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AULÃO: CDC + ECRIAD + AMBIENTAL

PROFESSORA: ANA CAROLINA


DESTEFANI NATALI
INSTA: @ANACAROLINADESTEFANI
CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR
LEI Nº 8.078, DE 11 DE SETEMBRO DE 1990.
SUMÁRIO

❏ Relação de Consumo (consumidor x fornecedor);


❏ Da decadência e da prescrição;
❏ Desconsideração da personalidade jurídica;
❏ Direito de arrependimento.
RELAÇÃO DE CONSUMO

❏ CONSUMIDOR

- Consumidor Padrão (Art. 2º)


- Consumidor Equiparado (Art. 17 e art. 29 do CDC)

❏ FORNECEDOR
CONSUMIDOR PADRÃO = STANDARD
Art. 2° Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que
adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário
final.

➔ Consumidor final;
➔ Uso próprio.
CONSUMIDOR EQUIPARADO
Art. 17 e art. 29, ambos do CDC.

Art. 17. Para os efeitos desta Seção, equiparam-se aos consumidores todas as
vítimas do evento.

Art. 29. Para os fins deste Capítulo e do seguinte, equiparam-se aos consumidores
todas as pessoas determináveis ou não, expostas às práticas nele previstas
(refere-se ao capítulo que trata de práticas comerciais e contratos).

Exemplo: quando aparece um anúncio em uma rede social (anúncio falso).


FORNECEDOR
Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública
ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes
despersonalizados, que desenvolvem atividade de
produção, montagem, criação, construção,
transformação, importação, exportação, distribuição ou
comercialização de produtos ou prestação de serviços.

➔ Como identificar se uma pessoa física é consumidora?


1. (CESPE) Para que seja caracterizada a relação de consumo:

A) o consumidor deve ser obrigatoriamente pessoa física e fornecedor deve ser


necessariamente pessoa jurídica.

B) o consumidor pode ser pessoa física ou jurídica, mas o fornecedor deve ser
obrigatoriamente pessoa jurídica.

C) o consumidor deve ser obrigatoriamente pessoa física, mas fornecedor pode ser
pessoa física ou jurídica.

D) o consumidor pode ser pessoa física ou jurídica e o fornecedor também pode ser
pessoa física ou jurídica.
Resposta: letra D

Art. 2° do CDC: Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que


adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final.

Art. 3° do CDC: Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública


ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes
despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção,
montagem, criação, construção, transformação, importação,
exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou
prestação de serviços.
FATO X VÍCIO
❏ FATO: está ligado ao DANO.
Exemplo: televisão que explode e atinge as pessoas. Logo, estamos diante da
responsabilidade pelo FATO do produto, pois este causou DANOS às pessoas.

❏ VÍCIO: está ligado a FUNCIONALIDADE.


Exemplo: comprei um notebook e este veio com problema na entrada do
USB.
Neste caso, estamos diante da responsabilidade pelo VÍCIO do produto, pois
há um problema na funcionalidade do meu computador.
PRAZO PARA FORNECEDOR

❏ 30 dias para sanar o vício. (Exceção: equipamentos necessários).

Se em 30 dias não sanar o vício:

1. Troca;
2. Devolução do dinheiro;
3. Abatimento.
VÍCIO = PRAZO DECADENCIAL

Art. 26. O direito de reclamar pelos vícios aparentes ou de fácil constatação


caduca em:
I - trinta dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de produtos não
duráveis;
II - noventa dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de produtos
duráveis.

❏ Vício Aparente: começa a contar da tradição, ou seja, da entrega do bem


ao consumidor (tanto de bem durável quanto não durável).
❏ Vício Oculto: a partir do momento em que ficar evidenciado o problema.
FATO = PRAZO PRESCRICIONAL

Art. 27. Prescreve em cinco anos a pretensão à reparação


pelos danos causados por fato do produto ou do serviço
prevista na Seção II deste Capítulo, iniciando-se a
contagem do prazo a partir do conhecimento do dano e
de sua autoria.
DECADÊNCIA PRESCRIÇÃO
Está relacionado ao vício do produto Está relacionado ao fato do produto
ou serviço: art. 26 do CDC ou serviço: art. 27 do CDC
Prazos decadenciais:
Prazo prescricional: 05 anos.
❏ 30 dias: serviços e produtos não
duráveis.
❏ 90 dias: serviços e produtos
duráveis.
Art. 14 do CDC: O fornecedor de serviços responde,
independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos
causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos
serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas
sobre sua fruição e riscos. (RESPONSABILIDADE OBJETIVA - Conduta,
Dano e nexo causal).
§ 4° A responsabilidade pessoal dos profissionais liberais será apurada
mediante a verificação de culpa. (RESPONSABILIDADE SUBJETIVA -
Conduta, Dano, Nexo Causal e Culpa)
DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA

Art. 28. O juiz poderá desconsiderar a personalidade jurídica da


sociedade quando, em detrimento do consumidor, houver abuso de
direito, excesso de poder, infração da lei, fato ou ato ilícito ou violação
dos estatutos ou contrato social. A desconsideração também será
efetivada quando houver falência, estado de insolvência,
encerramento ou inatividade da pessoa jurídica provocados por má
administração.
§ 1° (Vetado).
§ 2° As sociedades integrantes dos grupos societários e as
sociedades controladas, são subsidiariamente responsáveis
pelas obrigações decorrentes deste código.
§ 3° As sociedades consorciadas são solidariamente
responsáveis pelas obrigações decorrentes deste código.
§ 4° As sociedades coligadas só responderão por culpa.
§ 5° Também poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica
sempre que sua personalidade for, de alguma forma, obstáculo
ao ressarcimento de prejuízos causados aos consumidores.
DIREITO DE ARREPENDIMENTO

Art. 49. O consumidor pode desistir do contrato, no prazo de 7 dias a contar


de sua assinatura ou do ato de recebimento do produto ou serviço, sempre
que a contratação de fornecimento de produtos e serviços ocorrer fora do
estabelecimento comercial, especialmente por telefone ou a domicílio.

