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PROVA

A APOSTILA PREPARATÓRIA ELABORADA


ANTES DA PUBLICAÇÃO DO EDITAL OFICIAL
COM BASE NO EDITAL ANTERIOR, PARA QUE O
ALUNO ANTECIPE SEUS ESTUDOS.

CARGO: TÉCNICO
BANCÁRIO.

COM BASE NO EDITAL Nº 1/2021/NM


- DE 09 DE SETEMBRO DE 2021
ÍNDICE

Língua Portuguesa
1. Compreensão e interpretação de textos. Tipologia textual.................................................................................................... 7
2. Ortografia oficial. ................................................................................................................................................................... 16
3. Acentuação gráfica.................................................................................................................................................................. 17
4. Emprego das classes de palavras............................................................................................................................................ 17
5. Emprego do sinal indicativo de crase. .................................................................................................................................... 25
6. Sintaxe da oração e do período............................................................................................................................................... 25
7. Pontuação............................................................................................................................................................................... 28
8. Concordância nominal e verbal............................................................................................................................................... 29
9. Regência nominal e verbal...................................................................................................................................................... 30
10. Significação das palavras......................................................................................................................................................... 31
11. Redação Oficial: Manual de Redação da Presidência da República (disponível no sítio do Planalto na internet).................. 32
12. Colocação do pronome átono................................................................................................................................................. 40

Matemática
1. Conceitos gerais - o conceito do valor do dinheiro no tempo; Fluxos de caixa e diagramas de fluxo de caixa; Equivalência
financeira...................................................................................................................................................................................... 51
2. Sequências – lei de formação de sequências e determinação de seus elementos; progressões aritméticas e progressões ge-
ométricas...................................................................................................................................................................................... 63
3. Juros Simples – cálculo do montante, dos juros, da taxa de juros, do principal e do prazo da operação financeira. Juros Com-
postos - cálculo do montante, dos juros, da taxa de juros, do principal e do prazo da operação financeira. Descontos – cálculo
do valor atual, do valor nominal e da taxa de desconto. Sistemas de Amortização - sistema PRICE (método das prestações
constantes); sistema SAC (método das amortizações constantes)............................................................................................... 67

Conhecimentos Bancários
1. Sistema Financeiro Nacional: Estrutura do Sistema Financeiro Nacional; Órgãos normativos e instituições superviso-
ras, executoras e operadoras............................................................................................................................................. 81
2. Mercado financeiro e seus desdobramentos (mercados monetário, de crédito, de capitais e cambial)........................... 85
3. Os bancos na Era Digital: Atualidade, tendências e desafios. Internet banking. Mobile banking. Open banking. Novos mo-
delos de negócios. Fintechs, startups e big techs. Sistema de bancos-sombra (Shadow banking). O dinheiro na era digital:
blockchain, bitcoin e demais criptomoedas.Transformação digital no Sistema Financeiro......................................................... 85
4. Correspondentes bancários......................................................................................................................................................... 89
5. Sistema de pagamentos instantâneos (PIX)................................................................................................................................. 89
6. Moeda e política monetária: Políticas monetárias convencionais e não-convencionais (Quantitative Easing); Taxa SELIC
e operações compromissadas; O debate sobre os depósitos remunerados dos bancos comerciais no Banco Central do
Brasil................................................................................................................................................................................... 90
7. Orçamento público, títulos do Tesouro Nacional e dívida pública..................................................................................... 91
8. Produtos Bancários: Noções de cartões de crédito e débito, crédito direto ao consumidor, crédito rural, poupança,
capitalização, previdência, consórcio, investimentos e seguros......................................................................................... 92
9. Noções de Mercado de capitais......................................................................................................................................... 97
10. Noções de Mercado de Câmbio: Instituições autorizadas a operar e operações básicas.................................................. 97
11. Taxas de câmbio nominais e reais...................................................................................................................................... 98
12. Taxas de câmbio nominais e reais...................................................................................................................................... 98
ÍNDICE

13. Impactos das taxas de câmbio sobre as exportações e importações................................................................................. 99


14. Diferencial de juros interno e externo, prêmios de risco, fluxo de capitais e seus impactos sobre as taxas de câmbio.... 99
15. Dinâmica do Mercado: Operações no mercado interbancário.......................................................................................... 99
16. Mercado bancário: Operações de tesouraria, varejo bancário e recuperação de crédito................................................. 99
17. Taxas de juros de curto prazo e a curva de juros; taxas de juros nominais e reais............................................................. 100
18. Garantias do Sistema Financeiro Nacional: aval; fiança; penhor mercantil; alienação fiduciária; hipoteca; fianças ban-
cárias.................................................................................................................................................................................. 100
19. Crime de lavagem de dinheiro: conceito e etapas; Prevenção e combate ao crime de lavagem de dinheiro: Lei nº
9.613/98 e suas alterações................................................................................................................................................. 102
20. Circular nº 3.978, de 23 de janeiro de 2020....................................................................................................................... 105
21. Carta Circular nº 4.001, de 29 de janeiro de 2020 e suas alterações................................................................................. 115
22. Autorregulação bancária.................................................................................................................................................... 117
23. Sigilo Bancário: Lei Complementar nº 105/2001 e suas alterações................................................................................... 118
24. Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD): Lei nº 13.709, de 14 de agosto de 2018 e suas alterações................................. 120
25. Legislação anticorrupção: Lei nº 12.846/2013................................................................................................................... 132
26. Decreto nº 8.420/2015 e suas alterações.......................................................................................................................... 136
27. Ética aplicada: ética, moral, valores e virtudes.................................................................................................................. 145
28. noções de ética empresarial e profissional........................................................................................................................ 145
29. A gestão da ética nas empresas públicas e privadas.......................................................................................................... 146
30. Código de Ética da Caixa Econômica Federal (disponível no sítio da CEF na internet)....................................................... 147
31. Código de Conduta da Caixa Econômica Federal (disponível no sítio da CEF na internet)................................................. 149
32. Política de Responsabilidade Socioambiental da Caixa Econômica Federal (disponível no sítio da CEF na internet)........ 160
33. Lei nº 7.998/1990 (Programa Desemprego e Abono Salarial - beneficiários e critérios para saque)................................. 162
34. Artigo 37 da Constituição Federal (Princípios constitucionais da Administração Pública: Princípios da legalidade, im-
pessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência).......................................................................................................... 167
35. Lei Complementar nº 7/1970 (PIS)..................................................................................................................................... 169
36. Lei nº 8.036/1990 (FGTS): possibilidades e condições de utilização/saque; Certificado de Regularidade do FGTS; Guia
de Recolhimento (GRF)...................................................................................................................................................... 170
37. Produtos: Abertura e movimentação de contas: documentos básicos.............................................................................. 182
38. Pessoa física e pessoa jurídica: capacidade e incapacidade civil, representação e domicílio...................................................... 185
39. Sistema de pagamentos brasileiro..................................................................................................................................... 188
40. Produtos Bancários: Programas sociais e Benefícios do trabalhador................................................................................. 190

Noções de Probabilidade e Estatística


1. Representação tabular e gráfica................................................................................................................................................... 197
2. Medidas de tendência central (média, mediana, moda, medidas de posição, mínimo e máximo) e de dispersão (amplitude,
amplitude interquartil, variância, desvio padrão e coeficiente de variação)................................................................................ 200
3. Cálculo de probabilidade. Probabilidade condicional................................................................................................................... 203
4. Teorema de Bayes......................................................................................................................................................................... 211
5. População e amostra.................................................................................................................................................................... 211
6. Correlação linear simples.............................................................................................................................................................. 213
ÍNDICE

Conhecimentos de Informática
1. Edição de textos, planilhas e apresentações (ambientes Microsoft Office – Word, Excel e PowerPoint - versão O365). ............ 221
2. Segurança da informação: fundamentos, conceitos e mecanismos de segurança....................................................................... 226
3. Segurança cibernética: Resolução CMN nº 4893, de 26 de fevereiro de 2021............................................................................. 228
4. Conceitos de organização e de gerenciamento de informações, arquivos, pastas e programas.................................................. 232
5. Redes de computadores: Conceitos básicos, ferramentas, aplicativos e procedimentos de Internet e intranet. Navegador
Web (Microsoft Edge versão 91 e Mozilla Firefox versão 78 ESR), busca e pesquisa na Web...................................................... 235
6. Correio eletrônico......................................................................................................................................................................... 242
7. grupos de discussão...................................................................................................................................................................... 245
8. fóruns e wikis. .............................................................................................................................................................................. 246
9. Redes Sociais (Twitter, Facebook, Linkedin, WhatsApp, YouTube, Instagram e Telegram)........................................................... 247
10. Visão geral sobre sistemas de suporte à decisão e inteligência de negócio................................................................................. 249
11. Conceitos de tecnologias e ferramentas multimídia, de reprodução de áudio e vídeo................................................................ 250
12. Ferramentas de produtividade e trabalho a distância (Microsoft Teams, Cisco Webex, Google Hangout, Google Drive e
Skype)........................................................................................................................................................................................... 258

Atendimento Bancário
1. Noções de estratégia empresarial: análise de mercado, forças competitivas, imagem institucional, identidade e posiciona-
mento.......................................................................................................................................................................................... 273
2. Segmentação de mercado........................................................................................................................................................... 275
3. Ações para aumentar o valor percebido pelo cliente......................................................................................................... 276
4. Gestão da experiência do cliente....................................................................................................................................... 278
5. Aprendizagem e sustentabilidade organizacional.............................................................................................................. 278
6. Características dos serviços: intangibilidade, inseparabilidade, variabilidade e perecibilidade........................................ 281
7. Gestão da qualidade em serviços................................................................................................................................................ 282
8. Técnicas de vendas: da pré-abordagem ao pós-vendas..................................................................................................... 284
9. Noções de marketing digital: geração de leads; técnica de copywriting; gatilhos mentais; Inbound marketing......................... 286
10. Ética e conduta profissional em vendas....................................................................................................................................... 292
11. Padrões de qualidade no atendimento aos clientes.......................................................................................................... 293
12. Utilização de canais remotos para vendas. Telemarketing................................................................................................. 295
13. Comportamento do consumidor e sua relação com vendas e negociação........................................................................ 296
14. Política de Relacionamento com o Cliente: Resolução n°. 4.539 de 24 de novembro de 2016................................................... 298
15. Resolução CMN nº 4.860, de 23 de outubro de 2020 que dispõe sobre a constituição e o funcionamento de componente
organizacional de ouvidoria pelas instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central
do Brasil....................................................................................................................................................................................... 300
16. Resolução CMN nº 3.694/2009 e alterações...................................................................................................................... 303
17. Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência): Lei nº 13.146, de 06 de julho
de 2015.............................................................................................................................................................................. 305
18. Código de Proteção e Defesa do Consumidor: Lei nº 8.078/1990 (versão atualizada)................................................................ 323
LÍNGUA PORTUGUESA

Tipos textuais
COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS. A tipologia textual se classifica a partir da estrutura e da finali-
TIPOLOGIA TEXTUAL dade do texto, ou seja, está relacionada ao modo como o texto se
apresenta. A partir de sua função, é possível estabelecer um padrão
Compreender e interpretar textos é essencial para que o obje- específico para se fazer a enunciação.
tivo de comunicação seja alcançado satisfatoriamente. Com isso, é Veja, no quadro abaixo, os principais tipos e suas característi-
importante saber diferenciar os dois conceitos. Vale lembrar que o cas:
texto pode ser verbal ou não-verbal, desde que tenha um sentido
completo. Apresenta um enredo, com ações e
A compreensão se relaciona ao entendimento de um texto e relações entre personagens, que ocorre
de sua proposta comunicativa, decodificando a mensagem explíci- em determinados espaço e tempo. É
ta. Só depois de compreender o texto que é possível fazer a sua TEXTO NARRATIVO
contado por um narrador, e se estrutura
interpretação. da seguinte maneira: apresentação >
A interpretação são as conclusões que chegamos a partir do desenvolvimento > clímax > desfecho
conteúdo do texto, isto é, ela se encontra para além daquilo que
está escrito ou mostrado. Assim, podemos dizer que a interpreta- Tem o objetivo de defender determinado
ção é subjetiva, contando com o conhecimento prévio e do reper- TEXTO ponto de vista, persuadindo o leitor a
tório do leitor. DISSERTATIVO partir do uso de argumentos sólidos.
Dessa maneira, para compreender e interpretar bem um texto, ARGUMENTATIVO Sua estrutura comum é: introdução >
é necessário fazer a decodificação de códigos linguísticos e/ou vi- desenvolvimento > conclusão.
suais, isto é, identificar figuras de linguagem, reconhecer o sentido Procura expor ideias, sem a necessidade
de conjunções e preposições, por exemplo, bem como identificar de defender algum ponto de vista. Para
expressões, gestos e cores quando se trata de imagens. isso, usa-se comparações, informações,
TEXTO EXPOSITIVO
definições, conceitualizações etc. A
Dicas práticas estrutura segue a do texto dissertativo-
1. Faça um resumo (pode ser uma palavra, uma frase, um con- argumentativo.
ceito) sobre o assunto e os argumentos apresentados em cada pa-
Expõe acontecimentos, lugares, pessoas,
rágrafo, tentando traçar a linha de raciocínio do texto. Se possível,
de modo que sua finalidade é descrever,
adicione também pensamentos e inferências próprias às anotações.
TEXTO DESCRITIVO ou seja, caracterizar algo ou alguém.
2. Tenha sempre um dicionário ou uma ferramenta de busca
Com isso, é um texto rico em adjetivos e
por perto, para poder procurar o significado de palavras desconhe-
em verbos de ligação.
cidas.
3. Fique atento aos detalhes oferecidos pelo texto: dados, fon- Oferece instruções, com o objetivo de
te de referências e datas. TEXTO INJUNTIVO orientar o leitor. Sua maior característica
4. Sublinhe as informações importantes, separando fatos de são os verbos no modo imperativo.
opiniões.
5. Perceba o enunciado das questões. De um modo geral, ques-
tões que esperam compreensão do texto aparecem com as seguin- Gêneros textuais
tes expressões: o autor afirma/sugere que...; segundo o texto...; de A classificação dos gêneros textuais se dá a partir do reconhe-
acordo com o autor... Já as questões que esperam interpretação do cimento de certos padrões estruturais que se constituem a partir
texto aparecem com as seguintes expressões: conclui-se do texto da função social do texto. No entanto, sua estrutura e seu estilo
que...; o texto permite deduzir que...; qual é a intenção do autor não são tão limitados e definidos como ocorre na tipologia textual,
quando afirma que... podendo se apresentar com uma grande diversidade. Além disso, o
padrão também pode sofrer modificações ao longo do tempo, as-
Tipologia Textual sim como a própria língua e a comunicação, no geral.
A partir da estrutura linguística, da função social e da finali- Alguns exemplos de gêneros textuais:
dade de um texto, é possível identificar a qual tipo e gênero ele • Artigo
pertence. Antes, é preciso entender a diferença entre essas duas • Bilhete
classificações. • Bula
• Carta
• Conto
• Crônica
• E-mail

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LÍNGUA PORTUGUESA

• Lista Por exemplo, um raciocínio lógico é o seguinte encadeamento:


• Manual A é igual a B.
• Notícia A é igual a C.
• Poema Então: C é igual a B.
• Propaganda
• Receita culinária Admitidos os dois postulados, a conclusão é, obrigatoriamente,
• Resenha que C é igual a A.
• Seminário Outro exemplo:
Vale lembrar que é comum enquadrar os gêneros textuais em Todo ruminante é um mamífero.
determinados tipos textuais. No entanto, nada impede que um tex- A vaca é um ruminante.
to literário seja feito com a estruturação de uma receita culinária, Logo, a vaca é um mamífero.
por exemplo. Então, fique atento quanto às características, à finali-
dade e à função social de cada texto analisado. Admitidas como verdadeiras as duas premissas, a conclusão
também será verdadeira.
ARGUMENTAÇÃO No domínio da argumentação, as coisas são diferentes. Nele,
O ato de comunicação não visa apenas transmitir uma a conclusão não é necessária, não é obrigatória. Por isso, deve-
informação a alguém. Quem comunica pretende criar uma imagem se mostrar que ela é a mais desejável, a mais provável, a mais
positiva de si mesmo (por exemplo, a de um sujeito educado, plausível. Se o Banco do Brasil fizer uma propaganda dizendo-
ou inteligente, ou culto), quer ser aceito, deseja que o que diz se mais confiável do que os concorrentes porque existe desde a
seja admitido como verdadeiro. Em síntese, tem a intenção de chegada da família real portuguesa ao Brasil, ele estará dizendo-
convencer, ou seja, tem o desejo de que o ouvinte creia no que o nos que um banco com quase dois séculos de existência é sólido
texto diz e faça o que ele propõe. e, por isso, confiável. Embora não haja relação necessária entre
Se essa é a finalidade última de todo ato de comunicação, todo a solidez de uma instituição bancária e sua antiguidade, esta tem
texto contém um componente argumentativo. A argumentação é o peso argumentativo na afirmação da confiabilidade de um banco.
conjunto de recursos de natureza linguística destinados a persuadir Portanto é provável que se creia que um banco mais antigo seja
a pessoa a quem a comunicação se destina. Está presente em todo mais confiável do que outro fundado há dois ou três anos.
tipo de texto e visa a promover adesão às teses e aos pontos de Enumerar todos os tipos de argumentos é uma tarefa quase
vista defendidos. impossível, tantas são as formas de que nos valemos para fazer
As pessoas costumam pensar que o argumento seja apenas as pessoas preferirem uma coisa a outra. Por isso, é importante
uma prova de verdade ou uma razão indiscutível para comprovar a entender bem como eles funcionam.
veracidade de um fato. O argumento é mais que isso: como se disse Já vimos diversas características dos argumentos. É preciso
acima, é um recurso de linguagem utilizado para levar o interlocutor acrescentar mais uma: o convencimento do interlocutor, o
a crer naquilo que está sendo dito, a aceitar como verdadeiro o que auditório, que pode ser individual ou coletivo, será tanto mais
está sendo transmitido. A argumentação pertence ao domínio da fácil quanto mais os argumentos estiverem de acordo com suas
retórica, arte de persuadir as pessoas mediante o uso de recursos crenças, suas expectativas, seus valores. Não se pode convencer
de linguagem. um auditório pertencente a uma dada cultura enfatizando coisas
Para compreender claramente o que é um argumento, é bom que ele abomina. Será mais fácil convencê-lo valorizando coisas
voltar ao que diz Aristóteles, filósofo grego do século IV a.C., numa que ele considera positivas. No Brasil, a publicidade da cerveja vem
obra intitulada “Tópicos: os argumentos são úteis quando se tem de com frequência associada ao futebol, ao gol, à paixão nacional. Nos
escolher entre duas ou mais coisas”. Estados Unidos, essa associação certamente não surtiria efeito,
Se tivermos de escolher entre uma coisa vantajosa e porque lá o futebol não é valorizado da mesma forma que no Brasil.
uma desvantajosa, como a saúde e a doença, não precisamos O poder persuasivo de um argumento está vinculado ao que é
argumentar. Suponhamos, no entanto, que tenhamos de escolher valorizado ou desvalorizado numa dada cultura.
entre duas coisas igualmente vantajosas, a riqueza e a saúde. Nesse
caso, precisamos argumentar sobre qual das duas é mais desejável. Tipos de Argumento
O argumento pode então ser definido como qualquer recurso que Já verificamos que qualquer recurso linguístico destinado
torna uma coisa mais desejável que outra. Isso significa que ele atua a fazer o interlocutor dar preferência à tese do enunciador é um
no domínio do preferível. Ele é utilizado para fazer o interlocutor argumento. Exemplo:
crer que, entre duas teses, uma é mais provável que a outra, mais
possível que a outra, mais desejável que a outra, é preferível à outra. Argumento de Autoridade
O objetivo da argumentação não é demonstrar a verdade de É a citação, no texto, de afirmações de pessoas reconhecidas
um fato, mas levar o ouvinte a admitir como verdadeiro o que o pelo auditório como autoridades em certo domínio do saber,
enunciador está propondo. para servir de apoio àquilo que o enunciador está propondo. Esse
Há uma diferença entre o raciocínio lógico e a argumentação. recurso produz dois efeitos distintos: revela o conhecimento do
O primeiro opera no domínio do necessário, ou seja, pretende produtor do texto a respeito do assunto de que está tratando; dá ao
demonstrar que uma conclusão deriva necessariamente das texto a garantia do autor citado. É preciso, no entanto, não fazer do
premissas propostas, que se deduz obrigatoriamente dos texto um amontoado de citações. A citação precisa ser pertinente e
postulados admitidos. No raciocínio lógico, as conclusões não verdadeira. Exemplo:
dependem de crenças, de uma maneira de ver o mundo, mas “A imaginação é mais importante do que o conhecimento.”
apenas do encadeamento de premissas e conclusões.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Quem disse a frase aí de cima não fui eu... Foi Einstein. Para lógica. Entretanto, quando se afirma “Amigo de amigo meu é meu
ele, uma coisa vem antes da outra: sem imaginação, não há amigo” não se institui uma identidade lógica, mas uma identidade
conhecimento. Nunca o inverso. provável.
Um texto coerente do ponto de vista lógico é mais facilmente
Alex José Periscinoto. aceito do que um texto incoerente. Vários são os defeitos que
In: Folha de S. Paulo, 30/8/1993, p. 5-2 concorrem para desqualificar o texto do ponto de vista lógico: fugir
do tema proposto, cair em contradição, tirar conclusões que não se
A tese defendida nesse texto é que a imaginação é mais fundamentam nos dados apresentados, ilustrar afirmações gerais
importante do que o conhecimento. Para levar o auditório a aderir com fatos inadequados, narrar um fato e dele extrair generalizações
a ela, o enunciador cita um dos mais célebres cientistas do mundo. indevidas.
Se um físico de renome mundial disse isso, então as pessoas devem
acreditar que é verdade. Argumento do Atributo
É aquele que considera melhor o que tem propriedades típicas
Argumento de Quantidade daquilo que é mais valorizado socialmente, por exemplo, o mais
É aquele que valoriza mais o que é apreciado pelo maior raro é melhor que o comum, o que é mais refinado é melhor que o
número de pessoas, o que existe em maior número, o que tem maior que é mais grosseiro, etc.
duração, o que tem maior número de adeptos, etc. O fundamento Por esse motivo, a publicidade usa, com muita frequência,
desse tipo de argumento é que mais = melhor. A publicidade faz celebridades recomendando prédios residenciais, produtos de
largo uso do argumento de quantidade. beleza, alimentos estéticos, etc., com base no fato de que o
consumidor tende a associar o produto anunciado com atributos
Argumento do Consenso da celebridade.
É uma variante do argumento de quantidade. Fundamenta-se Uma variante do argumento de atributo é o argumento da
em afirmações que, numa determinada época, são aceitas como competência linguística. A utilização da variante culta e formal
verdadeiras e, portanto, dispensam comprovações, a menos que da língua que o produtor do texto conhece a norma linguística
o objetivo do texto seja comprovar alguma delas. Parte da ideia socialmente mais valorizada e, por conseguinte, deve produzir um
de que o consenso, mesmo que equivocado, corresponde ao texto em que se pode confiar. Nesse sentido é que se diz que o
indiscutível, ao verdadeiro e, portanto, é melhor do que aquilo que modo de dizer dá confiabilidade ao que se diz.
não desfruta dele. Em nossa época, são consensuais, por exemplo, Imagine-se que um médico deva falar sobre o estado de
as afirmações de que o meio ambiente precisa ser protegido e de saúde de uma personalidade pública. Ele poderia fazê-lo das duas
que as condições de vida são piores nos países subdesenvolvidos. maneiras indicadas abaixo, mas a primeira seria infinitamente mais
Ao confiar no consenso, porém, corre-se o risco de passar dos adequada para a persuasão do que a segunda, pois esta produziria
argumentos válidos para os lugares comuns, os preconceitos e as certa estranheza e não criaria uma imagem de competência do
frases carentes de qualquer base científica. médico:
- Para aumentar a confiabilidade do diagnóstico e levando em
Argumento de Existência conta o caráter invasivo de alguns exames, a equipe médica houve
É aquele que se fundamenta no fato de que é mais fácil aceitar por bem determinar o internamento do governador pelo período
aquilo que comprovadamente existe do que aquilo que é apenas de três dias, a partir de hoje, 4 de fevereiro de 2001.
provável, que é apenas possível. A sabedoria popular enuncia o - Para conseguir fazer exames com mais cuidado e porque
argumento de existência no provérbio “Mais vale um pássaro na alguns deles são barrapesada, a gente botou o governador no
mão do que dois voando”. hospital por três dias.
Nesse tipo de argumento, incluem-se as provas documentais
(fotos, estatísticas, depoimentos, gravações, etc.) ou provas Como dissemos antes, todo texto tem uma função
concretas, que tornam mais aceitável uma afirmação genérica. argumentativa, porque ninguém fala para não ser levado a sério,
Durante a invasão do Iraque, por exemplo, os jornais diziam que o para ser ridicularizado, para ser desmentido: em todo ato de
exército americano era muito mais poderoso do que o iraquiano. comunicação deseja-se influenciar alguém. Por mais neutro que
Essa afirmação, sem ser acompanhada de provas concretas, poderia pretenda ser, um texto tem sempre uma orientação argumentativa.
ser vista como propagandística. No entanto, quando documentada A orientação argumentativa é uma certa direção que o falante
pela comparação do número de canhões, de carros de combate, de traça para seu texto. Por exemplo, um jornalista, ao falar de um
navios, etc., ganhava credibilidade. homem público, pode ter a intenção de criticá-lo, de ridicularizá-lo
ou, ao contrário, de mostrar sua grandeza.
Argumento quase lógico O enunciador cria a orientação argumentativa de seu texto
É aquele que opera com base nas relações lógicas, como causa dando destaque a uns fatos e não a outros, omitindo certos
e efeito, analogia, implicação, identidade, etc. Esses raciocínios episódios e revelando outros, escolhendo determinadas palavras e
são chamados quase lógicos porque, diversamente dos raciocínios não outras, etc. Veja:
lógicos, eles não pretendem estabelecer relações necessárias “O clima da festa era tão pacífico que até sogras e noras
entre os elementos, mas sim instituir relações prováveis, possíveis, trocavam abraços afetuosos.”
plausíveis. Por exemplo, quando se diz “A é igual a B”, “B é igual a O enunciador aí pretende ressaltar a ideia geral de que noras
C”, “então A é igual a C”, estabelece-se uma relação de identidade e sogras não se toleram. Não fosse assim, não teria escolhido esse
fato para ilustrar o clima da festa nem teria utilizado o termo até,
que serve para incluir no argumento alguma coisa inesperada.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Além dos defeitos de argumentação mencionados quando a possibilidade de discordar ou concordar parcialmente. A liberdade
tratamos de alguns tipos de argumentação, vamos citar outros: de questionar é fundamental, mas não é suficiente para organizar
- Uso sem delimitação adequada de palavra de sentido tão um texto dissertativo. É necessária também a exposição dos
amplo, que serve de argumento para um ponto de vista e seu fundamentos, os motivos, os porquês da defesa de um ponto de
contrário. São noções confusas, como paz, que, paradoxalmente, vista.
pode ser usada pelo agressor e pelo agredido. Essas palavras Pode-se dizer que o homem vive em permanente atitude
podem ter valor positivo (paz, justiça, honestidade, democracia) argumentativa. A argumentação está presente em qualquer tipo de
ou vir carregadas de valor negativo (autoritarismo, degradação do discurso, porém, é no texto dissertativo que ela melhor se evidencia.
meio ambiente, injustiça, corrupção). Para discutir um tema, para confrontar argumentos e posições,
- Uso de afirmações tão amplas, que podem ser derrubadas por é necessária a capacidade de conhecer outros pontos de vista e
um único contra exemplo. Quando se diz “Todos os políticos são seus respectivos argumentos. Uma discussão impõe, muitas vezes,
ladrões”, basta um único exemplo de político honesto para destruir a análise de argumentos opostos, antagônicos. Como sempre,
o argumento. essa capacidade aprende-se com a prática. Um bom exercício
- Emprego de noções científicas sem nenhum rigor, fora do para aprender a argumentar e contra-argumentar consiste em
contexto adequado, sem o significado apropriado, vulgarizando-as e desenvolver as seguintes habilidades:
atribuindo-lhes uma significação subjetiva e grosseira. É o caso, por - argumentação: anotar todos os argumentos a favor de
exemplo, da frase “O imperialismo de certas indústrias não permite uma ideia ou fato; imaginar um interlocutor que adote a posição
que outras crescam”, em que o termo imperialismo é descabido, totalmente contrária;
uma vez que, a rigor, significa “ação de um Estado visando a reduzir - contra-argumentação: imaginar um diálogo-debate e quais os
outros à sua dependência política e econômica”. argumentos que essa pessoa imaginária possivelmente apresentaria
contra a argumentação proposta;
A boa argumentação é aquela que está de acordo com a situação - refutação: argumentos e razões contra a argumentação
concreta do texto, que leva em conta os componentes envolvidos oposta.
na discussão (o tipo de pessoa a quem se dirige a comunicação, o
assunto, etc). A argumentação tem a finalidade de persuadir, portanto,
Convém ainda alertar que não se convence ninguém com argumentar consiste em estabelecer relações para tirar conclusões
manifestações de sinceridade do autor (como eu, que não costumo válidas, como se procede no método dialético. O método dialético
mentir...) ou com declarações de certeza expressas em fórmulas não envolve apenas questões ideológicas, geradoras de polêmicas.
feitas (como estou certo, creio firmemente, é claro, é óbvio, é Trata-se de um método de investigação da realidade pelo estudo
evidente, afirmo com toda a certeza, etc). Em vez de prometer, de sua ação recíproca, da contradição inerente ao fenômeno
em seu texto, sinceridade e certeza, autenticidade e verdade, o em questão e da mudança dialética que ocorre na natureza e na
enunciador deve construir um texto que revele isso. Em outros sociedade.
termos, essas qualidades não se prometem, manifestam-se na ação. Descartes (1596-1650), filósofo e pensador francês, criou
A argumentação é a exploração de recursos para fazer parecer o método de raciocínio silogístico, baseado na dedução, que
verdadeiro aquilo que se diz num texto e, com isso, levar a pessoa a parte do simples para o complexo. Para ele, verdade e evidência
que texto é endereçado a crer naquilo que ele diz. são a mesma coisa, e pelo raciocínio torna-se possível chegar a
Um texto dissertativo tem um assunto ou tema e expressa um conclusões verdadeiras, desde que o assunto seja pesquisado em
ponto de vista, acompanhado de certa fundamentação, que inclui partes, começando-se pelas proposições mais simples até alcançar,
a argumentação, questionamento, com o objetivo de persuadir. por meio de deduções, a conclusão final. Para a linha de raciocínio
Argumentar é o processo pelo qual se estabelecem relações cartesiana, é fundamental determinar o problema, dividi-lo em
para chegar à conclusão, com base em premissas. Persuadir é partes, ordenar os conceitos, simplificando-os, enumerar todos os
um processo de convencimento, por meio da argumentação, no seus elementos e determinar o lugar de cada um no conjunto da
qual procura-se convencer os outros, de modo a influenciar seu dedução.
pensamento e seu comportamento. A lógica cartesiana, até os nossos dias, é fundamental para a
A persuasão pode ser válida e não válida. Na persuasão argumentação dos trabalhos acadêmicos. Descartes propôs quatro
válida, expõem-se com clareza os fundamentos de uma ideia regras básicas que constituem um conjunto de reflexos vitais, uma
ou proposição, e o interlocutor pode questionar cada passo série de movimentos sucessivos e contínuos do espírito em busca
do raciocínio empregado na argumentação. A persuasão não da verdade:
válida apoia-se em argumentos subjetivos, apelos subliminares, - evidência;
chantagens sentimentais, com o emprego de “apelações”, como a - divisão ou análise;
inflexão de voz, a mímica e até o choro. - ordem ou dedução;
Alguns autores classificam a dissertação em duas modalidades, - enumeração.
expositiva e argumentativa. Esta, exige argumentação, razões a favor
e contra uma ideia, ao passo que a outra é informativa, apresenta A enumeração pode apresentar dois tipos de falhas: a omissão
dados sem a intenção de convencer. Na verdade, a escolha dos e a incompreensão. Qualquer erro na enumeração pode quebrar o
dados levantados, a maneira de expô-los no texto já revelam uma encadeamento das ideias, indispensável para o processo dedutivo.
“tomada de posição”, a adoção de um ponto de vista na dissertação, A forma de argumentação mais empregada na redação
ainda que sem a apresentação explícita de argumentos. Desse acadêmica é o silogismo, raciocínio baseado nas regras cartesianas,
ponto de vista, a dissertação pode ser definida como discussão, que contém três proposições: duas premissas, maior e menor,
debate, questionamento, o que implica a liberdade de pensamento, e a conclusão. As três proposições são encadeadas de tal forma,

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LÍNGUA PORTUGUESA

que a conclusão é deduzida da maior por intermédio da menor. A Nota-se que as premissas são verdadeiras, mas a conclusão pode
premissa maior deve ser universal, emprega todo, nenhum, pois ser falsa. Nem todas as pessoas que têm diploma são professores;
alguns não caracteriza a universalidade. nem todas as cidades têm uma estátua do Cristo Redentor. Comete-
Há dois métodos fundamentais de raciocínio: a dedução se erro quando se faz generalizações apressadas ou infundadas. A
(silogística), que parte do geral para o particular, e a indução, que vai “simples inspeção” é a ausência de análise ou análise superficial
do particular para o geral. A expressão formal do método dedutivo dos fatos, que leva a pronunciamentos subjetivos, baseados nos
é o silogismo. A dedução é o caminho das consequências, baseia-se sentimentos não ditados pela razão.
em uma conexão descendente (do geral para o particular) que leva Tem-se, ainda, outros métodos, subsidiários ou não
à conclusão. Segundo esse método, partindo-se de teorias gerais, fundamentais, que contribuem para a descoberta ou comprovação
de verdades universais, pode-se chegar à previsão ou determinação da verdade: análise, síntese, classificação e definição. Além desses,
de fenômenos particulares. O percurso do raciocínio vai da causa existem outros métodos particulares de algumas ciências, que
para o efeito. Exemplo: adaptam os processos de dedução e indução à natureza de uma
realidade particular. Pode-se afirmar que cada ciência tem seu
Todo homem é mortal (premissa maior = geral, universal) método próprio demonstrativo, comparativo, histórico etc. A
Fulano é homem (premissa menor = particular) análise, a síntese, a classificação a definição são chamadas métodos
Logo, Fulano é mortal (conclusão) sistemáticos, porque pela organização e ordenação das ideias visam
sistematizar a pesquisa.
A indução percorre o caminho inverso ao da dedução, baseiase Análise e síntese são dois processos opostos, mas interligados;
em uma conexão ascendente, do particular para o geral. Nesse caso, a análise parte do todo para as partes, a síntese, das partes para
as constatações particulares levam às leis gerais, ou seja, parte de o todo. A análise precede a síntese, porém, de certo modo, uma
fatos particulares conhecidos para os fatos gerais, desconhecidos. O depende da outra. A análise decompõe o todo em partes, enquanto
percurso do raciocínio se faz do efeito para a causa. Exemplo: a síntese recompõe o todo pela reunião das partes. Sabe-se, porém,
O calor dilata o ferro (particular) que o todo não é uma simples justaposição das partes. Se alguém
O calor dilata o bronze (particular) reunisse todas as peças de um relógio, não significa que reconstruiu
O calor dilata o cobre (particular) o relógio, pois fez apenas um amontoado de partes. Só reconstruiria
O ferro, o bronze, o cobre são metais todo se as partes estivessem organizadas, devidamente combinadas,
Logo, o calor dilata metais (geral, universal) seguida uma ordem de relações necessárias, funcionais, então, o
relógio estaria reconstruído.
Quanto a seus aspectos formais, o silogismo pode ser válido Síntese, portanto, é o processo de reconstrução do todo
e verdadeiro; a conclusão será verdadeira se as duas premissas por meio da integração das partes, reunidas e relacionadas num
também o forem. Se há erro ou equívoco na apreciação dos conjunto. Toda síntese, por ser uma reconstrução, pressupõe a
fatos, pode-se partir de premissas verdadeiras para chegar a uma análise, que é a decomposição. A análise, no entanto, exige uma
conclusão falsa. Tem-se, desse modo, o sofisma. Uma definição decomposição organizada, é preciso saber como dividir o todo em
inexata, uma divisão incompleta, a ignorância da causa, a falsa partes. As operações que se realizam na análise e na síntese podem
analogia são algumas causas do sofisma. O sofisma pressupõe ser assim relacionadas:
má fé, intenção deliberada de enganar ou levar ao erro; quando o Análise: penetrar, decompor, separar, dividir.
sofisma não tem essas intenções propositais, costuma-se chamar Síntese: integrar, recompor, juntar, reunir.
esse processo de argumentação de paralogismo. Encontra-se um
exemplo simples de sofisma no seguinte diálogo: A análise tem importância vital no processo de coleta de ideias
- Você concorda que possui uma coisa que não perdeu? a respeito do tema proposto, de seu desdobramento e da criação de
- Lógico, concordo. abordagens possíveis. A síntese também é importante na escolha
- Você perdeu um brilhante de 40 quilates? dos elementos que farão parte do texto.
- Claro que não! Segundo Garcia (1973, p.300), a análise pode ser formal ou
- Então você possui um brilhante de 40 quilates... informal. A análise formal pode ser científica ou experimental;
é característica das ciências matemáticas, físico-naturais e
Exemplos de sofismas: experimentais. A análise informal é racional ou total, consiste
em “discernir” por vários atos distintos da atenção os elementos
Dedução constitutivos de um todo, os diferentes caracteres de um objeto ou
Todo professor tem um diploma (geral, universal) fenômeno.
Fulano tem um diploma (particular) A análise decompõe o todo em partes, a classificação estabelece
Logo, fulano é professor (geral – conclusão falsa) as necessárias relações de dependência e hierarquia entre as
partes. Análise e classificação ligam-se intimamente, a ponto de se
Indução confundir uma com a outra, contudo são procedimentos diversos:
O Rio de Janeiro tem uma estátua do Cristo Redentor. análise é decomposição e classificação é hierarquisação.
(particular) Nas ciências naturais, classificam-se os seres, fatos e fenômenos
Taubaté (SP) tem uma estátua do Cristo Redentor. (particular) por suas diferenças e semelhanças; fora das ciências naturais, a
Rio de Janeiro e Taubaté são cidades. classificação pode-se efetuar por meio de um processo mais ou
Logo, toda cidade tem uma estátua do Cristo Redentor. (geral menos arbitrário, em que os caracteres comuns e diferenciadores
– conclusão falsa) são empregados de modo mais ou menos convencional. A
classificação, no reino animal, em ramos, classes, ordens, subordens,

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LÍNGUA PORTUGUESA

gêneros e espécies, é um exemplo de classificação natural, pelas é saber formular uma definição, que se recorre a Garcia (1973,
características comuns e diferenciadoras. A classificação dos p.306), para determinar os “requisitos da definição denotativa”.
variados itens integrantes de uma lista mais ou menos caótica é Para ser exata, a definição deve apresentar os seguintes requisitos:
artificial. - o termo deve realmente pertencer ao gênero ou classe em
que está incluído: “mesa é um móvel” (classe em que ‘mesa’ está
Exemplo: aquecedor, automóvel, barbeador, batata, caminhão, realmente incluída) e não “mesa é um instrumento ou ferramenta
canário, jipe, leite, ônibus, pão, pardal, pintassilgo, queijo, relógio, ou instalação”;
sabiá, torradeira. - o gênero deve ser suficientemente amplo para incluir todos os
Aves: Canário, Pardal, Pintassilgo, Sabiá. exemplos específicos da coisa definida, e suficientemente restrito
Alimentos: Batata, Leite, Pão, Queijo. para que a diferença possa ser percebida sem dificuldade;
Mecanismos: Aquecedor, Barbeador, Relógio, Torradeira. - deve ser obrigatoriamente afirmativa: não há, em verdade,
Veículos: Automóvel, Caminhão, Jipe, Ônibus. definição, quando se diz que o “triângulo não é um prisma”;
- deve ser recíproca: “O homem é um ser vivo” não constitui
Os elementos desta lista foram classificados por ordem definição exata, porque a recíproca, “Todo ser vivo é um homem”
alfabética e pelas afinidades comuns entre eles. Estabelecer não é verdadeira (o gato é ser vivo e não é homem);
critérios de classificação das ideias e argumentos, pela ordem - deve ser breve (contida num só período). Quando a definição,
de importância, é uma habilidade indispensável para elaborar ou o que se pretenda como tal, é muito longa (séries de períodos
o desenvolvimento de uma redação. Tanto faz que a ordem seja ou de parágrafos), chama-se explicação, e também definição
crescente, do fato mais importante para o menos importante, ou expandida;d
decrescente, primeiro o menos importante e, no final, o impacto - deve ter uma estrutura gramatical rígida: sujeito (o termo) +
do mais importante; é indispensável que haja uma lógica na cópula (verbo de ligação ser) + predicativo (o gênero) + adjuntos (as
classificação. A elaboração do plano compreende a classificação diferenças).
das partes e subdivisões, ou seja, os elementos do plano devem
obedecer a uma hierarquização. (Garcia, 1973, p. 302304.) As definições dos dicionários de língua são feitas por meio
Para a clareza da dissertação, é indispensável que, logo na de paráfrases definitórias, ou seja, uma operação metalinguística
introdução, os termos e conceitos sejam definidos, pois, para que consiste em estabelecer uma relação de equivalência entre a
expressar um questionamento, deve-se, de antemão, expor clara palavra e seus significados.
e racionalmente as posições assumidas e os argumentos que as A força do texto dissertativo está em sua fundamentação.
justificam. É muito importante deixar claro o campo da discussão e Sempre é fundamental procurar um porquê, uma razão verdadeira
a posição adotada, isto é, esclarecer não só o assunto, mas também e necessária. A verdade de um ponto de vista deve ser demonstrada
os pontos de vista sobre ele. com argumentos válidos. O ponto de vista mais lógico e racional
A definição tem por objetivo a exatidão no emprego da do mundo não tem valor, se não estiver acompanhado de uma
linguagem e consiste na enumeração das qualidades próprias fundamentação coerente e adequada.
de uma ideia, palavra ou objeto. Definir é classificar o elemento Os métodos fundamentais de raciocínio segundo a lógica
conforme a espécie a que pertence, demonstra: a característica que clássica, que foram abordados anteriormente, auxiliam o
o diferencia dos outros elementos dessa mesma espécie. julgamento da validade dos fatos. Às vezes, a argumentação é
Entre os vários processos de exposição de ideias, a definição clara e pode reconhecer-se facilmente seus elementos e suas
é um dos mais importantes, sobretudo no âmbito das ciências. relações; outras vezes, as premissas e as conclusões organizam-se
A definição científica ou didática é denotativa, ou seja, atribui às de modo livre, misturando-se na estrutura do argumento. Por isso,
palavras seu sentido usual ou consensual, enquanto a conotativa ou é preciso aprender a reconhecer os elementos que constituem um
metafórica emprega palavras de sentido figurado. Segundo a lógica argumento: premissas/conclusões. Depois de reconhecer, verificar
tradicional aristotélica, a definição consta de três elementos: se tais elementos são verdadeiros ou falsos; em seguida, avaliar
- o termo a ser definido; se o argumento está expresso corretamente; se há coerência e
- o gênero ou espécie; adequação entre seus elementos, ou se há contradição. Para isso
- a diferença específica. é que se aprende os processos de raciocínio por dedução e por
indução. Admitindo-se que raciocinar é relacionar, conclui-se que
O que distingue o termo definido de outros elementos da o argumento é um tipo específico de relação entre as premissas e
mesma espécie. Exemplo: a conclusão.
Na frase: O homem é um animal racional classifica-se: Procedimentos Argumentativos: Constituem os procedimentos
argumentativos mais empregados para comprovar uma afirmação:
exemplificação, explicitação, enumeração, comparação.
Exemplificação: Procura justificar os pontos de vista por meio
Elemento especiediferença de exemplos, hierarquizar afirmações. São expressões comuns
a ser definidoespecífica nesse tipo de procedimento: mais importante que, superior a, de
maior relevância que. Empregam-se também dados estatísticos,
É muito comum formular definições de maneira defeituosa, acompanhados de expressões: considerando os dados; conforme
por exemplo: Análise é quando a gente decompõe o todo em os dados apresentados. Faz-se a exemplificação, ainda, pela
partes. Esse tipo de definição é gramaticalmente incorreto; quando apresentação de causas e consequências, usando-se comumente as
é advérbio de tempo, não representa o gênero, a espécie, a gente é expressões: porque, porquanto, pois que, uma vez que, visto que,
forma coloquial não adequada à redação acadêmica. Tão importante por causa de, em virtude de, em vista de, por motivo de.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Explicitação: O objetivo desse recurso argumentativo é explicar e só os fatos provam. Em resumo toda afirmação ou juízo que
ou esclarecer os pontos de vista apresentados. Pode-se alcançar expresse uma opinião pessoal só terá validade se fundamentada na
esse objetivo pela definição, pelo testemunho e pela interpretação. evidência dos fatos, ou seja, se acompanhada de provas, validade
Na explicitação por definição, empregamse expressões como: quer dos argumentos, porém, pode ser contestada por meio da contra-
dizer, denomina-se, chama-se, na verdade, isto é, haja vista, ou argumentação ou refutação. São vários os processos de contra-
melhor; nos testemunhos são comuns as expressões: conforme, argumentação:
segundo, na opinião de, no parecer de, consoante as ideias de, no Refutação pelo absurdo: refuta-se uma afirmação
entender de, no pensamento de. A explicitação se faz também pela demonstrando o absurdo da consequência. Exemplo clássico é a
interpretação, em que são comuns as seguintes expressões: parece, contraargumentação do cordeiro, na conhecida fábula “O lobo e o
assim, desse ponto de vista. cordeiro”;
Enumeração: Faz-se pela apresentação de uma sequência de Refutação por exclusão: consiste em propor várias hipóteses
elementos que comprovam uma opinião, tais como a enumeração para eliminá-las, apresentando-se, então, aquela que se julga
de pormenores, de fatos, em uma sequência de tempo, em que são verdadeira;
frequentes as expressões: primeiro, segundo, por último, antes, Desqualificação do argumento: atribui-se o argumento
depois, ainda, em seguida, então, presentemente, antigamente, à opinião pessoal subjetiva do enunciador, restringindo-se a
depois de, antes de, atualmente, hoje, no passado, sucessivamente, universalidade da afirmação;
respectivamente. Na enumeração de fatos em uma sequência de Ataque ao argumento pelo testemunho de autoridade:
espaço, empregam-se as seguintes expressões: cá, lá, acolá, ali, aí, consiste em refutar um argumento empregando os testemunhos de
além, adiante, perto de, ao redor de, no Estado tal, na capital, no autoridade que contrariam a afirmação apresentada;
interior, nas grandes cidades, no sul, no leste... Desqualificar dados concretos apresentados: consiste em
Comparação: Analogia e contraste são as duas maneiras desautorizar dados reais, demonstrando que o enunciador
de se estabelecer a comparação, com a finalidade de comprovar baseou-se em dados corretos, mas tirou conclusões falsas ou
uma ideia ou opinião. Na analogia, são comuns as expressões: da inconsequentes. Por exemplo, se na argumentação afirmou-se, por
mesma forma, tal como, tanto quanto, assim como, igualmente. meio de dados estatísticos, que “o controle demográfico produz o
Para estabelecer contraste, empregam-se as expressões: mais que, desenvolvimento”, afirma-se que a conclusão é inconsequente, pois
menos que, melhor que, pior que. baseia-se em uma relação de causa-feito difícil de ser comprovada.
Entre outros tipos de argumentos empregados para aumentar Para contraargumentar, propõese uma relação inversa: “o
o poder de persuasão de um texto dissertativo encontram-se: desenvolvimento é que gera o controle demográfico”.
Argumento de autoridade: O saber notório de uma autoridade Apresentam-se aqui sugestões, um dos roteiros possíveis para
reconhecida em certa área do conhecimento dá apoio a uma desenvolver um tema, que podem ser analisadas e adaptadas
afirmação. Dessa maneira, procura-se trazer para o enunciado a ao desenvolvimento de outros temas. Elege-se um tema, e, em
credibilidade da autoridade citada. Lembre-se que as citações literais seguida, sugerem-se os procedimentos que devem ser adotados
no corpo de um texto constituem argumentos de autoridade. Ao para a elaboração de um Plano de Redação.
fazer uma citação, o enunciador situa os enunciados nela contidos
na linha de raciocínio que ele considera mais adequada para Tema: O homem e a máquina: necessidade e riscos da evolução
explicar ou justificar um fato ou fenômeno. Esse tipo de argumento tecnológica
tem mais caráter confirmatório que comprobatório. - Questionar o tema, transformá-lo em interrogação, responder
Apoio na consensualidade: Certas afirmações dispensam a interrogação (assumir um ponto de vista); dar o porquê da
explicação ou comprovação, pois seu conteúdo é aceito como válido resposta, justificar, criando um argumento básico;
por consenso, pelo menos em determinado espaço sociocultural. - Imaginar um ponto de vista oposto ao argumento básico e
Nesse caso, incluem-se construir uma contra-argumentação; pensar a forma de refutação
- A declaração que expressa uma verdade universal (o homem, que poderia ser feita ao argumento básico e tentar desqualificá-la
mortal, aspira à imortalidade); (rever tipos de argumentação);
- A declaração que é evidente por si mesma (caso dos - Refletir sobre o contexto, ou seja, fazer uma coleta de ideias
postulados e axiomas); que estejam direta ou indiretamente ligadas ao tema (as ideias
- Quando escapam ao domínio intelectual, ou seja, é de podem ser listadas livremente ou organizadas como causa e
natureza subjetiva ou sentimental (o amor tem razões que a própria consequência);
razão desconhece); implica apreciação de ordem estética (gosto - Analisar as ideias anotadas, sua relação com o tema e com o
não se discute); diz respeito a fé religiosa, aos dogmas (creio, ainda argumento básico;
que parece absurdo). - Fazer uma seleção das ideias pertinentes, escolhendo as que
poderão ser aproveitadas no texto; essas ideias transformam-se
Comprovação pela experiência ou observação: A verdade de em argumentos auxiliares, que explicam e corroboram a ideia do
um fato ou afirmação pode ser comprovada por meio de dados argumento básico;
concretos, estatísticos ou documentais. - Fazer um esboço do Plano de Redação, organizando uma
Comprovação pela fundamentação lógica: A comprovação sequência na apresentação das ideias selecionadas, obedecendo
se realiza por meio de argumentos racionais, baseados na lógica: às partes principais da estrutura do texto, que poderia ser mais ou
causa/efeito; consequência/causa; condição/ocorrência. menos a seguinte:
Fatos não se discutem; discutem-se opiniões. As declarações,
julgamento, pronunciamentos, apreciações que expressam opiniões
pessoais (não subjetivas) devem ter sua validade comprovada,

13
LÍNGUA PORTUGUESA

Introdução expressamos, estamos nos valendo de ideias e conceitos que


- função social da ciência e da tecnologia; já foram formulados por outros para reafirmá-los, ampliá-los
- definições de ciência e tecnologia; ou mesmo contradizê-los. Em outras palavras, não há textos
- indivíduo e sociedade perante o avanço tecnológico. absolutamente originais, pois eles sempre – de maneira explícita ou
implícita – mantêm alguma relação com algo que foi visto, ouvido
Desenvolvimento ou lido.
- apresentação de aspectos positivos e negativos do
desenvolvimento tecnológico; Tipos de Intertextualidade
- como o desenvolvimento científico-tecnológico modificou as A intertextualidade acontece quando há uma referência
condições de vida no mundo atual; explícita ou implícita de um texto em outro. Também pode
- a tecnocracia: oposição entre uma sociedade ocorrer com outras formas além do texto, música, pintura, filme,
tecnologicamente desenvolvida e a dependência tecnológica dos novela etc. Toda vez que uma obra fizer alusão à outra ocorre a
países subdesenvolvidos; intertextualidade.
- enumerar e discutir os fatores de desenvolvimento social; Por isso é importante para o leitor o conhecimento de mundo,
- comparar a vida de hoje com os diversos tipos de vida do um saber prévio, para reconhecer e identificar quando há um
passado; apontar semelhanças e diferenças; diálogo entre os textos. A intertextualidade pode ocorrer afirmando
- analisar as condições atuais de vida nos grandes centros as mesmas ideias da obra citada ou contestando-as.
urbanos; Na paráfrase as palavras são mudadas, porém a ideia do
- como se poderia usar a ciência e a tecnologia para humanizar texto é confirmada pelo novo texto, a alusão ocorre para atualizar,
mais a sociedade. reafirmar os sentidos ou alguns sentidos do texto citado. É dizer
com outras palavras o que já foi dito.
Conclusão
- a tecnologia pode libertar ou escravizar: benefícios/ A paródia é uma forma de contestar ou ridicularizar outros
consequências maléficas; textos, há uma ruptura com as ideologias impostas e por isso
- síntese interpretativa dos argumentos e contra-argumentos é objeto de interesse para os estudiosos da língua e das artes.
apresentados. Ocorre, aqui, um choque de interpretação, a voz do texto original
é retomada para transformar seu sentido, leva o leitor a uma
Naturalmente esse não é o único, nem o melhor plano de reflexão crítica de suas verdades incontestadas anteriormente, com
redação: é um dos possíveis. esse processo há uma indagação sobre os dogmas estabelecidos
Intertextualidade é o nome dado à relação que se estabelece e uma busca pela verdade real, concebida através do raciocínio e
entre dois textos, quando um texto já criado exerce influência na da crítica. Os programas humorísticos fazem uso contínuo dessa
criação de um novo texto. Pode-se definir, então, a intertextualidade arte, frequentemente os discursos de políticos são abordados
como sendo a criação de um texto a partir de outro texto já de maneira cômica e contestadora, provocando risos e também
existente. Dependendo da situação, a intertextualidade tem reflexão a respeito da demagogia praticada pela classe dominante.
funções diferentes que dependem muito dos textos/contextos em
que ela é inserida. A Epígrafe é um recurso bastante utilizado em obras, textos
O diálogo pode ocorrer em diversas áreas do conhecimento, científicos, desde artigos, resenhas, monografias, uma vez que
não se restringindo única e exclusivamente a textos literários. consiste no acréscimo de uma frase ou parágrafo que tenha alguma
Em alguns casos pode-se dizer que a intertextualidade assume relação com o que será discutido no texto. Do grego, o termo
a função de não só persuadir o leitor como também de difundir a “epígrafhe” é formado pelos vocábulos “epi” (posição superior) e
cultura, uma vez que se trata de uma relação com a arte (pintura, “graphé” (escrita). Como exemplo podemos citar um artigo sobre
escultura, literatura etc). Intertextualidade é a relação entre dois Patrimônio Cultural e a epígrafe do filósofo Aristóteles (384 a.C.-322
textos caracterizada por um citar o outro. a.C.): “A cultura é o melhor conforto para a velhice”.
A intertextualidade é o diálogo entre textos. Ocorre quando
um texto (oral, escrito, verbal ou não verbal), de alguma maneira, A Citação é o Acréscimo de partes de outras obras numa
se utiliza de outro na elaboração de sua mensagem. Os dois textos produção textual, de forma que dialoga com ele; geralmente vem
– a fonte e o que dialoga com ela – podem ser do mesmo gênero expressa entre aspas e itálico, já que se trata da enunciação de outro
ou de gêneros distintos, terem a mesma finalidade ou propósitos autor. Esse recurso é importante haja vista que sua apresentação
diferentes. Assim, como você constatou, uma história em sem relacionar a fonte utilizada é considerado “plágio”. Do Latim, o
quadrinhos pode utilizar algo de um texto científico, assim como termo “citação” (citare) significa convocar.
um poema pode valer-se de uma letra de música ou um artigo de
opinião pode mencionar um provérbio conhecido. A Alusão faz referência aos elementos presentes em outros
Há várias maneiras de um texto manter intertextualidade com textos. Do Latim, o vocábulo “alusão” (alludere) é formado por dois
outro, entre elas, ao citá-lo, ao resumi-lo, ao reproduzi-lo com termos: “ad” (a, para) e “ludere” (brincar).
outras palavras, ao traduzi-lo para outro idioma, ao ampliá-lo, ao
tomá-lo como ponto de partida, ao defendê-lo, ao criticá-lo, ao Pastiche é uma recorrência a um gênero.
ironizá-lo ou ao compará-lo com outros.
Os estudiosos afirmam que em todos os textos ocorre algum A Tradução está no campo da intertextualidade porque implica
grau de intertextualidade, pois quando falamos, escrevemos, a recriação de um texto.
desenhamos, pintamos, moldamos, ou seja, sempre que nos

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LÍNGUA PORTUGUESA

Evidentemente, a intertextualidade está ligada ao Sendo assim, o autor deve definir se sua narrativa será
“conhecimento de mundo”, que deve ser compartilhado, ou seja, transmitida ao leitor por um ou vários personagens. Se a história
comum ao produtor e ao receptor de textos. é contada por mais de um ser fictício, a transição do ponto de
A intertextualidade pressupõe um universo cultural muito vista de um para outro deve ser bem clara, para que quem estiver
amplo e complexo, pois implica a identificação / o reconhecimento de acompanhando a leitura não fique confuso.
remissões a obras ou a textos / trechos mais, ou menos conhecidos,
além de exigir do interlocutor a capacidade de interpretar a função estrutura e organização do texto e dos parágrafos
daquela citação ou alusão em questão. São três os elementos essenciais para a composição de um tex-
to: a introdução, o desenvolvimento e a conclusão. Vamos estudar
Intertextualidade explícita e intertextualidade implícita cada uma de forma isolada a seguir:
A intertextualidade pode ser caracterizada como explícita ou
implícita, de acordo com a relação estabelecida com o texto fonte, Introdução
ou seja, se mais direta ou se mais subentendida. É a apresentação direta e objetiva da ideia central do texto. A
introdução é caracterizada por ser o parágrafo inicial.
A intertextualidade explícita:
– é facilmente identificada pelos leitores; Desenvolvimento
– estabelece uma relação direta com o texto fonte; Quando tratamos de estrutura, é a maior parte do texto. O
– apresenta elementos que identificam o texto fonte; desenvolvimento estabelece uma conexão entre a introdução e a
– não exige que haja dedução por parte do leitor; conclusão, pois é nesta parte que as ideias, argumentos e posicio-
– apenas apela à compreensão do conteúdos. namento do autor vão sendo formados e desenvolvidos com a fina-
lidade de dirigir a atenção do leitor para a conclusão.
A intertextualidade implícita: Em um bom desenvolvimento as ideias devem ser claras e ap-
– não é facilmente identificada pelos leitores; tas a fazer com que o leitor anteceda qual será a conclusão.
– não estabelece uma relação direta com o texto fonte;
– não apresenta elementos que identificam o texto fonte; São três principais erros que podem ser cometidos na elabora-
– exige que haja dedução, inferência, atenção e análise por ção do desenvolvimento:
parte dos leitores; - Distanciar-se do texto em relação ao tema inicial.
– exige que os leitores recorram a conhecimentos prévios para - Focar em apenas um tópico do tema e esquecer dos outros.
a compreensão do conteúdo. - Falar sobre muitas informações e não conseguir organizá-las,
dificultando a linha de compreensão do leitor.
PONTO DE VISTA
O modo como o autor narra suas histórias provoca diferentes Conclusão
sentidos ao leitor em relação à uma obra. Existem três pontos Ponto final de todas as argumentações discorridas no desen-
de vista diferentes. É considerado o elemento da narração que volvimento, ou seja, o encerramento do texto e dos questionamen-
compreende a perspectiva através da qual se conta a história. tos levantados pelo autor.
Trata-se da posição da qual o narrador articula a narrativa. Apesar Ao fazermos a conclusão devemos evitar expressões como:
de existir diferentes possibilidades de Ponto de Vista em uma “Concluindo...”, “Em conclusão, ...”, “Como já dissemos antes...”.
narrativa, considera-se dois pontos de vista como fundamentais: O
narrador-observador e o narrador-personagem. Parágrafo
Se caracteriza como um pequeno recuo em relação à margem
Primeira pessoa esquerda da folha. Conceitualmente, o parágrafo completo deve
Um personagem narra a história a partir de seu próprio ponto conter introdução, desenvolvimento e conclusão.
de vista, ou seja, o escritor usa a primeira pessoa. Nesse caso, lemos - Introdução – apresentação da ideia principal, feita de maneira
o livro com a sensação de termos a visão do personagem podendo sintética de acordo com os objetivos do autor.
também saber quais são seus pensamentos, o que causa uma - Desenvolvimento – ampliação do tópico frasal (introdução),
leitura mais íntima. Da mesma maneira que acontece nas nossas atribuído pelas ideias secundárias, a fim de reforçar e dar credibili-
vidas, existem algumas coisas das quais não temos conhecimento e dade na discussão.
só descobrimos ao decorrer da história. - Conclusão – retomada da ideia central ligada aos pressupos-
tos citados no desenvolvimento, procurando arrematá-los.
Segunda pessoa
O autor costuma falar diretamente com o leitor, como um Exemplo de um parágrafo bem estruturado (com introdução,
diálogo. Trata-se de um caso mais raro e faz com que o leitor se desenvolvimento e conclusão):
sinta quase como outro personagem que participa da história.
“Nesse contexto, é um grave erro a liberação da maconha.
Terceira pessoa Provocará de imediato violenta elevação do consumo. O Estado
Coloca o leitor numa posição externa, como se apenas perderá o precário controle que ainda exerce sobre as drogas psico-
observasse a ação acontecer. Os diálogos não são como na narrativa trópicas e nossas instituições de recuperação de viciados não terão
em primeira pessoa, já que nesse caso o autor relata as frases como estrutura suficiente para atender à demanda. Enfim, viveremos o
alguém que estivesse apenas contando o que cada personagem caos. ”
disse. (Alberto Corazza, Isto É, com adaptações)

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LÍNGUA PORTUGUESA

Elemento relacionador: Nesse contexto.


Tópico frasal: é um grave erro a liberação da maconha.
Desenvolvimento: Provocará de imediato violenta elevação do consumo. O Estado perderá o precário controle que ainda exerce sobre
as drogas psicotrópicas e nossas instituições de recuperação de viciados não terão estrutura suficiente para atender à demanda.
Conclusão: Enfim, viveremos o caos.

ORTOGRAFIA OFICIAL.

A ortografia oficial diz respeito às regras gramaticais referentes à escrita correta das palavras. Para melhor entendê-las, é preciso ana-
lisar caso a caso. Lembre-se de que a melhor maneira de memorizar a ortografia correta de uma língua é por meio da leitura, que também
faz aumentar o vocabulário do leitor.
Neste capítulo serão abordadas regras para dúvidas frequentes entre os falantes do português. No entanto, é importante ressaltar que
existem inúmeras exceções para essas regras, portanto, fique atento!

Alfabeto
O primeiro passo para compreender a ortografia oficial é conhecer o alfabeto (os sinais gráficos e seus sons). No português, o alfabeto
se constitui 26 letras, divididas entre vogais (a, e, i, o, u) e consoantes (restante das letras).
Com o Novo Acordo Ortográfico, as consoantes K, W e Y foram reintroduzidas ao alfabeto oficial da língua portuguesa, de modo que
elas são usadas apenas em duas ocorrências: transcrição de nomes próprios e abreviaturas e símbolos de uso internacional.

Uso do “X”
Algumas dicas são relevantes para saber o momento de usar o X no lugar do CH:
• Depois das sílabas iniciais “me” e “en” (ex: mexerica; enxergar)
• Depois de ditongos (ex: caixa)
• Palavras de origem indígena ou africana (ex: abacaxi; orixá)

Uso do “S” ou “Z”


Algumas regras do uso do “S” com som de “Z” podem ser observadas:
• Depois de ditongos (ex: coisa)
• Em palavras derivadas cuja palavra primitiva já se usa o “S” (ex: casa > casinha)
• Nos sufixos “ês” e “esa”, ao indicarem nacionalidade, título ou origem. (ex: portuguesa)
• Nos sufixos formadores de adjetivos “ense”, “oso” e “osa” (ex: populoso)

Uso do “S”, “SS”, “Ç”


• “S” costuma aparecer entre uma vogal e uma consoante (ex: diversão)
• “SS” costuma aparecer entre duas vogais (ex: processo)
• “Ç” costuma aparecer em palavras estrangeiras que passaram pelo processo de aportuguesamento (ex: muçarela)

Os diferentes porquês

POR QUE Usado para fazer perguntas. Pode ser substituído por “por qual motivo”
PORQUE Usado em respostas e explicações. Pode ser substituído por “pois”
O “que” é acentuado quando aparece como a última palavra da frase, antes da pontuação final (interrogação,
POR QUÊ
exclamação, ponto final)
PORQUÊ É um substantivo, portanto costuma vir acompanhado de um artigo, numeral, adjetivo ou pronome

Parônimos e homônimos
As palavras parônimas são aquelas que possuem grafia e pronúncia semelhantes, porém com significados distintos.
Ex: cumprimento (saudação) X comprimento (extensão); tráfego (trânsito) X tráfico (comércio ilegal).
Já as palavras homônimas são aquelas que possuem a mesma grafia e pronúncia, porém têm significados diferentes. Ex: rio (verbo
“rir”) X rio (curso d’água); manga (blusa) X manga (fruta).

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LÍNGUA PORTUGUESA

ACENTUAÇÃO GRÁFICA.

A acentuação é uma das principais questões relacionadas à Ortografia Oficial, que merece um capítulo a parte. Os acentos utilizados
no português são: acento agudo (´); acento grave (`); acento circunflexo (^); cedilha (¸) e til (~).
Depois da reforma do Acordo Ortográfico, a trema foi excluída, de modo que ela só é utilizada na grafia de nomes e suas derivações
(ex: Müller, mülleriano).
Esses são sinais gráficos que servem para modificar o som de alguma letra, sendo importantes para marcar a sonoridade e a intensi-
dade das sílabas, e para diferenciar palavras que possuem a escrita semelhante.
A sílaba mais intensa da palavra é denominada sílaba tônica. A palavra pode ser classificada a partir da localização da sílaba tônica,
como mostrado abaixo:
• OXÍTONA: a última sílaba da palavra é a mais intensa. (Ex: café)
• PAROXÍTONA: a penúltima sílaba da palavra é a mais intensa. (Ex: automóvel)
• PROPAROXÍTONA: a antepenúltima sílaba da palavra é a mais intensa. (Ex: lâmpada)
As demais sílabas, pronunciadas de maneira mais sutil, são denominadas sílabas átonas.

Regras fundamentais

CLASSIFICAÇÃO REGRAS EXEMPLOS


• terminadas em A, E, O, EM, seguidas ou não do
cipó(s), pé(s), armazém
OXÍTONAS plural
respeitá-la, compô-lo, comprometê-los
• seguidas de -LO, -LA, -LOS, -LAS
• terminadas em I, IS, US, UM, UNS, L, N, X, PS, Ã,
ÃS, ÃO, ÃOS
táxi, lápis, vírus, fórum, cadáver, tórax, bíceps, ímã,
• ditongo oral, crescente ou decrescente, seguido
PAROXÍTONAS órfão, órgãos, água, mágoa, pônei, ideia, geleia,
ou não do plural
paranoico, heroico
(OBS: Os ditongos “EI” e “OI” perderam o acento
com o Novo Acordo Ortográfico)
PROPAROXÍTONAS • todas são acentuadas cólica, analítico, jurídico, hipérbole, último, álibi

Regras especiais

REGRA EXEMPLOS
Acentua-se quando “I” e “U” tônicos formarem hiato com a vogal anterior, acompanhados ou não de
saída, faísca, baú, país
“S”, desde que não sejam seguidos por “NH”
feiura, Bocaiuva, Sauipe
OBS: Não serão mais acentuados “I” e “U” tônicos formando hiato quando vierem depois de ditongo
Acentua-se a 3ª pessoa do plural do presente do indicativo dos verbos “TER” e “VIR” e seus compostos têm, obtêm, contêm, vêm
Não são acentuados hiatos “OO” e “EE” leem, voo, enjoo
Não são acentuadas palavras homógrafas
pelo, pera, para
OBS: A forma verbal “PÔDE” é uma exceção

EMPREGO DAS CLASSES DE PALAVRAS.

Classes de Palavras
Para entender sobre a estrutura das funções sintáticas, é preciso conhecer as classes de palavras, também conhecidas por classes
morfológicas. A gramática tradicional pressupõe 10 classes gramaticais de palavras, sendo elas: adjetivo, advérbio, artigo, conjunção, in-
terjeição, numeral, pronome, preposição, substantivo e verbo.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Veja, a seguir, as características principais de cada uma delas.

CLASSE CARACTERÍSTICAS EXEMPLOS


Menina inteligente...
Expressar características, qualidades ou estado dos seres Roupa azul-marinho...
ADJETIVO
Sofre variação em número, gênero e grau Brincadeira de criança...
Povo brasileiro...
A ajuda chegou tarde.
Indica circunstância em que ocorre o fato verbal
ADVÉRBIO A mulher trabalha muito.
Não sofre variação
Ele dirigia mal.
Determina os substantivos (de modo definido ou indefinido) A galinha botou um ovo.
ARTIGO
Varia em gênero e número Uma menina deixou a mochila no ônibus.
Liga ideias e sentenças (conhecida também como conectivos) Não gosto de refrigerante nem de pizza.
CONJUNÇÃO
Não sofre variação Eu vou para a praia ou para a cachoeira?
Exprime reações emotivas e sentimentos Ah! Que calor...
INTERJEIÇÃO
Não sofre variação Escapei por pouco, ufa!
Atribui quantidade e indica posição em alguma sequência Gostei muito do primeiro dia de aula.
NUMERAL
Varia em gênero e número Três é a metade de seis.
Posso ajudar, senhora?
Acompanha, substitui ou faz referência ao substantivo Ela me ajudou muito com o meu trabalho.
PRONOME
Varia em gênero e número Esta é a casa onde eu moro.
Que dia é hoje?
Relaciona dois termos de uma mesma oração Espero por você essa noite.
PREPOSIÇÃO
Não sofre variação Lucas gosta de tocar violão.
Nomeia objetos, pessoas, animais, alimentos, lugares etc. A menina jogou sua boneca no rio.
SUBSTANTIVO
Flexionam em gênero, número e grau. A matilha tinha muita coragem.
Indica ação, estado ou fenômenos da natureza Ana se exercita pela manhã.
Sofre variação de acordo com suas flexões de modo, tempo, núme- Todos parecem meio bobos.
VERBO
ro, pessoa e voz. Chove muito em Manaus.
Verbos não significativos são chamados verbos de ligação A cidade é muito bonita quando vista do alto.

Substantivo
Tipos de substantivos
Os substantivos podem ter diferentes classificações, de acordo com os conceitos apresentados abaixo:
• Comum: usado para nomear seres e objetos generalizados. Ex: mulher; gato; cidade...
• Próprio: geralmente escrito com letra maiúscula, serve para especificar e particularizar. Ex: Maria; Garfield; Belo Horizonte...
• Coletivo: é um nome no singular que expressa ideia de plural, para designar grupos e conjuntos de seres ou objetos de uma mesma
espécie. Ex: matilha; enxame; cardume...
• Concreto: nomeia algo que existe de modo independente de outro ser (objetos, pessoas, animais, lugares etc.). Ex: menina; cachor-
ro; praça...
• Abstrato: depende de um ser concreto para existir, designando sentimentos, estados, qualidades, ações etc. Ex: saudade; sede;
imaginação...
• Primitivo: substantivo que dá origem a outras palavras. Ex: livro; água; noite...
• Derivado: formado a partir de outra(s) palavra(s). Ex: pedreiro; livraria; noturno...
• Simples: nomes formados por apenas uma palavra (um radical). Ex: casa; pessoa; cheiro...
• Composto: nomes formados por mais de uma palavra (mais de um radical). Ex: passatempo; guarda-roupa; girassol...

Flexão de gênero
Na língua portuguesa, todo substantivo é flexionado em um dos dois gêneros possíveis: feminino e masculino.
O substantivo biforme é aquele que flexiona entre masculino e feminino, mudando a desinência de gênero, isto é, geralmente o final
da palavra sendo -o ou -a, respectivamente (Ex: menino / menina). Há, ainda, os que se diferenciam por meio da pronúncia / acentuação
(Ex: avô / avó), e aqueles em que há ausência ou presença de desinência (Ex: irmão / irmã; cantor / cantora).
O substantivo uniforme é aquele que possui apenas uma forma, independente do gênero, podendo ser diferenciados quanto ao gêne-
ro a partir da flexão de gênero no artigo ou adjetivo que o acompanha (Ex: a cadeira / o poste). Pode ser classificado em epiceno (refere-se
aos animais), sobrecomum (refere-se a pessoas) e comum de dois gêneros (identificado por meio do artigo).

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LÍNGUA PORTUGUESA

É preciso ficar atento à mudança semântica que ocorre com alguns substantivos quando usados no masculino ou no feminino, trazen-
do alguma especificidade em relação a ele. No exemplo o fruto X a fruta temos significados diferentes: o primeiro diz respeito ao órgão
que protege a semente dos alimentos, enquanto o segundo é o termo popular para um tipo específico de fruto.

Flexão de número
No português, é possível que o substantivo esteja no singular, usado para designar apenas uma única coisa, pessoa, lugar (Ex: bola;
escada; casa) ou no plural, usado para designar maiores quantidades (Ex: bolas; escadas; casas) — sendo este último representado, geral-
mente, com o acréscimo da letra S ao final da palavra.
Há, também, casos em que o substantivo não se altera, de modo que o plural ou singular devem estar marcados a partir do contexto,
pelo uso do artigo adequado (Ex: o lápis / os lápis).

Variação de grau
Usada para marcar diferença na grandeza de um determinado substantivo, a variação de grau pode ser classificada em aumentativo
e diminutivo.
Quando acompanhados de um substantivo que indica grandeza ou pequenez, é considerado analítico (Ex: menino grande / menino
pequeno).
Quando acrescentados sufixos indicadores de aumento ou diminuição, é considerado sintético (Ex: meninão / menininho).

Novo Acordo Ortográfico


De acordo com o Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, as letras maiúsculas devem ser usadas em nomes próprios de
pessoas, lugares (cidades, estados, países, rios), animais, acidentes geográficos, instituições, entidades, nomes astronômicos, de festas e
festividades, em títulos de periódicos e em siglas, símbolos ou abreviaturas.
Já as letras minúsculas podem ser usadas em dias de semana, meses, estações do ano e em pontos cardeais.
Existem, ainda, casos em que o uso de maiúscula ou minúscula é facultativo, como em título de livros, nomes de áreas do saber,
disciplinas e matérias, palavras ligadas a alguma religião e em palavras de categorização.

Adjetivo
Os adjetivos podem ser simples (vermelho) ou compostos (mal-educado); primitivos (alegre) ou derivados (tristonho). Eles podem
flexionar entre o feminino (estudiosa) e o masculino (engraçado), e o singular (bonito) e o plural (bonitos).
Há, também, os adjetivos pátrios ou gentílicos, sendo aqueles que indicam o local de origem de uma pessoa, ou seja, sua nacionali-
dade (brasileiro; mineiro).
É possível, ainda, que existam locuções adjetivas, isto é, conjunto de duas ou mais palavras usadas para caracterizar o substantivo. São
formadas, em sua maioria, pela preposição DE + substantivo:
• de criança = infantil
• de mãe = maternal
• de cabelo = capilar

Variação de grau
Os adjetivos podem se encontrar em grau normal (sem ênfases), ou com intensidade, classificando-se entre comparativo e superlativo.
• Normal: A Bruna é inteligente.
• Comparativo de superioridade: A Bruna é mais inteligente que o Lucas.
• Comparativo de inferioridade: O Gustavo é menos inteligente que a Bruna.
• Comparativo de igualdade: A Bruna é tão inteligente quanto a Maria.
• Superlativo relativo de superioridade: A Bruna é a mais inteligente da turma.
• Superlativo relativo de inferioridade: O Gustavo é o menos inteligente da turma.
• Superlativo absoluto analítico: A Bruna é muito inteligente.
• Superlativo absoluto sintético: A Bruna é inteligentíssima.

Adjetivos de relação
São chamados adjetivos de relação aqueles que não podem sofrer variação de grau, uma vez que possui valor semântico objetivo, isto
é, não depende de uma impressão pessoal (subjetiva). Além disso, eles aparecem após o substantivo, sendo formados por sufixação de um
substantivo (Ex: vinho do Chile = vinho chileno).

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Advérbio
Os advérbios são palavras que modificam um verbo, um adjetivo ou um outro advérbio. Eles se classificam de acordo com a tabela
abaixo:

CLASSIFICAÇÃO ADVÉRBIOS LOCUÇÕES ADVERBIAIS


DE MODO bem; mal; assim; melhor; depressa ao contrário; em detalhes
ontem; sempre; afinal; já; agora; doravante; primei- logo mais; em breve; mais tarde, nunca mais, de
DE TEMPO
ramente noite
DE LUGAR aqui; acima; embaixo; longe; fora; embaixo; ali Ao redor de; em frente a; à esquerda; por perto
DE INTENSIDADE muito; tão; demasiado; imenso; tanto; nada em excesso; de todos; muito menos
DE AFIRMAÇÃO sim, indubitavelmente; certo; decerto; deveras com certeza; de fato; sem dúvidas
DE NEGAÇÃO não; nunca; jamais; tampouco; nem nunca mais; de modo algum; de jeito nenhum
DE DÚVIDA Possivelmente; acaso; será; talvez; quiçá Quem sabe

Advérbios interrogativos
São os advérbios ou locuções adverbiais utilizadas para introduzir perguntas, podendo expressar circunstâncias de:
• Lugar: onde, aonde, de onde
• Tempo: quando
• Modo: como
• Causa: por que, por quê

Grau do advérbio
Os advérbios podem ser comparativos ou superlativos.
• Comparativo de igualdade: tão/tanto + advérbio + quanto
• Comparativo de superioridade: mais + advérbio + (do) que
• Comparativo de inferioridade: menos + advérbio + (do) que
• Superlativo analítico: muito cedo
• Superlativo sintético: cedíssimo

Curiosidades
Na linguagem coloquial, algumas variações do superlativo são aceitas, como o diminutivo (cedinho), o aumentativo (cedão) e o uso
de alguns prefixos (supercedo).
Existem advérbios que exprimem ideia de exclusão (somente; salvo; exclusivamente; apenas), inclusão (também; ainda; mesmo) e
ordem (ultimamente; depois; primeiramente).
Alguns advérbios, além de algumas preposições, aparecem sendo usados como uma palavra denotativa, acrescentando um sentido
próprio ao enunciado, podendo ser elas de inclusão (até, mesmo, inclusive); de exclusão (apenas, senão, salvo); de designação (eis); de
realce (cá, lá, só, é que); de retificação (aliás, ou melhor, isto é) e de situação (afinal, agora, então, e aí).

Pronomes
Os pronomes são palavras que fazem referência aos nomes, isto é, aos substantivos. Assim, dependendo de sua função no enunciado,
ele pode ser classificado da seguinte maneira:
• Pronomes pessoais: indicam as 3 pessoas do discurso, e podem ser retos (eu, tu, ele...) ou oblíquos (mim, me, te, nos, si...).
• Pronomes possessivos: indicam posse (meu, minha, sua, teu, nossos...)
• Pronomes demonstrativos: indicam localização de seres no tempo ou no espaço. (este, isso, essa, aquela, aquilo...)
• Pronomes interrogativos: auxiliam na formação de questionamentos (qual, quem, onde, quando, que, quantas...)
• Pronomes relativos: retomam o substantivo, substituindo-o na oração seguinte (que, quem, onde, cujo, o qual...)
• Pronomes indefinidos: substituem o substantivo de maneira imprecisa (alguma, nenhum, certa, vários, qualquer...)
• Pronomes de tratamento: empregados, geralmente, em situações formais (senhor, Vossa Majestade, Vossa Excelência, você...)

Colocação pronominal
Diz respeito ao conjunto de regras que indicam a posição do pronome oblíquo átono (me, te, se, nos, vos, lhe, lhes, o, a, os, as, lo, la,
no, na...) em relação ao verbo, podendo haver próclise (antes do verbo), ênclise (depois do verbo) ou mesóclise (no meio do verbo).
Veja, então, quais as principais situações para cada um deles:
• Próclise: expressões negativas; conjunções subordinativas; advérbios sem vírgula; pronomes indefinidos, relativos ou demonstrati-
vos; frases exclamativas ou que exprimem desejo; verbos no gerúndio antecedidos por “em”.
Nada me faria mais feliz.

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LÍNGUA PORTUGUESA

• Ênclise: verbo no imperativo afirmativo; verbo no início da • Abundantes: possuem duas formas no particípio, uma regular
frase (não estando no futuro e nem no pretérito); verbo no gerún- e outra irregular (aceitar = aceito, aceitado)
dio não acompanhado por “em”; verbo no infinitivo pessoal. • Pronominais: verbos conjugados com pronomes oblíquos
Inscreveu-se no concurso para tentar realizar um sonho. átonos, indicando ação reflexiva (suicidar-se, queixar-se, sentar-se,
pentear-se...)
• Mesóclise: verbo no futuro iniciando uma oração. • Auxiliares: usados em tempos compostos ou em locuções
Orgulhar-me-ei de meus alunos. verbais (ser, estar, ter, haver, ir...)
• Principais: transmitem totalidade da ação verbal por si pró-
DICA: o pronome não deve aparecer no início de frases ou ora- prios (comer, dançar, nascer, morrer, sorrir...)
ções, nem após ponto-e-vírgula. • De ligação: indicam um estado, ligando uma característica ao
sujeito (ser, estar, parecer, ficar, continuar...)
Verbos
Os verbos podem ser flexionados em três tempos: pretérito Vozes verbais
(passado), presente e futuro, de maneira que o pretérito e o futuro As vozes verbais indicam se o sujeito pratica ou recebe a ação,
possuem subdivisões. podendo ser três tipos diferentes:
Eles também se dividem em três flexões de modo: indicativo • Voz ativa: sujeito é o agente da ação (Vi o pássaro)
(certeza sobre o que é passado), subjuntivo (incerteza sobre o que é • Voz passiva: sujeito sofre a ação (O pássaro foi visto)
passado) e imperativo (expressar ordem, pedido, comando). • Voz reflexiva: sujeito pratica e sofre a ação (Vi-me no reflexo
• Tempos simples do modo indicativo: presente, pretérito per- do lago)
feito, pretérito imperfeito, pretérito mais-que-perfeito, futuro do
presente, futuro do pretérito. Ao passar um discurso para a voz passiva, é comum utilizar a
• Tempos simples do modo subjuntivo: presente, pretérito im- partícula apassivadora “se”, fazendo com o que o pronome seja
perfeito, futuro. equivalente ao verbo “ser”.

Os tempos verbais compostos são formados por um verbo Conjugação de verbos


auxiliar e um verbo principal, de modo que o verbo auxiliar sofre Os tempos verbais são primitivos quando não derivam de ou-
flexão em tempo e pessoa, e o verbo principal permanece no parti- tros tempos da língua portuguesa. Já os tempos verbais derivados
cípio. Os verbos auxiliares mais utilizados são “ter” e “haver”. são aqueles que se originam a partir de verbos primitivos, de modo
• Tempos compostos do modo indicativo: pretérito perfeito, que suas conjugações seguem o mesmo padrão do verbo de ori-
pretérito mais-que-perfeito, futuro do presente, futuro do preté- gem.
rito. • 1ª conjugação: verbos terminados em “-ar” (aproveitar, ima-
• Tempos compostos do modo subjuntivo: pretérito perfeito, ginar, jogar...)
pretérito mais-que-perfeito, futuro. • 2ª conjugação: verbos terminados em “-er” (beber, correr,
As formas nominais do verbo são o infinitivo (dar, fazerem, erguer...)
aprender), o particípio (dado, feito, aprendido) e o gerúndio (dando, • 3ª conjugação: verbos terminados em “-ir” (dormir, agir, ou-
fazendo, aprendendo). Eles podem ter função de verbo ou função vir...)
de nome, atuando como substantivo (infinitivo), adjetivo (particí-
pio) ou advérbio (gerúndio). Confira os exemplos de conjugação apresentados abaixo:

Tipos de verbos
Os verbos se classificam de acordo com a sua flexão verbal.
Desse modo, os verbos se dividem em:
Regulares: possuem regras fixas para a flexão (cantar, amar,
vender, abrir...)
• Irregulares: possuem alterações nos radicais e nas termina-
ções quando conjugados (medir, fazer, poder, haver...)
• Anômalos: possuem diferentes radicais quando conjugados
(ser, ir...)
• Defectivos: não são conjugados em todas as pessoas verbais
(falir, banir, colorir, adequar...)
• Impessoais: não apresentam sujeitos, sendo conjugados sem-
pre na 3ª pessoa do singular (chover, nevar, escurecer, anoitecer...)
• Unipessoais: apesar de apresentarem sujeitos, são sempre
conjugados na 3ª pessoa do singular ou do plural (latir, miar, custar,
acontecer...)

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LÍNGUA PORTUGUESA

Fonte: www.conjugação.com.br/verbo-lutar

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LÍNGUA PORTUGUESA

Fonte: www.conjugação.com.br/verbo-impor

Preposições
As preposições são palavras invariáveis que servem para ligar dois termos da oração numa relação subordinada, e são divididas entre
essenciais (só funcionam como preposição) e acidentais (palavras de outras classes gramaticais que passam a funcionar como preposição
em determinadas sentenças).

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LÍNGUA PORTUGUESA

Preposições essenciais: a, ante, após, de, com, em, contra, • Comparativas: como, tal como, assim como.
para, per, perante, por, até, desde, sobre, sobre, trás, sob, sem, en- • Consecutivas: de forma que, de modo que, de sorte que.
tre. • Finais: a fim de que, para que.
Preposições acidentais: afora, como, conforme, consoante, du- • Proporcionais: à medida que, ao passo que, à proporção que.
rante, exceto, mediante, menos, salvo, segundo, visto etc. • Temporais: quando, enquanto, agora.
Locuções prepositivas: abaixo de, afim de, além de, à custa de,
defronte a, a par de, perto de, por causa de, em que pese a etc. Formação de Palavras
A formação de palavras se dá a partir de processos morfológi-
Ao conectar os termos das orações, as preposições estabele- cos, de modo que as palavras se dividem entre:
cem uma relação semântica entre eles, podendo passar ideia de: • Palavras primitivas: são aquelas que não provêm de outra
• Causa: Morreu de câncer. palavra. Ex: flor; pedra
• Distância: Retorno a 3 quilômetros. • Palavras derivadas: são originadas a partir de outras pala-
• Finalidade: A filha retornou para o enterro. vras. Ex: floricultura; pedrada
• Instrumento: Ele cortou a foto com uma tesoura. • Palavra simples: são aquelas que possuem apenas um radi-
• Modo: Os rebeldes eram colocados em fila. cal (morfema que contém significado básico da palavra). Ex: cabelo;
• Lugar: O vírus veio de Portugal. azeite
• Companhia: Ela saiu com a amiga. • Palavra composta: são aquelas que possuem dois ou mais
• Posse: O carro de Maria é novo. radicais. Ex: guarda-roupa; couve-flor
• Meio: Viajou de trem. Entenda como ocorrem os principais processos de formação de
palavras:
Combinações e contrações
Algumas preposições podem aparecer combinadas a outras pa- Derivação
lavras de duas maneiras: sem haver perda fonética (combinação) e A formação se dá por derivação quando ocorre a partir de uma
havendo perda fonética (contração). palavra simples ou de um único radical, juntando-se afixos.
• Combinação: ao, aos, aonde • Derivação prefixal: adiciona-se um afixo anteriormente à pa-
• Contração: de, dum, desta, neste, nisso lavra ou radical. Ex: antebraço (ante + braço) / infeliz (in + feliz)
• Derivação sufixal: adiciona-se um afixo ao final da palavra ou
Conjunção radical. Ex: friorento (frio + ento) / guloso (gula + oso)
As conjunções se subdividem de acordo com a relação estabe- • Derivação parassintética: adiciona-se um afixo antes e outro
lecida entre as ideias e as orações. Por ter esse papel importante depois da palavra ou radical. Ex: esfriar (es + frio + ar) / desgoverna-
de conexão, é uma classe de palavras que merece destaque, pois do (des + governar + ado)
reconhecer o sentido de cada conjunção ajuda na compreensão e • Derivação regressiva (formação deverbal): reduz-se a pala-
interpretação de textos, além de ser um grande diferencial no mo- vra primitiva. Ex: boteco (botequim) / ataque (verbo “atacar”)
mento de redigir um texto. • Derivação imprópria (conversão): ocorre mudança na classe
Elas se dividem em duas opções: conjunções coordenativas e gramatical, logo, de sentido, da palavra primitiva. Ex: jantar (verbo
conjunções subordinativas. para substantivo) / Oliveira (substantivo comum para substantivo
próprio – sobrenomes).
Conjunções coordenativas
As orações coordenadas não apresentam dependência sintáti- Composição
ca entre si, servindo também para ligar termos que têm a mesma A formação por composição ocorre quando uma nova palavra
função gramatical. As conjunções coordenativas se subdividem em se origina da junção de duas ou mais palavras simples ou radicais.
cinco grupos: • Aglutinação: fusão de duas ou mais palavras simples, de
• Aditivas: e, nem, bem como. modo que ocorre supressão de fonemas, de modo que os elemen-
• Adversativas: mas, porém, contudo. tos formadores perdem sua identidade ortográfica e fonológica. Ex:
• Alternativas: ou, ora…ora, quer…quer. aguardente (água + ardente) / planalto (plano + alto)
• Conclusivas: logo, portanto, assim. • Justaposição: fusão de duas ou mais palavras simples, man-
• Explicativas: que, porque, porquanto. tendo a ortografia e a acentuação presente nos elementos forma-
dores. Em sua maioria, aparecem conectadas com hífen. Ex: beija-
Conjunções subordinativas -flor / passatempo.
As orações subordinadas são aquelas em que há uma relação
de dependência entre a oração principal e a oração subordinada. Abreviação
Desse modo, a conexão entre elas (bem como o efeito de sentido) Quando a palavra é reduzida para apenas uma parte de sua
se dá pelo uso da conjunção subordinada adequada. totalidade, passando a existir como uma palavra autônoma. Ex: foto
Elas podem se classificar de dez maneiras diferentes: (fotografia) / PUC (Pontifícia Universidade Católica).
• Integrantes: usadas para introduzir as orações subordinadas
substantivas, definidas pelas palavras que e se. Hibridismo
• Causais: porque, que, como. Quando há junção de palavras simples ou radicais advindos de
• Concessivas: embora, ainda que, se bem que. línguas distintas. Ex: sociologia (socio – latim + logia – grego) / binó-
• Condicionais: e, caso, desde que. culo (bi – grego + oculus – latim).
• Conformativas: conforme, segundo, consoante.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Combinação Há, ainda, situações em que o uso da crase é facultativo


Quando ocorre junção de partes de outras palavras simples ou • Pronomes possessivos femininos: Dei um picolé a minha filha.
radicais. Ex: portunhol (português + espanhol) / aborrecente (abor- / Dei um picolé à minha filha.
recer + adolescente). • Depois da palavra “até”: Levei minha avó até a feira. / Levei
minha avó até à feira.
Intensificação • Nomes próprios femininos (desde que não seja especificado):
Quando há a criação de uma nova palavra a partir do alarga- Enviei o convite a Ana. / Enviei o convite à Ana. / Enviei o convite à
mento do sufixo de uma palavra existente. Normalmente é feita Ana da faculdade.
adicionando o sufixo -izar. Ex: inicializar (em vez de iniciar) / proto- DICA: Como a crase só ocorre em palavras no feminino, em
colizar (em vez de protocolar). caso de dúvida, basta substituir por uma palavra equivalente no
masculino. Se aparecer “ao”, deve-se usar a crase: Amanhã iremos
Neologismo à escola / Amanhã iremos ao colégio.
Quando novas palavras surgem devido à necessidade do falan-
te em contextos específicos, podendo ser temporárias ou perma-
nentes. Existem três tipos principais de neologismos: SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO.
• Neologismo semântico: atribui-se novo significado a uma pa-
lavra já existente. Ex: amarelar (desistir) / mico (vergonha) A sintaxe estuda o conjunto das relações que as palavras esta-
• Neologismo sintático: ocorre a combinação de elementos já belecem entre si. Dessa maneira, é preciso ficar atento aos enuncia-
existentes no léxico da língua. Ex: dar um bolo (não comparecer ao dos e suas unidades: frase, oração e período.
compromisso) / dar a volta por cima (superar). Frase é qualquer palavra ou conjunto de palavras ordenadas
• Neologismo lexical: criação de uma nova palavra, que tem que apresenta sentido completo em um contexto de comunicação
um novo conceito. Ex: deletar (apagar) / escanear (digitalizar) e interação verbal. A frase nominal é aquela que não contém verbo.
Já a frase verbal apresenta um ou mais verbos (locução verbal).
Onomatopeia Oração é um enunciado organizado em torno de um único ver-
Quando uma palavra é formada a partir da reprodução aproxi- bo ou locução verbal, de modo que estes passam a ser o núcleo
mada do seu som. Ex: atchim; zum-zum; tique-taque. da oração. Assim, o predicativo é obrigatório, enquanto o sujeito é
opcional.
Período é uma unidade sintática, de modo que seu enuncia-
EMPREGO DO SINAL INDICATIVO DE CRASE. do é organizado por uma oração (período simples) ou mais orações
(período composto). Eles são iniciados com letras maiúsculas e fina-
Crase é o nome dado à contração de duas letras “A” em uma lizados com a pontuação adequada.
só: preposição “a” + artigo “a” em palavras femininas. Ela é de-
marcada com o uso do acento grave (à), de modo que crase não Análise sintática
é considerada um acento em si, mas sim o fenômeno dessa fusão. A análise sintática serve para estudar a estrutura de um perío-
Veja, abaixo, as principais situações em que será correto o em- do e de suas orações. Os termos da oração se dividem entre:
prego da crase: • Essenciais (ou fundamentais): sujeito e predicado
• Palavras femininas: Peça o material emprestado àquela alu- • Integrantes: completam o sentido (complementos verbais e
na. nominais, agentes da passiva)
• Indicação de horas, em casos de horas definidas e especifica- • Acessórios: função secundária (adjuntos adnominais e adver-
das: Chegaremos em Belo Horizonte às 7 horas. biais, apostos)
• Locuções prepositivas: A aluna foi aprovada à custa de muito
estresse. Termos essenciais da oração
• Locuções conjuntivas: À medida que crescemos vamos dei- Os termos essenciais da oração são o sujeito e o predicado.
xando de lado a capacidade de imaginar. O sujeito é aquele sobre quem diz o resto da oração, enquanto o
• Locuções adverbiais de tempo, modo e lugar: Vire na próxima predicado é a parte que dá alguma informação sobre o sujeito, logo,
à esquerda. onde o verbo está presente.

Veja, agora, as principais situações em que não se aplica a cra- O sujeito é classificado em determinado (facilmente identificá-
se: vel, podendo ser simples, composto ou implícito) e indeterminado,
• Palavras masculinas: Ela prefere passear a pé. podendo, ainda, haver a oração sem sujeito (a mensagem se con-
• Palavras repetidas (mesmo quando no feminino): Melhor ter- centra no verbo impessoal):
mos uma reunião frente a frente. Lúcio dormiu cedo.
• Antes de verbo: Gostaria de aprender a pintar. Aluga-se casa para réveillon.
• Expressões que sugerem distância ou futuro: A médica vai te Choveu bastante em janeiro.
atender daqui a pouco.
• Dia de semana (a menos que seja um dia definido): De terça
a sexta. / Fecharemos às segundas-feiras.
• Antes de numeral (exceto horas definidas): A casa da vizinha
fica a 50 metros da esquina.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Quando o sujeito aparece no início da oração, dá-se o nome de sujeito direto. Se aparecer depois do predicado, é o caso de sujeito
inverso. Há, ainda, a possibilidade de o sujeito aparecer no meio da oração:
Lívia se esqueceu da reunião pela manhã.
Esqueceu-se da reunião pela manhã, Lívia.
Da reunião pela manhã, Lívia se esqueceu.

Os predicados se classificam em: predicado verbal (núcleo do predicado é um verbo que indica ação, podendo ser transitivo, intran-
sitivo ou de ligação); predicado nominal (núcleo da oração é um nome, isto é, substantivo ou adjetivo); predicado verbo-nominal (apre-
senta um predicativo do sujeito, além de uma ação mais uma qualidade sua)
As crianças brincaram no salão de festas.
Mariana é inteligente.
Os jogadores venceram a partida. Por isso, estavam felizes.

Termos integrantes da oração


Os complementos verbais são classificados em objetos diretos (não preposicionados) e objetos indiretos (preposicionado).
A menina que possui bolsa vermelha me cumprimentou.
O cão precisa de carinho.

Os complementos nominais podem ser substantivos, adjetivos ou advérbios.


A mãe estava orgulhosa de seus filhos.
Carlos tem inveja de Eduardo.
Bárbara caminhou vagarosamente pelo bosque.

Os agentes da passiva são os termos que tem a função de praticar a ação expressa pelo verbo, quando este se encontra na voz passiva.
Costumam estar acompanhados pelas preposições “por” e “de”.
Os filhos foram motivo de orgulho da mãe.
Eduardo foi alvo de inveja de Carlos.
O bosque foi caminhado vagarosamente por Bárbara.

Termos acessórios da oração


Os termos acessórios não são necessários para dar sentido à oração, funcionando como complementação da informação. Desse
modo, eles têm a função de caracterizar o sujeito, de determinar o substantivo ou de exprimir circunstância, podendo ser adjunto adver-
bial (modificam o verbo, adjetivo ou advérbio), adjunto adnominal (especifica o substantivo, com função de adjetivo) e aposto (caracteriza
o sujeito, especificando-o).
Os irmãos brigam muito.
A brilhante aluna apresentou uma bela pesquisa à banca.
Pelé, o rei do futebol, começou sua carreira no Santos.

Tipos de Orações
Levando em consideração o que foi aprendido anteriormente sobre oração, vamos aprender sobre os dois tipos de oração que existem
na língua portuguesa: oração coordenada e oração subordinada.

Orações coordenadas
São aquelas que não dependem sintaticamente uma da outra, ligando-se apenas pelo sentido. Elas aparecem quando há um período
composto, sendo conectadas por meio do uso de conjunções (sindéticas), ou por meio da vírgula (assindéticas).
No caso das orações coordenadas sindéticas, a classificação depende do sentido entre as orações, representado por um grupo de
conjunções adequadas:

CLASSIFICAÇÃO CARACTERÍSTICAS CONJUNÇÕES


ADITIVAS Adição da ideia apresentada na oração anterior e, nem, também, bem como, não só, tanto...
Oposição à ideia apresentada na oração anterior (inicia
ADVERSATIVAS mas, porém, todavia, entretanto, contudo...
com vírgula)
Opção / alternância em relação à ideia apresentada na
ALTERNATIVAS ou, já, ora, quer, seja...
oração anterior
CONCLUSIVAS Conclusão da ideia apresentada na oração anterior logo, pois, portanto, assim, por isso, com isso...
EXPLICATIVAS Explicação da ideia apresentada na oração anterior que, porque, porquanto, pois, ou seja...

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LÍNGUA PORTUGUESA

Orações subordinadas
São aquelas que dependem sintaticamente em relação à oração principal. Elas aparecem quando o período é composto por duas ou
mais orações.
A classificação das orações subordinadas se dá por meio de sua função: orações subordinadas substantivas, quando fazem o papel
de substantivo da oração; orações subordinadas adjetivas, quando modificam o substantivo, exercendo a função do adjetivo; orações
subordinadas adverbiais, quando modificam o advérbio.
Cada uma dessas sofre uma segunda classificação, como pode ser observado nos quadros abaixo.

SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS FUNÇÃO EXEMPLOS


APOSITIVA aposto Esse era meu receio: que ela não discursasse outra vez.
COMPLETIVA NOMINAL complemento nominal Tenho medo de que ela não discurse novamente.
OBJETIVA DIRETA objeto direto Ele me perguntou se ela discursaria outra vez.
OBJETIVA INDIRETA objeto indireto Necessito de que você discurse de novo.
PREDICATIVA predicativo Meu medo é que ela não discurse novamente.
SUBJETIVA sujeito É possível que ela discurse outra vez.

SUBORDINADAS
CARACTERÍSTICAS EXEMPLOS
ADJETIVAS
Esclarece algum detalhe, adicionando uma informa-
O candidato, que é do partido socialista, está sen-
EXPLICATIVAS ção.
do atacado.
Aparece sempre separado por vírgulas.
Restringe e define o sujeito a que se refere.
As pessoas que são racistas precisam rever seus
RESTRITIVAS Não deve ser retirado sem alterar o sentido.
valores.
Não pode ser separado por vírgula.
Introduzidas por conjunções, pronomes e locuções
conjuntivas. Ele foi o primeiro presidente que se preocupou
DESENVOLVIDAS
Apresentam verbo nos modos indicativo ou subjun- com a fome no país.
tivo.
Não são introduzidas por pronomes, conjunções
sou locuções conjuntivas. Assisti ao documentário denunciando a corrup-
REDUZIDAS
Apresentam o verbo nos modos particípio, gerúndio ção.
ou infinitivo

SUBORDINADAS ADVERBIAIS FUNÇÃO PRINCIPAIS CONJUNÇÕES


CAUSAIS Ideia de causa, motivo, razão de efeito porque, visto que, já que, como...
COMPARATIVAS Ideia de comparação como, tanto quanto, (mais / menos) que, do que...
CONCESSIVAS Ideia de contradição embora, ainda que, se bem que, mesmo...
CONDICIONAIS Ideia de condição caso, se, desde que, contanto que, a menos que...
CONFORMATIVAS Ideia de conformidade como, conforme, segundo...
CONSECUTIVAS Ideia de consequência De modo que, (tal / tão / tanto) que...
FINAIS Ideia de finalidade que, para que, a fim de que...
quanto mais / menos... mais /menos, à medida
PROPORCIONAIS Ideia de proporção
que, na medida em que, à proporção que...
TEMPORAIS Ideia de momento quando, depois que, logo que, antes que...

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LÍNGUA PORTUGUESA

PONTUAÇÃO

Os sinais de pontuação são recursos gráficos que se encontram na linguagem escrita, e suas funções são demarcar unidades e sinalizar
limites de estruturas sintáticas. É também usado como um recurso estilístico, contribuindo para a coerência e a coesão dos textos.
São eles: o ponto (.), a vírgula (,), o ponto e vírgula (;), os dois pontos (:), o ponto de exclamação (!), o ponto de interrogação (?), as
reticências (...), as aspas (“”), os parênteses ( ( ) ), o travessão (—), a meia-risca (–), o apóstrofo (‘), o asterisco (*), o hífen (-), o colchetes
([]) e a barra (/).
Confira, no quadro a seguir, os principais sinais de pontuação e suas regras de uso.

SINAL NOME USO EXEMPLOS


Indicar final da frase declarativa Meu nome é Pedro.
. Ponto Separar períodos Fica mais. Ainda está cedo
Abreviar palavras Sra.
A princesa disse:
Iniciar fala de personagem
- Eu consigo sozinha.
Antes de aposto ou orações apositivas, enumerações
Esse é o problema da pandemia: as pessoas não
: Dois-pontos ou sequência de palavras para resumir / explicar
respeitam a quarentena.
ideias apresentadas anteriormente
Como diz o ditado: “olho por olho, dente por
Antes de citação direta
dente”.
Indicar hesitação
Sabe... não está sendo fácil...
... Reticências Interromper uma frase
Quem sabe depois...
Concluir com a intenção de estender a reflexão
Isolar palavras e datas
A Semana de Arte Moderna (1922)
() Parênteses Frases intercaladas na função explicativa (podem
Eu estava cansada (trabalhar e estudar é puxado).
substituir vírgula e travessão)
Indicar expressão de emoção Que absurdo!
Ponto de
! Final de frase imperativa Estude para a prova!
Exclamação
Após interjeição Ufa!
Ponto de
? Em perguntas diretas Que horas ela volta?
Interrogação
A professora disse:
Iniciar fala do personagem do discurso direto e indicar — Boas férias!
— Travessão mudança de interloculor no diálogo — Obrigado, professora.
Substituir vírgula em expressões ou frases explicativas O corona vírus — Covid-19 — ainda está sendo
estudado.

Vírgula
A vírgula é um sinal de pontuação com muitas funções, usada para marcar uma pausa no enunciado. Veja, a seguir, as principais regras
de uso obrigatório da vírgula.
• Separar termos coordenados: Fui à feira e comprei abacate, mamão, manga, morango e abacaxi.
• Separar aposto (termo explicativo): Belo Horizonte, capital mineira, só tem uma linha de metrô.
• Isolar vocativo: Boa tarde, Maria.
• Isolar expressões que indicam circunstâncias adverbiais (modo, lugar, tempo etc): Todos os moradores, calmamente, deixaram o
prédio.
• Isolar termos explicativos: A educação, a meu ver, é a solução de vários problemas sociais.
• Separar conjunções intercaladas, e antes dos conectivos “mas”, “porém”, “pois”, “contudo”, “logo”: A menina acordou cedo, mas não
conseguiu chegar a tempo na escola. Não explicou, porém, o motivo para a professora.
• Separar o conteúdo pleonástico: A ela, nada mais abala.

No caso da vírgula, é importante saber que, em alguns casos, ela não deve ser usada. Assim, não há vírgula para separar:
• Sujeito de predicado.
• Objeto de verbo.
• Adjunto adnominal de nome.
• Complemento nominal de nome.
• Predicativo do objeto do objeto.
• Oração principal da subordinada substantiva.
• Termos coordenados ligados por “e”, “ou”, “nem”.

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CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL

Concordância é o efeito gramatical causado por uma relação harmônica entre dois ou mais termos. Desse modo, ela pode ser verbal
— refere-se ao verbo em relação ao sujeito — ou nominal — refere-se ao substantivo e suas formas relacionadas.
• Concordância em gênero: flexão em masculino e feminino
• Concordância em número: flexão em singular e plural
• Concordância em pessoa: 1ª, 2ª e 3ª pessoa

Concordância nominal
Para que a concordância nominal esteja adequada, adjetivos, artigos, pronomes e numerais devem flexionar em número e gênero,
de acordo com o substantivo. Há algumas regras principais que ajudam na hora de empregar a concordância, mas é preciso estar atento,
também, aos casos específicos.
Quando há dois ou mais adjetivos para apenas um substantivo, o substantivo permanece no singular se houver um artigo entre os
adjetivos. Caso contrário, o substantivo deve estar no plural:
• A comida mexicana e a japonesa. / As comidas mexicana e japonesa.

Quando há dois ou mais substantivos para apenas um adjetivo, a concordância depende da posição de cada um deles. Se o adjetivo
vem antes dos substantivos, o adjetivo deve concordar com o substantivo mais próximo:
• Linda casa e bairro.

Se o adjetivo vem depois dos substantivos, ele pode concordar tanto com o substantivo mais próximo, ou com todos os substantivos
(sendo usado no plural):
• Casa e apartamento arrumado. / Apartamento e casa arrumada.
• Casa e apartamento arrumados. / Apartamento e casa arrumados.

Quando há a modificação de dois ou mais nomes próprios ou de parentesco, os adjetivos devem ser flexionados no plural:
• As talentosas Clarice Lispector e Lygia Fagundes Telles estão entre os melhores escritores brasileiros.

Quando o adjetivo assume função de predicativo de um sujeito ou objeto, ele deve ser flexionado no plural caso o sujeito ou objeto
seja ocupado por dois substantivos ou mais:
• O operário e sua família estavam preocupados com as consequências do acidente.

CASOS ESPECÍFICOS REGRA EXEMPLO


É PROIBIDO Deve concordar com o substantivo quando há presença
É proibida a entrada.
É PERMITIDO de um artigo. Se não houver essa determinação, deve
É proibido entrada.
É NECESSÁRIO permanecer no singular e no masculino.
Mulheres dizem “obrigada” Homens dizem
OBRIGADO / OBRIGADA Deve concordar com a pessoa que fala.
“obrigado”.
As bastantes crianças ficaram doentes com a
volta às aulas.
Quando tem função de adjetivo para um substantivo,
Bastante criança ficou doente com a volta às
BASTANTE concorda em número com o substantivo.
aulas.
Quando tem função de advérbio, permanece invariável.
O prefeito considerou bastante a respeito da
suspensão das aulas.
É sempre invariável, ou seja, a palavra “menas” não Havia menos mulheres que homens na fila para
MENOS
existe na língua portuguesa. a festa.
As crianças mesmas limparam a sala depois da
MESMO Devem concordar em gênero e número com a pessoa a
aula.
PRÓPRIO que fazem referência.
Eles próprios sugeriram o tema da formatura.
Quando tem função de numeral adjetivo, deve
concordar com o substantivo. Adicione meia xícara de leite.
MEIO / MEIA
Quando tem função de advérbio, modificando um Manuela é meio artista, além de ser engenheira.
adjetivo, o termo é invariável.
Segue anexo o orçamento.
Seguem anexas as informações adicionais
ANEXO INCLUSO Devem concordar com o substantivo a que se referem.
As professoras estão inclusas na greve.
O material está incluso no valor da mensalidade.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Concordância verbal
Para que a concordância verbal esteja adequada, é preciso haver flexão do verbo em número e pessoa, a depender do sujeito com o
qual ele se relaciona.

Quando o sujeito composto é colocado anterior ao verbo, o verbo ficará no plural:


• A menina e seu irmão viajaram para a praia nas férias escolares.

Mas, se o sujeito composto aparece depois do verbo, o verbo pode tanto ficar no plural quanto concordar com o sujeito mais próximo:
• Discutiram marido e mulher. / Discutiu marido e mulher.

Se o sujeito composto for formado por pessoas gramaticais diferentes, o verbo deve ficar no plural e concordando com a pessoa que
tem prioridade, a nível gramatical — 1ª pessoa (eu, nós) tem prioridade em relação à 2ª (tu, vós); a 2ª tem prioridade em relação à 3ª (ele,
eles):
• Eu e vós vamos à festa.

Quando o sujeito apresenta uma expressão partitiva (sugere “parte de algo”), seguida de substantivo ou pronome no plural, o verbo
pode ficar tanto no singular quanto no plural:
• A maioria dos alunos não se preparou para o simulado. / A maioria dos alunos não se prepararam para o simulado.

Quando o sujeito apresenta uma porcentagem, deve concordar com o valor da expressão. No entanto, quanto seguida de um subs-
tantivo (expressão partitiva), o verbo poderá concordar tanto com o numeral quanto com o substantivo:
• 27% deixaram de ir às urnas ano passado. / 1% dos eleitores votou nulo / 1% dos eleitores votaram nulo.

Quando o sujeito apresenta alguma expressão que indique quantidade aproximada, o verbo concorda com o substantivo que segue
a expressão:
• Cerca de duzentas mil pessoas compareceram à manifestação. / Mais de um aluno ficou abaixo da média na prova.

Quando o sujeito é indeterminado, o verbo deve estar sempre na terceira pessoa do singular:
• Precisa-se de balconistas. / Precisa-se de balconista.

Quando o sujeito é coletivo, o verbo permanece no singular, concordando com o coletivo partitivo:
• A multidão delirou com a entrada triunfal dos artistas. / A matilha cansou depois de tanto puxar o trenó.

Quando não existe sujeito na oração, o verbo fica na terceira pessoa do singular (impessoal):
• Faz chuva hoje

Quando o pronome relativo “que” atua como sujeito, o verbo deverá concordar em número e pessoa com o termo da oração principal
ao qual o pronome faz referência:
• Foi Maria que arrumou a casa.

Quando o sujeito da oração é o pronome relativo “quem”, o verbo pode concordar tanto com o antecedente do pronome quanto com
o próprio nome, na 3ª pessoa do singular:
• Fui eu quem arrumei a casa. / Fui eu quem arrumou a casa.

Quando o pronome indefinido ou interrogativo, atuando como sujeito, estiver no singular, o verbo deve ficar na 3ª pessoa do singular:
• Nenhum de nós merece adoecer.

Quando houver um substantivo que apresenta forma plural, porém com sentido singular, o verbo deve permanecer no singular. Ex-
ceto caso o substantivo vier precedido por determinante:
• Férias é indispensável para qualquer pessoa. / Meus óculos sumiram.

REGÊNCIA NOMINAL E VERBAL

A regência estuda as relações de concordâncias entre os termos que completam o sentido tanto dos verbos quanto dos nomes. Dessa
maneira, há uma relação entre o termo regente (principal) e o termo regido (complemento).
A regência está relacionada à transitividade do verbo ou do nome, isto é, sua complementação necessária, de modo que essa relação
é sempre intermediada com o uso adequado de alguma preposição.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Regência nominal
Na regência nominal, o termo regente é o nome, podendo ser um substantivo, um adjetivo ou um advérbio, e o termo regido é o
complemento nominal, que pode ser um substantivo, um pronome ou um numeral.
Vale lembrar que alguns nomes permitem mais de uma preposição. Veja no quadro abaixo as principais preposições e as palavras que
pedem seu complemento:

PREPOSIÇÃO NOMES
acessível; acostumado; adaptado; adequado; agradável; alusão; análogo; anterior; atento; benefício; comum;
A contrário; desfavorável; devoto; equivalente; fiel; grato; horror; idêntico; imune; indiferente; inferior; leal; necessário;
nocivo; obediente; paralelo; posterior; preferência; propenso; próximo; semelhante; sensível; útil; visível...
amante; amigo; capaz; certo; contemporâneo; convicto; cúmplice; descendente; destituído; devoto; diferente; dotado;
DE escasso; fácil; feliz; imbuído; impossível; incapaz; indigno; inimigo; inseparável; isento; junto; longe; medo; natural;
orgulhoso; passível; possível; seguro; suspeito; temeroso...
SOBRE opinião; discurso; discussão; dúvida; insistência; influência; informação; preponderante; proeminência; triunfo...
acostumado; amoroso; analogia; compatível; cuidadoso; descontente; generoso; impaciente; ingrato; intolerante;
COM
mal; misericordioso; ocupado; parecido; relacionado; satisfeito; severo; solícito; triste...
abundante; bacharel; constante; doutor; erudito; firme; hábil; incansável; inconstante; indeciso; morador; negligente;
EM
perito; prático; residente; versado...
atentado; blasfêmia; combate; conspiração; declaração; fúria; impotência; litígio; luta; protesto; reclamação;
CONTRA
representação...
PARA bom; mau; odioso; próprio; útil...

Regência verbal
Na regência verbal, o termo regente é o verbo, e o termo regido poderá ser tanto um objeto direto (não preposicionado) quanto um
objeto indireto (preposicionado), podendo ser caracterizado também por adjuntos adverbiais.
Com isso, temos que os verbos podem se classificar entre transitivos e intransitivos. É importante ressaltar que a transitividade do
verbo vai depender do seu contexto.

Verbos intransitivos: não exigem complemento, de modo que fazem sentido por si só. Em alguns casos, pode estar acompanhado
de um adjunto adverbial (modifica o verbo, indicando tempo, lugar, modo, intensidade etc.), que, por ser um termo acessório, pode ser
retirado da frase sem alterar sua estrutura sintática:
• Viajou para São Paulo. / Choveu forte ontem.

Verbos transitivos diretos: exigem complemento (objeto direto), sem preposição, para que o sentido do verbo esteja completo:
• A aluna entregou o trabalho. / A criança quer bolo.

Verbos transitivos indiretos: exigem complemento (objeto indireto), de modo que uma preposição é necessária para estabelecer o
sentido completo:
• Gostamos da viagem de férias. / O cidadão duvidou da campanha eleitoral.

Verbos transitivos diretos e indiretos: em algumas situações, o verbo precisa ser acompanhado de um objeto direto (sem preposição)
e de um objeto indireto (com preposição):
• Apresentou a dissertação à banca. / O menino ofereceu ajuda à senhora.

SIGNIFICAÇÃO DAS PALAVRAS

Este é um estudo da semântica, que pretende classificar os sentidos das palavras, as suas relações de sentido entre si. Conheça as
principais relações e suas características:

Sinonímia e antonímia
As palavras sinônimas são aquelas que apresentam significado semelhante, estabelecendo relação de proximidade. Ex: inteligente
<—> esperto
Já as palavras antônimas são aquelas que apresentam significados opostos, estabelecendo uma relação de contrariedade. Ex: forte
<—> fraco

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LÍNGUA PORTUGUESA

Parônimos e homônimos
As palavras parônimas são aquelas que possuem grafia e pro- REDAÇÃO OFICIAL: MANUAL DE REDAÇÃO DA
núncia semelhantes, porém com significados distintos. PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA (DISPONÍVEL NO SÍTIO
Ex: cumprimento (saudação) X comprimento (extensão); tráfe- DO PLANALTO NA INTERNET)
go (trânsito) X tráfico (comércio ilegal).
As palavras homônimas são aquelas que possuem a mesma O que é Redação Oficial1
grafia e pronúncia, porém têm significados diferentes. Ex: rio (verbo Em uma frase, pode-se dizer que redação oficial é a maneira
“rir”) X rio (curso d’água); manga (blusa) X manga (fruta). pela qual o Poder Público redige atos normativos e comunicações.
As palavras homófonas são aquelas que possuem a mesma Interessa-nos tratá-la do ponto de vista do Poder Executivo. A reda-
pronúncia, mas com escrita e significado diferentes. Ex: cem (nu- ção oficial deve caracterizar-se pela impessoalidade, uso do padrão
meral) X sem (falta); conserto (arrumar) X concerto (musical). culto de linguagem, clareza, concisão, formalidade e uniformidade.
As palavras homógrafas são aquelas que possuem escrita igual, Fundamentalmente esses atributos decorrem da Constituição, que
porém som e significado diferentes. Ex: colher (talher) X colher (ver- dispõe, no artigo 37: “A administração pública direta, indireta ou
bo); acerto (substantivo) X acerto (verbo). fundacional, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de lega-
Polissemia e monossemia lidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência (...)”.
As palavras polissêmicas são aquelas que podem apresentar Sendo a publicidade e a impessoalidade princípios fundamentais de
mais de um significado, a depender do contexto em que ocorre a toda administração pública, claro está que devem igualmente nor-
frase. Ex: cabeça (parte do corpo humano; líder de um grupo). tear a elaboração dos atos e comunicações oficiais. Não se concebe
Já as palavras monossêmicas são aquelas apresentam apenas que um ato normativo de qualquer natureza seja redigido de forma
um significado. Ex: eneágono (polígono de nove ângulos). obscura, que dificulte ou impossibilite sua compreensão. A transpa-
rência do sentido dos atos normativos, bem como sua inteligibili-
Denotação e conotação dade, são requisitos do próprio Estado de Direito: é inaceitável que
Palavras com sentido denotativo são aquelas que apresentam um texto legal não seja entendido pelos cidadãos. A publicidade
um sentido objetivo e literal. Ex:Está fazendo frio. / Pé da mulher. implica, pois, necessariamente, clareza e concisão. Além de atender
Palavras com sentido conotativo são aquelas que apresentam à disposição constitucional, a forma dos atos normativos obedece
um sentido simbólico, figurado. Ex: Você me olha com frieza. / Pé a certa tradição. Há normas para sua elaboração que remontam ao
da cadeira. período de nossa história imperial, como, por exemplo, a obrigato-
riedade – estabelecida por decreto imperial de 10 de dezembro de
Hiperonímia e hiponímia 1822 – de que se aponha, ao final desses atos, o número de anos
Esta classificação diz respeito às relações hierárquicas de signi- transcorridos desde a Independência. Essa prática foi mantida no
ficado entre as palavras. período republicano. Esses mesmos princípios (impessoalidade, cla-
Desse modo, um hiperônimo é a palavra superior, isto é, que reza, uniformidade, concisão e uso de linguagem formal) aplicam-se
tem um sentido mais abrangente. Ex: Fruta é hiperônimo de limão. às comunicações oficiais: elas devem sempre permitir uma única in-
Já o hipônimo é a palavra que tem o sentido mais restrito, por- terpretação e ser estritamente impessoais e uniformes, o que exige
tanto, inferior, de modo que o hiperônimo engloba o hipônimo. Ex: o uso de certo nível de linguagem. Nesse quadro, fica claro também
Limão é hipônimo de fruta. que as comunicações oficiais são necessariamente uniformes, pois
há sempre um único comunicador (o Serviço Público) e o receptor
Formas variantes dessas comunicações ou é o próprio Serviço Público (no caso de
São as palavras que permitem mais de uma grafia correta, sem expedientes dirigidos por um órgão a outro) – ou o conjunto dos
que ocorra mudança no significado. Ex: loiro – louro / enfarte – in- cidadãos ou instituições tratados de forma homogênea (o público).
farto / gatinhar – engatinhar. Outros procedimentos rotineiros na redação de comunicações
oficiais foram incorporados ao longo do tempo, como as formas de
Arcaísmo tratamento e de cortesia, certos clichês de redação, a estrutura dos
São palavras antigas, que perderam o uso frequente ao longo expedientes, etc. Mencione-se, por exemplo, a fixação dos fechos
do tempo, sendo substituídas por outras mais modernas, mas que para comunicações oficiais, regulados pela Portaria no 1 do Ministro
ainda podem ser utilizadas. No entanto, ainda podem ser bastante de Estado da Justiça, de 8 de julho de 1937, que, após mais de meio
encontradas em livros antigos, principalmente. Ex: botica <—> far- século de vigência, foi revogado pelo Decreto que aprovou a primei-
mácia / franquia <—> sinceridade. ra edição deste Manual. Acrescente-se, por fim, que a identificação
que se buscou fazer das características específicas da forma oficial
de redigir não deve ensejar o entendimento de que se proponha
a criação – ou se aceite a existência – de uma forma específica de
linguagem administrativa, o que coloquialmente e pejorativamente
se chama burocratês. Este é antes uma distorção do que deve ser a
redação oficial, e se caracteriza pelo abuso de expressões e clichês
do jargão burocrático e de formas arcaicas de construção de frases.
A redação oficial não é, portanto, necessariamente árida e infensa à
evolução da língua. É que sua finalidade básica – comunicar com im-
pessoalidade e máxima clareza – impõe certos parâmetros ao uso
1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/manual/manual.htm

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LÍNGUA PORTUGUESA

que se faz da língua, de maneira diversa daquele da literatura, do mente dinâmica, reflete de forma imediata qualquer alteração de
texto jornalístico, da correspondência particular, etc. Apresentadas costumes, e pode eventualmente contar com outros elementos que
essas características fundamentais da redação oficial, passemos à auxiliem a sua compreensão, como os gestos, a entoação, etc. Para
análise pormenorizada de cada uma delas. mencionar apenas alguns dos fatores responsáveis por essa distân-
cia. Já a língua escrita incorpora mais lentamente as transforma-
A Impessoalidade ções, tem maior vocação para a permanência, e vale-se apenas de
A finalidade da língua é comunicar, quer pela fala, quer pela si mesma para comunicar. A língua escrita, como a falada, compre-
escrita. Para que haja comunicação, são necessários: ende diferentes níveis, de acordo com o uso que dela se faça. Por
a) alguém que comunique, exemplo, em uma carta a um amigo, podemos nos valer de deter-
b) algo a ser comunicado, e minado padrão de linguagem que incorpore expressões extrema-
c) alguém que receba essa comunicação. mente pessoais ou coloquiais; em um parecer jurídico, não se há de
estranhar a presença do vocabulário técnico correspondente. Nos
No caso da redação oficial, quem comunica é sempre o Serviço dois casos, há um padrão de linguagem que atende ao uso que se
Público (este ou aquele Ministério, Secretaria, Departamento, Di- faz da língua, a finalidade com que a empregamos. O mesmo ocorre
visão, Serviço, Seção); o que se comunica é sempre algum assunto com os textos oficiais: por seu caráter impessoal, por sua finalidade
relativo às atribuições do órgão que comunica; o destinatário dessa de informar com o máximo de clareza e concisão, eles requerem o
comunicação ou é o público, o conjunto dos cidadãos, ou outro ór- uso do padrão culto da língua. Há consenso de que o padrão cul-
gão público, do Executivo ou dos outros Poderes da União. Perce- to é aquele em que a) se observam as regras da gramática formal,
be-se, assim, que o tratamento impessoal que deve ser dado aos e b) se emprega um vocabulário comum ao conjunto dos usuários
assuntos que constam das comunicações oficiais decorre: do idioma. É importante ressaltar que a obrigatoriedade do uso do
a) da ausência de impressões individuais de quem comunica: padrão culto na redação oficial decorre do fato de que ele está aci-
embora se trate, por exemplo, de um expediente assinado por Che- ma das diferenças lexicais, morfológicas ou sintáticas regionais, dos
fe de determinada Seção, é sempre em nome do Serviço Público modismos vocabulares, das idiossincrasias linguísticas, permitindo,
que é feita a comunicação. Obtém-se, assim, uma desejável padro- por essa razão, que se atinja a pretendida compreensão por todos
nização, que permite que comunicações elaboradas em diferentes os cidadãos.
setores da Administração guardem entre si certa uniformidade; Lembre-se que o padrão culto nada tem contra a simplicidade
b) da impessoalidade de quem recebe a comunicação, com de expressão, desde que não seja confundida com pobreza de ex-
duas possibilidades: ela pode ser dirigida a um cidadão, sempre pressão. De nenhuma forma o uso do padrão culto implica empre-
concebido como público, ou a outro órgão público. Nos dois casos, go de linguagem rebuscada, nem dos contorcionismos sintáticos e
temos um destinatário concebido de forma homogênea e impes- figuras de linguagem próprios da língua literária. Pode-se concluir,
soal; então, que não existe propriamente um “padrão oficial de lingua-
c) do caráter impessoal do próprio assunto tratado: se o uni- gem”; o que há é o uso do padrão culto nos atos e comunicações
verso temático das comunicações oficiais se restringe a questões oficiais. É claro que haverá preferência pelo uso de determinadas
que dizem respeito ao interesse público, é natural que não cabe expressões, ou será obedecida certa tradição no emprego das for-
qualquer tom particular ou pessoal. Desta forma, não há lugar na mas sintáticas, mas isso não implica, necessariamente, que se con-
redação oficial para impressões pessoais, como as que, por exem- sagre a utilização de uma forma de linguagem burocrática. O jargão
plo, constam de uma carta a um amigo, ou de um artigo assinado de burocrático, como todo jargão, deve ser evitado, pois terá sempre
jornal, ou mesmo de um texto literário. A redação oficial deve ser sua compreensão limitada. A linguagem técnica deve ser empre-
isenta da interferência da individualidade que a elabora. A concisão, gada apenas em situações que a exijam, sendo de evitar o seu uso
a clareza, a objetividade e a formalidade de que nos valemos para indiscriminado. Certos rebuscamentos acadêmicos, e mesmo o vo-
elaborar os expedientes oficiais contribuem, ainda, para que seja cabulário próprio a determinada área, são de difícil entendimento
alcançada a necessária impessoalidade. por quem não esteja com eles familiarizado. Deve-se ter o cuidado,
portanto, de explicitá-los em comunicações encaminhadas a outros
A Linguagem dos Atos e Comunicações Oficiais órgãos da administração e em expedientes dirigidos aos cidadãos.
A necessidade de empregar determinado nível de linguagem Outras questões sobre a linguagem, como o emprego de neologis-
nos atos e expedientes oficiais decorre, de um lado, do próprio ca- mo e estrangeirismo, são tratadas em detalhe em 9.3. Semântica.
ráter público desses atos e comunicações; de outro, de sua finalida-
de. Os atos oficiais, aqui entendidos como atos de caráter normati- Formalidade e Padronização
vo, ou estabelecem regras para a conduta dos cidadãos, ou regulam As comunicações oficiais devem ser sempre formais, isto é,
o funcionamento dos órgãos públicos, o que só é alcançado se em obedecem a certas regras de forma: além das já mencionadas exi-
sua elaboração for empregada a linguagem adequada. O mesmo gências de impessoalidade e uso do padrão culto de linguagem, é
se dá com os expedientes oficiais, cuja finalidade precípua é a de imperativo, ainda, certa formalidade de tratamento. Não se trata
informar com clareza e objetividade. As comunicações que partem somente da eterna dúvida quanto ao correto emprego deste ou da-
dos órgãos públicos federais devem ser compreendidas por todo e quele pronome de tratamento para uma autoridade de certo nível
qualquer cidadão brasileiro. Para atingir esse objetivo, há que evitar (v. a esse respeito 2.1.3. Emprego dos Pronomes de Tratamento);
o uso de uma linguagem restrita a determinados grupos. Não há mais do que isso, a formalidade diz respeito à polidez, à civilidade
dúvida que um texto marcado por expressões de circulação restrita, no próprio enfoque dado ao assunto do qual cuida a comunicação.
como a gíria, os regionalismos vocabulares ou o jargão técnico, tem A formalidade de tratamento vincula-se, também, à necessária
sua compreensão dificultada. Ressalte-se que há necessariamente uniformidade das comunicações. Ora, se a administração federal é
uma distância entre a língua falada e a escrita. Aquela é extrema- una, é natural que as comunicações que expede sigam um mesmo

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LÍNGUA PORTUGUESA

padrão. O estabelecimento desse padrão, uma das metas deste Ma- ceder à redação de um texto que não seja seguida por sua revisão.
nual, exige que se atente para todas as características da redação “Não há assuntos urgentes, há assuntos atrasados”, diz a máxima.
oficial e que se cuide, ainda, da apresentação dos textos. A clareza Evite-se, pois, o atraso, com sua indesejável repercussão no redigir.
datilográfica, o uso de papéis uniformes para o texto definitivo e a
correta diagramação do texto são indispensáveis para a padroniza- As comunicações oficiais
ção. Consulte o Capítulo II, As Comunicações Oficiais, a respeito de A redação das comunicações oficiais deve, antes de tudo, se-
normas específicas para cada tipo de expediente. guir os preceitos explicitados no Capítulo I, Aspectos Gerais da
Redação Oficial. Além disso, há características específicas de cada
Concisão e Clareza tipo de expediente, que serão tratadas em detalhe neste capítulo.
A concisão é antes uma qualidade do que uma característica do Antes de passarmos à sua análise, vejamos outros aspectos comuns
texto oficial. Conciso é o texto que consegue transmitir um máximo a quase todas as modalidades de comunicação oficial: o emprego
de informações com um mínimo de palavras. Para que se redija com dos pronomes de tratamento, a forma dos fechos e a identificação
essa qualidade, é fundamental que se tenha, além de conhecimento do signatário.
do assunto sobre o qual se escreve, o necessário tempo para revisar
o texto depois de pronto. É nessa releitura que muitas vezes se Pronomes de Tratamento
percebem eventuais redundâncias ou repetições desnecessárias
de ideias. O esforço de sermos concisos atende, basicamente ao Breve História dos Pronomes de Tratamento
princípio de economia linguística, à mencionada fórmula de empre- O uso de pronomes e locuções pronominais de tratamento tem
gar o mínimo de palavras para informar o máximo. Não se deve de larga tradição na língua portuguesa. De acordo com Said Ali, após
forma alguma entendê-la como economia de pensamento, isto é, serem incorporados ao português os pronomes latinos tu e vos,
não se devem eliminar passagens substanciais do texto no afã de “como tratamento direto da pessoa ou pessoas a quem se dirigia a
reduzi-lo em tamanho. Trata-se exclusivamente de cortar palavras palavra”, passou-se a empregar, como expediente linguístico de dis-
inúteis, redundâncias, passagens que nada acrescentem ao que já tinção e de respeito, a segunda pessoa do plural no tratamento de
foi dito. Procure perceber certa hierarquia de ideias que existe em pessoas de hierarquia superior. Prossegue o autor: “Outro modo de
todo texto de alguma complexidade: ideias fundamentais e ideias tratamento indireto consistiu em fingir que se dirigia a palavra a um
secundárias. Estas últimas podem esclarecer o sentido daquelas de- atributo ou qualidade eminente da pessoa de categoria superior, e
talhá-las, exemplificá-las; mas existem também ideias secundárias não a ela própria. Assim aproximavam-se os vassalos de seu rei com
que não acrescentam informação alguma ao texto, nem têm maior o tratamento de vossa mercê, vossa senhoria (...); assim usou-se
relação com as fundamentais, podendo, por isso, ser dispensadas. A o tratamento ducal de vossa excelência e adotou-se na hierarquia
clareza deve ser a qualidade básica de todo texto oficial, conforme eclesiástica vossa reverência, vossa paternidade, vossa eminência,
já sublinhado na introdução deste capítulo. Pode-se definir como vossa santidade. ” A partir do final do século XVI, esse modo de
claro aquele texto que possibilita imediata compreensão pelo leitor. tratamento indireto já estava em voga também para os ocupantes
No entanto a clareza não é algo que se atinja por si só: ela depende de certos cargos públicos. Vossa mercê evoluiu para vosmecê, e de-
estritamente das demais características da redação oficial. Para ela pois para o coloquial você. E o pronome vós, com o tempo, caiu em
concorrem: desuso. É dessa tradição que provém o atual emprego de pronomes
a) a impessoalidade, que evita a duplicidade de interpretações de tratamento indireto como forma de dirigirmo-nos às autorida-
que poderia decorrer de um tratamento personalista dado ao texto; des civis, militares e eclesiásticas.
b) o uso do padrão culto de linguagem, em princípio, de en-
tendimento geral e por definição avesso a vocábulos de circulação Concordância com os Pronomes de Tratamento
restrita, como a gíria e o jargão; Os pronomes de tratamento (ou de segunda pessoa indireta)
c) a formalidade e a padronização, que possibilitam a impres- apresentam certas peculiaridades quanto à concordância verbal,
cindível uniformidade dos textos; nominal e pronominal. Embora se refiram à segunda pessoa gra-
d) a concisão, que faz desaparecer do texto os excessos linguís- matical (à pessoa com quem se fala, ou a quem se dirige a comuni-
ticos que nada lhe acrescentam. cação), levam a concordância para a terceira pessoa. É que o verbo
concorda com o substantivo que integra a locução como seu núcleo
É pela correta observação dessas características que se redige sintático: “Vossa Senhoria nomeará o substituto”; “Vossa Excelên-
com clareza. Contribuirá, ainda, a indispensável releitura de todo cia conhece o assunto”. Da mesma forma, os pronomes possessivos
texto redigido. A ocorrência, em textos oficiais, de trechos obscuros referidos a pronomes de tratamento são sempre os da terceira pes-
e de erros gramaticais provém principalmente da falta da releitu- soa: “Vossa Senhoria nomeará seu substituto” (e não “Vossa... vos-
ra que torna possível sua correção. Na revisão de um expediente, so...”). Já quanto aos adjetivos referidos a esses pronomes, o gênero
deve-se avaliar, ainda, se ele será de fácil compreensão por seu gramatical deve coincidir com o sexo da pessoa a que se refere, e
destinatário. O que nos parece óbvio pode ser desconhecido por não com o substantivo que compõe a locução. Assim, se nosso in-
terceiros. O domínio que adquirimos sobre certos assuntos em de- terlocutor for homem, o correto é “Vossa Excelência está atarefa-
corrência de nossa experiência profissional muitas vezes faz com do”, “Vossa Senhoria deve estar satisfeito”; se for mulher, “Vossa
que os tomemos como de conhecimento geral, o que nem sempre Excelência está atarefada”, “Vossa Senhoria deve estar satisfeita”.
é verdade. Explicite, desenvolva, esclareça, precise os termos técni-
cos, o significado das siglas e abreviações e os conceitos específicos Emprego dos Pronomes de Tratamento
que não possam ser dispensados. A revisão atenta exige, necessa- Como visto, o emprego dos pronomes de tratamento obedece
riamente, tempo. A pressa com que são elaboradas certas comu- a secular tradição. São de uso consagrado:
nicações quase sempre compromete sua clareza. Não se deve pro- Vossa Excelência, para as seguintes autoridades:

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LÍNGUA PORTUGUESA

a) do Poder Executivo; Em comunicações oficiais, está abolido o uso do tratamento


Presidente da República; digníssimo (DD), às autoridades arroladas na lista anterior. A dig-
Vice-Presidente da República; nidade é pressuposto para que se ocupe qualquer cargo público,
Ministros de Estado; sendo desnecessária sua repetida evocação.
Governadores e Vice-Governadores de Estado e do Distrito Fe- Vossa Senhoria é empregado para as demais autoridades e
deral; para particulares. O vocativo adequado é:
Oficiais-Generais das Forças Armadas; Senhor Fulano de Tal,
Embaixadores; (...)
Secretários-Executivos de Ministérios e demais ocupantes de
cargos de natureza especial; No envelope, deve constar do endereçamento:
Secretários de Estado dos Governos Estaduais; Ao Senhor
Prefeitos Municipais. Fulano de Tal
Rua ABC, nº 123
b) do Poder Legislativo: 70.123 – Curitiba. PR
Deputados Federais e Senadores;
Ministro do Tribunal de Contas da União; Como se depreende do exemplo acima fica dispensado o em-
Deputados Estaduais e Distritais; prego do superlativo ilustríssimo para as autoridades que recebem
Conselheiros dos Tribunais de Contas Estaduais; o tratamento de Vossa Senhoria e para particulares. É suficiente o
Presidentes das Câmaras Legislativas Municipais. uso do pronome de tratamento Senhor. Acrescente-se que doutor
não é forma de tratamento, e sim título acadêmico. Evite usá-lo
c) do Poder Judiciário: indiscriminadamente. Como regra geral, empregue-o apenas em
Ministros dos Tribunais Superiores; comunicações dirigidas a pessoas que tenham tal grau por terem
Membros de Tribunais; concluído curso universitário de doutorado. É costume designar por
Juízes; doutor os bacharéis, especialmente os bacharéis em Direito e em
Auditores da Justiça Militar. Medicina. Nos demais casos, o tratamento Senhor confere a dese-
jada formalidade às comunicações. Mencionemos, ainda, a forma
O vocativo a ser empregado em comunicações dirigidas aos Vossa Magnificência, empregada por força da tradição, em comu-
Chefes de Poder é Excelentíssimo Senhor, seguido do cargo respec- nicações dirigidas a reitores de universidade. Corresponde-lhe o
tivo: vocativo:
Excelentíssimo Senhor Presidente da República,
Excelentíssimo Senhor Presidente do Congresso Nacional, Magnífico Reitor,
Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo Tribunal Fede- (...)
ral.
Os pronomes de tratamento para religiosos, de acordo com a
As demais autoridades serão tratadas com o vocativo Senhor, hierarquia eclesiástica, são:
seguido do cargo respectivo:
Senhor Senador, Vossa Santidade, em comunicações dirigidas ao Papa. O voca-
Senhor Juiz, tivo correspondente é:
Senhor Ministro, Santíssimo Padre,
Senhor Governador, (...)

No envelope, o endereçamento das comunicações dirigidas às Vossa Eminência ou Vossa Eminência Reverendíssima, em co-
autoridades tratadas por Vossa Excelência, terá a seguinte forma: municações aos Cardeais. Corresponde-lhe o vocativo:
Eminentíssimo Senhor Cardeal, ou
A Sua Excelência o Senhor Eminentíssimo e Reverendíssimo Senhor Cardeal,
Fulano de Tal (...)
Ministro de Estado da Justiça
70.064-900 – Brasília. DF Vossa Excelência Reverendíssima é usado em comunicações
dirigidas a Arcebispos e Bispos; Vossa Reverendíssima ou Vossa Se-
A Sua Excelência o Senhor nhoria Reverendíssima para Monsenhores, Cônegos e superiores
Senador Fulano de Tal religiosos. Vossa Reverência é empregado para sacerdotes, clérigos
Senado Federal e demais religiosos.
70.165-900 – Brasília. DF
Fechos para Comunicações
A Sua Excelência o Senhor O fecho das comunicações oficiais possui, além da finalidade
Fulano de Tal óbvia de arrematar o texto, a de saudar o destinatário. Os modelos
Juiz de Direito da 10a Vara Cível para fecho que vinham sendo utilizados foram regulados pela Por-
Rua ABC, no 123 taria nº1 do Ministério da Justiça, de 1937, que estabelecia quinze
01.010-000 – São Paulo. SP

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LÍNGUA PORTUGUESA

padrões. Com o fito de simplificá-los e uniformizá-los, este Manual d) destinatário: o nome e o cargo da pessoa a quem é dirigida
estabelece o emprego de somente dois fechos diferentes para to- a comunicação. No caso do ofício deve ser incluído também o en-
das as modalidades de comunicação oficial: dereço.
a) para autoridades superiores, inclusive o Presidente da Re-
pública: e) texto: nos casos em que não for de mero encaminhamento
Respeitosamente, de documentos, o expediente deve conter a seguinte estrutura:
b) para autoridades de mesma hierarquia ou de hierarquia in- – Introdução, que se confunde com o parágrafo de abertura,
ferior: na qual é apresentado o assunto que motiva a comunicação. Evite o
Atenciosamente, uso das formas: “Tenho a honra de”, “Tenho o prazer de”, “Cumpre-
-me informar que”, empregue a forma direta;
Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações dirigidas a au- – Desenvolvimento, no qual o assunto é detalhado; se o texto
toridades estrangeiras, que atendem a rito e tradição próprios, de- contiver mais de uma ideia sobre o assunto, elas devem ser tratadas
vidamente disciplinados no Manual de Redação do Ministério das em parágrafos distintos, o que confere maior clareza à exposição;
Relações Exteriores. – Conclusão, em que é reafirmada ou simplesmente reapresen-
tada a posição recomendada sobre o assunto.
Identificação do Signatário
Excluídas as comunicações assinadas pelo Presidente da Repú- Os parágrafos do texto devem ser numerados, exceto nos casos
blica, todas as demais comunicações oficiais devem trazer o nome e em que estes estejam organizados em itens ou títulos e subtítulos.
o cargo da autoridade que as expede, abaixo do local de sua assina- Já quando se tratar de mero encaminhamento de documentos
tura. A forma da identificação deve ser a seguinte: a estrutura é a seguinte:
– Introdução: deve iniciar com referência ao expediente que
(espaço para assinatura) solicitou o encaminhamento. Se a remessa do documento não tiver
NOME sido solicitada, deve iniciar com a informação do motivo da comu-
Chefe da Secretária-geral da Presidência da República nicação, que é encaminhar, indicando a seguir os dados completos
do documento encaminhado (tipo, data, origem ou signatário, e as-
(espaço para assinatura) sunto de que trata), e a razão pela qual está sendo encaminhado,
NOME segundo a seguinte fórmula:
Ministro de Estado da Justiça “Em resposta ao Aviso nº 12, de 1º de fevereiro de 1991, enca-
minho, anexa, cópia do Ofício nº 34, de 3 de abril de 1990, do Depar-
Para evitar equívocos, recomenda-se não deixar a assinatura tamento Geral de Administração, que trata da requisição do servi-
em página isolada do expediente. Transfira para essa página ao me- dor Fulano de Tal. ” Ou “Encaminho, para exame e pronunciamento,
nos a última frase anterior ao fecho. a anexa cópia do telegrama no 12, de 1o de fevereiro de 1991, do
Presidente da Confederação Nacional de Agricultura, a respeito de
O Padrão Ofício projeto de modernização de técnicas agrícolas na região Nordeste. ”
Há três tipos de expedientes que se diferenciam antes pela fi- – Desenvolvimento: se o autor da comunicação desejar fazer
nalidade do que pela forma: o ofício, o aviso e o memorando. Com algum comentário a respeito do documento que encaminha, pode-
o fito de uniformizá-los, pode-se adotar uma diagramação única, rá acrescentar parágrafos de desenvolvimento; em caso contrário,
que siga o que chamamos de padrão ofício. As peculiaridades de não há parágrafos de desenvolvimento em aviso ou ofício de mero
cada um serão tratadas adiante; por ora busquemos as suas seme- encaminhamento.
lhanças.
f) fecho (v. 2.2. Fechos para Comunicações);
Partes do documento no Padrão Ofício
O aviso, o ofício e o memorando devem conter as seguintes g) assinatura do autor da comunicação; e
partes:
a) tipo e número do expediente, seguido da sigla do órgão que h) identificação do signatário (v. 2.3. Identificação do Signa-
o expede: tário).
Exemplos:
Mem. 123/2002-MF Aviso 123/2002-SG Of. 123/2002-MME Forma de diagramação
Os documentos do Padrão Ofício5 devem obedecer à seguinte
b) local e data em que foi assinado, por extenso, com alinha- forma de apresentação:
mento à direita: a) deve ser utilizada fonte do tipo Times New Roman de corpo
Exemplo: 12 no texto em geral, 11 nas citações, e 10 nas notas de rodapé;
13 b) para símbolos não existentes na fonte Times New Roman po-
Brasília, 15 de março de 1991. der-se-á utilizar as fontes Symbol e Wingdings;
c) é obrigatória constar a partir da segunda página o número
c) assunto: resumo do teor do documento da página;
Exemplos: d) os ofícios, memorandos e anexos destes poderão ser impres-
Assunto: Produtividade do órgão em 2002. sos em ambas as faces do papel. Neste caso, as margens esquerda
Assunto: Necessidade de aquisição de novos computadores. e direta terão as distâncias invertidas nas páginas pares (“margem
espelho”);

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LÍNGUA PORTUGUESA

e) o início de cada parágrafo do texto deve ter 2,5 cm de distân- Memorando


cia da margem esquerda;
f) o campo destinado à margem lateral esquerda terá, no míni- — Definição e Finalidade
mo, 3,0 cm de largura; O memorando é a modalidade de comunicação entre unidades
g) o campo destinado à margem lateral direita terá 1,5 cm; 5 O administrativas de um mesmo órgão, que podem estar hierarquica-
constante neste item aplica-se também à exposição de motivos e à mente em mesmo nível ou em nível diferente. Trata-se, portanto,
mensagem (v. 4. Exposição de Motivos e 5. Mensagem). de uma forma de comunicação eminentemente interna. Pode ter
h) deve ser utilizado espaçamento simples entre as linhas e de caráter meramente administrativo, ou ser empregado para a ex-
6 pontos após cada parágrafo, ou, se o editor de texto utilizado não posição de projetos, ideias, diretrizes, etc. a serem adotados por
comportar tal recurso, de uma linha em branco; determinado setor do serviço público. Sua característica principal é
i) não deve haver abuso no uso de negrito, itálico, sublinhado, a agilidade. A tramitação do memorando em qualquer órgão deve
letras maiúsculas, sombreado, sombra, relevo, bordas ou qualquer pautar-se pela rapidez e pela simplicidade de procedimentos buro-
outra forma de formatação que afete a elegância e a sobriedade do cráticos. Para evitar desnecessário aumento do número de comuni-
documento; cações, os despachos ao memorando devem ser dados no próprio
j) a impressão dos textos deve ser feita na cor preta em papel documento e, no caso de falta de espaço, em folha de continuação.
branco. A impressão colorida deve ser usada apenas para gráficos Esse procedimento permite formar uma espécie de processo sim-
e ilustrações; plificado, assegurando maior transparência à tomada de decisões,
l) todos os tipos de documentos do Padrão Ofício devem ser e permitindo que se historie o andamento da matéria tratada no
impressos em papel de tamanho A-4, ou seja, 29,7 x 21,0 cm; memorando.
m) deve ser utilizado, preferencialmente, o formato de arquivo
Rich Text nos documentos de texto; — Forma e Estrutura
n) dentro do possível, todos os documentos elaborados devem Quanto a sua forma, o memorando segue o modelo do padrão
ter o arquivo de texto preservado para consulta posterior ou apro- ofício, com a diferença de que o seu destinatário deve ser mencio-
veitamento de trechos para casos análogos; nado pelo cargo que ocupa.
o) para facilitar a localização, os nomes dos arquivos devem Exemplos:
ser formados da seguinte maneira: tipo do documento + número do Ao Sr. Chefe do Departamento de Administração Ao Sr. Subche-
documento + palavras-chaves do conteúdo Ex.: “Of. 123 - relatório fe para Assuntos Jurídicos
produtividade ano 2002”
Exposição de Motivos
Aviso e Ofício
— Definição e Finalidade
— Definição e Finalidade Exposição de motivos é o expediente dirigido ao Presidente da
Aviso e ofício são modalidades de comunicação oficial pratica- República ou ao Vice-Presidente para:
mente idênticas. A única diferença entre eles é que o aviso é expe- a) informá-lo de determinado assunto;
dido exclusivamente por Ministros de Estado, para autoridades de b) propor alguma medida; ou
mesma hierarquia, ao passo que o ofício é expedido para e pelas c) submeter a sua consideração projeto de ato normativo.
demais autoridades. Ambos têm como finalidade o tratamento de
assuntos oficiais pelos órgãos da Administração Pública entre si e, Em regra, a exposição de motivos é dirigida ao Presidente da
no caso do ofício, também com particulares. República por um Ministro de Estado.
Nos casos em que o assunto tratado envolva mais de um Mi-
— Forma e Estrutura nistério, a exposição de motivos deverá ser assinada por todos os
Quanto a sua forma, aviso e ofício seguem o modelo do padrão Ministros envolvidos, sendo, por essa razão, chamada de intermi-
ofício, com acréscimo do vocativo, que invoca o destinatário (v. 2.1 nisterial.
Pronomes de Tratamento), seguido de vírgula.
Exemplos: — Forma e Estrutura
Excelentíssimo Senhor Presidente da República Formalmente, a exposição de motivos tem a apresentação do
Senhora Ministra padrão ofício (v. 3. O Padrão Ofício). O anexo que acompanha a
Senhor Chefe de Gabinete exposição de motivos que proponha alguma medida ou apresente
Devem constar do cabeçalho ou do rodapé do ofício as seguin- projeto de ato normativo, segue o modelo descrito adiante. A ex-
tes informações do remetente: posição de motivos, de acordo com sua finalidade, apresenta duas
– Nome do órgão ou setor; formas básicas de estrutura: uma para aquela que tenha caráter
– Endereço postal; exclusivamente informativo e outra para a que proponha alguma
– telefone E endereço de correio eletrônico. medida ou submeta projeto de ato normativo.
No primeiro caso, o da exposição de motivos que simplesmen-
te leva algum assunto ao conhecimento do Presidente da República,
sua estrutura segue o modelo antes referido para o padrão ofício.
Já a exposição de motivos que submeta à consideração do Pre-
sidente da República a sugestão de alguma medida a ser adotada
ou a que lhe apresente projeto de ato normativo – embora sigam

37
LÍNGUA PORTUGUESA

também a estrutura do padrão ofício –, além de outros comentá- a) permitir a adequada reflexão sobre o problema que se busca
rios julgados pertinentes por seu autor, devem, obrigatoriamente, resolver;
apontar: b) ensejar mais profunda avaliação das diversas causas do pro-
a) na introdução: o problema que está a reclamar a adoção da blema e dos efeitos que pode ter a adoção da medida ou a edição
medida ou do ato normativo proposto; do ato, em consonância com as questões que devem ser analisadas
b) no desenvolvimento: o porquê de ser aquela medida ou na elaboração de proposições normativas no âmbito do Poder Exe-
aquele ato normativo o ideal para se solucionar o problema, e even- cutivo (v. 10.4.3.).
tuais alternativas existentes para equacioná-lo; c) conferir perfeita transparência aos atos propostos.
c) na conclusão, novamente, qual medida deve ser tomada, ou
qual ato normativo deve ser editado para solucionar o problema. Dessa forma, ao atender às questões que devem ser analisadas
na elaboração de atos normativos no âmbito do Poder Executivo,
Deve, ainda, trazer apenso o formulário de anexo à exposição o texto da exposição de motivos e seu anexo complementam-se e
de motivos, devidamente preenchido, de acordo com o seguinte formam um todo coeso: no anexo, encontramos uma avaliação pro-
modelo previsto no Anexo II do Decreto no 4.176, de 28 de março funda e direta de toda a situação que está a reclamar a adoção de
de 2002. certa providência ou a edição de um ato normativo; o problema a
Anexo à Exposição de Motivos do (indicar nome do Ministério ser enfrentado e suas causas; a solução que se propõe, seus efeitos
ou órgão equivalente) nº de 200. e seus custos; e as alternativas existentes. O texto da exposição de
motivos fica, assim, reservado à demonstração da necessidade da
1. Síntese do problema ou da situação que reclama providências providência proposta: por que deve ser adotada e como resolverá o
2. Soluções e providências contidas no ato normativo ou na problema. Nos casos em que o ato proposto for questão de pessoal
medida proposta (nomeação, promoção, ascensão, transferência, readaptação, rever-
3. Alternativas existentes às medidas propostas são, aproveitamento, reintegração, recondução, remoção, exoneração,
Mencionar: demissão, dispensa, disponibilidade, aposentadoria), não é necessário
- Se há outro projeto do Executivo sobre a matéria; o encaminhamento do formulário de anexo à exposição de motivos.
- Se há projetos sobre a matéria no Legislativo; Ressalte-se que:
- Outras possibilidades de resolução do problema. – A síntese do parecer do órgão de assessoramento jurídico
não dispensa o encaminhamento do parecer completo;
4. Custos – O tamanho dos campos do anexo à exposição de motivos
Mencionar: pode ser alterado de acordo com a maior ou menor extensão dos
- Se a despesa decorrente da medida está prevista na lei orça- comentários a serem ali incluídos.
mentária anual; se não, quais as alternativas para custeá-la;
- Se é o caso de solicitar-se abertura de crédito extraordinário, Ao elaborar uma exposição de motivos, tenha presente que
especial ou suplementar; a atenção aos requisitos básicos da redação oficial (clareza, concisão,
- Valor a ser despendido em moeda corrente; impessoalidade, formalidade, padronização e uso do padrão culto de
linguagem) deve ser redobrada. A exposição de motivos é a principal
5. Razões que justificam a urgência (a ser preenchido somente modalidade de comunicação dirigida ao Presidente da República pelos
se o ato proposto for medido provisória ou projeto de lei que deva Ministros. Além disso, pode, em certos casos, ser encaminhada cópia
tramitar em regime de urgência) ao Congresso Nacional ou ao Poder Judiciário ou, ainda, ser publicada
Mencionar: no Diário Oficial da União, no todo ou em parte.
- Se o problema configura calamidade pública;
- Por que é indispensável a vigência imediata; Mensagem
- Se se trata de problema cuja causa ou agravamento não te-
nham sido previstos; — Definição e Finalidade
- Se se trata de desenvolvimento extraordinário de situação já É o instrumento de comunicação oficial entre os Chefes dos
prevista. Poderes Públicos, notadamente as mensagens enviadas pelo Chefe
do Poder Executivo ao Poder Legislativo para informar sobre fato
6. Impacto sobre o meio ambiente (sempre que o ato ou medi- da Administração Pública; expor o plano de governo por ocasião
da proposta possa vir a tê-lo) da abertura de sessão legislativa; submeter ao Congresso Nacional
7. Alterações propostas matérias que dependem de deliberação de suas Casas; apresentar
8. Síntese do parecer do órgão jurídico veto; enfim, fazer e agradecer comunicações de tudo quanto seja
de interesse dos poderes públicos e da Nação. Minuta de mensa-
Com base em avaliação do ato normativo ou da medida pro- gem pode ser encaminhada pelos Ministérios à Presidência da Re-
posta à luz das questões levantadas no item 10.4.3. pública, a cujas assessorias caberá a redação final. As mensagens
A falta ou insuficiência das informações prestadas pode acar- mais usuais do Poder Executivo ao Congresso Nacional têm as se-
retar, a critério da Subchefia para Assuntos Jurídicos da Casa Civil, guintes finalidades:
a devolução do projeto de ato normativo para que se complete o a) encaminhamento de projeto de lei ordinária, complemen-
exame ou se reformule a proposta. O preenchimento obrigatório do tar ou financeira. Os projetos de lei ordinária ou complementar são
anexo para as exposições de motivos que proponham a adoção de enviados em regime normal (Constituição, art. 61) ou de urgência
alguma medida ou a edição de ato normativo tem como finalidade: (Constituição, art. 64, §§ 1o a 4o). Cabe lembrar que o projeto pode
ser encaminhado sob o regime normal e mais tarde ser objeto de

38
LÍNGUA PORTUGUESA

nova mensagem, com solicitação de urgência. Em ambos os casos, para exame e parecer da Comissão Mista permanente (Constitui-
a mensagem se dirige aos Membros do Congresso Nacional, mas é ção, art. 166, § 1o), sob pena de a Câmara dos Deputados realizar a
encaminhada com aviso do Chefe da Casa Civil da Presidência da tomada de contas (Constituição, art. 51, II), em procedimento disci-
República ao Primeiro Secretário da Câmara dos Deputados, para plinado no art. 215 do seu Regimento Interno.
que tenha início sua tramitação (Constituição, art. 64, caput). Quan- g) mensagem de abertura da sessão legislativa.
to aos projetos de lei financeira (que compreendem plano pluria- Ela deve conter o plano de governo, exposição sobre a situação
nual, diretrizes orçamentárias, orçamentos anuais e créditos adicio- do País e solicitação de providências que julgar necessárias (Cons-
nais), as mensagens de encaminhamento dirigem-se aos Membros tituição, art. 84, XI). O portador da mensagem é o Chefe da Casa
do Congresso Nacional, e os respectivos avisos são endereçados ao Civil da Presidência da República. Esta mensagem difere das demais
Primeiro Secretário do Senado Federal. A razão é que o art. 166 porque vai encadernada e é distribuída a todos os Congressistas em
da Constituição impõe a deliberação congressual sobre as leis fi- forma de livro.
nanceiras em sessão conjunta, mais precisamente, “na forma do h) comunicação de sanção (com restituição de autógrafos).
regimento comum”. E à frente da Mesa do Congresso Nacional está Esta mensagem é dirigida aos Membros do Congresso Nacio-
o Presidente do Senado Federal (Constituição, art. 57, § 5o), que co- nal, encaminhada por Aviso ao Primeiro Secretário da Casa onde
manda as sessões conjuntas. As mensagens aqui tratadas coroam o se originaram os autógrafos. Nela se informa o número que tomou
processo desenvolvido no âmbito do Poder Executivo, que abrange a lei e se restituem dois exemplares dos três autógrafos recebidos,
minucioso exame técnico, jurídico e econômico-financeiro das ma- nos quais o Presidente da República terá aposto o despacho de san-
térias objeto das proposições por elas encaminhadas. Tais exames ção.
materializam-se em pareceres dos diversos órgãos interessados no i) comunicação de veto.
assunto das proposições, entre eles o da Advocacia-Geral da União. Dirigida ao Presidente do Senado Federal (Constituição, art. 66,
Mas, na origem das propostas, as análises necessárias constam da § 1o), a mensagem informa sobre a decisão de vetar, se o veto é
exposição de motivos do órgão onde se geraram (v. 3.1. Exposição parcial, quais as disposições vetadas, e as razões do veto. Seu texto
de Motivos) – exposição que acompanhará, por cópia, a mensagem vai publicado na íntegra no Diário Oficial da União (v. 4.2. Forma e
de encaminhamento ao Congresso. Estrutura), ao contrário das demais mensagens, cuja publicação se
b) encaminhamento de medida provisória. restringe à notícia do seu envio ao Poder Legislativo. (v. 19.6.Veto)
Para dar cumprimento ao disposto no art. 62 da Constituição, j) outras mensagens.
o Presidente da República encaminha mensagem ao Congresso,
dirigida a seus membros, com aviso para o Primeiro Secretário do Também são remetidas ao Legislativo com regular frequência
Senado Federal, juntando cópia da medida provisória, autenticada mensagens com:
pela Coordenação de Documentação da Presidência da República. – Encaminhamento de atos internacionais que acarretam en-
c) indicação de autoridades. cargos ou compromissos gravosos (Constituição, art. 49, I);
As mensagens que submetem ao Senado Federal a indicação – Pedido de estabelecimento de alíquotas aplicáveis às opera-
de pessoas para ocuparem determinados cargos (magistrados dos ções e prestações interestaduais e de exportação
Tribunais Superiores, Ministros do TCU, Presidentes e Diretores do (Constituição, art. 155, § 2o, IV);
Banco Central, Procurador-Geral da República, Chefes de Missão Di- – Proposta de fixação de limites globais para o montante da
plomática, etc.) têm em vista que a Constituição, no seu art. 52, inci- dívida consolidada (Constituição, art. 52, VI);
sos III e IV, atribui àquela Casa do Congresso Nacional competência – Pedido de autorização para operações financeiras externas
privativa para aprovar a indicação. O curriculum vitae do indicado, (Constituição, art. 52, V); e outros.
devidamente assinado, acompanha a mensagem.
d) pedido de autorização para o Presidente ou o Vice-Presiden- Entre as mensagens menos comuns estão as de:
te da República se ausentarem do País por mais de 15 dias. Trata- – Convocação extraordinária do Congresso Nacional (Constitui-
-se de exigência constitucional (Constituição, art. 49, III, e 83), e a ção, art. 57, § 6o);
autorização é da competência privativa do Congresso Nacional. O – Pedido de autorização para exonerar o Procurador-Geral da
Presidente da República, tradicionalmente, por cortesia, quando a República (art. 52, XI, e 128, § 2o);
ausência é por prazo inferior a 15 dias, faz uma comunicação a cada – Pedido de autorização para declarar guerra e decretar mobi-
Casa do Congresso, enviando-lhes mensagens idênticas. lização nacional (Constituição, art. 84, XIX);
e) encaminhamento de atos de concessão e renovação de – Pedido de autorização ou referendo para celebrar a paz
concessão de emissoras de rádio e TV. A obrigação de submeter (Constituição, art. 84, XX);
tais atos à apreciação do Congresso Nacional consta no inciso XII – Justificativa para decretação do estado de defesa ou de sua
do artigo 49 da Constituição. Somente produzirão efeitos legais a prorrogação (Constituição, art. 136, § 4o);
outorga ou renovação da concessão após deliberação do Congresso – Pedido de autorização para decretar o estado de sítio (Cons-
Nacional (Constituição, art. 223, § 3o). Descabe pedir na mensagem tituição, art. 137);
a urgência prevista no art. 64 da Constituição, porquanto o § 1o do – Relato das medidas praticadas na vigência do estado de sítio
art. 223 já define o prazo da tramitação. Além do ato de outorga ou de defesa (Constituição, art. 141, parágrafo único);
ou renovação, acompanha a mensagem o correspondente processo – Proposta de modificação de projetos de leis financeiras
administrativo. (Constituição, art. 166, § 5o);
f) encaminhamento das contas referentes ao exercício ante-
rior. O Presidente da República tem o prazo de sessenta dias após a
abertura da sessão legislativa para enviar ao Congresso Nacional as
contas referentes ao exercício anterior (Constituição, art. 84, XXIV),

39
LÍNGUA PORTUGUESA

– Pedido de autorização para utilizar recursos que ficarem sem Correio Eletrônico
despesas correspondentes, em decorrência de veto, emenda ou re-
jeição do projeto de lei orçamentária anual (Constituição, art. 166, — Definição e finalidade
§ 8o); Correio eletrônico (“e-mail”), por seu baixo custo e celeridade,
– Pedido de autorização para alienar ou conceder terras públi- transformou-se na principal forma de comunicação para transmis-
cas com área superior a 2.500 ha (Constituição, art. 188, § 1o); etc. são de documentos.

— Forma e Estrutura — Forma e Estrutura


As mensagens contêm: Um dos atrativos de comunicação por correio eletrônico é sua
a) a indicação do tipo de expediente e de seu número, horizon- flexibilidade. Assim, não interessa definir forma rígida para sua es-
talmente, no início da margem esquerda: trutura. Entretanto, deve-se evitar o uso de linguagem incompatí-
Mensagem no vel com uma comunicação oficial (v. 1.2 A Linguagem dos Atos e
b) vocativo, de acordo com o pronome de tratamento e o cargo Comunicações Oficiais). O campo assunto do formulário de correio
do destinatário, horizontalmente, no início da margem esquerda; eletrônico mensagem deve ser preenchido de modo a facilitar a or-
Excelentíssimo Senhor Presidente do Senado Federal, ganização documental tanto do destinatário quanto do remetente.
c) o texto, iniciando a 2 cm do vocativo; Para os arquivos anexados à mensagem deve ser utilizado, prefe-
d) o local e a data, verticalmente a 2 cm do final do texto, e rencialmente, o formato Rich Text. A mensagem que encaminha al-
horizontalmente fazendo coincidir seu final com a margem direita. gum arquivo deve trazer informações mínimas sobre seu conteúdo.
A mensagem, como os demais atos assinados pelo Presidente Sempre que disponível, deve-se utilizar recurso de confirmação de
da República, não traz identificação de seu signatário. leitura. Caso não seja disponível, deve constar na mensagem o pe-
dido de confirmação de recebimento.
Telegrama
—Valor documental
— Definição e Finalidade Nos termos da legislação em vigor, para que a mensagem de
Com o fito de uniformizar a terminologia e simplificar os proce- correio eletrônico tenha valor documental, i. é, para que possa ser
dimentos burocráticos, passa a receber o título de telegrama toda aceito como documento original, é necessário existir certificação di-
comunicação oficial expedida por meio de telegrafia, telex, etc. Por gital que ateste a identidade do remetente, na forma estabelecida
tratar-se de forma de comunicação dispendiosa aos cofres públicos em lei.
e tecnologicamente superada, deve restringir-se o uso do telegra-
ma apenas àquelas situações que não seja possível o uso de correio
eletrônico ou fax e que a urgência justifique sua utilização e, tam- COLOCAÇÃO DO PRONOME ÁTONO.
bém em razão de seu custo elevado, esta forma de comunicação
deve pautar-se pela concisão (v. 1.4. Concisão e Clareza). A colocação do pronome átono está relacionada à harmonia da
frase. A tendência do português falado no Brasil é o uso do prono-
— Forma e Estrutura me antes do verbo – próclise. No entanto, há casos em que a norma
Não há padrão rígido, devendo-se seguir a forma e a estrutura culta prescreve o emprego do pronome no meio – mesóclise – ou
dos formulários disponíveis nas agências dos Correios e em seu sítio após o verbo – ênclise.
na Internet. De acordo com a norma culta, no português escrito não se ini-
cia um período com pronome oblíquo átono. Assim, se na lingua-
Fax gem falada diz-se “Me encontrei com ele”, já na linguagem escrita,
formal, usa-se “Encontrei-me’’ com ele.
— Definição e Finalidade Sendo a próclise a tendência, é aconselhável que se fixem bem
O fax (forma abreviada já consagrada de fac-símile) é uma for- as poucas regras de mesóclise e ênclise. Assim, sempre que estas
ma de comunicação que está sendo menos usada devido ao desen- não forem obrigatórias, deve-se usar a próclise, a menos que preju-
volvimento da Internet. É utilizado para a transmissão de mensa- dique a eufonia da frase.
gens urgentes e para o envio antecipado de documentos, de cujo
conhecimento há premência, quando não há condições de envio do Próclise
documento por meio eletrônico. Quando necessário o original, ele Na próclise, o pronome é colocado antes do verbo.
segue posteriormente pela via e na forma de praxe. Se necessário Palavra de sentido negativo: Não me falou a verdade.
o arquivamento, deve-se fazê-lo com cópia xerox do fax e não com Advérbios sem pausa em relação ao verbo: Aqui te espero pa-
o próprio fax, cujo papel, em certos modelos, se deteriora rapida- cientemente.
mente. Havendo pausa indicada por vírgula, recomenda-se a ênclise:
Ontem, encontrei-o no ponto do ônibus.
— Forma e Estrutura Pronomes indefinidos: Ninguém o chamou aqui.
Os documentos enviados por fax mantêm a forma e a estrutura Pronomes demonstrativos: Aquilo lhe desagrada.
que lhes são inerentes. É conveniente o envio, juntamente com o Orações interrogativas: Quem lhe disse tal coisa?
documento principal, de folha de rosto, i. é., de pequeno formulário Orações optativas (que exprimem desejo), com sujeito ante-
com os dados de identificação da mensagem a ser enviada, confor- posto ao verbo: Deus lhe pague, Senhor!
me exemplo a seguir: Orações exclamativas: Quanta honra nos dá sua visita!

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LÍNGUA PORTUGUESA

Orações substantivas, adjetivas e adverbiais, desde que não se- Observação


jam reduzidas: Percebia que o observavam. Não se deve omitir o hífen nas seguintes construções:
Verbo no gerúndio, regido de preposição em: Em se plantando, Devo-lhe dizer tudo.
tudo dá. Estava-lhe dizendo tudo.
Verbo no infinitivo pessoal precedido de preposição: Seus in- Havia-lhe dito tudo.
tentos são para nos prejudicarem.

Ênclise QUESTÕES
Na ênclise, o pronome é colocado depois do verbo.
Verbo no início da oração, desde que não esteja no futuro do 1. (FMPA – MG)
indicativo: Trago-te flores. Assinale o item em que a palavra destacada está incorretamen-
Verbo no imperativo afirmativo: Amigos, digam-me a verdade! te aplicada:
Verbo no gerúndio, desde que não esteja precedido pela pre- (A) Trouxeram-me um ramalhete de flores fragrantes.
posição em: Saí, deixando-a aflita. (B) A justiça infligiu pena merecida aos desordeiros.
Verbo no infinitivo impessoal regido da preposição a. Com (C) Promoveram uma festa beneficiente para a creche.
outras preposições é facultativo o emprego de ênclise ou próclise: (D) Devemos ser fieis aos cumprimentos do dever.
Apressei-me a convidá-los. (E) A cessão de terras compete ao Estado.

Mesóclise 2. (UEPB – 2010)


Na mesóclise, o pronome é colocado no meio do verbo. Um debate sobre a diversidade na escola reuniu alguns, dos
É obrigatória somente com verbos no futuro do presente ou no maiores nomes da educação mundial na atualidade.
futuro do pretérito que iniciam a oração.
Dir-lhe-ei toda a verdade. Carlos Alberto Torres
Far-me-ias um favor? 1
O tema da diversidade tem a ver com o tema identidade. Por-
tanto, 2quando você discute diversidade, um tema que cabe muito no
Se o verbo no futuro vier precedido de pronome reto ou de 3
pensamento pós-modernista, está discutindo o tema da 4diversida-
qualquer outro fator de atração, ocorrerá a próclise. de não só em ideias contrapostas, mas também em 5identidades que
Eu lhe direi toda a verdade. se mexem, que se juntam em uma só pessoa. E 6este é um processo
Tu me farias um favor? de aprendizagem. Uma segunda afirmação é 7que a diversidade está
relacionada com a questão da educação 8e do poder. Se a diversidade
Colocação do pronome átono nas locuções verbais fosse a simples descrição 9demográfica da realidade e a realidade fos-
Verbo principal no infinitivo ou gerúndio: Se a locução verbal se uma boa articulação 10dessa descrição demográfica em termos de
não vier precedida de um fator de próclise, o pronome átono deve- constante articulação 11democrática, você não sentiria muito a pre-
rá ficar depois do auxiliar ou depois do verbo principal. sença do tema 12diversidade neste instante. Há o termo diversidade
Exemplos: porque há 13uma diversidade que implica o uso e o abuso de poder,
Devo-lhe dizer a verdade. de uma 14perspectiva ética, religiosa, de raça, de classe.
Devo dizer-lhe a verdade. […]

Havendo fator de próclise, o pronome átono deverá ficar antes Rosa Maria Torres
do auxiliar ou depois do principal. 15
O tema da diversidade, como tantos outros, hoje em dia, abre
Exemplos: 16
muitas versões possíveis de projeto educativo e de projeto 17po-
Não lhe devo dizer a verdade. lítico e social. É uma bandeira pela qual temos que reivindicar, 18e
Não devo dizer-lhe a verdade. pela qual temos reivindicado há muitos anos, a necessidade 19de
reconhecer que há distinções, grupos, valores distintos, e 20que a
Verbo principal no particípio: Se não houver fator de próclise, escola deve adequar-se às necessidades de cada grupo. 21Porém, o
o pronome átono ficará depois do auxiliar. tema da diversidade também pode dar lugar a uma 22série de coisas
Exemplo: Havia-lhe dito a verdade. indesejadas.
[…]
Se houver fator de próclise, o pronome átono ficará antes do
auxiliar. Adaptado da Revista Pátio, Diversidade na educação: limites e possibi-
Exemplo: Não lhe havia dito a verdade. lidades. Ano V, nº 20, fev./abr. 2002, p. 29.

Haver de e ter de + infinitivo: Pronome átono deve ficar depois


do infinitivo.
Exemplos:
Hei de dizer-lhe a verdade.
Tenho de dizer-lhe a verdade.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Do enunciado “O tema da diversidade tem a ver com o tema Assinale a alternativa correta quanto ao uso adequado de ho-
identidade.” (ref. 1), pode-se inferir que mônimos e parônimos.
I – “Diversidade e identidade” fazem parte do mesmo campo (A) I e III.
semântico, sendo a palavra “identidade” considerada um hiperôni- (B) II e III.
mo, em relação à “diversidade”. (C) II apenas.
II – há uma relação de intercomplementariedade entre “diversi- (D) Todas incorretas.
dade e identidade”, em função do efeito de sentido que se instaura
no paradigma argumentativo do enunciado. 5. (UFMS – 2009)
III – a expressão “tem a ver” pode ser considerada de uso co- Leia o artigo abaixo, intitulado “Uma questão de tempo”, de
loquial e indica nesse contexto um vínculo temático entre “diversi- Miguel Sanches Neto, extraído da Revista Nova Escola Online, em
dade e identidade”. 30/09/08. Em seguida, responda.
“Demorei para aprender ortografia. E essa aprendizagem con-
Marque a alternativa abaixo que apresenta a(s) proposi- tou com a ajuda dos editores de texto, no computador. Quando eu
ção(ões) verdadeira(s). cometia uma infração, pequena ou grande, o programa grifava em
(A) I, apenas vermelho meu deslize. Fui assim me obrigando a escrever minima-
(B) II e III mente do jeito correto.
(C) III, apenas Mas de meu tempo de escola trago uma grande descoberta,
(D) II, apenas a do monstro ortográfico. O nome dele era Qüeqüi Güegüi. Sim,
(E) I e II esse animal existiu de fato. A professora de Português nos disse que
devíamos usar trema nas sílabas qüe, qüi, güe e güi quando o u é
3. (UNIFOR CE – 2006) pronunciado. Fiquei com essa expressão tão sonora quanto enig-
Dia desses, por alguns momentos, a cidade parou. As televi- mática na cabeça.
sões hipnotizaram os espectadores que assistiram, sem piscar, ao Quando meditava sobre algum problema terrível – pois na pré-
resgate de uma mãe e de uma filha. Seu automóvel caíra em um -adolescência sempre temos problemas terríveis –, eu tentava me
rio. Assisti ao evento em um local público. Ao acabar o noticiário, o libertar da coisa repetindo em voz alta: “Qüeqüi Güegüi”. Se numa
silêncio em volta do aparelho se desfez e as pessoas retomaram as prova de Matemática eu não conseguia me lembrar de uma fórmu-
suas ocupações habituais. Os celulares recomeçaram a tocar. Per- la, lá vinham as palavras mágicas.
guntei-me: indiferença? Se tomarmos a definição ao pé da letra, Um desses problemas terríveis, uma namorada, ouvindo minha
indiferença é sinônimo de desdém, de insensibilidade, de apatia e evocação, quis saber o que era esse tal de Qüeqüi Güegüi.
de negligência. Mas podemos considerá-la também uma forma de – Você nunca ouviu falar nele? – perguntei.
ceticismo e desinteresse, um “estado físico que não apresenta nada – Ainda não fomos apresentados – ela disse.
de particular”; enfim, explica o Aurélio, uma atitude de neutralida- – É o abominável monstro ortográfico – fiz uma falsa voz de
de. terror.
Conclusão? Impassíveis diante da emoção, imperturbáveis – E ele faz o quê?
diante da paixão, imunes à angústia, vamos hoje burilando nossa – Atrapalha a gente na hora de escrever.
indiferença. Não nos indignamos mais! À distância de tudo, segui- Ela riu e se desinteressou do assunto. Provavelmente não sabia
mos surdos ao barulho do mundo lá fora. Dos movimentos de mas- usar trema nem se lembrava da regrinha.
sa “quentes” (lembram-se do “Diretas Já”?) onde nos fundíamos na Aos poucos, eu me habituei a colocar as letras e os sinais no
igualdade, passamos aos gestos frios, nos quais indiferença e dis- lugar certo. Como essa aprendizagem foi demorada, não sei se con-
tância são fenômenos inseparáveis. Neles, apesar de iguais, somos seguirei escrever de outra forma – agora que teremos novas regras.
estrangeiros ao destino de nossos semelhantes. […] Por isso, peço desde já que perdoem meus futuros erros, que servi-
rão ao menos para determinar minha idade.
(Mary Del Priore. Histórias do cotidiano. São Paulo: Contexto, 2001. – Esse aí é do tempo do trema.”
p.68)
Assinale a alternativa correta.
Dentre todos os sinônimos apresentados no texto para o vo- (A) As expressões “monstro ortográfico” e “abominável mons-
cábulo indiferença, o que melhor se aplica a ele, considerando-se tro ortográfico” mantêm uma relação hiperonímica entre si.
o contexto, é (B) Em “– Atrapalha a gente na hora de escrever”, conforme a
(A) ceticismo. norma culta do português, a palavra “gente” pode ser substi-
(B) desdém. tuída por “nós”.
(C) apatia. (C) A frase “Fui-me obrigando a escrever minimamente do jeito
(D) desinteresse. correto”, o emprego do pronome oblíquo átono está correto de
(E) negligência. acordo com a norma culta da língua portuguesa.
(D) De acordo com as explicações do autor, as palavras pregüiça
4. (CASAN – 2015) Observe as sentenças. e tranqüilo não serão mais grafadas com o trema.
I. Com medo do escuro, a criança ascendeu a luz. (E) A palavra “evocação” (3° parágrafo) pode ser substituída no
II. É melhor deixares a vida fluir num ritmo tranquilo. texto por “recordação”, mas haverá alteração de sentido.
III. O tráfico nas grandes cidades torna-se cada dia mais difícil
para os carros e os pedestres.

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LÍNGUA PORTUGUESA

6. (FMU) Leia as expressões destacadas na seguinte passagem: A locução “No entanto” tem importante papel na estrutura do
“E comecei a sentir falta das pequenas brigas por causa do tempero texto. Sua função resume-se em:
na salada – o meu jeito de querer bem.” (A) ligar duas orações que querem dizer exatamente a mesma
Tais expressões exercem, respectivamente, a função sintática coisa.
de: (B) separar acontecimentos que se sucedem cronologicamen-
(A) objeto indireto e aposto te.
(B) objeto indireto e predicativo do sujeito (C) ligar duas observações contrárias acerca do mesmo assun-
(C) complemento nominal e adjunto adverbial de modo to.
(D) complemento nominal e aposto (D) apresentar uma alternativa para a primeira ideia expressa.
(E) adjunto adnominal e adjunto adverbial de modo (E) introduzir uma conclusão após os argumentos apresenta-
dos.
7. (PUC-SP) Dê a função sintática do termo destacado em: “De-
pressa esqueci o Quincas Borba”. 12. (IBFC – 2013) Leia as sentenças:
(A) objeto direto É preciso que ela se encante por mim!
(B) sujeito Chegou à conclusão de que saiu no prejuízo.
(C) agente da passiva
(D) adjunto adverbial Assinale abaixo a alternativa que classifica, correta e respecti-
(E) aposto vamente, as orações subordinadas substantivas (O.S.S.) destacadas:
(A) O.S.S. objetiva direta e O.S.S. objetiva indireta.
8. (MACK-SP) Aponte a alternativa que expressa a função sintá- (B) O.S.S. subjetiva e O.S.S. completiva nominal
tica do termo destacado: “Parece enfermo, seu irmão”. (C) O.S.S. subjetiva e O.S.S. objetiva indireta.
(A) Sujeito (D) O.S.S. objetiva direta e O.S.S. completiva nominal.
(B) Objeto direto
(C) Predicativo do sujeito 13. (ADVISE-2013) Todos os enunciados abaixo correspondem
(D) Adjunto adverbial a orações subordinadas substantivas, exceto:
(E) Adjunto adnominal (A) Espero sinceramente isto: que vocês não faltem mais.
(B) Desejo que ela volte.
9. (OSEC-SP) “Ninguém parecia disposto ao trabalho naquela (C) Gostaria de que todos me apoiassem.
manhã de segunda-feira”. (D) Tenho medo de que esses assessores me traiam.
(A) Predicativo (E) Os jogadores que foram convocados apresentaram-se on-
(B) Complemento nominal tem.
(C) Objeto indireto
(D) Adjunto adverbial 14. (PUC-SP) “Pode-se dizer que a tarefa é puramente formal.”
(E) Adjunto adnominal No texto acima temos uma oração destacada que é ________e
um “se” que é . ________.
10. (MACK-SP) “Não se fazem motocicletas como antigamen- (A) substantiva objetiva direta, partícula apassivadora
te”. O termo destacado funciona como: (B) substantiva predicativa, índice de indeterminação do sujeito
(A) Objeto indireto (C) relativa, pronome reflexivo
(B) Objeto direto (D) substantiva subjetiva, partícula apassivadora
(C) Adjunto adnominal (E) adverbial consecutiva, índice de indeterminação do sujeito
(D) Vocativo
(E) Sujeito 15. (UEMG) “De repente chegou o dia dos meus setenta anos.
Fiquei entre surpresa e divertida, setenta, eu? Mas tudo parece
11. (UFRJ) Esparadrapo ter sido ontem! No século em que a maioria quer ter vinte anos
Há palavras que parecem exatamente o que querem dizer. “Es- (trinta a gente ainda aguenta), eu estava fazendo setenta. Pior: du-
paradrapo”, por exemplo. Quem quebrou a cara fica mesmo com vidando disso, pois ainda escutava em mim as risadas da menina
cara de esparadrapo. No entanto, há outras, aliás de nobre sentido, que queria correr nas lajes do pátio quando chovia, que pescava
que parecem estar insinuando outra coisa. Por exemplo, “incuná- lambaris com o pai no laguinho, que chorava em filme do Gordo e
bulo*”. Magro, quando a mãe a levava à matinê. (Eu chorava alto com pena
dos dois, a mãe ficava furiosa.)
QUINTANA, Mário. Da preguiça como método de trabalho. Rio de A menina que levava castigo na escola porque ria fora de hora,
Janeiro, Globo. 1987. p. 83. porque se distraía olhando o céu e nuvens pela janela em lugar de
prestar atenção, porque devagarinho empurrava o estojo de lápis
*Incunábulo: [do lat. Incunabulu; berço]. Adj. 1- Diz-se do livro até a beira da mesa, e deixava cair com estrondo sabendo que os
impresso até o ano de 1500./ S.m. 2 – Começo, origem. meninos, mais que as meninas, se botariam de quatro catando lá-
pis, canetas, borracha – as tediosas regras de ordem e quietude se-
riam rompidas mais uma vez.
Fazendo a toda hora perguntas loucas, ela aborrecia os profes-
sores e divertia a turma: apenas porque não queria ser diferente,
queria ser amada, queria ser natural, não queria que soubessem

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LÍNGUA PORTUGUESA

que ela, doze anos, além de histórias em quadrinhos e novelinhas 18. (Mackenzie) Há uma concordância inaceitável de acordo
açucaradas, lia teatro grego – sem entender – e achava emocionan- com a gramática:
te. I - Os brasileiros somos todos eternos sonhadores.
(E até do futuro namorado, aos quinze anos, esconderia isso.) II - Muito obrigadas! – disseram as moças.
O meu aniversário: primeiro pensei numa grande celebração, III - Sr. Deputado, V. Exa. Está enganada.
eu que sou avessa a badalações e gosto de grupos bem pequenos. IV - A pobre senhora ficou meio confusa.
Mas pensei, setenta vale a pena! Afinal já é bastante tempo! Logo V - São muito estudiosos os alunos e as alunas deste curso.
me dei conta de que hoje setenta é quase banal, muita gente com
oitenta ainda está ativo e presente. (A) em I e II
Decidi apenas reunir filhos e amigos mais chegados (tarefa difí- (B) apenas em IV
cil, escolher), e deixar aquela festona para outra década.” (C) apenas em III
(D) em II, III e IV
LUFT, 2014, p.104-105 (E) apenas em II

Leia atentamente a oração destacada no período a seguir: 19. (CESCEM–SP) Já ___ anos, ___ neste local árvores e flores.
“(...) pois ainda escutava em mim as risadas da menina que Hoje, só ___ ervas daninhas.
queria correr nas lajes do pátio (...)” (A) fazem, havia, existe
(B) fazem, havia, existe
Assinale a alternativa em que a oração em negrito e sublinhada (C) fazem, haviam, existem
apresenta a mesma classificação sintática da destacada acima. (D) faz, havia, existem
(A) “A menina que levava castigo na escola porque ria fora de (E) faz, havia, existe
hora (...)”
(B) “(...) e deixava cair com estrondo sabendo que os meninos, 20. (IBGE) Indique a opção correta, no que se refere à concor-
mais que as meninas, se botariam de quatro catando lápis, ca- dância verbal, de acordo com a norma culta:
netas, borracha (...)” (A) Haviam muitos candidatos esperando a hora da prova.
(C) “(...) não queria que soubessem que ela (...)” (B) Choveu pedaços de granizo na serra gaúcha.
(D) “Logo me dei conta de que hoje setenta é quase banal (...)” (C) Faz muitos anos que a equipe do IBGE não vem aqui.
(D) Bateu três horas quando o entrevistador chegou.
16. (FUNRIO – 2012) “Todos querem que nós (E) Fui eu que abriu a porta para o agente do censo.
____________________.”
21. (FUVEST – 2001) A única frase que NÃO apresenta desvio
Apenas uma das alternativas completa coerente e adequada- em relação à regência (nominal e verbal) recomendada pela norma
mente a frase acima. Assinale-a. culta é:
(A) desfilando pelas passarelas internacionais. (A) O governador insistia em afirmar que o assunto principal
(B) desista da ação contra aquele salafrário. seria “as grandes questões nacionais”, com o que discordavam
(C) estejamos prontos em breve para o trabalho. líderes pefelistas.
(D) recuperássemos a vaga de motorista da firma. (B) Enquanto Cuba monopolizava as atenções de um clube, do
(E) tentamos aquele emprego novamente. qual nem sequer pediu para integrar, a situação dos outros pa-
íses passou despercebida.
17. (ITA - 1997) Assinale a opção que completa corretamente as (C) Em busca da realização pessoal, profissionais escolhem a
lacunas do texto a seguir: dedo aonde trabalhar, priorizando à empresas com atuação
“Todas as amigas estavam _______________ ansiosas social.
_______________ ler os jornais, pois foram informadas de que as (D) Uma família de sem-teto descobriu um sofá deixado por um
críticas foram ______________ indulgentes ______________ ra- morador não muito consciente com a limpeza da cidade.
paz, o qual, embora tivesse mais aptidão _______________ ciên- (E) O roteiro do filme oferece uma versão de como consegui-
cias exatas, demonstrava uma certa propensão _______________ mos um dia preferir a estrada à casa, a paixão e o sonho à regra,
arte.” a aventura à repetição.

(A) meio - para - bastante - para com o - para - para a 22. (FUVEST) Assinale a alternativa que preenche corretamente
(B) muito - em - bastante - com o - nas - em as lacunas correspondentes.
(C) bastante - por - meias - ao - a - à A arma ___ se feriu desapareceu.
(D) meias - para - muito - pelo - em - por Estas são as pessoas ___ lhe falei.
(E) bem - por - meio - para o - pelas – na Aqui está a foto ___ me referi.
Encontrei um amigo de infância ___ nome não me lembrava.
Passamos por uma fazenda ___ se criam búfalos.

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LÍNGUA PORTUGUESA

(A) que, de que, à que, cujo, que. 28. (SEDUC/SP – 2018) Preencha as lacunas das frases abaixo
(B) com que, que, a que, cujo qual, onde. com “por que”, “porque”, “por quê” ou “porquê”. Depois, assinale a
(C) com que, das quais, a que, de cujo, onde. alternativa que apresenta a ordem correta, de cima para baixo, de
(D) com a qual, de que, que, do qual, onde. classificação.
(E) que, cujas, as quais, do cujo, na cuja. “____________ o céu é azul?”
“Meus pais chegaram atrasados, ____________ pegaram trân-
23. (FESP) Observe a regência verbal e assinale a opção falsa: sito pelo caminho.”
(A) Avisaram-no que chegaríamos logo. “Gostaria muito de saber o ____________ de você ter faltado
(B) Informei-lhe a nota obtida. ao nosso encontro.”
(C) Os motoristas irresponsáveis, em geral, não obedecem aos “A Alemanha é considerada uma das grandes potências mun-
sinais de trânsito. diais. ____________?”
(D) Há bastante tempo que assistimos em São Paulo.
(E) Muita gordura não implica saúde. (A) Porque – porquê – por que – Por quê
(B) Porque – porquê – por que – Por quê
24. (IBGE) Assinale a opção em que todos os adjetivos devem (C) Por que – porque – porquê – Por quê
ser seguidos pela mesma preposição: (D) Porquê – porque – por quê – Por que
(A) ávido / bom / inconsequente (E) Por que – porque – por quê – Porquê
(B) indigno / odioso / perito
(C) leal / limpo / oneroso 29. (CEITEC – 2012) Os vocábulos Emergir e Imergir são parô-
(D) orgulhoso / rico / sedento nimos: empregar um pelo outro acarreta grave confusão no que
(E) oposto / pálido / sábio se quer expressar. Nas alternativas abaixo, só uma apresenta uma
frase em que se respeita o devido sentido dos vocábulos, selecio-
25. (TRE-MG) Observe a regência dos verbos das frases reescri- nando convenientemente o parônimo adequado à frase elaborada.
tas nos itens a seguir: Assinale-a.
I - Chamaremos os inimigos de hipócritas. Chamaremos aos ini- (A) A descoberta do plano de conquista era eminente.
migos de hipócritas; (B) O infrator foi preso em flagrante.
II - Informei-lhe o meu desprezo por tudo. Informei-lhe do meu (C) O candidato recebeu despensa das duas últimas provas.
desprezo por tudo; (D) O metal delatou ao ser submetido à alta temperatura.
III - O funcionário esqueceu o importante acontecimento. O (E) Os culpados espiam suas culpas na prisão.
funcionário esqueceu-se do importante acontecimento.
30. (FMU) Assinale a alternativa em que todas as palavras estão
A frase reescrita está com a regência correta em: grafadas corretamente.
(A) I apenas (A) paralisar, pesquisar, ironizar, deslizar
(B) II apenas (B) alteza, empreza, francesa, miudeza
(C) III apenas (C) cuscus, chimpazé, encharcar, encher
(D) I e III apenas (D) incenso, abcesso, obsessão, luxação
(E) I, II e III (E) chineza, marquês, garrucha, meretriz

26. (INSTITUTO AOCP/2017 – EBSERH) Assinale a alternativa 31. (VUNESP/2017 – TJ-SP) Assinale a alternativa em que todas
em que todas as palavras estão adequadamente grafadas. as palavras estão corretamente grafadas, considerando-se as regras
(A) Silhueta, entretenimento, autoestima. de acentuação da língua padrão.
(B) Rítimo, silueta, cérebro, entretenimento. (A) Remígio era homem de carater, o que surpreendeu D. Firmi-
(C) Altoestima, entreterimento, memorização, silhueta. na, que aceitou o matrimônio de sua filha.
(D) Célebro, ansiedade, auto-estima, ritmo. (B) O consôlo de Fadinha foi ver que Remígio queria desposa-la
(E) Memorização, anciedade, cérebro, ritmo. apesar de sua beleza ter ido embora depois da doença.
(C) Com a saúde de Fadinha comprometida, Remígio não con-
27. (ALTERNATIVE CONCURSOS/2016 – CÂMARA DE BANDEI- seguia se recompôr e viver tranquilo.
RANTES-SC) Algumas palavras são usadas no nosso cotidiano de (D) Com o triúnfo do bem sobre o mal, Fadinha se recuperou,
forma incorreta, ou seja, estão em desacordo com a norma culta Remígio resolveu pedí-la em casamento.
padrão. Todas as alternativas abaixo apresentam palavras escritas (E) Fadinha não tinha mágoa por não ser mais tão bela; agora,
erroneamente, exceto em: interessava-lhe viver no paraíso com Remígio.
(A) Na bandeija estavam as xícaras antigas da vovó.
(B) É um privilégio estar aqui hoje. 32. (PUC-RJ) Aponte a opção em que as duas palavras são acen-
(C) Fiz a sombrancelha no salão novo da cidade. tuadas devido à mesma regra:
(D) A criança estava com desinteria. (A) saí – dói
(E) O bebedoro da escola estava estragado. (B) relógio – própria
(C) só – sóis
(D) dá – custará
(E) até – pé

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LÍNGUA PORTUGUESA

33. (UEPG ADAPTADA) Sobre a acentuação gráfica das palavras (D) “Oportunamente serão divulgados os resultados de tão
agradável, automóvel e possível, assinale o que for correto. importante encontro, mas, enquanto nordestinos e alagoanos
(A) Em razão de a letra L no final das palavras transferir a toni- sentimos, na pele e na alma a dor dos mais altos índices de
cidade para a última sílaba, é necessário que se marque grafi- sofrimento, da infância mais pobre.”
camente a sílaba tônica das paroxítonas terminadas em L, se (E) “Oportunamente, serão divulgados os resultados de tão
isso não fosse feito, poderiam ser lidas como palavras oxítonas. importante encontro, mas, enquanto nordestinos e alagoanos,
(B) São acentuadas porque são proparoxítonas terminadas em sentimos, na pele e na alma, a dor dos mais altos índices de
L. sofrimento da infância mais pobre.”
(C) São acentuadas porque são oxítonas terminadas em L.
(D) São acentuadas porque terminam em ditongo fonético – 37. (F.E. BAURU) Assinale a alternativa em que há erro de pon-
eu. tuação:
(E) São acentuadas porque são paroxítonas terminadas em L. (A) Era do conhecimento de todos a hora da prova, mas, alguns
se atrasaram.
34. (IFAL – 2016 ADAPTADA) Quanto à acentuação das palavras, (B) A hora da prova era do conhecimento de todos; alguns se
assinale a afirmação verdadeira. atrasaram, porém.
(A) A palavra “tendem” deveria ser acentuada graficamente, (C) Todos conhecem a hora da prova; não se atrasem, pois.
como “também” e “porém”. (D) Todos conhecem a hora da prova, portanto não se atrasem.
(B) As palavras “saíra”, “destruída” e “aí” acentuam-se pela (E) N.D.A
mesma razão.
(C) O nome “Luiz” deveria ser acentuado graficamente, pela 38. (VUNESP – 2020) Assinale a alternativa correta quanto à
mesma razão que a palavra “país”. pontuação.
(D) Os vocábulos “é”, “já” e “só” recebem acento por constituí- (A) Colaboradores da Universidade Federal do Paraná afirma-
rem monossílabos tônicos fechados. ram: “Os cristais de urato podem provocar graves danos nas
(E) Acentuam-se “simpática”, “centímetros”, “simbólica” por- articulações.”.
que todas as paroxítonas são acentuadas. (B) A prescrição de remédios e a adesão, ao tratamento, por
parte dos pacientes são baixas.
35. (MACKENZIE) Indique a alternativa em que nenhuma pala- (C) É uma inflamação, que desencadeia a crise de gota; diag-
vra é acentuada graficamente: nosticada a partir do reconhecimento de intensa dor, no local.
(A) lapis, canoa, abacaxi, jovens (D) A ausência de dor não pode ser motivo para a interrupção
(B) ruim, sozinho, aquele, traiu do tratamento conforme o editorial diz: – (é preciso que o do-
(C) saudade, onix, grau, orquídea ente confie em seu médico).
(D) voo, legua, assim, tênis (E) A qualidade de vida, do paciente, diminui pois a dor no local
(E) flores, açucar, album, virus da inflamação é bastante intensa!

