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MATERIAL DIDÁTICO DA DISCIPLINA DE DIREITO PROCESSUAL PENAL I**


2º Semestre de 2016 – Prof.ª Ana Paula do Vale Fossali Paranhos
 Unidade VII – Competência
• CR/88:
• Art. 109 da CR/88
• CPP:

• Arts. 69, 70, 71, 72, 73, 74, 76, 77, 78, 79, 80 todos do CPP.
Art. 69. Determinará a competência jurisdicional:
I- o lugar da infração:
II- o domicílio ou residência do réu;
III- a natureza da infração;
IV- a distribuição;
V- a conexão ou continência;
VI- a prevenção;
VII- a prerrogativa de função.

Art. 70. A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a infração, ou, no caso de
tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de execução.
§1º Se, iniciada a execução no território nacional, a infração se consumar fora dele, a competência será determinada
pelo lugar em que tiver sido praticado, no Brasil, o último ato de execução.
§2º Quando o último ato de execução for praticado fora do território nacional, será competente o juiz do lugar em que o
crime, embora parcialmente, tenha produzido ou devia produzir seu resultado.
§3º Quando incerto o limite territorial entre duas ou mais jurisdições, ou quando incerta a jurisdição por ter sido a
infração consumada ou tentada nas divisas de duas ou mais jurisdições, a competência firmar-se-á pela prevenção.

Art. 71. Tratando-se de infração continuada ou permanente, praticada em território de duas ou mais jurisdições, a
competência firmar-se-á pela prevenção.

Art. 72. Não sendo conhecido o lugar da infração, a competência regular-se-á pelo domicílio ou residência do réu.
§1º Se o réu tiver mais de uma residência, a competência firmar-se-á pela prevenção.
§2º Se o réu não tiver residência certa ou for ignorado o seu paradeiro, será competente o juiz que primeiro tomar
conhecimento do fato.

Art. 73. Nos casos de exclusiva ação privada, o querelante poderá preferir o foro de domicílio ou da residência do réu,
ainda quando conhecido o lugar da infração.

Art. 74. A competência pela natureza da infração será regulada pelas leis de organização judiciária, salvo a
competência privativa do Tribunal do Júri.
§1º Compete ao Tribunal do Júri o julgamento dos crimes previstos nos arts. 121, §§1º e 2º, 122, parágrafo único, 123,
124, 125, 126 e 127 do Código Penal, consumados ou tentados. (Redação dada pela Lei nº 263, de 23.2.1948)
§2º Se, iniciado o processo perante um juiz, houver desclassificação para infração da competência de outro, a este
será remetido o processo, salvo se mais graduada for a jurisdição do primeiro, que, em tal caso, terá sua competência
prorrogada.
§3º Se o juiz da pronúncia desclassificar a infração para outra atribuída à competência de juiz singular, observar-se-á o
disposto no art. 410; mas, se a desclassificação for feita pelo próprio Tribunal do Júri, a seu presidente caberá proferir
a sentença (art. 492, §2º).

Art.75. A precedência da distribuição fixará a competência quando, na mesma circunscrição judiciária, houver mais de
um juiz igualmente competente.
Parágrafo único. A distribuição realizada para o efeito da concessão de fiança ou da decretação de prisão preventiva
ou de qualquer diligência anterior à denúncia ou queixa prevenirá a da ação penal.

Art. 76. A competência será determinada pela conexão:


** Este material tem como referências bibliográficas as doutrinas abaixo e, de forma alguma, tem como objetivo substituí-las, mas tão somente servem para direcionar as aulas da disciplina de Direito Processual Penal I
1- PACELLI, Eugênio. Curso de processo penal. 18 ed. ver. e ampl. atual. de acordo com as leis n. 12.830, 12.850 e 12.878, todas de 2013. São Paulo: Atlas, 2014.
2- NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de processo penal e execução penal. 11. ed. rev. e atual. Rio de Janeiro: Forense, 2014.
3- Reis, Alexandre Cebrian Araújo. Direito processual penal esquematizado/Alexandre Cebrian Araújo Reis e Victor Eduardo Rios Gonçalves; coordenador Pedro Lenza. São Paulo: Saraiva, 2012.
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I- se, ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido praticadas, ao mesmo tempo, por várias pessoas reunidas, ou
por várias pessoas em concurso, embora diverso o tempo e o lugar, ou por várias pessoas, umas contra as outras;
II- se, no mesmo caso, houverem sido umas praticadas para facilitar ou ocultar as outras, ou para conseguir
impunidade ou vantagem em relação a qualquer delas;
III- quando a prova de uma infração ou de qualquer de suas circunstâncias elementares influir na prova de outra
infração.