Parágrafo único. Se o consumidor exercitar o direito de arrependimento


previsto neste artigo, os valores eventualmente pagos, a qualquer título,
durante o prazo de reflexão, serão devolvidos, de imediato, monetariamente
atualizados.
(FCC - Defensor Público) Paulo adquiriu um forno numa
loja de eletrodomésticos, o qual lhe foi entregue no
mesmo dia. No entanto, algumas semanas depois, ao ser
instalado pelo próprio consumidor em sua residência,
constatou-se que o referido produto possuía um defeito
aparente, consistente na rachadura do vidro. Consoante
disposto no CDC, o direito de reclamar por tal vício
caduca em
A) noventa dias, a partir do momento em que ficar
evidenciado o vício.
B) trinta dias, a partir do momento em que ficar
evidenciado o defeito.
C) cinco anos, desde o momento em que ficar
evidenciado o vício.
D) trinta dias, a contar da entrega efetiva do forno.
E) noventa dias, a partir da entrega efetiva do produto.
RESPOSTA: LETRA E
Art. 26 do CDC. O direito de reclamar pelos vícios aparentes ou de
fácil constatação caduca em:
I - trinta dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de produtos
não duráveis;
II - noventa dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de
produtos duráveis.
§ 1° Inicia-se a contagem do prazo decadencial a partir da entrega
efetiva do produto ou do término da execução dos serviços.
(FGV - Juiz) Margarida adquiriu um relógio por meio de
compra pelo telefone, produto que era mostrado ao vivo
pelo canal de televisão. Ao receber o relógio, frustrou-se
por, esteticamente, não ter atendido às suas
expectativas.

Nesse caso, Margarida poderá:


A) exercitar o direito de arrependimento em até trinta dias, mas
os valores restituídos não serão monetariamente atualizados,
por não haver defeito no produto;
B) desistir do contrato, no prazo de sete dias a contar do ato de
recebimento do produto;
C) convencionar a devolução do produto, não estando a
fornecedora obrigada a aceitar a devolução, dada a
inexistência de defeito no produto;
D) desistir do contrato, no prazo decadencial de sete dias a
contar do ato de compra do produto.
RESPOSTA: LETRA B

Art. 49. O consumidor pode desistir do contrato, no prazo de 7 dias a


contar de sua assinatura ou do ato de recebimento do produto ou
serviço, sempre que a contratação de fornecimento de produtos e serviços
ocorrer fora do estabelecimento comercial, especialmente por telefone ou a
domicílio.

Parágrafo único. Se o consumidor exercitar o direito de arrependimento


previsto neste artigo, os valores eventualmente pagos, a qualquer título,
durante o prazo de reflexão, serão devolvidos, de imediato,
monetariamente atualizados.
Cláudia, ao verificar o extrato de sua conta bancária, foi
surpreendida com a informação de que foi realizado saque de
grande quantia diretamente no caixa. Indignada, procurou a
fornecedora, que informou somente liberar tal procedimento
mediante apresentação de documento oficial de identidade,
sendo constatada a utilização de documento falso por terceiro
para a realização do saque.
Cláudia procurou a Defensoria Pública que, corretamente, deve
orientar-lhe que ocorreu:
A) caso fortuito interno, devendo a instituição bancária responder
objetivamente pelos danos causados por fraudes ou delitos praticados
por terceiros;
B) caso fortuito externo, visto que o ato foi praticado por terceiros, e não
por funcionário do banco, afastando-se a responsabilidade decorrente
do risco do empreendimento;
C) a atuação de estelionatário, o que afasta a responsabilidade da
instituição financeira, ainda que o fato tenha ocorrido no interior da
agência bancária;
D) força maior por culpa de terceiro, não havendo nexo de causalidade
entre o dano sofrido por Cláudia e algum ato praticado pela instituição
bancária.
RESPOSTA: LETRA A

Súmula 479 do STJ: As instituições financeiras


respondem objetivamente pelos danos gerados por
fortuito interno relativo a fraudes e delitos
praticados por terceiros no âmbito de operações
bancárias.
Fortuito Interno Fortuito Externo
❏ Está relacionado com a organização da ❏ Não está relacionado com a organização
empresa. da empresa.
❏ É um fato ligado aos riscos da atividade ❏ É um fato que não guarda nenhuma
desenvolvida pelo fornecedor. relação de causalidade com a atividade
❏ Para o STJ, o fortuito interno NÃO exclui desenvolvida pelo fornecedor.
a obrigação do fornecedor de indenizar ❏ É uma situação absolutamente estranha
o consumidor. ao produto ou ao serviço fornecido.
❏ Para o STJ, o fortuito externo é uma
causa excludente de responsabilidade.
ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
CRIANÇA X ADOLESCENTE

❏ Criança: 0 a 12 anos incompletos (até 11 anos e 11


meses e 29 dias).