36. (IFAL - 2011) 39. (ENEM – 2018)


Parágrafo do Editorial “Nossas crianças, hoje”. Física com a boca
“Oportunamente serão divulgados os resultados de tão impor- Por que nossa voz fica tremida ao falar na frente do ventilador?
tante encontro, mas enquanto nordestinos e alagoanos sentimos Além de ventinho, o ventilador gera ondas sonoras. Quando
na pele e na alma a dor dos mais altos índices de sofrimento da você não tem mais o que fazer e fica falando na frente dele, as on-
infância mais pobre. Nosso Estado e nossa região padece de índices das da voz se propagam na direção contrária às do ventilador. Davi
vergonhosos no tocante à mortalidade infantil, à educação básica e Akkerman – presidente da Associação Brasileira para a Qualidade
tantos outros indicadores terríveis.” (Gazeta de Alagoas, seção Opi- Acústica – diz que isso causa o mismatch, nome bacana para o de-
nião, 12.10.2010) sencontro entre as ondas. “O vento também contribui para a distor-
O primeiro período desse parágrafo está corretamente pontua- ção da voz, pelo fato de ser uma vibração que influencia no som”,
do na alternativa: diz. Assim, o ruído do ventilador e a influência do vento na propaga-
(A) “Oportunamente, serão divulgados os resultados de tão ção das ondas contribuem para distorcer sua bela voz.
importante encontro, mas enquanto nordestinos e alagoanos,
sentimos na pele e na alma a dor dos mais altos índices de so- Disponível em: http://super.abril.com.br. Acesso em: 30 jul. 2012
frimento da infância mais pobre.” (adaptado).
(B) “Oportunamente serão divulgados os resultados de tão
importante encontro, mas enquanto nordestinos e alagoanos
sentimos, na pele e na alma, a dor dos mais altos índices de
sofrimento da infância mais pobre.”
(C) “Oportunamente, serão divulgados os resultados de tão
importante encontro, mas enquanto nordestinos e alagoanos,
sentimos na pele e na alma, a dor dos mais altos índices de
sofrimento da infância mais pobre.”

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LÍNGUA PORTUGUESA

Sinais de pontuação são símbolos gráficos usados para organizar a escrita e ajudar na compreensão da mensagem. No texto, o sentido
não é alterado em caso de substituição dos travessões por
(A) aspas, para colocar em destaque a informação seguinte
(B) vírgulas, para acrescentar uma caracterização de Davi Akkerman.
(C) reticências, para deixar subetendida a formação do especialista.
(D) dois-pontos, para acrescentar uma informação introduzida anteriormente.
(E) ponto e vírgula, para enumerar informações fundamentais para o desenvolvimento temático.

40. (FUNDATEC – 2016)

Sobre fonética e fonologia e conceitos relacionados a essas áreas, considere as seguintes afirmações, segundo Bechara:
I. A fonologia estuda o número de oposições utilizadas e suas relações mútuas, enquanto a fonética experimental determina a natu-
reza física e fisiológica das distinções observadas.
II. Fonema é uma realidade acústica, opositiva, que nosso ouvido registra; já letra, também chamada de grafema, é o sinal empregado
para representar na escrita o sistema sonoro de uma língua.
III. Denominam-se fonema os sons elementares e produtores da significação de cada um dos vocábulos produzidos pelos falantes da
língua portuguesa.

Quais estão INCORRETAS?


(A) Apenas I.
(B) Apenas II.
(C) Apenas III.
(D) Apenas I e II
(E) Apenas II e III.

41. (CEPERJ) Na palavra “fazer”, notam-se 5 fonemas. O mesmo número de fonemas ocorre na palavra da seguinte alternativa:
(A) Tatuar
(B) Quando
(C) Doutor
(D) Ainda
(E) Além

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LÍNGUA PORTUGUESA

42. (OSEC) Em que conjunto de signos só há consoantes sono- Os pesquisadores irão avaliar o grau de satisfação e felicidade
ras? dos participantes no 33º dia, no 66º e no último dia da abstinência.
(A) rosa, deve, navegador; Os responsáveis apontam que os usuários do Facebook gastam
(B) barcos, grande, colado; em média 17 minutos por dia na rede social. Em 99 dias sem acesso,
(C) luta, após, triste; a soma média seria equivalente a mais de 28 horas, 2que poderiam
(D) ringue, tão, pinga; ser utilizadas em “atividades emocionalmente mais realizadoras”.
(E) que, ser, tão.
(http://codigofonte.uol.com.br. Adaptado.)
43. (UFRGS – 2010) No terceiro e no quarto parágrafos do tex-
to, o autor faz referência a uma oposição entre dois níveis de análi- Após ler o texto acima, examine as passagens do primeiro pa-
se de uma língua: o fonético e o gramatical. rágrafo: “Uma organização não governamental holandesa está pro-
Verifique a que nível se referem as características do português pondo um desafio” “O objetivo é medir o grau de felicidade dos
falado em Portugal a seguir descritas, identificando-as com o núme- usuários longe da rede social.”
ro 1 (fonético) ou com o número 2 (gramatical). A utilização dos artigos destacados justifica-se em razão:
( ) Construções com infinitivo, como estou a fazer, em lugar de (A) da retomada de informações que podem ser facilmente de-
formas com gerúndio, como estou fazendo. preendidas pelo contexto, sendo ambas equivalentes seman-
( ) Emprego frequente da vogal tônica com timbre aberto em ticamente.
palavras como académico e antónimo, (B) de informações conhecidas, nas duas ocorrências, sendo
( ) Uso frequente de consoante com som de k final da sílaba, possível a troca dos artigos nos enunciados, pois isso não alte-
como em contacto e facto. raria o sentido do texto.
( ) Certos empregos do pretérito imperfeito para designar fu- (C) da generalização, no primeiro caso, com a introdução de
turo do pretérito, como em Eu gostava de ir até lá por Eu gostaria informação conhecida, e da especificação, no segundo, com
de ir até lá. informação nova.
(D) da introdução de uma informação nova, no primeiro caso,
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de e da retomada de uma informação já conhecida, no segundo.
cima para baixo, é: (E) de informações novas, nas duas ocorrências, motivo pelo
(A) 2 – 1 – 1 – 2. qual são introduzidas de forma mais generalizada
(B) 2 – 1 – 2 – 1.
(C) 1 – 2 – 1 – 2. 47. (UFMG-ADAPTADA) As expressões em negrito correspon-
(D) 1 – 1 – 2 – 2. dem a um adjetivo, exceto em:
(E) 1 – 2 – 2 – 1. (A) João Fanhoso anda amanhecendo sem entusiasmo.
(B) Demorava-se de propósito naquele complicado banho.
44. (FUVEST-SP) Foram formadas pelo mesmo processo as se- (C) Os bichos da terra fugiam em desabalada carreira.
guintes palavras: (D) Noite fechada sobre aqueles ermos perdidos da caatinga
(A) vendavais, naufrágios, polêmicas sem fim.
(B) descompõem, desempregados, desejava (E) E ainda me vem com essa conversa de homem da roça.
(C) estendendo, escritório, espírito
(D) quietação, sabonete, nadador 48. (UMESP) Na frase “As negociações estariam meio abertas
(E) religião, irmão, solidão só depois de meio período de trabalho”, as palavras destacadas são,
respectivamente:
45. (FUVEST) Assinale a alternativa em que uma das palavras (A) adjetivo, adjetivo
não é formada por prefixação: (B) advérbio, advérbio
(A) readquirir, predestinado, propor (C) advérbio, adjetivo
(B) irregular, amoral, demover (D) numeral, adjetivo
(C) remeter, conter, antegozar (E) numeral, advérbio
(D) irrestrito, antípoda, prever
(E) dever, deter, antever 49. (ITA-SP)
Beber é mal, mas é muito bom.
46. (UNIFESP - 2015) Leia o seguinte texto:
Você conseguiria ficar 99 dias sem o Facebook? (FERNANDES, Millôr. Mais! Folha de S. Paulo, 5 ago. 2001, p. 28.)
Uma organização não governamental holandesa está propondo
um desafio que muitos poderão considerar impossível: ficar 99 dias A palavra “mal”, no caso específico da frase de Millôr, é:
sem dar nem uma “olhadinha” no Facebook. O objetivo é medir o (A) adjetivo
grau de felicidade dos usuários longe da rede social. (B) substantivo
O projeto também é uma resposta aos experimentos psicológi- (C) pronome
cos realizados pelo próprio Facebook. A diferença neste caso é que (D) advérbio
o teste é completamente voluntário. Ironicamente, para poder par- (E) preposição
ticipar, o usuário deve trocar a foto do perfil no Facebook e postar
um contador na rede social.

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LÍNGUA PORTUGUESA

50. (PUC-SP) “É uma espécie... nova... completamente nova!


33 E
(Mas já) tem nome... Batizei-(a) logo... Vou-(lhe) mostrar...”. Sob o
ponto de vista morfológico, as palavras destacadas correspondem 34 B
pela ordem, a: 35 B
(A) conjunção, preposição, artigo, pronome
(B) advérbio, advérbio, pronome, pronome 36 E
(C) conjunção, interjeição, artigo, advérbio 37 A
(D) advérbio, advérbio, substantivo, pronome
38 A
(E) conjunção, advérbio, pronome, pronome
39 B
GABARITO 40 C
41 B
1 C 42 D
2 B 43 A
3 D 44 D
4 C 45 E
5 C 46 D
6 A 47 B
7 D 48 B
8 C 49 B
9 B 50 E
10 E
11 C ANOTAÇÕES
12 B
13 E ______________________________________________________
14 B ______________________________________________________
15 A
______________________________________________________
16 C
17 A ______________________________________________________
18 C ______________________________________________________
19 D
______________________________________________________
20 C
______________________________________________________
21 E
22 C ______________________________________________________
23 A ______________________________________________________
24 D
______________________________________________________
25 E
26 A ______________________________________________________

27 B ______________________________________________________
28 C
______________________________________________________
29 B
______________________________________________________
30 A
31 E ______________________________________________________
32 B ______________________________________________________

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MATEMÁTICA

CONCEITOS GERAIS - O CONCEITO DO VALOR DO DINHEIRO NO TEMPO; FLUXOS DE CAIXA E DIAGRAMAS DE FLUXO
DE CAIXA; EQUIVALÊNCIA FINANCEIRA

FLUXO DE CAIXA
Um fluxo de caixa1 representa uma série de pagamentos ou de recebimentos que se estima ocorrer em determinado intervalo de
tempo. É bastante comum, na prática, defrontar-se com operações financeiras que se representam por um fluxo de caixa. Por exemplo,
empréstimos e financiamentos de diferentes tipos costumam envolver uma sequência de desembolsos periódicos de caixa. De maneira
idêntica, têm-se os fluxos de pagamentos/recebimentos de aluguéis, de prestações oriundas de compras a prazo, de investimentos em-
presariais, de dividendos etc.
Os fluxos de caixa podem ser verificados das mais variadas formas e tipos em termos de períodos de ocorrência (postecipados, ante-
cipados ou diferidos), de periodicidade (períodos iguais entre si ou diferentes), de duração (limitados ou indeferidos) e de valores (cons-
tantes ou variáveis). Os termos dos fluxos de caixa são genericamente simbolizados por PMT, sendo para as demais variáveis empregada
a mesma simbologia adotada em capítulos anteriores (PV, FV n, i).

Modelo Padrão
Os fluxos de caixa podem ser representados sob diferentes formas e tipos, exigindo cada um deles um tratamento específico em ter-
mos de formulações. Esquematicamente, os fluxos de caixa são identificados com base na seguinte classificação:
1. Período de Ocorrência
2. Periodicidade
3. Duração
4. Valores

O modelo-padrão de um fluxo de caixa, conforme grifado no esquema acima, é verificado quando os termos de uma sucessão de
pagamentos ou recebimentos apresentam, ao mesmo tempo, as seguintes classificações:
Postecipados - indica que os fluxos de pagamentos ou recebimentos começam a ocorrer ao final do primeiro intervalo de tempo. Por
exemplo, não havendo carência, a prestação inicial de um financiamento é paga ao final do primeiro período do prazo contratado, vencen-
do as demais em intervalos sequenciais.

Limitados - o prazo total do fluxo de caixa é conhecido a priori, sendo finito o número de termos (pagamentos e recebimentos). Por
exemplo, um financiamento por 2 anos envolve desembolsos neste intervalo fixo de tempo sendo, consequentemente, limitado o número
de termos do fluxo (prestações do financiamento).

Constantes - indica que os valores dos termos que compõem o fluxo de caixa são iguais entre si.

Periódicos - é quando os intervalos entre os termos do fluxo são idênticos entre si. Ou seja, o tempo entre um fluxo e outro é cons-
tante.

Graficamente, o fluxo de caixa uniforme (padrão) é representado da forma seguinte:

1FARIA, Rogério Gomes de. Matemática Comercial e Financeira. 5 ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2000.
FRANCISCO, Walter De. Matemática Financeira. 7 ed. São Paulo: Atlas, 1991.
NETO, Alexandre Assaf. Matemática Financeira e suas Aplicações.12 ed. São Paulo: Atlas, 2012.
NETTO, Scipione Di Pierro; TEIXEIRA, James. Matemática Financeira. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 1998.

51
MATEMÁTICA

Observe que a estrutura desse fluxo obedece à classificação-padrão apresentada anteriormente:


- o PMT inicial ocorre em n = 1: postecipado;
- a diferença entre a data de um termo e outro é constante: periódico;
- o prazo do fluxo é preestabelecido (fixo), apresentando n períodos: limitado ou finito;
- os valores PMT são uniformes (iguais): constantes.

Valor presente e fator de valor presente


O valor presente de um fluxo de caixa uniforme, conforme discutido no item precedente, para uma taxa periódica de juros, é deter-
minado pelo somatório dos valores presentes de cada um de seus valores. Reportando-se à representação gráfica do fluxo-padrão apre-
sentado, tem-se:

Logo:

Colocando-se em evidência:

FPV
A expressão entre colchetes é denominada de Fator de Valor Presente, sendo representada pela Matemática Financeira da forma
seguinte:
FPV (i, n)

Com isso, a formulação genérica do valor presente assume a expressão:


PV = PMT x FPV (i,n)

Observe que FPV, conforme é apresentado na formulação anterior entre colchetes, equipara-se à soma de uma progressão geomé-
trica (PG) DE n termos, sendo o primeiro termo (a1) e a razão (q) igual a (1 + i)-1, e o n-ésimo termo (an) igual a (1 + i)-n.

A fórmula de cálculo da soma de uma PG é dada por:

Substituindo-se os valores da expressão na soma dos termos de uma PG, tem-se:

52
MATEMÁTICA

Seguindo-se a sequência de dedução adotada por Mathias e Gomes2 multiplica-se o numerador e o denominador por (1 + i), obten-
do-se:

Essa expressão é muitas vezes representada da maneira seguinte:

Mediante o FPV, a fórmula do valor presente de um fluxo de caixa uniforme é apresentada da maneira seguinte:
PV = PMT x

ou
PV = PMT x FPV (i,n)

Exemplo
Determinar o valor presente de um fluxo de 12 pagamentos trimestrais, iguais e sucessivos de $ 700,00 sendo a taxa de juros igual a
1,7% a.m.

Resposta
PMT = $ 700,00
n = 12 pagamentos trimestrais
i = 1,7% a.m. ou: - 1 = 5,19% a.t.
PV = PMT x FPV (i, n)
PV = $ 700,00 x FPV (5,19%, 12)
PV = $ 700,00 x 8,769034
PV = $ 6.138,30

2 MATHIAS, N. Franco; GOMES, J. Maria. Matemática financeira. 2ed.. São Paulo: Atlas, 1998. p. 242.

53
MATEMÁTICA

Valor futuro e fator de valor futuro


O valor futuro, para determinada taxa de juros por período, é a soma dos momentos de cada um dos termos da série de pagamen-
tos/recebimentos. Graficamente, tem-se a seguinte representação:

O valor futuro pelo padrão ocorre junto com o último termo do fluxo de caixa. Capitalizando-se cada um dos valores da série, apura-se
a seguinte expressão:

FV = PMT + PMT x (1 + i) + PMT x +


PMT x + ... + PMT x - 1

Colocando-se PMT em evidência:

Identicamente, a expressão entre colchetes é definida por Fator de Valor Futuro e representada por:
FFV (i,n)

A formulação genérica do valor futuro de um fluxo de caixa uniforme é expressa da forma seguinte:
FV = PMT x FFV (i, n)

Da mesma maneira em relação ao desenvolvimento da fórmula do valor presente, observe que a expressão do FFV representa a
soma dos termos de uma progressão geométrica, onde = 1; q = (1 + i) e = . Pela mesma equação de cálculo da soma dos valores de uma
PG, tem-se:
= FFV x (i,n) =

Promovendo os mesmos ajustes e simplificações desenvolvidos na identidade do valor presente, chega-se a:


FFV (i, n) =

Assim, a partir do FFV pode-se elaborar a expressão de cálculo do valor futuro (montante) de um fluxo de caixa uniforme, ou seja:
FV = PMT x

Ou
FV = PMT x FFV (i,n)

Exemplo
Calcular o montante acumulado ao final do 7º mês de uma sequência de 7 depósitos mensais e sucessivos, no valor de $ 800,00
cada, numa conta de poupança que remunera a uma taxa de juros de 2,1% a.m.

Resposta

O valor futuro pode ser calculado pela soma do montante de cada depósito, isto é:
FV = 800,00 + 800,00 (1,021) + 800,00
+ 800,00 + ... + 800,00
FV = $ 5.965,41

54
MATEMÁTICA

Aplicando-se a fórmula-padrão de apuração do valor futuro, tem-se, de forma abreviada, o mesmo resultado:
FV = PMT x FFV (i,n)
FV = PMT x
FV = 800,00 x
FV = 800,00 x 7,456763 = $ 5.965,41

Equivalência financeira e fluxos de caixa


Deve ser ressaltado também no estudo do fluxo de caixa o conceito de equivalência financeira. Esse raciocínio é de fundamental im-
portância para a Matemática Financeira, permitindo o correto entendimento e uso de seus resultados. A equivalência financeira encontra
extensas aplicações práticas, estando presente na tomada de decisões financeiras, na seleção de planos de empréstimos e financiamentos
mais atraentes, em propostas de refinanciamento e reescalonamento de dívidas etc.
De acordo com o que foi desenvolvido anteriormente, diz-se que dois ou mais fluxos de caixa (capitais) são equivalentes quando pro-
duzem idênticos valores presentes num mesmo momento, convencionando-se determinada taxa de juros.
Por exemplo, os 4 fluxos de caixa ilustrados a seguir são equivalentes para uma taxa de juros de 5% ao mês, pois geram, para uma
mesma taxa e juros, valores iguais em qualquer data focal escolhida.

Definindo-se (momento presente como data focal):


= = =

Registre-se, uma vez mais, que a equivalência financeira no regime de juros compostos, para dada taxa de juros, pode ser verificada
em qualquer momento tomado como referência (data focal). Por exemplo, se a data for definida em , tem-se:
414,00 = 267,00 = 220,00
= 190,00

e assim por diante.

A equivalência de dois ou mais capitais, para determinada taxa de juros, ocorre em qualquer data tomada como referência. Alteran-
do-se a taxa, a equivalência evidentemente deixa de existir, dado que o conceito depende da taxa de juros. Algumas ilustrações práticas
evidenciando o uso do conceito de equivalência financeira são desenvolvidas a seguir.

Exemplo
Admita que uma empresa esteja avaliando quatro planos de pagamentos de um financiamento de $ 300.000,00 conforme apresen-
tados a seguir. A taxa de juros considerada nas propostas é de 7% a.m. Qual a opção de pagamento economicamente mais atraente?

55
MATEMÁTICA

Resposta
Os planos de pagamento formulados apresentam o mesmo valor presente (data zero) quando descontados à taxa de juros de 7% a.m.
O resultado atualizado continua igual, mesmo se definida outra data focal. Logo, conclui-se que os fluxos de pagamento do financiamento
são equivalentes, apresentando o mesmo custo.
Assim, em termos estritamente econômicos de atratividade, torna-se indiferente (equivalente) a escolha de uma ou outra forma de
pagamento. Mesmo que a soma das prestações seja diferente em cada proposta, o fundamental na avaliação econômica é a comparação
entre valores expressos em uma mesma unidade de tempo.
A decisão, dessa forma, deve ser tomada levando em conta o aspecto financeiro do desembolso, pois os fluxos de caixa são diferentes
em cada plano em termos de valores e data de ocorrência. A forma de pagamento escolhida deve, evidentemente, adequar-se à capacida-
de financeira do tomador de recursos e ao comportamento das taxas de juros de mercado.

Fluxos de caixa não convencionais


Os fluxos definidos no denominado modelo-padrão foram amplamente estudados no início do capítulo. Esta parte dedica-se, mais
especificamente, aos demais tipos de caixa, não considerados no modelo-padrão. A seguir são desenvolvidos as várias classificações não
convencionais dos fluxos de caixa.

Período de ocorrência
Com relação ao período em que a ocorrer, o fluxo de caixa pode ser identificado como postecipado, antecipado e diferido.

- Postecipado

No tipo postecipado, a série de pagamentos/recebimentos começa a acorrer exatamente ao final do primeiro período, de acordo
com a ilustração gráfica acima. Esse fluxo enquadra-se no modelo-padrão detalhado inicialmente, não havendo nada mais a acrescentar.

- Antecipado

O fluxo de caixa antecipado indica que a série de valores começa a ocorrer antes do final do primeiro período, conforme é represen-
tado graficamente acima. Por exemplo, um aluguel pago no início do período de competência (geralmente no início do mês) enquadra-se
como um fluxo de caixa antecipado por um período (mês). Se dois aluguéis forem adiantados ao locador, a antecipação é de dois perío-
dos, e assim por diante.
A determinação do valor presente e montante de um fluxo de caixa antecipado não apresenta maiores novidades. Além de ter-se
sempre a opção de atualizar ou corrigir os seus termos individualmente, pode-se também utilizar a fórmula do modelo-padrão para a
parte convencional do fluxo, e adicionar os termos antecipados (corrigidos) a esse resultado.
Por exemplo, admita o seguinte fluxo de caixa com antecipação de dois períodos:

56
MATEMÁTICA

Para uma taxa de juros de 4% por período, tem-se:


PV = [70,00 FPV (4%, 8)] + 70,00 + 70,00 (1,04)
PV = (70,00 6,732745) + 70,00 + 72,80
PV = 471,29 + 70,00 + 72,80 = $614,09
FV = [70,00 FPV (4%, 8) + 70,00] + 70,00
FV = (70,00 9,214226) + 95,80 + 99,63
FV = 645,00 + 95,80 + 99,63 = $ 840,43

- Diferido (Carência)

O diferimento indica que os termos da série começam a ocorrer após o final do primeiro período, conforme ilustrado no gráfico
anterior.
Nessa ilustração, a série inicia-se no período imediatamente após o final do primeiro intervalo de tempo, indicando consequente-
mente uma carência de um período. Se a série começar a ocorrer no momento 3 do gráfico, a carência atinge dois períodos: no momen-
to 4 tem-se uma carência de 3 períodos; e assim por diante.
Em suma, a base de comparação para se definir uma carência é o final do primeiro período. Para a matemática financeira, a carência
existe quando o primeiro fluxo de caixa se verificar após o final do primeiro período, ou seja, após ter decorrido c períodos de tempo.
A determinação do montante de um fluxo de caixa com carência segue a formulação desenvolvida do modelo-padrão. Deve ser res-
saltado, uma vez mais, que nesse caso n representa o número de termos da série, e não o seu prazo total.
A formulação do valor presente, no entanto, requer um pequeno ajuste, de forma a ser expresso na data zero, ou seja:
PV = PMT x FPV (i, n) x FAC (i, c)

Onde:
c = número de períodos de carência.
FAC = Fator de Atualização de Capital (valor presente).
FAC = 1/ (1 + i)n

Por exemplo, admita o seguinte fluxo de caixa diferido por 2 períodos:

- Diferido (Carência)

Observe que o fluxo de caixa apresenta um prazo total de 9 períodos, sendo o número determos igual a 7 (n = 7), e a carência de 2
períodos (c = 2).
Para uma taxa de juros de 2,2% por período, têm-se os seguintes resultados:
PV = 100,00 x FPV (2,2%, 7) x FAC (2,2%, 2)
PV = 100,00 x 6,422524 x 0,957410 = $ 614,90
FV = 100,00 x FFV (2,2%, 7)
FV = 100,00 x 7,479318 = $747,93

57
MATEMÁTICA

Periodicidade
A periodicidade reflete os intervalos de tempo em que os fluxos de caixa ocorrem. Se esses intervalos forem sempre iguais, diz-se
que os fluxos são periódicos, enquadrando-se no modelo-padrão apresentado. Se, por outro lado, os termos se verificarem em intervalos
irregulares (diferentes entre si), tem-se o que se denomina de fluxos de caixa não periódicos. O gráfico a seguir ilustra um fluxo de caixa
não periódico, onde os valores não se verificam uniformemente em termos de sua periodicidade.

Tanto o cálculo do valor presente, como o do valor futuro, devem ser processados, respectivamente, pelo somatório da atualização
e capitalização de cada um dos termos.
Genericamente, têm-se as seguintes expressões:

Ilustrativamente, admita o seguinte fluxo de caixa não periódico:

Para uma taxa de juros de 1,9% a.m., tem-se:


PV = 100,00 + + + +
PV= 100,00 + 94,51 + 92,75 + 86,02 + 75,40
PV = $ 448,68
FV = 100,00 + 100,00 (1,019)7 + 100,00 (1,019)11 + 100,00 (1,019)12 + 100,00 (1,019)15
FV = 100,00 + 114,08 + 123,00 + 125,34 + 132,62
FV = $ 595,04 ou FV = 448,68 x (1,019)15 = $ 595,04.

Duração
A duração de um fluxo de caixa pode ser finita, característica do modelo-padrão, ou indeterminada (indefinida), quando o prazo não é
conhecido previamente. No caso de uma série infinita, determina-se unicamente o seu valor presente. Para algumas situações específicas
podem ser atribuídas probabilidades para se definir a duração de um fluxo, como é o caso da atividade de seguros. No entanto, este tipo
de situação não será tratada aqui, ficando mais restrito estudo da Matemática Atuarial.
A representação gráfica de uma série indefinida pode ser ilustrada da forma seguinte:

O cálculo do valor presente é efetuado pelo somatório do valor atualizado de cada um de seus termos, isto é:

58
MATEMÁTICA

Genericamente:

Detalhando a formulação:

Os valores entre colchetes representam a soma dos termos de uma progressão geométrica indefinida, cuja razão é menor que 1. Apli-
cando-se o teorema de limite na fórmula da soma dos termos, tem-se:

Processando-se as deduções e simplificações pertinentes a partir dessa expressão, chega-se ao valor presente de um fluxo de caixa
igual, constante, periódico e indeterminado, ou seja:
PV =

Em outras palavras, o valor presente desse fluxo é determinado pela relação entre o pagamento/recebimento periódico, igual e su-
cessivo, e a taxa de juros considerada. As séries indeterminadas encontram aplicações práticas principalmente em avaliações de imóveis
efetuadas com base nos rendimentos de aluguéis, na apuração do preço de mercado de uma ação a partir do fluxo previsto de dividendos
etc. Com o intuito de proceder a uma aplicação prática do cálculo do valor presente de um fluxo indeterminado, admita que um imóvel
esteja rendendo $ 2.000,00 de aluguel mensalmente. Sendo de 2% a.m.o custo de oportunidade de mercado (ganho da melhor alternativa
de aplicação disponível), pode-se avaliar preliminarmente que o valor deste imóvel atinge $ 100.000,00, isto é:
O valor de referência do imóvel, válido para uma avaliação inicial, é o valor presente do fluxo de rendimentos mensais (aluguéis) pre-
visto por um prazo indeterminado, descontado a um custo de oportunidade.

Valores
No que se refere aos valores, os termos de caixa podem ser constantes, se os fluxos de caixa apresentarem-se sempre iguais, ou va-
riáveis, se os fluxos não forem sempre iguais entre si. Se os valores de caixa forem constantes, o fluxo identifica-se com o modelo-padrão
estudado. No entanto, se os valores de caixa apresentarem-se desiguais (variáveis), o valor presente é calculado pela soma dos valores
atualizados de cada um de seus termos. O valor futuro, por seu lado, é determinado pelo somatório dos montantes de cada um dois ter-
mos ou, ainda, capitalizando-se o valor presente para a data futura. Identicamente aos fluxos de caixa não periódicos, têm-se as seguintes
generalizações:

Ou

Por exemplo, admita um fluxo de caixa com os seguintes valores, ocorrendo respectivamente ao final de cada um dos próximos 5
anos: $ 80,00, $ 126,00, $ 194,00, $ 340,00 e $ 570,00. Para uma taxa de juros de 4% a.a., têm-se os seguintes resultados:

59
MATEMÁTICA

FV = 570,00 + 340,00 (1,04) + 194 (1,04126,00 (1,04 + 80,00 (1,04

Ou

Questões

01. Uma mercadoria é vendida a prazo em 5 pagamentos mensais de $ 700,00. Sendo de 3,5% a.m. a taxa de juros, determinar o seu
preço à vista admitindo que o primeiro pagamento é efetuado no ato da compra:
(A) R$ 3.500,00
(B) R$ 3.377,50
(C) R$ 3.271,16
(D) R$ 3.200,85
(E) R$ 3.429,29

02. Uma pessoa irá necessitar de $ 7.000,00 daqui a 10 meses. Quanto deverá ela depositar mensalmente num fundo de poupança
que rende 1,7% a.m. de juros?
(A)
(B)
(C)
(D)
(E)

03. Um veículo, cujo preço à vista é de $ 30.000,00, está sendo vendido nas seguintes condições:
a) entrada = 30%
b) saldo em 6 prestações mensais, iguais e sucessivas, vencendo a primeira daqui a dois meses.

Determinar o valor de cada prestação, admitindo uma taxa de juros de 2% a.m.


(A) $ 4.541,50
(B) $ 4.000,00
(C) $ 3.010,02
(D) $ 2.100,02
(E) $ 3.824,02

04. Determinado produto está sendo vendido por $ 1.800,00 a vista, ou em 3 pagamento mensais e iguais de $ 650,00. Estando atual-
mente em 3,3% a.m. as taxas de juros de mercado, a melhor alternativa de compra é a compra à vista.
( )Certo
( )Errado

05. Determinada mercadoria é vendida por $ 2.500,00 a vista ou por 20% de entrada mais prestações mensais de $ 309,00. Sendo de
2% a.m. a taxa corrente de juros, determinar o número de prestações mensais.
(Dado: log 1,2 = e log 0,870550 = )

(A) 6 prestações
(B) 7 prestações
(C) 8 prestações
(D) 9 prestações
(E) 10 prestações

60
MATEMÁTICA

06. Determinado bem é vendido em 7 pagamentos mensais, iguais e consecutivos de $ 4.000,00. Para uma taxa de juros de 2,6% a.m.,
até que preço compensa adquirir o aparelho à vista?
(A) $ 25.000,00
(B) $ 26.001,18
(C) $ 23.300,18
(D) $ 25.301,18
(E) $ 21.201,00

07. Um veículo novo está sendo vendido por $ 4.000,00 de entrada mais 6 pagamentos mensais, iguais e consecutivos de $ 3.000,00.
Sabendo-se que a taxa de juros de mercado é de 5,5% a.m., determinar até que preço interessa comprar o veículo a vista.
(A) 18.986,59
(B) 20.586,59
(C) 17.746,50
(D) 16.500,50
(E) 19.999,59

Respostas

01. Resposta: C.

PV = 700,00 + [700,00 x FPV (3,5%, 4)]


PV = 700,00 + (700,00 x 3,673079)
PV = R$ 3.271,16

02. Resposta: C.

FV = PMT x FFV (i, n)


7.000,00 = PMT x FFV (1,7%, 10)
7.000,00 = PMT x 10,800733
PMT =

03. Resposta: E.

61
MATEMÁTICA

Valor a financiar = 30.000,00 - 9.000,00 = $ 21.000,00


PV = PMT x FPV (2%, 6) x FAC (2%, 1)

21.000,00 = PMT x x (1,02)-1


21.000,00 = PMT x 5,601431 x 0,980392
21.000,00 = pmt X 5.491598

PMT = = $ 3.824,02

04. Resposta: Certo.


A indicação da alternativa de compra mais interessante pode ser obtida pelo valor presente das duas propostas (escolhe-se eviden-
temente aquela de menor PV), ou pela determinação do custo mensal da venda a prazo (o percentual apurado é comparado com a taxa
de mercado).
PV (a vista) = $ 1.800,00
PV = (a prazo) = 650,00 x FPV (3,3%, 3)
650,000 x 2,812375
= $ 1.828,04

A venda a prazo, por apresentar um PV maior que o valor a vista, indica um custo maior que a taxa de mercado (3,3% a.m.). Interessa
a compra à vista.
O custo mensal da compra a prazo é calculado:

PV = PMT x FPV (i, n)

1.800,00 = 650,00 x
i = 4,11% a.m.
Confirma-se um custo embutido na venda a prazo de 4,11% a.m. maior que os juros de mercado (3,3% a.m.).

05. Resposta: B.
Valor a financiar: 2.500,00 - 20% = $ 2.000,00
PV = PMT + FPV (i, n)
2.000,00 = 309,00 x FPV (2,0%, n)
x 0,02 = 1 - (1,02)-n

0,129450 = 1 - (1,02)-n
(1,02)-n = 0,870550

Aplicando-se a propriedade de logaritmo:


- n x log 1,02 = log 0,870550
n=-
n = - = 7 meses (prestações mensais)

06. Resposta: D.
PMT = $ 4.000,00 PV= ?

Ou

O valor presente pode também ser calculado pela atualização de cada uma dos termos do fluxo, ou seja:

Resolvendo-se a expressão chega-se, evidentemente, ao mesmo resultado: PV = $ 25.301,18.

62
MATEMÁTICA

07. Resposta: A.

O preço à vista é formado pela entrada de $ 4.000,00 mais a soma dos valores atuais das prestações de $ 3.000,00 cada, ou seja:
PV = Entrada + [PMT x FPV (i,n)]
PV = 4.000,00 + 3.000,00 x FPV (5,5%, 6)
PV = 4.000,00 + 3.000,00 x 4,995530
PV = 18.986,59

SEQUÊNCIAS – LEI DE FORMAÇÃO DE SEQUÊNCIAS E DETERMINAÇÃO DE SEUS ELEMENTOS; PROGRESSÕES


ARITMÉTICAS E PROGRESSÕES GEOMÉTRICAS

Sequências
Sempre que estabelecemos uma ordem para os elementos de um conjunto, de tal forma que cada elemento seja associado a uma
posição, temos uma sequência.
O primeiro termo da sequência é indicado por a1,o segundo por a2, e o n-ésimo por an.

Termo Geral de uma Sequência


Algumas sequências podem ser expressas mediante uma lei de formação. Isso significa que podemos obter um termo qualquer da
sequência a partir de uma expressão, que relaciona o valor do termo com sua posição.
Para a posição n(n ϵ N*), podemos escrever an=f(n)

Progressão aritmética (P.A.)


É toda sequência numérica em que cada um de seus termos, a partir do segundo, é igual ao anterior somado a uma constante r, de-
nominada razão da progressão aritmética. Como em qualquer sequência os termos são chamados de a1, a2, a3, a4,.......,an,....

• Cálculo da razão
A razão de uma P.A. é dada pela diferença de um termo qualquer pelo termo imediatamente anterior a ele.
r = a2 – a1 = a3 – a2 = a4 – a3 = a5 – a4 = .......... = an – an – 1

Exemplos:
- (5, 9, 13, 17, 21, 25,......) é uma P.A. onde a1 = 5 e razão r = 4
- (2, 9, 16, 23, 30,.....) é uma P.A. onde a1 = 2 e razão r = 7
- (23, 21, 19, 17, 15,....) é uma P.A. onde a1 = 23 e razão r = - 2.

• Classificação
Uma P.A. é classificada de acordo com a razão.

Se r > 0 ⇒ CRESCENTE. Se r < 0 ⇒ DECRESCENTE. Se r = 0 ⇒ CONSTANTE.

• Fórmula do Termo Geral


Em toda P.A., cada termo é o anterior somado com a razão, então temos:
1° termo: a1
2° termo: a2 = a1 + r
3° termo: a3 = a2 + r = a1 + r + r = a1 + 2r
4° termo: a4 = a3 + r = a1 + 2r + r = a1 + 3r
5° termo: a5 = a4 + r = a1 + 3r + r = a1 + 4r
6° termo: a6 = a5 + r = a1 + 4r + r = a1 + 5r
. . . . . .
. . . . . .
. . . . . .

63
MATEMÁTICA

n° termo é:

Exemplo:
(PREF. AMPARO/SP – AGENTE ESCOLAR – CONRIO) Descubra o 99º termo da P.A. (45, 48, 51,...)
(A) 339
(B) 337
(C) 333
(D) 331

Resolução:

Resposta: A

Propriedades
1) Numa P.A. a soma dos termos equidistantes dos extremos é igual à soma dos extremos.
2) Numa P.A. com número ímpar de termos, o termo médio é igual à média aritmética entre os extremos.

Exemplo:

3) A sequência (a, b, c) é P.A. se, e somente se, o termo médio é igual à média aritmética entre a e c, isto é:

Soma dos n primeiros termos

64
MATEMÁTICA

Progressão geométrica (P.G.)


É uma sequência onde cada termo é obtido multiplicando o anterior por uma constante. Essa constante é chamada de razão da P.G.
e simbolizada pela letra q.

Cálculo da razão
A razão da P.G. é obtida dividindo um termo por seu antecessor. Assim: (a1, a2, a3, ..., an - 1, an, ...) é P.G. ⇔ an = (an - 1) q, n ≥ 2

Exemplos:

Classificação
Uma P.G. é classificada de acordo com o primeiro termo e a razão.

CRESCENTE DECRESCENTE ALTERNANTE CONSTANTE SINGULAR


a1 > 0 e q > 1 a1 > 0 e 0 < q < 1 Cada termo apresenta sinal contrário q = 1. a1 = 0
ou quando ou quando ao do anterior. Isto ocorre quando. (também é chamada de Esta- ou
a1 < 0 e 0 < q < 1. a1 < 0 e q > 1. q<0 cionária) q = 0.

Fórmula do termo geral


Em toda P.G. cada termo é o anterior multiplicado pela razão, então temos:
1° termo: a1
2° termo: a2 = a1.q
3° termo: a3 = a2.q = a1.q.q = a1q2
4° termo: a4 = a3.q = a1.q2.q = a1.q3
5° termo: a5 = a4.q = a1.q3.q = a1.q4
. . . . .
. . . . .
. . . . .

n° termo é:

65
MATEMÁTICA

Exemplo:
(TRF 3ª – ANALISTA JUDICIÁRIO - INFORMÁTICA – FCC) Um tabuleiro de xadrez possui 64 casas. Se fosse possível colocar 1 grão de
arroz na primeira casa, 4 grãos na segunda, 16 grãos na terceira, 64 grãos na quarta, 256 na quinta, e assim sucessivamente, o total de
grãos de arroz que deveria ser colocado na 64ª casa desse tabuleiro seria igual a
(A) 264.
(B) 2126.
(C) 266.
(D) 2128.
(E) 2256.

Resolução:
Pelos valores apresentados, é uma PG de razão 4
a64 = ?
a1 = 1
q=4
n = 64

Resposta: B

Propriedades
1) Em qualquer P.G., cada termo, exceto os extremos, é a média geométrica entre o precedente e o consequente.
2) Em toda P.G. finita, o produto dos termos equidistantes dos extremos é igual ao produto dos extremos.

3) Em uma P.G. de número ímpar de termos, o termo médio é a média geométrica entre os extremos.
Em síntese temos:

4) Em uma PG, tomando-se três termos consecutivos, o termo central é a média geométrica dos seus vizinhos.

Soma dos n primeiros termos


A fórmula para calcular a soma de todos os seus termos é dada por:

Produto dos n termos

66
MATEMÁTICA

Temos as seguintes regras para o produto: ATENÇÃO: Devemos sempre relacionar a taxa e o tempo na
1) O produto de n números positivos é sempre positivo. mesma unidade para efetuarmos os cálculos.
2) No produto de n números negativos:
a) se n é par: o produto é positivo. Usamos a seguinte fórmula:
b) se n é ímpar: o produto é negativo.

Soma dos infinitos termos


A soma dos infinitos termos de uma P.G de razão q, com -1 < q
< 1, é dada por:

Em juros simples:
– O capital cresce linearmente com o tempo;
Exemplo:
A soma dos elementos da sequência numérica infinita (3; 0,9; – O capital cresce a uma progressão aritmética de razão: J=C.i
0,09; 0,009; …) é – A taxa i e o tempo t devem ser expressos na mesma unidade.
(A) 3,1 – Devemos expressar a taxa i na forma decimal.
(B) 3,9 – Montante (M) ou FV (valor futuro) é a soma do capital com
(C) 3,99 os juros, ou seja:
(D) 3, 999 M=C+J
(E) 4 M = C.(1+i.t)

Resolução: Exemplo:
Sejam S as somas dos elementos da sequência e S1 a soma da (PRODAM/AM – Assistente – FUNCAB) Qual é o capital que,
PG infinita (0,9; 0,09; 0,009;…) de razão q = 0,09/0,9 = 0,1. Assim: investido no sistema de juros simples e à taxa mensal de 2,5 %, pro-
S = 3 + S1 duzirá um montante de R$ 3.900,00 em oito meses?
Como -1 < q < 1 podemos aplicar a fórmula da soma de uma PG (A) R$ 1.650,00
infinita para obter S1:
(B) R$ 2.225,00
S1 = 0,9/(1 - 0,1) = 0,9/0,9 = 1 → S = 3 + 1 = 4
Resposta: E (C) R$ 3.250,00
(D) R$ 3.460,00
(E) R$ 3.500,00
JUROS SIMPLES – CÁLCULO DO MONTANTE,
DOS JUROS, DA TAXA DE JUROS, DO PRINCIPAL Resolução:
E DO PRAZO DA OPERAÇÃO FINANCEIRA. JUROS Montante = Capital + juros, ou seja: j = M – C , que fica: j =
COMPOSTOS - CÁLCULO DO MONTANTE, DOS JUROS, 3900 – C ( I )
DA TAXA DE JUROS, DO PRINCIPAL E DO PRAZO DA Agora, é só substituir ( I ) na fórmula do juros simples:
OPERAÇÃO FINANCEIRA. DESCONTOS – CÁLCULO DO
VALOR ATUAL, DO VALOR NOMINAL E DA TAXA DE
DESCONTO. SISTEMAS DE AMORTIZAÇÃO - SISTEMA
PRICE (MÉTODO DAS PRESTAÇÕES CONSTANTES);
SISTEMA SAC (MÉTODO DAS AMORTIZAÇÕES
CONSTANTES)

Juros simples (ou capitalização simples) 390000 – 100.C = 2,5 . 8 . C


Os juros são determinados tomando como base de cálculo o
– 100.C – 20.C = – 390000 . (– 1)
capital da operação, e o total do juro é devido ao credor (aquele que
120.C = 390000
empresta) no final da operação. Devemos ter em mente:
– Os juros são representados pela letra J*. C = 390000 / 120
– O dinheiro que se deposita ou se empresta chamamos de ca- C = R$ 3250,00
pital e é representado pela letra C (capital) ou P(principal) ou VP ou Resposta: C
PV (valor presente) *.
– O tempo de depósito ou de empréstimo é representado pela Juros compostos (capitalização composta)
letra t ou n.* A taxa de juros incide sobre o capital de cada período. Também
– A taxa de juros é a razão centesimal que incide sobre um ca- conhecido como “juros sobre juros”.
pital durante certo tempo. É representado pela letra i e utilizada
para calcular juros.
*Varia de acordo com a bibliografia estudada.

67
MATEMÁTICA

Usamos a seguinte fórmula: Resolução:

Como, M = C + j , ou seja , j = M – C , temos:


j = 1,331.C – C = 0,331 . C
0,331 = 33,10 / 100 = 33,10%
O (1+i)t ou (1+i)n é chamado de fator de acumulação de capital. Resposta: D

ATENÇÃO: as unidades de tempo referentes à taxa de juros (i) e Juros Compostos utilizando Logaritmos
do período (t), tem de ser necessariamente iguais. Algumas questões que envolvem juros compostos, precisam de
conceitos de logaritmos, principalmente aquelas as quais precisa-
mos achar o tempo/prazo. Normalmente as questões informam os
valores do logaritmo, então não é necessário decorar os valores da
tabela.

Exemplo:
(FGV-SP) Uma aplicação financeira rende juros de 10% ao ano,
compostos anualmente. Utilizando para cálculos a aproximação de
, pode-se estimar que uma aplicação de R$ 1.000,00 seria resgatada
no montante de R$ 1.000.000,00 após:
(A) Mais de um século.
(B) 1 século
(C) 4/5 de século
(D) 2/3 de século
(E) ¾ de século

O crescimento do principal (capital) em: Resolução:


– juros simples é LINEAR, CONSTANTE; A fórmula de juros compostos é M = C(1 + i)t e do enunciado
– juros compostos é EXPONENCIAL, GEOMÉTRICO e, portanto temos que M = 1.000.000, C = 1.000, i = 10% = 0,1:
tem um crescimento muito mais “rápido”; 1.000.000 = 1.000(1 + 0,1)t
Observe no gráfico que:
– O montante após 1º tempo é igual tanto para o regime de
juros simples como para juros compostos;
– Antes do 1º tempo o montante seria maior no regime de
juros simples; (agora para calcular t temos que usar lo-
– Depois do 1º tempo o montante seria maior no regime de garitmo nos dois lados da equação para pode utilizar a propriedade
juros compostos. , o expoente m passa multiplicando)

Exemplo:
(PREF. GUARUJÁ/SP – SEDUC – PROFESSOR DE MATEMÁTICA
– CAIPIMES) Um capital foi aplicado por um período de 3 anos, com
taxa de juros compostos de 10% ao ano. É correto afirmar que essa
aplicação rendeu juros que corresponderam a, exatamente:
(A) 30% do capital aplicado.
(B) 31,20% do capital aplicado. t.0,04 = 3
(C) 32% do capital aplicado.
(D) 33,10% do capital aplicado.

Resposta: E

68
MATEMÁTICA

Taxas de juros 4,25% a.m


Índices fundamentais no estudo da matemática financeira, Trimestral = 4,25 .3 = 12,75 (errada)
sendo incorporadas sempre ao capital. São elas: Quadrimestral = 4,25 . 4 = 17% (errada)
Semestral= 4,25 . 6 = 25,5 % (correta)
Taxa efetiva: são aquelas onde a taxa da unidade de tempo Anual = 4,25.12 = 51% (errada)
coincide com a unidade de tempo do período de capitalização(valo- Resposta: C
rização). Exemplo: Uma taxa de 13% ao trimestre com capitalização
trimestral. Taxas equivalentes (regime de juros compostos): as taxas de
juros se expressam também em função do tempo da operação, po-
ATENÇÃO: Quando no enunciado não estiver citando o período rém não de forma proporcional, mas de forma exponencial, ou seja,
de capitalização, a mesma vai coincidir com unidade da taxa. Em as taxas são ditas equivalentes.
outras palavras iremos trabalhar com taxa efetiva!!!
Exemplo:
Taxa nominal: são aquelas cujas unidade de tempo NÂO coin-
cide com as unidades de tempo do período de capitalização.

Exemplo:
(TJ/PE- ANALISTA JUDICIÁRIO-CONTADOR-FCC) Uma taxa de
juros nominal de 21% ao trimestre, com juros capitalizados men-
salmente, apresenta uma taxa de juros efetiva, trimestral de, apro-
ximadamente,
(A) 21,7%.
(B) 22,5%.
(C) 24,8%.
(D) 32,4%.
(E) 33,7%.

Resolução:
21% a. t capitalizados mensalmente (taxa nominai), como um
trimestre tem 3 meses, 21/3 = 7% a.m(taxa efetiva).
im = taxa ao mês Taxa Real, Aparente e Inflação
it= taxa ao trimestre. – Taxa real (ir) = taxa que considera os efeitos da inflação e seus
(1+im)3 = (1+it)  (1+0,07)3 = 1+it  (1,07)3 = 1+it  1,225043 ganhos.
= 1+it  it= 1,225043-1  it = 0,225043 x 100  it= 22,5043% – Taxa aparente (ia) = taxa que não considera os efeitos da infla-
Resposta: B ção (são as taxas efetivas/nominais).
– Taxa de inflação (ii) = a inflação representa a perda do poder
ATENÇÃO: Para resolução de questões com taxas nominais de compra.
devemos primeiramente descobri a taxa efetiva (multiplicando ou
dividindo a taxa) Escrevendo todas as taxas em função uma das outras, temos:

Toda taxa nominal traz implícita uma taxa efetiva que deve ser (1+ia) = (1+ir).(1+ii)
calculada proporcionalmente.
, independe da quantidade de perío-
Taxas proporcionais (regime de juros simples): são taxas em Onde:
dos e do regime de juros.
unidade de tempo diferente que aplicadas sobre o mesmo capital
ao mesmo período de tempo irão gerar o mesmo montante. Descontos
É a diferença entre o valor título (valor nominal) e o valor rece-
Exemplo: bido (valor atual).
(PREF. FLORIANÓPOLIS/SC – AUDITOR FISCAL – FEPESE) A taxa D=N–A
de juros simples mensais de 4,25% equivalente à taxa de:
(A) 12,5% trimestral. Onde:
(B) 16% quadrimestral. D = desconto
(C) 25,5% semestral. N = valor nominal
(D) 36,0% anual. A = valor atual
(E) 52% anual.

Resolução:
Sabemos que taxas a juros simples são ditas taxas proporcio-
nais ou lineares. Para resolução das questões vamos avaliar item a
item para sabermos se está certo ou errado:

69
MATEMÁTICA

ATENÇÃO: Comparando com o regime de juros, observamos que:


– o Valor Atual, ou valor futuro (valor do resgate) nos dá ideia de Montante;
– o Valor Nominal, nome do título (valor que resgatei) nos dá ideia de Capital;
– e o Desconto nos dá ideia de Juros.

Os descontos podem ser:


Desconto racional simples (por dentro): nos passa a ideia de “honesto”, pois todas a taxas são cobradas em cima do valor atual (A) do
título. Associando com os juros simples teremos:

Também podemos escrever a seguinte fórmula:

Exemplo:
(ASSAF NETO) Seja um título de valor nominal de R$ 4.000,00 vencível em um ano, que está sendo liquidado 3 meses antes de seu
vencimento. Sendo de 42% a.a. a taxa nominal de juros corrente, pede-se calcular o desconto e o valor descontado desta operação.
N = 4 000
t = 3 meses
i = 42% a.a = 42 / 12 = 3,5% a.m = 0,035
D=?
Vd = ?

Vd = 4 000 – 380,10 = 3 619,90

Desconto comercial simples ou bancário (por fora): nos passa a ideia de que alguém está “levando” um por fora, pois, todas as taxas
são cobradas em cima do valor nominal (N) do título. O valor nominal é sempre maior e é justamente onde eles querem ganhar.

• Desconto comercial (bancário) acrescido de uma taxa pré-fixada: quando se utiliza taxas pré-fixadas aos títulos, que são as taxas
de despesas bancárias/administrativas (comissões, taxas de serviços, ...) cobradas sobre o valor nominal (N). Fazemos uso da seguinte
formula:
Dc = N. (i.t + h)

70
MATEMÁTICA

Onde:
Dc = desconto comercial ou bancário
N = valor nominal
i = taxa de juros cobrada
t = tempo ou período
h = taxa de despesas administrativas ou bancárias.

Exemplo:
Um banco ao descontar notas promissórias, utiliza o desconto comercial a uma taxa de juros simples de 12% a.m.. O banco cobra,
simultaneamente uma comissão de 4% sobre o valor nominal da promissória. Um cliente do banco recebe R$ 300.000,00 líquidos, ao
descontar uma promissória vencível em três meses. O valor da comissão é de:

Resolução:
h = 0,04
t=3
iB = 0,12 . 3
AB = N . [1 - (iB + h)]
300 000 = N . [1 - (0,12.3 + 0,04)]
300 000 = N . [1 – 0,4]
N = 500 000
Vc = 0,04 . N
Vc = 0,04 . 500 000
Vc = 20 000

Resposta: 200 000

– Relação entre Desconto Comercial (Dc) e Desconto Racional (Dr): para sabermos o valor do desconto caso fosse utilizado o desconto
comercial e precisássemos saber o desconto racional e vice-versa, utilizamos a seguinte relação: Dc = Dr . (1 + i.t)

Desconto Racional Composto (por dentro): as fórmulas estão associando com os juros compostos, assim teremos:

Desconto Comercial Composto (por fora): como a taxa incide sobre o Valor Nominal (maior valor), trocamos na fórmula o N pelo A e
vice-versa, mudando o sinal da taxa (de positivo para negativo).

71
MATEMÁTICA

Exemplo: 3. observe se os prazos de vencimento dos títulos e compro-


(PREFEITURA DE SÃO PAULO/SP - AUDITOR FISCAL MUNICI- missos estão na mesma unidade de medida de tempo periodicida-
PAL – CETRO) Com adiantamento de dois meses do vencimento, um de da taxa; se não estiverem, faça as transformações necessárias
título de valor nominal de R$30.000,00 é descontado a uma taxa (ou você expressa a taxa na unidade de tempo do prazo ou expressa
composta de 10% a.m.. A diferença entre o desconto racional com- o prazo na unidade de tempo da taxa – escolha a transformação que
posto e o desconto comercial composto será de: torne os cálculos mais simples);
(A) R$246,59. 4. leve todos os valores para a data escolhida para a negociação
(B) R$366,89. (data focal), lembrando sempre que capitais exigíveis antes da data
(C) R$493,39. focal deverão ser capitalizados através da fórmula do montante M =
(D) R$576,29. C (1 + in), dependendo da modalidade de desconto utilizada;
(E) R$606,49. 5. tendo transportado todos os capitais para a data focal e com
base no diagrama de fluxo de caixa que você esquematizou, monte
Resolução: a EQUAÇÃO DE VALOR, impondo que a soma dos valores dos títulos
N = 30000 (transportados para a data focal) da parte de cima do diagrama de
t = 2 meses fluxo de caixa seja igual à soma dos valores dos títulos (transpor-
i = 10% am = 0,10 tados para a data focal) da parte de baixo do diagrama de fluxo de
Vamos utilizar a formula do Drc: caixa;
N = A(1 + i)t  30.000= A (1+ 0,1)2  30000 = A (1,1)2  30000 6. resolva a equação de valor;
= A.1,21 7. releia a PERGUNTA do problema e verifique se o valor que
A = 30000 / 1,21 = 24793,39 você encontrou corresponde ao que o problema está pedindo (às
Como D = N – A vezes, devido à pressa, o candidato se perde nos cálculos, encontra
D = 30000 – 24793,39 um resultado intermediário e assinala a alternativa que o contém,
Drc = 30.000 - 24.793,39 = 5206,61 colocada ali para induzi-lo em erro, quando seria necessário ainda
Para o desconto comercial composto (lembre-se que a taxa re- uma passo a mais para chegar ao resultado final correto).
caí sobre o nominal, então trocamos na formula o A pelo N e vice e
versa e mudamos o sinal), temos: Exemplo:
A = N.(1 - i)t A aplicação de R$ 2.000,00 foi feita pelo prazo de 9 meses, con-
A = 30000 . (1 - 0,1)2 tratando-se a taxa de juros de 28% a.a. Além dessa aplicação, existe
A = 30000 . 0,81 outra de valor nominal R$ 7.000,00 com vencimento a 18 meses.
A = 24300 Considerando-se a taxa de juros de 18% a.a., o critério de desconto
Como D = N – A racional e a data focal 12 meses, a soma das aplicações é, em R$:
D = 30000 – 24300 = 5700, que é o desconto comercial com-
posto Resolução:
A diferença será dada pelo módulo, uma vez que sabemos que Inicialmente, precisamos calcular o valor nominal da primeira
o Desconto Comercial é maior que o racional: |Drc - Dcc| aplicação. Considerando n = 9 meses = 0,75 anos, temos que:
|5.206,61 - 5.700 | = 493,39 N = C (1 + in)
N = 2.000 (1 + 0,28 . 0,75) = 2.000 (1,21) = 2.420
Resposta: C Observando o diagrama de fluxo de caixa, vemos que, para se-
rem transportados à data doze, o título de 2.420 terá que ser capi-
Equivalência de capitais talizado de três meses, ao passo que o título de 7.000 terá que ser
Dois ou mais capitais que se encontram em datas diferentes, descapitalizado de 6 meses. Além disso, a taxa de 18% a.a., consi-
são chamados de equivalentes quando, levados para uma mesma derando-se capitalização simples, é equivalente a 1,5% a.m. = 0,015
data, nas mesmas condições, apresentam o mesmo VALOR nessa a.m. Desta forma, podemos escrever que:
data. 2.420 (1 + 0,015 . 3) + 7.000/1 + 0,015 . 6 = x
2.420 (1,045) + 7.000/1,09 = x
2.528,9 + 6.422,02 = x
• Equação de Valor
x = 8.950,92
Va1 + Va2 + Va3 + … = Vaa + Vab + Vac + …
Anuidades
• Resolução de Problemas de Equivalência
Séries Financeiras também conhecidas como Rendas Certas ou
1. leia o problema todo;
Anuidades. São séries de depósitos ou prestações periódicas ou não
2. construa, a partir do enunciado do problema, um diagrama
periódicas, em datas de previamente estabelecidas, por um deter-
de fluxo de caixa esquemático, colocando na parte de cima o plano
minado período de tempo. Os depósitos ou prestações podem ser
original de pagamento e na parte de baixo o plano alternativo pro-
uniformes quando todos são iguais ou variáveis quando os valores
posto, indicando todos os valores envolvidos, as datas respectivas são diferentes.
e as incógnitas a serem descobertas – esse diagrama é importante Quando as séries financeiras que tem como objetivo de acumu-
porque permite visualizar os grupos de capitais equivalentes e esta- lar capital ou produzir certo montante temos uma Capitalização e
belecer facilmente a equação de valor para resolução do problema; quando as séries financeiras têm como objetivo pagar ou amortizar
uma dívida temos uma Amortização.

72
MATEMÁTICA

Elementos das séries financeiras


– Valor presente (VP) = Numa série de pagamentos, definimos VALOR ATUAL como sendo a parcela única que equivale (ou que subs-
titui) a todos os termos (devidamente descapitalizados) até o início do fluxo. É a soma dos valores atuais de todos os termos que compõe
a série.
– Valor futuro (VF) = Numa série de pagamentos, definimos MONTANTE como sendo a parcela única, que equivale (ou substitui) a
todos os termos (devidamente capitalizados) até o final do fluxo. É a soma dos montantes de todos os termos que compõe a série.
– Prestações (P) = Numa série de pagamentos, definimos Prestações como sendo o valor que é pago (ou recebido) a cada período de
capitalização de uma Série Pagamentos.
– Número de prestações (n) = número de Parcelas, Depósitos ou Pagamentos.
– Taxa efetiva de juro (i)= com capitalização na periodicidade das Prestações.

Séries financeiras postecipadas


São aquelas em que as prestações, pagamentos ou depósitos são efetuados no final de cada período.

Valor Futuro Postecipado (VFp)


O Valor Futuro (VF) produzido por uma série de n prestações P postecipadas, iguais e periódicas, aplicadas a uma taxa de juros i, na
forma unitária, no mesmo período das prestações, será igual à soma de todos esses depósitos capitalizados para uma mesma data focal,
coincidindo com o último depósito.

Fazemos uso da seguinte fórmula:

O valor capitalizado de cada um dos termos da Série de Pagamentos forma uma Progressão Geométrica (PG) cuja soma resulta na
seguinte expressão:

Fator de Capitalização Postecipado

73
MATEMÁTICA

Valor Presente postecipado (VPp)


O Valor Presente (VP) produzido por uma série de n prestações P, iguais e periódicas, aplicadas a uma taxa de juros i, na forma unitária,
no mesmo período das prestações, será igual à soma de todos esses depósitos descapitalizados para uma mesma data focal 0.

O valor descapitalizado de cada um dos termos de uma Série de Financeira postecipada forma uma Progressão Geométrica (PG) cuja
soma resulta na seguinte expressão:

Fator de Descapitalização Postecipado

Séries financeiras antecipadas


São aquelas em que o depósito ou pagamento é efetuado no início de cada período e o valor futuro é obtido em um período de tempo
após o último depósito ou pagamento da última prestação.

Valor Futuro antecipado (VFa)

O Valor Futuro de uma série financeira é obtido fazendo-se a capitalização da entrada e de cada um dos pagamentos, realizando-se a
soma destes valores no final, conforme a seguir:

74
MATEMÁTICA

O valor capitalizado de cada uma das prestações de uma Série de Pagamentos forma uma Progressão Geométrica (PG) cuja soma
resulta na seguinte expressão:

Fator de Capitalização Antecipado

O valor da prestação é obtido isolando-se a P na equação anterior.

Valor Presente antecipado (VPa)

O Valor Presente de uma série financeira antecipada é obtido fazendo-se a descapitalização de cada uma das prestações, somando-se
no final a entrada e cada um destes valores, conforme a seguir:

O valor descapitalizado de cada um dos termos de uma Série de Financeira forma uma Progressão Geométrica cuja soma resulta na
seguinte expressão:

75
MATEMÁTICA

O Fator de Descapitalização Antecipado

Séries financeiras diferidas ou com carência


Uma série de pagamentos possui DIFERIMENTO INICIAL quando ANTES do início do primeiro pagamento, é dado um prazo de dois ou
mais períodos, nos quais não ocorrem pagamentos pertencentes à série.
Uma série de pagamentos possui DIFERIMENTO FINAL quando APÓS o último pagamento, é dado um prazo de dois ou mais períodos,
nos quais não ocorrem pagamentos pertencentes à série.

Valor Presente com diferimento inicial


Podemos calcular o Valor Presente de duas maneiras: postecipado ou antecipado.

Cálculo do Valor Presente postecipado com diferimento inicial (VPpdi)


Numa série de pagamentos com diferimento inicial, vamos primeiro calcular o valor presente da série financeira postecipada, em
seguida, vamos efetuar a descapitalização deste valor a juros compostos até o início do prazo da contratação (data focal 0).

CÁLCULO DO VP DA SÉRIE CÁLCULO DA DESCAPITALIZAÇÃO CÁLCULO DIRETO DO VPA COM


ANTECIPADA: DO PERÍODO DE DIFERIMENTO: D DIFERIMENTO INICIAL:

Valor futuro com diferimento final


Podemos calcular o Valor Futuro de duas maneiras: postecipado ou antecipado.

Cálculo do Valor Futuro postecipado com diferimento final (VFpdf)


Numa série de pagamento com diferimento final, vamos primeiro calcular o valor futuro da série financeira postecipada, onde esse
valor futuro é obtido logo após o último pagamento.
Já o cálculo com o diferimento final, temos que efetuar a capitalização desse valor, a juros compostos, até o prazo final do período de
carência. Pode ocorrer que no período de carência a taxa de juros não seja a mesma da série financeira.

76
MATEMÁTICA

O VALOR FUTURO DA SÉRIE DE CAPITALIZAÇÃO DO PERÍODO DE CÁLCULO DIRETO DO VFP COM


PAGAMENTOS POSTECIPADA CARÊNCIA DIFERIMENTO FINAL

Cálculo do Valor Futuro antecipado com diferimento final (VFadf)


Numa série de pagamento com diferimento final, vamos primeiro calcular o valor futuro da série financeira antecipada, onde esse
valor futuro é obtido um período após o último pagamento.
Já o cálculo com o diferimento final, temos que efetuar a capitalização desse valor, a juros compostos, até o prazo final do período de
carência. Pode ocorrer que no período de carência a taxa de juros não seja a mesma da série financeira.

O VALOR FUTURO DA SÉRIE DE CAPITALIZAÇÃO DO PERÍODO DE CÁLCULO DIRETO DO VFA COM


PAGAMENTOS ANTECIPADA CARÊNCIA DIFERIMENTO FINAL

Exemplo:
Uma máquina é vendida a prazo através de oito prestações mensais de $4.000,00 sendo que o primeiro pagamento só irá ocorrer após
três meses da compra. Determine o preço à vista, dada uma taxa de 5% ao mês.

Resolução:
R = $4.000,00
i = 5% a.m.
n = 8 meses
m = 2 meses

Pd = $23.449,30

Sistema de amortização
Visam liquidar uma dívida mediante de pagamentos periódicos e sucessivos.

77
MATEMÁTICA

Principais conceitos
Sempre que efetuamos um pagamento estamos pagando parte do valor relativo aos juros, que são calculados sobre o saldo devedor
e outra parte chamada de amortização, que faz com que o saldo devedor diminua.
– Saldo devedor: é o valor nominal do empréstimo ou financiamento ou simplesmente o Valor Presente (VP) na data focal 0, que é
diminuído da parcela de amortização a cada período.
– Amortização: é a parcela que é deduzida do saldo devedor a cada pagamento.
– Juros: é o valor calculado a partir do saldo devedor e posteriormente somado à parcela de amortização.
– Prestação: é o pagamento efetuado a cada período, composto pela parcela de juros mais a amortização: PRESTAÇÃO = JUROS +
AMORTIZAÇÃO

Existem diversos sistemas de amortização de financiamentos e empréstimos, dos quais os mais usados são:
– Sistema de Amortização Francês (Tabela Price):
– Sistema de Amortização Constante (SAC):
– Sistema de Amortização Crescente (SACRE) ou Sistema de Amortização Misto (SAM).

Sistema de Amortização Francês (PRICE)


Este sistema utiliza a chamada TABELA PRICE que consiste no cálculo do fator de descapitalização postecipado representado por
fdp(i%,n) e é normalmente usada para financiamento em geral de bens de consumo, tipo: carros, eletrodomésticos, empréstimos bancá-
rios de curto prazo, etc.
O SAF caracteriza-se por PRESTAÇÕES CONSTANTES E IGUAIS, normalmente mensais e decrescentes, com isso, as parcelas de amorti-
zações são crescentes. Isto é, o valor amortizado é crescente ao longo do tempo, ao contrário dos juros, que decrescem proporcionalmente
ao saldo devedor.
Logo, as principais características do SAF são:
a) A prestação é constante durante todo o período de financiamento;
b) A parcela de amortização aumenta a cada período;
c) Os juros diminuem a cada período;
d) O percentual de prestações pagas não é igual ao percentual de quitação da dívida, pois no início das prestações os juros são maiores
que as amortizações, sendo que do meio para o final das prestações esta situação é invertida.
e) Nos juros, temos uma PG (Progressão geométrica) de razão descrente.

Utilizamos as seguintes fórmulas:

Com isso podemos reescrever da seguinte forma, sabendo que

Sistema de Amortização Constante (SAC)


O SAC foi bastante usado pelo Sistema Financeiro de Habitação no início dos anos 70 e, atualmente, é amplamente utilizado para
financiamentos bancários de longo prazo de imóveis.
O tomador do empréstimo pagará uma prestação decrescente em cada período, a qual é composta por duas parcelas: a amortização
e os juros.
As principais características do SAC são:
a) A parcela de amortização é constante em todo período de financiamento;
b) A prestação é decrescente durante todo o período;
c) Os juros diminuem uniformemente a cada período;
d) O percentual de prestações pagas é igual ao percentual de quitação da dívida.
e) Nos Juros e nas Prestações observa-se de uma PA (Progressão Aritmética) de razão decrescente.

78
MATEMÁTICA

Fórmulas do Cálculo da Prestação (Séries Postecipadas)

UTILIZANDO O CAPITAL UTILIZANDO O MONTANTE

CASO O EXPOENTE SEJA NEGATIVO, UTILIZA-SE:

Para séries antecipadas (com entrada), basta multiplicar o valor da prestação por .

Sistema de Amortização Crescente (SACRE) ou Sistema de Amortização Misto (SAM)


No Sistema de Amortização Crescente ou Sistema de Amortização Misto, cada prestação é a média aritmética das prestações nos
sistemas Francês (Tabela Price) e Sistema de Amortização Constante (SAC), quando a proporção for de 50% para o Sistema de Amortização
Frances (SAF) e 50% para o Sistema de Amortização Constante (SAC), com isto as primeiras prestações são maiores que no SAF e menores
que no SAC, sendo que a partir da metade do período do financiamento a situação é invertida. As parcelas de juros, das amortizações e
dos saldos devedores de cada período também são obtidas pela média aritmética dos dois sistemas.

Exemplos:
(UFGD – ANALISTA ADMINISTRATIVO – ECONOMIA – AOCP) O sistema que consiste no plano de amortização de uma dívida em pres-
tações periódicas, sucessivas e decrescentes, em progressão aritmética, denomina-se:
(A) Sistema de Amortização Misto.
(B) Sistema Price.
(C) Sistema de Amortização Constante.
(D) Sistema Americano com fundo de amortização.
(E) Sistema Alemão.

Resolução:
Como vimos no estudo dos tipos de Amortização, a única que apresenta esta característica é o Sistema de Amortização Constante
(SAC).
Resposta: C

(PREF. FLORIANÓPOLIS/SC – AUDITOR FISCAL DE TRIBUTOS MUNICIPAIS – FEPESE) Uma pessoa financiou 100% de um imóvel no
valor de R$ 216.000,00 em 9 anos. O pagamento será em prestações mensais e o sistema de amortização é o sistema de amortização
constante (SAC).
Sabendo que o valor da terceira prestação é de R$2.848,00, a taxa de juros mensal cobrada é de:
(A) 0,2%.
(B) 0,4%.
(C) 0,5%.
(D) 0,6%.
(E) 0,8%.

Resolução:
Sabemos que no SAC Amortizações são constantes:
Sabemos que E = 216.000
n = 9 anos x 12(mensal) = 108 parcelas
A=?

79
MATEMÁTICA

Com a cota de amortização, podemos calcular o Saldo Devedor para todos os períodos:

PERÍODO SALDO DEVEDOR AMORTIZAÇÃO JUROS PRESTAÇÃO


0 216.000 - - -
1 216.000 – 2.000 = 214.000 2.000
2 214.000 – 2.000 = 212.000 2.000
3 212.000 – 2.000 = 210.000 2.000
...

Sabemos a prestação do período 3 que é R$ 2.848,00. Lembrando que P = A + J, temos que para o período 3:
P = A + J  2 848 = 2 000 + J  J = 2 848 – 2 000 = 848. Os juros incidem sobre o capital do período anterior que neste caso é o 2.O
tempo é 1
J = C.i.t  848 = 212 000.i.1  i = 848 / 212 000  i = 0,004 x 100%  i = 0,4%
Resposta: B

ANOTAÇÕES

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80
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL: ESTRUTURA DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL; ÓRGÃOS NORMATIVOS E INS-
TITUIÇÕES SUPERVISORAS, EXECUTORAS E OPERADORAS

Sistema Financeiro Nacional (SFN)


De acordo com o BACEN:
“O Sistema Financeiro Nacional (SFN) é formado por um conjunto de entidades e instituições que promovem a intermediação financei-
ra, isto é, o encontro entre credores e tomadores de recursos. É por meio do sistema financeiro que as pessoas, as empresas e o governo
circulam a maior parte dos seus ativos, pagam suas dívidas e realizam seus investimentos.
O SFN é organizado por agentes normativos, supervisores e operadores. Os órgãos normativos determinam regras gerais para o bom
funcionamento do sistema. As entidades supervisoras trabalham para que os integrantes do sistema financeiro sigam as regras definidas
pelos órgãos normativos. Os operadores são as instituições que ofertam serviços financeiros, no papel de intermediários”.

* Dependendo de suas atividades corretoras e distribuidoras também são fiscalizadas pela CVM.
** As Instituições de Pagamento não compõem o SFN, mas são reguladas e fiscalizadas pelo BCB, conforme diretrizes estabelecidas
pelo CMN.

1 Fonte: https://www.bcb.gov.br/estabilidadefinanceira/sfn

81
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Conselho monetário nacional (CMN)
É a autoridade máxima do Sistema Financeiro Nacional. Sendo órgão normativo, apenas define normas e diretrizes para execução do
BACEM e da CVM.
Conforme definição do Banco Central do Brasil:
“O Conselho Monetário Nacional (CMN) é o órgão superior do Sistema Financeiro Nacional (SFN) e tem a responsabilidade de formular
a política da moeda e do crédito. Seu objetivo é a estabilidade da moeda e o desenvolvimento econômico e social do país.

Como funciona o CMN


Os membros do CMN reúnem-se uma vez por mês para deliberar sobre assuntos como adaptar o volume dos meios de pagamento às
reais necessidades da economia; regular o valor interno e externo da moeda e o equilíbrio do balanço de pagamentos; orientar a aplicação
dos recursos das instituições financeiras; propiciar o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos financeiros; zelar pela liquidez
e solvência das instituições financeiras; e coordenar as políticas monetária, creditícia, orçamentária e da dívida pública interna e externa.
Em casos extraordinários, pode acontecer mais de uma reunião por mês. As matérias aprovadas são regulamentadas por meio de
Resoluções CMN divulgadas no Diário Oficial da União (DOU) e no Busca de normas do Conselho e do Banco Central (BC).

Composição do CMN
— Ministro da Economia (presidente do Conselho)
— Presidente do Banco Central
— Secretário Especial de Fazenda do Ministério da Economia
O CMN foi criado junto com o Banco Central, pela Lei nº 4.595, de 31 de dezembro de 1964. O Conselho deu início às suas atividades
90 dias depois, em 31 de março de 1965”.

Banco Central do Brasil (BACEN)


Conhecido como BACEN, Banco Central do Brasil ou mesmo, Banco Central, é uma autarquia federal, vinculada ao Ministério da Eco-
nomia, com sua sede em Brasília.
Possui autonomia para executar medidas que favoreçam a economia do país.
Conforme definição própria:
“O Banco Central (BC) é o guardião dos valores do Brasil. O BC é uma autarquia federal, vinculada - mas não subordinada - ao Ministé-
rio da Economia, e foi criado pela Lei nº 4.595/1964.
Sua missão é assegurar à sociedade a estabilidade do poder de compra da moeda e um sistema financeiro sólido, eficiente e compe-
titivo.

Múltiplas atividades
As tarefas a cargo do Banco Central são bastante diversas. Entenda no detalhe:
Inflação baixa​e estável
Manter a inflação sob controle, ao redor da meta, é objetivo fundamental do BC.
A estabilidade dos preços preserva o v​alor do dinheiro, mantendo o poder de compra da moeda​. ​Para alcançar esse objetivo, o BC
utiliza a política monetária, política que se refere às ações do BC que visam afetar o custo do dinheiro (taxas de juros) e a quantidade de
dinheiro (condições de liquidez) na economia.

Sistema financeiro seguro e eficiente


Faz parte da missão do BC assegurar que o sistema financeiro seja sólido (tenha capital suficiente para arcar com seus compromissos)
e eficiente.

Banco do governo
O BC detém as contas mais importantes do governo e é o depositório das reservas internacionais do país

Banco dos bancos


As instituições financeiras precisam manter contas no BC. Essas contas são monitoradas para que as transações financeiras aconteçam
com fluidez e para que as próprias contas não fechem o dia com saldo negativo.

Emissor do dinheiro​
O BC gerencia o meio circulante, que nada mais é do que garantir, para a população, o fornecimento adequado de dinheiro em espé-
cie”.

Comissão de valores mobiliários (CVM)


Autarquia federal, vinculada ao Ministério da Economia. Possui autoridade executora e reguladora, ou seja, cria normas e regras atra-
vés da Instrução Normativa CVM. Todas as informações relacionadas ao mercado de capitais estão reguladas nesse conjunto de instruções.
Conforme o Ministério da Economia:
“A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) foi criada em 07/12/1976 pela Lei 6.385/76, com o objetivo de fiscalizar, normatizar, disci-
plinar e desenvolver o mercado de valores mobiliários no Brasil.
A CVM é uma entidade autárquica em regime especial, vinculada ao Ministério da Economia, com personalidade jurídica e patrimônio
próprios, dotada de autoridade administrativa independente, ausência de subordinação hierárquica, mandato fixo e estabilidade de seus
dirigentes, e autonomia financeira e orçamentária.

82
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Desenvolvimento do mercado É a principal instituição financeira intermediária, tendo o poder
Estimular a formação de poupança e a sua aplicação em valores da geração de moeda na economia brasileira. Atende pessoas físi-
mobiliários; promover a expansão e o funcionamento eficiente e re- cas e jurídicas.
gular do mercado de ações; e estimular as aplicações permanentes
em ações do capital social de companhias abertas sob controle de Caixas econômicas
capitais privados nacionais (Lei 6.385/76, art. 4º, incisos I e II). É uma instituição financeira que oferece todos os serviços de
um banco comercial, porém, apenas a caixa tem desempenha o pa-
Eficiência e funcionamento do mercado pel de banco social, participando diretamente dos programas do
Assegurar o funcionamento eficiente e regular dos mercados governo. Inclusive os cidadãos que não são clientes, podem usufruir
da bolsa e de balcão; assegurar a observância de práticas comer- desses serviços.
ciais equitativas no mercado de valores mobiliários; e assegurar a
observância, no mercado, das condições de utilização de crédito Cooperativas de crédito
fixadas pelo Conselho Monetário Nacional (Lei 6.385/76, art. 4º, Representa um grupo de pessoas com a mesma intenção,
incisos III, VII e VIII). prestar serviços financeiros, como; abertura de contas, aplicações
financeiras, emissão de cartão de crédito, etc. O diferencial é que na
Proteção dos investidores cooperativa, o cliente como associados, é também um dos donos.
Proteger os titulares de valores mobiliários e os investidores do Essas instituições estão localizadas também longe dos grandes
mercado contra emissões irregulares de valores mobiliários; atos centros, como em pequenos bairros ou comunidades.
ilegais de administradores e acionistas controladores das compa- Contam com a proteção do Fundo Garantidor do Cooperativis-
nhias abertas, ou de administradores de carteira de valores mobi- mo de Crédito, para casos em que o dinheiro deva ser devolvido
liários; e o uso de informação relevante não divulgada no mercado aos clientes.
de valores mobiliários. Evitar ou coibir modalidades de fraude ou
manipulação destinadas a criar condições artificiais de demanda, Bancos comerciais cooperativos
oferta ou preço dos valores mobiliários negociados no mercado (Lei São bancos instituídos como cooperativas, porém, tiveram
6.385/76, art. 4º, incisos IV e V). que se modificar com o passar do tempo devido seu crescimento.
Juntam-se três centrais cooperativas e constituem uma Sociedade
Acesso à informação adequada Anônima de capital fechado, em que 51% de seu capital deve per-
Assegurar o acesso do público a informações sobre os valores manecer em poder das controladoras.
mobiliários negociados e as companhias que os tenham emitido, re- Os bancos comerciais cooperativos devem ter uma carteira co-
gulamentando a Lei e administrando o sistema de registro de emis- mercial e funcionar como um banco comercial. Suas atividades fi-
sores, de distribuição e de agentes regulados (Lei 6.385/76, art. 4º, cam restritas apenas no estado em que estejam seus controladores.
inciso VI, e art. 8º, incisos I e II).
Bancos de investimento
Fiscalização e punição São instituições financeiras privadas que captam e adminis-
Fiscalizar permanentemente as atividades e os serviços do tram recursos na forma de fundos de investimento, emprestando
mercado de valores mobiliários, bem como a veiculação de infor- no mercado a médios e longos prazos. Executam alguns serviços
mações relativas ao mercado, às pessoas que dele participam e aos dos bancos comerciais, mas não abrem contas correntes.
valores nele negociados, e impor penalidades aos infratores das Sua forma de constituição é a Sociedade Anônima.
Leis 6.404/76 e 6.385/76, das normas da própria CVM ou de leis es-
peciais cujo cumprimento lhe incumba fiscalizar (Lei 6.385/76, art. Bancos de desenvolvimento
8º, incisos III e V, e art. 11)”. São bancos públicos que oferecem crédito para projetos que
desenvolvimento econômico e social do país. No Brasil, o principal é
Conselho de recursos do sistema financeiro nacional (CRSFN) o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Tem como função principal, revisar as decisões administrativas
e de primeira instância do Sistema Financeiro Nacional, principal- Sociedades de crédito, financiamento e investimento
mente do BACEN, da CVM e do COAF (Conselho de controle de Ati- São instituições financeiras privadas, mais conhecidas como fi-
vidades Financeiras). nanceiras; que fornecem empréstimos e financiamentos para aqui-
A Secretaria Especial da Fazenda define: sição de bens, serviços, capitas de giro, etc.
“O Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional (CRS- São constituídas como Sociedades Anônimas e devem manter
FN) é um órgão colegiado, de segundo grau, integrante da estrutura em sua denominação social a expressão “crédito, financiamento e
do Ministério da Economia e tem por finalidade julgar, em última investimento”.
instância administrativa, os recursos contra as sanções aplicadas Podem ser independentes, sem vínculos com outras institui-
pelo BCB e CVM e, nos processos de lavagem de dinheiro, as san- ções ou ligadas a ligados a diversos tipos de conglomerado, tais
ções aplicadas pelo COAF, SUSEP e demais autoridades competen- como, financeiros, estabelecimentos comerciais, grupos indústrias
tes”. (montadoras).
Sua captação de recurso ocorre principalmente por Letras de
Bancos comerciais câmbio e RDB.
É o banco mais popular entre as instituições financeiras. Foi o
primeiro banco comercial a oferecer a tão conhecida conta corren- Sociedades de arrendamento mercantil
te (conta de depósito à vista), além de outros serviços bancárias São empresas que operam as carteiras de leasing, não são con-
como; recebimento e pagamento de títulos, operações de crédito, sideradas como instituições financeiras.
conta poupança, vendas de seguros, etc. Oferecem serviços de arrendamento de bens móveis e imóveis
próprios, segundo as especificações do arrendatário (cliente).

83
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
São fiscalizadas pelo Banco Central do Brasil e realizam opera- O IBOVESPA é o principal índice da Bolsa, sendo composto pe-
ções com idênticas a financiamentos. las ações mais negociadas e por isso tem maior representatividade
no mercado brasileiro de ações. É revisado a cada quatro meses,
Sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários assim, são alteradas suas ações e também seus percentuais.
São instituições que atuam na intermediação de títulos e va- Mas existem outros índices, conhecidos como setoriais, por
lores mobiliários (recursos captados pelas empresas para suprir as exemplo: índice de energia, índice de mercado imobiliário, etc.
necessidades de caixa) nos mercados financeiro e de capitais. A praticidade é um dos atrativos de investir na Bolsa, já que são
Possuem autorização de funcionamento pelo Banco Central do investimentos são realizados totalmente de forma on-line. Também
Brasil e compõem o Sistema Financeiro Nacional. a rentabilidade chama a atenção, especialmente no cenário de ju-
ros baixos do Brasil. Há ainda, os proventos que fazem parte dos
Sociedades distribuidoras de títulos e valores mobiliários e lucros das companhias, repassado aos acionistas. É possível inves-
sociedades de crédito imobiliário tir na Bolsa com poucos recursos. Porém, o investimento só ocorre
São as principais instituições que operam na Bolsa de Valores, através de uma corretora de valores.
também atuando no mercado de câmbio. Constituídas sob a forma
de Sociedades Anônimas ou sociedades por quotas de responsabi- Bolsas de mercadorias e de futuros
lidade limitada. São fiscalizadas pelo Banco Central do Brasil e pela Bolsa em que eram negociados contratos futuros de commodi-
Comissão de Valores Mobiliários. ties; como soja, milho, água, energia, ouro, gás natural.
Sua administração é realizada por pessoas naturais, residentes Em 2008, a BM&F e a BOVESPA se unificaram, dando início a
no Brasil, que cumprem exigências pelo Banco Central do Brasil, BM&F BOVESPA. Em 2017, ocorreu outra fusão, dessa vez com a
com relação a sua formação e conhecimento. Cumprem funções CETIP, dando origem a [B]3 Brasil, Bolsa e Balcão; que é agora a única
auxiliares no Sistema Financeiro Nacional. Bolsa de Valores do Brasil.

São capacitadas para: Sistema especial de liquidação e custódia (SELIC)


Encarregar-se da administração de carteira de custódia de títu- Conhecida como a Taxa Básica de Juros, é um indicador que
los e valores mobiliários. serve de referência para diversas outras taxas.
— Exercer funções de agente fiduciário. A SELIC é de responsabilidade do Comitê de Política Monetária
— Instituir, organizar e administrar fundos de investimentos e (COPOM), que organiza reuniões a cada 45 dias para definir qual
clubes de investimento. será a meta para a taxa. Após cada reunião, o COPOM disponibiliza
— Constituir sociedades de investimentos de capital estrangei- uma ata com seu parecer e o resultado da taxa SELIC que pode ser
ro e administrar a respectiva carteira de títulos e valores mobiliá- de aumento, redução ou mesmo manutenção da taxa (quando per-
rios. manece inalterada).
A SELIC pode ser considerada também, um mecanismo de con-
Bolsas de valores trole da inflação. Quando está a inflação está alta, o COPOM tende
A Bolsa de Valores é o ponto de encontro entre vendedores e a escolher aumentar a taxa de juros e conter esse processo. Com o
compradores de produtos financeiros e foi constituída para organi- aumento, fica mais difícil a obtenção de crédito, reduzindo o consu-
zar essas negociações que ocorrem em grande número e aconte- mo, a elevação dos preços; o resultado é a queda da inflação. Se a
cem em questão de segundos devido a tecnologia da plataforma inflação estiver controlada, a tendência é que o COPOM promova a
da Bolsa. redução na SELIC, como consequência, temos um aumento na libe-
A Bolsa estabelece regras de negociações com o objetivo de ração de crédito e maior investimento nas empresas.
tornar o ambiente transparente e seguro para todas as partes en-
volvidas. CETIP S.A.
O produto mais popular negociado na Bolsa é a ação, que re- Central de Liquidação e Custódia de Operações Financeiras foi
presenta uma pequena parte de uma empresa, então, ao adquirir uma empresa privada do mercado financeiro.
uma ação o comprador se torna um acionista (pequeno sócio) do Iniciou suas atividades em 1986, atuando com serviços de re-
negócio. gistro, central de depositária, negociação e liquidação de ativos e
A popularidade da Bolsa se deve a compra e venda de ações, títulos. Em 2017 houve a fusão com a BM&F BOVESPA, formando a
porém, há outros seguimentos na estrutura da bolsa: atual Bolsa de Valores no país, a [B]3 Brasil, Bolsa e Balcão.
• Mercados à vista.
• Derivativos listados. Associações de poupança e empréstimo (APE)
• Derivativos de balcão. Instituições não consideradas financeiras, mas sim sociedades
• Ativos de renda fixa. civis. Tem como finalidade captação de poupança e financiamento
• Crédito imobiliário da casa própria.
• Financiamento de veículos. São regulamentadas pela Lei nº 6.855/80, pertencem ao Siste-
ma Financeiro Nacional, devendo seguir as regras do BACEN e do
Todos esses empréstimos devem ter sua garantia registrada em COPOM. Pertencem também ao Sistema Financeiro da Habitação
um sistema de liquidação financeira. (SFH).
As Bolsas de Valores estão presentes em todo o mundo. Entre A Poupex é a única APE em atividade no Brasil nos dias de hoje,
as maiores do mundo estão a de New York, a Nasdaq, a de Tóquio, atuando para captar recursos da poupança e financiamento de ha-
a de Londres, etc. bitação para seus associados.
Aqui no Brasil, temos a Bolsa que se chama [B]3. Até 2008, Os associados são aqueles que depositam para formar poupan-
eram duas Bolsas, a BM&F e Bovespa, no entanto, neste mesmo ças e também os que adquirem financiamento imobiliário.
ano, houve a unificação e se tornou a BM&F Bovespa. Em 2017, se Suas operações quanto a aplicação de dinheiro consistem em
juntou a esta a CETIP (Central de Custódia e Liquidação Financeira direcionar os recursos para o mercado imobiliário, incluindo o SFH.
de Títulos), formando a [B]3 (Brasil, Bolsa e Balcão).

84
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
As operações para captar recursos, além dos depósitos de Mercado Cambial
poupança, são constituídas por: Letras hipotecárias, repasses e re- É um dos principais mercados existentes dentro mercado finan-
financiamentos contraídos no país, empréstimos e financiamentos ceiro, fazendo parte do Sistema Financeiro Nacional, sendo norma-
contraídos no exterior, letras de crédito imobiliário, letra financeira tizado e supervisionado pelo CMN e pelo Banco Central.
e depósitos interfinanceiros. É o local em que ocorrem as transações envolvendo moedas de
diversos países (divisas internacionais). Essas operações consistem
na troca de uma moeda base por outra moeda cotada, como paga-
MERCADO FINANCEIRO E SEUS DESDOBRAMENTOS mentos, recebimentos, transferências, investimentos, etc.
(MERCADOS MONETÁRIO, DE CRÉDITO, DE CAPITAIS E Por ser globalizado, este mercado, tem seu funcionamento du-
CAMBIAL) rante 24 horas em cinco dias da semana; tendo ainda a facilidade
de ser descentralizado e eletrônico. É dividido em duas partes, sen-
Mercado Monetário do o mercado primário aquele que realiza transações por turistas,
O mercado monetário é um dos mercados que faz parte do mer- importadores e exportadores, e o secundário, em que ocorrem as
cado financeiro e do Sistema Financeiro Nacional (SFN). Logo, é regula- transações autorizadas pelo Banco Central. Ou seja, mercado cam-
mentado e supervisionado pelo CMN e Banco Central do Brasil. bial, é onde as moedas dos países são negociadas, possibilitando o
O mercado monetário é caracterizado pelas negociações de tí- comércio, turismo e investimentos internacionais.
tulos públicos do Tesouro Nacional (LTN LFN) e privados (CDB), de
curto e curtíssimo prazo, e tem desempenho fundamental com a
liquidez monetária, que por sua vez influencia toda economia, atra- OS BANCOS NA ERA DIGITAL: ATUALIDADE,
vés da inflação e a taxa de juros. É por meio dos títulos públicos que TENDÊNCIAS E DESAFIOS. INTERNET BANKING.
o Banco Central atua neste mercado visando atingir os objetivos do MOBILE BANKING. OPEN BANKING. NOVOS
governo quanto à inflação e a taxa de juros, visto que ao comprar MODELOS DE NEGÓCIOS. FINTECHS, STARTUPS
títulos públicos, ele aumenta a oferta de moeda no sistema, geran- E BIG TECHS. SISTEMA DE BANCOS-SOMBRA
do uma baixa na taxa de juros e uma alta na inflação e, ao vender (SHADOW BANKING). O DINHEIRO NA ERA DIGITAL:
títulos públicos, ele diminui a oferta de moeda no sistema, gerando BLOCKCHAIN, BITCOIN E DEMAIS CRIPTOMOEDAS.
uma alta na taxa de juros e uma baixa na inflação. TRANSFORMAÇÃO DIGITAL NO SISTEMA FINANCEIRO

Mercado de Crédito
Presente, tendências e desafios
O mercado de crédito é aquele onde se encontram os agentes
econômicos tomadores e tomadores de recursos. Os agentes eco- Os bancos “tradicionais” já utilizam a tecnologia para oferecer
nômicos são as pessoas físicas e jurídicas e as instituições financei- serviços e facilidades aos seus clientes. Seja através de internet
ras, que buscam e oferecem recursos e financiamentos. banking ou móbile banking. No entanto, esses bancos precisam ino-
var tecnologicamente o mais rápido possível, caso contrário, serão
As principais operações são: substituídos pelos bancos digitais.
- Pessoa física - crédito ao consumidor, crédito consignado, O maior desafio de um banco digital no Brasil é transformar
cheque especial, cartão de crédito, leasing, etc. uma cultura de muitos anos de contatos diretos com atendentes,
- Pessoa jurídica - empréstimo para capital de giro, financia- gerentes e pagamentos via operadores de caixa em agências físi-
mento de máquinas e equipamentos, financiamento de projetos, cas para o atendimento virtual. Pois ainda existe a desconfiança de
etc. muitos clientes, principalmente aqueles com idades mais elevadas;
inclusive a dificuldade e insegurança para o acesso.
Essas relações tem algumas características que precisam ser Para conquistarem mais clientes, os bancos digitais inovam
definidas em contrato, que se fundamentam em normas e fiscaliza- cada vez mais em tecnologia e resolução de problemas de forma
ções do mercado financeiro para que possam ser realizadas, como mais simples e rápido, trazendo um conceito de valor e utilidade
os períodos que podem ser de curto, médio ou longo prazo; valor, para seus usuários.
forma de liquidação, taxa de juros, riscos, garantias e destinação
dos recursos. Internet banking, banco virtual e “dinheiro de plástico”
Mercado de Capitais Internet Banking
É o ambiente composto por empresas e investidores. Muitas É a plataforma bancária que utiliza a tecnologia como sua alia-
vezes as empresas necessitam de recursos para projetos diversos e
da. É o ambiente que fica na internet em que os clientes realizam
buscam os investidores, que são as pessoas com recursos e interes-
operações bancárias, em ambiente fora da agência.
se disponíveis.
No site do banco, os clientes podem realizar operações de ex-
Sua principal função é possibilitar aos investidores boas opor-
tunidades de investimento através de empresas que estão dispos- tratos, saldos, pagamentos, empréstimos, etc.; permitindo que as
tas a aceitar novos sócios. movimentações sejam realizadas com mais conforto e comodidade,
No mercado de capitais a empresa assume o compromisso de pois não há necessidade de se deslocar até uma agência.
retorno com o investidor, através da emissão de títulos e ações, dis-
ponibilizadas no mercado. Dessa forma o mercado de capitais sur- Banco virtual
giu para aproximar aqueles investidores que gostariam de investir São plataformas tecnológicas, também conhecidas como finte-
em empresas e de empresas que precisam de recursos para proje- chs (empresas que inovaram no modelo de negócios e operação) do
tos de investimento. Sistema Financeiro Nacional.
Foram criados para com a intenção de permitir o acesso ao siste-
ma bancário aos brasileiros que não tem acesso aos bancos comuns.

85
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Toda sua operação é realizada de modo virtual, sem agências fí- O comportamento do consumidor na relação com o banco
sicas abertas. Desde a abertura de contas até as movimentações de Cada vez mais ligados as tecnologias, consumidores tem bus-
pagamentos, consultas diversas, transferências são realizadas por cado facilidade, comodidade e rapidez nos serviços em geral. Em
meio de sites ou aplicativos. relação aos serviços bancários não seria diferente.
Os bancos digitais preencheram grande parte dessas necessi-
“Dinheiro de plástico” dades, através da redução de burocracia, fim das filas e idas em
É o meio físico de pagamento, mais conhecido como “cartão”, agências físicas dos bancos tradicionais. Com essas instituições já é
utilizado para pagamentos, saques e diversas movimentações em possível abrir contas, realizar aplicações, obter financiamentos por
caixas eletrônicos. aplicativos de forma rápida e segura.
Facilitam na rapidez e no sentido de evitar idas nas agências, ape- Desde a entrada dos bancos virtuais, os clientes mudaram o
nas para tais serviços. Promove também o conforto e a segurança do relacionamento e o comportamento com os bancos, deixando a de-
cliente que não necessita da utilização de dinheiro em espécie para pendência física das agências, passando a se comunicar pelo inter-
suas operações financeiras. Reduz custos para as instituições financei- net banking e móbile banking na utilização dos serviços financeiros.
ras e promove a garantia do recebimento para os comerciantes.
Os cartões mais utilizados são: A experiência do usuário
• Cartões de débito – Débito automático na conta do cliente A experiência do usuário (user experience – UX) é o termo uti-
do valor referente a compra. Segurança também para o estabele- lizado para mencionar a relação de uma pessoa com um produto,
cimento, pois tem a certeza que o pagamento já saiu da conta do serviço, objeto, etc. Essa relação de utilidade vai definir se a expe-
cliente. riência foi boa ou ruim.
• Cartão de crédito – Incentiva o consumo, pois o pagamento Os bancos digitais tem concentrado todos os esforços para que
de suas compras ocorrerá apenas no vencimento da fatura, inclusi- a experiências de seus clientes seja a melhor possível. Para isso, de-
ve em parcelas. senvolvem a todo momento, produtos e serviços que atendam às
• Cartões múltiplos – Que exercem duas funções simultâneas necessidades dos usuários, tanto na forma de redução de burocracia
(débito e crédito). de atendimento, facilidade e rapidez na solução de problemas, reali-
zação de tarefas de maneira mais ágil.
Mobile banking São produtos e serviços cada vez mais inovadores e tecnológicos,
É a tecnologia do banco voltada para a tela do celular ou outros que proporcionam aos clientes e as empresas geração de valor.
dispositivos móveis, 365 dias por ano, permitindo a realização de
diversas transações financeiras através de aplicativos que são bai- Inteligência artificial cognitiva
xados em smartphones, relógios inteligentes, etc. É a utilização da inteligência de computadores (robôs) que ad-
Possibilita aos clientes rapidez e comodidade, devido acesso quirem conhecimento com o passar do tempo. Ao utilizar essa tecno-
em qualquer localidade e sem a necessidade de idas as agências logia em seus serviços, as instituições financeiras tem como objetivo
físicas; o que também reduz custos das instituições financeiras. principal, a eficácia, rapidez no atendimento. E personalização dos
serviços oferecidos.
Open banking e o modelo de bank as a service A cada acesso, o computador é abastecido com as informações
do cliente, percebendo suas necessidades e preferências, por isso
Open Banking que o sistema fica cada vez mais inteligente; por exemplo, ao acessar
É um conjunto de práticas que torna o cliente detentor de seus o internet banking. É a tecnologia em constante desenvolvimento.
dados financeiros, como por exemplo, datas e valores de transfe- Essa tecnologia é utilizada principalmente no atendimento tele-
rências, pagamentos, ou produtos que selecionou para investimen- fônico das instituições, nos caixas eletrônicos através da leitura bio-
tos. O que proporciona inovação e concorrência entre os serviços métrica e também na internet e móbile banking.
financeiros.
Em abril de 2019, o Banco Central do Brasil, iniciou a imple- Banco digitalizado versus banco digital
mentação do Open Banking no Brasil. Banco digitalizado é a modalidade já conhecida de bancos “tra-
Essas novas ações possibilitam que o consumidor tenha o po- dicionais” (Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, etc.) que utili-
der de escolha de transferir seus dados do banco A para o banco zaram a tecnologia para modernizar o atendimento e inovar o modo
B; pois acredita, por exemplo, que no segundo banco terá melhor como seus clientes realizam as transações. Através da digitalização,
condições de taxas de juros, tarifas ou até mesmo, melhor atendi- conseguiram mudar o foco das agências para internet banking e mó-
mento. bile banking.
Assim, o usuário tem a propriedade de seus dados e escolhe Porém, mesmo passando por essa inovação, não são totalmente
com quem compartilhá-los. digitais e ainda possuem agências físicas para apoio presencial com
operadores de caixa, atendentes e gerentes.
Modelo de bank as a service Os bancos digitais são aqueles totalmente virtuais, não possuem
Também conhecido por “banco como serviço”, é uma solução atendimento em agências físicas, por exemplo, Nubank e Neon.
que tem o potencial de ampliar a competitividade e a colaboração Já foram criados nesse novo conceito e seus clientes utilizam
na prestação de serviços financeiros. 100% de internet banking e móbile banking para realizar operações
Com o bank as a service, empresas de qualquer segmento de como pagamentos, transferências, consultas, etc.; o saque ocorre em
mercado, passam a ter condições de oferecer serviços bancários de caixas eletrônicos espalhados por estabelecimentos diversos.
uma forma simples e rápida. Para abrir uma conta nos bancos digitais, todo o processo é via
Os grandes benefícios para o consumidor é a variedade de em- ambiente virtual. O interessado se cadastra, faz a solicitação e após
presas oferecendo serviços bancários, as filas em bancos ficam ape- aprovação; envia os documentos e assinatura digitalizados.
nas na lembrança, pois tudo é realizado por meio digital.

86
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Fintechs, Startups e Big Techs mento de seus computadores para acelerar tal ação; pois um com-
As fintechs (finanças + tecnologia) são startups que trabalham putador apenas levaria aproximadamente um ano para a realização
para otimizar o processo tradicional dos serviços financeiros e tam- de uma fração de bitcoin.
bém resolver através da tecnologia, problemas específicos de pes- Para ser dono de bitcoins é necessário possuir uma carteira vir-
soas físicas ou jurídicas. tual, representada por um aplicativo em que fica armazenado uma
Em geral, trazem produtos altamente inovadores, simples e mui- sequência de letras, que representa o dinheiro do comprador. Caso
to eficientes. Muitas vezes, analisando e preenchendo espaços que esse código seja perdido, o resultado será a perda do investimento.
deveriam ser dos bancos tradicionais, atendendo um público que em Atualmente existem diversas corretoras que trabalham com a
muitos casos, não tem acesso as instituições financeiras comuns. venda de bitcoins.
Big Techs são grandes empresas de tecnologia que dominam o
mercado, moldam como as pessoas compra, vendem, consomem Demais criptomoedas
e trabalham. Tem como motor a inovação, sempre definindo novas As principais criptomoedas negociadas são:
tecnologias e serviços. Entre as principais estão a Apple, Amazon e • XRP Ripple – Criptomoeda centralizada, projetada para au-
Microsoft. xiliar instituições financeirasa movimentar dinheiro de forma mais
rápida, global e também com redução de custos.
Soluções mobile e service design • Litecan – Criptomoeda criada para transações mais rápidas e
com menos custos que a bitcoin, para ser utilizada em pagamentos
Soluções Mobile do dia a dia.
Utilização de aplicativos na tecnologia da resolução das necessi- • Bitcoin Cash – Projetada para transações mais rápidas e roti-
dades dos clientes. Para que esse processo ocorra de maneira mais neiras, com taxas mais baixas.
eficaz, é necessário identificar quais serviços e produtos os usuários • Ethereum – Blockchain que permite o armazenamento de
mais precisam. contratos inteligentes e aplicativos em sua rede. Utiliza como crip-
No sistema bancário, são os aplicativos que permitem abertura tomoeda a Ether, lançada em 2017.
de conta e a realização de todas as transações bancárias e atendi-
mento ao cliente no local em que estiver, através de um smartpho- Sistema de bancos-sombra (shadow banking)
ne. É um conjunto de operações não-regulamentadas de intermediá-
rios financeiros, que fornecem crédito no sistema financeiro global de
Service Design forma “informal”. Ou seja, de forma indireta, sem passar por supervisão
Serviço capaz de oferecer aos clientes utilidade, eficiência, efi- ou regulamentação bancária, algumas instituições conseguem realizar
cácia, ou seja, o serviço que é reconhecido pelos clientes a ponto de financiamentos e empréstimos com suas atividades paralelas ao sistema
gerar valor para ambas as partes. bancário tradicional.
No setor financeiro, os bancos digitais procuram oferecer servi- Operações desse tipo oferecem maiores riscos de mercado, visto que,
ços de qualidade, otimizando tempo e custos de clientes e trazendo na maior parte das vezes, não possuem uma garantia de capital reserva, o
soluções simples e rápidas para problemas financeiros. que não impediu seu crescimento à nível global, de modo que se estima
que há que quase 100 trilhões de dólares circulam em ativos financeiros
O dinheiro na era digital: blockchain, bitcoin e demais cripto- desse tipo, tornando-o importante e relevante na estrutura financeira glo-
moedas bal, como fornecedor de capital e crédito para investidores e corporações.
Contudo, observa-se um papel crítico atender esse tipo de deman-
Blockchain da, de modo que muitos argumentam que esses mercados paralelos co-
É a tecnologia que permite o registro de informações de forma laboraram para grandes crises financeiras, como a de 2008 nos Estados
segura. Através dela, ocorre a transferência de valores digitalmente Unidos, por isso tenta-se desde então aprovar uma série de medidas
mesmo sem a intermediação de instituições financeiras. Devido seu para regular ou limitar esse tipo de operação, visto que seus números
nível de segurança, não há necessidade da confiança entre terceiros alavancados e sem garantia seguem expondo os sistemas financeiros do
para as transações. mundo todo em risco.
Essa tecnologia pode ter outras funções, como a utilização na
indústria, para que a cadeia produtiva seja mais passível de rastrea- Segmentação e interações digitais
mento e suas informações fiquem registradas de forma imutável e, A era dos avanços tecnológicos traz em seu bojo inúmeras
ainda, para que seus dados seu se percam. transformações, em especial na forma de como os negócios tradicionais
Tudo pode ser registrado na blockchain, pois sua composição no mercado se realizam. Quanto a transformação digital do setor
se assemelha a uma grande biblioteca e a chave pública pode ser bancário, por muitos anos, esse era um setor cheio de formalidades,
comparada a pastas de arquivos. com muitas agências físicas, grandes filas e alguns procedimentos
Para utilizar seus recursos, os usuários devem possuir um ende- exigiam retorno duas ou mais vezes às agências, ou seja, era sinônimo
reço na própria blockchain. de preocupação ao usuário. O cenário era de concentração de mercado,
pautada no domínio centrado em poucas instituições contribuindo para
Bitcoin desbancarização de muitas pessoas2.
Bitcoin é uma moeda em forma de código, que não existe fisi- Diante da mudança de cenário, onde o modelo digital de negócios
camente e não tem um banco central que organize sua organização. cresce a cada dia surgem as Startups voltadas ao meio financeiro
Ou seja, só existe no mundo virtual. denominadas de Fintechs, que são empresas de tecnologia financeira
Ela surgiu em 2008, tendo sua criação associada a um grupo de com o objetivo de cobrir os gargalos do sistema financeiro tradicional,
a um grupo de programadores, usando um pseudônimo de Satoshi com o lema “inovação”. A ideia vem apresentando forte crescimento e se
Nakamoto. Para isso, seus criadores utilizaram a soma do processa- 2 https://www.famaqui.edu.br/app/webroot/ojs/index.php/saberes/article/
download/26/25/.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
demonstrando como tendência mundial. O sucesso das Fintechs se deve Neste cenário, pode-se perceber que a expansão das Fintechs no
ao fato das facilidades e efetividade do suprimento das necessidades dos Brasil é recente, por volta de 2010, a mudança ainda era silenciosa,
clientes e usuários. mas hoje essas empresas comandam uma grande transformação
O material genético de uma Startup é a palavra “inovação”, e o nesse mercado. Com o surgimento das primeiras Fintechs, observa-
objetivo principal é a transformação com vistas a um “melhor servir”. Por se no mercado um vertiginoso crescimento destas, impulsionando
serem segmentos novos no mercado, o futuro é incerto, mas altamente e influenciando mudanças aos participantes do mercado financeiro,
promissor, tanto que a cada ano o crescimento é exponencial. em especial os bancos tradicionais.
Ainda que diante de toda incerteza verifica-se que as Startups É importante salientar que no desenvolvimento tecnológico no
estão presentes em todos os segmentos da sociedade, como exemplo: segmento bancário despontam as Fintechs, empresas 100% (cem
saúde, lazer, agronegócios, alimentação, vestuário, financeiros, por cento) digitais, que se dedicam a área financeira, facilitando a
bancário, entre outros. concessão de produtos e serviços, como por exemplo:
Dando ênfase ao segmento bancário tem-se que as Startups → a disponibilização de crédito rápido, menos burocrático e
atuantes neste contexto são denominadas de Fintechs, as quais são com reduzidas taxas de juros;
empresas que inovam quanto à forma de dispor os serviços financeiros → abertura de conta corrente sem custos;
e bancários, trazendo facilidades atribuídas pelo rompimento da → concessão de cartões de créditos com limites que agradam
burocracia dos métodos tradicionais de fornecimento de bens e serviços. os usuários e sem anuidades;
Das definições apresentadas entende-se que, as Fintechs são → serviços bancários como: transferências, pagamentos,
Startups especializadas no setor financeiro/bancário tendo como seguros e investimentos;
propósito a desburocratização e capilarização dos serviços e produtos → atendimento remoto e muito ágil, facilitando a rotina dos
financeiros. O objetivo maior é o fornecimento de soluções ágeis e usuários, já que não é necessário atendimento presencial, ou seja,
eficazes para cada usuário, melhorando assim, a experiência no consumo agradável ao público a que se destina.
de bens e produtos do segmento.
Atualmente, atribui-se às Startups e Fintechs, a fonte impulsionadora Diante dessas facilidades, verifica-se o crescimento das
dos grandes movimentos tecnológicos, já que figuram como agentes Startups e Fintechs por atuarem e buscarem parcela de clientes
de transformação. A demanda pelo universo digital vem crescendo a não bancarizados, ou descontentes com a forma de prestação de
passos largos, devido as facilidades oferecidas e a boa aceitação dos serviço bancário tradicional. Parcela de clientes que na maioria das
usuários. vezes possui ampla voz ativa no mercado, aliados com contribuição
As Startups e Fintechs vieram para revolucionar a forma de que o marketing digital disponibiliza para a expansão crescente
como se executa algo, seu objetivo principal é facilitar a vida de seus deste modelo de negócio.
usuários em busca da satisfação, ingrediente primordial para o Verifica-se que as Startups e Fintechs possuem hoje presença
sucesso de qualquer organização no mercado. mínima no mercado financeiro, porém suficiente para impulsionar
Nesse contexto, a disputa ente as Fintechs e os grandes bancos as mudanças no segmento, já que disponibiliza facilidades nunca
no Brasil são acirradas, já que aquelas são estruturas enxutas antes vistas na forma de ofertar produtos e serviços financeiros
e altamente dinâmicas no quesito digital, o que lhes garantem aos diversos clientes, que precisam de novidades como medida de
maior flexibilidade e possibilidade de desenvoltura, já os bancos atração e segurança, e uma forma de fidelização em negócios de alta
tradicionais precisam se reinventar a cada dia, para fazer frente à competitividade.
manutenção de seus clientes e usuários, de forma a garantir que no Neste cenário, as instituições bancárias tradicionais cientes das
futuro tenham espaço no mercado. evoluções tecnológicas buscam moldar-se às tendências de mercado,
para assegurar sua permanência no competitivo mercado financeiro.
O desenvolvimento tecnológico aplicado ao segmento
bancário Transformação digital no Sistema Financeiro
A evolução digital vem revolucionando a forma de como se
realiza negócios em todos os segmentos do mercado. Em especial, Disruptura do método tradicional de atendimento bancário
o setor bancário tradicional é altamente afetado pelos reflexos Sobre a conceituação do termo disruptura, que significa ruptura
das variações tecnológicas, e por conta disso, busca a cada dia ou quebra da continuidade, diante do poder de influência das
se adequar às inovações, para garantir sua permanência em um Startups e Fintechs, os bancos a cada dia criam formas de se ajustar
mercado altamente competitivo. a oferta de produtos e serviços seguindo as tendências de mercado,
Em uma análise de contexto específico sobre essas mudanças que em termos de avanços tecnológicos muitas mudanças deverão
que a era digital vem ocasionando no mercado financeiro, área ocorrer para melhorias continuas dos processos. Para tanto, a prática
onde circulam grande volume de negócios, pode-se perceber a mais adotada pelas instituições financeiras é a implementação dos
ocorrência de uma constante ruptura do formalismo bancário canais digitais. Hoje os principais players do mercado financeiro estão
tradicional, exigido pela legislação que afeta ao segmento, para altamente digitalizados3.
muitas flexibilizações e facilidades na forma de disponibilizar seus Nesse sentido, as principais ferramentas implementadas foram:
produtos e serviços a seus consumidores de forma eficiente e com acesso ao mobile banking; internet banking; correspondentes
rapidez. bancários e terminais de autoatendimento. Destes canais, o que mais
Essas mudanças de paradigmas demonstradas com o avanço da cresceu foi o mobile banking devido aos smartphones ganharem
tecnologia impulsionaram os bancos tradicionais a se adaptarem às significativo espaço no quotidiano das pessoas.
mesmas, por conta do desenvolvimento tecnológico responsável por Os negócios bancários digitais, ou seja, aqui entendidos como
despontar no mercado, em especial o financeiro, novos prestadores os produtos e serviços bancários transacionados por meios digitais,
de produtos e serviços carregados de novidades e transformações se solidificam a cada dia, devido à percepção ao usuário externo
aos usuários, como as Startups e Fintechs, disputando o competitivo 3 https://www.famaqui.edu.br/app/webroot/ojs/index.php/saberes/article/down-
e pouco aberto mercado financeiro. load/26/25/.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
da segurança e agilidade que possuem. Neste sentido, os bancos, a tecnologia ao meio digital, podem atingir resultados sustentáveis
se consubstanciam como o setor de mercado que mais investe em e crescentes. Os grandes conglomerados bancários despontam na
segurança no meio digital. vanguarda da tecnologia digital, modernizando sua estrutura de
O cenário de atuação bancária é de risco, e, portanto, são atendimento de forma a proporcionar a melhor experiência a seus
extremamente necessários os investimentos de tecnologia aliados usuários.
com a segurança, com vistas a garantir que seus usuários e clientes Percebe-se que todo grande banco precisará pensar e agir como
tenham a proteção necessária, o que culminará com o sucesso da uma Fintech, caso deseje perpetuar no mercado competitivo e
instituição no mercado. altamente digital. Trata-se de um novo processo de gestão bancária,
A iminente concorrência de mercado ocasionada pelos players onde a implementação das tecnologias tem a finalidade de melhorias
digitais, como as Fintechs, bem como o acelerado mundo dos negócios nos processos, bem como a fidelização com o cliente de forma a
traz o despertar e a necessidade de incorporar a tecnologia aos dispor ao público produtos e serviços com segurança e rapidez.
processos bancários. Junto a esta necessidade, os bancos investem
maciçamente em segurança, pois de nada adiantaria tecnologia que
CORRESPONDENTES BANCÁRIOS
colocasse em risco os usuários e clientes.

As parcerias digitais como forma de cooperação Correspondentes bancários


É notória a presença crescente das Startups e Fintechs em São empresas contratadas por instituições financeiras autori-
parcela significativa do mercado financeiro, e a principal causa desse zadas pelo Banco Central para prestar serviços para seus clientes.
crescimento, é sem dúvida, a facilitação na contratação de serviços São como agentes intermediários entre as instituições bancárias e
ou na aquisição de produtos do segmento. clientes que buscam crédito. Entre as mais conhecidas estão loté-
Nesse cenário de crescimento digital no ramo dos negócios, ricas, fintechs, lojas de crédito e empréstimo pessoal, ou seja, não
os bancos no movimento de observar os players do mercado são bancos, mas prestadores de serviços financeiros diversos e re-
tecnológico (aqui definidos como grupos com muita expertise no gulamentados para simplificar processos tradicionais.
ramo, investidores em mercados não tão promissores, mas com
grande perspectiva de desenvolvimento), adotam a posição para SISTEMA DE PAGAMENTOS INSTANTÂNEOS (PIX)
mitigação de riscos inerentes à atividade, cuja forma mais comum se
dá por meio das parcerias.
Sistema de pagamentos e transferências desenvolvido pelo
Consta-se que muitas das Fintechs ainda não contabilizam lucros,
Banco Central do Brasil. As transações realizadas através dele são
por dependerem de aportes pecuniários externos, fator determinante
instantâneas, acontecendo no máximo em 10 segundos.
para sua sobrevivência. Os bancos tradicionais conhecedores dessa
Funciona 24 por dia, todos os dias do ano, inclusive finais de
realidade frequentemente firmam parcerias em forma de capital
semana e feriados.
x tecnologia, onde injetam recursos financeiros em troca de toda
As transações podem ocorrer entre pessoas físicas, pessoas fí-
tecnologia desenvolvida para aplicarem em seus negócios. Os
sicas e jurídicas, pessoas jurídicas e entre órgãos públicos para pa-
resultados geralmente são de altas performances financeiras.
gamentos de impostos e taxas.
Sobre a relação de parceria entre as Fintechs e bancos, a
A intenção é integrar o sistema bancário, assim as transferên-
mesma se restringe a preocupação de Fintechs com uma chamada
cias poderão ocorrer entre diferentes instituições.
deexperiência do cliente, algo que os bancos também estão buscando
Para fazer um PIX é necessário ter uma conta aberta em ban-
alcançar um novo desenvolvimento de serviços.
co, numa fintech ou em uma instituição de pagamento. Será criada
Observa-se que por meio das parcerias se obtêm grande
uma chave com alguns dados, utilizados dentro da própria conta
compartilhamento de informações, e essas permitem o crescimento
bancária.
e fortalecimento das organizações. Importante destacar, que
as parcerias entre as Fintechs e grandes bancos, ocorrem em
• Diferença entre Pix e outros meios de transferência e de pa-
formatos variados das mais rápidas e pontuais: como maratonas de
gamento
programação, conhecidas por hackathons; até níveis mais profundos
O Pix foi criado para ser um meio de pagamento bastante am-
de relacionamento e investimento, exemplo: a constituição de fundos
plo. Qualquer pagamento ou transferência que hoje é feito usando
para aporte em startups.
diferentes meios (TED, cartão, boleto etc.), poderá ser feito com o
Os grandes bancos e correlatas do segmento que patrocinam as
Pix, simplesmente com o uso do aparelho celular.
hackathons (maratonas de programação) buscam encontrar soluções
As transferências tradicionais no Brasil são entre contas da
inovadoras para seus produtos e serviços. Complementando
mesma instituição (transferência simples) ou entre contas de insti-
tem-se os aportes financeiros vultosos de grandes bancos e suas
tuições diferentes (TED e DOC). O Pix é mais uma opção disponível
subsidiárias nos chamados laboratórios de inovação, responsáveis
à população que convive com os tipos tradicionais. A diferença é
pela experimentação de novas tecnologias a serem aplicadas através
que, com o Pix, não é necessário saber onde a outra pessoa tem
de testes.
conta. Você realiza a transferência a partir, por exemplo, de um te-
Hoje existe uma única certeza no mercado financeiro: que
lefone na sua lista de contatos, usando a Chave Pix. Outra diferença
todo grande banco precisa pensar como Fintech se não quiser
é que o Pix não tem limite de horário, nem de dia da semana e os
ser incomodado por elas. Diante dessa constatação as grandes
recursos são disponibilizados ao recebedor em poucos segundos. O
instituições bancárias no Brasil, já sinalizaram que entenderam o
Pix funciona 24 horas, 7 dias por semana, entre quaisquer bancos,
recado do mercado, e por conta disso, percebe-se a evolução digital
de banco para fintech, de fintech para instituição de pagamento,
nos negócios bancários.
entre outros.
Pode-se afirmar que nesse regime de parceria, os bancos detêm
uma vantagem em relação às Fintechs, que é o requisito confiança. Por
representarem solidez no mercado vislumbra-se que ao adequarem

89
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
As transações de pagamento por meio de boleto exigem a lei- do em caixa. No caso contrário, o governo recompra esses títulos
tura de código de barras, enquanto o Pix pode fazer a leitura de um públicos e permite uma oferta maior de crédito. É uma operação
QR Code. A diferença é que, no Pix a liquidação é em tempo real, o realizada pelo Banco Central, mantendo o equilíbrio de moeda na
pagador e o recebedor são notificados a respeito da conclusão da economia.
transação e o pagamento pode ser feito em qualquer dia e horário. - Redesconto bancário – É a taxa cobrada pelo empréstimo de
As transações de pagamento utilizando cartão de débito exi- dinheiro aos bancos que não conseguiram manter ao final do dia,
gem uso de maquininhas ou instrumento similar. Com Pix, as tran- o valor do depósito compulsório determinado pelo Banco Central.
sações podem ser iniciadas por meio do telefone celular, sem a ne- Essa taxa é que vai determinar se ao longo do expediente os bancos
cessidade de qualquer outro instrumento. emprestaram mais ou menos recursos; pois quando está baixa é
O Pix tende a ter um custo de aceitação menor por sua estrutu- mais favorável pegar dinheiro com o Banco Central para suprir o
depósito compulsório.
ra ter menos intermediários.
O governo pode também, através da política monetária, atuar
Mais detalhes sobre a diferenciação entre o Pix e os demais
de forma expansionista, deixando mais dinheiro na economia. Para
meios de transferência e de pagamento podem ser visualizadas na
isso, basta diminuir o depósito compulsório, comprar títulos públi-
FAQ do Pix.
cos e diminuir a taxa de redesconto.
Já, para reduzir a quantidade de recursos na economia e atuar
• Com quem é possível fazer um Pix de forma contracionista, faz o processo inverso, aumentando o va-
O Pix pode ser utilizado para transferências e pagamentos: lor do depósito compulsório, vendendo títulos e elevando a taxa de
— entre pessoas (transações P2P, person to person); redesconto.
— entre pessoas e estabelecimentos comerciais, incluindo co-
mércio eletrônico (transações P2B, person to business); Políticas monetárias não convencionais (Quantitative Easing)
— entre estabelecimentos, como pagamentos de fornecedo- Quantative Easing (QE) são formas de políticas monetárias não
res, por exemplo (transações B2B, business to business); convencionais. Apesar de não muito usuais, tem função de estimu-
— para transferências envolvendo entes governamentais, lar a economia. Utilizados quando a economia está em crise, com
como pagamentos de taxas e impostos (transações P2G e B2G, per- inflação muito baixa, taxas de juros também muito baixas; em que
son to government e business to government). o Banco Central já praticamente esgotou todas as formas conven-
cionais da política monetária.
• Limite de valor nas transações Sãos medida em que o Banco Central compra títulos do gover-
Não há limite mínimo para pagamentos ou transferências via no ou demais títulos do mercado para reduzir as taxas de juros e
Pix. Isso quer dizer que você pode fazer transações a partir de aumentar a oferta de dinheiro na economia. Alguns especialistas
R$0,01. Em geral, também não há limite máximo de valores. Entre- consideram essas ações como políticas artificias de criação de moe-
tanto, as instituições que ofertam o Pix poderão estabelecer limites da, pois o dinheiro é circulado apenas de forma eletrônica.
máximos de valor baseados em critérios de mitigação de riscos de Num cenário de possível recessão, apesar da demanda por cré-
fraude e de critérios de prevenção à lavagem de dinheiro e ao finan- dito, as instituições financeiras irão se resguardar e manter dinheiro
ciamento do terrorismo.” em seus caixas. Assim, é necessário que o Banco Central estimule a
economia utilizando opções não convencionais.
Esse aumento de liquidez impacta a economia, por exemplo,
MOEDA E POLÍTICA MONETÁRIA: POLÍTICAS MONE- estimulando o consumo, investimentos e financiamentos; a moeda
TÁRIAS CONVENCIONAIS E NÃO-CONVENCIONAIS perde o valor, aumentando a inflação até a sua meta; queda da taxa
(QUANTITATIVE EASING); TAXA SELIC E OPERAÇÕES de juros mais longas, proporcionando maior oferta de crédito.
COMPROMISSADAS; O DEBATE SOBRE OS DEPÓSITOS
REMUNERADOS DOS BANCOS COMERCIAIS NO BAN- Taxa SELIC
CO CENTRAL DO BRASIL A SELIC é a taxa básica de juros da economia e o principal ins-
trumento de política monetária aplicado pelo Banco Central do
Políticas monetárias convencionais Brasil. Ela é utilizada pelos bancos e outras instituições financeiras.
Política monetária convencional é um dos instrumentos para Quando um banco está precisando de dinheiro para fechar a conta
manter a economia em plena estabilidade. Esse tipo de política do dia, ele pode pegar um empréstimo com outro banco, dando
monetária é utilizado quando apenas os instrumentos básicos são como garantia títulos emitidos pelo Governo. A taxa Selic é a refe-
capazes de equilibrar o mercado. rência para as demais taxas de juros da economia, ou seja, é a base
Sendo assim, é por meio dela que se dá o controle da oferta de para definir o custo do crédito no Brasil.
dinheiro no país. Suas diretrizes são determinadas pelo Conselho Quando um banco pega dinheiro emprestado pagando a SELIC
monetário Nacional (CMN). de juros para sustentar seu negócio, ele vai emprestar esse dinheiro
Para controlar a oferta de dinheiro no país, a política monetária para seus clientes cobrando no mínimo, a SELIC mais seus custos.
atua utilizando as seguintes ferramentas: Por isso que as taxas de juros cobradas nos empréstimos, financia-
- Depósito Compulsório – É o valor mínimo que cada banco mentos, cheque especial, ou no cartão de crédito são maiores que
deve ter guardado em seus cofres ao final do dia, mesmo com gran- a SELIC; pois as instituições incluem no valor principal custos opera-
de movimento de saque por parte dos clientes, este valor é uma cionais; o risco de inadimplência, a taxa de impostos e o seu lucro.
espécie de reserva dos bancos. Existe um percentual de depósito Quando a SELIC sobe, todas as outras taxas de juros aumen-
compulsório, porém, não é fixo. Quando o governo quer que os tam. Com juros mais altos as pessoas pegam menos empréstimos e
bancos emprestem mais recursos, esse valor é reduzido; para o caso financiamentos. Esse movimento desestimula o consumo e favore-
de menos dinheiro circulando, há um aumento desse percentual. ce a queda da inflação. Quando a SELIC é reduzida, as outras taxas
- Compra e venda de títulos públicos – Quando o governo tem de juros tendem a cair também, estimulando o consumo. Quem
a necessidade de tirar dinheiro da economia, vende títulos públicos decide a Taxa Selic é o COPOM (Comitê de Política Monetária). O
ao mercado com uma taxa atrativa, mantendo o valor arrecada- COPOM é formado pelo Presidente e pelos diretores do Banco Cen-

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
tral. Eles se reúnem oito vezes ao ano, a cada 45 dias, na sede do te, como reajuste do salário-mínimo, tributos, o quanto o governo
Banco Central em Brasília. Nessa reunião é definido se a Taxa SELIC deve poupar para pagar a própria dívida, investimentos em agên-
aumenta, diminui ou se mantém. A taxa SELIC é uma meta defini- cias de fomento etc. O Presidente da República tem até a data de
da pelo COPOM, portanto ela não é cumprida por força de norma, 15 de abril para enviar esse documento para a Comissão Mista de
e sim da compra e venda de títulos públicos do Governo Federal, Orçamento, que é formada com o intuito de analisar essa proposta,
uma operação que busca aproximar a taxa real da meta definida seguindo para a votação no Congresso. Essa votação deve ocorrer
pelo COPOM. E esses títulos são negociados em um sistema admi- até a data de 07 de julho; prazos definidos pela Constituição.
nistrado pelo próprio Banco Central, chamado Sistema Especial de - Lei Orçamentária Anual (LOA) – Plano de ação apresentado e dis-
Liquidação e Custódia, por isso, o nome da Taxa Selic. cutido sempre no final do ano, com base nos objetivos do PPA e nas
prioridades da LDO. Nela estão descritas receitas e despesas. O Pre-
Operações Compromissadas sidente da República tem até o dia 3 de agosto para encaminhar esse
Trata-se de uma operação de compra e venda através de ban- documento à Comissão Mista de Orçamento, seguindo depois para o
co ou outra instituição financeira, que é feita com o compromisso plenário do Congresso, onde será votado até o dia 22 de dezembro.
de ser refeita, porém, ao contrário, envolvendo ativos financeiros, Segundo a Constituição, esse é o caminho que o orçamento pú-
como títulos públicos, por exemplo. blico deve percorrer, passando pelas etapas do PPA, LDO e LOA, de
Assim, o vendedor assume o compromisso de recompra do tí- forma organizada e planejada.
tulo, enquanto o comprador compromete-se a vender esse título
com a mesma instituição da primeira operação, em data menciona- Títulos do Tesouro Nacional
das pelas partes em contrato. O Tesouro Direto é o Programa do Tesouro Nacional, em parce-
As negociações ocorrem em duas etapas, a primeira chamada ria com a B3. Ao investir nesses títulos, os recursos serão empres-
“ida”, pois é quando a instituição vende o título; a segunda chama- tados para o governo federal aumentar investimentos em saúde,
da “volta”, quando há a recompra do mesmo título. No momento educação, segurança etc. Em troca, o investidor recebe será remu-
da negociação, deverão constar em contrato, algumas informações, nerado, através do principal mais juros.
como a data da recompra e o valor, que geralmente é o mesmo. São investimentos considerados com o menor risco do merca-
Podem adquirir títulos nessas condições qualquer pessoa física do, pois estão 100% garantidos pelo Tesouro Nacional. A rentabili-
ou jurídica, no entanto, só poderá vender instituições autorizadas dade varia conforme o título escolhido e se a remuneração é pré ou
para este tipo de serviço e que sigam as normas previstas na Re- pós-fixada; e se será recebido em parcelas semestrais ou acumula-
solução 3.339/20076, emitida pelo Conselho Monetário Nacional. dos no vencimento.
Existem títulos de curto, médio e longo prazos, e todos pos-
O debate sobre os depósitos remunerados dos bancos comer- suem liquidez diária; assim, o resgate antecipado pode ocorrer con-
ciais do Banco Central do Brasil forme a necessidade do investidor, pois a recompra dos títulos é ga-
Foi aprovado em 22/06/2021, o Projeto de Lei nº 3.877/2020, rantida pelo governo. O Tesouro Nacional pagará o valor pelo qual o
autorizando o Banco Central a receber das instituições financeiras título está sendo negociado na data; valor este que não é fixo.
depósitos voluntários, mediante remuneração. Segue agora para Como os demais investimentos, existem as taxas de administra-
sanção do Presidente. ção da instituição financeira e a taxa de custódia da B3, além de IR e
O objetivo é que o Banco Central disponha de mais um instru- IOF. Antes de investir é importante observar qual o título que possui
mento para controlar a quantidade de moeda que circula na econo- as melhores condições conforme o objetivo do investidor.
mia e também a inflação, sem aumentar a dívida pública. Os títulos do Tesouro Nacional são:
Atualmente o Banco Central utiliza como principal ferramenta - Tesouro prefixado - Esse título vence em 01/07/2024. Título
de controle de liquidez as operações compromissadas, porém esta prefixado, ou seja, no momento da compra, você já sabe exatamen-
faz a dívida pública aumentar, pois é incluída diretamente em seu te quanto irá receber no futuro (sempre R$ 1.000 por unidade de
total. título). Atualmente sua rentabilidade anual é de 8,14%, com inves-
timento mínimo de R$ 31,63.
- Tesouro IPCA+ - Esse título vence em 15/08/2026. Título pós-
ORÇAMENTO PÚBLICO, TÍTULOS DO TESOURO NACIO- -fixado, uma vez que parte do seu rendimento acompanha a varia-
NAL E DÍVIDA PÚBLICA ção da taxa de inflação (IPCA). Sua rentabilidade atual é de 3,74% e
seu investimento mínimo é de R$ 59,02.
Orçamento Público - Tesouro SELIC - Esse título vence em 01/09/2024. Título com
Orçamento público é o planejamento público financeiro que rentabilidade diária vinculada à taxa de juros da economia (taxa Se-
detalha o quanto haverá de entradas e saídas de dinheiro do gover- lic). Isso significa que se a taxa Selic aumentar a sua rentabilidade
no para manter os serviços públicos funcionando em equilíbrio com aumenta e se a taxa Selic diminuir, sua rentabilidade diminui. Renta-
as contas públicas. bilidade atual de 0,2323%, com investimento mínimo de R$ 108,12.
Existem três instrumentos importantes que devem ser conside-
rados no momento da definição desse orçamento nas esferas muni- Dívida Pública
cipal, estadual e federal: É o conjunto de títulos emitidos pelo governo para obter di-
- Plano Plurianual (PPA) – Documento que prevê metas e obje- nheiro de seus cidadãos, de outros países ou do mercado financeiro
tivos de médio prazo para o governo. Considerado um planejamen- e custear suas despesas. Na venda desses títulos, o governo se com-
to estratégico de grandes investimentos. Contém a realização de promete em receber o título e devolver o valor pago, acrescido de
obras grandiosas, como a manutenção ou construção de rodovias, juros, na data de seu vencimento.
hidrelétricas, aeroportos etc. Além disso, o PPA é elaborado e dis- O governo recorre a venda de títulos e se endivida, pois mui-
cutido a cada quatro anos. tas vezes, o valor da arrecadação de impostos não é suficiente para
- Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) – É elabora e discutida cobrir todas as despesas e custos com serviços oferecidos a popu-
anualmente para definir as prioridades de curto prazo do governo, lação, compra de bens e serviços e com o pagamento de seus ser-
além de orientar a maneira que serão executadas no ano seguin- vidores.

91
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Depósitos à vista, depósitos a prazo (CDB e RDB) e letras de
PRODUTOS BANCÁRIOS: NOÇÕES DE CARTÕES DE câmbio
CRÉDITO E DÉBITO, CRÉDITO DIRETO AO CONSUMI-
DOR, CRÉDITO RURAL, POUPANÇA, CAPITALIZAÇÃO, Depósitos à vista
PREVIDÊNCIA, CONSÓRCIO, INVESTIMENTOS E SEGU- Conhecidos como depósitos em conta corrente, representam a
ROS entrega de valores as instituições financeiras, para que sejam guar-
dados ou aplicados, com resgate total ou parcial no momento em
Cartões de crédito e débito que o cliente necessitar.
Também é uma forma de captação de recursos pelos bancos,
Cartões de crédito porém, sem remuneração, já que possuem liquidez imediata.
Para a utilização de cartões de crédito não é necessário ter di-
nheiro em conta, pois as compras vêm para pagamento através de Depósitos a prazo
uma fatura com prazo de vencimento de até 40 dias após o consu- Investimentos em que o cliente deve aguardar o prazo de ven-
mo, ou em várias parcelas. cimento para resgatá-lo, conforme contrato.
É uma espécie de empréstimo, com a administradora ou ins- Certificado de Depósito bancário (CDB) e Recibo de Depósito
tituição financeira, pois os comerciantes recebem em poucos dias Bancário (RDB) são os principais instrumentos de depósitos a prazo.
após a compra, mas o pagamento ocorre em um período posterior. Considerados investimentos, pois são aplicados em troca de remu-
Caso a fatura não seja paga na data, ocorrerão acréscimos de neração de juros.
multas e juros. Se for paga na data do vencimento, com valor menor CDB – Possui liquidez diária e pode ser regatado a qualquer
que o total, o cliente utilizará o crédito rotativo. momento (sob aviso prévio). Tem emissão digital e física. Suscetí-
veis a incidência de IR e IOF, possuem garantia pelo Fundo Garanti-
Cartões de débito dor de Crédito em até R$ 250.000,00 por título, (limitado a quatro
Ao realizar pagamentos utilizando os cartões de débito, o des- por CPF ou CNPJ).
conto será automático do saldo de conta corrente (saldo positivo ou RDB – Título de renda fixa emitido pelas instituições finan-
cheque especial). É considerado sempre como pagamento à vista, ceiras. Nesse investimento o cliente empresta dinheiro para uma
pois utiliza o dinheiro que já disponível. instituição financeira e no vencimento tem o retorno do capital in-
vestido mais o rendimento. Sofre incidência de IR e de IOF apenas
Rede de aceitação (adquirências) quando resgatado num prazo menor que 30 dias após a aplicação.
As adquirentes são as redes de aceitação de cartões, como a Tem a segurança do Fundo Garantidor de Crédito nas mesmas con-
Cielo, Rede, GetNet, etc. São responsáveis por fazer a comunicação dições do CDB.
da bandeira do cartão.
Elas irão processar os dados e após alguns dias farão o repasse Letras de câmbio LC’s)
do valor das compras aos lojistas, mediante taxa de transação. São títulos de renda fixa que permitem que o dinheiro seja em-
As adquirentes vão garantir algumas vantagens como, facilida- prestado a uma financeira. Podem ser pré e pós fixadas ou híbridas.
de na cobrança e menor taxa na transação. Porém, também podem Pré fixada: Indicam a rentabilidade final no momento da apli-
trazer alguns problemas, como falta de comunicação por alguns cação inicial.
instantes; nesse caso o lojista fica impossibilitado de receber suas Pós fixada: A rentabilidade total será apresentada apenas no
vendas. Além do fato de, no caso algum serviço complementar ser vencimento do título.
necessário, deverá em muitos casos, optar pela contratação a parte, Híbrida: Parte do valor está na modalidade pré e a outra meta-
o que aumenta a burocracia para lojistas de pequeno porte. de na pós fixada.
Com o tempo, foram criadas as subadquirentes, que são in-
termediárias de pagamentos, fazendo a mediação entre lojistas e São asseguradas pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC), no
valor de até R$ 250.000,00, com um limite total de R$ 1.000.000,00.
adquirentes. Capazes também de aprovar transações, além de ter
Sofrem incidência de IOF e também de IR.
serviços antifraudes.
Existem também as empresas conhecidas como gateways,
Cobrança e pagamento de títulos e carnês
que atuam apenas no mundo virtual, da mesma maneira que as A movimentação de títulos e carnês tem objetivo de processar
“maquininhas” de recebimento, porém, apenas nas empresas de e controlar as operações realizadas com títulos e carnês enviados as
e-commerce. instituições financeiras por empresas ou pessoas físicas.

Bandeiras de cartão Boleto


Empresas como Visa, Mastercard, Elo, etc. representam as Título de cobrança regulamentado pelo BACEN. É muito popu-
bandeiras dos cartões. Elas trabalham para definir onde os cartões lar, podendo ser emitido por pessoas físicas e jurídicas, inclusive
serão aceitos, pois também indicam as máquinas dos estabeleci- para pessoas que não possuem vínculo com algum banco, porém,
mentos. seu emissor dever ter conta corrente para que os valores recebidos
Visa e Mastercard são as bandeiras mais aceitas no mundo; a sejam por lá, depositados. Seu pagamento pode ocorrer em esta-
Elo é uma bandeira nacional, ainda aceita apenas no Brasil. belecimentos variados, como supermercados, lotéricas, etc. O valor
Além da aceitação, a bandeira é responsável pela comunicação estará disponível em conta, um dia após a sua liquidação. Tem a
entre ela, a empresa da máquina e o emissor do cartão no momen- facilidade de ser pago em supermercados, lotéricas, etc.
to em que ocorre a compra para a conclusão da transação. Para a realização deste serviço, os bancos estão autorizados a
A bandeira pode oferecer também promoções, descontos, se- cobrar tarifas conforme o contrato da conta corrente do cliente.
guros e vantagens exclusivas para seus clientes. Quanto melhor a
modalidade do cartão, melhores serão os benefícios oferecidos.

92
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Carnê Os bancos, através de seus profissionais especialistas, auxiliam
Também um título de cobrança, representa a união de vários na análise de cálculo do valor das empresas envolvidas (valuation),
boletos. São emitidos para compras parceladas, formalizando uma pesquisas de mercado para assegurar a justificativa da operação.
relação de crédito concedido entre vendedor e consumidor. Antes Além desse serviço, o banco concede, em muitos casos, em-
de sua emissão, é necessário análise dos dados do cliente, com a fi- préstimos ou apoio na captação de recursos internos ou externos
nalidade de determinar se este tem condições de pagar pelo objeto para a realização da operação. É cobrada uma comissão sobre a
de compra. operação, geralmente uma taxa fixa, acordada em contrato.

Transferência automática de fundos Fundos mútuos de investimento


Prestação de serviços em que a instituição financeira movimen- São fundos de investimentos gerenciados por profissionais es-
ta recursos de uma ou mais contas correntes para um ou mais fun- pecialistas no mercado financeiro. Os fundos gerenciam recursos de
dos. Para isso, o cliente antecipadamente autoriza o banco o movi- um grupo de investidores, em carteiras diversificadas de títulos e
mentar suas contas. valores mobiliários, com divisão de recursos (cotas de participação)
É um serviço sem cobrança adicional para o cliente, além de em partes iguais para todos.
ser considerada uma maneira de gerenciar recursos do cliente, pois Os fundos são individuais, cada um com seu grau de risco e
dada a autorização, o banco pode também fazer o resgate de va- custo de serviços definidos desde o início. Os recursos arrecadados
lores (resgate automático), transferindo-os da conta de aplicação com as vendas das cotas são investidos em títulos, que resultarão
para a conta corrente quando houver necessidade da cobertura de na rentabilidade dos fundos
possíveis valores que não estejam disponíveis. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) é o órgão responsá-
vel por normas, registros, autorizações, e supervisão dos fundos.
Commercial papers Hotmoney
São títulos de crédito emitidos por empresas não financeiras São empréstimos de curtíssimo prazo (de 1 a 29 dias), desti-
da modalidade Sociedades Anônimas (S.A’s), com necessidade de nados as pessoas jurídicas para financiar o capital de giro. Nesse
captar recursos no mercado interno para financiar suas necessida- sistema, os recursos são transferidos entre mercados, com rapidez
des de fluxo de caixa. e eficiência referente aos ganhos. No entanto, suas taxas de juros
Tem um prazo de mínimo de 30 dias e máximo de 180 ou 360. são altas e seus prazos de pagamento, muito pequenos.
Para S.A’s de capital fechado é de até 180 e com capital aberto de As empresas optantes pelo hotmoney contratam o serviço
até 360. através de instituição financeira e celebração de contrato.
É uma operação considerada alternativa para empréstimos
bancários convencionais, possibilitando redução nas taxas de juros Contas garantidas
devida eliminação da intermediação financeira e também mais ra- É uma linha de crédito disponível na conta corrente para utili-
pidez e simplicidade na negociação entre tomadores e investidores. zação no curtíssimo prazo. Está vinculada a uma garantia, como al-
gum recebível ou garantia real (hipoteca, penhor, anticrese). Após a
Arrecadação de tributos e tarifas públicas realização do contrato entre cliente e instituição financeira, o limite
Toda a arrecadação de tributos e tarifas públicas, obrigatoria- estabelecido é disponibilizado.
mente transita pelas instituições financeiras para seu pagamento. Costumam ter taxas de juros mais baixas e limite de crédito
São serviços prestados através de convênios específicos de arreca- mais elevado devido as garantias.
dação e repasse.
Geralmente, o poder público mantém um banco preferencial Crédito rotativo
conveniado para centralizar suas arrecadações e identificar paga- Modalidade de crédito muito utilizada para pagamento de car-
mento dos contribuintes. tões de créditos, porém, também para cheque especial, caução de
Tributo: Cobrança coercitiva, realizada pelo agente público duplicatas. Pessoas físicas e jurídica podem contar com este recur-
(união, estados e municípios) em relação à pessoa física e jurídica so.
(impostos, taxas e contribuições). O limite de crédito é utilizado em um período curto, mediante
Tarifas Públicas: Pagamento de serviços realizados por conces- o pagamento com juros.
sionárias (água, luz, telefone e gás). Ex. Fatura do cartão de crédito no valor de R$ 5.000,00; com
pagamento mínimo obrigatório de R$ 1.000,00; pagamento reali-
Home/office banking e remote banking zado de R$ 800,00. O saldo restante a pagar de R$ 4.200,00 é o
Home/Office Banking: Tecnologia desenvolvida para que os crédito rotativo.
clientes realizem operações bancárias fora das agências, através
dos recursos da internet, permitindo economia de tempo. Esse sis- Descontos de títulos
tema favorece também a redução de custos e expansão de serviços Modalidade de crédito, conhecida como a antecipação de re-
para as instituições financeiras. cebíveis que o cliente tem e já apresentou a instituição financeira
Remote Banking: Serviços disponíveis para que o cliente tenha como forma de garantia (nota promissória, cheques, etc.).
acesso a todo tipo de acesso fora de uma agência. Objetiva reduzir Por essa antecipação, o banco cobra uma taxa, chamada de
custos de operação e geração de eficiência na relação entre ban- taxa de redesconto, definida a partir de um percentual sobre o valor
co e cliente. Ex. Banco 24 horas, atendimento telefônico, aplicati- nominal ou futuro do título. Nessa antecipação de recurso incide o
vos para celular e computadores diversos, atendimento via chat e IOF; e outros encargos bancários contratuais.
WhatsApp. É geralmente utilizado por pessoas jurídicas, mas pessoas físi-
cas também tem acesso.
Corporate finance
É a prestação de serviços de instituições financeiras de inves-
timento, para grandes empresas em negociações de aquisições, ci-
sões, fusões, incorporações, etc.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Financiamento de capital de giro bem, renovar o bem, ou não renovar. Nessa modalidade, não existe
O financiamento do capital de giro pode ocorrer de duas for- o VRG. Prazo mínimo de contrato, por 90 dias, não podendo ultra-
mas: passar 75% da vida útil do bem.
a) Quando o capital de giro não está vinculado a algum gasto c) Sale and leaseback: modalidade em que o arrendatário ven-
exclusivo. de o bem a um terceiro, no entanto, continua fazendo uso deste por
b) Quando está vinculado a compra de insumos ou material de meio de aluguel, formalizado em contrato.
estoque.
Todos os contratos de leasing podem ter bens móveis e imóveis.
A movimentação dos recursos ocorre através de transferência
para a conta do tomador. Financiamento de capital fixo
O limite de financiamento é determinado pela análise de crédi- As instituições financeiras não tem muita opção para crédito
to do cliente e sua capacidade de pagamento. Os pagamentos po- quando se trata de capital fixo. Esse capital geralmente necessita
dem variar conforme a necessidade da empresa. de valores muito altos, o que gera muita insegurança nos bancos,
Os bancos comerciais costumam ter muitas opções para finan- quanto ao cumprimento dessa obrigação, pelo volume de recursos
ciamento de capital de giro quanto a prazos, taxas, garantias. Po- e pelo período de amortização muito longo.
rém, ocorre dessa modalidade de financiamento ter taxas de juros Os recursos são liberados para financiar itens que contribuam
mais baixas. Os recursos liberados podem ocorrer de forma isolada para o crescimento e desenvolvimento e funcionamento das em-
ou associada a investimentos fixos e possuem incidência de IOF. presas, como máquinas e equipamentos, instalações, etc.
As garantias para essa linha de crédito incluem alienação fidu- Assim, as instituições governamentais se dispõem com maior
ciária, penhora de recebíveis, hipoteca, etc. facilidade a financiar em longo prazo, o capital fixo; como o Banco
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Vendor Finance e Compror Finance As modalidades de crédito são:
Vendor finance: É a operação de financiamento em que a ins- Crédito Direto ao Consumidor (CDC): Concedidos por bancos e
tituição financeira intercede por meio de convênio à negociação de financeiras, as pessoas físicas e jurídicas, na aquisição de bens e ser-
compra de venda entre duas empresas. viços. Com pagamentos geralmente realizado em prestações men-
A negociação é formalizada em contrato com a empresa ven- sais. Com incidência de juros, IOF e taxas de abertura de crédito.
dedora, mencionando que o banco financiará recursos para a com- CDC com Interveniência (CDCI): Liberados apenas para empre-
pradora, realizando o pagamento da compra à vista, mediante des- sas exclusivos intermediários de seus clientes, garantindo o paga-
conto. mento. Tem os mesmos prazos e taxas do CDC, porém, menores; pois
Neste caso, apenas a empresa vendedora é cliente do banco, não há risco por parte do cliente, mas sim, do seu interveniente.
por isso, celebra o contrato, a empresa compradora, que recebe o Crédito Direto (CD): Semelhante ao CDCI, em que a instituição
crédito não precisa ser correntista. se apropria da carteira dos lojistas e assume os riscos do crédito.
Compror finance: É a operação de financiamento em que a ins-
Crédito Automático por Cheque: Concedido aos clientes espe-
tituição financeira intermedia através de convênio uma negociação
ciais, como um cheque especial. Com pagamento parcelado, com
de compra e venda entre duas empresas. Nesta situação, a empre-
taxas de juros pré fixadas ou flutuantes, aceitas pelos clientes e
sa compradora, cliente do banco firma contrato para aquisição de
mercadorias a vista, sendo financiada pela instituição financeira. acordadas em contratos.
Não há necessidade do envolvimento da vendedora. O paga-
mento acontecerá em data futura, acordado em contrato. As garantias para essa linha de crédito incluem alienação fidu-
ciária, penhora de recebíveis, hipoteca, etc.
Leasing (tipos, funcionamento, bens)
Leasing é um arrendamento mercantil. Neste processo, exis- Crédito direto ao consumidor
tem duas partes envolvidas, que podem ser tanto pessoas físicas Linha de crédito, também conhecida como empréstimo pesso-
como jurídicas. al; destinada geralmente a pessoas físicas. Realizado por instituição
O arrendatário é que tem o direito da posse de uso temporário bancária ou instituição particular (como lojas de departamento). Os
de um bem, em troca do pagamento de parcelas mensais a empresa juros são considerados altos, devido a poucas garantias, pois o valor
que fez o arrendamento. É uma forma de desfrutar do bem, sem ne- é descontado diretamente da conta corrente.
cessidade de comprá-lo. Para que essa relação aconteça, é preciso
do arrendador (empresa). Crédito rural
Existem três tipos de leasing: Crédito destinado aos produtores rurais, cooperativas de pro-
a) Leasing financeiro: de longo prazo, em que o cliente manifes- dutores rurais, associação de produtores rurais, etc. Os recursos são
ta o interesse na aquisição do bem. Ao finalizar o contrato, o bem já disponibilizados por instituições financeiras, considerados especiais
terá sido pago. Caso não haja interesse em permanecer com o bem, por terem taxas de juros abaixo do mercado.
este será vendido e se o recebido for menor que o valor de aqui- Seu objetivo é estimular o crescimento da área rural, incenti-
sição, o arrendatário pagará por essa diferença; sendo este valor vando e fortalecendo pequenos produtores, desenvolvendo as ati-
maior, receberá o valor correspondente; chamado de Valor Residual vidades florestais e pecuárias, aumentando a produção através de
Garantido (VRG). Para os bens com vida útil de até cinco anos, o pra- métodos eficazes; estimulando a geração de renda e a mão de obra
zo do contrato será de dois anos. Já os bens com vida útil superior a para agricultura familiar e aquisição de equipamentos.
cinco anos, o contrato deverá ser de no mínimo, três anos. Financia as atividades de custeio, investimento e beneficia-
b) Leasing operacional: de curto prazo, em que o arrendatá- mento ou industrialização. Serve também para o custeio de despe-
rio manifesta logo de início sua opção por não obrigatoriedade em sas de produção, investimento na produção e custeio das despesas
adquirir o bem. São três opções ao final desse contrato: adquirir o pós produção.

94
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Por ser um programa do governo tem algumas, devem ser obe- Em caso de oposição das partes interessadas (Postulante, In-
decidas algumas exigências: tervenientes, dentre outros) em relação ao referido atestado, será
• Idoneidade solicitado ainda laudo técnico emitido por entidade tecnológica de
• Orçamento do Projeto e viabilidade econômica reconhecida idoneidade e competência técnica, preferencialmente
• Acompanhamento do cronograma indicado no projeto contendo os seguintes fatores: produtividade, qualidade, prazo de
• Fiscalização do financiador entrega usual para o equipamento, fornecimentos anteriores, con-
• Cumprimento das regras de zoneamento. sumo de energia e de matérias-primas e outros fatores de desem-
penho específicos do caso;
Pode ser concedido para pessoas físicas ou jurídicas, inclusive d) Comprovação de credenciamento do Beneficiário perante
para quem não é produtor rural; desde que esteja vinculado a ativi- o CNPq, mediante publicação do respectivo certificado no D.O.U.,
dades pertinentes a agricultura, pecuária, pesquisa, etc. e (ii) da apresentação da licença de importação dos bens deferida
São necessárias garantias como penhor, aval, fiança, hipoteca, pelo CNPq, extraída do Sistema Integrado de Comércio Exterior –
etc. SISCOMEX, nos casos de dispensa de exame de similaridade previs-
A lei que define o crédito rural é a Lei nº 4.829, de 05/12/1965. tos na Lei 8.010, de 1990.
O pagamento será realizado conforme seu valor original e po-
derá ser desde uma única parcela, ou amortizações conforme con- Observações
trato. Os critérios mencionados serão observados, no que couber,
para o financiamento de serviços importados.
Cadernetas de poupança No que se refere ao item “c” anterior, o BNDES:
A aplicação mais popular, devido sua segurança e facilidade e I. terá a faculdade de acolher ou não a indicação, feita pelas
liquidez imediata. partes interessadas, de entidade representativa ou entidade tec-
Pode ter resgate em qualquer momento, porém a remunera- nológica como responsáveis pela comprovação da inexistência de
ção só ocorrer para valores que ficam parados a partir de 30 dias. produção ou similar nacional;
Para cálculos de juros, será observado o índice de 0,5% a.m., sem- II. não ficará vinculado ao entendimento constante dos docu-
pre que a taxa SELIC for maior que 8,5% a.a.; se a meta for inferior mentos apresentados pelas referidas entidades sobre a inexistência
ou igual a 8,5% a.a., o índice corresponderá a 70% do valor da meta. de similar nacional;
A poupança foi criada para estimular o sistema habitacional do O BNDES poderá, caso entenda necessário e em caráter com-
país. plementar, consultar os fabricantes nacionais sobre a existência de
Não há limite de aplicação ou de resgate. Está isenta da tri- produção ou similar nacional”.
butação do IR e IOF. Os bancos não cobram pela manutenção das
cadernetas de poupança. Exportação
O BNDES financia as exportações, atuando no pré embarque,
Financiamento à importação e à exportação: repasses de re- com apoio a produção e no pós embarque, quando a produção já
cursos do BNDES está sendo comercializada. Esse crédito permite a competitividade
das empresas em âmbito internacional, trazendo retornos positivos
Importação na economia interna.
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BN-
DES) é uma empresa pública e um dos maiores bancos de desenvol- De acordo com o BNDES:
vimento do mundo.
Por se tratar de um banco público e instrumento principal da “Pré-embarque – financiamento à produção para exportação
União para financiamento e investimento de longo prazo; antes de O produto BNDES Exim Pós-embarque compreende as seguin-
conceder crédito, avalia o impacto que esse recurso causará nos tes linhas de financiamento: BNDES Exim Pós-embarque Bens, BN-
setores socioambiental e econômico do Brasil. DES Exim Pós-embarque Serviços, BNDES Exim Pós-embarque Aero-
Assim, antes de conceder financiamentos para a importação naves e BNDES Exim Automático.
fará uma análise minuciosa para identificar se o bem a ser adquirido No produto pós-embarque, o objeto do financiamento é a
não possui semelhança ou equivalência a outro produzido interna- comercialização de bens e serviços brasileiros. Nesse caso, o BN-
mente. Pois, a importação desse item permitiria concorrência para DES antecipa à empresa brasileira exportadora o valor dos bens ou
a produção daquele já existente, causando prejuízos e danos eco- serviços devidos pelo importador estrangeiro. Esse desembolso de
nômicos a economia e ao desenvolvimento sustentável da nação. recursos se dá em reais no Brasil, e o importador estrangeiro passa
a dever ao BNDES. Portanto, não há remessa de divisas ao exte-
Conforme o BNDES: rior. O pagamento do financiamento pelo importador estrangeiro
“O apoio à importação de bens ficará condicionado à compro- é realizado por intermédio de banco mandatário, que entre outras
vação de inexistência de similar nacional, utilizando-se, para essa atribuições, fecha o câmbio e repassa o valor em reais ao BNDES.
comprovação, um dos seguintes documentos: O financiamento à comercialização pode ser realizado por meio
a) Resolução da Câmara de Comércio Exterior (CAMEX) com a de duas modalidades operacionais: supplier credit ou buyer credit,
lista de bens contemplados pelo regime de Ex-tarifário, constando além da linha BNDES Exim Automático.
o bem a ser financiado. A Resolução deverá estar em vigor na data
da aprovação e da contratação da operação; Supplier credit
b) Anotação realizada pelo Departamento de Comércio Exte- Refinanciamento ao exportador por meio do desconto de títu-
rior (DECEX) na própria licença de importação do bem financiado, los. Veja como funciona:
atestando a inexistência de similar nacional; • O exportador concede ao importador financiamento por
c) Atestado de entidade representativa ou de classe, de âmbito meio de carta de crédito, letras de câmbio ou notas promissórias.
nacional e que já prestem serviço semelhante para a Secretaria de Esses títulos deverão ser cedidos ou endossados pelo exportador
Comércio Exterior, de inexistência de produção ou similar nacional. ao BNDES.

95
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
• O BNDES realiza o refinanciamento mediante o desconto dos 7. Em seguida, o Banco Mandatário repassa os recursos ao Ex-
instrumentos de pagamento, e desembolsa os recursos ao exporta- portador.
dor, à vista, em reais, no Brasil. 8. Após o término da carência de principal do financiamento, o
• O importador pagará ao BNDES no prazo definido. Importador inicia a amortização das prestações, até a total liquida-
• O banco mandatário realiza as transferências de recursos e ção financeira do contrato.
documentos relativos à operação.
BNDES Exim Automático
Fluxo Operacional – BNDES Exim Pós-embarque Supplier Cre- Apoio à comercialização no exterior de bens de fabricação na-
dit cional mediante a abertura de linha de crédito a instituições finan-
1. Após aprovada pelo BNDES a operação na modalidade Su- ceiras no exterior. O importador terá acesso ao financiamento do
pplier Credit, o Exportador pode embarcar os produtos/executar os BNDES para adquirir bens brasileiros, por meio de bancos no seu
serviços para o Importador. próprio país. O desembolso de recursos pelo BNDES ao exporta-
2. O Importador apresenta títulos ou cartas de crédito emitidos dor, por intermédio do banco mandatário, é realizado em reais, no
em favor do Exportador. Brasil. Por sua vez, o banco no exterior, responsável pelo risco da
3. O Exportador realiza o endosso dos títulos ou a cessão das operação, efetua os pagamentos via banco mandatário ao BNDES.
cartas de crédito em favor do BNDES.
4. O Banco Mandatário envia ao BNDES a documentação com- Fluxo Operacional – BNDES Exim Automático
probatória da exportação e o pedido de liberação de recursos. 1. O Exportador realiza uma negociação comercial com o Im-
5. O BNDES analisa a documentação e, caso esteja em boa or- portador, para entrega futura de bens.
dem, realiza o desembolso de recursos ao Banco Mandatário. 2. O Banco no exterior aprova o crédito do Importador.
6. Em seguida, o Banco Mandatário repassa os recursos ao Ex- 3. O Exportador encaminha ao BNDES o pedido de financia-
portador. mento, com informações sobre a operação de exportação. O BNDES
7. Após o término da carência de principal do financiamento, o avalia, de acordo com parâmetros previamente estabelecidos, e ho-
Importador inicia a amortização das prestações, via Banco Manda- mologa a operação.
tário, até a total liquidação financeira do contrato. 4. O Exportador embarca os bens ao Importador envia docu-
8. Em seguida, o Banco Mandatário repassa os pagamentos ao mentos comprobatórios da exportação para o Banco Mandatário,
BNDES, até a total liquidação do financiamento. que envia ao BNDES a documentação e o pedido de liberação de
recursos.
Buyer credit 5. O BNDES analisa a documentação e, caso esteja em boa or-
Financiamento à exportação mediante celebração de contrato dem, realiza o desembolso de recursos ao Banco Mandatário.
com o importador, com interveniência do exportador. Operações 6. Em seguida, o Banco Mandatário libera os recursos ao Ex-
mais complexas e que envolvem diretamente o importador es- portador.
trangeiro são em geral realizadas por meio desta modalidade. Veja 7. Após o término da carência de principal do financiamento,
como funciona: o Banco no exterior inicia a amortização das prestações, até a total
• O BNDES concede ao importador financiamento mediante a liquidação do financiamento”.
celebração de contrato de financiamento, firmado entre o BNDES e
o importador, ou entre o BNDES e o devedor, com a interveniência Cartões de crédito
do exportador. Modalidade de crédito que beneficia o consumidor no mo-
• O BNDES desembolsa os recursos ao exportador, em reais, mento da compra de um produto ou serviço, já que o vencimento
no Brasil. da fatura (documento que detalhas as despesas) ocorrerá em data
• O importador ou o devedor pagará ao BNDES no prazo defi- posterior, inclusive com situações de parcelamento. Por isso, não é
nido. necessário dispor de dinheiro no momento da aquisição.
• O banco mandatário realiza as transferências de recursos e No entanto, o vendedor/prestador receber em poucos dias
documentos relativos à operação. através da instituição financeira ou da administradora de cartões.
Caso o valor não seja pago com atrasos ou em data diferente do
Fluxo Operacional – BNDES Exim Pós-embarque Buyer Credit vencimento, há incidência de juros conforme contrato.
1. O Exportador firma um contrato comercial com o Importa-
dor, para entrega futura de bens/serviços. Títulos de capitalização
2. O Exportador encaminha ao BNDES a consulta prévia, com Título de crédito, regulamentado pela Superintendência de
informações sobre a operação de exportação. O BNDES avalia, de Seguros Privados (SUSEP) com prazo e regras estabelecidos em
acordo com parâmetros previamente estabelecidos, e aprova a contrato. É conhecido popularmente como uma forma segura de
operação, que é formalizada por meio de um contrato de financia- guardar dinheiro e concorrer sorteio de prêmios.
mento com o Importador/devedor, com interveniência do Expor- O capital é separado em três partes:
tador. 1ª. É acumulada com juros corrigidos ao longo do tempo.
3. O Exportador embarca os produtos/executa os serviços ao 2ª. Destinada para custear os sorteios.
Importador. 3ª. Reservada para custear as despesas administrativas.
4. O Exportador envia documentos comprobatórios da exporta- Além de ser vendido em agências bancárias, pode ser encon-
ção e quaisquer outros relacionados no contrato de financiamento trado em lotéricas, correios, etc. Suas principais características são:
para o Banco Mandatário. • Prazo de vigência – mínimo de 12 meses, organizadas em sé-
5. O Banco Mandatário envia ao BNDES a documentação e o ries visíveis no próprio título, com emissão de ao menos, 10.000
pedido de liberação de recursos. unidades.
6. O BNDES analisa a documentação e, caso esteja em boa or- • Forma de pagamento – mensal, periódico ou único.
dem, realiza o desembolso de recursos ao Banco Mandatário.

96
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Muitas vezes, o título de capitalização pode ser confundido A apólice é o contrato da cobertura com direitos e obrigações
com uma espécie de poupança com premiação através de sorteios, para as partes envolvidas. Nela devem constar todas as informa-
porém, no final do contrato, o valor resgatado é menor que o valor ções sobre o objeto do seguro, como dados do segurado e do bem
inicial investido. Sua rentabilidade mínima oferecida deve ser a par- a ser coberto, período de contratação, localização do bem, riscos
tir do valor da Taxa Referencial (TR), somada a 20% da taxa de juros envolvidos, prêmio, tipos de sinistros, valor e condições gerais da
mensal aplicada a caderneta de poupança. indenização, franquia. Os planos de seguro são contratados como
Não possui liquidez imediata e de acordo com o contrato, po- forma de prevenção, no entanto podem não se concretizar, caso
derá ou não ser resgatada antes do vencimento. Sendo possível, o não haja sinistros.
valor será menor do que o valor total pago até o momento.

Planos de aposentadoria e pensão privados. NOÇÕES DE MERCADO DE CAPITAIS


Plano de previdência privada é um tipo de produto financeiro,
uma forma de seguro em que o investidor acumula capital, remune- É o ambiente onde são negociados os títulos que representam
rado conforme as aplicações escolhidas pelo administrador do pla- o capital das empresas (ações) ou títulos de dívidas (debêntures).
no. O fundo de previdência é o canal de investimento dos planos. Neste local se encontram empresas e investidores (pessoas físicas e
A Previdência privada foi criada com o objetivo de complemen- jurídicas). As empresas estão em busca de alavancar seu capital de
tar a previdência social, porém, também, como um seguro para os giro ou fixo através da emissão de títulos. São operações geralmen-
trabalhadores que não contribuem para o INSS. te de longo prazo, sem a intermediação de instituições financeiras,
Os principais planos são PGBL e VGBL, que se diferenciam pela porém, as instituições responsáveis pela negociação entre empre-
tributação. No VGBL, a incidência do IR ocorre apenas sobre os ren- sas e investidores devem estar autorizadas a operar no Sistema Fi-
dimentos; no PGBL o IR incide sobre o valor resgatado ou no rece- nanceiro Nacional.
bimento da renda. As ações são os títulos mais negociados no mercado de capi-
tais. Podem ser ordinárias (com direito a votos) ou preferenciais
Conforme a SUSEP: (preferência na distribuição de resultados).
“VGBL (Vida Gerador de Benefícios Livres) e PGBL (Plano Gera-
dor de Benefícios Livres) são planos por sobrevivência (de seguro O mercado de capitais é constituído por:
de pessoas e de previdência complementar aberta, respectivamen- - Bolsa de Valores – Local onde as companhias são listadas.
te) que, após um período de acumulação de recursos (período de - Corretoras – Responsáveis pelo intermédio entre Bolsas e in-
diferimento), proporcionam aos investidores (segurados e partici- vestidores.
pantes) uma renda mensal - que poderá ser vitalícia ou por período - Bancos – Responsáveis pelos estudos de viabilidade das em-
determinado - ou um pagamento único. O primeiro (VGBL) é clas- presas.
sificado como seguro de pessoa, enquanto o segundo (PGBL) é um - CVM – Comissão de Valores Mobiliários, órgão regulador des-
plano de previdência complementar. se mercado.
No caso do PGBL, os participantes que utilizam o modelo com-
pleto de declaração de ajuste anual do I.R.P.F podem deduzir as O mercado de capitais está dividido em outros dois mercados:
contribuições do respectivo exercício, no limite máximo de 12% - Mercado primário –Quando uma empresa lança pela primeira
de sua renda bruta anual. Os prêmios/contribuições pagos a pla- vez um título.
nos VGBL não podem ser deduzidos na declaração de ajuste anual - Mercado secundário – Quando um título já está em poder de
do I.R.P.F e, portanto, este tipo de plano seria mais adequado aos um investidor, porém, este o oferece no mercado, devido a neces-
consumidores que utilizam o modelo simplificado de declaração de sidade de liquidez.
ajuste anual do I.R.P.F ou aos que já ultrapassaram o limite de 12%
da renda bruta anual para efeito de dedução dos prêmios e ainda
desejam contratar um plano de acumulação para complementação NOÇÕES DE MERCADO DE CÂMBIO: INSTITUIÇÕES
de renda”. AUTORIZADAS A OPERAR E OPERAÇÕES BÁSICAS

Planos de seguros Instituições Autorizadas a operar


Seguro é todo contrato pelo qual uma das partes, segurador, As instituições que operam neste mercado são os bancos múlti-
se obriga a indenizar a outra, segurado, em caso da ocorrência de plos, bancos comerciais, caixas econômicas, bancos de investimen-
determinado sinistro, em troca do recebimento de um prêmio de to, bancos de câmbio (realizam todas as operações previstas para o
seguro. Os seguros são acionados por diversas ocasiões, por isso mercado de câmbio).
existem os planos de seguro. Os bancos de desenvolvimento, agências de fomento e as so-
Os planos de seguros fazem parte do Sistema Nacional de Se- ciedades de crédito, financiamento e investimento; podem execu-
guros Privados; instituído pelo Decreto Lei nº 73/1.966. Constituído tar apenas algumas operações autorizadas pelo BACEN.
pelo Conselho Nacional de Seguros Privados – CNSP; pela Superin- As sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários, socie-
tendência de Seguros Privados – SUSEP; pelos resseguradores; por dades distribuidoras de títulos e valores mobiliários e sociedades
sociedades autorizadas a operar em seguros privados; e por corre- de câmbio; realizam operações de câmbio com clientes para liqui-
tores habilitados. dação de até US$ 100 mil ou em moedas de outras nacionalidades e
Um plano de seguro é um serviço oferecido por empresas pri- operações no mercado interbancário, arbitragens no país e através
vadas que disponibilizam atendimentos para situações de sinistro. de banco autorizado a operar no mercado de câmbio e arbitragem
Os planos são individualizados para atender cada cliente conforme com o exterior.
suas necessidades. Para isso, é necessário formalizar o plano atra-
vés de um contrato chamado apólice.

97
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Operações Básicas A remessa internacional é uma operação sujeita ao IOF e tam-
Qualquer modalidade de pagamentos ou recebimentos em bém outros impostos sobre o valor, dependendo do enquadramen-
moeda estrangeira, inclusive, aplicações no mercado financeiro ex- to do BACEN. Os enquadramentos mais comuns são: pagamento de
terno, transferências. cursos, manutenção de residências e compra de imóveis no exterior.
Todas as operações de câmbio são formalizadas e registradas Além disso, uma taxa de envio deve ser paga a instituição que
no sistema de câmbio – Sistema Integrado de Registro de Opera- viabiliza a transação; o valor muda de instituição para instituição.
ções de Câmbio.
SISCOMEX
Características de Contratos de Câmbio Programa integrado de comércio exterior que possibilita as
Operações que envolvem a movimentação de valores para o operações de compra e venda no mercado internacional.
exterior. Implica uma negociação de troca de moedas, regulamen- Foi criado em 1992, iniciando suas operações na exportação no
tado pelo BACEN, através da circular nº 3591, de 16/12/2013. Nesse ano seguinte; e em 1997 foi implantado seu módulo de importação.
contrato, devem constar as partes interessadas, ou seja, a institui- Integra todo o país na área de comércio exterior, sendo ope-
ção que está autorizada a operar o câmbio, a parte que está no Bra- racionalizado pela rede SERPRO. Para sua utilização, é necessário o
sil e a parte que se encontra no exterior. cadastro da empresa na Receita Federal, para os processamentos
É necessário, discriminar no documento; o custo da operação, de registros na importação e exportação.
a taxa de câmbio, o prazo para liquidação da operação, o intermedi- Seu objetivo é simplificar e padronizar as operações de comér-
ário (casa de câmbio) e a taxa da comissão de corretagem. cio exterior, agilizando as operações de embarque de mercadoria,
diminuindo o período de liberação dos importados, dispondo de
Taxas de Câmbio controle automático, gerando dados confiáveis, inibindo possíveis
Processo da relação de troca entre moedas. É possível quan- fraudes, ampliando atendimentos, motivando a entrada de novas
tificar como o montante de Real necessário para trocar por dólar, empresas do comércio exterior.
euro, etc.
A relação entre a taxa de Câmbio surge entre a demanda e a
oferta pelas demais moedas em relação ao Real.
REGIMES DE TAXAS DE CÂMBIO FIXAS, FLUTUANTES E
Exemplo: Os exportadores compram produtos no Brasil e ven- REGIMES INTERMEDIÁRIOS
dem para o resto do mundo, logo, recebem dos compradores em
dólar que entram na economia brasileira. Enquanto isso, no Bra- Regimes de taxas de câmbio fixas
sil, os fornecedores precisam receber em Real. Já, os importadores Quando o governo do país estabelece uma paridade fixa entre
compram mercadorias no exterior e trazem para o país, vendem sua moeda e a moeda estrangeira.
e recebem em Real; porém, os fornecedores estrangeiros querem
levar dólares para o exterior. Temos assim, a relação de oferta e de- Regime de câmbio flutuante
manda, com exportadores ofertando dólares e precisando de reais Quando o preço da moeda é estabelecido pela competição
e importadores oferecendo reais e precisando de dólares. Assim de- ente a oferta e a demanda da mesma no mercado doméstico.
manda e oferta se igualam, criando um equilíbrio, a chamada taxa
de câmbio. Regimes intermediários
Taxa de câmbio alta desestimula importações, pois produtos Também chamada de flutuante suja, pois o Banco Central tem
e insumos importados ficam mais caros e com isso, uma possível interferência frequente nesta cotação, ou seja, se entrou muito dó-
redução da oferta de produtos no mercado interno. A inflação ten- lar no país e a taxa de câmbio tende a cair muito, o Banco Cen-
de a se elevar e as demandas internacionais por bens e serviços tral faz a compra dessa moeda, para assim, tirá-la da economia,
aumentam. mantendo seu preço. A situação contrária também ocorre, quando
Quando a taxa de câmbio está baixa, há um estímulo as impor- saem muitos dólares da economia, fazendo com que o preço fique
tações de produtos e insumos importados mais baratos. Ocorre au- muito elevado, o Banco Central normalmente vende a quantidade
mento da competitividade entre produtos nacionais e estrangeiros. dessa moeda que tem em caixa, para segurar seu preço.
A tendência da inflação é diminuir demandas internacionais por Banda cambiais, nesse caso a taxa de câmbio pode variar den-
bens e serviços. tro de um limite pré-estabelecido pelo Banco Central. Foi adotado
durante um período no Plano Real.
Remessas
Representam uma forma segura do envio de dinheiro para fora
TAXAS DE CÂMBIO NOMINAIS E REAIS
do país, sendo muito semelhante a uma transferência entre contas.
Por ocorrer entre países diferentes, possuem regras específicas, por
exemplo, na compra é necessário a comprovação de uma fatura pró Taxas de câmbio nominais
forma, documento que registra e formaliza a intenção da compra e Conceito mais frequente e utilizado entre as taxas de câmbio. É
venda; com o objetivo de rastrear a origem das transações, evitan- o valor da moeda em referência a outra.
do fraudes e evasão de divisas de um país para outro.
Dados pessoais e bancários são necessários para ajudar os go- Taxas de câmbio reais
vernos dos países envolvidos na transação e identificar origem da É a taxa de câmbio nominal corrigida pela diferença de inflação
saída e destino desse envio. entre os dois países. Quando referência ao dólar, será uma correção
É preciso contar com uma instituição financeira para interme- de inflação entre Brasil e Estados Unidos, por exemplo.
diar esse processo.
O motivo do envio também deve ser explicado, para que se
adeque ao enquadramento de câmbio do BACEN do Brasil.

98
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

IMPACTOS DAS TAXAS DE CÂMBIO SOBRE AS EXPOR- DINÂMICA DO MERCADO: OPERAÇÕES NO MERCADO
TAÇÕES E IMPORTAÇÕES INTERBANCÁRIO

Quando a taxa de câmbio está alta e o real desvalorizado, são Operações no mercado interbancário
necessários muitos reais para comprar um dólar. As operações no mercado interbancário ou mercado secundá-
Por exemplo, no caso de um produtor de soja que exportará rio, fazem parte da estrutura do mercado cambial. As negociações
sua mercadoria que é cotada em dólar, por se tratar de uma com- são realizadas entre bancos e demais agentes autorizados pelo Ban-
moditie; haverá necessidade de multiplicar o preço em dólar por co Central.
muitos reais. Assim, será uma ótima oportunidade para essa ex- Não há necessidade do registro de entrada e saída de moeda
portação. As exportações então, estarão estimuladas, com isso o estrangeira, já que esse fluxo ocorre entre instituições financeiras
produtor brasileiro ganhará dinheiro. No entanto, as importações apenas; excluindo assim, turismo e importações por exemplo.
serão desestimuladas, pois será necessário comprar em dólares, Conforme o Regulamento do Mercado de câmbio e Capitais In-
nessa conversão, multiplicar o valor em dólar por uma taxa de câm- ternacionais do Banco Central do Brasil:
bio muito alta, pagando muito caro pela mercadoria importada. - As operações no mercado interbancário podem ser celebra-
O contrário ocorrerá quando o real estiver valorizado. As expor- das para liquidação pronta, futura ou a termo, vedados o cance-
tações serão desestimuladas e as importações estimuladas. lamento, a baixa, a prorrogação ou a liquidação antecipada delas.
- As operações de câmbio interbancárias a termo têm as se-
guintes características:
DIFERENCIAL DE JUROS INTERNO E EXTERNO, PRÊ-
a) a taxa de câmbio é livremente pactuada entre as partes e
MIOS DE RISCO, FLUXO DE CAPITAIS E SEUS IMPACTOS
deve espelhar o preço negociado da moeda estrangeira para a data
SOBRE AS TAXAS DE CÂMBIO
da liquidação da operação de câmbio;
b) possuem código de natureza de operação específico;
Diferencial de juros internos e externos c) são celebradas para liquidação em data futura, com entrega
Houve um certo momento no Brasil, que o regime de câmbio foi efetiva e simultânea das moedas, nacional e estrangeira, na data da
praticamente fixo. Isso aconteceu na década de 90, quando a diferen- liquidação das operações de câmbio;
ça de juros interno e externo era uma variável fundamental para a po- d) não são admitidos adiantamentos das moedas.
lítica monetária interna. Os juros altos atraíam capitais estrangeiros e
mantinham o câmbio fixo, suportando também a inflação. As operações no mercado interbancário são realizadas com ou
Ao ser adotado regime de metas de inflação, em 1999, os ju- sem intermediação de câmara ou prestador de serviços de com-
ros internos passaram ser fixos apenas com o objetivo controlar a pensação e de liquidação cujo sistema tenha sido autorizado pelo
inflação. Banco Central do Brasil para liquidação de operações de câmbio.
Atualmente a diferença entre os juros internos e externos ain-
da é importante para o equilíbrio da economia e para o câmbio,
pois quando os juros internos estão baixos, os capitais buscam in- MERCADO BANCÁRIO: OPERAÇÕES DE TESOURARIA,
vestimentos fora do país, e quando os juros internos estão altos, VAREJO BANCÁRIO E RECUPERAÇÃO DE CRÉDITO
capitais nacionais permanecem e entram recursos estrangeiros bus-
cando rendimentos. Operações de tesouraria
A equipe de tesouraria das instituições financeiras auxilia os
Prêmio de risco clientes na redução de riscos financeiros resultantes de suas ativi-
É a relação entre o risco e o rendimento que se espera de um dades. Após uma análise detalhada, são oferecidos produtos que
investimento. Pode ser considerado como a diferença entre o re- controlam e reduzem riscos para os clientes, focando principalmen-
torno de um investimento com risco comparado a um investimento te a exposição de moeda, taxa de juros etc.; sempre protegendo
sem risco. as finanças. Os produtos utilizados para maior proteção são swaps,
Por exemplo, ao comparar duas aplicações financeiras, a pri- hedge, termo de moedas, opções, combinação de derivativos etc.
meira tem o rendimento de 10% a.a. garantido e a segunda, pode
dar 15%a.a., porém, sem garantias. Nesse caso, o prêmio de risco é Varejo bancário
representado através dos 5% de expectativa de retorno, em função Caracteriza-se pelo atendimento de muitos clientes, ou seja, o
do risco que se corre, por não haver garantias desse recebimento. público em geral, composto por pessoas físicas e jurídicas, com si-
tuações financeiras diversificadas. Oferece produtos, independente
Fluxo de capitais e seus impactos sobre as taxas de câmbio da necessidade do cliente, visando o lucro.
As taxas de câmbio sofrem influências de diversas variáveis, Não há seletividade entre os clientes, o atendimento é geral,
mas o fluxo de capitais é o principal deles. Quanto mais investimen- sem gerente específico para as contas; os clientes podem ser aten-
tos, mais recursos de diversas transações circularão na economia. didos por quem estiver disponível.
Esse aumento de dinheiro, incluindo moedas estrangeiras permite Os serviços oferecidos são diversos, incluindo abertura de con-
que o câmbio diminua e o real seja valorizado. tas, pagamento de contas e títulos, transferências etc.
No entanto, essa economia deve estar fortalecida e ter atrati-
vos para atrair e manter internamente capital externo. Juros altos Recuperação de crédito
são atrativos, mas também impedimento ao desenvolvimento pro- É um processo realizado por empresas especializadas no recebi-
dutivo interno, e muitas vezes trazem apenas capitais especulativos. mento de dívidas, que são contratadas por instituições financeiras.
Essa volatilidade dos fluxos de capital representa instabilidade Em muitos casos, as empresas recuperadoras de crédito compram
e afeta diretamente a taxa de câmbio que permanece elevada, cola- as dívidas das instituições, ficando responsáveis pela cobrança e re-
borando para a desvalorização do real. cebimento das contas atrasadas.

99
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Quando a dívida passa para a empresa recuperadora, o valor Segue exemplo:
não muda; porém, as formas de negociação podem ser alteradas,
através de desconto ou parcelamento. Para a recuperação de crédi- Taxa de juros nominal Taxa de juros real
to, a empresa responsável contata o cliente para negociar somente
dívidas negativadas, incluindo um valor que fique confortável ao Devedor
cliente quitar. Pois além de receber, a empresa quer que o cliente Devedor Empréstimo: 4,5% a.m. + IOF + Tx.
tenha o nome “limpo” com crédito recuperado. Empréstimo: 4,5% Adm. = 5 % a.m.
a.m. Taxa de juros nominal > que a Taxa de
juros real
TAXAS DE JUROS DE CURTO PRAZO E A CURVA DE JU-
ROS; TAXAS DE JUROS NOMINAIS E REAIS Credor
Credor Fundo de R.F.: 1,7% - IR – IP – Tx. Adm.
Fundo de R.F.: 1,7% = 1,1% a.m.
Taxa de juros de curto prazo a.m. Taxa de juros nominal > que a Taxa de
Apesar da grandeza tempo ser a grande diferença entre uma taxa de juros real
juros de curto e longo prazo, para as instituições financeiras, quanto menor
o prazo, menores serão os juros; principalmente pelo seu fator risco.
Ao projetar cenários futuros, fica mais viável prever juros que GARANTIAS DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL:
serão menos afetados por decisões diversas, no caso, os de curto AVAL; FIANÇA; PENHOR MERCANTIL; ALIENAÇÃO FI-
prazo; pois a economia é influenciada no curto prazo de maneiras DUCIÁRIA; HIPOTECA; FIANÇAS BANCÁRIAS
distintas do que no longo prazo.
Políticas monetárias utilizam os juros de curto prazo para gerar São obrigações assumidas por meio do oferecimento do patri-
resultados rápidos (quase que imediatos) na economia. mônio para garantir uma dívida.
As partes interessadas, tomadoras e credoras, tem consciência Aval: Declaração unilateral através da qual o avalista assume as
de quanto menor tempo o valor ficar emprestado, menor será o obrigações previstas no título.
custo desse dinheiro. Fiança: O fiador garante satisfazer o credor através da quitação
da dívida, caso o devedor não o faça.
Curva de juros Penhor mercantil: Válido para as negociações comerciais. Ga-
A curva de juros representa os diversos tipos de taxas de juros rantia real sobre bens móveis. Estabelecido em favor do credor para
para os diversos vencimentos. É a expectativa da taxa SELIC para os que haja mais certeza que o seu direito será realizado. O devedor
próximos anos. transfere para o credor a posse de um bem (estoque, veículos, joias)
Supondo que a expectativa da SELIC para o final de 2022 seja móvel até que sua dívida seja quitada, desta forma o se devolve a
de 6,5%; para final de 2023 seja 7%. Caso esses valores sejam colo- posse do bem para seu dono.
cados num gráfico, será formada uma curva. Isto significa que se um Alienação fiduciária: Transferência da posse de um bem à ins-
empréstimo for solicitado para 2022. tituição financeira. É realizado principalmente, nos contratos de fi-
Como a curva é apenas uma expectativa par aos próximos anos, nanciamento de veículos e imóveis. A informação de que o compa-
então não é fixa, podendo ser alterada de acordo com questões que rador tem direito de usufruir do bem, mas juridicamente pertence a
podem ser de eventos econômicos e até de cenários políticos. instituição que concedeu o crédito até seu pagamento total.
As ações de abertura e fechamento da curva se devem exata- Hipoteca: Na contratação de um crédito se oferece um bem
mente a mudanças de expectativas. Abertura é para situações de imóvel de sua propriedade que ficará e caso não ocorra o pagamen-
aumento e fechamento para casos de redução da taxa de juros. to, o bem poderá ser tomado pelo credor.
Fiança bancária: Garantia concedida pela instituição financeira
Taxa de juros nominais e reais quando o cliente não possui outro tipo de fiador.
Para conceituar as taxas nominais e reais, é necessário antes Fundo Garantidor de Crédito (FGC): Instituição sem fins lucra-
conhecer as duas situações, de devedor e de credor. tivos, criada em 1995, com a finalidade de proteger o investidor
em eventuais riscos nas empresas administradores desses recursos.
Taxa de juros nominal Taxa de juros real Alguns produtos são cobertos pelas garantias de até R$ 250.000,00,
como depósitos a vista, depósitos de poupança, Letras de Câmbio,
Devedor Devedor
Letras hipotecárias, depósitos a prazo, com ou sem emissão de CDB
É a taxa que as instituições É a taxa que considera o custo
e RDB, etc.
financeiras divulgam. efetivo total (CET), incluindo
A taxa que considera apenas o impostos, taxas, etc.
Segundo o FGC, quanto ao limite da garantia de até R$ 1 mi-
custo básico do dinheiro. A taxa de juros real é > que a
lhão:
taxa de juros nominal.
“O Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou, em 21 de de-
Credor Credor zembro de 2017, a alteração promovida no Regulamento do Fundo
É a taxa que se recebe É a taxa de retorno real Garantidor de Créditos (FGC), que estabelece teto de R$ 1 milhão,
ao aplicar o dinheiro em do dinheiro, já que a taxa a cada período de 4 anos, para garantias pagas para cada CPF ou
determinado investimento. A de juros menos os custos CNPJ.
taxa que considera apenas o administrativos, inflação, Teto para investidor vale para cada período de 4 anos, por CPF
retorno do dinheiro investido. impostos, etc. ou CNPJ. Após 4 anos, o teto é restabelecido.
Taxa de juros nominal < que a A contagem do período de 4 anos se inicia na data da liqui-
Taxa de juros real. dação ou intervenção em instituição financeira onde o investidor
detenha valor garantido pelo FGC.

