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PRÁTICA PROCESSUAL PENAL (EAD)

Sumário
UNID I – DO PROCESSO PENAL ...................................................................................... 1
UNID II - TIPOS DE PETIÇÃO ............................................................................................. 3
UNID III - PEÇAS PRÉ PROCESSUAIS ............................................................................ 5

UNID I – DO PROCESSO PENAL

O advogado atua conjuntamente ao Ministério Público, e a Defensoria Pública


como ente essencial ao exercício de direito.
Os advogados se comunicam com os tribunais através do instrumento de
petição, que demonstrará quais os fundamentos jurídicos para que o.Juiz
condene ou dê como inocente um acusado; a petição visa convencer i juiz de
uma ideia, a promotoria age atacando o acusado, enquanto a
defensoria/advogado particular o defende.
A denúncia no direito penal deverá indicar qual é o delito do qual o agente é
acusado, pois o processo penal inteiro se funda no ocorrido de um fato criminoso
(art. 41 CPP.)
A decisão deve ser o mais ágil possível, para não prejudicar o réu, nos termos
do art. 6° do CPC, aplicado ao CPP. (Muito embora na realidade saibamos que
a justiça não é tão veloz quanto gostaríamos.

Fases do processo

Assim como o processo civil, o processo penal se divide em duas macro parcelas
sendo o processo de conhecimento e o processo de execução.
Contudo, no processo penal existe a chamada fase pré-processual, que se refere
à existência de inquérito policial no direito penal e outras medidas similares em
outros ramos de direito, como a cautelar no direito trabalhista por exemplo.
Fase de conhecimento: é a fase onde as partes levam os fatos e os
fundamentos jurídicos ao juiz, aqui o juiz ainda não decidiu, e quando decidir
porá fim ao conflito.
Fase de execução: é a fase que efetivamente se cumprirá com o decidido na
fase de conhecimento, por exemplo se a parte foi condenada a pagar um valor
X, essa execução será uma cobrança deste valor devido.

Etapas da fase de conhecimento ou execução

Postulatória: é a fase inicial, onde se protocola uma petição pedindo que algo
seja analisado pelo juiz
Saneatória: é uma fase de corrigir a inicial, ou concessão de algo anterior ao
processo (EX: liminar)
Instrutória: é o momento de produção de provas, documentais, periciais ou
testemunhais.
Decisória: é a fase que o juiz decide, proferindo uma sentença
Recursal: momento em que alguma das partes protocola um recurso por
discordar da decisão proferida, esse recurso é sempre levado a instância
superior competente.
Executória: fase que efetivamente inicia o cumprimento de sentença, ocorre
quando já estão esgotadas as possibilidades de recurso (não há mais recurso
cabível)

Fases essenciais ao processo penal

Recebimento de noticia crime (fase pré processual)


Abertura de inquérito (pré processual - inquisitiva): nem sempre o inquérito será
necessário, visto que ele é dispensável em casos de baixa complexidade.
Instrução: ocorre quando o juiz não absolve sumariamente o acusado e leva o
processo ao Ministério Público, pra que ele se pronuncie em favor a continuidade
ou arquivamento do processo acusatório.
Julgamento: findo o processo e tudo a ele agregado, o juiz tomará sua decisão,
condenando ou inocentando o acusado
Recursos: a parte discordando (seja o MP seja o réu), poderá protocolar
recurso.
O papel do advogado no direito é defender o interesse de seus clientes com base
na letra da lei e seus entendimentos, sendo uma profissão de meio, jamais de
resultados.
➢ OAB - lei 8906/1994
O advogado possui múnus público (obrigatoriedade de ajudar a coletividade),
sendo indispensável ao processo judicial e não pode ser violado no exercício da
sua profissão, salvo nos casos previstos pela lei da OAB. Essa presença do
advogado é necessária pela capacidade postulatória que ele possui (capacidade
de peticionar e representar a parte).
Devido ao tamanho do direito brasileiro, existem diversas áreas e profissionais
especializados em certas áreas, como por exemplo Direito Civil, trabalhista,
penal, financeiro, previdenciário, dentre tantos outros.

UNID II - TIPOS DE PETIÇÃO

Petição inicial: é a peça primária, indicará o que está acontecendo e levará a


questão ao poder judiciário pra que este se posicione sobre a questão.
EX: quando um crime ocorre, é necessário levar a notícia crime para que as
autoridades iniciem o processo de investigação; do mesmo modo funciona a
petição, uma vez que o judiciário só pode agir provocado, a questão deverá ser
levada através de petição para o juiz.
No processo penal, a petição é utilizada nos crimes de Ação Penal Privada (APP)
que é quando somente a vítima pode abrir o processo contra o acusado, o
Estado não pode agir sozinho.
Na ação penal pública, a petição é a denúncia sempre feita pelo MP, e nas ações
penais condicionadas à representação a vítima tem que dar o seu aval para que
o MP ofereça denúncia do crime.
A petição deve indicar nome CPF/CNPJ, domicílio do réu e do autor e os
endereços eletrônicos devidos (email), além de todos os dados importantes do
fato ocorrido + as pretensões do autor.

