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CONSUMIDOR
Gustavo
Santanna
RESPONSABILIDADE
PELO FATO DO
PRODUTO E DO
SERVIÇO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
INTRODUÇÃO
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comerciante e ao prestador de serviço. Exemplifica-se:
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responsáveis por sua garantia de segurança. Entretanto, confere-se que a
legislação reconhece a possibilidade de maior responsabilização de alguns
desses agentes. (BENJAMIN; MARQUES; BESSA, 2014, p. 170)
O artigo 12, caput, fixa quais são os responsáveis pelo dever de indenizar
os danos causados por produtos defeituosos, quais sejam, o fabricante,
o produtor, o construtor (nacional ou estrangeiro) e o importador. Segundo
a doutrina, existem três modalidades de responsáveis: o real (o fabricante,
o construtor e o produtor); o presumido (o importador); e o aparente (o
comerciante, nos casos previstos no artigo 13) (GARCIA, 2015, p. 157).
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isenta o real causador do defeito, respondendo de forma solidária o construtor
e o fabricante do produto, podendo aquele que pagou mover ação de regresso
contra o verdadeiro causador do defeito (GARCIA, 2015, p. 158).
FIQUE
ATENTO
EXCLUDENTES DE RESPONSABILIDADE
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FIQUE
ATENTO
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Compreende-se, portanto, que mesmo havendo dano, o fornecedor não será
responsável, caso comprove a inexistência de defeito no produto. Neste caso,
o dano poderá ter ocorrido por culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.
Sobre essa situação, já decidiu o Superior Tribunal de Justiça.
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responsabilizado, em virtude da inexistência do nexo causal entre o dano e
sua atividade, ou seja, não haveria o elo entre a conduta/ato supostamente
danoso e o dano ocorrido.
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FIQUE
ATENTO
A RESPONSABILIDADE DO COMERCIANTE
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o aspecto técnico, de alguns produtos da indústria contemporânea torna
essa verificação impossível a quem não seja especialista; qualidade que, em
toda justiça, não pode ser exigida do distribuidor, sobretudo do distribuidor
dos mais variados produtos em grandes estabelecimentos, como lojas de
departamentos, supermercados e drogarias. Ademais, a indústria moderna
dos artigos de marca somente prospera quando apoiada numa publicidade
maciça, lançada pelo próprio produtor, limitando-se o distribuidor, na
melhor das hipóteses, a ser mero veículo de sua divulgação. (BENJAMIN;
MARQUES; BESSA, 2014, p. 184)
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vencido não tem condão de afastar o direito de o consumidor propor ação
de reparação pelos danos resultantes da ingestão da mercadoria estragada
em face do fabricante. Recurso especial não provido. (REsp nº 980.860/SP,
Ministra Relatora Nancy Andrighi, julgado em 16/04/2009).
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fortuito interno relativo a fraudes e delitos praticados por terceiros no âmbito
de operações bancárias”.
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os responsáveis (fabricante, produtor, construtor, importador, excluindo o
comerciante na via principal), o artigo 14, ao disciplinar a responsabilidade do
serviço, trata apenas do fornecedor (gênero que inclui todos os partícipes da
cadeia produtiva). Assim, no caso em que o dano for causado por defeito do
serviço, todos os participantes da sua produção respondem solidariamente
(CAVALIERI FILHO, 2014, p. 324).
ATENÇÃO
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arma de fogo de uso restrito das Forças Armadas, desfere tiros a
esmo em sala de cinema localizada no interior do Shopping Morumbi,
atingindo alguns dos espectadores lá presentes. Responsabilidade civil
do cinema e do condomínio (shopping) reconhecida pelas instâncias
ordinárias, com fulcro na teoria do risco do empreendimento (atividade)
e no descumprimento do dever de vigilância. [...]. 2.1. Nos termos do
artigo 14, § 3º, inciso II, do Código de Defesa do Consumidor, o fato de
terceiro afasta a causalidade e, em conseguinte, a responsabilidade
do fornecedor de serviços. Na hipótese, o fato de terceiro, que efetua
disparos de arma de fogo de uso restrito, no interior de uma sala de
projeção, atingindo os espectadores que ali estavam, é circunstância apta
a romper o nexo de causalidade entre os alegados danos e a conduta do
condomínio (shopping) e cinema, consubstanciado evento imprevisível,
inevitável e autônomo. 2.2. “Não se revela razoável exigir das equipes de
segurança de um cinema ou de uma administradora de shopping center
que previssem, evitassem ou estivessem antecipadamente preparadas
para conter os danos resultantes de uma investida homicida promovida por
terceiro usuário, mesmo porque tais medidas não estão compreendidas
entre os deveres e cuidados ordinariamente exigidos de estabelecimentos
comerciais de tais espécies”. (REsp 1384630/SP, Rel. Ministro PAULO
DE TARSO SANSEVERINO, Rel. p/ Acórdão Ministro RICARDO VILLAS
BÔAS CUEVA, TERCEIRA TURMA, julgado em 20/02/2014). 2.3. Assim,
se o shopping e o cinema não concorreram para a eclosão do evento
que ocasionou os alegados danos morais, não há que se lhes imputar
qualquer responsabilidade, sendo certo que esta deve ser atribuída, com
exclusividade, em hipóteses tais, a quem praticou a conduta danosa,
ensejando, assim, o reconhecimento do fato de terceiro, excludente
do nexo de causalidade e, em consequência, do dever de indenizar (art.
14, §3º, inc. II, CDC). 3. RECURSOS ESPECIAIS PROVIDOS, a fim de julgar
improcedente o pedido veiculado na ação condenatório, invertendo-se
os ônus sucumbenciais, observado o benefício da assistência judiciária
gratuita. (REsp nº 1.133.731/SP, Ministro Relator Marco Buzzi, julgado em
12/08/2014). (Grifos meus).
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FIQUE
ATENTO
Cabe, por fim, ressaltar que, de acordo com o artigo 27 do Código Consumerista,
prescreve em cinco anos a pretensão à reparação pelos danos causados por
fato do produto ou do serviço, iniciando-se a contagem do prazo a partir do
conhecimento do dano e de sua autoria
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REFERÊNCIAS
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