100
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Permanece inalterado o limite de ​R$ 250 mil por CPF ou CNPJ e II - os adquire, recebe, troca, negocia, dá ou recebe em garan-
conglomerado financeiro. tia, guarda, tem em depósito, movimenta ou transfere;
Aos investimentos contratados ou repactuados até 21 de de- III - importa ou exporta bens com valores não correspondentes
zembro de 2017 não se aplica o teto de R$ 1 milhão a cada período aos verdadeiros.
de 4 anos”. § 2oIncorre, ainda, na mesma pena quem:(Redação dada pela
Lei nº 12.683, de 2012)
I - utiliza, na atividade econômica ou financeira, bens, direitos
COMO ERA COMO FICOU
ou valores provenientes de infração penal;(Redação dada pela Lei
Garantia de até R$ 250 mil nº 12.683, de 2012)
por CPF/CNPJ e conglomerado II - participa de grupo, associação ou escritório tendo conhe-
financeiro, em depósitos cimento de que sua atividade principal ou secundária é dirigida à
cobertos pelo Fundo Limite permanece inalterado. prática de crimes previstos nesta Lei.
Garantidor de Créditos e § 3º A tentativa é punida nos termos do parágrafo único do art.
emitidos por instituições 14 do Código Penal.
associadas à entidade. § 4oA pena será aumentada de um a dois terços, se os crimes
Teto de R$ 1 milhão por CPF definidos nesta Lei forem cometidos de forma reiterada ou por
Não havia teto para garantia intermédio de organização criminosa. (Redação dada pela Lei nº
ou CNPJ, a cada período de
paga pelo FGC por CPF ou CNPJ 12.683, de 2012)
4 anos, para a garantia paga
em qualquer período. § 5oA pena poderá ser reduzida de um a dois terços e ser cum-
pelo FGC.
prida em regime aberto ou semiaberto, facultando-se ao juiz deixar
Investidores não-residentes de aplicá-la ou substituí-la, a qualquer tempo, por pena restritiva
Investidores não-residentes
passam a contar com a de direitos, se o autor, coautor ou partícipe colaborar espontanea-
não contavam com a garantia
garantia, para investimentos mente com as autoridades, prestando esclarecimentos que condu-
do FGC.
elegíveis. zam à apuração das infrações penais, à identificação dos autores,
coautores e partícipes, ou à localização dos bens, direitos ou va-
Fonte: https://www.fgc.org.br/garantia-fgc/fgc-nova-garantia lores objeto do crime. (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
§ 6º Para a apuração do crime de que trata este artigo, admi-
te-se a utilização da ação controlada e da infiltração de agentes.
CRIME DE LAVAGEM DE DINHEIRO: CONCEITO E ETA-
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
PAS; PREVENÇÃO E COMBATE AO CRIME DE LAVAGEM
DE DINHEIRO: LEI Nº 9.613/98 E SUAS ALTERAÇÕES
CAPÍTULO II
DISPOSIÇÕES PROCESSUAIS ESPECIAIS
LEI Nº 9.613, DE 3 DE MARÇO DE 1998.
Art. 2º O processo e julgamento dos crimes previstos nesta Lei:
Dispõe sobre os crimes de “lavagem” ou ocultação de bens, I – obedecem às disposições relativas ao procedimento comum
direitos e valores; a prevenção da utilização do sistema financeiro dos crimes punidos com reclusão, da competência do juiz singular;
para os ilícitos previstos nesta Lei; cria o Conselho de Controle de II - independem do processo e julgamento das infrações pe-
Atividades Financeiras - COAF, e dá outras providências. nais antecedentes, ainda que praticados em outro país, cabendo
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na- ao juiz competente para os crimes previstos nesta Lei a decisão so-
cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: bre a unidade de processo e julgamento;(Redação dada pela Lei nº
12.683, de 2012)
CAPÍTULO I III - são da competência da Justiça Federal:
DOS CRIMES DE “LAVAGEM” OU OCULTAÇÃO DE BENS, a) quando praticados contra o sistema financeiro e a ordem
DIREITOS E VALORES econômico-financeira, ou em detrimento de bens, serviços ou in-
teresses da União, ou de suas entidades autárquicas ou empresas
Art. 1oOcultar ou dissimular a natureza, origem, localização, públicas;
disposição, movimentação ou propriedade de bens, direitos ou b) quando a infração penal antecedente for de competência da
valores provenientes, direta ou indiretamente, de infração penal. Justiça Federal. (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
(Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) § 1oA denúncia será instruída com indícios suficientes da exis-
I - (revogado);(Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) tência da infração penal antecedente, sendo puníveis os fatos pre-
II - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) vistos nesta Lei, ainda que desconhecido ou isento de pena o autor,
III - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) ou extinta a punibilidade da infração penal antecedente. (Redação
IV - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
V - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) § 2oNo processo por crime previsto nesta Lei, não se aplica o
VI - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) disposto no art. 366 do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de
VII - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) 1941 (Código de Processo Penal), devendo o acusado que não com-
VIII - (revogado). (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) parecer nem constituir advogado ser citado por edital, prosseguin-
Pena: reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e multa.(Redação do o feito até o julgamento, com a nomeação de defensor dativo.
dada pela Lei nº 12.683, de 2012) (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
§ 1oIncorre na mesma pena quem, para ocultar ou dissimular Art. 3º(Revogado pela Lei nº 12.683, de 2012)
a utilização de bens, direitos ou valores provenientes de infração Art. 4oO juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público
penal: (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) ou mediante representação do delegado de polícia, ouvido o Mi-
I - os converte em ativos lícitos; nistério Público em 24 (vinte e quatro) horas, havendo indícios sufi-
cientes de infração penal, poderá decretar medidas assecuratórias

101
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
de bens, direitos ou valores do investigado ou acusado, ou exis- a) os depósitos serão efetuados em instituição financeira de-
tentes em nome de interpostas pessoas, que sejam instrumento, signada em lei, preferencialmente pública, de cada Estado ou, na
produto ou proveito dos crimes previstos nesta Lei ou das infrações sua ausência, em instituição financeira pública da União;(Incluída
penais antecedentes. (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) pela Lei nº 12.683, de 2012)
§ 1oProceder-se-á à alienação antecipada para preservação do b) os depósitos serão repassados para a conta única de cada
valor dos bens sempre que estiverem sujeitos a qualquer grau de Estado, na forma da respectiva legislação. (Incluída pela Lei nº
deterioração ou depreciação, ou quando houver dificuldade para 12.683, de 2012)
sua manutenção. (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) § 5oMediante ordem da autoridade judicial, o valor do depósi-
§ 2oO juiz determinará a liberação total ou parcial dos bens, to, após o trânsito em julgado da sentença proferida na ação penal,
direitos e valores quando comprovada a licitude de sua origem, será: (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
mantendo-se a constrição dos bens, direitos e valores necessários I - em caso de sentença condenatória, nos processos de com-
e suficientes à reparação dos danos e ao pagamento de prestações petência da Justiça Federal e da Justiça do Distrito Federal, incor-
pecuniárias, multas e custas decorrentes da infração penal. (Reda- porado definitivamente ao patrimônio da União, e, nos processos
ção dada pela Lei nº 12.683, de 2012) de competência da Justiça Estadual, incorporado ao patrimônio do
§ 3oNenhum pedido de liberação será conhecido sem o com- Estado respectivo; (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
parecimento pessoal do acusado ou de interposta pessoa a que se II - em caso de sentença absolutória extintiva de punibilidade,
refere o caput deste artigo, podendo o juiz determinar a prática de colocado à disposição do réu pela instituição financeira, acrescido
atos necessários à conservação de bens, direitos ou valores, sem da remuneração da conta judicial. (Incluído pela Lei nº 12.683, de
prejuízo do disposto no § 1o. (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
2012) § 6oA instituição financeira depositária manterá controle dos
§ 4oPoderão ser decretadas medidas assecuratórias sobre valores depositados ou devolvidos. (Incluído pela Lei nº 12.683, de
bens, direitos ou valores para reparação do dano decorrente da 2012)
infração penal antecedente ou da prevista nesta Lei ou para paga- § 7oSerão deduzidos da quantia apurada no leilão todos os tri-
mento de prestação pecuniária, multa e custas. (Redação dada pela butos e multas incidentes sobre o bem alienado, sem prejuízo de
Lei nº 12.683, de 2012) iniciativas que, no âmbito da competência de cada ente da Fede-
Art. 4o-A.A alienação antecipada para preservação de valor de ração, venham a desonerar bens sob constrição judicial daqueles
bens sob constrição será decretada pelo juiz, de ofício, a requeri- ônus. (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
mento do Ministério Público ou por solicitação da parte interessa- § 8oFeito o depósito a que se refere o § 4o deste artigo, os
da, mediante petição autônoma, que será autuada em apartado e autos da alienação serão apensados aos do processo principal. (In-
cujos autos terão tramitação em separado em relação ao processo cluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
principal.(Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012) § 9oTerão apenas efeito devolutivo os recursos interpostos
§ 1oO requerimento de alienação deverá conter a relação de contra as decisões proferidas no curso do procedimento previsto
todos os demais bens, com a descrição e a especificação de cada neste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
um deles, e informações sobre quem os detém e local onde se en- § 10.Sobrevindo o trânsito em julgado de sentença penal con-
contram. (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012) denatória, o juiz decretará, em favor, conforme o caso, da União ou
§ 2oO juiz determinará a avaliação dos bens, nos autos apar- do Estado: (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
tados, e intimará o Ministério Público.(Incluído pela Lei nº 12.683, I - a perda dos valores depositados na conta remunerada e da
de 2012) fiança; (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
§ 3oFeita a avaliação e dirimidas eventuais divergências sobre II - a perda dos bens não alienados antecipadamente e daque-
o respectivo laudo, o juiz, por sentença, homologará o valor atribu- les aos quais não foi dada destinação prévia; e(Incluído pela Lei nº
ído aos bens e determinará sejam alienados em leilão ou pregão, 12.683, de 2012)
preferencialmente eletrônico, por valor não inferior a 75% (seten- III - a perda dos bens não reclamados no prazo de 90 (noventa)
ta e cinco por cento) da avaliação. (Incluído pela Lei nº 12.683, de dias após o trânsito em julgado da sentença condenatória, ressal-
2012) vado o direito de lesado ou terceiro de boa-fé.(Incluído pela Lei nº
§ 4oRealizado o leilão, a quantia apurada será depositada em 12.683, de 2012)
conta judicial remunerada, adotando-se a seguinte disciplina:(In- § 11.Os bens a que se referem os incisos II e III do § 10 deste
cluído pela Lei nº 12.683, de 2012) artigo serão adjudicados ou levados a leilão, depositando-se o sal-
I - nos processos de competência da Justiça Federal e da Justiça do na conta única do respectivo ente. (Incluído pela Lei nº 12.683,
do Distrito Federal: (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012) de 2012)
a) os depósitos serão efetuados na Caixa Econômica Federal ou § 12.O juiz determinará ao registro público competente que
em instituição financeira pública, mediante documento adequado emita documento de habilitação à circulação e utilização dos bens
para essa finalidade; (Incluída pela Lei nº 12.683, de 2012) colocados sob o uso e custódia das entidades a que se refere o
b) os depósitos serão repassados pela Caixa Econômica Federal caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
ou por outra instituição financeira pública para a Conta Única do § 13.Os recursos decorrentes da alienação antecipada de bens,
Tesouro Nacional, independentemente de qualquer formalidade, direitos e valores oriundos do crime de tráfico ilícito de drogas e
no prazo de 24 (vinte e quatro) horas; e(Incluída pela Lei nº 12.683, que tenham sido objeto de dissimulação e ocultação nos termos
de 2012) desta Lei permanecem submetidos à disciplina definida em lei es-
c) os valores devolvidos pela Caixa Econômica Federal ou por pecífica. (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
instituição financeira pública serão debitados à Conta Única do Te- Art. 4o-B.A ordem de prisão de pessoas ou as medidas asse-
souro Nacional, em subconta de restituição; (Incluída pela Lei nº curatórias de bens, direitos ou valores poderão ser suspensas pelo
12.683, de 2012) juiz, ouvido o Ministério Público, quando a sua execução imediata
II - nos processos de competência da Justiça dos Estados: (In- puder comprometer as investigações.(Incluído pela Lei nº 12.683,
cluído pela Lei nº 12.683, de 2012) de 2012)

102
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Art. 5oQuando as circunstâncias o aconselharem, o juiz, ouvido CAPÍTULO V
o Ministério Público, nomeará pessoa física ou jurídica qualificada (REDAÇÃO DADA PELA LEI Nº 12.683, DE 2012)
para a administração dos bens, direitos ou valores sujeitos a me- DAS PESSOAS SUJEITAS AO MECANISMO DE CONTROLE
didas assecuratórias, mediante termo de compromisso.(Redação (REDAÇÃO DADA PELA LEI Nº 12.683, DE 2012)
dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
Art. 6oA pessoa responsável pela administração dos bens:(Re- Art. 9oSujeitam-se às obrigações referidas nos arts. 10 e 11 as
dação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) pessoas físicas e jurídicas que tenham, em caráter permanente ou
I - fará jus a uma remuneração, fixada pelo juiz, que será satis- eventual, como atividade principal ou acessória, cumulativamente
feita com o produto dos bens objeto da administração; ou não: (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
II - prestará, por determinação judicial, informações periódicas I - a captação, intermediação e aplicação de recursos financei-
da situação dos bens sob sua administração, bem como explicações ros de terceiros, em moeda nacional ou estrangeira;
e detalhamentos sobre investimentos e reinvestimentos realizados. II – a compra e venda de moeda estrangeira ou ouro como ati-
Parágrafo único.Os atos relativos à administração dos bens su- vo financeiro ou instrumento cambial;
jeitos a medidas assecuratórias serão levados ao conhecimento do III - a custódia, emissão, distribuição, liqüidação, negociação,
Ministério Público, que requererá o que entender cabível.(Redação intermediação ou administração de títulos ou valores mobiliários.
dada pela Lei nº 12.683, de 2012) Parágrafo único. Sujeitam-se às mesmas obrigações:
I – as bolsas de valores, as bolsas de mercadorias ou futuros e
CAPÍTULO III os sistemas de negociação do mercado de balcão organizado; (Re-
DOS EFEITOS DA CONDENAÇÃO dação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
II - as seguradoras, as corretoras de seguros e as entidades de
Art. 7º São efeitos da condenação, além dos previstos no Có- previdência complementar ou de capitalização;
digo Penal: III - as administradoras de cartões de credenciamento ou car-
I - a perda, em favor da União - e dos Estados, nos casos de tões de crédito, bem como as administradoras de consórcios para
competência da Justiça Estadual -, de todos os bens, direitos e valo- aquisição de bens ou serviços;
res relacionados, direta ou indiretamente, à prática dos crimes pre- IV - as administradoras ou empresas que se utilizem de cartão
vistos nesta Lei, inclusive aqueles utilizados para prestar a fiança, ou qualquer outro meio eletrônico, magnético ou equivalente, que
ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé;(Redação permita a transferência de fundos;
dada pela Lei nº 12.683, de 2012) V - as empresas de arrendamento mercantil (leasing), as em-
II - a interdição do exercício de cargo ou função pública de presas de fomento comercial (factoring) e as Empresas Simples de
qualquer natureza e de diretor, de membro de conselho de admi- Crédito (ESC); (Redação dada pela Lei Complementar nº 167, de
nistração ou de gerência das pessoas jurídicas referidas no art. 9º, 2019)
pelo dobro do tempo da pena privativa de liberdade aplicada. VI - as sociedades que, mediante sorteio, método assemelha-
§ 1oA União e os Estados, no âmbito de suas competências, do, exploração de loterias, inclusive de apostas de quota fixa, ou
regulamentarão a forma de destinação dos bens, direitos e valores outras sistemáticas de captação de apostas com pagamento de prê-
cuja perda houver sido declarada, assegurada, quanto aos proces- mios, realizem distribuição de dinheiro, de bens móveis, de bens
sos de competência da Justiça Federal, a sua utilização pelos órgãos imóveis e de outras mercadorias ou serviços, bem como concedam
federais encarregados da prevenção, do combate, da ação penal e descontos na sua aquisição ou contratação; (Redação dada pela
do julgamento dos crimes previstos nesta Lei, e, quanto aos proces- Lei nº 14.183, de 2021)
sos de competência da Justiça Estadual, a preferência dos órgãos VII - as filiais ou representações de entes estrangeiros que
locais com idêntica função. (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012) exerçam no Brasil qualquer das atividades listadas neste artigo, ain-
§ 2oOs instrumentos do crime sem valor econômico cuja perda da que de forma eventual;
em favor da União ou do Estado for decretada serão inutilizados ou VIII - as demais entidades cujo funcionamento dependa de au-
doados a museu criminal ou a entidade pública, se houver interesse torização de órgão regulador dos mercados financeiro, de câmbio,
na sua conservação. (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012) de capitais e de seguros;
IX - as pessoas físicas ou jurídicas, nacionais ou estrangeiras,
CAPÍTULO IV que operem no Brasil como agentes, dirigentes, procuradoras,
DOS BENS, DIREITOS OU VALORES ORIUNDOS DE CRIMES comissionárias ou por qualquer forma representem interesses de
PRATICADOS NO ESTRANGEIRO ente estrangeiro que exerça qualquer das atividades referidas nes-
te artigo;
Art. 8oO juiz determinará, na hipótese de existência de tratado X - as pessoas físicas ou jurídicas que exerçam atividades de
ou convenção internacional e por solicitação de autoridade estran- promoção imobiliária ou compra e venda de imóveis; (Redação
geira competente, medidas assecuratórias sobre bens, direitos ou dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
valores oriundos de crimes descritos no art. 1o praticados no es- XI - as pessoas físicas ou jurídicas que comercializem jóias, pe-
trangeiro.(Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) dras e metais preciosos, objetos de arte e antigüidades.
§ 1º Aplica-se o disposto neste artigo, independentemente de XII - as pessoas físicas ou jurídicas que comercializem bens de
tratado ou convenção internacional, quando o governo do país da luxo ou de alto valor, intermedeiem a sua comercialização ou exer-
autoridade solicitante prometer reciprocidade ao Brasil. çam atividades que envolvam grande volume de recursos em espé-
§ 2oNa falta de tratado ou convenção, os bens, direitos ou va- cie; (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
lores privados sujeitos a medidas assecuratórias por solicitação de XIII - as juntas comerciais e os registros públicos;(Incluído pela
autoridade estrangeira competente ou os recursos provenientes da Lei nº 12.683, de 2012)
sua alienação serão repartidos entre o Estado requerente e o Brasil, XIV - as pessoas físicas ou jurídicas que prestem, mesmo que
na proporção de metade, ressalvado o direito do lesado ou de ter- eventualmente, serviços de assessoria, consultoria, contadoria, au-
ceiro de boa-fé. (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) ditoria, aconselhamento ou assistência, de qualquer natureza, em
operações: (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)

103
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
a) de compra e venda de imóveis, estabelecimentos comerciais § 3º O registro referido no inciso II deste artigo será efetuado
ou industriais ou participações societárias de qualquer natureza; também quando a pessoa física ou jurídica, seus entes ligados, hou-
(Incluída pela Lei nº 12.683, de 2012) ver realizado, em um mesmo mês-calendário, operações com uma
b) de gestão de fundos, valores mobiliários ou outros ativos; mesma pessoa, conglomerado ou grupo que, em seu conjunto, ul-
(Incluída pela Lei nº 12.683, de 2012) trapassem o limite fixado pela autoridade competente.
c) de abertura ou gestão de contas bancárias, de poupança, Art. 10A. O Banco Central manterá registro centralizado for-
investimento ou de valores mobiliários; (Incluída pela Lei nº 12.683, mando o cadastro geral de correntistas e clientes de instituições
de 2012) financeiras, bem como de seus procuradores. (Incluído pela Lei nº
d) de criação, exploração ou gestão de sociedades de qualquer 10.701, de 2003)
natureza, fundações, fundos fiduciários ou estruturas análogas; (In-
cluída pela Lei nº 12.683, de 2012) CAPÍTULO VII
e) financeiras, societárias ou imobiliárias; e (Incluída pela Lei nº DA COMUNICAÇÃO DE OPERAÇÕES FINANCEIRAS
12.683, de 2012)
f) de alienação ou aquisição de direitos sobre contratos relacio- Art. 11. As pessoas referidas no art. 9º:
nados a atividades desportivas ou artísticas profissionais; (Incluída I - dispensarão especial atenção às operações que, nos termos
pela Lei nº 12.683, de 2012) de instruções emanadas das autoridades competentes, possam
XV - pessoas físicas ou jurídicas que atuem na promoção, in- constituir-se em sérios indícios dos crimes previstos nesta Lei, ou
termediação, comercialização, agenciamento ou negociação de di- com eles relacionar-se;
reitos de transferência de atletas, artistas ou feiras, exposições ou II - deverão comunicar ao Coaf, abstendo-se de dar ciência de
eventos similares; (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012) tal ato a qualquer pessoa, inclusive àquela à qual se refira a infor-
XVI - as empresas de transporte e guarda de valores; (Incluído mação, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, a proposta ou reali-
pela Lei nº 12.683, de 2012) zação: (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
XVII - as pessoas físicas ou jurídicas que comercializem bens de a) de todas as transações referidas no inciso II do art. 10, acom-
alto valor de origem rural ou animal ou intermedeiem a sua comer- panhadas da identificação de que trata o inciso I do mencionado
cialização; e (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012) artigo; e(Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
XVIII - as dependências no exterior das entidades mencionadas b) das operações referidas no inciso I;(Redação dada pela Lei
neste artigo, por meio de sua matriz no Brasil, relativamente a resi- nº 12.683, de 2012)
dentes no País. (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012) III - deverão comunicar ao órgão regulador ou fiscalizador da
sua atividade ou, na sua falta, ao Coaf, na periodicidade, forma e
CAPÍTULO VI condições por eles estabelecidas, a não ocorrência de propostas,
DA IDENTIFICAÇÃO DOS CLIENTES transações ou operações passíveis de serem comunicadas nos ter-
E MANUTENÇÃO DE REGISTROS mos do inciso II.(Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
§ 1º As autoridades competentes, nas instruções referidas
Art. 10. As pessoas referidas no art. 9º: no inciso I deste artigo, elaborarão relação de operações que, por
I - identificarão seus clientes e manterão cadastro atualizado, suas características, no que se refere às partes envolvidas, valores,
nos termos de instruções emanadas das autoridades competentes; forma de realização, instrumentos utilizados, ou pela falta de fun-
II - manterão registro de toda transação em moeda nacional ou damento econômico ou legal, possam configurar a hipótese nele
estrangeira, títulos e valores mobiliários, títulos de crédito, metais, prevista.
ou qualquer ativo passível de ser convertido em dinheiro, que ultra- § 2º As comunicações de boa-fé, feitas na forma prevista neste
passar limite fixado pela autoridade competente e nos termos de artigo, não acarretarão responsabilidade civil ou administrativa.
instruções por esta expedidas; § 3oO Coaf disponibilizará as comunicações recebidas com
III - deverão adotar políticas, procedimentos e controles inter- base no inciso II do caput aos respectivos órgãos responsáveis pela
nos, compatíveis com seu porte e volume de operações, que lhes regulação ou fiscalização das pessoas a que se refere o art. 9o. (Re-
permitam atender ao disposto neste artigo e no art. 11, na forma dação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
disciplinada pelos órgãos competentes;(Redação dada pela Lei nº Art. 11-A.As transferências internacionais e os saques em espé-
12.683, de 2012) cie deverão ser previamente comunicados à instituição financeira,
IV - deverão cadastrar-se e manter seu cadastro atualizado no nos termos, limites, prazos e condições fixados pelo Banco Central
órgão regulador ou fiscalizador e, na falta deste, no Conselho de do Brasil. (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
Controle de Atividades Financeiras (Coaf), na forma e condições por
eles estabelecidas; (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012) CAPÍTULO VIII
V - deverão atender às requisições formuladas pelo Coaf na pe- DA RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA
riodicidade, forma e condições por ele estabelecidas, cabendo-lhe
preservar, nos termos da lei, o sigilo das informações prestadas. Art. 12. Às pessoas referidas no art. 9º, bem como aos admi-
(Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012) nistradores das pessoas jurídicas, que deixem de cumprir as obriga-
§ 1º Na hipótese de o cliente constituir-se em pessoa jurídica, ções previstas nos arts. 10 e 11 serão aplicadas, cumulativamente
a identificação referida no inciso I deste artigo deverá abranger as ou não, pelas autoridades competentes, as seguintes sanções:
pessoas físicas autorizadas a representá-la, bem como seus pro- I - advertência;
prietários. II - multa pecuniária variável não superior: (Redação dada pela
§ 2º Os cadastros e registros referidos nos incisos I e II deste Lei nº 12.683, de 2012)
artigo deverão ser conservados durante o período mínimo de cinco a) ao dobro do valor da operação; (Incluída pela Lei nº 12.683,
anos a partir do encerramento da conta ou da conclusão da tran- de 2012)
sação, prazo este que poderá ser ampliado pela autoridade com- b) ao dobro do lucro real obtido ou que presumivelmente seria
petente. obtido pela realização da operação; ou(Incluída pela Lei nº 12.683,
de 2012)

104
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
c) ao valor de R$ 20.000.000,00 (vinte milhões de reais); (Inclu- CAPÍTULO X
ída pela Lei nº 12.683, de 2012) (INCLUÍDO PELA LEI Nº 12.683, DE 2012)
III - inabilitação temporária, pelo prazo de até dez anos, para o
exercício do cargo de administrador das pessoas jurídicas referidas DISPOSIÇÕES GERAIS
no art. 9º; (INCLUÍDO PELA LEI Nº 12.683, DE 2012)
IV - cassação ou suspensão da autorização para o exercício de
atividade, operação ou funcionamento.(Redação dada pela Lei nº Art. 17-A.Aplicam-se, subsidiariamente, as disposições do De-
12.683, de 2012) creto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo
§ 1º A pena de advertência será aplicada por irregularidade no Penal), no que não forem incompatíveis com esta Lei. (Incluído pela
cumprimento das instruções referidas nos incisos I e II do art. 10. Lei nº 12.683, de 2012)
§ 2oA multa será aplicada sempre que as pessoas referidas Art. 17-B.A autoridade policial e o Ministério Público terão
no art. 9o, por culpa ou dolo:(Redação dada pela Lei nº 12.683, de acesso, exclusivamente, aos dados cadastrais do investigado que
2012) informam qualificação pessoal, filiação e endereço, independente-
I – deixarem de sanar as irregularidades objeto de advertência, mente de autorização judicial, mantidos pela Justiça Eleitoral, pelas
no prazo assinalado pela autoridade competente; empresas telefônicas, pelas instituições financeiras, pelos provedo-
II - não cumprirem o disposto nos incisos I a IV do art. 10;(Re- res de internet e pelas administradoras de cartão de crédito. (Inclu-
dação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) ído pela Lei nº 12.683, de 2012)
III - deixarem de atender, no prazo estabelecido, a requisição Art. 17-C.Os encaminhamentos das instituições financeiras e
formulada nos termos do inciso V do art. 10;(Redação dada pela Lei tributárias em resposta às ordens judiciais de quebra ou transfe-
nº 12.683, de 2012) rência de sigilo deverão ser, sempre que determinado, em meio in-
IV - descumprirem a vedação ou deixarem de fazer a comunica- formático, e apresentados em arquivos que possibilitem a migração
ção a que se refere o art. 11. de informações para os autos do processo sem redigitação. (Incluí-
§ 3º A inabilitação temporária será aplicada quando forem ve- do pela Lei nº 12.683, de 2012)
rificadas infrações graves quanto ao cumprimento das obrigações Art. 17-D.Em caso de indiciamento de servidor público, este
constantes desta Lei ou quando ocorrer reincidência específica, de- será afastado, sem prejuízo de remuneração e demais direitos pre-
vidamente caracterizada em transgressões anteriormente punidas vistos em lei, até que o juiz competente autorize, em decisão fun-
com multa. damentada, o seu retorno. (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
§ 4º A cassação da autorização será aplicada nos casos de rein- Art. 17-E.A Secretaria da Receita Federal do Brasil conservará
cidência específica de infrações anteriormente punidas com a pena os dados fiscais dos contribuintes pelo prazo mínimo de 5 (cinco)
prevista no inciso III do caput deste artigo. anos, contado a partir do início do exercício seguinte ao da declara-
Art. 13. (Revogado pela Lei nº 13.974, de 2020) ção de renda respectiva ou ao do pagamento do tributo. (Incluído
pela Lei nº 12.683, de 2012)
CAPÍTULO IX Art. 18. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
DO CONSELHO DE CONTROLE
DE ATIVIDADES FINANCEIRAS
CIRCULAR Nº 3.978, DE 23 DE JANEIRO DE 2020
Art. 14.Fica criado, no âmbito do Ministério da Economia, o
Conselho de Controle de Atividades Financeiras - Coaf, com a fina- CIRCULAR Nº 3.978, DE 23 DE JANEIRO DE 2020
lidade de disciplinar, aplicar penas administrativas, receber, exami-
nar e identificar as ocorrências suspeitas de atividades ilícitas pre- Dispõe sobre a política, os procedimentos e os controles in-
vistas nesta Lei, sem prejuízo das competências de outros órgãos e ternos a serem adotados pelas instituições autorizadas a funcionar
entidades. (Redação dada pela Medida Provisória nº 886, de 2019) pelo Banco Central do Brasil visando à prevenção da utilização do
§ 1º As instruções referidas no art. 10 destinadas às pessoas sistema financeiro para a prática dos crimes de “lavagem” ou ocul-
mencionadas no art. 9º, para as quais não exista órgão próprio fis- tação de bens, direitos e valores, de que trata a Lei nº 9.613, de 3 de
calizador ou regulador, serão expedidas pelo COAF, competindo- março de 1998, e de financiamento do terrorismo, previsto na Lei
-lhe, para esses casos, a definição das pessoas abrangidas e a apli- nº 13.260, de 16 de março de 2016.
cação das sanções enumeradas no art. 12. A Diretoria Colegiada do Banco Central do Brasil, em sessão
§ 2º O COAF deverá, ainda, coordenar e propor mecanismos realizada em 22 de janeiro de 2020, com base nos arts. 9º da Lei nº
de cooperação e de troca de informações que viabilizem ações rá- 4.595, de 31 de dezembro de 1964, 10, 11 e 11-A da Lei nº 9.613,
pidas e eficientes no combate à ocultação ou dissimulação de bens, de 3 de março de 1998, 6º e 7º, inciso III, da Lei nº 11.795, de 8
direitos e valores. de outubro de 2008, e 15 da Lei nº 12.865, de 9 de outubro de
§ 3o O COAF poderá requerer aos órgãos da Administração Pú-
2013, e tendo em vista o disposto na Lei nº 13.260, de 16 de março
blica as informações cadastrais bancárias e financeiras de pessoas
de 2016, na Convenção contra o Tráfico Ilícito de Entorpecentes e
envolvidas em atividades suspeitas. (Incluído pela Lei nº 10.701, de
Substâncias Psicotrópicas, promulgada pelo Decreto nº 154, de 26
2003)
Art. 15. O COAF comunicará às autoridades competentes para de junho de 1991, na Convenção das Nações Unidas contra o Cri-
a instauração dos procedimentos cabíveis, quando concluir pela me Organizado Transnacional, promulgada pelo Decreto nº 5.015,
existência de crimes previstos nesta Lei, de fundados indícios de de 12 de março de 2004, na Convenção Interamericana contra o
sua prática, ou de qualquer outro ilícito. Terrorismo, promulgada pelo Decreto nº 5.639, de 26 de dezembro
Art. 16. (Revogado pela Lei nº 13.974, de 2020) de 2005, na Convenção Internacional para Supressão do Financia-
Art. 17. (Revogado pela Lei nº 13.974, de 2020) mento do Terrorismo, promulgada pelo Decreto nº 5.640, de 26
de dezembro de 2005, e na Convenção das Nações Unidas contra
a Corrupção, promulgada pelo Decreto nº 5.687, de 31 de janeiro
de 2006, resolve:

105
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
CAPÍTULO I d) de comunicação de operações ao Conselho de Controle de
DO OBJETO E DO ÂMBITO DE APLICAÇÃO Atividades Financeiras (Coaf); e
III - o comprometimento da alta administração com a efetivi-
Art. 1º Esta Circular dispõe sobre a política, os procedimentos dade e a melhoria contínua da política, dos procedimentos e dos
e os controles internos a serem adotados pelas instituições autori- controles internos relacionados com a prevenção à lavagem de di-
zadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil visando à prevenção nheiro e ao financiamento do terrorismo.
da utilização do sistema financeiro para a prática dos crimes de “la- Art. 4º Admite-se a adoção de política de prevenção à lavagem
vagem” ou ocultação de bens, direitos e valores, de que trata a Lei de dinheiro e ao financiamento do terrorismo única por conglome-
nº 9.613, de 3 de março de 1998, e de financiamento do terrorismo, rado prudencial e por sistema cooperativo de crédito.
previsto na Lei nº 13.260, de 16 de março de 2016. Parágrafo único. As instituições que não constituírem política
Parágrafo único. Para os fins desta Circular, os crimes referidos própria, em decorrência do disposto no caput, devem formalizar a
no caput serão denominados genericamente “lavagem de dinhei- opção por essa faculdade em reunião do conselho de administra-
ro” e “financiamento do terrorismo”. ção ou, se inexistente, da diretoria da instituição.
Art. 5º As instituições mencionadas no art. 1º devem assegurar
CAPÍTULO II a aplicação da política referida no art. 2º em suas unidades situadas
DA POLÍTICA DE PREVENÇÃO À LAVAGEM DE DINHEIRO E AO no exterior.
FINANCIAMENTO DO TERRORISMO Parágrafo único. Na hipótese de impedimento ou limitação le-
gal à aplicação da política referida no caput à unidade da instituição
Art. 2º As instituições mencionadas no art. 1º devem imple- situada no exterior, deverá ser elaborado relatório justificando o
mentar e manter política formulada com base em princípios e di- impedimento ou a limitação.
retrizes que busquem prevenir a sua utilização para as práticas de Art. 6º A política referida no art. 2º deve ser divulgada aos
lavagem de dinheiro e de financiamento do terrorismo. funcionários da instituição, parceiros e prestadores de serviços ter-
Parágrafo único. A política de que trata o caput deve ser com- ceirizados, mediante linguagem clara e acessível, em nível de de-
patível com os perfis de risco: talhamento compatível com as funções desempenhadas e com a
I - dos clientes; sensibilidade das informações.
II - da instituição; Art. 7º A política referida no art. 2º deve ser:
III - das operações, transações, produtos e serviços; e I - documentada;
IV - dos funcionários, parceiros e prestadores de serviços ter- II - aprovada pelo conselho de administração ou, se inexisten-
ceirizados. te, pela diretoria da instituição; e
Art. 3º A política referida no art. 2º deve contemplar, no mí- III - mantida atualizada.
nimo:
I - as diretrizes para: CAPÍTULO III
a) a definição de papéis e responsabilidades para o cumpri- DA GOVERNANÇA DA POLÍTICA DE PREVENÇÃO À LAVAGEM
mento das obrigações de que trata esta Circular; DE DINHEIRO E AO FINANCIAMENTO DO TERRORISMO
b) a definição de procedimentos voltados à avaliação e à análi-
se prévia de novos produtos e serviços, bem como da utilização de Art. 8º As instituições mencionadas no art. 1º devem dispor de
novas tecnologias, tendo em vista o risco de lavagem de dinheiro e estrutura de governança visando a assegurar o cumprimento da po-
de financiamento do terrorismo; lítica referida no art. 2º e dos procedimentos e controles internos
c) a avaliação interna de risco e a avaliação de efetividade de de prevenção à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terro-
que tratam os arts. 10 e 62; rismo previstos nesta Circular.
d) a verificação do cumprimento da política, dos procedimen- Art. 9º As instituições referidas no art. 1º devem indicar for-
tos e dos controles internos de que trata esta Circular, bem como a malmente ao Banco Central do Brasil diretor responsável pelo cum-
identificação e a correção das deficiências verificadas; primento das obrigações previstas nesta Circular.
e) a promoção de cultura organizacional de prevenção à lava- § 1º O diretor mencionado no caput pode desempenhar outras
gem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo, contemplando, funções na instituição, desde que não haja conflito de interesses.
inclusive, os funcionários, os parceiros e os prestadores de serviços § 2º A responsabilidade mencionada no caput deve ser obser-
terceirizados; vada em cada instituição, mesmo no caso de opção pela faculdade
f) a seleção e a contratação de funcionários e de prestadores estabelecida nos arts. 4º, 11, 42, 46 e 52.
de serviços terceirizados, tendo em vista o risco de lavagem de di-
nheiro e de financiamento do terrorismo; e CAPÍTULO IV
g) a capacitação dos funcionários sobre o tema da prevenção DA AVALIAÇÃO INTERNA DE RISCO
à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo, incluindo
os funcionários dos correspondentes no País que prestem atendi- Art. 10. As instituições referidas no art. 1º devem realizar ava-
mento em nome das instituições mencionadas no art. 1º; liação interna com o objetivo de identificar e mensurar o risco de
II - as diretrizes para implementação de procedimentos: utilização de seus produtos e serviços na prática da lavagem de di-
a) de coleta, verificação, validação e atualização de informa- nheiro e do financiamento do terrorismo.
ções cadastrais, visando a conhecer os clientes, os funcionários, os § 1º Para identificação do risco de que trata o caput, a avalia-
parceiros e os prestadores de serviços terceirizados; ção interna deve considerar, no mínimo, os perfis de risco:
b) de registro de operações e de serviços financeiros; I - dos clientes;
c) de monitoramento, seleção e análise de operações e situa- II - da instituição, incluindo o modelo de negócio e a área geo-
ções suspeitas; e gráfica de atuação;

106
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
III - das operações, transações, produtos e serviços, abrangen- SEÇÃO II
do todos os canais de distribuição e a utilização de novas tecnolo- DA IDENTIFICAÇÃO DOS CLIENTES
gias; e
IV - das atividades exercidas pelos funcionários, parceiros e Art. 16. As instituições referidas no art. 1º devem adotar proce-
prestadores de serviços terceirizados. dimentos de identificação que permitam verificar e validar a iden-
§ 2º O risco identificado deve ser avaliado quanto à sua pro- tidade do cliente.
babilidade de ocorrência e à magnitude dos impactos financeiro, § 1º Os procedimentos referidos no caput devem incluir a ob-
jurídico, reputacional e socioambiental para a instituição. tenção, a verificação e a validação da autenticidade de informações
§ 3º Devem ser definidas categorias de risco que possibilitem de identificação do cliente, inclusive, se necessário, mediante con-
a adoção de controles de gerenciamento e de mitigação reforçados frontação dessas informações com as disponíveis em bancos de da-
para as situações de maior risco e a adoção de controles simplifica- dos de caráter público e privado.
dos nas situações de menor risco. § 2º No processo de identificação do cliente devem ser coleta-
§ 4º Devem ser utilizadas como subsídio à avaliação interna
dos, no mínimo:
de risco, quando disponíveis, avaliações realizadas por entidades
I - o nome completo e o número de registro no Cadastro de
públicas do País relativas ao risco de lavagem de dinheiro e de fi-
Pessoas Físicas (CPF), no caso de pessoa natural; e (Redação dada,
nanciamento do terrorismo.
a partir de 1º/9/2021, pela Resolução BCB nº 119, de 27/7/2021.)
Art. 11. A avaliação interna de risco pode ser realizada de for-
ma centralizada em instituição do conglomerado prudencial e do II - a firma ou denominação social e o número de registro no
sistema cooperativo de crédito. Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ), no caso de pessoa jurí-
Parágrafo único. As instituições que optarem por realizar a ava- dica. (Redação dada, a partir de 1º/9/2021, pela Resolução BCB nº
liação interna de risco na forma do caput devem formalizar essa 119, de 27/7/2021.)
opção em reunião do conselho de administração ou, se inexistente, § 3º No caso de cliente pessoa natural residente no exterior
da diretoria da instituição. desobrigada de inscrição no CPF, na forma definida pela Secretaria
Art. 12. A avaliação interna de risco deve ser: da Receita Federal do Brasil, admite-se a utilização de documento
I - documentada e aprovada pelo diretor referido no art. 9º; de viagem na forma da Lei, devendo ser coletados, no mínimo, o
II - encaminhada para ciência: país emissor, o número e o tipo do documento.
a) ao comitê de risco, quando houver; § 4º No caso de cliente pessoa jurídica com domicílio ou sede
b) ao comitê de auditoria, quando houver; e no exterior desobrigada de inscrição no CNPJ, na forma definida
c) ao conselho de administração ou, se inexistente, à diretoria pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, as instituições devem
da instituição; e coletar, no mínimo, o nome da empresa, o endereço da sede e o
III - revisada a cada dois anos, bem como quando ocorrerem número de identificação ou de registro da empresa no respectivo
alterações significativas nos perfis de risco mencionados no art. 10, país de origem.
§ 1º. Art. 17. As informações referidas no art. 16 devem ser manti-
das atualizadas.
CAPÍTULO V
DOS PROCEDIMENTOS DESTINADOS SEÇÃO III
A CONHECER OS CLIENTES DA QUALIFICAÇÃO DOS CLIENTES

SEÇÃO I Art. 18. As instituições mencionadas no art. 1º devem adotar


DOS PROCEDIMENTOS procedimentos que permitam qualificar seus clientes por meio da
coleta, verificação e validação de informações, compatíveis com o
Art. 13. As instituições mencionadas no art. 1º devem imple-
perfil de risco do cliente e com a natureza da relação de negócio.
mentar procedimentos destinados a conhecer seus clientes, in-
§ 1º Os procedimentos de qualificação referidos no caput de-
cluindo procedimentos que assegurem a devida diligência na sua
vem incluir a coleta de informações que permitam: (Redação dada,
identificação, qualificação e classificação.
a partir de 1º/9/2021, pela Resolução BCB nº 119, de 27/7/2021.)
§ 1º Os procedimentos referidos no caput devem ser compa-
tíveis com: I - identificar o local de residência, no caso de pessoa natural;
I - o perfil de risco do cliente, contemplando medidas refor- (Incluído, a partir de 1º/9/2021, pela Resolução BCB nº 119, de
çadas para clientes classificados em categorias de maior risco, de 27/7/2021.)
acordo com a avaliação interna de risco referida no art. 10; II - identificar o local da sede ou filial, no caso de pessoa jurídi-
II - a política de prevenção à lavagem de dinheiro e ao financia- ca; e (Incluído, a partir de 1º/9/2021, pela Resolução BCB nº 119,
mento do terrorismo de que trata o art. 2º; e de 27/7/2021.)
III - a avaliação interna de risco de que trata o art. 10. III - avaliar a capacidade financeira do cliente, incluindo a ren-
§ 2º Os procedimentos mencionados no caput devem ser for- da, no caso de pessoa natural, ou o faturamento, no caso de pes-
malizados em manual específico. soa jurídica. (Incluído, a partir de 1º/9/2021, pela Resolução BCB nº
§ 3º O manual referido no § 2º deve ser aprovado pela direto- 119, de 27/7/2021.)
ria da instituição e mantido atualizado. § 2º A necessidade de verificação e de validação das informa-
Art. 14. As informações obtidas e utilizadas nos procedimentos ções referidas no § 1º deve ser avaliada pelas instituições de acordo
referidos no art. 13 devem ser armazenadas em sistemas informa- com o perfil de risco do cliente e com a natureza da relação de
tizados e utilizadas nos procedimentos de que trata o Capítulo VII. negócio.
Art. 15. Os procedimentos previstos neste Capítulo devem ser § 3º Nos procedimentos de que trata o caput, devem ser cole-
observados sem prejuízo do disposto na regulamentação que disci- tadas informações adicionais do cliente compatíveis com o risco de
plina produtos e serviços específicos. utilização de produtos e serviços na prática da lavagem de dinheiro
e do financiamento do terrorismo.

107
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
§ 4º A qualificação do cliente deve ser reavaliada de forma per- SEÇÃO V
manente, de acordo com a evolução da relação de negócio e do DISPOSIÇÕES COMUNS À IDENTIFICAÇÃO, À QUALIFICAÇÃO
perfil de risco. E À CLASSIFICAÇÃO DOS CLIENTES
§ 5º As informações coletadas na qualificação do cliente de-
vem ser mantidas atualizadas. Art. 21. As instituições referidas no art. 1º devem adotar os
§ 6º O Banco Central do Brasil poderá divulgar rol de informa- procedimentos de identificação, de qualificação e de classificação
ções a serem coletadas, verificadas e validadas em procedimentos previstos neste Capítulo para os administradores de clientes pesso-
específicos de qualificação de clientes. as jurídicas e para os representantes de clientes.
Art. 19. Os procedimentos de qualificação referidos no art. 18 Parágrafo único. Os procedimentos referidos no caput devem
devem incluir a verificação da condição do cliente como pessoa ex- ser compatíveis com a função exercida pelo administrador e com a
posta politicamente, nos termos do art. 27, bem como a verifica- abrangência da representação.
ção da condição de representante, familiar ou estreito colaborador Art. 22. Os critérios utilizados para a definição das informações
dessas pessoas. necessárias e dos procedimentos de verificação, validação e atu-
§ 1º Para os fins desta Circular, considera-se: alização das informações para cada categoria de risco devem ser
I - familiar, os parentes, na linha reta ou colateral, até o segun- previstos no manual de que trata o art. 13, § 2º.
do grau, o cônjuge, o companheiro, a companheira, o enteado e a Art. 23. É vedado às instituições referidas no art. 1º iniciar re-
enteada; e lação de negócios sem que os procedimentos de identificação e de
II - estreito colaborador: qualificação do cliente estejam concluídos.
a) pessoa natural conhecida por ter qualquer tipo de estreita Parágrafo único. Admite-se, por um período máximo de trinta
relação com pessoa exposta politicamente, inclusive por: dias, o início da relação de negócios em caso de insuficiência de
1. ter participação conjunta em pessoa jurídica de direito pri- informações relativas à qualificação do cliente, desde que não haja
vado; prejuízo aos procedimentos de monitoramento e seleção de que
2. figurar como mandatária, ainda que por instrumento parti- trata o art. 39.
cular da pessoa mencionada no item 1; ou
3. ter participação conjunta em arranjos sem personalidade SEÇÃO VI
jurídica; e DA IDENTIFICAÇÃO E DA QUALIFICAÇÃO DO BENEFICIÁRIO
b) pessoa natural que tem o controle de pessoas jurídicas ou FINAL
de arranjos sem personalidade jurídica, conhecidos por terem sido
criados para o benefício de pessoa exposta politicamente. Art. 24. Os procedimentos de qualificação do cliente pessoa
§ 2º Para os clientes qualificados como pessoa exposta politi- jurídica devem incluir a análise da cadeia de participação societária
camente ou como representante, familiar ou estreito colaborador até a identificação da pessoa natural caracterizada como seu bene-
dessas pessoas, as instituições mencionadas no art. 1º devem: ficiário final, observado o disposto no art. 25.
I - adotar procedimentos e controles internos compatíveis com § 1º Devem ser aplicados à pessoa natural referida no caput,
essa qualificação; no mínimo, os procedimentos de qualificação definidos para a cate-
II - considerar essa qualificação na classificação do cliente nas goria de risco do cliente pessoa jurídica na qual o beneficiário final
categorias de risco referidas no art. 20; e detenha participação societária.
III - avaliar o interesse no início ou na manutenção do relacio- § 2º É também considerado beneficiário final o representante,
namento com o cliente. inclusive o procurador e o preposto, que exerça o comando de fato
§ 3º A avaliação mencionada no § 2º, inciso III, deve ser realiza- sobre as atividades da pessoa jurídica.
da por detentor de cargo ou função de nível hierárquico superior ao § 3º Excetuam-se do disposto no caput: (Redação dada, a partir
do responsável pela autorização do relacionamento com o cliente. de 1º/9/2021, pela Resolução BCB nº 119, de 27/7/2021.)
I - as pessoas jurídicas caracterizadas como companhia aber-
SEÇÃO IV ta; (Incluído, a partir de 1º/9/2021, pela Resolução BCB nº 119, de
DA CLASSIFICAÇÃO DOS CLIENTES 27/7/2021.)
II - as entidade sem fins lucrativos; (Incluído, a partir de
Art. 20. As instituições mencionadas no art. 1º devem classifi- 1º/9/2021, pela Resolução BCB nº 119, de 27/7/2021.)
car seus clientes nas categorias de risco definidas na avaliação in- III - as cooperativas; (Incluído, a partir de 1º/9/2021, pela Reso-
terna de risco mencionada no art. 10, com base nas informações lução BCB nº 119, de 27/7/2021.)
obtidas nos procedimentos de qualificação do cliente referidos no IV - os fundos e clubes de investimento registrados na Comis-
art. 18. são de Valores Mobiliários, desde que, cumulativamente: (Incluído,
Parágrafo único. A classificação mencionada no caput deve ser: a partir de 1º/9/2021, pela Resolução BCB nº 119, de 27/7/2021.)
I - realizada com base no perfil de risco do cliente e na natureza a) não sejam fundos exclusivos; (Incluída, a partir de 1º/9/2021,
da relação de negócio; e pela Resolução BCB nº 119, de 27/7/2021.)
II - revista sempre que houver alterações no perfil de risco do b) obtenham recursos de investidores com o propósito de atri-
cliente e na natureza da relação de negócio. buir o desenvolvimento e a gestão de uma carteira de investimento
a um gestor qualificado que deve ter plena discricionariedade na
representação e na tomada de decisão perante as entidades investi-
das, não sendo obrigado a consultar os cotistas para essas decisões
e tampouco indicar os cotistas ou partes a eles ligadas para atuar
nas entidades investidas; e (Incluída, a partir de 1º/9/2021, pela Re-
solução BCB nº 119, de 27/7/2021.)

108
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
c) seja informado o número de registro no CPF, no caso de pes- mações, admite-se que as informações relativas ao beneficiário fi-
soa natural, ou do número de registro no CNPJ, no caso de pessoa nal sejam obtidas da instituição no exterior, desde que assegurado
jurídica, de todos os cotistas para a Secretaria Especial da Receita ao Banco Central do Brasil o acesso às informações e aos procedi-
Federal do Brasil (RFB), na forma por esta definida em regulamenta- mentos adotados.
ção específica; (Incluída, a partir de 1º/9/2021, pela Resolução BCB
nº 119, de 27/7/2021.) SEÇÃO VII
V - os fundos de investimento registrados na Comissão de Va- DA QUALIFICAÇÃO COMO PESSOA EXPOSTA POLITICAMENTE
lores Mobiliários, constituídos na forma de condomínio fechado,
cujas cotas sejam negociadas em mercado organizado; e (Incluído, Art. 27. As instituições mencionadas no art. 1º devem imple-
a partir de 1º/9/2021, pela Resolução BCB nº 119, de 27/7/2021.) mentar procedimentos que permitam qualificar seus clientes como
VI - os investidores não residentes classificados como: (Incluído, pessoa exposta politicamente.
a partir de 1º/9/2021, pela Resolução BCB nº 119, de 27/7/2021.) § 1º Consideram-se pessoas expostas politicamente:
a) governos, entidades governamentais e bancos centrais, as- I - os detentores de mandatos eletivos dos Poderes Executivo
sim como fundos soberanos ou companhias de investimento con- e Legislativo da União;
troladas por fundos soberanos e similares; (Incluída, a partir de II - os ocupantes de cargo, no Poder Executivo da União, de:
1º/9/2021, pela Resolução BCB nº 119, de 27/7/2021.) a) Ministro de Estado ou equiparado;
b) organismos multilaterais; (Incluída, a partir de 1º/9/2021, b) Natureza Especial ou equivalente;
pela Resolução BCB nº 119, de 27/7/2021.) c) presidente, vice-presidente e diretor, ou equivalentes, de
c) companhias abertas ou equivalentes; (Incluída, a partir de entidades da administração pública indireta; e
1º/9/2021, pela Resolução BCB nº 119, de 27/7/2021.) d) Grupo Direção e Assessoramento Superiores (DAS), nível 6,
d) instituições financeiras ou similares, operando por conta ou equivalente;
própria; (Incluída, a partir de 1º/9/2021, pela Resolução BCB nº III - os membros do Conselho Nacional de Justiça, do Supremo
119, de 27/7/2021.) Tribunal Federal, dos Tribunais Superiores, dos Tribunais Regionais
e) administradores de carteiras, operando por conta própria; Federais, dos Tribunais Regionais do Trabalho, dos Tribunais Regio-
(Incluída, a partir de 1º/9/2021, pela Resolução BCB nº 119, de nais Eleitorais, do Conselho Superior da Justiça do Trabalho e do
27/7/2021.) Conselho da Justiça Federal;
f) sociedades seguradoras e entidades de previdência privada; IV - os membros do Conselho Nacional do Ministério Público, o
e (Incluída, a partir de 1º/9/2021, pela Resolução BCB nº 119, de Procurador-Geral da República, o Vice-Procurador-Geral da Repú-
27/7/2021.) blica, o Procurador-Geral do Trabalho, o Procurador-Geral da Justi-
g) fundos de investimento, desde que, cumulativamente: ça Militar, os Subprocuradores-Gerais da República e os Procurado-
(Incluída, a partir de 1º/9/2021, pela Resolução BCB nº 119, de res-Gerais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal;
27/7/2021.) V - os membros do Tribunal de Contas da União, o Procurador-
1. o número de cotistas seja igual ou superior a cem e nenhum -Geral e os Subprocuradores-Gerais do Ministério Público junto ao
deles detenha mais de 25% (vinte e cinco por cento) das cotas; e Tribunal de Contas da União;
(Incluído, a partir de 1º/9/2021, pela Resolução BCB nº 119, de VI - os presidentes e os tesoureiros nacionais, ou equivalentes,
27/7/2021.) de partidos políticos;
2. a administração da carteira de ativos seja feita de forma dis- VII - os Governadores e os Secretários de Estado e do Distri-
cricionária por administrador profissional sujeito à fiscalização de to Federal, os Deputados Estaduais e Distritais, os presidentes, ou
autoridade supervisora com a qual o Banco Central do Brasil man- equivalentes, de entidades da administração pública indireta esta-
tenha convênio para a troca de informações relativas à prevenção dual e distrital e os presidentes de Tribunais de Justiça, Tribunais
da utilização do sistema financeiro para a prática dos crimes de la- Militares, Tribunais de Contas ou equivalentes dos Estados e do
vagem de dinheiro e de financiamento do terrorismo. (Incluído, a Distrito Federal; e
partir de 1º/9/2021, pela Resolução BCB nº 119, de 27/7/2021.) VIII - os Prefeitos, os Vereadores, os Secretários Municipais, os
§ 4º No caso das entidades relacionadas no § 3º, as informa- presidentes, ou equivalentes, de entidades da administração pú-
ções coletadas devem abranger as das pessoas naturais autoriza- blica indireta municipal e os Presidentes de Tribunais de Contas ou
das a representá-las, bem como as de seus controladores, adminis- equivalentes dos Municípios.
tradores ou gestores, e diretores, se houver. (Incluído, a partir de § 2º São também consideradas expostas politicamente as pes-
1º/9/2021, pela Resolução BCB nº 119, de 27/7/2021.) soas que, no exterior, sejam:
Art. 25. As instituições mencionadas no art. 1º devem estabe- I - chefes de estado ou de governo;
lecer valor mínimo de referência de participação societária para a II - políticos de escalões superiores;
identificação de beneficiário final. III - ocupantes de cargos governamentais de escalões superio-
§ 1º O valor mínimo de referência de participação societária res;
de que trata o caput deve ser estabelecido com base no risco e não IV - oficiais-generais e membros de escalões superiores do Po-
pode ser superior a 25% (vinte e cinco por cento), considerada, em der Judiciário;
qualquer caso, a participação direta e a indireta. V - executivos de escalões superiores de empresas públicas; ou
§ 2º O valor de referência de que trata o caput deve ser justi- VI - dirigentes de partidos políticos.
ficado e documentado no manual de procedimentos referido no § 3º São também consideradas pessoas expostas politicamente
art. 13, § 2º. os dirigentes de escalões superiores de entidades de direito inter-
Art. 26. No caso de relação de negócio com cliente residente nacional público ou privado.
no exterior, que também seja cliente de instituição do mesmo gru- § 4º No caso de clientes residentes no exterior, para fins do
po no exterior, fiscalizada por autoridade supervisora com a qual o disposto no caput, as instituições mencionadas no art. 1º devem
Banco Central do Brasil mantenha convênio para a troca de infor- adotar pelo menos duas das seguintes providências:

109
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
I - solicitar declaração expressa do cliente a respeito da sua SEÇÃO II
qualificação; DO REGISTRO DE OPERAÇÕES DE PAGAMENTO, DE RECEBI-
II - recorrer a informações públicas disponíveis; e MENTO E DE TRANSFERÊNCIA DE RECURSOS
III - consultar bases de dados públicas ou privadas sobre pesso-
as expostas politicamente. Art. 30. No caso de operações relativas a pagamentos, rece-
§ 5º A condição de pessoa exposta politicamente deve ser apli- bimentos e transferências de recursos, por meio de qualquer ins-
cada pelos cinco anos seguintes à data em que a pessoa deixou de trumento, as instituições referidas no art. 1º devem incluir nos
se enquadrar nas categorias previstas nos §§ 1º, 2º, e 3º. registros mencionados no art. 28 as informações necessárias à
§ 6º No caso de relação de negócio com cliente residente no identificação da origem e do destino dos recursos.
exterior que também seja cliente de instituição do mesmo grupo no § 1º A origem mencionada no caput refere-se à instituição pa-
exterior, fiscalizada por autoridade supervisora com a qual o Banco gadora, sacada ou remetente e à pessoa sacada ou remetente dos
Central do Brasil mantenha convênio para troca de informações, recursos, bem como ao instrumento de transferência ou de paga-
admite-se que as informações de qualificação de pessoa exposta mento utilizado na transação.
politicamente sejam obtidas da instituição no exterior, desde que § 2º O destino mencionado no caput refere-se à instituição re-
assegurado ao Banco Central do Brasil o acesso aos respectivos da- cebedora ou destinatária e à pessoa recebedora ou destinatária dos
dos e procedimentos adotados. recursos, bem como ao instrumento de transferência ou de paga-
mento utilizado na transação.
CAPÍTULO VI § 3º Para fins do cumprimento do disposto no caput, devem
DO REGISTRO DE OPERAÇÕES ser incluídas no registro das operações, no mínimo, as seguintes
informações, quando couber:
SEÇÃO I I - nome e número de inscrição no CPF ou no CNPJ do reme-
DISPOSIÇÕES GERAIS tente ou sacado;
II - nome e número de inscrição no CPF ou no CNPJ do recebe-
Art. 28. As instituições referidas no art. 1º devem manter regis- dor ou beneficiário;
tros de todas as operações realizadas, produtos e serviços contrata- III - códigos de identificação, no sistema de liquidação de paga-
dos, inclusive saques, depósitos, aportes, pagamentos, recebimen- mentos ou de transferência de fundos, das instituições envolvidas
tos e transferências de recursos. na operação; e
§ 1º Os registros referidos no caput devem conter, no mínimo, IV - números das dependências e das contas envolvidas na ope-
as seguintes informações sobre cada operação: ração.
I - tipo; § 4º No caso de transferência de recursos por meio de cheque,
II - valor, quando aplicável; as instituições mencionadas no art. 1º devem incluir no registro da
III - data de realização; operação, além das informações referidas no § 3º, o número do
IV - nome e número de inscrição no CPF ou no CNPJ do titular cheque.
e do beneficiário da operação, no caso de pessoa residente ou se- Art. 31. Caso as instituições referidas no art. 1º estabeleçam
diada no País; e relação de negócio com terceiros não sujeitos a autorização para
V - canal utilizado. funcionar do Banco Central do Brasil, participantes de arranjo de
§ 2º No caso de operações envolvendo pessoa natural residen- pagamento do qual a instituição também participe, deve ser esti-
te no exterior desobrigada de inscrição no CPF, na forma definida pulado em contrato o acesso da instituição à identificação dos des-
pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, as instituições devem tinatários finais dos recursos, para fins de prevenção à lavagem de
incluir no registro as seguintes informações: dinheiro e do financiamento do terrorismo.
I - nome; Parágrafo único. O disposto no caput se aplica inclusive no caso
II - tipo e número do documento de viagem e respectivo país de relação de negócio que envolva a interoperabilidade com arran-
emissor; e jo de pagamento não sujeito a autorização pelo Banco Central do
III - organismo internacional de que seja representante para o Brasil, do qual as instituições referidas no art. 1º não participem.
exercício de funções específicas no País, quando for o caso. Art. 32. No caso de transferência de recursos por meio da
§ 3º No caso de operações envolvendo pessoa jurídica com do- compensação interbancária de cheque, a instituição sacada deve
micílio ou sede no exterior desobrigada de inscrição no CNPJ, na informar à instituição depositária, e a instituição depositária deve
forma definida pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, as insti- informar à instituição sacada, os números de inscrição no CPF ou
tuições devem incluir no registro as seguintes informações: no CNPJ dos titulares da conta sacada e da conta depositária, res-
I - nome da empresa; e pectivamente.
II - número de identificação ou de registro da empresa no res-
pectivo país de origem. SEÇÃO III
Art. 29. Os registros de que trata este Capítulo devem ser reali- DO REGISTRO DAS OPERAÇÕES EM ESPÉCIE
zados inclusive nas situações em que a operação ocorrer no âmbito
da mesma instituição. Art. 33. No caso de operações com utilização de recursos em
espécie de valor individual superior a R$2.000,00 (dois mil reais),
as instituições referidas no art. 1º devem incluir no registro, além
das informações previstas nos arts. 28 e 30, o nome e o respectivo
número de inscrição no CPF do portador dos recursos.
Parágrafo único. Nas operações de que trata o caput, realizadas
por empresa de transporte de valores devidamente autorizada e
registrada na autoridade competente, nos termos da legislação em

110
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
vigor, considera-se essa empresa como a portadora dos recursos, a Art. 37. As instituições referidas no art. 1º devem manter regis-
qual será identificada por meio do registro do número de inscrição tro específico de recebimentos de boleto de pagamento pagos com
no CNPJ e da firma ou denominação social. (Incluído, a partir de recursos em espécie.
1º/9/2021, pela Resolução BCB nº 119, de 27/7/2021.) Parágrafo único. A instituição que receber boleto de pagamen-
Art. 34. No caso de operações de depósito ou aporte em espé- to que não seja de sua emissão deve remeter à instituição emissora
cie de valor individual igual ou superior a R$50.000,00 (cinquenta a informação de que o boleto foi pago em espécie.
mil reais), as instituições referidas no art. 1º devem incluir no regis-
tro, além das informações previstas nos arts. 28 e 30: CAPÍTULO VII
I - o nome e o respectivo número de inscrição no CPF ou no DO MONITORAMENTO, DA SELEÇÃO E DA ANÁLISE DE OPE-
CNPJ, conforme o caso, do proprietário dos recursos; RAÇÕES E SITUAÇÕES SUSPEITAS
II - o nome e o respectivo número de inscrição no CPF do por-
tador dos recursos; e SEÇÃO I
III - a origem dos recursos depositados ou aportados. DOS PROCEDIMENTOS DE MONITORAMENTO, SELEÇÃO E
Parágrafo único. Na hipótese de recusa do cliente ou do porta- ANÁLISE DE OPERAÇÕES E SITUAÇÕES SUSPEITAS
dor dos recursos em prestar a informação referida no inciso III do
caput, a instituição deve registrar o fato e utilizar essa informação Art. 38. As instituições referidas no art. 1º devem implemen-
nos procedimentos de monitoramento, seleção e análise de que tar procedimentos de monitoramento, seleção e análise de opera-
tratam os art. 38 a 47. ções e situações com o objetivo de identificar e dispensar especial
Art. 35. No caso de operações de saque, inclusive as realizadas atenção às suspeitas de lavagem de dinheiro e de financiamento
por meio de cheque ou ordem de pagamento, de valor individual do terrorismo.
igual ou superior a R$50.000,00 (cinquenta mil reais), as institui- § 1º Para os fins desta Circular, operações e situações suspeitas
ções referidas no art. 1º devem incluir no registro, além das infor- referem-se a qualquer operação ou situação que apresente indícios
mações previstas nos arts. 28 e 30: de utilização da instituição para a prática dos crimes de lavagem de
I - o nome e o respectivo número de inscrição no CPF ou no dinheiro e de financiamento do terrorismo.
CNPJ, conforme o caso, do destinatário dos recursos; § 2º Os procedimentos de que trata o caput devem ser aplica-
dos, inclusive, às propostas de operações.
II - o nome e o respectivo número de inscrição no CPF do por- § 3º Os procedimentos mencionados no caput devem:
tador dos recursos; I - ser compatíveis com a política de prevenção à lavagem de
III - a finalidade do saque; e dinheiro e ao financiamento do terrorismo de que trata o art. 2º;
IV - o número do protocolo referido no art. 36, § 2º, inciso II. II - ser definidos com base na avaliação interna de risco de que
Parágrafo único. Na hipótese de recusa do cliente ou do porta- trata o art. 10;
dor dos recursos em prestar a informação referida no inciso III do III - considerar a condição de pessoa exposta politicamente,
caput, a instituição deve registrar o fato e utilizar essa informação nos termos do art. 27, bem como a condição de representante,
nos procedimentos de monitoramento, seleção e análise de que familiar ou estreito colaborador da pessoa exposta politicamente,
tratam os art. 38 a 47. nos termos do art. 19; e
Art. 36. As instituições mencionadas no art. 1º devem requerer IV - estar descritos em manual específico, aprovado pela dire-
dos sacadores clientes e não clientes solicitação de provisionamen- toria da instituição.
to com, no mínimo, três dias úteis de antecedência, das operações
de saque, inclusive as realizadas por meio de cheque ou ordem de SEÇÃO II
pagamento, de valor igual ou superior a R$50.000,00 (cinquenta DO MONITORAMENTO E DA SELEÇÃO DE OPERAÇÕES E SITU-
mil reais). AÇÕES SUSPEITAS
§ 1º As operações de saque de que trata o caput devem ser
consideradas individualmente, para efeitos de observação do limite Art. 39. As instituições referidas no art. 1º devem implementar
previsto no caput. procedimentos de monitoramento e seleção que permitam identi-
§ 2º As instituições referidas no caput devem: ficar operações e situações que possam indicar suspeitas de lava-
I - possibilitar a solicitação de provisionamento por meio do gem de dinheiro e de financiamento do terrorismo, especialmente:
sítio eletrônico da instituição na internet e das agências ou Postos I - as operações realizadas e os produtos e serviços contrata-
de Atendimento; dos que, considerando as partes envolvidas, os valores, as formas
II - emitir protocolo de atendimento ao cliente ou ao sacador de realização, os instrumentos utilizados ou a falta de fundamento
não cliente, no qual devem ser informados o valor da operação, a econômico ou legal, possam configurar a existência de indícios de
dependência na qual deverá ser efetuado o saque e a data progra- lavagem de dinheiro ou de financiamento do terrorismo, inclusive:
mada para o saque; e a) as operações realizadas ou os serviços prestados que, por
III - registrar, no ato da solicitação de provisionamento, as in- sua habitualidade, valor ou forma, configurem artifício que objeti-
formações indicadas no art. 35, conforme o caso. ve burlar os procedimentos de identificação, qualificação, registro,
§ 3º No caso de saque em espécie a ser realizado por meio de monitoramento e seleção previstos nesta Circular;
cheque por sacador não cliente, a solicitação de provisionamento b) as operações de depósito ou aporte em espécie, saque em
de que trata o caput deve ser realizada exclusivamente em agências espécie, ou pedido de provisionamento para saque que apresen-
ou em Postos de Atendimento. tem indícios de ocultação ou dissimulação da natureza, da origem,
§ 4º O disposto neste artigo deve ser observado sem prejuízo da localização, da disposição, da movimentação ou da propriedade
do art. 2º da Resolução nº 3.695, de 26 de março de 2009. de bens, direitos e valores;

111
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
c) as operações realizadas e os produtos e serviços contratados § 1º O período para a execução dos procedimentos de análise
que, considerando as partes e os valores envolvidos, apresentem das operações e situações selecionadas não pode exceder o prazo
incompatibilidade com a capacidade financeira do cliente, incluin- de quarenta e cinco dias, contados a partir da data da seleção da
do a renda, no caso de pessoa natural, ou o faturamento, no caso operação ou situação.
de pessoa jurídica, e o patrimônio; § 2º A análise mencionada no caput deve ser formalizada em
d) as operações com pessoas expostas politicamente de nacio- dossiê, independentemente da comunicação ao Coaf referida no
nalidade brasileira e com representantes, familiares ou estreitos art. 48.
colaboradores de pessoas expostas politicamente; Art. 44. É vedada:
e) as operações com pessoas expostas politicamente estran- I - a contratação de terceiros para a realização da análise refe-
geiras; rida no art. 43; e
f) os clientes e as operações em relação aos quais não seja pos- II - a realização da análise referida no art. 43 no exterior.
sível identificar o beneficiário final; Parágrafo único. A vedação mencionada no caput não inclui a
g) as operações oriundas ou destinadas a países ou territórios contratação de terceiros para a prestação de serviços auxiliares à
com deficiências estratégicas na implementação das recomenda- análise referida no art. 43.
ções do Grupo de Ação Financeira (Gafi); e Art. 45. As instituições referidas no art. 1º devem dispor, no
h) as situações em que não seja possível manter atualizadas as País, de recursos e competências necessários à análise de opera-
informações cadastrais de seus clientes; e ções e situações suspeitas referida no art. 43.
II - as operações e situações que possam indicar suspeitas de Art. 46. Os procedimentos de análise referidos no art. 43 po-
financiamento do terrorismo. dem ser realizados de forma centralizada em instituição do conglo-
Parágrafo único. O período para a execução dos procedimen- merado prudencial e do sistema cooperativo de crédito.
tos de monitoramento e de seleção das operações e situações sus- Parágrafo único. As instituições que optarem por realizar os
peitas não pode exceder o prazo de quarenta e cinco dias, contados procedimentos de análise na forma do caput devem formalizar a
a partir da data de ocorrência da operação ou da situação. opção em reunião do conselho de administração ou, se inexistente,
Art. 40. As instituições referidas no art. 1º devem assegurar da diretoria da instituição.
que os sistemas utilizados no monitoramento e na seleção de ope-
rações e situações suspeitas contenham informações detalhadas SEÇÃO IV
das operações realizadas e das situações ocorridas, inclusive infor- DISPOSIÇÕES GERAIS
mações sobre a identificação e a qualificação dos envolvidos.
§ 1º As instituições devem manter documentação detalhada Art. 47. No caso de contratação de serviços de processamento
dos parâmetros, variáveis, regras e cenários utilizados no monitora- e armazenamento de dados e de computação em nuvem utilizados
mento e seleção de operações e situações que possam indicar sus- para monitoramento e seleção de operações e situações suspeitas,
peitas de lavagem de dinheiro e de financiamento do terrorismo. bem como de serviços auxiliares à análise dessas operações e situa-
§ 2º Os sistemas e os procedimentos utilizados no monitora- ções, as instituições referidas no art. 1º devem observar:
mento e na seleção de operações e situações suspeitas devem ser I - o disposto no Capítulo III da Circular nº 3.909, de 16 de agos-
passíveis de verificação quanto à sua adequação e efetividade. to de 2018, e, no que couber, nos Capítulos IV e V da referida Circu-
Art. 41. Devem ser incluídos no manual referido no art. 38, § lar, no caso de instituições de pagamento; e
3º, inciso IV: II - o disposto no Capítulo III da Resolução nº 4.658, de 26 de
I - os critérios de definição da periodicidade de execução dos abril de 2018, e, no que couber, nos Capítulos IV e V da referida
procedimentos de monitoramento e seleção para os diferentes ti- Resolução, no caso de instituições financeiras e demais instituições
pos de operações e situações monitoradas; e autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil.
II - os parâmetros, as variáveis, as regras e os cenários utiliza-
dos no monitoramento e seleção para os diferentes tipos de ope- CAPÍTULO VIII
rações e situações. DOS PROCEDIMENTOS DE COMUNICAÇÃO AO COAF
Art. 42. Os procedimentos de monitoramento e seleção referi-
dos no art. 39 podem ser realizados de forma centralizada em ins- SEÇÃO I
tituição do conglomerado prudencial e do sistema cooperativo de DA COMUNICAÇÃO DE OPERAÇÕES E SITUAÇÕES SUSPEITAS
crédito.
Parágrafo único. As instituições que optarem por realizar os Art. 48. As instituições referidas no art. 1º devem comunicar ao
procedimentos de monitoramento e seleção na forma do caput de- Coaf as operações ou situações suspeitas de lavagem de dinheiro e
vem formalizar essa opção em reunião do conselho de administra- de financiamento do terrorismo.
ção ou, se inexistente, da diretoria da instituição. § 1º A decisão de comunicação da operação ou situação ao
Coaf deve:
SEÇÃO III I - ser fundamentada com base nas informações contidas no
DOS PROCEDIMENTOS DE ANÁLISE DE OPERAÇÕES E SITUA- dossiê mencionado no art. 43, § 2º;
ÇÕES SUSPEITAS II - ser registrada de forma detalhada no dossiê mencionado
no art. 43, § 2º; e
Art. 43. As instituições referidas no art. 1º devem implementar III - ocorrer até o final do prazo de análise referido no art. 43,
procedimentos de análise das operações e situações selecionadas § 1º.
por meio dos procedimentos de monitoramento e seleção de que § 2º A comunicação da operação ou situação suspeita ao Coaf
trata o art. 39, com o objetivo de caracterizá-las ou não como sus- deve ser realizada até o dia útil seguinte ao da decisão de comuni-
peitas de lavagem de dinheiro e de financiamento do terrorismo. cação.

112
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
SEÇÃO II CAPÍTULO IX
DA COMUNICAÇÃO DE OPERAÇÕES EM ESPÉCIE DOS PROCEDIMENTOS DESTINADOS A CONHECER FUNCIO-
NÁRIOS, PARCEIROS E PRESTADORES DE SERVIÇOS TERCEIRI-
Art. 49. As instituições mencionadas no art. 1º devem comu- ZADOS
nicar ao Coaf:
I - as operações de depósito ou aporte em espécie ou saque Art. 56. As instituições mencionadas no art. 1º devem imple-
em espécie de valor igual ou superior a R$50.000,00 (cinquenta mil mentar procedimentos destinados a conhecer seus funcionários,
reais); parceiros e prestadores de serviços terceirizados, incluindo proce-
II - as operações relativas a pagamentos, recebimentos e trans- dimentos de identificação e qualificação.
ferências de recursos, por meio de qualquer instrumento, contra Parágrafo único. Os procedimentos referidos no caput devem
pagamento em espécie, de valor igual ou superior a R$50.000,00 ser compatíveis com a política de prevenção à lavagem de dinheiro
(cinquenta mil reais); e e ao financiamento do terrorismo de que trata o art. 2º e com a
III - a solicitação de provisionamento de saques em espécie de avaliação interna de risco de que trata o art. 10.
valor igual ou superior a R$50.000,00 (cinquenta mil reais) de que Art. 57. Os procedimentos referidos no art. 56 devem ser for-
trata o art. 36. malizados em documento específico aprovado pela diretoria da
Parágrafo único. A comunicação mencionada no caput deve instituição.
ser realizada até o dia útil seguinte ao da ocorrência da operação Parágrafo único. O documento mencionado no caput deve ser
ou do provisionamento. mantido atualizado.
Art. 58. As instituições referidas no art. 1º devem classificar as
SEÇÃO III atividades exercidas por seus funcionários, parceiros e prestadores
DISPOSIÇÕES GERAIS de serviços terceirizados nas categorias de risco definidas na avalia-
ção interna de risco, nos termos do art. 10.
Art. 50. As instituições referidas no art. 1º devem realizar as § 1º A classificação em categorias de risco mencionada no
comunicações mencionadas nos arts. 48 e 49 sem dar ciência aos caput deve ser mantida atualizada.
envolvidos ou a terceiros. § 2º Os critérios para a classificação em categorias de risco re-
Art. 51. As comunicações alteradas ou canceladas após o quin- ferida no caput devem estar previstos no documento mencionado
to dia útil seguinte ao da sua realização devem ser acompanhadas no art. 57.
de justificativa da ocorrência. § 3º As informações relativas aos funcionários, parceiros e
Art. 52. As comunicações podem ser realizadas de forma cen- prestadores de serviços terceirizados devem ser mantidas atuali-
tralizada por meio de instituição do conglomerado prudencial e de zadas, considerando inclusive eventuais alterações que impliquem
sistema cooperativo de crédito, em nome da instituição na qual mudança de classificação nas categorias de risco.
ocorreu a operação ou a situação. Art. 59. As instituições referidas no art. 1º, na celebração de
Parágrafo único. As instituições que optarem por realizar as contratos com instituições financeiras sediadas no exterior, devem:
comunicações de forma centralizada, nos termos do caput, devem I - obter informações sobre o contratado que permitam com-
formalizar a opção em reunião do conselho de administração ou, se preender a natureza de sua atividade e a sua reputação;
inexistente, da diretoria da instituição. II - verificar se o contratado foi objeto de investigação ou de
Art. 53. As comunicações referidas nos arts. 48 e 49 devem es- ação de autoridade supervisora relacionada com lavagem de di-
pecificar, quando for o caso, se a pessoa objeto da comunicação: nheiro ou com financiamento do terrorismo;
I - é pessoa exposta politicamente ou representante, familiar III - certificar que o contratado tem presença física no país onde
ou estreito colaborador dessa pessoa; está constituído ou licenciado;
II - é pessoa que, reconhecidamente, praticou ou tenha inten- IV - conhecer os controles adotados pelo contratado relativos
tado praticar atos terroristas ou deles participado ou facilitado o à prevenção à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terro-
seu cometimento; e rismo;
III - é pessoa que possui ou controla, direta ou indiretamente, V - obter a aprovação do detentor de cargo ou função de nível
recursos na instituição, no caso do inciso II. hierárquico superior ao do responsável pela contratação; e
Art. 54. As instituições de que trata o art. 1º que não tiverem VI - dar ciência do contrato de parceria ao diretor mencionado
efetuado comunicações ao Coaf em cada ano civil deverão pres- no art. 9º.
tar declaração, até dez dias úteis após o encerramento do referido Parágrafo único. O disposto no caput aplica-se inclusive às re-
ano, atestando a não ocorrência de operações ou situações passí- lações de parceria estabelecidas com bancos correspondentes no
veis de comunicação. exterior.
Art. 55. As instituições referidas no art. 1º devem se habilitar Art. 60. As instituições referidas no art. 1º, na celebração de
para realizar as comunicações no Sistema de Controle de Ativida- contratos com terceiros não sujeitos a autorização para funcionar
des Financeiras (Siscoaf), do Coaf. do Banco Central do Brasil, participantes de arranjo de pagamento
do qual a instituição também participe, devem:
I - obter informações sobre o terceiro que permitam compre-
ender a natureza de sua atividade e a sua reputação;
II - verificar se o terceiro foi objeto de investigação ou de ação
de autoridade supervisora relacionada com lavagem de dinheiro ou
com financiamento do terrorismo;
III - certificar que o terceiro tem licença do instituidor do arran-
jo para operar, quando for o caso;

113
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
IV - conhecer os controles adotados pelo terceiro relativos à Parágrafo único. As instituições que optarem por realizar o re-
prevenção à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terroris- latório de avaliação de efetividade na forma do caput devem for-
mo; e malizar a opção em reunião do conselho de administração ou, se
V - dar ciência do contrato ao diretor mencionado no art. 9º. inexistente, da diretoria da instituição.
Art. 65. As instituições referidas no art. 1º devem elaborar pla-
CAPÍTULO X no de ação destinado a solucionar as deficiências identificadas por
DOS MECANISMOS DE ACOMPANHAMENTO E DE CONTROLE meio da avaliação de efetividade de que trata o art. 62.
§ 1º O acompanhamento da implementação do plano de ação
Art. 61. As instituições mencionadas no art. 1º devem instituir referido no caput deve ser documentado por meio de relatório de
mecanismos de acompanhamento e de controle de modo a assegu- acompanhamento.
rar a implementação e a adequação da política, dos procedimentos § 2º O plano de ação e o respectivo relatório de acompanha-
e dos controles internos de que trata esta Circular, incluindo: mento devem ser encaminhados para ciência e avaliação, até 30 de
I - a definição de processos, testes e trilhas de auditoria; junho do ano seguinte ao da data-base do relatório de que trata o
II - a definição de métricas e indicadores adequados; e art. 62, § 1º:
III - a identificação e a correção de eventuais deficiências. I - do comitê de auditoria, quando houver;
Parágrafo único. Os mecanismos de que trata o caput devem II - da diretoria da instituição; e
ser submetidos a testes periódicos pela auditoria interna, quando III - do conselho de administração, quando existente.
aplicáveis, compatíveis com os controles internos da instituição.
CAPÍTULO XII
CAPÍTULO XI DISPOSIÇÕES FINAIS
DA AVALIAÇÃO DE EFETIVIDADE
Art. 66. Devem permanecer à disposição do Banco Central do
Art. 62. As instituições referidas no art. 1º devem avaliar a efe- Brasil:
tividade da política, dos procedimentos e dos controles internos de I - o documento de que trata o art. 7º, inciso I, relativo à política
que trata esta Circular. de prevenção à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terro-
§ 1º A avaliação referida no caput deve ser documentada em rismo de que trata o art. 2º;
relatório específico. II - a ata de reunião do conselho de administração ou, na sua
§ 2º O relatório de que trata o § 1º deve ser: inexistência, da diretoria da instituição, no caso de ser formalizada
I - elaborado anualmente, com data-base de 31 de dezembro; e a opção de que trata o caput do art. 4º;
II - encaminhado, para ciência, até 31 de março do ano seguin- III - o relatório de que trata o art. 5º, parágrafo único, se exis-
te ao da data-base: tente;
a) ao comitê de auditoria, quando houver; e IV - o documento relativo à avaliação interna de risco de que
b) ao conselho de administração ou, se inexistente, à diretoria trata o art. 12, inciso I, juntamente com a documentação de supor-
da instituição. te à sua elaboração;
Art. 63. O relatório referido no art. 62, § 1º, deve: V - o contrato referido no art. 31;
I - conter informações que descrevam: VI - a ata de reunião do conselho de administração ou, na sua
a) a metodologia adotada na avaliação de efetividade; inexistência, da diretoria da instituição, no caso de serem formali-
b) os testes aplicados; zadas as opções mencionadas nos arts. 11, 42, 46, 52 e 64;
c) a qualificação dos avaliadores; e VII - o relatório de avaliação de efetividade de que trata o art.
d) as deficiências identificadas; e 62, § 1º;
II - conter, no mínimo, a avaliação: VIII - as versões anteriores da avaliação interna de risco de que
a) dos procedimentos destinados a conhecer clientes, incluin- trata o art. 10;
do a verificação e a validação das informações dos clientes e a ade- IX - o manual relativo aos procedimentos destinados a conhe-
quação dos dados cadastrais; cer os clientes referido no art. 13, § 2º;
b) dos procedimentos de monitoramento, seleção, análise e X - o manual relativo aos procedimentos de monitoramento,
comunicação ao Coaf, incluindo a avaliação de efetividade dos pa- seleção e análise de operações e situações suspeitas mencionado
râmetros de seleção de operações e de situações suspeitas; no art. 38, § 3º, inciso IV;
c) da governança da política de prevenção à lavagem de dinhei- XI - o documento relativo aos procedimentos destinados a co-
ro e ao financiamento do terrorismo; nhecer os funcionários, parceiros e prestadores de serviços tercei-
d) das medidas de desenvolvimento da cultura organizacional rizados mencionado no art. 57;
voltadas à prevenção da lavagem de dinheiro e ao financiamento XII - as versões anteriores do relatório de avaliação de efetivi-
do terrorismo; dade de que trata o art. 62, § 1º;
e) dos programas de capacitação periódica de pessoal; XIII - os dados, os registros e as informações relativas aos me-
f) dos procedimentos destinados a conhecer os funcionários, canismos de acompanhamento e de controle de que trata o art.
parceiros e prestadores de serviços terceirizados; e 61; e
g) das ações de regularização dos apontamentos oriundos da XIV - os documentos relativos ao plano de ação e ao respectivo
auditoria interna e da supervisão do Banco Central do Brasil. relatório de acompanhamento mencionados no art. 65.
Art. 64. Admite-se a elaboração de um único relatório de ava- § 1º O contrato referido no inciso V do caput deve permanecer
liação de efetividade nos termos do art. 62, § 1º, relativo às insti- à disposição do Banco Central do Brasil pelo prazo mínimo de cinco
tuições do conglomerado prudencial e do sistema cooperativo de anos após o encerramento da relação contratual.
crédito.

114
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
§ 2º Os documentos e informações referidos nos incisos VIII a
XIV do caput devem permanecer à disposição do Banco Central do CARTA CIRCULAR Nº 4.001, DE 29 DE JANEIRO DE 2020
Brasil pelo prazo mínimo de cinco anos. E SUAS ALTERAÇÕES
Art. 67. As instituições referidas no art. 1º devem manter à dis-
posição do Banco Central do Brasil e conservar pelo período míni- CARTA CIRCULAR Nº 4.001, DE 29 DE JANEIRO DE 2020
mo de dez anos:
I - as informações coletadas nos procedimentos destinados a Documento normativo revogado pela Resolução BCB nº 145, de
conhecer os clientes de que tratam os arts. 13, 16 e 18, contado o 24/9/2021, após a produção de seus efeitos no período de cálculo
prazo referido no caput a partir do primeiro dia do ano seguinte ao com início em 1º de novembro de 2021 e término em 5 de novembro
término do relacionamento com o cliente; de 2021, cujo ajuste ocorrerá em 16 de novembro de 2021.
II - as informações coletadas nos procedimentos destinados a
conhecer os funcionários, parceiros e prestadores de serviços ter- RESOLUÇÃO BCB Nº 145, DE 24 DE SETEMBRO DE 2021
ceirizados de que trata o art. 56, contado o prazo referido no caput
a partir da data de encerramento da relação contratual; Define e consolida as regras do recolhimento compulsório so-
III - as informações e registros de que tratam os arts. 28 a 37, bre recursos a prazo.
contado o prazo referido no caput a partir do primeiro dia do ano A Diretoria Colegiada do Banco Central do Brasil, em sessão re-
seguinte ao da realização da operação; e alizada em 23 de setembro de 2021, com base no art. 10, incisos III
IV - o dossiê referido no art. 43, § 2º. e IV, da Lei nº 4.595, de 31 de dezembro de 1964, e no art. 66 da Lei
Art. 68. A Circular nº 3.691, de 16 de dezembro de 2013, passa nº 9.069, de 29 de junho de 1995,
a vigorar com as seguintes alterações: RESOLVE:
“Art. 18. Os agentes autorizados a operar no mercado de
câmbio devem verificar a legalidade das operações, as responsa- CAPÍTULO I
bilidades das partes envolvidas, bem como identificar seus clientes DAS REGRAS GERAIS
previamente à realização das operações no mercado de câmbio na
forma prevista pela regulamentação sobre a política, os procedi- Art. 1º Esta Resolução dispõe sobre o recolhimento compulsó-
mentos e os controles internos na prevenção à prática dos crimes rio sobre recursos a prazo.
de ‘lavagem’ ou ocultação de bens, direitos e valores, previstos na Art. 2º Sujeitam-se ao recolhimento compulsório sobre recur-
Lei nº 9.613, de 3 de março de 1998, e de financiamento do terro- sos a prazo os bancos comerciais, bancos múltiplos, bancos de de-
rismo, de que trata a Lei nº 13.260, de 16 de março de 2016.” (NR) senvolvimento, bancos de investimento, bancos de câmbio, caixas
“Art. 135. As instituições autorizadas a operar no mercado de econômicas e sociedades de crédito, financiamento e investimento.
câmbio devem desenvolver mecanismos que permitam evitar a Art. 3º Constitui Valor Sujeito a Recolhimento (VSR) a soma dos
prática de operações que visem a burlar os limites e outros reque- saldos inscritos nas seguintes rubricas contábeis do Plano Contábil
rimentos estabelecidos nesta Circular.” (NR) das Instituições do Sistema Financeiro Nacional (Cosif):
“Art. 139. As instituições autorizadas a operar no mercado de I - 4.1.5.10.00-9 Depósitos a Prazo;
câmbio devem certificar-se da qualificação de seus clientes, me- II - 4.3.1.00.00-8 Recursos de Aceites Cambiais;
diante documentação em meio físico ou eletrônico e mediante a III - 4.3.4.50.00-2 Cédulas Pignoratícias de Debêntures;
realização, entre outras providências pertinentes, de avaliação de IV - 4.2.1.10.80-0 Títulos de Emissão Própria; e
desempenho, de procedimentos comerciais e de capacidade finan- V - 4.9.9.12.20-7 Contratos de Assunção de Obrigações - Vincu-
ceira.” (NR) lados a Operações Realizadas no Exterior.
Art. 69. Ficam revogados: Parágrafo único. Não integram o VSR os depósitos a prazo
I - a Circular nº 3.461, de 24 de julho de 2009; resultantes de operações de assistência ou de suporte financeiro
II - a Circular nº 3.517, de 7 de dezembro de 2010; contratadas com fundos ou outros mecanismos constituídos pelas
III - a Circular nº 3.583, de 12 de março de 2012; instituições do Sistema Financeiro Nacional na forma do § 1º do art.
IV - a Circular nº 3.654, de 27 de março de 2013; 28 da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000, inclusive
V - a Circular nº 3.839, de 28 de junho de 2017; com aqueles de que trata o art. 12, inciso IV, da Lei Complementar
VI - a Circular nº 3.889, de 28 de março de 2018; nº 130, de 17 de abril de 2009.
VII - os arts. 6º, 6º-A e 6º-B da Circular nº 3.680, de 4 de no- Art. 4º A base de cálculo da exigibilidade de recolhimento com-
vembro de 2013; pulsório sobre recursos a prazo corresponde à média aritmética dos
VIII - o § 2º do art. 11 da Circular nº 3.691, de 2013; VSR apurados nos dias úteis do período de cálculo, deduzida de
IX - o parágrafo único do art. 19 da Circular nº 3.691, de 2013; R$30.000.000,00 (trinta milhões de reais).
X - o art. 32 da Circular nº 3.691, de 2013; Parágrafo único. O período de cálculo compreende os dias
XI - o inciso IV do art. 32-A da Circular nº 3.691, de 2013; úteis de uma semana, com início na segunda-feira e término na sex-
XII - os incisos I e II do art. 139 da Circular nº 3.691, de 2013; ta-feira.
XIII - o art. 166 da Circular nº 3.691, de 2013; Art. 5º A exigibilidade do recolhimento compulsório é apurada
XIV - o art. 170 da Circular nº 3.691, de 2013; aplicando-se, sobre a base de cálculo de que trata o art. 4º, a alí-
XV - o art. 213 da Circular nº 3.691, de 2013; quota de 20% (vinte por cento).
XVI - o art. 2º da Circular nº 3.727, de 6 de novembro de 2014;
XVII - o art. 3º da Circular nº 3.780, de 21 de janeiro de 2016; e
XVIII - o art. 18 da Circular nº 3.858, de 14 de novembro de
2017.
Art. 70. Esta Circular entra em vigor em 1º de julho de 2020.

115
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
CAPÍTULO II Parágrafo único. O valor remanescente utilizado para a dedu-
DAS DEDUÇÕES E ISENÇÕES ção de que trata o caput é o valor de base apurado na data de refe-
rência de 30 de abril de 2020, progressivamente reduzido pelo valor
Art. 6º A exigibilidade, calculada na forma do art. 5º, será de- nominal constante de 2% (dois por cento) do valor de base a cada
duzida pela média, no período de cálculo, do valor do Limite Finan- período de cálculo a partir do período com início em 21 de junho de
ceiro Total para operações da Linha de Liquidez a Termo (LLT) de 2021 e término em 25 de junho de 2021, até sua extinção.
que trata o art. 44 do Regulamento anexo à Resolução BCB nº 110,
de 1º de julho de 2021. CAPÍTULO III
§ 1º A dedução de que trata o caput é limitada ao valor de 3% DO RECOLHIMENTO
(três por cento) da base de cálculo, na forma do art. 4º.
§ 2º O valor do limite financeiro total da LLT, usado no cálculo Art. 10. A exigibilidade apurada vigora da segunda-feira da se-
da média, é o informado na abertura diária do sistema de Linha gunda semana posterior ao encerramento do período de cálculo,
ou dia útil seguinte, se a segunda-feira não for dia útil, até a sexta-
Financeira de Liquidez (LFL).
-feira subsequente, devendo ser cumprida em espécie, mediante
Art. 7º A exigibilidade, calculada na forma do art. 5º, será de-
recolhimento em conta específica.
duzida das seguintes parcelas:
§ 1º O saldo de encerramento diário da respectiva conta de
I - R$3.600.000.000,00 (três bilhões e seiscentos milhões de re-
recolhimento deve corresponder a 100% (cem por cento) da exigi-
ais), para instituições financeiras independentes ou integrantes de bilidade.
conglomerado financeiro cujo Nível I do Patrimônio de Referência § 2º As instituições financeiras cujas exigibilidades sejam iguais
(PR) seja inferior a R$3.000.000.000,00 (três bilhões de reais); ou inferiores a R$500.000,00 (quinhentos mil reais) estão isentas do
II - R$2.400.000.000,00 (dois bilhões e quatrocentos milhões recolhimento compulsório de que trata esta Resolução, devendo,
de reais), para instituições financeiras independentes ou integran- no entanto, prestar as informações conforme estabelecido no art.
tes de conglomerado financeiro cujo Nível I do PR seja igual ou 12 desta Resolução.
superior a R$3.000.000.000,00 (três bilhões de reais) e inferior a § 3º O recolhimento da exigibilidade deve ser efetuado exclu-
R$10.000.000.000,00 (dez bilhões de reais); sivamente por instituição titular de conta Reservas Bancárias ou de
III - R$1.200.000.000,00 (um bilhão e duzentos milhões de Conta de Liquidação, que comandará a respectiva transferência a
reais), para instituições financeiras independentes ou integrantes crédito da conta de recolhimento.
de conglomerado financeiro cujo Nível I do PR seja igual ou su- § 4º A conta de recolhimento pode ser livremente movimen-
perior a R$10.000.000.000,00 (dez bilhões de reais) e inferior a tada pela instituição titular, a crédito de sua conta Reservas Bancá-
R$15.000.000.000,00 (quinze bilhões de reais); e rias ou Conta de Liquidação, durante o horário estabelecido para o
IV - 0 (zero), para instituições financeiras independentes ou in- funcionamento do Sistema de Transferência de Reservas (STR) do
tegrantes de conglomerado financeiro cujo Nível I do PR seja igual Banco Central do Brasil.
ou superior a R$15.000.000.000,00 (quinze bilhões de reais). § 5º A instituição não titular de conta Reservas Bancárias nem
§ 1º Para fins da dedução de que trata este artigo, será consi- de Conta de Liquidação pode movimentar sua conta de recolhimen-
derado, para as instituições financeiras independentes ou integran- to a crédito de conta Reservas Bancárias de sua livre escolha a cada
tes de conglomerado financeiro, o Nível I do PR relativo a 30 de movimentação.
junho de 2018, apurado na forma estabelecida pela Resolução BCB
que dispõe sobre a metodologia para apuração do PR. CAPÍTULO IV
§ 2º Em caso de ausência da informação do Nível I do PR rela- DO CUSTO FINANCEIRO
tivo a 30 de junho de 2018, será considerada, como critério para a
dedução de que trata este artigo, a informação do último Nível I do Art. 11. A instituição financeira que não observar as normas
relativas à manutenção de saldo na conta de recolhimento compul-
PR anterior a 30 de junho de 2018 prestada pela instituição.
sório sobre recursos a prazo incorre no pagamento de custo finan-
§ 3º Para as instituições financeiras em início de atividade, o
ceiro, que é devido no dia útil seguinte à data em que for verificada
valor de dedução será calculado conforme a primeira posição in-
a deficiência e calculado com a utilização da seguinte fórmula:
formada ao Banco Central do Brasil do Nível I do PR ou 0 (zero),
enquanto ela não for informada.
Art. 8º Sobre a exigibilidade, calculada na forma dos arts. 5º,
6º e 7º, incidirá dedução do valor equivalente a 15% (quinze por
cento) do saldo devedor atualizado, verificados no último dia útil
do período de cálculo, dos financiamentos concedidos no âmbito Cvt = custo financeiro sobre a deficiência na posição diária ve-
do Programa Emergencial de Suporte a Empregos, instituído pela rificada no dia “t”, expresso com 2 (duas) casas decimais, com arre-
Lei nº 14.043, de 19 de agosto de 2020. dondamento matemático;
Parágrafo único. A dedução de que trata o caput poderá ser s = Taxa Selic da data da deficiência (“t”), expressa de forma
efetuada pela instituição financeira enquanto os referidos financia- unitária, com 4 (quatro) casas decimais;
mentos estiverem contabilizados em seu ativo. r = acréscimo à Taxa Selic, correspondendo a 4% (quatro por
Art. 9º Sobre a exigibilidade, calculada na forma dos arts. 5º, cento) ao ano, expresso com 4 (quatro) casas decimais;
6º, 7º e 8º, incidirá a dedução remanescente relativa ao saldo de dvt = deficiência na posição diária do recolhimento compulsó-
Letras Financeiras de emissão própria recompradas pela instituição rio no dia “t”, em que dvt = E -St, para todo St < E, sendo:
financeira emissora na forma do § 6º do art. 10 da Resolução nº St = posição do dia “t” ou saldo de encerramento da respectiva
4.733, de 27 de junho de 2019, apurado na forma dos arts. 5º-B e conta de recolhimento no dia útil “t”; e
5º-C da Circular nº 3.916, de 22 de novembro de 2018, na data de E = exigibilidade apurada na forma dos arts. 5º ao 9º para o
referência de 30 de abril de 2020. respectivo período de movimentação.

116
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
§ 1º Os resultados parciais de multiplicação, divisão e poten- R = remuneração a ser creditada, expressa com 2 (duas) casas
ciação utilizados nas expressões algébricas do cálculo dos custos decimais, com arredondamento matemático;
financeiros de que trata esta Resolução devem conter 8 (oito) casas S = saldo de encerramento da conta de recolhimento, limitado
decimais, com arredondamento matemático. ao valor da exigibilidade calculada na forma dos arts. 5º ao 9º;
§ 2º Os custos financeiros de que trata esta Resolução, quando Selic = Taxa Selic anual, no formato unitário, expressa com 4
pagos em data posterior à data em que devidos, serão atualizados (quatro) casas decimais, referente à data do saldo a ser remune-
desde a data em que devidos até a data do pagamento, com base rado.
na Taxa Selic. § 1º A remuneração de que trata o caput é creditada na res-
§ 3º A devolução de custo previsto nesta Resolução, em decor- pectiva conta de recolhimento até as 16h30 do dia útil seguinte.
rência de pagamento indevido, será feita com atualização do valor, § 2º Os resultados parciais de multiplicação, divisão e poten-
desde a data do pagamento até a data de devolução, com base na ciação utilizados na expressão algébrica do cálculo da remuneração
Taxa Selic. devem conter 8 (oito) casas decimais, com arredondamento mate-
§ 4º Toda a movimentação relativa à cobrança ou à devolução mático.
dos custos financeiros de que trata esta Resolução será efetuada
por meio do Sistema de Lançamentos do Banco Central (SLB). CAPÍTULO VII
§ 5º A instituição financeira que apresentar deficiência na posi- DISPOSIÇÕES FINAIS
ção diária do recolhimento compulsório sobre recursos a prazo por
3 (três) dias úteis, consecutivos ou não, no período de 10 (dez) dias Art. 15. O disposto nesta Resolução deverá ser observado a
úteis, deverá encaminhar, imediatamente, ao Departamento de partir do período de cálculo com início em 8 de novembro e tér-
Operações Bancárias e de Sistema de Pagamentos do Banco Central mino em 12 de novembro de 2021, cujo ajuste ocorrerá em 22 no-
do Brasil (Deban) onde jurisdicionada, justificativas para a ocorrên- vembro de 2021.
cia, independentemente do pagamento do custo financeiro. Art. 16. Fica o Deban autorizado a adotar as medidas necessá-
rias à execução do disposto nesta Resolução.
CAPÍTULO V Art. 17. Ficam revogadas, após a produção de seus efeitos no
DO ENVIO DA INFORMAÇÃO período de cálculo com início em 1º de novembro de 2021 e tér-
mino em 5 de novembro de 2021, cujo ajuste ocorrerá em 16 de
Art. 12. A instituição deve fornecer, até o dia útil imediatamen- novembro de 2021:
te anterior à data em que se inicia a vigência da respectiva exigibili- I - a Circular nº 3.916, de 22 de novembro de 2018;
dade, os dados diários relativos ao VSR do período de cálculo. II - a Circular nº 3.943, de 23 de maio de 2019;
§ 1º A instituição financeira está dispensada de prestar as in- III - a Circular nº 3.997, de 6 de abril de 2020;
formações de que trata este artigo caso os valores sujeitos a re- IV - a Circular nº 4.001, de 13 de abril de 2020; e
colhimento e outros relativos ao cumprimento da exigibilidade e V - a Resolução BCB nº 78, de 10 de março de 2021.
deduções de recolhimento permaneçam inalterados em relação à Art. 18. Esta Resolução entra em vigor em 1º de novembro de
última posição informada. 2021.
§ 2º Na hipótese de ausência de informações relativas a um
ou mais dias do período de cálculo até o final do prazo fixado no Bruno Serra Fernandes
caput, será atribuído a cada posição não informada o valor relativo Diretor de Política Monetária
à última posição informada.
§ 3º A instituição financeira que informar ou alterar os dados
AUTORREGULAÇÃO BANCÁRIA
após o prazo fixado neste artigo sujeita-se às penalidades previstas
na regulamentação em vigor.
Art. 13. A instituição financeira sujeita ao recolhimento com- A Autorregulação bancária é um conjunto de normas criado
pulsório de que trata esta Resolução, não titular de conta Reservas em 2007 pela FEBRABAN, com aprovação e publicação em 2008,
Bancárias ou de Conta de Liquidação, deverá indicar a instituição para que o setor tenha serviços prestados com mais qualidade e
financeira titular de conta Reservas Bancárias à qual serão enca- satisfação para os clientes e também a redução de reclamações nos
minhadas as cobranças pertinentes a custos financeiros, creditadas órgãos de proteção ao consumidor, incluindo ações judiciais.
eventuais devoluções e realizadas as transferências de recursos en- Desde sua aprovação, a Autorregulação incluiu em seu siste-
ma de atuação, temas como Prevenção e Combate à Lavagem de
tre a conta Reservas Bancárias da liquidante e a conta de recolhi-
Dinheiro e ao Financiamento do Terrorismo e a Responsabilidade
mento da instituição financeira.
Socioambiental.
A última alteração na Autorregulação bancária, ocorreu a partir
CAPÍTULO VI de 23/03/2021, em que todos os contratos novos e refinanciamen-
DA REMUNERAÇÃO tos com agregação de margem, serão consultados no sistema do
SRCC (Serviço de Registro de Crédito Consignado) após a averbação
Art. 14. O saldo de encerramento diário da conta de recolhi- do contrato. Realizada a consulta, o sistema retorna ao banco com
mento no Banco Central do Brasil, limitado ao valor da exigibilidade, a informação se a comissão sobre a operação pode ou não ser paga.
receberá remuneração calculada com base na Taxa Selic, mediante A finalidade principal da Autorregulação é promover a padro-
utilização da seguinte fórmula: nização nas ações de todas as instituições financeiras participantes.

117
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
§ 4o A quebra de sigilo poderá ser decretada, quando neces-
SIGILO BANCÁRIO: LEI COMPLEMENTAR Nº 105/2001 sária para apuração de ocorrência de qualquer ilícito, em qualquer
E SUAS ALTERAÇÕES fase do inquérito ou do processo judicial, e especialmente nos se-
guintes crimes:
LEI COMPLEMENTAR Nº 105, DE 10 DE JANEIRO DE 2001. I – de terrorismo;
II – de tráfico ilícito de substâncias entorpecentes ou drogas
Dispõe sobre o sigilo das operações de instituições financeiras afins;
e dá outras providências. III – de contrabando ou tráfico de armas, munições ou material
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na- destinado a sua produção;
cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei Complementar: IV – de extorsão mediante seqüestro;
Art. 1o As instituições financeiras conservarão sigilo em suas V – contra o sistema financeiro nacional;
operações ativas e passivas e serviços prestados. VI – contra a Administração Pública;
§ 1o São consideradas instituições financeiras, para os efeitos VII – contra a ordem tributária e a previdência social;
desta Lei Complementar: VIII – lavagem de dinheiro ou ocultação de bens, direitos e va-
I – os bancos de qualquer espécie; lores;
II – distribuidoras de valores mobiliários; IX – praticado por organização criminosa.
III – corretoras de câmbio e de valores mobiliários; Art. 2o O dever de sigilo é extensivo ao Banco Central do Brasil,
IV – sociedades de crédito, financiamento e investimentos; em relação às operações que realizar e às informações que obtiver
V – sociedades de crédito imobiliário; no exercício de suas atribuições.
VI – administradoras de cartões de crédito; § 1o O sigilo, inclusive quanto a contas de depósitos, aplicações
VII – sociedades de arrendamento mercantil; e investimentos mantidos em instituições financeiras, não pode ser
VIII – administradoras de mercado de balcão organizado; oposto ao Banco Central do Brasil:
IX – cooperativas de crédito; I – no desempenho de suas funções de fiscalização, compre-
X – associações de poupança e empréstimo; endendo a apuração, a qualquer tempo, de ilícitos praticados por
XI – bolsas de valores e de mercadorias e futuros; controladores, administradores, membros de conselhos estatutá-
XII – entidades de liquidação e compensação; rios, gerentes, mandatários e prepostos de instituições financeiras;
XIII – outras sociedades que, em razão da natureza de suas II – ao proceder a inquérito em instituição financeira submeti-
operações, assim venham a ser consideradas pelo Conselho Mo- da a regime especial.
netário Nacional. § 2o As comissões encarregadas dos inquéritos a que se re-
§ 2o As empresas de fomento comercial ou factoring, para os fere o inciso II do § 1o poderão examinar quaisquer documentos
efeitos desta Lei Complementar, obedecerão às normas aplicáveis relativos a bens, direitos e obrigações das instituições financeiras,
às instituições financeiras previstas no § 1o. de seus controladores, administradores, membros de conselhos
§ 3o Não constitui violação do dever de sigilo: estatutários, gerentes, mandatários e prepostos, inclusive contas
I – a troca de informações entre instituições financeiras, para correntes e operações com outras instituições financeiras.
fins cadastrais, inclusive por intermédio de centrais de risco, obser- § 3o O disposto neste artigo aplica-se à Comissão de Valores
vadas as normas baixadas pelo Conselho Monetário Nacional e pelo Mobiliários, quando se tratar de fiscalização de operações e ser-
Banco Central do Brasil; viços no mercado de valores mobiliários, inclusive nas instituições
II - o fornecimento de informações constantes de cadastro financeiras que sejam companhias abertas.
de emitentes de cheques sem provisão de fundos e de devedores § 4o O Banco Central do Brasil e a Comissão de Valores Mobi-
inadimplentes, a entidades de proteção ao crédito, observadas as liários, em suas áreas de competência, poderão firmar convênios:
normas baixadas pelo Conselho Monetário Nacional e pelo Banco I - com outros órgãos públicos fiscalizadores de instituições fi-
Central do Brasil; nanceiras, objetivando a realização de fiscalizações conjuntas, ob-
III – o fornecimento das informações de que trata o § 2o do art. servadas as respectivas competências;
11 da Lei no 9.311, de 24 de outubro de 1996; II - com bancos centrais ou entidades fiscalizadoras de outros
IV – a comunicação, às autoridades competentes, da prática de países, objetivando:
ilícitos penais ou administrativos, abrangendo o fornecimento de a) a fiscalização de filiais e subsidiárias de instituições financei-
informações sobre operações que envolvam recursos provenientes ras estrangeiras, em funcionamento no Brasil e de filiais e subsidiá-
de qualquer prática criminosa; rias, no exterior, de instituições financeiras brasileiras;
V – a revelação de informações sigilosas com o consentimento b) a cooperação mútua e o intercâmbio de informações para a
expresso dos interessados; investigação de atividades ou operações que impliquem aplicação,
VI – a prestação de informações nos termos e condições esta- negociação, ocultação ou transferência de ativos financeiros e de
belecidos nos artigos 2o, 3o, 4o, 5o, 6o, 7o e 9 desta Lei Comple- valores mobiliários relacionados com a prática de condutas ilícitas.
mentar. § 5o O dever de sigilo de que trata esta Lei Complementar es-
VII - o fornecimento de dados financeiros e de pagamentos, tende-se aos órgãos fiscalizadores mencionados no § 4o e a seus
relativos a operações de crédito e obrigações de pagamento adim- agentes.
plidas ou em andamento de pessoas naturais ou jurídicas, a gesto- § 6o O Banco Central do Brasil, a Comissão de Valores Mobili-
res de bancos de dados, para formação de histórico de crédito, nos ários e os demais órgãos de fiscalização, nas áreas de suas atribui-
termos de lei específica. (Incluído pela Lei Complementar nº 166, ções, fornecerão ao Conselho de Controle de Atividades Financei-
de 2019) (Vigência) ras – COAF, de que trata o art. 14 da Lei no 9.613, de 3 de março
de 1998, as informações cadastrais e de movimento de valores re-
lativos às operações previstas no inciso I do art. 11 da referida Lei.

118
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Art. 3o Serão prestadas pelo Banco Central do Brasil, pela Co- movimentados, vedada a inserção de qualquer elemento que per-
missão de Valores Mobiliários e pelas instituições financeiras as mita identificar a sua origem ou a natureza dos gastos a partir deles
informações ordenadas pelo Poder Judiciário, preservado o seu efetuados.
caráter sigiloso mediante acesso restrito às partes, que delas não § 3o Não se incluem entre as informações de que trata este
poderão servir-se para fins estranhos à lide. artigo as operações financeiras efetuadas pelas administrações
§ 1o Dependem de prévia autorização do Poder Judiciário a direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
prestação de informações e o fornecimento de documentos sigilo- Municípios.
sos solicitados por comissão de inquérito administrativo destinada § 4o Recebidas as informações de que trata este artigo, se de-
a apurar responsabilidade de servidor público por infração pratica- tectados indícios de falhas, incorreções ou omissões, ou de come-
da no exercício de suas atribuições, ou que tenha relação com as timento de ilícito fiscal, a autoridade interessada poderá requisitar
atribuições do cargo em que se encontre investido. as informações e os documentos de que necessitar, bem como rea-
§ 2o Nas hipóteses do § 1o, o requerimento de quebra de sigilo lizar fiscalização ou auditoria para a adequada apuração dos fatos.
independe da existência de processo judicial em curso. § 5o As informações a que refere este artigo serão conservadas
§ 3o Além dos casos previstos neste artigo o Banco Central do sob sigilo fiscal, na forma da legislação em vigor.
Brasil e a Comissão de Valores Mobiliários fornecerão à Advoca- Art. 6o As autoridades e os agentes fiscais tributários da União,
cia-Geral da União as informações e os documentos necessários à dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios somente pode-
defesa da União nas ações em que seja parte. rão examinar documentos, livros e registros de instituições finan-
Art. 4o O Banco Central do Brasil e a Comissão de Valores Mo- ceiras, inclusive os referentes a contas de depósitos e aplicações
biliários, nas áreas de suas atribuições, e as instituições financeiras financeiras, quando houver processo administrativo instaurado ou
fornecerão ao Poder Legislativo Federal as informações e os docu- procedimento fiscal em curso e tais exames sejam considerados in-
mentos sigilosos que, fundamentadamente, se fizerem necessários dispensáveis pela autoridade administrativa competente. (Re-
ao exercício de suas respectivas competências constitucionais e gulamento)
legais. Parágrafo único. O resultado dos exames, as informações e os
§ 1o As comissões parlamentares de inquérito, no exercício documentos a que se refere este artigo serão conservados em sigi-
de sua competência constitucional e legal de ampla investigação, lo, observada a legislação tributária.
obterão as informações e documentos sigilosos de que necessita- Art. 7o Sem prejuízo do disposto no § 3o do art. 2o, a Comissão
rem, diretamente das instituições financeiras, ou por intermédio de Valores Mobiliários, instaurado inquérito administrativo, poderá
do Banco Central do Brasil ou da Comissão de Valores Mobiliários. solicitar à autoridade judiciária competente o levantamento do si-
§ 2o As solicitações de que trata este artigo deverão ser pre- gilo junto às instituições financeiras de informações e documentos
viamente aprovadas pelo Plenário da Câmara dos Deputados, do relativos a bens, direitos e obrigações de pessoa física ou jurídica
Senado Federal, ou do plenário de suas respectivas comissões par- submetida ao seu poder disciplinar.
lamentares de inquérito. Parágrafo único. O Banco Central do Brasil e a Comissão de
Art. 5o O Poder Executivo disciplinará, inclusive quanto à pe- Valores Mobiliários, manterão permanente intercâmbio de infor-
riodicidade e aos limites de valor, os critérios segundo os quais as mações acerca dos resultados das inspeções que realizarem, dos
instituições financeiras informarão à administração tributária da inquéritos que instaurarem e das penalidades que aplicarem, sem-
União, as operações financeiras efetuadas pelos usuários de seus pre que as informações forem necessárias ao desempenho de suas
serviços. (Regulamento) atividades.
§ 1o Consideram-se operações financeiras, para os efeitos des- Art. 8o O cumprimento das exigências e formalidades previs-
te artigo: tas nos artigos 4o, 6o e 7o, será expressamente declarado pelas
I – depósitos à vista e a prazo, inclusive em conta de poupança; autoridades competentes nas solicitações dirigidas ao Banco Cen-
II – pagamentos efetuados em moeda corrente ou em cheques; tral do Brasil, à Comissão de Valores Mobiliários ou às instituições
III – emissão de ordens de crédito ou documentos assemelha- financeiras.
dos; Art. 9o Quando, no exercício de suas atribuições, o Banco
IV – resgates em contas de depósitos à vista ou a prazo, inclu- Central do Brasil e a Comissão de Valores Mobiliários verificarem
sive de poupança; a ocorrência de crime definido em lei como de ação pública, ou
V – contratos de mútuo; indícios da prática de tais crimes, informarão ao Ministério Público,
VI – descontos de duplicatas, notas promissórias e outros títu- juntando à comunicação os documentos necessários à apuração ou
los de crédito; comprovação dos fatos.
VII – aquisições e vendas de títulos de renda fixa ou variável; § 1o A comunicação de que trata este artigo será efetuada pe-
VIII – aplicações em fundos de investimentos; los Presidentes do Banco Central do Brasil e da Comissão de Valores
IX – aquisições de moeda estrangeira; Mobiliários, admitida delegação de competência, no prazo máximo
X – conversões de moeda estrangeira em moeda nacional; de quinze dias, a contar do recebimento do processo, com manifes-
XI – transferências de moeda e outros valores para o exterior; tação dos respectivos serviços jurídicos.
XII – operações com ouro, ativo financeiro; § 2o Independentemente do disposto no caput deste artigo, o
XIII - operações com cartão de crédito; Banco Central do Brasil e a Comissão de Valores Mobiliários comu-
XIV - operações de arrendamento mercantil; e nicarão aos órgãos públicos competentes as irregularidades e os
XV – quaisquer outras operações de natureza semelhante que ilícitos administrativos de que tenham conhecimento, ou indícios
venham a ser autorizadas pelo Banco Central do Brasil, Comissão de sua prática, anexando os documentos pertinentes.
de Valores Mobiliários ou outro órgão competente. Art. 10. A quebra de sigilo, fora das hipóteses autorizadas nesta
§ 2o As informações transferidas na forma do caput deste ar- Lei Complementar, constitui crime e sujeita os responsáveis à pena
tigo restringir-se-ão a informes relacionados com a identificação de reclusão, de um a quatro anos, e multa, aplicando-se, no que
dos titulares das operações e os montantes globais mensalmente couber, o Código Penal, sem prejuízo de outras sanções cabíveis.

119
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem omitir, re- § 1º Consideram-se coletados no território nacional os dados
tardar injustificadamente ou prestar falsamente as informações pessoais cujo titular nele se encontre no momento da coleta.
requeridas nos termos desta Lei Complementar. § 2º Excetua-se do disposto no inciso I deste artigo o tratamen-
Art. 11. O servidor público que utilizar ou viabilizar a utilização to de dados previsto no inciso IV do caput do art. 4º desta Lei.
de qualquer informação obtida em decorrência da quebra de sigilo Art. 4º Esta Lei não se aplica ao tratamento de dados pessoais:
de que trata esta Lei Complementar responde pessoal e diretamen- I - realizado por pessoa natural para fins exclusivamente parti-
te pelos danos decorrentes, sem prejuízo da responsabilidade ob- culares e não econômicos;
jetiva da entidade pública, quando comprovado que o servidor agiu II - realizado para fins exclusivamente:
de acordo com orientação oficial. a) jornalístico e artísticos; ou
Art. 12. Esta Lei Complementar entra em vigor na data de sua b) acadêmicos, aplicando-se a esta hipótese os arts. 7º e 11
publicação. desta Lei;
Art. 13. Revoga-se o art. 38 da Lei no 4.595, de 31 de dezembro III - realizado para fins exclusivos de:
de 1964. a) segurança pública;
b) defesa nacional;
c) segurança do Estado; ou
LEI GERAL DE PROTEÇÃO DE DADOS (LGPD): LEI Nº
d) atividades de investigação e repressão de infrações penais;
13.709, DE 14 DE AGOSTO DE 2018 E SUAS ALTERAÇÕES
ou
IV - provenientes de fora do território nacional e que não sejam
LEI Nº 13.709, DE 14 DE AGOSTO DE 2018. objeto de comunicação, uso compartilhado de dados com agentes
de tratamento brasileiros ou objeto de transferência internacional
Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD). (Redação de dados com outro país que não o de proveniência, desde que o
dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência país de proveniência proporcione grau de proteção de dados pes-
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na- soais adequado ao previsto nesta Lei.
cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: § 1º O tratamento de dados pessoais previsto no inciso III será
regido por legislação específica, que deverá prever medidas pro-
CAPÍTULO I porcionais e estritamente necessárias ao atendimento do interesse
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES público, observados o devido processo legal, os princípios gerais de
proteção e os direitos do titular previstos nesta Lei.
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre o tratamento de dados pessoais, § 2º É vedado o tratamento dos dados a que se refere o inciso
inclusive nos meios digitais, por pessoa natural ou por pessoa jurí- III do caput deste artigo por pessoa de direito privado, exceto em
dica de direito público ou privado, com o objetivo de proteger os procedimentos sob tutela de pessoa jurídica de direito público, que
direitos fundamentais de liberdade e de privacidade e o livre desen- serão objeto de informe específico à autoridade nacional e que de-
volvimento da personalidade da pessoa natural. verão observar a limitação imposta no § 4º deste artigo.
Parágrafo único. As normas gerais contidas nesta Lei são de § 3º A autoridade nacional emitirá opiniões técnicas ou reco-
interesse nacional e devem ser observadas pela União, Estados, mendações referentes às exceções previstas no inciso III do caput
Distrito Federal e Municípios. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) deste artigo e deverá solicitar aos responsáveis relatórios de impac-
Vigência to à proteção de dados pessoais.
Art. 2º A disciplina da proteção de dados pessoais tem como § 4º Em nenhum caso a totalidade dos dados pessoais de ban-
fundamentos: co de dados de que trata o inciso III do caput deste artigo poderá
I - o respeito à privacidade; ser tratada por pessoa de direito privado, salvo por aquela que pos-
II - a autodeterminação informativa; sua capital integralmente constituído pelo poder público. (Redação
III - a liberdade de expressão, de informação, de comunicação dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
e de opinião; Art. 5º Para os fins desta Lei, considera-se:
IV - a inviolabilidade da intimidade, da honra e da imagem; I - dado pessoal: informação relacionada a pessoa natural iden-
V - o desenvolvimento econômico e tecnológico e a inovação; tificada ou identificável;
VI - a livre iniciativa, a livre concorrência e a defesa do consu- II - dado pessoal sensível: dado pessoal sobre origem racial ou
midor; e étnica, convicção religiosa, opinião política, filiação a sindicato ou
VII - os direitos humanos, o livre desenvolvimento da personali- a organização de caráter religioso, filosófico ou político, dado refe-
dade, a dignidade e o exercício da cidadania pelas pessoas naturais. rente à saúde ou à vida sexual, dado genético ou biométrico, quan-
Art. 3º Esta Lei aplica-se a qualquer operação de tratamento do vinculado a uma pessoa natural;
realizada por pessoa natural ou por pessoa jurídica de direito públi- III - dado anonimizado: dado relativo a titular que não possa ser
co ou privado, independentemente do meio, do país de sua sede ou identificado, considerando a utilização de meios técnicos razoáveis
do país onde estejam localizados os dados, desde que: e disponíveis na ocasião de seu tratamento;
I - a operação de tratamento seja realizada no território na- IV - banco de dados: conjunto estruturado de dados pessoais,
cional; estabelecido em um ou em vários locais, em suporte eletrônico ou
II - a atividade de tratamento tenha por objetivo a oferta ou físico;
o fornecimento de bens ou serviços ou o tratamento de dados de V - titular: pessoa natural a quem se referem os dados pessoais
indivíduos localizados no território nacional; ou (Redação dada pela que são objeto de tratamento;
Lei nº 13.853, de 2019) Vigência VI - controlador: pessoa natural ou jurídica, de direito público
III - os dados pessoais objeto do tratamento tenham sido cole- ou privado, a quem competem as decisões referentes ao tratamen-
tados no território nacional. to de dados pessoais;

120
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
VII - operador: pessoa natural ou jurídica, de direito público ou III - necessidade: limitação do tratamento ao mínimo neces-
privado, que realiza o tratamento de dados pessoais em nome do sário para a realização de suas finalidades, com abrangência dos
controlador; dados pertinentes, proporcionais e não excessivos em relação às
VIII - encarregado: pessoa indicada pelo controlador e opera- finalidades do tratamento de dados;
dor para atuar como canal de comunicação entre o controlador, os IV - livre acesso: garantia, aos titulares, de consulta facilitada e
titulares dos dados e a Autoridade Nacional de Proteção de Dados gratuita sobre a forma e a duração do tratamento, bem como sobre
(ANPD); (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência a integralidade de seus dados pessoais;
IX - agentes de tratamento: o controlador e o operador; V - qualidade dos dados: garantia, aos titulares, de exatidão,
X - tratamento: toda operação realizada com dados pessoais, clareza, relevância e atualização dos dados, de acordo com a ne-
como as que se referem a coleta, produção, recepção, classificação, cessidade e para o cumprimento da finalidade de seu tratamento;
utilização, acesso, reprodução, transmissão, distribuição, processa- VI - transparência: garantia, aos titulares, de informações
mento, arquivamento, armazenamento, eliminação, avaliação ou claras, precisas e facilmente acessíveis sobre a realização do tra-
controle da informação, modificação, comunicação, transferência, tamento e os respectivos agentes de tratamento, observados os
difusão ou extração; segredos comercial e industrial;
XI - anonimização: utilização de meios técnicos razoáveis e VII - segurança: utilização de medidas técnicas e administrati-
disponíveis no momento do tratamento, por meio dos quais um vas aptas a proteger os dados pessoais de acessos não autorizados
dado perde a possibilidade de associação, direta ou indireta, a um e de situações acidentais ou ilícitas de destruição, perda, alteração,
indivíduo; comunicação ou difusão;
XII - consentimento: manifestação livre, informada e inequívo- VIII - prevenção: adoção de medidas para prevenir a ocorrência
ca pela qual o titular concorda com o tratamento de seus dados de danos em virtude do tratamento de dados pessoais;
pessoais para uma finalidade determinada; IX - não discriminação: impossibilidade de realização do trata-
XIII - bloqueio: suspensão temporária de qualquer operação mento para fins discriminatórios ilícitos ou abusivos;
de tratamento, mediante guarda do dado pessoal ou do banco de X - responsabilização e prestação de contas: demonstração,
dados; pelo agente, da adoção de medidas eficazes e capazes de compro-
XIV - eliminação: exclusão de dado ou de conjunto de dados var a observância e o cumprimento das normas de proteção de da-
armazenados em banco de dados, independentemente do proce- dos pessoais e, inclusive, da eficácia dessas medidas.
dimento empregado;
XV - transferência internacional de dados: transferência de da- CAPÍTULO II
dos pessoais para país estrangeiro ou organismo internacional do DO TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS
qual o país seja membro;
XVI - uso compartilhado de dados: comunicação, difusão, SEÇÃO I
transferência internacional, interconexão de dados pessoais ou tra- DOS REQUISITOS PARA O TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS
tamento compartilhado de bancos de dados pessoais por órgãos e
entidades públicos no cumprimento de suas competências legais, Art. 7º O tratamento de dados pessoais somente poderá ser
ou entre esses e entes privados, reciprocamente, com autorização realizado nas seguintes hipóteses:
específica, para uma ou mais modalidades de tratamento permiti- I - mediante o fornecimento de consentimento pelo titular;
das por esses entes públicos, ou entre entes privados; II - para o cumprimento de obrigação legal ou regulatória pelo
XVII - relatório de impacto à proteção de dados pessoais: do- controlador;
cumentação do controlador que contém a descrição dos proces- III - pela administração pública, para o tratamento e uso com-
sos de tratamento de dados pessoais que podem gerar riscos às partilhado de dados necessários à execução de políticas públicas
liberdades civis e aos direitos fundamentais, bem como medidas, previstas em leis e regulamentos ou respaldadas em contratos,
salvaguardas e mecanismos de mitigação de risco; convênios ou instrumentos congêneres, observadas as disposições
XVIII - órgão de pesquisa: órgão ou entidade da administração do Capítulo IV desta Lei;
pública direta ou indireta ou pessoa jurídica de direito privado sem IV - para a realização de estudos por órgão de pesquisa, ga-
fins lucrativos legalmente constituída sob as leis brasileiras, com rantida, sempre que possível, a anonimização dos dados pessoais;
sede e foro no País, que inclua em sua missão institucional ou em V - quando necessário para a execução de contrato ou de pro-
seu objetivo social ou estatutário a pesquisa básica ou aplicada de cedimentos preliminares relacionados a contrato do qual seja parte
caráter histórico, científico, tecnológico ou estatístico; e (Redação o titular, a pedido do titular dos dados;
dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência VI - para o exercício regular de direitos em processo judicial,
XIX - autoridade nacional: órgão da administração pública res- administrativo ou arbitral, esse último nos termos da Lei nº 9.307,
ponsável por zelar, implementar e fiscalizar o cumprimento desta de 23 de setembro de 1996 (Lei de Arbitragem) ;
Lei em todo o território nacional. (Redação dada pela Lei nº 13.853, VII - para a proteção da vida ou da incolumidade física do titu-
de 2019) Vigência lar ou de terceiro;
Art. 6º As atividades de tratamento de dados pessoais deverão VIII - para a tutela da saúde, exclusivamente, em procedimento
observar a boa-fé e os seguintes princípios: realizado por profissionais de saúde, serviços de saúde ou autorida-
I - finalidade: realização do tratamento para propósitos legí- de sanitária; (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
timos, específicos, explícitos e informados ao titular, sem possibi- IX - quando necessário para atender aos interesses legítimos
lidade de tratamento posterior de forma incompatível com essas do controlador ou de terceiro, exceto no caso de prevalecerem di-
finalidades; reitos e liberdades fundamentais do titular que exijam a proteção
II - adequação: compatibilidade do tratamento com as finali- dos dados pessoais; ou
dades informadas ao titular, de acordo com o contexto do trata- X - para a proteção do crédito, inclusive quanto ao disposto na
mento; legislação pertinente.

121
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
§ 1º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019) VI - responsabilidades dos agentes que realizarão o tratamen-
Vigência to; e
§ 2º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019) VII - direitos do titular, com menção explícita aos direitos con-
Vigência tidos no art. 18 desta Lei.
§ 3º O tratamento de dados pessoais cujo acesso é público § 1º Na hipótese em que o consentimento é requerido, esse
deve considerar a finalidade, a boa-fé e o interesse público que jus- será considerado nulo caso as informações fornecidas ao titular te-
tificaram sua disponibilização. nham conteúdo enganoso ou abusivo ou não tenham sido apresen-
§ 4º É dispensada a exigência do consentimento previsto no tadas previamente com transparência, de forma clara e inequívoca.
caput deste artigo para os dados tornados manifestamente públi- § 2º Na hipótese em que o consentimento é requerido, se hou-
cos pelo titular, resguardados os direitos do titular e os princípios ver mudanças da finalidade para o tratamento de dados pessoais
previstos nesta Lei. não compatíveis com o consentimento original, o controlador de-
§ 5º O controlador que obteve o consentimento referido no verá informar previamente o titular sobre as mudanças de finalida-
inciso I do caput deste artigo que necessitar comunicar ou com- de, podendo o titular revogar o consentimento, caso discorde das
partilhar dados pessoais com outros controladores deverá obter alterações.
consentimento específico do titular para esse fim, ressalvadas as § 3º Quando o tratamento de dados pessoais for condição
hipóteses de dispensa do consentimento previstas nesta Lei. para o fornecimento de produto ou de serviço ou para o exercício
§ 6º A eventual dispensa da exigência do consentimento não de direito, o titular será informado com destaque sobre esse fato
desobriga os agentes de tratamento das demais obrigações previs- e sobre os meios pelos quais poderá exercer os direitos do titular
tas nesta Lei, especialmente da observância dos princípios gerais e elencados no art. 18 desta Lei.
da garantia dos direitos do titular. Art. 10. O legítimo interesse do controlador somente poderá
§ 7º O tratamento posterior dos dados pessoais a que se re- fundamentar tratamento de dados pessoais para finalidades legí-
ferem os §§ 3º e 4º deste artigo poderá ser realizado para novas timas, consideradas a partir de situações concretas, que incluem,
finalidades, desde que observados os propósitos legítimos e espe- mas não se limitam a:
cíficos para o novo tratamento e a preservação dos direitos do titu- I - apoio e promoção de atividades do controlador; e
lar, assim como os fundamentos e os princípios previstos nesta Lei. II - proteção, em relação ao titular, do exercício regular de seus
(Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência direitos ou prestação de serviços que o beneficiem, respeitadas as
Art. 8º O consentimento previsto no inciso I do art. 7º desta Lei legítimas expectativas dele e os direitos e liberdades fundamentais,
deverá ser fornecido por escrito ou por outro meio que demonstre nos termos desta Lei.
a manifestação de vontade do titular. § 1º Quando o tratamento for baseado no legítimo interesse
§ 1º Caso o consentimento seja fornecido por escrito, esse de- do controlador, somente os dados pessoais estritamente necessá-
verá constar de cláusula destacada das demais cláusulas contratu- rios para a finalidade pretendida poderão ser tratados.
ais. § 2º O controlador deverá adotar medidas para garantir a
§ 2º Cabe ao controlador o ônus da prova de que o consenti- transparência do tratamento de dados baseado em seu legítimo
mento foi obtido em conformidade com o disposto nesta Lei. interesse.
§ 3º É vedado o tratamento de dados pessoais mediante vício § 3º A autoridade nacional poderá solicitar ao controlador re-
de consentimento. latório de impacto à proteção de dados pessoais, quando o trata-
§ 4º O consentimento deverá referir-se a finalidades determi- mento tiver como fundamento seu interesse legítimo, observados
nadas, e as autorizações genéricas para o tratamento de dados pes- os segredos comercial e industrial.
soais serão nulas.
§ 5º O consentimento pode ser revogado a qualquer momento SEÇÃO II
mediante manifestação expressa do titular, por procedimento gra- DO TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS SENSÍVEIS
tuito e facilitado, ratificados os tratamentos realizados sob amparo
do consentimento anteriormente manifestado enquanto não hou- Art. 11. O tratamento de dados pessoais sensíveis somente po-
ver requerimento de eliminação, nos termos do inciso VI do caput derá ocorrer nas seguintes hipóteses:
do art. 18 desta Lei. I - quando o titular ou seu responsável legal consentir, de for-
§ 6º Em caso de alteração de informação referida nos incisos ma específica e destacada, para finalidades específicas;
I, II, III ou V do art. 9º desta Lei, o controlador deverá informar ao II - sem fornecimento de consentimento do titular, nas hipóte-
titular, com destaque de forma específica do teor das alterações, ses em que for indispensável para:
podendo o titular, nos casos em que o seu consentimento é exigido, a) cumprimento de obrigação legal ou regulatória pelo contro-
revogá-lo caso discorde da alteração. lador;
Art. 9º O titular tem direito ao acesso facilitado às informações b) tratamento compartilhado de dados necessários à execu-
sobre o tratamento de seus dados, que deverão ser disponibiliza- ção, pela administração pública, de políticas públicas previstas em
das de forma clara, adequada e ostensiva acerca de, entre outras leis ou regulamentos;
características previstas em regulamentação para o atendimento c) realização de estudos por órgão de pesquisa, garantida, sem-
do princípio do livre acesso: pre que possível, a anonimização dos dados pessoais sensíveis;
I - finalidade específica do tratamento; d) exercício regular de direitos, inclusive em contrato e em pro-
II - forma e duração do tratamento, observados os segredos cesso judicial, administrativo e arbitral, este último nos termos da
comercial e industrial; Lei nº 9.307, de 23 de setembro de 1996 (Lei de Arbitragem) ;
III - identificação do controlador; e) proteção da vida ou da incolumidade física do titular ou de
IV - informações de contato do controlador; terceiro;
V - informações acerca do uso compartilhado de dados pelo
controlador e a finalidade;

122
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
f) tutela da saúde, exclusivamente, em procedimento realizado possível, a anonimização ou pseudonimização dos dados, bem
por profissionais de saúde, serviços de saúde ou autoridade sanitá- como considerem os devidos padrões éticos relacionados a estu-
ria; ou (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência dos e pesquisas.
g) garantia da prevenção à fraude e à segurança do titular, nos § 1º A divulgação dos resultados ou de qualquer excerto do es-
processos de identificação e autenticação de cadastro em sistemas tudo ou da pesquisa de que trata o caput deste artigo em nenhuma
eletrônicos, resguardados os direitos mencionados no art. 9º desta hipótese poderá revelar dados pessoais.
Lei e exceto no caso de prevalecerem direitos e liberdades funda- § 2º O órgão de pesquisa será o responsável pela segurança
mentais do titular que exijam a proteção dos dados pessoais. da informação prevista no caput deste artigo, não permitida, em
§ 1º Aplica-se o disposto neste artigo a qualquer tratamento circunstância alguma, a transferência dos dados a terceiro.
de dados pessoais que revele dados pessoais sensíveis e que possa § 3º O acesso aos dados de que trata este artigo será objeto de
causar dano ao titular, ressalvado o disposto em legislação especí- regulamentação por parte da autoridade nacional e das autorida-
fica. des da área de saúde e sanitárias, no âmbito de suas competências.
§ 2º Nos casos de aplicação do disposto nas alíneas “a” e “b” § 4º Para os efeitos deste artigo, a pseudonimização é o tra-
do inciso II do caput deste artigo pelos órgãos e pelas entidades pú- tamento por meio do qual um dado perde a possibilidade de as-
blicas, será dada publicidade à referida dispensa de consentimento, sociação, direta ou indireta, a um indivíduo, senão pelo uso de in-
nos termos do inciso I do caput do art. 23 desta Lei. formação adicional mantida separadamente pelo controlador em
§ 3º A comunicação ou o uso compartilhado de dados pessoais ambiente controlado e seguro.
sensíveis entre controladores com objetivo de obter vantagem eco-
nômica poderá ser objeto de vedação ou de regulamentação por SEÇÃO III
parte da autoridade nacional, ouvidos os órgãos setoriais do Poder DO TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS DE CRIANÇAS E DE
Público, no âmbito de suas competências. ADOLESCENTES
§ 4º É vedada a comunicação ou o uso compartilhado entre
controladores de dados pessoais sensíveis referentes à saúde com Art. 14. O tratamento de dados pessoais de crianças e de ado-
objetivo de obter vantagem econômica, exceto nas hipóteses rela- lescentes deverá ser realizado em seu melhor interesse, nos termos
tivas a prestação de serviços de saúde, de assistência farmacêutica deste artigo e da legislação pertinente.
e de assistência à saúde, desde que observado o § 5º deste artigo, § 1º O tratamento de dados pessoais de crianças deverá ser
incluídos os serviços auxiliares de diagnose e terapia, em benefí- realizado com o consentimento específico e em destaque dado por
cio dos interesses dos titulares de dados, e para permitir: (Redação pelo menos um dos pais ou pelo responsável legal.
dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência § 2º No tratamento de dados de que trata o § 1º deste artigo,
I - a portabilidade de dados quando solicitada pelo titular; ou os controladores deverão manter pública a informação sobre os ti-
(Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência pos de dados coletados, a forma de sua utilização e os procedimen-
II - as transações financeiras e administrativas resultantes do tos para o exercício dos direitos a que se refere o art. 18 desta Lei.
uso e da prestação dos serviços de que trata este parágrafo. (Inclu- § 3º Poderão ser coletados dados pessoais de crianças sem o
ído pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência consentimento a que se refere o § 1º deste artigo quando a coleta
§ 5º É vedado às operadoras de planos privados de assistência for necessária para contatar os pais ou o responsável legal, utiliza-
à saúde o tratamento de dados de saúde para a prática de sele- dos uma única vez e sem armazenamento, ou para sua proteção, e
ção de riscos na contratação de qualquer modalidade, assim como em nenhum caso poderão ser repassados a terceiro sem o consen-
na contratação e exclusão de beneficiários. (Incluído pela Lei nº timento de que trata o § 1º deste artigo.
13.853, de 2019) Vigência § 4º Os controladores não deverão condicionar a participação
Art. 12. Os dados anonimizados não serão considerados dados dos titulares de que trata o § 1º deste artigo em jogos, aplicações
pessoais para os fins desta Lei, salvo quando o processo de ano- de internet ou outras atividades ao fornecimento de informações
nimização ao qual foram submetidos for revertido, utilizando ex- pessoais além das estritamente necessárias à atividade.
clusivamente meios próprios, ou quando, com esforços razoáveis, § 5º O controlador deve realizar todos os esforços razoáveis
puder ser revertido. para verificar que o consentimento a que se refere o § 1º deste
§ 1º A determinação do que seja razoável deve levar em con- artigo foi dado pelo responsável pela criança, consideradas as tec-
sideração fatores objetivos, tais como custo e tempo necessários nologias disponíveis.
para reverter o processo de anonimização, de acordo com as tecno- § 6º As informações sobre o tratamento de dados referidas
logias disponíveis, e a utilização exclusiva de meios próprios. neste artigo deverão ser fornecidas de maneira simples, clara e
§ 2º Poderão ser igualmente considerados como dados pesso- acessível, consideradas as características físico-motoras, percepti-
ais, para os fins desta Lei, aqueles utilizados para formação do perfil vas, sensoriais, intelectuais e mentais do usuário, com uso de re-
comportamental de determinada pessoa natural, se identificada. cursos audiovisuais quando adequado, de forma a proporcionar a
§ 3º A autoridade nacional poderá dispor sobre padrões e informação necessária aos pais ou ao responsável legal e adequada
técnicas utilizados em processos de anonimização e realizar veri- ao entendimento da criança.
ficações acerca de sua segurança, ouvido o Conselho Nacional de
Proteção de Dados Pessoais. SEÇÃO IV
Art. 13. Na realização de estudos em saúde pública, os órgãos DO TÉRMINO DO TRATAMENTO DE DADOS
de pesquisa poderão ter acesso a bases de dados pessoais, que se-
rão tratados exclusivamente dentro do órgão e estritamente para Art. 15. O término do tratamento de dados pessoais ocorrerá
a finalidade de realização de estudos e pesquisas e mantidos em nas seguintes hipóteses:
ambiente controlado e seguro, conforme práticas de segurança I - verificação de que a finalidade foi alcançada ou de que os
previstas em regulamento específico e que incluam, sempre que dados deixaram de ser necessários ou pertinentes ao alcance da
finalidade específica almejada;

123
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
II - fim do período de tratamento; II - indicar as razões de fato ou de direito que impedem a ado-
III - comunicação do titular, inclusive no exercício de seu direito ção imediata da providência.
de revogação do consentimento conforme disposto no § 5º do art. § 5º O requerimento referido no § 3º deste artigo será atendi-
8º desta Lei, resguardado o interesse público; ou do sem custos para o titular, nos prazos e nos termos previstos em
IV - determinação da autoridade nacional, quando houver vio- regulamento.
lação ao disposto nesta Lei. § 6º O responsável deverá informar, de maneira imediata, aos
Art. 16. Os dados pessoais serão eliminados após o término de agentes de tratamento com os quais tenha realizado uso comparti-
seu tratamento, no âmbito e nos limites técnicos das atividades, lhado de dados a correção, a eliminação, a anonimização ou o blo-
autorizada a conservação para as seguintes finalidades: queio dos dados, para que repitam idêntico procedimento, exceto
I - cumprimento de obrigação legal ou regulatória pelo contro- nos casos em que esta comunicação seja comprovadamente impos-
lador; sível ou implique esforço desproporcional. (Redação dada pela Lei
II - estudo por órgão de pesquisa, garantida, sempre que possí- nº 13.853, de 2019) Vigência
vel, a anonimização dos dados pessoais; § 7º A portabilidade dos dados pessoais a que se refere o inciso
III - transferência a terceiro, desde que respeitados os requisi- V do caput deste artigo não inclui dados que já tenham sido anoni-
tos de tratamento de dados dispostos nesta Lei; ou mizados pelo controlador.
IV - uso exclusivo do controlador, vedado seu acesso por tercei- § 8º O direito a que se refere o § 1º deste artigo também po-
ro, e desde que anonimizados os dados. derá ser exercido perante os organismos de defesa do consumidor.
Art. 19. A confirmação de existência ou o acesso a dados pesso-
CAPÍTULO III ais serão providenciados, mediante requisição do titular:
DOS DIREITOS DO TITULAR I - em formato simplificado, imediatamente; ou
II - por meio de declaração clara e completa, que indique a
Art. 17. Toda pessoa natural tem assegurada a titularidade de origem dos dados, a inexistência de registro, os critérios utilizados
seus dados pessoais e garantidos os direitos fundamentais de liber- e a finalidade do tratamento, observados os segredos comercial e
dade, de intimidade e de privacidade, nos termos desta Lei. industrial, fornecida no prazo de até 15 (quinze) dias, contado da
Art. 18. O titular dos dados pessoais tem direito a obter do con- data do requerimento do titular.
trolador, em relação aos dados do titular por ele tratados, a qual- § 1º Os dados pessoais serão armazenados em formato que
quer momento e mediante requisição: favoreça o exercício do direito de acesso.
I - confirmação da existência de tratamento; § 2º As informações e os dados poderão ser fornecidos, a cri-
II - acesso aos dados; tério do titular:
III - correção de dados incompletos, inexatos ou desatualiza- I - por meio eletrônico, seguro e idôneo para esse fim; ou
dos; II - sob forma impressa.
IV - anonimização, bloqueio ou eliminação de dados desneces- § 3º Quando o tratamento tiver origem no consentimento do
sários, excessivos ou tratados em desconformidade com o disposto titular ou em contrato, o titular poderá solicitar cópia eletrônica
nesta Lei; integral de seus dados pessoais, observados os segredos comercial
V - portabilidade dos dados a outro fornecedor de serviço ou e industrial, nos termos de regulamentação da autoridade nacional,
produto, mediante requisição expressa, de acordo com a regula- em formato que permita a sua utilização subsequente, inclusive em
mentação da autoridade nacional, observados os segredos comer- outras operações de tratamento.
cial e industrial; (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigên- § 4º A autoridade nacional poderá dispor de forma diferencia-
cia da acerca dos prazos previstos nos incisos I e II do caput deste arti-
VI - eliminação dos dados pessoais tratados com o consenti- go para os setores específicos.
mento do titular, exceto nas hipóteses previstas no art. 16 desta Art. 20. O titular dos dados tem direito a solicitar a revisão de
Lei; decisões tomadas unicamente com base em tratamento automa-
VII - informação das entidades públicas e privadas com as quais tizado de dados pessoais que afetem seus interesses, incluídas as
o controlador realizou uso compartilhado de dados; decisões destinadas a definir o seu perfil pessoal, profissional, de
VIII - informação sobre a possibilidade de não fornecer consen- consumo e de crédito ou os aspectos de sua personalidade. (Reda-
timento e sobre as consequências da negativa; ção dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
IX - revogação do consentimento, nos termos do § 5º do art. § 1º O controlador deverá fornecer, sempre que solicitadas,
8º desta Lei. informações claras e adequadas a respeito dos critérios e dos pro-
§ 1º O titular dos dados pessoais tem o direito de peticionar em cedimentos utilizados para a decisão automatizada, observados os
relação aos seus dados contra o controlador perante a autoridade segredos comercial e industrial.
nacional. § 2º Em caso de não oferecimento de informações de que trata
§ 2º O titular pode opor-se a tratamento realizado com funda- o § 1º deste artigo baseado na observância de segredo comercial e
mento em uma das hipóteses de dispensa de consentimento, em industrial, a autoridade nacional poderá realizar auditoria para veri-
caso de descumprimento ao disposto nesta Lei. ficação de aspectos discriminatórios em tratamento automatizado
§ 3º Os direitos previstos neste artigo serão exercidos median- de dados pessoais.
te requerimento expresso do titular ou de representante legalmen- § 3º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
te constituído, a agente de tratamento. Art. 21. Os dados pessoais referentes ao exercício regular de
§ 4º Em caso de impossibilidade de adoção imediata da pro- direitos pelo titular não podem ser utilizados em seu prejuízo.
vidência de que trata o § 3º deste artigo, o controlador enviará ao Art. 22. A defesa dos interesses e dos direitos dos titulares de
titular resposta em que poderá: dados poderá ser exercida em juízo, individual ou coletivamente,
I - comunicar que não é agente de tratamento dos dados e in- na forma do disposto na legislação pertinente, acerca dos instru-
dicar, sempre que possível, o agente; ou mentos de tutela individual e coletiva.

124
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
CAPÍTULO IV Art. 26. O uso compartilhado de dados pessoais pelo Poder
DO TRATAMENTO DE DADOS Público deve atender a finalidades específicas de execução de po-
PESSOAIS PELO PODER PÚBLICO líticas públicas e atribuição legal pelos órgãos e pelas entidades
públicas, respeitados os princípios de proteção de dados pessoais
SEÇÃO I elencados no art. 6º desta Lei.
DAS REGRAS § 1º É vedado ao Poder Público transferir a entidades privadas
dados pessoais constantes de bases de dados a que tenha acesso,
Art. 23. O tratamento de dados pessoais pelas pessoas jurídicas exceto:
de direito público referidas no parágrafo único do art. 1º da Lei nº I - em casos de execução descentralizada de atividade pública
12.527, de 18 de novembro de 2011 (Lei de Acesso à Informação) , que exija a transferência, exclusivamente para esse fim específico
deverá ser realizado para o atendimento de sua finalidade pública, e determinado, observado o disposto na Lei nº 12.527, de 18 de
na persecução do interesse público, com o objetivo de executar as novembro de 2011 (Lei de Acesso à Informação) ;
competências legais ou cumprir as atribuições legais do serviço pú- II - (VETADO);
blico, desde que: III - nos casos em que os dados forem acessíveis publicamente,
I - sejam informadas as hipóteses em que, no exercício de suas observadas as disposições desta Lei.
competências, realizam o tratamento de dados pessoais, fornecen- IV - quando houver previsão legal ou a transferência for res-
do informações claras e atualizadas sobre a previsão legal, a fina- paldada em contratos, convênios ou instrumentos congêneres; ou
lidade, os procedimentos e as práticas utilizadas para a execução (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
dessas atividades, em veículos de fácil acesso, preferencialmente V - na hipótese de a transferência dos dados objetivar exclusi-
em seus sítios eletrônicos; vamente a prevenção de fraudes e irregularidades, ou proteger e
II - (VETADO); e resguardar a segurança e a integridade do titular dos dados, desde
III - seja indicado um encarregado quando realizarem opera- que vedado o tratamento para outras finalidades. (Incluído pela Lei
ções de tratamento de dados pessoais, nos termos do art. 39 desta nº 13.853, de 2019) Vigência
Lei; e (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência § 2º Os contratos e convênios de que trata o § 1º deste artigo
IV - (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência deverão ser comunicados à autoridade nacional.
§ 1º A autoridade nacional poderá dispor sobre as formas de Art. 27. A comunicação ou o uso compartilhado de dados pes-
publicidade das operações de tratamento. soais de pessoa jurídica de direito público a pessoa de direito priva-
§ 2º O disposto nesta Lei não dispensa as pessoas jurídicas do será informado à autoridade nacional e dependerá de consenti-
mencionadas no caput deste artigo de instituir as autoridades de mento do titular, exceto:
que trata a Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011 (Lei de Aces- I - nas hipóteses de dispensa de consentimento previstas nesta
so à Informação) . Lei;
§ 3º Os prazos e procedimentos para exercício dos direitos do II - nos casos de uso compartilhado de dados, em que será dada
titular perante o Poder Público observarão o disposto em legislação publicidade nos termos do inciso I do caput do art. 23 desta Lei; ou
específica, em especial as disposições constantes da Lei nº 9.507, III - nas exceções constantes do § 1º do art. 26 desta Lei.
de 12 de novembro de 1997 (Lei do Habeas Data) , da Lei nº 9.784, Parágrafo único. A informação à autoridade nacional de que
de 29 de janeiro de 1999 (Lei Geral do Processo Administrativo) , trata o caput deste artigo será objeto de regulamentação. (Incluído
e da Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011 (Lei de Acesso à pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
Informação) . Art. 28. (VETADO).
§ 4º Os serviços notariais e de registro exercidos em caráter Art. 29. A autoridade nacional poderá solicitar, a qualquer mo-
privado, por delegação do Poder Público, terão o mesmo tratamen- mento, aos órgãos e às entidades do poder público a realização de
to dispensado às pessoas jurídicas referidas no caput deste artigo, operações de tratamento de dados pessoais, informações específi-
nos termos desta Lei. cas sobre o âmbito e a natureza dos dados e outros detalhes do tra-
§ 5º Os órgãos notariais e de registro devem fornecer acesso tamento realizado e poderá emitir parecer técnico complementar
aos dados por meio eletrônico para a administração pública, tendo para garantir o cumprimento desta Lei. (Redação dada pela Lei nº
em vista as finalidades de que trata o caput deste artigo. 13.853, de 2019) Vigência
Art. 24. As empresas públicas e as sociedades de economia Art. 30. A autoridade nacional poderá estabelecer normas
mista que atuam em regime de concorrência, sujeitas ao disposto complementares para as atividades de comunicação e de uso com-
no art. 173 da Constituição Federal , terão o mesmo tratamento partilhado de dados pessoais.
dispensado às pessoas jurídicas de direito privado particulares, nos
termos desta Lei. SEÇÃO II
Parágrafo único. As empresas públicas e as sociedades de eco- DA RESPONSABILIDADE
nomia mista, quando estiverem operacionalizando políticas pú-
blicas e no âmbito da execução delas, terão o mesmo tratamento Art. 31. Quando houver infração a esta Lei em decorrência do
dispensado aos órgãos e às entidades do Poder Público, nos termos tratamento de dados pessoais por órgãos públicos, a autoridade
deste Capítulo. nacional poderá enviar informe com medidas cabíveis para fazer
Art. 25. Os dados deverão ser mantidos em formato interope- cessar a violação.
rável e estruturado para o uso compartilhado, com vistas à execu- Art. 32. A autoridade nacional poderá solicitar a agentes do
ção de políticas públicas, à prestação de serviços públicos, à des- Poder Público a publicação de relatórios de impacto à proteção de
centralização da atividade pública e à disseminação e ao acesso das dados pessoais e sugerir a adoção de padrões e de boas práticas
informações pelo público em geral. para os tratamentos de dados pessoais pelo Poder Público.

125
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
CAPÍTULO V § 1º Para a verificação do disposto no caput deste artigo, deve-
DA TRANSFERÊNCIA INTERNACIONAL DE DADOS rão ser considerados os requisitos, as condições e as garantias mí-
nimas para a transferência que observem os direitos, as garantias e
Art. 33. A transferência internacional de dados pessoais so- os princípios desta Lei.
mente é permitida nos seguintes casos: § 2º Na análise de cláusulas contratuais, de documentos ou de
I - para países ou organismos internacionais que proporcionem normas corporativas globais submetidas à aprovação da autorida-
grau de proteção de dados pessoais adequado ao previsto nesta de nacional, poderão ser requeridas informações suplementares ou
Lei; realizadas diligências de verificação quanto às operações de trata-
II - quando o controlador oferecer e comprovar garantias de mento, quando necessário.
cumprimento dos princípios, dos direitos do titular e do regime de § 3º A autoridade nacional poderá designar organismos de cer-
proteção de dados previstos nesta Lei, na forma de: tificação para a realização do previsto no caput deste artigo, que
a) cláusulas contratuais específicas para determinada transfe- permanecerão sob sua fiscalização nos termos definidos em regu-
rência; lamento.
b) cláusulas-padrão contratuais; § 4º Os atos realizados por organismo de certificação poderão
c) normas corporativas globais; ser revistos pela autoridade nacional e, caso em desconformidade
d) selos, certificados e códigos de conduta regularmente emi- com esta Lei, submetidos a revisão ou anulados.
tidos; § 5º As garantias suficientes de observância dos princípios ge-
III - quando a transferência for necessária para a cooperação rais de proteção e dos direitos do titular referidas no caput deste
jurídica internacional entre órgãos públicos de inteligência, de in- artigo serão também analisadas de acordo com as medidas técnicas
vestigação e de persecução, de acordo com os instrumentos de di- e organizacionais adotadas pelo operador, de acordo com o previs-
reito internacional; to nos §§ 1º e 2º do art. 46 desta Lei.
IV - quando a transferência for necessária para a proteção da Art. 36. As alterações nas garantias apresentadas como sufi-
vida ou da incolumidade física do titular ou de terceiro; cientes de observância dos princípios gerais de proteção e dos di-
V - quando a autoridade nacional autorizar a transferência; reitos do titular referidas no inciso II do art. 33 desta Lei deverão ser
VI - quando a transferência resultar em compromisso assumido comunicadas à autoridade nacional.
em acordo de cooperação internacional;
VII - quando a transferência for necessária para a execução de CAPÍTULO VI
política pública ou atribuição legal do serviço público, sendo dada DOS AGENTES DE TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS
publicidade nos termos do inciso I do caput do art. 23 desta Lei;
VIII - quando o titular tiver fornecido o seu consentimento es- SEÇÃO I
pecífico e em destaque para a transferência, com informação pré- DO CONTROLADOR E DO OPERADOR
via sobre o caráter internacional da operação, distinguindo clara-
mente esta de outras finalidades; ou Art. 37. O controlador e o operador devem manter registro das
IX - quando necessário para atender as hipóteses previstas nos operações de tratamento de dados pessoais que realizarem, espe-
incisos II, V e VI do art. 7º desta Lei. cialmente quando baseado no legítimo interesse.
Parágrafo único. Para os fins do inciso I deste artigo, as pessoas Art. 38. A autoridade nacional poderá determinar ao contro-
jurídicas de direito público referidas no parágrafo único do art. 1º lador que elabore relatório de impacto à proteção de dados pes-
da Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011 (Lei de Acesso à Infor- soais, inclusive de dados sensíveis, referente a suas operações de
mação) , no âmbito de suas competências legais, e responsáveis, no tratamento de dados, nos termos de regulamento, observados os
âmbito de suas atividades, poderão requerer à autoridade nacional segredos comercial e industrial.
a avaliação do nível de proteção a dados pessoais conferido por Parágrafo único. Observado o disposto no caput deste artigo, o
país ou organismo internacional. relatório deverá conter, no mínimo, a descrição dos tipos de dados
Art. 34. O nível de proteção de dados do país estrangeiro ou coletados, a metodologia utilizada para a coleta e para a garantia
do organismo internacional mencionado no inciso I do caput do art. da segurança das informações e a análise do controlador com re-
33 desta Lei será avaliado pela autoridade nacional, que levará em lação a medidas, salvaguardas e mecanismos de mitigação de risco
consideração: adotados.
I - as normas gerais e setoriais da legislação em vigor no país de Art. 39. O operador deverá realizar o tratamento segundo as
destino ou no organismo internacional; instruções fornecidas pelo controlador, que verificará a observân-
II - a natureza dos dados; cia das próprias instruções e das normas sobre a matéria.
III - a observância dos princípios gerais de proteção de dados Art. 40. A autoridade nacional poderá dispor sobre padrões
pessoais e direitos dos titulares previstos nesta Lei; de interoperabilidade para fins de portabilidade, livre acesso aos
IV - a adoção de medidas de segurança previstas em regula- dados e segurança, assim como sobre o tempo de guarda dos re-
mento; gistros, tendo em vista especialmente a necessidade e a transpa-
V - a existência de garantias judiciais e institucionais para o res- rência.
peito aos direitos de proteção de dados pessoais; e
VI - outras circunstâncias específicas relativas à transferência.
Art. 35. A definição do conteúdo de cláusulas-padrão contra-
tuais, bem como a verificação de cláusulas contratuais específicas
para uma determinada transferência, normas corporativas globais
ou selos, certificados e códigos de conduta, a que se refere o inci-
so II do caput do art. 33 desta Lei, será realizada pela autoridade
nacional.

126
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
SEÇÃO II III - que o dano é decorrente de culpa exclusiva do titular dos
DO ENCARREGADO PELO TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS dados ou de terceiro.
Art. 44. O tratamento de dados pessoais será irregular quando
Art. 41. O controlador deverá indicar encarregado pelo trata- deixar de observar a legislação ou quando não fornecer a seguran-
mento de dados pessoais. ça que o titular dele pode esperar, consideradas as circunstâncias
§ 1º A identidade e as informações de contato do encarrega- relevantes, entre as quais:
do deverão ser divulgadas publicamente, de forma clara e objetiva, I - o modo pelo qual é realizado;
preferencialmente no sítio eletrônico do controlador. II - o resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam;
§ 2º As atividades do encarregado consistem em: III - as técnicas de tratamento de dados pessoais disponíveis à
I - aceitar reclamações e comunicações dos titulares, prestar época em que foi realizado.
esclarecimentos e adotar providências; Parágrafo único. Responde pelos danos decorrentes da viola-
II - receber comunicações da autoridade nacional e adotar pro- ção da segurança dos dados o controlador ou o operador que, ao
vidências; deixar de adotar as medidas de segurança previstas no art. 46 desta
III - orientar os funcionários e os contratados da entidade a res- Lei, der causa ao dano.
peito das práticas a serem tomadas em relação à proteção de dados Art. 45. As hipóteses de violação do direito do titular no âmbito
pessoais; e das relações de consumo permanecem sujeitas às regras de res-
IV - executar as demais atribuições determinadas pelo contro- ponsabilidade previstas na legislação pertinente.
lador ou estabelecidas em normas complementares.
§ 3º A autoridade nacional poderá estabelecer normas com- CAPÍTULO VII
plementares sobre a definição e as atribuições do encarregado, DA SEGURANÇA E DAS BOAS PRÁTICAS
inclusive hipóteses de dispensa da necessidade de sua indicação,
conforme a natureza e o porte da entidade ou o volume de opera- SEÇÃO I
ções de tratamento de dados. DA SEGURANÇA E DO SIGILO DE DADOS
§ 4º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
Art. 46. Os agentes de tratamento devem adotar medidas de
SEÇÃO III segurança, técnicas e administrativas aptas a proteger os dados
DA RESPONSABILIDADE E DO RESSARCIMENTO DE DANOS pessoais de acessos não autorizados e de situações acidentais ou
ilícitas de destruição, perda, alteração, comunicação ou qualquer
Art. 42. O controlador ou o operador que, em razão do exercí- forma de tratamento inadequado ou ilícito.
cio de atividade de tratamento de dados pessoais, causar a outrem § 1º A autoridade nacional poderá dispor sobre padrões técni-
dano patrimonial, moral, individual ou coletivo, em violação à legis- cos mínimos para tornar aplicável o disposto no caput deste artigo,
lação de proteção de dados pessoais, é obrigado a repará-lo. considerados a natureza das informações tratadas, as característi-
§ 1º A fim de assegurar a efetiva indenização ao titular dos da- cas específicas do tratamento e o estado atual da tecnologia, es-
dos: pecialmente no caso de dados pessoais sensíveis, assim como os
I - o operador responde solidariamente pelos danos causados princípios previstos no caput do art. 6º desta Lei.
pelo tratamento quando descumprir as obrigações da legislação de § 2º As medidas de que trata o caput deste artigo deverão ser
proteção de dados ou quando não tiver seguido as instruções lícitas observadas desde a fase de concepção do produto ou do serviço
do controlador, hipótese em que o operador equipara-se ao con- até a sua execução.
trolador, salvo nos casos de exclusão previstos no art. 43 desta Lei; Art. 47. Os agentes de tratamento ou qualquer outra pessoa
II - os controladores que estiverem diretamente envolvidos no que intervenha em uma das fases do tratamento obriga-se a ga-
tratamento do qual decorreram danos ao titular dos dados respon- rantir a segurança da informação prevista nesta Lei em relação aos
dem solidariamente, salvo nos casos de exclusão previstos no art. dados pessoais, mesmo após o seu término.
43 desta Lei. Art. 48. O controlador deverá comunicar à autoridade nacional
§ 2º O juiz, no processo civil, poderá inverter o ônus da prova e ao titular a ocorrência de incidente de segurança que possa acar-
a favor do titular dos dados quando, a seu juízo, for verossímil a retar risco ou dano relevante aos titulares.
alegação, houver hipossuficiência para fins de produção de prova § 1º A comunicação será feita em prazo razoável, conforme
ou quando a produção de prova pelo titular resultar-lhe excessiva- definido pela autoridade nacional, e deverá mencionar, no mínimo:
mente onerosa. I - a descrição da natureza dos dados pessoais afetados;
§ 3º As ações de reparação por danos coletivos que tenham II - as informações sobre os titulares envolvidos;
por objeto a responsabilização nos termos do caput deste artigo III - a indicação das medidas técnicas e de segurança utilizadas
podem ser exercidas coletivamente em juízo, observado o disposto para a proteção dos dados, observados os segredos comercial e in-
na legislação pertinente. dustrial;
§ 4º Aquele que reparar o dano ao titular tem direito de regres- IV - os riscos relacionados ao incidente;
so contra os demais responsáveis, na medida de sua participação V - os motivos da demora, no caso de a comunicação não ter
no evento danoso. sido imediata; e
Art. 43. Os agentes de tratamento só não serão responsabiliza- VI - as medidas que foram ou que serão adotadas para reverter
dos quando provarem: ou mitigar os efeitos do prejuízo.
I - que não realizaram o tratamento de dados pessoais que lhes § 2º A autoridade nacional verificará a gravidade do incidente
é atribuído; e poderá, caso necessário para a salvaguarda dos direitos dos ti-
II - que, embora tenham realizado o tratamento de dados pes- tulares, determinar ao controlador a adoção de providências, tais
soais que lhes é atribuído, não houve violação à legislação de pro- como:
teção de dados; ou I - ampla divulgação do fato em meios de comunicação; e

127
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
II - medidas para reverter ou mitigar os efeitos do incidente. II - demonstrar a efetividade de seu programa de governança
§ 3º No juízo de gravidade do incidente, será avaliada eventual em privacidade quando apropriado e, em especial, a pedido da au-
comprovação de que foram adotadas medidas técnicas adequadas toridade nacional ou de outra entidade responsável por promover
que tornem os dados pessoais afetados ininteligíveis, no âmbito e o cumprimento de boas práticas ou códigos de conduta, os quais,
nos limites técnicos de seus serviços, para terceiros não autoriza- de forma independente, promovam o cumprimento desta Lei.
dos a acessá-los. § 3º As regras de boas práticas e de governança deverão ser
Art. 49. Os sistemas utilizados para o tratamento de dados publicadas e atualizadas periodicamente e poderão ser reconheci-
pessoais devem ser estruturados de forma a atender aos requisitos das e divulgadas pela autoridade nacional.
de segurança, aos padrões de boas práticas e de governança e aos Art. 51. A autoridade nacional estimulará a adoção de padrões
princípios gerais previstos nesta Lei e às demais normas regulamen- técnicos que facilitem o controle pelos titulares dos seus dados pes-
tares. soais.

SEÇÃO II CAPÍTULO VIII


DAS BOAS PRÁTICAS E DA GOVERNANÇA DA FISCALIZAÇÃO

Art. 50. Os controladores e operadores, no âmbito de suas SEÇÃO I


competências, pelo tratamento de dados pessoais, individualmen- DAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS
te ou por meio de associações, poderão formular regras de boas
práticas e de governança que estabeleçam as condições de orga- Art. 52. Os agentes de tratamento de dados, em razão das in-
nização, o regime de funcionamento, os procedimentos, incluindo frações cometidas às normas previstas nesta Lei, ficam sujeitos às
reclamações e petições de titulares, as normas de segurança, os seguintes sanções administrativas aplicáveis pela autoridade nacio-
padrões técnicos, as obrigações específicas para os diversos envol- nal: (Vigência)
vidos no tratamento, as ações educativas, os mecanismos internos I - advertência, com indicação de prazo para adoção de medi-
de supervisão e de mitigação de riscos e outros aspectos relaciona- das corretivas;
dos ao tratamento de dados pessoais. II - multa simples, de até 2% (dois por cento) do faturamento
§ 1º Ao estabelecer regras de boas práticas, o controlador e da pessoa jurídica de direito privado, grupo ou conglomerado no
o operador levarão em consideração, em relação ao tratamento e Brasil no seu último exercício, excluídos os tributos, limitada, no
aos dados, a natureza, o escopo, a finalidade e a probabilidade e a total, a R$ 50.000.000,00 (cinquenta milhões de reais) por infração;
gravidade dos riscos e dos benefícios decorrentes de tratamento de III - multa diária, observado o limite total a que se refere o in-
dados do titular. ciso II;
§ 2º Na aplicação dos princípios indicados nos incisos VII e VIII IV - publicização da infração após devidamente apurada e con-
do caput do art. 6º desta Lei, o controlador, observados a estrutura, firmada a sua ocorrência;
a escala e o volume de suas operações, bem como a sensibilidade V - bloqueio dos dados pessoais a que se refere a infração até
dos dados tratados e a probabilidade e a gravidade dos danos para a sua regularização;
os titulares dos dados, poderá: VI - eliminação dos dados pessoais a que se refere a infração;
I - implementar programa de governança em privacidade que, VII - (VETADO);
no mínimo: VIII - (VETADO);
a) demonstre o comprometimento do controlador em adotar IX - (VETADO).
processos e políticas internas que assegurem o cumprimento, de X - suspensão parcial do funcionamento do banco de dados a
forma abrangente, de normas e boas práticas relativas à proteção que se refere a infração pelo período máximo de 6 (seis) meses,
de dados pessoais; prorrogável por igual período, até a regularização da atividade de
b) seja aplicável a todo o conjunto de dados pessoais que es- tratamento pelo controlador; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
tejam sob seu controle, independentemente do modo como se re- XI - suspensão do exercício da atividade de tratamento dos da-
alizou sua coleta; dos pessoais a que se refere a infração pelo período máximo de
c) seja adaptado à estrutura, à escala e ao volume de suas ope- 6 (seis) meses, prorrogável por igual período; (Incluído pela Lei nº
rações, bem como à sensibilidade dos dados tratados; 13.853, de 2019)
d) estabeleça políticas e salvaguardas adequadas com base em XII - proibição parcial ou total do exercício de atividades rela-
processo de avaliação sistemática de impactos e riscos à privaci- cionadas a tratamento de dados. (Incluído pela Lei nº 13.853, de
dade; 2019)
e) tenha o objetivo de estabelecer relação de confiança com o § 1º As sanções serão aplicadas após procedimento adminis-
titular, por meio de atuação transparente e que assegure mecanis- trativo que possibilite a oportunidade da ampla defesa, de forma
mos de participação do titular; gradativa, isolada ou cumulativa, de acordo com as peculiaridades
f) esteja integrado a sua estrutura geral de governança e es- do caso concreto e considerados os seguintes parâmetros e crité-
tabeleça e aplique mecanismos de supervisão internos e externos; rios:
g) conte com planos de resposta a incidentes e remediação; e I - a gravidade e a natureza das infrações e dos direitos pessoais
h) seja atualizado constantemente com base em informações afetados;
obtidas a partir de monitoramento contínuo e avaliações periódi- II - a boa-fé do infrator;
cas; III - a vantagem auferida ou pretendida pelo infrator;
IV - a condição econômica do infrator;
V - a reincidência;
VI - o grau do dano;
VII - a cooperação do infrator;

128
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
VIII - a adoção reiterada e demonstrada de mecanismos e pro- Parágrafo único. A intimação da sanção de multa diária deverá
cedimentos internos capazes de minimizar o dano, voltados ao conter, no mínimo, a descrição da obrigação imposta, o prazo razo-
tratamento seguro e adequado de dados, em consonância com o ável e estipulado pelo órgão para o seu cumprimento e o valor da
disposto no inciso II do § 2º do art. 48 desta Lei; multa diária a ser aplicada pelo seu descumprimento.
IX - a adoção de política de boas práticas e governança;
X - a pronta adoção de medidas corretivas; e CAPÍTULO IX
XI - a proporcionalidade entre a gravidade da falta e a intensi- DA AUTORIDADE NACIONAL DE PROTEÇÃO DE DADOS
dade da sanção. (ANPD) E DO CONSELHO NACIONAL DE PROTEÇÃO DE DADOS
§ 2º O disposto neste artigo não substitui a aplicação de san- PESSOAIS E DA PRIVACIDADE
ções administrativas, civis ou penais definidas na Lei nº 8.078, de
11 de setembro de 1990, e em legislação específica. (Redação dada SEÇÃO I
pela Lei nº 13.853, de 2019) DA AUTORIDADE NACIONAL DE PROTEÇÃO DE DADOS
§ 3º O disposto nos incisos I, IV, V, VI, X, XI e XII do caput deste (ANPD)
artigo poderá ser aplicado às entidades e aos órgãos públicos, sem
prejuízo do disposto na Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990, Art. 55. (VETADO).
na Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992, e na Lei nº 12.527, de 18 de Art. 55-A. Fica criada a Autoridade Nacional de Proteção de Da-
novembro de 2011. (Promulgação partes vetadas) dos (ANPD), autarquia de natureza especial, dotada de autonomia
§ 4º No cálculo do valor da multa de que trata o inciso II do técnica e decisória, com patrimônio próprio e com sede e foro no
caput deste artigo, a autoridade nacional poderá considerar o fa- Distrito Federal. (Redação dada pela Lei nº 14.460, de 2022)
turamento total da empresa ou grupo de empresas, quando não § 1º (Revogado pela Lei nº 14.460, de 2022)
dispuser do valor do faturamento no ramo de atividade empresa- § 2º (Revogado pela Lei nº 14.460, de 2022)
rial em que ocorreu a infração, definido pela autoridade nacional, § 3º (Revogado pela Lei nº 14.460, de 2022)
ou quando o valor for apresentado de forma incompleta ou não for Art. 55-B. (Revogado pela Lei nº 14.460, de 2022)
demonstrado de forma inequívoca e idônea. Art. 55-C. A ANPD é composta de: (Incluído pela Lei nº 13.853,
§ 5º O produto da arrecadação das multas aplicadas pela de 2019)
ANPD, inscritas ou não em dívida ativa, será destinado ao Fundo de I - Conselho Diretor, órgão máximo de direção; (Incluído pela
Defesa de Direitos Difusos de que tratam o art. 13 da Lei nº 7.347, Lei nº 13.853, de 2019)
de 24 de julho de 1985, e a Lei nº 9.008, de 21 de março de 1995. II - Conselho Nacional de Proteção de Dados Pessoais e da Pri-
(Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) vacidade; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
§ 6º As sanções previstas nos incisos X, XI e XII do caput deste III - Corregedoria; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
artigo serão aplicadas: (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) IV - Ouvidoria; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
I - somente após já ter sido imposta ao menos 1 (uma) das V - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.460, de 2022)
sanções de que tratam os incisos II, III, IV, V e VI do caput deste V-A - Procuradoria; e (Incluído pela Lei nº 14.460, de 2022)
artigo para o mesmo caso concreto; e (Incluído pela Lei nº 13.853, VI - unidades administrativas e unidades especializadas neces-
de 2019) sárias à aplicação do disposto nesta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.853,
II - em caso de controladores submetidos a outros órgãos e de 2019)
entidades com competências sancionatórias, ouvidos esses órgãos. Art. 55-D. O Conselho Diretor da ANPD será composto de 5
(Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) (cinco) diretores, incluído o Diretor-Presidente. (Incluído pela Lei
§ 7º Os vazamentos individuais ou os acessos não autorizados nº 13.853, de 2019)
de que trata o caput do art. 46 desta Lei poderão ser objeto de con- § 1º Os membros do Conselho Diretor da ANPD serão escolhi-
ciliação direta entre controlador e titular e, caso não haja acordo, o dos pelo Presidente da República e por ele nomeados, após apro-
controlador estará sujeito à aplicação das penalidades de que trata vação pelo Senado Federal, nos termos da alínea ‘f’ do inciso III do
este artigo. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) art. 52 da Constituição Federal, e ocuparão cargo em comissão do
Art. 53. A autoridade nacional definirá, por meio de regula- Grupo-Direção e Assessoramento Superiores - DAS, no mínimo, de
mento próprio sobre sanções administrativas a infrações a esta Lei, nível 5. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
que deverá ser objeto de consulta pública, as metodologias que § 2º Os membros do Conselho Diretor serão escolhidos dentre
orientarão o cálculo do valor-base das sanções de multa. (Vigência) brasileiros que tenham reputação ilibada, nível superior de educa-
§ 1º As metodologias a que se refere o caput deste artigo de- ção e elevado conceito no campo de especialidade dos cargos para
vem ser previamente publicadas, para ciência dos agentes de trata- os quais serão nomeados. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
mento, e devem apresentar objetivamente as formas e dosimetrias § 3º O mandato dos membros do Conselho Diretor será de 4
para o cálculo do valor-base das sanções de multa, que deverão (quatro) anos. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
conter fundamentação detalhada de todos os seus elementos, de- § 4º Os mandatos dos primeiros membros do Conselho Diretor
monstrando a observância dos critérios previstos nesta Lei. nomeados serão de 2 (dois), de 3 (três), de 4 (quatro), de 5 (cinco)
§ 2º O regulamento de sanções e metodologias corresponden- e de 6 (seis) anos, conforme estabelecido no ato de nomeação. (In-
tes deve estabelecer as circunstâncias e as condições para a adoção cluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
de multa simples ou diária. § 5º Na hipótese de vacância do cargo no curso do mandato de
Art. 54. O valor da sanção de multa diária aplicável às infrações membro do Conselho Diretor, o prazo remanescente será comple-
a esta Lei deve observar a gravidade da falta e a extensão do dano tado pelo sucessor. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
ou prejuízo causado e ser fundamentado pela autoridade nacional. Art. 55-E. Os membros do Conselho Diretor somente perderão
(Vigência) seus cargos em virtude de renúncia, condenação judicial transitada
em julgado ou pena de demissão decorrente de processo adminis-
trativo disciplinar. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)

129
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
§ 1º Nos termos do caput deste artigo, cabe ao Ministro de IX - promover ações de cooperação com autoridades de prote-
Estado Chefe da Casa Civil da Presidência da República instaurar o ção de dados pessoais de outros países, de natureza internacional
processo administrativo disciplinar, que será conduzido por comis- ou transnacional; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
são especial constituída por servidores públicos federais estáveis. X - dispor sobre as formas de publicidade das operações de
(Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) tratamento de dados pessoais, respeitados os segredos comercial e
§ 2º Compete ao Presidente da República determinar o afas- industrial; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
tamento preventivo, somente quando assim recomendado pela XI - solicitar, a qualquer momento, às entidades do poder pú-
comissão especial de que trata o § 1º deste artigo, e proferir o jul- blico que realizem operações de tratamento de dados pessoais in-
gamento. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) forme específico sobre o âmbito, a natureza dos dados e os demais
Art. 55-F. Aplica-se aos membros do Conselho Diretor, após o detalhes do tratamento realizado, com a possibilidade de emitir
exercício do cargo, o disposto no art. 6º da Lei nº 12.813, de 16 de parecer técnico complementar para garantir o cumprimento desta
maio de 2013. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Lei; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
Parágrafo único. A infração ao disposto no caput deste artigo XII - elaborar relatórios de gestão anuais acerca de suas ativida-
caracteriza ato de improbidade administrativa. (Incluído pela Lei nº des; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
13.853, de 2019) XIII - editar regulamentos e procedimentos sobre proteção de
Art. 55-G. Ato do Presidente da República disporá sobre a es- dados pessoais e privacidade, bem como sobre relatórios de impac-
trutura regimental da ANPD. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) to à proteção de dados pessoais para os casos em que o tratamento
§ 1º Até a data de entrada em vigor de sua estrutura regimen- representar alto risco à garantia dos princípios gerais de proteção
tal, a ANPD receberá o apoio técnico e administrativo da Casa Civil de dados pessoais previstos nesta Lei; (Incluído pela Lei nº 13.853,
da Presidência da República para o exercício de suas atividades. (In- de 2019)
cluído pela Lei nº 13.853, de 2019) XIV - ouvir os agentes de tratamento e a sociedade em maté-
§ 2º O Conselho Diretor disporá sobre o regimento interno da rias de interesse relevante e prestar contas sobre suas atividades e
ANPD. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) planejamento; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
Art. 55-H. Os cargos em comissão e as funções de confiança da XV - arrecadar e aplicar suas receitas e publicar, no relatório
ANPD serão remanejados de outros órgãos e entidades do Poder de gestão a que se refere o inciso XII do caput deste artigo, o deta-
Executivo federal. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) lhamento de suas receitas e despesas; (Incluído pela Lei nº 13.853,
Art. 55-I. Os ocupantes dos cargos em comissão e das funções de 2019)
de confiança da ANPD serão indicados pelo Conselho Diretor e no- XVI - realizar auditorias, ou determinar sua realização, no âm-
meados ou designados pelo Diretor-Presidente. (Incluído pela Lei bito da atividade de fiscalização de que trata o inciso IV e com a
nº 13.853, de 2019) devida observância do disposto no inciso II do caput deste artigo,
Art. 55-J. Compete à ANPD: (Incluído pela Lei nº 13.853, de sobre o tratamento de dados pessoais efetuado pelos agentes de
2019) tratamento, incluído o poder público; (Incluído pela Lei nº 13.853,
I - zelar pela proteção dos dados pessoais, nos termos da legis- de 2019)
lação; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) XVII - celebrar, a qualquer momento, compromisso com agen-
II - zelar pela observância dos segredos comercial e industrial, tes de tratamento para eliminar irregularidade, incerteza jurídica
observada a proteção de dados pessoais e do sigilo das informa- ou situação contenciosa no âmbito de processos administrativos,
ções quando protegido por lei ou quando a quebra do sigilo violar de acordo com o previsto no Decreto-Lei nº 4.657, de 4 de setem-
os fundamentos do art. 2º desta Lei; (Incluído pela Lei nº 13.853, bro de 1942; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
de 2019) XVIII - editar normas, orientações e procedimentos simplifi-
III - elaborar diretrizes para a Política Nacional de Proteção de cados e diferenciados, inclusive quanto aos prazos, para que mi-
Dados Pessoais e da Privacidade; (Incluído pela Lei nº 13.853, de croempresas e empresas de pequeno porte, bem como iniciativas
2019) empresariais de caráter incremental ou disruptivo que se autode-
IV - fiscalizar e aplicar sanções em caso de tratamento de da- clarem startups ou empresas de inovação, possam adequar-se a
dos realizado em descumprimento à legislação, mediante processo esta Lei; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
administrativo que assegure o contraditório, a ampla defesa e o di- XIX - garantir que o tratamento de dados de idosos seja efetu-
reito de recurso; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) ado de maneira simples, clara, acessível e adequada ao seu enten-
V - apreciar petições de titular contra controlador após com- dimento, nos termos desta Lei e da Lei nº 10.741, de 1º de outubro
provada pelo titular a apresentação de reclamação ao controlador de 2003 (Estatuto do Idoso); (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
não solucionada no prazo estabelecido em regulamentação; (Inclu- XX - deliberar, na esfera administrativa, em caráter terminati-
ído pela Lei nº 13.853, de 2019) vo, sobre a interpretação desta Lei, as suas competências e os casos
VI - promover na população o conhecimento das normas e das omissos; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
políticas públicas sobre proteção de dados pessoais e das medidas XXI - comunicar às autoridades competentes as infrações pe-
de segurança; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) nais das quais tiver conhecimento; (Incluído pela Lei nº 13.853, de
VII - promover e elaborar estudos sobre as práticas nacionais e 2019)
internacionais de proteção de dados pessoais e privacidade; (Inclu- XXII - comunicar aos órgãos de controle interno o descumpri-
ído pela Lei nº 13.853, de 2019) mento do disposto nesta Lei por órgãos e entidades da administra-
VIII - estimular a adoção de padrões para serviços e produtos ção pública federal; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
que facilitem o exercício de controle dos titulares sobre seus dados XXIII - articular-se com as autoridades reguladoras públicas
pessoais, os quais deverão levar em consideração as especificida- para exercer suas competências em setores específicos de ativida-
des das atividades e o porte dos responsáveis; (Incluído pela Lei nº des econômicas e governamentais sujeitas à regulação; e (Incluído
13.853, de 2019) pela Lei nº 13.853, de 2019)

130
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
XXIV - implementar mecanismos simplificados, inclusive por VI - os recursos provenientes de acordos, convênios ou con-
meio eletrônico, para o registro de reclamações sobre o tratamen- tratos celebrados com entidades, organismos ou empresas, públi-
to de dados pessoais em desconformidade com esta Lei. (Incluído cos ou privados, nacionais ou internacionais; (Incluído pela Lei nº
pela Lei nº 13.853, de 2019) 13.853, de 2019)
§ 1º Ao impor condicionantes administrativas ao tratamento VII - o produto da venda de publicações, material técnico, da-
de dados pessoais por agente de tratamento privado, sejam eles dos e informações, inclusive para fins de licitação pública. (Incluído
limites, encargos ou sujeições, a ANPD deve observar a exigência de pela Lei nº 13.853, de 2019)
mínima intervenção, assegurados os fundamentos, os princípios e Art. 55-M. Constituem o patrimônio da ANPD os bens e os di-
os direitos dos titulares previstos no art. 170 da Constituição Fede- reitos: (Incluído pela Lei nº 14.460, de 2022)
ral e nesta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) I - que lhe forem transferidos pelos órgãos da Presidência da
§ 2º Os regulamentos e as normas editados pela ANPD devem República; e (Incluído pela Lei nº 14.460, de 2022)
ser precedidos de consulta e audiência públicas, bem como de aná- II - que venha a adquirir ou a incorporar. (Incluído pela Lei nº
lises de impacto regulatório. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) 14.460, de 2022)
§ 3º A ANPD e os órgãos e entidades públicos responsáveis Art. 56. (VETADO).
pela regulação de setores específicos da atividade econômica e Art. 57. (VETADO).
governamental devem coordenar suas atividades, nas correspon-
dentes esferas de atuação, com vistas a assegurar o cumprimento SEÇÃO II
de suas atribuições com a maior eficiência e promover o adequado DO CONSELHO NACIONAL DE PROTEÇÃO DE DADOS PESSO-
funcionamento dos setores regulados, conforme legislação especí- AIS E DA PRIVACIDADE
fica, e o tratamento de dados pessoais, na forma desta Lei. (Incluído
pela Lei nº 13.853, de 2019) Art. 58. (VETADO).
§ 4º A ANPD manterá fórum permanente de comunicação, in- Art. 58-A. O Conselho Nacional de Proteção de Dados Pessoais
clusive por meio de cooperação técnica, com órgãos e entidades e da Privacidade será composto de 23 (vinte e três) representan-
da administração pública responsáveis pela regulação de setores tes, titulares e suplentes, dos seguintes órgãos: (Incluído pela Lei
específicos da atividade econômica e governamental, a fim de faci- nº 13.853, de 2019)
litar as competências regulatória, fiscalizatória e punitiva da ANPD. I - 5 (cinco) do Poder Executivo federal; (Incluído pela Lei nº
(Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) 13.853, de 2019)
§ 5º No exercício das competências de que trata o caput deste II - 1 (um) do Senado Federal; (Incluído pela Lei nº 13.853, de
artigo, a autoridade competente deverá zelar pela preservação do 2019)
segredo empresarial e do sigilo das informações, nos termos da lei. III - 1 (um) da Câmara dos Deputados; (Incluído pela Lei nº
(Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) 13.853, de 2019)
§ 6º As reclamações colhidas conforme o disposto no inciso V IV - 1 (um) do Conselho Nacional de Justiça; (Incluído pela Lei
do caput deste artigo poderão ser analisadas de forma agregada, e nº 13.853, de 2019)
as eventuais providências delas decorrentes poderão ser adotadas V - 1 (um) do Conselho Nacional do Ministério Público; (Incluí-
de forma padronizada. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) do pela Lei nº 13.853, de 2019)
Art. 55-K. A aplicação das sanções previstas nesta Lei compe- VI - 1 (um) do Comitê Gestor da Internet no Brasil; (Incluído
te exclusivamente à ANPD, e suas competências prevalecerão, no pela Lei nº 13.853, de 2019)
que se refere à proteção de dados pessoais, sobre as competências VII - 3 (três) de entidades da sociedade civil com atuação rela-
correlatas de outras entidades ou órgãos da administração pública. cionada a proteção de dados pessoais; (Incluído pela Lei nº 13.853,
(Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) de 2019)
Parágrafo único. A ANPD articulará sua atuação com outros ór- VIII - 3 (três) de instituições científicas, tecnológicas e de inova-
gãos e entidades com competências sancionatórias e normativas ção; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
afetas ao tema de proteção de dados pessoais e será o órgão cen- IX - 3 (três) de confederações sindicais representativas das
tral de interpretação desta Lei e do estabelecimento de normas e categorias econômicas do setor produtivo; (Incluído pela Lei nº
diretrizes para a sua implementação. (Incluído pela Lei nº 13.853, 13.853, de 2019)
de 2019) X - 2 (dois) de entidades representativas do setor empresarial
Art. 55-L. Constituem receitas da ANPD: (Incluído pela Lei nº relacionado à área de tratamento de dados pessoais; e (Incluído
13.853, de 2019) pela Lei nº 13.853, de 2019)
I - as dotações, consignadas no orçamento geral da União, os XI - 2 (dois) de entidades representativas do setor laboral. (In-
créditos especiais, os créditos adicionais, as transferências e os re- cluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
passes que lhe forem conferidos; (Incluído pela Lei nº 13.853, de § 1º Os representantes serão designados por ato do Presidente
2019) da República, permitida a delegação. (Incluído pela Lei nº 13.853,
II - as doações, os legados, as subvenções e outros recursos que de 2019)
lhe forem destinados; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) § 2º Os representantes de que tratam os incisos I, II, III, IV, V e
III - os valores apurados na venda ou aluguel de bens móveis e VI do caput deste artigo e seus suplentes serão indicados pelos titu-
imóveis de sua propriedade; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) lares dos respectivos órgãos e entidades da administração pública.
IV - os valores apurados em aplicações no mercado financeiro (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
das receitas previstas neste artigo; (Incluído pela Lei nº 13.853, de § 3º Os representantes de que tratam os incisos VII, VIII, IX,
2019) X e XI do caput deste artigo e seus suplentes: (Incluído pela Lei nº
V - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) 13.853, de 2019)
I - serão indicados na forma de regulamento; (Incluído pela Lei
nº 13.853, de 2019)

131
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
II - não poderão ser membros do Comitê Gestor da Internet no Art. 63. A autoridade nacional estabelecerá normas sobre a
Brasil; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) adequação progressiva de bancos de dados constituídos até a data
III - terão mandato de 2 (dois) anos, permitida 1 (uma) recon- de entrada em vigor desta Lei, consideradas a complexidade das
dução. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) operações de tratamento e a natureza dos dados.
§ 4º A participação no Conselho Nacional de Proteção de Da- Art. 64. Os direitos e princípios expressos nesta Lei não ex-
dos Pessoais e da Privacidade será considerada prestação de servi- cluem outros previstos no ordenamento jurídico pátrio relaciona-
ço público relevante, não remunerada. (Incluído pela Lei nº 13.853, dos à matéria ou nos tratados internacionais em que a República
de 2019) Federativa do Brasil seja parte.
Art. 58-B. Compete ao Conselho Nacional de Proteção de Da- Art. 65. Esta Lei entra em vigor: (Redação dada pela Lei nº
dos Pessoais e da Privacidade: (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) 13.853, de 2019)
I - propor diretrizes estratégicas e fornecer subsídios para a I - dia 28 de dezembro de 2018, quanto aos arts. 55-A, 55-B, 55-
elaboração da Política Nacional de Proteção de Dados Pessoais e da C, 55-D, 55-E, 55-F, 55-G, 55-H, 55-I, 55-J, 55-K, 55-L, 58-A e 58-B; e
Privacidade e para a atuação da ANPD; (Incluído pela Lei nº 13.853, (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
de 2019) I-A – dia 1º de agosto de 2021, quanto aos arts. 52, 53 e 54;
II - elaborar relatórios anuais de avaliação da execução das (Incluído pela Lei nº 14.010, de 2020)
ações da Política Nacional de Proteção de Dados Pessoais e da Pri- II - 24 (vinte e quatro) meses após a data de sua publicação,
vacidade; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) quanto aos demais artigos. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
III - sugerir ações a serem realizadas pela ANPD; (Incluído pela
Lei nº 13.853, de 2019) Brasília , 14 de agosto de 2018; 197º da Independência e 130º
IV - elaborar estudos e realizar debates e audiências públicas da República.
sobre a proteção de dados pessoais e da privacidade; e (Incluído
pela Lei nº 13.853, de 2019)
LEGISLAÇÃO ANTICORRUPÇÃO: LEI Nº 12.846/2013
V - disseminar o conhecimento sobre a proteção de dados pes-
soais e da privacidade à população. (Incluído pela Lei nº 13.853, de
2019) LEI Nº 12.846, DE 1º DE AGOSTO DE 2013.
Art. 59. (VETADO).
Dispõe sobre a responsabilização administrativa e civil de
CAPÍTULO X pessoas jurídicas pela prática de atos contra a administração pú-
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS blica, nacional ou estrangeira, e dá outras providências.
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na-
Art. 60. A Lei nº 12.965, de 23 de abril de 2014 (Marco Civil da cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Internet) , passa a vigorar com as seguintes alterações:
“Art. 7º .................................................................. CAPÍTULO I
....................................................................................... DISPOSIÇÕES GERAIS
X - exclusão definitiva dos dados pessoais que tiver fornecido a
determinada aplicação de internet, a seu requerimento, ao térmi- Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a responsabilização objetiva admi-
no da relação entre as partes, ressalvadas as hipóteses de guarda nistrativa e civil de pessoas jurídicas pela prática de atos contra a
obrigatória de registros previstas nesta Lei e na que dispõe sobre a administração pública, nacional ou estrangeira.
proteção de dados pessoais; Parágrafo único. Aplica-se o disposto nesta Lei às sociedades
..............................................................................” (NR) empresárias e às sociedades simples, personificadas ou não, in-
“Art. 16. ................................................................. dependentemente da forma de organização ou modelo societário
....................................................................................... adotado, bem como a quaisquer fundações, associações de entida-
II - de dados pessoais que sejam excessivos em relação à fina- des ou pessoas, ou sociedades estrangeiras, que tenham sede, filial
lidade para a qual foi dado consentimento pelo seu titular, exceto ou representação no território brasileiro, constituídas de fato ou de
nas hipóteses previstas na Lei que dispõe sobre a proteção de da- direito, ainda que temporariamente.
dos pessoais.” (NR) Art. 2º As pessoas jurídicas serão responsabilizadas objetiva-
Art. 61. A empresa estrangeira será notificada e intimada de to- mente, nos âmbitos administrativo e civil, pelos atos lesivos pre-
dos os atos processuais previstos nesta Lei, independentemente de vistos nesta Lei praticados em seu interesse ou benefício, exclusivo
procuração ou de disposição contratual ou estatutária, na pessoa ou não.
do agente ou representante ou pessoa responsável por sua filial, Art. 3º A responsabilização da pessoa jurídica não exclui a res-
agência, sucursal, estabelecimento ou escritório instalado no Brasil. ponsabilidade individual de seus dirigentes ou administradores ou
Art. 62. A autoridade nacional e o Instituto Nacional de Estudos de qualquer pessoa natural, autora, coautora ou partícipe do ato
e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), no âmbito de suas ilícito.
competências, editarão regulamentos específicos para o acesso a § 1º A pessoa jurídica será responsabilizada independente-
dados tratados pela União para o cumprimento do disposto no § 2º mente da responsabilização individual das pessoas naturais refe-
do art. 9º da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 (Lei de Dire- ridas no caput .
trizes e Bases da Educação Nacional) , e aos referentes ao Sistema § 2º Os dirigentes ou administradores somente serão respon-
Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes), de que trata sabilizados por atos ilícitos na medida da sua culpabilidade.
a Lei nº 10.861, de 14 de abril de 2004 . Art. 4º Subsiste a responsabilidade da pessoa jurídica na hipó-
tese de alteração contratual, transformação, incorporação, fusão
ou cisão societária.

132
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
§ 1º Nas hipóteses de fusão e incorporação, a responsabilida- § 3º Considera-se agente público estrangeiro, para os fins des-
de da sucessora será restrita à obrigação de pagamento de multa ta Lei, quem, ainda que transitoriamente ou sem remuneração,
e reparação integral do dano causado, até o limite do patrimônio exerça cargo, emprego ou função pública em órgãos, entidades
transferido, não lhe sendo aplicáveis as demais sanções previstas estatais ou em representações diplomáticas de país estrangeiro,
nesta Lei decorrentes de atos e fatos ocorridos antes da data da assim como em pessoas jurídicas controladas, direta ou indireta-
fusão ou incorporação, exceto no caso de simulação ou evidente mente, pelo poder público de país estrangeiro ou em organizações
intuito de fraude, devidamente comprovados. públicas internacionais.
§ 2º As sociedades controladoras, controladas, coligadas ou,
no âmbito do respectivo contrato, as consorciadas serão solida- CAPÍTULO III
riamente responsáveis pela prática dos atos previstos nesta Lei, DA RESPONSABILIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
restringindo-se tal responsabilidade à obrigação de pagamento de
multa e reparação integral do dano causado. Art. 6º Na esfera administrativa, serão aplicadas às pessoas ju-
rídicas consideradas responsáveis pelos atos lesivos previstos nesta
CAPÍTULO II Lei as seguintes sanções:
DOS ATOS LESIVOS À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA NACIONAL I - multa, no valor de 0,1% (um décimo por cento) a 20% (vinte
OU ESTRANGEIRA por cento) do faturamento bruto do último exercício anterior ao
da instauração do processo administrativo, excluídos os tributos, a
Art. 5º Constituem atos lesivos à administração pública, nacio- qual nunca será inferior à vantagem auferida, quando for possível
nal ou estrangeira, para os fins desta Lei, todos aqueles praticados sua estimação; e
pelas pessoas jurídicas mencionadas no parágrafo único do art. 1º , II - publicação extraordinária da decisão condenatória.
que atentem contra o patrimônio público nacional ou estrangeiro, § 1º As sanções serão aplicadas fundamentadamente, isolada
contra princípios da administração pública ou contra os compro- ou cumulativamente, de acordo com as peculiaridades do caso con-
missos internacionais assumidos pelo Brasil, assim definidos: creto e com a gravidade e natureza das infrações.
I - prometer, oferecer ou dar, direta ou indiretamente, vanta- § 2º A aplicação das sanções previstas neste artigo será prece-
gem indevida a agente público, ou a terceira pessoa a ele relacio- dida da manifestação jurídica elaborada pela Advocacia Pública ou
nada; pelo órgão de assistência jurídica, ou equivalente, do ente público.
II - comprovadamente, financiar, custear, patrocinar ou de § 3º A aplicação das sanções previstas neste artigo não exclui,
qualquer modo subvencionar a prática dos atos ilícitos previstos em qualquer hipótese, a obrigação da reparação integral do dano
nesta Lei; causado.
III - comprovadamente, utilizar-se de interposta pessoa física § 4º Na hipótese do inciso I do caput , caso não seja possível
ou jurídica para ocultar ou dissimular seus reais interesses ou a utilizar o critério do valor do faturamento bruto da pessoa jurídica,
identidade dos beneficiários dos atos praticados; a multa será de R$ 6.000,00 (seis mil reais) a R$ 60.000.000,00 (ses-
IV - no tocante a licitações e contratos: senta milhões de reais).
a) frustrar ou fraudar, mediante ajuste, combinação ou qual- § 5º A publicação extraordinária da decisão condenatória ocor-
quer outro expediente, o caráter competitivo de procedimento li- rerá na forma de extrato de sentença, a expensas da pessoa jurídi-
citatório público; ca, em meios de comunicação de grande circulação na área da prá-
b) impedir, perturbar ou fraudar a realização de qualquer ato tica da infração e de atuação da pessoa jurídica ou, na sua falta, em
de procedimento licitatório público; publicação de circulação nacional, bem como por meio de afixação
c) afastar ou procurar afastar licitante, por meio de fraude ou de edital, pelo prazo mínimo de 30 (trinta) dias, no próprio estabe-
oferecimento de vantagem de qualquer tipo; lecimento ou no local de exercício da atividade, de modo visível ao
d) fraudar licitação pública ou contrato dela decorrente; público, e no sítio eletrônico na rede mundial de computadores.
e) criar, de modo fraudulento ou irregular, pessoa jurídica para § 6º (VETADO).
participar de licitação pública ou celebrar contrato administrativo; Art. 7º Serão levados em consideração na aplicação das san-
f) obter vantagem ou benefício indevido, de modo fraudulen- ções:
to, de modificações ou prorrogações de contratos celebrados com I - a gravidade da infração;
a administração pública, sem autorização em lei, no ato convoca- II - a vantagem auferida ou pretendida pelo infrator;
tório da licitação pública ou nos respectivos instrumentos contra- III - a consumação ou não da infração;
tuais; ou IV - o grau de lesão ou perigo de lesão;
g) manipular ou fraudar o equilíbrio econômico-financeiro dos V - o efeito negativo produzido pela infração;
contratos celebrados com a administração pública; VI - a situação econômica do infrator;
V - dificultar atividade de investigação ou fiscalização de ór- VII - a cooperação da pessoa jurídica para a apuração das in-
gãos, entidades ou agentes públicos, ou intervir em sua atuação, frações;
inclusive no âmbito das agências reguladoras e dos órgãos de fisca- VIII - a existência de mecanismos e procedimentos internos de
lização do sistema financeiro nacional. integridade, auditoria e incentivo à denúncia de irregularidades e
§ 1º Considera-se administração pública estrangeira os órgãos a aplicação efetiva de códigos de ética e de conduta no âmbito da
e entidades estatais ou representações diplomáticas de país es- pessoa jurídica;
trangeiro, de qualquer nível ou esfera de governo, bem como as IX - o valor dos contratos mantidos pela pessoa jurídica com o
pessoas jurídicas controladas, direta ou indiretamente, pelo poder órgão ou entidade pública lesados; e
público de país estrangeiro. X - (VETADO).
§ 2º Para os efeitos desta Lei, equiparam-se à administração Parágrafo único. Os parâmetros de avaliação de mecanismos e
pública estrangeira as organizações públicas internacionais. procedimentos previstos no inciso VIII do caput serão estabelecidos
em regulamento do Poder Executivo federal.

