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RETA FINAL

DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL


DE SANTA CATARINA

PEÇAS PROFISSIONAIS

PROFESSOR HENRIQUE HOFFMANN


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OS MATERIAIS
Classificação das Peças
Peças Petitórias: representações
Peças Requisitórias: requisições
Peças Inaugurais: portaria e auto de prisão em flagrante
Peças Decisórias: decisão/despacho de indiciamento, de prisão em
flagrante, de decretação de medida protetiva de urgência (de afastamento do
lar quando a cidade não for sede de comarca)
Peças Conclusivas: relatório de inquérito policial (pode ser cumulado com
pedido de prisão preventiva ou indiciamento)
Peças de Encaminhamento e Comunicação: encaminhamento de medida
protetiva de urgência, comunicação de ação controlada (no caso de
organização criminosa)
Estrutura da peça - Representação

Tópico Observações
1 Endereçamento direcionar peça conforme regras de competência
redigir apenas se o enunciado indicar o nº do
2 Referência
procedimento
fundamentos legais relativos a:
3 Preâmbulo - atribuição do delegado (serão sempre iguais)
- medida pleiteada (variam conforme a medida)
tópico numerado: 1
circunstâncias fáticas (indicadas
4 Fatos no enunciado) relativas a:
- crime
- medida buscada
Tópico Observações
tópico numerado: 2
fundamentação e dispositivos legais relativos a:
- crime
5 Direito - medida pleiteada (requisitos e cabimento - fumus comissi
delicti e periculum libertatis ou periculum in mora)
OBS: em caso de mais de uma cautelar na mesma peça,
subdivida o tópico para cada pleito
tópico numerado: 3
solicitação expressa da medida
mencionar prazo, se houver
6 Pedido
requerer oitiva do MP, caso necessária
OBS: em caso de mais de uma cautelar na mesma peça,
subdivida o tópico para cada pleito
Pede deferimento
7 Fechamento Local, data
Delegado de Polícia (não assinar)
1. Endereçamento

- Regras de competência para aferir o juízo competente - especialmente


por critério funcional (foro por prerrogativa de função) ou material
(Tribunal do Júri); bem como se for mencionado Juizado de Violência
Doméstica contra a Mulher ou Juizado de Violência Doméstica contra
Criança ou Adolescente

- Atenção se enunciado indicar juízo prevento ou por distribuição

- Embora o prazo de 12 meses para estabelecimento do juiz das garantias se


esgote apenas em 09/2024 (STF ADI 6.298), se enunciado indicar que juiz
das garantias já foi implementado, endereçamento deve ser feito a ele

- Não há necessidade de usar letras garrafais. Não deve ser realizada


abreviatura.
Excelentíssimo Senhor Juiz das Garantias da Comarca de __/__
Excelentíssimo Senhor Juiz das Garantias da Vara Regional de Garantias de
__/__
Excelentíssimo Senhor Juiz de Direito da __ Vara Criminal da Comarca de
__/__
Excelentíssimo Senhor Juiz de Direito da __ Vara do Júri da Comarca de
__/__
Excelentíssimo Senhor Juiz de Direito do __ Juizado de Violência Doméstica
contra a Mulher / Criança ou Adolescente da Comarca de __/__

Excelentíssimo Senhor Desembargador Relator da __ Câmara Criminal do


Tribunal de Justiça do Estado do __
Excelentíssimo Senhor Desembargador Relator da __ Turma do Tribunal
Regional Federal da __ Região
2. Referência

- Elemento a ser redigido apenas se o enunciado da questão fornecer o


número do inquérito ou processo.
Se não houver menção ao número do procedimento, não redigir este
tópico, passando ao próximo (preâmbulo).

Ex:
Referência: Inquérito Policial nº __/__
3. Preâmbulo

- Identificar a Polícia Judiciária que elabora a peça (ex: Polícia Civil do


__).

- Citar os dispositivos constitucionais e legais que demonstram a


atribuição da Polícia Judiciária e portanto a legitimidade (capacidade
postulatória) do Delegado de Polícia (art. 144 da CF, art. 4º do CPP, art.
2º da Lei 12.830/13, art. 1º da Lei 14.735/23 e art. 106, da CESC)

- Citar os dispositivos referentes à cautelar (CPP e/ou legislação


extravagante)
Ex:
A Polícia Civil do Estado do __, por meio do Delegado de Polícia ao final
assinado, no exercício de suas atribuições constitucionais e legais, previstas
no art. 144 da CF, art. 4º do CPP, art. 2º da Lei 12.830/13, art. 1º da Lei
14.735/23 e art. 106, da CESC, comparece perante Vossa Excelência para
representar pela ________ (medida cautelar), na forma do ______
(dispositivo legal, bem como constitucional se houver), pelos fundamentos de
fato e de direito a seguir expostos.
4. Fatos

- Elaborar um resumo do enunciado, demonstrando os fatos que


justificam a tipificação do crime e a adoção da medida cautelar
pleiteada.
- O que ocorreu? Quando? Como? Por quê? Onde? Quem?

- Não escrever qualquer informação que não conste no enunciado.

- Indicar circunstâncias fáticas da existência do crime, individualizando a


conduta (se houver mais de um criminoso, utilizar um parágrafo para
cada).
Ex. De acordo com os elementos colhidos até o momento, Tício desferiu 2
disparos de arma de fogo contra Mévio, matando a vítima.
5. Direito
- Indicar o fumus comissi delicti (verossimilhança da existência do crime e
indícios de autoria), realizando a tipificação legal da conduta (se houver
mais de um criminoso, utilizar um parágrafo para cada).
Ex: O depoimento das testemunhas e o laudo cadavérico evidenciaram que
Mévio matou Tício, violando o art. 121, § 2º, VI, do Código Penal.
- Indicar o periculum libertatis (perigo do estado de liberdade – no caso de
prisão, representado pelos requisitos da preventiva ou temporária) ou
periculum in mora (perigo da demora – no caso das demais cautelares,
indicado pelo risco de a prova perecer), indicando a cautelar pleiteada e
seu cabimento para o crime apurado.
6. Pedido
Tendo em vista o exposto, a Polícia Civil do Estado do __, por intermédio
desta autoridade policial, representa pela __ (medida cautelar) do
investigado __ (nome do suspeito), com a expedição do respectivo
mandado, após oitiva do Ministério Público.
Solicita-se que a intimação da parte contrária para manifestação em 5 dias
ocorra somente depois do cumprimento da diligência, tendo em vista a
urgência e o perigo de ineficácia da medida.

Se a medida tiver prazo certo (ex: prisão temporária e interceptação


telefônica):
pelo prazo de __ (lapso temporal)
7. Fechamento

Termos em que pede deferimento.

Local e data (não há necessidade de especificar a cidade e a data)


Delegado (não inserir seu nome – não se identificar)
Dicas gerais para Identificação das Peças

- Tipificar o crime: as medidas cautelares são cabíveis conforme o tipo


penal, a pena máxima ou a punição com reclusão
Ex: prisão temporária – rol taxativo; prisão preventiva – crime com pena
máxima superior a 4 anos, em regra; interceptação telefônica – infração
penal punida com reclusão

- Identificar em qual fase se encontra a investigação: as peças são


cabíveis acordo com a etapa da apuração criminal
Ex: início da apuração – portaria; meio da apuração – interceptação
telefônica, infiltração policial; término da apuração – relatório, indiciamento.
- Visualizar o que se busca naquele momento da investigação: as peças
são cabíveis acordo com o objetivo específico naquele estágio da apuração
. resguardar a investigação para que transcorra até o fim, limitando a
atuação do suspeito – prisão temporária
. restringir a liberdade do suspeito, evitando reiteração, destruição de provas
ou fuga – prisão preventiva
. aprofundar a investigação, produzindo provas – interceptação telefônica,
colaboração premiada, ação controlada, busca e apreensão, quebra de
sigilo, dentre outras cautelares probatórias
Dicas específicas para identificar a peça - Portaria

Enunciado mencionar: que foi apresentada notitia criminis ao Delegado (por


exemplo através da palavra da vítima ou por meio de boletim de ocorrência
lavrado pela PM) e o crime precisa ser investigado, não tendo ainda sido
instaurado o inquérito policial.
Pode ainda a questão dizer expressamente que deseja a peça inaugural do
inquérito policial.
Peça: portaria de instauração de inquérito policial
OBS 1: instauração de inquérito policial contra detentor de foro por
prerrogativa de função exige prévia autorização do Tribunal competente,
segundo entendimento do STF (Rcl 23.457), diferentemente da posição do
STJ (REsp 1.563.962).
Foro especial abrange apenas crimes cometidos durante o exercício do
cargo e relacionados às funções desempenhadas (STF, AP 937 QO).

OBS 2: a portaria pode ser cumulada com o indiciamento, em casos


excepcionais em que com a noticia criminis já forem fornecidos elementos
suficientes de autoria contra o suspeito; regra geral, o indiciamento é feito
de forma contemporânea ao relatório, ao final do IP, quando as diligências
concluídas permitirem a análise técnico-jurídica
OBS 3: em se tratando de IP que tem como suspeito policial ou membro
das Forças Armadas (em missão para garantia da lei e da ordem), por uso
da força letal no exercício da função, deve-se citar o investigado para
constituir defensor no prazo de 48 horas a contar do recebimento da
citação; esgotado o prazo sem constituição do defensor, deve o escrivão
intimar a instituição a que está vinculado o investigado para que, em 48
horas, indique o defensor para representar o investigado.

