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1. INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO 32, §1º).

ADMINISTRATIVO
No regime federativo brasileiro, não existe relação de
1.1 CONCEITO DE ESTADO hierarquia ou subordinação entre os diversos entes
O Estado é uma pessoa jurídica territorial soberana, com políticos. É o que prescreve a Constituição Federal:
personalidade jurídica de direito público externo e interno, Art. 18. A organização político-administrativa da República
atuando tanto no ramo de direito público como de direito Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o
privado, sendo composto de uma sociedade politicamente Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos,
organizada, formada por um povo, fixado em um nos termos desta Constituição.
determinado território, com um poder soberano e tendo Todos os componentes da federação materializam o
por finalidade o bem comum. Estado, cada um deles atuando dentro dos limites de
competência traçados pela Constituição, com autonomia
política, administrativa e financeira. Assim, por
1.2 ELEMENTOS DO ESTADO exemplo, o governo de determinado município não
precisa se submeter à vontade dos governos estadual ou
• Povo: conjunto de pessoas que possuem um federal para organizar serviços de interesse local, como a
vínculo jurídico-político com o Estado, ou seja, o coleta de lixo, pois a Constituição lhe outorga
povo é conjunto de nacionais. competência para decidir sobre o assunto (CF, art. 30).
• Território: é o espaço físico (geográfico) onde Carvalho Filho ensina que autonomia significa que cada
estado exerce sua Soberania e o povo exerce seu entidade integrante da federação passa a possuir a
vínculo jurídico -político. chamada trilogia jurídica que é a capacidade de: auto-
• Soberania ou Governo Soberano: é o elemento organização, autogoverno e autoadministração. No
que define que o estado possui supremacia na primeiro caso, a entidade pode criar seu diploma
ordem interna e independência na ordem externa. constitutivo (Constituição Federal, Constituições
• Finalidade: é sempre o interesse público. Estaduais e Leis Orgânicas Municipais); no segundo,
pode organizar seu governo e eleger seus dirigentes; no
1.3. DOS PRINCIPIOS ORGANIZADORES DO ESTADO terceiro, pode ela organizar seus próprios serviços.

1.3.1 – PRINCÍPIO FEDERATIVO: 1.3.1.1.2.1.1 PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO


1.3.1.1 FORMA DE ESTADO: é o modo como Estado se FEDERALISMO
estrutura ou se organiza, e classifica-se em ❖ Soberania do ente central (Estado)
1.3.1.1.1 - UNITÁRIO OU SIMPLES: essa forma de ❖ Autonomia dos entes federais (trilogia jurídica)
Estado se caracteriza pela centralização política. Existe, ❖ Formalização por meio de uma constituição.
então, apenas um poder político central a conduzir toda a ❖ Caráter indissolúvel do pacto federativo (não cabe
população, em todo o território, nos níveis local, regional secessão)
e nacional. Nesta forma de estado na admite-se o direito ❖ intervenção para a manutenção da federação
de secessão. ex: Uruguai, França. (intervenção federal)
1.3.1.1.2 - COMPLEXO OU COMPOSTO onde se dividem ❖ representação das unidades federativas no poder
em: legislativo central (Congresso Nacional)
1.3.1.1.2.1 - FEDERAÇÃO: sendo a união de dois ou mais ❖ a existência de um tribunal constitucional
estados parciais todos dotados de autonomia, sendo a exercendo o controle jurisdicional constitucional (STF)
soberania transferida ou mantida no Estado Federal. Esta
forma de Estado se caracteriza pela descentralização 1.3.1.1.2.1.1.1 DOS MOVIMENTOS CENTRÍPETOS E
política, ou seja, existem poderes políticos distintos e CENTRÍFUGOS DE FEDERAÇÃO: A diferença entre
autônomos coexistindo num mesmo território, os quais esses dois movimentos de federação deve ser analisada
dividem as responsabilidades nos níveis local, regional e sob dois aspectos:
nacional. Todavia esse pacto federativo não permite o 1º aspecto: a origem histórica que formou a
direito de secessão. Toda essa formalidade deve ser Federação.
prevista em uma Constituição. a) Se a Federação teve origem com a união de vários
O Brasil, por exemplo, é um Estado federado, pois, em Estados Soberanos que se agregaram num movimento de
seu território, coexistem pessoas políticas distintas – a fora para dentro, será centrípeta também chamada de
União, os Estados-membros, o Distrito Federal e os federação por agregação, como a Federação norte-
Municípios. Nossa Constituição define os limites de americana.
atuação dessas esferas políticas. Assim, temos um poder b) Se a Federação teve origem em um Estado Unitário
político central (União), que cuida das matérias de que se fragmentou num movimento de dentro para fora,
interesse predominantemente nacional, poderes políticos será centrífuga também chamada de segregação ou
regionais (estados), que cuida das matérias de interesse desagregação, como a Federação brasileira.
predominantemente regional, e poderes políticos locais
(municípios), que cuida das matérias de interesse 2º aspecto: Como a Federação distribuiu suas
predominantemente local, além do Distrito Federal, que, competências.
em virtude da vedação constitucional para sua divisão em a) Se a Federação concentra poderes e competências na
municípios, acumula poderes regionais e locais (CF, art. União, ou seja, tem maior grau de centralização, será uma
Federação Centrípeta. Exemplo: Federação brasileira. no oriundos da execução das normas gerais nos casos
brasil só a união legisla sobre direito penal concretos. Acontece que Aristóteles, em decorrência do
momento histórico de sua teorização, descrevia a
b) Se a Federação distribui as competências e os poderes concentração do exercício de tais funções na figura de
de forma a dar mais autonomia aos Estados-membros, uma única pessoa, o soberano. Muito tempo depois, a
portanto com menor grau de centralização, será uma teoria de Aristóteles seria “aprimorada” pela visão
Federação Centrífuga. Exemplo: Federação norte- precursora do Estado liberal burguês desenvolvida por
americana. Nos EUA cada estado tem autonomia para Montesquieu em seu O espírito das leis. Ele definiu que
legislar sobre direito penal, em alguns tem aplicação da um Estado precisaria de três poderes (Legislativo,
pena de morte outros não. Executivo e Judiciário).

FUNDAMENTO
O poder é um atributo do estado, ainda que emanado do
povo. O poder do estado tem caráter instrumental,
servindo como meio (instrumento) para alcançar os fins
estatais. O poder do estado se manifesta através de seus
órgãos, sempre no exercício de três funções básica: a
legislativa, as administrativas e judiciais, esses órgãos
são denominados “poderes” (Poder Legislativo, Poder
Executivo e Poder Judiciário). Importante ressaltar que a
Constituição Federal definiu no art. 2º que os poderes (na
verdade funções do estado) são independentes e
harmônicos em si. “são poderes independentes e
harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o
Judiciário”.
É importante registrar que segundo a Constituição Federal
que os Poderes Legislativo e Executivo estão presentes
1.3.1.1.2.2 - CONFEDERAÇÃO: é união de dois ou mais em todos os entes da federação (União, Estados, Distrito
estados, através de um pacto internacional e não por uma Federal e Município). Todavia o Poder Judiciário só está
constituição. Cada um deles conservando sua Soberania. presente na União, nos Estados e no Distrito Federal).
Nesta forma de estado admite-se o direito de secessão.
Ex.: União Europeia. TEORIA DOS FREIOS E CONTRAPESOS (CHECKS
AND BALANCE)
A ideia de distribuir a funções do Estado em três órgãos
ou poderes se fundamenta em dois objetivos básicos. O
primeiro se refere a garantir a eficiência mediante uma
divisão racional de competências. A segunda se refere a
garantia e proteção dos direitos individuais, uma vez que
o sistema de controles recíprocos entre os poderes,
denominados “freios e contrapesos” (checks and
balances), tende a reduzir a probidade de abusos ou até
de um regime ditatorial. Por sua vez podemos concluir que
cada poder não exerce sua atribuição de forma estanque,
ou seja, de forma absoluta. A própria teoria dos freios e
contrapesos, ao prover controles recíprocos entre os
poderes, mostra uma interdependência.
Nessa linha de pensamento, o Legislativo edita leis que
podem ser vetadas pelo Chefe do Poder Executivo, ou
serem declaradas inconstitucionais pelo Poder Judiciário.
Da mesma forma, os atos praticados pelo Poder
1.3.2 –DOS PODERES DO ESTADO: Executivo, também estão sujeitos ao controle pelo Poder
Judiciário e, em alguns casos, pelo Poder Legislativo, que
HISTÓRICO pode suspender contratos ou sustar atos que exorbitem
As primeiras bases teóricas para a “tripartição de do poder regulamentar (CF, arts 49 V e 71 §1º). por fim o
Poderes” foram lançadas na Antiguidade grega por Presidente da República pode conceder graça ou indulto,
Aristóteles, em sua obra Política, em que o pensador extinguindo a punibilidade de pessoas condenadas pelo
vislumbrava a existência de três funções distintas Poder Judiciário.
exercidas pelo poder soberano, quais sejam, a função de
editar normas gerais a serem observadas por todos FUNÇÃO TIPICA E ATIPICA DOS PODERES DO
(função legislativa), a de aplicar as referidas normas ao ESTADO
caso concreto (função administrativa) e a função de Cada poder exerce uma função predominante chamada
julgamento (função jurisdicional), dirimindo os conflitos também de função típica ou originária. O Poder Legislativo
tem como sua função típica, a função de legislar (função exerce função de chefe de estado e chefe de governo, ou
legiferante) e de fiscalizar. O poder executivo possui a seja, sua função é una. Nesse sistema o legislativo não
função típica de administrar (executar), também chamada pode abreviar o mandato do chefe do executivo por
de função administrativa e o Poder Judiciário possui como qualquer motivo.
função originária a função de Julgar ou função 1.3.3.1.1 - Parlamentarismo: Nesse sistema temos o
jurisdicional. Todavia pela harmonia entre os poderes deslocamento de uma parcela da função executiva do
estabelecida no art. 2º da Constituição Federal estabelece poder executivo para o parlamento, sendo que essa
que os Poderes do Estado podem exercerem duas parcela da função executiva é chefia de governo. Nesse
funções atípicas, ou seja, de forma secundaria eles sistema a função é dual, o chefe de estado, no
poderão praticar atos que são típicos dos outros poderes. parlamentarismo, será o monarca, se a forma de governo
Então o Poder Legislativo tem função típica de legislar e for monarquia parlamentar, e o chefe de governo será o
fiscalizar, porém atipicamente exerce a função do primeiro ministro. Porém se for a forma de governo uma
Executivo (que é administrar), quando, por exemplo, república parlamentar, o chefe de estado será o
pratica atos administrativos, e também exerce a função presidente e o chefe de governo será o primeiro ministro.
do Judiciário (julgar), quando, por exemplo, julga o
Presidente da República ou membros do STF por crime 1.3.3 – PRINCIPIO DEMOCRÁTICO: A democracia é a
de responsabilidade. O Poder Executivo possui função participação do povo nas decisões políticas do estado. Ela
típica administrar, mas atipicamente exerce a função de se divide em
legislar, quando, por exemplo, edita medida provisória ou ❖ Direta: quando o povo exerce diretamente o
através da lei delegada, e também atipicamente exerce a poder político e ocorre através do
função do poder judiciário, quando, por exemplo, julga ✓ Voto
servidor em um processo administrativo, porém é ✓ Plebiscito
importante ressaltar que na função atípica de julgar o ✓ Referendo
executivo não faz coisa julgada. Por fim o Poder judiciário ✓ Iniciativa Popular
tem função originaria de julgar, todavia exerce ✓ Ação popular
atipicamente a função do Executivo que é administrar, por ❖ Indireta: quando o povo exerce seu poder através
exemplo, quando concede uma licença a determinado de procuradores.
servidor, e também atipicamente exerce a função do ❖ Semi-direta ou semi-representativa: é o caso
Poder Legislativo, quando edita seu regimento interno. do regime democrático adotado pela RFDB, conforme
dispõe o art. 1º parágrafo único da Constituição Federal
1.3.2 – PRINCIPIO REPUBLICANO: de 1988.
1.3.2.1 FORMA DE GOVERNO: O conceito de forma
governo diz respeito ao conjunto de instituições políticas “Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio
pelas quais o Estado se organiza afim de exercer seu de representantes eleitos ou diretamente, nos termos
poder sobre a sociedade. Tais instituições tem por objetivo desta Constituição”.
regular a disputa pelo poder político e seu respectivo
exercício e também a relação entre governantes CAIU EM PROVA!
(autoridades) e governados (administrados). As duas 1.(VUNESP - PC-SP - DELEGADO DE POLÍCIA – 2018).
formas clássicas de governo são: República e a representa uma forma de Estado que possui um centro único
Monarquia dotado de capacidade legislativa, administrativa e política, que é
Características da República: direcionado às unidades locais e regionais.
2.(VUNESP- DPE-RO - DEFENSOR PÚBLICO SUBSTITUTO
• Eletividades dos governantes – 2017). não existe Estado sem território.
• Temporalidade dos mandatos 3.(CESPE - TRE-TO - AJAAD – 2017). O Estado é formado pela
• Responsabilidade do chefe do estado (dever de união de três elementos originários e indissociáveis. Esses
prestar contas) elementos são: o território, o povo e o governo.
Características da Monarquia: 4.(NUCEPE - PC-PI - PERITO CRIMINAL – 2018). No
• Hereditariedade Presidencialismo, as funções de Chefe de Estado e Chefe de
Governo encontram-se nas mãos de uma única pessoa, qual
• Vitaliciedade seja, o Presidente da República; esta forma de governo é a
• Irresponsabilidade do chefe do estado prevista na Constituição Brasileira.
1.3.3 – PRINCIPIO PRESIDENCIALISTA: GABARITO: 1: ERRADA; 2: CERTA; 3: CERTA; 4: ERRADA
1.3.3.1 - SISTEMA DE GOVERNO: é marcada pelo grau
de relacionamento entre os Poderes Executivo e 2. DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Legislativo no desempenho das funções governamentais. 2.1. GOVERNO E ADMINISTRAÇÃO
A maneira como se dá o relacionamento, de modo a A expressão governo e administração são
preponderar maior independência ou colaboração entre frequentemente confundidas, apesar de significarem
esses poderes, dá origem a dois sistemas distintos: o coisas absolutamente distintas. O Governo, como já dito
presidencialismo e o parlamentarismo. ao norte, tem natureza política, tendo atribuição de
1.3.3.1.1 - Presidencialismo: formular as políticas públicas, em quanto a Administração
Nesse sistema de governo a certa independência entre o é responsável pela execução de tais decisões. Por outro
poder legislativo e o executivo. Nesse sistema a uma lado, o Governo é exercido por agentes que tomam
concentração da função executiva no poder executivo. decisões políticas de maneira relativamente
O presidente da república como chefe do poder executivo, independente e discricionária. Já a administração age
de maneira técnica, neutra, normalmente vinculada à exercido.
lei ou a norma técnica, e exercida mediante conduta
hierarquizada.

Segundo a doutrina, a Administração Pública também


pode ser compreendia em sentido amplo ou em sentido
restrito:

2.2.3 A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM SENTIDO


AMPLO, No aspecto subjetivo compreende tanto os
órgãos políticos, aos quais incumbe traçar os planos de
ação, dirigir, comandar (Formular políticas públicas),
como também os órgãos administrativos, subordinados,
2.2 – ADMINISTRAÇÃO E SEUS SENTIDOS: dependentes, aos quais incumbe executar os planos
SUBJETIVO E OBJETIVO; AMPLO E ESTRITO. governamentais; e no aspecto objetivo compreende a
A administração Pública é o conjunto de entidades, órgãos função política, que traça as diretrizes governamentais e
e agentes que exercem a atividade administrativa em prol a função administrativa, que as executa;
do interesse público. A expressão Administração pública
possui vários sentidos segundo a doutrina. A 2.2.4 A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM SENTIDO
administração Pública pode ser analisada em: sentido ESTRITO, a Administração Pública compreende, sob o
subjetivo e subjetivo; sentido amplo e estrito. aspecto subjetivo, apenas os órgãos administrativos e,
sob o aspecto objetivo, apenas a função administrativa,
2.2.1 A administração Pública em SENTIDO SUBJETIVO excluídos, no primeiro caso, os órgãos políticos e, no
(FORMAL OU ORGANICO) compreende as pessoas segundo, a função política.
jurídicas, ou seja, entidades da Administração direta
(União, Estados, Distrito Federal e Municípios) e
administração indireta (autarquias, fundações, empresas
públicas e sociedade de economia mista e os consórcios
públicos), os órgãos públicos (entes despersonalizados)
e os agentes públicos, ou seja, são os sujeitos que
compõe a administração.
Sentido SUBJETIVO = SUJEITOS da Administração
Pública, ou seja, quem exerce a atividade.