Recurso: é o instrumento que pede a revisão e alteração de um processo em


um tribunal de maior graduação, ou seja, de um tribunal superior (EX: Foro
regional da Família < Tribunal da Família < Tribunal superior da família), o
recurso pode ser utilizado até chegar em uma última instancia STF, da qual não
há mais como recorrer.
Ação rescisória

Também chamada de revisão criminal, é uma ação específica que visa anular
os efeitos de uma sentença já transitada em julgado, através da descoberta de
uma nova prova, seja ela interna ao processo ou externa ao processo.
O ponto dessa ação é resguardar a figura do réu, visto que ela só cabe nos casos
de condenação para beneficiar o réu, jamais podendo existir revisão criminal de
réu absolvido.
Remédios constitucionais: nomeados pela doutrina, são os meios possíveis
de manter a liberdade de um indivíduo e impedir prisões ilegais e abuso de
poder, através de uma provocação as autoridades competentes para isso; são
os remédios constitucionais: habeas corpus; habeas data; mandado
de segurança; mandado de injunção, ação popular e ação civil pública.

São 3 as partes envolvidas no processo, sendo:

Autor: é aquele que reivindica o direito, entrando com a ação no judiciário, no


caso do processo penal, a titularidade a maioria das vezes pertence ao Ministério
Público (visto que a maioria dos crimes são de Ação Penal Pública
Incondicionada), enquanto em alguns casos mais específicos, o ofendido
representa contra o réu.
Réu: é a parte contra quem o processo é promovido; o acusado responde pela
infração penal e no final do processo será condenado ou absolvido.
Juiz: é aquele que porá fim aos processos através da sua decisão, o juiz sempre
deve ser imparcial, para que o direito seja aplicado com razoabilidade, respeito
e seriedade.

Existem outras nomenclaturas para o autor e réu, como por exemplo requerente
e requerido.

Outras nomeações utilizadas são:

Recurso: Recorrente e Recorrido.


Inquérito: Requerente e Requerido.
Ação Penal: Autor e réu.
Execução: (Exequente e Executado.)
A petição deve estar bem redigida em língua portuguesa.

Requisitos da petição:

- Juízo ao qual o processo será levado.


- Qualificação das partes, fatos e fundamentos jurídicos.
- Número da Petição.
- Número do Processo judicial já existente (quando não se tratar de nova
petição).
- Pedido formal.

Fundamentos jurídicos: é a composição de argumentos fundados na lei que


justificam o pedido formulado, se subdivide em alguns tópicos sendo:
Silogismo jurídico: é a construção do raciocínio dedutivo, chegando até onde
o advogado quer chegar (suas duas premissas chegam em uma conclusão, que
tenta convencer o juiz) as premissas que formar o silogismo (a lógica da
narrativa) são:
Premissa maior: é o ponto de partida da tese, os fundamentos legais nos quais
ela se baseia, de forma que eles não podem ser refutados, podendo ser
utilizadas súmulas e princípios subsidiariamente, ou no caso de ausência de lei
favorável.
Premissa menor: fala da situação concreta e do problema; os fatos, que serão
guiados a uma conclusão X a partir dos fundamentos da premissa maior (EX: a
premissa maior do promotor trará a letra da lei desfavorável ao acusado,
enquanto a defesa faz o exato oposto, utilizando da lei como forma de defende-
lo, ambos tentando induzir o juiz de direito a alguma conclusão).

Premissa maior (normas) + premissa menor (fatos) = Conclusão (tese


jurídica)

Conclusão: como mencionado é a demonstração final de que os fatos narrados


se aplicam as circunstâncias e a letra da lei mencionadas nas premissas.

UNID III - PEÇAS PRÉ PROCESSUAIS


Requisição do inquérito policial (IP)

Sendo o inquérito instaurado om finalidade de investigação em busca de provas


do ato criminoso, temos que o inquérito nem sempre será obrigatório, podendo
ser dispensado em crimes de baixo potencial ofensivo (crimes com pena máxima
inferior a 2 anos; nesses casos se utiliza o termo circunstanciado TCO; art. 69
da lei 9099/95

Prazos do inquérito

A depender do tipo de crime e algumas outras circunstancias o prazo do inquérito


será distinto, por exemplo os prazos de réu solto e preso diferem, sendo:

CPR (Regra Geral)


Preso: 10 dias Improrrogáveis
Solto: 30 dias Prorrogáveis

Justiça Federal – PF
Preso: 15 dias prorrogáveis por igual período
Solto: 30 dias prorrogáveis por igual período

