Você está na página 1de 19

EBOOK GRATUITO DE DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR PARA

PROVAS, CONCURSOS E CONSULTAS

2
AVISO IMPORTANTE – NÃO DEIXE DE LER
Esse material é uma pequena amostra do combo de ebooks de Direito
Processual Penal Militar.
É o material ideal para ir muito bem e gabaritar as provas de Direito
Processual Penal Militar, além de servir para breves consultas.
Como formar de prestigiar quem já adquiriu meus ebooks, serão
concedidos descontos especiais em todos os ebooks lançados.
O combo de ebooks de Processo Penal Militar é composto dos seguintes
ebooks:
1. Análise comparativa do Código de Processo Penal Militar com o Código
de Processo Penal comum. Principais artigos. Breves dicas.
2. Julgados relevantes de processo penal militar.
3. Dicas de processo penal militar.
4. Artigos do Código de Processo Penal Comum e na legislação que
podem ser aplicados no processo penal militar.
5. Artigos inconstitucionais do Código de Processo Penal Militar.
6. Tabelas comparativas e esquematizadas de processo penal militar.
Além disso tudo, para quem adquirir o combo de ebooks terá acesso a
dois aulões:

- Legislação Institucional (PMMG/CBMMG) – Prof. João Paulo Fiúza


- Direito Processual Penal Militar – Profª. Mariana Aquino

O ebook gratuito foi esquematizado da seguinte forma:


• 03 artigos do CPPM analisados de forma comparada com o CPP.
• 03 Julgados relevantes de Direito Processual Penal Militar.
• 03 Dicas de processo penal militar.
• 03 artigos do CPP e na legislação que podem ser aplicados no processo
penal militar.
• 03 tabelas comparativas e esquematizadas de processo penal militar

Muito obrigado!
Grande abraço!

Outubro de 2022.
Rodrigo Foureaux

3
03 ARTIGOS DO CPPM ANALISADOS DE FORMA COMPARADA
COM O CPP

Código de Processo Penal Militar Código de Processo Penal Comum


Aplicação intertemporal

Art. 5º As normas dêste Código aplicar-se-ão a Art. 2o A lei processual penal aplicar-se-á
partir da sua vigência, inclusive nos processos desde logo, sem prejuízo da validade dos
pendentes, ressalvados os casos previstos no atos realizados sob a vigência da lei
art. 711, e sem prejuízo da validade dos atos anterior.
realizados sob a vigência da lei anterior.

O art. 5º do CPPM e o art. 2º do CPP consagram o princípio do tempus


regit actum ou da aplicabilidade imediata ao determinar que a lei processual
aplica-se a partir da sua vigência, inclusive nos processos pendentes, sem
prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei anterior.

Essa regra produz dois efeitos: (I) validade dos atos processuais
praticados sob a vigência da Lei anterior e (II) aplicação imediata das normas
processuais.
Logo, a aplicação da lei processual observa o momento da prática do ato
processual e não da prática delituosa, como faz o Código Penal Militar e o Código
Penal Comum.
Há três sistemas que tratam da lei processual no tempo.
a) Sistema da unidade processual: o processo é regido por uma única
lei, a lei que regia o processo quando se seu início, pois o processo é uma
unidade, em que pese se desdobrar em vários atos.
b) Sistema das fases processuais: O processo é regido por fases e cada
uma pode ser disciplinada por uma lei diversa. Deve-se, no entanto, observar
que a mesma fase de um processo deve ser regida pela mesma lei.
c) Sistema do isolamento dos atos: a nova lei atinge somente os atos
processuais que vierem a ser praticados, mantendo intactos os já praticados
antes de sua vigência.
O sistema adotado pelo Código de Processo Penal Militar e Comum foi o
sistema do isolamento dos atos.

Código de Processo Penal Militar Código de Processo Penal Comum

Aplicação à Justiça Militar Estadual Não há correspondente.

4
Art. 6º Obedecerão às normas processuais
previstas neste Código, no que forem
aplicáveis, salvo quanto à ORGANIZAÇÃO
DE JUSTIÇA, AOS RECURSOS E À
EXECUÇÃO DE SENTENÇA, os processos
da Justiça Militar Estadual, nos crimes
previstos na Lei Penal Militar a que
responderem os oficiais e praças das Polícias e
dos Corpos de Bombeiros, Militares.

O Código de Processo Penal Militar se aplica ao processo penal na Justiça


Militar Estadual, com exceção das regras de ORGANIZAÇÃO DE JUSTIÇA,
DOS RECURSOS E DA EXECUÇÃO DE SENTENÇA.

Organização de Justiça: na Justiça Militar Estadual deve-se observar a Lei


Orgânica da Magistratura local, uma vez que a organização da Justiça Militar da
União é diversa da organização da Justiça Militar Estadual. A segunda instância
da Justiça Militar da União é exercida pelo Superior Tribunal Militar que é
composto por 15 ministros, ao passo que nos estados é exercida pelo Tribunal
de Justiça comum, salvo nos estados de Minas Gerais, Rio Grande do Sul e São
Paulo, que é exercida pelo Tribunal de Justiça Militar e é composto por 7
membros (Desembargadores - MG e RS – e Juízes Coronéis ou Juízes Civis –
SP. Dadas as peculiaridades da organização de cada justiça militar estadual, o
legislador ressalvou a aplicabilidade do Código de Processo Penal Militar.