OBS 4: a CEBRASPE já admitiu mais de uma vez (PCPB e PCRO 2022),


de forma equivocada, a cumulação de portaria com representação por
prisão preventiva ou medida cautelar diversa da prisão
Dicas específicas para identificar a peça - Decisão/Despacho

Enunciado mencionar: elementos suficientes de materialidade e autoria


contra o suspeito, podendo a investigação ainda estar em curso
(confeccionando-se o indiciamento para a posterior oitiva do investigado na
condição de indiciado) ou encerrada (realizando-se o indiciamento como
tópico do relatório final de inquérito policial).
Peça: decisão/despacho de indiciamento

OBS 1: pode ser feito no bojo do relatório, como um tópico separado

OBS 2: magistrado e membro do MP não podem ser indiciados por


expressa vedação legal (art. 33, II da Lei Complementar 35/79, art. 18, II da
Lei Complementar 75/41 e art. 41. II da Lei 8.625/93)
Enunciado mencionar: suspeito foi capturado em situação flagrancial
própria, imprópria ou presumida e conduzido à delegacia, e apresentados
eventuais bens arrecadados para providências cabíveis.
Pode ainda a questão dizer expressamente que deseja o despacho
contendo atos ordinatórios (diligências) da peça flagrancial e
prosseguimento do inquérito policial.

Peça: decisão/despacho de prisão em flagrante


Enunciado mencionar: existe risco atual ou iminente à vida ou à integridade
física da mulher em situação de violência doméstica e familiar, ou de seus
dependentes, e que o município não é sede de comarca.

Peça: decretação de medida protetiva de urgência (de afastamento do


agressor do lar, domicílio ou local de convivência com a ofendida)

OBS: nas demais situações, delegado deve encaminhar ao Judiciário o


pedido de medidas protetivas feito pela vítima
Dicas específicas para identificar a peça - Relatório

Enunciado mencionar: foram colhidos elementos (ex: oitivas de vítima,


testemunhas e suspeito, realização de busca e apreensão e interceptação),
não havendo mais provas a produzir, tendo a investigação chegado ao fim.
Pode ainda a questão dizer expressamente que deseja a peça de
encerramento do inquérito policial.

Peça: relatório de conclusão de inquérito policial


Dicas específicas para identificar a peça - Representação

Enunciado mencionar: endereço do investigado e indicar que lá pode ser


encontrado instrumento do crime, produto do delito (vantagem direta do
delito) ou prova que sirva para elucidar o crime. Ex. arma de fogo, drogas,
dinheiro subtraído.

Peça: representação por busca e apreensão domiciliar

OBS1: admite-se a apreensão de valor equivalente ao produto do crime


quando não for encontrado ou se localizar no exterior (art. 91, §2º do CP).

OBS2: se o bem almejado é proveito do crime (ex: veículo comprado com


dinheiro furtado), a medida cabível é o sequestro de bens.
Enunciado mencionar: bens ou valores que configurem proveito do crime
praticados pelo investigado (vantagem indireta do delito), configurando
patrimônio ilícito.

Peça: representação por sequestro de bens

OBS: admite-se a apreensão de valor equivalente ao proveito do crime


quando não for encontrado ou se localizar no exterior (art. 91, §2º do CP).
Enunciado mencionar: número de telefone do investigado, indicando a
apuração de crime punido com reclusão, apontando que envolvidos já
foram ouvidos e que não há outro meio de obtenção de prova disponível.

Peça: representação por interceptação telefônica

OBS: pode ser cumulada com pedido de quebra de sigilo de dados


telefônicos, telemáticos e de localização
Enunciado mencionar: necessidade de acesso às mensagens do telefone
ou outro equipamento informático do suspeito, que foi apreendido ou de
cujo número se tem conhecimento.

Peça: representação por quebra de sigilo de dados telemáticos

OBS: acesso a dados telefônicos (agenda e histórico de chamadas) pode


ser feito diretamente ou por requisição, não dependendo de autorização
judicial
Enunciado mencionar: necessidade de obtenção registros de conexão ou
acesso a aplicações de internet do suspeito, para identificar o usuário do
serviço de internet ou o terminal utilizado em determinada área geográfica.

Peça: representação por quebra de sigilo de dados informáticos


Enunciado mencionar: número do telefone do investigado e que se busca a
localização da vítima, do próprio investigado, ou comprovar que esteve em
determinado local.

Peça: representação por quebra de sigilo de localização

OBS1: localização também pode ser obtida com representação por quebra
de sigilo de dados informáticos

OBS2: se o juiz não decidir em 12h, o delegado pode por autoridade


própria requisitar os dados das empresas de telecomunicações e
telemática (art. 13-B, §4º do CPP)
Enunciado mencionar: que a interceptação telefônica ou outra diligência
não é suficiente e que as reuniões do grupo criminoso são feitas
pessoalmente em local específico (ex: escritório, casa ou restaurante),
sendo que o delito tem pena máxima superior a 4 anos.

Peça: representação por captação ambiental


Enunciado mencionar: que o investigado é perigoso e cometeu algum crime
grave (um dos arrolados no inciso III do art. 1º da Lei 7.960/89) ou crime
hediondo ou equiparado (art. 1º da Lei 8.072/90).
E indicar que o suspeito:
a) não tem residência fixa; ou
b) não apresentou elementos concretos para sua identificação; e
E demonstrar que há diligências a serem realizadas na investigação.

Peça: representação por prisão temporária


Enunciado mencionar: que o investigado (a) praticou crime doloso punido
com pena privativa de liberdade máxima superior a 4 anos, ou (b) praticou
crime doloso e foi condenado por outro crime doloso, em sentença
transitada em julgado, e:
a) cometeu crime concretamente grave, reitera na prática
delitiva/reincidente, é perigoso/integra organização criminosa/integra
milícia/porta arma de fogo (garantia da ordem pública); ou
b) pratica reiteradamente crimes que comprometem a ordem econômica
(garantia da ordem econômica); ou
c) está tencionando destruir provas/ameaçar testemunhas (conveniência da
instrução criminal); ou
d) provavelmente irá fugir (assegurar a aplicação da lei penal).
Ou o enunciado indicar que o suspeito:
a) descumpriu medida cautelar diversa da prisão; ou
b) não forneceu elementos suficientes para esclarecer sua identidade civil,
gerando dúvida; ou
c) praticou crime envolvendo violência doméstica e familiar (contra a mulher
ou criança, adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência), tendo
descumprido medidas protetivas de urgência.

Podendo ainda o enunciado informar que (a) existem fatos novos ou


contemporâneos que justifiquem a aplicação da medida, e (b) que os
elementos do caso concreto justificam o não cabimento de outra medida
cautelar e (c) que a investigação já colheu elementos suficientes de autoria
contra o investigado (se a apuração estiver no início e houver risco da
liberdade do suspeito, cabe prisão temporária).
Peça: representação por prisão preventiva

OBS: pode ser feito no bojo do relatório, como um tópico separado


Enunciado mencionar: que inexiste hipótese ou requisito para decretação de
prisão preventiva, pois não há:
a) crime doloso punido com pena máxima superior a 4 anos;
b) condenação por outro crime doloso, em sentença transitada em julgado;
c) descumprimento de medida cautelar diversa da prisão;
d) falta de identidade civil, gerando dúvida; ou
e) crime com violência doméstica e familiar (contra a mulher ou criança,
adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência), e descumprimento
de medidas protetivas de urgência.
Mas o suspeito demonstra:
a) chances de voltar a delinquir (evitar a prática de infrações penais); ou
b) intenção de destruir provas/ameaçar testemunhas (necessidade para a
investigação ou a instrução criminal); ou
c) probabilidade de fugir (necessidade para aplicação da lei penal).
Peça: representação por medidas cautelares diversas da prisão
Enunciado mencionar: atuação de organização criminosa ou de suspeitos
de tráfico de drogas ou lavagem de dinheiro, por exemplo para cooptar
novos integrantes para o cometimento de crimes.

Peça: representação por infiltração policial


Enunciado mencionar: atuação de organização criminosa na internet, ou a
prática de delitos na rede mundial de computadores envolvendo crianças e
adolescentes ou de invasão de dispositivo informático, e eventualmente
indicar IP ou outros dados de conexão.

Peça: representação por infiltração policial virtual


Enunciado mencionar: que é preciso:
a) a não-atuação policial sobre os portadores de drogas, com a finalidade de
identificar maior número de integrantes,; ou
b) a suspensão da ordem de prisão de pessoas ou das medidas
assecuratórias de bens, direitos ou valores, quando a sua execução
imediata puder comprometer as investigações.
Peça: representação por ação controlada

OBS: no caso de organização criminosa, não se exige autorização judicial,


basta a comunicação da ação controlada ao Judiciário
Enunciado mencionar: que o investigado guarda dinheiro ilícito em
instituição financeira no Brasil ou exterior (especialmente banco), realizou
transações suspeitas (transferências, depósitos, saques) e/ou ostenta
patrimônio incompatível com a renda, fornecendo o número da conta e a
identificação do banco.
A questão pode dizer ainda que se trata de suspeito da prática de crimes de
lavagem de capitais, financeiro, tributário ou patrimonial.

