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ORGSNIZAÇÃO DO ESTADO

Organização do Estado

Constituição Federal

Capítulo I
I - DA ORGANIZAÇÃO POLÍTICO ADMINISTRATIVA (ARTS. 18 E 19)

Texto do Capítulo

Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União,


os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição.

a CF, que definem a competência dos Estados.

§ 1º - Brasília é a Capital Federal.

§ 2º - Os Territórios Federais integram a União, e sua criação, transformação em Estado ou


reintegração ao Estado de origem serão reguladas em lei complementar.

§ 3º - Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a


outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da população
diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar.

§ 4º - A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios preservarão a


continuidade e a unidade histórico-cultural do ambiente urbano, far-se-ão por lei estadual, obedecidos
os requisitos previstos em Lei Complementar estadual, e dependerão de consulta prévia, mediante
plebiscito, às populações diretamente interessadas.

*§ 4º - A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios, far-se-ão por lei


estadual, dentro do período determinado por lei complementar federal, e dependerão de consulta
prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos, após divulgação dos Estudos
de Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na forma da lei.

* Nova redação dada pela Emenda Constitucional nº 15, de 12.9.1996.

Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou


manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma
da lei, a colaboração de interesse público;

II - recusar fé aos documentos públicos;

III - criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si.

Organização do Estado Brasileiro

A organização da República Federativa do Brasil está presente na Constituição Federal de 1988.


Todo Estado precisa de uma correta organização para que sejam cumpridos os seus objetivos dentro
da administração pública. A divisão político-administrativa foi uma das formas encontradas para
facilitar a organização do Estado Brasileiro.

Divisão Político-administrativa Brasileira

A divisão político-administrativa brasileira é apresentada na Constituição Federal, no art.18. Ela


surgiu no período colonial, quando o Brasil dividia-se em capitanias hereditárias e posteriormente
foram surgindo outras configurações que proporcionaram maior controle administrativo do país.

O Brasil é formado por 26 Estados, a União, o Distrito Federal (cuja capital é Brasília) e os
Municípios, sendo ele uma República Federativa. Cada ente federativo possui sua autonomia
financeira, política e administrativa, em que cada Estado deve respeitar a Constituição Federal e

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e é formado pela Câmara dos Deputados (representantes do povo), Senado


Federal (representantes dos Estados e Distrito Federal), e Tribunal de Contas da União (órgão
regulador e fiscalizador das ações externas, prestando auxílio para o Congresso Nacional).

O Congresso Nacional elabora as leis e realiza a fiscalização financeira, contábil, operacional,


patrimonial e orçamentária da União e entidades ligadas à Administração direta e indireta.

O Poder Legislativo é organizado em duas casas (bicameralismo), tradição desde o período da


Monarquia (1822-1889). No caso, as Casas são: Câmara Baixa (Câmara dos Deputados) e Câmara
Alta (Senado). O objetivo é que uma Casa realize o trâmite e discussões das matérias e a outra Casa
melhore e revise os trabalhos e vice-versa. Assim, as duas casas poderão contribuir para a
elaboração das normas jurídicas.

A Câmara dos Deputados tem como função, além de representar o povo, discutir sobre os assuntos
nacionais e legislar sobre eles, fazendo a fiscalização dos recursos públicos.

Poder Executivo no Brasil

Com a preferência do sistema presidencialista, proposto na Constituição de 1988, esse poder é


exercido pelo Presidente da República com a ajuda dos ministros de Estado.

O Presidente da República age liderando, sancionando, promulgando, dando ordens para publicação
das leis, criando cargos, funções ou empregos públicos na administração pública, aumentando
salários, vetando projetos de leis e coordenando a administração federal.

É crime presidencial, art. 85, atos do Presidente da República que impedem o exercício do Poder
Legislativo, Judiciário, Ministério Público e as constituições das demais unidades da federação.

Poder Judiciário no Brasil

O judiciário tem o poder de julgar e garantir o cumprimento das leis, promovendo a paz social. Ele
tem uma estrutura singular e existe uma hierarquia dos seus órgãos, nomeados de 'instâncias'.