Recursos: naturalmente, em razão da diversidade de organização e ressalva


da aplicação da execução penal, alguns recursos que se aplicam à Justiça Militar
da União possuem natureza distinta na Justiça Militar Estadual. Na execução de
sentença na JMU cabe recurso em sentido estrito (art. 516, “o”, do CPPM), ao
passo que na JME cabe agravo em execução (art. 197 da LEP). De toda forma,
boa parte do sistema recursal previsto no CPPM que é aplicável na JMU aplica-
se na JME.

Execução de sentença: aplica-se na Justiça Militar Estadual a Lei de


Execuções Penais. Em que pese o CPPM ressalvar a aplicabilidade somente à
Justiça Militar Estadual, é aplicável também na Justiça Militar da União, pois o
CPPM possui diversas lacunas. O STF (HC n. 104.174/RJ) já decidiu pela
aplicabilidade da progressão de regime da LEP aos militares das Forças
Armadas condenados por crime militar.

DISPENSA DE INQUÉRITO

Código de Processo Penal Militar Código de Processo Penal Comum


Dispensa de Inquérito Não há correspondência no CPP.
Art. 28. O inquérito poderá ser dispensado, sem
prejuízo de diligência requisitada pelo Ministério
Público:

5
a) quando o fato e sua autoria já estiverem
esclarecidos por documentos ou outras provas
materiais;
b) nos crimes contra a honra, quando
decorrerem de escrito ou publicação, cujo autor
esteja identificado;
c) nos crimes previstos nos arts. 341 e 349 do
Código Penal Militar.

No processo penal militar há previsão expressa que o inquérito policial


militar poderá ser dispensado nas seguintes situações:
a) quando o fato e sua autoria já estiverem esclarecidos por
documentos ou outras provas materiais;
b) nos crimes contra a honra, quando decorrerem de escrito ou
publicação, cujo autor esteja identificado;
c) nos seguintes crimes previstos no Código Penal Militar:
Desacato Desobediência a decisão judicial
Art. 341. Desacatar autoridade judiciária Art. 349. Deixar, sem justa causa, de
militar no exercício da função ou em razão cumprir decisão da Justiça Militar, ou
dela: retardar ou fraudar o seu cumprimento:
Pena - reclusão, até quatro anos. Pena - detenção, de três meses a um
ano.

Como dito, a dispensabilidade do inquérito policial militar é


expressamente prevista no art. 28 do CPPM que não possui dispositivo
semelhante no processo penal comum. O próprio art. 27 ao tratar da suficiência
do auto de prisão em flagrante chancela a dispensabilidade do inquérito policial
militar.
Alguns dispositivos do CPP indicam a dispensabilidade do inquérito
policial e por isso prevalece na doutrina processual penal comum que o IP é
dispensável, embora o professor Henrique Hoffmann 1 defenda que o IP é
indispensável, posição esta que não recomendamos responder em prova de
concurso, salvo se for para Delegado de Polícia que poderá o candidato defender
essa corrente, em prova discursiva ou oral, e citar o autor.
São dispositivos do CPP comum que apontam a dispensabilidade do IP:
Art. 12. O inquérito policial acompanhará a denúncia ou queixa,
sempre que servir de base a uma ou outra.
Art. 27. Qualquer pessoa do povo poderá provocar a iniciativa
do Ministério Público, nos casos em que caiba a ação pública,

1HOFFMANN, Henrique. Inquérito policial é indispensável na persecução penal. 2015. Disponível em:
https://www.conjur.com.br/2015-dez-01/inquerito-policial-indispensavel-persecucao-penal. Acesso em: 29
ago. 2022.

6
fornecendo-lhe, por escrito, informações sobre o fato e a autoria
e indicando o tempo, o lugar e os elementos de convicção.
Art. 39.
§ 5o O órgão do Ministério Público dispensará o inquérito, se
com a representação forem oferecidos elementos que o
habilitem a promover a ação penal, e, neste caso, oferecerá a
denúncia no prazo de quinze dias.

