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FORMATO DA PROVA
• A Redação terá o valor total de 80 (oitenta) pontos;
• A Folha de Redação terá 34 (trinta e quatro) linhas;
• Na Prova de Redação, serão apresentadas 2 (duas) situações que servirão de motivação para o texto a ser
produzido. O candidato deverá optar por uma delas;
• O texto a ser redigido deverá atender, minimamente,
a) à proposta temática, observando o tema, a situação de interação e de produção propostas e as
instruções de elaboração do texto;
b) ao gênero;
c) à leitura: o texto deve mostrar a relevância dos pontos apresentados nos textos motivadores
em seu texto sem copiá-los.
d) à articulação escrita e emprego de regras gramaticais que atendem à modalidade culta da língua.
• Somente serão corrigidas as Provas de Redação dos candidatos classificados na Prova Objetiva.
GÊNEROS SOLICITADOS
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1. EDITORIAL ( título + máscara **+ sem assinatura + 3ª pessoa do singular)
texto tipicamente jornalístico que exprime a opinião de um veículo de informação. Em geral, é escrito
pelo redator-chefe e publicado nas primeiras páginas de revistas ou jornais.
EXEMPLO
Machismo na contemporaneidade: objetificação e padronização
As constantes notícias de violência contra as mulheres impõem uma reflexão sobre uma triste realidade que
as expõe a situações de opressão e abuso. O machismo tem sido a conduta dominante na história humana e,
mesmo nos tempos atuais, continua tentando suprimir liberdades duramente conquistadas pelas mulheres ao
longo do tempo. Desse modo, mesmo com os inegáveis avanços no sentido da emancipação feminina, ainda
há um longo caminho a percorrer.
Apesar de importantes conquistas e vitórias, ainda existe uma evidente objetificação das mulheres, o
que distorce a natureza da relação entre os sexos, a qual poderia ser mais madura, respeitosa e plena.
Assim, esta revista acredita que a superexposição do corpo, a busca excessiva por exercícios exaustivos e
por cirurgias plásticas, longe de beneficiarem a mulher, a oprimem, geram ansiedade e frustrações.
Além disso, a mídia cria constantemente estereótipos de beleza, induzindo a mulher a práticas nem
sempre saudáveis para preservar a aparência segundo padrões estabelecidos pelos meios de comunicação.
Isso alimenta uma indústria certamente lucrativa, a qual se apropria de concepções culturais para apresentar
produtos como determinantes para alcançar estados físicos e mentais em conformidade com o sentido de
belo e de correto para a maior parte de um povo, como ser magra e realizar todos os afazeres domésticos.
Esse contexto é chamado, pelos filósofos Adorno e Horkheimer, de Indústria Cultural, a qual prioriza o
acúmulo de capital e não o bem-estar das pessoas.
Portanto, todos — homens e mulheres — devem reconhecer sua realidade essencial, a partir da qual
podem ter um novo olhar sobre a vida, o ser humano e as relações com o semelhante. Sendo assim, sob
essa perspectiva ampliada, cada um pode compreender e respeitar as singularidades e potencialidades
humanas, favorecendo a cooperação entre homens e mulheres na construção de uma sociedade mais justa,
livre e fraterna.
texto opinativo normalmente assinado e muito assemelhado estruturalmente à dissertação, ainda que
permita algumas liberdades linguísticas impossíveis em um texto dissertativo científico como o uso
pontual de palavras não dicionarizadas, subjetividades, etc. Por ser atribuído a uma pessoa,
comunica um ponto de vista particular acerca de um assunto em primeira pessoa do singular.
Objetivo – comunicar a opinião particular de um articulista contratado por veículo de comunicação pela
relevância dessa pessoa para um determinado grupo, instituição, etc.
Estrutura – dissertativo-argumentativa.
Argumentação – bem marcada a tese ( mais de uma vez)+ justificativas + provas
Pessoa do discurso – 1ª pessoa do singular é obrigatória para explicitar o aspecto personalista do discurso
e da argumentação do texto.
Linguagem – clara, objetiva e adequada às normas gramaticais por padrão: uso de modalizadores ( sem
dúvida, infelizmente, certamente, é lamentável, é notável = marcas de criticidade/ autoria). Verbos
predominantemente no presente do indicativo. Perguntas retoricas valorizam o estilo.
Máscara – obrigatória e qualificadora (Exemplo: ―como médico‖, "na condição de antropólogo", etc.).
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(Observação importante: confira se no concurso que você fará a máscara é obrigatória e sobre qual é a
orientação para escrevê-la.)
Deve-se deixar claro no texto o papel que o autor desempenha na sociedade – ainda que seja
uma construção fictícia. Por exemplo: ―sou cientista social e acredito que este problema se
deve...‖; ―como professora, percebo que a educação...‖; ―de modo que sou psicólogo com
especialização em comportamento de adolescentes, considero que...‖; etc. A máscara deve
aparecer pelo menos uma vez no decorrer do texto.
3. RELATO
texto no qual são apresentadas as informações básicas (os fatos) referentes a um acontecimento específico.
OBJETIVO: Transmite uma lição de vida, algo a ser aprendido por outras pessoas. Nesse caso, o depoimento tem
sentido pedagógico. Também, pode visar mostrar o lado desconhecido de algum acontecimento trágico, podendo
passar a ser importante documento histórico.
ESTRUTURA:
É composto de sequências descritivo-narrativas, cuja função é convencer o leitor de uma experiência.
Deve ser feita uma apresentação do tema e do fato na introdução; Deve ser escrito predominantemente com
verbos no passado; - Deve apresentar uma lição/aprendizado no desfecho
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EXEMPLO
Meu nome é Eduardo, 47 anos, médico. Quando criança era fascinado pelas bandas de rock e o visual dos
músicos. Para mim, roqueiro de verdade era aquele coberto de tatuagens, da cabeça aos pés. Comecei como
toda criança: adesivo de tatuagem que vinha no chiclete. nao satisfeito, mudei para as tattoos de henna. E
na pré-adolescência, com apenas 13 anos, fiz minha primeira tatuagem de verdade.
