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Prof. Simone
RECAPITULAÇÃO
O estado federal é a forma de estado composto que tem descentralização de poder, feita pela
própria CF (em nível constitucional). Esta forma de governo é intocável, imutável e imexível
(Art. 60, parágrafo 4º inciso 1º). Esta forma de governo é protegida pela CF.
Surgimento: como pode surgir um estado federal? Teremos duas modalidades de formação:
a) Por agregação: quando vários estados se unem para formar um novo estado e tem-se
o nome de estado federal, exemplo as 13 colônias americanas, independentes entre si,
e proclamaram sua independência face à coroa inglesa. Logo após fizeram uma forma
de estado chamada de Confederação (tratado internacional de mútua ajuda e
cooperação). Após perceberem que estes laços confederados ficaram muito tênues,
em 1789 se reuniram na Convenção de Filadélfia e após esta convenção, foi criado o
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Estado Federado, abrindo mão da soberania de cada um deles em prol de um novo
estado, Estado Unidos da América. Estes provincianos continuaram dotados de
autonomia, mas cederam a soberania em favor deste novo estado que surgiu.
b) Por desagregação: onde se tem um estado unitário e há uma descentralização,
partindo de um todo para várias partes. No Brasil, ao proclamar a República, as
províncias transformaram em estados-membros dotados de capacidade administrativa
e política. Era um estado unitário e foi transformado em um estado federado. A
consequência desta forma, é que os estados-membros detém menos autonomia que
em estados-membros originados por agregação. Nestes últimos, cada estado-membro
já tinha sua constituição, permanecendo-as de forma intocada, e a criação de uma
constituição federal, é feita com matérias residuais. Já no federalismo por
desagregação, é feita uma constituição federal única, e os estados-membros legislam
sobre matérias residuais.
Alterabilidade interna
Internamente dentro dos estados membros há a permissão de alterabilidade em seu território,
criando novos estados-membros, municípios e etc, desde que seja internamente e conforme
regras constitucionais. Isto pode ser feito, conforme Art. 18, parágrafo 4º, através de um
plebiscito feito à população interessada, sendo de vontade desta população, haverá um
projeto de lei complementar (a ser aprovada por maioria absoluta, indo a sanção ou veto
presidencial) e sendo aprovada e sendo sancionada/promulgada, faz-se a divisão interna no
país. O CN não é obrigado a aprovar a lei criando um novo estado-membro. Existem 03 tipos
de alteração: fusão, desmembramento e anexação. As Assembléias Legislativas estaduais são
ouvidas (meramente ouvidas, mas não decidem nada).
Fusão – dois estados se unem para formação de um ente federativo: a população (não é o
povo) é consultada, através do plebiscito e se aprovado, será encaminhado projeto de lei
complementar ao CN, e este não se vincula ao resultado do plebiscito, e se o CN aprova, vai ao
presidente para sanção ou veto. A participação popular é ínfima.
Desmembramento – um estado se divide em dois ou mais, e o processo legislativo é o mesmo.
Anexação – uma parte de um estado se divide e anexa a outro estado, sendo que o processo
legislativo é o mesmo.
Existe ainda a possibilidade de virar território federal, que eram partes do território brasileiro
que não era estado, nem município e que eram gerenciados pela União (áreas de pouco
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desenvolvimento econômico). Uma parte de um estado pode desmembrar e virar um
território, a ser administrado pela União.
INTERVENÇÃO FEDERAL
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temporária, pois é uma exceção) e as condições de execução (o que será feito durante a
intervenção, serviços públicos, como a ordem será cumprida) e que se couber, nomeará
interventor (apesar de poder ter intervenção federal sem a presença do interventor). Este
decreto será submetido à apreciação do CN (Art. 49, IV). O que instaura a intervenção federal é
o decreto presidencial. Primeiro, o presidente decreta, somente após, o CN aprecia a
intervenção (aprova ou não, pois aprovação é posterior ao ato e autorização é anterior ao ato).
O decreto presidencial, para a instauração da intervenção federal, poderá ser:
a) Espontâneo: ex-ofícium, discricionário (aquele onde o agente público pondera sobre a
conveniência ou oportunidade da medida, e vinculado é obrigatório, agente é mero
executor da lei), sem provocação, o presidente pode decretar a intervenção, conforme
os temos do Art. 34, incisos I, II, III e V. Ninguém provoca, mas tem que ouvir os
Conselhos da República e de Defesa (Art. 89 e 90), obrigado ouvir, mas não “escutar”.