133
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
CAPÍTULO IV Art. 15. A comissão designada para apuração da responsabili-
DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DE RESPONSABILIZAÇÃO dade de pessoa jurídica, após a conclusão do procedimento admi-
nistrativo, dará conhecimento ao Ministério Público de sua existên-
Art. 8º A instauração e o julgamento de processo administrati- cia, para apuração de eventuais delitos.
vo para apuração da responsabilidade de pessoa jurídica cabem à
autoridade máxima de cada órgão ou entidade dos Poderes Execu- CAPÍTULO V
tivo, Legislativo e Judiciário, que agirá de ofício ou mediante provo- DO ACORDO DE LENIÊNCIA
cação, observados o contraditório e a ampla defesa.
§ 1º A competência para a instauração e o julgamento do pro- Art. 16. A autoridade máxima de cada órgão ou entidade pú-
cesso administrativo de apuração de responsabilidade da pessoa blica poderá celebrar acordo de leniência com as pessoas jurídicas
jurídica poderá ser delegada, vedada a subdelegação. responsáveis pela prática dos atos previstos nesta Lei que colabo-
§ 2º No âmbito do Poder Executivo federal, a Controladoria- rem efetivamente com as investigações e o processo administrati-
-Geral da União - CGU terá competência concorrente para instau- vo, sendo que dessa colaboração resulte:
rar processos administrativos de responsabilização de pessoas ju- I - a identificação dos demais envolvidos na infração, quando
rídicas ou para avocar os processos instaurados com fundamento couber; e
nesta Lei, para exame de sua regularidade ou para corrigir-lhes o II - a obtenção célere de informações e documentos que com-
andamento. provem o ilícito sob apuração.
Art. 9º Competem à Controladoria-Geral da União - CGU a apu- § 1º O acordo de que trata o caput somente poderá ser cele-
ração, o processo e o julgamento dos atos ilícitos previstos nesta brado se preenchidos, cumulativamente, os seguintes requisitos:
Lei, praticados contra a administração pública estrangeira, obser- I - a pessoa jurídica seja a primeira a se manifestar sobre seu
vado o disposto no Artigo 4 da Convenção sobre o Combate da interesse em cooperar para a apuração do ato ilícito;
Corrupção de Funcionários Públicos Estrangeiros em Transações II - a pessoa jurídica cesse completamente seu envolvimento
Comerciais Internacionais, promulgada pelo Decreto nº 3.678, de na infração investigada a partir da data de propositura do acordo;
30 de novembro de 2000. III - a pessoa jurídica admita sua participação no ilícito e coo-
Art. 10. O processo administrativo para apuração da responsa- pere plena e permanentemente com as investigações e o processo
bilidade de pessoa jurídica será conduzido por comissão designada administrativo, comparecendo, sob suas expensas, sempre que so-
pela autoridade instauradora e composta por 2 (dois) ou mais ser- licitada, a todos os atos processuais, até seu encerramento.
vidores estáveis. 2º A celebração do acordo de leniência isentará a pessoa jurídi-
§ 1º O ente público, por meio do seu órgão de representação ca das sanções previstas no inciso II do art. 6º e no inciso IV do art.
judicial, ou equivalente, a pedido da comissão a que se refere o 19 e reduzirá em até 2/3 (dois terços) o valor da multa aplicável.
caput , poderá requerer as medidas judiciais necessárias para a in- § 3º O acordo de leniência não exime a pessoa jurídica da obri-
vestigação e o processamento das infrações, inclusive de busca e gação de reparar integralmente o dano causado.
apreensão. § 4º O acordo de leniência estipulará as condições necessárias
§ 2º A comissão poderá, cautelarmente, propor à autoridade para assegurar a efetividade da colaboração e o resultado útil do
instauradora que suspenda os efeitos do ato ou processo objeto da processo.
investigação. § 5º Os efeitos do acordo de leniência serão estendidos às pes-
§ 3º A comissão deverá concluir o processo no prazo de 180 soas jurídicas que integram o mesmo grupo econômico, de fato e
(cento e oitenta) dias contados da data da publicação do ato que a de direito, desde que firmem o acordo em conjunto, respeitadas as
instituir e, ao final, apresentar relatórios sobre os fatos apurados e condições nele estabelecidas.
eventual responsabilidade da pessoa jurídica, sugerindo de forma § 6º A proposta de acordo de leniência somente se tornará pú-
motivada as sanções a serem aplicadas. blica após a efetivação do respectivo acordo, salvo no interesse das
§ 4º O prazo previsto no § 3º poderá ser prorrogado, mediante investigações e do processo administrativo.
ato fundamentado da autoridade instauradora. § 7º Não importará em reconhecimento da prática do ato ilícito
Art. 11. No processo administrativo para apuração de respon- investigado a proposta de acordo de leniência rejeitada.
sabilidade, será concedido à pessoa jurídica prazo de 30 (trinta) § 8º Em caso de descumprimento do acordo de leniência, a
dias para defesa, contados a partir da intimação. pessoa jurídica ficará impedida de celebrar novo acordo pelo prazo
Art. 12. O processo administrativo, com o relatório da comis- de 3 (três) anos contados do conhecimento pela administração pú-
são, será remetido à autoridade instauradora, na forma do art. 10, blica do referido descumprimento.
para julgamento. § 9º A celebração do acordo de leniência interrompe o prazo
Art. 13. A instauração de processo administrativo específico de prescricional dos atos ilícitos previstos nesta Lei.
reparação integral do dano não prejudica a aplicação imediata das § 10. A Controladoria-Geral da União - CGU é o órgão compe-
sanções estabelecidas nesta Lei. tente para celebrar os acordos de leniência no âmbito do Poder
Parágrafo único. Concluído o processo e não havendo paga- Executivo federal, bem como no caso de atos lesivos praticados
mento, o crédito apurado será inscrito em dívida ativa da fazenda contra a administração pública estrangeira.
pública. Art. 17. A administração pública poderá também celebrar acor-
Art. 14. A personalidade jurídica poderá ser desconsiderada do de leniência com a pessoa jurídica responsável pela prática de
sempre que utilizada com abuso do direito para facilitar, encobrir ilícitos previstos na Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, com vistas
ou dissimular a prática dos atos ilícitos previstos nesta Lei ou para à isenção ou atenuação das sanções administrativas estabelecidas
provocar confusão patrimonial, sendo estendidos todos os efeitos em seus arts. 86 a 88.
das sanções aplicadas à pessoa jurídica aos seus administradores e
sócios com poderes de administração, observados o contraditório
e a ampla defesa.

134
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
CAPÍTULO VI I - razão social e número de inscrição da pessoa jurídica ou en-
DA RESPONSABILIZAÇÃO JUDICIAL tidade no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica - CNPJ;
II - tipo de sanção; e
Art. 18. Na esfera administrativa, a responsabilidade da pessoa III - data de aplicação e data final da vigência do efeito limita-
jurídica não afasta a possibilidade de sua responsabilização na es- dor ou impeditivo da sanção, quando for o caso.
fera judicial. § 3º As autoridades competentes, para celebrarem acordos
Art. 19. Em razão da prática de atos previstos no art. 5º des- de leniência previstos nesta Lei, também deverão prestar e man-
ta Lei, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, por ter atualizadas no Cnep, após a efetivação do respectivo acordo, as
meio das respectivas Advocacias Públicas ou órgãos de representa- informações acerca do acordo de leniência celebrado, salvo se esse
ção judicial, ou equivalentes, e o Ministério Público, poderão ajui- procedimento vier a causar prejuízo às investigações e ao processo
zar ação com vistas à aplicação das seguintes sanções às pessoas administrativo.
jurídicas infratoras: § 4º Caso a pessoa jurídica não cumpra os termos do acordo
I - perdimento dos bens, direitos ou valores que representem de leniência, além das informações previstas no § 3º , deverá ser
vantagem ou proveito direta ou indiretamente obtidos da infração, incluída no Cnep referência ao respectivo descumprimento.
ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé; § 5º Os registros das sanções e acordos de leniência serão ex-
II - suspensão ou interdição parcial de suas atividades; cluídos depois de decorrido o prazo previamente estabelecido no
III - dissolução compulsória da pessoa jurídica; ato sancionador ou do cumprimento integral do acordo de leniên-
IV - proibição de receber incentivos, subsídios, subvenções, cia e da reparação do eventual dano causado, mediante solicitação
doações ou empréstimos de órgãos ou entidades públicas e de ins- do órgão ou entidade sancionadora.
tituições financeiras públicas ou controladas pelo poder público, Art. 23. Os órgãos ou entidades dos Poderes Executivo, Legisla-
pelo prazo mínimo de 1 (um) e máximo de 5 (cinco) anos. tivo e Judiciário de todas as esferas de governo deverão informar e
§ 1º A dissolução compulsória da pessoa jurídica será determi- manter atualizados, para fins de publicidade, no Cadastro Nacional
nada quando comprovado: de Empresas Inidôneas e Suspensas - CEIS, de caráter público, ins-
I - ter sido a personalidade jurídica utilizada de forma habitual tituído no âmbito do Poder Executivo federal, os dados relativos às
para facilitar ou promover a prática de atos ilícitos; ou sanções por eles aplicadas, nos termos do disposto nos arts. 87 e 88
II - ter sido constituída para ocultar ou dissimular interesses da Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993.
ilícitos ou a identidade dos beneficiários dos atos praticados. Art. 24. A multa e o perdimento de bens, direitos ou valores
§ 2º (VETADO). aplicados com fundamento nesta Lei serão destinados preferencial-
§ 3º As sanções poderão ser aplicadas de forma isolada ou mente aos órgãos ou entidades públicas lesadas.
cumulativa. Art. 25. Prescrevem em 5 (cinco) anos as infrações previstas
§ 4º O Ministério Público ou a Advocacia Pública ou órgão de nesta Lei, contados da data da ciência da infração ou, no caso de
representação judicial, ou equivalente, do ente público poderá re- infração permanente ou continuada, do dia em que tiver cessado.
querer a indisponibilidade de bens, direitos ou valores necessários Parágrafo único. Na esfera administrativa ou judicial, a pres-
à garantia do pagamento da multa ou da reparação integral do crição será interrompida com a instauração de processo que tenha
dano causado, conforme previsto no art. 7º , ressalvado o direito por objeto a apuração da infração.
do terceiro de boa-fé. Art. 26. A pessoa jurídica será representada no processo admi-
Art. 20. Nas ações ajuizadas pelo Ministério Público, poderão nistrativo na forma do seu estatuto ou contrato social.
ser aplicadas as sanções previstas no art. 6º , sem prejuízo daque- § 1º As sociedades sem personalidade jurídica serão represen-
las previstas neste Capítulo, desde que constatada a omissão das tadas pela pessoa a quem couber a administração de seus bens.
autoridades competentes para promover a responsabilização ad- § 2º A pessoa jurídica estrangeira será representada pelo ge-
ministrativa. rente, representante ou administrador de sua filial, agência ou su-
Art. 21. Nas ações de responsabilização judicial, será adotado o cursal aberta ou instalada no Brasil.
rito previsto na Lei nº 7.347, de 24 de julho de 1985. Art. 27. A autoridade competente que, tendo conhecimento
Parágrafo único. A condenação torna certa a obrigação de re- das infrações previstas nesta Lei, não adotar providências para a
parar, integralmente, o dano causado pelo ilícito, cujo valor será apuração dos fatos será responsabilizada penal, civil e administrati-
apurado em posterior liquidação, se não constar expressamente da vamente nos termos da legislação específica aplicável.
sentença. Art. 28. Esta Lei aplica-se aos atos lesivos praticados por pessoa
jurídica brasileira contra a administração pública estrangeira, ainda
CAPÍTULO VII que cometidos no exterior.
DISPOSIÇÕES FINAIS Art. 29. O disposto nesta Lei não exclui as competências do
Conselho Administrativo de Defesa Econômica, do Ministério da
Art. 22. Fica criado no âmbito do Poder Executivo federal o Ca- Justiça e do Ministério da Fazenda para processar e julgar fato que
dastro Nacional de Empresas Punidas - CNEP, que reunirá e dará constitua infração à ordem econômica.
publicidade às sanções aplicadas pelos órgãos ou entidades dos Art. 30. A aplicação das sanções previstas nesta Lei não afeta
Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário de todas as esferas de os processos de responsabilização e aplicação de penalidades de-
governo com base nesta Lei. correntes de:
§ 1º Os órgãos e entidades referidos no caput deverão infor- I - ato de improbidade administrativa nos termos da Lei nº
mar e manter atualizados, no Cnep, os dados relativos às sanções 8.429, de 2 de junho de 1992 ; e
por eles aplicadas.
§ 2º O Cnep conterá, entre outras, as seguintes informações
acerca das sanções aplicadas:

135
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
II - atos ilícitos alcançados pela Lei nº 8.666, de 21 de junho de § 1º A investigação de que trata o inciso I do caput terá cará-
1993, ou outras normas de licitações e contratos da administração ter sigiloso e não punitivo e será destinada à apuração de indícios
pública, inclusive no tocante ao Regime Diferenciado de Contrata- de autoria e materialidade de atos lesivos à administração pública
ções Públicas - RDC instituído pela Lei nº 12.462, de 4 de agosto de federal.
2011. § 2º A investigação preliminar será conduzida diretamente
Art. 31. Esta Lei entra em vigor 180 (cento e oitenta) dias após pela corregedoria da entidade ou unidade competente, na forma
a data de sua publicação. estabelecida em regulamento, ou por comissão composta por dois
ou mais membros, designados entre servidores efetivos ou empre-
gados públicos.
DECRETO Nº 8.420/2015 E SUAS ALTERAÇÕES
§ 3º Na investigação preliminar, serão praticados os atos ne-
cessários à elucidação dos fatos sob apuração, compreendidas to-
Prezado Candidato o Decreto 8.420/2015 foi revogado pelo de- das as diligências admitidas em lei, notadamente:
creto 11.129/2022 conforme segue: I - proposição à autoridade instauradora da suspensão cautelar
dos efeitos do ato ou do processo objeto da investigação;
DECRETO Nº 11.129, DE 11 DE JULHO DE 2022 II - solicitação de atuação de especialistas com conhecimentos
técnicos ou operacionais, de órgãos e entidades públicos ou de ou-
Regulamenta a Lei nº 12.846, de 1º de agosto de 2013, que tras organizações, para auxiliar na análise da matéria sob exame;
dispõe sobre a responsabilização administrativa e civil de pessoas III - solicitação de informações bancárias sobre movimentação
jurídicas pela prática de atos contra a administração pública, na- de recursos públicos, ainda que sigilosas, nesta hipótese, em sede
cional ou estrangeira. de compartilhamento do sigilo com órgãos de controle;
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe IV - requisição, por meio da autoridade competente, do com-
confere o art. 84, caput, inciso IV, da Constituição, e tendo em vista partilhamento de informações tributárias da pessoa jurídica inves-
o disposto na Lei nº 12.846, de 1º de agosto de 2013, tigada, conforme previsto no inciso II do § 1º do art. 198 da Lei nº
DECRETA: 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional;
V - solicitação, ao órgão de representação judicial ou equiva-
CAPÍTULO I lente dos órgãos ou das entidades lesadas, das medidas judiciais
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES necessárias para a investigação e para o processamento dos atos
lesivos, inclusive de busca e apreensão, no Brasil ou no exterior; ou
Art. 1º Este Decreto regulamenta a responsabilização objetiva VI - solicitação de documentos ou informações a pessoas físicas
administrativa e civil de pessoas jurídicas pela prática de atos contra ou jurídicas, de direito público ou privado, nacionais ou estrangei-
a administração pública, nacional ou estrangeira, de que trata a Lei ras, ou a organizações públicas internacionais.
nº 12.846, de 1º de agosto de 2013. § 4º O prazo para a conclusão da investigação preliminar não
§ 1º A Lei nº 12.846, de 2013, aplica-se aos atos lesivos prati- excederá cento e oitenta dias, admitida a prorrogação, mediante
cados: ato da autoridade a que se refere o caput.
I - por pessoa jurídica brasileira contra administração pública § 5º Ao final da investigação preliminar, serão enviadas à auto-
estrangeira, ainda que cometidos no exterior; ridade competente as peças de informação obtidas, acompanhadas
II - no todo ou em parte no território nacional ou que nele pro- de relatório conclusivo acerca da existência de indícios de autoria e
duzam ou possam produzir efeitos; ou materialidade de atos lesivos à administração pública federal, para
III - no exterior, quando praticados contra a administração pú- decisão sobre a instauração do PAR.
blica nacional.
§ 2º São passíveis de responsabilização nos termos do disposto SEÇÃO II
na Lei nº 12.846, de 2013, as pessoas jurídicas que tenham sede, DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DE RESPONSABILIZAÇÃO
filial ou representação no território brasileiro, constituídas de fato
ou de direito. Art. 4º A competência para a instauração e para o julgamento
Art. 2º A apuração da responsabilidade administrativa de pes- do PAR é da autoridade máxima da entidade em face da qual foi
soa jurídica, decorrente do exercício do poder sancionador da ad- praticado o ato lesivo ou, em caso de órgão da administração públi-
ministração pública, será efetuada por meio de Processo Adminis- ca federal direta, do respectivo Ministro de Estado.
trativo de Responsabilização - PAR ou de acordo de leniência. Parágrafo único. A competência de que trata o caput será exer-
cida de ofício ou mediante provocação e poderá ser delegada, ve-
CAPÍTULO II dada a subdelegação.
DA RESPONSABILIZAÇÃO ADMINISTRATIVA Art. 5º No ato de instauração do PAR, a autoridade designará
comissão, composta por dois ou mais servidores estáveis.
SEÇÃO I § 1º Em entidades da administração pública federal cujos qua-
DA INVESTIGAÇÃO PRELIMINAR dros funcionais não sejam formados por servidores estatutários, a
comissão a que se refere o caput será composta por dois ou mais
Art. 3º O titular da corregedoria da entidade ou da unidade empregados permanentes, preferencialmente com, no mínimo,
competente, ao tomar ciência da possível ocorrência de ato lesivo à três anos de tempo de serviço na entidade.
administração pública federal, em sede de juízo de admissibilidade § 2º A comissão a que se refere o caput exercerá suas ativida-
e mediante despacho fundamentado, decidirá: des com imparcialidade e observará a legislação, os regulamentos e
I - pela abertura de investigação preliminar; as orientações técnicas vigentes.
II - pela recomendação de instauração de PAR; ou
III - pela recomendação de arquivamento da matéria.

136
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
§ 3º Será assegurado o sigilo do PAR, sempre que necessário I - intimar a pessoa jurídica para se manifestar, no prazo de dez
à elucidação do fato ou quando exigido pelo interesse da adminis- dias, sobre as novas provas juntadas aos autos, caso tais provas não
tração pública, garantido à pessoa jurídica processada o direito à justifiquem a alteração da nota de indiciação; ou
ampla defesa e ao contraditório. II - lavrar nova indiciação ou indiciação complementar, caso as
§ 4º O prazo para a conclusão dos trabalhos da comissão de novas provas juntadas aos autos justifiquem alterações na nota de
PAR não excederá cento e oitenta dias, admitida a prorrogação, me- indiciação inicial, devendo ser observado o disposto no caput do
diante solicitação justificada do presidente da comissão à autorida- art. 6º.
de instauradora, que decidirá de maneira fundamentada. § 2º Caso a pessoa jurídica apresente em sua defesa informa-
Art. 6º Instaurado o PAR, a comissão avaliará os fatos e as cir- ções e documentos referentes à existência e ao funcionamento de
cunstâncias conhecidas e indiciará e intimará a pessoa jurídica pro- programa de integridade, a comissão processante deverá examiná-
cessada para, no prazo de trinta dias, apresentar defesa escrita e -lo segundo os parâmetros indicados no Capítulo V, para a dosime-
especificar eventuais provas que pretenda produzir. tria das sanções a serem aplicadas.
§ 1º A intimação prevista no caput: Art. 9º A pessoa jurídica poderá acompanhar o PAR por meio
I - facultará expressamente à pessoa jurídica a possibilidade de de seus representantes legais ou procuradores, sendo-lhes assegu-
apresentar informações e provas que subsidiem a análise da comis- rado amplo acesso aos autos.
são de PAR no que se refere aos elementos que atenuam o valor da Parágrafo único. É vedada a retirada de autos físicos da repar-
multa, previstos no art. 23; e tição pública, sendo autorizada a obtenção de cópias, preferencial-
II - solicitará a apresentação de informações e documentos, mente em meio digital, mediante requerimento.
nos termos estabelecidos pela Controladoria-Geral da União, que Art. 10. A comissão, para o devido e regular exercício de suas
permitam a análise do programa de integridade da pessoa jurídica. funções, poderá praticar os atos necessários à elucidação dos fatos
§ 2º O ato de indiciação conterá, no mínimo: sob apuração, compreendidos todos os meios probatórios admiti-
I - a descrição clara e objetiva do ato lesivo imputado à pessoa dos em lei, inclusive os previstos no § 3º do art. 3º.
jurídica, com a descrição das circunstâncias relevantes; Art. 11. Concluídos os trabalhos de apuração e análise, a co-
II - o apontamento das provas que sustentam o entendimento missão elaborará relatório a respeito dos fatos apurados e da even-
da comissão pela ocorrência do ato lesivo imputado; e tual responsabilidade administrativa da pessoa jurídica, no qual su-
III - o enquadramento legal do ato lesivo imputado à pessoa gerirá, de forma motivada:
jurídica processada. I - as sanções a serem aplicadas, com a respectiva indicação da
§ 3º Caso a intimação prevista no caput não tenha êxito, será dosimetria, ou o arquivamento do processo;
feita nova intimação por meio de edital publicado na imprensa ofi- II - o encaminhamento do relatório final à autoridade compe-
cial e no sítio eletrônico do órgão ou da entidade pública respon- tente para instrução de processo administrativo específico para
sável pela condução do PAR, hipótese em que o prazo para apre- reparação de danos, quando houver indícios de que do ato lesivo
sentação de defesa escrita será contado a partir da última data de tenha resultado dano ao erário;
publicação do edital. III - o encaminhamento do relatório final à Advocacia-Geral da
§ 4º Caso a pessoa jurídica processada não apresente sua de- União, para ajuizamento da ação de que trata o art. 19 da Lei nº
fesa escrita no prazo estabelecido no caput, contra ela correrão os 12.846, de 2013, com sugestão, de acordo com o caso concreto,
demais prazos, independentemente de notificação ou intimação, da aplicação das sanções previstas naquele artigo, como retribuição
podendo intervir em qualquer fase do processo, sem direito à repe- complementar às do PAR ou para a prevenção de novos ilícitos;
tição de qualquer ato processual já praticado. IV - o encaminhamento do processo ao Ministério Público, nos
Art. 7º As intimações serão feitas por qualquer meio físico ou termos do disposto no art. 15 da Lei nº 12.846, de 2013; e
eletrônico que assegure a certeza de ciência da pessoa jurídica pro- V - as condições necessárias para a concessão da reabilitação,
cessada. quando cabível.
§ 1º Os prazos começam a correr a partir da data da cientifica- Art. 12. Concluído o relatório final, a comissão lavrará ata de
ção oficial, excluindo-se da contagem o dia do começo e incluindo- encerramento dos seus trabalhos, que formalizará sua desconsti-
-se o dia do vencimento, observado o disposto no Capítulo XVI da tuição, e encaminhará o PAR à autoridade instauradora, que deter-
Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999. minará a intimação da pessoa jurídica processada do relatório final
§ 2º Na hipótese prevista no § 4º do art. 6º, dispensam-se as para, querendo, manifestar-se no prazo máximo de dez dias.
demais intimações processuais, até que a pessoa jurídica interessa- Parágrafo único. Transcorrido o prazo previsto no caput, a au-
da se manifeste nos autos. toridade instauradora determinará à corregedoria da entidade ou à
§ 3º A pessoa jurídica estrangeira poderá ser notificada e in- unidade competente que analise a regularidade e o mérito do PAR.
timada de todos os atos processuais, independentemente de pro- Art. 13. Após a análise de regularidade e mérito, o PAR será
curação ou de disposição contratual ou estatutária, na pessoa do encaminhado à autoridade competente para julgamento, o qual
gerente, representante ou administrador de sua filial, agência, su- será precedido de manifestação jurídica, elaborada pelo órgão de
cursal, estabelecimento ou escritório instalado no Brasil. assistência jurídica competente.
Art. 8º Recebida a defesa escrita, a comissão avaliará a perti- Parágrafo único. Na hipótese de decisão contrária ao relatório
nência de produzir as provas eventualmente requeridas pela pes- da comissão, esta deverá ser fundamentada com base nas provas
soa jurídica processada, podendo indeferir de forma motivada os produzidas no PAR.
pedidos de produção de provas que sejam ilícitas, impertinentes, Art. 14. A decisão administrativa proferida pela autoridade jul-
desnecessárias, protelatórias ou intempestivas. gadora ao final do PAR será publicada no Diário Oficial da União e no
§ 1º Caso sejam produzidas provas após a nota de indiciação, sítio eletrônico do órgão ou da entidade pública responsável pelo
a comissão poderá: julgamento do PAR.

137
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Art. 15. Da decisão administrativa sancionadora cabe pedido e necessários à apuração ou à comprovação dos fatos, sem prejuízo
de reconsideração com efeito suspensivo, no prazo de dez dias, con- do envio de documentação complementar, na hipótese de novas
tado da data de publicação da decisão. provas ou informações relevantes, sob pena de responsabilização.
§ 1º A pessoa jurídica contra a qual foram impostas sanções no
PAR e que não apresentar pedido de reconsideração deverá cumpri- CAPÍTULO III
-las no prazo de trinta dias, contado do fim do prazo para interposi- DAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS E DOS ENCAMINHAMEN-
ção do pedido de reconsideração. TOS JUDICIAIS
§ 2º A autoridade julgadora terá o prazo de trinta dias para
decidir sobre a matéria alegada no pedido de reconsideração e pu- SEÇÃO I
blicar nova decisão. DISPOSIÇÕES GERAIS
§ 3º Mantida a decisão administrativa sancionadora, será con-
cedido à pessoa jurídica novo prazo de trinta dias para o cumpri- Art. 19. As pessoas jurídicas estão sujeitas às seguintes san-
mento das sanções que lhe foram impostas, contado da data de ções administrativas, nos termos do disposto no art. 6º da Lei nº
publicação da nova decisão. 12.846, de 2013:
Art. 16. Os atos previstos como infrações administrativas à Lei I - multa; e
nº 14.133, de 1º de abril de 2021, ou a outras normas de licitações II - publicação extraordinária da decisão administrativa sancio-
e contratos da administração pública que também sejam tipifica- nadora.
dos como atos lesivos na Lei nº 12.846, de 2013, serão apurados Parágrafo único. Caso os atos lesivos apurados envolvam infra-
e julgados conjuntamente, nos mesmos autos, aplicando-se o rito ções administrativas à Lei nº 14.133, de 2021, ou a outras normas
procedimental previsto neste Capítulo. de licitações e contratos da administração pública e tenha ocorrido
§ 1º Concluída a apuração de que trata o caput e havendo au- a apuração conjunta prevista no art. 16, a pessoa jurídica também
toridades distintas competentes para o julgamento, o processo será estará sujeita a sanções administrativas que tenham como efeito a
encaminhado primeiramente àquela de nível mais elevado, para restrição ao direito de participar em licitações ou de celebrar con-
que julgue no âmbito de sua competência, tendo precedência o jul- tratos com a administração pública, a serem aplicadas no PAR.
gamento pelo Ministro de Estado competente.
§ 2º Para fins do disposto no caput, o chefe da unidade res- SEÇÃO II
ponsável no órgão ou na entidade pela gestão de licitações e con- DA MULTA
tratos deve comunicar à autoridade a que se refere o caput do art.
3º eventuais fatos que configurem atos lesivos previstos no art. 5º Art. 20. A multa prevista no inciso I do caput do art. 6º da Lei
da Lei nº 12.846, de 2013. nº 12.846, de 2013, terá como base de cálculo o faturamento bruto
Art. 17. A Controladoria-Geral da União possui, no âmbito do da pessoa jurídica no último exercício anterior ao da instauração do
Poder Executivo federal, competência: PAR, excluídos os tributos.
I - concorrente para instaurar e julgar PAR; e § 1º Os valores que constituirão a base de cálculo de que trata
II - exclusiva para avocar os processos instaurados para exame o caput poderão ser apurados, entre outras formas, por meio de:
de sua regularidade ou para lhes corrigir o andamento, inclusive I - compartilhamento de informações tributárias, na forma do
promovendo a aplicação da penalidade administrativa cabível. disposto no inciso II do § 1º do art. 198 da Lei nº 5.172, de 1966 -
§ 1º A Controladoria-Geral da União poderá exercer, a qual- Código Tributário Nacional;
quer tempo, a competência prevista no caput, se presentes quais- II - registros contábeis produzidos ou publicados pela pessoa
quer das seguintes circunstâncias: jurídica acusada, no Brasil ou no exterior;
I - caracterização de omissão da autoridade originariamente III - estimativa, levando em consideração quaisquer informa-
competente; ções sobre a sua situação econômica ou o estado de seus negócios,
II - inexistência de condições objetivas para sua realização no tais como patrimônio, capital social, número de empregados, con-
órgão ou na entidade de origem; tratos, entre outras; e
III - complexidade, repercussão e relevância da matéria; IV - identificação do montante total de recursos recebidos pela
IV - valor dos contratos mantidos pela pessoa jurídica com o pessoa jurídica sem fins lucrativos no ano anterior ao da instaura-
órgão ou com a entidade atingida; ou ção do PAR, excluídos os tributos incidentes sobre vendas.
V - apuração que envolva atos e fatos relacionados com mais de § 2º Os fatores previstos nos art. 22 e art. 23 deste Decreto se-
um órgão ou entidade da administração pública federal. rão avaliados em conjunto para os atos lesivos apurados no mesmo
§ 2º Ficam os órgãos e as entidades da administração pública PAR, devendo-se considerar, para o cálculo da multa, a consolidação
obrigados a encaminhar à Controladoria-Geral da União todos os dos faturamentos brutos de todas as pessoas jurídicas pertencentes
documentos e informações que lhes forem solicitados, incluídos os de fato ou de direito ao mesmo grupo econômico que tenham pra-
autos originais dos processos que eventualmente estejam em cur- ticado os ilícitos previstos no art. 5º da Lei nº 12.846, de 2013, ou
so. concorrido para a sua prática.
Art. 18. Compete à Controladoria-Geral da União instaurar, Art. 21. Caso a pessoa jurídica comprovadamente não tenha
apurar e julgar PAR pela prática de atos lesivos a administração pú- tido faturamento no último exercício anterior ao da instauração do
blica estrangeira, o qual seguirá, no que couber, o rito procedimen- PAR, deve-se considerar como base de cálculo da multa o valor do
tal previsto neste Capítulo. último faturamento bruto apurado pela pessoa jurídica, excluídos
Parágrafo único. Os órgãos e as entidades da administração os tributos incidentes sobre vendas, que terá seu valor atualizado
pública federal direta e indireta deverão comunicar à Controlado- até o último dia do exercício anterior ao da instauração do PAR.
ria-Geral da União os indícios da ocorrência de atos lesivos a ad-
ministração pública estrangeira, identificados no exercício de suas
atribuições, juntando à comunicação os documentos já disponíveis

138
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Parágrafo único. Na hipótese prevista no caput, o valor da mul- I - na hipótese prevista na alínea “a” do inciso II do caput, quan-
ta será estipulado observando-se o intervalo de R$ 6.000,00 (seis do ocorrer a devolução integral dos valores ali referidos;
mil reais) a R$ 60.000.000,00 (sessenta milhões de reais) e o limite II - na hipótese prevista no inciso IV do caput, quando a admis-
mínimo da vantagem auferida, quando for possível sua estimação. são ocorrer antes da instauração do PAR; e
Art. 22. O cálculo da multa se inicia com a soma dos valores III - na hipótese prevista no inciso V do caput, quando o plano
correspondentes aos seguintes percentuais da base de cálculo: de integridade for anterior à prática do ato lesivo.
I - até quatro por cento, havendo concurso dos atos lesivos; Art. 24. A existência e quantificação dos fatores previstos nos
II - até três por cento para tolerância ou ciência de pessoas do art. 22 e art. 23 deverá ser apurada no PAR e evidenciada no relató-
corpo diretivo ou gerencial da pessoa jurídica; rio final da comissão, o qual também conterá a estimativa, sempre
III - até quatro por cento no caso de interrupção no forneci- que possível, dos valores da vantagem auferida e da pretendida.
mento de serviço público, na execução de obra contratada ou na Art. 25. Em qualquer hipótese, o valor final da multa terá como
entrega de bens ou serviços essenciais à prestação de serviços pú- limite:
blicos ou no caso de descumprimento de requisitos regulatórios; I - mínimo, o maior valor entre o da vantagem auferida, quando
IV - um por cento para a situação econômica do infrator que for possível sua estimativa, e:
apresente índices de solvência geral e de liquidez geral superiores a) um décimo por cento da base de cálculo; ou
a um e lucro líquido no último exercício anterior ao da instauração b) R$ 6.000,00 (seis mil reais), na hipótese prevista no art. 21; e
do PAR; II - máximo, o menor valor entre:
V - três por cento no caso de reincidência, assim definida a a) três vezes o valor da vantagem pretendida ou auferida, o que
ocorrência de nova infração, idêntica ou não à anterior, tipificada for maior entre os dois valores;
como ato lesivo pelo art. 5º da Lei nº 12.846, de 2013, em menos b) vinte por cento do faturamento bruto do último exercício
de cinco anos, contados da publicação do julgamento da infração anterior ao da instauração do PAR, excluídos os tributos incidentes
anterior; e sobre vendas; ou
VI - no caso de contratos, convênios, acordos, ajustes e outros c) R$ 60.000.000,00 (sessenta milhões de reais), na hipótese
instrumentos congêneres mantidos ou pretendidos com o órgão ou prevista no art. 21, desde que não seja possível estimar o valor da
com as entidades lesadas, nos anos da prática do ato lesivo, serão vantagem auferida.
considerados os seguintes percentuais: § 1º O limite máximo não será observado, caso o valor resul-
a) um por cento, no caso de o somatório dos instrumentos to- tante do cálculo desse parâmetro seja inferior ao resultado calcula-
talizar valor superior a R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais); do para o limite mínimo.
b) dois por cento, no caso de o somatório dos instrumentos § 2º Na ausência de todos os fatores previstos nos art. 22 e art.
totalizar valor superior a R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos 23 ou quando o resultado das operações de soma e subtração for
mil reais); igual ou menor que zero, o valor da multa corresponderá ao limite
c) três por cento, no caso de o somatório dos instrumentos to- mínimo estabelecido no caput.
talizar valor superior a R$ 10.000.000,00 (dez milhões de reais); Art. 26. O valor da vantagem auferida ou pretendida corres-
d) quatro por cento, no caso de o somatório dos instrumentos ponde ao equivalente monetário do produto do ilícito, assim enten-
totalizar valor superior a R$ 50.000.000,00 (cinquenta milhões de dido como os ganhos ou os proveitos obtidos ou pretendidos pela
reais); ou pessoa jurídica em decorrência direta ou indireta da prática do ato
e) cinco por cento, no caso de o somatório dos instrumentos lesivo.
totalizar valor superior a R$ 250.000.000,00 (duzentos e cinquenta § 1º O valor da vantagem auferida ou pretendida poderá ser
milhões de reais). estimado mediante a aplicação, conforme o caso, das seguintes me-
Parágrafo único. No caso de acordo de leniência, o prazo cons- todologias:
tante do inciso V do caput será contado a partir da data de celebra- I - pelo valor total da receita auferida em contrato administrati-
ção até cinco anos após a declaração de seu cumprimento. vo e seus aditivos, deduzidos os custos lícitos que a pessoa jurídica
Art. 23. Do resultado da soma dos fatores previstos no art. 22 comprove serem efetivamente atribuíveis ao objeto contratado, na
serão subtraídos os valores correspondentes aos seguintes percen- hipótese de atos lesivos praticados para fins de obtenção e execu-
tuais da base de cálculo: ção dos respectivos contratos;
I - até meio por cento no caso de não consumação da infração; II - pelo valor total de despesas ou custos evitados, inclusive
II - até um por cento no caso de: os de natureza tributária ou regulatória, e que seriam imputáveis à
a) comprovação da devolução espontânea pela pessoa jurídica pessoa jurídica caso não houvesse sido praticado o ato lesivo pela
da vantagem auferida e do ressarcimento dos danos resultantes do pessoa jurídica infratora; ou
ato lesivo; ou III - pelo valor do lucro adicional auferido pela pessoa jurídica
b) inexistência ou falta de comprovação de vantagem auferida decorrente de ação ou omissão na prática de ato do Poder Público
e de danos resultantes do ato lesivo; que não ocorreria sem a prática do ato lesivo pela pessoa jurídica
III - até um e meio por cento para o grau de colaboração da infratora.
pessoa jurídica com a investigação ou a apuração do ato lesivo, in- § 2º Os valores correspondentes às vantagens indevidas pro-
dependentemente do acordo de leniência; metidas ou pagas a agente público ou a terceiros a ele relacionados
IV - até dois por cento no caso de admissão voluntária pela pes- não poderão ser deduzidos do cálculo estimativo de que trata o §
soa jurídica da responsabilidade objetiva pelo ato lesivo; e 1º.
V - até cinco por cento no caso de comprovação de a pessoa Art. 27. Com a assinatura do acordo de leniência, a multa apli-
jurídica possuir e aplicar um programa de integridade, conforme os cável será reduzida conforme a fração nele pactuada, observado o
parâmetros estabelecidos no Capítulo V. limite previsto no § 2º do art. 16 da Lei nº 12.846, de 2013.
Parágrafo único. Somente poderão ser atribuídos os percentu- § 1º O valor da multa prevista no caput poderá ser inferior ao
ais máximos, quando observadas as seguintes condições: limite mínimo previsto no art. 6º da Lei nº 12.846, de 2013.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
§ 2º No caso de a autoridade signatária declarar o descumpri- Art. 31. No âmbito da administração pública federal direta, in-
mento do acordo de leniência por falta imputável à pessoa jurídica clusive nas hipóteses de que tratam os art. 17 e art. 18, a atuação
colaboradora, o valor integral encontrado antes da redução de que judicial será exercida pela Procuradoria-Geral da União, observadas
trata o caput será cobrado na forma do disposto na Seção IV, des- as atribuições da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional para ins-
contando-se as frações da multa eventualmente já pagas. crição e cobrança de créditos da União inscritos em Dívida Ativa.
Parágrafo único. No âmbito das autarquias e das fundações
SEÇÃO III públicas federais, a atuação judicial será exercida pela Procurado-
DA PUBLICAÇÃO EXTRAORDINÁRIA DA DECISÃO ADMINIS- ria-Geral Federal, inclusive no que se refere à cobrança da multa
TRATIVA SANCIONADORA administrativa aplicada no PAR, respeitadas as competências da
Procuradoria-Geral do Banco Central.
Art. 28. A pessoa jurídica sancionada administrativamente pela
prática de atos lesivos contra a administração pública, nos termos CAPÍTULO IV
da Lei nº 12.846, de 2013, publicará a decisão administrativa san- DO ACORDO DE LENIÊNCIA
cionadora na forma de extrato de sentença, cumulativamente:
I - em meio de comunicação de grande circulação, física ou ele- Art. 32. O acordo de leniência é ato administrativo negocial
trônica, na área da prática da infração e de atuação da pessoa jurídi- decorrente do exercício do poder sancionador do Estado, que visa
ca ou, na sua falta, em publicação de circulação nacional; à responsabilização de pessoas jurídicas pela prática de atos lesivos
II - em edital afixado no próprio estabelecimento ou no local contra a administração pública nacional ou estrangeira.
de exercício da atividade, em localidade que permita a visibilidade Parágrafo único. O acordo de leniência buscará, nos termos
pelo público, pelo prazo mínimo de trinta dias; e da lei:
III - em seu sítio eletrônico, pelo prazo mínimo de trinta dias e I - o incremento da capacidade investigativa da administração
em destaque na página principal do referido sítio. pública;
Parágrafo único. A publicação a que se refere o caput será feita II - a potencialização da capacidade estatal de recuperação de
a expensas da pessoa jurídica sancionada. ativos; e
III - o fomento da cultura de integridade no setor privado.
SEÇÃO IV Art. 33. O acordo de leniência será celebrado com as pessoas
DA COBRANÇA DA MULTA APLICADA jurídicas responsáveis pela prática dos atos lesivos previstos na Lei
nº 12.846, de 2013, e dos ilícitos administrativos previstos na Lei nº
Art. 29. A multa aplicada será integralmente recolhida pela 14.133, de 2021, e em outras normas de licitações e contratos, com
pessoa jurídica sancionada no prazo de trinta dias, observado o dis- vistas à isenção ou à atenuação das respectivas sanções, desde que
posto no art. 15. colaborem efetivamente com as investigações e o PAR, devendo re-
§ 1º Feito o recolhimento, a pessoa jurídica sancionada apre- sultar dessa colaboração:
sentará ao órgão ou à entidade que aplicou a sanção documento I - a identificação dos demais envolvidos nos ilícitos, quando
que ateste o pagamento integral do valor da multa imposta. couber; e
§ 2º Decorrido o prazo previsto no caput sem que a multa te- II - a obtenção célere de informações e documentos que com-
nha sido recolhida ou não tendo ocorrido a comprovação de seu pa- provem a infração sob apuração.
gamento integral, o órgão ou a entidade que a aplicou encaminhará Art. 34. Compete à Controladoria-Geral da União celebrar
o débito para inscrição em Dívida Ativa da União ou das autarquias acordos de leniência no âmbito do Poder Executivo federal e nos
e fundações públicas federais. casos de atos lesivos contra a administração pública estrangeira.
§ 3º Caso a entidade que aplicou a multa não possua Dívida Art. 35. Ato conjunto do Ministro de Estado da Controladoria-
Ativa, o valor será cobrado independentemente de prévia inscrição. -Geral da União e do Advogado-Geral da União:
§ 4º A multa aplicada pela Controladoria-Geral da União em I - disciplinará a participação de membros da Advocacia-Geral
acordos de leniência ou nas hipóteses previstas nos art.17 e art. 18 da União nos processos de negociação e de acompanhamento do
será destinada à União e recolhida à conta única do Tesouro Nacio- cumprimento dos acordos de leniência; e
nal. II - disporá sobre a celebração de acordos de leniência pelo Mi-
§ 5º Os acordos de leniência poderão pactuar prazo distinto do nistro de Estado da Controladoria-Geral da União conjuntamente
previsto no caput para recolhimento da multa aplicada ou de qual- com o Advogado-Geral da União.
quer outra obrigação financeira imputada à pessoa jurídica. Parágrafo único. A participação da Advocacia-Geral da União
nos acordos de leniência, consideradas as condições neles estabe-
SEÇÃO V lecidas e observados os termos da Lei Complementar nº 73, de 10
DOS ENCAMINHAMENTOS JUDICIAIS de fevereiro de 1993, e da Lei nº 13.140, de 26 de junho de 2015,
poderá ensejar a resolução consensual das penalidades previstas
Art. 30. As medidas judiciais, no Brasil ou no exterior, como a no art. 19 da Lei nº 12.846, de 2013.
cobrança da multa administrativa aplicada no PAR, a promoção da Art. 36. A Controladoria-Geral da União poderá aceitar delega-
publicação extraordinária, a persecução das sanções previstas no ção para negociar, celebrar e monitorar o cumprimento de acordos
caput do art. 19 da Lei nº 12.846, de 2013 , a reparação integral dos de leniência relativos a atos lesivos contra outros Poderes e entes
danos e prejuízos, além de eventual atuação judicial para a finali- federativos.
dade de instrução ou garantia do processo judicial ou preservação Art. 37. A pessoa jurídica que pretenda celebrar acordo de le-
do acordo de leniência, serão solicitadas ao órgão de representação niência deverá:
judicial ou equivalente dos órgãos ou das entidades lesadas. I - ser a primeira a manifestar interesse em cooperar para a
apuração de ato lesivo específico, quando tal circunstância for re-
levante;

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
II - ter cessado completamente seu envolvimento no ato lesivo § 2º O memorando de entendimentos poderá ser resilido a
a partir da data da propositura do acordo; qualquer momento, a pedido da pessoa jurídica proponente ou a
III - admitir sua responsabilidade objetiva quanto aos atos le- critério da administração pública federal.
sivos; § 3º A assinatura do memorando de entendimentos:
IV - cooperar plena e permanentemente com as investigações e I - interrompe a prescrição; e
o processo administrativo e comparecer, sob suas expensas e sem- II - suspende a prescrição pelo prazo da negociação, limitado,
pre que solicitada, aos atos processuais, até o seu encerramento; em qualquer hipótese, a trezentos e sessenta dias.
V - fornecer informações, documentos e elementos que com- Art. 40. A critério da Controladoria-Geral da União, o PAR ins-
provem o ato ilícito; taurado em face de pessoa jurídica que esteja negociando a cele-
VI - reparar integralmente a parcela incontroversa do dano cau- bração de acordo de leniência poderá ser suspenso.
sado; e Parágrafo único. A suspensão ocorrerá sem prejuízo:
VII - perder, em favor do ente lesado ou da União, conforme o I - da continuidade de medidas investigativas necessárias para
caso, os valores correspondentes ao acréscimo patrimonial indevi- o esclarecimento dos fatos; e
do ou ao enriquecimento ilícito direta ou indiretamente obtido da II - da adoção de medidas processuais cautelares e assecurató-
infração, nos termos e nos montantes definidos na negociação. rias indispensáveis para se evitar perecimento de direito ou garantir
§ 1º Os requisitos de que tratam os incisos III e IV do caput se- a instrução processual.
rão avaliados em face da boa-fé da pessoa jurídica proponente em Art. 41. A Controladoria-Geral da União poderá avocar os autos
reportar à administração a descrição e a comprovação da integrali- de processos administrativos em curso em outros órgãos ou enti-
dade dos atos ilícitos de que tenha ou venha a ter ciência, desde o dades da administração pública federal relacionados com os fatos
momento da propositura do acordo até o seu total cumprimento. objeto do acordo em negociação.
§ 2º A parcela incontroversa do dano de que trata o inciso VI Art. 42. A negociação a respeito da proposta do acordo de leni-
do caput corresponde aos valores dos danos admitidos pela pessoa ência deverá ser concluída no prazo de cento e oitenta dias, conta-
jurídica ou àqueles decorrentes de decisão definitiva no âmbito do do da data da assinatura do memorando de entendimentos.
devido processo administrativo ou judicial. Parágrafo único. O prazo de que trata o caput poderá ser pror-
§ 3º Nas hipóteses em que de determinado ato ilícito decor- rogado, caso presentes circunstâncias que o exijam.
ra, simultaneamente, dano ao ente lesado e acréscimo patrimonial Art. 43. A desistência da proposta de acordo de leniência ou a
indevido à pessoa jurídica responsável pela prática do ato, e haja sua rejeição não importará em reconhecimento da prática do ato
identidade entre ambos, os valores a eles correspondentes serão: lesivo.
I - computados uma única vez para fins de quantificação do va- § 1º Não se fará divulgação da desistência ou da rejeição da
lor a ser adimplido a partir do acordo de leniência; e proposta do acordo de leniência, ressalvado o disposto no § 4º do
II - classificados como ressarcimento de danos para fins contá- art. 38.
beis, orçamentários e de sua destinação para o ente lesado. § 2º Na hipótese prevista no caput, a administração pública
Art. 38. A proposta de celebração de acordo de leniência deve- federal não poderá utilizar os documentos recebidos durante o pro-
rá ser feita de forma escrita, oportunidade em que a pessoa jurídica cesso de negociação de acordo de leniência.
proponente declarará expressamente que foi orientada a respeito § 3º O disposto no § 2º não impedirá a apuração dos fatos re-
de seus direitos, garantias e deveres legais e de que o não atendi- lacionados com a proposta de acordo de leniência, quando decorrer
mento às determinações e às solicitações durante a etapa de nego- de indícios ou provas autônomas que sejam obtidos ou levados ao
ciação importará a desistência da proposta. conhecimento da autoridade por qualquer outro meio.
§ 1º A proposta deverá ser apresentada pelos representantes Art. 44. O acordo de leniência estipulará as condições para as-
da pessoa jurídica, na forma de seu estatuto ou contrato social, ou segurar a efetividade da colaboração e o resultado útil do processo
por meio de procurador com poderes específicos para tal ato, ob- e conterá as cláusulas e obrigações que, diante das circunstâncias
servado o disposto no art. 26 da Lei nº 12.846, de 2013. do caso concreto, reputem-se necessárias.
§ 2º A proposta poderá ser feita até a conclusão do relatório a Art. 45. O acordo de leniência conterá, entre outras disposi-
ser elaborado no PAR. ções, cláusulas que versem sobre:
§ 3º A proposta apresentada receberá tratamento sigiloso e o I - o compromisso de cumprimento dos requisitos previstos nos
acesso ao seu conteúdo será restrito no âmbito da Controladoria- incisos II a VII do caput do art. 37;
-Geral da União. II - a perda dos benefícios pactuados, em caso de descumpri-
§ 4º A proponente poderá divulgar ou compartilhar a existên- mento do acordo;
cia da proposta ou de seu conteúdo, desde que haja prévia anuên- III - a natureza de título executivo extrajudicial do instrumento
cia da Controladoria-Geral da União. do acordo, nos termos do disposto no inciso II do caput do art. 784
§ 5º A análise da proposta de acordo de leniência será instru- da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 - Código de Processo Civil;
ída em processo administrativo específico, que conterá o registro IV - a adoção, a aplicação ou o aperfeiçoamento de programa
dos atos praticados na negociação. de integridade, conforme os parâmetros estabelecidos no Capítulo
Art. 39. A proposta de celebração de acordo de leniência será V, bem como o prazo e as condições de monitoramento;
submetida à análise de juízo de admissibilidade, para verificação da V - o pagamento das multas aplicáveis e da parcela a que se
existência dos elementos mínimos que justifiquem o início da ne- refere o inciso VI do caput do art. 37; e
gociação. VI - a possibilidade de utilização da parcela a que se refere o
§ 1º Admitida a proposta, será firmado memorando de enten- inciso VI do caput do art. 37 para compensação com outros valo-
dimentos com a pessoa jurídica proponente, definindo os parâme- res porventura apurados em outros processos sancionatórios ou de
tros da negociação do acordo de leniência. prestação de contas, quando relativos aos mesmos fatos que com-
põem o escopo do acordo.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Art. 46. A Controladoria-Geral da União poderá conduzir e jul- § 1º O monitoramento a que se refere o caput será realizado,
gar os processos administrativos que apurem infrações administra- dentre outras formas, pela análise de relatórios, documentos e in-
tivas previstas na Lei nº 12.846, de 2013, na Lei nº 14.133, de 2021, formações fornecidos pela pessoa jurídica, obtidos de forma inde-
e em outras normas de licitações e contratos, cujos fatos tenham pendente ou por meio de reuniões, entrevistas, testes de sistemas
sido noticiados por meio do acordo de leniência. e de conformidade com as políticas e visitas técnicas.
Art. 47. O percentual de redução do valor da multa aplicável § 2º As informações relativas às etapas do processo de monito-
de que trata o § 2º do art. 16 da Lei nº 12.846, de 2013, levará em ramento serão publicadas em transparência ativa no sítio eletrônico
consideração os seguintes critérios: da Controladoria-Geral da União, respeitados os sigilos legais e o
I - a tempestividade da autodenúncia e o ineditismo dos atos interesse das investigações.
lesivos; Art. 52. Cumprido o acordo de leniência pela pessoa jurídica
II - a efetividade da colaboração da pessoa jurídica; e colaboradora, a autoridade competente declarará:
III - o compromisso de assumir condições relevantes para o I - o cumprimento das obrigações nele constantes;
cumprimento do acordo. II - a isenção das sanções previstas no inciso II do caput do art.
Parágrafo único. Os critérios previstos no caput serão objeto 6º e no inciso IV do caput do art. 19 da Lei nº 12.846, de 2013, bem
de ato normativo a ser editado pelo Ministro de Estado da Contro- como das demais sanções aplicáveis ao caso;
ladoria-Geral da União. III - o cumprimento da sanção prevista no inciso I do caput do
Art. 48. O acesso aos documentos e às informações comercial- art. 6º da Lei nº 12.846, de 2013; e
mente sensíveis da pessoa jurídica será mantido restrito durante a IV - o atendimento dos compromissos assumidos de que tra-
negociação e após a celebração do acordo de leniência. tam os incisos II a VII do caput do art. 37 deste Decreto.
§ 1º Até a celebração do acordo de leniência, a identidade da Art. 53. Declarada a rescisão do acordo de leniência pela au-
pessoa jurídica signatária do acordo não será divulgada ao público, toridade competente, decorrente do seu injustificado descumpri-
ressalvado o disposto no § 4º do art. 38. mento:
§ 2º As informações e os documentos obtidos em decorrência I - a pessoa jurídica perderá os benefícios pactuados e ficará
da celebração de acordos de leniência poderão ser compartilhados impedida de celebrar novo acordo pelo prazo de três anos, contado
com outras autoridades, mediante compromisso de sua não utiliza- da data em que se tornar definitiva a decisão administrativa que
ção para sancionar a própria pessoa jurídica em relação aos mes- julgar rescindido o acordo;
mos fatos objeto do acordo de leniência, ou com concordância da II - haverá o vencimento antecipado das parcelas não pagas e
própria pessoa jurídica. serão executados:
Art. 49. A celebração do acordo de leniência interrompe o pra- a) o valor integral da multa, descontando-se as frações eventu-
zo prescricional da pretensão punitiva em relação aos atos ilícitos almente já pagas; e
objeto do acordo, nos termos do disposto no § 9º do art. 16 da Lei b) os valores integrais referentes aos danos, ao enriquecimento
nº 12.846, de 2013, que permanecerá suspenso até o cumprimento indevido e a outros valores porventura pactuados no acordo, des-
dos compromissos firmados no acordo ou até a sua rescisão, nos contando-se as frações eventualmente já pagas; e
termos do disposto no art. 34 da Lei nº 13.140, de 2015. III - serão aplicadas as demais sanções e as consequências pre-
Art. 50. Com a celebração do acordo de leniência, serão con- vistas nos termos dos acordos de leniência e na legislação aplicável.
cedidos em favor da pessoa jurídica signatária, nos termos previa- Parágrafo único. O descumprimento do acordo de leniência
mente firmados no acordo, um ou mais dos seguintes efeitos: será registrado pela Controladoria-Geral da União, pelo prazo de
I - isenção da publicação extraordinária da decisão administra- três anos, no Cadastro Nacional de Empresas Punidas - CNEP.
tiva sancionadora; Art. 54. Excepcionalmente, as autoridades signatárias poderão
II - isenção da proibição de receber incentivos, subsídios, sub- deferir pedido de alteração ou de substituição de obrigações pac-
venções, doações ou empréstimos de órgãos ou entidades públicos tuadas no acordo de leniência, desde que presentes os seguintes
e de instituições financeiras públicas ou controladas pelo Poder Pú- requisitos:
blico; I - manutenção dos resultados e requisitos originais que funda-
III - redução do valor final da multa aplicável, observado o dis- mentaram o acordo de leniência, nos termos do disposto no art. 16
posto no art. 27; ou da Lei nº 12.846, de 2013;
IV - isenção ou atenuação das sanções administrativas previs- II - maior vantagem para a administração, de maneira que se-
tas no art. 156 da Lei nº 14.133, de 2021, ou em outras normas de jam alcançadas melhores consequências para o interesse público
licitações e contratos. do que a declaração de descumprimento e a rescisão do acordo;
§ 1º No acordo de leniência poderá ser pactuada a resolução III - imprevisão da circunstância que dá causa ao pedido de
de ações judiciais que tenham por objeto os fatos que componham modificação ou à impossibilidade de cumprimento das condições
o escopo do acordo. originalmente pactuadas;
§ 2º Os efeitos do acordo de leniência serão estendidos às pes- IV - boa-fé da pessoa jurídica colaboradora em comunicar a
soas jurídicas que integrarem o mesmo grupo econômico, de fato impossibilidade do cumprimento de uma obrigação antes do ven-
ou de direito, desde que tenham firmado o acordo em conjunto, cimento do prazo para seu adimplemento; e
respeitadas as condições nele estabelecidas. V - higidez das garantias apresentadas no acordo.
Art. 51. O monitoramento das obrigações de adoção, imple- Parágrafo único. A análise do pedido de que trata o caput con-
mentação e aperfeiçoamento do programa de integridade de que siderará o grau de adimplência da pessoa jurídica com as demais
trata o inciso IV do caput do art. 45 será realizado, direta ou indire- condições pactuadas, inclusive as de adoção ou de aperfeiçoamen-
tamente, pela Controladoria-Geral da União, podendo ser dispen- to do programa de integridade.
sado, a depender das características do ato lesivo, das medidas de Art. 55. Os acordos de leniência celebrados serão publicados
remediação adotadas pela pessoa jurídica e do interesse público. em transparência ativa no sítio eletrônico da Controladoria-Geral da
União, respeitados os sigilos legais e o interesse das investigações.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
CAPÍTULO V a) contratação e, conforme o caso, supervisão de terceiros, tais
DO PROGRAMA DE INTEGRIDADE como fornecedores, prestadores de serviço, agentes intermediá-
rios, despachantes, consultores, representantes comerciais e asso-
Art. 56. Para fins do disposto neste Decreto, programa de in- ciados;
tegridade consiste, no âmbito de uma pessoa jurídica, no conjunto b) contratação e, conforme o caso, supervisão de pessoas ex-
de mecanismos e procedimentos internos de integridade, auditoria postas politicamente, bem como de seus familiares, estreitos cola-
e incentivo à denúncia de irregularidades e na aplicação efetiva de boradores e pessoas jurídicas de que participem; e
códigos de ética e de conduta, políticas e diretrizes, com objetivo c) realização e supervisão de patrocínios e doações;
de: XIV - verificação, durante os processos de fusões, aquisições e
I - prevenir, detectar e sanar desvios, fraudes, irregularidades e reestruturações societárias, do cometimento de irregularidades ou
atos ilícitos praticados contra a administração pública, nacional ou ilícitos ou da existência de vulnerabilidades nas pessoas jurídicas
estrangeira; e envolvidas; e
II - fomentar e manter uma cultura de integridade no ambiente XV - monitoramento contínuo do programa de integridade
organizacional. visando ao seu aperfeiçoamento na prevenção, na detecção e no
Parágrafo único. O programa de integridade deve ser estrutu- combate à ocorrência dos atos lesivos previstos no art. 5º da Lei nº
rado, aplicado e atualizado de acordo com as características e os 12.846, de 2013.
riscos atuais das atividades de cada pessoa jurídica, a qual, por sua § 1º Na avaliação dos parâmetros de que trata o caput, serão
vez, deve garantir o constante aprimoramento e a adaptação do re- considerados o porte e as especificidades da pessoa jurídica, por
ferido programa, visando garantir sua efetividade. meio de aspectos como:
Art. 57. Para fins do disposto no inciso VIII do caput do art. 7º I - a quantidade de funcionários, empregados e colaboradores;
da Lei nº 12.846, de 2013, o programa de integridade será avaliado, II - o faturamento, levando ainda em consideração o fato de
quanto a sua existência e aplicação, de acordo com os seguintes ser qualificada como microempresa ou empresa de pequeno porte;
parâmetros: III - a estrutura de governança corporativa e a complexidade de
I - comprometimento da alta direção da pessoa jurídica, inclu- unidades internas, tais como departamentos, diretorias ou setores,
ídos os conselhos, evidenciado pelo apoio visível e inequívoco ao ou da estruturação de grupo econômico;
programa, bem como pela destinação de recursos adequados; IV - a utilização de agentes intermediários, como consultores
II - padrões de conduta, código de ética, políticas e procedi- ou representantes comerciais;
mentos de integridade, aplicáveis a todos os empregados e admi- V - o setor do mercado em que atua;
nistradores, independentemente do cargo ou da função exercida; VI - os países em que atua, direta ou indiretamente;
III - padrões de conduta, código de ética e políticas de integri- VII - o grau de interação com o setor público e a importância
dade estendidas, quando necessário, a terceiros, tais como fornece- de contratações, investimentos e subsídios públicos, autorizações,
dores, prestadores de serviço, agentes intermediários e associados; licenças e permissões governamentais em suas operações; e
IV - treinamentos e ações de comunicação periódicos sobre o VIII - a quantidade e a localização das pessoas jurídicas que in-
programa de integridade; tegram o grupo econômico.
V - gestão adequada de riscos, incluindo sua análise e reavalia- § 2º A efetividade do programa de integridade em relação ao
ção periódica, para a realização de adaptações necessárias ao pro- ato lesivo objeto de apuração será considerada para fins da avalia-
grama de integridade e a alocação eficiente de recursos; ção de que trata o caput.
VI - registros contábeis que reflitam de forma completa e preci-
sa as transações da pessoa jurídica; CAPÍTULO VI
VII - controles internos que assegurem a pronta elaboração e a DO CADASTRO NACIONAL DE EMPRESAS INIDÔNEAS E SUS-
confiabilidade de relatórios e demonstrações financeiras da pessoa PENSAS E DO CADASTRO NACIONAL DE EMPRESAS PUNIDAS
jurídica;
VIII - procedimentos específicos para prevenir fraudes e ilícitos Art. 58. O Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e Suspen-
no âmbito de processos licitatórios, na execução de contratos admi- sas - CEIS conterá informações referentes às sanções administrati-
nistrativos ou em qualquer interação com o setor público, ainda que vas impostas a pessoas físicas ou jurídicas que impliquem restrição
intermediada por terceiros, como pagamento de tributos, sujeição ao direito de participar de licitações ou de celebrar contratos com a
a fiscalizações ou obtenção de autorizações, licenças, permissões e administração pública de qualquer esfera federativa, entre as quais:
certidões; I - suspensão temporária de participação em licitação e impedi-
IX - independência, estrutura e autoridade da instância interna mento de contratar com a administração pública, conforme dispos-
responsável pela aplicação do programa de integridade e pela fisca- to no inciso III do caput do art. 87 da Lei nº 8.666, de 21 de junho
lização de seu cumprimento; de 1993;
X - canais de denúncia de irregularidades, abertos e amplamen- II - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a
te divulgados a funcionários e terceiros, e mecanismos destinados administração pública, conforme disposto no inciso IV do caput do
ao tratamento das denúncias e à proteção de denunciantes de bo- art. 87 da Lei nº 8.666, de 1993, e no inciso IV do caput do art. 156
a-fé; da Lei nº 14.133, de 2021;
XI - medidas disciplinares em caso de violação do programa de III - impedimento de licitar e contratar com a União, os Estados,
integridade; o Distrito Federal ou os Municípios, conforme disposto no art. 7º da
XII - procedimentos que assegurem a pronta interrupção de ir- Lei nº 10.520, de 17 de julho de 2002, no art. 47 da Lei nº 12.462,
regularidades ou infrações detectadas e a tempestiva remediação de 4 de agosto de 2011, e no inciso III do caput do art. 156 da Lei nº
dos danos gerados; 14.133, de 2021;
XIII - diligências apropriadas, baseadas em risco, para:

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
IV - suspensão temporária de participação em licitação e im- a) publicação da decisão de reabilitação da pessoa jurídica san-
pedimento de contratar com a administração pública, conforme cionada;
disposto no inciso IV do caput do art. 33 da Lei nº 12.527, de 18 de b) cumprimento integral do acordo de leniência;
novembro de 2011; c) reparação do dano causado;
V - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a d) quitação da multa aplicada; e
administração pública, conforme disposto no inciso V do caput do e) cumprimento da pena de publicação extraordinária da deci-
art. 33 da Lei nº 12.527, de 2011; são administrativa sancionadora.
VI - declaração de inidoneidade para participar de licitação com Art. 63. O fornecimento dos dados e das informações de que
a administração pública federal, conforme disposto no art. 46 da Lei trata este Capítulo pelos órgãos e pelas entidades dos Poderes Exe-
nº 8.443, de 16 de julho de 1992; cutivo, Legislativo e Judiciário de cada uma das esferas de governo
VII - proibição de contratar com o Poder Público, conforme dis- será disciplinado pela Controladoria-Geral da União.
posto no art. 12 da Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992; Parágrafo único. O registro e a exclusão dos registros no CEIS
VIII - proibição de contratar e participar de licitações com o Po- e no CNEP são de competência e responsabilidade do órgão ou da
der Público, conforme disposto no art. 10 da Lei nº 9.605, de 12 de entidade sancionadora.
fevereiro de 1998; e
IX - declaração de inidoneidade, conforme disposto no inciso V CAPÍTULO VII
do caput do art. 78-A combinado com o art. 78-I da Lei nº 10.233, DISPOSIÇÕES FINAIS
de 5 de junho de 2001.
Parágrafo único. Poderão ser registradas no CEIS outras san- Art. 64. As informações referentes ao PAR instaurado no âm-
ções que impliquem restrição ao direito de participar em licitações bito dos órgãos e das entidades do Poder Executivo federal serão
ou de celebrar contratos com a administração pública, ainda que registradas no sistema de gerenciamento eletrônico de processos
não sejam de natureza administrativa. administrativos sancionadores mantido pela Controladoria-Geral
Art. 59. O CNEP conterá informações referentes: da União, conforme ato do Ministro de Estado da Controladoria-
I - às sanções impostas com fundamento na Lei nº 12.846, de -Geral da União.
2013; e Art. 65. Os órgãos e as entidades da administração pública, no
II - ao descumprimento de acordo de leniência celebrado com exercício de suas competências regulatórias, disporão sobre os efei-
fundamento na Lei nº 12.846, de 2013. tos da Lei nº 12.846, de 2013, no âmbito das atividades reguladas,
Parágrafo único. As informações sobre os acordos de leniên- inclusive no caso de proposta e celebração de acordo de leniência.
cia celebrados com fundamento na Lei nº 12.846, de 2013, serão Art. 66. O processamento do PAR ou a negociação de acordo
registradas em relação específica no CNEP, após a celebração do de leniência não interfere no seguimento regular dos processos ad-
acordo, exceto se sua divulgação causar prejuízos às investigações ministrativos específicos para apuração da ocorrência de danos e
ou ao processo administrativo. prejuízos à administração pública federal resultantes de ato lesivo
Art. 60. Constarão do CEIS e do CNEP, sem prejuízo de outros cometido por pessoa jurídica, com ou sem a participação de agente
a serem estabelecidos pela Controladoria-Geral da União, dados e público.
informações referentes a: Art. 67. Compete ao Ministro de Estado da Controladoria-Ge-
I - nome ou razão social da pessoa física ou jurídica sancionada; ral da União editar orientações, normas e procedimentos comple-
II - número de inscrição da pessoa jurídica no Cadastro Nacio- mentares para a execução deste Decreto, notadamente no que diz
nal da Pessoa Jurídica - CNPJ ou da pessoa física no Cadastro de respeito a:
Pessoas Físicas - CPF; I - fixação da metodologia para a apuração do faturamento bru-
III - tipo de sanção; to e dos tributos a serem excluídos para fins de cálculo da multa a
IV - fundamentação legal da sanção; que se refere o art. 6º da Lei nº 12.846, de 2013;
V - número do processo no qual foi fundamentada a sanção; II - forma e regras para o cumprimento da publicação extraordi-
VI - data de início de vigência do efeito limitador ou impeditivo nária da decisão administrativa sancionadora;
da sanção ou data de aplicação da sanção; III - avaliação do programa de integridade, inclusive sobre a for-
VII - data final do efeito limitador ou impeditivo da sanção, ma de avaliação simplificada no caso de microempresas e empresas
quando couber; de pequeno porte; e
VIII - nome do órgão ou da entidade sancionadora; IV - gestão e registro dos procedimentos e sanções aplicadas
IX - valor da multa, quando couber; e em face de pessoas jurídicas e entes privados.
X - escopo de abrangência da sanção, quando couber. Art. 68. O Ministério da Justiça e Segurança Pública, a Advoca-
Art. 61. Os registros no CEIS e no CNEP deverão ser realizados cia-Geral da União e a Controladoria-Geral da União:
imediatamente após o transcurso do prazo para apresentação do I - estabelecerão canais de comunicação institucional:
pedido de reconsideração ou recurso cabível ou da publicação de a) para o encaminhamento de informações referentes à prática
sua decisão final, quando lhe for atribuído efeito suspensivo pela de atos lesivos contra a administração pública nacional ou estran-
autoridade competente. geira ou derivadas de acordos de colaboração premiada e acordos
Art. 62. A exclusão dos dados e das informações constantes do de leniência; e
CEIS ou do CNEP se dará: b) para a cooperação jurídica internacional e recuperação de
I - com o fim do prazo do efeito limitador ou impeditivo da san- ativos; e
ção ou depois de decorrido o prazo previamente estabelecido no II - poderão, por meio de acordos de colaboração técnica, ar-
ato sancionador; ou ticular medidas para o enfrentamento da corrupção e de delitos
II - mediante requerimento da pessoa jurídica interessada, conexos.
após cumpridos os seguintes requisitos, quando aplicáveis:

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Art. 69. As disposições deste Decreto se aplicam imediatamen- Segundo Aristóteles, nenhuma das virtudes morais surge em
te aos processos em curso, resguardados os atos praticados antes nós por natureza, visto que nada que existe por natureza pode ser
de sua vigência. alterado pela força do hábito, portanto, virtudes nada mais são do
Art. 70. Fica revogado o Decreto nº 8.420, de 18 de março de que hábitos profundamente arraigados que se originam do meio
2015. onde somos criados e condicionados através de exemplos e com-
Art. 71. Este Decreto entra em vigor em 18 de julho de 2022. portamentos semelhantes.
Uma pessoa pode ter valores e não ter princípios. Hitler, por
Brasília, 11 de julho de 2022; 201º da Independência e 134º da exemplo, conhecia os princípios, mas preferiu ignorá-los e adotar
República. valores como a supremacia da raça ariana, a aniquilação da oposi-
ção e a dominação pela força.
No mundo corporativo não é diferente. Embora a convivên-
ÉTICA APLICADA: ÉTICA, MORAL, VALORES E VIRTU-
cia seja, por vezes, insuportável, deparamo-nos com profissionais
DES
que atropelam os princípios, como se isso fosse algo natural, um
meio de sobrevivência, e adotam valores que nada tem a ver com
Princípios, Valores e Virtudes duas grandes necessidades corporativas: a convivência pacífica e
Princípios são preceitos, leis ou pressupostos considerados o espírito de equipe. Nesse caso, virtude é uma palavra que não
universais que definem as regras pela qual uma sociedade civiliza- faz parte do seu vocabulário e, apesar da falta de escrúpulo, leva
da deve se orientar. tempo para destituí-los do poder.
Em qualquer lugar do mundo, princípios são incontestáveis, Valores e virtudes baseados em princípios universais são ine-
pois, quando adotados não oferecem resistência alguma. Enten- gociáveis e, assim como a ética e a lealdade, ou você tem, ou não
de-se que a adoção desses princípios está em consonância com o tem. Entretanto, conceitos como liberdade, felicidade ou riqueza
pensamento da sociedade e vale tanto para a elaboração da cons- não podem ser definidos com exatidão. Cada pessoa tem recorda-
tituição de um país quanto para acordos políticos entre as nações ções, experiências, imagens internas e sentimentos que dão um
ou estatutos de condomínio. sentido especial e particular a esses conceitos.
O princípios se aplicam em todas as esferas, pessoa, profissio- O importante é que você não perca de vista esses conceitos
nal e social, eis alguns exemplos: amor, felicidade, liberdade, paz e tenha em mente que a sua contribuição, no universo pessoal
e plenitude são exemplos de princípios considerados universais. e profissional, depende da aplicação mais próxima possível do
Como cidadãos – pessoas e profissionais -, esses princípios senso de justiça. E a justiça é uma virtude tão difícil, e tão ne-
fazem parte da nossa existência e durante uma vida estaremos gligenciada, que a própria justiça sente dificuldades em aplicá-la,
lutando para torná-los inabaláveis. Temos direito a todos eles, portanto, lute pelos princípios que os valores e as virtudes fluirão
contudo, por razões diversas, eles não surgem de graça. A base naturalmente.
dos nossos princípios é construída no seio da família e, em muitos
casos, eles se perdem no meio do caminho. NOÇÕES DE ÉTICA EMPRESARIAL E PROFISSIONAL.
De maneira geral, os princípios regem a nossa existência e
são comuns a todos os povos, culturas, eras e religiões, queiramos
ou não. Quem age diferente ou em desacordo com os princípios CONCEITO DE ÉTICA EMPRESARIAL
universais acaba sendo punido pela sociedade e sofre todas as A ética empresarial envolve os valores de uma empresa e
consequências. seus princípios morais dentro da sociedade. Esse conceito é fun-
Valores são normas ou padrões sociais geralmente aceitos ou damental para uma organização que pretende construir uma boa
mantidos por determinado indivíduo, classe ou sociedade, por- imagem perante seus clientes internos e externos, parceiros e
tanto, em geral, dependem basicamente da cultura relacionada concorrentes. Nesse sentido, uma empresa ética é aquela que
com o ambiente onde estamos inseridos. É comum existir certa pratica os preceitos coletivos e se preocupa com as demandas da
confusão entre valores e princípios, todavia, os conceitos e as população, tendo sua conduta orientada pela responsabilidade
aplicações são diferentes. social e ambiental.
Diferente dos princípios, os valores são pessoais, subjetivos Prezar pela ética empresarial é importante para qualquer em-
e, acima de tudo, contestáveis. O que vale para você não vale ne- presa, independentemente do seu porte, se é do setor público ou
cessariamente para os demais colegas de trabalho. Sua aplicação privado. Ao demonstrar que é uma organização transparente, a
pode ou não ser ética e depende muito do caráter ou da persona- organização será reconhecida por todos pela sua credibilidade e
lidade da pessoa que os adota. responsabilidade. Essa postura ajudará a companhia a ser apon-
Na prática, é muito mais simples ater-se aos valores do que tada como referência no mercado, atraindo clientes, investidores
aos princípios, pois este último exige muito de nós. Os valores e bons profissionais.
completamente equivocados da nossa sociedade – dinheiro, su- A ética empresarial deve estar presente nas atividades inter-
cesso, luxo e riqueza – estão na ordem do dia, infelizmente. Todos nas e externas de uma organização. As empresas devem prezar
os dias somos convidados a negligenciar os princípios e adotar os pela boa conduta de todos os seus funcionários. Quando o rela-
valores ditados pela sociedade. cionamento interpessoal é baseado em atitudes e valores positi-
Virtudes, segundo o Aurélio, são disposições constantes do vos, há a construção de um ambiente de trabalho agradável para
espírito, as quais, por um esforço da vontade, inclinam à prática todos. Os funcionários passam a respeitar as regras e normas da
do bem. Aristóteles afirmava que há duas espécies de virtudes: organização e ficam mais abertos a cooperar uns com os outros.
a intelectual e a moral. A primeira deve, em grande parte, sua Todos esses fatores influenciam no aumento da produtividade.
geração e crescimento ao ensino, e por isso requer experiência e Mas, em nenhum outro campo a ética empresarial está tão
tempo; ao passo que a virtude moral é adquirida com o resultado envolvida quanto na obtenção do lucro. Ter uma boa rentabili-
do hábito. dade é objetivo de praticamente todas as organizações, mas os

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
ganhos devem ser baseados em um trabalho honesto e que satis- – Manutenção ( ou melhoria ) de uma boa imagem;
faça as necessidades dos clientes, sem prejudicar as pessoas ou o – Competitividade;
meio ambiente. – Melhoria do ambiente de trabalho;
Além das atitudes morais que devem nortear todas as suas – Aumento da produtividade;
atividades, a empresa pode demonstrar que é ética à sociedade – Concorrência
por meio de ações que promovam o bem-estar da comunidade – Consumidores; etc
em que está inserida ou que ajudem a preservar o meio ambiente.
Esse senso de responsabilidade social e ambiental revela que a A gestão deve ser baseada em recompensas e punições,
companhia não está alienada aos problemas que a rodeiam e se evitando moralismo, sendo coerente, confiando e apoiando as
interessam em contribuir para combatê-los. Programas que be- pessoas, orientando em casos de dúvidas, permitindo condições
neficiam a população em geral e de sustentabilidade são alguns favoráveis, inclusive incentivando ações que promovam as práti-
exemplos disso. cas éticas e, principalmente, envolver o máximo de pessoas no
programa de ética.
DEFINIÇÃO DE ÉTICA PROFISSIONAL
A definição de ética profissional, por sua vez, está associada Este, inclusive, é um dos principais motivos para a cobrança
a um conjunto de preceitos éticos e morais que guiam as atitudes do conhecimento em relação a este tema em concursos, pois co-
e ações de colaboradores e determinam os princípios em que de- nhecendo a ética da empresa, você já entra preparado para seguir
vem pautar sua conduta durante o exercício da profissão. o que dita o código de ética da mesma.
Ter uma postura ética como profissional é cumprir as suas
obrigações de acordo com os princípios determinados pelo seu Para você compreender ainda melhor o assunto, gostaria de
grupo de trabalho. Cada categoria profissional tem seu próprio citar a seguir alguns dos principais alicerces da ética:
Código de Ética, um conjunto de normas elaboradas pelos Con- – Credibilidade;
selhos que representam e fiscalizam cada área de atuação. Para – Humildade;
obter o diploma, o recém-formado precisa fazer um juramento de – Transparência e coragem;
que seguirá todas essas normas durante a sua carreira. – O exemplo sempre deve vir de cima;
Apesar disso, muitos elementos se repetem em Códigos de – O seu direito acaba quando começa o do outro;
Ética de variadas profissões. Em sua maioria, são princípios uni- – Nada de jeitinho brasileiro;
versais, que buscam valorizar as pessoas com as quais o profis- – Trate ao próximo assim como você gostaria de ser tratado
sional se relacionará ao desempenhar suas atividades. Entre eles
estão: honestidade, responsabilidade, competência, respeito, en- Gestão ética nas empresas públicas
tre outros. Quando falamos em empresas públicas, estamos falando de
Em tempos em que os valores humanos estão cada vez mais empresas que utilizam nosso dinheiro de alguma forma em suas
sendo colocados de lado em nome de maiores lucros, a ética no atividades. Tudo que vale para as empresas privadas, também
ambiente corporativo tem se tornado, infelizmente, um diferen- vale para as públicas, porém nestas, pelo motivo já citado, a ges-
cial. As empresas referências de boa conduta no mercado conse- tão ética é incrementada por alguns princípios que procuram evi-
guem agregar valor à sua marca e imagem e usufruem de maior tar o uso indevido dos valores.
credibilidade. Já os profissionais que têm uma conduta ética des- Políticos eleitos são funcionários do povo ( regra da democra-
tacam-se por ajudarem a construir bom relacionamento interpes- cia ) em nosso País para defender nossos interesses, dirigentes in-
soal em seu ambiente de trabalho. Eles sabem assumir seus erros dicados para as estatais são funcionários do povo, eles devem sim
e têm uma postura flexível, tolerante e humilde com seus colegas, em suas ações preocuparem-se em oferecer o melhor que podem
por isso, são muito procurados no mercado e fazem um bom net- para atender as necessidades da população.
working. Ética pública significa responsabilidade em dobro aos respon-
Antes de tudo, é sempre bom compreender a ética empre- sáveis pela condução da mesma, inclusive existem várias leis que
sarial e profissional como formas de manter a consciência limpa regulamenta as ações éticas do servidor público ( lembram da his-
ao exercer suas atividades sem prejudicar os outros. Esse fator é tória da gestão pública só poder agir se existir uma lei para tal
indispensável para o nosso desenvolvimento como pessoas. finalidade? eis um bom exemplo ). Aqui temos duas leis para você
ter uma ideia:
A GESTÃO DA ÉTICA NAS EMPRESAS PÚBLICAS E PRI-
Lei nº 8.027/1990 que dispõe sobre normas de conduta dos
VADAS.
servidores públicos civis da União, das Autarquias e das Funda-
ções Públicas.
A gestão pública só toma ações se estiver previsto em lei e Decreto nº 1.171/1994 que aprova o Código de Ética Profis-
a gestão privada pode tomar todas as ações que achar necessá- sional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal.
rias para a empresa. As empresas que querem ter um programa
de ética tem que ter comprometimento, clareza e transparência Diante disto, gostaria de transcrever a seguir os principais
e todos devem participar, principalmente a alta direção para que princípios do serviço público e que norteiam a gestão de ética pú-
seja um sucesso. blica de uma forma geral:
• Os servidores públicos devem ser leais as suas Constitui-
Mas porque as empresas criam um programa de ética: ções, leis e princípios éticos acima dos interesses privados;
– Sobrevivência; • Os servidores não poderão ter interesses financeiros que
– Aumentar os lucros; causem conflitos ao desempenho de sua atividade;
– Credibilidade;

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
• Os servidores deverão usar de sigilo, não utilizando infor- ▪ Membros estatutários – todo aquele que exerce, ainda que
mações governamentais para seu próprio interesse. Além disso, transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação,
não poderão fazer promessas não autorizadas que comprometam designação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo,
o governo; mandato na CAIXA, no Conglomerado e na FUNCEF;
• Os servidores deverão ser honestos no cumprimento de ▪ Representantes em órgãos estatutários – empregado que
suas funções; participe, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por
•Os servidores não poderão aceitar presente ou item de valor eleição, nomeação, designação ou qualquer outra forma de inves-
de qualquer pessoa ou instituição em busca de benefícios, nem tidura ou vínculo, mandato empresas públicas ou privadas.
fazer negócios ou atividades reguladas pelo órgão do servidor ex-
ceto se permitido pelo responsável do órgão; 3 NORMAS
• Os servidores não poderão usar seu cargo para ganhos pri- 3.1 CÓDIGO DE ÉTICA DA CAIXA
vados; 3.1.1 Constitui o Código de Ética da CAIXA o documento cons-
• Os servidores devem agir com imparcialidade e não devem tante do ANEXO I.
dar tratamento diferenciado a nenhuma organização individual ou 3.1.2 O Código expressa o sentimento ético dos empregados
privada; e dirigentes, e contempla os valores:
• Os servidores deverão proteger e conservar o patrimônio ▪ Respeito;
do Estado, não os utilizando para fins não autorizados; ▪ Honestidade;
• Os servidores deverão confessar fraudes, corrupção, des- ▪ Compromisso;
perdícios e abusos as autoridades responsáveis. ▪ Transparência;
• Os servidores deverão de boa fé satisfazer suas obrigações ▪ Responsabilidade.
de cidadãos, incluindo obrigações financeiras; 3.1.3 Devem observância ao Código de Ética da CAIXA todos
• Os servidores deverão apoiar todos os regulamentos e leis os empregados, colaboradores, dirigentes, membros estatutários
que asseguram oportunidades iguais para todos; e representantes em órgãos estatutários de empresas de que par-
• Os servidores deverão evitar toda a ação que crie a aparên- ticipe.
cia de que estão violando as leis ou normas éticas. 3.1.3.1 De acordo com o Decreto 1.171/1994, os empregados
• O Código de Ética dos Servidores Públicos Civil do Poder da administração pública indireta também estão sujeitos ao Códi-
Executivo Federal foi aprovado pelo decreto n° 1.171 de 22 de go de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executi-
junho de 1994 destinado aos servidores públicos federais. vo Federal, o qual se encontra apensado a este manual normativo.
3.1.4 O Termo de Ciência do Código de Ética da CAIXA (ANE-
XO II) é assinado eletronicamente pelos empregados e dirigentes
CÓDIGO DE ÉTICA DA CAIXA ECONÔMICA FEDERAL
no Portal Integra Mais, endereço eletrônico integramais.caixa, e
(DISPONÍVEL NO SÍTIO DA CEF NA INTERNET)
renovado anualmente.
3.1.4.1 Para aprimorar o conhecimento e observância ao Có-
CÓDIGO DE ÉTICA DA CAIXA digo de Ética da CAIXA, o gestor da Unidade de lotação faz reunião
anual para estudo e disseminação da norma junto à equipe.
1 OBJETIVO 3.1.4.1.1 A reunião citada no item anterior é registrada em
1.1 Sistematizar os valores éticos que devem nortear a condu- Ata, assinada por todos os presentes, e inserida no sistema de
ção dos negócios da CAIXA Conglomerado, orientar as ações e o Gestão das Ocorrências Éticas – SIETI, pelo gestor da unidade, no
relacionamento com os interlocutores internos e externos. endereço eletrônico http://sieti.caixa/jsp/index.jsf.
3.1.5 A denúncia de infringência a valores do Código de Ética
2 DEFINIÇÕES será tratada conforme competência descrita abaixo:
▪ CEP – Comissão de Ética Pública; ▪ se atribuída a dirigente é apreciada pela CEP;
▪ Colaborador – prestador de serviço, fornecedor, parceiro, ▪ se atribuída a membros estatutários é encaminhada à CEP
estagiário e aprendiz, não empregado, que presta algum tipo de para avaliação e ao órgão de origem para as providências admi-
serviço para a CAIXA ou qualquer empresa do Conglomerado ou nistrativas cabíveis;
FUNCEF; ▪ se atribuída a colaborador é encaminhada para a unidade
▪ Conglomerado CAIXA – é o conjunto de empresas formado gestora do contrato com a respectiva empresa de vínculo para
pela CAIXA e pelas empresas onde ela possui participação socie- adoção das providências pertinentes;
tária direta ou por meio de suas subsidiárias; ▪ se atribuída a empregado e/ou ex-empregado, durante o
▪ Dirigente – ocupante de cargo estatutário, a saber: Presi- vínculo com a CAIXA, é encaminhada para apreciação da Comis-
dente, Vice-Presidentes e Diretores da CAIXA; são de Ética da CAIXA, conforme rito previsto no AE103.
▪ Empregado – trabalhador com contrato de trabalho e vín- 3.1.6 Os canais de denúncia estão definidos no ANEXO III.
culo empregatício válido com a CAIXA, considerando as situações 3.1.7 O Conselho de Administração é a instância responsável
de contrato ativo, contrato suspenso, contrato interrompido, bem pela aprovação de alterações no Código de Ética da CAIXA.
como empregado cedido, liberado, contratado a termo e requisi- 3.1.8 O Conselho Diretor é a instância responsável pela apro-
tado; vação de alterações no Regimento Interno da Comissão de Ética
▪ Ética – conjunto de princípios morais que se deve observar da CAIXA.
no exercício de uma profissão;
▪ FUNCEF – Fundação dos Economiários Federais; 3.2 COMISSÃO DE ÉTICA
3.2.1 A Comissão de Ética é um órgão autônomo de caráter
deliberativo, com a finalidade de orientar, aconselhar e atuar na
gestão sobre a ética profissional dos dirigentes e empregados da

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
CAIXA, bem como no tratamento com as pessoas e com o patri- Preservamos a dignidade de empregados, colaboradores, di-
mônio público, cabendo-lhe ainda deliberar sobre condutas antié- rigentes, membros estatutários e representantes em órgãos esta-
ticas e sobre transgressões das normas da CAIXA levadas ao seu tutários de empresas de que participe, em qualquer circunstância,
conhecimento. com a determinação de eliminar situações de provocação e cons-
3.2.2 A Comissão de Ética da CAIXA será integrada por três trangimento no ambiente de trabalho que diminuam o seu amor
membros titulares e três suplentes, escolhidos entre os emprega- próprio e a sua integridade moral.
dos do quadro permanente e designados pelo Presidente da CAI- Os nossos patrocínios atentam para o respeito aos costumes,
XA, sendo um deles indicado como Presidente. tradições e valores da sociedade, bem como a preservação do
3.2.2.1 Os membros da Comissão de Ética cumprirão manda- meio ambiente.
tos, não coincidentes, de três anos, permitida uma única recon-
dução. HONESTIDADE
3.2.2.1.1 Os mandatos dos primeiros membros e dos respec- No exercício profissional, os interesses da CAIXA estão em 1º
tivos suplentes serão de um, dois e três anos, estabelecidos no ato lugar nas mentes dos nossos empregados, colaboradores, dirigen-
de designação e, à medida que vencerem, as novas designações tes, membros estatutários e representantes em órgãos estatutá-
serão por 3 anos. rios de empresas de que participe, em detrimento de interesses
3.2.2.1.2 A Comissão de Ética da CAIXA pode convocar empre- pessoais, de grupos ou de terceiros, de forma a resguardar a lisura
gados ou gestores de Unidade para assessoramento técnico-ope- dos seus processos e de sua imagem.
racional, conforme indique a situação, sem direito a voto. Gerimos com honestidade nossos negócios, os recursos da
3.2.2.2 A CORED presta o apoio administrativo à Comissão de sociedade e dos fundos e programas que administramos, ofere-
Ética. cendo oportunidades iguais nas transações e relações de empre-
3.2.3 A regulamentação da Comissão de Ética está contem- go.
plada em seu Regimento Interno, disposto no OR182. Não admitimos qualquer relacionamento ou prática desleal
de comportamento que resulte em conflito de interesses e que
4 PROCEDIMENTOS estejam em desacordo com o mais alto padrão ético.
Não se aplica. Não admitimos práticas que fragilizem a imagem da CAIXA e
comprometam o seu corpo funcional.
5 ARQUIVAMENTO DE DOCUMENTOS Condenamos atitudes que privilegiem fornecedores e presta-
Não se aplica. dores de serviços, sob qualquer pretexto.
Condenamos a solicitação de doações, contribuições de bens
ANEXO I – CÓDIGO DE ÉTICA DA CAIXA materiais ou valores a parceiros comerciais ou institucionais em
PROPÓSITO, VISÃO E VALORES nome da CAIXA, sob qualquer pretexto.

PROPÓSITO COMPROMISSO
Ser o banco de todos os brasileiros. Os empregados, colaboradores, dirigentes, membros estatu-
tários e representantes em órgãos estatutários de empresas de
VISÃO que participe, estão comprometidos com a uniformidade de pro-
Ser o maior parceiro dos brasileiros, reconhecido pela capaci- cedimentos e com o mais elevado padrão ético no exercício de
dade de transformação, com eficiência e rentabilidade. suas atribuições profissionais.
Temos compromisso permanente com o cumprimento das
VALORES leis, das normas e dos regulamentos internos e externos que re-
Meritocracia gem a nossa Instituição.
Foco no cliente Pautamos nosso relacionamento com clientes, fornecedores,
Responsabilidade socioambiental correspondentes, coligadas, controladas, patrocinadas, associa-
Integridade ções e entidades de classe dentro dos princípios deste Código de
Ética Ética.
Temos o compromisso de oferecer produtos e serviços de
VALORES DO CÓDIGO DE ÉTICA DA CAIXA qualidade que atendam ou superem as expectativas dos nossos
RESPEITO clientes.
As pessoas na CAIXA são tratadas com ética, justiça, respeito, Prestamos orientações e informações corretas aos nossos
cortesia, igualdade e dignidade. clientes para que tomem decisões conscientes em seus negócios.
Exigimos de empregados, colaboradores, dirigentes, mem- Preservamos o sigilo e a segurança das informações.
bros estatutários e representantes em órgãos estatutários de em- Buscamos a melhoria das condições de segurança e saúde do
presas de que participe, absoluto respeito pelo ser humano, pelo ambiente de trabalho, preservando a qualidade de vida dos que
bem público, pela sociedade e pelo meio ambiente. nele convivem.
Repudiamos todas as atitudes de preconceitos relacionadas Incentivamos a participação voluntária em atividades sociais
à origem, raça, gênero, cor, idade, religião, credo, classe social, destinadas a resgatar a cidadania do povo brasileiro.
incapacidade física e quaisquer outras formas de discriminação.
Respeitamos e valorizamos nossos clientes e seus direitos de TRANSPARÊNCIA
consumidores, com a prestação de informações corretas, cumpri- As relações da CAIXA com os segmentos da sociedade são
mento dos prazos acordados e oferecimento de alternativa para pautadas no princípio da transparência e na adoção de critérios
satisfação de suas necessidades de negócios com a CAIXA. técnicos

148
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Como empresa pública, estamos comprometidos com a pres- Estabelecer regras e normas que possibilitem a abertura e
tação de contas de nossas atividades, dos recursos por nós geri- instrução de processos administrativos disciplinares.
dos e com a integridade dos nossos controles.
Aos nossos clientes, parceiros comerciais, fornecedores e à NORMAS
mídia dispensamos tratamento equânime na disponibilidade de Constitui o Código de Conduta da CAIXA o documento cons-
informações claras e tempestivas, por meio de fontes autorizadas tante no Anexo l.
e no estrito cumprimento dos normativos a que estamos subor- A existência de Códigos de Conduta específicos em áreas da
dinados. CAIXA e nas subsidiárias não exime a observância do Código pre-
Oferecemos aos nossos empregados oportunidades de ascen- visto no Anexo I.
são profissional, com critérios claros e do conhecimento de todos. Na hipótese de disposições conflitantes eventualmente exis-
Valorizamos o processo de comunicação interna, disseminan- tentes entre o Código de Conduta das subsidiárias e o Código da
do informações relevantes relacionadas aos negócios e às deci- CAIXA, prevalece este sobre aquele.
sões corporativas. As subsidiárias que não tenham Código de Conduta próprio
devem seguir os termos deste Código.
RESPONSABILIDADE A CAIXA dispõe de canais para recepção de denúncias sobre
Devemos pautar nossas ações nos preceitos e valores éticos eventuais infringências a este Código, que estão disciplinados em
deste Código, de forma a resguardar a CAIXA de ações e atitudes normas internas.
inadequadas à sua missão e imagem e a não prejudicar ou com- É vedada retaliação à pessoa que utilize os canais de denún-
prometer, direta ou indiretamente, empregados, colaboradores, cia, sendo admitido também o registro de denúncia de forma anô-
dirigentes, membros estatutários e representantes em órgãos es- nima.
tatutários de empresas de que participe. Na ocorrência de ato de retaliação a quem utilize os canais de
Zelamos pela proteção do patrimônio público, com a adequa- denúncia, seu responsável responderá à apuração de responsabi-
da utilização das informações, dos bens, equipamentos e demais lidade disciplinar e civil.
recursos colocados à nossa disposição para a gestão eficaz dos O Termo de Ciência do Código de Conduta é assinado eletro-
nossos negócios. nicamente pelos empregados e pelos dirigentes em sistema inter-
Buscamos a preservação ambiental nos projetos dos quais no, e renovado anualmente.
participamos, por entendermos que a vida depende diretamente Os membros estatutários devem assinar termo conforme pre-
da qualidade do meio ambiente. visto em norma interna, com renovação anual.
Garantimos proteção contra qualquer forma de represália ou Anualmente, os agentes públicos devem participar de ação
discriminação profissional a quem denunciar as violações a este educacional de verificação de conhecimento sobre o Código de
Código, como forma de preservar os valores da CAIXA. Conduta, disponibilizada pela CAIXA.
Além do disposto acima, os dirigentes e demais membros
estatutários devem, anualmente, participar de ação educacional
CÓDIGO DE CONDUTA DA CAIXA ECONÔMICA FEDE-
sobre política de gestão de riscos.
RAL (DISPONÍVEL NO SÍTIO DA CEF NA INTERNET)
Todas as reuniões com agentes públicos ou outras pessoas
deverão ser registradas em ata.
CÓDIGO DE CONDUTA DA CAIXA A ata deverá conter no mínimo: data, local, participantes e
resumo dos assuntos tratados.
OBJETIVO Quando houver a participação de mais de uma área da CAIXA,
Nortear o comportamento dos agentes públicos na execução fica responsável pela ata a unidade que organizar a reunião.
das atividades administrativas e negócios realizados em nome da
CAIXA, em suas dependências ou fora delas; ANEXO I – CÓDIGO DE CONDUTA DA CAIXA
Resguardar a imagem institucional e a reputação dos agentes
públicos, cujas condutas estejam de acordo com as normas esta- NORMAS
belecidas neste Código e nos demais normativos; DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Servir como instrumento de consulta destinado a possibilitar Este código de conduta aplica-se a todos os agentes públicos,
o prévio e pronto esclarecimento de dúvidas quanto à conduta inclusive em atuação no conglomerado e na FUNCEF, fundos por
ética exigida; ela administrados, fora da gestão da Vice-Presidência de Fundos
Tornar claras as regras éticas de conduta dos agentes públicos de Investimento, ou outras indicações que venha a fazer, seja em
para que a sociedade possa aferir a integridade e a lisura do pro- órgãos estatutários, conselhos, comitês ou outros cargos em em-
cesso decisório na CAIXA; presas ou outras entidades.
Contribuir para o aperfeiçoamento dos padrões éticos da CAI- Devem ser observadas as disposições contidas neste norma-
XA, a partir do exe mplo dado pelas autoridades de nível hierár- tivo, sem prejuízo da aplicação do disposto no Código de Ética
quico superior; Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal
Estabelecer regras básicas para prevenir situações que pos- e, quando for o caso, o Código de Conduta da Alta Administração
sam suscitar conflitos entre os interesses públicos e privados e Federal.
limitações às atividades profissionais paralelas e posteriores ao No exercício das atribuições profissionais, a conduta deve ser
exercício de cargo; pautada por elevados padrões de ética, baseados no respeito, ho-
Estabelecer regras e normas que possibilitem a fundamenta- nestidade, compromisso, transparência e responsabilidade.
ção das decisões da Comissão de Ética da CAIXA e da Comissão de A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a consciência dos
Conflito de Interesses na CAIXA; princípios morais devem nortear toda e qualquer conduta, seja no
exercício das atribuições profissionais ou fora dele.

149
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
As condutas devem levar em consideração não somente o le- ▪ prestar serviços, ainda que eventuais, a empresa cuja ativi-
gal e o ilegal, o justo e o injusto, o conveniente e o inconveniente, dade seja controlada, fiscalizada ou regulada pelo ente ao qual o
o oportuno e o inoportuno, mas principalmente o honesto e o agente público está vinculado.
desonesto, tendo como fim o bem comum. Para prevenir ou impedir conflito de interesses na relação de
O exercício profissional na CAIXA é equiparado à função pú- trabalho na CAIXA ou fora dela, o agente público obriga-se a ado-
blica. tar, considerando-se a situação concreta, uma ou mais das seguin-
Os agentes públicos, inclusive do conglomerado e da FUNCEF tes providências em até 6 meses a partir da data da publicação
devem obedecer às normas legais ou regulamentares e os ma- deste Código:
nuais normativos que regem suas atividades. ▪ abrir mão da atividade particular, ou solicitar a destituição
da função, ou retorno ao órgão de origem, ou destituição da fun-
PADRÃO GERAL DE CONDUTA CONFLITO DE INTERESSES ção de representante ou ainda solicitar alteração de lotação;
Conflito de interesses é a situação gerada pelo confronto en- ▪ alienar bens e direitos que integram o seu patrimônio que
tre interesses da CAIXA, inclusive quando atuando por mandato possam dar causa ao conflito;
de terceiros, diverso do mandato de fundos de investimento/car-
teiras administradas, e interesse pessoal, que possa comprometer Na hipótese de conflito de interesses, inclusive em caráter es-
o interesse coletivo ou influenciar de maneira imprópria o desem- pecífico e transitório, o agente público deve formalizar sua ocor-
penho da função pública. rência ao superior hierárquico e aos demais membros de órgão
Ocorre sempre que interesses pessoais influenciam ou pos- colegiado do qual faça parte, em se tratando de decisão coletiva,
sam influenciar, direta ou indiretamente, nas análises e decisões abstendo-se de votar ou participar da discussão do assunto.
tomadas quando do exercício das atividades na CAIXA ou na sua No caso de adoção das providências referidas no item acima,
representação. o empregado deve informar a situação e a providência adotada,
O interesse pessoal é caracterizado pela vontade do agente de maneira detalhada, à Comissão de Conflito de Interesses por
público em obter qualquer vantagem, imediata ou não, material meio da caixa postal CORED02.
ou não, em favor próprio ou de parentes, amigos, ou outras pes- No caso de adoção das providências referidas no item acima
soas com as quais tenham ou tiveram relações pessoais, comer- o dirigente e o membro estatutário devem informar a situação e a
ciais ou políticas em detrimento da CAIXA ou de terceiros quando providência adotada, de maneira detalhada, à Comissão de Ética
a CAIXA atue por mandato. Pública que opinará sobre a suficiência da medida adotada.
A ocorrência de conflito de interesses independe da existên- Havendo dúvida sobre como prevenir ou impedir uma situa-
cia de lesão ao patrimônio público, bem como do alcance efetivo ção potencialmente causadora de conflito de interesses, o empre-
do benefício, econômico ou não, pelo agente público ou por ter- gado deve efetuar consulta sobre caso concreto, por meio do SeCI,
ceiro. disponibilizado pela CGU no endereço https://seci.cgu.gov.br.
A consulta sobre existência de conflito de interesses e o pe- Caso o dirigente e o membro estatutário tenham dúvida so-
dido de autorização para o exercício de atividade privada estão bre como prevenir ou impedir uma situação potencialmente cau-
normatizados em norma interna. sadora de conflito de interesses, deverão formalizar consulta à Co-
missão de Ética Pública, assim como informá-la sobre as medidas
Configura conflito de interesses na relação de trabalho com adotadas de acordo com disposto acima.
a CAIXA: Caso o dirigente e o membro estatutário tenham dúvida sobre
▪ divulgar ou fazer uso de informação privilegiada, em provei- possível conflito de interesses no exercício de uma atividade pro-
to próprio ou de terceiros, obtida em razão das atividades exer- fissional paralela que pretendam exercer, devem efetuar consulta
cidas; sobre caso concreto diretamente à Comissão de Ética Pública.
▪ exercer atividade que implique a prestação de serviços ou Caso o empregado pretenda exercer alguma atividade profis-
a manutenção de relação de negócio com pessoa física ou jurídi- sional paralela deve formalizar a consulta ao seu gestor imediato.
ca, nessa incluindo o correspondente bancário e o permissionário Em caso de dúvida ou quando orientado pelo gestor imedia-
lotérico, que tenha interesse em decisão do agente público ou de to, o empregado deve efetuar pedido de autorização para o exer-
colegiado do qual este participe; cício da atividade profissional paralela, por meio do SeCI, disponi-
▪ exercer, direta ou indiretamente, atividade que, em razão bilizado pela CGU no endereço http://seci.cgu.gov.br.
da sua natureza, seja incompatível com as atribuições do cargo ou No caso do dirigente e do membro estatutário que preten-
emprego, considerando-se como tal, inclusive, a atividade desen- dam exercer atividade profissional paralela, devem efetuar pedi-
volvida em áreas ou matérias correlatas; do de autorização diretamente à Comissão de Ética Pública.
▪ atuar, ainda que informalmente, como procurador, consul- No trabalho voluntário em organizações do terceiro setor,
tor, assessor ou intermediário de interesses privados nos órgãos sem finalidade de lucro, também deve ser observada possível
ou entidades da administração pública direta ou indireta de qual- existência de conflito de interesses.
quer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Agente público que ocupe cargo ou função em outra institui-
Municípios; ção não pode praticar ato em benefício de interesse da CAIXA em
▪ praticar ato em benefício de interesse de pessoa jurídica de prejuízo do órgão cessionário, devendo se ater às premissas de
que participe o agente público, seu cônjuge, companheiro ou pa- norma interna.
rentes, consanguíneos ou afins, em linha reta ou colateral, até o
terceiro grau, e que possa ser por ele beneficiada ou influir em USO, DIVULGAÇÃO E SIGILO DE INFORMAÇÕES
seus atos de gestão; São de uso exclusivo e de propriedade da CAIXA as informa-
▪ receber presente de quem tenha interesse em decisão do ções, programas, modelos, documentos e metodologias, desen-
agente público ou de colegiado do qual este participe fora dos volvidos ou em uso pela instituição, mesmo que o agente público
limites e condições estabelecidos em regulamento; tenha participado de seu desenvolvimento.

150
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
No uso, divulgação e sigilo das informações devem ser ob- ▪ transmitir à opinião pública dúvida a respeito da integrida-
servadas, ainda, as diretrizes estabelecid as nas normas internas, de, moralidade, clareza de posições e decoro do empregado e di-
sem prejuízo das demais normas internas. rigente;
Os assuntos referentes à CAIXA são tratados com a imprensa, A acumulação de cargo ou emprego público na CAIXA poderá
exclusivamente, pelos dirigentes ou empregado por esses dele- ocorrer nos casos do cargo de professor; ou cargo ou emprego
gados. privativo de profissional da saúde com profissões regulamenta-
das; ou outros casos previstos pelo ordenamento constitucional
É dever do agente público: ou legal.
▪ guardar sigilo sobre dados, informações e operações da Atividade de magistério dispensa a consulta acerca da exis-
CAIXA, de seus clientes, de empresas coligadas ou subsidiárias, tência de conflito de interesses e o pedido de autorização para o
de prestadores de serviços e de fornecedores, ou de empresa/ exercício de atividade paralela, excetuadas as situações que pos-
entidade que participe enquanto representante da CAIXA em fun- sam suscitar conflito de interesses.
dos, em órgãos estatutários, conselhos ou comitês, que ainda não
sejam públicas e das quais tenha conhecimento em razão de sua
É permitido o exercício de atividades de magistério pelos di-
atuação profissional;
rigentes, respeitadas, além do disposto na Lei nº 12.813, de 16 de
▪ fornecer informações, nos casos legais e de determinação
maio de 2013:
judicial, antecedido de orientação da área jurídica da CAIXA;
▪ obter prévia e expressa autorização da área gestora do pro- ▪ a compatibilidade de horários;
duto ou serviço para publicação de estudos, pareceres, pesquisas ▪ as normas atinentes à acumulação de cargos e empregos
e demais trabalhos de caráter particular, que envolvam assuntos públicos; e
e/ou informações restritos ou sigilosos; ▪ a legislação específica aplicável ao regime jurídico do cargo
▪ comunicar qualquer informação privilegiada que possa vir ou emprego público ocupado.
a se tornar ato ou fato relevante ao Vice-Presidente de Finanças, O exercício de atividades de magistério para público específi-
observando o mandato da Vice-Presidência de Finanças e Contro- co que possa ter interesse em decisão do agente público, da ins-
ladoria e a eventual segregação de atividades; tituição ou do colegiado do qual participe deve ser precedido de
▪ não fazer uso de informações privilegiadas obtidas no âmbi- consulta acerca da existência de conflito de interesses conforme
to interno de seu serviço ou enquanto representante em fundos, norma interna.
órgãos estatutários, conselhos e comitês, em benefício próprio,
de parentes, de amigos ou de terceiros, Entende-se por atividade de magistério, ainda que exercida
▪ não veicular junto à imprensa ou disponibilização à terceiros de forma esporádica ou não remunerada:
de informação sigilosa, privilegiada, de ato ou fato relevante con- ▪ docência em instituições de ensino, de pesquisa ou de ciên-
cernente à CAIXA, que ainda não tenha sido divulgado de maneira cia e tecnologia, públicas ou privadas, nacionais ou estrangeiras;
oficial pelos canais da Instituição caracterizando o vazamento da ▪ capacitação ou treinamento, mediante cursos, palestras ou
informação; conferências para público específico ou não;
▪ não disseminar informações difamatórias; ▪ outras correlatas tais como funções de coordenador, moni-
▪ não permitir o acesso de terceiros a sistemas de informa- tor, avaliador, integrante de banca examinadora de discente, re-
ções, operações e bancos de dados de responsabilidade e/ou dator ou debatedor.
propriedade da CAIXA, salvo se expressamente autorizado pelo
gestor competente. É também vedado ao agente público o exercício de atividade
▪ não utilizar informações privilegiadas a que tenha acesso paralela como:
para obter vantagens para si ou para terceiros, em especial nas ▪ consultor financeiro, independentemente da função ou uni-
negociações dos títulos de valores mobiliários emitidos pela CAI-
dade de lotação, incluindo-se nesse conceito agente de investi-
XA, sendo responsável por evitar, no âmbito da sua atuação, que
mentos, corretor de bolsa de valores, analista de mercado, coach
os investidores sejam prejudicados pela prática de insider trading.
financeiro e demais profissionais de orientação a investimentos
financeiros;
ATIVIDADE PROFISSIONAL PARALELA
Qualquer atividade profissional paralela deve ser formalizada ▪ corretor de seguros, independentemente da função ou uni-
à chefia imediata. dade de lotação;
É vedado ao agente público: ▪corretor de imóveis, independentemente da função ou uni-
▪ prestar assessoria/consultoria ou outro tipo de serviços à dade de lotação;
pessoa jurídica ou física, que possa se beneficiar dos conhecimen- ▪sócio, empregado, consultor ou administrador de construto-
tos internos e específicos, adquiridos em qualquer área da CAIXA, ra/incorporadora, independentemente do cargo, carreira profis-
exceto nos cas os autorizados pela CAIXA; sional, função ou unidade de lotação;
▪ estabelecer relações comerciais ou profissionais, direta- As vedações dispostas no item acima não se aplicam aos di-
mente ou por terceiros, com cliente da CAIXA, seus controladores rigentes e demais membros estatutários do Conglomerado CAIXA
e empresas do mesmo grupo econômico, quando o agente pú- quando o ramo do exercício da atividade paralela não guardar re-
blico tenha poder de decisão sobre os interesses do cliente no lação direta com os processos e negócios da unidade ou empresa
relacionamento com a CAIXA; do Conglomerado em que atua, ou ainda com sua competência
▪ exercer atividade que viole o princípio da integral dedica- decisória.
ção pelo ocupante do cargo de dirigente, presidente de comitê É vedado negociar por conta própria ou alheia, produtos ou
de auditoria, auditor chefe, ouvidor e corregedor, que exige a serviços que constituam ato de concorrência com a CAIXA ou com
precedência das atribuições do carg o ou função gratificada sobre o Conglomerado.
quaisquer outras atividades; A advocacia é incompatível com a atividade de ocupantes de
cargo de direção e gerência na CAIXA.

151
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Os ocupantes de cargos de direção e de gerência correspon- ▪ governo estrangeiro e suas instituições;
dentes à chefia das Unidades Jurídicas da CAIXA são exclusiva- ▪ instituição acadêmica, científica e cultural;
mente legitimados para o exercício da advocacia vinculada à fun- ▪ empresa, entidade ou associação de classe que não mante-
ção que exerçam na CAIXA, durante o período da investidura; em nha ou pretenda manter relação de negócio e que não possa ser
causa própria ou em favor de parentes até 3º grau, em linha reta beneficiária de decisão da qual participe o agente público, seja
ou colateral, por consanguinidade ou afinidade, desde que a atua- individualmente, seja em caráter coletivo;
ção não represente atividade profissional regular. ▪ por pessoa física ou jurídica com a qual a CAIXA mantenha
É permitido o exercício de advocacia aos empregados e aos relação de negócio, desde que decorra da natureza de obrigação
membros estatutários do conglomerado e da FUNCEF ressalvadas contratual previamente assumida perante a CAIXA.
as restrições legais e normativas. Quando o assunto a ser tratado estiver relacionado com suas
O escritório/banca de advocacia do qual o empregado e o funções institucionais, o empregado chefe de unidade, o dirigente
membro estatutário do conglomerado e da FUNCEF sejam sócios, e o membro estatutário não podem aceitar convites para jantares,
consultores, administradores ou mesmo empregados, não poderá almoços, cafés da manhã e atividades de natureza similar custea-
prestar serviços para a CAIXA, nem patrocinar ações contra a CAI- dos por terceiros.
XA e nem possuir relacionamento bancário com esta Instituição O agente público deve sempre informar ao seu superior hie-
Financeira, incluindose, nesta proibição, a manutenção de conta rárquico sobre a participação em atividades de que trata o item
corrente e/ou poupança e linhas de crédito. acima.
É incompatível com a atividade na CAIXA, por parte do em- Quando se tratar de evento de interesse pessoal, a partici-
pregado e do membro estatutário do conglomerado e da FUNCEF, pação do agente público em cursos, seminários, congressos ou
o exercício de advocacia: eventos semelhantes, deve ser custeada pelo próprio interessado,
▪ contra a CAIXA e seu conglomerado, contra a FUNCEF ou desde que a atividade não conflite com o exercício do cargo ou
contra a União; função de confiança, nem se valha de informações privilegiadas,
▪ em ações envolvendo a CAIXA quando não decorrer de sua sendo, nestes casos, necessária a comunicação ao gestor, na for-
atribuição na condição de advogado CAIXA; ma de norma interna, quando do recebimento do convite pelo
▪ em sociedade de escritório que possua ações envolvendo empregado e à Comissão de Ética Pública pelo dirigente e pelo
a CAIXA. membro estatutário.
É proibido ao agente público manter relação de emprego ou
prestação de serviço de advocacia em organização bancária ou em Excepcionalmente, as despesas de remuneração, transporte e
empresa concorrente da CAIXA. estada poderão ser custeadas pelo patrocinador, desde que:
É permitido o exercício de engenharia e arquitetura ao agente ▪ o empregado comunique à Comissão de Conflito de Interes-
público, ressalvadas as restrições legais e normativas. ses, na forma da norma interna, e o dirigente e o membro estatu-
É proibido ao agente público manter relação de emprego ou tário comuniquem à Comissão de Ética Pública, antes do evento,
prestação de serviço de engenharia/arquitetura em organização as condições aplicáveis à sua participação, inclusive o valor da re-
bancária ou em empresa concorrente da CAIXA. muneração, se for o caso;
Estando o agente público nas situações vedadas nos itens aci- ▪ o promotor do evento não tenha interesse em decisão que
ma, o prazo para se desincompatibilizar é de 6 meses a partir da possa ser tomada pelo agente público, seja individualmente, seja
publicação deste Código, sob informe à Comissão de Conflito de de caráter coletivo;
Interesses para o empregado e Comissão de Ética Pública para o ▪ não haja conflito de interesses com o exercício do cargo ou
dirigente e o membro estatutário do conglomerado e da FUNCEF. da função;
▪ não se trate de instituição que mantenha relacionamento ou
PARTICIPAÇÃO EM EVENTOS E ATIVIDADES CUSTEADAS POR interesse comercial com a CAIXA;
TERCEIROS E PELA CAIXA ▪ o agente público não se valha de informações privilegiadas.
A participação de agente público em atividades externas, tais É vedado aceitar convites ou ingressos para atividades de en-
como seminários, congressos, palestras, visitas, reuniões técnicas tretenimento como shows, apresentações e atividades esportivas.
e eventos semelhantes, no Brasil ou no exterior, pode ser de inte-
resse institucional ou pessoal Excluem-se dessa vedação:
No caso de interesse institucional, o convite para a partici- ▪ os casos em que o agente público se encontre no exercí-
pação em eventos custeados por instituição privada deve ser cio de representação institucional, hipótese em que fica vedada a
encaminhado à Presidência da CAIXA ou a outra instância ou au- transferência dos convites ou ingressos a terceiros alheios à ins-
toridade por ela designada, que indica, em caso de aceitação, o tituição;
representante adequado, tendo em vista a natureza e os assuntos ▪ os convites ou ingressos originários de promoções ou sor-
a serem tratados no evento. teios de acesso público, ou de relação consumerista privada, sem
As despesas relacionadas à participação de agente público vinculação, em qualquer caso, com a condição de agente público;
tais como transporte, estada, alimentação e taxa de inscrição em ▪ os convites ou ingressos distribuídos por órgão ou entidade
eventos que guardem relação com as atribuições de seu cargo, pública de qualquer esfera de poder, desde que observado limite
emprego ou função, promovidos por instituição privada devem de valor fixado pela Comissão de Ética Pública.
ser custeadas pela CAIXA. ▪ os convites ou ingressos para atividades de entretenimen-
No interesse institucional, as despesas de transporte, estada to, como shows, apresentações, festas, desfiles carnavalescos e
e alimentação, bem como as taxas de inscrição, podem ser custea- atividades esportivas promovidos pela CAIXA ou decorrente de
das no todo ou em parte pelo patrocinador do evento, vedado o contrapartida de patrocínio pela CAIXA, desde que a unidade pro-
recebimento de remuneração, se este for: motora do evento defina os critérios de distribuição dos convites
▪ organismo internacional do qual o Brasil faça parte; e ingressos entre os agentes públicos.

152
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
As atividades externas de interesse pessoal não podem ser Não se considera presente, para os fins deste Código de Con-
exercidas em prejuízo das atividades na CAIXA, exceto quando ex- duta, aquilo que:
pressamente autorizadas pelo gestor. ▪ represente prêmio em dinheiro ou bens concedidos por en-
A publicidade da remuneração e das despesas de transporte, tidade acadêmica, científica ou cultural, em reconhecimento por
alimentação e estada será assegurada mediante registro do com- sua contribuição de caráter intelectual;
promisso na respectiva agenda de trabalho do dirigente com ex- ▪ represente prêmio concedido em razão de concurso de
plicitação das condições de sua participação. acesso público a trabalho de natureza acadêmica, científica, tec-
Os dados sobre despesas com “Diárias, Hotel e Passagens” de nológica ou cultural;
eventos externos e internos, realizados no Brasil e no exterior e ▪ seja bolsa de estudo vinculada ao aperfeiçoamento profis-
custeados pela CAIXA, são publicados no Portal da Transparência sional ou técnico, desde que o patrocinador não tenha interesse
do Poder Executivo Federal. em decisão que possa ser tomada pelo agente público, em razão
Nas participações em eventos de interesse pessoal o agente do cargo que ocupa.
público deve abster-se de comentar fatos ou emitir opiniões de ▪ seja prêmio recebido da CAIXA ou de suas empresas coli-
assuntos relacionados à CAIXA. gadas, subsidiárias e parceiras como reconhecimento ao desem-
Quando em representação externa, o agente público deve penho para obtenção de resultados empresariais, desde que
pautar a realização das atividades do cargo pelo atendimento da previamente estabelecido em campanha de incentivo e que seja
missão e dos interesses institucionais. aprovada nas instâncias decisórias da CAIXA.

REDES SOCIAIS É permitida a aceitação de brindes, como tal entendidos


É vedado ao agente público: aqueles que:
▪ publicar nas redes sociais qualquer assunto ofensivo à ima- ▪ não tenham valor comercial;
gem da CAIXA e à imagem/reputação de seus agentes públicos; ▪ sejam distribuídos por entidades de qualquer natureza a tí-
▪ utilizar nas redes sociais as logomarcas da CAIXA; tulo de cortesia, propaganda, divulgação habitual ou por ocasião
▪ comentar/compartilhar nas redes sociais quaisquer assun- de eventos especiais ou datas comemorativas de caráter histórico
tos de caráter restrito ou sigiloso relativo à CAIXA; ou cultural, e que não ultrapassem o valor definido em Resolução
▪ publicar/compartilhar nas redes sociais rotinas de trabalho da CEP ou outra autoridade;
na CAIXA e do funcionamento das unidades da CAIXA; ▪ cuja periodicidade de distribuição não seja inferior a 12 me-
▪ publicar nas redes sociais fotos e imagens do interior das ses;
unidades da CAIXA que fragilizem a segurança e exponham infor- ▪ que sejam de caráter geral e, portanto, não se destinem a
mações; agraciar exclusivamente determinado agente público.
▪ manifestar-se em nome da CAIXA nas redes sociais, salvo
nas condições previstas em norma. É permitida a aceitação de presentes que sejam recebidos em
situação protocolar, quando o agente público estiver representan-
BRINDES E PRESENTES do a CAIXA e quando houver reciprocidade.
É vedado ao agente público, em razão de suas atribuições, Havendo dúvida se o brinde tem valor comercial de até R$
aceitar favores, comissões, gratificações, vantagens financeiras ou 100,00, o agente público pode realizar sua avaliação junto ao co-
materiais, doações, brindes ou presentes de qualquer natureza, mércio, podendo ainda, se julgar conveniente, dar-lhe desde logo
para si ou para outras pessoas, oferecidos de forma direta ou in- o tratamento de presente.
direta, resultantes ou não de relacionamentos com a CAIXA e que
influenciam em decisões, facilitação de negócios, beneficiamento Para o presente que, por qualquer razão, não possa ser re-
de terceiros, ou causar prejuízo de imagem à Empresa. cusado ou devolvido sem ônus para o agente público, devem ser
Incluem-se como itens vedados: convites de caráter pessoal adotadas uma das seguintes providências, em razão da natureza
para viagens, hospedagens e outras atrações. do bem:
As vedações previstas nos itens acima se aplicam igualmente ▪ tratando-se de bem de valor histórico, cultural ou artístico,
ao cônjuge, companheiro ou parente por consanguinidade ou afi- incorporar ao acervo cultural da CAIXA;
nidade, em linha reta ou colateral até terceiro grau. ▪ encaminhar ao acervo do Instituto do Patrimônio Histórico
A vedação de que trata o Código de Conduta se refere ao re- e Artístico Nacional – IPHAN para que este lhe dê o destino legal
cebimento de presente de qualquer valor, em razão do cargo ou adequado;
função que ocupa o agente público, quando o ofertante for pes- ▪ nos demais casos, promover a sua doação a entidade de
soa, empresa ou entidade que: caráter assistencial ou filantrópico, reconhecida como de utilida-
▪ tenha interesse pessoal, profissional ou empresarial em de- de pública, desde que, tratando-se de bem não perecível, esta se
cisão que possa ser tomada pelo agente público, individualmente comprometa a aplicar o bem ou o produto da sua alienação em
ou de caráter coletivo, em razão do cargo; suas atividades fim;
▪ que seja ofertado de pessoa física ou jurídica que tenha rela- ▪ no caso de bem perecível, esse também deve ser doado
cionamento com a CAIXA e que possa representar relacionamento à entidade de caráter assistencial ou filantrópico, reconhecida
impróprio ou prejuízo financeiro ou de reputação para a CAIXA; como de utilidade pública, para consumo por aquela;
▪ mantenha relação comercial com a CAIXA e suas subsidiá- ▪ a incorporação de presente ao patrimônio histórico cultural
rias; e artístico, assim como a sua doação a entidade de caráter as-
▪ represente interesse de terceiros, como procurador ou pre- sistencial ou filantrópico, reconhecida como de utilidade pública,
posto de pessoas, empresas ou entidades compreendidas nos deve constar na página de Acesso à Informação, para fins de even-
itens anteriores. tual controle.

153
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
USO DE BENS E PATRIMÔNIO DA CAIXA É dever do agente público, no que couber:
Todo agente público, deve zelar pela proteção do patrimônio ▪ observar as Diretrizes de Responsabilidade Socioambiental
público, com a adequada utilização das informações, dos bens, e a Política de Compras Sustentáveis e Relacionamento com For-
equipamentos e demais recursos colocados à disposição para a necedores nas suas ações de negociação com fornecedores;
gestão eficaz dos negócios realizados em nome da CAIXA. ▪ atuar com isenção e profissionalismo, rejeitando qualquer
Os recursos materiais e meios de comunicação e instalações tentativa ou mesmo aparência de favorecimento no trato com for-
colocados à disposição não devem ser utilizados para fins estra- necedores;
nhos às suas atividades profissionais. ▪ comunicar-se com fornecedores nas dependências da CAI-
É vedado ao agente público usar tecnologias, metodologias, XA, de forma clara e objetiva ou utilizando o telefone ou e-mail
modelos, know-how e outras informações de propriedade da CAI- comercial;
XA ou por ela desenvolvidas ou obtidas, para fins particulares ou ▪ observar a Política de Relacionamento com Clientes e Usuá-
repassar a terceiros, mesmo que o agente público tenha participa- rios de Produtos e Serviços CAIXA nas ações de negociação com
do de seu desenvolvimento. clientes e usuários de produtos e de serviços;
▪ manter relacionamento cooperativo e equilibrado com
INVESTIMENTOS PESSOAIS clientes e usuários;
É vedado ao agente público realizar investimentos pessoais ▪ oferecer tratamento justo e equitativo a clientes e usuários;
cuja remuneração, ou cotação, possa ser afetada por decisão ou ▪ assegurar a conformidade e a legitimidade de produtos e
fato em que tenha tido participação, ou conhecimento, ou ainda de serviços;
que tenha obtido informação privilegiada, no exercício de suas ▪ prestar informações a clientes e usuários de forma clara e
atribuições na CAIXA, no conglomerado e na FUNCEF. precisa, a respeito de produtos e serviços;
As aplicações em produtos bancários ou financeiros com pa- ▪ atender demandas de clientes e usuários de forma tempes-
drões e normas pré-estabelecidas e ofertadas ao público em geral tiva; e
podem ser mantidas pelo agente público. ▪ primar pela inexistência de barreiras, critérios ou procedi-
mentos desarrazoados para a extinção da relação contratual rela-
RELACIONAMENTO COM CLIENTES, FORNECEDORES, PAR- tiva a produtos e serviços, bem como para a transferência de rela-
CEIROS, UNIDADES DO CONGLOMERADO CAIXA, AGENTES PÚ- cionamento para outra instituição, a pedido do cliente. observar a
BLICOS DE ÓRGÃOS/ENTIDADES E DEMAIS INSTITUIÇÕES Política de Prevenção ao Conflito de Interesses no relacionamento
O relacionamento com clientes, fornecedores, parceiros, com/entre as empresas em que a CAIXA participe e nos proces-
unidades do conglomerado CAIXA, agentes públicos de órgãos/ sos de aquisição; as áreas de risco e de negócios; na gestão de
entidades e demais instituições deve ser pautado pelos valores recursos próprios e na gestão de recursos de terceiros; empresas
éticos e socialmente responsáveis, estabelecidos pela CAIXA, evi- contratadas, profissionais contratados e empregados/servidores
tando-se situações que possam caracterizar conflito de interesses. cedidos para/pela CAIXA.
Nos contatos profissionais com representantes de fornecedo-
res, prestadores de serviço, inclusive empresas de marketing, en- NEPOTISMO
tidades e empresas patrocinadas ou clientes, o empregado deve É vedado nomear para o exercício de Função Gratificada, em-
estar obrigatoriamente acompanhado por um segundo emprega- pregado familiar da autoridade competente pela designação ou
do, indicado pela chefia imediata e, quando dirigente e membro ter empregado familiar com ou sem função gratificada sob sua
estatutário, devem estar obrigatoriamente acompanhados por subordinação direta inclusive na eventualidade.
outro dirigente, membro estatutário ou empregado. É considerado familiar o cônjuge, o companheiro ou o paren-
Em reuniões com clientes que envolvam áreas da matriz e te em linha reta ou colateral, por consanguinidade ou afinidade,
filiais deverá ser obrigatória a presença de representante da Vi- até o terceiro grau:
ce-Presidência Rede de Varejo, quando se tratar de cliente de Va- ▪ filho, enteado, neto, bisneto, pais, avôs e bisavôs;
rejo, da Vice Presidência da Habitação, quando se tratar de Médio ▪ irmão, tio e sobrinho;
ou Grande Cliente da Construção Civil, da Vice-Presidência de Go- ▪ irmão do cônjuge ou do companheiro;
verno, quando se ▪ sogros, genro e nora;
tratar de clientes PJ Pública, empresas estatais, judiciário, ▪ cônjuge de: irmão, tio, sobrinho, neto e bisneto.
bem como empresas de saneamento, infraestrutura, telecomuni-
cações, óleo e gás e indústria naval e da Vice-Presidência Negó- É vedada, ainda, a nomeação de familiar para o exercício de
cios de Atacado, quando se tratar dos demais clientes Média e função gratificada, mediante o ajuste de designações recíprocas,
Grande Empresas. inclusive nas empresas subsidiárias.
Nos contatos profissionais com representantes citados acima
e com os clientes na situação descrita supra deverá ser adotado o CORRUPÇÃO, SUBORNO, ASSÉDIO
registro de ata conforme disposto nesta Norma. É dever do agente público, no que couber:
É vedado ao agente público reunir-se sozinho com agentes ▪ pautar o relacionamento com órgãos, entidades e empresas
públicos de órgãos e entidades ou pessoas expostas politicamen- na observação dos princípios da legalidade, impessoalidade, mo-
te. ralidade, publicidade e eficiência, assegurando ampla transparên-
Nas reuniões em que o anfitrião agente público de órgão e cia de informação à sociedade;
entidade ou pessoa exposta politicamente não permita a presen- ▪ jamais atrair clientes, ou manter os atuais, mediante o ofe-
ça de todos os representantes da CAIXA, esta situação deverá ser recimento de benefícios não permitidos pelos normativos vigen-
consignada na ata do referido encontro, participando da reunião o tes;
representante institucional autorizado pelo anfitrião.

154
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
▪ denunciar, por meio dos canais disponibilizados pela CAIXA, a) facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem móvel ou
quaisquer atos contrários ao interesse público, a esse Código e ao imóvel, ou a contratação de serviços pelas empresas do conglo-
Código de Ética da CAIXA, comportamentos que revelem indícios merado CAIXA;
de corrupção e situações irregulares que favoreçam conflito de b) facilitar a alienação, permuta ou locação de bem público
interesses, praticados por superiores hierárquicos, colegas, con- ou o fornecimento de serviço por ente estatal;
tratados ou prestadores de serviços. c) intermediar a liberação ou aplicação de verba pública de
No caso de denúncia, serão garantidos o sigilo e a confiden- qualquer natureza;
cialidade das informações prestadas. ▪ utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas,
equipamentos ou material de qualquer natureza, de propriedade
É vedado ao agente público: ou à disposição de qualquer das empresas do conglomerado CAI-
▪ adotar práticas de corrupção e a lavagem de dinheiro; XA, bem como o trabalho de servidores públicos, empregados ou
▪ oferecer ou receber suborno, inclusive em relacionamentos terceiros contratados por essas empresas;
internacionais, mesmo que a prática não seja vedada no país onde ▪ receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta
se desenvolve o relacionamento comercial; ou indireta, para:
▪ praticar qualquer tipo de assédio, mediante conduta verbal a) tolerar a exploração ou a prática de jogos de azar, de leno-
ou física de humilhação, coação ou ameaça; cínio, de narcotráfico, de contrabando, de usura ou de qualquer
▪ pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber qualquer outra atividade ilícita, ou aceitar promessa de tal vantagem;
tipo de ajuda financeira, gratificação, prêmio, comissão, doação b) fazer declaração falsa sobre medição ou avaliação em
ou vantagem de qualquer espécie, para si, familiares ou qualquer obras públicas ou qualquer outro serviço, ou sobre quantidade,
pessoa, para o cumprimento da sua missão ou para influenciar peso, medida, qualidade ou característica de mercadorias ou bens
outro empregador para o mesmo fim. fornecidos a qualquer das empresas do conglomerado CAIXA;
▪ receber transporte, hospedagem, refeições ou quaisquer fa- c) omitir ato de ofício, providência ou declaração a que esteja
vores de particulares, inclusive de clientes, fornecedores ou pres- obrigado;
tadores de serviços, de forma a permitir situação que possa gerar ▪ adquirir, para si ou para outrem, no exercício de mandato,
dúvida sobre a sua probidade ou honorabilidade; cargo, emprego ou função pública, bens de qualquer natureza
cujo valor seja desproporcional à evolução do patrimônio ou à
CRÍTICAS À REPUTAÇÃO DE EMPREGADO E À IMAGEM DA renda do agente público;
CAIXA, ATENDIMENTO DE INTERESSE PARTICULAR, DÚVIDA ▪ incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio, bens,
QUANTO À INTEGRIDADE rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das
É dever do agente público: empresas do conglomerado CAIXA;
▪ não apresentar comportamento que prejudique o ambien- ▪ usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou valores
te de trabalho e a formulação de críticas à reputação de colegas, integrantes do acervo patrimonial das empresas do conglomera-
superiores e à CAIXA; do CAIXA.
▪ utilizar os canais corporativos adequados para suas even-
tuais manifestações, de maneira cordial e fundamentada. PREJUÍZO AO ERÁRIO
É vedado ao agente público: Constitui em prejuízo ao erário e, portanto, é vedado ao agen-
▪ desviar colega, prestador de serviço, estagiário ou jovem te público, no que couber:
aprendiz para atendimento a interesse particular; ▪ facilitar ou concorrer por qualquer forma e fora das hipóte-
▪ exercer atividade paralela que provoque dúvida a respeito ses legais para:
da integridade, moralidade, clareza de posições e decoro do em- a) a incorporação ao patrimônio particular, de pessoa física
pregado ou dirigente; ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores integrantes do
▪ dar causa à instauração de Análise Preliminar, Processo Dis- acervo patrimonial das empresas do conglomerado CAIXA;
ciplinar e Civil ou Processo de Apuração Ética contra alguém de b) a incorporação, ao patrimônio particular de pessoa física
fato irregular de que o sabe inocente ou inexistente; ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores públicos transferi-
▪ adotar conduta discriminatória relacionada à origem, raça, dos pela administração pública a entidades privadas mediante ce-
gênero, cor, idade, religião, credo, classe social, incapacidade fí- lebração de parcerias, sem a observância das formalidades legais
sica; ou regulamentares aplicáveis à espécie;
▪ participar de licitações e de ser contratada pela CAIXA, a ▪ permitir ou concorrer para:
empresa, cujo administrador ou sócio seja, agente público. a) que pessoa física ou jurídica privada utilize bens, rendas,
verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das empre-
ENRIQUECIMENTO ILÍCITO sas do conglomerado CAIXA, sem a observância das formalidades
Constitui em enriquecimento ilícito e, portanto, é vedado ao legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;
agente público, no que couber: b) que pessoa física ou jurídica privada utilize bens, rendas,
▪ receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou verbas ou valores públicos transferidos pela administração públi-
imóvel, ou qualquer outra vantagem econômica, direta ou indire- ca a entidade privada mediante celebração de parcerias, sem a
ta, a título de comissão, percentagem, gratificação ou presente de observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis
quem tenha interesse, direto ou indireto, que possa ser atingido à espécie;
ou amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do ▪ doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente desperso-
agente público; nalizado, ainda que de fins educativos ou assistenciais, bens, ren-
▪ perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para: das, verbas ou valores do patrimônio de qualquer das empresas
do conglomerado CAIXA, sem observância das formalidades legais
e regulamentares aplicáveis à espécie;

155
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
▪ permitir ou facilitar fora das hipóteses legais: ATOS LESIVOS À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA NACIONAL OU
a) a alienação, permuta ou locação de bem integrante do pa- ESTRANGEIRA
trimônio de qualquer das empresas do conglomerado CAIXA, ou Constituem atos lesivos à administração pública, nacional ou
ainda a prestação de serviço por parte delas, por preço inferior ao estrangeira, que atentem contra o patrimônio público nacional ou
de mercado; estrangeiro, contra princípios da administração pública ou contra
b) a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço por os compromissos internacionais assumidos pelo Brasil e, portan-
preço superior ao de mercado; to, vedados ao agente público:
▪ realizar operação financeira sem observância das normas ▪ prometer, oferecer ou dar, direta ou indiretamente, vanta-
legais e regulamentares ou aceitar garantia insuficiente ou inidô- gem indevida a agente público, ou a terceira pessoa a ele relacio-
nea; nada;
▪ conceder benefício administrativo ou fiscal sem a observân- ▪ comprovadamente, financiar, custear, patrocinar ou de qual-
cia das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espé- quer modo subvencionar a prática dos atos ilícitos previstos nesta
cie; Lei;
▪ frustrar a licitude de processo licitatório ou de processo se- ▪ comprovadamente, utilizar-se de interposta pessoa física ou
letivo para celebração de parcerias com entidades sem fins lucra- jurídica para ocultar ou dissimular seus reais interesses ou a iden-
tivos, ou dispensá-los indevidamente; tidade dos beneficiários dos atos praticados;
▪ ordenar ou permitir a realização de despesas não autoriza- ▪ dificultar atividade de investigação ou fiscalização de ór-
das em lei ou regulamento; gãos, entidades ou agentes públicos, ou intervir em sua atuação,
▪ agir negligentemente na: inclusive no âmbito das agências reguladoras e dos órgãos de fis-
a) arrecadação de tributo ou renda, bem como no que diz calização do sistema financeiro nacional.
respeito à conservação do patrimônio público;
b) celebração, fiscalização e análise das prestações de contas No tocante a licitações e contratos é vedado ao agente pú-
de parcerias firmadas pela administração pública com entidades blico:
privadas; ▪ frustrar ou fraudar, mediante ajuste, combinação ou qual-
▪ liberar verba pública sem a estrita observância das normas quer outro expediente, o caráter competitivo de procedimento
pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua aplicação ir- licitatório público;
regular; ▪ impedir, perturbar ou fraudar a realização de qualquer ato
▪ permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enrique- de procedimento licitatório público;
ça ilicitamente; ▪ afastar ou procurar afastar licitante, por meio de fraude ou
▪ permitir que se utilize, em obra ou serviço particular, veí- oferecimento de vantagem de qualquer tipo;
culos, máquinas, equipamentos ou material de qualquer nature- ▪ fraudar licitação pública ou contrato dela decorrente;
za, de propriedade ou à disposição de qualquer das empresas do ▪ criar, de modo fraudulento ou irregular, pessoa jurídica para
conglomerado CAIXA, bem como o trabalho de servidor público, participar de l icitação pública ou celebrar contrato administrati-
empregados ou terceiros contratados por essas entidades; vo;
▪ celebrar: ▪ obter vantagem ou benefício indevido, de modo fraudulen-
a) contrato ou outro instrumento que tenha por objeto a to, de modificações ou prorrogações de contratos celebrados com
prestação de serviços públicos por meio da gestão associada sem a administração pública, sem autorização em lei, no ato convoca-
observar as formalidades previstas na lei; tório da licitação pública ou nos respectivos instrumentos contra-
b) contrato de rateio de consórcio público sem suficiente e tuais; ou
prévia dotação orçamentária, ou sem observar as formalidades ▪ manipular ou fraudar o equilíbrio econômico-financeiro dos
previstas na lei; contratos celebrados com a administração pública.
c) parcerias da administração pública com entidades privadas
sem a observância das formalidades legais ou regulamentares PADRÕES ESPECÍFICOS DE CONDUTA
aplicáveis à espécie. O agente público, para o exercício de suas atividades na admi-
nistração e gestão de ativos de terceiros, no risco, nas operações
ATOS CONTRA OS PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA de tesouraria, nas típicas de banco de investimento, nas ofertas
É proibido ao agente público, no que couber: públicas pela emissora ou ofertante, sem prejuízo da aplicação do
▪ praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou disposto no Padrão Geral de Conduta previsto neste código, de-
diverso daquele previsto na regra de competência; vem observar as normas reguladoras, autorreguladoras e internas
▪ retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício; que lhes sejam aplicáveis.
▪ revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão
das atribuições e que deva permanecer em segredo; DIRIGENTES E MEMBROS ESTATUTÁRIOS DO CONGLOMERA-
▪ negar publicidade aos atos oficiais; DO
▪ frustrar a licitude de concurso público; Cientes de todos os termos e consequências do presente Có-
▪ deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo. digo, os dirigentes e membros estatutários devem pautar suas
ações como exemplo de conduta proba, honesta, eficiente, ética e
RESPONSABILIDADE SÓCIO EMPRESARIAL moral para todos os empregados, clientes e cidadãos.
É vedado ao agente público: Por ocasião de eventual procedimento administrativo com
▪ contratar fornecedores e/ou estabelecer parcerias que pra- intuito de apurar situações de possível conflito de interesses ou
tiquem trabalho infantil, escravo ou análogo, que adotem práti- descumprimento de normas ou leis, os dirigentes e os membros
cas contrárias à Carta Internacional dos Direitos Humanos, assim estatutários autorizam acesso aos seus dados fiscais, bancários,
como aos Estatutos do Idoso e da Criança e do Adolescente. telefônicos e de dados, pertinentes ao objeto da apuração, sem-

156
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
pre que a autoridade responsável pela instauração do procedi- mento contratual que contenha cláusula que vede a interferência
mento administrativo assim determinar, nos estritos limites do do dirigente e do membro estatutário em qualquer decisão de
necessário para os esclarecimentos dos fatos. investimento, assim como o seu prévio conhecimento de decisões
As informações obtidas restarão protegidas por sigilo e não tomadas pela instituição administradora a respeito da gestão dos
serão reveladas sem o consentimento dos interessados, salvo os bens e direitos.
casos legalmente previstos. O dirigente e o membro estatutário devem guardar sigilo das
O dirigente e o membro estatutário que mantiverem partici- informações privilegiadas e ato ou fato relevante aos quais te-
pação superior a cinco por cento do capital de qualquer sociedade nham acesso em razão do cargo ou posição que ocupam, até sua
devem informar tal fato à Comissão de Ética Pública. efetiva divulgação ao mercado.
O dirigente e o membro estatutário que receberem salário O dirigente e o membro estatutário devem divulgar e manter
ou qualquer outra remuneração de fonte privada deve informar arquivadas nas respectivas Consultorias as agendas de reuniões
tal fato à Comissão de Ética Pública, exceto remuneração prove- e encontros com pessoas físicas e jurídicas que tenham qualquer
niente de participação em conselhos de empresas em que a CAIXA tipo de interesse junto à CAIXA, mantendo registro sumário das
detenha participação societária ou direito de indicar representan- matérias tratadas, bem como informando necessariamente o
tes; e prêmio recebido da CAIXA ou de suas empresas coligadas, nome do acompanhante e relação das pessoas presentes, que fi-
subsidiárias e parceiras conforme descrito acima. carão disponíveis aos interessados.
O dirigente deve abster-se de exercer trabalho ou prestar No relacionamento com outros órgãos públicos e privados,
serviços de consultoria, de assessoria, de assistência técnica e de empresas e outras entidades, o dirigente e o membro estatutário
treinamento, exceto nas atividades de magistério e nas situações devem esclarecer a existência de eventual conflito de interesses,
analisadas e aprovadas pela Comissão de Ética Pública. bem como comunicar ao colegiado qualquer circunstância ou fato
O membro estatutário deve abster-se de exercer trabalho ou impeditivo de sua participação em decisão coletiva ou em órgão
prestar serviços de consultoria, de assessoria, de assistência téc- colegiado.
nica e de treinamento, exceto nas atividades de magistério e nas As eventuais divergências entre os dirigentes e os membros
situações analisadas e aprovadas pela Comissão de Ética Pública, estatutários serão resolvidas internamente, mediante coordena-
considerando ainda o disposto em item acima deste Código. ção administrativa, não lhes cabendo manifestar-se publicamente
sobre matéria que não seja afeta a sua área de competência.
É expressamente vedado:
▪ o investimento em bens cujo valor ou cotação possa ser afe- É vedado ao dirigente e ao membro estatutário opinarem pu-
tado por decisão ou política governamental ou relacionamentos blicamente a respeito:
comerciais mantidos pela CAIXA a respeito do qual tenha informa- ▪ da honorabilidade e do desempenho funcional de outros
ções privilegiadas, em razão da ocupação do cargo de dirigente e membros ou das autoridades públicas federais e;
de membro estatutário; ▪ do mérito de questão que lhe será submetida para decisão
▪ utilizar informações privilegiadas para qualquer fim, ou se individual ou em órgão colegiado.
valer do cargo de dirigente e de membro estatutário em benefício É também vedado aos dirigentes e aos demais membros esta-
próprio ou de terceiros; tutários divulgar, sem autorização do órgão competente da CAIXA,
▪ comentar com terceiros assuntos internos que envolvam informação que possa causar impacto na cotação dos títulos da
informações confidenciais ou que possam vir a antecipar algum empresa e em suas relações com o mercado ou com consumido-
comportamento do mercado; res e fornecedores, à qual caberá:
▪ usar ou divulgar, a qualquer tempo, em proveito próprio ou ▪ resguardar o sigilo das informações relativas a ato ou fato
de terceiros, informação privilegiada obtida em razão das ativida- relevante às quais tenha acesso privilegiado em razão do cargo,
des exercidas, ainda que após seu desligamento das atividades de função ou emprego público que ocupe até a divulgação ao mer-
dirigente e de membro estatutário; cado; e
▪ receber transporte, hospedagem ou quaisquer favores de ▪ comunicar qualquer ato ou fato relevante de que tenha co-
particulares de forma a permitir situação que possa gerar dúvida nhecimento ao Diretor de Relações com Investidores da CAIXA,
sobre a sua probidade ou honorabilidade; que promoverá sua divulgação, ou na hipótese de omissão deste,
▪ utilizar-se de membro de sua equipe para tratar de assuntos à Comissão de Valores Mobiliários – CVM.
particulares. As propostas de trabalho ou de negócio futuro no setor priva-
Em relação aos investimentos pessoais, o dirigente e o mem- do destinadas aos dirigentes e membros estatutários, bem como
bro estatutário devem, ainda, observar a Resolução CVM nº 44, de qualquer negociação que envolva conflito de interesses, devem
23/08/2021, e outras que vierem substituir e/ou complementá-la, ser imediatamente informadas a Comissão de Ética Pública, inde-
bem como as diretrizes contidas em norma interna; devem ainda pendentemente da sua aceitação ou rejeição.
atender integralmente ao CCAAF e ao disposto na Resolução nº Após deixar o cargo de dirigente e de membro estatutário, no
15, de 1º de fevereiro de 2020. período de seis meses, não poderá desenvolver nenhum tipo de
atividade profissional que eventualmente possa ensejar conflito
Além das medidas descritas em item acima, o dirigente e o de interesses com as atividades da CAIXA.
membro estatutário poderão prevenir a ocorrência de conflito No período de seis meses, contado da data da dispensa, exo-
de interesses, adotando a seguinte providência em até 6 meses a neração, destituição, demissão ou aposentadoria de cargo de di-
partir da publicação deste Código: rigente e de membro estatutário, configura conflito de interesses,
▪ transferir a administração dos bens e direitos que possam salvo quando expressamente autorizado pela Comissão de Ética
suscitar conflito de interesses para instituição financeira ou admi- Pública:
nistradora de carteira de valores mobiliários autorizada a funcio-
nar pelo BACEN ou pela CVM, conforme o caso, mediante instru-

157
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
▪ prestar, direta ou indiretamente, qualquer tipo de serviço a de Crédito e Recuperação de Ativos de Crédito, sendo no mínimo
pessoa física ou jurídica com quem tenha estabelecido relaciona- dois e um deles com função gerencial, obrigatoriamente acompa-
mento relevante em razão do exercício do cargo de dirigente e de nhados de representante da área negocial.
membro estatutário na CAIXA; Eventual atendimento, conforme definido acima, realizado
▪ aceitar cargo de administrador ou conselheiro ou estabele- por representantes das Centralizadoras Nacionais de Risco de Cré-
cer vínculo profissional com pessoa física ou jurídica que desem- dito e Recuperação de Ativos de Crédito, deverá ser registrado em
penhe atividade relacionada à área de competência do cargo de sistema de ata eletrônico, com numeração sequencial em âmbito
dirigente anteriormente ocupado; nacional.
▪ celebrar com as empresas do conglomerado CAIXA contratos O empregado da área de avaliação de riscos que participa das
de serviço, consultoria, assessoramento ou atividades similares; decisões para atribuição de rating e limites para empresas e ope-
▪ intervir, direta ou indiretamente, em favor de interesse pri- rações de crédito não deve participar de negociações e estrutura-
vado perante a CAIXA ou órgão com o qual tenha estabelecido ção de operações com clientes.
relacionamento relevante em razão do exercício do cargo de di- Todas as reuniões entre empregados da Vice-Presidência Ris-
rigente. cos e empregados de outras unidades do conglomerado CAIXA
Todo ato de posse ou investidura em função de dirigente e de deverão ser registradas em sistema de ata eletrônico, com nume-
membro estatutário deve ser acompanhado da assinatura do ter- ração sequencial em âmbito nacional, e deverá ter mais de um
mo de ciência e concordância com as normas estabelecidas pelo representante da VICOR.
Código de Conduta da Alta A ata deverá conter no mínimo: data, local, participantes e
Administração Federal (arquivo apensado à norma), pelo Có- resumo dos assuntos tratados.
digo de Ética da CAIXA e por este Código. Em relação ao processo de Prevenção à Lavagem de Dinheiro
Em caso de dúvida, o dirigente e o membro estatutário de- (PLD):
vem solicitar informações adicionais e esclarecimentos à Comis- a) As informações obtidas no processo de Prevenção à Lava-
são de Ética Pública. gem de Dinheiro (PLD) não devem ser utilizadas/compartilhadas
Os Vice-Presidentes e Diretores da CAIXA podem atuar em, no externa ou internamente;
máximo, 03 Conselhos/Comitês de empresas participadas, coliga- b) O empregado que atua na PLD deve preservar o sigilo das
das, investidas e/ou FUNCEF, sendo, no máximo, 02 remunerados. comunicações efetuadas às autoridades responsáveis, sem reve-
lar ou dar ciência da ocorrência aos clientes ou envolvidos;
VICE-PRESIDÊNCIA DE FUNDOS DE INVESTIMENTO c) O empregado que atua na PLD deve preservar o sigilo das
Os empregados e dirigentes lotados na Vice-Presidência e nas partes envolvidas em denúncias.
unidades subordinadas à Vice-Presidência de Fundos de Investi- As solicitações de informações e esclarecimentos acerca de
mento, observam, além das normas expressas neste Código, ao avaliações de risco de crédito deverão ser solicitadas via sistema
disposto no Código de Conduta da Vice-Presidência de Fundos de interno.
Investimento.
SUPERINTENDÊNCIA OPERAÇÕES FINANCEIRAS
VICE-PRESIDÊNCIA RISCOS Os padrões de conduta a seguir definidos se destinam aos
Os empregados envolvidos nos processos de análise de risco empregados lotados na Superintendência Operações Financeiras
de crédito e renegociação não devem se manifestar previamente e nas áreas subordinadas (Gerências Nacionais), no desempenho
sobre matéria sujeita a sua decisão ou de cujo processo decisório das atividades administrativas e de negócios realizados em nome
venha a participar, a não ser com as pessoas que participam ou da CAIXA, em suas dependências ou fora dela, no intuito de pre-
participarão conjuntamente da análise da matéria. servar a excelência da qualidade, a ética e o profissionalismo na
As atividades da Vice-Presidência de Riscos não devem ser gestão e administração dos recursos de tesouraria, câmbio e mer-
desempenhadas por empregado que atue em atividades nego- cado de capitais.
ciais, de modo a resguardar a isenção de opinião e a integridade As condutas relacionadas abaixo ferem a preservação dos
do empregado e da CAIXA. padrões éticos, profissionais e das boas práticas de mercado e
Apenas os Agentes de Compliance podem ter lotação física governança corporativa, sendo caracterizados, ainda, como impe-
em unidades não vinculadas à Vice-Presidência Riscos Eventual dimentos:
lotação física temporária de empregado da Vice-Presidência Ris- a) realizar diretamente ou por meio de terceiros, operações
cos para participar de projetos estratégicos, grupos de trabalho e/ com instrumentos financeiros derivativos ou derivativos embu-
ou outras atividades corporativas, poderá ser autorizada excep- tidos, ações de qualquer espécie e cotas de fundos cotados em
cionalmente em decisão conjunta do Superintendente Nacional bolsa para interesse próprio com prazo mínimo de retenção do
de vinculação do empregado, Diretor Executivo e Vice-Presidente instrumento inferior a 90 dias corridos;
da Vice-Presidência Riscos. b) alienar ou resgatar títulos privados, adquiridos por meio
Os empregados da Vice-Presidência Riscos lotados na matriz, de Oferta Pública, antes do prazo mínimo de 90 dias corridos de
incluindo Vice-Presidente e Diretor Executivo, são impedidos de retenção dos títulos, a fim de evitar possíveis questionamentos
realizar atendimento a clientes da CAIXA e PEP (pessoas expostas relacionados à manipulação do mercado de valores mobiliários e
politicamente) para tratar de assuntos relacionados a operações ao uso indevido de informações privilegiadas;
de crédito e renegociações. c) realizar diretamente ou por meio de terceiros, operações
O atendimento pessoal a clientes da CAIXA, seja visitando-os de day trade de qualquer espécie para interesse próprio;
ou sendo visitado por eles, quando necessário, será feito exclusi-
vamente por empregados das Centralizadoras Nacionais de Risco

158
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
d) realizar operações com corretoras cadastradas a operar f) obedecer às normas legais ou regulamentares que regem
com a Superintendência Operações Financeiras para interesse suas atividades, bem como os manuais normativos
próprio, exceto no caso de aquisição de ações e cotas de fundos g) obter prévia e expressa autorização da Superintendência
fechados com distribuição em oferta pública, desde que as ações Nacional de Operações de Tesouraria para publicação de estudos,
sejam mantidas pelo prazo mínimo de 90 dias corridos; pareceres, pesquisas e demais trabalhos, de sua autoria ou não,
e) participar de almoços, jantares, reuniões, solenidades, que envolvam assuntos relacionados às atividades da área;
seminários ou encontros patrocinados por clientes, instituições h) cumprir estritamente todas as normas legais e regulamen-
concorrentes ou quaisquer pessoas que tenham interesse junto à tares emanadas de entidades governamentais, tais como, CMN,
CAIXA, sem a devida observância ao disposto no Código; BACEN, CVM, Tesouro Nacional, e das não governamentais, tais
f) comentar com pessoas não relacionadas sobre os assun- como, ANBIMA, B3SA, e demais entidades que regulem suas ati-
tos da Superintendência, sobre as operações proprietárias ou de vidades profissionais.
clientes, assim como as estratégias de atuação da Superintendên- i) notificar seu Gerente Nacional ou seu Superintendente
cia Operações Financeiras; Nacional (no caso de empregados com função gratificada de Ge-
g) divulgar ou repassar qualquer informação sigilosa de clien- rente Nacional ou lotados na SUOPE), sobre situações ou com-
tes ou operações do mercado financeiro e de capitais realizadas portamentos que possam, de alguma forma, configurar conflitos
no âmbito desta Superintendência Nacional; ou potenciais conflitos de interesse ou inobservância ao presente
h) divulgar informações sobre as operações em estruturação Código.
durante o período de silêncio até que a oferta pública seja divul- Cabe aos Gerentes Nacionais e/ou seus substitutos eventuais:
gada ao mercado; a) realizar reunião anual com os empregados lotados na res-
i) concretizar ou negociar operações da CAIXA, por mensa- pectiva Gerência Nacional para reforço das orientações contidas
gens de texto, celular, tablet ou similares; neste Código;
j) utilizar-se de informações ou bens sob administração da Su- b) realizar reunião periódica com os empregados lotados na
perintendência em proveito próprio ou de terceiros, mesmo após respectiva Gerência Nacional sempre que houver atualizações re-
desligar-se da área; levantes deste capítulo;
k) ter participação societária em empresas que tenham como c) registrar em Ata as reuniões citadas nos itens anteriores e
objetivo serviços ou produtos ligados ao mercado financeiro ou incluí-las no Sistema de Gestão da Ética – SIETI;
de capitais, ou em atividades correlatas ao mercado financeiro ou d) disponibilizar exemplar deste normativo a todos os empre-
de capitais, que gerem conflitos ou potenciais conflitos de interes- gados sob sua gestão, orientando a assinatura do Termo de Ciên-
ses, em relação às atividades exercidas na CAIXA; cia do Código de Conduta da CAIXA;
l) transitar informações por fora das Caixas Postais das Unida- e) dar ciência imediata deste normativo aos novos emprega-
des, de natureza corporativa ou inerente às atividades, sem obser- dos sob sua gestão, orientando a assinatura do Termo de Ciência
vância do contido em normas internas; do Código de Conduta da CAIXA;
m) realizar análises de títulos e valores mobiliários sem a de- f) proceder conforme disposto nesta norma no caso de recusa
vida certificação profissional requerida. por parte de qualquer empregado em assinar Termo de Ciência do
Código de Conduta da CAIXA;
Não se aplicam restrições à: g) levar ao conhecimento do Superintendente Nacional as
a) aplicação em Fundos de Investimento abertos, constituídos notificações recebidas de seus empregados, mencionadas na alí-
com base na Instrução CVM 409, Títulos de renda fixa, tais como nea “i” acima, e, em conjunto, decidir qual procedimento deve ser
Títulos de Emissão do Tesouro Nacional por meio da ferramenta adotado, tomando por base o disposto neste normativo e todos
Tesouro Direto, LCI, CDB, RDB, CRI e Debêntures; os outros relacionados;
b) realização de operações com instrumentos derivativos e h) dar conhecimento ao empregado que efetuou a notificação
ações de qualquer espécie e cotas de fundos fechados para in- sobre o acatamento ou não das razões da notificação;
teresse próprio, com prazo mínimo de retenção do instrumento i) Em sendo procedente a notificação recebida, apurar os fa-
superior a 90 dias corridos; Cabe aos empregados lotados na Su- tos, tomando por base normas internas, conforme o caso, e ga-
perintendência Operações Financeiras e nas áreas subordinadas rantindo, sob qualquer hipótese, o sigilo quanto a identificação
(Gerências Nacionais): do denunciante;
a) atender às ligações telefônicas com cortesia; j) Efetuar correções tempestivas dos desvios de condutas
b) evitar a utilização de procedimentos que possam vir a con- identificados no desempenho das atividades dos empregados sob
figurar a criação de condições artificiais de mercado, manipulação sua gestão.
de preços, realização de operações fraudulentas e uso de práticas Cabe ao Superintendente Nacional da Superintendência Na-
não equitativas em operações de mercado financeiro; cional Operações Financeiras:
c) identificar com precisão os objetivos e intenções dos clien- a) mediar e conciliar situações que envolvam questões para
tes, a fim de auxiliar adequadamente às SR e Agências/PA a reco- as quais este Código seja omisso;
mendarem os produtos e serviços mais adequados aos clientes; b) realizar reunião anual ou sempre que houver novas atua-
d) manter em perfeita ordem o registro das operações reali- lizações deste Código, com os Gerentes Nacionais da Gerência
zadas, a fim de possibilitar consulta posterior ao mesmo; Nacional Suporte Tesouraria e da Gerência Nacional Tesouraria,
e) manter em sigilo informações referentes aos clientes e e com os empregados lotados na Superintendência Nacional Ope-
à CAIXA, exceto no caso de requisição formal de órgão externo rações Financeiras, repassando e reforçando todas as orientações
após devidamente autorizado pela CAIXA, tais como BACEN, CMN, contidas neste normativo;
CVM, TCU, CGU, ANBIMA, dentre outros, ou ante cumprimento de c) registrar em Ata as reuniões citadas no item anterior e in-
ordem judicial; cluí-las no Sistema de Gestão da Ética – SIETI;

159
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
d) disponibilizar exemplar deste normativo para todos os em-
pregados sob sua gestão, orientando sobre a assinatura do Termo POLÍTICA DE RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL
de Ciência do Código de Conduta da CAIXA. DA CAIXA ECONÔMICA FEDERAL (DISPONÍVEL NO SÍ-
e) dar ciência imediata deste normativo aos novos emprega- TIO DA CEF NA INTERNET)
dos sob sua gestão, orientando a assinatura do Termo de Ciência
do Código de Conduta da CAIXA; POLÍTICA DE RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL (PRSA) DA
f) proceder conforme disposto nesta norma no caso de recusa CAIXA
por parte de qualquer empregado em assinar o Anexo II;
g) decidir sobre as situações descritas nos itens acima, alíneas 1. Objetivos da PRSA:
“i” e “g” respectivamente e, sendo procedentes, solicitar ou apu- Assegurar a atuação sustentável da CAIXA e suas subsidiárias,
rar os fatos, tomando por base norma interna, conforme o caso, e a partir da integração das dimensões social e ambiental na sua
garantindo, sob qualquer hipótese, o sigilo quanto a identificação estratégia, garantindo a incorporação dos princípios e diretrizes
do denunciante; desta política nos negócios, processos e relacionamentos com as
h) efetuar correções tempestivas dos desvios de condutas partes interessadas.
identificados no desempenho das atividades dos empregados sob
sua gestão. 2. Princípios:
A recusa em assinar o Termo de Ciência do Código de Conduta Ética, Conformidade e Combate à Corrupção
da CAIXA” não exime o empregado da observância do contido nes- Atuação de forma ética, com respeito aos direitos humanos
te normativo, podendo o ateste ocorrer por aposição de assinatu- universais e às leis dos países onde a CAIXA atua, e intolerância
ra do gestor da Gerência Nacional ou Superintendência Nacional a qualquer tipo de atitude ilícita nas suas operações e relaciona-
de lotação do empregado na presença de 2 testemunhas. mentos;
Após a assinatura do Termo de Ciência, o empregado terá o
prazo de 60 dias corridos para o enquadramento de suas ativida- Gestão Participativa
des em cumprimento de todas as exigências contidas neste Có- Engajamento e diálogo contínuo com as partes interessadas
digo. no desenvolvimento, implementação e monitoramento de políti-
cas, práticas e negócios;
DISPOSIÇÕES FINAIS
As violações a este Código de Conduta cometidas por empre- Promoção do Desenvolvimento Sustentável
gado serão submetidas à avaliação do gestor que deliberará sobre Atuação colaborativa junto a clientes, fornecedores, con-
o encaminhamento da ocorrência para abertura de procedimento correntes, governo e demais atores da cadeia de valor, a fim de
de apuração de responsabilidade disciplinar e civil, e de processo promover por meio de nossos serviços e relacionamentos o de-
de apuração ética, conforme normas internas. senvolvimento capaz de suprir as necessidades da geração atual,
As violações a este Código de Conduta cometidas por Presi- sem comprometer a capacidade de atender as necessidades das
dente, Vice-Presidentes e Diretores serão submetidas à aprecia- futuras gerações;
ção do Comitê de Correição.
As violações a este Código de Conduta cometidas por mem- Inclusão Social
bro estatutário serão submetidas à apreciação do Conselho de Promoção da cidadania e democratização do acesso a produ-
Administração. tos e serviços financeiros, contribuindo para o desenvolvimento
A responsabilização do agente público em situação de con- da sociedade e de uma economia mais justa e inclusiva;
flito de interesses é considerada improbidade administrativa e a
penalização é a de rescisão do contrato de trabalho conforme os Eficiência Ambiental
termos da Lei 12.813/13. Consumo sustentável de recursos naturais e de materiais nos
Cabe aos gestores manterem os empregados devidamente in- processos internos e nas contratações de bens e serviços;
formados e esclarecidos sobre o conteúdo do presente Código de
Conduta, orientando-os sobre a necessidade de leitura e reflexão Proteção e Conservação Ambiental
constantes sobre as prescrições nele estabelecidas. Respeito ao meio ambiente e contribuição para a proteção
Este Código de Conduta deve constar como anexo nos contra- e conservação dos ecossistemas, dos recursos hídricos e da bio-
tos de prestação de serviços da CAIXA, de forma a também orien- diversidade e desenvolvimento de soluções que promovam uma
tar a conduta dos prestadores de serviço. economia de baixo carbono;
O Conselho de Administração é competente para discutir,
aprovar e monitorar decisões relativas ao Código de Conduta da Transparência
CAIXA. Divulgação eficaz e precisa de informações financeiras e não-
-financeiras.

160
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
3. Diretrizes • Envolvimento claro, ético e colaborativo com entidades e
órgãos governamentais e reguladores, assegurando a atuação da
Governança CAIXA como um dos principais agentes financiadores e promoto-
A CAIXA mantém, aprimora e implementa políticas e proces- res de políticas públicas em prol do desenvolvimento econômico
sos, de forma a garantir o(a): e socioambiental do país.
• Provimento de estrutura de governança e arquitetura or- • Incentivo à participação voluntária de empregados e apo-
ganizacional compatível com o porte, a natureza do negócio, a sentados em atividades destinadas a assegurar a cidadania e a
complexidade de atividades, serviços e produtos oferecidos, asse- proteção ambiental.
gurando coordenação e atuação integrada da PRSA com as demais
políticas. Gestão de Riscos Socioambientais
• Integração da Responsabilidade Socioambiental na gover- A CAIXA adota modelos de avaliação e gerenciamento do ris-
nança da empresa, influenciando o processo de planejamento es- co socioambiental nos seus processos, produtos, negócios e servi-
tratégico, o processo decisório, as práticas de gestão, a avaliação ços, de forma a garantir a:
de oportunidades e riscos, o relacionamento com as partes inte- • Identificação, classificação, avaliação, monitoramento, miti-
ressadas e a definição de metas. gação e controle do risco socioambiental nas atividades e opera-
• Manutenção de estrutura de governança apta a monitorar ções da CAIXA.
e avaliar a execução desta PRSA, envolvendo o Conselho de Admi- • Aplicação das diretrizes estabelecidas pelos Princípios do
nistração, representantes das Unidades da CAIXA, do Conglome- Equador e demais protocolos, pactos e convenções nacionais e
rado e partes interessadas. internacionais, quando aplicáveis, na gestão de ativos (próprios e
• Adoção dos mais altos padrões de governança corporativa, de terceiros), nas operações corporativas e nas análises de riscos
acompanhando os desenvolvimentos globais em melhores práti- de clientes e de projetos.
cas de governança, garantindo a conformidade legal nos países • Manutenção de registro de dados relativos às perdas efeti-
onde a CAIXA atua e seguindo as diretrizes de compromissos, vas em função de danos socioambientais.
tratados e outros acordos nacionais e internacionais dos quais a • Adoção de diretrizes específicas para setores e segmentos
CAIXA é signatária. sensíveis e a atividades que representarem maior potencial de im-
• Colaboração com entidades setoriais e outras instituições, pacto socioambiental negativo.
e participação em iniciativas que promovam o desenvolvimento • Avaliação prévia dos potenciais impactos socioambientais
sustentável. negativos de novas modalidades de produtos e serviços, estabele-
cendo avaliação de riscos e oportunidades no lançamento e repo-
Relacionamento e Engajamento com Partes Interessadas sicionamento de produtos e serviços.
A CAIXA estabelece relacionamentos transparentes, éticos e
baseados na confiança, induzindo atuações mais sustentáveis na Promoção do Desenvolvimento Sustentável
sua cadeia de valor de forma a garantir o(a): A CAIXA estabelece práticas de gestão e políticas de atuação
• Tratamento de todas as partes interessadas com justiça, res- e relacionamento, de forma a garantir o(a):
peito, cortesia, igualdade e dignidade, repudiando todas as for- • Aprimoramento contínuo do portfólio de produtos e servi-
mas de preconceitos e constrangimentos, com base nos valores ços bancários, visando promover atividades e projetos com adi-
estabelecidos nos códigos de ética e de conduta da CAIXA. cionalidades socioambientais e oferecer condições diferenciadas
• Promoção de iniciativas que valorizem a diversidade propi- de crédito para clientes que apresentam práticas sustentáveis.
ciando a igualdade de oportunidades. • Desenvolvimento e apoio a boas práticas socioambientais
• Melhoria contínua na prestação de serviços e na oferta de para fortalecimento de setores e segmentos estratégicos com os
produtos aos clientes, assegurando que as informações anuncia- quais a CAIXA se relaciona, melhorando a competitividade e mini-
das sejam corretas, claras e completas, promovendo o uso cons- mizando riscos relacionados a questões ambientais e sociais.
ciente dos produtos e serviços financeiros. • Incentivo a ações e práticas de sustentabilidade para o de-
• Desenvolvimento das competências necessárias para em- senvolvimento urbano, contribuindo para cidades mais sustentá-
pregados e demais colaboradores implementarem os princípios veis e humanizadas.
e diretrizes desta PRSA, estimulando o comprometimento com as • Fomento a atividades sustentáveis para o desenvolvimento
questões socioambientais e a cultura da cooperação. rural, fortalecendo a responsabilidade socioambiental da CAIXA
• Inclusão de critérios socioambientais nos processos de no agronegócio.
promoção, avaliação e remuneração, promovendo ações de de- • Apoio a projetos e investimentos socioambientais com re-
senvolvimento, reconhecimento e valorização dos empregados e cursos próprios, de forma a consolidar e ampliar a atuação da
equipes. CAIXA no incentivo financeiro a ações que promovam o desenvol-
• Manutenção de mecanismos de alto padrão para consulta vimento sustentável.
e diálogo com os públicos internos e externos, disponibilizando • Desenvolvimento de ações que promovam a educação fi-
canais adequados e de fácil acesso, organizando processos de nanceira, apoiando os clientes no seu planejamento financeiro e
consulta no desenvolvimento e revisão dos produtos e serviços, nas suas decisões de compra e investimento.
na melhoria dos processos e na criação e revisão de políticas, par- • Promoção do acesso da população de baixa renda à banca-
ticularmente no que se refere a esta PRSA. rização e ao crédito, estimulando a inclusão financeira e socioe-
• Estabelecimento de ações específicas de engajamento e conômica.
parcerias com organizações da sociedade civil, universidades e
centros de pesquisas, valorizando e promovendo suas expertises
nas respectivas áreas de conhecimento.

