a lei, na forma determina-
da. O quadro abaixo demonstra suas divisões.

PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
A Administração Pública somente pode fazer o que a
Em relação à Administração Pública
lei permite → Princípio da Estrita Legalidade
Em relação ao Particular O Particular pode fazer tudo que a lei não proíbe

Princípio da Impessoalidade
Em decorrência deste princípio, a Administração Pública deve servir a todos, sem preferências ou aversões pessoais ou parti-
dárias, não podendo atuar com vistas a beneficiar ou prejudicar determinadas pessoas, uma vez que o fundamento para o exercício
de sua função é sempre o interesse público.

Princípio da Moralidade
Tal princípio caracteriza-se por exigir do administrador público um comportamento ético de conduta, ligando-se aos conceitos
de probidade, honestidade, lealdade, decoro e boa-fé.
A moralidade se extrai do senso geral da coletividade representada e não se confunde com a moralidade íntima do administra-
dor (moral comum) e sim com a profissional (ética profissional).
O Artigo 37, § 4º da CF elenca as consequências possíveis, devido a atos de improbidade administrativa:

SANÇÕES AO COMETIMENTO DE ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA


Suspensão dos direitos políticos (responsabilidade política)
Perda da função pública (responsabilidade disciplinar)
Indisponibilidade dos bens (responsabilidade patrimonial)
Ressarcimento ao erário (responsabilidade patrimonial)

Princípio da Publicidade
O princípio da publicidade determina que a Administração Pública tem a obrigação de dar ampla divulgação dos atos que pra-
tica, salvo a hipótese de sigilo necessário.

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A publicidade é a condição de eficácia do ato administrativo e tem por finalidade propiciar seu conhecimento pelo cidadão e
possibilitar o controle por todos os interessados.

Princípio da Eficiência
Segundo o princípio da eficiência, a atividade administrativa deve ser exercida com presteza, perfeição e rendimento funcional,
evitando atuações amadorísticas.
Este princípio impõe à Administração Pública o dever de agir com eficiência real e concreta, aplicando, em cada caso concreto,
a medida, dentre as previstas e autorizadas em lei, que mais satisfaça o interesse público com o menor ônus possível (dever jurídico
de boa administração).
Em decorrência disso, a administração pública está obrigada a desenvolver mecanismos capazes de propiciar os melhores resul-
tados possíveis para os administrados. Portanto, a Administração Pública será considerada eficiente sempre que o melhor resultado
for atingido.

Disposições Gerais na Administração Pública


O esquema abaixo sintetiza a definição de Administração Pública:

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
DIRETA INDIRETA
Autarquias (podem ser qualificadas como agências reguladoras)
Federal
Fundações (autarquias e fundações podem ser qualificadas como
Estadual
agências executivas)
Distrital
Sociedades de economia mista
Municipal
Empresas públicas
Entes Cooperados
Não integram a Administração Pública, mas prestam serviços de interesse público. Exemplos: SESI, SENAC, SENAI, ONG’s

As disposições gerais sobre a Administração Pública estão elencadas nos Artigos 37 e 38 da CF. Vejamos:

CAPÍTULO VII
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
SEÇÃO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim
como aos estrangeiros, na forma da lei;
II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e
títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para
cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração;
III - o prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável uma vez, por igual período;
IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado em concurso público de provas ou de
provas e títulos será convocado com prioridade sobre novos concursados para assumir cargo ou emprego, na carreira;
V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a
serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às
atribuições de direção, chefia e assessoramento;
VI - é garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindical;
VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica;
VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios
de sua admissão;
IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional
interesse público;
X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados
por lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem dis-
tinção de índices;
XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da administração direta, autárquica e
fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de
mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativa-
mente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie,
dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como limite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no

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Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do § 2º A não observância do disposto nos incisos II e III impli-
Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais cará a nulidade do ato e a punição da autoridade responsável,
no âmbito do Poder Legislativo e o subsidio dos Desembargado- nos termos da lei.
res do Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e § 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário
cinco centésimos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos na administração pública direta e indireta, regulando especial-
Ministros do Supremo Tribunal Federal, no âmbito do Poder Ju- mente:
diciário, aplicável este limite aos membros do Ministério Público, I - as reclamações relativas à prestação dos serviços públi-
aos Procuradores e aos Defensores Públicos; cos em geral, asseguradas a manutenção de serviços de atendi-
XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Po- mento ao usuário e a avaliação periódica, externa e interna, da
der Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder qualidade dos serviços;
Executivo; II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a in-
XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer es- formações sobre atos de governo, observado o disposto no art.
pécies remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal 5º, X e XXXIII;
do serviço público; III - a disciplina da representação contra o exercício negli-
XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor pú- gente ou abusivo de cargo, emprego ou função na administração
blico não serão computados nem acumulados para fins de con- pública.
cessão de acréscimos ulteriores; § 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a
XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a
e empregos públicos são irredutíveis, ressalvado o disposto nos indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma
incisos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.
e 153, § 2º, I; § 5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos
XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públi- praticados por qualquer agente, servidor ou não, que causem
cos, exceto, quando houver compatibilidade de horários, obser- prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de ressar-
vado em qualquer caso o disposto no inciso XI: cimento.
a) a de dois cargos de professor; § 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito pri-
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico; vado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, asse-
de saúde, com profissões regulamentadas; gurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de
XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e dolo ou culpa.
funções e abrange autarquias, fundações, empresas públicas, § 7º A lei disporá sobre os requisitos e as restrições ao ocu-
sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades pante de cargo ou emprego da administração direta e indireta
controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público; que possibilite o acesso a informações privilegiadas.
XVIII - a administração fazendária e seus servidores fiscais § 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos
terão, dentro de suas áreas de competência e jurisdição, prece- órgãos e entidades da administração direta e indireta poderá
dência sobre os demais setores administrativos, na forma da lei; ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus admi-
XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia nistradores e o poder público, que tenha por objeto a fixação de
e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de metas de desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei
economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, dispor sobre:
neste último caso, definir as áreas de sua atuação; I - o prazo de duração do contrato;
XX - depende de autorização legislativa, em cada caso, a cria- II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, di-
ção de subsidiárias das entidades mencionadas no inciso anterior, reitos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes;
assim como a participação de qualquer delas em empresa privada; III - a remuneração do pessoal.”
XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as § 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas
obras, serviços, compras e alienações serão contratados me- e às sociedades de economia mista, e suas subsidiárias, que re-
diante processo de licitação pública que assegure igualdade de ceberem recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal ou
condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabe- dos Municípios para pagamento de despesas de pessoal ou de
leçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efeti- custeio em geral.
vas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as § 10. É vedada a percepção simultânea de proventos de apo-
exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à sentadoria decorrentes do art. 40 ou dos arts. 42 e 142 com a
garantia do cumprimento das obrigações. remuneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados
XXII - as administrações tributárias da União, dos Estados, os cargos acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos
do Distrito Federal e dos Municípios, atividades essenciais ao eletivos e os cargos em comissão declarados em lei de livre no-
funcionamento do Estado, exercidas por servidores de carreiras meação e exoneração.
específicas, terão recursos prioritários para a realização de suas § 11. Não serão computadas, para efeito dos limites remu-
atividades e atuarão de forma integrada, inclusive com o com- neratórios de que trata o inciso XI do caput deste artigo, as par-
partilhamento de cadastros e de informações fiscais, na forma celas de caráter indenizatório previstas em lei.
da lei ou convênio. § 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste
§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e artigo, fica facultado aos Estados e ao Distrito Federal fixar, em
campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, seu âmbito, mediante emenda às respectivas Constituições e Lei
informativo ou de orientação social, dela não podendo constar Orgânica, como limite único, o subsídio mensal dos Desembar-
nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pesso- gadores do respectivo Tribunal de Justiça, limitado a noventa
al de autoridades ou servidores públicos. inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal

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dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, não se aplicando o b) a segunda, com recursos próprios da empresa, calculados
disposto neste parágrafo aos subsídios dos Deputados Estaduais com base no faturamento, como segue: (Vide Lei Complementar
e Distritais e dos Vereadores. nº 17, de 1973)
§ 13. O servidor público titular de cargo efetivo poderá ser 1) no exercício de 1971, 0,15%;
readaptado para exercício de cargo cujas atribuições e respon- 2) no exercício de 1972, 0,25%;
sabilidades sejam compatíveis com a limitação que tenha sofrido 3) no exercício de 1973, 0,40%;
em sua capacidade física ou mental, enquanto permanecer nesta 4) no exercício de 1974 e subseqüentes, 0,50%.
condição, desde que possua a habilitação e o nível de escolarida- § 1º - A dedução a que se refere a alínea a deste artigo será
de exigidos para o cargo de destino, mantida a remuneração do feita sem prejuízo do direito de utilização dos incentivos fiscais
cargo de origem. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, previstos na legislação em vigor e calculada com base no valor
de 2019) do Imposto de Renda devido, nas seguintes proporções:
§ 14. A aposentadoria concedida com a utilização de tempo a) no exercício de 1971 -> 2%;
de contribuição decorrente de cargo, emprego ou função públi- b) no exercício de 1972 - 3%;
ca, inclusive do Regime Geral de Previdência Social, acarretará c) no exercício de 1973 e subseqüentes - 5%.
o rompimento do vínculo que gerou o referido tempo de contri- § 2.º - As instituições financeiras, sociedades seguradoras
buição. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) e outras empresas que não realizam operações de vendas de
§ 15. É vedada a complementação de aposentadorias de ser- mercadorias participarão do Programa de Integração Social com
vidores públicos e de pensões por morte a seus dependentes que uma contribuição ao Fundo de Participação de, recursos pró-
não seja decorrente do disposto nos §§ 14 a 16 do art. 40 ou que prios de valor idêntico do que for apurado na forma do parágra-
não seja prevista em lei que extinga regime próprio de previdên- fo anterior.
cia social. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) § 3º- As empresas a título de incentivos fiscais estejam isen-
§ 16. Os órgãos e entidades da administração pública, indi- tas, ou venham a ser isentadas, do pagamento do Imposto de
vidual ou conjuntamente, devem realizar avaliação das políticas Renda, contribuirão para o Fundo de Participação, na base de
públicas, inclusive com divulgação do objeto a ser avaliado e dos cálculo como se aquele tributo fosse devido, obedecidas as per-
resultados alcançados, na forma da lei. (Incluído pela Emenda centagens previstas neste artigo.
Constitucional nº 109, de 2021) § 4º - As entidades de fins não lucrativos, que tenham em-
pregados assim definidos pela legislação trabalhista, contribui-
rão para o Fundo na forma da lei.
LEI COMPLEMENTAR Nº 7/1970 (PIS) § 5º - A Caixa Econômica Federal resolverá os casos omis-
sos, de acordo com os critérios fixados pelo Conselho Monetário
Nacional.
LEI COMPLEMENTAR Nº 7, DE 7 DE SETEMBRO DE 1970
Art. 4.º - O Conselho Nacional poderá alterar, até 50% (cin-
qüenta por cento), para mais ou para menos, os percentuais de
Institui o Programa de Integração Social, e dá outras pro-
contribuição de que trata o § 2º do art. 3º, tendo em vista a
vidências.
proporcionalidade das contribuições.
Art. 5º - A Caixa Econômica Federal emitirá, em nome de
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA: Faço saber que o Congresso
cada empregado, uma Caderneta de Participação - Programa de
Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei Complementar:
Integração Social - movimentável na forma dos arts. 8º e 9º des-
ta Lei.
Art. 1.º - É instituído, na forma prevista nesta Lei, o Progra- Art. 6.º - A efetivação dos depósitos no Fundo correspon-
ma de Integração Social, destinado a promover a integração do dente à contribuição referida na alínea b do art. 3º será proces-
empregado na vida e no desenvolvimento das empresas. sada mensalmente a partir de 1º de julho de 1971.
§ 1º - Para os fins desta Lei, entende-se por empresa a pes- Parágrafo único - A contribuição de julho será calculada com
soa jurídica, nos termos da legislação do Imposto de Renda, e base no faturamento de janeiro; a de agosto, com base no fatu-
por empregado todo aquele assim definido pela Legislação Tra- ramento de fevereiro; e assim sucessivamente.
balhista. Art. 7º - A participação do empregado no Fundo far-se-á
§ 2º - A participação dos trabalhadores avulsos, assim defi- mediante depósitos efetuados em contas individuais abertas em
nidos os que prestam serviços a diversas empresas, sem relação nome de cada empregado, obedecidos os seguintes critérios:
empregatícia, no Programa de Integração Social, far-se-á nos a) 50% (cinqüenta por cento) do valor destinado ao Fundo
termos do Regulamento a ser baixado, de acordo com o art. 11 será dividido em partes proporcionais ao montante de salários
desta Lei. recebidos no período);
Art. 2º - O Programa de que trata o artigo anterior será exe- b) os 50% (cinqüenta por cento) restantes serão divididos
cutado mediante Fundo de Participação, constituído por depósi- em partes proporcionais aos qüinqüênios de serviços prestados
tos efetuados pelas empresas na Caixa Econômica Federal. pelo empregado.
Parágrafo único - A Caixa Econômica Federal poderá cele- § 1º - Para os fins deste artigo, a Caixa Econômica Federal,
brar convênios com estabelecimentos da rede bancária nacional, com base nas Informações fornecidas pelas empresas, no prazo
para o fim de receber os depósitos a que se refere este artigo. de 180 (cento e oitenta) dias, contados da publicação desta Lei,
Art. 3º - O Fundo de Participação será constituído por duas organizará um Cadastro - Geral dos participantes do Fundo, na
parcelas: forma que for estabelecida em regulamento.
a) a primeira, mediante dedução do Imposto de Renda devi- § 2º - A omissão dolosa de nome de empregado entre os
do, na forma estabelecida no § 1º deste artigo, processando-se participantes do Fundo sujeitará a empresa a multa, em benefí-
o seu recolhimento ao Fundo juntamente com o pagamento do cio do Fundo, no valor de 10 (dez) meses de salários, devidos ao
Imposto de Renda; empregado cujo nome houver sido omitido.

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§ 3º - Igual penalidade será aplicada em caso de declaração e) demais receitas patrimoniais e financeiras.
falsa sobre o valor do salário e do tempo de serviço do empre- § 2º As contas vinculadas em nome dos trabalhadores são
gado na empresa. absolutamente impenhoráveis.
Art. 8º - (Revogado pela Lei Complementar nº 26, de 1975) Art. 3o O FGTS será regido por normas e diretrizes estabe-
Art. 9º - (Revogado pela Lei Complementar nº 26, de 1975) lecidas por um Conselho Curador, composto por representação
Art. 10 - As obrigações das empresas, decorrentes desta Lei, de trabalhadores, empregadores e órgãos e entidades governa-
são de caráter exclusivamente fiscal, não gerando direitos de mentais, na forma estabelecida pelo Poder Executivo. (Redação
natureza trabalhista nem incidência de qualquer contribuição dada pela Lei nº 9.649, de 1998) (Vide Medida Provisória nº
previdencíária em relação a quaisquer prestações devidas, por 2.216-37, de 2001) (Vide Decreto nº 3.101, de 2001)
lei ou por sentença judicial, ao empregado. § 1º A Presidência do Conselho Curador será exercida por
Parágrafo único - As importâncias incorporadas ao Fundo representante do Ministério do Trabalho e Previdência. (Reda-
não se classificam como rendimento do trabalho, para qualquer ção dada pela Medida Provisória nº 1.058, de 2021)
efeito da legislação trabalhista, de Previdência Social ou Fiscal § 2o (Revogado pela Medida Provisória nº 2.216-37, de
e não se incorporam aos salários ou gratificações, nem estão 2001)
sujeitas ao imposto sobre a renda e proventos de qualquer na- § 3º Os representantes dos trabalhadores e dos empregado-
tureza. res e seus suplentes serão indicados pelas respectivas centrais
Art. 11 - Dentro de 120 (cento e vinte) dias, a contar da vi- sindicais e confederações nacionais, serão nomeados pelo Poder
gência desta Lei, a Caixa Econômica Federal submeterá à apro- Executivo, terão mandato de 2 (dois) anos e poderão ser recon-
vação do Conselho Monetário Nacional o regulamento do Fun- duzidos uma única vez, vedada a permanência de uma mesma
do, fixando as normas para o recolhimento e a distribuição dos pessoa como membro titular, como suplente ou, de forma al-
recursos, assim como as diretrizes e os critérios para a sua apli- ternada, como titular e suplente, por período consecutivo su-
cação. perior a 4 (quatro) anos no Conselho. (Redação dada pela Lei nº
Parágrafo único - O Conselho Monetário Nacional pronun- 13.932, de 2019)
ciar-se-á, no prazo de 60 (sessenta) dias, a contar do seu recebi- § 4º O Conselho Curador reunir-se-á ordinariamente, a
mento, sobre o projeto de regulamento do Fundo. cada bimestre, por convocação de seu Presidente. Esgotado
Art. 12 - As disposições desta Lei não se aplicam a quaisquer esse período, não tendo ocorrido convocação, qualquer de seus
entidades integrantes da Administração Pública federal, estadu- membros poderá fazê-la, no prazo de 15 (quinze) dias. Havendo
al ou municipal, dos Territórios e do Distrito Federal, Direta ou necessidade, qualquer membro poderá convocar reunião extra-
Indireta adotando-se, em todos os níveis, para efeito de concei- ordinária, na forma que vier a ser regulamentada pelo Conselho
tuação, como entidades da Administração Indireta, os critérios Curador.
constantes dos Decretos - Leis nºs 200, de 25 de fevereiro de § 4º-A. As reuniões do Conselho Curador serão públicas,
1967, e 900, de 29 de setembro de 1969. bem como gravadas e transmitidas ao vivo por meio do sítio
Art. 13 - Esta Lei Complementar entrará em vigor na data de do FGTS na internet, o qual também possibilitará acesso a to-
sua publicação. das as gravações que tiverem sido efetuadas dessas reuniões,
Art. 14 - Revogam-se as disposições em contrário. resguardada a possibilidade de tratamento sigiloso de matérias
assim classificadas na forma da lei. (Incluído pela Lei nº 13.932,
de 2019)
LEI Nº 8.036/1990 (FGTS): POSSIBILIDADES E CONDI- § 5o As decisões do Conselho serão tomadas com a presença
ÇÕES DE UTILIZAÇÃO/SAQUE; CERTIFICADO DE REGU- da maioria simples de seus membros, tendo o Presidente voto
LARIDADE DO FGTS; GUIA DE RECOLHIMENTO (GRF) de qualidade. (Redação dada pela Lei nº 9.649, de 1998) (Vide
Medida Provisória nº 2.216-37, de 2001)
LEI Nº 8.036, DE 11 DE MAIO DE 1990. § 6º As despesas porventura exigidas para o comparecimen-
to às reuniões do Conselho constituirão ônus das respectivas
Dispõe sobre o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, e entidades representadas.
dá outras providências. § 7º As ausências ao trabalho dos representantes dos traba-
lhadores no Conselho Curador, decorrentes das atividades desse
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA , faço saber que o Congresso órgão, serão abonadas, computando-se como jornada efetiva-
Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei: mente trabalhada para todos os fins e efeitos legais.
§ 8º O Poder Executivo designará, entre os órgãos gover-
Art. 1º O Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), namentais com representação no Conselho Curador do FGTS,
instituído pela Lei nº 5.107, de 13 de setembro de 1966, passa a aquele que lhe proporcionará estrutura administrativa de supor-
reger-se por esta lei. te para o exercício de sua competência e que atuará na função
Art. 2º O FGTS é constituído pelos saldos das contas vincula- de Secretaria Executiva do colegiado, não permitido ao Presi-
das a que se refere esta lei e outros recursos a ele incorporados, dente do Conselho Curador acumular a titularidade dessa Se-
devendo ser aplicados com atualização monetária e juros, de cretaria Executiva. (Redação dada pela Lei nº 13.932, de 2019)
modo a assegurar a cobertura de suas obrigações. § 9º Aos membros do Conselho Curador, enquanto repre-
§ 1º Constituem recursos incorporados ao FGTS, nos termos sentantes dos trabalhadores, efetivos e suplentes, é assegura-
do caput deste artigo: da a estabilidade no emprego, da nomeação até um ano após o
a) eventuais saldos apurados nos termos do art. 12, § 4º; término do mandato de representação, somente podendo ser
b) dotações orçamentárias específicas; demitidos por motivo de falta grave, regularmente comprovada
c) resultados das aplicações dos recursos do FGTS; através de processo sindical.
d) multas, correção monetária e juros moratórios devidos;

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
§ 10. Os membros do Conselho Curador do FGTS serão es- c) definir a forma de deliberação, de funcionamento e a
colhidos dentre cidadãos de reputação ilibada e de notório co- composição do Comitê de Investimento; (Incluído pela Lei nº
nhecimento, e deverão ser atendidos os seguintes requisitos: 11.491, de 2007)
(Incluído pela Lei nº 13.932, de 2019) d) estabelecer o valor da remuneração da Caixa Econômica
I - ter formação acadêmica superior; e (Incluído pela Lei nº Federal pela administração e gestão do FI-FGTS, inclusive a taxa
13.932, de 2019) de risco; (Incluído pela Lei nº 11.491, de 2007)
II - não se enquadrar nas hipóteses de inelegibilidade pre- e) definir a exposição máxima de risco dos investimentos do
vistas nas alíneas “a” a “q” do inciso I do caput do art. 1º da Lei FI-FGTS; (Incluído pela Lei nº 11.491, de 2007)
Complementar nº 64, de 18 de maio de 1990. (Incluído pela Lei f) estabelecer o limite máximo de participação dos recursos
nº 13.932, de 2019) do FI-FGTS por setor, por empreendimento e por classe de ativo,
Art. 4º O gestor da aplicação dos recursos do FGTS será o observados os requisitos técnicos aplicáveis (Incluído pela Lei nº
órgão do Poder Executivo responsável pela política de habita- 11.491, de 2007)
ção, e caberá à Caixa Econômica Federal (CEF) o papel de agente g) estabelecer o prazo mínimo de resgate das cotas e de re-
operador. (Redação dada pela Lei nº 13.932, de 2019) torno dos recursos à conta vinculada, observado o disposto no
Art. 5º Ao Conselho Curador do FGTS compete: (Vide Lei § 19 do art. 20 desta Lei; (Incluído pela Lei nº 11.491, de 2007)
complementar nº 150, de 2015) h) aprovar o regulamento do FI-FGTS, elaborado pela Caixa
I - estabelecer as diretrizes e os programas de alocação de Econômica Federal; e (Incluído pela Lei nº 11.491, de 2007)
todos os recursos do FGTS, de acordo com os critérios definidos i) autorizar a integralização de cotas do FI-FGTS pelos traba-
nesta lei, em consonância com a política nacional de desenvol- lhadores, estabelecendo previamente os limites globais e indivi-
vimento urbano e as políticas setoriais de habitação popular, duais, parâmetros e condições de aplicação e resgate. (Incluído
saneamento básico e infra-estrutura urbana estabelecidas pelo pela Lei nº 11.491, de 2007)
Governo Federal; XIV - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.932, de 2019)
II - acompanhar e avaliar a gestão econômica e financeira XV - autorizar a aplicação de recursos do FGTS em outros
dos recursos, bem como os ganhos sociais e o desempenho dos fundos de investimento, no mercado de capitais e em títulos pú-
programas aprovados; blicos e privados, com base em proposta elaborada pelo agente
III - apreciar e aprovar os programas anuais e plurianuais operador, devendo o Conselho Curador regulamentar as formas
do FGTS; e condições do investimento, vedado o aporte em fundos nos
IV - aprovar as demonstrações financeiras do FGTS, com quais o FGTS seja o único cotista; (Incluído pela Lei nº 13.932,
base em parecer de auditoria externa independente, antes de de 2019)
sua publicação e encaminhamento aos órgãos de controle, bem XVI - estipular limites às tarifas cobradas pelo agente opera-
como da distribuição de resultados; (Redação dada pela Lei nº dor ou pelos agentes financeiros na intermediação da movimen-
13.932, de 2019) tação dos recursos da conta vinculada do FGTS, inclusive nas hi-
V - adotar as providências cabíveis para a correção de atos e póteses de que tratam os incisos V, VI e VII do caput do art. 20
fatos do gestor da aplicação e da CEF que prejudiquem o desem- desta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.932, de 2019)
penho e o cumprimento das finalidades no que concerne aos § 1º O Conselho Curador será assistido por um Comitê de
recursos do FGTS; (Redação dada pela Lei nº 13.932, de 2019) Auditoria e Riscos, constituído na forma do Regimento Interno,
VI - dirimir dúvidas quanto à aplicação das normas regula- cujas atribuições e condições abrangerão, no mínimo, aquelas
mentares, relativas ao FGTS, nas matérias de sua competência; estipuladas nos arts. 24 e 25, §§ 1º a 3º, da Lei nº 13.303, de
VII - aprovar seu regimento interno; 30 de junho de 2016, ao Comitê de Auditoria Estatutário das
VIII - fixar as normas e valores de remuneração do agente empresas públicas e sociedades de economia mista que forem
operador e dos agentes financeiros; aplicáveis, ainda que por similaridade, ao FGTS, e cujas despesas
IX - fixar critérios para parcelamento de recolhimentos em serão custeadas pelo Fundo, por meio de sua Secretaria Executi-
atraso; va, observado o disposto no § 3º deste artigo. (Incluído pela Lei
X - fixar critério e valor de remuneração para o exercício da nº 13.932, de 2019)
fiscalização; § 2º O Conselho Curador poderá ser assistido regularmente
XI - divulgar, no Diário Oficial da União, todas as decisões por pessoas naturais ou jurídicas especializadas em planejamen-
proferidas pelo Conselho, bem como as contas do FGTS e os res- to, em gestão de investimentos, em avaliação de programas e
pectivos pareceres emitidos. políticas, em tecnologia da informação ou em qualquer outra
XII - fixar critérios e condições para compensação entre especialização julgada necessária para subsidiá-lo no exercício
créditos do empregador, decorrentes de depósitos relativos a de suas atribuições, e as despesas decorrentes ficarão a cargo
trabalhadores não optantes, com contratos extintos, e débitos do FGTS, observado o disposto no § 3º deste artigo. (Incluído
resultantes de competências em atraso, inclusive aqueles que pela Lei nº 13.932, de 2019)
forem objeto de composição de dívida com o FGTS. (Incluído § 3º Os custos e despesas incorridos pelo FGTS não poderão
pela Lei nº 9.711, de 1998) superar limite a ser estabelecido pelo Conselho Curador, o qual
XIII - em relação ao Fundo de Investimento do Fundo de observará, no mínimo, os custos por atividades, os ganhos de es-
Garantia do Tempo de Serviço - FI-FGTS: (Incluído pela Lei nº cala e produtividade, os avanços tecnológicos e a remuneração
11.491, de 2007) praticada por outros fundos no mercado de capitais, excluídos
a) aprovar a política de investimento do FI-FGTS por pro- da base de cálculo aqueles cuja administradora receba remu-
posta do Comitê de Investimento; (Incluído pela Lei nº 11.491, neração específica, e incluirão: (Incluído pela Lei nº 13.932, de
de 2007) 2019)
b) decidir sobre o reinvestimento ou distribuição dos resul- I - os serviços de fiscalização, as atividades de arrecadação,
tados positivos aos cotistas do FI-FGTS, em cada exercício; (In- de cobrança administrativa e de emissão de certidões; (Incluído
cluído pela Lei nº 11.491, de 2007) pela Lei nº 13.932, de 2019)

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II - os serviços de cobrança judicial dos créditos inscritos em e definir as metas a serem alcançadas nas operações de crédito
dívida ativa; (Incluído pela Lei nº 13.932, de 2019) destinadas às entidades hospitalares filantrópicas, bem como a
III - os serviços contratados pela Secretaria Executiva para instituições que atuem no campo para pessoas com deficiência,
suporte às ações e decisões do Conselho Curador e do Comitê sem fins lucrativos, que participem de forma complementar do
de Auditoria e Riscos, bem como os valores despendidos com Sistema Único de Saúde (SUS). (Incluído pela Lei nº 13.832, de
terceiros; (Incluído pela Lei nº 13.932, de 2019) 2019)
IV - a capacitação dos gestores. (Incluído pela Lei nº 13.932, Art. 7º À Caixa Econômica Federal, na qualidade de agente
de 2019) operador, cabe: (Vide Lei Complementar nº 150, de 2015)
§ 4º O Conselho Curador especificará os serviços de suporte I - centralizar os recursos do FGTS, manter e controlar as
à gestão e à operação que poderão ser contratados pela Secre- contas vinculadas, e emitir regularmente os extratos individuais
taria Executiva com recursos do FGTS, cabendo-lhe aprovar o correspondentes às contas vinculadas e participar da rede arre-
montante destinado a tal finalidade no orçamento anual. (Inclu- cadadora dos recursos do FGTS;
ído pela Lei nº 13.932, de 2019) II - expedir atos normativos referentes aos procedimentos
§ 5º As auditorias externas contratadas pelo Comitê a que adiministrativo-operacionais dos bancos depositários, dos agen-
se refere o § 1º deste artigo não poderão prestar serviços ao tes financeiros, dos empregadores e dos trabalhadores, inte-
agente operador durante a execução dos contratos de auditoria grantes do sistema do FGTS;
com o FGTS. (Incluído pela Lei nº 13.932, de 2019) III - definir procedimentos operacionais necessários à exe-
§ 6º O limite de custos e despesas a que se refere o § 3º des- cução dos programas estabelecidos pelo Conselho Curador, com
te artigo não inclui taxas de risco de crédito e demais custos e base nas normas e diretrizes de aplicação elaboradas pelo ges-
despesas devidos ao agente operador e aos agentes financeiros. tor da aplicação; (Redação dada pela Lei nº 13.932, de 2019)
(Incluído pela Lei nº 13.932, de 2019) IV - elaborar as análises jurídica e econômico-financeira dos
§ 7º O limite de que trata o § 3º deste artigo será, em cada projetos de habitação popular, infra-estrutura urbana e sanea-
exercício, de até 0,04% (quatro centésimos por cento) do valor mento básico a serem financiados com recursos do FGTS;
dos ativos do FGTS ao final do exercício anterior, e, até a pu- V - emitir Certificado de Regularidade do FGTS;
blicação das respectivas demonstrações financeiras, esse limite VI - elaborar as demonstrações financeiras do FGTS, inclu-
será calculado a partir de estimativas divulgadas pelo Conselho ídos o Balanço Patrimonial, a Demonstração do Resultado do
Curador para o valor dos ativos do FGTS ao final daquele exercí- Exercício e a Demonstração de Fluxo de Caixa, em conformidade
cio. (Incluído pela Lei nº 13.932, de 2019) com as Normas Contábeis Brasileiras, e encaminhá-las, até 30 de
§ 8º A taxa de administração do FGTS devida ao agente ope- abril do exercício subsequente, ao gestor de aplicação; (Redação
rador não será superior a 0,5% (cinco décimos por cento) ao ano dada pela Lei nº 13.932, de 2019)
do valor total dos ativos do Fundo. (Incluído pela Lei nº 13.932, VII - implementar atos emanados do gestor da aplicação re-
de 2019) (Vigência) lativos à alocação e à aplicação dos recursos do FGTS, de acordo
§ 9º § 9º A taxa de administração de que trata a alínea “d” com as diretrizes estabelecidas pelo Conselho Curador; (Reda-
do inciso XIII do caput deste artigo não será superior a 0,5% (cin- ção dada pela Lei nº 13.932, de 2019)
co décimos por cento) ao ano do valor total dos ativos do FI-F- VIII - (VETADO) (Incluído pela Lei nº 9.491, de 1997)
GTS. (Incluído pela Lei nº 13.932, de 2019) (Vigência) IX - garantir aos recursos alocados ao FI-FGTS, em cotas de
Art. 6º Ao gestor da aplicação compete: (Redação dada pela titularidade do FGTS, a remuneração aplicável às contas vincu-
Lei nº 13.932, de 2019) ladas, na forma do caput do art. 13 desta Lei. (Incluído pela Lei
I - praticar todos os atos necessários à gestão da aplicação nº 11.491, de 2007)
do Fundo, de acordo com as diretrizes e programas estabeleci- X - realizar todas as aplicações com recursos do FGTS por
dos pelo Conselho Curador; meio de sistemas informatizados e auditáveis; (Incluído pela Lei
II - expedir atos normativos relativos à alocação dos recur- nº 13.932, de 2019)
sos para implementação dos programas aprovados pelo Conse- XI - colocar à disposição do Conselho Curador, em forma-
lho Curador; to digital, as informações gerenciais que estejam sob gestão do
III - elaborar orçamentos anuais e planos plurianuais de apli- agente operador e que sejam necessárias ao desempenho das
cação dos recursos, discriminados por região geográfica, e sub- atribuições daquele colegiado. (Incluído pela Lei nº 13.932, de
metê-los até 31 de julho ao Conselho Curador do FGTS; (Redação 2019)
dada pela Lei nº 14.118, de 2021) Parágrafo único. O gestor da aplicação e o agente opera-
IV - acompanhar a execução dos programas de habitação dor deverão dar pleno cumprimento aos programas anuais em
popular, saneamento básico e infraestrutura urbana previstos andamento, aprovados pelo Conselho Curador, e eventuais al-
no orçamento do FGTS e implementados pela CEF, no papel de terações somente poderão ser processadas mediante prévia
agente operador; (Redação dada pela Lei nº 13.932, de 2019) anuência daquele colegiado. (Redação dada pela Lei nº 13.932,
V - submeter à apreciação do Conselho Curador as contas de 2019)
do FGTS; Art. 8º O gestor da aplicação, o agente operador e o Conse-
VI - subsidiar o Conselho Curador com estudos técnicos ne- lho Curador do FGTS serão responsáveis pelo fiel cumprimento e
cessários ao aprimoramento operacional dos programas de ha- observância dos critérios estabelecidos nesta Lei. (Redação dada
bitação popular, saneamento básico e infra-estrutura urbana; pela Lei nº 13.932, de 2019)
VII - definir as metas a serem alcançadas nos programas de Art. 9º As aplicações com recursos do FGTS serão realizadas
habitação popular, saneamento básico e infra-estrutura urbana. exclusivamente segundo critérios fixados pelo Conselho Curador
Art. 6º-A. Caberá ao Ministério da Saúde regulamentar, do FGTS e em operações que preencham os seguintes requisitos:
acompanhar a execução, subsidiar o Conselho Curador com es- (Redação dada pela Lei nº 13.932, de 2019)
tudos técnicos necessários ao seu aprimoramento operacional I - Garantias: (Redação dada pela Lei nº 9.467, de 1997)

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a) hipotecária; (Incluída pela Lei nº 9.467, de 1997) § 3º-A. Os recursos previstos no inciso II do § 3º deste ar-
b) caução de Créditos hipotecários próprios, relativos a fi- tigo não utilizados pelas entidades hospitalares filantrópicas,
nanciamentos concedidos com recursos do agente financeiro; bem como pelas instituições que atuam no campo para pessoas
(Incluída pela Lei nº 9.467, de 1997) com deficiência, e sem fins lucrativos que participem de forma
c) caução dos créditos hipotecários vinculados aos imóveis complementar do SUS poderão ser destinados a aplicações em
objeto de financiamento; (Incluída pela Lei nº 9.467, de 1997) habitação, em saneamento básico e em infraestrutura urbana.
d) hipoteca sobre outros imóveis de propriedade do agen- (Incluído pela Lei nº 13.778, de 2018)
te financeiro, desde que livres e desembaraçados de quaisquer § 4º Os projetos de saneamento básico e infra-estrutura ur-
ônus; (Incluída pela Lei nº 9.467, de 1997) bana, financiados com recursos do FGTS, deverão ser comple-
e) cessão de créditos do agente financeiro, derivados de mentares aos programas habitacionais.
financiamentos concedidos com recursos próprios, garantidos § 5º As garantias, nas diversas modalidades discriminadas
por penhor ou hipoteca; (Incluída pela Lei nº 9.467, de 1997) no inciso I do caput deste artigo, serão admitidas singular ou
f) hipoteca sobre imóvel de propriedade de terceiros (Inclu- supletivamente, considerada a suficiência de cobertura para os
ída pela Lei nº 9.467, de 1997) empréstimos e financiamentos concedidos. (Redação dada pela
g) seguro de crédito; (Incluída pela Lei nº 9.467, de 1997) Lei nº 9.467, de 1997)
h) garantia real ou vinculação de receitas, inclusive tarifá- § 6o Mantida a rentabilidade média de que trata o § 1o, as
rias, nas aplicações contratadas com pessoa jurídica de direito aplicações em habitação popular poderão contemplar sistemá-
público ou de direito privado a ela vinculada; (Incluída pela Lei tica de desconto, direcionada em função da renda familiar do
nº 9.467, de 1997) beneficiário, onde o valor do benefício seja concedido mediante
i) aval em nota promissória; (Incluída pela Lei nº 9.467, de redução no valor das prestações a serem pagas pelo mutuário
1997) ou pagamento de parte da aquisição ou construção de imóvel,
j) fiança pessoal; (Incluída pela Lei nº 9.467, de 1997) dentre outras, a critério do Conselho Curador do FGTS. (Incluído
l) alienação fiduciária de bens móveis em garantia; (Incluída pela Medida Provisória nº 2.197-43, de 2001)
pela Lei nº 9.467, de 1997) § 6º-A. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.932, de 2019)
m) fiança bancária; (Incluída pela Lei nº 9.467, de 1997) § 6º-B. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.932, de 2019)
n) consignação de recebíveis, exclusivamente para opera- § 7o Os recursos necessários para a consecução da sistemá-
ções de crédito destinadas às entidades hospitalares filantrópi-
tica de desconto serão destacados, anualmente, do orçamento
cas, bem como a instituições que atuam no campo para pessoas
de aplicação de recursos do FGTS, constituindo reserva específi-
com deficiência, e sem fins lucrativos que participem de forma
ca, com contabilização própria. (Incluído pela Medida Provisória
complementar do Sistema Único de Saúde (SUS), em percentu-
nº 2.197-43, de 2001)
al máximo a ser definido pelo Ministério da Saúde; e (Redação
§ 8º É da União o risco de crédito nas aplicações efetuadas
dada pela Lei nº 13.778, de 2018)
até 1º de junho de 2001 pelos demais órgãos integrantes do Sis-
o) outras, a critério do Conselho Curador do FGTS; (Incluído
tema Financeiro da Habitação - SFH e pelas entidades credencia-
pela Lei nº 13.778, de 2018)
das pelo Banco Central do Brasil como agentes financeiros, su-
II - correção monetária igual à das contas vinculadas;
brogando-se nas garantias prestadas à Caixa Econômica Federal.
III - taxa de juros média mínima, por projeto, de 3 (três) por
cento ao ano; (Incluído pela Medida Provisória nº 2.196-3, de 2001)
IV - prazo máximo de trinta anos. (Redação dada pela Lei nº § 9º A Caixa Econômica Federal, o Banco do Brasil S.A. e o
8.692, de 1993) Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES
§ 1º A rentabilidade média das aplicações deverá ser sufi- poderão atuar como agentes financeiros autorizados para apli-
ciente à cobertura de todos os custos incorridos pelo Fundo e cação dos recursos do FGTS em operações de crédito destinadas
ainda à formação de reserva técnica para o atendimento de gas- às entidades hospitalares filantrópicas e sem fins lucrativos que
tos eventuais não previstos, e caberá ao agente operador o risco participem de forma complementar do SUS. (Incluído pela Medi-
de crédito. (Redação dada pela Lei nº 13.932, de 2019) da Provisória nº 848, de 2018)
§ 2º Os recursos do FGTS deverão ser aplicados em habi- § 10. Nas operações de crédito destinadas às entidades hos-
tação, em saneamento básico, em infraestrutura urbana e em pitalares filantrópicas, bem como a instituições que atuam no
operações de crédito destinadas às entidades hospitalares fi- campo para pessoas com deficiência, e sem fins lucrativos que
lantrópicas, bem como a instituições que atuam no campo para participem de forma complementar do SUS, serão observadas as
pessoas com deficiência, e sem fins lucrativos que participem de seguintes condições: (Incluído pela Lei nº 13.778, de 2018)
forma complementar do SUS, desde que as disponibilidades fi- I - a taxa de juros efetiva não será superior àquela cobrada
nanceiras sejam mantidas em volume que satisfaça as condições para o financiamento habitacional na modalidade pró-cotista ou
de liquidez e de remuneração mínima necessária à preservação a outra que venha a substituí-la; (Incluído pela Lei nº 13.778, de
do poder aquisitivo da moeda. (Redação dada pela Lei nº 13.778, 2018)
de 2018) II - a tarifa operacional única não será superior a 0,5% (cinco
§ 3º O programa de aplicações deverá destinar: (Redação décimos por cento) do valor da operação; e (Incluído pela Lei nº
dada pela Lei nº 13.778, de 2018) 13.778, de 2018)
I - no mínimo, 60% (sessenta por cento) para investimentos III - o risco das operações de crédito ficará a cargo dos agen-
em habitação popular; e, (Incluído pela Lei nº 13.778, de 2018) tes financeiros de que trata o § 9º deste artigo. (Incluído pela Lei
II - 5% (cinco por cento) para operações de crédito destina- nº 13.778, de 2018)
das às entidades hospitalares filantrópicas, bem como a institui- § 11. As entidades hospitalares filantrópicas, bem como a
ções que atuam no campo para pessoas com deficiência, e sem instituições que atuam no campo para pessoas com deficiência,
fins lucrativos que participem de forma complementar do SUS. e sem fins lucrativos que participem de forma complementar do
(Incluído pela Lei nº 13.778, de 2018) SUS deverão, para contratar operações de crédito com recursos

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
do FGTS, atender ao disposto nos incisos II e III do caput do art. a partir do dia 10 (dez) do mês de sua ocorrência. O depósito re-
4º da Lei nº 12.101, de 27 de novembro de 2009. (Incluído pela alizado fora do prazo será contabilizado no saldo no dia 10 (dez)
Lei nº 13.778, de 2018) subseqüente após atualização monetária e capitalização de juros.
Art. 9º-A. O risco das operações de crédito de que trata o § Art. 13. Os depósitos efetuados nas contas vinculadas serão
10 do art. 9º desta Lei ficará a cargo dos agentes financeiros re- corrigidos monetariamente com base nos parâmetros fixados
feridos no § 9º do art. 9º desta Lei, hipótese em que o Conselho para atualização dos saldos dos depósitos de poupança e capita-
Curador poderá definir o percentual da taxa de risco, limitado a lização juros de (três) por cento ao ano.
3% (três por cento), a ser acrescido à taxa de juros de que trata o §1º Até que ocorra a centralização prevista no item I do art.
inciso I do § 10 do art. 9º desta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.832, 7º, a atualização monetária e a capitalização de juros correrão
de 2019) à conta do Fundo e o respectivo crédito será efetuado na conta
Art. 9º-B. As garantias de que trata o inciso I do caput do vinculada no primeiro dia útil de cada mês, com base no saldo
art. 9º desta Lei podem ser exigidas isolada ou cumulativamen- existente no primeiro dia útil do mês anterior, deduzidos os sa-
te. (Incluído pela Lei nº 13.832, de 2019) ques ocorridos no período.
Art. 9º-C. As aplicações do FGTS em operações de crédito §2º Após a centralização das contas vinculadas, na Caixa
destinadas às entidades hospitalares filantrópicas, bem como a Econômica Federal, a atualização monetária e a capitalização
instituições que atuem no campo para pessoas com deficiência, de juros correrão à conta do Fundo e o respectivo crédito será
sem fins lucrativos e que participem de forma complementar do efetuado na conta vinculada, no dia 10 (dez) de cada mês, com
SUS, ocorrerão até o final do exercício de 2022. (Incluído pela Lei base no saldo existente no dia 10 (dez) do mês anterior ou no
nº 13.832, de 2019) primeiro dia útil subseqüente, caso o dia 10 (dez) seja feriado
Art. 10. O Conselho Curador fixará diretrizes e estabelece- bancário, deduzidos os saques ocorridos no período.
rá critérios técnicos para as aplicações dos recursos do FGTS, §3º Para as contas vinculadas dos trabalhadores optantes
visando: existentes à data de 22 de setembro de 1971, a capitalização
I - exigir a participação dos contratantes de financiamentos dos juros dos depósitos continuará a ser feita na seguinte pro-
nos investimentos a serem realizados; gressão, salvo no caso de mudança de empresa, quando a capi-
II - assegurar o cumprimento, por parte dos contratantes talização dos juros passará a ser feita à taxa de 3 (três) por cento
inadimplentes, das obrigações decorrentes dos financiamentos ao ano:
obtidos; I - 3 (três) por cento, durante os dois primeiros anos de per-
III - evitar distorções na aplicação entre as regiões do País, manência na mesma empresa;
considerando para tanto a demanda habitacional, a população e II - 4 (quatro) por cento, do terceiro ao quinto ano de per-
outros indicadores sociais. manência na mesma empresa;
Art. 11. Os depósitos feitos na rede bancária, a partir de 1º III - 5 (cinco) por cento, do sexto ao décimo ano de perma-
nência na mesma empresa;
de outubro de 1989, relativos ao FGTS, serão transferidos à Cai-
IV - 6 (seis) por cento, a partir do décimo primeiro ano de
xa Econômica Federal no segundo dia útil subseqüente à data
permanência na mesma empresa.
em que tenham sido efetuados.
§4º O saldo das contas vinculadas é garantido pelo Governo
Art. 12. No prazo de um ano, a contar da promulgação des-
Federal, podendo ser instituído seguro especial para esse fim.
ta lei, a Caixa Econômica Federal assumirá o controle de todas
§ 5º O Conselho Curador autorizará a distribuição de parte
as contas vinculadas, nos termos do item I do art. 7º, passando
do resultado positivo auferido pelo FGTS, mediante crédito nas
os demais estabelecimentos bancários, findo esse prazo, à con-
contas vinculadas de titularidade dos trabalhadores, observadas
dição de agentes recebedores e pagadores do FGTS, mediante
as seguintes condições, entre outras a seu critério: (Incluído pela
recebimento de tarifa, a ser fixada pelo Conselho Curador.
Lei nº 13.446, de 2017)
§1º Enquanto não ocorrer a centralização prevista no caput I - a distribuição alcançará todas as contas vinculadas que
deste artigo, o depósito efetuado no decorrer do mês será con- apresentarem saldo positivo em 31 de dezembro do exercício-
tabilizado no saldo da conta vinculada do trabalhador, no pri- -base do resultado auferido, inclusive as contas vinculadas de
meiro dia útil do mês subseqüente. que trata o art. 21 desta Lei; (Incluído pela Lei nº 13.446, de
§2º Até que a Caixa Econômica Federal implemente as dis- 2017)
posições do caput deste artigo, as contas vinculadas continuarão II - a distribuição será proporcional ao saldo de cada conta
sendo abertas em estabelecimento bancário escolhido pelo em- vinculada em 31 de dezembro do exercício-base e deverá ocor-
pregador, dentre os para tanto autorizados pelo Banco Central rer até 31 de agosto do ano seguinte ao exercício de apuração
do Brasil, em nome do trabalhador. do resultado; e (Incluído pela Lei nº 13.446, de 2017)
§3º Verificando-se mudança de emprego, até que venha a III - a distribuição do resultado auferido será de 50% (cin-
ser implementada a centralização no caput deste artigo, a conta quenta por cento) do resultado do exercício. (Incluído pela Lei
vinculada será transferida para o estabelecimento bancário da es- nº 13.446, de 2017)
colha do novo empregador. § 6º O valor de distribuição do resultado auferido será cal-
§4º Os resultados financeiros auferidos pela Caixa Econômica culado posteriormente ao valor desembolsado com o descon-
Federal no período entre o repasse dos bancos e o depósito nas to realizado no âmbito do Programa Minha Casa, Minha Vida
contas vinculadas dos trabalhadores destinar-se-ão à cobertura (PMCMV), de que trata a Lei nº 11.977, de 7 de julho de 2009.
das despesas de administração do FGTS e ao pagamento da tarifa (Incluído pela Lei nº 13.446, de 2017)
aos bancos depositários, devendo os eventuais saldos ser incor- § 7º O valor creditado nas contas vinculadas a título de dis-
porados ao patrimônio do Fundo nos termos do art. 2º, § 1º. tribuição de resultado, acrescido de juros e atualização monetá-
§5º Após a centralização das contas vinculadas, na Caixa ria, não integrará a base de cálculo do depósito da multa resci-
Econômica Federal, o depósito realizado no prazo regulamen- sória de que tratam os §§ 1º e 2º do art. 18 desta Lei. (Incluído
tar passa a integrar o saldo da conta vinculada do trabalhador pela Lei nº 13.446, de 2017)

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Art. 14. Fica ressalvado o direito adquirido dos trabalhado- Art. 17. O Poder Executivo assegurará a prestação de servi-
res que, à data da promulgação da Constituição Federal de 1988, ços digitais: (Redação dada pela Lei nº 13.932, de 2019)
já tinham o direito à estabilidade no emprego nos termos do I - aos trabalhadores, que incluam a prestação de informa-
Capítulo V do Título IV da CLT. ções sobre seus créditos perante o Fundo e o acionamento ime-
§1º O tempo do trabalhador não optante do FGTS, anterior diato da inspeção do trabalho em caso de inadimplemento do
a 5 de outubro de 1988, em caso de rescisão sem justa causa empregador, de forma que seja possível acompanhar a evolução
pelo empregador, reger-se-á pelos dispositivos constantes dos de eventuais cobranças administrativas e judiciais dos valores
arts. 477, 478 e 497 da CLT. não recolhidos; (Incluído pela Lei nº 13.932, de 2019)
§2º O tempo de serviço anterior à atual Constituição poderá II - aos empregadores, que facilitem e desburocratizem o
ser transacionado entre empregador e empregado, respeitado cumprimento de suas obrigações perante o Fundo, incluídos a
o limite mínimo de 60 (sessenta) por cento da indenização pre- geração de guias, o parcelamento de débitos, a emissão sem
vista. ônus do Certificado de Regularidade do FGTS e a realização de
§3º É facultado ao empregador desobrigar-se da responsa-
procedimentos de restituição e compensação. (Incluído pela Lei
bilidade da indenização relativa ao tempo de serviço anterior à
nº 13.932, de 2019)
opção, depositando na conta vinculada do trabalhador, até o úl-
Parágrafo único. O desenvolvimento, a manutenção e a evo-
timo dia útil do mês previsto em lei para o pagamento de salário,
lução dos sistemas e ferramentas necessários à prestação dos
o valor correspondente à indenização, aplicando-se ao depósito,
no que couber, todas as disposições desta lei. serviços a que se refere o caput deste artigo serão custeados
§4º Os trabalhadores poderão a qualquer momento optar com recursos do FGTS. (Incluído pela Lei nº 13.932, de 2019)
pelo FGTS com efeito retroativo a 1º de janeiro de 1967 ou à Art. 17-A. O empregador ou o responsável fica obrigado a
data de sua admissão, quando posterior àquela. elaborar folha de pagamento e a declarar os dados relaciona-
Art. 15. Para os fins previstos nesta lei, todos os empregado- dos aos valores do FGTS e outras informações de interesse do
res ficam obrigados a depositar, até o dia 7 (sete) de cada mês, Ministério da Economia, por meio de sistema de escrituração
em conta bancária vinculada, a importância correspondente a 8 digital, na forma, no prazo e nas condições estabelecidos em re-
(oito) por cento da remuneração paga ou devida, no mês ante- gulamento do Conselho Curador. (Incluído pela Lei nº 13.932,
rior, a cada trabalhador, incluídas na remuneração as parcelas de 2019)
de que tratam os arts. 457 e 458 da CLT e a gratificação de Natal § 1º As informações prestadas na forma do caput deste arti-
a que se refere a Lei nº 4.090, de 13 de julho de 1962, com as go constituem declaração e reconhecimento dos créditos delas
modificações da Lei nº 4.749, de 12 de agosto de 1965. decorrentes, caracterizam confissão de débito e constituem ins-
§ 1º Entende-se por empregador a pessoa física ou a pessoa trumento hábil e suficiente para a cobrança do crédito de FGTS.
jurídica de direito privado ou de direito público, da administra- (Incluído pela Lei nº 13.932, de 2019)
ção pública direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Po- § 2º O lançamento da obrigação principal e das obrigações
deres, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municí- acessórias relativas ao FGTS será efetuado de ofício pela auto-
pios, que admitir trabalhadores a seu serviço, bem assim aquele ridade competente, no caso de o empregador não apresentar
que, regido por legislação especial, encontrar-se nessa condição a declaração na forma do caput deste artigo, e será revisto de
ou figurar como fornecedor ou tomador de mão-de-obra, inde- ofício, nas hipóteses de omissão, erro, fraude ou sonegação. (In-
pendente da responsabilidade solidária e/ou subsidiária a que cluído pela Lei nº 13.932, de 2019)
eventualmente venha obrigar-se. Art. 18. Ocorrendo rescisão do contrato de trabalho, por
§ 2º Considera-se trabalhador toda pessoa física que prestar parte do empregador, ficará este obrigado a depositar na conta
serviços a empregador, a locador ou tomador de mão-de-obra, vinculada do trabalhador no FGTS os valores relativos aos de-
excluídos os eventuais, os autônomos e os servidores públicos pósitos referentes ao mês da rescisão e ao imediatamente an-
civis e militares sujeitos a regime jurídico próprio.
terior, que ainda não houver sido recolhido, sem prejuízo das
§ 3º Os trabalhadores domésticos poderão ter acesso ao re-
cominações legais. (Redação dada pela Lei nº 9.491, de 1997)
gime do FGTS, na forma que vier a ser prevista em lei.
§ 1º Na hipótese de despedida pelo empregador sem jus-
§ 4º Considera-se remuneração as retiradas de diretores
ta causa, depositará este, na conta vinculada do trabalhador
não empregados, quando haja deliberação da empresa, garan-
tindo-lhes os direitos decorrentes do contrato de trabalho de no FGTS, importância igual a quarenta por cento do montante
que trata o art. 16. (Incluído pela Lei nº 9.711, de 1998) de todos os depósitos realizados na conta vinculada durante a
§ 5º O depósito de que trata o caput deste artigo é obriga- vigência do contrato de trabalho, atualizados monetariamente
tório nos casos de afastamento para prestação do serviço militar e acrescidos dos respectivos juros. (Redação dada pela Lei nº
obrigatório e licença por acidente do trabalho. (Incluído pela Lei 9.491, de 1997)
nº 9.711, de 1998) § 2º Quando ocorrer despedida por culpa recíproca ou for-
§ 6º Não se incluem na remuneração, para os fins desta Lei, ça maior, reconhecida pela Justiça do Trabalho, o percentual de
as parcelas elencadas no § 9º do art. 28 da Lei nº 8.212, de 24 de que trata o § 1º será de 20 (vinte) por cento.
julho de 1991. (Incluído pela Lei nº 9.711, de 1998) § 3° As importâncias de que trata este artigo deverão constar
§ 7o Os contratos de aprendizagem terão a alíquota a que se da documentação comprobatória do recolhimento dos valores
refere o caput deste artigo reduzida para dois por cento. (Inclu- devidos a título de rescisão do contrato de trabalho, observado
ído pela Lei nº 10.097, de 2000) o disposto no art. 477 da CLT, eximindo o empregador, exclusi-
Art. 16. Para efeito desta lei, as empresas sujeitas ao regi- vamente, quanto aos valores discriminados. (Redação dada pela
me da legislação trabalhista poderão equiparar seus diretores Lei nº 9.491, de 1997) (Vide Lei complementar nº 150, de 2015)
não empregados aos demais trabalhadores sujeitos ao regime Art. 19. No caso de extinção do contrato de trabalho previs-
do FGTS. Considera-se diretor aquele que exerça cargo de admi- ta no art. 14 desta lei, serão observados os seguintes critérios:
nistração previsto em lei, estatuto ou contrato social, indepen-
dente da denominação do cargo.

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I - havendo indenização a ser paga, o empregador, mediante VII – pagamento total ou parcial do preço de aquisição de
comprovação do pagamento daquela, poderá sacar o saldo dos moradia própria, ou lote urbanizado de interesse social não
valores por ele depositados na conta individualizada do traba- construído, observadas as seguintes condições: (Redação dada
lhador; pela Lei nº 11.977, de 2009)
II - não havendo indenização a ser paga, ou decorrido o a) o mutuário deverá contar com o mínimo de 3 (três) anos
prazo prescricional para a reclamação de direitos por parte do de trabalho sob o regime do FGTS, na mesma empresa ou em-
trabalhador, o empregador poderá levantar em seu favor o sal- presas diferentes;
do da respectiva conta individualizada, mediante comprovação b) seja a operação financiável nas condições vigentes para
perante o órgão competente do Ministério do Trabalho e da Pre- o SFH;
vidência Social. VIII - quando o trabalhador permanecer três anos inin-
Art. 19-A. É devido o depósito do FGTS na conta vinculada terruptos fora do regime do FGTS; (Redação dada pela Lei nº
do trabalhador cujo contrato de trabalho seja declarado nulo 13.932, de 2019)
nas hipóteses previstas no art. 37, § 2o, da Constituição Federal, IX - extinção normal do contrato a termo, inclusive o dos
quando mantido o direito ao salário. (Incluído pela Medida Pro- trabalhadores temporários regidos pela Lei nº 6.019, de 3 de ja-
visória nº 2.164-41, de 2001) neiro de 1974;
Parágrafo único. O saldo existente em conta vinculada, X - suspensão total do trabalho avulso por período igual ou
oriundo de contrato declarado nulo até 28 de julho de 2001, nas superior a 90 (noventa) dias, comprovada por declaração do sin-
condições do caput, que não tenha sido levantado até essa data, dicato representativo da categoria profissional.
será liberado ao trabalhador a partir do mês de agosto de 2002. XI - quando o trabalhador ou qualquer de seus dependentes
(Incluído pela Medida Provisória nº 2.164-41, de 2001) for acometido de neoplasia maligna. (Incluído pela Lei nº 8.922,
Art. 20. A conta vinculada do trabalhador no FGTS poderá de 1994)
ser movimentada nas seguintes situações: XII - aplicação em quotas de Fundos Mútuos de Privatização,
I - despedida sem justa causa, inclusive a indireta, de culpa regidos pela Lei n° 6.385, de 7 de dezembro de 1976, permitida
recíproca e de força maior; (Redação dada pela Medida Provisó- a utilização máxima de 50 % (cinqüenta por cento) do saldo exis-
ria nº 2.197-43, de 2001) tente e disponível em sua conta vinculada do Fundo de Garantia
I-A - extinção do contrato de trabalho prevista no art. 484-A do Tempo de Serviço, na data em que exercer a opção. (Incluído
da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo De- pela Lei nº 9.491, de 1997) (Vide Decreto nº 2.430, 1997)
creto- Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943; (Incluído pela Lei nº XIII - quando o trabalhador ou qualquer de seus dependen-
13.467, de 2017) tes for portador do vírus HIV; (Incluído pela Medida Provisória
II - extinção total da empresa, fechamento de quaisquer de nº 2.164-41, de 2001)
seus estabelecimentos, filiais ou agências, supressão de parte de XIV - quando o trabalhador ou qualquer de seus dependen-
suas atividades, declaração de nulidade do contrato de trabalho tes estiver em estágio terminal, em razão de doença grave, nos
nas condições do art. 19-A, ou ainda falecimento do emprega- termos do regulamento; (Incluído pela Medida Provisória nº
dor individual sempre que qualquer dessas ocorrências implique 2.164-41, de 2001)
rescisão de contrato de trabalho, comprovada por declaração XV - quando o trabalhador tiver idade igual ou superior a
escrita da empresa, suprida, quando for o caso, por decisão judi- setenta anos. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.164-41, de
cial transitada em julgado; (Redação dada pela Medida Provisó- 2001)
ria nº 2.164-41, de 2001) XVI - necessidade pessoal, cuja urgência e gravidade decorra
III - aposentadoria concedida pela Previdência Social; de desastre natural, conforme disposto em regulamento, obser-
IV - falecimento do trabalhador, sendo o saldo pago a seus vadas as seguintes condições: (Incluído pela Lei nº 10.878, de
dependentes, para esse fim habilitados perante a Previdência 2004) Regulamento Regulamento
Social, segundo o critério adotado para a concessão de pensões a) o trabalhador deverá ser residente em áreas comprova-
por morte. Na falta de dependentes, farão jus ao recebimento damente atingidas de Município ou do Distrito Federal em situa-
do saldo da conta vinculada os seus sucessores previstos na lei ção de emergência ou em estado de calamidade pública, formal-
civil, indicados em alvará judicial, expedido a requerimento do mente reconhecidos pelo Governo Federal; (Incluído pela Lei nº
interessado, independente de inventário ou arrolamento; 10.878, de 2004)
V - pagamento de parte das prestações decorrentes de fi- b) a solicitação de movimentação da conta vinculada será
nanciamento habitacional concedido no âmbito do Sistema Fi- admitida até 90 (noventa) dias após a publicação do ato de re-
nanceiro da Habitação (SFH), desde que: conhecimento, pelo Governo Federal, da situação de emergên-
a) o mutuário conte com o mínimo de 3 (três) anos de traba- cia ou de estado de calamidade pública; e (Incluído pela Lei nº
lho sob o regime do FGTS, na mesma empresa ou em empresas 10.878, de 2004)
diferentes; c) o valor máximo do saque da conta vinculada será definido
b) o valor bloqueado seja utilizado, no mínimo, durante o na forma do regulamento. (Incluído pela Lei nº 10.878, de 2004)
prazo de 12 (doze) meses; XVII - integralização de cotas do FI-FGTS, respeitado o dis-
c) o valor do abatimento atinja, no máximo, 80 (oitenta) por posto na alínea i do inciso XIII do art. 5o desta Lei, permitida a
cento do montante da prestação; utilização máxima de 30% (trinta por cento) do saldo existente e
VI - liquidação ou amortização extraordinária do saldo de- disponível na data em que exercer a opção. (Redação dada pela
vedor de financiamento imobiliário, observadas as condições Lei nº 12.087, de 2009)
estabelecidas pelo Conselho Curador, dentre elas a de que o fi- XVIII - quando o trabalhador com deficiência, por prescri-
nanciamento seja concedido no âmbito do SFH e haja interstício ção, necessite adquirir órtese ou prótese para promoção de
mínimo de 2 (dois) anos para cada movimentação; acessibilidade e de inclusão social. (Incluído pela Lei nº 13.146,
de 2015) (Vigência)

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XIX - pagamento total ou parcial do preço de aquisição de § 8o As aplicações em Fundos Mútuos de Privatização e no
imóveis da União inscritos em regime de ocupação ou afora- FI-FGTS são nominativas, impenhoráveis e, salvo as hipóteses
mento, a que se referem o art. 4o da Lei no 13.240, de 30 de previstas nos incisos I a XI e XIII a XVI do caput deste artigo, in-
dezembro de 2015, e o art. 16-A da Lei no 9.636, de 15 de maio disponíveis por seus titulares. (Redação dada pela Lei nº 11.491,
de 1998, respectivamente, observadas as seguintes condições: de 2007)
(Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017) § 9° Decorrido o prazo mínimo de doze meses, contados
a) o mutuário deverá contar com o mínimo de três anos de da efetiva transferência das quotas para os Fundos Mútuos de
trabalho sob o regime do FGTS, na mesma empresa ou em em- Privatização, os titulares poderão optar pelo retorno para sua
presas diferentes; (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017) conta vinculada no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço. (In-
b) seja a operação financiável nas condições vigentes para cluído pela Lei nº 9.491, de 1997)
o Sistema Financeiro da Habitação (SFH) ou ainda por intermé- § 10. A cada período de seis meses, os titulares das apli-
dio de parcelamento efetuado pela Secretaria do Patrimônio da cações em Fundos Mútuos de Privatização poderão transferi-
União (SPU), mediante a contratação da Caixa Econômica Fede- -las para outro fundo de mesma natureza. (Incluído pela Lei nº
ral como agente financeiro dos contratos de parcelamento; (In- 9.491, de 1997)
cluído pela Lei nº 13.465, de 2017) § 11. O montante das aplicações de que trata o § 6° des-
c) sejam observadas as demais regras e condições estabe- te artigo ficará limitado ao valor dos créditos contra o Tesouro
lecidas para uso do FGTS. (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017) Nacional de que seja titular o Fundo de Garantia do Tempo de
XX - anualmente, no mês de aniversário do trabalhador, por Serviço. (Incluído pela Lei nº 9.491, de 1997)
meio da aplicação dos valores constantes do Anexo desta Lei, § 12. Desde que preservada a participação individual dos
observado o disposto no art. 20-D desta Lei; (Incluído pela Lei nº quotistas, será permitida a constituição de clubes de investi-
13.932, de 2019) mento, visando a aplicação em quotas de Fundos Mútuos de Pri-
XXI - a qualquer tempo, quando seu saldo for inferior a R$ vatização. (Incluído pela Lei nº 9.491, de 1997)
80,00 (oitenta reais) e não houver ocorrido depósitos ou saques § 13. A garantia a que alude o § 4o do art. 13 desta Lei não
por, no mínimo, 1 (um) ano, exceto na hipótese prevista no inci- compreende as aplicações a que se referem os incisos XII e XVII
so I do § 5º do art. 13 desta Lei; (Incluído pela Lei nº 13.932, de do caput deste artigo. (Redação dada pela Lei nº 11.491, de
2019) (Vigência) 2007)
XXII - quando o trabalhador ou qualquer de seus dependen- § 14. Ficam isentos do imposto de renda: (Redação dada
tes for, nos termos do regulamento, pessoa com doença rara,
pela Lei nº 11.491, de 2007)
consideradas doenças raras aquelas assim reconhecidas pelo
I - a parcela dos ganhos nos Fundos Mútuos de Privatização
Ministério da Saúde, que apresentará, em seu sítio na internet, a
até o limite da remuneração das contas vinculadas de que trata
relação atualizada dessas doenças. (Incluído pela Lei nº 13.932,
o art. 13 desta Lei, no mesmo período; e (Incluído pela Lei nº
de 2019) (Vigência)
11.491, de 2007)
§ 1º A regulamentação das situações previstas nos incisos
II - os ganhos do FI-FGTS e do Fundo de Investimento em
I e II assegurar que a retirada a que faz jus o trabalhador cor-
Cotas - FIC, de que trata o § 19 deste artigo. (Incluído pela Lei nº
responda aos depósitos efetuados na conta vinculada durante o
11.491, de 2007)
período de vigência do último contrato de trabalho, acrescida de
§ 15. A transferência de recursos da conta do titular no Fun-
juros e atualização monetária, deduzidos os saques.
§ 2º O Conselho Curador disciplinará o disposto no inciso V, do de Garantia do Tempo de Serviço em razão da aquisição de
visando beneficiar os trabalhadores de baixa renda e preservar ações, nos termos do inciso XII do caput deste artigo, ou de co-
o equilíbrio financeiro do FGTS. tas do FI-FGTS não afetará a base de cálculo da multa rescisória
§ 3º O direito de adquirir moradia com recursos do FGTS, de que tratam os §§ 1o e 2o do art. 18 desta Lei. (Redação dada
pelo trabalhador, só poderá ser exercido para um único imóvel. pela Lei nº 11.491, de 2007)
§ 4º O imóvel objeto de utilização do FGTS somente poderá § 16. Os clubes de investimento a que se refere o § 12 pode-
ser objeto de outra transação com recursos do fundo, na forma rão resgatar, durante os seis primeiros meses da sua constitui-
que vier a ser regulamentada pelo Conselho Curador. ção, parcela equivalente a 5% (cinco por cento) das cotas adqui-
§ 5º O pagamento da retirada após o período previsto em ridas, para atendimento de seus desembolsos, autorizada a livre
regulamento, implicará atualização monetária dos valores devi- aplicação do produto dessa venda, nos termos da Lei no 6.385,
dos. de 7 de dezembro de 1976. (Incluído pela Lei nº 9.635, de 1998)
§ 6o Os recursos aplicados em cotas de fundos Mútuos de § 17. Fica vedada a movimentação da conta vinculada do
Privatização, referidos no inciso XII, serão destinados, nas con- FGTS nas modalidades previstas nos incisos V, VI e VII deste ar-
dições aprovadas pelo CND, a aquisições de valores mobiliários, tigo, nas operações firmadas, a partir de 25 de junho de 1998,
no âmbito do Programa Nacional de Desestatização, de que tra- no caso em que o adquirente já seja proprietário ou promitente
ta a Lei no 9.491, de 1997, e de programas estaduais de desesta- comprador de imóvel localizado no Município onde resida, bem
tização, desde que, em ambos os casos, tais destinações sejam como no caso em que o adquirente já detenha, em qualquer par-
aprovadas pelo CND. (Redação dada pela Lei nº 9.635, de 1998) te do País, pelo menos um financiamento nas condições do SFH.
§ 7o Ressalvadas as alienações decorrentes das hipóteses (Incluído pela Medida Provisória nº 2.197-43, de 2001)
de que trata o § 8o, os valores mobiliários a que se refere o pa- § 18. É indispensável o comparecimento pessoal do titular
rágrafo anterior só poderão ser integralmente vendidos, pelos da conta vinculada para o pagamento da retirada nas hipóteses
respectivos Fundos, seis meses após a sua aquisição, podendo previstas nos incisos I, II, III, VIII, IX e X deste artigo, salvo em
ser alienada em prazo inferior parcela equivalente a 10% (dez caso de grave moléstia comprovada por perícia médica, quando
por cento) do valor adquirido, autorizada a livre aplicação do será paga a procurador especialmente constituído para esse fim.
produto dessa alienação, nos termos da Lei no 6.385, de 7 de (Incluído pela Medida Provisória nº 2.197-43, de 2001)
dezembro de 1976. (Redação dada pela Lei nº 9.635, de 1998)

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§ 19. A integralização das cotas previstas no inciso XVII do I - para a sistemática de saque-rescisão, as previstas no art.
caput deste artigo será realizada por meio de Fundo de Investi- 20 desta Lei, à exceção da estabelecida no inciso XX do caput do
mento em Cotas - FIC, constituído pela Caixa Econômica Fede- referido artigo; e (Incluído pela Lei nº 13.932, de 2019)
ral especificamente para essa finalidade. (Incluído pela Lei nº II - para a sistemática de saque-aniversário, as previstas no
11.491, de 2007) art. 20 desta Lei, à exceção das estabelecidas nos incisos I, I-A,
§ 20. A Comissão de Valores Mobiliários estabelecerá os re- II, IX e X do caput do referido artigo. (Incluído pela Lei nº 13.932,
quisitos para a integralização das cotas referidas no § 19 deste de 2019)
artigo, devendo condicioná-la pelo menos ao atendimento das Art. 20-B. O titular de contas vinculadas do FGTS estará su-
seguintes exigências: (Incluído pela Lei nº 11.491, de 2007) jeito originalmente à sistemática de saque-rescisão e poderá
I - elaboração e entrega de prospecto ao trabalhador; e (In- optar por alterá-la, observado o disposto no art. 20-C desta Lei.
cluído pela Lei nº 11.491, de 2007) (Incluído pela Lei nº 13.932, de 2019)
II - declaração por escrito, individual e específica, pelo tra- Art. 20-C. A primeira opção pela sistemática de saque-ani-
balhador de sua ciência quanto aos riscos do investimento que versário poderá ser feita a qualquer tempo e terá efeitos ime-
está realizando. (Incluído pela Lei nº 11.491, de 2007) diatos. (Incluído pela Lei nº 13.932, de 2019)
§ 21. As movimentações autorizadas nos incisos V e VI do § 1º Caso o titular solicite novas alterações de sistemática
caput serão estendidas aos contratos de participação de grupo será observado o seguinte: (Incluído pela Lei nº 13.932, de 2019)
de consórcio para aquisição de imóvel residencial, cujo bem já I - a alteração será efetivada no primeiro dia do vigésimo
tenha sido adquirido pelo consorciado, na forma a ser regula- quinto mês subsequente ao da solicitação, desde que não haja
mentada pelo Conselho Curador do FGTS. (Incluído pela Lei nº cessão ou alienação de direitos futuros aos saques anuais de que
12.058, de 2009) trata o § 3º do art. 20-D desta Lei; (Incluído pela Lei nº 13.932,
§ 22. Na movimentação das contas vinculadas a contrato de de 2019)
trabalho extinto até 31 de dezembro de 2015, ficam isentas as II - a solicitação poderá ser cancelada pelo titular antes da
exigências de que trata o inciso VIII do caput deste artigo, po- sua efetivação; e (Incluído pela Lei nº 13.932, de 2019)
dendo o saque, nesta hipótese, ser efetuado segundo cronogra- III - na hipótese de cancelamento, a nova solicitação estará
ma de atendimento estabelecido pelo agente operador do FGTS. sujeita ao disposto no inciso I do caput deste artigo. (Incluído
(Incluído pela Lei nº 13.446, de 2017) pela Lei nº 13.932, de 2019)
§ 23. As movimentações das contas vinculadas nas situações § 2º Para fins do disposto no § 2º do art. 20-A desta Lei, as
previstas nos incisos V, VI e VII do caput deste artigo poderão ser situações de movimentação obedecerão à sistemática a que o ti-
realizadas fora do âmbito do SFH, observados os mesmos limites tular estiver sujeito no momento dos eventos que as ensejarem.
financeiros das operações realizadas no âmbito desse sistema, (Incluído pela Lei nº 13.932, de 2019)
no que se refere ao valor máximo de movimentação da conta Art. 20-D. Na situação de movimentação de que trata o inci-
vinculada, e os limites, critérios e condições estabelecidos pelo so XX do caput do art. 20 desta Lei, o valor do saque será deter-
Conselho Curador. (Incluído pela Lei nº 13.932, de 2019)
minado: (Incluído pela Lei nº 13.932, de 2019)
§ 24. O trabalhador poderá sacar os valores decorrentes
I - pela aplicação da alíquota correspondente, estabelecida
da situação de movimentação de que trata o inciso XX do caput
no Anexo desta Lei, à soma de todos os saldos das contas vincu-
deste artigo até o último dia útil do segundo mês subsequente
ladas do titular, apurados na data do débito; e (Incluído pela Lei
ao da aquisição do direito de saque. (Incluído pela Lei nº 13.932,
nº 13.932, de 2019)
de 2019)
II - pelo acréscimo da parcela adicional correspondente, es-
§ 25. O agente operador deverá oferecer, nos termos do
tabelecida no Anexo desta Lei, ao valor apurado de acordo com
regulamento do Conselho Curador, em plataformas de intera-
o disposto no inciso I do caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº
ção com o titular da conta, inclusive por meio de dispositivos
13.932, de 2019)
móveis, opções para consulta e transferência, a critério do tra-
balhador, para conta de depósitos de sua titularidade em qual- § 1º Na hipótese de o titular possuir mais de uma conta vin-
quer instituição financeira do Sistema Financeiro Nacional, dos culada, o saque de que trata este artigo será feito na seguinte
recursos disponíveis para movimentação em decorrência das si- ordem: (Incluído pela Lei nº 13.932, de 2019)
tuações previstas neste artigo, cabendo ao agente operador es- I - contas vinculadas relativas a contratos de trabalho extin-
tabelecer os procedimentos operacionais a serem observados. tos, com início pela conta que tiver o menor saldo; e (Incluído
(Incluído pela Lei nº 13.932, de 2019) pela Lei nº 13.932, de 2019)
§ 26. As transferências de que trata o § 25 deste artigo não II - demais contas vinculadas, com início pela conta que tiver
acarretarão a cobrança de tarifas pelo agente operador ou pelas o menor saldo. (Incluído pela Lei nº 13.932, de 2019)
demais instituições financeiras. (Incluído pela Lei nº 13.932, de § 2º O Poder Executivo federal, respeitada a alíquota míni-
2019) ma de 5% (cinco por cento), poderá alterar, até o dia 30 de junho
Art. 20-A. O titular de contas vinculadas do FGTS estará su- de cada ano, os valores das faixas, das alíquotas e das parcelas
jeito a somente uma das seguintes sistemáticas de saque: (Inclu- adicionais constantes do Anexo desta Lei para vigência no pri-
ído pela Lei nº 13.932, de 2019) meiro dia do ano subsequente. (Incluído pela Lei nº 13.932, de
I - saque-rescisão; ou (Incluído pela Lei nº 13.932, de 2019) 2019)
II - saque-aniversário. (Incluído pela Lei nº 13.932, de 2019) § 3º A critério do titular da conta vinculada do FGTS, os di-
§ 1º Todas as contas do mesmo titular estarão sujeitas à reitos aos saques anuais de que trata o caput deste artigo pode-
mesma sistemática de saque. (Incluído pela Lei nº 13.932, de rão ser objeto de alienação ou cessão fiduciária, nos termos do
2019) art. 66-B da Lei nº 4.728, de 14 de julho de 1965, em favor de
§ 2º São aplicáveis às sistemáticas de saque de que trata o qualquer instituição financeira do Sistema Financeiro Nacional,
caput deste artigo as seguintes situações de movimentação de sujeitas as taxas de juros praticadas nessas operações aos limi-
conta: (Incluído pela Lei nº 13.932, de 2019) tes estipulados pelo Conselho Curador, os quais serão inferiores

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
aos limites de taxas de juros estipulados para os empréstimos Art. 23. Competirá à Secretaria Especial de Previdência e
consignados dos servidores públicos federais do Poder Executi- Trabalho do Ministério da Economia a verificação do cumpri-
vo. (Incluído pela Lei nº 13.932, de 2019) mento do disposto nesta Lei, especialmente quanto à apuração
§ 4º O Conselho Curador poderá regulamentar o disposto dos débitos e das infrações praticadas pelos empregadores ou
no § 3º deste artigo, com vistas ao cumprimento das obrigações tomadores de serviço, que os notificará para efetuarem e com-
financeiras de seu titular, inclusive quanto ao: (Incluído pela Lei provarem os depósitos correspondentes e cumprirem as demais
nº 13.932, de 2019) determinações legais. (Redação dada pela Lei nº 13.932, de
I - bloqueio de percentual do saldo total existente nas con- 2019)
tas vinculadas; (Incluído pela Lei nº 13.932, de 2019) § 1º Constituem infrações para efeito desta lei:
II - impedimento da efetivação da opção pela sistemática de I - não depositar mensalmente o percentual referente ao
saque-rescisão prevista no inciso I do § 1º do art. 20-C desta Lei; FGTS, bem como os valores previstos no art. 18 desta Lei, nos
e (Incluído pela Lei nº 13.932, de 2019) prazos de que trata o § 6o do art. 477 da Consolidação das Leis
III - saque em favor do credor. (Incluído pela Lei nº 13.932, do Trabalho - CLT; (Redação dada pela Medida Provisória nº
de 2019) 2.197-43, de 2001)
§ 5º As situações de movimentação de que trata o § 2º do II - omitir as informações sobre a conta vinculada do traba-
art. 20-A desta Lei serão efetuadas com observância ao limite lhador;
decorrente do bloqueio referido no § 4º deste artigo. (Incluído III - apresentar as informações ao Cadastro Nacional do Tra-
pela Lei nº 13.932, de 2019) balhador, dos trabalhadores beneficiários, com erros ou omis-
§ 6º A vedação prevista no § 2º do art. 2º desta Lei não se sões;
aplica às disposições dos §§ 3º, 4º e 5º deste artigo. (Incluído IV - deixar de computar, para efeito de cálculo dos depósitos
pela Lei nº 13.932, de 2019) do FGTS, parcela componente da remuneração;
§ 7º Na hipótese de despedida sem justa causa, o trabalha- V - deixar de efetuar os depósitos e os acréscimos legais,
dor que optar pela sistemática saque-aniversário também fará após ser notificado pela fiscalização; e (Redação dada pela Lei
jus à movimentação da multa rescisória de que tratam os §§ 1º nº 13.932, de 2019)
VI - deixar de apresentar, ou apresentar com erros ou omis-
e 2º do art. 18 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.932, de 2019)
sões, as informações de que trata o art. 17-A desta Lei e as
Art. 21. Os saldos das contas não individualizadas e das con-
demais informações legalmente exigíveis. (Incluído pela Lei nº
tas vinculadas que se conservem ininterruptamente sem crédi-
13.932, de 2019)
tos de depósitos por mais de cinco anos, a partir de 1º de junho
§  2º Pela infração do disposto no § 1º deste artigo, o infra-
de 1990, em razão de o seu titular ter estado fora do regime do
tor estará sujeito às seguintes multas por trabalhador prejudi-
FGTS, serão incorporados ao patrimônio do fundo, resguardado
cado:
o direito do beneficiário reclamar, a qualquer tempo, a reposi-
a) de 2 (dois) a 5 (cinco) BTN, no caso dos incisos II e III;
ção do valor transferido. (Redação dada pela Lei nº 8.678, de
b) de 10 (dez) a 100 (cem) BTN, no caso dos incisos I, IV e V.
1993)
c) de R$ 100,00 (cem reais) a R$ 300,00 (trezentos reais) por
Parágrafo único. O valor, quando reclamado, será pago ao trabalhador prejudicado, na hipótese prevista no inciso VI do §
trabalhador acrescido da remuneração prevista no § 2º do art. 1º deste artigo. (Redação dada pela Lei nº 13.932, de 2019)
13 desta lei. (Incluído pela Lei nº 8.678, de 1993) § 3º Nos casos de fraude, simulação, artifício, ardil, resistên-
Art. 22. O empregador que não realizar os depósitos previs- cia, embaraço ou desacato à fiscalização, assim como na reinci-
tos nesta Lei, no prazo fixado no art. 15, responderá pela inci- dência, a multa especificada no parágrafo anterior será duplica-
dência da Taxa Referencial – TR sobre a importância correspon- da, sem prejuízo das demais cominações legais.
dente. (Redação dada pela Lei nº 9.964, de 2000) § 4º Os valores das multas, quando não recolhidas no prazo
§ 1o Sobre o valor dos depósitos, acrescido da TR, incidirão, legal, serão atualizados monetariamente até a data de seu efeti-
ainda, juros de mora de 0,5% a.m. (cinco décimos por cento ao vo pagamento, através de sua conversão pelo BTN Fiscal.
mês) ou fração e multa, sujeitando-se, também, às obrigações e § 5º O processo de fiscalização, de autuação e de imposição
sanções previstas no Decreto-Lei no 368, de 19 de dezembro de de multas reger-se-á pelo disposto no Título VII da CLT. (Redação
1968. (Redação dada pela Lei nº 9.964, de 2000) dada pela Lei nº 13.932, de 2019)
§ 2o A incidência da TR de que trata o caput deste artigo § 6º Quando julgado procedente o recurso interposto na
será cobrada por dia de atraso, tomando-se por base o índice de forma do Título VII da CLT, os depósitos efetuados para garan-
atualização das contas vinculadas do FGTS. (Redação dada pela tia de instância serão restituídos com os valores atualizados na
Lei nº 9.964, de 2000) forma de lei.
§ 2o-A. A multa referida no § 1o deste artigo será cobrada § 7º A rede arrecadadora e a Caixa Econômica Federal deve-
nas condições que se seguem: (Incluído pela Lei nº 9.964, de rão prestar ao Ministério do Trabalho e da Previdência Social as
2000) informações necessárias à fiscalização.
I – 5% (cinco por cento) no mês de vencimento da obriga- Art. 23-A. A notificação do empregador relativa aos débitos
ção; (Incluído pela Lei nº 9.964, de 2000) com o FGTS, o início de procedimento administrativo ou a medi-
II – 10% (dez por cento) a partir do mês seguinte ao do ven- da de fiscalização interrompem o prazo prescricional. (Incluído
cimento da obrigação. (Incluído pela Lei nº 9.964, de 2000) dada pela Lei nº 13.932, de 2019)
§ 3o Para efeito de levantamento de débito para com o § 1º O contencioso administrativo é causa de suspensão do
FGTS, o percentual de 8% (oito por cento) incidirá sobre o va- prazo prescricional. (Incluído dada pela Lei nº 13.932, de 2019)
lor acrescido da TR até a data da respectiva operação. (Redação § 2º A data de publicação da liquidação do crédito será con-
dada pela Lei nº 9.964, de 2000) siderada como a data de sua constituição definitiva, a partir da
qual será retomada a contagem do prazo prescricional. (Incluído
dada pela Lei nº 13.932, de 2019)

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
§ 3º Todos os documentos relativos às obrigações perante dual e Municipal, salvo quando destinados a saldar débitos para
o FGTS, referentes a todo o contrato de trabalho de cada traba- com o FGTS; (Vide Medida Provisória nº 958, de 2020) (Vide Lei
lhador, devem ser mantidos à disposição da fiscalização por até nº 13.999, de 2020) (Vide Medida Provisória nº 975, de 2020).
5 (cinco) anos após o fim de cada contrato. (Incluído dada pela (Vide Medida Provisória nº 1.028, de 2021). (Vide Lei nº 14.179,
Lei nº 13.932, de 2019) de 2021)
Art. 24. Por descumprimento ou inobservância de quaisquer d) transferência de domicílio para o exterior;
das obrigações que lhe compete como agente arrecadador, pa- e) registro ou arquivamento, nos órgãos competentes, de
gador e mantenedor do cadastro de contas vinculadas, na forma alteração ou distrato de contrato social, de estatuto, ou de qual-
que vier a ser regulamentada pelo Conselho Curador, fica o ban- quer documento que implique modificação na estrutura jurídica
co depositário sujeito ao pagamento de multa equivalente a 10 do empregador ou na sua extinção.
(dez) por cento do montante da conta do empregado, indepen- Art. 28. São isentos de tributos federais os atos e operações
dentemente das demais cominações legais. necessários à aplicação desta lei, quando praticados pela Caixa
Art. 25. Poderá o próprio trabalhador, seus dependentes e Econômica Federal, pelos trabalhadores e seus dependentes ou
sucessores, ou ainda o Sindicato a que estiver vinculado, acionar sucessores, pelos empregadores e pelos estabelecimentos ban-
diretamente a empresa por intermédio da Justiça do Trabalho, cários.
para compeli-la a efetuar o depósito das importâncias devidas Parágrafo único. Aplica-se o disposto neste artigo às impor-
nos termos desta lei. tâncias devidas, nos termos desta lei, aos trabalhadores e seus
Parágrafo único. A Caixa Econômica Federal e o Ministério dependentes ou sucessores.
do Trabalho e da Previdência Social deverão ser notificados da Art. 29. Os depósitos em conta vinculada, efetuados nos
propositura da reclamação. termos desta lei, constituirão despesas dedutíveis do lucro ope-
Art. 26. É competente a Justiça do Trabalho para julgar os racional dos empregadores e as importâncias levantadas a seu
dissídios entre os trabalhadores e os empregadores decorrentes favor implicarão receita tributável.
da aplicação desta lei, mesmo quando a Caixa Econômica Fede- Art. 29-A. Quaisquer créditos relativos à correção dos sal-
ral e o Ministério do Trabalho e da Previdência Social figurarem dos das contas vinculadas do FGTS serão liquidados mediante
como litisconsortes. lançamento pelo agente operador na respectiva conta do traba-
Parágrafo único. Nas reclamatórias trabalhistas que obje- lhador. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.197-43, de 2001)
tivam o ressarcimento de parcelas relativas ao FGTS, ou que, Art. 29-B. Não será cabível medida liminar em mandado de
direta ou indiretamente, impliquem essa obrigação de fazer, o segurança, no procedimento cautelar ou em quaisquer outras
juiz determinará que a empresa sucumbente proceda ao recolhi- ações de natureza cautelar ou preventiva, nem a tutela ante-
mento imediato das importâncias devidas a tal título. cipada prevista nos arts. 273 e 461 do Código de Processo Civil
Art. 26-A. Para fins de apuração e lançamento, considera-se que impliquem saque ou movimentação da conta vinculada do
não quitado o valor relativo ao FGTS pago diretamente ao traba- trabalhador no FGTS. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.197-
lhador, vedada a sua conversão em indenização compensatória. 43, de 2001)
(Incluído dada pela Lei nº 13.932, de 2019) Art. 29-C. Nas ações entre o FGTS e os titulares de contas
§ 1º Os débitos reconhecidos e declarados por meio de vinculadas, bem como naquelas em que figurem os respectivos
sistema de escrituração digital serão recolhidos integralmen- representantes ou substitutos processuais, não haverá condena-
te, acrescidos dos encargos devidos. (Incluído dada pela Lei nº ção em honorários advocatícios. (Incluído pela Medida Provisó-
13.932, de 2019) ria nº 2.164-41, de 2001) (Vide ADI nº 2.736)
§ 2º Para a geração das guias de depósito, os valores devi- Art. 29-D. A penhora em dinheiro, na execução fundada em
dos a título de FGTS e o período laboral a que se referem serão título judicial em que se determine crédito complementar de
expressamente identificados. (Incluído dada pela Lei nº 13.932, saldo de conta vinculada do FGTS, será feita mediante depósi-
de 2019) to de recursos do Fundo em conta vinculada em nome do exe-
Art. 27. A apresentação do Certificado de Regularidade do qüente, à disposição do juízo. (Incluído pela Medida Provisória
FGTS, fornecido na forma do regulamento, é obrigatória nas se- nº 2.164-41, de 2001)
guintes situações: (Redação dada pela Lei nº 13.932, de 2019) Parágrafo único. O valor do depósito só poderá ser movi-
a) habilitação e licitação promovida por órgão da Adminis- mentado, após liberação judicial, nas hipóteses previstas no art.
tração Federal, Estadual e Municipal, direta, indireta ou funda- 20 ou para reversão ao Fundo. (Incluído pela Medida Provisória
cional ou por entidade controlada direta ou indiretamente pela nº 2.164-41, de 2001)
União, Estado e Município; Art. 30. Fica reduzida para 1 1/2 (um e meio) por cento a
b) obtenção, por parte da União, dos Estados ou dos Muni- contribuição devida pelas empresas ao Serviço Social do Comér-
cípios, ou por órgãos da Administração federal, estadual ou mu- cio e ao Serviço Social da Indústria e dispensadas estas entida-
nicipal, direta, indireta ou fundacional, ou indiretamente pela des da subscrição compulsória a que alude o art. 21 da Lei nº
União, pelos Estados ou pelos Municípios, de empréstimos ou 4.380, de 21 de agosto de 1964.
financiamentos realizados com lastro em recursos públicos ou Art. 31. O Poder Executivo expedirá o Regulamento desta
oriundos do FGTS perante quaisquer instituições de crédito; (Re- lei no prazo de 60 (sessenta) dias a contar da data de sua pro-
dação dada pela Lei nº 13.805, de 2019) (Vide Medida Provisória mulgação.
nº 958, de 2020) (Vide Lei nº 13.999, de 2020) (Vide Medida Art. 32. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação,
Provisória nº 975, de 2020). (Vide Medida Provisória nº 1.028, revogada a Lei nº 7.839, de 12 de outubro de 1989, e as demais
de 2021). (Vide Lei nº 14.179, de 2021) disposições em contrário.
c) obtenção de favores creditícios, isenções, subsídios, auxí-
lios, outorga ou concessão de serviços ou quaisquer outros be-
nefícios concedidos por órgão da Administração Federal, Esta-

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
FORNECIMENTO DE TALÃO
PRODUTOS: ABERTURA E MOVIMENTAÇÃO DE CON-
TAS: DOCUMENTOS BÁSICOS As instituições financeiras devem incluir nos contratos de
abertura e manutenção de contas de depósitos à vista movimen-
Abertura e movimentação de contas: documentos básicos táveis por meio de cheques, entre outras, cláusulas prevendo:
I. as regras de natureza operacional para o fornecimento de
Para abertura de conta de depósitos é obrigatória a com- folhas de cheques;
pleta identificação do depositante, mediante preenchimento de II. a possibilidade de não fornecimento ou de interrupção do
ficha-proposta contendo, no mínimo, as seguintes informações: fornecimento de folhas de cheques;
I – qualificação do depositante: III. a gratuidade do fornecimento de até dez folhas de che-
a) pessoas físicas: nome completo, filiação, nacionalidade, ques por mês, desde que o correntista reúna os requisitos ne-
data e local do nascimento, sexo, estado civil, nome do cônjuge, cessários à utilização de cheques.
se casado, profissão, documento de identificação (tipo, número,
data de emissão e órgão expedidor) e número de inscrição no As regras para o fornecimento de folhas de cheques ao cor-
Cadastro de Pessoas Físicas – CPF; rentista devem ser estabelecidas com base, entre outros, nos
b) pessoas jurídicas: razão social, atividade principal, forma seguintes critérios:
e data de constituição, documentos, contendo as informações 1. saldo suficiente para o pagamento de cheque;
referidas na alínea anterior, que qualifiquem e autorizem os re- 2. restrições cadastrais;
presentantes, mandatários ou prepostos a movimentar a conta, 3. histórico de práticas e ocorrências na utilização de che-
número de inscrição no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica – ques;
CNPJ e atos constitutivos, devidamente registrados. 4. estoque de folhas de cheque em poder do correntista;
II – endereços residencial e comercial completos; 5.registro no Cadastro de Emitentes de Cheques sem Fun-
III – número do telefone e código DDD; dos (CCF); e
IV – fontes de referência consultadas; 6. regularidade dos dados e dos documentos de identifica-
V – data da abertura da conta e respectivo número; ção do correntista.
VI – assinatura do depositante.
No site do Banco Central encontramos uma área de PER-
IMPORTANTE: Se a conta de depósitos for titulada por menor GUNTAS E RESPOSTAS que podem esclarecer várias dúvidas,
ou por pessoa incapaz, além de sua qualificação, também deverá vejamos:
ser identificado o responsável que o assistir ou o representa.
1. Quais os tipos de conta que posso ter?
FICHA PROPOSTA Você pode ter conta de depósito à vista, de depósito a prazo
e de poupança.
A ficha-proposta relativa a conta de depósitos à vista deve- - A conta de depósito à vista é do tipo mais comum. Nela, o
rá conter, ainda, cláusulas tratando, entre outros, dos seguintes dinheiro do depositante fica à sua disposição para ser sacado a
assuntos: qualquer momento.
I – saldo exigido para manutenção da conta; - A conta de depósito a prazo é o tipo de conta onde o seu
II – condições estipuladas para fornecimento de talonário dinheiro só pode ser sacado depois de um prazo fixado por oca-
de cheques; sião do depósito.
III – obrigatoriedade de comunicação, devidamente forma- - A conta de poupança foi criada para estimular a economia
lizada pelo depositante, sobre qualquer alteração nos dados ca- popular e permite a aplicação de pequenos valores que passam
dastrais e nos documentos. a gerar rendimentos mensalmente.
IV –inclusão do nome do depositante no Cadastro de Emi-
tentes de Cheques sem Fundos (CCF), nos termos da regulamen- 2. O que é conta-salário?
tação em vigor, no caso de emissão de cheques sem fundos, com A conta-salário é um tipo especial de conta destinada ao pa-
a devolução dos cheques em poder do depositante à instituição gamento de salários, proventos, soldos, vencimentos, aposen-
financeira; tadorias, pensões e similares. A conta-salário não admite outro
V – informação de que os cheques liquidados, uma vez mi- tipo de depósito além dos créditos da entidade pagadora e não
crofilmados, poderão ser destruídos; é movimentável por cheques.
VI –procedimentos a serem observados com vistas ao encer- O instrumento contratual é firmado entre a instituição fi-
ramento da conta de depósitos. nanceira e a entidade pagadora. A cota-salário não está sujeita
As fichas-proposta, bem como as cópias da documentação aos regulamentos aplicáveis às demais contas de depósito.
referida no artigo anterior, poderão ser microfilmadas, decorri-
do o prazo mínimo de 5 (cinco) anos. 3. O que é necessário para eu abrir uma conta de depósi-
IMPORTANTE: É vedado o fornecimento de talonário de che- tos?
ques ao depositante enquanto não verificadas as informações Dispor da quantia mínima exigida pelo banco, preencher a
constantes da ficha-proposta ou quando, a qualquer tempo, fo- ficha-proposta de abertura de conta, que é o contrato firmado
rem constatadas irregularidades nos dados de identificação do entre banco e cliente, e apresentar os originais dos seguintes
depositante ou de seu procurador É facultada à instituição fi- documentos:
nanceira a abertura, manutenção ou encerramento de conta de • no caso de pessoa física:
depósitos à vista cujo titular figure ou tenha figurado no Cadas- • documento de identificação (carteira de identidade ou
tro de Emitentes de Cheques sem Fundos (CCF), sendo proibido equivalente, como carteira profissional, carteira de trabalho ou
o fornecimento de talão de cheque. certificado de reservista);

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
• CPF; Em caso de abertura de contas para deficientes visuais o
• comprovante de residência. banco deve providenciar a leitura de todo o contrato, em voz
• no caso de pessoa jurídica: alta.
• documento de constituição da empresa (contrato social e
registro na junta comercial); 8. O dinheiro depositado em qualquer tipo de conta pode
• documentos que qualifiquem e autorizem os representan- ser transferido, pelo banco, para qualquer modalidade de in-
tes, mandatários ou prepostos a movimentar a conta; vestimento sem minha autorização?
• inscrição no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ). Não. Somente com sua autorização feita por escrito ou por
meio eletrônico.
4. O menor de idade pode ser titular de conta bancária?
Sim. O jovem menor de 16 anos precisa ser representado 9. Quando o banco fizer algum débito em minha conta, fica
pelo pai ou responsável legal. O maior de 16 e menor de 18 anos obrigado a me informar?
(não-emancipado) deve ser assistido pelo pai ou pelo responsá- O débito dos impostos e das tarifas previstas no contrato
vel legal. (ou ficha-proposta) pode ser feito sem aviso.
Qualquer outra cobrança não prevista só pode ser feita me-
5. Que informações o banco deve me prestar no ato de diante o seu prévio consentimento.
abertura da minha conta? Você pode autorizar, por escrito ou por meio eletrônico, o
Informações sobre direitos e deveres do correntista e do débito em sua conta por ordem de terceiro.
banco, constantes de contrato, como: Depósitos realizados em sua conta por falha do banco po-
• saldo médio mínimo exigido para manutenção da conta; dem ser estornados sem aviso prévio.
• condições para fornecimento de talonário de cheques;
• necessidade de você comunicar, por escrito, qualquer mu- 10. O banco é obrigado a me fornecer comprovante da
dança de endereço ou número de telefone; operação de depósito realizada?
• condições para inclusão do nome do depositante no Ca- Sim. É da natureza do contrato de depósito a entrega ime-
dastro de Emitentes de Cheque sem Fundos (CCF); diata, pelo banco depositário, de recibo da operação de depósi-
• informação de que os cheques liquidados, uma vez micro- to realizada. O banco e você podem pactuar, em comum acordo,
filmados, poderão ser destruídos; outras formas de comprovação da operação realizada.
• tarifas de serviços;
• necessidade de comunicação prévia, por escrito, da inten- 11. Posso abrir uma conta em moeda estrangeira?
ção de qualquer das partes de encerrar a conta; As contas em moeda estrangeira no País podem ser aber-
• prazo para adoção das providências relacionadas à resci- tas por estrangeiros transitoriamente no Brasil e por brasileiros
são do contrato; residentes ou domiciliados no exterior. Além dessas situações,
• necessidade de expedição de aviso da instituição financei- existem outras especificamente tratadas na regulamentação
ra ao correntista, admitida a utilização de meio eletrônico, com cambial.
a data do efetivo encerramento da conta de depósitos à vista;
• obrigatoriedade da devolução das folhas de cheque em 12. O que é necessário para encerrar a minha conta no ban-
poder do correntista, ou de apresentação de declaração de que co?
as inutilizou; Sendo um contrato voluntário e por tempo indeterminado,
• necessidade de manutenção de fundos suficientes para o uma conta bancária pode ser encerrada por qualquer uma das
pagamento de compromissos assumidos com a instituição finan- partes contratadas.
ceira ou decorrentes de disposições legais; Quando a iniciativa do encerramento for do banco, este
deve comunicar o fato a você, solicitando-lhe a regularização do
Todos esses assuntos devem estar previstos em cláusulas saldo e a devolução dos cheques por acaso em seu poder, e ano-
explicativas na ficha-proposta, que é o contrato de abertura da tar a decisão na ficha-proposta.
conta celebrado entre o banco e você. O banco deverá encerrar a conta se forem verificadas irre-
gularidades nas informações prestadas, julgadas de natureza
6. Quais os cuidados que devo tomar antes de abrir uma grave, comunicando o fato imediatamente ao Banco Central.
conta? No caso da inclusão no CCF, o encerramento da conta de-
• Ler atentamente o contrato de abertura de conta (ficha- pende da decisão do próprio banco,mas não poderá continuar
-proposta); fornecendo talão de cheque a você.
• não assinar nenhum documento antes de esclarecer todas Quando a iniciativa do encerramento for sua, deverá obser-
as dúvidas; var os seguintes cuidados:
• solicitar cópia dos documentos que assinou. • entregar ao banco correspondência solicitando o encer-
ramento da sua conta, exigindo recibo na cópia, ou enviar pelo
7. Quais os cuidados que o banco deve ter por ocasião da correio, por meio de carta registrada;
abertura de minha conta? • verificar se todos os cheques emitidos foram compensa-
As informações incluídas na ficha-proposta e todos os do- dos para evitar que seu nome seja incluído no CCF pelo motivo
cumentos de identificação devem ser conferidos, nos originais, 13 (conta encerrada);
pelo funcionário encarregado da abertura da conta, que assina a • entregar ao banco os cheques ainda em seu poder.
ficha juntamente com o gerente responsável. Os nomes desses • Documentação Necessária para a abertura de contas (BA-
dois funcionários devem estar claramente indicados na ficha- CEN)
-proposta.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Pessoas Físicas O encerramento de contas empresarias não significa o ime-
- Documento de Identificação diato encerramento das contas dos seus sócios, e vice-versa.
- CPF Comentário: É proibido o encerramento de contas pelo ban-
- Comprovante de residência co, sem aviso prévio ao titular da conta.

