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Tema: Desafios no combate ao analfabetismo digital no Brasil

“O homem cria as ferramentas, e as ferramentas recriam o homem". Esta frase do


teórico da comunicação Marshall McLuhan exprime a grande relevância que novas tecnologias
desempenham na sociedade contemporânea. Entretanto, apesar de importantes, no Brasil
atual tais avanços encontram desafios como o analfabetismo digital, por causas
socioeconômicas e educacionais. Destarte, urge a necessidade de adotar estratégias para
combater esse nefasto cenário.

Em primeiro plano, é incontrovertível que o Brasil é um dos países mais desiguais do


planeta, e a esfera tecnológica não escapa dessa disparidade que provoca o afastamento da
população do acesso a ferramentas, favorecendo o analfabetismo digital. Segundo o filósofo
francês Pierre Lévy “toda tecnologia cria seus excluídos”. De fato, a classe economicamente
fragilizada é mantida excluída do acesso a internet, celulares e computadores devido ao seu
alto preço. Ou seja, é absolutamente improvável que grande parcela do povo brasileiro ganhe
domínio sobre tais meios sem já tê-los utilizado. Assim, o alto preço de bens tecnológicos é um
impedimento prático no combate ao analfabetismo digital haja visto a grande desigualdade
social enraizada no país.

Ademais, faz-se mister ressaltar que o Brasil possui 11 milhões de analfabetos segundo
o Pnad, e na esfera eletrônica, esse desafio agrava-se ainda mais. Nesse contexto, é possível
fazer referência ao personagem Fabiano de “Vidas Secas”, que em sua condição de
iletramento, via-se explorado, humilhado e excluído por quem detêm o saber. Efetivamente, o
mesmo acontece na realidade, e em um país de baixa eficiência em ensino como é o Brasil,
quem não possui aporte intelectivo para utilizar novas tecnologias em uma sociedade
interligada por estas, vê-se excluído do processo de cidadania. Dessa forma, quando ocorre a
fusão de novas ferramentas digitais com o déficit educacional no país, a exclusão social
aumenta, apresentando-se como grande entrave na luta contra o analfabetismo digital.

Depreende-se, portanto, que os desafios no combate ao analfabetismo digital no Brasil


estão arraigados em causas socioeconômicas e educacionais que precisam ser revertidas. Para
isso, é necessário que o Governo Federal, esfera de maior hierarquia no poder, subsidie a
aquisição de bens de tecnologia, através da aplicação de descontos para a população de baixa
renda na compra de tais produtos, de forma a universalizar o acesso ao meio digital e
facilitando o uso dessas ferramentas. Além disso, cabe ao Ministério da Educação incluir o
ensino de informática nas escolas, por meio de uma revisão curricular que seja voltada para a
vida na era moderna, para que a população tenha um aprendizado que concilie os conteúdos
tradicionais aos tecnológicos, combatendo os analfabetismos tradicional e digital. Desse modo,
a população brasileira se verá recriada por novas ferramentas em sua totalidade.

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