03 JULGADOS RELEVANTES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR

Síntese A exigência de que a perícia seja subscrita por dois peritos


admite exceções, não se tratando de imposição absoluta,
razão por que é irrelevante que o laudo definitivo tenha sido
subscrito por apenas um perito oficial.
Ementa 1. O Plenário do Supremo Tribunal, no HC nº 127.900/AM, de
minha relatoria, DJe de 3/8/16, fixou orientação no sentido de que
a realização do interrogatório ao final da instrução criminal,
prevista no art. 400 do Código de Processo Penal, na redação
dada pela Lei nº 11.719/08, também se aplica às ações penais em
trâmite na Justiça Militar. 2. A Corte, após deliberar, em atenção
ao princípio da segurança jurídica (CF, art. 5º, XXXVI), que aquela
orientação se aplica, a partir da publicação da ata de julgamento
do HC nº 127.900/AM, a todos os procedimentos penais regidos
por legislação especial, determinou a sua incidência apenas nas
ações penais cuja instrução não se tenha encerrado. 3. Na
espécie, como a sentença condenatória foi proferida em 22/7/14,
não há que se cogitar de anulação da ação penal para que o
paciente seja submetido a novo interrogatório. 4. Nos termos do
art. 318 do Código de Processo Penal Militar, “as perícias
serão, sempre que possível, feitas por dois peritos,
especializados no assunto ou com habilitação técnica,
observado o disposto no art. 48”. 5. A exigência de que a
pericia seja subscrita por dois peritos admite exceções, não
se tratando de imposição absoluta, razão por que é irrelevante
que o laudo definitivo tenha sido subscrito por apenas um
perito oficial. Precedentes. 6. O art. 290 do Código Penal Militar,
assim como o art. 33 da Lei nº 11.343/06, é uma norma penal em
branco, cujo preceito primário necessita de complementação por
outra disposição legal ou regulamentar. 7. Essa disposição
regulamentar é a Portaria nº 344/98 da Secretaria da Vigilância
Sanitária/Ministério da Saúde, que contém a lista das substâncias
entorpecentes de uso proscrito no Brasil, dentre elas o THC
(tetrahidrocanabinol), aplicável tanto ao Código Penal Militar
quanto à Lei nº 11.343/06. 8. A Portaria SVS/MS nº 344/98 se
aplica diretamente ao Código Penal Militar, por se tratar do ato
normativo geral que dispõe sobre substâncias entorpecentes, sem

7
necessidade de intermediação da Lei nº 11.343/06. 9. O Plenário
do Supremo Tribunal, no HC nº 103.684/DF, Relator o Ministro
Ayres Britto, DJe de 13/4/11, assentou a inaplicabilidade do
princípio da insignificância à posse de quantidade reduzida de
substância entorpecente em lugar sujeito à administração militar
(art. 290 do Código Penal Militar), bem como suplantou, ante o
princípio da especialidade, a aplicação da Lei nº 11.343/06. 10. É
pacífica a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal no sentido
da constitucionalidade do art. 290 do Código Penal Militar. 11.
Ordem denegada.
Julgado STF, HC 128894, 2ª Turma, rel. min. Dias Toffoli, j. 23/08/2016.

Síntese Por ser mais benéfica (lex mitior) e harmoniosa com a


Constituição Federal, há de preponderar, no processo penal
militar (Decreto-Lei nº 1.002/69), a regra do art. 400 do Código
de Processo Penal.
Ementa Penal e processual penal militar. Posse de substância entorpecente
em local sujeito à administração militar (CPM, art. 290). Crime
praticado por militares em situação de atividade em lugar sujeito à
administração militar. Competência da Justiça Castrense
configurada (CF, art. 124 c/c CPM, art. 9º, I, b). Pacientes que não
integram mais as fileiras das Forças Armadas. Irrelevância para fins
de fixação da competência. Interrogatório. Realização ao final da
instrução (art. 400, CPP). Obrigatoriedade. Aplicação às ações
penais em trâmite na Justiça Militar dessa alteração introduzida pela
Lei nº 11.719/08, em detrimento do art. 302 do Decreto-Lei nº
1.002/69. Precedentes. Adequação do sistema acusatório
democrático aos preceitos constitucionais da Carta de República de
1988. Máxima efetividade dos princípios do contraditório e da ampla
defesa (art. 5º, inciso LV). Incidência da norma inscrita no art. 400
do Código de Processo Penal comum aos processos penais
militares cuja instrução não se tenha encerrado, o que não é o caso.
Ordem denegada. Fixada orientação quanto a incidência da norma
inscrita no art. 400 do Código de Processo Penal comum a partir da
publicação da ata do presente julgamento, aos processos penais
militares, aos processos penais eleitorais e a todos os
procedimentos penais regidos por legislação especial, incidindo
somente naquelas ações penais cuja instrução não se tenha
encerrado. 1. Os pacientes, quando soldados da ativa, foram
surpreendidos na posse de substância entorpecente (CPM, art.
290) no interior do 1º Batalhão de Infantaria da Selva em
Manaus/AM. Cuida-se, portanto, de crime praticado por militares em
situação de atividade em lugar sujeito à administração militar, o que
atrai a competência da Justiça Castrense para processá-los e julgá-
los (CF, art. 124 c/c CPM, art. 9º, I, b). 2. O fato de os pacientes não
mais integrarem as fileiras das Forças Armadas em nada repercute
na esfera de competência da Justiça especializada, já que, no
tempo do crime, eles eram soldados da ativa. 3. Nulidade do

8
interrogatório dos pacientes como primeiro ato da instrução
processual (CPPM, art. 302). 4. A Lei nº 11.719/08 adequou o
sistema acusatório democrático, integrando-o de forma mais
harmoniosa aos preceitos constitucionais da Carta de
República de 1988, assegurando-se maior efetividade a seus
princípios, notadamente, os do contraditório e da ampla defesa
(art. 5º, inciso LV). 5. Por ser mais benéfica (lex mitior) e
harmoniosa com a Constituição Federal, há de preponderar, no
processo penal militar (Decreto-Lei nº 1.002/69), a regra do art.
400 do Código de Processo Penal. 6. De modo a não
comprometer o princípio da segurança jurídica (CF, art. 5º, XXXVI)
nos feitos já sentenciados, essa orientação deve ser aplicada
somente aos processos penais militares cuja instrução não se tenha
encerrado, o que não é o caso dos autos, já que há sentença
condenatória proferida em desfavor dos pacientes desde 29/7/14.
7. Ordem denegada, com a fixação da seguinte orientação: a
norma inscrita no art. 400 do Código de Processo Penal comum
aplica-se, a partir da publicação da ata do presente julgamento,
aos processos penais militares, aos processos penais
eleitorais e a todos os procedimentos penais regidos por
legislação especial incidindo somente naquelas ações penais
cuja instrução não se tenha encerrado.
Julgado STF, HC 127.900, Tribunal Pleno, rel. min. Dias Toffoli, j.
03/03/2016.