161
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Gestão de Práticas Administrativas e da Cadeia de Forneci-
mento LEI Nº 7.998/1990 (PROGRAMA DESEMPREGO E ABO-
A CAIXA se compromete com o desenvolvimento e adota me- NO SALARIAL - BENEFICIÁRIOS E CRITÉRIOS PARA
didas e processos que garantam o(a): • Conformidade com a le- SAQUE)
gislação social e ambiental aplicável, respeitando os princípios e
diretrizes desta política. LEI Nº 7.998, DE 11 DE JANEIRO DE 1990.
• Promoção de iniciativas de acessibilidade às pessoas com
deficiência. Regula o Programa do Seguro-Desemprego, o Abono Salarial,
• Adoção de procedimentos operacionais internos, visando institui o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), e dá outras pro-
promover a máxima eficiência no uso de recursos naturais e de vidências.
materiais deles derivados, para minimizar os potenciais impactos O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso
ambientais negativos. Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
• Incentivo a melhorias contínuas e processos de inovação Art. 1º Esta Lei regula o Programa do Seguro-Desemprego e o
para redução e mitigação dos impactos socioambientais diretos e abono de que tratam o inciso II do art. 7º, o inciso IV do art. 201 e
indiretos das operações. o art. 239, da Constituição Federal, bem como institui o Fundo de
• Adoção de critérios socioambientais nos processos de com- Amparo ao Trabalhador (FAT)
pras e contratações de serviços, com a inclusão e o monitoramen-
to de cláusulas contratuais relacionadas à ética, à responsabili- DO PROGRAMA DE SEGURO-DESEMPREGO
dade socioambiental, aos direitos humanos e à comprovação de
origem e destinação ambientalmente regular dos materiais, em Art. 2º O programa do seguro-desemprego tem por finalida-
alinhamento à Política de Compras Sustentáveis e Relacionamen- de: (Redação dada pela Lei nº 8.900, de 30.06.94)
to com Fornecedores da CAIXA. I - prover assistência financeira temporária ao trabalhador de-
• Atuação junto aos fornecedores para que a partir de polí- sempregado em virtude de dispensa sem justa causa, inclusive a
ticas internas da CAIXA influenciem e engajem suas cadeias pro- indireta, e ao trabalhador comprovadamente resgatado de regime
dutivas para obtenção de matérias-primas, produtos e serviços, de trabalho forçado ou da condição análoga à de escravo; (Re-
assim como seus modos de operação, segundo padrões mais sus- dação dada pela Lei nº 10.608, de 20.12.2002)
tentáveis de produção. II - auxiliar os trabalhadores na busca ou preservação do em-
prego, promovendo, para tanto, ações integradas de orientação,
Divulgação e Reporte de Informações recolocação e qualificação profissional. (Redação dada pela
A CAIXA aprimora continuamente as práticas e processos de Medida Provisória nº 2.164-41, de 2001)
comunicação e prestação de contas, de forma a garantir às partes Art. 2o-A. Para efeito do disposto no inciso II do art. 2o, fica
interessadas o(a): instituída a bolsa de qualificação profissional, a ser custeada pelo
• Utilização da comunicação e marketing socioambiental Fundo de Amparo ao Trabalhador - FAT, à qual fará jus o trabalha-
como instrumento para sensibilizar, informar e engajar continua- dor que estiver com o contrato de trabalho suspenso em virtude
mente as partes interessadas com os princípios e diretrizes desta de participação em curso ou programa de qualificação profissional
PRSA. oferecido pelo empregador, em conformidade com o disposto em
• Divulgação interna e externa dos compromissos, ações e re- convenção ou acordo coletivo celebrado para este fim. (In-
sultados no âmbito da PRSA. cluído pela Medida Provisória nº 2.164-41, de 2001)
• Reporte e disponibilização de informações econômicas e Art. 2o-B. (Revogado pela Lei nº 13.134, de 2015)
socioambientais, de forma integrada, clara, pertinente e cultural- Art. 2o-C O trabalhador que vier a ser identificado como
mente adequada. submetido a regime de trabalho forçado ou reduzido a condição
• Garantia da participação das partes interessadas no proces- análoga à de escravo, em decorrência de ação de fiscalização do
so de avaliação e aprimoramento da atuação socioambiental da Ministério do Trabalho e Emprego, será dessa situação resgatado
CAIXA. e terá direito à percepção de três parcelas de seguro-desemprego
• Compromisso com a verdade assegurando a transparência no valor de um salário mínimo cada, conforme o disposto no § 2o
e a clareza da informação relativa a práticas, produtos e serviços. deste artigo. (Incluído pela Lei nº 10.608, de 20.12.2002)
• Adoção de instrumentos para monitoramento e reporte in- § 1o O trabalhador resgatado nos termos do caput deste ar-
ternacionalmente reconhecidos e validados por processos de au- tigo será encaminhado, pelo Ministério do Trabalho e Emprego,
ditoria interna e externa. para qualificação profissional e recolocação no mercado de tra-
balho, por meio do Sistema Nacional de Emprego - SINE, na for-
ma estabelecida pelo Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo
ao Trabalhador - CODEFAT. (Incluído pela Lei nº 10.608, de
20.12.2002)
§ 2o Caberá ao CODEFAT, por proposta do Ministro de Estado
do Trabalho e Emprego, estabelecer os procedimentos necessá-
rios ao recebimento do benefício previsto no caput deste artigo,
observados os respectivos limites de comprometimento dos re-
cursos do FAT, ficando vedado ao mesmo trabalhador o recebi-
mento do benefício, em circunstâncias similares, nos doze meses
seguintes à percepção da última parcela. (Incluído pela Lei nº
10.608, de 20.12.2002)

162
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Art. 3º Terá direito à percepção do seguro-desemprego o tra- os mesmos adotados em relação ao benefício do Seguro-Desem-
balhador dispensado sem justa causa que comprove: prego, exceto quanto à dispensa sem justa causa. (Incluído pela
I - ter recebido salários de pessoa jurídica ou de pessoa física Medida Provisória nº 2.164-41, de 2001)
a ela equiparada, relativos a: (Redação dada pela Lei nº 13.134, Art. 4o O benefício do seguro-desemprego será concedido
de 2015) ao trabalhador desempregado, por período máximo variável de 3
a) pelo menos 12 (doze) meses nos últimos 18 (dezoito) me- (três) a 5 (cinco) meses, de forma contínua ou alternada, a cada
ses imediatamente anteriores à data de dispensa, quando da pri- período aquisitivo, contados da data de dispensa que deu origem
meira solicitação; (Incluído pela Lei nº 13.134, de 2015) à última habilitação, cuja duração será definida pelo Conselho De-
b) pelo menos 9 (nove) meses nos últimos 12 (doze) meses liberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat). (Re-
imediatamente anteriores à data de dispensa, quando da segunda dação dada pela Lei nº 13.134, de 2015)
solicitação; e (Incluído pela Lei nº 13.134, de 2015) § 1o O benefício do seguro-desemprego poderá ser retomado
c) cada um dos 6 (seis) meses imediatamente anteriores à a cada novo período aquisitivo, satisfeitas as condições arroladas
data de dispensa, quando das demais solicitações; (Incluído nos incisos I, III, IV e V do caput do art. 3o. (Incluído pela Lei nº
pela Lei nº 13.134, de 2015) 13.134, de 2015)
II - (Revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.134, de 2015) § 2o A determinação do período máximo mencionado no
III - não estar em gozo de qualquer benefício previdenciário caput observará a seguinte relação entre o número de parcelas
de prestação continuada, previsto no Regulamento dos Benefícios mensais do benefício do seguro-desemprego e o tempo de serviço
da Previdência Social, excetuado o auxílio-acidente e o auxílio su- do trabalhador nos 36 (trinta e seis) meses que antecederem a
plementar previstos na Lei nº 6.367, de 19 de outubro de 1976, data de dispensa que originou o requerimento do seguro-desem-
bem como o abono de permanência em serviço previsto na Lei nº prego, vedado o cômputo de vínculos empregatícios utilizados em
5.890, de 8 de junho de 1973; períodos aquisitivos anteriores: (Incluído pela Lei nº 13.134,
IV - não estar em gozo do auxílio-desemprego; e de 2015)
V - não possuir renda própria de qualquer natureza suficiente I - para a primeira solicitação: (Incluído pela Lei nº 13.134,
à sua manutenção e de sua família. de 2015)
VI - matrícula e frequência, quando aplicável, nos termos do a) 4 (quatro) parcelas, se o trabalhador comprovar vínculo
regulamento, em curso de formação inicial e continuada ou de empregatício com pessoa jurídica ou pessoa física a ela equipa-
qualificação profissional habilitado pelo Ministério da Educação, rada de, no mínimo, 12 (doze) meses e, no máximo, 23 (vinte e
nos termos do art. 18 da Lei no 12.513, de 26 de outubro de 2011, três) meses, no período de referência; ou (Incluído pela Lei
ofertado por meio da Bolsa-Formação Trabalhador concedida no nº 13.134, de 2015)
âmbito do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Em- b) 5 (cinco) parcelas, se o trabalhador comprovar vínculo em-
prego (Pronatec), instituído pela Lei no 12.513, de 26 de outubro pregatício com pessoa jurídica ou pessoa física a ela equiparada
de 2011, ou de vagas gratuitas na rede de educação profissional e de, no mínimo, 24 (vinte e quatro) meses, no período de referên-
tecnológica. (Incluído pela Lei nº 13.134, de 2015) cia; (Incluído pela Lei nº 13.134, de 2015)
§ 1o A União poderá condicionar o recebimento da assistên- II - para a segunda solicitação: (Incluído pela Lei nº 13.134,
cia financeira do Programa de Seguro-Desemprego à comprovação de 2015)
da matrícula e da frequência do trabalhador segurado em curso a) 3 (três) parcelas, se o trabalhador comprovar vínculo em-
de formação inicial e continuada ou qualificação profissional, com pregatício com pessoa jurídica ou pessoa física a ela equiparada
carga horária mínima de 160 (cento e sessenta) horas. (Incluído de, no mínimo, 9 (nove) meses e, no máximo, 11 (onze) meses, no
pela Lei nº 12.513, de 2011) período de referência; (Incluído pela Lei nº 13.134, de 2015)
§ 2o O Poder Executivo regulamentará os critérios e requi- b) 4 (quatro) parcelas, se o trabalhador comprovar vínculo
sitos para a concessão da assistência financeira do Programa de empregatício com pessoa jurídica ou pessoa física a ela equipa-
Seguro-Desemprego nos casos previstos no § 1o, considerando rada de, no mínimo, 12 (doze) meses e, no máximo, 23 (vinte e
a disponibilidade de bolsas-formação no âmbito do Pronatec ou três) meses, no período de referência; ou (Incluído pela Lei
de vagas gratuitas na rede de educação profissional e tecnológica nº 13.134, de 2015)
para o cumprimento da condicionalidade pelos respectivos bene- c) 5 (cinco) parcelas, se o trabalhador comprovar vínculo em-
ficiários. (Incluído pela Lei nº 12.513, de 2011) pregatício com pessoa jurídica ou pessoa física a ela equiparada
§ 3o A oferta de bolsa para formação dos trabalhadores de de, no mínimo, 24 (vinte e quatro) meses, no período de referên-
que trata este artigo considerará, entre outros critérios, a capa- cia; (Incluído pela Lei nº 13.134, de 2015)
cidade de oferta, a reincidência no recebimento do benefício, o III - a partir da terceira solicitação: (Incluído pela Lei nº
nível de escolaridade e a faixa etária do trabalhador. (Incluído 13.134, de 2015)
pela Lei nº 12.513, de 2011) a) 3 (três) parcelas, se o trabalhador comprovar vínculo em-
§ 4o O registro como Microempreendedor Individual - MEI, pregatício com pessoa jurídica ou pessoa física a ela equiparada
de que trata o art. 18-A da Lei Complementar no 123, de 14 de de- de, no mínimo, 6 (seis) meses e, no máximo, 11 (onze) meses, no
zembro de 2006, não comprovará renda própria suficiente à ma- período de referência; (Incluído pela Lei nº 13.134, de 2015)
nutenção da família, exceto se demonstrado na declaração anual b) 4 (quatro) parcelas, se o trabalhador comprovar vínculo
simplificada da microempresa individual. (Incluído pela Lei empregatício com pessoa jurídica ou pessoa física a ela equipa-
Complementar nº 155, de 2016) Produção de efeito rada de, no mínimo, 12 (doze) meses e, no máximo, 23 (vinte e
Art. 3o-A. A periodicidade, os valores, o cálculo do número três) meses, no período de referência; ou (Incluído pela Lei
de parcelas e os demais procedimentos operacionais de paga- nº 13.134, de 2015)
mento da bolsa de qualificação profissional, nos termos do art.
2o-A desta Lei, bem como os pré-requisitos para habilitação serão

163
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
c) 5 (cinco) parcelas, se o trabalhador comprovar vínculo em- II - início de percepção de benefício de prestação continuada
pregatício com pessoa jurídica ou pessoa física a ela equiparada da Previdência Social, exceto o auxílio-acidente, o auxílio suple-
de, no mínimo, 24 (vinte e quatro) meses, no período de referên- mentar e o abono de permanência em serviço;
cia. (Incluído pela Lei nº 13.134, de 2015) III - início de percepção de auxílio-desemprego.
§ 3o A fração igual ou superior a 15 (quinze) dias de trabalho IV - recusa injustificada por parte do trabalhador desempre-
será havida como mês integral para os efeitos do § 2o. (Incluído gado em participar de ações de recolocação de emprego, confor-
pela Lei nº 13.134, de 2015) me regulamentação do Codefat. (Incluído pela Lei nº 13.134,
§ 4o Nos casos em que o cálculo da parcela do seguro-de- de 2015)
semprego resultar em valores decimais, o valor a ser pago deverá Art. 7o-A. O pagamento da bolsa de qualificação profissional
ser arredondado para a unidade inteira imediatamente superior. será suspenso se ocorrer a rescisão do contrato de trabalho. (In-
(Incluído pela Lei nº 13.134, de 2015) cluído pela Medida Provisória nº 2.164-41, de 2001)
§ 5o O período máximo de que trata o caput poderá ser ex- Art. 8o O benefício do seguro-desemprego será cancelado:
cepcionalmente prolongado por até 2 (dois) meses, para grupos (Redação dada pela Lei nº 12.513, de 2011)
específicos de segurados, a critério do Codefat, desde que o gasto I - pela recusa por parte do trabalhador desempregado de
adicional representado por esse prolongamento não ultrapasse, outro emprego condizente com sua qualificação registrada ou de-
em cada semestre, 10% (dez por cento) do montante da reserva clarada e com sua remuneração anterior; (Redação dada pela
mínima de liquidez de que trata o § 2o do art. 9o da Lei no 8.019, Lei nº 12.513, de 2011)
de 11 de abril de 1990. (Incluído pela Lei nº 13.134, de 2015) II - por comprovação de falsidade na prestação das infor-
§ 6o Na hipótese de prolongamento do período máximo de mações necessárias à habilitação; (Redação dada pela Lei nº
percepção do benefício do seguro-desemprego, o Codefat obser- 12.513, de 2011)
vará, entre outras variáveis, a evolução geográfica e setorial das III - por comprovação de fraude visando à percepção indevida
taxas de desemprego no País e o tempo médio de desemprego do benefício do seguro-desemprego; ou (Redação dada pela
de grupos específicos de trabalhadores. (Incluído pela Lei nº Lei nº 12.513, de 2011)
13.134, de 2015) IV - por morte do segurado. (Redação dada pela Lei nº
§ 7o O Codefat observará as estatísticas do mercado de traba- 12.513, de 2011)
lho, inclusive o tempo médio de permanência no emprego, por se- § 1o Nos casos previstos nos incisos I a III deste artigo, será
tor, e recomendará ao Ministro de Estado do Trabalho e Emprego suspenso por um período de 2 (dois) anos, ressalvado o prazo de
a adoção de políticas públicas que julgar adequadas à mitigação carência, o direito do trabalhador à percepção do seguro-desem-
da alta rotatividade no emprego. (Incluído pela Lei nº 13.134, prego, dobrando-se este período em caso de reincidência. (In-
de 2015) cluído pela Lei nº 12.513, de 2011)
Art. 4o-A. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.134, de 2015) § 2o O benefício poderá ser cancelado na hipótese de o be-
Art. 5º O valor do benefício será fixado em Bônus do Tesouro neficiário deixar de cumprir a condicionalidade de que trata o § 1o
Nacional (BTN), devendo ser calculado segundo 3 (três) faixas sa- do art. 3o desta Lei, na forma do regulamento. (Incluído pela
lariais, observados os seguintes critérios: Lei nº 12.513, de 2011)
I - até 300 (trezentos) BTN, multiplicar-se-á o salário médio Art. 8o-A. O benefício da bolsa de qualificação profissional
dos últimos 3 (três) meses pelo fator 0,8 (oito décimos); será cancelado nas seguintes situações: (Incluído pela Medida
II - de 300 (trezentos) a 500 (quinhentos) BTN aplicar-se-á, até Provisória nº 2.164-41, de 2001)
o limite do inciso anterior, a regra nele contida e, no que exceder, I - fim da suspensão contratual e retorno ao trabalho; (In-
o fator 0,5 (cinco décimos); cluído pela Medida Provisória nº 2.164-41, de 2001)
III - acima de 500 (quinhentos) BTN, o valor do benefício será II - por comprovação de falsidade na prestação das informa-
igual a 340 (trezentos e quarenta) BTN. ções necessárias à habilitação; (Incluído pela Medida Provisó-
§ 1º Para fins de apuração do benefício, será considerada a ria nº 2.164-41, de 2001)
média dos salários dos últimos 3 (três) meses anteriores à dis- III - por comprovação de fraude visando à percepção indevida
pensa, devidamente convertidos em BTN pelo valor vigente nos da bolsa de qualificação profissional; (Incluído pela Medida
respectivos meses trabalhados. Provisória nº 2.164-41, de 2001)
§ 2º O valor do benefício não poderá ser inferior ao valor do IV - por morte do beneficiário. (Incluído pela Medida Pro-
salário mínimo. visória nº 2.164-41, de 2001)
§ 3º No pagamento dos benefícios, considerar-se-á: Art. 8o-B. Na hipótese prevista no § 5o do art. 476-A da Con-
I - o valor do BTN ou do salário mínimo do mês imediatamen- solidação das Leis do Trabalho - CLT, as parcelas da bolsa de qua-
te anterior, para benefícios colocados à disposição do beneficiário lificação profissional que o empregado tiver recebido serão des-
até o dia 10 (dez) do mês; contadas das parcelas do benefício do Seguro-Desemprego a que
II - o valor do BTN ou do salário mínimo do próprio mês, para fizer jus, sendo-lhe garantido, no mínimo, o recebimento de uma
benefícios colocados à disposição do beneficiário após o dia 10 parcela do Seguro-Desemprego. (Incluído pela Medida Provi-
(dez) do mês. sória nº 2.164-41, de 2001)
Art. 6º O seguro-desemprego é direito pessoal e intransferível Art. 8o-C. Para efeito de habilitação ao Seguro-Desemprego,
do trabalhador, podendo ser requerido a partir do sétimo dia sub- desconsiderar-se-á o período de suspensão contratual de que tra-
seqüente à rescisão do contrato de trabalho. ta o art. 476-A da CLT, para o cálculo dos períodos de que tratam
Art. 7º O pagamento do benefício do seguro-desemprego os incisos I e II do art. 3o desta Lei. (Incluído pela Medida
será suspenso nas seguintes situações: Provisória nº 2.164-41, de 2001)
I - admissão do trabalhador em novo emprego;

164
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
DO ABONO SALARIAL Parágrafo único. O FAT é um fundo contábil, de natureza fi-
nanceira, subordinando-se, no que couber, à legislação vigente.
Art. 9o É assegurado o recebimento de abono salarial anual, Art. 11. Constituem recursos do FAT:
no valor máximo de 1 (um) salário-mínimo vigente na data do res- I - o produto da arrecadação das contribuições devidas ao PIS
pectivo pagamento, aos empregados que: (Redação dada pela e ao Pasep;
Lei nº 13.134, de 2015) (Produção de efeitos) II - o produto dos encargos devidos pelos contribuintes, em
I - tenham percebido, de empregadores que contribuem para decorrência da inobservância de suas obrigações;
o Programa de Integração Social (PIS) ou para o Programa de For- III - a correção monetária e os juros devidos pelo agente apli-
mação do Patrimônio do Servidor Público (Pasep), até 2 (dois) sa- cador dos recursos do fundo, bem como pelos agentes pagadores,
lários mínimos médios de remuneração mensal no período traba- incidentes sobre o saldo dos repasses recebidos;
lhado e que tenham exercido atividade remunerada pelo menos IV - o produto da arrecadação da contribuição adicional pelo
durante 30 (trinta) dias no ano-base; índice de rotatividade, de que trata o § 4º do art. 239 da Consti-
II - estejam cadastrados há pelo menos 5 (cinco) anos no Fun- tuição Federal.
do de Participação PIS-Pasep ou no Cadastro Nacional do Traba- V - outros recursos que lhe sejam destinados.
lhador. Art. 12. (Vetado).
Parágrafo único. (Revogado pela Medida Provisória nº Art. 13. (Vetado).
665, de 2014) Art. 14. (Vetado).
§ 1o No caso de beneficiários integrantes do Fundo de Parti- Art. 15. Compete aos Bancos Oficiais Federais o pagamento
cipação PIS-Pasep, serão computados no valor do abono salarial das despesas relativas ao Programa do Seguro-Desemprego e ao
os rendimentos proporcionados pelas respectivas contas indivi- abono salarial conforme normas a serem definidas pelos gestores
duais. (Incluído pela Medida Provisória nº 665, de 2014) do FAT. (Vide lei nº 8.019, de 12.5.1990)
§ 2o O valor do abono salarial anual de que trata o caput será Parágrafo único. Sobre o saldo de recursos não desembolsa-
calculado na proporção de 1/12 (um doze avos) do valor do salá- dos, os agentes pagadores remunerarão o FAT, no mínimo com
rio-mínimo vigente na data do respectivo pagamento, multiplica- correção monetária.
do pelo número de meses trabalhados no ano correspondente. Art. 16. (Revogado pela Lei nº 8.019, de 11/04/90)
(Incluído pela Lei nº 13.134, de 2015) (Produção de efeitos) Art. 17. (Revogado pela Lei nº 8.019, de 11/04/90)
§ 3o A fração igual ou superior a 15 (quinze) dias de trabalho
será contada como mês integral para os efeitos do § 2o deste ar- GESTÃO
tigo. (Incluído pela Lei nº 13.134, de 2015) (Produção de
efeitos) Art. 18. É instituído o Conselho Deliberativo do Fundo de Am-
§ 4o O valor do abono salarial será emitido em unidades intei- paro ao Trabalhador - CODEFAT, composto por representação de
ras de moeda corrente, com a suplementação das partes decimais trabalhadores, empregadores e órgãos e entidades governamen-
até a unidade inteira imediatamente superior. (Incluído pela tais, na forma estabelecida pelo Poder Executivo. (Redação
Lei nº 13.134, de 2015) (Produção de efeitos) dada pela Medida Provisória nº 2.216-37, de 200’)
Art. 9o-A. O abono será pago pelo Banco do Brasil S.A. e pela § 1º (Revogado pela Medida Provisória nº 2.216-37, de
Caixa Econômica Federal mediante: (Incluído pela Lei nº 2001)
13.134, de 2015) § 2º (Revogado pela Medida Provisória nº 2.216-37, de
I - depósito em nome do trabalhador; (Incluído pela Lei 2001)
nº 13.134, de 2015) § 3º Os representantes dos trabalhadores serão indicados
II - saque em espécie; ou (Incluído pela Lei nº 13.134, pelas centrais sindicais e confederações de trabalhadores; e os
de 2015) representantes dos empregadores, pelas respectivas confedera-
III - folha de salários. (Incluído pela Lei nº 13.134, de ções.
2015) § 4º Compete ao Ministro do Trabalho a nomeação dos mem-
§ 1o Ao Banco do Brasil S.A. caberá o pagamento aos servi- bros do Codefat.
dores e empregados dos contribuintes mencionados no art. 14 do § 5º (Revogado pela Medida Provisória nº 2.216-37, de
Decreto-Lei no 2.052, de 3 de agosto de 1983, e à Caixa Econômica 2001)
Federal, aos empregados dos contribuintes a que se refere o art. § 6º Pela atividade exercida no Codefat seus membros não
15 desse Decreto-Lei. (Incluído pela Lei nº 13.134, de 2015) serão remunerados.
§ 2o As instituições financeiras pagadoras manterão em seu Art. 19. Compete ao Codefat gerir o FAT e deliberar sobre as
poder, à disposição das autoridades fazendárias, por processo que seguintes matérias:
possibilite sua imediata recuperação, os comprovantes de paga- I - (Vetado).
mentos efetuados. (Incluído pela Lei nº 13.134, de 2015) II - aprovar e acompanhar a execução do Plano de Trabalho
Anual do Programa do Seguro-Desemprego e do abono salarial e
DO FUNDO DE AMPARO AO TRABALHADOR os respectivos orçamentos;
III - deliberar sobre a prestação de conta e os relatórios de
Art. 10. É instituído o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), execução orçamentária e financeira do FAT;
vinculado ao Ministério do Trabalho e Emprego, destinado ao IV - elaborar a proposta orçamentária do FAT, bem como suas
custeio do Programa de Seguro-Desemprego, ao pagamento do alterações;
abono salarial e ao financiamento de programas de educação pro- V - propor o aperfeiçoamento da legislação relativa ao segu-
fissional e tecnológica e de desenvolvimento econômico. (Re- ro-desemprego e ao abono salarial e regulamentar os dispositivos
dação dada pela Lei nº 12.513, de 2011) desta Lei no âmbito de sua competência;

165
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
VI - decidir sobre sua própria organização, elaborando seu re- benefícios de programas instituídos para promover a manutenção
gimento interno; de empregos ou a qualificação de trabalhadores, nos termos e nos
VII - analisar relatórios do agente aplicador quanto à forma, prazos fixados pelo Ministério do Trabalho e Previdência. (Re-
prazo e natureza dos investimentos realizados; dação dada pela Lei nº 10.261, de 2021)
VIII - fiscalizar a administração do fundo, podendo solicitar Art. 25. O empregador que infringir os dispositivos desta Lei
informações sobre contratos celebrados ou em vias de celebração estará sujeito a multas de 400 (quatrocentos) a 40.000 (quarenta
e quaisquer outros atos; mil) BTN, segundo a natureza da infração, sua extensão e intenção
IX - definir indexadores sucedâneos no caso de extinção ou do infrator, a serem aplicadas em dobro, no caso de reincidência,
alteração daqueles referidos nesta Lei; oposição à fiscalização ou desacato à autoridade.
X - baixar instruções necessárias à devolução de parcelas do § 1º Serão competentes para impor as penalidades as Delega-
benefício do seguro-desemprego, indevidamente recebidas; cias Regionais do Trabalho, nos termos do Título VII da Consolida-
XI - propor alteração das alíquotas referentes às contribuições ção das Leis do Trabalho (CLT).
a que alude o art. 239 da Constituição Federal, com vistas a asse- § 2º Além das penalidades administrativas já referidas, os res-
gurar a viabilidade econômico-financeira do FAT; ponsáveis por meios fraudulentos na habilitação ou na percepção
XII - (Vetado); do seguro-desemprego serão punidos civil e criminalmente, nos
XIII - (Vetado); termos desta Lei.
XIV - fixar prazos para processamento e envio ao trabalhador Art. 25-A. O trabalhador que infringir o disposto nesta Lei e
da requisição do benefício do seguro-desemprego, em função das houver percebido indevidamente parcela de seguro-desemprego
possibilidades técnicas existentes, estabelecendo-se como objeti- sujeitar-se-á à compensação automática do débito com o novo
vo o prazo de 30 (trinta) dias; benefício, na forma e no percentual definidos por resolução do
XV - (Vetado); Codefat. (Incluído pela Lei nº 13.134, de 2015)
XIV - (Vetado); § 1o O ato administrativo de compensação automática pode-
XVII - deliberar sobre outros assuntos de interesses do FAT. rá ser objeto de impugnação, no prazo de 10 (dez) dias, pelo tra-
Art. 19-A. O Codefat poderá priorizar projetos das entidades balhador, por meio de requerimento de revisão simples, o qual se-
integrantes do Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo guirá o rito prescrito pela Lei no 9.784, de 29 de janeiro de 1999.
(Sinase) desde que: (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Incluído pela Lei nº 13.134, de 2015)
(Vide) § 2o A restituição de valor devido pelo trabalhador de que
I - o ente federado de vinculação da entidade que solicita o trata o caput deste artigo será realizada mediante compensação
recurso possua o respectivo Plano de Atendimento Socioeducati- do saldo de valores nas datas de liberação de cada parcela ou pa-
vo aprovado; (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) gamento com Guia de Recolhimento da União (GRU), conforme
II - as entidades governamentais e não governamentais inte- regulamentação do Codefat. (Incluído pela Lei nº 13.134, de 2015)
grantes do Sinase que solicitem recursos tenham se submetido à
avaliação nacional do atendimento socioeducativo. (Incluído DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) Art. 26. (Vetado).
Art. 20. A Secretaria-Executiva do Conselho Deliberativo será Art. 27. A primeira investidura do Codefat dar-se-á no prazo
exercida pelo Ministério do Trabalho, e a ela caberão as tarefas de 30 (trinta) dias da publicação desta Lei.
técnico-administrativas relativas ao seguro-desemprego e abono Art. 28. No prazo de trinta dias as contribuições ao PIS e ao
salarial. Pasep, arrecadadas a partir de 5 de outubro de 1988 e não utiliza-
Art. 21. As despesas com a implantação, administração e ope- das nas finalidades previstas no art. 239 da Constituição Federal,
ração do Programa do Seguro-Desemprego e do abono salarial, serão recolhidas como receita do FAT. (Redação dada pela Lei
exceto as de pessoal, correrão por conta do FAT. nº 8.019, de 11/04/90)
Art. 22. Os recursos do FAT integrarão o orçamento da seguri- Parágrafo único. (Vetado).
dade social na forma da legislação pertinente. Art. 29. (Revogado pela Lei nº 8.019, de 11/04/90)
Art. 30. O Poder Executivo regulamentará esta Lei no prazo
DA FISCALIZAÇÃO E PENALIDADES de 90 (noventa) dias e apresentará projeto lei regulamentando a
contribuição adicional pelo índice de rotatividade, de que trata o
Art. 23. Compete ao Ministério do Trabalho e Previdência a § 4º do art. 239 da Constituição Federal, no prazo de 180 (cento
fiscalização do cumprimento do Programa de Seguro-Desemprego e oitenta) dias.
e do abono salarial, bem como do pagamento, pelas empresas, Art. 31. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
da bolsa de qualificação profissional de que trata o art. 2º-A des- Art. 32. Revogam-se as disposições em contrário.
ta Lei, ou de benefícios de programas instituídos para promover
a manutenção de empregos ou a qualificação de trabalhadores, Brasília, 11 de janeiro de 1990; 169º da Independência e 102º
custeados com recursos do FAT. (Redação dada pela Lei nº da República.
10.261, de 2021)
Art. 24. Os trabalhadores, os empregadores e os serviços na-
cionais de aprendizagem ou entidades qualificadas em formação
técnico profissional, bem como os trabalhadores de programas
instituídos para promover a manutenção de empregos ou a qua-
lificação de trabalhadores, prestarão as informações necessárias,
bem como atenderão às exigências para a concessão do segu-
ro-desemprego e o pagamento do abono salarial e da bolsa de
qualificação profissional de que trata o art. 2º-A desta Lei, ou de

166
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
• Princípio da Moralidade
ARTIGO 37 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL (PRINCÍPIOS Tal princípio caracteriza-se por exigir do administrador público
CONSTITUCIONAIS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: um comportamento ético de conduta, ligando-se aos conceitos de
PRINCÍPIOS DA LEGALIDADE, IMPESSOALIDADE, MO- probidade, honestidade, lealdade, decoro e boa-fé.
RALIDADE, PUBLICIDADE E EFICIÊNCIA) A moralidade se extrai do senso geral da coletividade represen-
tada e não se confunde com a moralidade íntima do administrador
Disposições gerais e servidores públicos (moral comum) e sim com a profissional (ética profissional).
A expressão Administração Pública em sentido objetivo traduz O Artigo 37, § 4º da CF elenca as consequências possíveis, devi-
a ideia de atividade, tarefa, ação ou função de atendimento ao inte- do a atos de improbidade administrativa:
resse coletivo. Já em sentido subjetivo, indica o universo dos órgãos
e pessoas que desempenham função pública.
Sanções ao cometimento de atos de improbidade
Conjugando os dois sentidos, pode-se conceituar a Administra- administrativa
ção Pública como sendo o conjunto de pessoas e órgãos que de-
sempenham uma função de atendimento ao interesse público, ou Suspensão dos direitos políticos (responsabilidade política)
seja, que estão a serviço da coletividade. Perda da função pública (responsabilidade disciplinar)
Indisponibilidade dos bens (responsabilidade patrimonial)
Princípios da Administração Pública
Nos termos do caput do Artigo 37 da CF, a administração públi- Ressarcimento ao erário (responsabilidade patrimonial)
ca direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de • Princípio da Publicidade
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. O princípio da publicidade determina que a Administração Pú-
As provas de Direito Constitucional exigem com frequência a blica tem a obrigação de dar ampla divulgação dos atos que pratica,
memorização de tais princípios. Assim, para facilitar essa memori- salvo a hipótese de sigilo necessário.
zação, já é de praxe valer-se da clássica expressão mnemônica “LIM- A publicidade é a condição de eficácia do ato administrativo e
PE”. Observe o quadro abaixo: tem por finalidade propiciar seu conhecimento pelo cidadão e pos-
sibilitar o controle por todos os interessados.
Princípios da Administração Pública
• Princípio da Eficiência
L Legalidade Segundo o princípio da eficiência, a atividade administrativa
I Impessoalidade deve ser exercida com presteza, perfeição e rendimento funcional,
evitando atuações amadorísticas.
M Moralidade
Este princípio impõe à Administração Pública o dever de agir
P Publicidade com eficiência real e concreta, aplicando, em cada caso concreto, a
E Eficiência medida, dentre as previstas e autorizadas em lei, que mais satisfaça
o interesse público com o menor ônus possível (dever jurídico de
LIMPE boa administração).
Em decorrência disso, a administração pública está obrigada a
Passemos ao conceito de cada um deles: desenvolver mecanismos capazes de propiciar os melhores resul-
tados possíveis para os administrados. Portanto, a Administração
• Princípio da Legalidade Pública será considerada eficiente sempre que o melhor resultado
De acordo com este princípio, o administrador não pode agir for atingido.
ou deixar de agir, senão de acordo com a lei, na forma determinada.
O quadro abaixo demonstra suas divisões. Disposições Gerais na Administração Pública
O esquema abaixo sintetiza a definição de Administração Pú-
Princípio da Legalidade blica:
A Administração Pública
Em relação à Administração somente pode fazer o que a Administração Pública
Pública lei permite → Princípio da Direta Indireta
Estrita Legalidade
Autarquias (podem ser qualificadas como
O Particular pode fazer tudo Federal agências reguladoras)
Em relação ao Particular
que a lei não proíbe Estadual Fundações (autarquias e fundações podem
Distrital ser qualificadas como agências executivas)
• Princípio da Impessoalidade Municipal Sociedades de economia mista
Em decorrência deste princípio, a Administração Pública deve Empresas públicas
servir a todos, sem preferências ou aversões pessoais ou partidá-
Entes Cooperados
rias, não podendo atuar com vistas a beneficiar ou prejudicar de-
terminadas pessoas, uma vez que o fundamento para o exercício de Não integram a Administração Pública, mas prestam serviços de
sua função é sempre o interesse público. interesse público. Exemplos: SESI, SENAC, SENAI, ONG’s

167
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
As disposições gerais sobre a Administração Pública estão elen- sídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal,
cadas nos Artigos 37 e 38 da CF. Vejamos: no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite aos membros do
Ministério Público, aos Procuradores e aos Defensores Públicos;
CAPÍTULO VII XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Execu-
tivo;
SEÇÃO I XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer es-
DISPOSIÇÕES GERAIS pécies remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do
serviço público;
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público
dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municí- não serão computados nem acumulados para fins de concessão de
pios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, mora- acréscimos ulteriores;
lidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e em-
I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos pregos públicos são irredutíveis, ressalvado o disposto nos incisos XI
brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim e XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;
como aos estrangeiros, na forma da lei; XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos,
II - a investidura em cargo ou emprego público depende de apro- exceto, quando houver compatibilidade de horários, observado em
vação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, qualquer caso o disposto no inciso XI:
de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, a) a de dois cargos de professor;
na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico;
comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração; c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de
III - o prazo de validade do concurso público será de até dois saúde, com profissões regulamentadas;
anos, prorrogável uma vez, por igual período; XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e funções
IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de convo- e abrange autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de
cação, aquele aprovado em concurso público de provas ou de pro- economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta
vas e títulos será convocado com prioridade sobre novos concursa- ou indiretamente, pelo poder público;
dos para assumir cargo ou emprego, na carreira; XVIII - a administração fazendária e seus servidores fiscais te-
V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servi- rão, dentro de suas áreas de competência e jurisdição, precedência
dores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem sobre os demais setores administrativos, na forma da lei;
preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e per- XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e
centuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribui- autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de econo-
ções de direção, chefia e assessoramento; mia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último
VI - é garantido ao servidor público civil o direito à livre asso- caso, definir as áreas de sua atuação;
ciação sindical; XX - depende de autorização legislativa, em cada caso, a cria-
VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites ção de subsidiárias das entidades mencionadas no inciso anterior,
definidos em lei específica; assim como a participação de qualquer delas em empresa privada;
VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras,
para as pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios de serviços, compras e alienações serão contratados mediante pro-
sua admissão; cesso de licitação pública que assegure igualdade de condições a
IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo de- todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações
terminado para atender a necessidade temporária de excepcional de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos ter-
interesse público; mos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação
X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das
trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados por obrigações.
lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, asse- XXII - as administrações tributárias da União, dos Estados, do
gurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção Distrito Federal e dos Municípios, atividades essenciais ao funciona-
de índices; mento do Estado, exercidas por servidores de carreiras específicas,
XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, fun- terão recursos prioritários para a realização de suas atividades e
ções e empregos públicos da administração direta, autárquica e atuarão de forma integrada, inclusive com o compartilhamento de
fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos cadastros e de informações fiscais, na forma da lei ou convênio.
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de § 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e
mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos, pen- campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo,
sões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente informativo ou de orientação social, dela não podendo constar
ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra na- nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal
tureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Mi- de autoridades ou servidores públicos.
nistros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como limite, nos § 2º A não observância do disposto nos incisos II e III implicará a
Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito Federal, nulidade do ato e a punição da autoridade responsável, nos termos
o subsídio mensal do Governador no âmbito do Poder Executivo, o da lei.
subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do Poder Le- § 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário na
gislativo e o subsidio dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, li- administração pública direta e indireta, regulando especialmente:
mitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do sub-

168
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
I - as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos nível de escolaridade exigidos para o cargo de destino, mantida
em geral, asseguradas a manutenção de serviços de atendimento a remuneração do cargo de origem. (Incluído pela Emenda
ao usuário e a avaliação periódica, externa e interna, da qualidade Constitucional nº 103, de 2019)
dos serviços; § 14. A aposentadoria concedida com a utilização de tempo
II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a infor- de contribuição decorrente de cargo, emprego ou função pública,
mações sobre atos de governo, observado o disposto no art. 5º, X inclusive do Regime Geral de Previdência Social, acarretará o
e XXXIII; rompimento do vínculo que gerou o referido tempo de contribuição.
III - a disciplina da representação contra o exercício negligente (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
ou abusivo de cargo, emprego ou função na administração pública. § 15. É vedada a complementação de aposentadorias de
§ 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão servidores públicos e de pensões por morte a seus dependentes que
a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a não seja decorrente do disposto nos §§ 14 a 16 do art. 40 ou que
indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e não seja prevista em lei que extinga regime próprio de previdência
gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível. social. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§ 5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para § 16. Os órgãos e entidades da administração pública, individual
ilícitos praticados por qualquer agente, servidor ou não, que ou conjuntamente, devem realizar avaliação das políticas públicas,
causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de inclusive com divulgação do objeto a ser avaliado e dos resultados
ressarcimento. alcançados, na forma da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional
§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado nº 109, de 2021)
prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus
agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o
LEI COMPLEMENTAR Nº 7/1970 (PIS)
direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
§ 7º A lei disporá sobre os requisitos e as restrições ao ocupante
de cargo ou emprego da administração direta e indireta que LEI COMPLEMENTAR Nº 7, DE 7 DE SETEMBRO DE 1970
possibilite o acesso a informações privilegiadas.
§ 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos Institui o Programa de Integração Social, e dá outras provi-
órgãos e entidades da administração direta e indireta poderá dências.
ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus O PRESIDENTE DA REPÚBLICA: Faço saber que o Congres-
administradores e o poder público, que tenha por objeto a fixação so Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei Complementar:
de metas de desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei Art. 1.º - É instituído, na forma prevista nesta Lei, o Pro-
dispor sobre: grama de Integração Social, destinado a promover a integração do
I - o prazo de duração do contrato; empregado na vida e no desenvolvimento das empresas.
II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direi- § 1º - Para os fins desta Lei, entende-se por empresa a
tos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes; pessoa jurídica, nos termos da legislação do Imposto de Renda, e
III - a remuneração do pessoal.” por empregado todo aquele assim definido pela Legislação Tra-
§ 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas e às balhista.
sociedades de economia mista, e suas subsidiárias, que receberem § 2º - A participação dos trabalhadores avulsos, assim
recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios definidos os que prestam serviços a diversas empresas, sem rela-
para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral. ção empregatícia, no Programa de Integração Social, far-se-á nos
§ 10. É vedada a percepção simultânea de proventos de termos do Regulamento a ser baixado, de acordo com o art. 11
aposentadoria decorrentes do art. 40 ou dos arts. 42 e 142 com a desta Lei.
remuneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os Art. 2º - O Programa de que trata o artigo anterior será
cargos acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos eleti- executado mediante Fundo de Participação, constituído por depó-
vos e os cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação sitos efetuados pelas empresas na Caixa Econômica Federal.
e exoneração. Parágrafo único - A Caixa Econômica Federal poderá cele-
§ 11. Não serão computadas, para efeito dos limites brar convênios com estabelecimentos da rede bancária nacional,
remuneratórios de que trata o inciso XI do caput deste artigo, as para o fim de receber os depósitos a que se refere este artigo.
parcelas de caráter indenizatório previstas em lei. Art. 3º - O Fundo de Participação será constituído por
§ 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste artigo, duas parcelas:
fica facultado aos Estados e ao Distrito Federal fixar, em seu âmbito, a) a primeira, mediante dedução do Imposto de Renda
mediante emenda às respectivas Constituições e Lei Orgânica, como devido, na forma estabelecida no § 1º deste artigo, processando-
limite único, o subsídio mensal dos Desembargadores do respectivo -se o seu recolhimento ao Fundo juntamente com o pagamento
Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco do Imposto de Renda;
centésimos por cento do subsídio mensal dos Ministros do Supremo b) a segunda, com recursos próprios da empresa, cal-
Tribunal Federal, não se aplicando o disposto neste parágrafo aos culados com base no faturamento, como segue: (Vide Lei
subsídios dos Deputados Estaduais e Distritais e dos Vereadores. Complementar nº 17, de 1973)
§ 13. O servidor público titular de cargo efetivo poderá 1) no exercício de 1971, 0,15%;
ser readaptado para exercício de cargo cujas atribuições e 2) no exercício de 1972, 0,25%;
responsabilidades sejam compatíveis com a limitação que 3) no exercício de 1973, 0,40%;
tenha sofrido em sua capacidade física ou mental, enquanto 4) no exercício de 1974 e subseqüentes, 0,50%.
permanecer nesta condição, desde que possua a habilitação e o

169
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
§ 1º - A dedução a que se refere a alínea a deste artigo c) (Revogado pela Lei Complementar nº 26, de 1975)
será feita sem prejuízo do direito de utilização dos incentivos fis- Parágrafo único - (Revogado pela Lei Complementar nº
cais previstos na legislação em vigor e calculada com base no valor 26, de 1975)
do Imposto de Renda devido, nas seguintes proporções: Art. 9º - (Revogado pela Lei Complementar nº 26, de
a) no exercício de 1971 -> 2%; 1975)
b) no exercício de 1972 - 3%; § 1º - (Revogado pela Lei Complementar nº 26, de 1975)
c) no exercício de 1973 e subseqüentes - 5%. § 2º - (Revogado pela Lei Complementar nº 26, de 1975)
§ 2.º - As instituições financeiras, sociedades seguradoras Art. 10 - As obrigações das empresas, decorrentes desta
e outras empresas que não realizam operações de vendas de mer- Lei, são de caráter exclusivamente fiscal, não gerando direitos de
cadorias participarão do Programa de Integração Social com uma natureza trabalhista nem incidência de qualquer contribuição pre-
contribuição ao Fundo de Participação de, recursos próprios de videncíária em relação a quaisquer prestações devidas, por lei ou
valor idêntico do que for apurado na forma do parágrafo anterior. por sentença judicial, ao empregado.
§ 3º- As empresas a título de incentivos fiscais estejam Parágrafo único - As importâncias incorporadas ao Fundo
isentas, ou venham a ser isentadas, do pagamento do Imposto não se classificam como rendimento do trabalho, para qualquer
de Renda, contribuirão para o Fundo de Participação, na base de efeito da legislação trabalhista, de Previdência Social ou Fiscal e
cálculo como se aquele tributo fosse devido, obedecidas as per- não se incorporam aos salários ou gratificações, nem estão sujei-
centagens previstas neste artigo. tas ao imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza.
§ 4º - As entidades de fins não lucrativos, que tenham em- Art. 11 - Dentro de 120 (cento e vinte) dias, a contar da
pregados assim definidos pela legislação trabalhista, contribuirão vigência desta Lei, a Caixa Econômica Federal submeterá à apro-
para o Fundo na forma da lei. vação do Conselho Monetário Nacional o regulamento do Fundo,
§ 5º - A Caixa Econômica Federal resolverá os casos omis- fixando as normas para o recolhimento e a distribuição dos recur-
sos, de acordo com os critérios fixados pelo Conselho Monetário sos, assim como as diretrizes e os critérios para a sua aplicação.
Nacional. Parágrafo único - O Conselho Monetário Nacional pronun-
Art. 4.º - O Conselho Nacional poderá alterar, até 50% ciar-se-á, no prazo de 60 (sessenta) dias, a contar do seu recebi-
(cinqüenta por cento), para mais ou para menos, os percentuais mento, sobre o projeto de regulamento do Fundo.
de contribuição de que trata o § 2º do art. 3º, tendo em vista a Art. 12 - As disposições desta Lei não se aplicam a quais-
proporcionalidade das contribuições. quer entidades integrantes da Administração Pública federal, es-
Art. 5º - A Caixa Econômica Federal emitirá, em nome tadual ou municipal, dos Territórios e do Distrito Federal, Direta
de cada empregado, uma Caderneta de Participação - Programa ou Indireta adotando-se, em todos os níveis, para efeito de con-
de Integração Social - movimentável na forma dos arts. 8º e 9º ceituação, como entidades da Administração Indireta, os crité-
desta Lei. rios constantes dos Decretos - Leis nºs 200, de 25 de fevereiro de
Art. 6.º - A efetivação dos depósitos no Fundo correspon- 1967, e 900, de 29 de setembro de 1969.
dente à contribuição referida na alínea b do art. 3º será processa- Art. 13 - Esta Lei Complementar entrará em vigor na data
da mensalmente a partir de 1º de julho de 1971. de sua publicação.
Parágrafo único - A contribuição de julho será calculada Art. 14 - Revogam-se as disposições em contrário.
com base no faturamento de janeiro; a de agosto, com base no Brasília, 7 de setembro de 1970; 149º da Independência
faturamento de fevereiro; e assim sucessivamente. e 82º da República.
Art. 7º - A participação do empregado no Fundo far-se-á
mediante depósitos efetuados em contas individuais abertas em
LEI Nº 8.036/1990 (FGTS): POSSIBILIDADES E CONDI-
nome de cada empregado, obedecidos os seguintes critérios:
ÇÕES DE UTILIZAÇÃO/SAQUE; CERTIFICADO DE REGU-
a) 50% (cinqüenta por cento) do valor destinado ao Fun-
LARIDADE DO FGTS; GUIA DE RECOLHIMENTO (GRF)
do será dividido em partes proporcionais ao montante de salários
recebidos no período);
b) os 50% (cinqüenta por cento) restantes serão divididos LEI Nº 8.036, DE 11 DE MAIO DE 1990.
em partes proporcionais aos qüinqüênios de serviços prestados
pelo empregado. Dispõe sobre o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, e dá
§ 1º - Para os fins deste artigo, a Caixa Econômica Federal, outras providências.
com base nas Informações fornecidas pelas empresas, no prazo O PRESIDENTE DA REPÚBLICA , faço saber que o Congresso
de 180 (cento e oitenta) dias, contados da publicação desta Lei, Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei:
organizará um Cadastro - Geral dos participantes do Fundo, na Art. 1º O Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), ins-
forma que for estabelecida em regulamento. tituído pela Lei nº 5.107, de 13 de setembro de 1966, passa a re-
§ 2º - A omissão dolosa de nome de empregado entre os ger-se por esta lei.
participantes do Fundo sujeitará a empresa a multa, em benefício Art. 2º O FGTS é constituído pelos saldos das contas vincu-
do Fundo, no valor de 10 (dez) meses de salários, devidos ao em- ladas a que se refere esta lei e outros recursos a ele incorpora-
pregado cujo nome houver sido omitido. dos, devendo ser aplicados com atualização monetária e juros, de
§ 3º - Igual penalidade será aplicada em caso de de- modo a assegurar a cobertura de suas obrigações.
claração falsa sobre o valor do salário e do tempo de serviço do § 1º Constituem recursos incorporados ao FGTS, nos termos
empregado na empresa. do caput deste artigo:
Art. 8º - (Revogado pela Lei Complementar nº 26, de a) eventuais saldos apurados nos termos do art. 12, § 4º;
1975) b) dotações orçamentárias específicas;
a) (Revogado pela Lei Complementar nº 26, de 1975) c) resultados das aplicações dos recursos do FGTS;
b) (Revogado pela Lei Complementar nº 26, de 1975) d) multas, correção monetária e juros moratórios devidos;

170
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
e) demais receitas patrimoniais e financeiras. § 10. Os membros do Conselho Curador do FGTS serão esco-
§ 2º As contas vinculadas em nome dos trabalhadores são ab- lhidos dentre cidadãos de reputação ilibada e de notório conheci-
solutamente impenhoráveis. mento, e deverão ser atendidos os seguintes requisitos: (In-
Art. 3o O FGTS será regido por normas e diretrizes estabele- cluído pela Lei nº 13.932, de 2019)
cidas por um Conselho Curador, composto por representação de I - ter formação acadêmica superior; e (Incluído pela
trabalhadores, empregadores e órgãos e entidades governamen- Lei nº 13.932, de 2019)
tais, na forma estabelecida pelo Poder Executivo. (Redação dada II - não se enquadrar nas hipóteses de inelegibilidade previs-
pela Lei nº 9.649, de 1998) (Vide Medida Provisória nº tas nas alíneas “a” a “q” do inciso I do caput do art. 1º da Lei Com-
2.216-37, de 2001) (Vide Decreto nº 3.101, de 2001) plementar nº 64, de 18 de maio de 1990. (Incluído pela Lei
§ 1º A Presidência do Conselho Curador será exercida pelo nº 13.932, de 2019)
Ministro de Estado do Trabalho e Previdência ou representante Art. 4º O gestor da aplicação dos recursos do FGTS será o ór-
por ele indicado. (Redação dada pelo Lei nº 14.261, de 2021) gão do Poder Executivo responsável pela política de habitação, e
§ 2o (Revogado pela Medida Provisória nº 2.216-37, de caberá à Caixa Econômica Federal (CEF) o papel de agente opera-
2001) dor. (Redação dada pela Lei nº 13.932, de 2019)
§ 3º Os representantes dos trabalhadores e dos empregado- Art. 5º Ao Conselho Curador do FGTS compete: (Vide Lei
res e seus suplentes serão indicados pelas respectivas centrais complementar nº 150, de 2015)
sindicais e confederações nacionais, serão nomeados pelo Poder I - estabelecer as diretrizes e os programas de alocação dos
Executivo, terão mandato de 2 (dois) anos e poderão ser recon- recursos do FGTS, de acordo com os critérios definidos nesta Lei,
duzidos uma única vez, vedada a permanência de uma mesma em conformidade com a política nacional de desenvolvimento ur-
pessoa como membro titular, como suplente ou, de forma alter- bano e as políticas setoriais de habitação popular, saneamento
nada, como titular e suplente, por período consecutivo superior básico, microcrédito e infraestrutura urbana estabelecidas pelo
a 4 (quatro) anos no Conselho. (Redação dada pela Lei nº governo federal; (Redação dada pela Lei nº 14.438, de 2022)
13.932, de 2019) II - acompanhar e avaliar a gestão econômica e financeira dos
§ 4º O Conselho Curador reunir-se-á ordinariamente, a cada recursos, bem como os ganhos sociais e o desempenho dos pro-
bimestre, por convocação de seu Presidente. Esgotado esse perío- gramas aprovados;
do, não tendo ocorrido convocação, qualquer de seus membros III - apreciar e aprovar os programas anuais e plurianuais do
poderá fazê-la, no prazo de 15 (quinze) dias. Havendo necessida- FGTS;
de, qualquer membro poderá convocar reunião extraordinária, na IV - aprovar as demonstrações financeiras do FGTS, com base
forma que vier a ser regulamentada pelo Conselho Curador. em parecer de auditoria externa independente, antes de sua pu-
§ 4º-A. As reuniões do Conselho Curador serão públicas, bem blicação e encaminhamento aos órgãos de controle, bem como
como gravadas e transmitidas ao vivo por meio do sítio do FGTS na da distribuição de resultados; (Redação dada pela Lei nº
internet, o qual também possibilitará acesso a todas as gravações 13.932, de 2019)
que tiverem sido efetuadas dessas reuniões, resguardada a possi- V - adotar as providências cabíveis para a correção de atos e
bilidade de tratamento sigiloso de matérias assim classificadas na fatos do gestor da aplicação e da CEF que prejudiquem o desem-
forma da lei. (Incluído pela Lei nº 13.932, de 2019) penho e o cumprimento das finalidades no que concerne aos re-
§ 5o As decisões do Conselho serão tomadas com a presen- cursos do FGTS; (Redação dada pela Lei nº 13.932, de 2019)
ça da maioria simples de seus membros, tendo o Presidente voto VI - dirimir dúvidas quanto à aplicação das normas regula-
de qualidade. (Redação dada pela Lei nº 9.649, de 1998) mentares, relativas ao FGTS, nas matérias de sua competência;
(Vide Medida Provisória nº 2.216-37, de 2001) VII - aprovar seu regimento interno;
§ 6º As despesas porventura exigidas para o comparecimento VIII - fixar as normas e valores de remuneração do agente
às reuniões do Conselho constituirão ônus das respectivas entida- operador e dos agentes financeiros;
des representadas. IX - fixar critérios para parcelamento de recolhimentos em
§ 7º As ausências ao trabalho dos representantes dos traba- atraso;
lhadores no Conselho Curador, decorrentes das atividades desse X - fixar critério e valor de remuneração para o exercício da
órgão, serão abonadas, computando-se como jornada efetiva- fiscalização;
mente trabalhada para todos os fins e efeitos legais. XI - divulgar, no Diário Oficial da União, todas as decisões pro-
§ 8º O Poder Executivo designará, entre os órgãos governa- feridas pelo Conselho, bem como as contas do FGTS e os respecti-
mentais com representação no Conselho Curador do FGTS, aquele vos pareceres emitidos.
que lhe proporcionará estrutura administrativa de suporte para o XII - fixar critérios e condições para compensação entre crédi-
exercício de sua competência e que atuará na função de Secreta- tos do empregador, decorrentes de depósitos relativos a trabalha-
ria Executiva do colegiado, não permitido ao Presidente do Con- dores não optantes, com contratos extintos, e débitos resultantes
selho Curador acumular a titularidade dessa Secretaria Executiva. de competências em atraso, inclusive aqueles que forem objeto
(Redação dada pela Lei nº 13.932, de 2019) de composição de dívida com o FGTS. (Incluído pela Lei nº
§ 9º Aos membros do Conselho Curador, enquanto represen- 9.711, de 1998)
tantes dos trabalhadores, efetivos e suplentes, é assegurada a es- XIII - em relação ao Fundo de Investimento do Fundo de Ga-
tabilidade no emprego, da nomeação até um ano após o término rantia do Tempo de Serviço - FI-FGTS: (Incluído pela Lei nº
do mandato de representação, somente podendo ser demitidos 11.491, de 2007)
por motivo de falta grave, regularmente comprovada através de a) aprovar a política de investimento do FI-FGTS por proposta
processo sindical. do Comitê de Investimento; (Incluído pela Lei nº 11.491, de
2007)

171
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
b) decidir sobre o reinvestimento ou distribuição dos resulta- líticas, em tecnologia da informação ou em qualquer outra espe-
dos positivos aos cotistas do FI-FGTS, em cada exercício; (In- cialização julgada necessária para subsidiá-lo no exercício de suas
cluído pela Lei nº 11.491, de 2007) atribuições, e as despesas decorrentes ficarão a cargo do FGTS,
c) definir a forma de deliberação, de funcionamento e a com- observado o disposto no § 3º deste artigo. (Incluído pela
posição do Comitê de Investimento; (Incluído pela Lei nº Lei nº 13.932, de 2019)
11.491, de 2007) § 3º Os custos e despesas incorridos pelo FGTS não poderão
d) estabelecer o valor da remuneração da Caixa Econômica superar limite a ser estabelecido pelo Conselho Curador, o qual
Federal pela administração e gestão do FI-FGTS, inclusive a taxa observará, no mínimo, os custos por atividades, os ganhos de es-
de risco; (Incluído pela Lei nº 11.491, de 2007) cala e produtividade, os avanços tecnológicos e a remuneração
e) definir a exposição máxima de risco dos investimentos do praticada por outros fundos no mercado de capitais, excluídos da
FI-FGTS; (Incluído pela Lei nº 11.491, de 2007) base de cálculo aqueles cuja administradora receba remuneração
f) estabelecer o limite máximo de participação dos recursos específica, e incluirão: (Incluído pela Lei nº 13.932, de
do FI-FGTS por setor, por empreendimento e por classe de ativo, 2019)
observados os requisitos técnicos aplicáveis (Incluído pela I - os serviços de fiscalização, as atividades de arrecadação, de
Lei nº 11.491, de 2007) cobrança administrativa e de emissão de certidões; (Incluí-
g) estabelecer o prazo mínimo de resgate das cotas e de re- do pela Lei nº 13.932, de 2019)
torno dos recursos à conta vinculada, observado o disposto no § II - os serviços de cobrança judicial dos créditos inscritos em
19 do art. 20 desta Lei; (Incluído pela Lei nº 11.491, de 2007) dívida ativa; (Incluído pela Lei nº 13.932, de 2019)
h) aprovar o regulamento do FI-FGTS, elaborado pela Caixa III - os serviços contratados pela Secretaria Executiva para su-
Econômica Federal; e (Incluído pela Lei nº 11.491, de 2007) porte às ações e decisões do Conselho Curador e do Comitê de
i) autorizar a integralização de cotas do FI-FGTS pelos traba- Auditoria e Riscos, bem como os valores despendidos com tercei-
lhadores, estabelecendo previamente os limites globais e indivi- ros; (Incluído pela Lei nº 13.932, de 2019)
duais, parâmetros e condições de aplicação e resgate. (Incluído IV - a capacitação dos gestores. (Incluído pela Lei nº
pela Lei nº 11.491, de 2007) 13.932, de 2019)
XIV - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.932, § 4º O Conselho Curador especificará os serviços de suporte à
de 2019) gestão e à operação que poderão ser contratados pela Secretaria
XV - autorizar a aplicação de recursos do FGTS em outros Executiva com recursos do FGTS, cabendo-lhe aprovar o montante
fundos de investimento, no mercado de capitais e em títulos pú- destinado a tal finalidade no orçamento anual. (Incluído
blicos e privados, com base em proposta elaborada pelo agente pela Lei nº 13.932, de 2019)
operador, devendo o Conselho Curador regulamentar as formas e § 5º As auditorias externas contratadas pelo Comitê a que se
condições do investimento, vedado o aporte em fundos nos quais refere o § 1º deste artigo não poderão prestar serviços ao agente
o FGTS seja o único cotista; (Incluído pela Lei nº 13.932, operador durante a execução dos contratos de auditoria com o
de 2019) FGTS. (Incluído pela Lei nº 13.932, de 2019)
XVI - estipular limites às tarifas cobradas pelo agente opera- § 6º O limite de custos e despesas a que se refere o § 3º des-
dor ou pelos agentes financeiros na intermediação da movimen- te artigo não inclui taxas de risco de crédito e demais custos e
tação dos recursos da conta vinculada do FGTS, inclusive nas hipó- despesas devidos ao agente operador e aos agentes financeiros.
teses de que tratam os incisos V, VI e VII do caput do art. 20 desta (Incluído pela Lei nº 13.932, de 2019)
Lei. (Incluído pela Lei nº 13.932, de 2019) § 7º O limite de que trata o § 3º deste artigo será, em cada
XVII - estabelecer, em relação à autorização de aplicação de exercício, de até 0,06% (seis centésimos por cento) do valor dos
recursos do FGTS em fundos garantidores de crédito e sua regula- ativos do FGTS ao final do exercício anterior e, até a publicação
mentação quanto às formas e condições: (Incluído pela Lei nº das demonstrações financeiras, esse limite será calculado a partir
14.438, de 2022) de estimativas divulgadas pelo Conselho Curador para o valor dos
a) o valor da aplicação com fundamento em proposta elabo- ativos do FGTS ao final daquele exercício. (Redação dada pela
rada pelo gestor da aplicação; e (Incluído pela Lei nº 14.438, Lei nº 14.438, de 2022)07, de 2022)
de 2022) § 8º A taxa de administração do FGTS devida ao agente ope-
b) a cada 3 (três) anos, percentual mínimo do valor proposto rador não será superior a 0,5% (cinco décimos por cento) ao ano
para aplicação na política setorial do microcrédito, respeitado o do valor total dos ativos do Fundo. (Incluído pela Lei nº 13.932,
piso de 30% (trinta por cento). (Incluído pela Lei nº 14.438, de de 2019) (Vigência)
2022) § 9º § 9º A taxa de administração de que trata a alínea “d”
§ 1º O Conselho Curador será assistido por um Comitê de Au- do inciso XIII do caput deste artigo não será superior a 0,5% (cinco
ditoria e Riscos, constituído na forma do Regimento Interno, cujas décimos por cento) ao ano do valor total dos ativos do FI-FGTS.
atribuições e condições abrangerão, no mínimo, aquelas estipula- (Incluído pela Lei nº 13.932, de 2019) (Vigência)
das nos arts. 24 e 25, §§ 1º a 3º, da Lei nº 13.303, de 30 de junho § 10. O piso de que trata a alínea “b” do inciso XVII do caput
de 2016, ao Comitê de Auditoria Estatutário das empresas públi- deste artigo poderá ser revisto pelo Conselho Curador a cada 3
cas e sociedades de economia mista que forem aplicáveis, ainda (três) anos. (Incluído pela Lei nº 14.438, de 2022)
que por similaridade, ao FGTS, e cujas despesas serão custeadas Art. 6º Ao gestor da aplicação compete: (Redação dada
pelo Fundo, por meio de sua Secretaria Executiva, observado o pela Lei nº 13.932, de 2019)
disposto no § 3º deste artigo. (Incluído pela Lei nº 13.932, I - praticar todos os atos necessários à gestão da aplicação
de 2019) do Fundo, de acordo com as diretrizes e programas estabelecidos
§ 2º O Conselho Curador poderá ser assistido regularmente pelo Conselho Curador;
por pessoas naturais ou jurídicas especializadas em planejamen-
to, em gestão de investimentos, em avaliação de programas e po-

172
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
II - expedir atos normativos relativos à alocação dos recur- IX - garantir aos recursos alocados ao FI-FGTS, em cotas de ti-
sos para implementação dos programas aprovados pelo Conselho tularidade do FGTS, a remuneração aplicável às contas vinculadas,
Curador; na forma do caput do art. 13 desta Lei. (Incluído pela Lei nº
III - elaborar orçamentos anuais e planos plurianuais de apli- 11.491, de 2007)
cação dos recursos, discriminados por região geográfica, e sub- X - realizar todas as aplicações com recursos do FGTS por
metê-los até 31 de julho ao Conselho Curador do FGTS; (Redação meio de sistemas informatizados e auditáveis; (Incluído pela Lei
dada pela Lei nº 14.118, de 2021) nº 13.932, de 2019)
IV - acompanhar a execução dos programas de habitação po- XI - colocar à disposição do Conselho Curador, em formato di-
pular, saneamento básico e infraestrutura urbana previstos no or- gital, as informações gerenciais que estejam sob gestão do agente
çamento do FGTS e implementados pela CEF, no papel de agente operador e que sejam necessárias ao desempenho das atribui-
operador; (Redação dada pela Lei nº 13.932, de 2019) ções daquele colegiado. (Incluído pela Lei nº 13.932, de 2019)
V - submeter à apreciação do Conselho Curador as contas do Parágrafo único. O gestor da aplicação e o agente operador
FGTS; deverão dar pleno cumprimento aos programas anuais em anda-
VI - subsidiar o Conselho Curador com estudos técnicos ne- mento, aprovados pelo Conselho Curador, e eventuais alterações
cessários ao aprimoramento operacional dos programas de habi- somente poderão ser processadas mediante prévia anuência da-
tação popular, saneamento básico e infra-estrutura urbana; quele colegiado. (Redação dada pela Lei nº 13.932, de 2019)
VII - definir as metas a serem alcançadas nos programas de Art. 8º O gestor da aplicação, o agente operador e o Conselho
habitação popular, saneamento básico e infra-estrutura urbana. Curador do FGTS serão responsáveis pelo fiel cumprimento e ob-
Art. 6º-A. Caberá ao Ministério da Saúde regulamentar, servância dos critérios estabelecidos nesta Lei. (Redação dada
acompanhar a execução, subsidiar o Conselho Curador com es- pela Lei nº 13.932, de 2019)
tudos técnicos necessários ao seu aprimoramento operacional Art. 9º As aplicações com recursos do FGTS serão realizadas
e definir as metas a serem alcançadas nas operações de crédito exclusivamente segundo critérios fixados pelo Conselho Curador
destinadas às entidades hospitalares filantrópicas, bem como a do FGTS e em operações que preencham os seguintes requisitos:
instituições que atuem no campo para pessoas com deficiência, (Redação dada pela Lei nº 13.932, de 2019)
sem fins lucrativos, que participem de forma complementar do I - Garantias: (Redação dada pela Lei nº 9.467, de 1997)
Sistema Único de Saúde (SUS). (Incluído pela Lei nº 13.832, a) hipotecária; (Incluída pela Lei nº 9.467, de 1997)
de 2019) b) caução de Créditos hipotecários próprios, relativos a fi-
Art. 6º-B. Caberá ao Ministério do Trabalho e Previdência re- nanciamentos concedidos com recursos do agente financeiro;
gulamentar, acompanhar a execução e subsidiar o Conselho Cura- (Incluída pela Lei nº 9.467, de 1997)
dor com os estudos técnicos necessários ao seu aprimoramento c) caução dos créditos hipotecários vinculados aos imóveis
operacional e estabelecer as metas a serem alcançadas nas ope- objeto de financiamento; (Incluída pela Lei nº 9.467, de 1997)
rações de microcrédito. (Incluído pela Lei nº 14.438, de 2022) d) hipoteca sobre outros imóveis de propriedade do agente fi-
Art. 7º À Caixa Econômica Federal, na qualidade de agente nanceiro, desde que livres e desembaraçados de quaisquer ônus;
operador, cabe: (Vide Lei Complementar nº 150, de 2015) (Incluída pela Lei nº 9.467, de 1997)
I - centralizar os recursos do FGTS, manter e controlar as con- e) cessão de créditos do agente financeiro, derivados de fi-
tas vinculadas, e emitir regularmente os extratos individuais cor- nanciamentos concedidos com recursos próprios, garantidos por
respondentes às contas vinculadas e participar da rede arrecada- penhor ou hipoteca; (Incluída pela Lei nº 9.467, de 1997)
dora dos recursos do FGTS; f) hipoteca sobre imóvel de propriedade de terceiros (In-
II - expedir atos normativos referentes aos procedimentos cluída pela Lei nº 9.467, de 1997)
adiministrativo-operacionais dos bancos depositários, dos agen- g) seguro de crédito; (Incluída pela Lei nº 9.467, de 1997)
tes financeiros, dos empregadores e dos trabalhadores, integran- h) garantia real ou vinculação de receitas, inclusive tarifárias,
tes do sistema do FGTS; nas aplicações contratadas com pessoa jurídica de direito público
III - definir procedimentos operacionais necessários à exe- ou de direito privado a ela vinculada; (Incluída pela Lei nº
cução dos programas estabelecidos pelo Conselho Curador, com 9.467, de 1997)
base nas normas e diretrizes de aplicação elaboradas pelo gestor i) aval em nota promissória; (Incluída pela Lei nº 9.467,
da aplicação; (Redação dada pela Lei nº 13.932, de 2019) de 1997)
IV - elaborar as análises jurídica e econômico-financeira dos j) fiança pessoal; (Incluída pela Lei nº 9.467, de 1997)
projetos de habitação popular, infra-estrutura urbana e sanea- l) alienação fiduciária de bens móveis em garantia; (In-
mento básico a serem financiados com recursos do FGTS; cluída pela Lei nº 9.467, de 1997)
V - emitir Certificado de Regularidade do FGTS; m) fiança bancária; (Incluída pela Lei nº 9.467, de 1997)
VI - elaborar as demonstrações financeiras do FGTS, incluídos n) consignação de recebíveis, exclusivamente para operações
o Balanço Patrimonial, a Demonstração do Resultado do Exercício de crédito destinadas às entidades hospitalares filantrópicas, bem
e a Demonstração de Fluxo de Caixa, em conformidade com as como a instituições que atuam no campo para pessoas com de-
Normas Contábeis Brasileiras, e encaminhá-las, até 30 de junho ficiência, e sem fins lucrativos que participem de forma comple-
do exercício subsequente, ao gestor de aplicação; (Redação mentar do Sistema Único de Saúde (SUS), em percentual máximo
dada pela Lei nº 14.438, de 2022) a ser definido pelo Ministério da Saúde; e (Redação dada
VII - implementar atos emanados do gestor da aplicação re- pela Lei nº 13.778, de 2018)
lativos à alocação e à aplicação dos recursos do FGTS, de acordo o) outras, a critério do Conselho Curador do FGTS; (Incluído
com as diretrizes estabelecidas pelo Conselho Curador; (Reda- pela Lei nº 13.778, de 2018)
ção dada pela Lei nº 13.932, de 2019) II - correção monetária igual à das contas vinculadas;
VIII - (VETADO) (Incluído pela Lei nº 9.491, de 1997) III - taxa de juros média mínima, por projeto, de 3 (três) por
cento ao ano;

173
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
IV - prazo máximo de 35 (trinta e cinco) anos. (Redação § 6º-B. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.932, de 2019)
dada pela Lei nº 14.438, de 2022) § 7o Os recursos necessários para a consecução da sistemá-
§ 1º A rentabilidade média das aplicações deverá ser suficien- tica de desconto serão destacados, anualmente, do orçamento de
te à cobertura de todos os custos incorridos pelo Fundo e ainda à aplicação de recursos do FGTS, constituindo reserva específica,
formação de reserva técnica para o atendimento de gastos even- com contabilização própria. (Incluído pela Medida Provisória
tuais não previstos, e caberá ao agente operador o risco de crédi- nº 2.197-43, de 2001)
to. (Redação dada pela Lei nº 13.932, de 2019) § 8º É da União o risco de crédito nas aplicações efetuadas
§ 2º Os recursos do FGTS deverão ser aplicados em habitação, até 1º de junho de 2001 pelos demais órgãos integrantes do Siste-
saneamento básico, infraestrutura urbana, operações de micro- ma Financeiro da Habitação - SFH e pelas entidades credenciadas
crédito e operações de crédito destinadas às entidades hospita- pelo Banco Central do Brasil como agentes financeiros, subrogan-
lares filantrópicas, às instituições que atuem com pessoas com do-se nas garantias prestadas à Caixa Econômica Federal. (In-
deficiência e às entidades sem fins lucrativos que participem do cluído pela Medida Provisória nº 2.196-3, de 2001)
SUS de forma complementar, desde que as disponibilidades finan- § 9º A Caixa Econômica Federal, o Banco do Brasil S.A. e o
ceiras sejam mantidas em volume que satisfaça as condições de Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES
liquidez e de remuneração mínima necessárias à preservação do poderão atuar como agentes financeiros autorizados para apli-
poder aquisitivo da moeda. (Redação dada pela Lei nº 14.438, cação dos recursos do FGTS em operações de crédito destinadas
de 2022) às entidades hospitalares filantrópicas e sem fins lucrativos que
§ 3º O programa de aplicações deverá destinar: (Redação participem de forma complementar do SUS. (Incluído pela
dada pela Lei nº 13.778, de 2018) Medida Provisória nº 848, de 2018)
I - no mínimo, 60% (sessenta por cento) para investimentos § 10. Nas operações de crédito destinadas às entidades hos-
em habitação popular; e, (Incluído pela Lei nº 13.778, de 2018) pitalares filantrópicas, bem como a instituições que atuam no
II - 5% (cinco por cento) para operações de crédito destina- campo para pessoas com deficiência, e sem fins lucrativos que
das às entidades hospitalares filantrópicas, bem como a institui- participem de forma complementar do SUS, serão observadas as
ções que atuam no campo para pessoas com deficiência, e sem seguintes condições: (Incluído pela Lei nº 13.778, de
fins lucrativos que participem de forma complementar do SUS. 2018)
(Incluído pela Lei nº 13.778, de 2018) I - a taxa de juros efetiva não será superior àquela cobrada
III - no mínimo, 5% (cinco por cento) para instituições finan- para o financiamento habitacional na modalidade pró-cotista ou
ceiras autorizadas pelo Banco Central do Brasil a operar com mi- a outra que venha a substituí-la; (Incluído pela Lei nº
crocrédito. (Incluído pela Lei nº 14.438, de 2022) 13.778, de 2018)
§ 3º-A. Os recursos previstos no inciso II do § 3º deste arti- II - a tarifa operacional única não será superior a 0,5% (cinco
go não utilizados pelas entidades hospitalares filantrópicas, bem décimos por cento) do valor da operação; e (Incluído
como pelas instituições que atuam no campo para pessoas com pela Lei nº 13.778, de 2018)
deficiência, e sem fins lucrativos que participem de forma comple- III - o risco das operações de crédito ficará a cargo dos agentes
mentar do SUS poderão ser destinados a aplicações em habitação, financeiros de que trata o § 9º deste artigo. (Incluído
em saneamento básico e em infraestrutura urbana. (Incluí- pela Lei nº 13.778, de 2018)
do pela Lei nº 13.778, de 2018) § 11. As entidades hospitalares filantrópicas, bem como a
§ 3º-B. Os recursos de que trata o inciso III do § 3º deste arti- instituições que atuam no campo para pessoas com deficiência,
go terão o seu limite mínimo revisto pelo Conselho Curador a cada e sem fins lucrativos que participem de forma complementar do
3 (três) anos. (Incluído pela Lei nº 14.438, de 2022) SUS deverão, para contratar operações de crédito com recursos
§ 3º-C. Na hipótese prevista no § 3º-B deste artigo, o montan- do FGTS, atender ao disposto nos incisos II e III do caput do art. 4º
te não utilizado pelas instituições autorizadas pelo Banco Central da Lei nº 12.101, de 27 de novembro de 2009. (Incluído
do Brasil a operar com microcrédito poderá ser destinado a apli- pela Lei nº 13.778, de 2018)
cações em habitação, saneamento básico e infraestrutura urbana. § 12. Nas operações de crédito destinadas à aplicação de re-
(Incluído pela Lei nº 14.438, de 2022) cursos em microcrédito, a taxa de juros efetiva não será superior
§ 4º Os projetos de saneamento básico e infraestrutura urba- àquela cobrada para o financiamento habitacional na área da ha-
na financiados com recursos do FGTS serão, preferencialmente, bitação popular. (Incluído pela Lei nº 14.438, de 2022)
complementares aos programas habitacionais. (Redação dada § 13. Para garantir o risco em operações de microcrédito e
pela Lei nº 14.438, de 2022) em operações de crédito de habitação popular para famílias com
§ 5º As garantias, nas diversas modalidades discriminadas no renda mensal de até 2 (dois) salários mínimos, o FGTS poderá des-
inciso I do caput deste artigo, serão admitidas singular ou supleti- tinar, na forma estabelecida por seu Conselho Curador, observado
vamente, considerada a suficiência de cobertura para os emprés- o disposto no inciso XVII do caput do art. 5º desta Lei, parte dos
timos e financiamentos concedidos. (Redação dada pela Lei recursos de que trata o § 7º deste artigo para a aquisição de cotas
nº 9.467, de 1997) de fundos garantidores que observem o seguinte: (Incluído pela
§ 6o Mantida a rentabilidade média de que trata o § 1o, as Lei nº 14.438, de 2022)
aplicações em habitação popular poderão contemplar sistemática I - tenham natureza privada e patrimônio segregado do patri-
de desconto, direcionada em função da renda familiar do bene- mônio dos cotistas e da própria administradora do fundo garanti-
ficiário, onde o valor do benefício seja concedido mediante re- dor e estejam sujeitos a direitos e obrigações próprios; (Incluído
dução no valor das prestações a serem pagas pelo mutuário ou pela Lei nº 14.438, de 2022)
pagamento de parte da aquisição ou construção de imóvel, dentre II - respondam por suas obrigações até o limite dos bens e
outras, a critério do Conselho Curador do FGTS. (Incluído pela direitos que integram o seu patrimônio, vedado qualquer tipo de
Medida Provisória nº 2.197-43, de 2001) garantia ou aval por parte do FGTS; e (Incluído pela Lei nº
§ 6º-A. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.932, de 2019) 14.438, de 2022)

174
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
III - não paguem rendimentos a seus cotistas, assegurado o a regra do meio de pagamento utilizado, data em que os respecti-
direito de resgate total ou parcial das cotas com base na situação vos valores serão incorporados ao FGTS. (Redação dada pela
patrimonial dos fundos em valor não superior ao montante de re- Lei nº 14.438, de 2022)
cursos financeiros ainda não vinculados às garantias contratadas. Art. 12. No prazo de um ano, a contar da promulgação desta
(Incluído pela Lei nº 14.438, de 2022) lei, a Caixa Econômica Federal assumirá o controle de todas as
§ 14. Aos recursos do FGTS destinados à aquisição de cota de contas vinculadas, nos termos do item I do art. 7º, passando os
fundos garantidores de que trata o § 13 deste artigo não se apli- demais estabelecimentos bancários, findo esse prazo, à condição
cam os requisitos de correção monetária, taxa de juros mínima e de agentes recebedores e pagadores do FGTS, mediante recebi-
prazo máximo previstos nos incisos II, III e IV do caput deste artigo mento de tarifa, a ser fixada pelo Conselho Curador.
e de rentabilidade prevista no § 1º deste artigo. (Incluído pela §1º Enquanto não ocorrer a centralização prevista no caput
Lei nº 14.438, de 2022) deste artigo, o depósito efetuado no decorrer do mês será conta-
§ 15. Fica autorizada a destinação do montante de R$ bilizado no saldo da conta vinculada do trabalhador, no primeiro
3.000.000.000,00 (três bilhões de reais) do patrimônio líquido do dia útil do mês subseqüente.
FGTS para aquisição de cotas em fundo garantidor de microfinan- §2º Até que a Caixa Econômica Federal implemente as dis-
ças, para mitigar os riscos das operações de microcrédito conce- posições do caput deste artigo, as contas vinculadas continuarão
didas a pessoas naturais e a microempreendedores individuais, sendo abertas em estabelecimento bancário escolhido pelo em-
na forma prevista no § 14 deste artigo, permitida a ampliação pregador, dentre os para tanto autorizados pelo Banco Central do
posterior desse montante por meio de ato do Conselho Curador. Brasil, em nome do trabalhador.
(Incluído pela Lei nº 14.438, de 2022) §3º Verificando-se mudança de emprego, até que venha a ser
§ 16. Na hipótese prevista no § 15 deste artigo, o aporte será implementada a centralização no caput deste artigo, a conta vin-
destinado ao Programa de Simplificação do Microcrédito Digital culada será transferida para o estabelecimento bancário da esco-
para Empreendedores (SIM Digital), na forma da legislação pró- lha do novo empregador.
pria, e a representação do FGTS na assembleia de cotistas ocorre- §4º Os resultados financeiros auferidos pela Caixa Econômica
rá por indicação do Presidente do Conselho Curador. (Incluído Federal no período entre o repasse dos bancos e o depósito nas
pela Lei nº 14.438, de 2022) contas vinculadas dos trabalhadores destinar-se-ão à cobertura
§ 17. Os contratos ativos formalizados sob a vigência do pra- das despesas de administração do FGTS e ao pagamento da tarifa
zo máximo de amortização fixado em 30 (trinta) anos que forem aos bancos depositários, devendo os eventuais saldos ser incor-
objeto de renegociação pelas instituições financeiras poderão porados ao patrimônio do Fundo nos termos do art. 2º, § 1º.
ser beneficiados com o prazo máximo de que trata o inciso IV do §5º (Revogado pela Lei nº 14.438, de 2022)
caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 14.438, de 2022) Art. 13. Os depósitos efetuados nas contas vinculadas serão
Art. 9º-A. O risco das operações de crédito de que trata o § corrigidos monetariamente com base nos parâmetros fixados
10 do art. 9º desta Lei ficará a cargo dos agentes financeiros re- para atualização dos saldos dos depósitos de poupança e capitali-
feridos no § 9º do art. 9º desta Lei, hipótese em que o Conselho zação juros de (três) por cento ao ano.
Curador poderá definir o percentual da taxa de risco, limitado a § 1º A atualização monetária e a capitalização de juros nas
3% (três por cento), a ser acrescido à taxa de juros de que trata o contas vinculadas correrão à conta do FGTS, e a Caixa Econômi-
inciso I do § 10 do art. 9º desta Lei. (Incluído pela Lei nº ca Federal efetuará o crédito respectivo no vigésimo primeiro dia
13.832, de 2019) de cada mês, com base no saldo existente no vigésimo primeiro
Art. 9º-B. As garantias de que trata o inciso I do caput do dia do mês anterior, deduzidos os débitos ocorridos no período.
art. 9º desta Lei podem ser exigidas isolada ou cumulativamente. (Redação dada pela Lei nº 14.438, de 2022) Produção de efeitos
(Incluído pela Lei nº 13.832, de 2019) § 1º-A. Para fins do disposto no § 1º deste artigo, o depósito
Art. 9º-C. As aplicações do FGTS em operações de crédito realizado no prazo legal será contabilizado no saldo da conta vin-
destinadas às entidades hospitalares filantrópicas, bem como a culada no vigésimo primeiro dia do mês de sua ocorrência. (In-
instituições que atuem no campo para pessoas com deficiência, cluído pela Lei nº 14.438, de 2022) Produção de efeitos
sem fins lucrativos e que participem de forma complementar do § 1º-B. Na hipótese de depósito realizado intempestivamente,
SUS, ocorrerão até o final do exercício de 2022. (Incluído a atualização monetária e a parcela de juros devida ao empregado
pela Lei nº 13.832, de 2019) comporão o saldo-base no vigésimo primeiro dia do mês imedia-
Art. 10. O Conselho Curador fixará diretrizes e estabelecerá tamente anterior, ou comporão o saldo no vigésimo primeiro dia
critérios técnicos para as aplicações dos recursos do FGTS, visan- do mês do depósito, se o depósito ocorrer nesta data. (Incluído
do: pela Lei nº 14.438, de 2022) Produção de efeitos
I - exigir a participação dos contratantes de financiamentos § 2º No primeiro mês em que for exigível o recolhimento do
nos investimentos a serem realizados; FGTS no vigésimo dia, na forma prevista no art. 15 desta Lei, a
II - assegurar o cumprimento, por parte dos contratantes ina- atualização monetária e os juros correspondentes da conta vin-
dimplentes, das obrigações decorrentes dos financiamentos ob- culada serão realizados: (Redação dada pela Lei nº 14.438, de
tidos; 2022) Produção de efeitos
III - evitar distorções na aplicação entre as regiões do País, I - no décimo dia, com base no saldo existente no décimo dia
considerando para tanto a demanda habitacional, a população e do mês anterior, deduzidos os débitos ocorridos no período; e
outros indicadores sociais. (Incluído pela Lei nº 14.438, de 2022) Produção de efeitos
Art. 11. Os recolhimentos efetuados na rede arrecadadora re- II - no vigésimo primeiro dia, com base no saldo existente no
lativos ao FGTS serão transferidos à Caixa Econômica Federal até o décimo dia do mesmo mês, atualizado na forma prevista no inciso
primeiro dia útil subsequente à data do recolhimento, observada I deste parágrafo, deduzidos os débitos ocorridos no período, com
a atualização monetária pro rata die e os juros correspondentes.
(Incluído pela Lei nº 14.438, de 2022) Produção de efeitos

175
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
§3º Para as contas vinculadas dos trabalhadores optantes cento) da remuneração paga ou devida, no mês anterior, a cada
existentes à data de 22 de setembro de 1971, a capitalização dos trabalhador, incluídas na remuneração as parcelas de que tratam
juros dos depósitos continuará a ser feita na seguinte progressão, os arts. 457 e 458 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT),
salvo no caso de mudança de empresa, quando a capitalização aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, e a
dos juros passará a ser feita à taxa de 3 (três) por cento ao ano: Gratificação de Natal de que trata a Lei nº 4.090, de 13 de julho
I - 3 (três) por cento, durante os dois primeiros anos de per- de 1962. (Redação dada pela Lei nº 14.438, de 2022) Produção
manência na mesma empresa; de efeitos
II - 4 (quatro) por cento, do terceiro ao quinto ano de perma- § 1º Entende-se por empregador a pessoa física ou a pessoa
nência na mesma empresa; jurídica de direito privado ou de direito público, da administração
III - 5 (cinco) por cento, do sexto ao décimo ano de permanên- pública direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes,
cia na mesma empresa; da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, que
IV - 6 (seis) por cento, a partir do décimo primeiro ano de admitir trabalhadores a seu serviço, bem assim aquele que, regi-
permanência na mesma empresa. do por legislação especial, encontrar-se nessa condição ou figurar
§4º O saldo das contas vinculadas é garantido pelo Governo como fornecedor ou tomador de mão-de-obra, independente da
Federal, podendo ser instituído seguro especial para esse fim. responsabilidade solidária e/ou subsidiária a que eventualmente
§ 5º O Conselho Curador autorizará a distribuição de parte do venha obrigar-se.
resultado positivo auferido pelo FGTS, mediante crédito nas con- § 2º Considera-se trabalhador toda pessoa física que prestar
tas vinculadas de titularidade dos trabalhadores, observadas as serviços a empregador, a locador ou tomador de mão-de-obra, ex-
seguintes condições, entre outras a seu critério: (Incluído cluídos os eventuais, os autônomos e os servidores públicos civis
pela Lei nº 13.446, de 2017) e militares sujeitos a regime jurídico próprio.
I - a distribuição alcançará todas as contas vinculadas que § 3º Os trabalhadores domésticos poderão ter acesso ao regi-
apresentarem saldo positivo em 31 de dezembro do exercício-ba- me do FGTS, na forma que vier a ser prevista em lei.
se do resultado auferido, inclusive as contas vinculadas de que § 4º Considera-se remuneração as retiradas de diretores não
trata o art. 21 desta Lei; (Incluído pela Lei nº 13.446, de 2017) empregados, quando haja deliberação da empresa, garantindo-
II - a distribuição será proporcional ao saldo de cada conta -lhes os direitos decorrentes do contrato de trabalho de que trata
vinculada em 31 de dezembro do exercício-base e deverá ocorrer o art. 16. (Incluído pela Lei nº 9.711, de 1998)
até 31 de agosto do ano seguinte ao exercício de apuração do re- § 5º O depósito de que trata o caput deste artigo é obriga-
sultado; e (Incluído pela Lei nº 13.446, de 2017) tório nos casos de afastamento para prestação do serviço militar
III - (Revogado pela Lei nº 13.932, de 2019) obrigatório e licença por acidente do trabalho. (Incluído pela
§ 6º O valor de distribuição do resultado auferido será calcu- Lei nº 9.711, de 1998)
lado posteriormente ao valor desembolsado com o desconto rea- § 6º Não se incluem na remuneração, para os fins desta Lei,
lizado no âmbito do Programa Minha Casa, Minha Vida (PMCMV), as parcelas elencadas no § 9º do art. 28 da Lei nº 8.212, de 24 de
de que trata a Lei nº 11.977, de 7 de julho de 2009. (Incluído julho de 1991. (Incluído pela Lei nº 9.711, de 1998)
pela Lei nº 13.446, de 2017) § 7o Os contratos de aprendizagem terão a alíquota a que se
§ 7º O valor creditado nas contas vinculadas a título de distri- refere o caput deste artigo reduzida para dois por cento. (In-
buição de resultado, acrescido de juros e atualização monetária, cluído pela Lei nº 10.097, de 2000)
não integrará a base de cálculo do depósito da multa rescisória de Art. 16. Para efeito desta lei, as empresas sujeitas ao regi-
que tratam os §§ 1º e 2º do art. 18 desta Lei. (Incluído pela me da legislação trabalhista poderão equiparar seus diretores
Lei nº 13.446, de 2017) não empregados aos demais trabalhadores sujeitos ao regime do
Art. 14. Fica ressalvado o direito adquirido dos trabalhadores FGTS. Considera-se diretor aquele que exerça cargo de adminis-
que, à data da promulgação da Constituição Federal de 1988, já ti- tração previsto em lei, estatuto ou contrato social, independente
nham o direito à estabilidade no emprego nos termos do Capítulo da denominação do cargo.
V do Título IV da CLT. Art. 17. O Poder Executivo assegurará a prestação de serviços
§1º O tempo do trabalhador não optante do FGTS, anterior a digitais: (Redação dada pela Lei nº 13.932, de 2019)
5 de outubro de 1988, em caso de rescisão sem justa causa pelo I - aos trabalhadores, que incluam a prestação de informa-
empregador, reger-se-á pelos dispositivos constantes dos arts. ções sobre seus créditos perante o Fundo e o acionamento ime-
477, 478 e 497 da CLT. diato da inspeção do trabalho em caso de inadimplemento do
§2º O tempo de serviço anterior à atual Constituição poderá empregador, de forma que seja possível acompanhar a evolução
ser transacionado entre empregador e empregado, respeitado o de eventuais cobranças administrativas e judiciais dos valores não
limite mínimo de 60 (sessenta) por cento da indenização prevista. recolhidos; (Incluído pela Lei nº 13.932, de 2019)
§3º É facultado ao empregador desobrigar-se da responsabi- II - aos empregadores, que facilitem e desburocratizem o
lidade da indenização relativa ao tempo de serviço anterior à op- cumprimento de suas obrigações perante o Fundo, incluídos a ge-
ção, depositando na conta vinculada do trabalhador, até o último ração de guias, o parcelamento de débitos, a emissão sem ônus
dia útil do mês previsto em lei para o pagamento de salário, o do Certificado de Regularidade do FGTS e a realização de proce-
valor correspondente à indenização, aplicando-se ao depósito, no dimentos de restituição e compensação. (Incluído pela Lei nº
que couber, todas as disposições desta lei. 13.932, de 2019)
§4º Os trabalhadores poderão a qualquer momento optar Parágrafo único. O desenvolvimento, a manutenção e a evo-
pelo FGTS com efeito retroativo a 1º de janeiro de 1967 ou à data lução dos sistemas e ferramentas necessários à prestação dos ser-
de sua admissão, quando posterior àquela. viços a que se refere o caput deste artigo serão custeados com
Art. 15. Para os fins previstos nesta Lei, todos os empregado- recursos do FGTS. (Incluído pela Lei nº 13.932, de 2019)
res ficam obrigados a depositar, até o vigésimo dia de cada mês,
em conta vinculada, a importância correspondente a 8% (oito por

176
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Art. 17-A. O empregador ou o responsável fica obrigado a Parágrafo único. O saldo existente em conta vinculada,
elaborar folha de pagamento e a declarar os dados relacionados oriundo de contrato declarado nulo até 28 de julho de 2001, nas
aos valores do FGTS e outras informações de interesse do poder condições do caput, que não tenha sido levantado até essa data,
público por meio de sistema de escrituração digital, na forma, no será liberado ao trabalhador a partir do mês de agosto de 2002.
prazo e nas condições estabelecidos em ato do Ministro de Estado (Incluído pela Medida Provisória nº 2.164-41, de 2001)
do Trabalho e Previdência. (Redação dada pela Lei nº 14.438, Art. 20. A conta vinculada do trabalhador no FGTS poderá ser
de 2022) movimentada nas seguintes situações:
§ 1º As informações prestadas na forma do caput deste ar- I - despedida sem justa causa, inclusive a indireta, de culpa
tigo constituem declaração e reconhecimento dos créditos delas recíproca e de força maior; (Redação dada pela Medida Pro-
decorrentes, caracterizam confissão de débito e constituem ins- visória nº 2.197-43, de 2001)
trumento hábil e suficiente para a cobrança do crédito de FGTS. I-A - extinção do contrato de trabalho prevista no art. 484-A
(Incluído pela Lei nº 13.932, de 2019) da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decre-
§ 2º O lançamento da obrigação principal e das obrigações to- Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943; (Incluído pela Lei
acessórias relativas ao FGTS será efetuado de ofício pela autorida- nº 13.467, de 2017)
de competente, no caso de o empregador não apresentar a decla- II - extinção total da empresa, fechamento de quaisquer de
ração na forma do caput deste artigo, e será revisto de ofício, nas seus estabelecimentos, filiais ou agências, supressão de parte de
hipóteses de omissão, erro, fraude ou sonegação. (Incluído pela suas atividades, declaração de nulidade do contrato de trabalho
Lei nº 13.932, de 2019) nas condições do art. 19-A, ou ainda falecimento do empregador
Art. 18. Ocorrendo rescisão do contrato de trabalho, por par- individual sempre que qualquer dessas ocorrências implique res-
te do empregador, ficará este obrigado a depositar na conta vin- cisão de contrato de trabalho, comprovada por declaração escrita
culada do trabalhador no FGTS os valores relativos aos depósitos da empresa, suprida, quando for o caso, por decisão judicial tran-
referentes ao mês da rescisão e ao imediatamente anterior, que sitada em julgado; (Redação dada pela Medida Provisória nº
ainda não houver sido recolhido, sem prejuízo das cominações le- 2.164-41, de 2001)
gais. (Redação dada pela Lei nº 9.491, de 1997) III - aposentadoria concedida pela Previdência Social;
§ 1º Na hipótese de despedida pelo empregador sem jus- IV - falecimento do trabalhador, sendo o saldo pago a seus de-
ta causa, depositará este, na conta vinculada do trabalhador no pendentes, para esse fim habilitados perante a Previdência Social,
FGTS, importância igual a quarenta por cento do montante de to- segundo o critério adotado para a concessão de pensões por mor-
dos os depósitos realizados na conta vinculada durante a vigência te. Na falta de dependentes, farão jus ao recebimento do saldo da
do contrato de trabalho, atualizados monetariamente e acresci- conta vinculada os seus sucessores previstos na lei civil, indicados
dos dos respectivos juros. (Redação dada pela Lei nº 9.491, em alvará judicial, expedido a requerimento do interessado, inde-
de 1997) pendente de inventário ou arrolamento;
§ 2º Quando ocorrer despedida por culpa recíproca ou força V - pagamento de parte das prestações decorrentes de finan-
maior, reconhecida pela Justiça do Trabalho, o percentual de que ciamento habitacional concedido no âmbito do Sistema Financei-
trata o § 1º será de 20 (vinte) por cento. ro da Habitação (SFH), desde que:
§ 3° As importâncias de que trata este artigo deverão cons- a) o mutuário conte com o mínimo de 3 (três) anos de traba-
tar da documentação comprobatória do recolhimento dos valores lho sob o regime do FGTS, na mesma empresa ou em empresas
devidos a título de rescisão do contrato de trabalho, observado diferentes;
o disposto no art. 477 da CLT, eximindo o empregador, exclusiva- b) o valor bloqueado seja utilizado, no mínimo, durante o pra-
mente, quanto aos valores discriminados. (Redação dada zo de 12 (doze) meses;
pela Lei nº 9.491, de 1997) (Vide Lei complementar nº 150, c) o valor do abatimento atinja, no máximo, 80 (oitenta) por
de 2015) cento do montante da prestação;
Art. 19. No caso de extinção do contrato de trabalho prevista VI - liquidação ou amortização extraordinária do saldo deve-
no art. 14 desta lei, serão observados os seguintes critérios: dor de financiamento imobiliário, observadas as condições esta-
I - havendo indenização a ser paga, o empregador, mediante belecidas pelo Conselho Curador, dentre elas a de que o financia-
comprovação do pagamento daquela, poderá sacar o saldo dos mento seja concedido no âmbito do SFH e haja interstício mínimo
valores por ele depositados na conta individualizada do trabalha- de 2 (dois) anos para cada movimentação;
dor; VII – pagamento total ou parcial do preço de aquisição de mo-
II - não havendo indenização a ser paga, ou decorrido o prazo radia própria, ou lote urbanizado de interesse social não construí-
prescricional para a reclamação de direitos por parte do traba- do, observadas as seguintes condições: (Redação dada pela
lhador, o empregador poderá levantar em seu favor o saldo da Lei nº 11.977, de 2009)
respectiva conta individualizada, mediante comprovação perante a) o mutuário deverá contar com o mínimo de 3 (três) anos de
o órgão competente do Ministério do Trabalho e da Previdência trabalho sob o regime do FGTS, na mesma empresa ou empresas
Social. diferentes;
Art. 19-A. É devido o depósito do FGTS na conta vinculada b) seja a operação financiável nas condições vigentes para o
do trabalhador cujo contrato de trabalho seja declarado nulo SFH;
nas hipóteses previstas no art. 37, § 2o, da Constituição Federal, VIII - quando o trabalhador permanecer três anos ininterrup-
quando mantido o direito ao salário. (Incluído pela Medida tos fora do regime do FGTS; (Redação dada pela Lei nº 13.932,
Provisória nº 2.164-41, de 2001) de 2019)
IX - extinção normal do contrato a termo, inclusive o dos tra-
balhadores temporários regidos pela Lei nº 6.019, de 3 de janeiro
de 1974;

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
X - suspensão total do trabalho avulso por período igual ou (SPU), mediante a contratação da Caixa Econômica Federal como
superior a 90 (noventa) dias, comprovada por declaração do sin- agente financeiro dos contratos de parcelamento; (Incluído
dicato representativo da categoria profissional. pela Lei nº 13.465, de 2017)
XI - quando o trabalhador ou qualquer de seus dependentes c) sejam observadas as demais regras e condições estabele-
for acometido de neoplasia maligna. (Incluído pela Lei nº cidas para uso do FGTS. (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017)
8.922, de 1994) XX - anualmente, no mês de aniversário do trabalhador, por
XII - aplicação em quotas de Fundos Mútuos de Privatização, meio da aplicação dos valores constantes do Anexo desta Lei, ob-
regidos pela Lei n° 6.385, de 7 de dezembro de 1976, permitida a servado o disposto no art. 20-D desta Lei; (Incluído pela Lei nº
utilização máxima de 50 % (cinqüenta por cento) do saldo existen- 13.932, de 2019)
te e disponível em sua conta vinculada do Fundo de Garantia do XXI - a qualquer tempo, quando seu saldo for inferior a R$
Tempo de Serviço, na data em que exercer a opção. (Incluído 80,00 (oitenta reais) e não houver ocorrido depósitos ou saques
pela Lei nº 9.491, de 1997) (Vide Decreto nº 2.430, 1997) por, no mínimo, 1 (um) ano, exceto na hipótese prevista no inciso
XIII - quando o trabalhador ou qualquer de seus dependentes I do § 5º do art. 13 desta Lei; (Incluído pela Lei nº 13.932, de
for portador do vírus HIV; (Incluído pela Medida Provisória 2019) (Vigência)
nº 2.164-41, de 2001) XXII - quando o trabalhador ou qualquer de seus dependen-
XIV - quando o trabalhador ou qualquer de seus dependentes tes for, nos termos do regulamento, pessoa com doença rara, con-
estiver em estágio terminal, em razão de doença grave, nos ter- sideradas doenças raras aquelas assim reconhecidas pelo Ministé-
mos do regulamento; (Incluído pela Medida Provisória nº rio da Saúde, que apresentará, em seu sítio na internet, a relação
2.164-41, de 2001) atualizada dessas doenças. (Incluído pela Lei nº 13.932, de 2019)
XV - quando o trabalhador tiver idade igual ou superior a se- (Vigência)
tenta anos. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.164-41, § 1º A regulamentação das situações previstas nos incisos I e
de 2001) II assegurar que a retirada a que faz jus o trabalhador correspon-
XVI - necessidade pessoal, cuja urgência e gravidade decorra da aos depósitos efetuados na conta vinculada durante o período
de desastre natural, conforme disposto em regulamento, observa- de vigência do último contrato de trabalho, acrescida de juros e
das as seguintes condições: (Incluído pela Lei nº 10.878, de atualização monetária, deduzidos os saques.
2004) Regulamento Regulamento § 2º O Conselho Curador disciplinará o disposto no inciso V,
a) o trabalhador deverá ser residente em áreas comprovada- visando beneficiar os trabalhadores de baixa renda e preservar
mente atingidas de Município ou do Distrito Federal em situação o equilíbrio financeiro do FGTS.
de emergência ou em estado de calamidade pública, formalmente § 3º O direito de adquirir moradia com recursos do FGTS, pelo
reconhecidos pelo Governo Federal; (Incluído pela Lei nº trabalhador, só poderá ser exercido para um único imóvel.
10.878, de 2004) § 4º O imóvel objeto de utilização do FGTS somente poderá
b) a solicitação de movimentação da conta vinculada será ad- ser objeto de outra transação com recursos do fundo, na forma
mitida até 90 (noventa) dias após a publicação do ato de reconhe- que vier a ser regulamentada pelo Conselho Curador.
cimento, pelo Governo Federal, da situação de emergência ou de § 5º O pagamento da retirada após o período previsto em re-
estado de calamidade pública; e (Incluído pela Lei nº 10.878, gulamento, implicará atualização monetária dos valores devidos.
de 2004) § 6o Os recursos aplicados em cotas de fundos Mútuos de Pri-
c) o valor máximo do saque da conta vinculada será definido vatização, referidos no inciso XII, serão destinados, nas condições
na forma do regulamento. (Incluído pela Lei nº 10.878, de aprovadas pelo CND, a aquisições de valores mobiliários, no âm-
2004) bito do Programa Nacional de Desestatização, de que trata a Lei
XVII - integralização de cotas do FI-FGTS, respeitado o dis- no 9.491, de 1997, e de programas estaduais de desestatização,
posto na alínea i do inciso XIII do art. 5o desta Lei, permitida a desde que, em ambos os casos, tais destinações sejam aprovadas
utilização máxima de 30% (trinta por cento) do saldo existente e pelo CND. (Redação dada pela Lei nº 9.635, de 1998)
disponível na data em que exercer a opção. (Redação dada § 7o Ressalvadas as alienações decorrentes das hipóteses de
pela Lei nº 12.087, de 2009) que trata o § 8o, os valores mobiliários a que se refere o parágrafo
XVIII - quando o trabalhador com deficiência, por prescrição, anterior só poderão ser integralmente vendidos, pelos respecti-
necessite adquirir órtese ou prótese para promoção de acessibi- vos Fundos, seis meses após a sua aquisição, podendo ser alie-
lidade e de inclusão social. (Incluído pela Lei nº 13.146, de nada em prazo inferior parcela equivalente a 10% (dez por cento)
2015) (Vigência) do valor adquirido, autorizada a livre aplicação do produto dessa
XIX - pagamento total ou parcial do preço de aquisição de alienação, nos termos da Lei no 6.385, de 7 de dezembro de 1976.
imóveis da União inscritos em regime de ocupação ou aforamen- (Redação dada pela Lei nº 9.635, de 1998)
to, a que se referem o art. 4o da Lei no 13.240, de 30 de dezembro § 8o As aplicações em Fundos Mútuos de Privatização e no
de 2015, e o art. 16-A da Lei no 9.636, de 15 de maio de 1998, FI-FGTS são nominativas, impenhoráveis e, salvo as hipóteses pre-
respectivamente, observadas as seguintes condições: (Incluído vistas nos incisos I a XI e XIII a XVI do caput deste artigo, indispo-
pela Lei nº 13.465, de 2017) níveis por seus titulares. (Redação dada pela Lei nº 11.491,
a) o mutuário deverá contar com o mínimo de três anos de de 2007)
trabalho sob o regime do FGTS, na mesma empresa ou em empre- § 9° Decorrido o prazo mínimo de doze meses, contados da
sas diferentes; (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017) efetiva transferência das quotas para os Fundos Mútuos de Pri-
b) seja a operação financiável nas condições vigentes para o vatização, os titulares poderão optar pelo retorno para sua conta
Sistema Financeiro da Habitação (SFH) ou ainda por intermédio de vinculada no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço. (Incluí-
parcelamento efetuado pela Secretaria do Patrimônio da União do pela Lei nº 9.491, de 1997)

178
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
§ 10. A cada período de seis meses, os titulares das aplicações II - declaração por escrito, individual e específica, pelo traba-
em Fundos Mútuos de Privatização poderão transferi-las para ou- lhador de sua ciência quanto aos riscos do investimento que está
tro fundo de mesma natureza. (Incluído pela Lei nº 9.491, realizando. (Incluído pela Lei nº 11.491, de 2007)
de 1997) § 21. As movimentações autorizadas nos incisos V e VI do
§ 11. O montante das aplicações de que trata o § 6° deste caput serão estendidas aos contratos de participação de grupo de
artigo ficará limitado ao valor dos créditos contra o Tesouro Nacio- consórcio para aquisição de imóvel residencial, cujo bem já tenha
nal de que seja titular o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço. sido adquirido pelo consorciado, na forma a ser regulamentada
(Incluído pela Lei nº 9.491, de 1997) pelo Conselho Curador do FGTS. (Incluído pela Lei nº 12.058,
§ 12. Desde que preservada a participação individual dos de 2009)
quotistas, será permitida a constituição de clubes de investimen- § 22. Na movimentação das contas vinculadas a contrato de
to, visando a aplicação em quotas de Fundos Mútuos de Privatiza- trabalho extinto até 31 de dezembro de 2015, ficam isentas as exi-
ção. (Incluído pela Lei nº 9.491, de 1997) gências de que trata o inciso VIII do caput deste artigo, podendo o
§ 13. A garantia a que alude o § 4o do art. 13 desta Lei não saque, nesta hipótese, ser efetuado segundo cronograma de aten-
compreende as aplicações a que se referem os incisos XII e XVII dimento estabelecido pelo agente operador do FGTS. (In-
do caput deste artigo. (Redação dada pela Lei nº 11.491, de cluído pela Lei nº 13.446, de 2017)
2007) § 23. As movimentações das contas vinculadas nas situações
§ 14. Ficam isentos do imposto de renda: (Redação previstas nos incisos V, VI e VII do caput deste artigo poderão ser
dada pela Lei nº 11.491, de 2007) realizadas fora do âmbito do SFH, observados os mesmos limites
I - a parcela dos ganhos nos Fundos Mútuos de Privatização financeiros das operações realizadas no âmbito desse sistema, no
até o limite da remuneração das contas vinculadas de que trata o que se refere ao valor máximo de movimentação da conta vincula-
art. 13 desta Lei, no mesmo período; e (Incluído pela Lei nº da, e os limites, critérios e condições estabelecidos pelo Conselho
11.491, de 2007) Curador. (Incluído pela Lei nº 13.932, de 2019)
II - os ganhos do FI-FGTS e do Fundo de Investimento em Co- § 24. O trabalhador poderá sacar os valores decorrentes da
tas - FIC, de que trata o § 19 deste artigo. (Incluído pela Lei situação de movimentação de que trata o inciso XX do caput des-
nº 11.491, de 2007) te artigo até o último dia útil do segundo mês subsequente ao
§ 15. A transferência de recursos da conta do titular no Fundo da aquisição do direito de saque. (Incluído pela Lei nº 13.932, de
de Garantia do Tempo de Serviço em razão da aquisição de ações, 2019)
nos termos do inciso XII do caput deste artigo, ou de cotas do § 25. O agente operador deverá oferecer, nos termos do regu-
FI-FGTS não afetará a base de cálculo da multa rescisória de que lamento do Conselho Curador, em plataformas de interação com o
tratam os §§ 1o e 2o do art. 18 desta Lei. (Redação dada pela titular da conta, inclusive por meio de dispositivos móveis, opções
Lei nº 11.491, de 2007) para consulta e transferência, a critério do trabalhador, para conta
§ 16. Os clubes de investimento a que se refere o § 12 pode- de depósitos de sua titularidade em qualquer instituição financei-
rão resgatar, durante os seis primeiros meses da sua constituição, ra do Sistema Financeiro Nacional, dos recursos disponíveis para
parcela equivalente a 5% (cinco por cento) das cotas adquiridas, movimentação em decorrência das situações previstas neste ar-
para atendimento de seus desembolsos, autorizada a livre apli- tigo, cabendo ao agente operador estabelecer os procedimentos
cação do produto dessa venda, nos termos da Lei no 6.385, de 7 operacionais a serem observados. (Incluído pela Lei nº 13.932,
de dezembro de 1976. (Incluído pela Lei nº 9.635, de 1998) de 2019)
§ 17. Fica vedada a movimentação da conta vinculada do § 26. As transferências de que trata o § 25 deste artigo não
FGTS nas modalidades previstas nos incisos V, VI e VII deste artigo, acarretarão a cobrança de tarifas pelo agente operador ou pelas
nas operações firmadas, a partir de 25 de junho de 1998, no caso demais instituições financeiras. (Incluído pela Lei nº 13.932, de
em que o adquirente já seja proprietário ou promitente compra- 2019)
dor de imóvel localizado no Município onde resida, bem como no § 27. A critério do titular da conta vinculada do FGTS, em ato
caso em que o adquirente já detenha, em qualquer parte do País, formalizado no momento da contratação do financiamento habi-
pelo menos um financiamento nas condições do SFH. (Incluí- tacional, os direitos aos saques de que trata o caput deste artigo
do pela Medida Provisória nº 2.197-43, de 2001) poderão ser objeto de alienação ou cessão fiduciária para paga-
§ 18. É indispensável o comparecimento pessoal do titular da mento de parte das prestações decorrentes de financiamento ha-
conta vinculada para o pagamento da retirada nas hipóteses pre- bitacional concedido no âmbito do SFH, observadas as condições
vistas nos incisos I, II, III, VIII, IX e X deste artigo, salvo em caso de estabelecidas pelo Conselho Curador, mediante caucionamento
grave moléstia comprovada por perícia médica, quando será paga dos depósitos a serem realizados na conta vinculada do trabalha-
a procurador especialmente constituído para esse fim. (Incluí- dor, exceto o previsto no art. 18 desta Lei. (Incluído pela Lei nº
do pela Medida Provisória nº 2.197-43, de 2001) 14.438, de 2022)
§ 19. A integralização das cotas previstas no inciso XVII do Art. 20-A. O titular de contas vinculadas do FGTS estará sujei-
caput deste artigo será realizada por meio de Fundo de Investi- to a somente uma das seguintes sistemáticas de saque: (Incluído
mento em Cotas - FIC, constituído pela Caixa Econômica Federal pela Lei nº 13.932, de 2019)
especificamente para essa finalidade. (Incluído pela Lei nº I - saque-rescisão; ou (Incluído pela Lei nº 13.932, de 2019)
11.491, de 2007) II - saque-aniversário. (Incluído pela Lei nº 13.932, de 2019)
§ 20. A Comissão de Valores Mobiliários estabelecerá os re- § 1º Todas as contas do mesmo titular estarão sujeitas à mes-
quisitos para a integralização das cotas referidas no § 19 deste ma sistemática de saque. (Incluído pela Lei nº 13.932, de 2019)
artigo, devendo condicioná-la pelo menos ao atendimento das se- § 2º São aplicáveis às sistemáticas de saque de que trata o
guintes exigências: (Incluído pela Lei nº 11.491, de 2007) caput deste artigo as seguintes situações de movimentação de
I - elaboração e entrega de prospecto ao trabalhador; e conta: (Incluído pela Lei nº 13.932, de 2019)
(Incluído pela Lei nº 11.491, de 2007)

179
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
I - para a sistemática de saque-rescisão, as previstas no art. taxas de juros estipulados para os empréstimos consignados dos
20 desta Lei, à exceção da estabelecida no inciso XX do caput do servidores públicos federais do Poder Executivo. (Incluído pela
referido artigo; e (Incluído pela Lei nº 13.932, de 2019) Lei nº 13.932, de 2019)
II - para a sistemática de saque-aniversário, as previstas no § 3º-A. A critério do titular da conta vinculada do FGTS, os di-
art. 20 desta Lei, à exceção das estabelecidas nos incisos I, I-A, II, reitos aos saques anuais de que trata o caput deste artigo poderão
IX e X do caput do referido artigo. (Incluído pela Lei nº 13.932, ser objeto de caução para operações de microcrédito, nos termos
de 2019) da legislação do SIM Digital, em favor de qualquer instituição fi-
Art. 20-B. O titular de contas vinculadas do FGTS estará sujei- nanceira do Sistema Financeiro Nacional. (Incluído pela Lei nº
to originalmente à sistemática de saque-rescisão e poderá optar 14.438, de 2022)
por alterá-la, observado o disposto no art. 20-C desta Lei. (Incluí- § 4º O Conselho Curador poderá regulamentar o disposto no
do pela Lei nº 13.932, de 2019) § 3º deste artigo, com vistas ao cumprimento das obrigações fi-
Art. 20-C. A primeira opção pela sistemática de saque-aniver- nanceiras de seu titular, inclusive quanto ao: (Incluído pela Lei
sário poderá ser feita a qualquer tempo e terá efeitos imediatos. nº 13.932, de 2019)
(Incluído pela Lei nº 13.932, de 2019) I - bloqueio de percentual do saldo total existente nas contas
§ 1º Caso o titular solicite novas alterações de sistemática será vinculadas; (Incluído pela Lei nº 13.932, de 2019)
observado o seguinte: (Incluído pela Lei nº 13.932, de 2019) II - impedimento da efetivação da opção pela sistemática de
I - a alteração será efetivada no primeiro dia do vigésimo quin- saque-rescisão prevista no inciso I do § 1º do art. 20-C desta Lei; e
to mês subsequente ao da solicitação, desde que não haja cessão (Incluído pela Lei nº 13.932, de 2019)
ou alienação de direitos futuros aos saques anuais de que trata o III - saque em favor do credor. (Incluído pela Lei nº 13.932,
§ 3º do art. 20-D desta Lei; (Incluído pela Lei nº 13.932, de 2019) de 2019)
II - a solicitação poderá ser cancelada pelo titular antes da sua § 5º As situações de movimentação de que trata o § 2º do art.
efetivação; e (Incluído pela Lei nº 13.932, de 2019) 20-A desta Lei serão efetuadas com observância ao limite decor-
III - na hipótese de cancelamento, a nova solicitação estará rente do bloqueio referido no § 4º deste artigo. (Incluído pela
sujeita ao disposto no inciso I do caput deste artigo. (Incluído Lei nº 13.932, de 2019)
pela Lei nº 13.932, de 2019) § 6º A vedação prevista no § 2º do art. 2º desta Lei não se
§ 2º Para fins do disposto no § 2º do art. 20-A desta Lei, as aplica às disposições dos §§ 3º, 4º e 5º deste artigo. (Incluído
situações de movimentação obedecerão à sistemática a que o ti- pela Lei nº 13.932, de 2019)
tular estiver sujeito no momento dos eventos que as ensejarem. § 7º Na hipótese de despedida sem justa causa, o trabalhador
(Incluído pela Lei nº 13.932, de 2019) que optar pela sistemática saque-aniversário também fará jus à
Art. 20-D. Na situação de movimentação de que trata o inciso movimentação da multa rescisória de que tratam os §§ 1º e 2º do
XX do caput do art. 20 desta Lei, o valor do saque será determina- art. 18 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.932, de 2019)
do: (Incluído pela Lei nº 13.932, de 2019) Art. 21. Os saldos das contas não individualizadas e das con-
I - pela aplicação da alíquota correspondente, estabelecida no tas vinculadas que se conservem ininterruptamente sem créditos
Anexo desta Lei, à soma de todos os saldos das contas vinculadas de depósitos por mais de cinco anos, a partir de 1º de junho de
do titular, apurados na data do débito; e (Incluído pela Lei nº 1990, em razão de o seu titular ter estado fora do regime do FGTS,
13.932, de 2019) serão incorporados ao patrimônio do fundo, resguardado o direi-
II - pelo acréscimo da parcela adicional correspondente, es- to do beneficiário reclamar, a qualquer tempo, a reposição do va-
tabelecida no Anexo desta Lei, ao valor apurado de acordo com o lor transferido. (Redação dada pela Lei nº 8.678, de 1993)
disposto no inciso I do caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº Parágrafo único. O valor, quando reclamado, será pago ao tra-
13.932, de 2019) balhador acrescido da remuneração prevista no § 2º do art. 13
§ 1º Na hipótese de o titular possuir mais de uma conta vin- desta lei. (Incluído pela Lei nº 8.678, de 1993)
culada, o saque de que trata este artigo será feito na seguinte Art. 22. O empregador que não realizar os depósitos nos ter-
ordem: (Incluído pela Lei nº 13.932, de 2019) mos dos arts. 15 e 18 desta Lei responderá pela incidência da Taxa
I - contas vinculadas relativas a contratos de trabalho extin- Referencial (TR) sobre a importância correspondente. (Redação
tos, com início pela conta que tiver o menor saldo; e (Incluído dada pela Lei nº 14.438, de 2022)
pela Lei nº 13.932, de 2019) § 1o Sobre o valor dos depósitos, acrescido da TR, incidirão,
II - demais contas vinculadas, com início pela conta que tiver o ainda, juros de mora de 0,5% a.m. (cinco décimos por cento ao
menor saldo. (Incluído pela Lei nº 13.932, de 2019) mês) ou fração e multa, sujeitando-se, também, às obrigações e
§ 2º O Poder Executivo federal, respeitada a alíquota mínima sanções previstas no Decreto-Lei no 368, de 19 de dezembro de
de 5% (cinco por cento), poderá alterar, até o dia 30 de junho de 1968. (Redação dada pela Lei nº 9.964, de 2000)
cada ano, os valores das faixas, das alíquotas e das parcelas adi- § 2o A incidência da TR de que trata o caput deste artigo será
cionais constantes do Anexo desta Lei para vigência no primeiro cobrada por dia de atraso, tomando-se por base o índice de atua-
dia do ano subsequente. (Incluído pela Lei nº 13.932, de 2019) lização das contas vinculadas do FGTS. (Redação dada pela
§ 3º A critério do titular da conta vinculada do FGTS, os direi- Lei nº 9.964, de 2000)
tos aos saques anuais de que trata o caput deste artigo poderão § 2o-A. A multa referida no § 1o deste artigo será cobrada
ser objeto de alienação ou cessão fiduciária, nos termos do art. nas condições que se seguem: (Incluído pela Lei nº 9.964,
66-B da Lei nº 4.728, de 14 de julho de 1965, em favor de qualquer de 2000)
instituição financeira do Sistema Financeiro Nacional, sujeitas as I – 5% (cinco por cento) no mês de vencimento da obrigação;
taxas de juros praticadas nessas operações aos limites estipulados (Incluído pela Lei nº 9.964, de 2000)
pelo Conselho Curador, os quais serão inferiores aos limites de II – 10% (dez por cento) a partir do mês seguinte ao do ven-
cimento da obrigação. (Incluído pela Lei nº 9.964, de 2000)

180
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
§ 3o Para efeito de levantamento de débito para com o FGTS, b) 30% (trinta por cento) sobre o débito atualizado apurado
o percentual de 8% (oito por cento) incidirá sobre o valor acresci- pela inspeção do trabalho, confessado pelo empregador ou lan-
do da TR até a data da respectiva operação. (Redação dada çado de ofício, nas hipóteses previstas nos incisos I, IV e V do §
pela Lei nº 9.964, de 2000) 1º deste artigo; e (Redação dada pela Lei nº 14.438, de 2022)
Art. 23. Compete ao Ministério do Trabalho e Previdência a Produção de efeitos
verificação do cumprimento do disposto nesta Lei, especialmente c) de R$ 100,00 (cem reais) a R$ 300,00 (trezentos reais) por
quanto à apuração dos débitos e das infrações praticadas pelos trabalhador prejudicado, nas hipóteses previstas nos incisos VI e
empregadores ou tomadores de serviço, que serão notificados VII do § 1º deste artigo. (Redação dada pela Lei nº 14.438, de
para efetuar e comprovar os depósitos correspondentes e cum- 2022) Produção de efeitos
prir as demais determinações legais. (Redação dada pela Lei nº § 3º Nos casos de fraude, simulação, artifício, ardil, resistên-
14.438, de 2022) Produção de efeitos cia, embaraço ou desacato à fiscalização, assim como na reinci-
§ 1º Constituem infrações para efeito desta lei: dência, a multa especificada no parágrafo anterior será duplicada,
I - não depositar mensalmente o percentual referente ao sem prejuízo das demais cominações legais.
FGTS, bem como os valores previstos no art. 18 desta Lei, nos pra- § 3º-A. Estabelecidas a multa-base e a majoração na forma
zos de que trata o § 6o do art. 477 da Consolidação das Leis do prevista nos §§ 2º e 3º deste artigo, o valor final será reduzido
Trabalho - CLT; (Redação dada pela Medida Provisória nº pela metade quando o infrator for empregador doméstico, mi-
2.197-43, de 2001) croempresa ou empresa de pequeno porte. (Redação dada pela
II - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.438, de Lei nº 14.438, de 2022) Produção de efeitos
2022) Produção de efeitos § 4º Os valores das multas, quando não recolhidas no prazo
III - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.438, de 2022) legal, serão atualizados monetariamente até a data de seu efetivo
Produção de efeitos pagamento, através de sua conversão pelo BTN Fiscal.
IV - deixar de computar, para efeito de cálculo dos depósitos § 5º O processo de fiscalização, de autuação e de imposição
do FGTS, parcela componente da remuneração; de multas reger-se-á pelo disposto no Título VII da CLT. (Reda-
V - deixar de efetuar os depósitos e os acréscimos legais do ção dada pela Lei nº 13.932, de 2019)
FGTS constituído em notificação de débito, no prazo concedido § 6º Quando julgado procedente o recurso interposto na for-
pelo ato de notificação da decisão definitiva exarada no processo ma do Título VII da CLT, os depósitos efetuados para garantia de
administrativo; (Redação dada pela Lei nº 14.438, de 2022) Pro- instância serão restituídos com os valores atualizados na forma
dução de efeitos de lei.
VI - deixar de apresentar, ou apresentar com erros ou omis- § 7º A rede arrecadadora e a Caixa Econômica Federal deve-
sões, as informações de que trata o art. 17-A desta Lei e as demais rão prestar ao Ministério do Trabalho e da Previdência Social as
informações legalmente exigíveis; e (Redação dada pela Lei nº informações necessárias à fiscalização.
14.438, de 2022) Produção de efeitos Art. 23-A. A notificação do empregador relativa aos débitos
VII - deixar de apresentar ou de promover a retificação das com o FGTS, o início de procedimento administrativo ou a medi-
informações de que trata o art. 17-A desta Lei no prazo concedido da de fiscalização interrompem o prazo prescricional. (Incluído
na notificação da decisão definitiva exarada no processo adminis- dada pela Lei nº 13.932, de 2019)
trativo que reconheceu a procedência da notificação de débito § 1º O contencioso administrativo é causa de suspensão do
decorrente de omissão, de erro, de fraude ou de sonegação cons- prazo prescricional. (Incluído dada pela Lei nº 13.932, de 2019)
tatados. (Redação dada pela Lei nº 14.438, de 2022) Produção § 2º A data de publicação da liquidação do crédito será con-
de efeitos siderada como a data de sua constituição definitiva, a partir da
§ 1º-A. A formalização de parcelamento da integralidade do qual será retomada a contagem do prazo prescricional. (Incluído
débito suspende a ação punitiva da infração prevista: (Incluído dada pela Lei nº 13.932, de 2019)
pela Lei nº 14.438, de 2022) Produção de efeitos § 3º Todos os documentos relativos às obrigações perante o
I - no inciso I do § 1º deste artigo, quando realizada anterior- FGTS, referentes a todo o contrato de trabalho de cada trabalha-
mente ao início de qualquer processo administrativo ou medida dor, devem ser mantidos à disposição da fiscalização por até 5
de fiscalização; e (Incluído pela Lei nº 14.438, de 2022) Produção (cinco) anos após o fim de cada contrato. (Incluído dada pela Lei
de efeitos nº 13.932, de 2019)
II - no inciso V do § 1º deste artigo, quando realizada no prazo Art. 24. Por descumprimento ou inobservância de quaisquer
nele referido. (Incluído pela Lei nº 14.438, de 2022) Produção das obrigações que lhe compete como agente arrecadador, pa-
de efeitos gador e mantenedor do cadastro de contas vinculadas, na forma
§ 1º-B. A suspensão da ação punitiva prevista no § 1º-A deste que vier a ser regulamentada pelo Conselho Curador, fica o banco
artigo será mantida durante a vigência do parcelamento, e a qui- depositário sujeito ao pagamento de multa equivalente a 10 (dez)
tação integral dos valores parcelados extinguirá a infração. (Incluí- por cento do montante da conta do empregado, independente-
do pela Lei nº 14.438, de 2022)Produção de efeitos mente das demais cominações legais.
§ 2º Pela infração ao disposto no § 1º deste artigo, o infra- Art. 25. Poderá o próprio trabalhador, seus dependentes e
tor estará sujeito às seguintes multas: (Redação dada pela Lei nº sucessores, ou ainda o Sindicato a que estiver vinculado, acionar
14.438, de 2022) Produção de efeitos diretamente a empresa por intermédio da Justiça do Trabalho,
a) (revogada); (Redação dada pela Lei nº 14.438, de 2022) para compeli-la a efetuar o depósito das importâncias devidas nos
Produção de efeitos termos desta lei.
Parágrafo único. A Caixa Econômica Federal e o Ministério do
Trabalho e da Previdência Social deverão ser notificados da pro-
positura da reclamação.

181
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Art. 26. É competente a Justiça do Trabalho para julgar os dis- Art. 29. Os depósitos em conta vinculada, efetuados nos ter-
sídios entre os trabalhadores e os empregadores decorrentes da mos desta lei, constituirão despesas dedutíveis do lucro operacio-
aplicação desta lei, mesmo quando a Caixa Econômica Federal e nal dos empregadores e as importâncias levantadas a seu favor
o Ministério do Trabalho e da Previdência Social figurarem como implicarão receita tributável.
litisconsortes. Art. 29-A. Quaisquer créditos relativos à correção dos saldos
Parágrafo único. Nas reclamatórias trabalhistas que objeti- das contas vinculadas do FGTS serão liquidados mediante lança-
vam o ressarcimento de parcelas relativas ao FGTS, ou que, direta mento pelo agente operador na respectiva conta do trabalhador.
ou indiretamente, impliquem essa obrigação de fazer, o juiz de- (Incluído pela Medida Provisória nº 2.197-43, de 2001)
terminará que a empresa sucumbente proceda ao recolhimento Art. 29-B. Não será cabível medida liminar em mandado de
imediato das importâncias devidas a tal título. segurança, no procedimento cautelar ou em quaisquer outras
Art. 26-A. Para fins de apuração e lançamento, considera-se ações de natureza cautelar ou preventiva, nem a tutela antecipa-
não quitado o valor relativo ao FGTS pago diretamente ao traba- da prevista nos arts. 273 e 461 do Código de Processo Civil que
lhador, vedada a sua conversão em indenização compensatória. impliquem saque ou movimentação da conta vinculada do traba-
(Incluído dada pela Lei nº 13.932, de 2019) lhador no FGTS. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.197-43,
§ 1º Os débitos reconhecidos e declarados por meio de siste- de 2001)
ma de escrituração digital serão recolhidos integralmente, acres- Art. 29-C. Nas ações entre o FGTS e os titulares de contas
cidos dos encargos devidos. (Incluído dada pela Lei nº 13.932, vinculadas, bem como naquelas em que figurem os respectivos
de 2019) representantes ou substitutos processuais, não haverá condena-
§ 2º Para a geração das guias de depósito, os valores devi- ção em honorários advocatícios. (Incluído pela Medida
dos a título de FGTS e o período laboral a que se referem serão Provisória nº 2.164-41, de 2001) (Vide ADI nº 2.736)
expressamente identificados. (Incluído dada pela Lei nº 13.932, Art. 29-D. A penhora em dinheiro, na execução fundada em
de 2019) título judicial em que se determine crédito complementar de sal-
Art. 27. A apresentação do Certificado de Regularidade do do de conta vinculada do FGTS, será feita mediante depósito de
FGTS, fornecido na forma do regulamento, é obrigatória nas se- recursos do Fundo em conta vinculada em nome do exeqüente,
guintes situações: (Redação dada pela Lei nº 13.932, de 2019) à disposição do juízo. (Incluído pela Medida Provisória nº
a) habilitação e licitação promovida por órgão da Administra- 2.164-41, de 2001)
ção Federal, Estadual e Municipal, direta, indireta ou fundacional Parágrafo único. O valor do depósito só poderá ser movimen-
ou por entidade controlada direta ou indiretamente pela União, tado, após liberação judicial, nas hipóteses previstas no art. 20 ou
Estado e Município; para reversão ao Fundo. (Incluído pela Medida Provisória nº
b) obtenção, por parte da União, dos Estados ou dos Municí- 2.164-41, de 2001)
pios, ou por órgãos da Administração federal, estadual ou munici- Art. 30. Fica reduzida para 1 1/2 (um e meio) por cento a con-
pal, direta, indireta ou fundacional, ou indiretamente pela União, tribuição devida pelas empresas ao Serviço Social do Comércio e
pelos Estados ou pelos Municípios, de empréstimos ou financia- ao Serviço Social da Indústria e dispensadas estas entidades da
mentos realizados com lastro em recursos públicos ou oriundos subscrição compulsória a que alude o art. 21 da Lei nº 4.380, de
do FGTS perante quaisquer instituições de crédito; (Re- 21 de agosto de 1964.
dação dada pela Lei nº 13.805, de 2019) (Vide Medida Provi- Art. 31. O Poder Executivo expedirá o Regulamento desta lei
sória nº 958, de 2020) (Vide Lei nº 13.999, de 2020) (Vide no prazo de 60 (sessenta) dias a contar da data de sua promulga-
Medida Provisória nº 975, de 2020). (Vide Medida Provisória nº ção.
1.028, de 2021). (Vide Lei nº 14.179, de 2021) Art. 32. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação,
c) obtenção de favores creditícios, isenções, subsídios, auxí- revogada a Lei nº 7.839, de 12 de outubro de 1989, e as demais
lios, outorga ou concessão de serviços ou quaisquer outros bene- disposições em contrário.
fícios concedidos por órgão da Administração Federal, Estadual e
Municipal, salvo quando destinados a saldar débitos para com o Brasília, 11 de maio de 1990; 169º da Independência e 102º
FGTS; (Vide Medida Provisória nº 958, de 2020) (Vide da República.
Lei nº 13.999, de 2020) (Vide Medida Provisória nº 975, de
2020). (Vide Medida Provisória nº 1.028, de 2021). (Vide
PRODUTOS: ABERTURA E MOVIMENTAÇÃO DE CON-
Lei nº 14.179, de 2021)
TAS: DOCUMENTOS BÁSICOS
d) transferência de domicílio para o exterior;
e) registro ou arquivamento, nos órgãos competentes, de al-
teração ou distrato de contrato social, de estatuto, ou de qual- Abertura e movimentação de contas: documentos básicos
quer documento que implique modificação na estrutura jurídica Para abertura de conta de depósitos é obrigatória a completa
do empregador ou na sua extinção. identificação do depositante, mediante preenchimento de ficha-
Art. 28. São isentos de tributos federais os atos e operações -proposta contendo, no mínimo, as seguintes informações:
necessários à aplicação desta lei, quando praticados pela Caixa I – qualificação do depositante:
Econômica Federal, pelos trabalhadores e seus dependentes ou a) pessoas físicas: nome completo, filiação, nacionalidade, data
sucessores, pelos empregadores e pelos estabelecimentos ban- e local do nascimento, sexo, estado civil, nome do cônjuge, se ca-
cários. sado, profissão, documento de identificação (tipo, número, data de
Parágrafo único. Aplica-se o disposto neste artigo às impor- emissão e órgão expedidor) e número de inscrição no Cadastro de
tâncias devidas, nos termos desta lei, aos trabalhadores e seus Pessoas Físicas – CPF;
dependentes ou sucessores. b) pessoas jurídicas: razão social, atividade principal, forma e
data de constituição, documentos, contendo as informações refe-
ridas na alínea anterior, que qualifiquem e autorizem os represen-

182
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
tantes, mandatários ou prepostos a movimentar a conta, número As regras para o fornecimento de folhas de cheques ao corren-
de inscrição no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica – CNPJ e atos tista devem ser estabelecidas com base, entre outros, nos seguintes
constitutivos, devidamente registrados. critérios:
II – endereços residencial e comercial completos; 1. saldo suficiente para o pagamento de cheque;
III – número do telefone e código DDD; 2. restrições cadastrais;
IV – fontes de referência consultadas; 3. histórico de práticas e ocorrências na utilização de cheques;
V – data da abertura da conta e respectivo número; 4. estoque de folhas de cheque em poder do correntista;
VI – assinatura do depositante. 5.registro no Cadastro de Emitentes de Cheques sem Fundos
(CCF); e
IMPORTANTE: Se a conta de depósitos for titulada por menor 6. regularidade dos dados e dos documentos de identificação
ou por pessoa incapaz, além de sua qualificação, também deverá do correntista.
ser identificado o responsável que o assistir ou o representa.
No site do Banco Central encontramos uma área de PERGUN-
FICHA PROPOSTA TAS E RESPOSTAS que podem esclarecer várias dúvidas, vejamos:
A ficha-proposta relativa a conta de depósitos à vista deverá 1. Quais os tipos de conta que posso ter?
conter, ainda, cláusulas tratando, entre outros, dos seguintes assun- Você pode ter conta de depósito à vista, de depósito a prazo e
tos: de poupança.
I – saldo exigido para manutenção da conta; - A conta de depósito à vista é do tipo mais comum. Nela, o di-
II – condições estipuladas para fornecimento de talonário de nheiro do depositante fica à sua disposição para ser sacado a qual-
cheques; quer momento.
III – obrigatoriedade de comunicação, devidamente formaliza- - A conta de depósito a prazo é o tipo de conta onde o seu
da pelo depositante, sobre qualquer alteração nos dados cadastrais dinheiro só pode ser sacado depois de um prazo fixado por ocasião
e nos documentos. do depósito.
IV –inclusão do nome do depositante no Cadastro de Emitentes - A conta de poupança foi criada para estimular a economia
de Cheques sem Fundos (CCF), nos termos da regulamentação em popular e permite a aplicação de pequenos valores que passam a
vigor, no caso de emissão de cheques sem fundos, com a devolução gerar rendimentos mensalmente.
dos cheques em poder do depositante à instituição financeira;
V – informação de que os cheques liquidados, uma vez micro- 2. O que é conta-salário?
filmados, poderão ser destruídos; A conta-salário é um tipo especial de conta destinada ao pa-
VI –procedimentos a serem observados com vistas ao encerra- gamento de salários, proventos, soldos, vencimentos, aposentado-
mento da conta de depósitos. rias, pensões e similares. A conta-salário não admite outro tipo de
depósito além dos créditos da entidade pagadora e não é movimen-
As fichas-proposta, bem como as cópias da documentação re- tável por cheques.
ferida no artigo anterior, poderão ser microfilmadas, decorrido o O instrumento contratual é firmado entre a instituição financei-
prazo mínimo de 5 (cinco) anos. ra e a entidade pagadora. A cota-salário não está sujeita aos regula-
mentos aplicáveis às demais contas de depósito.
IMPORTANTE: É vedado o fornecimento de talonário de che-
ques ao depositante enquanto não verificadas as informações 3. O que é necessário para eu abrir uma conta de depósitos?
constantes da ficha-proposta ou quando, a qualquer tempo, forem Dispor da quantia mínima exigida pelo banco, preencher a fi-
constatadas irregularidades nos dados de identificação do deposi- cha-proposta de abertura de conta, que é o contrato firmado entre
tante ou de seu procurador É facultada à instituição financeira a banco e cliente, e apresentar os originais dos seguintes documen-
abertura, manutenção ou encerramento de conta de depósitos à tos:
vista cujo titular figure ou tenha figurado no Cadastro de Emitentes • no caso de pessoa física:
de Cheques sem Fundos (CCF), sendo proibido o fornecimento de • documento de identificação (carteira de identidade ou equi-
talão de cheque. valente, como carteira profissional, carteira de trabalho ou certifi-
cado de reservista);
FORNECIMENTO DE TALÃO • CPF;
As instituições financeiras devem incluir nos contratos de aber- • comprovante de residência.
tura e manutenção de contas de depósitos à vista movimentáveis • no caso de pessoa jurídica:
por meio de cheques, entre outras, cláusulas prevendo: • documento de constituição da empresa (contrato social e re-
I. as regras de natureza operacional para o fornecimento de fo- gistro na junta comercial);
lhas de cheques; • documentos que qualifiquem e autorizem os representantes,
II. a possibilidade de não fornecimento ou de interrupção do mandatários ou prepostos a movimentar a conta;
fornecimento de folhas de cheques; • inscrição no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ).
III. a gratuidade do fornecimento de até dez folhas de cheques
por mês, desde que o correntista reúna os requisitos necessários à 4. O menor de idade pode ser titular de conta bancária?
utilização de cheques. Sim. O jovem menor de 16 anos precisa ser representado pelo
pai ou responsável legal. O maior de 16 e menor de 18 anos (não-
-emancipado) deve ser assistido pelo pai ou pelo responsável legal.

183
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
5. Que informações o banco deve me prestar no ato de aber- Você pode autorizar, por escrito ou por meio eletrônico, o débi-
tura da minha conta? to em sua conta por ordem de terceiro.
Informações sobre direitos e deveres do correntista e do ban- Depósitos realizados em sua conta por falha do banco podem
co, constantes de contrato, como: ser estornados sem aviso prévio.
• saldo médio mínimo exigido para manutenção da conta;
• condições para fornecimento de talonário de cheques; 10. O banco é obrigado a me fornecer comprovante da opera-
• necessidade de você comunicar, por escrito, qualquer mu- ção de depósito realizada?
dança de endereço ou número de telefone; Sim. É da natureza do contrato de depósito a entrega imediata,
• condições para inclusão do nome do depositante no Cadastro pelo banco depositário, de recibo da operação de depósito reali-
de Emitentes de Cheque sem Fundos (CCF); zada. O banco e você podem pactuar, em comum acordo, outras
• informação de que os cheques liquidados, uma vez microfil- formas de comprovação da operação realizada.
mados, poderão ser destruídos;
• tarifas de serviços; 11. Posso abrir uma conta em moeda estrangeira?
• necessidade de comunicação prévia, por escrito, da intenção As contas em moeda estrangeira no País podem ser abertas por
de qualquer das partes de encerrar a conta; estrangeiros transitoriamente no Brasil e por brasileiros residentes
• prazo para adoção das providências relacionadas à rescisão ou domiciliados no exterior. Além dessas situações, existem outras
do contrato; especificamente tratadas na regulamentação cambial.
• necessidade de expedição de aviso da instituição financeira
ao correntista, admitida a utilização de meio eletrônico, com a data 12. O que é necessário para encerrar a minha conta no banco?
do efetivo encerramento da conta de depósitos à vista; Sendo um contrato voluntário e por tempo indeterminado,
• obrigatoriedade da devolução das folhas de cheque em po- uma conta bancária pode ser encerrada por qualquer uma das par-
der do correntista, ou de apresentação de declaração de que as tes contratadas.
inutilizou; Quando a iniciativa do encerramento for do banco, este deve
• necessidade de manutenção de fundos suficientes para o pa- comunicar o fato a você, solicitando-lhe a regularização do saldo e a
gamento de compromissos assumidos com a instituição financeira devolução dos cheques por acaso em seu poder, e anotar a decisão
ou decorrentes de disposições legais; na ficha-proposta.
O banco deverá encerrar a conta se forem verificadas irregu-
Todos esses assuntos devem estar previstos em cláusulas ex- laridades nas informações prestadas, julgadas de natureza grave,
plicativas na ficha-proposta, que é o contrato de abertura da conta comunicando o fato imediatamente ao Banco Central.
celebrado entre o banco e você. No caso da inclusão no CCF, o encerramento da conta depende
da decisão do próprio banco,mas não poderá continuar fornecendo
6. Quais os cuidados que devo tomar antes de abrir uma con- talão de cheque a você.
ta?
• Ler atentamente o contrato de abertura de conta (ficha-pro- Quando a iniciativa do encerramento for sua, deverá observar
posta); os seguintes cuidados:
• não assinar nenhum documento antes de esclarecer todas • entregar ao banco correspondência solicitando o encerra-
as dúvidas; mento da sua conta, exigindo recibo na cópia, ou enviar pelo cor-
• solicitar cópia dos documentos que assinou. reio, por meio de carta registrada;
• verificar se todos os cheques emitidos foram compensados
7. Quais os cuidados que o banco deve ter por ocasião da para evitar que seu nome seja incluído no CCF pelo motivo 13 (con-
abertura de minha conta? ta encerrada);
As informações incluídas na ficha-proposta e todos os docu- • entregar ao banco os cheques ainda em seu poder.
mentos de identificação devem ser conferidos, nos originais, pelo • Documentação Necessária para a abertura de contas (BACEN)
funcionário encarregado da abertura da conta, que assina a ficha
juntamente com o gerente responsável. Os nomes desses dois fun- Pessoas Físicas
cionários devem estar claramente indicados na ficha-proposta. - Documento de Identificação
Em caso de abertura de contas para deficientes visuais o banco - CPF
deve providenciar a leitura de todo o contrato, em voz alta. - Comprovante de residência

8. O dinheiro depositado em qualquer tipo de conta pode ser Pessoas Jurídicas


transferido, pelo banco, para qualquer modalidade de investimen- - Documento de constituição e alterações
to sem minha autorização? - CNPJ
Não. Somente com sua autorização feita por escrito ou por - Qualificação dos representantes
meio eletrônico.
- Documentação dos representantes
9. Quando o banco fizer algum débito em minha conta, fica • Contas não movimentadas nos últimos 06 meses e com saldo
obrigado a me informar? inferior ao mínimo: sujeitas a tarifas.
O débito dos impostos e das tarifas previstas no contrato (ou • Conta de titular falecido: movimentação apenas mediante a
ficha-proposta) pode ser feito sem aviso. apresentação de alvará judicial, exceto conta conjunta de titulares
Qualquer outra cobrança não prevista só pode ser feita me- solidários.
diante o seu prévio consentimento. • Contas de depósitos judiciais: movimentação apenas através
de alvará ou mandado judicial.

184
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
• Menores de 16 anos: movimentação exclusiva pelo pai, mãe,
tutor ou curador (ou seja, por seu representante). PESSOA FÍSICA E PESSOA JURÍDICA: CAPACIDADE E
• Maiores de 16 e menores de 18 anos: a movimentação pode INCAPACIDADE CIVIL, REPRESENTAÇÃO E DOMICÍLIO
ser assistida ou autorizada pelo pai, mãe ou responsável.
Comentário: É responsabilidade dos pais, toda a movimenta- Pessoa Física
ção de titulares com idade entre 16 e 18 anos. É o ser humano nascido da mulher.Sua existência começa do
nascimento com vida (a respiração é a melhor prova do nascimento
MOVIMENTAÇÕES DE CONTAS DE DEPÓSITO À VISTA: com vida) e termina com a morte.
O homem, pessoa natural, é sujeito e titular da relação jurídica.
Documento de Crédito – DOC:
• Valor Mínimo: não tem Pessoa Jurídica
• Valor Máximo: R$ 4.999,99 Pessoas jurídicas são entidades a que a lei empresta persona-
lidade, isto e, são seres que atuam na vida jurídica, com personali-
Transferência Eletrônica Disponível – TED: dade diversa da dos indivíduos que os compõem, capazes de serem
• Valor Mínimo: R$ 250,00 sujeitos de direitos e obrigações na ordem civil.
• Valor Máximo: não tem, porém se o valor for inferior a R$ 1) De acordo com a sua estrutura: a) as que têm como elemen-
1.000.000,00 é liquidada no SITRAF, enquanto as de valores supe- to adjacente o homem, isto é, as que se compõem pela reunião
riores são liquidadas diretamente no STR. de pessoas, tais como as associações e as sociedades; b) as que se
Na transferência de recursos destinada à liquidação antecipada constituem em torno de um patrimônio destinado a um fim, isto é,
de contratos de concessão de crédito e de arrendamento mercan- as fundações.
til em conta não movimentável por cheques destinada ao registro 2) De acordo com sua órbita de atuação: as pessoas podem ser
e controle de fluxo de recursos de pagamentos de salários, venci- de direito externo (as várias Nações, a Santa Sé, a Organização das
mentos, proventos, aposentadorias, pensões e similares, deve ser Nações Unidas) ou interno (a União, os Estados, o Distrito Federal
utilizada exclusivamente a TED independemente do valor. e cada um dos Municípios legalmente constituídos); e de direito
privado (as sociedades civis, religiosas, pias, morais, científicas ou
ENCERRAMENTO DE CONTAS literárias, as associações de utilidade publica, as fundações e, ainda,
→ Por ser um contrato voluntário e por tempo indeterminado, as sociedades mercantis).
uma conta bancária pode ser encerrada por qualquer uma das par-
tes contratadas a qualquer momento. Dentre as pessoas jurídicas de Direito privado, podemos dis-
• Iniciativa do Banco: tinguir as associações, isto e, agrupamentos de indivíduos sem fim
• Após comunicação ao cliente, por escrito; lucrativo, como os clubes desportivos, os centros culturais, as enti-
• Mediante a verificação de irregularidades cometidas pelo dades pias, etc.; e, de outro, as sociedades, isto é, os agrupamentos
cliente, julgadas de natureza grave (Ex. Documentos Fraudados). O individuais com escopo de lucro.
banco deve comunicar imediatamente ao Banco Central. A existência, perante a lei, das pessoas jurídicas de direito pri-
• Encerramento da conta por iniciativa do cliente: vado começa com a inscrição dos seus contrates, atos constitutivos,
• Entregar ao banco correspondência (em duas vias) solicitan- estudos ou compromissos em seu registro publico peculiar.
do o encerramento de sua conta; (assinar modelo pronto do banco) Antes da inscrição, a pessoa jurídica pode existir no plano dos
• Verificar se todos os cheques que não estão em seu poder acontecimentos, mas o direito despreza sua existência, nega-lhe
foram compensados, para evitar a sua devolução e a conseqüente personalidade civil, ou seja, nega-lhe a capacidade para ser titular
inclusão no Cadastro de Emitentes de Cheques Sem Fundos (alínea de direitos (pois, para que a pessoa moral ingresse na orbita jurídi-
13, conta encerrada); ca, é necessário o elemento formal, ou seja, a inscrição no registro
• Entregar ao banco os cheques ainda em seu poder. próprio).
Cumpre ressaltar, porém, que o ordenamento jurídico não
O encerramento de contas empresarias não significa o imedia- pode ignorar a existência de fato da pessoa moral, antes de seu re-
to encerramento das contas dos seus sócios, e vice-versa. gistro.Assim, embora não prestigie a existência, atribui alguma con-
Comentário: É proibido o encerramento de contas pelo banco, seqüência a tal organismo.
sem aviso prévio ao titular da conta. Para se proceder ao registro de uma pessoa jurídica de direito
privado de natureza civil, apresentam-se dois exemplares do jornal
TIPO DE CONTAS oficial em que houverem sido publicados os estatutos, contratos ou
→Tipos de conta: outros documentos constitutivos ao cartório competente. No do-
a) Individual: um único titular; cumento deve figurar, para que seja declarado peio Oficial, no livro
b) Conjunta: mais de um titular. competente:
• Simples ou não solidária: necessidade da assinatura de todos I - a denominação fundo social (quando houver), os fins e a
os titulares; sede da associação, ou fundação, bem como o tempo de sua du-
• Solidária: necessidade da assinatura de apenas um dos titu- ração;
lares. II - o modo por que se administra e representa a sociedade,
Atenção: desde 01/10/2004, é proibida a abertura e movimen- ativa e passivamente, judicial e extrajudicialmente;
tação de conta corrente conjunta em nome de pessoas jurídicas. III - se os estatutos, contrato ou o compromisso são reformá-
Comentário: As contas conjuntas NÃO solidárias são também veis no tocante a administração, e de que modo;
conhecidas como contas do tipo “e” onde se exige a assinatura de IV - se os membros respondem ou não, subsidiariamente, uns
ambos os titulares para movimentações financeiras. Essas contas pelos outros, pelas obrigações sociais;
são vetadas o uso de cartão magnético.

185
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
V - as condições de extinção das pessoas jurídicas, e o destino -Maiores de 16 anos e menores de 18 anos -pelo pai ou pela
de seu patrimônio, nesse caso; mãe. Na falta destes por um tutor nomeado legalmente;
VI - os nomes dos fundadores, ou instituidores, e dos membros -Demais: por um curador nomeado legalmente.
da diretoria provisória ou definitiva, com indicação da nacionalida-
de, estado civil ou profissão de cada um, bem como o nome e resi- Obs.: a incapacidade relativa dos maiores de 18 anos deverá ser
dência do apresentante dos exemplares. reconhecida judicialmente, com a nomeação do respectivo curador.

Capacidade e incapacidade civil Fim da Incapacidade para os menores:


Capacidade de fato ou de exercício: É poder exercer pessoalmente - Ao atingir a maioridade, ou seja, completar 18 anos de idade;
seus direitos, praticando os atos sem interferência de outrem. - Por emancipação, que pode ocorrer nas seguintes circunstân-
Capacidade de direito ou de gozo: É inerente a toda pessoa a cias:
partir do nascimento com vida, significando ser sujeito de direito, - Concessão dos pais ou de um deles na falta do outro, por in-
participar do mundo jurídico. termédio de escritura pública, ao menor com idade superior a 16
Capacidade civil: Aptidão da pessoa para praticar atos da vida anos ou por decisão judicial quando o menor estiver sob tutela.
civil, poder livremente contratar adquirindo direitos e aceitando - Pelo casamento civil, observando que a idade mínima é de
obrigações. 16 anos tanto para homens como para mulheres, salvo exceções
- Enquanto não adquirida a capacidade plena, há a necessidade de legais;
que, para prática dos atos, sejam representados ou assistidos por quem - Pelo exercício de emprego público efetivo;
tenha legitimidade para fazê-lo (é a chamada capacidade de fato). - Pela colação de grau em curso de ensino superior;
- Incapacidade: A incapacidade é a inaptidão para praticar pes- - Pela participação em sociedade civil ou comercial, ou pela
soalmente os atos civis. existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o
- Quem não tem capacidade de fato ou de exercício é incapaz menor de 16 anos completos tenha economia própria. Em ambos
juridicamente. os casos é necessária a declaração em sentença judicial da emanci-
pação do menor.
A incapacidade decorre de vários fatores, como a idade e o pró- - Os índios ou silvícolas são incapazes, deverão ser representa-
prio estado de saúde mental das pessoas. dos ou assistidos pela FUNAI. Serão capazes quando reconhecida,
em sentença judicial a plenitude de sua capacidade civil.
Incapacidade Absoluta - Para efeito trabalhista, menor é aquele maior de 14 anos e
PF fica impedida de participar pessoalmente de qualquer ato menos de 18anos. Nessa idade poderá ter conta salário (sem repre-
jurídico. sentação /assistência). Deve sacar mediante recibo e de uma só vez.
“MENOR APRENDIZ”.
São absolutamente incapazes:
- Menores de 16 anos (menores impúberes); Capacidade e Representação das Pessoas Jurídicas
- Enfermos ou deficientes mentais que não tiverem o necessá- No momento em que a pessoa jurídica registra seu contrato
rio discernimento para prática desses atos (loucos de todo gênero, constitutivo, adquire personalidade, isto e, capacidade para ser ti-
surdos mudos que não puderem exprimir a sua vontade); tular de direito.Naturalmente ela só pode ser titular daqueles direi-
- Aqueles que momentaneamente não puderem exprimir sua tos compatíveis com a sua condição de pessoa fictícia, ou seja, os
vontade. patrimônios.Não se lhe admitem os direitos personalísticos.
- Os ausentes, declarados tais por ato do juiz. Para exercer tais direitos, a pessoa jurídica recorre a pessoas fí-
sicas que a representam, ou seja, por quem os respectivos estatutos
Obs.: a incapacidade absoluta dos maiores de 16 anos deverá designarem ou, não os designando, pelos seus diretores.
ser reconhecida judicialmente.
Capacidade e Incapacidade
Representação: Se toda relação jurídica tem por titular um homem, verdade e,
Absolutamente incapazes - Representados. também, que todo homem pode ser titular de uma relação jurídica.
- Menores de 16 anos-pelo pai, pela mãe ou pelo tutor legal; Isto é, todo ser humano tem capacidade para ser titular de direitos.
- Demais-por curador nomeado legalmente. Antigamente, nos regimes onde florescia a escravidão, o escra-
vo em vez de sujeito era objeto de direito.No mundo moderno, a
Incapacidade Relativa: mera circunstancia de existir confere ao homem a possibilidade de
A PF pode praticar, por si, os atos da vida civil, devidamente ser titular de direitos.A isso se chama personalidade.
assistido por quem legalmente tenha essa atribuição. Afirmar que o homem tem personalidade e o mesmo que dizer
que ele tem capacidade para ser titular de direitos.Tal personalida-
São relativamente incapazes: de se adquire com o nascimento com vida.
-Os maiores de 16 e menores de 18 anos (menores púberes); Parece que melhor se conceituaria personalidade dizendo ser
-Os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os deficientes a aptidão para adquirir direitos e assumir obrigações na ordem ci-
mentais, com discernimento reduzido; vil.Como se vera, a aptidão para adquirir direitos não se identifica
-Os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo; com a aptidão para exercer direitos, da qual se excluem as pessoas
-Os pródigos (pessoas que gastam ou se desfazem de seus ha- mencionadas (incapazes), que pessoalmente não os podem exercer.
veres ou bens, sem justificativa, desabusada e desordenadamente, Voltando a analise, se deve ressaltar a relevância, na pratica,
em visívelameaça à estabilidade econômica de seu patrimônio). de tal dispositivo, conforme se demonstre que o indivíduo nasceu
-Relativamente incapazes – Assistidos. morto, ou morreu logo após o nascimento. Por exemplo: suponha
que um indivíduo morreu, deixando esposa gravida; se a criança

186
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
nascer morta, o patrimônio do “de cujus” passara aos herdeiros Assim, quando a pessoa jurídica de finalidade lucrativa causar
deste, que podem ser seus pais, se ele os tiver; se a criança nascer dano a outrem através de ato de seu representante, surge a presun-
viva, morrendo no segundo subseqüente, o patrimônio de seu pai ção que precisa ser destruída pela própria pessoa jurídica, sob pena
pré-morto (que foi a seu filho no momento em que ele nasceu com de ser condenada solidariamente a reparação do prejuízo.
vida) passara aos do infante, no caso, a mãe. Quanto a responsabilidade das associações que não tem lu-
A lei brasileira protege os direitos do nascituro desde a sua con- cro, nada se encontra na lei.A responsabilidade pela reparação do
cepção (nascituro é o ser já concebido, mas que se encontra no ventre prejuízo será do agente causador.Apenas, neste caso, deve a vitima
materno), embora só lhe conceda a personalidade se nascer com vida. demonstrar a culpa da associação.
A personalidade que o indivíduo adquire, ao nascer com vida,
termina com a morte.No instante em que expira, cessa sua aptidão Extinção das Pessoas Jurídicas
para ser titular de direitos, e seus bens se transmitem, incontinenti, I - pela sua dissolução, deliberada entre os seus membros, sal-
a seus herdeiros. vo o direito da minoria e de terceiros;
Já foi dito que todo ser humano, desde seu nascimento ate sua II pela sua dissolução, quando a lei determine;
morte, tem capacidade para ser titular de direitos e obrigações, III pela sua dissolução em virtude de ato do Governo que lhe
na ordem civil.Mas isso não significa que todas as pessoas possam casse a autorização para funcionar, quando a pessoa jurídica incorra
exercer, pessoalmente, tais direitos.A lei, tendo em vista a idade, a em atos opostos aos seus fins ou nocivos ao bem público.
saúde ou o desenvolvimento intelectual de determinadas pessoas,
com o intuito de protege-las, não lhes permite o exercício pessoal Quando se trata de pessoa jurídica com finalidade lucrativa,
de direitos, e denomina tais pessoas de incapazes. nenhum problema surge quanto ao destino dos bens.Eles serão re-
Portanto, incapacidade é o reconhecimento da inexistência, partidos entre os sócios, pois o lucro constitui o próprio objeto que
numa pessoa, daqueles requisitos que a lei acha indispensáveis os reuniu.
para que ela exerça os seus direitos. Nas associações sem fim lucrativo que se dissolvem, o patrimô-
Existe, assim, uma distinção entre incapacidade absoluta e re- nio seguira a destinação dada pelos Estatutos; em não havendo tal,
lativa. a deliberação eficaz dada pelos sócios sobre a matéria.Se os - mes-
São absolutamente incapazes aqueles que não podem, por si mos nada resolveram, ou se a deliberação for - ineficaz, devolver-
mesmos, praticar quaisquer atos jurídicos e, se o fizerem, tais atos -se-á o patrimônio a um estabelecimento publico congênere ou de
são nulos.Por exemplo: se um menor impubere vende uma proprie- fins semelhantes.Se, no Município, Estado ou no Distrito-Federal,
dade, ou faz um contrato de seguro, tal ato e absolutamente inefi- inexistirem estabelecimentos nas condições indicadas, o patrimô-
caz, porque a manifestação de vontade provinda dele, desprezada nio passara a Fazenda Publica.
que é pelo ordenamento jurídico, não produz efeitos na orbita do
direito, e nulo o ato e não gera efeitos. Fundações
Diferente e a incapacidade relativa, porque a inaptidão físico- Fundação e uma organização que gira em torno de um patri-
-psíquica e menos intensa.Trata-se de pessoas que, sem terem um mônio, que se destina a uma determinada finalidade.Deve ser ulti-
julgamento, adequado das coisas, apresentam um grau de perfei- mada por escritura publica ou testamento.
ção intelectual não-desprezível.A lei, então, lhes permite a pratica Aquele a quem o instituidor cometer a aplicação do patrimônio
de atos jurídicos, condicionando a validade destes ao fato de eles elaborara o Estatuto da fundação projetada, submetendo-o a auto-
se aconselharem com pessoa plenamente capaz (seu pai, tutor ou ridade competente, isto e, ao órgão do Ministério Publico.Aprovado
curador)que os devem assistir-nos atos jurídicos. por este, o Estatuto devera ser registrado e, neste momento, a Fun-
Enquanto o absolutamente incapaz e representado, o relativa- dação adquire personalidade jurídica.
mente incapaz e apenas assistido. A lei só permite que se altere o Estatuto da Fundação consoan-
O ato praticado pelo relativamente incapaz não e nulo, mas te três condições: 1º) deliberação da maioria dos administradores e
anulável. representantes da Fundação; 2º) respeito a sua finalidade original;
Entende-se por pródigo aquele que, desordenadamente, gasta 3º) aprovação da autoridade competente.
e destrói o seu patrimônio.Como a sua deficiência só se mostra no A Fundação se extingue quando vencido o prazo de sua existên-
trato de seus próprios bens, sua incapacidade e limitada aos atos cia. Tal hipótese raramente se apresenta, porque, em geral , a Fun-
que o podem conduzir a um empobrecimento. dação e criada por prazo indeterminado; além disso, extingue-se
Os silvícolas, por viverem afastados da civilização, não contam, quando se torna nociva ao interesse publico; e, finalmente, quando
habitualmente, com um grau de experiência suficiente para defen- seu objeto se torna impossível.
der sua pessoa e seus bens, em contato com o branco.No entanto, Nas três hipóteses acima, o patrimônio da Fundação extinta vai
deixam de ser considerados relativamente incapazes se adaptarem se incorporar ao de outras de fins idênticos ou semelhantes.
e se integrarem a civilização do pais.
Representação e Domicilio
Responsabilidade das Pessoas Jurídicas Domicílio-civil da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece
As pessoas jurídicas são responsáveis na orbita civil, contratual sua residência com animo definitivo.
e extracontratual. A ideia de animo definitivo vai decorrer das circunstancias ex-
As pessoas jurídicas com fim lucrativo só serão responsáveis ternas reveladoras da intenção do indivíduo, isto é, do seu propósi-
pelos atos ilícitos, praticados por seus representantes, provando-se to de fazer daquele local o centro de suas atividades.
que concorreram com culpa para o evento danoso. O conceito de domicílio se distingue do de residência.Este re-
Tal culpa poderá se configurar quer na eleição de seus admi- presenta uma relação de fato entre uma pessoa e um lugar, envol-
nistradores, quer na vigilância de sua atividade.Mas, atualmente, vendo a ideia de habitação, enquanto o de domicílio compreende
houve uma evolução nesta interpretação através de uma farta juris- o de residência, acrescido do animo de ai fazer o centro de sua ati-
prudência de nossos Tribunais. vidade jurídica.

187
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Espécies de domicílio. Domicílio da pessoa jurídica estrangeira
- domicílio voluntário e o estabelecido voluntariamente pelo Se a administração e diretoria tiver sede no estrangeiro, ha-
indivíduo, sem sofrer outra influência que não a de sua vontade ou ver-se-á por domicílio da pessoa-jurídica, no tocante as obrigações
conveniência. contraídas por cada uma das suas agencias, o lugar do estabeleci-
- domicílio legal ou necessário é aquele que a lei impõe a de- mento, sito no Brasil, a que ela responder.4
terminadas pessoas, que se encontram em dadas circunstâncias.As-
sim, os incapazes tem necessariamente por domicílio o dos seus re-
SISTEMA DE PAGAMENTOS BRASILEIRO.
presentantes.O domicilio da mulher casada e o do marido (exceção:
a) quando estiver separada; b) - quando lhe couber a administração
dos bens do casal).Os funcionários públicos reputam-se domicilia- Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB).
dos onde exercerem, em caráter permanente, suas funções.O do- O Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) compreende as enti-
micílio do militar em serviço ativo e o lugar onde servir.O domicílio dades, os sistemas e os procedimentos relacionados com o proces-
dos oficiais e tripulantes da marinha mercante e o lugar onde esti- samento e a liquidação de operações de transferência de fundos,
ver matriculado o navio.O preso ou desterrado tem o domicílio no de operações com moeda estrangeira ou com ativos financeiros e
lugar onde cumpre a sentença ou o desterro.O ministro ou o agente valores mobiliários. São integrantes do SPB, os serviços de compen-
diplomático do Brasil que, citado no estrangeiro, alegar extraterrito- sação de cheques, de compensação e liquidação de ordens eletrô-
rialidade, sem designar onde tem, no pais, o seu domicílio, poderá nicas de débito e de crédito, de transferência de fundos e de outros
ser demandado no Distrito Federal ou no ultimo ponto do território ativos financeiros, de compensação e de liquidação de operações
brasileiro onde o teve. com títulos e valores mobiliários, de compensação e de liquidação
- domicílio de eleição ou convencional é o escolhido pelos con- de operações realizadas em bolsas de mercadorias e de futuros, e
tratantes, nos contratos escritos, para fim de exercício dos direitos e outros, chamados coletivamente de entidades operadoras de In-
cumprimento das obrigações que dos mesmos decorram. fraestruturas do Mercado Financeiro (IMF). A partir de outubro de
2013, com a edição da Lei 12.865, os arranjos e as instituições de
Se, porem, a pessoa natural tiver diversas residências onde pagamento passaram, também, a integrar o SPB.
alternadamente viva, ou vários centros de ocupações habituais, As infraestruturas do mercado financeiro desempenham um
considerar-se-á domicílio seu qualquer destes ou daquelas.Caso de papel fundamental para o sistema financeiro e a economia de uma
pluralidade de domicílios. forma geral. É importante que os mercados financeiros confiem na
Domicílio ocasional ou aparente.Ter-se-á por domicílio da pes- qualidade e continuidade dos serviços prestados pelas IMF. Seu
soa natural, que não tenha residência habitual, ou empregue a vida funcionamento adequado é essencial para a estabilidade financeira
em viagens, sem ponto central de negócios, o lugar onde for en- e condição necessária para salvaguardar os canais de transmissão
contrada. da política monetária.
A mudança de domicílio ocorre quando a pessoa natural altera O Sistema de Pagamentos Brasileiro - SPB apresenta alto grau
a sua residência, com a intenção de transferir o seu centro habitual de automação, com crescente utilização de meios eletrônicos para
de atividade.A prova da intenção resultara do que declarar a pessoa transferência de fundos e liquidação de obrigações, em substitui-
mudada às municipalidades dos lugares, que deixa, e para onde vai, ção aos instrumentos baseados em papel.
ou, se tais declarações não fizer, da própria mudança, com as cir- Até meados dos anos 90, as mudanças no SPB foram motivadas
cunstancial que a acompanharem. pela necessidade de se lidar com altas taxas de inflação e, por isso,
o progresso tecnológico então alcançado visava principalmente o
Domicílio da pessoa jurídica de Direito Público aumento da velocidade de processamento das transações financei-
O domicílio da União e o Distrito Federal; dos Estados, as res- ras.
pectivas Capitais; e dos Municípios, o lugar onde funciona a Ad- Na reforma conduzida pelo Banco Central do Brasil – BCB até
ministração Municipal.Das demais pessoas jurídicas, o lugar onde 2002, o foco foi redirecionado para a administração de riscos. A
funcionarem as respectivas diretorias e administrações, ou onde entrada em funcionamento do Sistema de Transferência de Reser-
elegeram domicílio especial, nos seus estatutos ou atos constitu- vas - STR, em abril de 2002, marca o início de uma nova fase do SPB.
tivos. O STR, operado pelo BCB, é um sistema de liquidação bruta em
Quando o direito pleiteado se originar de um fato ocorrido tempo real onde há a liquidação final de todas as obrigações finan-
onde um ato praticado, ou que deva produzir os seus efeitos, fora ceiras no Brasil. São participantes do STR as instituições financeiras,
do Distrito Federal, a União será demandada na seção judicial em as câmaras de compensação e liquidação e a Secretaria do Tesouro
que o fato ocorreu, ou onde tiver sua sede a autoridade de que o Nacional.
ato emanou, ou onde este tenha de ser executado. Com esse sistema, o país ingressou no grupo daqueles em que
transferências de fundos interbancárias podem ser liquidadas em
Domicílio da pessoa jurídica de Direito Privado tempo real, em caráter irrevogável e incondicional, Além disso,
É o lugar onde funcionarem as respectivas diretorias e admi- qualquer transferência de fundos entre as contas dos participantes
nistrações, isto quando nos seus estatutos não constar eleição de do STR passou a ser condicionada à existência de saldo suficiente
domicílio especial. de recursos na conta do participante emitente da transferência.
Tendo a pessoa jurídica de direito privado diversos estabeleci- Para que haja liquidez e consequentemente um melhor funciona-
mentos, em lugares diferentes, cada um será considerado domicílio, mento do sistema de pagamentos no ambiente de liquidação em
para os atos nele praticados. tempo real, três aspectos são especialmente importantes:
• o BCB concede, às instituições financeiras participantes do
STR, crédito intradia na forma de operações compromissadas com
títulos públicos federais, sem custos financeiros;
4 Fonte: www.portalprudente.com.br/Claudio Henriques

188
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
• utilização pelos bancos dos saldos do recolhimentos compul- dez, a eficiência, a competição, o acesso não discriminatório aos
sórios ao longo do dia para fins de liquidação de obrigações, já que serviços e às infraestruturas, o atendimento às necessidades dos
a verificação de cumprimento é feita com base em saldos de final usuários finais e a inclusão financeira.
do dia; e
• acionamento pelo BCB de rotina para otimizar o processo de Objetivos do SPB
liquidação das ordens de transferência de fundos mantidas em filas Toda a estrutura do Sistema de Pagamentos Brasileiro visa na
de espera no âmbito do STR. redução do prazo entre as transferências de recursos assim como a
sua transparência e segurança.
Esses fatos possibilitaram a redução dos riscos de liquidação Para que tal objetivo torne-se viável há o gerenciamento de ris-
nas operações interbancárias, com consequente redução também cos executado através das câmaras de liquidação (clearing house)
do risco sistêmico, isto é, o risco de que a quebra de uma institui- que atuam como uma contraparte central minimizando os riscos
ção financeira provoque a quebra em cadeia de outras, no chama- através de operações multilaterais ou bilaterais.
do “efeito dominó”. Até abril de 2002, para mitigar tal risco e não O sistema de pagamentos brasileiro está baseado no Sistema
propagar a falta de liquidez de um participante aos outros, muitas de Transferências de Reserva, o STR. A principal característica do
vezes o BCB bancava operações a descoberto em conta Reservas STR é o funcionamento através do Sistema de Liquidação Bruta em
Bancárias, o que significava elevar o seu risco de não receber os re- Tempo Real, o LBTR. Veja abaixo um pequeno esquema.
cursos em caso de liquidação da instituição financeira, consequen-
temente, provocando prejuízo para a sociedade brasileira. Com as
alterações nos procedimentos, houve significativa redução do risco
de crédito incorrido pelo BCB.
A reforma de 2002, entretanto, foi além dessas modificações.
Para redução do risco sistêmico, que era o objetivo maior da refor-
ma, foram igualmente importantes algumas alterações legais.
A base legal relacionada com os sistemas de liquidação foi
fortalecida por intermédio da Lei 10.214, de março de 2001, que,
entre outras disposições, reconhece a compensação multilateral e
possibilita a efetiva realização de garantias no âmbito desses siste-
mas mesmo no caso de insolvência civil de participante. Caso uma
entidade opere algum sistema sistemicamente importante é neces-
Sistema de Pagamentos Brasileiro
sário que atue como contraparte central e, ressalvado o risco de
emissor, assegure a liquidação dessas operações em seu sistema. Câmaras de Compensação (Clearing House)
As entidades que atuam como contraparte central devem ado- De uma forma simples, a liquidação das operações financeiras
tar adequados mecanismos de proteção, dependendo do tipo de em território nacional executadas pelo sistema brasileiro de paga-
sistema e da natureza das operações cursadas em seus sistemas, mentos pode ser dividido em quatro grandes câmaras de compen-
e devem ser autorizadas pelo BCB. O princípio da entrega contra sação.
pagamento é observado em todos os sistemas de compensação e
de liquidação de títulos e valores mobiliários. No caso de operação
em câmara de compensação e de liquidação envolvendo moeda es-
trangeira, o princípio de pagamento contra pagamento também é
observado.
Após a implantação das reformas de 2002, o Banco Central do
Brasil iniciou um projeto institucional de modernização de paga-
mentos de varejo. O processo gerou os relatórios “Diagnóstico do
Sistema de Pagamentos de Varejo do Brasil”, em 2005, e “Relatório
sobre a Indústria de Cartões de Pagamentos”, em 2010, apontado
ineficiências e sugerindo melhorias no mercado de pagamentos de
varejo, culminando com edição da Lei 12.865 em 2013. Em decor-
rências das novas competências atribuídas pela referida Lei, o Con-
selho Monetário Nacional e o Banco Central do Brasil editaram nor-
mas disciplinando arranjos e instituições de pagamento . Esse novo
arcabouço normativo buscou estabelecer condições mínimas para - SELIC – Sistema Especial de Liquidação e Custódia: esta câ-
a oferta segura de serviços de pagamento, estimular a competição, mara é responsável pela liquidação dos títulos do Tesouro Direto,
com a entrada de novos atores, potencializando o surgimento de estritamente escriturais.
modelos mais competitivos e eficientes, criando, portanto, um am- - CETIP – Central de Liquidação e Custódia de Títulos Privados:
biente mais inclusivo e favorável a inovações em pagamentos de clearing house que responde pelos títulos privados e títulos públi-
varejo. cos de estados e municípios.
O CMN estabeleceu as diretrizes a serem observadas pelo BCB - COMPE – Serviço de Compensação de Cheques e Outros Pa-
na regulamentação, supervisão e vigilância e, em linha com os obje- peis: esta é a câmara mais utilizada pelo público em geral tendo a
tivos estabelecidos pela Lei, e direcionou as ações desta autarquia responsabilidade da liquidação de cheques, TEDs, DOCs…
no sentido de promover a interoperabilidade, a inovação, a soli- - Câmara de Ações (Antiga CBLC): A câmara de ações responde
pela liquidação dos títulos negociados em bolsa de valores.

189
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Com o atual design do sistema de pagamentos brasileiro temos Benefícios Regionais
pontos positivos como a ampla automatização dos processos devi- Trata-se de modelo de modelo de Programas Regionais de Be-
do a grande maioria dos títulos serem escriturais. Além de sua liqui- nefícios Sociais, no âmbito de Estados, Municípios e do Distrito Fe-
dação em tempo recorde e o excelente funcionamento das Clearing deral.
House (câmaras de compensação). Em contrapartida o BACEN assu-
me grande parte dos riscos do sistema uma vez que as câmaras não Família Carioca
possuem um mecanismo que venha a assegurar a continuação sem ​Um programa de transferência de renda complementar do Go-
grandes solavancos em caso de falência de um dos participantes. verno Municipal do Rio de Janeiro.
   A base do sistema de pagamentos brasileiro é instituída pela
Lei 10.214 de 2001 que reconhece a compensação multilateral Bolsa Escola do Ipojuca
e bilateral possibilitando a liquidação das garantias no caso de Trata-se de auxílio financeiro mensal pago pela Prefeitura Mu-
insolvência de um dos participantes do sistema. Aqui fica também nicipal do Ipojuca, por meio da Secretaria de Educação, no valor de
ressaltada a importância de uma contraparte central para a diluição R$ 100 para famílias com 1 filho matriculado e R$ 120 para famílias
de risco dos emissores dando maior garantia a liquidação de suas com 2 ou mais filhos matriculados.
operações. As instituições financeiras que atuam como contraparte
central devem estar precavidas com mecanismos de proteção Projeto Primeiro Passo – Prefeitura de Salvador
dependendo do tipo de operações que realiza e ser devidamente Trata-se de auxílio financeiro mensal, no valor de R$ 50, para
autorizada pelo BACEN. garantir o acesso à educação infantil por crianças de famílias de bai-
Aqui o CMN estabelece as diretrizes que devem ser observadas xa renda.
pelo BACEN para que efetue a regulamentação e a supervisão das
normas estabelecidas na lei. Os participantes dependem aqui de Programa de fomento às atividades rurais
prévia autorização para funcionamento do BACEN que atuará com Programa do Governo Federal para a inclusão produtiva e o de-
o objetivo de garantir eficiência e solidez ao mercado. senvolvimento do campo.

Home office banking, remote banking, banco virtual, dinheiro Garantia Safra
de plástico Garantindo renda mínima para a sobrevivência de agricultores
O home office banking permite ao cliente realizar praticamen- de áreas atingidas por seca ou enchentes
te todas os serviços que a rede bancária oferece através de suas
agencias, podendo ser feita por linha telefônica ou através de co- FIES
municação do próprio banco, via satélite, com garantia total de co- Financie seus estudos com a segurança da CAIXA
nexão, proporcionando segurança, velocidade e qualidade.
O Home Banking tem sido mais utilizado ultimamente através Casa Verde e Amarela - Recursos FGTS
da Internet passando a ser chamado de Internet Home Banking ¨ Promovendo direito à moradia.
mas os serviços oferecidos são exatamente os mesmos do Home
Banking sem a Internet. PETI
Resgate da cidadania e inclusão social de crianças e adolescen-
Remote Banking (Banco Virtual) tes
Aqui temos o funcionamento dos Bancos 24 horas, onde se dá
o atendimento remoto (fora das agências) da clientela, podendo Renda Cidadã – Goiás
neles executar funções como saques, depósitos, pagamento de Um auxílio financeiro mensal que garante mais dignidades às
contas, solicitação de entrega de talões de cheques, etc), empresas famílias de Goiás em estágio de extrema pobreza.
tipo balcão eletrônico,cartões magnéticos em redes de postos de
gasolina, redes de lojas e etc.5 Chapéu de palha
O programa que combate os efeitos do desemprego em Per-
nambuco
PRODUTOS BANCÁRIOS: PROGRAMAS SOCIAIS E BE-
NEFÍCIOS DO TRABALHADOR
Bolsa Atleta
O apoio que o atleta precisa para se tornar um grande cam-
Programas sociais peão.

Auxílio Brasil Auxílio Moradia - Prefeitura de Salvador


​É um programa de transferência direta e indireta de renda, des- Mais qualidade de vida para as famílias de baixa renda.
tinado às famílias em situação de pobreza e de extrema pobreza em
todo o país, de modo que consigam superar a situação de vulnera- Todos os benefícios
bilidade social. FGTS
Fundo de Garantia do Tempo de Serviço
Auxílio Gás dos Brasileiros O benefício que ajuda o trabalhador a formar um patrimônio e
Programa de auxílio à compra do gás de cozinha, destinado a comprar a casa própria.
famílias de baixa renda.
Abono Salarial
Muito mais que um número. Uma série de benefícios.
5 Fonte: www.conhecimentosbancarios.com.br/ www.portaleducacao.com.br

190
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
INSS 3. (TRANSPETRO – PROFISSIONAL DE COMUNICAÇÃO/JORNA-
Pagamentos da Previdência Social LISMO – SUPERIOR – CESGRANRIO – 2018) No contexto recente
Pagamento dos benefícios devidos pela Previdência Social aos da economia brasileira a valorização cambial vem sendo utilizada
seus segurados​. como instrumento no combate à inflação. Mas a conservação des-
ta política, contudo, tende a expor setores econômicos mais volta-
Seguro-Desemprego dos ao mercado interno a um grau de concorrência crescente com
O Seguro que permite uma assistência financeira temporária empresas internacionais, o que pode vir a acarretar em queda do
ao trabalhador brasileiro. emprego e da renda internos. Um contexto de valorização cambial,
no Brasil:
PIS (A) Reduzirá a dívida externa em dólar.
(B) Trará importações mais baratas.
Muito mais que um número. Uma série de benefícios.
(C) Valorizará os termos de troca.
(D) Propicia o acesso de capitais internacionais.
BEm
Benefício Emergencial de Preservação
4. (BANESTES – TÉCNICO EM SEGURANÇA DO TRABALHO – MÉ-
do Emprego e da Renda DIO – FGV – 2018) É competência do Comitê de Política Monetária
O BEm é um benefício financeiro destinado aos trabalhadores – Copom a fixação:
que tiveram redução de jornada de trabalho e de salário ou suspen- (A) da taxa do CDI;
são temporária do contrato de trabalho em função da crise causada (B) da taxa Selic diária;
pela pandemia do Coronavírus – COVID-19. (C) da meta para a taxa Selic;
(D) da Taxa de Juros de Longo Prazo;
Benefício Taxista (E) do superávit primário.
Tem direito ao benefício os motoristas de táxi, que residam e
trabalhem no Brasil, estejam com CPF regular, registrados nas pre- 5. (BANESTES – TÉCNICO BANCÁRIO – MÉDIO – FGV – 2018) Em
feituras, detentores de concessões ou autorizações (alvará) até 31 referência aos papéis exercidos pelo Copom e pela mesa de opera-
de maio de 2022. ções do mercado aberto do Banco Central do Brasil, com relação à
taxa Selic, é estabelecido que:
Beneficio Caminhoneiro (A) a mesa de operações determina a meta para a Selic e o Co-
Tem direito ao benefício os Transportadores Autônomos de pom é responsável por manter a taxa diária próxima da meta;
Cargas, que estejam com CPF regular, devidamente cadastrados no (B) o Copom determina a meta para a Selic e é também respon-
Registro Nacional de Transportadores Rodoviários de Cargas (RN- sável por manter a taxa diária próxima da meta;
TRC), com registro na situação “Ativo” no banco de dados fornecido (C) o Copom determina a meta para a Selic e a mesa de opera-
pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) até a data ções é responsável por manter a taxa diária próxima da meta;
de 31 de maio de 2022. (D) a mesa de operações determina a meta para a Selic e é tam-
bém responsável por manter a taxa diária próxima da meta;
(E) o Copom persegue uma meta estabelecida pelo Conselho
QUESTÕES Monetário Nacional (CMN).

1. (BANESTES – TÉCNICO EM SEGURANÇA DO TRABALHO – MÉ- 6. (SETRABES – ADMINISTRADOR – SUPERIOR – UERR - 2018)
DIO – FGV – 2018) O Sistema Financeiro Nacional (SFN) é dividido Sobre o Plano Plurianual - PPA de que trata o art. 165 da Constitui-
em segmentos especializados e um dos ramos de maior importân- ção Federal marque a alternativa incorreta:
cia é o Mercado de Crédito, responsável por: (A) A duração atual é de quatro anos.
(A) fornecer recursos para o consumo das pessoas em geral e (B) Estabelece, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos
para o funcionamento das empresas; e metas da Administração Pública para as despesas de capital.
(B) fornecer à economia papel-moeda e moeda escritural, (C) A elaboração dá-se no primeiro ano do mandato do gover-
aquela depositada em conta-corrente; nante.
(C) permitir às empresas em geral captar recursos de terceiros (D) Estabelece um conjunto de metas de política governamen-
e, portanto, compartilhar os ganhos e os riscos; tal que envolve programas de duração prolongada.
(D) facilitar a compra e a venda de moeda estrangeira; (E) O Plano Plurianual é a lei que define as prioridades do exe-
(E) permitir operações em mercados futuros. cutivo para o ano seguinte ao de sua aprovação, e que devem
ser observadas na elaboração da lei Orçamentária Anual.
2. (BANESTES – TÉCNICO BANCÁRIO – MÉDIO – FGV – 2018) O
mercado de capitais é um sistema de distribuição de valores mo-
biliários que visa proporcionar liquidez aos títulos de emissão de
empresas e viabilizar seu processo de capitalização. É constituído
pelas bolsas, corretoras e outras instituições financeiras autoriza-
das, e seus produtos principais incluem:
(A) certificados de depósitos bancários e letras financeiras;
(B) títulos emitidos pelo Tesouro Nacional;
(C) cartas de fiança e garantias;
(D) empréstimos-ponte e financiamentos de projetos;
(E) ações e debêntures.

191
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
7. (SETRABES – ADMINISTRADOR – SUPERIOR – UERR - 2018) So- 11. (BANPARÁ – TÉCNICO BANCÁRIO – MÉDIO – FADESP –
bre a Lei de Diretrizes Orçamentárias (CF/1988 e Lei nº 4.320/1964), 2018) O Mercado Secundário é onde ocorre a negociação contínua
analise as assertivas: dos papéis (ações) emitidos no passado. Sendo assim, um investi-
I - A concessão de qualquer vantagem ou aumento de remu- dor que queira operar nesse mercado deve
neração, pelos órgãos e entidades da administração direta ou in- (A) pedir autorização para Comissão de Valores Mobiliários
direta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo poder pú- (CVM).
blico, só poderão ser feitas se houver prévia dotação orçamentária (B) dirigir-se a uma sociedade corretora membro de uma bolsa
suficiente para atender às projeções de despesa de pessoal e aos de valores, na qual receberá orientações e esclarecimentos na
acréscimos dela decorrentes e, ressalvadas as empresas públicas e seleção dos investimentos.
as sociedades de economia mista, autorização específica presente. (C) procurar um banco, uma corretora ou uma distribuidora de
II- A proibição de aquisição de veículos de representação, cons- valores mobiliários, que participem do lançamento das ações
tante na lei de diretrizes orçamentárias vigente, em face da auto- pretendidas.
nomia administrativa e financeira dos Poderes da República, não (D) solicitar autorização no Banco Central do Brasil, o qual é
vincula o Poder Judiciário. o responsável pela gestão financeira do mercado de capitais
III- De acordo com a Constituição Federal, foi reservada à Lei brasileiro.
de Diretrizes Orçamentárias a função de dispor sobre alterações na (E) entrar em contato direto com a empresa da qual tenha inte-
legislação tributária. resse em adquirir ações.

Assinale a alternativa correta: 12. (AL/APA – ECONOMISTA – SUPERIOR – FCC – 2020) O com-
(A) se todas as afirmativas estiverem corretas. portamento do balanço de pagamentos é sensível ao regime cam-
(B) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas. bial adotado pelo país. Assim, em um regime de
(C) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas. (A) taxa de câmbio flutuante, a política monetária é eficaz em
(D) se apenas a afirmativa II estiver correta. determinar a taxa de câmbio real, muito embora não tenha
(E) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas. controle sobre a taxa nominal de câmbio. (B) flutuação suja ou
controlada, a taxa de câmbio nominal é mantida fixa de sorte a
8. (SETRABES – ADMINISTRADOR – SUPERIOR – UERR - 2018) atrair capitais estrangeiros interessados em carry trade.
Marque a alternativa correta. Todas as receitas e despesas consta- (C) câmbio fixo, o crescimento sustentado da economia basea-
rão pelos seus totais, vedadas quaisquer deduções. Esta afirmação do em déficits em transações correntes torna o equilíbrio das
refere-se à: contas externas diretamente dependente da liquidez no mer-
(A) LRF- Lei de Responsabilidade Fiscal. cado financeiro internacional.
(B) LOA- Lei Orçamentária Anual. (D) câmbio fixo, aumenta a eficácia da política monetária ao
(C) LDO- Lei de Diretrizes Orçamentárias. isolar a economia de variações nos preços internacionais dos
(D) LTF- Lei de Transparência Fiscal. bens importados.
(E) PPA- Plano Plurianual (E) câmbio fixo, é maior o espaço de decisão à política mone-
tária doméstica, razão pela qual é preferível ao regime de flu-
9. (BANESTES – TÉCNICO EM SEGURANÇA DO TRABALHO – tuação.
MÉDIO – FGV – 2018) O Sistema Financeiro Nacional (SFN) possui
órgãos normativos, supervisores e executores, com papéis bem de- 13. (GASBRASILIANO – ECONOMISTA JR. – SUPERIOR – IESES
finidos. A supervisão do mercado de capitais é responsabilidade: – 2017) Quando a taxa de câmbio nominal é predominantemente
(A) do Conselho Monetário Nacional (CMN); determinada pela lei da oferta e da procura de mercado, estamos
(B) do Banco Central do Brasil; diante de um regime cambial de taxas ___________.
(C) da Bolsa de Valores; (A) Sujas.
(D) do Ministério da Fazenda; (B) Fixas.
(E) da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). (C) Flutuantes.
(D) Mistas.
10. (CRO/AC – ANALISTA FINANCEIRO – SUPERIOR – QUADRIX
– 2019) Julgue os itens, relativos à gestão financeira das empresas.
O mercado de capitais compreende todos os mercados de recursos
financeiros edeintermediaçãodeoperações de crédito do sistema
econômico
( ) CERTO
( ) ERRADO

192
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
14. (PREFEITURA DE VIANA/ES – AUDITOR FISCAL DE TRIBU- à corrupção, à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terroris-
TOS/ECONOMIA – SUPERIOR – CONSULPLAN – 2019) O regime mo. No que se refere aos sistemas de Autorregulação mencionados,
cambial de uma economia é a estrutura na qual a taxa de câmbio é assinale a alternativa correta.
gerada. Dentro de um modelo simplificado podemos dizer que um (A) Podem ser revogados por ato do Banco Central do Brasil.
regime cambial pode ser fixo ou flutuante. No primeiro caso, o Ban- (B) São aplicáveis a todas as instituições financeiras e demais
co Central estipula um valor fixo para a taxa de câmbio, vide início instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Bra-
do Plano Real no Brasil, já no segundo, regime flutuante, a taxa de sil, independentemente de vínculo associativo ou adesão vo-
câmbio variará de acordo com as conjunturas de mercado. Saindo luntária.
do modelo simplificado, dentro desses dois regimes, existem ainda (C) Decorrem de lei.
tipos específicos. Sobre o comportamento dos regimes cambiais, (D) Constituem-se de recomendações sem força obrigatória,
NÃO podemos afirmar que: não havendo previsão de aplicação de sanções em caso de des-
(A) O regime flutuante de moeda que apresenta mediações es- cumprimento.
porádicas por parte do Banco Central com a intenção de atenu- (E) A criação, a organização e o funcionamento desses sistemas
ar as oscilações especulativas da taxa de câmbio é conhecido não dependem de autorização do Banco Central do Brasil.
por flutuação suja.
(B) O maior benefício do regime fixo de câmbio é o de ele sim-
18. Lei Complementar n.º 105/2001
plificar a tomada de decisão por parte dos agentes econômicos.
Art. 6.º As autoridades e os agentes fiscais tributários da União,
(C) A taxa de câmbio nominal é o instrumento usado nas tran-
dos estados, do Distrito Federal e dos municípios somente poderão
sações internacionais de troca de bens e serviços de uma nação
examinar documentos, livros e registros de instituições financeiras,
por bens e serviços de outra nação.
inclusive os referentes a contas de depósitos e aplicações financei-
(D) No regime puro de flutuação das taxas de câmbio o Banco
ras, quando houver processo administrativo instaurado ou procedi-
Central não executa operações de compra e venda de moedas
mento fiscal em curso e tais exames forem considerados indispen-
estrangeiras.
sáveis pela autoridade administrativa competente.
15. (BANCO DA AMAZÔNIA – TÉCNICO CIENTÍFICO – SUPERIOR Conforme o entendimento do STF, o dispositivo anteriormente
– CESGRANRIO – 2021) De acordo com os dados do Banco Central transcrito
do Brasil, entre dezembro de 2019 e outubro de 2020, a taxa de (A) fere o direito à privacidade e à intimidade.
câmbio aumentou, em média, de R$4,11/US$ para R$5,63/US$, (B) é inconstitucional, pois o acesso a dados bancários pelo fis-
representando uma depreciação de 37% da moeda brasileira, em co depende de autorização judicial.
termos nominais, e de 35%, em termos reais. Considerando os fa- (C) não ofende o direito ao sigilo bancário.
tores que determinam as alterações na taxa de câmbio ao longo do (D) trata especificamente da quebra de sigilo bancário.
tempo, a depreciação observada no período assinalado refletiu a(o) (E) baseia-se no princípio da transparência dos tributos.
(A) entrada líquida expressiva de dólares no Brasil.
(B) venda de reservas internacionais por parte do Banco Cen-
tral do Brasil. 19. Acerca da Lei Complementar nº 105/2001, que dispõe
(C) fuga de capitais, diante da incerteza com respeito aos im- quanto ao sigilo das operações de instituições financeiras, assinale
pactos da crise pandêmica. (D) aumento do diferencial entre as a alternativa correta.
taxas de juros internas e externas. (A) O dever de sigilo não é aplicável à BRB Distribuidora de Tí-
(E) aumento das posições compradas da moeda brasileira nos tulos e Valores Mobiliários, tendo em vista que ela não é consi-
mercados futuros de câmbio derada instituição financeira.
(B) O Fisco não pode requisitar diretamente ao BRB informa-
16. (CRQ/4ª. REGIÃO – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – MÉDIO – ções a respeito da movimentação bancária dos respectivos
QUADRIX – 2018) Julgue os itens, relativos à aplicação da matemáti- clientes, independentemente de autorização judicial.
ca financeira e ao financiamento do sistema bancário. Os juros reais (C) Mediante a decisão fundamentada do respectivo presiden-
são os juros resultantes, após a subtração da taxa de crescimento te, uma CPI da Câmara Legislativa do Distrito Federal pode re-
da economia, dos juros nominais. quisitar ao BRB informações a respeito da movimentação ban-
( ) CERTO cária de clientes da instituição financeira.
( ) ERRADO
(D) As operações financeiras que envolvam recursos públicos
não estão abrangidas pelo sigilo de que trata a referida lei com-
17.(BRB – ESCRITURÁRIO – MÉDIO – IADES – 2019) As entida-
plementar de acordo com jurisprudência do STJ.
des representativas das instituições financeiras, a exemplo da Fe-
deração Brasileira de Bancos (Febraban), têm envidado esforços (E) O dever de sigilo não é aplicável às empresas de fomento
para a criação e o aprimoramento contínuo de sistemas de autor- mercantil (factoring), tendo em vista que elas não são conside-
regulação destinados a reforçar publicamente o compromisso do radas instituições financeiras.
setor financeiro com a observância dos princípios da integridade,
equidade, transparência, sustentabilidade e confiança, orientando,
no relacionamento com o consumidor, o atendimento das necessi-
dades e dos interesses deste de forma justa, digna e cortês, a fim de
garantir a respectiva liberdade de escolha e a tomada de decisões
conscientes, sem prejuízo da adoção de políticas e medidas volta-
das à responsabilidade socioambiental, prevenção de situações de
conflitos de interesse e de fraude, além da prevenção e do combate

193
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
20. De acordo com a Lei Complementar n.º 105/2001, as ins- 23. A Lei Geral de Proteção de Dados considera como dados
tituições financeiras devem conservar o sigilo de suas operações, pessoais sensíveis os dados sobre
sendo uma violação desse dever (A) contas bancárias.
(A) a revelação de informações sigilosas, ainda que com o con- (B) viagens realizadas.
sentimento expresso do interessado. (C) formação acadêmica.
(B) a comunicação, às autoridades competentes, da prática de (D) origem racial ou étnica.
(E) numeração de documentos.
ilícitos penais ou administrativos, sem ordem judicial.
(C) a troca de informações entre instituições financeiras, para
fins cadastrais, ainda que observadas as normas do Banco Cen- 24. Nos termos da Lei Brasileira que trata da Proteção de Da-
tral e do Conselho Monetário Nacional. dos, Lei nº 13.709/2018, a respeito da Autoridade Nacional de Pro-
(D) o fornecimento, a gestores de bancos de dados, de informa-
teção de Dados (ANPD), assinale a alternativa correta.
ções financeiras relativas a operações de crédito adimplidas,
(A) A natureza jurídica da ANPD é permanente, podendo ser
para formação de histórico de crédito.
transformada pelo Poder Executivo em entidade da adminis-
(E) a transferência, à autoridade tributária, de informações re-
tração pública federal indireta, submetida a regime autárquico
lativas a operações com cartão de crédito que permitam iden-
especial e vinculada à Presidência da República.
tificar a natureza dos gastos efetuados.
(B) Ato do Ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comu-
nicações disporá sobre a estrutura regimental da ANPD.
21. Considerando os crimes praticados contra a Administração (C) Não é da competência da ANDP apreciar petições de titular
Pública e a Lei 9.613/96, marque a alternativa CORRETA. contra controlador após comprovada pelo titular a apresenta-
(A) Aquele que solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para ção de reclamação ao controlador não solucionada no prazo
outrem, vantagem ou promessa de vantagem, a pretexto de estabelecido em regulamentação.
influir em ato praticado por funcionário público no exercício da (D) Os valores apurados na venda ou no aluguel de bens mó-
função, pratica o crime de exploração de prestígio. veis e imóveis de sua propriedade não constituem receitas da
(B) Aquele que solicitar ou receber dinheiro ou qualquer outra ANDP.
utilidade, a pretexto de influir em juiz, jurado, órgão do Minis- (E) Os cargos em comissão e as funções de confiança da ANPD
tério Público, funcionário de justiça, perito, tradutor, intérprete serão remanejados de outros órgãos e entidades do Poder Exe-
ou testemunha, pratica o crime de tráfico de influência. cutivo federal.
(C) Aquele que patrocinar, direta ou indiretamente, interesse
privado perante a administração pública, valendo-se da qua- 25. Em relação à responsabilização objetiva, administrativa e
lidade de funcionário, pratica o crime de tráfico de influência. civil de pessoas jurídicas pela prática de atos contra a Administra-
(D) No que se refere à Lei 9.613/98 (Lavagem de Dinheiro), alte- ção Pública, de acordo com a Lei nº 12.846/13, assinale a afirmativa
rada pela Lei 12.683/12, é correto afirmar que atualmente não correta.
é possível a prática de “lavagem” ou ocultação de bens, direitos (A) A responsabilização da pessoa jurídica exclui a responsabili-
e valores na modalidade tentada. dade individual de seus dirigentes e administradores.
(E) É crime praticado por funcionário público contra a admi- (B) Quando há cisão, as sucessoras serão responsabilizadas
nistração em geral, dar às verbas ou rendas públicas aplicação somente pelo pagamento da muita devida, na proporção do
diversa da estabelecida em lei. patrimônio líquido.
(C) As pessoas jurídicas serão responsabilizadas pelos atos con-
tra a Administração Pública apenas quando estes foram prati-
22. A lei que dispõe sobre o crime de lavagem ou ocultação de
cados exclusivamente em seu benefício.
bens, direitos e valores (D) Quando há fusão e incorporação, a sucessora será respon-
(A) adotou o modelo legislativo de segunda geração de comba- sabilizada e sobre ela serão aplicadas as sanções previstas em
te ao crime de lavagem de dinheiro, visto prever rol taxativo de Lei e o pagamento da multa devida, quando aplicável.
crimes antecedentes. (E) As sociedades controladoras, controladas e coligadas se-
(B) permite ao Juiz reduzir ou deixar de aplicar a pena ao autor rão solidariamente responsáveis pela prática dos atos contra
que colaborar espontaneamente, prestando esclarecimentos a Administração Pública, restringindo-se tal responsabilidade à
que conduzam à identificação de autores, coautores e partíci- obrigação de pagamento de multa e à reparação integral do
pes, a qualquer tempo. dano causado.
(C) permite à Autoridade Policial e ao Ministério Público o aces-
so direto a documentos relativos a movimentações bancárias
de investigados por crime de lavagem de dinheiro.
(D) estabelece ser de competência da Justiça Federal a apura-
ção e julgamento do crime de lavagem de dinheiro.
(E) prevê a modalidade da lavagem de dinheiro culposa.

194
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
26. Assinale a alternativa correta de acordo com a Lei Anticor- (D) A lei prevê a possibilidade de celebração de acordo de le-
rupção no 12.846, de 1o de agosto de 2013, que dispõe sobre a res- niência, com identificação dos envolvidos e obtenção de infor-
mações, o que implica na isenção das sanções e exime a pessoa
ponsabilização administrativa e civil de pessoas jurídicas pela práti- jurídica da obrigação de reparação dos danos causados.
ca de atos contra a administração pública, nacional ou estrangeira. (E) É possível a propositura de ação judicial com vistas à apli-
(A) Não será levada em consideração na aplicação das sanções cação, dentre outras, das sanções de suspensão ou interdição
a consumação ou não da infração, nem a cooperação da pessoa parcial das atividades e dissolução compulsória da pessoa ju-
jurídica para a apuração das infrações. rídica.
(B) As pessoas jurídicas somente serão responsabilizadas por
atos ilícitos na medida da sua culpabilidade, enquanto os di-
GABARITO
rigentes ou administradores serão responsabilizados objetiva-
mente.
(C) O acordo de leniência não exime a pessoa jurídica da obri- 1 A
gação de reparar integralmente o dano causado.
2 E
(D) Na esfera administrativa, será aplicada multa à pessoa jurí-
dica considerada responsável pelas práticas ilícitas, no valor de 3 B
1 a 50% do faturamento bruto. 4 C
(E) A responsabilidade da pessoa jurídica na esfera administra-
tiva afasta a possibilidade de sua responsabilização na esfera 5 C
judicial. 6 E
7 E
27. De acordo com o Decreto nº 8.420/2015, consiste, no âm-
8 B
bito de uma pessoa jurídica, no conjunto de mecanismos e proce-
dimentos internos de integridade, auditoria e incentivo à denúncia 9 E
de irregularidades e na aplicação efetiva de códigos de ética e de 10 E
conduta, políticas e diretrizes com objetivo de detectar e sanar des-
vios, fraudes, irregularidades e atos ilícitos praticados contra a ad- 11 B
ministração pública, nacional ou estrangeira. A que termo se refere 12 C
a descrição acima? 13 C
(A) Sistema de Controles Internos.
(B) Sistema de Combate a Atos Ilícitos Contra a Administração 14 C
Pública. 15 C
(C) Programa de Integridade.
16 E
(D) Política de Governança Corporativa.
(E) Processo Administrativo de Responsabilização. 17 E
18 C
28. De acordo com o Decreto no 8.420/2015, a apuração da
responsabilidade administrativa de pessoa jurídica que possa resul- 19 D
tar na aplicação das sanções previstas no art. 6o da Lei no 12.846, 20 E
de 2013, será efetuada por meio de Processo Administrativo de 21 E
(A) Especialização
(B) Fixação 22 B
(C) Contribuição 23 D
(D) Responsabilização
(E) Proporcionalização 24 E
25 E
29. Certa pessoa jurídica privada é acusada de praticar ato 26 C
lesivo a autarquia municipal de Boituva consistente em fraudar o
caráter competitivo de procedimento licitatório público e oferecer 27 C
vantagem indevida a agente público. Levando em conta o caso hi- 28 D
potético e considerado o disposto na Lei n° 12.846/2013, assinale a
29 E
alternativa correta:
(A) É possível a responsabilização, na esfera administrativa, da
empresa em questão, o que afasta a possibilidade de responsa-
bilização na esfera judicial.
(B) Caso ocorra a responsabilização da empresa na esfera ad-
ministrativa, com a imposição de multa em percentual do fatu-
ramento, estará a empresa automaticamente desobrigada com
relação à reparação integral do dano causado.
(C) A responsabilização da empresa na esfera administrativa
afasta a possibilidade de responsabilização individual dos diri-
gentes ou administradores partícipes dos atos ilícitos.

195
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

ANOTAÇÕES

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196
NOÇÕES DE PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA

Gráficos
REPRESENTAÇÃO TABULAR E GRÁFICA Outro modo de apresentar dados estatísticos é sob uma forma
ilustrada, comumente chamada de gráfico. Os gráficos constituem-
TABELAS E GRÁFICOS -se numa das mais eficientes formas de apresentação de dados.
Um gráfico é, essencialmente, uma figura construída a partir de
Tabelas uma tabela; mas, enquanto a tabela fornece uma ideia mais precisa
A tabela é a forma não discursiva de apresentar informações, e possibilita uma inspeção mais rigorosa aos dados, o gráfico é mais
das quais o dado numérico se destaca como informação central. indicado para situações que visem proporcionar uma impressão
Sua finalidade é apresentar os dados de modo ordenado, simples mais rápida e maior facilidade de compreensão do comportamento
e de fácil interpretação, fornecendo o máximo de informação num do fenômeno em estudo.
mínimo de espaço. Os gráficos e as tabelas se prestam, portanto, a objetivos distin-
tos, de modo que a utilização de uma forma de apresentação não
Elementos da tabela exclui a outra.
Uma tabela estatística é composta de elementos essenciais e Para a confecção de um gráfico, algumas regras gerais devem
elementos complementares. Os elementos essenciais são: ser observadas:
− Título: é a indicação que precede a tabela contendo a desig- Os gráficos, geralmente, são construídos num sistema de eixos
nação do fato observado, o local e a época em que foi estudado. chamado sistema cartesiano ortogonal. A variável independente é
− Corpo: é o conjunto de linhas e colunas onde estão inseridos localizada no eixo horizontal (abscissas), enquanto a variável de-
os dados. pendente é colocada no eixo vertical (ordenadas). No eixo vertical,
− Cabeçalho: é a parte superior da tabela que indica o conteú- o início da escala deverá ser sempre zero, ponto de encontro dos
do das colunas. eixos.
− Coluna indicadora: é a parte da tabela que indica o conteúdo − Iguais intervalos para as medidas deverão corresponder a
das linhas. iguais intervalos para as escalas. Exemplo: Se ao intervalo 10-15 kg cor-
responde 2 cm na escala, ao intervalo 40-45 kg também deverá corres-
Os elementos complementares são: ponder 2 cm, enquanto ao intervalo 40-50 kg corresponderá 4 cm.
− Fonte: entidade que fornece os dados ou elabora a tabela. − O gráfico deverá possuir título, fonte, notas e legenda, ou seja, toda
− Notas: informações de natureza geral, destinadas a esclare- a informação necessária à sua compreensão, sem auxílio do texto.
cer o conteúdo das tabelas. − O gráfico deverá possuir formato aproximadamente quadra-
− Chamadas: informações específicas destinadas a esclarecer do para evitar que problemas de escala interfiram na sua correta
ou conceituar dados numa parte da tabela. Deverão estar indica- interpretação.
das no corpo da tabela, em números arábicos entre parênteses, à
esquerda nas casas e à direita na coluna indicadora. Os elementos Tipos de Gráficos
complementares devem situar-se no rodapé da tabela, na mesma Estereogramas: são gráficos onde as grandezas são represen-
ordem em que foram descritos. tadas por volumes. Geralmente são construídos num sistema de
eixos bidimensional, mas podem ser construídos num sistema tridi-
mensional para ilustrar a relação entre três variáveis.

197
NOÇÕES DE PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA

Cartogramas: são representações em cartas geográficas (ma- b) Gráfico de barras: segue as mesmas instruções que o gráfico
pas). de colunas, tendo a única diferença que os retângulos são dispostos
horizontalmente. É usado quando as inscrições dos retângulos fo-
rem maiores que a base dos mesmos.

Pictogramas ou gráficos pictóricos: são gráficos puramente


ilustrativos, construídos de modo a ter grande apelo visual, dirigi-
dos a um público muito grande e heterogêneo. Não devem ser uti- c) Gráfico de linhas ou curvas: neste gráfico os pontos são dis-
lizados em situações que exijam maior precisão. postos no plano de acordo com suas coordenadas, e a seguir são li-
gados por segmentos de reta. É muito utilizado em séries históricas
e em séries mistas quando um dos fatores de variação é o tempo,
como instrumento de comparação.

Diagramas: são gráficos geométricos de duas dimensões, de


fácil elaboração e grande utilização. Podem ser ainda subdividi-
dos em: gráficos de colunas, de barras, de linhas ou curvas e de d) Gráfico em setores: é recomendado para situações em que
setores. se deseja evidenciar o quanto cada informação representa do total.
a) Gráfico de colunas: neste gráfico as grandezas são compa- A figura consiste num círculo onde o total (100%) representa 360°,
radas através de retângulos de mesma largura, dispostos vertical- subdividido em tantas partes quanto for necessário à representa-
mente e com alturas proporcionais às grandezas. A distância entre ção. Essa divisão se faz por meio de uma regra de três simples. Com
os retângulos deve ser, no mínimo, igual a 1/2 e, no máximo, 2/3 da o auxílio de um transferidor efetuasse a marcação dos ângulos cor-
largura da base dos mesmos. respondentes a cada divisão.

198
NOÇÕES DE PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA

Histograma: O histograma consiste em retângulos contíguos Observe os gráficos e analise as informações.


com base nas faixas de valores da variável e com área igual à fre-
quência relativa da respectiva faixa. Desta forma, a altura de cada
retângulo é denominada densidade de frequência ou simplesmente
densidade definida pelo quociente da área pela amplitude da faixa.
Alguns autores utilizam a frequência absoluta ou a porcentagem na
construção do histograma, o que pode ocasionar distorções (e, con-
sequentemente, más interpretações) quando amplitudes diferen-
tes são utilizadas nas faixas.
Exemplo:

Gráfico de Ogiva: Apresenta uma distribuição de frequências


acumuladas, utiliza uma poligonal ascendente utilizando os pontos
extremos.

A partir das informações contidas nos gráficos, é correto afir-


mar que:
(A) nos dias 03 e 14 choveu a mesma quantidade em Fortaleza
e Florianópolis.
(B) a quantidade de chuva acumulada no mês de março foi
maior em Fortaleza.
(C) Fortaleza teve mais dias em que choveu do que Florianó-
polis.
(D) choveu a mesma quantidade em Fortaleza e Florianópolis.

Exemplo: (Pref. Fortaleza/CE – Pedagogia – Pref. Fortaleza) Resolução:


“Estar alfabetizado, neste final de século, supõe saber ler e interpre- A única alternativa que contém a informação correta com os
tar dados apresentados de maneira organizada e construir represen- gráficos é a C.
tações, para formular e resolver problemas que impliquem o recolhi- Resposta: C.
mento de dados e a análise de informações. Essa característica da vida
contemporânea traz ao currículo de Matemática uma demanda em
abordar elementos da estatística, da combinatória e da probabilidade,
desde os ciclos iniciais” (BRASIL, 1997).

199
NOÇÕES DE PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA

Boxplot
MEDIDAS DE TENDÊNCIA CENTRAL (MÉDIA, Tanto a média como o desvio padrão podem não ser medidas
MEDIANA, MODA, MEDIDAS DE POSIÇÃO, MÍNIMO E adequadas para representar um conjunto de valores, uma vez que
MÁXIMO) E DE DISPERSÃO (AMPLITUDE, AMPLITUDE
são afetados, de forma exagerada, por valores extremos. Além dis-
INTERQUARTIL, VARIÂNCIA, DESVIO PADRÃO E
so, apenas com estas duas medidas não temos ideia da assimetria
COEFICIENTE DE VARIAÇÃO)
da distribuição dos valores. Para solucionar esses problemas, pode-
mos utilizar o Boxplot. Para construí-lo, desenhamos uma “caixa”
Medidas de Posição - Centralidade com o nível superior dado pelo terceiro quartil (Q3) e o nível inferior
As medidas de posição visam localizar com maior facilidade pelo primeiro quartil (Q1). A mediana (Q2) é representada por um
onde está a maior concentração de valores de uma dada distribui- traço no interior da caixa e segmentos de reta são colocados da cai-
ção, podendo estar ela no início, meio ou fim; e também se esta xa até os valores máximo e mínimo, que não sejam observações dis-
distribuição está sendo feita de forma igual. crepantes. O critério para decidir se uma observação é discrepante
As medidas de posição mais importantes são as de tendência pode variar; por ora, chamaremos de discrepante os valores maio-
central (veremos aqui para dados agrupados): res do que Q3+1.5*(Q3-Q1) ou menores do que Q1-1.5*(Q3-Q1).
— Média; O Boxplot fornece informações sobre posição, dispersão, assi-
— Moda; metria, caudas e valores discrepantes.
— Mediana.
O Diagrama de dispersão é adequado para descrever o com-
Medidas de Dispersão portamento conjunto de duas variáveis quantitativas. Cada ponto
As medidas de tendência central fornecem informações valio- do gráfico representa um par de valores observados.
sas, mas, em geral, não são suficientes para descrever e discriminar Exemplo:
diferentes conjuntos de dados. As medidas de Dispersão ou varia-
bilidade permitem visualizar a maneira como os dados espalham-se
(ou concentram-se) em torno do valor central. Para mensurarmos
está variabilidade podemos utilizar as seguintes estatísticas: ampli-
tude total; distância interquartílica; desvio médio; variância; desvio
padrão e coeficiente de variação.

• Amplitude Total: é a diferença entre o maior e o menor valor


do conjunto de dados.
Ex.: dados: 3, 4, 7, 8 e 8. Amplitude total = 8 - 3 = 5

• Distância Interquartílica: é a diferença entre o terceiro e o


primeiro quartil de um conjunto de dados. O primeiro quartil é o
valor que deixa um quarto dos valores abaixo e três quartos acima
dele. O terceiro quartil é o valor que deixa três quartos dos dados
abaixo e um quarto acima dele. O segundo quartil é a mediana. (O
primeiro e o terceiro quartis fazem o mesmo que a mediana para as
duas metades demarcadas pela mediana.) Ex.: quando se discutir
o boxplot. Um aspecto importante no estudo descritivo de um conjunto
de dados, é o da determinação da variabilidade ou dispersão desses
• Desvio Médio: é a diferença entre o valor observado e a me- dados, relativamente à medida de localização do centro da amos-
dida de tendência central do conjunto de dados. tra. Supondo ser a média, a medida de localização mais importante,
será relativamente a ela que se define a principal medida de disper-
• Variância: é uma medida que expressa um desvio quadrático são - a variância, apresentada a seguir.
médio do conjunto de dados, e sua unidade é o quadrado da uni-
dade dos dados. Variância
Define-se a variância, como sendo a medida que se obtém so-
• Desvio Padrão: é raiz quadrada da variância e sua unidade de mando os quadrados dos desvios das observações da amostra, re-
medida é a mesma que a do conjunto de dados. lativamente à sua média, e dividindo pelo número de observações
da amostra menos um.
• Coeficiente de variação: é uma medida de variabilidade re-
lativa, definida como a razão percentual entre o desvio padrão e a
média, e assim sendo uma medida adimensional expressa em per-
centual.

200
NOÇÕES DE PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA

Desvio-Padrão Uma vez que a variância envolve a soma de quadrados, a unida-


Uma vez que a variância envolve a soma de quadrados, a unida- de em que se exprime não é a mesma que a dos dados. Assim, para
de em que se exprime não é a mesma que a dos dados. Assim, para obter uma medida da variabilidade ou dispersão com as mesmas
obter uma medida da variabilidade ou dispersão com as mesmas unidades que os dados, tomamos a raiz quadrada da variância e
unidades que os dados, tomamos a raiz quadrada da variância e obtemos o desvio padrão:
obtemos o desvio padrão: O desvio padrão é uma medida que só
pode assumir valores não negativos e quanto maior for, maior será
a dispersão dos dados. Algumas propriedades do desvio padrão,
que resultam imediatamente da definição, são: o desvio padrão
será maior, quanta mais variabilidade houver entre os dados.

O desvio padrão é uma medida que só pode assumir valores


não negativos e quanto maior for, maior será a dispersão dos da-
dos. Algumas propriedades do desvio padrão, que resultam imedia-
tamente da definição, são:
Um aspecto importante no estudo descritivo de um conjunto — o desvio padrão é sempre não negativo e será tanto maior,
de dados, é o da determinação da variabilidade ou dispersão desses quanta mais variabilidade houver entre os dados.
dados, relativamente à medida de localização do centro da amos- — se s = 0, então não existe variabilidade, isto é, os dados são
tra. Repare-se nas duas amostras seguintes, que embora tenham a todos iguais.
mesma média, têm uma dispersão bem diferente:
Do mesmo modo que a média, também o desvio padrão é uma
medida pouco resistente, pois é influenciado por valores ou muito
grandes ou muito pequenos (o que seria de esperar já que na sua
definição entra a média que é não resistente). Assim, se a distribui-
ção dos dados for bastante enviesada, não é conveniente utilizar
a média como medida de localização, nem o desvio padrão como
medida de variabilidade. Estas medidas só dão informação útil,
Como a medida de localização mais utilizada é a média, será respectivamente sobre a localização do centro da distribuição dos
relativamente a ela que se define a principal medida de dispersão - dados e sobre a variabilidade, se as distribuições dos dados forem
a variância, apresentada a seguir. aproximadamente simétricas.
Define-se a variância, e representa-se por s2, como sendo a Propriedades para dados com distribuição aproximadamente
medida que se obtém somando os quadrados dos desvios das ob- normal: Uma propriedade que se verifica se os dados se distribuem
servações da amostra, relativamente à sua média, e dividindo pelo de forma aproximadamente normal, ou seja, quando o histograma
número de observações da amostra menos um: apresenta uma forma característica com uma classe média predo-
minante e as outras classes se distribuem à volta desta de forma
aproximadamente simétrica e com frequências a decrescer à medi-
da que se afastam da classe média, é a seguinte:
Aproximadamente 68% dos dados estão no intervalo
.
Se afinal pretendemos medir a dispersão relativamente à mé-
dia. Por que é que não somamos simplesmente os desvios em vez
de somarmos os seus quadrados?
Experimenta calcular essa soma e verás que (x1-x) + (x2-x) + (x1-
x) + ... + (xn - x) ≠ 0. Poderíamos ter utilizado módulos, para evitar
que os desvios negativos, mas é mais fácil trabalhar com quadrados,
não concorda?! E por que é que em vez de dividirmos pó “n”, que
é o número de desvios, dividimos por (n-1)? Na realidade, só apa-
rentemente é que temos “n” desvios independentes, isto é, se cal-
cularmos (n-1) desvios, o restante fica automaticamente calculado,
uma vez que a sua soma é igual a zero. Costuma-se referir este fato
dizendo que se perdeu um grau de liberdade.

201
NOÇÕES DE PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA

Desvio Padrão: Propriedades para dados com distribuição É a medida de variabilidade que em geral é expressa em por-
aproximadamente normal: centagem, e tem por função determinar o grau de concentração
— Aproximadamente 68% dos dados estão no intervalo dos dados em torno da média, geralmente utilizada para se fazer a
comparação entre dois conjuntos de dados em termos percentuais,
— Aproximadamente 95% dos dados estão no intervalo esta comparação revelará o quanto os dados estão próximos ou dis-
tantes da média do conjunto de dados.
— Aproximadamente 100% dos dados estão no intervalo

Amplitude: Uma medida de dispersão que se utiliza por vezes,


é a amplitude amostral r, definida como sendo a diferença entre a
maior e a menor das observações: r = xn:n - x1:n, onde representamos
por x1:n e xn:n, respectivamente o menor e o maior valor da amostra
(x1, x2, ..., xn), de acordo com a notação introduzida anteriormente,
para a amostra ordenada.

