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Organização do Estado
O estudo da organização estatal objetiva investigar a forma de organização
política conforme as necessidades de desburocratização, democratização
e/ou manutenção da unidade territorial de determinado Estado.
O Estado autonômico, por outro lado, foi definido pela Constituição espanhola de
1978, que estabelece a possibilidade de existência de regiões autonômicas,
marcadas pela descentralização administrativa e legislativa.
Segundo Fernandes (2010, p. 535), o Estado regional diferencia-
se do autonômico na medida em que, no Estado regional, a
descentralização administrativa e legislativa é desenvolvida a partir da
deliberação do Estado nacional (descentralização “de cima para baixo”) e, no
caso do Estado autonômico, são as próprias províncias que pleiteiam a
descentralização, requerendo o exercício de competências constitucionais
(descentralização “de baixo para cima”).
De forma análoga, o art. 18, §4º da Carta Magna aborda a criação, a incorporação, a
fusão e o desmembramento de municípios, que poderá ser ultimada por lei
estadual editada no período estipulado por Lei Complementar Federal (ainda não
publicada). O processo depende da prévia divulgação de Estudos de Viabilidade
Municipal apresentados e publicados na forma de lei, bem como da realização de
plebiscito para consulta prévia dos munícipes das áreas envolvidas.
2. Repartição de competências
Imagine um time de futebol formado por jogadores que não sabem qual
posição deverão desempenhar na partida. É possível que mais de um queira
atuar como goleiro ou que vários queiram ser atacantes, disputando o título
de artilheiro. E é provável que o time não funcione bem. Esse problema
hipotético demonstra a razão pela qual toda a organização necessita da
distribuição de competências dos seus membros, de forma clara e específica.
No caso da Federação, considerando que os diversos entes possuem
autonomia e capacidade normativa, é preciso que a Constituição delimite as
competências e atribuições de cada um, de modo a evitar conflitos e
desperdício de recursos. A repartição de competências é essencial para
o equilíbrio da Federação.
Ao longo dos anos e das experiências dos diversos estados federados,
desenvolveram-se diversas técnicas de repartição de competência.
Conforme classificam Mendes e Branco (2017), por vezes, a repartição
definirá competências exclusivas ou horizontais (como é o caso das
competências materiais exclusivas e das competências legislativas privativas)
e, em outros momentos, é possível que haja distribuição de uma mesma
competência de forma vertical a mais de um ente, como é o caso das
competências comuns e concorrentes.
As competências materiais ou administrativas, conforme destaca Fernandes
(2010) estão relacionadas a processos de tomada de decisões,
gerenciamento da administração e execução de políticas públicas. As
competências legislativas estão relacionadas à capacidade de editar normas.
É comum que as competências materiais estejam relacionadas com as
competências legislativas, e que estas guardem correspondência com o tipo
de interesse detido pelo ente da federação por aplicação do princípio do
predomínio dos interesses.
• Competência
a) ao tratar da competência concorrente, a Lei Maior colocou o Distrito
Federal em pé de igualdade com os Estados e a União (art. 24);
• Intervenção
b) ao versar o tema da intervenção, a Constituição dispôs que a "União
não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal" (art. 34),
reservando para os municípios um artigo em apartado (art. 35);
• Poderes
c) o Distrito Federal tem, em plenitude, os três orgânicos poderes
estatais, ao passo que os municípios somente dois (inciso I do art. 29);
• Mandatos
d) a Constituição tratou de maneira uniforme os Estados-membros e
o Distrito Federal quanto ao número de deputados distritais, à
duração dos respectivos mandatos, aos subsídios dos parlamentares,
etc. (§ 3º do art. 32);
• Legitimação
e) no tocante à legitimação para propositura de ação direta de
inconstitucionalidade perante o STF, a Magna Carta dispensou à Mesa
da Câmara Legislativa do Distrito Federal o mesmo tratamento dado
às assembleias legislativas estaduais (inciso IV do art. 103);
• Modelo
f) no modelo constitucional brasileiro, o Distrito Federal se coloca ao
lado dos Estados-membros para compor a pessoa jurídica da União;
• Vontade
g) tanto os Estados-membros como o Distrito Federal participam da
formação da vontade legislativa da União (arts. 45 e 46).