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GÊNEROS TEXTUAIS

FORMATO DA PROVA
• A Redação terá o valor total de 80 (oitenta) pontos;
• A Folha de Redação terá 34 (trinta e quatro) linhas;
• Na Prova de Redação, serão apresentadas 2 (duas) situações que servirão de motivação para o texto a ser
produzido. O candidato deverá optar por uma delas;
• O texto a ser redigido deverá atender, minimamente,
a) à proposta temática, observando o tema, a situação de interação e de produção propostas e as
instruções de elaboração do texto;
b) ao gênero;
c) à leitura: o texto deve mostrar a relevância dos pontos apresentados nos textos motivadores
em seu texto sem copiá-los.
d) à articulação escrita e emprego de regras gramaticais que atendem à modalidade culta da língua.
• Somente serão corrigidas as Provas de Redação dos candidatos classificados na Prova Objetiva.

GÊNEROS SOLICITADOS

Ano Situação A Situação B Situação C


2016 Editorial Texto de opinião Carta argumentativa
2017 Relato Carta argumentativa ***
2018 Texto de opinião Resumo Carta aberta
2019 Carta de solicitação Texto de opinião
Editorial

2020-2- 10 gêneros (carta subdividida em 3)


GÊNERO EPISTOLAR: GÊNERO JORNALÍSTICO
CARTA
ARGUMENTATIVA
 carta de solicitação; Texto de opinião Editorial Notícia
 carta de reclamação;
 carta aberta

Resumo Resenha crítica Relato Relatório


Texto de divulgação Perfil.
científica

PARTE I – GÊNEROS MAIS CONHECIDOS

1
1. EDITORIAL ( título + máscara **+ sem assinatura + 3ª pessoa do singular)

 texto tipicamente jornalístico que exprime a opinião de um veículo de informação. Em geral, é escrito
pelo redator-chefe e publicado nas primeiras páginas de revistas ou jornais.

Objetivo – comunicar a opinião institucional de um veículo de comunicação e buscar a adesão do leitor à


posição defendida ao longo do editorial.
Estrutura – dissertativo-argumentativa (ainda que seja interessante justificar a razão do assunto abordado no
editorial pelo destaque dado no veículo de comunicação.).
Planejamento: SÍNTESE ENUMERATIVA
Argumentação – normalmente, mais branda do que num artigo de opinião, por causa das implicações
institucionais e jurídicas de um editorial que culpe ou julgue alguém sem provas ou fundamento.
Pessoa do discurso – no caso da UFU, exige-se o uso de uma linguagem impessoal, portanto em 3ª
pessoa.
Linguagem – clara, objetiva e adequada à norma padrão. Verbos predominantemente no presente do
indicativo. É desaconselhável o uso de gírias, coloquialidades e oralidades mesmo entre aspas.
Máscara – obrigatória e institucional ―este jornal acredita que...‖; ―para esta revista...‖; ―a opinião deste meio
de comunicação é que...‖.).
Assinatura – proibida, tal como é praxe nos jornais diários.

EXEMPLO
Machismo na contemporaneidade: objetificação e padronização
As constantes notícias de violência contra as mulheres impõem uma reflexão sobre uma triste realidade que
as expõe a situações de opressão e abuso. O machismo tem sido a conduta dominante na história humana e,
mesmo nos tempos atuais, continua tentando suprimir liberdades duramente conquistadas pelas mulheres ao
longo do tempo. Desse modo, mesmo com os inegáveis avanços no sentido da emancipação feminina, ainda
há um longo caminho a percorrer.
Apesar de importantes conquistas e vitórias, ainda existe uma evidente objetificação das mulheres, o
que distorce a natureza da relação entre os sexos, a qual poderia ser mais madura, respeitosa e plena.
Assim, esta revista acredita que a superexposição do corpo, a busca excessiva por exercícios exaustivos e
por cirurgias plásticas, longe de beneficiarem a mulher, a oprimem, geram ansiedade e frustrações.
Além disso, a mídia cria constantemente estereótipos de beleza, induzindo a mulher a práticas nem
sempre saudáveis para preservar a aparência segundo padrões estabelecidos pelos meios de comunicação.
Isso alimenta uma indústria certamente lucrativa, a qual se apropria de concepções culturais para apresentar
produtos como determinantes para alcançar estados físicos e mentais em conformidade com o sentido de
belo e de correto para a maior parte de um povo, como ser magra e realizar todos os afazeres domésticos.
Esse contexto é chamado, pelos filósofos Adorno e Horkheimer, de Indústria Cultural, a qual prioriza o
acúmulo de capital e não o bem-estar das pessoas.
Portanto, todos — homens e mulheres — devem reconhecer sua realidade essencial, a partir da qual
podem ter um novo olhar sobre a vida, o ser humano e as relações com o semelhante. Sendo assim, sob
essa perspectiva ampliada, cada um pode compreender e respeitar as singularidades e potencialidades
humanas, favorecendo a cooperação entre homens e mulheres na construção de uma sociedade mais justa,
livre e fraterna.

2. ARTIGO DE OPINIÃO (título+ máscara+ assinatura+ 1ª pessoa do singular )

 texto opinativo normalmente assinado e muito assemelhado estruturalmente à dissertação, ainda que
permita algumas liberdades linguísticas impossíveis em um texto dissertativo científico como o uso
pontual de palavras não dicionarizadas, subjetividades, etc. Por ser atribuído a uma pessoa,
comunica um ponto de vista particular acerca de um assunto em primeira pessoa do singular.

Objetivo – comunicar a opinião particular de um articulista contratado por veículo de comunicação pela
relevância dessa pessoa para um determinado grupo, instituição, etc.
Estrutura – dissertativo-argumentativa.
Argumentação – bem marcada a tese ( mais de uma vez)+ justificativas + provas
Pessoa do discurso – 1ª pessoa do singular é obrigatória para explicitar o aspecto personalista do discurso
e da argumentação do texto.
Linguagem – clara, objetiva e adequada às normas gramaticais por padrão: uso de modalizadores ( sem
dúvida, infelizmente, certamente, é lamentável, é notável = marcas de criticidade/ autoria). Verbos
predominantemente no presente do indicativo. Perguntas retoricas valorizam o estilo.
Máscara – obrigatória e qualificadora (Exemplo: ―como médico‖, "na condição de antropólogo", etc.).

2
(Observação importante: confira se no concurso que você fará a máscara é obrigatória e sobre qual é a
orientação para escrevê-la.)

Deve-se deixar claro no texto o papel que o autor desempenha na sociedade – ainda que seja
uma construção fictícia. Por exemplo: ―sou cientista social e acredito que este problema se
deve...‖; ―como professora, percebo que a educação...‖; ―de modo que sou psicólogo com
especialização em comportamento de adolescentes, considero que...‖; etc. A máscara deve
aparecer pelo menos uma vez no decorrer do texto.

Título - esperado e muito comum em ambientes jornalísticos em especial.


Assinatura – normalmente exigida e sem ponto final

EXEMPLO ( Unicamp- adaptado)


Os limites da nossa liberdade
Recentemente, uma mensagem de ódio contra nordestinos publicada nas redes sociais foi alvo de intenso
debate e fomentou a discussão quanto aos limites da liberdade de expressão. Com as principais opiniões
defendendo a existência ou a inexistência desses limites, ao analisar esse contexto com base nas teorias
sociológicas estudadas ao longo da minha carreira como cientista social, concluí que eles devem, sim, estar
presentes em nossa sociedade, para impedir que a liberdade de alguns restrinja a de outros.
Muitos afirmam que a mensagem de ódio aos nordestinos é apenas a expressão de uma opinião e, por isso,
deve ser respeitada sem quaisquer restrições. No entanto, noto a incoerência desse argumento pode ser
observada ao analisarmos as ideias do ministro do Supremo Tribunal Federal Luís Roberto Barroso: segundo ele,
o discurso de ódio, que está presente em diversas mensagens compartilhadas nas redes sociais, exclui do debate
grupos historicamente vulneráveis, como os nordestinos. Logo, esse tipo de fala fere a liberdade de expressão de
outrem, exigindo restrições.
Ademais, percebo que a ausência de quaisquer barreiras ao discurso pode resultar em graves impactos na
sociedade. Nesse sentido, tomemos como base a comparação feita pelo cientista Fernando Schüler entre Brasil e
Estados Unidos (EUA): este defende a liberdade de expressão irrestrita, enquanto aquele opta por uma legislação
protetiva, que, segundo Schüler, guarda respeito. Qual dos dois países foi palco de violentas passeatas
neonazistas em 2017? O que não limita a liberdade de expressão e, por consequência, abre margem para a
radicalização dos discursos de ódio.
Portanto, as restrições à liberdade de expressão devem existir para prevenir os ataques à liberdade de
outrem, representados pelos discursos de ódio, como a mensagem contra nordestinos. Nesse âmbito, considero
que elas são importantes, também, para prevenir a radicalização desses discursos, os quais podem ocorrer na
forma de violência, como nas passeatas nos EUA, ou de exclusão social. Devemos, portanto, limitar minimamente
a liberdade de expressão, garantindo, assim, o bem-estar de todos os brasileiros.
Josefa
( texto acima da média, publicado pela UNICAMP; com adaptações para UFU)