Pessoas Jurídicas TIPO DE CONTAS


- Documento de constituição e alterações →Tipos de conta:
- CNPJ a) Individual: um único titular;
- Qualificação dos representantes b) Conjunta: mais de um titular.
- Documentação dos representantes • Simples ou não solidária: necessidade da assinatura de to-
• Contas não movimentadas nos últimos 06 meses e com dos os titulares;
saldo inferior ao mínimo: sujeitas a tarifas. • Solidária: necessidade da assinatura de apenas um dos ti-
• Conta de titular falecido: movimentação apenas mediante tulares.
a apresentação de alvará judicial, exceto conta conjunta de titu- Atenção: desde 01/10/2004, é proibida a abertura e movi-
lares solidários. mentação de conta corrente conjunta em nome de pessoas ju-
• Contas de depósitos judiciais: movimentação apenas atra- rídicas.
vés de alvará ou mandado judicial. Comentário: As contas conjuntas NÃO solidárias são tam-
• Menores de 16 anos: movimentação exclusiva pelo pai, bém conhecidas como contas do tipo “e” onde se exige a assi-
mãe, tutor ou curador (ou seja, por seu representante). natura de ambos os titulares para movimentações financeiras.
• Maiores de 16 e menores de 18 anos: a movimentação Essas contas são vetadas o uso de cartão magnético.
pode ser assistida ou autorizada pelo pai, mãe ou responsável.
Comentário: É responsabilidade dos pais, toda a movimen-
tação de titulares com idade entre 16 e 18 anos.
PESSOA FÍSICA E PESSOA JURÍDICA: CAPACIDADE E
MOVIMENTAÇÕES DE CONTAS DE DEPÓSITO À VISTA: INCAPACIDADE CIVIL, REPRESENTAÇÃO E DOMICÍLIO

Documento de Crédito – DOC: Pessoa Física


• Valor Mínimo: não tem É o ser humano nascido da mulher.Sua existência começa
• Valor Máximo: R$ 4.999,99 do nascimento com vida (a respiração é a melhor prova do nas-
cimento com vida) e termina com a morte.
Transferência Eletrônica Disponível – TED: O homem, pessoa natural, é sujeito e titular da relação ju-
• Valor Mínimo: R$ 250,00 rídica.
• Valor Máximo: não tem, porém se o valor for inferior a
R$ 1.000.000,00 é liquidada no SITRAF, enquanto as de valores Pessoa Jurídica
superiores são liquidadas diretamente no STR. Pessoas jurídicas são entidades a que a lei empresta perso-
Na transferência de recursos destinada à liquidação anteci- nalidade, isto e, são seres que atuam na vida jurídica, com per-
pada de contratos de concessão de crédito e de arrendamento sonalidade diversa da dos indivíduos que os compõem, capazes
mercantil em conta não movimentável por cheques destinada de serem sujeitos de direitos e obrigações na ordem civil.
ao registro e controle de fluxo de recursos de pagamentos de 1) De acordo com a sua estrutura: a) as que têm como ele-
salários, vencimentos, proventos, aposentadorias, pensões e mento adjacente o homem, isto é, as que se compõem pela reu-
similares, deve ser utilizada exclusivamente a TED independe- nião de pessoas, tais como as associações e as sociedades; b) as
mente do valor. que se constituem em torno de um patrimônio destinado a um
fim, isto é, as fundações.
ENCERRAMENTO DE CONTAS 2) De acordo com sua órbita de atuação: as pessoas podem
→ Por ser um contrato voluntário e por tempo indetermina- ser de direito externo (as várias Nações, a Santa Sé, a Organiza-
do, uma conta bancária pode ser encerrada por qualquer uma ção das Nações Unidas) ou interno (a União, os Estados, o Distri-
das partes contratadas a qualquer momento. to Federal e cada um dos Municípios legalmente constituídos);
• Iniciativa do Banco: e de direito privado (as sociedades civis, religiosas, pias, morais,
• Após comunicação ao cliente, por escrito; científicas ou literárias, as associações de utilidade publica, as
• Mediante a verificação de irregularidades cometidas pelo fundações e, ainda, as sociedades mercantis).
cliente, julgadas de natureza grave (Ex. Documentos Fraudados).
O banco deve comunicar imediatamente ao Banco Central. Dentre as pessoas jurídicas de Direito privado, podemos dis-
• Encerramento da conta por iniciativa do cliente: tinguir as associações, isto e, agrupamentos de indivíduos sem
• Entregar ao banco correspondência (em duas vias) solici- fim lucrativo, como os clubes desportivos, os centros culturais,
tando o encerramento de sua conta; (assinar modelo pronto do as entidades pias, etc.; e, de outro, as sociedades, isto é, os
banco) agrupamentos individuais com escopo de lucro.
• Verificar se todos os cheques que não estão em seu poder A existência, perante a lei, das pessoas jurídicas de direito
foram compensados, para evitar a sua devolução e a conseqüen- privado começa com a inscrição dos seus contrates, atos cons-
te inclusão no Cadastro de Emitentes de Cheques Sem Fundos titutivos, estudos ou compromissos em seu registro publico pe-
(alínea 13, conta encerrada); culiar.
• Entregar ao banco os cheques ainda em seu poder.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Antes da inscrição, a pessoa jurídica pode existir no plano - Aqueles que momentaneamente não puderem exprimir
dos acontecimentos, mas o direito despreza sua existência, ne- sua vontade.
ga-lhe personalidade civil, ou seja, nega-lhe a capacidade para - Os ausentes, declarados tais por ato do juiz.
ser titular de direitos (pois, para que a pessoa moral ingresse na
orbita jurídica, é necessário o elemento formal, ou seja, a inscri- Obs.: a incapacidade absoluta dos maiores de 16 anos deve-
ção no registro próprio). rá ser reconhecida judicialmente.
Cumpre ressaltar, porém, que o ordenamento jurídico não
pode ignorar a existência de fato da pessoa moral, antes de seu Representação:
registro.Assim, embora não prestigie a existência, atribui algu- Absolutamente incapazes - Representados.
ma conseqüência a tal organismo. - Menores de 16 anos-pelo pai, pela mãe ou pelo tutor legal;
Para se proceder ao registro de uma pessoa jurídica de di- - Demais-por curador nomeado legalmente.
reito privado de natureza civil, apresentam-se dois exemplares
do jornal oficial em que houverem sido publicados os estatutos, Incapacidade Relativa:
contratos ou outros documentos constitutivos ao cartório com- A PF pode praticar, por si, os atos da vida civil, devidamente
petente. No documento deve figurar, para que seja declarado assistido por quem legalmente tenha essa atribuição.
peio Oficial, no livro competente:
I - a denominação fundo social (quando houver), os fins e São relativamente incapazes:
a sede da associação, ou fundação, bem como o tempo de sua -Os maiores de 16 e menores de 18 anos (menores púberes);
duração; -Os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os deficientes
II - o modo por que se administra e representa a sociedade, mentais, com discernimento reduzido;
ativa e passivamente, judicial e extrajudicialmente; -Os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo;
III - se os estatutos, contrato ou o compromisso são refor- -Os pródigos (pessoas que gastam ou se desfazem de seus
máveis no tocante a administração, e de que modo; haveres ou bens, sem justificativa, desabusada e desordenada-
IV - se os membros respondem ou não, subsidiariamente, mente, em visívelameaça à estabilidade econômica de seu pa-
uns pelos outros, pelas obrigações sociais; trimônio).
V - as condições de extinção das pessoas jurídicas, e o desti- -Relativamente incapazes – Assistidos.
no de seu patrimônio, nesse caso; -Maiores de 16 anos e menores de 18 anos -pelo pai ou pela
VI - os nomes dos fundadores, ou instituidores, e dos mem-
mãe. Na falta destes por um tutor nomeado legalmente;
bros da diretoria provisória ou definitiva, com indicação da na-
-Demais: por um curador nomeado legalmente.
cionalidade, estado civil ou profissão de cada um, bem como o
nome e residência do apresentante dos exemplares.
Obs.: a incapacidade relativa dos maiores de 18 anos deverá
ser reconhecida judicialmente, com a nomeação do respectivo
Capacidade e incapacidade civil
curador.
Capacidade de fato ou de exercício: É poder exercer pesso-
almente seus direitos, praticando os atos sem interferência de
Fim da Incapacidade para os menores:
outrem.
- Ao atingir a maioridade, ou seja, completar 18 anos de ida-
Capacidade de direito ou de gozo: É inerente a toda pessoa
a partir do nascimento com vida, significando ser sujeito de di- de;
reito, participar do mundo jurídico. - Por emancipação, que pode ocorrer nas seguintes circuns-
Capacidade civil: Aptidão da pessoa para praticar atos da tâncias:
vida civil, poder livremente contratar adquirindo direitos e acei- - Concessão dos pais ou de um deles na falta do outro, por
tando obrigações. intermédio de escritura pública, ao menor com idade superior
- Enquanto não adquirida a capacidade plena, há a necessi- a 16 anos ou por decisão judicial quando o menor estiver sob
dade de que, para prática dos atos, sejam representados ou as- tutela.
sistidos por quem tenha legitimidade para fazê-lo (é a chamada - Pelo casamento civil, observando que a idade mínima é de
capacidade de fato). 16 anos tanto para homens como para mulheres, salvo exceções
- Incapacidade: A incapacidade é a inaptidão para praticar legais;
pessoalmente os atos civis. - Pelo exercício de emprego público efetivo;
- Quem não tem capacidade de fato ou de exercício é inca- - Pela colação de grau em curso de ensino superior;
paz juridicamente. - Pela participação em sociedade civil ou comercial, ou pela
existência de relação de emprego, desde que, em função deles,
A incapacidade decorre de vários fatores, como a idade e o o menor de 16 anos completos tenha economia própria. Em am-
próprio estado de saúde mental das pessoas. bos os casos é necessária a declaração em sentença judicial da
emancipação do menor.
Incapacidade Absoluta - Os índios ou silvícolas são incapazes, deverão ser represen-
PF fica impedida de participar pessoalmente de qualquer tados ou assistidos pela FUNAI. Serão capazes quando reconhe-
ato jurídico. cida, em sentença judicial a plenitude de sua capacidade civil.
- Para efeito trabalhista, menor é aquele maior de 14 anos e
São absolutamente incapazes: menos de 18anos. Nessa idade poderá ter conta salário (sem re-
- Menores de 16 anos (menores impúberes); presentação /assistência). Deve sacar mediante recibo e de uma
- Enfermos ou deficientes mentais que não tiverem o neces- só vez. “MENOR APRENDIZ”.
sário discernimento para prática desses atos (loucos de todo gê-
nero, surdos mudos que não puderem exprimir a sua vontade);

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Capacidade e Representação das Pessoas Jurídicas São absolutamente incapazes aqueles que não podem, por
No momento em que a pessoa jurídica registra seu contrato si mesmos, praticar quaisquer atos jurídicos e, se o fizerem, tais
constitutivo, adquire personalidade, isto e, capacidade para ser atos são nulos.Por exemplo: se um menor impubere vende uma
titular de direito.Naturalmente ela só pode ser titular daqueles propriedade, ou faz um contrato de seguro, tal ato e absolu-
direitos compatíveis com a sua condição de pessoa fictícia, ou tamente ineficaz, porque a manifestação de vontade provinda
seja, os patrimônios.Não se lhe admitem os direitos personalís- dele, desprezada que é pelo ordenamento jurídico, não produz
ticos. efeitos na orbita do direito, e nulo o ato e não gera efeitos.
Para exercer tais direitos, a pessoa jurídica recorre a pesso- Diferente e a incapacidade relativa, porque a inaptidão fí-
as físicas que a representam, ou seja, por quem os respectivos sico-psíquica e menos intensa.Trata-se de pessoas que, sem te-
estatutos designarem ou, não os designando, pelos seus dire- rem um julgamento, adequado das coisas, apresentam um grau
tores. de perfeição intelectual não-desprezível.A lei, então, lhes per-
mite a pratica de atos jurídicos, condicionando a validade destes
Capacidade e Incapacidade ao fato de eles se aconselharem com pessoa plenamente capaz
Se toda relação jurídica tem por titular um homem, verdade (seu pai, tutor ou curador)que os devem assistir-nos atos jurí-
e, também, que todo homem pode ser titular de uma relação dicos.
jurídica.Isto é, todo ser humano tem capacidade para ser titular Enquanto o absolutamente incapaz e representado, o relati-
de direitos. vamente incapaz e apenas assistido.
Antigamente, nos regimes onde florescia a escravidão, o es- O ato praticado pelo relativamente incapaz não e nulo, mas
cravo em vez de sujeito era objeto de direito.No mundo moder- anulável.
no, a mera circunstancia de existir confere ao homem a possibi- Entende-se por pródigo aquele que, desordenadamente,
lidade de ser titular de direitos.A isso se chama personalidade. gasta e destrói o seu patrimônio.Como a sua deficiência só se
Afirmar que o homem tem personalidade e o mesmo que mostra no trato de seus próprios bens, sua incapacidade e li-
dizer que ele tem capacidade para ser titular de direitos.Tal per- mitada aos atos que o podem conduzir a um empobrecimento.
sonalidade se adquire com o nascimento com vida. Os silvícolas, por viverem afastados da civilização, não con-
Parece que melhor se conceituaria personalidade dizendo tam, habitualmente, com um grau de experiência suficiente para
ser a aptidão para adquirir direitos e assumir obrigações na or- defender sua pessoa e seus bens, em contato com o branco.No
dem civil.Como se vera, a aptidão para adquirir direitos não se entanto, deixam de ser considerados relativamente incapazes se
identifica com a aptidão para exercer direitos, da qual se ex- adaptarem e se integrarem a civilização do pais.
cluem as pessoas mencionadas (incapazes), que pessoalmente
não os podem exercer. Responsabilidade das Pessoas Jurídicas
Voltando a analise, se deve ressaltar a relevância, na prati- As pessoas jurídicas são responsáveis na orbita civil, contra-
ca, de tal dispositivo, conforme se demonstre que o indivíduo tual e extracontratual.
nasceu morto, ou morreu logo após o nascimento. Por exemplo: As pessoas jurídicas com fim lucrativo só serão responsáveis
suponha que um indivíduo morreu, deixando esposa gravida; se pelos atos ilícitos, praticados por seus representantes, provan-
a criança nascer morta, o patrimônio do “de cujus” passara aos do-se que concorreram com culpa para o evento danoso.
herdeiros deste, que podem ser seus pais, se ele os tiver; se a Tal culpa poderá se configurar quer na eleição de seus admi-
criança nascer viva, morrendo no segundo subseqüente, o patri- nistradores, quer na vigilância de sua atividade.Mas, atualmen-
mônio de seu pai pré-morto (que foi a seu filho no momento em te, houve uma evolução nesta interpretação através de uma far-
que ele nasceu com vida) passara aos do infante, no caso, a mãe. ta jurisprudência de nossos Tribunais.
A lei brasileira protege os direitos do nascituro desde a sua Assim, quando a pessoa jurídica de finalidade lucrativa cau-
concepção (nascituro é o ser já concebido, mas que se encontra sar dano a outrem através de ato de seu representante, surge a
no ventre materno), embora só lhe conceda a personalidade se presunção que precisa ser destruída pela própria pessoa jurídi-
nascer com vida. ca, sob pena de ser condenada solidariamente a reparação do
A personalidade que o indivíduo adquire, ao nascer com prejuízo.
vida, termina com a morte.No instante em que expira, cessa sua Quanto a responsabilidade das associações que não tem lu-
aptidão para ser titular de direitos, e seus bens se transmitem, cro, nada se encontra na lei.A responsabilidade pela reparação
incontinenti, a seus herdeiros. do prejuízo será do agente causador.Apenas, neste caso, deve a
Já foi dito que todo ser humano, desde seu nascimento ate vitima demonstrar a culpa da associação.
sua morte, tem capacidade para ser titular de direitos e obri-
gações, na ordem civil.Mas isso não significa que todas as pes- Extinção das Pessoas Jurídicas
soas possam exercer, pessoalmente, tais direitos.A lei, tendo I - pela sua dissolução, deliberada entre os seus membros,
em vista a idade, a saúde ou o desenvolvimento intelectual de salvo o direito da minoria e de terceiros;
determinadas pessoas, com o intuito de protege-las, não lhes II pela sua dissolução, quando a lei determine;
permite o exercício pessoal de direitos, e denomina tais pessoas III pela sua dissolução em virtude de ato do Governo que lhe
de incapazes. casse a autorização para funcionar, quando a pessoa jurídica in-
Portanto, incapacidade é o reconhecimento da inexistência, corra em atos opostos aos seus fins ou nocivos ao bem público.
numa pessoa, daqueles requisitos que a lei acha indispensáveis Quando se trata de pessoa jurídica com finalidade lucrativa,
para que ela exerça os seus direitos. nenhum problema surge quanto ao destino dos bens.Eles serão
Existe, assim, uma distinção entre incapacidade absoluta e repartidos entre os sócios, pois o lucro constitui o próprio objeto
relativa. que os reuniu.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Nas associações sem fim lucrativo que se dissolvem, o patri- - domicílio de eleição ou convencional é o escolhido pelos
mônio seguira a destinação dada pelos Estatutos; em não haven- contratantes, nos contratos escritos, para fim de exercício dos
do tal, a deliberação eficaz dada pelos sócios sobre a matéria. direitos e cumprimento das obrigações que dos mesmos decor-
Se os - mesmos nada resolveram, ou se a deliberação for - ine- ram.
ficaz, devolver-se-á o patrimônio a um estabelecimento publico
congênere ou de fins semelhantes.Se, no Município, Estado ou Se, porem, a pessoa natural tiver diversas residências onde
no Distrito-Federal, inexistirem estabelecimentos nas condições alternadamente viva, ou vários centros de ocupações habituais,
indicadas, o patrimônio passara a Fazenda Publica. considerar-se-á domicílio seu qualquer destes ou daquelas.Caso
de pluralidade de domicílios.
Fundações Domicílio ocasional ou aparente.Ter-se-á por domicílio da
Fundação e uma organização que gira em torno de um pa- pessoa natural, que não tenha residência habitual, ou empregue
trimônio, que se destina a uma determinada finalidade.Deve ser a vida em viagens, sem ponto central de negócios, o lugar onde
ultimada por escritura publica ou testamento. for encontrada.
Aquele a quem o instituidor cometer a aplicação do patri- A mudança de domicílio ocorre quando a pessoa natural al-
mônio elaborara o Estatuto da fundação projetada, submeten- tera a sua residência, com a intenção de transferir o seu centro
do-o a autoridade competente, isto e, ao órgão do Ministério habitual de atividade.A prova da intenção resultara do que de-
Publico.Aprovado por este, o Estatuto devera ser registrado e, clarar a pessoa mudada às municipalidades dos lugares, que dei-
neste momento, a Fundação adquire personalidade jurídica. xa, e para onde vai, ou, se tais declarações não fizer, da própria
A lei só permite que se altere o Estatuto da Fundação conso- mudança, com as circunstancial que a acompanharem.
ante três condições: 1º) deliberação da maioria dos administra-
dores e representantes da Fundação; 2º) respeito a sua finalida- Domicílio da pessoa jurídica de Direito Público
de original; 3º) aprovação da autoridade competente. O domicílio da União e o Distrito Federal; dos Estados, as
A Fundação se extingue quando vencido o prazo de sua exis- respectivas Capitais; e dos Municípios, o lugar onde funciona a
tência. Tal hipótese raramente se apresenta, porque, em geral , Administração Municipal.Das demais pessoas jurídicas, o lugar
a Fundação e criada por prazo indeterminado; além disso, extin- onde funcionarem as respectivas diretorias e administrações, ou
gue-se quando se torna nociva ao interesse publico; e, finalmen- onde elegeram domicílio especial, nos seus estatutos ou atos
te, quando seu objeto se torna impossível. constitutivos.
Nas três hipóteses acima, o patrimônio da Fundação extinta Quando o direito pleiteado se originar de um fato ocorrido
vai se incorporar ao de outras de fins idênticos ou semelhantes. onde um ato praticado, ou que deva produzir os seus efeitos,
fora do Distrito Federal, a União será demandada na seção judi-
Representação e Domicilio cial em que o fato ocorreu, ou onde tiver sua sede a autoridade
Domicílio-civil da pessoa natural é o lugar onde ela estabe- de que o ato emanou, ou onde este tenha de ser executado.
lece sua residência com animo definitivo.
A ideia de animo definitivo vai decorrer das circunstancias Domicílio da pessoa jurídica de Direito Privado
externas reveladoras da intenção do indivíduo, isto é, do seu É o lugar onde funcionarem as respectivas diretorias e admi-
propósito de fazer daquele local o centro de suas atividades. nistrações, isto quando nos seus estatutos não constar eleição
O conceito de domicílio se distingue do de residência.Este de domicílio especial.
representa uma relação de fato entre uma pessoa e um lugar, Tendo a pessoa jurídica de direito privado diversos estabe-
envolvendo a ideia de habitação, enquanto o de domicílio com- lecimentos, em lugares diferentes, cada um será considerado
preende o de residência, acrescido do animo de ai fazer o centro domicílio, para os atos nele praticados.
de sua atividade jurídica.
Domicílio da pessoa jurídica estrangeira
Espécies de domicílio. Se a administração e diretoria tiver sede no estrangeiro,
- domicílio voluntário e o estabelecido voluntariamente pelo haver-se-á por domicílio da pessoa-jurídica, no tocante as obri-
indivíduo, sem sofrer outra influência que não a de sua vontade gações contraídas por cada uma das suas agencias, o lugar do
ou conveniência. estabelecimento, sito no Brasil, a que ela responder. 5
- domicílio legal ou necessário é aquele que a lei impõe a de-
terminadas pessoas, que se encontram em dadas circunstâncias.
Assim, os incapazes tem necessariamente por domicílio o dos SISTEMA DE PAGAMENTOS BRASILEIRO
seus representantes.O domicilio da mulher casada e o do marido
(exceção: a) quando estiver separada; b) - quando lhe couber a O Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) compreende as
administração dos bens do casal).Os funcionários públicos repu- entidades, os sistemas e os procedimentos relacionados com o
tam-se domiciliados onde exercerem, em caráter permanente, processamento e a liquidação de operações de transferência de
suas funções.O domicílio do militar em serviço ativo e o lugar fundos, de operações com moeda estrangeira ou com ativos fi-
onde servir.O domicílio dos oficiais e tripulantes da marinha nanceiros e valores mobiliários.
mercante e o lugar onde estiver matriculado o navio.O preso São integrantes do SPB, os serviços de compensação de che-
ou desterrado tem o domicílio no lugar onde cumpre a sentença ques, de compensação e liquidação de ordens eletrônicas de dé-
ou o desterro.O ministro ou o agente diplomático do Brasil que, bito e de crédito, de transferência de fundos e de outros ativos
citado no estrangeiro, alegar extraterritorialidade, sem designar financeiros, de compensação e de liquidação de operações com
onde tem, no pais, o seu domicílio, poderá ser demandado no títulos e valores mobiliários, de compensação e de liquidação de
Distrito Federal ou no ultimo ponto do território brasileiro onde operações realizadas em bolsas de mercadorias e de futuros, e
o teve. 5Fonte: www.portalprudente.com.br/Claudio Henriques

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
outros, chamados coletivamente de entidades operadoras de In- de não receber os recursos em caso de liquidação da instituição
fraestruturas do Mercado Financeiro (IMF). A partir de outubro financeira, consequentemente, provocando prejuízo para a so-
de 2013, com a edição da Lei 12.865, os arranjos e as instituições ciedade brasileira. Com as alterações nos procedimentos, houve
de pagamento passaram, também, a integrar o SPB. significativa redução do risco de crédito incorrido pelo BCB.
As infraestruturas do mercado financeiro desempenham A reforma de 2002, entretanto, foi além dessas modifica-
um papel fundamental para o sistema financeiro e a economia ções. Para redução do risco sistêmico, que era o objetivo maior
de uma forma geral. É importante que os mercados financeiros da reforma, foram igualmente importantes algumas alterações
confiem na qualidade e continuidade dos serviços prestados pe- legais.
las IMF. Seu funcionamento adequado é essencial para a esta- A base legal relacionada com os sistemas de liquidação foi
bilidade financeira e condição necessária para salvaguardar os fortalecida por intermédio da Lei 10.214, de março de 2001,
canais de transmissão da política monetária. que, entre outras disposições, reconhece a compensação mul-
Para acesso à lista de sistemas em funcionamento no âmbi- tilateral e possibilita a efetiva realização de garantias no âmbito
to do Sistema de Pagamentos Brasileiro acessar “Comunicados”. desses sistemas mesmo no caso de insolvência civil de partici-
Para informações detalhadas acerca de cada infraestrutura, pante. Caso uma entidade opere algum sistema sistemicamente
acesse “IMF - Infraestruturas do Mercado Financeiro”. importante é necessário que atue como contraparte central e,
O Sistema de Pagamentos Brasileiro - SPB apresenta alto ressalvado o risco de emissor, assegure a liquidação dessas ope-
grau de automação, com crescente utilização de meios eletrôni- rações em seu sistema.
cos para transferência de fundos e liquidação de obrigações, em As entidades que atuam como contraparte central devem
substituição aos instrumentos baseados em papel. adotar adequados mecanismos de proteção, dependendo do
Até meados dos anos 90, as mudanças no SPB foram mo- tipo de sistema e da natureza das operações cursadas em seus
tivadas pela necessidade de se lidar com altas taxas de infla- sistemas, e devem ser autorizadas pelo BCB. O princípio da en-
ção e, por isso, o progresso tecnológico então alcançado visava trega contra pagamento é observado em todos os sistemas de
principalmente o aumento da velocidade de processamento das compensação e de liquidação de títulos e valores mobiliários. No
transações financeiras. caso de operação em câmara de compensação e de liquidação
Na reforma conduzida pelo Banco Central do Brasil – BCB envolvendo moeda estrangeira, o princípio de pagamento con-
até 2002, o foco foi redirecionado para a administração de ris- tra pagamento também é observado.
cos. A entrada em funcionamento do Sistema de Transferência Após a implantação das reformas de 2002, o Banco Central
de Reservas - STR, em abril de 2002, marca o início de uma nova do Brasil iniciou um projeto institucional de modernização de
fase do SPB. pagamentos de varejo. O processo gerou os relatórios “Diagnós-
O STR, operado pelo BCB, é um sistema de liquidação bruta tico do Sistema de Pagamentos de Varejo do Brasil”, em 2005,
em tempo real onde há a liquidação final de todas as obrigações e “Relatório sobre a Indústria de Cartões de Pagamentos”, em
financeiras no Brasil. São participantes do STR as instituições fi- 2010, apontado ineficiências e sugerindo melhorias no mercado
nanceiras, as câmaras de compensação e liquidação e a Secreta- de pagamentos de varejo, culminando com edição da Lei 12.865
ria do Tesouro Nacional. em 2013. Em decorrências das novas competências atribuídas
Com esse sistema, o país ingressou no grupo daqueles em pela referida Lei, o Conselho Monetário Nacional e o Banco Cen-
que transferências de fundos interbancárias podem ser liquida- tral do Brasil editaram normas disciplinando arranjos e institui-
das em tempo real, em caráter irrevogável e incondicional, Além ções de pagamento . Esse novo arcabouço normativo buscou
disso, qualquer transferência de fundos entre as contas dos par- estabelecer condições mínimas para a oferta segura de serviços
ticipantes do STR passou a ser condicionada à existência de sal- de pagamento, estimular a competição, com a entrada de novos
do suficiente de recursos na conta do participante emitente da atores, potencializando o surgimento de modelos mais competi-
transferência. Para que haja liquidez e consequentemente um tivos e eficientes, criando, portanto, um ambiente mais inclusivo
melhor funcionamento do sistema de pagamentos no ambiente e favorável a inovações em pagamentos de varejo.
de liquidação em tempo real, três aspectos são especialmente O CMN estabeleceu as diretrizes a serem observadas pelo
importantes: BCB na regulamentação, supervisão e vigilância e, em linha com
• o BCB concede, às instituições financeiras participantes os objetivos estabelecidos pela Lei, e direcionou as ações desta
do STR, crédito intradia na forma de operações compromissadas autarquia no sentido de promover a interoperabilidade, a ino-
com títulos públicos federais, sem custos financeiros; vação, a solidez, a eficiência, a competição, o acesso não discri-
• utilização pelos bancos dos saldos do recolhimentos com- minatório aos serviços e às infraestruturas, o atendimento às
pulsórios ao longo do dia para fins de liquidação de obrigações, necessidades dos usuários finais e a inclusão financeira. 6
já que a verificação de cumprimento é feita com base em saldos
de final do dia; e Papel dos intermediários financeiros
• acionamento pelo BCB de rotina para otimizar o processo Ocupam posição de destaque no âmbito do sistema de pa-
de liquidação das ordens de transferência de fundos mantidas gamentos, os bancos comerciais, os bancos múltiplos com car-
em filas de espera no âmbito do STR. teira comercial, as caixas econômicas e, em plano inferior, as
Esses fatos possibilitaram a redução dos riscos de liquidação cooperativas de crédito.
nas operações interbancárias, com consequente redução tam- Essas instituições captam depósitos à vista e, em contrapar-
bém do risco sistêmico, isto é, o risco de que a quebra de uma tida, oferecem a seus clientes, pessoas físicas e jurídicas, contas
instituição financeira provoque a quebra em cadeia de outras, de depósito que são utilizadas para movimentação de recursos
no chamado “efeito dominó”. Até abril de 2002, para mitigar tal e para pagamentos.
risco e não propagar a falta de liquidez de um participante aos
outros, muitas vezes o BCB bancava operações a descoberto em
conta Reservas Bancárias, o que significava elevar o seu risco 6Fonte: www.bcb.gov.br

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Além dessas instituições, é importante citar que, atuando Pagamentos sem utilização de papel-moeda (non-cash)
em nome dos bancos, os correspondentes bancários, tipicamen- Pagamentos que não envolvem a utilização de papel-moeda
te casas lotéricas, farmácias, supermercados e outros estabe- são efetuados principalmente por meio de cheques, transferên-
lecimentos varejistas, oferecem alguns serviços bancários e de cias de crédito, cartões de crédito e de débito e, também, por
pagamentos inclusive em locais não atendidos pela rede bancá- débitos diretos. Todas essas movimentações, quando cursadas
ria convencional. no Sistema Financeiro Nacional, são realizadas exclusivamente
na moeda nacional.
O papel do Banco Central do Brasil
O Banco Central do Brasil tem como missão institucional a Transferências de crédito
estabilidade do poder de compra da moeda e a solidez do siste- No Brasil, as transferências de crédito interbancárias efetu-
ma financeiro. No que diz respeito ao sistema de pagamentos, adas por não-bancos compreendem as Transferências Eletrôni-
nos termos da Resolução 2.882, o Banco Central do Brasil deve cas Disponíveis (TEDs) por conta de cliente, os Documentos de
atuar no sentido de promover a solidez, o normal funcionamen- Crédito (DOCs) e as movimentações interbancárias relacionadas
to e o contínuo aperfeiçoamento do sistema de pagamentos. com os bloquetos de cobrança.
Para funcionamento, os sistemas de liquidação estão sujeitos à A transferência de crédito feita por intermédio da TED
autorização e à supervisão do Banco Central do Brasil, inclusive é disponibilizada para o favorecido no mesmo dia (same day
aqueles que liquidam operações com títulos, valores mobiliá- funds), geralmente em poucos minutos após a emissão da cor-
rios, moeda estrangeira e derivativos financeiros6. Como previs- respondente ordem pelo remetente. No caso do DOC, os recur-
to na Lei 10.214, compete também ao Banco Central do Brasil a sos são disponibilizados para o favorecido, para saque, no dia
definição de quais são os sistemas de liquidação sistemicamente útil seguinte (D+1). A transferência de crédito relacionada com
importantes. O Banco Central do Brasil é também provedor de bloqueto de cobrança, cuja liquidação interbancária também
serviços de liquidação e nesse papel ele opera o STR (item 3.2.1) ocorre em D+1, é colocada à disposição do favorecido em prazo
e o Selic (item 3.3.1), respectivamente um sistema de transfe- menor ou maior conforme acordo entre ele e seu banco.
rência de fundos e um sistema de liquidação de operações com O pagamento por transferência de crédito pode ser inicia-
títulos públicos. do nos caixas das agências bancárias, em máquinas de atendi-
Para operacionalização de algumas de suas atribuições, o mento automático (ATM) ou pela Internet (Internet banking). Os
Banco Central do Brasil oferece às instituições bancárias e aos bloquetos de cobrança contêm código de barras que possibilita
bancos de investimento contas denominadas Reservas Bancá- a leitura ótica de seus dados (Optical Character Recognition –
rias, cuja titularidade é obrigatória para as instituições que re- OCR).
cebem depósitos à vista e opcional para os bancos de investi- Quaisquer que sejam o modo10 e o meio utilizados para dar
mento e para os bancos múltiplos sem carteira comercial. Por início à transferência de crédito, a movimentação de fundos é
intermédio dessas contas, as instituições financeiras cumprem sempre feita eletronicamente.
os recolhimentos compulsórios/encaixes obrigatórios sobre re-
cursos à vista, sendo que elas funcionam também como contas Cheque
de liquidação. Cada instituição é titular de uma única conta, cen- Já foram feitas algumas considerações acima sobre o che-
tralizada, identificada por um código numérico. que, vamos apenas abordar alguns aspectos aqui, e recomenda-
No Brasil, por disposição legal, uma instituição bancária não -se a releitura dos tipos de cheque já citados.
pode manter conta em outra instituição bancária. Por isso, ex- Pode-se definir cheque como uma ordem de pagamento à
ceto aqueles efetuados em espécie e aqueles que se completam vista, já que deve ser pago no momento de sua apresentação ao
no ambiente de um único banco, isto é, quando o pagador e o banco sacado, envolvendo nessa operação três sujeitos, quais
recebedor são clientes do mesmo banco, todos os pagamentos sejam, o emitente, o sacado e portador.
têm liquidação final nas contas Reservas Bancárias. Aquele é a pessoa que emite a ordem, esse é a instituição
Por determinação constitucional, o Banco Central do Brasil financeira onde o passador possui conta e que recebe a ordem,
é o único depositário das disponibilidades do Tesouro Nacional. enquanto este é o beneficiário que receberá a quantia.
Também as entidades operadoras de sistemas de liquidação de- Para ser válido, o cheque deve conter alguns elementos es-
fasada, se considerados sistemicamente importantes, são obri- tabelecidos pela lei acima referida, quais sejam: a denominação
gadas a manter conta no Banco Central do Brasil, para liquida- “cheque” inscrita no contexto do título e expressa na língua em
ção dos resultados líquidos por elas apurados. que este é redigido; a ordem incondicional de pagar quantia de-
Para assegurar o suave funcionamento do sistema de pa- terminada; o nome do banco ou da instituição financeira que
gamentos no ambiente de liquidação de obrigações em tempo deve pagar (sacado); a indicação do lugar de pagamento; a indi-
real, o Banco Central do Brasil concede crédito intradia aos par- cação da data e do lugar de emissão; e a assinatura do emitente
ticipantes do STR titulares de contas Reservas Bancárias, na for- (sacador), ou de seu mandatário com poderes especiais.
ma de operações compromissadas com títulos públicos federais, A obrigatoriedade de indicar o local de pagamento, a data e
sem custos financeiros.7 o lugar de emissão é relativizada pela própria lei em seu art. 2º,
que considera o local de pagamento o endereço junto ao nome
Instrumentos de pagamento do banco quando ausente indicação especial; não havendo qual-
Pagamentos em espécie quer tipo de determinação, o cheque deve ser pago onde foi
O dinheiro em espécie é usado principalmente para paga- emitido. Em caso de ausência de designação do lugar de emis-
mentos de baixo valor, relacionados com as pequenas compras são, é reputado como emitido no local determinado junto ao
do dia-a-dia. nome do emitente.

7 Fonte: www.epge.fgv.br

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A ordem de pagamento não pode estabelecer condições e Funcionalidades do boleto bancário
deve ser explicitada de forma exata, não cabendo a fixação de Quem efetua a venda é o cedente do boleto. Quando é uti-
juros. Havendo divergência entre o valor constante em algaris- lizada uma instituição de pagamento, ela, e não a empresa res-
mos e o valor escrito por extenso, este prepondera. Entretanto, ponsável pela venda, aparece como cedente. Já o comprador é
caso apareçam ambos os valores mais de uma vez de maneira chamado de sacado e sua obrigação é quitar o boleto de acordo
divergente, prevalece a informação de menor monta. com sua data de vencimento.
A assinatura pode ser por chancela mecânica ou processo As tarifas variam de acordo com a instituição que emite o
equivalente, consoante previsão do parágrafo único do art. 1°. boleto. Vale lembrar que uma nova regra estabelece que boletos
Além dos requisitos da Lei n° 7.357/85, outras normas tam- devem, compulsoriamente, ter o registro bancário.
bém se aplicam a esse título, tais como resoluções do Banco Para fazer a emissão com uma instituição bancária, a em-
Central do Brasil e a Lei n° 6.268, de 24 de novembro 1975, a presa precisa de uma conta-corrente aberta. Mas, caso opte
qual obriga os títulos cambiais a possuírem a identificação do por uma plataforma intermediadora de pagamentos, uma conta
devedor pelo número de sua cédula de identidade, de inscrição poupança já é suficiente.
no cadastro de pessoa física, do título eleitoral ou da carteira É por meio dessa mesma conta bancária que o recebimento
profissional. do valor pago pelo sacado será realizado. O prazo é sempre em
É válido salientar ainda que o cheque é um documento pa- conformidade com a negociação feita entre a empresa e o banco
dronizado, cujo modelo é estabelecido pelo Banco Central do ou instituição emissora. A compensação pode ter prazo de um
Brasil, especialmente pela resolução 885, de 22 de dezembro de a três dias úteis para ser feita em favor do vendedor. Portanto,
1983, que fixa, por exemplo, as dimensões de 175 mm de com- é recomendado conferir com o gerente da sua conta qual é a
primento e 80 mm de largura, com algumas tolerâncias. configuração do boleto que você vai emitir.
Apesar de ser mais comum entre pessoas jurídicas, a emis-
Natureza Jurídica são de boleto por pessoa física também é permitida.
O cheque é um título de crédito anômalo, vez que é um ins- As novas regras do boleto bancário, que abordaremos em
trumento de mobilização financeira revestido de algumas carac- breve neste texto, também tratam da emissão de 2ª via. Com
terísticas dos títulos de crédito.
as mudanças em vigor, alguns pontos importantes foram altera-
Essa questão da natureza jurídica do cheque é bastante con-
dos. Não há mais necessidade de emitir um novo boleto quando
troversa, para uns esse é considerado título de crédito, enquan-
passar a data de vencimento e o título não for quitado. Além
to para outros não, havendo ainda os que o consideram título de
de poder ser pago em qualquer banco, o valor será automatica-
crédito sui generis.
mente atualizado. As multas e juros estipulados no momento da
Waldo Fazzio Júnior, ao emitir sua opinião sobre o tema, le-
emissão serão incorporados no documento sem a necessidade
ciona:
de correspondência entre as partes.
O cheque – que não é título de crédito em sentido estrito – é
mesmo um instrumento de pagamento que se exaure com o rece-
Quais são os tipos de boleto?
bimento do seu valor, mas contém diversos elementos peculiares
aos títulos de crédito tradicionais, como, por exemplo, a literalida- Antes de entrarmos na questão do registro de boletos e car-
de e a abstratividade. De outra parte, é inegável que o sacado não nês, vamos explicar os dois tipos existentes. Quando uma com-
tem nenhuma obrigação cambial, não garante o pagamento, não pra é feita para pagamento à vista, é gerado um boleto avulso.
aceita (art. 6°), não endossa (at. 18, § 1°) e não avaliza (art. 29) o Já para vendas parceladas, utiliza-se o carnê, ou seja, uma série
título. Também é discutível sua circulabilidade. Deve ser contem- de boletos sequenciais para pagamento.
plado, realmente, um título de crédito sui generis.
Boleto sem registro
Percebe-se que o professor explica que o cheque não é tí- Começaremos explicando como funciona o boleto sem re-
tulo de crédito próprio, tendo em vista que se dissipa quando gistro, também chamado de boleto simples. Só em 2016, de
há o seu pagamento. Entretanto, lembra que o cheque vale o cada dez boletos emitidos todos os dias no Brasil, quatro foram
que nele contém (literalidade) e é desvinculado do negócio do sem registro. No entanto, as regras mudaram e este de boleto
qual nasceu (abstração), características dos títulos de créditos não pode mais ser emitido.
clássicos. Assim, entende que o cheque é um título de crédito Quando esse tipo de boleto era emitido, as informações so-
sui generis. bre o comprador, a data de vencimento e o valor da compra não
eram repassadas ao banco.
Boleto Bancário Isso significa que a empresa que fez a venda precisava ter
O boleto bancário nada mais é do que uma forma simples um controle eficiente dos seus recebimentos. Era imprescindível
e ágil para realização de pagamentos que têm importantes fun- conferir o preço e o prazo de pagamento para ter certeza de que
cionalidades de cobrança e controle de recebimentos por parte a emissão foi realizada com todos os dados corretos.
de quem vende. Você deve estar se perguntando por que alguém escolheria
Levando em consideração que praticamente 4 em cada 10 emitir um boleto sem registro, seja pessoa física ou jurídica, se
brasileiros com mais de 18 anos são considerados desbancari- essa opção envolve riscos de erro no recebimento. Isso aconte-
zados, possibilitar a emissão de boleto bancário como forma de cia por uma razão simples: a flexibilidade que o boleto simples
pagamento da venda de um produto ou serviço pode ser um oferece.
fator de sobrevivência para muitas empresas. Ele permitia que informações, como condição de pagamen-
Diversos negócios têm por hábito oferecer descontos para to e valores, fossem alteradas sem a necessidade de qualquer
quem paga por meio de boleto. Assim, a praticidade do paga- comunicação com o banco emissor. Além disso, o valor da taxa
mento vale tanto para quem paga quanto para quem recebe, cobrada pelo banco costumava ser único, enquanto o registrado
sendo estabelecida uma relação de ganhos mútua. tem a cobrança de mais tarifas.

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O boleto sem registro também liberava o pagamento da Sendo assim, a norma não é válida para e-commerce. O mo-
taxa de compensação, caso o título não fosse pago. Ou seja, se tivo é simples: lojas online não liberam a entrega da mercadoria
um e-commerce fizesse uma venda, mas o comprador desistisse enquanto seu sistema não identificar que o pagamento do bole-
da transação, ele simplesmente não pagaria o boleto. Porém o to foi efetivamente realizado.
emissor também não teria que arcar com o custo da taxa do Boletos registrados, quando gerados por uma instituição
documento emitido. bancária, têm o ônus do seu custo, pois mesmo os títulos não
Como já dissemos, apesar de possuir vantagens, o boleto pagos e cancelados têm cobrança de tarifa bancária. Porém,
sem registro oferecia também algumas desvantagens. Além do quem opta por plataformas de pagamentos online encontram
perigo de descontrole dos recebimentos, se o sacado não pagas- mais vantagens na hora de emitir boletos.
se o título, nenhuma punição poderia ser executada por parte
do cedente. A única medida que poderia ser feita era a inserção Quais são as vantagens do boleto bancário?
eventual de multas e juros no boleto. Vale a pena ressaltar as vantagens do boleto bancário em
Abria-se, portanto, um grande espaço para fraudes e co-
relação a outros meios de pagamentos. É verdade que o cartão
branças enganosas. Inclusive, justamente por isso, as regras do
de crédito tem sido muito usado pelos consumidores, principal-
boleto sem registro foram recentemente alteradas e você preci-
mente em compras via Internet.
sa estar por dentro delas.
Mas também é real o medo que muitos brasileiros ainda
O perigo do boleto sem registro têm de clonagem e outras fraudes online. Há ainda golpes que
Golpes envolvendo boletos bancários são comuns. Portan- podem ser aplicados offline, em máquinas de cartão adultera-
to, provavelmente, você já ouviu alguma história ou sofreu com das, por exemplo. E não podemos nos esquecer das pessoas que
isso. Uma das fraudes mais frequentes acontece quando um ví- nem possuem cartões de crédito, situação que é uma realidade
rus é instalado em um computador. A vítima faz uma compra no Brasil.
pelo aparelho em qualquer loja virtual, efetua o pagamento e Então imagine um comprador que, por qualquer razão, não
não recebe a mercadoria. Isso acontece porque a empresa não tenha ou não possa usar seu cartão para pagar sua compra. Ago-
identifica a baixa do boleto. Afinal, ele não recebeu a quantia re- ra considere a realidade da violência no Brasil, onde andar com
ferente às compras, não liberando o envio do pedido. Por fim, o dinheiro vivo pelas ruas representa perigo de assalto. Dessa for-
dinheiro pago pelo cliente acabava sendo desviado para a conta ma, fica fácil entender que o boleto bancário ainda tem (e mui-
dos criminosos. to!) seu valor.
Sem o registro das informações do boleto, ficava pratica- Conheça outros benefícios da cobrança via boleto bancário:
mente impossível evitar esse tipo de crime. - o boleto bancário é aceito em todo o país;
- muitos produtos e serviços que são vendidos ao governo
O fim da cobrança não registrada ou a pessoas jurídicas não têm outra opção de pagamento além
Justamente devido ao alto número de boletos fraudados, a do boleto, único método aceito pela política empresarial de mui-
Febraban (Federação Brasileira de Bancos) criou a Nova Plata- tos clientes corporativos;
forma de Cobrança. - aumento da conversão de vendas por atingir consumidores
A principal mudança está na obrigatoriedade do registro do que ainda não estão habituados com outros tipos de pagamento.
título. Os dados do emissor e pagador (CNPJ ou CPF), valor a ser
pago e a data de vencimento do boleto devem ser enviados ao Portanto, podemos dizer que uma empresa que não oferece
banco emissor compulsoriamente. o boleto bancário como forma de pagamento para seus clientes,
Com a ajuda da tecnologia, no ato do pagamento do bole- com certeza, está perdendo dinheiro.
to, automaticamente será realizada uma conferência de dados Então, vamos passar para o próximo passo e lhe explicar
nessa nova plataforma de cobrança. A operação será efetivada
como a emissão de um boleto bancário é realizada.
somente se as informações forem compatíveis.
Vale ressaltar que o pagamento do boleto sem registro só
Como emitir um boleto?
será aceito no banco emissor, mesmo antes da data de venci-
A emissão de um boleto bancário, como já vimos, pode ser
mento.
feita tanto por pessoa física, por meio de um CPF (Cadastro de
Boleto registrado Pessoa Física), como por pessoa jurídica, usando um CNPJ (Ca-
Para emitir um boleto registrado facilmente, a empresa pre- dastro Nacional de Pessoa Jurídica).
cisa comunicar ao banco todas as informações contidas nele. Hoje em dia, com o avanço tecnológico que a Internet pro-
Isso inclui o nome e CPF ou razão social e CNPJ do comprador, porcionou ao mundo dos negócios, existem diversas ferramen-
valor da negociação e data de pagamento. Dados sobre a política tas para gerar um boleto bancário. Aqui, vamos falar das princi-
de recebimento fora do prazo e penalidades em caso de atraso pais formas usadas no Brasil:
também precisam ser informados.
O envio desses dados ao banco é realizado por meio da cria- Internet Banking
ção de um arquivo no sistema quando a emissão do boleto com A empresa pode optar por fazer o processo diretamente no
registro é finalizada. No caso de emissão por meio de um inter- Internet Banking da instituição financeira com a qual firmou o
mediador de pagamento, esse processo é feito automaticamen- contrato de emissão dos títulos. O passo a passo para efetivar
te pelo intermediador. a emissão varia de banco para banco. Mas os dados necessários
Todo esse controle tem suas vantagens. A empresa ou pes- são sempre os mesmos, como já vimos neste artigo: cedente ou
soa física que realizou a venda tem assegurado seu direito de sacador/avalista (que fará a cobrança), sacado (o comprador),
protestar o comprador em caso de não pagamento do boleto. prazo de pagamento, valor do título e orientações relacionadas
Claro que essa regra vale apenas para situações em que o produ- a juros e multas.
to tenha sido entregue ou o serviço tenha sido prestado.

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Aqui, você precisa ter uma conta-corrente aberta, mas não - COMPE – Serviço de Compensação de Cheques e Outros
se esqueça de solicitar a inclusão desse serviço no seu pacote, Papeis: esta é a câmara mais utilizada pelo público em geral ten-
pois não é algo automático. Ao finalizar a emissão, você pode do a responsabilidade da liquidação de cheques, TEDs, DOCs…
optar pela impressão do boleto, pelo envio via e-mail por meio - Câmara de Ações (Antiga CBLC): A câmara de ações respon-
de um documento em .pdf ou por link. de pela liquidação dos títulos negociados em bolsa de valores.
Esse tipo de ferramenta não visa escalabilidade, pois só per-
mite o preenchimento manual, um a um. Ou seja, caso seu ne- Com o atual design do sistema de pagamentos brasileiro te-
gócio tenha um volume considerável de vendas, talvez essa não mos pontos positivos como a ampla automatização dos proces-
seja a melhor opção para você. Mas, se a emissão de boletos for sos devido a grande maioria dos títulos serem escriturais. Além
apenas eventual, pode ser que funcione de acordo com as suas de sua liquidação em tempo recorde e o excelente funciona-
necessidades. mento das Clearing House (câmaras de compensação).
Em contrapartida o BACEN assume grande parte dos riscos
Intermediadores de cobrança do sistema uma vez que as câmaras não possuem um mecanis-
Para negócios que precisam ganhar tempo e otimizar suas mo que venha a assegurar a continuação sem grandes solavan-
operações de cobrança, vale a pena considerar a contratação de cos em caso de falência de um dos participantes.
uma plataforma para emissão de boleto online. Existem diversas A base do sistema de pagamentos brasileiro é instituída pela
opções no mercado com diferentes planos. Com certeza, você Lei 10.214 de 2001 que reconhece a compensação multilateral
encontrará o que esteja mais alinhado com as suas necessida- e bilateral possibilitando a liquidação das garantias no caso de
des. insolvência de um dos participantes do sistema.
Boletos emitidos dessa forma são aceitos em todos os ban- Aqui fica também ressaltada a importância de uma contra-
cos, em agências postais, lotéricas ou qualquer estabelecimento parte central para a diluição de risco dos emissores dando maior
que seja credenciado o recebimento. Além disso, o arquivo fica garantia a liquidação de suas operações. As instituições financei-
salvo na nuvem, garantindo que nunca será perdido. ras que atuam como contraparte central devem estar precavidas
Essas plataformas também oferecem integrações via API, com mecanismos de proteção dependendo do tipo de operações
uma funcionalidade importante para programadores. A partir que realiza e ser devidamente autorizada pelo BACEN.
das integrações, eles podem incorporar sistemas empresariais e Aqui o CMN estabelece as diretrizes que devem ser obser-
de e-commerce com a emissão de boletos online. vadas pelo BACEN para que efetue a regulamentação e a super-
Outras vantagens que os melhores intermediadores de pa- visão das normas estabelecidas na lei.
gamento do mercado garantem são: Os participantes dependem aqui de prévia autorização para
- Plataforma completa para gestão de boletos e carnês, funcionamento do BACEN que atuará com o objetivo de garantir
clientes e serviços; eficiência e solidez ao mercado.
- Funcionalidades unificadas e integradas no mesmo local,
proporcionando agilidade no processo; Comunicado 25.164
- Não há necessidade de passar pela burocracia de fazer De acordo com o comunicado 25.164, são sistema de com-
contratos com instituições financeiras; pensação e liquidação:
- Baixa complexidade de integração com e-commerce, tor- Sistema de Transferência de Fundos
nando a implementação mais barata.8 - STR: Sistema de Transferência de Reservas;
- COMPE: Central de compensação de cheques;
Toda a estrutura do Sistema de Pagamentos Brasileiro visa - Liquidação Multibandeiras de cartão de crédito da CIELO;
na redução do prazo entre as transferências de recursos assim - Liquidação Multibandeiras de cartão de crédito da REDE-
como a sua transparência e segurança. CARD;
Para que tal objetivo torne-se viável há o gerenciamento - SILOC: Sistema de Liquidação Diferida das Transferências
de riscos executado através das câmaras de liquidação (clearing Interbancárias de Ordens de Crédito;
house) que atuam como uma contraparte central minimizando
os riscos através de operações multilaterais ou bilaterais. Sistema de Liquidação de Valores Mobiliários
O sistema de pagamentos brasileiro está baseado no Siste- - SELIC: Sistema Especial de Liquidação e Custódia;
ma de Transferências de Reserva, o STR. A principal característi- - Câmara de Câmbio: Compensação de Operações de Câm-
ca do STR é o funcionamento através do Sistema de Liquidação bio;
Bruta em Tempo Real, o LBTR. - Câmara de Ações: Antiga CBLC, liquidação de operações
com ações mercado Bovespa;
Câmaras de Compensação (Clearing House) - Câmara de Registro: Registra as operações em ambiente
De uma forma simples, a liquidação das operações financei- BVMF;
ras em território nacional executadas pelo sistema brasileiro de - CETIP: Câmara de Compensação de Títulos Privados;
pagamentos pode ser dividido em quatro grandes câmaras de - CIP: Central Interbancária de Pagamentos;
compensação.
- SELIC – Sistema Especial de Liquidação e Custódia: esta câ- Termos Importantes
mara é responsável pela liquidação dos títulos do Tesouro Dire- - Arranjo de Pagamento: normas que regulam a prestação
to, estritamente escriturais. de serviço de pagamentos aceito por mais de um recebedor;
- CETIP – Central de Liquidação e Custódia de Títulos Priva- - Instituição de Pagamento: empresa não financeira que
dos:clearing house que responde pelos títulos privados e títulos preste serviço de pagamentos;
públicos de estados e municípios. - Riscos de Liquidação: risco de crédito e liquidez;
8Fonte: www.gerencianet.com.br - Contraparte Central: clearing house, intermediário central;

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
(D) a mesa de operações determina a meta para a Selic e é
EXERCÍCIOS também responsável por manter a taxa diária próxima da
meta;
1. (BANESTES – TÉCNICO EM SEGURANÇA DO TRABALHO – (E) o Copom persegue uma meta estabelecida pelo Conselho
MÉDIO – FGV – 2018) O Sistema Financeiro Nacional (SFN) é di- Monetário Nacional (CMN).
vidido em segmentos especializados e um dos ramos de maior
importância é o Mercado de Crédito, responsável por: 6. (SETRABES – ADMINISTRADOR – SUPERIOR – UERR - 2018)
(A) fornecer recursos para o consumo das pessoas em geral Sobre o Plano Plurianual - PPA de que trata o art. 165 da Consti-
e para o funcionamento das empresas; tuição Federal marque a alternativa incorreta:
(B) fornecer à economia papel-moeda e moeda escritural, (A) A duração atual é de quatro anos.
aquela depositada em conta-corrente; (B) Estabelece, de forma regionalizada, as diretrizes, objeti-
(C) permitir às empresas em geral captar recursos de tercei- vos e metas da Administração Pública para as despesas de
ros e, portanto, compartilhar os ganhos e os riscos; capital.
(D) facilitar a compra e a venda de moeda estrangeira; (C) A elaboração dá-se no primeiro ano do mandato do go-
(E) permitir operações em mercados futuros. vernante.
(D) Estabelece um conjunto de metas de política governa-
2. (BANESTES – TÉCNICO BANCÁRIO – MÉDIO – FGV – 2018) mental que envolve programas de duração prolongada.
O mercado de capitais é um sistema de distribuição de valores (E) O Plano Plurianual é a lei que define as prioridades do
mobiliários que visa proporcionar liquidez aos títulos de emissão executivo para o ano seguinte ao de sua aprovação, e que
de empresas e viabilizar seu processo de capitalização. É cons- devem ser observadas na elaboração da lei Orçamentária
tituído pelas bolsas, corretoras e outras instituições financeiras Anual.
autorizadas, e seus produtos principais incluem:
(A) certificados de depósitos bancários e letras financeiras; 7. (SETRABES – ADMINISTRADOR – SUPERIOR – UERR -
(B) títulos emitidos pelo Tesouro Nacional; 2018) Sobre a Lei de Diretrizes Orçamentárias (CF/1988 e Lei nº
(C) cartas de fiança e garantias; 4.320/1964), analise as assertivas:
(D) empréstimos-ponte e financiamentos de projetos; I - A concessão de qualquer vantagem ou aumento de remu-
(E) ações e debêntures. neração, pelos órgãos e entidades da administração direta ou
indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo poder
3. (TRANSPETRO – PROFISSIONAL DE COMUNICAÇÃO/JOR- público, só poderão ser feitas se houver prévia dotação orça-
NALISMO – SUPERIOR – CESGRANRIO – 2018) No contexto re-
mentária suficiente para atender às projeções de despesa de
cente da economia brasileira a valorização cambial vem sendo
pessoal e aos acréscimos dela decorrentes e, ressalvadas as em-
utilizada como instrumento no combate à inflação. Mas a con-
presas públicas e as sociedades de economia mista, autorização
servação desta política, contudo, tende a expor setores econô-
específica presente.
micos mais voltados ao mercado interno a um grau de concor-
II- A proibição de aquisição de veículos de representação,
rência crescente com empresas internacionais, o que pode vir a
constante na lei de diretrizes orçamentárias vigente, em face da
acarretar em queda do emprego e da renda internos. Um con-
autonomia administrativa e financeira dos Poderes da Repúbli-
texto de valorização cambial, no Brasil:
ca, não vincula o Poder Judiciário.
(A) Reduzirá a dívida externa em dólar.
III- De acordo com a Constituição Federal, foi reservada à Lei
(B) Trará importações mais baratas.
(C) Valorizará os termos de troca. de Diretrizes Orçamentárias a função de dispor sobre alterações
(D) Propicia o acesso de capitais internacionais. na legislação tributária. Assinale a alternativa correta:
(A) se todas as afirmativas estiverem corretas.
4. (BANESTES – TÉCNICO EM SEGURANÇA DO TRABALHO – (B) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas.
MÉDIO – FGV – 2018) É competência do Comitê de Política Mo- (C) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.
netária – Copom a fixação: (D) se apenas a afirmativa II estiver correta.
(A) da taxa do CDI; (E) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas.
(B) da taxa Selic diária;
(C) da meta para a taxa Selic; 8. (SETRABES – ADMINISTRADOR – SUPERIOR – UERR - 2018)
(D) da Taxa de Juros de Longo Prazo; Marque a alternativa correta. Todas as receitas e despesas cons-
(E) do superávit primário. tarão pelos seus totais, vedadas quaisquer deduções. Esta afir-
mação refere-se à:
5. (BANESTES – TÉCNICO BANCÁRIO – MÉDIO – FGV – 2018) (A) LRF- Lei de Responsabilidade Fiscal.
Em referência aos papéis exercidos pelo Copom e pela mesa de (B) LOA- Lei Orçamentária Anual.
operações do mercado aberto do Banco Central do Brasil, com (C) LDO- Lei de Diretrizes Orçamentárias.
relação à taxa Selic, é estabelecido que: (D) LTF- Lei de Transparência Fiscal.
(A) a mesa de operações determina a meta para a Selic e o Co- (E) PPA- Plano Plurianual
pom é responsável por manter a taxa diária próxima da meta;
(B) o Copom determina a meta para a Selic e é também res- 9. (BANESTES – TÉCNICO EM SEGURANÇA DO TRABALHO –
ponsável por manter a taxa diária próxima da meta; MÉDIO – FGV – 2018) O Sistema Financeiro Nacional (SFN) pos-
(C) o Copom determina a meta para a Selic e a mesa de ope- sui órgãos normativos, supervisores e executores, com papéis
rações é responsável por manter a taxa diária próxima da bem definidos. A supervisão do mercado de capitais é respon-
meta; sabilidade:

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(A) do Conselho Monetário Nacional (CMN); 14. (PREFEITURA DE VIANA/ES – AUDITOR FISCAL DE TRIBU-
(B) do Banco Central do Brasil; TOS/ECONOMIA – SUPERIOR – CONSULPLAN – 2019) O regime
(C) da Bolsa de Valores; cambial de uma economia é a estrutura na qual a taxa de câmbio
(D) do Ministério da Fazenda; é gerada. Dentro de um modelo simplificado podemos dizer que
(E) da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). um regime cambial pode ser fixo ou flutuante. No primeiro caso,
o Banco Central estipula um valor fixo para a taxa de câmbio,
10. (CRO/AC – ANALISTA FINANCEIRO – SUPERIOR – QUA- vide início do Plano Real no Brasil, já no segundo, regime flutu-
DRIX – 2019) Julgue os itens, relativos à gestão financeira das ante, a taxa de câmbio variará de acordo com as conjunturas de
empre mercado. Saindo do modelo simplificado, dentro desses dois re-
sas. O mercado de capitais compreende todos os mercados gimes, existem ainda tipos específicos. Sobre o comportamento
de recursos financeiros edeintermediaçãodeoperações de crédi- dos regimes cambiais, NÃO podemos afirmar que:
to do sistema econômico (A) O regime flutuante de moeda que apresenta mediações
( ) CERTO esporádicas por parte do Banco Central com a intenção de
( ) ERRADO atenuar as oscilações especulativas da taxa de câmbio é co-
nhecido por flutuação suja.
11. (BANPARÁ – TÉCNICO BANCÁRIO – MÉDIO – FADESP – (B) O maior benefício do regime fixo de câmbio é o de ele
2018) O Mercado Secundário é onde ocorre a negociação con- simplificar a tomada de decisão por parte dos agentes eco-
tínua dos papéis (ações) emitidos no passado. Sendo assim, um nômicos.
investidor que queira operar nesse mercado deve (C) A taxa de câmbio nominal é o instrumento usado nas
(A) pedir autorização para Comissão de Valores Mobiliários transações internacionais de troca de bens e serviços de
(CVM). uma nação por bens e serviços de outra nação.
(B) dirigir-se a uma sociedade corretora membro de uma (D) No regime puro de flutuação das taxas de câmbio o Ban-
bolsa de valores, na qual receberá orientações e esclareci- co Central não executa operações de compra e venda de
mentos na seleção dos investimentos. moedas estrangeiras.
(C) procurar um banco, uma corretora ou uma distribuidora
de valores mobiliários, que participem do lançamento das 15. (BANCO DA AMAZÔNIA – TÉCNICO CIENTÍFICO – SUPE-
ações pretendidas. RIOR – CESGRANRIO – 2021) De acordo com os dados do Banco
(D) solicitar autorização no Banco Central do Brasil, o qual é Central do Brasil, entre dezembro de 2019 e outubro de 2020,
o responsável pela gestão financeira do mercado de capitais a taxa de câmbio aumentou, em média, de R$4,11/US$ para
brasileiro. R$5,63/US$, representando uma depreciação de 37% da moeda
(E) entrar em contato direto com a empresa da qual tenha brasileira, em termos nominais, e de 35%, em termos reais. Con-
interesse em adquirir ações. siderando os fatores que determinam as alterações na taxa de
câmbio ao longo do tempo, a depreciação observada no período
12. (AL/APA – ECONOMISTA – SUPERIOR – FCC – 2020) O assinalado refletiu a(o)
comportamento do balanço de pagamentos é sensível ao regime (A) entrada líquida expressiva de dólares no Brasil.
cambial adotado pelo país. Assim, em um regime de (B) venda de reservas internacionais por parte do Banco
(A) taxa de câmbio flutuante, a política monetária é eficaz Central do Brasil.
em determinar a taxa de câmbio real, muito embora não (C) fuga de capitais, diante da incerteza com respeito aos
tenha controle sobre a taxa nominal de câmbio. (B) flutua- impactos da crise pandêmica. (D) aumento do diferencial
ção suja ou controlada, a taxa de câmbio nominal é mantida entre as taxas de juros internas e externas.
fixa de sorte a atrair capitais estrangeiros interessados em (E) aumento das posições compradas da moeda brasileira
carry trade. nos mercados futuros de câmbio
(C) câmbio fixo, o crescimento sustentado da economia ba-
seado em déficits em transações correntes torna o equilí- 16. (CRQ/4ª. REGIÃO – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – MÉDIO
brio das contas externas diretamente dependente da liqui- – QUADRIX – 2018) Julgue os itens, relativos à aplicação da ma-
dez no mercado financeiro internacional. temática financeira e ao financiamento do sistema bancário. Os
(D) câmbio fixo, aumenta a eficácia da política monetária juros reais são os juros resultantes, após a subtração da taxa de
ao isolar a economia de variações nos preços internacionais crescimento da economia, dos juros nominais.
dos bens importados. ( ) CERTO
(E) câmbio fixo, é maior o espaço de decisão à política mo- ( ) ERRADO
netária doméstica, razão pela qual é preferível ao regime de
flutuação. 17.(BRB – ESCRITURÁRIO – MÉDIO – IADES – 2019) As en-
tidades representativas das instituições financeiras, a exemplo
13. (GASBRASILIANO – ECONOMISTA JR. – SUPERIOR – IE- da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), têm envidado
SES – 2017) Quando a taxa de câmbio nominal é predominante- esforços para a criação e o aprimoramento contínuo de siste-
mente determinada pela lei da oferta e da procura de mercado, mas de autorregulação destinados a reforçar publicamente o
estamos diante de um regime cambial de taxas ___________. compromisso do setor financeiro com a observância dos princí-
(A) Sujas. pios da integridade, equidade, transparência, sustentabilidade e
(B) Fixas. confiança, orientando, no relacionamento com o consumidor, o
(C) Flutuantes. atendimento das necessidades e dos interesses deste de forma
(D) Mistas. justa, digna e cortês, a fim de garantir a respectiva liberdade de
escolha e a tomada de decisões conscientes, sem prejuízo da

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
adoção de políticas e medidas voltadas à responsabilidade so- (B) a comunicação, às autoridades competentes, da prática
cioambiental, prevenção de situações de conflitos de interesse de ilícitos penais ou administrativos, sem ordem judicial.
e de fraude, além da prevenção e do combate à corrupção, à (C) a troca de informações entre instituições financeiras,
lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo. No que para fins cadastrais, ainda que observadas as normas do
se refere aos sistemas de Autorregulação mencionados, assinale Banco Central e do Conselho Monetário Nacional.
a alternativa correta. (D) o fornecimento, a gestores de bancos de dados, de infor-
(A) Podem ser revogados por ato do Banco Central do Brasil. mações financeiras relativas a operações de crédito adimpli-
(B) São aplicáveis a todas as instituições financeiras e de- das, para formação de histórico de crédito.
mais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Cen- (E) a transferência, à autoridade tributária, de informações
tral do Brasil, independentemente de vínculo associativo ou relativas a operações com cartão de crédito que permitam
adesão voluntária. identificar a natureza dos gastos efetuados.
(C) Decorrem de lei.
(D) Constituem-se de recomendações sem força obrigatória, 21. Considerando os crimes praticados contra a Administra-
não havendo previsão de aplicação de sanções em caso de ção Pública e a Lei 9.613/96, marque a alternativa CORRETA.
descumprimento. (A) Aquele que solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou
(E) A criação, a organização e o funcionamento desses sis- para outrem, vantagem ou promessa de vantagem, a pretex-
temas não dependem de autorização do Banco Central do to de influir em ato praticado por funcionário público no exer-
Brasil. cício da função, pratica o crime de exploração de prestígio.
(B) Aquele que solicitar ou receber dinheiro ou qualquer ou-
18. Lei Complementar n.º 105/2001 tra utilidade, a pretexto de influir em juiz, jurado, órgão do
Art. 6.º As autoridades e os agentes fiscais tributários da Ministério Público, funcionário de justiça, perito, tradutor,
União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios somen- intérprete ou testemunha, pratica o crime de tráfico de in-
te poderão examinar documentos, livros e registros de institui- fluência.
ções financeiras, inclusive os referentes a contas de depósitos e (C) Aquele que patrocinar, direta ou indiretamente, inte-
resse privado perante a administração pública, valendo-se
aplicações financeiras, quando houver processo administrativo
da qualidade de funcionário, pratica o crime de tráfico de
instaurado ou procedimento fiscal em curso e tais exames fo-
influência.
rem considerados indispensáveis pela autoridade administrativa
(D) No que se refere à Lei 9.613/98 (Lavagem de Dinheiro),
competente.
alterada pela Lei 12.683/12, é correto afirmar que atual-
Conforme o entendimento do STF, o dispositivo anterior-
mente não é possível a prática de “lavagem” ou ocultação
mente transcrito
de bens, direitos e valores na modalidade tentada.
(A) fere o direito à privacidade e à intimidade.
(E) É crime praticado por funcionário público contra a admi-
(B) é inconstitucional, pois o acesso a dados bancários pelo
nistração em geral, dar às verbas ou rendas públicas aplica-
fisco depende de autorização judicial.
ção diversa da estabelecida em lei.
(C) não ofende o direito ao sigilo bancário.
(D) trata especificamente da quebra de sigilo bancário. 22. A lei que dispõe sobre o crime de lavagem ou ocultação
(E) baseia-se no princípio da transparência dos tributos. de bens, direitos e valores
(A) adotou o modelo legislativo de segunda geração de com-
19. Acerca da Lei Complementar nº 105/2001, que dispõe bate ao crime de lavagem de dinheiro, visto prever rol taxa-
quanto ao sigilo das operações de instituições financeiras, assi- tivo de crimes antecedentes.
nale a alternativa correta. (B) permite ao Juiz reduzir ou deixar de aplicar a pena ao
(A) O dever de sigilo não é aplicável à BRB Distribuidora de autor que colaborar espontaneamente, prestando esclareci-
Títulos e Valores Mobiliários, tendo em vista que ela não é mentos que conduzam à identificação de autores, coautores
considerada instituição financeira. e partícipes, a qualquer tempo.
(B) O Fisco não pode requisitar diretamente ao BRB informa- (C) permite à Autoridade Policial e ao Ministério Público
ções a respeito da movimentação bancária dos respectivos o acesso direto a documentos relativos a movimentações
clientes, independentemente de autorização judicial. bancárias de investigados por crime de lavagem de dinheiro.
(C) Mediante a decisão fundamentada do respectivo pre- (D) estabelece ser de competência da Justiça Federal a apu-
sidente, uma CPI da Câmara Legislativa do Distrito Federal ração e julgamento do crime de lavagem de dinheiro.
pode requisitar ao BRB informações a respeito da movimen- (E) prevê a modalidade da lavagem de dinheiro culposa.
tação bancária de clientes da instituição financeira.
(D) As operações financeiras que envolvam recursos públi- 23. A Lei Geral de Proteção de Dados considera como dados
cos não estão abrangidas pelo sigilo de que trata a referida pessoais sensíveis os dados sobre
lei complementar de acordo com jurisprudência do STJ. (A) contas bancárias.
(E) O dever de sigilo não é aplicável às empresas de fomento (B) viagens realizadas.
mercantil (factoring), tendo em vista que elas não são consi- (C) formação acadêmica.
deradas instituições financeiras. (D) origem racial ou étnica.
(E) numeração de documentos.
20. De acordo com a Lei Complementar n.º 105/2001, as
instituições financeiras devem conservar o sigilo de suas opera- 24. Nos termos da Lei Brasileira que trata da Proteção de
ções, sendo uma violação desse dever Dados, Lei nº 13.709/2018, a respeito da Autoridade Nacional de
(A) a revelação de informações sigilosas, ainda que com o Proteção de Dados (ANPD), assinale a alternativa correta.
consentimento expresso do interessado.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
(A) A natureza jurídica da ANPD é permanente, podendo ser 27. De acordo com o Decreto nº 8.420/2015, consiste, no
transformada pelo Poder Executivo em entidade da admi- âmbito de uma pessoa jurídica, no conjunto de mecanismos e
nistração pública federal indireta, submetida a regime au- procedimentos internos de integridade, auditoria e incentivo à
tárquico especial e vinculada à Presidência da República. denúncia de irregularidades e na aplicação efetiva de códigos de
(B) Ato do Ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Co- ética e de conduta, políticas e diretrizes com objetivo de detec-
municações disporá sobre a estrutura regimental da ANPD. tar e sanar desvios, fraudes, irregularidades e atos ilícitos prati-
(C) Não é da competência da ANDP apreciar petições de titu- cados contra a administração pública, nacional ou estrangeira. A
lar contra controlador após comprovada pelo titular a apre- que termo se refere a descrição acima?
sentação de reclamação ao controlador não solucionada no (A) Sistema de Controles Internos.
prazo estabelecido em regulamentação. (B) Sistema de Combate a Atos Ilícitos Contra a Administra-
(D) Os valores apurados na venda ou no aluguel de bens mó- ção Pública.
veis e imóveis de sua propriedade não constituem receitas (C) Programa de Integridade.
da ANDP. (D) Política de Governança Corporativa.
(E) Os cargos em comissão e as funções de confiança da (E) Processo Administrativo de Responsabilização.
ANPD serão remanejados de outros órgãos e entidades do
Poder Executivo federal. 28. De acordo com o Decreto no 8.420/2015, a apuração
da responsabilidade administrativa de pessoa jurídica que possa
25. Em relação à responsabilização objetiva, administrativa resultar na aplicação das sanções previstas no art. 6o da Lei no
e civil de pessoas jurídicas pela prática de atos contra a Admi- 12.846, de 2013, será efetuada por meio de Processo Adminis-
nistração Pública, de acordo com a Lei nº 12.846/13, assinale a trativo de
afirmativa correta. (A) Especialização
(A) A responsabilização da pessoa jurídica exclui a respon- (B) Fixação
sabilidade individual de seus dirigentes e administradores. (C) Contribuição
(B) Quando há cisão, as sucessoras serão responsabilizadas (D) Responsabilização
somente pelo pagamento da muita devida, na proporção do (E) Proporcionalização
patrimônio líquido.
(C) As pessoas jurídicas serão responsabilizadas pelos atos 29. Certa pessoa jurídica privada é acusada de praticar ato
contra a Administração Pública apenas quando estes foram lesivo a autarquia municipal de Boituva consistente em fraudar
praticados exclusivamente em seu benefício. o caráter competitivo de procedimento licitatório público e ofe-
(D) Quando há fusão e incorporação, a sucessora será res- recer vantagem indevida a agente público. Levando em conta o
ponsabilizada e sobre ela serão aplicadas as sanções previs- caso hipotético e considerado o disposto na Lei n° 12.846/2013,
tas em Lei e o pagamento da multa devida, quando aplicável. assinale a alternativa correta:
(E) As sociedades controladoras, controladas e coligadas se- (A) É possível a responsabilização, na esfera administrativa,
rão solidariamente responsáveis pela prática dos atos con- da empresa em questão, o que afasta a possibilidade de res-
tra a Administração Pública, restringindo-se tal responsabi- ponsabilização na esfera judicial.
lidade à obrigação de pagamento de multa e à reparação (B) Caso ocorra a responsabilização da empresa na esfera
integral do dano causado. administrativa, com a imposição de multa em percentual do
faturamento, estará a empresa automaticamente desobri-
26. Assinale a alternativa correta de acordo com a Lei Anti- gada com relação à reparação integral do dano causado.
corrupção no 12.846, de 1o de agosto de 2013, que dispõe sobre (C) A responsabilização da empresa na esfera administrativa
a responsabilização administrativa e civil de pessoas jurídicas afasta a possibilidade de responsabilização individual dos
pela prática de atos contra a administração pública, nacional ou dirigentes ou administradores partícipes dos atos ilícitos.
estrangeira. (D) A lei prevê a possibilidade de celebração de acordo de
(A) Não será levada em consideração na aplicação das san- leniência, com identificação dos envolvidos e obtenção de
ções a consumação ou não da infração, nem a cooperação informações, o que implica na isenção das sanções e exime
da pessoa jurídica para a apuração das infrações. a pessoa jurídica da obrigação de reparação dos danos cau-
(B) As pessoas jurídicas somente serão responsabilizadas sados.
por atos ilícitos na medida da sua culpabilidade, enquanto (E) É possível a propositura de ação judicial com vistas à
os dirigentes ou administradores serão responsabilizados aplicação, dentre outras, das sanções de suspensão ou in-
objetivamente. terdição parcial das atividades e dissolução compulsória da
(C) O acordo de leniência não exime a pessoa jurídica da pessoa jurídica.
obrigação de reparar integralmente o dano causado.
(D) Na esfera administrativa, será aplicada multa à pessoa 30. (BRB – ESCRITURÁRIO – MÉDIO – IADES – 2019) O sis-
jurídica considerada responsável pelas práticas ilícitas, no tema bancário vem passando por um processo acelerado de
valor de 1 a 50% do faturamento bruto. transformação digital. Entretanto, o nível de maturidade digital
(E) A responsabilidade da pessoa jurídica na esfera admi- varia de banco para banco. A respeito desse assunto, assinale a
nistrativa afasta a possibilidade de sua responsabilização na alternativa correta.
esfera judicial. (A) Uma característica do banco digital é a realização de
processos não presenciais, como o envio de informações e
documentos por meio digital e a coleta eletrônica de assina-
tura para a abertura de contas.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
(B) Um banco digital é o mesmo que um banco digitalizado, (A) O foco do design de serviços é aprimorar apenas a expe-
visto que ambos apresentam o mesmo nível de automação riência em serviços digitais, como aplicativos móveis, inter-
dos processos. net banking e outros.
(C) A oferta de canais de acesso virtual representa o mais (B) Queixas recorrentes de clientes são indicativos de que o
alto nível de maturidade digital. design de serviço poderia ser aprimorado.
(D) O banco digitalizado dispensa o atendimento presencial (C) A aplicação correta da metodologia sugere que os espe-
e o fluxo físico de documentos. cialistas devem se reunir e projetar um design que, poste-
(E) Por questão de segurança, o banco digital permite a con- riormente, deverá ser seguido por toda a organização.
sulta de produtos e serviços financeiros por meio de canais (D) Um dos princípios do design de serviços é ser centrado
eletrônicos, mas ainda não permite a contratação. no ser humano. Entende-se, com isso, que o design deve se
concentrar apenas na experiência do cliente.
31. (BRB – ESCRITURÁRIO – MÉDIO – IADES – 2019) Quanto (E) Soluções móveis devem aplicar apenas o design da ex-
às diferenças entre bancos digitalizados e bancos digitais, assi- periência do usuário (ux design), e não o design de serviço.
nale a alternativa correta.
(A) Um banco digital pode permitir que o próprio cliente 34. (BRB – ESCRITURÁRIO – MÉDIO – IADES – 2019) A pes-
ajuste o respectivo limite de transferência ou do cartão de quisa Febraban de Tecnologia Bancária 2019 revelou que, entre
crédito e, por medida de segurança, demandar que tal clien- 2017 e 2018, as transações realizadas por meio de canais digi-
te dirija-se a um caixa eletrônico ou agência para concluir o tais cresceram 16%, totalizando 60% das transações bancárias. A
processo. respeito do uso dos canais digitais, assinale a alternativa correta.
(B) Permitir que o cliente abra a própria conta corrente sem (A) O aumento das transações com movimentação financei-
precisar sair de casa e não cobrar taxa de manutenção da ra nos canais digitais evidencia o aumento da confiança do
conta são os únicos requisitos obrigatórios que diferenciam cliente na segurança do canal.
um banco digital de um banco digitalizado. (B) A abertura de conta por meio de canal digital somente
(C) Para que um banco seja considerado digital, basta que pode ser efetuada pelo internet banking.
disponibilize um ambiente de internet banking e aplicativos (C) O mobile banking somente pode ser usado para transa-
móveis, mesmo que, por medida de segurança, seja neces- ções sem movimentação financeira.
sário instalar softwares de segurança adicionais que possam (D) São considerados canais digitais o internet banking, o
comprometer a experiência do cliente. mobile banking e os correspondentes no País.
(D) Demandar que o cliente se dirija a um caixa eletrônico (E) Internet banking e mobile banking são canais digitais
para desbloquear o respectivo cartão ou senha de internet mutuamente excludentes, ou seja, o cliente tem que infor-
é aceitável para bancos digitalizados, mas não para bancos mar ao banco qual canal quer usar para acessar as transa-
digitais. ções bancárias.
(E) Disponibilizar serviços gratuitos e pacotes padronizados
de serviços, tais como os exigidos pela Resolução no 3.919, 35. (BRB – ESCRITURÁRIO – MÉDIO – IADES – 2019) Por meio
art. 2o , inciso I, do Banco Central, é o que define um banco do Comunicado no 33.455/2019, o Banco Central aprovou os re-
como digital. quisitos fundamentais para a implementação do Sistema Finan-
ceiro Aberto (open banking) no Brasil. De acordo com o modelo
32. (BRB – ESCRITURÁRIO – MÉDIO – IADES – 2019) A respei- proposto, o conceito de open banking refere-se à (ao)
to das definições de startups e dos respectivos tipos e nichos de (A) integração de plataformas e infraestruturas de sistemas
atuação, assinale a alternativa correta. de informação para fins de compartilhamento de produtos
(A) Startups B2B são as que têm outras empresas como con- e serviços entre as instituições financeiras, sendo vedada a
sumidores finais e, para se manterem competitivas, preci- identificação do cliente.
sam evitar que o respectivo modelo de negócio seja repe- (B) atribuição de uma nota de crédito ao cliente (credit sco-
tível. re), que poderá ser consultada por qualquer instituição fi-
(B) Startups são empresas nascentes escaláveis ou não, des- nanceira, mediante prévio consentimento.
de que atuem com negócios digitais inovadores e em cená- (C) compartilhamento de dados cadastrais, produtos e ser-
rios minimamente estáveis. viços pelas instituições financeiras, mediante prévia autori-
(C) Toda empresa no respectivo estágio inicial pode ser con- zação, por meio de sistemas de informações integrados que
siderada uma startup, exceto franqueadas, por se tratarem, garantam uma experiência simples e segura ao cliente.
na verdade, de filiais de empresas cuja marca já é consoli- (D) inclusão do nome do cliente em um cadastro positivo
dada. para fins de compartilhamento de dados, produtos e ser-
(D) Fintechs são bancos digitais que aproveitam o alcance viços pelas instituições financeiras, garantindo ao cliente
da internet para ofertarem serviços financeiros a um custo acesso a taxas de juros menores.
menor e nos quais o foco está na experiência do usuário. (E) (E) implementação de uma interface de integração digital
Startups B2B2C são as que atuam com modelos de negócio para compartilhamento de dados entre instituições finan-
repetível e escalável em parceria com outras empresas, vi- ceiras, com base no princípio de que os dados pertencem às
sando à realização de vendas para o cliente final. instituições, e não aos usuários.

33. (BRB – ESCRITURÁRIO – MÉDIO – IADES – 2019) Acerca


de conceitos e aplicações do design de serviços no contexto
bancário, assinale a alternativa correta.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
36. (BANESTES – TÉCNICO BANCÁRIO – MÉDIO – FGV – 2018) ( ) CERTO
O cartão de crédito é um meio de pagamento que permite ao ( ) ERRADO
cliente pagar compras ou serviços até um limite de crédito pre-
viamente definido no contrato de uso do cartão. O ideal é que 41. (CÂMARA MUNICIPAL DE PÉROLA D’OESTE/PR – CONTA-
o cliente sempre pague suas faturas nas datas acordadas – o DOR – SUPERIOR – FAUEL – 2018) Considere a seguinte análi-
valor inteiro ou pelo menos um percentual do valor devido. Esse se sobre um interessante aspecto econômico e tecnológico da
procedimento evita: atualidade e assinale a alternativa que lhe corresponde. “Trata-
(A) o cancelamento do cartão de crédito; -se de uma moeda, assim como o real ou o dólar, mas bem dife-
(B) o cancelamento da conta-corrente do cliente; rente dos exemplos citados. O primeiro motivo é que não é pos-
(C) a entrada no crédito rotativo; sível mexer no bolso da calça e encontrar uma delas esquecida.
(D) a entrada no Sistema de Proteção ao Crédito (SPC); Ela não existe fisicamente: é totalmente virtual. O outro motivo
(E) um processo junto ao Banco Central. é que sua emissão não é controlada por um Banco Central. Ela
é produzida de forma descentralizada por milhares de compu-
37. (BANESTES – TÉCNICO BANCÁRIO – MÉDIO – FGV – 2018) tadores, mantidos por pessoas que ‘emprestam’ a capacidade
Acerca dos riscos ligados às chamadas criptomoedas ou moedas de suas máquinas para criá-las e registrar todas as transações
virtuais, o Banco Central do Brasil, em comunicado de novembro feitas”. (Exame, 06/02/18, com adaptações).
de 2017, alertou para questões relacionadas à conversibilidade (A) Bitcoin.
e ao lastro de tais ativos, destacando que não é responsável por (B) GPS.
regular, autorizar ou supervisionar o seu uso. Assim, é correto (C) Iene.
afirmar que seu valor: (D) Wifi.
(A) decorre da garantia de conversão em moedas soberanas;
(B) decorre da emissão e garantia por conta de autoridades 42. (FUNPAPA – ARTE EDUCADOR – MÉDIO – AOCP – 2018)
monetárias; “Bitcoin é uma bolha envolta em misticismo tecnológico e termi-
(C) decorre de um lastro em ativos reais; nará em desastre.” “Bitcoin recua 7% com reguladores colocando
(D) é associado ao tamanho da base monetária; contra a parede uma das maiores exchanges do mundo.” Recente-
(E) decorre exclusivamente da confiança conferida pelos in- mente, manchetes como as dispostas, ganharam destaque no ce-
divíduos ao seu emissor. nário internacional. Sobre o assunto, assinale a alternativa correta.
(A) Bitcoin é a denominação da moeda de uso oficial em
38. (POLÍCIA FEDERAL – PERITO CRIMINAL FEDERAL – SUPE- diversos países, impressa pelo Sistema de Reserva Federal
dos Estados Unidos, destacando-se por ter o maior nível de
RIOR – CESPE – 2018) Acerca das consequências que poderão
moeda circulante no mundo.
advir no caso de um cliente não liquidar integralmente, na data
(B) Bitcoins são papéis que representam uma pequena parte
do vencimento, o saldo devedor da fatura do seu cartão de cré-
do capital social de uma empresa, podendo ser classificados
dito, julgue os itens a seguir.
como ordinários ou preferenciais.
A parcela não quitada do saldo devedor poderá ser finan-
(C) A Bitcoin foi criada há 12 anos e sua origem está asso-
ciada por meio da modalidade de crédito rotativo, com prazo de
ciada à mineração de cálculos matemáticos. No Brasil, sua
vigência de até doze meses, contados da data do vencimento da
emissão é controlada pelo Banco Central.
fatura não paga integralmente.
(D) Apesar da resistência de alguns países, a Bitcoin é consi-
( ) CERTO
derada um moeda digital, que pode ser recebida e enviada
( ) ERRADO pela internet. Sua emissão é realizada de forma descentra-
lizada, ou seja, sem o controle de uma instituição financeira
39. (POLÍCIA FEDERAL – PERITO CRIMINAL FEDERAL – SUPE- ou de bancos.
RIOR – CESPE – 2018) Acerca das consequências que poderão (E) Bitcoin é um sistema de crédito que ocorre a partir da
advir no caso de um cliente não liquidar integralmente, na data validação de um banco ou de uma processadora de cartão
do vencimento, o saldo devedor da fatura do seu cartão de cré- de crédito.
dito, julgue os itens a seguir.
É permitida a cobrança de juros remuneratórios sobre o sal- 43. (PREFEITURA DE SERTÃOZINHO/SP – AUXILIAR DE SAÚDE
do devedor não quitado pelo cliente, além de multa e juros de BUCAL – MÉDIO – VUNESP – 2018) Leia o trecho da matéria. Na
mora, nos termos da legislação em vigor. quinta-feira (11.01) o bitcoin, registrou queda significativa após
( ) CERTO o Governo da Coreia do Sul anunciar que discute um plano para
( ) ERRADO bani-lo do mercado local, um dos mais importantes do mundo.
Nesta sexta-feira (12.01), foi a vez de instituições do Brasil en-
40. (POLÍCIA FEDERAL – PERITO CRIMINAL FEDERAL – SUPE- trarem na lista das autoridades mundiais que estão buscando
RIOR – CESPE – 2018) Acerca das consequências que poderão formas para regulamentar um ativo cujos preços dispararam no
advir no caso de um cliente não liquidar integralmente, na data ano passado. (goo.gl/n2hQWt. Adaptado) Bitcoin é
do vencimento, o saldo devedor da fatura do seu cartão de cré- (A) uma letra de câmbio emitida pelo governo brasileiro.
dito, julgue os itens a seguir. (B) uma ação comercializada nas bolsas de valores da China.
Além do crédito rotativo, que permite ao cliente liquidar (C) um investimento baseado na cotação do ouro no merca-
parcial ou integralmente o seu débito a qualquer momento, ou- do internacional.
tras modalidades de crédito em condições mais favoráveis pode- (D) uma moeda digital, criada por computadores e que cir-
rão ser-lhe oferecidas a qualquer tempo, antes do vencimento cula apenas na internet.
da fatura subsequente, com vistas a financiar o saldo devedor (E) um fundo de ações controlado pelo Banco Central ale-
remanescente do cartão de crédito. mão.

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44. (TRF/3ª. REGIÃO – JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO – SUPE- 25 E
RIOR – TRF/3ª. REGIÃO – 2018) Sobre bitcoin, assinale a alter-
nativa CORRETA: 26 C
(A) É moeda eletrônica. 27 C
(B) Não é regulada pelo Bacen (Banco Central do Brasil). 28 D
(C) As empresas que negociam ou guardam as chamadas
moedas virtuais em nome dos usuários, pessoas naturais ou 29 E
jurídicas, são autorizadas a funcionar pelo Bacen. 30 A
(D) É valor mobiliário. 31 D
45. (TRANSERP/SP– AGENTE ADMINISTRATIVO – MÉDIO – 32 E
VUNESP – 2019) . Após a black friday, no fim de novembro, a 33 B
empresa de entregas Rappi e a varejista Dafiti passarão a aceitar 34 A
a moeda virtual como forma de pagamento. Quem está nessa
cruzada para ampliar esse cenário comercial é a fintech brasi- 35 C
leira Warp Exchange, que criou a tecnologia de pagamento que 36 C
recebe e converte a moeda virtual em reais em até 2 horas. (Re- 37 E
vista Exame. 31.10.2018. Adaptado)
38 ERRADO
A moeda virtual a que se refere a notícia é 39 CERTO
(A) o boleto flash. 40 CERTO
(B) o hipercard.
(C) os bitcoins. 41 A
(D) o e-commerce. 42 D
(E) o pague seguro. 43 D
44 B
GABARITO 45 C

1 A
2 E
3 B
4 C
5 C
6 E
7 E
8 B
9 E
10 E
11 B
12 C
13 C
14 C
15 C
16 E
17 E
18 C
19 D
20 E
21 E
22 B
23 D
24 E

121
ÍNDICE
Noções de Probabilidade e Estatística

1. Representação tabular e gráfica. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01


2. Medidas de tendência central (média, mediana, moda, medidas de posição, mínimo e máximo) e de dispersão (amplitude, amplitude
interquartil, variância, desvio padrão e coeficiente de variação). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 03
3. Teorema de Bayes. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
4. Cálculo de probabilidade. Probabilidade condicional. População e amostra. Correlação linear simples. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
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NOÇÕES DE PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
Para a confecção de um gráfico, algumas regras gerais devem
REPRESENTAÇÃO TABULAR E GRÁFICA ser observadas:
Os gráficos, geralmente, são construídos num sistema de eixos
TABELAS E GRÁFICOS chamado sistema cartesiano ortogonal. A variável independente é
localizada no eixo horizontal (abscissas), enquanto a variável de-
Tabelas pendente é colocada no eixo vertical (ordenadas). No eixo vertical,
A tabela é a forma não discursiva de apresentar informações, o início da escala deverá ser sempre zero, ponto de encontro dos
das quais o dado numérico se destaca como informação central. eixos.
Sua finalidade é apresentar os dados de modo ordenado, simples − Iguais intervalos para as medidas deverão corresponder a
e de fácil interpretação, fornecendo o máximo de informação num iguais intervalos para as escalas. Exemplo: Se ao intervalo 10-15 kg
mínimo de espaço. corresponde 2 cm na escala, ao intervalo 40-45 kg também deverá
corresponder 2 cm, enquanto ao intervalo 40-50 kg corresponderá
Elementos da tabela 4 cm.
Uma tabela estatística é composta de elementos essenciais e − O gráfico deverá possuir título, fonte, notas e legenda, ou
elementos complementares. Os elementos essenciais são: seja, toda a informação necessária à sua compreensão, sem auxílio
− Título: é a indicação que precede a tabela contendo a desig- do texto.
nação do fato observado, o local e a época em que foi estudado. − O gráfico deverá possuir formato aproximadamente quadra-
− Corpo: é o conjunto de linhas e colunas onde estão inseridos do para evitar que problemas de escala interfiram na sua correta
os dados. interpretação.
− Cabeçalho: é a parte superior da tabela que indica o conteú-
do das colunas. Tipos de Gráficos
− Coluna indicadora: é a parte da tabela que indica o conteúdo Estereogramas: são gráficos onde as grandezas são represen-
das linhas. tadas por volumes. Geralmente são construídos num sistema de
eixos bidimensional, mas podem ser construídos num sistema tridi-
Os elementos complementares são: mensional para ilustrar a relação entre três variáveis.
− Fonte: entidade que fornece os dados ou elabora a tabela.
− Notas: informações de natureza geral, destinadas a esclare-
cer o conteúdo das tabelas.
− Chamadas: informações específicas destinadas a esclarecer
ou conceituar dados numa parte da tabela. Deverão estar indica-
das no corpo da tabela, em números arábicos entre parênteses, à
esquerda nas casas e à direita na coluna indicadora. Os elementos
complementares devem situar-se no rodapé da tabela, na mesma
ordem em que foram descritos.

Cartogramas: são representações em cartas geográficas (ma-


pas).

Gráficos
Outro modo de apresentar dados estatísticos é sob uma forma
ilustrada, comumente chamada de gráfico. Os gráficos constituem-
-se numa das mais eficientes formas de apresentação de dados.
Um gráfico é, essencialmente, uma figura construída a partir de
uma tabela; mas, enquanto a tabela fornece uma ideia mais precisa
e possibilita uma inspeção mais rigorosa aos dados, o gráfico é mais
indicado para situações que visem proporcionar uma impressão
mais rápida e maior facilidade de compreensão do comportamento
do fenômeno em estudo.
Os gráficos e as tabelas se prestam, portanto, a objetivos distin-
tos, de modo que a utilização de uma forma de apresentação não
exclui a outra.

1
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NOÇÕES DE PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
Pictogramas ou gráficos pictóricos: são gráficos puramente c) Gráfico de linhas ou curvas: neste gráfico os pontos são dis-
ilustrativos, construídos de modo a ter grande apelo visual, dirigi- postos no plano de acordo com suas coordenadas, e a seguir são li-
dos a um público muito grande e heterogêneo. Não devem ser uti- gados por segmentos de reta. É muito utilizado em séries históricas
lizados em situações que exijam maior precisão. e em séries mistas quando um dos fatores de variação é o tempo,
como instrumento de comparação.

Diagramas: são gráficos geométricos de duas dimensões, de


fácil elaboração e grande utilização. Podem ser ainda subdividi- d) Gráfico em setores: é recomendado para situações em que
dos em: gráficos de colunas, de barras, de linhas ou curvas e de se deseja evidenciar o quanto cada informação representa do total.
setores. A figura consiste num círculo onde o total (100%) representa 360°,
a) Gráfico de colunas: neste gráfico as grandezas são compa- subdividido em tantas partes quanto for necessário à representa-
radas através de retângulos de mesma largura, dispostos vertical- ção. Essa divisão se faz por meio de uma regra de três simples. Com
mente e com alturas proporcionais às grandezas. A distância entre o auxílio de um transferidor efetuasse a marcação dos ângulos cor-
os retângulos deve ser, no mínimo, igual a 1/2 e, no máximo, 2/3 da respondentes a cada divisão.
largura da base dos mesmos.

Histograma: O histograma consiste em retângulos contíguos


com base nas faixas de valores da variável e com área igual à fre-
quência relativa da respectiva faixa. Desta forma, a altura de cada
retângulo é denominada densidade de frequência ou simplesmente
densidade definida pelo quociente da área pela amplitude da faixa.
b) Gráfico de barras: segue as mesmas instruções que o gráfico Alguns autores utilizam a frequência absoluta ou a porcentagem na
de colunas, tendo a única diferença que os retângulos são dispostos construção do histograma, o que pode ocasionar distorções (e, con-
horizontalmente. É usado quando as inscrições dos retângulos fo- sequentemente, más interpretações) quando amplitudes diferen-
rem maiores que a base dos mesmos. tes são utilizadas nas faixas.
Exemplo:

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NOÇÕES DE PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
Gráfico de Ogiva: Apresenta uma distribuição de frequências A partir das informações contidas nos gráficos, é correto afir-
acumuladas, utiliza uma poligonal ascendente utilizando os pontos mar que:
extremos. (A)nos dias 03 e 14 choveu a mesma quantidade em Fortaleza
e Florianópolis.
(B)a quantidade de chuva acumulada no mês de março foi
maior em Fortaleza.
(C)Fortaleza teve mais dias em que choveu do que Florianó-
polis.
(D) choveu a mesma quantidade em Fortaleza e Florianópolis.

Resolução:
A única alternativa que contém a informação correta com os
gráficos é a C.
Resposta: C.

