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Aula I – Federalismo e repartição de competências / Os entes federados: autonomia e

competências
 “ Todos os Estados, todos os domínios que tiveram e que têm império sobre os
homens, forma e são repúblicas ou principados” ( Maquiavel, O príncipe)
 “(...) possui todas as vantagens internas do governo republicano e a força externa
da monarquia. Refiro-me à república federativa. “
 “Esta forma de governo é uma convenção peça qual vários corpos políticos
consentem em tornar-se cidadãos de um Estado maior que querem formar. É
uma sociedade de sociedades, que dela fazem uma nova, que pode ser
aumentada pela união de novos associados”
 República federativa  uma união de repúblicas que se unem em prol da
formação de um conjunto robusto capaz de se defender de ataques externos
(“uma sociedade de sociedades”)

Federalismo Moderno
 Federalismo dual americano A constituição diz o que cabe ao governo
central, e aquilo que ela não atribuiu ao governo central pertence aos Estados-
membros;
o A união só pode fazer o que a constituição lhe atribuiu;
o Doutrina dos poderes implícitos Gibbbons V Ogden (1824): “ A
constituição concede ao congresso não apenas poderes específicos, como
a autoridade para regular o comércio, mas também a autoridade para
fazer todas as leis que sejam necessárias e idôneas [necessary and
proper] para levar a efeitos aqueles poderes” (Rehnquist, p.37)
 Funcionamento da constituição americana  delimita o que compete ao
congresso [gov.federal] ( precipuamente);
 Expansão da competência do governo federal dos EUA
o McCulloch V. Maryland  a questão central da judicialização era:
 Pode o governo central criar um banco?
 Ainda que não seja taxativa a atribuição do poder de criar
por parte do governo central, nas entrelinhas dos poderes
finalísticos é possível ler poderes instrumentais que
possuem a função de melhor realizar as competências
explícitas ( doutrina dos poderes implícitos)
o Para realizar os fins é possível criar outros
poderes;
 Pode um membro tributar o banco criado?
 “O poder de tributar envolve o poder de destruir”
o “Tributo é pago posto que o contribuinte possui a
capacidade contributiva, se o contribuinte não
puder pagar o tributo e ele continua a incidir, ele
tende a matar o direito em questão”
o O poder de tributar não pode ser de uma maneira
tal que inviabilize a produção de riqueza
 Se um ente federado pode tributar o outro, é possível que
um consuma o outro neste processo (Imunidade
recíproca)
 Dred Scott V. Sandford (1857)
o Quando uma pessoa escravizada entra em um escravo que não possui a
escravidão de forma legal é alforriada;
o Dred Scott era um escravizado que fez essa transição, portanto tornando-
se livre. Em uma querela de herança, a suprema corte revoga a lei que
realizava essa alforria sob a alegação de incompetência da lei que assim
o fazia.
 Plessy v. Ferguson (1896) Separados, mas iguais
 Brown V. Board of Education (1954)
 Civil Rights Act (1964)
× Federalismo Dual Canadense (art. 91 e art. 92)  Diz o que cabe aos estados,
ficando todo resto sob a competência da união.
o Hoje os estados são prestigiados em relação à união
× Federalismo Cooperativo Alemão (Weimar): Adotado pelo constitucionalismo
brasileiro em 1934, recuperado e desenvolvido em 1946 e 1988
o Para além das competências exclusivas, há poderes que são
comungados entre os entes federados
o Alguns autores falam desta espécie de federalismo no âmbito do New
Deal
o “Enternecimento municipalista”
× Ato Adicional de 12 de agosto de 1834: Autonomia provincial ( conselhos gerais
provinciais substituídos por assembleias legislativas)
× Porém: Lei interpretativa do Ato adicional, a lei N.105, de 12 de maio de 1840