Art. 77. A competência será determinada pela continência quando:


I- duas ou mais pessoas forem acusadas pela mesma infração;
II- no caso de infração cometida nas condições previstas nos arts. 51, § 1o, 53, segunda parte, e 54 do Código Penal.

Art. 78. Na determinação da competência por conexão ou continência, serão observadas as seguintes regras:
(Redação dada pela Lei nº 263, de 23.2.1948)
I- no concurso entre a competência do júri e a de outro órgão da jurisdição comum, prevalecerá a competência do júri;
(Redação dada pela Lei nº 263, de 23.2.1948)
Il- no concurso de jurisdições da mesma categoria: (Redação dada pela Lei nº 263, de 23.2.1948)
a) preponderará a do lugar da infração, à qual for cominada a pena mais grave; (Redação dada pela Lei nº 263, de
23.2.1948)
b) prevalecerá a do lugar em que houver ocorrido o maior número de infrações, se as respectivas penas forem de igual
gravidade; (Redação dada pela Lei nº 263, de 23.2.1948)
c) firmar-se-á a competência pela prevenção, nos outros casos; (Redação dada pela Lei nº 263, de 23.2.1948)
III- no concurso de jurisdições de diversas categorias, predominará a de maior graduação; (Redação dada pela Lei nº
263, de 23.2.1948)
IV- no concurso entre a jurisdição comum e a especial, prevalecerá esta. (Redação dada pela Lei nº 263, de 23.2.1948)

Art. 79. A conexão e a continência importarão unidade de processo e julgamento, salvo:


I- no concurso entre a jurisdição comum e a militar;
II- no concurso entre a jurisdição comum e a do juízo de menores.
§1º Cessará, em qualquer caso, a unidade do processo, se, em relação a algum co-réu, sobrevier o caso previsto no
art. 152.
§2º A unidade do processo não importará a do julgamento, se houver co-réu foragido que não possa ser julgado à
revelia, ou ocorrer a hipótese do art. 461.

Art. 80. Será facultativa a separação dos processos quando as infrações tiverem sido praticadas em circunstâncias de
tempo ou de lugar diferentes, ou, quando pelo excessivo número de acusados e para não Ihes prolongar a prisão
provisória, ou por outro motivo relevante, o juiz reputar conveniente a separação.
• CP:
• Art. 6º do CP.
Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como
onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
• Súmulas do STJ:
• 53 e 122
Súmula 53, STJ - Compete a justiça comum estadual processar e julgar civil acusado de pratica de crime contra
instituições militares estaduais.

Súmula 122, STJ - Compete à Justiça Federal o processo e julgamento unificado dos crimes conexos de competência
federal e estadual, não se aplicando a regra do art. 78, II, “a”, do Código de Processo Penal.

• Competência em Matéria Penal


*Competência originária por prerrogativa de função e em função da matéria
1) STF:
a) Infrações penais comuns – Presidente da República, Vice Presidente da República, Deputados Federais, Senadores, Ministros do STF,
Procurador Geral da República, Advogado Geral da União.