Convenci meus pais com a declaração-diária-de que meu maior sonho era ter uma tattoo que não saísse no
banho. Venci pela insistência. Dona Ana usou todas as artimanhas que as mães possuem para tentar me impedir.
Nada me fez mudar de ideia.
Sem a menor maturidade e noção, eu escolhi tatuar a figura do diabo montado em uma caveira. Na época, eu
optei pelo diabo porque os músicos de rock pesado, os filmes, livros e jogos de RPG que ocupavam minha
mente, mencionavam-no.
Nos primeiros dias, a tattoo me enlevara. Aos 16 anos já não me sentia tão descolado e comecei a me
arrepender. A tatuagem era ridícula e tomava boa parte do meu braço. Com 18 anos passei no vestibular de
medicina e o arrependimento veio por completo. Para piorar, o preconceito encheu minha cabeça: médicos não
tinham tatuagem porque eram ―limpos‖ e sérios. Culpei meus pais Por um bom tempo, reclamava: ―Que pais são
vocês que autorizaram uma criança a marcar definitivamente o corpo?‖.
Hoje, escuto da minha filha de 15 anos: ―Você tem, por que não posso ter?‖, e respondo: ―Porque eu me
precipitei.‖. Afirmo que não há nada de errado em fazer uma tatuagem, desde que o indivíduo tenha a
idade correta para lidar com suas escolhas. Como ocorre com a habilitação para dirigir e beber álcool.
4. CARTA ARGUMENTATIVA
I - Aspectos gerais:
II- Características:
EU (autor) TU ( destinatário)
(construção de uma persona; vivências) (conquista de adesão)
Interlocutor definido: principal diferença entre a dissertação tradicional e a carta. Na carta, estabelece-se
uma comunicação particular entre um eu definido e um você definido.
É preciso adaptar a linguagem e a argumentação à realidade desse leitor e ao grau de intimidade estabelecido
entre os dois.
Os argumentos e informações deverão ser compreensíveis ao leitor, próximos da realidade dele. Utilize-se de
bom senso e equilíbrio para selecionar os argumentos e/ou informações que não sejam óbvios ou
incompreensíveis àquele que lerá a carta.
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III. Estrutura geral:
2. Prezado Senhor :
(vocativo: uma linha após a data; expressão que saúda o interlocutor; o grau de
formalidade depende da relação estabelecida)
6. Fecho de cortesia
( agradecer a atenção, fixando a opinião defendida)
7. Iniciais ou pseudônimo ( indicado pela banca
elaboradora)
( não se assinam cartas no vestibular
Cabeçalho: na primeira linha da carta, devem aparecer o nome da cidade e a data na qual se escreve.
A escolha desse vocativo dependerá do que solicita a proposta e da relação social com ele estabelecida.
Exemplos: Prezado Senhor Fulano, Excelentíssimo Senhor Presidente Fulano de Tal; Senhor Sicrano,
etc. (Pule uma linha) antes de iniciar a carta.
Interlocutor: Ao escrever a carta, o candidato deverá fazer o leitor ―aparecer‖ nas linhas. Se a carta é
para um político, por exemplo, evidentemente ele deve ser evocado ao longo do texto. Então, verbos no
imperativo – que fazem o leitor perceber que é ele o interlocutor – e vocativos (Senhor; V. Excia; por
exemplo) são bem-vindos.
Observação: é falha comum entre os candidatos ―disfarçarem‖ o texto, como se uma dissertação
tradicional fosse carta argumentativa. Alguns até escrevem o cabeçalho ou o vocativo inicial, e na sequência
desenvolvem um texto que não evoca em momento algum o leitor (como se fosse uma dissertação) e, ao
final, inserem a assinatura.
Cuidado! Na carta, deve haver interlocução.
Expressão que introduz a assinatura: Terminada a carta, é de praxe pular uma linha, para inserir uma
expressão que precede a assinatura do autor.
A mais comum é ―Atenciosamente‖, mas, dependendo da proposta e das intenções para com o
interlocutor, é possível gerar várias outras expressões, como ―De um amigo‖, ―De um cidadão que votou no
senhor‖, De alguém que deseja ser atendido‖ etc.
Assinatura: NÃO escreva o próprio nome por extenso. Veja o que solicita a proposta.
Ela pode solicitar que o candidato use um nome fictício, já dado, por exemplo. Essa postura adotada
pela UFU é importante para que se garanta a desidentificação do candidato e, sobretudo, a imparcialidade
dos corretores na avaliação das redações.
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9. A data deve ser escrita junto à margem esquerda, no caso das cartas?
Resposta: SIM.
10. Na carta argumentativa, há a obrigatoriedade de saltar linhas entre os elementos como data,
vocativo, corpo da carta, despedida e assinatura?
Resposta: SIM, espera-se que o candidato escreva sua carta com cabeçalho, (saltar linha) vocativo,
seguido de vírgula (saltar linha), corpo da carta, (saltar linha) despedida (saltar linha) e assinatura.
http://www.ingresso.ufu.br
Com base no texto, redija uma CARTA ARGUMENTATIVA a Raymond Kurzweil argumentando contra
a sua ideia de que ―poderíamos dominar a ciência a ponto de copiar o conteúdo de nosso cérebro (e com
isso nossa personalidade) para implantá-lo em super-humanos - e viver para sempre‖.
4.1.CARTA ABERTA
Características:
É um texto por meio do qual um cidadão ou um grupo se dirige, publicamente, a um interlocutor específico
(normalmente, uma autoridade), entidade ou população diretamente envolvido(s) com uma situação-problema
de interesse coletivo. Assim, a finalidade é alertar, conscientizar, responsabilizar e/ou denunciar um problema
de natureza social ou cultural bem como mobilizar as pessoas em busca de uma solução. É publicada em
jornais, revistas, blogs ou distribuídos diretamente à população.
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Utilize o pronome de tratamento adequado ao destinatário;
Utilize a interlocução 1 vez por parágrafo;
Utilize o verbo em 1ª pessoa do singular 1 vez por parágrafo;
Utilize a máscara, pelo menos, 1 vez no texto (indicado utilizar 2 vezes).