Entes Federados Brasileiros


 União  É um ente federado como os demais;
o A questão é que o chefe da união também é o chefe de Estado, fazendo
com que o chefe da União tenha uma dignidade acentuada.
 Estados
 Municípios
o Victor Nunes Leal: Enternecimento Municipalista
 Mesmo em tempos de centralismo autoritário os municípios
gaúchos, bem assim Curitiba e Salvador, Já elaboravam sua Leis
Orgânicas.
 Distrito Federal
o “É para, numa federação, a união se instalar sem beneficiar nenhum
Estado”
o É um híbrido Estado-município. O governo do DF exerce as
competências de Estado e de Município.
 E.g. IPVA pagam os tributos do tipo GDF(governo do Distrito
Federal)
o Só tem 2 poderes  Legislativo e Executivo;
 O TJ é do Distrito federal e dos territórios
Divisão de Competências
 Classificação quanto à Natureza:
o Competência Material
o Competência Legislativa

Enumeradas da União
Não é um rol exaustivo.
 Materiais: art. 21
 Legislativas: art. 22
Enumeradas dos Estados (uma material e uma legislativa): art. 25, §2º
 Legislar sobre o gás...
Enumeradas do Municípios (uma material e uma legislativa) art.30 ( Vide RE
79.253/SP)
 sobre assuntos de interesse local (de seu peculiar interesse)  horário de
compensação bancária;
o Catraca para entrar em agência bancária;
o Limitação do uso de celulares;
Distrito Federal: art. 32, §1º
 Sobre o caput, vide ADI 1706 (NJ e EG) e ADI 2558(CP); Mais recentemente:
Lei distrital 6.260/19.