** Este material tem como referências bibliográficas as doutrinas abaixo e, de forma alguma, tem como objetivo substituí-las, mas tão somente servem para direcionar as aulas da disciplina de Direito Processual Penal I
1- PACELLI, Eugênio. Curso de processo penal. 18 ed. ver. e ampl. atual. de acordo com as leis n. 12.830, 12.850 e 12.878, todas de 2013. São Paulo: Atlas, 2014.
2- NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de processo penal e execução penal. 11. ed. rev. e atual. Rio de Janeiro: Forense, 2014.
3- Reis, Alexandre Cebrian Araújo. Direito processual penal esquematizado/Alexandre Cebrian Araújo Reis e Victor Eduardo Rios Gonçalves; coordenador Pedro Lenza. São Paulo: Saraiva, 2012.
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b) Infrações penais comuns e de responsabilidade – Ministros de Estado (dentre estes, incluem-se as seguintes autoridades, conforme art. 25,
parágrafo único da Lei n.º 10.683/2003: São Ministros de Estado: I - os titulares dos Ministérios; II - os titulares das Secretarias da Presidência da
República; III - o Advogado-Geral da União; IV - o Chefe da Casa Civil da Presidência da República; V - o Chefe do Gabinete de Segurança
Institucional da Presidência da República; VI - o Chefe da Controladoria-Geral da União; VII - o Presidente do Banco Central do Brasil” e Comandantes
das Forças Armadas (estes serão julgados pelo SF em crimes de responsabilidade conexos com os do Presidente da República e Vice), Ministros dos
Tribunais Superiores, Membros do Tribunal de Contas da União, Chefes de missão diplomática de caráter permanente.
2) STJ:
a) Infrações penais comuns – Governadores de Estado e DF.
b) Infrações penais comuns e de responsabilidade – Desembargadores, Membros do Tribunal de Contas dos Estados e DF, Tribunal Regional
Federal, Tribunal Regional Eleitoral, Tribunal Regional do Trabalho, Membros dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios, Membros do MP
da União que oficiem nos Tribunais.
3) STM (Superior Tribunal Militar):
a) Crimes Militares – Oficiais Generais das Forças Armadas, bem como habeas corpus e mandado de segurança em matéria de sua competência.
4) TRF:
a) Infrações penais comuns e de responsabilidade – Juízes Federais, Juízes Auditores, Juízes do Trabalho, membros do MP da União, ressalvada
a competência da Justiça Eleitoral, Prefeitos (qdo cometerem crimes na esfera federal).
5) TRE:
a) Crimes Eleitorais – Juízes e Promotores Eleitorais, Deputados Estaduais e Prefeitos.
6) TJ:
a) Infrações penais comuns e de responsabilidade (CR/88) – Juízes e Promotores Estaduais e do DF, ressalvada a competência da Justiça
Eleitoral.
b) Infrações penais comuns (Constituição Estadual) – Vice-Governador, Secretários de Estado, Deputados Estaduais, Procurador Geral de Justiça,
Procurador Geral do Estado, Defensor Público Geral, Prefeitos (previsão da CR/88).
c) Infrações penais comuns e de responsabilidade (Constituição Estadual) – Juízes do Tribunal de Justiça Militar, Juízes Auditores Estaduais,
Delegado Geral da Polícia Civil e Comandante Geral da Polícia Militar.
7) TJM:
a) Crimes Militares (Constituição Estadual) – Chefe da Casa Militar e Comandante Geral da Polícia Militar.
8) Justiça Militar Federal de 1º grau:
a) Crimes Militares (Código Penal Militar):
a.1- Conselho Especial de Justiça – formado por um Juiz Auditor e 4 oficiais militares, sob a presidência do mais graduado (julga oficiais das Forças
Armadas).
a.2 – Conselho Permanente de Justiça - formado por um Juiz Auditor e 4 oficiais, 3 deles até capitão-tenente ou capitão e 1 deles de patente superior,
que é o presidente (julga os integrantes das Forças Armadas não oficiais).
9) Justiça Militar Estadual de 1º grau:
a) Crimes Militares cometidos por PM (Código Penal Militar):
Idêntica estrutura da Justiça Militar Federal, com a observação de que civil jamais será julgado pela Justiça Militar Estadual (Súmula 53,
STJ). Por outro lado, o Juiz Auditor será o presidente dos Conselhos e julgará, singularmente, os crimes militares contra civis.
10) Juízos Eleitorais:
a) Crimes Eleitorais: qualquer pessoa.
11) Justiça Comum de 1º grau:
a) Justiça Federal (art. 109, CR/88)
b) Justiça Estadual (competência residual)
12) Justiça Política:
a) Senado Federal (crimes de responsabilidade): Presidente da República, Vice Presidente da República, Ministros de Estado e Comandantes das
Forças Armadas (estes nos crimes conexos com os do Presidente da República e Vice), Ministros do STF, Procurador Geral da República, Advogado
Geral da União e membros dos Conselhos Externos do Judiciário e do MP.
b) Tribunal Especial no Estado [Composição: 5 Deputados e 5 Desembargadores, sob a presidência do Presidente do TJ, conforme
entendimento do STF (crimes de responsabilidade)]: Governador, Vice-Governador, Secretários do Estado, Procurador Geral de Justiça,
Procurador Geral do Estado.
c) Câmara Municipal (crimes de responsabilidade – art. 4º do Dec.-Lei 201/67): Prefeito Municipal.
*Competência da Justiça Federal (art. 109, CR/88):