MEDIDAS DE TENDÊNCIA CENTRAL (MÉDIA, MEDIA-


NA, MODA, MEDIDAS DE POSIÇÃO, MÍNIMO E MÁ-
Exemplo: (Pref. Fortaleza/CE – Pedagogia – Pref. Fortaleza) XIMO) E DE DISPERSÃO (AMPLITUDE, AMPLITUDE
“Estar alfabetizado, neste final de século, supõe saber ler e inter- INTERQUARTIL, VARIÂNCIA, DESVIO PADRÃO E COEFI-
pretar dados apresentados de maneira organizada e construir re- CIENTE DE VARIAÇÃO)
presentações, para formular e resolver problemas que impliquem
o recolhimento de dados e a análise de informações. Essa caracte- ESTATÍSTICA DESCRITIVA
rística da vida contemporânea traz ao currículo de Matemática uma O objetivo da Estatística Descritiva é resumir as principais ca-
demanda em abordar elementos da estatística, da combinatória e racterísticas de um conjunto de dados por meio de tabelas, gráficos
da probabilidade, desde os ciclos iniciais” (BRASIL, 1997). e resumos numéricos.
Observe os gráficos e analise as informações.
Tabelas de frequência
A partir dos dados brutos, podemos agrupar os valores de uma
variável quantitativa ou qualitativa e construir a chamada tabela de
frequências. As tabelas de frequências podem ser simples ou por
faixas de valores, dependendo da classificação da variável.

Tabela de frequência simples


São adequadas para resumir observações de uma variável qua-
litativa ou quantitativa discreta, desde que esta apresente um con-
junto pequeno de diferentes valores. Exemplo:

A variável estado civil é qualitativa nominal e no levantamen-


to feito nos 385 indivíduos apareceram respostas que foram agru-
padas em 5 níveis (categorias) para esta variável: Solteiro, Casado,
Divorciado, Viúvo e Outro. A construção da tabela de frequência
simples, neste caso, resume os dados brutos pela contagem de ve-
zes (frequência absoluta) que uma determinada categoria foi ob-
servada.

Tabelas de frequências em faixas de valores


Para agrupar dados de uma variável quantitativa contínua ou
até mesmo uma variável quantitativa discreta com muitos valores
diferentes, a tabela de frequências simples não é mais um méto-
do de resumo, pois corremos o risco de praticamente reproduzir os
dados brutos.

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NOÇÕES DE PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
Utilizando este procedimento, devemos tomar cuidado pois ao Distribuição de frequência
contrário da tabela de frequência simples, não é mais possível re-
produzir a lista de dados a partir da organização tabular. Em outras Frequência absoluta e Histograma1
palavras, estamos perdendo informação ao condensá-las. Quando trabalhamos com um grande quantitativo de dados,
passamos a trabalhar com os dados agrupados. Então fazemos uso
Exemplo: A tabela traz dados sobre as horas semanais de ativi- das tabelas de distribuição de frequência, entre outros recursos que
dades físicas dos 50 estudantes que participaram do levantamento facilitarão a compreensão dos dados.
sobre hábitos de lazer. Na distribuição de frequência listamos todos os valores coleta-
dos, um em cada linha, marcam‐se as vezes em que eles aparecem,
incluindo as repetições, e conta‐se a quantidade de ocorrências de
cada valor. Por este motivo, tabelas que apresentam valores e suas
ocorrências denominam‐se distribuição de frequências.
O termo “frequência” indica o número de vezes que um dado
aparece numa observação estatística. Exemplo:
Um professor organizou os resultados obtidos em uma prova
com 25 alunos da seguinte forma:

O resumo da tabela é feito mediante a construção de 6 inter-


valos de comprimento igual a 2 horas e posteriormente a contagem
de indivíduos com valores identificados ao intervalo. Um indivíduo
que gastou 6 horas semanais de exercício será contado no quarto
intervalo (6|–8) que inclui o valor 6 e exclui o valor 8.
Para acharmos esses valores vamos fazer uso das seguintes in-
formações: Vamos organizá‐los de modo que a consulta a eles seja simplifi-
- Determinar a quantidade de classes(k) cada. Então, faremos a distribuição de frequência destas notas, por
meio da contagem de dados, que podemos chamar de frequência
de dados absolutos.

- Calcular a amplitude das classes(h):


**Calcule a amplitude do conjunto de dados: L = xmáx–xmín
**Calcule a amplitude (largura) da classe: h = L / k
Arredonde convenientemente

- Calcular os Limites das Classes

Esta forma de organizar dados é conhecida como distribuição


de frequência, e o número de vezes que um dado aparece é chama-
do de frequência absoluta. O somatório SEMPRE é a quantidade de
dados apresentados, que neste é 25.
- Limite das classes
Utilize a notação: [x,y) –intervalo de entre x (fechado) até y
(aberto)
Frequentemente temos que “arredondar “a amplitude das
classes e, consequentemente, arredondar também os limites das
classes. Como sugestão, podemos tentar, se possível, um ajuste si-
métrico nos limites das classes das pontas nas quais, usualmente, a
quantidade de dados é menor.

- Ponto médio das classes


xk= (Lsuperior–Linferior) / 2
1Associação Educacional Dom Bosco - Estatística e probabilidade - Uanderson
Rebula de Oliveira

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NOÇÕES DE PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
Frequência Absoluta Acumulada Fa
Representado por Fa, significa a soma das frequências absolu-
tas até o elemento analisado.

Quando os dados numéricos são organizados, eles geralmen-


te são ordenados do menor para o maior, divididos em grupos de
tamanho razoável e, depois, são colocados em gráficos para que
se examine sua forma, ou distribuição. Este gráfico é chamado de
Histograma. Um histograma é um gráfico de colunas juntas. Em um
histograma não existem espaços entre as colunas adjacentes, como Frequência Relativa Acumulada FRa (%)
ocorre em um gráfico de colunas. No exemplo, a escala horizontal Representado por FRa (%), significa a soma das frequências re-
(→) representa as notas e a escala vertical (↑) as frequências. Os lativas fr(%) até o elemento analisado.
gráficos são a melhor forma de apresentação dos dados.
Em Estatística não trabalhamos somente com frequência ab-
soluta (f), mas também com outros tipos de frequências, que são:
frequência relativa (fr), frequência absoluta acumulada (Fa) e frequ-
ência relativa cumulada (FRa).

Frequência Relativa fr (%)


Representado por fr(%), significa a relação existente entre a
frequência absoluta f e a soma das frequências ∑f. É a porcentagem
(%) do número de vezes que cada dado aparece em relação ao total.

Observe que os valores ao lado, deverão coincidir.

Agrupamento em Classes
Em uma distribuição de frequência, ao se trabalhar com gran-
des conjuntos de dados e com valores dispersos, podemos agrupá-
-los em classes. Isso torna muito fácil a compreensão dos dados e
uma melhor visualização dos mesmos.
Se um conjunto de dados for muito disperso, uma representa-
ção melhor seria através do agrupamento dos dados com a cons-
trução de classes de frequência. Caso isso não ocorresse, a tabela
ficaria muito extensa.

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NOÇÕES DE PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
Exemplo: Um radar instalado em uma rodovia registrou a velocidade (em Km/h) de 40 veículos.

Montando a tabela de distribuição de frequência temos:

É fácil ver que a distribuição de frequências diretamente obtida a partir desses dados é dada uma tabela razoavelmente extensa.
A distribuição em” classes” é como se fosse uma compressão dos dados. Imagine se fizéssemos uma distribuição de frequência de
todas velocidades (de 70 a 128). A tabela ficaria imensa! Por este motivo existe a distribuição de frequência com classes.

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NOÇÕES DE PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
Como criar uma Distribuição de Frequência com classes
Partindo dos dados anteriores teremos:
- Calcule a quantidade de classes (i), pela raiz da quantidade de dados. São 40 veículos. Então:

√40 = 6,3 ≈ i = 6 classes.

- Calcule a amplitude de classe (h) que é o tamanho da classe, sendo:

O maior valor (128) e o Menor valor (70) são obtidos da lista dos registros das velocidades dos 40 veículos.
- Montar as classes a partir do Menor valor (70), somando com a amplitude de classe (10) até que se chegue na 6ª classe, assim:

Com isso termos os dados distribuídos da seguinte forma:

Tipos de intervalos de classe

No Brasil usa‐se o intervalo ├ (Resolução 866/66 do IBGE). Já na literatura estrangeira utiliza‐se comumente com intervalo fechado.

Conceitos importantes
Limites de classe ‐ São os valores extremos de cada classe. No exemplo 70 ├ 80, temos que o limite inferior é 70 e o limite superior 80.
Amplitude total da distribuição (AT) – É a diferença entre o limite superior da última classe e o limite inferior da primeira classe, no
exemplo 130 – 70 = 60.
Amplitude amostral (AA) – É a diferença entre o valor máximo e o valor mínimo da amostra, no exemplo 128 – 70 = 58.

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NOÇÕES DE PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
A seguir estão as distribuições de frequências absoluta f, relativa fr(%), absoluta acumulada Fa e relativa acumulada FRa(%), bem como
o Histograma desta distribuição.

Podemos representar os dados através de outras formas gráficas, vejamos:

Polígono de frequência – É um gráfico em linha que representa os pontos centrais dos intervalos de classe. Para construir este gráfi-
co, você deve calcular o ponto central de classe (xi), que é o ponto que divide o intervalo de classe em duas partes iguais. Por exemplo, a
velocidade dos veículos da 1ª classe pode ser representada por 70 + 80/2 = 75Km/h.
A construção de um polígono de frequências é muito simples. Primeiro, construímos um histograma; depois marcamos no “telhado”
de cada coluna o ponto central e unimos sequencialmente esses pontos.

Ogiva – Conhecida também por polígono de frequência acumulada. É um gráfico em linha que representa as frequências acumuladas
(Fa), levantada nos pontos correspondentes aos limites superiores dos intervalos de classe. Para construí‐la, você deve elaborar o histogra-
ma de frequência f em uma escala menor, considerando o último valor a frequência acumulada da última classe, no caso, 40.

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NOÇÕES DE PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
Gráficos
O objetivo da representação gráfica é dirigir a atenção do analista para alguns aspectos de um conjunto de dados. Alguns exemplos de
gráficos são: diagrama de barras, diagrama em setores, histograma, entre outros.
- Gráfico de Barras: Para construir um gráfico de barras, representamos os valores da variável no eixo das abscissas e suas as frequ-
ências ou porcentagens no eixo das ordenadas. Para cada valor da variável desenhamos uma barra com altura correspondendo à sua fre-
quência ou porcentagem. Este tipo de gráfico é interessante para as variáveis qualitativas ordinais ou quantitativas discretas, pois permite
investigar a presença de tendência nos dados.
Exemplo:

- Diagrama Circular ou setores: Para construir um diagrama circular ou gráfico de pizza, repartimos um disco em setores circulares
correspondentes às porcentagens de cada valor (calculadas multiplicando-se a frequência relativa por 100). Este tipo de gráfico adapta-se
muito bem para as variáveis qualitativas nominais.
Exemplo:

- Histograma: O histograma consiste em retângulos contíguos com base nas faixas de valores da variável e com área igual à frequência
relativa da respectiva faixa. Desta forma, a altura de cada retângulo é denominada densidade de frequência ou simplesmente densidade
definida pelo quociente da área pela amplitude da faixa. Alguns autores utilizam a frequência absoluta ou a porcentagem na construção
do histograma, o que pode ocasionar distorções (e, consequentemente, más interpretações) quando amplitudes diferentes são utilizadas
nas faixas.
Exemplo:

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NOÇÕES DE PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
Gráfico de Linha ou Sequência: Adequados para apresentar observações medidas ao longo do tempo, enfatizando sua tendência ou
periodicidade.
Exemplo:

Polígono de Frequência: semelhante ao histograma, mas construído a partir dos pontos médios das classes.

Exemplo:

Gráfico de Ogiva: apresenta uma distribuição de frequências acumuladas, utiliza uma poligonal ascendente utilizando os pontos ex-
tremos.

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NOÇÕES DE PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
- Pictogramas
Desenhos ilustrativos

- Cartograma: é uma representação sobre uma carta geográfica. Este gráfico é empregado quando o objetivo é de figurar os dados
estatísticos diretamente relacionados com áreas geográficas ou políticas.

Resumos numéricos
Por meio de medidas ou resumos numéricos podemos levantar importantes informações sobre o conjunto de dados tais como: a ten-
dência central, variabilidade, simetria, valores extremos, valores discrepantes, etc. Aqui serão apresentadas 3 classes de medidas:
• Tendência Central
• Dispersão (Variabilidade)
• Separatrizes

Tendência central
As medidas de tendência central indicam, em geral, um valor central em torno do qual os dados estão distribuídos. Vejamos:

Média Aritmética
Ela se divide em:
- Simples: é a soma de todos os seus elementos, dividida pelo número de elementos n.
Para o cálculo: Se x for a média aritmética dos elementos do conjunto numérico A = {x1; x2; x3; ...; xn}, então, por definição:

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NOÇÕES DE PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
- Esta medida pode ser utilizada para definir o meio de um nú-
mero de objetos, propriedades ou qualidades que possam de algu-
ma forma ser ordenados.
- É uma medida resistente, ou seja, não sofre influência de va-
lores discrepantes.
- Ponderada: é a soma dos produtos de cada elemento multi-
plicado pelo respectivo peso, dividida pela soma dos pesos. Para Desvantagem:
o cálculo - É uma medida que não se presta a cálculos matemáticos.

Moda
A moda, é o valor que aparece com maior frequência, ou seja,
podemos dizer que é o termo que está na “moda”.

Vantagens: Vantagens:
- No cálculo da média participam todos os valores observados. - É uma medida que têm existência real dentro do conjunto de
- É uma medida de fácil interpretação e presta-se muito bem a dados e em grande número de vezes.
tratamentos estatísticos adicionais. - Não exige cálculo, apenas uma contagem.
- É uma medida que sempre existe e é rígida e unicamente de- - Pode ser determinada também para variáveis qualitativas no-
terminada. minais.
- É um valor típico de um conjunto de dados, podendo substi-
tuir todos os valores de um conjunto sem alterar o total. Desvantagens:
- É o ponto de equilíbrio de uma distribuição, sendo tão mais - É uma medida que não se presta a cálculos matemáticos.
eficiente quanto mais simétrica for a distribuição dos valores ao seu - Deixa sem representação todos os valores do conjunto de da-
redor. dos que não forem iguais a ela.

Desvantagem: Medidas de variação ou dispersão


- É uma medida altamente influenciada por valores discrepan- As medidas de variação ou dispersão complementam as medi-
tes (não resistente). das de localização ou tendência central, indicando quanto as obser-
vações diferem entre si ou o grau de afastamento das observações
Mediana em relação à média.
A mediana observada mdobs é o valor central em um conjunto As medidas de variação mais utilizadas são: a amplitude total, a
de dados ordenados. Pela mediana o conjunto de dados é dividido variância, o desvio padrão e o coeficiente de variação.
em duas partes iguais sendo metade dos valores abaixo da mediana
e, a outra metade, acima. Amplitude total
Vamos denominar mdobs o valor da mediana observado em um A amplitude total, denotada por at, fornece uma ideia de varia-
conjunto de dados. Repare que para encontrar um número que divi- ção e consiste na diferença entre o maior valor e o menor valor de
da os n dados ordenados em duas partes iguais devem ser adotados um conjunto de dados. Assim, temos:
dois procedimentos: at = ES - EI
onde:
ES: extremo superior do conjunto de dados ordenado;
EI: extremo inferior do conjunto de dados ordenado.

A amplitude total é uma medida pouco precisa, uma vez que


utiliza apenas os dois valores mais extremos de um conjunto de da-
dos. Também por esta razão é extremamente influenciada por valo-
res discrepantes. É utilizada quando apenas uma ideia rudimentar
da variabilidade dos dados é suficiente.

Variância
1) Para um conjunto com um número n (ímpar) de observa- A variância, denotada por s² , é a medida de dispersão mais
ções, a mediana é o valor na posição n+1/2. utilizada, seja pela sua facilidade de compreensão e cálculo, seja
2) Para um conjunto com um número n (par) de observações pela possibilidade de emprego na inferência estatística. A variância
a mediana é a media aritmética dos valores nas posições n/2 e n/2 é definida como sendo a média dos quadrados dos desvios em rela-
+ 1. ção à média aritmética. Assim, temos:

Vantagens:
- Define exatamente o centro de uma distribuição, mesmo
quando os valores se distribuem assimetricamente em torno da
média.
- Pode ser determinada mesmo quando não se conhece todos
os valores do conjunto de dados.
- É uma medida que sempre existe e é única. onde:
n −1: é o número de graus de liberdade ou desvios indepen-
dentes.

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NOÇÕES DE PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
A utilização do denominador n −1, em vez de n, tem duas razões fundamentais:

Propriedades matemáticas da variância


1ª propriedade: A variância de um conjunto de dados que não varia, ou seja, cujos valores são uma constante, é zero.

2ª propriedade: Se somarmos uma constante c a todos os valores de um conjunto de dados, a variância destes dados não se altera.

3ª propriedade: Se multiplicarmos todos os valores de um conjunto de dados por uma constante c, a variância destes dados fica mul-
tiplicada pelo quadrado desta constante.

Desvantagens da variância:
− Como a variância é calculada a partir da média, é uma medida pouco resistente, ou seja, muito influenciada por valores discrepantes.
− Como a unidade de medida fica elevada ao quadrado, a interpretação da variância se torna mais difícil.

Desvio Padrão
O desvio padrão, denotado por s, surge para solucionar o problema de interpretação da variância e é definido como a raiz quadrada
positiva da variância. Assim, temos:

Coeficiente de Variação
O coeficiente de variação, denotado por CV, é a medida mais utilizada quando existe interesse em comparar variabilidades de diferen-
tes conjuntos de dados. Embora esta comparação possa ser feita através de outras medidas de variação, nas situações em que as médias
dos conjuntos comparados são muito desiguais ou as unidades de medida são diferentes, devemos utilizar o CV.
O coeficiente de variação é definido como a proporção da média representada pelo desvio padrão e dado por:

Separatrizes
As medidas separatrizes delimitam proporções de observações de uma variável ordinal. Elas estabelecem limites para uma determi-
nada proporção 0≤p≤1 de observações. São medidas intuitivas, de fácil compreensão e frequentemente resistentes.
Como a mediana divide o conjunto em duas metades, é razoável pensar numa medida separatriz que efetue uma divisão adicional:
dividir cada metade em duas metades. Essas medidas separatrizes são denominadas quartis.

Quartis
Os quartis, representados por Qi, onde i = 1, 2 e 3, são três medidas que dividem um conjunto de dados ordenado em quatro partes
iguais. São elas:
− Primeiro quartil (Q1): 25% dos valores ficam abaixo e 75% ficam acima desta medida.
− Segundo quartil (Q2): 50% dos valores ficam abaixo e 50% ficam acima desta medida. O segundo quartil de um conjunto de dados
corresponde à mediana (Q2 = Md).
− Terceiro quartil (Q3): 75% dos valores ficam abaixo e 25% ficam acima desta medida.

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NOÇÕES DE PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
Observa-se facilmente que o primeiro quartil é o percentil 0,25, a mediana é o percentil 0,5 e o terceiro quartil é o percentil 0,75. O
processo para obtenção dos quartis, da mesma forma que o da mediana, consiste em, primeiramente, ordenar os dados e, em seguida,
determinar a posição (p) do quartil no conjunto de dados ordenado. Exemplos:

01. (TJ/SP – Estatístico Judiciário – VUNESP) Considere a tabela de distribuição de frequência seguinte, em que xi é a variável estudada
e fi é a frequência absoluta dos dados

xi fi
30-35 4
35-40 12
40-45 10
45-50 8
50-55 6
TOTAL 40

Assinale a alternativa em que o histograma é o que melhor representa a distribuição de frequência da tabela.

(A)

(B)

(C)

(D)

(E)

Resolução:
A menor deve ser a da primeira 30-35
Em seguida, a de 55
Depois de 45-50 na ordem 40-45 e 35-40
Resposta: A.

02. (AL/GO – Assistente Legislativo – Assistente Administrativo – CS/UFG) Em estatística, a variância é um número que apresenta a
unidade elevada ao quadrado em relação a variável que não está elevada ao quadrado, o que pode ser um inconveniente para a interpre-
tação do resultado. Por isso, é mais comumente utilizada na estatística descritiva o desvio-padrão, que é definido como
(A) a raiz quadrada da mediana, representada por “s” ou “μ”.
(B) a raiz quadrada da variância, representada por “s” ou “α”.
(C) a raiz quadrada da variância, representada por “s” ou “α”.
(D) a raiz quadrada da média, representada por “s” ou “α”.

Resolução:
Como visto, o desvio padrão é a raiz quadrada da variância.
Resposta: C.

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NOÇÕES DE PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA

TEOREMA DE BAYES

TEOREMA DA PROBABILIDADE TOTAL


Suponha que o espaço amostral S de um experimento seja dividido em três eventos RI, R2, R3 de modo que:

e considere um evento B qualquer. O evento B pode ser escrito como:

Pelo fato de (B ∩ R,), (B ∩ R2), (B ∩ R3) serem eventos mutuamente exclusivos, P(B) = P (B ∩ R,) + P (B ∩ R2) + P (B ∩ R3).
As intersecções do 2º membro podem ser desenvolvidas segundo a fórmula P (A ∩ B) = P(A/B). P(B). Assim:

Nesta dedução, dividimos o espaço amostral S em três partes, R1, R2e R3. O resultado final P(B) independe do número de divisões do
espaço amostral.
O teorema da probabilidade total pode ser escrito de forma geral:

Exemplo: Um piloto de Fórmula Um tem 50% de probabilidade de vencer determinada corrida, quando esta se realiza sob chuva. Caso
não chova durante a corrida, sua probabilidade de vitória é de 25%. Se o serviço de Meteorologia estimar em 30% a probabilidade de que
chova durante a corrida, qual é a probabilidade deste piloto ganhar esta corrida?
Solução: Definindo os eventos:
G: o piloto ganhar a corrida
Ch: chover durante a corrida
NCh: não chover durante a corrida
Então:

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NOÇÕES DE PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
TEOREMA DE BAYES
O teorema de Bayes está intimamente relacionado ao teorema da probabilidade total. Supõem-se as mesmas condições (eventos Ai
mutuamente exclusivos e exaustivos e um evento B qualquer).Basicamente, o teorema de Bayes permite obter a probabilidade de que um
dos eventos Ai ocorra, sabendo-se que o evento B ocorreu.
Fazemos uso da fórmula:

Exemplo: As máquinas A e B são responsáveis por 60% e 40% respectivamente, da produção de uma empresa. Os índices de peças
defeituosas na produção destas máquinas valem 3% e 7% respectivamente. Se uma peça defeituosa foi selecionada da produção desta
empresa, qual é a probabilidade de que tenha sido produzida pela máquina B?
Solução: Definidos os eventos:
A: a peça ter sido produzida pela máquina A.
B: a peça ter sido produzida pela máquina B.
d a peça ser defeituosa.

Então:

CÁLCULO DE PROBABILIDADE. PROBABILIDADE CONDICIONAL. POPULAÇÃO E AMOSTRA. CORRELAÇÃO


LINEAR SIMPLES

NOÇÕES DE ESTATÍSTICA
A estatística torna-se a cada dia uma importante ferramenta de apoio à decisão. Resumindo: é um conjunto de métodos e técnicas
que auxiliam a tomada de decisão sob a presença de incerteza.

Estatística descritiva (Dedutiva)


O objetivo da Estatística Descritiva é resumir as principais características de um conjunto de dados por meio de tabelas, gráficos e
resumos numéricos. Fazemos uso de:

Tabelas de frequência - Ao dispor de uma lista volumosa de dados, as tabelas de frequência servem para agrupar informações de
modo que estas possam ser analisadas. As tabelas podem ser de frequência simples ou de frequência em faixa de valores.

Gráficos - O objetivo da representação gráfica é dirigir a atenção do analista para alguns aspectos de um conjunto de dados. Alguns
exemplos de gráficos são: diagrama de barras, diagrama em setores, histograma, boxplot, ramo-e-folhas, diagrama de dispersão, gráfico
sequencial.

Resumos numéricos - Por meio de medidas ou resumos numéricos podemos levantar importantes informações sobre o conjunto de
dados tais como: a tendência central, variabilidade, simetria, valores extremos, valores discrepantes, etc.

Estatística inferencial (Indutiva)


Utiliza informações incompletas para tomar decisões e tirar conclusões satisfatórias. O alicerce das técnicas de estatística inferencial
está no cálculo de probabilidades. Fazemos uso de:

Estimação - A técnica de estimação consiste em utilizar um conjunto de dados incompletos, ao qual iremos chamar de amostra, e nele
calcular estimativas de quantidades de interesse. Estas estimativas podem ser pontuais (representadas por um único valor) ou intervalares.

Teste de Hipóteses - O fundamento do teste estatístico de hipóteses é levantar suposições acerca de uma quantidade não conhecida
e utilizar, também, dados incompletos para criar uma regra de escolha.

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NOÇÕES DE PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
População e amostra As probabilidades podem ser escritas na forma decimal ou re-
presentadas em porcentagem.
Assim: 0 ≤ p(E) ≤ 1, onde:
p(∅) = 0 ou p(∅) = 0%
p(U) = 1 ou p(U) = 100%

Exemplo: (Pref. Niterói – Agente Fazendário – FGV) O quadro


a seguir mostra a distribuição das idades dos funcionários de certa
repartição pública:
Faixa de idades (anos) Número de funcionários
20 ou menos2
De 21 a 30 8
População: é o conjunto de todas as unidades sobre as quais De 31 a 40 12
há o interesse de investigar uma ou mais características. De 41 a 50 14
Mais de 50 4
Amostra: é um subconjunto das unidades que constituem a Escolhendo ao acaso um desses funcionários, a probabilidade
população. A caracterização da população é feita em função de um de que ele tenha mais de 40 anos é:
problema a ser estudado. (A) 30%;
(B) 35%;
PROBABILIDADE (C) 40%;
A teoria da probabilidade permite que se calcule a chance de (D) 45%;
ocorrência de um número em um experimento aleatório. (E) 55%.

Elementos da teoria das probabilidades Resolução:


- Experimentos aleatórios: fenômenos que apresentam resul- O espaço amostral é a soma de todos os funcionário:
tados imprevisíveis quando repetidos, mesmo que as condições se- 2 + 8 + 12 + 14 + 4 = 40
jam semelhantes. O número de funcionário que tem mais de 40 anos é: 14 + 4 =
- Espaço amostral: é o conjunto U, de todos os resultados pos- 18
síveis de um experimento aleatório. Logo a probabilidade é:
- Evento: qualquer subconjunto de um espaço amostral, ou Resposta: D.
seja, qualquer que seja E Ì U, onde E é o evento e U, o espaço amos-
tral. Probabilidade da união de eventos
Para obtermos a probabilidade da união de eventos utilizamos
a seguinte expressão:

Experimento composto
Quando temos dois ou mais experimentos realizados simulta-
neamente, dizemos que o experimento é composto. Nesse caso, o
número de elementos do espaço amostral é dado pelo produto dos
números de elementos dos espaços amostrais de cada experimen- Quando os eventos forem mutuamente exclusivos, tendo A ∩ B
to. = Ø, utilizamos a seguinte equação:
n(U) = n(U1).n(U2)

Probabilidade de um evento
Em um espaço amostral U, equiprobabilístico (com elementos
que têm chances iguais de ocorrer), com n(U) elementos, o evento
E, com n(E) elementos, onde E Ì U, a probabilidade de ocorrer o
evento E, denotado por p(E), é o número real, tal que:

Onde,
n(E) = número de elementos do evento E.
n(S) = número de elementos do espaço amostral S.

Sendo 0 ≤ P(E) ≤ 1 e S um conjunto equiprovável, ou seja, to-


dos os elementos têm a mesma “chance de acontecer.

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NOÇÕES DE PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
Probabilidade de um evento complementar Exemplo:
É quando a soma das probabilidades de ocorrer o evento E, e Lançando-se um dado 5 vezes, qual a probabilidade de ocorre-
de não ocorrer o evento E (seu complementar, Ē) é 1. rem três faces 6?
Resolução:
n: número de tentativas ⇒ n = 5
k: número de sucessos ⇒ k = 3
p: probabilidade de ocorrer face 6 ⇒ p = 1/6
q: probabilidade de não ocorrer face 6 ⇒ q = 1- p ⇒ q = 5/6
Probabilidade condicional
Quando se impõe uma condição que reduz o espaço amostral, CORRELAÇÃO (R)
dizemos que se trata de uma probabilidade condicional. Para FARBER (2009) correlação é uma medida da força e dire-
Sejam A e B dois eventos de um espaço amostral U, com p(B) ≠ ção de uma relação entre duas variáveis.
0. Chama-se probabilidade de A condicionada a B a probabilidade - A amplitude do coeficiente de correlação é -1 para 1.
de ocorrência do evento A, sabendo-se que já ocorreu ou que vai - Mais próximo de zero não há correlação linear.
ocorrer o evento B, ou seja:
Coeficiente de determinação
O coeficiente de r2 é a relação da variação explicada com varia-
ção total é dado por:

- Variação explicada é a soma dos quadrados das diferenças en-


tre cada valor de y previsto e a média de y.
Podemos também ler como: a probabilidade de A “dado que” - Variação total é a soma dos quadrados das diferenças entre
ou “sabendo que” a probabilidade de B. cada valor de y e a média de y.
- Caso forem dois eventos simultâneos (ou sucessivos): para
se avaliar a probabilidade de ocorrem dois eventos simultâneos (ou
sucessivos), que é P (A ∩ B), é preciso multiplicar a probabilidade
de ocorrer um deles P(B) pela probabilidade de ocorrer o outro,
sabendo que o primeiro já ocorreu P (A | B). Sendo:

Em síntese temos: Correlação linear simples é uma técnica


usada para analisar a relação entre duas variáveis.
Os pontos grafados, que são vistos em conjunto, formam uma
elipse (trajetória, distribuição dos pontos) em diagonal. Podemos
- Se dois eventos forem independentes: dois eventos A e B de imaginar que, quanto mais fina for a elipse, mais ela se aproximará
um espaço amostral S são independentes quando P(A|B) = P(A) ou de uma reta.
P(B|A) = P(B). Sendo os eventos A e B independentes, temos: Dizemos então, que a correlação de forma elíptica tem como
“imagem” uma reta, sendo, por isso, denominada correlação linear.
P (A ∩ B) = P(A). P(B) Podemos vê isso no exemplo a seguir.

Lei Binomial de probabilidade


A lei binominal das probabilidades é dada pela fórmula:

Sendo:
n: número de tentativas independentes;
p: probabilidade de ocorrer o evento em cada experimento
(sucesso);
q: probabilidade de não ocorrer o evento (fracasso); q = 1 - p
k: número de sucessos.

A lei binomial deve ser aplicada nas seguintes condições:


- O experimento deve ser repetido nas mesmas condições as
n vezes.
- Em cada experimento devem ocorrer os eventos E e .
- A probabilidade do E deve ser constante em todas as n vezes.
- Cada experimento é independente dos demais.

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NOÇÕES DE PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA

Assim, uma correlação é:

Coeficiente de correlação ou coeficiente de Pearson é uma medida do grau de relação entre duas variáveis.

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NOÇÕES DE PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
Onde:
r = coeficiente de correlação e
n = tamanho da amostra.

Exemplo: Uma amostra formada por 8 alunos de uma classe, pelo número de horas de estudo (x) e as notas obtidas (y), calcule o
coeficiente de correlação r:

O coeficiente de correlação r = 0,975 indica que o grau de relação entre as duas variáveis é “Muito forte”, além de ser “Positiva” (pois
x aumenta, y também aumenta).
O grau de relação r pode variar de -1 até +1:

O fato de duas variáveis serem fortemente correlacionadas não implica uma relação de causa e efeito entre elas.

Distribuição Binomial
Em teoria das probabilidades e estatística, a distribuição binomial é a distribuição de probabilidade discreta do número de sucessos
numa sequência de n tentativas tais que as tentativas são independentes; cada tentativa resulta apenas em duas possibilidades, sucesso
ou fracasso (a que se chama de tentativa de Bernoulli); a probabilidade de cada tentativa, p, permanece constante.

Função de probabilidade: Se a variável aleatória X que contém o número de tentativas que resultam em sucesso tem uma distribuição
binomial com parâmetros n e p escrevemos X ~ B(n, p). A probabilidade de ter exatamente k sucessos é dado pela função de probabilidade:

para e onde é uma combinação.

Através do desenvolvimento do binômio e algumas operações com expoentes e fatoriais, é possível demonstrar que:

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NOÇÕES DE PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
Exemplo: Três dados comuns e honestos serão lançados. A pro- Distribuição Normal
babilidade de que o número 6 seja obtido mais de uma vez é: A A distribuição normal é uma das mais importantes distribui-
probabilidade de que seja obtido 2 vezes mais a probabilidade de ções da estatística, conhecida também como Distribuição de Gauss
que seja obtido 3 vezes. Usando a distribuição binomial de proba- ou Gaussiana. Foi primeiramente introduzida pelo matemático
bilidade: Abraham de Moivre. Além de descrever uma série de fenômenos
Acha-se a probabilidade de que seja obtido 2 vezes: físicos e financeiros, possui grande uso na estatística inferencial. É
inteiramente descrita por seus parâmetros de média e desvio pa-
drão, ou seja, conhecendo-se estes consegue-se determinar qual-
quer probabilidade em uma distribuição Normal.
Um interessante uso da Distribuição Normal é que ela serve
de aproximação para o cálculo de outras distribuições quando o
número de observações fica grande. Essa importante proprieda-
de provém do Teorema do Limite Central que diz que “toda soma
de variáveis aleatórias independentes de média finita e variância
limitada é aproximadamente Normal, desde que o número de ter-
mos da soma seja suficientemente grande” (ver o teorema para um
enunciado mais preciso).
A distribuição normal foi introduzida pela primeira vez por
Abraham de Moivre em um artigo no ano 1733, que foi reprodu-
zido na segunda edição de seu The Doctrine of Chances (1738) no
contexto da aproximação de distribuições binomiais para grandes
valores de n. Seu resultado foi estendido por Laplace, em seu livro
Analytical Theory of Probabilities (1812), e agora é chamado o teo-
Agora a probabilidade de que seja obtido 3 vezes: rema de Moivre-Laplace.
Laplace usou a distribuição normal na análise de erros de ex-
perimentos. O importante método dos mínimos quadrados foi in-
troduzido por Legendre, em 1805. Gauss, que alegou ter usado o
método desde 1794, justifica-o rigorosamente em 1809 assumindo
uma distribuição normal para os erros. O fato de muitas vezes esta
distribuição ser chamado de distribuição gaussiana pode ser um
exemplo de Stigler’s Law.

O nome “curva em forma de sino” ou “curva de sino” remonta a


Esprit Jouffret que primeiro utilizou o termo “superfície de sino” em
1872 para um normal bivariada com componentes independentes
(atentar que nem toda curva de sino é uma gaussiana). O nome
“distribuição normal”, foi inventado independentemente por Char-
les S. Peirce, Francis Galton e Wilhelm Lexis, por volta de 1875.

Assim, a resposta é:

Valor esperado e variância: Se a X ~ B(n, p) (isto é, X é uma


variável aleatória binomialmente distribuida), então o valor espe-
rado de X é

e a variância é

Exemplo: Seja X uma variável aleatória que contém o número


de caras saídas em 12 lançamentos de uma moeda honesta. A pro-
babilidade de sair 5 caras em 12 lançamentos, P(X=5), é dada por:

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NOÇÕES DE PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA

Função de densidade de probabilidade: A função densidade de probabilidade da distribuição normal com média e variância (de
forma equivalente, desvio padrão ) é assim definida,

Se a variável aleatória segue esta distribuição escreve-se: ~ . Se e , a distribuição é chamada de


distribuição normal padrão e a função de densidade de probabilidade reduz-se a,

Propriedades: Sejam a e b constantes conhecidas.


- Se X segue uma distribuição normal, ~ , então ~ .
- Se X e Y são variáveis aleatórias independentes que seguem distribuição normal, então a soma U = X + Y, a diferença V = X - Y ou
qualquer combinação linear W = a X + b Y também são variáveis aleatórias com distribuição normal.
- É fácil construir exemplos de distribuições normais X e Y dependentes (mesmo com correlação zero) cuja soma X + Y não é normal.
Por exemplo, seja X uma distribuição normal padrão (média 0 e variância 1), então fixando-se um número real positivo a, seja Ya definida
como X sempre que |X| < a e -X sempre que |X| ≥ a. Obviamente, Ya também é uma normal e X + Ya é uma variável aleatória que nunca
pode assumir valores de módulo acima de 2 a (ou seja, não é normal). Quando a é muito pequeno, X e Y são praticamente opostas, e sua
correlação é próxima de -1. Quando a é muito grande, X e Y são praticamente idênticas, e sua correlação é próxima de 1. Como a correlação
entre X e Ya varia continuamente com a, existe um valor de a para o qual a correlação é zero.
- A soma de uma grande quantidade de variáveis aleatórias (com algumas restrições) tende a uma distribuição normal - o significado
mais preciso disto é o Teorema do Limite Central.
- A distribuição normal é infinitamente divisível, no seguinte sentido: se X é uma variável aleatória que segue uma distribuição normal
e n é um número natural, então existem n variáveis aletórias , independentes e identicamente distribuídas, tal que

Relação entre as Distribuições Binomial e Normal


Com base na definição na Lei dos Grandes Números, pode-se considerar como verdadeira a aproximação da distribuição de proba-
bilidade de variáveis discretas à distribuição de variáveis contínuas. Essa aproximação torna-se mais concreta à medida que aumenta o
número de observações da variável.
Assim, aceita-se que as duas distribuições se aproximam quando:
- o número de observações for grande, ou seja, n ≥ 30;
- as probabilidades de sucesso (p) e de fracasso (q) não forem muito próximas a zero;
- as médias de sucessos e de fracassos forem maiores do que cinco (n.p > 5 ou n.q > 5);
- a aproximação melhora com o crescimento do número de observações e no limite (infinito) as duas distribuições coincidem.

Em resumo temos:
Na natureza, quando o número de dados do universo analisado é relativamente grande e principalmente quando for de uma variável
contínua, a distribuição dos dados apresenta uma curva com formato de um sino, com um ponto máximo no centro, em que as áreas, em
ambos os lados da média, são idênticas.
- A curva formada chama-se de curva normal, que é definida como sendo simétrica e unimodal, tendo como característica a igualdade
entre as medidas: média, moda e mediana.
- Quando as medidas, média, moda e mediana não são iguais, mas semelhantes, chama-se a distribuição de aproximadamente nor-
mal.
- Pela distribuição normal padronizada, que apresenta como características uma curva simétrica e mesocúrtica, podem-se determinar
valores de probabilidade e apresentá-los em tabelas que expressam os valores da função densidade ou curva de probabilidade, com base
na variável padronizada z.
- Os valores da função densidade localizam-se abaixo da curva da distribuição e seu valor total é de 100%, localizando-se 50% à direita
da média e 50% à sua esquerda.
- Para determinar os valores de z, precisa-se dos valores da média, do desvio-padrão e do valor de Xi de referência.
- Os valores de z, à direita da média, são positivos e os localizados à esquerda, negativos.
- Uma das alternativas é a determinação da probabilidade em função de Xi, sendo a média e o desvio-padrão conhecidos.
- No cálculo do valor de z devem ser usados dois dígitos após a vírgula.
- Os valores da probabilidade encontrados no Apêndice III referem-se sempre ao intervalo entre o valor da média e o valor de Xi.
- Para a solução do problema, existem várias possibilidades: o próprio valor encontrado na tabela, a soma ou subtração do valor da
tabela de 0,5, a soma de 0,5 ao valor da tabela e subtração do valor menor do valor maior, encontrados na tabela.

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NOÇÕES DE PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
- Para facilitar a solução de problemas de probabilidade Normal, recomenda-se sempre fazer o desenho da curva e indicar a área a
ser conhecida.
- Outra alternativa é a determinação do valor de Xi em função da probabilidade desejada, conhecendo a média e o desvio-padrão.
- Deve-se ter o cuidado para atribuir o sinal correto de z, pois os seus valores de z, à direita da média, são positivos e os localizados à
esquerda, negativos.
- Valores de variáveis discretas podem ser adaptados à distribuição normal, nas seguintes condições: número de observações ≥ 30;
probabilidades de sucesso (p) e de fracasso (q) não serem muito próximas a zero e as médias de sucesso e de fracasso serem maiores do
que cinco.
- Na aproximação da Binomial à Normal deve-se fazer a correção de continuidade, pela soma ou subtração de 0,5 ao valor inteiro da
variável discreta X (número de sucessos).

Essa correção é necessária e deve ser feita de forma equitativa, pois entre dois números consecutivos da variável discreta há um es-
paço vazio de uma unidade.
- Os valores da média e do desvio-padrão são obtidos pelas fórmulas de cálculo das propriedades das variáveis discretas.

Normalmente em concursos a banca traz os valores das tabelas na própria questão, visto que são muitos valores para serem me-
morizados. Então não se preocupe com isso, o importante é o entendimento e como se faz os cálculos.
ALOPERADO
Análise de variância (ANOVA).
A Análise de Variância ou ANOVA é um procedimento usado para comparar a distribuição de três ou mais grupos em amostras inde-
pendentes.
Ela é também uma forma de resumir um modelo de regressão linear através da decomposição da soma dos quadrados para cada fonte
de variação no modelo e, utilizando o teste F, testar a hipótese de que qualquer fonte de variação no modelo é igual a zero.
Sua principal aplicação é a comparação de médias oriundas de grupos diferentes, também chamados tratamentos, como por exemplo
médias históricas de questões de satisfação, empresas que operam simultaneamente com diferentes rendimentos, entre muitas outras
aplicações.

Para sua aplicação são necessárias algumas suposições, sendo elas:


- As observações são independentes, ou seja, cada elemento amostral (aluno) deve ser independente;
- Os grupos comparados apresentam a mesma variância;
- Os erros são independentes e provenientes de uma distribuição normal com média igual a zero e variância constante.

É importante ressaltar que os fatores propostos podem ser de origem qualitativa ou quantitativa, mas a variável dependente neces-
sariamente deverá ser contínua.
Há dois métodos para calcular-se a variância: dentro de grupos (MQG) e a variância das médias (MQR). Calcula-se os dois componen-
tes de variância. Se a variância calculada usando a média (MQR) for maior do que a calculada (MQG) usando os dados pertencentes a cada
grupo individual, isso pode indicar que existe uma diferença significativa entre os grupos.
Resolvemos dois tipos de problemas através da ANOVA: as de níveis fixos ou a de níveis aleatórios. A aleatoriedade determinada a
questão do problema.
Na maior parte dos casos trata-se de níveis fixos, afinal o segundo tipo de problema (aleatório) somente surgirá quando ocorrer um
estudo envolvendo uma escolha aleatória de fatores.

Onde:
- SQT = SQG + SQR (mede a variação geral de todas as observações).
- SQT é a soma dos quadrados totais, decomposta em:
- SQG soma dos quadrados dos grupos (tratamentos), associada exclusivamente a um efeito dos grupos
- SQR soma dos quadrados dos resíduos, devidos exclusivamente ao erro aleatório, medida dentro dos grupos.
- MQG = Média quadrada dos grupos
- MQR = Média quadrada dos resíduos (entre os grupos)
- SQG e MQG: medem a variação total entre as médias

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NOÇÕES DE PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
- SQR e MQR: medem a variação das observações de cada grupo

f = MQG/MQR
N – 1=(K – 1) + (N – K)
SQT = SQG + SQR
MQG = SQG (K – 1)

A hipótese nula sempre será rejeitada quando f calculado for maior que o valor tabelado. Da mesma forma, se MQG for maior que
MQR, rejeita-se a hipótese nula.
Se o teste f indicar diferenças significativas entre as médias, e os níveis forem fixos, haverá interesse em identificar quais as médias
que diferem entre si.
Calcular o desvio padrão das médias;

Sx = , ,onde nc é a soma do número de cada variável (grupo) dividido pelo número de variáveis.
Calcular o limite de decisão (ld) = 3 x Sx
Ordenar as médias em ordem crescente ou decrescente e compara-las duas a duas. A diferença será significativa se for maior que Ld.
Caso o teste f indique diferenças significativas entre as médias, e os níveis forem aleatórios, haverá interesse em identificar a estima-
tiva dos componentes de variação.

O valor encontrado acima indicará a variabilidade total entre grupos, indicando se é considerado significativa ou não.

EXERCÍCIOS

1. (FUNPAPA – Estatístico - AOCP – 2018) Um pesquisador suspeito que existe uma correlação entre o número de promessas que um
candidato político faz e o número de promessas que são cumpridas uma vez que o candidato é eleito. Ele acompanha vários políticos pro-
eminentes e registra as promessas feitas (X) e as promessas mantidas (Y). Utilizando os seguintes dados sumarizados, calcule o coeficiente
de correlação entre as promessas feitas e as promessas mantidas e assinale a alternativa correta.

(A) O coeficiente de correlação entre as promessas feitas e as promessas mantidas indicam uma correlação forte e positiva.
(B) O coeficiente de correlação entre as promessas feitas e as promessas mantidas indicam uma correlação fraca e negativa.
(C) O coeficiente de correlação entre as promessas feitas e as promessas mantidas indicam uma correlação forte e negativa.
(D) O coeficiente de correlação entre as promessas feitas e as promessas mantidas indicam uma correlação fraca e positiva.
(E) O coeficiente de correlação entre as promessas feitas e as promessas mantidas indicam uma correlação

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NOÇÕES DE PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
2. (ARSESP - Especialista em Regulação e Fiscalização de Ser- Assinale a opção correta.
viços Públicos I - Econômico Financeiro - VUNESP – 2018) Usando (A) Apenas o item II está certo.
dados amostrais para estudar a correlação entre preço x da gasolina (B) Apenas os itens I e II estão certos.
(em reais) e movimento y de vendas semanais (em litros) em pos- (C) Apenas os itens I e III estão certos.
tos de combustíveis de certa região, um grupo de pesquisadores (D) Apenas os itens II e III estão certos.
verificou existir correlação linear entre as duas variáveis. A reta de (E) Todos os itens estão certos.
regressão y = βx + α estabelecida no estudo tem coeficiente angular 6. (EBSERH - Engenheiro Mecânico - IBFC – 2020) Leia o texto a
–4,50 e coeficiente linear 15500 (valores aproximados). Suponha seguir sobre “Teste de Hipóteses”.
que o preço R$ 4,00 por litro pertença ao intervalo de preços verifi- “Um _____ tem como objetivo o fornecimento de evidências
cados na pesquisa. Usando a reta de regressão para uma estimativa para subsidiar a decisão de rejeitar ou não rejeitar uma hipótese
do movimento de vendas,e considerando uma unidade de venda sobre algum parâmetro de uma população através de dados obti-
(ou posto) com preço da gasolina de R$ 4,00 por litro, então o movi- dos por uma amostra. A afirmação sobre a média populacional é
mento semanal de vendas (em litros) estimado nesse posto será de tida como a _____. Damos o nome de _____ à afirmação contrária
(A) 15 594,50. à da _____.”
(B) 15 518. Assinale a alternativa que preencha correta e respectivamente
(C) 15 482. as lacunas.
(D) 15 598,30. (A) teste estimativo / hipótese nula / hipótese alternativa / hi-
(E) 15 000. pótese nula
(B) teste estimativo / hipótese alternativa / hipótese nula / hi-
3. (UFRGS - Analista de Tecnologia da Informação - Sistema de pótese alternativa
Informação - FAURGS – 2018) A análise de ____________ permite (C) teste estatístico / hipótese alternativa / hipóteses nula / hi-
estudar a relação entre dois conjuntos de valores e quantificar o pótese alternativa
quanto um está relacionado com o outro, no sentido de determinar (D) teste estatístico / hipótese nula / hipótese alternativa / hi-
a intensidade e a direção dessa relação. Isto é, essa análise indica pótese nula
se, e com que intensidade, os valores de uma variável aumentam (E) teste estatístico / hipótese provável / hipótese improvável /
ou diminuem enquanto os valores da outra variável aumentam ou hipótese provável
diminuem.
Assinale a alternativa que completa corretamente a lacuna do 7. (EBSERH - Analista Administrativo – Estatística - IBFC –
texto acima. 2020) Abaixo são apresentadas as durabilidades de dois tipos de
(A) correlação pilhas alcalinas. Teste a hipótese de que existe diferença entre as
(B) dispersão durabilidades médias ao nível de 10% de significância.
(C) classificação Tipo A: 63, 60, 58, 68, 55, 61, 57, 62, 61 Tipo B: 55, 60, 54, 51,
(D) agrupamento 52, 58, 53, 60, 50 OBS: Considere que as variâncias são iguais.
(E) regressão Assinale a alternativa correta sobre a questão.
(A) Existe evidências para rejeição de Ho, estatística de teste t
4. (Polícia Federal - Agente de Polícia Federal - CESPE – 2018) = 2,95
Um pesquisador estudou a relação entre a taxa de criminalidade (B) Não existe evidências para rejeição de Ho, considerando
(Y) e a taxa de desocupação da população economicamente ativa 10% de significância
(X) em determinada região do país. Esse pesquisador aplicou um (C) Existe evidências para rejeição de Ho, estatística de teste t
modelo de regressão linear simples na forma Y = bX + a + ε, em que
= 3,25
b representa o coeficiente angular, a é o intercepto do modelo e ε
(D) Não Existe evidências para rejeição de Ho, estatística de tes-
denota o erro aleatório com média zero e variância σ2 . A tabela
te t = 0,95
a seguir representa a análise de variância (ANOVA) proporcionada
(E) Existe evidências para rejeição de Ho, estatística de teste t
por esse modelo.
= 4,13
A respeito dessa situação hipotética, julgue o próximo item,
sabendo que b > 0 e que o desvio padrão amostral da variável X é
8. (TJ-PA - Analista Judiciário – Estatística - CESPE – 2020) O
igual a 2.
A estimativa do coeficiente angular b, pelo método de mínimos teste de hipóteses se assemelha ao julgamento de um crime. Em
quadrados ordinários, é igual a 0,25. um julgamento, há um réu, que inicialmente se presume inocente.
() Certo As provas contra o réu são, então, apresentadas, e, se os jurados
() Errado acham que são convincentes, sem dúvida alguma, o réu é conside-
rado culpado. A presunção de inocência é vencida.
5. (TJ-PA - Analista Judiciário – Estatística - CESPE – 2020) A Michael Barrow. Estatística para economia, contabilidade e admi-
respeito dos intervalos de confiança, julgue os próximos itens. nistração. São Paulo: Ática, 2007, p. 199 (com adaptações).
I Um intervalo de confiança tem mais valor do que uma estima-
tiva pontual única, pois uma estimativa pontual não fornece nenhu- João foi julgado culpado pelo crime de assassinato e condena-
ma informação sobre o grau de precisão da estimativa. do a cumprir pena de 20 anos de reclusão. Após 10 anos de prisão,
II Um intervalo de confiança poderá ser reduzido se o nível de André, o verdadeiro culpado pelo delito pelo qual João fora conde-
confiança for menor e o valor da variância populacional for maior. nado, confessou o ilícito e apresentou provas irrefutáveis de que é
III No cálculo de um intervalo de confiança para a média, deve- o verdadeiro culpado, exclusivamente.
-se utilizar a distribuição t em lugar da distribuição normal quando a Considerando a situação hipotética apresentada e o fragmento
variância populacional é desconhecida e o número de observações de texto anterior, julgue os itens que se seguem.
é inferior a 30. I Pode-se considerar que a culpa de João seja uma hipótese
alternativa.

25
EDITORA DIDATICON PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
NOÇÕES DE PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
II No julgamento, ocorreu um erro conhecido nos testes de hipótese como erro do tipo I.
III Se a hipótese nula fosse admitida pelos jurados como verdadeira e fosse efetivamente João o culpado pelo crime, o erro cometido
teria sido o chamado erro do tipo II.

Assinale a opção correta.


(A) Apenas o item I está certo.
(B) Apenas o item II está certo.
(C) Apenas os itens I e III estão certos.
(D) Apenas os itens II e III estão certos.
(E) Todos os itens estão certos.

9. (FMS – Estatístico - NUCEPE – 2019) Resolva a questão baseando-se nas informações abaixo.
Em uma turma de Mestrado, o professor atribuiu as seguintes notas aos seus 11 alunos na disciplina de Probabilidade e Estatística
X=(6, 6, 7, 5, 10, 8, 8, 6, 5, 8, 8)
A média e variância dessas notas são, respectivamente:
(A) 7.00 e 1.50
(B) 7.45 e 2.18
(C) 7.55 e 1.45
(D) 7.50 e 2.50
(E) 7.00 e 2.18

10. (IF-PA – Estatístico - IF-PA – 2019) Para duas variáveis X e Y, foi ajustado o modelo na estrutura Y= a + bX. A hipótese de existência
de regressão foi comprovada a partir de ANOVA abaixo, ao nível de significância de 5%.

Considerando os resultados da Análise de Variância (ANOVA), pode-se então afirmar que: O coeficiente de explicação R2 que represen-
ta a medida descritiva da qualidade do ajuste, é de:
(A) 75,32%
(B) 65,02%
(C) 85,90%
(D) 35,90%
(E) 98,20%

11. (Banco do Brasil – Escriturário - CESGRANRIO - 2018) Um professor elaborou 10 questões diferentes para uma prova, das quais 2
são fáceis, 5 são de dificuldade média, e 3 são difíceis. No momento, o professor está na fase de montagem da prova. A montagem da prova
é a ordem segundo a qual as 10 questões serão apresentadas. O professor estabeleceu o seguinte critério de distribuição das dificuldades
das questões, para ser seguido na montagem da prova:

26
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NOÇÕES DE PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
De quantas formas diferentes o professor pode montar a prova A partir dessas informações, assinale a opção correta.
seguindo o critério estabelecido? (A) A Uma amostra estratificada de 100 elementos que seja se-
(A) 2520 lecionada com base na alocação proporcional será composta
(B) 128 por menos de 15 homens com idade entre 20 e 30 anos.
(C) 6 (B) Considerando-se um erro amostral tolerável de 4%, o tama-
(D) 1440 nho mínimo de uma amostra aleatória simples deve ser inferior
(E) 252 a 162.
(C) Se uma amostra estratificada de 120 elementos for selecio-
12. (Banco do Brasil – Escriturário - CESGRANRIO - 2018) Numa nada com base na alocação proporcional, então mais da meta-
amostra de 30 pares de observações do tipo (xi , yi ), com i = 1, 2, de dos elementos dessa amostra serão homens.
..., 30, a covariância obtida entre as variáveis X e Y foi -2. Os dados (D) Uma amostra estratificada de 112 elementos que seja sele-
foram transformados linearmente da forma (zi , wi ) = (-3xi + 1 , 2yi cionada com base na alocação uniforme será composta por 55
+ 3), para i = 1, 2, ..., 30. homens e 57 mulheres.
Qual o valor da covariância entre as variáveis Z e W transfor- (E) Considerando-se um erro amostral tolerável de 5%, o tama-
madas? nho mínimo de uma amostra aleatória simples deve ser igual
(A) 41 a 142.
(B) 36
(C) -7 15. (TJ-PA - Analista Judiciário – Estatística - CESPE – 2020)
(D) 12 Uma pesquisa foi realizada em uma população dividida em dois
(E) 17 estratos, A e B. Uma amostra da população foi selecionada utilizan-
do-se a técnica de amostragem estratificada proporcional, em que
13. (Banco do Brasil – Escriturário - CESPE – 2018) Um pesqui- cada estrato possui um sistema de referências ordenadas. A seguir,
sador utilizou-se de um modelo de regressão linear simples para são apresentadas as formas como as unidades populacionais de A e
estudar a relação entre a variável dependente Y, expressa em reais, de B foram selecionadas, respectivamente.
e a variável independente X, expressa em dias. • A primeira unidade populacional selecionada do estrato A foi
Posteriormente, ele decidiu fazer uma transformação na variá- a terceira. Em seguida, cada unidade populacional foi selecionada
vel dependente Y da seguinte forma: a partir da primeira, adicionando-se 5 unidades. Dessa forma, a se-
gunda unidade selecionada foi a oitava, e assim por diante, até a
obtenção de 10 unidades populacionais.
• A primeira unidade populacional selecionada do estrato B foi
a quarta. Após, cada unidade populacional foi selecionada a partir
Após a referida transformação, o coeficiente angular ficou da primeira, adicionando-se 6 unidades. Dessa forma, a segunda
(A) aumentado da média e multiplicado pelo desvio padrão unidade selecionada foi a décima, e assim por diante, até a obten-
(B) diminuído da média e dividido pelo desvio padrão ção de 7 unidades populacionais.
(C) inalterado
(D) diminuído da média A partir dessas informações, é correto afirmar que
(E) dividido pelo desvio padrão (A) a população possui, no mínimo, 88 elementos.
(B) a técnica de amostragem aleatória simples foi utilizada para
14. (TJ-PA - Analista Judiciário – Estatística - CESPE – 2020) A selecionar a amostra de cada estrato.
tabela a seguir apresenta dados referentes às idades dos funcioná- (C) a amostra possui, no mínimo, 92 unidades populacionais.
rios de determinada empresa. Nessa tabela, a população da empre- (D) o estrato B possui mais unidades populacionais que o es-
sa está dividida em 8 estratos, conforme determinados intervalos trato A.
de idade. (E) o intervalo de amostragem no estrato A possui amplitude
maior que o intervalo de amostragem no estrato B.
16. (TJ-PA - Analista Judiciário – Estatística - CESPE – 2020) Ao
analisar uma amostra aleatória simples composta de 324 elemen-
tos, um pesquisador obteve, para os parâmetros média amostral e
variância amostral, os valores 175 e 81, respectivamente.
Nesse caso, um intervalo de 95% de confiança de μ é dado por
(A) (166,18; 183,82).
(B) (174,02; 175,98).
(C) (174,51; 175,49).
(D) (163,35; 186,65).
(E) (174,1775; 175,8225).

27
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NOÇÕES DE PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
17. (TJ-PA - Analista Judiciário – Estatística - CESPE – 2020)
Para realizar uma pesquisa a respeito da qualidade do ensino de GABARITO
matemática nas escolas públicas de um estado, selecionaram alea-
toriamente uma escola de cada um dos municípios desse estado e
aplicaram uma mesma prova de matemática a todos os estudantes 1 C
do nono ano do ensino fundamental de cada uma dessas escolas.
Nesse caso, foi utilizada a amostragem 2 C
(A) sistemática. 3 A
(B) aleatória simples.
(C) por conglomerados em um estágio. 4 CERTO
(D) por conglomerados em dois estágios. 5 C
(E) estratificada.
6 C
18. (TJ-PA - Analista Judiciário – Estatística - CESPE – 2020) 7 C
Uma fábrica de cerveja artesanal possui uma máquina para envasa- 8 E
mento regulada para encher garrafas de 800 mL. Esse mesmo valor
é utilizado como média µ, com desvio padrão fixo no valor de 40 9 E
mL. Com o objetivo de manter um padrão elevado de qualidade, 10 B
periodicamente, é retirada da produção uma amostra de 25 garra-
fas para se verificar se o volume envazado está controlado, ou seja, 11 D
com média µ = 800 mL. Para os testes, fixa-se o nível de significância 12 D
α = 1%, o que dá valores críticos de z de - 2,58 e 2,58.
13 E
Com base nessas informações, julgue os seguintes itens.
I É correto indicar como hipótese alternativa H1: µ # 800 mL, 14 E
pois a máquina poderá estar desregulada para mais ou para menos. 15 A
II Caso uma amostra apresente média de 778 mL, os técnicos
poderão parar a produção para a realização de nova regulagem, 16 B
pois tal valor está dentro da região crítica para o teste. 17 C
III A produção não precisaria ser paralisada caso uma amostra
apresentasse média de 815 mL, pois este valor está fora da região 18 E
crítica para o teste. 19 C

Assinale a opção correta.


(A) Apenas o item I está certo.
(B) Apenas o item II está certo.
(C) Apenas os itens I e III estão certos.
)D) Apenas os itens II e III estão certos.
(E) Todos os itens estão certos.

19. (TJ-PA - Analista Judiciário – Estatística- CESPE – 2020) Para


determinado experimento, uma equipe de pesquisadores gerou 20
amostras de tamanho n = 25 de uma distribuição normal, com mé-
dia µ = 5 e desvio padrão σ = 3. Para cada amostra, foi montado um
intervalo de confiança com coeficiente de 0,95 (ou 95%). Com base
nessas informações, julgue os itens que se seguem.
I Os intervalos de confiança terão a forma βi ± 1,176, em que βi
é a média da amostra i.
II Para todos os intervalos de confiança, βi + µ βi -
, sendo g a margem de erro do estimador.
III Se o tamanho da amostra fosse maior, mantendo-se fixos
os valores do desvio padrão e do nível de confiança, haveria uma
redução da margem de erro .
Assinale a opção correta.
(A) Apenas o item II está certo.
(B) Apenas os itens I e II estão certos.
(C) Apenas os itens I e III estão certos.
(D) Apenas os itens II e III estão certos
(E) Todos os itens estão certos.

28
ÍNDICE
Conhecimentos de Informática

1. Edição de textos, planilhas e apresentações (ambientes Microsoft Office – Word, Excel e PowerPoint - versão O365). . . . . . . . . . . 01
2. Segurança da informação: fundamentos, conceitos e mecanismos de segurança; . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 06
3. Segurança cibernética: Resolução CMN nº 4893, de 26 de fevereiro de 2021.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 08
4. Conceitos de organização e de gerenciamento de informações, arquivos, pastas e programas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
5. Redes de computadores: Conceitos básicos, ferramentas, aplicativos e procedimentos de Internet e intranet.- Navegador Web (Micro-
soft Edge versão 91 e Mozilla Firefox versão 78 ESR), busca e pesquisa na Web. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
6. Correio eletrônico, . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
7. grupos de discussão, fóruns e wikis. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
8. Redes Sociais (Twitter, Facebook, Linkedin, WhatsApp, YouTube, Instagram e Telegram). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
9. Visão geral sobre sistemas de suporte à decisão e inteligência de negócio. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
10. Conceitos de tecnologias e ferramentas multimídia, de reprodução de áudio e vídeo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
11. Ferramentas de produtividade e trabalho a distância (Microsoft Teams, Cisco Webex, Google Hangout, Zoom, Google Drive e
Skype). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
EDITORA DIDATICON CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
• Iniciando um novo documento
EDIÇÃO DE TEXTOS, PLANILHAS E APRESENTAÇÕES
(AMBIENTES MICROSOFT OFFICE – WORD, EXCEL E
POWERPOINT - VERSÃO O365)

Microsoft Office

A partir deste botão retornamos para a área de trabalho do


Word, onde podemos digitar nossos textos e aplicar as formatações
desejadas.

• Alinhamentos
Ao digitar um texto, frequentemente temos que alinhá-lo para
atender às necessidades. Na tabela a seguir, verificamos os alinha-
O Microsoft Office é um conjunto de aplicativos essenciais para mentos automáticos disponíveis na plataforma do Word.
uso pessoal e comercial, ele conta com diversas ferramentas, mas
em geral são utilizadas e cobradas em provas o Editor de Textos – GUIA PÁGINA TECLA DE
Word, o Editor de Planilhas – Excel, e o Editor de Apresentações – ALINHAMENTO
INICIAL ATALHO
PowerPoint. A seguir verificamos sua utilização mais comum:
Justificar (arruma a direito
Word e a esquerda de acordo Ctrl + J
O Word é um editor de textos amplamente utilizado. Com ele com a margem
podemos redigir cartas, comunicações, livros, apostilas, etc. Vamos
Alinhamento à direita Ctrl + G
então apresentar suas principais funcionalidades.

• Área de trabalho do Word Centralizar o texto Ctrl + E


Nesta área podemos digitar nosso texto e formata-lo de acor-
do com a necessidade. Alinhamento à esquerda Ctrl + Q

• Formatação de letras (Tipos e Tamanho)


Presente em Fonte, na área de ferramentas no topo da área de
trabalho, é neste menu que podemos formatar os aspectos básicos
de nosso texto. Bem como: tipo de fonte, tamanho (ou pontuação),
se será maiúscula ou minúscula e outros itens nos recursos auto-
máticos.

GUIA PÁGINA INICIAL FUNÇÃO

Tipo de letra

Tamanho

Aumenta / diminui tamanho

Recursos automáticos de caixa-altas


e baixas

1
EDITORA DIDATICON CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

Limpa a formatação

• Marcadores
Muitas vezes queremos organizar um texto em tópicos da se-
guinte forma:

Podemos então utilizar na página inicial os botões para operar


diferentes tipos de marcadores automáticos:
– Podemos também ter o intervalo A1..B3

• Outros Recursos interessantes:

GUIA ÍCONE FUNÇÃO


- Mudar Forma
- Mudar cor de
Página inicial Fundo
- Mudar cor do
texto
– Para inserirmos dados, basta posicionarmos o cursor na cé-
lula, selecionarmos e digitarmos. Assim se dá a iniciação básica de
- Inserir Tabelas
Inserir uma planilha.
- Inserir Imagens
• Formatação células

Verificação e cor-
Revisão
reção ortográfica

Arquivo Salvar

Excel
O Excel é um editor que permite a criação de tabelas para cál-
culos automáticos, análise de dados, gráficos, totais automáticos,
dentre outras funcionalidades importantes, que fazem parte do dia
a dia do uso pessoal e empresarial.
São exemplos de planilhas:
– Planilha de vendas;
– Planilha de custos.

Desta forma ao inserirmos dados, os valores são calculados au-


tomaticamente.
• Fórmulas básicas
• Mas como é uma planilha de cálculo?
– Quando inseridos em alguma célula da planilha, os dados são
calculados automaticamente mediante a aplicação de fórmulas es- ADIÇÃO =SOMA(célulaX;célulaY)
pecíficas do aplicativo. SUBTRAÇÃO =(célulaX-célulaY)
– A unidade central do Excel nada mais é que o cruzamento MULTIPLICAÇÃO =(célulaX*célulaY)
entre a linha e a coluna. No exemplo coluna A, linha 2 ( A2 )
DIVISÃO =(célulaX/célulaY)

2
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CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
• Fórmulas de comum interesse Especificamente sobre o PowerPoint, um recurso amplamente
utilizado a guia Design. Nela podemos escolher temas que mudam
MÉDIA (em um intervalo de a aparência básica de nossos slides, melhorando a experiência no
=MEDIA(célula X:célulaY) trabalho com o programa.
células)
MÁXIMA (em um intervalo
=MAX(célula X:célulaY)
de células)
MÍNIMA (em um intervalo
=MIN(célula X:célulaY)
de células)

PowerPoint
O PowerPoint é um editor que permite a criação de apresenta-
ções personalizadas para os mais diversos fins. Existem uma série
de recursos avançados para a formatação das apresentações, aqui
veremos os princípios para a utilização do aplicativo.

• Área de Trabalho do PowerPoint

Com o primeiro slide pronto basta duplicá-lo, obtendo vários


no mesmo formato. Assim liberamos uma série de miniaturas, pe-
las quais podemos navegador, alternando entre áreas de trabalho.
A edição em cada uma delas, é feita da mesma maneira, como já
Nesta tela já podemos aproveitar a área interna para escrever apresentado anteriormente.
conteúdos, redimensionar, mover as áreas delimitadas ou até mes-
mo excluí-las. No exemplo a seguir, perceba que já movemos as
caixas, colocando um título na superior e um texto na caixa inferior,
também alinhamos cada caixa para ajustá-las melhor.

Perceba que a formatação dos textos é padronizada. O mesmo Percebemos agora que temos uma apresentação com quatro
tipo de padrão é encontrado para utilizarmos entre o PowerPoint, slides padronizados, bastando agora editá-lo com os textos que se
o Word e o Excel, o que faz deles programas bastante parecidos, fizerem necessários. Além de copiar podemos mover cada slide de
no que diz respeito à formatação básica de textos. Confira no tópi- uma posição para outra utilizando o mouse.
co referente ao Word, itens de formatação básica de texto como: As Transições são recursos de apresentação bastante utilizados
alinhamentos, tipos e tamanhos de letras, guias de marcadores e no PowerPoint. Servem para criar breves animações automáticas
recursos gerais. para passagem entre elementos das apresentações.

3
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CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
• Atualizações no PowerPoint
– O visual teve melhorias significativas, o PowerPoint do Offi-
ce2013 tem um grande número de templates para uso de criação
de apresentações profissionais;
– O recurso de uso de múltiplos monitores foi aprimorado;

– Um recurso de zoom de slide foi incorporado, permitindo o


destaque de uma determinada área durante a apresentação;
– No modo apresentador é possível visualizar o próximo slide
antecipadamente;
– Estão disponíveis também o recurso de edição colaborativa
Tendo passado pelos aspectos básicos da criação de uma apre- de apresentações.
sentação, e tendo a nossa pronta, podemos apresentá-la bastando
clicar no ícone correspondente no canto inferior direito. Office 2016
O Office 2016 foi um sistema concebido para trabalhar junta-
mente com o Windows 10. A grande novidade foi o recurso que
permite que várias pessoas trabalhem simultaneamente em um
mesmo projeto. Além disso, tivemos a integração com outras fer-
ramentas, tais como Skype. O pacote Office 2016 também roda em
smartfones de forma geral.

• Atualizações no Word
– No Word 2016 vários usuários podem trabalhar ao mesmo
tempo, a edição colaborativa já está presente em outros produtos,
Um último recurso para chamarmos atenção é a possibilidade mas no Word agora é real, de modo que é possível até acompanhar
de acrescentar efeitos sonoros e interativos às apresentações, le- quando outro usuário está digitando;
vando a experiência dos usuários a outro nível. – Integração à nuvem da Microsoft, onde se pode acessar os
documentos em tablets e smartfones;
Office 2013 – É possível interagir diretamente com o Bing (mecanismo de
A grande novidade do Office 2013 foi o recurso para explorar pesquisa da Microsoft, semelhante ao Google), para utilizar a pes-
a navegação sensível ao toque (TouchScreen), que está disponível quisa inteligente;
nas versões 32 e 64. Em equipamentos com telas sensíveis ao toque – É possível escrever equações como o mouse, caneta de to-
(TouchScreen) pode-se explorar este recurso, mas em equipamen- que, ou com o dedo em dispositivos touchscreen, facilitando assim
tos com telas simples funciona normalmente. a digitação de equações.
O Office 2013 conta com uma grande integração com a nuvem,
desta forma documentos, configurações pessoais e aplicativos po- • Atualizações no Excel
dem ser gravados no Skydrive, permitindo acesso através de smar- – O Excel do Office 2016 manteve as funcionalidades dos ante-
tfones diversos. riores, mas agora com uma maior integração com dispositivos mó-
veis, além de ter aumentado o número de gráficos e melhorado a
• Atualizações no Word questão do compartilhamento dos arquivos.
– O visual foi totalmente aprimorado para permitir usuários
trabalhar com o toque na tela (TouchScreen); • Atualizações no PowerPoint
– As imagens podem ser editadas dentro do documento; – O PowerPoint 2016 manteve as funcionalidades dos ante-
– O modo leitura foi aprimorado de modo que textos extensos riores, agora com uma maior integração com dispositivos moveis,
agora ficam disponíveis em colunas, em caso de pausa na leitura; além de ter aumentado o número de templates melhorado a ques-
– Pode-se iniciar do mesmo ponto parado anteriormente; tão do compartilhamento dos arquivos;
– Podemos visualizar vídeos dentro do documento, bem como – O PowerPoint 2016 também permite a inserção de objetos
editar PDF(s). 3D na apresentação.

• Atualizações no Excel Office 2019


– Além de ter uma navegação simplificada, um novo conjunto O OFFICE 2019 manteve a mesma linha da Microsoft, não hou-
de gráficos e tabelas dinâmicas estão disponíveis, dando ao usuário ve uma mudança tão significativa. Agora temos mais modelos em
melhores formas de apresentar dados. 3D, todos os aplicativos estão integrados como dispositivos sensí-
– Também está totalmente integrado à nuvem Microsoft. veis ao toque, o que permite que se faça destaque em documentos.

4
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CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
• Atualizações no Word
– Houve o acréscimo de ícones, permitindo assim um melhor
desenvolvimento de documentos;

• Atualizações no PowerPoint
– Foram adicionadas a ferramenta transformar e a ferramenta
de zoom facilitando assim o desenvolvimento de apresentações;
– Inclusão de imagens 3D na apresentação.

– Outro recurso que foi implementado foi o “Ler em voz alta”.


Ao clicar no botão o Word vai ler o texto para você.

• Atualizações no Excel
– Foram adicionadas novas fórmulas e gráficos. Tendo como
destaque o gráfico de mapas que permite criar uma visualização de
algum mapa que deseja construir.

Office 365
O Office 365 é uma versão que funciona como uma assinatura
semelhante ao Netflix e Spotify. Desta forma não se faz necessário
sua instalação, basta ter uma conexão com a internet e utilizar o
Word, Excel e PowerPoint.

Observações importantes:
– Ele é o mais atualizado dos OFFICE(s), portanto todas as me-
lhorias citadas constam nele;
– Sua atualização é frequente, pois a própria Microsoft é res-
ponsável por isso;
– No nosso caso o Word, Excel e PowerPoint estão sempre atu-
alizados.

5
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CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
– Ativos: neste momento, faz-se a utilização dos dados cole-
SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO: FUNDAMENTOS, CON- tados no ataque passivo para, por exemplo, derrubar um sistema,
CEITOS E MECANISMOS DE SEGURANÇA infectar o sistema com malwares, realizar novos ataques a partir da
máquina-alvo ou até mesmo destruir o equipamento (Ex.: intercep-
SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO tação, monitoramento, análise de pacotes).
Segurança da informação é o conjunto de ações para proteção
de um grupo de dados, protegendo o valor que ele possui, seja para Política de Segurança da Informação
um indivíduo específico no âmbito pessoal, seja para uma organi- Este documento irá auxiliar no gerenciamento da segurança
zação1. da organização através de regras de alto nível que representam os
É essencial para a proteção do conjunto de dados de uma cor- princípios básicos que a entidade resolveu adotar de acordo com a
poração, sendo também fundamentais para as atividades do ne- visão estratégica da mesma, assim como normas (no nível tático)
gócio. e procedimentos (nível operacional). Seu objetivo será manter a
Quando bem aplicada, é capaz de blindar a empresa de ata- segurança da informação. Todos os detalhes definidos nelas serão
ques digitais, desastres tecnológicos ou falhas humanas. Porém, para informar sobre o que pode e o que é proibido, incluindo:
qualquer tipo de falha, por menor que seja, abre brecha para pro- • Política de senhas: define as regras sobre o uso de senhas
blemas. nos recursos computacionais, como tamanho mínimo e máximo,
A segurança da informação se baseia nos seguintes pilares2: regra de formação e periodicidade de troca.
– Confidencialidade: o conteúdo protegido deve estar disponí- • Política de backup: define as regras sobre a realização de có-
vel somente a pessoas autorizadas. pias de segurança, como tipo de mídia utilizada, período de reten-
– Disponibilidade: é preciso garantir que os dados estejam ção e frequência de execução.
acessíveis para uso por tais pessoas quando for necessário, ou seja, • Política de privacidade: define como são tratadas as infor-
de modo permanente a elas. mações pessoais, sejam elas de clientes, usuários ou funcionários.
– Integridade: a informação protegida deve ser íntegra, ou • Política de confidencialidade: define como são tratadas as
seja, sem sofrer qualquer alteração indevida, não importa por informações institucionais, ou seja, se elas podem ser repassadas
quem e nem em qual etapa, se no processamento ou no envio. a terceiros.
– Autenticidade: a ideia aqui é assegurar que a origem e auto-
ria do conteúdo seja mesmo a anunciada. Mecanismos de segurança
Um mecanismo de segurança da informação é uma ação, téc-
Existem outros termos importantes com os quais um profissio- nica, método ou ferramenta estabelecida com o objetivo de preser-
nal da área trabalha no dia a dia. var o conteúdo sigiloso e crítico para uma empresa.
Podemos citar a legalidade, que diz respeito à adequação do Ele pode ser aplicado de duas formas:
conteúdo protegido à legislação vigente; a privacidade, que se re- – Controle físico: é a tradicional fechadura, tranca, porta e
fere ao controle sobre quem acessa as informações; e a auditoria, qualquer outro meio que impeça o contato ou acesso direto à in-
que permite examinar o histórico de um evento de segurança da formação ou infraestrutura que dá suporte a ela
informação, rastreando as suas etapas e os responsáveis por cada – Controle lógico: nesse caso, estamos falando de barreiras
uma delas. eletrônicas, nos mais variados formatos existentes, desde um an-
tivírus, firewall ou filtro anti-spam, o que é de grande valia para
Alguns conceitos relacionados à aplicação dos pilares evitar infecções por e-mail ou ao navegar na internet, passa por
– Vulnerabilidade: pontos fracos existentes no conteúdo pro- métodos de encriptação, que transformam as informações em
tegido, com potencial de prejudicar alguns dos pilares de segurança códigos que terceiros sem autorização não conseguem decifrar e,
da informação, ainda que sem intenção há ainda, a certificação e assinatura digital, sobre as quais falamos
– Ameaça: elemento externo que pode se aproveitar da vulne- rapidamente no exemplo antes apresentado da emissão da nota
rabilidade existente para atacar a informação sensível ao negócio. fiscal eletrônica.
– Probabilidade: se refere à chance de uma vulnerabilidade ser
explorada por uma ameaça. Todos são tipos de mecanismos de segurança, escolhidos por
– Impacto: diz respeito às consequências esperadas caso o profissional habilitado conforme o plano de segurança da informa-
conteúdo protegido seja exposto de forma não autorizada. ção da empresa e de acordo com a natureza do conteúdo sigiloso.
– Risco: estabelece a relação entre probabilidade e impacto,
ajudando a determinar onde concentrar investimentos em segu- Criptografia
rança da informação. É uma maneira de codificar uma informação para que somen-
te o emissor e receptor da informação possa decifrá-la através de
Tipos de ataques uma chave que é usada tanto para criptografar e descriptografar a
Cada tipo de ataque tem um objetivo específico, que são eles3: informação4.
– Passivo: envolve ouvir as trocas de comunicações ou gravar Tem duas maneiras de criptografar informações:
de forma passiva as atividades do computador. Por si só, o ataque • Criptografia simétrica (chave secreta): utiliza-se uma chave
passivo não é prejudicial, mas a informação coletada durante a ses- secreta, que pode ser um número, uma palavra ou apenas uma se-
são pode ser extremamente prejudicial quando utilizada (adultera- quência de letras aleatórias, é aplicada ao texto de uma mensa-
ção, fraude, reprodução, bloqueio). gem para alterar o conteúdo de uma determinada maneira. Tanto
o emissor quanto o receptor da mensagem devem saber qual é a
chave secreta para poder ler a mensagem.
1 https://ecoit.com.br/seguranca-da-informacao/
2 https://bit.ly/2E5beRr
3 https://www.diegomacedo.com.br/modelos-e-mecanismos-de-seguranca-da- 4 https://centraldefavoritos.com.br/2016/11/19/conceitos-de-protecao-e-se-
-informacao/ guranca-da-informacao-parte-2/

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CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
• Criptografia assimétrica (chave pública):tem duas chaves relacionadas. Uma chave pública é disponibilizada para qualquer pessoa
que queira enviar uma mensagem. Uma segunda chave privada é mantida em segredo, para que somente você saiba.

Qualquer mensagem que foi usada a chave púbica só poderá ser descriptografada pela chave privada.
Se a mensagem foi criptografada com a chave privada, ela só poderá ser descriptografada pela chave pública correspondente.
A criptografia assimétrica é mais lenta o processamento para criptografar e descriptografar o conteúdo da mensagem.
Um exemplo de criptografia assimétrica é a assinatura digital.
• Assinatura Digital: é muito usado com chaves públicas e permitem ao destinatário verificar a autenticidade e a integridade da infor-
mação recebida. Além disso, uma assinatura digital não permite o repúdio, isto é, o emitente não pode alegar que não realizou a ação. A
chave é integrada ao documento, com isso se houver alguma alteração de informação invalida o documento.
• Sistemas biométricos: utilizam características físicas da pessoa como os olhos, retina, dedos, digitais, palma da mão ou voz.

Firewall
Firewall ou “parede de fogo” é uma solução de segurança baseada em hardware ou software (mais comum) que, a partir de um con-
junto de regras ou instruções, analisa o tráfego de rede para determinar quais operações de transmissão ou recepção de dados podem
ser executadas. O firewall se enquadra em uma espécie de barreira de defesa. A sua missão, por assim dizer, consiste basicamente em
bloquear tráfego de dados indesejado e liberar acessos bem-vindos.

Representação de um firewall.5
Formas de segurança e proteção
– Controles de acesso através de senhas para quem acessa, com autenticação, ou seja, é a comprovação de que uma pessoa que está
acessando o sistema é quem ela diz ser6.
– Se for empresa e os dados a serem protegidos são extremamente importantes, pode-se colocar uma identificação biométrica como
os olhos ou digital.
– Evitar colocar senhas com dados conhecidos como data de nascimento ou placa do seu carro.
– As senhas ideais devem conter letras minúsculas e maiúsculas, números e caracteres especiais como @ # $ % & *.
– Instalação de antivírus com atualizações constantes.
– Todos os softwares do computador devem sempre estar atualizados, principalmente os softwares de segurança e sistema operacio-
nal. No Windows, a opção recomendada é instalar atualizações automaticamente.
– Dentre as opções disponíveis de configuração qual opção é a recomendada.
– Sempre estar com o firewall ativo.
– Anti-spam instalados.
– Manter um backup para caso de pane ou ataque.
– Evite sites duvidosos.
– Não abrir e-mails de desconhecidos e principalmente se tiver anexos (link).
– Evite ofertas tentadoras por e-mail ou em publicidades.
– Tenha cuidado quando solicitado dados pessoais. Caso seja necessário, fornecer somente em sites seguros.
– Cuidado com informações em redes sociais.
– Instalar um anti-spyware.
– Para se manter bem protegido, além dos procedimentos anteriores, deve-se ter um antivírus instalado e sempre atualizado.
NOÇÕES DE VÍRUS, ANTIVÍRUS

Noções de vírus, worms e pragas virtuais (Malwares)


– Malwares (Pragas): São programas mal intencionados, isto é, programas maliciosos que servem pra danificar seu sistema e diminuir
o desempenho do computador;
– Vírus: São programas maliciosos que, para serem iniciados, é necessária uma ação (por exemplo um click por parte do usuário);

5 Fonte: https://helpdigitalti.com.br/o-que-e-firewall-conceito-tipos-e-arquiteturas/#:~:text=Firewall%20%C3%A9%20uma%20solu%C3%A7%C3%A3o%20
de,de%20dados%20podem%20ser%20executadas.
6 https://centraldefavoritos.com.br/2016/11/19/conceitos-de-protecao-e-seguranca-da-informacao-parte-3/

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CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
– Worms: São programas que diminuem o desempenho do 1. Em caso de uma situação de crise que implique em inciden-
sistema, isto é, eles exploram a vulnerabilidade do computador se tes ou interrupções, o BACEN deverá ser comunicado tempestiva-
instalam e se replicam, não precisam de clique do mouse por parte mente pela instituição e informado sobre as providências para a
do usuário ou ação automática do sistema. retomada das atividades
2. A documentação do gerenciamento de crise deverá ficar à
Aplicativos para segurança (antivírus, firewall, antispyware disposição do BACEN pelo prazo de 5 anos, conforme artigos 20,
etc.) parágrafo único, e 23, inciso IX

• Antivírus Conceitos básicos


O antivírus é um software que encontra arquivos e programas Termos Gerais Não aceito Aceito
maléficos no computador. Nesse sentido o antivírus exerce um pa- É importante recapitular alguns conceitos disciplinados pelo
pel fundamental protegendo o computador. O antivírus evita que BACEN, por meio da Resolução 4.658/2018, e que foram mantidos
o vírus explore alguma vulnerabilidade do sistema ou até mesmo na Resolução CMN 4.893/2021.
de uma ação inesperada em que o usuário aciona um executável A seguir, trazemos alguns dos principais conceitos envolvendo
que contém um vírus. Ele pode executar algumas medidas como segurança cibernética e a contratação de serviços de processamen-
quarentena, remoção definitiva e reparos. to e armazenamento de dados e de computação em nuvem.
O antivírus também realiza varreduras procurando arquivos Política de Segurança Cibernética é o documento que todas as
potencialmente nocivos advindos da Internet ou de e-mails e toma instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcio-
as medidas de segurança. nar pelo BACEN devem elaborar para a contratação de serviços de
• Firewall processamento e armazenamento de dados e de computação em
Firewall, no caso, funciona como um filtro na rede. Ele deter- nuvem.
mina o que deve passar em uma rede, seja ela local ou corporativa,
bloqueando entradas indesejáveis e protegendo assim o compu- Os requisitos mínimos que a Política deve apresentar são:
tador. Pode ter regras simples ou complexas, dependendo da im- 1. Os objetivos da IF ou instituição autorizada na contratação
plementação, isso pode ser limitado a combinações simples de IP / dos serviços de processamento e armazenamento de dados e de
porta ou fazer verificações completas. computação em nuvem
2. Os procedimentos e controles para reduzir a vulnerabilidade
• Antispyware a incidentes, inclusive no desenvolvimento de sistemas de informa-
Spyware é um software espião, que rouba as informações, em ção e na adoção de novas tecnologias pela IF ou instituição autori-
contrário, o antispyware protege o computador funcionando como zada, que devem abranger:
o antivírus em todos os sentidos, conforme relatado acima. Muitos
antivírus inclusive já englobam tais funções em sua especificação.

SEGURANÇA CIBERNÉTICA: RESOLUÇÃO CMN Nº 4893,


DE 26 DE FEVEREIRO DE 2021

O Banco Central do Brasil (BACEN), alinhado à constante evolu- 3. Os controles específicos para garantir a segurança das infor-
ção tecnológica e objetivando assegurar um ambiente aderente às mações sensíveis
normas de segurança cibernética e de proteção de dados pessoais, 4. Orientações para o correto registro, análise de causa e do
editou a Resolução CMN nº 4.893, de 26 de fevereiro de 2021, que impacto, tratamento adequado de incidentes relevantes para as
dispõe sobre a estruturação da política de segurança cibernética e atividades da IF ou instituição autorizada, inclusive informações re-
sobre os requisitos para a contratação de serviços de processamen- cebidas de empresas prestadoras de serviços a terceiros
to e armazenamento de dados e de computação em nuvem a serem
observados pelas instituições por ele autorizadas a funcionar (Reso- 5. Diretrizes para:
lução CMN nº 4.893/2021). Elaboração de cenários de incidentes considerados nos testes
A Resolução entra em vigor no dia 1º de julho de 2021 e traz de continuidade de negócios;
atualizações nos normativos sobre a política já existente, revogando Procedimentos e controles voltados à prevenção e tratamen-
as Resoluções nº 4.658/2018 e 4.752/2019. Nesta cartilha, aborda- to dos incidentes, a serem adotados por empresas prestadoras de
mos, por meio de uma linguagem prática e visual, alguns conceitos serviços a terceiros que realizem o tratamento de dados ou infor-
básicos relacionados à segurança cibernética no âmbito do BACEN mações sensíveis ou que sejam relevantes para a condução das ati-
e os principais pontos de alteração trazidos pela nova Resolução vidades operacionais da IF ou instituição autorizada;
Classificação dos dados e das informações quanto à relevância;
Principais pontos atualizados pela Resolução CMN nº e Parâmetros utilizados na definição da relevância dos incidentes.
4.893/2021
A Resolução CMN nº 4.893/2021 não altera a essência da Reso- 6. Mecanismos para disseminação da cultura de segurança ci-
lução 4.658/2018. Os principais pontos de alteração da nova Reso- bernética na IF ou instituição autorizada, incluindo: Programas de
lução estão relacionados ao gerenciamento de crise. capacitação e avaliação periódica de pessoal; e Prestação de infor-
Gerenciamento de crise: as instituições financeiras e demais mações a clientes e usuários sobre os cuidados na utilização de pro-
instituições autorizadas pelo BACEN (aqui chamadas de “IFs ou ins- dutos e serviços financeiros.
tituições autorizadas”) devem estabelecer e documentar os crité-
rios que configurem uma situação de crise. 7. Iniciativas para compartilhamento de informações sobre os
incidentes relevantes com as demais IFs ou instituições autorizadas
e o BACEN

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CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Plano de Ação e de Resposta a Incidentes 3. A comunicação tempestiva ao BC das ocorrências de inci-
É o documento que descreve os métodos para reduzir o nível dentes relevantes e das interrupções dos serviços relevantes que
de exposição a incidentes da IF ou instituição autorizada configurem situação de crise e as providências para o reinício das
suas atividades.
Os requisitos mínimos do Plano são:
1. As ações da IF ou instituição autorizada para adequar suas Requisitos obrigatórios na contratação de serviços relevantes
estruturas organizacional e operacional aos princípios e às diretri- de processamento, armazenamento de dados e de computação
zes da política de segurança cibernética em nuvem
A. Indicação dos países e da região em cada país onde os ser-
2. As rotinas, os procedimentos, os controles e as tecnologias a viços poderão ser prestados e os dados poderão ser armazenados,
serem utilizados na prevenção e na resposta a incidentes, em con- processados e gerenciados
formidade com as diretrizes da política de segurança cibernética B. Políticas, estratégias e estruturas para gerenciamento de ris-
cos que contemplem a contratação no País ou no exterior
3. Área responsável pelo registro e controle dos efeitos de inci- C. Práticas de governança e procedimentos que assegurem a
dentes relevantes verificação de capacidade da empresa e aderência às exigências da
IF ou instituição autorizada e da regulamentação em vigor antes da
Incidentes relevantes contratação, considerando:
São situações de crise enfrentadas pela IF ou instituição auto-
rizada, decorrentes da violação em seus protocolos de segurança, I Criticidade de serviço; e
como acesso não autorizado, acidental ou ilícito que possa oca- II Sensibilidade dos dados.
sionar destruição, perda, alteração, vazamento, fraudes ou, ainda,
qualquer forma de tratamento de dados inadequada ou ilícita, ex- D. A IF ou instituição autorizada como responsável pela confia-
pondo a riscos os direitos e as liberdades dos titulares de dados bilidade, integridade, disponibilidade dos serviços contratados
pessoais afetados, além da própria IF ou instituição autorizada, que E. Obrigação de notificar a subcontratação de serviços relevan-
também fica exposta a riscos financeiros (multas, ações judiciais) e tes para a IF ou instituição autorizada
de imagem. F. Comunicação ao BACEN da contratação ou atualização con-
tratual de serviços relevantes. Essa comunicação deve ser realizada
Gerenciamento de crise em até 10 dias após a contratação dos serviços ou atualização con-
É um conjunto de práticas com objetivo de lidar com cenários tratual, contendo:
de anormalidade, internos ou externos à IF ou instituição autoriza- i. Denominação da empresa contratada;
da, que possam causar prejuízos financeiros, de imagem e/ou de ii. Detalhamento dos serviços contratados;
reputação, a fim de minimizar os impactos negativos e identificar iii. Indicação dos países e das regiões em cada país onde os
oportunidades de melhoria. serviços poderão ser prestados;
Alguns exemplos de situação de crise: acidentes graves envol- iv. Dados que serão armazenados, processados e gerenciados.
vendo colaboradores, ataques de cibercriminosos que possam alte-
rar ou interromper processos internos causando incidentes relevan- Obs.: os requisitos citados não se aplicam à contratação de sis-
tes, vazamento de dados, desastres naturais e falhas consideráveis temas operados por câmaras, por prestadores de serviços de com-
da estrutura interna. pensação e de liquidação ou por entidades que exerçam atividades
Ter uma política de gerenciamento de crise é fundamental para de registro ou de depósito centralizado.
a manutenção do sucesso dos negócios das IFs ou instituições au-
torizadas. Requisitos adicionais para contratação dos serviços de pro-
A Resolução CMN nº 4.893/2021 dedicou o artigo 20 especifi- cessamento e armazenamento de dados e de computação em nu-
camente a esse assunto, destacando a necessidade de as IFs ou ins- vem prestados no exterior
tituições autorizadas estabelecerem e documentarem os critérios • Existência de convênio entre o BACEN com autoridades dos
que configurem situação de crise, assim como aqueles necessários países e regiões onde os dados serão armazenados, gerenciados e
para o desenvolvimento do Plano de Continuidade de Negócios. processados
• Não causar prejuízos ao funcionamento regular da IF ou insti-
Plano de Continuidade de Negócios tuição autorizada nem dificultar a atuação do BACEN
Reúne os procedimentos que as IFs ou instituições autorizadas • Prever plano de continuidade dos negócios, no caso de im-
devem documentar e adotar como um guia para enfrentar a situa- possibilidade de manutenção ou extinção do contrato de prestação
ção de crise. A Resolução CMN nº 4.893/2021 prevê como requisi- de serviços
tos do Plano de Continuidade de Negócios das IFs ou instituições
autorizadas (art. 20): Obs.: caso não exista convênio, é necessário solicitar uma au-
torização do BACEN no mínimo 60 dias antes da contratação ou
1. O tratamento para mitigar os efeitos dos incidentes relevan- atualização de contrato já existente, assegurando e evidenciando
tes e da interrupção dos serviços relevantes de processamento, ar- documentalmente que a legislação e a regulamentação nos países
mazenamento de dados e de computação em nuvem contratados; e nas regiões em cada país onde os serviços poderão ser prestados
não restringem nem impedem o acesso da IF ou instituição autori-
2. O prazo para reinício ou normalização das atividades ou dos zada e do BACEN aos dados e informações.
serviços relevantes interrompidos;
Mecanismos para implementação e efetividade da Resolução
• Definição de processos, testes e trilhas de auditoria;
• Definição de métricas e indicadores adequados; e
• Identificação e correção de eventuais deficiências.

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CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Esses mecanismos devem ser submetidos a testes periódicos CAPÍTULO II
pela auditoria interna, quando isso for aplicável, e compatíveis com DA POLÍTICA DE SEGURANÇA CIBERNÉTICA
os controles internos da IF ou instituição autorizada. SEÇÃO I
DA IMPLEMENTAÇÃO DA POLÍTICA DE SEGURANÇA CIBERNÉ-
Observações Importantes TICA
Devem ficar à disposição do BACEN pelo prazo de 5 anos:
1. A Política de Segurança Cibernética; Art. 2º As instituições referidas no art. 1º devem implementar
2. A ata de reunião do conselho de administração ou diretoria e manter política de segurança cibernética formulada com base em
(no caso de adoção de política única por conglomerado/sistema co- princípios e diretrizes que busquem assegurar a confidencialidade,
operativo de crédito); a integridade e a disponibilidade dos dados e dos sistemas de infor-
3. Plano de Ação e de Resposta a Incidentes; mação utilizados.
4. O relatório anual; § 1º A política mencionada no caput deve ser compatível com:
5. A documentação sobre os procedimentos de contratação de I - o porte, o perfil de risco e o modelo de negócio da institui-
serviços relevantes de processamento e armazenamento de dados ção;
e de computação em nuvem; II - a natureza das operações e a complexidade dos produtos,
6. A documentação relativa à aprovação do convênio entre o serviços, atividades e processos da instituição; e
BACEN, no caso de serviços prestados no exterior; III - a sensibilidade dos dados e das informações sob responsa-
7. Contratos de prestação de serviços relevantes, sendo o prazo bilidade da instituição.
contado a partir do encerramento dos respectivos contratos; § 2º Admite-se a adoção de política de segurança cibernética
8. Os dados, registros e informações sobre os mecanismos de única por:
acompanhamento e controle, sendo o prazo contado a partir da im- I - conglomerado prudencial; e
plementação;
II - sistema cooperativo de crédito.
9. A documentação relativa ao gerenciamento de riscos.
§ 3º As instituições que não constituírem política de seguran-
ça cibernética própria em decorrência do disposto no § 2º devem
IMPORTANTE!
formalizar a opção por essa faculdade em reunião do conselho de
A IF ou instituição autorizada que já tenha contratado serviços
de processamento e armazenamento de dados e de computação administração ou, na sua inexistência, da diretoria da instituição.
em nuvem na vigência da Resolução nº 4.658/2018 deve adequar Art. 3º A política de segurança cibernética deve contemplar, no
os contratos firmados com seus prestadores de serviços até 31 de mínimo:
dezembro de 2021 I - os objetivos de segurança cibernética da instituição;
II - os procedimentos e os controles adotados para reduzir a
fonte: https://opiceblum.com.br/wp-content/uplo- vulnerabilidade da instituição a incidentes e atender aos demais ob-
ads/2019/07/Entenda-os-principais-pontos-da-Resolucao-CMN- jetivos de segurança cibernética;
-4893-2021-do-Banco-Central-do-Brasil.pdf III - os controles específicos, incluindo os voltados para a ras-
treabilidade da informação, que busquem garantir a segurança das
RESOLUÇÃO CMN Nº 4.893, DE 26 DE FEVEREIRO DE 2021 informações sensíveis;
IV - o registro, a análise da causa e do impacto, bem como o
Dispõe sobre a política de segurança cibernética e sobre os controle dos efeitos de incidentes relevantes para as atividades da
requisitos para a contratação de serviços de processamento e instituição;
armazenamento de dados e de computação em nuvem a serem V - as diretrizes para:
observados pelas instituições autorizadas a funcionar pelo Banco a) a elaboração de cenários de incidentes considerados nos tes-
Central do Brasil. tes de continuidade de negócios;
b) a definição de procedimentos e de controles voltados à pre-
O Banco Central do Brasil, na forma do art. 9º da Lei nº 4.595, venção e ao tratamento dos incidentes a serem adotados por em-
de 31 de dezembro de 1964, torna público que o Conselho Monetá- presas prestadoras de serviços a terceiros que manuseiem dados ou
rio Nacional, em sessão realizada em 25 de fevereiro de 2021, com informações sensíveis ou que sejam relevantes para a condução das
base nos arts. 4º, inciso VIII, da referida Lei, 9º da Lei nº 4.728, de atividades operacionais da instituição;
14 de julho de 1965, 7º e 23, alínea “a”, da Lei nº 6.099, de 12 de c) a classificação dos dados e das informações quanto à rele-
setembro de 1974, 1º, inciso II, da Lei nº 10.194, de 14 de fevereiro vância; e
de 2001, e 1º, § 1º, da Lei Complementar nº 130, de 17 de abril de d) a definição dos parâmetros a serem utilizados na avaliação
2009, resolve:
da relevância dos incidentes;
VI - os mecanismos para disseminação da cultura de segurança
CAPÍTULO I
cibernética na instituição, incluindo:
DO OBJETO E DO ÂMBITO DE APLICAÇÃO
a) a implementação de programas de capacitação e de avalia-
Art. 1º Esta Resolução dispõe sobre a política de segurança ci- ção periódica de pessoal;
bernética e sobre os requisitos para a contratação de serviços de b) a prestação de informações a clientes e usuários sobre pre-
processamento e armazenamento de dados e de computação em cauções na utilização de produtos e serviços financeiros; e
nuvem a serem observados pelas instituições autorizadas a funcio- c) o comprometimento da alta administração com a melhoria
nar pelo Banco Central do Brasil. contínua dos procedimentos relacionados com a segurança ciber-
Parágrafo único. O disposto nesta Resolução não se aplica às nética; e
instituições de pagamento, que devem observar a regulamentação VII - as iniciativas para compartilhamento de informações sobre
emanada do Banco Central do Brasil, no exercício de suas atribui- os incidentes relevantes, mencionados no inciso IV, com as demais
ções legais. instituições referidas no art. 1º.

