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Guião:
2- Se decidirmos que a alteração foi dos factos- decidir se essa alteração dos factos é
ou não substancial (art. 1º alínea f).
3- Esta temos sempre de responder, quer seja uma alteração de factos, quer seja
uma alteração da qualificação jurídica dos factos. Em que fase é que se verifica?
Pode ser nos seguintes momentos processuais: ou no final do inquérito, ou no
inquérito, ou na fase de julgamento.
1ª Hipótese: Alteração da qualificação jurídica dos factos na fase do julgamento- art. 358º nº3
2ª Hipótese: Alteração dos factos substancial na fase do julgamento: art. 359º nº 1, 2, 3 e 4 e
art. 379º nº1 b)
3 Hipótese- Alteração dos factos não substancial na fase do julgamento- 385º nº1 e 2 e art.
379º nº1 alínea b)
Caso prático:
1. Alteração dos factos substancial (art. 1º alínea f) na fase de julgamento – art. 359º nº1,
2, 3 e 4 e 379º nº1 b). Se houver este acordo, há aqui uma entorse a um principio do
processo penal- o principio da acusação. O MP acusa e o o juiz julga dentro dos limites
do objeto do processo. O juiz está a julgar algo que não está contido no que foi
investigado e acusado pelo MP, em nome da celeridade e economia processual.
Quando não há esse acordo, a estância não se extingue. Neste caso, os factos não são
autonomizáveis, logo, ele vai ser punido pelo crime de furto simples (203º do CP). Os
factos não são autonomizáveis e não podem ser considerados pelo tribunal- ideia de
impunidade – sacrifico da descoberta da verdade material e realização da justiça e da
pacificação jurídica, para salvaguardar as garantias de defesa do arguido.
Recursos
Que tipos de tribunais existem no nosso sistema? Tribunal singular (1 juiz), coletivo (3
juizes) e de júri (3 juizes e 4 jurados).
Tribunal coletivo:
- crimes puníveis com pena de prisão superior a 5 anos
Tribunal de júri:
- só intervém a requerimento;
- crimes puníveis com pena de prisão superior a 8 anos (art. 13º nº2)
3ª situação- Moldura de 8 a 16. Pode ser coletivo (art. 14º nº2 alínea a) e b). E pode ser de júri,
art. 13º nº2 e 3.
4ª situação- 3 crimes de furto simples, a pena máxima abstratamente aplicável é 9, logo seria
em principio competente o tribunal coletivo ao abrigo do art. 14º nº2 b). Art. 16º nº3- MP
pode remeter para o tribunal singular. E o tribunal de júri? MJA- nesta situação não é possível,
a norma do art. 13º não tem a referência idêntica ao do art. 14º nº2 b), em caso de concurso
de infrações- o legislador não quis que o júri interviesse quando a pena máxima é superior a 8
resulta do concurso (claro que se um dos crimes tiver máxima superior a 8, nesse caso já
pode).
Sistema atual de recursos: temos que saber previamente qual é o tribunal recorrido:
Caso prático
1. Primeiro temos que definir qual foi o tribunal competente em primeira instância. O
que interessa aqui é a pena abstratamente aplicável! Aqui é até 3 anos- tribunal
singular (art. 16º nº2 b). A sentença é recorrível? Um grau de recurso há sempre. Qual
é o tribunal competente para conhecer o recurso? Tribunal da relação (art. 427º e
432º a contrario sensu- remissão para o art. 11º e 12º). Art. 12º nº3. Que tipo de
recurso foi interposto? Não sabemos. Temos que pôr as 2 hipóteses. O recurso é
ordinário. Podia ser um recurso de apelação se versasse sobre matéria de facto e de
direito e seria de revista se versasse apenas sobre matéria de direito. Mas o recurso é
para a Relação. E depois? Pode recorrer para o STJ? Pode haver duplo grau de recurso?
Quando isso é possível, esse recurso é exclusivamente em matéria de direito (art.
434º). Art. 400º alíneas c) e ss- qualquer que fosse a decisão da Relação, nunca haveria
lugar a recurso para o Supremo. Porquê? Alínea e), ele não poderia condenar mais do
que 3 anos. Temos uma decisão condenatória em 1ª instância, e a TR condena com os
mesmos fundamentos- decisões no mesmo sentido, dupla conforme condenatória. E
se a Relação absolvesse? Porque é que este acordão também seria irrecorrivel? Alínea
d). Mesmo que a Relação absolva, não há recurso para o STJ.
2. Sabendo que Manuel foi condenado numa pena de prisão de 2 anos e recorreu da
respetiva sentença. Diga se o tribunal de recurso poderia modificar a sanção constante
da decisão recorrida?
Princípio da proibição da reformatio in pejus (art. 409º nº1). Qual é o sentido deste artigo?
O tribunal de recurso só não pode modificar a sanção constante da decisão recorrida quando
for em prejuízo do arguido e também so não pode quando se verificar uma daquelas 3
situações. Vamos imaginar, que para além dele, recorre também o assistente, aqui já não se
aplica o 409º nº1. Devemos explicar também o nº2. Mas ele não foi condenado em pena de
multa. Se tivesse sido condenado em pena de multa o tribunal superior não podia alterar os
dias em sentido desfavorável, mas podia sempre alterar o quantitativo diário.