O decreto presidencial irá para CN aprovar ou não – e se o CN não aprovar, a
intervenção deve ser cessada imediatamente sob pena de crime de responsabilidade.
b) Provocado: alguém tem que provocar o executivo (presidente) decretar. O presidente
não pode decretar a intervenção, sem que haja a provocação.
a. Solicitação: No art. 36, I, citará que no caso do Art. 34, IV, somente os órgãos
estaduais, solicitado pelo Poder Legislativo estadual ou Poder Executivo,
estiverem coactos ou impedidos. O judiciário jamais solicita, ele requisita. O
decreto presidencial irá para CN aprovar ou não – e se o CN não aprovar, a
intervenção deve ser cessada imediatamente sob pena de crime de
responsabilidade.
b. Requisição 01: Art. 36, I, Poder judiciário estadual, através do STF, se o poder
judiciário estadual estiver coacto. O decreto presidencial irá para CN aprovar
ou não – e se o CN não aprovar, a intervenção deve ser cessada
imediatamente sob pena de crime de responsabilidade.
c. Requisição 02: Art, 36, II, remete ao art. 34, VI – segunda parte, no caso de
descumprimento de ordem judicial, depende de requisição do órgão que teve
a ordem descumprida (STF, STJ, STE – quem emitiu a ordem que foi
descumprida é que deve requisitar a intervenção federal). Somente o poder
judiciário quem pode requerer a intervenção federal.
d. Representação: no Art. 36, III, dependerá de provimento do STF, de
representação do PGR na hipótese do Art. 34, VI, primeira parte (prover
execução de lei federal descumprida) e Art. 34, VII (princípios constitucionais
sensíveis) e suas alíneas. O único que pode fazer esta representação ao STF,
que fará a representação ao presidente da república é o Procurador Geral da
República (PGR). Neste caso, como o STF já deu provimento, este decreto
presidencial não vai ao CN para aprovação – Art. 36, IV, parágrafo III. Neste
caso não necessariamente será nomeado interventor, apenas se não
cessarem, através de decretos, o motivo da intervenção.
O CN poderá suspender a intervenção a qualquer momento.
Temos duas modalidades: uma intervenção política e uma intervenção jurídica.
Baixou o decreto da intervenção, ela está instaurada. O CN aprova (ou não) o decreto
presidencial através de decreto legislativo (aprovar = o que já está em vigor).
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Na requisição feita pelo STF, STJ ou TSE, Art. 34 VI ao presidente, não há necessidade de
aprovação do CN (no caso do Art. 36, parágrafo 3º).
O presidente não pode decretar intervenção federal que não esteja taxativamente arrolados
no art. 34 da CF/88, apesar de uma “pequena margem de liberdade” no inciso III deste artigo.
Porém não se pode esquecer que no parágrafo 6º do Art. 37, as pessoas jurídicas de direito
público e as pessoas jurídicas de direito privado, prestadores de serviços públicos, serão
responsáveis, mesmo sem dolo ou culpa, se causarem danos à terceiros, em caso de
intervenção, eles serão responsabilizados. Isto não é controle sobre a intervenção e sim
reparação do dano (teoria da culpa objetiva).
SOBERANIA DA FEDERAÇÃO
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Vivemos no meio de leis federais, estaduais e municipais; decretos federais, estaduais e
municipais. Como isso é possível? O pacto federativo faz uma rígida e clara distribuição de
competências.
O município legisla sobre coisas locais, a União legisla sobre o que é de interesse de todos e o
resíduo fica a cargo do estado.
Competência é a atribuição legal para agir.
Competência legislativa é aquela competência para elaborar leis, e a competência
administrativa é a competência para prática administrativa (prestação de serviços públicos).
Competência exclusiva é aquela competência (atribuição legal de agir) que é indelegável e a
competência privativa é a que pode ser delegada (Art. 22 da CF/88).
Formas de delegações: lei complementar, autorização, concessão e permissão.
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Somente a União pode emitir norma geral? Não, no uso da competência supletiva, o estado
pode emitir norma geral. Agora a União somente pode emitir norma geral.
Compete aos municípios suplementar a legislação federal e estadual no que couber (Art.30),
então vale dizer que os municípios têm competência suplementar, complementar (não
confundir com competência supletiva – vazia – que é somente estado e DF). Os municípios não
podem legislar no vazio (observar que no caput do Art. 24, ele não tem competência
supletiva). O município somente pode suplementar/complementar os requisitos que estão no
Art. 24.
Competência comum (Art. 23) todos os 4 entes federativos podem dispor em pé de igualdade.
É de competência de todos os quatro entes federativos, sem concorrência. A diferença entre
competência comum e concorrente é que na competência comum, todos estão em pé de
igualdade e na competência concorrente é primazia da União, na competência comum, é
administrativa, trata-se de políticas públicas e na competência concorrente é ato legiferante.
RIGIDEZ CONSTITUCIONAL
Constituição rígida é a constituição onde a modificação é muito mais arduosa, ao contrário das
constituições flexíveis.