❏ Adolescente: de 12 anos até 18 anos.


CRIANÇA OU ADOLESCENTE COMENTEM CRIME?
ATO INFRACIONAL

Art. 103. Considera-se ato infracional a conduta descrita


como crime ou contravenção penal.

Art. 104. São penalmente inimputáveis os menores de


dezoito anos, sujeitos às medidas previstas nesta Lei.
Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, deve ser
considerada a idade do adolescente à data do fato.
DAS MEDIDAS PROTETIVAS X SOCIOEDUCATICATIVAS

❏ Criança = somente aplica Medida Protetiva.

❏ Adolescentes = Medidas Protetivas e/ou


Socioeducativos (as medidas socioeducativas têm
caráter impositivo e sancionatório, com finalidade
pedagógica).
MEDIDAS PROTETIVAS
Art. 101. Verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 98, a autoridade competente poderá
determinar, dentre outras, as seguintes medidas:
I - encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo de responsabilidade;
II - orientação, apoio e acompanhamento temporários;
III - matrícula e freqüência obrigatórias em estabelecimento oficial de ensino fundamental;
IV - inclusão em serviços e programas oficiais ou comunitários de proteção, apoio e promoção da
família, da criança e do adolescente;
V - requisição de tratamento médico, psicológico ou
psiquiátrico, em regime hospitalar ou ambulatorial;
VI - inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio,
orientação e tratamento a alcoólatras e toxicômanos
VII - acolhimento institucional;
VIII - inclusão em programa de acolhimento familiar;
IX - colocação em família substituta.
MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS

1. Advertência
2. Obrigação de reparar danos
3. Prestação de serviços à comunidade
4. Liberdade assistida
5. Semiliberdade
6. Internação
1- Eduardo foi adotado quando criança, vivendo em excelentes
condições afetiva, material e social junto a seus pais adotivos.
Mesmo assim, Eduardo demonstrou ser um adolescente
rebelde, insurgente, de difícil trato e convívio – o que em nada
abalou o amor e os cuidados de seus pais adotivos em nenhum
momento.
Hoje, com 19 anos completos, Eduardo manifesta interesse em
conhecer seus pais biológicos, com o claro intuito de rebelar-se
– repita-se, injustificadamente – contra seus adotantes. Sobre o
caso acima, assinale a afirmativa correta.
A) Eduardo tem direito de conhecer sua origem biológica, seja qual
for o motivo íntimo que o leve a tanto.
B) A motivação para a busca do conhecimento da origem biológica
é inválida, pelo que não deve ser facultado o direito ao acesso a
tal informação a Eduardo.
C) A informação da origem biológica somente pode ser revelada em
caso imperativo de saúde, para a pesquisa do histórico genético.
D) O conhecimento da origem biológica somente se revela
necessário caso o processo de adoção tenha alguma causa de
nulidade.
LETRA A

Art. 48. O adotado tem direito de conhecer sua origem biológica,


bem como de obter acesso irrestrito ao processo no qual a medida foi
aplicada e seus eventuais incidentes, após completar 18 (dezoito)
anos.
Parágrafo único. O acesso ao processo de adoção poderá ser também
deferido ao adotado menor de 18 (dezoito) anos, a seu pedido,
assegurada orientação e assistência jurídica e psicológica.
2- Maria perdeu a mãe com 2 anos de idade, ficando sob a guarda de seu pai, Rodrigo, desde então. Quando Maria estava
com 5 anos, Rodrigo se casou novamente, com Paula.

Paula, contudo, nunca desejou ter filhos e sempre demonstrou não ter qualquer afeto por Maria, chegando, até mesmo,
a praticar verdadeiras violências psicológicas contra a criança, frequentemente chamando-a de estúpida, idiota e
inúmeras outras palavras aviltantes. Como exercia forte influência sobre Rodrigo, esse nada fez para cessar as agressões.

A mãe de Rodrigo, Joana, e a irmã de Rodrigo, Fernanda, após alguns anos percebendo tais atitudes, decidiram intervir
em defesa da criança. Porém, as conversas com Rodrigo e Paula foram de mal a pior, não trazendo qualquer solução ou
melhora à vida de Maria.

Percebendo que não teriam como, sozinhas, evitar mais danos psicológicos à criança, Fernanda e Joana procuram você,
como advogado(a), para saber o que poderiam fazer, legalmente, em face de Rodrigo e Paula.

