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ORGANIZAÇÃO

CNPJ
31.00 0.518/0001-59

DO ESTADO
DIREITO CONSTITUCIONAL
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Organização do Estado

Os integrantes da República Federativa do Brasil:


UNIÃO, ESTADOS, DITRITO FEDERAL e MUNICÍPIOS, devem ob-
servar certas diretrizes e normas constitucionais de cumprimento
obrigatório pelos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário.

A UNIÃO, ESTADOS, DISTRITO FEDERAL e MUNICÍPIOS se or-


ganizam com base no princípio de que as pessoas políticas de Di-
reito Público Interno devem conviver equilibradamente, sem con-
flito de atribuições.

FEDERAÇÃO
Do latim, federação significa pacto, aliança, elo entre Estados-
membros. Portanto, a federação é uma pluralidade de Estados-
membros dentro de uma unidade que é o Estado Federal.

A sua origem tem como marco a Constituição dos Estados


Unidos da América de 1787. Nela os Estados independentes abri-
ram mão de sua soberania para formar o Estado Federal, o que é
conhecido como movimento centrípeto, ou seja, a federação ame-
ricana foi formada de fora para dentro.

Características:

Pacto entre os estados-membros:

Esse pacto se dá por meio de uma constituição federal;

Soberania:

Pertence apenas ao Estado Federal e mais nenhuma pessoa


politica tem;
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Autonomia:

Estados-membros têm autonomia, que é a capacidade de se


autogerirem. O ente exterioriza as seguintes capacidades: auto-
organização, autolegislação, autoadministração e autogoverno.

Indissolubilidade do pacto federativo:

Não há direito de secessão. A federação uma vez criada, não


pode ser desfeita, ou seja, União, Estados, Distrito Federal e Muni-
cípios não podem ser separados do Estado Federal, abrindo mão
de suas autonomias para formar centros independentes do poder.
No Brasil, a CF/88 estabeleceu em seu art. 34, I, que a tentativa
de retirada ensejará a decretação da intervenção federal no Estado
“rebelante”.

Estado Federal Brasileiro

Diferente do que aconteceu com a federação dos EUA, que foi


formada de fora para dentro (movimento centrípeto), a federa-
ção brasileira formou-se de dentro para fora (movimento centrí-
fugo), uma vez que tínhamos um Estado Unitário que se descen-
tralizou para formar unidades autônomas de poder.

Entidades que compõem a Federação Brasileira

As entidades componentes da federação brasileira são as


pessoas políticas de Direito Público Interno, todas dotadas de au-
tonomia. São elas: União, Estados-membros, Distrito Federal e Mu-
nicípios.

UNIÃO
É a pessoa jurídico-política de direito público interno e exter-
no. Podemos dizer que possui dupla personalidade, pois assume
um papel interno e outro externo (internacional).

Internamente, é uma pessoa jurídica de direito público inter-


no, componente da Federação brasileira e autônoma na medida em
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que possui capacidade de auto-organização, autogoverno, autole-


gislação e autoadministração.

Internacionalmente, a União representa a República Federa-


tiva do Brasil (vide art. 21, I a IV). Observe-se que a soberania é da
República Federativa do Brasil, representada pela União Federal.

Os bens que pertencem a União são aqueles elencados no art


20, I a XI, da Constituição Federal. Recomendamos ao aluno que
faça a leitura desse artigo, pois as bancas cobram a sua literalidade.

Competências da União

A União Federal exercita as seguintes competências:

Competência administrativa (não legislativa ou material): Re-


gulamenta o campo do exercício das funções governamentais. Pode
ser de dois tipos:

Competência administrativa exclusiva:

É indelegável, apenas a União pode exerce-lá (art. 21 da CF/88).

Competência administrativa comum: também chamada de


cumulativa, administrativa ou paralela (art. 23, da CF/88).

Trata-se de competência não legislativa comum aos quatro


entes federativos, quais sejam, a União, Estados, Distrito Federal e
Municípios. O art. 23, parágrafo único, estabelece que leis comple-
mentares fixarão normas para a cooperação entre a União e os
Estados, o Distrito Federal e os Municípios, tendo em vista o equi-
líbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional.

Competência legislativa:

Trata-se a capacidade da União em elaborar leis, nos limites


dados pela Constituição Federal. São divididas:
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Competência privativa:

A União pode transferir, todo ou parte, de determinada parce-


la de poder para outra entidade federativa. Conforme disposto no
art. 22, parágrafo único, compete à União, por meio de lei
complementar, autorizar os Estados a legislar sobre questões
específicas das ma-.térias previstas no referido art. 22.