2.2.2 A administração Pública em SENTIDO OBJETIVO


(MATERIAL OU FUNCIONAL) compreende as atividades
ou funções administrativas exercidas pelas pessoas
jurídicas que compõe a administração direta e indireta,
exceto as empresas públicas e sociedades de economia
mista que exercem atividades econômicas, as
concessionárias e permissionárias de serviço público os
órgãos públicos e agentes, ou seja, seu objeto de atuação.
Atividades: fomento, serviço público, polícia
administrativa, intervenção entre outras.
Sentido OBJETIVO = OBJETO (ATIVIDADES) de
atuação da Administração Pública, ou seja, o que é
2.3 - DAS ATIVIDADES TIPICAMENTE objetos, órgãos, agentes e pessoas jurídicas
ADMINISTRATIVAS administrativas que integram a administração pública. A
Polícia Administrativa: responsável por restringir algum atividade jurídica não contenciosa que exerce e os bens
interesse individual em benefício do interesse público. Um que se utiliza para consecuções de seus fins de natureza
dos atributos do poder de polícia é a pública.”
autoexecutoriedade, que consiste na possibilidade de
a administração pública implementar suas decisões 3.2 FONTES DO DIREITO ADMINISTRATIVO: As fontes
sem necessidade de participação do Poder Judiciário. são de onde emanam as regras de Direito Administrativo,
Para exercer essa prerrogativa a situação deve estar todavia essas fontes não estão codificadas em um único
prevista em lei ou se tratar de situação de urgência. A livro. por esse motivo que a doutrina afirma que o direito
atuação do Estado independe de provocação. A atividade administrativo está tipificado(escrito), mas não está
de fiscalização tributária é um exemplo dessa atividade. codificado em um único instituto.
Intervenção: aqui temos a atuação impositiva do Estado 1. Lei: É a principal fonte do direito administrativo. A lei
em detrimento do interesse particular. Um exemplo deve ser compreendida em sentido amplo que abrange
clássico desse tipo de atuação é a desapropriação de uma todas as espécies normativas (CF-88, normas
residência que se encontra no trajeto de uma grande supralegais, leis, e atos normativos da administração
rodovia. É importante entender que quando o Estado pública).
atua diretamente como empresário (através de uma 2. Doutrina: é uma fonte secundária, resultado do
empresa pública trabalho dos estudiosos, que tem por finalidade
mineradora, por exemplo) não se se trata de uma sistematizar e explicar o conteúdo de normas de Direito
intervenção sob a ótica do Direito Administrativo, pois Administrativo;
o regime que predomina é o de direito privado. 3. Jurisprudência: é gênero que se divide em:
Fomento: aqui o Estado intervém no mercado através de jurisprudência composta pelo conjunto de decisões
política de incentivo financeiros a setores que o Governo proferidas num mesmo sentido pelos Tribunais; o resumo
entende como sendo estratégicos. Podemos citar o da jurisprudência é chamado de súmulas, as quais são
relevante papel que o BNDES exerce hoje no país, proferidas pelos tribunais, mas, não possuem efeito
provendo recursos que a iniciativa privada geralmente não vinculante. Todavia, desde a emenda nº 45 de 2004 pode
tem condições (ou interesse) de alocar. ser editadas súmulas vinculantes pelo STF, que diferente
Serviço Público: aqui temos a realização de atividades da sumula possui efeito vinculante para com toda a
para atender as necessidades básicas da população, administração pública.
que são realizadas tanto pelo Administração Pública 4. Costumes: são também fontes secundárias, atuam
quanto por particulares por ela delegados. O serviço de principalmente nas lacunas da legislação. Para serem
transporte público de passageiros é um excelente aplicados é necessário que sejam de convicção
exemplo. generalizada (amplamente aceitos) e que sua aplicação
seja obrigatória. Não são aceitos os costumes contra
3. DO DIREITO ADMINSTRATIVO legem (contrários a lei).
3.1 CONCEITO: O conceito e o conteúdo do Direito
Administrativo são objetos de grande divergência
doutrinária, variando de acordo com critério adotado pelo
doutrinador.
Portanto, segundo Hely Lopes Meirelles, o Direito
Administrativo pode ser entendido como “conjunto
harmônico de princípios que regem os órgãos,
agentes e atividades públicas tendentes a realizar 3.3 SISTEMAS ADMINISTRATIVOS: Sistema
concreta, direta e imediatamente os fins desejados administrativo corresponde a forma como o Estado
pelo Estado”. Analisando os elementos desse conceito: resolve seus litígios. Segundo a doutrina existem dois
• conjunto harmônico de princípios: são princípios sistemas utilizados em vários países: o francês e o inglês.
interdependentes, devem ser compreendidos de No sistema francês, há uma divisão de competências
forma sistemática, una, sendo um dos pré-requisitos entre o Poder Judiciário e o Poder Executivo em termos
para considerar a disciplina como autônoma; de coisa julgada (sem possibilidade de recurso). Na esfera
• órgãos, agentes e atividades públicas: presentes nos administrativa, a Administração Pública julga
três poderes e demais órgãos do Estado. definitivamente os litígios de sua competência
• tendentes a realizar concreta, direta e imediatamente: (processos administrativos), não sendo permitido ao
esses três termos afastam do campo de atuação cidadão recorrer na esfera judiciária sobre tais litígios.
desse ramo do direito a atividade abstrata (que é a Este sistema também é chamado também de
legislativa), atividade indireta (precisa de provocação contencioso administrativo ou de dualidade de
– ativ. Judiciário) e a atividade mediata (que é a ação jurisdição.
social do Estado); Já no sistema inglês, todos os litígios somente são
• os fins desejados de Estado: fins definidos pelo Direito definitivamente encerrados (coisa julgada, sem
Constitucional. qualquer possibilidade de recurso) no Poder Judiciário.
Já para Maria Sylvia Zanella Di Pietro o Direito Este é o sistema adotado no Brasil, conforme podemos
Administrativo “é o ramo de direito Público que tem por perceber na leitura do inc XXXV, art 5º da CF, que
inclusive detém status de cláusula pétrea (CF, art. 60, descentralização administrativa, que pressupõe a
§4º), sendo chamado de Princípio da Inafastabilidade distribuição de competência para outra pessoa, física ou
da Jurisdição. jurídica. Importante saber que o fenômeno da
desconcentração administrativa se dá tanto na
4. DA ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA administração direta quanto na administração indireta de
Falar sobre a organização administrativa é discorrer sobre todos os entes federados. Como a desconcentração
as pessoas jurídicas e órgãos que compõem o Estado. O pressupõe a existência de vários órgãos, quer sejam da
decreto 200 de 1967 vem dispor sobre a organização da Administração Direta ou das pessoas que compõe a
Administração pública Federal e define que esta, Administração Indireta, e como tais órgãos internamente
organiza-se em Administração Pública Direta e estão dispostos segundo uma relação de subordinação
Administração Pública Indireta. Todavia essa estrutura hierárquica, este fenômeno está relacionado ao princípio
estendeu-se para Administração Pública dos Estados, implícito da administração pública que é o da Hierarquia.
Distrito Federal e Municípios. Recentemente foi
promulgada a lei 13.303-2016 que vem dispor sobre o 4.3 - COMBINAÇÕES ENTRE A CENTRALIZAÇÃO E A
estatuto jurídico das empresas públicas e sociedades de DESCENTRALIZAÇÃO ADMINISTRATIVA –
economia mista de todos os Entes da Federação. A carta CONCENTRAÇAO E DESCONCENTRAÇÃO
magna de 1988 definiu a organização da administração ADMINISTRATIVA.
pública em seu art. 37 caput. 1ª. Centralização concentrada: quando as
“A administração pública direta e indireta de qualquer competências são exercidas por uma única pessoa
dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e jurídica política, sem divisões internas. Tal modelo existe
dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, apenas abstratamente, já que na prática seria impossível
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência”. um ente da federação exercer todas as suas
Importante ressaltar que a administração pública para competências sem divisão em órgãos públicos.
buscar a eficiência dos seus serviços, pode atuar através 2ª. Centralização desconcentrada: quando as
da centralização, da desconcentração e da competências são atribuídas a uma única pessoa política,
descentralização administrativa. dividida internamente em órgãos. Esse modelo é adotado
pela Administração Direta de todos os entes Federados.
4.1. CENTRALIZAÇÃO E DA DESCENTRALIZAÇÃO por exemplo, na esfera federal temos várias competências
A centralização administrativa ocorre quando a atribuídas a União, que cuja execução é repartida pelos
Administração Pública Direta executa diretamente suas diversos ministérios (órgãos).
tarefas através dos seus órgãos e agentes administrativos 3ª. Descentralização concentrada: quando são
que compõe sua estrutura funcional, em outras palavras a atribuídas competências a outras pessoas jurídicas
centralização consiste na execução da atividade autônomas, distintas do ente político, sem que elas
administrativa pelas próprias pessoas politicas (U, E, DF. possuam divisões internas, como por exemplo, uma
M), por meios de órgão das respectivas administrações fundação pública, sem divisão de órgãos.
diretas. Ressaltamos que os órgãos internos que compõe 3ª. Descentralização desconcentrada: quando são
a estrutura do Estado se organizam mediante uma relação atribuídas competências a outras pessoas jurídicas
de subordinação hierárquica. autônomas, distintas do ente político, as quais são
A descentralização administrativa pressupõe a divididas internamente, como por exemplo, o INSS
distribuição de competência para outra pessoa, física ou (autarquia federal), cuja suas atribuições são repartidas
jurídica. A Administração Pública direta transfere a pelas várias agencias localizadas nos diversos pontos do
titularidade e a execução, ou somente a execução de seus território nacional. Também se cita como exemplo
serviços para as entidades da Administração Pública PETROBRAS (sociedade de economia mista) cuja suas
Indireta ou para Particulares através de contrato público. atribuições são divididas por várias subsidiarias como a
É importante ressaltar que na descentralização Transpetro, BRdistribuidora, Liquigás entre outras.
administrativa (por outorga, serviço, funcional ou técnica)
inexiste reação de subordinação entre os entes, apenas 4.4 MODALIDADES DE DESCENTRALIZAÇÃO: De
possui o controle de finalidade ou especialidade (princípio acordo com Maria Sylvia Zanella de Pietro, existem três
da Tutela, supervisão Ministerial). modalidades de descentralização administrativa:
a) descentralização territorial ou geográfica;
4.2. CONCENTRAÇÃO E DESCONCENTRAÇÃO b) descentralização por serviços, funcional ou
A concentração administrativa: Consiste na ausência técnica;
completa de distribuição de tarefas entre repartições c) descentralização por colaboração.
internas, constituindo-se uma situação raríssima na Em seu turno Hely Lopes Meirelles menciona a existência
administração pública. Como na concentração de duas formas de descentralização; a) por outorga; b)
administrativa inexiste mais de um órgão, também por delegação. Vejamos cada modalidade
inexiste, qualquer subordinação hierárquica.
A desconcentração administrativa consiste na ▪ Descentralização territorial ou geográfica é que se
distribuição interna de competência no âmbito da mesma verifica quando uma entidade local, geograficamente
pessoa jurídica. Com efeito, na desconcentração delimitada, é dotada de personalidade jurídica própria,
administrativa as atribuições são distribuídas entre órgão de direito público, com capacidade administrativa
que integram a mesma instituição, no que difere da genérica. Esse tipo de descentralização é que ocorre
em Estados unitários (forma de estado), como França, isso, são chamados de órgãos primários do Estado.
Portugal e outros, constituídos de departamentos, Ex: as Corporações do Legislativo: Congresso
províncias, no Brasil se verificava essa modalidade na Nacional, Assembleias Legislativas, Câmaras de
época do Império. Vereadores), as Chefias do Executivo: Presidência
▪ Descentralização por outorga (também chamada da República, Governadorias do Estado e do Distrito
de descentralização por SERVIÇO, FUNCIONAL OU Federal e Prefeituras Municipais e os Tribunais
TÉCNICA) transfere a titularidade e a execução do Judiciários e Juízes de primeiro grau.
serviço público, feita através de lei para as entidades • autônomos: são aqueles que situam logo abaixo dos
da Administração Indireta por prazo indeterminado. órgãos independentes e diretamente subordinados a
▪ Descentralização por delegação (também chamada seus chefes, (subordinação hierárquicas) formam
de descentralização por COLABORAÇÃO) transfere a cúpula as Administração. Possuem ampla
somente a execução do serviço público, realizada autonomia administrativa, técnica e financeira e
através de contrato administrativo ou ato exercem funções de planejamento, supervisão,
administrativo por prazo determinado para coordenação e controle das atividades afetas à sua
particulares (pessoa física ou jurídica), através das competência. Ex: os Ministérios, as Secretárias de
concessões, permissões e autorizações de serviço Estado e de Municípios.
público. • superiores: são os que detêm poder de direção,
controle, decisão e comando, mas sempre sujeitos
à subordinação e ao controle hierárquico. Ex:
4.5. ADMINISTRAÇÃO DIRETA (ENTIDA Gabinetes, Secretarias Gerais, as Procuradorias
DES POLÍTICAS ou CENTRALIZADAS) Jurídicas, as Coordenadorias, Departamentos e
A administração direta é o conjunto de órgãos e Divisões.
agentes que desempenham diretamente as atividades • subalternos: são aqueles que se encontram na base
administrativas através da entidade política. Integram da estrutura orgânica da Administração Pública e
a Administração Pública Direta os chamados Entes exercem atividades materiais de execução,
Políticos: cumprindo ordens emitidas pelos órgãos que lhes são
• Municípios. superiores. Realizam tarefas de rotina. Ex: são as
repartições, seções, etc.
• União
• Distrito Federal
2. Quanto à estrutura:
• Estados
• simples ou unitários: são aqueles que possuem um
só centro de competência, sem subdivisão interna.
CARACTERISTICAS DA ADMINISTRAÇÃO DIRETA
Não possuem outros órgãos agregados à sua
• São pessoas jurídicas de direito público interno.
estrutura. Ex: Assembleia legislativa delegacia de
• Integram forma de estado da RFDB polícia, escola pública.
• Possuem a chamada trilogia jurídica: autogoverno, • compostos: são aqueles reúnem na sua estrutura
auto legislação e autoadministração ou auto- outros órgãos agregados. Ex: congresso nacional
organização. (câmara federal e senado federal), Secretária de
• A Administração Pública Direta atua através dos Segurança, Secretaria de Educação. Os Ministérios e
órgãos públicos e de seus agentes. Secretarias são sempre órgãos compostos.
• 3. Quanto à atuação funcional:
4.5.1 ÓRGÃOS PÚBLICOS • singulares: são os que atuam e decidem através de
único agente, que é o seu chefe e representante. Ex:
Presidência da República, Governadoria, Prefeitura.
Os órgãos públicos são centros de competência, • colegiados: são os que atuam e decidem por
despersonalizados e instituídos por lei para o manifestação conjunta e majoritária de seus
desempenho das funções estatais através dos seus membros. Ex.: Tribunais, Congresso Nacional.
agentes, ou seja, os órgãos públicos não tem Assembleia legislativa
personalidade jurídica, não são titulares de direitos e
obrigações. Os atos que os órgãos praticam são
4.6 ADMINSTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA (AD
atribuídos à entidade estatal a que pertence.
MINISTRAÇÃO DESCENTRALIZADA)
É importante ressaltar que alguns órgãos ainda que não
tenha personalidade jurídica, possuem capacidade
processual ativa para ser autor na defesa de suas A administração indireta é formada pelo conjunto de
prerrogativas. ex: ministério público entidades de direito público ou de direito privado, que
foram criadas ou autorizadas por lei para realizar
1.5.1.1 CLASSIFICAÇÃO DOS ORGÃOS PÚBLICOS: determinada atividade administrativa que necessita ser
1. Quanto à posição estatal: desenvolvida de forma descentralizada. Integram a
• independentes: são os órgãos originários da Administração Pública Indireta.
Constituição Federal e representam os poderes do • Autarquias
Estado (Legislativo, Executivo e Judiciário), são • Fundações Públicas de direito público ou privado
colocados no ápice da pirâmide governamental e, por • Empresa Pública