A primeira instância é representada pelo órgão que irá realizar o julgamento da ação inicialmente.
Se caso, as partes envolvidas no processo recorrerem aos resultados da ação anterior, o processo
será submetido à uma instância superior, mas há casos em que a ação já poderá ser submetida à
essa instância.

Instâncias do Poder Judiciário

Supremo Tribunal Federal (STF) – é formado por onze ministros, nomeados pelo Presidente e
aprovados pelo Senado Federal. Ele é responsável por julgar os casos referentes a violação da
Constituição Federal. O Conselho Nacional de Justiça controla a administração e a parte financeira
do Judiciário.

Superior Tribunal de Justiça (STJ) – é formado por no mínimo 33 ministros, nomeados pelo
Presidente e aprovados pelo Senado. Ele torna as leis federais uniformes e harmônicas às decisões
dos tribunais regionais federais e estaduais (2ª instância), além de apreciar recursos especiais que
contestam as leis federais.

Justiça Federal – controlado administrativa e financeiramente pelo Conselho da Justiça Federal, é


formado pelos Tribunais Regionais Federais (TRFs) e Juízes Federais. Ele julga as ações judiciais
dos Estados, da União, autarquia ou empresa pública federal.

Justiça do Trabalho – controlado administrativa e financeiramente pelo Conselho Superior da


Justiça do Trabalho, é formado pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST), os Tribunais Regionais do
Trabalho (TRTs) e os Juízes do Trabalho. Ele realiza o julgamento dos processos trabalhistas.

Justiça Eleitoral – composto pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Tribunais Regionais Eleitorais
(TREs), Juízes Eleitorais e as Juntas Eleitorais. Ela realiza o julgamento das ações relacionadas à
legislação eleitoral, contribuindo na coordenação e normatização das eleições no país.

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Da organização político-administrativa do estado: das possibilidades de intervenções

Da Organização Político-Administrativa Do Estado

Conceito De Competência Da União

A união é pessoa jurídica de capacidade política e só cogitável em Estado do tipo federal. É fruto da
união de estados. Da aliança destes, sob o império de uma única Constituição, nasce a união. Sem
união de estados, não há união. Sem a reunião de várias ordens jurídicas parciais não desponta a
ordem jurídica central e todas – a central e as parciais – debaixo da ordem jurídica total – a
Constituição.

Repartição De Competências Na CF Entre Os Componentes Da Federação

Existem competências exclusivas, conferidas a um dos entes federativos – união, estados-membros,


distrito federal, municípios.

Existem competências concorrentes, conferidas em comum a diversos entes federativos. Entre estas
competências concorrentes há que levar em conta que algumas delas só permitem da parte dos
estados-membros, ou do distrito federal, uma legislação complementar – então o ente federativo tem
competência complementar à federal. Permitem que estes entes federativos supram a competência
federal não exercida – caso de competência supletiva.

Já a competência complementar tem de ser exercida dentro do respeito às normas federais, e o ato
editado com base na competência supletiva perde eficácia quando a união exercer a sua
competência na matéria. Aplica-se o princípio de que a lei federal prevalece sobre o direito estadual.

A Constituição defere competências exclusivas à união – arts. 21 e 22 – abrindo a possibilidade aos


estados-membros de legislar sobre questões específicas das matérias – art. 22 – mediante
autorização por lei complementar.

Ainda defere competências exclusivas aos municípios – art. 30 – deixando aos estados, com
exclusividade também, tudo o que não tiver sido deferido à união e aos municípios – art. 25, §.1.º.

A CF amplia as competências concorrentes, atribuindo poder de dispor sobre certas matérias à união,
aos estados-membros e ao distrito federal – art. 24.

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aérea, aeroespacial e a infra-estrutura aeroportuária; 4) os serviços de transporte ferroviário e


aquaviário entre portos brasileiros e fronteiras nacionais, ou que transponham os limites de Estado ou
território; 5) os serviços de transporte rodoviário interestadual e internacional de passageiros; 6) os
portos marítimos, fluviais e lacustres; e é da união a competência de explorar os serviços de
instalações nucleares de qualquer natureza e exercer monopólio estatal sobre a pesquisa, a lavra, o
enriquecimento e reprocessamento, a industrialização e o comércio de minérios nucleares e seus
derivados, atendidos os seguintes princípios: 1) toda atividade nuclear em território nacional somente
será admitida para fins pacíficos e mediante aprovação do congresso nacional; 2) sob regime de
concessão ou permissão, é autorizada a utilização de radioisótopos para pesquisa e usos medicinais,
agrícolas, industriais e atividades análogas; 3) a responsabilidade civil por danos nucleares
independe da existência de culpa.