Peça: representação por quebra de sigilo bancário


Enunciado mencionar: que o investigado realizou transações suspeitas
(transferências, depósitos, saques) e/ou ostenta patrimônio incompatível
com a renda, fornecendo ou não o número da conta e a identificação do
banco, indicando que a Receita (Fisco/Administração Tributária) possui seus
dados fiscais.
A questão pode dizer ainda que se trata de suspeito da prática de crimes
tributário, de lavagem de capitais, financeiro ou patrimonial.

Peça: representação por quebra de sigilo fiscal


Enunciado mencionar: dúvida sobre a integridade mental do suspeito,
deixando transparecer a necessidade de exame médico-legal para verificar
sua imputabilidade.

Peça: representação por incidente de sanidade mental

OBS: caso confirmada a inimputabilidade ou semi-imputabilidade, e houver


risco de reiteração, é possível a imposição judicial de medida cautelar
diversa da prisão consistente em internação provisória em crimes praticados
com violência ou grave ameaça (art. 319, VII do CPP)
Enunciado mencionar: que foi celebrado acordo de colaboração premiada
entre o suspeito e a Polícia Judiciária.

Peça: representação por homologação de colaboração premiada


Dicas específicas para identificar a peça - Requisição

Enunciado mencionar: necessidade de se qualificar o suspeito (dados que


permitam a individualização da pessoa, como como nome, filiação,
endereço e nº dos documentos), tendo a Polícia conhecimento do seu
número de telefone.
Peça: requisição de dados cadastrais
Enunciado mencionar: necessidade de acesso a agenda eletrônica e
registros de ligações (histórico de chamadas) do telefone do suspeito, que
foi apreendido ou de cujo número se tem conhecimento.
Peça: requisição de dados telefônicos

OBS1: a não exigência de autorização judicial pela Constituição deixa o


estabelecimento ou não de reserva de jurisdição para o legislador ordinário,
que não demandou autorização judicial para esses dados (STF, HC 91.867;
STJ, HC 66.368, AgRg no REsp 1.760.815 e AgRg no REsp 1.853.702)

OBS2: se confeccionada outra representação simultaneamente, como por


interceptação telefônica, nada impede que seja também feito pedido de
dados telefônicos no bojo daquela peça
Enunciado mencionar: que o delegado representou anteriormente pela
quebra de sigilo de localização do suspeito ou vítima, porém o juiz não
decidiu em 12h.

Peça: requisição de dados de localização

OBS: localização também pode ser obtida com representação por quebra
de sigilo de dados informáticos
Dicas específicas para identificar a peça - Comunicação

Enunciado mencionar: que é preciso o retardamento da intervenção policial


ou administrativa relativa à organização criminosa, para que a medida se
concretize no momento mais eficaz à formação de provas e obtenção de
informações.
Pode ainda a questão informar a necessidade de previamente comunicar a
medida ao juiz competente que, se for o caso, estabelecerá os seus limites
e comunicará ao Ministério Público.
Peça: comunicação de ação controlada

OBS: no caso das Leis de Drogas e de Lavagem de Capitais, exige-se


autorização judicial a ser obtida mediante representação
Dicas específicas para identificar a peça - Encaminhamento

Enunciado mencionar: que existe mulher vítima de violência doméstica e


familiar, que solicitar medidas protetivas de urgência.
Peça: encaminhamento de pedido de medida protetiva de urgência

OBS: quando a cidade não for sede de comarca, o delegado pode decretar
por autoridade própria a medida protetiva de urgência de afastamento do
agressor do lar (art. 12-C da Lei 11.340/06)
PORTARIA

O STF entende pela necessidade de chancela judicial para instaurar inquérito


policial detentor de foro por prerrogativa de função (STF, Inq 2.411 QO; Rcl
23.457).

Prazo
Em regra não há prazo para instauração do IP, apenas para conclusão.

Exceção:
Art. 13-B, § 3o Na hipótese prevista neste artigo, o inquérito policial deverá ser
instaurado no prazo máximo de 72 horas, contado do registro da respectiva
ocorrência policial.
(investigação de crime de tráfico de pessoas ou correlatos, com representação
do Delegado pela obtenção de dados de localização)
Requisitos

- justa causa: indícios mínimos de materialidade e autoria (juízo de


possibilidade)

A contrario sensu, inexistir hipótese de trancamento do IP (STF, HC 132.170


AgR):
- tipicidade
- indícios mínimos de materialidade e autoria (princípio justa causa) - se
denúncia anônima mediante diligências preliminares
- condição da ação (representação ou requerimento da vítima)
- punibilidade (não estar prescrito)
Cabimento

Infração Penal Procedimento Policial


infração de menor potencial ofensivo termo circunstanciado de ocorrência
crime em geral – mediante denúncia
anônima ou delação verificação da procedência das
desacompanhada de indícios informações
mínimos
crime em geral inquérito policial
Procedimento
Autoridade Policial, após detectar na noticia criminis qualificada a presença de
indícios mínimos de crime, com condição da ação e sem excludente de
punibilidade, tipifica preliminarmente o delito, determina a instauração do
inquérito policial e enumera as diligências a serem realizadas.

CPP, Art. 6o Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a


autoridade policial deverá:
(...)
II - apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos
peritos criminais;
III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas
circunstâncias;
IV - ouvir o ofendido;
V - ouvir o indiciado (...);
VI - proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações;
VII - determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a
quaisquer outras perícias;
VIII - ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se
possível, e fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes;
IX - averiguar a vida pregressa do indiciado (...)
Art. 7o Para verificar a possibilidade de haver a infração sido praticada de
determinado modo, a autoridade policial poderá proceder à reprodução
simulada dos fatos, desde que esta não contrarie a moralidade ou a ordem
pública.
Lei 12.830/13, Art. 2º (...)
§ 1º Ao delegado de polícia, na qualidade de autoridade policial, cabe a
condução da investigação criminal por meio de inquérito policial ou outro
procedimento previsto em lei, que tem como objetivo a apuração das
circunstâncias, da materialidade e da autoria das infrações penais.
§ 2º Durante a investigação criminal, cabe ao delegado de polícia a requisição
de perícia, informações, documentos e dados que interessem à apuração dos
fatos.
Peça Profissional - Portaria

Portaria

A Polícia Civil do Estado do __, por meio do Delegado de Polícia ao final


assinado, no exercício de suas atribuições constitucionais e legais previstas no
art. 144 da Constituição Federal, no art. 2º da Lei 12.830/13 e no art. 4º do
Código de Processo Penal, expede a seguinte portaria de instauração de
inquérito policial, com fulcro no art. 5º do CPP, pelos motivos de fato e de
direito que passa a expor.
Consta do boletim de ocorrência / notícia de jornal / denuncia anônima seguida
de diligências preliminares / representação da vítima / requerimento da vítima /
petição do cidadão que o suspeito __ (não criar fatos).
A noticia criminis direta / indireta evidencia, numa cognição sumária, que o
suspeito __ praticou o crime hospedado no art. __ do CP / da Lei __, contra a
vítima __.
Constatada a presença de indícios mínimos a formar um juízo de possibilidade,
e não se tratando de infração de menor potencial ofensivo, a Polícia Civil do
Estado do __, por intermédio desta autoridade policial, resolve instaurar
inquérito policial para apurar o fato e suas circunstâncias, determinando:

- Junte-se o documento que noticiou o fato;


- Formalize-se a apreensão do instrumento / produto / proveito do crime,
submetendo-o a perícia;
- Intime-se a vítima __ para declaração, as testemunhas __ para depoimento e
o suspeito __ para interrogatório;
- Se o investigado não comparecer, certifique-se da utilização de seu privilégio
contra a autoincriminação. Realize-se pesquisa de vida pregressa;
- Expeça-se o necessário para a total elucidação do caso;
- Caso haja alguma alteração fática que enseje o não cumprimento de
diligência desta portaria, certifique-se;
- Após, conclusos para ulteriores deliberações, não se olvidando do prazo legal
para conclusão do feito.

Cumpra-se.