Síntese O inquérito para apurar crime doloso contra a vida praticado por
militar contra civil pode ser conduzido pela Polícia Civil, pois,
aplicada a teoria dos poderes implícitos. A existência de
concomitante inquérito promovido pela Polícia Militar, com o intuito
de investigar a prática de suposta transgressão militar/crime militar,
não configura constrangimento ilegal, pois, em caso de
configuração de crime militar, nos termos do art. 102, "a", do
Código de Processo Penal Militar, o feito será cindido.
Ementa 1. A competência da Justiça Militar tem previsão constitucional,
ressalvando-se a competência do Tribunal do Júri nos casos em
que a vítima for civil, conforme art. 125, § 4º, da CF. Dessa forma,
assentou a Terceira Seção do Superior Tribunal de Justiça, que,
nesses casos, o inquérito pode ser conduzido pela Polícia Civil,
pois, aplicada a teoria dos poderes implícitos, emerge da
competência de processar e julgar, o poder/dever de conduzir
administrativamente inquéritos policiais (CC n. 144.919/SP, Rel.
Ministro FELIX FISCHER, Terceira Seção, julgado em 22/6/2016,
DJe 1º/7/2016). 2. Por outro lado, a existência de concomitante
inquérito promovido pela Polícia Militar, com o intuito de investigar
a prática de suposta transgressão militar/crime militar, não existe
o apontado constrangimento ilegal, pois, em caso de configuração
de crime militar, nos termos do art. 102, "a", do Código de
Processo Penal Militar, o feito será cindido.
3. Agravo regimental improvido.

9
Julgado STJ, AgRg no RHC 122.680/PR, Rel. Ministro Reynaldo Soares da
Fonseca, 5ª Turma, julgado em 03/03/2020, DJe 09/03/2020; CC
144919/SP, 3ª Seção, rel. min. Felix Fischer, j. 22/06/2016.

03 DICAS DE PROCESSO PENAL MILITAR


1. O Código de Processo Penal Militar nada fala acerca do princípio da
identidade física do juiz, que é previsto no art. 399, § 2º, do CPP e pode se
aplicar no processo penal militar em razão do disposto no art. 3º, “a”, do CPPM.
Ocorre que em razão da temporariedade do Conselho Permanente de Justiça, o
princípio da identidade física não se aplica aos juízes militares do CPJ, somente
ao juiz de direito do juízo militar, ao passo que referido princípio se aplica ao
Conselho Especial de Justiça, que é sorteado para um único processo e
permanece até a sentença.
2. O Código de Processo Penal Militar não prevê mutatio libelli, razão
pela qual aplica-se subsidiariamente, o art. 384 do CPP, em razão do disposto
no art. 3º, “a”, do CPPM.
3. O Comandante-Geral da Polícia Militar pode ter prerrogativa de
foro na Constituição Estadual?
A Constituição Federal confere prerrogativa de foro a determinadas
autoridades em razão do cargo ocupado, com o fim de que essas autoridades
sejam julgadas de forma imparcial e as influências externas, internas e pressões
de um julgamento não interferiam na decisão.
A Constituição Estadual pode prever hipóteses de prerrogativa de foro em
razão da função, desde que haja simetria com as hipóteses estabelecidas na
Constituição Federal, ressalvada a competência do Tribunal do Júri que se
sobrepõe a qualquer competência criada em Constituição Estadual por ter
previsão na Constituição Federal, na forma da Súmula n. 721 do Supremo
Tribunal Federal.
A possibilidade de a Constituição Estadual estabelecer prerrogativa de
função decorre do art. 125, §1º da Constituição Federal, que assim dispõe:

Art. 125. Os Estados organizarão sua Justiça, observados


os princípios estabelecidos nesta Constituição.

§ 1º A competência dos tribunais será definida na


Constituição do Estado, sendo a lei de organização
judiciária de iniciativa do Tribunal de Justiça.

As autoridades que podem possuir foro por prerrogativa de função em


nível estadual são aquelas que possuem correspondência em nível federal, em
razão do princípio da simetria, que estabelece que o modelo organizativo
estadual deve observância às regras constitucionais, em âmbito federal, em
razão do pacto federativo, que exige uma simetria na organização dos entes
federativos.

10
Portanto, se uma autoridade não possui prerrogativa de foro a nível
federal não pode possuir em âmbito estadual, como os delegados de polícia. O
Delegado da Polícia Federal não possui prerrogativa de foro, logo, o Delegado
da Polícia Civil também não poderá possuir.