3. RELATO

 texto no qual são apresentadas as informações básicas (os fatos) referentes a um acontecimento específico.
OBJETIVO: Transmite uma lição de vida, algo a ser aprendido por outras pessoas. Nesse caso, o depoimento tem
sentido pedagógico. Também, pode visar mostrar o lado desconhecido de algum acontecimento trágico, podendo
passar a ser importante documento histórico.
ESTRUTURA:
 É composto de sequências descritivo-narrativas, cuja função é convencer o leitor de uma experiência.
 Deve ser feita uma apresentação do tema e do fato na introdução; Deve ser escrito predominantemente com
verbos no passado; - Deve apresentar uma lição/aprendizado no desfecho

PESSOA: Pode ser escrito em 1ª ou 3ª pessoa


LINGUAGEM:

 VERBOS NOS PRETÉRITOS;


 Adjuntos adverbiais (espaço e tempo);
 Adjetivos (descrições).
 TÍTULO: é necessário .

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EXEMPLO

Relato de um tatuado frustrado para a Revista Isso é Bizarro

Meu nome é Eduardo, 47 anos, médico. Quando criança era fascinado pelas bandas de rock e o visual dos
músicos. Para mim, roqueiro de verdade era aquele coberto de tatuagens, da cabeça aos pés. Comecei como
toda criança: adesivo de tatuagem que vinha no chiclete. nao satisfeito, mudei para as tattoos de henna. E
na pré-adolescência, com apenas 13 anos, fiz minha primeira tatuagem de verdade.
Convenci meus pais com a declaração-diária-de que meu maior sonho era ter uma tattoo que não saísse no
banho. Venci pela insistência. Dona Ana usou todas as artimanhas que as mães possuem para tentar me impedir.
Nada me fez mudar de ideia.
Sem a menor maturidade e noção, eu escolhi tatuar a figura do diabo montado em uma caveira. Na época, eu
optei pelo diabo porque os músicos de rock pesado, os filmes, livros e jogos de RPG que ocupavam minha
mente, mencionavam-no.
Nos primeiros dias, a tattoo me enlevara. Aos 16 anos já não me sentia tão descolado e comecei a me
arrepender. A tatuagem era ridícula e tomava boa parte do meu braço. Com 18 anos passei no vestibular de
medicina e o arrependimento veio por completo. Para piorar, o preconceito encheu minha cabeça: médicos não
tinham tatuagem porque eram ―limpos‖ e sérios. Culpei meus pais Por um bom tempo, reclamava: ―Que pais são
vocês que autorizaram uma criança a marcar definitivamente o corpo?‖.
Hoje, escuto da minha filha de 15 anos: ―Você tem, por que não posso ter?‖, e respondo: ―Porque eu me
precipitei.‖. Afirmo que não há nada de errado em fazer uma tatuagem, desde que o indivíduo tenha a
idade correta para lidar com suas escolhas. Como ocorre com a habilitação para dirigir e beber álcool.

4. CARTA ARGUMENTATIVA

I - Aspectos gerais:

 Expressa a opinião do leitor sobre textos publicados em jornal ou revista.


 Tem intencionalidade persuasiva.
 Sua estrutura assemelha-se à da carta pessoal: data, vocativo, corpo do texto (assunto), expressão cordial
de despedida e assinatura ( no vestibular: as iniciais do nome do candidato ou um pseudônimo).
 A linguagem adapta-se ao perfil do autor, da revista ou jornal a que se destina, com predomínio do padrão
culto formal.
 A intenção do autor vai gerar maior ou menor pessoalidade.

II- Características:

JOGO DE IMAGENS PARA INTERLOCUÇÃO

EU (autor) TU ( destinatário)
(construção de uma persona; vivências) (conquista de adesão)

Interlocutor definido: principal diferença entre a dissertação tradicional e a carta. Na carta, estabelece-se
uma comunicação particular entre um eu definido e um você definido.

É preciso adaptar a linguagem e a argumentação à realidade desse leitor e ao grau de intimidade estabelecido
entre os dois.

Os argumentos e informações deverão ser compreensíveis ao leitor, próximos da realidade dele. Utilize-se de
bom senso e equilíbrio para selecionar os argumentos e/ou informações que não sejam óbvios ou
incompreensíveis àquele que lerá a carta.

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III. Estrutura geral:

1. São José do Rio Preto, 15 de abril


de 2011.
(local e data)

2. Prezado Senhor :
(vocativo: uma linha após a data; expressão que saúda o interlocutor; o grau de
formalidade depende da relação estabelecida)

3. Li, na revista que o senhor dirige, matéria relativa...


( Introdução da carta: apresentar-se a finalidade dela; convém explicitar como se teve
conhecimento dessa opinião ou atitude. Não use: ― Venho por meio desta...‖; vale também
conquistar a simpatia do receptor; pode ou não delinear a persona do emissor)

4.O senhor defende que ...

5.Não posso concordar...


( Seguem-se de 2 a 4 parágrafos: analisa-se a questão discutida; apresentam-se
argumentos; pode-se argumentar e contra-argumentar.)

6. Fecho de cortesia
( agradecer a atenção, fixando a opinião defendida)
7. Iniciais ou pseudônimo ( indicado pela banca
elaboradora)
( não se assinam cartas no vestibular

Cabeçalho: na primeira linha da carta, devem aparecer o nome da cidade e a data na qual se escreve.

Exemplo: Uberlândia, 03 de junho de 2017.

Em seguida, o candidato deve pular uma linha para inserir o vocativo.

Vocativo: (interlocutor geralmente já definido).

A escolha desse vocativo dependerá do que solicita a proposta e da relação social com ele estabelecida.
Exemplos: Prezado Senhor Fulano, Excelentíssimo Senhor Presidente Fulano de Tal; Senhor Sicrano,
etc. (Pule uma linha) antes de iniciar a carta.

Interlocutor: Ao escrever a carta, o candidato deverá fazer o leitor ―aparecer‖ nas linhas. Se a carta é
para um político, por exemplo, evidentemente ele deve ser evocado ao longo do texto. Então, verbos no
imperativo – que fazem o leitor perceber que é ele o interlocutor – e vocativos (Senhor; V. Excia; por
exemplo) são bem-vindos.

Observação: é falha comum entre os candidatos ―disfarçarem‖ o texto, como se uma dissertação
tradicional fosse carta argumentativa. Alguns até escrevem o cabeçalho ou o vocativo inicial, e na sequência
desenvolvem um texto que não evoca em momento algum o leitor (como se fosse uma dissertação) e, ao
final, inserem a assinatura.
Cuidado! Na carta, deve haver interlocução.
Expressão que introduz a assinatura: Terminada a carta, é de praxe pular uma linha, para inserir uma
expressão que precede a assinatura do autor.
A mais comum é ―Atenciosamente‖, mas, dependendo da proposta e das intenções para com o
interlocutor, é possível gerar várias outras expressões, como ―De um amigo‖, ―De um cidadão que votou no
senhor‖, De alguém que deseja ser atendido‖ etc.

Assinatura: NÃO escreva o próprio nome por extenso. Veja o que solicita a proposta.

Ela pode solicitar que o candidato use um nome fictício, já dado, por exemplo. Essa postura adotada
pela UFU é importante para que se garanta a desidentificação do candidato e, sobretudo, a imparcialidade
dos corretores na avaliação das redações.
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9. A data deve ser escrita junto à margem esquerda, no caso das cartas?