** Este material tem como referências bibliográficas as doutrinas abaixo e, de forma alguma, tem como objetivo substituí-las, mas tão somente servem para direcionar as aulas da disciplina de Direito Processual Penal I
1- PACELLI, Eugênio. Curso de processo penal. 18 ed. ver. e ampl. atual. de acordo com as leis n. 12.830, 12.850 e 12.878, todas de 2013. São Paulo: Atlas, 2014.
2- NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de processo penal e execução penal. 11. ed. rev. e atual. Rio de Janeiro: Forense, 2014.
3- Reis, Alexandre Cebrian Araújo. Direito processual penal esquematizado/Alexandre Cebrian Araújo Reis e Victor Eduardo Rios Gonçalves; coordenador Pedro Lenza. São Paulo: Saraiva, 2012.
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1) Crimes Políticos: arts. 8º a 29 da Lei n.º 7.170/83. O órgão de 2º grau é o STF (art. 102, II, b da CR/88).
2) Crimes praticados em detrimento de bens, serviços ou interesse da União, de suas autarquias ou empresas públicas, exceto
contravenções penais e matéria militar e eleitoral: V. Súmula 147, STJ: compete à justiça federal processar e julgar os crimes praticados contra
funcionário público federal, quando no exercício da função.
3) Crimes previstos em tratados e convenções internacionais, qdo iniciados no Brasil e finalizados no exterior (ou qdo deveriam finalizar) ou
reciprocamente. São os chamados crimes à distância.
4) Crimes contra a Organização do Trabalho: apenas os delitos de interesse coletivo, ou seja, contra a organização geral do trabalho ou dir. dos
trabalhadores considerados coletivamente. Análise dos tipos penais do CP: arts. 197 (Estadual ou Federal), 198 (Estadual ou Federal), 199 (Estadual
ou Federal), 200 (Estadual ou Federal), 201 (Federal), 202 (Federal), 203 (Estadual ou Federal), 204 (Federal), 205 (Estadual), 206 (Federal) e 207
(Federal).
5) Crimes contra o Sistema Financeiro e a ordem econômico-financeira, nos casos previstos em lei: V. art. 7.492/86.
6) Crimes cometidos a bordo de aeronaves e navios, salvo competência da Justiça Militar: Navio é, para esse fim, apenas embarcação de
grande capacidade de transporte de mercadorias e pessoas.
7) HC em matéria criminal de sua competência e qdo o constrangimento tiver origem em ato de autoridade não sujeita a outra jurisdição.
Competência residual.
8) Crimes de ingresso, reingresso e permanência irregular no Brasil: art. 338, CP; art. 125, XI a XIII, Lei n.º 6.815/80.
9) Crimes contra comunidades indígenas: qdo o crime for praticado contra um índio é da competência estadual (Súm. 140, STJ).
10) Cumprir cartas rogatórias (após exequatur do STJ) e sentença estrangeira (após homologação do STJ).
11) Crimes contra os dirs. humanos com a finalidade de assegurar o cumprimento das obrigações decorrentes de tratados internacionais de
dirs. humanos dos quais o Brasil seja parte, desde que autorizado pelo STJ, mediante provocação do Procurador Geral da República.
* Fixação de Competência
1) TERRITÓRIO (RELATIVA):
a) Lugar da infração (consumação) – art. 69, I, CPP;
b) Lugar do Domicílio/Residência do Réu – art. 69, II, CPP.
* Exceções (absolutas):
- Material (ratione materiae) – eleitoral/militar – art. 69, III, CPP.
- Funcional (ratione personae) – prerrogativa de foro – art. 69, VII, CPP.
* A competência territorial é relativa, cuja alteração, se efetivada, sem reclamação de qualquer interessado, consolida-se e não gera
nulidade.
2) DISTRIBUIÇÃO (SORTEIO DO JUIZ):
* Exceções Legais:
- Material: júri, execuções penais, JECrim.
- Conexão e continência – art. 69, V, CPP.
- Prevenção.
* Exceção Administrativa:
- Compensação.
3) PREVENÇÃO (INDEFINIÇÃO DO TERRITÓRIO CERTO, ESTABELECENDO-SE A COMPETÊNCIA PELO PRIMEIRO JUIZ QUE PROFERIR A
DECISÃO NO FEITO):
* Situações:
- Foro supletivo: utiliza-se, quando faltar domicílio/residência do réu (art. 72, §2º, CPP).
- Critério fixador de competência nos casos dos arts. 70, §3º e 71, CPP.
* Regras de Prorrogação de Foro
1) PRORROGAÇÃO DE FORO: é a substituição de um juiz pelo outro.
1.1- Necessária:
a) conexão e continência;
b) desclassificação para infração de outra competência;
c) exceção da verdade em caso de calúnia, qdo houver competência originária.
1.2- Voluntária:
a) expressa: não há exemplos;
b) tácita: em caso de competência territorial, qdo as partes não oferecem exceção de incompetência.
2) DELEGAÇÃO DE COMPETÊNCIA: é a transmissão de atividade de um juiz para outro, autorizada por lei.