Competência Concorrente:

O art. 24 define as matérias de competência concorrente da


União, Estados e Distrito Federal. Em relação àquelas matérias,
a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais.
Inexistindo lei federal elaborada pela União sobre norma geral, os
Estados e o Distrito Federal (art. 24, caput, c/c o art. 32, § 1.º) po-
derão suplementar a União e legislar, também, sobre as normas
gerais, exercendo a competência legislativa plena. Se a União re-
solver legislar sobre norma geral, a norma geral que o Estado (ou
Distrito Federal) havia elaborado terá a sua eficácia suspensa, no
ponto em que for contrária à nova lei federal sobre norma geral.

Competência Tributária:

Cada ente possui sua competência tributária definida na CF.

ESTADOS-MEMBROS
Os Estados federados são pessoas jurídicas de direito público
interno, autônomas, em decorrência da capacidade de auto-
organização, autogoverno, autoadministração e autole-
gislação.
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Os Estados-membros possuem autonomia, e não de soberania.


A soberania pertence apenas à República Federativa do Brasil.

Como dito anteriormente, eles possuem:

> Auto-organização: o art. 25, caput, da CF preceitua que os


Estados se organizarão e serão regidos pelas leis e Constituições
que adotarem, observando sempre as regras e preceitos
estabelecidos na CF.

> Autogoverno: os arts. 27, 28 e 125 estabelecem regras para


a estruturação dos “Poderes”:

• Legislativo: Assembleia Legislativa;

• Executivo: Governador do Estado;

• Judiciário: Tribunais e Juízes;

> Autoadministração e autolegislação: os arts. 18 e 25 a 28


dispõem sobre regras de competências legislativas e não
legislativas.

MUNICÍPIOS
O Município pode ser definido como pessoa jurídica de direito
público interno e autônoma nos termos e de acordo com as regras
estabelecidas na CF/88. São dotados de autonomia própria, mate-
rializada por sua capacidade de auto-organização, autogoverno,
auto-administração e autolegislação. Vejamos:

> Autoorganização: art. 29, caput — os Municípios orga-


nizam-se por meio de Lei Orgânica, votada em dois turnos, com
o interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos
membros da Câmara Municipal, que a promulgará, atendidos os
princípios estabelecidos na Constituição Federal, na Constituição
do respectivo Estado e o preceituado nos incisos I a XIV do art. 29
da CF/88;

> Autogoverno: elege, diretamente, o Prefeito, Vice-Prefeito e


Vereadores (art. 29 da CF)pre;
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> Autoadministração e autolegislação: art. 30 da CF.

Distrito Federal

O Distrito Federal é, portanto, uma unidade federada autôno-


ma, visto que possui capacidade de auto-organização, autogover-
no, autoadministração e autolegislação:

> Auto-organização: o art. 32, caput estabelece que o Dis-


trito Federal se regerá por lei orgânica, votada em dois turnos com
interstício mínimo de dez dias e aprovada por dois terços da Câma-
ra Legislativa, que a promulgará, atendidos os princípios estabele-
cidos na Constituição Federal;

> Autogoverno: art. 32, §§ 2.º e 3.º — eleição de Governador


e Vice-Governador e dos Deputados Distritais;

> Autoadministração e autolegislação: regras de compe-


tências legislativas e não legislativas.

Territórios

Apesar de ter personalidade, o território não é dotado de au-


tonomia política. Trata-se de mera descentralização administra-
tivo-territorial da União, qual seja, uma autarquia que, consoante
expressamente previsto no art. 18, § 2.º, integra a União.
Atualmente no Brasil não há mais territórios, embora haja a
possibilidade de que eles sejam recriados.
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Na prática

1 – (CESPE – 2015) Acerca da organização do Estado brasileiro e


da administração pública, julgue o seguinte item.

No âmbito da competência legislativa concorrente, inexistindo lei


federal, os estados exercerão competência legislativa plena, mas
eventual promulgação de lei federal dispondo sobre normas gerais
tem o efeito de suspender a eficácia da legislação estadual sobre
toda a matéria objeto da competência concorrente.

2 – (CESPE - 2013 - DEPEN ) A respeito da competência da União,


dos estados e dos municípios para legislar, julgue os itens que se
seguem à luz do texto constitucional.

No âmbito da legislação concorrente, a competência da União para


legislar sobre normas gerais exclui a competência suplementar dos
estados.

3 - (CESPE – 2017) Sobre a estrutura e a organização do Estado


brasileiro, julgue o item subsequente.

Os estados federados, o Distrito Federal e os municípios são todos


dependentes e subordinados à União.
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BIBLIOGRAFIA
LENZA, Pedro. Direito constitucional esquematizado. 23. ed. –
São Paulo: Saraiva Educação, 2019.

BULOS, Uadi Lammêgo. Direito Constitucional ao alcance de


todos. 9ºed. – São Paulo: Saraiva Educação, 2019.

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