Local e data
Delegado de Polícia
DECISÃO DE LAVRATURA DE AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE
Aspectos Importantes

Art. 304. Apresentado o preso à autoridade competente, (...) lavrando, a


autoridade, afinal, o auto.
§ 1o Resultando das respostas fundada a suspeita contra o conduzido, a
autoridade mandará recolhê-lo à prisão, exceto no caso de livrar-se solto ou de
prestar fiança, e prosseguirá nos atos do inquérito ou processo, se para isso
for competente; se não o for, enviará os autos à autoridade que o seja

noticia criminis coercitiva: auto de prisão em flagrante


Prazo
O prazo para conclusão do APF e remessa ao juiz competente é de 24 horas
(art. 306, §1º do CPP)

- comunicação da prisão da pessoa e do local onde se encontra, ao juiz


competente, MP e à família do preso ou à pessoa por ele indicada,
imediatamente (e não em 24 horas) (art. 306 do CPP)

- caso o autuado não informe o nome de seu advogado, deve ser remetida
cópia integral para a Defensoria Pública em 24 horas (art. 306, §1º do CPP)

- entrega da nota de culpa ao preso, mediante recibo, assinada pela


autoridade, com o motivo da prisão, o nome do condutor e os das
testemunhas, em 24 horas (art. 306, §2º do CPP)
Requisitos

- justa causa: indícios suficientes de materialidade e autoria (juízo de


probabilidade)
Requisito semelhante ao do indiciamento.
Cabimento

Cabe nos crimes em geral


É possível excepcionalmente em infrações de menor potencial ofensivo
quando:
- autor não assumir o compromisso de comparecer ao Juizado Especial (art.
69, parágrafo único da Lei 9.099/95)
- concurso de crimes, quando soma (concurso material) ou da exasperação
(concurso formal ou crime continuado) das penas máximas resultar um
apenamento superior a 2 anos (STJ. HC 143.500).
- crimes em que não se aplica a Lei 9.099/95 (violência doméstica contra a
mulher, crimes contra criança ou adolescente tipificados no ECA, crime de
lesão corporal culposa de trânsito com embriaguez, racha ou excesso de
velocidade)
OBS 1: não se concede fiança em crimes de descumprimento de medida
protetiva de mulher (art. 24-A, §2º da Lei 11.340/06) e descumprimento de
medida protetiva de criança ou adolescente (art. 25, §2º da Lei 14.344/2022)

OBS 2: não se lavra APF nem se exige fiança contra condutor de veículo, nos
casos de sinistros de trânsito que resultem em vítima, se prestar pronto e
integral socorro àquela (art. 301 do CTB)
Procedimento
CPP, Art. 304. Apresentado o preso à autoridade competente, ouvirá esta o
condutor e colherá, desde logo, sua assinatura, entregando a este cópia do
termo e recibo de entrega do preso. Em seguida, procederá à oitiva das
testemunhas que o acompanharem e ao interrogatório do acusado sobre a
imputação que lhe é feita, colhendo, após cada oitiva suas respectivas
assinaturas, lavrando, a autoridade, afinal, o auto
§ 1o Resultando das respostas fundada a suspeita contra o conduzido, a
autoridade mandará recolhê-lo à prisão, exceto no caso de livrar-se solto ou de
prestar fiança, e prosseguirá nos atos do inquérito ou processo, se para isso
for competente; se não o for, enviará os autos à autoridade que o seja.
§ 2o A falta de testemunhas da infração não impedirá o auto de prisão em
flagrante; mas, nesse caso, com o condutor, deverão assiná-lo pelo menos
duas pessoas que hajam testemunhado a apresentação do preso à autoridade
§ 3o Quando o acusado se recusar a assinar, não souber ou não puder fazê-
lo, o auto de prisão em flagrante será assinado por duas testemunhas, que Ihe
tenham ouvido a leitura na presença do acusado, do condutor e das
testemunhas.
§ 3o Quando o acusado se recusar a assinar, não souber ou não puder fazê-
lo, o auto de prisão em flagrante será assinado por duas testemunhas, que
tenham ouvido sua leitura na presença deste.
§ 4o Da lavratura do auto de prisão em flagrante deverá constar a informação
sobre a existência de filhos, respectivas idades e se possuem alguma
deficiência e o nome e o contato de eventual responsável pelos cuidados dos
filhos, indicado pela pessoa presa.
Lei 12.830/13, Art. 2º (...)
§ 6º O indiciamento, privativo do delegado de polícia, dar-se-á por ato
fundamentado, mediante análise técnico-jurídica do fato, que deverá indicar a
autoria, materialidade e suas circunstâncias.
Peça Profissional - Decisão de Lavratura de APF

Decisão de Lavratura de Auto de Prisão em Flagrante

A Polícia Civil do Estado do __, por meio do Delegado de Polícia ao final


assinado, no exercício de suas atribuições constitucionais e legais previstas no
art. 144 da Constituição Federal, no art. 2º da Lei 12.830/13 e no art. 4º do
Código de Processo Penal, com fulcro no art. 5º, caput da CF e no art. 304 do
CPP, decide pela lavratura de auto de prisão em flagrante, pelos motivos de
fato e de direito que passa a expor.
Consta do boletim de ocorrência que o suspeito __ (não criar fatos).
A noticia criminis coercitiva evidencia, numa cognição sumária, que o suspeito
__ praticou o crime hospedado no art. __ do CP / da Lei __, contra a vítima __.
Constatada a presença de indícios suficientes a formar um juízo de
probabilidade, e não se tratando de infração de menor potencial ofensivo, a
Polícia Civil do Estado do __, por intermédio desta autoridade policial, decide
pela lavratura de auto de prisão em flagrante, determinando:
- Autue-se o APF;
- Dê-se recibo de entrega de preso ao condutor
- Formalize-se a oitiva do condutor e da testemunha
- Proceda-se à oitiva da vítima.
- Entregue-se a nota de culpa ao preso como incurso no crime __, realizando-
se seu interrogatório
- Dê-se a nota de ciência das garantias constitucionais
- Formalize-se a apreensão dos objetos exibidos.
- Expeçam-se ofícios ao juiz da audiência de custódia, ao promotor de justiça e
ao defensor público (caso não tenha advogado constituído), comunicando-se a
prisão em flagrante delito, encaminhando-se cópia de todo o auto de prisão e
demais documentos;
- Arbitra-se a fiança no valor de R$__, com base no art. 319, VIII, 322 e 326, do
CPP e art. 5º, LXVI, da CF, devendo tal determinação ser oficialmente
comunicada ao preso com nota de conhecimento;
- Indicia-se __, com fundamento no art. 2º, §6, da Lei 12.830/13, pelo crime
__, devendo proceder-se à qualificação, identificação civil ou criminal e folha
de antecedentes criminais.
- Oficie-se ao IML, solicitando exame de corpo de delito no preso
Cumpra-se.
Local e data
Delegado de Polícia
Peça Profissional - APF

Auto de Prisão em Flagrante Delito

Aos __ dias de __ de __, nesta cidade de __, Estado do __, onde se achava
presente o delegado de Polícia que esta subscreve, compareceu o condutor
____, o qual fez a apresentação do conduzido ____, recebendo o termo de
entrega do preso, a fim de que fossem tomadas as providências legais.
Após análise prévia das versões, documentos e objetos, concluiu-se que estão
presentes os elementos suficientes da prática do crime de __ pelo conduzido, o
qual foi capturado na situação flagrancial __ (própria/imprópria/presumida).
Desse modo, nos termos do art. 304, §1º, do CPP, determina-se a prisão em
flagrante do conduzido, atendendo-se aos preceitos constitucionais e legais
pertinentes.
Assim, passou a autoridade policial a ouvir o condutor, que informou que __.
Em seguida, passou a autoridade a ouvir a testemunha __, que aduziu que __.
Ambos os depoimentos realizados mediante compromisso na forma lei, com
advertência das penalidades cominadas ao falso testemunho.
Em seguida, passou a autoridade a ouvir a vítima __, que declarou que __.
Após, a autoridade informou ao conduzido sobre os seus direitos
constitucionais, passando à sua qualificação, inclusive com questionamento
acerca de existência de filhos, respectivas idades e se possuem alguma
deficiência, e o nome e o contato de responsável pelos cuidados.
Questionado, o preso informou que não possui advogado constituído.
Cientificado de seu direito ao silêncio, respondeu que __ / Avisado de seu
direito ao silêncio, permaneceu calado.
Em seguida, lavrou-se a nota de culpa do preso pela prática de crime de __,
tendo-lhe sido entregue mediante recibo.
Ato contínuo, foi comunicada a família/pessoa indicada.
Finalizando-se assim este auto de prisão em flagrante delito, lavrado pelo
escrivão e assinado pelo delegado de polícia, contendo também as assinaturas
de condutor, testemunha, vítima e preso em suas respectivas peças.
Em seguida, junta-se o despacho para a lavratura deste auto de prisão em
flagrante delito, devidamente assinado pelo Delegado de Polícia.
RELATÓRIO
Prazo
Investigado preso Investigado solto
10 dias
Crime de atribuição da Polícia prorrogável
Civil – Regra Geral por 15 dias 30 dias prorrogáveis
(art. 10 do CPP) (09/2024 - STF, ADI sucessivamente
6.298)
Crime de atribuição da Polícia 30 dias prorrogáveis
Federal 15 dias + 15 dias sucessivamente
(art. 66 da Lei 5.010/66)
Crime da Lei de Drogas 30 dias + 30 dias 90 dias + 90 dias
(art. 51 da Lei 11.343/06)
Crime da Lei de Economia
Popular 10 dias 10 dias
(art. 10, § 1º da Lei 1.521/51)
Procedimento de conclusão do inquérito policial

Regra geral - CPP


Art. 10.
§ 1o A autoridade fará minucioso relatório do que tiver sido apurado e enviará
autos ao juiz competente.
§ 2o No relatório poderá a autoridade indicar testemunhas que não tiverem
sido inquiridas, mencionando o lugar onde possam ser encontradas.