** Este material tem como referências bibliográficas as doutrinas abaixo e, de forma alguma, tem como objetivo substituí-las, mas tão somente servem para direcionar as aulas da disciplina de Direito Processual Penal I
1- PACELLI, Eugênio. Curso de processo penal. 18 ed. ver. e ampl. atual. de acordo com as leis n. 12.830, 12.850 e 12.878, todas de 2013. São Paulo: Atlas, 2014.
2- NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de processo penal e execução penal. 11. ed. rev. e atual. Rio de Janeiro: Forense, 2014.
3- Reis, Alexandre Cebrian Araújo. Direito processual penal esquematizado/Alexandre Cebrian Araújo Reis e Victor Eduardo Rios Gonçalves; coordenador Pedro Lenza. São Paulo: Saraiva, 2012.
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* Situações possíveis:
a) precatória/carta de ordem;
b) rogatória;
c) simples entrega dos autos.
3) DESAFORAMENTO: é a alteração de competência do Júri, após a pronúncia.
* Situações possíveis (Arts. 427 e 428, CPP):
a) reclamo do interesse da ordem pública;
b) em caso de dúvida qto à imparcialidade dos jurados;
c) em caso de impossibilidade de garantir a segurança do réu;
d) demora, por excesso de serviço comprovado, na realização do julgamento, levando mais de 6 meses a contar da pronúncia.
* Fixação ou Alteração de Competência em Virtude de Conexão
* CONEXÃO (nexo entre delitos qdo houver pluralidade de infrações e pluralidade de agentes, como regra)
1) Conexão material (substantiva) – vínculo entre delitos
a) Intersubjetiva (várias pessoas praticam várias infrações):
a.1) simultânea: infrações praticadas ao mesmo tempo, no mesmo lugar – art. 76, I, CPP;
a.2) concursal: duas ou mais infrações cometidas por agentes em concurso, não importando tempo e lugar – art. 76, I, CPP;
a.3) recíproca: agressões de uns contra os outros – art. 76, I, CPP.
b) Objetiva: várias pessoas praticam infrações para facilitar, ocultar, garantir a impunidade ou vantagem de outros crimes – art. 76, II, CPP.
2) Conexão processual (instrumental)
• Conveniência de um julgamento conjunto – art. 76, III, CPP – pode dar-se em qualquer situação que o juiz repute necessária.
• Fixação ou Alteração de Competência em Virtude de Continência
* CONTINÊNCIA (é a hipótese de um fato delituoso conter outros ou possuir vários agentes).
a) Cumulação Objetiva – unidade do fato e de agente (concurso formal arts. 70; 73, 2ª parte; 74, 2ª parte, CP) + dois ou mais resultados;
b) Cumulação subjetiva – unidade de infração (concurso de agentes art. 29, CP) + pluralidade de agentes.
• Regras para Eleição de Foro Prevalente em caso de Conexão ou Continência
1- Júri X órgão de justiça comum = Júri – art. 78, I, CPP.
2- Juízes de igual categoria - art. 78, II, CPP.
* Opções de ordem de preferência:
a) Juízo que apura a infração mais grave;
b) Juízo que apura o maior n.º de infrações;
c) prevenção.
3- Juiz Federal X Juiz Estadual = Juiz Federal (Súmula 122, STJ).
4- Juízo Superior X Juízo Inferior = Juízo Superior – art. 78, III, CPP.
5- Justiça Comum X Justiça Especial = Justiça Especial - art. 78, IV, CPP.
* Exceções:
a) Júri e prerrogativa de foro: separação dos processos, se for o caso;