· da competência em matéria urbanística: a) elaborar e executar planos nacionais e regionais de


ordenação do território; b) instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação,
saneamento básico e transportes urbanos; c) estabelecer princípios e diretrizes para o sistema
nacional de viação. Além disso, encontramos a competência não exclusiva para proteger obras e
bens de valor histórico e cultural – de natureza urbanística e se imóveis; paisagens naturais notáveis
e os sítios arqueológicos, bem como o meio ambiente, e combater a poluição – arts. 215, 216 e 225.
Cabe a competência concorrente com os estados-membros e distrito federal, para legislar sobre
direito urbanístico.

· de competência econômica: a) planejar o desenvolvimento econômico; b) estabelecer áreas e as


condições para o exercício da atividade de garimpagem, em forma associativa; c) intervir – sem
exclusividade – no domínio econômico, explorar – sem exclusividade – atividade econômica e
reprimir abusos do poder econômico; d) explorar direta ou indiretamente a pesquisa e a lavra de
recursos minerais e o aproveitamento dos potenciais de energia hidráulica; e) o monopólio da
pesquisa, lavra e refinação de petróleo, assim como o da importação e exportação dos produtos e
derivados básicos resultantes daquelas atividades monopolizadas; f) o monopólio da pesquisa e lavra
de gás natural e outros hidrocarbonetos; g) o monopólio do transporte marítimo do petróleo bruto de
origem nacional ou de deriva- dos básicos de petróleo produzidos no País, bem assim o transporte,
por meio de conduto, de petróleo bruto, seus derivados e gás natural de qualquer origem; h) o
monopólio da pesquisa, lavra, enriquecimento, reprocessamento, industrialização e comércio de
minérios e minerais nucleares e seus derivados; i) a desapropriação por interesse social de imóvel
rural para fins de reforma agrária – arts. 84/86; j) planejar e executar, na forma da lei, a política
agrícola; k) legislar – sem exclusividade – sobre produção e consumo.

· da competência social: a) elaborar e executar planos nacionais e regionais de desenvolvimento


social; b) planejar e promover a defesa permanente contra as calamidades públicas, especialmente
as secas e as inundações; c) organizar a seguridade social; d) estabelecer políticas sociais e
econômicas visando a proteger e recuperar a saúde do povo; e) regulamentar, fiscalizar e controlar
as ações e serviços de saúde; O estabelecer o sistema único de saúde; g) estabelecer e executar
planos de previdência social; h) manter serviços de assistência social aos necessitados; i)
estabelecer, por lei, o plano nacional de educação; j) enfim, legislar sobre direito social em suas
várias manifestações.

· da competência financeira e monetária: Cabe à união legislar sobre normas gerais de direito
tributário e financeiro e sobre orçamento – restando aos estados-membros, distrito federal e
municípios a legislação infraconstitucional – a) emitir moeda e legislar sobre sistema monetário; b)
administrar reservas cambiais e fiscalizar as operações de natureza financeira, de crédito, câmbio e
capitalização; c) instituir os tributos – previstos arts. 45, 153 e 154; d) estabelecer plano plurianual,
diretrizes orçamentárias e orçamentos anuais.

Da Competência Material Comum, Cumulativa Ou Paralela – Art. 23

Muitos dos assuntos do setor social não são de competência exclusiva. A CF abriu a possibilidade de
estados-membros, distrito federal e municípios compartilharem com ela da prestação de serviços
nessas matérias, onde arrolam temas de competência comum como: a) zelar pela guarda da
Constituição, das leis e das instituições democráticas e conservar o patrimônio público: b) cuidar da
saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas Portadoras de deficiência; c)
proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os
monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos; d) impedir a evasão, a

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 educação, cultura, ensino e desporto;

 criação, funcionamento e processo do juizado de pequenas causas;

 procedimento em matéria processual;

 previdência social, proteção e defesa da saúde;

 assistência jurídica e defensoria pública;

 proteção e integração social das pessoas portadoras de deficiência;

 proteção à infância e à juventude;

 organização, garantias, direitos e deveres das polícias civis.