Art. 11. Os instrumentos do crime, bem como os objetos que interessarem à


prova, acompanharão os autos do inquérito.
Crime da Lei de Drogas – Lei 11.343/06
Art. 52. Findos os prazos a que se refere o art. 51 desta Lei, a autoridade de
polícia judiciária, remetendo os autos do inquérito ao juízo:
I - relatará sumariamente as circunstâncias do fato, justificando as razões que a
levaram à classificação do delito, indicando a quantidade e natureza da substância
ou do produto apreendido, o local e as condições em que se desenvolveu a ação
criminosa, as circunstâncias da prisão, a conduta, a qualificação e os antecedentes
do agente; ou
II - requererá sua devolução para a realização de diligências necessárias.
Parágrafo único. A remessa dos autos far-se-á sem prejuízo de diligências
complementares:
I - necessárias ou úteis à plena elucidação do fato, cujo resultado deverá ser
encaminhado ao juízo competente até 3 (três) dias antes da audiência de instrução
e julgamento;
II - necessárias ou úteis à indicação dos bens, direitos e valores de que seja titular
o agente, ou que figurem em seu nome, cujo resultado deverá ser encaminhado ao
juízo competente até 3 (três) dias antes da audiência de instrução e julgamento.
Indiciamento
Lei 12.830/13, Art. 2º (...)
§ 6º O indiciamento, privativo do delegado de polícia, dar-se-á por ato
fundamentado, mediante análise técnico-jurídica do fato, que deverá indicar a
autoria, materialidade e suas circunstâncias.
Peça Profissional - Relatório

Relatório de Conclusão

Inquérito Policial nº __/__

A Polícia Civil do Estado do __, por meio do Delegado de Polícia ao final


assinado, no exercício de suas atribuições constitucionais e legais previstas no
art. 144 da Constituição Federal, no art. 2º da Lei 12.830/13 e no art. 4º do
Código de Processo Penal, confecciona o seguinte relatório de conclusão de
inquérito policial, com fulcro no art. 10 do CPP / art. 51 da Lei 11.343/06 / art.
10, § 1º da Lei 1.521/51, pelos motivos de fato e de direito que passa a expor.
1. Da Investigação
O Inquérito Policial em epígrafe foi instaurado mediante portaria, visando
apurar o crime de __, tendo como suspeito __ e como vítima __. A instrução
ocorreu da seguinte forma.
__ (não criar fatos).
Cumpridas as diligências determinadas e colhidos os elementos de convicção
atinentes à investigação, vieram os autos conclusos.

OBS: em caso de crime da Lei 11.343/06, acrescentar


As diligências demonstraram que __, justificando a classificação no delito de
tráfico de drogas / tráfico de maquinário / associação para o tráfico /
financiamento do tráfico / colaboração com associação para o tráfico. Foram
apreendidos __ kg do entorpecente __, no local __.
A ação criminosa e a prisão se deram da seguinte forma: __.
O agente possui antecedentes.
2. Do Indiciamento
Finalizada a instrução, com base em todas as diligências narradas, ficaram
demonstradas a materialidade e a autoria delitivas, bem como suas
circunstâncias.
Destarte, com fulcro em análise técnico-jurídica do fato na condução da
investigação policial (art. 2º, §6º da Lei 12.830/13), indicio __ pelo crime de
__.
Comunique-se o Instituto de Identificação e junte-se folha de antecedentes.

:
2. Do Arquivamento
Finalizada a instrução, com base em todas as diligências narradas, ficou
evidenciada atipicidade / falta de indícios suficientes de materialidade e autoria
/ ausência de pressuposto processual ou condição da ação / excludente de
ilicitude / excludente de culpabilidade / excludente de punibilidade / violação à
razoável duração da investigação.
Destarte, com fulcro em análise técnico-jurídica do fato na condução da
investigação policial (art. 2º, §6º da Lei 12.830/13), deixo de indiciar __,
sugerindo ao Ministério Público o arquivamento do feito.

:
3. Da Prisão Preventiva
Todas as diligências listadas demonstram a presença do fumus comissi delicti
(verossimilhança da existência do crime e indícios de autoria).
Percebe-se, de igual modo, a existência de periculum libertatis (perigo do
estado de liberdade), consistente na garantia da ordem pública / garantia da
ordem econômica / conveniência da instrução criminal / assegurar a aplicação
da lei penal / dúvida sobre a identidade do agente..
Nada garante que o investigado, uma vez solto, continue oferecendo risco de
reiteração delitiva / continue colocando em perigo a produção de provas (ao
ameaçar testemunha / ao destruir ou ocultar provas) / continue se furtando à
investigação estatal.
Os fatos apresentados são contemporâneos, e deixam claro que medida
cautelar diversa da prisão não seria suficiente nesse momento.
A Constituição Federal permite que, por ordem escrita e fundamentada da
autoridade judiciária competente, o status libertatis excepcionalmente ceda
ante o interesse maior da coletividade, por meio de medida adequada,
necessária e proporcional.
Tendo em vista os motivos de fato e de direito expostos, com base no art. 5º,
LXI da Constituição Federal e art. 311 e seguintes do CPP, represento pela
prisão preventiva de __, para a garantia da ordem pública / garantia da ordem
econômica / conveniência da instrução criminal / assegurar a aplicação da lei
penal / sanar a dúvida sobre sua identidade, solicitando-se a expedição do
mandado.
Pugna-se pela oitiva do Ministério Público, e que a intimação da parte contrária
para manifestação em 5 dias ocorra somente depois do cumprimento da
diligência, tendo em vista a urgência e o perigo de ineficácia da medida.
4. Da Conclusão
Por meio desta investigação foi possível buscar a verdade em atuação
imparcial da Polícia Judiciária, desvendando a autoria e materialidade
Confeccionado o minucioso relatório, a Polícia Civil do Estado do __, por
intermédio desta autoridade policial, encerra este inquérito policial e o
encaminha para a análise do Poder Judiciário, e posterior apreciação do
Ministério Público.

Local e data
Delegado de Polícia
PRISÃO PREVENTIVA

Requisitos
Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem
pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal ou para
assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do
crime e indício suficiente de autoria e de perigo gerado pelo estado de
liberdade do imputado.
§ 1º A prisão preventiva também poderá ser decretada em caso de
descumprimento de qualquer das obrigações impostas por força de outras
medidas cautelares (art. 282, § 4o).
§ 2º A decisão que decretar a prisão preventiva deve ser motivada e
fundamentada em receio de perigo e existência concreta de fatos novos ou
contemporâneos que justifiquem a aplicação da medida adotada.
Cabimento
Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a decretação da
prisão preventiva:
I - nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima
superior a 4 (quatro) anos;
II - se tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em
julgado, ressalvado o disposto no inciso I do caput do art. 64 do Decreto-Lei no
2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal
III - se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança,
adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir a
execução das medidas protetivas de urgência;
§ 1º Também será admitida a prisão preventiva quando houver dúvida sobre a
identidade civil da pessoa ou quando esta não fornecer elementos suficientes
para esclarecê-la, devendo o preso ser colocado imediatamente em liberdade
após a identificação, salvo se outra hipótese recomendar a manutenção da
medida.
Decretação e Procedimento

Art. 282, § 3º Ressalvados os casos de urgência ou de perigo de ineficácia da


medida, o juiz, ao receber o pedido de medida cautelar, determinará a
intimação da parte contrária, para se manifestar no prazo de 5 (cinco) dias,
acompanhada de cópia do requerimento e das peças necessárias,
permanecendo os autos em juízo, e os casos de urgência ou de perigo
deverão ser justificados e fundamentados em decisão que contenha elementos
do caso concreto que justifiquem essa medida excepcional.

§ 6º A prisão preventiva somente será determinada quando não for cabível a


sua substituição por outra medida cautelar, observado o art. 319 deste Código,
e o não cabimento da substituição por outra medida cautelar deverá ser
justificado de forma fundamentada nos elementos presentes do caso concreto,
de forma individualizada.
Art. 315. A decisão que decretar, substituir ou denegar a prisão preventiva será
sempre motivada e fundamentada.
§ 2º Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela
interlocutória, sentença ou acórdão, que: (...)

Art. 316.
Parágrafo único. Decretada a prisão preventiva, deverá o órgão emissor da
decisão revisar a necessidade de sua manutenção a cada 90 (noventa) dias,
mediante decisão fundamentada, de ofício, sob pena de tornar a prisão ilegal.