O CN é quem legisla, é o órgão legiferante da União. No Art. 60, Parágrafo 4, inciso I, mostra o
quanto é rígida a constituição (forma federativa do Estado). O princípio federativo é intocável,
já algumas normas federativas podem ser emendadas. É o limite material da constiuição.
Limite procedimental, as assembléias legislativas tem uma parcela de poder legislativo
reformador.
BICAMERALISMO FEDERATIVO
Todo estado federativo é bicameral, com representação de todo povo e dos estados membros,
ou seja, a Câmara dos Deputados representa todo o povo, proporcionalmente à população, e o
Senado representa os estados membros igualitariamente. O município é um ente federativo
que não tem representação na esfera legislativa federal. O desequilíbrio provocado pela
Câmara dos Deputados, se iguala no Senado, pelo motivo de se ter 03 Senadores para cada
Estado Membro. Porém, no caso de uma cessão conjunta, a representação da população é
maior que a representação senatorial.
Princípio da participação, onde o povo da federação, através dos seus representantes e os
entes federativos, exceto os municípios, participam da vontade política nacional através da lei
(LC ou LO – aprovada pelos representantes do povo, na Câmara e pelos representantes dos
estados-membros, no Senado).
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a) Resolução dos conflitos – Art. 102, 1º, f, - processar e julgar originariamente (em
primeira e única instância) as causas e conflitos entre a União e estados, entre a União
e DF e entre outros (município é no tribunal de justiça estadual).
b) Controle da constitucionalidade das leis, ou seja, em caso de conflito de competências,
como exemplo uma lei estadual fere uma lei federal, o STF irá agir na solução do caso.
É um asseguramento da própria federação brasileira.
Vedações (proibições)
É proibido à União, os estados, municípios e DF, os itens arrolados no Art. 19 da CF/88, ou seja:
tem que existir uma separação entre estado e religião, é a perfeita igualdade de todos, no que
tange a religião (porém é permitido o envolvimento do estado em assuntos religiosos, no
auxílio de campanhas, como campanha da fraternidade).
Recusar fé aos documentos públicos (os documentos públicos devem fazer prova em qualquer
parte da União, tem fé pública, não podendo ser recusado em nenhum local do território
nacional).
É proibido também a distinção entre brasileiros, exemplo, no Estado de Minas Gerais, abrir um
edital para concurso público e dizer neste edital que vale somente para os mineiros; a União
isentar o estado de São Paulo de um determinado tributo, em detrimento dos demais estados
(princípio da isonomia federativa).
ENTES FEDERATIVOS
UNIÃO
Internamente a União é apenas autônoma, nos termos do Art. 18. Na acepção externa, a União
representa a República Federativa do Brasil, sendo autônoma e soberana. O território da União
é todo o estado brasileiro, a sede é o DF e a capital é Brasília. Temos os 03 poderes (Art. 44 -
CN, Art. 76 – PR e Art. 101 – PJ).
Bens Públicos = o Estado existe para servir aquele povo (conjunto de pessoas) que vive sobre
seu território. Ele existe para tornar a vida possível ou mais fácil. Não é o homem que existe
para servir o Estado (Nazismo e Comunismo). O Estado é a integração de povo, território e
poder político.
Os serviços públicos são atividades que o Estado executa para tornar nossa vida possível ou
mais cômoda (serviços de utilidade pública – servidor público, que pelo povo é remunerado).
Somos cercados por serviços públicos, do acordar ao dormir, como exemplo, luz, água e
esgoto, telefonia, televisão, ônibus, polícia, tudo isso é exemplo de serviço público.
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Para que o Estado possa prestar os serviços públicos, com eficácia, o Estado precisa de bens
públicos, como viaturas policiais, postos de saúde, escolas, e etc.
Bens da União
Os bens públicos podem ser materiais e imateriais, móveis e imóveis, semoventes e etc e estão
citados no Art. 20 da CF/88. As terras devolutas são as terras que não integram ao patrimônio
do particular, portanto, integram ao patrimônio público, e se forem necessárias para a defesa
das fronteiras, fortificações e construções militares, são pertencentes à União. Dentro das 12
milhas náuticas, consideramos mar territorial, e dentre desta área, é de total competência da
União – é território brasileiro. Após as 12 milhas náuticas, as próximas 188 milhas, é chamada
de zona econômica exclusiva, tudo é livre, mas a exploração (massa d’água, solo e subsolo
oceânico) é exclusiva do Brasil (ZEE), mas é somente para uso de exploração econômica. Após
estas 200 milhas, existem ainda as plataformas continentais, onde o Brasil tem direito à
exploração econômica no solo e subsolo oceânico.