× Competências Comungadas ou Compartilhadas


o Comuns: art. 23 (cumulativas)  comungadas de natureza material
 E.g. meio ambiente (todos os entes emitem licenças ambientais),
saúde
o Concorrentes: art. 24(não cumulativas) comungadas de natureza
legislativa
 Normas Gerais tocam à União;
 Há certos assuntos que precisam da criatividade local,
mas carecem de uma moldura nacional
 A União realiza normas especiais para o seu âmbito de
competência.
 Normas complementares tocam a cada ente;
 Normas suplementares na falta de normas gerais;
 Suspensão de eficácia na superveniência de norma geral da
União
 Os municípios participam da competência suprem em
eventuais lacunas
o Normas Gerais
 (ADI. 927-3/RS, Relator Ministro Carlos Velloso, 1993)
 (...)”Norma geral tem o sentido de diretriz, de princípio
geral. A norma geral federal, melhor será dizer nacional,
seria a moldura do quadro a ser pintado pelos Estados e
Municípios no âmbito de suas competências(...)”
× Competências Privativas e Competências Exclusivas
× Competência Residual  Se a constituição cala a matéria pertence aos
Estados ( salvo na questão tributária)
o Matérias em geral: Estados (art.25 ,§1º)
o Matéria Tributária: União (art.154, inciso I)
 Existem tributos da união, estados, município e do DF
× Pontes De Miranda  princípios sensíveis  ensejam a intervenção federal
após a aprovação do Supremo;
× Intervenções pós-88  Roraima, Rio de Janeiro, DF;
Democracia e Representação Política
× Fundamentos da Representação ( a fundação da democracia em termos
modernos)
o Já que, num Estado livre, todo homem que supõe ter uma alma livre deve
governar a si próprio, é necessário que o povo, no seu conjunto, possua o
poder legislativo. Mas como isso é impossível nos grandes Estados, e
sendo sujeito a muitos inconvenientes nos pequenos, é preciso que o
povo, por intermédio de seus representantes, faça tudo o que não pode
fazer por si mesmo (Montesquieu)
o Democracia para os modernos primitivos era um sinônimo das
democracias direta, portanto participaria “despreparados”. Para coibir
essa participação o voto censitário era imposto.
× Karl Loewenstein  Há uma coincidência entre aqueles que governam e os que
são governados. Essa estrutura só é possível pela representação.
o “a ideia da distribuição do poder está essencialmente unida à teoria e à
prática da representação, assim como a técnica governamental que se
baseia nela”.
o Para ele, instituições representativas datam do final do Século XIV.
o Recepção pelas organizações seculares das técnicas representativas das
ordens religiosas.  Observando a estrutura da igreja católica carregada
para instituições políticas.
o foi condição prévia e indispensável para distribuir o poder político entre
diferentes detentores do poder;
o A representação fez possível a instituição do parlamento como um
detentor do poder separado e independente do governo.
 Até mesmo o presidencialismo tem limitações no parlamento 
EUA; Brasil
o Complemento lógico  Independência dos Tribunais.
× Sieyès e a representação cf. Nicola Matteucci (p. 228): “tudo”, porque basta o
Terceiro Estado à sociedade; “nada”, porque não possui representação; “algo”,
com representação (e que sejam os seus representantes escolhidos em seu seio,
que o número dos seus representantes seja duplicado e que se vote por cabeças e
não por estados).
× Tipologia da Representação
o representação enquanto “mecanismo político particular para a realização
de uma relação de controle (regular) entre governados e governantes.
o Três modelos de representação
 como relação de delegação: representante como executor
destituído de iniciativa e autonomia (“mandato imperativo”);
 Madatum contrato de direito privado.
 como relação de confiança: representante tem autonomia e
apreende o interesse dos representados;
 Presta contas para seus eleitores, mas pode estabelecer
relações políticas com seus colegas de parlamento em prol
de um bem mais amplo daquela comunidade.
 como “espelho” ou representatividade sociológica: “O
parlamento seria um microcosmos que fielmente reproduz as
características do corpo político”.
 “Aquilo que há no parlamento é um espelho de ”nós”;
(ahhhhh)
× Livres porque nosso representante votou na lei. Não só votou na lei, como votou
com a maioria. ( se a maioria vence sistematicamente a minoria sai do jogo
político, fazendo com que a maioria deixe de ser maioria)
Representação Política e Sistemas Eleitorais
× Sistema majoritário: FPTP ( first past the post{?})
× Representatividade 
o A tendencia dos sistemas eleitorais majoritários é formar partidos
polarizados em dois campos (vide EUA)
o Sistema proporcional  visa dar representatividade a minorias
representativas.
 Mínimo de representatividade == Coeficiente eleitoral.
o Sistema Alemão
 Câmara Federal
 Conselho Federal (senado)
Aula IV – Partidos políticos
¥ Partido e Facção
o Facção  palavra pejorativa, que durante muito tempo se atribuiu a esse
tipo de agrupamento parlamentar.
¥ George Washington  Uma figura unificadora, que moldou o costume de
apenas uma eleição nos Estados Unidos;
¥ “possíveis”, “inevitáveis” e “desejáveis”  Segundo o Dahl, o desenvolvimento
do bill of rights tornou possível a criação dos partidos políticos,
¥ Início do século XIX dos Estados Unidos. Voto censitário  ejetado da prática
política norte-americana. Universalização do voto favoreceu a universalização
da política e dos partidos políticos;
o Tocqueville O que chama sua atenção foi a “ igualdade de condições”.
Condições de voto, portanto políticas;
¥ Gerrymander  Alteração, falsificação do recenseamento eleitoral, com
objetivo de conseguir predomínio político;