Com base no enunciado acima, assinale a opção que apresenta a resposta juridicamente correta que você, como
advogado(a), ofereceu.
A) Informaria que, por ser Rodrigo o pai da criança e detentor da guarda e do poder
familiar, a ele incumbe a educação de Maria, não cabendo à avó ou à tia qualquer
intervenção nessa relação.
B) Orientaria que procurassem o Ministério Público da localidade em que Maria
reside, porque apenas esse órgão tem competência constitucional e legal para
intervir em situação de tal natureza.
C) Orientaria que buscassem o Conselho Tutelar da localidade em que Maria reside, a
fim de relatar a situação e solicitar a averiguação e as providências voltadas a
cessar a violação dos direitos da criança.
D) Informaria que poderá ser ajuizado processo de anulação do casamento de
Rodrigo e Paula, dado que a sua omissão perante as agressões de sua esposa
contra Maria permite tal providência, em razão da prevalência do interesse da
criança.
LETRA C

“Art. 13 do ECA: Os casos de suspeita ou confirmação de castigo


físico, de tratamento cruel ou degradante e de maus-tratos
contra criança ou adolescente serão obrigatoriamente
comunicados ao Conselho Tutelar da respectiva localidade,
sem prejuízo de outras providências legais."

Lembremos, ainda, que o art. 136 do ECA traz as atribuições do


Conselho Tutelar.
3- Paulo recebeu vídeos pornográficos em seu celular,
enviados por um amigo para um grupo de mensagens
do qual faz parte. Em um dos vídeos, Paulo percebeu
que havia uma criança em cena de ato libidinoso e
nudez. Por isso, Paulo não repassou o vídeo ou o
divulgou sob qualquer forma, mantendo-o em sigilo,
arquivado no seu celular, sequer mencionando-o.
Sobre o fato acima, assinale a afirmativa correta.
A) A conduta de Paulo foi correta, pois produzir e divulgar imagens de
cunho pornográfico envolvendo crianças, e não apenas seu
armazenamento, é crime específico do ECA.
B) Paulo praticou ato designado genericamente como pedofilia, mas
sem cunho criminoso, por não ter sido ele o autor do vídeo.
C) Paulo ao armazenar, ainda que sem divulgar a terceiros, o vídeo de
natureza pornográfica envolvendo criança, cometeu crime
específico do ECA.
D) Paulo praticou ato designado genericamente como pedofilia, mas
sem cunho criminoso, por não ter divulgado o vídeo, mas apenas o
armazenado.
RESPOSTA: LETRA C

Art. 241-B. Adquirir, possuir ou armazenar, por


qualquer meio, fotografia, vídeo ou outra forma de
registro que contenha cena de sexo explícito ou
pornográfica envolvendo criança ou adolescente:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
4- O adolescente João, com 16 anos completos, foi
apreendido em flagrante quando praticava ato
infracional análogo ao crime de furto. Devidamente
conduzido o processo, de forma hígida, ele foi
sentenciado ao cumprimento de medida socioeducativa
de 1 ano, em regime de semiliberdade. Sobre as
medidas socioeducativas aplicadas a João, assinale a
afirmativa correta.
A) A medida de liberdade assistida será fixada pelo prazo máximo de 6
meses, sendo que, ao final de tal período, caso João não se revele
suficientemente ressocializado, a medida será convolada em
internação.
B) A medida aplicada foi equivocada, pois deveria ter sido,
necessariamente, determinada a internação de João.
C) No regime de semiliberdade, João poderia sair da instituição para
ocupações rotineiras de trabalho e estudo, sem necessidade de
autorização judicial.
D) A medida aplicada foi equivocada, pois não poderia, pelo fato análogo
ao furto, ter a si aplicada medida diversa da liberdade assistida.
RESPOSTA: LETRA C
a) errada, a medida de liberdade assistida tem prazo mínimo de seis, podendo
a qualquer tempo ser prorrogada, conforme o art. 118, §2º da Lei 8.069/1990.
b) errada, João não cometeu nenhuma das hipóteses previstas pelo ECA para
internação que são: "Art. 122. A medida de internação só poderá ser aplicada
quando: I - tratar-se de ato infracional cometido mediante grave ameaça ou
violência a pessoa; II - por reiteração no cometimento de outras infrações
graves; III - por descumprimento reiterado e injustificável da medida
anteriormente imposta. (...) § 2º. Em nenhuma hipótese será aplicada a
internação, havendo outra medida adequada".
c) certa, a alternativa está em consonância com o art. 120 da Lei 8.069/1990: "O regime de
semi-liberdade pode ser determinado desde o início, ou como forma de transição para o
meio aberto, possibilitada a realização de atividades externas, independentemente de
autorização judicial".