• Sociedade de Economia Mista ▪ Sujeitas ao controle finalístico ou tutela (supervisão
• Consórcios Públicos na modalidade de associação ministerial em âmbito federal). Não existe subordinação
pública (lei 11.107-2005) hierárquica só controle de legalidade e finalidade.
▪ Capacidade de autoadministração no que diz respeito
4.6.1 CARACTERÍSTICAS COMUNS ÀS ENTIDADES apenas às matérias específicas que lhe foram destinadas.
DA ADMINISTRAÇÃO INDIRETA: ▪ Patrimônio próprio que inicialmente é formado com a
• personalidade jurídica própria: são titulares de transferência de bens da entidade-matriz, os quais
direitos e obrigações distintas da pessoa política que incorporam ao ativo da nova pessoa jurídica.
as instituiu. Consequentemente possuem patrimônio ▪ Estão Sujeitos à lei de improbidade administrativa
próprio. (lei 8429/92)
• criação ou autorização por lei específica: todas as ▪ A responsabilidade civil será objetiva (regra)
pessoas integrantes da administração indireta só ▪ Suas contratações dependem de prévia licitação, salvo
podem ser instituídas através de lei específica (art. 37, as hipóteses de dispensa e inexigibilidade prevista na
XIX da CF). Não sendo possível a sua criação por lei 8.666/93.
decreto ou medida provisória, e cada entidade criada ▪ As autarquias não estão sujeitas ao regime
terá uma lei que a cria ou a autoriza, não sendo falimentar.
possível uma mesma lei para duas autarquias por • Seus cargos só podem ser criados por lei, e extinto por
exemplo. lei (regra).
• (CF – ART. 37 XIX) – “somente por lei específica • Seus agentes somente serão admitidos através de
poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição concurso público de provas ou de provas e títulos.
de empresa pública, de sociedade de economia mista • A remuneração de seus agentes está sujeita ao teto
e de fundação, cabendo à lei complementar, neste remuneratório segundo CF.
último caso, definir as áreas de sua atuação”; • Seus agentes estão submetidos a regra de proibição
• seu regime jurídico pode ser de direito público ou de de acumulação de cargos e empregos públicos, salvo
direito privado. as exceções prevista pela CF.
• são manifestações da descentralização por ▪ Imunidade tributária (imunidade reciproca) - possuem
outorga (ou por serviço, funcional ou técnica). imunidade de impostos sobre seu patrimônio, renda e
• finalidade - são criadas para prestação de serviço serviços, vinculados a suas finalidades essenciais.
público ou para exploração de atividades econômicas. (art.150, § 2° da CF)
A lei que cria ou autoriza é que define sua finalidade. ▪ Impenhorabilidade e imprescritibilidade de seus bens
• Possuem capacidade de autoadministração, e rendas: seus bens não podem ser objetos de restrição
porém não possuem autonomia política para legislar. judicial (penhora aresto e sequestro), e não poderão ser
• Vinculação à Administração Direta: O controle adquiridos por terceiros através de usucapião (art.183,
finalístico ou tutela é indispensável para assegurar §3° da CF).
que as entidades da administração indireta não se ▪ Seus débitos serão pagos através de precatórios
desviem de seus fins institucionais. Não existe (art.100 CF).
subordinação hierárquica entre a entidade da ▪ Prescrição quinquenal de suas dívidas passivas:
administração Pública indireta criada para com o ente dívidas e direitos de terceiros contra a autarquia
estatal que a criou, existe um controle de finalidade, prescrevem em 5 (cinco) anos. (art. 1º do Decreto-lei
chamado no âmbito federal – de Supervisão n°20.910/32)
Ministerial. ▪ Créditos sujeitos à execução fiscal: os créditos
autárquicos são inscritos como dívida ativa e podem ser
cobrados pelo processo especial das execuções.
4.7. DAS ENTIDADES AUTÁRQUICAS ▪ Privilégios processuais: possuem prazo em quádruplo
para contestar e em dobro para recorrer (art.188 CPC).
4.7.1 AUTARQUIAS ▪ Prestam contas ao Tribunal de Contas relacionado com
DAS ENTIDADES AUTARQUICAS
São consideradas pessoas jurídicas de direito público, o respectivo ente estatal que a criou.
1. AUTARQUIAS
dotadas de capital exclusivamente público, criadas para a
prestação de serviço público, ou seja, as atividades CLASSIFICAÇÃO DAS AUTARQUIAS: As autarquias
típicas do Estado e por isso devem gozar de regime de segundo a doutrina podem ser classificadas quanto:
fazenda pública. ❖ ao nível federativo,
As autarquias ao gozarem de Regime de Fazenda ❖ ao objeto,
pública, passam a ter os mesmos privilégios ❖ á natureza (regime jurídico)
(prerrogativas) do Estado (administração direta), exceto
poder político, e também possuem as mesmas limitações 1. QUANTO AO NÍVEL FEDERATIVO AS AUTARQUIAS
que o Estado possui. PODEM SER:
Vejamos as características mais importantes das ▪ federais,
autarquias a rogo desse regime: ▪ estaduais - distritais
• Criadas por lei específica de iniciativa do chefe do ▪ municipais
Executivo e só podem ser extintas também por lei
específica.
• Não possui fins lucrativos
2. QUANTO AO OBJETO AS AUTARQUIAS PODEM • Seus dirigentes terão um mandato certo, não podendo ser
SER: exonerado ad nutun.
▪ Autarquias assistenciais: exercem atividades que • Ao termino dos seus mandatos, os dirigentes ficarão em
buscam a diminuição das desigualdades regionais e quarentena, em regra por 4 meses segundo a lei de
sociais. Exemplo: Superintendência do desenvolvimento gestão de recursos das agências reguladoras (Lei 9,986-
da Amazônia (SUDAM), Instituto de colonização e 2000) porém segundos as leis especificas, da ANATEL,
Reforma Agrária. (INCRA). Instituto de Assistência dos ANEEL, ANP e ANS esse prazo é de 12 meses. Caso o
servidores do Estado do Pará (IASEP). ex-dirigente viole essa proibição ele incorrerá em pratica
▪ Autarquias Previdenciárias: destinadas a desenvolver a do crime de advocacia administrativa.
atividade de previdência. Exemplo: Instituto Nacional de • As agências reguladoras possuem poder normativo.
Seguridade Social - INSS. Instituto de Gestão Exemplos: ANA, ANTT, ANVISA, ANTAQ, ANAC, ANCINE,
Previdenciária do Estado do Pará –IGEPREV. ANATEL, ANEEL, ANP, ARCON (PA) AMAE (PMB).
▪ Autarquias Culturais: destinadas a educação e ao Agências executivas. Agências Executivas são
ensino. Exemplos: Universidade federal do Pará (UFPA), autarquias ou fundações públicas de direito público
Instituto Federal do Pará (IFPA) e Universidade do Estado comuns que celebram com Administração Direta um
do Pará (UEPA). contrato de gestão, com prazo mínimo de um ano,
▪ Autarquias Profissionais ou Corporativas: estabelecendo um plano estratégico de modernização em
responsáveis pela inscrição de determinados profissionais troca de uma maior autonomia gerencial, orçamentária e
e pela fiscalização de certas atividades. Exemplo: financeira.
Conselho Regional de Medicina (CRM), Conselho
Regional de Engenharia e Arquitetura (CREA). ALGUMAS AUTARQUIAS QUE INTEGRAM A AD. IND
▪ Autarquias de Controle: responsável por exercer o IRETA DO ESTADO PARÁ: Instituto de Gestão Previde
controle sobre entidades prestadoras de serviço público nciária do Estado do Pará –IGEPREV. Agência de Regul
ou que desempenham atividade econômica por força de ação e Controle de Serviços Públicos do Estado do Pará
contrato de concessão ou permissão. Exemplo: Agencia - ARCON. Centro de Perícias Científicas Renato Chaves
- CPC. Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pa
Nacional de Telecomunicação (ANATEL). Agencia rá - ADEPARÁ. Imprensa Oficial do Estado - IOE. Jun
Nacional do Petróleo (ANP) ta Comercial do Estado do Pará - JUCEPA. Escola de G
▪ Autarquias Associativas: São os consórcios públicos, overnança Pública do Estado do Pará - EGPA. Instituto
que se organizam sobre forma de “associações pública”, de Terras do Pará -ITERPA. Instituto de Assistência do
destinados a fomentar a cooperação entre entes da s servidores do Estado do Pará - IASEP.
federação.
▪ Autarquias Administrativas: destinam-se ao exercício
das atividades de natureza administrativas que não sejam 4.7.2 FUNDAÇÕES PÚBLICAS
passiveis de enquadramento nas demais categorias. É uma pessoa jurídica composta de um patrimônio
Exemplos: Instituto Nacional de Metrologia Normatização personalizado, destinado pelo seu fundador para uma
e Qualidade Industrial (IMETRO), Banco central do Brasil finalidade específica. As Fundações podem ser de direito
(BACEN), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos público ou privado.
Recursos Naturais (IBAMA). Quando assumem personalidade de direito público, as
fundações seguem o mesmo regime jurídico das
3. QUANTO AO REGIME JURIDICO AS AUTARQUIAS autarquias. Neste caso são chamadas de autarquias
PODEM SER: fundacionais e usufruem dos mesmos privilégios das
▪ Autarquias comuns: são aquelas que se submetem as autarquias, ou seja, aplicam-se as Fundações Públicas de
regras geralmente aplicadas a qualquer autarquia. direito público todas as normas, direitos e restrições
Exemplo: IBAMA, INSS, DETRAN, BACEN. pertinentes às autarquias.
▪ Autarquias especiais: são aquelas que possuem Quando forem criadas com personalidade de direito
prerrogativas especiais em relação às demais autarquias. privado segue o mesmo regime das empresas estatais.
Podemos destacar as universidades e as agências Importante ressaltar que a CF determina que uma lei
reguladoras. complementar vai definir o campo de atuação das
a). Universidades públicas. Fundações.
• Elas têm autonomia pedagógica. Tem mais liberdades EXEMPLOS DE FUNDAÇÃO PÚBLICA: IBGE, FUNAI,
para o exercício das suas atividades. IZP, FUNASA. FIOCRUZ.
• Os dirigentes e escolhidos pelo corpo docente e discente
e depois nomeado pela administração direta.
ALGUMAS FUNDAÇÕES QUE INTEGRAM A AD. IND
• Os dirigentes vão ter um mandato certo. Não podendo ser
IRETA DO ESTADO PARÁ: Hospital de Clínicas Gaspa
exonerado por qualquer motivo. r Vianna – HC. Fundação Santa Casa de Misericórdia –
b). Agências Reguladoras. São autarquias de regime FSCM. Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pes
especial que possuem os objetivos: de regulamentar, quisas – FAPESPA. Fundação Carlos Gomes – FGC. Fu
controlar e fiscalizar a execução dos serviços públicos ndação Cultural do Pará – FCP.
transferidos ao setor privado através da privatização.
O que ela tem de especial:
• Seus dirigentes serão nomeados pelo Presidente da
República após aprovação do senado federal.
b) Podem ser prestadoras de serviços públicos
4.8. DAS EMPRESAS ESTATAIS
Neste caso apesar de serem pessoas jurídicas de direito
privado, o seu regime jurídico irá se aproximar do regime
DAS ENTIDADES AUTARQUICAS público.
1. AUTARQUIAS
4.8.1 EMPRESA PÚBLICA é a entidade dotada de Estão sujeitas as regras de responsabilidade do estado
personalidade jurídica de direito privado, com criação
autorizada por lei e com patrimônio próprio, cujo capital 4.8.3 SEMELHANÇAS ENTRE AS EMPRESAS
social é integralmente detido pela União, pelos Estados, ESTATAIS:
pelo Distrito Federal ou pelos Municípios. art. 3ª da lei • Personalidade Jurídica: Pessoa jurídica de direito
13.303-2016. privado (não tem prerrogativas do estado)
Desde que a maioria do capital votante permaneça em • Criação: são autorizadas por lei específica, e a
propriedade da União, do Estado, do Distrito Federal ou criação é efetivada com registro de seus atos
do Município, será admitida, no capital da empresa constitutivos.
pública, a participação de outras pessoas jurídicas de • Regime jurídico híbrido (possuem normas de
direito público interno, bem como de entidades da direitos privado e derrogação (restrições) de direitos
administração indireta da União, dos Estados, do Distrito públicos).
Federal e dos Municípios. Parágrafo único do artigo 3ª • Possuem patrimônio Próprio.
da lei 13.303-2016. • Autonomia financeira e administrativa.
Exs: BNDES, Caixa Econômica Federal, Radiobrás, • Não visam lucro (não são criadas com a finalidade
Correios, Casa da Moeda etc. econômica, o lucro é só consequência. a finalidade
ALGUMAS EMPRESAS PÚBLICAS QUE INTEGRAM deve ser pública)
A AD. INDIRETA DO ESTADO PARÁ: Empresa de A • Responsabilidade Civil: se forem prestadoras de
ssistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará serviço público = responsabilidade objetiva (art. 37
- EMATER. Hospital Ofir Loyola – HOL. Empresa de T §6º CF). Se forem exploradoras de atividade
ecnologia de Informação e comunicação do estado do econômica = responsabilidade subjetiva.
Pará – PRODEPA. • Regime Falimentar: Pode variar de acordo com a
finalidade. Empresas estatais que exercem atividade
econômica – podem falir; e se as Empresas estatais
4.8.1.2 SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA é a entidade prestarem serviço público, não pode falir em face da
dotada de personalidade jurídica de direito privado, com natureza de seus bens.
criação autorizada por lei, sob a forma de sociedade • Bens: natureza irá variar de acordo com a finalidade
anônima, cujas ações com direito a voto pertençam em da entidade. Prestadora de serviço público = bem
sua maioria à União, aos Estados, ao Distrito Federal aos público chamados de bens de utilidade pública, e
Municípios ou a entidade da administração indireta. Art. Exploradora de Atividade econômica = bem
4ª da lei 13.303-2016 privado.
• Licitação: estão sujeitas a licitação (lei 8666/93),
ALGUMAS S.E.M QUE INTEGRAM A AD. INDIRET porém as exploradoras de atividades econômicas
A DO ESTADO PARÁ: Centrais de Abastecimento do podem ter um regime especial, ou seja, podem definir
Estado do Pará - CEASA. Banco do Estado do Pará – um estatuto próprio para licitarem.
BANPARÁ. Companhia de Habitação do Estado do P • Acesso ao emprego através de concurso público de
ará – COHAB. Companhia de Portos e Hidrovias do E
provas ou de provas e títulos (art. 37, II da CF).
stado do Pará – CPH. Companhia de Saneamento do
Pará – COSANPA.
• Estão Sujeitos à lei de improbidade administrativa
(lei 8429/92)
• Se a empresa estatal for dependente, seus
❖ FINALIDADES DAS EMPRESAS ESTATAIS:
empregados estão sujeitos ao teto remuneratório.
art.173, § 1° da CF.
Porém se empresa estatal for independente seus
a) Podem explorar atividade econômica em situações
empregados não estão sujeitos ao teto remuneratório.
excepcionais e somente nas hipóteses autorizadas pela
• Seus empregados estão submetidos à regra de
Constituição:
proibição de acumulação de cargos e empregos
• Relevante interesse coletivo
públicos, salvo as exceções prevista pela CF.
• Necessária aos imperativos da segurança
nacional 4.8.4 DIFERENÇAS ENTRE AS EMPRESAS ESTATAIS:
Administração Pública quando explora atividade • Capital: Empresa Pública = capital 100% público (pode
econômica, não possui fins econômicos, ou seja, não está ser unipessoal ou pluripessoal) ser dividido entre dois ou
voltada para a obtenção de lucro, mas sim para a mais entes de direito público. E a Sociedade de Economia
preservação do interesse público que representa. Mista = formada por capital misto, público e privada.
E toda atividade desenvolvida pelo Poder Público no setor • Forma societária: Empresa Pública = qualquer
será marcada pela absoluta ausência de prerrogativas em modalidade empresarial e Sociedade de Economia Mista
relação à iniciativa privada. = somente na modalidade de Sociedade Anônima – S.A.
Praticam atos privados • Juízo Privativo: aplicado nos entes criados pela União.
Não estão sujeitas as regras de responsabilidade do Empresa Pública Federal = julgada e processada pela
estado
Justiça Federal e Sociedade de Economia Mista Federal 3. ORGANIZAÇÃO DA SOCIEDADE CIVIL DE
= julgada e processada pela Justiça Estadual. INTERESSE PÚBLICO (OSCIP)
São pessoas jurídicas de direito privado, sem fins
4.9 ENTIDADES PARAESTATAIS lucrativos, cujas atividades sejam dirigidas ao ensino, à
pesquisa científica, ao desenvolvimento tecnológico, à
proteção e preservação do meio ambiente, à cultura e à
DAS ENTIDADES
São pessoas jurídicas de AUTARQUICAS
direito privado que não saúde. Para que essas fundações privadas ou
1. AUTARQUIAS
integram a administração direta ou indireta, mas associações sem fins lucrativos se torne uma OSCIPS
exercem atividades de interesse público e não possui tem que celebrar com o poder público um termo de
finalidade lucrativa. Integram o chamado 3º setor. parceria.
Entidades paraestatais são pessoas jurídicas que atuam • não recebem dotação orçamentaria;
ao lado do Estado, sem com ele se confundir. (Marcelo • não podem ser OS.
Alexandrino e Vicente Paulo, 2010). • não podem ser cooperativas.
Setores da Sociedade • não podem ser partidos políticos.
• 1º setor → estado • a Administração Pública poderá contratar com essas
• 2º setor → iniciativa privada com fins lucrativos organizações, porém terá que licitar.
(mercado) • os dirigentes se forem celetistas podem ser
• 3º setor → iniciativa privada sem fins lucrativos remuneradas.