OBS: continua inexistindo prazo da prisão preventiva; foi criado prazo para
reanálise de sua necessidade pelo juiz
Prisão Temporária Prisão Preventiva
- 5d + 5d (crimes em geral)
Prazo não possui
- 30d + 30d (crimes hediondos)
- inquérito policial
Momento inquérito policial
- processo penal
- delegado
- delegado - membro do MP
Legitimidade
- membro do MP - querelante
- assistente
Competência Juiz (não cabe de ofício)
Requisitos fumus comissi delicti e periculum libertatis
Prisão Temporária Prisão Preventiva
periculum libertatis:
periculum libertatis:
- garantia da ordem pública
- imprescindível para as
- garantia da ordem econômica
investigações do inquérito
- conveniência da instrução
policial
criminal
- indicado não tiver residência
Requisitos - assegurar a aplicação da lei
fixa ou não fornecer
penal
elementos necessários ao
- dúvida sobre a identidade ou
esclarecimento de sua
quando esta não fornecer
identidade (não pode ser
elementos suficientes para
interpretado isoladamente)
esclarecê-la
- rol taxativo do art. 1º da Lei
7.960/89
Cabimento - crimes do art. 313 do CPP
- rol de crimes hediondos e
equiparados da Lei 8.072/90
Prisão Temporária Prisão Preventiva
- fatos novos ou contemporâneos
Pressupostos - não cabimento de medida cautelar diversa da prisão
OBS: previstos expressamente apenas no CPP
Peça Profissional - Prisão Preventiva

Excelentíssimo Senhor Juiz de Direito da __ Vara Criminal da Comarca de


_____/__

Referência: Inquérito Policial nº __/__

A Polícia Civil do Estado do __, por meio do Delegado de Polícia ao final


assinado, no exercício de suas atribuições constitucionais e legais previstas no
art. 144 da Constituição Federal, no art. 2º da Lei 12.830/13 e no art. 4º do
Código de Processo Penal, comparece perante Vossa Excelência para
representar pela prisão preventiva do investigado ao final apontado, com base
no art. 5º, LXI da Constituição Federal e art. 311 e seguintes do CPP, pelos
motivos de fato e de direito que passa a expor.
1. Dos Fatos
Consta do inquérito policial em epígrafe que __ (não criar fatos).

2. Do Direito
As diligências realizadas no bojo do inquérito policial em epígrafe evidenciam a
materialidade delitiva. Constam nos autos __.
Incidiu o agente, portanto, no crime hospedado no art. __ do CP / da Lei __,
que se insere nas hipóteses de cabimento da prisão preventiva.
Presente está, portanto, o fumus comissi delicti (verossimilhança da existência
do crime e indícios de autoria).
Percebe-se, de igual modo, a existência de periculum libertatis (perigo do
estado de liberdade), consistente na garantia da ordem pública / garantia da
ordem econômica / conveniência da instrução criminal / assegurar a aplicação
da lei penal / dúvida sobre a identidade do agente..
Nada garante que o investigado, uma vez solto, continue oferecendo risco de
reiteração delitiva / continue colocando em perigo a produção de provas (ao
ameaçar testemunha / ao destruir ou ocultar provas) / continue se furtando à
investigação estatal.
Os fatos apresentados são contemporâneos, e deixam claro que medida
cautelar diversa da prisão não seria suficiente nesse momento.
A Constituição Federal preocupou-se em salvaguardar a liberdade de
locomoção dos cidadãos. Todavia, admite a prisão em algumas hipóteses,
dentre outras, por ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária
competente. O status libertatis deve excepcionalmente ceder ante o interesse
maior da coletividade, por meio de medida adequada, necessária e
proporcional. Com efeito, é admissível a prisão preventiva no bojo deste
inquérito policial, sendo imprescindível para o desfecho desta persecução
penal.
3. Do Pedido
Tendo em vista os motivos de fato e de direito expostos, a Polícia Civil do
Estado do __, por intermédio desta autoridade policial, representa pela prisão
preventiva de __, para a garantia da ordem pública / garantia da ordem
econômica / conveniência da instrução criminal / assegurar a aplicação da lei
penal / sanar a dúvida sobre sua identidade, solicitando-se a expedição do
mandado.
Pugna-se pela oitiva do Ministério Público, e que a intimação da parte contrária
para manifestação em 5 dias ocorra somente depois do cumprimento da
diligência, tendo em vista a urgência e o perigo de ineficácia da medida.

Termos em que pede deferimento.

Local e data
Delegado de Polícia
PRISÃO TEMPORÁRIA
Requisitos
Art. 1° Caberá prisão temporária:
I - quando imprescindível para as investigações do inquérito policial;
II - quando o indicado não tiver residência fixa ou não fornecer elementos
necessários ao esclarecimento de sua identidade;
III - quando houver fundadas razões, de acordo com qualquer prova admitida
na legislação penal, de autoria ou participação do indiciado nos seguintes
crimes:

III I (ou I e II)


fumus comissi delicti periculum libertatis
verossimilhança da prática criminosa
perigo do estado de liberdade
(indícios de materialidade e autoria)
Rol taxativo de crimes

Art. 1° Caberá prisão temporária:


a) homicídio doloso (art. 121, caput, e seu § 2°);
b) seqüestro ou cárcere privado (art. 148, caput, e seus §§ 1° e 2°);
c) roubo (art. 157, caput, e seus §§ 1°, 2° e 3°);
d) extorsão (art. 158, caput, e seus §§ 1° e 2°);
e) extorsão mediante seqüestro (art. 159, caput, e seus §§ 1°, 2° e 3°);
f) estupro (art. 213, caput, e sua combinação com o art. 223, caput, e parágrafo
único); (Vide Decreto-Lei nº 2.848, de 1940)
g) atentado violento ao pudor (art. 214, caput, e sua combinação com o art.
223, caput, e parágrafo único); (Vide Decreto-Lei nº 2.848, de 1940)
h) rapto violento (art. 219, e sua combinação com o art. 223 caput, e parágrafo
único); (Vide Decreto-Lei nº 2.848, de 1940)
i) epidemia com resultado de morte (art. 267, § 1°);
j) envenenamento de água potável ou substância alimentícia ou medicinal
qualificado pela morte (art. 270, caput, combinado com art. 285);
l) quadrilha ou bando (art. 288), todos do Código Penal;
m) genocídio (arts. 1°, 2° e 3° da Lei n° 2.889, de 1° de outubro de 1956), em
qualquer de sua formas típicas;
n) tráfico de drogas (art. 12 da Lei n° 6.368, de 21 de outubro de 1976);
o) crimes contra o sistema financeiro (Lei n° 7.492, de 16 de junho de 1986).
p) crimes previstos na Lei de Terrorismo. (Incluído pela Lei nº 13.260, de
2016)
Lei 8.072/90
Art. 2º. § 4o A prisão temporária, sobre a qual dispõe a Lei no 7.960, de 21 de
dezembro de 1989, nos crimes previstos neste artigo, terá o prazo de 30
(trinta) dias, prorrogável por igual período em caso de extrema e comprovada
necessidade.
Decretação e Procedimento
Art. 2° A prisão temporária será decretada pelo Juiz, em face da
representação da autoridade policial ou de requerimento do Ministério Público,
e terá o prazo de 5 (cinco) dias, prorrogável por igual período em caso de
extrema e comprovada necessidade.
§ 1° Na hipótese de representação da autoridade policial, o Juiz, antes de
decidir, ouvirá o Ministério Público.
§ 2° O despacho que decretar a prisão temporária deverá ser fundamentado
e prolatado dentro do prazo de 24 (vinte e quatro) horas, contadas a partir do
recebimento da representação ou do requerimento.
§ 3° O Juiz poderá, de ofício, ou a requerimento do Ministério Público e do
Advogado, determinar que o preso lhe seja apresentado, solicitar informações
e esclarecimentos da autoridade policial e submetê-lo a exame de corpo de
delito.
§ 4° Decretada a prisão temporária, expedir-se-á mandado de prisão, em
duas vias, uma das quais será entregue ao indiciado e servirá como nota de
culpa.
§ 4º-A O mandado de prisão conterá necessariamente o período de duração
da prisão temporária estabelecido no caput deste artigo, bem como o dia em
que o preso deverá ser libertado. (Incluído pela Lei nº 13.869. de 2019)
§ 5° A prisão somente poderá ser executada depois da expedição de
mandado judicial.
§ 6° Efetuada a prisão, a autoridade policial informará o preso dos direitos
previstos no art. 5° da Constituição Federal.
§ 7º Decorrido o prazo contido no mandado de prisão, a autoridade
responsável pela custódia deverá, independentemente de nova ordem da
autoridade judicial, pôr imediatamente o preso em liberdade, salvo se já tiver
sido comunicada da prorrogação da prisão temporária ou da decretação da
prisão preventiva.
§ 8º Inclui-se o dia do cumprimento do mandado de prisão no cômputo do
prazo de prisão temporária.
Prazo

Crimes em geral Crimes hediondos ou equiparados


5 dias (prorrogável por 5 dias) 30 dias (prorrogável por 30 dias)
Peça Profissional - Prisão Temporária

Excelentíssimo Senhor Juiz de Direito da __ Vara Criminal da Comarca de


_____/__

Referência: Inquérito Policial nº __/__

A Polícia Civil do Estado do __, por meio do Delegado de Polícia ao final


assinado, no exercício de suas atribuições constitucionais e legais previstas no
art. 144 da Constituição Federal, no art. 2º da Lei 12.830/13 e no art. 4º do
Código de Processo Penal, comparece perante Vossa Excelência para
representar pela prisão temporária do investigado ao final apontado, com base
no art. 5º, LXI da Constituição Federal, arts. 1º e seguintes da Lei 7.960/89 e
art. 2º, §4º da Lei 8.072/90, pelos motivos de fato e de direito que passa a
expor.
1. Dos Fatos
Consta do inquérito policial em epígrafe que __ (não criar fatos).

