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O conteúdo aqui disposto tem como base as seguintes obras (dentre outras):

a) Processo Penal – Norberto Avena (minha biblioteca)


b) Curso de Direito Processual Penal – Guilherme de Souza Nucci (minha
biblioteca)
c) Curso de Processo Penal – Eugenio Pacelli (minha biblioteca)
d) Curso de Processo Penal – Fernando Capez
e) Curso de Processo Penal – Renato Brasileiro de Lima
f) Manual de Processo Penal – Fernando da Costa Tourinho Filho
Processo – conjunto de atos em sequência, vinculados entre si, que visam a
propiciar ao juiz a aplicação da lei ao caso concreto.
Procedimento – modo pelo qual se desenvolve o processo (eis que não há processo
sem procedimento). Assim, o título do CPP não usa a terminologia adequada, eis
que traz o Livro II como sendo “Dos processos em espécie”, quando, na verdade o
correto seria “Dos procedimentos em espécie”.
- O procedimento fixado pela lei é de observância obrigatória, independentemente
da vontade das partes. A consequência da inobservância do procedimento é a
declaração de nulidade, sempre que for observando prejuízo.

1. PROCEDIMENTOS COMUM e ESPECIAL

1.1. Considerações Iniciais


As Leis 11.689 e 11.719/2008, em razão das profundas alterações que trouxeram
para a legislação processual penal, são denominadas popularmente de “reforma
processual penal de 2008”.
O objetivo principal das reformas foi de acelerar a marcha processual, entretanto
graves impropriedades foram cometidas, exigindo que a doutrina e a jurisprudência
façam verdadeiros esforços para conciliar as novas deliberações com o
ordenamento jurídico vigente.
Dentre as principais alterações trazidas estão as relativas aos procedimentos, que
serão doravante tratadas.

1.2. Procedimento Comum e Procedimento Especial

Conforme o Artigo 394 do CPP, o procedimento será comum ou especial.


- Procedimento Especial – é todo aquele previsto no CPP ou em Leis Especiais
que traz hipóteses legais específicas, incorporando regras próprias de tramitação
processual. Exs.: procedimentos dos crimes contra a honra, dos crimes de
responsabilidade dos funcionários públicos, dos crimes de competência do Tribunal
do Júri etc.

- Procedimento comum – é o rito padrão ditado pelo CPP. É aplicado


residualmente, ou seja, quando não há procedimento especial previsto em lei para o
delito. O procedimento comum se divide em três espécies:

a) Procedimento comum ordinário – aplicado na apuração de crimes cuja


sanção máxima cominada for igual ou superior a quatro anos de pena privativa de
liberdade (Artigo 394, § 1º, I CPP).
b) Procedimento comum sumário – aplicado na apuração de crimes cuja
sanção máxima cominada seja inferior a quatro anos de pena privativa de liberdade,
excluídas aquelas que se enquadram no processo sumaríssimo (Artigo 394, § 1º, II
CPP).
c) Procedimento comum sumaríssimo – cabível nas infrações de menor
potencial ofensivo (contravenções penais e crimes com pena máxima não superior a
dois anos cumulada ou não com multa). Artigo 394, § 1º, III CPP. Trata-se do rito
dos Juizados Especiais Criminais, conforme estabelece o Artigo 61 da Lei 9099/95.