Amplitude Inter-Quartil: A medida anterior tem a grande des-


Como se depreende do que atrás foi dito, se os dados se distri- vantagem de ser muito sensível à existência, na amostra, de uma
buem de forma aproximadamente normal, então estão praticamen- observação muito grande ou muito pequena. Assim, define-se uma
te todos concentrados num intervalo de amplitude igual a 6 vezes outra medida, a amplitude inter-quartil, que é, em certa medida,
o desvio padrão. uma solução de compromisso, pois não é afetada, de um modo
A informação que o desvio padrão dá sobre a variabilidade geral, pela existência de um número pequeno de observações de-
deve ser entendida como a variabilidade que é apresentada relati- masiado grandes ou demasiado pequenas. Esta medida é definida
vamente a um ponto de referência - a média, e não propriamente a como sendo a diferença entre os 1º e 3º quartis. Amplitude inter-
variabilidade dos dados, uns relativamente aos outros. -quartil = Q3/4 - Q1/4
A partir da definição de variância, pode-se deduzir sem dificul- Do modo como se define a amplitude inter-quartil, concluímos
dade uma expressão mais simples, sob o ponto de vista computa- que 50% dos elementos do meio da amostra, estão contidos num
cional, para calcular ou a variância ou o desvio padrão e que é a intervalo com aquela amplitude. Esta medida é não negativa e será
seguinte: tanto maior quanto maior for a variabilidade nos dados. Mas, ao
contrário do que acontece com o desvio padrão, uma amplitude
inter-quartil nula, não significa necessariamente, que os dados não
apresentem variabilidade.

Amplitude inter-quartil ou desvio padrão


Do mesmo modo que a questão foi posta relativamente às duas
medidas de localização mais utilizadas - média e mediana, também
aqui se pode por o problema de comparar aquelas duas medidas
de dispersão.
- A amplitude inter-quartil é mais robusta, relativamente à pre-
sença de “outliers”, do que o desvio padrão, que é mais sensível aos
dados.
- Para uma distribuição dos dados aproximadamente normal,
verifica-se a seguinte relação. Amplitude inter-quartil 1.3 x desvio
padrão.
- Se a distribuição é enviesada, já não se pode estabelecer uma
relação análoga à anterior, mas pode acontecer que o desvio pa-
drão seja muito superior à amplitude inter-quartil, sobretudo se se
verificar a existência de “outliers”.

202
NOÇÕES DE PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA

Exemplo: (Pref. Niterói – Agente Fazendário – FGV) O quadro


CÁLCULO DE PROBABILIDADE. PROBABILIDADE a seguir mostra a distribuição das idades dos funcionários de certa
CONDICIONAL repartição pública:
Faixa de idades (anos) Número de funcionários
PROBABILIDADE 20 ou menos 2
A teoria da probabilidade permite que se calcule a chance de De 21 a 30 8
ocorrência de um número em um experimento aleatório. De 31 a 40 12
De 41 a 50 14
Elementos da teoria das probabilidades Mais de 50 4
- Experimentos aleatórios: fenômenos que apresentam resul- Escolhendo ao acaso um desses funcionários, a probabilidade
tados imprevisíveis quando repetidos, mesmo que as condições se- de que ele tenha mais de 40 anos é:
jam semelhantes. (A) 30%;
- Espaço amostral: é o conjunto U, de todos os resultados pos- (B) 35%;
síveis de um experimento aleatório. (C) 40%;
- Evento: qualquer subconjunto de um espaço amostral, ou (D) 45%;
seja, qualquer que seja E Ì U, onde E é o evento e U, o espaço amos- (E) 55%.
tral.
Resolução:
O espaço amostral é a soma de todos os funcionário:
2 + 8 + 12 + 14 + 4 = 40
O número de funcionário que tem mais de 40 anos é: 14 + 4 =
18
Logo a probabilidade é:
Resposta: D.

Probabilidade da união de eventos


Para obtermos a probabilidade da união de eventos utilizamos
Experimento composto a seguinte expressão:
Quando temos dois ou mais experimentos realizados simulta-
neamente, dizemos que o experimento é composto. Nesse caso, o
número de elementos do espaço amostral é dado pelo produto dos
números de elementos dos espaços amostrais de cada experimen-
to.
n(U) = n(U1).n(U2)

Probabilidade de um evento
Em um espaço amostral U, equiprobabilístico (com elementos
que têm chances iguais de ocorrer), com n(U) elementos, o evento
E, com n(E) elementos, onde E Ì U, a probabilidade de ocorrer o
evento E, denotado por p(E), é o número real, tal que:

Onde, Quando os eventos forem mutuamente exclusivos, tendo A ∩ B


n(E) = número de elementos do evento E. = Ø, utilizamos a seguinte equação:
n(S) = número de elementos do espaço amostral S.

Sendo 0 ≤ P(E) ≤ 1 e S um conjunto equiprovável, ou seja, to-


dos os elementos têm a mesma “chance de acontecer.

As probabilidades podem ser escritas na forma decimal ou re-


presentadas em porcentagem.
Assim: 0 ≤ p(E) ≤ 1, onde:
p(∅) = 0 ou p(∅) = 0%
p(U) = 1 ou p(U) = 100%

203
NOÇÕES DE PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA

Probabilidade de um evento complementar A lei binomial deve ser aplicada nas seguintes condições:
É quando a soma das probabilidades de ocorrer o evento E, e - O experimento deve ser repetido nas mesmas condições as
de não ocorrer o evento E (seu complementar, Ē) é 1. n vezes.
- Em cada experimento devem ocorrer os eventos E e .
- A probabilidade do E deve ser constante em todas as n vezes.
- Cada experimento é independente dos demais.

Exemplo:
Probabilidade condicional Lançando-se um dado 5 vezes, qual a probabilidade de ocorre-
Quando se impõe uma condição que reduz o espaço amostral, rem três faces 6?
dizemos que se trata de uma probabilidade condicional. Resolução:
Sejam A e B dois eventos de um espaço amostral U, com p(B) ≠ n: número de tentativas ⇒ n = 5
0. Chama-se probabilidade de A condicionada a B a probabilidade k: número de sucessos ⇒ k = 3
de ocorrência do evento A, sabendo-se que já ocorreu ou que vai p: probabilidade de ocorrer face 6 ⇒ p = 1/6
ocorrer o evento B, ou seja: q: probabilidade de não ocorrer face 6 ⇒ q = 1- p ⇒ q = 5/6

CORRELAÇÃO (R)
Para FARBER (2009) correlação é uma medida da força e dire-
ção de uma relação entre duas variáveis.
- A amplitude do coeficiente de correlação é -1 para 1.
- Mais próximo de zero não há correlação linear.
Podemos também ler como: a probabilidade de A “dado que”
ou “sabendo que” a probabilidade de B. Coeficiente de determinação
O coeficiente de r2 é a relação da variação explicada com varia-
- Caso forem dois eventos simultâneos (ou sucessivos): para ção total é dado por:
se avaliar a probabilidade de ocorrem dois eventos simultâneos (ou - Variação explicada é a soma dos quadrados das diferenças en-
sucessivos), que é P (A ∩ B), é preciso multiplicar a probabilidade tre cada valor de y previsto e a média de y.
de ocorrer um deles P(B) pela probabilidade de ocorrer o outro, - Variação total é a soma dos quadrados das diferenças entre
sabendo que o primeiro já ocorreu P (A | B). Sendo: cada valor de y e a média de y.

- Se dois eventos forem independentes: dois eventos A e B de


um espaço amostral S são independentes quando P(A|B) = P(A) ou Em síntese temos: Correlação linear simples é uma técnica
P(B|A) = P(B). Sendo os eventos A e B independentes, temos: usada para analisar a relação entre duas variáveis.
P (A ∩ B) = P(A). P(B) Os pontos grafados, que são vistos em conjunto, formam uma
elipse (trajetória, distribuição dos pontos) em diagonal. Podemos
Lei Binomial de probabilidade imaginar que, quanto mais fina for a elipse, mais ela se aproximará
A lei binominal das probabilidades é dada pela fórmula: de uma reta.
Dizemos então, que a correlação de forma elíptica tem como
“imagem” uma reta, sendo, por isso, denominada correlação linear.
Podemos vê isso no exemplo a seguir.

Sendo:
n: número de tentativas independentes;
p: probabilidade de ocorrer o evento em cada experimento
(sucesso);
q: probabilidade de não ocorrer o evento (fracasso); q = 1 - p
k: número de sucessos.

204
NOÇÕES DE PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA

Assim, uma correlação é:

205
NOÇÕES DE PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA

Coeficiente de correlação ou coeficiente de Pearson é uma medida do grau de relação entre duas variáveis.

Onde:
r = coeficiente de correlação e
n = tamanho da amostra.

Exemplo: Uma amostra formada por 8 alunos de uma classe, pelo número de horas de estudo (x) e as notas obtidas (y), calcule o
coeficiente de correlação r:

O coeficiente de correlação r = 0,975 indica que o grau de relação entre as duas variáveis é “Muito forte”, além de ser “Positiva” (pois
x aumenta, y também aumenta).
O grau de relação r pode variar de -1 até +1:

O fato de duas variáveis serem fortemente correlacionadas não implica uma relação de causa e efeito entre elas.

Distribuição Binomial
Em teoria das probabilidades e estatística, a distribuição binomial é a distribuição de probabilidade discreta do número de sucessos
numa sequência de n tentativas tais que as tentativas são independentes; cada tentativa resulta apenas em duas possibilidades, sucesso
ou fracasso (a que se chama de tentativa de Bernoulli); a probabilidade de cada tentativa, p, permanece constante.

206
NOÇÕES DE PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA

Função de probabilidade: Se a variável aleatória X que contém Assim, a resposta é:


o número de tentativas que resultam em sucesso tem uma distri-
buição binomial com parâmetros n e p escrevemos X ~ B(n, p). A
probabilidade de ter exatamente k sucessos é dado pela função de
probabilidade:

Valor esperado e variância: Se a X ~ B(n, p) (isto é, X é uma


variável aleatória binomialmente distribuida), então o valor espe-
rado de X é

para e onde é uma combina-


ção. e a variância é
Através do desenvolvimento do binômio e algumas operações
com expoentes e fatoriais, é possível demonstrar que:
Exemplo: Seja X uma variável aleatória que contém o número
de caras saídas em 12 lançamentos de uma moeda honesta. A pro-
babilidade de sair 5 caras em 12 lançamentos, P(X=5), é dada por:

Exemplo: Três dados comuns e honestos serão lançados. A pro-


babilidade de que o número 6 seja obtido mais de uma vez é: A
probabilidade de que seja obtido 2 vezes mais a probabilidade de
que seja obtido 3 vezes. Usando a distribuição binomial de proba-
bilidade:
Acha-se a probabilidade de que seja obtido 2 vezes:
Distribuição Normal
A distribuição normal é uma das mais importantes distribui-
ções da estatística, conhecida também como Distribuição de Gauss
ou Gaussiana. Foi primeiramente introduzida pelo matemático
Abraham de Moivre. Além de descrever uma série de fenômenos
físicos e financeiros, possui grande uso na estatística inferencial. É
inteiramente descrita por seus parâmetros de média e desvio pa-
drão, ou seja, conhecendo-se estes consegue-se determinar qual-
quer probabilidade em uma distribuição Normal.
Um interessante uso da Distribuição Normal é que ela serve
de aproximação para o cálculo de outras distribuições quando o
número de observações fica grande. Essa importante proprieda-
de provém do Teorema do Limite Central que diz que “toda soma
de variáveis aleatórias independentes de média finita e variância
limitada é aproximadamente Normal, desde que o número de ter-
mos da soma seja suficientemente grande” (ver o teorema para um
Agora a probabilidade de que seja obtido 3 vezes: enunciado mais preciso).
A distribuição normal foi introduzida pela primeira vez por
Abraham de Moivre em um artigo no ano 1733, que foi reprodu-
zido na segunda edição de seu The Doctrine of Chances (1738) no
contexto da aproximação de distribuições binomiais para grandes
valores de n. Seu resultado foi estendido por Laplace, em seu livro
Analytical Theory of Probabilities (1812), e agora é chamado o teo-
rema de Moivre-Laplace.
Laplace usou a distribuição normal na análise de erros de ex-
perimentos. O importante método dos mínimos quadrados foi in-
troduzido por Legendre, em 1805. Gauss, que alegou ter usado o
método desde 1794, justifica-o rigorosamente em 1809 assumindo
uma distribuição normal para os erros. O fato de muitas vezes esta
distribuição ser chamado de distribuição gaussiana pode ser um
exemplo de Stigler’s Law.

207
NOÇÕES DE PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA

O nome “curva em forma de sino” ou “curva de sino” remonta a Esprit Jouffret que primeiro utilizou o termo “superfície de sino” em
1872 para um normal bivariada com componentes independentes (atentar que nem toda curva de sino é uma gaussiana). O nome “distri-
buição normal”, foi inventado independentemente por Charles S. Peirce, Francis Galton e Wilhelm Lexis, por volta de 1875.

Função de densidade de probabilidade: A função densidade de probabilidade da distribuição normal com média e variância (de
forma equivalente, desvio padrão ) é assim definida,

Se a variável aleatória segue esta distribuição escreve-se: ~ . Se e , a distribuição é chamada de


distribuição normal padrão e a função de densidade de probabilidade reduz-se a,

Propriedades: Sejam a e b constantes conhecidas.

- Se X segue uma distribuição normal, ~ , então ~ .


- Se X e Y são variáveis aleatórias independentes que seguem distribuição normal, então a soma U = X + Y, a diferença V = X - Y ou
qualquer combinação linear W = a X + b Y também são variáveis aleatórias com distribuição normal.
- É fácil construir exemplos de distribuições normais X e Y dependentes (mesmo com correlação zero) cuja soma X + Y não é normal.
Por exemplo, seja X uma distribuição normal padrão (média 0 e variância 1), então fixando-se um número real positivo a, seja Ya definida
como X sempre que |X| < a e -X sempre que |X| ≥ a. Obviamente, Ya também é uma normal e X + Ya é uma variável aleatória que nunca
pode assumir valores de módulo acima de 2 a (ou seja, não é normal). Quando a é muito pequeno, X e Y são praticamente opostas, e sua
correlação é próxima de -1. Quando a é muito grande, X e Y são praticamente idênticas, e sua correlação é próxima de 1. Como a correlação
entre X e Ya varia continuamente com a, existe um valor de a para o qual a correlação é zero.
- A soma de uma grande quantidade de variáveis aleatórias (com algumas restrições) tende a uma distribuição normal - o significado
mais preciso disto é o Teorema do Limite Central.
- A distribuição normal é infinitamente divisível, no seguinte sentido: se X é uma variável aleatória que segue uma distribuição normal
e n é um número natural, então existem n variáveis aletórias , independentes e identicamente distribuídas, tal que

Relação entre as Distribuições Binomial e Normal


Com base na definição na Lei dos Grandes Números, pode-se considerar como verdadeira a aproximação da distribuição de proba-
bilidade de variáveis discretas à distribuição de variáveis contínuas. Essa aproximação torna-se mais concreta à medida que aumenta o
número de observações da variável.
Assim, aceita-se que as duas distribuições se aproximam quando:
- o número de observações for grande, ou seja, n ≥ 30;
- as probabilidades de sucesso (p) e de fracasso (q) não forem muito próximas a zero;
- as médias de sucessos e de fracassos forem maiores do que cinco (n.p > 5 ou n.q > 5);
- a aproximação melhora com o crescimento do número de observações e no limite (infinito) as duas distribuições coincidem.

Em resumo temos:
Na natureza, quando o número de dados do universo analisado é relativamente grande e principalmente quando for de uma variável
contínua, a distribuição dos dados apresenta uma curva com formato de um sino, com um ponto máximo no centro, em que as áreas, em
ambos os lados da média, são idênticas.
- A curva formada chama-se de curva normal, que é definida como sendo simétrica e unimodal, tendo como característica a igualdade
entre as medidas: média, moda e mediana.
- Quando as medidas, média, moda e mediana não são iguais, mas semelhantes, chama-se a distribuição de aproximadamente nor-
mal.

208
NOÇÕES DE PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA

- Pela distribuição normal padronizada, que apresenta como características uma curva simétrica e mesocúrtica, podem-se determinar
valores de probabilidade e apresentá-los em tabelas que expressam os valores da função densidade ou curva de probabilidade, com base
na variável padronizada z.
- Os valores da função densidade localizam-se abaixo da curva da distribuição e seu valor total é de 100%, localizando-se 50% à direita
da média e 50% à sua esquerda.
- Para determinar os valores de z, precisa-se dos valores da média, do desvio-padrão e do valor de Xi de referência.
- Os valores de z, à direita da média, são positivos e os localizados à esquerda, negativos.
- Uma das alternativas é a determinação da probabilidade em função de Xi, sendo a média e o desvio-padrão conhecidos.
- No cálculo do valor de z devem ser usados dois dígitos após a vírgula.
- Os valores da probabilidade encontrados no Apêndice III referem-se sempre ao intervalo entre o valor da média e o valor de Xi.
- Para a solução do problema, existem várias possibilidades: o próprio valor encontrado na tabela, a soma ou subtração do valor da
tabela de 0,5, a soma de 0,5 ao valor da tabela e subtração do valor menor do valor maior, encontrados na tabela.
- Para facilitar a solução de problemas de probabilidade Normal, recomenda-se sempre fazer o desenho da curva e indicar a área a
ser conhecida.
- Outra alternativa é a determinação do valor de Xi em função da probabilidade desejada, conhecendo a média e o desvio-padrão.
- Deve-se ter o cuidado para atribuir o sinal correto de z, pois os seus valores de z, à direita da média, são positivos e os localizados à
esquerda, negativos.
- Valores de variáveis discretas podem ser adaptados à distribuição normal, nas seguintes condições: número de observações ≥ 30;
probabilidades de sucesso (p) e de fracasso (q) não serem muito próximas a zero e as médias de sucesso e de fracasso serem maiores do
que cinco.
- Na aproximação da Binomial à Normal deve-se fazer a correção de continuidade, pela soma ou subtração de 0,5 ao valor inteiro da
variável discreta X (número de sucessos).

Essa correção é necessária e deve ser feita de forma equitativa, pois entre dois números consecutivos da variável discreta há um es-
paço vazio de uma unidade.
- Os valores da média e do desvio-padrão são obtidos pelas fórmulas de cálculo das propriedades das variáveis discretas.

Normalmente em concursos a banca traz os valores das tabelas na própria questão, visto que são muitos valores para serem me-
morizados. Então não se preocupe com isso, o importante é o entendimento e como se faz os cálculos.
ALOPERADO
Análise de variância (ANOVA).
A Análise de Variância ou ANOVA é um procedimento usado para comparar a distribuição de três ou mais grupos em amostras inde-
pendentes.
Ela é também uma forma de resumir um modelo de regressão linear através da decomposição da soma dos quadrados para cada fonte
de variação no modelo e, utilizando o teste F, testar a hipótese de que qualquer fonte de variação no modelo é igual a zero.
Sua principal aplicação é a comparação de médias oriundas de grupos diferentes, também chamados tratamentos, como por exemplo
médias históricas de questões de satisfação, empresas que operam simultaneamente com diferentes rendimentos, entre muitas outras
aplicações.

Para sua aplicação são necessárias algumas suposições, sendo elas:


- As observações são independentes, ou seja, cada elemento amostral (aluno) deve ser independente;
- Os grupos comparados apresentam a mesma variância;
- Os erros são independentes e provenientes de uma distribuição normal com média igual a zero e variância constante.

É importante ressaltar que os fatores propostos podem ser de origem qualitativa ou quantitativa, mas a variável dependente neces-
sariamente deverá ser contínua.
Há dois métodos para calcular-se a variância: dentro de grupos (MQG) e a variância das médias (MQR). Calcula-se os dois componen-
tes de variância. Se a variância calculada usando a média (MQR) for maior do que a calculada (MQG) usando os dados pertencentes a cada
grupo individual, isso pode indicar que existe uma diferença significativa entre os grupos.
Resolvemos dois tipos de problemas através da ANOVA: as de níveis fixos ou a de níveis aleatórios. A aleatoriedade determinada a
questão do problema.

209
NOÇÕES DE PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA

Na maior parte dos casos trata-se de níveis fixos, afinal o segundo tipo de problema (aleatório) somente surgirá quando ocorrer um
estudo envolvendo uma escolha aleatória de fatores.

Onde:
- SQT = SQG + SQR (mede a variação geral de todas as observações).
- SQT é a soma dos quadrados totais, decomposta em:
- SQG soma dos quadrados dos grupos (tratamentos), associada exclusivamente a um efeito dos grupos
- SQR soma dos quadrados dos resíduos, devidos exclusivamente ao erro aleatório, medida dentro dos grupos.
- MQG = Média quadrada dos grupos
- MQR = Média quadrada dos resíduos (entre os grupos)
- SQG e MQG: medem a variação total entre as médias
- SQR e MQR: medem a variação das observações de cada grupo

f = MQG/MQR
N – 1=(K – 1) + (N – K)
SQT = SQG + SQR
MQG = SQG (K – 1)

A hipótese nula sempre será rejeitada quando f calculado for maior que o valor tabelado. Da mesma forma, se MQG for maior que
MQR, rejeita-se a hipótese nula.
Se o teste f indicar diferenças significativas entre as médias, e os níveis forem fixos, haverá interesse em identificar quais as médias
que diferem entre si.
Calcular o desvio padrão das médias;

Sx = , ,onde nc é a soma do número de cada variável (grupo) dividido pelo número de variáveis.
Calcular o limite de decisão (ld) = 3 x Sx
Ordenar as médias em ordem crescente ou decrescente e compara-las duas a duas. A diferença será significativa se for maior que Ld.
Caso o teste f indique diferenças significativas entre as médias, e os níveis forem aleatórios, haverá interesse em identificar a estima-
tiva dos componentes de variação.

O valor encontrado acima indicará a variabilidade total entre grupos, indicando se é considerado significativa ou não.

210
NOÇÕES DE PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA

TEOREMA DE BAYES

TEOREMA DE BAYES
O teorema de Bayes está intimamente relacionado ao teorema da probabilidade total. Supõem-se as mesmas condições (eventos Ai
mutuamente exclusivos e exaustivos e um evento B qualquer). Basicamente, o teorema de Bayes permite obter a probabilidade de que
um dos eventos Ai ocorra, sabendo-se que o evento B ocorreu.
Fazemos uso da fórmula:

Exemplo: As máquinas A e B são responsáveis por 60% e 40% respectivamente, da produção de uma empresa. Os índices de peças
defeituosas na produção destas máquinas valem 3% e 7% respectivamente. Se uma peça defeituosa foi selecionada da produção desta
empresa, qual é a probabilidade de que tenha sido produzida pela máquina B?
Solução: Definidos os eventos:
A: a peça ter sido produzida pela máquina A.
B: a peça ter sido produzida pela máquina B.
d a peça ser defeituosa.

Então:

POPULAÇÃO E AMOSTRA

População e amostra

• População: é o conjunto de todas as unidades sobre as quais há o interesse de investigar uma ou mais características.
• Amostra: é um subconjunto das unidades que constituem a população. A caracterização da população é feita em função de um pro-
blema a ser estudado.

Variáveis e suas classificações


• Qualitativas – quando seus valores são expressos por atributos: sexo (masculino ou feminino), cor da pele, entre outros. Dizemos que
estamos qualificando.
• Variáveis nominais: são aquelas definidas por “nomes”, não podendo ser colocadas em uma ordem crescente.
• Variáveis ordinais: são aquelas que podem ser colocadas em uma ordem crescente, mas não é possível (ou não faz sentido)
calcular a diferença entre um valor e o seguinte.

211
NOÇÕES DE PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA

• Quantitativas – quando seus valores são expressos em números (salários dos operários, idade dos alunos, etc). Uma variável quanti-
tativa que pode assumir qualquer valor entre dois limites recebe o nome de variável contínua; e uma variável que só pode assumir valores
pertencentes a um conjunto enumerável recebe o nome de variável discreta.
• Variáveis intervalares: são aquelas que podem ser colocadas em uma ordem crescente, e é possível calcular a diferença entre um
valor e o seguinte.

— Séries estatísticas
Toda tabela que apresenta a distribuição de um conjunto de dados estatísticos em função da época, do local ou da espécie.
Observamos três elementos:
– tempo;
– espaço;
– espécie.

Conforme varie um dos elementos da série, podemos classifica-la em:


– Histórica;
– Geográfica;
– Específica.

• Séries históricas, cronológicas, temporais ou marchas: Os valores da variável são descritos em, determinado local, em intervalos de
tempo.

• Séries geográficas, espaciais, territoriais ou de localização: valores da variável, em determinado instante, discriminados segundo re-
giões.

212
NOÇÕES DE PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA

• Séries específicas ou categóricas: aquelas que descrevem valores da variável, em determinado tempo e local, segundo especificações
ou categorias.

• Séries conjugadas – Tabela de dupla entrada: utilizamos quando temos a necessidade de apresentar, em uma única tabela, variações
de mais de uma variável. Com isso conjugamos duas séries em uma única tabela, obtendo uma tabela de dupla entrada, na qual ficam cria-
das duas ordens de classificação: uma horizontal e uma vertical.
Na tabela abaixo vamos a variável região e tempo.

CORRELAÇÃO LINEAR SIMPLES

— Correlação

Correlação (r)
Para FARBER (2009) correlação é uma medida da força e direção de uma relação entre duas variáveis.
– A amplitude do coeficiente de correlação é -1 para 1.
– Mais próximo de zero não há correlação linear.

• Coeficiente de determinação
O coeficiente de r2 é a relação da variação explicada com variação total é dado por:
- Variação explicada é a soma dos quadrados das diferenças entre cada valor de y previsto e amédia de y.
- Variação total é a soma dos quadrados das diferenças entre cada valor de y e a média de y.

213
NOÇÕES DE PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA

Em síntese temos: Correlação linear simples é uma técnica usada para analisar a relação entre duas variáveis.
Os pontos grafados, que são vistos em conjunto, formam uma elipse (trajetória, distribuição dos pontos) em diagonal. Podemos ima-
ginar que, quanto mais fina for a elipse, mais ela se aproximará de uma reta.
Dizemos então, que a correlação de forma elíptica tem como “imagem” uma reta, sendo, por isso, denominada correlação linear.
Podemos ver isso no exemplo a seguir.

Assim, uma correlação é:

214
NOÇÕES DE PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA

Coeficiente de correlação ou coeficiente de Pearson é uma medida do grau de relação entre duas variáveis.

Onde:
r = coeficiente de correlação
n = tamanho da amostra.

Exemplo: Uma amostra formada por 8 alunos de uma classe, pelo número de horas de estudo (x) e as notas obtidas (y), calcule o
coeficiente de correlação r:

O coeficiente de correlação r = 0,975 indica que o grau de relação entre as duas variáveis é “Muito forte”, além de ser “Positiva” (pois
x aumenta, y também aumenta).
O grau de relação r pode variar de -1 até +1:

O fato de duas variáveis serem fortemente correlacionadas não implica uma relação de causa e efeito entre elas.

215
NOÇÕES DE PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA

Nesse caso, o histograma adequado é um gráfico em que são


QUESTÕES apresentadas as
(A) últimas dez médias móveis da variável X
1.CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comercial/2021/”Pro- (B) somas das médias dos quadrados de cada valor de uma va-
va C” riável X
Responsável por entender o comportamento dos produtos (C) variações de uma variável X ao longo do tempo
oferecidos por determinado banco onde trabalhava, e preocupado (D) médias históricas da variável X nos últimos sete dias
com a quantidade enorme de dados disponíveis para a análise, um (E) frequências de uma variável X em intervalos de valores
funcionário decidiu extrair um subconjunto desses dados.
Esse subconjunto é conhecido como 5.CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comercial/2018
(A) amostra A Tabela a seguir mostra a distribuição de pontos obtidos por
(B) censo um cliente em um programa de fidelidade oferecido por uma em-
(C) parâmetro presa.
(D) população
(E) variável

2.CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comercial/2021/”Pro-


va A”
Um funcionário de um banco foi incumbido de acompanhar o A mediana da pontuação desse cliente é o valor mínimo para
perfil dos clientes de um determinado produto por meio da Análise que ele pertença à classe de clientes “especiais”.
de Dados, de forma a aprimorar as atividades de marketing relativas
a esse produto. Para isso, ele utilizou a variável classe social desses Qual a redução máxima que o valor da maior pontuação desse
clientes, coletada pelo banco, que tem os valores A, B, C, D e E, sem cliente pode sofrer sem que ele perca a classificação de cliente “es-
referência a valores contínuos. pecial”, se todas as demais pontuações forem mantidas?
(A) cinco unidades
Sabendo-se que essa é uma escala ordinal, qual é a medida de (B) quatro unidades
tendência central adequada para analisar essa variável? (C) uma unidade
(A) média aritmética (D) duas unidades
(B) média geométrica (E) três unidades
(C) mediana
(D) quartis 6.CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comercial/2021/”Pro-
(E) variância va B”
Designado para relatar a qualidade das atividades desenvolvi-
3.CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comercial/2021/”Pro- das em um determinado banco, um funcionário recebeu a seguinte
va B” Tabela, com a quantidade de notas relativas à avaliação dos cor-
Foi solicitado a um funcionário de um determinado banco que rentistas sobre o atendimento no caixa, sendo 1 a pior nota, e 5, a
realizasse uma pesquisa, exclusivamente com variáveis do tipo qua- melhor nota.
litativa, sobre a satisfação dos clientes com os serviços oferecidos
pela instituição.
Nota Quantidade
Para atender a essa demanda utilizando os meios adequados, 1 3.000
sua escolha de escalas de mensuração deve estar limitada às escalas 2 9.500
(A) intervalares e razão
(B) nominais e intervalares 3 12.000
(C) nominais e ordinais 4 15.000
(D) ordinais e intervalares 5 8.000
(E) ordinais e razão
Qual é a moda das notas dessa avaliação?
4.CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comercial/2021/”Pro- (A) 2
va C” (B) 3
Após a coleta de dados em um determinado contexto (variáveis (C) 3,33
A, B, C, … X), uma das formas mais simples e iniciais de análise é a (D) 4
geração e a avaliação de um histograma para uma variável selecio- (E) 5
nada (ex: X), como por exemplo, em um estudo climático, em que
os dados coletados poderiam incluir a temperatura máxima obser-
vada em toda a Terra ao longo de dez anos.

216
NOÇÕES DE PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA

7.CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comercial/2018 8.CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comercial/2018


Uma escola de Ensino Médio decide pesquisar o comporta- Uma amostra aleatória de tamanho 5 é retirada de uma po-
mento de seus estudantes quanto ao número de refrigerantes con- pulação e observa-se que seus valores, quando postos em ordem
sumidos semanalmente por eles. Para isso, uma amostra aleatória crescente, obedecem a uma Progressão Aritmética.
de 120 estudantes foi selecionada, e os dados foram sintetizados no Se a variância amostral não viciada vale 40, qual é o valor da
histograma abaixo, em classes do tipo [0, 5), [5, 10), [10, 15), [15, razão da Progressão Aritmética?
20), [20, 25) e [25, 30]. (A)
(B)
(C)
(D)
(E)

Qual o valor da amplitude interquartílica, obtido por meio do


método de interpolação linear dos dados agrupados em classes?
(A) 9.CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente de Tecnologia/2021
(B) Um pesquisador recebeu os dados de uma amostra de tama-
(C) nho 100 de uma população e calculou a média amostral μ, o desvio
(D) padrão amostral σ e o coeficiente de variação amostral
(E) . Antes de iniciar a análise, ele foi informado de que os dados dessa
amostra estavam todos errados, mas que podiam ser corrigidos so-
mando-se 3 a cada um dos dados que recebeu.
Após fazer tal correção, o valor do coeficiente de variação
amostral passou a ser
(A)
(B)
(C)
(D)
(E)

217
NOÇÕES DE PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA

10..CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comercial/2013/2 (e mais 1 concurso)


A variância de um conjunto de dados é 4 m2.
Para o mesmo conjunto de dados foram tomadas mais duas medidas de variabilidade:
a diferença entre o terceiro e
o primeiro quartil e o coeficiente de variação.

Esses dois valores caracterizam-se, respectivamente, por


(A) possuírem unidades de medida m2 e m.
(B) possuírem unidades de medida m e m2.
(C) ser adimensional e possuir unidade de medida m2.
(D) possuir unidade de medida m e ser adimensional.
(E) possuir unidade de medida m2 e ser adimensional.

11.CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comercial/2018


Há dez anos a média das idades, em anos completos, de um grupo de 526 pessoas era de 30 anos, com desvio padrão de 8 anos.
Considerando-se que todas as pessoas desse grupo estão vivas, o quociente entre o desvio padrão e a média das idades, em anos
completos, hoje, é
(A) 0,45
(B) 0,42
(C) 0,20
(D) 0,27
(E) 0,34

12.CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comercial/2018


Define-se como desvio interquartílico a distância entre o 1º e o 3º Quartis. É usado para avaliar a existência de possíveis valores atí-
picos em um conjunto de dados. Valores aquém ou além de limites estabelecidos com base nessa medida devem ser investigados quanto
à sua tipicidade em relação à distribuição. Geralmente o limite inferior é estabelecido como 1 vez e meia o valor desse desvio, abaixo do
primeiro Quartil, enquanto o limite superior, como 1 vez e meia acima do terceiro Quartil.
Considere os resumos estatísticos das três distribuições de consumo de energia elétrica, em kW, dos 50 apartamentos com mesma
planta, de um edifício, em três períodos diferentes ao longo de um ano, conforme abaixo:

Conclui-se, a partir desses resumos, que


(A) um período apresenta pelo menos um apartamento com consumo abaixo, e dois períodos apresentam pelo menos um apartamen-
to com consumo acima da tipicidade estabelecida.
(B) um período apresenta pelo menos um apartamento com consumo abaixo, e um período apresenta pelo menos um apartamento
com consumo acima da tipicidade estabelecida.
(C) em nenhum período foram observados possíveis consumos atípicos.
(D) apenas um período apresenta pelo menos um apartamento com consumo abaixo da tipicidade estabelecida.
(E) apenas um período apresenta pelo menos um apartamento com consumo acima da tipicidade estabelecida.

218
NOÇÕES DE PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA

13.CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente de Tecnologia/2021


A relação do cliente com o sistema bancário tradicional vem passando por transformações nos últimos cincos anos com o crescimento
dos bancos digitais. Analisar o perfil dos clientes dos bancos digitais, considerando idade, classe social, renda e motivação, é uma tarefa
importante para os bancos tradicionais com o objetivo de preservar a posição de principal Banco na relação com o Cliente.
Para tal fim, uma agência bancária analisou os seguintes dados de uma pesquisa amostral sobre bancos digitais:

Escolhendo-se ao acaso um dos entrevistados dessa pesquisa, qual é, aproximadamente, a probabilidade de esse cliente ter um re-
lacionamento com banco digital e de ter apresentado como motivo para iniciar esse relacionamento a facilidade de poder resolver tudo
pela internet?
(A) 5,7%
(B) 6,2%
(C) 6,4%
(D) 7,2%
(E) 7,8%

14.CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comercial/2012/1


Uma moeda não tendenciosa é lançada até que sejam obtidos dois resultados consecutivos iguais.
Qual a probabilidade de a moeda ser lançada exatamente três vezes?
(A) 1/8
(B) 1/4
(C) 1/3
(D) 1/2
(E) 3/4

15.CESGRANRIO - Escriturário (BB)/Agente Comercial/2018


Dentre as atribuições de um certo gerente, encontra-se o oferecimento do produto A, de forma presencial e individualizada, aos seus
clientes. A probabilidade de o gerente efetuar a venda do produto A em cada reunião com um cliente é 0,40. Em 20% dos dias de trabalho,
esse gerente não se reúne com nenhum cliente; em 30% dos dias de trabalho, ele se reúne com apenas 1 cliente; e em 50% dos dias de
trabalho, ele se reúne, separadamente, com exatos 2 clientes. Em um determinado dia de trabalho, a probabilidade de esse gerente efe-
tuar pelo menos uma venda presencial do produto A é
(A) 0,54
(B) 0,46
(C) 0,20
(D) 0,26
(E) 0,44

219
NOÇÕES DE PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA

______________________________________________________
GABARITO
______________________________________________________

1 A ______________________________________________________
2 C ______________________________________________________
3 C
______________________________________________________
4 E
______________________________________________________
5 A
6 D ______________________________________________________
7 D ______________________________________________________
8 C
______________________________________________________
9 C
10 D ______________________________________________________
11 C ______________________________________________________
12 D
______________________________________________________
13 A
______________________________________________________
14 B
15 E ______________________________________________________

______________________________________________________
ANOTAÇÕES ______________________________________________________

______________________________________________________
______________________________________________________
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220
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

• Iniciando um novo documento


EDIÇÃO DE TEXTOS, PLANILHAS E APRESENTAÇÕES
(AMBIENTES MICROSOFT OFFICE – WORD, EXCEL E
POWERPOINT - VERSÃO O365).

Microsoft Office

A partir deste botão retornamos para a área de trabalho do


Word, onde podemos digitar nossos textos e aplicar as formatações
desejadas.

• Alinhamentos
Ao digitar um texto, frequentemente temos que alinhá-lo para
atender às necessidades. Na tabela a seguir, verificamos os alinha-
mentos automáticos disponíveis na plataforma do Word.
O Microsoft Office é um conjunto de aplicativos essenciais para
uso pessoal e comercial, ele conta com diversas ferramentas, mas GUIA PÁGINA TECLA DE
em geral são utilizadas e cobradas em provas o Editor de Textos – ALINHAMENTO
INICIAL ATALHO
Word, o Editor de Planilhas – Excel, e o Editor de Apresentações –
PowerPoint. A seguir verificamos sua utilização mais comum: Justificar (arruma a direito
e a esquerda de acordo Ctrl + J
Word com a margem
O Word é um editor de textos amplamente utilizado. Com ele
podemos redigir cartas, comunicações, livros, apostilas, etc. Vamos Alinhamento à direita Ctrl + G
então apresentar suas principais funcionalidades.
Centralizar o texto Ctrl + E
• Área de trabalho do Word
Nesta área podemos digitar nosso texto e formata-lo de acordo Alinhamento à esquerda Ctrl + Q
com a necessidade.
• Formatação de letras (Tipos e Tamanho)
Presente em Fonte, na área de ferramentas no topo da área de
trabalho, é neste menu que podemos formatar os aspectos básicos
de nosso texto. Bem como: tipo de fonte, tamanho (ou pontuação),
se será maiúscula ou minúscula e outros itens nos recursos auto-
máticos.

221
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

GUIA PÁGINA INICIAL FUNÇÃO Excel


O Excel é um editor que permite a criação de tabelas para cál-
Tipo de letra culos automáticos, análise de dados, gráficos, totais automáticos,
dentre outras funcionalidades importantes, que fazem parte do dia
a dia do uso pessoal e empresarial.
Tamanho São exemplos de planilhas:
– Planilha de vendas;
– Planilha de custos.
Aumenta / diminui tamanho
Desta forma ao inserirmos dados, os valores são calculados au-
tomaticamente.
Recursos automáticos de caixa-altas
e baixas • Mas como é uma planilha de cálculo?
– Quando inseridos em alguma célula da planilha, os dados são
Limpa a formatação calculados automaticamente mediante a aplicação de fórmulas es-
pecíficas do aplicativo.
– A unidade central do Excel nada mais é que o cruzamento
• Marcadores entre a linha e a coluna. No exemplo coluna A, linha 2 ( A2 )
Muitas vezes queremos organizar um texto em tópicos da se-
guinte forma:

Podemos então utilizar na página inicial os botões para operar


diferentes tipos de marcadores automáticos:

• Outros Recursos interessantes:


– Podemos também ter o intervalo A1..B3
GUIA ÍCONE FUNÇÃO
- Mudar Forma
- Mudar cor de
Página inicial Fundo
- Mudar cor do
texto

- Inserir Tabelas
Inserir
- Inserir Imagens

– Para inserirmos dados, basta posicionarmos o cursor na cé-


lula, selecionarmos e digitarmos. Assim se dá a iniciação básica de
Verificação e cor- uma planilha.
Revisão
reção ortográfica

Arquivo Salvar

222
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

• Formatação células Nesta tela já podemos aproveitar a área interna para escre-
ver conteúdos, redimensionar, mover as áreas delimitadas ou até
mesmo excluí-las. No exemplo a seguir, perceba que já movemos as
caixas, colocando um título na superior e um texto na caixa inferior,
também alinhamos cada caixa para ajustá-las melhor.

• Fórmulas básicas
Perceba que a formatação dos textos é padronizada. O mesmo
tipo de padrão é encontrado para utilizarmos entre o PowerPoint, o
ADIÇÃO =SOMA(célulaX;célulaY) Word e o Excel, o que faz deles programas bastante parecidos, no que
SUBTRAÇÃO =(célulaX-célulaY) diz respeito à formatação básica de textos. Confira no tópico referente
ao Word, itens de formatação básica de texto como: alinhamentos, ti-
MULTIPLICAÇÃO =(célulaX*célulaY) pos e tamanhos de letras, guias de marcadores e recursos gerais.
DIVISÃO =(célulaX/célulaY) Especificamente sobre o PowerPoint, um recurso amplamente
utilizado a guia Design. Nela podemos escolher temas que mudam
• Fórmulas de comum interesse a aparência básica de nossos slides, melhorando a experiência no
trabalho com o programa.

MÉDIA (em um intervalo de


=MEDIA(célula X:célulaY)
células)
MÁXIMA (em um intervalo
=MAX(célula X:célulaY)
de células)
MÍNIMA (em um intervalo
=MIN(célula X:célulaY)
de células)

PowerPoint
O PowerPoint é um editor que permite a criação de apresenta-
ções personalizadas para os mais diversos fins. Existem uma série
de recursos avançados para a formatação das apresentações, aqui
veremos os princípios para a utilização do aplicativo.

• Área de Trabalho do PowerPoint

223
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

Com o primeiro slide pronto basta duplicá-lo, obtendo vários Office 2013
no mesmo formato. Assim liberamos uma série de miniaturas, pe- A grande novidade do Office 2013 foi o recurso para explorar
las quais podemos navegador, alternando entre áreas de trabalho. a navegação sensível ao toque (TouchScreen), que está disponível
A edição em cada uma delas, é feita da mesma maneira, como já nas versões 32 e 64. Em equipamentos com telas sensíveis ao toque
apresentado anteriormente. (TouchScreen) pode-se explorar este recurso, mas em equipamen-
tos com telas simples funciona normalmente.
O Office 2013 conta com uma grande integração com a nuvem,
desta forma documentos, configurações pessoais e aplicativos po-
dem ser gravados no Skydrive, permitindo acesso através de smart-
fones diversos.

• Atualizações no Word
– O visual foi totalmente aprimorado para permitir usuários
trabalhar com o toque na tela (TouchScreen);
– As imagens podem ser editadas dentro do documento;
– O modo leitura foi aprimorado de modo que textos extensos
agora ficam disponíveis em colunas, em caso de pausa na leitura;
– Pode-se iniciar do mesmo ponto parado anteriormente;
– Podemos visualizar vídeos dentro do documento, bem como
editar PDF(s).

• Atualizações no Excel
– Além de ter uma navegação simplificada, um novo conjunto
de gráficos e tabelas dinâmicas estão disponíveis, dando ao usuário
melhores formas de apresentar dados.
– Também está totalmente integrado à nuvem Microsoft.

• Atualizações no PowerPoint
Percebemos agora que temos uma apresentação com quatro – O visual teve melhorias significativas, o PowerPoint do Offi-
slides padronizados, bastando agora editá-lo com os textos que se ce2013 tem um grande número de templates para uso de criação
fizerem necessários. Além de copiar podemos mover cada slide de de apresentações profissionais;
uma posição para outra utilizando o mouse. – O recurso de uso de múltiplos monitores foi aprimorado;
As Transições são recursos de apresentação bastante utilizados – Um recurso de zoom de slide foi incorporado, permitindo o
no PowerPoint. Servem para criar breves animações automáticas destaque de uma determinada área durante a apresentação;
para passagem entre elementos das apresentações. – No modo apresentador é possível visualizar o próximo slide
antecipadamente;
– Estão disponíveis também o recurso de edição colaborativa
de apresentações.

Office 2016
O Office 2016 foi um sistema concebido para trabalhar junta-
mente com o Windows 10. A grande novidade foi o recurso que
permite que várias pessoas trabalhem simultaneamente em um
mesmo projeto. Além disso, tivemos a integração com outras fer-
ramentas, tais como Skype. O pacote Office 2016 também roda em
smartfones de forma geral.
Tendo passado pelos aspectos básicos da criação de uma apre-
sentação, e tendo a nossa pronta, podemos apresentá-la bastando • Atualizações no Word
clicar no ícone correspondente no canto inferior direito. – No Word 2016 vários usuários podem trabalhar ao mesmo
tempo, a edição colaborativa já está presente em outros produtos,
mas no Word agora é real, de modo que é possível até acompanhar
quando outro usuário está digitando;
– Integração à nuvem da Microsoft, onde se pode acessar os
documentos em tablets e smartfones;
– É possível interagir diretamente com o Bing (mecanismo de
pesquisa da Microsoft, semelhante ao Google), para utilizar a pes-
quisa inteligente;
– É possível escrever equações como o mouse, caneta de to-
que, ou com o dedo em dispositivos touchscreen, facilitando assim
Um último recurso para chamarmos atenção é a possibilidade a digitação de equações.
de acrescentar efeitos sonoros e interativos às apresentações, le-
vando a experiência dos usuários a outro nível.

224
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

• Atualizações no Excel • Atualizações no Excel


– O Excel do Office 2016 manteve as funcionalidades dos ante- – Foram adicionadas novas fórmulas e gráficos. Tendo como
riores, mas agora com uma maior integração com dispositivos mó- destaque o gráfico de mapas que permite criar uma visualização de
veis, além de ter aumentado o número de gráficos e melhorado a algum mapa que deseja construir.
questão do compartilhamento dos arquivos.

• Atualizações no PowerPoint
– O PowerPoint 2016 manteve as funcionalidades dos ante-
riores, agora com uma maior integração com dispositivos moveis,
além de ter aumentado o número de templates melhorado a ques-
tão do compartilhamento dos arquivos;
– O PowerPoint 2016 também permite a inserção de objetos
3D na apresentação.

Office 2019
O OFFICE 2019 manteve a mesma linha da Microsoft, não hou-
ve uma mudança tão significativa. Agora temos mais modelos em
3D, todos os aplicativos estão integrados como dispositivos sensí-
veis ao toque, o que permite que se faça destaque em documentos.

• Atualizações no Word
– Houve o acréscimo de ícones, permitindo assim um melhor
desenvolvimento de documentos;

• Atualizações no PowerPoint
– Foram adicionadas a ferramenta transformar e a ferramenta
de zoom facilitando assim o desenvolvimento de apresentações;
– Inclusão de imagens 3D na apresentação.

– Outro recurso que foi implementado foi o “Ler em voz alta”.


Ao clicar no botão o Word vai ler o texto para você.

225
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

Office 365 – Probabilidade: se refere à chance de uma vulnerabilidade ser


O Office 365 é uma versão que funciona como uma assinatura explorada por uma ameaça.
semelhante ao Netflix e Spotif. Desta forma não se faz necessário – Impacto: diz respeito às consequências esperadas caso o con-
sua instalação, basta ter uma conexão com a internet e utilizar o teúdo protegido seja exposto de forma não autorizada.
Word, Excel e PowerPoint. – Risco: estabelece a relação entre probabilidade e impacto,
Observações importantes: ajudando a determinar onde concentrar investimentos em seguran-
– Ele é o mais atualizado dos OFFICE(s), portanto todas as me- ça da informação.
lhorias citadas constam nele;
– Sua atualização é frequente, pois a própria Microsoft é res- Tipos de ataques
ponsável por isso; Cada tipo de ataque tem um objetivo específico, que são eles3:
– No nosso caso o Word, Excel e PowerPoint estão sempre – Passivo: envolve ouvir as trocas de comunicações ou gravar
atualizados. de forma passiva as atividades do computador. Por si só, o ataque
passivo não é prejudicial, mas a informação coletada durante a ses-
SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO: FUNDAMENTOS, são pode ser extremamente prejudicial quando utilizada (adultera-
CONCEITOS E MECANISMOS DE SEGURANÇA ção, fraude, reprodução, bloqueio).
– Ativos: neste momento, faz-se a utilização dos dados cole-
tados no ataque passivo para, por exemplo, derrubar um sistema,
SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO
infectar o sistema com malwares, realizar novos ataques a partir da
Segurança da informação é o conjunto de ações para proteção
máquina-alvo ou até mesmo destruir o equipamento (Ex.: intercep-
de um grupo de dados, protegendo o valor que ele possui, seja para
tação, monitoramento, análise de pacotes).
um indivíduo específico no âmbito pessoal, seja para uma organi-
zação1. Política de Segurança da Informação
É essencial para a proteção do conjunto de dados de uma cor- Este documento irá auxiliar no gerenciamento da segurança
poração, sendo também fundamentais para as atividades do negó- da organização através de regras de alto nível que representam os
cio. princípios básicos que a entidade resolveu adotar de acordo com
Quando bem aplicada, é capaz de blindar a empresa de ata- a visão estratégica da mesma, assim como normas (no nível táti-
ques digitais, desastres tecnológicos ou falhas humanas. Porém, co) e procedimentos (nível operacional). Seu objetivo será manter
qualquer tipo de falha, por menor que seja, abre brecha para pro- a segurança da informação. Todos os detalhes definidos nelas serão
blemas. para informar sobre o que pode e o que é proibido, incluindo:
A segurança da informação se baseia nos seguintes pilares2: • Política de senhas: define as regras sobre o uso de senhas nos
– Confidencialidade: o conteúdo protegido deve estar disponí- recursos computacionais, como tamanho mínimo e máximo, regra
vel somente a pessoas autorizadas. de formação e periodicidade de troca.
– Disponibilidade: é preciso garantir que os dados estejam • Política de backup: define as regras sobre a realização de có-
acessíveis para uso por tais pessoas quando for necessário, ou seja, pias de segurança, como tipo de mídia utilizada, período de reten-
de modo permanente a elas. ção e frequência de execução.
– Integridade: a informação protegida deve ser íntegra, ou seja, • Política de privacidade: define como são tratadas as infor-
sem sofrer qualquer alteração indevida, não importa por quem e mações pessoais, sejam elas de clientes, usuários ou funcionários.
nem em qual etapa, se no processamento ou no envio. • Política de confidencialidade: define como são tratadas as
– Autenticidade: a ideia aqui é assegurar que a origem e auto- informações institucionais, ou seja, se elas podem ser repassadas
ria do conteúdo seja mesmo a anunciada. a terceiros.
Existem outros termos importantes com os quais um profissio- Mecanismos de segurança
nal da área trabalha no dia a dia. Um mecanismo de segurança da informação é uma ação, técni-
Podemos citar a legalidade, que diz respeito à adequação do ca, método ou ferramenta estabelecida com o objetivo de preservar
conteúdo protegido à legislação vigente; a privacidade, que se re- o conteúdo sigiloso e crítico para uma empresa.
fere ao controle sobre quem acessa as informações; e a auditoria, Ele pode ser aplicado de duas formas:
que permite examinar o histórico de um evento de segurança da – Controle físico: é a tradicional fechadura, tranca, porta e
informação, rastreando as suas etapas e os responsáveis por cada qualquer outro meio que impeça o contato ou acesso direto à infor-
uma delas. mação ou infraestrutura que dá suporte a ela
– Controle lógico: nesse caso, estamos falando de barreiras
Alguns conceitos relacionados à aplicação dos pilares eletrônicas, nos mais variados formatos existentes, desde um anti-
– Vulnerabilidade: pontos fracos existentes no conteúdo pro- vírus, firewall ou filtro anti-spam, o que é de grande valia para evitar
tegido, com potencial de prejudicar alguns dos pilares de segurança
da informação, ainda que sem intenção
– Ameaça: elemento externo que pode se aproveitar da vulne-
rabilidade existente para atacar a informação sensível ao negócio.
1 https://ecoit.com.br/seguranca-da-informacao/ 3 https://www.diegomacedo.com.br/modelos-e-mecanismos-de-segu-
2 https://bit.ly/2E5beRr ranca-da-informacao/

226
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

infecções por e-mail ou ao navegar na internet, passa por métodos de encriptação, que transformam as informações em códigos que
terceiros sem autorização não conseguem decifrar e, há ainda, a certificação e assinatura digital, sobre as quais falamos rapidamente no
exemplo antes apresentado da emissão da nota fiscal eletrônica.
Todos são tipos de mecanismos de segurança, escolhidos por profissional habilitado conforme o plano de segurança da informação da
empresa e de acordo com a natureza do conteúdo sigiloso.

Criptografia
É uma maneira de codificar uma informação para que somente o emissor e receptor da informação possa decifrá-la através de uma
chave que é usada tanto para criptografar e descriptografar a informação4.
Tem duas maneiras de criptografar informações:
• Criptografia simétrica (chave secreta): utiliza-se uma chave secreta, que pode ser um número, uma palavra ou apenas uma sequên-
cia de letras aleatórias, é aplicada ao texto de uma mensagem para alterar o conteúdo de uma determinada maneira. Tanto o emissor
quanto o receptor da mensagem devem saber qual é a chave secreta para poder ler a mensagem.
• Criptografia assimétrica (chave pública):tem duas chaves relacionadas. Uma chave pública é disponibilizada para qualquer pessoa
que queira enviar uma mensagem. Uma segunda chave privada é mantida em segredo, para que somente você saiba.

Qualquer mensagem que foi usada a chave púbica só poderá ser descriptografada pela chave privada.
Se a mensagem foi criptografada com a chave privada, ela só poderá ser descriptografada pela chave pública correspondente.
A criptografia assimétrica é mais lenta o processamento para criptografar e descriptografar o conteúdo da mensagem.

Um exemplo de criptografia assimétrica é a assinatura digital.


• Assinatura Digital: é muito usado com chaves públicas e permitem ao destinatário verificar a autenticidade e a integridade da infor-
mação recebida. Além disso, uma assinatura digital não permite o repúdio, isto é, o emitente não pode alegar que não realizou a ação. A
chave é integrada ao documento, com isso se houver alguma alteração de informação invalida o documento.
• Sistemas biométricos: utilizam características físicas da pessoa como os olhos, retina, dedos, digitais, palma da mão ou voz.

Firewall
Firewall ou “parede de fogo” é uma solução de segurança baseada em hardware ou software (mais comum) que, a partir de um con-
junto de regras ou instruções, analisa o tráfego de rede para determinar quais operações de transmissão ou recepção de dados podem
ser executadas. O firewall se enquadra em uma espécie de barreira de defesa. A sua missão, por assim dizer, consiste basicamente em
bloquear tráfego de dados indesejado e liberar acessos bem-vindos.

Representação de um firewall.5

Formas de segurança e proteção


– Controles de acesso através de senhas para quem acessa, com autenticação, ou seja, é a comprovação de que uma pessoa que está
acessando o sistema é quem ela diz ser6.
– Se for empresa e os dados a serem protegidos são extremamente importantes, pode-se colocar uma identificação biométrica como
os olhos ou digital.
– Evitar colocar senhas com dados conhecidos como data de nascimento ou placa do seu carro.
– As senhas ideais devem conter letras minúsculas e maiúsculas, números e caracteres especiais como @ # $ % & *.
– Instalação de antivírus com atualizações constantes.

4 https://centraldefavoritos.com.br/2016/11/19/conceitos-de-protecao-e-seguranca-da-informacao-parte-2/
5 Fonte: https://helpdigitalti.com.br/o-que-e-firewall-conceito-tipos-e-arquiteturas/#:~:text=Firewall%20%C3%A9%20uma%20solu%C3%A7%-
C3%A3o%20de,de%20dados%20podem%20ser%20executadas.
6 https://centraldefavoritos.com.br/2016/11/19/conceitos-de-protecao-e-seguranca-da-informacao-parte-3/

227
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

– Todos os softwares do computador devem sempre estar atua-


lizados, principalmente os softwares de segurança e sistema opera- SEGURANÇA CIBERNÉTICA: RESOLUÇÃO CMN Nº 4893,
cional. No Windows, a opção recomendada é instalar atualizações DE 26 DE FEVEREIRO DE 2021
automaticamente.
– Dentre as opções disponíveis de configuração qual opção é a RESOLUÇÃO CMN Nº 4.893, DE 26 DE FEVEREIRO DE 2021
recomendada.
– Sempre estar com o firewall ativo. Dispõe sobre a política de segurança cibernética e sobre os re-
– Anti-spam instalados. quisitos para a contratação de serviços de processamento e arma-
– Manter um backup para caso de pane ou ataque. zenamento de dados e de computação em nuvem a serem obser-
– Evite sites duvidosos. vados pelas instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central
– Não abrir e-mails de desconhecidos e principalmente se tiver do Brasil.
anexos (link). O Banco Central do Brasil, na forma do art. 9º da Lei nº 4.595,
de 31 de dezembro de 1964, torna público que o Conselho Monetá-
– Evite ofertas tentadoras por e-mail ou em publicidades.
rio Nacional, em sessão realizada em 25 de fevereiro de 2021, com
– Tenha cuidado quando solicitado dados pessoais. Caso seja base nos arts. 4º, inciso VIII, da referida Lei, 9º da Lei nº 4.728, de
necessário, fornecer somente em sites seguros. 14 de julho de 1965, 7º e 23, alínea “a”, da Lei nº 6.099, de 12 de
– Cuidado com informações em redes sociais. setembro de 1974, 1º, inciso II, da Lei nº 10.194, de 14 de fevereiro
– Instalar um anti-spyware. de 2001, e 1º, § 1º, da Lei Complementar nº 130, de 17 de abril de
– Para se manter bem protegido, além dos procedimentos an- 2009, resolve:
teriores, deve-se ter um antivírus instalado e sempre atualizado.
CAPÍTULO I
NOÇÕES DE VÍRUS, ANTIVÍRUS DO OBJETO E DO ÂMBITO DE APLICAÇÃO

Noções de vírus, worms e pragas virtuais (Malwares) Art. 1º Esta Resolução dispõe sobre a política de segurança ci-
– Malwares (Pragas): São programas mal intencionados, isto é, bernética e sobre os requisitos para a contratação de serviços de
programas maliciosos que servem pra danificar seu sistema e dimi- processamento e armazenamento de dados e de computação em
nuir o desempenho do computador; nuvem a serem observados pelas instituições autorizadas a funcio-
– Vírus: São programas maliciosos que, para serem iniciados, é nar pelo Banco Central do Brasil.
necessária uma ação (por exemplo um click por parte do usuário); Parágrafo único. O disposto nesta Resolução não se aplica às
– Worms: São programas que diminuem o desempenho do instituições de pagamento, que devem observar a regulamentação
sistema, isto é, eles exploram a vulnerabilidade do computador se emanada do Banco Central do Brasil, no exercício de suas atribui-
instalam e se replicam, não precisam de clique do mouse por parte ções legais.
do usuário ou ação automática do sistema.
CAPÍTULO II
Aplicativos para segurança (antivírus, firewall, antispyware DA POLÍTICA DE SEGURANÇA CIBERNÉTICA
etc.)
SEÇÃO I
• Antivírus DA IMPLEMENTAÇÃO DA POLÍTICA DE SEGURANÇA CIBERNÉ-
O antivírus é um software que encontra arquivos e programas TICA
maléficos no computador. Nesse sentido o antivírus exerce um pa-
pel fundamental protegendo o computador. O antivírus evita que Art. 2º As instituições referidas no art. 1º devem implementar
o vírus explore alguma vulnerabilidade do sistema ou até mesmo e manter política de segurança cibernética formulada com base em
de uma ação inesperada em que o usuário aciona um executável princípios e diretrizes que busquem assegurar a confidencialidade,
que contém um vírus. Ele pode executar algumas medidas como a integridade e a disponibilidade dos dados e dos sistemas de infor-
quarentena, remoção definitiva e reparos. mação utilizados.
O antivírus também realiza varreduras procurando arquivos po- § 1º A política mencionada no caput deve ser compatível com:
tencialmente nocivos advindos da Internet ou de e-mails e toma as I - o porte, o perfil de risco e o modelo de negócio da institui-
medidas de segurança. ção;
II - a natureza das operações e a complexidade dos produtos,
serviços, atividades e processos da instituição; e
• Firewall
III - a sensibilidade dos dados e das informações sob responsa-
Firewall, no caso, funciona como um filtro na rede. Ele deter-
bilidade da instituição.
mina o que deve passar em uma rede, seja ela local ou corporativa,
§ 2º Admite-se a adoção de política de segurança cibernética
bloqueando entradas indesejáveis e protegendo assim o compu-
única por:
tador. Pode ter regras simples ou complexas, dependendo da im-
I - conglomerado prudencial; e
plementação, isso pode ser limitado a combinações simples de IP /
II - sistema cooperativo de crédito.
porta ou fazer verificações completas.
§ 3º As instituições que não constituírem política de seguran-
ça cibernética própria em decorrência do disposto no § 2º devem
• Antispyware formalizar a opção por essa faculdade em reunião do conselho de
Spyware é um software espião, que rouba as informações, em administração ou, na sua inexistência, da diretoria da instituição.
contrário, o antispyware protege o computador funcionando como Art. 3º A política de segurança cibernética deve contemplar, no
o antivírus em todos os sentidos, conforme relatado acima. Muitos mínimo:
antivírus inclusive já englobam tais funções em sua especificação. I - os objetivos de segurança cibernética da instituição;

228
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

II - os procedimentos e os controles adotados para reduzir a SEÇÃO II


vulnerabilidade da instituição a incidentes e atender aos demais ob- DA DIVULGAÇÃO DA POLÍTICA DE SEGURANÇA CIBERNÉTICA
jetivos de segurança cibernética;
III - os controles específicos, incluindo os voltados para a ras- Art. 4º A política de segurança cibernética deve ser divulgada
treabilidade da informação, que busquem garantir a segurança das aos funcionários da instituição e às empresas prestadoras de servi-
informações sensíveis; ços a terceiros, mediante linguagem clara, acessível e em nível de
IV - o registro, a análise da causa e do impacto, bem como o detalhamento compatível com as funções desempenhadas e com a
controle dos efeitos de incidentes relevantes para as atividades da sensibilidade das informações.
instituição; Art. 5º As instituições devem divulgar ao público resumo con-
V - as diretrizes para: tendo as linhas gerais da política de segurança cibernética.
a) a elaboração de cenários de incidentes considerados nos tes-
tes de continuidade de negócios; SEÇÃO III
b) a definição de procedimentos e de controles voltados à pre- DO PLANO DE AÇÃO E DE RESPOSTA A INCIDENTES
venção e ao tratamento dos incidentes a serem adotados por em-
presas prestadoras de serviços a terceiros que manuseiem dados ou Art. 6º As instituições referidas no art. 1º devem estabelecer
informações sensíveis ou que sejam relevantes para a condução das plano de ação e de resposta a incidentes visando à implementação
atividades operacionais da instituição; da política de segurança cibernética.
c) a classificação dos dados e das informações quanto à rele- Parágrafo único. O plano mencionado no caput deve abranger,
vância; e no mínimo:
d) a definição dos parâmetros a serem utilizados na avaliação I - as ações a serem desenvolvidas pela instituição para ade-
da relevância dos incidentes; quar suas estruturas organizacional e operacional aos princípios e
VI - os mecanismos para disseminação da cultura de segurança às diretrizes da política de segurança cibernética;
cibernética na instituição, incluindo: II - as rotinas, os procedimentos, os controles e as tecnologias a
a) a implementação de programas de capacitação e de avalia- serem utilizados na prevenção e na resposta a incidentes, em con-
ção periódica de pessoal; formidade com as diretrizes da política de segurança cibernética; e
b) a prestação de informações a clientes e usuários sobre pre- III - a área responsável pelo registro e controle dos efeitos de
cauções na utilização de produtos e serviços financeiros; e incidentes relevantes.
c) o comprometimento da alta administração com a melhoria Art. 7º As instituições referidas no art. 1º devem designar dire-
contínua dos procedimentos relacionados com a segurança ciber- tor responsável pela política de segurança cibernética e pela execu-
nética; e ção do plano de ação e de resposta a incidentes.
VII - as iniciativas para compartilhamento de informações sobre Parágrafo único. O diretor mencionado no caput pode desem-
os incidentes relevantes, mencionados no inciso IV, com as demais penhar outras funções na instituição, desde que não haja conflito
instituições referidas no art. 1º. de interesses.
§ 1º Na definição dos objetivos de segurança cibernética re- Art. 8º As instituições referidas no art. 1º devem elaborar rela-
feridos no inciso I do caput, deve ser contemplada a capacidade tório anual sobre a implementação do plano de ação e de resposta
da instituição para prevenir, detectar e reduzir a vulnerabilidade a a incidentes, mencionado no art. 6º, com data-base de 31 de de-
incidentes relacionados com o ambiente cibernético. zembro.
§ 2º Os procedimentos e os controles de que trata o inciso II do § 1º O relatório de que trata o caput deve abordar, no mínimo:
caput devem abranger, no mínimo, a autenticação, a criptografia, a I - a efetividade da implementação das ações descritas no art.
prevenção e a detecção de intrusão, a prevenção de vazamento de 6º, parágrafo único, inciso I;
informações, a realização periódica de testes e varreduras para de- II - o resumo dos resultados obtidos na implementação das ro-
tecção de vulnerabilidades, a proteção contra softwares maliciosos, tinas, dos procedimentos, dos controles e das tecnologias a serem
o estabelecimento de mecanismos de rastreabilidade, os controles utilizados na prevenção e na resposta a incidentes descritos no art.
de acesso e de segmentação da rede de computadores e a manu- 6º, parágrafo único, inciso II;
tenção de cópias de segurança dos dados e das informações. III - os incidentes relevantes relacionados com o ambiente ci-
§ 3º Os procedimentos e os controles citados no inciso II do bernético ocorridos no período; e
caput devem ser aplicados, inclusive, no desenvolvimento de siste- IV - os resultados dos testes de continuidade de negócios, con-
mas de informação seguros e na adoção de novas tecnologias em- siderando cenários de indisponibilidade ocasionada por incidentes.
pregadas nas atividades da instituição. § 2º O relatório mencionado no caput deve ser:
§ 4º O registro, a análise da causa e do impacto, bem como o I - submetido ao comitê de risco, quando existente; e
controle dos efeitos de incidentes, citados no inciso IV do caput, II - apresentado ao conselho de administração ou, na sua ine-
devem abranger inclusive informações recebidas de empresas pres- xistência, à diretoria da instituição até 31 de março do ano seguinte
tadoras de serviços a terceiros. ao da data-base.
§ 5º As diretrizes de que trata o inciso V, alínea “b”, do caput, Art. 9º A política de segurança cibernética referida no art. 2º e
devem contemplar procedimentos e controles em níveis de com- o plano de ação e de resposta a incidentes mencionado no art. 6º
plexidade, abrangência e precisão compatíveis com os utilizados devem ser aprovados pelo conselho de administração ou, na sua
pela própria instituição. inexistência, pela diretoria da instituição.
Art. 10. A política de segurança cibernética e o plano de ação e
de resposta a incidentes devem ser documentados e revisados, no
mínimo, anualmente.

229
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

CAPÍTULO III I - processamento de dados, armazenamento de dados, infra-


DA CONTRATAÇÃO DE SERVIÇOS DE PROCESSAMENTO E AR- estrutura de redes e outros recursos computacionais que permitam
MAZENAMENTO DE DADOS E DE COMPUTAÇÃO EM NUVEM à instituição contratante implantar ou executar softwares, que po-
dem incluir sistemas operacionais e aplicativos desenvolvidos pela
Art. 11. As instituições referidas no art. 1º devem assegurar instituição ou por ela adquiridos;
que suas políticas, estratégias e estruturas para gerenciamento de II - implantação ou execução de aplicativos desenvolvidos pela
riscos previstas na regulamentação em vigor, especificamente no instituição contratante, ou por ela adquiridos, utilizando recursos
tocante aos critérios de decisão quanto à terceirização de serviços, computacionais do prestador de serviços; ou
contemplem a contratação de serviços relevantes de processamen- III - execução, por meio da internet, de aplicativos implantados
to e armazenamento de dados e de computação em nuvem, no País ou desenvolvidos pelo prestador de serviço, com a utilização de re-
ou no exterior. cursos computacionais do próprio prestador de serviços.
Art. 12. As instituições mencionadas no art. 1º, previamente à Art. 14. A instituição contratante dos serviços mencionados no
contratação de serviços relevantes de processamento e armazena- art. 12 é responsável pela confiabilidade, pela integridade, pela dis-
mento de dados e de computação em nuvem, devem adotar proce- ponibilidade, pela segurança e pelo sigilo em relação aos serviços
dimentos que contemplem: contratados, bem como pelo cumprimento da legislação e da regu-
I - a adoção de práticas de governança corporativa e de gestão lamentação em vigor.
proporcionais à relevância do serviço a ser contratado e aos riscos a Art. 15. A contratação de serviços relevantes de processamen-
que estejam expostas; e to, armazenamento de dados e de computação em nuvem deve ser
II - a verificação da capacidade do potencial prestador de ser- comunicada pelas instituições referidas no art. 1º ao Banco Central
viço de assegurar: do Brasil.
a) o cumprimento da legislação e da regulamentação em vigor; § 1º A comunicação mencionada no caput deve conter as se-
b) o acesso da instituição aos dados e às informações a serem guintes informações:
processados ou armazenados pelo prestador de serviço; I - a denominação da empresa contratada;
c) a confidencialidade, a integridade, a disponibilidade e a recu- II - os serviços relevantes contratados; e
peração dos dados e das informações processados ou armazenados III - a indicação dos países e das regiões em cada país onde os
pelo prestador de serviço; serviços poderão ser prestados e os dados poderão ser armazena-
d) a sua aderência a certificações exigidas pela instituição para dos, processados e gerenciados, definida nos termos do inciso III do
a prestação do serviço a ser contratado; art. 16, no caso de contratação no exterior.
e) o acesso da instituição contratante aos relatórios elaborados § 2º A comunicação de que trata o caput deve ser realizada até
por empresa de auditoria especializada independente contratada dez dias após a contratação dos serviços.
pelo prestador de serviço, relativos aos procedimentos e aos con- § 3º As alterações contratuais que impliquem modificação das
troles utilizados na prestação dos serviços a serem contratados; informações de que trata o § 1º devem ser comunicadas ao Banco
f) o provimento de informações e de recursos de gestão ade- Central do Brasil até dez dias após a alteração contratual.
quados ao monitoramento dos serviços a serem prestados; Art. 16. A contratação de serviços relevantes de processamen-
g) a identificação e a segregação dos dados dos clientes da ins- to, armazenamento de dados e de computação em nuvem presta-
tituição por meio de controles físicos ou lógicos; e dos no exterior deve observar os seguintes requisitos:
h) a qualidade dos controles de acesso voltados à proteção dos I - a existência de convênio para troca de informações entre o
dados e das informações dos clientes da instituição. Banco Central do Brasil e as autoridades supervisoras dos países
§ 1º Na avaliação da relevância do serviço a ser contratado, onde os serviços poderão ser prestados;
mencionada no inciso I do caput, a instituição contratante deve II - a instituição contratante deve assegurar que a prestação dos
considerar a criticidade do serviço e a sensibilidade dos dados e serviços referidos no caput não cause prejuízos ao seu regular fun-
das informações a serem processados, armazenados e gerenciados cionamento nem embaraço à atuação do Banco Central do Brasil;
pelo contratado, levando em conta, inclusive, a classificação realiza- III - a instituição contratante deve definir, previamente à con-
da nos termos do art. 3º, inciso V, alínea “c”. tratação, os países e as regiões em cada país onde os serviços po-
§ 2º Os procedimentos de que trata o caput, inclusive as infor- derão ser prestados e os dados poderão ser armazenados, proces-
mações relativas à verificação mencionada no inciso II, devem ser sados e gerenciados; e
documentados. IV - a instituição contratante deve prever alternativas para a
§ 3º No caso da execução de aplicativos por meio da internet, continuidade dos negócios, no caso de impossibilidade de manu-
referidos no inciso III do art. 13, a instituição deve assegurar que o tenção ou extinção do contrato de prestação de serviços.
potencial prestador dos serviços adote controles que mitiguem os § 1º No caso de inexistência de convênio nos termos do inciso
efeitos de eventuais vulnerabilidades na liberação de novas versões I do caput, a instituição contratante deverá solicitar autorização do
do aplicativo. Banco Central do Brasil para:
§ 4º A instituição deve possuir recursos e competências neces- I - a contratação do serviço, no prazo mínimo de sessenta dias
sários para a adequada gestão dos serviços a serem contratados, antes da contratação, observado o disposto no art. 15, § 1º, desta
inclusive para análise de informações e uso de recursos providos Resolução; e
nos termos da alínea “f” do inciso II do caput. II - as alterações contratuais que impliquem modificação das in-
Art. 13. Para os fins do disposto nesta Resolução, os serviços formações de que trata o art. 15, § 1º, observando o prazo mínimo
de computação em nuvem abrangem a disponibilidade à instituição de sessenta dias antes da alteração contratual.
contratante, sob demanda e de maneira virtual, de ao menos um § 2º Para atendimento aos incisos II e III do caput, as instituições
dos seguintes serviços: deverão assegurar que a legislação e a regulamentação nos países
e nas regiões em cada país onde os serviços poderão ser prestados
não restringem nem impedem o acesso das instituições contratan-
tes e do Banco Central do Brasil aos dados e às informações.

230
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

§ 3º A comprovação do atendimento aos requisitos de que tra- Art. 18. O disposto nos arts. 11 a 17 não se aplica à contratação
tam os incisos I a IV do caput e o cumprimento da exigência de que de sistemas operados por câmaras, por prestadores de serviços de
trata o § 2º devem ser documentados. compensação e de liquidação ou por entidades que exerçam ativi-
Art. 17. Os contratos para prestação de serviços relevantes de dades de registro ou de depósito centralizado.
processamento, armazenamento de dados e computação em nu-
vem devem prever: CAPÍTULO IV
I - a indicação dos países e da região em cada país onde os ser- DISPOSIÇÕES GERAIS
viços poderão ser prestados e os dados poderão ser armazenados,
processados e gerenciados; Art. 19. As instituições referidas no art. 1º devem assegurar que
II - a adoção de medidas de segurança para a transmissão e suas políticas para gerenciamento de riscos previstas na regulamen-
armazenamento dos dados citados no inciso I do caput; tação em vigor disponham, no tocante à continuidade de negócios,
III - a manutenção, enquanto o contrato estiver vigente, da se- sobre:
gregação dos dados e dos controles de acesso para proteção das I - o tratamento dos incidentes relevantes relacionados com o
informações dos clientes; ambiente cibernético de que trata o art. 3º, inciso IV;
IV - a obrigatoriedade, em caso de extinção do contrato, de: II - os procedimentos a serem seguidos no caso da interrupção
a) transferência dos dados citados no inciso I do caput ao novo de serviços relevantes de processamento e armazenamento de da-
prestador de serviços ou à instituição contratante; e dos e de computação em nuvem contratados, abrangendo cenários
b) exclusão dos dados citados no inciso I do caput pela empresa que considerem a substituição da empresa contratada e o reestabe-
contratada substituída, após a transferência dos dados prevista na lecimento da operação normal da instituição; e
alínea “a” e a confirmação da integridade e da disponibilidade dos III - os cenários de incidentes considerados nos testes de conti-
dados recebidos; nuidade de negócios de que trata o art. 3º, inciso V, alínea “a”.
V - o acesso da instituição contratante a: Art. 20. Os procedimentos adotados pelas instituições para ge-
a) informações fornecidas pela empresa contratada, visando a renciamento de riscos previstos na regulamentação em vigor de-
verificar o cumprimento do disposto nos incisos I a III do caput; vem contemplar, no tocante à continuidade de negócios:
b) informações relativas às certificações e aos relatórios de au- I - o tratamento previsto para mitigar os efeitos dos incidentes
ditoria especializada, citados no art. 12, inciso II, alíneas “d” e “e”; e relevantes de que trata o inciso IV do art. 3º e da interrupção dos
c) informações e recursos de gestão adequados ao monitora- serviços relevantes de processamento, armazenamento de dados e
mento dos serviços a serem prestados, citados no art. 12, inciso II, de computação em nuvem contratados;
alínea “f”; II - o prazo estipulado para reinício ou normalização das suas
VI - a obrigação de a empresa contratada notificar a instituição atividades ou dos serviços relevantes interrompidos, citados no in-
contratante sobre a subcontratação de serviços relevantes para a ciso I do caput; e
instituição; III - a comunicação tempestiva ao Banco Central do Brasil das
VII - a permissão de acesso do Banco Central do Brasil aos con- ocorrências de incidentes relevantes e das interrupções dos ser-
tratos e aos acordos firmados para a prestação de serviços, à docu- viços relevantes citados no inciso I do caput que configurem uma
mentação e às informações referentes aos serviços prestados, aos situação de crise pela instituição financeira, bem como das provi-
dados armazenados e às informações sobre seus processamentos, dências para o reinício das suas atividades.
às cópias de segurança dos dados e das informações, bem como aos Parágrafo único. As instituições devem estabelecer e documen-
códigos de acesso aos dados e às informações; tar os critérios que configurem uma situação de crise de que trata
VIII - a adoção de medidas pela instituição contratante, em de- o inciso III do caput.
corrência de determinação do Banco Central do Brasil; e Art. 21. As instituições de que trata o art. 1º devem instituir
IX - a obrigação de a empresa contratada manter a instituição mecanismos de acompanhamento e de controle com vistas a as-
contratante permanentemente informada sobre eventuais limita- segurar a implementação e a efetividade da política de segurança
ções que possam afetar a prestação dos serviços ou o cumprimento cibernética, do plano de ação e de resposta a incidentes e dos re-
da legislação e da regulamentação em vigor. quisitos para contratação de serviços de processamento e armaze-
Parágrafo único. Os contratos mencionados no caput devem namento de dados e de computação em nuvem, incluindo:
prever, para o caso da decretação de regime de resolução da insti- I - a definição de processos, testes e trilhas de auditoria;
tuição contratante pelo Banco Central do Brasil: II - a definição de métricas e indicadores adequados; e
I - a obrigação de a empresa contratada conceder pleno e ir- III - a identificação e a correção de eventuais deficiências.
restrito acesso do responsável pelo regime de resolução aos con- § 1º As notificações recebidas sobre a subcontratação de servi-
tratos, aos acordos, à documentação e às informações referentes ços relevantes descritas no art. 17, inciso VI, devem ser considera-
aos serviços prestados, aos dados armazenados e às informações das na definição dos mecanismos de que trata o caput.
sobre seus processamentos, às cópias de segurança dos dados e das § 2º Os mecanismos de que trata o caput devem ser subme-
informações, bem como aos códigos de acesso citados no inciso VII tidos a testes periódicos pela auditoria interna, quando aplicável,
do caput que estejam em poder da empresa contratada; e compatíveis com os controles internos da instituição.
II - a obrigação de notificação prévia do responsável pelo re- Art. 22. Sem prejuízo do dever de sigilo e da livre concorrência,
gime de resolução sobre a intenção de a empresa contratada in- as instituições mencionadas no art. 1º devem desenvolver iniciati-
terromper a prestação de serviços, com pelo menos trinta dias de vas para o compartilhamento de informações sobre os incidentes
antecedência da data prevista para a interrupção, observado que: relevantes de que trata o art. 3º, inciso IV.
a) a empresa contratada obriga-se a aceitar eventual pedido § 1º O compartilhamento de que trata o caput deve abranger
de prazo adicional de trinta dias para a interrupção do serviço, feito informações sobre incidentes relevantes recebidas de empresas
pelo responsável pelo regime de resolução; e prestadoras de serviços a terceiros.
b) a notificação prévia deverá ocorrer também na situação em § 2º As informações compartilhadas devem estar disponíveis
que a interrupção for motivada por inadimplência da contratante. ao Banco Central do Brasil.

231
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

CAPÍTULO V
DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 23. Devem ficar à disposição do Banco Central do Brasil pelo prazo de cinco anos:
I - o documento relativo à política de segurança cibernética, de que trata o art. 2º;
II - a ata de reunião do conselho de administração ou, na sua inexistência, da diretoria da instituição, no caso de ser formalizada a
opção de que trata o art. 2º, § 2º;
III - o documento relativo ao plano de ação e de resposta a incidentes, de que trata o art. 6º;
IV - o relatório anual, de que trata o art. 8º;
V - a documentação sobre os procedimentos de que trata o art. 12, § 2º;
VI - a documentação de que trata o art. 16, § 3º, no caso de serviços prestados no exterior;
VII - os contratos de que trata o art. 17, contado o prazo referido no caput a partir da extinção do contrato;
VIII - os dados, os registros e as informações relativas aos mecanismos de acompanhamento e de controle de que trata o art. 21, con-
tado o prazo referido no caput a partir da implementação dos citados mecanismos; e
IX - a documentação com os critérios que configurem uma situação de crise de que trata o art. 20, Parágrafo único.
Art. 24. O Banco Central do Brasil poderá adotar as medidas necessárias para cumprimento do disposto nesta Resolução, bem como
estabelecer:
I - os requisitos e os procedimentos para o compartilhamento de informações, nos termos do art. 22;
II - a exigência de certificações e outros requisitos técnicos a serem requeridos das empresas contratadas, pela instituição financeira
contratante, na prestação dos serviços de que trata o art. 12;
III - os prazos máximos de que trata o art. 20, inciso II para reinício ou normalização das atividades ou dos serviços relevantes inter-
rompidos; e
IV - os requisitos técnicos e procedimentos operacionais a serem observados pelas instituições para o cumprimento desta Resolução.
Art. 25. As instituições referidas no art. 1º que, em 26 de abril de 2018, já tinham contratado a prestação de serviços relevantes de
processamento, armazenamento de dados e de computação em nuvem devem adequar o contrato para a prestação de tais serviços:
I - ao cumprimento do disposto no art. 16, incisos I, II, IV e § 2º, no caso de serviços prestados no exterior; e
II - ao disposto nos arts. 15, § 1º, e 17.
Parágrafo único. O prazo previsto para adequação ao disposto no caput não pode ultrapassar 31 de dezembro 2021.
Art. 26. O Banco Central do Brasil poderá vetar ou impor restrições para a contratação de serviços de processamento e armazenamen-
to de dados e de computação em nuvem quando constatar, a qualquer tempo, a inobservância do disposto nesta Resolução, bem como a
limitação à atuação do Banco Central do Brasil, estabelecendo prazo para a adequação dos referidos serviços.
Art. 27. Ficam revogadas:
I - a Resolução nº 4.658, de 26 de abril de 2018; e
II - a Resolução nº 4.752, de 26 de setembro de 2019.
Art. 28. Esta Resolução entra em vigor em 1º de julho de 2021.

CONCEITOS DE ORGANIZAÇÃO E DE GERENCIAMENTO DE INFORMAÇÕES, ARQUIVOS, PASTAS E PROGRAMAS

Pasta
São estruturas que dividem o disco em várias partes de tamanhos variados as quais podem pode armazenar arquivos e outras pastas
(subpastas)7.

Arquivo
É a representação de dados/informações no computador os quais ficam dentro das pastas e possuem uma extensão que identifica o
tipo de dado que ele representa.

7 https://docente.ifrn.edu.br/elieziosoares/disciplinas/informatica/aula-05-manipulacao-de-arquivos-e-pastas

232
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

Extensões de arquivos

Existem vários tipos de arquivos como arquivos de textos, arquivos de som, imagem, planilhas, etc. Alguns arquivos são universais
podendo ser aberto em qualquer sistema. Mas temos outros que dependem de um programa específico como os arquivos do Corel Draw
que necessita o programa para visualizar. Nós identificamos um arquivo através de sua extensão. A extensão são aquelas letras que ficam
no final do nome do arquivo.
Exemplos:
.txt: arquivo de texto sem formatação.
.html: texto da internet.
.rtf: arquivo do WordPad.
.doc e .docx: arquivo do editor de texto Word com formatação.

É possível alterar vários tipos de arquivos, como um documento do Word (.docx) para o PDF (.pdf) como para o editor de texto do
LibreOffice (.odt). Mas atenção, tem algumas extensões que não são possíveis e caso você tente poderá deixar o arquivo inutilizável.

Nomenclatura dos arquivos e pastas


Os arquivos e pastas devem ter um nome o qual é dado no momento da criação. Os nomes podem conter até 255 caracteres (letras,
números, espaço em branco, símbolos), com exceção de / \ | > < * : “ que são reservados pelo sistema operacional.

233
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

Bibliotecas
Criadas para facilitar o gerenciamento de arquivos e pastas, são um local virtual que agregam conteúdo de múltiplos locais em um só.
Estão divididas inicialmente em 4 categorias:
– Documentos;
– Imagens;
– Músicas;
– Vídeos.

Windows Explorer
O Windows Explorer é um gerenciador de informações, arquivos, pastas e programas do sistema operacional Windows da Microsoft8.
Todo e qualquer arquivo que esteja gravado no seu computador e toda pasta que exista nele pode ser vista pelo Windows Explorer.
Possui uma interface fácil e intuitiva.
Na versão em português ele é chamado de Gerenciador de arquivo ou Explorador de arquivos.
O seu arquivo é chamado de Explorer.exe
Normalmente você o encontra na barra de tarefas ou no botão Iniciar > Programas > Acessórios.

Na parte de cima do Windows Explorer você terá acesso a muitas funções de gerenciamento como criar pastas, excluir, renomear, ex-
cluir históricos, ter acesso ao prompt de comando entre outras funcionalidades que aparecem sempre que você selecionar algum arquivo.
A coluna do lado esquerdo te dá acesso direto para tudo que você quer encontrar no computador. As pastas mais utilizadas são as de
Download, documentos e imagens.

Operações básicas com arquivos do Windows Explorer


• Criar pasta: clicar no local que quer criar a pasta e clicar com o botão direito do mouse e ir em novo > criar pasta e nomear ela. Você
pode criar uma pasta dentro de outra pasta para organizar melhor seus arquivos. Caso você queira salvar dentro de uma mesma pasta um
arquivo com o mesmo nome, só será possível se tiver extensão diferente. Ex.: maravilha.png e maravilha.doc
Independente de uma pasta estar vazia ou não, ela permanecerá no sistema mesmo que o computador seja reiniciado
• Copiar: selecione o arquivo com o mouse e clique Ctrl + C e vá para a pasta que quer colar a cópia e clique Ctrl +V. Pode também
clicar com o botão direito do mouse selecionar copiar e ir para o local que quer copiar e clicar novamente como o botão direito do mouse
e selecionar colar.
• Excluir: pode selecionar o arquivo e apertar a tecla delete ou clicar no botão direito do mouse e selecionar excluir
• Organizar: você pode organizar do jeito que quiser como, por exemplo, ícones grandes, ícones pequenos, listas, conteúdos, lista com
detalhes. Estas funções estão na barra de cima em exibir ou na mesma barra do lado direito.
• Movimentar: você pode movimentar arquivos e pastas clicando Ctrl + X no arquivo ou pasta e ir para onde você quer colar o arquivo
e Clicar Ctrl + V ou clicar com o botão direito do mouse e selecionar recortar e ir para o local de destino e clicar novamente no botão direito
do mouse e selecionar colar.

8 https://centraldefavoritos.com.br/2019/06/05/conceitos-de-organizacao-e-de-gerenciamento-de-informacoes-arquivos-pastas-e-programas/

234
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

Localizando Arquivos e Pastas


No Windows Explorer tem duas:
Tem uma barra de pesquisa acima na qual você digita o arquivo ou pasta que procura ou na mesma barra tem uma opção de Pesquisar.
Clicando nesta opção terão mais opções para você refinar a sua busca.

Arquivos ocultos
São arquivos que normalmente são relacionados ao sistema. Eles ficam ocultos (invisíveis) por que se o usuário fizer alguma alteração,
poderá danificar o Sistema Operacional.
Apesar de estarem ocultos e não serem exibido pelo Windows Explorer na sua configuração padrão, eles ocupam espaço no disco.

REDES DE COMPUTADORES: CONCEITOS BÁSICOS, FERRAMENTAS, APLICATIVOS E PROCEDIMENTOS DE INTERNET


E INTRANET. NAVEGADOR WEB (MICROSOFT EDGE VERSÃO 91 E MOZILLA FIREFOX VERSÃO 78 ESR), BUSCA E
PESQUISA NA WEB

Tipos de rede de computadores


• LAN: Rele Local, abrange somente um perímetro definido. Exemplos: casa, escritório, etc.

235
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

• MAN: Rede Metropolitana, abrange uma cidade, por exem-


plo. • Sites
Uma coleção de páginas associadas a um endereço www. é
chamada web site. Através de navegadores, conseguimos acessar
web sites para operações diversas.

• Links
O link nada mais é que uma referência a um documento, onde
o usuário pode clicar. No caso da internet, o Link geralmente aponta
para uma determinada página, pode apontar para um documento
qualquer para se fazer o download ou simplesmente abrir.

Dentro deste contexto vamos relatar funcionalidades de alguns


dos principais navegadores de internet: Microsoft Internet Explorer,
Mozilla Firefox e Google Chrome.

Internet Explorer 11

• WAN: É uma rede com grande abrangência física, maior que


a MAN, Estado, País; podemos citar até a INTERNET para entender-
mos o conceito.

• Identificar o ambiente

O Internet Explorer é um navegador desenvolvido pela Micro-


soft, no qual podemos acessar sites variados. É um navegador sim-
plificado com muitos recursos novos.
Dentro deste ambiente temos:
Navegação e navegadores da Internet – Funções de controle de privacidade: Trata-se de funções que
protegem e controlam seus dados pessoais coletados por sites;
• Internet – Barra de pesquisas: Esta barra permite que digitemos um en-
É conhecida como a rede das redes. A internet é uma coleção dereço do site desejado. Na figura temos como exemplo: https://
global de computadores, celulares e outros dispositivos que se co- www.gov.br/pt-br/
municam. – Guias de navegação: São guias separadas por sites aberto. No
exemplo temos duas guias sendo que a do site https://www.gov.br/
• Procedimentos de Internet e intranet pt-br/ está aberta.
Através desta conexão, usuários podem ter acesso a diversas – Favoritos: São pastas onde guardamos nossos sites favoritos
informações, para trabalho, laser, bem como para trocar mensa- – Ferramentas: Permitem realizar diversas funções tais como:
gens, compartilhar dados, programas, baixar documentos (down- imprimir, acessar o histórico de navegação, configurações, dentre
load), etc. outras.

Desta forma o Internet Explorer 11, torna a navegação da inter-


net muito mais agradável, com textos, elementos gráficos e vídeos
que possibilitam ricas experiências para os usuários.

236
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

• Características e componentes da janela principal do Internet Explorer

À primeira vista notamos uma grande área disponível para visualização, além de percebemos que a barra de ferramentas fica automa-
ticamente desativada, possibilitando uma maior área de exibição.

Vamos destacar alguns pontos segundo as indicações da figura:


1. Voltar/Avançar página
Como o próprio nome diz, clicando neste botão voltamos página visitada anteriormente;

2. Barra de Endereços
Esta é a área principal, onde digitamos o endereço da página procurada;

3. Ícones para manipulação do endereço da URL


Estes ícones são pesquisar, atualizar ou fechar, dependendo da situação pode aparecer fechar ou atualizar.

4. Abas de Conteúdo
São mostradas as abas das páginas carregadas.

5. Página Inicial, favoritos, ferramentas, comentários

6. Adicionar à barra de favoritos

Mozila Firefox

Vamos falar agora do funcionamento geral do Firefox, objeto de nosso estudo:

237
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

Vejamos de acordo com os símbolos da imagem: A barra de endereços é o local em que se digita o link da página
visitada. Uma outra função desta barra é a de busca, sendo que ao
digitar palavras-chave na barra, o mecanismo de busca do Google é
1 Botão Voltar uma página acionado e exibe os resultados.

2 Botão avançar uma página

3 Botão atualizar a página

4 Voltar para a página inicial do Firefox

5 Barra de Endereços

6 Ver históricos e favoritos

Mostra um painel sobre os favoritos (Barra,


7
Menu e outros)
Vejamos de acordo com os símbolos da imagem:
Sincronização com a conta FireFox (Vamos
8
detalhar adiante)
1 Botão Voltar uma página
Mostra menu de contexto com várias op-
9
ções
2 Botão avançar uma página
– Sincronização Firefox: Ato de guardar seus dados pessoais na
internet, ficando assim disponíveis em qualquer lugar. Seus dados 3 Botão atualizar a página
como: Favoritos, históricos, Endereços, senhas armazenadas, etc.,
sempre estarão disponíveis em qualquer lugar, basta estar logado 4 Barra de Endereço.
com o seu e-mail de cadastro. E lembre-se: ao utilizar um computa-
dor público sempre desative a sincronização para manter seus da- 5 Adicionar Favoritos
dos seguros após o uso.
6 Usuário Atual
Google Chrome
Exibe um menu de contexto que iremos relatar
7
seguir.

O que vimos até aqui, são opções que já estamos acostuma-


dos ao navegar na Internet, mesmo estando no Ubuntu, percebe-
mos que o Chrome é o mesmo navegador, apenas está instalado
em outro sistema operacional. Como o Chrome é o mais comum
atualmente, a seguir conferimos um pouco mais sobre suas funcio-
nalidades.
O Chrome é o navegador mais popular atualmente e disponi-
biliza inúmeras funções que, por serem ótimas, foram implementa- • Favoritos
das por concorrentes. No Chrome é possível adicionar sites aos favoritos. Para adi-
Vejamos: cionar uma página aos favoritos, clique na estrela que fica à direita
da barra de endereços, digite um nome ou mantenha o sugerido, e
• Sobre as abas pronto.
No Chrome temos o conceito de abas que são conhecidas tam- Por padrão, o Chrome salva seus sites favoritos na Barra de Fa-
bém como guias. No exemplo abaixo temos uma aba aberta, se qui- voritos, mas você pode criar pastas para organizar melhor sua lista.
sermos abrir outra para digitar ou localizar outro site, temos o sinal Para removê-lo, basta clicar em excluir.
(+).

238
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

• Histórico • Sincronização
O Histórico no Chrome funciona de maneira semelhante ao Uma nota importante sobre este tema: A sincronização é im-
Firefox. Ele armazena os endereços dos sites visitados e, para aces- portante para manter atualizadas nossas operações, desta forma,
sá-lo, podemos clicar em Histórico no menu, ou utilizar atalho do se por algum motivo trocarmos de computador, nossos dados esta-
teclado Ctrl + H. Neste caso o histórico irá abrir em uma nova aba, rão disponíveis na sua conta Google.
onde podemos pesquisá-lo por parte do nome do site ou mesmo Por exemplo:
dia a dia se preferir. – Favoritos, histórico, senhas e outras configurações estarão
disponíveis.
– Informações do seu perfil são salvas na sua Conta do Google.

No canto superior direito, onde está a imagem com a foto do


usuário, podemos clicar no 1º item abaixo para ativar e desativar.

Safari
• Pesquisar palavras
Muitas vezes ao acessar um determinado site, estamos em
busca de uma palavra ou frase específica. Neste caso, utilizamos
o atalho do teclado Ctrl + F para abrir uma caixa de texto na qual
podemos digitar parte do que procuramos, e será localizado.

• Salvando Textos e Imagens da Internet


Vamos navegar até a imagem desejada e clicar com o botão
direito do mouse, em seguida salvá-la em uma pasta.

• Downloads
Fazer um download é quando se copia um arquivo de algum
site direto para o seu computador (texto, músicas, filmes etc.). Nes- O Safari é o navegador da Apple, e disponibiliza inúmeras fun-
te caso, o Chrome possui um item no menu, onde podemos ver o ções implementadas.
progresso e os downloads concluídos. Vejamos:

• Guias

239
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

– Para abrirmos outras guias podemos simplesmente teclar Por padrão, o Safari salva seus sites na lista de leitura, mas você
CTRL + T ou pode criar pastas para organizar melhor seus favoritos. Para remo-
vê-lo, basta clicar em excluir.

Vejamos os comandos principais de acordo com os símbolos


da imagem:

1 Botão Voltar uma página

2 Botão avançar uma página

3 Botão atualizar a página

4 Barra de Endereço.

5 Adicionar Favoritos

6 Ajustes Gerais

7 Menus para a página atual. • Histórico e Favoritos

8 Lista de Leitura

Perceba que o Safari, como os outros, oferece ferramentas bas-


tante comuns.
Vejamos algumas de suas funcionalidades:

• Lista de Leitura e Favoritos


No Safari é possível adicionar sites à lista de leitura para pos-
terior consulta, ou aos favoritos, caso deseje salvar seus endere-
ços. Para adicionar uma página, clique no “+” a que fica à esquerda
da barra de endereços, digite um nome ou mantenha o sugerido e
pronto.

• Pesquisar palavras
Muitas vezes, ao acessar um determinado site, estamos em
busca de uma palavra ou frase específica. Neste caso utilizamos o
atalho do teclado Ctrl + F, para abrir uma caixa de texto na qual po-
demos digitar parte do que procuramos, e será localizado.

• Salvando Textos e Imagens da Internet


Vamos navegar até a imagem desejada e clicar com o botão
direito do mouse, em seguida salvá-la em uma pasta.

240
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

• Downloads Ao escrever mensagens, temos os seguintes campos:


Fazer um download é quando se copia um arquivo de um al- – Para: é o campo onde será inserido o endereço do destinatá-
gum site direto para o seu computador (texto, músicas, filmes etc.). rio do e-mail;
Neste caso, o Safari possui um item no menu onde podemos ver o – CC: este campo é usado para mandar cópias da mesma men-
progresso e os downloads concluídos. sagem. Ao usar esse campo os endereços aparecerão para todos os
destinatários envolvidos;
– CCO: sua funcionalidade é semelhante ao campo anterior, no
entanto os endereços só aparecerão para os respectivos donos da
mensagem;
– Assunto: campo destinado ao assunto da mensagem;
– Anexos: são dados que são anexados à mensagem (imagens,
programas, música, textos e outros);
– Corpo da Mensagem: espaço onde será escrita a mensagem.

• Uso do correio eletrônico


– Inicialmente o usuário deverá ter uma conta de e-mail;
– Esta conta poderá ser fornecida pela empresa ou criada atra-
vés de sites que fornecem o serviço. As diretrizes gerais sobre a cria-
ção de contas estão no tópico acima;
– Uma vez criada a conta, o usuário poderá utilizar um cliente
de e-mail na internet ou um gerenciador de e-mail disponível;
– Atualmente existem vários gerenciadores disponíveis no
mercado, tais como: Microsoft Outlook, Mozila Thunderbird, Opera
Mail, Gmail, etc.;
– O Microsoft outlook é talvez o mais conhecido gerenciador
de e-mail, dentro deste contexto vamos usá-lo como exemplo nos
tópicos adiante, lembrando que todos funcionam de formas bas-
tante parecidas.

• Preparo e envio de mensagens


Correio Eletrônico
O correio eletrônico, também conhecido como e-mail, é um
serviço utilizado para envio e recebimento de mensagens de texto
e outras funções adicionais como anexos junto com a mensagem.

Para envio de mensagens externas o usuário deverá estar co-


nectado a internet, caso contrário ele ficará limitado a sua rede lo-
cal.
Abaixo vamos relatar algumas características básicas sobre o
e-mail
– Nome do Usuário: é o nome de login escolhido pelo usuário
na hora de fazer seu e-mail. Exemplo: joaodasilva, no caso este é • Boas práticas para criação de mensagens
– Uma mensagem deverá ter um assunto. É possível enviar
nome do usuário;
mensagem sem o Assunto, porém não é o adequado;
– @ : Símbolo padronizado para uso em correios eletrônicos; – A mensagem deverá ser clara, evite mensagens grandes ao
– Nome do domínio a que o e-mail pertence, isto é, na maioria extremo dando muitas voltas;
das vezes, a empresa; – Verificar com cuidado os destinatários para o envio correto
de e-mails, evitando assim problemas de envios equivocados.
Vejamos um exemplo: joaodasilva@gmail.com.br / @hotmail.
com.br / @editora.com.br • Anexação de arquivos
– Caixa de Entrada: Onde ficam armazenadas as mensagens
recebidas;
– Caixa de Saída: Onde ficam armazenadas as mensagens ainda
não enviadas;
– E-mails Enviados: Como o próprio nome diz, é onde ficam os
e-mails que foram enviados;
– Rascunho: Guarda as mensagens que você ainda não termi-
nou de redigir;
– Lixeira: Armazena as mensagens excluídas.

241
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

Uma função adicional quando criamos mensagens é de ane- • Armazenamento de dados da nuvem (Cloud Storage)
xar um documento à mensagem, enviando assim juntamente com
o texto.

• Boas práticas para anexar arquivos à mensagem


– E-mails tem limites de tamanho, não podemos enviar coisas
que excedem o tamanho, estas mensagens irão retornar;
– Deveremos evitar arquivos grandes pois além do limite do
e-mail, estes demoram em excesso para serem carregados.

Computação de nuvem (Cloud Computing)

• Conceito de Nuvem (Cloud)

A ideia de armazenamento na nuvem ( Cloud Storage ) é sim-


ples. É, basicamente, a gravação de dados na Internet.
Este envio de dados pode ser manual ou automático, e uma vez
que os dados estão armazenados na nuvem, eles podem ser aces-
sados em qualquer lugar do mundo por você ou por outras pessoas
que tiverem acesso.
São exemplos de Cloud Storage: DropBox, Google Drive, One-
Drive.
A “Nuvem”, também referenciada como “Cloud”, são os servi- As informações são mantidas em grandes Data Centers das
ços distribuídos pela INTERNET que atendem as mais variadas de- empresas que hospedam e são supervisionadas por técnicos res-
mandas de usuários e empresas. ponsáveis por seu funcionamento. Estes Data Centers oferecem
relatórios, gráficos e outras formas para seus clientes gerenciarem
seus dados e recursos, podendo modificar conforme a necessidade.
O armazenamento em nuvem tem as mesmas características
que a computação em nuvem que vimos anteriormente, em termos
de praticidade, agilidade, escalabilidade e flexibilidade.
Além dos exemplos citados acima, grandes empresas, tais
como a IBM, Amazon, Microsoft e Google possuem serviços de nu-
vem que podem ser contratados.

CORREIO ELETRÔNICO

E-mail
O e-mail revolucionou o modo como as pessoas recebem men-
sagem atualmente9. Qualquer pessoa que tenha um e-mail pode
mandar uma mensagem para outra pessoa que também tenha
A internet é a base da computação em nuvem, os servidores e-mail, não importando a distância ou a localização.
remotos detêm os aplicativos e serviços para distribuí-los aos usuá- Um endereço de correio eletrônico obedece à seguinte estru-
rios e às empresas. tura: à esquerda do símbolo @ (ou arroba) fica o nome ou apelido
A computação em nuvem permite que os consumidores alu- do usuário, à direita fica o nome do domínio que fornece o acesso.
guem uma infraestrutura física de um data center (provedor de ser- O resultado é algo como:
viços em nuvem). Com acesso à Internet, os usuários e as empresas
usam aplicativos e a infraestrutura alugada para acessarem seus maria@apostilassolucao.com.br
arquivos, aplicações, etc., a partir de qualquer computador conec-
tado no mundo. Atualmente, existem muitos servidores de webmail – correio
Desta forma todos os dados e aplicações estão localizadas em eletrônico – na Internet, como o Gmail e o Outlook.
um local chamado Data Center dentro do provedor. Para possuir uma conta de e-mail nos servidores é necessário
A computação em nuvem tem inúmeros produtos, e esses pro- preencher uma espécie de cadastro. Geralmente existe um conjun-
dutos são subdivididos de acordo com todos os serviços em nuvem, to de regras para o uso desses serviços.
mas os principais aplicativos da computação em nuvem estão nas
áreas de: Negócios, Indústria, Saúde, Educação, Bancos, Empresas
9 https://cin.ufpe.br/~macm3/Folders/Apostila%20Internet%20-%20
de TI, Telecomunicações.
Avan%E7ado.pdf

242
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

Correio Eletrônico
Este método utiliza, em geral, uma aplicação (programa de correio eletrônico) que permite a manipulação destas mensagens e um
protocolo (formato de comunicação) de rede que permite o envio e recebimento de mensagens10. Estas mensagens são armazenadas no
que chamamos de caixa postal, as quais podem ser manipuladas por diversas operações como ler, apagar, escrever, anexar, arquivos e
extração de cópias das mensagens.

Funcionamento básico de correio eletrônico


Essencialmente, um correio eletrônico funciona como dois programas funcionando em uma máquina servidora:
– Servidor SMTP (Simple Mail Transfer Protocol): protocolo de transferência de correio simples, responsável pelo envio de mensa-
gens.
– Servidor POP3 (Post Office Protocol – protocolo Post Office) ou IMAP (Internet Mail Access Protocol): protocolo de acesso de cor-
reio internet), ambos protocolos para recebimento de mensagens.

Para enviar um e-mail, o usuário deve possuir um cliente de e-mail que é um programa que permite escrever, enviar e receber e-mails
conectando-se com a máquina servidora de e-mail. Inicialmente, um usuário que deseja escrever seu e-mail, deve escrever sua mensagem
de forma textual no editor oferecido pelo cliente de e-mail e endereçar este e-mail para um destinatário que possui o formato “nome@
dominio.com.br“. Quando clicamos em enviar, nosso cliente de e-mail conecta-se com o servidor de e-mail, comunicando-se com o pro-
grama SMTP, entregando a mensagem a ser enviada. A mensagem é dividida em duas partes: o nome do destinatário (nome antes do @)
e o domínio, i.e., a máquina servidora de e-mail do destinatário (endereço depois do @). Com o domínio, o servidor SMTP resolve o DNS,
obtendo o endereço IP do servidor do e-mail do destinatário e comunicando-se com o programa SMTP deste servidor, perguntando se o
nome do destinatário existe naquele servidor. Se existir, a mensagem do remetente é entregue ao servidor POP3 ou IMAP, que armazena
a mensagem na caixa de e-mail do destinatário.

Ações no correio eletrônico


Independente da tecnologia e recursos empregados no correio eletrônico, em geral, são implementadas as seguintes funções:
– Caixa de Entrada: caixa postal onde ficam todos os e-mails recebidos pelo usuário, lidos e não-lidos.
– Lixeira: caixa postal onde ficam todos os e-mails descartados pelo usuário, realizado pela função Apagar ou por um ícone de Lixeira.
Em geral, ao descartar uma mensagem ela permanece na lixeira, mas não é descartada, até que o usuário decida excluir as mensagens de-
finitivamente (este é um processo de segurança para garantir que um usuário possa recuperar e-mails apagados por engano). Para apagar
definitivamente um e-mail é necessário entrar, de tempos em tempos, na pasta de lixeira e descartar os e-mails existentes.
– Nova mensagem: permite ao usuário compor uma mensagem para envio. Os campos geralmente utilizados são:
– Para: designa a pessoa para quem será enviado o e-mail. Em geral, pode-se colocar mais de um destinatário inserindo os e-mails de
destino separados por ponto-e-vírgula.
– CC (cópia carbono): designa pessoas a quem também repassamos o e-mail, ainda que elas não sejam os destinatários principais da
mensagem. Funciona com o mesmo princípio do Para.
– CCo (cópia carbono oculta): designa pessoas a quem repassamos o e-mail, mas diferente da cópia carbono, quando os destinatários
principais abrirem o e-mail não saberão que o e-mail também foi repassado para os e-mails determinados na cópia oculta.
– Assunto: título da mensagem.
– Anexos: nome dado a qualquer arquivo que não faça parte da mensagem principal e que seja vinculada a um e-mail para envio ao
usuário. Anexos, comumente, são o maior canal de propagação de vírus e malwares, pois ao abrirmos um anexo, obrigatoriamente ele
será “baixado” para nosso computador e executado. Por isso, recomenda-se a abertura de anexos apenas de remetentes confiáveis e, em
geral, é possível restringir os tipos de anexos que podem ser recebidos através de um e-mail para evitar propagação de vírus e pragas. Al-
guns antivírus permitem analisar anexos de e-mails antes que sejam executados: alguns serviços de webmail, como por exemplo, o Gmail,
permitem analisar preliminarmente se um anexo contém arquivos com malware.
– Filtros: clientes de e-mail e webmails comumente fornecem a função de filtro. Filtros são regras que escrevemos que permitem
que, automaticamente, uma ação seja executada quando um e-mail cumpre esta regra. Filtros servem assim para realizar ações simples e
padronizadas para tornar mais rápida a manipulação de e-mails. Por exemplo, imagine que queremos que ao receber um e-mail de “joao@
blabla.com”, este e-mail seja diretamente descartado, sem aparecer para nós. Podemos escrever uma regra que toda vez que um e-mail
com remetente “joao@blabla.com” chegar em nossa caixa de entrada, ele seja diretamente excluído.

10 https://centraldefavoritos.com.br/2016/11/11/correio-eletronico-webmail-e-mozilla-thunderbird/

243
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

11

Respondendo uma mensagem


Os ícones disponíveis para responder uma mensagem são:
– Responder ao remetente: responde à mensagem selecionada para o autor dela (remetente).
– Responde a todos: a mensagem é enviada tanto para o autor como para as outras pessoas que estavam na lista de cópias.
– Encaminhar: envia a mensagem selecionada para outra pessoa.

Clientes de E-mail
Um cliente de e-mail é essencialmente um programa de computador que permite compor, enviar e receber e-mails a partir de um ser-
vidor de e-mail, o que exige cadastrar uma conta de e-mail e uma senha para seu correto funcionamento. Há diversos clientes de e-mails
no mercado que, além de manipular e-mails, podem oferecer recursos diversos.
– Outlook: cliente de e-mails nativo do sistema operacional Microsoft Windows. A versão Express é uma versão mais simplificada e
que, em geral, vem por padrão no sistema operacional Windows. Já a versão Microsoft Outlook é uma versão que vem no pacote Microsoft
Office possui mais recursos, incluindo, além de funções de e-mail, recursos de calendário.
– Mozilla Thunderbird: é um cliente de e-mails e notícias Open Source e gratuito criado pela Mozilla Foundation (mesma criadora do
Mozilla Firefox).

Webmails
Webmail é o nome dado a um cliente de e-mail que não necessita de instalação no computador do usuário, já que funciona como uma
página de internet, bastando o usuário acessar a página do seu provedor de e-mail com seu login e senha. Desta forma, o usuário ganha
mobilidade já que não necessita estar na máquina em que um cliente de e-mail está instalado para acessar seu e-mail. A desvantagem da
utilização de webmails em comparação aos clientes de e-mail é o fato de necessitarem de conexão de Internet para leitura dos e-mails,
enquanto nos clientes de e-mail basta a conexão para “baixar” os e-mails, sendo que a posterior leitura pode ser realizada desconectada
da Internet.
Exemplos de servidores de webmail do mercado são:
– Gmail
– Yahoo!Mail
– Microsoft Outlook: versão on-line do Outlook. Anteriormente era conhecido como Hotmail, porém mudou de nome quando a Mi-
crosoft integrou suas diversas tecnologias.

11 https://support.microsoft.com/pt-br/office/ler-e-enviar-emails-na-vers%C3%A3o-light-do-outlook-582a8fdc-152c-4b61-85fa-ba5ddf07050b

244
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

12

Diferença entre webmail e correio eletrônico


O webmail (Yahoo ou Gmail) você acessa através de seu navegador (Firefox ou Google Chrome) e só pode ler conectado na internet.
Já o correio eletrônico (Thunderbird ou Outlook) você acessa com uma conexão de internet e pode baixar seus e-mails, mas depois pode
ler na hora que quiser sem precisar estar conectado na internet.

GRUPOS DE DISCUSSÃO

Grupos de discussão
Grupos de discussão são ferramentas gerenciáveis pela Internet que permitem que um grupo de pessoas troque mensagens via e-mail
entre todos os membros do grupo. Essas mensagens, geralmente, são de um tema de interesse em comum, onde as pessoas expõem suas
opiniões, sugestões, críticas e tiram dúvidas. Como é um grupo onde várias pessoas podem participar sem, geralmente, ter um pré- requi-
sito, as informações nem sempre são confiáveis.
Existem sites gratuitos, como o Google Groups, o Grupos.com.br, que auxiliam na criação e uso de grupos de discussão, mas um grupo
pode ser montado independentemente, onde pessoas façam uma lista de e – mails e troquem informações.

Para conhecer um pouco mais sobre este assunto, vamos criar um grupo de discussão no Google Groups. Para isso, alguns passos
serão necessários:
1º) Temos que ter um cadastro no Google, como fizemos quando estudamos os sites de busca.
2º) Acessar o site do Google (www.google.com.br) e clicar no menu “Mais” e no item “Ainda mais”.
3º) Entre os diversos produtos que serão expostos, clicar em “Grupos”.

Grupos !

12 https://www.dialhost.com.br/ajuda/abrir-uma-nova-janela-para-escrever-novo-email

245
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

Na próxima tela, teremos os passos necessários para criar um Após este passo, teremos que adicionar os membros do grupo
grupo, onde clicaremos no botão “Criar um grupo...” e faremos isto através de um convite que será enviado aos e – mails
que digitaremos em um campo especial para esta finalidade. Cada
destinatário dos endereços cadastrados por nós receberá um convi-
te e deverá aceitá-lo para poder receber as mensagens e participar
do nosso grupo.
A mensagem do convite também será digitada por nós, mas o
nome, o endereço e a descrição do grupo, serão adicionados auto-
maticamente. Nesta página teremos o botão “Convidar”. Quando
clicarmos nele, receberemos a seguinte mensagem:

Passo 2 – Criando um grupo

Seguiremos alguns passos propostos pelo website.

Daremos um nome ao nosso grupo. Neste caso o nome é Pro-


fale. Conforme digitamos o nome do grupo, o campo endereço de !
e – mail do grupo e endereço do grupo na web vão sendo auto- Finalização do processo de criação do grupo
maticamente preenchidos. Podemos inserir uma descrição grupo,
que servirá para ajudar as pessoas a saberem do que se trata esse Os convidados a participarem do grupo receberão o convite em
grupo, ou seja, qual sua finalidade e tipo de assunto abortado. seus endereços eletrônicos. A etapa do convite pode ser realizada
Após a inserção do comentário sobre as intenções do grupo, depois da criação do grupo. Vale lembrar, que em muitos casos, as
podemos selecionar se este grupo pode ter conteúdo adulto, nudez mensagens de convite são identificadas pelos servidores de mensa-
ou material sexualmente explícito. Antes de entrar nesse grupo é gens como Spams e por esse motivo são automaticamente enviadas
necessário confirmar que você é maior de 18 anos. para a pasta Spam dos destinatários.
O proprietário do grupo terá acesso a uma tela onde poderá:
Escolheremos também, o nível de acesso entre: visualizar os membros do grupo, iniciar um novo tópico de discus-
“Público – Qualquer pessoa pode ler os arquivos. Qualquer são, convidar ou adicionar membros, e ajustar as configurações do
pessoa pode participar, mas somente os membros podem postar seu grupo.
mensagens.” “Somente para anúncios – Qualquer pessoa pode ler Quando o proprietário optar por iniciar um novo tópico de dis-
os arquivos. Qualquer pessoa pode participar, mas somente os ad- cussão, será aberta uma página semelhante a de criação de um e
ministradores podem postar mensagens.” – mail. A linha “De”, virá automaticamente preenchida com o nome
“Restrito – Para participar, ler e postar mensagens é preciso do proprietário e o endereço do grupo. A linha “Para”, também será
ser convidado. O seu grupo e os respectivos arquivos não aparecem preenchida automaticamente com o nome do grupo. Teremos que
nos resultados de pesquisa públicos do Google nem no diretório.” digitar o assunto e a mensagem e clicar no botão “Postar mensa-
gem”.
A mensagem postada pode ser vista no site do grupo, onde as
pessoas podem debater sobre ela (igualando-se assim a um fórum)
ou encaminha via e-mail para outras pessoas.
O site grupos.com.br funciona de forma semelhante. O pro-
prietário também tem que se cadastrar e inserir informações como
nome do grupo, convidados, descrição e outras, mas ambas as fer-
ramentas acabam tornado o grupo de discussão muito semelhante
ao fórum. Para criar um grupo de discussão da maneira padrão, sem
utilizar ferramentas de gerenciamento, as pessoas podem criar um
e – mail para o grupo e a partir dele criar uma lista de endereços
dos convidados, possibilitando a troca de informações via e – mail.

FÓRUNS E WIKIS.

O termo Wiki diz respeito à websites que funcionam de modo


colaborativo, cujo conteúdo pode ser escrito, reescrito, editado por
ferramentas ao alcance dos usuários. As páginas de um site wiki
Configurar grupo ! possuem artigos e informações sobre os mais variados assuntos,
além disso, elas não são estáticas, pois seus textos sofrem constan-
tes modificações. Quanto maior o número de autores de uma pá-
gina, mais aprofundado e completo será o texto disponível no site.

246
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

Em páginas de websites wiki, por vezes, há erros de escrita, Mídia social, por sua vez, é um termo amplo, que abrange
erros gramaticais ou mesmo erros ligados à veracidade ou atuali- diferentes mídias, como vídeos, blogs e as já mencionadas redes
dade das informações nos artigos. Quando os usuários e leitores sociais. Para entender o conceito, pode-se olhar para o que com-
do website, que possuem conhecimento no assunto, deparam-se preendíamos como mídia antes da existência da internet: rádio, TV,
com estes erros, eles podem tomar a liberdade de realizar edições e jornais, revistas. Quando a mídia se tornou disponível na internet,
revisões do conteúdo buscado, contribuindo assim para a qualidade
do material ofertado pela plataforma. ela deixou de ser estática, passando a oferecer a possibilidade de
Páginas wiki podem se tornar verdadeiras enciclopédias cola- interagir com outras pessoas.
borativas, organizando um grande repertório em repositórios de No coração das mídias sociais estão os relacionamentos, que
informações. Estes websites podem auxiliar indivíduos em pesqui- são comuns nas redes sociais — talvez por isso a confusão. Mídias
sas, organizar grupos de trabalho, manter portfolios de estudantes sociais são lugares em que se pode transmitir informações para ou-
e profissionais, bem como servir de fonte de informação sobre os tras pessoas.
mais variados assuntos. Estas redes podem ser de relacionamento, como o Facebook,
Uma página wiki disponibiliza, além da edição, outras ferra- profissionais, como o Linkedin ou mesmo de assuntos específicos
mentas úteis para leitores e usuários, tais como o armazenamento como o Youtube que compartilha vídeos.
de versões anteriores das páginas, sendo possível recuperar infor-
mações perdidas ou erroneamente apagadas, bem como verificar As principais são: Facebook, WhatsApp, Youtube, Instagram,
as alterações feitas; identificação dos autores da página, a fim de Twitter, Linkedin, Pinterest, Snapchat, Skype e agora mais recente-
identificar qualquer tipo de spam ou usuários mal-intencionados mente, o Tik Tok.
que pretendem prejudicar as edições das páginas, este recurso
permite não apenas a visualização dos editores e autores, mas fer- Facebook
ramentas de bloqueio que impedem os usuários de editarem qual- Seu foco principal é o compartilhamento de assuntos pessoais
quer conteúdo; e, por fim, páginas ou fóruns de discussão, em que de seus membros.
os usuários, autores e leitores podem postar mensagens sobre o
assunto pertinente à página wiki, indicando alterações a serem fei-
tas, modificações de datas, nomes, informações, etc.
Os fóruns, por sua vez, são ferramentas em websites que per-
mitem o compartilhamento de ideias e fomentam debates por
meio de mensagens que abordam questões específicas, agindo não
apenas como um auxiliar de postagem de conteúdo, mas como um
meio de se promover diálogos e conversas sobre temas relevantes
à determinadas comunidades ou grupos sociais. Este tipo de ferra- O Facebook é uma rede social versátil e abrangente, que reúne
menta está presente nos mais diversos tipos de websites: em wikis, muitas funcionalidades no mesmo lugar. Serve tanto para gerar ne-
em sites de universidades, em blogs, em sites de notícias, entre ou- gócios quanto para conhecer pessoas, relacionar-se com amigos e
tros.
Em alguns casos, os fóruns abertos permitem comentários anô- família, informar-se, dentre outros14.
nimos, em outros, há o pré-requisito de ser um usuário da plata-
forma em questão. Em fóruns de ambientes virtuais controlados, WhatsApp
há sempre um moderador que auxilia no debate e verifica a auten- É uma rede para mensagens instantânea. Faz também ligações
ticidade das informações postadas, bem como combate e impede telefônicas através da internet gratuitamente.
comentários mal-intencionados e maldosos nas redes.
Estes recursos digitais configuram novos modos de diálogos
sendo implantados socialmente, formas de discussão que rompem
barreiras nacionais e internacionais, fazendo com que pessoas de
diversos contextos e pensamentos diferentes possam interagir e co-
municarem-se sobre assuntos em comum. Este tipo de tecnologia
configura uma das formas de avanço da globalização mundial.
A maioria das pessoas que têm um smartphone também o têm
REDES SOCIAIS (TWITTER, FACEBOOK, LINKEDIN, instalado. Por aqui, aliás, o aplicativo ganhou até o apelido de “zap
WHATSAPP, YOUTUBE, INSTAGRAM E TELEGRAM) zap”.
Para muitos brasileiros, o WhatsApp é “a internet”. Algumas
operadoras permitem o uso ilimitado do aplicativo, sem debitar do
Redes sociais são estruturas formadas dentro ou fora da inter-
consumo do pacote de dados. Por isso, muita gente se informa atra-
net, por pessoas e organizações que se conectam a partir de inte-
vés dele.
resses ou valores comuns13. Muitos confundem com mídias sociais,
porém as mídias são apenas mais uma forma de criar redes sociais,
inclusive na internet.
O propósito principal das redes sociais é o de conectar pessoas.
Você preenche seu perfil em canais de mídias sociais e interage com
as pessoas com base nos detalhes que elas leem sobre você. Po-
de-se dizer que redes sociais são uma categoria das mídias sociais.
13 https://resultadosdigitais.com.br/especiais/tudo-sobre-redes-so-
ciais/ 14 https://bit.ly/32MhiJ0

247
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

YouTube Nos últimos anos, a rede social acabou voltando a ser mais uti-
Rede que pertence ao Google e é especializada em vídeos. lizada por causa de seu uso por políticos, que divulgam informações
em primeira mão por ali.

LinkedIn
Voltada para negócios. A pessoa que participa desta rede quer
manter contatos para ter ganhos profissionais no futuro, como um
emprego por exemplo.
O YouTube é a principal rede social de vídeos on-line da atuali-
dade, com mais de 1 bilhão de usuários ativos e mais de 1 bilhão de
horas de vídeos visualizados diariamente.

Instagram
Rede para compartilhamento de fotos e vídeos.
A maior rede social voltada para profissionais tem se tornado
cada vez mais parecida com outros sites do mesmo tipo, como o
Facebook.
A diferença é que o foco são contatos profissionais, ou seja: no
lugar de amigos, temos conexões, e em vez de páginas, temos com-
panhias. Outro grande diferencial são as comunidades, que reúnem
interessados em algum tema, profissão ou mercado específicos.
O Instagram foi uma das primeiras redes sociais exclusivas para É usado por muitas empresas para recrutamento de profissio-
acesso por meio do celular. E, embora hoje seja possível visualizar nais, para troca de experiências profissionais em comunidades e
publicações no desktop, seu formato continua sendo voltado para outras atividades relacionadas ao mundo corporativo
dispositivos móveis.
É possível postar fotos com proporções diferentes, além de ou- Pinterest
tros formatos, como vídeos, stories e mais. Rede social focada em compartilhamento de fotos, mas tam-
Os stories são os principais pontos de inovação do aplicativo. bém compartilha vídeos.
Já são diversos formatos de post por ali, como perguntas, enquetes,
vídeos em sequência e o uso de GIFs.
Em 2018, foi lançado o IGTV. E em 2019 o Instagram Cenas,
uma espécie de imitação do TikTok: o usuário pode produzir vídeos
de 15 segundos, adicionando música ou áudios retirados de outro
clipezinho. Há ainda efeitos de corte, legendas e sobreposição para
transições mais limpas – lembrando que esta é mais uma das fun-
O Pinterest é uma rede social de fotos que traz o conceito de
cionalidades que atuam dentro dos stories.
“mural de referências”. Lá você cria pastas para guardar suas inspi-
rações e também pode fazer upload de imagens assim como colocar
Twitter
links para URLs externas.
Rede social que funciona como um microblog onde você pode
Os temas mais populares são:
seguir ou ser seguido, ou seja, você pode ver em tempo real as
– Moda;
atualizações que seus contatos fazem e eles as suas.
– Maquiagem;
– Casamento;
– Gastronomia;
– Arquitetura;
– Faça você mesmo;
– Gadgets;
– Viagem e design.
Seu público é majoritariamente feminino em todo o mundo.

O Twitter atingiu seu auge em meados de 2009 e de lá para cá


está em declínio, mas isso não quer dizer todos os públicos pararam
de usar a rede social.
A rede social é usada principalmente como segunda tela em
que os usuários comentam e debatem o que estão assistindo na
TV, postando comentários sobre noticiários, reality shows, jogos de
futebol e outros programas.

248
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

Snapchat Tik Tok


Rede para mensagens baseado em imagens. O TikTok, aplicativo de vídeos e dublagens disponível para iOS e
Android, possui recursos que podem tornar criações de seus usuá-
rios mais divertidas e, além disso, aumentar seu número de segui-
dores15.

O Snapchat é um aplicativo de compartilhamento de fotos, ví-


deos e texto para mobile. Foi considerado o símbolo da pós-moder-
nidade pela sua proposta de conteúdos efêmeros conhecidos como
snaps, que desaparecem algumas horas após a publicação. Além de vídeos simples, é possível usar o TikTok para postar
A rede lançou o conceito de “stories”, despertando o interesse duetos com cantores famosos, criar GIFs, slideshow animado e sin-
de Mark Zuckerberg, CEO do Facebook, que diversas vezes tentou cronizar o áudio de suas dublagens preferidas para que pareça que
adquirir a empresa, mas não obteve sucesso. Assim, o CEO lançou é você mesmo falando.
a funcionalidade nas redes que já haviam sido absorvidas, criando O TikTok cresceu graças ao seu apelo para a viralização. Os
os concorrentes WhatsApp Status, Facebook Stories e Instagram usuários fazem desafios, reproduzem coreografias, imitam pessoas
Stories. famosas, fazem sátiras que instigam o usuário a querer participar da
Apesar de não ser uma rede social de nicho, tem um público brincadeira — o que atrai muito o público jovem.
bem específico, formado por jovens hiperconectados.
VISÃO GERAL SOBRE SISTEMAS DE SUPORTE À
Skype DECISÃO E INTELIGÊNCIA DE NEGÓCIO
O Skype é um software da Microsoft com funções de videocon-
ferência, chat, transferência de arquivos e ligações de voz. O serviço Business Intelligence é um conjunto de processos de coleta, análi-
também opera na modalidade de VoIP, em que é possível efetuar se e organização, tudo isso voltado para a gestão e suporte a negócios.
uma chamada para um telefone comum, fixo ou celular, por um O conceito de Business Intelligence atua em todas as camadas
aparelho conectado à internet de dados, visualização de informações, geração de relatórios, funções
analíticas e integrações, Datamining, etc. É um guarda-chuva que en-
volve toda a manipulação de dados voltada a inteligência de negócios.

▪ Abrangência do BI:

O Skype é uma versão renovada e mais tecnológica do extinto


MSN Messenger.
Contudo, o usuário também pode contratar mais opções de
uso – de forma pré-paga ou por meio de uma assinatura – para
realizar chamadas para telefones fixos e chamadas com vídeo em
grupo ou até mesmo enviar SMS.
É possível, no caso, obter um número de telefone por meio pró-
prio do Skype, seja ele local ou de outra região/país, e fazer ligações
a taxas reduzidas.
Tudo isso torna o Skype uma ferramenta válida para o mundo
corporativo, sendo muito utilizado por empresas de diversos nichos
e tamanhos. A gestão eletrônica de documentos (GED) é um conjunto de
técnicas e procedimentos que envolvem a criação, recebimento,
manuseio, tramitação, guarda e descarte bem como sua racionali-
zação e eficiência em meios digitais.

▪ Vantagens da GED
• Redução do volume de papel;
• Localização mais rápida;
• Transporte mais fácil;
• Maior controle de aceso;
• Maior rastreabilidade;
15 https://canaltech.com.br/redes-sociais/tiktok-dicas-e-truques/

249
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

• Redução de risco de perda;


• Redução de deterioração; CONCEITOS DE TECNOLOGIAS E FERRAMENTAS
• Ganho em todo o processo. MULTIMÍDIA, DE REPRODUÇÃO DE ÁUDIO E VÍDEO

▪ Requisitos para a GED Transferência de informação e arquivos, bem como aplicativos


• Garantir a integridade (escolha da mídia); de áudio, vídeo e multimídia
• Garantir a legibilidade ao longo do tempo (escolha da mídia); Um meio recente e também uma ótima forma de exemplo para
• Garantir a segurança da informação.
explicar a transferência remota são os aplicativos e sites de “Nu-
vem” isso é, Cloud. Google Drive e Dropbox são exemplos conhe-
▪ Pontos jurídicos sobre a GED
• Todo o arcabouço legal já está construído para o GED; cidos desses aplicativos, mas como isso funciona? A internet serve
• Já existe a premissa que podemos fazer o translado do físico nesse caso como conexão entre o usuário e o servidor onde os ar-
para o eletrônico; quivos estão guardados, um usuário cadastrado pode acessar esses
• Já temos como valida a contratação eletrônica; arquivos de qualquer lugar do mundo, pode baixá-los (download)
• Já temos a equiparação da assinatura digital com a assinatura ou até mesmo carregá-los (upload) na internet.
com firma reconhecida. O processo não funciona diferente de movimentar pastas em
seu computador ou smartphone, porém essas pastas estão locali-
A gestão eletrônica de documentos é um caminho sem volta, zadas em um computador ou servidor na maioria das vezes muitos
pois a sociedade atual está avançando neste sentido. Por isso é im-
quilômetros longe do usuário.
portante à observação de aspectos relevantes sobre o tema.

Portal Coorporativo Upload e Download


Portal coorporativo é uma aplicação via internet cuja função é São termos utilizados para definir a transmissão de dados de
informar, organizar e compartilhar informações de interesse para um dispositivo para outro através de um canal de comunicação pre-
funcionários em único local. viamente estabelecido16.
O portal coorporativo é um sistema onde os funcionários tem
acesso à configurações variadas, portanto seu acesso é limitado a
funcionários e o perfil é configurado para a segurança das informa-
ções de acordo com nível hierárquico do funcionário.

▪ Vantagens do uso de portais colaborativos


• Notícias (comunicações internas);
• Interatividade (demonstrativos de processos);
• Transparência (admissões, transferências, desligamentos,
promoções, etc...); 17
• Melhor ambiente organizacional (aniversariantes, etc...);
• É considerado um Portal Intranet onde estão disponibilizados
link diversos para outros portais, aplicações, etc. Download
Está relacionado com a obtenção de conteúdo da Internet, o
Portal Colaborativo popular “baixar”, onde um servidor remoto hospeda dados que são
O portal colaborativo é um ambiente virtual onde os indivíduos acessados pelos clientes através de aplicativos específicos que se
podem produzir, compartilhar e interagir conteúdos, tais como: comunicam com o servidor através de protocolos, como é o caso do
textos, arquivos, notícias, links, atividades, etc. Através de um por- navegador web que acessa os dados de um servidor web normal-
tal colaborativo os usuários podem interagir entre si e participar de mente utilizando o protocolo HTTP.
grupos categorizados por temas conforme a necessidade.
Upload
▪ Benefícios do uso de um portal colaborativo O termo upload faz referência a operação inversa a do downlo-
• Comunicação integrada; ad, isto é, ao envio de conteúdo à Internet.
• Ferramentas de colaboração;
Multimídia é a combinação, controlada por computador
• Compartilhamento de conteúdo;
• Compartilhamento de atividades; (computador pessoal, periférico e dispositivo móvel), de pelo
• Criação de grupos; menos um tipo de mídia estática (texto, fotografia, gráfico), com
• Postagens de conteúdo. pelo menos um tipo de mídia dinâmica (vídeo,áudio,animação)
(Chapman & Chapman 2000 e Fluckiger 1995). Quando se afirma
que a apresentação ou recuperação da informação se faz de manei-
ra multissensorial, quer-se dizer que mais de um sentido humano
está envolvido no processo, fato que pode exigir a utilização de
meios de comunicação que, até há pouco tempo, raramente eram
empregados de maneira coordenada, como:
16 Hunecke, M. Acesso à Distância a Computadores, Transferência de
Informação e Arquivos.
17 https://www.cursosdeinformaticabasica.com.br/qual-a-diferenca-
-entre-download-e-upload/

250
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

• Som (voz humana,música,efeitos especiais) equipado, como apropriado, com todos os dispositivos analógicos
• Fotografia (imagem estática) necessários como microfones ou uma máquina fotográfica. Alguns
• Vídeo (imagens em pleno movimento) exemplos de campos de aplicação ajudarão a esclarecer a ideia:
• Animação (desenho animado) a) Individual computer-based training (CBT) (treino profission-
• Gráficos al). Técnicos e engenheiros aprendem operações de manutenção
• Textos (incluindo números, tabelas, etc.) ou procedimentos operacionais através de documentação mul-
timídia e de computadores pessoais isolados, em que o documento
O termo multimídia refere-se portanto a tecnologias com está gravado localmente, como por exemplo num CD-ROM.
suporte digital para criar, manipular, armazenar e pesquisar con- b) Individual computer-based education (CBE). Estudantes
teúdos. Os conteúdos multimídia estão associados normalmente a seguem cursos ou praticam usando aplicações multimídia em com-
um computador pessoal que inclui suportes para grandes volumes putadores pessoais isolados.
de dados como os discos ópticos CDs e DVDs, abrange também c) Multimídia authoring. Autores podem desenvolver docu-
nas ferramentas de informática a utilização de arquivos digitais mentos multimídia comerciais, ou apenas algumas apresentações
para a criação de apresentações empresariais, catálogos de pro- multimídia para uso privado.
dutos,exposição de eventos e para catálogos eletrônicos com mais Exemplos de aplicações locais: jogos, filmes, catálogos/publici-
facilidade e economia. Privilegiando o uso dos diversos sentidos dade/manuais, enciclopédias/EAC (Ensino Assistido por Computa-
visão, audição e tato este tipo de tecnologia abrange diversas dor – equivalente a CBT, em inglês).
áreas da informática em que todo o tipo de informação possa ser
representada, armazenada, transmitida e processada digitalmente. Multimídia em rede. Existem duas razões principais que podem
O desenvolvimento dos computadores e também da Internet justificar o uso de multimídia em rede. A primeira é que certas
tem contribuído para melhorar a comunicação, visto que os primei- aplicações são para correr genuinamente em rede, já que o seu
ros terminais só permitiam informações do tipo texto, entretanto objetivo é mesmo permitir que pessoas comuniquem à distância,
foram evoluindo até chegar aos dias atuais com uma diversidade como acontece como a teleconferência. Segundo, por razões
de dispositivos pessoais que fornecem informações contendo som, práticas e/ou econômicas, pode ser mais vantajoso centralizar o
figuras, vídeos etc. a baixo custo e alto desempenho. Nesse contex- armazenamento massivo de informação em servidores. O posterior
to podemos definir: acesso remoto a esses servidores será então feito através de redes.
• Multimídia é qualquer combinação de texto, arte gráfica, Exemplos de aplicações em rede: Vídeo Conferência, TV
som, animação e vídeo transmitidos pelo computador. Interativa, VoD (Videoon Demand), CSCW (Computer Support
• Multimídia Interativa, quando se permite ao usuário o Cooperative Work).
controle de quando e quais elementos serão transmitidos.
• Hipermídia, estrutura de elementos vinculados pela qual O que é uma Aplicação Multimídia
o usuário pode mover se. Uma aplicação multimídia é o uso específico, por um usuário
único ou grupo de utilizadores, de um dado sistema multimídia que
A maior diferença entre as mídias tradicionais tais como rádio oferece uma função particular ou conjunto de funções. Embora a
e televisão e a multimídia digital é a noção de interatividade. Os definição possa parecer um pouco abstrata, vamos clarificar com
dispositivos permitem aos usuários a interação com os programas. um exemplo. Uma workstation equipada com dispositivos áudio e
Essa interação é tão importante que pode ser considerada como vídeo pode oferecer, como função, comunicação audiovisual em
parte integrante da multimídia. tempo real. Este sistema quando usado num escritório poderá
Existem 4 características que definem Sistemas Multimídia suportar videofone individual, ou quando instalado numa sala de
1. Os Sistemas Multimídia tem de ser controlados por com- reuniões poderá suportar a distribuição em tempo real de palestras.
putador, o que implica à partida a existência de pelo menos um Videofone e distribuição ao vivo de palestras são exemplos de
computador. aplicações multimídia. Uma das partes constituintes das aplicações
2. São integrados. Significa que utilizam o menor número de multimídia são os programas de aplicação (software que deverá
dispositivos diferentes possível - um exemplo é usar apenas um ser instalado para suportar a aplicação multimídia em questão). O
monitor para apresentar todo o tipo de informação visual. campo de aplicação é a área, tipo de atividade ou mesmo segmento
3. A informação que eles manuseiam tem de ser representada da indústria no qual uma dada aplicação multimídia é usada. Como
digitalmente. exemplo, o “sharedwhiteboard” é uma aplicação multimídia que
4. A interface com o usuário deve permitir interatividade, o pode ser utilizada no campo do design mecânico colaborativo, e
que significa que o utilizador possui uma certa forma de controle uma aplicação de imagem partilhada pode ser utilizada no campo
sobre o que se está sendo executado, ao contrário do que acontece dos diagnósticos médicos.
quando se vê um filme no cinema.
O que é uma Aplicação Hipermídia
Multimídia local e em rede Hipermídia (hipertexto + multimídia) é um conceito para a
Multimídia local. Refere-se a aplicações que não fazem uso de apresentação, acesso, estruturação e armazenamento de docu-
recursos extra além daqueles já presentes no sistema local para mentação multimídia. É uma aplicação do conceito de hipertexto
fornecer os serviços multimídia. Assim, o sistema local fornece aos documentos multimídia. Hipertexto é texto com links. Os
todo o poder de processamento necessário. Está completamente documentos hipertexto não são estritamente sequenciais. Po-
dem conter links, i.e., referências para outras partes do mesmo

251
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

documento ou outros documentos. Os links são ponteiros entre Streaming


documentos que contêm toda a informação necessária para aceder A tecnologia streaming é uma forma de transmissão in-
ao documento target. Um documento hipermídia é composto por stantânea de dados de áudio e vídeo através de redes. Por meio
partes interligadas que podem ser qualquer combinação de texto, do serviço, é possível assistir a filmes ou escutar música sem a
gráficos, imagens, som e imagens em movimento. Um documento necessidade de fazer download, o que torna mais rápido o acesso
hipermídia tem também de descrever as relações de timing entre aos conteúdos online.
as várias partes. O streaming se desenvolveu no Brasil nos últimos anos princi-
Os documentos não são necessariamente armazenados no palmente pela melhora em um dos seus principais pré-requisitos: a
sistema local. Quando um link é ativado, o documento pode vir melhora na velocidade das conexões com a Internet. Com isso, os
de outro sistema exterior que pode estar em qualquer lugar do dados são armazenados temporariamente na máquina e vão sendo
mundo. A maior parte dos títulos multimídia interativos que são exibidos ao usuário em velocidade quase instantânea.
distribuídos em CD-ROM usam técnicas hipermídia para criar uma A execução é imediata da origem, onde os dados estão hospe-
estrutura interna lógica com flexibilidade suficiente para fornecer dados, até o player que executa o conteúdo na máquina do usuário.
boa interatividade. Grande parte dos documentos multimídia Os serviços de streaming on-demand possibilitam que o usuário
disponíveis em servidores e acessíveis por rede, utilizam estruturas esteja no controle do que vai assistir, quando e onde. Ele acessa os
hipermídia. dados ao mesmo tempo em que os recebe, sem a necessidade de
esperar um download ou de ocupar espaço em seu HD com o arma-
Renderização zenamento de conteúdo. Também é possível controlar a exibição,
Renderização é o processo pelo qual pode-se obter o produto pausando, avançando ou retrocedendo o vídeo ou a música.
final de um processamento digital qualquer. Este processo aplica-se Um exemplo do uso do streaming com funções on-demand
essencialmente em programas de modelagem 2D e 3D bem como é um provedor de filmes com milhares de filme a sua disposição
áudio e vídeo. e que cobra uma assinatura mensal e disponibiliza filmes e séries
O processo de tratamento digital de imagens e sons consome que podem ser assistidos em diversos dispositivos a qualquer
muitos recursos dos processadores, e pode tornar-se pesado de hora. Vários sites oferecem este tipo de serviço e possibilitam o
forma que sua realização em tempo real fica inviável. Neste caso, os streaming de músicas. Da mesma forma, muitas redes de televisão
softwares trabalham em um modo de baixa resolução para poder já disponibilizam sua programação online por streaming.
mostrar uma visão prévia do resultado. Quando o projeto está con-
cluído, ou em qualquer momento que se queira fazer uma aferição Reprografia
de qual será o resultado final, faz-se a “renderização” do trabalho. É o conjunto de meios e/ou processos ou mesmo o departa-
A renderização é muito aplicada para objetos 3D, fazendo a mento de reprodução de documentos encontrado em instituições
conversão de um 3D para uma representação em 2D, seja para ob- de ensino e empresas públicas e privadas, para serviços como:
ter uma imagem estática, seja para obter imagens foto-realísticas fotocópia, microfilmagem, xerografia, heliografia, etc.
em vídeo (animação 3D).
O termo “renderizar” (do inglês to render) vem sendo usado na Protocolos
computação gráfica, significando converter uma série de símbolos RTSP (RFC 2326) – Real Time Streaming Protocol
gráficos num arquivo visual, ou seja, “fixar” as imagens num vídeo, Esse é um protocolo de nível de aplicativo, que foi criado
convertendo-as de um tipo de arquivo para outro, ou ainda “tra- especificamente para controlar a entrega de dados em tempo real,
duzir” de uma linguagem para outra. como, por exemplo, conteúdo de áudio e vídeo. É implementado
Para renderizar uma cena é necessário, entre outras coisas, por um protocolo de transporte orientado para correção. Suporta
definir um tipo de textura para os objetos existentes, sua cor, trans- ações de controle do player como parar, pausar, retroceder e
parência e reflexão, localizar um ou mais pontos de iluminação e avançar arquivos indexados do Windows Media. É possível usar
um ponto de vista sob o qual os objetos serão visualizados. Ao o protocolo RTSP para transmitir o conteúdo para computadores
renderizar, o programa calcula a perspectiva do plano, as sombras com o Windows Media Player 9 Series ou superior ou o Windows
e a luz dos objetos. Ao longo da história da computação gráfica, o Media Services 9Series ou superior em execução. O RTSP é um
ato de renderizar sempre exigiu grande capacidade computacional. protocolo de controle que trabalha em série com o protocolo RTP
Com o áudio em geral, trata-se do processamento de efeitos (Real Time Protocol) de entrega de dados, para fornecer conteúdo
para torná-los permanentes em um segmento de áudio digital. Al- aos clientes.
guns programas de computador permitem editar áudio digital para • Protocolo que permite ao usuário interagir com a apli-
realizar tarefas como normalização, adição de ambiência (reverb), cação
adição de efeitos (distorções, delays, ecos, etc). Na maioria dos • Permite controle do Player Play/pause/rewind/fastfor-
programas, estes efeitos são “não destrutivos”, ou seja, processam ward/slow
o áudio em tempo real, possibilitando a aferição do resultado final. • RTSP não faz:
Após obter o resultado desejado, pode-se então “Renderizar” o • Definir compressão para as mídias
trabalho, o que neste caso quer dizer torná-lo permanente. • Definir encapsulamento
• Definir entre TCP ou UDP
• Definir buferização
• É protocolo out ofband – como ftp
• Controles são mandados fora da banda (porta 544)

252
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

• Mídia mandada em banda (TCP ou UDP) o UDP. O RTP e o RTCP podem utilizar o modo Unicast (ponto a
• Escolha por diferentes qualidades de mídia disponíveis(lo-fi/ ponto) assim como o modo Multicast (multiponto). Cada um deles
hi-hi) para se transmitir. utiliza uma porta separada de um par de portas. O RTP utiliza a
porta par e o RTCP a porta ímpar imediatamente superior.
Se a URL de conexão usa o protocolo RTSP, o protocolo RTSP
negocia automaticamente o melhor mecanismo de transmissão do SRP – SelectiveRetransmissionProtocol
conteúdo. Ele direciona o protocolo RTP para transmitir conteúdo • Desenhado para melhorar a performance de aplicações
de streaming usando UDP ou usando um protocolo baseado em multimídia
TCP em uma rede que não oferece suporte a UDP. • Balancear altas perdas do UDP e latência do TCP
• Usa algoritmo de decisão para retransmitir ou não um
RTP (RFC 1889) – Real Time Protocol pacote
É um protocolo de transporte implementado na camada de • Nível de aplicação
aplicação. Para aplicações multimídia em tempo real foi criado um • Suas mensagens são em UDP
protocolo genérico para as diversas aplicações de áudio e vídeo.
O objetivo do RTP é fornecer um meio uniforme para transmitir Durante o streaming, se uma aplicação percebe falta de um
em IP dados sujeitos a constrangimentos de tempo real (áudio, pacote, o algoritmo de decisão decide se ela pedirá ou não o pacote
vídeos,…). O papel principal do RTP consiste em aplicar números de novamente. O algoritmo leva em consideração o quanto de perda e
sequência de pacotes IP para reconstituir as informações de voz ou latência a aplicação pode suportar e o quanto disso está acontecen-
de vídeo, ainda que a rede subjacente altere a ordem dos pacotes. do. Caso seja feito novo pedido pelo pacote perdido, quaisquer out-
O RTP é executado sobre o UDP, que é um protocolo de trans- ras mensagens recebidas são buferizadas e a aplicação aguardará a
missão rápido, simples, sem conexão e que combinado com o RTP é chegada do pedido. Se a resposta não chegar, novo pedido é feito.
capaz de multiplexar os diversos fluxos de informações multimídia, Este protocolo tenta equilibrar o elevado potencial de perda
sobre um único fluxo de pacotes UDP. O RTP é um protocolo que encontrado em UDP com o potencial de alta latência encontrado
provê o transporte fim-a-fim das informações multimídia, fazendo em TCP.
uma interface entre a camada de aplicação e de transporte do
modelo OSI. SDP – SessionDescriptionProtocol
A combinação RTP e RTCP não garante a entrega de pacotes e • Descreve sessões multimídia.
nenhum mecanismo de qualidade de serviço, no entanto possibilita • Não possui mecanismo próprio de transporte (utiliza
o controle da qualidade observada na rede. Permite acompanhar protocolos como SIP, SAP, RTSP, etc...).
o fluxo de bits, a quebra dos blocos de dados em pacotes, a trans- • Informações contidas: tipo de mídia, protocolo de trans-
missão pela rede, a reprodução do fluxo de bits no receptor e, para porte, formato da mídia, endereço de destino, porta de recepção e
minimizar o número de pacotes perdidos, o protocolo transporta URIs (Identificadores Universais de Recursos).
informações de temporização possibilitando que o receptor tente
compensar o atraso. O SDP teve como propósito original descrever sessões multi-
cast, portanto, vários de seus campos tem uso limitado (ou nenhum
RTCP (RFC 1889) – RTP ControlProtocol uso) para as sessões unicast estabelecidas atualmente com o SIP,
Esse protocolo não transporta quaisquer dados e a sua mas foram mantidos na sua nova definição do protocolo para
principal função é fornecer feedback sobre as informações de garantir a compatibilidade.
propriedade de rede (controle de fluxo e congestionamento) para Este protocolo carrega algumas informações sobre a seção
os participantes de uma conferência multimídia. de multimídia que está sendo transmitida. Algumas das principais
Os pacotes de controle carregam uma identificação (CNAME – informações são: endereço IP (IPv4 ou IPv6) ou nome de host, perfil
canonical name) que associa os dados transferidos aos seus partici- RTP (tipicamente “RTP/AVP”), número da porta que será usada
pantes. Para tornar o controle mais eficiente todos os participantes para troca de fluxo de mídia, tipo de mídia a ser trocada (vídeo,
da conferência enviam pacotes RTCP periodicamente, sendo que o áudio, texto e etc.) e esquema de codificação de mídia.
consumo de banda desses pacotes não deve superar 5% da banda Similarmente ao SIP, o SDP é um protocolo textual cujas men-
consumida pela sessão. sagens são compostas por campos. Cada linha da mensagem é um
O RTCP usa o mesmo método de envio dos pacotes RTP, porém campo e começa com uma letra minúscula.
em porta UDP diferente. Esse protocolo envia periodicamente aos
participantes de uma sessão as informações de controle. As fontes ST-II – Internet StreamProtocol
RTP podem usar essa informação para ajustar a sua taxa de comu- • Criado para substituir o IP (por isso também é chamado
nicação, enquanto que outros receptores podem determinar se os de IPv5).
problemas na qualidade do serviço são locais ou gerais. • Armazena características de performance e alocação de
O RTP (RealtimeTransportProtocol) e o seu companheiro RTCP recursos da rede.
(Realtime TransportControl Protocol) permitem respectivamente • Suporta protocolos como: PVP, NVP, TCP e outros.
transportar e controlar ondas de dados que têm propriedades • Pode ser encapsulado em IP.
“tempo-real”. O RTP e o RTCP são protocolos que se situam a nível • Contém uma camada superior destinada ao controle
da aplicação e utilizam os protocolos subjacentes de transporte chamada de SCPM que permite o re-roteamento.
TCP ou UDP. Mas a utilização de RTP/RTCP faz-se geralmente acima

253
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

O ST-II, Protocolo de Fluxo (transmissão) Internet – versão 2, RSVP – ReservationProtocol


foi criado para substituir o IP. Devido a esta proposta, foi comu- Um tipo diferente de algoritmo que pode ser utilizado para
mente designado de IPv5 (IP versão 5). O ST-II funciona trocando controlar fatores relacionados a multimídia é o Protocolo de Res-
informações com os roteadores por onde passa. Entre estas infor- ervas. Ao invés de tentar identificar certos tipos de fluxos assim
mações, ele recebe dados importantes sobre as condições da rede que eles entram na fila, RSVP explicitamente aloca bandas para
como características de performance e alocação de recursos. cada fluxo específico. Aplicações podem requisitar a quantidade de
O ST-II tem suporte a serviços como ftp com TCP (porta 21) banda prevista para ser usada por elas. O roteador pode, então,
para garantir uma maior robustez na entrega dos dados. Além gerenciar a quantidade de banda disponível e a que cada aplicação
disto, o ST-II tem suporte a outros protocolos de transporte como: precisa. Para ser implementado, deve haver uma parte RSVP em
PVP (Protocolo de Vídeo em Pacote), NVP (Protocolo de Voz em clientes, servidores e roteadores. Ele provê as reservas de banda
Rede), TCP, VMTP (Protocolo Versátil de Transação de Mensagem), em árvores multicast e é orientado ao receptor (o receptor é quem
entre outros. inicia e mantém a reserva de recursos para um fluxo).
Entretanto, ele não especifica como a rede proverá a reserva.
Os pacotes ST-II podem ser encapsulados em IP para dar
Também não age como um protocolo que roteador. Este protocolo
conectividade e/ou segurança aos dados. Isto permite uma in-
é usado para garantir a QoS (qualidade de serviço) em várias apli-
teroperabilidade com os sistemas anteriores baseados em IPv4,
cações numa rede.
principalmente por parte dos roteadores.
Ferramentas Multimídia
SIP – SessionInitiationProtocol Os aplicativos de multimídia do Windows são divididos em
• Alta mobilidade. pacotes e podem ser habilitados/desabilitados em “Ativar ou desa-
• Conexão de duas ou mais pessoas com transmissão de tivar recursos do Windows” acessado na mesma tela que desinstala
áudio e vídeo que utilizando codecs diferentes. programas no Windows.
• Mensagens se assemelham com as de HTTP.
• Utiliza pacotes UDP ou TCP.

Ele foi criado para conectar duas (ou mais) pessoas com
transmissão de vídeo e áudio de maneira que os aplicativos fossem
executados em qualquer aparelho com um endereço IP na Inter-
net (podendo ser um celular, um palmtop, computador, etc...) e
o próprio protocolo provê mecanismos para se descobrir qual é o
IP do aparelho que os usuários estão usando no momento. Para Basta habilitar ou desabilitar os recurso conforme necessidade
estabelecer uma conexão SIP o aplicativo envia uma mensagem e gosto.
de convite (que se assemelha com uma mensagem de pedido de
HTTP) utilizando pacotes UDP ou TCP. Nessa mensagem inicial Edição de Áudio
estará anexado o endereço do outro aplicativo (do usuário a ser
contatado), o IP do usuário que está contatando, os codecs de Ferramentas de Áudio e Vídeo do Windows:
áudio e vídeo que ele deseja que o contatado utilize e a porta para • Gravador de Som: Você pode usar o Gravador de Som
qual devem ser enviados os pacotes UDP ou TCP. para gravar um som e salvá-lo como um arquivo de áudio no seu
computador. É disponibilizado no pacote de instalação padrão do
H.323 Windows.
Uma alternativa ao SIP é o H.323. Ele é um padrão popular para • Windows Live MovieMaker: Com o programa é possível
conferencia em tempo real entre end-systems na Internet. Este criar filmes e apresentações de slides com fotos e vídeos e depois
padrão também cobre como end-systems na Internet se comuni- compartilha-las com os amigos e a família.
cam com telefones conectados a redes de comutação por circuito • Windows Media Player.
convencionais.
Gravador de Som: Você pode usar o Gravador de Som para
O H.323 inclui as seguintes especificações: gravar um som e salvá-lo como um arquivo de áudio no seu com-
• especificação para como os endpoints negociam codifi- putador. Você pode gravar sons de dispositivos de áudio diferentes,
cações para áudio/vídeo comuns. Como ele suporta uma variedade como um microfone que esteja conectado à placa de som do com-
de codificações padrão, um protocolo é necessário para um con- putador. Os tipos de fontes de entrada de áudio que podem ser
senso num determinado padrão num momento. gravadas dependem dos dispositivos de áudio que você possui e as
• especificação para como os pedaços de áudio/vídeo são fontes de entrada na placa de som.
encapsulados e mandados à rede. Particularmente, H.323 escolhe
o RTP para este fim. Windows Live MovieMaker: O Windows Live MovieMaker é
• especificação sobre como os telefones na Internet se um programa distribuído no pacote de programas e serviços Win-
comunicam com os telefones nas redes de comutação por circuito. dows Live que pode ser instalado gratuitamente no seu sistema
operacional Windows, e que permite transformar seus vídeos e
fotos em filmes e compartilhar seus vídeos com outras pessoas.
Estas são algumas coisas que você pode fazer no MovieMaker:

254
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

i. Adicione vídeos e fotos. Abrindo/Salvando projetos:


ii. Personalize seu filme. Adicione transições, efeitos de pan- Para abrirmos ou salvarmos um projeto, devemos ir da barra
orama e zoom, efeitos visuais, títulos, créditos, legendas e outros. de menu, e clicar em “Arquivo”, irá aparecer opções como: Novo
iii. Adicione música a seus filmes para usar como trilha sonora. Projeto, Abrir Projeto ou Salvar Projeto; Assim sempre que quis-
iv. Faça um filme rapidamente usando temas de Filme Au- ermos salvar ou abrir um projeto devemos seguir esse caminho e
tomático. Depois de adicionar vídeos e fotos, escolha um tema de escolher a opção desejada.
Filme Automático e faça um filme com apenas alguns cliques. Os
temas de Filme Automático adicionam título, créditos, transições e Adicionando vídeos no Storyboard
efeitos para você automaticamente. Com o arquivo já adicionado na área de coleções iremos apren-
v. Visualize a qualquer momento. Exiba seu projeto inteiro a der a adicioná-lo no Storyboard.
qualquer momento da edição para ver como ficará o filme concluí- 01- Selecione um vídeo da área de coleções e arraste-o até um
do. Ou simplesmente exiba um único item do projeto, como um dos quadros em branco na Storyboard;
vídeo, uma foto ou um item de texto. 02- Para adicionar outro vídeo na sequência, é só arrasta-lo até
vi. Publique seu filme na Web. Compartilhe seu filme com o próximo quadro em branco.
familiares e amigos publicando-o em sites populares, como You-
Tube ou Facebook. Você também pode baixar outros plug-ins de Obs. Também é possível adicionar, clicando com o botão dire-
publicação para publicar seu filme em outros sites populares. ito no vídeo na área de coleções e depois clicando em adicionar ao
vii. Salve o filme no computador para compartilhá-lo depois. Storyboard.
Salve seu filme no computador para reproduzi-lo ou compartil-
há-lo. Você pode, por exemplo, enviar o filme em uma mensagem Adicionando vídeos na linha do tempo
de email ou transferi-lo para um dispositivo portátil ou celular 01- Selecione um vídeo na área de coleções e arraste-o até a
posteriormente. Você poderá gravar o filme diretamente em DVD trilha “Vídeo” da linha do tempo;
usando o Windows MovieMaker. É necessário possuir instalado o 02- Para adicionar outro vídeo na sequência, é só arrastá-lo
Windows DVD Maker, disponível nas versões Windows Vista e 7. após o primeiro na trilha “Vídeo”.

A linha do tempo e o Storyboard Obs. Também é possível adicionar, clicando com o botão dire-
Storyboard: é a visualização padrão para o espaço de trabalho. ito no vídeo na área de coleções e depois clicando em adicionar à
Nessa visualização, você pode ver a sequência ou ordem dos clipes Linha do tempo.
do projeto e reorganizá-las facilmente se necessário. Também é
possível, de forma mais prática, adicionar os efeitos visuais e de Movendo, duplicando e excluindo clipes de vídeos
transição. Diferentemente da visualização linha do tempo, os clipes Movendo: Após adicionarmos vídeos a linha do tempo, iremos
de áudio e textos adicionados ao projeto atual não são mostrados aprender como mover um vídeo para alterar a sequência do pro-
nessa exibição. jeto.
Linha do Tempo: por meio dela você pode visualizar seu proje- 01- Selecione o vídeo na linha do tempo que você quer mover
to de forma cronológica, podendo revisar ou modificar o tempo dos e arraste-o até o local onde você deseja colocar.
clipes, ampliar ou reduzir a régua cronológica da linha do tempo e
fazer a sincronização com os clipes de áudio e textos adicionados Obs. Também é possível mover, clicando com o botão direito
ao projeto. sobre o vídeo a ser movido e selecionando recortar;
Para usarmos arquivos (filmes, fotos e músicas) na edição
de um filme, devemos primeiramente importá-los para a área de Depois, clique com o botão direito novamente sobre outro
coleções do Windows MovieMaker. Para importar um arquivo vídeo e selecione colar para posicionar o vídeo recortado antes
devemos seguir os seguintes passos: dele.
01- Clique no botão “Tarefas” localizado na barra de ferramen- Duplicando: Para duplicar um clipe, arraste-o mantendo a tecla
tas. “Ctrl” pressionada, ou então, clique com o botão direito sobre o
02- Abrirá uma coluna no lado esquerdo com três opções de vídeo a ser copiado e clique em copiar, depois, clique com o botão
tarefas. Clique na tarefa “Capturar Vídeo”. direito novamente sobre outro vídeo e selecione colar para posicio-
03- Aparecerá 4 opções de captura de vídeo: nar o vídeo copiado antes dele.
Capturar do dispositivo de vídeo: Ele captura um vídeo de uma Excluindo: Para excluir um vídeo selecione-o e pressione a tecla
câmera de vídeo (web cam) que esteja ligada ao computador. “Delete” do teclado, ou então clique com o botão direito sobre o
Importar vídeo: Ele importa um vídeo que já esteja salvo no vídeo a ser excluído e clique em excluir.
computador.
Importar imagens: Ele importa uma imagem que já esteja salva
no computador.
Importar áudio ou música: Ele importa um áudio ou música
que já esteja salvo no computador.
04- Após selecionarmos o arquivo a ser importado ele apa-
recera na área de coleções. Exceto quando utilizamos a primeira
opção que é uma gravação da câmera webcam.

255
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

Dividindo clipes Adicionando transições e efeitos especiais


É útil para quando desejarmos excluir partes indesejáveis de Podemos adicionar transições entre as imagens e efeitos espe-
um vídeo, para fazer isso, é preciso dividi-lo e excluir a parte que ciais sobre elas:
não será exibida.
01- Selecione o vídeo a ser dividido. Transições:
02- Use as opções do monitor de amostra: “Quadro anterior” 01- Entre no modo de visualização Storyboard.
e “Próximo quadro” para selecionar com precisão a parte de corte. 02- Clique no botão localizado na barra de ferramentas.
03- Depois de selecionado clique no botão “Divisor”. 03- Abrirá uma coluna no lado esquerdo com três opções de
04- Agora teremos um clipe dividido em duas partes, então tarefas:
selecione a parte indesejável e exclua. 04- Clique na tarefa “Editar Filme”.
05- Aparecerá 5 opções de Edição de filme, selecione “Exibir
Inserindo Título e textos transições de vídeo”.
06- Aparecerá na área de coleções diversos tipos de transições
Para inserir o título do filme, clique em “Criar títulos ou
de vídeo, para vê-los clique 2 vezes com o botão esquerdo sobre
créditos”. Escolha a opção “Adicionar título ao início do filme”.
um deles, o efeito irá aparecer no monitor de amostras. Para
Para inserir telas de texto em seu filme, clique em “Criar títulos ou
adicioná-lo entre 2 imagens, selecione o efeito e arraste-o até o
créditos”. Controle as cores e animação do mesmo modo que fez
espaço que fica entre as imagens.
com o título do filme.
Obs. Quando uma transição de vídeo é adicionada, o tempo
Criando Slide Shows em vídeo total do seu projeto diminui.

Adicionando imagens no Storyboard e na linha do tempo Efeitos especiais:


Até agora aprendemos a adicionar apenas vídeos a linha do 01- Entre no modo de visualização Storyboard.
tempo e ao Storyboard, agora aprenderemos a adicionar imagens, 02- Clique no botão localizado na barra de ferramentas.
que basicamente é o mesmo processo. 03- Abrirá uma coluna no lado esquerdo com três opções de
tarefas:
Storyboard: 04- Clique na tarefa “Editar Filme”
01- Selecione uma imagem da área de coleções e arraste-a até 05- Aparecerá 5 opções de Edição de filme, selecione “Exibir
um dos quadros em branco. efeitos de vídeo”.
02- Para adicionar outra imagem na sequência, é só arrasta-la 06- Aparecerá na área de coleções diversos tipos de efeitos
até o próximo quadro em branco. de vídeo, para vê-los clique 2 vezes com o botão esquerdo sobre
um deles, o efeito irá aparecer no monitor de amostras. Para adi-
Obs. Também é possível adicionar, clicando com o botão dire- cioná-lo a uma imagem, selecione o efeito e arraste-o até o espaço
ito na imagem na área de coleções e depois clicando em adicionar que fica no canto inferior esquerdo da imagem.
ao Storyboard.
Adicionando música e narração
Linha do Tempo: Pode ser incluído ao projeto uma música de fundo ou uma
01- Selecione uma imagem na área de coleções e arraste-a até narração.
a trilha “Vídeo” da linha do tempo: Música:
02- Para adicionar outra imagem na sequência, é só arrastá-la 01- Importe uma música para a área de coleções.
após a primeira na trilha “Vídeo”. 02- Mude o modo de visualização para Linha do tempo.
03- Selecione a música na área de coleções a arraste-a para
a trilha “áudio/música” da linha do tempo, ou então, clique com
Obs. Também é possível adicionar, clicando com o botão dire-
o botão direito na música e selecione Adicionar a linha do tempo.
ito na imagem na área de coleções e depois clicando em adicionar
04- Se for necessário reduza a duração da música (do mesmo
a Linha do tempo.
modo da alteração da duração de imagens) para coincidir com o
final da exibição de imagens.
Alterando a duração de exibição das fotos
Ao adicionar uma sequência de imagens no Storyboard ou na Narração:
Linha do tempo para a criação de um Slide show, cada foto terá 01- Mude o modo de visualização para Linha do tempo.
uma duração de 5 segundos de exibição, essa duração pode ser 02- Clique no botão “Narrar linha do tempo” localizado no
alterada dessa forma: canto esquerdo.
01- Entre no modo de visualização Linha do tempo. 03- Selecione a opção “Iniciar Narração”.
02- Selecione a imagem que você quer altera a duração. 04- Narre pelo microfone enquanto acompanha o seu projeto
03- Clique e segure com o botão esquerdo na borda direita da pelo monitor de amostras, após terminar, clique em “Parar nar-
imagem na linha do tempo e arraste-a até a duração desejada. ração”.
05- Irá abrir uma tela para salvar a narração em um local, após
Obs. Para ver a duração em Segundos da imagem, pouse o salvar, importe essa narração para a área de coleções e adicione a
mouse sobre ela na linha do tempo. linha do tempo.

256
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

Adicionando textos (títulos, créditos e legendas) Aprimoramentos


01- Mude o modo de visualização para Linha do tempo. Os aprimoramentos, como o próprio nome sugere, são recursos
02- Clique no botão localizado na barra de ferramentas. adicionais que servem para aprimorar a qualidade do som, vídeo
03- Abrirá uma coluna no lado esquerdo com três opções de e da própria interface do programa. Para facilitar a configuração
tarefas: deles, acesse o menu Exibir, aponte para Aprimoramentos e clique
04- Clique na tarefa “Editar Filme”. em Mostrar Aprimoramentos.
05- Apareceu 5 opções de Edição de filme, selecione “Criar Na guia Em Execução, uma nova caixa será exibida. Eis os apri-
títulos ou créditos”. moramentos! Utilize as setas no canto superior esquerdo dela para
06- Selecione o tipo de texto que você quer adicionar ao filme: navegar entre os recursos.
Seletor de cores: altera a cor da janela do Windows Media
Salvando como arquivo de filme Player.
Para salvar como arquivo de filme no computador ou em um Fading Cruzado e Nivelamento de Volume Automático: este
CD, clique em arquivo localizado na barra de menu. Escolha a opção faz com que o volume não se altere de uma música para outra. Já
“Salvar Arquivo de filme”, irá aparecer 5 opções: Meu computador, o Fading Cruzado, faz com que a transição entre as músicas seja
Mídia gravável, E-mail, WEB e Câmera de vídeo. Escolha a opção suave, diminuindo gradativamente o volume da música que está
que deseja, e clique em avançar. A partir daí é só seguir avançando acabando e, em seguida, aumentando gradativamente o volume da
conforme as instruções dadas pelo assistente para Salvar o filme. que está começando.
Equalizador Gráfico: permite equalizar as diferentes frequên-
Windows Media Player: cias de áudio, deixando o som mais limpo e agradável. Se preferir,
O Windows Media Player oferece uma interface intuitiva e utilize um dos esquemas predefinidos clicando em Padrão.
fácil de usar para executar arquivos de mídia digital, organizar sua Link de Mídia para E-mail: possibilita enviar trechos de músicas
coleção de mídia digital, gravar CDs das suas músicas favoritas, a outros usuários em rede, desde que a música esteja compartilha-
copiar músicas de CDs, sincronizar arquivos de mídia digital com da entre eles.
um dispositivo portátil e comprar conteúdo de mídia digital em Configurações de Velocidade de Execução: permite alterar a
lojas online. Na Biblioteca do Player, você pode acessar e organizar velocidade de execução das músicas.
sua coleção de mídia digital. No painel de navegação, você pode Modo Silencioso: quando ativado, reduz a diferença de volume
escolher uma categoria, como Músicas, Imagens ou Vídeos, para entre sons altos e suaves em uma mesma música (somente para
exibir no painel de detalhes. Por exemplo, para ver todas as músi- arquivos codificados com o Windows Media Áudio 9 Lossless ou do
cas organizadas por gênero, clique duas vezes em Músicas e clique Windows Media Áudio 9 Professional).
em Gênero. Em seguida, arraste os itens do painel de detalhes para Efeito SRS WOW: altera o baixo e o estéreo do áudio.
o painel de lista, a fim de criar listas de reprodução, gravar CDs Configurações de Vídeo: serve para ajustar a qualidade de
ou DVDs ou sincronizar com dispositivos, como players de música exibição dos vídeos, com controles de brilho, contraste, matiz e
portáteis. À medida que se move entre as várias exibições na Biblio- saturação.
teca do Player, você pode usar os botões Voltar e Avançar no canto
superior esquerdo do Player para refazer o seu caminho. Use a Visualizações
Biblioteca do Player para executar qualquer um dos procedimentos Você deve ter notado que, ao executar uma música, a janela
a seguir: fica com imenso espaço inutilizado, apenas com a cor preta. Para
1. Executar um arquivo de áudio ou vídeo contornar isso, o programa oferece as chamadas Visualizações,
2. Localizar itens na Biblioteca do Windows Media Player cores e formas geométricas que ficam em movimento pela tela
3. Adicionar itens à Biblioteca do Windows Media Player conforme a execução da música. Para adicioná-las, basta clicar com
4. Remover itens da Biblioteca do Windows Media Player o botão direito do mouse sobre a região vazia, apontar para o tipo
5. Criar ou alterar uma lista de reprodução automática no de visualização que deseja e selecionar uma delas.
Windows Media Player Embora sejam bonitas, essas imagens costumam consumir
6. Adicionar ou editar informações sobre mídia no Windows recursos moderáveis do sistema. Como alternativa, você pode sele-
Media Player cionar a opção Arte do Álbum (necessita conexão com a Internet).

Em execução: No modo Em execução, é possível exibir DVDs Plug-ins


e vídeos ou ver a música que está sendo executada no momento. São pequenas extensões que ampliam as funções e a compati-
Você pode optar por exibir apenas o item em execução no momen- bilidade do Windows Media Player, como a exibição de músicas na
to ou pode clicar com o botão direito do mouse no Player e clicar mensagem pessoal do Windows Live Messenger, por exemplo. Para
em Mostrar lista para exibir uma seleção de itens disponíveis. encontrar/baixar plugin, clique sobre o menu Exibir → Plug-ins →
Executar da barra de tarefas: Você também pode controlar o Localizar na Web.
Player quando ele está minimizado. Você pode executar ou pausar o
item atual, avançar para o próximo item e retornar ao item anterior Seletor de capas
usando os controles na visualização de miniatura. A visualização de
miniatura aparece quando você aponta para o ícone do Windows
Media Player na barra de tarefas.

257
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

Que tal mudar radicalmente o visual do player? Também no menu Exibir, há a opção Seletor de Capas. Nela, você tem a disposição
outros temas (skins) para aplicar ao visual do Windows Media Player. Para utilizar qualquer um deles, basta um clique duplo do mouse e
pronto! Caso queira mais, clique sobre o botão Mais Capase baixe aquelas que gostar para o diretório C:\Arquivos de programas\Windows
Media Player\Skins\.

Biblioteca
A biblioteca de mídia é um dos recursos que caracterizam o Windows Media Player. Toda a organização dos seus arquivos de mídia
digital é feita nela, incluindo a criação das indispensáveis playlists (listas de reprodução). Como você irá notar,a biblioteca oferece uma
variedade de informações e recursos. No entanto, utilizá-la é muito mais simples do que parece.

Sincronizar
A guia Sincronizar foi feita especialmente para os usuários que não ficam longe das suas músicas e vídeos, levando-os consigo em
dispositivos portáteis como pendrives, MP3 Players e iPods. Nela, basta conectar o dispositivo ao computador, criar a lista dos arquivos a
serem sincronizados e iniciar o processo de sincronização. Ideal para manter o seu dispositivo portátil sempre atualizado.

FERRAMENTAS DE PRODUTIVIDADE E TRABALHO A DISTÂNCIA (MICROSOFT TEAMS, CISCO WEBEX, GOOGLE


HANGOUT, GOOGLE DRIVE E SKYPE)

Definição
Vídeoconferência é uma tecnologia que permite o contato sonoro e visual entre os participantes. Estes participantes estão distantes
entre si, mas estabelecem uma interação através de imagens, áudio, textos, arquivos, etc.
Atualmente existem vários programas que podemos instalar para realizarmos uma videoconferência, sendo assim podemos realizar
reuniões e estabelecer interações de qualquer lugar do mundo.
Vamos a seguir detalhar alguns dos principais aplicativos :
• Microsoft Teams
• Zoom Cloud Meetings
• Google Duo
• Google Meet
• Blue Jeans Video Conferencing
• Skype
• Cisco Webex Meetings

A forma mais simples de participar de uma reunião é através de um link enviado pelo organizador para o nosso e-mail. Clicando
nesse link a sala da reunião já é aberta para a participação.
Todos as tecnologias também existem na versão mobile, para sua utilização deveremos instalar os respectivos apps da Play Store ou
App Store para Iphones. Vamos aos aplicativos.

Microsoft Teams

Inicialmente precisamos entrar no Microsoft Teams. Podemos utilizar a versão WEB (Direto pela internet), podemos baixar o Teams
para o nosso computador, ou podemos baixar o aplicativo para o nosso celular se for necessário.

258
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

Vamos precisar de uma conta Microsoft para entrar no Team. Se forem utilizados algum desses serviços, você já possui uma conta
Microsoft: Outlook, Office 365, Skype, OneDrive, Hotmail, Xbox Live, MSN ou outros serviços da microsoft. Sua conta Microsoft permite
um gerenciamento único.
Caso o usuário não possua uma conta Microsoft será solicitada a sua criação para, a partir daí, criarmos uma conta no Microsoft
teams.

Para dar continuidade e para fins didáticos vamos utilizar a versão WEB (Diretamente da Internet) conforme figura abaixo.

259
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

A tela abaixo é aberta, nos dando a possibilidade de participar • Dentro da sala de reunião
de uma vídeoconferência.

1 – Ativar/Desativar a sua câmera;


2 – Ativar/Desativar mudo;
Na imagem aproximada a seguir, podemos verificar a barra de 3 – Compartilhar: É possível compartilhar a tela do computa-
ferramentas básicas do aplicativo. dor, e ainda arquivos de diferentes naturezas, seja uma apresen-
tação em PowerPoint, planilha Excel, gráficos, tabelas, Word, PDF,
imagens, vídeos, entre outros;
4 – Mais opções de configuração de reunião;
5 – Mostrar conversa. A qualquer momento da aula os partici-
pantes podem escrever mensagens no chat;
6 – Ocultar participante;
7 – Desligar;
8 – Copiar informações de ingresso. (copiar link para convidar
participante ou digitar endereço do participante).

Zoom Meetings

• Como participar de uma reunião no zoom.


• Como agendar uma reunião no Microsoft Teams. 1 - Clique no link da reunião enviado. Exemplo: https://us04web.
Uma reunião pode ser feita imediatamente ou é possível agen- zoom.us/j/3453003829?pwd=bGZ5VGJUN2dnUHRzcDVNK0dU
da-la, as opções abaixo poderão ser escolhidas de acordo com o Ou acesse o site join.zoom.us (Site da Zoom);
objetivo. 2 - Clique em Entrar.

Inicialmente precisamos entrar na sala de Reunião. Podemos


acessar pela WEB (Direto pela internet), podemos acessar direta-
• Como participar de uma reunião do Microsoft Teams
mente o link enviado, podemos entrar no site mencionado acima
Podemos simplesmente ir até o calendário e selecionar o agen-
ou podemos baixar o aplicativo para o nosso celular se for neces-
damento da reunião, ou ainda clicar no link enviado via e-mail. Ao
sário.
clicar nesse link o usuário é direcionado diretamente para a sala da
reunião.

260
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

Vamos precisar de uma conta de e-mail. Esta conta de e-mail Passo 2 – Copiar Link
deverá estar com o organizador que ira agendar esta reunião e nos
enviará o convite.

Para dar continuidade e para fins didáticos vamos utilizar a ver-


são WEB (Diretamente da Internet), conforme figura acima.
A tela abaixo é aberta logo ao entrarmos, nos dando a possibi-
lidade de participar da vídeo conferência.

• Dentro da sala de reunião

Google Duo

1 – Ativar/Desativar mudo; • Como fazer uma chamada de vídeo


2 – Ativar/Desativar a sua câmera;
3 – Segurança (Concede permissões para ações na sala); Abra o aplicativo instalado e click conforme abaixo:
4 – Mostra os participantes da sala;
5 – Abre uma caixa de texto, onde podemos enviar mensagens
de texto;
6 – Permite compartilhar nossa tela;
7 – Permite a inserção de ícones animados;
8 – Mais opções de configuração da sala, além do compartilha-
mento do link da chamada.

• Como agendar uma reunião no zoom.


Uma reunião pode ser agendada por você, a partir daí é possí-
vel enviar o link da reunião para os convidados. Após ter clicado no botão, irão aparecer os contatos onde
podemos adiciona-los para início da vídeochamada.
Passo 1 - Site É importante lembrar que o Google Duo é um aplicativo para
smartphone, portanto deverá ser baixado da Play Store (Android)
ou App Store (Iphones). Além disso, esse aplicativo tem o limite de
32 pessoas conectadas, se for sua escolha de uso, fique atento a
isso.

261
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

• Dentro da sala de reunião No computador:

Ou pelo Celular, no aplicativo do Gmail.

Nos pequenos botões, da esquerda para a direita, temos:


1 – Ativar/Desativara a câmera;
2 – Ativar/Desativar o microfone;
3 – Encerrar;
4 – Girar a tela;
5- Opcões relacionadas a imagem.

Google Meet

• Como participar de uma reunião


A maneira mais simples e rápida de utilizar o Meet é:
1 – Acessar sua conta Gmail
2 – Escolher a opção de Criar uma Reunião ou então participar
de uma através de um link.

262
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

Se você for o organizador, receberá um link para enviar aos seus contatos. Se não, você deve colar um link recebido na caixa disponi-
bilizada, para então acessar a reunião clicando em Participar.

• Dentro da sala de reunião

Percebemos que temos o link da reunião na figura, este é o link que todo participante que acessou ou precisa para acessar a reunião.
Vamos analisar os números de acordo com a figura.
1 – Ativar/Desativar mudo;
2 – Encerrar;
3 – Ativar/Desativar a sua câmera.;
4 – Podemos visualizar os participantes, adicionar novos participantes e conversar via chat (textos);
5 — Um recurso é que podemos compartilhar a tela com participantes, de acordo com a figura abaixo:

263
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

• Como criar uma reunião no google meet. A partir deste momento já podemos:
No computador: • Convidar participantes através do link da reunião
• Iniciar a reunião agora
• Agendar a Reunião.

BlueJeans Video Conferencing

• Como participar de uma reunião.


O site para acesso do Blue é https://www.bluejeans.com e
acessa-lo é o primeiro passo de tudo. Lá criamos nossa conta e en-
tão fazemos login.

No celular:
1.

Neste cadastro temos a opção de cadastrar um Meeting ID, é


este o código que iremos usar para acessar as reuniões.

• Informações relevantes da conta cadastrada


A seguir você confere o acesso a diversas informações impor-
tantes na utilização do BlueJeans.
1.

2.

2.

264
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

3. A seguinte tela irá abrir e deve ser selecionada de acordo com


seu uso pessoal:

4.

Na sequência então, utilizamos outra vez nosso Meeting ID


para termos acesso à sala de reunião, como ilustram as imagens
a seguir:

1.

Vamos precisar do Meeting ID e do PassCode de acordo com


as figuras acima. Com estes números iremos acessar as reuniões.
Ao clicar em <Enter Meeting> , será feito o download abaixo:

2.

Devemos instalar o arquivo baixado para enfim termos acesso


à plataforma:

Ao entrar na sala de reunião temos funções similares a outras


tecnologias do gênero: Desligar e Ligar Câmeras e áudio, comparti-
lhar telas, encerrar, além de menus de chat e caixas de opções para
melhorar a experiência com configurações.

265
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

• Como criar uma reunião no BlueJeans Video Conferencing

1 – Clique em My BlueJeans

2 – Clique para Schedule Meeting e siga as instruções da plataforma

É importante salientar que conhecimentos em Língua Inglesa podem melhorar a sua experiência na utilização da plataforma oficial
do BlueJeans.

Skype

A forma mais simples de participar de uma reunião é através de um link enviado pelo organizador para o nosso e-mail. Clicando
neste link a sala da reunião já é aberta para a participação.
Mas vamos explicar utilizando a plataforma, para o nosso entendimento.
O procedimento poder ser feito pelo Skype Web ou pelo aplicativo instalado. Aqui vamos utilizar o aplicativo instalado no computa-
dor. No caso do celular deveremos baixar o SKYPE pela Play Store ou App Store, no caso de Iphone.
As ferramentas de uso são bastante parecidas com qualquer aplicativo de vídeochamada, com botões como Desligar e Ligar Câmeras
e áudio, compartilhar telas, encerrar, além de menus de chat e caixas de opções para melhorar a experiência com configurações. É possí-
vel ainda estabelecer chats sem vídeo ou algo, utilizando o aplicativo como uma ferramenta de conversa por texto.

266
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

A seguir, verificamos como iniciar chamadas no aplicativo:

Ao clicarmos em reunião temos duas opções: Organizar ou Ingressar numa reunião. Ao clicarmos em “organizar” a tela abaixo será
exibida, se clicarmos em ingressar em uma reunião iremos direto para a sala de reunião, como mostra a imagem 2.
1.

2.

267
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

Cisco Webex Meetings

• Como participar de uma reunião no Cisco Webex Meetings


A forma mais simples é através de um link enviado pelo organizador para o nosso e-mail. Clicando neste link a sala da reunião já é
aberta para a participação. Agora, utilizando a plataforma temos o seguinte:
Após feito o cadastro criamos um link que usaremos para participar e agendar reuniões.
Na plataforma:

Podemos participar também clicando em iniciar a reunião conforme o botão verde na imagem acima, mas para fins didáticos vamos
utilizar o navegador (Neste caso o chome).
No navegador:

A sala de reunião é mostrada de acordo com a imagem acima, as funções disponíveis são semelhantes outros aplicativos. Botões
como Desligar e Ligar Câmeras e áudio, compartilhar telas, encerrar, além de menus de chat e caixas de opções para melhorar a experiên-
cia com configurações.

268
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

• Como criar uma reunião no Cisco Webex Meetings


Como indica a imagem a seguir, na tela básica do aplicativo clique em Agendar

Neste caso é aberta uma tela onde o organizador vai digitar a sua senha e pode cadastrar a hora desejada e os e-mails dos convidados.

QUESTÕES

1. (FGV-SEDUC -AM) O dispositivo de hardware que tem como principal função a digitalização de imagens e textos, convertendo as
versões em papel para o formato digital, é denominado
(A) joystick.
(B) plotter.
(C) scanner.
(D) webcam.
(E) pendrive.

2. (CKM-FUNDAÇÃO LIBERATO SALZANO) João comprou um novo jogo para seu computador e o instalou sem que ocorressem erros.
No entanto, o jogo executou de forma lenta e apresentou baixa resolução. Considerando esse contexto, selecione a alternativa que contém
a placa de expansão que poderá ser trocada ou adicionada para resolver o problema constatado por João.
(A) Placa de som
(B) Placa de fax modem
(C) Placa usb
(D) Placa de captura
(E) Placa de vídeo

3. (CKM-FUNDAÇÃO LIBERATO SALZANO) Há vários tipos de periféricos utilizados em um computador, como os periféricos de saída e
os de entrada. Dessa forma, assinale a alternativa que apresenta um exemplo de periférico somente de entrada.
(A) Monitor
(B) Impressora
(C) Caixa de som
(D) Headphone
(E) Mouse

4. (VUNESP-2019 – SEDUC-SP) Na rede mundial de computadores, Internet, os serviços de comunicação e informação são disponibi-
lizados por meio de endereços e links com formatos padronizados URL (Uniform Resource Locator). Um exemplo de formato de endereço
válido na Internet é:
(A) http:@site.com.br
(B) HTML:site.estado.gov
(C) html://www.mundo.com
(D) https://meusite.org.br
(E) www.#social.*site.com

269
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

5. (IBASE PREF. DE LINHARES – ES) Quando locamos servido- 11. (MOURA MELO – CAJAMAR) É uma versão inexistente do
res e armazenamento compartilhados, com software disponível e Windows:
localizados em Data-Centers remotos, aos quais não temos acesso (A) Windows Gold.
presencial, chamamos esse serviço de: (B) Windows 8.
(A) Computação On-Line. (C) Windows 7.
(B) Computação na nuvem. (D) Windows XP.
(C) Computação em Tempo Real.
(D) Computação em Block Time. 12. (QUADRIX CRN) Nos sistemas operacionais Windows 7 e
(E) Computação Visual Windows 8, qual, destas funções, a Ferramenta de Captura não exe-
cuta?
6. (CESPE – SEDF) Com relação aos conceitos básicos e modos (A) Capturar qualquer item da área de trabalho.
de utilização de tecnologias, ferramentas, aplicativos e procedimen- (B) Capturar uma imagem a partir de um scanner.
tos associados à Internet, julgue o próximo item. (C) Capturar uma janela inteira
Embora exista uma série de ferramentas disponíveis na Inter- (D) Capturar uma seção retangular da tela.
net para diversas finalidades, ainda não é possível extrair apenas o (E) Capturar um contorno à mão livre feito com o mouse ou
áudio de um vídeo armazenado na Internet, como, por exemplo, no uma caneta eletrônica
Youtube (http://www.youtube.com).
( ) Certo 13. (IF-PB) Acerca dos sistemas operacionais Windows 7 e 8,
( ) Errado assinale a alternativa INCORRETA:
(A) O Windows 8 é o sucessor do 7, e ambos são desenvolvidos
7. (CESP-MEC WEB DESIGNER) Na utilização de um browser, a
execução de JavaScripts ou de programas Java hostis pode provocar pela Microsoft.
danos ao computador do usuário. (B) O Windows 8 apresentou uma grande revolução na interfa-
( ) Certo ce do Windows. Nessa versão, o botão “iniciar” não está sem-
( ) Errado pre visível ao usuário.
(C) É possível executar aplicativos desenvolvidos para Windows
8. (FGV – SEDUC -AM) Um Assistente Técnico recebe um e-mail 7 dentro do Windows 8.
com arquivo anexo em seu computador e o antivírus acusa existên- (D) O Windows 8 possui um antivírus próprio, denominado
cia de vírus. Kapersky.
Assinale a opção que indica o procedimento de segurança a ser (E) O Windows 7 possui versões direcionadas para computado-
adotado no exemplo acima.
res x86 e 64 bits.
(A) Abrir o e-mail para verificar o conteúdo, antes de enviá-lo
ao administrador de rede.
14. (CESPE BANCO DA AMAZÔNIA) O Linux, um sistema multi-
(B) Executar o arquivo anexo, com o objetivo de verificar o tipo
tarefa e multiusuário, é disponível em várias distribuições, entre as
de vírus.
quais, Debian, Ubuntu, Mandriva e Fedora.
(C) Apagar o e-mail, sem abri-lo.
( ) Certo
(D) Armazenar o e-mail na área de backup, para fins de moni-
( ) Errado
toramento.
(E) Enviar o e-mail suspeito para a pasta de spam, visando a 15. (FCC – DNOCS) - O comando Linux que lista o conteúdo de
analisá-lo posteriormente. um diretório, arquivos ou subdiretórios é o
(A) init 0.
9. (CESPE – PEFOCE) Entre os sistemas operacionais Windows (B) init 6.
7, Windows Vista e Windows XP, apenas este último não possui ver- (C) exit
são para processadores de 64 bits. (D) ls.
( ) Certo (E) cd.
( ) Errado
16. (SOLUÇÃO) O Linux faz distinção de letras maiúsculas ou
10. (CPCON – PREF, PORTALEGRE) Existem muitas versões do minúsculas
Microsoft Windows disponíveis para os usuários. No entanto, não é ( ) Certo
uma versão oficial do Microsoft Windows ( ) Errado
(A) Windows 7
(B) Windows 10
(C) Windows 8.1
(D) Windows 9
(E) Windows Server 2012

270
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

17. (CESP -UERN) Na suíte Microsoft Office, o aplicativo 8 C


(A) Excel é destinado à elaboração de tabelas e planilhas eletrô-
nicas para cálculos numéricos, além de servir para a produção 9 CERTO
de textos organizados por linhas e colunas identificadas por nú- 10 D
meros e letras.
11 A
(B) PowerPoint oferece uma gama de tarefas como elaboração
e gerenciamento de bancos de dados em formatos .PPT. 12 B
(C) Word, apesar de ter sido criado para a produção de texto, é 13 D
útil na elaboração de planilhas eletrônicas, com mais recursos
que o Excel. 14 CERTO
(D) FrontPage é usado para o envio e recebimento de mensa- 15 D
gens de correio eletrônico. 16 CERTO
(E) Outlook é utilizado, por usuários cadastrados, para o envio
e recebimento de páginas web. 17 A
18 D
18. (FUNDEP – UFVJM-MG) Assinale a alternativa que apresen-
19 CERTO
ta uma ação que não pode ser realizada pelas opções da aba “Pági-
na Inicial” do Word 2010. 20 CERTO
(A) Definir o tipo de fonte a ser usada no documento.
(B) Recortar um trecho do texto para incluí-lo em outra parte
do documento. ANOTAÇÕES
(C) Definir o alinhamento do texto.
(D) Inserir uma tabela no texto
______________________________________________________
19. (CESPE – TRE-AL) Considerando a janela do PowerPoint
______________________________________________________
2002 ilustrada abaixo julgue os itens a seguir, relativos a esse apli-
cativo. ______________________________________________________
A apresentação ilustrada na janela contém 22 slides ?.
______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

( ) Certo ______________________________________________________
( ) Errado
______________________________________________________
20. (CESPE – CAIXA) O PowerPoint permite adicionar efeitos so-
______________________________________________________
noros à apresentação em elaboração.
( ) Certo ______________________________________________________
( ) Errado
______________________________________________________
GABARITO ______________________________________________________

______________________________________________________
1 C
______________________________________________________
2 E
3 E ______________________________________________________
4 D ______________________________________________________
5 B
______________________________________________________
6 ERRADO
______________________________________________________
7 CERTO

271
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

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272
ATENDIMENTO BANCÁRIO

→ Análise da Concorrência
NOÇÕES DE ESTRATÉGIA EMPRESARIAL: ANÁLISE A concorrência deve ser avaliada em relação a produtos/servi-
DE MERCADO, FORÇAS COMPETITIVAS, IMAGEM ços e à organização (nesse caso, sua análise já ocorreu na etapa de
INSTITUCIONAL, IDENTIDADE E POSICIONAMENTO planejamento estratégico).

— Análise de mercado — Forças competitivas


A análise de mercado é um dos componentes do plano de ne- Na luta por participação de mercado, a competição não se ma-
gócios que está relacionado ao marketing da organização. Ela apre- nifesta apenas através dos demais concorrentes. Pelo contrário, a
senta o entendimento do mercado da empresa, seus clientes, seus competição de um setor industrial tem suas raízes em sua respecti-
concorrentes e quanto a empresa conhece, em dados e informa- va economia subjacente e existem forças competitivas que vão bem
ções, o mercado onde atua1. além do que esteja representado unicamente pelos concorrentes
A análise do mercado permite ainda se conhecer de perto o estabelecidos nesse setor em particular2.
ambiente onde o produto/serviço se encontra. O mercado está Os clientes, os fornecedores, os novos entrantes em potencial
composto pelo ambiente onde a empresa e produto se localizam, e os produtos substitutos são todos competidores que podem ser
pela concorrência e pelo perfil do consumidor. mais ou menos proeminentes ou ativos, dependendo do setor in-
A definição do mercado leva em conta: dustrial.
O estado de competição em um segmento industrial depende
→ Análise da Indústria/Setor de cinco forças básicas, que estão esquematizadas na figura abaixo.
A análise da indústria deve apresentar as informações a respei- O vigor coletivo destas forças determina o lucro potencial máximo
to do tamanho, crescimento e estrutura da indústria/setor em que de um setor industrial, variando de intenso e suave.
sua organização está inserida. Inicia-se com a coleta de informação
do setor ao qual pertence o produto/serviço. Forças que governam a competição em um setor industrial
Essa informação é geralmente discriminada em termos dos ob-
jetivos e pode estar relacionada com a estrutura da indústria e do
setor em termos estatísticos, práticas de marketing e o composto
de marketing. Também pode ser usada para monitorar mudanças
no setor e aproveitar as oportunidades decorrentes dessas mudan-
ças em nichos específicos.

→ Descrição do Segmento de Mercado


O segmento de mercado é definido a partir das características
do produto, estilo de vida do consumidor (idade, sexo, renda, pro-
fissão, família, personalidade, etc.) e outros fatores que afetam de
uma maneira direta o consumo do produto, como localização geo-
gráfica por exemplo.
Geralmente, para segmentar um mercado é necessário ter um
conhecimento mais abrangente, não somente qualitativo, mas tam-
bém quantitativo do mesmo.
Um segmento de mercado é um conjunto de clientes que tem
necessidades e desejos em comum. Ao agrupar clientes semelhan-
tes, pode-se satisfazer suas necessidades específicas de forma mais
eficaz.

→ Análise SWOT do Produto/Serviço


Os pontos fortes e fracos dos principais concorrentes em rela-
ção ao produto/serviço devem ser avaliados, de maneira a se tentar
eliminar as ameaças dos concorrentes e os riscos envolvidos.
O conhecimento dessas fontes básicas de pressão competitiva
propicia o trabalho preliminar para uma agenda estratégica de ação.
Elas acentuam os esforços críticos e os pontos fracos da empresa, dão
1 https://www.fca.unesp.br/Home/Instituicao/Departamentos/Gestaoetecno- 2 MONTGOMERY, Cynthia; PORTER, Michael (org.). Estratégia: a busca da
logia/analise-de-mercado.pdf vantagem competitiva. 7ª edição. Rio de Janeiro: Campus, 1992.