d) errada, segundo o art. 112. da Lei 8.069/1990: "Verificada a prática de ato infracional, a
autoridade competente poderá aplicar ao adolescente as seguintes medidas: I - advertência;
II - obrigação de reparar o dano; III - prestação de serviços à comunidade; IV - liberdade
assistida; V - inserção em regime de semi-liberdade; VI - internação em estabelecimento
educacional; VII - qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI. § 1º A medida aplicada ao
adolescente levará em conta a sua capacidade de cumpri-la, as circunstâncias e a gravidade
da infração." A autoridade competente não possui obrigação de aplicar uma medida
socioeducativa ou outra, por isso deverá ponderar sobre a medida mais eficaz,
considerando-se a capacidade do adolescente em cumpri-la .
5- Roberta produziu, em seu computador, vídeo de animação
em que se percebe a simulação de atos pornográficos entre
crianças. O vídeo não mostra nenhuma imagem reconhecível,
nenhuma pessoa identificável, mas apresenta,
inequivocamente, figuras de crianças, e bem jovens.
Sobre o fato apresentado, sob a perspectiva do Estatuto da
Criança e do Adolescente, assinale a afirmativa correta.
A) Não é ilícito penal: o crime ocorre quando se simula a atividade pornográfica
com imagens reais de crianças.
B) É crime, pois o Estatuto da Criança e do Adolescente prevê a conduta típica
de simular a participação de criança ou adolescente em cena pornográfica
por meio de qualquer forma de representação visual.
C) É crime se houver a divulgação pública do filme, pois a mera produção de
filme envolvendo simulacro de imagem de criança ou adolescente em
situação pornográfica não é reprovada pelo Estatuto da Criança e do
Adolescente.
D) Não é ilícito penal, pois a animação somente se afigura como simulação
suficientemente apta a despertar a reprovabilidade criminal se reproduzir a
imagem real de alguma criança diretamente identificável.
RESPOSTA: LETRA C
Art. 241-C do ECA: Simular a participação de criança ou
adolescente em cena de sexo explícito ou pornográfica
por meio de adulteração, montagem ou modificação de
fotografia, vídeo ou qualquer outra forma de
representação visual:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
6- Gabriel, adolescente com 17 anos de idade, entrou armado em
uma loja de conveniência na cidade de Belo Horizonte, Minas Gerais,
exigindo que o operador de caixa entregasse todo o dinheiro que ali
existisse. Um dos clientes da loja, policial civil em folga, reagiu ao
assalto, atirando em Gabriel, mas não acertando.
Assustado, Gabriel empreendeu fuga, correndo em direção a Betim,
comarca limítrofe a Belo Horizonte e onde residem seus pais, lá
sendo capturado por policiais que se encontravam em uma viatura.
Sobre o caso, assinale a opção que indica quem será competente para as medidas
judiciais necessárias, inclusive a eventual estipulação de medida socioeducativa,
desconsiderando qualquer fator de conexão, continência ou prevenção.

A) O Juiz da Infância e da Juventude da comarca de Belo Horizonte, ou o juiz que


exerce essa função, por ser a capital do estado.
B) O Juiz da Infância e da Juventude, ou o juiz que exerce essa função, da comarca
de Belo Horizonte, por ser o foro onde ocorreu o ato infracional cometido por
Gabriel.
C) O Juiz Criminal da comarca de Betim, por ser onde residem os pais do
adolescente.
D) O Juiz da Infância e da Juventude, ou o juiz que exerce essa função, da comarca
de Betim, por ser onde residem os pais do adolescente.
RESPOSTA: LETRA B

Art. 147. A competência será determinada:


I - pelo domicílio dos pais ou responsável;
II - pelo lugar onde se encontre a criança ou adolescente, à falta dos
pais ou responsável.
§ 1º. Nos casos de ato infracional, será competente a autoridade
do lugar da ação ou omissão, observadas as regras de conexão,
continência e prevenção.
7- Júlio, após completar 17 anos de idade, deseja, contrariando
seus pais adotivos, buscar informações sobre a sua origem
biológica junto à Vara da Infância e da Juventude de seu
domicílio. Lá chegando, a ele é informado que não poderia ter
acesso ao seu processo, pois a adoção é irrevogável.
Inconformado, Júlio procura um amigo, advogado, a fim de fazer
uma consulta sobre seus direitos.
De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente, assinale
a opção que apresenta a orientação jurídica correta para Júlio.
a) Ele poderá ter acesso ao processo, desde que receba
orientação e assistência jurídica e psicológica.
b) Ele não poderá ter acesso ao processo até adquirir a
maioridade.
c) Ele poderá ter acesso ao processo apenas se assistido
por seus pais adotivos.
d) Ele não poderá ter acesso ao processo, pois a adoção é
irrevogável.
RESPOSTA: LETRA A
Art. 48 do ECA. O adotado tem direito de conhecer sua origem
biológica, bem como de obter acesso irrestrito ao processo no
qual a medida foi aplicada e seus eventuais incidentes, após
completar 18 (dezoito) anos.
Parágrafo único. O acesso ao processo de adoção poderá ser
também deferido ao adotado menor de 18 (dezoito) anos, a seu
pedido, assegurada orientação e assistência jurídica e
psicológica.
DIREITO AMBIENTAL
SUMÁRIO

❏ Competência Legislativa;
❏ Competência Material;
❏ Responsabilidade Ambiental;
❏ Prescrição;
❏ Princípio da Prevenção x Precaução.
DIREITO AMBIENTAL

Art. 225 da CRFB/88 Todos têm direito ao meio


ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso
comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida,
impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever
de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras
gerações (princípio da solidariedade intergeracional).
COMPETÊNCIA LEGISLATIVA CONCORRENTE. U, E e DF EXCEÇÕES:
Art. 24 da CRFB/88 01. Competência
privativa da União:
energia nuclear,
populações
indígenas, recursos
hídricos e recursos
minerais.
02. Municípios: interesse
local.

COMPETÊNCIA COMUM U, E, DF E M. Art. 23, VI, da CRFB/88.