2. Do Direito
As diligências realizadas no bojo do inquérito policial em epígrafe evidenciam a
materialidade delitiva. Constam nos autos __.
Incidiu o agente, portanto, no crime hospedado no art. __ do CP / da Lei __,
que se insere na lista de cabimento da prisão temporária.
Presente está, portanto, o fumus comissi delicti (verossimilhança da existência
do crime e indícios de autoria).
Percebe-se, de igual modo, a existência de periculum libertatis (perigo do
estado de liberdade), consistente na ausência de residência fixa / ausência de
fornecimento de elementos necessários ao esclarecimento de sua identidade.
Nada garante que o investigado, uma vez solto, continue se furtando à
investigação estatal.
Os fatos apresentados são contemporâneos, e deixam claro que medida
cautelar diversa da prisão não seria suficiente nesse momento.
A Constituição Federal preocupou-se em salvaguardar a liberdade de
locomoção dos cidadãos. Todavia, admite a prisão em algumas hipóteses,
dentre outras, por ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária
competente. O status libertatis deve excepcionalmente ceder ante o interesse
maior da coletividade, por meio de medida adequada, necessária e
proporcional. Com efeito, é admissível a prisão temporária no bojo deste
inquérito policial, a qual, aliás, assume contornos de imprescindibilidade para
as investigações.
3. Do Pedido
Tendo em vista os motivos de fato e de direito expostos, a Polícia Civil do
Estado do __, por intermédio desta autoridade policial, representa pela prisão
temporária de __, pelo prazo de 5 / 30 dias, para possibilitar sua identificação /
verificar eventual existência de residência fixa, solicitando-se decisão em 24
horas e a expedição do mandado contendo o período de duração e o dia em
que o preso deve ser libertado.
Pugna-se pela oitiva do Ministério Público, e que a intimação da parte contrária
para manifestação em 5 dias ocorra somente depois do cumprimento da
diligência, tendo em vista a urgência e o perigo de ineficácia da medida.

Termos em que pede deferimento.

Local e data
Delegado de Polícia
INFILTRAÇÃO POLICIAL

Requisitos

- verossimilhança da existência de crime que admite a técnica investigativa, e


indícios de autoria
- autorização judicial (que inclusive estabelece limites da atuação policial)
- subsidiariedade (não é admitida se aprova puder ser obtida por outro meio)
- manifestação técnica do delegado (Lei 12.850/13)
Cabimento

Infiltração Presencial Infiltração Virtual

- ECA: arts. 240 , 241 , 241-A , 241-


- Lei 12.850/13: art. 2º B , 241-C e 241-D do ECA, arts.
(organização criminosa) 154-A , 217-A , 218 , 218-A e 218-B
- Lei 11.343/06: art. 33 (inexiste do CP (crimes envolvendo
previsão expressa) pedofilia, crimes sexuais contra
- Lei 9.613/98, art. 1º (inexiste vulneráveis e invasão informática)
previsão expressa) - Lei 12.850/13: art. 2º (organização
criminosa) e conexos
Decretação e Procedimento

- autorização judicial estabelece limites da atuação policial


- sigilo da diligência
- preservação da identidade do agente policial infiltrado
- relatório circunstanciado ao final
Infiltração Presencial Infiltração Virtual
- Lei 12.850/13: art. 2º - ECA: arts. 240 , 241 , 241-A , 241-
(organização criminosa) B , 241-C e 241-D do ECA, arts.
- Lei 11.343/06: art. 33 154-A , 217-A , 218 , 218-A e 218-B
(inexiste previsão do CP (crimes envolvendo pedofilia,
Cabimento
expressa) crimes sexuais contra vulneráveis e
- Lei 9.613/98, art. 1º invasão informática)
(inexiste previsão - Lei 12.850/13: art. 2º (organização
expressa) criminosa) e conexos
- Lei 12.850/13: 6 meses
- ECA: 90 dias - admitidas
– admitidas renovações
renovações até 720 dias no total
Prazo - lei 11.343/06 e Lei
- Lei 12.850/13: 6 meses - admitidas
9.613/98: não há prazo
renovações até 720 dias no total
expresso
Infiltração Presencial Infiltração Virtual

Requisitos fumus comissi delicti e periculum in mora

- autorização judicial estabelece limites da atuação policial


- subsidiariedade (não é admitida se aprova puder ser
obtida por outro meio)
Procedimento - sigilo da diligência
- preservação da identidade do agente policial infiltrado
- relatório circunstanciado ao final
- manifestação técnica do delegado (Lei 12.850/13)
Peça Profissional - Infiltração Policial

Excelentíssimo Senhor Juiz de Direito da __ Vara Criminal da Comarca de


_____/__

Referência: Inquérito Policial nº __/__

A Polícia Civil do Estado do __, por meio do Delegado de Polícia ao final


assinado, no exercício de suas atribuições constitucionais e legais previstas no
art. 144 da Constituição Federal, no art. 2º da Lei 12.830/13 e no art. 4º do
Código de Processo Penal, comparece perante Vossa Excelência para
representar pela infiltração policial presencial / infiltração policial virtual do
agente ao final apontado, com base no art. 10 da Lei 12.850/13 / art. 53, I da
Lei 11.343/06 / art. 1º, §6º da Lei 9.613/98 / art. 10-A da Lei 12.850/13 / art.
190-A do ECA, pelos motivos de fato e de direito que passa a expor.
1. Dos Fatos
Consta do inquérito policial em epígrafe que __ (não criar fatos).

2. Do Direito
As diligências realizadas no bojo do inquérito policial em epígrafe evidenciam a
materialidade delitiva. Constam nos autos __.
Incidiu o agente, portanto, no crime hospedado no art. __ do CP / da Lei __,
que se insere nas hipóteses de cabimento da infiltração policial presencial /
infiltração policial virtual.
Presente está, portanto, o fumus comissi delicti (verossimilhança da existência
do crime e indícios de autoria).
Percebe-se, de igual modo, a existência de periculum in mora (perigo da
demora), consistente no risco de crimes graves continuarem a ser praticados,
ofendendo bens jurídicos alheios.
Nessa linha, convém observar que a Lei 12.850/13 / Lei 11.343/06 / Lei
9.613/98 / ECA, com o intuito de assegurar que as provas do crime possam ser
coletadas, dispõe que a autoridade policial, ante a impossibilidade de colher
elementos de convicção suficientes por outros meios, possa solicitar a
infiltração de agentes de polícia em tarefas de investigação.
O caso concreto evidencia que a medida é adequada, necessária e
proporcional.
O agente policial, ao ocultar sua real identidade e se passar por delinquente,
deve se infiltrar presencialmente / virtualmente no seio criminoso para,
ganhando a confiança do infrator, colher o máximo de provas e identificar o
suspeito.
O limite de atuação deve observar proporcionalidade com a estrita finalidade
da investigação, sem ter seu disfarce descoberto e colocar sua vida em risco.
Deve ter uma atuação mais passiva, de observação de atos espontâneos do
investigado, e não de induzir à prática de crimes.
Havendo risco iminente, a operação será sustada mediante requisição.
Ao final, será confeccionado relatório circunstanciado.
3. Do Pedido
Tendo em vista os motivos de fato e de direito expostos, a Polícia Civil do
Estado do __, por intermédio desta autoridade policial, representa pela
infiltração policial presencial / infiltração policial virtual do agente __, pelo prazo
inicial de 6 meses / 90 dias.
Solicita-se o estabelecimento dos limites da atuação do agente policial, bem
como a preservação de sua identidade.
Pugna-se pela oitiva do Ministério Público, e que a intimação da parte contrária
para manifestação em 5 dias ocorra somente depois do cumprimento da
diligência, tendo em vista a urgência e o perigo de ineficácia da medida.
Termos em que pede deferimento.
Local e data
Delegado de Polícia
QUEBRA DE SIGILO DE DADOS DE LOCALIZAÇÃO

Fundamentos Legais
art. 5º, X da CF (dados pretéritos) - são invioláveis a intimidade, a vida privada,
a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo
dano material ou moral decorrente de sua violação;

art. 5º, XII da CF (dados em tempo real) - é inviolável o sigilo da


correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das
comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas
hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou
instrução processual penal;
art. 13-B do CPP (dados de usuário de telefonia). Se necessário à prevenção
e à repressão dos crimes relacionados ao tráfico de pessoas, o membro do
Ministério Público ou o delegado de polícia poderão requisitar, mediante
autorização judicial, às empresas prestadoras de serviço de telecomunicações
e/ou telemática que disponibilizem imediatamente os meios técnicos
adequados – como sinais, informações e outros – que permitam a localização
da vítima ou dos suspeitos do delito em curso.
arts. 7º, VII e 22 do Marco Civil da Internet (Lei 12.965/14) (dados de usuário
internet)
Art. 7º O acesso à internet é essencial ao exercício da cidadania, e ao usuário
são assegurados os seguintes direitos:
VII - não fornecimento a terceiros de seus dados pessoais, inclusive registros
de conexão, e de acesso a aplicações de internet, salvo mediante
consentimento livre, expresso e informado ou nas hipóteses previstas em lei;
Art. 22. A parte interessada poderá, com o propósito de formar conjunto
probatório em processo judicial cível ou penal, em caráter incidental ou
autônomo, requerer ao juiz que ordene ao responsável pela guarda o
fornecimento de registros de conexão ou de registros de acesso a aplicações
de internet.
Requisitos