Estados
A autonomia está no Art. 18 e 25, parágrafo 1º, com o Poder Constituinte decorrente (por que
decorre) do Poder Constituinte Originário.
Temos os 03 poderes: Executivo (Art. 28), Legislativo (Art. 27) e o Poder Judiciário Estadual
(Art. 92 e 125 da CF/88).
As competências, que são as remanescentes, têm também as competências expressas (Art. 25,
parágrafos 2º e 3º) e enumeradas. Existem também as competências concorrentes
(suplementar – legisla no vazio e a supletiva – que complementam) e a competência comum.
Regiões metropolitanas – Art. 25, parágrafo 3º, são municípios contíguos que se unem
administrativamente para prestação de serviços comuns, como transporte coletivo, limpeza
urbana, iluminação pública. Estes municípios contíguos se unem em torno de um município
sede, e existe um órgão gestor desta região, mas o município continua autônomo. É criada
através de lei complementar estadual (Assembléia Legislativa) e está sujeita a sanção ou veto
do governador do estado.
Municípios
A autonomia (Art. 18) se auto-organiza mediante lei orgânica (Art. 29) votada pela Câmara dos
Vereadores e não vai a sanção ou veto do prefeito. No município tem apenas 02 poderes, o
Legislativo e o Executivo.
Intervenção do Estado no Município = (Art. 35) quem intervém nos municípios, é o Estado (em
tese). A União somente poderia intervir em município brasileiro se existisse territórios, e
seriam nos municípios destes territórios.
Os motivos para intervenção estadual em municípios são: em caso de suspensão superior a 2
anos de dívida fundada; não prestar contas devidas na forma da lei; não aplicar o mínimo
estipulado em lei, da receita municipal na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas
ações e serviços públicos de saúde; quando Tribunal de Justiça der provimento para assegurar
a observância de princípios indicados na Constituição Estadual ou para prover a execução de
lei, de ordem ou decisão judicial – o procurador poderá pedir provimento ao tribunal de justiça
e este faz a representação ao governador, e este baixa o decreto executivo e decreta a
intervenção municipal. No Art. 31, parágrafo 4º, diz que é vedado a criação de conselhos de
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prestação de contas de órgãos municipais, e no Art. 75, fala sobre os tribunais de contas
municipais, por que quem tinha tribunal de contas municipais na época da constituição
federal, manteve, mas o que é vedado é a criação de novos tribunais de prestação de contas
municipais.
Formação do município – Art. 18, parágrafo 4º, fala sobre a criação, incorporação,
desmembramento, fusão municipal, mas primeiro deve ser feito o estudo de viabilidade
municipal, se é factível esta criação, sendo factível a criação, faz-se o plebiscito para saber a
opinião, caso sendo aprovado, será votada a lei ordinária estadual na Assembléia e após,
enviado para sanção ou veto do governador. Tem prazos para a criação, exemplo, não se pode
criar um novo município um ano antes de eleição municipal.
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
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normas à constituição. Trata-se de uma aferição das leis ao texto constitucional, recusando o
acatamento de normas divergentes ou ainda declarando-as ineficazes.
Opera-se o controle de constitucionalidade sobre os atos legislativos e atos executivos
(administrativos, mesmo se oriundo de órgãos jurisdicionais), a exemplo, medidas provisórias,
decretos (autônomos e não os regulamentares), deliberações administrativas dos tribunais,
entre outros.
Inconstitucional é tudo aquilo que vai contra a constituição federal (desobedece o processo
legislativo, ou desobedece princípio constitucional ou outros).
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Reconhecendo-se a supremacia das normas constitucionais, temos como primeiro fundamento
para controle da constituição a proteção da mesma. Há a necessidade de criar mecanismos de
proteção à mesma, não basta dizer apenas que tem que ser observada e respeitada.
Outro fundamento é a proteção de direitos e garantias fundamentais, que foram teorizados
naquele século. Qualquer ato que lesar o seu direito pessoal, pode fazer uso do controle de
constitucionalidade. Em nossa constituição existe o Artigo 5º, mais que proclama os direitos
humanos, faz uma crítica ao regime anterior. Não houve criação de direitos, ele preexiste no
jusnaturalismo, mas a constituição a positiva. A nossa constituição é chamada de constituição
cidadã. Há também a limitação de poderes estatais, a constituição é o estatuto do poder, já
que os governantes não são mais absolutos, há os limites para atuação dos poderes,
configurando-se o Estado Democrático de direito.
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formal objetiva responde à pergunta: COMO FOI FEITA A LEI? Na inconstitucionalidade
formal subjetiva, responde a pergunta: QUEM ELABOROU A LEI? Ambas podem ser
objeto de controle prévio (no momento da elaboração da lei) quando repressivo (com
a lei já em vigor).
b) Material: aferir o teor, a essência da lei, se a mesma está em consonância com a
constituição, com o princípio constitucional, é transcender a letra da constituição
(discussão filosófica), tem mérito, há uma interpretação. Neste caso pode ser
declarada a inconstitucionalidade total ou parcial (pode ser apenas um artigo ou parte
dela que é inconstitucional). Responde a pergunta: O QUE DIZ A LEI?