Resposta: SIM.

10. Na carta argumentativa, há a obrigatoriedade de saltar linhas entre os elementos como data,
vocativo, corpo da carta, despedida e assinatura?
Resposta: SIM, espera-se que o candidato escreva sua carta com cabeçalho, (saltar linha) vocativo,
seguido de vírgula (saltar linha), corpo da carta, (saltar linha) despedida (saltar linha) e assinatura.

http://www.ingresso.ufu.br

PROPOSTA UFU (2014)

Com base no texto, redija uma CARTA ARGUMENTATIVA a Raymond Kurzweil argumentando contra
a sua ideia de que ―poderíamos dominar a ciência a ponto de copiar o conteúdo de nosso cérebro (e com
isso nossa personalidade) para implantá-lo em super-humanos - e viver para sempre‖.

EXEMPLO de Carta Argumentativa (Nota máxima UFU)

Caro senhor Raymond Kurzweil,


Sou estudante de Biofísica e, portanto, tenho um notável interesse pelo estudo dos
avanços da ciência, principalmente no ramo tecnológico. Recentemente tive a oportunidade de ler sua
obra ―The Singularity is..‖ e pude me inteirar acerca de suas ideias e propostas no mundo científico. Uma
delas me chamou muito a atenção, pois defende que a superação da inteligência humana por computadores
é uma realidade próxima.
O que mais me impressionou, senhor Raymond, foi a sua segurança e ousadia em defender
que com base nos atuais rumos da ciência seria possível transferir a carga cognitiva humana para máquinas.
De fato, essa linha de pensamento extrapola a atual capacidade da ciência, pois, o senhor deve concordar
comigo, nossos avanços na neurociência ainda são muito escassos. Podemos estar vivenciando um
constante e rápido progresso na elaboração de componentes físicos ou hardwares, mas os softwares, ou
programas, não evoluem na mesma proporção.
Veja, senhor Raymond, que a sua proposta implica ainda a incorporação de características da própria
personalidade humana, como sentimentos, por computadores. Isso desconsidera a ética, uma vez que
componentes eletrônicos e não orgânicos também seriam capazes de reproduzir sensações e o raciocínio
que são exclusivamente inerentes ao ser humano. Soma-se a isso o fato de uma máquina ser imortal, ou
seja, estaríamos criando um ―ser‖ que supera a nós mesmos em tudo, inclusive na duração, o que é no
mínimo revoltante.
Assim como o senhor, sou um defensor do progresso científico. É estimulante constatar
as maravilhas que a ciência opera na vida das pessoas, proporcionando-lhes maior conforto, praticidade e
superação de enfermidades. No entanto, acho importante que esse progresso respeite um certo limite, a fim
de que o bem que a ciência traz não se reverta em um possível mal.
Agradeço sua atenção, José

4.1.CARTA ABERTA

Características:

 Emissor: Cidadão/MEMBRO DE ASSOCIAÇÃO/Aluno. (Indicação do Contexto.)


 Receptor: Indicação do Contexto.
 Espaço de publicação: Meios de comunicação (Jornal, Redes Sociais)
 Objetivo: informar, instruir, alertar, PROTESTAR, REIVINDICAR ou argumentar sobre determinado assunto.
 Linguagem: Uso da 1ª pessoa do singular ou PLURAL.

É um texto por meio do qual um cidadão ou um grupo se dirige, publicamente, a um interlocutor específico
(normalmente, uma autoridade), entidade ou população diretamente envolvido(s) com uma situação-problema
de interesse coletivo. Assim, a finalidade é alertar, conscientizar, responsabilizar e/ou denunciar um problema
de natureza social ou cultural bem como mobilizar as pessoas em busca de uma solução. É publicada em
jornais, revistas, blogs ou distribuídos diretamente à população.

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 Utilize o pronome de tratamento adequado ao destinatário;
 Utilize a interlocução 1 vez por parágrafo;
 Utilize o verbo em 1ª pessoa do singular 1 vez por parágrafo;
 Utilize a máscara, pelo menos, 1 vez no texto (indicado utilizar 2 vezes).
Introdução:
contextualização do problema e/ou da polêmica (motivo da manifestação) e apresentação do
posicionamento (tese)
2. Desenvolvimento: análise do problema e apresentação dos argumentos que fundamentam o ponto de
vista do(s) autor(es)
3. Conclusão: ratificação da problemática e conclamação por uma mudança ou uma resolução do
problema
4. Assinatura

EXEMPLO

Carta aberta à população maringaense

Diante das recentes políticas públicas sobre a liberação de agrotóxicos no nosso país e preocupado com
a liberação deste, não posso me calar. Também por ser considerado um jovem líder estudantil, torno pública
minha opinião, no jornal Diário da Cidade. Espero conscientizar ao menos os senhores e as senhoras,
maringaenses, sobre esse assunto e suas relações com efeitos nocivos ao meio ambiente e à saúde humana.
Aprendemos, em nossas aulas de geografia, o quanto os agrotóxicos possuem um papel importante para
o agricultor, pois mantém longe os insetos e animais de suas lavouras para obterem o seu lucro. Porém,
segundo o ex-presidente da Associação Brasileira de Reforma Agrária, Gerson Teixeira, os produtores
agrícolas usam de forma abusiva os agrotóxicos, sem se preocupar com o consumidor e com a natureza.
Quem nunca assistiu aos vídeos veiculados no Whatsapp sobre o quanto de agrotóxicos ingerimos ao
comermos moranguinhos e companhia?
Ademais, prezada população, para aqueles que insistem em defender o uso dos agrotóxicos, a revista
científica Proceedings of the National Academy of Sciences, elaborada por pesquisadores da Universidade da
Califórnia, afirmou que os agrotóxicos são fortes disruptores endócrinos, que geram a desregulação dos
hormônios no ser humano, além de afetar a nossa saúde, causa também mutações no meio. Para completar,
assisti a um documentário da Netflix abordando ao assunto, tudo isso somado a minha preocupação
impulsionou-me a tornar público meu posicionamento.
Desse modo, espero ter conscientizado os senhores, leitores e cidadãos, sobre as consequências que o
consumo e o uso de agrotóxicos causam na vida do homem e no meio ambiente. Respeitosamente,
Jonivaldo

4.2. CARTA DE SOLICITAÇÃO

Características
 Emissor: Construção de máscara (Contexto de comunicação)
 Receptor: Contexto de comunicação.
 Espaço de publicação: Contexto de comunicação.
 Objetivo: Solicitar, PEDIR.
 Linguagem: Uso da 1ª pessoa do singular ou plural

EXEMPLO
Maringá, 21 de Setembro de 2015.
Ao respeitado Vereador Eugênio da Câmara,

Sou Engenheiro Ambiental e vejo o descarte de lixo eletrônico como um problema grave, pois sua
acumulação favorece a poluição e a proliferação de doenças. Por isso, Senhor vereador, solicito que o senhor
proponha um projeto de lei que vise solucionar essa questão. Acredito ser de extrema importância que nossa
cidade resolva esse problema.
O lixo eletrônico precisa ser reciclado e, para isso, senhor vereador, basta instalar posto de coleta dos
dejetos em diversos pontos da cidade. Quando não há possibilidade de reciclagem, é possível pensar na
incineração, desde que a fumaça seja filtrada para retirar as impurezas e toxicidades. Além disso, é viável

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pensar em uma associação entre empresas coletoras de lixo e os de produção dos eletrônicos, promovendo
uma ajuda mútua que com certeza beneficia a sociedade.
Dessa forma, Senhor vereador, peço que faça um projeto de lei que seja de, digo, execução simples
para a população, e que englobe também a punição àqueles que realizarem o descarte incorreto ou queima do
lixo eletrônico de maneira indevida. É necessário nos adequarmos e aprendermos a lidar com os problemas
que a modernidade traz, para que seja possível morarmos em uma cidade limpa e ambientalmente correta.

4.3 - CARTA DE RECLAMAÇÃO

Características
 Emissor: Construção de máscara (Contexto de comunicação)
 Receptor: Contexto de comunicação.
 Espaço de publicação: Contexto de comunicação.
 Objetivo: exigir, reivindicar.
 Linguagem: Uso da 1ª pessoa do singular ou plural

Contexto de produção : você é professor e morador do bairro Jardim Industrial, da cidade Canção. Nele há
uma grande concentração de indústrias, muitas delas com nível de poluição que ultrapassam o estabelecido
pelas leis do município. Como você tem conhecimento do assunto, resolveu escrever para o secretário do meio
ambiente para reclamar da situação.

