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DIREITO

INTERNACIONAL
PROF. SERGIO TUTHILL
STANICIA
Nascimento e Extinção de
Estados

Em matéria de Tratados
TÓPICOS DA Sucessão de
AULA Estados
Em matéria de Bens,
Arquivos e Dívidas
Reconhecimento de
Estado e Reconhecimento
de Governo
Fusão, união ou agregação:

• Exemplos: Itália, Alemanha, URSS

NASCIMENTO Separação, desmembramento ou secessão (total ou

E EXTINÇÃO
parcial)

DE ESTADOS • Exemplos:
• Sucessão: Alemanha Oriental e URSS
• Extinção: Iugoslávia e Tchecoslováqua (extinção)

Transferência territorial

• Exemplos: Alasca, Alsácia-Lorena, Acre


¡ Conceitos fundamentais
¡ «Sucessão de Estados» significa a substituição de um

SUCESSÃO
Estado por outro na responsabilidade das relações
internacionais de um território

DE ¡ «Estado predecessor» significa o Estado que foi


substituído por outro Estado pela ocorrência de uma

ESTADOS sucessão de Estados


¡ «Estado sucessor» significa o Estado que substituiu
outro Estado pela ocorrência de uma sucessão de
Estados
CONVENÇÕES Em matéria de Relativa aceitação,
em vigor desde
DE VIENA Tratados (1978) 1996

SOBRE
SUCESSÃO DE Em matéria de Bens,
ESTADOS Arquivos e Dívidas Baixa aceitação
(1983)
1) Princípio da sucessão automática (decorre do
princípio da continuidade): os direitos e obrigações
que o Estado sucedido (predecessor) possuía no
território submetido à sucessão de Estados são
transferidos ao Estado sucessor.

PRINCÍPIOS
2) Princípio da Tábula Rasa (decorre do Princípio da
Autodeterminação dos Povos): os direitos e
obrigações do Estado sucedido não são
transferidos ao Estado sucessor, que poderá,
naquele território estabelecer novo regime jurídico.
Aqui, tem-se a ruptura dos direitos e obrigações
aplicáveis ao território em questão.
¡ Tratados territoriais/localizados/reais: Tratados cujas obrigações

CONVENÇÃO
estão integralmente ligadas àquele território em particular
(obrigações “in rem”). A esses tratados, sempre se aplica o princípio

SOBRE
da sucessão automática (“run with the land”). Nesse sentido, os
artigos 11 e 12 da Convenção de 1978 (já são reflexo do costume
internacional) consagram esse raciocínio.
SUCESSÃO ¡ Ex: Tratados que estabelecem limites territoriais, direitos de passagem,

EM MATÉRIA
zonas desmilitarizadas, etc.

¡ Tratados que demandam conjuntura política específica, como

DE
acordos que criam organizações internacionais, que estabelecem
alianças militares ou de natureza bilateral, por exemplo, são regidos

TRATADOS
pelo princípio da Tábula Rasa.

¡ Prática internacional e não costume (prof. Cançado Trindade):

(1978) ¡ Tratados de direitos humanos também deveriam ser aplicados com base
no principio da sucessão automática.
¡ *Obs: não há previsão na Convenção de Viena de 1978.
CONVENÇÃO ¡ Todos os demais tratados, isso dependerá da modalidade de
sucessão de Estados verificada no caso concreto.

SOBRE ¡ Artigos 16 e 17.


Para descolonização ou emancipação, vale o princípio da Tábula Rasa.

SUCESSÃO
¡
(Isso vale para tratados em geral que não se encaixam nas situações
anteriores. Para o costume internacional, a regra é da sucessão

EM MATÉRIA
automática).

¡ Artigos 31 e 34.

DE ¡ Para a uma secessão, dissolução, unificação/fusão e para a anexação total,


aplica-se a sucessão automática.

TRATADOS ¡ No costume internacional, no entanto, para a secessão e para a anexação


total são regidos pela Tábula Rasa.

(1978) ¡ Art. 15. Para casos que versão sobre a anexação parcial, aplica-se o
princípio da Tábula Rasa (também vale para o costume
internacional).
CONVENÇÃO SOBRE SUCESSÃO EM MATÉRIA DE BENS,
ARQUIVOS E DÍVIDAS (1983)
Para bens e arquivos Dívidas

• Regra geral: Bens imóveis que se encontram no • Quando envolvem unificação/fusão e anexação total, as dívidas
território do Estado sucessor são transferidos a ele ficam todas com o Estado sucessor.
automaticamente, sem ser necessária indenização. • Quando envolvem secessão, desmembramento e anexação parcial,
• Já os bens móveis que estão no Estado sucessor são a solução para as dívidas se dá por meio de acordo. Segue-se um
transferidos a ele como também os bens móveis e critério equitativo. Quanto mais bens e direitos adquiridos, pode-se
arquivos vinculados ao Estado sucessor, não suportar mais dívidas.
interessando onde se encontram. • Quando envolvem descolonização ou emancipação, o novo Estado
• Bens que estão no estrangeiro devem ser divididos, recém-independente não herda qualquer dívida do Estado sucedido.
quando necessário, por acordo. • Exceções:
• 1) Dívida foi contraída para beneficiar exclusivamente território
entregue ao Estado sucessor, a dívida passa para o Estado
sucessor(contraída pela própria autoridade local).
• 2) Divida odiosa, contraída para impedir a sucessão de Estados
não passa para o Estado sucessor.
Dívidas dos estados recentemente independentes
(descolonização)
• «Estado de independência recente» significa um Estado sucessor cujo território,
imediatamente antes da data da sucessão de Estados, era um território
dependente por cujas relações internacionais o Estado predecessor era
responsável

Arsenal militar (URSS)

Plebiscitos de independência

PROBLEMAS • Exemplos: Escócia, Catalunha.


• Como ficaria a situação da Escócia na União Europeia caso se separe do Reino
Unido?

Declaração unilateral de independência

• Exemplo: Kosovo
• Princípios da autodeterminação dos povos x proteção da integridade territorial
dos Estados

Anexação total ou parcial

• Exemplos: Kuwait pelo Iraque em 1991, Crimeia (Ucrânia) pela Rússia

República da China (Taiwan)


Decisão do governo de um Estado independente
de aceitar outra entidade como tal

Declaratório ou constitutivo?

• Art. 13 da Carta da OEA. A existência política do Estado é


RECONHECIMENTO independente do seu reconhecimento pelos outros Estados.
Mesmo antes de ser reconhecido, o Estado tem o direito de
DE ESTADO defender a sua integridade e independência, de promover a
sua conservação e prosperidade, e, por conseguinte, de se
organizar como melhor entender, de legislar sobre os seus
interesses, de administrar os seus serviços e de determinar a
jurisdição e a competência dos seus tribunais. O exercício
desses direitos não tem outros limites senão o do exercício
dos direitos de outros Estados, conforme o direito
internacional.

Expresso ou tácito
Quando ocorre?

• Ruptura na ordem política do gênero de uma


revolução ou golpe de Estado faz com que se
instaure no país um novo esquema de poder, à
margem do regime constitucional em vigor

Doutrina Tobar (Equador, 1907)


RECONHECIMENTO
DE GOVERNO • Recusa em reconhecer regimes acidentais causados
por mudanças violentas de governo até que fique
demonstrado que contam com aprovação popular

Doutrina Estrada (México, 1930)

• Não há manifestação no sentido de outorgar


reconhecimento ao governo, limitando-se a
conservar ou retirar seus agentes diplomáticos (não
intervenção)

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