Introdução:
contextualização do problema e/ou da polêmica (motivo da manifestação) e apresentação do
posicionamento (tese)
2. Desenvolvimento: análise do problema e apresentação dos argumentos que fundamentam o ponto de
vista do(s) autor(es)
3. Conclusão: ratificação da problemática e conclamação por uma mudança ou uma resolução do
problema
4. Assinatura
EXEMPLO
Diante das recentes políticas públicas sobre a liberação de agrotóxicos no nosso país e preocupado com
a liberação deste, não posso me calar. Também por ser considerado um jovem líder estudantil, torno pública
minha opinião, no jornal Diário da Cidade. Espero conscientizar ao menos os senhores e as senhoras,
maringaenses, sobre esse assunto e suas relações com efeitos nocivos ao meio ambiente e à saúde humana.
Aprendemos, em nossas aulas de geografia, o quanto os agrotóxicos possuem um papel importante para
o agricultor, pois mantém longe os insetos e animais de suas lavouras para obterem o seu lucro. Porém,
segundo o ex-presidente da Associação Brasileira de Reforma Agrária, Gerson Teixeira, os produtores
agrícolas usam de forma abusiva os agrotóxicos, sem se preocupar com o consumidor e com a natureza.
Quem nunca assistiu aos vídeos veiculados no Whatsapp sobre o quanto de agrotóxicos ingerimos ao
comermos moranguinhos e companhia?
Ademais, prezada população, para aqueles que insistem em defender o uso dos agrotóxicos, a revista
científica Proceedings of the National Academy of Sciences, elaborada por pesquisadores da Universidade da
Califórnia, afirmou que os agrotóxicos são fortes disruptores endócrinos, que geram a desregulação dos
hormônios no ser humano, além de afetar a nossa saúde, causa também mutações no meio. Para completar,
assisti a um documentário da Netflix abordando ao assunto, tudo isso somado a minha preocupação
impulsionou-me a tornar público meu posicionamento.
Desse modo, espero ter conscientizado os senhores, leitores e cidadãos, sobre as consequências que o
consumo e o uso de agrotóxicos causam na vida do homem e no meio ambiente. Respeitosamente,
Jonivaldo
Características
Emissor: Construção de máscara (Contexto de comunicação)
Receptor: Contexto de comunicação.
Espaço de publicação: Contexto de comunicação.
Objetivo: Solicitar, PEDIR.
Linguagem: Uso da 1ª pessoa do singular ou plural
EXEMPLO
Maringá, 21 de Setembro de 2015.
Ao respeitado Vereador Eugênio da Câmara,
Sou Engenheiro Ambiental e vejo o descarte de lixo eletrônico como um problema grave, pois sua
acumulação favorece a poluição e a proliferação de doenças. Por isso, Senhor vereador, solicito que o senhor
proponha um projeto de lei que vise solucionar essa questão. Acredito ser de extrema importância que nossa
cidade resolva esse problema.
O lixo eletrônico precisa ser reciclado e, para isso, senhor vereador, basta instalar posto de coleta dos
dejetos em diversos pontos da cidade. Quando não há possibilidade de reciclagem, é possível pensar na
incineração, desde que a fumaça seja filtrada para retirar as impurezas e toxicidades. Além disso, é viável
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pensar em uma associação entre empresas coletoras de lixo e os de produção dos eletrônicos, promovendo
uma ajuda mútua que com certeza beneficia a sociedade.
Dessa forma, Senhor vereador, peço que faça um projeto de lei que seja de, digo, execução simples
para a população, e que englobe também a punição àqueles que realizarem o descarte incorreto ou queima do
lixo eletrônico de maneira indevida. É necessário nos adequarmos e aprendermos a lidar com os problemas
que a modernidade traz, para que seja possível morarmos em uma cidade limpa e ambientalmente correta.
Características
Emissor: Construção de máscara (Contexto de comunicação)
Receptor: Contexto de comunicação.
Espaço de publicação: Contexto de comunicação.
Objetivo: exigir, reivindicar.
Linguagem: Uso da 1ª pessoa do singular ou plural
Contexto de produção : você é professor e morador do bairro Jardim Industrial, da cidade Canção. Nele há
uma grande concentração de indústrias, muitas delas com nível de poluição que ultrapassam o estabelecido
pelas leis do município. Como você tem conhecimento do assunto, resolveu escrever para o secretário do meio
ambiente para reclamar da situação.
EXEMPLO
5. RESUMO
O resumo consiste na seleção das ideias principais de um texto. Exige do aluno um trabalho
com a análise e a síntese, proporcionando melhor percepção das noções de coesão e coerência.
Como organizar um resumo:
Leia o texto com atenção.
Releia-o, grifando, a cada parágrafo, as ideias mais importantes.
Una os períodos selecionados, fazendo as adaptações convenientes.
Não copie trechos.
Mantenha a sequência de ideias do texto original.
Não acrescente aspectos, tampouco se envolva no texto.
Mantenha o nível de linguagem apresentado.
Conserve a estrutura original.
Organize os aspectos selecionados de forma clara e coerente.
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Preserve o título.
Características:
Texto EXPOSITIVO;
Uso da 3ª pessoa do singular;
Uso de expressões (Conforme o autor; Para o autor, Segundo as ideias apresentadas...)
Citação do texto fonte (AUTOR, NOME DO TEXTO, LOCAL E DATA DE PUBLICAÇÃO);
TÉCNICA DE ESCRITA: PARÁFRASE.
Proposta
(UNICAMP 2013) Imagine-se como um estudante de ensino médio de uma escola que organizará um painel
sobre características psicológicas e suas implicações no plano individual e na vida em sociedade. Nesse
painel, destinado à comunidade escolar, cada texto reproduzido será antecedido por um resumo. Você ficou
responsável por elaborar o resumo que apresentará a matéria transcrita abaixo, extraída de uma revista de
divulgação científica. Nesse resumo você deverá:
PESSIMISMO
Para começar, precisamos de pessimistas por perto. Como diz o psicólogo americano Martin
Seligman: ―Os visionários, os planejadores, os desenvolvedores, todos eles precisam sonhar com coisas que
ainda não existem, explorar fronteiras. Mas, se todas as pessoas forem otimistas, será um desastre‖, afirma.
