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A regra geral prevista no Código Civil é a responsabilidade subjetiva, aquela que depende
da comprovação da culpa do agente. Porém, isso não significa dizer que a responsabilidade
objetiva é exceção, pois não é. O que existe é um alargamento da responsabilidade objetiva.
Haverá, então, responsabilidade objetiva quando houver risco na atividade e quando a lei
assim dispuser. Assim, importante mencionar que o Código Civil adotou a teoria do risco
da atividade.
#DEOLHONOARTIGO
“Art. 12. O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou
estrangeiro, e o importador respondem, independentemente da
existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos
consumidores por defeitos decorrentes de projeto, fabricação,
construção, montagem, fórmulas, manipulação, apresentação ou
acondicionamento de seus produtos, bem como por informações
insuficientes ou inadequadas sobre sua utilização e riscos.
Tal responsabilidade pode ser conceituada como obrigação de indenizar por danos
causados por defeito ou falta de informação de produto ou serviço. Exemplo 1: Problema
no freio de um veículo que causa um acidente com vítima. Exemplo 2: Problema em
tratamento estético que causa a queda de todo o cabelo de uma pessoa.
Defeito: Situação em que um produto ou serviço não oferece a segurança que dele
legitimamente se espera. Para verificar a existência ou não de um defeito deve-se levar em
consideração os seguintes pontos:
O CDC estabelece que não há defeito pelo simples fato de haver um produto ou serviço
de melhor qualidade. Assim, não é porque um dado veículo de luxo tem freios com
funcionalidades bem mais avançadas que os demais veículos que não os tem sejam
defeituosos.
Outra questão importante é das espécies de defeitos. São tipos de defeitos os seguintes:
a)De concepção: Projeto, design, aparentes (ex: Uma embalagem de extrato de tomate
cortante);
b) De produção: Fabricação, construção, montagem (ex: Um freio montado de maneira
errada pela montadora);
c)De informação. Falta desta quanto à utilização e riscos do produto ou serviço (ex: A
falta de informação sobre riscos de um pesticida ou sobre a profundidade de uma piscina
no hotel).
Note-se que no primeiro requisito, nada foi dito a respeito da necessidade de haver
conduta culposa ou dolosa por parte do fornecedor. Isso ocorre devido ao fato de que a
responsabilidade do CDC, como sobredito, é OBJETIVA
EXCLUDENTES DE RESPONSABILIDADE
#DEOLHONOARTIGO
Art. 12 § 3° O fabricante, o construtor, o produtor ou
importador só não será responsabilizado quando provar:
I - que não colocou o produto no mercado;
II - que, embora haja colocado o produto no mercado, o defeito
inexiste;
III - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.
Art 14 § 3° O fornecedor de serviços só não será
responsabilizado quando provar:
I - que, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste;
II - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.
Um exemplo clássico de fato do produto é o do aparelho celular que explode nas mãos do
consumidor. Podemos citar, ainda, um alimento adquirido por um consumidor que vem a
causar intoxicação alimentar.
Já um exemplo de fato do serviço é quando, após uma dedetização na residência do
consumidor, ele acaba sendo intoxicado.
RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA
#CAIUNAPROVA
Há que se falar na responsabilidade solidária de todos aqueles que contribuem para
a causação do dano. Assim, quando falamos na prática comercial desleal, há a
responsabilização de todos os envolvidos na cadeia de consumo, assim como
determina o art. 7º do CDC:
Observa-se que o consumidor, nesse tipo de contratação, procura o parceiro que mais lhe
passe segurança e confiança, motivo pelo qual a responsabilidade solidária deve ser
aplicada, assim como observamos na última prova (XXXI Exame da OAB). Ademais, o
artigo 18 do CDC, já citado acima, também dispõe sobre o tema.
“Dessa maneira, a norma do caput do art. 18 coloca todos os
partícipes do ciclo de produção como responsáveis diretos pelo
vício, de forma que o consumidor poderá escolher e acionar
diretamente qualquer dos envolvidos, exigindo seus direitos
(NUNES, 2005, p.170)”
Conclui-se, então que, como mais uma alternativa ao consumidor, tendo em vista sua
vulnerabilidade, há o estabelecimento da responsabilidade solidária a fim de que caiba ao
consumidor a escolha a respeito de qual dos envolvidos irá acionar.
TEORIA DO RISCO DA ATIVIDADE
#DEOLHONOARTIGO
Art. 14. O fornecedor de serviços responde,
independentemente da existência de culpa, pela reparação
dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos
à prestação dos serviços, bem como por informações
insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.
Em regra, o vício de qualidade dos serviços impõe uma responsabilidade objetiva dos
fornecedores. Uma exceção a essa regra está disposta no at. 14, § 4º do Código de Defesa
do Consumidor. Senão vejamos:
Art. 14 § 4° A responsabilidade pessoal dos profissionais
liberais será apurada mediante a verificação de culpa.
#CAIUNAPROVA
A FGV adora uma exceção. Sendo assim, guardem que a responsabilidade dos
profissionais liberais é subjetiva e fica condicionada à comprovação de dolo ou
culpa!
#CAIUNAPROVA
A teoria finalista aprofundada ou mitigada amplia o conceito de consumidor para
alcançar a pessoa física ou jurídica que, embora não seja a destinatária final do
produto ou serviço, esteja em situação de vulnerabilidade técnica, jurídica ou
econômica em relação ao fornecedor.
SÚMULA 130: A empresa responde, perante o cliente, pela reparação de dano ou furto
de veículo ocorridos em seu estabelecimento.
SÚMULA 479: As instituições financeiras respondem objetivamente pelos danos gerados
por fortuito interno relativo a fraudes e delitos praticados por terceiros no âmbito de
operações bancárias.
SÚMULA 595: As instituições de ensino superior respondem objetivamente pelos danos
suportados pelo aluno/consumidor pela realização de curso não reconhecido pelo
Ministério da Educação, sobre o qual não lhe tenha sido dada prévia e adequada
informação.
REFERÊNCIAS
BENJAMIN, Antônio Herman V.; MARQUES, Claudia Lima; BESSA, Leonardo Roscoe.
Manual de Direito do Consumidor. 3ª ed. São Paulo: Revista do Tribunais, 2010