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CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
§ 1º Na definição dos objetivos de segurança cibernética re- I - a efetividade da implementação das ações descritas no art.
feridos no inciso I do caput, deve ser contemplada a capacidade 6º, parágrafo único, inciso I;
da instituição para prevenir, detectar e reduzir a vulnerabilidade a II - o resumo dos resultados obtidos na implementação das ro-
incidentes relacionados com o ambiente cibernético. tinas, dos procedimentos, dos controles e das tecnologias a serem
§ 2º Os procedimentos e os controles de que trata o inciso II do utilizados na prevenção e na resposta a incidentes descritos no art.
caput devem abranger, no mínimo, a autenticação, a criptografia, a 6º, parágrafo único, inciso II;
prevenção e a detecção de intrusão, a prevenção de vazamento de III - os incidentes relevantes relacionados com o ambiente ci-
informações, a realização periódica de testes e varreduras para de- bernético ocorridos no período; e
tecção de vulnerabilidades, a proteção contra softwares maliciosos, IV - os resultados dos testes de continuidade de negócios, con-
o estabelecimento de mecanismos de rastreabilidade, os controles siderando cenários de indisponibilidade ocasionada por incidentes.
de acesso e de segmentação da rede de computadores e a manu- § 2º O relatório mencionado no caput deve ser:
tenção de cópias de segurança dos dados e das informações. I - submetido ao comitê de risco, quando existente; e
§ 3º Os procedimentos e os controles citados no inciso II do II - apresentado ao conselho de administração ou, na sua ine-
caput devem ser aplicados, inclusive, no desenvolvimento de siste- xistência, à diretoria da instituição até 31 de março do ano seguinte
mas de informação seguros e na adoção de novas tecnologias em- ao da data-base.
pregadas nas atividades da instituição. Art. 9º A política de segurança cibernética referida no art. 2º e
§ 4º O registro, a análise da causa e do impacto, bem como o o plano de ação e de resposta a incidentes mencionado no art. 6º
controle dos efeitos de incidentes, citados no inciso IV do caput, devem ser aprovados pelo conselho de administração ou, na sua
devem abranger inclusive informações recebidas de empresas pres- inexistência, pela diretoria da instituição.
tadoras de serviços a terceiros. Art. 10. A política de segurança cibernética e o plano de ação e
§ 5º As diretrizes de que trata o inciso V, alínea “b”, do caput, de resposta a incidentes devem ser documentados e revisados, no
devem contemplar procedimentos e controles em níveis de com- mínimo, anualmente.
plexidade, abrangência e precisão compatíveis com os utilizados
pela própria instituição. CAPÍTULO III
DA CONTRATAÇÃO DE SERVIÇOS DE PROCESSAMENTO E AR-
SEÇÃO II MAZENAMENTO DE DADOS E DE COMPUTAÇÃO EM NUVEM
DA DIVULGAÇÃO DA POLÍTICA DE SEGURANÇA CIBERNÉTICA
Art. 11. As instituições referidas no art. 1º devem assegurar
Art. 4º A política de segurança cibernética deve ser divulgada que suas políticas, estratégias e estruturas para gerenciamento de
aos funcionários da instituição e às empresas prestadoras de servi- riscos previstas na regulamentação em vigor, especificamente no
tocante aos critérios de decisão quanto à terceirização de serviços,
ços a terceiros, mediante linguagem clara, acessível e em nível de
contemplem a contratação de serviços relevantes de processamen-
detalhamento compatível com as funções desempenhadas e com a
to e armazenamento de dados e de computação em nuvem, no País
sensibilidade das informações.
ou no exterior.
Art. 5º As instituições devem divulgar ao público resumo con-
Art. 12. As instituições mencionadas no art. 1º, previamente à
tendo as linhas gerais da política de segurança cibernética.
contratação de serviços relevantes de processamento e armazena-
mento de dados e de computação em nuvem, devem adotar proce-
SEÇÃO III
dimentos que contemplem:
DO PLANO DE AÇÃO E DE RESPOSTA A INCIDENTES I - a adoção de práticas de governança corporativa e de gestão
proporcionais à relevância do serviço a ser contratado e aos riscos a
Art. 6º As instituições referidas no art. 1º devem estabelecer que estejam expostas; e
plano de ação e de resposta a incidentes visando à implementação II - a verificação da capacidade do potencial prestador de ser-
da política de segurança cibernética. viço de assegurar:
Parágrafo único. O plano mencionado no caput deve abranger, a) o cumprimento da legislação e da regulamentação em vigor;
no mínimo: b) o acesso da instituição aos dados e às informações a serem
I - as ações a serem desenvolvidas pela instituição para ade- processados ou armazenados pelo prestador de serviço;
quar suas estruturas organizacional e operacional aos princípios e c) a confidencialidade, a integridade, a disponibilidade e a recu-
às diretrizes da política de segurança cibernética; peração dos dados e das informações processados ou armazenados
II - as rotinas, os procedimentos, os controles e as tecnologias a pelo prestador de serviço;
serem utilizados na prevenção e na resposta a incidentes, em con- d) a sua aderência a certificações exigidas pela instituição para
formidade com as diretrizes da política de segurança cibernética; e a prestação do serviço a ser contratado;
III - a área responsável pelo registro e controle dos efeitos de e) o acesso da instituição contratante aos relatórios elaborados
incidentes relevantes. por empresa de auditoria especializada independente contratada
Art. 7º As instituições referidas no art. 1º devem designar dire- pelo prestador de serviço, relativos aos procedimentos e aos con-
tor responsável pela política de segurança cibernética e pela execu- troles utilizados na prestação dos serviços a serem contratados;
ção do plano de ação e de resposta a incidentes. f) o provimento de informações e de recursos de gestão ade-
Parágrafo único. O diretor mencionado no caput pode desem- quados ao monitoramento dos serviços a serem prestados;
penhar outras funções na instituição, desde que não haja conflito g) a identificação e a segregação dos dados dos clientes da ins-
de interesses. tituição por meio de controles físicos ou lógicos; e
Art. 8º As instituições referidas no art. 1º devem elaborar rela- h) a qualidade dos controles de acesso voltados à proteção dos
tório anual sobre a implementação do plano de ação e de resposta dados e das informações dos clientes da instituição.
a incidentes, mencionado no art. 6º, com data-base de 31 de de-
zembro.
§ 1º O relatório de que trata o caput deve abordar, no mínimo:

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CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
§ 1º Na avaliação da relevância do serviço a ser contratado, II - a instituição contratante deve assegurar que a prestação dos
mencionada no inciso I do caput, a instituição contratante deve serviços referidos no caput não cause prejuízos ao seu regular fun-
considerar a criticidade do serviço e a sensibilidade dos dados e cionamento nem embaraço à atuação do Banco Central do Brasil;
das informações a serem processados, armazenados e gerenciados III - a instituição contratante deve definir, previamente à con-
pelo contratado, levando em conta, inclusive, a classificação realiza- tratação, os países e as regiões em cada país onde os serviços po-
da nos termos do art. 3º, inciso V, alínea “c”. derão ser prestados e os dados poderão ser armazenados, proces-
§ 2º Os procedimentos de que trata o caput, inclusive as infor- sados e gerenciados; e
mações relativas à verificação mencionada no inciso II, devem ser IV - a instituição contratante deve prever alternativas para a
documentados. continuidade dos negócios, no caso de impossibilidade de manu-
§ 3º No caso da execução de aplicativos por meio da internet, tenção ou extinção do contrato de prestação de serviços.
referidos no inciso III do art. 13, a instituição deve assegurar que o § 1º No caso de inexistência de convênio nos termos do inciso
potencial prestador dos serviços adote controles que mitiguem os I do caput, a instituição contratante deverá solicitar autorização do
efeitos de eventuais vulnerabilidades na liberação de novas versões Banco Central do Brasil para:
do aplicativo. I - a contratação do serviço, no prazo mínimo de sessenta dias
§ 4º A instituição deve possuir recursos e competências neces- antes da contratação, observado o disposto no art. 15, § 1º, desta
sários para a adequada gestão dos serviços a serem contratados, Resolução; e
inclusive para análise de informações e uso de recursos providos II - as alterações contratuais que impliquem modificação das in-
nos termos da alínea “f” do inciso II do caput. formações de que trata o art. 15, § 1º, observando o prazo mínimo
Art. 13. Para os fins do disposto nesta Resolução, os serviços de sessenta dias antes da alteração contratual.
de computação em nuvem abrangem a disponibilidade à instituição § 2º Para atendimento aos incisos II e III do caput, as instituições
contratante, sob demanda e de maneira virtual, de ao menos um deverão assegurar que a legislação e a regulamentação nos países
dos seguintes serviços: e nas regiões em cada país onde os serviços poderão ser prestados
I - processamento de dados, armazenamento de dados, infra- não restringem nem impedem o acesso das instituições contratan-
estrutura de redes e outros recursos computacionais que permitam tes e do Banco Central do Brasil aos dados e às informações.
à instituição contratante implantar ou executar softwares, que po- § 3º A comprovação do atendimento aos requisitos de que tra-
dem incluir sistemas operacionais e aplicativos desenvolvidos pela tam os incisos I a IV do caput e o cumprimento da exigência de que
instituição ou por ela adquiridos; trata o § 2º devem ser documentados.
II - implantação ou execução de aplicativos desenvolvidos pela Art. 17. Os contratos para prestação de serviços relevantes de
instituição contratante, ou por ela adquiridos, utilizando recursos processamento, armazenamento de dados e computação em nu-
computacionais do prestador de serviços; ou vem devem prever:
III - execução, por meio da internet, de aplicativos implantados I - a indicação dos países e da região em cada país onde os ser-
ou desenvolvidos pelo prestador de serviço, com a utilização de re- viços poderão ser prestados e os dados poderão ser armazenados,
cursos computacionais do próprio prestador de serviços. processados e gerenciados;
Art. 14. A instituição contratante dos serviços mencionados no II - a adoção de medidas de segurança para a transmissão e
art. 12 é responsável pela confiabilidade, pela integridade, pela dis- armazenamento dos dados citados no inciso I do caput;
ponibilidade, pela segurança e pelo sigilo em relação aos serviços III - a manutenção, enquanto o contrato estiver vigente, da se-
contratados, bem como pelo cumprimento da legislação e da regu- gregação dos dados e dos controles de acesso para proteção das
lamentação em vigor. informações dos clientes;
Art. 15. A contratação de serviços relevantes de processamen- IV - a obrigatoriedade, em caso de extinção do contrato, de:
to, armazenamento de dados e de computação em nuvem deve ser a) transferência dos dados citados no inciso I do caput ao novo
comunicada pelas instituições referidas no art. 1º ao Banco Central prestador de serviços ou à instituição contratante; e
do Brasil. b) exclusão dos dados citados no inciso I do caput pela empresa
§ 1º A comunicação mencionada no caput deve conter as se- contratada substituída, após a transferência dos dados prevista na
guintes informações: alínea “a” e a confirmação da integridade e da disponibilidade dos
I - a denominação da empresa contratada; dados recebidos;
II - os serviços relevantes contratados; e V - o acesso da instituição contratante a:
III - a indicação dos países e das regiões em cada país onde os a) informações fornecidas pela empresa contratada, visando a
serviços poderão ser prestados e os dados poderão ser armazena- verificar o cumprimento do disposto nos incisos I a III do caput;
dos, processados e gerenciados, definida nos termos do inciso III do b) informações relativas às certificações e aos relatórios de au-
art. 16, no caso de contratação no exterior. ditoria especializada, citados no art. 12, inciso II, alíneas “d” e “e”; e
§ 2º A comunicação de que trata o caput deve ser realizada até c) informações e recursos de gestão adequados ao monitora-
dez dias após a contratação dos serviços. mento dos serviços a serem prestados, citados no art. 12, inciso II,
§ 3º As alterações contratuais que impliquem modificação das alínea “f”;
informações de que trata o § 1º devem ser comunicadas ao Banco VI - a obrigação de a empresa contratada notificar a instituição
Central do Brasil até dez dias após a alteração contratual. contratante sobre a subcontratação de serviços relevantes para a
Art. 16. A contratação de serviços relevantes de processamen- instituição;
to, armazenamento de dados e de computação em nuvem presta- VII - a permissão de acesso do Banco Central do Brasil aos con-
dos no exterior deve observar os seguintes requisitos: tratos e aos acordos firmados para a prestação de serviços, à docu-
I - a existência de convênio para troca de informações entre o mentação e às informações referentes aos serviços prestados, aos
Banco Central do Brasil e as autoridades supervisoras dos países dados armazenados e às informações sobre seus processamentos,
onde os serviços poderão ser prestados; às cópias de segurança dos dados e das informações, bem como aos
códigos de acesso aos dados e às informações;
VIII - a adoção de medidas pela instituição contratante, em de-
corrência de determinação do Banco Central do Brasil; e

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CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
IX - a obrigação de a empresa contratada manter a instituição Art. 21. As instituições de que trata o art. 1º devem instituir
contratante permanentemente informada sobre eventuais limita- mecanismos de acompanhamento e de controle com vistas a as-
ções que possam afetar a prestação dos serviços ou o cumprimento segurar a implementação e a efetividade da política de segurança
da legislação e da regulamentação em vigor. cibernética, do plano de ação e de resposta a incidentes e dos re-
Parágrafo único. Os contratos mencionados no caput devem quisitos para contratação de serviços de processamento e armaze-
prever, para o caso da decretação de regime de resolução da insti- namento de dados e de computação em nuvem, incluindo:
tuição contratante pelo Banco Central do Brasil: I - a definição de processos, testes e trilhas de auditoria;
I - a obrigação de a empresa contratada conceder pleno e ir- II - a definição de métricas e indicadores adequados; e
restrito acesso do responsável pelo regime de resolução aos con- III - a identificação e a correção de eventuais deficiências.
tratos, aos acordos, à documentação e às informações referentes § 1º As notificações recebidas sobre a subcontratação de servi-
aos serviços prestados, aos dados armazenados e às informações ços relevantes descritas no art. 17, inciso VI, devem ser considera-
sobre seus processamentos, às cópias de segurança dos dados e das das na definição dos mecanismos de que trata o caput.
informações, bem como aos códigos de acesso citados no inciso VII § 2º Os mecanismos de que trata o caput devem ser subme-
do caput que estejam em poder da empresa contratada; e tidos a testes periódicos pela auditoria interna, quando aplicável,
compatíveis com os controles internos da instituição.
II - a obrigação de notificação prévia do responsável pelo re-
Art. 22. Sem prejuízo do dever de sigilo e da livre concorrência,
gime de resolução sobre a intenção de a empresa contratada in-
as instituições mencionadas no art. 1º devem desenvolver iniciati-
terromper a prestação de serviços, com pelo menos trinta dias de
vas para o compartilhamento de informações sobre os incidentes
antecedência da data prevista para a interrupção, observado que:
relevantes de que trata o art. 3º, inciso IV.
a) a empresa contratada obriga-se a aceitar eventual pedido § 1º O compartilhamento de que trata o caput deve abranger
de prazo adicional de trinta dias para a interrupção do serviço, feito informações sobre incidentes relevantes recebidas de empresas
pelo responsável pelo regime de resolução; e prestadoras de serviços a terceiros.
b) a notificação prévia deverá ocorrer também na situação em § 2º As informações compartilhadas devem estar disponíveis
que a interrupção for motivada por inadimplência da contratante. ao Banco Central do Brasil.
Art. 18. O disposto nos arts. 11 a 17 não se aplica à contratação
de sistemas operados por câmaras, por prestadores de serviços de CAPÍTULO V
compensação e de liquidação ou por entidades que exerçam ativi- DISPOSIÇÕES FINAIS
dades de registro ou de depósito centralizado.
Art. 23. Devem ficar à disposição do Banco Central do Brasil
CAPÍTULO IV pelo prazo de cinco anos:
DISPOSIÇÕES GERAIS I - o documento relativo à política de segurança cibernética, de
que trata o art. 2º;
Art. 19. As instituições referidas no art. 1º devem assegurar que II - a ata de reunião do conselho de administração ou, na sua
suas políticas para gerenciamento de riscos previstas na regulamen- inexistência, da diretoria da instituição, no caso de ser formalizada
tação em vigor disponham, no tocante à continuidade de negócios, a opção de que trata o art. 2º, § 2º;
sobre: III - o documento relativo ao plano de ação e de resposta a inci-
I - o tratamento dos incidentes relevantes relacionados com o dentes, de que trata o art. 6º;
ambiente cibernético de que trata o art. 3º, inciso IV; IV - o relatório anual, de que trata o art. 8º;
II - os procedimentos a serem seguidos no caso da interrupção V - a documentação sobre os procedimentos de que trata o art.
de serviços relevantes de processamento e armazenamento de da- 12, § 2º;
dos e de computação em nuvem contratados, abrangendo cenários VI - a documentação de que trata o art. 16, § 3º, no caso de
que considerem a substituição da empresa contratada e o reestabe- serviços prestados no exterior;
lecimento da operação normal da instituição; e VII - os contratos de que trata o art. 17, contado o prazo referi-
do no caput a partir da extinção do contrato;
III - os cenários de incidentes considerados nos testes de conti-
VIII - os dados, os registros e as informações relativas aos me-
nuidade de negócios de que trata o art. 3º, inciso V, alínea “a”.
canismos de acompanhamento e de controle de que trata o art. 21,
Art. 20. Os procedimentos adotados pelas instituições para ge-
contado o prazo referido no caput a partir da implementação dos
renciamento de riscos previstos na regulamentação em vigor de-
citados mecanismos; e
vem contemplar, no tocante à continuidade de negócios: IX - a documentação com os critérios que configurem uma situ-
I - o tratamento previsto para mitigar os efeitos dos incidentes ação de crise de que trata o art. 20, Parágrafo único.
relevantes de que trata o inciso IV do art. 3º e da interrupção dos Art. 24. O Banco Central do Brasil poderá adotar as medidas
serviços relevantes de processamento, armazenamento de dados e necessárias para cumprimento do disposto nesta Resolução, bem
de computação em nuvem contratados; como estabelecer:
II - o prazo estipulado para reinício ou normalização das suas I - os requisitos e os procedimentos para o compartilhamento
atividades ou dos serviços relevantes interrompidos, citados no in- de informações, nos termos do art. 22;
ciso I do caput; e II - a exigência de certificações e outros requisitos técnicos a
III - a comunicação tempestiva ao Banco Central do Brasil das serem requeridos das empresas contratadas, pela instituição finan-
ocorrências de incidentes relevantes e das interrupções dos ser- ceira contratante, na prestação dos serviços de que trata o art. 12;
viços relevantes citados no inciso I do caput que configurem uma III - os prazos máximos de que trata o art. 20, inciso II para rei-
situação de crise pela instituição financeira, bem como das provi- nício ou normalização das atividades ou dos serviços relevantes in-
dências para o reinício das suas atividades. terrompidos; e
Parágrafo único. As instituições devem estabelecer e documen- IV - os requisitos técnicos e procedimentos operacionais a se-
tar os critérios que configurem uma situação de crise de que trata rem observados pelas instituições para o cumprimento desta Re-
o inciso III do caput. solução.

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CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Art. 25. As instituições referidas no art. 1º que, em 26 de abril de 2018, já tinham contratado a prestação de serviços relevantes de
processamento, armazenamento de dados e de computação em nuvem devem adequar o contrato para a prestação de tais serviços:
I - ao cumprimento do disposto no art. 16, incisos I, II, IV e § 2º, no caso de serviços prestados no exterior; e
II - ao disposto nos arts. 15, § 1º, e 17.
Parágrafo único. O prazo previsto para adequação ao disposto no caput não pode ultrapassar 31 de dezembro 2021.
Art. 26. O Banco Central do Brasil poderá vetar ou impor restrições para a contratação de serviços de processamento e armazenamen-
to de dados e de computação em nuvem quando constatar, a qualquer tempo, a inobservância do disposto nesta Resolução, bem como a
limitação à atuação do Banco Central do Brasil, estabelecendo prazo para a adequação dos referidos serviços.
Art. 27. Ficam revogadas:
I - a Resolução nº 4.658, de 26 de abril de 2018; e
II - a Resolução nº 4.752, de 26 de setembro de 2019.
Art. 28. Esta Resolução entra em vigor em 1º de julho de 2021.

CONCEITOS DE ORGANIZAÇÃO E DE GERENCIAMENTO DE INFORMAÇÕES, ARQUIVOS, PASTAS E PROGRAMAS

Pasta
São estruturas que dividem o disco em várias partes de tamanhos variados as quais podem pode armazenar arquivos e outras pastas
(subpastas)7.

Arquivo
É a representação de dados/informações no computador os quais ficam dentro das pastas e possuem uma extensão que identifica o
tipo de dado que ele representa.

Extensões de arquivos

Existem vários tipos de arquivos como arquivos de textos, arquivos de som, imagem, planilhas, etc. Alguns arquivos são universais
podendo ser aberto em qualquer sistema. Mas temos outros que dependem de um programa específico como os arquivos do Corel Draw
que necessita o programa para visualizar. Nós identificamos um arquivo através de sua extensão. A extensão são aquelas letras que ficam
no final do nome do arquivo.

7 https://docente.ifrn.edu.br/elieziosoares/disciplinas/informatica/aula-05-manipulacao-de-arquivos-e-pastas

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CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Exemplos:
.txt: arquivo de texto sem formatação.
.html: texto da internet.
.rtf: arquivo do WordPad.
.doc e .docx: arquivo do editor de texto Word com formatação.

É possível alterar vários tipos de arquivos, como um documento do Word (.docx) para o PDF (.pdf) como para o editor de texto do
LibreOffice (.odt). Mas atenção, tem algumas extensões que não são possíveis e caso você tente poderá deixar o arquivo inutilizável.

Nomenclatura dos arquivos e pastas


Os arquivos e pastas devem ter um nome o qual é dado no momento da criação. Os nomes podem conter até 255 caracteres (letras,
números, espaço em branco, símbolos), com exceção de / \ | > < * : “ que são reservados pelo sistema operacional.

Bibliotecas
Criadas para facilitar o gerenciamento de arquivos e pastas, são um local virtual que agregam conteúdo de múltiplos locais em um só.
Estão divididas inicialmente em 4 categorias:
– Documentos;
– Imagens;
– Músicas;
– Vídeos.

Windows Explorer
O Windows Explorer é um gerenciador de informações, arquivos, pastas e programas do sistema operacional Windows da Microsoft8.
Todo e qualquer arquivo que esteja gravado no seu computador e toda pasta que exista nele pode ser vista pelo Windows Explorer.
Possui uma interface fácil e intuitiva.
Na versão em português ele é chamado de Gerenciador de arquivo ou Explorador de arquivos.
O seu arquivo é chamado de Explorer.exe
Normalmente você o encontra na barra de tarefas ou no botão Iniciar > Programas > Acessórios.

Na parte de cima do Windows Explorer você terá acesso a muitas funções de gerenciamento como criar pastas, excluir, renomear, ex-
cluir históricos, ter acesso ao prompt de comando entre outras funcionalidades que aparecem sempre que você selecionar algum arquivo.
A coluna do lado esquerdo te dá acesso direto para tudo que você quer encontrar no computador. As pastas mais utilizadas são as
de Download, documentos e imagens.

Operações básicas com arquivos do Windows Explorer


• Criar pasta: clicar no local que quer criar a pasta e clicar com o botão direito do mouse e ir em novo > criar pasta e nomear ela. Você
pode criar uma pasta dentro de outra pasta para organizar melhor seus arquivos. Caso você queira salvar dentro de uma mesma pasta um
arquivo com o mesmo nome, só será possível se tiver extensão diferente. Ex.: maravilha.png e maravilha.doc
Independente de uma pasta estar vazia ou não, ela permanecerá no sistema mesmo que o computador seja reiniciado
8 https://centraldefavoritos.com.br/2019/06/05/conceitos-de-organizacao-e-de-gerenciamento-de-informacoes-arquivos-pastas-e-programas/

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CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
• Copiar: selecione o arquivo com o mouse e clique Ctrl + C e vá para a pasta que quer colar a cópia e clique Ctrl +V. Pode também
clicar com o botão direito do mouse selecionar copiar e ir para o local que quer copiar e clicar novamente como o botão direito do mouse
e selecionar colar.
• Excluir: pode selecionar o arquivo e apertar a tecla delete ou clicar no botão direito do mouse e selecionar excluir
• Organizar: você pode organizar do jeito que quiser como, por exemplo, ícones grandes, ícones pequenos, listas, conteúdos, lista
com detalhes. Estas funções estão na barra de cima em exibir ou na mesma barra do lado direito.
• Movimentar: você pode movimentar arquivos e pastas clicando Ctrl + X no arquivo ou pasta e ir para onde você quer colar o arquivo
e Clicar Ctrl + V ou clicar com o botão direito do mouse e selecionar recortar e ir para o local de destino e clicar novamente no botão direito
do mouse e selecionar colar.

Localizando Arquivos e Pastas


No Windows Explorer tem duas:
Tem uma barra de pesquisa acima na qual você digita o arquivo ou pasta que procura ou na mesma barra tem uma opção de Pesqui-
sar. Clicando nesta opção terão mais opções para você refinar a sua busca.

Arquivos ocultos
São arquivos que normalmente são relacionados ao sistema. Eles ficam ocultos (invisíveis) por que se o usuário fizer alguma alteração,
poderá danificar o Sistema Operacional.
Apesar de estarem ocultos e não serem exibido pelo Windows Explorer na sua configuração padrão, eles ocupam espaço no disco.

REDES DE COMPUTADORES: CONCEITOS BÁSICOS, FERRAMENTAS, APLICATIVOS E PROCEDIMENTOS DE INTERNET E


INTRANET. NAVEGADOR WEB (MICROSOFT EDGE VERSÃO 91 E MOZILLA FIREFOX VERSÃO 78 ESR), BUSCA E PESQUI-
SA NA WEB

Tipos de rede de computadores


• LAN: Rele Local, abrange somente um perímetro definido. Exemplos: casa, escritório, etc.

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CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
• MAN: Rede Metropolitana, abrange uma cidade, por exem- • Procedimentos de Internet e intranet
plo. Através desta conexão, usuários podem ter acesso a diversas
informações, para trabalho, laser, bem como para trocar mensa-
gens, compartilhar dados, programas, baixar documentos (down-
load), etc.

• WAN: É uma rede com grande abrangência física, maior que


a MAN, Estado, País; podemos citar até a INTERNET para entender-
mos o conceito.

• Sites
Uma coleção de páginas associadas a um endereço www. é
chamada web site. Através de navegadores, conseguimos acessar
web sites para operações diversas.

• Links
O link nada mais é que uma referência a um documento, onde
o usuário pode clicar. No caso da internet, o Link geralmente apon-
ta para uma determinada página, pode apontar para um documen-
to qualquer para se fazer o download ou simplesmente abrir.

Dentro deste contexto vamos relatar funcionalidades de al-


guns dos principais navegadores de internet: Microsoft Internet
Explorer, Mozilla Firefox e Google Chrome.

Internet Explorer 11

Navegação e navegadores da Internet

• Internet
É conhecida como a rede das redes. A internet é uma coleção
global de computadores, celulares e outros dispositivos que se co-
municam.

• Identificar o ambiente

O Internet Explorer é um navegador desenvolvido pela Micro-


soft, no qual podemos acessar sites variados. É um navegador sim-
plificado com muitos recursos novos.
Dentro deste ambiente temos:
– Funções de controle de privacidade: Trata-se de funções que
protegem e controlam seus dados pessoais coletados por sites;
– Barra de pesquisas: Esta barra permite que digitemos um en-
dereço do site desejado. Na figura temos como exemplo: https://
www.gov.br/pt-br/

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CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
– Guias de navegação: São guias separadas por sites aberto. No exemplo temos duas guias sendo que a do site https://www.gov.br/
pt-br/ está aberta.
– Favoritos: São pastas onde guardamos nossos sites favoritos
– Ferramentas: Permitem realizar diversas funções tais como: imprimir, acessar o histórico de navegação, configurações, dentre
outras.

Desta forma o Internet Explorer 11, torna a navegação da internet muito mais agradável, com textos, elementos gráficos e vídeos que
possibilitam ricas experiências para os usuários.

• Características e componentes da janela principal do Internet Explorer

À primeira vista notamos uma grande área disponível para visualização, além de percebemos que a barra de ferramentas fica auto-
maticamente desativada, possibilitando uma maior área de exibição.

Vamos destacar alguns pontos segundo as indicações da figura:


1. Voltar/Avançar página
Como o próprio nome diz, clicando neste botão voltamos página visitada anteriormente;

2. Barra de Endereços
Esta é a área principal, onde digitamos o endereço da página procurada;

3. Ícones para manipulação do endereço da URL


Estes ícones são pesquisar, atualizar ou fechar, dependendo da situação pode aparecer fechar ou atualizar.
4. Abas de Conteúdo
São mostradas as abas das páginas carregadas.

5. Página Inicial, favoritos, ferramentas, comentários

6. Adicionar à barra de favoritos

Mozila Firefox

Vamos falar agora do funcionamento geral do Firefox, objeto de nosso estudo:

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CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

Vejamos de acordo com os símbolos da imagem:

1 Botão Voltar uma página

2 Botão avançar uma página


Vejamos de acordo com os símbolos da imagem:
3 Botão atualizar a página

4 Voltar para a página inicial do Firefox 1 Botão Voltar uma página

5 Barra de Endereços 2 Botão avançar uma página

6 Ver históricos e favoritos 3 Botão atualizar a página

Mostra um painel sobre os favoritos (Barra, 4 Barra de Endereço.


7
Menu e outros)
5 Adicionar Favoritos
Sincronização com a conta FireFox (Vamos
8
detalhar adiante) 6 Usuário Atual
9 Mostra menu de contexto com várias opções Exibe um menu de contexto que iremos relatar
7
seguir.
– Sincronização Firefox: Ato de guardar seus dados pessoais na
internet, ficando assim disponíveis em qualquer lugar. Seus dados O que vimos até aqui, são opções que já estamos acostuma-
como: Favoritos, históricos, Endereços, senhas armazenadas, etc., dos ao navegar na Internet, mesmo estando no Ubuntu, percebe-
sempre estarão disponíveis em qualquer lugar, basta estar logado mos que o Chrome é o mesmo navegador, apenas está instalado
com o seu e-mail de cadastro. E lembre-se: ao utilizar um compu- em outro sistema operacional. Como o Chrome é o mais comum
tador público sempre desative a sincronização para manter seus atualmente, a seguir conferimos um pouco mais sobre suas funcio-
dados seguros após o uso. nalidades.
• Favoritos
Google Chrome No Chrome é possível adicionar sites aos favoritos. Para adi-
cionar uma página aos favoritos, clique na estrela que fica à direita
da barra de endereços, digite um nome ou mantenha o sugerido,
e pronto.
Por padrão, o Chrome salva seus sites favoritos na Barra de Fa-
voritos, mas você pode criar pastas para organizar melhor sua lista.
Para removê-lo, basta clicar em excluir.

O Chrome é o navegador mais popular atualmente e disponi-


biliza inúmeras funções que, por serem ótimas, foram implementa-
das por concorrentes.
Vejamos:

• Sobre as abas
No Chrome temos o conceito de abas que são conhecidas tam-
bém como guias. No exemplo abaixo temos uma aba aberta, se
quisermos abrir outra para digitar ou localizar outro site, temos o
sinal (+).
A barra de endereços é o local em que se digita o link da página
visitada. Uma outra função desta barra é a de busca, sendo que ao
digitar palavras-chave na barra, o mecanismo de busca do Google é
acionado e exibe os resultados.

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CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
• Histórico • Sincronização
O Histórico no Chrome funciona de maneira semelhante ao Uma nota importante sobre este tema: A sincronização é im-
Firefox. Ele armazena os endereços dos sites visitados e, para aces- portante para manter atualizadas nossas operações, desta forma,
sá-lo, podemos clicar em Histórico no menu, ou utilizar atalho do se por algum motivo trocarmos de computador, nossos dados esta-
teclado Ctrl + H. Neste caso o histórico irá abrir em uma nova aba, rão disponíveis na sua conta Google.
onde podemos pesquisá-lo por parte do nome do site ou mesmo Por exemplo:
dia a dia se preferir. – Favoritos, histórico, senhas e outras configurações estarão
disponíveis.
– Informações do seu perfil são salvas na sua Conta do Google.

No canto superior direito, onde está a imagem com a foto do


usuário, podemos clicar no 1º item abaixo para ativar e desativar.

• Pesquisar palavras Safari


Muitas vezes ao acessar um determinado site, estamos em
busca de uma palavra ou frase específica. Neste caso, utilizamos
o atalho do teclado Ctrl + F para abrir uma caixa de texto na qual
podemos digitar parte do que procuramos, e será localizado.

• Salvando Textos e Imagens da Internet


Vamos navegar até a imagem desejada e clicar com o botão
direito do mouse, em seguida salvá-la em uma pasta.

• Downloads
Fazer um download é quando se copia um arquivo de algum
site direto para o seu computador (texto, músicas, filmes etc.). Nes- O Safari é o navegador da Apple, e disponibiliza inúmeras fun-
te caso, o Chrome possui um item no menu, onde podemos ver o ções implementadas.
progresso e os downloads concluídos.

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Vejamos:

• Guias

– Para abrirmos outras guias podemos simplesmente teclar CTRL + T ou

Vejamos os comandos principais de acordo com os símbolos da imagem:

1 Botão Voltar uma página

2 Botão avançar uma página

3 Botão atualizar a página

4 Barra de Endereço.

5 Adicionar Favoritos

6 Ajustes Gerais

7 Menus para a página atual.

8 Lista de Leitura

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Perceba que o Safari, como os outros, oferece ferramentas • Pesquisar palavras
bastante comuns. Muitas vezes, ao acessar um determinado site, estamos em
Vejamos algumas de suas funcionalidades: busca de uma palavra ou frase específica. Neste caso utilizamos o
atalho do teclado Ctrl + F, para abrir uma caixa de texto na qual
• Lista de Leitura e Favoritos podemos digitar parte do que procuramos, e será localizado.
No Safari é possível adicionar sites à lista de leitura para pos-
terior consulta, ou aos favoritos, caso deseje salvar seus endere- • Salvando Textos e Imagens da Internet
ços. Para adicionar uma página, clique no “+” a que fica à esquerda Vamos navegar até a imagem desejada e clicar com o botão
da barra de endereços, digite um nome ou mantenha o sugerido e direito do mouse, em seguida salvá-la em uma pasta.
pronto.
Por padrão, o Safari salva seus sites na lista de leitura, mas você • Downloads
pode criar pastas para organizar melhor seus favoritos. Para remo- Fazer um download é quando se copia um arquivo de um al-
vê-lo, basta clicar em excluir. gum site direto para o seu computador (texto, músicas, filmes etc.).
Neste caso, o Safari possui um item no menu onde podemos ver o
progresso e os downloads concluídos.

Computação de nuvem (Cloud Computing)


• Conceito de Nuvem (Cloud)

• Histórico e Favoritos

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CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
A “Nuvem”, também referenciada como “Cloud”, são os servi- As informações são mantidas em grandes Data Centers das
ços distribuídos pela INTERNET que atendem as mais variadas de- empresas que hospedam e são supervisionadas por técnicos res-
mandas de usuários e empresas. ponsáveis por seu funcionamento. Estes Data Centers oferecem
relatórios, gráficos e outras formas para seus clientes gerenciarem
seus dados e recursos, podendo modificar conforme a necessidade.
O armazenamento em nuvem tem as mesmas características
que a computação em nuvem que vimos anteriormente, em termos
de praticidade, agilidade, escalabilidade e flexibilidade.
Além dos exemplos citados acima, grandes empresas, tais
como a IBM, Amazon, Microsoft e Google possuem serviços de nu-
vem que podem ser contratados.

CORREIO ELETRÔNICO

Correio Eletrônico
O correio eletrônico, também conhecido como e-mail, é um
serviço utilizado para envio e recebimento de mensagens de texto
e outras funções adicionais como anexos junto com a mensagem.

A internet é a base da computação em nuvem, os servidores Para envio de mensagens externas o usuário deverá estar co-
remotos detêm os aplicativos e serviços para distribuí-los aos usu- nectado a internet, caso contrário ele ficará limitado a sua rede lo-
ários e às empresas. cal.
A computação em nuvem permite que os consumidores alu- Abaixo vamos relatar algumas características básicas sobre o
guem uma infraestrutura física de um data center (provedor de ser- e-mail
viços em nuvem). Com acesso à Internet, os usuários e as empresas – Nome do Usuário: é o nome de login escolhido pelo usuário
usam aplicativos e a infraestrutura alugada para acessarem seus na hora de fazer seu e-mail. Exemplo: joaodasilva, no caso este é
arquivos, aplicações, etc., a partir de qualquer computador conec- nome do usuário;
tado no mundo. – @ : Símbolo padronizado para uso em correios eletrônicos;
Desta forma todos os dados e aplicações estão localizadas em – Nome do domínio a que o e-mail pertence, isto é, na maioria
um local chamado Data Center dentro do provedor. das vezes, a empresa;
A computação em nuvem tem inúmeros produtos, e esses pro-
dutos são subdivididos de acordo com todos os serviços em nuvem, Vejamos um exemplo: joaodasilva@gmail.com.br / @hotmail.
mas os principais aplicativos da computação em nuvem estão nas com.br / @editora.com.br
áreas de: Negócios, Indústria, Saúde, Educação, Bancos, Empresas – Caixa de Entrada: Onde ficam armazenadas as mensagens
de TI, Telecomunicações. recebidas;
– Caixa de Saída: Onde ficam armazenadas as mensagens ainda
• Armazenamento de dados da nuvem (Cloud Storage) não enviadas;
– E-mails Enviados: Como o próprio nome diz, é onde ficam os
e-mails que foram enviados;
– Rascunho: Guarda as mensagens que você ainda não termi-
nou de redigir;
– Lixeira: Armazena as mensagens excluídas.

Ao escrever mensagens, temos os seguintes campos:


– Para: é o campo onde será inserido o endereço do destina-
tário do e-mail;
– CC: este campo é usado para mandar cópias da mesma men-
sagem. Ao usar esse campo os endereços aparecerão para todos os
destinatários envolvidos;
– CCO: sua funcionalidade é semelhante ao campo anterior, no
entanto os endereços só aparecerão para os respectivos donos da
mensagem;
– Assunto: campo destinado ao assunto da mensagem;
– Anexos: são dados que são anexados à mensagem (imagens,
programas, música, textos e outros);
A ideia de armazenamento na nuvem ( Cloud Storage ) é sim- – Corpo da Mensagem: espaço onde será escrita a mensagem.
ples. É, basicamente, a gravação de dados na Internet.
Este envio de dados pode ser manual ou automático, e uma vez • Uso do correio eletrônico
que os dados estão armazenados na nuvem, eles podem ser aces- – Inicialmente o usuário deverá ter uma conta de e-mail;
sados em qualquer lugar do mundo por você ou por outras pessoas – Esta conta poderá ser fornecida pela empresa ou criada atra-
que tiverem acesso. vés de sites que fornecem o serviço. As diretrizes gerais sobre a
São exemplos de Cloud Storage: DropBox, Google Drive, One- criação de contas estão no tópico acima;
Drive.

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– Uma vez criada a conta, o usuário poderá utilizar um cliente de e-mail na internet ou um gerenciador de e-mail disponível;
– Atualmente existem vários gerenciadores disponíveis no mercado, tais como: Microsoft Outlook, Mozila Thunderbird, Opera Mail,
Gmail, etc.;
– O Microsoft outlook é talvez o mais conhecido gerenciador de e-mail, dentro deste contexto vamos usá-lo como exemplo nos tópi-
cos adiante, lembrando que todos funcionam de formas bastante parecidas.

• Preparo e envio de mensagens

• Boas práticas para criação de mensagens


– Uma mensagem deverá ter um assunto. É possível enviar mensagem sem o Assunto, porém não é o adequado;
– A mensagem deverá ser clara, evite mensagens grandes ao extremo dando muitas voltas;
– Verificar com cuidado os destinatários para o envio correto de e-mails, evitando assim problemas de envios equivocados.

• Anexação de arquivos

Uma função adicional quando criamos mensagens é de anexar um documento à mensagem, enviando assim juntamente com o texto.
• Boas práticas para anexar arquivos à mensagem
– E-mails tem limites de tamanho, não podemos enviar coisas que excedem o tamanho, estas mensagens irão retornar;
– Deveremos evitar arquivos grandes pois além do limite do e-mail, estes demoram em excesso para serem carregados.

OUTLOOK
O Microsoft Outlook é um gerenciador de e-mail usado principalmente para enviar e receber e-mails. O Microsoft Outlook também
pode ser usado para administrar vários tipos de dados pessoais, incluindo compromissos de calendário e entradas, tarefas, contatos e
anotações.

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Funcionalidades mais comuns:

PARA FAZER ISTO ATALHO CAMINHOS PARA EXECUÇÃO


1 Entrar na mensagem Enter na mensagem fechada ou click Verificar coluna atalho
2 Fechar Esc na mensagem aberta Verificar coluna atalho
3 Ir para a guia Página Inicial Alt+H Menu página inicial
4 Nova mensagem Ctrl+Shift+M Menu página inicial => Novo e-mail
5 Enviar Alt+S Botão enviar
6 Delete Excluir (quando na mensagem fechada) Verificar coluna atalho
7 Pesquisar Ctrl+E Barra de pesquisa
8 Responder Ctrl+R Barra superior do painel da mensagem
9 Encaminhar Ctrl+F Barra superior do painel da mensagem
10 Responder a todos Ctrl+Shift+R Barra superior do painel da mensagem
11 Copiar Ctrl+C Click direito copiar
12 Colar Ctrl+V Click direito colar
13 Recortar Ctrl+X Click direito recortar
14 Enviar/Receber Ctrl+M Enviar/Receber (Reatualiza tudo)
15 Acessar o calendário Ctrl+2 Canto inferior direito ícone calendário
16 Anexar arquivo ALT+T AX Menu inserir ou painel superior
17 Mostrar campo cco (cópia oculta) ALT +S + B Menu opções CCO

Endereços de e-mail
• Nome do Usuário – é o nome de login escolhido pelo usuário na hora de fazer seu e-mail. Exemplo: joaodasilva, no caso este é nome
do usuário;
• @ – Símbolo padronizado para uso;
• Nome do domínio – domínio a que o e-mail pertence, isto é, na maioria das vezes, a empresa. Vejamos um exemplo real: joaoda-
silva@solucao.com.br;
• Caixa de Entrada – Onde ficam armazenadas as mensagens recebidas;
• Caixa de Saída – Onde ficam armazenadas as mensagens ainda não enviadas;
• E-mails Enviados – Como próprio nome diz, e aonde ficam os e-mails que foram enviados;
• Rascunho – Guarda as mensagens que ainda não terminadas;
• Lixeira – Armazena as mensagens excluídas;

Escrevendo e-mails
Ao escrever uma mensagem, temos os seguintes campos:
• Para – é o campo onde será inserido o endereço do destinatário do e-mail;
• CC – este campo é usado para mandar cópias da mesma mensagem. Ao usar este campo os endereços aparecerão para todos os
destinatários envolvidos.
• CCO – sua funcionalidade é semelhante ao campo anterior, no entanto os endereços só aparecerão para os respectivos donos;
• Assunto – campo destinado ao assunto da mensagem.
• Anexos – são dados que são anexados à mensagem (imagens, programas, música, textos e outros.)
• Corpo da Mensagem – espaço onde será escrita a mensagem.

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Contas de e-mail
É um endereço de e-mail vinculado a um domínio, que está
apto a receber e enviar mensagens, ou até mesmo guarda-las con-
forme a necessidade.

Adicionar conta de e-mail


Siga os passos de acordo com as imagens:

Enviar
De acordo com a imagem a seguir, o botão Enviar fica em evi-
dência para o envio de e-mails.

Encaminhar e responder e-mails


Funcionalidades importantes no uso diário, você responde a
A partir daí devemos seguir as diretrizes sobre nomes de e-mail e os encaminha para outros endereços, utilizando os botões
e-mail, referida no item “Endereços de e-mail”. indicados. Quando clicados, tais botões ativam o quadros de texto,
para a indicação de endereços e digitação do corpo do e-mail de
Criar nova mensagem de e-mail resposta ou encaminhamento.

Ao clicar em novo e-mail é aberto uma outra janela para digita-


ção do texto e colocar o destinatário, podemos preencher também
os campos CC (cópia), e o campo CCO (cópia oculta), porém esta
outra pessoa não estará visível aos outros destinatários.

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Adicionar, abrir ou salvar anexos
A melhor maneira de anexar e colar o objeto desejado no cor-
po do e-mail, para salvar ou abrir, basta clicar no botão correspon-
dente, segundo a figura abaixo:

Adicionar assinatura de e-mail à mensagem


Um recurso interessante, é a possibilidade de adicionarmos
assinaturas personalizadas aos e-mails, deixando assim definida a Imprimir uma mensagem de e-mail
nossa marca ou de nossa empresa, de forma automática em cada Por fim, um recurso importante de ressaltar, é o que nos pos-
mensagem. sibilita imprimir e-mails, integrando-os com a impressora ligada ao
computador. Um recurso que se assemelha aos apresentados pelo
pacote Office e seus aplicativos.

GRUPOS DE DISCUSSÃO, FÓRUNS E WIKIS

Grupos de discussão
Grupos de discussão são ferramentas gerenciáveis pela Inter-
net que permitem que um grupo de pessoas troque mensagens via
e-mail entre todos os membros do grupo. Essas mensagens, geral-
mente, são de um tema de interesse em comum, onde as pessoas
expõem suas opiniões, sugestões, críticas e tiram dúvidas. Como é
um grupo onde várias pessoas podem participar sem, geralmente,
ter um pré- requisito, as informações nem sempre são confiáveis.
Existem sites gratuitos, como o Google Groups, o Grupos.com.
br, que auxiliam na criação e uso de grupos de discussão, mas um
grupo pode ser montado independentemente, onde pessoas façam
uma lista de e – mails e troquem informações.

Para conhecer um pouco mais sobre este assunto, vamos criar


um grupo de discussão no Google Groups. Para isso, alguns passos
serão necessários:
1º) Temos que ter um cadastro no Google, como fizemos quan-
do estudamos os sites de busca.
2º) Acessar o site do Google (www.google.com.br) e clicar no
menu “Mais” e no item “Ainda mais”.

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3º) Entre os diversos produtos que serão expostos, clicar em “Restrito – Para participar, ler e postar mensagens é preciso
“Grupos”. ser convidado. O seu grupo e os respectivos arquivos não aparecem
nos resultados de pesquisa públicos do Google nem no diretório.”

Grupos

Na próxima tela, teremos os passos necessários para criar um


grupo, onde clicaremos no botão “Criar um grupo...”

Configurar grupo

Após este passo, teremos que adicionar os membros do grupo


e faremos isto através de um convite que será enviado aos e – mails
que digitaremos em um campo especial para esta finalidade. Cada
destinatário dos endereços cadastrados por nós receberá um con-
vite e deverá aceitá-lo para poder receber as mensagens e partici-
par do nosso grupo.
Passo 2 – Criando um grupo
A mensagem do convite também será digitada por nós, mas o
Seguiremos alguns passos propostos pelo website. nome, o endereço e a descrição do grupo, serão adicionados auto-
maticamente. Nesta página teremos o botão “Convidar”. Quando
Daremos um nome ao nosso grupo. Neste caso o nome é Pro- clicarmos nele, receberemos a seguinte mensagem:
fale. Conforme digitamos o nome do grupo, o campo endereço de
e – mail do grupo e endereço do grupo na web vão sendo auto-
maticamente preenchidos. Podemos inserir uma descrição grupo,
que servirá para ajudar as pessoas a saberem do que se trata esse
grupo, ou seja, qual sua finalidade e tipo de assunto abortado.
Após a inserção do comentário sobre as intenções do grupo,
podemos selecionar se este grupo pode ter conteúdo adulto, nudez
ou material sexualmente explícito. Antes de entrar nesse grupo é
necessário confirmar que você é maior de 18 anos.

Escolheremos também, o nível de acesso entre: !


Finalização do processo de criação do grupo
“Público – Qualquer pessoa pode ler os arquivos. Qualquer
pessoa pode participar, mas somente os membros podem postar Os convidados a participarem do grupo receberão o convite
mensagens.” “Somente para anúncios – Qualquer pessoa pode ler em seus endereços eletrônicos. A etapa do convite pode ser reali-
os arquivos. Qualquer pessoa pode participar, mas somente os ad- zada depois da criação do grupo. Vale lembrar, que em muitos ca-
ministradores podem postar mensagens.” sos, as mensagens de convite são identificadas pelos servidores de
mensagens como Spams e por esse motivo são automaticamente
enviadas para a pasta Spam dos destinatários.
O proprietário do grupo terá acesso a uma tela onde poderá:
visualizar os membros do grupo, iniciar um novo tópico de discus-
são, convidar ou adicionar membros, e ajustar as configurações do
seu grupo.

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Quando o proprietário optar por iniciar um novo tópico de dis- Em alguns casos, os fóruns abertos permitem comentários anô-
cussão, será aberta uma página semelhante a de criação de um e nimos, em outros, há o pré-requisito de ser um usuário da plata-
– mail. A linha “De”, virá automaticamente preenchida com o nome forma em questão. Em fóruns de ambientes virtuais controlados,
do proprietário e o endereço do grupo. A linha “Para”, também há sempre um moderador que auxilia no debate e verifica a auten-
será preenchida automaticamente com o nome do grupo. Teremos ticidade das informações postadas, bem como combate e impede
que digitar o assunto e a mensagem e clicar no botão “Postar men- comentários mal-intencionados e maldosos nas redes.
sagem”. Estes recursos digitais configuram novos modos de diálogos
A mensagem postada pode ser vista no site do grupo, onde as sendo implantados socialmente, formas de discussão que rompem
pessoas podem debater sobre ela (igualando-se assim a um fórum) barreiras nacionais e internacionais, fazendo com que pessoas de
ou encaminha via e-mail para outras pessoas. diversos contextos e pensamentos diferentes possam interagir e co-
O site grupos.com.br funciona de forma semelhante. O pro- municarem-se sobre assuntos em comum. Este tipo de tecnologia
prietário também tem que se cadastrar e inserir informações como configura uma das formas de avanço da globalização mundial.
nome do grupo, convidados, descrição e outras, mas ambas as fer-
ramentas acabam tornado o grupo de discussão muito semelhante
ao fórum. Para criar um grupo de discussão da maneira padrão, REDES SOCIAIS (TWITTER, FACEBOOK, LINKEDIN,
sem utilizar ferramentas de gerenciamento, as pessoas podem criar WHATSAPP, YOUTUBE, INSTAGRAM E TELEGRAM)
um e – mail para o grupo e a partir dele criar uma lista de endereços
dos convidados, possibilitando a troca de informações via e – mail. Redes sociais são estruturas formadas dentro ou fora da inter-
net, por pessoas e organizações que se conectam a partir de inte-
Wikis e Fóruns resses ou valores comuns9. Muitos confundem com mídias sociais,
O termo Wiki diz respeito à websites que funcionam de modo porém as mídias são apenas mais uma forma de criar redes sociais,
colaborativo, cujo conteúdo pode ser escrito, reescrito, editado por inclusive na internet.
ferramentas ao alcance dos usuários. As páginas de um site wiki O propósito principal das redes sociais é o de conectar pesso-
possuem artigos e informações sobre os mais variados assuntos, as. Você preenche seu perfil em canais de mídias sociais e interage
além disso, elas não são estáticas, pois seus textos sofrem constan- com as pessoas com base nos detalhes que elas leem sobre você.
tes modificações. Quanto maior o número de autores de uma pá- Pode-se dizer que redes sociais são uma categoria das mídias so-
gina, mais aprofundado e completo será o texto disponível no site. ciais.
Em páginas de websites wiki, por vezes, há erros de escrita, Mídia social, por sua vez, é um termo amplo, que abrange
erros gramaticais ou mesmo erros ligados à veracidade ou atuali- diferentes mídias, como vídeos, blogs e as já mencionadas redes
dade das informações nos artigos. Quando os usuários e leitores sociais. Para entender o conceito, pode-se olhar para o que com-
do website, que possuem conhecimento no assunto, deparam-se preendíamos como mídia antes da existência da internet: rádio, TV,
com estes erros, eles podem tomar a liberdade de realizar edições e jornais, revistas. Quando a mídia se tornou disponível na internet,
revisões do conteúdo buscado, contribuindo assim para a qualidade ela deixou de ser estática, passando a oferecer a possibilidade de
do material ofertado pela plataforma. interagir com outras pessoas.
Páginas wiki podem se tornar verdadeiras enciclopédias cola- No coração das mídias sociais estão os relacionamentos, que
borativas, organizando um grande repertório em repositórios de são comuns nas redes sociais — talvez por isso a confusão. Mídias
informações. Estes websites podem auxiliar indivíduos em pesqui- sociais são lugares em que se pode transmitir informações para ou-
sas, organizar grupos de trabalho, manter portfolios de estudantes tras pessoas.
e profissionais, bem como servir de fonte de informação sobre os Estas redes podem ser de relacionamento, como o Facebook,
mais variados assuntos. profissionais, como o Linkedin ou mesmo de assuntos específicos
Uma página wiki disponibiliza, além da edição, outras ferra- como o Youtube que compartilha vídeos.
mentas úteis para leitores e usuários, tais como o armazenamento As principais são: Facebook, WhatsApp, Youtube, Instagram,
de versões anteriores das páginas, sendo possível recuperar infor- Twitter, Linkedin, Pinterest, Snapchat, Skype e agora mais recente-
mações perdidas ou erroneamente apagadas, bem como verificar mente, o Tik Tok.
as alterações feitas; identificação dos autores da página, a fim de
identificar qualquer tipo de spam ou usuários mal-intencionados Facebook
que pretendem prejudicar as edições das páginas, este recurso Seu foco principal é o compartilhamento de assuntos pessoais
permite não apenas a visualização dos editores e autores, mas fer- de seus membros.
ramentas de bloqueio que impedem os usuários de editarem qual-
quer conteúdo; e, por fim, páginas ou fóruns de discussão, em que
os usuários, autores e leitores podem postar mensagens sobre o
assunto pertinente à página wiki, indicando alterações a serem fei-
tas, modificações de datas, nomes, informações, etc.
Os fóruns, por sua vez, são ferramentas em websites que per-
mitem o compartilhamento de ideias e fomentam debates por
meio de mensagens que abordam questões específicas, agindo não O Facebook é uma rede social versátil e abrangente, que reúne
apenas como um auxiliar de postagem de conteúdo, mas como um muitas funcionalidades no mesmo lugar. Serve tanto para gerar ne-
meio de se promover diálogos e conversas sobre temas relevantes gócios quanto para conhecer pessoas, relacionar-se com amigos e
à determinadas comunidades ou grupos sociais. Este tipo de ferra- família, informar-se, dentre outros10.
menta está presente nos mais diversos tipos de websites: em wikis,
em sites de universidades, em blogs, em sites de notícias, entre ou-
tros.
9 https://resultadosdigitais.com.br/especiais/tudo-sobre-redes-sociais/
10 https://bit.ly/32MhiJ0

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CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
WhatsApp O Instagram foi uma das primeiras redes sociais exclusivas para
É uma rede para mensagens instantânea. Faz também ligações acesso por meio do celular. E, embora hoje seja possível visualizar
telefônicas através da internet gratuitamente. publicações no desktop, seu formato continua sendo voltado para
dispositivos móveis.
É possível postar fotos com proporções diferentes, além de ou-
tros formatos, como vídeos, stories e mais.
Os stories são os principais pontos de inovação do aplicativo. Já
são diversos formatos de post por ali, como perguntas, enquetes,
vídeos em sequência e o uso de GIFs.
Em 2018, foi lançado o IGTV. E em 2019 o Instagram Cenas,
A maioria das pessoas que têm um smartphone também o têm uma espécie de imitação do TikTok: o usuário pode produzir vídeos
instalado. Por aqui, aliás, o aplicativo ganhou até o apelido de “zap de 15 segundos, adicionando música ou áudios retirados de outro
zap”. clipezinho. Há ainda efeitos de corte, legendas e sobreposição para
Para muitos brasileiros, o WhatsApp é “a internet”. Algumas transições mais limpas – lembrando que esta é mais uma das fun-
operadoras permitem o uso ilimitado do aplicativo, sem debitar cionalidades que atuam dentro dos stories.
do consumo do pacote de dados. Por isso, muita gente se informa
através dele. Twitter
Telegram Rede social que funciona como um microblog onde você pode
O Telegram Messenger é um programa de envio e recebimen- seguir ou ser seguido, ou seja, você pode ver em tempo real as atu-
to de mensagens instantâneas criado em 2013, em linguagem C++. alizações que seus contatos fazem e eles as suas.
A plataforma grátis tem ganhado popularidade nos últimos anos
e pode servir como alternativa para os mensageiros do Facebook:
Messenger e WhatsApp. O serviço tem versão móvel, para desktop
e também exclusiva para navegadores web. Os interessados podem
encontrar o aplicativo nos sistemas operacionais Android, iOS e
Windows Phone; para desktop e web, há compatibilidade com Win-
dows, macOS, Linux e Chrome, no caso dos browsers.

O Twitter atingiu seu auge em meados de 2009 e de lá para cá


está em declínio, mas isso não quer dizer todos os públicos pararam
de usar a rede social.
A rede social é usada principalmente como segunda tela em
que os usuários comentam e debatem o que estão assistindo na
TV, postando comentários sobre noticiários, reality shows, jogos de
Fonte: https://www.techtudo.com.br/listas/2019/03/o-que-e- futebol e outros programas.
-telegram Nos últimos anos, a rede social acabou voltando a ser mais uti-
lizada por causa de seu uso por políticos, que divulgam informações
YouTube em primeira mão por ali.
Rede que pertence ao Google e é especializada em vídeos.
LinkedIn
Voltada para negócios. A pessoa que participa desta rede quer
manter contatos para ter ganhos profissionais no futuro, como um
emprego por exemplo.

O YouTube é a principal rede social de vídeos on-line da atuali-


dade, com mais de 1 bilhão de usuários ativos e mais de 1 bilhão de
horas de vídeos visualizados diariamente.

Instagram A maior rede social voltada para profissionais tem se tornado


Rede para compartilhamento de fotos e vídeos. cada vez mais parecida com outros sites do mesmo tipo, como o
Facebook.
A diferença é que o foco são contatos profissionais, ou seja: no
lugar de amigos, temos conexões, e em vez de páginas, temos com-
panhias. Outro grande diferencial são as comunidades, que reúnem
interessados em algum tema, profissão ou mercado específicos.
É usado por muitas empresas para recrutamento de profissio-
nais, para troca de experiências profissionais em comunidades e
outras atividades relacionadas ao mundo corporativo

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CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Pinterest uso – de forma pré-paga ou por meio de uma assinatura – para
Rede social focada em compartilhamento de fotos, mas tam- realizar chamadas para telefones fixos e chamadas com vídeo em
bém compartilha vídeos. grupo ou até mesmo enviar SMS.
É possível, no caso, obter um número de telefone por meio
próprio do Skype, seja ele local ou de outra região/país, e fazer liga-
ções a taxas reduzidas.
Tudo isso torna o Skype uma ferramenta válida para o mundo
corporativo, sendo muito utilizado por empresas de diversos nichos
e tamanhos.

O Pinterest é uma rede social de fotos que traz o conceito de Tik Tok
“mural de referências”. Lá você cria pastas para guardar suas inspi- O TikTok, aplicativo de vídeos e dublagens disponível para iOS
rações e também pode fazer upload de imagens assim como colo- e Android, possui recursos que podem tornar criações de seus usu-
car links para URLs externas. ários mais divertidas e, além disso, aumentar seu número de segui-
Os temas mais populares são: dores11.
– Moda;
– Maquiagem;
– Casamento;
– Gastronomia;
– Arquitetura;
– Faça você mesmo;
– Gadgets;
– Viagem e design.
Além de vídeos simples, é possível usar o TikTok para postar
Seu público é majoritariamente feminino em todo o mundo. duetos com cantores famosos, criar GIFs, slideshow animado e sin-
Snapchat cronizar o áudio de suas dublagens preferidas para que pareça que
Rede para mensagens baseado em imagens. é você mesmo falando.
O TikTok cresceu graças ao seu apelo para a viralização. Os
usuários fazem desafios, reproduzem coreografias, imitam pessoas
famosas, fazem sátiras que instigam o usuário a querer participar
da brincadeira — o que atrai muito o público jovem.

VISÃO GERAL SOBRE SISTEMAS DE SUPORTE À DECI-


O Snapchat é um aplicativo de compartilhamento de fotos, ví- SÃO E INTELIGÊNCIA DE NEGÓCIO
deos e texto para mobile. Foi considerado o símbolo da pós-moder-
nidade pela sua proposta de conteúdos efêmeros conhecidos como Business Intelligence é um conjunto de processos de coleta,
snaps, que desaparecem algumas horas após a publicação. análise e organização, tudo isso voltado para a gestão e suporte a
A rede lançou o conceito de “stories”, despertando o interesse negócios.
de Mark Zuckerberg, CEO do Facebook, que diversas vezes tentou O conceito de Business Intelligence atua em todas as camadas
adquirir a empresa, mas não obteve sucesso. Assim, o CEO lançou de dados, visualização de informações, geração de relatórios, fun-
a funcionalidade nas redes que já haviam sido absorvidas, criando ções analíticas e integrações, Datamining, etc. É um guarda-chuva
os concorrentes WhatsApp Status, Facebook Stories e Instagram que envolve toda a manipulação de dados voltada a inteligência de
Stories. negócios.
Apesar de não ser uma rede social de nicho, tem um público
bem específico, formado por jovens hiperconectados. ▪ Abrangência do BI:

Skype
O Skype é um software da Microsoft com funções de video-
conferência, chat, transferência de arquivos e ligações de voz. O
serviço também opera na modalidade de VoIP, em que é possível
efetuar uma chamada para um telefone comum, fixo ou celular, por
um aparelho conectado à internet

O Skype é uma versão renovada e mais tecnológica do extinto


MSN Messenger.
Contudo, o usuário também pode contratar mais opções de
11 https://canaltech.com.br/redes-sociais/tiktok-dicas-e-truques/

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CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
A gestão eletrônica de documentos (GED) é um conjunto de
técnicas e procedimentos que envolvem a criação, recebimento, CONCEITOS DE TECNOLOGIAS E FERRAMENTAS MUL-
manuseio, tramitação, guarda e descarte bem como sua racionali- TIMÍDIA, DE REPRODUÇÃO DE ÁUDIO E VÍDEO
zação e eficiência em meios digitais.
Multimídia é a combinação, controlada por computador (com-
▪ Vantagens da GED putador pessoal, periférico e dispositivo móvel), de pelo menos
• Redução do volume de papel; um tipo de mídia estática (texto, fotografia, gráfico), com pelo
• Localização mais rápida; menos um tipo de mídia dinâmica (vídeo,áudio,animação) (Cha-
• Transporte mais fácil; pman & Chapman 2000 e Fluckiger 1995). Quando se afirma que
• Maior controle de aceso; a apresentação ou recuperação da informação se faz de maneira
• Maior rastreabilidade; multissensorial, quer-se dizer que mais de um sentido humano está
• Redução de risco de perda; envolvido no processo, fato que pode exigir a utilização de meios
• Redução de deterioração; de comunicação que, até há pouco tempo, raramente eram empre-
• Ganho em todo o processo. gados de maneira coordenada, como:
• Som (voz humana,música,efeitos especiais)
▪ Requisitos para a GED • Fotografia (imagem estática)
• Garantir a integridade (escolha da mídia); • Vídeo (imagens em pleno movimento)
• Garantir a legibilidade ao longo do tempo (escolha da mídia); • Animação (desenho animado)
• Garantir a segurança da informação. • Gráficos
• Textos (incluindo números, tabelas, etc.)
▪ Pontos jurídicos sobre a GED
• Todo o arcabouço legal já está construído para o GED;
O termo multimídia refere-se portanto a tecnologias com
• Já existe a premissa que podemos fazer o translado do físico
suporte digital para criar, manipular, armazenar e pesquisar con-
para o eletrônico;
teúdos. Os conteúdos multimídia estão associados normalmente a
• Já temos como valida a contratação eletrônica;
• Já temos a equiparação da assinatura digital com a assinatura um computador pessoal que inclui suportes para grandes volumes
com firma reconhecida. de dados como os discos ópticos CDs e DVDs, abrange também
nas ferramentas de informática a utilização de arquivos digitais
A gestão eletrônica de documentos é um caminho sem volta, para a criação de apresentações empresariais, catálogos de pro-
pois a sociedade atual está avançando neste sentido. Por isso é im- dutos,exposição de eventos e para catálogos eletrônicos com mais
portante à observação de aspectos relevantes sobre o tema. facilidade e economia. Privilegiando o uso dos diversos sentidos
Portal Coorporativo visão, audição e tato este tipo de tecnologia abrange diversas
Portal coorporativo é uma aplicação via internet cuja função é áreas da informática em que todo o tipo de informação possa ser
informar, organizar e compartilhar informações de interesse para representada, armazenada, transmitida e processada digitalmente.
funcionários em único local. O desenvolvimento dos computadores e também da Internet
O portal coorporativo é um sistema onde os funcionários tem tem contribuído para melhorar a comunicação, visto que os primei-
acesso à configurações variadas, portanto seu acesso é limitado a ros terminais só permitiam informações do tipo texto, entretanto
funcionários e o perfil é configurado para a segurança das informa- foram evoluindo até chegar aos dias atuais com uma diversidade
ções de acordo com nível hierárquico do funcionário. de dispositivos pessoais que fornecem informações contendo som,
figuras, vídeos etc. a baixo custo e alto desempenho. Nesse contex-
▪ Vantagens do uso de portais colaborativos to podemos definir:
• Notícias (comunicações internas); • Multimídia é qualquer combinação de texto, arte gráfica,
• Interatividade (demonstrativos de processos); som, animação e vídeo transmitidos pelo computador.
• Transparência (admissões, transferências, desligamentos,
promoções, etc...); • Multimídia Interativa, quando se permite ao usuário o
• Melhor ambiente organizacional (aniversariantes, etc...); controle de quando e quais elementos serão transmitidos.
• É considerado um Portal Intranet onde estão disponibilizados • Hipermídia, estrutura de elementos vinculados pela qual
link diversos para outros portais, aplicações, etc. o usuário pode mover se.
Portal Colaborativo
A maior diferença entre as mídias tradicionais tais como rádio
O portal colaborativo é um ambiente virtual onde os indivídu-
e televisão e a multimídia digital é a noção de interatividade. Os
os podem produzir, compartilhar e interagir conteúdos, tais como:
dispositivos permitem aos usuários a interação com os programas.
textos, arquivos, notícias, links, atividades, etc. Através de um por-
Essa interação é tão importante que pode ser considerada como
tal colaborativo os usuários podem interagir entre si e participar de
grupos categorizados por temas conforme a necessidade. parte integrante da multimídia.
Existem 4 características que definem Sistemas Multimídia
▪ Benefícios do uso de um portal colaborativo 1. Os Sistemas Multimídia tem de ser controlados por com-
• Comunicação integrada; putador, o que implica à partida a existência de pelo menos um
• Ferramentas de colaboração; computador.
• Compartilhamento de conteúdo; 2. São integrados. Significa que utilizam o menor número de
• Compartilhamento de atividades; dispositivos diferentes possível - um exemplo é usar apenas um
• Criação de grupos; monitor para apresentar todo o tipo de informação visual.
• Postagens de conteúdo. 3. A informação que eles manuseiam tem de ser representada
digitalmente.

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CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
4. A interface com o usuário deve permitir interatividade, o O que é uma Aplicação Hipermídia
que significa que o utilizador possui uma certa forma de controle Hipermídia (hipertexto + multimídia) é um conceito para a
sobre o que se está sendo executado, ao contrário do que acontece apresentação, acesso, estruturação e armazenamento de docu-
quando se vê um filme no cinema. mentação multimídia. É uma aplicação do conceito de hipertexto
aos documentos multimídia. Hipertexto é texto com links. Os
Multimídia local e em rede documentos hipertexto não são estritamente sequenciais. Po-
Multimídia local. Refere-se a aplicações que não fazem uso de dem conter links, i.e., referências para outras partes do mesmo
recursos extra além daqueles já presentes no sistema local para documento ou outros documentos. Os links são ponteiros entre
fornecer os serviços multimídia. Assim, o sistema local fornece documentos que contêm toda a informação necessária para aceder
todo o poder de processamento necessário. Está completamente ao documento target. Um documento hipermídia é composto por
equipado, como apropriado, com todos os dispositivos analógicos partes interligadas que podem ser qualquer combinação de texto,
necessários como microfones ou uma máquina fotográfica. Alguns gráficos, imagens, som e imagens em movimento. Um documento
exemplos de campos de aplicação ajudarão a esclarecer a ideia: hipermídia tem também de descrever as relações de timing entre
a) Individual computer-based training (CBT) (treino profissio- as várias partes.
nal). Técnicos e engenheiros aprendem operações de manutenção Os documentos não são necessariamente armazenados no
ou procedimentos operacionais através de documentação multi- sistema local. Quando um link é ativado, o documento pode vir
mídia e de computadores pessoais isolados, em que o documento de outro sistema exterior que pode estar em qualquer lugar do
está gravado localmente, como por exemplo num CD-ROM. mundo. A maior parte dos títulos multimídia interativos que são
b) Individual computer-based education (CBE). Estudantes distribuídos em CD-ROM usam técnicas hipermídia para criar uma
seguem cursos ou praticam usando aplicações multimídia em com- estrutura interna lógica com flexibilidade suficiente para fornecer
putadores pessoais isolados. boa interatividade. Grande parte dos documentos multimídia
c) Multimídia authoring. Autores podem desenvolver docu- disponíveis em servidores e acessíveis por rede, utilizam estruturas
mentos multimídia comerciais, ou apenas algumas apresentações hipermídia.
multimídia para uso privado.
Exemplos de aplicações locais: jogos, filmes, catálogos/publici- Renderização
dade/manuais, enciclopédias/EAC (Ensino Assistido por Computa- Renderização é o processo pelo qual pode-se obter o produto
dor – equivalente a CBT, em inglês). final de um processamento digital qualquer. Este processo aplica-se
essencialmente em programas de modelagem 2D e 3D bem como
Multimídia em rede. Existem duas razões principais que podem áudio e vídeo.
justificar o uso de multimídia em rede. A primeira é que certas O processo de tratamento digital de imagens e sons consome
aplicações são para correr genuinamente em rede, já que o seu muitos recursos dos processadores, e pode tornar-se pesado de
objetivo é mesmo permitir que pessoas comuniquem à distância, forma que sua realização em tempo real fica inviável. Neste caso, os
como acontece como a teleconferência. Segundo, por razões softwares trabalham em um modo de baixa resolução para poder
práticas e/ou econômicas, pode ser mais vantajoso centralizar o mostrar uma visão prévia do resultado. Quando o projeto está con-
armazenamento massivo de informação em servidores. O posterior cluído, ou em qualquer momento que se queira fazer uma aferição
acesso remoto a esses servidores será então feito através de redes. de qual será o resultado final, faz-se a “renderização” do trabalho.
Exemplos de aplicações em rede: Vídeo Conferência, TV Intera- A renderização é muito aplicada para objetos 3D, fazendo a
tiva, VoD (Videoon Demand), CSCW (Computer Support Cooperative conversão de um 3D para uma representação em 2D, seja para ob-
Work). ter uma imagem estática, seja para obter imagens foto-realísticas
em vídeo (animação 3D).
O que é uma Aplicação Multimídia O termo “renderizar” (do inglês to render) vem sendo usado na
Uma aplicação multimídia é o uso específico, por um usuário computação gráfica, significando converter uma série de símbolos
único ou grupo de utilizadores, de um dado sistema multimídia que gráficos num arquivo visual, ou seja, “fixar” as imagens num vídeo,
oferece uma função particular ou conjunto de funções. Embora a convertendo-as de um tipo de arquivo para outro, ou ainda “tradu-
definição possa parecer um pouco abstrata, vamos clarificar com zir” de uma linguagem para outra.
um exemplo. Uma workstation equipada com dispositivos áudio e Para renderizar uma cena é necessário, entre outras coisas,
vídeo pode oferecer, como função, comunicação audiovisual em definir um tipo de textura para os objetos existentes, sua cor,
tempo real. Este sistema quando usado num escritório poderá transparência e reflexão, localizar um ou mais pontos de ilumina-
suportar videofone individual, ou quando instalado numa sala de ção e um ponto de vista sob o qual os objetos serão visualizados. Ao
reuniões poderá suportar a distribuição em tempo real de pales- renderizar, o programa calcula a perspectiva do plano, as sombras
tras. Videofone e distribuição ao vivo de palestras são exemplos de e a luz dos objetos. Ao longo da história da computação gráfica, o
aplicações multimídia. Uma das partes constituintes das aplicações ato de renderizar sempre exigiu grande capacidade computacional.
multimídia são os programas de aplicação (software que deverá Com o áudio em geral, trata-se do processamento de efeitos
ser instalado para suportar a aplicação multimídia em questão). O para torná-los permanentes em um segmento de áudio digital. Al-
campo de aplicação é a área, tipo de atividade ou mesmo segmento guns programas de computador permitem editar áudio digital para
da indústria no qual uma dada aplicação multimídia é usada. Como realizar tarefas como normalização, adição de ambiência (reverb),
exemplo, o “sharedwhiteboard” é uma aplicação multimídia que adição de efeitos (distorções, delays, ecos, etc). Na maioria dos
pode ser utilizada no campo do design mecânico colaborativo, e programas, estes efeitos são “não destrutivos”, ou seja, processam
uma aplicação de imagem partilhada pode ser utilizada no campo o áudio em tempo real, possibilitando a aferição do resultado final.
dos diagnósticos médicos. Após obter o resultado desejado, pode-se então “Renderizar” o
trabalho, o que neste caso quer dizer torná-lo permanente.

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CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Streaming Se a URL de conexão usa o protocolo RTSP, o protocolo RTSP
A tecnologia streaming é uma forma de transmissão instantâ- negocia automaticamente o melhor mecanismo de transmissão do
nea de dados de áudio e vídeo através de redes. Por meio do servi- conteúdo. Ele direciona o protocolo RTP para transmitir conteúdo
ço, é possível assistir a filmes ou escutar música sem a necessidade de streaming usando UDP ou usando um protocolo baseado em
de fazer download, o que torna mais rápido o acesso aos conteúdos TCP em uma rede que não oferece suporte a UDP.
online.
O streaming se desenvolveu no Brasil nos últimos anos princi- RTP (RFC 1889) – Real Time Protocol
palmente pela melhora em um dos seus principais pré-requisitos: a É um protocolo de transporte implementado na camada de
melhora na velocidade das conexões com a Internet. Com isso, os aplicação. Para aplicações multimídia em tempo real foi criado um
dados são armazenados temporariamente na máquina e vão sendo protocolo genérico para as diversas aplicações de áudio e vídeo.
exibidos ao usuário em velocidade quase instantânea. O objetivo do RTP é fornecer um meio uniforme para transmitir
A execução é imediata da origem, onde os dados estão hospe- em IP dados sujeitos a constrangimentos de tempo real (áudio,
dados, até o player que executa o conteúdo na máquina do usuário. vídeos,…). O papel principal do RTP consiste em aplicar números de
Os serviços de streaming on-demand possibilitam que o usuá- sequência de pacotes IP para reconstituir as informações de voz ou
rio esteja no controle do que vai assistir, quando e onde. Ele acessa de vídeo, ainda que a rede subjacente altere a ordem dos pacotes.
os dados ao mesmo tempo em que os recebe, sem a necessidade O RTP é executado sobre o UDP, que é um protocolo de trans-
de esperar um download ou de ocupar espaço em seu HD com o missão rápido, simples, sem conexão e que combinado com o RTP é
armazenamento de conteúdo. Também é possível controlar a exi- capaz de multiplexar os diversos fluxos de informações multimídia,
bição, pausando, avançando ou retrocedendo o vídeo ou a música. sobre um único fluxo de pacotes UDP. O RTP é um protocolo que
Um exemplo do uso do streaming com funções on-demand provê o transporte fim-a-fim das informações multimídia, fazendo
é um provedor de filmes com milhares de filme a sua disposição uma interface entre a camada de aplicação e de transporte do
e que cobra uma assinatura mensal e disponibiliza filmes e séries modelo OSI.
que podem ser assistidos em diversos dispositivos a qualquer hora. A combinação RTP e RTCP não garante a entrega de pacotes e
Vários sites oferecem este tipo de serviço e possibilitam o strea- nenhum mecanismo de qualidade de serviço, no entanto possibilita
ming de músicas. Da mesma forma, muitas redes de televisão já o controle da qualidade observada na rede. Permite acompanhar
disponibilizam sua programação online por streaming. o fluxo de bits, a quebra dos blocos de dados em pacotes, a trans-
missão pela rede, a reprodução do fluxo de bits no receptor e, para
Reprografia minimizar o número de pacotes perdidos, o protocolo transporta
É o conjunto de meios e/ou processos ou mesmo o departa- informações de temporização possibilitando que o receptor tente
mento de reprodução de documentos encontrado em instituições compensar o atraso.
de ensino e empresas públicas e privadas, para serviços como:
fotocópia, microfilmagem, xerografia, heliografia, etc. RTCP (RFC 1889) – RTP ControlProtocol
Esse protocolo não transporta quaisquer dados e a sua principal
Protocolos função é fornecer feedback sobre as informações de propriedade
RTSP (RFC 2326) – Real Time Streaming Protocol de rede (controle de fluxo e congestionamento) para os participan-
Esse é um protocolo de nível de aplicativo, que foi criado tes de uma conferência multimídia.
especificamente para controlar a entrega de dados em tempo real, Os pacotes de controle carregam uma identificação (CNAME –
como, por exemplo, conteúdo de áudio e vídeo. É implementado canonical name) que associa os dados transferidos aos seus partici-
por um protocolo de transporte orientado para correção. Suporta pantes. Para tornar o controle mais eficiente todos os participantes
ações de controle do player como parar, pausar, retroceder e da conferência enviam pacotes RTCP periodicamente, sendo que o
avançar arquivos indexados do Windows Media. É possível usar consumo de banda desses pacotes não deve superar 5% da banda
o protocolo RTSP para transmitir o conteúdo para computadores consumida pela sessão.
com o Windows Media Player 9 Series ou superior ou o Windows O RTCP usa o mesmo método de envio dos pacotes RTP, porém
Media Services 9Series ou superior em execução. O RTSP é um em porta UDP diferente. Esse protocolo envia periodicamente aos
protocolo de controle que trabalha em série com o protocolo RTP participantes de uma sessão as informações de controle. As fontes
(Real Time Protocol) de entrega de dados, para fornecer conteúdo RTP podem usar essa informação para ajustar a sua taxa de comu-
aos clientes. nicação, enquanto que outros receptores podem determinar se os
• Protocolo que permite ao usuário interagir com a aplica- problemas na qualidade do serviço são locais ou gerais.
ção O RTP (RealtimeTransportProtocol) e o seu companheiro RTCP
• Permite controle do Player Play/pause/rewind/fastfo- (Realtime TransportControl Protocol) permitem respectivamente
rward/slow transportar e controlar ondas de dados que têm propriedades
• RTSP não faz: “tempo-real”. O RTP e o RTCP são protocolos que se situam a nível
• Definir compressão para as mídias da aplicação e utilizam os protocolos subjacentes de transporte
• Definir encapsulamento TCP ou UDP. Mas a utilização de RTP/RTCP faz-se geralmente acima
• Definir entre TCP ou UDP o UDP. O RTP e o RTCP podem utilizar o modo Unicast (ponto a
• Definir buferização ponto) assim como o modo Multicast (multiponto). Cada um deles
• É protocolo out ofband – como ftp utiliza uma porta separada de um par de portas. O RTP utiliza a
• Controles são mandados fora da banda (porta 544) porta par e o RTCP a porta ímpar imediatamente superior.
• Mídia mandada em banda (TCP ou UDP)
• Escolha por diferentes qualidades de mídia disponíveis(lo-fi/
hi-hi) para se transmitir.

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CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
SRP – SelectiveRetransmissionProtocol O ST-II tem suporte a serviços como ftp com TCP (porta 21)
• Desenhado para melhorar a performance de aplicações para garantir uma maior robustez na entrega dos dados. Além
multimídia disto, o ST-II tem suporte a outros protocolos de transporte como:
• Balancear altas perdas do UDP e latência do TCP PVP (Protocolo de Vídeo em Pacote), NVP (Protocolo de Voz em
• Usa algoritmo de decisão para retransmitir ou não um Rede), TCP, VMTP (Protocolo Versátil de Transação de Mensagem),
pacote entre outros.
• Nível de aplicação Os pacotes ST-II podem ser encapsulados em IP para dar
• Suas mensagens são em UDP conectividade e/ou segurança aos dados. Isto permite uma inte-
roperabilidade com os sistemas anteriores baseados em IPv4,
Durante o streaming, se uma aplicação percebe falta de um principalmente por parte dos roteadores.
pacote, o algoritmo de decisão decide se ela pedirá ou não o pacote
novamente. O algoritmo leva em consideração o quanto de perda e SIP – SessionInitiationProtocol
latência a aplicação pode suportar e o quanto disso está acontecen- • Alta mobilidade.
do. Caso seja feito novo pedido pelo pacote perdido, quaisquer ou- • Conexão de duas ou mais pessoas com transmissão de
tras mensagens recebidas são buferizadas e a aplicação aguardará áudio e vídeo que utilizando codecs diferentes.
a chegada do pedido. Se a resposta não chegar, novo pedido é feito. • Mensagens se assemelham com as de HTTP.
Este protocolo tenta equilibrar o elevado potencial de perda • Utiliza pacotes UDP ou TCP.
encontrado em UDP com o potencial de alta latência encontrado
em TCP. Ele foi criado para conectar duas (ou mais) pessoas com
transmissão de vídeo e áudio de maneira que os aplicativos fossem
SDP – SessionDescriptionProtocol executados em qualquer aparelho com um endereço IP na Inter-
• Descreve sessões multimídia. net (podendo ser um celular, um palmtop, computador, etc...) e
• Não possui mecanismo próprio de transporte (utiliza o próprio protocolo provê mecanismos para se descobrir qual é o
protocolos como SIP, SAP, RTSP, etc...). IP do aparelho que os usuários estão usando no momento. Para
• Informações contidas: tipo de mídia, protocolo de trans- estabelecer uma conexão SIP o aplicativo envia uma mensagem de
porte, formato da mídia, endereço de destino, porta de recepção e convite (que se assemelha com uma mensagem de pedido de HTTP)
URIs (Identificadores Universais de Recursos). utilizando pacotes UDP ou TCP. Nessa mensagem inicial estará ane-
xado o endereço do outro aplicativo (do usuário a ser contatado), o
O SDP teve como propósito original descrever sessões multi- IP do usuário que está contatando, os codecs de áudio e vídeo que
cast, portanto, vários de seus campos tem uso limitado (ou nenhum ele deseja que o contatado utilize e a porta para qual devem ser
uso) para as sessões unicast estabelecidas atualmente com o SIP, enviados os pacotes UDP ou TCP.
mas foram mantidos na sua nova definição do protocolo para
garantir a compatibilidade. H.323
Este protocolo carrega algumas informações sobre a seção Uma alternativa ao SIP é o H.323. Ele é um padrão popular para
de multimídia que está sendo transmitida. Algumas das principais conferencia em tempo real entre end-systems na Internet. Este
informações são: endereço IP (IPv4 ou IPv6) ou nome de host, perfil padrão também cobre como end-systems na Internet se comuni-
RTP (tipicamente “RTP/AVP”), número da porta que será usada cam com telefones conectados a redes de comutação por circuito
para troca de fluxo de mídia, tipo de mídia a ser trocada (vídeo, convencionais.
áudio, texto e etc.) e esquema de codificação de mídia. O H.323 inclui as seguintes especificações:
Similarmente ao SIP, o SDP é um protocolo textual cujas men- • especificação para como os endpoints negociam codifica-
sagens são compostas por campos. Cada linha da mensagem é um ções para áudio/vídeo comuns. Como ele suporta uma variedade de
campo e começa com uma letra minúscula. codificações padrão, um protocolo é necessário para um consenso
num determinado padrão num momento.
ST-II – Internet StreamProtocol • especificação para como os pedaços de áudio/vídeo são
• Criado para substituir o IP (por isso também é chamado encapsulados e mandados à rede. Particularmente, H.323 escolhe
de IPv5). o RTP para este fim.
• Armazena características de performance e alocação de • especificação sobre como os telefones na Internet se
recursos da rede. comunicam com os telefones nas redes de comutação por circuito.
• Suporta protocolos como: PVP, NVP, TCP e outros.
• Pode ser encapsulado em IP. RSVP – ReservationProtocol
• Contém uma camada superior destinada ao controle Um tipo diferente de algoritmo que pode ser utilizado para
chamada de SCPM que permite o re-roteamento. controlar fatores relacionados a multimídia é o Protocolo de Re-
servas. Ao invés de tentar identificar certos tipos de fluxos assim
O ST-II, Protocolo de Fluxo (transmissão) Internet – versão 2, foi que eles entram na fila, RSVP explicitamente aloca bandas para
criado para substituir o IP. Devido a esta proposta, foi comumente cada fluxo específico. Aplicações podem requisitar a quantidade de
designado de IPv5 (IP versão 5). O ST-II funciona trocando informa- banda prevista para ser usada por elas. O roteador pode, então,
ções com os roteadores por onde passa. Entre estas informações, gerenciar a quantidade de banda disponível e a que cada aplicação
ele recebe dados importantes sobre as condições da rede como precisa. Para ser implementado, deve haver uma parte RSVP em
características de performance e alocação de recursos. clientes, servidores e roteadores. Ele provê as reservas de banda
em árvores multicast e é orientado ao receptor (o receptor é quem
inicia e mantém a reserva de recursos para um fluxo).

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CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Entretanto, ele não especifica como a rede proverá a reserva. vii. Salve o filme no computador para compartilhá-lo depois.
Também não age como um protocolo que roteador. Este protocolo Salve seu filme no computador para reproduzi-lo ou compartilhá-
é usado para garantir a QoS (qualidade de serviço) em várias apli- -lo. Você pode, por exemplo, enviar o filme em uma mensagem
cações numa rede. de email ou transferi-lo para um dispositivo portátil ou celular
Ferramentas Multimídia posteriormente. Você poderá gravar o filme diretamente em DVD
Os aplicativos de multimídia do Windows são divididos em usando o Windows MovieMaker. É necessário possuir instalado o
pacotes e podem ser habilitados/desabilitados em “Ativar ou desa- Windows DVD Maker, disponível nas versões Windows Vista e 7.
tivar recursos do Windows” acessado na mesma tela que desinstala A linha do tempo e o Storyboard
programas no Windows. Storyboard: é a visualização padrão para o espaço de trabalho.
Nessa visualização, você pode ver a sequência ou ordem dos clipes
do projeto e reorganizá-las facilmente se necessário. Também é
possível, de forma mais prática, adicionar os efeitos visuais e de
transição. Diferentemente da visualização linha do tempo, os clipes
de áudio e textos adicionados ao projeto atual não são mostrados
nessa exibição.
Linha do Tempo: por meio dela você pode visualizar seu proje-
to de forma cronológica, podendo revisar ou modificar o tempo dos
Basta habilitar ou desabilitar os recurso conforme necessidade clipes, ampliar ou reduzir a régua cronológica da linha do tempo e
e gosto. fazer a sincronização com os clipes de áudio e textos adicionados
ao projeto.
Edição de Áudio Para usarmos arquivos (filmes, fotos e músicas) na edição de
um filme, devemos primeiramente importá-los para a área de cole-
Ferramentas de Áudio e Vídeo do Windows: ções do Windows MovieMaker. Para importar um arquivo devemos
• Gravador de Som: Você pode usar o Gravador de Som seguir os seguintes passos:
para gravar um som e salvá-lo como um arquivo de áudio no seu 01- Clique no botão “Tarefas” localizado na barra de ferramen-
computador. É disponibilizado no pacote de instalação padrão do tas.
Windows. 02- Abrirá uma coluna no lado esquerdo com três opções de
• Windows Live MovieMaker: Com o programa é possível tarefas. Clique na tarefa “Capturar Vídeo”.
criar filmes e apresentações de slides com fotos e vídeos e depois 03- Aparecerá 4 opções de captura de vídeo:
compartilha-las com os amigos e a família. Capturar do dispositivo de vídeo: Ele captura um vídeo de uma
• Windows Media Player. câmera de vídeo (web cam) que esteja ligada ao computador.
Importar vídeo: Ele importa um vídeo que já esteja salvo no
Gravador de Som: Você pode usar o Gravador de Som para computador.
gravar um som e salvá-lo como um arquivo de áudio no seu compu- Importar imagens: Ele importa uma imagem que já esteja salva
tador. Você pode gravar sons de dispositivos de áudio diferentes, no computador.
como um microfone que esteja conectado à placa de som do Importar áudio ou música: Ele importa um áudio ou música
computador. Os tipos de fontes de entrada de áudio que podem que já esteja salvo no computador.
ser gravadas dependem dos dispositivos de áudio que você possui
e as fontes de entrada na placa de som. 04- Após selecionarmos o arquivo a ser importado ele aparece-
Windows Live MovieMaker: O Windows Live MovieMaker é ra na área de coleções. Exceto quando utilizamos a primeira opção
um programa distribuído no pacote de programas e serviços Win- que é uma gravação da câmera webcam.
dows Live que pode ser instalado gratuitamente no seu sistema
operacional Windows, e que permite transformar seus vídeos e Abrindo/Salvando projetos:
fotos em filmes e compartilhar seus vídeos com outras pessoas. Para abrirmos ou salvarmos um projeto, devemos ir da barra
Estas são algumas coisas que você pode fazer no MovieMaker: de menu, e clicar em “Arquivo”, irá aparecer opções como: Novo
i. Adicione vídeos e fotos. Projeto, Abrir Projeto ou Salvar Projeto; Assim sempre que qui-
ii. Personalize seu filme. Adicione transições, efeitos de pano- sermos salvar ou abrir um projeto devemos seguir esse caminho e
rama e zoom, efeitos visuais, títulos, créditos, legendas e outros. escolher a opção desejada.
iii. Adicione música a seus filmes para usar como trilha sonora.
iv. Faça um filme rapidamente usando temas de Filme Automá- Adicionando vídeos no Storyboard
tico. Depois de adicionar vídeos e fotos, escolha um tema de Filme Com o arquivo já adicionado na área de coleções iremos apren-
Automático e faça um filme com apenas alguns cliques. Os temas der a adicioná-lo no Storyboard.
de Filme Automático adicionam título, créditos, transições e efeitos 01- Selecione um vídeo da área de coleções e arraste-o até um
para você automaticamente. dos quadros em branco na Storyboard;
v. Visualize a qualquer momento. Exiba seu projeto inteiro a 02- Para adicionar outro vídeo na sequência, é só arrasta-lo até
qualquer momento da edição para ver como ficará o filme conclu- o próximo quadro em branco.
ído. Ou simplesmente exiba um único item do projeto, como um
vídeo, uma foto ou um item de texto. Obs. Também é possível adicionar, clicando com o botão direi-
vi. Publique seu filme na Web. Compartilhe seu filme com fami- to no vídeo na área de coleções e depois clicando em adicionar ao
liares e amigos publicando-o em sites populares, como YouTube ou Storyboard.
Facebook. Você também pode baixar outros plug-ins de publicação
para publicar seu filme em outros sites populares. Adicionando vídeos na linha do tempo
01- Selecione um vídeo na área de coleções e arraste-o até a
trilha “Vídeo” da linha do tempo;

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CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
02- Para adicionar outro vídeo na sequência, é só arrastá-lo Linha do Tempo:
após o primeiro na trilha “Vídeo”. 01- Selecione uma imagem na área de coleções e arraste-a até
a trilha “Vídeo” da linha do tempo:
Obs. Também é possível adicionar, clicando com o botão direi- 02- Para adicionar outra imagem na sequência, é só arrastá-la
to no vídeo na área de coleções e depois clicando em adicionar à após a primeira na trilha “Vídeo”.
Linha do tempo.
Obs. Também é possível adicionar, clicando com o botão direi-
Movendo, duplicando e excluindo clipes de vídeos to na imagem na área de coleções e depois clicando em adicionar
Movendo: Após adicionarmos vídeos a linha do tempo, iremos a Linha do tempo.
aprender como mover um vídeo para alterar a sequência do pro- Alterando a duração de exibição das fotos
jeto. Ao adicionar uma sequência de imagens no Storyboard ou na
01- Selecione o vídeo na linha do tempo que você quer mover Linha do tempo para a criação de um Slide show, cada foto terá
e arraste-o até o local onde você deseja colocar. uma duração de 5 segundos de exibição, essa duração pode ser
alterada dessa forma:
Obs. Também é possível mover, clicando com o botão direito 01- Entre no modo de visualização Linha do tempo.
sobre o vídeo a ser movido e selecionando recortar; 02- Selecione a imagem que você quer altera a duração.
03- Clique e segure com o botão esquerdo na borda direita da
Depois, clique com o botão direito novamente sobre outro ví- imagem na linha do tempo e arraste-a até a duração desejada.
deo e selecione colar para posicionar o vídeo recortado antes dele.
Duplicando: Para duplicar um clipe, arraste-o mantendo a tecla Obs. Para ver a duração em Segundos da imagem, pouse o
“Ctrl” pressionada, ou então, clique com o botão direito sobre o mouse sobre ela na linha do tempo.
vídeo a ser copiado e clique em copiar, depois, clique com o botão
direito novamente sobre outro vídeo e selecione colar para posicio- Adicionando transições e efeitos especiais
nar o vídeo copiado antes dele. Podemos adicionar transições entre as imagens e efeitos espe-
Excluindo: Para excluir um vídeo selecione-o e pressione a tecla ciais sobre elas:
“Delete” do teclado, ou então clique com o botão direito sobre o
vídeo a ser excluído e clique em excluir. Transições:
01- Entre no modo de visualização Storyboard.
Dividindo clipes 02- Clique no botão localizado na barra de ferramentas.
É útil para quando desejarmos excluir partes indesejáveis de 03- Abrirá uma coluna no lado esquerdo com três opções de
um vídeo, para fazer isso, é preciso dividi-lo e excluir a parte que tarefas:
não será exibida. 04- Clique na tarefa “Editar Filme”.
01- Selecione o vídeo a ser dividido. 05- Aparecerá 5 opções de Edição de filme, selecione “Exibir
02- Use as opções do monitor de amostra: “Quadro anterior” transições de vídeo”.
e “Próximo quadro” para selecionar com precisão a parte de corte. 06- Aparecerá na área de coleções diversos tipos de transições
03- Depois de selecionado clique no botão “Divisor”. de vídeo, para vê-los clique 2 vezes com o botão esquerdo sobre
04- Agora teremos um clipe dividido em duas partes, então um deles, o efeito irá aparecer no monitor de amostras. Para
selecione a parte indesejável e exclua. adicioná-lo entre 2 imagens, selecione o efeito e arraste-o até o
espaço que fica entre as imagens.
Inserindo Título e textos
Para inserir o título do filme, clique em “Criar títulos ou cré-
Obs. Quando uma transição de vídeo é adicionada, o tempo
ditos”. Escolha a opção “Adicionar título ao início do filme”.Para
total do seu projeto diminui.
inserir telas de texto em seu filme, clique em “Criar títulos ou
créditos”. Controle as cores e animação do mesmo modo que fez
Efeitos especiais:
com o título do filme.
01- Entre no modo de visualização Storyboard.
02- Clique no botão localizado na barra de ferramentas.
Criando Slide Shows em vídeo
Adicionando imagens no Storyboard e na linha do tempo 03- Abrirá uma coluna no lado esquerdo com três opções de
Até agora aprendemos a adicionar apenas vídeos a linha do tarefas:
tempo e ao Storyboard, agora aprenderemos a adicionar imagens, 04- Clique na tarefa “Editar Filme”
que basicamente é o mesmo processo. 05- Aparecerá 5 opções de Edição de filme, selecione “Exibir
efeitos de vídeo”.
Storyboard: 06- Aparecerá na área de coleções diversos tipos de efeitos de
01- Selecione uma imagem da área de coleções e arraste-a até vídeo, para vê-los clique 2 vezes com o botão esquerdo sobre um
um dos quadros em branco. deles, o efeito irá aparecer no monitor de amostras. Para adicioná-
02- Para adicionar outra imagem na sequência, é só arrasta-la -lo a uma imagem, selecione o efeito e arraste-o até o espaço que
até o próximo quadro em branco. fica no canto inferior esquerdo da imagem.

Obs. Também é possível adicionar, clicando com o botão direi- Adicionando música e narração
to na imagem na área de coleções e depois clicando em adicionar Pode ser incluído ao projeto uma música de fundo ou uma
ao Storyboard. narração.
Música:
01- Importe uma música para a área de coleções.
02- Mude o modo de visualização para Linha do tempo.

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CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
03- Selecione a música na área de coleções a arraste-a para Em execução: No modo Em execução, é possível exibir DVDs
a trilha “áudio/música” da linha do tempo, ou então, clique com e vídeos ou ver a música que está sendo executada no momento.
o botão direito na música e selecione Adicionar a linha do tempo. Você pode optar por exibir apenas o item em execução no momen-
04- Se for necessário reduza a duração da música (do mesmo to ou pode clicar com o botão direito do mouse no Player e clicar
modo da alteração da duração de imagens) para coincidir com o em Mostrar lista para exibir uma seleção de itens disponíveis.
final da exibição de imagens. Executar da barra de tarefas: Você também pode controlar o
Player quando ele está minimizado. Você pode executar ou pausar o
Narração: item atual, avançar para o próximo item e retornar ao item anterior
01- Mude o modo de visualização para Linha do tempo. usando os controles na visualização de miniatura. A visualização de
02- Clique no botão “Narrar linha do tempo” localizado no miniatura aparece quando você aponta para o ícone do Windows
canto esquerdo. Media Player na barra de tarefas.
03- Selecione a opção “Iniciar Narração”. Aprimoramentos
04- Narre pelo microfone enquanto acompanha o seu projeto Os aprimoramentos, como o próprio nome sugere, são recursos
pelo monitor de amostras, após terminar, clique em “Parar narra- adicionais que servem para aprimorar a qualidade do som, vídeo
ção”. e da própria interface do programa. Para facilitar a configuração
05- Irá abrir uma tela para salvar a narração em um local, após deles, acesse o menu Exibir, aponte para Aprimoramentos e clique
salvar, importe essa narração para a área de coleções e adicione a em Mostrar Aprimoramentos.
linha do tempo. Na guia Em Execução, uma nova caixa será exibida. Eis os apri-
moramentos! Utilize as setas no canto superior esquerdo dela para
Adicionando textos (títulos, créditos e legendas) navegar entre os recursos.
01- Mude o modo de visualização para Linha do tempo. Seletor de cores: altera a cor da janela do Windows Media
02- Clique no botão localizado na barra de ferramentas. Player.
03- Abrirá uma coluna no lado esquerdo com três opções de Fading Cruzado e Nivelamento de Volume Automático: este
tarefas: faz com que o volume não se altere de uma música para outra. Já
04- Clique na tarefa “Editar Filme”. o Fading Cruzado, faz com que a transição entre as músicas seja
05- Apareceu 5 opções de Edição de filme, selecione “Criar suave, diminuindo gradativamente o volume da música que está
títulos ou créditos”. acabando e, em seguida, aumentando gradativamente o volume da
06- Selecione o tipo de texto que você quer adicionar ao filme: que está começando.
Equalizador Gráfico: permite equalizar as diferentes frequên-
Salvando como arquivo de filme cias de áudio, deixando o som mais limpo e agradável. Se preferir,
Para salvar como arquivo de filme no computador ou em um utilize um dos esquemas predefinidos clicando em Padrão.
CD, clique em arquivo localizado na barra de menu. Escolha a opção Link de Mídia para E-mail: possibilita enviar trechos de músicas
“Salvar Arquivo de filme”, irá aparecer 5 opções: Meu computador, a outros usuários em rede, desde que a música esteja compartilha-
Mídia gravável, E-mail, WEB e Câmera de vídeo. Escolha a opção da entre eles.
que deseja, e clique em avançar. A partir daí é só seguir avançando Configurações de Velocidade de Execução: permite alterar a
conforme as instruções dadas pelo assistente para Salvar o filme. velocidade de execução das músicas.
Modo Silencioso: quando ativado, reduz a diferença de volu-
Windows Media Player: me entre sons altos e suaves em uma mesma música (somente para
O Windows Media Player oferece uma interface intuitiva e fácil arquivos codificados com o Windows Media Áudio 9 Lossless ou do
de usar para executar arquivos de mídia digital, organizar sua cole- Windows Media Áudio 9 Professional).
ção de mídia digital, gravar CDs das suas músicas favoritas, copiar Efeito SRS WOW: altera o baixo e o estéreo do áudio.
músicas de CDs, sincronizar arquivos de mídia digital com um dispo- Configurações de Vídeo: serve para ajustar a qualidade de
sitivo portátil e comprar conteúdo de mídia digital em lojas online. exibição dos vídeos, com controles de brilho, contraste, matiz e
Na Biblioteca do Player, você pode acessar e organizar sua coleção saturação.
de mídia digital. No painel de navegação, você pode escolher uma
categoria, como Músicas, Imagens ou Vídeos, para exibir no painel Visualizações
de detalhes. Por exemplo, para ver todas as músicas organizadas Você deve ter notado que, ao executar uma música, a janela
por gênero, clique duas vezes em Músicas e clique em Gênero. Em fica com imenso espaço inutilizado, apenas com a cor preta. Para
seguida, arraste os itens do painel de detalhes para o painel de lista, contornar isso, o programa oferece as chamadas Visualizações,
a fim de criar listas de reprodução, gravar CDs ou DVDs ou sincroni- cores e formas geométricas que ficam em movimento pela tela
zar com dispositivos, como players de música portáteis. À medida conforme a execução da música. Para adicioná-las, basta clicar com
que se move entre as várias exibições na Biblioteca do Player, você o botão direito do mouse sobre a região vazia, apontar para o tipo
pode usar os botões Voltar e Avançar no canto superior esquerdo de visualização que deseja e selecionar uma delas.
do Player para refazer o seu caminho. Use a Biblioteca do Player Embora sejam bonitas, essas imagens costumam consumir
para executar qualquer um dos procedimentos a seguir: recursos moderáveis do sistema. Como alternativa, você pode sele-
1. Executar um arquivo de áudio ou vídeo cionar a opção Arte do Álbum (necessita conexão com a Internet).
2. Localizar itens na Biblioteca do Windows Media Player
3. Adicionar itens à Biblioteca do Windows Media Player Plug-ins
4. Remover itens da Biblioteca do Windows Media Player São pequenas extensões que ampliam as funções e a compati-
5. Criar ou alterar uma lista de reprodução automática no bilidade do Windows Media Player, como a exibição de músicas na
Windows Media Player mensagem pessoal do Windows Live Messenger, por exemplo. Para
6. Adicionar ou editar informações sobre mídia no Windows encontrar/baixar plugin, clique sobre o menu Exibir → Plug-ins →
Media Player Localizar na Web.