Qualquer empresa precisa de figuras que joguem a dura realidade sobre os otimistas: tesoureiros, vice-
presidentes financeiros, engenheiros de segurança...
Esse realismo é coisa pequena se comparado com o pessimismo do filósofo alemão Arthur
Schopenhauer (1788-1860). Para ele, o otimismo é a causa de todo o sofrimento existencial. Somos movidos
pela vontade – um sentimento que nos leva a agir, assumir riscos e conquistar objetivos. Mas essa vontade é
apenas uma parte de um ciclo inescapável de desilusões: dela vamos ao sucesso, então à frustração – e a
uma nova vontade.
Mas qual é o remédio, então? Se livrar das vontades e passar o resto da vida na cama sem
produzir mais nada? Claro que não. A filosofia do alemão não foi produzida para ser levada ao pé da letra. Mas
essa visão seca joga luz no outro lado da moeda do pessimismo: o excesso de otimismo – propagandeado nas
últimas décadas por toneladas de livros de autoajuda. O segredo por trás do otimismo exacerbado, do
pensamento positivo desvairado, não tem nada de glorioso: ele é uma fonte de ansiedade. É o que concluíram
os psicólogos John Lee e Joane Wood, da Universidade de Waterloo, no Canadá. Um estudo deles mostrou
que pacientes com autoestima baixa tendem a piorar ainda mais quando são obrigados a pensar
positivamente.
Na prática: é como se, ao repetir para si mesmo que você vai conseguir uma promoção no
trabalho, por exemplo, isso só servisse para lembrar o quanto você está distante disso. A conclusão dos
pesquisadores é que o melhor caminho é entender as razões do seu pessimismo e aí sim tomar providências.
E que o pior é enterrar os pensamentos negativos sob uma camada de otimismo artificial. O filósofo britânico
Roger Scruton vai além disso. Para ele, há algo pior do que o otimismo puro e simples: o ―otimismo
inescrupuloso‖. Aquelas utopias* que levam populações inteiras a aceitar falácias** e resistir à razão. O maior
exemplo disso foi a ascensão do nazismo – um regime terrível, mas essencialmente otimista, tanto que deu
origem à Segunda Guerra com a certeza inabalável da vitória. E qual a resposta de Scruton para esse
otimismo inescrupuloso? O pessimismo, que, segundo ele, cria leis preparadas para os piores cenários. O
melhor jeito de evitar o pior, enfim, é antever o pior.
(Extraído de M. Horta, ―O lado bom das coisas ruins‖, em Superinteressante, São Paulo, no 302, março 2012.
http://super.abril.com.br/cotidiano/lado-bom-coisas-ruins-68705.shtml. Acessado em 2/09/2012.)
* Utopia: projeto de natureza irrealizável; ideia generosa, porém impraticável; quimera; fantasia.
** Falácia: qualquer enunciado ou raciocínio falso que, entretanto, simula a veracidade; raciocínio verossímil,
porém falso; engano; trapaça.
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EXEMPLO
No texto ―O lado bom das coisas ruins‖, o autor apresenta sua visão a respeito da importância do
pessimismo na sociedade, comparando os efeitos do pessimismo aos do otimismo, apoiando-se, para isso, em
pensamentos de filósofos e psicólogos.
Segundo o autor, o pessimismo é uma forma de trazer a realidade para as situações, evitando,
como coloca o psicólogo americano Martin Seligman, desastres que poderiam ser causados se todas as
pessoas fossem otimistas.
O autor não vê, porém, necessidade de culpar o otimismo por todo o sofrimento existencial, como
defendia Schopenhauer, mas sim utilizar a teoria desse filósofo alemão para destacar outro problema: otimismo
exagerado.
Para o autor, esse excesso de otimismo não passa de uma fonte de ansiedade, fonte essa que
vem sendo amplamente propagada por livros de autoajuda, e que, de acordo com os psicólogos John Lee e
Joane Wood, apenas servem para agravar o caso de alguns pacientes.
Por fim, chama-se a atenção para o ―otimismo inescrupuloso‖, uma forma de otimismo utópico
que, segundo o fislosofo Scruton, é o pior do que o puro otimismo, pois pode vencer a razão e originar
situações como a vista com a ascensão do nazismo. Para combater esse otimismo, volta-se novamente ao
pessimismo, o que reforça a sua importância para a sociedade, tal qual expõe o autor em seu texto.
6. NOTÍCIA OU REPORTAGEM
O texto jornalístico é por excelência fundado na função referencial da linguagem, porque, via de
regra, deve ser objetivo, imparcial e denotativo. A linguagem jornalística utiliza a variante padrão da língua,
ainda que sem uso de termos eruditos ou requintados, ao contrário, busca-se o texto acessível e fácil de ser
lido. Neles, são construídos geralmente períodos e parágrafos curtos, particularmente na confecção de
notícias, que são textos em que predominam as tipologias narrativa e expositiva. De caráter informativo e
pretensamente neutro - desenvolvido sobre quaisquer assuntos de forma imparcial em função do interesse que
podem potencialmente provocar nos leitores de um jornal. É publicada nos mais variados veículos de
informação, tais como jornais, revistas, zines, ―sites‖, etc. A linguagem da reportagem é direta, clara e objetiva,
com o intuito de permitir fácil leitura e assimilação da informação. Geralmente, contém citação de falas dos
envolvidos, as quais se integram ao texto do próprio jornalista.
Estrutura textual
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Assinatura - esse gênero textual pode ser assinado - caso venha orientações na prova para isso - ainda que
seja muito pouco observado esse comportamento nos veículos regulares e de maior visibilidade da imprensa
brasileira.