MATERIAL/ADMINISTRATIVA
COMPETÊNCIA LEGISLATIVA

Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar


concorrentemente sobre:
VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e
dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição;
VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e
paisagístico;
VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e
direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico;
§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União
limitar-se-á a estabelecer normas gerais.
§ 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não
exclui a competência suplementar dos Estados.
§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão
a competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades.
§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a
eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário.
COMPETÊNCIA LEGISLATIVA

Art. 30. Compete aos Municípios:

I - legislar sobre assuntos de interesse local;


COMPETÊNCIA MATERIAL/ADMINISTRATIVA

Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do


Distrito Federal e dos Municípios:
VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em
qualquer de suas formas;
VII - preservar as florestas, a fauna e a flora;
O Ministério Público do Estado de Santa Catarina,
representado pelo Coordenador do Centro de Apoio
Operacional do Controle de Constitucionalidade -
CECCON, propôs Ação Direta de Inconstitucionalidade
no Tribunal de Justiça de Santa Catarina contra lei do
Município de Florianópolis que dispôs sobre o
zoneamento, uso e ocupação do solo.
Nesse contexto, é correto afirmar:
A) a ação deve ser julgada procedente, com o reconhecimento da
inconstitucionalidade, uma vez que não tem o Município de Florianópolis
competência para legislar sobre zoneamento, uso e ocupação do solo.
B) o município é incompetente para legislar sobre o meio ambiente com a União e o
Estado, possuindo, contudo, competência material para fiscalização do
cumprimento das leis federais e estaduais que disciplinam a proteção ao meio
ambiente.
C) a ação deve ser julgada improcedente em razão de a competência legislativa do
Município ser plena sobre Direito Ambiental, considerando se tratar de assunto de
interesse local.
D) o município é competente para legislar sobre o meio ambiente com a União e o
Estado, no limite do seu interesse local e desde que tal regramento seja
harmônico com a disciplina estabelecida pelos demais entes federados.
RESPOSTA: letra D.

O Município é competente para legislar sobre meio


ambiente com União e Estado, no limite de seu interesse
local e desde que tal regramento seja harmônico com a
disciplina estabelecida pelos demais entes federados
(art. 24, VI, c/c 30, I e II, da CF/88). STF. Plenário. RE
586.224, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 05/03/2015
(Repercussão Geral - Tema 145).
RESPONSABILIDADE AMBIENTAL

Art. 223, §3º, da CRFB/88: As condutas e atividades


consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os
infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais
e administrativas, independentemente da obrigação de
reparar os danos causados.
RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA

❏ Deriva do Poder de polícia;

❏ Quem tem competência para aplicar multa? Todas as


entidades federativas. Porém, prevalece a sanção da
entidade que possui competência para licenciar (evita
o bis in idem).
RESPONSABILIDADE PENAL
Lei 9605/98 - Lei dos crimes ambientais;
Requisitos para responsabilizar pessoa jurídica:

❏ Infração penal cometida por decisão do representante


legal ou contratual, ou decisão de órgão colegiado +
infração penal cometida no interesse ou benefício da
PJ.
RESPONSABILIDADE CIVIL

❏ Responsabilidade Objetiva: não depende da comprovação de


dolo ou culpa. Basta comprovar a conduta, nexo causal e dano.
Lei da 6938/81 – art. 14, §2º.

❏ ADOTA-SE A TEORIA DO RISCO INTEGRAL!!!


ATENÇÃO: na teoria do risco Integral não se admite as excludentes
de responsabilidade. Ex: Causa fortuita/força maior; culpa
exclusiva da vítima.
A responsabilidade ambiental é uma obrigação de
caráter pessoal ou real?
❏ Obrigação de caráter pessoal: somente o degradador
possui a obrigação de reparar o dano.

❏ Obrigação Real (“por causa da coisa”): a obrigação


incide sobre a coisa, independentemente de quem
for o proprietário.
❖ Súmula 623 do STJ:

Súmula 623 do STJ: As obrigações ambientais


possuem natureza propter rem, sendo
admissível cobrá-las do proprietário ou
possuidor atual e/ou dos anteriores, à escolha
do credor.
IMPRESCRITIBILIDADE
➔ É imprescritível a ação de reparar o dano ambiental.
➔ Princípio da Solidariedade Intergeracional.
INF. 983, STF - RESPONSABILIDADE CIVIL: A reparação
do dano ao meio ambiente é direito fundamental
indisponível, sendo imperativo o reconhecimento da
imprescritibilidade no que toca à recomposição dos
danos ambientais.
A) não há que se falar em responsabilidade por dano ambiental, pois a
sociedade empresária possuía regular licença ambiental de operação e
vinha cumprindo todas as condicionantes da licença.
B) não há que se falar em responsabilidade por dano ambiental, exceto se
restar comprovado que empregados da sociedade empresária agiram com
dolo ou culpa.
C) aplica-se a responsabilidade objetiva por dano ambiental, informada pela
teoria do risco administrativo, não havendo necessidade de se comprovar
que empregados da sociedade empresária agiram com dolo ou culpa.
D) aplica-se a responsabilidade objetiva por dano ambiental, informada pela
teoria do risco integral, sendo o nexo de causalidade o fator aglutinante que
permite que o risco se integre na unidade do ato.
A sociedade empresária Alfa, que possui regular licença
ambiental de operação e vem cumprindo todas as
condicionantes da licença, durante o desenvolvimento de sua
atividade empresarial deixou vazar, por acidente, grande
quantidade de lama tóxica (bauxita), que atingiu quilômetros
de extensão, se espalhou por três cidades do Estado Beta e
deixou inúmeras famílias desabrigadas e sem seus bens móveis
e imóveis.