Dessa forma, o Supremo Tribunal Federal já decidiu que é inconstitucional


dispositivo da Constituição Estadual que confere a Defensores Públicos
Estaduais e Procuradores de Estado a prerrogativa de função 2, e também a
Procuradores das Assembleias Legislativas Estaduais e Delegados de Polícia 3,
isso porque a interpretação da norma Constitucional deve ser restritiva, não
extensiva e não há simetria.

No âmbito militar, a Constituição Federal em seu art. 102, inciso I, alínea


“c” confere prerrogativa de função no STF nas infrações penais comuns e nos
crimes de responsabilidade aos Comandantes da Marinha, do Exército e da
Aeronáutica.
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da
Constituição, cabendo-lhe:
I - processar e julgar, originariamente:
c) nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade, os Ministros
de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica,
ressalvado o disposto no art. 52, I, os membros dos Tribunais Superiores, os do
Tribunal de Contas da União e os chefes de missão diplomática de caráter
permanente; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 23, de 1999)

Logo, em se tratando de Comandante-Geral da Polícia Militar há


observância ao princípio da simetria, caso a Constituição Estadual preveja o foro
por prerrogativa de função, pois os Comandantes das Forças Armadas, em
especial, o Comandante do Exército, possuem prerrogativa de foro na
Constituição Federal e as instituições militares estaduais são forças auxiliares e
reserva do Exército (art. 144, § 6º, da CF), sendo possível, inclusive, que o
Exército seja empregado para exercer atribuições de segurança pública, como
ocorre nas operações para a Garantia da Lei e da Ordem, o que permite afirmar
haver paralelismo entre o Comandante do Exército e o Comandante-Geral da
Polícia Militar, razão pela qual eventual previsão de prerrogativa de foro do
Comandante-Geral da Instituição Militar Estadual na Constituição Estadual, é
constitucional.
A título exemplificativo, a Constituição do Estado de Minas Gerais prevê
que o Comandante-Geral da Polícia Militar e o do Corpo de Bombeiros Militar,
serão julgados perante o Tribunal de Justiça nos crimes comuns e de
responsabilidade, o que é constitucional.
Art. 106 – Compete ao Tribunal de Justiça, além das atribuições
previstas nesta Constituição:

2
STF, ADI 6501/PA, ADI 6508/RO, ADI 6515/AM, ADI 6515/AL, Plenário, rel. min. Roberto Barroso, j.
20/08/2021 (informativo 1026).
3 STF, ADI 2553/AM, rel. min. Gilmar Mendes, red. p/ acórdão min. Alexandre de Moraes, j. 15/05/2019 (Info

940).

11
I – processar e julgar originariamente, ressalvada a competência
das justiças especializadas:
b) o Secretário de Estado, ressalvado o disposto no § 2º do art. 93,
os Juízes do Tribunal de Justiça Militar, os Juízes de Direito, os
membros do Ministério Público, o Comandante-Geral da Polícia
Militar e o do Corpo de Bombeiros Militar, o Chefe da Polícia
Civil e os Prefeitos Municipais, nos crimes comuns e nos de
responsabilidade;

03 ARTIGOS DO CPP E NA LEGISLAÇÃO QUE PODEM SER APLICADOS


NO PROCESSO PENAL MILITAR

Código de Processo Penal Militar Código de Processo Penal Comum


Não há previsão semelhante. Art. 260. Se o acusado não atender à
intimação para o interrogatório,
reconhecimento ou qualquer outro ato
que, sem ele, não possa ser realizado, a
autoridade poderá mandar conduzi-lo à
sua presença. (Vide ADPF 395)(Vide
ADPF 444)
Parágrafo único. O mandado conterá,
além da ordem de condução, os
requisitos mencionados no art. 352, no
que Ihe for aplicável.

O art. 260 do CPP que autoriza a condução coercitiva do acusado que


não atender à intimação para o interrogatório, reconhecimento ou qualquer outro
ato que, sem ele, não possa ser realizado, não possui previsão semelhante no
CPPM.
O STF 4 foi provocado por meio das Ações de Descumprimento de
Preceito Fundamental nº 444/DF e 395/DF declarou a “incompatibilidade com a
Constituição Federal da condução coercitiva de investigados ou de réus para
interrogatório, tendo em vista que o imputado não é legalmente obrigado a
participar do ato” e declarou a não recepção da expressão “para o interrogatório”
constante do art. 260 do CPP.
Consignou a Corte que a inobservância desse entendimento, ou seja, a
determinação de condução coercitiva do investigado ou réu para interrogatório
pode dar causa a (1) responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da
autoridade; (2) ilicitude das provas obtidas e (3) responsabilidade civil do Estado.
Ainda no julgamento, o STF decidiu que o objeto da ADPF limita-se à
condução coercitiva destinada a investigados e acusados à presença da