Da Legislação Concorrente Da União Sobre As Matérias Indicadas Supra Se Limitará A


Estabelecer Normas Gerais

A CF foi redundante, pois no exemplo, no art. 22, XXIV, dá como privativo da união legislar sobre
diretrizes e bases da educação nacional, enquanto, no art. 24, IX, combinado com o § 1.º, declara
caber-lhe legislar sobre normas gerais de educação. Não há nisso incoerência, como pode parecer.
Legislar sobre diretrizes e bases da educação nacional e sobre normas gerais de educação somam,
no fundo, a mesma coisa. A tradição arrastou os educadores da constituinte a manter a regra que
vem de 1946, que dava competência à união para legislar sobre diretrizes e bases da educação
nacional, mas também não poderiam deixar de incluir na competência comum legislar sobre
educação, situação em que a união só tem poderes para fixar normas gerais. Tudo somado, dá na
mesma, com um dispositivo a mais sem necessidade.

A CF foi omissa, quando deu à união competência privativa para legislar sobre normas gerais: a) de
organização, efetivos, material bélico, garantias, convocação e mobilização das polícias militares e
corpo de bombeiros; [5] b) de licitação, e contratação, em todas as modalidades, para a
Administração pública, direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo poder
público, nas diversas esferas de governo, e empresas sob seu controle. [6] No entanto, não inseriu a
matéria no art. 24, para indicar que estados-membros podem legislar também sobre essas matérias –
como à polícia civil. Não é, porém, por que não consta na competência comum que estados-membros
e distrito federal – este não sobre polícia militar, que não é dele – não podem legislar
suplementarmente sobre esses assuntos. Podem e é de sua competência fazê-lo, pois que, nos
termos do § 2.º do art. 24, a competência da união para legislar sobre normas gerais não exclui (na
verdade até pressupõe) a competência suplementar dos estados-membros – e também do Distrito
Federal – e isso abrange não apenas as normas gerais referidas no § 1.º desse mesmo artigo no
tocante à matéria neste relacionada, mas também as normas gerais indicadas em outros dispositivos
constitucionais, porque justamente a característica da legislação principiológica – normas gerais,
diretrizes, bases – na repartição de competências federativas, consiste em sua correlação com
competência suplementar – complementar e supletiva – dos estados-membros.

Tanto isso é uma técnica de repartição de competência federativa que os §§ 3.º e 4.º complementam
sua normatividade, estabelecendo, em primei- ro lugar, que, inexistindo lei federal sobre normas
gerais, os estados-membros exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas
peculiaridades, e, em segundo lugar, que a superveniência de lei federal sobre normas gerais
suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário. Note-se bem, o constituinte foi técnico: a
lei federal superveniente não revoga a lei estadual nem a derroga no aspecto contraditório, esta
apenas perde sua aplicabilidade, porque fica com sua eficácia suspensa. Quer dizer, também, sendo
revogada a lei federal pura e simplesmente, a lei estadual recobra sua eficácia e passa outra vez a
incidir.

A Constituição não situou os municípios na área de competência concorrente do art. 24, mas lhes
outorgou competência para suplementar a legislação federal e a estadual no que couber, o que vale
possibilitar-lhes disporem especialmente sobre as matérias ali arrola- das e aquelas a respeito das
quais se reconheceu à união apenas a normatividade geral.

Competências-Legislativas E Não Legislativas

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Nas hipóteses de ameaça à integridade nacional, invasão estrangeira, ou de estado-membro em


perturbação grave da ordem, coação do legislativo ou executivo estaduais e reorganização financeira
do estado-membro,[14] a decisão é discricionária. Tem ele a faculdade de decretar a intervenção se
a situação, a seu juízo, o exigir.