o
o Redesenhar o distrito de modo a quebrar o partido que realmente seria
eleito naquela comunidade.
o No Brasil não ocorreu o Gerrymander porque não temos voto distrital,
mas sim proporcional;
o No caso de voto distrital no país, quem decidiria quais seria os distritos
seria o TSE (que é supostamente neutro)
o Partidos Políticos nos EUA
 A separação seria de Partidos de Poderes, ou seja, um
tensionamento entre o partido majoritário no legislativo e o
partido que ocupa o executivo.
o Labor party  primeiro partido ideológico da história
 Sustenta uma ideia, um programa para cativar votos, para ganhar
corações. Do contrário, seriam dizimados.
o O rei inglês passa a escolher o seu preferido na pessoa do partido
vencedor das eleições novidade introduzida pelos ingleses. ( segunda
metade do século XIX)
 O modelo inglês, por ser distrital, majoritário, uninominal, tende
a formar um sistema bipartido. ( Duverger)
 Essas características enseja a organização em dois
partidos majoritários, isso ocorre porque a desorganização
( esporear o espectro) leva um enfraquecimento do
campo;
 Distritos uninominais em dois turnos  não leva a uma fusão
entre partidos ( no primeiro turno eles convivem, e, no segundo
se coalizam)
o Número de eleitores/ 600 = coeficiente eleitoral;
¥ As leis de Duverge
o sistemas eleitorais majoritários tendem ao bipartidarismo (primeira “lei”)
o sistemas eleitorais proporcionais tendem ao multipartidarismo (terceira
“lei”)
o sistemas eleitorais majoritários de dois turnos tende a um sistema de
partidos múltiplos e relativamente estáveis (segunda “lei”)
¥ Partidos políticos e controle de constitucionalidade
o Verticalização
 Em 2002, TSE tomou uma decisão de que a eleição de 2002
deveria respeitar as coligações também feitas nos Estado, isto é,
deve haver uma coerência entre as eleições presidenciais e
estatuais. Nesse sentido, o TSE aprovou uma resolução para
regulamentar essa matéria.
 Uma série de partidos foi contrário a essa decisão e por isso
entraram com uma ADI
 ADI n. 2.626-7/DF, Relatora a Min. Ellen Gracie, e ADI
n. 2.628-3/DF, Relator o Min. Sydney Sanches, julgadas
em 18.abr.2004: Resolução TSE n. 20.993, de 26.fev.2002
 O entendimento do voto vencedor é de que, porque a
constituição não diz nada a esse respeito, deve o órgão
competente decidir ( no caso TSE).
o Emenda Constitucional n. 52, de 08.mar.2006.
o STF impôs a anualidade eleitoral  todo processo
que altera o processo eleitoral só pode valer para
uma lei que está ao menos 1 ano de distancia do
próximo pleito eleitoral.
o Cláusula de desempenho
 Art. 13 da Lei n. 9.096, de 19.set.1995
 Supremo no fim derruba a cláusula. A cláusula apenas
restringia o funcionamento parlamentar do partido (não
teria algumas prerrogativas reduzidas, como tempo de
liderança...);
 Federação  partidos se reúnem para disputar a eleição e
devem ficar unidos no exercício do mandato.
o Fidelidade partidária
 Mandado de Segurança n. 20.927/DF, Relator o Min. Moreira
Alves, julgado em 11.out.1989
Mandado de Segurança n. 26.602/DF, Relator o Min. Eros Grau,
Mandado de Segurança n. 26.603/DF, Relator o Min. Celso de
Mello, e Mandado de Segurança n. 26.604/DF, Relatora a Min.
Cármen Lúcia, julgados em 04.out.2007
 Constituição 1988  o constituinte observou que a fidelidade
partidária era um entulho da ditadura. Por essa razão o supremo
ao jugar o mandado de segurança decidiu que não há fidelidade
partidária.
 Após esse julgamento ocorreu um transfuguismo de
representantes. Observando as consequências dessa
decisão, a próxima decisão impôs que para concorrer nas
eleições é preciso que se esteja filiado a um partido, e que
o mandato pertence ao partido, devendo o representante
sair do partido dentro da janela própria para isso.
 O transfuguismo é lícito quando está em uma coligação,
ou quando há uma mudança drástica de programa
partidário.
 Temos fidelidade partidária.
o Financiamento de campanha apenas por pessoas físicas
 Por muito tempo, o Supremo autorizou o financiamento por PJ.
¥ O fundamento dos partidos políticos é a própria democracia. ( MGFF) 