COVID-19: Seis países já estão prontos para começar a vacinar; saiba quais
Além dos Estados Unidos e Reino Unido, Canadá, o Bahrein, México e Arábia Saudita já aprovaram a
vacina em caráter emergencial
Nos Estados Unidos, logo após o aval da FDA, o presidente Donald Trump garantiu que as primeiras
doses da vacina seriam ministradas em menos de 24 horas.
Com a autorização da Agência de Alimentos e Medicamentos (FDA) para a aplicação nos Estados Unidos
em caráter emergencial da vacina contra o novo coronavírus, desenvolvida pela Pfizer, sobe para seis o
número de países prontos a imunizar a sua população. A decisão nos EUA acabou sendo mais um motivo de
pressão sobre o governo brasileiro.
No início da semana passada, quando o Reino Unido começou a vacinar a população mais vulnerável ao
coronavírus, o debate sobre a vacinação se intensificou no Brasil, com muitas críticas ao governo, que
estaria atrasado na definição de uma estratégia para imunizar a população.
Nos Estados Unidos, logo após o aval da FDA, o presidente Donald Trump garantiu que as primeiras
doses da vacina seriam ministradas em menos de 24 horas. Os estoques serão enviados às unidades
federativas pelo sistema postal.
Os governadores locais vão decidir os grupos populacionais com prioridade na vacinação. ―Queremos que
nossos idosos, profissionais de saúde e socorristas sejam os primeiros da fila. Isso diminuirá rapidamente as
mortes e hospitalizações‖, afirmou Trump. A vacina da Pfizer é produzida em parceria com a alemã
BioNTech.Antes da aprovação, Trump e integrantes de seu governo fizeram cobranças públicas à agência que
regula medicamentos, pedindo agilidade na liberação do composto. O presidente chegou a subir o tom contra
Stephen Hahn, que dirige a instituição. ―Libere a maldita vacina agora, Dr. Hahn. Pare de jogar e comece a
salvar vidas‖, disparou, pelo Twitter. Na mesma mensagem, Trump classificou a agência como uma ―tartaruga
velha e lenta‖.
Na sexta-feira, o número de norte-americanos vitimados pela COVID-19 superou a quantidade de
soldados do país mortos em combates na Segunda Grande Guerra. Foram 291.557 óbitos nos confrontos,
segundo dados do Departamento de Assuntos de Veteranos, ante as mais de 293 mil mortes provocadas pelo
vírus.
7. RESENHA CRÍTICA
Objetivo – uma síntese seguida de comentário sobre uma obra publicada, ou seja, a resenha contém um
resumo, possui informações sobre o autor/obra e é um tipo de análise.
Os aspectos mais importantes do texto são ressaltados e é realizada uma análise mais profunda sobre
algum aspecto da obra. Dessa forma, é necessário um julgamento do autor sobre o que foi analisado.
Estrutura –
O livro / O conto / O poema / A obra / O artigo opinativo / A reportagem / A música [―TÍTULO‖], de(o)(a)
[AUTOR, preferencialmente citando a especialidade], expõe / discute / elucida sobre [TEMA]. Nesse sentido, /
Desse modo, / Destarte, demonstra / apresenta [RESUMO DA OBRA COM POSICIONAMENTOS E/OU
FATOS] para [OBJETIVO DA OBRA, preferencialmente conforme o gênero textual do texto original]. No
entanto, / Com isso, nota-se / percebe-se [POSICIONAMENTO DO RESENHISTA]
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DESENVOLVIMENTO:
Segundo [AUTOR], [AFIRMAÇÃO IMPORTANTE PRESENTE NA OBRA]. Para isso, demonstra que
[DETALHES DE COMPROVAÇÃO OU EXPLICAÇÃO DA AFIRMAÇÃO]. / No livro, / No conto, / No poema, /
Na obra, / No artigo opinativo, / Na reportagem, / Na música, é apresentado [FATO]. Essa perspectiva / Esse
fato evidencia [INTERPRETAÇÃO DA INFORMAÇÃO]. Diante disso, com base na teoria de [AUTOR], para
quem [TEORIA], é identificado um equívoco / uma asserção [EXPLICAÇÃO / ANÁLISE DO RESENHISTA].
Além disso, ao declarar / ao narrar / ao explicar / ao opinar / ao descrever que [INFORMAÇÃO IMPORTANTE
PRESENTE NA OBRA], [AUTOR] / o livro / o conto / o poema / a obra / o artigo opinativo / a reportagem / a
música explicita [INTERPRETAÇÃO DA INFORMAÇÃO PRESENTE NA OBRA]. Todavia, / Nesse viés, na
realidade, são observadas situações destoantes / equivalentes em fatos como [EXEMPLOS ESCOLHIDOS
PELO RESENHISTA]. Por isso, [PONTO DE VISTA DO RESENHISTA].
CONCLUSÃO:
Portanto, O livro / O conto / O poema / A obra / O artigo opinativo / A reportagem / A música [―TÍTULO‖],
de(o)(a) [AUTOR, preferencialmente citando a especialidade], representa [POSICIONAMENTO DO
RESENHISTA]. Dessa forma, essa produção textual deve ser divulgada / valorizada / debatida / alterada /
banida, pois [EXPLICAÇÃO DO POSICIONAMENTO DO RESENHISTA COM RESUMO DA
ARGUMENTAÇÃO]. A partir disso, haverá uma contribuição de grande relevância social a [GRUPO
BENEFICIADO] / em (no)(na) [ÁREA BENEFICIADA].
Pessoa do discurso – De modo geral, na resenha acadêmica, é comum o enunciador evitar escrever em
primeira pessoa, mas continuar expressando sua subjetividade de maneira indireta, garantindo veracidade ao
dito e fazendo com que o comentário pareça surgir como uma característica da própria obra. Portanto, a
resenha deve ser escrita em 3ª pessoa.
Linguagem – Dado que a resenha é um texto construído por um enunciador a respeito de outro texto de outro
autor, é natural que haja menções ao texto original. Tais menções são normalmente feitas para serem alvo de
comentários do resenhista, entretanto essas duas vozes (a do autor do texto original e a do resenhista) devem
ficar bem claras para o leitor. Para tanto, o resenhista faz uso de alguns procedimentos para evidenciar o autor
da obra e seus diferentes atos, distinguindo-os do que é a sua opinião e/ou avaliação como autor da resenha.