Lei de Entorpecentes (Lei 11.343/06)


Preso: 30 dias duplicável
Solto: 90 dias Duplicável

Inquérito Militar
Preso: 20 dias Improrrogáveis
Solto: 40 dias Prorrogáveis por + 20 dias

Crimes contra a Economia Popular


Solto: 10 dias Improrrogáveis
Preso: 10 dias Improrrogáveis
Início do inquérito

O inquérito pode ser iniciado das seguintes maneiras:


Nos casos de Ação Penal Pública Incondicionada (APPI; casos onde o
Ministério público sozinho age para punir o delito):
- Pela portaria da autoridade policial (como se fosse uma espécie de ofício)
- Pelo ofício requisitório do promotor de justiça
- Por ofício requisitório do Juiz de direito;
- Por requerimento da vítima ou pelo seu representante (representação requer
procuração)
- Por auto de prisão em flagrante.

Nas Ações penais públicas condicionadas a representação (APPR) ou


requisição pelo Ministério Público:
- Pela representação da vítima ou de seu representante
- Pelo oficio requisitório, seja do promotor ou do juiz, acompanhado da
representação da vítima (quando foi feita perante eles)
- Pelo auto de prisão em flagrante de delito (quando houver representação)

Nas ações penais privadas (APP)


- Por requerimento da vítima ou do seu representante (a chamada queixa-crime)
- Por auto de prisão em flagrante (caso haja queixa-crime)
Termos relacionados ao inquérito

Relatório: é a peça que a autoridade policial produz relatando os fatos ocorridos


de forma imparcial, além de demonstrar as provas colhidas durante o inquérito,
é a peça que marca o fim do inquérito policial, pois ele é entregue ao juiz de
direito.

Encerramento: ocorre após o inquérito finalizado, é o momento que os autos


são remetidos; levados ao MP para que ele faça a sua análise.

➢ Com base nestes documentos entregues, a análise do MP poderá requerer


arquivamento, requisitar novas diligências ou oferecer a denúncia
Trancamento do IP: o juiz de garantia pode trancar o inquérito sempre que não
houver fundamento razoável para a sua existência (instauração ou
prosseguimento)

Vício: se refere a alguma irregularidade


Arquivamento: o IP pode ser arquivado, o que suspende o processo
investigativo, essa prerrogativa de arquivar estão nas mãos apenas do juiz e do
MP (MP pode requerer) no caso, a vítima que discordar tem prazo de 30 dias
para fundamentar as razões de discordância e demonstrar porque o inquérito
não deve ser arquivado.
➢ Despacho do juiz arquivando o IP n cria coisa julgada, o delegado pode criar
novas diligências para buscar provas

Desarquivamento: uma vez arquivado o IP, ele até poderá ser desarquivado,
mas apenas com a demonstração de prova nova.
Dispensabilidade do IP: o inquérito não e una peça obrigatória, podendo ser
dispensado nos casos de procedimentos mais simples, ou quando já existem
indícios de autoria suficientes
Presidência do IP: em regra a autoridade competente para realizar e presidir o
IP é o delegado de polícia, contudo, existem ocasiões onde o próprio Procurador
geral determina um promotor para cuidar do caso, fundamentando as razões,
isso ocorre em IPs em andamento que não estão sendo dirigidas por um
delegado de carreira.
A requisição de inquérito é similar a uma petição, e deverá conter: os fatos, a
tese (fundamentação que justifica a instauração do IP), os pedidos, a data e local
com assinatura.

Representação da vítima

Como mencionado, alguns tipos de delito necessitam da representação da vítima


para que o MP possa se mexer, esses casos são de interesse parcialmente
público e parcialmente privado (enquanto os de APP são de interesse somente
privado).
Existe um prazo para a apresentação da vítima, que é de 6 meses da data do
crime, se a vítima não souber quem cometeu o rime, então serão 6 meses
contados a partir do momento que se descobre quem é. (nos crimes
continuados os prazos são contados individualmente para cada crime).
É possível fazer a retratação até o momento que a denúncia é oferecida, após
oferecida a denúncia, o particular perde a titularidade da ação e a passa ao MP,
não podendo mais se retratar (retratar significaria desistir do processo; o MP não
pode oferecer a denúncia sem a representação da vítima).
➢ A exceção a isso é a lei Maria da Penha, que traz em seu art. 16 da lei
11340/06 que só será admitida a renúncia do direito de representação
perante o juiz em audiência (para evitar que as mulheres fiquem com medo
do criminoso ou sejam ameaçadas de algum modo, o juiz conversará com a
parte para tentar guia-la ao oferecimento da denúncia.

A peça será normalmente dirigida ao delegado, a não ser que já esteja apontado
quem tem um inquérito, nesse caso será levado a esta pessoa.

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