4.9.1 ESPÉCIES DE PARAESTATAIS 4. ENTIDADES DE APOIO


São pessoas jurídicas de direito privado, ou seja, são
1. SERVIÇOS SOCIAIS AUTÔNOMOS (SISTEMA S) – fundações privadas ou associações ou cooperativas, sem
são entes privados, instituídos por lei para o desempenho finalidade lucrativa, que desenvolvem serviços
de atividades assistenciais a determinadas categorias sociais e, normalmente, se relacionam com a
profissionais, fomento, desporto. Ex.: SESC, SESI, Administração Pública, por convênio, para atuarem
SENAI, SEBRAE. junto a universidades públicas e hospitais públicos.
• entidades sem fins lucrativos. Interessante ainda dizer que são instituídas por servidores
• recebem recurso público através da parafiscalidade públicos e, inclusive, a atividade que desempenham é por
(capacidade de cobrar tributos). estes realizadas na própria sede da entidade pública. Não
• Não precisam de concurso público, mas apenas de um realizam serviço público, mas executam a mesma
processo seletivo simplificado. atividade desempenhada pela Administração Pública.
• Seus empregados serão regidos pela CLT, sendo Importante não esquecer os como se dá os vínculos dos
considerados “empregados privados”. entes do 3 setor com o estado.
• Devem prestar contas ao TCU (Pelo fato de receberem SISTEMA S – vínculo é a lei.
e utilizarem recursos públicos). OS – O vínculo é o contrato de gestão
• Segundo o TCU, os serviços sociais autônomos não OSCIPS – o vínculo é o termo de parceria.
estão sujeitos aos estritos termos da lei de licitação, ENTIDADES DE APOIO – o vínculo é o convênio.
podendo elaborar normas próprias para as suas
contratações, porém devem respeitar os princípios das 5. DOS PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO
licitações. PÚBLICA

2. ORGANIZAÇÕES SOCIAIS (OS)


A lei 9737/98 que trata dessa entidade dispõe em seu 5.1 SUPRAPRINCÍPIOS
artigo primeiro que o Poder Executivo poderá qualificar,
como organizações sociais, pessoas jurídicas de direito
privado, sem fins lucrativos, cujas atividades sejam 5.1.1 - PRINCÍPIO DA SUPREMACIA DO INTERESSE
dirigidas ao ensino, à pesquisa científica, ao PÚBLICO E PRINCÍPIO DA INDISPONIBILIDADE DO
desenvolvimento tecnológico, à proteção e preservação INTERESSE PÚBLICO:
do meio ambiente, à cultura, à saúde e desporto Em face supremacia do interesse público a
atendidos, atividades não exclusiva do Estado. Para que Administração gozará de certos privilégios jurídicos e terá
essas fundações privadas ou associações sem fins uma posição de superioridade em relação a terceiros
lucrativos se torne uma organização social tem que (verticalidade). Esses privilégios são prerrogativas que o
celebrar com o poder público um contrato de gestão. Estado possui para buscar um fim almejado que é o
• podem receber dotação orçamentaria (define no interesse público. Ex: atos administrativos com certos
orçamento o valor para a OS); atributos; desapropriação ou expropriação, contratos com
• podem receber servidores em cessão. alteração unilateral por parte da administração.
Em relação ao princípio da Indisponibilidade do
• podem receber bens públicos em cessão.
Interesse Público é sabido que toda atividade pública é
• a Administração Pública poderá contratar com essas
um múnus público. O interesse público não pode ser
organizações com dispensa de licitação, conforme
livremente disposto ou renunciado pelo administrador, que
prevê o inciso XXIV, da Lei 8666/93.
deve atuar nos limites da lei. O princípio da
indisponibilidade é utilizado para limitar o princípio da
supremacia, ou seja, é uma defesa dos interesses dos gerais do direito, ele repercute tanto na esfera privada
administrados - É A LIMITAÇÃO DO ESTADO. quanto na esfera pública.
ESSAS PRERROGATIVAS E LIMITAÇÕES DO ESTADO A legalidade na esfera privada, aplicada aos
SÃO CHAMADAS DE REGIME JURIDICO particulares, sendo denominada de princípio da
ADMINISTRATIVO autonomia da vontade, pois, logo, tudo o que não está
proibido, está juridicamente permitido. A ideia é de não
CAIU EM PROVA! contradição a lei, logo a lacuna da lei gera permissão
1. (CESPE – MPU – ANALISTA ADMINISTRATIVO -201 ao particular. Já a legalidade a ser observada pela
administração pública, é de subordinação a lei, logo, ela
0). As prerrogativas do regime jurídico administrativo conferem
só poderá fazer o que está previsto em lei, quando ela
poderes à administração, colocada em posição de supremacia so determinar (vinculação) ou autorizar (discricionariedade),
logo a lacuna da lei não gera permissão para a
bre o particular; já as sujeições servem de limites à atuação adm
administração agir.
inistrativa, como garantia do respeito às finalidades públicas e t Conclui-se então que a Administração não pode atuar
contra a lei (contra legem) nem além da lei (praeter
ambém dos direitos do cidadão.
legem), podendo atuar somente segundo a lei (sucundum
2. (CESPE – TCE-PA – A. C. E - DIREITO – 2016). A supre legem). Por outro lado, os administrados podem atuar
segundo a lei (sucundum legem) e além da lei (praeter
macia do interesse público sobre o interesse particular, embora
legem), só não podem atuar contra a lei (contra legem).
consista em um princípio implícito na Constituição Federal de 1 importante ressaltar que o princípio da legalidade deve ser
analisado em sentido amplo, ou seja, a Administração não
988, possui a mesma força dos princípios que estão explícitos n
deve seguir somente os atos normativos primários ou os
o referido texto, como o princípio da moralidade e o princípio d diplomas normativos com força de lei. A atuação
administrativa também deve estar de acordo com os
a legalidade.
decretos regulamentares e outros atos normativos
GABARITO: 1: 2: CERTA secundários, como as portarias e instruções normativas.
É claro que esses últimos atos normativos não podem
instituir direito novo, ou seja, eles não podem inovar na
5.2 PRINCÍPIOS EXPRESSO ordem jurídica, criando direitos e obrigações.
S Entretanto, não devemos confundir o princípio da
Chamados também de princípios explícitos, estão legalidade com o da reserva legal. O primeiro determina
diretamente previstos na Constituição Federal. O que a atuação administrativa deve pautar-se na lei em
dispositivo constitucional que trata dos princípios sentido amplo, abrangendo qualquer tipo de norma,
administrativos é o art. 37, caput, do Texto de 1988: desde a Constituição Federal até os atos administrativos
“A administração pública direta e indireta de qualquer normativos (regulamentos, regimentos, portarias etc.). Por
dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e outro lado, a reserva legal significa que determinadas
dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, matérias devem ser regulamentadas necessariamente
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência”. por lei formal (lei em sentido estrito). Veja que são
sentidos bem distintos, um envolvendo a atuação
administrativa, outro a regulamentação de determinadas
matérias.
Para finalizar o assunto, vale mencionar que a doutrina
apresenta como exceção ao princípio da legalidade a:
• edição de medidas provisórias (CF, art. 62);
• decretação do estado de defesa (CF, art. 136) e
• decretação do estado de sítio (CF, arts. 137 a 139).
As medidas provisórias são atos normativos, com
força de lei, editados pelo Presidente da República em
situações de relevância e urgência. Apesar de as medidas
provisórias possuírem força de lei, Celso Antônio Bandeira
de Mello as considera exceção ao princípio da legalidade
em decorrência de uma série de limitações, como as
características de excepcionalidade e precariedade.
O estado de defesa poderá ser decretado pelo
5.2.1 - PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
Presidente da República, ouvidos o Conselho da
Inerente ao Estado de Direito, o princípio da
República e o Conselho de Defesa Nacional, para
legalidade representa a subordinação da Administração
“preservar ou prontamente restabelecer, em locais
Pública à vontade popular. O exercício da função
restritos e determinados, a ordem pública ou a paz social
administrativa não pode ser pautado pela vontade da
ameaçadas por grave e iminente instabilidade institucional
Administração ou dos agentes públicos, mas deve
ou atingidas por calamidades de grandes proporções na
obrigatoriamente respeitar a vontade da lei. Observa-se,
natureza” (CF, art. 137). O estado de defesa implicará na
portanto, que somente a lei é fonte primária de
restrição de alguns direitos, conforme constará no decreto
obrigações. Como este princípio é um dos princípios
que o instituirá e, por isso, representa exceção ao símbolos ou imagens que caracterizem promoção
princípio da legalidade. Por outro lado, o estado de sítio pessoal de autoridades ou servidores públicos.
poderá ser decretado pelo Presidente da República, após Quando o agente público atua em desacordo com o
autorização do Congresso Nacional, ouvidos o Conselho princípio da impessoalidade ele passa a praticar abuso de
da República e o Conselho de Defesa Nacional, em caso poder na modalidade desvio de poder ou de finalidade. Os
de “comoção grave de repercussão nacional ou próprios regimes jurídicos únicos possuem dispositivos
ocorrência de fatos que comprovem a ineficácia de que visam desestimular a pratica de atos violadores do
medida tomada durante o estado de defesa” ou de princípio da impessoalidade. Citar-se como exemplo o art.
“declaração de estado de guerra ou resposta a agressão 17 da lei 8.112-90 – RJU da união.
armada estrangeira” (CF, art. 137, caput e incs. I e II). O “ art. 17 ao servidor é proibido:
estado de sítio é uma medida mais gravosa que o estado (...)
de defesa, representando uma série de medidas V- Promover manifestação de apreço ou desapreço no
restritivas, prevista na Constituição. recinto da repartição;
(..)
VII – coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-
se a associação profissional ou sindical, ou a partido
político.
Por sua atualidade merece destaque também o
Nepotismo é uma prática considerada violadora do
princípio da impessoalidade e também da moralidade.
Tanto que o pretório excelso editou sumula vinculante nº
13 que veda esse tipo de conduta, ressalvados os cargos
políticos.
“A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em
linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau,
inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da
mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção,
chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em
comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada
na administração pública direta e indireta em qualquer dos
poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
5.2.2 - PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE (FINALIDADE Municípios, compreendido o ajuste mediante designações
PÚBLICA). Este princípio deve ser observado em dos recíprocas, viola a Constituição Federal”.
dois momentos:
1º Momento: esse princípio deve ser visto em uma 5.2.3 - O PRINCÍPIO DA MORALIDADE
relação entre a ADMINISRAÇÃO – POVO. A A moralidade administrativa difere da moral comum. O
administração tem que ser NEUTRA E IMPARCIAL, princípio jurídico da moralidade administrativa não impõe
tendo que atuar no sentido de não beneficiar determinada o dever de atendimento à moral comum vigente na
pessoa ou prejudica-la, ou até mesmo se auto beneficiar. sociedade, mas exige respeito a padrões éticos, de boa-
A administração tem que atuar vendo sempre o bem fé, decoro, lealdade, honestidade e probidade
comum (finalidade pública). A ideia de impessoalidade incorporados pela prática diária ao conceito de boa
neste primeiro momento é de não discriminação. A administração.
administração tem que buscar tratar seus administrados Esse princípio é de tamanha importância que
com igualdade (princípio da igualdade ou isonomia), encontram-se diversas previsões de condutas contra a
porém e importante ressaltar que a igualdade não deve moralidade administrativa apresentadas na Carta de
ser somente formal também tem que ser material (tratar 1988, como, por exemplo, o art. 37, §4º, que dispõe que
os iguais de forma igual e os desiguais de forma desigual os atos de improbidade administrativa importarão a
na medida das suas desigualdades). Pode-se citar como suspensão dos direitos políticos, a perda da função
exemplo cabal de impessoalidade o concurso público. pública, a indisponibilidade dos bens e o
2º Momento: impessoalidade é vista na ótica do agente, ressarcimento ao erário; o art. 14, §9º, que dispõe que
ou seja uma relação entre a ADMINISTRAÇÃO – os casos de inelegibilidade devem proteger, entre outras
ADMINISTRADORES, ou seja, o agente quando estiver coisas, a probidade administrativa e a moralidade para
atuando, na verdade é a própria administração que está exercício de mandato; e o art. 85, V, que considera crime
atuando, o agente é só um instrumento da administração, de responsabilidade os atos do Presidente da República
por isso que todos os atos dos agentes não podem ter contra a probidade administrativa. Com efeito, o art. 5º,
por fim promoção pessoal. Ele atua em prol da LXXIII, dispõe que qualquer cidadão é parte legítima para
administração, em prol da coletividade. ART. 37 § 1º da propor ação popular que vise a anular ato lesivo à
Carta Magna. moralidade administrativa.
CF - art. 37 § 1º - A publicidade dos atos, programas,
obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos 5.2.4 - O PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE
deverá ter caráter educativo, informativo ou de É o caráter do que é feito em público e em nome do
orientação social, dela não podendo constar nomes, público: implica a visibilidade e transparência das
decisões, das ações e responsabilidade pública pelos 2. (CESPE-TCE-AC A.C.E - 2008). O princípio da publicidad
atos praticados. A publicidade é importante para o
e não se aplica aos julgamentos realizados por órgãos do Poder
controle da administração pública. As entidades e o
cidadão só podem fiscalizar se o ato for publicado. a lei de Judiciário, uma vez que a presença às sessões dos tribunais é re
transparência
strita aos interessados e advogados.
Segundo doutrina esse princípio possui dois sentidos
1. exigência de publicação em órgãos oficiais como 3. (CESPE-TCE-AC A.C.E - 2008). Segundo o princípio da i
requisito de eficácia: os atos administrativos gerais
mpessoalidade, a atividade administrativa é imputada ao agente
que produzirão efeitos externos ou os atos que
impliquem ônus para o patrimônio público devem ser e não aos órgãos administrativos.
publicados em órgãos oficiais, a exemplo do Diário
4. CESPE UNB - TRT 8ª - TECNICO JUDICIARIO - AAD
Oficial da União ou dos estados, para terem eficácia
(produção de efeitos jurídicos). -2016). Estão expressamente previstos na CF o princípio da mo
2. exigência de transparência da atuação
ralidade e o da eficiência.
administrativa: o princípio da transparência deriva do
princípio da indisponibilidade do interesse público, GABARITO: 1: CERTA; 2: ERRADA; 3: ERRADA; 4: CERTA
constituindo um requisito indispensável para o efetivo
controle da Administração Pública por parte dos
administrados. 5.3 PRINCÍPIOS IMPLÍCITO
CF - Art. 5º (...) XXXIII - todos têm direito a receb S
er dos órgãos públicos informações de seu interes Os demais princípios são chamados de IMPLÍCITOS,
se particular, ou de interesse coletivo ou geral, qu NÃO EXPRESSOS OU INFORMATIVOS, por que estão
e serão prestadas no prazo da lei, sob pena de res previstos de forma implícita na própria Carta Magna ou em
ponsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja legislações infraconstitucionais (abaixo da constituição).
imprescindível à segurança da sociedade e do Esta Vejamos alguns deles:
do;”
Exceções: casos onde o sigilo é garantido. 5.3.1 - PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE: Para DI
• Art. 5°, X, CF – dados pessoais (direito à PIETRO, “é a descentralização administrativa através da
intimidade, honra e imagem); criação de entidades que integram a Administração
• Art. 5°, XXXIII – garante o sigilo p/Segurança Indireta”.
Nacional. Quando o Estado cria pessoas jurídicas públicas
• Art. 5°, LX – ações que podem tramitar em administrativas - as autarquias - como forma de
segredo de justiça. descentralizar a prestação de serviços públicos, com
vistas à especialização de função, a lei que cria a entidade
5.2.5 - O PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA estabelece com precisão as finalidades que lhe incumbe
Esse princípio tornou-se expresso com o advento da atender, de tal modo que não cabe aos seus
EC 19/98, com a ideia de Administração Pública administradores afastar-se dos objetivos definidos na lei;
Gerencial. Este princípio da eficiência é apresentado sob isto precisamente pelo fato de não terem a livre
a ótica de dois enfoques: disponibilidade dos interesses públicos.
Sendo o primeiro relativo ao modo como o agente Embora esse princípio seja normalmente referido às
público atua, esperando dele o melhor desempenho. autarquias, não há razão para negar a sua aplicação
quanto às demais pessoas jurídicas, instituídas por lei,
Como consequência desse primeiro sentido, foram para integrarem a administração pública indireta. Sendo
introduzidas pela EC 19/1998 a exigência de avaliação necessariamente criadas por lei (conforme norma agora
especial de desempenho para aquisição de estabilidade expressa no artigo 37, incisos XIX e XX, da Constituição),
e a possibilidade de perda de cargo público tais entidades não podem desvirtuar-se dos objetivos
(flexibilização da estabilidade) em decorrência da legalmente definidos.”.
avaliação periódica de desempenho. Já o segundo
relacionado ao modo de organizar, estruturar, disciplinar a 5.3.2 - PRINCÍPIO DA TUTELA (CONTROLE
Administração Pública em busca também do melhor FINALÍSTICO OU SUPERVISÃO MINISTERIAL):
resultado, sendo o mais racional e econômico possível, Elaborado para assegurar que as entidades da
permitindo que se alcancem os melhores resultados na Administração Indireta cumpram o princípio da
prestação dos serviços públicos. especialidade. Cabe à Administração Pública Direta
fiscalizar os atos das referidas entidades, com o objetivo
CAIU EM PROVA! de garantir o cumprimento de seus objetivos específicos
institucionais. A regra é a autonomia das entidades, a
1. (CESPE – PC -MA – ESCRIVÃO – 2018). A conduta do a independência da entidade administrativa que goza de
gente público que busca o melhor desempenho possív fins próprios garantidos por lei, mas há necessidade de
que a Administração Direta (União, Estado ou Município),
el, com a finalidade de obter o melhor resultado, aten que instituiu a entidade, se certifique de que ela está
cumprindo os fins para que foi criada.
de ao princípio da eficiência.
5.3.3 - PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE OU DE
VERACIDADE
Tal princípio tem sua aplicabilidade como um dos atributos
do ato administrativo. Para DI PIETRO, “esse princípio,
que alguns chamam de princípio da presunção de
legalidade, abrange dois aspectos: de um lado, a
presunção de verdade, que diz respeito à certeza dos
fatos; de outro lado, a presunção da legalidade, pois, se a
Administração Pública se submete à lei, presume-se, até
prova em contrário, que todos os seus atos sejam
verdadeiros e praticados com observância das normas
legais pertinentes.
Trata-se de presunção relativa (juris tantum) que, como
tal, admite prova em contrário. O efeito de tal presunção é
o de inverter o ônus da prova.
Como consequência dessa presunção, as decisões
administrativas são de execução imediata e têm a
possibilidade de criar obrigações para o particular,
independentemente de sua concordância e, em 5.3.5 - PRINCIPIO DA CONTINUIDADE DO SERVIÇO
determinadas hipóteses, podem ser executadas pela PÚBLICO: Serviço público é aquele prestado pelo poder
própria Administração, mediante meios diretos ou público para satisfazer as necessidades essenciais e
indiretos de coação.” secundárias dos administrados, portanto, em regra, não
podem ser interrompidos. Em respeito a esse princípio
5.3.4 - PRINCÍPIO DA AUTOTUTELA fazemos a seguintes indagações:
O princípio da autotutela sempre foi observado no seio da 1- O servidor ou empregado público pode grevar?
Administração Pública, e está contemplado na Súmula nº 2 - O serviço público pode ser interrompido?
473 do STF, vazada nos seguintes termos: 3- Pode ser alegado a exceção de contrato não cumprido?
"A Administração pode anular seus próprios atos quando
eivados de vícios que os tornem ilegais, porque deles não 2.3.6 - PRINCIPIO DA INTRANSCENDÊNCIA
se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de SUBJETIVA DAS SAÇÕES:
conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos Esse princípio tem como base o artigo 5º, XLV da
adquiridos, e ressalvada, em qualquer caso, a apreciação CF/1988, que prevê nenhuma pena passará da pessoa
judicial". Assim, observe o esquema abaixo. do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano
e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da
lei, estendidos aos sucessores, até o limite do valor do
patrimônio transferido. De acordo com esse inciso
impede-se que penalidades personalíssimas alcancem
terceiros que não participaram da conduta ou que, ao
menos, tinham como evitar o ilícito. Esse princípio não
alcança somente o campo penal, estende-se também ao
campo administrativo.
Segundo STF o princípio da intranscendência subjetiva
das sanções proíbe a aplicação de sanções às
administrações atuais por atos de gestão praticados por
administrações anteriores. Na visão do Supremo, o
princípio da intranscendência subjetiva impede que
sanções e restrições superem a dimensão estritamente
pessoal do infrator e atinjam pessoas que não tenham
sido as causadoras do ato ilícito.
Exemplo: O Estado do Pará formalizou convênio com a
União, objetivando a construção de escolas públicas. Ao
término do acordo, o Estado deixou de prestar contas da
boa e regular aplicação dos recursos públicos federais. E,
como decorrência dessa omissão, a União inscreveu o
Estado em cadastro de inadimplentes, o qual, entre outras
consequências, veda o repasse de novas transferências
voluntárias.
Ocorre que a inscrição se deu em razão do
descumprimento de convênio celebrado por gestão
anterior, ou seja, na época de outro governador. E, no
caso concreto, ficou evidenciado que os novos
administradores tomaram as providências necessárias
para corrigir as irregularidades constatadas. 1. (CESPE – CGM – PB - AUDITOR – 2018). Decorre do princípi
Logo, aplica-se, na hipótese, o princípio da o de autotutela o poder da administração pública de rever os seus ato
intranscendência subjetiva das sanções, impedindo que a
Administração atual seja punida com a restrição na s ilegais, independentemente de provocação.
celebração de novos convênios ou recebimento de 2. (CESPE/UNB - STJ – ANALISTA JUDICIÁRIO AAD – 2015)
repasses federais. Todavia não pode esquecer que o . O princípio da especialidade na administração indireta impõe a nec
governo se alterna periodicamente nos termos da
soberania popular, mas o Estado é permanente. Então, essidade de que conste na lei de criação da entidade, a atividade a ser
segundo o STF, o princípio da intranscendência só se exercida de modo descentralizado.
aplica caso o governo atual não se omita em cumprir as 3. (CESPE – IBAMA – T. ADMINISTRATIVO – 2012). De acord
obrigações adquiridas pela gestão anterior. Caso isso
ocorra a União pode, no exemplo ao norte citado, incluir o o com a CF, a medida provisória, o estado de defesa e o estado de sít
nome do estado do Pará no CAUC, SIAFI como io constituem exceção ao princípio da legalidade na administração p
inadimplentes, com isso impedindo o Estado do Pará de ública.
receber novos recursos voluntários.
4. (AOCP – PREF. JUIZ DE FORA - MG – AUDITOR FISCAL
5.3.5 - PRINCÍPIO DA MOTIVAÇÃO: Teoria dos motivos – 2016). Sobre o Princípio da Motivação, é lícito afirmar que ele det
determinantes.
ermina que o administrador público deve expor os fundamentos de f
O Princípio da motivação determina que a administração
deverá justificar seus atos, apresentando as razões que ato e de direito que embasaram sua decisão ou ato praticado.
o fizeram decidir sobre os fatos com a observância da GABARITO: 1: CERTA; 2: CERTA; 3: CERTA; 4: CERTA
legalidade governamental.