273
ATENDIMENTO BANCÁRIO

vida ao posicionamento da empresa no setor, tornam claras as áreas Em outras palavras, é uma atividade que tem como objetivo ve-
onde as mudanças estratégias possam oferecer maiores vantagens e rificar de que forma os veículos e os públicos avaliam uma empresa,
acentuam os lugares onde as tendências do setor prometem ser da entidade ou pessoa.
maior importância, seja como oportunidade, seja como ameaça.
Entender essas fontes passa a ser também uma forma de aju- — Identidade e posicionamento
da quando forem consideradas áreas para diversificação. As forças
mais competitivas determinam a lucratividade de um setor e, por- Identidade
tanto, são da maior importância na formulação estratégica. A Identidade Corporativa, diferentemente da imagem ou da
reputação, representa o conjunto de produtos, significados, valo-
— Imagem institucional res, marcas e princípios de uma organização e que contribui para
A Imagem Institucional é formada pelo conjunto de ações que distingui-la do mercado, inclusive dos seus concorrentes.
formam a reputação da empresa. Acredita-se que a imagem institu- A identidade incorpora a sua missão e visão, sua forma de ges-
cional de uma empresa é positiva quando a comunicação bilateral tão, o seu capital intelectual, e também a sua identidade visual.
tem eficiência. Ou seja, o cliente consegue obter respostas que sa- Identidade corporativa é quem de fato ela é, ou seja, crenças, va-
tisfaçam as dúvidas. lores, cultura.
A imagem se refere ao conjunto de representações mentais
atribuídas a uma organização, construídas por um indivíduo ou gru- Posicionamento
po a partir de percepções e experiências concretas, informações e O marketing direcionado também abrange o posicionamento
influências recebidas por terceiros ou da mídia. Todas as práticas de mercado pretendido pela empresa em relação ao mercado alvo
da organização são importantes e influenciam como a sua imagem e à concorrência. O posicionamento permite evidenciar a empresa
é percebida pelos stakeholders (agentes interessados e envolvidos no cenário competitivo, pela oferta de um produto destacado pe-
direta e indiretamente com a organização). rante o consumidor, que se baseia na satisfação mais plena de sua
Define-se como Imagem Corporativa, o conjunto das percep- necessidade para decidir a sua preferência.
ções em relação a uma empresa, tanto junto a seus consumidores A doutrina majoritária define duas conceituações para posicio-
como a outros grupos de pessoas e ao mercado como um todo. Es- namento de mercado, quais sejam:
sas percepções são a visão externa em relação a diversos aspectos 1) Valoriza-se a análise da concorrência para se definir o posi-
da empresa. cionamento, pois é a imagem que os clientes têm de um produto,
Ou seja, a imagem corporativa pode ser percebida de várias especialmente em relação aos concorrentes3;
formas de acordo com a subjetividade de cada público em particu- 2) Entende-se a importância do registro de uma marca específi-
lar. Imagem corporativa é como a empresa é vista, percebida pelos ca na mente dos consumidores, ao destacar que o posicionamento,
públicos de interesse. é o ato de desenvolver a oferta e a imagem da empresa, de manei-
ra que ocupem uma posição competitiva distinta e significativa nas
Comunicação Empresarial mentes dos consumidores-alvos4.
Durante muitos anos a comunicação empresarial clássica se
segmentou em três conjuntos de esforços: Agrupando-se ambas as definições, tem-se um entendimento
1) Comunicação de Marketing: para cuidar da marca, dos pro- generalizado de qualquer tipo de planejamento, a saber: onde esta-
dutos e serviços, voltada para clientes e consumidores; mos, para onde queremos ir, como chegarmos e, no caso específico
2) Comunicação Institucional: refere-se à empresa e é voltada do posicionamento de mercado, qual a posição do produto frente à
para formadores de opinião e à opinião da sociedade em geral; concorrência. A partir do momento que a empresa tenha definido
3) Comunicação Interna: voltada para funcionários e seus fa- seu mercado-alvo, é necessário posicionar o produto nesse merca-
miliares. do.
O Posicionamento de Produto significa conseguir que um pro-
Esse tipo de trabalho é ainda muito encontrado no mercado e duto ocupe um lugar claro, distinto e desejável, em relação aos pro-
faz com que a empresa tenha processos internos diferentes para dutos concorrentes na mente dos consumidores-alvo. A estratégia
cada segmento acima citado. Na maioria das vezes, os departamen- de posicionamento do produto é fundamental para desenvolver o
tos estão isolados e possuem estratégias individuais e diferentes. composto de marketing adequado.
Para o melhor desempenho de comunicação de uma organi- O Posicionamento da Oferta é composto por um complexo
zação, é fundamental que se aplique o Processo Único de Comuni- grupo de percepções, impressões e sentimentos. Os profissionais
cação Empresarial (PUC). Este integra todas as funções e departa- de Marketing devem planejar a posição da oferta de forma que dê
mentos voltados à comunicação, como marketing, vendas, recursos o maior lucro possível.
humanos, relações públicas, advogados, serviço de atendimento ao
cliente, telemarketing, agências de publicidade, entre outros, e faz
com que todos trabalhem sob o mesmo processo de comunicação.
Nada impede que as funções tenham suas estratégias próprias,
mas, no momento da comunicação empresarial, as ações devem
ser coordenadas. Outro aspecto relevante a se abordar, é que a au-
ditoria de imagem compreende o estudo, a pesquisa e a análise da 3 SIMPSON, P. M. Segmentação de Mercado e Mercados-alvo. Porto Alegre:
imagem e/ou reputação de uma organização junto aos seus públi- Bookman: 2001.
cos de interesse (stakeholders). 4 KOTLER, P.; ARMSTRONG, G. Princípios de marketing. 7. ed. São Paulo: Pear-
son Prentice Hall,1998.

274
ATENDIMENTO BANCÁRIO

Estratégias de Posicionamento Com a segmentação, a organização poderá obter muitas van-


Por mais comoditizado5 que seja o produto para o cliente, as tagens, como realizar melhor trabalhos frente a concorrência, de-
empresas devem converter um produto indiferenciado em uma dicando-se às fatias de mercado que tenha melhores condições
oferta diferenciada. Os profissionais podem posicionar a oferta de de atender. Para tanto, é necessário estimar o tamanho atual do
várias maneiras, seguindo as principais estratégias de posiciona- mercado, identificar os concorrentes e respectivas participações, e
mento elencadas abaixo: o potencial de crescimento deste mercado.
- Atributos específicos do produto (desempenho); Logo após, é necessário separar os consumidores em grupos,
- Benefícios do produto; de tal modo que a necessidade genérica a ser atendida tenha ma-
- Ocasiões de uso dos produtos; tizes específicas, que são semelhantes para os que pertencem ao
- Classes de usuários; mesmo grupo e diferentes dos demais grupos. Essa divisão pode
- Contra os concorrentes (comparação de uma empresa com ocorrer segundo critérios geográficos, demográficos, psicográficos
outra direta ou indiretamente); ou comportamentais.
- Em contraste aos concorrentes, (na contramão dos concor- Os segmentos resultantes desta divisão devem ser avaliados
rentes); segundo o tamanho, potencial de crescimento e atratividade, em
- Classes de produtos; relação aos objetivos e recursos da empresa. Por fim, se escolhe
- Preço/qualidade (enfatiza o valor derivado do produto seja um ou mais segmentos a serem atendidos, que é o mercado alvo ou
em termos de qualidade ou de preço); target, que serão objeto de estudos, planos e ações de marketing,
- Símbolo (as empresas utilizam um símbolo ou ícone para po- envolvendo o posicionamento da oferta na mente do consumidor
sicionar o seu produto nas mentes dos consumidores, assim, ao em relação aos concorrentes.
longo do tempo, o símbolo torna-se um sinônimo da empresa ou
do produto). Níveis de Segmentação de Mercado
A segmentação é um esforço para o aumento de precisão de
alvo de uma empresa, podendo as organizações adotarem cinco ní-
SEGMENTAÇÃO DE MERCADO veis, quais sejam8:
1) Marketing de Massa: a organização se preocupa em produ-
SEGMENTAÇÃO DE MERCADO ção, distribuição e promoção de massa de um produto para todos
A Segmentação de Mercado significa escolher um grupo de os compradores. A vantagem desse nível de marketing é que com
consumidores, com necessidades homogêneas, para o qual a or- ele, pode-se criar um maior potencial de mercado, custos menores
ganização poderá fazer uma oferta mercadológica. O processo de e automaticamente margens maiores;
segmentação requer que sejam identificados os fatores que afetam 2) Marketing de Segmento: o segmento de mercado é formado
as decisões de compras dos consumidores6. por um grande grupo de compradores identificáveis em um merca-
O seguimento deve ser: do. As pessoas diferem em seus desejos, poder de compra, localiza-
- Identificável; ções geográficas, atitudes e hábitos de compra;
- Mensurável; 3) Marketing de Nicho: é o processo de se direcionar para um
- Acessível; segmento de mercado relativamente pequeno com um composto
- Rentável; de marketing especializado. Nicho é um grupo mais restrito de com-
- Estável. pradores, as organizações identificam nichos dividindo um segmen-
to em vários subsegmentos;
Segmentação de mercado refere-se à divisão de um mercado 4) Marketing Local: entende-se como marketing local, o volta-
em grupos de compradores potenciais que tenham semelhantes do para as características regionais e locais dos consumidores, com
necessidades e desejos, percepções de valores ou comportamentos programas e produtos preparados sob medidas conforme a neces-
de compra. Os mercados se diferem de várias formas, quanto aos sidade e desejos de grupos de comunidades locais;
desejos, recursos, localidades, atitudes e práticas de compra, ou 5) Marketing Individual: é o direcionamento à consumidores
seja, eles podem ser segmentados de várias maneiras7. individuais, ou seja, esse tipo visa individualizar e personalizar os
Quando uma organização segmenta o mercado, torna-se mais esforços para cada um deles. Este é o segmento mais subdividido
fácil satisfazer suas necessidades e desejos, pois o composto de que se possa existir.
marketing será desenvolvido atendendo às necessidades específi-
cas daquele segmento. Desenvolver um composto dirigido a gran- O marketing individual engloba o auto marketing, onde o con-
des mercados, formado por consumidores com diferentes necessi- sumidor assume mais responsabilidade para determinar que pro-
dades, se torna mais trabalhoso e bem mais difícil, por esta razão dutos e marcas comprar, como por exemplo a compra pela internet.
que a segmentação do mercado facilita à organização, desenvolver
e comercializar produtos que se aproximem cada vez mais à satisfa- A segmentação de mercado é realizada das seguintes formas:
ção das necessidades de seus consumidores. → Segmentação Geográfica: trata-se de uma divisão do mer-
cado em diferentes unidades geográficas, como países, estados,
5 A palavra comoditização vem da palavra inglesa “commodity”. Em uma defi-
regiões, cidades ou bairros. Essa segmentação divide um mercado
nição clara, significa dizer, que aos olhos de um cliente não há diferença entre o
global em grupos homogêneos, e as organizações podem optar por
produto A, B ou C. Se não existe diferença para o cliente, o mesmo certamente
atuar em um ou mais mercados geográficos;
irá escolher aquele que lhe ofereça o menor preço ou a melhor oferta.
6 https://pt.surveymonkey.com/mp/market-segmentation/
7 CHURCHILL, G. A. e PETER, J. Paul. Marketing: criando valor para os clientes. 8 KOTLER, P.; ARMSTRONG, G. Princípios de marketing. 7. ed. São Paulo: Pear-
São Paulo: Saraiva, 2000. son Prentice Hall,1998.

275
ATENDIMENTO BANCÁRIO

→ Segmentação Demográfica: são as bases mais populares e


fáceis de serem avaliadas, para segmentação dos grupos de con- AÇÕES PARA AUMENTAR O VALOR PERCEBIDO PELO
sumo, uma vez que as necessidades e desejos variam conforme as CLIENTE
mudanças demográficas. A maioria das empresas segmenta o mer-
cado combinando duas ou mais variáveis demográficas, por exem-
A satisfação dos clientes é cada vez mais exigida nas organi-
plo, sexo e idade;
zações, pois se torna um diferencial importante para as empresas
→ Segmentação Psicográfica ou Socioeconômica: são seg-
que trabalham tanto com produtos como com serviços. A tendência
mentos que levam em consideração o estilo de vida dos diferentes
atual é que as organizações busquem atender às necessidades de
consumidores, ou seja, ele segmenta os grupos na classe social, na
seus clientes, para obter sucesso e até mesmo garantir a sobrevi-
personalidade, nas atitudes e na percepção. Esse tipo de segmen-
vência e continuidade do negócio no longo prazo.
tação produz uma descrição muito mais rica de um mercado-alvo
Para suprir as expectativas dos clientes, não é só a qualidade do
potencial do que seria possível de outro modo;
produto que interessa, mas também a qualidade dos serviços pres-
→ Segmentação Comportamental: é o melhor ponto de parti-
tados pela organização, o bom atendimento e uma boa informação.
da para segmentar o mercado. São segmentos tomando como pon-
Se buscar a maior satisfação dos clientes é algo muito importante,
to de partida seu conhecimento, atitude, uso ou resposta para um
pois os consumidores se deparam com um vasto universo de produ-
determinado produto;
tos, marcas, preços e fornecedores pelos quais optar9.
→ Segmentação por Multiatributos: é o segmento que parte
A satisfação consiste na sensação de prazer ou desapontamen-
do princípio de conglomerados geográficos que proporcionam in-
to resultante da comparação do desempenho (ou resultado) per-
formações mais ricas sobre os consumidores;
cebido de um produto em relação às expectativas do comprador10.
→ Segmentação baseada em Comportamento de Compra: os
As expectativas se baseiam nas experiências de compras ante-
profissionais de marketing podem segmentar o mercado de acordo
riores do cliente, na opinião de amigos e parceiros, e também nas
com o comportamento de compra do consumidor. A segmentação
informações e promessas de profissionais de marketing com quem
baseada no comportamento dos consumidores geralmente centra-
tenham tido contato.
-se em alguma combinação de frequência de uso, situação de leal-
Considerando que a finalidade da empresa é gerar e manter
dade e situação de usuário;
clientes, a partir do momento em que ela consegue satisfazê-los to-
→ Segmentação de Mercados Industriais: os mercados in-
talmente em seus desejos, necessidades e expectativas, tem a seu
dustriais podem ser segmentados utilizando muitas das formas de
favor todas as condições fundamentais para mantê-los ativos em
segmentação de consumidores, como Segmentação Demográfica,
seus negócios. Isso precisa ser percebido com clareza por emprega-
Segmentação por Variáveis Operacionais, Segmentação por Abor-
dos, gerentes e corpo diretivo da empresa.
dagens de Compra, Segmentação por fatores Situacionais, Segmen-
Deste modo, fica evidente que as empresas, de maneira geral,
tação por Características Pessoais;
deveriam ter como foco atingir a máxima satisfação dos clientes.
→ Segmentação dos Mercados Internacionais: podem ser seg-
Pois um cliente satisfeito mantém com a empresa um relaciona-
mentados através de uma única variável ou de uma combinação
mento saudável e de longa duração (eles ficam retidos), e ambos,
delas;
de alguma maneira, são mutuamente beneficiados.
→ Segmentação Inter mercado: são consumidores com hábi-
No que se refere ao perfil do cliente altamente satisfeito, atri-
tos semelhantes, mas em regiões diferentes.
buem-se os seguintes aspectos:
a) Permanece fiel por mais tempo;
Por fim, a avaliação dos diversos segmentos de mercado envol-
b) Compra mais à medida que a empresa lança novos produtos
ve dois critérios básicos. Vejamos:
ou aperfeiçoa produtos existentes;
Atratividade do Segmento: tamanho, taxa de crescimento,
c) Fala favoravelmente da empresa e de seus produtos;
lucratividade, economias de escala, risco, etc. A organização deve
d) Presta menos atenção a marcas e propagandas concorrentes
estar voltada para segmentos que valham a pena, e devem ser ava-
e é menos sensível a preço;
liados os vários fatores estruturais importantes que afetam a lucra-
e) Oferece ideias sobre produtos ou serviços à empresa;
tividade;
f) Custa menos para ser atendido do que novos clientes, uma
vez que as transações são roteirizadas.
Objetivos da empresa e recursos disponíveis: compatibilida-
de entre o investimento necessário para atingir o segmento, e as
A partir dessa ótica, as empresas, necessariamente, devem
competências, recursos e objetivos (curto, médio e longo prazos)
buscar a capacitação que lhes garantirá conquistar preferência de
organizacionais. Estão ligados os objetivos da empresa quanto ao
seus clientes.
mercado, se atrativo, mas, se contrário aos objetivos da empresa,
este segmento está descartado.
Retenção de Clientes
O objetivo da empresa não é apenas conseguir novos clientes,
mas também o que é ainda mais importante: retê-los, a fim de que
seja possível manter a sobrevivência do negócio, aumentar os lu-
cros e garantir o seu crescimento.

9 CESTARI, T.; GIMENEZ, E. L. L. A importância da satisfação dos clientes: um


estudo de caso na envelopex artes gráficas, 2013.
10 KOTLER, Philip. Administração de marketing: a edição do novo milênio. SP:
Prentice Hall, 2000.

276
ATENDIMENTO BANCÁRIO

A retenção de clientes é a consequência de atitudes estraté- A fidelização constitui realmente uma estratégia cuja finalida-
gicas que devem estar nas bases do modelo de negócio de cada de é prolongar mais e mais o relacionamento entre a empresa e
empresa, com a função de manter os clientes satisfeitos. Para que o cliente, não o satisfazendo apenas em dado momento, mas ob-
haja retenção de clientes é preciso, sobretudo, respeitar e seguir tendo sua satisfação permanente com a loja, com seus serviços e
uma premissa básica, ao qual se relaciona a manter os clientes sa- produtos. Trata-se de conquistar a fidelidade do consumidor ao seu
tisfeitos. negócio, fazendo dele efetivamente um cliente.
O marketing de relacionamento é a chave para isso, o que en- Para que haja fidelização, é preciso que se conheça bem o
volve o fornecimento de benefícios financeiros e sociais, bem como cliente, identificando suas características, desejos e necessidades
recursos estruturais que auxiliem os clientes. e utilizando essas informações para estreitar ainda mais o relacio-
Além disso, para manter os clientes satisfeitos, é recomendável namento com ele, estabelecendo um elo de confiança, facilitando a
utilizar três atividades internas que se complementam: sua vida e reduzindo as possibilidades de que ele venha a trocar sua
1. Análise contínua do comportamento de consumo e do perfil loja por outra (favorecendo a retenção), já que a concorrente teria
dos clientes; que começar o relacionamento do zero.
2. Análise da adequação do produto consumido versus perfil Pesquisas apontam que clientes atuais (já clientes), são de cin-
do cliente; co a sete vezes mais rentáveis do que os novos, e que é bem mais
3. Atuação ativa e transparente no intuito de aprimorar essa econômico manter clientes antigos do que conquistar pessoas que
adequação do produto. ainda não conhecem a empresa.
O quadro abaixo demonstra as principais diferenças entre re-
As empresas devem decidir quanto devem investir em mar- tenção e fidelização de clientes:
keting de relacionamento nos diferentes segmentos de mercado e
clientes individuais, partindo do marketing básico, reativo, respon- PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE RETENÇÃO E FIDELIZAÇÃO DE
sável, proativo, até o de parceria. São tipos de marketing que in-
CLIENTES
fluenciam na retenção de clientes:
Retenção Fidelização
→ Básico: o vendedor da empresa vende o produto, mas não Trata-se de um ponto de partida e, Engloba um programa de
oferece acompanhamento de forma alguma; ao mesmo tempo, um resultado a estratégias;
→ Reativo: o vendedor vende o produto e pede ao cliente que ser obtido;
o chame se chegar a ter alguma dúvida ou problema;
→ Responsável: o vendedor chama o cliente, pouco depois da Pode envolver um momento; Envolve longo prazo;
venda, para saber se o produto está atendendo às suas expectati- Implica em ações para evitar a saí- Trata da valorização do
vas. Além disso, pede sugestões ao cliente para melhorar o produto; da do cliente (começa no primeiro cliente, prolongando o
→ Proativo: o vendedor ou alguma outra pessoa da empresa contato com o cliente e perma- relacionamento com ele e
chama o cliente, de tempos em tempos, para lhe falar dos usos nece, destacando-se sempre em incrementando as possibi-
aperfeiçoados do produto ou de produtos novos que poderiam ser momentos específicos, durante lidades de retorno finan-
úteis; todo o relacionamento). ceiro.
→ Societário (Partnership): a empresa trabalha de forma sus-
tentada com aquele cliente e também com demais, para encontrar Cadeia de Valor e a Satisfação do Cliente
a forma de proporcionar-lhes mais valor (qualidade). Visando criar a satisfação dos clientes, as empresas devem ge-
renciar sua cadeia de valor, bem como seu sistema de entrega de
Avaliação da Satisfação para a Retenção de Clientes valor, com o foco no cliente. A Cadeia de Valor é usada como uma
Os níveis de satisfação dos clientes podem ser avaliados de inú- ferramenta para identificar maneiras para criar mais valor.
meras maneiras, como: Na Cadeia de Valor existem 9 atividades criadoras de valor. Ve-
jamos:
Sistemas de reclamações e sugestões (SAC, 0800); 1 – Infraestrutura da empresa;
Pesquisas de satisfação de clientes; 2 – Administração de recursos humanos;
Compras simuladas (ou comprador oculto/disfarçado); 3 – Desenvolvimento de tecnologia;
Análise de clientes perdidos (por que pararam de comprar?). 4 – Compras.
Número de indicação de novos clientes por clientes atuais
(Para isso é válido saber dos novos clientes como eles chegaram até Essas quatro primeiras atividades são chamadas de Atividades
a empresa, se houve indicação de algum cliente ou não.) de apoio (ou atividades-meio). As cinco abaixo são as chamadas
Atividades principais (ou atividades fins), que interferirão direta-
Fidelização dos Clientes mente no índice de satisfação dos clientes:
Entende-se que o cliente fiel é aquele que está satisfeito com 5 – Logística de entrada;
o atendimento e que se torna parceiro comercial da empresa, de- 6 – Operações;
vido ao grau de satisfação com as atividades executadas. Em outras 7 – Logística de saída;
palavras, pode-se definir fidelização como sendo um compromisso 8 – Marketing e vendas;
profundo de comprar ou recomendar repetidamente certo produto 9 – Serviços de pós-vendas.
ou serviço.

277
ATENDIMENTO BANCÁRIO

→ As características dos diferentes tipos de conhecimentos de-


GESTÃO DA EXPERIÊNCIA DO CLIENTE vem ser consideradas para a sua transferência;
→ Os indivíduos são os principais agentes de conhecimento.
A Gestão da Experiência do Cliente ou Gestão do Conheci-
Gestão de Capital Intelectual
mento Empresarial refere-se à coleta de dados e informações, que,
Denomina-se como capital intelectual, o conjunto de ativos
quando processados ao longo do tempo, geram conhecimento, en-
intangíveis composto por diversos fatores, tais como: qualidade e
globando expertise (qualidades próprias, ou Know-how adquirido)
coerência do relacionamento entre empresa (clientes e fornecedo-
e insight (discernimento da situação, capacidade de solução) ofe-
res) talentos, ideias e insights apresentados por todos os envolvi-
recidos pelos indivíduos. Este ato de conhecer, oferecido pelo indi-
dos no contexto organizacional, entre outros. Esses fatores, quando
víduo, quando segregado e alinhado aos objetivos organizacionais,
combinados e trabalhados em um sistema gerencial eficiente ali-
geram o conhecimento corporativo, refletindo nos produtos e servi-
nhado aos objetivos organizacionais, geram conhecimentos, capa-
ços explorados pelas empresas, que visam atender às necessidades
zes de promover a inovação e reestruturação contínua dos proces-
específicas dos clientes11.
sos, gerando resultados eficazes13.
Assim, surgindo o conhecimento da condensação de dados e
O Capital Intelectual é integrado composto por: Capital Huma-
informações, faz-se necessário o entendimento destes três termos:
no, Capital Estrutural e Capital de Clientes.
Dados
Capital de Clientes
Dados referem-se ao registro estruturado de transações, po-
O Capital de Clientes fundamenta-se em um processo que con-
dendo ser definido como um conjunto de fatos distintos e objetivos,
siste em:
relativos a eventos.
a) Selecionar clientes, identificando os segmentos mais atraen-
É informação bruta, descrição exata de algo ou de algum even-
tes para a empresa, procurando avaliar o valor que estes clientes
to. Os dados em si não são dotados de relevância, propósito e sig-
atribuem à mesma, e inovando os processos utilizados de forma a
nificado, mas são importantes porque compõem a matéria-prima
criar uma imagem forte que atraia e mantenha os clientes;
essencial para a criação da informação;
b) Conquistar cliente através da comunicação de uma imagem
positiva dos negócios da empresa;
Informações
c) Reter clientes através da garantia da qualidade e correção
As informações são dados interpretados, dotados de relevância
dos problemas, inovando os processos objetivando minimizar pro-
e propósito. Referem-se ao fluxo de mensagens, capazes e necessá-
blemas, assegurando a satisfação dos mesmos;
rio para se gerar conhecimento12;
d) Aplicar o conhecimento em marketing, vendas e pós-vendas,
de modo a assegurar a qualidade nos processos e garantir a satisfa-
Conhecimento
ção real dos clientes;
O conhecimento é uma mistura de elementos, fluido, formal-
e) Cultivar e manter o bom relacionamento, por meio da rela-
mente estruturado e intuitivo, portanto, difícil de ser colocado em
ção interpessoal com os clientes, o que contribui para o aumento da
palavras ou de ser plenamente entendido em termos lógicos. Os
participação da empresa nas atividades de compra do público alvo.
valores e as crenças integram o conhecimento, pois determinam,
Toda empresa possui capital de clientes e este é o mais valioso
em grande parte, o que o conhecedor vê, absorve e conclui a partir
para a organização, pelo fato de que provém deles o capital finan-
das suas observações.
ceiro que financia as atividades organizacionais. O estudo de capi-
tal de clientes deve estar voltado para o conhecimento destes, sua
Como visto acima, o conhecimento deriva da informação, e,
lealdade, a disposição de comprar, a valorização do produto, dentre
por seu turno a informação deriva dos dados.
outros, de tal forma que a organização consiga direcionar o desejo
O conhecimento divide-se em duas espécies, quais sejam:
dos clientes através das atividades desenvolvidas para se atingir os
→ Conhecimento Tácito: É aquele difícil de ser articulado na
objetivos organizacionais.
linguagem formal. Refere-se ao conhecimento pessoal incorporado
à experiência individual e envolve fatores intangíveis como crenças
pessoais, perspectivas, sistema de valor, insights, intuições, emo- APRENDIZAGEM E SUSTENTABILIDADE ORGANIZACIO-
ções, habilidades; NAL
→ Conhecimento Explícito: É aquele que pode ser articulado
na linguagem formal, inclusive em afirmações gramaticais, expres-
sões matemáticas, especificações, manuais, etc., sendo facilmente Aprendizagem Organizacional
transmitido, sistematizado e comunicado. A Aprendizagem não consiste em separar as atividades que
ocorrem antes ou mesmo durante as atividades diárias no trabalho
O Conhecimento é utilizado como Recurso Estratégico, para e expô-las em aulas eventuais. Nem é uma atividade reservada ao
isso, a visão da empresa baseada em conhecimento considera como grupo gerencial.
hipóteses gerais as premissas abaixo: Os comportamentos que definem a aprendizagem são aqueles
→ O conhecimento é um recurso gerador de diferencial com- que definem a produtividade. Assim, a aprendizagem é o coração
petitivo; da atividade produtiva, ou seja, a nova forma de trabalho14.
11 STEWART, Thomas A. Capital Intelectual: A nova vantagem competitiva. RJ: 13 STEWART, Thomas A. A riqueza do conhecimento: O capital intelectual e a
Campus, 1998. nova organização. RJ: Campus, 2002.
12 DRUCKER, Peter. Desafios Gerenciais para o Século XXI. São Paulo: Pioneira, 14 MARQUARDT, M. J. Building The Learning Organization. McGraw-Hill, New
1999. York, 1996.

278
ATENDIMENTO BANCÁRIO

As organizações tendem a evoluir por meio de aprendizagem, → Aprendizagem Prática/Ativa: refere-se à aquisição de co-
e por isso, assemelham-se muito a um ser vivo. A partir da análise nhecimentos através da prática efetiva das tarefas e do seu desen-
da cultura organizacional, verifica-se que esta, interfere muito no volvimento contínuo;
aprendizado das empresas, fazendo com que elas aprendam com → Aprendizagem Sistêmica: refere-se ao entendimento am-
maior rapidez ou lentidão e, consequentemente, pode ser que se pliado de toda empresa e seus processos para oferecer soluções
destaquem ou não no mercado competitivo. não apenas para o departamento envolvido, mas para a organiza-
A interação, tanto intrínseca quanto extrínseca, possibilita à ção como um todo;
empresa desenvolver o conhecimento organizacional, permitindo- → Compartilhamento de Informações: quanto melhor forem dis-
-lhe, utilizá-lo para adequar-se ao cenário cada vez mais vulnerá- tribuídas as informações, maiores serão os conhecimentos sobre os
vel no qual está inserida. O comprometimento e a capacidade de processos internos da empresa o que tornará mais assertiva as ações;
compartilhamento, apresentados pelas pessoas envolvidas nos pro- → Benchmarking: consiste na observação de outras empresas e
cessos organizacionais, permitem a rotatividade do conhecimento, na busca de boas práticas aplicadas para aplicar em sua organização.
viabilizam a aprendizagem em equipe, e consequentemente, o co-
nhecimento organizacional, transformando-se em uma importante No contexto da aprendizagem, é importante destacar a neces-
ferramenta de diferenciação. sidade de compartilhar insights, conhecimentos, crenças e metas
O macroambiente, em que as empresas estão inseridas, sofre para que o coletivo prevaleça e a organização aprenda, isto é, para
continuamente modificações em função das alterações no esti- que a empresa construa sua própria realidade e memória que ser-
lo de vida social, o que reflete de modo significativo no ambiente virão de base para aprendizados futuros. Nesse momento, a apren-
interno das organizações; que deverão desenvolver estratégias, a dizagem individual é transformada em coletiva, o conhecimento
fim de adequar-se às tendências do mercado. Fatores como avanço individual é incorporado às práticas organizacionais.
tecnológico, conservação ambiental, responsabilidade social, entre Portanto, organizações de aprendizagem (as quais realizam a
outros, impulsionam e manipulam as necessidades do público alvo, aprendizagem organizacional) são organizações que tem capaci-
que expressa a cada dia, uma necessidade maior de agilidade para dade sistemática de: aprender, renovar e inovar continuamente. E
o atendimento de suas necessidades. seu principal conteúdo invoca a imagem de pessoas e grupos traba-
Diante do exposto, a competitividade corporativa está intima- lhando para melhorar: a inteligência, a criatividade e a capacidade
mente relacionada à capacidade da organização em desenvolver o organizacional.
conhecimento e inovar os processos; através de estratégias inteligen- Uma organização de aprendizagem é aquela que tem a habili-
tes para a adaptação a esse meio, para que melhore seu desempenho, dade de criar, adquirir e transferir conhecimento e de modificar seu
mantendo a superioridade diante dos concorrentes. Pode-se dizer, se- comportamento para refletir sobre novos conhecimentos e ideias.
gundo o entendimento de alguns autores, que as inovações surgem do Nas organizações de aprendizagem as pessoas não são treinadas
conflito entre o ambiente externo e interno da organização. para exercer suas funções, mas sim: educadas a desempenhar com
A percepção precoce das modificações nas variáveis exógenas, satisfação suas atividades, desenvolvendo o espírito de equipe e a
mudanças econômicas, tecnológicas, ambientais, perfil de deman- criatividade.
da, clientes, produtos, entre outros, permitem às empresas criar e A organização que aprende é um tipo ideal ao qual muitas or-
acumular o conhecimento organizacional, desenvolvendo a inova- ganizações aspiram, mas não há um modelo a ser seguido. Cada
ção continuada em seus processos e produtos, assegurando, desse empresa deve buscar à sua maneira a melhor forma de enfrentar o
modo, a excelência competitiva. ambiente em que está inserida.
A aprendizagem organizacional pode ser vista como o alcance Esta transformação não está restrita à organização e sim aos
de novos, múltiplos e contínuos conhecimentos sobre as dinâmicas indivíduos. A aprendizagem individual não garante a aprendizagem
e demandas corporativas, seja de maneira direta e/ou indireta, den- organizacional, entretanto, sem ela, a aprendizagem organizacional
tro e fora da empresa. É um conceito intimamente relacionado ao não ocorreria.
conhecimento empresarial15.
Sustentabilidade Organizacional
A aprendizagem organizacional é uma junção de conhecimen- Sabe-se que proposições relacionadas à sustentabilidade ad-
tos formais e informais, que permite à organização criar seus pró- quiriram destaque pela incorporação da promessa de evolução da
prios modelos de gestão, coerentes com as suas necessidades e sociedade rumo a um mundo mais harmonioso, no qual o meio
pautados no que ela precisa para alcançar os resultados, vejamos: natural e as conquistas culturais procuram ser preservados para as
→ Experiências do Profissional: a partir das experiências po- gerações futuras. A confrontação entre crescimento econômico e
sitivas e negativas, o profissional pode compreender seus erros e igualdade social vem sendo discutida por anos, logo, a adição deste
acertos, delimitar melhor suas próximas ações e criar estratégias desafio na capacidade global de desenvolver sustentavelmente os
para impedir que estes erros continuem no futuro; sistemas naturais atenua gradativamente a representatividade de
→ Aprendizagem Cultural: é aprendida através da cultura orga- cada um dos agentes sociais inseridos nesta ambiência, que busca
nizacional, da missão e dos valores adotados pela empresa; uma sustentabilidade sistêmica16.
→ Aprendizagem com o Líder: é realizada através das lideran- O conceito de desenvolvimento sustentável tem suas origens
ças, de seus exemplos e conhecimentos compartilhados com os na Conferência das Nações Unidas sobre o Homem e o Meio Am-
seus liderados; biente, realizada em Estocolmo em 1972. Entretanto, mesmo após a
elaboração do Relatório de Brundtland, em 1987, o tema teve reper-
16 MUNCK, L.; DIAS, B. G.; SOUZA, R. B. de. Sustentabilidade organizacional.
15 MARQUES, J. R. O Que é Aprendizagem Organizacional. Instituto Brasileiro REBRAE. Revista Brasileira de Estratégia, Curitiba, v. 1, n. 3, p. 285-295, set./
de Coaching. 2006. dez. 2008.

279
ATENDIMENTO BANCÁRIO

cussão mundial somente com a Comissão Mundial sobre Meio Am- Elementos da sustentabilidade
biente e Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro em 1992, palco
de elaboração da Agenda 21, uma detalhada orientação para resolver
o paradoxo da coexistência entre progresso tecnológico e aumento da
miséria.
O relatório Nosso Futuro Comum, também reforçado no even-
to de 1992, introduziu a definição de desenvolvimento sustentável
como aquele que permite à geração atual suprir as suas necessida-
des, sem comprometer as condições de subsistência das gerações
futuras. Mediante esta definição, argumenta-se que não basta ape-
nas haver crescimento econômico, avanços tecnológicos e institui-
ções, mas também uma revolução tecnológica e institucional que
procure conciliar em seus processos decisórios interesses econômi-
cos, preservação ambiental e justiça social.
A aceitação dos lucros empresariais por esferas comunitárias
cada vez mais amplas passa a ser condição necessária a fim de que Conforme a Figura supracitada, os três pilares da sustentabi-
tais atores sociais não questionem e não promovam desordens no lidade organizacional (social, ambiental e econômico) devem rela-
sistema econômico imperante. Por razões como esta, os adminis- cionar-se de forma integrada para o alcance do desenvolvimento
tradores mostram-se cada vez mais preocupados com a reavalia- sustentável. A partir da integração entre desenvolvimento social e
ção das rotinas organizacionais, a fim de que a sustentabilidade de econômico, promove-se a inserção social, entendida como o enga-
ações e decisões proferidas pelas organizações seja assumida como jar da população (ou organização) em favor do coletivo, de modo
condição prioritária. que todos possam ter acesso à informação, alimentação, saúde,
Uma empresa é sustentável, quando gera lucro para os acio- educação, habitação, trabalho, renda e dignidade.
nistas, protege o meio ambiente e melhora a vida das pessoas com À medida que a inter-relação entre desenvolvimento econômi-
as quais mantém interações. Ações organizacionais sustentáveis co e preservação ambiental acontece, emerge o conceito de ecoe-
são aquelas responsáveis por causar o menor impacto ambiental ficiência. Já a justiça socioambiental ocorre quando a organização
possível por meio de atividades operacionais, simultaneamente consegue integrar de maneira simultânea o desenvolvimento social
preocupadas em promover desenvolvimento socioeconômico que ao capital natural, e passa a tratar da equalização da distribuição
propicie a sobrevivência de gerações presentes e futuras, e total- dos benefícios e dos constrangimentos impostos pela legislação
mente dependentes das pessoas inseridas em ambientes sociais e ambiental, ou mesmo pelos problemas ambientais, entre diferen-
organizacionais, já que por elas são estabelecidas as decisões finais tes grupos sociais.
e validadoras de todas essas proposições. A estrutura do TBL capta a essência da sustentabilidade orga-
Ao reconhecer que, para exercer suas atividades, as empresas nizacional, ao medir o impacto das atividades operacionais das em-
consomem não só recursos financeiros, mas também ambientais presas. Quando o resultado apresenta-se positivo, reflete aumento
e sociais, desenvolveu-se a “teoria dos três pilares” (triple bottom no valor da empresa, em termos de lucratividade e de contribuição
line – TBL). Esta visão tripartite sugere que desenvolvimento econô- para a riqueza dos acionistas, bem como no aspecto de seu capital
mico, justiça ambiental e inserção social são igualmente relevantes social, humano e ambiental.
para a compreensão da sustentabilidade. Vale ressaltar que a sustentabilidade organizacional não signi-
O pilar econômico da sustentabilidade organizacional repre- fica meramente boa cidadania empresarial, isto é, ser reconhecida
senta a geração de riqueza pela e para a sociedade, por meio do por reduzir as emissões de gases tóxicos ou por subsidiar benefícios
fornecimento de bens e serviços; o pilar ambiental refere-se à con- de assistência médica aos funcionários, e muito menos se trata de ape-
servação e ao manejo dos recursos naturais e o pilar social diz res- nas uma questão ética de negócios, ou filantropia. A sustentabilidade
peito ao alcance da igualdade e a participação de todos os grupos é hoje, princípio fundamental da gestão inteligente, algo muito fácil de
sociais na construção e manutenção do equilíbrio do sistema pelo ignorar ou assumir como inevitável, num mundo em que o resultado
compartilhamento de direitos e responsabilidades. Assim, uma vi- financeiro geralmente é visto como a única medida de sucesso.
são equilibrada a respeito de como fazer uso dos recursos disponi- Enfim, sistemas políticos, instituições, tratados ou modelos de
bilizados pela natureza é essencial para se garantir às gerações futu- gestão que vislumbrem o tratamento de problemáticas ambientais
ras prosperidade, equidade, manutenção do patrimônio ambiental e sociais pela abordagem sustentável devem ser capazes de trans-
e melhor qualidade de vida. por as barreiras físicas das organizações no intuito de obter maior
A Figura abaixo ilustra melhor inter-relacionamentos propostos eficácia na resolução de calamidades. Logo, torna-se cada vez mais
pelo triple bottom line. Vejamos: necessária uma resposta institucional que objetive, em seu agir,
uma racionalidade que contemple a união estável entre os desen-
volvimentos econômico, social e ambiental.

280
ATENDIMENTO BANCÁRIO

Citando um exemplo simples, muitas vezes julga-se a qualidade


CARACTERÍSTICAS DOS SERVIÇOS: INTANGIBILIDADE, do serviço de um supermercado pela aparência de seus ambien-
INSEPARABILIDADE, VARIABILIDADE E PERECIBILIDA- tes; um ambiente sujo, comunica má qualidade. Assim, os tangíveis
DE acabam funcionando como uma “embalagem” do serviço, e, como
para os produtos, traduzem muitas vezes a qualidade do que é ofer-
tado, o que será verificado apenas com a prestação do serviço;
Na área da administrativa um serviço é o conjunto de ativida-
des realizadas por uma organização para responder às expectativas
→ Inseparabilidade
e necessidades dos clientes, posto isso, o serviço é definido como
Pela característica da Inseparabilidade ou Produção e Consu-
sendo um bem não material. Esse conceito também permite fazer
mo Simultâneos, o cliente participa do processo de produção, po-
referência aos serviços públicos que são pagos pelos contribuintes
dendo não somente participar passivamente, mas também como
através de taxas ou impostos, e ao fornecimento de serviços presta-
coautor do serviço. Nos serviços, o cliente é quem inicia o processo
dos com vista a satisfazer alguma necessidade desde que não con-
de produção, pois o serviço só é produzido após sua solicitação/
sistam na produção de bens materiais.
contratação.
Serviços são atividades, benefícios ou satisfações que são co-
Assim, o grau de contato entre cliente e empresa é maior que
locadas à venda ou proporcionados em conexão com a venda de
na produção de bens. A inseparabilidade aponta para a seguinte
bens. Em outras palavras, o serviço pode ser entendido como as
questão: todo serviço tem um momento em que sua produção e
transações de negócios que acontecem entre um provedor (presta-
consumo são simultâneos, inseparáveis.
dor de serviço) e um receptor (cliente) a fim de produzir um resul-
Como exemplo prático pode-se citar uma aula, ao mesmo tem-
tado que satisfaça o cliente17.
po em que um professor produz sua aula, esta é consumida pelos
Já os serviços de qualidade são aqueles que atendem perfeita-
alunos. Ao mesmo tempo em que o médico produz sua consulta, o
mente, de forma confiável, acessível, segura e no tempo certo às ne-
paciente a consome, como cliente do serviço.
cessidades dos clientes. Dessa forma a organização deve possuir um
Nesses exemplos, produção e consumo são simultâneos, dife-
esforço de compromisso com a qualidade do serviço que é ofertado18.
rentemente de uma empresa de produtos, em que claramente exis-
te um momento de produção e um momento de consumo;
Características dos Serviços
Os serviços possuem algumas características específicas que os
→ Variabilidade
diferenciam dos bens manufaturados e que devem ser considera-
Os serviços são variáveis, isto é, os serviços variam e podem
das para uma gestão de serviços eficaz, tais características são elen-
variar conforme o prestador do serviço e o cliente. Esta também é
cadas abaixo19:
uma característica do serviço, a variabilidade, podendo ser vista sob
um prisma positivo quanto negativo.
→ Intangibilidade
Deste modo, uma organização tem pouco ou nenhum controle
Os serviços são intangíveis por natureza, ou seja, eles não po-
sobre as ações e atitudes que o cliente assume ao participar da pro-
dem ser tocados ou possuídos pelo cliente como os bens manu-
dução do serviço, somado a isto, os funcionários e os outros recur-
faturados. Logo, o cliente vivencia o serviço que lhe é prestado, o
sos que interagem com o cliente podem variar significativamente
que torna mais difícil a avaliação do serviço pelo cliente, pois esta
em diferentes ocasiões para diferentes ocasiões.
assume um caráter subjetivo.
Por isto, muitos autores apontam a variabilidade como mais
Cabe observar que em relação às características intrínsecas
uma característica específica dos serviços. O prisma positivo da va-
ao serviço, no que se refere à intangibilidade, embora um serviço
riabilidade é que ela permite a customização, a personalização, o
não seja palpável, ele possui diversos elementos tangíveis, perceptí-
atendimento diferenciado às expectativas de grupos de clientes.
veis. Por exemplo, em uma escola, o ambiente físico, as instalações, os
Como exemplos, um palestrante pode adaptar a sua palestra
materiais utilizados em sala, livros e pessoas, são elementos tangíveis.
a seu público, assim como um médico pode adaptar o seu serviço
Mais ainda, todas as comunicações da escola são elementos
ao tipo de paciente que está atendendo. O lado negativo da varia-
visíveis do serviço que, no mínimo, comunicam sobre ele. Os ele-
bilidade é que ela torna difícil o estabelecimento de um padrão de
mentos tangíveis funcionam como evidências do serviço.
serviço, de um desempenho padronizado, imune a erros;
São sugestões de como ele deve ser. Assim, voltando ao exem-
plo da escola, se vê-se uma sala de aula moderna, bem iluminada,
→ Perecibilidade
com amplos recursos tecnológicos, apoiada em modernos concei-
Nos serviços, a produção ocorre ao mesmo tempo em que o
tos pedagógicos, naturalmente, infere-se modernidade.
consumo. Daí decorrem outras implicações, como o fato de os ser-
Na verdade, os elementos tangíveis do serviço, que podem ser
viços não poderem ser estocados e da necessidade do controle de
pessoas que nele trabalham, cumprem o papel de reduzir o nível de
qualidade ocorrer durante o processo, uma vez que não é possível
dúvida sobre a qualidade do serviço, como dito popularmente, “todo
serem feitas inspeções como na indústria de manufatura. Eventuais
serviço é a compra de uma promessa”, isto é somente o consumidor
erros que venham a ocorrer durante o processo são imediatamente
saberá se o serviço prometido foi cumprido após a experiência obtida
percebidos pelo cliente.
no decorrer do serviço. Neste sentido, os tangíveis são sinalizadores
Pela perecividade, os serviços são perecíveis, isto é, não podem
para verificar se pode-se confiar ou não na promessa do serviço.
ser estocados, assim, são temporais, prestados num tempo e local
17 https://www.ama.org
precisos. Neste sentido, há uma necessidade de se encontrar um
18 CAMPOS, V. F.; Controle da Qualidade Total (no estilo japonês). Nova Lima:
ponto ótimo entre a oferta e a demanda do serviço, ou seja, um
INDG Tecnologia e Serviços LTDA, 2004.
entrave é como administrar a demanda de um serviço.
19 http://www2.dbd.puc-rio.br/pergamum/tesesabertas/1013809_2012_
cap_2.pdf

281
ATENDIMENTO BANCÁRIO

Por exemplo, num transporte aéreo com 100 lugares, se houver ou desvios no processo de produção. Sua representação se dá atra-
1 ou 100 passageiros, o custo do voo é praticamente o mesmo, po- vés de quadros e formas geométricas que ilustram etapa a etapa o
rém caso existam lugares vazios quando o voo começar, então a em- processo, além disso ele conta com elementos em símbolos, cuja
presa que oferece esse serviço não conseguirá a receita esperada, representação facilmente identificável permite a equipe uma visua-
ficando incapaz de recuperá-la. Ora, haverá momentos de altíssima lização clara do passo a passo do processo produtivo de modo que
demanda e outros de pequena, em todos eles, contudo, persistirá possam identificar a melhor rota para o produto ou serviço a que se
um alto custo fixo, fazendo com que a empresa e se esforce em refere, eliminando ou incluindo novas etapas que possam auxiliar a
vender pelo menos ao nível do seu ponto de equilíbrio operacional. equipe a alcançar melhores resultados.
Assim, encontrar o ponto ótimo entre oferta e demanda é cru-
cial em serviços para não ocorrer um problema comum, que tan- Diagrama de Ishikawa
to não pode conseguir atender o excesso de demanda (e perder O Diagrama de Ishikawa, conhecido como Espinha de Peixe de-
clientes em função disso) quanto ter que suportar pesados custos vido sua aparência, é um modo de representação gráfica documen-
operacionais sem uma receita satisfatória, conseguida por uma de- tal criado por Kaoku Ishikawa útil para indicar o que possivelmente
manda mínima. seriam as causas de certos problemas na gestão e suas respectivas
repercussões, ele explora com profundidade as possíveis variáveis
que influenciam negativamente o processo de produção de um pro-
GESTÃO DA QUALIDADE EM SERVIÇOS duto ou serviço, capazes de interferir em sua qualidade.

Diante de um cenário de grande proliferação da concorrência,


as empresas têm percebido a necessidade de dar mais atenção à
qualidade dos produtos ou serviços que oferecem, a fim de obter
vantagem competitiva no mercado. A implantação da gestão de
qualidade é capaz de promover identificação precisa dos fatores de-
ficientes que precisam de mudanças e melhoria contínua, por meio
de análises nos processos de produção e consumo, estabelecendo
um panorama focado no produto e em sua relação com o cliente e
em sua experiência a fim de o fidelizar.
De modo que esta otimização geral seja factível é imprescindí-
vel conhecer as ferramentas disponibilizadas pela gestão de qua-
lidade, ideais para não apenas entender processos referentes ao
serviço ou produto em questão, mas também para fomentar so-
luções para os problemas analisados através de ações preventivas
que irão evitar que o mesmo problema se repita prejudicando a
performance da empresa diante do mercado. São sete ferramentas
úteis e aplicáveis dentro de qualquer organização aptas para bene-
ficiar equipes inteiras. Observe a seguir:

Fluxograma
O fluxograma, também conhecido como gráfico de procedi- A fim de aplicar o diagrama corretamente, estabelecem-se ca-
mentos ou fluxograma de processos, tem a função de demonstrar tegorias em nível macro para levantar as possíveis causas de um
o percurso existente durante a produção de determinado serviço/ problema, ou seja, o seu local de origem. Estes tópicos podem ser
produto de modo real, ou seja, da forma como atualmente ocorre, divididos em:
e de modo ideal, como deveria ocorrer, podendo haver diversas va- 1) Mão-de-obra: pode ser a origem de algum problema quando
riáveis e correlações entre atividades e processos. se refere à ação de um funcionário ou colaborador da empresa.
2) Materiais: trata-se de quando o material usado não está ade-
quado e pode se tornar o causador de problemas no trabalho.
3) Máquinas: quando há defeitos no maquinário da empresa.
4) Medidas: trata-se de quando uma medida tomada foi o cau-
sador do problema.
5) Métodos: refere-se ao uso de uma metodologia que não está
adequada ao e possivelmente causará problemas.
6) Meio ambiente: trata-se de quando problemas no meio am-
biente (como, poluição, aquecimento global, mudanças climáticas)
são causadoras de problemas.

A partir da identificação de um ou mais destes itens, é possí-


vel tomar medidas para atingir o resultado esperado a partir deste
Esta ferramenta possibilita visualizar o início e o fim de um panorama das possíveis causas e consequências que os problemas
processo, as atividades pertinentes a ele, os pontos decisivos e o analisados podem sofrer caso não se tome ação, sendo assim uma
fluxo das atividades. Através dele é possível identificar deficiências útil ferramenta para se visualizar relações de causa e efeito.

282
ATENDIMENTO BANCÁRIO

Este diagrama em forma de gráfico é capaz de identificar a


concentração de uma variável, indicando as causas essenciais de
um processo. Por meio deste diagrama, o é possível compreender
melhor e combater a raiz das causas de certos problemas de modo
prioritário a fim de assegurar alto índice de produção e produtivi-
dade.
O diagrama de Pareto baseia-se no princípio de Pareto que ex-
plica que 80% das consequências ou efeitos de uma ação tem rela-
ção direta com 20% das causas. O gráfico numérico, então, computa
dados precisos que, além de oferecer melhor visualização das rela-
ções entre variáveis, facilita a visualização de pontos que precisam
de melhoria para aumentar o desempenho da empresa quando aos
Folhas de verificação processos produtivos, pois redireciona o olhar para campos que de
Uma outra ferramenta aplicada em gestão de qualidade são as fato precisam de intervenção de modo prioritário.
folhas de verificação, documentos comuns, como planilhas e tabe- Os dados do gráfico são específicos para cada empresa ou pro-
las, feitos de modo simples, intuitivo e prático para agilizar a coleta duto, de modo que não se pode aplicar exatamente os mesmos
de dados e a confirmação de informações pertinentes ao produto pontos do diagrama de um produto a outro, pois cada qual pos-
ou serviço. As folhas de verificação servem para facilitar a com- sui suas próprias particularidades e especificidades. Por exemplo, a
preensão da realidade do produto ou serviço, economizando tempo análise de um serviço requer a presença de tópicos mais subjetivos
da equipe e otimizando o entendimento dos processos produtivos como o tempo de permanência do cliente no espaço (caso seja um
no trabalho em prol da resolução de problemas e implementação local), a satisfação do cliente pós-serviço, relacionamento cliente e
de ideias e soluções úteis para a otimização do produto. fornecedor, entre outros, enquanto um produto precisa incluir uma
As informações contidas nos documentos devem ser anterior- análise de seus aspectos não apenas financeiros e ligados à expe-
mente estabelecidas para que nas folhas sejam registrados dados riência, mas a aspectos físicos e cognitivos em relação ao cliente.
que serão ticados, como em uma lista, sobre o andamento do
processo de produção da empresa. Considere que os pontos mais Histograma
relevantes a se analisar quanto a determinado produto sejam seu
funcionamento e sua aparência, sendo assim seleciona-se alguns
tópicos (eficiência, agilidade, tempo de uso, ergonomia, facilidade
de manejar, entre outros) que poderão auxiliar na melhor visualiza-
ção de seus pontos positivos e negativos.

Diagrama de Pareto

O histograma é também uma forma de representação gráfica cuja


função é representar a distribuição de frequências de alguns dados em
determinado período de tempo, por meio de barras. Este recurso au-
xilia a compreensão da quantidade ou volume de produtos inadequa-
dos, problemas ou conflitos quanto a medidas, entre outros itens como
peso, largura, comprimento, tempo, temperatura, volume, preço, etc.
De modo claro, um histograma possibilita permite que a em-
presa saiba o número de vezes que algum dos itens ocorreu ao
longo do processo. Seu propósito está em facilitar a resolução de
conflitos através da visualização de uma análise real do processo
evolutivo e gradativo de determinado produto ou serviço, identifi-
cando suas tendências.

283
ATENDIMENTO BANCÁRIO

Diagrama de dispersão Os desvios ou alterações podem ser observados em linhas que


O Diagrama de Dispersão ou gráfico de correlação, trata-se de divergem em pontos específicos e permitem um acompanhamento
uma ferramenta de representação gráfica dos valores de duas vari- geral da equipe quanto aos processos produtivos a fim de identifi-
áveis relacionadas a um mesmo processo simultaneamente, o que car pontos que podem ser preocupantes, e que por vezes passariam
possibilita eliminar interferências e interpretações erradas quanto despercebidos, e devem ser melhor trabalhados.
demais variáveis ou causas de um problema.
TÉCNICAS DE VENDAS: DA PRÉ-ABORDAGEM AO PÓS-
-VENDAS

De modo geral, as empresas, a partir de sua formação, geram


custos constituídos por aluguéis de escritórios, instalações, salários
de funcionários, manutenção e várias outras despesas que formam
os custos fixos e passam a existir quer a empresa tenha faturamento
ou não. É no mercado, através da utilização das ferramentas mer-
cadológicas, que a empresa busca não só obter recursos para fazer
frente a todas essas despesas, como também alcançar objetivos fi-
nanceiros20.
Para compreensão das atividades mercadológicas possíveis a
uma empresa, define-se marketing como a área do conhecimento
que engloba todas as atividades concernentes às relações de troca,
orientadas para a satisfação dos desejos e necessidades dos consu-
midores, visando alcançar os objetivos da empresa e considerando
sempre o ambiente de atuação e o impacto que essas relações cau-
sam no bem-estar da sociedade.
A atividade de vendas exerce papel de extrema importância
para o faturamento das empresas. Note-se que a venda não é uma
Este diagrama se baseia em variáveis independentes, ou seja, atividade isolada; ela depende de uma estratégia de marketing bem
quando ações e situações não tem relação, e variáveis dependen- elaborada, que inclui produtos, preços, sistemas de distribuição e
tes, quando uma ação está diretamente ligada a outra; estas va- outras atividades promocionais. Portanto, qualquer estudo de ven-
riáveis são identificadas e investigadas através de correlações que das exige compreensão das demais atividades mercadológicas e de
se estabelecem entre elas, podendo ser positivas (quando duas va- seus relacionamentos:
riáveis aumentam na mesma direção no gráfico), negativa (quando
diminuem na mesma direção ou nula (quando não há cruzamento Marketing engloba todas as atividades concernentes às rela-
de dados, eles ficam dispersos e, portanto não há correlação). ções de troca
Em marketing, as trocas são realizadas para trazer satisfação
Cartas de controle para ambas as partes, sendo a empresa uma das partes e os con-
Cartas de controle são ferramentas utilizadas para identificar as sumidores outra. Assim, a relação deve ser benéfica para todos en-
estatísticas e tendências de certos desvios e mudanças de comporta- volvidos.
mento quanto a alguns pontos de observação dentro de determinado Enquanto de uma parte, espera-se o poder aquisitivo e auto-
tempo e espaço. Esta ferramenta é muito utilizada a fim de observar ridade para comprar, da outra espera-se produtos e serviços que
se o processo está ocorrendo de maneira controlada e ordenada, sem atenda suas necessidades. Além disso, é importante saber que cada
alterações consideráveis que possam prejudicar o andamento do pro- parte é livre para aceitar ou rejeitar a oferta.
cesso produtivo. O sentido proposto nessa definição é bastante amplo: nele está
incluído não somente o conceito de troca de mercadorias, mas tam-
bém de qualquer outra coisa em que haja objeto para permuta.

Relação de troca orientada para a satisfação dos desejos e ne-


cessidades dos consumidores
O que caracteriza a comercialização moderna é a aplicação do
conceito de marketing, o qual determina que as empresas devem
procurar satisfazer os desejos e as necessidades dos consumidores.
Através da aplicação deste conceito, as empresas poderão contar
com lucros a longo prazo pela formação de clientes satisfeitos. Por
isso, todas as atividades concernentes às realizações de troca de-
vem visar a esses objetivos.

20 http://estacio.webaula.com.br/BiBlioTECA/Acervo/Complementar/Comple-
mentar_27148.pdf

284
ATENDIMENTO BANCÁRIO

Visando alcançar os objetivos da empresa zação de clientes valiosos tem feito com que estratégias de vendas
Além da orientação ao consumidor, a empresa terá outros ob- pessoais sejam utilizadas em conjunto com programas de relaciona-
jetivos. Eles poderão ser quantitativos, como obter lucros ou de- mentos com clientes e automação de vendas, como os programas
terminada fatia de mercado, ou qualitativos, como projetar uma de Customer Relationship Management (CRM).
imagem de competência.
O programa mercadológico deverá sempre ser adaptado a es- Pré-abordagem
ses objetivos preestabelecidos. A Pré-abordagem faz parte das Etapas do processo de vendas.
O processo de vendas é uma sequência de etapas por meio da qual
Considerando o meio de atuação os vendedores realizam a venda, conforme demonstrado a seguir21:
A aplicação de marketing é ainda mais complexa do que conhe-
cer o consumidor e, a partir dele, estabelecer um composto mer- 1. Prospecção e qualificação
cadológico mais adequado. O ambiente em que as decisões devem O processo de vendas se inicia com a identificação dos clientes
ser tomadas é bastante complexo. potenciais. Os vendedores podem qualificar os clientes potenciais
por meio do exame de sua situação financeira, volume de negócios,
Considerando o impacto que essas relações causam no bem- exigências especiais e em termos de sua probabilidade de continui-
-estar da sociedade dade no mercado, tendo de ser capazes de desenvolver suas pró-
As práticas mercadológicas de algumas empresas às vezes afe- prias indicações para reconhecimento dos clientes potenciais.
tam o meio ambiente, como a poluição do ar e da água dos rios. Os Os clientes devem ser classificados para se priorizar o atendi-
homens de marketing, entusiasmados com o sucesso de seus em- mento;
preendimentos, deixam muitas vezes de pensar nos prejuízos que
podem causar à sociedade. 2. Pré - abordagem
É responsabilidade dos profissionais da área desenvolver estra- Os clientes devem ser estudados o máximo possível (quais as
tégias sem causar prejuízo ao meio ambiente, ou ao bem-estar da suas necessidades, quem está envolvido na decisão da compra)
população. para se decidir a melhor abordagem a ser empregada.
Deve-se também considerar o melhor momento para a aborda-
Venda Pessoal gem, pois muitos clientes estão ocupados em certas ocasiões;
Percebe-se que dentro dos esforços de comunicação que uma
empresa pode estabelecer, a literatura de marketing (básica), ge- 3. Abordagem
ralmente, classifica vendas pessoais como uma das ferramentas de Inicialmente, o vendedor deve saber como saudar o comprador
comunicação disponíveis, como uma das formas da empresa levar para obter um bom começo de relacionamento. Deve-se mostrar
sua mensagem aos grupos de consumidores almejados por ela. A cortesia e evitar distração, como, não os interromper e olhar direta-
venda pessoal é definida como um processo de comunicação pes- mente em seus olhos. A apresentação ao cliente deve ser agradável
soal em que um vendedor identifica e satisfaz às necessidades de e positiva.
um comprador para o benefício de longo prazo de ambas as partes. Os tipos de abordagem de vendas classificam-se em: estímu-
O processo de comunicação está na essência de uma venda, no los-resposta, estado mental, satisfação de necessidades e solução
entanto o seu papel como “distribuidor” de produtos em diversos de problemas;
momentos não pode ser ignorado. Salienta-se, dessa forma, a ques-
tão em relação a vendas pessoais como sendo um formato de canal A venda estímulo-resposta
de distribuição, ou seja, eles são agentes responsáveis por levar os A venda por meio deste tipo de abordagem estímulo-resposta
produtos dos fabricantes aos clientes, tornando-os disponíveis. é uma das mais simples. O vendedor provoca estímulos no cliente
Venda pessoal é o lado acentuado do marketing, porque ocorre através de um repertório de palavras e ações destinadas a produzir
quando os representantes da empresa ficam frente a frente com os a resposta desejada, que é a compra.
compradores em potencial. A força de vendas funciona como um Esse é um tipo de abordagem muito utilizada na “venda enlata-
elo entre a empresa e os clientes, sendo que a verdadeira diferença da” em que o vendedor tem um texto decorado acompanhado de
está relacionada com o papel que a força de vendas pode ter em uma série de dramatizações ensaiadas, visando comover o cliente.
uma empresa; ela pode ser um canal de comunicação ou distribui- Esse tipo de venda nem sempre é bem aceita pelo compra-
ção ou ambos, como ocorre na maioria das vezes. dor que prefere estabelecer diálogo com o vendedor. No entanto,
Deve-se destacar a seguinte informação em relação aos tipos qualquer interrupção na representação de venda reduz o impacto
de clientes (mercados-alvo): mercados industriais compostos por emocional.
outras empresas ou instituições são caracterizados por número me-
nor de compradores e, geralmente, estão concentrados geografi- A venda estado mental
camente se comparados a empresas que vendem a consumidores A venda com base no estado mental é também conhecida com
finais (vendedores de produtos de consumo como alimentos e ele- AIDA, ou seja, venda que busca despertar no comprador atenção,
trodomésticos). Isso torna mais viável e eficaz o uso de vendedo- interesse, desejo e ação de compra. Nesse caso, a mensagem de
res para a realização de vendas ao invés de vendas por telefone ou vendas deve prover a transição de um estado mental para outro e
mesmo pela internet. esse é exatamente a maior dificuldade do método.
Em marketing industrial, vendas pessoais recebem uma impor-
tância muito grande, tornando-se muito mais do que simplesmente
uma ferramenta importante de comunicação ou um formato impor-
21 http://estacio.webaula.com.br/BiBlioTECA/Acervo/Complementar/Comple-
tante de canal de distribuição. A necessidade de aumentar a fideli-
mentar_27148.pdf

285
ATENDIMENTO BANCÁRIO

A venda de satisfação de necessidades Para lidar melhor com as objeções deve-se atentar para os se-
O pressuposto básico desse método é de que o cliente compra guintes aspectos:
produtos ou serviços para satisfazer a uma necessidade específica • Identificar o melhor produto ou serviço da empresa para
ou a um elenco de necessidades. Nesse caso, a tarefa do vendedor atender a necessidade do cliente;
é identificar necessidades a serem satisfeitas. • Preparar o roteiro de Apresentação da Solução enfatizando as
Para tanto, o vendedor deve utilizar as técnicas de questiona- informações colhidas no cliente;
mento para descobrir necessidades para, em seguida, oferecer ma- • Preparar a argumentação dos benefícios decorrentes da so-
neiras de satisfazê-las. lução apresentada;
Nesta técnica é preciso que o vendedor crie um clima amistoso, • Preparar-se para as objeções do cliente.
num ambiente de baixa pressão para obter a confiança do cliente.
Essa técnica é também chamada de “venda não manipulada”. Os principais tipos de objeção são referidos a seguir:
• Em relação ao vendedor – alguns clientes têm dificuldade em
A venda de solução de problemas se relacionar com determinados vendedores. Não vem ao caso que
Esta técnica inicia-se com a identificação dos problemas do está com a razão, cabe ao vendedor remover as objeções decorren-
cliente, em seguida, deve ser feito um estudo para encontrar a me- tes do seu estilo de venda ou da sua postura frente ao cliente;
lhor solução e assim atender às expectativas do cliente. • Em relação ao produto/serviço – os clientes podem levantar
objeções por terem dúvidas se determinado produto/serviço real-
4. Apresentação e demonstração mente atenderá as suas necessidades. Cabe ao vendedor identificar os
O vendedor, nesta fase, deve apresentar o produto ao compra- benefícios que maior relevância terão para a decisão do cliente;
dor de forma que atraia sua atenção e desperte o desejo de efetuar • Em relação ao preço – esta não é necessariamente uma objeção,
a compra. Na apresentação, o vendedor deve realçar os benefícios mas um dos fatores da negociação. O vendedor deve retardar ao máxi-
do produto e mostrar suas principais características que sejam evi- mo a discussão sobre o preço evitando falar em valores antes de expor
dentes para a obtenção desses benefícios. as vantagens e benefícios do produto/serviço ao cliente;
Três estilos diferentes de apresentação são os mais utilizados • Em relação a mudar de fornecedor – a troca de fornecedor
pelos vendedores: o primeiro e mais antigo é do tipo abordagem sempre representa um risco para o comprador e os decisores da
enlatada, na qual o vendedor já tem em mente toda a sua expo- compra. As mudanças internas decorrentes podem afetar o desem-
sição que se resume aos pontos básicos do produto, baseia-se no penho da empresa e exigir um período de adaptação ao novo forne-
princípio estímulo-resposta no qual o comprador é o agente passivo cedor. Para contornar esta objeção o vendedor precisa de credibili-
que pode ser induzido a comprar pelo uso de palavras de estímulo, dade e cuidar pessoalmente para que as primeiras entregas estejam
imagens, termos e ações. Esse tipo de abordagem é utilizado princi- de acordo com o que foi vendido ao cliente;
palmente na venda porta a porta e por telefone.
A segunda abordagem planejada também é baseada no prin- 6. Fechamento
cípio estímulo-resposta, porém o vendedor identifica antecipada- Neste estágio, o vendedor tenta fechar a venda, porém, alguns
mente as necessidades e o estilo de compra do cliente para depois não chegam ou não obtêm êxito nesse estágio. Por vezes, se sen-
abordá-lo com uma apresentação planejada. tem sem confiança ou até desconfortáveis em pedir ao cliente que
A terceira é a abordagem de satisfação de necessidades que assine o pedido.
busca as necessidades reais do cliente. Essa abordagem requer do Os agentes de vendas precisam saber como identificar ações
vendedor muita habilidade para ouvir e solucionar problemas. físicas, declarações ou comentários e perguntas dos compradores
Ele exerce o papel de um experiente consultor de negócios, es- que sinalizem a hora do fechamento. Existem várias técnicas de
perando ajudar o cliente a economizar ou a ganhar mais dinheiro. fechamento, pode-se solicitar o pedido, recapitular os pontos do
De maneira geral, as apresentações podem ser melhoradas com o entendimento, perguntar se o comprador tem preferência por A ou
auxílio de folhetos, catálogos, slides, DVDs, amostras de produtos e B, ou até mesmo oferecer incentivos específicos ao comprador para
simulações baseadas em computador; fecha a venda, como preço especial, quantidade extra sem cobrar
ou um brinde.
5. Superação de objeções
Os clientes, quase sempre, colocam objeções durante a apre-
NOÇÕES DE MARKETING DIGITAL: GERAÇÃO DE
sentação de vendas ou quando solicitados a assinar o pedido. A
LEADS; TÉCNICA DE COPYWRITING; GATILHOS MEN-
resistência pode ser psicológica ou lógica. A resistência psicológica
TAIS; INBOUND MARKETING
pode incluir a preferência por outras marcas, apatia, associações
desagradáveis ao vendedor, ideias predeterminadas e aversão a to-
mar decisões. — Geração de leads
A resistência lógica relaciona-se com a resistência ao preço Lead é uma pessoa que demonstrou interesse por algum conte-
ou não concordância com o prazo de entrega. É necessário que o údo que uma empresa ofereceu. E, em troca, ela se dispôs a ceder
vendedor treine exaustivamente suas técnicas de negociação para
informações pessoais (como nome, e-mail, telefone, etc.), em troca
superar essas objeções.
desse conteúdo22.
Se antes qualquer contato era visto como um potencial cliente,
com a geração de leads esse conceito mudou. A partir dos interes-
ses desse contato e das informações fornecidas, é possível focar os

22 https://www.academia.edu/38646426

286
ATENDIMENTO BANCÁRIO

esforços e recursos da equipe de vendas em pessoas que realmente Como gerar leads através de um blog
podem se tornar clientes, ou seja, gerar leads é o mesmo que gerar O principal responsável por atrair os leitores a um blog e fazer
contatos interessados, que serão classificados de acordo com o po- com que eles voltem é, com certeza, o conteúdo. Por meio das pos-
tencial que eles têm de se tornarem consumidores. tagens, os leads podem ser incentivados a assinar newsletters, co-
Diversos canais digitais podem ser utilizados para gerar leads, mentar, apresentar os interesses, curtir as páginas nas redes sociais
desde redes sociais até softwares mais complexos de automação e compartilhar as publicações.
de marketing. Em qualquer um, a geração de leads tem como base Além disso, elas podem ser direcionadas para landing pages,
a utilização de informações disponíveis sobre o comportamento e com ofertas de materiais ricos, onde um visitante do blog poderá
perfil demográfico dos usuários. virar um lead. Uma boa prática para gerar leads com os artigos do
seu blog é adicionar CTAs (Callto Action, ou Chamada Para a Ação,
Importância da geração de leads em português) ao final de cada post.
O processo de compra tem se transformado, e os profissionais Eles irão instigar o leitor a realizar uma ação, como fazer down-
de marketing precisam achar novos caminhos para estabelecer uma load de um ebook ou conferir uma promoção que se está realizan-
comunicação com o público em meio a tantas informações. Ao in- do.
vés de se ir de encontro aos consumidores somente com publicida-
de de massa, veiculadas em mídias como o rádio, TV e banners em → Site corporativo
grandes sites, gerar leads faz o processo inverso, ou seja, faz com Já estando educado o lead, precisa-se apenas de algumas in-
que as pessoas se sintam atraídas pela marca específica. formações necessárias para fazer a decisão de compra. O site é o
Assim, empresa e consumidor aprendem a construir, continu- lugar ideal para divulgar informações que precisam ser facilmente
amente, um relacionamento. Essa relação faz com que cada marca encontradas.
se estabeleça não como mais uma no mercado, mas como uma au-
toridade e, consequentemente, um referencial. Como gerar leads com um site corporativo
Outra vantagem da geração de leads é a previsibilidade, pois Um site e um blog são como cartões de visita. Por isso, é muito
leads não surgem do nada. Canais como redes sociais e softwares importante assegurar que a experiência do usuário será a melhor
de automação de marketing, utilizados para geração de leads, per- possível e que todas as informações relevantes são de fácil acesso.
mitem que os resultados da estratégia sejam mensurados, e que o Algumas informações indispensáveis que deve se ter em um
retorno dos investimentos seja avaliado, para ser aplicado da me- site são:
lhor maneira possível. Contato;
Por fim, atração de leads é resultado do interesse do usuário, Redes sociais;
pois não se invadiu o espaço dele, ou o abordou de maneira intrusi- Informações institucionais;
va, o que tem incomodado muitos consumidores atuais. Por isso, a Descrição de serviços e produtos;
relação passa a ser de empatia, e não de intolerância. Promoções ou ofertas.

Formas de geração de leads → Redes sociais


O processo de geração de leads se baseia em um intenso cuida- As redes sociais podem não ser o principal meio onde ocorre
do com o conteúdo. Para isso, é preciso investir em uma estratégia a geração de leads, mas muitas oportunidades de negócios podem
que cative a atenção dos potenciais clientes. Se for produzido con- ser geradas dentro delas. Elas também podem ser a origem de uma
teúdo de qualidade e que também seja relevante para a persona, as longa relação entre consumidor e empresa.
pessoas vão demonstrar um interesse genuíno no respectivo negó- Ideais para promover o negócio e conectá-lo aos consumidores
cio, desenvolvendo uma relação direta com a empresa. de uma forma mais personalizada, as mídias sociais se tornaram
Assim, obter informações que possam facilitar a qualificação, muito mais do que plataformas para pessoas que desejam se en-
contato com os leads e fechar a compra será muito mais simples. contrar e comunicar. A abundância de informações, a habilidade de
São formas de geração de leads: alcançar o máximo de pessoas e a facilidade de gerar engajamento
em torno de produtos e serviços são apenas alguns dos fatores que
→ Blog tornam as mídias sociais um terreno tão fértil para a geração de
Hoje em dia, ter uma boa presença online já deixou de ser uma leads.
opção para empresas, tornou-se uma obrigação. Um bom começo
para aumentar a visibilidade de uma marca é ter um site. Como gerar leads através das redes sociais
No entanto, isso não é suficiente para gerar leads. Ter um blog Para se potencializar a geração de leads deve-se aprender a
corporativo é essencial para interagir com uma audiência que traba- aproveitar o melhor dessas ferramentas elencadas abaixo:
lha, compra, vende e se relaciona online. Definir a persona;
Com ele, se poderá criar conexões relevantes com os usuários Descobrir as redes sociais ideais para a persona;
da Internet e gerar interesse nos produtos ou serviços. Explorar o potencial de cada rede social;
Gerar conteúdo rico para as personas;
Divulgar os conteúdos do blog nas redes sociais.

287
ATENDIMENTO BANCÁRIO

→ Mídias pagas A parceria pode acontecer a através de um conteúdo rico


Muitas redes sociais possuem ferramentas de anúncios direcio- (ebook, por exemplo) elaborado e divulgado pelas duas partes, ou
nados. Em sites como o Facebook, por exemplo, o anunciante pode mesmo um artigo de blog escrito por uma empresa e publicado no
criar um post patrocinado e segmentado. blog da empresa parceira. Através do co-marketing, se poderá atin-
gir a base de contatos do parceiro e gerar novas leads a partir desse
Com isso, as campanhas de geração de leads podem ter um im- contato.
pacto maior nos resultados. Se houver interesse em se investir em A melhor maneira para gerar leads com essa estratégia é por
mídias pagas para aumentar o alcance, também pode se considerar meio da criação e divulgação de um material rico em conjunto, pois
o AdSense. já se receberá os dados de contatos do parceiro, que podem se tor-
Nesse caso, o anúncio é divulgado em vários sites de acordo nar potenciais clientes. No entanto, a troca de artigos de blog tam-
com o histórico na web de cada usuário. bém pode ser um ótimo começo para se tornar conhecido por essa
nova audiência, levar novos visitantes para o site, encantá-los com
Como investir em mídias pagas pode aumentar a geração de o conteúdo e consequentemente gerar leads.
leads
Deve-se investir em mídia paga quando se deseja impactar os Formas alternativas de geração de leads
canais e lugares onde o público está. A disputa por atenção orgânica
é muito alta, e uma boa forma de se destacar nessa situação é atra- → Gamificação
vés de anúncios pagos. Pensando em como seria divertido gerar leads através de
Na hora de escolher em que investir, a melhor opção será sem- conteúdos interativos e divertidos, profissionais de diversas áreas
pre aquela que gera melhores resultados com menores custos. E buscaram na indústria dos jogos uma inspiração para envolver os
os melhores resultados dependem tanto dos objetivos quanto da públicos em suas ações. A gamificação é uma estratégia de intera-
persona a ser alcançada. ção entre empresas e pessoas que se baseia no oferecimento de
O uso de AdSense, por exemplo, pode ter o alcance limitado incentivos capazes de estimular o engajamento do público com as
caso a empresa lide com pessoas com maior conhecimento técnico, marcas de uma forma lúdica.
uma vez que esse tipo de persona costuma investir em bloqueado-
res de anúncios na web. No entanto, os investimentos do Google na → Pesquisas
plataforma de anúncios fizeram dela uma das ferramentas de maior Além de ser uma forma inovadora para a geração de leads,
sucesso para quem pretende divulgar campanhas e ofertas em um pesquisas de mercado também trazem autoridade para uma marca.
grande número de páginas simultaneamente. Isto porque se está ajudando todo o mercado a entender as tendên-
Sites como o Twitter e o Facebook possuem modelos de anúncios cias e projeções da área.
mais direcionados e que podem ter um engajamento direto com os
consumidores. Ao patrocinar um post, a empresa poderá definir a sua → Ferramentas
segmentação por meio de fatores como faixa etária e renda média. Criar uma ferramenta não é um processo fácil, pois geralmente
Assim, o crescimento da empresa em meios digitais será am- envolve processos técnicos e trabalhosos. Porém, ela é uma exce-
pliado com a divulgação mais precisa de conteúdos e campanhas lente forma de geração de leads.
voltadas para a web. Quanto mais alcance esses conteúdos possu- Deve-se oferecer algo que seja prático para o público através
írem, maior a visibilidade da respectiva empresa e, consequente- do levantamento de problemas e questões enfrentados por ele.
mente, as oportunidades de geração de leads.
→ Programas de indicação
→ Co-marketing Clientes felizes são um recurso poderoso para a reputação de
Criar parcerias com segmentos complementares ao negócio e uma empresa. Deve-se criar programas de incentivo às indicações,
incentivar uma rede de divulgadores de links pode ser um passo oferecendo descontos, produtos exclusivos e bônus.
eficiente para o Link Building, ou seja, o conjunto de técnicas de SEO Providenciar links de referência para que os consumidores pos-
que buscam conseguir links de outros sites. Estas ações aumentam sam engajar mais pessoas através das redes sociais.
a autoridade da marca, melhoram o posicionamento nas pesquisas
e direcionam maior tráfego para os artigos do blog. → Promoções
Para conquistar leads, é importante enviar conteúdos apropria-
Como gerar leads utilizando co-marketing dos para as demandas que elas têm. Afinal, o objetivo é ser útil para
O co-marketing é uma maneira de fazer marketing de forma os futuros clientes.
compartilhada. Isto ocorre quando duas empresas têm semelhan- Deve-se usar títulos bem criativos, indo além das soluções tra-
tes personas e alinham seus interesses e esforços para impactar o dicionais. Promoções, por exemplo, são eficientes para atrair mais
potencial cliente de uma maneira a gerar benefícios para as duas pessoas.
empresas envolvidas. Enquanto novos clientes usufruem de códigos de desconto ou
Esta estratégia faz sentido quando as empresas desejam cons- sorteios, clientes fiéis podem ganhar algumas regalias, como acesso
truir autoridade, gerar tráfego orgânico e atingir mais pessoas. Isto exclusivo a lançamentos, brindes, amostras de produtos e acesso a
porque, em estratégias de co-marketing, se acessam novos poten- eventos promocionais.
ciais clientes, que não tinham contato com a marca.

288
ATENDIMENTO BANCÁRIO

— Técnica de copywriting → Emoção


A forma como se escreve um texto pode influenciar o leitor, es- Um copywriting sem emoção tem grandes chances de falhar.
timulando a compra de um produto. Isso é possível de acordo com Deve-se utilizar algumas emoções que podemos sentir e que po-
uma técnica chamada “Copywriting”23. dem ser usadas para tornar o texto ainda melhor, por exemplo, rai-
As técnicas de copywriting consistem em criar conteúdos em va, admiração, excitação, simpatia, triunfo, nostalgia, entre outras.
formas de “textos persuasivos” que podem fazer diferença na estra-
tégia de marketing e convencer os leitores a adquirirem um produto → Estrutura
ou serviço. A escrita é uma arte milenar e sempre foi usada para Com a estrutura correta e utilizando as melhores palavras no
diversos fins, e um desses fins é a publicidade. texto, as chances de conversão serão altíssimas.
O termo copywriting surgiu como redação publicitária, mas
veio se atualizando e, atualmente, com o advento da internet e do O Modelo AIDA
marketing digital, tornou-se essencial com o objetivo de oferecer O modelo AIDA é considerado um dos maiores fundamentos de
um conteúdo para o cliente e conversar com ele, com o intuito de propaganda e marketing, que descreve as etapas para se conseguir
convidá-lo para a ação, conduzindo-o para uma tomada de deci- atrair o cliente e convertê-lo para a venda. Essas etapas são:
são. Ao se elaborar um texto bem estruturado poderá se conseguir Atenção: é onde o cliente vai conhecer a marca e saber que
atrair clientes para comprar produtos. ela existe. Isso é feito geralmente por meio de publicidade, onde o
Porém, antes de se começar a escrever o texto, existem algu- objetivo é conquistar o interesse desse cliente;
mas premissas que irão fornecer o embasamento e as informações Interesse: o cliente passa a se interessar pela marca e conhecer
necessárias para dar o pontapé inicial no argumento de vendas. Ve- mais sobre ela, entendendo seus benefícios e como ela pode resol-
jamos: ver seus problemas;
Desejo: conhecendo os detalhes da sua marca, o consumidor
→ Contexto passa a desejar o produto, ou seja, se conseguiu provocar a curiosi-
Sempre ao se escrever um texto, é preciso que se entenda o dade do cliente e instigá-lo a comprar o produto;
contexto no qual o assunto se insere, qual público irá se interessar Ação: chegado à etapa final, é neste ponto que o cliente toma
por isso, as necessidades, preferências e qual produto pode ajudá- a decisão e realiza a compra do produto.
-los a resolver esse problema.
Assim, o texto será redigido, levando em consideração todas as Além das premissas e a estrutura do texto, faz-se necessário
características desse contexto, tornando mais fácil a identificação entender alguns elementos que o formam, como título e call-to-ac-
do leitor com o assunto tratado. tion. Vejamos:

→ Solução → Título
O objetivo do copywriting é guiar o leitor rumo a uma tomada O título, ou headline, é a primeira conexão que se terá com os
de decisão e escolher a solução para o problema abordado. leitores, por isso, causar uma boa impressão é essencial. Para que
se faça um excelente título, utiliza-se a fórmula dos 4 U’s:
→ Gancho
No copywriting se tem um curto espaço para convencer o Urgente
consumidor a ler o texto completo, ou seja, é preciso que haja um Um título urgente mostra para os leitores que existem questões
gancho bem elaborado por meio de um título ou subtítulo que vai reais a serem observadas e que demandam urgência na resolução;
capturar as pessoas, e fazer com que elas fiquem querendo saber a
resposta para o este gancho. Único
Quando um cliente tem a sensação de que está vendo algo to-
→ Promessa talmente novo e que não existe em outros lugares ele com certeza
Tendo o leitor já sido “fisgado”, a tarefa agora é de mantê-lo, se sentirá interessado pelo produto;
por isso a promessa é tão importante. A promessa é um compro-
misso que se vai estabelecer com o leitor. Útil
Em outras palavras, é preciso que se mostre para o consumidor Antes de ser único ou urgente, o título precisa ser útil. Afinal,
que o texto vai oferecer alguma resposta para ele, que está atrela- se o título não for útil, ele não vai agregar para o leitor, assim, se
da ao questionamento feito no gancho. Ao fazer essa promessa, se deve atrair o leitor mostrando que aquilo que ele lerá realmente
demonstra segurança de que a pergunta será respondida e cabe ao terá algum impacto na vida dele;
escritor entregar, no decorrer do texto, o que foi prometido.
Ultra específico
→ Persona Quanto mais específico é um conteúdo, mais útil ele é. E quan-
Para um texto eficaz, é crucial saber quem é o leitor, ou seja, sa- to mais útil, mais atraente ele se torna.
ber quem é o cliente, quais suas necessidades e principais caracte- Pode-se ser mais específico fornecendo mais detalhes para os
rísticas. A persona é a representação do cliente e ajuda a identificar leitores, por exemplo, mostrando números que trarão dados reais,
o perfil das pessoas que interagem com o negócio. detalhados e específicos sobre determinado assunto.

23 https://pocketbook4you.com/pt/read/copywriting

289
ATENDIMENTO BANCÁRIO

→ Call-to-action ou Chamada para Ação só daqui a duas semanas”; “Eu tenho apenas duas máquinas desse
Um convite ao leitor, uma chamada para ação ou, como é nor- modelo no meu estoque, e tenho pelo menos 3 empresas interes-
malmente chamado, call-to-action (CTA), tem como principal obje- sadas”;
tivo, fazer o leitor tomar uma decisão. Um call-to-action poderoso é
formado pelos seguintes tópicos: Autoridade
Contexto: o CTA deve estar incluído no contexto do copywri- Gatilho utilizado no início de uma abordagem ou da jornada do
ting; cliente. Exemplos: “Nós promovemos um aumento de 3x no fatura-
Especificidade: ser específico pode ajudar a despertar o inte- mento da empresa X com nosso método”; “Você está familiarizado
resse do leitor; com o conceito de growth hacking? Na empresa Y nós somos auto-
Verbos: utilizar verbos no imperativo (exemplo: clique no link) ridade nesse assunto. Temos 10 publicações tratando do assunto;
ou no infinitivo (exemplo: clicar no link), para induzir e estimular o
leitor a realizar a ação; Prova Social
Escassez: a escassez pode ser um bom recurso a ser utilizado Gatilho utilizado no início de uma abordagem ou da jornada
para dar senso de urgência ao cliente e fazê-lo realizar a ação. do cliente. Exemplos: “Hoje contamos com 189 clientes do seu seg-
Existem ainda algumas Técnicas Simples e Eficazes ou Overview, mento, todos colhendo ótimos resultados”; “Temos 1.950 usuários
utilizadas no texto, que apesar de aparentarem serem simples, são ativos na nossa base atualmente”;
táticas que trazem grande retorno. Vejamos:
Ancoragem e Ajustamento
O Uso do “Você” Gatilho utilizado em negociações e apresentações de proposta.
No contexto do copywriting, conexão é essencial. E na língua Exemplos: “Eu tenho 3 opções de contratação para esse serviço.
portuguesa, uma das melhores formas de fazer isso é através de um Uma no valor de R$ 2.500, e outras duas nos valores de R$ 2.000 e
pronome pessoal de tratamento: “você”. R$ 1.000”; “Estamos com uma promoção com 50% de desconto. O
Quando se utiliza esse termo, se consegue criar essa conexão valor passa de 2.000 para apenas 1.000”.
com o leitor e fazer com que a mensagem seja melhor entendida
por ele. — Inbound marketing
O termo Inbound Marketing significa marketing de atração, e
Storytelling consiste em um conjunto de estratégias que visa atrair voluntaria-
Storytelling é uma forma de arte muito antiga e uma valiosa mente os consumidores para o site de uma empresa. Ao contrário
forma de expressão humana usada de diversas maneiras, que signi- do marketing tradicional, baseia-se no relacionamento com o con-
fica contar histórias. Pessoas são movidas e conquistadas por histó- sumidor em vez de propagandas e interrupções25.
rias bem contadas, principalmente aquelas que despertam gatilhos A principal diferença entre o marketing tradicional, também
mentais nas pessoas. chamado de Outbound Marketing, e o Inbound é que, no segundo,
Grandes marcas fazem uso desse artifício, como a Coca-Cola, quem procura a empresa é o cliente e não o contrário. Assim, são
por exemplo. realizadas ações com o objetivo de atrair o potencial cliente para
um blog ou site e, a partir dessa atração, é feito todo um trabalho
— Gatilhos mentais de relacionamento com essa pessoa.
Gatilhos mentais são os estímulos que o cérebro humano re- Esse relacionamento é desempenhado por meio de conteúdo
cebe para a tomada de decisão. Quando se trabalha com vendas, é personalizado e autoral. Esse conteúdo é uma forma de educar a
essencial ter consciência desses gatilhos e entender quais e de que audiência e potenciais clientes sobre o segmento de sua empresa,
forma podem ser usados nos momentos-chave da negociação24. transformar a empresa em referência em determinado assunto re-
Tomar decisões exige muito esforço, mesmo que não se perce- lacionado a seu mercado e influenciar na decisão de compra de fu-
ba. Por causa disso, a mente adota “atalhos” na hora de fazer algu- turos clientes.
mas escolhas. Esses atalhos são chamados heurísticas, e envolvem Muitas pessoas acreditam que Inbound Marketing e Marke-
o focar em apenas um aspecto de um problema complexo, ignoran- ting Digital são sinônimos, mas isso não é verdade, pois também é
do todos os outros. possível fazer Outbound Marketing nos meios digitais. Contudo, o
As heurísticas interferem diretamente na tomada de decisão. Inbound Marketing utiliza-se das ferramentas de Marketing Digital
Os gatilhos mentais são implicações que ativam as heurísticas. É (site, blog, mídias sociais, mecanismos de busca etc.) para colocar
como se, em determinado momento de uma negociação, se ativas- em prática as estratégias, e por isso os dois conceitos estão intima-
se o pensamento rápido no interlocutor ao implicar algo. mente relacionados.
Abaixo seguem alguns exemplos de gatilhos mentais: Uma vez que o processo de compra está mudando cada vez
mais, o Inbound Marketing é uma estratégia cada vez mais impor-
Escassez e Urgência tante para atrair, converter e fidelizar clientes, sendo que reverte
Gatilho utilizado quando houver necessidade de acelerar uma a lógica de as empresas irem atrás dos clientes, e faz com que os
negociação e gerar urgência. Exemplos: “Eu tenho disponível o clientes procurem as empresas.
meu melhor consultor técnico para uma reunião amanhã; depois,

24 https://www.exactsales.com.br/academia-exact-blog/gatilhos- 25 https://s3.amazonaws.com/rd-marketing-objects/ebook_guia-defi-
-mentais-nas-vendas nitivo-marketing-digital/guia-definitivo-marketing-digital.pdf

290
ATENDIMENTO BANCÁRIO

Em um contexto de Marketing Digital, onde as pessoas têm o Uma das principais formas de se relacionar com os Leads é o
poder de buscar e encontrar as informações que precisam, o Inbou- E-mail Marketing. É por meio dele que se continua oferecendo con-
nd Marketing está cada vez mais presente no Marketing Digital. Afi- teúdo cada vez mais avançado para o Lead, até que perceba que ele
nal, não basta reproduzir o modelo de marketing tradicional nos está maduro o suficiente para a compra.
meios online; é preciso repensar a maneira como o cliente consome Mas para fazer com que o relacionamento ocorra de forma di-
na internet. nâmica e não “esfrie”, é necessário automatizar o processo. Dessa
Sendo o principal objetivo do Inbound Marketing, a atração forma, se vai nutrindo os Leads com conteúdo de forma automáti-
e fidelização de possíveis clientes para a empresa, é necessário se ca, sem precisar enviar e-mails de forma manual.
utilizar uma metodologia que é o diferencial do Inbound. A seguir, Isso faz com que o processo ocorra mais rapidamente, aumen-
serão explicados os passos desta metodologia: tando as vendas, melhorando a retenção de clientes e diminuindo
os custos de aquisição.
→ Atrair
O pilar inicial do Inbound Marketing é a atração, afinal, um site → Vender
sem visitas não gera Leads. Sem os Leads não há vendas e, por con- No final das contas, todo o trabalho de geração e relaciona-
sequência, perde-se toda a razão para se trabalhar com essa estra- mento com os Leads tem como objetivo gerar oportunidades de ne-
tégia. gócio para a uma empresa. Em alguns casos, o processo de vendas
Assim, em vez de procurar pessoas que poderiam ter interesse acontece dentro do próprio website.
em determinado negócio/mercado, a empresa foca na construção Em outros, é necessário o contato entre um vendedor e o po-
de algo digno de legítima atenção, e assim atrai pessoas que por es- tencial cliente. De maneira geral, quanto mais complexo o produto
pontânea vontade se interessaram pelo assunto. O resultado disso (maior o seu ticket), mais o processo de vendas tem de ser algo
é um público muito mais engajado e propenso a realmente consu- consultivo, concluindo o papel da nutrição de Leads de concretizar
mir o produto. a venda.
Existem muitas formas de fazer isso, como por exemplo: produ- Essa mudança de paradigmas, em que o Lead agora percorre
zir conteúdo em blogs, otimizar esse conteúdo para os mecanismos parte da jornada de compra antes de entrar em contato com o ven-
de busca (o chamado SEO ou Search Engine Optimization), fazer dedor, traz diversas implicações que estão transformando o mundo
anúncios pagos desse conteúdo (links patrocinados) e divulgar esse das vendas. Entre elas, pode-se citar: Lead Scoring (pontuação au-
conteúdo em redes sociais. tomática de Leads com base em perfis e interesses); Inbound Sales
(vendas realizadas de dentro da própria empresa, uma vez que os
→ Converter vendedores utilizam tecnologias que dispensam o trabalho in loco,
Em seguida, na etapa da conversão, os visitantes precisam vi- o que reduz custos e dinamiza o processo); e CRM (em inglês, Cus-
rar Leads para poderem avançar no processo de compra. Quando tomer Relationship Manager, ou seja, softwares que são capazes
se fala em conversão, refere-se à ação do usuário de passar suas de organizar, metrificar e guardar histórico de todas as negociações
informações em troca de uma recompensa ou benefício, como uma feitas pelo vendedor, auxiliando no processo de venda).
oferta de um material.
É por isso que não se deve apenas atrair visitantes para um → Analisar
site, mas criar oportunidades de convertê-lo em Leads. Uma das Por fim, entra-se na etapa de análise, que é extremamente im-
principais formas é oferecer conteúdos em Landing Pages, ou seja, portante para o Inbound Marketing, já que permite avaliar quais
páginas que são voltadas para a conversão. estratégias estão funcionando e quais não estão e comprovar ou
Geralmente, essas páginas não possuem muito mais do que não o retorno dos investimentos, tudo sendo confirmado com base
uma explicação do que é o material ofertado e as vantagens de ob- em dados.
tê-lo, e o formulário que o visitante deve preencher para se tornar As métricas devem ser “descascadas” como uma cebola, do
um Lead. Entre as ofertas que se pode gerar para obter Leads, estão mais geral (e estratégico) até a contribuição mais específica de cada
as ofertas diretas (aquelas que estão mais diretamente voltadas à detalhe (operacional). É possível monitorar cada ação que ocorre
compra, como pedidos de orçamento, demonstração de software, nas interações do público com os sites, posts e campanhas, o que
teste gratuito, entre outras); e as indiretas (geralmente focadas em torna o trabalho mais inteligente.
estágios menos avançados da jornada de compra, ou seja, possuem Além disso, todo o processo pode ser otimizado detectando-se
o objetivo de educar e resolver problemas específicos dos Leads. as taxas que estão abaixo do esperado para direcionar os esforços
Alguns formatos comuns de ofertas são eBooks, webinars, fer- do time de marketing. Felizmente, toda essa capacidade analítica
ramentas, etc.). do marketing é amplamente suportada por algumas ferramentas
disponíveis no mercado, como Web Analytics (sendo a mais conhe-
→ Relacionar cida e utilizada o Google Analytics) e softwares de gestão, relaciona-
Pesquisas demonstram que nem todos os Leads gerados já es- mento e monitoramento de Leads, como o RD Station.
tão prontos para comprar. Por isso, é preciso continuar educando o
Lead até que ele esteja pronto para a compra.
É aí que entra a etapa de relacionamento no Inbound Marke-
ting: através de algumas estratégias, identificam-se os estágios em
que se encontram os Leads e se faz com que eles avancem na jorna-
da, ou seja, será acelerado o processo de compra.

291
ATENDIMENTO BANCÁRIO

Observe que isso não ocorre com um produto, pois não se as-
ÉTICA E CONDUTA PROFISSIONAL EM VENDAS siste à fabricação do produto que consome, mas se vê a prestação
do serviço que adquiriu: o conserto do carro, a manutenção do
computador, o corte de cabelo, etc.
Ética
Ética é uma palavra de origem grega “ethos”, que significa ca-
Condutas antiéticas em serviços
ráter. A ética é a ciência que busca estudar a melhor forma de con-
As características de serviços criam oportunidades para a con-
vívio humano. No convívio social se faz necessário a obediência de
duta antiética das pessoas que trabalham neste setor. Abaixo se-
certas normas que visam impedir conflitos e promover a paz social,
guem algumas fontes que originam esta conduta antiética:
essas são as normas éticas.
Toda sociedade possui preceitos éticos e esses baseiam-se nos
• Reduzido número de atributos para que o consumidor ana-
valores e princípios dessa mesma sociedade e influenciam a forma-
lise
ção do caráter individual do ser humano que nessa convive.
Num primeiro momento, os consumidores tomam a decisão
Tem-se como valores éticos aqueles sobre os quais o homem
de compra com base nas opiniões de pessoas de sua confiança ou
exerceu atividade intelectual. Ao estabelecer juízo de valores sobre
nas informações do vendedor. Quando se trata da ética na venda
determinadas situações ou coisas o homem está atribuindo a esses
pessoal, aborda-se exatamente este tema, já que o vendedor é a
conceitos morais.
pessoa em quem o consumidor deseja confiar para decidir pela
compra;
Ética Profissional
A Ética profissional nada mais é do que proceder bem, correto,
• Especialização dos serviços
justo, agir direito, sem prejudicar os outros, é estar tranquilo com a
Quando se procura um advogado, médico, dentista ou outros
consciência pessoal dentro do ambiente de trabalho. É também agir
prestadores de serviços liberais, se acredita naquilo que eles pro-
de acordo com os valores morais de uma determinada sociedade.
fissionais dizem. Assim, antes de fazer a escolha por este ou aque-
A maioria das profissões possuem seu próprio Código de Ética. To-
le profissional, buscam-se informações com pessoas de confiança
dos os códigos de ética profissionais, trazem em seu texto a maioria dos
para se certificar da idoneidade e credibilidade além da competên-
seguintes princípios: honestidade no trabalho, lealdade na empresa, alto
cia profissional;
nível de rendimento, respeito à dignidade humana, segredo profissional,
observação das normas administrativas da empresa e muitos outros.
• Tempo decorrido entre o serviço prestado e a avaliação do
Agir corretamente hoje não é só uma questão de consciência.
consumidor
É um dos quesitos fundamentais para quem quer ter uma carreira
Imagine a seguinte situação: uma pessoa vai até a sua agência
longa e respeitada.
bancária e pede para seu gerente uma orientação sobre um inves-
Em escolhas aparentemente simples, muitas carreiras brilhan-
timento mensal que complemente sua aposentadoria. Ela só vai sa-
tes podem ser jogadas fora. Atualmente, mais do que nunca, a ati-
ber se o conselho do respectivo gerente foi bom quando utilizar o
tude dos profissionais em relação às questões éticas pode ser a di-
rendimento do investimento e não antes disso;
ferença entre o seu sucesso e o seu fracasso.
Ter um comportamento ético profissional é uma característica
• Falta de padronização no desempenho da prestação de ser-
fundamental, valorize a ética na sua vida e no ambiente de trabalho.
viços
Imagine esta situação: uma mulher vai ao salão de beleza e
Ética e Conduta Profissional em Vendas
a pessoa com quem habitualmente corta seu cabelo não trabalha
Frequentemente dilemas éticos se apresentam no cotidiano da
mais lá. Contudo, um outro profissional é muito bem recomenda-
tomada de decisões. Quando se trata da prestação de serviços, é
do e ela decide arriscar, tendo como resultado, um corte de cabelo
bom lembrar que os recursos humanos são fundamentais, pois do
desastroso.
comprometimento das pessoas depende o sucesso do negócio26.
O que ela faz: corta mais ainda o cabelo? Usa um chapéu? Veja
As próprias características dos serviços: a intangibilidade, a he-
que um profissional oferece o mesmo serviço de maneira diferente
terogeneidade e a inseparabilidade, abrem espaço para que opor-
de outro.
tunidades antiéticas se manifestem colocando em prova o discerni-
A falta de padrão implica um risco, portanto, a busca de infor-
mento dos profissionais deste setor. A intangibilidade diz respeito
mações é imprescindível antes escolha do profissional;
ao fato de o consumidor não poder ver nem tocar o serviço.
Isso dificulta sua avaliação sobre a qualidade do serviço entre-
• Prestação do serviço fora do ambiente físico com o qual
gue, pois não consegue vê-lo, senti-lo, nem tocá-lo, portanto fica
profissionais mantêm vínculo
difícil comparar o prometido com o entregue. A heterogeneidade
Utilizaremos a seguinte situação como exemplo: Alguém leva
acontece porque diferentes pessoas estão envolvidas no atendi-
seu computador para consertar em uma empresa especializada,
mento aos consumidores e, portanto, oferecendo serviços de ma-
onde o técnico que fez o orçamento do equipamento se oferece
neiras diferentes apesar do treinamento e do controle de qualidade.
para fazer o serviço após o expediente, em sua residência, cobran-
Assim, cada uma destas pessoas vai oferecer o serviço de acor-
do menos do que se fizesse pela empresa.
do com sua percepção sobre ele, considerando seus hábitos, sua
Inicialmente, acredita-se que se beneficiará, pois pagará me-
cultura, a educação que trouxe da família, muito embora a empresa
nos. Porém, quando o técnico chega à sua casa, ele encontra outros
ofereça treinamento buscando a padronização. A inseparabilidade
problemas no computador, sugere troca de novas peças e novas
é a característica que indica a conexão entre o consumidor e o ser-
configurações.
viço cuja prestação ele presencia.
26 http://redeetec.mec.gov.br/images/stories/pdf/proeja/etica_rel_interp.pdf

292
ATENDIMENTO BANCÁRIO

Em pouco tempo, a pessoa precisa chamá-lo novamente. Em Comunicabilidade


geral, as empresas prestadoras de serviço têm um acordo ético com Comunicamos mensagens todos os dias, a todo momento aos
seus funcionários para que isto não ocorra; que estão ao redor. Seja através das expressões faciais, dos gestos,
de palavras ou de sons. Estas mensagens podem ser emitidas e
• Variabilidade do desempenho transmitidas de maneira intencional ou não-intencional, pois é algo
A participação das pessoas que prestam serviços bem como do que realizamos naturalmente todos os dias. Pense da seguinte for-
próprio consumidor, fazem com que seja difícil sua a padronização ma: se alguém está de testa franzida e sobrancelhas arqueadas, de
e o controle de qualidade. Por exemplo, em uma mesma oficina expressão séria e áspera, a mensagem que o indivíduo transmite,
mecânica encontram-se profissionais com a mesma formação, ex- ainda que de forma não verbal, assemelha-se às emoções as quais
periência e treinamento, mas que executam o mesmo serviço de correlacionamos àquela expressão facial, raiva, tristeza, preocupa-
diferentes maneiras e com disposição diferente; ção, entre outras do mesmo gênero. Por outro lado, estamos o tem-
po todo expressando e comunicando mensagens verbais àqueles
• Recompensas oferecidas aos funcionários com base no re- com quem convivemos de forma natural e cotidiana.
sultado e não na qualidade
Como exemplo, uma empresa de TV a cabo oferece bônus aos A comunicabilidade, porém, diz respeito a uma qualidade co-
funcionários que atenderem maior número de chamados corre municável, à facilidade de se expressar e transmitir uma mensagem
o risco de perder a qualidade do serviço prestado, pois os profis- clara, a fim de que o receptor dela a compreenda. Pode ser entendi-
sionais vão preferir atender rapidamente um consumidor para ter do como uma otimização do ato de comunicar em que a mensagem
tempo de visitar outra residência. O nível de qualidade cai e, conse- em questão é realizada de maneira eficaz, correta e rápida.
quentemente a satisfação do cliente também. A forma como as palavras são dispostas em uma frase, a ento-
nação usada, a dicção, a pronúncia das palavras e até o pouco co-
• Necessidade da participação do consumidor no serviço pres- nhecimento de um idioma podem prejudicar a formulação de uma
tado mensagem, que dirá a compreensão desta uma vez que é comuni-
Imagine que uma pessoa está indo comprar um computador. cada ao público. Um claro exemplo disto é a comunicação entre um
Para escolher o melhor equipamento, ela depende das orientações falante básico ou intermediário de espanhol ou inglês em relação à
do vendedor. um falante nativo; é provável que o primeiro vá encontrar dificulda-
Além disso, é preciso que ele a ensine a utilizar os benefícios de de se comunicar com o segundo não apenas por não dominar a
que este equipamento oferece. A pessoa vai para casa, mas tem língua, mas por não saber como transmitir a mensagem adequada-
dúvidas e telefona. mente. O mesmo acontece com o próprio português quando não
De maneira nenhuma o vendedor pode acreditar que uma vez usado de maneira adequada.
entregue o computador, a venda está concluída, pois ele depende Seja na comunicação oral (fala), na comunicação escrita (tex-
das boas referências do cliente atendido para que efetue outras tos, e-mails, chats) ou em termos de comunicação acessível (comu-
vendas. Por outro lado, como o vendedor pode controlar a habilida- nicação adequada para surdos, mudos, deficientes etc), a efetiva
de do consumidor em lidar com um computador? comunicabilidade de uma mensagem estabelece laços com o públi-
Algumas pessoas têm mais facilidade, aprendem mais rápido. co, o qual se importa com transparência e veracidade das informa-
Outras, precisam de mais dedicação e, neste caso, há mais proba- ções, bem como a clareza e concisão do que recebe.
bilidades de haver descontentamento se o vendedor não for muito
paciente. Apresentação
Antes mesmo de apresentar-se diante do público, o indivíduo
deve se preparar. Uma presença marcante pode ter impactos ex-
PADRÕES DE QUALIDADE NO ATENDIMENTO AOS tremamente positivos na comunicação com possíveis clientes e
CLIENTES colaboradores. A postura física, um corpo ereto, diz muito sobre
sua própria autoestima e confiança, o que influencia diretamente
Quando se trabalha com pessoas, é preciso ter em mente al- na imagem da empresa a qual você representa. Uma boa aparên-
guns comportamentos e requisitos importantes não apenas para cia, um bom vestuário, adequado ao tipo de público e à empresa
comunicar uma mensagem ao seu público, mas também para me- em que se trabalha, bem como boa higiene pessoal (cuidados com
diar, facilitar, agilizar e impactar positivamente a forma como este cabelos, barba, maquiagem, unhas, hálito etc) são imprescindíveis
recebe a mensagem através de seu emissor. para causar uma boa primeira impressão.
Muitos fatores impactam a vida de pessoas no atendimento ao O nome próprio, as credenciais e demais informações passadas
ciente, as experiências ruins podem perpetuar a má reputação de pelo público são importantes, mas não passam de meras formalida-
uma corporação, mas um bom atendimento atrai e encanta, facili- des se não acompanhadas de cortesia, empatia e interesse mútuo.
tando relacionamentos e auxiliando todo e qualquer empreendi- Aprender o nome do outro, sorrir, ser simpático e cordial durante
mento. uma apresentação entusiasmada é valoroso e pode conquistar o
Todo tipo de interação deve ser pensada e devidamente estu- público antes mesmo da mensagem principal ser veiculada, o que
dada, antes mesmo de iniciar um primeiro contato com o público, diz muito sobre a percepção humana sobre o outro. Tratar as pes-
pois pequenos detalhes fazem a diferença, desde a forma como o soas com respeito é básico, mas pode se fazer necessário adequar
colaborador se porta, sua aparência física, sua dicção e comunica- à sua linguagem para não confundir ou gerar mal entendidos que
ção não-verbal até a sua atenção e cortesia, a objetividade de sua possam ser confundidos com ofensas ou depreciações; dependen-
mensagem e a empatia para com o outro.

293
ATENDIMENTO BANCÁRIO

do do ambiente, gírias e expressões mais informais não cabem, em nossas emoções internas de modo involuntário e podem denunciar
outros, porém, um linguajar mais informal aproxima o indivíduo de uma atitude falsa ou errônea. Enquanto suas palavras dizem “claro,
seu público. você está certo, isto é super importante”, uma expressão facial ou
De todo modo, apresentar-se tem a ver com mais do que ape- postura que claramente indicam descaso e desinteresse podem de-
nas o “olá” inicial. Vai além do aperto de mão, que deve ser firme e nunciá-lo e colocar em jogo a confiabilidade da empresa, deixando
confiante. Vai além do sorriso e de uma boa aparência. Diz respeito o cliente inseguro diante de suas necessidades, fazendo inclusive
a importar-se com o outro a ponto de ser sua melhor versão e es- com que ele se questione sobre a importância do que fala ou so-
tar em seu melhor estado. Um outro fator de extrema importância bre o interesse da empresa diante de seu problema, contestação ou
é a pontualidade, ao chegar com antecedência, você se apresenta descontentamento.
como um indivíduo comprometido e sério que se importa com o O interesse demonstrado pelo cliente não deve vir apenas
tempo disponibilizado pelo outro para ouvi-lo. quando a empresa ou os colaboradores são cobertos de elogios,
mas em momentos de críticas também. As críticas e reclamações
Atenção são importantes para a evolução da empresa como um todo. De-
Ser atento está ligado a ter olhos para os detalhes e ter ouvidos monstrar verdadeiro interesse e de fato atentar-se ao público é um
abertos para o outro. Prestar atenção no que o outro diz, oferecer desafio que vale a pena. Não basta conhecer um produto ou um
ajuda, observar a forma como o público se comunica ou reage dian- serviço para realizar um bom atendimento, mas demonstrar inte-
te do que você propõe é primordial para estabelecer relação e até resse no que seu público precisa e deseja.
relacionamento com ele. Um atendente sempre fica em evidencia e
os olhos ou ouvidos se voltam para ele quase que completamente Presteza
durante seu trabalho. Sendo assim, olhar nos olhos e demonstrar Ser proativo e prestativo ao realizar um serviço, ainda mais
interesse no público, colocando-se em seu lugar e fazendo com que quando se trata de seres humanos, é uma qualidade louvável. Tem-
ele perceba que ele está sendo compreendido, são técnicas que pos de espera muito longos em salas de bate-papo, chats, telefone-
ajudam o próprio colaborador ou atendente a identificar o que seu mas ou mesmo pessoalmente podem cansar o cliente e passar uma
público espera, deseja, sente e se ele está ou não aberto ao que se má impressão de descaso. Servir café, chá, água, indicar e oferecer
está comunicando. comodidades dos espaços disponíveis, como banheiros, lavadou-
Uma boa comunicação é feita quando emissor e receptor da ros, cantinas, entre outros, podem fazer com que o cliente se sinta à
mensagem invertem papéis em diversos momentos, tomando um vontade e veja a forma ativa como o atendente se preta à atende-lo.
o lugar do outro diante da prática comunicativa. No entanto, duran-
te o atendimento ao público, é possível que uma parte seja muito Eficiência
mais ativa que a outra neste processo. É, porém dever do atendente Trabalhar com eficiência significa ser capaz, competente, pro-
mediar esta situação e tomar posição de falante ativo, quando ne- dutivo e conseguir bons resultados ou rendimentos de acordo com
cessário, mas recuando para ser um bom ouvinte das necessidades o esperado, possivelmente ultrapassando as expectativas. Para ex-
do cliente, em outros momentos, a fim de ser um bom solucionador ceder no atendimento ao público é necessário ser eficiente, ser prá-
de problemas. Estar atento ao andamento da conversa é de suma tico na hora de comunicar e transmitir as informações, mas paciente
importância. o suficiente a ponto de deixar o público confortável e tranquilo, sa-
bendo que está em boas mãos e pode se expressar honestamente.
Cortesia A capacidade de atender e satisfazer muitos clientes é também
A cortesia é um atributo de todo homem ou mulher civiliza- uma qualidade de quem trabalha com eficiência. Realizar uma ta-
do. E quanto ao termo civilizado, este não se propõe aqui como refa com o menor número de recursos possíveis no menor inter-
um contraponto ao selvagem, pois até mesmo animais selvagens valo de tempo, com o menor índice de investimento ou dinheiro é
sabem agir de forma cortês, mas sim à ideia da educação não es- eficiência ao máximo. Nem sempre é possível ticar todas as caixas
colar, ligada aos bons modos e à forma de se portar. A polidez no e ser cem por cento eficiente, isso por causa da inexperiência do
trato, nas palavras e na maneira de pronunciar palavras e opiniões, profissional ou porque cada caso é único e complexo e o público
a amabilidade e a compreensão são adjetivos que qualificam um vai se modificando, entretanto, quando se combina, conhecimento,
excelente profissional. preparo e experiências as chances de se realizar um atendimento
Atender o público não é fácil; ouvem-se mil e uma histórias de eficiente e ágil são muito maiores.
clientes rudes, grosseiros e hostis que fazem funcionários saírem
chorando diante de tamanha grosseria ou até chorando por conta Tolerância
da pressão que pode existir neste trabalho. Deve-se, porém, ter em A capacidade de tolerância de um atendente irá dizer muito a
mente que ainda que o outro lado, o lado do público, não se porte respeito de sua profissionalidade e sua aptidão em exercer a função
de uma maneira adequada, o colaborador reflete a imagem da em- a que foi designado. Nem sempre é fácil lidar com outras pessoas,
presa e é responsável por parte de sua credibilidade. Ao ser cortês, opiniões diferentes, insatisfações, problemas pessoais, tempera-
prestativo, educado e gentil, o indivíduo se coloca em uma posição mento, entre outros aspectos perfeitamente naturais e humanos
sublime que transpassa confiança capaz de rebater e constranger do cotidiano podem interferir na forma como as pessoas se comuni-
emissores de grosserias e rudezas. Gentiliza gera gentileza. cam e expressam suas necessidades. Ter em mente que as diferen-
ças não são impedimentos para realizar uma comunicação efetiva é
Interesse o primeiro passo para se tornar um ser humano e um profissional
Atrelado à atenção, o interesse é expresso durante a comuni- tolerante e respeitoso.
cação com o público. Um dos elementos cruciais a se atentar em
questão de interesse são as expressões faciais, elas demonstram

294
ATENDIMENTO BANCÁRIO

Ainda que seja difícil se controlar diante de uma afirmação mensagem ambígua, o que pode gerar um grande mal-entendido,
equivocada por parte do cliente, deve-se ter em mente que para prejudicial para todas as partes. Quantas vezes não ouvimos falar
ele esta pode ser a verdade e que não se deve perder a paciên- de informações erradas ou mal expressadas por parte de atenden-
cia, muito menos agir de forma grosseira ao corrigi-lo ou indicar tes que prejudicaram empresas inteiras? Este tipo de ocorrência
outras opções e alternativas, mas aceitar a realidade. Em muitas não deve acontecer de forma alguma, pois coloca em risco todo um
empresas, adota-se o lema “eu entendo” entre os atendentes como grupo de profissionais.
um exercício de empatia no atendimento, pois muitas vezes não é
possível compreender muito bem o cliente, mas é possível agir com
tolerância e aceitar o que o outro diz em prol da paz, evitando con-
UTILIZAÇÃO DE CANAIS REMOTOS PARA VENDAS. TE-
flitos desnecessários onde eles se veem iminentes. LEMARKETING

Discrição Embora a Pandemia do COVID-19 ainda esteja ocasionando


Diante das informações trocadas ali entre cliente e atendente, uma grande reviravolta nos mercados, algumas novidades que ela
deve haver respeito. Por vezes, não se deve expor todos os proce- trouxe foram desafiadoras, porém, se mostram como oportunida-
dimentos da empresa ao cliente, pois existem processos que são des a serem aproveitadas. A comercialização, por exemplo, se mos-
sigilosos, restritos aos funcionários e aos colaboradores. Do lado trou ainda mais dinâmica por conta da forma de vender e entregar
do público, por sua vez, também existem informações e dados dos produtos e serviços de forma remota27.
clientes que devem ser sigilados ou resguardados, estabelecendo Canais de Vendas são meios que os negócios utilizam para co-
uma relação de confiança entre empresa e cliente, sendo o aten- mercializar e entregar seus produtos e serviços aos clientes. São
dente o mediador desta relação. muitas as possibilidades, mas algumas das mais conhecidas são:
loja física e virtual, quiosque em centro comercial, telefone, correio,
Conduta distribuidores, franquias, marketplaces, aplicativos, entre outros.
Conduta se refere ao modo de agir, ao comportamento de um De forma geral, os canais remotos (à distância) foram os prin-
indivíduo. A maneira como o ser humano se porta, vive e age no tra- cipais protagonistas, que se destacaram com a Pandemia do CO-
balho deve ser adequada às normas, valores e ideias da empresa. VID-19. De fato, contar com a facilidade, flexibilidade e segurança
Se uma empresa espera que seus funcionários sejam pontuais e o foi essencial para os consumidores experimentarem e adotarem
funcionário se atrasa para o trabalho todos os dias, sua conduta não alguns deles.
está adequada ao que a empresa espera dele. Em especial, destacaram-se:
A conduta de um colaborador, de um atendente, age como o → Marketplaces
espelho da própria empresa, pois ele carrega a imagem física real Os Marketplaces podem ser considerados grandes shoppings
de uma marca, um nome ou um serviço, estes não possuem um virtuais pois reúnem diversos fornecedores e os conectam direta-
rosto, nem emoções, nem comportamentos, mas o funcionário sim mente com seus clientes. De formal geral, um marketplace reúne
e por isso ele representa a instituição em que trabalha. O cliente diferentes tipos de produtos e serviços com o objetivo de atingir o
pode não fazer distinção entre uma má postura de um único funcio- maior número de clientes possíveis.
nário e de toda a empresa, o que pode manchar a sua reputação e Alguns dos mais conhecidos no Brasil são: Magazine Luiza,
fazer com que ela perca clientes diante da sua falta de credibilidade, Mercado Livre, Americanas, Netshoes, entre outros. Porém, exis-
tudo isso pois seu colaborador não se portou adequadamente, não tem também marketplaces especializados em determinados seg-
agiu de maneira correta, com boas intenções, com ética e de forma mentos, por exemplo: Elo 7 (produtos artesanais), Helpie e Get Nin-
respeitosa. jas (serviços gerais);
Objetividade → Whatsapp
Para a comunicação entre duas partes ser feita de forma efetiva Não se pode negar que esse aplicativo tornou a comunicação
é preciso que ela seja clara e objetiva. Objetividade diz respeito a entre pessoas muito mais fácil, veloz e versátil. Se antes mesmo da
comunicar de tal modo que se atinja um alvo, sem rodeios. Esta é Pandemia, o aplicativo de mensagens já era massivamente utiliza-
uma característica que deve estar presente durante o atendimento do, por conta do distanciamento social e medidas de restrição ao
ao cliente pois guia a comunicação em direção a um objetivo. atendimento presencial, estimularam ainda mais seu uso.
Pense em um cliente que tem alguma insatisfação em relação Além das próprias mensagens, o aplicativo oferece recursos
à um produto vendido por uma empresa. Este cliente, ao ligar para como chamada de voz, vídeo (individualmente ou em grupo), ver-
um SAC (serviço de atendimento ao cliente), por exemplo, deseja são para negócios, envio de arquivos, mensagens automáticas,
expressar a sua insatisfação à empresa não para desabafar seu des- catálogo de produtos, entre tantas outras, inovando ainda mais,
contentamento de forma gratuita, mas a fim de a empresa possa recentemente, com a possiblidade de realização de pagamentos
intervir, compreendendo sua função como solucionadora de pro- através dele;
blemas, tendo em mente a necessidade de manter laços entre a
empresa e o consumidor em prol de suas vendas, de sua reputação
e seu sucesso.
Neste exemplo, o atendente, por sua vez, deve ter objetividade 27 https://sebraeseunegocio.com.br/wp-content/uploads/
enquanto comunica ao público as opções existentes e a disposição ebook_canais_de_vendas_v1.pdf?utm_campaign=Inbound+Mk-
da empresa a qual representa em solucionar a questão, de modo t+2021&utm_content=E-book+Canais+de+Venda+2020+%281%29&utm_
medium=email&utm_source=EmailMarketing&utm_term=Inbound+Mkt+2021_
que não restem dúvidas por parte do cliente, sem deixar nenhuma
MEI_Os+Canais+de+Vendas+que+se+Consagraram+em+2020

295
ATENDIMENTO BANCÁRIO

→ Lojas Virtuais Clientes envolvidos são menos sensíveis as variações dos pre-
Muitas desenvolvedoras de plataformas criaram opções dire- ços, pois são consumidores que já conhecem o produto ou serviço
cionadas para pequenos negócios, com os principais serviços (ca- da empresa, sendo assim, de forma hipotética, se a organização au-
dastro de produtos, preços, transação financeira, entre outros), mentar o preço do produto que eles compram, por já conhecerem
porém com preços mais acessíveis. Ter uma loja virtual própria se esses produtos, estes consumidores envolvidos terão mais chances
tornou ainda mais possível para empreendedores de pequenas em- de aceitar esse novo preço ofertado. Diferentemente de clientes
presas; que estão em contato pela primeira vez com o mesmo produto que
por não conhecer, será mais sensível a essa variação de preço.
→ Redes Sociais A análise do comportamento do consumidor é a investigação
Estar presente nelas é quase uma obrigação, mas adotá-las detalhada do processo vivido pelos consumidores no momento em
como canais de vendas foi novidade para muitos empreendedores que decidem empregar ou não recursos disponíveis na aquisição de
em 2020. A maior parte delas passou a oferecer recursos de exposi- itens. É o estudo das motivações que levam as pessoas a consumir
ção, relacionamento e até mesmo para concretizar vendas. um produto ou um serviço.
As principais ainda continuam sendo Facebook, Instagram, Em teoria, a análise leva em conta elementos da psicologia, da
Youtube e Whatsapp. Mas uma nova rede vem ganhando cada vez sociologia, da economia e da antropologia social para tentar enten-
mais espaço, especialmente, entre os mais jovens, que o Tik Tok. der o processo de tomada de decisão do comprador, seja individual-
Essa talvez seja a melhor combinação: estar presente em todos mente, seja em grupo. Esta análise costuma ser realizada por meio
os momentos do consumidor. Foi possível notar que a integração da observação de três questões mais centrais, vejamos:
entre canais físicos e digitais chamaram muito atenção e aprimora-
ram a experiência de consumo. → Fator Cultural
Alguns exemplos interessantes foram: drive thru (comprar e Considera-se a cultura como a acumulação de significados,
retirar sem sair do próprio carro), delivery (compra por aplicativo
rituais, normas e tradições compartilhadas entre os membros de
ou telefone com recebimento no endereço informado) e o clique
uma organização; é a lente através das quais as pessoas enxergam
e retire (compra através de loja virtual ou aplicativo e retirada em
os produtos. O convívio cultural é visto como a personalidade de
algum ponto físico).
uma sociedade evidenciando e assimilando aprendizados, valores
percepções e preferências de uma organização ou sociedade.
COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR E SUA RELAÇÃO Nela inclui-se grupos com seus próprios modos de compor-
COM VENDAS E NEGOCIAÇÃO tamento, e classe social, que são pessoas com valores, interesses
e comportamentos similares. Assim, um entendimento das várias
culturas, de uma sociedade, ajuda os profissionais de marketing a
Observa-se a tamanha importância do comportamento do con-
prever a aceitação dos seus produtos/serviços pelo consumidor.
sumidor ao se concluir que é o mesmo que determina a decisão de
compra de um cliente. E para que se atenda alguma necessidade Os valores culturais são intensos, portanto, através de uma
específica dos clientes, é necessário que se entenda corretamente compreensão cultural pode-se melhorar a eficácia das vendas e a
qual é essa necessidade. ascensão de produtos ao mercado. Assim sendo, os profissionais
Faz-se necessário se conhecer a fundo o que quer o público, de marketing têm maior probabilidade de sucesso quando agradam
quais são suas aspirações, seus desejos, seus valores; em suma, aos valores culturais de grupos.
precisa se ter uma ideia bem precisa do comportamento do con-
sumidor. Porém, sabe-se que essa é uma tarefa que, nos tempos → Fator Social
atuais, de mudanças sociais, econômicas, culturais e tecnológicas que Determinados fatores como os grupos de referência, família,
ocorrem numa velocidade vertiginosa, vira um grande desafio, visto amigos, papéis sociais e status exercem alto grau de influência sobre
que aquilo que funcionava ontem talvez já não seja efetivo hoje. as pessoas. Do ponto de vista de marketing os grupos de referência
Mas felizmente também existem vários recursos que podem servem como marco para atitudes ou comportamentos específicos
auxiliar a acompanhar de perto o comportamento do consumidor. para indivíduos nas compras ou decisões de compra, permitindo
Na atualidade é de extrema relevância conhecer, estudar e moni- que pessoas ou grupos sirvam como ponto de comparação.
torar constantemente o comportamento dos consumidores, pois, Uma das principais variáveis dos fatores sociais são os grupos
com essa preocupação, os profissionais de marketing e gestores de referência e os mesmos se dividem em primários (família, ami-
empresariais podem detectar oportunidades e ameaças aos seus gos, vizinhos e colegas de trabalho), secundários (grupos religiosos
negócios com a possível insatisfação ou recusa de seus clientes28. e profissionais de classe), aspiração (grupos onde a pessoa espera
Na análise detalhada dos diversos comportamentos dos con- pertencer) e dissociação (grupos com valores ou comportamentos
sumidores, é possível visar as melhores estratégias de lançamento de que a pessoa rejeita). Dentre os grupos de referência, salienta-se
um produto ou a melhor forma de atacar na divulgação de um serviço, que talvez o grupo familiar seja o mais importante determinante de
para que com isso, aconteça a relação que dar sentido ao trabalho dos comportamento do consumidor, devido à estreita e contínua inte-
profissionais da área de marketing, que dispõe da troca entre empresa ração entre os seus membros.
e cliente, de forma a satisfazer as necessidades de ambos. O intuito Uma pessoa participa de muitos grupos e a posição dessa pes-
principal é ter clientes envolvidos com o que se oferta. soa em cada grupo pode ser definida em termos de papéis e status.
Dependendo da atividade que uma pessoa possui ou desenvolva
28 Carmen Beatriz Miranda Portela. O Marketing e o Comportamento do
ela possui mais status que outras, sendo assim as pessoas escolhem
Consumidor. PUC/SP – MBA EM MARKETING. Comportamento do consumidor:
produtos que comunicam seus papéis e status na sociedade.
entendê-lo bem significa entregar melhor, 2015.

296
ATENDIMENTO BANCÁRIO

→ Fator Pessoal 4. Necessidade de autoestima: no 4° degrau está a necessida-


As necessidades dos consumidores e a capacidade de satisfazer de de reconhecimento pelo que se faz;
essas necessidades mudam de acordo com as influências, mas a pe- 5. Necessidades de autorrealização: no topo da pirâmide se
sar de suas limitações, o ciclo de vida pessoal é um ponto de partida encontra aquilo que se busca ter ou realizar.
útil para identificar de que maneira as necessidades mudam, para
assim, utilizar disso como boas influências no processo de compra. Tomando a motivação para o âmbito da influência no ato da
Cada consumidor reage de forma distinta sob estímulos idênticos. compra, vê-se que, para que o processo de compra aconteça com
A estrutura do conhecimento opinião ou crença, acerca do am- melhor precisão é preciso que o consumidor esteja motivado a
biente e de si próprios, leva os consumidores a agir cada um de comprar ou que a compra lhe traga essa motivação.
maneira desigual. Pessoas originárias da mesma subcultura, classe
social e ocupação podem ter diferentes estilos de vida, portanto, ti- Influência na Compra
pos de consumos diferentes. Ao profissional de marketing, exige-se, Uma pessoa motivada está pronta para agir. A maneira como
está atento as características de seus clientes para assertividade no uma pessoa motivada realmente age é influenciada pela percepção
ataque dos mesmos. que ela tem da situação.
Percepção é o processo por meio do qual alguém seleciona,
→ Fator Psicológico organiza e interpreta as informações recebidas para criar uma ima-
O entendimento do comportamento humano se faz através do gem significativa do mundo. A percepção depende não apenas de
diagnóstico de suas necessidades, visto que todo o processo de toma- estímulos físicos, mas também da relação desses estímulos com o
da de decisão baseia-se na percepção das necessidades satisfeitas. As ambiente e das condições internas da pessoa.
necessidades psicológicas surgem de estados de tensão psicológicos, No Marketing, as percepções são mais importantes do que a
como necessidades de reconhecimento, valor ou integração. realidade, visto que é a percepção que de fato influencia o compor-
Uma necessidade passa a ser um motivo quando alcança um tamento de compra do consumidor. As pessoas podem ter diferen-
determinado nível de intensidade. Um motivo é uma necessidade tes percepções do mesmo objeto devido a três processos: atenção
que é suficientemente importante para levar a pessoa a agir, a ma- seletiva, distorção seletiva e retenção seletiva.
neira como ela age é influenciada pela percepção que ela tem da Estima-se que uma pessoa é exposta em média a mais de 1.500
situação. anúncios ou comunicações de marca por dia, como não é possível
prestar atenção em todos, a maioria dos estímulos é filtrada, que
→ Motivação é o processo chamado atenção seletiva. Mesmo os estímulos que
A motivação é uma força interior que se modifica a cada mo- chamam a atenção nem sempre atuam da forma como os emisso-
mento durante toda a vida, onde direciona e intensifica os objetivos res da mensagem esperam.
de um indivíduo. Dessa forma, quando se diz que a motivação é A distorção seletiva é a tendência que se tem de transformar a
algo interior, ou seja, que está dentro de cada pessoa de forma par- informação em significados pessoais e interpretá-la de modo que
ticular, erra-se em dizer que alguém nos motiva ou desmotiva, pois se adapte aos prejulgamentos. As pessoas esquecem muito do que
ninguém é capaz de fazê-lo. veem, mas tendem a reter informações que confirmam suas cren-
Existem pessoas que pregam a automotivação, mas tal termo é ças e atitudes.
erroneamente empregado, já que a motivação é uma força intrínse- Por causa da retenção seletiva, todos são propensos a lembrar
ca, ou seja, interior. O homem se motiva quando suas necessidades os pontos positivos mencionados a respeito de um produto de que
são todas supridas de forma hierárquica. gosta e a esquecer os pontos positivos expostos a respeito de pro-
As necessidades básicas devem ser saciadas primeiro, no alicer- dutos concorrentes.
ce das necessidades antes de subir ao nível mais alto como a autor-
realização. Segundo a Pirâmide de Maslow, as pessoas necessitam O Processo de Decisão de Compra
preencher um degrau de cada vez, porém, cada indivíduo pode sen- Esse processo psicológico básico é de grande ajuda para en-
tir necessidades acima das que está executando ou abaixo, o que tender como os consumidores tomam suas decisões de compra.
quer dizer que o processo não é engessado, e sim flexível. Estudiosos do marketing desenvolvem um modelo de etapas para
o processo de decisão de compra, onde o consumidor passa pelas
Maslow entendia a motivação humana como uma pirâmide cinco etapas elencadas abaixo:
hierárquica de cinco necessidades: • Reconhecimento do Problema: o processo de compra come-
1. Necessidades básicas: na base da pirâmide se encontram as ça quando o comprador reconhece um problema ou uma necessi-
necessidades fundamentais, aquelas que são necessárias para a so- dade. A necessidade pode ser provocada por estímulos internos ou
brevivência, como comer, dormir ou respirar; externos;
2. Necessidades de segurança: no 2° degrau estão as neces- • Busca de Informações: o consumidor interessado tende a
sidades de estabilidade. Como por exemplo, se almejar uma vida buscar mais informações. Podendo distinguir entre dois níveis de
estável, um emprego, uma casa segura, um plano de saúde, etc.; interesse, o de busca moderada ou de grande interesse;
3. Necessidades afetivas: no próximo degrau da pirâmide está • Avaliação de Alternativas: com base nas informações coleta-
a necessidade de aceitação. Deseja-se ser amado e acolhido, an- das, os consumidores identificam e avaliam maneiras de satisfazer
seia-se por fazer parte de um grupo ou equipe, de ter amigos ou suas necessidades e desejos;
alguém especial ao lado.

297
ATENDIMENTO BANCÁRIO

• Decisão de Compra: depois de considerar as opções pos-


síveis, os consumidores podem fazer uma compra. Essa etapa de POLÍTICA DE RELACIONAMENTO COM O CLIENTE: RE-
decisão de compra inclui decidir fazer ou não a compra e, no pri- SOLUÇÃO N°. 4.539 DE 24 DE NOVEMBRO DE 2016
meiro caso, o que, onde, quando comprar e como pagar;
• Comportamento Pós-Compra: depois de adquirir o produto, RESOLUÇÃO CMN Nº 4.949, DE 30 DE SETEMBRO DE 2021
os consumidores avaliam formal e informalmente o resultado da
compra. Em particular, eles consideram se ficaram satisfeitos com Dispõe sobre princípios e procedimentos a serem adotados no
a experiência de compra e com o bem ou serviço que adquiriram. relacionamento com clientes e usuários de produtos e de serviços.
O Banco Central do Brasil, na forma do art. 9º da Lei nº 4.595,
A tentativa de entender o comportamento de compra recebe de 31 de dezembro de 1964, torna público que o Conselho Monetá-
vários nomes: mapeamento do sistema de consumo, do ciclo de rio Nacional, em sessão realizada em 30 de setembro de 2021, com
atividade do cliente ou do cenário do cliente. Entender o compor- base nos arts. 4º, inciso VIII, da referida Lei, 7º e 23, alínea “a”, da
tamento do comprador em cada etapa, assim como as influências Lei nº 6.099, de 12 de setembro de 1974, e 1º, § 1º, da Lei Comple-
que ele recebe é a obrigação do profissional de marketing. mentar nº 130, de 17 de abril de 2009, resolveu:
Ver as atitudes dos outros, os fatores situacionais imprevistos
e o risco percebido podem afetar a decisão de compra, bem como CAPÍTULO I
os níveis de satisfação pós-compra e as ações pós compra por par- DO OBJETO E DO ÂMBITO DE APLICAÇÃO
te da empresa.
Art. 1º Esta Resolução dispõe sobre princípios e procedimentos
Comportamento do consumidor e a comunicação do Marke- a serem adotados no relacionamento com clientes e usuários de
ting produtos e de serviços pelas instituições financeiras e demais insti-
O profissional de marketing deve compreender os elementos tuições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil.
fundamentais da comunicação eficaz. O processo de comunica- § 1º O disposto nesta Resolução não se aplica às administrado-
ção compõe-se de nove elementos: emissor, receptor, mensagem, ras de consórcio e às instituições de pagamento, que devem seguir
meio, codificação, decodificação, feedback e ruído. as normas editadas pelo Banco Central do Brasil no exercício de sua
Para transmitir mensagens, os profissionais de marketing pre- competência legal.
cisam codificar suas mensagens levando em consideração o modo § 2º Para efeito desta Resolução, o relacionamento com clien-
como o público-alvo as decodifica. Precisam também as transmi- tes e usuários abrange as fases de pré-contratação, de contratação
tir por meio de veículos de comunicação eficazes que alcancem o e de pós-contratação de produtos e de serviços.
público-alvo e desenvolver canais de feedback para monitorar a
resposta. CAPÍTULO II
A resposta do consumidor a uma comunicação pode quase DOS PRINCÍPIOS
sempre ser configurada seguindo uma hierarquia de respostas e a
sequência: aprender, sentir e agir. Art. 2º As instituições de que trata o art. 1º, no relacionamento
Os modelos do processo de comunicação servem para dina- com clientes e usuários de produtos e de serviços, devem conduzir
mizar os fatores de comunicação de forma eficaz, fazendo com suas atividades com observância de princípios de ética, responsabi-
que as empresas consigam identificar a melhor forma de com- lidade, transparência e diligência, propiciando a convergência de in-
preender as necessidades do consumidor. A ampla gama de ferra- teresses e a consolidação de imagem institucional de credibilidade,
mentas de comunicação, mensagens e públicos torna obrigatório segurança e competência.
que as empresas se encaminhem para uma comunicação integra- Art. 3º A observância do disposto no art. 2º requer, entre ou-
da de marketing. tras, as seguintes ações:
É preciso adotar a visão do consumidor para compreender I - promover cultura organizacional que incentive relaciona-
plenamente todas as diferentes formas pelas quais a comunicação mento cooperativo e equilibrado com clientes e usuários; e
pode influenciar seu comportamento cotidiano, e consequente- II - dispensar tratamento justo e equitativo a clientes e usuá-
mente obter o resultado planejado desde o início do processo de rios, considerando seus perfis de relacionamento e vulnerabilida-
divulgação do produto e/ou serviço. des associadas.

CAPÍTULO III
DOS PROCEDIMENTOS

SEÇÃO I
DA CONTRATAÇÃO E DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS

Art. 4º As instituições de que trata o art. 1º, na contratação de


operações e na prestação de serviços, devem assegurar:
I - adequação dos produtos e serviços ofertados ou recomen-
dados às necessidades, aos interesses e aos objetivos dos clientes
e usuários;

298
ATENDIMENTO BANCÁRIO

II - integridade, conformidade, confiabilidade, segurança e sigi- sivo interesse do respectivo órgão ou entidade e de seus servidores
lo das transações realizadas, bem como legitimidade das operações ou da respectiva empresa e de seus empregados e administradores,
contratadas e dos serviços prestados; conforme a regulamentação específica sobre dependências; e
III - prestação, de forma clara e precisa, das informações neces- VI - às situações excepcionais previstas na legislação ou na re-
sárias à livre escolha e à tomada de decisões por parte de clientes gulamentação específica.
e usuários, explicitando, inclusive, direitos e deveres, responsabili- § 2º Para fins do disposto no caput, é vedada a imposição de
dades, custos ou ônus, penalidades e eventuais riscos existentes na restrições quanto à quantidade de documentos, de transações ou
execução de operações e na prestação de serviços; de operações por pessoa, bem como em relação a montante máxi-
IV - utilização de redação clara, objetiva e adequada à natureza mo ou mínimo a ser pago ou recebido ou ainda quanto à faculdade
e à complexidade da operação ou do serviço, em contratos, recibos, de o cliente ou o usuário optar por pagamentos em espécie, salvo as
extratos, comprovantes e documentos destinados ao público, de exceções previstas na legislação ou na regulamentação específica.
forma a permitir o entendimento do conteúdo e a identificação de § 3º As instituições de que trata o art. 1º devem divulgar em
prazos, valores, encargos, multas, datas, locais e demais condições; suas dependências e nas dependências dos correspondentes no
V - identificação dos usuários finais beneficiários de pagamento País, em local visível e em formato legível, as situações de que tra-
ou transferência em demonstrativos e extratos de contas de depó- tam os incisos II, III e V do § 1º.
sitos e contas de pagamento pré-paga, inclusive nas situações em § 4º O disposto neste artigo deve ser observado indistintamen-
que o serviço de pagamento envolver instituições participantes de te em relação a clientes e a não clientes, exceto pelas cooperativas
diferentes arranjos de pagamento; de crédito, que devem observar o disposto no § 5º.
VI - encaminhamento de instrumento de pagamento ao domi- § 5º As cooperativas de crédito devem informar em suas de-
cílio do cliente ou usuário ou a sua habilitação somente em decor- pendências, em local visível e em formato legível, se realizam aten-
rência de sua expressa solicitação ou autorização; e dimento a não associados e quais os serviços disponibilizados, asse-
VII - tempestividade e inexistência de barreiras, critérios ou gurando nesse caso as condições previstas neste artigo.
procedimentos desarrazoados para:
a) o atendimento a demandas de clientes e usuários, incluindo CAPÍTULO IV
o fornecimento de contratos, recibos, extratos, comprovantes e ou- DA POLÍTICA INSTITUCIONAL DE RELACIONAMENTO COM
tros documentos e informações relativos a operações e a serviços; CLIENTES E USUÁRIOS
b) a extinção da relação contratual relativa a produtos e servi-
ços, incluindo o cancelamento de contratos; e SEÇÃO I
c) a transferência de relacionamento para outra instituição, se DA MANUTENÇÃO DA POLÍTICA INSTITUCIONAL DE
aplicável. RELACIONAMENTO COM CLIENTES E USUÁRIOS

SEÇÃO II Art. 6º As instituições de que trata o art. 1º devem manter po-


DO ATENDIMENTO PRESENCIAL A CLIENTES OU USUÁRIOS lítica institucional de relacionamento com clientes e usuários que
consolide diretrizes, objetivos estratégicos e valores organizacio-
Art. 5º É vedado às instituições referidas no art. 1º impedir o nais, de forma a nortear a condução de suas atividades em confor-
acesso, recusar, dificultar ou impor restrição ao atendimento pre- midade com o disposto no art. 2º.
sencial em suas dependências, inclusive em guichês de caixa, a § 1º A política de que trata o caput deve:
clientes ou usuários de produtos e de serviços, mesmo quando dis- I - ser aprovada pelo conselho de administração ou, caso inexis-
ponível o atendimento em outros canais. tente, pela diretoria da instituição;
§ 1º O disposto no caput não se aplica: II - ser objeto de avaliação periódica;
I - aos serviços de arrecadação ou de cobrança prestados a ter- III - definir papéis e responsabilidades no âmbito da instituição;
ceiros, quando: IV - ser compatível com a natureza da instituição e com o perfil
a) não houver contrato ou convênio para a sua prestação cele- de clientes e usuários, bem como com as demais políticas instituí-
brado entre a instituição financeira e o ente beneficiário; ou das;
b) o respectivo contrato ou convênio celebrado não contemple V - prever programa de treinamento de empregados e presta-
o recebimento em guichê de caixa das dependências da instituição; dores de serviços que desempenhem atividades afetas ao relacio-
II - ao recebimento de boletos de pagamento padronizado pela namento com clientes e usuários;
regulamentação do Banco Central do Brasil emitidos fora do padrão, VI - prever a disseminação interna de suas disposições; e
das especificações ou dos requisitos vigentes para o instrumento; VII - ser formalizada em documento específico.
III - ao recebimento de documentos mediante pagamento por § 2º Admite-se que a política de que trata o caput seja unifica-
meio de cheque; da por:
IV - às instituições que não possuam dependências ou às de- I - conglomerado; ou
pendências de instituições sem guichês de caixa; II - sistema cooperativo de crédito.
V - aos postos de atendimento instalados em recinto de órgão § 3º As instituições que não constituírem política própria em
ou de entidade da Administração Pública ou de empresa privada decorrência da faculdade prevista no § 2º devem formalizar a deci-
com guichês de caixa, nos quais sejam prestados serviços do exclu- são em reunião do conselho de administração ou da diretoria.
§ 4º O documento de que trata o inciso VII do § 1º deve ser
mantido à disposição do Banco Central do Brasil.

299
ATENDIMENTO BANCÁRIO

SEÇÃO II § 2º Os dados, os registros e as informações relativas aos meca-


DO GERENCIAMENTO DA POLÍTICA INSTITUCIONAL DE nismos de controle, processos, testes e trilhas de auditoria devem
RELACIONAMENTO COM CLIENTES E USUÁRIOS ser mantidos à disposição do Banco Central do Brasil pelo prazo mí-
nimo de cinco anos.
Art. 7º As instituições de que trata o art. 1º devem assegurar a
consistência de rotinas e de procedimentos operacionais afetos ao CAPÍTULO V
relacionamento com clientes e usuários, bem como sua adequação DISPOSIÇÕES FINAIS
à política institucional de relacionamento de que trata o art. 6º, in-
clusive quanto aos seguintes aspectos: Art. 10. As instituições de que trata o art. 1º devem indicar ao
I - identificação e qualificação de clientes e de usuários para Banco Central do Brasil diretor responsável pelo cumprimento das
fins de início e manutenção de relacionamento; obrigações previstas nesta Resolução.
II - concepção de produtos e de serviços; Art. 11. O Banco Central do Brasil poderá adotar medidas com-
III - oferta, recomendação, contratação ou distribuição de pro- plementares necessárias à execução do disposto nesta Resolução.
dutos ou serviços; Art. 12. Ficam revogados:
IV - requisitos de segurança afetos a produtos e a serviços; I - o art. 12 da Resolução nº 4.753, de 26 de setembro de 2019;
II - a Resolução nº 3.694, de 26 de março de 2009;
V - cobrança de tarifas em decorrência da prestação de servi- III - a Resolução nº 4.283, de 4 de novembro de 2013;
ços; IV - a Resolução nº 4.479, de 25 de abril de 2016;
VI - divulgação e publicidade de produtos e de serviços; V - a Resolução nº 4.539, de 24 de novembro de 2016; e
VII - coleta, tratamento e manutenção de informações dos VI - a Resolução nº 4.746, de 29 de agosto de 2019.
clientes em bases de dados; Art. 13. Esta Resolução entra em vigor em 1º de março de 2022.
VIII - gestão do atendimento prestado a clientes e usuários, in-
clusive o registro e o tratamento de demandas;
RESOLUÇÃO CMN Nº 4.860, DE 23 DE OUTUBRO DE
IX - mediação de conflitos;
2020 QUE DISPÕE SOBRE A CONSTITUIÇÃO E O FUN-
X - sistemática de cobrança em caso de inadimplemento de CIONAMENTO DE COMPONENTE ORGANIZACIONAL
obrigações contratadas; DE OUVIDORIA PELAS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS E
XI - extinção da relação contratual relativa a produtos e servi- DEMAIS INSTITUIÇÕES AUTORIZADAS A FUNCIONAR
ços; PELO BANCO CENTRAL DO BRASIL
XII - liquidação antecipada de dívidas ou de obrigações; e
XIII - transferência de relacionamento para outra instituição.
§ 1º Com relação ao disposto nos incisos II e III do caput, e em RESOLUÇÃO CMN Nº 4.860, DE 23 DE OUTUBRO DE 2020
observância ao art. 4º, inciso I, as instituições devem estabelecer o
perfil dos clientes que compõem o público-alvo para os produtos e Dispõe sobre a constituição e o funcionamento de componente
serviços disponibilizados, considerando suas características e com- organizacional de ouvidoria pelas instituições autorizadas a funcio-
plexidade. nar pelo Banco Central do Brasil.
§ 2º O perfil referido no § 1º deve incluir informações relevan- O Banco Central do Brasil, na forma do art. 9º da Lei nº 4.595,
tes para cada produto ou serviço. de 31 de dezembro de 1964, torna público que o Conselho Monetá-
Art. 8º As instituições de que trata o art. 1º devem: rio Nacional, em sessão realizada em 22 de outubro de 2020, com
base no art. 4º, inciso VIII, da referida Lei, resolveu:
I - promover o equilíbrio das metas de resultados e de incenti-
vos associadas ao desempenho de funcionários e de corresponden-
CAPÍTULO I
tes no País com as diretrizes e os valores organizacionais previstos
DO OBJETO E DO ÂMBITO DE APLICAÇÃO
na política institucional de que trata o art. 6º; e
II - tratar adequadamente eventuais desvios relacionados ao
Art. 1º Esta Resolução disciplina a constituição e o funciona-
contido no inciso I.
mento de componente organizacional de ouvidoria pelas institui-
Art. 9º Em relação à política institucional de relacionamento ções que especifica.
com clientes e usuários, as instituições de que trata o art. 1º devem Art. 2º O componente organizacional de ouvidoria deve ser
instituir mecanismos de acompanhamento, de controle e de mitiga- constituído pelas instituições autorizadas a funcionar pelo Banco
ção de riscos com vistas a assegurar: Central do Brasil que tenham clientes pessoas naturais, inclusive
I - a implementação das suas disposições; empresários individuais, ou pessoas jurídicas classificadas como
II - o monitoramento do seu cumprimento, inclusive por meio microempresas e empresas de pequeno porte, nos termos da Lei
de métricas e indicadores adequados; Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006.
III - a avaliação da sua efetividade; e Parágrafo único. Ficam dispensados de constituir ouvidoria os
IV - a identificação e a correção de eventuais deficiências. bancos comerciais sob controle societário de bolsas de valores, de
§ 1º Os mecanismos de que trata o caput devem ser submeti- bolsas de mercadorias e futuros ou de bolsas de valores e de mer-
dos a testes periódicos pela auditoria interna, consistentes com os cadorias e futuros que desempenhem exclusivamente funções de
controles internos da instituição. liquidante e custodiante central, prestando serviços às bolsas e aos
agentes econômicos responsáveis pelas operações nelas cursadas.

300
ATENDIMENTO BANCÁRIO

CAPÍTULO II § 2º O disposto no inciso II, alínea “b”, do caput, não se aplica


DA FINALIDADE a bancos comerciais, bancos múltiplos, caixas econômicas, socieda-
des de crédito, financiamento e investimento, associações de pou-
Art. 3º A ouvidoria tem por finalidade: pança e empréstimo e sociedades de arrendamento mercantil que
I - atender em última instância as demandas dos clientes e realizem operações de arrendamento mercantil financeiro.
usuários de produtos e serviços que não tiverem sido solucionadas § 3º O disposto nos incisos II, alínea “b”, e IV, do caput, somente
nos canais de atendimento primário da instituição; e se aplica a associação de classe ou bolsa que possuir código de ética
II - atuar como canal de comunicação entre a instituição e os ou de autorregulação efetivamente implantado, ao qual a institui-
clientes e usuários de produtos e serviços, inclusive na mediação ção tenha aderido.
de conflitos.
Parágrafo único. Para efeitos desta Resolução, considera-se pri- CAPÍTULO IV
mário o atendimento habitual realizado em quaisquer pontos ou DO FUNCIONAMENTO
canais de atendimento, incluídos os correspondentes no País e o
Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC) de que trata o Decre- Art. 6º As atribuições da ouvidoria abrangem as seguintes ati-
to nº 6.523, de 31 de julho de 2008. vidades:
I - atender, registrar, instruir, analisar e dar tratamento formal
CAPÍTULO III e adequado às demandas dos clientes e usuários de produtos e ser-
DA ORGANIZAÇÃO viços;
II - prestar esclarecimentos aos demandantes acerca do anda-
Art. 4º A estrutura da ouvidoria deve ser compatível com a na- mento das demandas, informando o prazo previsto para resposta;
tureza e a complexidade dos produtos, serviços, atividades, proces- III - encaminhar resposta conclusiva para a demanda no prazo
sos e sistemas de cada instituição. previsto; e
Parágrafo único. A ouvidoria não pode estar vinculada a com- IV - manter o conselho de administração, ou, na sua ausência,
ponente organizacional da instituição que configure conflito de in- a diretoria da instituição, informado sobre os problemas e defi-
teresses ou de atribuições, a exemplo das unidades responsáveis ciências detectados no cumprimento de suas atribuições e sobre
por negociação de produtos e serviços, gestão de riscos, auditoria o resultado das medidas adotadas pelos administradores para so-
interna e conformidade (compliance). lucioná-los.
Art. 5º É admitido o compartilhamento de ouvidoria pelas insti- § 1º O atendimento prestado pela ouvidoria:
tuições, observadas as seguintes situações e regras: I - deve ser identificado por meio de número de protocolo, o
I - a instituição integrante de conglomerado composto por pelo qual deve ser fornecido ao demandante;
menos duas instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central II - deve ser gravado, quando realizado por telefone, e, quando
do Brasil pode compartilhar a ouvidoria constituída em qualquer realizado por meio de documento escrito ou por meio eletrônico,
das instituições autorizadas a funcionar; arquivada a respectiva documentação; e
II - a instituição não enquadrada no disposto no inciso I do III - pode abranger:
caput pode compartilhar a ouvidoria constituída: a) excepcionalmente, as demandas não recepcionadas inicial-
a) em empresa ligada, conforme definição de que trata o § 1º; mente pelos canais de atendimento primário; e
ou b) as demandas encaminhadas pelo Banco Central do Brasil,
b) na associação de classe a que seja filiada ou na bolsa de va- por órgãos públicos ou por outras entidades públicas ou privadas.
lores ou bolsa de mercadorias e futuros ou bolsa de valores e de § 2º O prazo de resposta para as demandas não pode ultrapas-
mercadorias e futuros nas quais realize operações; sar dez dias úteis, podendo ser prorrogado, excepcionalmente e de
III - a cooperativa singular de crédito filiada a cooperativa cen- forma justificada, uma única vez, por igual período, limitado o nú-
tral pode compartilhar a ouvidoria constituída na respectiva coope- mero de prorrogações a 10% (dez por cento) do total de demandas
rativa central, confederação de cooperativas de crédito ou banco do no mês, devendo o demandante ser informado sobre os motivos da
sistema cooperativo; e prorrogação.
IV - a cooperativa singular de crédito não filiada a cooperativa Art. 7º As instituições referidas no art. 2º devem:
central pode compartilhar a ouvidoria constituída em cooperativa I - manter sistema de informações e de controle das demandas
central, federação de cooperativas de crédito, confederação de coo- recebidas pela ouvidoria, de forma a:
perativas de crédito ou associação de classe da categoria. a) registrar o histórico de atendimentos, as informações utiliza-
§ 1º Para efeito do disposto no inciso II, alínea “a”, do caput, das na análise e as providências adotadas; e
consideram-se ligadas entre si as instituições autorizadas a funcio- b) controlar o prazo de resposta;
nar pelo Banco Central do Brasil e as empresas não autorizadas a II - dar ampla divulgação sobre a existência da ouvidoria, sua
funcionar pelo Banco Central do Brasil: finalidade, suas atribuições e formas de acesso, inclusive nos canais
I - as quais uma participe com 10% (dez por cento) ou mais do de comunicação utilizados para difundir os produtos e serviços;
capital da outra, direta ou indiretamente; e III - garantir o acesso gratuito dos clientes e dos usuários ao
II - as quais acionistas com 10% (dez por cento) ou mais do ca- atendimento da ouvidoria, por meio de canais ágeis e eficazes, in-
pital de uma participem com 10% (dez por cento) ou mais do capital clusive por telefone, cujo número deve ser:
da outra, direta ou indiretamente. a) divulgado e mantido atualizado em local visível ao público
no recinto das suas dependências e nas dependências dos corres-
pondentes no País, bem como nos respectivos sítios eletrônicos na
internet, acessível pela sua página inicial;

301
ATENDIMENTO BANCÁRIO

b) informado nos extratos, comprovantes, inclusive eletrôni- I - responder por todas as instituições que compartilharem a
cos, contratos, materiais de propaganda e de publicidade e demais ouvidoria; e
documentos que se destinem aos clientes e usuários; e II - integrar os quadros da instituição que constituir a ouvidoria.
c) inserido e mantido permanentemente atualizado em siste- Art. 11. Para cumprimento do disposto no caput do art. 9º, nas
ma de registro de informações do Banco Central do Brasil. hipóteses previstas no art. 5º, inciso II, as instituições referidas no
Parágrafo único. As informações relativas às demandas recebi- art. 2º devem:
das pela ouvidoria devem permanecer registradas no sistema men- I - designar perante o Banco Central do Brasil apenas o nome
cionado no inciso I pelo prazo mínimo de cinco anos, contados da do respectivo diretor responsável pela ouvidoria; e
data da protocolização da ocorrência. II - informar o nome do ouvidor, que deverá ser o do ouvidor da
associação de classe, da bolsa de valores, da bolsa de mercadorias
CAPÍTULO V e futuros ou da bolsa de valores e de mercadorias e futuros, ou da
DAS EXIGÊNCIAS FORMAIS entidade ou empresa que constituir a ouvidoria.

Art. 8º O estatuto ou o contrato social, conforme a natureza CAPÍTULO VI


jurídica da sociedade, deve dispor, de forma expressa, sobre os se- DA PRESTAÇÃO DE INFORMAÇÕES
guintes aspectos:
I - a finalidade, as atribuições e as atividades da ouvidoria; Art. 12. O diretor responsável pela ouvidoria deve elaborar re-
II - os critérios de designação e de destituição do ouvidor; latório semestral quantitativo e qualitativo referente às atividades
III - o tempo de duração do mandato do ouvidor, fixado em desenvolvidas pela ouvidoria, nas datas-base de 30 de junho e 31
meses; e de dezembro.
IV - o compromisso formal no sentido de: Parágrafo único. O relatório de que trata o caput deve ser en-
a) criar condições adequadas para o funcionamento da ouvido- caminhado à auditoria interna, ao comitê de auditoria, quando
ria, bem como para que sua atuação seja pautada pela transparên- constituído, e ao conselho de administração ou, na sua ausência, à
cia, independência, imparcialidade e isenção; e diretoria da instituição.
b) assegurar o acesso da ouvidoria às informações necessárias Art. 13. As instituições referidas no art. 2º devem divulgar se-
para a elaboração de resposta adequada às demandas recebidas, mestralmente, nos respectivos sítios eletrônicos na internet, as
com total apoio administrativo, podendo requisitar informações e informações relativas às atividades desenvolvidas pela ouvidoria,
documentos para o exercício de suas atividades no cumprimento inclusive os dados relativos à avaliação direta da qualidade do aten-
de suas atribuições. dimento de que trata o art. 16.
§ 1º Os aspectos mencionados no caput devem ser incluídos Art. 14. O Banco Central do Brasil poderá estabelecer o conteú-
no estatuto ou no contrato social na primeira alteração que ocorrer do, a forma, a periodicidade e o prazo de remessa de dados e de
após a constituição da ouvidoria. informações relativos às atividades da ouvidoria.
§ 2º As alterações estatutárias ou contratuais exigidas por esta
Resolução relativas às instituições que optarem pela faculdade pre- CAPÍTULO VII
vista no art. 5º, incisos I e III, podem ser promovidas somente pela DA CERTIFICAÇÃO
instituição que constituir a ouvidoria.
§ 3º As instituições que não constituírem ouvidoria própria em Art. 15. As instituições referidas no art. 2º devem adotar provi-
decorrência da faculdade prevista no art. 5º, incisos II e IV, devem dências para que os integrantes da ouvidoria que realizem as ativi-
ratificar a decisão na primeira assembleia geral ou na primeira reu- dades mencionadas no art. 6º sejam considerados aptos em exame
nião de diretoria realizada após tal decisão. de certificação organizado por entidade de reconhecida capacidade
Art. 9º As instituições referidas no art. 2º devem designar pe- técnica.
rante o Banco Central do Brasil os nomes do ouvidor e do diretor § 1º O exame de certificação deve abranger, no mínimo, temas
responsável pela ouvidoria. relativos à ética, aos direitos do consumidor e à mediação de con-
§ 1º O diretor responsável pela ouvidoria pode desempenhar flitos.
outras funções na instituição, inclusive a de ouvidor, exceto a de § 2º A designação de integrantes da ouvidoria referidos no
diretor de administração de recursos de terceiros. caput fica condicionada à comprovação de aptidão no exame de
§ 2º Nos casos dos bancos comerciais, bancos múltiplos, cai- certificação, além do atendimento às demais exigências desta Re-
xas econômicas, sociedades de crédito, financiamento e investi- solução.
mento, associações de poupança e empréstimo e sociedades de § 3º As instituições referidas no caput devem assegurar a ca-
arrendamento mercantil que realizem operações de arrendamen- pacitação permanente dos integrantes da ouvidoria em relação aos
to mercantil financeiro, que estejam sujeitos à obrigatoriedade de temas mencionados no § 1º.
constituição de comitê de auditoria, na forma da regulamentação, o § 4º O diretor responsável pela ouvidoria sujeita-se à formali-
ouvidor não poderá desempenhar outra função, exceto a de diretor dade prevista no caput, caso exerça a função de ouvidor.
responsável pela ouvidoria. § 5º Nas hipóteses previstas no art. 5º, incisos II e IV, aplica-se o
§ 3º Nas situações em que o ouvidor desempenhe outra ativi- disposto neste artigo aos integrantes da ouvidoria da associação de
dade na instituição, essa atividade não pode configurar conflito de classe, entidade ou empresa que realize as atividades mencionadas
interesses ou de atribuições. no art. 6º.
Art. 10. Nas hipóteses previstas no art. 5º, incisos I, III e IV, o
ouvidor deve:

302
ATENDIMENTO BANCÁRIO

CAPÍTULO VIII
DA AVALIAÇÃO DIRETA DA QUALIDADE DO ATENDIMENTO RESOLUÇÃO CMN Nº 3.694/2009 E ALTERAÇÕES
PRESTADO
RESOLUÇÃO Nº 3.694/2009
Art. 16. As instituições referidas no art. 2º devem implementar (Documento normativo revogado pela Resolução nº 4.949 de
instrumento de avaliação direta da qualidade do atendimento pres- 30/9/2021)
tado pela ouvidoria a clientes e usuários.
Parágrafo único. O disposto no caput aplica-se somente aos Resolução CMN n° 4.949 de 30/9/2021
bancos comerciais, bancos múltiplos, bancos de investimento, cai- RESOLUÇÃO CMN Nº 4.949, DE 30 DE SETEMBRO DE 2021
xas econômicas e sociedades de crédito, financiamento e investi-
mento. Dispõe sobre princípios e procedimentos a serem adota-
Art. 17. A avaliação direta da qualidade do atendimento de que dos no relacionamento com clientes e usuários de produtos e de
trata o art. 16 deve ser: serviços.
I - estruturada de forma a obter notas entre 1 e 5, sendo 1 o O Banco Central do Brasil, na forma do art. 9º da Lei nº 4.595,
nível de satisfação mais baixo e 5 o nível de satisfação mais alto; de 31 de dezembro de 1964, torna público que o Conselho Mone-
II - disponibilizada ao cliente ou usuário em até um dia útil após tário Nacional, em sessão realizada em 30 de setembro de 2021,
o encaminhamento da resposta conclusiva de que trata o art. 6º, com base nos arts. 4º, inciso VIII, da referida Lei, 7º e 23, alínea
inciso III, e § 2º; e “a”, da Lei nº 6.099, de 12 de setembro de 1974, e 1º, § 1º, da Lei
III - concluída em até cinco dias úteis após o prazo de que trata Complementar nº 130, de 17 de abril de 2009,
o inciso II. RESOLVEU:
Art. 18. Os dados relativos à avaliação mencionada no art. 16
devem ser: CAPÍTULO I
I - armazenados de forma eletrônica, em ordem cronológica, DO OBJETO E DO ÂMBITO DE APLICAÇÃO
permanecendo à disposição do Banco Central do Brasil pelo prazo
de cinco anos, contados da data da avaliação realizada pelo cliente Art. 1º Esta Resolução dispõe sobre princípios e procedimen-
ou usuário; e tos a serem adotados no relacionamento com clientes e usuários
II - remetidos ao Banco Central do Brasil, na forma por ele de produtos e de serviços pelas instituições financeiras e demais
definida. instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil.
§ 1º O disposto nesta Resolução não se aplica às administra-
CAPÍTULO IX doras de consórcio e às instituições de pagamento, que devem se-
DISPOSIÇÕES FINAIS guir as normas editadas pelo Banco Central do Brasil no exercício
de sua competência legal.
Art. 19. O relatório e a documentação relativos aos atendi- § 2º Para efeito desta Resolução, o relacionamento com
mentos realizados, de que tratam os arts. 6º, § 1º, 7º e 12, bem clientes e usuários abrange as fases de pré-contratação, de con-
como a gravação telefônica do atendimento, devem permanecer à tratação e de pós-contratação de produtos e de serviços.
disposição do Banco Central do Brasil pelo prazo mínimo de cinco
anos. CAPÍTULO II
Art. 20. O número do telefone para acesso gratuito à ouvi- DOS PRINCÍPIOS
doria e os dados relativos ao diretor responsável pela ouvidoria
e ao ouvidor devem ser inseridos e mantidos permanentemente Art. 2º As instituições de que trata o art. 1º, no relaciona-
atualizados em sistema de registro de informações do Banco Cen- mento com clientes e usuários de produtos e de serviços, devem
tral do Brasil. conduzir suas atividades com observância de princípios de ética,
Parágrafo único. O disposto no caput deve ser observado, in- responsabilidade, transparência e diligência, propiciando a con-
clusive, pela instituição que não constituir componente de ouvi- vergência de interesses e a consolidação de imagem institucional
doria próprio em decorrência da faculdade prevista no art. 5º. de credibilidade, segurança e competência.
Art. 21. O Banco Central do Brasil poderá adotar as medidas Art. 3º A observância do disposto no art. 2º requer, entre
necessárias à execução do disposto nesta Resolução. outras, as seguintes ações:
Art. 22. Ficam revogadas: I - promover cultura organizacional que incentive relaciona-
I - a Resolução nº 4.433, de 23 de julho de 2015; e mento cooperativo e equilibrado com clientes e usuários; e
II - a Resolução nº 4.629, de 25 de janeiro de 2018. II - dispensar tratamento justo e equitativo a clientes e usuá-
Art. 23. Esta Resolução entra em vigor em 1º de dezembro rios, considerando seus perfis de relacionamento e vulnerabilida-
de 2020. des associadas.

303
ATENDIMENTO BANCÁRIO

CAPÍTULO III II - ao recebimento de boletos de pagamento padronizado


DOS PROCEDIMENTOS pela regulamentação do Banco Central do Brasil emitidos fora do
padrão, das especificações ou dos requisitos vigentes para o ins-
SEÇÃO I trumento;
DA CONTRATAÇÃO E DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS III - ao recebimento de documentos mediante pagamento por
meio de cheque;
Art. 4º  As instituições de que trata o art. 1º, na contratação IV - às instituições que não possuam dependências ou às de-
de operações e na prestação de serviços, devem assegurar: pendências de instituições sem guichês de caixa;
I - adequação dos produtos e serviços ofertados ou recomen- V - aos postos de atendimento instalados em recinto de ór-
dados às necessidades, aos interesses e aos objetivos dos clientes gão ou de entidade da Administração Pública ou de empresa pri-
e usuários; vada com guichês de caixa, nos quais sejam prestados serviços
II - integridade, conformidade, confiabilidade, segurança e si- do exclusivo interesse do respectivo órgão ou entidade e de seus
gilo das transações realizadas, bem como legitimidade das opera- servidores ou da respectiva empresa e de seus empregados e ad-
ções contratadas e dos serviços prestados; ministradores, conforme a regulamentação específica sobre de-
III - prestação, de forma clara e precisa, das informações pendências; e
necessárias à livre escolha e à tomada de decisões por parte de VI - às situações excepcionais previstas na legislação ou na
clientes e usuários, explicitando, inclusive, direitos e deveres, res- regulamentação específica.
ponsabilidades, custos ou ônus, penalidades e eventuais riscos § 2º Para fins do disposto no caput, é vedada a imposição de
existentes na execução de operações e na prestação de serviços; restrições quanto à quantidade de documentos, de transações ou
IV - utilização de redação clara, objetiva e adequada à natu- de operações por pessoa, bem como em relação a montante má-
reza e à complexidade da operação ou do serviço, em contratos, ximo ou mínimo a ser pago ou recebido ou ainda quanto à facul-
recibos, extratos, comprovantes e documentos destinados ao pú- dade de o cliente ou o usuário optar por pagamentos em espécie,
blico, de forma a permitir o entendimento do conteúdo e a iden- salvo as exceções previstas na legislação ou na regulamentação
tificação de prazos, valores, encargos, multas, datas, locais e de- específica.
mais condições; § 3º As instituições de que trata o art. 1º devem divulgar em
V - identificação dos usuários finais beneficiários de pagamen- suas dependências e nas dependências dos correspondentes no
to ou transferência em demonstrativos e extratos de contas de de- País, em local visível e em formato legível, as situações de que
pósitos e contas de pagamento pré-paga, inclusive nas situações tratam os incisos II, III e V do § 1º.
em que o serviço de pagamento envolver instituições participan- § 4º O disposto neste artigo deve ser observado indistinta-
tes de diferentes arranjos de pagamento; mente em relação a clientes e a não clientes, exceto pelas coope-
VI - encaminhamento de instrumento de pagamento ao domi- rativas de crédito, que devem observar o disposto no § 5º.
cílio do cliente ou usuário ou a sua habilitação somente em decor- § 5º As cooperativas de crédito devem informar em suas
rência de sua expressa solicitação ou autorização; e dependências, em local visível e em formato legível, se realizam
VII - tempestividade e inexistência de barreiras, critérios ou atendimento a não associados e quais os serviços disponibiliza-
procedimentos desarrazoados para: dos, assegurando nesse caso as condições previstas neste artigo.
a) o atendimento a demandas de clientes e usuários, incluin-
do o fornecimento de contratos, recibos, extratos, comprovantes CAPÍTULO IV
e outros documentos e informações relativos a operações e a ser- DA POLÍTICA INSTITUCIONAL DE RELACIONAMENTO COM
viços; CLIENTES E USUÁRIOS
b) a extinção da relação contratual relativa a produtos e servi-
ços, incluindo o cancelamento de contratos; e SEÇÃO I
c) a transferência de relacionamento para outra instituição, DA MANUTENÇÃO DA POLÍTICA INSTITUCIONAL DE RELACIO-
se aplicável. NAMENTO COM CLIENTES E USUÁRIOS

SEÇÃO II Art. 6º As instituições de que trata o art. 1º devem manter


DO ATENDIMENTO PRESENCIAL A CLIENTES OU USUÁRIOS política institucional de relacionamento com clientes e usuários
que consolide diretrizes, objetivos estratégicos e valores organi-
Art. 5º É vedado às instituições referidas no art. 1º impedir zacionais, de forma a nortear a condução de suas atividades em
o acesso, recusar, dificultar ou impor restrição ao atendimento conformidade com o disposto no art. 2º.
presencial em suas dependências, inclusive em guichês de caixa, § 1º A política de que trata o caput deve:
a clientes ou usuários de produtos e de serviços, mesmo quando I - ser aprovada pelo conselho de administração ou, caso ine-
disponível o atendimento em outros canais. xistente, pela diretoria da instituição;
§ 1º O disposto no caput não se aplica: II - ser objeto de avaliação periódica;
I - aos serviços de arrecadação ou de cobrança prestados a III - definir papéis e responsabilidades no âmbito da institui-
terceiros, quando: ção;
a) não houver contrato ou convênio para a sua prestação cele- IV - ser compatível com a natureza da instituição e com o
brado entre a instituição financeira e o ente beneficiário; ou perfil de clientes e usuários, bem como com as demais políticas
b) o respectivo contrato ou convênio celebrado não contem- instituídas;
ple o recebimento em guichê de caixa das dependências da insti-
tuição;

304
ATENDIMENTO BANCÁRIO

V - prever programa de treinamento de empregados e presta- Art. 9º Em relação à política institucional de relacionamento
dores de serviços que desempenhem atividades afetas ao relacio- com clientes e usuários, as instituições de que trata o art. 1º de-
namento com clientes e usuários; vem instituir mecanismos de acompanhamento, de controle e de
VI - prever a disseminação interna de suas disposições; e mitigação de riscos com vistas a assegurar:
VII - ser formalizada em documento específico. I - a implementação das suas disposições;
§ 2º Admite-se que a política de que trata o caput seja uni- II - o monitoramento do seu cumprimento, inclusive por meio
ficada por: de métricas e indicadores adequados;
I - conglomerado; ou III - a avaliação da sua efetividade; e
II - sistema cooperativo de crédito. IV - a identificação e a correção de eventuais deficiências.
§ 3º As instituições que não constituírem política própria em § 1º Os mecanismos de que trata o caput devem ser subme-
decorrência da faculdade prevista no § 2º devem formalizar a de- tidos a testes periódicos pela auditoria interna, consistentes com
cisão em reunião do conselho de administração ou da diretoria. os controles internos da instituição.
§ 4º O documento de que trata o inciso VII do § 1º deve ser § 2º Os dados, os registros e as informações relativas aos
mantido à disposição do Banco Central do Brasil. mecanismos de controle, processos, testes e trilhas de auditoria
devem ser mantidos à disposição do Banco Central do Brasil pelo
SEÇÃO II prazo mínimo de cinco anos.
DO GERENCIAMENTO DA POLÍTICA INSTITUCIONAL DE RELA-
CIONAMENTO COM CLIENTES E USUÁRIOS CAPÍTULO V
DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 7º As instituições de que trata o art. 1º devem assegurar
a consistência de rotinas e de procedimentos operacionais afetos Art. 10. As instituições de que trata o art. 1º devem indicar ao
ao relacionamento com clientes e usuários, bem como sua ade- Banco Central do Brasil diretor responsável pelo cumprimento das
quação à política institucional de relacionamento de que trata o obrigações previstas nesta Resolução.
art. 6º, inclusive quanto aos seguintes aspectos: Art. 11. O Banco Central do Brasil poderá adotar medidas
I - identificação e qualificação de clientes e de usuários para complementares necessárias à execução do disposto nesta Reso-
fins de início e manutenção de relacionamento; lução.
II - concepção de produtos e de serviços; Art. 12. Ficam revogados:
III - oferta, recomendação, contratação ou distribuição de I - o art. 12 da Resolução nº 4.753, de 26 de setembro de
produtos ou serviços; 2019;
IV - requisitos de segurança afetos a produtos e a serviços; II - a Resolução nº 3.694, de 26 de março de 2009;
V - cobrança de tarifas em decorrência da prestação de ser- III - a Resolução nº 4.283, de 4 de novembro de 2013;
viços; IV - a Resolução nº 4.479, de 25 de abril de 2016;
VI - divulgação e publicidade de produtos e de serviços; V - a Resolução nº 4.539, de 24 de novembro de 2016; e
VII - coleta, tratamento e manutenção de informações dos VI - a Resolução nº 4.746, de 29 de agosto de 2019.
clientes em bases de dados; Art. 13. Esta Resolução entra em vigor em 1º de março de
VIII - gestão do atendimento prestado a clientes e usuários, 2022.
inclusive o registro e o tratamento de demandas; Roberto de Oliveira Campos Neto
IX - mediação de conflitos; Presidente do Banco Central do Brasil
X - sistemática de cobrança em caso de inadimplemento de
obrigações contratadas;
XI - extinção da relação contratual relativa a produtos e ser-
LEI BRASILEIRA DE INCLUSÃO DA PESSOA COM DEFI-
viços;
CIÊNCIA (ESTATUTO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA):
XII - liquidação antecipada de dívidas ou de obrigações; e
LEI Nº 13.146, DE 06 DE JULHO DE 2015
XIII - transferência de relacionamento para outra instituição.
§ 1º Com relação ao disposto nos incisos II e III do caput, e em LEI Nº 13.146, DE 6 DE JULHO DE 2015.
observância ao art. 4º, inciso I, as instituições devem estabelecer
o perfil dos clientes que compõem o público-alvo para os produ-
Mensagem de veto
tos e serviços disponibilizados, considerando suas características
Vigência Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com
e complexidade.
Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência).
§ 2º O perfil referido no § 1º deve incluir informações rele-
vantes para cada produto ou serviço. A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na-
Art. 8º As instituições de que trata o art. 1º devem: cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
I - promover o equilíbrio das metas de resultados e de incen-
tivos associadas ao desempenho de funcionários e de correspon-
dentes no País com as diretrizes e os valores organizacionais pre-
vistos na política institucional de que trata o art. 6º; e
II - tratar adequadamente eventuais desvios relacionados ao
contido no inciso I.