b) Júri e Justiça Eleitoral: separação dos processos;
c) Júri e Justiça Militar: separação dos processos.
• Regras de Separação dos Processos
* Separação Obrigatória – art. 79, CPP
1- Justiça Militar X Justiça Comum - art. 79, I, CPP.
2- Justiça da Infância e da Juventude X Justiça Comum - art. 79, II, CPP.
3- Ocorrência de superveniente doença mental – art. 79, §1º c/c art. 152, ambos CPP.
4- Caso de réu foragido, quando não se permitir o julgamento à revelia - art. 79, §2º c/c art. 366, ambos CPP.
5- Recusas no Júri - art. 79, §2º c/c art. 469, ambos CPP.
* Separação Facultativa – art. 80, CPP
1- Casos de crimes ocorridos em tempo e lugares diferentes.
2- Quando houver n.º excessivo de réus presos.
3- Por qualquer outro motivo relevante.
 Jurisdição: é o poder atribuído constitucionalmente ao Estado-Juiz para aplicar a lei ao caso concreto, compondo litígios, e resolvendo
conflitos.
** Este material tem como referências bibliográficas as doutrinas abaixo e, de forma alguma, tem como objetivo substituí-las, mas tão somente servem para direcionar as aulas da disciplina de Direito Processual Penal I
1- PACELLI, Eugênio. Curso de processo penal. 18 ed. ver. e ampl. atual. de acordo com as leis n. 12.830, 12.850 e 12.878, todas de 2013. São Paulo: Atlas, 2014.
2- NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de processo penal e execução penal. 11. ed. rev. e atual. Rio de Janeiro: Forense, 2014.
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 Competência: é o limite da jurisdição, ou seja, o espaço estabelecido pela Lei, dentro do qual o magistrado pode exercer seu poder
jurisdicional.
 Regra geral da competência: é o lugar da infração penal (ratione loci), harmonizando-se com o DP e a finalidade da pena, pois onde o
crime se consumou, gera distúrbio na sociedade; uma das razões da pena é a função preventiva (servir de intimidação a todos e mostrar a eficiência
do DP), de modo que a punição deve dar-se exatamente onde o crime abalou a comunidade.
 Exceções Constitucionais:
a) em razão da matéria (ratione materiae) levando-se em consideração a natureza do crime, como ocorre com a infração penal militar e eleitoral;
b) em razão da pessoa (ratione personae) tratando-se de autoridades que gozam de prerrogativa de foro. Nesses casos, não importa onde ocorreu o
crime, é preciso buscar o juízo competente para apurá-lo e puni-lo.
Exemplos: o crime militar somente pode ser julgado em Junta ou Tribunal Militar; o crime do Senador somente pode ser avaliado pelo STF.
 Há alternativa legal para os casos em que se desconhece onde o crime foi cometido: utiliza-se o lugar do domicílio ou residência do
réu (foro supletivo), que pode ser o foro de eleição do querelante nos crimes de ação privada.
 Eleito o local: seleção do juízo será feito por critério aleatório (distribuição por sorteio ou eletrônica).
* Não haverá sorteio, quando há matéria específica e Vara determinada para tanto na Comarca, como ocorre com o Júri.
 Conexão e Continência: se houver, pode-se alterar o foro original, obtido por sorteio, para juntar-se o feito a outro.
 Prevenção: quando algum juízo já decidiu questão relevante – como prisão cautelar – durante IP – distribui-se diretamente a este juízo.