No caso em tela, de acordo com a jurisprudência do Superior


Tribunal de Justiça
RESPOSTA: letra D

O STJ, ao julgar a responsabilidade civil decorrente desses danos


ambientais, fixou a seguinte tese em sede de recurso repetitivo:
a) a responsabilidade por dano ambiental é objetiva, informada pela
TEORIA DO RISCO INTEGRAL, sendo o nexo de causalidade o fator
aglutinante que permite que o risco se integre na unidade do ato, sendo
descabida a invocação, pela empresa responsável pelo dano ambiental,
de excludentes de responsabilidade civil para afastar sua obrigação de
indenizar; STJ. 2ª Seção. REsp 1374284-MG, Rel. Min. Luis Felipe Salomão,
julgado em 27/8/2014 (Info 545).
Promotoria de Justiça com atribuição em investigação penal do
Ministério Público do Estado da Bahia recebeu inquérito policial em
que foram colhidas provas de que a sociedade empresária Alfa
praticou ato tipificado como crime ambiental, pois cortou e
transformou em carvão madeira de lei, assim classificada por ato do
poder público, para fins industriais, em desacordo com as
determinações legais.
No caso em tela, de acordo com a Lei nº 9.605/1998, em tese, a
pessoa jurídica sociedade empresária Alfa:
A) não poderá ser responsabilizada penalmente, pois pessoa
jurídica não comete qualquer crime;
B) não poderá ser responsabilizada penalmente, pois pessoa
jurídica não comete crime ambiental;
C) não poderá ser responsabilizada penalmente pelo promotor de
Justiça, mas, se for o caso, apenas o Procurador-Geral de Justiça
pode oferecer denúncia em face de pessoa jurídica;
D) será responsabilizada penalmente se o crime tiver sido cometido
por decisão de seu representante legal ou contratual, ou de seu
órgão colegiado, no interesse ou benefício da sua entidade.
RESPOSTA: letra D.
Requisitos para responsabilizar pessoa jurídica:
❏ Infração penal cometida por decisão do representante
legal ou contratual, ou decisão de órgão colegiado +
infração penal cometida no interesse ou benefício da
PJ.
RESPONSABILIDADE CIVIL

❏ Responsabilidade Objetiva: não depende da comprovação de dolo ou


culpa. Basta comprovar a conduta, nexo causal e dano. Lei da 6938/81 –
art. 14, §2º.

❏ ADOTA-SE A TEORIA DO RISCO INTEGRAL!!!

ATENÇÃO: na teoria do risco Integral não se admite as excludentes de


responsabilidade. Ex: Causa fortuita/força maior; culpa exclusiva da
vítima.
A responsabilidade ambiental é uma obrigação de
caráter pessoal ou real?
❖ Obrigação de caráter pessoal: somente o degradador
possui a obrigação de reparar o dano.

❖ Obrigação Real (“por causa da coisa”): a obrigação


incide sobre a coisa, independentemente de quem for
o proprietário.
❖ Súmula 623 do STJ:

Súmula 623 do STJ: As obrigações ambientais


possuem natureza propter rem, sendo
admissível cobrá-las do proprietário ou
possuidor atual e/ou dos anteriores, à escolha
do credor.
IMPRESCRITIBILIDADE
➔ É imprescritível a ação de reparar o dano ambiental.
➔ Princípio da Solidariedade Intergeracional.
INF. 983, STF - RESPONSABILIDADE CIVIL: A reparação do
dano ao meio ambiente é direito fundamental
indisponível, sendo imperativo o reconhecimento da
imprescritibilidade no que toca à recomposição dos
danos ambientais
A sociedade empresária Alfa, que possui regular licença
ambiental de operação e vem cumprindo todas as
condicionantes da licença, durante o desenvolvimento de sua
atividade empresarial deixou vazar, por acidente, grande
quantidade de lama tóxica (bauxita), que atingiu quilômetros
de extensão, se espalhou por três cidades do Estado Beta e
deixou inúmeras famílias desabrigadas e sem seus bens
móveis e imóveis.

No caso em tela, de acordo com a jurisprudência do Superior


Tribunal de Justiça,
A) não há que se falar em responsabilidade por dano ambiental, pois a
sociedade empresária possuía regular licença ambiental de operação e
vinha cumprindo todas as condicionantes da licença.
B) não há que se falar em responsabilidade por dano ambiental, exceto se
restar comprovado que empregados da sociedade empresária agiram com
dolo ou culpa.
C) aplica-se a responsabilidade objetiva por dano ambiental, informada pela
teoria do risco administrativo, não havendo necessidade de se comprovar
que empregados da sociedade empresária agiram com dolo ou culpa.
D) aplica-se a responsabilidade objetiva por dano ambiental, informada pela
teoria do risco integral, sendo o nexo de causalidade o fator aglutinante que
permite que o risco se integre na unidade do ato.
RESPOSTA: letra D