No controle exercido sobre o vício formal, é exercido de modo técnico, não averigua a matéria
que se trata a lei a ser examinada, apenas o acatamento da forma, ao rito prescrito na CF/88. É
um controle estritamente jurídico.
Já no controle material enseja maiores discussões, pois incide sobre o teor da norma jurídica,
que deve estar de pleno acordo com o espírito, com a ideologia e com os princípios basilares
da CF/88.
A inconstitucionalidade da lei pode ser total (insanável) quando recai sobre toda a lei, e
parcial, quando o defeito afeta apenas uma parte dela, isto é, um ou algumas de suas normas,
podendo assim, ser sanada, sem ter que eliminar por completo o diploma legal. Lembrar que
nos vícios formais, a inconstitucionalidade é sempre total, e nos vícios materiais, a
inconstitucionalidade pode ser total ou parcial.
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VIII – Pressupostos de existência de controle de constitucionalidade
A constituição deverá ser escrita, grafada. Esta noção de constituição escrita vem do Séc. XVIII
(Revolução Americana e Revolução Francesa, além da Revolução Gloriosa Inglesa). A
Constituição tem que ser promulgada, que significa ser em um único ato, é codificada (ao
contrário, são as constituições esparsas, escrita ao longo do tempo – nestas, a norma posterior
revoga a norma anterior e não cabe, portanto, controle de constitucionalidade), lembrar que
as emendas constitucionais não desfiguram esta classificação. A constituição deve ser rígida,
ao contrário das flexíveis, sendo que nestas, as novas leis mais novas irão simplesmente
derrogar as mais antigas, em caso de conflito. A rigidez constitucional apresenta-se pela
imposição de limites materiais (cláusulas pétreas), limites circunstanciais (situações anômalas,
como estado de sítio, de defesa, intervenção federal), procedimentais (relativo a processos de
elaboração das emendas) e temporais.
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sistematicamente tentando acabar com o controle difuso, através da súmula vinculante ou
ações declaratórias.
Controle Abstrato = aquele que analisa a lei em tese, por ela mesma, não havendo caso
concreto e seu exercício é concentrado em apenas um órgão.
Controle Concreto = aquele onde o controle é feito na defesa de direito individual próprio,
havendo caso concreto e pode ser exercido pelo juiz comum (efeitos apenas entre as partes
litigantes).
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conflito, devem preferir a constituição. Sistema adotado no Brasil a partir de 1891.
Qualquer juiz ou tribunal (difusamente) poderão negar a aplicação da lei no caso
concreto, se entenderem que a lei é em desacordo com a CF e o Supremo Tribunal,
que não é somente um órgão de controle constitucional (conf. Art. 102 da CF/88),
poderá declarar a inconstitucionalidade abstratamente (em tese).
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TÉCNICAS BRASILEIRAS DE CONTROLE
I – Controle prévio
É o controle feito enquanto a lei está sendo elaborada (vai até a publicação). No Brasil, quem
faz este controle são os poderes Executivo, através de suas chefias, e Legislativo, através de
suas Comissões de Justiça e debate em plenário (controle político) – Art. 66. O controle prévio
(preventivo ou a priori) é exercido no Brasil:
a) Presidente da República – Art. 66, §1, Se o presidente da república considerar o
projeto de lei (LC ou LO) em todo ou em parte, inconstitucional, vetá-lo-á, integral ou
parcial, no prazo máximo de 15 dias úteis. O presidente da república exerce o controle
político, ao vetar tal projeto de lei, e este veto é sempre motivado, sabendo que o
legislativo poderá derrubar o veto e aprovar tal lei, portanto, o presidente não tem a
última palavra sobre veto legislativo. O presidente não exerce o controle sobre
emendas constitucionais, decretos legislativos e resoluções, sendo este controle prévio
é somente feito pelo legislativo. As medidas provisórias podem ser vetadas, caso
retornem do CN com modificações. É o chamado veto jurídico. A última palavra em
matéria de controle prévio no Brasil é do CN, pois pode derrubar o veto do presidente
da república.
b) Pelas Casas Legislativas Federais – O poder legislativo também faz o controle de
constitucionalidade, iniciando em suas comissões de constituição e justiça, lembrando
que este controle é terminativo, sendo que tal projeto, sem a aprovação da CCJ, não
poderá ser aprovado pelo CN, salvo se houver recurso por parte de algum parlamentar
(Art. 58). Em qualquer das fases do procedimento, o controle de constitucionalidade
pode ser feito. As comissões de Constituição e Justiça, tanto do Senado quanto da
Câmara examinam em primeira mão todos os projetos de lei, sob os aspectos de
constitucionalidade, juridicidade, técnica legislativa e redação. Quando se tratar de
resoluções, decretos-legislativos e emendas à constituição, tal controle se realizará
integralmente dentro do CN, haja vista que tais dispositivos não vão ao chefe do
executivo para sanção ou veto. O STF admitiu a possibilidade de controle difuso
(concreto) durante a elaboração da lei, por meio de mandado de segurança, ocorrendo
por parte de parlamentar que se sentir prejudicado durante o processo.