4
STF, ADPF 395/DF e ADPF 444/DF, Plenário, rel. min. Gilmar Mendes, j. 13 e 14 de junho de 2018 –
Informativo 906.

12
autoridade policial ou judicial para interrogatório, o que significa dizer que a
decisão não alcança a condução coercitiva para a identificação civil do imputado
(art. 313, parágrafo único, do CPP) para a qualificação do acusado uma vez que
a primeira parte do interrogatório não é protegida pelo direito ao silêncio, para o
reconhecimento pessoal (art. 226, do CPP) ou para a identificação criminal nos
casos admitidos pela Lei n. 122.037/09, que mesmo lícitas só serão
determinadas quando não houver outro meio para sua realização.
Como fica a aplicação do julgado no âmbito do CPPM?
Embora não haja disposição expressa no CPPM acerca da condução
coercitiva, pode ser importada do CPP comum em razão do disposto no art. 3º,
“a”, do CPPM.
Desse modo, a vedação da condução coercitiva ao investigado para o
interrogatório também é válida para o processo penal militar por ser incompatível
com a Constituição e como não é constitucional para o processo penal comum
também não é para o processo penal militar, pois os fundamentos da
inconstitucionalidade são igualmente aplicáveis ao processo penal militar.
Cícero Coimbra 5 também defende que a decisão do Supremo alcança o
processo penal militar e com muito mais razão se aplica a lógica do acordão no
julgamento da ADPF 444/DF diante da previsão no §2º do art. 296 6 e art. 412 7,
ambos do CPPM, “ficando clara a sanção processual da revelia, como uma
consequência assumida pelo acusado”.
Em síntese, Renato Brasileiro de Lima 8 elenca as seguintes situações cuja
condução coercitiva é ilegal:
(1) prestar declarações em Comissão parlamentar de inquérito 9;
(2) comparecer à audiência una de instrução e julgamento 10;
(3) participar de reconstituição simulada do crime ou fornecer padrões
gráficos ou vocais para perícia criminal 11;
(4) fazer exame pericial de dosagem alcoólica 12;
(5) Prestar declarações em Delegacia de Polícia 13;
(6) Participar de acareação etc 14.

5 NEVES, Cícero Robson Coimbra. Manual de Direito Processual Penal Militar: volume único. 6. ed. São
Paulo: Jus Podivm, 2022.
6 Art. 296, § 2º Ninguém está obrigado a produzir prova que o incrimine, ou ao seu cônjuge, descendente,
ascendente ou irmão.
7 Art. 412. Será considerado revel o acusado que, estando solto e tendo sido regularmente citado, não

atender ao chamado judicial para o início da instrução criminal, ou que, sem justa causa, se previamente
cientificado, deixar de comparecer a ato do processo em que sua presença seja indispensável.
8 LIMA, Renato Brasileiro de. Código de Processo Penal: comentado. 5. ed. Salvador: Jus Podivm, 2020.

P. 792
9
STF, HC 119.941/DF, 2ª Turma, rel. min. Cármen Lucia, j. 25/03/2014.
10 STF, RHC 109.978/DF, 1ª Turma, rel. min. Luiz Fux, j. 18/06/2013
11 STF, HC 99.289/RS, 2ª Turma, rel. min. Celso de Mello, j. 23/06/2009.
12
STF, HC 93916/PA, 1ª Turma, rel. min. Cármen Lúcia, j. 10/06/2008
13
STF, HC 89.503/RS, 2ª Turma, rel. min. Cezar Peluso, j. 03/04/2007.
14
STJ, REsp 346.677/RJ, 6ª Turma, rel. min. Fernando Gonçalves, j. 10/09/2002.

13
Por fim, conclui-se que o réu/acusado só pode ser conduzido coercitivamente
para a realização de uma ação que não implique em um comportamento ativo
seu.
VEDAÇÃO À REVITIMIZAÇÃO
Código de Processo Penal Militar Código de Processo Penal Comum
Não há dispositivo semelhante
Art. 400-A. Na audiência de instrução e
julgamento, e, em especial, nas que
apurem crimes contra a dignidade
sexual, todas as partes e demais sujeitos
processuais presentes no ato deverão
zelar pela integridade física e psicológica
da vítima, sob pena de
responsabilização civil, penal e
administrativa, cabendo ao juiz garantir o
cumprimento do disposto neste artigo,
vedadas: (Incluído pela Lei nº
14.245, de 2021)

I - a manifestação sobre circunstâncias


ou elementos alheios aos fatos objeto de
apuração nos autos; (Incluído pela
Lei nº 14.245, de 2021)

II - a utilização de linguagem, de
informações ou de material que ofendam
a dignidade da vítima ou de
testemunhas. (Incluído pela Lei nº
14.245, de 2021)

A Lei n. 14.245/2021 acrescentou no Código de Processo Penal comum


o art. 400-A que veda que a vítima de crime sexual seja revitimizada em
audiência de instrução e julgamento, ou seja, que a vítima seja submetida a
questionamentos e comportamentos inadequados e constrangedores, limitando
a atuação das partes do processo, pelos advogados e pelo juiz ao vedar
manifestação sobre circunstâncias ou elementos alheios aos fatos objeto de
apuração nos autos bem como de linguagem, informações e materiais que
ofendam a dignidade da vítima ou de testemunhas.
Essa Lei é conhecida como Lei Mariana Ferrer, em homenagem à jovem,
que figurava como vítima de estupro em um processo, no qual durante a
audiência de instrução e julgamento o advogado da defesa manifestou com
linguagem, informações e materiais sobre circunstâncias e elementos alheios ao
objeto da lide, o que constrangeu a vítima.