Comando de produção: considerando o contexto apresentado, escreva uma CARTA DE RECLAMAÇÃO, ao


secretário do meio ambiente, Sr. Mário Matos, apresente o problema vivenciado pelos moradores, as
consequências dele e exija ações para resolver o problemática. Escreva entre 10 e 15 linhas. Assine como
Morador.

EXEMPLO

Maringá, 2 de Novembro de 2017

Senhor secretário Mario Matos,


Diante da situação absurda da poluição vivida no bairro Jardim industrial quero, como morador,
reclamar desse quadro e exigir mudanças. O principal problema, senhor secretário, é a poluição atmosférica
das indústrias, que está causando no bairro o fenômeno do smog fotoquímico, o mesmo consiste na formação
de uma neblina cheia de gases tóxicos na superfície em dias frios, em consequência disso a saúde dos
moradores está sendo muito prejudicada. Na última frente fria, por exemplo, três moradores da minha rua
tiveram que ser levados ao hospital por dificuldades respiratórias. Um absurdo, o senhor não concorda?
Além disso, senhor Matos, a poluição tem estimulado a saída dos moradores, que acabam se dirigindo
para bairros ou, até mesmo, cidades próximas. Como dou aula na escola do bairro, percebo o grande número
de alunos transferidos, pois suas famílias se mudaram dali e, caso as transferências continuem, não sei se a
escola terá contingente estudantil suficiente para se manter aberta. Diante disso, secretário, exijo que a
secretaria sob seu comando adote providências para regulamentar e diminuir a poluição no Jardim Industrial.
Aguardo suas atitudes.
Respeitosamente,
Morador.

5. RESUMO

O resumo consiste na seleção das ideias principais de um texto. Exige do aluno um trabalho
com a análise e a síntese, proporcionando melhor percepção das noções de coesão e coerência.
 Como organizar um resumo:
 Leia o texto com atenção.
 Releia-o, grifando, a cada parágrafo, as ideias mais importantes.
 Una os períodos selecionados, fazendo as adaptações convenientes.
 Não copie trechos.
 Mantenha a sequência de ideias do texto original.
 Não acrescente aspectos, tampouco se envolva no texto.
 Mantenha o nível de linguagem apresentado.
 Conserve a estrutura original.
 Organize os aspectos selecionados de forma clara e coerente.

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 Preserve o título.

Características:
 Texto EXPOSITIVO;
 Uso da 3ª pessoa do singular;
 Uso de expressões (Conforme o autor; Para o autor, Segundo as ideias apresentadas...)
 Citação do texto fonte (AUTOR, NOME DO TEXTO, LOCAL E DATA DE PUBLICAÇÃO);
 TÉCNICA DE ESCRITA: PARÁFRASE.

Proposta

(UNICAMP 2013) Imagine-se como um estudante de ensino médio de uma escola que organizará um painel
sobre características psicológicas e suas implicações no plano individual e na vida em sociedade. Nesse
painel, destinado à comunidade escolar, cada texto reproduzido será antecedido por um resumo. Você ficou
responsável por elaborar o resumo que apresentará a matéria transcrita abaixo, extraída de uma revista de
divulgação científica. Nesse resumo você deverá:

 apresentar o ponto de vista expresso no texto, a respeito da importância do pessimismo em oposição ao


otimismo, relacionando esse ponto de vista aos argumentos centrais que o sustentam.
 Atenção: uma vez que a matéria será reproduzida integralmente, seu texto deve ser construído sem copiar
enunciados da matéria.

PESSIMISMO
Para começar, precisamos de pessimistas por perto. Como diz o psicólogo americano Martin
Seligman: ―Os visionários, os planejadores, os desenvolvedores, todos eles precisam sonhar com coisas que
ainda não existem, explorar fronteiras. Mas, se todas as pessoas forem otimistas, será um desastre‖, afirma.
Qualquer empresa precisa de figuras que joguem a dura realidade sobre os otimistas: tesoureiros, vice-
presidentes financeiros, engenheiros de segurança...
Esse realismo é coisa pequena se comparado com o pessimismo do filósofo alemão Arthur
Schopenhauer (1788-1860). Para ele, o otimismo é a causa de todo o sofrimento existencial. Somos movidos
pela vontade – um sentimento que nos leva a agir, assumir riscos e conquistar objetivos. Mas essa vontade é
apenas uma parte de um ciclo inescapável de desilusões: dela vamos ao sucesso, então à frustração – e a
uma nova vontade.
Mas qual é o remédio, então? Se livrar das vontades e passar o resto da vida na cama sem
produzir mais nada? Claro que não. A filosofia do alemão não foi produzida para ser levada ao pé da letra. Mas
essa visão seca joga luz no outro lado da moeda do pessimismo: o excesso de otimismo – propagandeado nas
últimas décadas por toneladas de livros de autoajuda. O segredo por trás do otimismo exacerbado, do
pensamento positivo desvairado, não tem nada de glorioso: ele é uma fonte de ansiedade. É o que concluíram
os psicólogos John Lee e Joane Wood, da Universidade de Waterloo, no Canadá. Um estudo deles mostrou
que pacientes com autoestima baixa tendem a piorar ainda mais quando são obrigados a pensar
positivamente.
Na prática: é como se, ao repetir para si mesmo que você vai conseguir uma promoção no
trabalho, por exemplo, isso só servisse para lembrar o quanto você está distante disso. A conclusão dos
pesquisadores é que o melhor caminho é entender as razões do seu pessimismo e aí sim tomar providências.
E que o pior é enterrar os pensamentos negativos sob uma camada de otimismo artificial. O filósofo britânico
Roger Scruton vai além disso. Para ele, há algo pior do que o otimismo puro e simples: o ―otimismo
inescrupuloso‖. Aquelas utopias* que levam populações inteiras a aceitar falácias** e resistir à razão. O maior
exemplo disso foi a ascensão do nazismo – um regime terrível, mas essencialmente otimista, tanto que deu
origem à Segunda Guerra com a certeza inabalável da vitória. E qual a resposta de Scruton para esse
otimismo inescrupuloso? O pessimismo, que, segundo ele, cria leis preparadas para os piores cenários. O
melhor jeito de evitar o pior, enfim, é antever o pior.
(Extraído de M. Horta, ―O lado bom das coisas ruins‖, em Superinteressante, São Paulo, no 302, março 2012.
http://super.abril.com.br/cotidiano/lado-bom-coisas-ruins-68705.shtml. Acessado em 2/09/2012.)

* Utopia: projeto de natureza irrealizável; ideia generosa, porém impraticável; quimera; fantasia.
** Falácia: qualquer enunciado ou raciocínio falso que, entretanto, simula a veracidade; raciocínio verossímil,
porém falso; engano; trapaça.

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EXEMPLO

No texto ―O lado bom das coisas ruins‖, o autor apresenta sua visão a respeito da importância do
pessimismo na sociedade, comparando os efeitos do pessimismo aos do otimismo, apoiando-se, para isso, em
pensamentos de filósofos e psicólogos.
Segundo o autor, o pessimismo é uma forma de trazer a realidade para as situações, evitando,
como coloca o psicólogo americano Martin Seligman, desastres que poderiam ser causados se todas as
pessoas fossem otimistas.
O autor não vê, porém, necessidade de culpar o otimismo por todo o sofrimento existencial, como
defendia Schopenhauer, mas sim utilizar a teoria desse filósofo alemão para destacar outro problema: otimismo
exagerado.
Para o autor, esse excesso de otimismo não passa de uma fonte de ansiedade, fonte essa que
vem sendo amplamente propagada por livros de autoajuda, e que, de acordo com os psicólogos John Lee e
Joane Wood, apenas servem para agravar o caso de alguns pacientes.
Por fim, chama-se a atenção para o ―otimismo inescrupuloso‖, uma forma de otimismo utópico
que, segundo o fislosofo Scruton, é o pior do que o puro otimismo, pois pode vencer a razão e originar
situações como a vista com a ascensão do nazismo. Para combater esse otimismo, volta-se novamente ao
pessimismo, o que reforça a sua importância para a sociedade, tal qual expõe o autor em seu texto.