II – Controle Repressivo
É exercido já com a lei ou ato normativo em vigor, após a promulgação e publicação. Pode ser
realizado pelo Poder Legislativo e principalmente pelo Poder Judiciário.
1 – Controle Repressivo pelo Poder Judiciário.
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Controle por via de Exceção ou por Via de defesa ou controle incidental ou controle concreto
ou difuso ou aberto: este controle é repressivo porque a lei já está em vigor e é feito pelo
poder Judiciário. Este controle é difuso (qualquer Tribunal ou juiz de primeira instância, ou juiz
federal, podem atuar). Qualquer pessoa que tenha seu direito subjetivo lesado ou ameaçado
de lesão, pode fazer o uso deste tipo de controle, através de um mandado de segurança, e o
juiz pode deferir a liminar, que servirá para este impetrante, ou ainda, discutir posteriormente,
por via de defesa (exceção) e quem julgará será aquele juiz a qual os feitos foram distribuídos.
Se em caso o juiz tiver dúvida, ele (juiz) deverá decidir em favor da lei, pelo princípio da
continuidade da lei. A finalidade ou objetivo deste tipo de controle é eximir ou retirar da
incidência da lei, a pessoa impetrante. Pode ser objeto deste tipo de controle: leis federais
emanadas pelo CN, leis estaduais, leis municipais e do Distrito Federal, emendas à
Constituição, medidas provisórias e tratados internacionais. Efeito ex tunc (ou seja, retroage).
A lei considerada inconstitucional não desaparece do sistema normativo, podendo inclusive ter
aplicação em outro feito.
Recurso ao STF = primeiro tem que ter matéria constitucional, e o recurso a ser utilizado é o
Recurso Extraordinário, Art. 102 (tem que ter uma repercussão geral, provar no bojo do
recurso que a matéria tem ampla repercussão na vida política, financeira, econômica e social
do país). Após o trânsito em julgado, o STF comunica ao Senado Federal (Art. 52, X), e este é o
único competente para suspender sua execução, através de resolução. Lembrar que o efeito
vinculante limitou essa função do Senado Federal. Se o STF edita súmula vinculante (Art. 103-
A), suspende a aplicação da norma sem que seja necessário o Senado suspendê-la.
Após o STF decidir sobre a inconstitucionalidade da norma, mas não editar súmula vinculante,
seu presidente comunicará à Mesa do Senado sobre a decisão da Suprema Corte, podendo tal
comunicação ser feita também pelo PGR e à CCJ do Senado (lembrar que as ações diretas em
controle abstrato são decididas com efeito geral e vinculante, sendo as normas suspensas sem
ir ao Senado). O Senado analisa os aspectos formais da decisão do STF (aprovado pela maioria,
se não cabe mais recurso), e serve para qualquer ato normativo emitido por qualquer ente
federativo (inclusive município). O Senado não revoga a lei, simplesmente suspende, porém,
enquanto o Senado não suspender, via resolução, a lei declarada inconstitucional, mas mesma
tem eficácia e pode ser aplicada por qualquer juiz.
Qualquer pessoa pode exercer o controle incidental, se sentir lesado por norma que repute
inconstitucionalidade, pode usar do remédio constitucional chamado mandado de segurança,
habeas corpus ou ações ordinárias (o objeto da ação não é a constitucionalidade da norma e
sim a relação jurídica que envolve a aplicação da lei). Este controle é difuso (pode ser exercido
por qualquer juiz) e inter partes (válido somente para as partes vinculantes) e com efeito ex
tunc. Mas se o Senado, após comunicação do STF em recurso extraordinário, e o Senado baixar
a resolução suspendendo a norma, esta será erga omnes e com efeito ex nunc (a partir da
publicação senatorial). Esta resolução é de forma discricionária, ou seja o Senado não está
obrigado a baixar tal resolução suspensiva, por causa da comunicação feita pelo STF, haja vista
não existir prazo estabelecido e nem sanção se não o fizer (lembrar da independência
harmônica dos três poderes conforme Art. 2º da CF/88). Esta suspensão poderá ser em toda
norma ou em parte, de acordo com a decisão do STF. Após a suspensão, o Senado não mais
poderá alterar a norma, modificá-la ou extingui-la.