Registre-se que há delitos cuja apuração, apesar de se submeter ao procedimento


comum, possuem algumas regras distintas e específicas como é o caso dos crimes
previstos no Estatuto do Idoso (lei 10.741/03) cuja pena máxima não ultrapasse
4 anos de prisão (a lei estabelece que nesses casos deve ser aplicado o
procedimento sumaríssimo e não o sumário), dos crimes previstos na Lei Maria
da Penha lei 11.340/06 (que determina, em seu Artigo 41 que aos crimes praticados
com violência doméstica e familiar contra a mulher não se aplica a Lei 9099/95,
independentemente da quantidade e natureza da pena, mas sim o procedimento
comum ordinário) e dos crimes falimentares (aos quais, independentemente da
pena, aplica-se o rito do procedimento sumário, nos termos dos Artigos 531 a 536 do
CPP).
2) Análise dos Artigos 395 a 397 do CPP
- O Artigo 394, § 4º estabelece que as regras dos artigos seguintes (395 a 397)
aplicam-se a todos os procedimentos penais de primeiro grau, ainda que não
regulados pelo CPP. Assim, as disposições previstas nesses artigos devem ser
aplicadas a todos os demais ritos de primeiro grau, ainda que especiais.
CUIDADO! Apesar do código referir que “As disposições dos arts. 395 a 398 deste
Código aplicam-se a todos os procedimentos penais de primeiro grau, ainda que não
regulados neste Código” o § 3º do mesmo Artigo diz que ao procedimento do Júri
aplicam-se regras próprias (previstas nos artigos 406 a 497 do CPP).
a) Rejeição da denúncia ou queixa-crime – Art. 395 CPP
A denúncia ou queixa-crime será rejeitada sempre que:
a.1.) For manifestamente inepta – a inépcia da inicial se dá quando faltarem os
requisitos essenciais, previstos no art. 41 do CPP: exposição do fato criminoso com
todas as suas circunstâncias, qualificação mínima do acusado ou elementos pelos
quais possa ser identificado, endereçamento ao juízo competente etc.
Cuidado! Quando estiver(em) ausente(s) apenas elemento(s) acidental(is) não cabe
a rejeição, eis que o erro é passível de correção pela emendatio libelli, por parte do
juiz.
a.2.) Faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação – são
pressupostos processuais a competência do juízo, a capacidade das partes de
estarem em juízo em nome próprio ou alheio e a ausência de litispendência ou coisa
julgada. Já as condições para o exercício da ação referem-se tanto às condições de
procedibilidade (p. ex. a representação do Ministério Público e a requisição do
Ministro da Justiça, nos casos exigíveis) como às condições gerais da ação
(legitimidade ad causam ativa e passiva, possibilidade jurídica do pedido e interesse
de agir).
a.3.) Faltar justa causa para o exercício da ação penal – tem que haver um lastro
probatório mínimo que justifique a imputação inserida na denúncia ou queixa (tem
que haver prova da materialidade e indícios da autoria).
b) Citação do acusado e resposta à acusação – Art. 396 do CPP
Inexistindo alguma das situações expostas no artigo anterior, que justificariam a
rejeição da denúncia ou queixa, o juiz, após recebê-la, determinará a citação do
acusado para apresentar resposta, em dez dias. Caso não localizado para citação
pessoal, será citado por edital, e, em seguida, o processo será suspenso (o prazo
para a apresentação da resposta apenas começará a fluir a partir de seu