6. NOTÍCIA OU REPORTAGEM

O texto jornalístico é por excelência fundado na função referencial da linguagem, porque, via de
regra, deve ser objetivo, imparcial e denotativo. A linguagem jornalística utiliza a variante padrão da língua,
ainda que sem uso de termos eruditos ou requintados, ao contrário, busca-se o texto acessível e fácil de ser
lido. Neles, são construídos geralmente períodos e parágrafos curtos, particularmente na confecção de
notícias, que são textos em que predominam as tipologias narrativa e expositiva. De caráter informativo e
pretensamente neutro - desenvolvido sobre quaisquer assuntos de forma imparcial em função do interesse que
podem potencialmente provocar nos leitores de um jornal. É publicada nos mais variados veículos de
informação, tais como jornais, revistas, zines, ―sites‖, etc. A linguagem da reportagem é direta, clara e objetiva,
com o intuito de permitir fácil leitura e assimilação da informação. Geralmente, contém citação de falas dos
envolvidos, as quais se integram ao texto do próprio jornalista.

Características gerais da notícia em vestibulares:


1. Esse gênero é axiomático, ou seja, afirma-se como verdadeiro;
2. O jornalista não argumenta, somente expõe os fatos;
3. Predomínio da 3ª pessoa;
4. Verbos no passado;
5. Título no presente;
6. Texto sintético com orações e períodos escritos preferencialmente curtos e na ordem direta;
7. Pode ter a presença de um discurso citado, que é a reprodução da fala da pessoa envolvida (discurso
direto), ou de um discurso reportado, que significa o relato da fala feito pelo jornalista (discurso indireto).
8. A paráfrase exigida pela UFU nos gêneros textuais do vestibular deve ter ao menos 2 linhas ou algo entre
20 e 30 palavras.

Estrutura textual

Manchete ou título - título principal do assunto;


“Olho da notícia” - é uma espécie de pequeno texto, que pode funcionar como subtítulo. Essa estrutura não é
obrigatória neste gênero;
“Lead” (Lide) - é o primeiro parágrafo da notícia e deve conter uma síntese do que há de maior importância no
acontecimento, desenvolvendo também as informações da manchete. Nele são respondidas invariavelmente
questões como: quem? O quê? Quando? Onde? Como? Por quê?;
Sublide - é o parágrafo seguinte ao lide. Ele continua a dar as informações mais importantes para a
compreensão do fato que virou notícia;
Corpo - é necessário mostrar os efeitos e consequências do fato narrado, no entanto isso deve ser feito de
forma breve e objetiva. Além disso, nesse momento é fundamental a citação das partes envolvidas no evento
noticiado com igual espaço e abordagem para garantir a imparcialidade da notícia. A presença das falas de
testemunhas na notícia pode ser também importante;

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Assinatura - esse gênero textual pode ser assinado - caso venha orientações na prova para isso - ainda que
seja muito pouco observado esse comportamento nos veículos regulares e de maior visibilidade da imprensa
brasileira.

COVID-19: Seis países já estão prontos para começar a vacinar; saiba quais

Além dos Estados Unidos e Reino Unido, Canadá, o Bahrein, México e Arábia Saudita já aprovaram a
vacina em caráter emergencial

Nos Estados Unidos, logo após o aval da FDA, o presidente Donald Trump garantiu que as primeiras
doses da vacina seriam ministradas em menos de 24 horas.
Com a autorização da Agência de Alimentos e Medicamentos (FDA) para a aplicação nos Estados Unidos
em caráter emergencial da vacina contra o novo coronavírus, desenvolvida pela Pfizer, sobe para seis o
número de países prontos a imunizar a sua população. A decisão nos EUA acabou sendo mais um motivo de
pressão sobre o governo brasileiro.
No início da semana passada, quando o Reino Unido começou a vacinar a população mais vulnerável ao
coronavírus, o debate sobre a vacinação se intensificou no Brasil, com muitas críticas ao governo, que
estaria atrasado na definição de uma estratégia para imunizar a população.
Nos Estados Unidos, logo após o aval da FDA, o presidente Donald Trump garantiu que as primeiras
doses da vacina seriam ministradas em menos de 24 horas. Os estoques serão enviados às unidades
federativas pelo sistema postal.
Os governadores locais vão decidir os grupos populacionais com prioridade na vacinação. ―Queremos que
nossos idosos, profissionais de saúde e socorristas sejam os primeiros da fila. Isso diminuirá rapidamente as
mortes e hospitalizações‖, afirmou Trump. A vacina da Pfizer é produzida em parceria com a alemã
BioNTech.Antes da aprovação, Trump e integrantes de seu governo fizeram cobranças públicas à agência que
regula medicamentos, pedindo agilidade na liberação do composto. O presidente chegou a subir o tom contra
Stephen Hahn, que dirige a instituição. ―Libere a maldita vacina agora, Dr. Hahn. Pare de jogar e comece a
salvar vidas‖, disparou, pelo Twitter. Na mesma mensagem, Trump classificou a agência como uma ―tartaruga
velha e lenta‖.
Na sexta-feira, o número de norte-americanos vitimados pela COVID-19 superou a quantidade de
soldados do país mortos em combates na Segunda Grande Guerra. Foram 291.557 óbitos nos confrontos,
segundo dados do Departamento de Assuntos de Veteranos, ante as mais de 293 mil mortes provocadas pelo
vírus.

PARTE II – GÊNEROS POUCO PRATICADOS

7. RESENHA CRÍTICA

Objetivo – uma síntese seguida de comentário sobre uma obra publicada, ou seja, a resenha contém um
resumo, possui informações sobre o autor/obra e é um tipo de análise.
Os aspectos mais importantes do texto são ressaltados e é realizada uma análise mais profunda sobre
algum aspecto da obra. Dessa forma, é necessário um julgamento do autor sobre o que foi analisado.

Estrutura –

• INTRODUÇÃO: apresenta dados bibliográficos da publicação resenhada (título da obra, data de


publicação, autoria etc.), informações sobre o autor (se souber) e exposição sintética do conteúdo do texto de
forma clara e objetiva, apresentando os pontos principais da obra analisada, destacando o assunto, os
objetivos, a ideia central, os principais passos do raciocínio do autor assim como o posicionamento geral do
resenhista

O livro / O conto / O poema / A obra / O artigo opinativo / A reportagem / A música [―TÍTULO‖], de(o)(a)
[AUTOR, preferencialmente citando a especialidade], expõe / discute / elucida sobre [TEMA]. Nesse sentido, /
Desse modo, / Destarte, demonstra / apresenta [RESUMO DA OBRA COM POSICIONAMENTOS E/OU
FATOS] para [OBJETIVO DA OBRA, preferencialmente conforme o gênero textual do texto original]. No
entanto, / Com isso, nota-se / percebe-se [POSICIONAMENTO DO RESENHISTA]

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 DESENVOLVIMENTO:

Segundo [AUTOR], [AFIRMAÇÃO IMPORTANTE PRESENTE NA OBRA]. Para isso, demonstra que
[DETALHES DE COMPROVAÇÃO OU EXPLICAÇÃO DA AFIRMAÇÃO]. / No livro, / No conto, / No poema, /
Na obra, / No artigo opinativo, / Na reportagem, / Na música, é apresentado [FATO]. Essa perspectiva / Esse
fato evidencia [INTERPRETAÇÃO DA INFORMAÇÃO]. Diante disso, com base na teoria de [AUTOR], para
quem [TEORIA], é identificado um equívoco / uma asserção [EXPLICAÇÃO / ANÁLISE DO RESENHISTA].

Além disso, ao declarar / ao narrar / ao explicar / ao opinar / ao descrever que [INFORMAÇÃO IMPORTANTE
PRESENTE NA OBRA], [AUTOR] / o livro / o conto / o poema / a obra / o artigo opinativo / a reportagem / a
música explicita [INTERPRETAÇÃO DA INFORMAÇÃO PRESENTE NA OBRA]. Todavia, / Nesse viés, na
realidade, são observadas situações destoantes / equivalentes em fatos como [EXEMPLOS ESCOLHIDOS
PELO RESENHISTA]. Por isso, [PONTO DE VISTA DO RESENHISTA].