Pode-se afirmar que fatalmente não será mais necessário a aplicação do Art. 52, X, da CF/88,
pois se declarar a inconstitucionalidade incidental de leio ou ato normativo, o próprio STF
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poderá editar Súmula Vinculante, evitando que a questão continue a acarretar insegurança
jurídica e multiplicidade de processos sobre questão idêntica. O efeito da Súmula não atinge o
Poder Legislativo, onde o CN poderá inclusive legislar sobre o assunto com sentido diferente
daquele que foi sumulado.
Importante lembrar que o recurso extraordinário no STF somente poderá ser impetrado em
caso de repercussão geral, relevância econômica, social, política ou jurídica, evitando assim
que a Corte deixe de julgar casos repetitivos. Quem faz o exame do recurso extraordinário é o
próprio STF, sendo feito pelo relator, e aprovado por quatro ministros da turma. Mas para
negar a existência da repercussão geral, deve haver manifestação de dois terços dos ministros
do STF (8 ministros). Se o STF recusar o recurso extraordinário, alegando inexistência de
repercussão geral, continuam processos com idêntica matéria com decisões conflitantes nos
tribunais, mas se aceita a repercussão geral, todos os demais processos com a mesma matéria,
nos tribunais inferiores, ficam sobrestados aguardando a decisão definitiva do STF.
Controle abstrato ou em tese: Chamamos de controle abstrato pois vai visar a lei em tese, seu
efeito é geral e vinculante, temos 05 tipos de ações diretas:
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terceiro estranho à causa e admitido a falar no processo. O amicus curiae é espontâneo, não é
intimado, se oferecem através de petição.
O Procurador Geral da República (Art. 103 §1º) deve ser previamente ouvido nas ações de
inconstitucionalidade e em todos os processos de competência do STF (deve ser ouvido,
obrigatório, mas meramente opinativo) e ele sendo o autor da ação, que não cabe desistência,
e em caso de mudança do PGR ou ainda, se houver mudança de idéia, na obrigatoriedade de
manifestar, ele pode dar inclusive pela improcedência da ação que ele (como chefe do MP) foi
autor. Meramente opinativo, não se vincula sua opinião. Ele pode ser autor de todas as 5
modalidades de ações diretas previstas no texto constitucional.
O Advogado Geral da União (Art. 103, §3º) citará previamente, pois ele será o advogado,
defensor da lei, deverá defender a lei, objeto da ação, dizendo que a mesma é constitucional,
sendo curador do princípio da constitucionalidade, instaura o princípio do contraditório. O
advogado geral da união pode deixar de manifestar, se o STF já tiver manifestado sobre o
mesmo assunto (conforme Gilmar Mendes). O julgamento é no pleno (cláusula de reserva de
plenário, Art. 97, sem exceção).
Pedido de liminar = temos no Direito duas terminologia: fumus boni iuris e pedriculum in mora
– sinal do bom direito e evitar perigo pela demora. Ou seja, se o Supremo demorar a
suspender a eficácia da lei que ora é considerada inconstitucional, pode fazer, junto com a
ação, o pedido cautelar, alegando que a demora poderá causar danos irreparáveis às pessoas.
Aquele que recebe a liminar (que é levada ao plenário, cláusula de reserva de plenário), todos
os feitos que estão correndo sobre a matéria, ficam suspensos (Art. 102, I, p) – controle
concreto, difuso.
Efeitos (sem exceção) erga omnes, vinculantes e em regra, ex tunc. Porém, as vezes a
suspensão de uma lei pelo Supremo pode causar um mau maior que manter a lei, a exemplo,
uma grave perturbação da ordem ou uma enorme insegurança jurídica, como uma cobrança,
pro 20 anos, de um imposto federal, que fora declarado inconstitucional (a União deveria, em
tese, devolver todo o dinheiro recolhido, de todo contribuinte, nos 20 anos, quebraria o país).
Este efeito ex tunc, poderá ser modulado, se 2/3 dos membros do STF assim aprovarem
(limitar a data que será retroagida, da maneira que entenderem ser correto) transformando
em efeito ex nunc.
Se esta lei, declarada inconstitucional e que tem efeito vinculante, se for aplicada por um juiz
singular ou tribunal, poderá ter um recurso, denominado “reclamação”. Se o STF aceitar a
reclamação, será suspenso o ato praticado pelo juiz ou tribunal, devolvendo seus atos a este
juiz ou tribunal, para que ele continue o curso do processo, com esta norma suspensa.