Ensina Maria Sylvia Zanella Di Pietro, “que motivo é o 6. PODERES ADMINISTRATIVOS


pressuposto de fato e de direito que serve de
fundamento ao ato administrativo, e que a motivação é a
6.1 - INTRODUÇÃO
exposição desses motivos, ou seja, é a demonstração,
O grande objetivo do Estado é de alcançar e proteger o
por escrito, de que os pressupostos de fato realmente
interesse da coletividade. Assim, para se conseguir esse
existiram.” e ainda exemplifica dizendo que “(...) no ato
objetivo são conferidas à administração pública certas
de punição do funcionário, o motivo é a infração que ele
PRERROGATIVAS que são legitimadas através dos
praticou, no tombamento, é o valor cultural do bem, na
poderes. Certamente, todo poder corresponde a um
licença para construir, é o conjunto de requisitos
dever. Assim, a administração não só pode como deve
comprovados pelo proprietário; na exoneração do
atuar em nome do interesse público, sob pena de omissão
funcionário estável é o pedido por ele formulado.” (Di
ilícita. Poderes Administrativos são poderes-deveres
Pietro, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo – 24.
instrumentais, pois não são poderes em si mesmos, mas
ed. – São Paulo: Atlas, 2011. p. 212).
sim instrumentos pelo qual o Estado busca o interesse
público.
5.3.6 - PRINCIPIO DA SEGURANÇA JURÍDICA OU DA
Se no USO (exercício) destes poderes a administração
ESTABILIDADE DAS RELAÇÕES JURÍDICAS
ultrapassar o limite da instrumentalidade, ou seja, sendo
O Princípio da Segurança Jurídica tem o intuito de trazer
praticado além dos limites do estritamente necessário à
estabilidade para as relações jurídicas e se divide em
busca do interesse público, ou se no exercício desse
duas partes: uma de natureza objetiva e outra de natureza
poder ela desvia de sua finalidade que é o interesse
subjetiva.
público, ou até mesmo o agente omitir-se a usar essas
A natureza objetiva: versa sobre a irretroatividade de
prerrogativas para alcançar o interesse público,
nova interpretação de lei no âmbito da Administração
OCORRERÁ ABUSO DE PODER.
Pública.
A natureza subjetiva: versa sobre a confiança da
sociedade nos atos, procedimentos e condutas proferidas
pelo Estado. (princípio da confiança e boa-fé).

5.3.7 - PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE OU DA


RAZOABILIDADE:
Decorrente dos princípios da finalidade, da legalidade e
do devido processo legal substantivo, a razoabilidade ou
proporcionalidade exige do agente público que, ao realizar
atos discricionários, utilize prudência, sensatez e bom
senso, evitando condutas absurdas, bizarras e
incoerentes. Assim, o administrador tem apenas liberdade
para escolher entre opções razoáveis. Atos absurdos são
absolutamente nulos.

CAIU EM PROVA!
Assim, Uso do poder é a utilização normal, pelos agentes 6.5. 2 PODER HIERÁRQUICO
públicos, das prerrogativas que a lei confere. Por outro lado, É o que dispõe a administração para organizar, distribuir
Abuso de poder é toda ação ou omissão que, violando dever e escalonar funções, ocorrendo uma relação de
ou proibição imposta ao agente, propicia, contra ele, coordenação e subordinação entre os vários órgãos,
medidas disciplinares, civis e criminais. cargos e funções etc., fixando assim a hierarquia, sempre
dentro de uma mesma entidade.
6.2 PODER VINCULADO OU REGRADO Através desse poder decorrem as seguintes faculdades
Importante ressaltar que alguns doutrinadores não veem atribuídas ao superior, com relação a seu subordinado:
neste um poder propriamente dito, mas apenas um • Dar ordens: as ordens devem ser cumpridas pelos
atributo dos outros poderes da administração. subordinados, exceto quando manifestamente ilegais.
Para o exercício desse “poder”, devem ser observados Situação na qual caberá o dever de representar contra
todos os contornos traçados pela lei, que não deixa tal ilegalidade (art. 116, IV e XII, Lei nº 8.112/90);
margem de escolha ou liberdade a autoridade • Fiscalizar: compete ao superior verificar e
responsável. acompanhar as tarefas executadas por seus
A lei estabelece todos os detalhes, como deve ser feito, subordinados, para eventuais correções, sempre que
quando, por que. Dessa forma, estando presentes os necessárias;
requisitos legais, à pessoa competente só resta praticá-lo, • Delegar (extensão de competência): corresponde ao
de forma com prevista. repasse de atribuições administrativas de
Para que seja possível a melhor compreensão do responsabilidade do superior para o subalterno;
assunto, trago a memória de você concursando que o ato • Avocar (tomar competência): representa o caminho
administrativo é composto de cinco elementos: contrário da delegação, é dizer, acontece a avocação
competência; finalidade; forma; motivo e objeto. quando o superior atrai para si a tarefa de
No exercício do poder vinculado esses cinco requisitos responsabilidade do subordinado, podendo tal
são previstos na lei e de observância obrigatória. atividade ter sido delegada para este ou ser de sua
Ressalte-se que os três primeiros (competência, competência originária;
finalidade e forma), são sempre vinculados, mesmo no • Rever: pode o superior, de ofício ou mediante pedido
âmbito do Poder Discricionário, visto a seguir. do interessado, realizar a revisão dos atos de seus
Exemplo; A lei 8.112-90 no seu art. 132 cc art. 138 subordinados, enquanto não for tal ato definitivo,
determina que o servidor que faltar mais de 30 dias mantendo-o ou modificando-o.
consecutivos sem justificativa, a autoridades deve abrir • Edição de atos normativos, como instruções,
um PAD sumário para que o servidor seja demitido. resoluções, portarias etc. Não se confunda com
regulamentos: esses atos têm aplicação apenas
6.3 PODER DISCRICIONÁRIO internas e, por isso mesmo, são produzidos com base
Da mesma forma que no caso anterior, não se trata de um na relação hierárquica.
poder autônomo, mas sim é apenas um atributo de outros
poderes. 6.3. PODER DISCIPLINAR
Nesse caso, a lei também estabelece uma série de regras Este poder autoriza à Administração Pública a apurar
para a prática de um ato, mas deixa certa margem de infrações e aplicar penalidades aos servidores
liberdade à autoridade, que poderá optar por um entre públicos e às demais pessoas sujeitas à disciplina
vários caminhos igualmente válidos. No entanto, não administrativa. Dessa forma somente está sujeito ao
existe poder discricionário absoluto, pois sempre a lei poder disciplinar aquele que possui algum vínculo
fixará os limites de atuação, dentro dos quais deve o especifico com a Administração, seja de natureza
agente atuar, sobe pena de prática desvio ou excesso de funcional ou contratual.
poder. Quando há vinculo funcional, o poder disciplinar é
Dentro dos elementos dos atos administrativos decorrência do poder hierárquico. Em virtude da
supracitados, somente estão na esfera da opção do existência de distribuição escalonada de órgãos e
administrador os dois últimos, ou seja, o motivo e o servidores de uma mesma pessoa jurídica, compete ao
objeto, quando diante de um ato discricionário, pois, superior hierárquico dar ordens e exigir de seus
como sobredito, os demais são sempre vinculados. A subordinados o cumprimento destas. Caso o subordinado
opção pode ser verificada no motivo, no objeto, ou em não atenda as determinações do seu superior ou
ambos. descumpra o dever funcional o seu chefe deve (poder-
Cabe, então, à Administração Pública a liberdade na dever) aplicar as sanções previstas no estatuto funcional.
escolha da conveniência e oportunidade para realização Como ressaltado ao norte o poder disciplinar também
do ato. A essa dupla (conveniência + oportunidade) alcança particulares que possuam vínculo contratual com
chama-se mérito administrativo. o Poder Público, como acontece com aqueles contratados
Exemplo: o art. 130 § 2º da lei 8.112-90, dispõe que para prestação de serviços à administração. Nesse caso
quando houver conveniência para o serviço, a penalidade como não há relação de hierarquia entre o particular e a
de suspensão poderá ser convertida em multa, na base administração, a fundamentação para aplicação de
de 50% (cinquenta por cento) por dia de vencimento ou sanções é o princípio da supremacia do interesse
remuneração, ficando o servidor obrigado a permanecer público sobre o particular.
em serviço. Obs.: O poder disciplinar não se confunde com a punição
dos administrados que desobedecerem às limitações
impostas pelo interesse público, ocasião em que está O fenômeno da DESLEGALIZAÇÃO, também chamada de
presente a aplicação do Poder de Polícia.
DELEGIFICAÇÃO, significa a retirada, pelo próprio legislador,
de certas matérias do domínio da lei, passando-as para o do
mínio de regulamentos de hierarquia inferior.
6.5 - PODER DE POLÍCIA

CONCEITO LEGAL
“Considera-se poder de polícia atividade da
administração pública que, limitando ou disciplinando
direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou
abstenção de fato, em razão de interesse público
concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos
costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao
exercício de atividades econômicas dependentes de
concessão ou autorização do Poder Público, à
tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos
direitos individuais ou coletivos.” (ART. 78 CTN).