38
EDITORA DIDATICON CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Seletor de capas
Que tal mudar radicalmente o visual do player? Também no menu Exibir, há a opção Seletor de Capas. Nela, você tem a disposição
outros temas (skins) para aplicar ao visual do Windows Media Player. Para utilizar qualquer um deles, basta um clique duplo do mouse e
pronto! Caso queira mais, clique sobre o botão Mais Capase baixe aquelas que gostar para o diretório C:\Arquivos de programas\Windows
Media Player\Skins\.

Biblioteca
A biblioteca de mídia é um dos recursos que caracterizam o Windows Media Player. Toda a organização dos seus arquivos de mídia
digital é feita nela, incluindo a criação das indispensáveis playlists (listas de reprodução). Como você irá notar,a biblioteca oferece uma
variedade de informações e recursos. No entanto, utilizá-la é muito mais simples do que parece.

Sincronizar
A guia Sincronizar foi feita especialmente para os usuários que não ficam longe das suas músicas e vídeos, levando-os consigo em
dispositivos portáteis como pendrives, MP3 Players e iPods. Nela, basta conectar o dispositivo ao computador, criar a lista dos arquivos a
serem sincronizados e iniciar o processo de sincronização. Ideal para manter o seu dispositivo portátil sempre atualizado.

FERRAMENTAS DE PRODUTIVIDADE E TRABALHO A DISTÂNCIA (MICROSOFT TEAMS, CISCO WEBEX, GOOGLE HAN-
GOUT, ZOOM, GOOGLE DRIVE E SKYPE)

Definição
Vídeoconferência é uma tecnologia que permite o contato sonoro e visual entre os participantes. Estes participantes estão distantes
entre si, mas estabelecem uma interação através de imagens, áudio, textos, arquivos, etc.
Atualmente existem vários programas que podemos instalar para realizarmos uma videoconferência, sendo assim podemos realizar
reuniões e estabelecer interações de qualquer lugar do mundo.
Vamos a seguir detalhar alguns dos principais aplicativos :
• Microsoft Teams
• Zoom Cloud Meetings
• Google Duo
• Google Meet
• Blue Jeans Video Conferencing
• Skype
• Cisco Webex Meetings

A forma mais simples de participar de uma reunião é através de um link enviado pelo organizador para o nosso e-mail. Clicando
nesse link a sala da reunião já é aberta para a participação.
Todos as tecnologias também existem na versão mobile, para sua utilização deveremos instalar os respectivos apps da Play Store ou
App Store para Iphones. Vamos aos aplicativos.

Microsoft Teams

Inicialmente precisamos entrar no Microsoft Teams. Podemos utilizar a versão WEB (Direto pela internet), podemos baixar o Teams
para o nosso computador, ou podemos baixar o aplicativo para o nosso celular se for necessário.

39
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CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

Vamos precisar de uma conta Microsoft para entrar no Team. Se forem utilizados algum desses serviços, você já possui uma conta
Microsoft: Outlook, Office 365, Skype, OneDrive, Hotmail, Xbox Live, MSN ou outros serviços da microsoft. Sua conta Microsoft permite
um gerenciamento único.
Caso o usuário não possua uma conta Microsoft será solicitada a sua criação para, a partir daí, criarmos uma conta no Microsoft
teams.

Para dar continuidade e para fins didáticos vamos utilizar a versão WEB (Diretamente da Internet) conforme figura abaixo.

A tela abaixo é aberta, nos dando a possibilidade de participar de uma vídeoconferência.

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CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
• Como participar de uma reunião do Microsoft Teams
Podemos simplesmente ir até o calendário e selecionar o agen-
damento da reunião, ou ainda clicar no link enviado via e-mail. Ao
clicar nesse link o usuário é direcionado diretamente para a sala da
reunião.

• Dentro da sala de reunião

Na imagem aproximada a seguir, podemos verificar a barra de


ferramentas básicas do aplicativo.

1 – Ativar/Desativar a sua câmera;


2 – Ativar/Desativar mudo;
3 – Compartilhar: É possível compartilhar a tela do computa-
dor, e ainda arquivos de diferentes naturezas, seja uma apresen-
tação em PowerPoint, planilha Excel, gráficos, tabelas, Word, PDF,
imagens, vídeos, entre outros;
4 – Mais opções de configuração de reunião;
5 – Mostrar conversa. A qualquer momento da aula os partici-
pantes podem escrever mensagens no chat;
6 – Ocultar participante;
7 – Desligar;
8 – Copiar informações de ingresso. (copiar link para convidar
participante ou digitar endereço do participante).

Zoom Meetings

• Como agendar uma reunião no Microsoft Teams.


Uma reunião pode ser feita imediatamente ou é possível agen-
da-la, as opções abaixo poderão ser escolhidas de acordo com o
objetivo.

• Como participar de uma reunião no zoom.


1 - Clique no link da reunião enviado. Exemplo: https://us04web.
zoom.us/j/3453003829?pwd=bGZ5VGJUN2dnUHRzcDVNK0dU
Ou acesse o site join.zoom.us (Site da Zoom);
2 - Clique em Entrar.

41
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CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Inicialmente precisamos entrar na sala de Reunião. Podemos Passo 2 – Copiar Link
acessar pela WEB (Direto pela internet), podemos acessar direta-
mente o link enviado, podemos entrar no site mencionado acima
ou podemos baixar o aplicativo para o nosso celular se for neces-
sário.
Vamos precisar de uma conta de e-mail. Esta conta de e-mail
deverá estar com o organizador que ira agendar esta reunião e nos
enviará o convite.

Para dar continuidade e para fins didáticos vamos utilizar a ver-


são WEB (Diretamente da Internet), conforme figura acima.
A tela abaixo é aberta logo ao entrarmos, nos dando a possibi-
lidade de participar da vídeo conferência.

• Dentro da sala de reunião Google Duo

• Como fazer uma chamada de vídeo

ABRA O APLICATIVO INSTALADO E CLICK CONFORME ABAIXO:

1 – Ativar/Desativar mudo;
2 – Ativar/Desativar a sua câmera;
3 – Segurança (Concede permissões para ações na sala);
4 – Mostra os participantes da sala;
5 – Abre uma caixa de texto, onde podemos enviar mensagens
de texto;
6 – Permite compartilhar nossa tela;
7 – Permite a inserção de ícones animados;
8 – Mais opções de configuração da sala, além do compartilha- Após ter clicado no botão, irão aparecer os contatos onde po-
mento do link da chamada. demos adiciona-los para início da vídeochamada.
É importante lembrar que o Google Duo é um aplicativo para
• Como agendar uma reunião no zoom. smartphone, portanto deverá ser baixado da Play Store (Android)
Uma reunião pode ser agendada por você, a partir daí é possí- ou App Store (Iphones). Além disso, esse aplicativo tem o limite de
vel enviar o link da reunião para os convidados. 32 pessoas conectadas, se for sua escolha de uso, fique atento a
isso.
Passo 1 - Site
• Dentro da sala de reunião

42
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CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Nos pequenos botões, da esquerda para a direita, temos:
1 – Ativar/Desativara a câmera;
2 – Ativar/Desativar o microfone;
3 – Encerrar;
4 – Girar a tela;
5- Opcões relacionadas a imagem.

Google Meet

• Como participar de uma reunião


A maneira mais simples e rápida de utilizar o Meet é:
1 – Acessar sua conta Gmail
2 – Escolher a opção de Criar uma Reunião ou então participar
de uma através de um link.

No computador:

Se você for o organizador, receberá um link para enviar aos


seus contatos. Se não, você deve colar um link recebido na caixa
disponibilizada, para então acessar a reunião clicando em Partici-
par.

Ou pelo Celular, no aplicativo do Gmail.

43
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CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
• Dentro da sala de reunião

Percebemos que temos o link da reunião na figura, este é o link que todo participante que acessou ou precisa para acessar a reunião.
Vamos analisar os números de acordo com a figura.
1 – Ativar/Desativar mudo;
2 – Encerrar;
3 – Ativar/Desativar a sua câmera.;
4 – Podemos visualizar os participantes, adicionar novos participantes e conversar via chat (textos);
5 — Um recurso é que podemos compartilhar a tela com participantes, de acordo com a figura abaixo:

44
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CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
• Como criar uma reunião no google meet. A partir deste momento já podemos:
No computador: • Convidar participantes através do link da reunião
• Iniciar a reunião agora
• Agendar a Reunião.

BlueJeans Video Conferencing

• Como participar de uma reunião.


O site para acesso do Blue é https://www.bluejeans.com e
acessa-lo é o primeiro passo de tudo. Lá criamos nossa conta e en-
tão fazemos login.

No celular:
1.

Neste cadastro temos a opção de cadastrar um Meeting ID, é


este o código que iremos usar para acessar as reuniões.

• Informações relevantes da conta cadastrada


A seguir você confere o acesso a diversas informações impor-
tantes na utilização do BlueJeans.

1.
2.

2.

45
EDITORA DIDATICON CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
3. A seguinte tela irá abrir e deve ser selecionada de acordo com
seu uso pessoal:

4.

Na sequência então, utilizamos outra vez nosso Meeting ID


para termos acesso à sala de reunião, como ilustram as imagens
a seguir:

1.

Vamos precisar do Meeting ID e do PassCode de acordo com


as figuras acima. Com estes números iremos acessar as reuniões.
Ao clicar em <Enter Meeting> , será feito o download abaixo:

Devemos instalar o arquivo baixado para enfim termos acesso


à plataforma:

46
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CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

2.

Ao entrar na sala de reunião temos funções similares a outras tecnologias do gênero: Desligar e Ligar Câmeras e áudio, compartilhar
telas, encerrar, além de menus de chat e caixas de opções para melhorar a experiência com configurações.

• Como criar uma reunião no BlueJeans Video Conferencing

1 – Clique em My BlueJeans

2 – Clique para Schedule Meeting e siga as instruções da plataforma

É importante salientar que conhecimentos em Língua Inglesa podem melhorar a sua experiência na utilização da plataforma oficial
do BlueJeans.

47
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CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Skype

A forma mais simples de participar de uma reunião é através de um link enviado pelo organizador para o nosso e-mail. Clicando
neste link a sala da reunião já é aberta para a participação.
Mas vamos explicar utilizando a plataforma, para o nosso entendimento.
O procedimento poder ser feito pelo Skype Web ou pelo aplicativo instalado. Aqui vamos utilizar o aplicativo instalado no computa-
dor. No caso do celular deveremos baixar o SKYPE pela Play Store ou App Store, no caso de Iphone.
As ferramentas de uso são bastante parecidas com qualquer aplicativo de vídeochamada, com botões como Desligar e Ligar Câmeras
e áudio, compartilhar telas, encerrar, além de menus de chat e caixas de opções para melhorar a experiência com configurações. É possí-
vel ainda estabelecer chats sem vídeo ou algo, utilizando o aplicativo como uma ferramenta de conversa por texto.

A seguir, verificamos como iniciar chamadas no aplicativo:

Ao clicarmos em reunião temos duas opções: Organizar ou Ingressar numa reunião. Ao clicarmos em “organizar” a tela abaixo será
exibida, se clicarmos em ingressar em uma reunião iremos direto para a sala de reunião, como mostra a imagem 2.

1.

48
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CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
2.

Cisco Webex Meetings

• Como participar de uma reunião no Cisco Webex Meetings


A forma mais simples é através de um link enviado pelo organizador para o nosso e-mail. Clicando neste link a sala da reunião já é
aberta para a participação. Agora, utilizando a plataforma temos o seguinte:
Após feito o cadastro criamos um link que usaremos para participar e agendar reuniões.

Na plataforma:

Podemos participar também clicando em iniciar a reunião conforme o botão verde na imagem acima, mas para fins didáticos vamos
utilizar o navegador (Neste caso o chome).

No navegador:

49
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CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

A sala de reunião é mostrada de acordo com a imagem acima, as funções disponíveis são semelhantes outros aplicativos. Botões
como Desligar e Ligar Câmeras e áudio, compartilhar telas, encerrar, além de menus de chat e caixas de opções para melhorar a experi-
ência com configurações.

• Como criar uma reunião no Cisco Webex Meetings


Como indica a imagem a seguir, na tela básica do aplicativo clique em Agendar

Neste caso é aberta uma tela onde o organizador vai digitar a sua senha e pode cadastrar a hora desejada e os e-mails dos convidados.

EXERCÍCIOS

1. (VUNESP-2019 – SEDUC-SP) Na rede mundial de computadores, Internet, os serviços de comunicação e informação são disponibi-
lizados por meio de endereços e links com formatos padronizados URL (Uniform Resource Locator). Um exemplo de formato de endereço
válido na Internet é:
(A) http:@site.com.br
(B) HTML:site.estado.gov
(C) html://www.mundo.com
(D) https://meusite.org.br
(E) www.#social.*site.com

50
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CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
2. (IBASE PREF. DE LINHARES – ES) Quando locamos servido- 7. (FUNDEP – UFVJM-MG) Assinale a alternativa que apresenta
res e armazenamento compartilhados, com software disponível e uma ação que não pode ser realizada pelas opções da aba “Página
localizados em Data-Centers remotos, aos quais não temos acesso Inicial” do Word 2010.
presencial, chamamos esse serviço de: (A) Definir o tipo de fonte a ser usada no documento.
(A) Computação On-Line. (B) Recortar um trecho do texto para incluí-lo em outra parte
(B) Computação na nuvem. do documento.
(C) Computação em Tempo Real. (C) Definir o alinhamento do texto.
(D) Computação em Block Time. (D) Inserir uma tabela no texto
(E) Computação Visual
8. (CESPE – TRE-AL) Considerando a janela do PowerPoint 2002
3. (CESPE – SEDF) Com relação aos conceitos básicos e modos ilustrada abaixo julgue os itens a seguir, relativos a esse aplicativo.
de utilização de tecnologias, ferramentas, aplicativos e procedimen- A apresentação ilustrada na janela contém 22 slides ?.
tos associados à Internet, julgue o próximo item.
Embora exista uma série de ferramentas disponíveis na Inter-
net para diversas finalidades, ainda não é possível extrair apenas o
áudio de um vídeo armazenado na Internet, como, por exemplo, no
Youtube (http://www.youtube.com).
( ) CERTO
( ) ERRADO

4. (CESP-MEC WEB DESIGNER) Na utilização de um browser, a


execução de JavaScripts ou de programas Java hostis pode provocar ( ) CERTO
danos ao computador do usuário. ( ) ERRADO
( ) CERTO
( ) ERRADO 9. (CESPE – CAIXA) O PowerPoint permite adicionar efeitos so-
noros à apresentação em elaboração.
5. (FGV – SEDUC -AM) Um Assistente Técnico recebe um e-mail ( ) CERTO
com arquivo anexo em seu computador e o antivírus acusa existên- ( ) ERRADO
cia de vírus.
Assinale a opção que indica o procedimento de segurança a ser 10. (CESPE – TCE) Com relação a programas usados em aplica-
adotado no exemplo acima. ções associadas à Internet, assinale a opção correta.
(A) Abrir o e-mail para verificar o conteúdo, antes de enviá-lo (A) O Outlook Express permite, entre outras coisas, enviar e re-
ao administrador de rede. ceber mensagens de e-mail e ingressar em grupos de notícias.
(B) Executar o arquivo anexo, com o objetivo de verificar o tipo (B) O Messenger é um programa cuja principal função é a cria-
de vírus. ção de páginas da Web usando linguagem Java.
(C) Apagar o e-mail, sem abri-lo. (C) Para acessar mensagens de  e-mail  por meio de sítios do
(D) Armazenar o e-mail na área de backup, para fins de moni- tipo webmail, é essencial que esteja instalado no computador
toramento. o programa Eudora.
(E) Enviar o e-mail suspeito para a pasta de spam, visando a (D) Cookie é a denominação comumente usada para os chama-
analisá-lo posteriormente. dos programas antivírus.

6. (CESP -UERN) Na suíte Microsoft Office, o aplicativo 11. (CESPE MPS) No Microsoft Outlook 2003, não é possível
(A) Excel é destinado à elaboração de tabelas e planilhas eletrô- criar assinaturas distintas para novas mensagens e para respostas
nicas para cálculos numéricos, além de servir para a produção e encaminhamentos.
de textos organizados por linhas e colunas identificadas por nú- ( ) CERTO
meros e letras. ( ) ERRADO
(B) PowerPoint oferece uma gama de tarefas como elaboração
e gerenciamento de bancos de dados em formatos .PPT. 12. (VUNESP – PREF ITAPEVI ) Observe a mensagem de correio
(C) Word, apesar de ter sido criado para a produção de texto, é eletrônico que está sendo digitada no MS-Outlook 2010, na sua
útil na elaboração de planilhas eletrônicas, com mais recursos configuração padrão, apresentada a seguir.
que o Excel.
(D) FrontPage é usado para o envio e recebimento de mensa-
gens de correio eletrônico.
(E) Outlook é utilizado, por usuários cadastrados, para o envio
e recebimento de páginas web.

51
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CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Assinale a alternativa que contém a conta de e-mail que tam-
bém receberá a mensagem e que estará visível para o destinatá-
rio prefeitura@itapevi.sp.gov.br.
(A) analista@itapevi.sp.gov.br
(B) vunesp@concursos.com.br
(C) concurso@itapevi@sp.gov.br
(D)analistas@itapevi.sp.gov.br
(E) meioambiente@itapevi.sp.gov.br

13. (CESPE/CEBRASPE) Uma VPN é uma conexão estabelecida


sobre uma infraestrutura pública ou compartilhada, usando tecno-
logias de tunelamento e criptografia para manter seguros os dados
trafegados.
( ) CERTO
( ) ERRADO

GABARITO

1 D
2 B
3 ERRADO
4 CERTO
5 C
6 A
7 D
8 CERTO
9 CERTO
10 A
11 ERRADO
12 E
13 CERTO

52
ÍNDICE
Atendimento Bancário

1. Noções de estratégia empresarial: análise de mercado, forças competitivas, imagem institucional, identidade e posicionamento 01
2. Segmentação de mercado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 02
3. Ações para aumentar o valor percebido pelo cliente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 04
4. Gestão da experiência do cliente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 05
5. Aprendizagem e sustentabilidade organizacional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 06
6. Características dos serviços: intangibilidade, inseparabilidade, variabilidade e perecibilidade. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 08
7. Gestão da qualidade em serviços . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 09
8. Técnicas de vendas: da pré-abordagem ao pós-vendas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
9. Noções de marketing digital: geração de leads; técnica de copywriting; gatilhos mentais; Inbound marketing . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
10. Ética e conduta profissional em vendas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
11. Padrões de qualidade no atendimento aos clientes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
12. Utilização de canais remotos para vendas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
13. Comportamento do consumidor e sua relação com vendas e negociação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
14. Política de Relacionamento com o Cliente: Resolução n°. 4.539 de 24 de novembro de 2016 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
15. Resolução CMN nº 4.860, de 23 de outubro de 2020 que dispõe sobre a constituição e o funcionamento de componente organizacio-
nal de ouvidoria pelas instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil . . . . . . . 26
16. Resolução CMN nº 3.694/2009 e alterações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
17. Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência): Lei nº 13.146, de 06 de julho de 2015 30
18. Código de Proteção e Defesa do Consumidor: Lei nº 8.078/1990 (versão atualizada) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
EDITORA DIDATICON ATENDIMENTO BANCÁRIO
ATENDIMENTO BANCÁRIO
Os clientes, os fornecedores, os novos entrantes em potencial
NOÇÕES DE ESTRATÉGIA EMPRESARIAL: ANÁLISE DE e os produtos substitutos são todos competidores que podem ser
MERCADO, FORÇAS COMPETITIVAS, IMAGEM INSTI- mais ou menos proeminentes ou ativos, dependendo do setor in-
TUCIONAL, IDENTIDADE E POSICIONAMENTO dustrial.
O estado de competição em um segmento industrial depende
— Análise de mercado de cinco forças básicas, que estão esquematizadas na figura abaixo.
A análise de mercado é um dos componentes do plano de ne- O vigor coletivo destas forças determina o lucro potencial máximo
gócios que está relacionado ao marketing da organização. Ela apre- de um setor industrial, variando de intenso e suave.
senta o entendimento do mercado da empresa, seus clientes, seus
concorrentes e quanto a empresa conhece, em dados e informa-
ções, o mercado onde atua1.
A análise do mercado permite ainda se conhecer de perto o
ambiente onde o produto/serviço se encontra. O mercado está
composto pelo ambiente onde a empresa e produto se localizam,
pela concorrência e pelo perfil do consumidor.
A definição do mercado leva em conta:

→ Análise da Indústria/Setor
A análise da indústria deve apresentar as informações a respei-
to do tamanho, crescimento e estrutura da indústria/setor em que
sua organização está inserida. Inicia-se com a coleta de informação
do setor ao qual pertence o produto/serviço.
Essa informação é geralmente discriminada em termos dos ob-
jetivos e pode estar relacionada com a estrutura da indústria e do
setor em termos estatísticos, práticas de marketing e o composto
de marketing. Também pode ser usada para monitorar mudanças
no setor e aproveitar as oportunidades decorrentes dessas mudan-
ças em nichos específicos.

→ Descrição do Segmento de Mercado FORÇAS QUE GOVERNAM A COMPETIÇÃO EM UM SETOR


O segmento de mercado é definido a partir das características INDUSTRIAL
do produto, estilo de vida do consumidor (idade, sexo, renda, pro-
fissão, família, personalidade, etc.) e outros fatores que afetam de
uma maneira direta o consumo do produto, como localização geo-
gráfica por exemplo. O conhecimento dessas fontes básicas de pressão competiti-
Geralmente, para segmentar um mercado é necessário ter um va propicia o trabalho preliminar para uma agenda estratégica de
ação. Elas acentuam os esforços críticos e os pontos fracos da em-
conhecimento mais abrangente, não somente qualitativo, mas tam-
presa, dão vida ao posicionamento da empresa no setor, tornam
bém quantitativo do mesmo.
claras as áreas onde as mudanças estratégias possam oferecer
Um segmento de mercado é um conjunto de clientes que tem
maiores vantagens e acentuam os lugares onde as tendências do
necessidades e desejos em comum. Ao agrupar clientes semelhan-
setor prometem ser da maior importância, seja como oportunida-
tes, pode-se satisfazer suas necessidades específicas de forma mais
de, seja como ameaça.
eficaz.
Entender essas fontes passa a ser também uma forma de aju-
da quando forem consideradas áreas para diversificação. As forças
→ Análise SWOT do Produto/Serviço mais competitivas determinam a lucratividade de um setor e, por-
Os pontos fortes e fracos dos principais concorrentes em rela- tanto, são da maior importância na formulação estratégica.
ção ao produto/serviço devem ser avaliados, de maneira a se tentar
eliminar as ameaças dos concorrentes e os riscos envolvidos. — Imagem institucional
A Imagem Institucional é formada pelo conjunto de ações que
→ Análise da Concorrência formam a reputação da empresa. Acredita-se que a imagem institu-
A concorrência deve ser avaliada em relação a produtos/servi- cional de uma empresa é positiva quando a comunicação bilateral
ços e à organização (nesse caso, sua análise já ocorreu na etapa de tem eficiência. Ou seja, o cliente consegue obter respostas que sa-
planejamento estratégico). tisfaçam as dúvidas.
A imagem se refere ao conjunto de representações mentais
— Forças competitivas atribuídas a uma organização, construídas por um indivíduo ou gru-
Na luta por participação de mercado, a competição não se ma- po a partir de percepções e experiências concretas, informações e
nifesta apenas através dos demais concorrentes. Pelo contrário, a influências recebidas por terceiros ou da mídia. Todas as práticas
competição de um setor industrial tem suas raízes em sua respecti- da organização são importantes e influenciam como a sua imagem
va economia subjacente e existem forças competitivas que vão bem é percebida pelos stakeholders (agentes interessados e envolvidos
além do que esteja representado unicamente pelos concorrentes direta e indiretamente com a organização).
estabelecidos nesse setor em particular2. Define-se como Imagem Corporativa, o conjunto das percep-
ções em relação a uma empresa, tanto junto a seus consumidores
1 https://www.fca.unesp.br/Home/Instituicao/Departamentos/Gestaoetecno- como a outros grupos de pessoas e ao mercado como um todo. Es-
logia/analise-de-mercado.pdf
2 MONTGOMERY, Cynthia; PORTER, Michael (org.). Estratégia: a busca da vanta-
sas percepções são a visão externa em relação a diversos aspectos
gem competitiva. 7ª edição. Rio de Janeiro: Campus, 1992. da empresa.

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Ou seja, a imagem corporativa pode ser percebida de várias 2) Entende-se a importância do registro de uma marca específi-
formas de acordo com a subjetividade de cada público em particu- ca na mente dos consumidores, ao destacar que o posicionamento,
lar. Imagem corporativa é como a empresa é vista, percebida pelos é o ato de desenvolver a oferta e a imagem da empresa, de manei-
públicos de interesse. ra que ocupem uma posição competitiva distinta e significativa nas
mentes dos consumidores-alvos4.
Comunicação Empresarial
Durante muitos anos a comunicação empresarial clássica se Agrupando-se ambas as definições, tem-se um entendimento
segmentou em três conjuntos de esforços: generalizado de qualquer tipo de planejamento, a saber: onde esta-
1) Comunicação de Marketing: para cuidar da marca, dos pro- mos, para onde queremos ir, como chegarmos e, no caso específico
dutos e serviços, voltada para clientes e consumidores; do posicionamento de mercado, qual a posição do produto frente à
2) Comunicação Institucional: refere-se à empresa e é voltada concorrência. A partir do momento que a empresa tenha definido
para formadores de opinião e à opinião da sociedade em geral; seu mercado-alvo, é necessário posicionar o produto nesse merca-
3) Comunicação Interna: voltada para funcionários e seus fa- do.
miliares. O Posicionamento de Produto significa conseguir que um pro-
duto ocupe um lugar claro, distinto e desejável, em relação aos pro-
Esse tipo de trabalho é ainda muito encontrado no mercado e dutos concorrentes na mente dos consumidores-alvo. A estratégia
faz com que a empresa tenha processos internos diferentes para de posicionamento do produto é fundamental para desenvolver o
cada segmento acima citado. Na maioria das vezes, os departamen- composto de marketing adequado.
tos estão isolados e possuem estratégias individuais e diferentes. O Posicionamento da Oferta é composto por um complexo
Para o melhor desempenho de comunicação de uma organi- grupo de percepções, impressões e sentimentos. Os profissionais
zação, é fundamental que se aplique o Processo Único de Comuni- de Marketing devem planejar a posição da oferta de forma que dê
cação Empresarial (PUC). Este integra todas as funções e departa- o maior lucro possível.
mentos voltados à comunicação, como marketing, vendas, recursos
humanos, relações públicas, advogados, serviço de atendimento ao Estratégias de Posicionamento
cliente, telemarketing, agências de publicidade, entre outros, e faz Por mais comoditizado5 que seja o produto para o cliente, as
com que todos trabalhem sob o mesmo processo de comunicação. empresas devem converter um produto indiferenciado em uma
Nada impede que as funções tenham suas estratégias próprias, oferta diferenciada. Os profissionais podem posicionar a oferta de
mas, no momento da comunicação empresarial, as ações devem várias maneiras, seguindo as principais estratégias de posiciona-
ser coordenadas. Outro aspecto relevante a se abordar, é que a au- mento elencadas abaixo:
ditoria de imagem compreende o estudo, a pesquisa e a análise da - Atributos específicos do produto (desempenho);
imagem e/ou reputação de uma organização junto aos seus públi- - Benefícios do produto;
cos de interesse (stakeholders). - Ocasiões de uso dos produtos;
Em outras palavras, é uma atividade que tem como objetivo ve- - Classes de usuários;
rificar de que forma os veículos e os públicos avaliam uma empresa, - Contra os concorrentes (comparação de uma empresa com
entidade ou pessoa. outra direta ou indiretamente);
- Em contraste aos concorrentes, (na contramão dos concor-
— Identidade e posicionamento rentes);
- Classes de produtos;
Identidade - Preço/qualidade (enfatiza o valor derivado do produto seja
A Identidade Corporativa, diferentemente da imagem ou da em termos de qualidade ou de preço);
reputação, representa o conjunto de produtos, significados, valo- - Símbolo (as empresas utilizam um símbolo ou ícone para po-
res, marcas e princípios de uma organização e que contribui para sicionar o seu produto nas mentes dos consumidores, assim, ao
distingui-la do mercado, inclusive dos seus concorrentes. longo do tempo, o símbolo torna-se um sinônimo da empresa ou
A identidade incorpora a sua missão e visão, sua forma de ges- do produto).
tão, o seu capital intelectual, e também a sua identidade visual.
Identidade corporativa é quem de fato ela é, ou seja, crenças, va-
lores, cultura.
SEGMENTAÇÃO DE MERCADO
Posicionamento
O marketing direcionado também abrange o posicionamento SEGMENTAÇÃO DE MERCADO
de mercado pretendido pela empresa em relação ao mercado alvo A Segmentação de Mercado significa escolher um grupo de
e à concorrência. O posicionamento permite evidenciar a empresa consumidores, com necessidades homogêneas, para o qual a or-
no cenário competitivo, pela oferta de um produto destacado pe- ganização poderá fazer uma oferta mercadológica. O processo de
rante o consumidor, que se baseia na satisfação mais plena de sua segmentação requer que sejam identificados os fatores que afetam
necessidade para decidir a sua preferência. as decisões de compras dos consumidores6.
A doutrina majoritária define duas conceituações para posicio- O seguimento deve ser:
namento de mercado, quais sejam: - Identificável;
1) Valoriza-se a análise da concorrência para se definir o posi- - Mensurável;
cionamento, pois é a imagem que os clientes têm de um produto, 4 KOTLER, P.; ARMSTRONG, G. Princípios de marketing. 7. ed. São Paulo: Pearson
especialmente em relação aos concorrentes3; Prentice Hall,1998.
5 A palavra comoditização vem da palavra inglesa “commodity”. Em uma defi-
nição clara, significa dizer, que aos olhos de um cliente não há diferença entre o
produto A, B ou C. Se não existe diferença para o cliente, o mesmo certamente
3 SIMPSON, P. M. Segmentação de Mercado e Mercados-alvo. Porto Alegre: irá escolher aquele que lhe ofereça o menor preço ou a melhor oferta.
Bookman: 2001. 6 https://pt.surveymonkey.com/mp/market-segmentation/

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- Acessível; 5) Marketing Individual: é o direcionamento à consumidores
- Rentável; individuais, ou seja, esse tipo visa individualizar e personalizar os
- Estável. esforços para cada um deles. Este é o segmento mais subdividido
que se possa existir.
Segmentação de mercado refere-se à divisão de um mercado
em grupos de compradores potenciais que tenham semelhantes O marketing individual engloba o auto marketing, onde o con-
necessidades e desejos, percepções de valores ou comportamentos sumidor assume mais responsabilidade para determinar que pro-
de compra. Os mercados se diferem de várias formas, quanto aos dutos e marcas comprar, como por exemplo a compra pela internet.
desejos, recursos, localidades, atitudes e práticas de compra, ou
seja, eles podem ser segmentados de várias maneiras7. A segmentação de mercado é realizada das seguintes formas:
Quando uma organização segmenta o mercado, torna-se mais → Segmentação Geográfica: trata-se de uma divisão do mer-
fácil satisfazer suas necessidades e desejos, pois o composto de cado em diferentes unidades geográficas, como países, estados,
marketing será desenvolvido atendendo às necessidades específi- regiões, cidades ou bairros. Essa segmentação divide um mercado
cas daquele segmento. Desenvolver um composto dirigido a gran- global em grupos homogêneos, e as organizações podem optar por
des mercados, formado por consumidores com diferentes necessi- atuar em um ou mais mercados geográficos;
dades, se torna mais trabalhoso e bem mais difícil, por esta razão → Segmentação Demográfica: são as bases mais populares e
que a segmentação do mercado facilita à organização, desenvolver fáceis de serem avaliadas, para segmentação dos grupos de con-
e comercializar produtos que se aproximem cada vez mais à satisfa- sumo, uma vez que as necessidades e desejos variam conforme as
ção das necessidades de seus consumidores. mudanças demográficas. A maioria das empresas segmenta o mer-
Com a segmentação, a organização poderá obter muitas van- cado combinando duas ou mais variáveis demográficas, por exem-
tagens, como realizar melhor trabalhos frente a concorrência, de- plo, sexo e idade;
dicando-se às fatias de mercado que tenha melhores condições → Segmentação Psicográfica ou Socioeconômica: são seg-
de atender. Para tanto, é necessário estimar o tamanho atual do mentos que levam em consideração o estilo de vida dos diferentes
mercado, identificar os concorrentes e respectivas participações, e consumidores, ou seja, ele segmenta os grupos na classe social, na
o potencial de crescimento deste mercado. personalidade, nas atitudes e na percepção. Esse tipo de segmen-
Logo após, é necessário separar os consumidores em grupos, tação produz uma descrição muito mais rica de um mercado-alvo
de tal modo que a necessidade genérica a ser atendida tenha ma- potencial do que seria possível de outro modo;
tizes específicas, que são semelhantes para os que pertencem ao → Segmentação Comportamental: é o melhor ponto de parti-
mesmo grupo e diferentes dos demais grupos. Essa divisão pode da para segmentar o mercado. São segmentos tomando como pon-
ocorrer segundo critérios geográficos, demográficos, psicográficos to de partida seu conhecimento, atitude, uso ou resposta para um
ou comportamentais. determinado produto;
Os segmentos resultantes desta divisão devem ser avaliados → Segmentação por Multiatributos: é o segmento que parte
segundo o tamanho, potencial de crescimento e atratividade, em
do princípio de conglomerados geográficos que proporcionam in-
relação aos objetivos e recursos da empresa. Por fim, se escolhe
formações mais ricas sobre os consumidores;
um ou mais segmentos a serem atendidos, que é o mercado alvo ou
→ Segmentação baseada em Comportamento de Compra: os
target, que serão objeto de estudos, planos e ações de marketing,
profissionais de marketing podem segmentar o mercado de acordo
envolvendo o posicionamento da oferta na mente do consumidor
com o comportamento de compra do consumidor. A segmentação
em relação aos concorrentes.
baseada no comportamento dos consumidores geralmente centra-
-se em alguma combinação de frequência de uso, situação de leal-
Níveis de Segmentação de Mercado
dade e situação de usuário;
A segmentação é um esforço para o aumento de precisão de
alvo de uma empresa, podendo as organizações adotarem cinco ní- → Segmentação de Mercados Industriais: os mercados in-
veis, quais sejam8: dustriais podem ser segmentados utilizando muitas das formas de
1) Marketing de Massa: a organização se preocupa em produ- segmentação de consumidores, como Segmentação Demográfica,
ção, distribuição e promoção de massa de um produto para todos Segmentação por Variáveis Operacionais, Segmentação por Abor-
os compradores. A vantagem desse nível de marketing é que com dagens de Compra, Segmentação por fatores Situacionais, Segmen-
ele, pode-se criar um maior potencial de mercado, custos menores tação por Características Pessoais;
e automaticamente margens maiores; → Segmentação dos Mercados Internacionais: podem ser seg-
2) Marketing de Segmento: o segmento de mercado é formado mentados através de uma única variável ou de uma combinação
por um grande grupo de compradores identificáveis em um merca- delas;
do. As pessoas diferem em seus desejos, poder de compra, localiza- → Segmentação Inter mercado: são consumidores com hábi-
ções geográficas, atitudes e hábitos de compra; tos semelhantes, mas em regiões diferentes.
3) Marketing de Nicho: é o processo de se direcionar para um
segmento de mercado relativamente pequeno com um composto Por fim, a avaliação dos diversos segmentos de mercado envol-
de marketing especializado. Nicho é um grupo mais restrito de com- ve dois critérios básicos. Vejamos:
pradores, as organizações identificam nichos dividindo um segmen- Atratividade do Segmento: tamanho, taxa de crescimento,
to em vários subsegmentos; lucratividade, economias de escala, risco, etc. A organização deve
4) Marketing Local: entende-se como marketing local, o volta- estar voltada para segmentos que valham a pena, e devem ser ava-
do para as características regionais e locais dos consumidores, com liados os vários fatores estruturais importantes que afetam a lucra-
programas e produtos preparados sob medidas conforme a neces- tividade;
sidade e desejos de grupos de comunidades locais;
7 CHURCHILL, G. A. e PETER, J. Paul. Marketing: criando valor para os clientes. Objetivos da empresa e recursos disponíveis: compatibilida-
São Paulo: Saraiva, 2000. de entre o investimento necessário para atingir o segmento, e as
8 KOTLER, P.; ARMSTRONG, G. Princípios de marketing. 7. ed. São Paulo: Pearson competências, recursos e objetivos (curto, médio e longo prazos)
Prentice Hall,1998.

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organizacionais. Estão ligados os objetivos da empresa quanto ao A retenção de clientes é a consequência de atitudes estraté-
mercado, se atrativo, mas, se contrário aos objetivos da empresa, gicas que devem estar nas bases do modelo de negócio de cada
este segmento está descartado. empresa, com a função de manter os clientes satisfeitos. Para que
haja retenção de clientes é preciso, sobretudo, respeitar e seguir
uma premissa básica, ao qual se relaciona a manter os clientes sa-
tisfeitos.
AÇÕES PARA AUMENTAR O VALOR PERCEBIDO PELO O marketing de relacionamento é a chave para isso, o que en-
CLIENTE volve o fornecimento de benefícios financeiros e sociais, bem como
recursos estruturais que auxiliem os clientes.
A satisfação dos clientes é cada vez mais exigida nas organi- Além disso, para manter os clientes satisfeitos, é recomendável
zações, pois se torna um diferencial importante para as empresas utilizar três atividades internas que se complementam:
que trabalham tanto com produtos como com serviços. A tendência 1. Análise contínua do comportamento de consumo e do perfil
atual é que as organizações busquem atender às necessidades de dos clientes;
seus clientes, para obter sucesso e até mesmo garantir a sobrevi- 2. Análise da adequação do produto consumido versus perfil
vência e continuidade do negócio no longo prazo. do cliente;
Para suprir as expectativas dos clientes, não é só a qualidade do 3. Atuação ativa e transparente no intuito de aprimorar essa
produto que interessa, mas também a qualidade dos serviços pres- adequação do produto.
tados pela organização, o bom atendimento e uma boa informação.
Se buscar a maior satisfação dos clientes é algo muito importante, As empresas devem decidir quanto devem investir em mar-
pois os consumidores se deparam com um vasto universo de produ- keting de relacionamento nos diferentes segmentos de mercado e
tos, marcas, preços e fornecedores pelos quais optar9. clientes individuais, partindo do marketing básico, reativo, respon-
A satisfação consiste na sensação de prazer ou desapontamen- sável, proativo, até o de parceria. São tipos de marketing que in-
to resultante da comparação do desempenho (ou resultado) per- fluenciam na retenção de clientes:
cebido de um produto em relação às expectativas do comprador10.
As expectativas se baseiam nas experiências de compras ante- → Básico: o vendedor da empresa vende o produto, mas não
riores do cliente, na opinião de amigos e parceiros, e também nas oferece acompanhamento de forma alguma;
informações e promessas de profissionais de marketing com quem → Reativo: o vendedor vende o produto e pede ao cliente que
tenham tido contato. o chame se chegar a ter alguma dúvida ou problema;
Considerando que a finalidade da empresa é gerar e manter → Responsável: o vendedor chama o cliente, pouco depois da
clientes, a partir do momento em que ela consegue satisfazê-los to- venda, para saber se o produto está atendendo às suas expectati-
talmente em seus desejos, necessidades e expectativas, tem a seu vas. Além disso, pede sugestões ao cliente para melhorar o produto;
favor todas as condições fundamentais para mantê-los ativos em → Proativo: o vendedor ou alguma outra pessoa da empresa
seus negócios. Isso precisa ser percebido com clareza por emprega- chama o cliente, de tempos em tempos, para lhe falar dos usos
dos, gerentes e corpo diretivo da empresa. aperfeiçoados do produto ou de produtos novos que poderiam ser
Deste modo, fica evidente que as empresas, de maneira geral, úteis;
deveriam ter como foco atingir a máxima satisfação dos clientes. → Societário (Partnership): a empresa trabalha de forma sus-
Pois um cliente satisfeito mantém com a empresa um relaciona- tentada com aquele cliente e também com demais, para encontrar
mento saudável e de longa duração (eles ficam retidos), e ambos, a forma de proporcionar-lhes mais valor (qualidade).
de alguma maneira, são mutuamente beneficiados.
No que se refere ao perfil do cliente altamente satisfeito, atri- Avaliação da Satisfação para a Retenção de Clientes
buem-se os seguintes aspectos: Os níveis de satisfação dos clientes podem ser avaliados de inú-
a) Permanece fiel por mais tempo; meras maneiras, como:
b) Compra mais à medida que a empresa lança novos produtos
ou aperfeiçoa produtos existentes; Sistemas de reclamações e sugestões (SAC, 0800);
c) Fala favoravelmente da empresa e de seus produtos; Pesquisas de satisfação de clientes;
d) Presta menos atenção a marcas e propagandas concorrentes Compras simuladas (ou comprador oculto/disfarçado);
e é menos sensível a preço; Análise de clientes perdidos (por que pararam de comprar?).
e) Oferece ideias sobre produtos ou serviços à empresa; Número de indicação de novos clientes por clientes atuais
f) Custa menos para ser atendido do que novos clientes, uma (Para isso é válido saber dos novos clientes como eles chegaram até
vez que as transações são roteirizadas. a empresa, se houve indicação de algum cliente ou não.)

A partir dessa ótica, as empresas, necessariamente, devem Fidelização dos Clientes


buscar a capacitação que lhes garantirá conquistar preferência de Entende-se que o cliente fiel é aquele que está satisfeito com
seus clientes. o atendimento e que se torna parceiro comercial da empresa, de-
vido ao grau de satisfação com as atividades executadas. Em outras
Retenção de Clientes palavras, pode-se definir fidelização como sendo um compromisso
O objetivo da empresa não é apenas conseguir novos clientes, profundo de comprar ou recomendar repetidamente certo produto
mas também o que é ainda mais importante: retê-los, a fim de que ou serviço.
seja possível manter a sobrevivência do negócio, aumentar os lu- A fidelização constitui realmente uma estratégia cuja finalida-
cros e garantir o seu crescimento. de é prolongar mais e mais o relacionamento entre a empresa e
o cliente, não o satisfazendo apenas em dado momento, mas ob-
9 CESTARI, T.; GIMENEZ, E. L. L. A importância da satisfação dos clientes: um tendo sua satisfação permanente com a loja, com seus serviços e
estudo de caso na envelopex artes gráficas, 2013. produtos. Trata-se de conquistar a fidelidade do consumidor ao seu
10 KOTLER, Philip. Administração de marketing: a edição do novo milênio. SP: negócio, fazendo dele efetivamente um cliente.
Prentice Hall, 2000.

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Para que haja fidelização, é preciso que se conheça bem o geram o conhecimento corporativo, refletindo nos produtos e servi-
cliente, identificando suas características, desejos e necessidades ços explorados pelas empresas, que visam atender às necessidades
e utilizando essas informações para estreitar ainda mais o relacio- específicas dos clientes11.
namento com ele, estabelecendo um elo de confiança, facilitando a Assim, surgindo o conhecimento da condensação de dados e
sua vida e reduzindo as possibilidades de que ele venha a trocar sua informações, faz-se necessário o entendimento destes três termos:
loja por outra (favorecendo a retenção), já que a concorrente teria
que começar o relacionamento do zero. Dados
Pesquisas apontam que clientes atuais (já clientes), são de cin- Dados referem-se ao registro estruturado de transações, po-
co a sete vezes mais rentáveis do que os novos, e que é bem mais dendo ser definido como um conjunto de fatos distintos e objetivos,
econômico manter clientes antigos do que conquistar pessoas que relativos a eventos.
ainda não conhecem a empresa. É informação bruta, descrição exata de algo ou de algum even-
O quadro abaixo demonstra as principais diferenças entre re- to. Os dados em si não são dotados de relevância, propósito e sig-
tenção e fidelização de clientes: nificado, mas são importantes porque compõem a matéria-prima
essencial para a criação da informação;
PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE RETENÇÃO E FIDELIZAÇÃO DE
CLIENTES Informações
As informações são dados interpretados, dotados de relevância
Retenção Fidelização e propósito. Referem-se ao fluxo de mensagens, capazes e necessá-
Trata-se de um ponto de par- Engloba um programa de rio para se gerar conhecimento12;
tida e, ao mesmo tempo, um estratégias;
resultado a ser obtido; Conhecimento
O conhecimento é uma mistura de elementos, fluido, formal-
Pode envolver um momento; Envolve longo prazo; mente estruturado e intuitivo, portanto, difícil de ser colocado em
Implica em ações para evitar Trata da valorização do cliente, palavras ou de ser plenamente entendido em termos lógicos. Os
a saída do cliente (começa no prolongando o relacionamen- valores e as crenças integram o conhecimento, pois determinam,
primeiro contato com o cliente to com ele e incrementando em grande parte, o que o conhecedor vê, absorve e conclui a partir
e permanece, destacando-se as possibilidades de retorno das suas observações.
sempre em momentos especí- financeiro.
ficos, durante todo o relacio- Como visto acima, o conhecimento deriva da informação, e,
namento). por seu turno a informação deriva dos dados.
O conhecimento divide-se em duas espécies, quais sejam:
Cadeia de Valor e a Satisfação do Cliente → Conhecimento Tácito: É aquele difícil de ser articulado na
Visando criar a satisfação dos clientes, as empresas devem ge- linguagem formal. Refere-se ao conhecimento pessoal incorporado
renciar sua cadeia de valor, bem como seu sistema de entrega de à experiência individual e envolve fatores intangíveis como crenças
valor, com o foco no cliente. A Cadeia de Valor é usada como uma pessoais, perspectivas, sistema de valor, insights, intuições, emo-
ferramenta para identificar maneiras para criar mais valor. ções, habilidades;
Na Cadeia de Valor existem 9 atividades criadoras de valor. Ve- → Conhecimento Explícito: É aquele que pode ser articulado
jamos: na linguagem formal, inclusive em afirmações gramaticais, expres-
1 – Infraestrutura da empresa; sões matemáticas, especificações, manuais, etc., sendo facilmente
2 – Administração de recursos humanos; transmitido, sistematizado e comunicado.
3 – Desenvolvimento de tecnologia;
4 – Compras. O Conhecimento é utilizado como Recurso Estratégico, para
isso, a visão da empresa baseada em conhecimento considera como
Essas quatro primeiras atividades são chamadas de Atividades hipóteses gerais as premissas abaixo:
de apoio (ou atividades-meio). As cinco abaixo são as chamadas → O conhecimento é um recurso gerador de diferencial com-
Atividades principais (ou atividades fins), que interferirão direta- petitivo;
mente no índice de satisfação dos clientes: → As características dos diferentes tipos de conhecimentos de-
5 – Logística de entrada; vem ser consideradas para a sua transferência;
6 – Operações; → Os indivíduos são os principais agentes de conhecimento.
7 – Logística de saída;
8 – Marketing e vendas; Gestão de Capital Intelectual
9 – Serviços de pós-vendas. Denomina-se como capital intelectual, o conjunto de ativos
intangíveis composto por diversos fatores, tais como: qualidade e
coerência do relacionamento entre empresa (clientes e fornecedo-
res) talentos, ideias e insights apresentados por todos os envolvi-
GESTÃO DA EXPERIÊNCIA DO CLIENTE dos no contexto organizacional, entre outros. Esses fatores, quando
combinados e trabalhados em um sistema gerencial eficiente ali-
A Gestão da Experiência do Cliente ou Gestão do Conheci- nhado aos objetivos organizacionais, geram conhecimentos, capa-
mento Empresarial refere-se à coleta de dados e informações, que, zes de promover a inovação e reestruturação contínua dos proces-
quando processados ao longo do tempo, geram conhecimento, en- sos, gerando resultados eficazes13.
globando expertise (qualidades próprias, ou Know-how adquirido) 11 STEWART, Thomas A. Capital Intelectual: A nova vantagem competitiva. RJ:
e insight (discernimento da situação, capacidade de solução) ofe- Campus, 1998.
12 DRUCKER, Peter. Desafios Gerenciais para o Século XXI. São Paulo: Pioneira,
recidos pelos indivíduos. Este ato de conhecer, oferecido pelo indi-
1999.
víduo, quando segregado e alinhado aos objetivos organizacionais, 13 STEWART, Thomas A. A riqueza do conhecimento: O capital intelectual e a

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O Capital Intelectual é integrado composto por: Capital Huma- interno das organizações; que deverão desenvolver estratégias, a
no, Capital Estrutural e Capital de Clientes. fim de adequar-se às tendências do mercado. Fatores como avanço
tecnológico, conservação ambiental, responsabilidade social, entre
Capital de Clientes outros, impulsionam e manipulam as necessidades do público alvo,
O Capital de Clientes fundamenta-se em um processo que con- que expressa a cada dia, uma necessidade maior de agilidade para
siste em: o atendimento de suas necessidades.
a) Selecionar clientes, identificando os segmentos mais atraen- Diante do exposto, a competitividade corporativa está inti-
tes para a empresa, procurando avaliar o valor que estes clientes mamente relacionada à capacidade da organização em desenvol-
atribuem à mesma, e inovando os processos utilizados de forma a ver o conhecimento e inovar os processos; através de estratégias
criar uma imagem forte que atraia e mantenha os clientes; inteligentes para a adaptação a esse meio, para que melhore seu
b) Conquistar cliente através da comunicação de uma imagem desempenho, mantendo a superioridade diante dos concorrentes.
positiva dos negócios da empresa; Pode-se dizer, segundo o entendimento de alguns autores, que as
c) Reter clientes através da garantia da qualidade e correção inovações surgem do conflito entre o ambiente externo e interno
dos problemas, inovando os processos objetivando minimizar pro- da organização.
blemas, assegurando a satisfação dos mesmos; A percepção precoce das modificações nas variáveis exógenas,
d) Aplicar o conhecimento em marketing, vendas e pós-vendas, mudanças econômicas, tecnológicas, ambientais, perfil de deman-
de modo a assegurar a qualidade nos processos e garantir a satisfa- da, clientes, produtos, entre outros, permitem às empresas criar e
ção real dos clientes; acumular o conhecimento organizacional, desenvolvendo a inova-
e) Cultivar e manter o bom relacionamento, por meio da rela- ção continuada em seus processos e produtos, assegurando, desse
ção interpessoal com os clientes, o que contribui para o aumento da modo, a excelência competitiva.
participação da empresa nas atividades de compra do público alvo. A aprendizagem organizacional pode ser vista como o alcance
de novos, múltiplos e contínuos conhecimentos sobre as dinâmicas
Toda empresa possui capital de clientes e este é o mais valioso e demandas corporativas, seja de maneira direta e/ou indireta, den-
para a organização, pelo fato de que provém deles o capital finan- tro e fora da empresa. É um conceito intimamente relacionado ao
ceiro que financia as atividades organizacionais. O estudo de capi- conhecimento empresarial15.
tal de clientes deve estar voltado para o conhecimento destes, sua A aprendizagem organizacional é uma junção de conhecimen-
lealdade, a disposição de comprar, a valorização do produto, dentre tos formais e informais, que permite à organização criar seus pró-
outros, de tal forma que a organização consiga direcionar o desejo prios modelos de gestão, coerentes com as suas necessidades e
dos clientes através das atividades desenvolvidas para se atingir os pautados no que ela precisa para alcançar os resultados, vejamos:
objetivos organizacionais. → Experiências do Profissional: a partir das experiências po-
sitivas e negativas, o profissional pode compreender seus erros e
acertos, delimitar melhor suas próximas ações e criar estratégias
para impedir que estes erros continuem no futuro;
APRENDIZAGEM E SUSTENTABILIDADE ORGANIZACIO- → Aprendizagem Cultural: é aprendida através da cultura orga-
NAL nizacional, da missão e dos valores adotados pela empresa;
→ Aprendizagem com o Líder: é realizada através das lideran-
Aprendizagem Organizacional ças, de seus exemplos e conhecimentos compartilhados com os
A Aprendizagem não consiste em separar as atividades que seus liderados;
ocorrem antes ou mesmo durante as atividades diárias no trabalho → Aprendizagem Prática/Ativa: refere-se à aquisição de co-
e expô-las em aulas eventuais. Nem é uma atividade reservada ao nhecimentos através da prática efetiva das tarefas e do seu desen-
grupo gerencial. volvimento contínuo;
Os comportamentos que definem a aprendizagem são aqueles → Aprendizagem Sistêmica: refere-se ao entendimento am-
que definem a produtividade. Assim, a aprendizagem é o coração pliado de toda empresa e seus processos para oferecer soluções
da atividade produtiva, ou seja, a nova forma de trabalho14. não apenas para o departamento envolvido, mas para a organiza-
As organizações tendem a evoluir por meio de aprendizagem, ção como um todo;
e por isso, assemelham-se muito a um ser vivo. A partir da análise → Compartilhamento de Informações: quanto melhor forem dis-
da cultura organizacional, verifica-se que esta, interfere muito no tribuídas as informações, maiores serão os conhecimentos sobre os
aprendizado das empresas, fazendo com que elas aprendam com processos internos da empresa o que tornará mais assertiva as ações;
maior rapidez ou lentidão e, consequentemente, pode ser que se → Benchmarking: consiste na observação de outras empresas e na
destaquem ou não no mercado competitivo. busca de boas práticas aplicadas para aplicar em sua organização.
A interação, tanto intrínseca quanto extrínseca, possibilita à
empresa desenvolver o conhecimento organizacional, permitindo- No contexto da aprendizagem, é importante destacar a neces-
-lhe, utilizá-lo para adequar-se ao cenário cada vez mais vulnerá- sidade de compartilhar insights, conhecimentos, crenças e metas
vel no qual está inserida. O comprometimento e a capacidade de para que o coletivo prevaleça e a organização aprenda, isto é, para
compartilhamento, apresentados pelas pessoas envolvidas nos pro- que a empresa construa sua própria realidade e memória que ser-
cessos organizacionais, permitem a rotatividade do conhecimento, virão de base para aprendizados futuros. Nesse momento, a apren-
viabilizam a aprendizagem em equipe, e consequentemente, o co- dizagem individual é transformada em coletiva, o conhecimento
nhecimento organizacional, transformando-se em uma importante individual é incorporado às práticas organizacionais.
ferramenta de diferenciação. Portanto, organizações de aprendizagem (as quais realizam a
O macroambiente, em que as empresas estão inseridas, sofre aprendizagem organizacional) são organizações que tem capacidade
continuamente modificações em função das alterações no esti-
sistemática de: aprender, renovar e inovar continuamente. E seu prin-
lo de vida social, o que reflete de modo significativo no ambiente
cipal conteúdo invoca a imagem de pessoas e grupos trabalhando para
nova organização. RJ: Campus, 2002. melhorar: a inteligência, a criatividade e a capacidade organizacional.
14 MARQUARDT, M. J. Building The Learning Organization. McGraw-Hill, New 15 MARQUES, J. R. O Que é Aprendizagem Organizacional. Instituto Brasileiro
York, 1996. de Coaching. 2006.

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Uma organização de aprendizagem é aquela que tem a habilidade de criar, adquirir e transferir conhecimento e de modificar seu com-
portamento para refletir sobre novos conhecimentos e ideias. Nas organizações de aprendizagem as pessoas não são treinadas para exer-
cer suas funções, mas sim: educadas a desempenhar com satisfação suas atividades, desenvolvendo o espírito de equipe e a criatividade.
A organização que aprende é um tipo ideal ao qual muitas organizações aspiram, mas não há um modelo a ser seguido. Cada empresa
deve buscar à sua maneira a melhor forma de enfrentar o ambiente em que está inserida.
Esta transformação não está restrita à organização e sim aos indivíduos. A aprendizagem individual não garante a aprendizagem orga-
nizacional, entretanto, sem ela, a aprendizagem organizacional não ocorreria.

Sustentabilidade Organizacional
Sabe-se que proposições relacionadas à sustentabilidade adquiriram destaque pela incorporação da promessa de evolução da socie-
dade rumo a um mundo mais harmonioso, no qual o meio natural e as conquistas culturais procuram ser preservados para as gerações
futuras. A confrontação entre crescimento econômico e igualdade social vem sendo discutida por anos, logo, a adição deste desafio na
capacidade global de desenvolver sustentavelmente os sistemas naturais atenua gradativamente a representatividade de cada um dos
agentes sociais inseridos nesta ambiência, que busca uma sustentabilidade sistêmica16.
O conceito de desenvolvimento sustentável tem suas origens na Conferência das Nações Unidas sobre o Homem e o Meio Ambiente, reali-
zada em Estocolmo em 1972. Entretanto, mesmo após a elaboração do Relatório de Brundtland, em 1987, o tema teve repercussão mundial so-
mente com a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro em 1992, palco de elaboração da Agenda
21, uma detalhada orientação para resolver o paradoxo da coexistência entre progresso tecnológico e aumento da miséria.
O relatório Nosso Futuro Comum, também reforçado no evento de 1992, introduziu a definição de desenvolvimento sustentável como
aquele que permite à geração atual suprir as suas necessidades, sem comprometer as condições de subsistência das gerações futuras.
Mediante esta definição, argumenta-se que não basta apenas haver crescimento econômico, avanços tecnológicos e instituições, mas
também uma revolução tecnológica e institucional que procure conciliar em seus processos decisórios interesses econômicos, preservação
ambiental e justiça social.
A aceitação dos lucros empresariais por esferas comunitárias cada vez mais amplas passa a ser condição necessária a fim de que tais
atores sociais não questionem e não promovam desordens no sistema econômico imperante. Por razões como esta, os administradores
mostram-se cada vez mais preocupados com a reavaliação das rotinas organizacionais, a fim de que a sustentabilidade de ações e decisões
proferidas pelas organizações seja assumida como condição prioritária.
Uma empresa é sustentável, quando gera lucro para os acionistas, protege o meio ambiente e melhora a vida das pessoas com as quais
mantém interações. Ações organizacionais sustentáveis são aquelas responsáveis por causar o menor impacto ambiental possível por meio
de atividades operacionais, simultaneamente preocupadas em promover desenvolvimento socioeconômico que propicie a sobrevivência
de gerações presentes e futuras, e totalmente dependentes das pessoas inseridas em ambientes sociais e organizacionais, já que por elas
são estabelecidas as decisões finais e validadoras de todas essas proposições.
Ao reconhecer que, para exercer suas atividades, as empresas consomem não só recursos financeiros, mas também ambientais e
sociais, desenvolveu-se a “teoria dos três pilares” (triple bottom line – TBL). Esta visão tripartite sugere que desenvolvimento econômico,
justiça ambiental e inserção social são igualmente relevantes para a compreensão da sustentabilidade.
O pilar econômico da sustentabilidade organizacional representa a geração de riqueza pela e para a sociedade, por meio do forneci-
mento de bens e serviços; o pilar ambiental refere-se à conservação e ao manejo dos recursos naturais e o pilar social diz respeito ao alcan-
ce da igualdade e a participação de todos os grupos sociais na construção e manutenção do equilíbrio do sistema pelo compartilhamento
de direitos e responsabilidades. Assim, uma visão equilibrada a respeito de como fazer uso dos recursos disponibilizados pela natureza é
essencial para se garantir às gerações futuras prosperidade, equidade, manutenção do patrimônio ambiental e melhor qualidade de vida.
A Figura abaixo ilustra melhor inter-relacionamentos propostos pelo triple bottom line. Vejamos:

Elementos da sustentabilidade

Conforme a Figura supracitada, os três pilares da sustentabilidade organizacional (social, ambiental e econômico) devem relacionar-se
de forma integrada para o alcance do desenvolvimento sustentável. A partir da integração entre desenvolvimento social e econômico,
promove-se a inserção social, entendida como o engajar da população (ou organização) em favor do coletivo, de modo que todos possam
ter acesso à informação, alimentação, saúde, educação, habitação, trabalho, renda e dignidade.
À medida que a inter-relação entre desenvolvimento econômico e preservação ambiental acontece, emerge o conceito de ecoefi-
ciência. Já a justiça socioambiental ocorre quando a organização consegue integrar de maneira simultânea o desenvolvimento social ao
capital natural, e passa a tratar da equalização da distribuição dos benefícios e dos constrangimentos impostos pela legislação ambiental,
ou mesmo pelos problemas ambientais, entre diferentes grupos sociais.
16 MUNCK, L.; DIAS, B. G.; SOUZA, R. B. de. Sustentabilidade organizacional. REBRAE. Revista Brasileira de Estratégia, Curitiba, v. 1, n. 3, p. 285-295, set./dez. 2008.

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A estrutura do TBL capta a essência da sustentabilidade orga- Cabe observar que em relação às características intrínsecas ao ser-
nizacional, ao medir o impacto das atividades operacionais das em- viço, no que se refere à intangibilidade, embora um serviço não seja
presas. Quando o resultado apresenta-se positivo, reflete aumento palpável, ele possui diversos elementos tangíveis, perceptíveis. Por
no valor da empresa, em termos de lucratividade e de contribuição exemplo, em uma escola, o ambiente físico, as instalações, os materiais
para a riqueza dos acionistas, bem como no aspecto de seu capital utilizados em sala, livros e pessoas, são elementos tangíveis.
social, humano e ambiental. Mais ainda, todas as comunicações da escola são elementos
Vale ressaltar que a sustentabilidade organizacional não signi- visíveis do serviço que, no mínimo, comunicam sobre ele. Os ele-
fica meramente boa cidadania empresarial, isto é, ser reconhecida mentos tangíveis funcionam como evidências do serviço.
por reduzir as emissões de gases tóxicos ou por subsidiar benefícios São sugestões de como ele deve ser. Assim, voltando ao exem-
de assistência médica aos funcionários, e muito menos se trata de plo da escola, se vê-se uma sala de aula moderna, bem iluminada,
apenas uma questão ética de negócios, ou filantropia. A sustenta- com amplos recursos tecnológicos, apoiada em modernos concei-
bilidade é hoje, princípio fundamental da gestão inteligente, algo tos pedagógicos, naturalmente, infere-se modernidade.
muito fácil de ignorar ou assumir como inevitável, num mundo em Na verdade, os elementos tangíveis do serviço, que podem ser
que o resultado financeiro geralmente é visto como a única medida pessoas que nele trabalham, cumprem o papel de reduzir o nível
de sucesso. de dúvida sobre a qualidade do serviço, como dito popularmente,
Enfim, sistemas políticos, instituições, tratados ou modelos de “todo serviço é a compra de uma promessa”, isto é somente o con-
gestão que vislumbrem o tratamento de problemáticas ambientais sumidor saberá se o serviço prometido foi cumprido após a expe-
e sociais pela abordagem sustentável devem ser capazes de trans- riência obtida no decorrer do serviço. Neste sentido, os tangíveis
por as barreiras físicas das organizações no intuito de obter maior são sinalizadores para verificar se pode-se confiar ou não na pro-
eficácia na resolução de calamidades. Logo, torna-se cada vez mais messa do serviço.
necessária uma resposta institucional que objetive, em seu agir, Citando um exemplo simples, muitas vezes julga-se a qualidade
uma racionalidade que contemple a união estável entre os desen- do serviço de um supermercado pela aparência de seus ambien-
volvimentos econômico, social e ambiental. tes; um ambiente sujo, comunica má qualidade. Assim, os tangíveis
acabam funcionando como uma “embalagem” do serviço, e, como
para os produtos, traduzem muitas vezes a qualidade do que é ofer-
CARACTERÍSTICAS DOS SERVIÇOS: INTANGIBILIDADE, tado, o que será verificado apenas com a prestação do serviço;
INSEPARABILIDADE, VARIABILIDADE E PERECIBILIDA-
DE → Inseparabilidade
Pela característica da Inseparabilidade ou Produção e Consumo Si-
multâneos, o cliente participa do processo de produção, podendo não
Na área da administrativa um serviço é o conjunto de ativida- somente participar passivamente, mas também como coautor do ser-
des realizadas por uma organização para responder às expectativas viço. Nos serviços, o cliente é quem inicia o processo de produção, pois
e necessidades dos clientes, posto isso, o serviço é definido como o serviço só é produzido após sua solicitação/contratação.
sendo um bem não material. Esse conceito também permite fazer Assim, o grau de contato entre cliente e empresa é maior que
referência aos serviços públicos que são pagos pelos contribuintes na produção de bens. A inseparabilidade aponta para a seguinte
através de taxas ou impostos, e ao fornecimento de serviços presta- questão: todo serviço tem um momento em que sua produção e
dos com vista a satisfazer alguma necessidade desde que não con- consumo são simultâneos, inseparáveis.
sistam na produção de bens materiais. Como exemplo prático pode-se citar uma aula, ao mesmo tem-
Serviços são atividades, benefícios ou satisfações que são co- po em que um professor produz sua aula, esta é consumida pelos
locadas à venda ou proporcionados em conexão com a venda de alunos. Ao mesmo tempo em que o médico produz sua consulta, o
bens. Em outras palavras, o serviço pode ser entendido como as
paciente a consome, como cliente do serviço.
transações de negócios que acontecem entre um provedor (presta-
Nesses exemplos, produção e consumo são simultâneos, dife-
dor de serviço) e um receptor (cliente) a fim de produzir um resul-
rentemente de uma empresa de produtos, em que claramente exis-
tado que satisfaça o cliente17.
te um momento de produção e um momento de consumo;
Já os serviços de qualidade são aqueles que atendem perfeita-
mente, de forma confiável, acessível, segura e no tempo certo às ne-
→ Variabilidade
cessidades dos clientes. Dessa forma a organização deve possuir um
Os serviços são variáveis, isto é, os serviços variam e podem
esforço de compromisso com a qualidade do serviço que é ofertado18.
variar conforme o prestador do serviço e o cliente. Esta também é
Características dos Serviços uma característica do serviço, a variabilidade, podendo ser vista sob
Os serviços possuem algumas características específicas que os um prisma positivo quanto negativo.
diferenciam dos bens manufaturados e que devem ser considera- Deste modo, uma organização tem pouco ou nenhum controle
das para uma gestão de serviços eficaz, tais características são elen- sobre as ações e atitudes que o cliente assume ao participar da pro-
cadas abaixo19: dução do serviço, somado a isto, os funcionários e os outros recur-
sos que interagem com o cliente podem variar significativamente
→ Intangibilidade em diferentes ocasiões para diferentes ocasiões.
Os serviços são intangíveis por natureza, ou seja, eles não po- Por isto, muitos autores apontam a variabilidade como mais
dem ser tocados ou possuídos pelo cliente como os bens manu- uma característica específica dos serviços. O prisma positivo da va-
faturados. Logo, o cliente vivencia o serviço que lhe é prestado, o riabilidade é que ela permite a customização, a personalização, o
que torna mais difícil a avaliação do serviço pelo cliente, pois esta atendimento diferenciado às expectativas de grupos de clientes.
assume um caráter subjetivo. Como exemplos, um palestrante pode adaptar a sua palestra
17 https://www.ama.org a seu público, assim como um médico pode adaptar o seu serviço
18 CAMPOS, V. F.; Controle da Qualidade Total (no estilo japonês). Nova Lima: ao tipo de paciente que está atendendo. O lado negativo da varia-
INDG Tecnologia e Serviços LTDA, 2004. bilidade é que ela torna difícil o estabelecimento de um padrão de
19 http://www2.dbd.puc-rio.br/pergamum/tesesabertas/1013809_2012_ serviço, de um desempenho padronizado, imune a erros;
cap_2.pdf

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→ Perecibilidade
Nos serviços, a produção ocorre ao mesmo tempo em que o consumo. Daí decorrem outras implicações, como o fato de os serviços
não poderem ser estocados e da necessidade do controle de qualidade ocorrer durante o processo, uma vez que não é possível serem fei-
tas inspeções como na indústria de manufatura. Eventuais erros que venham a ocorrer durante o processo são imediatamente percebidos
pelo cliente.
Pela perecividade, os serviços são perecíveis, isto é, não podem ser estocados, assim, são temporais, prestados num tempo e local
precisos. Neste sentido, há uma necessidade de se encontrar um ponto ótimo entre a oferta e a demanda do serviço, ou seja, um entrave
é como administrar a demanda de um serviço.
Por exemplo, num transporte aéreo com 100 lugares, se houver 1 ou 100 passageiros, o custo do voo é praticamente o mesmo, porém
caso existam lugares vazios quando o voo começar, então a empresa que oferece esse serviço não conseguirá a receita esperada, ficando
incapaz de recuperá-la. Ora, haverá momentos de altíssima demanda e outros de pequena, em todos eles, contudo, persistirá um alto
custo fixo, fazendo com que a empresa e se esforce em vender pelo menos ao nível do seu ponto de equilíbrio operacional.
Assim, encontrar o ponto ótimo entre oferta e demanda é crucial em serviços para não ocorrer um problema comum, que tanto não
pode conseguir atender o excesso de demanda (e perder clientes em função disso) quanto ter que suportar pesados custos operacionais
sem uma receita satisfatória, conseguida por uma demanda mínima.

GESTÃO DA QUALIDADE EM SERVIÇOS

Diante de um cenário de grande proliferação da concorrência, as empresas têm percebido a necessidade de dar mais atenção à quali-
dade dos produtos ou serviços que oferecem, a fim de obter vantagem competitiva no mercado. A implantação da gestão de qualidade é
capaz de promover identificação precisa dos fatores deficientes que precisam de mudanças e melhoria contínua, por meio de análises nos
processos de produção e consumo, estabelecendo um panorama focado no produto e em sua relação com o cliente e em sua experiência
a fim de o fidelizar.
De modo que esta otimização geral seja factível é imprescindível conhecer as ferramentas disponibilizadas pela gestão de qualidade,
ideais para não apenas entender processos referentes ao serviço ou produto em questão, mas também para fomentar soluções para os
problemas analisados através de ações preventivas que irão evitar que o mesmo problema se repita prejudicando a performance da em-
presa diante do mercado. São sete ferramentas úteis e aplicáveis dentro de qualquer organização aptas para beneficiar equipes inteiras.
Observe a seguir:

Fluxograma
O fluxograma, também conhecido como gráfico de procedimentos ou fluxograma de processos, tem a função de demonstrar o per-
curso existente durante a produção de determinado serviço/produto de modo real, ou seja, da forma como atualmente ocorre, e de modo
ideal, como deveria ocorrer, podendo haver diversas variáveis e correlações entre atividades e processos.

Esta ferramenta possibilita visualizar o início e o fim de um processo, as atividades pertinentes a ele, os pontos decisivos e o fluxo das
atividades. Através dele é possível identificar deficiências ou desvios no processo de produção. Sua representação se dá através de qua-
dros e formas geométricas que ilustram etapa a etapa o processo, além disso ele conta com elementos em símbolos, cuja representação
facilmente identificável permite a equipe uma visualização clara do passo a passo do processo produtivo de modo que possam identificar
a melhor rota para o produto ou serviço a que se refere, eliminando ou incluindo novas etapas que possam auxiliar a equipe a alcançar
melhores resultados.

Diagrama de Ishikawa
O Diagrama de Ishikawa, conhecido como Espinha de Peixe devido sua aparência, é um modo de representação gráfica documental
criado por Kaoku Ishikawa útil para indicar o que possivelmente seriam as causas de certos problemas na gestão e suas respectivas reper-
cussões, ele explora com profundidade as possíveis variáveis que influenciam negativamente o processo de produção de um produto ou
serviço, capazes de interferir em sua qualidade.

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A fim de aplicar o diagrama corretamente, estabelecem-se categorias em nível macro para levantar as possíveis causas de um proble-
ma, ou seja, o seu local de origem. Estes tópicos podem ser divididos em:
1) Mão-de-obra: pode ser a origem de algum problema quando se refere à ação de um funcionário ou colaborador da empresa.
2) Materiais: trata-se de quando o material usado não está adequado e pode se tornar o causador de problemas no trabalho.
3) Máquinas: quando há defeitos no maquinário da empresa.
4) Medidas: trata-se de quando uma medida tomada foi o causador do problema.
5) Métodos: refere-se ao uso de uma metodologia que não está adequada ao e possivelmente causará problemas.
6) Meio ambiente: trata-se de quando problemas no meio ambiente (como, poluição, aquecimento global, mudanças climáticas) são
causadoras de problemas.

A partir da identificação de um ou mais destes itens, é possível tomar medidas para atingir o resultado esperado a partir deste pa-
norama das possíveis causas e consequências que os problemas analisados podem sofrer caso não se tome ação, sendo assim uma útil
ferramenta para se visualizar relações de causa e efeito.

Folhas de verificação
Uma outra ferramenta aplicada em gestão de qualidade são as folhas de verificação, documentos comuns, como planilhas e tabelas,
feitos de modo simples, intuitivo e prático para agilizar a coleta de dados e a confirmação de informações pertinentes ao produto ou ser-
viço. As folhas de verificação servem para facilitar a compreensão da realidade do produto ou serviço, economizando tempo da equipe e
otimizando o entendimento dos processos produtivos no trabalho em prol da resolução de problemas e implementação de ideias e solu-
ções úteis para a otimização do produto.
As informações contidas nos documentos devem ser anteriormente estabelecidas para que nas folhas sejam registrados dados que
serão ticados, como em uma lista, sobre o andamento do processo de produção da empresa. Considere que os pontos mais relevantes a
se analisar quanto a determinado produto sejam seu funcionamento e sua aparência, sendo assim seleciona-se alguns tópicos (eficiência,
agilidade, tempo de uso, ergonomia, facilidade de manejar, entre outros) que poderão auxiliar na melhor visualização de seus pontos
positivos e negativos.

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Diagrama de Pareto

Este diagrama em forma de gráfico é capaz de identificar a concentração de uma variável, indicando as causas essenciais de um pro-
cesso. Por meio deste diagrama, o é possível compreender melhor e combater a raiz das causas de certos problemas de modo prioritário
a fim de assegurar alto índice de produção e produtividade.
O diagrama de Pareto baseia-se no princípio de Pareto que explica que 80% das consequências ou efeitos de uma ação tem relação
direta com 20% das causas. O gráfico numérico, então, computa dados precisos que, além de oferecer melhor visualização das relações en-
tre variáveis, facilita a visualização de pontos que precisam de melhoria para aumentar o desempenho da empresa quando aos processos
produtivos, pois redireciona o olhar para campos que de fato precisam de intervenção de modo prioritário.
Os dados do gráfico são específicos para cada empresa ou produto, de modo que não se pode aplicar exatamente os mesmos pontos
do diagrama de um produto a outro, pois cada qual possui suas próprias particularidades e especificidades. Por exemplo, a análise de um
serviço requer a presença de tópicos mais subjetivos como o tempo de permanência do cliente no espaço (caso seja um local), a satisfação
do cliente pós-serviço, relacionamento cliente e fornecedor, entre outros, enquanto um produto precisa incluir uma análise de seus aspec-
tos não apenas financeiros e ligados à experiência, mas a aspectos físicos e cognitivos em relação ao cliente.

Histograma

O histograma é também uma forma de representação gráfica cuja função é representar a distribuição de frequências de alguns dados em
determinado período de tempo, por meio de barras. Este recurso auxilia a compreensão da quantidade ou volume de produtos inadequados,
problemas ou conflitos quanto a medidas, entre outros itens como peso, largura, comprimento, tempo, temperatura, volume, preço, etc.
De modo claro, um histograma possibilita permite que a empresa saiba o número de vezes que algum dos itens ocorreu ao longo do
processo. Seu propósito está em facilitar a resolução de conflitos através da visualização de uma análise real do processo evolutivo e gra-
dativo de determinado produto ou serviço, identificando suas tendências.

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Diagrama de dispersão
O Diagrama de Dispersão ou gráfico de correlação, trata-se de uma ferramenta de representação gráfica dos valores de duas variáveis
relacionadas a um mesmo processo simultaneamente, o que possibilita eliminar interferências e interpretações erradas quanto demais
variáveis ou causas de um problema.

Este diagrama se baseia em variáveis independentes, ou seja, quando ações e situações não tem relação, e variáveis dependentes,
quando uma ação está diretamente ligada a outra; estas variáveis são identificadas e investigadas através de correlações que se estabele-
cem entre elas, podendo ser positivas (quando duas variáveis aumentam na mesma direção no gráfico), negativa (quando diminuem na
mesma direção ou nula (quando não há cruzamento de dados, eles ficam dispersos e, portanto não há correlação).

Cartas de controle
Cartas de controle são ferramentas utilizadas para identificar as estatísticas e tendências de certos desvios e mudanças de comporta-
mento quanto a alguns pontos de observação dentro de determinado tempo e espaço. Esta ferramenta é muito utilizada a fim de observar
se o processo está ocorrendo de maneira controlada e ordenada, sem alterações consideráveis que possam prejudicar o andamento do
processo produtivo.

Os desvios ou alterações podem ser observados em linhas que divergem em pontos específicos e permitem um acompanhamento
geral da equipe quanto aos processos produtivos a fim de identificar pontos que podem ser preocupantes, e que por vezes passariam
despercebidos, e devem ser melhor trabalhados.

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Considerando o impacto que essas relações causam no bem-
TÉCNICAS DE VENDAS: DA PRÉ-ABORDAGEM AO PÓS- -estar da sociedade
-VENDAS As práticas mercadológicas de algumas empresas às vezes afe-
tam o meio ambiente, como a poluição do ar e da água dos rios. Os
De modo geral, as empresas, a partir de sua formação, geram homens de marketing, entusiasmados com o sucesso de seus em-
custos constituídos por aluguéis de escritórios, instalações, salários preendimentos, deixam muitas vezes de pensar nos prejuízos que
de funcionários, manutenção e várias outras despesas que formam os podem causar à sociedade.
custos fixos e passam a existir quer a empresa tenha faturamento ou É responsabilidade dos profissionais da área desenvolver estra-
não. É no mercado, através da utilização das ferramentas mercadoló- tégias sem causar prejuízo ao meio ambiente, ou ao bem-estar da
gicas, que a empresa busca não só obter recursos para fazer frente a população.
todas essas despesas, como também alcançar objetivos financeiros20.
Para compreensão das atividades mercadológicas possíveis a Venda Pessoal
uma empresa, define-se marketing como a área do conhecimento Percebe-se que dentro dos esforços de comunicação que uma
que engloba todas as atividades concernentes às relações de troca, empresa pode estabelecer, a literatura de marketing (básica), ge-
orientadas para a satisfação dos desejos e necessidades dos consu- ralmente, classifica vendas pessoais como uma das ferramentas de
comunicação disponíveis, como uma das formas da empresa levar
midores, visando alcançar os objetivos da empresa e considerando
sua mensagem aos grupos de consumidores almejados por ela. A
sempre o ambiente de atuação e o impacto que essas relações cau-
venda pessoal é definida como um processo de comunicação pes-
sam no bem-estar da sociedade.
soal em que um vendedor identifica e satisfaz às necessidades de
A atividade de vendas exerce papel de extrema importância
um comprador para o benefício de longo prazo de ambas as partes.
para o faturamento das empresas. Note-se que a venda não é uma O processo de comunicação está na essência de uma venda, no
atividade isolada; ela depende de uma estratégia de marketing bem entanto o seu papel como “distribuidor” de produtos em diversos
elaborada, que inclui produtos, preços, sistemas de distribuição e momentos não pode ser ignorado. Salienta-se, dessa forma, a ques-
outras atividades promocionais. Portanto, qualquer estudo de ven- tão em relação a vendas pessoais como sendo um formato de canal
das exige compreensão das demais atividades mercadológicas e de de distribuição, ou seja, eles são agentes responsáveis por levar os
seus relacionamentos: produtos dos fabricantes aos clientes, tornando-os disponíveis.
Venda pessoal é o lado acentuado do marketing, porque ocorre
Marketing engloba todas as atividades concernentes às rela- quando os representantes da empresa ficam frente a frente com os
ções de troca compradores em potencial. A força de vendas funciona como um
Em marketing, as trocas são realizadas para trazer satisfação elo entre a empresa e os clientes, sendo que a verdadeira diferença
para ambas as partes, sendo a empresa uma das partes e os con- está relacionada com o papel que a força de vendas pode ter em
sumidores outra. Assim, a relação deve ser benéfica para todos en- uma empresa; ela pode ser um canal de comunicação ou distribui-
volvidos. ção ou ambos, como ocorre na maioria das vezes.
Enquanto de uma parte, espera-se o poder aquisitivo e auto- Deve-se destacar a seguinte informação em relação aos tipos
ridade para comprar, da outra espera-se produtos e serviços que de clientes (mercados-alvo): mercados industriais compostos por
atenda suas necessidades. Além disso, é importante saber que cada outras empresas ou instituições são caracterizados por número me-
parte é livre para aceitar ou rejeitar a oferta. nor de compradores e, geralmente, estão concentrados geografi-
O sentido proposto nessa definição é bastante amplo: nele está camente se comparados a empresas que vendem a consumidores
incluído não somente o conceito de troca de mercadorias, mas tam- finais (vendedores de produtos de consumo como alimentos e ele-
bém de qualquer outra coisa em que haja objeto para permuta. trodomésticos). Isso torna mais viável e eficaz o uso de vendedo-
res para a realização de vendas ao invés de vendas por telefone ou
Relação de troca orientada para a satisfação dos desejos e ne- mesmo pela internet.
cessidades dos consumidores Em marketing industrial, vendas pessoais recebem uma impor-
O que caracteriza a comercialização moderna é a aplicação do tância muito grande, tornando-se muito mais do que simplesmente
conceito de marketing, o qual determina que as empresas devem uma ferramenta importante de comunicação ou um formato impor-
procurar satisfazer os desejos e as necessidades dos consumidores. tante de canal de distribuição. A necessidade de aumentar a fideli-
Através da aplicação deste conceito, as empresas poderão contar zação de clientes valiosos tem feito com que estratégias de vendas
com lucros a longo prazo pela formação de clientes satisfeitos. Por pessoais sejam utilizadas em conjunto com programas de relaciona-
isso, todas as atividades concernentes às realizações de troca de- mentos com clientes e automação de vendas, como os programas
vem visar a esses objetivos. de Customer Relationship Management (CRM).
Visando alcançar os objetivos da empresa Pré-abordagem
Além da orientação ao consumidor, a empresa terá outros ob- A Pré-abordagem faz parte das Etapas do processo de vendas.
jetivos. Eles poderão ser quantitativos, como obter lucros ou de- O processo de vendas é uma sequência de etapas por meio da qual
terminada fatia de mercado, ou qualitativos, como projetar uma os vendedores realizam a venda, conforme demonstrado a seguir21:
imagem de competência.
O programa mercadológico deverá sempre ser adaptado a es- 1. Prospecção e qualificação
ses objetivos preestabelecidos. O processo de vendas se inicia com a identificação dos clientes
potenciais. Os vendedores podem qualificar os clientes potenciais
Considerando o meio de atuação por meio do exame de sua situação financeira, volume de negócios,
A aplicação de marketing é ainda mais complexa do que conhe- exigências especiais e em termos de sua probabilidade de continui-
cer o consumidor e, a partir dele, estabelecer um composto mer- dade no mercado, tendo de ser capazes de desenvolver suas pró-
cadológico mais adequado. O ambiente em que as decisões devem prias indicações para reconhecimento dos clientes potenciais.
ser tomadas é bastante complexo.
20 http://estacio.webaula.com.br/BiBlioTECA/Acervo/Complementar/Comple- 21 http://estacio.webaula.com.br/BiBlioTECA/Acervo/Complementar/Comple-
mentar_27148.pdf mentar_27148.pdf

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Os clientes devem ser classificados para se priorizar o atendi- Três estilos diferentes de apresentação são os mais utilizados
mento; pelos vendedores: o primeiro e mais antigo é do tipo abordagem
enlatada, na qual o vendedor já tem em mente toda a sua expo-
2. Pré - abordagem sição que se resume aos pontos básicos do produto, baseia-se no
Os clientes devem ser estudados o máximo possível (quais as princípio estímulo-resposta no qual o comprador é o agente passivo
suas necessidades, quem está envolvido na decisão da compra) que pode ser induzido a comprar pelo uso de palavras de estímulo,
para se decidir a melhor abordagem a ser empregada. imagens, termos e ações. Esse tipo de abordagem é utilizado princi-
Deve-se também considerar o melhor momento para a aborda- palmente na venda porta a porta e por telefone.
gem, pois muitos clientes estão ocupados em certas ocasiões; A segunda abordagem planejada também é baseada no prin-
cípio estímulo-resposta, porém o vendedor identifica antecipada-
3. Abordagem mente as necessidades e o estilo de compra do cliente para depois
Inicialmente, o vendedor deve saber como saudar o comprador abordá-lo com uma apresentação planejada.
para obter um bom começo de relacionamento. Deve-se mostrar A terceira é a abordagem de satisfação de necessidades que
cortesia e evitar distração, como, não os interromper e olhar direta- busca as necessidades reais do cliente. Essa abordagem requer do
mente em seus olhos. A apresentação ao cliente deve ser agradável vendedor muita habilidade para ouvir e solucionar problemas.
e positiva. Ele exerce o papel de um experiente consultor de negócios, es-
Os tipos de abordagem de vendas classificam-se em: estímu- perando ajudar o cliente a economizar ou a ganhar mais dinheiro.
los-resposta, estado mental, satisfação de necessidades e solução De maneira geral, as apresentações podem ser melhoradas com o
de problemas; auxílio de folhetos, catálogos, slides, DVDs, amostras de produtos e
simulações baseadas em computador;
A venda estímulo-resposta
A venda por meio deste tipo de abordagem estímulo-resposta 5. Superação de objeções
é uma das mais simples. O vendedor provoca estímulos no cliente Os clientes, quase sempre, colocam objeções durante a apre-
através de um repertório de palavras e ações destinadas a produzir sentação de vendas ou quando solicitados a assinar o pedido. A
a resposta desejada, que é a compra. resistência pode ser psicológica ou lógica. A resistência psicológica
Esse é um tipo de abordagem muito utilizada na “venda enlata- pode incluir a preferência por outras marcas, apatia, associações
da” em que o vendedor tem um texto decorado acompanhado de desagradáveis ao vendedor, ideias predeterminadas e aversão a to-
uma série de dramatizações ensaiadas, visando comover o cliente. mar decisões.
Esse tipo de venda nem sempre é bem aceita pelo compra- A resistência lógica relaciona-se com a resistência ao preço
dor que prefere estabelecer diálogo com o vendedor. No entanto, ou não concordância com o prazo de entrega. É necessário que o
qualquer interrupção na representação de venda reduz o impacto vendedor treine exaustivamente suas técnicas de negociação para
emocional. superar essas objeções.
Para lidar melhor com as objeções deve-se atentar para os se-
A venda estado mental guintes aspectos:
A venda com base no estado mental é também conhecida com • Identificar o melhor produto ou serviço da empresa para
AIDA, ou seja, venda que busca despertar no comprador atenção, atender a necessidade do cliente;
interesse, desejo e ação de compra. Nesse caso, a mensagem de • Preparar o roteiro de Apresentação da Solução enfatizando as
vendas deve prover a transição de um estado mental para outro e informações colhidas no cliente;
esse é exatamente a maior dificuldade do método. • Preparar a argumentação dos benefícios decorrentes da so-
lução apresentada;
A venda de satisfação de necessidades • Preparar-se para as objeções do cliente.
O pressuposto básico desse método é de que o cliente compra
produtos ou serviços para satisfazer a uma necessidade específica Os principais tipos de objeção são referidos a seguir:
ou a um elenco de necessidades. Nesse caso, a tarefa do vendedor • Em relação ao vendedor – alguns clientes têm dificuldade em
é identificar necessidades a serem satisfeitas. se relacionar com determinados vendedores. Não vem ao caso que
Para tanto, o vendedor deve utilizar as técnicas de questiona- está com a razão, cabe ao vendedor remover as objeções decorren-
mento para descobrir necessidades para, em seguida, oferecer ma- tes do seu estilo de venda ou da sua postura frente ao cliente;
neiras de satisfazê-las. • Em relação ao produto/serviço – os clientes podem levantar
Nesta técnica é preciso que o vendedor crie um clima amistoso, objeções por terem dúvidas se determinado produto/serviço real-
num ambiente de baixa pressão para obter a confiança do cliente. mente atenderá as suas necessidades. Cabe ao vendedor identificar
Essa técnica é também chamada de “venda não manipulada”. os benefícios que maior relevância terão para a decisão do cliente;
• Em relação ao preço – esta não é necessariamente uma ob-
A venda de solução de problemas jeção, mas um dos fatores da negociação. O vendedor deve retar-
Esta técnica inicia-se com a identificação dos problemas do dar ao máximo a discussão sobre o preço evitando falar em valores
cliente, em seguida, deve ser feito um estudo para encontrar a me- antes de expor as vantagens e benefícios do produto/serviço ao
lhor solução e assim atender às expectativas do cliente. cliente;
• Em relação a mudar de fornecedor – a troca de fornecedor
4. Apresentação e demonstração sempre representa um risco para o comprador e os decisores da
O vendedor, nesta fase, deve apresentar o produto ao compra- compra. As mudanças internas decorrentes podem afetar o desem-
dor de forma que atraia sua atenção e desperte o desejo de efetuar penho da empresa e exigir um período de adaptação ao novo forne-
a compra. Na apresentação, o vendedor deve realçar os benefícios cedor. Para contornar esta objeção o vendedor precisa de credibili-
do produto e mostrar suas principais características que sejam evi- dade e cuidar pessoalmente para que as primeiras entregas estejam
dentes para a obtenção desses benefícios. de acordo com o que foi vendido ao cliente;

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6. Fechamento Formas de geração de leads
Neste estágio, o vendedor tenta fechar a venda, porém, alguns O processo de geração de leads se baseia em um intenso cuida-
não chegam ou não obtêm êxito nesse estágio. Por vezes, se sen- do com o conteúdo. Para isso, é preciso investir em uma estratégia
tem sem confiança ou até desconfortáveis em pedir ao cliente que que cative a atenção dos potenciais clientes. Se for produzido con-
assine o pedido. teúdo de qualidade e que também seja relevante para a persona, as
Os agentes de vendas precisam saber como identificar ações pessoas vão demonstrar um interesse genuíno no respectivo negó-
físicas, declarações ou comentários e perguntas dos compradores cio, desenvolvendo uma relação direta com a empresa.
que sinalizem a hora do fechamento. Existem várias técnicas de Assim, obter informações que possam facilitar a qualificação,
fechamento, pode-se solicitar o pedido, recapitular os pontos do contato com os leads e fechar a compra será muito mais simples.
entendimento, perguntar se o comprador tem preferência por A ou São formas de geração de leads:
B, ou até mesmo oferecer incentivos específicos ao comprador para
fecha a venda, como preço especial, quantidade extra sem cobrar → Blog
ou um brinde. Hoje em dia, ter uma boa presença online já deixou de ser uma
opção para empresas, tornou-se uma obrigação. Um bom começo
para aumentar a visibilidade de uma marca é ter um site.
No entanto, isso não é suficiente para gerar leads. Ter um blog
NOÇÕES DE MARKETING DIGITAL: GERAÇÃO DE LEA- corporativo é essencial para interagir com uma audiência que traba-
DS; TÉCNICA DE COPYWRITING; GATILHOS MENTAIS; lha, compra, vende e se relaciona online.
INBOUND MARKETING Com ele, se poderá criar conexões relevantes com os usuários
da Internet e gerar interesse nos produtos ou serviços.
— Geração de leads
Lead é uma pessoa que demonstrou interesse por algum con- Como gerar leads através de um blog
teúdo que uma empresa ofereceu. E, em troca, ela se dispôs a ceder O principal responsável por atrair os leitores a um blog e fazer
informações pessoais (como nome, e-mail, telefone, etc.), em troca com que eles voltem é, com certeza, o conteúdo. Por meio das pos-
desse conteúdo22. tagens, os leads podem ser incentivados a assinar newsletters, co-
Se antes qualquer contato era visto como um potencial cliente, mentar, apresentar os interesses, curtir as páginas nas redes sociais
com a geração de leads esse conceito mudou. A partir dos interes- e compartilhar as publicações.
ses desse contato e das informações fornecidas, é possível focar os Além disso, elas podem ser direcionadas para landing pages,
esforços e recursos da equipe de vendas em pessoas que realmente com ofertas de materiais ricos, onde um visitante do blog poderá
podem se tornar clientes, ou seja, gerar leads é o mesmo que gerar virar um lead. Uma boa prática para gerar leads com os artigos do
contatos interessados, que serão classificados de acordo com o po- seu blog é adicionar CTAs (Callto Action, ou Chamada Para a Ação,
tencial que eles têm de se tornarem consumidores. em português) ao final de cada post.
Diversos canais digitais podem ser utilizados para gerar leads, Eles irão instigar o leitor a realizar uma ação, como fazer do-
desde redes sociais até softwares mais complexos de automação wnload de um ebook ou conferir uma promoção que se está rea-
de marketing. Em qualquer um, a geração de leads tem como base lizando.
a utilização de informações disponíveis sobre o comportamento e
perfil demográfico dos usuários. → Site corporativo
Já estando educado o lead, precisa-se apenas de algumas in-
Importância da geração de leads formações necessárias para fazer a decisão de compra. O site é o
O processo de compra tem se transformado, e os profissionais lugar ideal para divulgar informações que precisam ser facilmente
de marketing precisam achar novos caminhos para estabelecer uma encontradas.
comunicação com o público em meio a tantas informações. Ao in-
vés de se ir de encontro aos consumidores somente com publicida- Como gerar leads com um site corporativo
de de massa, veiculadas em mídias como o rádio, TV e banners em Um site e um blog são como cartões de visita. Por isso, é muito
grandes sites, gerar leads faz o processo inverso, ou seja, faz com importante assegurar que a experiência do usuário será a melhor
que as pessoas se sintam atraídas pela marca específica. possível e que todas as informações relevantes são de fácil acesso.
Assim, empresa e consumidor aprendem a construir, continua- Algumas informações indispensáveis que deve se ter em um
mente, um relacionamento. Essa relação faz com que cada marca se site são:
estabeleça não como mais uma no mercado, mas como uma autori- Contato;
dade e, consequentemente, um referencial. Redes sociais;
Outra vantagem da geração de leads é a previsibilidade, pois Informações institucionais;
leads não surgem do nada. Canais como redes sociais e softwares Descrição de serviços e produtos;
de automação de marketing, utilizados para geração de leads, per- Promoções ou ofertas.
mitem que os resultados da estratégia sejam mensurados, e que o
retorno dos investimentos seja avaliado, para ser aplicado da me- → Redes sociais
lhor maneira possível. As redes sociais podem não ser o principal meio onde ocorre
Por fim, atração de leads é resultado do interesse do usuário, a geração de leads, mas muitas oportunidades de negócios podem
pois não se invadiu o espaço dele, ou o abordou de maneira intrusi- ser geradas dentro delas. Elas também podem ser a origem de uma
va, o que tem incomodado muitos consumidores atuais. Por isso, a longa relação entre consumidor e empresa.
relação passa a ser de empatia, e não de intolerância. Ideais para promover o negócio e conectá-lo aos consumidores
de uma forma mais personalizada, as mídias sociais se tornaram
muito mais do que plataformas para pessoas que desejam se en-
contrar e comunicar. A abundância de informações, a habilidade de
alcançar o máximo de pessoas e a facilidade de gerar engajamento
22 https://www.academia.edu/38646426

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em torno de produtos e serviços são apenas alguns dos fatores que Esta estratégia faz sentido quando as empresas desejam cons-
tornam as mídias sociais um terreno tão fértil para a geração de truir autoridade, gerar tráfego orgânico e atingir mais pessoas. Isto
leads. porque, em estratégias de co-marketing, se acessam novos poten-
ciais clientes, que não tinham contato com a marca.
Como gerar leads através das redes sociais A parceria pode acontecer a através de um conteúdo rico
Para se potencializar a geração de leads deve-se aprender a (ebook, por exemplo) elaborado e divulgado pelas duas partes, ou
aproveitar o melhor dessas ferramentas elencadas abaixo: mesmo um artigo de blog escrito por uma empresa e publicado no
Definir a persona; blog da empresa parceira. Através do co-marketing, se poderá atin-
Descobrir as redes sociais ideais para a persona; gir a base de contatos do parceiro e gerar novas leads a partir desse
Explorar o potencial de cada rede social; contato.
Gerar conteúdo rico para as personas; A melhor maneira para gerar leads com essa estratégia é por
Divulgar os conteúdos do blog nas redes sociais. meio da criação e divulgação de um material rico em conjunto, pois
já se receberá os dados de contatos do parceiro, que podem se tor-
→ Mídias pagas nar potenciais clientes. No entanto, a troca de artigos de blog tam-
bém pode ser um ótimo começo para se tornar conhecido por essa
Muitas redes sociais possuem ferramentas de anúncios direcio-
nova audiência, levar novos visitantes para o site, encantá-los com
nados. Em sites como o Facebook, por exemplo, o anunciante pode
o conteúdo e consequentemente gerar leads.
criar um post patrocinado e segmentado.
Formas alternativas de geração de leads
Com isso, as campanhas de geração de leads podem ter um impac-
to maior nos resultados. Se houver interesse em se investir em mídias
→ Gamificação
pagas para aumentar o alcance, também pode se considerar o AdSense.
Pensando em como seria divertido gerar leads através de
Nesse caso, o anúncio é divulgado em vários sites de acordo
conteúdos interativos e divertidos, profissionais de diversas áreas
com o histórico na web de cada usuário.
buscaram na indústria dos jogos uma inspiração para envolver os
públicos em suas ações. A gamificação é uma estratégia de intera-
Como investir em mídias pagas pode aumentar a geração de
ção entre empresas e pessoas que se baseia no oferecimento de
leads
incentivos capazes de estimular o engajamento do público com as
Deve-se investir em mídia paga quando se deseja impactar os
marcas de uma forma lúdica.
canais e lugares onde o público está. A disputa por atenção orgânica
é muito alta, e uma boa forma de se destacar nessa situação é atra-
→ Pesquisas
vés de anúncios pagos.
Além de ser uma forma inovadora para a geração de leads,
Na hora de escolher em que investir, a melhor opção será sem-
pesquisas de mercado também trazem autoridade para uma marca.
pre aquela que gera melhores resultados com menores custos. E
Isto porque se está ajudando todo o mercado a entender as tendên-
os melhores resultados dependem tanto dos objetivos quanto da
cias e projeções da área.
persona a ser alcançada.
O uso de AdSense, por exemplo, pode ter o alcance limitado
→ Ferramentas
caso a empresa lide com pessoas com maior conhecimento técnico,
Criar uma ferramenta não é um processo fácil, pois geralmente
uma vez que esse tipo de persona costuma investir em bloqueado-
envolve processos técnicos e trabalhosos. Porém, ela é uma exce-
res de anúncios na web. No entanto, os investimentos do Google na
lente forma de geração de leads.
plataforma de anúncios fizeram dela uma das ferramentas de maior
Deve-se oferecer algo que seja prático para o público através
sucesso para quem pretende divulgar campanhas e ofertas em um
do levantamento de problemas e questões enfrentados por ele.
grande número de páginas simultaneamente.
Sites como o Twitter e o Facebook possuem modelos de anúncios
→ Programas de indicação
mais direcionados e que podem ter um engajamento direto com os con-
Clientes felizes são um recurso poderoso para a reputação de
sumidores. Ao patrocinar um post, a empresa poderá definir a sua seg-
uma empresa. Deve-se criar programas de incentivo às indicações,
mentação por meio de fatores como faixa etária e renda média.
oferecendo descontos, produtos exclusivos e bônus.
Assim, o crescimento da empresa em meios digitais será am-
Providenciar links de referência para que os consumidores pos-
pliado com a divulgação mais precisa de conteúdos e campanhas
sam engajar mais pessoas através das redes sociais.
voltadas para a web. Quanto mais alcance esses conteúdos possuí-
rem, maior a visibilidade da respectiva empresa e, consequente-
→ Promoções
mente, as oportunidades de geração de leads.
Para conquistar leads, é importante enviar conteúdos apropria-
dos para as demandas que elas têm. Afinal, o objetivo é ser útil para
→ Co-marketing
os futuros clientes.
Criar parcerias com segmentos complementares ao negócio e
Deve-se usar títulos bem criativos, indo além das soluções tra-
incentivar uma rede de divulgadores de links pode ser um passo
dicionais. Promoções, por exemplo, são eficientes para atrair mais
eficiente para o Link Building, ou seja, o conjunto de técnicas de SEO
pessoas.
que buscam conseguir links de outros sites. Estas ações aumentam
Enquanto novos clientes usufruem de códigos de desconto ou
a autoridade da marca, melhoram o posicionamento nas pesquisas
sorteios, clientes fiéis podem ganhar algumas regalias, como acesso
e direcionam maior tráfego para os artigos do blog.
exclusivo a lançamentos, brindes, amostras de produtos e acesso a
eventos promocionais.
Como gerar leads utilizando co-marketing
O co-marketing é uma maneira de fazer marketing de forma
— Técnica de copywriting
compartilhada. Isto ocorre quando duas empresas têm semelhan-
A forma como se escreve um texto pode influenciar o leitor, es-
tes personas e alinham seus interesses e esforços para impactar o
timulando a compra de um produto. Isso é possível de acordo com
potencial cliente de uma maneira a gerar benefícios para as duas
uma técnica chamada “Copywriting”23.
empresas envolvidas.
23 https://pocketbook4you.com/pt/read/copywriting

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As técnicas de copywriting consistem em criar conteúdos em O Modelo AIDA
formas de “textos persuasivos” que podem fazer diferença na estra- O modelo AIDA é considerado um dos maiores fundamentos de
tégia de marketing e convencer os leitores a adquirirem um produto propaganda e marketing, que descreve as etapas para se conseguir
ou serviço. A escrita é uma arte milenar e sempre foi usada para atrair o cliente e convertê-lo para a venda. Essas etapas são:
diversos fins, e um desses fins é a publicidade. Atenção: é onde o cliente vai conhecer a marca e saber que
O termo copywriting surgiu como redação publicitária, mas ela existe. Isso é feito geralmente por meio de publicidade, onde o
veio se atualizando e, atualmente, com o advento da internet e do objetivo é conquistar o interesse desse cliente;
marketing digital, tornou-se essencial com o objetivo de oferecer Interesse: o cliente passa a se interessar pela marca e conhecer
um conteúdo para o cliente e conversar com ele, com o intuito de mais sobre ela, entendendo seus benefícios e como ela pode resol-
convidá-lo para a ação, conduzindo-o para uma tomada de deci- ver seus problemas;
são. Ao se elaborar um texto bem estruturado poderá se conseguir Desejo: conhecendo os detalhes da sua marca, o consumidor
atrair clientes para comprar produtos. passa a desejar o produto, ou seja, se conseguiu provocar a curiosi-
Porém, antes de se começar a escrever o texto, existem algu- dade do cliente e instigá-lo a comprar o produto;
mas premissas que irão fornecer o embasamento e as informações Ação: chegado à etapa final, é neste ponto que o cliente toma
necessárias para dar o pontapé inicial no argumento de vendas. Ve- a decisão e realiza a compra do produto.
jamos:
Além das premissas e a estrutura do texto, faz-se necessário
→ Contexto entender alguns elementos que o formam, como título e call-to-ac-
Sempre ao se escrever um texto, é preciso que se entenda o tion. Vejamos:
contexto no qual o assunto se insere, qual público irá se interessar
por isso, as necessidades, preferências e qual produto pode ajudá- → Título
-los a resolver esse problema. O título, ou headline, é a primeira conexão que se terá com os
Assim, o texto será redigido, levando em consideração todas as leitores, por isso, causar uma boa impressão é essencial. Para que
características desse contexto, tornando mais fácil a identificação se faça um excelente título, utiliza-se a fórmula dos 4 U’s:
do leitor com o assunto tratado.
Urgente
→ Solução Um título urgente mostra para os leitores que existem questões
O objetivo do copywriting é guiar o leitor rumo a uma tomada reais a serem observadas e que demandam urgência na resolução;
de decisão e escolher a solução para o problema abordado.
Único
→ Gancho Quando um cliente tem a sensação de que está vendo algo to-
No copywriting se tem um curto espaço para convencer o talmente novo e que não existe em outros lugares ele com certeza
consumidor a ler o texto completo, ou seja, é preciso que haja um se sentirá interessado pelo produto;
gancho bem elaborado por meio de um título ou subtítulo que vai
capturar as pessoas, e fazer com que elas fiquem querendo saber a Útil
resposta para o este gancho. Antes de ser único ou urgente, o título precisa ser útil. Afinal,
se o título não for útil, ele não vai agregar para o leitor, assim, se
→ Promessa deve atrair o leitor mostrando que aquilo que ele lerá realmente
Tendo o leitor já sido “fisgado”, a tarefa agora é de mantê-lo, terá algum impacto na vida dele;
por isso a promessa é tão importante. A promessa é um compro-
misso que se vai estabelecer com o leitor. Ultra específico
Em outras palavras, é preciso que se mostre para o consumidor Quanto mais específico é um conteúdo, mais útil ele é. E quan-
que o texto vai oferecer alguma resposta para ele, que está atrela- to mais útil, mais atraente ele se torna.
da ao questionamento feito no gancho. Ao fazer essa promessa, se Pode-se ser mais específico fornecendo mais detalhes para os
demonstra segurança de que a pergunta será respondida e cabe ao leitores, por exemplo, mostrando números que trarão dados reais,
escritor entregar, no decorrer do texto, o que foi prometido. detalhados e específicos sobre determinado assunto.