Aula V— Separação de Poderes (A história da Separação de poderes)


§ Jonh Locke  Funções alocadas em dois poderes ( modelo separatista clássico)
o Função federativa  relações exteriores, declarar guerra
o Função Executiva  Fazer a boa ordem interna;
o Pela natureza das funções é prudente que esteja na mão da mesma pessoa,
posto que precisam de decisões rápidas.
o Função legislativa ficaria na mão do parlamento
§ Em 1701, o rei inglês perde mais um poder: o poder de julgar. Do ponto de vista
didático, temos a configuração de três poderes. Dai nós temos o poder do rei, do
parlamento e de julgar. Contudo, na verdade, não é que se cria um terceiro poder, o
parlamento tira o poder de julgar do rei e toma para si, ele ganha autonomia em
relação ao rei. Ainda assim, os juízes continuam aplicando o direito da terra em
nome do rei, ainda que contra o rei. ( “ revoluções são feitas contra o rei, mas em
nome do rei; Feitas em nome do corpo político da coroa);
§ (transcrição)
o Montesquieu nasceu em janeiro de 1689, um mês antes de Guilherme de
Orange, em 1701 quando se configura o terceiro poder, ele era apenas um
adolescente. Ele nasceu Charles Louis de XXX, ele herda um título de
família, o baronato. Montesquieu assume, ainda jovem, a presidência do
parlamento de Bordeu. Na França, diferente da Inglaterra, o parlamento não
se unificou cedo. Enquanto o parlamento inglês se unificou no século XII, na
França, aquilo que seria o parlamento unificado, não se reunia, um dos
motivos da revolução francesa ( estados Gerais). Em termos gerais,
Montesquieu era um juiz. Mas sua vocação não era para magistratura, mas
para academia.
o Morou na em Londres entre 1728 e 1729, o momento de maturação do
modelos de separação dos três poderes e passa a acreditar que esse é o
modelo que está em prol da liberdade.
o MGFF “ele tirou uma fotografia da marcha do modelo instutucional dos
três poderes”
 A preciso que, pela disposição de coisas, o poder detenha o poder
§ Tripartição dos Poderes
o “a experiência eterna mostra que todo homem que tem poder é tentado a
abusar dele; vai até onde encontra limites
o (1) o poder legislativo; (2) o poder executivo das coisas que dependem do
direito das gentes, e (3) o poder executivo das coisas que dependem do
direito
o civil.
o Pelo primeiro, o príncipe ou magistrado faz, corrige ou revoga leis [ não é
uma lei que faz o que quer, é algo que reflete o direito ancestral; as leis são
as relações necessárias que decorrem da natureza das coisas].  regido pelo
direito das gentes;
o Pelo segundo, o príncipe ou magistrado “faz a paz ou a guerra, envia ou
recebe embaixadas, estabelece a segurança, previne as invasões”. Chama a
este poder, simplesmente, “o poder executivo do Estado”.
o Pelo terceiro, o príncipe ou magistrado pune os crimes ou julga as querelas
dos indivíduos. Montesquieu chama-o “poder de julgar”.  regido pelo
direito civil.
§ Neutralização do poder Judiciário
Não há poder mais terrível que o poder de julgar. O tribunal da lei deve ser
episódico, para julgar o caso.