Máscara : NÃO HÁ
EXEMPLO
A resenha crítica na UNICAMP ( 2016)
Você é um estudante universitário que participará de um concurso de resenhas, promovido pelo Centro de
Apoio ao Estudante (CAE), órgão que desenvolve atividades culturais em sua Faculdade. Esse concurso tem o
objetivo de estimular a leitura de obras literárias e ampliar o horizonte cultural dos estudantes. A resenha será
lida por uma comissão julgadora que deverá selecionar os dez melhores textos, a serem publicados. Você
escolheu resenhar a fábula de La Fontaine transcrita abaixo. Em seu texto, você deverá incluir:
a) uma síntese da fábula, indicando os seus elementos constitutivos;
b) a construção de uma situação social análoga aos fatos narrados, que envolva um problema coletivo;
c) um fechamento, estabelecendo relações com a temática do texto original. Seu texto deverá ser escrito
em linguagem formal, deverá indicar o título da obra e ser assinado com um pseudônimo.
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a sair dos buracos: mal se alimentavam.
Para eles, Rodilardo era mais que um gato:
era o próprio Satã, de fato.
Um dia em que, pelos telhados,
foi o galante namorar,
aproveitando a trégua, os ratos, assustados,
resolveram confabular
e discutir um modo de solucionar
esse grave problema. O decano, prudente,
definiu a questão: simples falta de aviso,
já que o gato chegava, solerte. Era urgente
amarrar-lhe ao pescoço um guizo,
concluiu o decano, rato de juízo.
Acharam a ideia excelente,
e aplaudiram seu autor. Restava, todavia,
um pequeno detalhe a ser solucionado:
quem prenderia o guizo – e qual se atreveria?
Um se esquivou, dizendo estar muito ocupado;
Outro alegou que andava um tanto destreinado
em dar laços e nós. E a bela ideia
teve triste final. Muita assembleia, ao fim nada decide – mesmo sendo de frades
ou de veneráveis abades...
Deliberar, deliberar ...
conselheiros, existem vários;
mas quando é para executar,
onde estarão os voluntários?
(Fábulas de La Fontaine. Tradução de Milton Amado e Eugênia Amado. Belo Horizonte: Itatiaia, 2003, p.
134-136.)
Glossário
Abade: superior de ordem religiosa que dirige uma abadia.
Frade: indivíduo pertencente a ordem religiosa cujos membros seguem uma regra de vida e vivem
separados do mundo secular.
Decano: o membro mais velho ou mais antigo de uma classe, assembleia, corporação, etc.
Guizo: pequena esfera de metal com bolinhas em seu interior que, quando sacudida, produz um som
tilintante.
Solerte: engenhoso, esperto, sagaz, ardiloso, arguto, astucioso.
EXEMPLO
A fábula ―A Deliberação Tomada pelos Ratos‖, escrita por La Fontaine, apresenta uma situaçãoproblema
desencadeada por um gato de nome Rodilardo que caça inúmeros ratos, matando-os e comendo-os. Os ratos,
preocupados com sua situação, decidem se reunir para discutir e encontrar alguma solução. Assim, concluem
que se houvesse um sinal para alertá-los da presença do felino, poderiam ter tempo para se esconder e salvar
suas vidas, o que foi proposto pelo rato mais velho e experiente. Os demais concordaram, inclusive com a ideia
de pendurar-lhe uma esfera de metal barulhenta no pescoço. Porém, nenhum dos ratos se comprometeu a
fazê-lo, tornando a ideia infrutífera.
La Fontaine, com esta fábula, transmite a moral de que, embora seja importante deliberar os assuntos, é
imprescindível executá-los. Situação semelhante ocorre quando uma comunidade enfrenta problemas com a
segurança pública. Em um determinado bairro com alto índice de violência, pouco adianta lastimar-se dos
crimes ocorridos ou discutir soluções em uma rede social. Caso este alto índice de violência ocorra em razão
da ausência de escolas ou atividades culturais, essa comunidade deverá se organizar e levar os fatos às
autoridades competentes para que providenciem o necessário e, com a participação de todos, seja resolvido
concretamente o problema.
O receio de eventuais retaliações pode levar essa comunidade a amedrontar-se, assim como os ratos da
fábula. Para colocar o guizo no gato, ou seja, para efetivar uma transformação nesse bairro, é preciso sair da
toca, enfrentar a questão e exigir os próprios direitos. No caso, um serviço de segurança e educação prestados
adequadamente pelo Estado.
E. A.
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8. TEXTO DE DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA
O texto de divulgação científica é um gênero textual expositivo de caráter narrativo e descritivo. Constitui-se
pela união do discurso científico com o jornalístico, com o intuito de propiciar ao leitor o contato com o universo
científico por meio de uma linguagem que lhe seja familiar, como no texto jornalístico, mas mantendo algumas
características do discurso científico, como a objetividade e a impessoalidade.
OBJETIVO : divulgar os resultados e as conclusões de pesquisas científicas para um público leigo, comumente
relacionando os dados das pesquisas a exemplos da vida cotidiana.
ESTRUTURA:
Introdução: apresenta a contextualização do tema com a exposição da informação principal. Esse conteúdo
pode ser complementado com recursos como a narração de uma pequena história relacionada ao contexto ou
a apresentação de pesquisas anteriores para realizar uma comparação e mostrar os avanços.
Desenvolvimento: apresenta informações detalhadas sobre o conteúdo científico abordado, desse modo
contém dados que expliquem e comprovem os resultados de uma pesquisa, como exemplos, comparações,
análise estatística, citação de pesquisas e autoridades na área de conhecimento abordado no texto, relações
de causa e efeito bem como objetivos do estudo. Também é possível fazer referência a falas e narrar
experiências.
Conclusão: apresenta uma retomada das informações principais, reafirma a importância do que foi relatado
e/ou faz algum tipo de alerta. Além disso, pode-se sugerir algumas mudanças de hábito, especialmente quando
o texto fizer referência à saúde ou ao meio ambiente, bem como demonstrar previsões para o futuro ou
confirmar a necessidade de maiores pesquisas no ramo.