→ Persona → Call-to-action ou Chamada para Ação


Para um texto eficaz, é crucial saber quem é o leitor, ou seja, sa- Um convite ao leitor, uma chamada para ação ou, como é nor-
ber quem é o cliente, quais suas necessidades e principais caracte- malmente chamado, call-to-action (CTA), tem como principal obje-
rísticas. A persona é a representação do cliente e ajuda a identificar tivo, fazer o leitor tomar uma decisão. Um call-to-action poderoso é
o perfil das pessoas que interagem com o negócio. formado pelos seguintes tópicos:
Contexto: o CTA deve estar incluído no contexto do copywri-
→ Emoção ting;
Um copywriting sem emoção tem grandes chances de falhar. Especificidade: ser específico pode ajudar a despertar o inte-
Deve-se utilizar algumas emoções que podemos sentir e que po- resse do leitor;
dem ser usadas para tornar o texto ainda melhor, por exemplo, rai- Verbos: utilizar verbos no imperativo (exemplo: clique no link)
va, admiração, excitação, simpatia, triunfo, nostalgia, entre outras. ou no infinitivo (exemplo: clicar no link), para induzir e estimular o
leitor a realizar a ação;
→ Estrutura Escassez: a escassez pode ser um bom recurso a ser utilizado
Com a estrutura correta e utilizando as melhores palavras no para dar senso de urgência ao cliente e fazê-lo realizar a ação.
texto, as chances de conversão serão altíssimas. Existem ainda algumas Técnicas Simples e Eficazes ou Overview,
utilizadas no texto, que apesar de aparentarem serem simples, são
táticas que trazem grande retorno. Vejamos:

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O Uso do “Você” — Inbound marketing
No contexto do copywriting, conexão é essencial. E na língua O termo Inbound Marketing significa marketing de atração, e
portuguesa, uma das melhores formas de fazer isso é através de um consiste em um conjunto de estratégias que visa atrair voluntaria-
pronome pessoal de tratamento: “você”. mente os consumidores para o site de uma empresa. Ao contrário
Quando se utiliza esse termo, se consegue criar essa conexão do marketing tradicional, baseia-se no relacionamento com o con-
com o leitor e fazer com que a mensagem seja melhor entendida sumidor em vez de propagandas e interrupções25.
por ele. A principal diferença entre o marketing tradicional, também
chamado de Outbound Marketing, e o Inbound é que, no segundo,
Storytelling quem procura a empresa é o cliente e não o contrário. Assim, são
Storytelling é uma forma de arte muito antiga e uma valiosa realizadas ações com o objetivo de atrair o potencial cliente para
forma de expressão humana usada de diversas maneiras, que signi- um blog ou site e, a partir dessa atração, é feito todo um trabalho
fica contar histórias. Pessoas são movidas e conquistadas por histó- de relacionamento com essa pessoa.
rias bem contadas, principalmente aquelas que despertam gatilhos Esse relacionamento é desempenhado por meio de conteúdo
mentais nas pessoas. personalizado e autoral. Esse conteúdo é uma forma de educar a
Grandes marcas fazem uso desse artifício, como a Coca-Cola, audiência e potenciais clientes sobre o segmento de sua empresa,
por exemplo. transformar a empresa em referência em determinado assunto re-
lacionado a seu mercado e influenciar na decisão de compra de fu-
— Gatilhos mentais turos clientes.
Gatilhos mentais são os estímulos que o cérebro humano re- Muitas pessoas acreditam que Inbound Marketing e Marke-
cebe para a tomada de decisão. Quando se trabalha com vendas, é ting Digital são sinônimos, mas isso não é verdade, pois também é
essencial ter consciência desses gatilhos e entender quais e de que possível fazer Outbound Marketing nos meios digitais. Contudo, o
forma podem ser usados nos momentos-chave da negociação24. Inbound Marketing utiliza-se das ferramentas de Marketing Digital
Tomar decisões exige muito esforço, mesmo que não se perce- (site, blog, mídias sociais, mecanismos de busca etc.) para colocar
ba. Por causa disso, a mente adota “atalhos” na hora de fazer algu- em prática as estratégias, e por isso os dois conceitos estão intima-
mas escolhas. Esses atalhos são chamados heurísticas, e envolvem mente relacionados.
o focar em apenas um aspecto de um problema complexo, ignoran- Uma vez que o processo de compra está mudando cada vez
do todos os outros. mais, o Inbound Marketing é uma estratégia cada vez mais impor-
As heurísticas interferem diretamente na tomada de decisão. tante para atrair, converter e fidelizar clientes, sendo que reverte
Os gatilhos mentais são implicações que ativam as heurísticas. É a lógica de as empresas irem atrás dos clientes, e faz com que os
como se, em determinado momento de uma negociação, se ativas- clientes procurem as empresas.
se o pensamento rápido no interlocutor ao implicar algo. Em um contexto de Marketing Digital, onde as pessoas têm o po-
Abaixo seguem alguns exemplos de gatilhos mentais: der de buscar e encontrar as informações que precisam, o Inbound
Marketing está cada vez mais presente no Marketing Digital. Afinal,
não basta reproduzir o modelo de marketing tradicional nos meios on-
Escassez e Urgência
line; é preciso repensar a maneira como o cliente consome na internet.
Gatilho utilizado quando houver necessidade de acelerar uma
Sendo o principal objetivo do Inbound Marketing, a atração
negociação e gerar urgência. Exemplos: “Eu tenho disponível o
e fidelização de possíveis clientes para a empresa, é necessário se
meu melhor consultor técnico para uma reunião amanhã; depois,
utilizar uma metodologia que é o diferencial do Inbound. A seguir,
só daqui a duas semanas”; “Eu tenho apenas duas máquinas desse
serão explicados os passos desta metodologia:
modelo no meu estoque, e tenho pelo menos 3 empresas interes-
sadas”; → Atrair
O pilar inicial do Inbound Marketing é a atração, afinal, um site
Autoridade sem visitas não gera Leads. Sem os Leads não há vendas e, por con-
Gatilho utilizado no início de uma abordagem ou da jornada do sequência, perde-se toda a razão para se trabalhar com essa estra-
cliente. Exemplos: “Nós promovemos um aumento de 3x no fatura- tégia.
mento da empresa X com nosso método”; “Você está familiarizado Assim, em vez de procurar pessoas que poderiam ter interesse
com o conceito de growth hacking? Na empresa Y nós somos auto- em determinado negócio/mercado, a empresa foca na construção
ridade nesse assunto. Temos 10 publicações tratando do assunto; de algo digno de legítima atenção, e assim atrai pessoas que por es-
pontânea vontade se interessaram pelo assunto. O resultado disso
Prova Social é um público muito mais engajado e propenso a realmente consu-
Gatilho utilizado no início de uma abordagem ou da jornada mir o produto.
do cliente. Exemplos: “Hoje contamos com 189 clientes do seu seg- Existem muitas formas de fazer isso, como por exemplo: produ-
mento, todos colhendo ótimos resultados”; “Temos 1.950 usuários zir conteúdo em blogs, otimizar esse conteúdo para os mecanismos
ativos na nossa base atualmente”; de busca (o chamado SEO ou Search Engine Optimization), fazer
anúncios pagos desse conteúdo (links patrocinados) e divulgar esse
Ancoragem e Ajustamento conteúdo em redes sociais.
Gatilho utilizado em negociações e apresentações de proposta.
Exemplos: “Eu tenho 3 opções de contratação para esse serviço. → Converter
Uma no valor de R$ 2.500, e outras duas nos valores de R$ 2.000 e Em seguida, na etapa da conversão, os visitantes precisam vi-
R$ 1.000”; “Estamos com uma promoção com 50% de desconto. O rar Leads para poderem avançar no processo de compra. Quando
valor passa de 2.000 para apenas 1.000”. se fala em conversão, refere-se à ação do usuário de passar suas
informações em troca de uma recompensa ou benefício, como uma
oferta de um material.
24 https://www.exactsales.com.br/academia-exact-blog/gatilhos-mentais-nas- 25 https://s3.amazonaws.com/rd-marketing-objects/ebook_guia-definitivo-
-vendas -marketing-digital/guia-definitivo-marketing-digital.pdf

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É por isso que não se deve apenas atrair visitantes para um As métricas devem ser “descascadas” como uma cebola, do
site, mas criar oportunidades de convertê-lo em Leads. Uma das mais geral (e estratégico) até a contribuição mais específica de cada
principais formas é oferecer conteúdos em Landing Pages, ou seja, detalhe (operacional). É possível monitorar cada ação que ocorre
páginas que são voltadas para a conversão. nas interações do público com os sites, posts e campanhas, o que
Geralmente, essas páginas não possuem muito mais do que torna o trabalho mais inteligente.
uma explicação do que é o material ofertado e as vantagens de ob- Além disso, todo o processo pode ser otimizado detectando-se
tê-lo, e o formulário que o visitante deve preencher para se tornar as taxas que estão abaixo do esperado para direcionar os esforços
um Lead. Entre as ofertas que se pode gerar para obter Leads, estão do time de marketing. Felizmente, toda essa capacidade analítica
as ofertas diretas (aquelas que estão mais diretamente voltadas à do marketing é amplamente suportada por algumas ferramentas
compra, como pedidos de orçamento, demonstração de software, disponíveis no mercado, como Web Analytics (sendo a mais conhe-
teste gratuito, entre outras); e as indiretas (geralmente focadas em cida e utilizada o Google Analytics) e softwares de gestão, relaciona-
estágios menos avançados da jornada de compra, ou seja, possuem mento e monitoramento de Leads, como o RD Station.
o objetivo de educar e resolver problemas específicos dos Leads.
Alguns formatos comuns de ofertas são eBooks, webinars, fer-
ramentas, etc.).
ÉTICA E CONDUTA PROFISSIONAL EM VENDAS
→ Relacionar
Pesquisas demonstram que nem todos os Leads gerados já es- Ética
tão prontos para comprar. Por isso, é preciso continuar educando o Ética é uma palavra de origem grega “ethos”, que significa ca-
Lead até que ele esteja pronto para a compra. ráter. A ética é a ciência que busca estudar a melhor forma de con-
É aí que entra a etapa de relacionamento no Inbound Marke- vívio humano. No convívio social se faz necessário a obediência de
ting: através de algumas estratégias, identificam-se os estágios em certas normas que visam impedir conflitos e promover a paz social,
que se encontram os Leads e se faz com que eles avancem na jorna- essas são as normas éticas.
da, ou seja, será acelerado o processo de compra. Toda sociedade possui preceitos éticos e esses baseiam-se nos
Uma das principais formas de se relacionar com os Leads é o valores e princípios dessa mesma sociedade e influenciam a forma-
E-mail Marketing. É por meio dele que se continua oferecendo con- ção do caráter individual do ser humano que nessa convive.
teúdo cada vez mais avançado para o Lead, até que perceba que ele Tem-se como valores éticos aqueles sobre os quais o homem
está maduro o suficiente para a compra. exerceu atividade intelectual. Ao estabelecer juízo de valores sobre
Mas para fazer com que o relacionamento ocorra de forma di- determinadas situações ou coisas o homem está atribuindo a esses
nâmica e não “esfrie”, é necessário automatizar o processo. Dessa conceitos morais.
forma, se vai nutrindo os Leads com conteúdo de forma automáti-
ca, sem precisar enviar e-mails de forma manual. Ética Profissional
Isso faz com que o processo ocorra mais rapidamente, aumen- A Ética profissional nada mais é do que proceder bem, correto,
tando as vendas, melhorando a retenção de clientes e diminuindo justo, agir direito, sem prejudicar os outros, é estar tranquilo com a
os custos de aquisição. consciência pessoal dentro do ambiente de trabalho. É também agir
de acordo com os valores morais de uma determinada sociedade.
→ Vender A maioria das profissões possuem seu próprio Código de Éti-
No final das contas, todo o trabalho de geração e relaciona- ca. Todos os códigos de ética profissionais, trazem em seu texto a
mento com os Leads tem como objetivo gerar oportunidades de ne- maioria dos seguintes princípios: honestidade no trabalho, lealdade
gócio para a uma empresa. Em alguns casos, o processo de vendas na empresa, alto nível de rendimento, respeito à dignidade huma-
acontece dentro do próprio website. na, segredo profissional, observação das normas administrativas da
Em outros, é necessário o contato entre um vendedor e o po- empresa e muitos outros.
tencial cliente. De maneira geral, quanto mais complexo o produto Agir corretamente hoje não é só uma questão de consciência.
(maior o seu ticket), mais o processo de vendas tem de ser algo É um dos quesitos fundamentais para quem quer ter uma carreira
consultivo, concluindo o papel da nutrição de Leads de concretizar longa e respeitada.
a venda. Em escolhas aparentemente simples, muitas carreiras brilhan-
Essa mudança de paradigmas, em que o Lead agora percorre tes podem ser jogadas fora. Atualmente, mais do que nunca, a ati-
parte da jornada de compra antes de entrar em contato com o ven- tude dos profissionais em relação às questões éticas pode ser a di-
dedor, traz diversas implicações que estão transformando o mundo ferença entre o seu sucesso e o seu fracasso.
das vendas. Entre elas, pode-se citar: Lead Scoring (pontuação au- Ter um comportamento ético profissional é uma característica
tomática de Leads com base em perfis e interesses); Inbound Sales fundamental, valorize a ética na sua vida e no ambiente de trabalho.
(vendas realizadas de dentro da própria empresa, uma vez que os
vendedores utilizam tecnologias que dispensam o trabalho in loco, Ética e Conduta Profissional em Vendas
o que reduz custos e dinamiza o processo); e CRM (em inglês, Cus- Frequentemente dilemas éticos se apresentam no cotidiano da
tomer Relationship Manager, ou seja, softwares que são capazes tomada de decisões. Quando se trata da prestação de serviços, é
de organizar, metrificar e guardar histórico de todas as negociações bom lembrar que os recursos humanos são fundamentais, pois do
feitas pelo vendedor, auxiliando no processo de venda). comprometimento das pessoas depende o sucesso do negócio26.
As próprias características dos serviços: a intangibilidade, a he-
→ Analisar terogeneidade e a inseparabilidade, abrem espaço para que opor-
Por fim, entra-se na etapa de análise, que é extremamente im- tunidades antiéticas se manifestem colocando em prova o discerni-
portante para o Inbound Marketing, já que permite avaliar quais mento dos profissionais deste setor. A intangibilidade diz respeito
estratégias estão funcionando e quais não estão e comprovar ou ao fato de o consumidor não poder ver nem tocar o serviço.
não o retorno dos investimentos, tudo sendo confirmado com base
em dados.
26 http://redeetec.mec.gov.br/images/stories/pdf/proeja/etica_rel_interp.pdf

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Isso dificulta sua avaliação sobre a qualidade do serviço entre- • Prestação do serviço fora do ambiente físico com o qual pro-
gue, pois não consegue vê-lo, senti-lo, nem tocá-lo, portanto fica fissionais mantêm vínculo
difícil comparar o prometido com o entregue. A heterogeneidade Utilizaremos a seguinte situação como exemplo: Alguém leva
acontece porque diferentes pessoas estão envolvidas no atendi- seu computador para consertar em uma empresa especializada,
mento aos consumidores e, portanto, oferecendo serviços de ma- onde o técnico que fez o orçamento do equipamento se oferece
neiras diferentes apesar do treinamento e do controle de qualidade. para fazer o serviço após o expediente, em sua residência, cobran-
Assim, cada uma destas pessoas vai oferecer o serviço de acor- do menos do que se fizesse pela empresa.
do com sua percepção sobre ele, considerando seus hábitos, sua Inicialmente, acredita-se que se beneficiará, pois pagará me-
cultura, a educação que trouxe da família, muito embora a empresa nos. Porém, quando o técnico chega à sua casa, ele encontra outros
ofereça treinamento buscando a padronização. A inseparabilidade problemas no computador, sugere troca de novas peças e novas
é a característica que indica a conexão entre o consumidor e o ser- configurações.
viço cuja prestação ele presencia. Em pouco tempo, a pessoa precisa chamá-lo novamente. Em
Observe que isso não ocorre com um produto, pois não se as- geral, as empresas prestadoras de serviço têm um acordo ético com
siste à fabricação do produto que consome, mas se vê a prestação seus funcionários para que isto não ocorra;
do serviço que adquiriu: o conserto do carro, a manutenção do
computador, o corte de cabelo, etc. • Variabilidade do desempenho
A participação das pessoas que prestam serviços bem como do
Condutas antiéticas em serviços próprio consumidor, fazem com que seja difícil sua a padronização
As características de serviços criam oportunidades para a con- e o controle de qualidade. Por exemplo, em uma mesma oficina
duta antiética das pessoas que trabalham neste setor. Abaixo se- mecânica encontram-se profissionais com a mesma formação, ex-
guem algumas fontes que originam esta conduta antiética: periência e treinamento, mas que executam o mesmo serviço de
diferentes maneiras e com disposição diferente;
• Reduzido número de atributos para que o consumidor ana-
lise • Recompensas oferecidas aos funcionários com base no re-
Num primeiro momento, os consumidores tomam a decisão sultado e não na qualidade
de compra com base nas opiniões de pessoas de sua confiança ou Como exemplo, uma empresa de TV a cabo oferece bônus aos
nas informações do vendedor. Quando se trata da ética na venda funcionários que atenderem maior número de chamados corre
pessoal, aborda-se exatamente este tema, já que o vendedor é a o risco de perder a qualidade do serviço prestado, pois os profis-
pessoa em quem o consumidor deseja confiar para decidir pela sionais vão preferir atender rapidamente um consumidor para ter
compra; tempo de visitar outra residência. O nível de qualidade cai e, conse-
quentemente a satisfação do cliente também.
• Especialização dos serviços
Quando se procura um advogado, médico, dentista ou outros • Necessidade da participação do consumidor no serviço pres-
prestadores de serviços liberais, se acredita naquilo que eles pro- tado
fissionais dizem. Assim, antes de fazer a escolha por este ou aque- Imagine que uma pessoa está indo comprar um computador.
le profissional, buscam-se informações com pessoas de confiança Para escolher o melhor equipamento, ela depende das orientações
do vendedor.
para se certificar da idoneidade e credibilidade além da competên-
Além disso, é preciso que ele a ensine a utilizar os benefícios
cia profissional;
que este equipamento oferece. A pessoa vai para casa, mas tem
dúvidas e telefona.
• Tempo decorrido entre o serviço prestado e a avaliação do
De maneira nenhuma o vendedor pode acreditar que uma vez
consumidor
entregue o computador, a venda está concluída, pois ele depende
Imagine a seguinte situação: uma pessoa vai até a sua agência
das boas referências do cliente atendido para que efetue outras
bancária e pede para seu gerente uma orientação sobre um inves- vendas. Por outro lado, como o vendedor pode controlar a habilida-
timento mensal que complemente sua aposentadoria. Ela só vai sa- de do consumidor em lidar com um computador?
ber se o conselho do respectivo gerente foi bom quando utilizar o Algumas pessoas têm mais facilidade, aprendem mais rápido.
rendimento do investimento e não antes disso; Outras, precisam de mais dedicação e, neste caso, há mais proba-
bilidades de haver descontentamento se o vendedor não for muito
• Falta de padronização no desempenho da prestação de ser- paciente.
viços
Imagine esta situação: uma mulher vai ao salão de beleza e
a pessoa com quem habitualmente corta seu cabelo não trabalha
mais lá. Contudo, um outro profissional é muito bem recomenda- PADRÕES DE QUALIDADE NO ATENDIMENTO AOS
do e ela decide arriscar, tendo como resultado, um corte de cabelo CLIENTES
desastroso.
O que ela faz: corta mais ainda o cabelo? Usa um chapéu? Veja Quando se trabalha com pessoas, é preciso ter em mente al-
que um profissional oferece o mesmo serviço de maneira diferente guns comportamentos e requisitos importantes não apenas para
de outro. comunicar uma mensagem ao seu público, mas também para me-
A falta de padrão implica um risco, portanto, a busca de infor- diar, facilitar, agilizar e impactar positivamente a forma como este
mações é imprescindível antes escolha do profissional; recebe a mensagem através de seu emissor.
Muitos fatores impactam a vida de pessoas no atendimento ao
ciente, as experiências ruins podem perpetuar a má reputação de
uma corporação, mas um bom atendimento atrai e encanta, facili-
tando relacionamentos e auxiliando todo e qualquer empreendi-
mento.

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Todo tipo de interação deve ser pensada e devidamente estu- do do ambiente, gírias e expressões mais informais não cabem, em
dada, antes mesmo de iniciar um primeiro contato com o público, outros, porém, um linguajar mais informal aproxima o indivíduo de
pois pequenos detalhes fazem a diferença, desde a forma como o seu público.
colaborador se porta, sua aparência física, sua dicção e comunica- De todo modo, apresentar-se tem a ver com mais do que ape-
ção não-verbal até a sua atenção e cortesia, a objetividade de sua nas o “olá” inicial. Vai além do aperto de mão, que deve ser firme e
mensagem e a empatia para com o outro. confiante. Vai além do sorriso e de uma boa aparência. Diz respeito
a importar-se com o outro a ponto de ser sua melhor versão e es-
Comunicabilidade tar em seu melhor estado. Um outro fator de extrema importância
Comunicamos mensagens todos os dias, a todo momento aos é a pontualidade, ao chegar com antecedência, você se apresenta
que estão ao redor. Seja através das expressões faciais, dos gestos, como um indivíduo comprometido e sério que se importa com o
de palavras ou de sons. Estas mensagens podem ser emitidas e tempo disponibilizado pelo outro para ouvi-lo.
transmitidas de maneira intencional ou não-intencional, pois é algo
que realizamos naturalmente todos os dias. Pense da seguinte for- Atenção
ma: se alguém está de testa franzida e sobrancelhas arqueadas, de Ser atento está ligado a ter olhos para os detalhes e ter ouvidos
expressão séria e áspera, a mensagem que o indivíduo transmite, abertos para o outro. Prestar atenção no que o outro diz, oferecer
ainda que de forma não verbal, assemelha-se às emoções as quais ajuda, observar a forma como o público se comunica ou reage dian-
correlacionamos àquela expressão facial, raiva, tristeza, preocupa- te do que você propõe é primordial para estabelecer relação e até
ção, entre outras do mesmo gênero. Por outro lado, estamos o tem- relacionamento com ele. Um atendente sempre fica em evidencia e
po todo expressando e comunicando mensagens verbais àqueles os olhos ou ouvidos se voltam para ele quase que completamente
com quem convivemos de forma natural e cotidiana. durante seu trabalho. Sendo assim, olhar nos olhos e demonstrar
A comunicabilidade, porém, diz respeito a uma qualidade co- interesse no público, colocando-se em seu lugar e fazendo com que
municável, à facilidade de se expressar e transmitir uma mensagem ele perceba que ele está sendo compreendido, são técnicas que
clara, a fim de que o receptor dela a compreenda. Pode ser entendi- ajudam o próprio colaborador ou atendente a identificar o que seu
do como uma otimização do ato de comunicar em que a mensagem público espera, deseja, sente e se ele está ou não aberto ao que se
em questão é realizada de maneira eficaz, correta e rápida.
está comunicando.
A forma como as palavras são dispostas em uma frase, a ento-
Uma boa comunicação é feita quando emissor e receptor da
nação usada, a dicção, a pronúncia das palavras e até o pouco co-
mensagem invertem papéis em diversos momentos, tomando um
nhecimento de um idioma podem prejudicar a formulação de uma
o lugar do outro diante da prática comunicativa. No entanto, duran-
mensagem, que dirá a compreensão desta uma vez que é comuni-
te o atendimento ao público, é possível que uma parte seja muito
cada ao público. Um claro exemplo disto é a comunicação entre um
mais ativa que a outra neste processo. É, porém dever do atendente
falante básico ou intermediário de espanhol ou inglês em relação à
mediar esta situação e tomar posição de falante ativo, quando ne-
um falante nativo; é provável que o primeiro vá encontrar dificulda-
cessário, mas recuando para ser um bom ouvinte das necessidades
de de se comunicar com o segundo não apenas por não dominar a
do cliente, em outros momentos, a fim de ser um bom solucionador
língua, mas por não saber como transmitir a mensagem adequada-
de problemas. Estar atento ao andamento da conversa é de suma
mente. O mesmo acontece com o próprio português quando não
importância.
usado de maneira adequada.
Seja na comunicação oral (fala), na comunicação escrita (tex-
Cortesia
tos, e-mails, chats) ou em termos de comunicação acessível (comu-
A cortesia é um atributo de todo homem ou mulher civiliza-
nicação adequada para surdos, mudos, deficientes etc), a efetiva
do. E quanto ao termo civilizado, este não se propõe aqui como
comunicabilidade de uma mensagem estabelece laços com o públi-
um contraponto ao selvagem, pois até mesmo animais selvagens
co, o qual se importa com transparência e veracidade das informa-
sabem agir de forma cortês, mas sim à ideia da educação não es-
ções, bem como a clareza e concisão do que recebe.
colar, ligada aos bons modos e à forma de se portar. A polidez no
trato, nas palavras e na maneira de pronunciar palavras e opiniões,
Apresentação
a amabilidade e a compreensão são adjetivos que qualificam um
Antes mesmo de apresentar-se diante do público, o indivíduo
excelente profissional.
deve se preparar. Uma presença marcante pode ter impactos ex- Atender o público não é fácil; ouvem-se mil e uma histórias de
tremamente positivos na comunicação com possíveis clientes e clientes rudes, grosseiros e hostis que fazem funcionários saírem
colaboradores. A postura física, um corpo ereto, diz muito sobre chorando diante de tamanha grosseria ou até chorando por conta
sua própria autoestima e confiança, o que influencia diretamente da pressão que pode existir neste trabalho. Deve-se, porém, ter em
na imagem da empresa a qual você representa. Uma boa aparên- mente que ainda que o outro lado, o lado do público, não se porte
cia, um bom vestuário, adequado ao tipo de público e à empresa de uma maneira adequada, o colaborador reflete a imagem da em-
em que se trabalha, bem como boa higiene pessoal (cuidados com presa e é responsável por parte de sua credibilidade. Ao ser cortês,
cabelos, barba, maquiagem, unhas, hálito etc) são imprescindíveis prestativo, educado e gentil, o indivíduo se coloca em uma posição
para causar uma boa primeira impressão. sublime que transpassa confiança capaz de rebater e constranger
O nome próprio, as credenciais e demais informações passadas emissores de grosserias e rudezas. Gentiliza gera gentileza.
pelo público são importantes, mas não passam de meras formalida-
des se não acompanhadas de cortesia, empatia e interesse mútuo. Interesse
Aprender o nome do outro, sorrir, ser simpático e cordial durante Atrelado à atenção, o interesse é expresso durante a comuni-
uma apresentação entusiasmada é valoroso e pode conquistar o cação com o público. Um dos elementos cruciais a se atentar em
público antes mesmo da mensagem principal ser veiculada, o que questão de interesse são as expressões faciais, elas demonstram
diz muito sobre a percepção humana sobre o outro. Tratar as pes- nossas emoções internas de modo involuntário e podem denunciar
soas com respeito é básico, mas pode se fazer necessário adequar uma atitude falsa ou errônea. Enquanto suas palavras dizem “claro,
à sua linguagem para não confundir ou gerar mal entendidos que você está certo, isto é super importante”, uma expressão facial ou
possam ser confundidos com ofensas ou depreciações; dependen- postura que claramente indicam descaso e desinteresse podem de-

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nunciá-lo e colocar em jogo a confiabilidade da empresa, deixando Discrição
o cliente inseguro diante de suas necessidades, fazendo inclusive Diante das informações trocadas ali entre cliente e atendente,
com que ele se questione sobre a importância do que fala ou so- deve haver respeito. Por vezes, não se deve expor todos os proce-
bre o interesse da empresa diante de seu problema, contestação ou dimentos da empresa ao cliente, pois existem processos que são
descontentamento. sigilosos, restritos aos funcionários e aos colaboradores. Do lado
O interesse demonstrado pelo cliente não deve vir apenas do público, por sua vez, também existem informações e dados dos
quando a empresa ou os colaboradores são cobertos de elogios, clientes que devem ser sigilados ou resguardados, estabelecendo
mas em momentos de críticas também. As críticas e reclamações uma relação de confiança entre empresa e cliente, sendo o aten-
são importantes para a evolução da empresa como um todo. De- dente o mediador desta relação.
monstrar verdadeiro interesse e de fato atentar-se ao público é um
desafio que vale a pena. Não basta conhecer um produto ou um Conduta
serviço para realizar um bom atendimento, mas demonstrar inte- Conduta se refere ao modo de agir, ao comportamento de um
resse no que seu público precisa e deseja. indivíduo. A maneira como o ser humano se porta, vive e age no tra-
balho deve ser adequada às normas, valores e ideias da empresa.
Presteza Se uma empresa espera que seus funcionários sejam pontuais e o
Ser proativo e prestativo ao realizar um serviço, ainda mais funcionário se atrasa para o trabalho todos os dias, sua conduta não
quando se trata de seres humanos, é uma qualidade louvável. Tem- está adequada ao que a empresa espera dele.
pos de espera muito longos em salas de bate-papo, chats, telefone- A conduta de um colaborador, de um atendente, age como o
mas ou mesmo pessoalmente podem cansar o cliente e passar uma espelho da própria empresa, pois ele carrega a imagem física real
má impressão de descaso. Servir café, chá, água, indicar e oferecer de uma marca, um nome ou um serviço, estes não possuem um rosto,
comodidades dos espaços disponíveis, como banheiros, lavadou- nem emoções, nem comportamentos, mas o funcionário sim e por isso
ros, cantinas, entre outros, podem fazer com que o cliente se sinta à ele representa a instituição em que trabalha. O cliente pode não fazer
vontade e veja a forma ativa como o atendente se preta à atende-lo. distinção entre uma má postura de um único funcionário e de toda a
empresa, o que pode manchar a sua reputação e fazer com que ela
Eficiência perca clientes diante da sua falta de credibilidade, tudo isso pois seu
Trabalhar com eficiência significa ser capaz, competente, pro- colaborador não se portou adequadamente, não agiu de maneira cor-
dutivo e conseguir bons resultados ou rendimentos de acordo com reta, com boas intenções, com ética e de forma respeitosa.
o esperado, possivelmente ultrapassando as expectativas. Para ex-
ceder no atendimento ao público é necessário ser eficiente, ser prá- Objetividade
tico na hora de comunicar e transmitir as informações, mas paciente Para a comunicação entre duas partes ser feita de forma efetiva
o suficiente a ponto de deixar o público confortável e tranquilo, sa- é preciso que ela seja clara e objetiva. Objetividade diz respeito a
bendo que está em boas mãos e pode se expressar honestamente. comunicar de tal modo que se atinja um alvo, sem rodeios. Esta é
A capacidade de atender e satisfazer muitos clientes é também uma característica que deve estar presente durante o atendimento
uma qualidade de quem trabalha com eficiência. Realizar uma ta- ao cliente pois guia a comunicação em direção a um objetivo.
refa com o menor número de recursos possíveis no menor inter- Pense em um cliente que tem alguma insatisfação em relação à
valo de tempo, com o menor índice de investimento ou dinheiro é um produto vendido por uma empresa. Este cliente, ao ligar para um
eficiência ao máximo. Nem sempre é possível ticar todas as caixas SAC (serviço de atendimento ao cliente), por exemplo, deseja expres-
e ser cem por cento eficiente, isso por causa da inexperiência do sar a sua insatisfação à empresa não para desabafar seu descontenta-
profissional ou porque cada caso é único e complexo e o público mento de forma gratuita, mas a fim de a empresa possa intervir, com-
vai se modificando, entretanto, quando se combina, conhecimento, preendendo sua função como solucionadora de problemas, tendo em
preparo e experiências as chances de se realizar um atendimento mente a necessidade de manter laços entre a empresa e o consumidor
eficiente e ágil são muito maiores. em prol de suas vendas, de sua reputação e seu sucesso.
Neste exemplo, o atendente, por sua vez, deve ter objetividade
Tolerância enquanto comunica ao público as opções existentes e a disposição
A capacidade de tolerância de um atendente irá dizer muito a da empresa a qual representa em solucionar a questão, de modo
respeito de sua profissionalidade e sua aptidão em exercer a função que não restem dúvidas por parte do cliente, sem deixar nenhuma
a que foi designado. Nem sempre é fácil lidar com outras pessoas, mensagem ambígua, o que pode gerar um grande mal-entendido,
opiniões diferentes, insatisfações, problemas pessoais, tempera- prejudicial para todas as partes. Quantas vezes não ouvimos falar
mento, entre outros aspectos perfeitamente naturais e humanos de informações erradas ou mal expressadas por parte de atenden-
do cotidiano podem interferir na forma como as pessoas se comuni- tes que prejudicaram empresas inteiras? Este tipo de ocorrência
cam e expressam suas necessidades. Ter em mente que as diferen- não deve acontecer de forma alguma, pois coloca em risco todo um
ças não são impedimentos para realizar uma comunicação efetiva é grupo de profissionais.
o primeiro passo para se tornar um ser humano e um profissional
tolerante e respeitoso.
Ainda que seja difícil se controlar diante de uma afirmação
equivocada por parte do cliente, deve-se ter em mente que para UTILIZAÇÃO DE CANAIS REMOTOS PARA VENDAS
ele esta pode ser a verdade e que não se deve perder a paciên-
cia, muito menos agir de forma grosseira ao corrigi-lo ou indicar Embora a Pandemia do COVID-19 ainda esteja ocasionando
outras opções e alternativas, mas aceitar a realidade. Em muitas uma grande reviravolta nos mercados, algumas novidades que ela
empresas, adota-se o lema “eu entendo” entre os atendentes como trouxe foram desafiadoras, porém, se mostram como oportunida-
um exercício de empatia no atendimento, pois muitas vezes não é des a serem aproveitadas. A comercialização, por exemplo, se mos-
possível compreender muito bem o cliente, mas é possível agir com trou ainda mais dinâmica por conta da forma de vender e entregar
tolerância e aceitar o que o outro diz em prol da paz, evitando con- produtos e serviços de forma remota27.
flitos desnecessários onde eles se veem iminentes.
27 https://sebraeseunegocio.com.br/wp-content/uploads/ebook_canais_de_

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Canais de Vendas são meios que os negócios utilizam para co-
mercializar e entregar seus produtos e serviços aos clientes. São COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR E SUA RELAÇÃO
muitas as possibilidades, mas algumas das mais conhecidas são: COM VENDAS E NEGOCIAÇÃO
loja física e virtual, quiosque em centro comercial, telefone, correio,
distribuidores, franquias, marketplaces, aplicativos, entre outros. Observa-se a tamanha importância do comportamento do con-
De forma geral, os canais remotos (à distância) foram os prin- sumidor ao se concluir que é o mesmo que determina a decisão de
cipais protagonistas, que se destacaram com a Pandemia do CO- compra de um cliente. E para que se atenda alguma necessidade
VID-19. De fato, contar com a facilidade, flexibilidade e segurança específica dos clientes, é necessário que se entenda corretamente
foi essencial para os consumidores experimentarem e adotarem qual é essa necessidade.
alguns deles. Faz-se necessário se conhecer a fundo o que quer o público,
Em especial, destacaram-se: quais são suas aspirações, seus desejos, seus valores; em suma,
precisa se ter uma ideia bem precisa do comportamento do consu-
→ Marketplaces midor. Porém, sabe-se que essa é uma tarefa que, nos tempos atuais,
Os Marketplaces podem ser considerados grandes shoppings de mudanças sociais, econômicas, culturais e tecnológicas que ocor-
virtuais pois reúnem diversos fornecedores e os conectam direta- rem numa velocidade vertiginosa, vira um grande desafio, visto que
mente com seus clientes. De formal geral, um marketplace reúne aquilo que funcionava ontem talvez já não seja efetivo hoje.
diferentes tipos de produtos e serviços com o objetivo de atingir o Mas felizmente também existem vários recursos que podem
maior número de clientes possíveis. auxiliar a acompanhar de perto o comportamento do consumidor.
Alguns dos mais conhecidos no Brasil são: Magazine Luiza, Na atualidade é de extrema relevância conhecer, estudar e moni-
Mercado Livre, Americanas, Netshoes, entre outros. Porém, exis- torar constantemente o comportamento dos consumidores, pois,
tem também marketplaces especializados em determinados seg- com essa preocupação, os profissionais de marketing e gestores
mentos, por exemplo: Elo 7 (produtos artesanais), Helpie e Get Nin- empresariais podem detectar oportunidades e ameaças aos seus
jas (serviços gerais); negócios com a possível insatisfação ou recusa de seus clientes28.
Na análise detalhada dos diversos comportamentos dos consu-
→ Whatsapp
midores, é possível visar as melhores estratégias de lançamento de
Não se pode negar que esse aplicativo tornou a comunicação
um produto ou a melhor forma de atacar na divulgação de um serviço,
entre pessoas muito mais fácil, veloz e versátil. Se antes mesmo da
para que com isso, aconteça a relação que dar sentido ao trabalho dos
Pandemia, o aplicativo de mensagens já era massivamente utiliza-
profissionais da área de marketing, que dispõe da troca entre empresa
do, por conta do distanciamento social e medidas de restrição ao
e cliente, de forma a satisfazer as necessidades de ambos. O intuito
atendimento presencial, estimularam ainda mais seu uso.
principal é ter clientes envolvidos com o que se oferta.
Além das próprias mensagens, o aplicativo oferece recursos
Clientes envolvidos são menos sensíveis as variações dos pre-
como chamada de voz, vídeo (individualmente ou em grupo), ver-
são para negócios, envio de arquivos, mensagens automáticas, ços, pois são consumidores que já conhecem o produto ou serviço
catálogo de produtos, entre tantas outras, inovando ainda mais, da empresa, sendo assim, de forma hipotética, se a organização au-
recentemente, com a possiblidade de realização de pagamentos mentar o preço do produto que eles compram, por já conhecerem
através dele; esses produtos, estes consumidores envolvidos terão mais chances
de aceitar esse novo preço ofertado. Diferentemente de clientes
→ Lojas Virtuais que estão em contato pela primeira vez com o mesmo produto que
Muitas desenvolvedoras de plataformas criaram opções direcio- por não conhecer, será mais sensível a essa variação de preço.
nadas para pequenos negócios, com os principais serviços (cadastro de A análise do comportamento do consumidor é a investigação
produtos, preços, transação financeira, entre outros), porém com pre- detalhada do processo vivido pelos consumidores no momento em
ços mais acessíveis. Ter uma loja virtual própria se tornou ainda mais que decidem empregar ou não recursos disponíveis na aquisição de
possível para empreendedores de pequenas empresas; itens. É o estudo das motivações que levam as pessoas a consumir
um produto ou um serviço.
→ Redes Sociais Em teoria, a análise leva em conta elementos da psicologia, da
Estar presente nelas é quase uma obrigação, mas adotá-las sociologia, da economia e da antropologia social para tentar enten-
como canais de vendas foi novidade para muitos empreendedores der o processo de tomada de decisão do comprador, seja individual-
em 2020. A maior parte delas passou a oferecer recursos de exposi- mente, seja em grupo. Esta análise costuma ser realizada por meio
ção, relacionamento e até mesmo para concretizar vendas. da observação de três questões mais centrais, vejamos:
As principais ainda continuam sendo Facebook, Instagram,
Youtube e Whatsapp. Mas uma nova rede vem ganhando cada vez → Fator Cultural
mais espaço, especialmente, entre os mais jovens, que o Tik Tok. Considera-se a cultura como a acumulação de significados,
rituais, normas e tradições compartilhadas entre os membros de
Essa talvez seja a melhor combinação: estar presente em todos uma organização; é a lente através das quais as pessoas enxergam
os momentos do consumidor. Foi possível notar que a integração os produtos. O convívio cultural é visto como a personalidade de
entre canais físicos e digitais chamaram muito atenção e aprimora- uma sociedade evidenciando e assimilando aprendizados, valores
ram a experiência de consumo. percepções e preferências de uma organização ou sociedade.
Alguns exemplos interessantes foram: drive thru (comprar e Nela inclui-se grupos com seus próprios modos de compor-
retirar sem sair do próprio carro), delivery (compra por aplicativo tamento, e classe social, que são pessoas com valores, interesses
ou telefone com recebimento no endereço informado) e o clique e comportamentos similares. Assim, um entendimento das várias
e retire (compra através de loja virtual ou aplicativo e retirada em culturas, de uma sociedade, ajuda os profissionais de marketing a
algum ponto físico). prever a aceitação dos seus produtos/serviços pelo consumidor.
vendas_v1.pdf?utm_campaign=Inbound+Mkt+2021&utm_content=E-book+-
Canais+de+Venda+2020+%281%29&utm_medium=email&utm_source=Email- 28 Carmen Beatriz Miranda Portela. O Marketing e o Comportamento do Consu-
Marketing&utm_term=Inbound+Mkt+2021_MEI_Os+Canais+de+Vendas+que+- midor. PUC/SP – MBA EM MARKETING. Comportamento do consumidor: enten-
se+Consagraram+em+2020 dê-lo bem significa entregar melhor, 2015.

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Os valores culturais são intensos, portanto, através de uma Existem pessoas que pregam a automotivação, mas tal termo é
compreensão cultural pode-se melhorar a eficácia das vendas e a erroneamente empregado, já que a motivação é uma força intrínse-
ascensão de produtos ao mercado. Assim sendo, os profissionais ca, ou seja, interior. O homem se motiva quando suas necessidades
de marketing têm maior probabilidade de sucesso quando agradam são todas supridas de forma hierárquica.
aos valores culturais de grupos. As necessidades básicas devem ser saciadas primeiro, no alicer-
ce das necessidades antes de subir ao nível mais alto como a autor-
→ Fator Social realização. Segundo a Pirâmide de Maslow, as pessoas necessitam
Determinados fatores como os grupos de referência, família, preencher um degrau de cada vez, porém, cada indivíduo pode sen-
amigos, papéis sociais e status exercem alto grau de influência sobre tir necessidades acima das que está executando ou abaixo, o que
as pessoas. Do ponto de vista de marketing os grupos de referência quer dizer que o processo não é engessado, e sim flexível.
servem como marco para atitudes ou comportamentos específicos Maslow entendia a motivação humana como uma pirâmide
para indivíduos nas compras ou decisões de compra, permitindo hierárquica de cinco necessidades:
que pessoas ou grupos sirvam como ponto de comparação. 1. Necessidades básicas: na base da pirâmide se encontram as
Uma das principais variáveis dos fatores sociais são os grupos necessidades fundamentais, aquelas que são necessárias para a so-
de referência e os mesmos se dividem em primários (família, ami- brevivência, como comer, dormir ou respirar;
gos, vizinhos e colegas de trabalho), secundários (grupos religiosos 2. Necessidades de segurança: no 2° degrau estão as neces-
e profissionais de classe), aspiração (grupos onde a pessoa espera sidades de estabilidade. Como por exemplo, se almejar uma vida
pertencer) e dissociação (grupos com valores ou comportamentos estável, um emprego, uma casa segura, um plano de saúde, etc.;
que a pessoa rejeita). Dentre os grupos de referência, salienta-se 3. Necessidades afetivas: no próximo degrau da pirâmide está
que talvez o grupo familiar seja o mais importante determinante de a necessidade de aceitação. Deseja-se ser amado e acolhido, an-
comportamento do consumidor, devido à estreita e contínua inte- seia-se por fazer parte de um grupo ou equipe, de ter amigos ou
ração entre os seus membros. alguém especial ao lado.
Uma pessoa participa de muitos grupos e a posição dessa pes- 4. Necessidade de autoestima: no 4° degrau está a necessida-
soa em cada grupo pode ser definida em termos de papéis e status. de de reconhecimento pelo que se faz;
Dependendo da atividade que uma pessoa possui ou desenvolva 5. Necessidades de autorrealização: no topo da pirâmide se
ela possui mais status que outras, sendo assim as pessoas escolhem encontra aquilo que se busca ter ou realizar.
produtos que comunicam seus papéis e status na sociedade.
Tomando a motivação para o âmbito da influência no ato da
→ Fator Pessoal compra, vê-se que, para que o processo de compra aconteça com
As necessidades dos consumidores e a capacidade de satisfazer melhor precisão é preciso que o consumidor esteja motivado a
essas necessidades mudam de acordo com as influências, mas a pe- comprar ou que a compra lhe traga essa motivação.
sar de suas limitações, o ciclo de vida pessoal é um ponto de partida
útil para identificar de que maneira as necessidades mudam, para Influência na Compra
assim, utilizar disso como boas influências no processo de compra. Uma pessoa motivada está pronta para agir. A maneira como
Cada consumidor reage de forma distinta sob estímulos idênticos. uma pessoa motivada realmente age é influenciada pela percepção
A estrutura do conhecimento opinião ou crença, acerca do am- que ela tem da situação.
biente e de si próprios, leva os consumidores a agir cada um de Percepção é o processo por meio do qual alguém seleciona,
maneira desigual. Pessoas originárias da mesma subcultura, classe organiza e interpreta as informações recebidas para criar uma ima-
social e ocupação podem ter diferentes estilos de vida, portanto, ti- gem significativa do mundo. A percepção depende não apenas de
pos de consumos diferentes. Ao profissional de marketing, exige-se, estímulos físicos, mas também da relação desses estímulos com o
está atento as características de seus clientes para assertividade no ambiente e das condições internas da pessoa.
ataque dos mesmos. No Marketing, as percepções são mais importantes do que a
realidade, visto que é a percepção que de fato influencia o compor-
→ Fator Psicológico tamento de compra do consumidor. As pessoas podem ter diferen-
O entendimento do comportamento humano se faz através tes percepções do mesmo objeto devido a três processos: atenção
do diagnóstico de suas necessidades, visto que todo o processo de seletiva, distorção seletiva e retenção seletiva.
tomada de decisão baseia-se na percepção das necessidades satis- Estima-se que uma pessoa é exposta em média a mais de 1.500
feitas. As necessidades psicológicas surgem de estados de tensão anúncios ou comunicações de marca por dia, como não é possível
psicológicos, como necessidades de reconhecimento, valor ou in- prestar atenção em todos, a maioria dos estímulos é filtrada, que
tegração. é o processo chamado atenção seletiva. Mesmo os estímulos que
Uma necessidade passa a ser um motivo quando alcança um chamam a atenção nem sempre atuam da forma como os emisso-
determinado nível de intensidade. Um motivo é uma necessidade res da mensagem esperam.
que é suficientemente importante para levar a pessoa a agir, a ma- A distorção seletiva é a tendência que se tem de transformar a
neira como ela age é influenciada pela percepção que ela tem da informação em significados pessoais e interpretá-la de modo que
situação. se adapte aos prejulgamentos. As pessoas esquecem muito do que
veem, mas tendem a reter informações que confirmam suas cren-
→ Motivação ças e atitudes.
A motivação é uma força interior que se modifica a cada mo- Por causa da retenção seletiva, todos são propensos a lembrar
mento durante toda a vida, onde direciona e intensifica os objetivos os pontos positivos mencionados a respeito de um produto de que
de um indivíduo. Dessa forma, quando se diz que a motivação é gosta e a esquecer os pontos positivos expostos a respeito de pro-
algo interior, ou seja, que está dentro de cada pessoa de forma par- dutos concorrentes.
ticular, erra-se em dizer que alguém nos motiva ou desmotiva, pois
ninguém é capaz de fazê-lo.

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O Processo de Decisão de Compra
Esse processo psicológico básico é de grande ajuda para en- POLÍTICA DE RELACIONAMENTO COM O CLIENTE: RE-
tender como os consumidores tomam suas decisões de compra. SOLUÇÃO N°. 4.539 DE 24 DE NOVEMBRO DE 2016
Estudiosos do marketing desenvolvem um modelo de etapas para
o processo de decisão de compra, onde o consumidor passa pelas RESOLUÇÃO Nº 4.539, DE 24 DE NOVEMBRO DE 2016
cinco etapas elencadas abaixo:
• Reconhecimento do Problema: o processo de compra come- Dispõe sobre princípios e política institucional de
ça quando o comprador reconhece um problema ou uma necessi- relacionamento com clientes e usuários de produtos e de serviços
dade. A necessidade pode ser provocada por estímulos internos ou financeiros.
externos;
• Busca de Informações: o consumidor interessado tende a O Banco Central do Brasil, na forma do art. 9º da Lei nº 4.595, de
buscar mais informações. Podendo distinguir entre dois níveis de 31 de dezembro de 1964, torna público que o Conselho Monetário
interesse, o de busca moderada ou de grande interesse; Nacional, em sessão realizada em 24 de novembro de 2016, com
• Avaliação de Alternativas: com base nas informações coleta- base no art. 4º, inciso VIII, da referida Lei,
das, os consumidores identificam e avaliam maneiras de satisfazer RESOLVEU:
suas necessidades e desejos;
• Decisão de Compra: depois de considerar as opções possí- CAPÍTULO I
veis, os consumidores podem fazer uma compra. Essa etapa de de- DO OBJETO E DO ÂMBITO DE APLICAÇÃO
cisão de compra inclui decidir fazer ou não a compra e, no primeiro
caso, o que, onde, quando comprar e como pagar; Art. 1º Esta Resolução dispõe sobre princípios a serem
• Comportamento Pós-Compra: depois de adquirir o produto, observados no relacionamento com clientes e usuários e sobre
os consumidores avaliam formal e informalmente o resultado da a elaboração e implementação de política institucional de
compra. Em particular, eles consideram se ficaram satisfeitos com relacionamento com clientes e usuários de produtos e de serviços
a experiência de compra e com o bem ou serviço que adquiriram. pelas instituições financeiras e demais instituições autorizadas a
funcionar pelo Banco Central do Brasil.
A tentativa de entender o comportamento de compra recebe § 1º O disposto nesta Resolução não se aplica às administradoras
vários nomes: mapeamento do sistema de consumo, do ciclo de de consórcio e às instituições de pagamento, que devem seguir as
atividade do cliente ou do cenário do cliente. Entender o comporta- normas editadas pelo Banco Central do Brasil no exercício de sua
mento do comprador em cada etapa, assim como as influências que competência legal.
ele recebe é a obrigação do profissional de marketing. § 2º Para efeito desta Resolução, o relacionamento com clientes
Ver as atitudes dos outros, os fatores situacionais imprevistos e usuários abrange as fases de pré-contratação, de contratação e de
e o risco percebido podem afetar a decisão de compra, bem como pós-contratação de produtos e de serviços.
os níveis de satisfação pós-compra e as ações pós compra por parte
da empresa. CAPÍTULO II
DOS PRINCÍPIOS
Comportamento do consumidor e a comunicação do Marke-
ting Art. 2º As instituições de que trata o art. 1º, no relacionamento
O profissional de marketing deve compreender os elementos com clientes e usuários de produtos e de serviços, devem
fundamentais da comunicação eficaz. O processo de comunica- conduzir suas atividades com observância de princípios de ética,
ção compõe-se de nove elementos: emissor, receptor, mensagem, responsabilidade, transparência e diligência, propiciando a
meio, codificação, decodificação, feedback e ruído. convergência de interesses e a consolidação de imagem institucional
Para transmitir mensagens, os profissionais de marketing pre- de credibilidade, segurança e competência.
cisam codificar suas mensagens levando em consideração o modo Art. 3º A observância do disposto no art. 2º requer, entre
como o público-alvo as decodifica. Precisam também as transmitir outras, as seguintes providências:
por meio de veículos de comunicação eficazes que alcancem o pú- I - promover cultura organizacional que incentive
blico-alvo e desenvolver canais de feedback para monitorar a res- relacionamento cooperativo e equilibrado com clientes e usuários;
posta. II - dispensar tratamento justo e equitativo a clientes e usuários;
A resposta do consumidor a uma comunicação pode quase e
sempre ser configurada seguindo uma hierarquia de respostas e a III - assegurar a conformidade e a legitimidade de produtos e
sequência: aprender, sentir e agir. de serviços.
Os modelos do processo de comunicação servem para dinami- Parágrafo único. O tratamento justo e equitativo a clientes e
zar os fatores de comunicação de forma eficaz, fazendo com que as usuários de que trata o inciso II do caput abrange, inclusive:
empresas consigam identificar a melhor forma de compreender as I - a prestação de informações a clientes e usuários de forma
necessidades do consumidor. A ampla gama de ferramentas de co- clara e precisa, a respeito de produtos e serviços;
municação, mensagens e públicos torna obrigatório que as empre- II - o atendimento a demandas de clientes e usuários de forma
sas se encaminhem para uma comunicação integrada de marketing. tempestiva; e
É preciso adotar a visão do consumidor para compreender III - a inexistência de barreiras, critérios ou procedimentos
plenamente todas as diferentes formas pelas quais a comunicação desarrazoados para a extinção da relação contratual relativa
pode influenciar seu comportamento cotidiano, e consequente- a produtos e serviços, bem como para a transferência de
mente obter o resultado planejado desde o início do processo de relacionamento para outra instituição, a pedido do cliente.
divulgação do produto e/ou serviço.

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CAPÍTULO III XIV - identificação e qualificação de clientes e de usuários para
DA POLÍTICA INSTITUCIONAL DE RELACIONAMENTO COM fins de início e manutenção de relacionamento. (Incluído, a partir
CLIENTES E USUÁRIOS de 1º/1/2020, pela Resolução nº 4.753, de 26/9/2019.)
§ 1º Com relação ao disposto nos incisos I e II do caput, e em
SEÇÃO I observância ao art. 3º, parágrafo único, inciso I, as instituições
DA ELABORAÇÃO E IMPLEMENTAÇÃO DA POLÍTICA INSTITU- devem estabelecer o perfil dos clientes que compõem o público-
CIONAL DE RELACIONAMENTO COM CLIENTES E USUÁRIOS alvo para os produtos e serviços disponibilizados, considerando
suas características e complexidade.
Art. 4º As instituições de que trata o art. 1º devem elaborar e § 2º O perfil referido no § 1º deve incluir informações relevantes
implementar política institucional de relacionamento com clientes para cada produto ou serviço.
e usuários que consolide diretrizes, objetivos estratégicos e valores Art. 6º Em relação à política institucional de relacionamento
organizacionais, de forma a nortear a condução de suas atividades com clientes e usuários, as instituições de que trata o art. 1º devem
em conformidade com o disposto no art. 2º. instituir mecanismos de acompanhamento, de controle e de
§ 1º A política de que trata o caput deve: mitigação de riscos com vistas a assegurar:
I - ser aprovada pelo conselho de administração ou, na sua I - a implementação das suas disposições;
ausência, pela diretoria da instituição; II - o monitoramento do seu cumprimento, inclusive por meio
II - ser objeto de avaliação periódica; de métricas e indicadores adequados;
III - definir papéis e responsabilidades no âmbito da instituição; III - a avaliação da sua efetividade; e
IV - ser compatível com a natureza da instituição e com o perfil IV - a identificação e a correção de eventuais deficiências.
de clientes e usuários, bem como com as demais políticas instituídas; § 1º Os mecanismos de que trata o caput devem ser submetidos
V - prever programa de treinamento de empregados e a testes periódicos pela auditoria interna, consistentes com os
prestadores de serviços que desempenhem atividades afetas ao controles internos da instituição.
relacionamento com clientes e usuários; § 2º Os dados, os registros e as informações relativas aos
VI - prever a disseminação interna de suas disposições; e mecanismos de controle, processos, testes e trilhas de auditoria
VII - ser formalizada em documento específico. devem ser mantidos à disposição do Banco Central do Brasil pelo
§ 2º Admite-se que a política de que trata o caput seja unificada por: prazo mínimo de cinco anos.
I - conglomerado; ou
II - sistema cooperativo de crédito. CAPÍTULO IV
§ 3º As instituições que não constituírem política própria em DISPOSIÇÕES GERAIS
decorrência da faculdade prevista no § 2º devem formalizar a
decisão em reunião do conselho de administração ou da diretoria. Art. 7º As instituições de que trata o art. 1º devem indicar
§ 4º O documento de que trata o inciso VII do § 1º deve ser diretor responsável pela observância do disposto nesta Resolução.
mantido à disposição do Banco Central do Brasil. Art. 8º Fica o Banco Central do Brasil autorizado a baixar as
normas e a adotar as medidas julgadas necessárias à execução do
SEÇÃO II disposto nesta Resolução.
DO GERENCIAMENTO DA POLÍTICA INSTITUCIONAL DE RELA- Art. 9º Esta Resolução entra em vigor 360 (trezentos e sessenta)
CIONAMENTO COM CLIENTES E USUÁRIOS dias após a data de sua publicação.

Art. 5º As instituições devem assegurar a consistência de Ilan Goldfajn


rotinas e de procedimentos operacionais afetos ao relacionamento Presidente do Banco Central do Brasil
com clientes e usuários, bem como sua adequação à política
institucional de relacionamento de que trata o art. 4º, inclusive Este texto não substitui o publicado no DOU de 28/11/2016,
quanto aos seguintes aspectos: Seção 1, p. 86, e no Sisbacen.
I - concepção de produtos e de serviços;
II - oferta, recomendação, contratação ou distribuição de
produtos ou serviços; RESOLUÇÃO CMN Nº 4.860, DE 23 DE OUTUBRO DE
III - requisitos de segurança afetos a produtos e a serviços; 2020 QUE DISPÕE SOBRE A CONSTITUIÇÃO E O FUN-
IV - cobrança de tarifas em decorrência da prestação de CIONAMENTO DE COMPONENTE ORGANIZACIONAL
serviços; DE OUVIDORIA PELAS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS E
V - divulgação e publicidade de produtos e de serviços; DEMAIS INSTITUIÇÕES AUTORIZADAS A FUNCIONAR
VI - coleta, tratamento e manutenção de informações dos PELO BANCO CENTRAL DO BRASIL
clientes em bases de dados;
VII - gestão do atendimento prestado a clientes e usuários,
inclusive o registro e o tratamento de demandas; RESOLUÇÃO CMN Nº 4.860, DE 23 DE OUTUBRO DE 2020
VIII - mediação de conflitos;
IX - sistemática de cobrança em caso de inadimplemento de Dispõe sobre a constituição e o funcionamento de compo-
obrigações contratadas; nente organizacional de ouvidoria pelas instituições autorizadas a
X - extinção da relação contratual relativa a produtos e serviços; funcionar pelo Banco Central do Brasil.
XI - liquidação antecipada de dívidas ou de obrigações;
XII - transferência de relacionamento para outra instituição, O Banco Central do Brasil, na forma do art. 9º da Lei nº 4.595,
a pedido do cliente; (Redação dada, a partir de 1º/1/2020, pela de 31 de dezembro de 1964, torna público que o Conselho Monetá-
Resolução nº 4.753, de 26/9/2019.) rio Nacional, em sessão realizada em 22 de outubro de 2020, com
XIII - eventuais sistemas de metas e incentivos ao desempenho base no art. 4º, inciso VIII, da referida Lei, resolveu:
de empregados e de terceiros que atuem em seu nome; e (Redação
dada, a partir de 1º/1/2020, pela Resolução nº 4.753, de 26/9/2019.)

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CAPÍTULO I IV - a cooperativa singular de crédito não filiada a cooperativa
DO OBJETO E DO ÂMBITO DE APLICAÇÃO central pode compartilhar a ouvidoria constituída em cooperativa
central, federação de cooperativas de crédito, confederação de coo-
Art. 1º Esta Resolução disciplina a constituição e o funciona- perativas de crédito ou associação de classe da categoria.
mento de componente organizacional de ouvidoria pelas institui- § 1º Para efeito do disposto no inciso II, alínea “a”, do caput,
ções que especifica. consideram-se ligadas entre si as instituições autorizadas a funcio-
Art. 2º O componente organizacional de ouvidoria deve ser nar pelo Banco Central do Brasil e as empresas não autorizadas a
constituído pelas instituições autorizadas a funcionar pelo Banco funcionar pelo Banco Central do Brasil:
Central do Brasil que tenham clientes pessoas naturais, inclusive I - as quais uma participe com 10% (dez por cento) ou mais do
empresários individuais, ou pessoas jurídicas classificadas como capital da outra, direta ou indiretamente; e
microempresas e empresas de pequeno porte, nos termos da Lei II - as quais acionistas com 10% (dez por cento) ou mais do ca-
Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006. pital de uma participem com 10% (dez por cento) ou mais do capital
Parágrafo único. Ficam dispensados de constituir ouvidoria os da outra, direta ou indiretamente.
bancos comerciais sob controle societário de bolsas de valores, de § 2º O disposto no inciso II, alínea “b”, do caput, não se aplica
bolsas de mercadorias e futuros ou de bolsas de valores e de mer- a bancos comerciais, bancos múltiplos, caixas econômicas, socieda-
cadorias e futuros que desempenhem exclusivamente funções de des de crédito, financiamento e investimento, associações de pou-
liquidante e custodiante central, prestando serviços às bolsas e aos pança e empréstimo e sociedades de arrendamento mercantil que
agentes econômicos responsáveis pelas operações nelas cursadas. realizem operações de arrendamento mercantil financeiro.
§ 3º O disposto nos incisos II, alínea “b”, e IV, do caput, somente
CAPÍTULO II se aplica a associação de classe ou bolsa que possuir código de ética
DA FINALIDADE ou de autorregulação efetivamente implantado, ao qual a institui-
ção tenha aderido.
Art. 3º A ouvidoria tem por finalidade:
I - atender em última instância as demandas dos clientes e CAPÍTULO IV
usuários de produtos e serviços que não tiverem sido solucionadas DO FUNCIONAMENTO
nos canais de atendimento primário da instituição; e
II - atuar como canal de comunicação entre a instituição e os Art. 6º As atribuições da ouvidoria abrangem as seguintes ati-
clientes e usuários de produtos e serviços, inclusive na mediação vidades:
de conflitos. I - atender, registrar, instruir, analisar e dar tratamento formal
Parágrafo único. Para efeitos desta Resolução, considera-se pri- e adequado às demandas dos clientes e usuários de produtos e ser-
mário o atendimento habitual realizado em quaisquer pontos ou viços;
canais de atendimento, incluídos os correspondentes no País e o II - prestar esclarecimentos aos demandantes acerca do anda-
Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC) de que trata o Decre- mento das demandas, informando o prazo previsto para resposta;
to nº 6.523, de 31 de julho de 2008. III - encaminhar resposta conclusiva para a demanda no prazo
previsto; e
CAPÍTULO III IV - manter o conselho de administração, ou, na sua ausência,
DA ORGANIZAÇÃO a diretoria da instituição, informado sobre os problemas e defi-
ciências detectados no cumprimento de suas atribuições e sobre
Art. 4º A estrutura da ouvidoria deve ser compatível com a na- o resultado das medidas adotadas pelos administradores para so-
tureza e a complexidade dos produtos, serviços, atividades, proces- lucioná-los.
sos e sistemas de cada instituição. § 1º O atendimento prestado pela ouvidoria:
Parágrafo único. A ouvidoria não pode estar vinculada a com- I - deve ser identificado por meio de número de protocolo, o
ponente organizacional da instituição que configure conflito de in- qual deve ser fornecido ao demandante;
teresses ou de atribuições, a exemplo das unidades responsáveis II - deve ser gravado, quando realizado por telefone, e, quando
por negociação de produtos e serviços, gestão de riscos, auditoria realizado por meio de documento escrito ou por meio eletrônico,
interna e conformidade (compliance). arquivada a respectiva documentação; e
Art. 5º É admitido o compartilhamento de ouvidoria pelas insti- III - pode abranger:
tuições, observadas as seguintes situações e regras: a) excepcionalmente, as demandas não recepcionadas inicial-
I - a instituição integrante de conglomerado composto por pelo mente pelos canais de atendimento primário; e
menos duas instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central b) as demandas encaminhadas pelo Banco Central do Brasil,
do Brasil pode compartilhar a ouvidoria constituída em qualquer por órgãos públicos ou por outras entidades públicas ou privadas.
das instituições autorizadas a funcionar; § 2º O prazo de resposta para as demandas não pode ultrapas-
II - a instituição não enquadrada no disposto no inciso I do sar dez dias úteis, podendo ser prorrogado, excepcionalmente e de
caput pode compartilhar a ouvidoria constituída: forma justificada, uma única vez, por igual período, limitado o nú-
a) em empresa ligada, conforme definição de que trata o § 1º; mero de prorrogações a 10% (dez por cento) do total de demandas
ou no mês, devendo o demandante ser informado sobre os motivos da
b) na associação de classe a que seja filiada ou na bolsa de va- prorrogação.
lores ou bolsa de mercadorias e futuros ou bolsa de valores e de Art. 7º As instituições referidas no art. 2º devem:
mercadorias e futuros nas quais realize operações; I - manter sistema de informações e de controle das demandas
III - a cooperativa singular de crédito filiada a cooperativa cen- recebidas pela ouvidoria, de forma a:
tral pode compartilhar a ouvidoria constituída na respectiva coope- a) registrar o histórico de atendimentos, as informações utiliza-
rativa central, confederação de cooperativas de crédito ou banco do das na análise e as providências adotadas; e
sistema cooperativo; e b) controlar o prazo de resposta;

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II - dar ampla divulgação sobre a existência da ouvidoria, sua § 3º Nas situações em que o ouvidor desempenhe outra ativi-
finalidade, suas atribuições e formas de acesso, inclusive nos canais dade na instituição, essa atividade não pode configurar conflito de
de comunicação utilizados para difundir os produtos e serviços; interesses ou de atribuições.
III - garantir o acesso gratuito dos clientes e dos usuários ao Art. 10. Nas hipóteses previstas no art. 5º, incisos I, III e IV, o
atendimento da ouvidoria, por meio de canais ágeis e eficazes, in- ouvidor deve:
clusive por telefone, cujo número deve ser: I - responder por todas as instituições que compartilharem a
a) divulgado e mantido atualizado em local visível ao público ouvidoria; e
no recinto das suas dependências e nas dependências dos corres- II - integrar os quadros da instituição que constituir a ouvidoria.
pondentes no País, bem como nos respectivos sítios eletrônicos na Art. 11. Para cumprimento do disposto no caput do art. 9º, nas
internet, acessível pela sua página inicial; hipóteses previstas no art. 5º, inciso II, as instituições referidas no
b) informado nos extratos, comprovantes, inclusive eletrôni- art. 2º devem:
cos, contratos, materiais de propaganda e de publicidade e demais I - designar perante o Banco Central do Brasil apenas o nome
documentos que se destinem aos clientes e usuários; e do respectivo diretor responsável pela ouvidoria; e
c) inserido e mantido permanentemente atualizado em siste- II - informar o nome do ouvidor, que deverá ser o do ouvidor da
ma de registro de informações do Banco Central do Brasil. associação de classe, da bolsa de valores, da bolsa de mercadorias
Parágrafo único. As informações relativas às demandas recebi- e futuros ou da bolsa de valores e de mercadorias e futuros, ou da
das pela ouvidoria devem permanecer registradas no sistema men- entidade ou empresa que constituir a ouvidoria.
cionado no inciso I pelo prazo mínimo de cinco anos, contados da
data da protocolização da ocorrência. CAPÍTULO VI
CAPÍTULO V DA PRESTAÇÃO DE INFORMAÇÕES
DAS EXIGÊNCIAS FORMAIS
Art. 12. O diretor responsável pela ouvidoria deve elaborar re-
Art. 8º O estatuto ou o contrato social, conforme a natureza latório semestral quantitativo e qualitativo referente às atividades
jurídica da sociedade, deve dispor, de forma expressa, sobre os se- desenvolvidas pela ouvidoria, nas datas-base de 30 de junho e 31
guintes aspectos: de dezembro.
I - a finalidade, as atribuições e as atividades da ouvidoria; Parágrafo único. O relatório de que trata o caput deve ser en-
II - os critérios de designação e de destituição do ouvidor; caminhado à auditoria interna, ao comitê de auditoria, quando
III - o tempo de duração do mandato do ouvidor, fixado em constituído, e ao conselho de administração ou, na sua ausência, à
meses; e diretoria da instituição.
IV - o compromisso formal no sentido de: Art. 13. As instituições referidas no art. 2º devem divulgar se-
a) criar condições adequadas para o funcionamento da ouvido- mestralmente, nos respectivos sítios eletrônicos na internet, as
ria, bem como para que sua atuação seja pautada pela transparên- informações relativas às atividades desenvolvidas pela ouvidoria,
cia, independência, imparcialidade e isenção; e inclusive os dados relativos à avaliação direta da qualidade do aten-
b) assegurar o acesso da ouvidoria às informações necessárias dimento de que trata o art. 16.
para a elaboração de resposta adequada às demandas recebidas, Art. 14. O Banco Central do Brasil poderá estabelecer o conteú-
com total apoio administrativo, podendo requisitar informações e do, a forma, a periodicidade e o prazo de remessa de dados e de
documentos para o exercício de suas atividades no cumprimento informações relativos às atividades da ouvidoria.
de suas atribuições.
§ 1º Os aspectos mencionados no caput devem ser incluídos CAPÍTULO VII
no estatuto ou no contrato social na primeira alteração que ocorrer DA CERTIFICAÇÃO
após a constituição da ouvidoria.
§ 2º As alterações estatutárias ou contratuais exigidas por esta Art. 15. As instituições referidas no art. 2º devem adotar provi-
Resolução relativas às instituições que optarem pela faculdade pre- dências para que os integrantes da ouvidoria que realizem as ativi-
vista no art. 5º, incisos I e III, podem ser promovidas somente pela dades mencionadas no art. 6º sejam considerados aptos em exame
instituição que constituir a ouvidoria. de certificação organizado por entidade de reconhecida capacidade
§ 3º As instituições que não constituírem ouvidoria própria em técnica.
decorrência da faculdade prevista no art. 5º, incisos II e IV, devem § 1º O exame de certificação deve abranger, no mínimo, temas
ratificar a decisão na primeira assembleia geral ou na primeira reu- relativos à ética, aos direitos do consumidor e à mediação de con-
nião de diretoria realizada após tal decisão. flitos.
Art. 9º As instituições referidas no art. 2º devem designar pe- § 2º A designação de integrantes da ouvidoria referidos no
rante o Banco Central do Brasil os nomes do ouvidor e do diretor caput fica condicionada à comprovação de aptidão no exame de
responsável pela ouvidoria. certificação, além do atendimento às demais exigências desta Re-
§ 1º O diretor responsável pela ouvidoria pode desempenhar solução.
outras funções na instituição, inclusive a de ouvidor, exceto a de § 3º As instituições referidas no caput devem assegurar a ca-
diretor de administração de recursos de terceiros. pacitação permanente dos integrantes da ouvidoria em relação aos
§ 2º Nos casos dos bancos comerciais, bancos múltiplos, cai- temas mencionados no § 1º.
xas econômicas, sociedades de crédito, financiamento e investi- § 4º O diretor responsável pela ouvidoria sujeita-se à formali-
mento, associações de poupança e empréstimo e sociedades de dade prevista no caput, caso exerça a função de ouvidor.
arrendamento mercantil que realizem operações de arrendamen- § 5º Nas hipóteses previstas no art. 5º, incisos II e IV, aplica-se o
to mercantil financeiro, que estejam sujeitos à obrigatoriedade de disposto neste artigo aos integrantes da ouvidoria da associação de
constituição de comitê de auditoria, na forma da regulamentação, o classe, entidade ou empresa que realize as atividades mencionadas
ouvidor não poderá desempenhar outra função, exceto a de diretor no art. 6º.
responsável pela ouvidoria.

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CAPÍTULO VIII RESOLVEU:
DA AVALIAÇÃO DIRETA DA QUALIDADE DO ATENDIMEN-
TO PRESTADO Art. 1ºAs instituições financeiras e demais instituições autori-
zadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil, na contratação de
Art. 16. As instituições referidas no art. 2º devem implementar operações e na prestação de serviços, devem assegurar:(Redação
instrumento de avaliação direta da qualidade do atendimento pres- dadapela Resolução nº 4.283,de4/11/2013.)
tado pela ouvidoria a clientes e usuários. I - a adequação dos produtos e serviços ofertados ou recomen-
Parágrafo único. O disposto no caput aplica-se somente aos ban- dados às necessidades, interesses e objetivos dos clientes e usuá-
cos comerciais, bancos múltiplos, bancos de investimento, caixas eco- rios;(Redação dada pela Resolução nº4.283, de4/11/2013.)
nômicas e sociedades de crédito, financiamento e investimento. II -a integridade, a confiabilidade,a segurança e o sigilo das
Art. 17. A avaliação direta da qualidade do atendimento de que transações realizadas, bem como a legitimidade das operações con-
trata o art. 16 deve ser: tratadas e dos serviços prestados;(Redação dada pela Resolução nº
I - estruturada de forma a obter notas entre 1 e 5, sendo 1 o 4.283, de4/11/2013.)
nível de satisfação mais baixo e 5 o nível de satisfação mais alto; III - a prestação das informações necessárias à livre escolha e à
II - disponibilizada ao cliente ou usuário em até um dia útil após tomada de decisões por parte de clientes e usuários, explicitando,
o encaminhamento da resposta conclusiva de que trata o art. 6º, inclusive, direitos e deveres, responsabilidades, custos ou ônus, pe-
inciso III, e § 2º; e nalidades e eventuais riscos existentes na execução de operações e
III - concluída em até cinco dias úteis após o prazo de que trata na prestação de serviços; (Redação dada pela Resolução nº 4.283,
o inciso II. de 4/11/2013.)
Art. 18. Os dados relativos à avaliação mencionada no art. 16 IV - o fornecimento tempestivo ao cliente ou usuário de contra-
devem ser: tos, recibos, extratos, comprovantes e outros documentos relativos
I - armazenados de forma eletrônica, em ordem cronológica, a operações e a serviços; (Redação dada pela Resolução nº 4.283,
permanecendo à disposição do Banco Central do Brasil pelo prazo de 4/11/2013.)
de cinco anos, contados da data da avaliação realizada pelo cliente V - a utilização de redação clara, objetiva e adequada à nature-
ou usuário; e za e à complexidade da operação ou do serviço, em contratos, reci-
II - remetidos ao Banco Central do Brasil, na forma por ele de- bos, extratos, comprovantes e documentos destinados ao público,
finida. de forma a permitir o entendimento do conteúdo e a identificação
de prazos, valores, encargos, multas, datas, locais e demais condi-
CAPÍTULO IX ções; (Redação dada pela Resolução nº 4.283, de 4/11/2013.)
DISPOSIÇÕES FINAIS VI - a possibilidade de tempestivo cancelamento de contratos;
(Redação dada pela Resolução nº 4.283, de 4/11/2013.)
Art. 19. O relatório e a documentação relativos aos atendimen- VII - a formalização de título adequado estipulando direi-
tos realizados, de que tratam os arts. 6º, § 1º, 7º e 12, bem como tos e obrigações para abertura, utilização e manutenção de con-
a gravação telefônica do atendimento, devem permanecer à dispo- ta de pagamento pós-paga; (Incluído pela Resolução nº 4.283, de
sição do Banco Central do Brasil pelo prazo mínimo de cinco anos. 4/11/2013.)
Art. 20. O número do telefone para acesso gratuito à ouvidoria VIII - o encaminhamento de instrumento de pagamento ao
e os dados relativos ao diretor responsável pela ouvidoria e ao ouvi- domicílio do cliente ou usuário ou a sua habilitação somente em
dor devem ser inseridos e mantidos permanentemente atualizados decorrência de sua expressa solicitação ou autorização; e (Incluído
em sistema de registro de informações do Banco Central do Brasil. pela Resolução nº 4.283, de 4/11/2013.)
Parágrafo único. O disposto no caput deve ser observado, inclu- IX - a identificação dos usuários finais beneficiários de paga-
sive, pela instituição que não constituir componente de ouvidoria mento ou transferência em demonstrativos e faturas do pagador,
próprio em decorrência da faculdade prevista no art. 5º. inclusive nas situações em que o serviço de pagamento envolver
Art. 21. O Banco Central do Brasil poderá adotar as medidas instituições participantes de diferentes arranjos de pagamento. (In-
necessárias à execução do disposto nesta Resolução. cluído pela Resolução nº 4.283, de 4/11/2013.)
Art. 22. Ficam revogadas: Parágrafo único. Para fins do cumprimento do disposto no in-
I - a Resolução nº 4.433, de 23 de julho de 2015; e ciso III, no caso de abertura de conta de depósitos ou de conta de
II - a Resolução nº 4.629, de 25 de janeiro de 2018. pagamento, deve ser fornecido também prospecto de informações
Art. 23. Esta Resolução entra em vigor em 1º de dezembro de essenciais, explicitando, no mínimo, as regras básicas, os riscos exis-
2020. tentes, os procedimentos para contratação e para rescisão, as me-
didas de segurança, inclusive em caso deperda,furto ou roubo de
credenciais,e a periodicidade e forma de atualização pelo cliente de
RESOLUÇÃO CMN Nº 3.694/2009 E ALTERAÇÕES seus dados cadastrais. (Incluído, apartirde2/5/2014, pela Resolução
nº4.283, de4/11/2013.)
Art.2º(Revogado pela Resolução nº4.479, de25/4/2016.)
RESOLUÇÃONº3.694 Art. 3ºÉ vedado às instituições referidas no art. 1º impedir o
acesso, recusar,dificultar ou impor restrição ao atendimento pre-
Dispõe sobre a prevenção de riscos na contratação de ope-
sencial em suas dependências, inclusive em guichês de caixa, a
rações e na prestação de serviços por parte de instituições finan-
clientes ou usuários de produtos e de serviços, mesmo quando dis-
ceiras e de mais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco
ponível o atendimento em outros canais.(Redação dada pela Reso-
Central do Brasil.
lução nº 4.746, de29/8/2019.)
§1ºOdisposto no caput não se aplica:
O Banco Central do Brasil, na forma do art. 9º da Lei nº 4.595,
de 31 de dezembro de 1964, torna público que o Conselho Monetá- I - aos serviços de arrecadação ou de cobrança referidos no art.
rio Nacional, em sessão realizada em 26 de marçode2009, com base 1º da Resolução nº1.764,de31 deoutubrode1990, quando:
no art. 4º, inciso VIII, da referida lei,

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a) não houver contrato ou convênio para a sua prestação cele-
brado entre a instituição financeira e o ente beneficiário; ou LEI BRASILEIRA DE INCLUSÃO DA PESSOA COM DEFICI-
b) o respectivo contrato ou convênio celebrado não contem- ÊNCIA (ESTATUTO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA): LEI
ple o recebimento em guichê de caixa das dependências da insti- Nº 13.146, DE 06 DE JULHO DE 2015
tuição;II - ao recebimento de boletos de pagamento de que trata a
Circular nº 3.598, de 6de junho de 2012, emitidos fora do padrão, LEI Nº 13.146, DE 6 DE JULHO DE 2015.
das especificações ou dos requisitos vigentes para o instrumento;
III - ao recebimento de documentos mediante pagamento por Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência
meio de cheque; (Estatuto da Pessoa com Deficiência).
IV - às instituições que não possuam dependências ou às de-
pendências de instituições sem guichês de caixa; A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na-
V - aos postos de atendimento instalados em recinto de órgão cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
ou de entidade da Administração Pública ou de empresa privada
com guichês de caixa, nos quais sejam prestados serviços do exclu- LIVRO I
sivo interesse do respectivo órgão ou entidade e de seus servidores PARTE GERAL
ou da respectiva empresa e de seus empregados e administradores,
conforme disposto no § 2º do art. 5ºdaResolução nº 4.072, de26 de TÍTULO I
abril de2012;e DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
VI - às situações excepcionais previstas na legislação ou na re-
gulamentação específica, inclusive nos eventuais casos de suspen- CAPÍTULO I
são do atendimento previstos no art. 6º-A da Resolução nº 2.932, DISPOSIÇÕES GERAIS
de28 de fevereiro de2002. (Parágrafo 1º com redação dada pela
Resolução nº4.746, de29/8/2019.) Art. 1º É instituída a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com
§ 2ºPara fins do disposto no caput, é vedada a imposição de Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência), destinada a as-
restrições quanto à quantidade de documentos, de transações ou segurar e a promover, em condições de igualdade, o exercício dos
de operações por pessoa, bem como em relação amontante máxi- direitos e das liberdades fundamentais por pessoa com deficiência,
mo ou mínimo a ser pago ou recebido ou ainda quanto à faculdade visando à sua inclusão social e cidadania.
de o cliente ou o usuário optar por pagamentos em espécie, salvo Parágrafo único. Esta Lei tem como base a Convenção sobre os
as exceções previstas na legislação ou na regulamentação específi- Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo,
ca, a exemplo do disposto na Resolução nº 4.648, de 28 de março ratificados pelo Congresso Nacional por meio do Decreto Legislativo
de2018, que dispõe sobre o recebimento de boleto de pagamento nº 186, de 9 de julho de 2008 , em conformidade com o procedi-
com a utilização de recursos em espécie. (Redação dada pela Reso- mento previsto no § 3º do art. 5º da Constituição da República Fe-
lução nº 4.746, de29/8/2019.) derativa do Brasil , em vigor para o Brasil, no plano jurídico externo,
§ 3ºAs instituições devem divulgar, em suas dependências e desde 31 de agosto de 2008, e promulgados pelo Decreto nº 6.949,
nas dependências dos correspondentes no País, em local visível e de 25 de agosto de 2009 , data de início de sua vigência no plano
em formato legível, as situações de que tratam os incisos II,III e V do interno.
§ 1º.(Redação dada pela Resolução nº 4.746, de29/8/2019.) Art. 2º Considera-se pessoa com deficiência aquela que tem
§ 4º O disposto neste artigo deve ser observado indistintamen- impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual
te em relação a clientes e a não clientes, exceto pelas cooperativas ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode
de crédito, que devem observar o disposto no§5º.(Incluído pela Re- obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade
solução nº 4.746,de29/8/2019.) de condições com as demais pessoas.
§ 5ºAs cooperativas de crédito devem informar em suas de- § 1º A avaliação da deficiência, quando necessária, será biopsi-
pendências, em local visível e em formato legível, se realizam cossocial, realizada por equipe multiprofissional e interdisciplinar e
atendimento a não associados e quais os serviços disponibilizados, considerará: (Vigência)
devendo nesse caso assegurar as condições previstas neste artigo. I - os impedimentos nas funções e nas estruturas do corpo;
(Incluído pela Resolução nº 4.746,de29/8/2019.) II - os fatores socioambientais, psicológicos e pessoais;
Art.4º Esta resolução entra em vigor na data de sua publicação. III - a limitação no desempenho de atividades; e
Art. 5º Ficam revogadas as Resoluções nºs 2.878, de 26 de julho IV - a restrição de participação.
de 2001, e2.892,de27 desetembrode2001. § 2º O Poder Executivo criará instrumentos para avaliação da
deficiência. (Vide Lei nº 13.846, de 2019) (Vide Lei nº 14.126, de
Brasília,26 de março de 2009 2021)
Art. 3º Para fins de aplicação desta Lei, consideram-se:
Henrique de Campos Meirelles I - acessibilidade: possibilidade e condição de alcance para uti-
Presidente lização, com segurança e autonomia, de espaços, mobiliários, equi-
pamentos urbanos, edificações, transportes, informação e comuni-
cação, inclusive seus sistemas e tecnologias, bem como de outros
serviços e instalações abertos ao público, de uso público ou priva-
dos de uso coletivo, tanto na zona urbana como na rural, por pessoa
com deficiência ou com mobilidade reduzida;
II - desenho universal: concepção de produtos, ambientes, pro-
gramas e serviços a serem usados por todas as pessoas, sem neces-
sidade de adaptação ou de projeto específico, incluindo os recursos
de tecnologia assistiva;

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III - tecnologia assistiva ou ajuda técnica: produtos, equipa- que possam contar com apoio psicossocial para o atendimento das
mentos, dispositivos, recursos, metodologias, estratégias, práticas necessidades da pessoa acolhida, destinadas a jovens e adultos
e serviços que objetivem promover a funcionalidade, relacionada à com deficiência, em situação de dependência, que não dispõem de
atividade e à participação da pessoa com deficiência ou com mobili- condições de autossustentabilidade e com vínculos familiares fragi-
dade reduzida, visando à sua autonomia, independência, qualidade lizados ou rompidos;
de vida e inclusão social; XI - moradia para a vida independente da pessoa com deficiên-
IV - barreiras: qualquer entrave, obstáculo, atitude ou compor- cia: moradia com estruturas adequadas capazes de proporcionar
tamento que limite ou impeça a participação social da pessoa, bem serviços de apoio coletivos e individualizados que respeitem e am-
como o gozo, a fruição e o exercício de seus direitos à acessibilida- pliem o grau de autonomia de jovens e adultos com deficiência;
de, à liberdade de movimento e de expressão, à comunicação, ao XII - atendente pessoal: pessoa, membro ou não da família,
acesso à informação, à compreensão, à circulação com segurança, que, com ou sem remuneração, assiste ou presta cuidados básicos
entre outros, classificadas em: e essenciais à pessoa com deficiência no exercício de suas ativida-
a) barreiras urbanísticas: as existentes nas vias e nos espaços des diárias, excluídas as técnicas ou os procedimentos identificados
públicos e privados abertos ao público ou de uso coletivo; com profissões legalmente estabelecidas;
b) barreiras arquitetônicas: as existentes nos edifícios públicos XIII - profissional de apoio escolar: pessoa que exerce ativida-
e privados; des de alimentação, higiene e locomoção do estudante com defi-
c) barreiras nos transportes: as existentes nos sistemas e meios ciência e atua em todas as atividades escolares nas quais se fizer
de transportes; necessária, em todos os níveis e modalidades de ensino, em insti-
d) barreiras nas comunicações e na informação: qualquer tuições públicas e privadas, excluídas as técnicas ou os procedimen-
entrave, obstáculo, atitude ou comportamento que dificulte ou tos identificados com profissões legalmente estabelecidas;
impossibilite a expressão ou o recebimento de mensagens e de XIV - acompanhante: aquele que acompanha a pessoa com de-
informações por intermédio de sistemas de comunicação e de tec- ficiência, podendo ou não desempenhar as funções de atendente
nologia da informação; pessoal.
e) barreiras atitudinais: atitudes ou comportamentos que im-
peçam ou prejudiquem a participação social da pessoa com defi- CAPÍTULO II
ciência em igualdade de condições e oportunidades com as demais DA IGUALDADE E DA NÃO DISCRIMINAÇÃO
pessoas;
f) barreiras tecnológicas: as que dificultam ou impedem o aces- Art. 4º Toda pessoa com deficiência tem direito à igualdade de
so da pessoa com deficiência às tecnologias; oportunidades com as demais pessoas e não sofrerá nenhuma es-
V - comunicação: forma de interação dos cidadãos que abran- pécie de discriminação.
ge, entre outras opções, as línguas, inclusive a Língua Brasileira de § 1º Considera-se discriminação em razão da deficiência toda
Sinais (Libras), a visualização de textos, o Braille, o sistema de sina- forma de distinção, restrição ou exclusão, por ação ou omissão, que
lização ou de comunicação tátil, os caracteres ampliados, os dispo- tenha o propósito ou o efeito de prejudicar, impedir ou anular o
sitivos multimídia, assim como a linguagem simples, escrita e oral, reconhecimento ou o exercício dos direitos e das liberdades funda-
os sistemas auditivos e os meios de voz digitalizados e os modos, mentais de pessoa com deficiência, incluindo a recusa de adapta-
meios e formatos aumentativos e alternativos de comunicação, in- ções razoáveis e de fornecimento de tecnologias assistivas.
cluindo as tecnologias da informação e das comunicações; § 2º A pessoa com deficiência não está obrigada à fruição de
VI - adaptações razoáveis: adaptações, modificações e ajustes benefícios decorrentes de ação afirmativa.
necessários e adequados que não acarretem ônus desproporcional Art. 5º A pessoa com deficiência será protegida de toda forma
e indevido, quando requeridos em cada caso, a fim de assegurar de negligência, discriminação, exploração, violência, tortura, cruel-
que a pessoa com deficiência possa gozar ou exercer, em igualdade dade, opressão e tratamento desumano ou degradante.
de condições e oportunidades com as demais pessoas, todos os di- Parágrafo único. Para os fins da proteção mencionada no caput
reitos e liberdades fundamentais; deste artigo, são considerados especialmente vulneráveis a criança,
VII - elemento de urbanização: quaisquer componentes de o adolescente, a mulher e o idoso, com deficiência.
obras de urbanização, tais como os referentes a pavimentação, sa- Art. 6º A deficiência não afeta a plena capacidade civil da pes-
neamento, encanamento para esgotos, distribuição de energia elé- soa, inclusive para:
trica e de gás, iluminação pública, serviços de comunicação, abaste- I - casar-se e constituir união estável;
cimento e distribuição de água, paisagismo e os que materializam II - exercer direitos sexuais e reprodutivos;
as indicações do planejamento urbanístico; III - exercer o direito de decidir sobre o número de filhos e de
VIII - mobiliário urbano: conjunto de objetos existentes nas vias ter acesso a informações adequadas sobre reprodução e planeja-
e nos espaços públicos, superpostos ou adicionados aos elemen- mento familiar;
tos de urbanização ou de edificação, de forma que sua modifica- IV - conservar sua fertilidade, sendo vedada a esterilização
ção ou seu traslado não provoque alterações substanciais nesses compulsória;
elementos, tais como semáforos, postes de sinalização e similares, V - exercer o direito à família e à convivência familiar e comu-
terminais e pontos de acesso coletivo às telecomunicações, fontes nitária; e
de água, lixeiras, toldos, marquises, bancos, quiosques e quaisquer VI - exercer o direito à guarda, à tutela, à curatela e à adoção,
outros de natureza análoga; como adotante ou adotando, em igualdade de oportunidades com
IX - pessoa com mobilidade reduzida: aquela que tenha, por as demais pessoas.
qualquer motivo, dificuldade de movimentação, permanente ou Art. 7º É dever de todos comunicar à autoridade competente
temporária, gerando redução efetiva da mobilidade, da flexibilida- qualquer forma de ameaça ou de violação aos direitos da pessoa
de, da coordenação motora ou da percepção, incluindo idoso, ges- com deficiência.
tante, lactante, pessoa com criança de colo e obeso; Parágrafo único. Se, no exercício de suas funções, os juízes e os
X - residências inclusivas: unidades de oferta do Serviço de Aco- tribunais tiverem conhecimento de fatos que caracterizem as viola-
lhimento do Sistema Único de Assistência Social (Suas) localizadas ções previstas nesta Lei, devem remeter peças ao Ministério Público
em áreas residenciais da comunidade, com estruturas adequadas, para as providências cabíveis.