CONCEITO DOUTRINÁRIO
"Poder de polícia é a faculdade de que dispõe a
Administração Pública para condicionar e restringir o
uso e gozo de bens, atividades e direitos individuais,
em benefício da coletividade ou do próprio Estado".
6.4. PODER REGULAMENTAR OU NORMATIVO: MEIRELLES
Decorrente do poder hierárquico, o poder regulamentar
consiste na possibilidade de os Chefes do Poder FUNDAMENTO: O poder de polícia decorre do princípio
Executivo editarem atos administrativos gerais e da supremacia do interesse público sobre o privado
abstratos, ou gerais e concretos, expedidos para dar (poder de império); e também poder de polícia decorre do
fiel execução à lei. poder extroverso (fora) do Estado, ou seja, só alcança o
O poder regulamentar enquadra-se em uma categoria administrado.
mais ampla denominada poder normativo, que inclui Ademais, DI PIETRO explica que “o poder de polícia do
todas as diversas categorias de atos gerais, tais como: Estado pode agir em duas áreas de atuação estatal. São
regimentos, instruções, deliberações, resoluções. às áreas administrativa e judiciária”.
O fundamento constitucional da competência
regulamentar é o art. 84, IV, segundo o qual “compete POLÍCIA ADMINISTRATIVA. A polícia administrativa
privativamente ao Presidente da República: IV – possui caráter preventivo, seu objetivo será não permitir
sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como as ações anti-sociais. A polícia administrativa, no caráter
expedir decretos e regulamentos para sua fiel preventivo age tanto preventivamente como
execução”. Sua função específica é estabelecer repressivamente.
detalhamentos quanto ao modo de aplicação de • Preventivamente: Ex: proibindo porte de arma ou
dispositivos legais, dando maior concretude, no âmbito direção de veículo automotor
interno da Administração Pública, aos comandos gerais e • Repressivamente: multa, ou aprende a arma
abstratos presentes na legislação. usada indevidamente.

3.4.1 ESPÉCIES DE REGULAMENTOS A polícia administrativa é regida pelo Direito


a) Regulamentos Executivos: é aquele editado para fiel Administrativo, agindo sobre bens, direitos ou
execução da lei. (REGRA) atividades e é dividida entre diferentes órgãos da
b) Regulamentos Autônomos: atuam substituindo a lei. Administração Pública como, por exemplo, a polícia
(EXCEÇÃO). Ex.: Art. 84, VI , “a” da CF/88. militar, Detran, IBAMA e outros órgãos de fiscalização
“Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da como os das áreas da saúde, educação, trabalho,
República: previdência e assistência social.
VI - dispor, mediante decreto, sobre:(Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 32, de 2001) POLÍCIA JUDICIÁRIA. A polícia judiciária possui caráter
a) organização e funcionamento da administração repressivo. Sua razão de ser é a punição dos infratores
federal, quando não implicar aumento de despesa da lei penal. Essa polícia rege-se pelo Direito Processual
nem criação ou extinção de órgãos públicos; Penal. Ela incide sobre pessoas. A polícia judiciária é
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando exercida pelas corporações especializadas, chamadas de
vagos;” (grifo nosso) polícia civil e polícia militar.
DI PIETRO se utiliza da seguinte opinião de Álvaro
Lazzarini para distinguir a polícia administrativa da polícia
judiciária: "a linha de diferenciação está na ocorrência ou
não de ilícito penal. Com efeito, quando atua na área do
ilícito puramente administrativo (preventivamente ou
repressivamente), a POLÍCIA É ADMINISTRATIVA.
Quando o ilícito penal é praticado, é a POLÍCIA
JUDICIÁRIA que age".

A) DI-DISCRICIONARIEDADE (REGRA):
Isto ocorre porque a lei, em seu caráter abstrato, não pode
prever todas as situações que irão exigir atuação do
administrador, restando à Administração a escolha sobre
qual o melhor momento de agir, qual a atuação mais
adequada em cada caso e qual a sanção mais adequada
(levando-se em conta o princípio da razoabilidade e da
proporcionalidade) a ser aplicada.
Logo, não se pode dizer que poder de polícia é sempre
EXEMPLOS DE PODER DE POLICIA discricionário, porque ele também pode se manifestar por
ADMINISTRATIVA. atos vinculados, como, por exemplo, licenças para
construção.
Todavia, para fins de provas objetivas, a
discricionariedade é característica geral do poder de
polícia.
B) C-COERCIBILIDADE: Está intimamente ligada à auto
executoriedade. O ato de polícia só é auto executório por
possuir força coercitiva de imperatividade que quer dizer
que o Poder Público poderá usar da força para tornar
efetivo um ato de polícia, independentemente da
concordância do administrado.
OBS.: É possível a delegação do poder de polícia?
Não. Porém, é possível somente a execução do poder de
polícia (Ex.: contratar empresa privada para fiscalizar e
expedir multas)
Através do poder de polícia, a autoridade pode restringir a
prática de determinadas atividades (construção de uma
casa; abertura de uma lanchonete, restaurante, bar,
discoteca; exercício de uma profissão, como médico ou
advogado, que precisam estar inscritos na OAB e no
CRM; porte de arma; dirigir um carro - precisa-se de
habilitação expedida pelo poder público, etc.), só
permitindo sua realização mediante ALVARÁ, que pode
PALAVRA-CHAVE: O PODER DE POLÍCIA condiciona conter: LICENÇA OU AUTORIZAÇÃO:
e restringi o uso e gozo de bens, atividades e direitos * Licença: é o ato administrativo vinculado e definitivo
individuais, em benefício da coletividade. pelo qual a Administração reconhece que o particular
detentor de um direito subjetivo preenche as condições
6.5.1. ATRIBUTOS (OU CARACTERÍSTICAS) DO para seu gozo. Dizem respeito a direitos individuais, como
PODER DE POLÍCIA: o exercício de uma profissão ou a construção de um
edifício em terreno do administrado.
* Autorização: é ato administrativo discricionário em que
predomina o interesse do particular. É, por isso, ato comportamento em razão do interesse público. Já o
precário, não existindo direito subjetivo para o consentimento de polícia é o ato administrativo de
administrado relativamente à obtenção ou manutenção da anuência do poder público que possibilita a utilização da
autorização, a qual pode ser simplesmente negada ou propriedade particular ou o exercício de alguma atividade
revogada, mesmo que o pretendente satisfaça as privada, em conformidade com a ordem de polícia. Por
exigências administrativas. Ex: o uso especial de bem sua vez a fiscalização de polícia consiste em verificar se
público, o trânsito por determinados locais etc. estão sendo cumpridas as normas relativas aos bens e
c) AUTO-EXECUTORIEDADE atividades que receberam consentimento de polícia.
Consiste na possibilidade de certos atos administrativos Finalmente, se forem verificadas infrações ás ordens de
serem executados pela própria Administração sem polícia, aplicam-se as sanções de polícia, que tem por
necessidade de intervenção do Poder Judiciário. A auto- objetivo de repreender o infrator e restabelecer o
executoriedade não existe em todos os atos atendimento do interesse público.
administrativos, apenas sendo possível quando:
• Expressamente previsto em lei. Ex: fechamento de
casas noturnas, apreensão de mercadorias.
• Mesmo não estando prevista expressamente em lei, se
houver situação de urgência que demande a execução
direta da medida. Ex: demolição de um prédio que
ameaça ruir.
É importante ressaltar que a Administração pode
autoexecutar as suas decisões, com meios coercitivos
próprios. Meios esses diferenciados, como a
exigibilidade, onde são utilizados meios indiretos de
coerção, definidos em lei, como as sanções punitivas, tipo
multas, em caso de descumprimento à obrigação
decorrente do ato; e como a executoriedade, onde há o
emprego de meios diretos de coerção, podendo se valer
até do uso da força pública, se houver a necessidade de
prevalência do interesse coletivo diante de situação
emergente, onde há o risco à saúde e à segurança, por
exemplo. Está pacificado que a Administração Pública
não pode se valer da auto-executoriedade (ou 6.5.3 CLASSIFICAÇÃO DO PODER DE POLÍCIA
executoriedade) em relação à cobrança de multas não O poder de polícia é classificado em poder de polícia
quitadas espontaneamente pelo administrado. originário e delegado.
O poder de polícia originário é aquele exercido pelos
órgãos dos próprios entes federativos, ou seja, as
entidades da administração direta (união, estados, distrito
federal e municípios). Já o poder de polícia delegado é
aquele exercido pelas pessoas jurídicas de direito público
da administração indireta (autarquias e fundações criadas
por lei), excluída dessa classificação as empresas estatais
(empresas públicas e sociedade de economia mista).

6.5.3 CICLOS DO PODER DE POLÍCIA


Segundo a doutrina de Diogo de Figueiredo Moreira Neto,
a função de polícia é exercida em quatro fases
denominadas de ciclos de polícia: 1ª ordem de polícia;
2º consentimento de polícia; 3ª fiscalização de polícia 6.5.4 NÃO PODEM EXERCER O PODER DE POLÍCIA
e por fim a 4ª sanção de polícia. 1ª os particulares não podem exercer a titularidade do
A ordem de polícia vem a ser a norma legal que poder de polícia somente sua e execução.
estabelece a obrigação de fazer ou deixar de fazer algum 2ª. As pessoas jurídicas de direito privado integrantes da
administração indireta (empresas estatais).
5. (CESPE – EBSERH – ADVOGADO – 2018). A coercibilidade é
um atributo que torna obrigatório o ato praticado no exercício do
poder de polícia, independentemente da vontade do administrado.
6. (CESPE – IPHAN – AUXILIAR – 2018). Assim como o Poder Le
gislativo, o Poder Executivo também pode editar atos normativos, com
base no poder regulamentar
7. (CESPE – PF – PAPILOSCOPISTA – 2018). O excesso de poder
é a modalidade de abuso de poder, nas situações em que o agente
busca alcançar fim diverso daquele que a lei lhe permitiu.
8. (CESPE – DPU – DEFENSOR – 2015). A hierarquia é uma
INFORMATIVO 998 - RE 633782 – 2020 - O STF fixou
entendimento que é constitucional a delegação do característica encontrada exclusivamente no exercício da função
poder de polícia, por meio de lei, a pessoas jurídicas administrativa, que inexiste, portanto, nas funções legislativa e
de direito privado integrantes da Administração jurisdicional típicas.
Pública indireta de capital social majoritariamente
público que prestem exclusivamente serviço público
de atuação própria do Estado e em regime não GABARITO: 1: ERRADA; 2: CERTA; 3: CERTA; 4: ERRADA
concorrencial. Afirmando que dos quatro ciclos do ; 5:CERTA; 6:CERTA; 7:ERRADA; 8:CERTA
poder de polícia o único que é indelegável é a ordem
de polícia.
7. AGENTES PÚBLICOS
6.5.4 PRESCRIÇÃO DO PODER DE POLÍCIA
O prazo que a administração tem para aplicar a sanção
Queridos concurseiros já pensaram por que,
de polícia e de 5 anos. Importante saber que esse prazo
realmente, existem agentes públicos? A resposta é
vale somente para a esfera federal segundo a lei 9.873-
relativamente simples. O Estado tem atribuições a serem
99 (LEI DE PRESCRIÇÃO ADMINISTRATIVA). Os demais
cumpridas. E tais atribuições não são efetivamente
entes políticos têm autonomia para definir qual prazo
desempenhadas pelo Estado, pois este é um ser, uma
estabelecer. Essa contagem de prescrição de 5 anos
pessoa, imaterial, ou seja, sem existência física, enfim.
começa: 1ª contados da pratica do ato ou infração; 2ª no
Desse modo, é necessário que alguém “materialize” a
caso de infração permanente ou continuada, no dia que
atuação do Estado. Nesse contexto, surgem os agentes
foi cessado, ou seja, do termino da infração.
públicos. Antes da classificação dos agentes públicos, é
No entanto, se o fato objeto da ação punitiva da
útil conceituá-los.
administração também constituir crime, a prescrição
reger-se-á pelo prazo previsto na lei penal.
CONCEITO: agentes públicos é, “todo aquele que
exerce, ainda que transitoriamente ou sem
CAIU EM PROVA!
remuneração, por eleição, nomeação, designação,
1. (CEBRASPE – MPC -PA – ASSISTENTE MINISTERIAL DE C contratação ou qualquer outra forma de investidura
ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas
. INTERNO – 2019). A permissão para que o poder público interfira n entidades mencionadas no artigo anterior” (ART. 2º
a órbita do interesse privado para salvaguardar o interesse público, rest DA LEI 8.429/93)
ringindo-se direitos individuais, fundamenta-se no poder hierárquico.
7.1 - ESPÉCIES DE AGENTES PÚBLICOS:
2. (CEBRASPE – SEFAZ-RS – ASSISTENTE ADM. FAZENDÁR
IO – 2018). A responsabilização de servidor público que tenha negado 7.1.1 AGENTES POLÍTICOS
São os titulares de cargos estruturais à organização
publicidade a atos oficiais terá como fundamento os poderes disciplina
política do País”. Refere-se aos detentores de mandato
r e hierárquico. eletivo que no âmbito do poder executivo estar Presidente
3. (CESPE - STF – TJAAD- 2013). O poder disciplinar da administra e seus ministros, os governadores e os prefeitos e seus
secretários. No âmbito do poder legislativo temos os
ção pública decorre da relação de hierarquia, razão por que não se adm
vereadores, deputados, senadores. Relativo aos
ite a aplicação de penalidade ao particular sem relação contratual com membros da Magistratura, e do Ministério Público a
a administração. divergências doutrinária, no entanto, para a corrente
majoritária eles são considerados agentes políticos.
4. (CESPE – CGM – PB - SUPERIOR -2018). Define-se poder vinc
Quanto aos membros dos Tribunais de Contas alguns
ulado da administração pública como a faculdade do gestor público de doutrinadores os consideram como agentes políticos,
determinar condutas vinculadas à sua conveniência e oportunidade, ob todavia ao STF em um julgado, deu entendimento que
eles são agentes administrativos sujeito a sumula
servada a legalidade. vinculante nº 13.
7.1.2 PARTICULARES EM COLABORAÇÃO COM O
ESTADO
• AGENTES DELEGADOS: São particulares que
prestam serviços públicos por delegação. Não fazem
parte diretamente da Administração pública, mas
prestam serviço de utilidade pública. Podem ser
citados os permissionários e os concessionários de
serviços públicos.
• AGENTES DESIGNADOS OU HONORÍFICOS: São
cidadãos que prestam serviços à Administração por
sua honorabilidade, por sua atitude cívica ou por seu
destaque profissional na sociedade. Exemplo: jurados
e mesários, conscritos.
• AGENTES CREDENCIADOS: são aqueles que
atuam em nome do Estado, através de convênios ou
atos de autorizações. Exemplo médicos ou demais
particulares que atuam através de convênios com
SUS.
• AGENTES VOLUNTÁRIOS: são aqueles que atuam
de forma voluntariada com o Estado, toda vez que
este, abrir programas de voluntariamento. Exemplo o 7.2 CARGO PÚBLICO. Segundo Celso Antônio Bandeira
programa amigos da escola. de Mello, os cargos públicos são “as mais simples e
indivisíveis unidades a serem expressadas por um
7.1.3 AGENTES MILITARES: São militares as pessoas agente, com denominação própria, retribuídas por
físicas que prestam serviços às Forças Armadas pessoas jurídicas de Direito Público e criados por lei”.
(Exército, Marinha e Aeronáutica), e às Polícias Militares O cargo público, segundo a lei 8.112-90 e lei 5.810-94 é
e Corpos de Bombeiros Militares dos Estados, Distrito “o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas
Federal e Territórios, com vínculo estatutário sujeito a na estrutura organizacional que devem ser cometidas a
regime jurídico próprio, mediante remuneração paga pelo um servidor”. Assim, os cargos públicos são criados por
Governo. lei, com denominação própria e vencimento pago pelos
cofres públicos.
7.1.4 AGENTES ESTATAIS OU ADMINISTRATIVOS CLASSIFICAÇÃO DOS CARGOS:
(SERVIDORES LATO SENSU): a) quanto a vocação de retenção do servidor no cargo:
São agentes que se vinculam profissionalmente com a • Cargo de comissão: ocupado transitoriamente com
Administração Pública, seja de forma estatutária, base no critério de confiança. – Livre nomeação e
celetista ou temporária. Dessa forma se dividem em exoneração.
servidores estatutários (servidores estrito sensu), • Cargo efetivo: cargo preenchido em caráter definitivo,
empregados públicos e servidores temporários. sem transitoriedade. Seu preenchimento se dá por
• Estatutário – exercem cargo público – denominados concurso público. Após 3 anos de estágio probatório, claro
servidores públicos em strito sensu. se tiver êxito nos fatores que será observado, o servidor
• Celetista – exercem emprego público – denominados de ganhará a estabilidade.
empregados públicos. • Cargo vitalício: cargo também preenchido em caráter
• Temporário – exercem função – denominados definitivo, sendo que seu ocupante só pode ser desligado
contratados. por processo judicial assegurada a ampla defesa. Ex:
Magistratura e Ministério Público
b) quanto à posição estatal
• Cargo de carreira: é aquele que faz parte de um
conjunto de cargos com a mesma denominação,
escalonados em razão das atribuições e da
responsabilidade, ou seja, é um conjunto de cargos
organizados em uma estrutura escalonada. Ex: cargos da
magistratura.
• Cargo isolado: não integra carreira nenhuma.