Reclamação (art, 103 A §3): é medida jurisdicional cabível para garantir a autoridade e a
primazia das decisões do STF, face aos efeitos erga omnes e vinculante. O STF entendendo
procedente a reclamação, irá anular o ato administrativo ou cassar a decisão judicial que foi
reclamada.
É um controle concentrado, pois somente pode ser operado em primeira e única instância
pelo STF; é repressivo pois atua sobre a lei já em vigor; é abstrato, pois não se discute direito
subjetivo lesado, mas a lei em tese. O objetivo da ação (Art. 102, I, “a” da CF/88) é a lei ou ato
normativo federal, estadual ou distrital (na competência estadual) que contrariam a CF/88
além das emendas constitucionais e tratados internacionais já inseridos no direito. Não são
objetos: projetos de leis, leis revogadas, atos administrativos de efeito concreto e atos
privativos.
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Ação direta de inconstitucionalidade interventiva = há lesão ao Art. 34, VI (primeira parte) e
VII, a única pessoa que pode entrar com esta ação é o PGR (Art. 129 IV), que pode agir por
ofício (ser ser provocado) ou por representação, que poderá esta representação ser
engavetada. A legitimidade passiva será o estado membro que descumpriu o princípio sensível
ou a ordem (conforme Art. 36 da CFB – o estado-membro ou o DF na atribuição estadual). O
Supremo dá provimento ao pedido do PRG para que seja feito a Intervenção Federal no
estado-membro ou DF, comunica ao autor da ação (PGR) e ao Presidente da República, que
baixará o decreto com a intervenção federal. Se isso bastar para restabelecer a ordem, o
procedimento encerra, se não restabelecer, ela decreta a intervenção material, com o
interventor. Finalidade jurídica – declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo
estadual. Finalidade política – a intervenção, se houver.
Ação direta de inconstitucionalidade por omissão: quem julga, é o STF e quem pode entrar
com este tipo de ação são os elencados no Art. 103 (I até IX) e o pólo passivo é quem não fez o
ato legislativo – CN ou Executivo. Neste caso, não existe a lei, e sim o “não fazer” do legislativo
ou até administrativo, é a omissão (é uma modalidade de controle direto). A norma tem de ser
de eficácia limitada, é aquela que necessita de uma regulamentação para que a mesma possa
ser aplicada. Se a lei que regulamenta estiver em processo legiferante, não há a possibilidade
de declarar a inconstitucionalidade por omissão (porém o STF fixou um parâmetro de 18
meses para que o CN concluísse a elaboração legislativa). No § 2º do Art. 103, declarada a
inconstitucionalidade, dará ciência ao órgão competente para a adoção das providências, se
for ato do Legislativo, não há prazo para correção, mas se for ato do poder executivo (ato
administrativo), o prazo é de 30 dias para fazê-lo. Porém o STF, em um julgamento, deu um
prazo de 2 anos para o CN a complementar a lei omissa (porém este prazo não trará nenhum
tipo de sanção ao CN). Então há uma tendência ao STF sugerir ao CN um prazo para elaborar a
lei que é necessária para tornar a norma constitucional e aplicável. Em nenhuma hipótese, o
STF poderá substituir o legislador ou o administrador para suprir a inércia, pois o seu papel é
fiscalizar.
Esta inconstitucionalidade pode ser total (absoluta – ausência total de lei ou ato normativo) ou
parcial (relativa – lei ou ato normativo são incompletos). Se for total, não há como classificá-la
quanto ao momento, mas se for parcial, o controle é repressivo.
Neste caso o Advogado-Geral da União atuará somente se o relator da ação o solicitar, e
sobretudo na omissão parcial (lembrar que ele é o advogado da lei inconstitucional, deve
defendê-la).
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República. A ADC é dotada de eficácia erga omnes, efeito vinculante, restringe o controle
concreto de constitucionalidade. É controle abstrato (em tese).
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A lei estadual que fere a lei federal, em sede de controle abstrato (aquele que não tem caso
concreto), art. 102, se for controle difuso, qualquer juiz.
Lei estadual que fere a constituição estadual, controle abstrato será feito pelo Tribunal de
Justiça (há uma simetria com o nível federal). No art. 125, compete ao estado ele mesmo
organizar o sistema de controle (§2º, art. 125), sendo vedado a legitimação de um único órgão
para autoria da ação.
Reforma constitucional
Poder Constituinte de Reforma (Emenda à Constituição – EC).
Os artigos da Constituição que ainda não foram emendados, jamais poderão sofrer controle de
constitucionalidade, pois são frutos do poder constituinte originário. As emendas à CF, os
artigos que já foram alterados, podem ser objetos de controle, concreto, abstrato, prévio,
repressivo. No Art. 60, diz quais são os tipos de inconstitucionalidade (que serão todas) que as
emendas à constituição podem sofrer.
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