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Art. 8º É dever do Estado, da sociedade e da família assegurar § 2º A pesquisa científica envolvendo pessoa com deficiência
à pessoa com deficiência, com prioridade, a efetivação dos direitos em situação de tutela ou de curatela deve ser realizada, em cará-
referentes à vida, à saúde, à sexualidade, à paternidade e à materni- ter excepcional, apenas quando houver indícios de benefício direto
dade, à alimentação, à habitação, à educação, à profissionalização, para sua saúde ou para a saúde de outras pessoas com deficiência e
ao trabalho, à previdência social, à habilitação e à reabilitação, ao desde que não haja outra opção de pesquisa de eficácia comparável
transporte, à acessibilidade, à cultura, ao desporto, ao turismo, ao com participantes não tutelados ou curatelados.
lazer, à informação, à comunicação, aos avanços científicos e tecno- Art. 13. A pessoa com deficiência somente será atendida sem
lógicos, à dignidade, ao respeito, à liberdade, à convivência familiar seu consentimento prévio, livre e esclarecido em casos de risco de
e comunitária, entre outros decorrentes da Constituição Federal, da morte e de emergência em saúde, resguardado seu superior inte-
Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Pro- resse e adotadas as salvaguardas legais cabíveis.
tocolo Facultativo e das leis e de outras normas que garantam seu
bem-estar pessoal, social e econômico. CAPÍTULO II
DO DIREITO À HABILITAÇÃO E À REABILITAÇÃO
SEÇÃO ÚNICA
DO ATENDIMENTO PRIORITÁRIO Art. 14. O processo de habilitação e de reabilitação é um direito
da pessoa com deficiência.
Art. 9º A pessoa com deficiência tem direito a receber atendi- Parágrafo único. O processo de habilitação e de reabilitação
mento prioritário, sobretudo com a finalidade de: tem por objetivo o desenvolvimento de potencialidades, talentos,
I - proteção e socorro em quaisquer circunstâncias; habilidades e aptidões físicas, cognitivas, sensoriais, psicossociais,
II - atendimento em todas as instituições e serviços de atendi- atitudinais, profissionais e artísticas que contribuam para a conquis-
mento ao público; ta da autonomia da pessoa com deficiência e de sua participação
III - disponibilização de recursos, tanto humanos quanto tec- social em igualdade de condições e oportunidades com as demais
nológicos, que garantam atendimento em igualdade de condições pessoas.
com as demais pessoas; Art. 15. O processo mencionado no art. 14 desta Lei baseia-se
IV - disponibilização de pontos de parada, estações e terminais em avaliação multidisciplinar das necessidades, habilidades e po-
acessíveis de transporte coletivo de passageiros e garantia de segu- tencialidades de cada pessoa, observadas as seguintes diretrizes:
rança no embarque e no desembarque; I - diagnóstico e intervenção precoces;
V - acesso a informações e disponibilização de recursos de co- II - adoção de medidas para compensar perda ou limitação fun-
municação acessíveis; cional, buscando o desenvolvimento de aptidões;
VI - recebimento de restituição de imposto de renda; III - atuação permanente, integrada e articulada de políticas
VII - tramitação processual e procedimentos judiciais e admi- públicas que possibilitem a plena participação social da pessoa com
nistrativos em que for parte ou interessada, em todos os atos e di- deficiência;
ligências. IV - oferta de rede de serviços articulados, com atuação inter-
§ 1º Os direitos previstos neste artigo são extensivos ao acom- setorial, nos diferentes níveis de complexidade, para atender às ne-
panhante da pessoa com deficiência ou ao seu atendente pessoal, cessidades específicas da pessoa com deficiência;
exceto quanto ao disposto nos incisos VI e VII deste artigo. V - prestação de serviços próximo ao domicílio da pessoa com
§ 2º Nos serviços de emergência públicos e privados, a priori- deficiência, inclusive na zona rural, respeitadas a organização das
dade conferida por esta Lei é condicionada aos protocolos de aten- Redes de Atenção à Saúde (RAS) nos territórios locais e as normas
dimento médico. do Sistema Único de Saúde (SUS).
Art. 16. Nos programas e serviços de habilitação e de reabilita-
TÍTULO II ção para a pessoa com deficiência, são garantidos:
DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS I - organização, serviços, métodos, técnicas e recursos para
atender às características de cada pessoa com deficiência;
CAPÍTULO I II - acessibilidade em todos os ambientes e serviços;
DO DIREITO À VIDA III - tecnologia assistiva, tecnologia de reabilitação, materiais e
equipamentos adequados e apoio técnico profissional, de acordo
Art. 10. Compete ao poder público garantir a dignidade da pes- com as especificidades de cada pessoa com deficiência;
soa com deficiência ao longo de toda a vida. IV - capacitação continuada de todos os profissionais que parti-
Parágrafo único. Em situações de risco, emergência ou estado cipem dos programas e serviços.
de calamidade pública, a pessoa com deficiência será considerada Art. 17. Os serviços do SUS e do Suas deverão promover ações
vulnerável, devendo o poder público adotar medidas para sua pro- articuladas para garantir à pessoa com deficiência e sua família a
teção e segurança. aquisição de informações, orientações e formas de acesso às polí-
Art. 11. A pessoa com deficiência não poderá ser obrigada a ticas públicas disponíveis, com a finalidade de propiciar sua plena
se submeter a intervenção clínica ou cirúrgica, a tratamento ou a participação social.
institucionalização forçada. Parágrafo único. Os serviços de que trata o caput deste artigo
Parágrafo único. O consentimento da pessoa com deficiência podem fornecer informações e orientações nas áreas de saúde, de
em situação de curatela poderá ser suprido, na forma da lei. educação, de cultura, de esporte, de lazer, de transporte, de previ-
Art. 12. O consentimento prévio, livre e esclarecido da pessoa dência social, de assistência social, de habitação, de trabalho, de
com deficiência é indispensável para a realização de tratamento, empreendedorismo, de acesso ao crédito, de promoção, proteção
procedimento, hospitalização e pesquisa científica. e defesa de direitos e nas demais áreas que possibilitem à pessoa
§ 1º Em caso de pessoa com deficiência em situação de cura- com deficiência exercer sua cidadania.
tela, deve ser assegurada sua participação, no maior grau possível,
para a obtenção de consentimento.

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CAPÍTULO III Art. 22. À pessoa com deficiência internada ou em observação
DO DIREITO À SAÚDE é assegurado o direito a acompanhante ou a atendente pessoal, de-
vendo o órgão ou a instituição de saúde proporcionar condições
Art. 18. É assegurada atenção integral à saúde da pessoa com adequadas para sua permanência em tempo integral.
deficiência em todos os níveis de complexidade, por intermédio do § 1º Na impossibilidade de permanência do acompanhante
SUS, garantido acesso universal e igualitário. ou do atendente pessoal junto à pessoa com deficiência, cabe ao
§ 1º É assegurada a participação da pessoa com deficiência na profissional de saúde responsável pelo tratamento justificá-la por
elaboração das políticas de saúde a ela destinadas. escrito.
§ 2º É assegurado atendimento segundo normas éticas e téc- § 2º Na ocorrência da impossibilidade prevista no § 1º deste ar-
nicas, que regulamentarão a atuação dos profissionais de saúde e tigo, o órgão ou a instituição de saúde deve adotar as providências
contemplarão aspectos relacionados aos direitos e às especificida- cabíveis para suprir a ausência do acompanhante ou do atendente
des da pessoa com deficiência, incluindo temas como sua dignidade pessoal.
e autonomia. Art. 23. São vedadas todas as formas de discriminação contra a
§ 3º Aos profissionais que prestam assistência à pessoa com pessoa com deficiência, inclusive por meio de cobrança de valores
deficiência, especialmente em serviços de habilitação e de reabilita- diferenciados por planos e seguros privados de saúde, em razão de
ção, deve ser garantida capacitação inicial e continuada. sua condição.
§ 4º As ações e os serviços de saúde pública destinados à pes- Art. 24. É assegurado à pessoa com deficiência o acesso aos
soa com deficiência devem assegurar: serviços de saúde, tanto públicos como privados, e às informações
I - diagnóstico e intervenção precoces, realizados por equipe prestadas e recebidas, por meio de recursos de tecnologia assistiva
multidisciplinar; e de todas as formas de comunicação previstas no inciso V do art.
II - serviços de habilitação e de reabilitação sempre que neces- 3º desta Lei.
sários, para qualquer tipo de deficiência, inclusive para a manuten- Art. 25. Os espaços dos serviços de saúde, tanto públicos quan-
ção da melhor condição de saúde e qualidade de vida; to privados, devem assegurar o acesso da pessoa com deficiência,
III - atendimento domiciliar multidisciplinar, tratamento ambu- em conformidade com a legislação em vigor, mediante a remoção
latorial e internação; de barreiras, por meio de projetos arquitetônico, de ambientação
IV - campanhas de vacinação; de interior e de comunicação que atendam às especificidades das
V - atendimento psicológico, inclusive para seus familiares e pessoas com deficiência física, sensorial, intelectual e mental.
atendentes pessoais; Art. 26. Os casos de suspeita ou de confirmação de violência
VI - respeito à especificidade, à identidade de gênero e à orien- praticada contra a pessoa com deficiência serão objeto de notifi-
tação sexual da pessoa com deficiência; cação compulsória pelos serviços de saúde públicos e privados à
VII - atenção sexual e reprodutiva, incluindo o direito à fertili- autoridade policial e ao Ministério Público, além dos Conselhos dos
zação assistida; Direitos da Pessoa com Deficiência.
VIII - informação adequada e acessível à pessoa com deficiência Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, considera-se violên-
e a seus familiares sobre sua condição de saúde; cia contra a pessoa com deficiência qualquer ação ou omissão, pra-
IX - serviços projetados para prevenir a ocorrência e o desen- ticada em local público ou privado, que lhe cause morte ou dano ou
volvimento de deficiências e agravos adicionais; sofrimento físico ou psicológico.
X - promoção de estratégias de capacitação permanente das
equipes que atuam no SUS, em todos os níveis de atenção, no aten- CAPÍTULO IV
dimento à pessoa com deficiência, bem como orientação a seus DO DIREITO À EDUCAÇÃO
atendentes pessoais;
XI - oferta de órteses, próteses, meios auxiliares de locomoção, Art. 27. A educação constitui direito da pessoa com deficiên-
medicamentos, insumos e fórmulas nutricionais, conforme as nor- cia, assegurados sistema educacional inclusivo em todos os níveis
mas vigentes do Ministério da Saúde. e aprendizado ao longo de toda a vida, de forma a alcançar o máxi-
§ 5º As diretrizes deste artigo aplicam-se também às institui- mo desenvolvimento possível de seus talentos e habilidades físicas,
ções privadas que participem de forma complementar do SUS ou sensoriais, intelectuais e sociais, segundo suas características, inte-
que recebam recursos públicos para sua manutenção. resses e necessidades de aprendizagem.
Art. 19. Compete ao SUS desenvolver ações destinadas à pre- Parágrafo único. É dever do Estado, da família, da comunidade
venção de deficiências por causas evitáveis, inclusive por meio de: escolar e da sociedade assegurar educação de qualidade à pessoa
I - acompanhamento da gravidez, do parto e do puerpério, com
com deficiência, colocando-a a salvo de toda forma de violência,
garantia de parto humanizado e seguro;
negligência e discriminação.
II - promoção de práticas alimentares adequadas e saudáveis,
Art. 28. Incumbe ao poder público assegurar, criar, desenvolver,
vigilância alimentar e nutricional, prevenção e cuidado integral
implementar, incentivar, acompanhar e avaliar:
dos agravos relacionados à alimentação e nutrição da mulher e da
I - sistema educacional inclusivo em todos os níveis e modalida-
criança;
des, bem como o aprendizado ao longo de toda a vida;
III - aprimoramento e expansão dos programas de imunização
II - aprimoramento dos sistemas educacionais, visando a ga-
e de triagem neonatal;
IV - identificação e controle da gestante de alto risco. rantir condições de acesso, permanência, participação e aprendiza-
Art. 20. As operadoras de planos e seguros privados de saúde gem, por meio da oferta de serviços e de recursos de acessibilidade
são obrigadas a garantir à pessoa com deficiência, no mínimo, todos que eliminem as barreiras e promovam a inclusão plena;
os serviços e produtos ofertados aos demais clientes. III - projeto pedagógico que institucionalize o atendimento
Art. 21. Quando esgotados os meios de atenção à saúde da educacional especializado, assim como os demais serviços e adap-
pessoa com deficiência no local de residência, será prestado atendi- tações razoáveis, para atender às características dos estudantes
mento fora de domicílio, para fins de diagnóstico e de tratamento, com deficiência e garantir o seu pleno acesso ao currículo em con-
garantidos o transporte e a acomodação da pessoa com deficiência dições de igualdade, promovendo a conquista e o exercício de sua
e de seu acompanhante. autonomia;

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IV - oferta de educação bilíngue, em Libras como primeira lín- Art. 30. Nos processos seletivos para ingresso e permanência
gua e na modalidade escrita da língua portuguesa como segunda nos cursos oferecidos pelas instituições de ensino superior e de
língua, em escolas e classes bilíngues e em escolas inclusivas; educação profissional e tecnológica, públicas e privadas, devem ser
V - adoção de medidas individualizadas e coletivas em ambien- adotadas as seguintes medidas:
tes que maximizem o desenvolvimento acadêmico e social dos es- I - atendimento preferencial à pessoa com deficiência nas de-
tudantes com deficiência, favorecendo o acesso, a permanência, a pendências das Instituições de Ensino Superior (IES) e nos serviços;
participação e a aprendizagem em instituições de ensino; II - disponibilização de formulário de inscrição de exames com
VI - pesquisas voltadas para o desenvolvimento de novos méto- campos específicos para que o candidato com deficiência informe
dos e técnicas pedagógicas, de materiais didáticos, de equipamen- os recursos de acessibilidade e de tecnologia assistiva necessários
tos e de recursos de tecnologia assistiva; para sua participação;
VII - planejamento de estudo de caso, de elaboração de plano III - disponibilização de provas em formatos acessíveis para
de atendimento educacional especializado, de organização de re- atendimento às necessidades específicas do candidato com defi-
cursos e serviços de acessibilidade e de disponibilização e usabilida- ciência;
de pedagógica de recursos de tecnologia assistiva; IV - disponibilização de recursos de acessibilidade e de tecnolo-
VIII - participação dos estudantes com deficiência e de suas fa- gia assistiva adequados, previamente solicitados e escolhidos pelo
mílias nas diversas instâncias de atuação da comunidade escolar; candidato com deficiência;
IX - adoção de medidas de apoio que favoreçam o desenvolvi- V - dilação de tempo, conforme demanda apresentada pelo
mento dos aspectos linguísticos, culturais, vocacionais e profissio- candidato com deficiência, tanto na realização de exame para sele-
nais, levando-se em conta o talento, a criatividade, as habilidades e ção quanto nas atividades acadêmicas, mediante prévia solicitação
os interesses do estudante com deficiência; e comprovação da necessidade;
X - adoção de práticas pedagógicas inclusivas pelos programas VI - adoção de critérios de avaliação das provas escritas, dis-
de formação inicial e continuada de professores e oferta de forma- cursivas ou de redação que considerem a singularidade linguística
ção continuada para o atendimento educacional especializado; da pessoa com deficiência, no domínio da modalidade escrita da
XI - formação e disponibilização de professores para o atendi- língua portuguesa;
mento educacional especializado, de tradutores e intérpretes da VII - tradução completa do edital e de suas retificações em Li-
Libras, de guias intérpretes e de profissionais de apoio; bras.
XII - oferta de ensino da Libras, do Sistema Braille e de uso de
recursos de tecnologia assistiva, de forma a ampliar habilidades CAPÍTULO V
funcionais dos estudantes, promovendo sua autonomia e partici- DO DIREITO À MORADIA
pação;
Art. 31. A pessoa com deficiência tem direito à moradia digna,
XIII - acesso à educação superior e à educação profissional e
no seio da família natural ou substituta, com seu cônjuge ou com-
tecnológica em igualdade de oportunidades e condições com as de-
panheiro ou desacompanhada, ou em moradia para a vida indepen-
mais pessoas;
dente da pessoa com deficiência, ou, ainda, em residência inclusiva.
XIV - inclusão em conteúdos curriculares, em cursos de nível
§ 1º O poder público adotará programas e ações estratégicas
superior e de educação profissional técnica e tecnológica, de temas
para apoiar a criação e a manutenção de moradia para a vida inde-
relacionados à pessoa com deficiência nos respectivos campos de
pendente da pessoa com deficiência.
conhecimento; § 2º A proteção integral na modalidade de residência inclusi-
XV - acesso da pessoa com deficiência, em igualdade de con- va será prestada no âmbito do Suas à pessoa com deficiência em
dições, a jogos e a atividades recreativas, esportivas e de lazer, no situação de dependência que não disponha de condições de autos-
sistema escolar; sustentabilidade, com vínculos familiares fragilizados ou rompidos.
XVI - acessibilidade para todos os estudantes, trabalhadores da Art. 32. Nos programas habitacionais, públicos ou subsidiados
educação e demais integrantes da comunidade escolar às edifica- com recursos públicos, a pessoa com deficiência ou o seu responsá-
ções, aos ambientes e às atividades concernentes a todas as moda- vel goza de prioridade na aquisição de imóvel para moradia própria,
lidades, etapas e níveis de ensino; observado o seguinte:
XVII - oferta de profissionais de apoio escolar; I - reserva de, no mínimo, 3% (três por cento) das unidades
XVIII - articulação intersetorial na implementação de políticas habitacionais para pessoa com deficiência;
públicas. II - (VETADO);
§ 1º Às instituições privadas, de qualquer nível e modalidade III - em caso de edificação multifamiliar, garantia de acessibili-
de ensino, aplica-se obrigatoriamente o disposto nos incisos I, II, III, dade nas áreas de uso comum e nas unidades habitacionais no piso
V, VII, VIII, IX, X, XI, XII, XIII, XIV, XV, XVI, XVII e XVIII do caput deste térreo e de acessibilidade ou de adaptação razoável nos demais pi-
artigo, sendo vedada a cobrança de valores adicionais de qualquer sos;
natureza em suas mensalidades, anuidades e matrículas no cumpri- IV - disponibilização de equipamentos urbanos comunitários
mento dessas determinações. acessíveis;
§ 2º Na disponibilização de tradutores e intérpretes da Libras V - elaboração de especificações técnicas no projeto que per-
a que se refere o inciso XI do caput deste artigo, deve-se observar mitam a instalação de elevadores.
o seguinte: § 1º O direito à prioridade, previsto no caput deste artigo, será
I - os tradutores e intérpretes da Libras atuantes na educação reconhecido à pessoa com deficiência beneficiária apenas uma vez.
básica devem, no mínimo, possuir ensino médio completo e certifi- § 2º Nos programas habitacionais públicos, os critérios de fi-
cado de proficiência na Libras; (Vigência) nanciamento devem ser compatíveis com os rendimentos da pes-
II - os tradutores e intérpretes da Libras, quando direcionados soa com deficiência ou de sua família.
à tarefa de interpretar nas salas de aula dos cursos de graduação e § 3º Caso não haja pessoa com deficiência interessada nas uni-
pós-graduação, devem possuir nível superior, com habilitação, prio- dades habitacionais reservadas por força do disposto no inciso I do
ritariamente, em Tradução e Interpretação em Libras. (Vigência) caput deste artigo, as unidades não utilizadas serão disponibilizadas
Art. 29. (VETADO). às demais pessoas.

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Art. 33. Ao poder público compete: § 3º Os serviços de habilitação profissional, de reabilitação pro-
I - adotar as providências necessárias para o cumprimento do fissional e de educação profissional devem ser dotados de recursos
disposto nos arts. 31 e 32 desta Lei; e necessários para atender a toda pessoa com deficiência, indepen-
II - divulgar, para os agentes interessados e beneficiários, a polí- dentemente de sua característica específica, a fim de que ela possa
tica habitacional prevista nas legislações federal, estaduais, distrital ser capacitada para trabalho que lhe seja adequado e ter perspecti-
e municipais, com ênfase nos dispositivos sobre acessibilidade. vas de obtê-lo, de conservá-lo e de nele progredir.
§ 4º Os serviços de habilitação profissional, de reabilitação pro-
CAPÍTULO VI fissional e de educação profissional deverão ser oferecidos em am-
DO DIREITO AO TRABALHO bientes acessíveis e inclusivos.
§ 5º A habilitação profissional e a reabilitação profissional de-
SEÇÃO I vem ocorrer articuladas com as redes públicas e privadas, espe-
DISPOSIÇÕES GERAIS cialmente de saúde, de ensino e de assistência social, em todos os
níveis e modalidades, em entidades de formação profissional ou
Art. 34. A pessoa com deficiência tem direito ao trabalho de diretamente com o empregador.
sua livre escolha e aceitação, em ambiente acessível e inclusivo, em § 6º A habilitação profissional pode ocorrer em empresas por
igualdade de oportunidades com as demais pessoas. meio de prévia formalização do contrato de emprego da pessoa
§ 1º As pessoas jurídicas de direito público, privado ou de qual- com deficiência, que será considerada para o cumprimento da re-
quer natureza são obrigadas a garantir ambientes de trabalho aces- serva de vagas prevista em lei, desde que por tempo determinado e
síveis e inclusivos. concomitante com a inclusão profissional na empresa, observado o
§ 2º A pessoa com deficiência tem direito, em igualdade de disposto em regulamento.
oportunidades com as demais pessoas, a condições justas e favorá- § 7º A habilitação profissional e a reabilitação profissional aten-
veis de trabalho, incluindo igual remuneração por trabalho de igual derão à pessoa com deficiência.
valor.
§ 3º É vedada restrição ao trabalho da pessoa com deficiência SEÇÃO III
e qualquer discriminação em razão de sua condição, inclusive nas DA INCLUSÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA NO TRABA-
etapas de recrutamento, seleção, contratação, admissão, exames LHO
admissional e periódico, permanência no emprego, ascensão pro-
fissional e reabilitação profissional, bem como exigência de aptidão Art. 37. Constitui modo de inclusão da pessoa com deficiência
plena. no trabalho a colocação competitiva, em igualdade de oportunida-
§ 4º A pessoa com deficiência tem direito à participação e ao des com as demais pessoas, nos termos da legislação trabalhista
acesso a cursos, treinamentos, educação continuada, planos de car- e previdenciária, na qual devem ser atendidas as regras de aces-
reira, promoções, bonificações e incentivos profissionais oferecidos sibilidade, o fornecimento de recursos de tecnologia assistiva e a
pelo empregador, em igualdade de oportunidades com os demais adaptação razoável no ambiente de trabalho.
empregados. Parágrafo único. A colocação competitiva da pessoa com defi-
§ 5º É garantida aos trabalhadores com deficiência acessibilida- ciência pode ocorrer por meio de trabalho com apoio, observadas
de em cursos de formação e de capacitação. as seguintes diretrizes:
Art. 35. É finalidade primordial das políticas públicas de traba- I - prioridade no atendimento à pessoa com deficiência com
lho e emprego promover e garantir condições de acesso e de per- maior dificuldade de inserção no campo de trabalho;
manência da pessoa com deficiência no campo de trabalho. II - provisão de suportes individualizados que atendam a neces-
Parágrafo único. Os programas de estímulo ao empreendedo- sidades específicas da pessoa com deficiência, inclusive a disponi-
rismo e ao trabalho autônomo, incluídos o cooperativismo e o asso- bilização de recursos de tecnologia assistiva, de agente facilitador e
ciativismo, devem prever a participação da pessoa com deficiência de apoio no ambiente de trabalho;
e a disponibilização de linhas de crédito, quando necessárias. III - respeito ao perfil vocacional e ao interesse da pessoa com
deficiência apoiada;
SEÇÃO II IV - oferta de aconselhamento e de apoio aos empregadores,
DA HABILITAÇÃO PROFISSIONAL E REABILITAÇÃO PROFIS- com vistas à definição de estratégias de inclusão e de superação de
SIONAL barreiras, inclusive atitudinais;
V - realização de avaliações periódicas;
Art. 36. O poder público deve implementar serviços e progra- VI - articulação intersetorial das políticas públicas;
mas completos de habilitação profissional e de reabilitação profis- VII - possibilidade de participação de organizações da socieda-
sional para que a pessoa com deficiência possa ingressar, continuar de civil.
ou retornar ao campo do trabalho, respeitados sua livre escolha, Art. 38. A entidade contratada para a realização de processo
sua vocação e seu interesse. seletivo público ou privado para cargo, função ou emprego está
§ 1º Equipe multidisciplinar indicará, com base em critérios obrigada à observância do disposto nesta Lei e em outras normas
previstos no § 1º do art. 2º desta Lei, programa de habilitação ou de de acessibilidade vigentes.
reabilitação que possibilite à pessoa com deficiência restaurar sua
capacidade e habilidade profissional ou adquirir novas capacidades
CAPÍTULO VII
DO DIREITO À ASSISTÊNCIA SOCIAL
e habilidades de trabalho.
§ 2º A habilitação profissional corresponde ao processo des-
Art. 39. Os serviços, os programas, os projetos e os benefícios
tinado a propiciar à pessoa com deficiência aquisição de conheci-
no âmbito da política pública de assistência social à pessoa com de-
mentos, habilidades e aptidões para exercício de profissão ou de
ficiência e sua família têm como objetivo a garantia da segurança
ocupação, permitindo nível suficiente de desenvolvimento profis-
de renda, da acolhida, da habilitação e da reabilitação, do desen-
sional para ingresso no campo de trabalho.
volvimento da autonomia e da convivência familiar e comunitária,
para a promoção do acesso a direitos e da plena participação social.

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§ 1º A assistência social à pessoa com deficiência, nos termos § 2º No caso de não haver comprovada procura pelos assen-
do caput deste artigo, deve envolver conjunto articulado de serviços tos reservados, esses podem, excepcionalmente, ser ocupados por
do âmbito da Proteção Social Básica e da Proteção Social Especial, pessoas sem deficiência ou que não tenham mobilidade reduzida,
ofertados pelo Suas, para a garantia de seguranças fundamentais observado o disposto em regulamento.
no enfrentamento de situações de vulnerabilidade e de risco, por § 3º Os espaços e assentos a que se refere este artigo devem
fragilização de vínculos e ameaça ou violação de direitos. situar-se em locais que garantam a acomodação de, no mínimo, 1
§ 2º Os serviços socioassistenciais destinados à pessoa com (um) acompanhante da pessoa com deficiência ou com mobilidade
deficiência em situação de dependência deverão contar com cui- reduzida, resguardado o direito de se acomodar proximamente a
dadores sociais para prestar-lhe cuidados básicos e instrumentais. grupo familiar e comunitário.
Art. 40. É assegurado à pessoa com deficiência que não possua § 4º Nos locais referidos no caput deste artigo, deve haver,
meios para prover sua subsistência nem de tê-la provida por sua obrigatoriamente, rotas de fuga e saídas de emergência acessíveis,
família o benefício mensal de 1 (um) salário-mínimo, nos termos da conforme padrões das normas de acessibilidade, a fim de permitir a
Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993 . saída segura da pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzi-
da, em caso de emergência.
CAPÍTULO VIII § 5º Todos os espaços das edificações previstas no caput deste
DO DIREITO À PREVIDÊNCIA SOCIAL artigo devem atender às normas de acessibilidade em vigor.
§ 6º As salas de cinema devem oferecer, em todas as sessões,
Art. 41. A pessoa com deficiência segurada do Regime Geral de recursos de acessibilidade para a pessoa com deficiência. (Vigência)
Previdência Social (RGPS) tem direito à aposentadoria nos termos § 7º O valor do ingresso da pessoa com deficiência não poderá
da Lei Complementar nº 142, de 8 de maio de 2013 . ser superior ao valor cobrado das demais pessoas.
Art. 45. Os hotéis, pousadas e similares devem ser construídos
CAPÍTULO IX observando-se os princípios do desenho universal, além de adotar
DO DIREITO À CULTURA, AO ESPORTE, AO TURISMO E AO todos os meios de acessibilidade, conforme legislação em vigor. (Vi-
LAZER gência) (Reglamento)
§ 1º Os estabelecimentos já existentes deverão disponibilizar,
Art. 42. A pessoa com deficiência tem direito à cultura, ao es- pelo menos, 10% (dez por cento) de seus dormitórios acessíveis,
porte, ao turismo e ao lazer em igualdade de oportunidades com as garantida, no mínimo, 1 (uma) unidade acessível.
demais pessoas, sendo-lhe garantido o acesso: § 2º Os dormitórios mencionados no § 1º deste artigo deverão
I - a bens culturais em formato acessível; ser localizados em rotas acessíveis.
II - a programas de televisão, cinema, teatro e outras atividades
culturais e desportivas em formato acessível; e CAPÍTULO X
III - a monumentos e locais de importância cultural e a espaços DO DIREITO AO TRANSPORTE E À MOBILIDADE
que ofereçam serviços ou eventos culturais e esportivos.
§ 1º É vedada a recusa de oferta de obra intelectual em for- Art. 46. O direito ao transporte e à mobilidade da pessoa com
mato acessível à pessoa com deficiência, sob qualquer argumento, deficiência ou com mobilidade reduzida será assegurado em igual-
inclusive sob a alegação de proteção dos direitos de propriedade dade de oportunidades com as demais pessoas, por meio de iden-
intelectual. tificação e de eliminação de todos os obstáculos e barreiras ao seu
§ 2º O poder público deve adotar soluções destinadas à elimi- acesso.
nação, à redução ou à superação de barreiras para a promoção do § 1º Para fins de acessibilidade aos serviços de transporte coletivo
acesso a todo patrimônio cultural, observadas as normas de acessi- terrestre, aquaviário e aéreo, em todas as jurisdições, consideram-se
bilidade, ambientais e de proteção do patrimônio histórico e artís- como integrantes desses serviços os veículos, os terminais, as estações,
tico nacional. os pontos de parada, o sistema viário e a prestação do serviço.
Art. 43. O poder público deve promover a participação da pes- § 2º São sujeitas ao cumprimento das disposições desta Lei,
soa com deficiência em atividades artísticas, intelectuais, culturais, sempre que houver interação com a matéria nela regulada, a ou-
esportivas e recreativas, com vistas ao seu protagonismo, devendo: torga, a concessão, a permissão, a autorização, a renovação ou a
I - incentivar a provisão de instrução, de treinamento e de re- habilitação de linhas e de serviços de transporte coletivo.
cursos adequados, em igualdade de oportunidades com as demais § 3º Para colocação do símbolo internacional de acesso nos
pessoas; veículos, as empresas de transporte coletivo de passageiros depen-
II - assegurar acessibilidade nos locais de eventos e nos serviços dem da certificação de acessibilidade emitida pelo gestor público
prestados por pessoa ou entidade envolvida na organização das ati- responsável pela prestação do serviço.
vidades de que trata este artigo; e Art. 47. Em todas as áreas de estacionamento aberto ao pú-
III - assegurar a participação da pessoa com deficiência em jo- blico, de uso público ou privado de uso coletivo e em vias públicas,
gos e atividades recreativas, esportivas, de lazer, culturais e artísti- devem ser reservadas vagas próximas aos acessos de circulação de
cas, inclusive no sistema escolar, em igualdade de condições com as
pedestres, devidamente sinalizadas, para veículos que transportem
demais pessoas.
pessoa com deficiência com comprometimento de mobilidade, des-
Art. 44. Nos teatros, cinemas, auditórios, estádios, ginásios de
de que devidamente identificados.
esporte, locais de espetáculos e de conferências e similares, serão
§ 1º As vagas a que se refere o caput deste artigo devem equi-
reservados espaços livres e assentos para a pessoa com deficiência,
valer a 2% (dois por cento) do total, garantida, no mínimo, 1 (uma)
de acordo com a capacidade de lotação da edificação, observado o
vaga devidamente sinalizada e com as especificações de desenho e
disposto em regulamento.
traçado de acordo com as normas técnicas vigentes de acessibilidade.
§ 1º Os espaços e assentos a que se refere este artigo devem
ser distribuídos pelo recinto em locais diversos, de boa visibilidade, § 2º Os veículos estacionados nas vagas reservadas devem exi-
em todos os setores, próximos aos corredores, devidamente sina- bir, em local de ampla visibilidade, a credencial de beneficiário, a
lizados, evitando-se áreas segregadas de público e obstrução das ser confeccionada e fornecida pelos órgãos de trânsito, que discipli-
saídas, em conformidade com as normas de acessibilidade. narão suas características e condições de uso.

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§ 3º A utilização indevida das vagas de que trata este artigo IV - a concessão de aval da União para obtenção de empréstimo
sujeita os infratores às sanções previstas no inciso XX do art. 181 e de financiamento internacionais por entes públicos ou privados.
da Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997 (Código de Trânsito Art. 55. A concepção e a implantação de projetos que tratem
Brasileiro) . (Redação dada pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) do meio físico, de transporte, de informação e comunicação, inclu-
§ 4º A credencial a que se refere o § 2º deste artigo é vinculada sive de sistemas e tecnologias da informação e comunicação, e de
à pessoa com deficiência que possui comprometimento de mobili- outros serviços, equipamentos e instalações abertos ao público, de
dade e é válida em todo o território nacional. uso público ou privado de uso coletivo, tanto na zona urbana como
Art. 48. Os veículos de transporte coletivo terrestre, aquaviário na rural, devem atender aos princípios do desenho universal, tendo
e aéreo, as instalações, as estações, os portos e os terminais em como referência as normas de acessibilidade.
operação no País devem ser acessíveis, de forma a garantir o seu § 1º O desenho universal será sempre tomado como regra de
uso por todas as pessoas. caráter geral.
§ 1º Os veículos e as estruturas de que trata o caput deste arti- § 2º Nas hipóteses em que comprovadamente o desenho uni-
go devem dispor de sistema de comunicação acessível que disponi- versal não possa ser empreendido, deve ser adotada adaptação ra-
bilize informações sobre todos os pontos do itinerário. zoável.
§ 2º São asseguradas à pessoa com deficiência prioridade e se- § 3º Caberá ao poder público promover a inclusão de conteú-
gurança nos procedimentos de embarque e de desembarque nos dos temáticos referentes ao desenho universal nas diretrizes curri-
veículos de transporte coletivo, de acordo com as normas técnicas. culares da educação profissional e tecnológica e do ensino superior
§ 3º Para colocação do símbolo internacional de acesso nos e na formação das carreiras de Estado.
veículos, as empresas de transporte coletivo de passageiros depen- § 4º Os programas, os projetos e as linhas de pesquisa a serem
dem da certificação de acessibilidade emitida pelo gestor público desenvolvidos com o apoio de organismos públicos de auxílio à pes-
responsável pela prestação do serviço. quisa e de agências de fomento deverão incluir temas voltados para
Art. 49. As empresas de transporte de fretamento e de turismo, o desenho universal.
na renovação de suas frotas, são obrigadas ao cumprimento do dis- § 5º Desde a etapa de concepção, as políticas públicas deverão
posto nos arts. 46 e 48 desta Lei. (Vigência) considerar a adoção do desenho universal.
Art. 50. O poder público incentivará a fabricação de veículos Art. 56. A construção, a reforma, a ampliação ou a mudança de
acessíveis e a sua utilização como táxis e vans , de forma a garantir uso de edificações abertas ao público, de uso público ou privadas
o seu uso por todas as pessoas. de uso coletivo deverão ser executadas de modo a serem acessíveis.
Art. 51. As frotas de empresas de táxi devem reservar 10% (dez § 1º As entidades de fiscalização profissional das atividades de
por cento) de seus veículos acessíveis à pessoa com deficiência. Engenharia, de Arquitetura e correlatas, ao anotarem a responsabi-
(Vide Decreto nº 9.762, de 2019) (Vigência) lidade técnica de projetos, devem exigir a responsabilidade profis-
§ 1º É proibida a cobrança diferenciada de tarifas ou de valores sional declarada de atendimento às regras de acessibilidade previs-
adicionais pelo serviço de táxi prestado à pessoa com deficiência. tas em legislação e em normas técnicas pertinentes.
§ 2º O poder público é autorizado a instituir incentivos fiscais § 2º Para a aprovação, o licenciamento ou a emissão de certi-
com vistas a possibilitar a acessibilidade dos veículos a que se refere ficado de projeto executivo arquitetônico, urbanístico e de instala-
o caput deste artigo. ções e equipamentos temporários ou permanentes e para o licen-
Art. 52. As locadoras de veículos são obrigadas a oferecer 1 ciamento ou a emissão de certificado de conclusão de obra ou de
(um) veículo adaptado para uso de pessoa com deficiência, a cada serviço, deve ser atestado o atendimento às regras de acessibilida-
conjunto de 20 (vinte) veículos de sua frota. (Vide Decreto nº 9.762, de.
§ 3º O poder público, após certificar a acessibilidade de edifi-
de 2019) (Vigência)
cação ou de serviço, determinará a colocação, em espaços ou em
Parágrafo único. O veículo adaptado deverá ter, no mínimo,
locais de ampla visibilidade, do símbolo internacional de acesso, na
câmbio automático, direção hidráulica, vidros elétricos e comandos
forma prevista em legislação e em normas técnicas correlatas.
manuais de freio e de embreagem.
Art. 57. As edificações públicas e privadas de uso coletivo já
existentes devem garantir acessibilidade à pessoa com deficiência
TÍTULO III
em todas as suas dependências e serviços, tendo como referência
DA ACESSIBILIDADE as normas de acessibilidade vigentes.
Art. 58. O projeto e a construção de edificação de uso privado
CAPÍTULO I multifamiliar devem atender aos preceitos de acessibilidade, na for-
DISPOSIÇÕES GERAIS ma regulamentar. (Regulamento)
§ 1º As construtoras e incorporadoras responsáveis pelo proje-
Art. 53. A acessibilidade é direito que garante à pessoa com de- to e pela construção das edificações a que se refere o caput deste
ficiência ou com mobilidade reduzida viver de forma independente artigo devem assegurar percentual mínimo de suas unidades inter-
e exercer seus direitos de cidadania e de participação social. namente acessíveis, na forma regulamentar.
Art. 54. São sujeitas ao cumprimento das disposições desta Lei § 2º É vedada a cobrança de valores adicionais para a aquisição
e de outras normas relativas à acessibilidade, sempre que houver de unidades internamente acessíveis a que se refere o § 1º deste
interação com a matéria nela regulada: artigo.
I - a aprovação de projeto arquitetônico e urbanístico ou de Art. 59. Em qualquer intervenção nas vias e nos espaços públi-
comunicação e informação, a fabricação de veículos de transporte cos, o poder público e as empresas concessionárias responsáveis
coletivo, a prestação do respectivo serviço e a execução de qual- pela execução das obras e dos serviços devem garantir, de forma
quer tipo de obra, quando tenham destinação pública ou coletiva; segura, a fluidez do trânsito e a livre circulação e acessibilidade das
II - a outorga ou a renovação de concessão, permissão, autori- pessoas, durante e após sua execução.
zação ou habilitação de qualquer natureza; Art. 60. Orientam-se, no que couber, pelas regras de acessibi-
III - a aprovação de financiamento de projeto com utilização lidade previstas em legislação e em normas técnicas, observado o
de recursos públicos, por meio de renúncia ou de incentivo fiscal, disposto na Lei nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000 , nº 10.257,
contrato, convênio ou instrumento congênere; e de 10 de julho de 2001 , e nº 12.587, de 3 de janeiro de 2012 :

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I - os planos diretores municipais, os planos diretores de trans- nistração pública ou financiadas com recursos públicos, com vistas
porte e trânsito, os planos de mobilidade urbana e os planos de a garantir à pessoa com deficiência o direito de acesso à leitura, à
preservação de sítios históricos elaborados ou atualizados a partir informação e à comunicação.
da publicação desta Lei; § 1º Nos editais de compras de livros, inclusive para o abas-
II - os códigos de obras, os códigos de postura, as leis de uso e tecimento ou a atualização de acervos de bibliotecas em todos os
ocupação do solo e as leis do sistema viário; níveis e modalidades de educação e de bibliotecas públicas, o po-
III - os estudos prévios de impacto de vizinhança; der público deverá adotar cláusulas de impedimento à participação
IV - as atividades de fiscalização e a imposição de sanções; e de editoras que não ofertem sua produção também em formatos
V - a legislação referente à prevenção contra incêndio e pânico. acessíveis.
§ 1º A concessão e a renovação de alvará de funcionamento § 2º Consideram-se formatos acessíveis os arquivos digitais
para qualquer atividade são condicionadas à observação e à certifi- que possam ser reconhecidos e acessados por softwares leitores
cação das regras de acessibilidade. de telas ou outras tecnologias assistivas que vierem a substituí-los,
§ 2º A emissão de carta de habite-se ou de habilitação equiva- permitindo leitura com voz sintetizada, ampliação de caracteres, di-
lente e sua renovação, quando esta tiver sido emitida anteriormen- ferentes contrastes e impressão em Braille.
te às exigências de acessibilidade, é condicionada à observação e à § 3º O poder público deve estimular e apoiar a adaptação e a
certificação das regras de acessibilidade. produção de artigos científicos em formato acessível, inclusive em
Art. 61. A formulação, a implementação e a manutenção das Libras.
ações de acessibilidade atenderão às seguintes premissas básicas: Art. 69. O poder público deve assegurar a disponibilidade de
I - eleição de prioridades, elaboração de cronograma e reserva informações corretas e claras sobre os diferentes produtos e servi-
de recursos para implementação das ações; e ços ofertados, por quaisquer meios de comunicação empregados,
II - planejamento contínuo e articulado entre os setores envol- inclusive em ambiente virtual, contendo a especificação correta de
vidos. quantidade, qualidade, características, composição e preço, bem
Art. 62. É assegurado à pessoa com deficiência, mediante solici- como sobre os eventuais riscos à saúde e à segurança do consumi-
tação, o recebimento de contas, boletos, recibos, extratos e cobran- dor com deficiência, em caso de sua utilização, aplicando-se, no que
ças de tributos em formato acessível. couber, os arts. 30 a 41 da Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990 .
§ 1º Os canais de comercialização virtual e os anúncios publi-
CAPÍTULO II citários veiculados na imprensa escrita, na internet, no rádio, na
DO ACESSO À INFORMAÇÃO E À COMUNICAÇÃO televisão e nos demais veículos de comunicação abertos ou por
assinatura devem disponibilizar, conforme a compatibilidade do
meio, os recursos de acessibilidade de que trata o art. 67 desta Lei,
Art. 63. É obrigatória a acessibilidade nos sítios da internet
a expensas do fornecedor do produto ou do serviço, sem prejuízo
mantidos por empresas com sede ou representação comercial no
da observância do disposto nos arts. 36 a 38 da Lei nº 8.078, de 11
País ou por órgãos de governo, para uso da pessoa com deficiên- de setembro de 1990 .
cia, garantindo-lhe acesso às informações disponíveis, conforme as § 2º Os fornecedores devem disponibilizar, mediante solicita-
melhores práticas e diretrizes de acessibilidade adotadas interna- ção, exemplares de bulas, prospectos, textos ou qualquer outro tipo
cionalmente. de material de divulgação em formato acessível.
§ 1º Os sítios devem conter símbolo de acessibilidade em des- Art. 70. As instituições promotoras de congressos, seminários,
taque. oficinas e demais eventos de natureza científico-cultural devem
§ 2º Telecentros comunitários que receberem recursos públi- oferecer à pessoa com deficiência, no mínimo, os recursos de tec-
cos federais para seu custeio ou sua instalação e lan houses devem nologia assistiva previstos no art. 67 desta Lei.
possuir equipamentos e instalações acessíveis. Art. 71. Os congressos, os seminários, as oficinas e os demais
§ 3º Os telecentros e as lan houses de que trata o § 2º des- eventos de natureza científico-cultural promovidos ou financiados
te artigo devem garantir, no mínimo, 10% (dez por cento) de seus pelo poder público devem garantir as condições de acessibilidade e
computadores com recursos de acessibilidade para pessoa com de- os recursos de tecnologia assistiva.
ficiência visual, sendo assegurado pelo menos 1 (um) equipamento, Art. 72. Os programas, as linhas de pesquisa e os projetos a
quando o resultado percentual for inferior a 1 (um). serem desenvolvidos com o apoio de agências de financiamento
Art. 64. A acessibilidade nos sítios da internet de que trata o e de órgãos e entidades integrantes da administração pública que
art. 63 desta Lei deve ser observada para obtenção do financiamen- atuem no auxílio à pesquisa devem contemplar temas voltados à
to de que trata o inciso III do art. 54 desta Lei. tecnologia assistiva.
Art. 65. As empresas prestadoras de serviços de telecomunica- Art. 73. Caberá ao poder público, diretamente ou em parceria
ções deverão garantir pleno acesso à pessoa com deficiência, con- com organizações da sociedade civil, promover a capacitação de
forme regulamentação específica. tradutores e intérpretes da Libras, de guias intérpretes e de profis-
Art. 66. Cabe ao poder público incentivar a oferta de apare- sionais habilitados em Braille, audiodescrição, estenotipia e legen-
lhos de telefonia fixa e móvel celular com acessibilidade que, entre dagem.
outras tecnologias assistivas, possuam possibilidade de indicação e
de ampliação sonoras de todas as operações e funções disponíveis. CAPÍTULO III
DA TECNOLOGIA ASSISTIVA
Art. 67. Os serviços de radiodifusão de sons e imagens devem
permitir o uso dos seguintes recursos, entre outros:
Art. 74. É garantido à pessoa com deficiência acesso a produ-
I - subtitulação por meio de legenda oculta;
tos, recursos, estratégias, práticas, processos, métodos e serviços
II - janela com intérprete da Libras; de tecnologia assistiva que maximizem sua autonomia, mobilidade
III - audiodescrição. pessoal e qualidade de vida.
Art. 68. O poder público deve adotar mecanismos de incentivo Art. 75. O poder público desenvolverá plano específico de me-
à produção, à edição, à difusão, à distribuição e à comercialização didas, a ser renovado em cada período de 4 (quatro) anos, com a
de livros em formatos acessíveis, inclusive em publicações da admi- finalidade de: (Regulamento)

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I - facilitar o acesso a crédito especializado, inclusive com oferta § 1º O fomento pelo poder público deve priorizar a geração de
de linhas de crédito subsidiadas, específicas para aquisição de tec- conhecimentos e técnicas que visem à prevenção e ao tratamento
nologia assistiva; de deficiências e ao desenvolvimento de tecnologias assistiva e so-
II - agilizar, simplificar e priorizar procedimentos de importação cial.
de tecnologia assistiva, especialmente as questões atinentes a pro- § 2º A acessibilidade e as tecnologias assistiva e social devem
cedimentos alfandegários e sanitários; ser fomentadas mediante a criação de cursos de pós-graduação, a
III - criar mecanismos de fomento à pesquisa e à produção na- formação de recursos humanos e a inclusão do tema nas diretrizes
cional de tecnologia assistiva, inclusive por meio de concessão de de áreas do conhecimento.
linhas de crédito subsidiado e de parcerias com institutos de pes- § 3º Deve ser fomentada a capacitação tecnológica de institui-
quisa oficiais; ções públicas e privadas para o desenvolvimento de tecnologias as-
IV - eliminar ou reduzir a tributação da cadeia produtiva e de sistiva e social que sejam voltadas para melhoria da funcionalidade
importação de tecnologia assistiva; e da participação social da pessoa com deficiência.
V - facilitar e agilizar o processo de inclusão de novos recursos § 4º As medidas previstas neste artigo devem ser reavaliadas
de tecnologia assistiva no rol de produtos distribuídos no âmbito do periodicamente pelo poder público, com vistas ao seu aperfeiçoa-
SUS e por outros órgãos governamentais. mento.
Parágrafo único. Para fazer cumprir o disposto neste artigo, os Art. 78. Devem ser estimulados a pesquisa, o desenvolvimen-
procedimentos constantes do plano específico de medidas deverão to, a inovação e a difusão de tecnologias voltadas para ampliar o
ser avaliados, pelo menos, a cada 2 (dois) anos. acesso da pessoa com deficiência às tecnologias da informação e
comunicação e às tecnologias sociais.
CAPÍTULO IV Parágrafo único. Serão estimulados, em especial:
DO DIREITO À PARTICIPAÇÃO NA VIDA PÚBLICA E POLÍTI- I - o emprego de tecnologias da informação e comunicação
CA como instrumento de superação de limitações funcionais e de bar-
reiras à comunicação, à informação, à educação e ao entretenimen-
Art. 76. O poder público deve garantir à pessoa com deficiência to da pessoa com deficiência;
todos os direitos políticos e a oportunidade de exercê-los em igual- II - a adoção de soluções e a difusão de normas que visem a am-
dade de condições com as demais pessoas. pliar a acessibilidade da pessoa com deficiência à computação e aos
§ 1º À pessoa com deficiência será assegurado o direito de vo- sítios da internet, em especial aos serviços de governo eletrônico.
tar e de ser votada, inclusive por meio das seguintes ações:
I - garantia de que os procedimentos, as instalações, os mate- LIVRO II
riais e os equipamentos para votação sejam apropriados, acessíveis PARTE ESPECIAL
a todas as pessoas e de fácil compreensão e uso, sendo vedada a
instalação de seções eleitorais exclusivas para a pessoa com defi- TÍTULO I
ciência; DO ACESSO À JUSTIÇA
II - incentivo à pessoa com deficiência a candidatar-se e a de-
sempenhar quaisquer funções públicas em todos os níveis de go- CAPÍTULO I
verno, inclusive por meio do uso de novas tecnologias assistivas, DISPOSIÇÕES GERAIS
quando apropriado;
III - garantia de que os pronunciamentos oficiais, a propaganda Art. 79. O poder público deve assegurar o acesso da pessoa
eleitoral obrigatória e os debates transmitidos pelas emissoras de com deficiência à justiça, em igualdade de oportunidades com as
televisão possuam, pelo menos, os recursos elencados no art. 67 demais pessoas, garantindo, sempre que requeridos, adaptações e
desta Lei; recursos de tecnologia assistiva.
IV - garantia do livre exercício do direito ao voto e, para tan- § 1º A fim de garantir a atuação da pessoa com deficiência em
to, sempre que necessário e a seu pedido, permissão para que a todo o processo judicial, o poder público deve capacitar os mem-
pessoa com deficiência seja auxiliada na votação por pessoa de sua bros e os servidores que atuam no Poder Judiciário, no Ministério
escolha. Público, na Defensoria Pública, nos órgãos de segurança pública e
§ 2º O poder público promoverá a participação da pessoa com no sistema penitenciário quanto aos direitos da pessoa com defi-
deficiência, inclusive quando institucionalizada, na condução das ciência.
questões públicas, sem discriminação e em igualdade de oportuni- § 2º Devem ser assegurados à pessoa com deficiência subme-
dades, observado o seguinte: tida a medida restritiva de liberdade todos os direitos e garantias a
I - participação em organizações não governamentais relacio- que fazem jus os apenados sem deficiência, garantida a acessibili-
nadas à vida pública e à política do País e em atividades e adminis- dade.
tração de partidos políticos; § 3º A Defensoria Pública e o Ministério Público tomarão as
II - formação de organizações para representar a pessoa com medidas necessárias à garantia dos direitos previstos nesta Lei.
deficiência em todos os níveis; Art. 80. Devem ser oferecidos todos os recursos de tecnologia
III - participação da pessoa com deficiência em organizações assistiva disponíveis para que a pessoa com deficiência tenha garan-
que a representem. tido o acesso à justiça, sempre que figure em um dos polos da ação
ou atue como testemunha, partícipe da lide posta em juízo, advoga-
TÍTULO IV do, defensor público, magistrado ou membro do Ministério Público.
DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA Parágrafo único. A pessoa com deficiência tem garantido o
acesso ao conteúdo de todos os atos processuais de seu interesse,
Art. 77. O poder público deve fomentar o desenvolvimento inclusive no exercício da advocacia.
científico, a pesquisa e a inovação e a capacitação tecnológicas, vol- Art. 81. Os direitos da pessoa com deficiência serão garantidos
tados à melhoria da qualidade de vida e ao trabalho da pessoa com por ocasião da aplicação de sanções penais.
deficiência e sua inclusão social. Art. 82. (VETADO).

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Art. 83. Os serviços notariais e de registro não podem negar ou Art. 89. Apropriar-se de ou desviar bens, proventos, pensão,
criar óbices ou condições diferenciadas à prestação de seus servi- benefícios, remuneração ou qualquer outro rendimento de pessoa
ços em razão de deficiência do solicitante, devendo reconhecer sua com deficiência:
capacidade legal plena, garantida a acessibilidade. Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único. O descumprimento do disposto no caput des- Parágrafo único. Aumenta-se a pena em 1/3 (um terço) se o
te artigo constitui discriminação em razão de deficiência. crime é cometido:
I - por tutor, curador, síndico, liquidatário, inventariante, testa-
CAPÍTULO II menteiro ou depositário judicial; ou
DO RECONHECIMENTO IGUAL PERANTE A LEI II - por aquele que se apropriou em razão de ofício ou de pro-
fissão.
Art. 84. A pessoa com deficiência tem assegurado o direito ao Art. 90. Abandonar pessoa com deficiência em hospitais, casas
exercício de sua capacidade legal em igualdade de condições com de saúde, entidades de abrigamento ou congêneres:
as demais pessoas. Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, e multa.
§ 1º Quando necessário, a pessoa com deficiência será subme- Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem não prover as
tida à curatela, conforme a lei. necessidades básicas de pessoa com deficiência quando obrigado
§ 2º É facultado à pessoa com deficiência a adoção de processo por lei ou mandado.
de tomada de decisão apoiada. Art. 91. Reter ou utilizar cartão magnético, qualquer meio ele-
§ 3º A definição de curatela de pessoa com deficiência constitui trônico ou documento de pessoa com deficiência destinados ao re-
medida protetiva extraordinária, proporcional às necessidades e às cebimento de benefícios, proventos, pensões ou remuneração ou à
circunstâncias de cada caso, e durará o menor tempo possível. realização de operações financeiras, com o fim de obter vantagem
§ 4º Os curadores são obrigados a prestar, anualmente, contas indevida para si ou para outrem:
de sua administração ao juiz, apresentando o balanço do respectivo Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
ano. Parágrafo único. Aumenta-se a pena em 1/3 (um terço) se o
Art. 85. A curatela afetará tão somente os atos relacionados crime é cometido por tutor ou curador.
aos direitos de natureza patrimonial e negocial.
§ 1º A definição da curatela não alcança o direito ao próprio TÍTULO III
corpo, à sexualidade, ao matrimônio, à privacidade, à educação, à DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
saúde, ao trabalho e ao voto.
§ 2º A curatela constitui medida extraordinária, devendo cons- Art. 92. É criado o Cadastro Nacional de Inclusão da Pessoa com
tar da sentença as razões e motivações de sua definição, preserva- Deficiência (Cadastro-Inclusão), registro público eletrônico com a fi-
dos os interesses do curatelado. nalidade de coletar, processar, sistematizar e disseminar informa-
§ 3º No caso de pessoa em situação de institucionalização, ao ções georreferenciadas que permitam a identificação e a caracte-
nomear curador, o juiz deve dar preferência a pessoa que tenha vín- rização socioeconômica da pessoa com deficiência, bem como das
culo de natureza familiar, afetiva ou comunitária com o curatelado. barreiras que impedem a realização de seus direitos.
Art. 86. Para emissão de documentos oficiais, não será exigida § 1º O Cadastro-Inclusão será administrado pelo Poder Executi-
a situação de curatela da pessoa com deficiência.
vo federal e constituído por base de dados, instrumentos, procedi-
Art. 87. Em casos de relevância e urgência e a fim de proteger
mentos e sistemas eletrônicos.
os interesses da pessoa com deficiência em situação de curatela,
§ 2º Os dados constituintes do Cadastro-Inclusão serão obti-
será lícito ao juiz, ouvido o Ministério Público, de oficio ou a reque-
dos pela integração dos sistemas de informação e da base de dados
rimento do interessado, nomear, desde logo, curador provisório,
de todas as políticas públicas relacionadas aos direitos da pessoa
o qual estará sujeito, no que couber, às disposições do Código de
com deficiência, bem como por informações coletadas, inclusive
Processo Civil .
em censos nacionais e nas demais pesquisas realizadas no País, de
TÍTULO II acordo com os parâmetros estabelecidos pela Convenção sobre os
DOS CRIMES E DAS INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo.
§ 3º Para coleta, transmissão e sistematização de dados, é fa-
Art. 88. Praticar, induzir ou incitar discriminação de pessoa em cultada a celebração de convênios, acordos, termos de parceria ou
razão de sua deficiência: contratos com instituições públicas e privadas, observados os requi-
Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. sitos e procedimentos previstos em legislação específica.
§ 1º Aumenta-se a pena em 1/3 (um terço) se a vítima encon- § 4º Para assegurar a confidencialidade, a privacidade e as li-
trar-se sob cuidado e responsabilidade do agente. berdades fundamentais da pessoa com deficiência e os princípios
§ 2º Se qualquer dos crimes previstos no caput deste artigo é éticos que regem a utilização de informações, devem ser observa-
cometido por intermédio de meios de comunicação social ou de das as salvaguardas estabelecidas em lei.
publicação de qualquer natureza: § 5º Os dados do Cadastro-Inclusão somente poderão ser utili-
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. zados para as seguintes finalidades:
§ 3º Na hipótese do § 2º deste artigo, o juiz poderá determinar, I - formulação, gestão, monitoramento e avaliação das políticas
ouvido o Ministério Público ou a pedido deste, ainda antes do in- públicas para a pessoa com deficiência e para identificar as barrei-
quérito policial, sob pena de desobediência: ras que impedem a realização de seus direitos;
I - recolhimento ou busca e apreensão dos exemplares do ma- II - realização de estudos e pesquisas.
terial discriminatório; § 6º As informações a que se refere este artigo devem ser dis-
II - interdição das respectivas mensagens ou páginas de infor- seminadas em formatos acessíveis.
mação na internet. Art. 93. Na realização de inspeções e de auditorias pelos órgãos
§ 4º Na hipótese do § 2º deste artigo, constitui efeito da con- de controle interno e externo, deve ser observado o cumprimen-
denação, após o trânsito em julgado da decisão, a destruição do to da legislação relativa à pessoa com deficiência e das normas de
material apreendido. acessibilidade vigentes.

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Art. 94. Terá direito a auxílio-inclusão, nos termos da lei, a pes- “Art. 3º As medidas judiciais destinadas à proteção de interes-
soa com deficiência moderada ou grave que: ses coletivos, difusos, individuais homogêneos e individuais indis-
I - receba o benefício de prestação continuada previsto no art. poníveis da pessoa com deficiência poderão ser propostas pelo Mi-
20 da Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993 , e que passe a exer- nistério Público, pela Defensoria Pública, pela União, pelos Estados,
cer atividade remunerada que a enquadre como segurado obriga- pelos Municípios, pelo Distrito Federal, por associação constituída
tório do RGPS; há mais de 1 (um) ano, nos termos da lei civil, por autarquia, por
II - tenha recebido, nos últimos 5 (cinco) anos, o benefício de empresa pública e por fundação ou sociedade de economia mista
prestação continuada previsto no art. 20 da Lei nº 8.742, de 7 de que inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção dos in-
dezembro de 1993 , e que exerça atividade remunerada que a en- teresses e a promoção de direitos da pessoa com deficiência.
quadre como segurado obrigatório do RGPS. .................................................................................” (NR)
Art. 95. É vedado exigir o comparecimento de pessoa com de- “Art. 8º Constitui crime punível com reclusão de 2 (dois) a 5
ficiência perante os órgãos públicos quando seu deslocamento, em (cinco) anos e multa:
razão de sua limitação funcional e de condições de acessibilidade, I - recusar, cobrar valores adicionais, suspender, procrastinar,
imponha-lhe ônus desproporcional e indevido, hipótese na qual se- cancelar ou fazer cessar inscrição de aluno em estabelecimento de
rão observados os seguintes procedimentos: ensino de qualquer curso ou grau, público ou privado, em razão de
I - quando for de interesse do poder público, o agente promo- sua deficiência;
verá o contato necessário com a pessoa com deficiência em sua re- II - obstar inscrição em concurso público ou acesso de alguém
sidência; a qualquer cargo ou emprego público, em razão de sua deficiência;
II - quando for de interesse da pessoa com deficiência, ela apre- III - negar ou obstar emprego, trabalho ou promoção à pessoa
sentará solicitação de atendimento domiciliar ou fará representar- em razão de sua deficiência;
-se por procurador constituído para essa finalidade. IV - recusar, retardar ou dificultar internação ou deixar de pres-
Parágrafo único. É assegurado à pessoa com deficiência aten- tar assistência médico-hospitalar e ambulatorial à pessoa com de-
dimento domiciliar pela perícia médica e social do Instituto Nacio- ficiência;
nal do Seguro Social (INSS), pelo serviço público de saúde ou pelo V - deixar de cumprir, retardar ou frustrar execução de ordem
serviço privado de saúde, contratado ou conveniado, que integre o judicial expedida na ação civil a que alude esta Lei;
SUS e pelas entidades da rede socioassistencial integrantes do Suas, VI - recusar, retardar ou omitir dados técnicos indispensáveis
quando seu deslocamento, em razão de sua limitação funcional e à propositura da ação civil pública objeto desta Lei, quando requi-
de condições de acessibilidade, imponha-lhe ônus desproporcional sitados.
e indevido. § 1º Se o crime for praticado contra pessoa com deficiência
Art. 96. O § 6º -A do art. 135 da Lei nº 4.737, de 15 de julho de menor de 18 (dezoito) anos, a pena é agravada em 1/3 (um terço).
1965 (Código Eleitoral) , passa a vigorar com a seguinte redação: § 2º A pena pela adoção deliberada de critérios subjetivos para
“Art. 135. ................................................................. indeferimento de inscrição, de aprovação e de cumprimento de
........................................................................................ estágio probatório em concursos públicos não exclui a responsa-
§ 6º -A. Os Tribunais Regionais Eleitorais deverão, a cada elei- bilidade patrimonial pessoal do administrador público pelos danos
ção, expedir instruções aos Juízes Eleitorais para orientá-los na es- causados.
colha dos locais de votação, de maneira a garantir acessibilidade § 3º Incorre nas mesmas penas quem impede ou dificulta o in-
para o eleitor com deficiência ou com mobilidade reduzida, inclusi- gresso de pessoa com deficiência em planos privados de assistência
ve em seu entorno e nos sistemas de transporte que lhe dão acesso. à saúde, inclusive com cobrança de valores diferenciados.
....................................................................................” (NR) § 4º Se o crime for praticado em atendimento de urgência e
Art. 97. A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada emergência, a pena é agravada em 1/3 (um terço).” (NR)
pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943 , passa a vigorar Art. 99. O art. 20 da Lei nº 8.036, de 11 de maio de 1990 , passa
com as seguintes alterações: a vigorar acrescido do seguinte inciso XVIII:
“Art. 428. .................................................................. “Art. 20. ......................................................................
........................................................................................... ..............................................................................................
§ 6º Para os fins do contrato de aprendizagem, a comprova- XVIII - quando o trabalhador com deficiência, por prescrição,
ção da escolaridade de aprendiz com deficiência deve considerar, necessite adquirir órtese ou prótese para promoção de acessibili-
sobretudo, as habilidades e competências relacionadas com a pro- dade e de inclusão social.
fissionalização. ..................................................................................” (NR)
........................................................................................... Art. 100. A Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990 (Código
§ 8º Para o aprendiz com deficiência com 18 (dezoito) anos ou de Defesa do Consumidor) , passa a vigorar com as seguintes alte-
mais, a validade do contrato de aprendizagem pressupõe anotação rações:
na CTPS e matrícula e frequência em programa de aprendizagem “Art. 6º .......................................................................
desenvolvido sob orientação de entidade qualificada em formação ............................................................................................
técnico-profissional metódica.” (NR) Parágrafo único. A informação de que trata o inciso III do caput
“Art. 433. .................................................................. deste artigo deve ser acessível à pessoa com deficiência, observado
........................................................................................... o disposto em regulamento.” (NR)
I - desempenho insuficiente ou inadaptação do aprendiz, salvo “Art. 43. ......................................................................
para o aprendiz com deficiência quando desprovido de recursos de ............................................................................................
acessibilidade, de tecnologias assistivas e de apoio necessário ao § 6º Todas as informações de que trata o caput deste artigo
desempenho de suas atividades; devem ser disponibilizadas em formatos acessíveis, inclusive para a
..................................................................................” (NR) pessoa com deficiência, mediante solicitação do consumidor.” (NR)
Art. 98. A Lei nº 7.853, de 24 de outubro de 1989 , passa a vigo- Art. 101. A Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991 , passa a vigorar
rar com as seguintes alterações: com as seguintes alterações:
“Art. 16. ......................................................................

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I - o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não ..........................................................................................
emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos § 2º ...........................................................................
ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou defi- ..........................................................................................
ciência grave; V - produzidos ou prestados por empresas que comprovem
............................................................................................ cumprimento de reserva de cargos prevista em lei para pessoa com
III - o irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de deficiência ou para reabilitado da Previdência Social e que atendam
21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelec- às regras de acessibilidade previstas na legislação.
tual ou mental ou deficiência grave; ...........................................................................................
.................................................................................” (NR) § 5º Nos processos de licitação, poderá ser estabelecida mar-
“Art. 77. ..................................................................... gem de preferência para:
............................................................................................ I - produtos manufaturados e para serviços nacionais que aten-
§ 2º .............................................................................. dam a normas técnicas brasileiras; e
............................................................................................ II - bens e serviços produzidos ou prestados por empresas que
II - para o filho, a pessoa a ele equiparada ou o irmão, de am- comprovem cumprimento de reserva de cargos prevista em lei para
bos os sexos, pela emancipação ou ao completar 21 (vinte e um) pessoa com deficiência ou para reabilitado da Previdência Social e
anos de idade, salvo se for inválido ou tiver deficiência intelectual que atendam às regras de acessibilidade previstas na legislação.
ou mental ou deficiência grave; ...................................................................................” (NR)
................................................................................... “Art. 66-A. As empresas enquadradas no inciso V do § 2º e no
§ 4º (VETADO). inciso II do § 5º do art. 3º desta Lei deverão cumprir, durante todo
...................................................................................” (NR) o período de execução do contrato, a reserva de cargos prevista em
“Art. 93. (VETADO): lei para pessoa com deficiência ou para reabilitado da Previdência
I - (VETADO); Social, bem como as regras de acessibilidade previstas na legislação.
II - (VETADO); Parágrafo único. Cabe à administração fiscalizar o cumprimen-
III - (VETADO); to dos requisitos de acessibilidade nos serviços e nos ambientes de
IV - (VETADO); trabalho.”
V - (VETADO). Art. 105. O art. 20 da Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993 ,
§ 1º A dispensa de pessoa com deficiência ou de beneficiário passa a vigorar com as seguintes alterações:
reabilitado da Previdência Social ao final de contrato por prazo de- “Art. 20. ......................................................................
terminado de mais de 90 (noventa) dias e a dispensa imotivada em .............................................................................................
contrato por prazo indeterminado somente poderão ocorrer após § 2º Para efeito de concessão do benefício de prestação conti-
a contratação de outro trabalhador com deficiência ou beneficiário nuada, considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impe-
reabilitado da Previdência Social. dimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou
§ 2º Ao Ministério do Trabalho e Emprego incumbe estabelecer sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode
a sistemática de fiscalização, bem como gerar dados e estatísticas obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade
sobre o total de empregados e as vagas preenchidas por pessoas de condições com as demais pessoas.
com deficiência e por beneficiários reabilitados da Previdência So- ............................................................................................
cial, fornecendo-os, quando solicitados, aos sindicatos, às entida- § 9º Os rendimentos decorrentes de estágio supervisionado e
des representativas dos empregados ou aos cidadãos interessados. de aprendizagem não serão computados para os fins de cálculo da
§ 3º Para a reserva de cargos será considerada somente a con- renda familiar per capita a que se refere o § 3º deste artigo.
tratação direta de pessoa com deficiência, excluído o aprendiz com .............................................................................................
deficiência de que trata a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), § 11. Para concessão do benefício de que trata o caput deste
aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943. artigo, poderão ser utilizados outros elementos probatórios da con-
§ 4º (VETADO).” (NR) dição de miserabilidade do grupo familiar e da situação de vulnera-
“Art. 110-A. No ato de requerimento de benefícios operacio- bilidade, conforme regulamento.” (NR)
nalizados pelo INSS, não será exigida apresentação de termo de Art. 106. (VETADO).
curatela de titular ou de beneficiário com deficiência, observados Art. 107. A Lei nº 9.029, de 13 de abril de 1995 , passa a vigorar
os procedimentos a serem estabelecidos em regulamento.” com as seguintes alterações:
Art. 102. O art. 2º da Lei nº 8.313, de 23 de dezembro de 1991 “Art. 1º É proibida a adoção de qualquer prática discriminató-
, passa a vigorar acrescido do seguinte § 3º : ria e limitativa para efeito de acesso à relação de trabalho, ou de
“Art. 2º ......................................................................... sua manutenção, por motivo de sexo, origem, raça, cor, estado civil,
............................................................................................. situação familiar, deficiência, reabilitação profissional, idade, entre
§ 3º Os incentivos criados por esta Lei somente serão conce- outros, ressalvadas, nesse caso, as hipóteses de proteção à criança
didos a projetos culturais que forem disponibilizados, sempre que e ao adolescente previstas no inciso XXXIII do art. 7º da Constituição
tecnicamente possível, também em formato acessível à pessoa com Federal. ” (NR)
deficiência, observado o disposto em regulamento.” (NR) “Art. 3º Sem prejuízo do prescrito no art. 2º desta Lei e nos dis-
Art. 103. O art. 11 da Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992 , passa positivos legais que tipificam os crimes resultantes de preconceito
a vigorar acrescido do seguinte inciso IX: de etnia, raça, cor ou deficiência, as infrações ao disposto nesta Lei
“Art. 11. ..................................................................... são passíveis das seguintes cominações:
............................................................................................ ..................................................................................” (NR)
IX - deixar de cumprir a exigência de requisitos de acessibilida- “Art. 4º ........................................................................
de previstos na legislação.” (NR) I - a reintegração com ressarcimento integral de todo o período
Art. 104. A Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993 , passa a vigo- de afastamento, mediante pagamento das remunerações devidas,
rar com as seguintes alterações: corrigidas monetariamente e acrescidas de juros legais;
“Art. 3º ..................................................................... ....................................................................................” (NR)

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Art. 108. O art. 35 da Lei nº 9.250, de 26 de dezembro de 1995 I - acessibilidade: possibilidade e condição de alcance para uti-
, passa a vigorar acrescido do seguinte § 5º : lização, com segurança e autonomia, de espaços, mobiliários, equi-
“Art. 35. ...................................................................... pamentos urbanos, edificações, transportes, informação e comuni-
............................................................................................. cação, inclusive seus sistemas e tecnologias, bem como de outros
§ 5º Sem prejuízo do disposto no inciso IX do parágrafo único serviços e instalações abertos ao público, de uso público ou priva-
do art. 3º da Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003 , a pessoa com dos de uso coletivo, tanto na zona urbana como na rural, por pessoa
deficiência, ou o contribuinte que tenha dependente nessa condi- com deficiência ou com mobilidade reduzida;
ção, tem preferência na restituição referida no inciso III do art. 4º e II - barreiras: qualquer entrave, obstáculo, atitude ou compor-
na alínea “c” do inciso II do art. 8º .” (NR) tamento que limite ou impeça a participação social da pessoa, bem
Art. 109. A Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997 (Código como o gozo, a fruição e o exercício de seus direitos à acessibilida-
de Trânsito Brasileiro) , passa a vigorar com as seguintes alterações: de, à liberdade de movimento e de expressão, à comunicação, ao
“Art. 2º ........................................................... acesso à informação, à compreensão, à circulação com segurança,
Parágrafo único. Para os efeitos deste Código, são consideradas entre outros, classificadas em:
vias terrestres as praias abertas à circulação pública, as vias inter- a) barreiras urbanísticas: as existentes nas vias e nos espaços
nas pertencentes aos condomínios constituídos por unidades au- públicos e privados abertos ao público ou de uso coletivo;
tônomas e as vias e áreas de estacionamento de estabelecimentos b) barreiras arquitetônicas: as existentes nos edifícios públicos
privados de uso coletivo.” (NR) e privados;
“Art. 86-A. As vagas de estacionamento regulamentado de que c) barreiras nos transportes: as existentes nos sistemas e meios
trata o inciso XVII do art. 181 desta Lei deverão ser sinalizadas com de transportes;
as respectivas placas indicativas de destinação e com placas infor- d) barreiras nas comunicações e na informação: qualquer
mando os dados sobre a infração por estacionamento indevido.” entrave, obstáculo, atitude ou comportamento que dificulte ou
“Art. 147-A. Ao candidato com deficiência auditiva é assegura- impossibilite a expressão ou o recebimento de mensagens e de
da acessibilidade de comunicação, mediante emprego de tecnolo- informações por intermédio de sistemas de comunicação e de tec-
gias assistivas ou de ajudas técnicas em todas as etapas do processo nologia da informação;
de habilitação. III - pessoa com deficiência: aquela que tem impedimento de
longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o
§ 1º O material didático audiovisual utilizado em aulas teóricas
qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua
dos cursos que precedem os exames previstos no art. 147 desta Lei
participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condi-
deve ser acessível, por meio de subtitulação com legenda oculta
ções com as demais pessoas;
associada à tradução simultânea em Libras.
IV - pessoa com mobilidade reduzida: aquela que tenha, por
§ 2º É assegurado também ao candidato com deficiência audi-
qualquer motivo, dificuldade de movimentação, permanente ou
tiva requerer, no ato de sua inscrição, os serviços de intérprete da
temporária, gerando redução efetiva da mobilidade, da flexibilida-
Libras, para acompanhamento em aulas práticas e teóricas.” de, da coordenação motora ou da percepção, incluindo idoso, ges-
“Art. 154. (VETADO).” tante, lactante, pessoa com criança de colo e obeso;
“Art. 181. ................................................................... V - acompanhante: aquele que acompanha a pessoa com de-
.......................................................................................... ficiência, podendo ou não desempenhar as funções de atendente
XVII - ......................................................................... pessoal;
Infração - grave; VI - elemento de urbanização: quaisquer componentes de
.................................................................................” (NR) obras de urbanização, tais como os referentes a pavimentação, sa-
Art. 110. O inciso VI e o § 1º do art. 56 da Lei nº 9.615, de 24 de neamento, encanamento para esgotos, distribuição de energia elé-
março de 1998 , passam a vigorar com a seguinte redação: trica e de gás, iluminação pública, serviços de comunicação, abaste-
“Art. 56. .................................................................... cimento e distribuição de água, paisagismo e os que materializam
........................................................................................... as indicações do planejamento urbanístico;
VI - 2,7% (dois inteiros e sete décimos por cento) da arrecada- VII - mobiliário urbano: conjunto de objetos existentes nas vias
ção bruta dos concursos de prognósticos e loterias federais e simila- e nos espaços públicos, superpostos ou adicionados aos elemen-
res cuja realização estiver sujeita a autorização federal, deduzindo- tos de urbanização ou de edificação, de forma que sua modifica-
-se esse valor do montante destinado aos prêmios; ção ou seu traslado não provoque alterações substanciais nesses
............................................................................................. elementos, tais como semáforos, postes de sinalização e similares,
§ 1º Do total de recursos financeiros resultantes do percentual terminais e pontos de acesso coletivo às telecomunicações, fontes
de que trata o inciso VI do caput , 62,96% (sessenta e dois inteiros de água, lixeiras, toldos, marquises, bancos, quiosques e quaisquer
e noventa e seis centésimos por cento) serão destinados ao Comitê outros de natureza análoga;
Olímpico Brasileiro (COB) e 37,04% (trinta e sete inteiros e quatro VIII - tecnologia assistiva ou ajuda técnica: produtos, equipa-
centésimos por cento) ao Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), de- mentos, dispositivos, recursos, metodologias, estratégias, práticas
vendo ser observado, em ambos os casos, o conjunto de normas e serviços que objetivem promover a funcionalidade, relacionada à
aplicáveis à celebração de convênios pela União. atividade e à participação da pessoa com deficiência ou com mobili-
..................................................................................” (NR) dade reduzida, visando à sua autonomia, independência, qualidade
Art. 111. O art. 1º da Lei nº 10.048, de 8 de novembro de 2000 de vida e inclusão social;
, passa a vigorar com a seguinte redação: IX - comunicação: forma de interação dos cidadãos que abran-
“Art. 1º As pessoas com deficiência, os idosos com idade igual ge, entre outras opções, as línguas, inclusive a Língua Brasileira de
ou superior a 60 (sessenta) anos, as gestantes, as lactantes, as pes- Sinais (Libras), a visualização de textos, o Braille, o sistema de sina-
soas com crianças de colo e os obesos terão atendimento prioritá- lização ou de comunicação tátil, os caracteres ampliados, os dispo-
rio, nos termos desta Lei.” (NR) sitivos multimídia, assim como a linguagem simples, escrita e oral,
Art. 112. A Lei nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000 , passa a os sistemas auditivos e os meios de voz digitalizados e os modos,
vigorar com as seguintes alterações: meios e formatos aumentativos e alternativos de comunicação, in-
“Art. 2º ....................................................................... cluindo as tecnologias da informação e das comunicações;

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X - desenho universal: concepção de produtos, ambientes, pro- .....................................................................................
gramas e serviços a serem usados por todas as pessoas, sem neces- II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico;
sidade de adaptação ou de projeto específico, incluindo os recursos III - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não pu-
de tecnologia assistiva.” (NR) derem exprimir sua vontade;
“Art. 3º O planejamento e a urbanização das vias públicas, dos .............................................................................................
parques e dos demais espaços de uso público deverão ser conce- Parágrafo único . A capacidade dos indígenas será regulada por
bidos e executados de forma a torná-los acessíveis para todas as legislação especial.” (NR)
pessoas, inclusive para aquelas com deficiência ou com mobilidade “Art. 228. .....................................................................
reduzida. .............................................................................................
Parágrafo único. O passeio público, elemento obrigatório de II - (Revogado);
urbanização e parte da via pública, normalmente segregado e em III - (Revogado);
nível diferente, destina-se somente à circulação de pedestres e, .............................................................................................
quando possível, à implantação de mobiliário urbano e de vegeta- § 1º ..............................................................................
ção.” (NR) § 2º A pessoa com deficiência poderá testemunhar em igual-
“Art. 9º ........................................................................ dade de condições com as demais pessoas, sendo-lhe assegurados
Parágrafo único. Os semáforos para pedestres instalados em todos os recursos de tecnologia assistiva.” (NR)
vias públicas de grande circulação, ou que deem acesso aos servi- “Art. 1.518 . Até a celebração do casamento podem os pais ou
ços de reabilitação, devem obrigatoriamente estar equipados com tutores revogar a autorização.” (NR)
mecanismo que emita sinal sonoro suave para orientação do pe- “Art. 1.548. ...................................................................
destre.” (NR) I - (Revogado);
“Art. 10-A. A instalação de qualquer mobiliário urbano em área ....................................................................................” (NR)
de circulação comum para pedestre que ofereça risco de acidente “Art. 1.550. ..................................................................
à pessoa com deficiência deverá ser indicada mediante sinalização .............................................................................................
tátil de alerta no piso, de acordo com as normas técnicas pertinen- § 1º ..............................................................................
tes.” § 2º A pessoa com deficiência mental ou intelectual em idade
“Art. 12-A. Os centros comerciais e os estabelecimentos congê- núbia poderá contrair matrimônio, expressando sua vontade direta-
neres devem fornecer carros e cadeiras de rodas, motorizados ou mente ou por meio de seu responsável ou curador.” (NR)
não, para o atendimento da pessoa com deficiência ou com mobi- “Art. 1.557. ................................................................
lidade reduzida.” ............................................................................................
Art. 113. A Lei nº 10.257, de 10 de julho de 2001 (Estatuto da III - a ignorância, anterior ao casamento, de defeito físico ir-
Cidade) , passa a vigorar com as seguintes alterações: remediável que não caracterize deficiência ou de moléstia grave e
“Art. 3º ...................................................................... transmissível, por contágio ou por herança, capaz de pôr em risco a
............................................................................................ saúde do outro cônjuge ou de sua descendência;
III - promover, por iniciativa própria e em conjunto com os Esta- IV - (Revogado).” (NR)
dos, o Distrito Federal e os Municípios, programas de construção de “Art. 1.767. ..................................................................
moradias e melhoria das condições habitacionais, de saneamento I - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não pu-
básico, das calçadas, dos passeios públicos, do mobiliário urbano e derem exprimir sua vontade;
dos demais espaços de uso público; II - (Revogado);
IV - instituir diretrizes para desenvolvimento urbano, inclusive III - os ébrios habituais e os viciados em tóxico;
habitação, saneamento básico, transporte e mobilidade urbana, IV - (Revogado);
que incluam regras de acessibilidade aos locais de uso público; ....................................................................................” (NR)
.................................................................................” (NR) “Art. 1.768. O processo que define os termos da curatela deve
“Art. 41. .................................................................... ser promovido:
........................................................................................... .............................................................................................
§ 3º As cidades de que trata o caput deste artigo devem ela- IV - pela própria pessoa.” (NR)
borar plano de rotas acessíveis, compatível com o plano diretor no “Art. 1.769 . O Ministério Público somente promoverá o proces-
qual está inserido, que disponha sobre os passeios públicos a serem so que define os termos da curatela:
implantados ou reformados pelo poder público, com vistas a ga- I - nos casos de deficiência mental ou intelectual;
rantir acessibilidade da pessoa com deficiência ou com mobilidade ............................................................................................
reduzida a todas as rotas e vias existentes, inclusive as que concen- III - se, existindo, forem menores ou incapazes as pessoas men-
trem os focos geradores de maior circulação de pedestres, como cionadas no inciso II.” (NR)
os órgãos públicos e os locais de prestação de serviços públicos e
“Art. 1.771. Antes de se pronunciar acerca dos termos da cura-
privados de saúde, educação, assistência social, esporte, cultura,
tela, o juiz, que deverá ser assistido por equipe multidisciplinar, en-
correios e telégrafos, bancos, entre outros, sempre que possível de
trevistará pessoalmente o interditando.” (NR)
maneira integrada com os sistemas de transporte coletivo de pas-
“Art. 1.772. O juiz determinará, segundo as potencialidades da
sageiros.” (NR)
pessoa, os limites da curatela, circunscritos às restrições constantes
Art. 114. A Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código
do art. 1.782, e indicará curador.
Civil) , passa a vigorar com as seguintes alterações:
“Art. 3º São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente Parágrafo único. Para a escolha do curador, o juiz levará em
os atos da vida civil os menores de 16 (dezesseis) anos. conta a vontade e as preferências do interditando, a ausência de
I - (Revogado); conflito de interesses e de influência indevida, a proporcionalidade
II - (Revogado); e a adequação às circunstâncias da pessoa.” (NR)
III - (Revogado).” (NR) “Art. 1.775-A . Na nomeação de curador para a pessoa com de-
“Art. 4º São incapazes, relativamente a certos atos ou à manei- ficiência, o juiz poderá estabelecer curatela compartilhada a mais
ra de os exercer: de uma pessoa.”

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“Art. 1.777. As pessoas referidas no inciso I do art. 1.767 rece- Art. 117. O art. 1º da Lei nº 11.126, de 27 de junho de 2005 ,
berão todo o apoio necessário para ter preservado o direito à convi- passa a vigorar com a seguinte redação:
vência familiar e comunitária, sendo evitado o seu recolhimento em “Art. 1º É assegurado à pessoa com deficiência visual acompa-
estabelecimento que os afaste desse convívio.” (NR) nhada de cão-guia o direito de ingressar e de permanecer com o
Art. 115. O Título IV do Livro IV da Parte Especial da Lei nº animal em todos os meios de transporte e em estabelecimentos
10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil) , passa a vigorar com abertos ao público, de uso público e privados de uso coletivo, desde
a seguinte redação: que observadas as condições impostas por esta Lei.
.............................................................................................
“TÍTULO IV § 2º O disposto no caput deste artigo aplica-se a todas as mo-
DA TUTELA, DA CURATELA E DA TOMADA DE DECISÃO dalidades e jurisdições do serviço de transporte coletivo de passa-
APOIADA” geiros, inclusive em esfera internacional com origem no território
brasileiro.” (NR)
Art. 116. O Título IV do Livro IV da Parte Especial da Lei nº Art. 118. O inciso IV do art. 46 da Lei nº 11.904, de 14 de janeiro
10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil) , passa a vigorar de 2009 , passa a vigorar acrescido da seguinte alínea “k”:
acrescido do seguinte Capítulo III: “Art. 46. ......................................................................
...........................................................................................
“CAPÍTULO III IV - ..............................................................................
DA TOMADA DE DECISÃO APOIADA ...........................................................................................
k) de acessibilidade a todas as pessoas.
Art. 1.783-A. A tomada de decisão apoiada é o processo pelo .................................................................................” (NR)
qual a pessoa com deficiência elege pelo menos 2 (duas) pessoas Art. 119. A Lei nº 12.587, de 3 de janeiro de 2012 , passa a vigo-
idôneas, com as quais mantenha vínculos e que gozem de sua con- rar acrescida do seguinte art. 12-B:
fiança, para prestar-lhe apoio na tomada de decisão sobre atos da “Art. 12-B. Na outorga de exploração de serviço de táxi, reser-
vida civil, fornecendo-lhes os elementos e informações necessários var-se-ão 10% (dez por cento) das vagas para condutores com de-
para que possa exercer sua capacidade. ficiência.
§ 1º Para formular pedido de tomada de decisão apoiada, a § 1º Para concorrer às vagas reservadas na forma do caput des-
pessoa com deficiência e os apoiadores devem apresentar termo te artigo, o condutor com deficiência deverá observar os seguintes
em que constem os limites do apoio a ser oferecido e os compro- requisitos quanto ao veículo utilizado:
missos dos apoiadores, inclusive o prazo de vigência do acordo e I - ser de sua propriedade e por ele conduzido; e
o respeito à vontade, aos direitos e aos interesses da pessoa que II - estar adaptado às suas necessidades, nos termos da legis-
devem apoiar. lação vigente.
§ 2º O pedido de tomada de decisão apoiada será requerido § 2º No caso de não preenchimento das vagas na forma esta-
pela pessoa a ser apoiada, com indicação expressa das pessoas ap- belecida no caput deste artigo, as remanescentes devem ser dispo-
tas a prestarem o apoio previsto no caput deste artigo. nibilizadas para os demais concorrentes.”
§ 3º Antes de se pronunciar sobre o pedido de tomada de deci- Art. 120. Cabe aos órgãos competentes, em cada esfera de go-
são apoiada, o juiz, assistido por equipe multidisciplinar, após oitiva verno, a elaboração de relatórios circunstanciados sobre o cumpri-
do Ministério Público, ouvirá pessoalmente o requerente e as pes- mento dos prazos estabelecidos por força das Leis nº 10.048, de 8
soas que lhe prestarão apoio. de novembro de 2000 , e nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000 ,
§ 4º A decisão tomada por pessoa apoiada terá validade e efei- bem como o seu encaminhamento ao Ministério Público e aos ór-
tos sobre terceiros, sem restrições, desde que esteja inserida nos gãos de regulação para adoção das providências cabíveis.
limites do apoio acordado. Parágrafo único. Os relatórios a que se refere o caput deste ar-
§ 5º Terceiro com quem a pessoa apoiada mantenha relação tigo deverão ser apresentados no prazo de 1 (um) ano a contar da
negocial pode solicitar que os apoiadores contra-assinem o contra- entrada em vigor desta Lei.
to ou acordo, especificando, por escrito, sua função em relação ao Art. 121. Os direitos, os prazos e as obrigações previstos nesta
apoiado. Lei não excluem os já estabelecidos em outras legislações, inclusive
§ 6º Em caso de negócio jurídico que possa trazer risco ou pre- em pactos, tratados, convenções e declarações internacionais apro-
juízo relevante, havendo divergência de opiniões entre a pessoa vados e promulgados pelo Congresso Nacional, e devem ser apli-
apoiada e um dos apoiadores, deverá o juiz, ouvido o Ministério cados em conformidade com as demais normas internas e acordos
Público, decidir sobre a questão. internacionais vinculantes sobre a matéria.
§ 7º Se o apoiador agir com negligência, exercer pressão in- Parágrafo único. Prevalecerá a norma mais benéfica à pessoa
devida ou não adimplir as obrigações assumidas, poderá a pessoa com deficiência.
apoiada ou qualquer pessoa apresentar denúncia ao Ministério Pú- Art. 122. Regulamento disporá sobre a adequação do disposto
blico ou ao juiz. nesta Lei ao tratamento diferenciado, simplificado e favorecido a
§ 8º Se procedente a denúncia, o juiz destituirá o apoiador e ser dispensado às microempresas e às empresas de pequeno porte,
nomeará, ouvida a pessoa apoiada e se for de seu interesse, outra previsto no § 3º do art. 1º da Lei Complementar nº 123, de 14 de
pessoa para prestação de apoio. dezembro de 2006 .
§ 9º A pessoa apoiada pode, a qualquer tempo, solicitar o tér- Art. 123. Revogam-se os seguintes dispositivos: (Vigência)
mino de acordo firmado em processo de tomada de decisão apoia- I - o inciso II do § 2º do art. 1º da Lei nº 9.008, de 21 de março
da. de 1995 ;
§ 10. O apoiador pode solicitar ao juiz a exclusão de sua par- II - os incisos I, II e III do art. 3º da Lei nº 10.406, de 10 de janei-
ticipação do processo de tomada de decisão apoiada, sendo seu ro de 2002 (Código Civil);
desligamento condicionado à manifestação do juiz sobre a matéria. III - os incisos II e III do art. 228 da Lei nº 10.406, de 10 de janei-
§ 11. Aplicam-se à tomada de decisão apoiada, no que couber, ro de 2002 (Código Civil);
as disposições referentes à prestação de contas na curatela.”

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IV - o inciso I do art. 1.548 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de CAPÍTULO II
2002 (Código Civil); Da Política Nacional de Relações de Consumo
V - o inciso IV do art. 1.557 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro
de 2002 (Código Civil); Art. 4º A Política Nacional das Relações de Consumo tem por
VI - os incisos II e IV do art. 1.767 da Lei nº 10.406, de 10 de objetivo o atendimento das necessidades dos consumidores, o res-
janeiro de 2002 (Código Civil); peito à sua dignidade, saúde e segurança, a proteção de seus inte-
VII - os arts. 1.776 e 1.780 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de resses econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida, bem como
2002 (Código Civil). a transparência e harmonia das relações de consumo, atendidos os
Art. 124. O § 1º do art. 2º desta Lei deverá entrar em vigor em seguintes princípios: (Redação dada pela Lei nº 9.008, de 21.3.1995)
até 2 (dois) anos, contados da entrada em vigor desta Lei. I - reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor no mer-
Art. 125. Devem ser observados os prazos a seguir discrimina- cado de consumo;
dos, a partir da entrada em vigor desta Lei, para o cumprimento dos II - ação governamental no sentido de proteger efetivamente
seguintes dispositivos: o consumidor:
I - incisos I e II do § 2º do art. 28 , 48 (quarenta e oito) meses; a) por iniciativa direta;
II - § 6º do art. 44, 84 (oitenta e quatro) meses; (Redação dada b) por incentivos à criação e desenvolvimento de associações
pela Medida Provisória nº 1.025, de 2020) representativas;
III - art. 45 , 24 (vinte e quatro) meses; c) pela presença do Estado no mercado de consumo;
IV - art. 49 , 48 (quarenta e oito) meses. d) pela garantia dos produtos e serviços com padrões adequa-
Art. 126. Prorroga-se até 31 de dezembro de 2021 a vigência da dos de qualidade, segurança, durabilidade e desempenho.
Lei nº 8.989, de 24 de fevereiro de 1995 . III - harmonização dos interesses dos participantes das rela-
Art. 127. Esta Lei entra em vigor após decorridos 180 (cento e ções de consumo e compatibilização da proteção do consumidor
oitenta) dias de sua publicação oficial . com a necessidade de desenvolvimento econômico e tecnológico,
de modo a viabilizar os princípios nos quais se funda a ordem eco-
nômica (art. 170, da Constituição Federal), sempre com base na
boa-fé e equilíbrio nas relações entre consumidores e fornecedores;
CÓDIGO DE PROTEÇÃO E DEFESA DO CONSUMIDOR: IV - educação e informação de fornecedores e consumidores,
LEI Nº 8.078/1990 (VERSÃO ATUALIZADA) quanto aos seus direitos e deveres, com vistas à melhoria do mer-
cado de consumo;
LEI Nº 8.078, DE 11 DE SETEMBRO DE 1990 V - incentivo à criação pelos fornecedores de meios eficientes
de controle de qualidade e segurança de produtos e serviços, as-
Dispõe sobre a proteção do consumidor e dá outras providên- sim como de mecanismos alternativos de solução de conflitos de
cias. consumo;
VI - coibição e repressão eficientes de todos os abusos prati-
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Na- cados no mercado de consumo, inclusive a concorrência desleal e
cional decreta e eu sanciono a seguinte lei: utilização indevida de inventos e criações industriais das marcas e
nomes comerciais e signos distintivos, que possam causar prejuízos
TÍTULO I aos consumidores;
DOS DIREITOS DO CONSUMIDOR VII - racionalização e melhoria dos serviços públicos;
VIII - estudo constante das modificações do mercado de con-
CAPÍTULO I sumo.
DISPOSIÇÕES GERAIS IX - fomento de ações direcionadas à educação financeira e am-
biental dos consumidores; (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)
Art. 1° O presente código estabelece normas de proteção e X - prevenção e tratamento do superendividamento como for-
defesa do consumidor, de ordem pública e interesse social, nos ter- ma de evitar a exclusão social do consumidor. (Incluído pela Lei nº
mos dos arts. 5°, inciso XXXII, 170, inciso V, da Constituição Federal 14.181, de 2021)
e art. 48 de suas Disposições Transitórias. Art. 5° Para a execução da Política Nacional das Relações de
Art. 2° Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire Consumo, contará o poder público com os seguintes instrumentos,
ou utiliza produto ou serviço como destinatário final. entre outros:
Parágrafo único. Equipara-se a consumidor a coletividade de I - manutenção de assistência jurídica, integral e gratuita para
pessoas, ainda que indetermináveis, que haja intervindo nas rela- o consumidor carente;
ções de consumo. II - instituição de Promotorias de Justiça de Defesa do Consu-
Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou midor, no âmbito do Ministério Público;
privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersona- III - criação de delegacias de polícia especializadas no atendi-
lizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem, cria- mento de consumidores vítimas de infrações penais de consumo;
ção, construção, transformação, importação, exportação, distribui- IV - criação de Juizados Especiais de Pequenas Causas e Varas
ção ou comercialização de produtos ou prestação de serviços. Especializadas para a solução de litígios de consumo;
§ 1° Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou V - concessão de estímulos à criação e desenvolvimento das
imaterial. Associações de Defesa do Consumidor.
§ 2° Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de VI - instituição de mecanismos de prevenção e tratamento ex-
consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza bancá- trajudicial e judicial do superendividamento e de proteção do con-
ria, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das re- sumidor pessoa natural; (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)
lações de caráter trabalhista. VII - instituição de núcleos de conciliação e mediação de confli-
tos oriundos de superendividamento. (Incluído pela Lei nº 14.181,
de 2021)

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§ 1° (Vetado). CAPÍTULO IV
§ 2º (Vetado). DA QUALIDADE DE PRODUTOS E SERVIÇOS, DA PREVENÇÃO E
DA REPARAÇÃO DOS DANOS
CAPÍTULO III
DOS DIREITOS BÁSICOS DO CONSUMIDOR SEÇÃO I
DA PROTEÇÃO À SAÚDE E SEGURANÇA
Art. 6º São direitos básicos do consumidor:
I - a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos pro- Art. 8° Os produtos e serviços colocados no mercado de consu-
vocados por práticas no fornecimento de produtos e serviços consi- mo não acarretarão riscos à saúde ou segurança dos consumidores,
derados perigosos ou nocivos; exceto os considerados normais e previsíveis em decorrência de
II - a educação e divulgação sobre o consumo adequado dos sua natureza e fruição, obrigando-se os fornecedores, em qualquer
produtos e serviços, asseguradas a liberdade de escolha e a igual- hipótese, a dar as informações necessárias e adequadas a seu res-
dade nas contratações; peito.
III - a informação adequada e clara sobre os diferentes pro- § 1º Em se tratando de produto industrial, ao fabricante cabe
dutos e serviços, com especificação correta de quantidade, carac- prestar as informações a que se refere este artigo, através de im-
terísticas, composição, qualidade, tributos incidentes e preço, bem pressos apropriados que devam acompanhar o produto. (Redação
como sobre os riscos que apresentem; (Redação dada pela Lei nº dada pela Lei nº 13.486, de 2017)
12.741, de 2012) Vigência § 2º O fornecedor deverá higienizar os equipamentos e utensí-
IV - a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, mé- lios utilizados no fornecimento de produtos ou serviços, ou coloca-
todos comerciais coercitivos ou desleais, bem como contra práticas dos à disposição do consumidor, e informar, de maneira ostensiva
e cláusulas abusivas ou impostas no fornecimento de produtos e e adequada, quando for o caso, sobre o risco de contaminação. (In-
serviços; cluído pela Lei nº 13.486, de 2017)
V - a modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam Art. 9° O fornecedor de produtos e serviços potencialmente
prestações desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos su- nocivos ou perigosos à saúde ou segurança deverá informar, de ma-
pervenientes que as tornem excessivamente onerosas; neira ostensiva e adequada, a respeito da sua nocividade ou peri-
culosidade, sem prejuízo da adoção de outras medidas cabíveis em
VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e
cada caso concreto.
morais, individuais, coletivos e difusos;
Art. 10. O fornecedor não poderá colocar no mercado de con-
VII - o acesso aos órgãos judiciários e administrativos com
sumo produto ou serviço que sabe ou deveria saber apresentar alto
vistas à prevenção ou reparação de danos patrimoniais e morais,
grau de nocividade ou periculosidade à saúde ou segurança.
individuais, coletivos ou difusos, assegurada a proteção Jurídica, ad-
§ 1° O fornecedor de produtos e serviços que, posteriormente
ministrativa e técnica aos necessitados;
à sua introdução no mercado de consumo, tiver conhecimento da
VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a periculosidade que apresentem, deverá comunicar o fato imediata-
inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a mente às autoridades competentes e aos consumidores, mediante
critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossu- anúncios publicitários.
ficiente, segundo as regras ordinárias de experiências; § 2° Os anúncios publicitários a que se refere o parágrafo ante-
IX - (Vetado); rior serão veiculados na imprensa, rádio e televisão, às expensas do
X - a adequada e eficaz prestação dos serviços públicos em fornecedor do produto ou serviço.
geral. § 3° Sempre que tiverem conhecimento de periculosidade de
XI - a garantia de práticas de crédito responsável, de educação produtos ou serviços à saúde ou segurança dos consumidores, a
financeira e de prevenção e tratamento de situações de superendi- União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão infor-
vidamento, preservado o mínimo existencial, nos termos da regu- má-los a respeito.
lamentação, por meio da revisão e da repactuação da dívida, entre Art. 11. (Vetado).
outras medidas; (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)
XII - a preservação do mínimo existencial, nos termos da regu- SEÇÃO II
lamentação, na repactuação de dívidas e na concessão de crédito; DA RESPONSABILIDADE PELO FATO DO PRODUTO E DO SER-
(Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021) VIÇO
XIII - a informação acerca dos preços dos produtos por unidade
de medida, tal como por quilo, por litro, por metro ou por outra Art. 12. O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou
unidade, conforme o caso. (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021) estrangeiro, e o importador respondem, independentemente
Parágrafo único. A informação de que trata o inciso III do caput da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos
deste artigo deve ser acessível à pessoa com deficiência, observado consumidores por defeitos decorrentes de projeto, fabricação,
o disposto em regulamento. (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015) construção, montagem, fórmulas, manipulação, apresentação ou
(Vigência) acondicionamento de seus produtos, bem como por informações
Art. 7° Os direitos previstos neste código não excluem outros insuficientes ou inadequadas sobre sua utilização e riscos.
decorrentes de tratados ou convenções internacionais de que o § 1° O produto é defeituoso quando não oferece a segurança
Brasil seja signatário, da legislação interna ordinária, de regulamen- que dele legitimamente se espera, levando-se em consideração as
tos expedidos pelas autoridades administrativas competentes, bem circunstâncias relevantes, entre as quais:
como dos que derivem dos princípios gerais do direito, analogia, I - sua apresentação;
costumes e eqüidade. II - o uso e os riscos que razoavelmente dele se esperam;
Parágrafo único. Tendo mais de um autor a ofensa, todos res- III - a época em que foi colocado em circulação.
ponderão solidariamente pela reparação dos danos previstos nas § 2º O produto não é considerado defeituoso pelo fato de
normas de consumo. outro de melhor qualidade ter sido colocado no mercado.
§ 3° O fabricante, o construtor, o produtor ou importador só
não será responsabilizado quando provar:

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I - que não colocou o produto no mercado; § 3° O consumidor poderá fazer uso imediato das alternativas
II - que, embora haja colocado o produto no mercado, o de- do § 1° deste artigo sempre que, em razão da extensão do vício, a
feito inexiste; substituição das partes viciadas puder comprometer a qualidade
III - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro. ou características do produto, diminuir-lhe o valor ou se tratar de
Art. 13. O comerciante é igualmente responsável, nos termos produto essencial.
do artigo anterior, quando: § 4° Tendo o consumidor optado pela alternativa do inciso I
I - o fabricante, o construtor, o produtor ou o importador não do § 1° deste artigo, e não sendo possível a substituição do bem,
puderem ser identificados; poderá haver substituição por outro de espécie, marca ou modelo
II - o produto for fornecido sem identificação clara do seu diversos, mediante complementação ou restituição de eventual
fabricante, produtor, construtor ou importador; diferença de preço, sem prejuízo do disposto nos incisos II e III do
III - não conservar adequadamente os produtos perecíveis. § 1° deste artigo.
Parágrafo único. Aquele que efetivar o pagamento ao pre- § 5° No caso de fornecimento de produtos in natura, será
judicado poderá exercer o direito de regresso contra os demais responsável perante o consumidor o fornecedor imediato, exceto
responsáveis, segundo sua participação na causação do evento quando identificado claramente seu produtor.
danoso. § 6° São impróprios ao uso e consumo:
Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independente- I - os produtos cujos prazos de validade estejam vencidos;
mente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados II - os produtos deteriorados, alterados, adulterados, ava-
aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, riados, falsificados, corrompidos, fraudados, nocivos à vida ou à
bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre saúde, perigosos ou, ainda, aqueles em desacordo com as normas
sua fruição e riscos. regulamentares de fabricação, distribuição ou apresentação;
§ 1° O serviço é defeituoso quando não fornece a segurança III - os produtos que, por qualquer motivo, se revelem inade-
que o consumidor dele pode esperar, levando-se em consideração quados ao fim a que se destinam.
as circunstâncias relevantes, entre as quais: Art. 19. Os fornecedores respondem solidariamente pelos
I - o modo de seu fornecimento; vícios de quantidade do produto sempre que, respeitadas as va-
II - o resultado e os riscos que razoavelmente dele se espe- riações decorrentes de sua natureza, seu conteúdo líquido for
ram; inferior às indicações constantes do recipiente, da embalagem,
III - a época em que foi fornecido. rotulagem ou de mensagem publicitária, podendo o consumidor
exigir, alternativamente e à sua escolha:
§ 2º O serviço não é considerado defeituoso pela adoção de
I - o abatimento proporcional do preço;
novas técnicas.
II - complementação do peso ou medida;
§ 3° O fornecedor de serviços só não será responsabilizado
III - a substituição do produto por outro da mesma espécie,
quando provar:
marca ou modelo, sem os aludidos vícios;
I - que, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste;
IV - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente
II - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.
atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos.
§ 4° A responsabilidade pessoal dos profissionais liberais será § 1° Aplica-se a este artigo o disposto no § 4° do artigo ante-
apurada mediante a verificação de culpa. rior.
Art. 15. (Vetado). § 2° O fornecedor imediato será responsável quando fizer a
Art. 16. (Vetado). pesagem ou a medição e o instrumento utilizado não estiver aferi-
Art. 17. Para os efeitos desta Seção, equiparam-se aos consu- do segundo os padrões oficiais.
midores todas as vítimas do evento. Art. 20. O fornecedor de serviços responde pelos vícios de
qualidade que os tornem impróprios ao consumo ou lhes dimi-
SEÇÃO III nuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade
DA RESPONSABILIDADE POR VÍCIO DO PRODUTO E DO SER- com as indicações constantes da oferta ou mensagem publicitária,
VIÇO podendo o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha:
I - a reexecução dos serviços, sem custo adicional e quando
Art. 18. Os fornecedores de produtos de consumo duráveis cabível;
ou não duráveis respondem solidariamente pelos vícios de quali- II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente
dade ou quantidade que os tornem impróprios ou inadequados ao atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos;
consumo a que se destinam ou lhes diminuam o valor, assim como III - o abatimento proporcional do preço.
por aqueles decorrentes da disparidade, com a indicações cons- § 1° A reexecução dos serviços poderá ser confiada a terceiros
tantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou mensagem pu- devidamente capacitados, por conta e risco do fornecedor.
blicitária, respeitadas as variações decorrentes de sua natureza, § 2° São impróprios os serviços que se mostrem inadequa-
podendo o consumidor exigir a substituição das partes viciadas. dos para os fins que razoavelmente deles se esperam, bem como
§ 1° Não sendo o vício sanado no prazo máximo de trinta dias, aqueles que não atendam as normas regulamentares de presta-
pode o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha: bilidade.
I - a substituição do produto por outro da mesma espécie, em Art. 21. No fornecimento de serviços que tenham por obje-
perfeitas condições de uso; tivo a reparação de qualquer produto considerar-se-á implícita a
II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente obrigação do fornecedor de empregar componentes de reposição
atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos; originais adequados e novos, ou que mantenham as especifica-
III - o abatimento proporcional do preço. ções técnicas do fabricante, salvo, quanto a estes últimos, autori-
§ 2° Poderão as partes convencionar a redução ou ampliação zação em contrário do consumidor.
do prazo previsto no parágrafo anterior, não podendo ser inferior Art. 22. Os órgãos públicos, por si ou suas empresas, con-
a sete nem superior a cento e oitenta dias. Nos contratos de ade- cessionárias, permissionárias ou sob qualquer outra forma de
são, a cláusula de prazo deverá ser convencionada em separado, empreendimento, são obrigados a fornecer serviços adequados,
por meio de manifestação expressa do consumidor. eficientes, seguros e, quanto aos essenciais, contínuos.