Não resta dúvida, porém, que, devendo ele zelar pela salvaguarda da ordem constitucional, tem ele a
obrigação de fazê-lo sempre que necessário, sob pena de incidir em crime de responsabilidade.

A intervenção para assegurar o livre exercício do legislativo ou executivo estadual coagido depende
de solicitação dele.[15] Essa solicitação, no entanto, não poderá revestir-se de formas especiais ou
obedecer a um rito minucioso, pois a coação normalmente vedaria. Então., basta que o poder coato
faça sentir sua vontade para caber a decretação.

Mais complicada é a decretação com base na violação dos princípios constitucionais da união.[16] A
intervenção é ainda aí decretada pelo presidente. Todavia, ela somente cabe depois que o Supremo
Tribunal Federal declarar a inconstitucionalidade do ato impugnado, por provocação do procurador-
geral da república.[17] Não será ela, entretanto, decretada se a suspensão do ato inconstitucional
bastar para restabelecer a normalidade no estado-membro.[18]

Da Manifestação Do Congresso

A intervenção federal, salvo quando é fruto de requisição judiciária, deve ser aprovada pelo
congresso – art. 49, IV –, que deverá ser convocado para tanto, se não estiver reunido, cuja decisão
não é então suscetível de veto – art. 57, § 6.º, I. A recusa de aprovação equivale à suspensão da
medida; seus efeitos, pois, são ex nunc e não ex tunc.

Cessada a intervenção, as autoridades estaduais eventualmente substituídas devem voltar ao


exercício de suas funções – art. 36, § 4.º –, salvo se outro impedimento existir.

Autonomia Dos Estados-Membros

A autonomia dos estados-membros caracteriza-se pela denominada tríplice capacidade:

· de auto-organização e normatização própria;

· autogoverno;

· auto-administração;

Obs.: Está implícito a existência de um mínimo de recursos financeiros, obtidos diretamente pela sua
própria competência tributaria.

Consiste na possibilidade dos estados-membros se auto-organizarem por meio do exercício de seu


poder constituinte derivado-decorrente – editando suas respectivas Constituições Estaduais-CE –
sempre respeitando os princípios constitucionais;

· sensíveis: sua inobservância no exercício das competências legislativas, administrativas ou


tributárias pode acarretar a sanção politicamente mais grave – intervenção na autonomia política –
art. 34, VII – forma republicana, sistema representativo e regime democrático; direitos da pessoa
humana; autonomia municipal; prestação de contas da administração pública – direta e indireta;
aplicação do mínimo exigido da receita de impostos estaduais – proveniente de receitas de
transferência – na manutenção e desenvolvimento do ensino.

· extensíveis: são as normas centrais comuns à união, estados-membros, distrito federal e


municípios, de observância obrigatória no poder de organização do Estado.

· estabelecidos: determinadas normas que se encontram espalhadas pelo texto da Constituição, que
além de organizarem a própria federação, estabelecem preceitos centrais de observância obrigatória
aos estados-membros em sua auto-organização – arts. 1.º, I a V; 2.º, 3.º, I a IV; 4.º I a X; 5.º, I, II, III,
VI, VIII, IX, XI, XII, XX, XXII, XXIII, XXXVI, LIV e LVII, etc.

Competência Estadual; Do Distrito Federal E Dos Municípios

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aos estados-membros em sua auto-organização – arts. 1.º, I a V; 2.º, 3.º, I a IV; 4.º I a X; 5.º, I, II, III,
VI, VIII, IX, XI, XII, XX, XXII, XXIII, XXXVI, LIV e LVII, etc.

2. Os deputados estaduais gozam de imunidade processual?

Sim estando elencados na CF, art. 53, §§ 1.º ao 8.º e devem decorrer da necessidade de se
assegurar ampla liberdade de ação ao parlamentar para o exercício do mandato – exceções ao
regime comum, decorrentes não de seu interesse pessoal, pois se assim fosse seriam privilégios –
mas do interesse público no bom exercício do mandato. Abaixo mencionamos algumas dessas
prerrogativas parlamentares:

 a inviolabilidade:[21] a inviolabilidade significa que o parlamentar não pode ser responsabilizado


civil e penalmente por suas opiniões, palavras e votos, no exercício do mandato.