EXEMPLO
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Nesse contexto, um acontecimento que mostra isso é quando um idoso encontra um local muito
semelhante a outro no qual passou uma juventude muito feliz. Essa associação, certamente, despertará a
sensação de felicidade. Por outro lado, se, em uma multidão, uma pessoa, por acaso, vê um indivíduo parecido
com um antigo namorado, cujo relacionamento lhe trouxe muitas mágoas, pode ser que ela se sinta angustiada
tal como ficava na antiga relação, embora, talvez, não se perceba a razão por ter despertado essa sensação.
Portanto, o impacto desse contínuo processo, o qual atribui valor sentimental a vários objetos, é a
multiplicidade e a multiplicação da quantidade de indutores, os quais despertam emoções. Assim, os
sentimentos são, explica o autor, uma resposta evolutiva a situações que foram impostas às pessoas para a
sobrevivência nas mais variadas formas. Dessa maneira, alguns indutores podem atuar em maior grau que
outros. Nesse sentido, assim como constatam as descobertas sobre os processos de indução, o ato de sentir é
um mecanismo biológico presente no comportamento humano, seja de forma consciente, seja de forma
inconsciente.
9. RELATÓRIO
ESTRUTURA:
Introdução: de modo geral, apresenta justificativas, diretrizes, delimitações e explicações básicas. Assim,
na introdução de um relatório científico, é necessário apresentar um resumo claro com as características gerais
do estudo realizado: tema, dados analisados, objetivos da pesquisa, metodologia adotada, período de
realização e justificativa ou importância das análises. Quando se trata de um relatório escolar, em que
normalmente é abordada uma atividade desenvolvida, como experimentos em laboratório, uma feira, uma
oficina, uma visita cultural ou uma sessão cinematográfica, é importante apresentar a data, o local, as pessoas
envolvidas, o material utilizado, os objetivos, a justificativa e uma breve contextualização das ações realizadas.
Expressões que podem ser usadas na construção da introdução de um relatório:
O presente relatório visa apresentar... Durante o (período) do ano de... A atividade teve como público-
alvo... Os objetivos da pesquisa consistiam em... A pesquisa se justificava pelo intuito de... A atividade é
justificada pela necessidade de... O estudo foi realizado por meio de uma metodologia que consistiu em... Os
métodos adotados para coleta e análise de dados foram... As atividades foram realizadas sob a supervisão do
professor... A análise dos dados foi orientada pela professora doutora...
Desenvolvimento: trata-se do corpo ou texto principal, pois apresenta a descrição detalhada do objeto do
relatório, análise e resultados. O desenvolvimento é a parte mais longa desse gênero textual de modo a relatar
as etapas do trabalho e expor os dados advindos das observações bem como métodos e instrumentos
utilizados no processo. Dependendo do foco do relatório, podem ser citadas, nessa parte do texto, entrevistas,
depoimentos ou referências teóricas que fundamentem as análises realizadas, a metodologia adotada e/ou os
resultados obtidos. Expressões que podem ser usadas na construção do desenvolvimento de um relatório: A
pesquisa se iniciou com... A atividade foi realizada durante... com participação de (quantidade) estudantes...
Após analisar (elemento analisado), percebeu-se que... Com isso, foi realizado... A primeira etapa teve duração
de (duração) e foi orientada por... Ao final, evidenciou-se que... Diante desses dados, tronou-se possível
verificar que... As informações obtidas comprovam que...
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Conclusão ou considerações finais: na conclusão do relatório ocorre o arremate do texto com uma
síntese dos resultados esperados e dos resultados obtidos (especialmente se essas informações ainda não
tiverem sido apresentadas no desenvolvimento). Caso seja um relatório de caráter crítico, devem ser
acrescentadas observações de apreciação do trabalho realizado, que podem ser de ordem subjetiva, científica
ou acadêmica, e uma análise dos resultados, como os impactos para os participantes do estudo e/ou para a
população inserida no contexto relatado.
TEXTO 1
Você e um grupo de colegas ganharam um concurso que vai financiar a realização de uma oficina
cultural na sua escola. Após o desenvolvimento do projeto, você, como membro do grupo, ficou responsável
por escrever um relatório sobre as atividades realizadas na oficina, informando o que foi feito. O relatório
será avaliado por uma comissão composta por professores da escola. A aprovação do relatório permitirá
que você e seu grupo
voltem a concorrer ao prêmio no ano seguinte.
O relatório deverá contemplar a apresentação do projeto (público-alvo, objetivos e justificativa), o relato
das atividades desenvolvidas e comentário(s) sobre os impactos das atividades na comunidade.
Na abertura do concurso, os grupos concorrentes receberam o seguinte texto de orientação geral:
As Oficinas Culturais são espaços que procuram oferecer aos interessados atividades gratuitas,
especialmente as de caráter prático, com o objetivo de proporcionar oportunidades de aquisição de novos
conhecimentos e novas vivências, de experimentação e de contato com os mais diversos tipos de linguagens,
técnicas e ideias. As Oficinas Culturais atuam nas áreas de artes plásticas, cinema, circo, cultura geral, dança,
design, folclore, fotografia, história em quadrinhos, literatura, meio ambiente, multimídia, música, ópera, rádio,
teatro e vídeo.
O público a ser atingido depende do objetivo de cada atividade, podendo variar do iniciante ao
profissional. As Oficinas Culturais visam à formação cultural e não à educação formal do cidadão. Pretendem
mostrar caminhos, sugerir ideias, ampliar o campo de visão. (Adaptado de Oficina Cultural Regional Sérgio
Buarque de Holanda. Disponível em
http://www.guiasaocarlos.com.br/oficina_cultural/conceito.asp. Acessado em 07/10/2013.)