O STJ, ao julgar a responsabilidade civil decorrente desses danos


ambientais, fixou a seguinte tese em sede de recurso repetitivo:
a) a responsabilidade por dano ambiental é objetiva, informada pela
TEORIA DO RISCO INTEGRAL, sendo o nexo de causalidade o fator
aglutinante que permite que o risco se integre na unidade do ato, sendo
descabida a invocação, pela empresa responsável pelo dano ambiental, de
excludentes de responsabilidade civil para afastar sua obrigação de
indenizar; STJ. 2ª Seção. REsp 1374284-MG, Rel. Min. Luis Felipe Salomão,
julgado em 27/8/2014 (Info 545).
Promotoria de Justiça com atribuição em investigação penal do
Ministério Público do Estado da Bahia recebeu inquérito policial em
que foram colhidas provas de que a sociedade empresária Alfa
praticou ato tipificado como crime ambiental, pois cortou e
transformou em carvão madeira de lei, assim classificada por ato do
poder público, para fins industriais, em desacordo com as
determinações legais.
No caso em tela, de acordo com a Lei nº 9.605/1998, em tese, a
pessoa jurídica sociedade empresária Alfa:
A) não poderá ser responsabilizada penalmente, pois pessoa jurídica
não comete qualquer crime;
B) não poderá ser responsabilizada penalmente, pois pessoa jurídica
não comete crime ambiental;
C) não poderá ser responsabilizada penalmente pelo promotor de
Justiça, mas, se for o caso, apenas o Procurador-Geral de Justiça
pode oferecer denúncia em face de pessoa jurídica;
D) será responsabilizada penalmente se o crime tiver sido cometido por
decisão de seu representante legal ou contratual, ou de seu órgão
colegiado, no interesse ou benefício da sua entidade.
Resposta: letra D.
Requisitos para responsabilizar pessoa jurídica:
❏ Infração penal cometida por decisão do representante
legal ou contratual, ou decisão de órgão colegiado +
infração penal cometida no interesse ou benefício da
PJ.
João adquiriu em maio de 2000 um imóvel em área
rural, banhado pelo Rio Formoso. Em 2010, foi citado
para responder a uma ação civil pública proposta pelo
Município de Belas Veredas, que o responsabiliza
civilmente por ter cometido corte raso na mata ciliar da
propriedade. João alega que o desmatamento foi
cometido pelo antigo proprietário da fazenda, que já
praticava o plantio de milho no local. Em razão do
exposto, é correto afirmar que:
A) a responsabilidade por dano ambiental é objetiva, mas, como não há nexo
de causalidade entre a ação do novo proprietário e o corte raso na área,
verifica-se a excludente de responsabilidade, e João não será obrigado a
reparar o dano.
B) a responsabilidade civil por dano ambiental difuso prescreve em cinco anos
por força da Lei 9.873/99. Logo, João não será obrigado a reparar o dano.
C) João será obrigado a recuperar a área, mas, como não poderá mais
utilizá-la para o plantio do milho, terá direito a indenização, a ser paga pelo
Poder Público, por força do princípio do protetor-recebedor.
D) a manutenção de área de mata ciliar é obrigação propter rem; sendo
obrigação de conservação, é automaticamente transferida do alienante ao
adquirente. Logo, João terá que reparar a área.
Resposta: letra D

❖ Súmula 623 do STJ:


Súmula 623 do STJ: As obrigações ambientais
possuem natureza propter rem, sendo
admissível cobrá-las do proprietário ou
possuidor atual e/ou dos anteriores, à escolha
do credor.
PRINCÍPIO DA PREVENÇÃO: Tem certeza científica, ou
seja, os riscos são conhecidos.

PRINCÍPIO DA PRECAUÇÃO: Não possui certeza científica,


ou seja, na dúvida serão adotadas medidas para
resguardar/proteger o meio ambiente. IN DUBIO PRO
AMBIENTE.
Determinado empreendedor requereu ao órgão ambiental competente licença
ambiental para indústria geradora de significativa poluição atmosférica, que seria
instalada em zona industrial que, contudo, já está saturada. Após a análise técnica
necessária, feita com base nos riscos e impactos já de antemão conhecidos em
razão de certeza científica, concluiu-se que os impactos negativos decorrentes
da atividade não poderiam sequer ser mitigados a contento, diante da sinergia e
cumulatividades com as atividades das demais fábricas já existentes na
localidade. Assim, o órgão ambiental indeferiu o pedido de licença, com objetivo
de impedir a ocorrência de danos ambientais, já que sabidamente a atividade
comprometeria a capacidade de suporte dos ecossistemas locais.
Assinale a opção que indica o princípio de Direito Ambiental em que a decisão de
indeferimento do pedido de licença está fundada específica e diretamente.
A) Princípio da precaução, eis que a operação do empreendimento pretendido causa
riscos hipotéticos que devem ser evitados.

B) Princípio da prevenção, eis que a operação do empreendimento pretendido causa


perigo certo, com riscos previamente conhecidos.

C) Princípio do poluidor-pagador, eis que a operação do empreendimento


pretendido está condicionada à adoção das cautelas ambientais cabíveis para
mitigar e reparar os danos ambientais.

D) Princípio da responsabilidade ambiental objetiva, eis que a operação do


empreendimento pretendido está condicionada ao prévio depósito de caução
para garantir o pagamento de eventuais danos ambientais.
RESPOSTA: Letra B.

PREVENÇÃO PRECAUÇÃO
Risco certo, conhecido e Risco incerto ou duvidoso
concreto
Certeza científica Não há certeza
MUITO OBRIGADA PELA SUA PRESENÇA!

Profa: Ana Carolina Destefani

@anacarolinadestefani

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