7.3 EMPREGO PÚBLICO. Os empregos públicos,


diferem-se dos cargos públicos por designarem a unidade
de atribuições em que o vínculo é celetista (CLT), tendo
a natureza trabalhista e contratual, administrado
predominantemente por regras de Direito Privado. Dessa
forma, os empregos públicos elegem, em regra, as
unidades de atribuições e responsabilidades ocupadas
pelos empregados públicos das pessoas administrativas
de direito privado: empresas públicas e sociedades de erário ou a terceiros. (art. 122 da Lei 8.112/90)
economia mista. Quando o dano é causado por servidor público, é
Na Constituição Federal, há uma exceção de empregado necessário distinguir duas hipóteses:
público na administração direta, referente aos agentes 1. dano causado ao Estado;
comunitários de saúde e aos agentes de combate às 2. dano causado a terceiros.
endemias ocorrendo por meio de regime celetista.
Podemos observar que tanto os cargos quanto os Dano causado ao Estado: a responsabilidade
empregos públicos representam unidades específicas será apurada pela própria Administração, por meio de
de atribuições, localizadas no interior dos órgãos. processo Administrativo cercado de todas as garantias de
Empregos públicos são ocupados pelos empregados defesa do servidor, conforme art. 5°, LV da CF. Processo
públicos, sob regime celetista, nas pessoas jurídicas de de apuração previsto na Lei 8.112/90 e também na Lei de
Direito Privado e, excepcionalmente, na administração improbidade Administrativa.
direta. Dano causado a terceiros: quando se trata
Para todo cargo ou emprego público corresponde uma ou desse tipo de dano aplica-se a norma do art. 37, § 6° da
mais funções públicas, sendo o conjunto de atribuições CF, em decorrência da qual o Estado responde
conferidas aos órgãos, aos cargos aos empregos ou objetivamente, independente de dolo ou culpa, mas fica
diretamente aos agentes públicos. Todavia, existem com o direito de regresso contra o servidor que causou o
casos em que a função não é atribuída a nenhum cargo dano, desde que este tenha agido com culpa ou dolo.
ou emprego público, existindo funções que não possuem b) Responsabilidade Administrativa: O servidor
cargo ou emprego público. responde administrativamente pelos ilícitos
administrativos definidos na legislação estatutária. Nesse
7.4 FUNÇÃO PÚBLICA caso, a infração será apurada pela própria Administração
Todo cargo ou emprego público possui função, mas Pública, que deverá instaurar procedimento adequado a
pode existir função sem cargo ou emprego público. A esse fim, assegurando ao servidor o contraditório e a
função pode ser utilizada para demonstrar um conceito ampla defesa.
residual, representado pelo conjunto de atribuições às Os meios de apuração previstos na lei estatutária são:
quais não corresponde um cargo ou emprego. procedimento sumário – chamado de sindicância, e o
O que se entende por função autônoma? processo administrativo disciplinar – denominado
A função sem cargo ou emprego é chamada de função inquérito administrativo.
autônoma, que, na Constituição Federal, abrange duas Caso o servidor seja considerado culpado no PAD ele
situações: sofrerá:
Função temporária: exercida por servidores temporários. • Se servidor ocupante de cargo efetivo, na ativa será
Função de confiança: exercida por servidores públicos demitido.
titulares de cargos efetivos, destinando-se apenas às • Se servidor foi punido na inatividade por fato praticado
atribuições de direção, chefia e assessoramento. quando se encontrava na ativa será cassada sua
A função temporária é acometida aos casos de aposentadoria.
“contratação por tempo determinado para atender a • Se servidor ocupante de cargo comissionado será
necessidade temporária do interesse público”. ” destituído.
Ocupando nenhum cargo ou emprego, mas tão somente c) Responsabilidade Penal: o servidor responde
exerce função pública. penalmente quando pratica crime ou contravenção no
Por exemplo, os médicos contratados por tempo exercício de suas funções.
determinado não irão ocupar a vaga de nenhum médico. OBSERVAÇÃO: A responsabilidade administrativa do
Ocorre com os professores substitutos, que não ocupam servidor será afastada no caso de absolvição criminal que
a vaga dos titulares, exercendo a função até o provimento negue a existência do fato ou sua autoria. Art. 126 da
de professor efetivo. Lei 8.112/90.

7.5 DAS RESPONSABILIDADES DO SERVIDOR


O Servidor público sujeita-se à responsabilidade civil, 8. ATOS ADMINISTRATIVOS
penal e administrativa decorrente do exercício do cargo,
emprego ou função. Por outras palavras, o servidor
responde civil, penal e administrativamente pelo exercício 8.0 FATOS DA ADMINISTRAÇÃO:
irregular de suas funções, podendo as sanções acumular- O Direito civil faz distinção entre ATO e FATO. O primeiro
se, sendo independentes entre si. Art. 125 da Lei 8.112/90. é imputável ao homem; o segundo decorre de
O mesmo fato ilícito cometido pelo agente pode ser punido acontecimentos naturais, que independem do homem ou
nas três esferas e a absolvição em uma delas em regra que dependem dele indiretamente. Quando o fato
não vinculará a outra. corresponde a discrição contida na norma legal, ele é
a) Responsabilidade civil: é de ordem patrimonial e chamado de FATO JURIDICO e produz efeito no mundo
decorre do art. 927 do Código Civil, que prever a regra, jurídico. Quando o fato descrito na norma legal produz
segundo a qual todo aquele que causa dano a outrem é efeitos no campo administrativo, ele é FATO
obrigado a repará-lo. ADMINISTRATIVO.
A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou Os fatos administrativos podem ser:
comissivo, doloso ou culposo, que resulte em prejuízo ou
➢ Voluntários: são aqueles decorrentes de atos possuir prerrogativas para praticar atos unilaterais na
administrativos função administrativa.
➢ Naturais. São que surgem de eventos naturais
como, por exemplo, a MORTE DE UM SERVIDOR, que
consequentemente produz vacância de cargo público.

8.1 ATOS DA ADMINISTRAÇÃO: a administração pública


pratica atos:
• POLÍTICOS: São aqueles praticados no exercício da
função política do estado. Ex: anistia, veto, extradição
declaração de guerra.
• PRIVADOS ou de GESTÃO: constituem casos raros
em que a administração pública ingressa em relação
jurídica regida pelo direito privado, isto é destituída
de poder de império. São atos em que a
administração pratica em relação ao particular em pé
de igualdade, ou seja, sem utilizar-se de
prerrogativas, atua como se fosse particular.
• Ex.: doação, permuta, compra e venda, bancos
• MATERIAIS: são atos da administração de mera
execução, não tem manifestação de vontade da
administração; Ex: autorização de uma demolição de
um prédio que põem em risco a coletividade, isso é
ato administrativo, a demolição em si é um ato
material.

ATOS ADMINISTRATIVOS 8.3 – REQUISITOS OU ELEMENTOS DO ATO


ADMINISTRATIVO
O ato para ser valido tem que possuir alguns requisitos.
Esses requisitos ou elementos estão previsto na lei de
ação popular lei - 4.717-65.

8.2. CONCEITO E CARACTERISTICAS DO ATO


ADMINISTRATIVO
Matheus Carvalho conceitua ato Administrativo como
sendo “atos unilaterais praticados pela o estado no
exercício da função administrativa, sobre o regime de
direito público, ensejando uma manifestação de
vontade do Estado”.
Segundo Alexandre Mazza “ato administrativo é toda
manifestação expedida na função administrativa, com
caráter infralegal, consistente na emissão de comandos 8.3.1. COMPETÊNCIA (SUJEITO OU AGENTE
complementares à lei, com a finalidade de produzir efeitos COMPETENTE): conjunto de atribuições dadas aos
jurídicos”. agentes ou órgãos da administração pela lei para
Todo ato administrativo é subordinado à lei (o desempenho específico de suas funções. Para praticar o
administrador só vai atuar de acordo com norma legal), ato administrativo, não basta ostentar a qualidade de
todo ato administrativo é infralegal, pois estar abaixo da agente público, devendo ter competência definida em lei
lei. O administrador vai praticar o ato em prol do interesse para tanto.
coletivo, utilizando para isso da supremacia dada pela Ex.: arts. 84 a 87 (competência do Presidente da
lei, e através dessa supremacia o administrador vai República e dos Ministros de Estado no Executivo).
8.3.1.2. CARACTERÍSTICAS DA COMPETÊNCIA: sobre ocorre em nível de hierarquia, ou seja, não pode
• É de exercício obrigatório, pelos órgãos e agentes ocorrer avocação de órgão ou agente de mesmo nível
públicos, uma vez que se trata de um poder-dever. hierárquico.
Não é possível imaginar, por exemplo, que um policial a avocação não é regra, ela só será permitida em
deixe de prender um criminoso surpreendido em situações excepcionais e temporárias, devendo, para
flagrante delito. isso, haver motivos relevantes justificados.
• Imprescritível: não se extingue com a inércia do
agente, ou seja, caso o agente não a pratique. 8.3.2. FINALIDADE: é o resultado que a Administração
• Irrenunciável: O administrador não pode abrir mão quer alcançar com a prática do ato e se divide em duas
de suas competências porque são conferidas em possibilidades.
benefício do interesse público (princípio da • Genérica ou mediata: interesse público;
indisponibilidade do interesse público), porém • Específica ou imediata: é a definida em lei
pode ser delegada se não houver impedimento legal. especificadamente.
• Imodificável por ato do agente, este só faz o que Ex.: a finalidade da demissão é o caráter punitivo; já a
determinado pela lei (princípio da legalidade). finalidade da Remoção é o deslocamento do servidor de
• Intransferível: a titularidade da competência não uma unidade para outra, que poderá ser, de ofício ou a
pode ser transferida, pois ela foi dada por lei a pedido desse servidor, no âmbito do mesmo quadro, com
autoridade em prol do interesse público (princípio da ou sem mudança de sede (art. 36 da Lei 8.112, de 1990).
indisponibilidade do interesse público), porém a
execução da competência pode ser transferida, 8.2.3. FORMA: é o modo de exteriorização do ato
podendo posteriormente essa delegação ser administrativo, determinada por lei.
revogada pela autoridade delegante. Regra: escrita. Ex. Edital de licitação, Decreto de
desapropriação.
SUPERIOR Mas admitem-se outras formas de manifestação de
vontade da administração. Ex. cores (semáforos), sons
DELEGAÇÃO AVOCAÇÃO (silvos de apito de trânsito), sinais (gestos do guarda de
SUBALTERNO trânsito), figuras (placas), etc.
Importante você aprender que a motivação está
REGRAS A SEREM OBSERVADAS SOBRE A relacionada com o elemento forma. Motivação é a
DELGAÇÃO; exposição dos motivos, ou seja, é a justificativa ou
• A delegação de competência é sempre parcial, pois, o fundamentação do ato por escrito (forma) que os
titular não pode delegar todas as atribuições. pressupostos de fato existiram.
• A delegação não pode ser recusada pelo Então podemos afirmar que todo ato administrativo
subordinado; precisa do elemento forma, porém nem todo ato
• Não poderá ocorrer a subdelegação de atribuições administrativo precisa de motivação.
sem autorização do delegante;
• A delegação pode ser feita para órgãos e agentes 8.3.4. MOTIVO: são os pressupostos de fato (as razões,
subordinados hierarquicamente (delegação vertical) e a causa) e de direito que dão ensejo ou autoriza à
também para órgãos ou agentes de mesmo nível prática do ato (que é o objeto), ou seja, a situação fática
hierárquico (delegação horizontal); que precipita a edição do ato administrativo. Por isso que
é considerado um requisito objetivo, pois o administrador
• A delegação é revogável
tem que atuar de acordo com que determina a lei.
Não podem ser objeto de delegação:
▪ Motivo de fato: corresponde ao conjunto de
1. a edição de atos de caráter normativo;
circunstâncias, de acontecimentos, de situações que
2. decisão de recursos administrativos;
levam a administração a praticar o ato.
3. as matérias de competência exclusiva do
▪ Motivo de direito: é o dispositivo legal que se
órgão ou autoridade.”
baseia o ato.
Todo ato administrativo tem que ter motivo. No ato de
Situação hipotética “A” delegou competência para um
punição do servidor, o motivo é a infração que ele praticou;
subordinado “B”, que praticou um ato X prejudicial a “C”.
no tombamento, é o valor cultural do bem; na licença para
Este deverá impetrar mandado de segurança contra que
construir, é o conjunto de requisitos comprovados pelo
autoridade coatora?
proprietário; na exoneração de um servidor estável é o
R= o agente “”, por força da Súmula 510 STF: “Praticado
pedido por ele formulado. A ausência de motivo ou a
o ato por autoridade, no exercício de competência
indicação do motivo falso invalidam o ato administrativo.
delegada, contra ela cabe o mandado de segurança ou a
Caro concurseiro não confunda MOTIVO (razão, causa)
medida judicial.”
com MOTIVAÇÃO.
Motivação é a exposição dos motivos, ou seja, é a
REGRAS A SEREM OBSERVADAS SOBRE A
justificativa ou fundamentação do ato por escrito
AVOCAÇÃO;
(FORMA) que os pressupostos de fato existiram. Uma vez
A avocação é o procedimento inverso da delegação de
realizada a motivação (verdadeira), ela passa a fazer
competência. Ela ocorre quando a autoridade superior
parte do ato administrativo e a este se vincula.
assume ou passa a desempenhar as atribuições que eram
Assim, mesmo sendo a motivação dispensável, uma vez
de seu subordinado. Importante ressaltar que a avocação
expostos os motivos que a conduziram à prática do ato, 8.4.4. VÍCIOS QUANTO AO MOTIVO
estes passam a vincular o administrador público. Diante Conceito: Art. 2, P.U, “d” da lei 4717/65. Vejamos: “a
disso, os motivos expostos devem corresponder à inexistência dos motivos se verifica quando a matéria de
realidade, ou seja, não podem ser falsos ou inexistentes, fato ou de direito, em que se fundamenta o ato, é
sob pena de nulidade do ato. materialmente inexistente ou juridicamente inadequada
Ainda relacionado com o motivo há a chamada TEORIA ao resultado obtido;”
DOS MOTIVOS DETERMINANTES. Ex.: se a Administração pune um funcionário, mas este
A regra é que todo ato administrativo deve ser motivado. não praticou qualquer infração (motivo inexistente); Ou
Porém podemos citar como exceção, além de outras, a se praticou infração diversa, o motivo é falso ou
exoneração ad nutum dos cargos comissionados, onde a inadequado.
lei não define o motivo, se a administração praticar esse
ato alegando falta de verba e depois nomear outro 8.4.5. VÍCIOS QUANTO À FINALIDADE (Desvio de
servidor para mesma vaga, o ato será nulo por vicio poder ou desvio de finalidade)
quanto ao motivo. Conceito: Art. 2º, P.U, “e” da lei 4717/65, vejamos: “o
desvio de finalidade se verifica quando o agente pratica o
8.3.5 OBJETO: é o próprio ato praticado, ou seja, é o ato visando a fim diverso daquele previsto, explícita ou
conteúdo do ato. Todo ato jurídico para que seja valido, implicitamente, na regra de competência.”
requer objeto lícito, possível (passível de execução Exemplos: Quando o agente pratica o ato com
material), determinado ou determinável e moral. Exemplo inobservância do interesse público, (desapropriação para
quando o agente de trânsito reboca um carro que estar prejudicar o particular) ou com objetivo diverso daquele
estacionado em um local proibido. previsto (remoção com objetivo de punir).