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Parágrafo único. Nos casos de descumprimento, total ou par- § 5° Também poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica
cial, das obrigações referidas neste artigo, serão as pessoas jurí- sempre que sua personalidade for, de alguma forma, obstáculo ao
dicas compelidas a cumpri-las e a reparar os danos causados, na ressarcimento de prejuízos causados aos consumidores.
forma prevista neste código.
Art. 23. A ignorância do fornecedor sobre os vícios de qua- CAPÍTULO V
lidade por inadequação dos produtos e serviços não o exime de DAS PRÁTICAS COMERCIAIS
responsabilidade.
Art. 24. A garantia legal de adequação do produto ou serviço SEÇÃO I
independe de termo expresso, vedada a exoneração contratual do DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
fornecedor.
Art. 25. É vedada a estipulação contratual de cláusula que Art. 29. Para os fins deste Capítulo e do seguinte, equiparam-se
impossibilite, exonere ou atenue a obrigação de indenizar prevista aos consumidores todas as pessoas determináveis ou não, expostas
nesta e nas seções anteriores. às práticas nele previstas.
§ 1° Havendo mais de um responsável pela causação do dano,
todos responderão solidariamente pela reparação prevista nesta e SEÇÃO II
nas seções anteriores. DA OFERTA
§ 2° Sendo o dano causado por componente ou peça incorpo-
rada ao produto ou serviço, são responsáveis solidários seu fabri- Art. 30. Toda informação ou publicidade, suficientemente pre-
cante, construtor ou importador e o que realizou a incorporação. cisa, veiculada por qualquer forma ou meio de comunicação com
relação a produtos e serviços oferecidos ou apresentados, obriga o
SEÇÃO IV fornecedor que a fizer veicular ou dela se utilizar e integra o contra-
DA DECADÊNCIA E DA PRESCRIÇÃO to que vier a ser celebrado.
Art. 31. A oferta e apresentação de produtos ou serviços de-
Art. 26. O direito de reclamar pelos vícios aparentes ou de fácil vem assegurar informações corretas, claras, precisas, ostensivas e
constatação caduca em: em língua portuguesa sobre suas características, qualidades, quan-
I - trinta dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de pro- tidade, composição, preço, garantia, prazos de validade e origem,
dutos não duráveis; entre outros dados, bem como sobre os riscos que apresentam à
II - noventa dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de saúde e segurança dos consumidores.
produtos duráveis. Parágrafo único. As informações de que trata este artigo, nos
§ 1° Inicia-se a contagem do prazo decadencial a partir da en- produtos refrigerados oferecidos ao consumidor, serão gravadas de
trega efetiva do produto ou do término da execução dos serviços. forma indelével. (Incluído pela Lei nº 11.989, de 2009)
§ 2° Obstam a decadência: Art. 32. Os fabricantes e importadores deverão assegurar a
I - a reclamação comprovadamente formulada pelo consu- oferta de componentes e peças de reposição enquanto não cessar
midor perante o fornecedor de produtos e serviços até a resposta a fabricação ou importação do produto.
Parágrafo único. Cessadas a produção ou importação, a oferta
negativa correspondente, que deve ser transmitida de forma ine-
deverá ser mantida por período razoável de tempo, na forma da lei.
quívoca;
Art. 33. Em caso de oferta ou venda por telefone ou reembolso
II - (Vetado).
postal, deve constar o nome do fabricante e endereço na embala-
III - a instauração de inquérito civil, até seu encerramento.
gem, publicidade e em todos os impressos utilizados na transação
§ 3° Tratando-se de vício oculto, o prazo decadencial inicia-se
comercial.
no momento em que ficar evidenciado o defeito.
Parágrafo único. É proibida a publicidade de bens e serviços
Art. 27. Prescreve em cinco anos a pretensão à reparação pelos por telefone, quando a chamada for onerosa ao consumidor que a
danos causados por fato do produto ou do serviço prevista na Seção origina. (Incluído pela Lei nº 11.800, de 2008).
II deste Capítulo, iniciando-se a contagem do prazo a partir do co- Art. 34. O fornecedor do produto ou serviço é solidariamente
nhecimento do dano e de sua autoria. responsável pelos atos de seus prepostos ou representantes autô-
Parágrafo único. (Vetado). nomos.
Art. 35. Se o fornecedor de produtos ou serviços recusar cum-
SEÇÃO V primento à oferta, apresentação ou publicidade, o consumidor po-
DA DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA derá, alternativamente e à sua livre escolha:
I - exigir o cumprimento forçado da obrigação, nos termos da
Art. 28. O juiz poderá desconsiderar a personalidade jurídica oferta, apresentação ou publicidade;
da sociedade quando, em detrimento do consumidor, houver abu- II - aceitar outro produto ou prestação de serviço equivalente;
so de direito, excesso de poder, infração da lei, fato ou ato ilícito III - rescindir o contrato, com direito à restituição de quantia
ou violação dos estatutos ou contrato social. A desconsideração eventualmente antecipada, monetariamente atualizada, e a perdas
também será efetivada quando houver falência, estado de insol- e danos.
vência, encerramento ou inatividade da pessoa jurídica provoca-
dos por má administração. SEÇÃO III
§ 1° (Vetado). DA PUBLICIDADE
§ 2° As sociedades integrantes dos grupos societários e as
sociedades controladas, são subsidiariamente responsáveis pelas Art. 36. A publicidade deve ser veiculada de tal forma que o
obrigações decorrentes deste código. consumidor, fácil e imediatamente, a identifique como tal.
§ 3° As sociedades consorciadas são solidariamente respon- Parágrafo único. O fornecedor, na publicidade de seus produ-
sáveis pelas obrigações decorrentes deste código. tos ou serviços, manterá, em seu poder, para informação dos legí-
§ 4° As sociedades coligadas só responderão por culpa. timos interessados, os dados fáticos, técnicos e científicos que dão
sustentação à mensagem.

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Art. 37. É proibida toda publicidade enganosa ou abusiva. XIV - permitir o ingresso em estabelecimentos comerciais ou
§ 1° É enganosa qualquer modalidade de informação ou co- de serviços de um número maior de consumidores que o fixado
municação de caráter publicitário, inteira ou parcialmente falsa, ou, pela autoridade administrativa como máximo. (Incluído pela Lei nº
por qualquer outro modo, mesmo por omissão, capaz de induzir 13.425, de 2017)
em erro o consumidor a respeito da natureza, características, quali- Parágrafo único. Os serviços prestados e os produtos reme-
dade, quantidade, propriedades, origem, preço e quaisquer outros tidos ou entregues ao consumidor, na hipótese prevista no inciso
dados sobre produtos e serviços. III, equiparam-se às amostras grátis, inexistindo obrigação de pa-
§ 2° É abusiva, dentre outras a publicidade discriminatória de gamento.
qualquer natureza, a que incite à violência, explore o medo ou a su- Art. 40. O fornecedor de serviço será obrigado a entregar ao
perstição, se aproveite da deficiência de julgamento e experiência consumidor orçamento prévio discriminando o valor da mão-de-o-
da criança, desrespeita valores ambientais, ou que seja capaz de in- bra, dos materiais e equipamentos a serem empregados, as con-
duzir o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou perigosa dições de pagamento, bem como as datas de início e término dos
à sua saúde ou segurança. serviços.
§ 3° Para os efeitos deste código, a publicidade é enganosa § 1º Salvo estipulação em contrário, o valor orçado terá va-
por omissão quando deixar de informar sobre dado essencial do lidade pelo prazo de dez dias, contado de seu recebimento pelo
produto ou serviço. consumidor.
§ 4° (Vetado). § 2° Uma vez aprovado pelo consumidor, o orçamento obriga
Art. 38. O ônus da prova da veracidade e correção da informa- os contraentes e somente pode ser alterado mediante livre nego-
ção ou comunicação publicitária cabe a quem as patrocina. ciação das partes.
§ 3° O consumidor não responde por quaisquer ônus ou acrés-
SEÇÃO IV cimos decorrentes da contratação de serviços de terceiros não pre-
DAS PRÁTICAS ABUSIVAS vistos no orçamento prévio.
Art. 41. No caso de fornecimento de produtos ou de serviços
Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, den- sujeitos ao regime de controle ou de tabelamento de preços, os
tre outras práticas abusivas: (Redação dada pela Lei nº 8.884, de fornecedores deverão respeitar os limites oficiais sob pena de não
11.6.1994) o fazendo, responderem pela restituição da quantia recebida em
I - condicionar o fornecimento de produto ou de serviço ao excesso, monetariamente atualizada, podendo o consumidor exigir
fornecimento de outro produto ou serviço, bem como, sem justa à sua escolha, o desfazimento do negócio, sem prejuízo de outras
causa, a limites quantitativos; sanções cabíveis.
II - recusar atendimento às demandas dos consumidores, na
SEÇÃO V
exata medida de suas disponibilidades de estoque, e, ainda, de con-
DA COBRANÇA DE DÍVIDAS
formidade com os usos e costumes;
III - enviar ou entregar ao consumidor, sem solicitação prévia,
Art. 42. Na cobrança de débitos, o consumidor inadimplente
qualquer produto, ou fornecer qualquer serviço;
não será exposto a ridículo, nem será submetido a qualquer tipo de
IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do consumidor,
constrangimento ou ameaça.
tendo em vista sua idade, saúde, conhecimento ou condição social, Parágrafo único. O consumidor cobrado em quantia indevida
para impingir-lhe seus produtos ou serviços; tem direito à repetição do indébito, por valor igual ao dobro do que
V - exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva; pagou em excesso, acrescido de correção monetária e juros legais,
VI - executar serviços sem a prévia elaboração de orçamento e salvo hipótese de engano justificável.
autorização expressa do consumidor, ressalvadas as decorrentes de Art. 42-A. Em todos os documentos de cobrança de débitos
práticas anteriores entre as partes; apresentados ao consumidor, deverão constar o nome, o endereço
VII - repassar informação depreciativa, referente a ato pratica- e o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas – CPF ou
do pelo consumidor no exercício de seus direitos; no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica – CNPJ do fornecedor do
VIII - colocar, no mercado de consumo, qualquer produto ou produto ou serviço correspondente. (Incluído pela Lei nº 12.039,
serviço em desacordo com as normas expedidas pelos órgãos ofi- de 2009)
ciais competentes ou, se normas específicas não existirem, pela
Associação Brasileira de Normas Técnicas ou outra entidade cre- SEÇÃO VI
denciada pelo Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e DOS BANCOS DE DADOS E CADASTROS DE CONSUMIDORES
Qualidade Industrial (Conmetro);
IX - recusar a venda de bens ou a prestação de serviços, di- Art. 43. O consumidor, sem prejuízo do disposto no art. 86,
retamente a quem se disponha a adquiri-los mediante pronto pa- terá acesso às informações existentes em cadastros, fichas, regis-
gamento, ressalvados os casos de intermediação regulados em leis tros e dados pessoais e de consumo arquivados sobre ele, bem
especiais; (Redação dada pela Lei nº 8.884, de 11.6.1994) como sobre as suas respectivas fontes.
X - elevar sem justa causa o preço de produtos ou serviços. § 1° Os cadastros e dados de consumidores devem ser objeti-
(Incluído pela Lei nº 8.884, de 11.6.1994) vos, claros, verdadeiros e em linguagem de fácil compreensão, não
XI - Dispositivo incluído pela MPV nº 1.890-67, de 22.10.1999, podendo conter informações negativas referentes a período supe-
transformado em inciso XIII, quando da conversão na Lei nº 9.870, rior a cinco anos.
de 23.11.1999 § 2° A abertura de cadastro, ficha, registro e dados pessoais
XII - deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obri- e de consumo deverá ser comunicada por escrito ao consumidor,
gação ou deixar a fixação de seu termo inicial a seu exclusivo crité- quando não solicitada por ele.
rio. (Incluído pela Lei nº 9.008, de 21.3.1995) § 3° O consumidor, sempre que encontrar inexatidão nos seus
XIII - aplicar fórmula ou índice de reajuste diverso do legal dados e cadastros, poderá exigir sua imediata correção, devendo o
ou contratualmente estabelecido. (Incluído pela Lei nº 9.870, de arquivista, no prazo de cinco dias úteis, comunicar a alteração aos
23.11.1999) eventuais destinatários das informações incorretas.

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§ 4° Os bancos de dados e cadastros relativos a consumidores, I - impossibilitem, exonerem ou atenuem a responsabilidade
os serviços de proteção ao crédito e congêneres são considerados do fornecedor por vícios de qualquer natureza dos produtos e ser-
entidades de caráter público. viços ou impliquem renúncia ou disposição de direitos. Nas relações
§ 5° Consumada a prescrição relativa à cobrança de débitos de consumo entre o fornecedor e o consumidor pessoa jurídica, a
do consumidor, não serão fornecidas, pelos respectivos Sistemas de indenização poderá ser limitada, em situações justificáveis;
Proteção ao Crédito, quaisquer informações que possam impedir II - subtraiam ao consumidor a opção de reembolso da quantia
ou dificultar novo acesso ao crédito junto aos fornecedores. já paga, nos casos previstos neste código;
§ 6o Todas as informações de que trata o caput deste artigo III - transfiram responsabilidades a terceiros;
devem ser disponibilizadas em formatos acessíveis, inclusive para IV - estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas,
a pessoa com deficiência, mediante solicitação do consumidor. (In- que coloquem o consumidor em desvantagem exagerada, ou sejam
cluído pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência) incompatíveis com a boa-fé ou a eqüidade;
Art. 44. Os órgãos públicos de defesa do consumidor mante- V - (Vetado);
rão cadastros atualizados de reclamações fundamentadas contra VI - estabeleçam inversão do ônus da prova em prejuízo do
fornecedores de produtos e serviços, devendo divulgá-lo pública e consumidor;
anualmente. A divulgação indicará se a reclamação foi atendida ou VII - determinem a utilização compulsória de arbitragem;
não pelo fornecedor. VIII - imponham representante para concluir ou realizar outro
§ 1° É facultado o acesso às informações lá constantes para negócio jurídico pelo consumidor;
orientação e consulta por qualquer interessado. IX - deixem ao fornecedor a opção de concluir ou não o contra-
§ 2° Aplicam-se a este artigo, no que couber, as mesmas regras to, embora obrigando o consumidor;
enunciadas no artigo anterior e as do parágrafo único do art. 22 X - permitam ao fornecedor, direta ou indiretamente, variação
deste código. do preço de maneira unilateral;
Art. 45. (Vetado). XI - autorizem o fornecedor a cancelar o contrato unilateral-
mente, sem que igual direito seja conferido ao consumidor;
CAPÍTULO VI XII - obriguem o consumidor a ressarcir os custos de cobrança
DA PROTEÇÃO CONTRATUAL de sua obrigação, sem que igual direito lhe seja conferido contra o
fornecedor;
SEÇÃO I XIII - autorizem o fornecedor a modificar unilateralmente o
DISPOSIÇÕES GERAIS conteúdo ou a qualidade do contrato, após sua celebração;
XIV - infrinjam ou possibilitem a violação de normas ambien-
Art. 46. Os contratos que regulam as relações de consumo não tais;
obrigarão os consumidores, se não lhes for dada a oportunidade de XV - estejam em desacordo com o sistema de proteção ao con-
tomar conhecimento prévio de seu conteúdo, ou se os respectivos sumidor;
instrumentos forem redigidos de modo a dificultar a compreensão XVI - possibilitem a renúncia do direito de indenização por ben-
de seu sentido e alcance. feitorias necessárias.
Art. 47. As cláusulas contratuais serão interpretadas de manei- XVII - condicionem ou limitem de qualquer forma o acesso aos
ra mais favorável ao consumidor. órgãos do Poder Judiciário; (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)
Art. 48. As declarações de vontade constantes de escritos par- XVIII - estabeleçam prazos de carência em caso de impontua-
ticulares, recibos e pré-contratos relativos às relações de consumo lidade das prestações mensais ou impeçam o restabelecimento in-
vinculam o fornecedor, ensejando inclusive execução específica, tegral dos direitos do consumidor e de seus meios de pagamento a
nos termos do art. 84 e parágrafos. partir da purgação da mora ou do acordo com os credores; (Incluído
Art. 49. O consumidor pode desistir do contrato, no prazo pela Lei nº 14.181, de 2021)
de 7 dias a contar de sua assinatura ou do ato de recebimento do XIX - (VETADO). (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)
produto ou serviço, sempre que a contratação de fornecimento de § 1º Presume-se exagerada, entre outros casos, a vantagem
que:
produtos e serviços ocorrer fora do estabelecimento comercial, es-
I - ofende os princípios fundamentais do sistema jurídico a que
pecialmente por telefone ou a domicílio.
pertence;
Parágrafo único. Se o consumidor exercitar o direito de arre-
II - restringe direitos ou obrigações fundamentais inerentes à
pendimento previsto neste artigo, os valores eventualmente pagos,
natureza do contrato, de tal modo a ameaçar seu objeto ou equilí-
a qualquer título, durante o prazo de reflexão, serão devolvidos, de
brio contratual;
imediato, monetariamente atualizados.
III - se mostra excessivamente onerosa para o consumidor, con-
Art. 50. A garantia contratual é complementar à legal e será siderando-se a natureza e conteúdo do contrato, o interesse das
conferida mediante termo escrito. partes e outras circunstâncias peculiares ao caso.
Parágrafo único. O termo de garantia ou equivalente deve ser § 2° A nulidade de uma cláusula contratual abusiva não invali-
padronizado e esclarecer, de maneira adequada em que consiste a da o contrato, exceto quando de sua ausência, apesar dos esforços
mesma garantia, bem como a forma, o prazo e o lugar em que pode de integração, decorrer ônus excessivo a qualquer das partes.
ser exercitada e os ônus a cargo do consumidor, devendo ser-lhe § 3° (Vetado).
entregue, devidamente preenchido pelo fornecedor, no ato do for- § 4° É facultado a qualquer consumidor ou entidade que o re-
necimento, acompanhado de manual de instrução, de instalação e presente requerer ao Ministério Público que ajuíze a competente
uso do produto em linguagem didática, com ilustrações. ação para ser declarada a nulidade de cláusula contratual que con-
trarie o disposto neste código ou de qualquer forma não assegure o
SEÇÃO II justo equilíbrio entre direitos e obrigações das partes.
DAS CLÁUSULAS ABUSIVAS Art. 52. No fornecimento de produtos ou serviços que envolva
outorga de crédito ou concessão de financiamento ao consumidor,
Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas o fornecedor deverá, entre outros requisitos, informá-lo prévia e
contratuais relativas ao fornecimento de produtos e serviços que: adequadamente sobre:

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I - preço do produto ou serviço em moeda corrente nacional; § 2º As dívidas referidas no § 1º deste artigo englobam quais-
II - montante dos juros de mora e da taxa efetiva anual de juros; quer compromissos financeiros assumidos decorrentes de relação
III - acréscimos legalmente previstos; de consumo, inclusive operações de crédito, compras a prazo e
IV - número e periodicidade das prestações; serviços de prestação continuada. (Incluído pela Lei nº 14.181, de
V - soma total a pagar, com e sem financiamento. 2021)
§ 1° As multas de mora decorrentes do inadimplemento de § 3º O disposto neste Capítulo não se aplica ao consumidor
obrigações no seu termo não poderão ser superiores a dois por cujas dívidas tenham sido contraídas mediante fraude ou má-fé,
cento do valor da prestação. (Redação dada pela Lei nº 9.298, de sejam oriundas de contratos celebrados dolosamente com o pro-
1º.8.1996) pósito de não realizar o pagamento ou decorram da aquisição ou
§ 2º É assegurado ao consumidor a liquidação antecipada do contratação de produtos e serviços de luxo de alto valor. (Incluído
débito, total ou parcialmente, mediante redução proporcional dos pela Lei nº 14.181, de 2021)
juros e demais acréscimos. Art. 54-B. No fornecimento de crédito e na venda a prazo, além
§ 3º (Vetado). das informações obrigatórias previstas no art. 52 deste Código e na
Art. 53. Nos contratos de compra e venda de móveis ou imó- legislação aplicável à matéria, o fornecedor ou o intermediário de-
veis mediante pagamento em prestações, bem como nas alienações verá informar o consumidor, prévia e adequadamente, no momen-
fiduciárias em garantia, consideram-se nulas de pleno direito as to da oferta, sobre: (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)
cláusulas que estabeleçam a perda total das prestações pagas em I - o custo efetivo total e a descrição dos elementos que o com-
benefício do credor que, em razão do inadimplemento, pleitear a põem; (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)
resolução do contrato e a retomada do produto alienado. II - a taxa efetiva mensal de juros, bem como a taxa dos juros de
§ 1° (Vetado). mora e o total de encargos, de qualquer natureza, previstos para o
§ 2º Nos contratos do sistema de consórcio de produtos du- atraso no pagamento; (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)
ráveis, a compensação ou a restituição das parcelas quitadas, na III - o montante das prestações e o prazo de validade da ofer-
forma deste artigo, terá descontada, além da vantagem econômica ta, que deve ser, no mínimo, de 2 (dois) dias; (Incluído pela Lei nº
auferida com a fruição, os prejuízos que o desistente ou inadim- 14.181, de 2021)
plente causar ao grupo. IV - o nome e o endereço, inclusive o eletrônico, do fornecedor;
§ 3° Os contratos de que trata o caput deste artigo serão ex- (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)
pressos em moeda corrente nacional. V - o direito do consumidor à liquidação antecipada e não one-
rosa do débito, nos termos do § 2º do art. 52 deste Código e da
regulamentação em vigor. (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)
SEÇÃO III
§ 1º As informações referidas no art. 52 deste Código e no
DOS CONTRATOS DE ADESÃO
caput deste artigo devem constar de forma clara e resumida do pró-
prio contrato, da fatura ou de instrumento apartado, de fácil acesso
Art. 54. Contrato de adesão é aquele cujas cláusulas tenham
ao consumidor. (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)
sido aprovadas pela autoridade competente ou estabelecidas uni-
§ 2º Para efeitos deste Código, o custo efetivo total da opera-
lateralmente pelo fornecedor de produtos ou serviços, sem que o
ção de crédito ao consumidor consistirá em taxa percentual anual e
consumidor possa discutir ou modificar substancialmente seu con- compreenderá todos os valores cobrados do consumidor, sem pre-
teúdo. juízo do cálculo padronizado pela autoridade reguladora do sistema
§ 1° A inserção de cláusula no formulário não desfigura a natu- financeiro. (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)
reza de adesão do contrato. § 3º Sem prejuízo do disposto no art. 37 deste Código, a oferta
§ 2° Nos contratos de adesão admite-se cláusula resolutória, de crédito ao consumidor e a oferta de venda a prazo, ou a fatura
desde que a alternativa, cabendo a escolha ao consumidor, ressal- mensal, conforme o caso, devem indicar, no mínimo, o custo efetivo
vando-se o disposto no § 2° do artigo anterior. total, o agente financiador e a soma total a pagar, com e sem finan-
§ 3o Os contratos de adesão escritos serão redigidos em ter- ciamento. (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)
mos claros e com caracteres ostensivos e legíveis, cujo tamanho da Art. 54-C. É vedado, expressa ou implicitamente, na oferta de
fonte não será inferior ao corpo doze, de modo a facilitar sua com- crédito ao consumidor, publicitária ou não: (Incluído pela Lei nº
preensão pelo consumidor. (Redação dada pela nº 11.785, de 2008) 14.181, de 2021)
§ 4° As cláusulas que implicarem limitação de direito do consu- I - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)
midor deverão ser redigidas com destaque, permitindo sua imedia- II - indicar que a operação de crédito poderá ser concluída sem
ta e fácil compreensão. consulta a serviços de proteção ao crédito ou sem avaliação da si-
§ 5° (Vetado) tuação financeira do consumidor; (Incluído pela Lei nº 14.181, de
2021)
CAPÍTULO VI-A III - ocultar ou dificultar a compreensão sobre os ônus e os ris-
DA PREVENÇÃO E DO TRATAMENTO DO SUPERENDIVIDA- cos da contratação do crédito ou da venda a prazo; (Incluído pela
MENTO Lei nº 14.181, de 2021)
(Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021) IV - assediar ou pressionar o consumidor para contratar o for-
necimento de produto, serviço ou crédito, principalmente se se
Art. 54-A. Este Capítulo dispõe sobre a prevenção do superen- tratar de consumidor idoso, analfabeto, doente ou em estado de
dividamento da pessoa natural, sobre o crédito responsável e sobre vulnerabilidade agravada ou se a contratação envolver prêmio; (In-
a educação financeira do consumidor. (Incluído pela Lei nº 14.181, cluído pela Lei nº 14.181, de 2021)
de 2021) V - condicionar o atendimento de pretensões do consumidor
§ 1º Entende-se por superendividamento a impossibilidade ou o início de tratativas à renúncia ou à desistência de demandas
manifesta de o consumidor pessoa natural, de boa-fé, pagar a tota- judiciais, ao pagamento de honorários advocatícios ou a depósitos
lidade de suas dívidas de consumo, exigíveis e vincendas, sem com- judiciais. (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)
prometer seu mínimo existencial, nos termos da regulamentação. Parágrafo único. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 14.181, de
(Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021) 2021)

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Art. 54-D. Na oferta de crédito, previamente à contratação, o Art. 54-G. Sem prejuízo do disposto no art. 39 deste Código e
fornecedor ou o intermediário deverá, entre outras condutas: (In- na legislação aplicável à matéria, é vedado ao fornecedor de produ-
cluído pela Lei nº 14.181, de 2021) to ou serviço que envolva crédito, entre outras condutas: (Incluído
I - informar e esclarecer adequadamente o consumidor, consi- pela Lei nº 14.181, de 2021)
derada sua idade, sobre a natureza e a modalidade do crédito ofe- I - realizar ou proceder à cobrança ou ao débito em conta de
recido, sobre todos os custos incidentes, observado o disposto nos qualquer quantia que houver sido contestada pelo consumidor em
arts. 52 e 54-B deste Código, e sobre as consequências genéricas compra realizada com cartão de crédito ou similar, enquanto não
e específicas do inadimplemento; (Incluído pela Lei nº 14.181, de for adequadamente solucionada a controvérsia, desde que o consu-
2021) midor haja notificado a administradora do cartão com antecedência
II - avaliar, de forma responsável, as condições de crédito do de pelo menos 10 (dez) dias contados da data de vencimento da
consumidor, mediante análise das informações disponíveis em ban- fatura, vedada a manutenção do valor na fatura seguinte e assegu-
cos de dados de proteção ao crédito, observado o disposto neste rado ao consumidor o direito de deduzir do total da fatura o valor
Código e na legislação sobre proteção de dados; (Incluído pela Lei em disputa e efetuar o pagamento da parte não contestada, po-
nº 14.181, de 2021) dendo o emissor lançar como crédito em confiança o valor idêntico
III - informar a identidade do agente financiador e entregar ao ao da transação contestada que tenha sido cobrada, enquanto não
consumidor, ao garante e a outros coobrigados cópia do contrato de encerrada a apuração da contestação; (Incluído pela Lei nº 14.181,
crédito. (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021) de 2021)
Parágrafo único. O descumprimento de qualquer dos deveres II - recusar ou não entregar ao consumidor, ao garante e aos ou-
previstos no caput deste artigo e nos arts. 52 e 54-C deste Código tros coobrigados cópia da minuta do contrato principal de consumo
poderá acarretar judicialmente a redução dos juros, dos encargos ou do contrato de crédito, em papel ou outro suporte duradouro,
ou de qualquer acréscimo ao principal e a dilação do prazo de pa- disponível e acessível, e, após a conclusão, cópia do contrato; (In-
gamento previsto no contrato original, conforme a gravidade da cluído pela Lei nº 14.181, de 2021)
conduta do fornecedor e as possibilidades financeiras do consumi- III - impedir ou dificultar, em caso de utilização fraudulenta do
dor, sem prejuízo de outras sanções e de indenização por perdas e cartão de crédito ou similar, que o consumidor peça e obtenha,
danos, patrimoniais e morais, ao consumidor. (Incluído pela Lei nº quando aplicável, a anulação ou o imediato bloqueio do pagamen-
14.181, de 2021) to, ou ainda a restituição dos valores indevidamente recebidos. (In-
Art. 54-E. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021) cluído pela Lei nº 14.181, de 2021)
Art. 54-F. São conexos, coligados ou interdependentes, entre § 1º Sem prejuízo do dever de informação e esclarecimento do
outros, o contrato principal de fornecimento de produto ou servi- consumidor e de entrega da minuta do contrato, no empréstimo
ço e os contratos acessórios de crédito que lhe garantam o finan- cuja liquidação seja feita mediante consignação em folha de paga-
ciamento quando o fornecedor de crédito: (Incluído pela Lei nº mento, a formalização e a entrega da cópia do contrato ou do ins-
14.181, de 2021) trumento de contratação ocorrerão após o fornecedor do crédito
I - recorrer aos serviços do fornecedor de produto ou serviço obter da fonte pagadora a indicação sobre a existência de margem
para a preparação ou a conclusão do contrato de crédito; (Incluído consignável. (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)
pela Lei nº 14.181, de 2021) § 2º Nos contratos de adesão, o fornecedor deve prestar ao
consumidor, previamente, as informações de que tratam o art. 52
II - oferecer o crédito no local da atividade empresarial do for-
e o caput do art. 54-B deste Código, além de outras porventura
necedor de produto ou serviço financiado ou onde o contrato prin-
determinadas na legislação em vigor, e fica obrigado a entregar ao
cipal for celebrado. (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)
consumidor cópia do contrato, após a sua conclusão (Incluído pela
§ 1º O exercício do direito de arrependimento nas hipóteses Lei nº 14.181, de 2021)
previstas neste Código, no contrato principal ou no contrato de cré-
dito, implica a resolução de pleno direito do contrato que lhe seja CAPÍTULO VII
conexo. (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021) DAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS
§ 2º Nos casos dos incisos I e II do caput deste artigo, se houver (Vide Lei nº 8.656, de 1993)
inexecução de qualquer das obrigações e deveres do fornecedor de
produto ou serviço, o consumidor poderá requerer a rescisão do Art. 55. A União, os Estados e o Distrito Federal, em caráter
contrato não cumprido contra o fornecedor do crédito. (Incluído concorrente e nas suas respectivas áreas de atuação administrativa,
pela Lei nº 14.181, de 2021) baixarão normas relativas à produção, industrialização, distribuição
§ 3º O direito previsto no § 2º deste artigo caberá igualmente e consumo de produtos e serviços.
ao consumidor: (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021) § 1° A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
I - contra o portador de cheque pós-datado emitido para aqui- fiscalizarão e controlarão a produção, industrialização, distribuição,
sição de produto ou serviço a prazo; (Incluído pela Lei nº 14.181, a publicidade de produtos e serviços e o mercado de consumo, no
de 2021) interesse da preservação da vida, da saúde, da segurança, da infor-
II - contra o administrador ou o emitente de cartão de crédito mação e do bem-estar do consumidor, baixando as normas que se
ou similar quando o cartão de crédito ou similar e o produto ou fizerem necessárias.
serviço forem fornecidos pelo mesmo fornecedor ou por entidades § 2° (Vetado).
pertencentes a um mesmo grupo econômico. (Incluído pela Lei nº § 3° Os órgãos federais, estaduais, do Distrito Federal e muni-
14.181, de 2021) cipais com atribuições para fiscalizar e controlar o mercado de con-
§ 4º A invalidade ou a ineficácia do contrato principal implicará, sumo manterão comissões permanentes para elaboração, revisão e
de pleno direito, a do contrato de crédito que lhe seja conexo, nos atualização das normas referidas no § 1°, sendo obrigatória a parti-
termos do caput deste artigo, ressalvado ao fornecedor do crédito cipação dos consumidores e fornecedores.
o direito de obter do fornecedor do produto ou serviço a devolução § 4° Os órgãos oficiais poderão expedir notificações aos for-
dos valores entregues, inclusive relativamente a tributos. (Incluído necedores para que, sob pena de desobediência, prestem informa-
pela Lei nº 14.181, de 2021) ções sobre questões de interesse do consumidor, resguardado o
segredo industrial.

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Art. 56. As infrações das normas de defesa do consumidor fi- § 2° (Vetado)
cam sujeitas, conforme o caso, às seguintes sanções administrati- § 3° (Vetado).
vas, sem prejuízo das de natureza civil, penal e das definidas em
normas específicas: TÍTULO II
I - multa; DAS INFRAÇÕES PENAIS
II - apreensão do produto;
III - inutilização do produto; Art. 61. Constituem crimes contra as relações de consumo pre-
IV - cassação do registro do produto junto ao órgão compe- vistas neste código, sem prejuízo do disposto no Código Penal e leis
tente; especiais, as condutas tipificadas nos artigos seguintes.
V - proibição de fabricação do produto; Art. 62. (Vetado).
VI - suspensão de fornecimento de produtos ou serviço; Art. 63. Omitir dizeres ou sinais ostensivos sobre a nocividade
VII - suspensão temporária de atividade; ou periculosidade de produtos, nas embalagens, nos invólucros, re-
VIII - revogação de concessão ou permissão de uso; cipientes ou publicidade:
IX - cassação de licença do estabelecimento ou de atividade; Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa.
X - interdição, total ou parcial, de estabelecimento, de obra ou § 1° Incorrerá nas mesmas penas quem deixar de alertar, me-
de atividade; diante recomendações escritas ostensivas, sobre a periculosidade
XI - intervenção administrativa; do serviço a ser prestado.
XII - imposição de contrapropaganda. § 2° Se o crime é culposo:
Parágrafo único. As sanções previstas neste artigo serão apli- Pena Detenção de um a seis meses ou multa.
cadas pela autoridade administrativa, no âmbito de sua atribuição, Art. 64. Deixar de comunicar à autoridade competente e aos
podendo ser aplicadas cumulativamente, inclusive por medida cau- consumidores a nocividade ou periculosidade de produtos cujo co-
telar, antecedente ou incidente de procedimento administrativo. nhecimento seja posterior à sua colocação no mercado:
Art. 57. A pena de multa, graduada de acordo com a gravidade Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa.
da infração, a vantagem auferida e a condição econômica do forne- Parágrafo único. Incorrerá nas mesmas penas quem deixar de
cedor, será aplicada mediante procedimento administrativo, rever- retirar do mercado, imediatamente quando determinado pela au-
tendo para o Fundo de que trata a Lei nº 7.347, de 24 de julho de toridade competente, os produtos nocivos ou perigosos, na forma
1985, os valores cabíveis à União, ou para os Fundos estaduais ou deste artigo.
municipais de proteção ao consumidor nos demais casos. (Redação Art. 65. Executar serviço de alto grau de periculosidade, con-
dada pela Lei nº 8.656, de 21.5.1993) trariando determinação de autoridade competente:
Parágrafo único. A multa será em montante não inferior a du- Pena Detenção de seis meses a dois anos e multa.
zentas e não superior a três milhões de vezes o valor da Unidade § 1º As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das cor-
Fiscal de Referência (Ufir), ou índice equivalente que venha a subs- respondentes à lesão corporal e à morte. (Redação dada pela Lei nº
tituí-lo. (Parágrafo acrescentado pela Lei nº 8.703, de 6.9.1993) 13.425, de 2017)
Art. 58. As penas de apreensão, de inutilização de produtos, § 2º A prática do disposto no inciso XIV do art. 39 desta Lei
de proibição de fabricação de produtos, de suspensão do forneci- também caracteriza o crime previsto no caput deste artigo. (Incluí-
mento de produto ou serviço, de cassação do registro do produto e do pela Lei nº 13.425, de 2017)
revogação da concessão ou permissão de uso serão aplicadas pela Art. 66. Fazer afirmação falsa ou enganosa, ou omitir informa-
administração, mediante procedimento administrativo, assegurada ção relevante sobre a natureza, característica, qualidade, quanti-
ampla defesa, quando forem constatados vícios de quantidade ou dade, segurança, desempenho, durabilidade, preço ou garantia de
de qualidade por inadequação ou insegurança do produto ou ser- produtos ou serviços:
viço. Pena - Detenção de três meses a um ano e multa.
Art. 59. As penas de cassação de alvará de licença, de inter- § 1º Incorrerá nas mesmas penas quem patrocinar a oferta.
dição e de suspensão temporária da atividade, bem como a de in- § 2º Se o crime é culposo;
tervenção administrativa, serão aplicadas mediante procedimento Pena Detenção de um a seis meses ou multa.
administrativo, assegurada ampla defesa, quando o fornecedor re- Art. 67. Fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria
incidir na prática das infrações de maior gravidade previstas neste saber ser enganosa ou abusiva:
código e na legislação de consumo. Pena Detenção de três meses a um ano e multa.
§ 1° A pena de cassação da concessão será aplicada à conces- Parágrafo único. (Vetado).
sionária de serviço público, quando violar obrigação legal ou con- Art. 68. Fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria
tratual. saber ser capaz de induzir o consumidor a se comportar de forma
§ 2° A pena de intervenção administrativa será aplicada sem- prejudicial ou perigosa a sua saúde ou segurança:
pre que as circunstâncias de fato desaconselharem a cassação de Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa:
licença, a interdição ou suspensão da atividade. Parágrafo único. (Vetado).
§ 3° Pendendo ação judicial na qual se discuta a imposição de Art. 69. Deixar de organizar dados fáticos, técnicos e científicos
penalidade administrativa, não haverá reincidência até o trânsito que dão base à publicidade:
em julgado da sentença. Pena Detenção de um a seis meses ou multa.
Art. 60. A imposição de contrapropaganda será cominada Art. 70. Empregar na reparação de produtos, peça ou compo-
quando o fornecedor incorrer na prática de publicidade enganosa nentes de reposição usados, sem autorização do consumidor:
ou abusiva, nos termos do art. 36 e seus parágrafos, sempre às ex- Pena Detenção de três meses a um ano e multa.
pensas do infrator. Art. 71. Utilizar, na cobrança de dívidas, de ameaça, coação,
§ 1º A contrapropaganda será divulgada pelo responsável da constrangimento físico ou moral, afirmações falsas incorretas ou
mesma forma, frequência e dimensão e, preferencialmente no enganosas ou de qualquer outro procedimento que exponha o con-
mesmo veículo, local, espaço e horário, de forma capaz de desfazer sumidor, injustificadamente, a ridículo ou interfira com seu traba-
o malefício da publicidade enganosa ou abusiva. lho, descanso ou lazer:

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Pena Detenção de três meses a um ano e multa. TÍTULO III
Art. 72. Impedir ou dificultar o acesso do consumidor às in- DA DEFESA DO CONSUMIDOR EM JUÍZO
formações que sobre ele constem em cadastros, banco de dados,
fichas e registros: CAPÍTULO I
Pena Detenção de seis meses a um ano ou multa. DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 73. Deixar de corrigir imediatamente informação sobre
consumidor constante de cadastro, banco de dados, fichas ou regis- Art. 81. A defesa dos interesses e direitos dos consumidores
tros que sabe ou deveria saber ser inexata: e das vítimas poderá ser exercida em juízo individualmente, ou a
Pena Detenção de um a seis meses ou multa. título coletivo.
Art. 74. Deixar de entregar ao consumidor o termo de garan- Parágrafo único. A defesa coletiva será exercida quando se tra-
tia adequadamente preenchido e com especificação clara de seu tar de:
conteúdo; I - interesses ou direitos difusos, assim entendidos, para efei-
Pena Detenção de um a seis meses ou multa. tos deste código, os transindividuais, de natureza indivisível, de que
Art. 75. Quem, de qualquer forma, concorrer para os crimes sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas por circunstâncias
referidos neste código, incide as penas a esses cominadas na me- de fato;
dida de sua culpabilidade, bem como o diretor, administrador ou II - interesses ou direitos coletivos, assim entendidos, para efei-
gerente da pessoa jurídica que promover, permitir ou por qualquer tos deste código, os transindividuais, de natureza indivisível de que
modo aprovar o fornecimento, oferta, exposição à venda ou manu- seja titular grupo, categoria ou classe de pessoas ligadas entre si ou
tenção em depósito de produtos ou a oferta e prestação de serviços com a parte contrária por uma relação jurídica base;
nas condições por ele proibidas. III - interesses ou direitos individuais homogêneos, assim en-
Art. 76. São circunstâncias agravantes dos crimes tipificados tendidos os decorrentes de origem comum.
neste código: Art. 82. Para os fins do art. 81, parágrafo único, são legitimados
I - serem cometidos em época de grave crise econômica ou por concorrentemente: (Redação dada pela Lei nº 9.008, de 21.3.1995)
ocasião de calamidade; I - o Ministério Público,
II - ocasionarem grave dano individual ou coletivo; II - a União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal;
III - dissimular-se a natureza ilícita do procedimento; III - as entidades e órgãos da Administração Pública, direta ou
IV - quando cometidos: indireta, ainda que sem personalidade jurídica, especificamente
a) por servidor público, ou por pessoa cuja condição econômi- destinados à defesa dos interesses e direitos protegidos por este
co-social seja manifestamente superior à da vítima; código;
b) em detrimento de operário ou rurícola; de menor de dezoito IV - as associações legalmente constituídas há pelo menos um
ou maior de sessenta anos ou de pessoas portadoras de deficiência ano e que incluam entre seus fins institucionais a defesa dos inte-
mental interditadas ou não; resses e direitos protegidos por este código, dispensada a autoriza-
V - serem praticados em operações que envolvam alimentos, ção assemblear.
medicamentos ou quaisquer outros produtos ou serviços essenciais § 1° O requisito da pré-constituição pode ser dispensado pelo
. juiz, nas ações previstas nos arts. 91 e seguintes, quando haja ma-
Art. 77. A pena pecuniária prevista nesta Seção será fixada em nifesto interesse social evidenciado pela dimensão ou característica
dias-multa, correspondente ao mínimo e ao máximo de dias de du- do dano, ou pela relevância do bem jurídico a ser protegido.
ração da pena privativa da liberdade cominada ao crime. Na indivi- § 2° (Vetado).
dualização desta multa, o juiz observará o disposto no art. 60, §1° § 3° (Vetado).
do Código Penal. Art. 83. Para a defesa dos direitos e interesses protegidos por
Art. 78. Além das penas privativas de liberdade e de multa, este código são admissíveis todas as espécies de ações capazes de
podem ser impostas, cumulativa ou alternadamente, observado o propiciar sua adequada e efetiva tutela.
disposto nos arts. 44 a 47, do Código Penal: Parágrafo único. (Vetado).
I - a interdição temporária de direitos; Art. 84. Na ação que tenha por objeto o cumprimento da obri-
II - a publicação em órgãos de comunicação de grande circu- gação de fazer ou não fazer, o juiz concederá a tutela específica da
lação ou audiência, às expensas do condenado, de notícia sobre os obrigação ou determinará providências que assegurem o resultado
fatos e a condenação; prático equivalente ao do adimplemento.
III - a prestação de serviços à comunidade. § 1° A conversão da obrigação em perdas e danos somente
Art. 79. O valor da fiança, nas infrações de que trata este có- será admissível se por elas optar o autor ou se impossível a tutela
digo, será fixado pelo juiz, ou pela autoridade que presidir o inqué- específica ou a obtenção do resultado prático correspondente.
rito, entre cem e duzentas mil vezes o valor do Bônus do Tesouro § 2° A indenização por perdas e danos se fará sem prejuízo da
Nacional (BTN), ou índice equivalente que venha a substituí-lo. multa (art. 287, do Código de Processo Civil).
Parágrafo único. Se assim recomendar a situação econômica § 3° Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo justi-
do indiciado ou réu, a fiança poderá ser: ficado receio de ineficácia do provimento final, é lícito ao juiz conceder
a) reduzida até a metade do seu valor mínimo; a tutela liminarmente ou após justificação prévia, citado o réu.
b) aumentada pelo juiz até vinte vezes. § 4° O juiz poderá, na hipótese do § 3° ou na sentença, impor
Art. 80. No processo penal atinente aos crimes previstos neste multa diária ao réu, independentemente de pedido do autor, se for
código, bem como a outros crimes e contravenções que envolvam suficiente ou compatível com a obrigação, fixando prazo razoável
relações de consumo, poderão intervir, como assistentes do Minis- para o cumprimento do preceito.
tério Público, os legitimados indicados no art. 82, inciso III e IV, aos § 5° Para a tutela específica ou para a obtenção do resultado
quais também é facultado propor ação penal subsidiária, se a de- prático equivalente, poderá o juiz determinar as medidas necessá-
núncia não for oferecida no prazo legal. rias, tais como busca e apreensão, remoção de coisas e pessoas,
desfazimento de obra, impedimento de atividade nociva, além de
requisição de força policial.

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Art. 85. (Vetado). Art. 99. Em caso de concurso de créditos decorrentes de con-
Art. 86. (Vetado). denação prevista na Lei n.° 7.347, de 24 de julho de 1985 e de inde-
Art. 87. Nas ações coletivas de que trata este código não ha- nizações pelos prejuízos individuais resultantes do mesmo evento
verá adiantamento de custas, emolumentos, honorários periciais e danoso, estas terão preferência no pagamento.
quaisquer outras despesas, nem condenação da associação autora, Parágrafo único. Para efeito do disposto neste artigo, a desti-
salvo comprovada má-fé, em honorários de advogados, custas e nação da importância recolhida ao fundo criado pela Lei n°7.347 de
despesas processuais. 24 de julho de 1985, ficará sustada enquanto pendentes de decisão
Parágrafo único. Em caso de litigância de má-fé, a associação de segundo grau as ações de indenização pelos danos individuais,
autora e os diretores responsáveis pela propositura da ação serão salvo na hipótese de o patrimônio do devedor ser manifestamente
solidariamente condenados em honorários advocatícios e ao dé- suficiente para responder pela integralidade das dívidas.
cuplo das custas, sem prejuízo da responsabilidade por perdas e Art. 100. Decorrido o prazo de um ano sem habilitação de in-
danos. teressados em número compatível com a gravidade do dano, pode-
Art. 88. Na hipótese do art. 13, parágrafo único deste código, rão os legitimados do art. 82 promover a liquidação e execução da
a ação de regresso poderá ser ajuizada em processo autônomo, fa- indenização devida.
cultada a possibilidade de prosseguir-se nos mesmos autos, vedada Parágrafo único. O produto da indenização devida reverterá
a denunciação da lide. para o fundo criado pela Lei n.° 7.347, de 24 de julho de 1985.
Art. 89. (Vetado)
Art. 90. Aplicam-se às ações previstas neste título as normas do CAPÍTULO III
Código de Processo Civil e da Lei n° 7.347, de 24 de julho de 1985, DAS AÇÕES DE RESPONSABILIDADE DO FORNECEDOR DE
inclusive no que respeita ao inquérito civil, naquilo que não contra- PRODUTOS E SERVIÇOS
riar suas disposições.
Art. 101. Na ação de responsabilidade civil do fornecedor de
CAPÍTULO II produtos e serviços, sem prejuízo do disposto nos Capítulos I e II
DAS AÇÕES COLETIVAS PARA A DEFESA DE INTERESSES INDI- deste título, serão observadas as seguintes normas:
VIDUAIS HOMOGÊNEOS I - a ação pode ser proposta no domicílio do autor;
II - o réu que houver contratado seguro de responsabilidade
Art. 91. Os legitimados de que trata o art. 82 poderão propor, poderá chamar ao processo o segurador, vedada a integração do
em nome próprio e no interesse das vítimas ou seus sucessores, contraditório pelo Instituto de Resseguros do Brasil. Nesta hipótese,
ação civil coletiva de responsabilidade pelos danos individualmente a sentença que julgar procedente o pedido condenará o réu nos
sofridos, de acordo com o disposto nos artigos seguintes. (Redação termos do art. 80 do Código de Processo Civil. Se o réu houver sido
dada pela Lei nº 9.008, de 21.3.1995) declarado falido, o síndico será intimado a informar a existência de
Art. 92. O Ministério Público, se não ajuizar a ação, atuará sem- seguro de responsabilidade, facultando-se, em caso afirmativo, o
pre como fiscal da lei. ajuizamento de ação de indenização diretamente contra o segura-
Parágrafo único. (Vetado). dor, vedada a denunciação da lide ao Instituto de Resseguros do
Art. 93. Ressalvada a competência da Justiça Federal, é compe- Brasil e dispensado o litisconsórcio obrigatório com este.
tente para a causa a justiça local: Art. 102. Os legitimados a agir na forma deste código pode-
I - no foro do lugar onde ocorreu ou deva ocorrer o dano, quan- rão propor ação visando compelir o Poder Público competente a
do de âmbito local; proibir, em todo o território nacional, a produção, divulgação dis-
II - no foro da Capital do Estado ou no do Distrito Federal, para tribuição ou venda, ou a determinar a alteração na composição,
os danos de âmbito nacional ou regional, aplicando-se as regras do estrutura, fórmula ou acondicionamento de produto, cujo uso ou
Código de Processo Civil aos casos de competência concorrente. consumo regular se revele nocivo ou perigoso à saúde pública e à
Art. 94. Proposta a ação, será publicado edital no órgão oficial, incolumidade pessoal.
a fim de que os interessados possam intervir no processo como li- § 1° (Vetado).
tisconsortes, sem prejuízo de ampla divulgação pelos meios de co- § 2° (Vetado)
municação social por parte dos órgãos de defesa do consumidor.
Art. 95. Em caso de procedência do pedido, a condenação será CAPÍTULO IV
genérica, fixando a responsabilidade do réu pelos danos causados. DA COISA JULGADA
Art. 96. (Vetado).
Art. 97. A liquidação e a execução de sentença poderão ser pro- Art. 103. Nas ações coletivas de que trata este código, a senten-
movidas pela vítima e seus sucessores, assim como pelos legitima- ça fará coisa julgada:
dos de que trata o art. 82. I - erga omnes, exceto se o pedido for julgado improcedente
Parágrafo único. (Vetado). por insuficiência de provas, hipótese em que qualquer legitimado
Art. 98. A execução poderá ser coletiva, sendo promovida pelos poderá intentar outra ação, com idêntico fundamento valendo-se
legitimados de que trata o art. 82, abrangendo as vítimas cujas in- de nova prova, na hipótese do inciso I do parágrafo único do art. 81;
denizações já tiveram sido fixadas em sentença de liquidação, sem II - ultra partes, mas limitadamente ao grupo, categoria ou clas-
prejuízo do ajuizamento de outras execuções. (Redação dada pela se, salvo improcedência por insuficiência de provas, nos termos do
Lei nº 9.008, de 21.3.1995) inciso anterior, quando se tratar da hipótese prevista no inciso II do
§ 1° A execução coletiva far-se-á com base em certidão das sen- parágrafo único do art. 81;
tenças de liquidação, da qual deverá constar a ocorrência ou não do III - erga omnes, apenas no caso de procedência do pedido,
trânsito em julgado. para beneficiar todas as vítimas e seus sucessores, na hipótese do
§ 2° É competente para a execução o juízo: inciso III do parágrafo único do art. 81.
I - da liquidação da sentença ou da ação condenatória, no caso § 1° Os efeitos da coisa julgada previstos nos incisos I e II não
de execução individual; prejudicarão interesses e direitos individuais dos integrantes da co-
II - da ação condenatória, quando coletiva a execução. letividade, do grupo, categoria ou classe.

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§ 2° Na hipótese prevista no inciso III, em caso de improcedên- III - data a partir da qual será providenciada a exclusão do
cia do pedido, os interessados que não tiverem intervindo no pro- consumidor de bancos de dados e de cadastros de inadimplentes;
cesso como litisconsortes poderão propor ação de indenização a (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)
título individual. IV - condicionamento de seus efeitos à abstenção, pelo consu-
§ 3° Os efeitos da coisa julgada de que cuida o art. 16, combina- midor, de condutas que importem no agravamento de sua situação
do com o art. 13 da Lei n° 7.347, de 24 de julho de 1985, não preju- de superendividamento. (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)
dicarão as ações de indenização por danos pessoalmente sofridos, § 5º O pedido do consumidor a que se refere o caput deste ar-
propostas individualmente ou na forma prevista neste código, mas, tigo não importará em declaração de insolvência civil e poderá ser
se procedente o pedido, beneficiarão as vítimas e seus sucessores, repetido somente após decorrido o prazo de 2 (dois) anos, contado
que poderão proceder à liquidação e à execução, nos termos dos da liquidação das obrigações previstas no plano de pagamento ho-
arts. 96 a 99. mologado, sem prejuízo de eventual repactuação. (Incluído pela
§ 4º Aplica-se o disposto no parágrafo anterior à sentença pe- Lei nº 14.181, de 2021)
nal condenatória. Art. 104-B. Se não houver êxito na conciliação em relação a
Art. 104. As ações coletivas, previstas nos incisos I e II e do pa- quaisquer credores, o juiz, a pedido do consumidor, instaurará
rágrafo único do art. 81, não induzem litispendência para as ações processo por superendividamento para revisão e integração dos
individuais, mas os efeitos da coisa julgada erga omnes ou ultra contratos e repactuação das dívidas remanescentes mediante pla-
partes a que aludem os incisos II e III do artigo anterior não bene- no judicial compulsório e procederá à citação de todos os credores
ficiarão os autores das ações individuais, se não for requerida sua cujos créditos não tenham integrado o acordo porventura celebra-
suspensão no prazo de trinta dias, a contar da ciência nos autos do do. (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)
ajuizamento da ação coletiva. § 1º Serão considerados no processo por superendividamento,
se for o caso, os documentos e as informações prestadas em au-
CAPÍTULO V diência. (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)
DA CONCILIAÇÃO NO SUPERENDIVIDAMENTO § 2º No prazo de 15 (quinze) dias, os credores citados juntarão
(Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021) documentos e as razões da negativa de aceder ao plano voluntário
ou de renegociar. (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)
Art. 104-A. A requerimento do consumidor superendividado § 3º O juiz poderá nomear administrador, desde que isso não
pessoa natural, o juiz poderá instaurar processo de repactuação de onere as partes, o qual, no prazo de até 30 (trinta) dias, após cum-
dívidas, com vistas à realização de audiência conciliatória, presidida pridas as diligências eventualmente necessárias, apresentará pla-
por ele ou por conciliador credenciado no juízo, com a presença de no de pagamento que contemple medidas de temporização ou de
todos os credores de dívidas previstas no art. 54-A deste Código, na atenuação dos encargos. (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)
qual o consumidor apresentará proposta de plano de pagamento § 4º O plano judicial compulsório assegurará aos credores, no
com prazo máximo de 5 (cinco) anos, preservados o mínimo exis- mínimo, o valor do principal devido, corrigido monetariamente por
tencial, nos termos da regulamentação, e as garantias e as formas índices oficiais de preço, e preverá a liquidação total da dívida, após
de pagamento originalmente pactuadas. (Incluído pela Lei nº a quitação do plano de pagamento consensual previsto no art. 104-
14.181, de 2021) A deste Código, em, no máximo, 5 (cinco) anos, sendo que a primei-
§ 1º Excluem-se do processo de repactuação as dívidas, ainda ra parcela será devida no prazo máximo de 180 (cento e oitenta)
que decorrentes de relações de consumo, oriundas de contratos ce- dias, contado de sua homologação judicial, e o restante do saldo
lebrados dolosamente sem o propósito de realizar pagamento, bem será devido em parcelas mensais iguais e sucessivas. (Incluído
como as dívidas provenientes de contratos de crédito com garantia pela Lei nº 14.181, de 2021)
real, de financiamentos imobiliários e de crédito rural. (Incluído Art. 104-C. Compete concorrente e facultativamente aos ór-
pela Lei nº 14.181, de 2021) gãos públicos integrantes do Sistema Nacional de Defesa do Consu-
§ 2º O não comparecimento injustificado de qualquer credor, midor a fase conciliatória e preventiva do processo de repactuação
ou de seu procurador com poderes especiais e plenos para transigir, de dívidas, nos moldes do art. 104-A deste Código, no que couber,
à audiência de conciliação de que trata o caput deste artigo acar- com possibilidade de o processo ser regulado por convênios especí-
retará a suspensão da exigibilidade do débito e a interrupção dos ficos celebrados entre os referidos órgãos e as instituições credoras
encargos da mora, bem como a sujeição compulsória ao plano de ou suas associações. (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)
pagamento da dívida se o montante devido ao credor ausente for § 1º Em caso de conciliação administrativa para prevenir o
certo e conhecido pelo consumidor, devendo o pagamento a esse superendividamento do consumidor pessoa natural, os órgãos pú-
credor ser estipulado para ocorrer apenas após o pagamento aos blicos poderão promover, nas reclamações individuais, audiência
credores presentes à audiência conciliatória. (Incluído pela Lei global de conciliação com todos os credores e, em todos os casos,
nº 14.181, de 2021) facilitar a elaboração de plano de pagamento, preservado o mínimo
§ 3º No caso de conciliação, com qualquer credor, a sentença existencial, nos termos da regulamentação, sob a supervisão desses
judicial que homologar o acordo descreverá o plano de pagamento órgãos, sem prejuízo das demais atividades de reeducação financei-
da dívida e terá eficácia de título executivo e força de coisa julgada. ra cabíveis. (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)
(Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021) § 2º O acordo firmado perante os órgãos públicos de defesa
§ 4º Constarão do plano de pagamento referido no § 3º deste do consumidor, em caso de superendividamento do consumidor
artigo: (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021) pessoa natural, incluirá a data a partir da qual será providenciada
I - medidas de dilação dos prazos de pagamento e de redução a exclusão do consumidor de bancos de dados e de cadastros de
dos encargos da dívida ou da remuneração do fornecedor, entre ou- inadimplentes, bem como o condicionamento de seus efeitos à
tras destinadas a facilitar o pagamento da dívida; (Incluído pela abstenção, pelo consumidor, de condutas que importem no agra-
Lei nº 14.181, de 2021) vamento de sua situação de superendividamento, especialmente a
II - referência à suspensão ou à extinção das ações judiciais em de contrair novas dívidas. (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)
curso; (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)

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TÍTULO IV TÍTULO VI
DO SISTEMA NACIONAL DE DEFESA DO CONSUMIDOR DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 105. Integram o Sistema Nacional de Defesa do Consumi- Art. 109. (Vetado).
dor (SNDC), os órgãos federais, estaduais, do Distrito Federal e mu- Art. 110. Acrescente-se o seguinte inciso IV ao art. 1° da Lei n°
nicipais e as entidades privadas de defesa do consumidor. 7.347, de 24 de julho de 1985:
Art. 106. O Departamento Nacional de Defesa do Consumidor, “IV - a qualquer outro interesse difuso ou coletivo”.
da Secretaria Nacional de Direito Econômico (MJ), ou órgão federal Art. 111. O inciso II do art. 5° da Lei n° 7.347, de 24 de julho de
que venha substituí-lo, é organismo de coordenação da política do 1985, passa a ter a seguinte redação:
Sistema Nacional de Defesa do Consumidor, cabendo-lhe: “II - inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção ao
I - planejar, elaborar, propor, coordenar e executar a política meio ambiente, ao consumidor, ao patrimônio artístico, estético,
nacional de proteção ao consumidor; histórico, turístico e paisagístico, ou a qualquer outro interesse di-
II - receber, analisar, avaliar e encaminhar consultas, denúncias fuso ou coletivo”.
ou sugestões apresentadas por entidades representativas ou pes- Art. 112. O § 3° do art. 5° da Lei n° 7.347, de 24 de julho de
soas jurídicas de direito público ou privado; 1985, passa a ter a seguinte redação:
III - prestar aos consumidores orientação permanente sobre “§ 3° Em caso de desistência infundada ou abandono da ação
seus direitos e garantias; por associação legitimada, o Ministério Público ou outro legitimado
IV - informar, conscientizar e motivar o consumidor através dos assumirá a titularidade ativa”.
diferentes meios de comunicação; Art. 113. Acrescente-se os seguintes §§ 4°, 5° e 6° ao art. 5º. da
V - solicitar à polícia judiciária a instauração de inquérito poli- Lei n.° 7.347, de 24 de julho de 1985:
cial para a apreciação de delito contra os consumidores, nos termos “§ 4.° O requisito da pré-constituição poderá ser dispensado
da legislação vigente; pelo juiz, quando haja manifesto interesse social evidenciado pela
VI - representar ao Ministério Público competente para fins de dimensão ou característica do dano, ou pela relevância do bem ju-
adoção de medidas processuais no âmbito de suas atribuições; rídico a ser protegido.
VII - levar ao conhecimento dos órgãos competentes as infra- § 5.° Admitir-se-á o litisconsórcio facultativo entre os Ministé-
ções de ordem administrativa que violarem os interesses difusos, rios Públicos da União, do Distrito Federal e dos Estados na defesa
coletivos, ou individuais dos consumidores; dos interesses e direitos de que cuida esta lei.
VIII - solicitar o concurso de órgãos e entidades da União, Es- § 6° Os órgãos públicos legitimados poderão tomar dos interes-
tados, do Distrito Federal e Municípios, bem como auxiliar a fisca- sados compromisso de ajustamento de sua conduta às exigências
lização de preços, abastecimento, quantidade e segurança de bens legais, mediante combinações, que terá eficácia de título executivo
e serviços; extrajudicial”.
IX - incentivar, inclusive com recursos financeiros e outros pro- Art. 114. O art. 15 da Lei n° 7.347, de 24 de julho de 1985, passa
gramas especiais, a formação de entidades de defesa do consumi- a ter a seguinte redação:
dor pela população e pelos órgãos públicos estaduais e municipais; “Art. 15. Decorridos sessenta dias do trânsito em julgado da
X - (Vetado). sentença condenatória, sem que a associação autora lhe promova a
XI - (Vetado). execução, deverá fazê-lo o Ministério Público, facultada igual inicia-
XII - (Vetado) tiva aos demais legitimados”.
XIII - desenvolver outras atividades compatíveis com suas fina- Art. 115. Suprima-se o caput do art. 17 da Lei n° 7.347, de 24
lidades. de julho de 1985, passando o parágrafo único a constituir o caput,
Parágrafo único. Para a consecução de seus objetivos, o De- com a seguinte redação:
partamento Nacional de Defesa do Consumidor poderá solicitar o “Art. 17. “Art. 17. Em caso de litigância de má-fé, a associação
concurso de órgãos e entidades de notória especialização técnico- autora e os diretores responsáveis pela propositura da ação serão
-científica. solidariamente condenados em honorários advocatícios e ao dé-
cuplo das custas, sem prejuízo da responsabilidade por perdas e
TÍTULO V danos”.
DA CONVENÇÃO COLETIVA DE CONSUMO Art. 116. Dê-se a seguinte redação ao art. 18 da Lei n° 7.347, de
24 de julho de 1985:
Art. 107. As entidades civis de consumidores e as associações “Art. 18. Nas ações de que trata esta lei, não haverá adianta-
de fornecedores ou sindicatos de categoria econômica podem re- mento de custas, emolumentos, honorários periciais e quaisquer
gular, por convenção escrita, relações de consumo que tenham outras despesas, nem condenação da associação autora, salvo
por objeto estabelecer condições relativas ao preço, à qualidade, à comprovada má-fé, em honorários de advogado, custas e despesas
quantidade, à garantia e características de produtos e serviços, bem processuais”.
como à reclamação e composição do conflito de consumo. Art. 117. Acrescente-se à Lei n° 7.347, de 24 de julho de 1985,
§ 1° A convenção tornar-se-á obrigatória a partir do registro do o seguinte dispositivo, renumerando-se os seguintes:
instrumento no cartório de títulos e documentos. “Art. 21. Aplicam-se à defesa dos direitos e interesses difusos,
§ 2° A convenção somente obrigará os filiados às entidades sig- coletivos e individuais, no que for cabível, os dispositivos do Título
natárias. III da lei que instituiu o Código de Defesa do Consumidor”.
§ 3° Não se exime de cumprir a convenção o fornecedor que se Art. 118. Este código entrará em vigor dentro de cento e oiten-
desligar da entidade em data posterior ao registro do instrumento. ta dias a contar de sua publicação.
Art. 108. (Vetado). Art. 119. Revogam-se as disposições em contrário.

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5. (IFN/MG – Administrador – FCM/2019) A fim de conhecer
EXERCÍCIOS melhor seus clientes e, a partir disso, dar prosseguimento à cons-
trução do Planejamento Estratégico, as organizações utilizam-se de
1. (Prefeitura de São Felipe D`Oeste/RO - Agente Administrati- uma ferramenta ou de um processo bastante conhecido: a segmen-
vo – IBADE/2020) Análise de Swot ou como também é conhecida, tação de mercado.
FOFA, é utilizada para mapear diversos aspectos relacionados a um Sobre o processo de segmentação de mercado e suas variáveis,
produto ou serviço, além de ajudar a definir os seus diferenciais é INCORRETO afirmar que
competitivos diante do mercado, encontrar e corrigir todo o tipo de (A) trata-se de um instrumento para a construção do perfil de
falha que possa vir a ameaçar o negócio. A técnica de administração consumidores reais e potenciais.
ANÁLISE DE SWOT (FOFA) consiste em encontrar, EXCETO: (B) permite um melhor aproveitamento dos recursos de mídia
(A) oportunidades. e, especificamente, de propaganda.
(B) pontos fortes. (C) facilita a identificação de oportunidades de mercado e o al-
(C) atitudes. cance de melhores resultados nesse sentido.
(D) ameaças. (D) faculta a definição de estratégias de distribuição, identifica-
(E) pontos fracos. ção de intermediários adequados e dos canais preferidos pelos
clientes.
2. (IF/ES - Tecnólogo - Processos Gerenciais – IF/ES/2019) Se- (E) torna mais complexa a realização da pesquisa de mercado,
gundo Maximiano (2017), “a análise de ameaças e oportunidade uma vez que envolve diferentes variáveis como a idade, a renda
do ambiente é um dos pilares do planejamento estratégico. Quanto familiar e o estilo de vida.
mais competitivo, instável e complexo o ambiente, maior a necessi-
dade de analisá-lo. Há diversas maneiras de dividir o ambiente em 6. (UFRPE – Administrador - SUGEP – UFRPE/2019) A análise
componentes para facilitar a análise […]. O entendimento das forças de mercado é um dos componentes do plano de negócios, que está
competitivas de um ramo de negócios é fundamental para o desen- relacionado ao marketing da organização. Ela apresenta o entendi-
volvimento de uma estratégia. Porter propõe os componentes para mento do mercado da empresa, seus clientes, seus concorrentes e
a análise das forças competitivas”. quanto a empresa conhece, em dados e informações, o mercado
Analise as forças que agem nos mercados competitivos, segun- onde atua. A análise do mercado permite ainda que se conheça de
do Porter, nas afirmativas abaixo e assinale a alternativa INCORRE- perto o ambiente onde o produto/serviço se encontra. O mercado
TA: está composto pelo ambiente em que a empresa e o produto se lo-
(A) Ameaça de produtos e serviços substitutos calizam, pela concorrência e pelo perfil do consumidor. A definição
(B) Poder de barganha dos fornecedores. de mercado leva em conta: a Análise da Indústria/Setor, a Descrição
(C) Formação de alianças e parcerias. do Segmento de Mercado, a Análise SWOT do produto/serviço e a
(D) Ameaça da entrada de novos competidores. Análise da Concorrência. Em relação à descrição do segmento de
(E) Poder de barganha dos compradores. mercado, é correto afirmar que:
(A) inicia-se com a coleta de informações do setor ao qual per-
3. (CORE/SP – Telefonista - INAZ DO PARÁ/2019) Podemos dizer tence o produto/serviço.
que a imagem de uma organização é um dos seus maiores patrimô- (B) avalia os pontos fortes e fracos dos seus principais concor-
nios. A partir da definição de imagem institucional, que item atende rentes em relação ao seu produto/serviço.
a esta especificação? (C) deve ser avaliada em relação a produtos/serviços e à orga-
(A) É construída pela mídia local. nização (nesse caso, sua análise já ocorreu na etapa de plane-
(B) É como a instituição é vista pelo seu público. jamento estratégico).
(C) Cabe à organização a construção da sua imagem. (D) é definida a partir das características do produto, do estilo
(D) É como a organização é percebida pelos seus funcionários. de vida do consumidor (idade, sexo, renda, profissão, família,
(E) Tem relação com o seu histórico de criação. personalidade etc.).
(E) estabelece um procedimento de reativação das variáveis
4. (IF Goiano – Administrador - CS-UFG/2019) Considera-se o utilizadas durante o levantamento de informações junto ao
planejamento estratégico uma metodologia gerencial que permite mercado fornecedor.
direcionar o caminho que a empresa deverá seguir para atingir um
futuro desejado, interagindo com o ambiente de negócios no qual 7. (CFO/DF – Administrador – QUADRIX/2020) A respeito do
está inserida. Essa metodologia envolve a definição de processo de planejamento, julgue o item.
(A) um posicionamento estratégico e a construção de cenários A estratégia genérica de foco faz com que a empresa procure
que permitam a identificação e seleção de alternativas de ca- atender segmentos de mercado definidos e estreitos e dê enfoque
minhos que conduzam aos melhores resultados. em grupos de clientes, linhas de produtos ou mercados geográficos.
(B) um posicionamento estratégico e a construção de cenários ( ) CERTO
que permitam a identificação e seleção da alternativa de cami- ( ) ERRADO
nho que conduz ao melhor resultado.
(C) um posicionamento tático e a construção de cenários que 8. (CREA/TO – Analista Administrativo – QUADRIX/2019) No
permitam a identificação e seleção de alternativas de caminhos que se refere à função de planejamento, julgue o item.
que determinam os melhores resultados. A estratégia de segmentação destaca‐se por buscar atender
(D) posicionamentos estratégicos e táticos e a construção de muito bem o alvo determinado, diferentemente das outras estra-
cenários que permitam a identificação e seleção de alternativas tégias, que buscam atingir objetivos para todo o mercado consu-
de caminhos que conduzam aos melhores resultados. midor.
( ) CERTO
( ) ERRADO

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9. (IF/MS – Administração – IF/MS/2019) A rapidez e a facili- 12. (CRA/PA – Administrador – QUADRIX/2019) Com relação à
dade observada no processo de troca de informações, bem como gestão de processos, julgue o item.
a inserção de empresas de diferentes portes em cadeias de valor A gestão de processos traz benefícios, como a melhoria dos
globais, reforçam a importância de se analisar o contexto externo resultados, a satisfação do cliente em função do desempenho em
à organização. Ao analisar o ambiente externo, o administrador áreas críticas e os menores custos, devido à redução da complexi-
verifica as ameaças e as oportunidades que estão no ambiente da dade e do retrabalho.
empresa e as melhores maneiras de evitar ou usufruir dessas situa- ( ) CERTO
ções. Considerando uma correta análise das oportunidades, pode- ( ) ERRADO
-se afirmar que
(A) uma empresa provavelmente se aproveitará de uma vanta- 13. (BANRISUL – Escriturário – FCC/2019) A chamada Gestão da
gem diferencial, se suas características particulares satisfazem Experiência do Cliente
os requisitos para o sucesso da oportunidade de forma mais (A) tem seu foco exclusivo no ato de condicionar o cliente a
eficiente, eficaz e efetiva que sua concorrente potencial. realizar somente determinadas operações.
(B) a identificação das oportunidades deve ser restrita, pois não (B) não se preocupa com a construção do relacionamento com
se faz necessário um mapeamento extenso, uma vez que todas o cliente, centrando-se na lógica da transação.
as empresas possuem recursos limitados e não conseguem res- (C) pode ser aplicada na estratégia de segmentação de merca-
ponder a todas as vantagens do ambiente externo. do e de definição de públicos-alvo da empresa, mas não em sua
(C) as oportunidades internas são mais relevantes que as ex- estratégia de posicionamento.
ternas, pois há um maior conhecimento de suas característi- (D) está centrada na visão da empresa que ao ofertar seus pro-
cas. Com isso, seu uso é mais rápido e de menor custo, como a dutos despreza o chamado insight do cliente.
oportunidade relativa a novos produtos e serviços. (E) tem uma visão geral da maneira pela qual a empresa e seus
(D) dentre as oportunidades observáveis, existe a denominada produtos podem ser importantes em todas as fases da vida do
“ponto neutro”. Esta é uma variável identificada pela empresa; cliente.
todavia, não existem critérios e parâmetros de avaliação para
sua classificação como ponto forte ou ponto fraco. 14. (BANRISUL – Escriturário – FCC/2019) Colocando em prática
(E) todas as situações observáveis no ambiente interno e ex- sua estratégia de fidelização dos clientes por meio do chamado ma-
terno podem ser consideradas oportunidades, pois a empresa nejo de carteira, um determinado Banco adotou uma série de práti-
pode mudar seu processo produtivo e/ou seus interesses para cas e criou diversos produtos. NÃO condiz com essa abordagem da
usufruir dos benefícios advindos delas. gestão de carteiras de clientes:
(A) a concentração, sob uma mesma gerência, da gestão de
10. (TJ/SP - Administrador Judiciário – VUNESP/2019) A des- contas de pessoas físicas e jurídicas, sem distinção de renda ou
crição dos componentes básicos da operação numa organização e faturamento.
dos relacionamentos entre eles, demonstrando como a organização (B) a segmentação do atendimento aos clientes por perfil de
concretiza seus objetivos e sua missão, permitindo ter uma visão renda.
sistêmica do negócio, desde o nível macro até a descrição detalhada (C) a abordagem diferenciada para nichos de públicos-alvo es-
das atividades, é a definição de pecíficos, como, por exemplo, o de mulheres empreendedoras
(A) modelagem de processos. de atividades produtivas de pequeno porte.
(B) processos de apoio. (D) a ampliação da carteira de crédito consignado junto a servi-
(C) cadeia de valor. dores públicos aposentados.
(D) estrutura organizacional. (E) a concessão de crédito, em condições vantajosas, para fi-
(E) monitoramento de processos. nanciamento de veículos menos poluentes, a permissionários
de táxis.
11. (IF/MS – Administração – IF/MS/2019) O conceito de Ca-
deia de Valor de Michael Porter (Livro Vantagem Competitiva: crian- 15. (BRB – Escriturário – IADES/2019) Assinale a alternativa que
do e sustentando um desempenho superior, 16ª Edição. Rio de Ja- indica objetivo(s) das ações de marketing de relacionamento com
neiro: Campus, 1989) é um modelo que ajuda a analisar atividades o cliente.
específicas por meio das quais as empresas criam valor e vantagem (A) Satisfação, fidelização e lealdade do cliente e incremento na
competitiva. Marque a alternativa que contenha as atividades prin- percepção de valor da marca.
cipais da Cadeia de Valor. (B) Identificação de nichos de mercado e segmentação do pú-
(A) Promoção, treinamento, aquisição, infraestrutura e gerên- blico-alvo.
cia de RH. (C) Diminuição da margem de lucro do vendedor ou prestador
(B) Logística externa, logística interna, desenvolvimento de tec- de serviço.
nologia e infraestrutura e operações. (D) Modificações no produto para adequá-lo às peculiaridades
(C) Aquisição, desenvolvimento de tecnologia, promoção e in- da clientela.
fraestrutura da empresa. (E) Praça, preço, promoção e produto.
(D) Pode ser por meio dos recursos e competências.
(E) Logística interna, operações, logística externa, marketing e 16. (BANRISUL – Escriturário – FCC/2019) Desde a primeira Re-
vendas e serviço. volução Industrial até os dias atuais, passamos da “era da produ-
ção” para a “era do cliente”. Uma consequência dessa passagem é
(A) a decadência dos departamentos de vendas e das ações de
marketing das empresas.
(B) a redução da importância do ato de venda, como fim em
si mesmo, ao passo que o papel do vendedor passa a ser o de
identificar as necessidades e satisfazer o consumidor.

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(C) a redução da importância das pesquisas de mercado. 20. (UFPB – Psicólogo - INSTITUTO AOCP/2019) Sobre a susten-
(D) o abandono dos canais de comunicação com os clientes, tabilidade organizacional, considere as seguintes afirmativas:
como os Serviços de Atendimento ao Consumidor (SACs), que 1. A sustentabilidade é um paradigma que visa à integração en-
se tornaram obsoletos. tre a economia, o ambiente e a sociedade.
(E) o abandono de estratégias como a segmentação e o posicio- 2. A sustentabilidade indica que a preocupação das empresas
namento de mercado, com o advento do consumo de massa. deve ir além da produção e da geração de dividendos, devendo se
debruçar sobre questões que proporcionem o bem-estar dos seus
17. (EBSERH - Analista Administrativo - Gestão Hospitalar – empregados, associadas à preocupação com a comunidade da qual
IBFC/2020) Na aprendizagem organizacional além dos princípios fazem parte esses mesmos empregados.
fundamentais, dois componentes organizacionais são definidos 3. Na prática, o modelo e o paradigma da sustentabilidade tra-
como fundamentais para a aprendizagem. Assinale a alternativa dicional têm servido ao consumo externo e aos discursos cobertura
que apresenta esses dois componentes. sobre as reais finalidades das ações para a sustentabilidade.
(A) A estrutura organizacional e as competências e habilidades 4. Na perspectiva de uma crítica ao modelo tradicional de sus-
dos funcionários da instituição. tentabilidade, o objetivo de um ambiente organizacional externo
(B) Acultura de experimentação e a estrutura organizacional. e interno sustentável é que as pessoas sejam consideradas o alvo
(C) A transferência de conhecimento e a liderança. principal da garantia de uma vida saudável, tanto econômica e po-
(D) A estrutura organizacional e o trabalho em grupo e coope- liticamente quanto do ponto de vista da saúde física e emocional.
ração.
(E) A missão e visão organizacional. Assinale a alternativa correta.
(A) Somente a afirmativa 1 é verdadeira.
18. (EBSERH - Psicólogo - Organizacional e do Trabalho – VU- (B) Somente as afirmativas 1 e 3 são verdadeiras.
NESP/2020) Em uma organização, o processo de aprendizagem (C) Somente as afirmativas 2 e 4 são verdadeiras.
pode ocorrer em três níveis: do indivíduo, do grupo e da organi- (D) Somente as afirmativas 2, 3 e 4 são verdadeiras.
zação. Neste último, também chamado de aprendizagem organiza- (E) As afirmativas 1, 2, 3 e 4 são verdadeiras.
cional, 21. (UNIFESP – Administrador - CAIP-IMES/2013) São carac-
(A) constituem-se as organizações que aprendem, que são ca- terísticas dos serviços, que afetam enormemente a elaboração de
pazes de criar, adquirir e transferir conhecimentos, porém sem programas de marketing, exceto:
modificar os comportamentos individuais. (A) Imperecibilidade.
(B) ocorre basicamente o processo de aprendizagem operacio- (B) Intangibilidade.
nal, que consiste na aquisição e no desenvolvimento de habili- (C) Variabilidade.
dades físicas para produzir ações. (D) Inseparabilidade.
(C) tornam-se institucionalizados os processos de aprendiza-
gem individual e de grupo, e se expressam em diversos artefa- 22. (Petrobras – Administrador – CESGRANRIO) Um aluno de
tos organizacionais, como estrutura, regras, procedimentos e Administração de Empresas estudou, na disciplina de Marketing de
elementos simbólicos. Serviços, que os serviços distinguiam- se dos bens basicamente em
(D) verifica-se uma redução da aprendizagem conceitual, pois função das características da intangibilidade, perecibilidade, simul-
a aquisição e o desenvolvimento da capacidade para articular taneidade entre produção e consumo e heterogeneidade.
conhecimentos conceituais sobre uma experiência tornam-se Recém-admitido como estagiário numa Companhia distribui-
menos relevantes. dora de petróleo, ele se propôs a analisar a adequação da teoria
(E) encontra-se, como principal foco do processo de aprendiza- ao setor específico de postos de gasolina. Como resultado de sua
gem, o comportamento, que pode ser observado, mensurado, análise, o aluno fez as quatro afirmativas a seguir - uma sobre cada
bem como servir de base para a experimentação científica. característica estudada.
I - A intangibilidade aplica-se ao caso, ainda que os serviços
19. (UFPB – Psicólogo - INSTITUTO AOCP/2019) Sobre os de- prestados em postos de gasolina sejam fortemente calcados na
safios para a sustentabilidade organizacional, assinale a alternativa venda de bens físicos, como gasolina, óleos, extintores de incêndio,
correta. etc.
(A) O enfoque triple bottom line para a sustentabilidade intro- II - A perecibilidade não se aplica ao caso, uma vez que os pro-
duz a necessidade de pensar em cada setor da organização e dutos vendidos nos postos de gasolina têm longa vida útil.
adequá-los aos interesses sociais. III - A simultaneidade entre produção e consumo não se aplica
(B) A responsabilidade social presente nas organizações deve ao caso, pois os produtos adquiridos no posto só serão consumidos
refletir, em primeiro lugar, na satisfação de seus clientes. após o fim da prestação do serviço.
(C) Os princípios gerenciais da sustentabilidade são o enfoque IV - A heterogeneidade não se aplica ao caso, pois toda vez que
sistêmico e a visão de longo prazo. os consumidores se apresentam ao posto para receber um serviço
(D) No triple bottom line, a dimensão econômica deve ficar em – seja ele de abastecimento, troca de óleo, lavagem geral, etc. – re-
segundo plano para que as dimensões social, natural e de tra- ceberão exatamente o mesmo serviço.
balho possam ser satisfeitas.
(E) O principal desafio da sustentabilidade é priorizar a humani- É(São) correta(s):
zação e a preservação ambiental em detrimento do lucro e do (A) I, II, III e IV.
desenvolvimento econômico. (B) I e III, apenas
(C) II e IV, apenas.
(D) IV, apenas.
(E) I, apenas.

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23. (IFC/SC - Assistente Administrativo – IFC) O setor de ser- II. desenvolver campanhas com base na responsabilidade so-
viços é um dos que mais cresce. A prestação de serviços pode ser cial para as plataformas de propaganda e publicidade nos ambien-
identificada pelo conjunto de características: tes digitais, com o objetivo de posicionar a marca com relação às
(A) Perecibilidade, intangibilidade, inseparabilidade, relações questões socioeconômicas.
com os clientes, esforço do cliente e uniformidade. III. transformar o consumidor em um aliado, considerando o
(B) Tangibilidade, alta lucratividade, estocagem, relações com processo de engajamento social dos clientes, que caracteriza, em
os clientes, perecibilidade e uniformidade. boa medida, as ações de participação e colaboração que caracteri-
(C) Tangibilidade, separabilidade, perecibilidade, estocagem, zam a cultura do consumo.
movimentação e inseparabilidade. IV. ignorar a concorrência, uma vez que a competição nos mer-
(D) Alta lucratividade, separabilidade, uniformidade, tangibili- cados globais deixou de ser vertical para ser horizontal; em outras
dade, não perecibilidade e esforço do cliente. palavras, empresas pequenas não devem ser consideradas como
(E) Relações com os clientes, alta lucratividade, inseparabilida- peças importantes no posicionamento mercadológico.
de, movimentação, esforço do cliente e uniformidade.
Está(Estão) correto(s) o(s) item(itens)
24. (Câmara Municipal de Jaboticabal/SP - Agente de Adminis- (A) I e IV somente.
tração - VUNESP) Dos produtos a seguir, aquele que possui como (B) I, II, III e IV.
uma de suas principais características a intangibilidade é: (C) I, II e IV somente.
(A) logística. (D) I, II e III somente.
(B) serviços.
(C) construção civil. 28. (AL/GO - Comunicador Social – IADES/2019) A respeito de
(D) agronegócios. campanhas de marketing, assinale a alternativa correta.
(E) indústria. (A) As campanhas atuais integram ações de mala direta com
marketing interativo, criando sinergia entre a comunicação por
25. (EBSERH - Analista Administrativo - Relações Públicas – meio impresso e os canais digitais.
IBFC/2020) Assinale a alternativa que indica qual a importância da (B) É correto afirmar que uma campanha de marketing digital
produção de conteúdo para o blog institucional. equivale à mala direta dos tempos atuais.
(A) Gerar likes nas páginas das redes sociais apenas. (C) Já está comprovado que os diversos segmentos de público
(B) Atrair seguidores para as redes sociais somente. são fiéis ao respectivo perfil ou aceitam a mala direta ou o mar-
(C) Atrair leads interessados em temas específicos e que pode- keting digital.
rão ser convertidos em clientes da empresa. (D) A taxa de cliques (CTR ou click-trough rate) é verificada di-
(D) Gerar engajamento em apenas alguns temas específicos da vidindo-se o número de cliques que um anúncio recebe pela
organização. quantidade de usuários em um determinado espaço de tempo.
(E) Gerar comentários positivos no site apenas. (E) Com a chegada de novos recursos e ferramentas que dina-
mizam a comunicação por meios digitais, a mala direta caiu no
26. (SECOM/PA – Publicitário – AOCP/2018) A realização do Pla-
esquecimento.
no de Mídia permite que a agência defina para seu anunciante os
melhores meios, veículos e estratégias a serem usados. E uma das
29. (UFCSPA/RS – Assistente de Administração – FAURGS/2018)
estratégias a ser usada é a de Inbound Marketing. Assinale a alter-
Quanto à postura ética do profissional envolvido com vendas e ne-
nativa correta quanto ao Inbound Marketing na publicidade.
gociações, considere as atitudes abaixo.
(A) Trabalha com o uso de ferramentas online que, na maio-
I - Conduzir negociação com confiança mútua.
ria das vezes, são gratuitas, como blogs e redes sociais, sem a
necessidade de investimentos exorbitantes por parte do anun- II - Conduzir negociação com suspeita e desconfiança.
ciante. III - Ser imprevisível e incoerente.
(B) A ferramenta de Inbound Marketing não é recomendada IV - Ser claro, transparente e honesto.
para as organizações e anunciantes que estão iniciando suas
atividades no mercado, devido ao baixo investimento. Quais estão INCORRETAS?
(C) O Inbound Marketing é utilizado para atrair todas as pes- (A) Apenas I.
soas, independente se estas buscam ou não o que a organiza- (B) Apenas I e II.
ção e o anunciante estão oferecendo no mercado. (C) Apenas I e IV.
(D) Apesar de ser uma ferramenta online, o Inbound Marketing (D) Apenas II e III.
não permite a presença da organização e do anunciante nas (E) I, II, III e IV.
redes sociais, somente por meio do e-mail marketing.
(E) Para trabalhar o Inbound Marketing é necessário e impor- 30. (MSGás – Técnico Comercial – IESES/2021) A ética constitui
tante que as organizações e anunciantes, possuam um alto or- o conjunto de valores ou princípios morais que definem o que é
çamento destinado ao Marketing Digital. certo ou errado para uma pessoa, grupo ou organização. O com-
portamento ético acontece quando a organização incentiva seus
27. (UEPA - Técnico de Nível Superior - Comunicação Social – membros a comportarem eticamente de maneira que os membros
FADESP/2020) Em sentido estrito, marketing significa o mercado aceitem e sigam tais valores e princípios. Verifique as assertivas e
atuando. Por isso mesmo, a principal dificuldade que as empresas e assinale a INCORRETA:
instituições públicas enfrentam na atualidade é acompanhar as mu- (A) Administradores éticos alcançam sucesso a partir de práti-
danças do mercado, especialmente com a entrada das novas tecno- cas administrativas caracterizadas por equidade e justiça.
logias digitais. Deste modo, o marketing digital, quando se trata do (B) A ética constitui um elemento catalisador de ações social-
relacionamento com o público, deve se preocupar em mente responsáveis da organização por meio de seus adminis-
I. atualizar os sistemas de relacionamento com o consumidor tradores e parceiros.
ou usuário, usando as redes sociais e os ambientes digitais.

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(C) Quando as organizações são confiáveis quanto à ação ética, 35. (Petrobras - Técnico de Comercialização e Logística Júnior –
a sociedade pressiona por uma legislação que regule mais in- CESGRANRIO/2018) Diversas empresas utilizam canais comerciais e
tensamente os negócios. de distribuição que são formados por intermediários, como os va-
(D) A ética é uma preocupação com o bom comportamento. rejistas, que têm a função de
(A) conceituar a imagem da empresa e sua marca.
31. (Prefeitura de Catanduvas/PR – Assistente Administrativo – (B) definir os custos de produção e de distribuição do fabrican-
FAUEL/2021) _______________________ é o termo que represen- te.
ta e estabelece os imperativos de uma boa conduta e integridade (C) planejar a comunicação institucional dos bens fabricados.
profissional de um indivíduo no exercício de sua função. A lacuna (D) tornar o produto acessível para o consumidor final.
acima pode ser CORRETAMENTE preenchida pela alternativa: (E) vender os produtos a atacadistas e distribuidores.
(A) Autoritarismo.
(B) Improbidade Administrativa. 36. (Câmara de Cabo de Santo Agostinho/PE – Técnico em Mí-
(C) Ética Profissional. dias - INSTITUTO AOCP/2019) Ao criar anúncios para as diversas
(D) Comunicação Empresarial. mídias sociais, é fundamental pensar no formato adequado não
apenas para a mídia escolhida como também para o público e o
32. (DETRAN/PA - Agente de Educação de Trânsito – FA- objetivo específico de sua campanha. No caso do Facebook, quando
DESP/2019) Práticas de negócios éticos ou antiéticos costumam o anúncio com foto é a melhor opção?
refletir os valores, as atitudes, as crenças e os comportamentos pa- (A) Quando você quer dar mais flexibilidade e alternativas para
drão da cultura organizacional. Portanto, pode-se dizer que seu conteúdo, ajudando os clientes a encontrar e explorar seus
(A) a ética é exatamente a mesma coisa que moral, pois é a produtos de uma maneira interativa, imersiva e exclusiva para
ética que cria a moral e vice-versa. dispositivos móveis.
(B) os problemas éticos caracterizam-se pela sua especificidade (B) Quando você precisar criar um anúncio em poucos minutos,
em situações concretas. tiver a intenção de aumentar o reconhecimento de seus produ-
(C) a moral estuda uma forma de comportamento humano que tos ou quiser direcionar as pessoas para o seu site.
os homens julgam obrigatório e valioso. (C) Quando você tem a intenção de ser imersivo, autêntico, in-
(D) a ética deve fornecer a compreensão racional de um aspec- clusivo e viciante, mas sempre atentando para o formato verti-
to real e efetivo do comportamento humano. cal da tela do celular.
(E) uma decisão eticamente correta não é a que melhor assegu- (D) Quando você precisar criar uma experiência imersiva rapi-
ra os direitos das pessoas por ela afetadas. damente, direto de seu celular, com a intenção de simplificar
uma narrativa ou um processo complexo para alcançar pessoas
33. (Petrobras – Administrador Pleno – CESGRANRIO) No pas- com conexões mais lentas.
sado, muitas empresas realizavam vendas para um único mercado,
por meio de um único canal de marketing. Hoje, com a proliferação 37. (SEED/PR - Professor - Produção Cultural e Design - CESPE /
de segmentos de clientes e de alternativas de canal, um número CEBRASPE/2021) Em se tratando de uma pesquisa de satisfação de
cada vez maior de empresas vem adotando o chamado “marketing clientes de uma rede de supermercados, é correto afirmar que o
multicanal”, isto é, uma única empresa emprega dois ou mais canais cliente está totalmente satisfeito quando
de marketing para atingir um ou mais segmentos de mercado. Que (A) a rede possui uma ampla oferta de produtos caros.
afirmação NÃO corresponde a uma característica da utilização de (B) a rede possui uma maior quantidade de itens a oferecer.
múltiplos canais? (C) sua expectativa é atendida sempre que ele vai até um dos
(A) Cada canal só pode ser empregado para uma tarefa da em- supermercados da rede.
presa (pré-venda, fechamento da venda, pós-venda etc.). (D) a motivação dos funcionários da rede é alta.
(B) Empregando mais canais, uma empresa pode conseguir (E) sua percepção é de que há agilidade no processo de aten-
maior cobertura de mercado. dimento.
(C) O acréscimo de novos canais pode reduzir o custo por canal.
(D) Novos canais podem oferecer vendas mais personalizadas. 38. (SLU/DF - Analista de Gestão de Resíduos Sólidos - Comu-
(E) Diferentes canais de uma mesma empresa podem acabar nicação Social - Relações Públicas - CEBRASPE/2019) Acerca de opi-
competindo pelos mesmos clientes. nião pública, julgue o próximo item.
A primeira das quatro fases do processo de elaboração da opi-
34. (MPE/PA - Estagiário - Comunicação Social - Publicidade nião pública é caracterizada pelo aparecimento de questões de in-
e Propaganda – CONSULPLAN/2019) A comunicação voltada para teresse geral, que, ao serem solucionadas, geram uma sensação de
as mídias sociais necessita da concretização de alguns passos e da bem-estar aos envolvidos; a fase seguinte é a da controvérsia.
observância a certos cuidados para que seja feita com êxito. Par- ( ) CERTO
tindo-se da validade de tal postulado, são medidas essenciais para ( ) ERRADO
aprimorar a comunicação nas mídias sociais, EXCETO:
(A) Personificar a própria marca e interagir constantemente 39. (SLU/DF - Analista de Gestão de Resíduos Sólidos - Comu-
com os receptores. nicação Social - Relações Públicas - CEBRASPE/2019) Acerca de opi-
(B) Encorajar a discussão e a participação junto ao público para nião pública, julgue o próximo item.
adicionar valor às próprias postagens. Para se caracterizar um posicionamento acerca de determina-
(C) Mapear quem são os concentradores de tráfego de conteú- do tema como de opinião pública, é necessário haver acordo da
do e de informações, monitorando o que eles dizem. maioria das opiniões de uma coletividade sobre questões relativas
(D) Compartilhar informações irrelevantes, usando ferramentas a esse posicionamento.
que promovam o conteúdo, tornando-o acessível ao público. ( ) CERTO
( ) ERRADO

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40. (SLU/DF - Analista de Gestão de Resíduos Sólidos - Comuni- 36 B
cação Social - Relações Públicas - CEBRASPE/2019) No que se refere
à comunicação com o mercado, julgue o item que se segue. 37 C
O atendimento aos direitos do consumidor e o cuidado com o 38 ERRADO
cliente são questões de sobrevivência da empresa no mercado, as
quais impactam diretamente na imagem e dão visibilidade à empre- 39 CERTO
sa que assume essa atitude perante o consumidor. 40 CERTO
( ) CERTO
( ) ERRADO

GABARITO

1 C
2 C
3 B
4 A
5 E
6 D
7 CERTO
8 CERTO
9 A
10 C
11 E
12 CERTO
13 E
14 A
15 A
16 B
17 A
18 C
19 C
20 E
21 A
22 E
23 A
24 B
25 C
26 A
27 D
28 A
29 D
30 C
31 C
32 D
33 A
34 D
35 D

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