 CONCLUSÃO:

Portanto, O livro / O conto / O poema / A obra / O artigo opinativo / A reportagem / A música [―TÍTULO‖],
de(o)(a) [AUTOR, preferencialmente citando a especialidade], representa [POSICIONAMENTO DO
RESENHISTA]. Dessa forma, essa produção textual deve ser divulgada / valorizada / debatida / alterada /
banida, pois [EXPLICAÇÃO DO POSICIONAMENTO DO RESENHISTA COM RESUMO DA
ARGUMENTAÇÃO]. A partir disso, haverá uma contribuição de grande relevância social a [GRUPO
BENEFICIADO] / em (no)(na) [ÁREA BENEFICIADA].

Considere os seguintes aspectos na sua produção :

Pessoa do discurso – De modo geral, na resenha acadêmica, é comum o enunciador evitar escrever em
primeira pessoa, mas continuar expressando sua subjetividade de maneira indireta, garantindo veracidade ao
dito e fazendo com que o comentário pareça surgir como uma característica da própria obra. Portanto, a
resenha deve ser escrita em 3ª pessoa.
Linguagem – Dado que a resenha é um texto construído por um enunciador a respeito de outro texto de outro
autor, é natural que haja menções ao texto original. Tais menções são normalmente feitas para serem alvo de
comentários do resenhista, entretanto essas duas vozes (a do autor do texto original e a do resenhista) devem
ficar bem claras para o leitor. Para tanto, o resenhista faz uso de alguns procedimentos para evidenciar o autor
da obra e seus diferentes atos, distinguindo-os do que é a sua opinião e/ou avaliação como autor da resenha.

Máscara : NÃO HÁ

Título Informa o tema e o posicionamento do resenhista;


Assinatura: NÃO HÁ ( a menos que a proposta solicite)

EXEMPLO
A resenha crítica na UNICAMP ( 2016)

Você é um estudante universitário que participará de um concurso de resenhas, promovido pelo Centro de
Apoio ao Estudante (CAE), órgão que desenvolve atividades culturais em sua Faculdade. Esse concurso tem o
objetivo de estimular a leitura de obras literárias e ampliar o horizonte cultural dos estudantes. A resenha será
lida por uma comissão julgadora que deverá selecionar os dez melhores textos, a serem publicados. Você
escolheu resenhar a fábula de La Fontaine transcrita abaixo. Em seu texto, você deverá incluir:
a) uma síntese da fábula, indicando os seus elementos constitutivos;
b) a construção de uma situação social análoga aos fatos narrados, que envolva um problema coletivo;
c) um fechamento, estabelecendo relações com a temática do texto original. Seu texto deverá ser escrito
em linguagem formal, deverá indicar o título da obra e ser assinado com um pseudônimo.

Rodilardo, gato voraz,


aprontou entre os ratos tal matança,
que deu cabo de sua paz,
de tantos que matava e guardava na pança.
Os poucos que sobraram não se aventuravam

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a sair dos buracos: mal se alimentavam.
Para eles, Rodilardo era mais que um gato:
era o próprio Satã, de fato.
Um dia em que, pelos telhados,
foi o galante namorar,
aproveitando a trégua, os ratos, assustados,
resolveram confabular
e discutir um modo de solucionar
esse grave problema. O decano, prudente,
definiu a questão: simples falta de aviso,
já que o gato chegava, solerte. Era urgente
amarrar-lhe ao pescoço um guizo,
concluiu o decano, rato de juízo.
Acharam a ideia excelente,
e aplaudiram seu autor. Restava, todavia,
um pequeno detalhe a ser solucionado:
quem prenderia o guizo – e qual se atreveria?
Um se esquivou, dizendo estar muito ocupado;
Outro alegou que andava um tanto destreinado
em dar laços e nós. E a bela ideia
teve triste final. Muita assembleia, ao fim nada decide – mesmo sendo de frades
ou de veneráveis abades...
Deliberar, deliberar ...
conselheiros, existem vários;
mas quando é para executar,
onde estarão os voluntários?
(Fábulas de La Fontaine. Tradução de Milton Amado e Eugênia Amado. Belo Horizonte: Itatiaia, 2003, p.
134-136.)

Glossário
Abade: superior de ordem religiosa que dirige uma abadia.
Frade: indivíduo pertencente a ordem religiosa cujos membros seguem uma regra de vida e vivem
separados do mundo secular.
Decano: o membro mais velho ou mais antigo de uma classe, assembleia, corporação, etc.
Guizo: pequena esfera de metal com bolinhas em seu interior que, quando sacudida, produz um som
tilintante.
Solerte: engenhoso, esperto, sagaz, ardiloso, arguto, astucioso.

EXEMPLO

A fábula ―A Deliberação Tomada pelos Ratos‖, escrita por La Fontaine, apresenta uma situaçãoproblema
desencadeada por um gato de nome Rodilardo que caça inúmeros ratos, matando-os e comendo-os. Os ratos,
preocupados com sua situação, decidem se reunir para discutir e encontrar alguma solução. Assim, concluem
que se houvesse um sinal para alertá-los da presença do felino, poderiam ter tempo para se esconder e salvar
suas vidas, o que foi proposto pelo rato mais velho e experiente. Os demais concordaram, inclusive com a ideia
de pendurar-lhe uma esfera de metal barulhenta no pescoço. Porém, nenhum dos ratos se comprometeu a
fazê-lo, tornando a ideia infrutífera.
La Fontaine, com esta fábula, transmite a moral de que, embora seja importante deliberar os assuntos, é
imprescindível executá-los. Situação semelhante ocorre quando uma comunidade enfrenta problemas com a
segurança pública. Em um determinado bairro com alto índice de violência, pouco adianta lastimar-se dos
crimes ocorridos ou discutir soluções em uma rede social. Caso este alto índice de violência ocorra em razão
da ausência de escolas ou atividades culturais, essa comunidade deverá se organizar e levar os fatos às
autoridades competentes para que providenciem o necessário e, com a participação de todos, seja resolvido
concretamente o problema.
O receio de eventuais retaliações pode levar essa comunidade a amedrontar-se, assim como os ratos da
fábula. Para colocar o guizo no gato, ou seja, para efetivar uma transformação nesse bairro, é preciso sair da
toca, enfrentar a questão e exigir os próprios direitos. No caso, um serviço de segurança e educação prestados
adequadamente pelo Estado.
E. A.

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8. TEXTO DE DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA

O texto de divulgação científica é um gênero textual expositivo de caráter narrativo e descritivo. Constitui-se
pela união do discurso científico com o jornalístico, com o intuito de propiciar ao leitor o contato com o universo
científico por meio de uma linguagem que lhe seja familiar, como no texto jornalístico, mas mantendo algumas
características do discurso científico, como a objetividade e a impessoalidade.

OBJETIVO : divulgar os resultados e as conclusões de pesquisas científicas para um público leigo, comumente
relacionando os dados das pesquisas a exemplos da vida cotidiana.

ESTRUTURA:
 Introdução: apresenta a contextualização do tema com a exposição da informação principal. Esse conteúdo
pode ser complementado com recursos como a narração de uma pequena história relacionada ao contexto ou
a apresentação de pesquisas anteriores para realizar uma comparação e mostrar os avanços.

 Desenvolvimento: apresenta informações detalhadas sobre o conteúdo científico abordado, desse modo
contém dados que expliquem e comprovem os resultados de uma pesquisa, como exemplos, comparações,
análise estatística, citação de pesquisas e autoridades na área de conhecimento abordado no texto, relações
de causa e efeito bem como objetivos do estudo. Também é possível fazer referência a falas e narrar
experiências.

 Conclusão: apresenta uma retomada das informações principais, reafirma a importância do que foi relatado
e/ou faz algum tipo de alerta. Além disso, pode-se sugerir algumas mudanças de hábito, especialmente quando
o texto fizer referência à saúde ou ao meio ambiente, bem como demonstrar previsões para o futuro ou
confirmar a necessidade de maiores pesquisas no ramo.

PESSOA: Deve ser escrito em 3ª pessoa (texto impessoal, informativo e objetivo).


LINGUAGEM: objetiva, concisa e formal, de acordo com norma padrão de escrita da língua, com uma
transformação do vocabulário técnico específico em informações acessíveis para pessoas que não são
especialistas no assunto, mas querem e precisam dispor delas em seu cotidiano

MÁSCARA: não é necessária


TÍTULO: deve apresentar, de forma descritiva e objetiva, o tema do trabalho que fora desenvolvido.
Normalmente, o título é elaborado com destaque para a informação científica principal e pode ser feito em
forma de pergunta sobre o assunto que será abordado.