14
A vitimização trata das consequências sofridas pelas vítimas, em razão
da ocorrência de crimes, e subdivide-se em primária, secundária e terciária.
A vitimização secundária (sobrevitimização ou revitimização) ocorre na
busca do Estado pela adoção das providências previstas em lei contra o
criminoso.
A vítima, além de já ter sofrido as consequências diretas do crime, o que
pode ter lhe causado diversos danos, ainda terá que passar por uma série de
etapas que podem constrangê-la e despender energia, tempo, dinheiro, além de
rememorar os fatos.
Na vitimização secundária entram em cena os órgãos formais de controle
social, a começar pela atuação da Polícia Militar, seguida da Polícia Civil,
Ministério Público, Defensoria Pública e Poder Judiciário.
A vitimização secundária é potencializada nos crimes contra a dignidade
sexual, por marcar tão profundamente a vítima, que ainda passará por exame de
corpo de delito e será ouvida, pelo menos, por uma vez em juízo, onde reviverá
todo aquele acontecimento repugnante.
As alterações visaram conceder à vítima um tratamento respeitoso, que
zele pela sua integridade física e psicológica, o que deve ser observado por
todas as partes (réus e outras vítimas) e sujeitos processuais (juiz, promotor,
defensor, advogado).

A vítima deve ser tratada com respeito à sua integridade física e


psicológica em qualquer processo, sendo concedida pela lei especial relevância
aos crimes contra a dignidade sexual, por serem crimes que afrontam
profundamente a dignidade da pessoa humana e a vítima ficar mais vulnerável,
além de vez ou outra os ânimos ficarem aflorados na audiência ao se tentar
desqualificar o relato da vítima em razão de sua vida pregressa.

Nesse sentido, proibiu-se a utilização em audiência de circunstâncias ou


elementos alheios aos fatos objeto de apuração nos autos, bem como o uso de
linguagem, de informações ou de material que ofendam a dignidade da vítima ou
de testemunhas.

Portanto, o comportamento da vítima que não tenha relação com os fatos,


como uma vida pregressa ativa sexualmente com várias pessoas e a postagem
de fotos sensuais nas redes sociais são elementos alheios aos fatos em
julgamento, razão pela qual são argumentos proibidos pela lei e, caso sejam
utilizados em audiência, devem ser vedados pelo juiz.

Igualmente, termos desrespeitosos, com o intuito de prejudicar a imagem


da vítima, também são proibidos, como chamá-la de “prostituta, puta” durante a
audiência.

Mais uma vez o legislador se esqueceu de promover a alteração no CPPM,


todavia, pensamos que admite-se sua aplicação no processo penal militar

15
porque respeitados os quatro vetores para aplicação da lei processual penal
comum ao processo penal militar:

a) Ausência de previsão no Código de Processo Penal Militar;


b) Ausência de proibição legislativa;
c) Aplicação ao caso concreto e
d) Aplicação não desvirtuar a índole do processo penal militar.
A Lei apenas assegura uma garantia para a vítima, a fim de evitar que vítimas
de crimes sexuais deixem de processar o seu algoz com receio de sofrer
constrangimentos e humilhações no processo.
A Lei não contraria as normas do CPPM, afinal ela apenas assegura um
direito que já é assegurado na Constituição Federal (Art. 5º, inciso X 15) de
preservação da intimidade, da vida privada, da liberdade e da própria dignidade
da pessoa humana, superprincípio” constitucional que deve refletir em todo o
sistema processual, seja de qual natureza for (comum, militar, eleitoral, especial),
por ser mais harmoniosa com a Constituição Federal, sem trazer prejuízos à
instrução criminal e à paridade de armas entre acusação e defesa.

Desse modo, considerando que o dispositivo está de acordo com a própria


Constituição Federal não há como se afirmar que ele viola a índole processual
penal militar, afinal, essa não pode significar a salvaguarda de práticas ilícitas
que violem garantias constitucionais.

Por fim, em que pese a alteração legislativa (Lei n. 14.245/21) ter se limitado
a mencionar audiência e instrução em plenário, como a fase investigativa visa
esclarecer como os fatos ocorreram e os elementos produzidos no inquérito
policial repercutem na audiência de instrução e julgamento, que não poderão ser
utilizados, se em desacordo com os art. 400-A e art. 474-A, ambos do Código de
Processo Penal, e art. 81 da Lei n. 9.099/95, e, considerando a finalidade da lei
de buscar o respeito às partes e a não revitimização, deve-se aplicar a lógica da
Lei n. 14.245/21 à investigação criminal comum e militar.

PRINCÍPIO DO NON REFORMATIO IN PEJUS


Código de Processo Penal Militar Código de Processo Penal Comum
Não há previsão semelhante. Art. 617. O tribunal, câmara ou turma
atenderá nas suas decisões ao disposto
nos arts. 383, 386 e 387, no que for
aplicável, não podendo, porém, ser
agravada a pena, quando somente o réu
houver apelado da sentença.