o Por dois modos


 Modo Como é estruturado
 O Juiz deve ser par do réu. O ideal é que ele possa escolher o
juiz, ou ao menos que lhe seja dada a oportunidade de rejeitar
tantos magistrados que os que sobram representa sua escolha.
 Modo Como Decide
 O juiz deve ser a boca da lei
 Montesquieu foi precursor da escola da exegese
 O judiciário apenas executa as sentenças que já estão na lei
(o poder executivo das coisas que dependem do direito civil)
§ A Decisão do Parlamento Bicameral
o As duas casas comungam iguais faculdades de estatuir e faculdade de
impedir
 Aprovar ou recusar uma proposição. Se acontecer de ambas as
câmaras concordarem, ainda tem um terceiro personagem: O rei, na
forma do veto. O rei não faz a lei, mas concorda com ela.
 O rei participa do legislar pelo anuir. O não vetar é o
sancionar, isto é, uma faculdade de estatuir limitada.
§ Capítulo VI e II
o “Eis assim a constituição do governo que falamos: As duas partes do poder
legislativo limitam-se reciprocamente por sua faculdade de pedir; e ambas
são limitadas pela faculdade de impedir do rei....
o Estes três poderes ( rei, câmara alta e câmara baixa, uma vez que o judiciário
já está limitado por si próprio) limitam-se reciprocamente, impedem que um
se degenere em sua forma corrompida.
o O âmago de Montesquieu está no entrelaçamento dos poderes por meio do
compartilhamento de faculdades de estatuir e impedir confiadas ao rei,
câmara alta e câmara baixa, uma reprodução do Governo Moderado
Ateniense);
§ Transição para a tetrapartição dos poderes
o Chefia de estado  rei
o Chefia de Governo  projeção do Rei;
o A novidade da segunda metade do século XVIII é a escolha do líder da
maioria parlamentar.
o Constant vendo essa evolução de coisas diz, o poder do rei é um poder
neutro que não interfere na política, o poder de seus ministros que é o poder
político.
o No caso de um bloqueio em virtude de um conflito entre os poderes, há a
necessidade do rei atuar para fazer com que as coisas fluam novamente, este
é o poder moderador.
o Art.98 da Constituição de 25 de março de 1824 ( A primeira constituição a
expressamente declarar esse poder)
o Poder moderador age de ofício, o tribunal constitucional não.
 O Poder Moderador é a chave de toda a organização Política, e é
delegado privativamente ao Imperador, como Chefe Supremo da
Nação, e seu primeiro representante, para que incessantemente
vele sobre a manutenção da independência, equilíbrio e harmonia
dos mais Poderes Políticos.
o O chefe de Estado é uma pedra de toque;
§ “A constituição de 88 regeu trocas de grupos no poder”  o que isso significa?
§ Pentapartição de Poderes
o Nicola Mateucci  depois das três revoluções liberais, nada de novo se
criou no constitucionalismo.
o Não é bem verdade posto que outra instituição foi criada: O tribunal
Constitucional.
 Esse órgão novo tem o monopólio da inconstitucionalidade, é o
guarda da constituição.
§ Supremo Moderador dos conflitos federativos definição das competência entre
os poderes; velar sobre o pacto federativo;
Aula VI – Sistema de Governo
§ “Essa comunhão entre o dignificante e o eficiente que faz a limitação do poder no
governo inglês”
§ “ Ninguém pode chegar a um entendimento das instituições inglesas a menos que as
divida em duas classes há duas partes (não separáveis com precisão microscópica, pois
o gênio dos grandes negócios abomina a sutileza da divisão) ...”
§ Conceito: “como se relacionam a chefia de estado e a chefia de governo” , essa relação
pode ser ampliada para observar a relação do parlamento com o chefe de estado e da
relação entre o parlamento e o judiciário;
¶ “ envolvendo as relações entre os poderes, parlamento e judiciário, parlamento
e chefe de estado”
¶ “Como flui a relação entre as instituições”
§ Tipologia Básica
¶ Presidencialismo  é um autor: Montesquieu, Capítulo VI, Livro XI.
 “ 1754, num júri, foi a primeira vez que Montesquieu foi citado”
 Montesquieu  Faculdades de estatuir e de impedir
 Estados Unidos Veto presidencial superável e declaração de
inconstitucionalidade