ASSINATURA: ( apenas se a proposta solicitar)

TEXTO DE DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA X ARTIGO CIENTÍFICO


Enquanto o texto de divulgação científica é responsável pela reprodução adaptada do conhecimento científico
produzido, ou seja, pela sua divulgação a um público-alvo que não domina o assunto, o artigo científico é o
texto original de um estudo, formulado pelo(s) especialista(s) responsável(is) por uma pesquisa, que divulga os
resultados para a comunidade científica.

EXEMPLO

Os sentimentos são provocados por classes de circunstâncias conhecidas como indutores de


emoções. Esse tema é abordado no livro ―O sentimento de si: corpo, emoção e consciência‖ do neurocientista
António Damásio. Segundo o pesquisador, os indutores são objetos e acontecimentos que estão ligados a uma
determinada sensação, a qual pode ser manifestada de duas formas. Desse modo, a pesquisa e a obra desse
cientista têm o objetivo de explicar como as pessoas se sentem, inclusive em contextos em que a emoção
parece surgir de modo inexplicável.
O autor evidencia que uma das maneiras para sentir uma emoção é quando são experimentados
objetos e situações por meio dos sentidos – por exemplo, ao ver um rosto de uma pessoa familiar. Outro modo
é no momento no qual há a lembrança desses itens e acontecimentos, assim são visualizados internamente
como imagens – a exemplo, a lembrança do semblante de um amigo ou a ocasião de seu falecimento.
Destarte, percebe-se que os indutores são externos aos seres humanos e se manifestam de diversas
maneiras. Sendo assim, cada um pode, mesmo sem ter plena consciência disso, associar emoções a certas
ocorrências e objetos que, normalmente, não induziriam sentimentos.

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Nesse contexto, um acontecimento que mostra isso é quando um idoso encontra um local muito
semelhante a outro no qual passou uma juventude muito feliz. Essa associação, certamente, despertará a
sensação de felicidade. Por outro lado, se, em uma multidão, uma pessoa, por acaso, vê um indivíduo parecido
com um antigo namorado, cujo relacionamento lhe trouxe muitas mágoas, pode ser que ela se sinta angustiada
tal como ficava na antiga relação, embora, talvez, não se perceba a razão por ter despertado essa sensação.
Portanto, o impacto desse contínuo processo, o qual atribui valor sentimental a vários objetos, é a
multiplicidade e a multiplicação da quantidade de indutores, os quais despertam emoções. Assim, os
sentimentos são, explica o autor, uma resposta evolutiva a situações que foram impostas às pessoas para a
sobrevivência nas mais variadas formas. Dessa maneira, alguns indutores podem atuar em maior grau que
outros. Nesse sentido, assim como constatam as descobertas sobre os processos de indução, o ato de sentir é
um mecanismo biológico presente no comportamento humano, seja de forma consciente, seja de forma
inconsciente.

9. RELATÓRIO

Gênero textual expositivo de caráter narrativo e descritivo.


OBJETIVO: expor, sintetizar e discutir questões relativas à produção de conhecimento com a associação
entre teoria e prática. Assim, o relatório faz parte das redações técnicas e são muito importantes para registrar,
de forma sequencial e minuciosa, cada ação realizada pelo pesquisador ou pelo participante de uma atividade,
seja na escola, na universidade ou no trabalho.
Pode-se citar, por exemplo, a participação em algum evento, uma visita a um local histórico, uma atividade
em sala de aula e em grupo, os detalhes de uma pesquisa, experimentos em laboratório, apreciações sobre um
livro, análises de um filme e registros de um debate ou palestra.
LINGUAGEM deve se adequar à norma padrão da língua portuguesa, visto que o relatório é um
documento técnico com registro formal e, em alguns casos, possui caráter avaliativo.
PESSOA: 3ª pessoa (texto impessoal, informativo e objetivo).
LINGUAGEM: clara, objetiva, predominância de verbos no pretérito.
TÍTULO: deve apresentar, de forma descritiva e objetiva, o tema do trabalho que fora desenvolvido.
Nesse contexto, pode ser estruturado com a expressão inicial ―Relatório de / sobre...‖ ou o tipo e tema da
atividade, como ―Feira científica do 3º ano do Ensino Médio‖.

ESTRUTURA:
 Introdução: de modo geral, apresenta justificativas, diretrizes, delimitações e explicações básicas. Assim,
na introdução de um relatório científico, é necessário apresentar um resumo claro com as características gerais
do estudo realizado: tema, dados analisados, objetivos da pesquisa, metodologia adotada, período de
realização e justificativa ou importância das análises. Quando se trata de um relatório escolar, em que
normalmente é abordada uma atividade desenvolvida, como experimentos em laboratório, uma feira, uma
oficina, uma visita cultural ou uma sessão cinematográfica, é importante apresentar a data, o local, as pessoas
envolvidas, o material utilizado, os objetivos, a justificativa e uma breve contextualização das ações realizadas.
Expressões que podem ser usadas na construção da introdução de um relatório:
O presente relatório visa apresentar... Durante o (período) do ano de... A atividade teve como público-
alvo... Os objetivos da pesquisa consistiam em... A pesquisa se justificava pelo intuito de... A atividade é
justificada pela necessidade de... O estudo foi realizado por meio de uma metodologia que consistiu em... Os
métodos adotados para coleta e análise de dados foram... As atividades foram realizadas sob a supervisão do
professor... A análise dos dados foi orientada pela professora doutora...

 Desenvolvimento: trata-se do corpo ou texto principal, pois apresenta a descrição detalhada do objeto do
relatório, análise e resultados. O desenvolvimento é a parte mais longa desse gênero textual de modo a relatar
as etapas do trabalho e expor os dados advindos das observações bem como métodos e instrumentos
utilizados no processo. Dependendo do foco do relatório, podem ser citadas, nessa parte do texto, entrevistas,
depoimentos ou referências teóricas que fundamentem as análises realizadas, a metodologia adotada e/ou os
resultados obtidos. Expressões que podem ser usadas na construção do desenvolvimento de um relatório: A
pesquisa se iniciou com... A atividade foi realizada durante... com participação de (quantidade) estudantes...
Após analisar (elemento analisado), percebeu-se que... Com isso, foi realizado... A primeira etapa teve duração
de (duração) e foi orientada por... Ao final, evidenciou-se que... Diante desses dados, tronou-se possível
verificar que... As informações obtidas comprovam que...

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 Conclusão ou considerações finais: na conclusão do relatório ocorre o arremate do texto com uma
síntese dos resultados esperados e dos resultados obtidos (especialmente se essas informações ainda não
tiverem sido apresentadas no desenvolvimento). Caso seja um relatório de caráter crítico, devem ser
acrescentadas observações de apreciação do trabalho realizado, que podem ser de ordem subjetiva, científica
ou acadêmica, e uma análise dos resultados, como os impactos para os participantes do estudo e/ou para a
população inserida no contexto relatado.

EXEMPLO – proposta UNICAMP

TEXTO 1

Você e um grupo de colegas ganharam um concurso que vai financiar a realização de uma oficina
cultural na sua escola. Após o desenvolvimento do projeto, você, como membro do grupo, ficou responsável
por escrever um relatório sobre as atividades realizadas na oficina, informando o que foi feito. O relatório
será avaliado por uma comissão composta por professores da escola. A aprovação do relatório permitirá
que você e seu grupo
voltem a concorrer ao prêmio no ano seguinte.
O relatório deverá contemplar a apresentação do projeto (público-alvo, objetivos e justificativa), o relato
das atividades desenvolvidas e comentário(s) sobre os impactos das atividades na comunidade.
Na abertura do concurso, os grupos concorrentes receberam o seguinte texto de orientação geral:

As Oficinas Culturais são espaços que procuram oferecer aos interessados atividades gratuitas,
especialmente as de caráter prático, com o objetivo de proporcionar oportunidades de aquisição de novos
conhecimentos e novas vivências, de experimentação e de contato com os mais diversos tipos de linguagens,
técnicas e ideias. As Oficinas Culturais atuam nas áreas de artes plásticas, cinema, circo, cultura geral, dança,
design, folclore, fotografia, história em quadrinhos, literatura, meio ambiente, multimídia, música, ópera, rádio,
teatro e vídeo.
O público a ser atingido depende do objetivo de cada atividade, podendo variar do iniciante ao
profissional. As Oficinas Culturais visam à formação cultural e não à educação formal do cidadão. Pretendem
mostrar caminhos, sugerir ideias, ampliar o campo de visão. (Adaptado de Oficina Cultural Regional Sérgio
Buarque de Holanda. Disponível em
http://www.guiasaocarlos.com.br/oficina_cultural/conceito.asp. Acessado em 07/10/2013.)