8.4 - VÍCIOS DO ATO ADMINISTRATIVO


6.4.1. VÍCIOS DE COMPETÊNCIA
Ar. 2º, P.U, “a” da lei 4717/65. Vejamos: “a incompetência
fica caracterizada quando o ato não se incluir nas
atribuições legais do agente que o praticou;”
• Excesso de Poder – ato será considerado inválido.
• Funcionário de fato – é todo aquele servidor que tem
toda uma aparência de legalidade. Exemplo servidor
estável que fraudou o concurso para ingressar na
administração pública. – o ato praticado por esse
servidor, antes de ser demitido, em prol do
administrador será considerado válido.
• Usurpador de função: é quando o administrado se
passa por servidor público – o ato será inexistente,
ou seja, não será nem válido e nem inválido.
8.5. ATRIBUTO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS
8.4.2. VÍCIOS DO OBJETO
Conceito: art. 2º, P.U.”c” da lei 4717/65: “c) a ilegalidade
do objeto ocorre quando o resultado do ato importa em
violação de lei, regulamento ou outro ato normativo;”
Exemplos que costumam vir em provas de concurso:
Determinado município que desaproprie bem imóvel da
União ou um bem não definido;
A autoridade aplica a pena de suspensão, quando cabível
repreensão;

8.4.3. VÍCIOS QUANTO À FORMA


Conceito: art. 2º, P.U.”b” da lei 4717/65, vejamos: “b) o
vício de forma consiste na omissão ou na observância
incompleta ou irregular de formalidades indispensáveis à
existência ou seriedade do ato;”
Ex.: um ato que precisava de motivação e não foi
motivado, ou decreto do Chefe do Executivo ou Edital de
Licitação que se fizeram de outra forma.
8.5.1 PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE 2 – em situação de emergência: no caso de retirada de
Característica do ato administrativo que decorrem dos pessoas de determinada área que esteja com risco de
princípios da Legalidade e da Eficiência. Onde se deslizamento.
presume legítimos todos os atos praticados pela Está pacificado que a Administração Pública não pode se
Administração, e verdadeiros os fatos por ela alegados. valer da auto executoriedade (ou executoriedade) em
Trata-se de uma presunção não absoluta “iuris et de Iuri”, relação à cobrança de multas não quitadas
mas sim uma presunção relativa ou “iuris tantum”, pois, espontaneamente pelo administrado.
admite prova em contrário. Neste caso ocorre a inversão
do ônus da prova, pois, cabe ao administrado provar que
ato da administração é invalido.

8.5.3 IMPERATIVIDADE
Decorre do princípio da Supremacia do interesse público.
É o atributo através das quais os atos administrativos são
impostos aos administrados independentes de sua
vontade. Esse atributo é decorre da prerrogativa que tem
8.5.2 AUTO-EXECUTORIEDADE o Poder Público de impor unilateralmente obrigações a
Consiste na possibilidade de certos atos administrativos terceiros, chamado por Renato Alessi de Poder
serem executados pela própria Administração sem extroverso do Estado.
necessidade de autorização prévia do Poder Judiciário. A Para não cumprir o ato, o particular só poderá fazê-lo com
auto-executoriedade não existe em todos os atos autorização judicial. Esse atributo não existe em todos os
administrativos, apenas sendo possível quando: atos administrativos, somente naqueles que impõem
• Expressamente previsto em lei. Ex: fechamento de alguma obrigação.
casas noturnas, apreensão de mercadorias.
• Quando se trata de medida urgente que caso não
seja adotada de imediato, possa ocasionar prejuízo
maior para o interesse público. Ex: demolição de um
prédio que ameaça ruir, ou um cidadão que está
enfartando e eu entro em sua casa pra salva-lo.
É importante ressaltar que a Administração pode auto
executar as suas decisões, com meios coercitivos
próprios. Meios esses diferenciados, como a
exigibilidade, onde são utilizados meios indiretos de
coerção, definidos em lei, como as sanções punitivas, tipo
multas, em caso de descumprimento à obrigação
decorrente do ato; e como a executoriedade, onde há o
emprego de meios diretos de coerção, podendo se valer
até do uso da força física, se houver a necessidade de
prevalência do interesse coletivo diante de situação
emergente, onde há o risco à saúde e à segurança.
Importante ressaltar que a administração só poderá usar
da executoriedade quando:
1 - a lei autorizar: no caso de apreensão de mercadorias
que estão sendo comercializadas sem autorização da
entidade competente.
8.5.4 TIPICIDADE QUANTO AO OBJETO
DI PIETRO foi a primeira doutrinadora a citar o referido atos de império: são aqueles praticados pela
atributo, e consequentemente, passou a ser muito Administração se valendo da Supremacia do interesse
cobrado em certames públicos. Desta forma, “tipicidade é público, impondo obrigações unilaterais. Ex:
o atributo pela qual o ato administrativo deve desapropriação.
corresponder a figuras definidas previamente pela lei, atos de gestão: são aqueles praticados pela
como aptas a produzir determinados resultados, ou seja, Administração em situação de igualdade com os
para cada finalidade que a administração pretende particulares. Ex: alienação de bens inservíveis.
alcançar existe um ato já definido em lei’. atos de expediente: são todos aqueles de rotina interna,
que se destinam a dar andamento aos processos
administrativos, geralmente praticados por servidores
subalternos sem competência decisória.

QUANTO À FORMAÇÃO DO ATO


ato simples: é aquele resultante da declaração de
vontade de um único órgão, seja singular ou colegiado.
Ex: Licença de habilitação para dirigir.
ato complexo: é aquele que resulta da declaração, ou
seja, da soma de vontade de mais de um órgão
independentes, como, por exemplo, a nomeação do
Procurador da Fazenda Nacional que precisa de duas
portarias uma do Ministro da fazenda e do Advogado
Geral da União. IMPORTANTE: a doutrina diz que atos
que dependem de APROVAÇÃO são atos complexo
discricionários. Ex: Investidura dos ministros STF cuja
indicação é do Presidente, Chefe do Executivo, e a
escolha é aprovada pelo senado. Ex2: APOSENTADORIA
DO SERVIDOR, que depende do órgão competente e
aprovação do Tribunal de Contas (SUMULA
8.6 CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS
VINCULANTE Nº 3 DO STF).
QUANTO AO DESTINATÁRIO
ato composto: é aquele que depende de mais de uma
Geral: são os editados sem destinatário especifico,
manifestação de vontade que devem ser produzidas
alcançando todos que se encontrem na mesma situação.
dentro de um mesmo órgão. Ato que depende da
Individual: são os atos editados com destinatário certo.
autorização do superior hierárquico. No ato composto
Ex: nomeação de um funcionário público, decreto de
existem dois atos o principal e o acessório, este, é
desapropriação.
ratificador do principal.
1.1.1
QUANTO AO ALCANCE
1.1.2 QUANTO À MODIFICAÇÃO DA ESFERA JURÍDICA
Interno: são aqueles destinados a produzir efeitos dentro
DOS AFETADOS PELO ATO ADMINISTRATIVO:
das repartições administrativas, incidindo, sobre os
Ampliativos – concedem direitos e garantias aos
órgãos e agentes da Administração que expedirem. Ex:
usuários/cidadãos.
portarias e instrução de serviço.
Restritivos – restringem direitos e garantias aos
Externo: são atos de alcance mais abrangente,
usuários/cidadãos
disseminado seus efeitos sobre os administrados, os
contratantes e, em casos especiais, os próprios
QUANTO A VALIDADE
servidores públicos. Ex: permissão de uso, portaria que
ato valido: É aquele praticado com observância de todos
determina o horário de funcionamento da repartição
os requisitos legais, relativos: à competência, à forma, à
pública.
finalidade, ao motivo e ao objeto.
ato nulo: É aquele que sofre de vício insanável em algum
QUANTO O GRAU DE LIBERDADE OU REGRAMENTO
dos seus requisitos de validade, não sendo possível,
Vinculado: são aqueles em que o administrador fica
portanto, a sua correção. Logo, ele será anulado por ato
inteiramente preso ao enunciado da lei, que estabelece
da Administração ou do Poder Judiciário.
previamente, um único comportamento possível a ser
ato anulável, por sua vez, é aquele que apresenta algum
adotado em situações concretas. Ex: pedido de
vício sanável, ou seja, que é passível de convalidação
aposentadoria, licença maternidade.
pela própria Administração, desde que não seja lesivo ao
Discricionário: são aqueles em que a lei prevê mais de
patrimônio público nem cause prejuízos a terceiros.]
um comportamento possível a ser tomado pelo
ato inexistente é aquele que possui apenas aparência de
administrador no caso concreto, havendo liberdade
manifestação de vontade da administração, mas não
acerca da conveniência e oportunidade, mas, sempre,
chega a se perfeiçoar como ato administrativo. Pode-se
dentro dos limites da lei. Ex: determinação de mão única
citar como exemplo o “ato” praticado por um usurpador de
ou mão dupla de trânsito numa rua. concessão de licença
função pública, sem que estejam presentes os
para tratar de assunto particular.
pressupostos da teoria da aparência.
8.7. ESPÉCIES DE ATOS ADMINISTRATIVOS material fiscalizada pelo estado. Exemplo autorização
8.7.1 ATOS NORMATIVOS: São aqueles em que a para porte de arma ou autorização para abrir uma escola.
administração estabelece normas gerais e abstratas ➢ Permissão: permissão de uso é um ato administrativo
dentro dos limites da lei. Vale ressaltar que não são atos discricionário precário onde o estado concede que
legislativos, mas sim atos administrativos normativos. particular use um bem público. Importante não confundir
Espécies de atos normativos permissão uso com a permissão de serviço público, pois
Decretos ou regulamentos: é privativo do chefe do esta é um contrato. Existe uma diferença entre
poder executivo. O regulamento é o ato e o decreto é a autorização de uso e a permissão de uso, está o interesse
forma do regulamento. é público (banca de revista, feira da cultura). Aquela o
Avisos: são atos normativos dos auxiliares diretos dos interesse é do particular (colocar cadeiras na calçada o
chefes do poder executivo. ex: avisos ministeriais interesse é do dono do bar). A forma de exteriorização é o
Regimento: são atos normativos que disciplinam a alvará (alvará de licença ou alvará de autorização).
atuação de diferentes órgãos e seus agentes. ex:
regimentos do TSE, STF.
Deliberações ou Resoluções: são atos normativos
praticados por órgãos colegiados. Resolução da câmara
ou do senado; e também praticados pelas agências
reguladoras. Importante saber que as deliberações se
referem ao conteúdo das resoluções.
Instruções normativas (efeito externo): são atos
normativos de outras autoridades públicas ou órgãos
autônomos. ex: IN baixadas pela secretaria da receita
federal m matéria tributária. ex: todo ano e baixada uma
IN disciplinado a declaração de imposto de renda.

8.7.2 ATOS ORDINATÓRIOS: São os atos que emanam


do Poder Hierárquico da Administração e que visam a
disciplinar o seu funcionamento e a conduta funcional de
seus agentes.
Espécies de atos ordinatórios
➢ Instruções (efeito interno) ➢ Aprovação
➢ Circulares: é um ato que define normas gerais internas. ➢ Admissão
ex: funcionamento da garagem ➢ Visto
➢ Avisos ➢ Homologação
➢ Portarias: é um ato individual interno. ex: portaria de ➢ Dispensa
posse, de férias. ➢ Renúncia
➢ Ordem de serviços: é um ato que distribui os serviços ➢ Protocolo administrativo
entre órgão e agentes.
➢ Ofícios-Memorandos: tanto o oficio quanto o 8.7.4 ATOS ENUNCIATIVOS: São aqueles em que a
memorando são atos de comunicação. Porém a Administração se limita a certificar, atestar ou apostilar
diferenças entre eles; o memorando é um ato de (averbação) um fato, ou emitir sua opinião sobre
comunicação interna (autoridades do mesmo órgão); em determinado assunto.
quanto o oficio é um ato de comunicação externa entre Espécies de atos enunciativos
autoridades de órgãos diversos, ou entre autoridade e o ➢ Certidão: é o espelho de um registro público. Já está
particular. regulado. Certidão de nascimento, de óbito, débito.
➢ Despachos ➢ Atestado: o estado verifica a veracidade ou não do fato e
depois atesta.
8.7.3 ATOS NEGOCIAIS: São aqueles que contém uma ➢ Parecer: são atos opinativos, onde a administração da
declaração de vontade da Administração, coincidente com uma opinião sobre determinado assunto. o parecer não é
a pretensão do particular, visando concretizar negócios vinculante, salvo se a lei disser ao contrário.
jurídicos públicos, nas condições impostas pela ➢ Apostila, ou averbação: é uma complementação de um
Administração. ato já existente.
Espécies de atos negociais
➢ Licença: é um ato administrativo vinculado que 8.7.5. ATOS PUNITIVOS: São os atos sancionatórios
decorre do poder de polícia, onde o estado concede ao com que a Administração visa punir e reprimir as
particular o exercício de uma atividade material infrações administrativas ou condutas irregulares dos
fiscalizada pelo estado. ex: licença para construir. administrados ou dos seus servidores.
➢ Autorização: é um ato administrativo discricionário Espécies de atos enunciativos
precário. Existem dois tipos de autorização: a ➢ Multa administrativa e
autorização de uso: colocar cadeiras na calçada, ou ➢ Interdição de atividades e
realizar casamento na praia; autorização de policia: ➢ Destruição.
nesta autorização o particular que realizar uma atividade
8.8. FORMAS DE EXTINÇÃO DO ATO
ADMINISTRATIVO. O ato administrativo extingue-se

8.8.1 DE FORMA NATURAL


8.8.1.1 Pelo cumprimento dos seus efeitos jurídicos:
uma vez cumprido os seus efeitos, não há mais razão para
a permanência dos atos administrativos. Logo o
cumprimento dos seus efeitos o ato administrativo será
extinto automaticamente. por exemplo o gozo de férias ou
licença maternidade de um servidor, licença para construir
4.8.1.2 Pelo advento do termo. ex: porte de arma

8.8.2 PELO DESAPARECIMENTO DO SUJEITO OU


OBJETO.
Exemplos: 1. Ana foi nomeada, e no dia que saiu a
publicação ela foi atropelada e morreu, neste caso o ato
de nomeação será extinto. 2. Um casarão em Belém foi
tombado pelo estado, uma semana depois o casarão caiu.
Neste caso o ato de tombamento será extinto.

8.8.3 RENÚNCIA DO BENEFICIÁRIO: se extinguem os


efeitos do ato porque o próprio beneficiário abriu mão
daquele direito em que ele desfrutava. ex: licença,
permissão. Importante saber que a renúncia só será
admitida para atos ampliativos (que geram direitos), a
administrado não renuncia a obrigação.

8.8.3 PELA RETIRADA DO ATO PELO PODER


PÚBLICO, não seguintes hipóteses, segundo súmula do
STF:
SÚMULA 473 – A administração pode anular seus
próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam
ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-
los, por motivo de conveniência ou oportunidade,
respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos
os casos, a apreciação judicial.

• ANULAÇÃO: É a declaração de invalidade de um


ato administrativo por razões de ilegalidade. A
anulação pode ser feita pela Administração Pública,
com base no seu poder de autotutela sobre seus
próprios atos, e pelo Poder Judiciário. Os seus
efeitos são retroativos “ex tunc”, ou seja, retroagem
até a origem do ato. A Administração tem o prazo de
05 anos para anular seus próprios atos. (art. 54 da
Lei 9784/99).

• REVOGAÇÃO: É instrumento jurídico através do


qual a Administração, na sua função típica, extingue
o ato válido, por razões de conveniência e
oportunidade. A revogação tem efeitos proativos, “ex
nunc”. O poder de revogação da Administração
Pública não é ilimitado. Pois, há determinados atos
que são insuscetíveis de revogação.
CASSAÇÃO E CADUCIDADE:
❖ Ponto em comum: tanto à cassação quanto à
caducidade é a retirada do ato por ilegalidade
superveniente, ou seja, o ato nasce licito e durante sua
vigência torna-se ilícito.
❖ Diferenças:
1. Cassação: a culpa pela retirada do ato é do
beneficiário, este descumpre condições que deveriam ser
mantidas, para o fim de continuar desfrutando da situação
jurídica dada pelo ato. Ex: transformação de um hotel em
motel, onde a licença para explorar o serviço era apenas
hoteleira.
2. Caducidade: quando a superveniência de norma
jurídica torna inadmissível a situação, antes permitida pelo
direito e outorgada pelo ato precedente. Ex: autorização
de uso de área pública para o estabelecimento de um
circo e seu cancelamento posterior, por força da
implantação de novo Plano Diretor do Município, que ali
conta uma nova rua.
• Contraposição (derrubada): que significa a edição de
um ato com efeito de extinguir os efeitos do ato anterior.
Ex: exoneração de um servidor, que tem efeitos
contrapostos ao da nomeação.

8.9. A CONVALIDAÇÃO DO ATO: constitui meio para


restaurar a juridicidade. O fundamento da convalidação é
a preservação da segurança jurídica e economia
processual. O objeto da convalidação é um ato
administrativo, vinculado ou discricionário, possuidor de
vicio sanável ensejador de anulabilidade. Atos
inexistentes ou nulos não podem ser convalidados.

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