 não poderá ser preso:[22] o parlamentar – desde a expedição do diploma – salvo em flagrante de
crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de vinte e quatro horas à casa
respectiva, que, por iniciativa de partido político nela representado e pelo voto da maioria de seus
membros, poderá, até a decisão final, sustar o andamento da ação.

 exclusão do parlamentar da obrigatoriedade de testemunhar sobre informações que obtenha


inerentes ao exercício da função, bem como de não revelar sua fonte.[23]

 a imunidade à incorporação às Forças Armadas.[24] Só mediante licença da câmara, inclusive em


tempo de guerra, pode o parlamentar ser incorporado às Forças Armadas. Esta imunidade
acompanha o membro do congresso durante todo o mandato. Sua inserção visa a impedir a
convocação nas férias para serviço ativo parlamentar oposicionista, a fim de que este ""aprendesse
disciplina" – feito histórico do Mal. Floriano.

 as imunidades dos parlamentares não poderão ser suspensas durante a vigência do estado
de sitio, exceto por decisão de dois terços dos membros da respectiva casa, restrita aos atos
praticados fora do recinto do congresso, quando incompatíveis com aquele estado.[25]

Organização Político-Administrativa Do Estado – Parte 2

Da Intervençao Estadual

A intervenção, a interferência do estado-membro nos negócios municipais está prevista na CF, art. 35
e sujeita os municípios – como entidades federativas dotadas de autonomia – à intervenção nos
casos previstos em lei, autorizada quando o município:

· deixar de pagar – sem motivo de força maior – por dois anos consecutivos, a dívida fundada;

· não prestar contas devidas, na forma da lei – arts. 30, III e 31;

· não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal na manutenção do ensino – 25% da
receita dos impostos – e nas ações e serviços públicos de saúde – EC n.º 29;

· o TJ der provimento à representação para assegurar a observância de princípios constitucionais


indicados na CE, ou para prover a execução de lei, de ordem ou de decisão judicial, cuja iniciativa
cabe ao procurador-geral de justiça.

O processo interventivo deve estar previsto na Constituição de cada estado-membro – prerrogativa


que o constituinte estadual dispõe da forma que melhor entender – mas não poderá deixar de
submeter o ato veiculador da intervenção à assembléia legislativa, pois é essa a casa onde estão os
representantes do povo do estado-membro e sempre em obedecendo o princípio da representação
popular.

A intervenção se dá por decreto do governador do estado, que será submetido à assembléia


legislativa no prazo de 24 horas para aprovação ou suspensão.

A CE, art. 149, § 3.º [26] que, no caso do inciso IV [27] prevê que a intervenção poderá ser
normativa e assim dispensa a apreciação pela assembléia

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4. capacidade de auto-administração própria, para manter e prestar os serviços de interesse local.

Da Competência

“O art. 30 da Constituição já discrimina as bases da competência dos municípios, tais como:

1. legislar sobre assuntos de interesse local, que consubstancia a área de competência legislativa
exclusiva, inclusive a legislação tributária e financeira;

2. suplementar a legislação federal e a estadual no que couber; como a proteção do patrimônio


histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico, a responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao
consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico local;
educação, cultura, ensino e saúde no que tange à prestação desses serviços no âmbito local; direito
urbanístico local etc.;

3. instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem como aplicar suas rendas, sem prejuízo
da obrigatoriedade de prestar contas e publicar balancetes nos prazos fixados em lei;

4. criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação estadual;

5. organizar e prestar diretamente ou sob regime de concessão ou permissão os serviços públicos de


interesse local;

6. manter, com a cooperação técnica e financeira da união e do estado-membro, programas de


educação pré- escolar e de ensino fundamental;

7. prestar, com a cooperação técnica e financeira da união e dos estados-membros, serviços de


atendimento à saúde da população;

8. promover no que couber, o adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e controle do


uso, parcelamento e ocupação do solo urbano; aliás, o plano urbanístico será obrigatório para os
municípios com mais de cinqüenta mil habitantes – art. 214, § 1.º;

9. promover a proteção do patrimônio histórico, cultural local, observada a legislação e a ação


fiscalizadora federal e estadual.

