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UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA

FELIPE BATISTA COELHO DE ARAÚJO


20181101313

GUILHERME PANNO VIEIRA


20182101348

GUSTAVO HENRIQUE QUINTANILHA JARDIM PINTO


2015111346

PETIÇÃO INICIAL

Rio de Janeiro
2021
PETIÇÃO INICIAL

Pesquisa a ser encaminhada a Profª Joyce


Abreu de Lira, como parte da exigência para a
obtenção de 5h de estágio.

Rio de Janeiro, 11 de março de 2021.


Petição inicial, chamada de também de, peça exordial ou introdutória, é
classificada como uma peça processual que inicia processos de natureza oposta a penal (no
direito penal, as peças inicias são chamadas de denúncia ou queixa-crime, mas que possuem
a mesmo conceito), sendo dirigida ao Estado-Juiz, que detêm o poder de prestar a tutela
jurisdicional. Nessa peça, são apresentados os fatos constitutivos do direito, conhecidos
como: causa de pedir, fatos e fundamentos e o pedido.

Maria Helena Diniz a conceitua como: “Ato declaratório e introdutório do


processo pelo qual alguém exerce seu direito de ação, formulando sua pretensão,
pretendendo a sua satisfação pela decisão judicial, uma vez que determina o conteúdo
daquela decisão. Deve indicar o juiz ou o tribunal a que se dirige, a qualificação do autor e
do réu, o fato e os fundamentos jurídicos do pedido, o pedido com suas especificações, as
provas que se pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados, e, além disso, conter o
requerimento para citação do réu.”

O início do capítulo II do Código de Processo Civil, nos traz os requisitos da


exordial, sendo eles: o juízo a que é dirigida, ou seja, qual a vara; os nomes, os prenomes, o
estado civil/união estável, a profissão, CPF/CNPJ, e-mail, o domicílio e a residência do autor
e do réu (caso o autor não saiba, ele poder requer diligências ao juiz); causa de pedir; o
pedido com as suas especificações; o valor da causa; meio probatório, objetivando
demonstrar a verdade dos fatos alegados; a opção do autor pela realização ou não de
audiência de conciliação ou de mediação (art. 319 do CPC).

A causa de pedir, junção entre fatos e fundamentos jurídicos, vincula o processo


ao juiz, na qual o fato é narrado, demonstrando o que aconteceu, qual direito foi violado, e
os fundamentos jurídicos. O pedido, em linhas gerais, é o que se buscar no Judiciário, ou
seja, a solução desejada pelo autor. Insta salientar que o pedido serve como elemento
identificador da demando, servindo como parâmetro para a fixação do valor da causa, bem
como limitar a atuação do magistrado, que deve se limitar àquilo que fora pedido.

O advogado, para postular em causa própria, deve declarar, na exordial ou na


contestação, o endereço, seu número da OAB e o nome do escritório em que trabalho, para
receber as intimações e comunicar o juízo caso haja alteração de endereço. Caso o
advogado descumpra o primeiro requisito, o juiz determinará que, no prazo de 5 dias, adite-
se a petição, antes de citar o réu, sob pena de indeferimento da petição. Caso o
descumprimento seja do segundo requisito, serão consideradas válidas as intimações
enviadas ao endereço oferecido nos autos (art. 106 do CPC).

Em regra, a capacidade postulatória, que é o atributo necessário para poder


pleitear o direito perante o juiz, é de competência exclusivamente dos advogados, sub pena
de nulidade. A exceção está no rito dos Juizados Especiais Cíveis, que também adotam o
jus postulandi, desde que o valor da causa não ultrapasse 20 (vinte) salários mínimos.
Destarte, a parte tem a possibilidade de provocar o judiciário, bem como acompanhar todo
o processo, sem a necessidade de constituir advogado, conforme o art. 9º da 9.099/95.

Ao receber a petição inicial, o magistrado examinará se ela atende a todos os


requisitos supracitados. Na ausência, ou se estiver insuficientemente instruída, o juiz
apontará a falta e concederá o prazo de 15 dias para que o autor a emende ou a complete
(art. 321 do CPC).

O STJ, no REsp 193.100/RS, de relatoria do Ministro Ari Pargendler entendeu que


a inépcia ou ausência de requisitos, só deve ser reconhecida caso haja impedimento ao
exercício do contraditório e da ampla defesa e prestação da tutela jurisdicional.

O indeferimento da petição inicial tem caráter liminar, ou seja, extingui o feito


sem citar o réu, tendo em vista que se trata de um pressuposto processual. A petição
inicial será indeferida quando: for inepta (faltar pedido ou causa de pedir, pedido
indeterminado, salvo se a lei permitir o pedido genérico; a narração dos fatos não decorrer
logicamente a conclusão, ou pedidos incompatíveis entre si), a parte for manifestamente
ilegítima ou faltar interesse processual ao autor; o juiz verificar a decadência ou a
prescrição; o procedimento escolhido pelo autor for oposto à natureza da causa, ou ao
valor da causa; ou não atender às prescrições dos arts. 106 e 321.

O magistrado, eventualmente, pode admitir a petição inicial mesmo com os


vícios, e determinar a citação do réu. Caso isso aconteça, o réu poderá arguir todos os
motivos que levariam ao indeferimento da petição inicial, caso o juiz acolha a alegação,
extinguirá o processo (não será considerado indeferimento, tendo em vista que o
indeferimento só ocorre antes da citação do réu), nos termos do art. 485, IV do CPC. A
extinção do processo sem a resolução de mérito é uma sentença terminativa, ou seja, não
atinge o mérito da causa, havendo a possibilidade de o autor ingressar novamente em
juízo.

Por fim, é necessário que se tenha o máximo de zelo no momento da confecção


da petição inicial, sendo indispensável uma precisão e ética profissional na demonstração
dos fatos, na citação da doutrina e dos precedentes judiciais, visando, primeiramente,
prestar um serviço de excelência para com o cliente, e persuadir o magistrado a favor da
tese alegada na petição inicial.

REFERÊNCIAS

 DINIZ, Maria Helena. Dicionário jurídico universitário. São Paulo: Saraiva, 2010.
 DIDIER JR., Fredie. Curso de Direito Processual Civil. Volume I: Teoria geral do
processo e processo de conhecimento. 11. ed. Salvador: JusPODIVM, 2009.
 NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Manual de Direito Processual Civil, Vol.
Único. 6ª ed. São Paulo: Editora Método, 2014.
 BRASIL. Diário Oficial da União (DOU). Lei n° 13.105, de 16 de março de 2015.
Brasília-DF. 2015. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-
2018/2015/lei/l13105.htm#art1045>. Acessado em: 11/03/2021.
 THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil. V1. 56ªed. Rio
de Janeiro: Forense. 2015.

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