EXEMPLO

Relatório de atividades da Oficina de Música Clássica do Colégio Vestibulando

Introdução: durante todo o segundo trimestre do ano de 2013, os alunos do segundo ano, turma A, do
Ensino Médio do Colégio Vestibulando, organizaram uma oficina cultural sobre música clássica. O projeto teve
como público-alvo os alunos do Ensino Fundamental da escola, bem como pais, professores e funcionários. Os
objetivos da oficina consistiam em incentivar o interesse e a apreciação pela música clássica através de
palestras, recitais (ao vivo ou por mídia digital) e aulas práticas. Dessa forma, a Oficina de Música Clássica se
justificava pelo intuito de combater a tradicional elitização desse estilo musical e desmistificar a noção de que a
prática desses instrumentos é retrógrada ou tediosa.
Atividades realizadas: a oficina funcionou de Abril a Junho de 2013, todas as sextas e sábados, das 14 às
18 horas, no auditório do Colégio Vestibulando. As duas primeiras horas eram sempre reservadas a palestras
abordando grandes compositores e o contexto histórico da criação dos instrumentos. Ao final da exposição
teórica, os organizadores executavam um recital relacionado ao tema da aula. Durante a última hora, os
participantes eram convidados a manusear e aprender técnicas básicas de violino, violoncelo, piano ou flauta
transversal. Ao longo do trimestre, foram comentados os compositores Beethoven, Mozart, Chopin, Debussy,
Rachmaninoff, Tchaikovsky e Paganini. A aula de encerramento durou uma hora a mais e tratou a respeito
da harmonização e formação das orquestras sinfônicas e filarmônicas.
Impacto da oficina na comunidade: o principal objetivo do projeto foi derrubar o rótulo de música clássica
como erudita e ultrapassada – e, de modo geral, a oficina obteve êxito nisso. Os alunos do Ensino
Fundamental foram incentivados a fundar um clube de música na escola e conseguiram patrocínio dos pais
para comprar instrumentos e contratar um instrutor. Diante de tamanho sucesso, os alunos do segundo ano,
turma A, esperam poder recriar essa oficina em 2014; para isso, pretendem contar com o financiamento do
próximo Prêmio Oficina Cultural.

16
10. PERFIL

Retrato por escrito de um lugar, uma pessoa, um animal ou um objeto;


• Classe de palavras mais utilizada: adjetivo (características); • Pode descrever aspectos físicos assim
como sensações ou sentimentos;
• Comumente, não há relação de anterioridade e posterioridade;
etc.
Conteúdo e estrutura • Título; • É escrito em 1ª pessoa e, mesmo que o perfilado não seja o autor do texto,
devem aparecer impressões do autor; • Organiza-se em introdução, desenvolvimento e conclusão.
Conteúdo e estrutura • Título: personalidade e tema central (característica principal) • Introdução:
apresenta a descrição inicial com destaque para as principais características do perfilado (dados do início da
vida, informações sobre a entrevista, descrição psicológica e de seu comportamento etc.)
Desenvolvimento: informações detalhadas da vida do perfilado com foco no principal tema ou
característica abordada (aspectos físicos e das atitudes da pessoa, descrição do cotidiano com ênfase em
detalhes reveladores, fatos polêmicos etc.) • Conclusão: retomada das informações principais bem como
reafirmação da importância do perfilado e do tema em destaque; ênfase aos mais recentes e grandiosos fatos
da vida da personalidade descrita.

Em um perfil, a finalidade de quem escreve é revelar aspectos sobre a vida e o mundo de determinada pessoa.
Por isso é essencial descrever e mostrar onde e como ela vive, o que faz, quais os fatos mais importantes de
seu passado e deu seu presente, além de descrições sobre seu comportamento, costume e temperamento. Há
também breves relatos de experiências marcantes vividas por ela. Além disso, quem escreve o perfil busca
valorizar certos aspectos da pessoa e de sua história de vida acrescentando comentários e opiniões de texto.
.
• Relato que destaca os traços característicos de uma pessoa. (Dicionário Michaelis Escolar).
•Conjunto de características ou competências necessárias ao desempenho de uma atividade, cargo ou função.

•Relato breve, em que, a traços rápidos, se apresenta a vida de uma pessoa.


(http://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-portuguesa/perfil) .

• Relato que destaca os traços característicos de uma pessoa. (Dicionário Michaelis Escolar). •
Conjunto de características ou competências necessárias ao desempenho de uma atividade, cargo ou função.

•Relato breve, em que, a traços rápidos, se apresenta a vida de uma pessoa.


(http://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-portuguesa/perfil)

EXEMPLO

Sérgio Loroza nasceu prematuro, mas desde que deixou a incubadora e subiu pela primeira vez o
Morro de São José, no subúrbio carioca de Madureira, não parou mais de crescer e de aparecer. ―Fui Serginho
só quando nasci. A partir daí passei a ser Serjão. Comecei um trabalho de engorda que não parou até hoje‖,
diverte-se o dono de exagerados 180 quilos, acondicionados em 1,83 m de altura.
Sim, ele chama a atenção por onde passa, mas já se vai longe o tempo em que marcava presença só
pelo seu tamanho. Hoje, ele chama a atenção menos pela circunferência do que pela
competência como músico e ator. A popularidade mesmo, porém, só veio com o bem-humorado,
mulherengo e um tanto mau-caráter dono da agência de empregos do seriado A diarista, da Rede Globo.
Para chegar onde está agora, foi com a cara e a coragem. Serjão estudou Química na Universidade
Federal Rural do Rio de Janeiro durante dois anos, foi auxiliar técnico de operações e promotor de vendas. Nos
anos 90, cheio de talento para dar, mas sem nenhum incentivo da empresa em que trabalhava, deixou o
emprego para apostar no sonho de ser artista. Apoiado em capacidade-voracidade-sorte, tornou-se ator, com
experiência em TV, teatro, cinema, e músico apaixonado pelo som pop mundial. No palco ou nas telas, os
personagens de Serjão normalmente arrancam gargalhadas. Carregam muita energia positiva emprestada pelo
ator, que chegou aos 39 anos de idade, cultivando perseverança e bom-humor.

“VIVA A UTOPIA”
A infância na comunidade carente lhe revelou as faces da pobreza e da violência, das quais
ele teve a dádiva de retirar apenas a experiência de vida. ―De onde eu vim muitos amigos já morreram ou estão
presos‖, conta. ―Não me considero em nada melhor do que eles. Só tive a sorte de ter uma família me

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apoiando, de nascer com um dom e de poder desenvolvê-lo‖, acrescenta. ―Eu me tornei artista para
revolucionar e quero servir de bom exemplo. Não me conformo com o mundo como está. Desejo ver a mesma
proporção de negros e brancos nas escolas e nas platéias de teatro. Viva a utopia‖.
Apesar dos passos trilhados pela Química e pelas vendas, o pendor para as artes vem de bem antes,
ainda garoto. Já no início dos anos 80 ele estudava violão e pouco tempo depois entrou para o grupo de teatro
da Igreja de Santo Sepulcro, em Madureira. ―Em 1985, fiz a minha primeira peça amadora‖, relembra. ―Subi ao
palco antes mesmo de assistir a um espetáculo.‖ Foi assim que, de grupo em grupo, de peça em peça, a bola-
de-neve artística se avolumou, até chegar a participações e pequenos papéis em espetáculos, como Cabaré
Brasil e Obrigado, Cartola!, além de longas-metragens como Orfeu, Bossa nova e Carandiru, sem contar
minisséries, programas humorísticos e novelas da Globo (...)
(Adaptado de Revista Raça Brasil, ed. 98, maio/2006. Disponível em http://
racabrasil.uol.com.br/Edicoes/98/artigo17492-1.asp).

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