EXEMPLO
Introdução: durante todo o segundo trimestre do ano de 2013, os alunos do segundo ano, turma A, do
Ensino Médio do Colégio Vestibulando, organizaram uma oficina cultural sobre música clássica. O projeto teve
como público-alvo os alunos do Ensino Fundamental da escola, bem como pais, professores e funcionários. Os
objetivos da oficina consistiam em incentivar o interesse e a apreciação pela música clássica através de
palestras, recitais (ao vivo ou por mídia digital) e aulas práticas. Dessa forma, a Oficina de Música Clássica se
justificava pelo intuito de combater a tradicional elitização desse estilo musical e desmistificar a noção de que a
prática desses instrumentos é retrógrada ou tediosa.
Atividades realizadas: a oficina funcionou de Abril a Junho de 2013, todas as sextas e sábados, das 14 às
18 horas, no auditório do Colégio Vestibulando. As duas primeiras horas eram sempre reservadas a palestras
abordando grandes compositores e o contexto histórico da criação dos instrumentos. Ao final da exposição
teórica, os organizadores executavam um recital relacionado ao tema da aula. Durante a última hora, os
participantes eram convidados a manusear e aprender técnicas básicas de violino, violoncelo, piano ou flauta
transversal. Ao longo do trimestre, foram comentados os compositores Beethoven, Mozart, Chopin, Debussy,
Rachmaninoff, Tchaikovsky e Paganini. A aula de encerramento durou uma hora a mais e tratou a respeito
da harmonização e formação das orquestras sinfônicas e filarmônicas.
Impacto da oficina na comunidade: o principal objetivo do projeto foi derrubar o rótulo de música clássica
como erudita e ultrapassada – e, de modo geral, a oficina obteve êxito nisso. Os alunos do Ensino
Fundamental foram incentivados a fundar um clube de música na escola e conseguiram patrocínio dos pais
para comprar instrumentos e contratar um instrutor. Diante de tamanho sucesso, os alunos do segundo ano,
turma A, esperam poder recriar essa oficina em 2014; para isso, pretendem contar com o financiamento do
próximo Prêmio Oficina Cultural.
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10. PERFIL
Em um perfil, a finalidade de quem escreve é revelar aspectos sobre a vida e o mundo de determinada pessoa.
Por isso é essencial descrever e mostrar onde e como ela vive, o que faz, quais os fatos mais importantes de
seu passado e deu seu presente, além de descrições sobre seu comportamento, costume e temperamento. Há
também breves relatos de experiências marcantes vividas por ela. Além disso, quem escreve o perfil busca
valorizar certos aspectos da pessoa e de sua história de vida acrescentando comentários e opiniões de texto.
.
• Relato que destaca os traços característicos de uma pessoa. (Dicionário Michaelis Escolar).
•Conjunto de características ou competências necessárias ao desempenho de uma atividade, cargo ou função.
• Relato que destaca os traços característicos de uma pessoa. (Dicionário Michaelis Escolar). •
Conjunto de características ou competências necessárias ao desempenho de uma atividade, cargo ou função.
EXEMPLO
Sérgio Loroza nasceu prematuro, mas desde que deixou a incubadora e subiu pela primeira vez o
Morro de São José, no subúrbio carioca de Madureira, não parou mais de crescer e de aparecer. ―Fui Serginho
só quando nasci. A partir daí passei a ser Serjão. Comecei um trabalho de engorda que não parou até hoje‖,
diverte-se o dono de exagerados 180 quilos, acondicionados em 1,83 m de altura.
Sim, ele chama a atenção por onde passa, mas já se vai longe o tempo em que marcava presença só
pelo seu tamanho. Hoje, ele chama a atenção menos pela circunferência do que pela
competência como músico e ator. A popularidade mesmo, porém, só veio com o bem-humorado,
mulherengo e um tanto mau-caráter dono da agência de empregos do seriado A diarista, da Rede Globo.
Para chegar onde está agora, foi com a cara e a coragem. Serjão estudou Química na Universidade
Federal Rural do Rio de Janeiro durante dois anos, foi auxiliar técnico de operações e promotor de vendas. Nos
anos 90, cheio de talento para dar, mas sem nenhum incentivo da empresa em que trabalhava, deixou o
emprego para apostar no sonho de ser artista. Apoiado em capacidade-voracidade-sorte, tornou-se ator, com
experiência em TV, teatro, cinema, e músico apaixonado pelo som pop mundial. No palco ou nas telas, os
personagens de Serjão normalmente arrancam gargalhadas. Carregam muita energia positiva emprestada pelo
ator, que chegou aos 39 anos de idade, cultivando perseverança e bom-humor.
“VIVA A UTOPIA”
A infância na comunidade carente lhe revelou as faces da pobreza e da violência, das quais
ele teve a dádiva de retirar apenas a experiência de vida. ―De onde eu vim muitos amigos já morreram ou estão
presos‖, conta. ―Não me considero em nada melhor do que eles. Só tive a sorte de ter uma família me
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apoiando, de nascer com um dom e de poder desenvolvê-lo‖, acrescenta. ―Eu me tornei artista para
revolucionar e quero servir de bom exemplo. Não me conformo com o mundo como está. Desejo ver a mesma
proporção de negros e brancos nas escolas e nas platéias de teatro. Viva a utopia‖.
Apesar dos passos trilhados pela Química e pelas vendas, o pendor para as artes vem de bem antes,
ainda garoto. Já no início dos anos 80 ele estudava violão e pouco tempo depois entrou para o grupo de teatro
da Igreja de Santo Sepulcro, em Madureira. ―Em 1985, fiz a minha primeira peça amadora‖, relembra. ―Subi ao
palco antes mesmo de assistir a um espetáculo.‖ Foi assim que, de grupo em grupo, de peça em peça, a bola-
de-neve artística se avolumou, até chegar a participações e pequenos papéis em espetáculos, como Cabaré
Brasil e Obrigado, Cartola!, além de longas-metragens como Orfeu, Bossa nova e Carandiru, sem contar
minisséries, programas humorísticos e novelas da Globo (...)
(Adaptado de Revista Raça Brasil, ed. 98, maio/2006. Disponível em http://
racabrasil.uol.com.br/Edicoes/98/artigo17492-1.asp).
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