305
ATENDIMENTO BANCÁRIO

LIVRO I IV - barreiras: qualquer entrave, obstáculo, atitude ou compor-


PARTE GERAL tamento que limite ou impeça a participação social da pessoa, bem
como o gozo, a fruição e o exercício de seus direitos à acessibilida-
TÍTULO I de, à liberdade de movimento e de expressão, à comunicação, ao
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES acesso à informação, à compreensão, à circulação com segurança,
entre outros, classificadas em:
CAPÍTULO I a) barreiras urbanísticas: as existentes nas vias e nos espaços
DISPOSIÇÕES GERAIS públicos e privados abertos ao público ou de uso coletivo;
b) barreiras arquitetônicas: as existentes nos edifícios públicos
Art. 1º É instituída a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com e privados;
Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência), destinada a as- c) barreiras nos transportes: as existentes nos sistemas e meios
segurar e a promover, em condições de igualdade, o exercício dos de transportes;
direitos e das liberdades fundamentais por pessoa com deficiência, d) barreiras nas comunicações e na informação: qualquer
visando à sua inclusão social e cidadania. entrave, obstáculo, atitude ou comportamento que dificulte ou
Parágrafo único. Esta Lei tem como base a Convenção sobre os impossibilite a expressão ou o recebimento de mensagens e de
Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo, informações por intermédio de sistemas de comunicação e de tec-
ratificados pelo Congresso Nacional por meio do Decreto Legislativo nologia da informação;
nº 186, de 9 de julho de 2008 , em conformidade com o procedi- e) barreiras atitudinais: atitudes ou comportamentos que im-
mento previsto no § 3º do art. 5º da Constituição da República Fe- peçam ou prejudiquem a participação social da pessoa com defici-
derativa do Brasil , em vigor para o Brasil, no plano jurídico externo, ência em igualdade de condições e oportunidades com as demais
desde 31 de agosto de 2008, e promulgados pelo Decreto nº 6.949, pessoas;
de 25 de agosto de 2009 , data de início de sua vigência no plano f) barreiras tecnológicas: as que dificultam ou impedem o aces-
interno. so da pessoa com deficiência às tecnologias;
Art. 2º Considera-se pessoa com deficiência aquela que tem V - comunicação: forma de interação dos cidadãos que abran-
impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ge, entre outras opções, as línguas, inclusive a Língua Brasileira de
ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode Sinais (Libras), a visualização de textos, o Braille, o sistema de sina-
obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade lização ou de comunicação tátil, os caracteres ampliados, os dispo-
de condições com as demais pessoas. sitivos multimídia, assim como a linguagem simples, escrita e oral,
§ 1º A avaliação da deficiência, quando necessária, será biopsi- os sistemas auditivos e os meios de voz digitalizados e os modos,
cossocial, realizada por equipe multiprofissional e interdisciplinar e meios e formatos aumentativos e alternativos de comunicação, in-
considerará: (Vigência) (Vide Decreto nº 11.063, de 2022) cluindo as tecnologias da informação e das comunicações;
I - os impedimentos nas funções e nas estruturas do corpo; VI - adaptações razoáveis: adaptações, modificações e ajustes
II - os fatores socioambientais, psicológicos e pessoais; necessários e adequados que não acarretem ônus desproporcional
III - a limitação no desempenho de atividades; e e indevido, quando requeridos em cada caso, a fim de assegurar
IV - a restrição de participação. que a pessoa com deficiência possa gozar ou exercer, em igualdade
§ 2º O Poder Executivo criará instrumentos para avaliação da de condições e oportunidades com as demais pessoas, todos os di-
deficiência. (Vide Lei nº 13.846, de 2019) (Vide Lei nº 14.126, de reitos e liberdades fundamentais;
2021) VII - elemento de urbanização: quaisquer componentes de
Art. 3º Para fins de aplicação desta Lei, consideram-se: obras de urbanização, tais como os referentes a pavimentação, sa-
I - acessibilidade: possibilidade e condição de alcance para uti- neamento, encanamento para esgotos, distribuição de energia elé-
lização, com segurança e autonomia, de espaços, mobiliários, equi- trica e de gás, iluminação pública, serviços de comunicação, abaste-
pamentos urbanos, edificações, transportes, informação e comuni- cimento e distribuição de água, paisagismo e os que materializam
cação, inclusive seus sistemas e tecnologias, bem como de outros as indicações do planejamento urbanístico;
serviços e instalações abertos ao público, de uso público ou priva- VIII - mobiliário urbano: conjunto de objetos existentes nas vias
dos de uso coletivo, tanto na zona urbana como na rural, por pessoa e nos espaços públicos, superpostos ou adicionados aos elemen-
com deficiência ou com mobilidade reduzida; tos de urbanização ou de edificação, de forma que sua modifica-
II - desenho universal: concepção de produtos, ambientes, pro- ção ou seu traslado não provoque alterações substanciais nesses
gramas e serviços a serem usados por todas as pessoas, sem neces- elementos, tais como semáforos, postes de sinalização e similares,
sidade de adaptação ou de projeto específico, incluindo os recursos terminais e pontos de acesso coletivo às telecomunicações, fontes
de tecnologia assistiva; de água, lixeiras, toldos, marquises, bancos, quiosques e quaisquer
III - tecnologia assistiva ou ajuda técnica: produtos, equipa- outros de natureza análoga;
mentos, dispositivos, recursos, metodologias, estratégias, práticas IX - pessoa com mobilidade reduzida: aquela que tenha, por
e serviços que objetivem promover a funcionalidade, relacionada à qualquer motivo, dificuldade de movimentação, permanente ou
atividade e à participação da pessoa com deficiência ou com mobili- temporária, gerando redução efetiva da mobilidade, da flexibilida-
dade reduzida, visando à sua autonomia, independência, qualidade de, da coordenação motora ou da percepção, incluindo idoso, ges-
de vida e inclusão social; tante, lactante, pessoa com criança de colo e obeso;

306
ATENDIMENTO BANCÁRIO

X - residências inclusivas: unidades de oferta do Serviço de Aco- VI - exercer o direito à guarda, à tutela, à curatela e à adoção,
lhimento do Sistema Único de Assistência Social (Suas) localizadas como adotante ou adotando, em igualdade de oportunidades com
em áreas residenciais da comunidade, com estruturas adequadas, as demais pessoas.
que possam contar com apoio psicossocial para o atendimento das Art. 7º É dever de todos comunicar à autoridade competente
necessidades da pessoa acolhida, destinadas a jovens e adultos qualquer forma de ameaça ou de violação aos direitos da pessoa
com deficiência, em situação de dependência, que não dispõem de com deficiência.
condições de autossustentabilidade e com vínculos familiares fragi- Parágrafo único. Se, no exercício de suas funções, os juízes e os
lizados ou rompidos; tribunais tiverem conhecimento de fatos que caracterizem as viola-
XI - moradia para a vida independente da pessoa com defici- ções previstas nesta Lei, devem remeter peças ao Ministério Público
ência: moradia com estruturas adequadas capazes de proporcionar para as providências cabíveis.
serviços de apoio coletivos e individualizados que respeitem e am- Art. 8º É dever do Estado, da sociedade e da família assegurar
pliem o grau de autonomia de jovens e adultos com deficiência; à pessoa com deficiência, com prioridade, a efetivação dos direitos
XII - atendente pessoal: pessoa, membro ou não da família, referentes à vida, à saúde, à sexualidade, à paternidade e à materni-
que, com ou sem remuneração, assiste ou presta cuidados básicos dade, à alimentação, à habitação, à educação, à profissionalização,
e essenciais à pessoa com deficiência no exercício de suas ativida- ao trabalho, à previdência social, à habilitação e à reabilitação, ao
des diárias, excluídas as técnicas ou os procedimentos identificados transporte, à acessibilidade, à cultura, ao desporto, ao turismo, ao
com profissões legalmente estabelecidas; lazer, à informação, à comunicação, aos avanços científicos e tecno-
XIII - profissional de apoio escolar: pessoa que exerce ativida- lógicos, à dignidade, ao respeito, à liberdade, à convivência familiar
des de alimentação, higiene e locomoção do estudante com defi- e comunitária, entre outros decorrentes da Constituição Federal, da
ciência e atua em todas as atividades escolares nas quais se fizer Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Pro-
necessária, em todos os níveis e modalidades de ensino, em insti- tocolo Facultativo e das leis e de outras normas que garantam seu
tuições públicas e privadas, excluídas as técnicas ou os procedimen- bem-estar pessoal, social e econômico.
tos identificados com profissões legalmente estabelecidas;
XIV - acompanhante: aquele que acompanha a pessoa com de- SEÇÃO ÚNICA
ficiência, podendo ou não desempenhar as funções de atendente DO ATENDIMENTO PRIORITÁRIO
pessoal.
Art. 9º A pessoa com deficiência tem direito a receber atendi-
CAPÍTULO II mento prioritário, sobretudo com a finalidade de:
DA IGUALDADE E DA NÃO DISCRIMINAÇÃO I - proteção e socorro em quaisquer circunstâncias;
II - atendimento em todas as instituições e serviços de atendi-
Art. 4º Toda pessoa com deficiência tem direito à igualdade de mento ao público;
oportunidades com as demais pessoas e não sofrerá nenhuma es- III - disponibilização de recursos, tanto humanos quanto tec-
pécie de discriminação. nológicos, que garantam atendimento em igualdade de condições
§ 1º Considera-se discriminação em razão da deficiência toda com as demais pessoas;
forma de distinção, restrição ou exclusão, por ação ou omissão, que IV - disponibilização de pontos de parada, estações e terminais
tenha o propósito ou o efeito de prejudicar, impedir ou anular o acessíveis de transporte coletivo de passageiros e garantia de segu-
reconhecimento ou o exercício dos direitos e das liberdades funda- rança no embarque e no desembarque;
mentais de pessoa com deficiência, incluindo a recusa de adapta- V - acesso a informações e disponibilização de recursos de co-
ções razoáveis e de fornecimento de tecnologias assistivas. municação acessíveis;
§ 2º A pessoa com deficiência não está obrigada à fruição de VI - recebimento de restituição de imposto de renda;
benefícios decorrentes de ação afirmativa. VII - tramitação processual e procedimentos judiciais e admi-
Art. 5º A pessoa com deficiência será protegida de toda forma nistrativos em que for parte ou interessada, em todos os atos e di-
de negligência, discriminação, exploração, violência, tortura, cruel- ligências.
dade, opressão e tratamento desumano ou degradante. § 1º Os direitos previstos neste artigo são extensivos ao acom-
Parágrafo único. Para os fins da proteção mencionada panhante da pessoa com deficiência ou ao seu atendente pessoal,
no caput deste artigo, são considerados especialmente vulneráveis exceto quanto ao disposto nos incisos VI e VII deste artigo.
a criança, o adolescente, a mulher e o idoso, com deficiência. § 2º Nos serviços de emergência públicos e privados, a priori-
Art. 6º A deficiência não afeta a plena capacidade civil da pes- dade conferida por esta Lei é condicionada aos protocolos de aten-
soa, inclusive para: dimento médico.
I - casar-se e constituir união estável;
II - exercer direitos sexuais e reprodutivos;
III - exercer o direito de decidir sobre o número de filhos e de
ter acesso a informações adequadas sobre reprodução e planeja-
mento familiar;
IV - conservar sua fertilidade, sendo vedada a esterilização
compulsória;
V - exercer o direito à família e à convivência familiar e comu-
nitária; e

307
ATENDIMENTO BANCÁRIO

TÍTULO II V - prestação de serviços próximo ao domicílio da pessoa com


DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS deficiência, inclusive na zona rural, respeitadas a organização das
Redes de Atenção à Saúde (RAS) nos territórios locais e as normas
CAPÍTULO I do Sistema Único de Saúde (SUS).
DO DIREITO À VIDA Art. 16. Nos programas e serviços de habilitação e de reabilita-
ção para a pessoa com deficiência, são garantidos:
Art. 10. Compete ao poder público garantir a dignidade da pes- I - organização, serviços, métodos, técnicas e recursos para
soa com deficiência ao longo de toda a vida. atender às características de cada pessoa com deficiência;
Parágrafo único. Em situações de risco, emergência ou estado II - acessibilidade em todos os ambientes e serviços;
de calamidade pública, a pessoa com deficiência será considerada III - tecnologia assistiva, tecnologia de reabilitação, materiais e
vulnerável, devendo o poder público adotar medidas para sua pro- equipamentos adequados e apoio técnico profissional, de acordo
teção e segurança. com as especificidades de cada pessoa com deficiência;
Art. 11. A pessoa com deficiência não poderá ser obrigada a IV - capacitação continuada de todos os profissionais que parti-
se submeter a intervenção clínica ou cirúrgica, a tratamento ou a cipem dos programas e serviços.
institucionalização forçada. Art. 17. Os serviços do SUS e do Suas deverão promover ações
Parágrafo único. O consentimento da pessoa com deficiência articuladas para garantir à pessoa com deficiência e sua família a
em situação de curatela poderá ser suprido, na forma da lei. aquisição de informações, orientações e formas de acesso às polí-
Art. 12. O consentimento prévio, livre e esclarecido da pessoa ticas públicas disponíveis, com a finalidade de propiciar sua plena
com deficiência é indispensável para a realização de tratamento, participação social.
procedimento, hospitalização e pesquisa científica. Parágrafo único. Os serviços de que trata o caput deste artigo
§ 1º Em caso de pessoa com deficiência em situação de cura- podem fornecer informações e orientações nas áreas de saúde, de
tela, deve ser assegurada sua participação, no maior grau possível, educação, de cultura, de esporte, de lazer, de transporte, de previ-
para a obtenção de consentimento. dência social, de assistência social, de habitação, de trabalho, de
§ 2º A pesquisa científica envolvendo pessoa com deficiência empreendedorismo, de acesso ao crédito, de promoção, proteção
em situação de tutela ou de curatela deve ser realizada, em cará- e defesa de direitos e nas demais áreas que possibilitem à pessoa
ter excepcional, apenas quando houver indícios de benefício direto com deficiência exercer sua cidadania.
para sua saúde ou para a saúde de outras pessoas com deficiência e
desde que não haja outra opção de pesquisa de eficácia comparável CAPÍTULO III
com participantes não tutelados ou curatelados. DO DIREITO À SAÚDE
Art. 13. A pessoa com deficiência somente será atendida sem
seu consentimento prévio, livre e esclarecido em casos de risco de Art. 18. É assegurada atenção integral à saúde da pessoa com
morte e de emergência em saúde, resguardado seu superior inte- deficiência em todos os níveis de complexidade, por intermédio do
resse e adotadas as salvaguardas legais cabíveis. SUS, garantido acesso universal e igualitário.
§ 1º É assegurada a participação da pessoa com deficiência na
CAPÍTULO II elaboração das políticas de saúde a ela destinadas.
DO DIREITO À HABILITAÇÃO E À REABILITAÇÃO § 2º É assegurado atendimento segundo normas éticas e téc-
nicas, que regulamentarão a atuação dos profissionais de saúde e
Art. 14. O processo de habilitação e de reabilitação é um direito contemplarão aspectos relacionados aos direitos e às especificida-
da pessoa com deficiência. des da pessoa com deficiência, incluindo temas como sua dignidade
Parágrafo único. O processo de habilitação e de reabilitação e autonomia.
tem por objetivo o desenvolvimento de potencialidades, talentos, § 3º Aos profissionais que prestam assistência à pessoa com
habilidades e aptidões físicas, cognitivas, sensoriais, psicossociais, deficiência, especialmente em serviços de habilitação e de reabilita-
atitudinais, profissionais e artísticas que contribuam para a conquis- ção, deve ser garantida capacitação inicial e continuada.
ta da autonomia da pessoa com deficiência e de sua participação § 4º As ações e os serviços de saúde pública destinados à pes-
social em igualdade de condições e oportunidades com as demais soa com deficiência devem assegurar:
pessoas. I - diagnóstico e intervenção precoces, realizados por equipe
Art. 15. O processo mencionado no art. 14 desta Lei baseia-se multidisciplinar;
em avaliação multidisciplinar das necessidades, habilidades e po- II - serviços de habilitação e de reabilitação sempre que neces-
tencialidades de cada pessoa, observadas as seguintes diretrizes: sários, para qualquer tipo de deficiência, inclusive para a manuten-
I - diagnóstico e intervenção precoces; ção da melhor condição de saúde e qualidade de vida;
II - adoção de medidas para compensar perda ou limitação fun- III - atendimento domiciliar multidisciplinar, tratamento ambu-
cional, buscando o desenvolvimento de aptidões; latorial e internação;
III - atuação permanente, integrada e articulada de políticas IV - campanhas de vacinação;
públicas que possibilitem a plena participação social da pessoa com V - atendimento psicológico, inclusive para seus familiares e
deficiência; atendentes pessoais;
IV - oferta de rede de serviços articulados, com atuação inter- VI - respeito à especificidade, à identidade de gênero e à orien-
setorial, nos diferentes níveis de complexidade, para atender às ne- tação sexual da pessoa com deficiência;
cessidades específicas da pessoa com deficiência;

308
ATENDIMENTO BANCÁRIO

VII - atenção sexual e reprodutiva, incluindo o direito à fertili- Art. 24. É assegurado à pessoa com deficiência o acesso aos
zação assistida; serviços de saúde, tanto públicos como privados, e às informações
VIII - informação adequada e acessível à pessoa com deficiência prestadas e recebidas, por meio de recursos de tecnologia assistiva
e a seus familiares sobre sua condição de saúde; e de todas as formas de comunicação previstas no inciso V do art.
IX - serviços projetados para prevenir a ocorrência e o desen- 3º desta Lei.
volvimento de deficiências e agravos adicionais; Art. 25. Os espaços dos serviços de saúde, tanto públicos quan-
X - promoção de estratégias de capacitação permanente das to privados, devem assegurar o acesso da pessoa com deficiência,
equipes que atuam no SUS, em todos os níveis de atenção, no aten- em conformidade com a legislação em vigor, mediante a remoção
dimento à pessoa com deficiência, bem como orientação a seus de barreiras, por meio de projetos arquitetônico, de ambientação
atendentes pessoais; de interior e de comunicação que atendam às especificidades das
XI - oferta de órteses, próteses, meios auxiliares de locomoção, pessoas com deficiência física, sensorial, intelectual e mental.
medicamentos, insumos e fórmulas nutricionais, conforme as nor- Art. 26. Os casos de suspeita ou de confirmação de violência
mas vigentes do Ministério da Saúde. praticada contra a pessoa com deficiência serão objeto de notifi-
§ 5º As diretrizes deste artigo aplicam-se também às institui- cação compulsória pelos serviços de saúde públicos e privados à
ções privadas que participem de forma complementar do SUS ou autoridade policial e ao Ministério Público, além dos Conselhos dos
que recebam recursos públicos para sua manutenção. Direitos da Pessoa com Deficiência.
Art. 19. Compete ao SUS desenvolver ações destinadas à pre- Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, considera-se violên-
venção de deficiências por causas evitáveis, inclusive por meio de: cia contra a pessoa com deficiência qualquer ação ou omissão, pra-
I - acompanhamento da gravidez, do parto e do puerpério, com ticada em local público ou privado, que lhe cause morte ou dano ou
garantia de parto humanizado e seguro; sofrimento físico ou psicológico.
II - promoção de práticas alimentares adequadas e saudáveis,
vigilância alimentar e nutricional, prevenção e cuidado integral CAPÍTULO IV
dos agravos relacionados à alimentação e nutrição da mulher e da DO DIREITO À EDUCAÇÃO
criança;
III - aprimoramento e expansão dos programas de imunização Art. 27. A educação constitui direito da pessoa com deficiên-
e de triagem neonatal; cia, assegurados sistema educacional inclusivo em todos os níveis
IV - identificação e controle da gestante de alto risco. e aprendizado ao longo de toda a vida, de forma a alcançar o máxi-
V - aprimoramento do atendimento neonatal, com a oferta de mo desenvolvimento possível de seus talentos e habilidades físicas,
ações e serviços de prevenção de danos cerebrais e sequelas neuro- sensoriais, intelectuais e sociais, segundo suas características, inte-
lógicas em recém-nascidos, inclusive por telessaúde. (Incluído pela resses e necessidades de aprendizagem.
Lei nº 14.510, de 2022) Parágrafo único. É dever do Estado, da família, da comunidade
Art. 20. As operadoras de planos e seguros privados de saúde escolar e da sociedade assegurar educação de qualidade à pessoa
são obrigadas a garantir à pessoa com deficiência, no mínimo, todos com deficiência, colocando-a a salvo de toda forma de violência,
os serviços e produtos ofertados aos demais clientes. negligência e discriminação.
Art. 21. Quando esgotados os meios de atenção à saúde da Art. 28. Incumbe ao poder público assegurar, criar, desenvolver,
pessoa com deficiência no local de residência, será prestado atendi- implementar, incentivar, acompanhar e avaliar:
mento fora de domicílio, para fins de diagnóstico e de tratamento, I - sistema educacional inclusivo em todos os níveis e modalida-
garantidos o transporte e a acomodação da pessoa com deficiência des, bem como o aprendizado ao longo de toda a vida;
e de seu acompanhante. II - aprimoramento dos sistemas educacionais, visando a ga-
Art. 22. À pessoa com deficiência internada ou em observação rantir condições de acesso, permanência, participação e aprendiza-
é assegurado o direito a acompanhante ou a atendente pessoal, de- gem, por meio da oferta de serviços e de recursos de acessibilidade
vendo o órgão ou a instituição de saúde proporcionar condições que eliminem as barreiras e promovam a inclusão plena;
adequadas para sua permanência em tempo integral. III - projeto pedagógico que institucionalize o atendimento
§ 1º Na impossibilidade de permanência do acompanhante educacional especializado, assim como os demais serviços e adap-
ou do atendente pessoal junto à pessoa com deficiência, cabe ao tações razoáveis, para atender às características dos estudantes
profissional de saúde responsável pelo tratamento justificá-la por com deficiência e garantir o seu pleno acesso ao currículo em con-
escrito. dições de igualdade, promovendo a conquista e o exercício de sua
§ 2º Na ocorrência da impossibilidade prevista no § 1º deste ar- autonomia;
tigo, o órgão ou a instituição de saúde deve adotar as providências IV - oferta de educação bilíngue, em Libras como primeira lín-
cabíveis para suprir a ausência do acompanhante ou do atendente gua e na modalidade escrita da língua portuguesa como segunda
pessoal. língua, em escolas e classes bilíngues e em escolas inclusivas;
Art. 23. São vedadas todas as formas de discriminação contra a V - adoção de medidas individualizadas e coletivas em ambien-
pessoa com deficiência, inclusive por meio de cobrança de valores tes que maximizem o desenvolvimento acadêmico e social dos es-
diferenciados por planos e seguros privados de saúde, em razão de tudantes com deficiência, favorecendo o acesso, a permanência, a
sua condição. participação e a aprendizagem em instituições de ensino;
VI - pesquisas voltadas para o desenvolvimento de novos méto-
dos e técnicas pedagógicas, de materiais didáticos, de equipamen-
tos e de recursos de tecnologia assistiva;

309
ATENDIMENTO BANCÁRIO

VII - planejamento de estudo de caso, de elaboração de plano I - atendimento preferencial à pessoa com deficiência nas de-
de atendimento educacional especializado, de organização de re- pendências das Instituições de Ensino Superior (IES) e nos serviços;
cursos e serviços de acessibilidade e de disponibilização e usabilida- II - disponibilização de formulário de inscrição de exames com
de pedagógica de recursos de tecnologia assistiva; campos específicos para que o candidato com deficiência informe
VIII - participação dos estudantes com deficiência e de suas fa- os recursos de acessibilidade e de tecnologia assistiva necessários
mílias nas diversas instâncias de atuação da comunidade escolar; para sua participação;
IX - adoção de medidas de apoio que favoreçam o desenvolvi- III - disponibilização de provas em formatos acessíveis para
mento dos aspectos linguísticos, culturais, vocacionais e profissio- atendimento às necessidades específicas do candidato com defici-
nais, levando-se em conta o talento, a criatividade, as habilidades e ência;
os interesses do estudante com deficiência; IV - disponibilização de recursos de acessibilidade e de tecnolo-
X - adoção de práticas pedagógicas inclusivas pelos programas gia assistiva adequados, previamente solicitados e escolhidos pelo
de formação inicial e continuada de professores e oferta de forma- candidato com deficiência;
ção continuada para o atendimento educacional especializado; V - dilação de tempo, conforme demanda apresentada pelo
XI - formação e disponibilização de professores para o atendi- candidato com deficiência, tanto na realização de exame para sele-
mento educacional especializado, de tradutores e intérpretes da ção quanto nas atividades acadêmicas, mediante prévia solicitação
Libras, de guias intérpretes e de profissionais de apoio; e comprovação da necessidade;
XII - oferta de ensino da Libras, do Sistema Braille e de uso de VI - adoção de critérios de avaliação das provas escritas, dis-
recursos de tecnologia assistiva, de forma a ampliar habilidades cursivas ou de redação que considerem a singularidade linguística
funcionais dos estudantes, promovendo sua autonomia e partici- da pessoa com deficiência, no domínio da modalidade escrita da
pação; língua portuguesa;
XIII - acesso à educação superior e à educação profissional e VII - tradução completa do edital e de suas retificações em Li-
tecnológica em igualdade de oportunidades e condições com as de- bras.
mais pessoas;
XIV - inclusão em conteúdos curriculares, em cursos de nível CAPÍTULO V
superior e de educação profissional técnica e tecnológica, de temas DO DIREITO À MORADIA
relacionados à pessoa com deficiência nos respectivos campos de
conhecimento; Art. 31. A pessoa com deficiência tem direito à moradia digna,
XV - acesso da pessoa com deficiência, em igualdade de con- no seio da família natural ou substituta, com seu cônjuge ou com-
dições, a jogos e a atividades recreativas, esportivas e de lazer, no panheiro ou desacompanhada, ou em moradia para a vida indepen-
sistema escolar; dente da pessoa com deficiência, ou, ainda, em residência inclusiva.
XVI - acessibilidade para todos os estudantes, trabalhadores da § 1º O poder público adotará programas e ações estratégicas
educação e demais integrantes da comunidade escolar às edifica- para apoiar a criação e a manutenção de moradia para a vida inde-
ções, aos ambientes e às atividades concernentes a todas as moda- pendente da pessoa com deficiência.
lidades, etapas e níveis de ensino; § 2º A proteção integral na modalidade de residência inclusi-
XVII - oferta de profissionais de apoio escolar; va será prestada no âmbito do Suas à pessoa com deficiência em
XVIII - articulação intersetorial na implementação de políticas situação de dependência que não disponha de condições de autos-
públicas. sustentabilidade, com vínculos familiares fragilizados ou rompidos.
§ 1º Às instituições privadas, de qualquer nível e modalidade Art. 32. Nos programas habitacionais, públicos ou subsidiados
de ensino, aplica-se obrigatoriamente o disposto nos incisos I, II, III, com recursos públicos, a pessoa com deficiência ou o seu responsá-
V, VII, VIII, IX, X, XI, XII, XIII, XIV, XV, XVI, XVII e XVIII do caput deste vel goza de prioridade na aquisição de imóvel para moradia própria,
artigo, sendo vedada a cobrança de valores adicionais de qualquer observado o seguinte:
natureza em suas mensalidades, anuidades e matrículas no cumpri- I - reserva de, no mínimo, 3% (três por cento) das unidades
mento dessas determinações. habitacionais para pessoa com deficiência;
§ 2º Na disponibilização de tradutores e intérpretes da Libras II - (VETADO);
a que se refere o inciso XI do caput deste artigo, deve-se observar III - em caso de edificação multifamiliar, garantia de acessibili-
o seguinte: dade nas áreas de uso comum e nas unidades habitacionais no piso
I - os tradutores e intérpretes da Libras atuantes na educação térreo e de acessibilidade ou de adaptação razoável nos demais pi-
básica devem, no mínimo, possuir ensino médio completo e certifi- sos;
cado de proficiência na Libras;(Vigência) IV - disponibilização de equipamentos urbanos comunitários
II - os tradutores e intérpretes da Libras, quando direcionados acessíveis;
à tarefa de interpretar nas salas de aula dos cursos de graduação e V - elaboração de especificações técnicas no projeto que per-
pós-graduação, devem possuir nível superior, com habilitação, prio- mitam a instalação de elevadores.
ritariamente, em Tradução e Interpretação em Libras.(Vigência) § 1º O direito à prioridade, previsto no caput deste artigo, será
Art. 29. (VETADO). reconhecido à pessoa com deficiência beneficiária apenas uma vez.
Art. 30. Nos processos seletivos para ingresso e permanência § 2º Nos programas habitacionais públicos, os critérios de fi-
nos cursos oferecidos pelas instituições de ensino superior e de nanciamento devem ser compatíveis com os rendimentos da pes-
educação profissional e tecnológica, públicas e privadas, devem ser soa com deficiência ou de sua família.
adotadas as seguintes medidas:

310
ATENDIMENTO BANCÁRIO

§ 3º Caso não haja pessoa com deficiência interessada nas § 1º Equipe multidisciplinar indicará, com base em critérios
unidades habitacionais reservadas por força do disposto no inciso I previstos no § 1º do art. 2º desta Lei, programa de habilitação ou de
do caput deste artigo, as unidades não utilizadas serão disponibili- reabilitação que possibilite à pessoa com deficiência restaurar sua
zadas às demais pessoas. capacidade e habilidade profissional ou adquirir novas capacidades
Art. 33. Ao poder público compete: e habilidades de trabalho.
I - adotar as providências necessárias para o cumprimento do § 2º A habilitação profissional corresponde ao processo des-
disposto nos arts. 31 e 32 desta Lei; e tinado a propiciar à pessoa com deficiência aquisição de conheci-
II - divulgar, para os agentes interessados e beneficiários, a polí- mentos, habilidades e aptidões para exercício de profissão ou de
tica habitacional prevista nas legislações federal, estaduais, distrital ocupação, permitindo nível suficiente de desenvolvimento profis-
e municipais, com ênfase nos dispositivos sobre acessibilidade. sional para ingresso no campo de trabalho.
§ 3º Os serviços de habilitação profissional, de reabilitação pro-
CAPÍTULO VI fissional e de educação profissional devem ser dotados de recursos
DO DIREITO AO TRABALHO necessários para atender a toda pessoa com deficiência, indepen-
dentemente de sua característica específica, a fim de que ela possa
SEÇÃO I ser capacitada para trabalho que lhe seja adequado e ter perspecti-
DISPOSIÇÕES GERAIS vas de obtê-lo, de conservá-lo e de nele progredir.
§ 4º Os serviços de habilitação profissional, de reabilitação pro-
Art. 34. A pessoa com deficiência tem direito ao trabalho de fissional e de educação profissional deverão ser oferecidos em am-
sua livre escolha e aceitação, em ambiente acessível e inclusivo, em bientes acessíveis e inclusivos.
igualdade de oportunidades com as demais pessoas. § 5º A habilitação profissional e a reabilitação profissional de-
§ 1º As pessoas jurídicas de direito público, privado ou de qual- vem ocorrer articuladas com as redes públicas e privadas, espe-
quer natureza são obrigadas a garantir ambientes de trabalho aces- cialmente de saúde, de ensino e de assistência social, em todos os
síveis e inclusivos. níveis e modalidades, em entidades de formação profissional ou
§ 2º A pessoa com deficiência tem direito, em igualdade de diretamente com o empregador.
oportunidades com as demais pessoas, a condições justas e favorá- § 6º A habilitação profissional pode ocorrer em empresas por
veis de trabalho, incluindo igual remuneração por trabalho de igual meio de prévia formalização do contrato de emprego da pessoa
valor. com deficiência, que será considerada para o cumprimento da re-
§ 3º É vedada restrição ao trabalho da pessoa com deficiência serva de vagas prevista em lei, desde que por tempo determinado e
e qualquer discriminação em razão de sua condição, inclusive nas concomitante com a inclusão profissional na empresa, observado o
etapas de recrutamento, seleção, contratação, admissão, exames disposto em regulamento.
admissional e periódico, permanência no emprego, ascensão pro- § 7º A habilitação profissional e a reabilitação profissional aten-
fissional e reabilitação profissional, bem como exigência de aptidão derão à pessoa com deficiência.
plena.
§ 4º A pessoa com deficiência tem direito à participação e ao SEÇÃO III
acesso a cursos, treinamentos, educação continuada, planos de car- DA INCLUSÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA NO TRABALHO
reira, promoções, bonificações e incentivos profissionais oferecidos
pelo empregador, em igualdade de oportunidades com os demais Art. 37. Constitui modo de inclusão da pessoa com deficiência
empregados. no trabalho a colocação competitiva, em igualdade de oportunida-
§ 5º É garantida aos trabalhadores com deficiência acessibilida- des com as demais pessoas, nos termos da legislação trabalhista
de em cursos de formação e de capacitação. e previdenciária, na qual devem ser atendidas as regras de aces-
Art. 35. É finalidade primordial das políticas públicas de traba- sibilidade, o fornecimento de recursos de tecnologia assistiva e a
lho e emprego promover e garantir condições de acesso e de per- adaptação razoável no ambiente de trabalho.
manência da pessoa com deficiência no campo de trabalho. Parágrafo único. A colocação competitiva da pessoa com defi-
Parágrafo único. Os programas de estímulo ao empreendedo- ciência pode ocorrer por meio de trabalho com apoio, observadas
rismo e ao trabalho autônomo, incluídos o cooperativismo e o asso- as seguintes diretrizes:
ciativismo, devem prever a participação da pessoa com deficiência I - prioridade no atendimento à pessoa com deficiência com
e a disponibilização de linhas de crédito, quando necessárias. maior dificuldade de inserção no campo de trabalho;
II - provisão de suportes individualizados que atendam a neces-
SEÇÃO II sidades específicas da pessoa com deficiência, inclusive a disponi-
DA HABILITAÇÃO PROFISSIONAL E REABILITAÇÃO PROFISSIO- bilização de recursos de tecnologia assistiva, de agente facilitador e
NAL de apoio no ambiente de trabalho;
III - respeito ao perfil vocacional e ao interesse da pessoa com
Art. 36. O poder público deve implementar serviços e progra- deficiência apoiada;
mas completos de habilitação profissional e de reabilitação profis- IV - oferta de aconselhamento e de apoio aos empregadores,
sional para que a pessoa com deficiência possa ingressar, continuar com vistas à definição de estratégias de inclusão e de superação de
ou retornar ao campo do trabalho, respeitados sua livre escolha, barreiras, inclusive atitudinais;
sua vocação e seu interesse. V - realização de avaliações periódicas;
VI - articulação intersetorial das políticas públicas;

311
ATENDIMENTO BANCÁRIO

VII - possibilidade de participação de organizações da socieda- Art. 43. O poder público deve promover a participação da pes-
de civil. soa com deficiência em atividades artísticas, intelectuais, culturais,
Art. 38. A entidade contratada para a realização de processo esportivas e recreativas, com vistas ao seu protagonismo, devendo:
seletivo público ou privado para cargo, função ou emprego está I - incentivar a provisão de instrução, de treinamento e de re-
obrigada à observância do disposto nesta Lei e em outras normas cursos adequados, em igualdade de oportunidades com as demais
de acessibilidade vigentes. pessoas;
II - assegurar acessibilidade nos locais de eventos e nos serviços
CAPÍTULO VII prestados por pessoa ou entidade envolvida na organização das ati-
DO DIREITO À ASSISTÊNCIA SOCIAL vidades de que trata este artigo; e
III - assegurar a participação da pessoa com deficiência em jo-
Art. 39. Os serviços, os programas, os projetos e os benefícios gos e atividades recreativas, esportivas, de lazer, culturais e artísti-
no âmbito da política pública de assistência social à pessoa com de- cas, inclusive no sistema escolar, em igualdade de condições com as
ficiência e sua família têm como objetivo a garantia da segurança demais pessoas.
de renda, da acolhida, da habilitação e da reabilitação, do desen- Art. 44. Nos teatros, cinemas, auditórios, estádios, ginásios de
volvimento da autonomia e da convivência familiar e comunitária, esporte, locais de espetáculos e de conferências e similares, serão
para a promoção do acesso a direitos e da plena participação social. reservados espaços livres e assentos para a pessoa com deficiência,
§ 1º A assistência social à pessoa com deficiência, nos termos de acordo com a capacidade de lotação da edificação, observado o
do caput deste artigo, deve envolver conjunto articulado de serviços disposto em regulamento.
do âmbito da Proteção Social Básica e da Proteção Social Especial, § 1º Os espaços e assentos a que se refere este artigo devem
ofertados pelo Suas, para a garantia de seguranças fundamentais ser distribuídos pelo recinto em locais diversos, de boa visibilidade,
no enfrentamento de situações de vulnerabilidade e de risco, por em todos os setores, próximos aos corredores, devidamente sina-
fragilização de vínculos e ameaça ou violação de direitos. lizados, evitando-se áreas segregadas de público e obstrução das
§ 2º Os serviços socioassistenciais destinados à pessoa com saídas, em conformidade com as normas de acessibilidade.
deficiência em situação de dependência deverão contar com cui- § 2º No caso de não haver comprovada procura pelos assen-
dadores sociais para prestar-lhe cuidados básicos e instrumentais. tos reservados, esses podem, excepcionalmente, ser ocupados por
Art. 40. É assegurado à pessoa com deficiência que não possua pessoas sem deficiência ou que não tenham mobilidade reduzida,
meios para prover sua subsistência nem de tê-la provida por sua observado o disposto em regulamento.
família o benefício mensal de 1 (um) salário-mínimo, nos termos § 3º Os espaços e assentos a que se refere este artigo devem
da Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993 . situar-se em locais que garantam a acomodação de, no mínimo, 1
(um) acompanhante da pessoa com deficiência ou com mobilidade
CAPÍTULO VIII reduzida, resguardado o direito de se acomodar proximamente a
DO DIREITO À PREVIDÊNCIA SOCIAL grupo familiar e comunitário.
§ 4º Nos locais referidos no caput deste artigo, deve haver,
Art. 41. A pessoa com deficiência segurada do Regime Geral de obrigatoriamente, rotas de fuga e saídas de emergência acessíveis,
Previdência Social (RGPS) tem direito à aposentadoria nos termos conforme padrões das normas de acessibilidade, a fim de permitir a
da Lei Complementar nº 142, de 8 de maio de 2013 . saída segura da pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzi-
da, em caso de emergência.
CAPÍTULO IX § 5º Todos os espaços das edificações previstas no caput deste
DO DIREITO À CULTURA, AO ESPORTE, AO TURISMO E AO artigo devem atender às normas de acessibilidade em vigor.
LAZER § 6º As salas de cinema devem oferecer, em todas as sessões,
recursos de acessibilidade para a pessoa com deficiência. (Vigência)
Art. 42. A pessoa com deficiência tem direito à cultura, ao es- § 7º O valor do ingresso da pessoa com deficiência não poderá
porte, ao turismo e ao lazer em igualdade de oportunidades com as ser superior ao valor cobrado das demais pessoas.
demais pessoas, sendo-lhe garantido o acesso: Art. 45. Os hotéis, pousadas e similares devem ser construídos
I - a bens culturais em formato acessível; observando-se os princípios do desenho universal, além de adotar
II - a programas de televisão, cinema, teatro e outras atividades todos os meios de acessibilidade, conforme legislação em vigor.(Vi-
culturais e desportivas em formato acessível; e gência) (Reglamento)
III - a monumentos e locais de importância cultural e a espaços § 1º Os estabelecimentos já existentes deverão disponibilizar,
que ofereçam serviços ou eventos culturais e esportivos. pelo menos, 10% (dez por cento) de seus dormitórios acessíveis,
§ 1º É vedada a recusa de oferta de obra intelectual em for- garantida, no mínimo, 1 (uma) unidade acessível.
mato acessível à pessoa com deficiência, sob qualquer argumento, § 2º Os dormitórios mencionados no § 1º deste artigo deverão
inclusive sob a alegação de proteção dos direitos de propriedade ser localizados em rotas acessíveis.
intelectual.
§ 2º O poder público deve adotar soluções destinadas à elimi-
nação, à redução ou à superação de barreiras para a promoção do
acesso a todo patrimônio cultural, observadas as normas de acessi-
bilidade, ambientais e de proteção do patrimônio histórico e artís-
tico nacional.

312
ATENDIMENTO BANCÁRIO

CAPÍTULO X Art. 49. As empresas de transporte de fretamento e de turismo,


DO DIREITO AO TRANSPORTE E À MOBILIDADE na renovação de suas frotas, são obrigadas ao cumprimento do dis-
posto nos arts. 46 e 48 desta Lei. (Vigência)
Art. 46. O direito ao transporte e à mobilidade da pessoa com Art. 50. O poder público incentivará a fabricação de veículos
deficiência ou com mobilidade reduzida será assegurado em igual- acessíveis e a sua utilização como táxis e vans , de forma a garantir
dade de oportunidades com as demais pessoas, por meio de iden- o seu uso por todas as pessoas.
tificação e de eliminação de todos os obstáculos e barreiras ao seu Art. 51. As frotas de empresas de táxi devem reservar 10%
acesso. (dez por cento) de seus veículos acessíveis à pessoa com deficiên-
§ 1º Para fins de acessibilidade aos serviços de transporte cole- cia. (Vide Decreto nº 9.762, de 2019) (Vigência)
tivo terrestre, aquaviário e aéreo, em todas as jurisdições, conside- § 1º É proibida a cobrança diferenciada de tarifas ou de valores
ram-se como integrantes desses serviços os veículos, os terminais, adicionais pelo serviço de táxi prestado à pessoa com deficiência.
as estações, os pontos de parada, o sistema viário e a prestação do § 2º O poder público é autorizado a instituir incentivos fiscais
serviço. com vistas a possibilitar a acessibilidade dos veículos a que se refere
§ 2º São sujeitas ao cumprimento das disposições desta Lei, o caput deste artigo.
sempre que houver interação com a matéria nela regulada, a ou- Art. 52. As locadoras de veículos são obrigadas a oferecer 1
torga, a concessão, a permissão, a autorização, a renovação ou a (um) veículo adaptado para uso de pessoa com deficiência, a cada
habilitação de linhas e de serviços de transporte coletivo. conjunto de 20 (vinte) veículos de sua frota.(Vide Decreto nº 9.762,
§ 3º Para colocação do símbolo internacional de acesso nos de 2019) (Vigência)
veículos, as empresas de transporte coletivo de passageiros depen- Parágrafo único. O veículo adaptado deverá ter, no mínimo,
dem da certificação de acessibilidade emitida pelo gestor público câmbio automático, direção hidráulica, vidros elétricos e comandos
responsável pela prestação do serviço. manuais de freio e de embreagem.
Art. 47. Em todas as áreas de estacionamento aberto ao pú-
blico, de uso público ou privado de uso coletivo e em vias públicas, TÍTULO III
devem ser reservadas vagas próximas aos acessos de circulação de DA ACESSIBILIDADE
pedestres, devidamente sinalizadas, para veículos que transportem
pessoa com deficiência com comprometimento de mobilidade, des- CAPÍTULO I
de que devidamente identificados. DISPOSIÇÕES GERAIS
§ 1º As vagas a que se refere o caput deste artigo devem equi-
valer a 2% (dois por cento) do total, garantida, no mínimo, 1 (uma) Art. 53. A acessibilidade é direito que garante à pessoa com de-
vaga devidamente sinalizada e com as especificações de desenho ficiência ou com mobilidade reduzida viver de forma independente
e traçado de acordo com as normas técnicas vigentes de acessibi- e exercer seus direitos de cidadania e de participação social.
lidade. Art. 54. São sujeitas ao cumprimento das disposições desta Lei
§ 2º Os veículos estacionados nas vagas reservadas devem exi- e de outras normas relativas à acessibilidade, sempre que houver
bir, em local de ampla visibilidade, a credencial de beneficiário, a interação com a matéria nela regulada:
ser confeccionada e fornecida pelos órgãos de trânsito, que discipli- I - a aprovação de projeto arquitetônico e urbanístico ou de
narão suas características e condições de uso. comunicação e informação, a fabricação de veículos de transporte
§ 3º A utilização indevida das vagas de que trata este artigo coletivo, a prestação do respectivo serviço e a execução de qual-
sujeita os infratores às sanções previstas no inciso XX do art. 181 quer tipo de obra, quando tenham destinação pública ou coletiva;
da Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997 (Código de Trânsito II - a outorga ou a renovação de concessão, permissão, autori-
Brasileiro) .(Redação dada pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) zação ou habilitação de qualquer natureza;
§ 4º A credencial a que se refere o § 2º deste artigo é vinculada III - a aprovação de financiamento de projeto com utilização
à pessoa com deficiência que possui comprometimento de mobili- de recursos públicos, por meio de renúncia ou de incentivo fiscal,
dade e é válida em todo o território nacional. contrato, convênio ou instrumento congênere; e
Art. 48. Os veículos de transporte coletivo terrestre, aquaviário IV - a concessão de aval da União para obtenção de empréstimo
e aéreo, as instalações, as estações, os portos e os terminais em e de financiamento internacionais por entes públicos ou privados.
operação no País devem ser acessíveis, de forma a garantir o seu Art. 55. A concepção e a implantação de projetos que tratem
uso por todas as pessoas. do meio físico, de transporte, de informação e comunicação, inclu-
§ 1º Os veículos e as estruturas de que trata o caput deste arti- sive de sistemas e tecnologias da informação e comunicação, e de
go devem dispor de sistema de comunicação acessível que disponi- outros serviços, equipamentos e instalações abertos ao público, de
bilize informações sobre todos os pontos do itinerário. uso público ou privado de uso coletivo, tanto na zona urbana como
§ 2º São asseguradas à pessoa com deficiência prioridade e se- na rural, devem atender aos princípios do desenho universal, tendo
gurança nos procedimentos de embarque e de desembarque nos como referência as normas de acessibilidade.
veículos de transporte coletivo, de acordo com as normas técnicas. § 1º O desenho universal será sempre tomado como regra de
§ 3º Para colocação do símbolo internacional de acesso nos caráter geral.
veículos, as empresas de transporte coletivo de passageiros depen- § 2º Nas hipóteses em que comprovadamente o desenho uni-
dem da certificação de acessibilidade emitida pelo gestor público versal não possa ser empreendido, deve ser adotada adaptação ra-
responsável pela prestação do serviço. zoável.

313
ATENDIMENTO BANCÁRIO

§ 3º Caberá ao poder público promover a inclusão de conteú- IV - as atividades de fiscalização e a imposição de sanções; e
dos temáticos referentes ao desenho universal nas diretrizes curri- V - a legislação referente à prevenção contra incêndio e pânico.
culares da educação profissional e tecnológica e do ensino superior § 1º A concessão e a renovação de alvará de funcionamento
e na formação das carreiras de Estado. para qualquer atividade são condicionadas à observação e à certifi-
§ 4º Os programas, os projetos e as linhas de pesquisa a serem cação das regras de acessibilidade.
desenvolvidos com o apoio de organismos públicos de auxílio à pes- § 2º A emissão de carta de habite-se ou de habilitação equiva-
quisa e de agências de fomento deverão incluir temas voltados para lente e sua renovação, quando esta tiver sido emitida anteriormen-
o desenho universal. te às exigências de acessibilidade, é condicionada à observação e à
§ 5º Desde a etapa de concepção, as políticas públicas deverão certificação das regras de acessibilidade.
considerar a adoção do desenho universal. Art. 61. A formulação, a implementação e a manutenção das
Art. 56. A construção, a reforma, a ampliação ou a mudança de ações de acessibilidade atenderão às seguintes premissas básicas:
uso de edificações abertas ao público, de uso público ou privadas I - eleição de prioridades, elaboração de cronograma e reserva
de uso coletivo deverão ser executadas de modo a serem acessíveis. de recursos para implementação das ações; e
§ 1º As entidades de fiscalização profissional das atividades de II - planejamento contínuo e articulado entre os setores envol-
Engenharia, de Arquitetura e correlatas, ao anotarem a responsabi- vidos.
lidade técnica de projetos, devem exigir a responsabilidade profis- Art. 62. É assegurado à pessoa com deficiência, mediante solici-
sional declarada de atendimento às regras de acessibilidade previs- tação, o recebimento de contas, boletos, recibos, extratos e cobran-
tas em legislação e em normas técnicas pertinentes. ças de tributos em formato acessível.
§ 2º Para a aprovação, o licenciamento ou a emissão de certi-
ficado de projeto executivo arquitetônico, urbanístico e de instala- CAPÍTULO II
ções e equipamentos temporários ou permanentes e para o licen- DO ACESSO À INFORMAÇÃO E À COMUNICAÇÃO
ciamento ou a emissão de certificado de conclusão de obra ou de
serviço, deve ser atestado o atendimento às regras de acessibilida- Art. 63. É obrigatória a acessibilidade nos sítios da internet
de. mantidos por empresas com sede ou representação comercial no
§ 3º O poder público, após certificar a acessibilidade de edifi- País ou por órgãos de governo, para uso da pessoa com deficiên-
cação ou de serviço, determinará a colocação, em espaços ou em cia, garantindo-lhe acesso às informações disponíveis, conforme as
locais de ampla visibilidade, do símbolo internacional de acesso, na melhores práticas e diretrizes de acessibilidade adotadas interna-
forma prevista em legislação e em normas técnicas correlatas. cionalmente.
Art. 57. As edificações públicas e privadas de uso coletivo já § 1º Os sítios devem conter símbolo de acessibilidade em des-
existentes devem garantir acessibilidade à pessoa com deficiência taque.
em todas as suas dependências e serviços, tendo como referência § 2º Telecentros comunitários que receberem recursos públi-
as normas de acessibilidade vigentes. cos federais para seu custeio ou sua instalação e lan houses devem
Art. 58. O projeto e a construção de edificação de uso privado possuir equipamentos e instalações acessíveis.
multifamiliar devem atender aos preceitos de acessibilidade, na for- § 3º Os telecentros e as lan houses de que trata o § 2º des-
ma regulamentar.(Regulamento) te artigo devem garantir, no mínimo, 10% (dez por cento) de seus
§ 1º As construtoras e incorporadoras responsáveis pelo proje- computadores com recursos de acessibilidade para pessoa com de-
to e pela construção das edificações a que se refere o caput deste ficiência visual, sendo assegurado pelo menos 1 (um) equipamento,
artigo devem assegurar percentual mínimo de suas unidades inter- quando o resultado percentual for inferior a 1 (um).
namente acessíveis, na forma regulamentar. Art. 64. A acessibilidade nos sítios da internet de que trata o
§ 2º É vedada a cobrança de valores adicionais para a aquisição art. 63 desta Lei deve ser observada para obtenção do financiamen-
de unidades internamente acessíveis a que se refere o § 1º deste to de que trata o inciso III do art. 54 desta Lei.
artigo. Art. 65. As empresas prestadoras de serviços de telecomunica-
Art. 59. Em qualquer intervenção nas vias e nos espaços públi- ções deverão garantir pleno acesso à pessoa com deficiência, con-
cos, o poder público e as empresas concessionárias responsáveis forme regulamentação específica.
pela execução das obras e dos serviços devem garantir, de forma Art. 66. Cabe ao poder público incentivar a oferta de apare-
segura, a fluidez do trânsito e a livre circulação e acessibilidade das lhos de telefonia fixa e móvel celular com acessibilidade que, entre
pessoas, durante e após sua execução. outras tecnologias assistivas, possuam possibilidade de indicação e
Art. 60. Orientam-se, no que couber, pelas regras de acessibi- de ampliação sonoras de todas as operações e funções disponíveis.
lidade previstas em legislação e em normas técnicas, observado o Art. 67. Os serviços de radiodifusão de sons e imagens devem
disposto na Lei nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000 , nº 10.257, permitir o uso dos seguintes recursos, entre outros:
de 10 de julho de 2001 , e nº 12.587, de 3 de janeiro de 2012 : I - subtitulação por meio de legenda oculta;
I - os planos diretores municipais, os planos diretores de trans- II - janela com intérprete da Libras;
porte e trânsito, os planos de mobilidade urbana e os planos de III - audiodescrição.
preservação de sítios históricos elaborados ou atualizados a partir Art. 68. O poder público deve adotar mecanismos de incentivo
da publicação desta Lei; à produção, à edição, à difusão, à distribuição e à comercialização
II - os códigos de obras, os códigos de postura, as leis de uso e de livros em formatos acessíveis, inclusive em publicações da admi-
ocupação do solo e as leis do sistema viário;
III - os estudos prévios de impacto de vizinhança;

314
ATENDIMENTO BANCÁRIO

nistração pública ou financiadas com recursos públicos, com vistas CAPÍTULO III
a garantir à pessoa com deficiência o direito de acesso à leitura, à DA TECNOLOGIA ASSISTIVA
informação e à comunicação.
§ 1º Nos editais de compras de livros, inclusive para o abas- Art. 74. É garantido à pessoa com deficiência acesso a produ-
tecimento ou a atualização de acervos de bibliotecas em todos os tos, recursos, estratégias, práticas, processos, métodos e serviços
níveis e modalidades de educação e de bibliotecas públicas, o po- de tecnologia assistiva que maximizem sua autonomia, mobilidade
der público deverá adotar cláusulas de impedimento à participação pessoal e qualidade de vida.
de editoras que não ofertem sua produção também em formatos Art. 75. O poder público desenvolverá plano específico de me-
acessíveis. didas, a ser renovado em cada período de 4 (quatro) anos, com a
§ 2º Consideram-se formatos acessíveis os arquivos digitais finalidade de: (Regulamento)
que possam ser reconhecidos e acessados por softwares leitores I - facilitar o acesso a crédito especializado, inclusive com oferta
de telas ou outras tecnologias assistivas que vierem a substituí-los, de linhas de crédito subsidiadas, específicas para aquisição de tec-
permitindo leitura com voz sintetizada, ampliação de caracteres, di- nologia assistiva;
ferentes contrastes e impressão em Braille. II - agilizar, simplificar e priorizar procedimentos de importação
§ 3º O poder público deve estimular e apoiar a adaptação e a de tecnologia assistiva, especialmente as questões atinentes a pro-
produção de artigos científicos em formato acessível, inclusive em cedimentos alfandegários e sanitários;
Libras. III - criar mecanismos de fomento à pesquisa e à produção na-
Art. 69. O poder público deve assegurar a disponibilidade de cional de tecnologia assistiva, inclusive por meio de concessão de
informações corretas e claras sobre os diferentes produtos e servi- linhas de crédito subsidiado e de parcerias com institutos de pes-
ços ofertados, por quaisquer meios de comunicação empregados, quisa oficiais;
inclusive em ambiente virtual, contendo a especificação correta de IV - eliminar ou reduzir a tributação da cadeia produtiva e de
quantidade, qualidade, características, composição e preço, bem importação de tecnologia assistiva;
como sobre os eventuais riscos à saúde e à segurança do consu- V - facilitar e agilizar o processo de inclusão de novos recursos
midor com deficiência, em caso de sua utilização, aplicando-se, no de tecnologia assistiva no rol de produtos distribuídos no âmbito do
que couber, os arts. 30 a 41 da Lei nº 8.078, de 11 de setembro de SUS e por outros órgãos governamentais.
1990 . Parágrafo único. Para fazer cumprir o disposto neste artigo, os
§ 1º Os canais de comercialização virtual e os anúncios publi- procedimentos constantes do plano específico de medidas deverão
citários veiculados na imprensa escrita, na internet, no rádio, na ser avaliados, pelo menos, a cada 2 (dois) anos.
televisão e nos demais veículos de comunicação abertos ou por
assinatura devem disponibilizar, conforme a compatibilidade do CAPÍTULO IV
meio, os recursos de acessibilidade de que trata o art. 67 desta Lei, DO DIREITO À PARTICIPAÇÃO NA VIDA PÚBLICA E POLÍTICA
a expensas do fornecedor do produto ou do serviço, sem prejuízo
da observância do disposto nos arts. 36 a 38 da Lei nº 8.078, de 11 Art. 76. O poder público deve garantir à pessoa com deficiência
de setembro de 1990 . todos os direitos políticos e a oportunidade de exercê-los em igual-
§ 2º Os fornecedores devem disponibilizar, mediante solicita- dade de condições com as demais pessoas.
ção, exemplares de bulas, prospectos, textos ou qualquer outro tipo § 1º À pessoa com deficiência será assegurado o direito de vo-
de material de divulgação em formato acessível. tar e de ser votada, inclusive por meio das seguintes ações:
Art. 70. As instituições promotoras de congressos, seminários, I - garantia de que os procedimentos, as instalações, os mate-
oficinas e demais eventos de natureza científico-cultural devem riais e os equipamentos para votação sejam apropriados, acessíveis
oferecer à pessoa com deficiência, no mínimo, os recursos de tec- a todas as pessoas e de fácil compreensão e uso, sendo vedada a
nologia assistiva previstos no art. 67 desta Lei. instalação de seções eleitorais exclusivas para a pessoa com defici-
Art. 71. Os congressos, os seminários, as oficinas e os demais ência;
eventos de natureza científico-cultural promovidos ou financiados II - incentivo à pessoa com deficiência a candidatar-se e a de-
pelo poder público devem garantir as condições de acessibilidade e sempenhar quaisquer funções públicas em todos os níveis de go-
os recursos de tecnologia assistiva. verno, inclusive por meio do uso de novas tecnologias assistivas,
Art. 72. Os programas, as linhas de pesquisa e os projetos a quando apropriado;
serem desenvolvidos com o apoio de agências de financiamento III - garantia de que os pronunciamentos oficiais, a propaganda
e de órgãos e entidades integrantes da administração pública que eleitoral obrigatória e os debates transmitidos pelas emissoras de
atuem no auxílio à pesquisa devem contemplar temas voltados à televisão possuam, pelo menos, os recursos elencados no art. 67
tecnologia assistiva. desta Lei;
Art. 73. Caberá ao poder público, diretamente ou em parceria IV - garantia do livre exercício do direito ao voto e, para tan-
com organizações da sociedade civil, promover a capacitação de to, sempre que necessário e a seu pedido, permissão para que a
tradutores e intérpretes da Libras, de guias intérpretes e de profis- pessoa com deficiência seja auxiliada na votação por pessoa de sua
sionais habilitados em Braille, audiodescrição, estenotipia e legen- escolha.
dagem. § 2º O poder público promoverá a participação da pessoa com
deficiência, inclusive quando institucionalizada, na condução das
questões públicas, sem discriminação e em igualdade de oportuni-
dades, observado o seguinte:

315
ATENDIMENTO BANCÁRIO

I - participação em organizações não governamentais relacio- Público, na Defensoria Pública, nos órgãos de segurança pública e
nadas à vida pública e à política do País e em atividades e adminis- no sistema penitenciário quanto aos direitos da pessoa com defici-
tração de partidos políticos; ência.
II - formação de organizações para representar a pessoa com § 2º Devem ser assegurados à pessoa com deficiência subme-
deficiência em todos os níveis; tida a medida restritiva de liberdade todos os direitos e garantias a
III - participação da pessoa com deficiência em organizações que fazem jus os apenados sem deficiência, garantida a acessibili-
que a representem. dade.
§ 3º A Defensoria Pública e o Ministério Público tomarão as
TÍTULO IV medidas necessárias à garantia dos direitos previstos nesta Lei.
DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA Art. 80. Devem ser oferecidos todos os recursos de tecnologia
assistiva disponíveis para que a pessoa com deficiência tenha garan-
Art. 77. O poder público deve fomentar o desenvolvimento tido o acesso à justiça, sempre que figure em um dos polos da ação
científico, a pesquisa e a inovação e a capacitação tecnológicas, vol-
ou atue como testemunha, partícipe da lide posta em juízo, advoga-
tados à melhoria da qualidade de vida e ao trabalho da pessoa com
do, defensor público, magistrado ou membro do Ministério Público.
deficiência e sua inclusão social.
Parágrafo único. A pessoa com deficiência tem garantido o
§ 1º O fomento pelo poder público deve priorizar a geração de
acesso ao conteúdo de todos os atos processuais de seu interesse,
conhecimentos e técnicas que visem à prevenção e ao tratamento
de deficiências e ao desenvolvimento de tecnologias assistiva e so- inclusive no exercício da advocacia.
cial. Art. 81. Os direitos da pessoa com deficiência serão garantidos
§ 2º A acessibilidade e as tecnologias assistiva e social devem por ocasião da aplicação de sanções penais.
ser fomentadas mediante a criação de cursos de pós-graduação, a Art. 82. (VETADO).
formação de recursos humanos e a inclusão do tema nas diretrizes Art. 83. Os serviços notariais e de registro não podem negar ou
de áreas do conhecimento. criar óbices ou condições diferenciadas à prestação de seus servi-
§ 3º Deve ser fomentada a capacitação tecnológica de institui- ços em razão de deficiência do solicitante, devendo reconhecer sua
ções públicas e privadas para o desenvolvimento de tecnologias as- capacidade legal plena, garantida a acessibilidade.
sistiva e social que sejam voltadas para melhoria da funcionalidade Parágrafo único. O descumprimento do disposto no caput des-
e da participação social da pessoa com deficiência. te artigo constitui discriminação em razão de deficiência.
§ 4º As medidas previstas neste artigo devem ser reavaliadas
periodicamente pelo poder público, com vistas ao seu aperfeiçoa- CAPÍTULO II
mento. DO RECONHECIMENTO IGUAL PERANTE A LEI
Art. 78. Devem ser estimulados a pesquisa, o desenvolvimen-
to, a inovação e a difusão de tecnologias voltadas para ampliar o Art. 84. A pessoa com deficiência tem assegurado o direito ao
acesso da pessoa com deficiência às tecnologias da informação e exercício de sua capacidade legal em igualdade de condições com
comunicação e às tecnologias sociais. as demais pessoas.
Parágrafo único. Serão estimulados, em especial: § 1º Quando necessário, a pessoa com deficiência será subme-
I - o emprego de tecnologias da informação e comunicação tida à curatela, conforme a lei.
como instrumento de superação de limitações funcionais e de bar- § 2º É facultado à pessoa com deficiência a adoção de processo
reiras à comunicação, à informação, à educação e ao entretenimen- de tomada de decisão apoiada.
to da pessoa com deficiência; § 3º A definição de curatela de pessoa com deficiência constitui
II - a adoção de soluções e a difusão de normas que visem a am- medida protetiva extraordinária, proporcional às necessidades e às
pliar a acessibilidade da pessoa com deficiência à computação e aos circunstâncias de cada caso, e durará o menor tempo possível.
sítios da internet, em especial aos serviços de governo eletrônico.
§ 4º Os curadores são obrigados a prestar, anualmente, contas
de sua administração ao juiz, apresentando o balanço do respectivo
LIVRO II
ano.
PARTE ESPECIAL
Art. 85. A curatela afetará tão somente os atos relacionados
aos direitos de natureza patrimonial e negocial.
TÍTULO I
§ 1º A definição da curatela não alcança o direito ao próprio
DO ACESSO À JUSTIÇA
corpo, à sexualidade, ao matrimônio, à privacidade, à educação, à
saúde, ao trabalho e ao voto.
CAPÍTULO I
§ 2º A curatela constitui medida extraordinária, devendo cons-
DISPOSIÇÕES GERAIS
tar da sentença as razões e motivações de sua definição, preserva-
dos os interesses do curatelado.
Art. 79. O poder público deve assegurar o acesso da pessoa
§ 3º No caso de pessoa em situação de institucionalização, ao
com deficiência à justiça, em igualdade de oportunidades com as
nomear curador, o juiz deve dar preferência a pessoa que tenha vín-
demais pessoas, garantindo, sempre que requeridos, adaptações e
culo de natureza familiar, afetiva ou comunitária com o curatelado.
recursos de tecnologia assistiva.
Art. 86. Para emissão de documentos oficiais, não será exigida
§ 1º A fim de garantir a atuação da pessoa com deficiência em
a situação de curatela da pessoa com deficiência.
todo o processo judicial, o poder público deve capacitar os mem-
bros e os servidores que atuam no Poder Judiciário, no Ministério

316
ATENDIMENTO BANCÁRIO

Art. 87. Em casos de relevância e urgência e a fim de proteger TÍTULO III


os interesses da pessoa com deficiência em situação de curatela, DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
será lícito ao juiz, ouvido o Ministério Público, de oficio ou a reque-
rimento do interessado, nomear, desde logo, curador provisório, Art. 92. É criado o Cadastro Nacional de Inclusão da Pessoa com
o qual estará sujeito, no que couber, às disposições do Código de Deficiência (Cadastro-Inclusão), registro público eletrônico com a fi-
Processo Civil . nalidade de coletar, processar, sistematizar e disseminar informa-
ções georreferenciadas que permitam a identificação e a caracte-
TÍTULO II rização socioeconômica da pessoa com deficiência, bem como das
DOS CRIMES E DAS INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS barreiras que impedem a realização de seus direitos.
§ 1º O Cadastro-Inclusão será administrado pelo Poder Executi-
Art. 88. Praticar, induzir ou incitar discriminação de pessoa em vo federal e constituído por base de dados, instrumentos, procedi-
razão de sua deficiência: mentos e sistemas eletrônicos.
Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. § 2º Os dados constituintes do Cadastro-Inclusão serão obti-
§ 1º Aumenta-se a pena em 1/3 (um terço) se a vítima encon- dos pela integração dos sistemas de informação e da base de dados
trar-se sob cuidado e responsabilidade do agente. de todas as políticas públicas relacionadas aos direitos da pessoa
§ 2º Se qualquer dos crimes previstos no caput deste artigo é com deficiência, bem como por informações coletadas, inclusive
cometido por intermédio de meios de comunicação social ou de em censos nacionais e nas demais pesquisas realizadas no País, de
publicação de qualquer natureza: acordo com os parâmetros estabelecidos pela Convenção sobre os
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo.
§ 3º Na hipótese do § 2º deste artigo, o juiz poderá determinar, § 3º Para coleta, transmissão e sistematização de dados, é fa-
ouvido o Ministério Público ou a pedido deste, ainda antes do in- cultada a celebração de convênios, acordos, termos de parceria ou
quérito policial, sob pena de desobediência: contratos com instituições públicas e privadas, observados os requi-
I - recolhimento ou busca e apreensão dos exemplares do ma- sitos e procedimentos previstos em legislação específica.
terial discriminatório; § 4º Para assegurar a confidencialidade, a privacidade e as li-
II - interdição das respectivas mensagens ou páginas de infor- berdades fundamentais da pessoa com deficiência e os princípios
mação na internet. éticos que regem a utilização de informações, devem ser observa-
§ 4º Na hipótese do § 2º deste artigo, constitui efeito da con- das as salvaguardas estabelecidas em lei.
denação, após o trânsito em julgado da decisão, a destruição do § 5º Os dados do Cadastro-Inclusão somente poderão ser utili-
material apreendido. zados para as seguintes finalidades:
Art. 89. Apropriar-se de ou desviar bens, proventos, pensão, I - formulação, gestão, monitoramento e avaliação das políticas
benefícios, remuneração ou qualquer outro rendimento de pessoa públicas para a pessoa com deficiência e para identificar as barrei-
com deficiência: ras que impedem a realização de seus direitos;
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. II - realização de estudos e pesquisas.
Parágrafo único. Aumenta-se a pena em 1/3 (um terço) se o § 6º As informações a que se refere este artigo devem ser dis-
crime é cometido: seminadas em formatos acessíveis.
I - por tutor, curador, síndico, liquidatário, inventariante, testa- Art. 93. Na realização de inspeções e de auditorias pelos órgãos
menteiro ou depositário judicial; ou de controle interno e externo, deve ser observado o cumprimen-
II - por aquele que se apropriou em razão de ofício ou de pro- to da legislação relativa à pessoa com deficiência e das normas de
fissão. acessibilidade vigentes.
Art. 90. Abandonar pessoa com deficiência em hospitais, casas Art. 94. Terá direito a auxílio-inclusão, nos termos da lei, a pes-
de saúde, entidades de abrigamento ou congêneres: soa com deficiência moderada ou grave que:
Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, e multa. I - receba o benefício de prestação continuada previsto no art.
Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem não prover as 20 da Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993 , e que passe a exer-
necessidades básicas de pessoa com deficiência quando obrigado cer atividade remunerada que a enquadre como segurado obriga-
por lei ou mandado. tório do RGPS;
Art. 91. Reter ou utilizar cartão magnético, qualquer meio ele- II - tenha recebido, nos últimos 5 (cinco) anos, o benefício de
trônico ou documento de pessoa com deficiência destinados ao re- prestação continuada previsto no art. 20 da Lei nº 8.742, de 7 de
cebimento de benefícios, proventos, pensões ou remuneração ou à dezembro de 1993 , e que exerça atividade remunerada que a en-
realização de operações financeiras, com o fim de obter vantagem quadre como segurado obrigatório do RGPS.
indevida para si ou para outrem: Art. 95. É vedado exigir o comparecimento de pessoa com de-
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. ficiência perante os órgãos públicos quando seu deslocamento, em
Parágrafo único. Aumenta-se a pena em 1/3 (um terço) se o razão de sua limitação funcional e de condições de acessibilidade,
crime é cometido por tutor ou curador. imponha-lhe ônus desproporcional e indevido, hipótese na qual se-
rão observados os seguintes procedimentos:
I - quando for de interesse do poder público, o agente promo-
verá o contato necessário com a pessoa com deficiência em sua re-
sidência;

317
ATENDIMENTO BANCÁRIO

II - quando for de interesse da pessoa com deficiência, ela apre- I - recusar, cobrar valores adicionais, suspender, procrastinar,
sentará solicitação de atendimento domiciliar ou fará representar- cancelar ou fazer cessar inscrição de aluno em estabelecimento de
-se por procurador constituído para essa finalidade. ensino de qualquer curso ou grau, público ou privado, em razão de
Parágrafo único. É assegurado à pessoa com deficiência aten- sua deficiência;
dimento domiciliar pela perícia médica e social do Instituto Nacio- II - obstar inscrição em concurso público ou acesso de alguém
nal do Seguro Social (INSS), pelo serviço público de saúde ou pelo a qualquer cargo ou emprego público, em razão de sua deficiência;
serviço privado de saúde, contratado ou conveniado, que integre o III - negar ou obstar emprego, trabalho ou promoção à pessoa
SUS e pelas entidades da rede socioassistencial integrantes do Suas, em razão de sua deficiência;
quando seu deslocamento, em razão de sua limitação funcional e IV - recusar, retardar ou dificultar internação ou deixar de pres-
de condições de acessibilidade, imponha-lhe ônus desproporcional tar assistência médico-hospitalar e ambulatorial à pessoa com de-
e indevido. ficiência;
Art. 96. O § 6º -A do art. 135 da Lei nº 4.737, de 15 de julho de V - deixar de cumprir, retardar ou frustrar execução de ordem
1965 (Código Eleitoral) , passa a vigorar com a seguinte redação: judicial expedida na ação civil a que alude esta Lei;
“Art. 135. ................................................................. VI - recusar, retardar ou omitir dados técnicos indispensáveis
........................................................................................ à propositura da ação civil pública objeto desta Lei, quando requi-
§ 6º -A. Os Tribunais Regionais Eleitorais deverão, a cada elei- sitados.
ção, expedir instruções aos Juízes Eleitorais para orientá-los na es- § 1º Se o crime for praticado contra pessoa com deficiência
colha dos locais de votação, de maneira a garantir acessibilidade menor de 18 (dezoito) anos, a pena é agravada em 1/3 (um terço).
para o eleitor com deficiência ou com mobilidade reduzida, inclusi- § 2º A pena pela adoção deliberada de critérios subjetivos para
ve em seu entorno e nos sistemas de transporte que lhe dão acesso. indeferimento de inscrição, de aprovação e de cumprimento de
....................................................................................” (NR) estágio probatório em concursos públicos não exclui a responsa-
Art. 97. A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada bilidade patrimonial pessoal do administrador público pelos danos
pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943 , passa a vigorar causados.
com as seguintes alterações: § 3º Incorre nas mesmas penas quem impede ou dificulta o in-
“Art. 428. .................................................................. gresso de pessoa com deficiência em planos privados de assistência
........................................................................................... à saúde, inclusive com cobrança de valores diferenciados.
§ 6º Para os fins do contrato de aprendizagem, a comprova- § 4º Se o crime for praticado em atendimento de urgência e
ção da escolaridade de aprendiz com deficiência deve considerar, emergência, a pena é agravada em 1/3 (um terço).” (NR)
sobretudo, as habilidades e competências relacionadas com a pro- Art. 99. O art. 20 da Lei nº 8.036, de 11 de maio de 1990 , pas-
fissionalização. sa a vigorar acrescido do seguinte inciso XVIII:
........................................................................................... “Art. 20. ......................................................................
§ 8º Para o aprendiz com deficiência com 18 (dezoito) anos ou ..............................................................................................
mais, a validade do contrato de aprendizagem pressupõe anotação XVIII - quando o trabalhador com deficiência, por prescrição,
na CTPS e matrícula e frequência em programa de aprendizagem necessite adquirir órtese ou prótese para promoção de acessibili-
desenvolvido sob orientação de entidade qualificada em formação dade e de inclusão social.
técnico-profissional metódica.” (NR) ..................................................................................” (NR)
“Art. 433. .................................................................. Art. 100. A Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990 (Código
........................................................................................... de Defesa do Consumidor) , passa a vigorar com as seguintes al-
I - desempenho insuficiente ou inadaptação do aprendiz, salvo terações:
para o aprendiz com deficiência quando desprovido de recursos de “Art. 6º .......................................................................
acessibilidade, de tecnologias assistivas e de apoio necessário ao ............................................................................................
desempenho de suas atividades; Parágrafo único. A informação de que trata o inciso III
..................................................................................” (NR) do caput deste artigo deve ser acessível à pessoa com deficiência,
Art. 98. A Lei nº 7.853, de 24 de outubro de 1989 , passa a observado o disposto em regulamento.” (NR)
vigorar com as seguintes alterações: “Art. 43. ......................................................................
“Art. 3º As medidas judiciais destinadas à proteção de interes- ............................................................................................
ses coletivos, difusos, individuais homogêneos e individuais indis- § 6º Todas as informações de que trata o caput deste artigo
poníveis da pessoa com deficiência poderão ser propostas pelo Mi- devem ser disponibilizadas em formatos acessíveis, inclusive para a
nistério Público, pela Defensoria Pública, pela União, pelos Estados, pessoa com deficiência, mediante solicitação do consumidor.” (NR)
pelos Municípios, pelo Distrito Federal, por associação constituída Art. 101. A Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991 , passa a vigo-
há mais de 1 (um) ano, nos termos da lei civil, por autarquia, por rar com as seguintes alterações:
empresa pública e por fundação ou sociedade de economia mista “Art. 16. ......................................................................
que inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção dos in- I - o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não
teresses e a promoção de direitos da pessoa com deficiência. emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos
.................................................................................” (NR) ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou defi-
“Art. 8º Constitui crime punível com reclusão de 2 (dois) a 5 ciência grave;
(cinco) anos e multa: ............................................................................................

318
ATENDIMENTO BANCÁRIO

III - o irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de “Art. 3º .....................................................................


21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectu- ..........................................................................................
al ou mental ou deficiência grave; § 2º ...........................................................................
.................................................................................” (NR) ..........................................................................................
“Art. 77. ..................................................................... V - produzidos ou prestados por empresas que comprovem
............................................................................................ cumprimento de reserva de cargos prevista em lei para pessoa com
§ 2º .............................................................................. deficiência ou para reabilitado da Previdência Social e que atendam
............................................................................................ às regras de acessibilidade previstas na legislação.
II - para o filho, a pessoa a ele equiparada ou o irmão, de am- ...........................................................................................
bos os sexos, pela emancipação ou ao completar 21 (vinte e um) § 5º Nos processos de licitação, poderá ser estabelecida mar-
anos de idade, salvo se for inválido ou tiver deficiência intelectual gem de preferência para:
ou mental ou deficiência grave; I - produtos manufaturados e para serviços nacionais que aten-
................................................................................... dam a normas técnicas brasileiras; e
§ 4º (VETADO). II - bens e serviços produzidos ou prestados por empresas que
...................................................................................” (NR) comprovem cumprimento de reserva de cargos prevista em lei para
“Art. 93. (VETADO): pessoa com deficiência ou para reabilitado da Previdência Social e
I - (VETADO); que atendam às regras de acessibilidade previstas na legislação.
II - (VETADO); ...................................................................................” (NR)
III - (VETADO); “Art. 66-A. As empresas enquadradas no inciso V do § 2º e no
IV - (VETADO); inciso II do § 5º do art. 3º desta Lei deverão cumprir, durante todo
V - (VETADO). o período de execução do contrato, a reserva de cargos prevista em
§ 1º A dispensa de pessoa com deficiência ou de beneficiário lei para pessoa com deficiência ou para reabilitado da Previdência
reabilitado da Previdência Social ao final de contrato por prazo de- Social, bem como as regras de acessibilidade previstas na legislação.
terminado de mais de 90 (noventa) dias e a dispensa imotivada em Parágrafo único. Cabe à administração fiscalizar o cumprimen-
contrato por prazo indeterminado somente poderão ocorrer após to dos requisitos de acessibilidade nos serviços e nos ambientes de
a contratação de outro trabalhador com deficiência ou beneficiário trabalho.”
reabilitado da Previdência Social. Art. 105. O art. 20 da Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993 ,
§ 2º Ao Ministério do Trabalho e Emprego incumbe estabelecer passa a vigorar com as seguintes alterações:
a sistemática de fiscalização, bem como gerar dados e estatísticas “Art. 20. ......................................................................
sobre o total de empregados e as vagas preenchidas por pessoas .............................................................................................
com deficiência e por beneficiários reabilitados da Previdência So- § 2º Para efeito de concessão do benefício de prestação conti-
cial, fornecendo-os, quando solicitados, aos sindicatos, às entida- nuada, considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impe-
des representativas dos empregados ou aos cidadãos interessados. dimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou
§ 3º Para a reserva de cargos será considerada somente a con- sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode
tratação direta de pessoa com deficiência, excluído o aprendiz com obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade
deficiência de que trata a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), de condições com as demais pessoas.
aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943. ............................................................................................
§ 4º (VETADO).” (NR) § 9º Os rendimentos decorrentes de estágio supervisionado e
“Art. 110-A. No ato de requerimento de benefícios operacio- de aprendizagem não serão computados para os fins de cálculo da
nalizados pelo INSS, não será exigida apresentação de termo de renda familiar per capita a que se refere o § 3º deste artigo.
curatela de titular ou de beneficiário com deficiência, observados .............................................................................................
os procedimentos a serem estabelecidos em regulamento.” § 11. Para concessão do benefício de que trata o caput deste
Art. 102. O art. 2º da Lei nº 8.313, de 23 de dezembro de 1991 , artigo, poderão ser utilizados outros elementos probatórios da con-
passa a vigorar acrescido do seguinte § 3º : dição de miserabilidade do grupo familiar e da situação de vulnera-
“Art. 2º ......................................................................... bilidade, conforme regulamento.” (NR)
............................................................................................. Art. 106. (VETADO).
§ 3º Os incentivos criados por esta Lei somente serão conce- Art. 107. A Lei nº 9.029, de 13 de abril de 1995 , passa a vigorar
didos a projetos culturais que forem disponibilizados, sempre que com as seguintes alterações:
tecnicamente possível, também em formato acessível à pessoa com “Art. 1º É proibida a adoção de qualquer prática discriminató-
deficiência, observado o disposto em regulamento.” (NR) ria e limitativa para efeito de acesso à relação de trabalho, ou de
Art. 103. O art. 11 da Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992 , sua manutenção, por motivo de sexo, origem, raça, cor, estado civil,
passa a vigorar acrescido do seguinte inciso IX: situação familiar, deficiência, reabilitação profissional, idade, entre
“Art. 11. ..................................................................... outros, ressalvadas, nesse caso, as hipóteses de proteção à criança
............................................................................................ e ao adolescente previstas no inciso XXXIII do art. 7º da Constituição
IX - deixar de cumprir a exigência de requisitos de acessibilida- Federal. ” (NR)
de previstos na legislação.” (NR)
Art. 104. A Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993 , passa a vigo-
rar com as seguintes alterações:

319
ATENDIMENTO BANCÁRIO

“Art. 3º Sem prejuízo do prescrito no art. 2º desta Lei e nos dis- § 1º Do total de recursos financeiros resultantes do percentual
positivos legais que tipificam os crimes resultantes de preconceito de que trata o inciso VI do caput , 62,96% (sessenta e dois inteiros
de etnia, raça, cor ou deficiência, as infrações ao disposto nesta Lei e noventa e seis centésimos por cento) serão destinados ao Comitê
são passíveis das seguintes cominações: Olímpico Brasileiro (COB) e 37,04% (trinta e sete inteiros e quatro
..................................................................................” (NR) centésimos por cento) ao Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), de-
“Art. 4º ........................................................................ vendo ser observado, em ambos os casos, o conjunto de normas
I - a reintegração com ressarcimento integral de todo o perío- aplicáveis à celebração de convênios pela União.
do de afastamento, mediante pagamento das remunerações devi- ..................................................................................” (NR)
das, corrigidas monetariamente e acrescidas de juros legais; Art. 111. O art. 1º da Lei nº 10.048, de 8 de novembro de
....................................................................................” (NR) 2000 , passa a vigorar com a seguinte redação:
Art. 108. O art. 35 da Lei nº 9.250, de 26 de dezembro de 1995 , “Art. 1º As pessoas com deficiência, os idosos com idade igual
passa a vigorar acrescido do seguinte § 5º : ou superior a 60 (sessenta) anos, as gestantes, as lactantes, as pes-
“Art. 35. ...................................................................... soas com crianças de colo e os obesos terão atendimento prioritá-
............................................................................................. rio, nos termos desta Lei.” (NR)
§ 5º Sem prejuízo do disposto no inciso IX do parágrafo único Art. 112. A Lei nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000 , passa a
do art. 3º da Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003 , a pessoa vigorar com as seguintes alterações:
com deficiência, ou o contribuinte que tenha dependente nessa “Art. 2º .......................................................................
condição, tem preferência na restituição referida no inciso III do art. I - acessibilidade: possibilidade e condição de alcance para
4º e na alínea “c” do inciso II do art. 8º .” (NR) utilização, com segurança e autonomia, de espaços, mobiliários,
Art. 109. A Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997 (Código de equipamentos urbanos, edificações, transportes, informação e
Trânsito Brasileiro) , passa a vigorar com as seguintes alterações: comunicação, inclusive seus sistemas e tecnologias, bem como de
“Art. 2º ........................................................... outros serviços e instalações abertos ao público, de uso público ou
Parágrafo único. Para os efeitos deste Código, são conside- privados de uso coletivo, tanto na zona urbana como na rural, por
radas vias terrestres as praias abertas à circulação pública, as vias pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida;
internas pertencentes aos condomínios constituídos por unidades II - barreiras: qualquer entrave, obstáculo, atitude ou compor-
autônomas e as vias e áreas de estacionamento de estabelecimen- tamento que limite ou impeça a participação social da pessoa, bem
tos privados de uso coletivo.” (NR) como o gozo, a fruição e o exercício de seus direitos à acessibilida-
“Art. 86-A. As vagas de estacionamento regulamentado de que de, à liberdade de movimento e de expressão, à comunicação, ao
trata o inciso XVII do art. 181 desta Lei deverão ser sinalizadas com acesso à informação, à compreensão, à circulação com segurança,
as respectivas placas indicativas de destinação e com placas infor- entre outros, classificadas em:
mando os dados sobre a infração por estacionamento indevido.” a) barreiras urbanísticas: as existentes nas vias e nos espaços
“Art. 147-A. Ao candidato com deficiência auditiva é assegura- públicos e privados abertos ao público ou de uso coletivo;
da acessibilidade de comunicação, mediante emprego de tecnolo- b) barreiras arquitetônicas: as existentes nos edifícios públicos
gias assistivas ou de ajudas técnicas em todas as etapas do processo e privados;
de habilitação. c) barreiras nos transportes: as existentes nos sistemas e meios
§ 1º O material didático audiovisual utilizado em aulas teóricas de transportes;
dos cursos que precedem os exames previstos no art. 147 desta Lei d) barreiras nas comunicações e na informação: qualquer
deve ser acessível, por meio de subtitulação com legenda oculta entrave, obstáculo, atitude ou comportamento que dificulte ou
associada à tradução simultânea em Libras. impossibilite a expressão ou o recebimento de mensagens e de
§ 2º É assegurado também ao candidato com deficiência audi- informações por intermédio de sistemas de comunicação e de tec-
tiva requerer, no ato de sua inscrição, os serviços de intérprete da nologia da informação;
Libras, para acompanhamento em aulas práticas e teóricas.” III - pessoa com deficiência: aquela que tem impedimento de
“Art. 154. (VETADO).” longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o
“Art. 181. ................................................................... qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua
.......................................................................................... participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condi-
XVII - ......................................................................... ções com as demais pessoas;
Infração - grave; IV - pessoa com mobilidade reduzida: aquela que tenha, por
.................................................................................” (NR) qualquer motivo, dificuldade de movimentação, permanente ou
Art. 110. O inciso VI e o § 1º do art. 56 da Lei nº 9.615, de 24 de temporária, gerando redução efetiva da mobilidade, da flexibilida-
março de 1998 , passam a vigorar com a seguinte redação: de, da coordenação motora ou da percepção, incluindo idoso, ges-
“Art. 56. .................................................................... tante, lactante, pessoa com criança de colo e obeso;
........................................................................................... V - acompanhante: aquele que acompanha a pessoa com de-
VI - 2,7% (dois inteiros e sete décimos por cento) da arrecada- ficiência, podendo ou não desempenhar as funções de atendente
ção bruta dos concursos de prognósticos e loterias federais e simila- pessoal;
res cuja realização estiver sujeita a autorização federal, deduzindo- VI - elemento de urbanização: quaisquer componentes de
-se esse valor do montante destinado aos prêmios; obras de urbanização, tais como os referentes a pavimentação, sa-
............................................................................................. neamento, encanamento para esgotos, distribuição de energia elé-

320
ATENDIMENTO BANCÁRIO

trica e de gás, iluminação pública, serviços de comunicação, abaste- III - promover, por iniciativa própria e em conjunto com os Es-
cimento e distribuição de água, paisagismo e os que materializam tados, o Distrito Federal e os Municípios, programas de construção
as indicações do planejamento urbanístico; de moradias e melhoria das condições habitacionais, de saneamen-
VII - mobiliário urbano: conjunto de objetos existentes nas vias to básico, das calçadas, dos passeios públicos, do mobiliário urbano
e nos espaços públicos, superpostos ou adicionados aos elemen- e dos demais espaços de uso público;
tos de urbanização ou de edificação, de forma que sua modifica- IV - instituir diretrizes para desenvolvimento urbano, inclusi-
ção ou seu traslado não provoque alterações substanciais nesses ve habitação, saneamento básico, transporte e mobilidade urbana,
elementos, tais como semáforos, postes de sinalização e similares, que incluam regras de acessibilidade aos locais de uso público;
terminais e pontos de acesso coletivo às telecomunicações, fontes .................................................................................” (NR)
de água, lixeiras, toldos, marquises, bancos, quiosques e quaisquer “Art. 41. ....................................................................
outros de natureza análoga; ...........................................................................................
VIII - tecnologia assistiva ou ajuda técnica: produtos, equipa- § 3º As cidades de que trata o caput deste artigo devem ela-
mentos, dispositivos, recursos, metodologias, estratégias, práticas borar plano de rotas acessíveis, compatível com o plano diretor no
e serviços que objetivem promover a funcionalidade, relacionada à qual está inserido, que disponha sobre os passeios públicos a serem
atividade e à participação da pessoa com deficiência ou com mobili- implantados ou reformados pelo poder público, com vistas a ga-
dade reduzida, visando à sua autonomia, independência, qualidade rantir acessibilidade da pessoa com deficiência ou com mobilidade
de vida e inclusão social; reduzida a todas as rotas e vias existentes, inclusive as que concen-
IX - comunicação: forma de interação dos cidadãos que abran- trem os focos geradores de maior circulação de pedestres, como
ge, entre outras opções, as línguas, inclusive a Língua Brasileira de os órgãos públicos e os locais de prestação de serviços públicos e
Sinais (Libras), a visualização de textos, o Braille, o sistema de sina- privados de saúde, educação, assistência social, esporte, cultura,
lização ou de comunicação tátil, os caracteres ampliados, os dispo- correios e telégrafos, bancos, entre outros, sempre que possível de
sitivos multimídia, assim como a linguagem simples, escrita e oral, maneira integrada com os sistemas de transporte coletivo de pas-
os sistemas auditivos e os meios de voz digitalizados e os modos, sageiros.” (NR)
meios e formatos aumentativos e alternativos de comunicação, in- Art. 114. A Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código
cluindo as tecnologias da informação e das comunicações; Civil) , passa a vigorar com as seguintes alterações:
X - desenho universal: concepção de produtos, ambientes, pro- “Art. 3º São absolutamente incapazes de exercer pessoalmen-
gramas e serviços a serem usados por todas as pessoas, sem neces- te os atos da vida civil os menores de 16 (dezesseis) anos.
sidade de adaptação ou de projeto específico, incluindo os recursos I - (Revogado);
de tecnologia assistiva.” (NR) II - (Revogado);
“Art. 3º O planejamento e a urbanização das vias públicas, dos III - (Revogado).” (NR)
parques e dos demais espaços de uso público deverão ser conce- “Art. 4º São incapazes, relativamente a certos atos ou à manei-
bidos e executados de forma a torná-los acessíveis para todas as ra de os exercer:
pessoas, inclusive para aquelas com deficiência ou com mobilidade .....................................................................................
reduzida. II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico;
Parágrafo único. O passeio público, elemento obrigatório de III - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não pu-
urbanização e parte da via pública, normalmente segregado e em derem exprimir sua vontade;
nível diferente, destina-se somente à circulação de pedestres e, .............................................................................................
quando possível, à implantação de mobiliário urbano e de vegeta- Parágrafo único . A capacidade dos indígenas será regulada
ção.” (NR) por legislação especial.” (NR)
“Art. 9º ........................................................................ “Art. 228. .....................................................................
Parágrafo único. Os semáforos para pedestres instalados em .............................................................................................
vias públicas de grande circulação, ou que deem acesso aos servi- II - (Revogado);
ços de reabilitação, devem obrigatoriamente estar equipados com III - (Revogado);
mecanismo que emita sinal sonoro suave para orientação do pe- .............................................................................................
destre.” (NR) § 1º ..............................................................................
“Art. 10-A. A instalação de qualquer mobiliário urbano em § 2º A pessoa com deficiência poderá testemunhar em igual-
área de circulação comum para pedestre que ofereça risco de aci- dade de condições com as demais pessoas, sendo-lhe assegurados
dente à pessoa com deficiência deverá ser indicada mediante sina- todos os recursos de tecnologia assistiva.” (NR)
lização tátil de alerta no piso, de acordo com as normas técnicas “Art. 1.518 . Até a celebração do casamento podem os pais ou
pertinentes.” tutores revogar a autorização.” (NR)
“Art. 12-A. Os centros comerciais e os estabelecimentos con- “Art. 1.548. ...................................................................
gêneres devem fornecer carros e cadeiras de rodas, motorizados ou I - (Revogado);
não, para o atendimento da pessoa com deficiência ou com mobi- ....................................................................................” (NR)
lidade reduzida.” “Art. 1.550. ..................................................................
Art. 113. A Lei nº 10.257, de 10 de julho de 2001 (Estatuto da .............................................................................................
Cidade) , passa a vigorar com as seguintes alterações: § 1º ..............................................................................
“Art. 3º ......................................................................
............................................................................................

321
ATENDIMENTO BANCÁRIO

§ 2º A pessoa com deficiência mental ou intelectual em idade


núbia poderá contrair matrimônio, expressando sua vontade direta- Art. 1.783-A. A tomada de decisão apoiada é o processo pelo
mente ou por meio de seu responsável ou curador.” (NR) qual a pessoa com deficiência elege pelo menos 2 (duas) pessoas
“Art. 1.557. ................................................................ idôneas, com as quais mantenha vínculos e que gozem de sua con-
............................................................................................ fiança, para prestar-lhe apoio na tomada de decisão sobre atos da
III - a ignorância, anterior ao casamento, de defeito físico ir- vida civil, fornecendo-lhes os elementos e informações necessários
remediável que não caracterize deficiência ou de moléstia grave e para que possa exercer sua capacidade.
transmissível, por contágio ou por herança, capaz de pôr em risco a § 1º Para formular pedido de tomada de decisão apoiada, a
saúde do outro cônjuge ou de sua descendência; pessoa com deficiência e os apoiadores devem apresentar termo
IV - (Revogado).” (NR) em que constem os limites do apoio a ser oferecido e os compro-
“Art. 1.767. .................................................................. missos dos apoiadores, inclusive o prazo de vigência do acordo e
I - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não pu- o respeito à vontade, aos direitos e aos interesses da pessoa que
derem exprimir sua vontade; devem apoiar.
II - (Revogado); § 2º O pedido de tomada de decisão apoiada será requerido
III - os ébrios habituais e os viciados em tóxico; pela pessoa a ser apoiada, com indicação expressa das pessoas ap-
IV - (Revogado); tas a prestarem o apoio previsto no caput deste artigo.
....................................................................................” (NR) § 3º Antes de se pronunciar sobre o pedido de tomada de deci-
“Art. 1.768. O processo que define os termos da curatela deve são apoiada, o juiz, assistido por equipe multidisciplinar, após oitiva
ser promovido: do Ministério Público, ouvirá pessoalmente o requerente e as pes-
............................................................................................. soas que lhe prestarão apoio.
IV - pela própria pessoa.” (NR) § 4º A decisão tomada por pessoa apoiada terá validade e efei-
“Art. 1.769 . O Ministério Público somente promoverá o pro- tos sobre terceiros, sem restrições, desde que esteja inserida nos
cesso que define os termos da curatela: limites do apoio acordado.
I - nos casos de deficiência mental ou intelectual; § 5º Terceiro com quem a pessoa apoiada mantenha relação
............................................................................................ negocial pode solicitar que os apoiadores contra-assinem o contra-
III - se, existindo, forem menores ou incapazes as pessoas to ou acordo, especificando, por escrito, sua função em relação ao
mencionadas no inciso II.” (NR) apoiado.
“Art. 1.771. Antes de se pronunciar acerca dos termos da cura- § 6º Em caso de negócio jurídico que possa trazer risco ou pre-
tela, o juiz, que deverá ser assistido por equipe multidisciplinar, en- juízo relevante, havendo divergência de opiniões entre a pessoa
trevistará pessoalmente o interditando.” (NR) apoiada e um dos apoiadores, deverá o juiz, ouvido o Ministério
“Art. 1.772. O juiz determinará, segundo as potencialidades da Público, decidir sobre a questão.
pessoa, os limites da curatela, circunscritos às restrições constantes § 7º Se o apoiador agir com negligência, exercer pressão in-
do art. 1.782, e indicará curador. devida ou não adimplir as obrigações assumidas, poderá a pessoa
Parágrafo único. Para a escolha do curador, o juiz levará em apoiada ou qualquer pessoa apresentar denúncia ao Ministério Pú-
conta a vontade e as preferências do interditando, a ausência de blico ou ao juiz.
conflito de interesses e de influência indevida, a proporcionalidade § 8º Se procedente a denúncia, o juiz destituirá o apoiador e
e a adequação às circunstâncias da pessoa.” (NR) nomeará, ouvida a pessoa apoiada e se for de seu interesse, outra
“Art. 1.775-A . Na nomeação de curador para a pessoa com pessoa para prestação de apoio.
deficiência, o juiz poderá estabelecer curatela compartilhada a mais § 9º A pessoa apoiada pode, a qualquer tempo, solicitar o tér-
de uma pessoa.” mino de acordo firmado em processo de tomada de decisão apoia-
“Art. 1.777. As pessoas referidas no inciso I do art. 1.767 rece- da.
berão todo o apoio necessário para ter preservado o direito à convi- § 10. O apoiador pode solicitar ao juiz a exclusão de sua par-
vência familiar e comunitária, sendo evitado o seu recolhimento em ticipação do processo de tomada de decisão apoiada, sendo seu
estabelecimento que os afaste desse convívio.” (NR) desligamento condicionado à manifestação do juiz sobre a matéria.
Art. 115. O Título IV do Livro IV da Parte Especial da Lei nº § 11. Aplicam-se à tomada de decisão apoiada, no que couber,
10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil) , passa a vigorar as disposições referentes à prestação de contas na curatela.”
com a seguinte redação: Art. 117. O art. 1º da Lei nº 11.126, de 27 de junho de 2005 ,
passa a vigorar com a seguinte redação:
“TÍTULO IV “Art. 1º É assegurado à pessoa com deficiência visual acom-
DA TUTELA, DA CURATELA E DA TOMADA DE DECISÃO APOIA- panhada de cão-guia o direito de ingressar e de permanecer com
DA” o animal em todos os meios de transporte e em estabelecimentos
abertos ao público, de uso público e privados de uso coletivo, desde
Art. 116. O Título IV do Livro IV da Parte Especial da Lei nº que observadas as condições impostas por esta Lei.
10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil) , passa a vigorar .............................................................................................
acrescido do seguinte Capítulo III: § 2º O disposto no caput deste artigo aplica-se a todas as mo-
dalidades e jurisdições do serviço de transporte coletivo de passa-
“CAPÍTULO III geiros, inclusive em esfera internacional com origem no território
DA TOMADA DE DECISÃO APOIADA brasileiro.” (NR)

322
ATENDIMENTO BANCÁRIO

Art. 118. O inciso IV do art. 46 da Lei nº 11.904, de 14 de janeiro VII - os arts. 1.776 e 1.780 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro
de 2009 , passa a vigorar acrescido da seguinte alínea “k”: de 2002 (Código Civil).
“Art. 46. ...................................................................... Art. 124. O § 1º do art. 2º desta Lei deverá entrar em vigor em
........................................................................................... até 2 (dois) anos, contados da entrada em vigor desta Lei.
IV - .............................................................................. Art. 125. Devem ser observados os prazos a seguir discrimina-
........................................................................................... dos, a partir da entrada em vigor desta Lei, para o cumprimento dos
k) de acessibilidade a todas as pessoas. seguintes dispositivos:
.................................................................................” (NR) I - incisos I e II do § 2º do art. 28 , 48 (quarenta e oito) meses;
Art. 119. A Lei nº 12.587, de 3 de janeiro de 2012 , passa a II - § 6º do art. 44, 84 (oitenta e quatro) meses; (Redação dada
vigorar acrescida do seguinte art. 12-B: pela Lei nº 14.159, de 2021)
“Art. 12-B. Na outorga de exploração de serviço de táxi, re- III - art. 45 , 24 (vinte e quatro) meses;
servar-se-ão 10% (dez por cento) das vagas para condutores com IV - art. 49 , 48 (quarenta e oito) meses.
deficiência. Art. 126. Prorroga-se até 31 de dezembro de 2021 a vigência
§ 1º Para concorrer às vagas reservadas na forma do caput des- da Lei nº 8.989, de 24 de fevereiro de 1995 .
te artigo, o condutor com deficiência deverá observar os seguintes Art. 127. Esta Lei entra em vigor após decorridos 180 (cento e
requisitos quanto ao veículo utilizado: oitenta) dias de sua publicação oficial .
I - ser de sua propriedade e por ele conduzido; e Brasília, 6 de julho de 2015; 194º da Independência e 127º da
II - estar adaptado às suas necessidades, nos termos da legis- República.
lação vigente. DILMA ROUSSEF
§ 2º No caso de não preenchimento das vagas na forma esta- Marivaldo de Castro Pereira
belecida no caput deste artigo, as remanescentes devem ser dispo- Joaquim Vieira Ferreira Levy
nibilizadas para os demais concorrentes.” Renato Janine Ribeiro
Art. 120. Cabe aos órgãos competentes, em cada esfera de go- Armando Monteiro
verno, a elaboração de relatórios circunstanciados sobre o cumpri- Nelson Barbosa
mento dos prazos estabelecidos por força das Leis nº 10.048, de 8 Gilberto Kassab
de novembro de 2000 , e nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000 , Luis Inácio Lucena Adams
bem como o seu encaminhamento ao Ministério Público e aos ór- Gilberto José Spier Vargas
gãos de regulação para adoção das providências cabíveis. Guilherme Afif Domingos
Parágrafo único. Os relatórios a que se refere o caput deste ar-
tigo deverão ser apresentados no prazo de 1 (um) ano a contar da
CÓDIGO DE PROTEÇÃO E DEFESA DO CONSUMIDOR:
entrada em vigor desta Lei.
LEI Nº 8.078/1990 (VERSÃO ATUALIZADA)
Art. 121. Os direitos, os prazos e as obrigações previstos nesta
Lei não excluem os já estabelecidos em outras legislações, inclusive
em pactos, tratados, convenções e declarações internacionais apro- LEI Nº 8.078, DE 11 DE SETEMBRO DE 1990
vados e promulgados pelo Congresso Nacional, e devem ser apli-
cados em conformidade com as demais normas internas e acordos Dispõe sobre a proteção do consumidor e dá outras providên-
internacionais vinculantes sobre a matéria. cias.
Parágrafo único. Prevalecerá a norma mais benéfica à pessoa O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Na-
com deficiência. cional decreta e eu sanciono a seguinte lei:
Art. 122. Regulamento disporá sobre a adequação do disposto
nesta Lei ao tratamento diferenciado, simplificado e favorecido a TÍTULO I
ser dispensado às microempresas e às empresas de pequeno porte, DOS DIREITOS DO CONSUMIDOR
previsto no § 3º do art. 1º da Lei Complementar nº 123, de 14 de
dezembro de 2006 . CAPÍTULO I
Art. 123. Revogam-se os seguintes dispositivos: (Vigência) DISPOSIÇÕES GERAIS
I - o inciso II do § 2º do art. 1º da Lei nº 9.008, de 21 de março
de 1995 ; Art. 1° O presente código estabelece normas de proteção e
II - os incisos I, II e III do art. 3º da Lei nº 10.406, de 10 de janei- defesa do consumidor, de ordem pública e interesse social, nos ter-
ro de 2002 (Código Civil); mos dos arts. 5°, inciso XXXII, 170, inciso V, da Constituição Federal
III - os incisos II e III do art. 228 da Lei nº 10.406, de 10 de janei- e art. 48 de suas Disposições Transitórias.
ro de 2002 (Código Civil); Art. 2° Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire
ou utiliza produto ou serviço como destinatário final.
IV - o inciso I do art. 1.548 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de
Parágrafo único. Equipara-se a consumidor a coletividade de
2002 (Código Civil);
pessoas, ainda que indetermináveis, que haja intervindo nas rela-
V - o inciso IV do art. 1.557 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro
ções de consumo.
de 2002 (Código Civil);
VI - os incisos II e IV do art. 1.767 da Lei nº 10.406, de 10 de
janeiro de 2002 (Código Civil);

323
ATENDIMENTO BANCÁRIO

Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou I - manutenção de assistência jurídica, integral e gratuita para
privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersona- o consumidor carente;
lizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem, cria- II - instituição de Promotorias de Justiça de Defesa do Consu-
ção, construção, transformação, importação, exportação, distribui- midor, no âmbito do Ministério Público;
ção ou comercialização de produtos ou prestação de serviços. III - criação de delegacias de polícia especializadas no atendi-
§ 1° Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou mento de consumidores vítimas de infrações penais de consumo;
imaterial. IV - criação de Juizados Especiais de Pequenas Causas e Varas
§ 2° Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de Especializadas para a solução de litígios de consumo;
consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza bancá- V - concessão de estímulos à criação e desenvolvimento das
ria, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das re- Associações de Defesa do Consumidor.
lações de caráter trabalhista. VI - instituição de mecanismos de prevenção e tratamento ex-
trajudicial e judicial do superendividamento e de proteção do con-
CAPÍTULO II sumidor pessoa natural; (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)
DA POLÍTICA NACIONAL DE RELAÇÕES DE CONSUMO VII - instituição de núcleos de conciliação e mediação de confli-
tos oriundos de superendividamento. (Incluído pela Lei nº 14.181,
Art. 4º A Política Nacional das Relações de Consumo tem por de 2021)
objetivo o atendimento das necessidades dos consumidores, o res- § 1° (Vetado).
peito à sua dignidade, saúde e segurança, a proteção de seus inte- § 2º (Vetado).
resses econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida, bem como
a transparência e harmonia das relações de consumo, atendidos os CAPÍTULO III
seguintes princípios: (Redação dada pela Lei nº 9.008, de 21.3.1995) DOS DIREITOS BÁSICOS DO CONSUMIDOR
I - reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor no mer-
cado de consumo; Art. 6º São direitos básicos do consumidor:
II - ação governamental no sentido de proteger efetivamente I - a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos pro-
o consumidor: vocados por práticas no fornecimento de produtos e serviços consi-
a) por iniciativa direta; derados perigosos ou nocivos;
b) por incentivos à criação e desenvolvimento de associações II - a educação e divulgação sobre o consumo adequado dos
representativas; produtos e serviços, asseguradas a liberdade de escolha e a igual-
c) pela presença do Estado no mercado de consumo; dade nas contratações;
d) pela garantia dos produtos e serviços com padrões adequa- III - a informação adequada e clara sobre os diferentes pro-
dos de qualidade, segurança, durabilidade e desempenho. dutos e serviços, com especificação correta de quantidade, carac-
III - harmonização dos interesses dos participantes das rela- terísticas, composição, qualidade, tributos incidentes e preço, bem
ções de consumo e compatibilização da proteção do consumidor como sobre os riscos que apresentem; (Redação dada pela Lei nº
com a necessidade de desenvolvimento econômico e tecnológico, 12.741, de 2012) Vigência
de modo a viabilizar os princípios nos quais se funda a ordem eco- IV - a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, mé-
nômica (art. 170, da Constituição Federal), sempre com base na todos comerciais coercitivos ou desleais, bem como contra práticas
boa-fé e equilíbrio nas relações entre consumidores e fornecedores; e cláusulas abusivas ou impostas no fornecimento de produtos e
IV - educação e informação de fornecedores e consumidores, serviços;
quanto aos seus direitos e deveres, com vistas à melhoria do mer- V - a modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam
cado de consumo; prestações desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos su-
V - incentivo à criação pelos fornecedores de meios eficientes pervenientes que as tornem excessivamente onerosas;
de controle de qualidade e segurança de produtos e serviços, as- VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e
sim como de mecanismos alternativos de solução de conflitos de morais, individuais, coletivos e difusos;
consumo; VII - o acesso aos órgãos judiciários e administrativos com
VI - coibição e repressão eficientes de todos os abusos prati- vistas à prevenção ou reparação de danos patrimoniais e morais,
cados no mercado de consumo, inclusive a concorrência desleal e individuais, coletivos ou difusos, assegurada a proteção Jurídica, ad-
utilização indevida de inventos e criações industriais das marcas e ministrativa e técnica aos necessitados;
nomes comerciais e signos distintivos, que possam causar prejuízos VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a
aos consumidores; inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a
VII - racionalização e melhoria dos serviços públicos; critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossu-
VIII - estudo constante das modificações do mercado de consumo. ficiente, segundo as regras ordinárias de experiências;
IX - fomento de ações direcionadas à educação financeira e am- IX - (Vetado);
biental dos consumidores; (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021) X - a adequada e eficaz prestação dos serviços públicos em
X - prevenção e tratamento do superendividamento como for- geral.
ma de evitar a exclusão social do consumidor. (Incluído pela Lei XI - a garantia de práticas de crédito responsável, de educação
nº 14.181, de 2021) financeira e de prevenção e tratamento de situações de superendi-
Art. 5° Para a execução da Política Nacional das Relações de vidamento, preservado o mínimo existencial, nos termos da regu-
Consumo, contará o poder público com os seguintes instrumentos, lamentação, por meio da revisão e da repactuação da dívida, entre
entre outros: outras medidas; (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)

324
ATENDIMENTO BANCÁRIO

XII - a preservação do mínimo existencial, nos termos da regu- § 3° Sempre que tiverem conhecimento de periculosidade de
lamentação, na repactuação de dívidas e na concessão de crédito; produtos ou serviços à saúde ou segurança dos consumidores, a
(Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021) União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão infor-
XIII - a informação acerca dos preços dos produtos por unidade má-los a respeito.
de medida, tal como por quilo, por litro, por metro ou por outra Art. 11. (Vetado).
unidade, conforme o caso. (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)
Parágrafo único. A informação de que trata o inciso III do caput SEÇÃO II
deste artigo deve ser acessível à pessoa com deficiência, observado DA RESPONSABILIDADE PELO FATO DO PRODUTO E DO SER-
o disposto em regulamento. (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015) VIÇO
(Vigência)
Art. 7° Os direitos previstos neste código não excluem outros Art. 12. O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou es-
decorrentes de tratados ou convenções internacionais de que o trangeiro, e o importador respondem, independentemente da exis-
Brasil seja signatário, da legislação interna ordinária, de regulamen- tência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumi-
tos expedidos pelas autoridades administrativas competentes, bem dores por defeitos decorrentes de projeto, fabricação, construção,
como dos que derivem dos princípios gerais do direito, analogia, montagem, fórmulas, manipulação, apresentação ou acondiciona-
costumes e eqüidade. mento de seus produtos, bem como por informações insuficientes
Parágrafo único. Tendo mais de um autor a ofensa, todos res- ou inadequadas sobre sua utilização e riscos.
ponderão solidariamente pela reparação dos danos previstos nas § 1° O produto é defeituoso quando não oferece a segurança
normas de consumo. que dele legitimamente se espera, levando-se em consideração as
circunstâncias relevantes, entre as quais:
CAPÍTULO IV I - sua apresentação;
DA QUALIDADE DE PRODUTOS E SERVIÇOS, DA PREVENÇÃO E II - o uso e os riscos que razoavelmente dele se esperam;
DA REPARAÇÃO DOS DANOS III - a época em que foi colocado em circulação.
§ 2º O produto não é considerado defeituoso pelo fato de ou-
SEÇÃO I tro de melhor qualidade ter sido colocado no mercado.
DA PROTEÇÃO À SAÚDE E SEGURANÇA § 3° O fabricante, o construtor, o produtor ou importador só
não será responsabilizado quando provar:
Art. 8° Os produtos e serviços colocados no mercado de consu- I - que não colocou o produto no mercado;
mo não acarretarão riscos à saúde ou segurança dos consumidores, II - que, embora haja colocado o produto no mercado, o defei-
exceto os considerados normais e previsíveis em decorrência de to inexiste;
sua natureza e fruição, obrigando-se os fornecedores, em qualquer III - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.
hipótese, a dar as informações necessárias e adequadas a seu res- Art. 13. O comerciante é igualmente responsável, nos termos
peito. do artigo anterior, quando:
§ 1º Em se tratando de produto industrial, ao fabricante cabe I - o fabricante, o construtor, o produtor ou o importador não
prestar as informações a que se refere este artigo, através de im- puderem ser identificados;
pressos apropriados que devam acompanhar o produto. (Redação II - o produto for fornecido sem identificação clara do seu fabri-
dada pela Lei nº 13.486, de 2017) cante, produtor, construtor ou importador;
§ 2º O fornecedor deverá higienizar os equipamentos e utensí- III - não conservar adequadamente os produtos perecíveis.
lios utilizados no fornecimento de produtos ou serviços, ou coloca- Parágrafo único. Aquele que efetivar o pagamento ao prejudi-
dos à disposição do consumidor, e informar, de maneira ostensiva cado poderá exercer o direito de regresso contra os demais respon-
e adequada, quando for o caso, sobre o risco de contaminação. (In- sáveis, segundo sua participação na causação do evento danoso.
cluído pela Lei nº 13.486, de 2017) Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independente-
Art. 9° O fornecedor de produtos e serviços potencialmente mente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados
nocivos ou perigosos à saúde ou segurança deverá informar, de ma- aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços,
neira ostensiva e adequada, a respeito da sua nocividade ou peri- bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua
culosidade, sem prejuízo da adoção de outras medidas cabíveis em fruição e riscos.
cada caso concreto. § 1° O serviço é defeituoso quando não fornece a segurança
Art. 10. O fornecedor não poderá colocar no mercado de con- que o consumidor dele pode esperar, levando-se em consideração
sumo produto ou serviço que sabe ou deveria saber apresentar alto as circunstâncias relevantes, entre as quais:
grau de nocividade ou periculosidade à saúde ou segurança. I - o modo de seu fornecimento;
§ 1° O fornecedor de produtos e serviços que, posteriormente II - o resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam;
à sua introdução no mercado de consumo, tiver conhecimento da III - a época em que foi fornecido.
periculosidade que apresentem, deverá comunicar o fato imediata- § 2º O serviço não é considerado defeituoso pela adoção de
mente às autoridades competentes e aos consumidores, mediante novas técnicas.
anúncios publicitários. § 3° O fornecedor de serviços só não será responsabilizado
§ 2° Os anúncios publicitários a que se refere o parágrafo ante- quando provar:
rior serão veiculados na imprensa, rádio e televisão, às expensas do I - que, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste;
fornecedor do produto ou serviço. II - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.
§ 4° A responsabilidade pessoal dos profissionais liberais será
apurada mediante a verificação de culpa.

325
ATENDIMENTO BANCÁRIO

Art. 15. (Vetado). III - a substituição do produto por outro da mesma espécie,
Art. 16. (Vetado). marca ou modelo, sem os aludidos vícios;
Art. 17. Para os efeitos desta Seção, equiparam-se aos consu- IV - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente
midores todas as vítimas do evento. atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos.
§ 1° Aplica-se a este artigo o disposto no § 4° do artigo anterior.
SEÇÃO III § 2° O fornecedor imediato será responsável quando fizer a
DA RESPONSABILIDADE POR VÍCIO DO PRODUTO E DO SER- pesagem ou a medição e o instrumento utilizado não estiver aferido
VIÇO segundo os padrões oficiais.
Art. 20. O fornecedor de serviços responde pelos vícios de qua-
Art. 18. Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou lidade que os tornem impróprios ao consumo ou lhes diminuam o
não duráveis respondem solidariamente pelos vícios de qualidade valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade com as
ou quantidade que os tornem impróprios ou inadequados ao con- indicações constantes da oferta ou mensagem publicitária, poden-
sumo a que se destinam ou lhes diminuam o valor, assim como por do o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha:
aqueles decorrentes da disparidade, com a indicações constantes I - a reexecução dos serviços, sem custo adicional e quando
do recipiente, da embalagem, rotulagem ou mensagem publicitária, cabível;
respeitadas as variações decorrentes de sua natureza, podendo o II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente
consumidor exigir a substituição das partes viciadas. atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos;
§ 1° Não sendo o vício sanado no prazo máximo de trinta dias, III - o abatimento proporcional do preço.
pode o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha: § 1° A reexecução dos serviços poderá ser confiada a terceiros
I - a substituição do produto por outro da mesma espécie, em devidamente capacitados, por conta e risco do fornecedor.
perfeitas condições de uso; § 2° São impróprios os serviços que se mostrem inadequados
II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente para os fins que razoavelmente deles se esperam, bem como aque-
atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos; les que não atendam as normas regulamentares de prestabilidade.
III - o abatimento proporcional do preço. Art. 21. No fornecimento de serviços que tenham por obje-
§ 2° Poderão as partes convencionar a redução ou ampliação tivo a reparação de qualquer produto considerar-se-á implícita a
do prazo previsto no parágrafo anterior, não podendo ser inferior a obrigação do fornecedor de empregar componentes de reposição
sete nem superior a cento e oitenta dias. Nos contratos de adesão, originais adequados e novos, ou que mantenham as especificações
a cláusula de prazo deverá ser convencionada em separado, por técnicas do fabricante, salvo, quanto a estes últimos, autorização
meio de manifestação expressa do consumidor. em contrário do consumidor.
§ 3° O consumidor poderá fazer uso imediato das alternativas Art. 22. Os órgãos públicos, por si ou suas empresas, concessio-
do § 1° deste artigo sempre que, em razão da extensão do vício, nárias, permissionárias ou sob qualquer outra forma de empreen-
a substituição das partes viciadas puder comprometer a qualidade dimento, são obrigados a fornecer serviços adequados, eficientes,
ou características do produto, diminuir-lhe o valor ou se tratar de seguros e, quanto aos essenciais, contínuos.
produto essencial. Parágrafo único. Nos casos de descumprimento, total ou par-
§ 4° Tendo o consumidor optado pela alternativa do inciso I cial, das obrigações referidas neste artigo, serão as pessoas jurídicas
do § 1° deste artigo, e não sendo possível a substituição do bem, compelidas a cumpri-las e a reparar os danos causados, na forma
poderá haver substituição por outro de espécie, marca ou modelo prevista neste código.
diversos, mediante complementação ou restituição de eventual di- Art. 23. A ignorância do fornecedor sobre os vícios de quali-
ferença de preço, sem prejuízo do disposto nos incisos II e III do § dade por inadequação dos produtos e serviços não o exime de res-
1° deste artigo. ponsabilidade.
§ 5° No caso de fornecimento de produtos in natura, será Art. 24. A garantia legal de adequação do produto ou serviço
responsável perante o consumidor o fornecedor imediato, exceto independe de termo expresso, vedada a exoneração contratual do
quando identificado claramente seu produtor. fornecedor.
§ 6° São impróprios ao uso e consumo: Art. 25. É vedada a estipulação contratual de cláusula que im-
I - os produtos cujos prazos de validade estejam vencidos; possibilite, exonere ou atenue a obrigação de indenizar prevista
II - os produtos deteriorados, alterados, adulterados, avaria- nesta e nas seções anteriores.
dos, falsificados, corrompidos, fraudados, nocivos à vida ou à saú- § 1° Havendo mais de um responsável pela causação do dano,
de, perigosos ou, ainda, aqueles em desacordo com as normas re- todos responderão solidariamente pela reparação prevista nesta e
gulamentares de fabricação, distribuição ou apresentação; nas seções anteriores.
III - os produtos que, por qualquer motivo, se revelem inade- § 2° Sendo o dano causado por componente ou peça incorpo-
quados ao fim a que se destinam. rada ao produto ou serviço, são responsáveis solidários seu fabri-
Art. 19. Os fornecedores respondem solidariamente pelos ví- cante, construtor ou importador e o que realizou a incorporação.
cios de quantidade do produto sempre que, respeitadas as varia-
ções decorrentes de sua natureza, seu conteúdo líquido for inferior
às indicações constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem
ou de mensagem publicitária, podendo o consumidor exigir, alter-
nativamente e à sua escolha:
I - o abatimento proporcional do preço;
II - complementação do peso ou medida;

326
ATENDIMENTO BANCÁRIO

SEÇÃO IV SEÇÃO II
DA DECADÊNCIA E DA PRESCRIÇÃO DA OFERTA

Art. 26. O direito de reclamar pelos vícios aparentes ou de fácil Art. 30. Toda informação ou publicidade, suficientemente pre-
constatação caduca em: cisa, veiculada por qualquer forma ou meio de comunicação com
I - trinta dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de pro- relação a produtos e serviços oferecidos ou apresentados, obriga o
dutos não duráveis; fornecedor que a fizer veicular ou dela se utilizar e integra o contra-
II - noventa dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de to que vier a ser celebrado.
produtos duráveis. Art. 31. A oferta e apresentação de produtos ou serviços de-
§ 1° Inicia-se a contagem do prazo decadencial a partir da en- vem assegurar informações corretas, claras, precisas, ostensivas e
trega efetiva do produto ou do término da execução dos serviços. em língua portuguesa sobre suas características, qualidades, quan-
§ 2° Obstam a decadência: tidade, composição, preço, garantia, prazos de validade e origem,
I - a reclamação comprovadamente formulada pelo consu- entre outros dados, bem como sobre os riscos que apresentam à
midor perante o fornecedor de produtos e serviços até a resposta saúde e segurança dos consumidores.
negativa correspondente, que deve ser transmitida de forma ine- Parágrafo único. As informações de que trata este artigo, nos
quívoca; produtos refrigerados oferecidos ao consumidor, serão gravadas de
II - (Vetado). forma indelével. (Incluído pela Lei nº 11.989, de 2009)
III - a instauração de inquérito civil, até seu encerramento. Art. 32. Os fabricantes e importadores deverão assegurar a
§ 3° Tratando-se de vício oculto, o prazo decadencial inicia-se oferta de componentes e peças de reposição enquanto não cessar
no momento em que ficar evidenciado o defeito. a fabricação ou importação do produto.
Art. 27. Prescreve em cinco anos a pretensão à reparação pelos Parágrafo único. Cessadas a produção ou importação, a oferta
danos causados por fato do produto ou do serviço prevista na Seção deverá ser mantida por período razoável de tempo, na forma da lei.
II deste Capítulo, iniciando-se a contagem do prazo a partir do co-
nhecimento do dano e de sua autoria. Art. 33. Em caso de oferta ou venda por telefone ou reembolso
Parágrafo único. (Vetado). postal, deve constar o nome do fabricante e endereço na embala-
gem, publicidade e em todos os impressos utilizados na transação
SEÇÃO V comercial.
DA DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA Parágrafo único. É proibida a publicidade de bens e serviços
por telefone, quando a chamada for onerosa ao consumidor que a
Art. 28. O juiz poderá desconsiderar a personalidade jurídica origina. (Incluído pela Lei nº 11.800, de 2008).
da sociedade quando, em detrimento do consumidor, houver abuso Art. 34. O fornecedor do produto ou serviço é solidariamente
de direito, excesso de poder, infração da lei, fato ou ato ilícito ou responsável pelos atos de seus prepostos ou representantes autô-
violação dos estatutos ou contrato social. A desconsideração tam- nomos.
bém será efetivada quando houver falência, estado de insolvência, Art. 35. Se o fornecedor de produtos ou serviços recusar cum-
encerramento ou inatividade da pessoa jurídica provocados por má primento à oferta, apresentação ou publicidade, o consumidor po-
administração. derá, alternativamente e à sua livre escolha:
§ 1° (Vetado). I - exigir o cumprimento forçado da obrigação, nos termos da
§ 2° As sociedades integrantes dos grupos societários e as oferta, apresentação ou publicidade;
sociedades controladas, são subsidiariamente responsáveis pelas II - aceitar outro produto ou prestação de serviço equivalente;
obrigações decorrentes deste código. III - rescindir o contrato, com direito à restituição de quantia
§ 3° As sociedades consorciadas são solidariamente responsá- eventualmente antecipada, monetariamente atualizada, e a perdas
veis pelas obrigações decorrentes deste código. e danos.
§ 4° As sociedades coligadas só responderão por culpa.
§ 5° Também poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica SEÇÃO III
sempre que sua personalidade for, de alguma forma, obstáculo ao DA PUBLICIDADE
ressarcimento de prejuízos causados aos consumidores.
Art. 36. A publicidade deve ser veiculada de tal forma que o
CAPÍTULO V consumidor, fácil e imediatamente, a identifique como tal.
DAS PRÁTICAS COMERCIAIS Parágrafo único. O fornecedor, na publicidade de seus produ-
tos ou serviços, manterá, em seu poder, para informação dos legí-
SEÇÃO I timos interessados, os dados fáticos, técnicos e científicos que dão
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS sustentação à mensagem.
Art. 37. É proibida toda publicidade enganosa ou abusiva.
Art. 29. Para os fins deste Capítulo e do seguinte, equiparam-se § 1° É enganosa qualquer modalidade de informação ou co-
aos consumidores todas as pessoas determináveis ou não, expostas municação de caráter publicitário, inteira ou parcialmente falsa, ou,
às práticas nele previstas. por qualquer outro modo, mesmo por omissão, capaz de induzir
em erro o consumidor a respeito da natureza, características, quali-
dade, quantidade, propriedades, origem, preço e quaisquer outros
dados sobre produtos e serviços.

327
ATENDIMENTO BANCÁRIO

§ 2° É abusiva, dentre outras a publicidade discriminatória de XIV - permitir o ingresso em estabelecimentos comerciais ou
qualquer natureza, a que incite à violência, explore o medo ou a su- de serviços de um número maior de consumidores que o fixado
perstição, se aproveite da deficiência de julgamento e experiência pela autoridade administrativa como máximo. (Incluído pela Lei nº
da criança, desrespeita valores ambientais, ou que seja capaz de in- 13.425, de 2017)
duzir o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou perigosa Parágrafo único. Os serviços prestados e os produtos remetidos
à sua saúde ou segurança. ou entregues ao consumidor, na hipótese prevista no inciso III, equipa-
§ 3° Para os efeitos deste código, a publicidade é enganosa ram-se às amostras grátis, inexistindo obrigação de pagamento.
por omissão quando deixar de informar sobre dado essencial do Art. 40. O fornecedor de serviço será obrigado a entregar ao con-
produto ou serviço. sumidor orçamento prévio discriminando o valor da mão-de-obra,
§ 4° (Vetado). dos materiais e equipamentos a serem empregados, as condições de
Art. 38. O ônus da prova da veracidade e correção da informa- pagamento, bem como as datas de início e término dos serviços.
ção ou comunicação publicitária cabe a quem as patrocina. § 1º Salvo estipulação em contrário, o valor orçado terá va-
lidade pelo prazo de dez dias, contado de seu recebimento pelo
SEÇÃO IV consumidor.
DAS PRÁTICAS ABUSIVAS § 2° Uma vez aprovado pelo consumidor, o orçamento obriga
os contraentes e somente pode ser alterado mediante livre nego-
Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, den- ciação das partes.
tre outras práticas abusivas: (Redação dada pela Lei nº 8.884, de § 3° O consumidor não responde por quaisquer ônus ou acrés-
11.6.1994) cimos decorrentes da contratação de serviços de terceiros não pre-
I - condicionar o fornecimento de produto ou de serviço ao vistos no orçamento prévio.
fornecimento de outro produto ou serviço, bem como, sem justa Art. 41. No caso de fornecimento de produtos ou de serviços
causa, a limites quantitativos; sujeitos ao regime de controle ou de tabelamento de preços, os
II - recusar atendimento às demandas dos consumidores, na fornecedores deverão respeitar os limites oficiais sob pena de não
exata medida de suas disponibilidades de estoque, e, ainda, de con- o fazendo, responderem pela restituição da quantia recebida em
formidade com os usos e costumes; excesso, monetariamente atualizada, podendo o consumidor exigir
III - enviar ou entregar ao consumidor, sem solicitação prévia, à sua escolha, o desfazimento do negócio, sem prejuízo de outras
qualquer produto, ou fornecer qualquer serviço; sanções cabíveis.
IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do consumidor,
tendo em vista sua idade, saúde, conhecimento ou condição social, SEÇÃO V
para impingir-lhe seus produtos ou serviços; DA COBRANÇA DE DÍVIDAS
V - exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva;
VI - executar serviços sem a prévia elaboração de orçamento e Art. 42. Na cobrança de débitos, o consumidor inadimplente
autorização expressa do consumidor, ressalvadas as decorrentes de não será exposto a ridículo, nem será submetido a qualquer tipo de
práticas anteriores entre as partes; constrangimento ou ameaça.
VII - repassar informação depreciativa, referente a ato pratica- Parágrafo único. O consumidor cobrado em quantia indevida
do pelo consumidor no exercício de seus direitos; tem direito à repetição do indébito, por valor igual ao dobro do que
VIII - colocar, no mercado de consumo, qualquer produto ou pagou em excesso, acrescido de correção monetária e juros legais,
serviço em desacordo com as normas expedidas pelos órgãos ofi- salvo hipótese de engano justificável.
ciais competentes ou, se normas específicas não existirem, pela Art. 42-A. Em todos os documentos de cobrança de débitos
Associação Brasileira de Normas Técnicas ou outra entidade cre- apresentados ao consumidor, deverão constar o nome, o endereço
denciada pelo Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e e o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas – CPF ou
Qualidade Industrial (Conmetro); no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica – CNPJ do fornecedor do
IX - recusar a venda de bens ou a prestação de serviços, di- produto ou serviço correspondente. (Incluído pela Lei nº 12.039,
retamente a quem se disponha a adquiri-los mediante pronto pa- de 2009)
gamento, ressalvados os casos de intermediação regulados em leis
especiais; (Redação dada pela Lei nº 8.884, de 11.6.1994) SEÇÃO VI
X - elevar sem justa causa o preço de produtos ou serviços. DOS BANCOS DE DADOS E CADASTROS DE CONSUMIDORES
(Incluído pela Lei nº 8.884, de 11.6.1994)
XI - Dispositivo incluído pela MPV nº 1.890-67, de 22.10.1999, Art. 43. O consumidor, sem prejuízo do disposto no art. 86,
transformado em inciso XIII, quando da conversão na Lei nº 9.870, terá acesso às informações existentes em cadastros, fichas, regis-
de 23.11.1999 tros e dados pessoais e de consumo arquivados sobre ele, bem
XII - deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obri- como sobre as suas respectivas fontes.
gação ou deixar a fixação de seu termo inicial a seu exclusivo crité- § 1° Os cadastros e dados de consumidores devem ser objeti-
rio. (Incluído pela Lei nº 9.008, de 21.3.1995) vos, claros, verdadeiros e em linguagem de fácil compreensão, não
XIII - aplicar fórmula ou índice de reajuste diverso do legal podendo conter informações negativas referentes a período supe-
ou contratualmente estabelecido. (Incluído pela Lei nº 9.870, de rior a cinco anos.
23.11.1999) § 2° A abertura de cadastro, ficha, registro e dados pessoais
e de consumo deverá ser comunicada por escrito ao consumidor,
quando não solicitada por ele.

328
ATENDIMENTO BANCÁRIO

§ 3° O consumidor, sempre que encontrar inexatidão nos seus entregue, devidamente preenchido pelo fornecedor, no ato do for-
dados e cadastros, poderá exigir sua imediata correção, devendo o necimento, acompanhado de manual de instrução, de instalação e
arquivista, no prazo de cinco dias úteis, comunicar a alteração aos uso do produto em linguagem didática, com ilustrações.
eventuais destinatários das informações incorretas.
§ 4° Os bancos de dados e cadastros relativos a consumidores, SEÇÃO II
os serviços de proteção ao crédito e congêneres são considerados DAS CLÁUSULAS ABUSIVAS
entidades de caráter público.
§ 5° Consumada a prescrição relativa à cobrança de débitos Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas
do consumidor, não serão fornecidas, pelos respectivos Sistemas de contratuais relativas ao fornecimento de produtos e serviços que:
Proteção ao Crédito, quaisquer informações que possam impedir I - impossibilitem, exonerem ou atenuem a responsabilidade
ou dificultar novo acesso ao crédito junto aos fornecedores. do fornecedor por vícios de qualquer natureza dos produtos e ser-
§ 6o Todas as informações de que trata o caput deste artigo viços ou impliquem renúncia ou disposição de direitos. Nas relações
devem ser disponibilizadas em formatos acessíveis, inclusive para de consumo entre o fornecedor e o consumidor pessoa jurídica, a
a pessoa com deficiência, mediante solicitação do consumidor. (In- indenização poderá ser limitada, em situações justificáveis;
cluído pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência) II - subtraiam ao consumidor a opção de reembolso da quantia
Art. 44. Os órgãos públicos de defesa do consumidor mante- já paga, nos casos previstos neste código;
rão cadastros atualizados de reclamações fundamentadas contra III - transfiram responsabilidades a terceiros;
fornecedores de produtos e serviços, devendo divulgá-lo pública e IV - estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas,
anualmente. A divulgação indicará se a reclamação foi atendida ou que coloquem o consumidor em desvantagem exagerada, ou sejam
não pelo fornecedor. incompatíveis com a boa-fé ou a eqüidade;
§ 1° É facultado o acesso às informações lá constantes para V - (Vetado);
orientação e consulta por qualquer interessado. VI - estabeleçam inversão do ônus da prova em prejuízo do
§ 2° Aplicam-se a este artigo, no que couber, as mesmas regras consumidor;
enunciadas no artigo anterior e as do parágrafo único do art. 22 VII - determinem a utilização compulsória de arbitragem;
deste código. VIII - imponham representante para concluir ou realizar outro
Art. 45. (Vetado). negócio jurídico pelo consumidor;
IX - deixem ao fornecedor a opção de concluir ou não o contra-
CAPÍTULO VI to, embora obrigando o consumidor;
DA PROTEÇÃO CONTRATUAL X - permitam ao fornecedor, direta ou indiretamente, variação
do preço de maneira unilateral;
SEÇÃO I XI - autorizem o fornecedor a cancelar o contrato unilateral-
DISPOSIÇÕES GERAIS mente, sem que igual direito seja conferido ao consumidor;
XII - obriguem o consumidor a ressarcir os custos de cobrança
Art. 46. Os contratos que regulam as relações de consumo não de sua obrigação, sem que igual direito lhe seja conferido contra o
obrigarão os consumidores, se não lhes for dada a oportunidade de fornecedor;
tomar conhecimento prévio de seu conteúdo, ou se os respectivos XIII - autorizem o fornecedor a modificar unilateralmente o
instrumentos forem redigidos de modo a dificultar a compreensão conteúdo ou a qualidade do contrato, após sua celebração;
de seu sentido e alcance. XIV - infrinjam ou possibilitem a violação de normas ambien-
Art. 47. As cláusulas contratuais serão interpretadas de manei- tais;
ra mais favorável ao consumidor. XV - estejam em desacordo com o sistema de proteção ao con-
Art. 48. As declarações de vontade constantes de escritos par- sumidor;
ticulares, recibos e pré-contratos relativos às relações de consumo XVI - possibilitem a renúncia do direito de indenização por ben-
vinculam o fornecedor, ensejando inclusive execução específica, feitorias necessárias.
nos termos do art. 84 e parágrafos. XVII - condicionem ou limitem de qualquer forma o acesso aos
Art. 49. O consumidor pode desistir do contrato, no prazo órgãos do Poder Judiciário; (Incluído pela Lei nº 14.181, de
de 7 dias a contar de sua assinatura ou do ato de recebimento do 2021)
produto ou serviço, sempre que a contratação de fornecimento de XVIII - estabeleçam prazos de carência em caso de impontua-
produtos e serviços ocorrer fora do estabelecimento comercial, es- lidade das prestações mensais ou impeçam o restabelecimento in-
pecialmente por telefone ou a domicílio. tegral dos direitos do consumidor e de seus meios de pagamento a
Parágrafo único. Se o consumidor exercitar o direito de arre- partir da purgação da mora ou do acordo com os credores; (In-
pendimento previsto neste artigo, os valores eventualmente pagos, cluído pela Lei nº 14.181, de 2021)
a qualquer título, durante o prazo de reflexão, serão devolvidos, de XIX - (VETADO). (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)
imediato, monetariamente atualizados. § 1º Presume-se exagerada, entre outros casos, a vantagem
Art. 50. A garantia contratual é complementar à legal e será que:
conferida mediante termo escrito. I - ofende os princípios fundamentais do sistema jurídico a que
Parágrafo único. O termo de garantia ou equivalente deve ser pertence;
padronizado e esclarecer, de maneira adequada em que consiste a II - restringe direitos ou obrigações fundamentais inerentes à
mesma garantia, bem como a forma, o prazo e o lugar em que pode natureza do contrato, de tal modo a ameaçar seu objeto ou equilí-
ser exercitada e os ônus a cargo do consumidor, devendo ser-lhe brio contratual;

329
ATENDIMENTO BANCÁRIO

III - se mostra excessivamente onerosa para o consumidor, con- § 4° As cláusulas que implicarem limitação de direito do consu-
siderando-se a natureza e conteúdo do contrato, o interesse das midor deverão ser redigidas com destaque, permitindo sua imedia-
partes e outras circunstâncias peculiares ao caso. ta e fácil compreensão.
§ 2° A nulidade de uma cláusula contratual abusiva não invali- § 5° (Vetado)
da o contrato, exceto quando de sua ausência, apesar dos esforços
de integração, decorrer ônus excessivo a qualquer das partes.
§ 3° (Vetado). CAPÍTULO VI-A
§ 4° É facultado a qualquer consumidor ou entidade que o re- DA PREVENÇÃO E DO TRATAMENTO DO SUPERENDIVIDA-
presente requerer ao Ministério Público que ajuíze a competente MENTO
ação para ser declarada a nulidade de cláusula contratual que con- (INCLUÍDO PELA LEI Nº 14.181, DE 2021)
trarie o disposto neste código ou de qualquer forma não assegure o
justo equilíbrio entre direitos e obrigações das partes. Art. 54-A. Este Capítulo dispõe sobre a prevenção do superen-
Art. 52. No fornecimento de produtos ou serviços que envolva dividamento da pessoa natural, sobre o crédito responsável e sobre
outorga de crédito ou concessão de financiamento ao consumidor, a educação financeira do consumidor. (Incluído pela Lei nº 14.181,
o fornecedor deverá, entre outros requisitos, informá-lo prévia e de 2021)
adequadamente sobre: § 1º Entende-se por superendividamento a impossibilidade
I - preço do produto ou serviço em moeda corrente nacional; manifesta de o consumidor pessoa natural, de boa-fé, pagar a tota-
II - montante dos juros de mora e da taxa efetiva anual de juros; lidade de suas dívidas de consumo, exigíveis e vincendas, sem com-
III - acréscimos legalmente previstos; prometer seu mínimo existencial, nos termos da regulamentação.
IV - número e periodicidade das prestações; (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)
V - soma total a pagar, com e sem financiamento. § 2º As dívidas referidas no § 1º deste artigo englobam quais-
§ 1° As multas de mora decorrentes do inadimplemento de obri- quer compromissos financeiros assumidos decorrentes de relação
gações no seu termo não poderão ser superiores a dois por cento do de consumo, inclusive operações de crédito, compras a prazo e ser-
valor da prestação. (Redação dada pela Lei nº 9.298, de 1º.8.1996) viços de prestação continuada. (Incluído pela Lei nº 14.181, de
§ 2º É assegurado ao consumidor a liquidação antecipada do 2021)
débito, total ou parcialmente, mediante redução proporcional dos § 3º O disposto neste Capítulo não se aplica ao consumidor
juros e demais acréscimos. cujas dívidas tenham sido contraídas mediante fraude ou má-fé,
§ 3º (Vetado). sejam oriundas de contratos celebrados dolosamente com o propó-
Art. 53. Nos contratos de compra e venda de móveis ou imó- sito de não realizar o pagamento ou decorram da aquisição ou con-
veis mediante pagamento em prestações, bem como nas alienações tratação de produtos e serviços de luxo de alto valor. (Incluído
fiduciárias em garantia, consideram-se nulas de pleno direito as pela Lei nº 14.181, de 2021)
cláusulas que estabeleçam a perda total das prestações pagas em Art. 54-B. No fornecimento de crédito e na venda a prazo, além
benefício do credor que, em razão do inadimplemento, pleitear a das informações obrigatórias previstas no art. 52 deste Código e na
resolução do contrato e a retomada do produto alienado. legislação aplicável à matéria, o fornecedor ou o intermediário de-
§ 1° (Vetado). verá informar o consumidor, prévia e adequadamente, no momen-
§ 2º Nos contratos do sistema de consórcio de produtos du- to da oferta, sobre: (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)
ráveis, a compensação ou a restituição das parcelas quitadas, na I - o custo efetivo total e a descrição dos elementos que o com-
forma deste artigo, terá descontada, além da vantagem econômica põem; (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)
auferida com a fruição, os prejuízos que o desistente ou inadim- II - a taxa efetiva mensal de juros, bem como a taxa dos juros
plente causar ao grupo. de mora e o total de encargos, de qualquer natureza, previstos para
§ 3° Os contratos de que trata o caput deste artigo serão ex- o atraso no pagamento; (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)
pressos em moeda corrente nacional. III - o montante das prestações e o prazo de validade da oferta,
que deve ser, no mínimo, de 2 (dois) dias; (Incluído pela Lei nº
SEÇÃO III 14.181, de 2021)
DOS CONTRATOS DE ADESÃO IV - o nome e o endereço, inclusive o eletrônico, do fornecedor;
(Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)
Art. 54. Contrato de adesão é aquele cujas cláusulas tenham V - o direito do consumidor à liquidação antecipada e não one-
sido aprovadas pela autoridade competente ou estabelecidas uni- rosa do débito, nos termos do § 2º do art. 52 deste Código e da
lateralmente pelo fornecedor de produtos ou serviços, sem que o regulamentação em vigor. (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)
consumidor possa discutir ou modificar substancialmente seu con- § 1º As informações referidas no art. 52 deste Código e no
teúdo. caput deste artigo devem constar de forma clara e resumida do pró-
§ 1° A inserção de cláusula no formulário não desfigura a natu- prio contrato, da fatura ou de instrumento apartado, de fácil acesso
reza de adesão do contrato. ao consumidor. (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)
§ 2° Nos contratos de adesão admite-se cláusula resolutória, § 2º Para efeitos deste Código, o custo efetivo total da opera-
desde que a alternativa, cabendo a escolha ao consumidor, ressal- ção de crédito ao consumidor consistirá em taxa percentual anual e
vando-se o disposto no § 2° do artigo anterior. compreenderá todos os valores cobrados do consumidor, sem pre-
§ 3o Os contratos de adesão escritos serão redigidos em ter- juízo do cálculo padronizado pela autoridade reguladora do sistema
mos claros e com caracteres ostensivos e legíveis, cujo tamanho da financeiro. (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)
fonte não será inferior ao corpo doze, de modo a facilitar sua com-
preensão pelo consumidor. (Redação dada pela nº 11.785, de 2008)

330
ATENDIMENTO BANCÁRIO

§ 3º Sem prejuízo do disposto no art. 37 deste Código, a oferta I - recorrer aos serviços do fornecedor de produto ou serviço
de crédito ao consumidor e a oferta de venda a prazo, ou a fatura para a preparação ou a conclusão do contrato de crédito; (Incluí-
mensal, conforme o caso, devem indicar, no mínimo, o custo efetivo do pela Lei nº 14.181, de 2021)
total, o agente financiador e a soma total a pagar, com e sem finan- II - oferecer o crédito no local da atividade empresarial do for-
ciamento. (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021) necedor de produto ou serviço financiado ou onde o contrato prin-
Art. 54-C. É vedado, expressa ou implicitamente, na oferta de cipal for celebrado. (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)
crédito ao consumidor, publicitária ou não: (Incluído pela Lei nº § 1º O exercício do direito de arrependimento nas hipóteses
14.181, de 2021) previstas neste Código, no contrato principal ou no contrato de cré-
I - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021) dito, implica a resolução de pleno direito do contrato que lhe seja
II - indicar que a operação de crédito poderá ser concluída sem conexo. (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)
consulta a serviços de proteção ao crédito ou sem avaliação da si- § 2º Nos casos dos incisos I e II do caput deste artigo, se houver
tuação financeira do consumidor; (Incluído pela Lei nº 14.181, inexecução de qualquer das obrigações e deveres do fornecedor de
de 2021) produto ou serviço, o consumidor poderá requerer a rescisão do
III - ocultar ou dificultar a compreensão sobre os ônus e os ris- contrato não cumprido contra o fornecedor do crédito. (Incluído
cos da contratação do crédito ou da venda a prazo; (Incluído pela pela Lei nº 14.181, de 2021)
Lei nº 14.181, de 2021) § 3º O direito previsto no § 2º deste artigo caberá igualmente
IV - assediar ou pressionar o consumidor para contratar o for- ao consumidor: (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)
necimento de produto, serviço ou crédito, principalmente se se I - contra o portador de cheque pós-datado emitido para aqui-
tratar de consumidor idoso, analfabeto, doente ou em estado de sição de produto ou serviço a prazo; (Incluído pela Lei nº 14.181,
vulnerabilidade agravada ou se a contratação envolver prêmio; de 2021)
(Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021) II - contra o administrador ou o emitente de cartão de crédito
V - condicionar o atendimento de pretensões do consumidor ou similar quando o cartão de crédito ou similar e o produto ou
ou o início de tratativas à renúncia ou à desistência de demandas serviço forem fornecidos pelo mesmo fornecedor ou por entidades
judiciais, ao pagamento de honorários advocatícios ou a depósitos pertencentes a um mesmo grupo econômico. (Incluído pela Lei
judiciais. (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021) nº 14.181, de 2021)
Parágrafo único. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 14.181, de § 4º A invalidade ou a ineficácia do contrato principal implicará,
2021) de pleno direito, a do contrato de crédito que lhe seja conexo, nos
Art. 54-D. Na oferta de crédito, previamente à contratação, termos do caput deste artigo, ressalvado ao fornecedor do crédito
o fornecedor ou o intermediário deverá, entre outras condutas: o direito de obter do fornecedor do produto ou serviço a devolução
(Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021) dos valores entregues, inclusive relativamente a tributos. (Incluí-
I - informar e esclarecer adequadamente o consumidor, consi- do pela Lei nº 14.181, de 2021)
derada sua idade, sobre a natureza e a modalidade do crédito ofe- Art. 54-G. Sem prejuízo do disposto no art. 39 deste Código e
recido, sobre todos os custos incidentes, observado o disposto nos na legislação aplicável à matéria, é vedado ao fornecedor de produ-
arts. 52 e 54-B deste Código, e sobre as consequências genéricas e to ou serviço que envolva crédito, entre outras condutas: (Incluí-
específicas do inadimplemento; (Incluído pela Lei nº 14.181, de do pela Lei nº 14.181, de 2021)
2021) I - realizar ou proceder à cobrança ou ao débito em conta de
II - avaliar, de forma responsável, as condições de crédito do qualquer quantia que houver sido contestada pelo consumidor em
consumidor, mediante análise das informações disponíveis em ban- compra realizada com cartão de crédito ou similar, enquanto não
cos de dados de proteção ao crédito, observado o disposto neste for adequadamente solucionada a controvérsia, desde que o consu-
Código e na legislação sobre proteção de dados; (Incluído pela midor haja notificado a administradora do cartão com antecedência
Lei nº 14.181, de 2021) de pelo menos 10 (dez) dias contados da data de vencimento da fa-
III - informar a identidade do agente financiador e entregar ao tura, vedada a manutenção do valor na fatura seguinte e assegura-
consumidor, ao garante e a outros coobrigados cópia do contrato de do ao consumidor o direito de deduzir do total da fatura o valor em
crédito. (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021) disputa e efetuar o pagamento da parte não contestada, podendo
Parágrafo único. O descumprimento de qualquer dos deveres o emissor lançar como crédito em confiança o valor idêntico ao da
previstos no caput deste artigo e nos arts. 52 e 54-C deste Código transação contestada que tenha sido cobrada, enquanto não en-
poderá acarretar judicialmente a redução dos juros, dos encargos cerrada a apuração da contestação; (Incluído pela Lei nº 14.181,
ou de qualquer acréscimo ao principal e a dilação do prazo de pa- de 2021)
gamento previsto no contrato original, conforme a gravidade da II - recusar ou não entregar ao consumidor, ao garante e aos ou-
conduta do fornecedor e as possibilidades financeiras do consumi- tros coobrigados cópia da minuta do contrato principal de consumo
dor, sem prejuízo de outras sanções e de indenização por perdas e ou do contrato de crédito, em papel ou outro suporte duradouro,
danos, patrimoniais e morais, ao consumidor. (Incluído pela Lei nº disponível e acessível, e, após a conclusão, cópia do contrato; (In-
14.181, de 2021) cluído pela Lei nº 14.181, de 2021)
Art. 54-E. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021) III - impedir ou dificultar, em caso de utilização fraudulenta do
Art. 54-F. São conexos, coligados ou interdependentes, entre cartão de crédito ou similar, que o consumidor peça e obtenha,
outros, o contrato principal de fornecimento de produto ou serviço quando aplicável, a anulação ou o imediato bloqueio do pagamen-
e os contratos acessórios de crédito que lhe garantam o financia- to, ou ainda a restituição dos valores indevidamente recebidos.
mento quando o fornecedor de crédito: (Incluído pela Lei nº (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)
14.181, de 2021)

331
ATENDIMENTO BANCÁRIO

§ 1º Sem prejuízo do dever de informação e esclarecimento do Art. 57. A pena de multa, graduada de acordo com a gravidade
consumidor e de entrega da minuta do contrato, no empréstimo da infração, a vantagem auferida e a condição econômica do forne-
cuja liquidação seja feita mediante consignação em folha de paga- cedor, será aplicada mediante procedimento administrativo, rever-
mento, a formalização e a entrega da cópia do contrato ou do ins- tendo para o Fundo de que trata a Lei nº 7.347, de 24 de julho de
trumento de contratação ocorrerão após o fornecedor do crédito 1985, os valores cabíveis à União, ou para os Fundos estaduais ou
obter da fonte pagadora a indicação sobre a existência de margem municipais de proteção ao consumidor nos demais casos. (Redação
consignável. (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021) dada pela Lei nº 8.656, de 21.5.1993)
§ 2º Nos contratos de adesão, o fornecedor deve prestar ao Parágrafo único. A multa será em montante não inferior a du-
consumidor, previamente, as informações de que tratam o art. 52 e zentas e não superior a três milhões de vezes o valor da Unidade
o caput do art. 54-B deste Código, além de outras porventura deter- Fiscal de Referência (Ufir), ou índice equivalente que venha a subs-
minadas na legislação em vigor, e fica obrigado a entregar ao con- tituí-lo. (Parágrafo acrescentado pela Lei nº 8.703, de 6.9.1993)
sumidor cópia do contrato, após a sua conclusão (Incluído pela Art. 58. As penas de apreensão, de inutilização de produtos,
Lei nº 14.181, de 2021) de proibição de fabricação de produtos, de suspensão do forneci-
mento de produto ou serviço, de cassação do registro do produto e
CAPÍTULO VII revogação da concessão ou permissão de uso serão aplicadas pela
DAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS administração, mediante procedimento administrativo, assegurada
(VIDE LEI Nº 8.656, DE 1993) ampla defesa, quando forem constatados vícios de quantidade ou
de qualidade por inadequação ou insegurança do produto ou ser-
Art. 55. A União, os Estados e o Distrito Federal, em caráter viço.
concorrente e nas suas respectivas áreas de atuação administrativa, Art. 59. As penas de cassação de alvará de licença, de inter-
baixarão normas relativas à produção, industrialização, distribuição dição e de suspensão temporária da atividade, bem como a de in-
e consumo de produtos e serviços. tervenção administrativa, serão aplicadas mediante procedimento
§ 1° A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios administrativo, assegurada ampla defesa, quando o fornecedor re-
fiscalizarão e controlarão a produção, industrialização, distribuição, incidir na prática das infrações de maior gravidade previstas neste
a publicidade de produtos e serviços e o mercado de consumo, no código e na legislação de consumo.
interesse da preservação da vida, da saúde, da segurança, da infor- § 1° A pena de cassação da concessão será aplicada à conces-
mação e do bem-estar do consumidor, baixando as normas que se sionária de serviço público, quando violar obrigação legal ou con-
fizerem necessárias. tratual.
§ 2° (Vetado). § 2° A pena de intervenção administrativa será aplicada sem-
§ 3° Os órgãos federais, estaduais, do Distrito Federal e muni- pre que as circunstâncias de fato desaconselharem a cassação de
cipais com atribuições para fiscalizar e controlar o mercado de con- licença, a interdição ou suspensão da atividade.
sumo manterão comissões permanentes para elaboração, revisão e § 3° Pendendo ação judicial na qual se discuta a imposição de
atualização das normas referidas no § 1°, sendo obrigatória a parti- penalidade administrativa, não haverá reincidência até o trânsito
cipação dos consumidores e fornecedores. em julgado da sentença.
§ 4° Os órgãos oficiais poderão expedir notificações aos for- Art. 60. A imposição de contrapropaganda será cominada
necedores para que, sob pena de desobediência, prestem informa- quando o fornecedor incorrer na prática de publicidade enganosa
ções sobre questões de interesse do consumidor, resguardado o ou abusiva, nos termos do art. 36 e seus parágrafos, sempre às ex-
segredo industrial. pensas do infrator.
Art. 56. As infrações das normas de defesa do consumidor fi- § 1º A contrapropaganda será divulgada pelo responsável da
cam sujeitas, conforme o caso, às seguintes sanções administrati- mesma forma, frequência e dimensão e, preferencialmente no
vas, sem prejuízo das de natureza civil, penal e das definidas em mesmo veículo, local, espaço e horário, de forma capaz de desfazer
normas específicas: o malefício da publicidade enganosa ou abusiva.
I - multa; § 2° (Vetado)
II - apreensão do produto; § 3° (Vetado).
III - inutilização do produto;
IV - cassação do registro do produto junto ao órgão compe- TÍTULO II
tente; DAS INFRAÇÕES PENAIS
V - proibição de fabricação do produto;
VI - suspensão de fornecimento de produtos ou serviço; Art. 61. Constituem crimes contra as relações de consumo pre-
VII - suspensão temporária de atividade; vistas neste código, sem prejuízo do disposto no Código Penal e leis
VIII - revogação de concessão ou permissão de uso; especiais, as condutas tipificadas nos artigos seguintes.
IX - cassação de licença do estabelecimento ou de atividade; Art. 62. (Vetado).
X - interdição, total ou parcial, de estabelecimento, de obra ou Art. 63. Omitir dizeres ou sinais ostensivos sobre a nocividade
de atividade; ou periculosidade de produtos, nas embalagens, nos invólucros, re-
XI - intervenção administrativa; cipientes ou publicidade:
XII - imposição de contrapropaganda. Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa.
Parágrafo único. As sanções previstas neste artigo serão apli- § 1° Incorrerá nas mesmas penas quem deixar de alertar, me-
cadas pela autoridade administrativa, no âmbito de sua atribuição, diante recomendações escritas ostensivas, sobre a periculosidade
podendo ser aplicadas cumulativamente, inclusive por medida cau- do serviço a ser prestado.
telar, antecedente ou incidente de procedimento administrativo. § 2° Se o crime é culposo:

332
ATENDIMENTO BANCÁRIO

Pena Detenção de um a seis meses ou multa. Art. 75. Quem, de qualquer forma, concorrer para os crimes
Art. 64. Deixar de comunicar à autoridade competente e aos referidos neste código, incide as penas a esses cominadas na me-
consumidores a nocividade ou periculosidade de produtos cujo co- dida de sua culpabilidade, bem como o diretor, administrador ou
nhecimento seja posterior à sua colocação no mercado: gerente da pessoa jurídica que promover, permitir ou por qualquer
Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa. modo aprovar o fornecimento, oferta, exposição à venda ou manu-
Parágrafo único. Incorrerá nas mesmas penas quem deixar de tenção em depósito de produtos ou a oferta e prestação de serviços
retirar do mercado, imediatamente quando determinado pela au- nas condições por ele proibidas.
toridade competente, os produtos nocivos ou perigosos, na forma Art. 76. São circunstâncias agravantes dos crimes tipificados
deste artigo. neste código:
Art. 65. Executar serviço de alto grau de periculosidade, con- I - serem cometidos em época de grave crise econômica ou por
trariando determinação de autoridade competente: ocasião de calamidade;
Pena Detenção de seis meses a dois anos e multa. II - ocasionarem grave dano individual ou coletivo;
§ 1º As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das cor- III - dissimular-se a natureza ilícita do procedimento;
respondentes à lesão corporal e à morte. (Redação dada pela Lei nº IV - quando cometidos:
13.425, de 2017) a) por servidor público, ou por pessoa cuja condição econômi-
§ 2º A prática do disposto no inciso XIV do art. 39 desta Lei co-social seja manifestamente superior à da vítima;
também caracteriza o crime previsto no caput deste artigo. (Incluí- b) em detrimento de operário ou rurícola; de menor de dezoito
do pela Lei nº 13.425, de 2017) ou maior de sessenta anos ou de pessoas portadoras de deficiência
Art. 66. Fazer afirmação falsa ou enganosa, ou omitir informa- mental interditadas ou não;
ção relevante sobre a natureza, característica, qualidade, quanti- V - serem praticados em operações que envolvam alimentos,
dade, segurança, desempenho, durabilidade, preço ou garantia de medicamentos ou quaisquer outros produtos ou serviços essenciais .
produtos ou serviços: Art. 77. A pena pecuniária prevista nesta Seção será fixada em
Pena - Detenção de três meses a um ano e multa. dias-multa, correspondente ao mínimo e ao máximo de dias de du-
§ 1º Incorrerá nas mesmas penas quem patrocinar a oferta. ração da pena privativa da liberdade cominada ao crime. Na indivi-
§ 2º Se o crime é culposo; dualização desta multa, o juiz observará o disposto no art. 60, §1°
Pena Detenção de um a seis meses ou multa. do Código Penal.
Art. 67. Fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria Art. 78. Além das penas privativas de liberdade e de multa,
saber ser enganosa ou abusiva: podem ser impostas, cumulativa ou alternadamente, observado o
Pena Detenção de três meses a um ano e multa. disposto nos arts. 44 a 47, do Código Penal:
Parágrafo único. (Vetado). I - a interdição temporária de direitos;
Art. 68. Fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria II - a publicação em órgãos de comunicação de grande circu-
saber ser capaz de induzir o consumidor a se comportar de forma lação ou audiência, às expensas do condenado, de notícia sobre os
prejudicial ou perigosa a sua saúde ou segurança: fatos e a condenação;
Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa: III - a prestação de serviços à comunidade.
Parágrafo único. (Vetado). Art. 79. O valor da fiança, nas infrações de que trata este có-
Art. 69. Deixar de organizar dados fáticos, técnicos e científicos digo, será fixado pelo juiz, ou pela autoridade que presidir o inqué-
que dão base à publicidade: rito, entre cem e duzentas mil vezes o valor do Bônus do Tesouro
Pena Detenção de um a seis meses ou multa. Nacional (BTN), ou índice equivalente que venha a substituí-lo.
Art. 70. Empregar na reparação de produtos, peça ou compo- Parágrafo único. Se assim recomendar a situação econômica
nentes de reposição usados, sem autorização do consumidor: do indiciado ou réu, a fiança poderá ser:
Pena Detenção de três meses a um ano e multa. a) reduzida até a metade do seu valor mínimo;
Art. 71. Utilizar, na cobrança de dívidas, de ameaça, coação, b) aumentada pelo juiz até vinte vezes.
constrangimento físico ou moral, afirmações falsas incorretas ou Art. 80. No processo penal atinente aos crimes previstos neste
enganosas ou de qualquer outro procedimento que exponha o con- código, bem como a outros crimes e contravenções que envolvam
sumidor, injustificadamente, a ridículo ou interfira com seu traba- relações de consumo, poderão intervir, como assistentes do Minis-
lho, descanso ou lazer: tério Público, os legitimados indicados no art. 82, inciso III e IV, aos
Pena Detenção de três meses a um ano e multa. quais também é facultado propor ação penal subsidiária, se a de-
Art. 72. Impedir ou dificultar o acesso do consumidor às in- núncia não for oferecida no prazo legal.
formações que sobre ele constem em cadastros, banco de dados,
fichas e registros: TÍTULO III
Pena Detenção de seis meses a um ano ou multa. DA DEFESA DO CONSUMIDOR EM JUÍZO
Art. 73. Deixar de corrigir imediatamente informação sobre
consumidor constante de cadastro, banco de dados, fichas ou regis- CAPÍTULO I
tros que sabe ou deveria saber ser inexata: DISPOSIÇÕES GERAIS
Pena Detenção de um a seis meses ou multa.
Art. 74. Deixar de entregar ao consumidor o termo de garan- Art. 81. A defesa dos interesses e direitos dos consumidores
tia adequadamente preenchido e com especificação clara de seu e das vítimas poderá ser exercida em juízo individualmente, ou a
conteúdo; título coletivo.
Pena Detenção de um a seis meses ou multa. Parágrafo único. A defesa coletiva será exercida quando se tra-
tar de:

333
ATENDIMENTO BANCÁRIO

I - interesses ou direitos difusos, assim entendidos, para efei- Art. 87. Nas ações coletivas de que trata este código não ha-
tos deste código, os transindividuais, de natureza indivisível, de que verá adiantamento de custas, emolumentos, honorários periciais e
sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas por circunstâncias quaisquer outras despesas, nem condenação da associação autora,
de fato; salvo comprovada má-fé, em honorários de advogados, custas e
II - interesses ou direitos coletivos, assim entendidos, para efei- despesas processuais.
tos deste código, os transindividuais, de natureza indivisível de que Parágrafo único. Em caso de litigância de má-fé, a associação
seja titular grupo, categoria ou classe de pessoas ligadas entre si ou autora e os diretores responsáveis pela propositura da ação serão
com a parte contrária por uma relação jurídica base; solidariamente condenados em honorários advocatícios e ao dé-
III - interesses ou direitos individuais homogêneos, assim en- cuplo das custas, sem prejuízo da responsabilidade por perdas e
tendidos os decorrentes de origem comum. danos.
Art. 82. Para os fins do art. 81, parágrafo único, são legitimados Art. 88. Na hipótese do art. 13, parágrafo único deste código,
concorrentemente: (Redação dada pela Lei nº 9.008, de 21.3.1995) a ação de regresso poderá ser ajuizada em processo autônomo, fa-
I - o Ministério Público, cultada a possibilidade de prosseguir-se nos mesmos autos, vedada
II - a União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal; a denunciação da lide.
III - as entidades e órgãos da Administração Pública, direta ou Art. 89. (Vetado)
indireta, ainda que sem personalidade jurídica, especificamente Art. 90. Aplicam-se às ações previstas neste título as normas
destinados à defesa dos interesses e direitos protegidos por este do Código de Processo Civil e da Lei n° 7.347, de 24 de julho de
código; 1985, inclusive no que respeita ao inquérito civil, naquilo que não
IV - as associações legalmente constituídas há pelo menos um contrariar suas disposições.
ano e que incluam entre seus fins institucionais a defesa dos inte-
resses e direitos protegidos por este código, dispensada a autoriza- CAPÍTULO II
ção assemblear. DAS AÇÕES COLETIVAS PARA A DEFESA DE INTERESSES INDI-
§ 1° O requisito da pré-constituição pode ser dispensado pelo VIDUAIS HOMOGÊNEOS
juiz, nas ações previstas nos arts. 91 e seguintes, quando haja ma-
nifesto interesse social evidenciado pela dimensão ou característica Art. 91. Os legitimados de que trata o art. 82 poderão propor,
do dano, ou pela relevância do bem jurídico a ser protegido. em nome próprio e no interesse das vítimas ou seus sucessores,
§ 2° (Vetado). ação civil coletiva de responsabilidade pelos danos individualmente
§ 3° (Vetado). sofridos, de acordo com o disposto nos artigos seguintes. (Redação
Art. 83. Para a defesa dos direitos e interesses protegidos por dada pela Lei nº 9.008, de 21.3.1995)
este código são admissíveis todas as espécies de ações capazes de Art. 92. O Ministério Público, se não ajuizar a ação, atuará sem-
propiciar sua adequada e efetiva tutela. pre como fiscal da lei.
Parágrafo único. (Vetado). Parágrafo único. (Vetado).
Art. 84. Na ação que tenha por objeto o cumprimento da obri- Art. 93. Ressalvada a competência da Justiça Federal, é compe-
gação de fazer ou não fazer, o juiz concederá a tutela específica da tente para a causa a justiça local:
obrigação ou determinará providências que assegurem o resultado I - no foro do lugar onde ocorreu ou deva ocorrer o dano, quan-
prático equivalente ao do adimplemento. do de âmbito local;
§ 1° A conversão da obrigação em perdas e danos somente II - no foro da Capital do Estado ou no do Distrito Federal, para
será admissível se por elas optar o autor ou se impossível a tutela os danos de âmbito nacional ou regional, aplicando-se as regras do
específica ou a obtenção do resultado prático correspondente. Código de Processo Civil aos casos de competência concorrente.
§ 2° A indenização por perdas e danos se fará sem prejuízo da Art. 94. Proposta a ação, será publicado edital no órgão oficial,
multa (art. 287, do Código de Processo Civil). a fim de que os interessados possam intervir no processo como li-
§ 3° Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo tisconsortes, sem prejuízo de ampla divulgação pelos meios de co-
justificado receio de ineficácia do provimento final, é lícito ao juiz municação social por parte dos órgãos de defesa do consumidor.
conceder a tutela liminarmente ou após justificação prévia, citado Art. 95. Em caso de procedência do pedido, a condenação será
o réu. genérica, fixando a responsabilidade do réu pelos danos causados.
§ 4° O juiz poderá, na hipótese do § 3° ou na sentença, impor Art. 96. (Vetado).
multa diária ao réu, independentemente de pedido do autor, se for Art. 97. A liquidação e a execução de sentença poderão ser
suficiente ou compatível com a obrigação, fixando prazo razoável promovidas pela vítima e seus sucessores, assim como pelos legiti-
para o cumprimento do preceito. mados de que trata o art. 82.
§ 5° Para a tutela específica ou para a obtenção do resultado Parágrafo único. (Vetado).
prático equivalente, poderá o juiz determinar as medidas necessá- Art. 98. A execução poderá ser coletiva, sendo promovida pe-
rias, tais como busca e apreensão, remoção de coisas e pessoas, los legitimados de que trata o art. 82, abrangendo as vítimas cujas
desfazimento de obra, impedimento de atividade nociva, além de indenizações já tiveram sido fixadas em sentença de liquidação,
requisição de força policial. sem prejuízo do ajuizamento de outras execuções. (Redação dada
Art. 85. (Vetado). pela Lei nº 9.008, de 21.3.1995)
Art. 86. (Vetado). § 1° A execução coletiva far-se-á com base em certidão das
sentenças de liquidação, da qual deverá constar a ocorrência ou
não do trânsito em julgado.
§ 2° É competente para a execução o juízo:

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ATENDIMENTO BANCÁRIO

I - da liquidação da sentença ou da ação condenatória, no caso II - ultra partes, mas limitadamente ao grupo, categoria ou
de execução individual; classe, salvo improcedência por insuficiência de provas, nos termos
II - da ação condenatória, quando coletiva a execução. do inciso anterior, quando se tratar da hipótese prevista no inciso II
Art. 99. Em caso de concurso de créditos decorrentes de con- do parágrafo único do art. 81;
denação prevista na Lei n.° 7.347, de 24 de julho de 1985 e de inde- III - erga omnes, apenas no caso de procedência do pedido,
nizações pelos prejuízos individuais resultantes do mesmo evento para beneficiar todas as vítimas e seus sucessores, na hipótese do
danoso, estas terão preferência no pagamento. inciso III do parágrafo único do art. 81.
Parágrafo único. Para efeito do disposto neste artigo, a desti- § 1° Os efeitos da coisa julgada previstos nos incisos I e II não
nação da importância recolhida ao fundo criado pela Lei n°7.347 de prejudicarão interesses e direitos individuais dos integrantes da co-
24 de julho de 1985, ficará sustada enquanto pendentes de decisão letividade, do grupo, categoria ou classe.
de segundo grau as ações de indenização pelos danos individuais, § 2° Na hipótese prevista no inciso III, em caso de improce-
salvo na hipótese de o patrimônio do devedor ser manifestamente dência do pedido, os interessados que não tiverem intervindo no
suficiente para responder pela integralidade das dívidas. processo como litisconsortes poderão propor ação de indenização
Art. 100. Decorrido o prazo de um ano sem habilitação de in- a título individual.
teressados em número compatível com a gravidade do dano, pode- § 3° Os efeitos da coisa julgada de que cuida o art. 16, com-
rão os legitimados do art. 82 promover a liquidação e execução da binado com o art. 13 da Lei n° 7.347, de 24 de julho de 1985, não
indenização devida. prejudicarão as ações de indenização por danos pessoalmente so-
Parágrafo único. O produto da indenização devida reverterá fridos, propostas individualmente ou na forma prevista neste có-
para o fundo criado pela Lei n.° 7.347, de 24 de julho de 1985. digo, mas, se procedente o pedido, beneficiarão as vítimas e seus
sucessores, que poderão proceder à liquidação e à execução, nos
CAPÍTULO III termos dos arts. 96 a 99.
DAS AÇÕES DE RESPONSABILIDADE DO FORNECEDOR DE § 4º Aplica-se o disposto no parágrafo anterior à sentença pe-
PRODUTOS E SERVIÇOS nal condenatória.
Art. 104. As ações coletivas, previstas nos incisos I e II e do pa-
Art. 101. Na ação de responsabilidade civil do fornecedor de rágrafo único do art. 81, não induzem litispendência para as ações
produtos e serviços, sem prejuízo do disposto nos Capítulos I e II individuais, mas os efeitos da coisa julgada erga omnes ou ultra
deste título, serão observadas as seguintes normas: partes a que aludem os incisos II e III do artigo anterior não bene-
I - a ação pode ser proposta no domicílio do autor; ficiarão os autores das ações individuais, se não for requerida sua
II - o réu que houver contratado seguro de responsabilidade suspensão no prazo de trinta dias, a contar da ciência nos autos do
poderá chamar ao processo o segurador, vedada a integração do ajuizamento da ação coletiva.
contraditório pelo Instituto de Resseguros do Brasil. Nesta hipótese,
a sentença que julgar procedente o pedido condenará o réu nos CAPÍTULO V
termos do art. 80 do Código de Processo Civil. Se o réu houver sido DA CONCILIAÇÃO NO SUPERENDIVIDAMENTO
declarado falido, o síndico será intimado a informar a existência de (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)
seguro de responsabilidade, facultando-se, em caso afirmativo, o
ajuizamento de ação de indenização diretamente contra o segura- Art. 104-A. A requerimento do consumidor superendividado
dor, vedada a denunciação da lide ao Instituto de Resseguros do pessoa natural, o juiz poderá instaurar processo de repactuação de
Brasil e dispensado o litisconsórcio obrigatório com este. dívidas, com vistas à realização de audiência conciliatória, presidida
Art. 102. Os legitimados a agir na forma deste código pode- por ele ou por conciliador credenciado no juízo, com a presença de
rão propor ação visando compelir o Poder Público competente a todos os credores de dívidas previstas no art. 54-A deste Código, na
proibir, em todo o território nacional, a produção, divulgação dis- qual o consumidor apresentará proposta de plano de pagamento
tribuição ou venda, ou a determinar a alteração na composição, com prazo máximo de 5 (cinco) anos, preservados o mínimo exis-
estrutura, fórmula ou acondicionamento de produto, cujo uso ou tencial, nos termos da regulamentação, e as garantias e as formas
consumo regular se revele nocivo ou perigoso à saúde pública e à de pagamento originalmente pactuadas. (Incluído pela Lei nº
incolumidade pessoal. 14.181, de 2021)
§ 1° (Vetado). § 1º Excluem-se do processo de repactuação as dívidas, ainda
§ 2° (Vetado) que decorrentes de relações de consumo, oriundas de contratos ce-
lebrados dolosamente sem o propósito de realizar pagamento, bem
CAPÍTULO IV como as dívidas provenientes de contratos de crédito com garantia
DA COISA JULGADA real, de financiamentos imobiliários e de crédito rural. (Incluído
pela Lei nº 14.181, de 2021)
Art. 103. Nas ações coletivas de que trata este código, a sen- § 2º O não comparecimento injustificado de qualquer credor,
tença fará coisa julgada: ou de seu procurador com poderes especiais e plenos para transigir,
I - erga omnes, exceto se o pedido for julgado improcedente à audiência de conciliação de que trata o caput deste artigo acar-
por insuficiência de provas, hipótese em que qualquer legitimado retará a suspensão da exigibilidade do débito e a interrupção dos
poderá intentar outra ação, com idêntico fundamento valendo-se encargos da mora, bem como a sujeição compulsória ao plano de
de nova prova, na hipótese do inciso I do parágrafo único do art. 81; pagamento da dívida se o montante devido ao credor ausente for
certo e conhecido pelo consumidor, devendo o pagamento a esse

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ATENDIMENTO BANCÁRIO

credor ser estipulado para ocorrer apenas após o pagamento aos com possibilidade de o processo ser regulado por convênios especí-
credores presentes à audiência conciliatória. (Incluído pela Lei ficos celebrados entre os referidos órgãos e as instituições credoras
nº 14.181, de 2021) ou suas associações. (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)
§ 3º No caso de conciliação, com qualquer credor, a sentença § 1º Em caso de conciliação administrativa para prevenir o
judicial que homologar o acordo descreverá o plano de pagamento superendividamento do consumidor pessoa natural, os órgãos pú-
da dívida e terá eficácia de título executivo e força de coisa julgada. blicos poderão promover, nas reclamações individuais, audiência
(Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021) global de conciliação com todos os credores e, em todos os casos,
§ 4º Constarão do plano de pagamento referido no § 3º deste facilitar a elaboração de plano de pagamento, preservado o mínimo
artigo: (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021) existencial, nos termos da regulamentação, sob a supervisão desses
I - medidas de dilação dos prazos de pagamento e de redução órgãos, sem prejuízo das demais atividades de reeducação financei-
dos encargos da dívida ou da remuneração do fornecedor, entre ou- ra cabíveis. (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)
tras destinadas a facilitar o pagamento da dívida; (Incluído pela § 2º O acordo firmado perante os órgãos públicos de defesa
Lei nº 14.181, de 2021) do consumidor, em caso de superendividamento do consumidor
II - referência à suspensão ou à extinção das ações judiciais em pessoa natural, incluirá a data a partir da qual será providenciada
curso; (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021) a exclusão do consumidor de bancos de dados e de cadastros de
III - data a partir da qual será providenciada a exclusão do inadimplentes, bem como o condicionamento de seus efeitos à
consumidor de bancos de dados e de cadastros de inadimplentes; abstenção, pelo consumidor, de condutas que importem no agra-
(Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021) vamento de sua situação de superendividamento, especialmente a
IV - condicionamento de seus efeitos à abstenção, pelo consu- de contrair novas dívidas. (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)
midor, de condutas que importem no agravamento de sua situação
de superendividamento. (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021) TÍTULO IV
§ 5º O pedido do consumidor a que se refere o caput deste ar- DO SISTEMA NACIONAL DE DEFESA DO CONSUMIDOR
tigo não importará em declaração de insolvência civil e poderá ser
repetido somente após decorrido o prazo de 2 (dois) anos, contado Art. 105. Integram o Sistema Nacional de Defesa do Consu-
da liquidação das obrigações previstas no plano de pagamento ho- midor (SNDC), os órgãos federais, estaduais, do Distrito Federal e
mologado, sem prejuízo de eventual repactuação. (Incluído pela municipais e as entidades privadas de defesa do consumidor.
Lei nº 14.181, de 2021) Art. 106. O Departamento Nacional de Defesa do Consumidor,
Art. 104-B. Se não houver êxito na conciliação em relação a da Secretaria Nacional de Direito Econômico (MJ), ou órgão federal
quaisquer credores, o juiz, a pedido do consumidor, instaurará que venha substituí-lo, é organismo de coordenação da política do
processo por superendividamento para revisão e integração dos Sistema Nacional de Defesa do Consumidor, cabendo-lhe:
contratos e repactuação das dívidas remanescentes mediante pla- I - planejar, elaborar, propor, coordenar e executar a política
no judicial compulsório e procederá à citação de todos os credores nacional de proteção ao consumidor;
cujos créditos não tenham integrado o acordo porventura celebra- II - receber, analisar, avaliar e encaminhar consultas, denúncias
do. (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021) ou sugestões apresentadas por entidades representativas ou pes-
§ 1º Serão considerados no processo por superendividamento, soas jurídicas de direito público ou privado;
se for o caso, os documentos e as informações prestadas em au- III - prestar aos consumidores orientação permanente sobre
diência. (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021) seus direitos e garantias;
§ 2º No prazo de 15 (quinze) dias, os credores citados juntarão IV - informar, conscientizar e motivar o consumidor através dos
documentos e as razões da negativa de aceder ao plano voluntário diferentes meios de comunicação;
ou de renegociar. (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021) V - solicitar à polícia judiciária a instauração de inquérito poli-
§ 3º O juiz poderá nomear administrador, desde que isso não cial para a apreciação de delito contra os consumidores, nos termos
onere as partes, o qual, no prazo de até 30 (trinta) dias, após cum- da legislação vigente;
pridas as diligências eventualmente necessárias, apresentará pla- VI - representar ao Ministério Público competente para fins
no de pagamento que contemple medidas de temporização ou de de adoção de medidas processuais no âmbito de suas atribuições;
atenuação dos encargos. (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021) VII - levar ao conhecimento dos órgãos competentes as infra-
§ 4º O plano judicial compulsório assegurará aos credores, no ções de ordem administrativa que violarem os interesses difusos,
mínimo, o valor do principal devido, corrigido monetariamente por coletivos, ou individuais dos consumidores;
índices oficiais de preço, e preverá a liquidação total da dívida, após VIII - solicitar o concurso de órgãos e entidades da União, Es-
a quitação do plano de pagamento consensual previsto no art. 104- tados, do Distrito Federal e Municípios, bem como auxiliar a fisca-
A deste Código, em, no máximo, 5 (cinco) anos, sendo que a primei- lização de preços, abastecimento, quantidade e segurança de bens
ra parcela será devida no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) e serviços;
dias, contado de sua homologação judicial, e o restante do saldo IX - incentivar, inclusive com recursos financeiros e outros pro-
será devido em parcelas mensais iguais e sucessivas. (Incluído gramas especiais, a formação de entidades de defesa do consumi-
pela Lei nº 14.181, de 2021) dor pela população e pelos órgãos públicos estaduais e municipais;
Art. 104-C. Compete concorrente e facultativamente aos ór- X - (Vetado).
gãos públicos integrantes do Sistema Nacional de Defesa do Consu- XI - (Vetado).
midor a fase conciliatória e preventiva do processo de repactuação XII - (Vetado)
de dívidas, nos moldes do art. 104-A deste Código, no que couber, XIII - desenvolver outras atividades compatíveis com suas fi-
nalidades.

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ATENDIMENTO BANCÁRIO

Parágrafo único. Para a consecução de seus objetivos, o De- Art. 115. Suprima-se o caput do art. 17 da Lei n° 7.347, de 24
partamento Nacional de Defesa do Consumidor poderá solicitar o de julho de 1985, passando o parágrafo único a constituir o caput,
concurso de órgãos e entidades de notória especialização técnico- com a seguinte redação:
-científica. “Art. 17. “Art. 17. Em caso de litigância de má-fé, a associação
autora e os diretores responsáveis pela propositura da ação serão
TÍTULO V solidariamente condenados em honorários advocatícios e ao dé-
DA CONVENÇÃO COLETIVA DE CONSUMO cuplo das custas, sem prejuízo da responsabilidade por perdas e
danos”.
Art. 107. As entidades civis de consumidores e as associações Art. 116. Dê-se a seguinte redação ao art. 18 da Lei n° 7.347,
de fornecedores ou sindicatos de categoria econômica podem re- de 24 de julho de 1985:
gular, por convenção escrita, relações de consumo que tenham “Art. 18. Nas ações de que trata esta lei, não haverá adianta-
por objeto estabelecer condições relativas ao preço, à qualidade, à mento de custas, emolumentos, honorários periciais e quaisquer
quantidade, à garantia e características de produtos e serviços, bem outras despesas, nem condenação da associação autora, salvo
como à reclamação e composição do conflito de consumo. comprovada má-fé, em honorários de advogado, custas e despesas
§ 1° A convenção tornar-se-á obrigatória a partir do registro do processuais”.
instrumento no cartório de títulos e documentos. Art. 117. Acrescente-se à Lei n° 7.347, de 24 de julho de 1985,
§ 2° A convenção somente obrigará os filiados às entidades o seguinte dispositivo, renumerando-se os seguintes:
signatárias. “Art. 21. Aplicam-se à defesa dos direitos e interesses difusos,
§ 3° Não se exime de cumprir a convenção o fornecedor que se coletivos e individuais, no que for cabível, os dispositivos do Título
desligar da entidade em data posterior ao registro do instrumento. III da lei que instituiu o Código de Defesa do Consumidor”.
Art. 108. (Vetado). Art. 118. Este código entrará em vigor dentro de cento e oiten-
ta dias a contar de sua publicação.
TÍTULO VI Art. 119. Revogam-se as disposições em contrário.
DISPOSIÇÕES FINAIS
QUESTÕES
Art. 109. (Vetado).
Art. 110. Acrescente-se o seguinte inciso IV ao art. 1° da Lei n°
7.347, de 24 de julho de 1985: 1. (Prefeitura de São Felipe D`Oeste/RO - Agente Administrati-
“IV - a qualquer outro interesse difuso ou coletivo”. vo – IBADE/2020) Análise de Swot ou como também é conhecida,
Art. 111. O inciso II do art. 5° da Lei n° 7.347, de 24 de julho de FOFA, é utilizada para mapear diversos aspectos relacionados a um
1985, passa a ter a seguinte redação: produto ou serviço, além de ajudar a definir os seus diferenciais
“II - inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção ao competitivos diante do mercado, encontrar e corrigir todo o tipo de
meio ambiente, ao consumidor, ao patrimônio artístico, estético, falha que possa vir a ameaçar o negócio. A técnica de administração
histórico, turístico e paisagístico, ou a qualquer outro interesse di- ANÁLISE DE SWOT (FOFA) consiste em encontrar, EXCETO:
fuso ou coletivo”. (A) oportunidades.
Art. 112. O § 3° do art. 5° da Lei n° 7.347, de 24 de julho de (B) pontos fortes.
1985, passa a ter a seguinte redação: (C) atitudes.
“§ 3° Em caso de desistência infundada ou abandono da ação (D) ameaças.
por associação legitimada, o Ministério Público ou outro legitimado (E) pontos fracos.
assumirá a titularidade ativa”.
Art. 113. Acrescente-se os seguintes §§ 4°, 5° e 6° ao art. 5º. da 2. (IF/ES - Tecnólogo - Processos Gerenciais – IF/ES/2019) Se-
Lei n.° 7.347, de 24 de julho de 1985: gundo Maximiano (2017), “a análise de ameaças e oportunidade
“§ 4.° O requisito da pré-constituição poderá ser dispensado do ambiente é um dos pilares do planejamento estratégico. Quanto
pelo juiz, quando haja manifesto interesse social evidenciado pela mais competitivo, instável e complexo o ambiente, maior a necessi-
dimensão ou característica do dano, ou pela relevância do bem ju- dade de analisá-lo. Há diversas maneiras de dividir o ambiente em
rídico a ser protegido. componentes para facilitar a análise […]. O entendimento das forças
§ 5.° Admitir-se-á o litisconsórcio facultativo entre os Ministé- competitivas de um ramo de negócios é fundamental para o desen-
rios Públicos da União, do Distrito Federal e dos Estados na defesa volvimento de uma estratégia. Porter propõe os componentes para
dos interesses e direitos de que cuida esta lei. a análise das forças competitivas”.
§ 6° Os órgãos públicos legitimados poderão tomar dos interes- Analise as forças que agem nos mercados competitivos, segun-
sados compromisso de ajustamento de sua conduta às exigências do Porter, nas afirmativas abaixo e assinale a alternativa INCORRE-
legais, mediante combinações, que terá eficácia de título executivo TA:
extrajudicial”. (A) Ameaça de produtos e serviços substitutos
Art. 114. O art. 15 da Lei n° 7.347, de 24 de julho de 1985, (B) Poder de barganha dos fornecedores.
passa a ter a seguinte redação: (C) Formação de alianças e parcerias.
“Art. 15. Decorridos sessenta dias do trânsito em julgado da (D) Ameaça da entrada de novos competidores.
sentença condenatória, sem que a associação autora lhe promova a (E) Poder de barganha dos compradores.
execução, deverá fazê-lo o Ministério Público, facultada igual inicia-
tiva aos demais legitimados”.

337
ATENDIMENTO BANCÁRIO

3. (CORE/SP – Telefonista - INAZ DO PARÁ/2019) Podemos dizer do Segmento de Mercado, a Análise SWOT do produto/serviço e a
que a imagem de uma organização é um dos seus maiores patrimô- Análise da Concorrência. Em relação à descrição do segmento de
nios. A partir da definição de imagem institucional, que item atende mercado, é correto afirmar que:
a esta especificação? (A) inicia-se com a coleta de informações do setor ao qual per-
(A) É construída pela mídia local. tence o produto/serviço.
(B) É como a instituição é vista pelo seu público. (B) avalia os pontos fortes e fracos dos seus principais concor-
(C) Cabe à organização a construção da sua imagem. rentes em relação ao seu produto/serviço.
(D) É como a organização é percebida pelos seus funcionários. (C) deve ser avaliada em relação a produtos/serviços e à orga-
(E) Tem relação com o seu histórico de criação. nização (nesse caso, sua análise já ocorreu na etapa de plane-
jamento estratégico).
4. (IF Goiano – Administrador - CS-UFG/2019) Considera-se o (D) é definida a partir das características do produto, do estilo
planejamento estratégico uma metodologia gerencial que permite de vida do consumidor (idade, sexo, renda, profissão, família,
direcionar o caminho que a empresa deverá seguir para atingir um personalidade etc.).
futuro desejado, interagindo com o ambiente de negócios no qual
(E) estabelece um procedimento de reativação das variáveis
está inserida. Essa metodologia envolve a definição de
utilizadas durante o levantamento de informações junto ao
(A) um posicionamento estratégico e a construção de cenários
mercado fornecedor.
que permitam a identificação e seleção de alternativas de ca-
minhos que conduzam aos melhores resultados. 7. (CFO/DF – Administrador – QUADRIX/2020) A respeito do
(B) um posicionamento estratégico e a construção de cenários processo de planejamento, julgue o item.
que permitam a identificação e seleção da alternativa de cami- A estratégia genérica de foco faz com que a empresa procure
nho que conduz ao melhor resultado. atender segmentos de mercado definidos e estreitos e dê enfoque
(C) um posicionamento tático e a construção de cenários que em grupos de clientes, linhas de produtos ou mercados geográficos.
permitam a identificação e seleção de alternativas de caminhos (...) CERTO
que determinam os melhores resultados. (...) ERRADO
(D) posicionamentos estratégicos e táticos e a construção de
cenários que permitam a identificação e seleção de alternativas 8. (CREA/TO – Analista Administrativo – QUADRIX/2019) No
de caminhos que conduzam aos melhores resultados. que se refere à função de planejamento, julgue o item.
A estratégia de segmentação destaca‐se por buscar atender
5. (IFN/MG – Administrador – FCM/2019) A fim de conhecer muito bem o alvo determinado, diferentemente das outras estra-
melhor seus clientes e, a partir disso, dar prosseguimento à cons- tégias, que buscam atingir objetivos para todo o mercado consu-
trução do Planejamento Estratégico, as organizações utilizam-se de midor.
uma ferramenta ou de um processo bastante conhecido: a segmen- (...) CERTO
tação de mercado. (...) ERRADO
Sobre o processo de segmentação de mercado e suas variáveis,
é INCORRETO afirmar que 9. (IF/MS – Administração – IF/MS/2019) A rapidez e a facili-
(A) trata-se de um instrumento para a construção do perfil de dade observada no processo de troca de informações, bem como
consumidores reais e potenciais. a inserção de empresas de diferentes portes em cadeias de valor
(B) permite um melhor aproveitamento dos recursos de mídia globais, reforçam a importância de se analisar o contexto externo
e, especificamente, de propaganda. à organização. Ao analisar o ambiente externo, o administrador
(C) facilita a identificação de oportunidades de mercado e o al- verifica as ameaças e as oportunidades que estão no ambiente da
cance de melhores resultados nesse sentido. empresa e as melhores maneiras de evitar ou usufruir dessas situa-
(D) faculta a definição de estratégias de distribuição, identifica- ções. Considerando uma correta análise das oportunidades, pode-
ção de intermediários adequados e dos canais preferidos pelos -se afirmar que
clientes. (A) uma empresa provavelmente se aproveitará de uma vanta-
(E) torna mais complexa a realização da pesquisa de mercado, gem diferencial, se suas características particulares satisfazem
uma vez que envolve diferentes variáveis como a idade, a renda os requisitos para o sucesso da oportunidade de forma mais
familiar e o estilo de vida. eficiente, eficaz e efetiva que sua concorrente potencial.
(B) a identificação das oportunidades deve ser restrita, pois não
6. (UFRPE – Administrador - SUGEP – UFRPE/2019) A análise se faz necessário um mapeamento extenso, uma vez que todas
de mercado é um dos componentes do plano de negócios, que está as empresas possuem recursos limitados e não conseguem res-
relacionado ao marketing da organização. Ela apresenta o entendi- ponder a todas as vantagens do ambiente externo.
mento do mercado da empresa, seus clientes, seus concorrentes e (C) as oportunidades internas são mais relevantes que as ex-
quanto a empresa conhece, em dados e informações, o mercado ternas, pois há um maior conhecimento de suas característi-
onde atua. A análise do mercado permite ainda que se conheça de cas. Com isso, seu uso é mais rápido e de menor custo, como a
perto o ambiente onde o produto/serviço se encontra. O mercado oportunidade relativa a novos produtos e serviços.
está composto pelo ambiente em que a empresa e o produto se lo-
calizam, pela concorrência e pelo perfil do consumidor. A definição
de mercado leva em conta: a Análise da Indústria/Setor, a Descrição

338
ATENDIMENTO BANCÁRIO

(D) dentre as oportunidades observáveis, existe a denominada (D) está centrada na visão da empresa que ao ofertar seus pro-
“ponto neutro”. Esta é uma variável identificada pela empresa; dutos despreza o chamado insight do cliente.
todavia, não existem critérios e parâmetros de avaliação para (E) tem uma visão geral da maneira pela qual a empresa e seus
sua classificação como ponto forte ou ponto fraco. produtos podem ser importantes em todas as fases da vida do
(E) todas as situações observáveis no ambiente interno e ex- cliente.
terno podem ser consideradas oportunidades, pois a empresa
pode mudar seu processo produtivo e/ou seus interesses para 14. (BANRISUL – Escriturário – FCC/2019) Colocando em prática
usufruir dos benefícios advindos delas. sua estratégia de fidelização dos clientes por meio do chamado ma-
nejo de carteira, um determinado Banco adotou uma série de práti-
10. (TJ/SP - Administrador Judiciário – VUNESP/2019) A des- cas e criou diversos produtos. NÃO condiz com essa abordagem da
crição dos componentes básicos da operação numa organização e gestão de carteiras de clientes:
dos relacionamentos entre eles, demonstrando como a organização (A) a concentração, sob uma mesma gerência, da gestão de
concretiza seus objetivos e sua missão, permitindo ter uma visão contas de pessoas físicas e jurídicas, sem distinção de renda ou
sistêmica do negócio, desde o nível macro até a descrição detalhada faturamento.
das atividades, é a definição de (B) a segmentação do atendimento aos clientes por perfil de
(A) modelagem de processos. renda.
(B) processos de apoio. (C) a abordagem diferenciada para nichos de públicos-alvo es-
(C) cadeia de valor. pecíficos, como, por exemplo, o de mulheres empreendedoras
(D) estrutura organizacional. de atividades produtivas de pequeno porte.
(E) monitoramento de processos. (D) a ampliação da carteira de crédito consignado junto a servi-
dores públicos aposentados.
11. (IF/MS – Administração – IF/MS/2019) O conceito de Ca- (E) a concessão de crédito, em condições vantajosas, para fi-
deia de Valor de Michael Porter (Livro Vantagem Competitiva: crian- nanciamento de veículos menos poluentes, a permissionários
do e sustentando um desempenho superior, 16ª Edição. Rio de Ja- de táxis.
neiro: Campus, 1989) é um modelo que ajuda a analisar atividades
específicas por meio das quais as empresas criam valor e vantagem 15. (BRB – Escriturário – IADES/2019) Assinale a alternativa que
competitiva. Marque a alternativa que contenha as atividades prin-
indica objetivo(s) das ações de marketing de relacionamento com
cipais da Cadeia de Valor. o cliente.
(A) Promoção, treinamento, aquisição, infraestrutura e gerên- (A) Satisfação, fidelização e lealdade do cliente e incremento na
cia de RH. percepção de valor da marca.
(B) Logística externa, logística interna, desenvolvimento de tec- (B) Identificação de nichos de mercado e segmentação do pú-
nologia e infraestrutura e operações.
blico-alvo.
(C) Aquisição, desenvolvimento de tecnologia, promoção e in- (C) Diminuição da margem de lucro do vendedor ou prestador
fraestrutura da empresa. de serviço.
(D) Pode ser por meio dos recursos e competências. (D) Modificações no produto para adequá-lo às peculiaridades
(E) Logística interna, operações, logística externa, marketing e da clientela.
vendas e serviço.
(E) Praça, preço, promoção e produto.
12. (CRA/PA – Administrador – QUADRIX/2019) Com relação à
16. (BANRISUL – Escriturário – FCC/2019) Desde a primeira Re-
gestão de processos, julgue o item.
volução Industrial até os dias atuais, passamos da “era da produ-
A gestão de processos traz benefícios, como a melhoria dos
ção” para a “era do cliente”. Uma consequência dessa passagem é
resultados, a satisfação do cliente em função do desempenho em
(A) a decadência dos departamentos de vendas e das ações de
áreas críticas e os menores custos, devido à redução da complexi-
marketing das empresas.
dade e do retrabalho.
(...) CERTO (B) a redução da importância do ato de venda, como fim em
(...) ERRADO si mesmo, ao passo que o papel do vendedor passa a ser o de
identificar as necessidades e satisfazer o consumidor.
13. (BANRISUL – Escriturário – FCC/2019) A chamada Gestão da (C) a redução da importância das pesquisas de mercado.
Experiência do Cliente (D) o abandono dos canais de comunicação com os clientes,
(A) tem seu foco exclusivo no ato de condicionar o cliente a como os Serviços de Atendimento ao Consumidor (SACs), que
realizar somente determinadas operações. se tornaram obsoletos.
(B) não se preocupa com a construção do relacionamento com (E) o abandono de estratégias como a segmentação e o posicio-
o cliente, centrando-se na lógica da transação. namento de mercado, com o advento do consumo de massa.
(C) pode ser aplicada na estratégia de segmentação de merca-
do e de definição de públicos-alvo da empresa, mas não em sua
estratégia de posicionamento.

339
ATENDIMENTO BANCÁRIO

17. (EBSERH - Analista Administrativo - Gestão Hospitalar – 20. (UFPB – Psicólogo - INSTITUTO AOCP/2019) Sobre a susten-
IBFC/2020) Na aprendizagem organizacional além dos princípios tabilidade organizacional, considere as seguintes afirmativas:
fundamentais, dois componentes organizacionais são definidos 1. A sustentabilidade é um paradigma que visa à integração en-
como fundamentais para a aprendizagem. Assinale a alternativa tre a economia, o ambiente e a sociedade.
que apresenta esses dois componentes. 2. A sustentabilidade indica que a preocupação das empresas
(A) A estrutura organizacional e as competências e habilidades deve ir além da produção e da geração de dividendos, devendo se
dos funcionários da instituição. debruçar sobre questões que proporcionem o bem-estar dos seus
(B) Acultura de experimentação e a estrutura organizacional. empregados, associadas à preocupação com a comunidade da qual
(C) A transferência de conhecimento e a liderança. fazem parte esses mesmos empregados.
(D) A estrutura organizacional e o trabalho em grupo e coope- 3. Na prática, o modelo e o paradigma da sustentabilidade tra-
ração. dicional têm servido ao consumo externo e aos discursos cobertura
(E) A missão e visão organizacional. sobre as reais finalidades das ações para a sustentabilidade.
4. Na perspectiva de uma crítica ao modelo tradicional de sus-
18. (EBSERH - Psicólogo - Organizacional e do Trabalho – VU- tentabilidade, o objetivo de um ambiente organizacional externo
NESP/2020) Em uma organização, o processo de aprendizagem e interno sustentável é que as pessoas sejam consideradas o alvo
pode ocorrer em três níveis: do indivíduo, do grupo e da organi- principal da garantia de uma vida saudável, tanto econômica e po-
zação. Neste último, também chamado de aprendizagem organiza- liticamente quanto do ponto de vista da saúde física e emocional.
cional,
(A) constituem-se as organizações que aprendem, que são ca- Assinale a alternativa correta.
pazes de criar, adquirir e transferir conhecimentos, porém sem (A) Somente a afirmativa 1 é verdadeira.
(B) Somente as afirmativas 1 e 3 são verdadeiras.
modificar os comportamentos individuais.
(C) Somente as afirmativas 2 e 4 são verdadeiras.
(B) ocorre basicamente o processo de aprendizagem operacio-
(D) Somente as afirmativas 2, 3 e 4 são verdadeiras.
nal, que consiste na aquisição e no desenvolvimento de habili-
(E) As afirmativas 1, 2, 3 e 4 são verdadeiras.
dades físicas para produzir ações.
(C) tornam-se institucionalizados os processos de aprendiza- 21. (UNIFESP – Administrador - CAIP-IMES/2013) São carac-
gem individual e de grupo, e se expressam em diversos artefa- terísticas dos serviços, que afetam enormemente a elaboração de
tos organizacionais, como estrutura, regras, procedimentos e programas de marketing, exceto:
elementos simbólicos. (A) Imperecibilidade.
(D) verifica-se uma redução da aprendizagem conceitual, pois (B) Intangibilidade.
a aquisição e o desenvolvimento da capacidade para articular (C) Variabilidade.
conhecimentos conceituais sobre uma experiência tornam-se (D) Inseparabilidade.
menos relevantes.
(E) encontra-se, como principal foco do processo de aprendiza- 22. (Petrobras – Administrador – CESGRANRIO) Um aluno de
gem, o comportamento, que pode ser observado, mensurado, Administração de Empresas estudou, na disciplina de Marketing de
bem como servir de base para a experimentação científica. Serviços, que os serviços distinguiam- se dos bens basicamente em
função das características da intangibilidade, perecibilidade, simul-
19. (UFPB – Psicólogo - INSTITUTO AOCP/2019) Sobre os de- taneidade entre produção e consumo e heterogeneidade.
safios para a sustentabilidade organizacional, assinale a alternativa Recém-admitido como estagiário numa Companhia distribui-
correta. dora de petróleo, ele se propôs a analisar a adequação da teoria
(A) O enfoque triple bottom line para a sustentabilidade intro- ao setor específico de postos de gasolina. Como resultado de sua
duz a necessidade de pensar em cada setor da organização e análise, o aluno fez as quatro afirmativas a seguir - uma sobre cada
adequá-los aos interesses sociais. característica estudada.
(B) A responsabilidade social presente nas organizações deve I - A intangibilidade aplica-se ao caso, ainda que os serviços
refletir, em primeiro lugar, na satisfação de seus clientes. prestados em postos de gasolina sejam fortemente calcados na
(C) Os princípios gerenciais da sustentabilidade são o enfoque venda de bens físicos, como gasolina, óleos, extintores de incêndio,
sistêmico e a visão de longo prazo. etc.
(D) No triple bottom line, a dimensão econômica deve ficar em II - A perecibilidade não se aplica ao caso, uma vez que os pro-
dutos vendidos nos postos de gasolina têm longa vida útil.
segundo plano para que as dimensões social, natural e de tra-
III - A simultaneidade entre produção e consumo não se aplica
balho possam ser satisfeitas.
ao caso, pois os produtos adquiridos no posto só serão consumidos
(E) O principal desafio da sustentabilidade é priorizar a humani-
após o fim da prestação do serviço.
zação e a preservação ambiental em detrimento do lucro e do IV - A heterogeneidade não se aplica ao caso, pois toda vez que
desenvolvimento econômico. os consumidores se apresentam ao posto para receber um serviço
– seja ele de abastecimento, troca de óleo, lavagem geral, etc. – re-
ceberão exatamente o mesmo serviço.

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ATENDIMENTO BANCÁRIO

É(São) correta(s): (D) Apesar de ser uma ferramenta online, o Inbound Marketing
(A) I, II, III e IV. não permite a presença da organização e do anunciante nas
(B) I e III, apenas redes sociais, somente por meio do e-mail marketing.
(C) II e IV, apenas. (E) Para trabalhar o Inbound Marketing é necessário e impor-
(D) IV, apenas. tante que as organizações e anunciantes, possuam um alto or-
(E) I, apenas. çamento destinado ao Marketing Digital.

23. (IFC/SC - Assistente Administrativo – IFC) O setor de ser- 27. (UEPA - Técnico de Nível Superior - Comunicação Social –
viços é um dos que mais cresce. A prestação de serviços pode ser FADESP/2020) Em sentido estrito, marketing significa o mercado
identificada pelo conjunto de características: atuando. Por isso mesmo, a principal dificuldade que as empresas e
(A) Perecibilidade, intangibilidade, inseparabilidade, relações instituições públicas enfrentam na atualidade é acompanhar as mu-
com os clientes, esforço do cliente e uniformidade. danças do mercado, especialmente com a entrada das novas tecno-
(B) Tangibilidade, alta lucratividade, estocagem, relações com logias digitais. Deste modo, o marketing digital, quando se trata do
os clientes, perecibilidade e uniformidade. relacionamento com o público, deve se preocupar em
(C) Tangibilidade, separabilidade, perecibilidade, estocagem, I. atualizar os sistemas de relacionamento com o consumidor
movimentação e inseparabilidade. ou usuário, usando as redes sociais e os ambientes digitais.
(D) Alta lucratividade, separabilidade, uniformidade, tangibili- II. desenvolver campanhas com base na responsabilidade so-
dade, não perecibilidade e esforço do cliente. cial para as plataformas de propaganda e publicidade nos ambien-
(E) Relações com os clientes, alta lucratividade, inseparabilida- tes digitais, com o objetivo de posicionar a marca com relação às
de, movimentação, esforço do cliente e uniformidade. questões socioeconômicas.
III. transformar o consumidor em um aliado, considerando o
24. (Câmara Municipal de Jaboticabal/SP - Agente de Adminis- processo de engajamento social dos clientes, que caracteriza, em
tração - VUNESP) Dos produtos a seguir, aquele que possui como boa medida, as ações de participação e colaboração que caracteri-
uma de suas principais características a intangibilidade é: zam a cultura do consumo.
(A) logística. IV. ignorar a concorrência, uma vez que a competição nos mer-
(B) serviços. cados globais deixou de ser vertical para ser horizontal; em outras
(C) construção civil. palavras, empresas pequenas não devem ser consideradas como
(D) agronegócios. peças importantes no posicionamento mercadológico.
(E) indústria.
Está(Estão) correto(s) o(s) item(itens)
25. (EBSERH - Analista Administrativo - Relações Públicas – (A) I e IV somente.
IBFC/2020) Assinale a alternativa que indica qual a importância da (B) I, II, III e IV.
produção de conteúdo para o blog institucional. (C) I, II e IV somente.
(A) Gerar likes nas páginas das redes sociais apenas. (D) I, II e III somente.
(B) Atrair seguidores para as redes sociais somente.
(C) Atrair leads interessados em temas específicos e que pode- 28. (AL/GO - Comunicador Social – IADES/2019) A respeito de
rão ser convertidos em clientes da empresa. campanhas de marketing, assinale a alternativa correta.
(D) Gerar engajamento em apenas alguns temas específicos da (A) As campanhas atuais integram ações de mala direta com
organização. marketing interativo, criando sinergia entre a comunicação por
(E) Gerar comentários positivos no site apenas. meio impresso e os canais digitais.
(B) É correto afirmar que uma campanha de marketing digital
26. (SECOM/PA – Publicitário – AOCP/2018) A realização do Pla- equivale à mala direta dos tempos atuais.
no de Mídia permite que a agência defina para seu anunciante os (C) Já está comprovado que os diversos segmentos de públi-
melhores meios, veículos e estratégias a serem usados. E uma das co são fiéis ao respectivo perfil ou aceitam a mala direta ou o
estratégias a ser usada é a de Inbound Marketing. Assinale a alter- marketing digital.
nativa correta quanto ao Inbound Marketing na publicidade. (D) A taxa de cliques (CTR ou click-trough rate) é verificada di-
(A) Trabalha com o uso de ferramentas online que, na maio- vidindo-se o número de cliques que um anúncio recebe pela
ria das vezes, são gratuitas, como blogs e redes sociais, sem a quantidade de usuários em um determinado espaço de tempo.
necessidade de investimentos exorbitantes por parte do anun- (E) Com a chegada de novos recursos e ferramentas que dina-
ciante. mizam a comunicação por meios digitais, a mala direta caiu no
(B) A ferramenta de Inbound Marketing não é recomendada esquecimento.
para as organizações e anunciantes que estão iniciando suas
atividades no mercado, devido ao baixo investimento. 29. (UFCSPA/RS – Assistente de Administração – FAURGS/2018)
(C) O Inbound Marketing é utilizado para atrair todas as pesso- Quanto à postura ética do profissional envolvido com vendas e ne-
as, independente se estas buscam ou não o que a organização gociações, considere as atitudes abaixo.
e o anunciante estão oferecendo no mercado. I - Conduzir negociação com confiança mútua.
II - Conduzir negociação com suspeita e desconfiança.
III - Ser imprevisível e incoerente.
IV - Ser claro, transparente e honesto.

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ATENDIMENTO BANCÁRIO

Quais estão INCORRETAS? (A) Cada canal só pode ser empregado para uma tarefa da em-
(A) Apenas I. presa (pré-venda, fechamento da venda, pós-venda etc.).
(B) Apenas I e II. (B) Empregando mais canais, uma empresa pode conseguir
(C) Apenas I e IV. maior cobertura de mercado.
(D) Apenas II e III. (C) O acréscimo de novos canais pode reduzir o custo por canal.
(E) I, II, III e IV. (D) Novos canais podem oferecer vendas mais personalizadas.
(E) Diferentes canais de uma mesma empresa podem acabar
30. (MSGás – Técnico Comercial – IESES/2021) A ética constitui competindo pelos mesmos clientes.
o conjunto de valores ou princípios morais que definem o que é
certo ou errado para uma pessoa, grupo ou organização. O com- 34. (MPE/PA - Estagiário - Comunicação Social - Publicidade
portamento ético acontece quando a organização incentiva seus e Propaganda – CONSULPLAN/2019) A comunicação voltada para
membros a comportarem eticamente de maneira que os membros as mídias sociais necessita da concretização de alguns passos e da
aceitem e sigam tais valores e princípios. Verifique as assertivas e observância a certos cuidados para que seja feita com êxito. Par-
assinale a INCORRETA: tindo-se da validade de tal postulado, são medidas essenciais para
(A) Administradores éticos alcançam sucesso a partir de práti- aprimorar a comunicação nas mídias sociais, EXCETO:
cas administrativas caracterizadas por equidade e justiça. (A) Personificar a própria marca e interagir constantemente
(B) A ética constitui um elemento catalisador de ações social- com os receptores.
mente responsáveis da organização por meio de seus adminis- (B) Encorajar a discussão e a participação junto ao público para
tradores e parceiros. adicionar valor às próprias postagens.
(C) Quando as organizações são confiáveis quanto à ação ética, (C) Mapear quem são os concentradores de tráfego de conteú-
a sociedade pressiona por uma legislação que regule mais in- do e de informações, monitorando o que eles dizem.
tensamente os negócios. (D) Compartilhar informações irrelevantes, usando ferramentas
(D) A ética é uma preocupação com o bom comportamento. que promovam o conteúdo, tornando-o acessível ao público.

31. (Prefeitura de Catanduvas/PR – Assistente Administrativo – 35. (Petrobras - Técnico de Comercialização e Logística Júnior –
FAUEL/2021) _______________________ é o termo que represen- CESGRANRIO/2018) Diversas empresas utilizam canais comerciais e
ta e estabelece os imperativos de uma boa conduta e integridade de distribuição que são formados por intermediários, como os va-
profissional de um indivíduo no exercício de sua função. A lacuna rejistas, que têm a função de
acima pode ser CORRETAMENTE preenchida pela alternativa: (A) conceituar a imagem da empresa e sua marca.
(A) Autoritarismo. (B) definir os custos de produção e de distribuição do fabrican-
(B) Improbidade Administrativa. te.
(C) Ética Profissional. (C) planejar a comunicação institucional dos bens fabricados.
(D) Comunicação Empresarial.
(D) tornar o produto acessível para o consumidor final.
(E) vender os produtos a atacadistas e distribuidores.
32. (DETRAN/PA - Agente de Educação de Trânsito – FA-
DESP/2019) Práticas de negócios éticos ou antiéticos costumam
36. (Câmara de Cabo de Santo Agostinho/PE – Técnico em Mí-
refletir os valores, as atitudes, as crenças e os comportamentos pa-
dias - INSTITUTO AOCP/2019) Ao criar anúncios para as diversas
drão da cultura organizacional. Portanto, pode-se dizer que
mídias sociais, é fundamental pensar no formato adequado não
(A) a ética é exatamente a mesma coisa que moral, pois é a
apenas para a mídia escolhida como também para o público e o
ética que cria a moral e vice-versa.
objetivo específico de sua campanha. No caso do Facebook, quando
(B) os problemas éticos caracterizam-se pela sua especificidade o anúncio com foto é a melhor opção?
em situações concretas. (A) Quando você quer dar mais flexibilidade e alternativas para
(C) a moral estuda uma forma de comportamento humano que seu conteúdo, ajudando os clientes a encontrar e explorar seus
os homens julgam obrigatório e valioso.
produtos de uma maneira interativa, imersiva e exclusiva para
(D) a ética deve fornecer a compreensão racional de um aspec- dispositivos móveis.
to real e efetivo do comportamento humano. (B) Quando você precisar criar um anúncio em poucos minutos,
(E) uma decisão eticamente correta não é a que melhor assegu-
tiver a intenção de aumentar o reconhecimento de seus produ-
ra os direitos das pessoas por ela afetadas. tos ou quiser direcionar as pessoas para o seu site.
(C) Quando você tem a intenção de ser imersivo, autêntico, in-
33. (Petrobras – Administrador Pleno – CESGRANRIO) No pas-
clusivo e viciante, mas sempre atentando para o formato verti-
sado, muitas empresas realizavam vendas para um único mercado,
por meio de um único canal de marketing. Hoje, com a proliferação cal da tela do celular.
de segmentos de clientes e de alternativas de canal, um número (D) Quando você precisar criar uma experiência imersiva rapi-
cada vez maior de empresas vem adotando o chamado “marketing damente, direto de seu celular, com a intenção de simplificar
multicanal”, isto é, uma única empresa emprega dois ou mais canais uma narrativa ou um processo complexo para alcançar pessoas
de marketing para atingir um ou mais segmentos de mercado. Que com conexões mais lentas.
afirmação NÃO corresponde a uma característica da utilização de
múltiplos canais?

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ATENDIMENTO BANCÁRIO

37. (SEED/PR - Professor - Produção Cultural e Design - CESPE / 10 C


CEBRASPE/2021) Em se tratando de uma pesquisa de satisfação de
clientes de uma rede de supermercados, é correto afirmar que o 11 E
cliente está totalmente satisfeito quando 12 CERTO
(A) a rede possui uma ampla oferta de produtos caros.
(B) a rede possui uma maior quantidade de itens a oferecer. 13 E
(C) sua expectativa é atendida sempre que ele vai até um dos 14 A
supermercados da rede. 15 A
(D) a motivação dos funcionários da rede é alta.
(E) sua percepção é de que há agilidade no processo de aten- 16 B
dimento. 17 A
18 C
38. (SLU/DF - Analista de Gestão de Resíduos Sólidos - Comu-
nicação Social - Relações Públicas - CEBRASPE/2019) Acerca de opi- 19 C
nião pública, julgue o próximo item. 20 E
A primeira das quatro fases do processo de elaboração da opi-
nião pública é caracterizada pelo aparecimento de questões de in- 21 A
teresse geral, que, ao serem solucionadas, geram uma sensação de 22 E
bem-estar aos envolvidos; a fase seguinte é a da controvérsia.
(...) CERTO 23 A
(...) ERRADO 24 B

39. (SLU/DF - Analista de Gestão de Resíduos Sólidos - Comu- 25 C


nicação Social - Relações Públicas - CEBRASPE/2019) Acerca de opi- 26 A
nião pública, julgue o próximo item. 27 D
Para se caracterizar um posicionamento acerca de determina-
do tema como de opinião pública, é necessário haver acordo da 28 A
maioria das opiniões de uma coletividade sobre questões relativas 29 D
a esse posicionamento.
(...) CERTO 30 C
(...) ERRADO 31 C

40. (SLU/DF - Analista de Gestão de Resíduos Sólidos - Comuni- 32 D


cação Social - Relações Públicas - CEBRASPE/2019) No que se refere 33 A
à comunicação com o mercado, julgue o item que se segue.
34 D
O atendimento aos direitos do consumidor e o cuidado com o
cliente são questões de sobrevivência da empresa no mercado, as 35 D
quais impactam diretamente na imagem e dão visibilidade à empre- 36 B
sa que assume essa atitude perante o consumidor.
(...) CERTO 37 C
(...) ERRADO 38 ERRADO
39 CERTO
40 CERTO
GABARITO

1 C
2 C
3 B
4 A
5 E
6 D
7 CERTO
8 CERTO
9 A

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ATENDIMENTO BANCÁRIO

ANOTAÇÕES

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