comparecimento pessoal ou do defensor constituído conforme Parágrafo Único). O
prazo prescricional também fica suspenso – Art. 366 CPP. Conforme o STJ essa
suspensão não pode ser infinita, assim, decorrido o prazo de prescrição in abstrato
para o crime, começa a correr o prazo prescricional em si, mesmo que o autor não
tenha sido localizado para citação. Apenas os crimes de racismo e ação de grupos
armados contra a ordem constitucional e o Estado Democrático são imprescritíveis
no Brasil.
c) Possibilidade de julgamento antecipado do processo com absolvição
sumária do réu – Artigo 397 do CPP
Após o oferecimento da resposta à acusação, os autos são conclusos ao juiz, para
que este verifique a possibilidade de antecipar, mediante juízo de valor, o resultado
final da demanda, absolvendo o réu sumariamente.
CUIDADO! O juízo de valor do magistrado, nesse momento, é pro societate, vale
dizer, caso exista dúvida acerca do motivo que justificaria a absolvição sumária, o
juiz deverá dar prosseguimento ao processo.
As causas que determinam a absolvição sumária são:
c.1) A existência manifesta de causa excludente de ilicitude (legítima defesa, estado
de necessidade, estrito cumprimento do dever legal, exercício regular de um direito)
c.2) A existência manifesta de causa excludente de culpabilidade do agente, salvo
inimputabilidade mental – permitem a absolvição sumária, assim, o erro de proibição
inevitável (Art. 21 CP), a coação moral irresistível e a obediência hierárquica à
ordem não manifestamente ilegal (Art. 22 CP) e a embriaguez fortuita completa (Art.
28, § 1º CP).
Sobre a exceção (“salvo inimputabilidade”), esclareça-se que, em se tratando de
inimputabilidade causada por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto,
o juiz deverá prosseguir com o processo, eis que nesses casos seriam cabível a
imposição de medida de segurança, mas o réu, mesmo nessas situações, tem o
direito ao andamento do processo, onde poderá ser provada sua eventual inocência
ou mesmo uma causa de exclusão da ilicitude.
c.3) Não constituir o fato infração penal – atipicidade da conduta. Ex.: sujeito
processado por estelionato na modalidade cheque sem fundo (Art. 171, § 2º, VI CP)
demonstra, na defesa, que o cheque era pré-datado, o que descaracteriza o crime
(trata-se de mero ilícito civil). Súmula 246 do STF.
c.4) Encontrar-se extinta a punibilidade – na verdade aqui houve uma impropriedade
do legislador, uma que, tendo sido referida alguma causa de extinção da
punibilidade na resposta à acusação (p. ex. morte do acusado) o juiz simplesmente
a declarará nos autos, não devendo “absolver sumariamente”.
3) PROCEDIMENTO COMUM ORDINÁRIO (Arts 394, §1º, I e 395 a 405 do CPP) –
crimes com sanção igual ou superior a quatro anos de pena privativa de
liberdade (Ex. furto simples – artigo 155 caput CP)
Sequência de atos que compõem o procedimento:
a) Oferecimento da denúncia ou queixa, que deverá conter:
- Os requisitos do Artigo 41 do CPP
- O lastro probatório quanto à materialidade e autoria = justa causa
- O arrolamento de testemunhas – até o máximo de oito (excluídas desse número as
não compromissadas, o ofendido e os peritos porque não são testemunhas no
sentido técnico da palavra), por fato imputado.