O art. 617 do Código de Processo Penal trata do princípio non reformatio


in pejus, que não encontra igual previsão no Código de Processo Penal Militar,

15
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado
o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;

16
no entanto, é aplicado igualmente ao processo penal militar, com fundamento no
art. 3º, “a”, do CPPM.
O art. 3º, “a”, do CPPM admite a aplicação da legislação de processo penal
comum, quando aplicável ao caso concreto e sem prejuízo da índole do processo
penal militar nos casos omissos do CPPM.
É cediço que se admite a aplicação de normas do processo penal comum
ao processo penal militar, desde que respeitados quatro vetores:
a) Ausência de previsão no Código de Processo Penal Militar;
b) Ausência de proibição legislativa;
c) Aplicação ao caso concreto e
d) Aplicação não desvirtuar a índole do processo penal militar.
No caso, a adoção do princípio no CPPM atende aos quatro vetores porque
não há previsão no Código, inexiste lei proibindo sua aplicação, e sua aplicação
não desvirtua a índole do processo penal militar, afinal, esse princípio visa
resguardar a dignidade da pessoa humana ao vedar a reforma para pior da pena
imposta, assegurando ao réu que não haja uma piora tanto em relação a
quantidade da pena quanto em relação a sua qualidade.
03 TABELAS COMPARATIVAS E ESQUEMATIZADAS DE PROCESSO
PENAL MILITAR

TABELA COMPARATIVA INCIDENTE DE INSANIDADE MENTAL


INCIDENTE CPPM CPP
LEGITIMIDADE Art. 156, §1º Art. 149
Juiz, de ofício; Juiz, de ofício;
MP; MP;
Defensor; Defensor;
Curador; Curador;
Cônjuge; Cônjuge;
Ascendente; Ascendente;
Descendente; Descendente;
Irmão; Irmão;
Encarregado do IPM; Autoridade Policial
CURADOR Qualquer pessoa, inclusive o Qualquer pessoa, inclusive o
defensor defensor – ART. 149, §2º
PRAZO 45 DIAS – ART. 157, § 1º 45 DIAS – ART. 150, §1º
MOMENTO Fase do inquérito ou Fase do inquérito ou processo
processo – art. 156, §2º – art. 149, §1º
PROCEDIMENTO Processa-se em autos Processa-se em autos
apartados e só depois da apartados e só depois da
apresentação do laudo é que apresentação do laudo é que
será apenso ao processo será apenso ao processo
principal – art. 162 principal – art. 153

17
ACUSADO PRESO Será internado em hospital Será internado em hospital de
de custódia e tratamento custódia e tratamento
psiquiátrico – art. 157 do psiquiátrico – art. 150 do CPP
CPPM
ACUSADO SOLTO Será internado em Será internado em
estabelecimento adequado estabelecimento adequado que
que o juiz designar a o juiz designar a requerimento
requerimento do perito – art. do perito – art. 150 do CPP
157 do CPPM
Decisão que defere Não cabe recurso. Não cabe recurso. Admite-se a
a perícia para impetração de mandado de
apurar a segurança.
imputabilidade do
réu
Decisão que Cabe RESE – art. 516, “g” Não cabe recurso. Impugnável
indefere a perícia por Habeas Corpus caso haja
para apurar a risco à liberdade de locomoção
imputabilidade do
réu

TABELA QUANTIDADE DE PERITOS


---------------- CPPM CPP LEI N. 11.343/06
Perito Sempre que Um perito oficial. No Um perito oficial realiza
Oficial possível serão dois processo penal comum o laudo de constatação
peritos. Portanto, o perito é o servidor da natureza e
admite-se que seja público de carreira. Art. quantidade da droga.
somente um perito, 159, caput. Art. 50, §1º, da Lei.
se não forem
possíveis dois. No
processo penal
militar, o perito
oficial
preferencialmente
deve ser um Oficial
da ativa com
especialidade para o
ato. Art. 318, caput,
do CPPM.

Perito não Não havendo perito Não havendo perito Não havendo perito
Oficial oficial, 2 pessoas oficial, 2 pessoas oficial, basta que seja
idôneas. É o idôneas portadoras de pessoa idônea. Não
entendimento de diploma de curso exige que seja
Cícero Coimbra. superior portadora de diploma
Não há previsão no preferencialmente na de curso superior.
CPPM sobre a área específica, dentre Geralmente é feito por
realização da perícia as que tiverem policiais civis. Art. 50,
na falta de perito habilitação técnica §1º, da Lei.
18
oficial. No CPPM o relacionada com a
perito não oficial é a natureza do exame.
pessoa idônea que Art. 159, §1º.
tenha condições de
promover a perícia e
será nomeada pelo
juiz.

TABELA COMPARATIVA NÚMERO DE TESTEMUNHAS


CPPM CPP LEI DE DROGAS
Acusação: até 6 – art. 77 Procedimento sumário: 5 Acusação: 5 testemunhas
da acusação e 5 da defesa – art. 54, inciso III;
Defesa: pela literalidade da – art. 532, caput;
lei até 3, entretanto não foi Defesa: 5 testemunhas –
recepcionada essa Processo comum: 8 da art. 55, §1º.
previsão por quebrar a acusação e 8 da defesa –
isonomia e paridade de art. 401, caput;
armas com o Ministério
Público. A Plenário do Júri: 5 da
doutrina e a jurisprudência acusação e 5 da defesa –
são pacíficas pela art. 422, caput.
admissibilidade de até 6
testemunhas - art. 417, §2º

19

Você também pode gostar