 No caso americano, o veto presidencial pode ser derrubado,
diferindo do modelo de Montesquieu, uma vez que para ele o
veto travaria o funcionamento institucional;
 Além disso, no modelo americano, há a participação do
judiciário na validade das leis por meio do controle de
constitucionalidade;
 Brasil Presidencialismo de coalizão  “conscientes de que o
presidente é eleito de forma independente do parlamento, os atores
políticos conscientes disso e conscientes de que é preciso de apoio da
maioria parlamentar, o presidente busca a maioria parlamentar após
as eleições, devendo ele buscar realizar essa maioria após o certame.
Em geral essa integração se dá pela assimilação de parlamentares na
estrutura de governo, ao estilo parlamentarista”
 No caso brasileiro, o presidencialismo foi se
parlamentarizando. O presidencialismo é pensado para um país
que não precisa de governo, posto que em alguns momentos
pode ocorrer o travamento enquanto válvula de segurança. No
caso brasileiro, o sistema presidencial foi transformado de
forma a integrar legislativo e executivo, um exemplo desta
integração é a medida provisória ou a integração de membros
do legislativo no poder executivo.
 A ideia é prevenir o absolutismo.
¶ Parlamentarismo  “há múltiplos parlamentarismos, há características
chaves que favorecem determinados tipos de parlamentarismos: 1) o chefe de
estado e o chefe de governos estão separados, o que acontece é que em alguns
parlamentarismos essa separação é menos evidente, por exemplo nos casos em
que se tem uma república parlamentarista, em que o chefe de estado compete
com o 1º ministro.
 E.g. “Na Alemanha não existe um voto de desconfiança, mas um voto
de desconfiança construtiva, isto é, para derrubar o governo é preciso
compor um novo governo que irá substituir o que está a cair”
 Caso não se componha um novo governo, o chefe do parlamento leva
ao presidente para que este declare o estado de necessidade legislativa.
 Neste caso o chefe de estado está em potência, uma vez que só
agirá em uma situação latente de crise
 “Quando o governo não tem mais maioria e não há a
capacidade de compor uma nova maioria capaz de governar, é
dado ao governo a possibilidade de levar ao presidente a
hipótese de decretar o estado de necessidade legislativa em
que os projetos de governos são aprovados apenas pelo
senado”
 “ O presidente alemão é eleito de forma indireta, por um
colégio eleitoral”
¶ Assembleísmo: negação da separação de poderes. “a separação de poderes é a
usurpação dos poderes da única classe: o proletariado”. “Rompe a
conformação do governo moderado”.
 Pode ser dividido em dois tipos.
 Soviético  “O proletariado votaria para o parlamento, este
parlamento não se reunia continuamente...”
 Suíço  Karl Lowenstein
o “A suíça tem vários cantões e, de modo a harmonizá-
los, o governo suíço, que é um colegiado de 7 membros
que são projeções dos cantões, realiza um rodízio no
exercício da chefia de estado”
¶ Semipresidencialismo  “Em princípio é um modelo que o chefe de estado
tem prerrogativas de governo. O chefe de estado não é o chefe de governo, mas
tem prerrogativas de governo, divide funções de governo com o chefe de
governo. De alguma maneira o chefe de estado condiciona o governo, domina
o governo”
 A França se comporta como um presidencialismo.
 A França tem um presidente eleito diretamente. Com maioria
absoluta. Quando se elege, costuma eleger uma maioria
parlamentar do seu partido. Desta forma, o primeiro ministro
será do partido do presidente francês, e será escolhido por ele.
 Quem preside o conselho de governo é o presidente francês;
 O primeiro ministro é um cara do presidente
 Coabitação  momento em que o presidente e o primeiro
ministro são de partidos distintos. (aponta para o
parlamentarismo)
 Portugal se comporta como um parlamentarismo
 O presidente português é eleito pelo povo, mas ele é um chefe
de estado típico, não realizando prerrogativas de governo.
 O presidente pode dissolver o parlamento.

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