b) Rejeição liminar ou recebimento – conclusa a peça acusatória ao juiz, ele


poderá recebê-la ou rejeitá-la. A rejeição ocorrerá nas hipóteses do Art. 395, já visto.
Não sendo o caso de rejeição, o juiz receberá a peça.
- É nesse momento que o juiz deve dar-se por suspeito ou impedido caso identifique
alguma informação na peça que justifique a medida.
- Também deverá verificar de ofício a questão da competência do juízo.
Obs.: o recebimento da peça acusatória, segundo o STF, não precisa ser
fundamentado (no procedimento comum) eis que não se trata efetivamente de ato
decisório, embora existam vários posicionamentos contrários da doutrina. Já nos
procedimentos especiais, que exigem defesa prévia/preliminar (antes do
recebimento da peça acusatória), a fundamentação é obrigatória.
Obs.2: não há recurso cabível contra o recebimento da peça acusatória, sendo
passível apenas de habeas corpus visando o trancamento do processo penal.

c) Citação do acusado para resposta – Art. 396 CPP – recebida a denúncia ou


queixa, o juiz ordenará a citação pessoal do acusado para responder à acusação,
por escrito, no prazo de dez dias. Se não for possível a citação pessoal, o juiz
determinará:
- A citação por edital, com prazo de 15 dias, após esgotadas as possibilidades de
encontrá-lo. Se o acusado atender à citação por edital, o prazo para a defesa
começa a fluir a partir do comparecimento pessoal do acusado ou do defensor
constituído. Se não comparecer nem constituir defensor, suspende-se o processo e
o prazo prescricional, podendo o andamento do processo ser retomado quando o
acusado se fizer presente nos autos.
- A citação por hora certa, quando se verificar que o réu se oculta para não ser
citado. Art. 362 CPP – Se o réu não comparece, será nomeado defensor dativo para
acompanhar o processo (não haverá a suspensão prevista para o caso de citação
por edital).
Obs.: citação “imprópria” – quando o réu é inimputável mental, a citação deverá ser
feita na pessoa de seu curador, se aquele não tem nenhuma condição de
entendimento de seus termos. Se o réu tiver relativa compreensão, deverá ele ser
citado juntamente com seu curador.
d) Resposta do acusado – Art. 396-A CPP - na resposta o acusado poderá
arguir preliminares e alegar tudo o que interessar à sua defesa, oferecer
documentos, justificações, especificar as provas pretendidas e arrolar testemunhas
qualificando-as e requerendo sua intimação, quando necessário. Se as
testemunhas não forem arroladas neste momento, haverá preclusão.
É neste momento, também, que o acusado deve arguir a incompetência do juízo (se
for relativa, haverá preclusão, caso não arguida).
Além disso também poderão ser arguidas as outras exceções: de coisa julgada, de
litispendência ou de suspeição (estas podem ser arguidas a qualquer tempo).
A resposta à acusação é peça obrigatória, motivo pelo qual, se não apresentada
pelo réu devidamente citado, o juiz nomeará defensor, para apresentá-la.
d.1) Revelia – Concretizada a citação pessoal e não tendo o acusado apresentado
resposta à acusação, o processo correrá à sua revelia. Art. 367 do CPP.
CUIDADO! Revelia, no Processo Penal, não significa confissão ficta ou
desnecessidade da acusação provar os fatos imputados. A única consequência é a
desnecessidade de intimar o acusado para os demais atos do processo, exceto da
sentença condenatória de primeiro grau. Somente o defensor segue sendo intimado
para/dos atos processuais.
d.2) Oitiva da acusação – apesar de não constar na lei a necessidade de oitiva do
acusador acerca da resposta à acusação formulada pelo denunciado, tem
prevalecido na doutrina o entendimento de que o juiz deve abrir vistas dos autos ao
Ministério Público ou querelante, especialmente quando a defesa apresentar
alegações, fatos ou provas sobre os quais a acusação não detinha conhecimento
anterior (analogia com o Art. 409 do CPP aplicável aos procedimentos do Tribunal
do Júri).
e) Audiência de instrução, interrogatório e julgamento – Art. 399, 400 e 400-
A do CPP – após o recebimento da resposta à acusação e a oitiva do MP ou
querelante e não sendo caso de absolvição sumária, o juiz designará dia e hora para
audiência, ordenando a intimação do acusado (se não for revel), de seu defensor, do
MP e, se for o caso, do querelante e do assistente. O prazo para a realização dessa
audiência é de 60 dias (Art. 400 caput), havendo dúvidas sobre o início da contagem
desse prazo (prevalece que é do dia do despacho que determinou a realização da
audiência).
e.1) Significado da expressão “numa só audiência” (Art. 400, § 1º) – se refere à
prova oral, consignada no caput do artigo, ou seja, as declarações do ofendido, os
depoimentos das testemunhas da acusação e defesa e o interrogatório do réu
devem ser realizados todos nesta mesma oportunidade. Nada impede, entretanto, a
busca por outras provas documentais, periciais etc a posteriori. Essa prova oral deve
ser produzida na seguinte ordem:
1º. Tomada das declarações do ofendido (sempre que possível) – Art. 201 CPP –
será qualificado e perguntado sobre as circunstâncias da infração, quem seja ou
presuma ser o autor e sobre as provas existentes.
2º. Inquirição das testemunhas da acusação
3º. Inquirição das testemunhas da defesa
Qualquer das partes pode desistir da inquirição de testemunhas arroladas. O juiz,
por sua vez, pode ouvir testemunhas não arroladas pelas partes, quando julgar
necessário e, ainda, pode complementar a inquirição das partes, sempre que houver
pontos não esclarecidos (Art. 212 CPP).
4º Esclarecimentos dos peritos, que somente ocorrerá se a parte interessada tiver
requerido previamente a notificação (se as partes tiverem questionamentos novos –
não referidos no laudo – deverão encaminhá-los aos peritos com antecedência
mínima de dez dias).
5º. Acareações – quando houver dúvida ou contradições/divergências em versões
apresentadas.
6º. Reconhecimento de pessoas ou coisas – nos moldes dos artigos 226 a 228 do
CPP.
7º. Interrogatório do acusado – de acordo com as regras dos artigos 185 a 196 do
CPP.
- Artigo 405 § 1º CPP – sempre que possível serão usados recursos tecnológicos
para a gravação/armazenamento do conteúdo da audiência.