- verossimilhança da existência de crime que admite a técnica investigativa, e


indícios de autoria
- perigo da demora no caso de não concessão da medida (necessidade e
utilidade)
- autorização judicial
OBS: Enquanto o art. 2º da Lei de Interceptação Telefônica traz como
requisitos (a) indícios razoáveis da autoria e materialidade de infração penal
punida com reclusão, (b) prova não puder ser feita por outros meios, e (c)
indicação e qualificação dos investigados (salvo impossibilidade manifesta), o
art. 22 do Marco Civil da Internet demanda como requisitos (a) fundados
indícios de materialidade da infração penal, (b) justificativa da utilidade dos
registros, e (c) período ao qual se referem.
Não são necessários para a quebra de sigilo de dados informáticos, portanto, a
indicação de indispensabilidade da medida, ou tampouco a individualização do
investigado. A ordem judicial para quebra do sigilo dos registros, delimitada por
parâmetros de pesquisa em determinada região e por período de tempo,
configura medida proporcional (STJ, RMS 60.698, RMS 61.302 e RMS
62.143).
Peça Profissional - Quebra de Sigilo

Excelentíssimo Senhor Juiz de Direito da __ Vara Criminal da Comarca de


_____/__

Referência: Inquérito Policial nº __/__

A Polícia Civil do Estado do __, por meio do Delegado de Polícia ao final


assinado, no exercício de suas atribuições constitucionais e legais previstas no
art. 144 da Constituição Federal, no art. 2º da Lei 12.830/13 e no art. 4º do
Código de Processo Penal, comparece perante Vossa Excelência para
representar pela quebra de sigilo de dados de localização do suspeito ao final
indicado, com base no art. 13-B do CPP / art. 22 do Marco Civil da Internet,
pelos motivos de fato e de direito que passa a expor.
1. Dos Fatos
Consta do inquérito policial em epígrafe que __ (não criar fatos).

2. Do Direito
As diligências realizadas no bojo do inquérito policial em epígrafe evidenciam a
materialidade delitiva. Constam nos autos __.
Incidiu o agente, portanto, no crime hospedado no art. __ do CP / da Lei __,
em relação ao qual é cabível a quebra de sigilo de dados de localização.
Presente está, portanto, o fumus comissi delicti (verossimilhança da existência
do crime e indícios de autoria).
Percebe-se, de igual modo, a existência de periculum in mora (perigo da
demora), consistente no risco de crimes graves continuarem a ser praticados,
ofendendo bens jurídicos alheios.
Não se ignora que a Constituição protege a intimidade e a vida privada (art. 5º,
X), e salvaguarda também as comunicações de dados e telefônicas (art. 5º,
XII). Segundo o STF, enquanto o inciso X tutela os dados estáticos
(armazenados, tais quais históricos de chamadas), o inciso XII resguarda a
comunicação dos dados (dinâmicos, a exemplo das comunicações telefônicas).
Todavia, tais direitos não são absolutos, não podendo servir como escudo
protetivo para práticas ilícitas.
Nessa linha, convém observar que o CPP / Marco Civil da Internet, com o
intuito de conferir eficácia à investigação, dispõe que a autoridade policial pode
solicitar autorização judicial para a remessa por empresas de telefonia de
sinais e informações que permitam a localização da vítima ou dos suspeitos de
crimes relacionados ao tráfico de pessoas / a remessa por empresas
provedoras de registros de conexão ou de acesso a aplicações de internet.
O caso concreto evidencia que a medida é adequada, necessária e
proporcional.
Como se nota, os vestígios colhidos evidenciam que não há outro caminho
para esta apuração criminal senão a decretação dessa excepcional medida.
3. Do Pedido
Tendo em vista os motivos de fato e de direito expostos, a Polícia Civil do
Estado do __, por intermédio desta autoridade policial, representa pela quebra
de sigilo de dados de localização do suspeito__, para que a empresa de
telefonia forneça sinais e informações que permitam a localização da vítima ou
dos suspeitos pelo prazo inicial de 30 dias / para que a empresa provedora
forneça registros de conexão ou de acesso a aplicações de internet, referente
ao lapso temporal entre __ e __.
Pugna-se pela oitiva do Ministério Público, e que a intimação da parte contrária
para manifestação em 5 dias ocorra somente depois do cumprimento da
diligência, tendo em vista a urgência e o perigo de ineficácia da medida.
Termos em que pede deferimento.
Local e data
Delegado de Polícia
MEDIDA PROTETIVA DE URGÊNCIA (REPRESENTAÇÃO)
Lei 11.340/06, Art. 12. Em todos os casos de violência doméstica e familiar
contra a mulher, feito o registro da ocorrência, deverá a autoridade policial
adotar, de imediato, os seguintes procedimentos, sem prejuízo daqueles
previstos no Código de Processo Penal:
III - remeter, no prazo de 48 horas, expediente apartado ao juiz com o pedido
da ofendida, para a concessão de medidas protetivas de urgência;

Lei 14.344/22, Art. 16. As medidas protetivas de urgência poderão ser


concedidas pelo juiz, a requerimento do Ministério Público, da autoridade
policial, do Conselho Tutelar ou a pedido da pessoa que atue em favor da
criança e do adolescente.
§ 1º As medidas protetivas de urgência poderão ser concedidas de imediato,
independentemente de audiência das partes e de manifestação do Ministério
Público, o qual deverá ser prontamente comunicado.
Lei 13.431/17, Art. 21. Constatado que a criança ou o adolescente está em
risco, a autoridade policial requisitará à autoridade judicial responsável, em
qualquer momento dos procedimentos de investigação e responsabilização
dos suspeitos, as medidas de proteção pertinentes, entre as quais:
I - evitar o contato direto da criança ou do adolescente vítima ou testemunha
de violência com o suposto autor da violência;
II - solicitar o afastamento cautelar do investigado da residência ou local de
convivência, em se tratando de pessoa que tenha contato com a criança ou o
adolescente;
III - requerer a prisão preventiva do investigado, quando houver suficientes
indícios de ameaça à criança ou adolescente vítima ou testemunha de
violência;
IV - solicitar aos órgãos socioassistenciais a inclusão da vítima e de sua família
nos atendimentos a que têm direito;
V - requerer a inclusão da criança ou do adolescente em programa de proteção
a vítimas ou testemunhas ameaçadas; e
VI - representar ao Ministério Público para que proponha ação cautelar de
antecipação de prova, resguardados os pressupostos legais e as garantias
previstas no art. 5º desta Lei, sempre que a demora possa causar prejuízo ao
desenvolvimento da criança ou do adolescente.
MEDIDA PROTETIVA DE URGÊNCIA (DECRETAÇÃO)
Lei 11.340/06, Art. 12-C. Verificada a existência de risco atual ou iminente à
vida ou à integridade física ou psicológica da mulher em situação de violência
doméstica e familiar, ou de seus dependentes, o agressor será imediatamente
afastado do lar, domicílio ou local de convivência com a ofendida:
II - pelo delegado de polícia, quando o Município não for sede de comarca; ou
Lei 14.344/22
Art. 14. Verificada a ocorrência de ação ou omissão que implique a ameaça ou
a prática de violência doméstica e familiar, com a existência de risco atual ou
iminente à vida ou à integridade física da criança e do adolescente, ou de seus
familiares, o agressor será imediatamente afastado do lar, do domicílio ou do
local de convivência com a vítima:
II - pelo delegado de polícia, quando o Município não for sede de comarca;
§ 2º Nas hipóteses previstas nos incisos II e III do caput deste artigo, o juiz
será comunicado no prazo máximo de 24 horas e decidirá, em igual prazo,
sobre a manutenção ou a revogação da medida aplicada, bem como dará
ciência ao Ministério Público concomitantemente.
REQUISIÇÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS À MULHER
Lei 11.340/06
Art. 12-B § 3º A autoridade policial poderá requisitar os serviços públicos
necessários à defesa da mulher em situação de violência doméstica e familiar
e de seus dependentes.
PRODUÇÃO ANTECIPADA DE PROVAS

Lei 14.344/22, Art. 21.


§ 1º A autoridade policial poderá requisitar e o Conselho Tutelar requerer ao
Ministério Público a propositura de ação cautelar de antecipação de produção
de prova nas causas que envolvam violência contra a criança e o adolescente,
observadas as disposições da Lei nº 13.431, de 4 de abril de 2017.
Lei 13.431/17 (Criança ou Adolescente Vítima ou Testemunha)
Art. 11. O depoimento especial reger-se-á por protocolos e, sempre que
possível, será realizado uma única vez, em sede de produção antecipada de
prova judicial, garantida a ampla defesa do investigado.
§ 1º O depoimento especial seguirá o rito cautelar de antecipação de prova:
I - quando a criança ou o adolescente tiver menos de 7 anos;
II - em caso de violência sexual.

CPP, Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova
produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão
exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação,
ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas

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