 Conflito Aparente de Normas – art. 6º, CP e art. 70, CPP (?): a norma penal prevê, como local do delito, o lugar onde acontece a ação ou
resultado, mas a norma penal fixa como foro adequado o lugar onde ocorre o resultado.
* O conflito é apenas aparente, pois o art. 6º, CP disciplina apenas matéria de DP Internacional, significando dizer que um crime interessa ao
Brasil, para efeito de punição, se ação se der em solo pátrio ou se o resultado ocorrer em território nacional.
* Fixando os conceitos de Conexão e Continência
 Conexão: é um nexo de união, demonstrativo do vínculo entre delitos, cometidos em situações de tempo e lugar que os tornem
indissociáveis, por razões diversas, recomendando-se o julgamento único, evitando-se decisões conflituosas e aproveitando-se a prova comum.
Previsão art. 76, CPP.
 Continência: é um nexo aproximativo de causas, envolvendo concurso de pessoas ou concurso de crimes. Convém julgá-las em conjunto,
com o fim de evitar decisões contraditórias, aproveitando-se a prova colhida em comum. Previsão art. 77, CPP.
 * A junção dos processos, em decorrência de conexão ou continência, não é absoluta. Quando necessário, é possível separar os
feitos (art. 80, CPP).
 ATENÇÃO:
 Quando a competência do T. Júri confronta-se com matéria e prerrogativa de foro, o correto é a separação dos feitos.
 Exs.:
 a) se 2 pessoas cometem um crime de homicídio e outro, eleitoral, cada qual segue ao seu juízo competente: júri e juízo eleitoral;
 b) se o deputado federal cometer um crime de corrupção e seu comparsa, um delito doloso contra a vida, segue o deputado para o STF e o
outro para o Tribunal Júri;
 c) se o deputado federal cometer um crime doloso contra a vida, será julgado pelo STF, em detrimento do júri, pois a prerrogativa de foro é
especial em relação à regra geral do Tribunal Popular.
 ATENÇÃO:
 Sobre o deputado estadual e o Tribunal Júri existe dois entendimentos para o seu julgamento, se pelo Tribunal Popular ou TJ.
 Alguns entendem que pelo TJ, pois a prerrogativa de foro prevalece, uma vez que deputado federal tem foro privilegiado.
 Contudo, em trecho algum da CR/88 equipara-se deputado federal ao estadual no tocante à prerrogativa de foro.
 Assim, para parte da doutrina, a competência do Tribunal Júri, que é estabelecida pela CR/88, prevaleceria, uma vez que a prerrogativa de
foro do deputado estadual é estabelecida pela Constituição Estadual.

** Este material tem como referências bibliográficas as doutrinas abaixo e, de forma alguma, tem como objetivo substituí-las, mas tão somente servem para direcionar as aulas da disciplina de Direito Processual Penal I
1- PACELLI, Eugênio. Curso de processo penal. 18 ed. ver. e ampl. atual. de acordo com as leis n. 12.830, 12.850 e 12.878, todas de 2013. São Paulo: Atlas, 2014.
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3- Reis, Alexandre Cebrian Araújo. Direito processual penal esquematizado/Alexandre Cebrian Araújo Reis e Victor Eduardo Rios Gonçalves; coordenador Pedro Lenza. São Paulo: Saraiva, 2012.

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