OBS.: em 2021 foi inserido o Artigo 400-A no CPP que estabelece que,
especialmente nos processos que apurem crimes contra a dignidade sexual, todas
as partes e demais sujeitos processuais presentes no ato deverão zelar pela
integridade física e psicológica da vítima, sob pena de responsabilização civil, penal
e administrativa, cabendo ao juiz a garantia de cumprimento da norma (mudança
promovida em face do Caso Mariana Ferrer).

f) Requerimento de diligências e alegações finais – Art. 402 CPP - encerrada


a instrução será facultado às partes requerer a realização de eventuais diligências
cuja necessidade tenha se originado de circunstâncias ou fatos apurados na
instrução.
f.1) Se não houver requerimento de diligências ou se o pedido for indeferido pelo
juiz: o juiz oportunizará imediatamente às partes a apresentação de alegações finais
orais. Primeiro se manifesta a acusação e depois a defesa, pelo prazo de 20 minutos
cada um, prorrogáveis por mais 10 (Art. 403).
- Mais de um acusado: contagem de tempo individual
- Assistente de acusação: 10 minutos após o término do prazo do MP (nesse caso
será acrescido mais 10 min no prazo da defesa – “igualdade de armas”).
Em seguida o juiz poderá proferir imediatamente a sentença.
- Tratando-se de caso complexo o juiz poderá abrir o prazo de cinco dias sucessivos
para a apresentação de memoriais escritos e somente após esse decurso de prazo
e a conclusão dos autos ele proferirá sentença, no prazo de 10 dias.
f.2) O juiz determina diligências de ofício ou defere as requeridas pelas partes: a
audiência será concluída sem as alegações finais orais. Após a conclusão das
diligências as partes deverão apresentar memoriais e, após, o juiz sentenciará, nos
mesmos prazos já referidos.
Obrigatoriedade dos memoriais: obrigatórios para a defesa, em face do princípio
da ampla defesa, mas não obrigatórios para o Ministério Público.

g) Sentença: o momento de prolação já foi referido no item anterior. Importante


referir a disposição do Artigo 399, § 2º CPP, que se refere à identidade física do juiz
(o juiz que presidiu a audiência de instrução deverá proferir a sentença), para
esclarecer que não se trata de regra absoluta, devendo se usar, por analogia, o que
dispõe o Art. 132 do CPC que afirma que, em sendo o juiz convocado, licenciado,
afastado por qualquer motivo, promovido ou aposentado, passará os autos para seu
sucessor.

h) Lavratura do termo de audiência, nos moldes do art. 405 CPP.

OBS.: Suspensão condicional do processo – crimes que se enquadrariam no


procedimento comum ordinário (pena máxima igual ou superior a quatro
anos), mas cuja pena mínima é igual ou inferior a 1 ano).
Ex. Estelionato – Artigo 171 CP – Pena: 1 a 5 anos

Em que momento deveria ser proposta a suspensão do processo prevista no Art. 89


da Lei 9099/95?
1ª corrente – por ocasião da audiência, depois da produção da prova oral e logo
antes da realização do interrogatório. Aceitando a proposta o réu não será
interrogado; se não a aceitar, o interrogatório será realizado. Vantagens: se o
processo retomar o seu curso, a instrução já terá sido feita e não haveria perda de
provas. Desvantagens: perda inútil de tempo com a colheita de provas para somente
depois suspender o processo que pode culminar com a extinção da punibilidade.

2ª corrente: por ocasião da audiência, como primeira providência, antes das oitivas.
Vantagens: mais agilidade ao processo criminal. Desvantagens: as partes
comparecerão em juízo desnecessariamente, caso seja aceita a suspensão
condicional do processo pelo acusado.

3ª corrente: deve ser feita após a citação e antes da audiência de instrução,


designando-se data distinta para a qual o intimado deverá comparecer com o
objetivo específico de se manifestar sobre a proposta de suspensão. Não sendo
aceita a proposta, o juiz então marcará a audiência. É a mais adotada, primando
pela celeridade processual.

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