Da Competência Exclusiva

a) em matéria administrativa, para ordenar sua Administração, como melhor lhe parecer;

b) em matéria financeira, para organizar suas finanças, elaborar sua lei de diretrizes orçamentárias,
sua lei orçamentária anual e sua lei do plano plurianual;

c) para instituir seus tributos nos termos do art. 145 e 156. Além disso, estão previstas, no art. 23,
áreas de competência comum com a união e os estados-membros.

Enfim, os municípios poderão manter guardas municipais destinadas à proteção das instalações e
dos serviços municipais – art. 169, § 5.º). É mera faculdade. Não serão obrigados a manter tais
guardas”.[29]

Do Governo

O poder legislativo do DF está a cargo de um órgão que é a câmara legislativa, com autonomia para
auto-legislar e é composta pelos deputados distritais – CF, arts. 53, 54 e 55 – em número que
corresponda ao triplo de sua representação na câmara dos deputados e com regras da CF – arts. 32,
§ 3.º c/c 27 – sobre inviolabilidade, imunidades, remuneração, perda do mandato, licença,
impedimentos e incorporação às Forças Armadas.

Já o poder executivo é exercido pelo prefeito eleito juntamente com seu vice e caberá à Lei Orgânica
de cada município discriminar as funções de cada um deles, distinguindo as funções de governo –
representação, direção geral dos negócios municipais, relações com outras autoridades – das
administrativas – execução das leis, nomeação e exoneração de seus auxiliares, provimento de

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VI – autoriza a intervenção para prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial;

VII – para exigir a observância dos seguintes princípios constitucionais:

 forma republicana, sistema representativo e regime democrático;

 direitos da pessoa humana; autonomia municipal;

 prestação de contas da Administração Pública direta e indireta;

· aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais na manutenção e


desenvolvimento do ensino;[32]

 nas ações e serviços públicos de saúde.[33]

2. A quem cabe a decretação da intervenção federal?

Esse ato extremado e excepcional de intervenção na autonomia política dos estados-membros e no


distrito federal pela união, somente poderá ser concretizado por decreto do presidente da
república,[34] que é quem, em última análise, tem o poder tanto de decretar como executar a
intervenção federal.[35] O mecanismo de intervenção constitui instrumento essencial à viabilização
do próprio sistema federativo, dotado de cujo político-jurídico, e basicamente para:

a) tornar efetiva a intangibilidade do vinculo federativo;

b) fazer respeitar a integridade territorial das unidades federadas;

c) promover a unidade do estado federal;

d) preservar a incolumidade dos princípios fundamentais proclamados pela Constituição. [36]

3. Em que consiste a competência legislativa concorrente da união, estados-membros e distrito


federal?

A competência concorrente ou suplementar – art. 24 e incisos – estabelece a competência da união


em direcionar somente às normas gerais – sendo inconstitucional aquilo que extrapolar – e aos
estados-membros e o distrito federal promover às normas específicas – com detalhes e minúcias –
particularizando a norma geral, no sentido de adaptação de princípios, bases, diretrizes a
peculiaridades regionais.

A CF adotou a competência concorrente ou competência suplementar – não cumulativa ou


vertical – de forma que a competência da união está restrita ao estabelecimento de normas gerais e
aos estados e o distrito federal o dever de especificá-las – por meio de suas respectivas leis.

A competência pode ser: cumulativa: sempre que existirem limites prévios para o exercício da
competência por parte de um ente – seja a união ou seja o estado-membro; e não cumulativa ou
repartição vertical: é aquela que, dentro de um mesmo campo de mútua atuação, a união fixa os
princípios e as normas gerais, deixando ao estado-membro a sua complementação.

A competência suplementar pode ser: complementar: é aquela que depende de prévia existência
de lei federal a ser especificada pelos estados-membros e distrito federal; e supletiva: que aparece
pela inércia da união em editar e lei federal, e então os estados-membros e o distrito federal –
temporariamente, pois a união, pode alegar a qualquer momento a superveniência de lei federal
sobre normas gerais, suspendendo a eficácia da lei estadual – adquirem competência plena tanto
para a edição das normas de caráter geral, quanto de normas específicas.

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